Contestação 2

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EXMO. DR.

JUIZ DO TRABALHO DA VARA 50ª VARA DO TRABALHO DE JOÃO


PESSOA/PB

PROCESSO Nº: 98.765

FLORICULTURA FLORES BELA LTDA., por sua advogada


que esta subscreve (procuração anexa), vem respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, apresentar

CONTESTAÇÃO TRABALHISTA

com fundamento no art. 847, da CLT, em face da reclamatória


trabalhista ajuizada por ESTELA, pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos:

I – DOS FATOS

Estela foi floricultora na empresa em questão de 25/10/2012 a 29/12/2017,


ganhava mensalmente o valor correspondente a dois salários mínimos.

Em sua inicial, suscitou a aplicação da penalidade criminal, horas extras,


adicional de penosidade, multa do 477, e ainda, restituição do valor descontado a titulo
de plano de saúde, fatos estes que não merecem deferimento, conforme será exposto
a seguir.

II - PRELIMINARES

II.I Incompetência da Justiça do Trabalho


Nos termos do artigo 337, inc II, a justiça do trabalho é incompetente para
apreciar e julgar penalidades criminais, porque a justiça do trabalho só aprecia e julga
ações oriundas das relações de trabalho ou outras controvérsias decorrentes da
relação de trabalho, não abrangendo penalidades criminais, conforme se determina o
artigo 114, inc IX da CF e artigo 49 da CLT.

II.II Prescrição

Suscita, ainda, a prescrição em relação as pretensões anteriores a 27/02/2013,


conforme os termos do artigo 7º, inciso XXIX, da CRFB/88, artigo 11 da CLT e sumula
308, inc I do C. TST.

III – DO MÉRITO

A reclamante alega que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de


saúde, tendo assinado na admissão, contra sua vontade.

Entretanto, esta não fez prova do mesmo, sendo que, conforme termos do
artigo 818, inc I e 373, inc I do CPC, o ônus da prova cabe a esta, da qual não se
desincumbiu, assim não prosperando a sua alegação.

Ainda, a Súmula 342 do TST e a OJ 160 admite-se o desconto sem a afronta


do artigo 462 da CLT, desde que esta ocorra com prévia autorização do empregado e
por escrito, cabendo assim a reclamante provar o vício no consentimento, o que não
foi feito.

Pelo contrário, nesta oportunidade apresenta-se a guia do RAIS com os


contracheques da autora, bem como documento assinado pela empregada
autorizando o desconto de plano de saúde (documento dela e demais sete
funcionários), para que com isso, o pedido realizado na exordial seja julgado
improcedente.
Ademais, a reclamante suscitou o pagamento de adicional de penosidade na
porcentagem de 30%, pedido este que também não deve prosperar, visto que o
adicional de penosidade não foi regulamentado em lei especial, nem mesmo na CLT,
sendo apenas previsto na CRFB/88 em seu artigo 7º, inciso XXIII.

As horas extras informadas também não são devidas, pois pela jornada
informada na inicial, a mesma laborava 8h diárias, somando-se 44 horas semanais, e
com isso não ultrapassou o teto constitucional conforme estabelecido no artigo 58, da
CLT e artigo 7º, inc XIII da CRFB/88.

Ainda, entende-se que a suscitada multa do art. 477, da CLT resta indevida,
isto tendo em vista que as verbas rescisórias foram pagas no prazo legal, conforme os
termos do artigo 477, §6º da CLT, o qual determina o pagamento em 10 dias corridos
após a data da comunicação da extinção contratual.

Portanto, levando-se em conta os fatos expostos, tais pedidos devem ser


julgados improcedentes.

Por fim, requer a condenação da reclamante ao pagamento das custas


processuais e honorários advocatícios nos termos do artigo 791-a da CLT.

III – RECONVENÇÃO

Conforme disposição expressa do art. 343 do CPC, pode o Réu na contestação


propor Reconvenção, o que faz pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

A reclamante no ato de sua dispensa se alterou e quando deixava o portão


principal pegou uma pedra do chão e a arremessou violentamente contra o prédio da
empresa, vindo a quebrar uma das vidraças, sendo que o valor para colocação do
vidro restou no importe de R$300,00, conforme nota fiscal anexa.

Reparação esta, que diante do dano causado a empresa reclamante tem o


dever de reparar, nos termos dos artigos 186 e 927 do Código Civil.

Diante dessa exposição, requer o recebimento desta Reconvenção ao


ressarcimento da quantia de R$300,00.

Requer, ainda, a condenação de honorários advocatícios na reconvenção,


conforme prevê o artigo 791-A e §5º, da CLT.

IV – PEDIDOS

Em sede de Contestação, requer:

De acordo com os fatos e fundamentos acima apresentados, em sede de


Contestação, requer a Vossa Excelência o acolhimento da preliminar de
Incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar e julgar sanções penais, requer,
ainda, que seja acolhido o pedido de prescrição no que tange as pretensões em
relação a data anterior a 27/02/2013, e, por fim, no mérito, requer que as pretensões
apresentadas na Reclamatória Trabalhista sejam julgadas totalmente improcedentes e
o Reclamante seja condenado a pagar as custas processuais e demais cominações
legais conferidas à presente causa.

Em sede de Reconvenção, requer:

a) O recebimento das razões da Reconvenção para o seu devido


processamento, de acordo com o artigo 343 do CP;
b) Seja intimada a Reclamante para apresentar resposta, nos termos do artigo
343, §1º, do CPC;
c) A total procedência desta Reconvenção para o fim de condenar a
Reclamante ao ressarcimento da quantia de R$300,00 a à respectiva
correção monetária; e
d) Requer, também, a condenação do reconvinte ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios nos termos do artigo 791-A da CLT.

V – DA NOTIFICAÇÃO

Em sede de Reconvenção, requer, por fim, se digne Vossa Excelência a


determinar a notificação da Reclamante e sua intimação para comparecer em
audiência a ser designada por este digno Juízo e, nesta ocasião, apresentar defesa
nos termos do artigo 844 da CLT, combinado com o artigo 336 do CPC, sob pena de
revelia e confissão.

VI – DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


em especial o depoimento pessoal da Reclamante, que fica desde já requerido, sob
pena de confissão, bem como pela juntada de documentos, oitiva de testemunhas,
perícias e o que mais for necessário à elucidação dos fatos.

Dá-se à causa, na Reconvenção, o valor de R$300,00.

Nestes termos, pede deferimento.

Local/Data

Advogado/OAB

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