Rubin 01-Lesão Celular
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Lesão Celular
Perguntas
Escolha a melhor resposta.
19. Qual das seguintes alterações bioquímicas caracteriza a formação 23. Uma moça de 16 anos de idade, com história de depressão suici-
de corpúsculos acidófilos no paciente descrito na Pergunta 18? da, toma um solvente comercial. A biopsia do fígado é realizada para
(A) Acúmulo de triglicerídios avaliar o grau de lesão do parênquima hepático. O exame histoló-
(B) Fragmentação do DNA gico demonstra tumefação intensa dos hepatócitos centrolobulares
(C) Perda de proteína supressora de tumor p53 (ver figura). Qual dos seguintes mecanismos de doença explica as
(D) Síntese de ácido araquidônico alterações reversíveis observadas nessa biopsia de fígado?
(E) Tumefação mitocondrial (A) Aglutinação de proteína devido a aumento do pH citosólico
(B) Aumento do depósito de triglicerídios e ácidos graxos livres
20. Uma obesa (IMC = 32 kg/m2) de 56 anos de idade desenvol- (C) Diminuição das reservas de ATP intracelular
ve estenose progressiva da artéria renal direita. Com o passar do (D) Ruptura intracitoplasmática de lisossomos
tempo, o rim direito dessa paciente provavelmente demonstrará (E) Transição de permeabilidade da membrana mitocondrial
qual das seguintes adaptações morfológicas à isquemia crônica?
(A) Atrofia 24. Um homem de 40 anos de idade é resgatado do mar após um
(B) Displasia acidente de barco e é reanimado. Seis horas depois, o paciente
(C) Hiperplasia desenvolve insuficiência renal aguda. A biopsia de rim revela evi-
(D) Hipertrofia dências de cariorrexe e cariólise nas células epiteliais tubulares
(E) Neoplasia renais. Qual dos seguintes eventos bioquímicos precedeu essas
alterações patológicas?
21. Um menino de 5 anos de idade sofre traumatismo contuso na per- (A) Ativação de Na+/K+ ATPase
na em um acidente automobilístico. Seis meses depois, observa-se a (B) Aumento da produção de ATP
formação de trabéculas ósseas no interior da musculatura esqueléti- (C) Aumento do pH intracelular
ca estriada no local da lesão tecidual. Esse distúrbio patológico é um (D) Diminuição do cálcio intracelular
exemplo de qual das seguintes adaptações morfológicas à lesão? (E) Diminuição do pH intracelular
(A) Atrofia
(B) Calcificação distrófica
(C) Calcificação metastática
(D) Displasia
(E) Metaplasia
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27. Uma mulher de 32 anos de idade desenvolve uma crise de
Addison (insuficiência supra-renal aguda) 3 meses após sofrer
hemorragia maciça durante o parto de seu bebê. Uma tomografia
computadorizada (TC) do abdome revela glândulas supra-renais
pequenas. Qual dos seguintes mecanismos de doença explica a
atrofia supra-renal nessa paciente?
(A) Ausência de sinais tróficos
(B) Inflamação crônica
(C) Isquemia crônica
(D) Necrose hemorrágica
(E) Tuberculose
3. A resposta é E-metaplasia glandular. As principais respostas adaptati- 7. A resposta é C-filamentos intermediários. Hialina é um termo que se
vas de células a lesão subletal são atrofia, hipertrofia, hiperplasia, refere a qualquer material que exiba aspecto avermelhado ho-
metaplasia, displasia e depósito intracelular. A metaplasia é defi- mogêneo quando corado por hematoxilina e eosina (H&E). A
nida como a conversão de uma via celular diferenciada em outra. terminologia padronizada inclui arteriolosclerose hialina, hialina
Nesse caso, o epitélio escamoso esofágico é substituído por epi- alcoólica no fígado, membranas hialinas no pulmão e gotículas
télio colunar em decorrência de refluxo gastroesofágico crônico. hialinas em diversas células. A hialina alcoólica (Mallory) com-
A lesão caracteriza-se histologicamente por epitélio semelhante a põe-se de filamentos intermediários citoesqueléticos (citoquerati-
intestino, composto de células caliciformes e células semelhan- nas), ao passo que as membranas hialinas pulmonares consistem
tes às de mucosa gástrica intestinalizada de modo incompleto. A em proteínas plasmáticas depositadas nos alvéolos. Moléculas de
metaplasia escamosa (opção D) ocorre no epitélio brônquico de ␣1-antitripsina estruturalmente anormais (opção A) acumulam-
tabagistas, dentre outros exemplos. As opções A, B e C são alte- se no fígado de paciente com deficiência de ␣1-antitripsina. A
rações pré-neoplásicas mais freqüentemente descritas no endo- ␣-sinucleína (opção E) acumula-se nos neurônios na substância
métrio uterino de mulheres na pós-menopausa. negra dos pacientes com doença de Parkinson.
Diagnóstico: Esôfago de Barrett, metaplasia Diagnóstico: Hepatopatia alcoólica
4. A resposta é B-atrofia. Clinicamente, a atrofia é reconhecida como 8. A resposta é C-hiperplasia. Os bebês de mães diabéticas apresentam
diminuição do tamanho ou da função de um órgão. Com fre- incidência de 5 a 10% de desenvolverem anomalias importantes,
qüência, é observada em áreas de insuficiência vascular ou de incluindo aquelas do coração e dos grandes vasos e defeitos do
inflamação crônica e pode resultar de desuso. A atrofia pode ser tubo neural. A freqüência dessas lesões relaciona-se com o con-
considerada uma resposta adaptativa a estresse, em que a célula trole do diabetes materno durante o início da gestação. Durante
paralisa suas funções diferenciadas. A redução do tamanho de o desenvolvimento fetal, as células das ilhotas do pâncreas apre-
um órgão pode refletir atrofia celular reversível ou pode ser cau- sentam capacidade proliferativa e respondem ao aumento da de-
sada pela perda irreversível de células. Por exemplo, a atrofia do manda por insulina por meio de hiperplasia fisiológica. Os fetos
cérebro nessa paciente com doença de Alzheimer é secundária à expostos a hiperglicemia in utero podem desenvolver hiperplasia
morte celular extensa, e o tamanho do órgão não pode ser res- das células  pancreáticas, as quais podem secretar insulina de
tabelecido. O cérebro da paciente mostra atrofia acentuada do modo autônomo e provocar hipoglicemia ao nascimento. A me-
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taplasia (opção D) é definida como a conversão de uma via celu- 13. A resposta é E-peroxidação de lipídios da membrana. A lipofuscina é
lar diferenciada em outra. encontrada em lisossomos e contém produtos de peroxidação
Diagnóstico: Diabetes melito materno. Hiperplasia de ácidos graxos insaturados. Acredita-se que a presença des-
se pigmento reflita peroxidação lipídica contínua de membranas
9. A resposta é D-picnose. A necrose de coagulação refere-se a altera- celulares em decorrência de defesas inadequadas contra radicais
ções em células mortas, visualizadas à microscopia óptica. Quan- de oxigênio ativado.
do corado pela associação usual de hematoxilina e eosina, o ci- Diagnóstico: Lipofuscina, distúrbio de depósito intracelular
toplasma de uma célula necrótica é eosinofílico. O núcleo exibe
um aglomerado inicial de cromatina sucedido por sua redistri- 14. A resposta é D-hemossiderina. A hemossiderina é uma forma par-
buição ao longo da membrana nuclear. Na picnose, o núcleo cialmente desnaturada de ferritina, que se agrega facilmente e
torna-se menor e mostra coloração basofílica profunda à medida é reconhecida à microscopia como grânulos amarelo-acastanha-
que prossegue o acúmulo de cromatina. Cariorrexe (opção B) e dos no citoplasma, e que se cora de azul pela reação com azul-
cariólise (opção A) representam etapas posteriores na fragmen- da-prússia. Na hemocromatose hereditária, uma anormalidade
tação e dissolução do núcleo. Essas etapas não são evidentes nas genética da absorção de ferro no intestino delgado, o ferro em
células necróticas mostradas nesse esfregaço de Papanicolaou. excesso é depositado principalmente sob a forma de hemossi-
Diagnóstico: Neoplasia intra-epitelial cervical, picnose derina, primariamente no fígado. A hemoglobina (opção C) é o
pigmento das hemácias que contém ferro. A bilirrubina (opção
10. A resposta é B-imunidade humoral e celular. Tanto o braço humoral A) é um produto do catabolismo do radical heme que pode acu-
quanto o celular do sistema imunológico protegem contra os de- mular-se nos hepatócitos, mas não se cora pelo azul-da-prússia.
feitos lesivos de infecções virais. Por conseguinte, a apresenta- A transferrina (opção E) liga-se ao ferro sérico.
ção de proteínas virais ao sistema imunológico imuniza o corpo Diagnóstico: Hemocromatose hereditária
contra o invasor e desencadeia não apenas células destruidoras
(killer) como também a produção de anticorpos antivirais. Esses 15. A resposta é B-formas de oxigênio reativas. A lesão por isquemia/
braços do sistema imunológico eliminam células infectadas por reperfusão (I/R) é um problema clínico comum que surge no
vírus por meio da indução de apoptose ou pelo direcionamen- contexto de doença cardiovascular oclusiva, infecção, trans-
to de citólise mediada por complemento. Nesse paciente, o ví- plante, choque e muitas outras circunstâncias. A gênese da
rus da raiva penetrou em um nervo periférico e foi transportado lesão por I/R relaciona-se com a relação entre isquemia tran-
por fluxo axoplasmático retrógrado para a medula espinhal e o sitória e o restabelecimento do fluxo sangüíneo (reperfusão).
cérebro. A inflamação concentra-se no tronco encefálico e disse- Inicialmente, a isquemia produz um tipo de dano celular que
mina-se para cerebelo e hipotálamo. As outras opções são vistas provoca a geração de radicais livres. Subseqüentemente, a re-
na inflamação aguda, mas não representam respostas antígeno- perfusão proporciona oxigênio molecular (O2) em abundância
específicas a infecções virais. para se combinar com radicais livres, produzindo formas de
oxigênio reativas. Os radicais de oxigênio são formados no in-
Diagnóstico: Raiva
terior das células pela via da xantina oxidase e são liberados de
neutrófilos ativados.
11. A resposta é A-cálcio. A necrose de coagulação caracteriza-se por
Diagnóstico: Infarto do miocárdio
um influxo maciço de cálcio na célula. Sob circunstâncias nor-
mais, a membrana plasmática mantém um gradiente alto de íons
16. A resposta é B-fosfolipídios. Durante a peroxidação lipídica, radi-
de cálcio, cuja concentração nos líquidos intersticiais é 10.000 cais hidroxila removem um átomo de hidrogênio dos ácidos gra-
vezes mais elevada do que no interior das células. A lesão celu- xos insaturados dos fosfolipídios da membrana. Os radicais lipí-
lar irreversível danifica a membrana plasmática, que então não dicos formados dessa maneira reagem com oxigênio molecular e
consegue manter esse gradiente, permitindo o influxo de cálcio formam um radical peróxido lipídico. Tem início uma reação em
para o interior da célula. As outras opções representam elemen- cadeia. Os peróxidos lipídicos são instáveis e se degradam em
tos com maior probabilidade de serem liberados mediante morte moléculas menores. A destruição dos ácidos graxos insaturados
celular. de fosfolipídios resulta na perda da integridade da membrana. As
Diagnóstico: Necrose de coagulação outras opções representam alvos para formas de oxigênio reati-
vas, mas a ligação cruzada de proteínas (opções D e E) não levam
12. A resposta é D-idade avançada. As substâncias que não conse- à perda rápida da integridade da membrana em pacientes com
guem ser metabolizadas são acumuladas nas células. Dentre os infarto do miocárdio.
exemplos estão (1) substratos endógenos que não são processa- Diagnóstico: Infarto do miocárdio
dos porque falta uma enzima fundamental (doenças de depósi-
to lisossômico), (2) pigmentos endógenos insolúveis (lipofusci- 17. A resposta é C-de liquefação. Os leucócitos polimorfonucleares
na e melanina), e (3) particulados exógenos (sílica e carbono). (neutrófilos segmentados) rapidamente se acumulam em locais
A lipofuscina é um pigmento “de desgaste” do envelhecimento, de lesão. Possuem hidroxilases ácidas e são capazes de digerir
que se acumula em órgãos como cérebro, coração e fígado. Ne- células mortas. Um acúmulo localizado dessas células inflamató-
nhuma das outras opções está associada ao acúmulo de lipo- rias pode criar um abscesso com liquefação (pus) central. A ne-
fuscina. crose de liquefação também é diagnosticada com freqüência no
Diagnóstico: Envelhecimento, lipofuscina cérebro. A necrose caseosa (opção A) é vista nos granulomas ne-
8 Capítulo 1
crosantes. A necrose gordurosa (opção E) é quase sempre encon- 23. A resposta é C-diminuição das reservas de ATP intracelular. A tumefa-
trada em pacientes com pancreatite aguda. A necrose fibrinóide ção hidrópica pode decorrer de muitas causas, inclusive toxinas
(opção D) é vista em pacientes com vasculite necrosante. químicas e biológicas, infecções e isquemia. Agentes lesivos pro-
Diagnóstico: Abscesso, inflamação aguda vocam tumefação hidrópica por meio de (1) aumento da per-
meabilidade da membrana plasmática ao sódio; (2) lesão de
18. A resposta é D-morte celular apoptótica. A apoptose é uma via pro- sódio-potássio ATPase da membrana (bomba); ou (3) interferên-
gramada de morte celular, desencadeada por diversos sinais ex- cia com a síntese de ATP, desse modo privando a bomba de seu
tracelulares e intracelulares. Com freqüência é um mecanismo de combustível. As outras opções são incorretas porque não regu-
autodefesa, destruindo células que foram infectadas por patóge- lam concentrações de sódio intracelular.
nos ou aquelas nas quais ocorreram alterações genômicas. Após Diagnóstico: Tumefação hidrópica, hepatotoxicidade
a coloração por hematoxilina e eosina, as células apoptóticas são
visíveis à microscopia óptica como corpúsculos acidófilos. Esses 24. A resposta é E-diminuição do pH intracelular. Durante períodos de is-
corpúsculos rosados (eosinofílicos) representam remanescentes quemia, a glicólise anaeróbica leva à produção excessiva de lac-
celulares envoltos por membrana. As outras opções não se mani- tato e à diminuição do pH intracelular. A ausência de O2 durante
festam como corpúsculos acidófilos. isquemia miocárdica bloqueia a produção de ATP. O piruvato é
Diagnóstico: Hepatite viral reduzido a lactato no citosol e diminui o pH intracelular. A aci-
dificação do citosol inicia uma espiral de eventos em cascata que
19. A resposta é B-fragmentação do DNA. A fragmentação do DNA é propulsionam a célula para necrose. As outras opções apontam
um marco em células que sofrem tanto necrose quanto apoptose, para alterações na direção oposta do que se esperaria em uma le-
mas as células apoptóticas podem ser percebidas pela demons- são celular irreversível.
tração de formação de camadas, ou “escadas” (“laddering”) no nu- Diagnóstico: Necrose tubular aguda
cleossomo. Esse padrão de degradação de DNA é característico da
morte celular apoptótica. Decorre da clivagem de DNA cromossô- 25. A resposta é D-necrose fibrinóide. A necrose fibrinóide é uma altera-
mico em nucleossomos por meio de endonucleases. Como os nu- ção de vasos sangüíneos lesados em que a insudação e o acúmulo
cleossomos são espaçados de modo regular ao longo do genoma, de proteínas plasmáticas leva a parede a se corar intensamente
pode ser visto um padrão de faixas regulares quando os fragmen- pela eosina. As outras opções não estão associadas de modo típi-
tos de DNA celular são separados por eletroforese. As outras op- co diretamente a lesão vascular.
ções estão associadas a lesão celular, mas não servem como marca- Diagnóstico: Hipertensão maligna, necrose fibrinóide
dores de morte celular programada.
Diagnóstico: Hepatite viral 26. A resposta é B-lamina. A progeria é uma rara doença genética ca-
racterizada pelo surgimento precoce de catarata, perda do cabe-
20. A resposta é A-atrofia. A interferência com o suprimento sangüí- lo, atrofia da pele, osteoporose e aterosclerose. O fenótipo dá a
neo aos tecidos é conhecida como isquemia. A isquemia total impressão de envelhecimento prematuro. A progeria é uma de
resulta em morte celular. A isquemia parcial ocorre após a oclu- muitas doenças causadas por mutações no gene da lamina A hu-
são incompleta de um vaso sangüíneo ou em áreas de circulação mana (LMNA). As laminas são proteínas filamentosas interme-
diárias que formam uma trama fibrosa abaixo do envoltório nu-
colateral inadequada, resultando em fornecimento cronicamente
clear. Acredita-se que lamina defeituosa torne o núcleo instável.
reduzido de oxigênio, um distúrbio freqüentemente compatível
O gene para a síndrome de Werner codifica uma DNA helicase
com a manutenção da viabilidade celular. Sob tais circunstân-
(opção A).
cias, a atrofia celular é comum. Por exemplo, essa alteração é en-
Diagnóstico: Progeria
contrada com freqüência nas margens inadequadamente perfun-
didas de infarto no coração, no cérebro e nos rins. 27. A resposta é A-ausência de sinais tróficos. A atrofia de um órgão pode
Diagnóstico: Estenose de artéria renal ser causada pela interrupção de sinais tróficos fundamentais. O
infarto pós-parto da hipófise anterior nessa paciente resultou
21. A resposta é E-metaplasia. A miosite ossificante é uma doença ca- em diminuição da produção de hormônio adrenocorticotrópico
racterizada pela formação de trabéculas ósseas no interior de (ACTH, também denominado corticotrofina). A falta de cortico-
músculo estriado. Representa uma forma de metaplasia óssea (ou trofina resulta em atrofia do córtex da glândula supra-renal, pro-
seja, substituição de um tecido diferenciado por um outro tipo vocando sua insuficiência. Os sintomas da insuficiência adrenal
de tecido diferenciado normal). aguda (crise de Addison) incluem hipotensão e choque, além de
Diagnóstico: Miosite ossificante, metaplasia fraqueza, vômitos, dor abdominal e letargia.
Diagnóstico: Síndrome de Sheehan, insuficiência adrenocortical
22. A resposta é B-citocromo c. A membrana mitocondrial é um regu-
lador fundamental da apoptose. Quando os poros mitocondriais 28. A resposta é B-displasia. A queratose actínica é uma forma de dis-
se abrem, o citocromo c extravasa e ativa a Apaf-1, que conver- plasia em pele exposta ao sol. À histologia, essas lesões com-
te pró-caspase-9 a caspase-9, a qual, por sua vez, ativa caspases põem-se de células escamosas atípicas, que variam em tamanho
seqüenciais. As formas de oxigênio reativas (relacionadas com e forma. Não mostram sinais de amadurecimento regular à me-
as opções A, D e E) desencadeiam apoptose, mas não medeiam dida que as células se movimentam da camada basal da epider-
morte celular programada. me para a superfície. A displasia é uma lesão pré-neoplásica, no
Diagnóstico: Apoptose, carcinoma escamocelular da pele sentido de que é um estágio necessário na evolução de múltiplas
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etapas para o câncer. Entretanto, em oposição às células cance- a displasia decorra de mutações em uma população de células
rosas, as células displásicas não são completamente autônomas, em proliferação. Quando uma mutação particular confere uma
e o aspecto histológico do tecido ainda pode reverter ao normal. vantagem de crescimento ou de sobrevivência, a progênie da cé-
Nenhuma das outras opções representa alterações pré-neoplási- lula afetada tenderá a predominar. Por sua vez, sua proliferação
cas na pele exposta ao sol. continuada confere a oportunidade de mutações adicionais. O
Diagnóstico: Queratose actínica, displasia acúmulo de tais mutações progressivamente distancia a célula de
suas restrições reguladoras normais e pode provocar uma neo-
29. A resposta é C-hiperplasia. Os carcinomas de células renais fre- plasia. Nenhuma das outras opções mostra atipia nuclear e pleo-
qüentemente secretam eritropoietina. Esse hormônio estimula o morfismo celular.
crescimento de precursores de eritrócitos na medula óssea por Diagnóstico: Neoplasia intra-epitelial cervical
meio da inibição de morte celular programada. O aumento do
hematócrito nessa paciente decorre de hiperplasia da medula ós- 31. A resposta é D-oxigenase de função mista. O metabolismo do tetra-
sea afetando a linhagem eritróide. As outras opções não repre- cloreto de carbono (CCl4) é um sistema de modelo para pesqui-
sentam respostas fisiológicas à eritropoietina. sas toxicológicas. O CCl4 é metabolizado primariamente via sis-
Diagnóstico: Carcinoma de células renais, hiperplasia tema de oxigenase de função mista (P450) do fígado até um íon
cloreto e um radical livre muito reativo, a triclorometila. Assim
30. A resposta é B-displasia. A distinção entre displasia intensa e cân- como o radical hidroxila, esse radical é um iniciador potente da
cer em estágio inicial da cérvice é um problema diagnóstico fre- peroxidação lipídica, que danifica a membrana plasmática e leva
qüente para o patologista. As duas alterações estão associadas à morte celular. As outras opções não estão envolvidas na forma-
a crescimento e amadurecimento desordenados do tecido. De ção do radical livre triclorometila nas células hepáticas.
modo semelhante ao desenvolvimento de câncer, acredita-se que Diagnóstico: Insuficiência hepática, hepatotoxicidade