Filosofia 2 Ano Eja
Filosofia 2 Ano Eja
Filosofia 2 Ano Eja
Aprendizagem Conectada
Atividades Escolares
2° ano do Ensino Médio EJA
Mês Novembro
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Aranha e Martins (2005, p. 218).
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Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE
perfeita, ou seja, viver eticamente é viver conforme a justiça. E para ele a felicidade é o
fim último da virtude enquanto vivência social.
Já no período helenístico, que antecede a era cristã, a vivência dos princípios
éticos está ligada ao prazer, à dor/sofrimento, ao desprezo pelas questões sociais. Tanto
que Diógenes levou seus ideais às últimas consequências, vivendo nu em um barril, na
absoluta pobreza e ridicularizava, com humor, todos os que passavam.
No período medieval, com o domínio da igreja católica, a ética ou a vivência
segundo os preceitos morais passa a ser conduzida pela vontade divina (Deus cristão).
No mundo regido pela fé e determinada pela vontade da igreja, a moral do homem é
identificada como o sujeito temente a Deus. ―Durante a Idade Média, a visão teocêntrica
do mundo fez com que os valores religiosos impregnassem as concepções éticas, de
modo que os critérios do bem e do mal se achavam vinculados à fé e dependiam da
esperança de vida após a morte‖7. Para Tomás de Aquino, Deus é o último fim do homem,
do qual podemos retirar a doutrina da felicidade. E Santo Agostinho entende que o mundo
perfeito está na ausência de pecados.
Com o renascimento a virtude ou sujeito ético está voltada para a construção dos
preceitos humanitários. É nesse período que o homem torna-se humano e busca-se no
homem o centro do universo e a explicação de tudo. A ciência passa a ser a nova base
dos fundamentos éticos. Nesse período tanto o Deus medieval quanto o mito da era
antiga não fazem mais parte das explicações do cotidiano. Como consequência os
conceitos de liberdade, autonomia, solidariedade começam a ter novos entendimentos. É
nesse período em que passa a predominar os fundamentos do sistema capitalismo. Para
Manfredo Araújo de Oliveira8, no sistema capitalista não existe ética, pois o que impera é
a exploração do homem pelo homem, manifestando interesse maior no lucro e não no
trabalho realizado pela pessoa humana.
É nesse sentido que devemos retomar os conceitos de liberdade, autonomia,
solidariedade, democracia dentro outros, dos quais possam ser guiados por uma ética
humanitária e não por sistemas egocêntricos e de exploração para se obter privilégios
pessoais/individuais. O papel da filosofia é de fundamental importância para entendermos
os conceitos fundantes e as decisões tomadas, em busca de proposituras conscientes e
coletivamente aceitas. O agir ético faz parte desse desejo de felicidade, de autonomia, de
liberdade, de solidariedade que extrapole os horizontes individuais e permita a ação ética
7
Aranha e Martins (2003, p. 353).
8
Oliveira (1998.)
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consciente e coletiva, pois a ética tem como base a ―igualdade fundamental de direito de
todos os homens/mulheres e, consequentemente, a corresponsabilidade de todas as
pessoas‖9.
Por fim, cabe lembrar que uma das virtudes éticas bastante disseminada desde
Aristóteles é a prudência, ou seja, é o ―hábito de agir bem em tudo o que se refere ao ser
humano‖10. Com prudência podemos obter a prática social com um olhar para o passado,
outro para o presente e outro para o futuro. Assim, agir ético permite que continuarmos
coexistindo enquanto sociedade e coabitando com os demais seres vivos e não vivos,
conforme Leonardo Boff menciona em sua ética do saber cuidar.
9
Oliveira (1998, p. 9).
10
Savian Filho (2016, p. 266).
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