Apostila EPCAR Aeronáutica (FAB) PDF 2020 - Cadetes Do Ar

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DE ACORDO COM EDITAL DE PORTARIA

DIRENS Nº 44/DPE, DE 12 DE MARÇO DE 2020

EPCAR
ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO AR

CADETES
DO AR
CONTEÚDO
GRÁTIS
- Língua Portuguesa CONTEÚDO ONLINE
- Matemática
- Língua Inglesa Português
- Acentuação Gráfica
e Ortografia

Matemática
- Razão e Proporção

Matemática
- Geometria Espacial e Plana

Inglês
- Estratégias de Leitura
em Inglês
Escola Preparatória de Cadetes do Ar - Aeronáutica

EPCAR
Cadetes do Ar

NV-081MR-20

Cód.: 9088121442986
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.

OBRA

Escola Preparatória de Cadetes do Ar - Aeronáutica

Cadetes do Ar

Portaria DIRENS nº 44/DPE, de 12 de março de 2020

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Matemática - Profº Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil
Língua Inglesa - Profª Katiuska W. Burgos General

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Josiane Sarto
Roberth Kairo

DIAGRAMAÇÃO
Dayverson Ramon
Rodrigo Bernardes

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

Edição MAR/2020

www.novaconcursos.com.br

sac@novaconcursos.com.br
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

Intelecção De Textos Literários E Não Literários, Verbais E Não Verbais.................................................................................... 01


Fonologia: Fonemas, Encontros Consonantais E Vocálicos, Dígrafos.......................................................................................... 12
Divisão Silábica................................................................................................................................................................................................. 15
Acentuação Gráfica E Ortografia De Acordo Com A Nova Ortografia....................................................................................... 16
Morfologia: Estrutura Das Palavras, Formação De Palavras............................................................................................................ 23
Classes De Palavras: Classificação, Flexão E Emprego (Substantivo, Adjetivo, Artigo, Numeral, Pronome, Verbo,
Advérbio, Preposição, Conjunção E Interjeição).................................................................................................................................. 25
Sintaxe: Análise Sintática Da Oração, Análise Sintática Do Período............................................................................................ 63
Pontuação........................................................................................................................................................................................................... 72
Regência E Concordância............................................................................................................................................................................. 76
Estudo Da Crase............................................................................................................................................................................................... 82
Colocação Pronominal................................................................................................................................................................................... 86
Semântica E Estilística; Variedades Linguísticas; Sinonímia E Antonímia, Hiponímia E Hiperonímia, Polissemia,
Ambiguidade; Denotação E Conotação; Funções Da Linguagem E Vícios Da Linguagem................................................. 86
Figuras De Linguagem................................................................................................................................................................................... 90
Versificação......................................................................................................................................................................................................... 94

MATEMÁTICA

Noções De Conjuntos; Igualdade De Conjuntos; Subconjuntos; Operações Com Conjuntos: Interseção E


Reunião; Resolução De Problemas............................................................................................................................................................ 01
Conjuntos Numéricos; Conjunto Dos Números Naturais: Propriedades, Operações, Números Primos E Compostos,
Divisibilidade, Decomposição Em Fatores Primos, Múltiplos E Divisores, Máximo Divisor Comum (M.d.c.), Mínimo
Múltiplo Comum (M.m.c.) E Resolução De Problemas...................................................................................................................... 06
Conjunto Dos Números Inteiros: Propriedades, Operações, Divisibilidade, Múltiplos E Divisores E Resolução De
Problemas........................................................................................................................................................................................................... 09
Conjunto Dos Números Racionais: Propriedades, Operações, Equivalência De Frações, Representação Decimal
E Fracionária, Números Decimais Periódicos (Dízimas Periódicas), Comparação De Frações E Resolução De
Problemas; Conjunto Dos Números Reais: Propriedades, Operações, Representação Na Reta Real, Relação De
Ordem E Resolução De Problemas........................................................................................................................................................... 14
Polinômios; Definição; Adição, Subtração, Multiplicação E Divisão De Polinômios Numa Única Variável; Noção
Intuitiva Do Conceito De “Zeros” De Um Polinômio.......................................................................................................................... 23
Cálculo Algébrico; Operações Com Expressões Algébricas; Produtos Notáveis; Fatoração; Frações Algébricas;
Resolução De Problemas.............................................................................................................................................................................. 29
Equações De 1o Grau; Resolução De Equação De 1o Grau; Resolução De Sistema De Equações De 1o Grau;
Resolução De Problemas Redutíveis A Equação De 1o Grau; Resolução De Problemas Redutíveis A Sistema De
Equações De 1o Grau..................................................................................................................................................................................... 23
Inequações De 1o Grau; Resolução De Problemas Envolvendo Inequações De 1o Grau................................................... 43
Equações De 2o Grau Resolução De Equação De 2o Grau; Resolução De Problemas Redutíveis A Equação De 2o
Grau....................................................................................................................................................................................................................... 44
Equações Irracionais; Equações Biquadradas....................................................................................................................................... 46
SUMÁRIO

Funções; Noção Intuitiva E Definição; Notação De Função; Domínio, Imagem E Contradomínio.................................. 48


Função Polinomial Do 1o Grau: Definição, Propriedades, Zero Ou Raiz Da Função, Estudo Da Variação Do Sinal E
Gráfico; Função Polinomial Do 2o Grau: Definição, Propriedades, Zeros Ou Raízes Da Função, Estudo Da Variação
Do Sinal E Gráfico............................................................................................................................................................................................ 58
Resolução De Problemas Envolvendo Função De 1o Grau; Resolução De Problemas Envolvendo Função De 2o Grau.... 61
Geometria Plana; Conceitos Fundamentais; Círculo E Circunferência: Definição E Diferenciação; Propriedades De
Arcos, Ângulos E Cordas; Relações Métricas; Segmentos Proporcionais; Feixe De Paralelas; Teorema De Tales............... 61
Congruência E Semelhança De Triângulos; Relações Métricas No Triângulo Retângulo; Relações Métricas Em
Um Triângulo Qualquer; Projeção Ortogonal; Transformações Geométricas Elementares: Translação, Rotação E
Simetria................................................................................................................................................................................................................ 75
Razões Trigonométricas No Triângulo Retângulo; Razões Trigonométricas Em Um Triângulo Qualquer; Cálculo
De Perímetro...................................................................................................................................................................................................... 82
Comprimento De Circunferência; Áreas De Superfícies Planas; Polígonos Regulares.......................................................... 85
Medidas De Comprimento, De Área, De Capacidade E De Volume: Transformações. Volume De Paralelepípedo
Reto Retângulo. Resolução De Problemas............................................................................................................................................. 85
Razões, Porcentagens E Noções Básicas De Matemática Financeira Razões E Proporções; Números E Grandezas
Proporcionais..................................................................................................................................................................................................... 92
Regra De Três Simples E Composta.......................................................................................................................................................... 102
Porcentagens..................................................................................................................................................................................................... 104
Juros Simples; Resolução De Problemas................................................................................................................................................. 107
Noções De Estatística Básica Tabelas; Representações Gráficas: Barras, Colunas, Setores, Linhas E Pictogramas;
Média Aritmética Simples E Ponderada.................................................................................................................................................. 108
Contagem E Probabilidade; Noções De Contagem; Noções De Probabilidade..................................................................... 129

LÍNGUA INGLESA

Compreensão e Interpretação de Textos................................................................................................................................................ 01


Estruturas Gramaticais. Substantivos: gênero, número, contáveis e incontáveis................................................................... 05
Pronomes: pessoal, oblíquo, possessivo, reflexivo, demonstrativo, relativo, indefinido e interrogativo...................... 07
Adjetivos: graus comparativo e superlativo.......................................................................................................................................... 10
Preposições........................................................................................................................................................................................................ 13
Conjunções......................................................................................................................................................................................................... 14
Advérbios: tempo, lugar, modo e frequência....................................................................................................................................... 15
Numerais............................................................................................................................................................................................................. 16
Artigos: definidos e indefinidos................................................................................................................................................................. 17
Verbos: modos, tempos, formas e vozes. Caso possessivo. Question tag e respostas curtas. Orações
condicionais....................................................................................................................................................................................................... 18
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Intelecção De Textos Literários E Não Literários, Verbais E Não Verbais.......................................................................................... 1


Fonologia: Fonemas, Encontros Consonantais E Vocálicos, Dígrafos................................................................................................ 12
Divisão Silábica....................................................................................................................................................................................................... 15
Acentuação Gráfica E Ortografia De Acordo Com A Nova Ortografia............................................................................................. 16
Morfologia: Estrutura Das Palavras, Formação De Palavras.................................................................................................................. 23
Classes De Palavras: Classificação, Flexão E Emprego (Substantivo, Adjetivo, Artigo, Numeral, Pronome, Verbo,
Advérbio, Preposição, Conjunção E Interjeição)........................................................................................................................................ 25
Sintaxe: Análise Sintática Da Oração, Análise Sintática Do Período.................................................................................................. 63
Pontuação................................................................................................................................................................................................................. 72
Regência E Concordância................................................................................................................................................................................... 76
Estudo Da Crase..................................................................................................................................................................................................... 82
Colocação Pronominal......................................................................................................................................................................................... 86
Semântica E Estilística; Variedades Linguísticas; Sinonímia E Antonímia, Hiponímia E Hiperonímia, Polissemia,
Ambiguidade; Denotação E Conotação; Funções Da Linguagem E Vícios Da Linguagem....................................................... 86
Figuras De Linguagem......................................................................................................................................................................................... 90
Versificação............................................................................................................................................................................................................... 94
Compreender significa
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
INTELECÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO O texto diz que...
LITERÁRIOS, VERBAIS E NÃO VERBAIS É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
O narrador afirma...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL Erros de interpretação
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela- • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz contexto, acrescentando ideias que não estão no
de produzir interação comunicativa (capacidade de codi- texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
ficar e decodificar). pela imaginação.
• Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um tex-
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com to é um conjunto de ideias), o que pode ser insufi-
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para ciente para o entendimento do tema desenvolvido.
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa in- • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
terligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada clusões equivocadas e, consequentemente, errar a
de seu contexto original e analisada separadamente, po- questão.
derá ter um significado diferente daquele inicial.
Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em
rências diretas ou indiretas a outros autores através de uma prova de concurso, o que deve ser levado em consi-
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. deração é o que o autor diz e nada mais.
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação Os pronomes relativos são muito importantes na in-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fun- coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
damentações), as argumentações (ou explicações), que existe um pronome relativo adequado a cada circunstân-
levam ao esclarecimento das questões apresentadas na cia, a saber:
prova. que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
te, mas depende das condições da frase.
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: qual (neutro) idem ao anterior.
• Identificar os elementos fundamentais de uma ar- quem (pessoa)
gumentação, de um processo, de uma época (nes- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
te caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os o objeto possuído.
quais definem o tempo). como (modo)
• Comparar as relações de semelhança ou de dife- onde (lugar)
renças entre as situações do texto. quando (tempo)
• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com quanto (montante)
uma realidade. Exemplo:
• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. Falou tudo QUANTO queria (correto)
• Parafrasear = reescrever o texto com outras Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
palavras. aparecer o demonstrativo O).
Condições básicas para interpretar Dicas para melhorar a interpretação de textos
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literá- • Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral
rio (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), lei- do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos
tura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qua- candidatos na disputa, portanto, quanto mais infor-
lidades do texto) e semântico; capacidade de observação mação você absorver com a leitura, mais chances
e de síntese; capacidade de raciocínio. terá de resolver as questões.
• Se encontrar palavras desconhecidas, não interrom-
Interpretar/Compreender
LÍNGUA PORTUGUESA

pa a leitura.
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas
Interpretar significa: forem necessárias.
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. • Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma
Através do texto, infere-se que... conclusão).
É possível deduzir que... • Volte ao texto quantas vezes precisar.
O autor permite concluir que... • Não permita que prevaleçam suas ideias sobre
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... as do autor.

1
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me pare-
compreensão. ce, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que,
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou
cada questão. inteiramente.
• O autor defende ideias e você deve percebê-las. Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra des-
• Observe as relações interparágrafos. Um parágra- coberta temporã.
fo geralmente mantém com outro uma relação de Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifi- num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom da
que muito bem essas relações. flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Bra-
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, va, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente con-
a ideia mais importante. segui boiar.
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esfor-
hora da resposta – o que vale não somente para ço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação
Interpretação de Texto, mas para todas as demais de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se
questões! esqueceram de como tudo isso é bom.
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
principal, leia com atenção a introdução e/ou a ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
conclusão. montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos, ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
etc., chamados vocábulos relatores, porque reme- isso, curiosamente, não é fácil.
tem a outros vocábulos do texto. Essa experiência me sugeriu algumas considerações so-
bre a vida em geral.
SITES Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente, de
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incorpo-
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/ rando novidades que nos transformam. Somos geneti-
09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- camente elaborados para lidar com o novo, mas não só.
-provas> Também somos profundamente modificados por ele. A
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. cada momento da vida, quando achamos que tudo já
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós
html> uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/cursi- de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras.
nho/questoes/questao-117-portugues.htm> Suspeito que isso tenha importância também para os
relacionamentos.
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro,
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se
1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frustra-
– AOCP-2015) ção e a nossa fúria, em permitir que o parceiro floresça,
em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em
O verão em que aprendi a boiar conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que
Quando achamos que tudo já aconteceu, novas ca- nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sen-
pacidades fazem de nós pessoas diferentes do que tido sexual. Penso em estar mais tranquilo na companhia
éramos do outro e de si mesmo, no mundo.
IVAN MARTINS Assim como boiar, essas coisas são simples, mas preci-
sam ser aprendidas.
Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acre- Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar
dito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você
gosto especial. boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode
Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transfor- afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tem-
mou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A ci- po, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas
LÍNGUA PORTUGUESA

dade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia. se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral,
Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada
diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a
as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos
a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada
insuspeitada. um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção
e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de

2
forma relaxada e consciente um grande amor. 2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018)
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez ra- Observe a charge a seguir:
pidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coi-
sas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo
se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam
impossíveis.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de me-
lhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se
pode tentar boiar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/
noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html

De acordo com o texto, quando o autor afirma que “To-


dos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de
A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar
destacando o fato de o cientista:
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal-
ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos
a) ter alcançado o céu após sua morte;
medo.
b) mostrar determinação no combate à doença;
b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona-
c) ser comparado a cientistas famosos;
mentos amorosos para que eles não se desfaçam.
d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio-
e) localizar seus interesses nos estudos de Física.
so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam
vividos intensamente.
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in-
Resposta: Letra D
clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas.
Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorreto
e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém
Em “b”: mostrar determinação no combate à doença;
sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode
= incorreto
acontecer.
Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorreto
Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante;
Resposta: Letra A
Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física.
Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples
= incorreto
que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e
Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que es-
relação existe, há chance de melhorar = sempre há
távamos esperando”.
tempo para boiar (aprender).
Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para ten-
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
tar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com
mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e
Lastro e o Sistema Bancário
menos medo = correta.
[...]
Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos rela-
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro deposita-
cionamentos amorosos para que eles não se desfaçam
do nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade
= incorreta – o autor propõe viver intensamente.
de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse
Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais
metal é limitado, isso garantia que a produção de dinhei-
criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles
ro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros
sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos
se deram conta de que ninguém estava interessado em
LÍNGUA PORTUGUESA

objetivo nos relacionamentos.


trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a re-
Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas no-
serva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do
vas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amo-
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises,
rosas = incorreta – ser mais emoção.
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar
Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos,
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos,
porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas
pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando,
economias seguramente guardadas.
não pensando em algo ruim.

3
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
-ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e A leitura do texto permite a compreensão de que
principalmente de valores em contas bancárias, já não
tendo nenhuma riqueza material para representar, é cria- a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
do a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário.
banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
conta é gerado naquele instante, criado a partir de uma d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
explicação permaneceu controversa e escondida por
muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do Resposta: Letra A
Bank of England de 2014. Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é bancos = correta
criado assim, inventado em canetaços a partir da conces- Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
são de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e imaginário = nem todo
perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada uma Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa clientes = deve ao banco, este paga/empresta a ou-
números em uma tabela com meu nome e pede que eu tros clientes
devolva uma quantidade maior do que essa. Para pagar Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, -mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro que o -mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o di- Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endi-
nheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a vidados = desde que não paguem a dívida
única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim,
os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventa- 5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEI-
do e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo
RO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge
dinheiro tomei.
abaixo, publicada no momento da intervenção nas ati-
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
vidades de segurança do Rio de Janeiro, em março de
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Es-
2018.
cassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante
porque é gerada pela simples manipulação de bancos de
dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e po-
der sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de
80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde o 1%
mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
[...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/
inventando-dinheiro/
Acessado em 20/03/2018

De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema bancá-


rio, a reserva fracional foi criada com o objetivo de

a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.


b) proteger os bens dos clientes de bancos.
c) impedir que os bancos fossem à falência.
d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.

Resposta: Letra D Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO


Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a
conta de que ninguém estava interessado em trocar seguinte informação:
dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva
fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes co-
realmente tinham em ouro nos cofres. metidos no Rio;
Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = b) a tarefa da investigação criminal não está sendo
incorreta bem-feita;
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = c) a linguagem do personagem mostra intimidade com
incorreta o interlocutor;
Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência = d) a presença do orelhão indica o atraso do local da
incorreta charge;
Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro = e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a pre-
correta sença do Exército.
Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta

4
Resposta: Letra D 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo
Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo
denota, além da agressão física, diversos tipos de impo-
sição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar
ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de
determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado
pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A
manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em
nenhum tipo de violência citado nesse segmento é:
NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a se-
guinte informação: a) Presa por mensagem racista na internet;
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos cri- b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;
mes cometidos no Rio = inferência correta c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sen- d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
do bem-feita = inferência correta e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimida-
de com o interlocutor = inferência correta Resposta: Letra C
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local Em “a”: Presa por mensagem racista na internet =
da charge = incorreta como a repressão política, familiar ou de gênero
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura vene-
a presença do Exército = inferência correta zuelana = como a repressão política, familiar ou de
gênero
Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrô-
6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe nico = não consta na Manchete acima
a charge abaixo. Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na
Rússia = como a repressão política, familiar ou de
gênero
Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do traba-
lho escravo = o desgaste causado pelas condições de
trabalho

8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –


ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)

Oportunismo à Direita e à Esquerda


Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
conforme estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos cami-
No caso da charge, a crítica feita à internet é: nhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da
ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em
a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva; se beneficiar do barateamento do combustível.
b) a falta de exercícios físicos nas crianças; Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico
c) o risco de contatos perigosos; para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de elei-
d) o abandono dos estudos regulares; ção, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não
e) a falta de contato entre membros da família. faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para
desgastar governantes e reforçar seus projetos de po-
Resposta: Letra A der, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o
Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica que está delimitado pelo estado democrático de direito,
excessiva; defendido pelos diversos instrumentos institucionais de
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público,
incorreto Forças Armadas etc.
Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de
Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionan-
Em “e”: a falta de contato entre membros da família. = do, do qual depende a sobrevivência física da população.
incorreto Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as
Através da fala do garoto chegamos à resposta: de- autoridades desenvolvam planos de contingência.
pendência tecnológica - expressa em sua fala. O Globo, 31/05/2018.

5
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos ca- de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
minhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a
em se beneficiar do barateamento do combustível.” Se- ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de pala-
gundo esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” vras e conceitos que anunciem os valores humanos que
é decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A vio-
lência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento. dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
b) garantir-se o direito de reunião e de greve. social. É hora de começarmos a convocar a presença da
c) lastrear leis e regras na Constituição. paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
d) punirem-se os responsáveis por excessos. Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à ges-
e) concluírem-se as investigações sobre a greve. tão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencial-
mente violentos e reconstruir a paz e a confiança en-
tre pessoas originárias de situação de guerra é um dos
Resposta: Letra D exemplos mais comuns a serem considerados. Tal missão
Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do pensa- estende-se às escolas, instituições públicas e outros lo-
mento. = incorreto cais de trabalho por todo o mundo, bem como aos par-
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = lamentos e centros de comunicação e associações.
incorreto Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as de-
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto sigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. sustentado e o respeito pelos direitos humanos, refor-
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. çando as instituições democráticas, promovendo a liber-
= incorreto dade de expressão, preservando a diversidade cultural e
Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a se- o ambiente.
rem devidamente contidos e seus responsáveis, pu- É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento —
nidos, conforme estabelecido na legislação. / É o que direitos humanos — democracia” que podemos vislum-
precisa acontecer... = precisa acontecer a punição dos brar a educação para a paz.
excessos. Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educati-
vas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol.
9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Esc. Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com
– CESPE-2018) adaptações).

Texto CG1A1AAA De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “gestão


A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser concebi-
políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, in- dos como
dependentemente de idade, sexo, estrato social, crença a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacifica- b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
do, um mundo sob a égide de uma cultura da paz. c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
Mas, o que significa “cultura da paz”? d) etapas para a construção da cultura da paz.
Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças e) consequências da construção da cultura da paz.
e os adultos da compreensão de princípios como liber-
dade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, Resposta: Letra D
igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, indivi- Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz.
dual e coletiva, da violência que tem sido percebida na = incorreto
sociedade, em seus mais variados contextos. A cultura da Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da
paz tem de procurar soluções que advenham de dentro paz. = incorreto
da(s) sociedade(s), que não sejam impostas do exterior. Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz.
Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado = incorreto
em sentido negativo, quando se traduz em um estado Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
de não guerra, em ausência de conflito, em passividade Em “e”: consequências da construção da cultura da paz.
e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, = incorreto
condenada a um vazio, a uma não existência palpável, Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refe-
difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concep- re-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar er-
ção positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a radicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas
prática da não violência para resolver conflitos, a prática para construção da paz.
LÍNGUA PORTUGUESA

do diálogo na relação entre pessoas, a postura democrá-


tica frente à vida, que pressupõe a dinâmica da coope-
ração planejada e o movimento constante da instalação
de justiça.
Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pen-
samento e a ação das pessoas para que se promova a
paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa

6
10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- Com sua fala, a personagem revela que
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018)
a) a violência era comum no passado.
b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra C
Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto
Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. =
incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violên-
cia está banalizada, nem há mais “punições” para os
agressivos.

12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTE-


RIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.

O humor da tira é conseguido através de uma quebra de


expectativa, que é:

a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;


b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
c) a falta de muitas figurinhas no álbum;
d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho;
e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário. (Pancho. www.gazetadopovo.com.br)

Resposta: Letra B É correto associar o humor da charge ao fato de que


Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; =
incorreto a) os personagens têm uma autoestima elevada e são
Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não otimistas, mesmo vivendo em uma situação de com-
esportivos; pleto confinamento.
Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = b) os dois personagens estão muito bem informados so-
incorreto bre a economia, o que não condiz com a imagem de
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não criminosos.
pelo filho; = incorreto c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos
Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o con- personagens, pois eles demonstram preocupação
trário. = incorreto com a aparência.
O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende
incomum: assuntos sociais. os personagens, que estão acostumados a pagar caro
por eles nos presídios.
11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VU- e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevan-
NESP-2015) Leia a tira. tes para os personagens, dada a condição em que se
encontram.

Resposta: Letra E
Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada
LÍNGUA PORTUGUESA

e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de


completo confinamento. = incorreto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem infor-
mados sobre a economia, o que não condiz com a
imagem de criminosos. = incorreto
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a
vida dos personagens, pois eles demonstram preocu-
(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado) pação com a aparência. = incorreto

7
Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não sur- INTRODUÇÃO À LITERATURA
preende os personagens, que estão acostumados a
pagar caro por eles nos presídios. = incorreto A ARTE LITERÁRIA
Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser
relevantes para os personagens, dada a condição em A palavra “literatura” vem de “littera”, palabra presen-
que se encontram. te no latim que significa “letra”. Litterator era o professor
Pela condição em que as personagens se encontram, o latim responsável pelo ensino das letras, isto é, pela es-
aumento no preço dos cosméticos não os afeta. crita e pela leitura.
Qual é, afinal, a função da Literatura? Por que tanto se
discute sobre gêneros, estruturas, ou ainda sobre a difi-
13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- culdade de se entenderem os enigmas, as ambiguidades,
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) as metáforas da literatura.
Mas é exatamente aí que reside o seu encanto: da
Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com mesma forma que um pintor faz mágica com pinceis e
as figurinhas da Copa tintas, poetas fazem mágica com palavras, no trabalho
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 com a palavra, com seu aspecto conotativo, com finali-
dade estética e com seus enigmas.
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo A  Literatura, juntamente com a História ou demais
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais ciências,  apresenta-se como o instrumento artístico de
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos jor- análise de mundo e de compreensão do homem. En-
naleiros estão levando seus estoques para casa quando quanto a história relata o que o homem fez, a literatura é
termina o expediente. Pode parecer piada, mas há até uma das expressões artísticas que falam como o homem
boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha espalha- era, como ele pensava, como compreendia a si mesmo
dos por mensagens de celular. e ao mundo. A função da Literatura é “humanizadora”,
isto é, ela confirma humanidade do homem, a concepção
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa sobre si mesmo no tempo, no espaço, na sociedade.
adequada é: Artistas como Homero, Sófocles, Camões, Shakes-
peare, Balzac, Dostoievski, Machado de Assis, Kafka,
a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do João Guimarães Rosa tornaram possível que a arte lite-
celular e da carteira nos roubos urbanos; rária acontecesse, pois nos forneceram os condões para
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à cartei- a compreensão do grande mistério: a alma humana. A
ra como alvo de desejo dos assaltantes; matéria prima é a palavra.
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que
vendem as figurinhas da Copa; OS GÊNEROS LITERÁRIOS
d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa
nas bancas de jornais; Se considerarmos os primórdios literários, desde a
e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin- civilização grega, há uma série de criações e caracterís-
cipal dos ladrões. ticas da arte literária que são encontradas nos poemas
e demais expressões da arte até os dias atuais. A essas
Resposta: Letra B características, damos o nome gêneros literários.
Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o Há vários gêneros literários e entre eles se destacam
lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; = aqueles que alcançam os sentimentos do ser humano.
incorreto Este é o motivo pelo qual as criações literárias sempre tra-
Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e zem à tona temas como amor, ódio, traição, sonhos, justi-
à carteira como alvo de desejo dos assaltantes; ça, mesmo nas canções, sitcons (filmes, novelas e séries) e
Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros tantas representações contemporâneas. Como são senti-
que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto mentos bem expressivos da nossa própria natureza huma-
Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da na, acabam nos seduzindo e permitindo uma determinada
Copa nas bancas de jornais; = incorreto percepção necessária para o entendimento da arte.
Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no Além disso, a dramaticidade também é uma caracte-
alvo principal dos ladrões. = incorreto rística bem presente na arte literária, já que o drama no
O título do texto já nos dá a resposta: além do celular caso faz parte de cada uma das criações literárias, pelo
e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também fato de que assim consegue despertar melhor o interesse
passaram a ser alvo dos assaltantes. dos indivíduos que o leem.
LÍNGUA PORTUGUESA

Estes são os mais conhecidos:

● Gênero Lírico
Este gênero consiste no texto poético, seja em versos
ou não.

8
Características encerramento da narrativa. O tempo verbal foca-se no
Subjetividade com que, por meio da poesia, o au- passado. Há constantes referências à mitologia greco-ro-
tor revela seu “eu-lírico”, extravasando emoções e senti- mana e ao sobrenatural.
mentos pela expressão verbal rítmica e melodiosa. Desde
os tempos da Antiguidade, este gênero é cultuado pelo Exemplos de epopeias
canto e pelo som da lira – instrumento de cordas, forma “Ilíada” e “Odisseia”, de Homero
pela qual as composições poéticas eram apresentadas. “Eneida”, de Virgílio
A musicalidade era concebida como fonte inspiradora e “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri
criativa de todo o sentimentalismo em ascendência. “Os Lusíadas”, de Luís de Camões.
Observe neste poema as características do gênero
lírico, o espírito subjetivo, que aparece embalado por ● Gênero Dramático
emoções e sentimentos. São os textos literários feitos com o intuito de serem
encenados ou dramatizados. Na Grécia antiga, os princi-
Eu cantarei de amor tão docemente, pais autores de tragédias e comédias foram Sófocles (496-
Por uns termos em si tão concertados, 406 a.C.), Eurípedes (480-406 a.C.) e Ésquilo (524-456 a.C.).
Que dois mil acidentes namorados Desde a Antiguidade, esses textos teatrais eram en-
Faça sentir ao peito que não sente. cenados essencialmente como culto aos deuses, os quais
eram representados nas festas religiosas. A encenação dos
Farei que amor a todos avivente, textos de gênero dramático tinha o objetivo de despertar
Pintando mil segredos delicados, emoções na plateia, fenômeno chamado de “catarse”.
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente. Características
O texto é focado em diálogos e monólogos, sem de-
Também, Senhora, do desprezo honesto talhar a encenação cênica (linguagem gestual e sonoplas-
De vossa vista branda e rigorosa, tia). O discurso é predominantemente em segunda pessoa
Contentar-me-ei dizendo a menor parte. (tu, vós). São constituídos de personagens (protagonistas,
secundárias ou figurantes), são compostos pelo  espaço
cênico (palco teatral e cenários) e o tempo. De maneira
Porém, pera cantar de vosso gesto
geral, possuem uma estrutura interna que consiste em
A composição alta e milagrosa
apresentação (dos personagens e da ação a ser desen-
Aqui falta saber, engenho e arte.
volvida, conflito (momento em que surge as peripécias
da ação dramática) e desenlace (momento de conclusão,
Luís de Camões
encerramento ou desfecho da ação dramática).

FIQUE ATENTO! Exemplos de Textos Dramáticos


Tragédia: acontecimentos trágicos, temas derivados
Para a compreensão dos gêneros literários, das paixões humanas do qual fazem parte personagens
precisamos saber que o lirismo, a subjetivi- nobres e heroicas, sejam deuses ou semideuses. Os finais
dade, não são exclusividade do gênero líri- são sempre nefastos. Como exemplo, podemos citar “Édi-
co, podendo aparecer nos demais. Também po Rei”, de Sófocles; “Romeu e Julieta”, de Shakespeare.
é preciso saber separar a participação do Comédia: textos humorísticos de caráter crítico, irô-
“eu-lírico”, ou seja, a própria voz que fala no nico, jocoso e satírico, podendo ser até mesmo obsceno,
poema do artista (o poeta). cuja temática são ações cotidianas das quais fazem parte
personagens humanos e estereotipados, geralmente o
povo e a nobreza. O objetivo era fazer sátiras políticas, crí-
● Gênero Épico ticas sociais, fazer paródias com o intuito de causar o riso.
Do grego, “epikós” este gênero consiste na narrati- Tragicomédia: textos que trazem a junção de ele-
va de acontecimentos grandiosos (seja fatos históricos mentos trágicos e cômicos na representação teatral.
reais, lendários ou mitológicos), vinculados à figura de Farsa: surgida por volta do século XIV, a farsa carac-
um herói, podendo ser ele um semideus, ou alguém do- teriza-se pela crítica social. É um texto curto, formado por
tado de atributos superiores, como bondade, coragem, diálogos simples e representado por personagens cari-
realeza. Trata-se de uma das mais antigas manifestações caturais em ações corriqueiras, cômicas, burlescas. Como
literárias, sendo Homero o principal representante, e exemplo famoso na língua portuguesa, podemos citar “A
eram retratados necessariamente em versos. farsa de Inês Pereira”, de Gil Vicente.
Auto: surgido na Idade Média, os autos são textos
LÍNGUA PORTUGUESA

Características curtos, de linguagem simples, com elementos cômicos e


O texto narrativo, geralmente em versos, com come- intenção moralizadora. Suas personagens simbolizam as
ço, meio e fim, organizados em proposição (introdução virtudes, os pecados, ou representam anjos, demônios e
da obra, onde se apresentam o herói da trama, bem com santos. Um dos autos mais famosos na língua portugue-
o assunto que será abordado); invocação (para que as di- sa é o “Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação”, de
vindades auxiliem o herói da epopeia ou o poeta a escre- Gil Vicente. Modernamente, encontramos textos notáveis
vê-la; dedicatória; Narração (parte mais longa do texto que revelam certa influência medieval, como é o caso
em que são relatadas todos os feitos do herói) e epílogo: do “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna.

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Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
EXERCÍCIOS COMENTADOS Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
1. (ENEM – 2009) Da tribo tupi.
Gênero dramático é aquele em que o artista usa como Da tribo pujante,
intermediária entre si e o público a representação. A Que agora anda errante
palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A Por fado inconstante,
peça teatral é, pois, uma composição literária destinada Guerreiros, nasci;
à apresentação por atores em um palco, atuando e dia- Sou bravo, sou forte,
logando entre si. O texto dramático é complementado Sou filho do Norte;
pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui Meu canto de morte,
uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presen- Guerreiros, ouvi.”
ça de personagens que devem estar ligados com lógica
uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, a) Possui características do gênero lírico e do épico.
enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras b) Possui características do gênero épico e dramático.
de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade c) Possui características do gênero lírico e do dramático
do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, d) Possui características apenas do épico.
conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação
ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, Resposta: Letra A. Embora seja um poema narrativo,
sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, com uma musicalidade que alterna versos contos e
ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, rimas que ajudam a dar o ritmo da aventura de um
ou sua interpretação real por meio da representação. herói, o lirismo também é um ponto forte no poema.
COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1973 (adaptado). 3. (ENEM – 2009)
Considerando o texto e analisando os elementos que Confidência do Itabirano
constituem um espetáculo teatral, conclui-se que: Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
fenômeno de ordem individual, pois não é possível Noventa por cento de ferro nas calçadas.
sua concepção de forma coletiva. Oitenta por cento de ferro nas almas.
b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebi- E esse alheamento do que na vida é porosidade e
do e construído pelo cenógrafo de modo autônomo comunicação.
e independente do tema da peça e do trabalho inter- A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
pretativo dos atores. vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e
c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gê- sem horizontes.
neros textuais, como contos, lendas, romances, poe- E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
sias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, é doce herança itabirana.
entre outros. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
comunicação teatral, visto que o mais importante é este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
a expressão verbal, base da comunicação cênica em este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
toda a trajetória do teatro até os dias atuais. este orgulho, esta cabeça baixa…
e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico inde- Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
pendem do processo de produção/recepção do espe- Hoje sou funcionário público.
táculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas Itabira é apenas uma fotografia na parede.
diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral. Mas como dói!

Resposta: C. A criação de um espetáculo acontece de ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova
forma coletiva, em cenário que corresponda ao tema Aguilar, 2003.
da peça e ao trabalho interpretativo dos atores, que
assumem a importância central da peça, seguidos dos Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do
efeitos de luz e som. Essa afirmação invalida as alter- movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, pe-
nativas a, b, d e e. Além disso, há vários textos cênicos netrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente
que se originaram de contos, lendas, romances, poe- as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é fei-
LÍNGUA PORTUGUESA

sias e crônicas, entre outros. ta de uma relação tensa entre o universal e o particular,
como se percebe claramente na construção do poema
2. (ENEM – 2009) Assinale a alternativa que que melhor Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimen-
descreve este trecho de Juca Pirama, de Gonçalves Dias. tos de construção do texto literário e as concepções ar-
tísticas modernistas, conclui-se que o poema acima:
“IV
Meu canto de morte, a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao

10
tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade.
b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos.
c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que representam a
forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo.
d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as pren-
das resgatadas de Itabira.
e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e do amor pela terra
natal, por meio de recursos retóricos pomposos.

Resposta: Letra C. O gênero lírico é caracterizado pela subjetividade, pela emoção e pelo sentimento ao qual o
eu-lírico, cujas experiências em Itabira o fizeram triste, orgulhoso e habituado ao sofrimento e à dor, dá a voz.

3. (ENEM – 2009)

Texto 1

No meio do caminho
No meio do caminho tinha
uma pedra
Tinha uma pedra no meio
do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha
uma pedra
[…]
(ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2000. (fragmento).

Texto II

A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que:
LÍNGUA PORTUGUESA

a) o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em quadrinho.
b) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do texto 1.
c) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao mesmo gênero.
d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com finalidades distintas.
e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como pertencentes ao mesmo
gênero.

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Resposta: Letra D. Os textos são de gêneros diferen- ● O Parnasianismo no Brasil
tes, sendo o primeiro é um poema com o intuito de ● O Simbolismo em Portugal (1890-1915)
despertar emoção ao leitor, o sentimento de incô- ● O Simbolismo no Brasil (1893-1902)
modo causado pela “pedra” no caminho. O segun-
do texto, uma tirinha, apesar da intertextualidade, foi ● Modernismo em Portugal - 1ª fase (Orphismo)
elaborado com a finalidade de divertir o leitor sobre a ● Modernismo em Portugal - 2ª fase (Presencismo)
hipótese de que a cortina gerar o mesmo incômodo ● Modernismo no Brasil - 1ª Fase - Semana de Arte
para o personagem. Moderna
● Modernismo no Brasil - 2ª Fase (1930-1945)

A EVOLUÇÃO DA ARTE LITERÁRIA, EM PORTUGAL ● Pós-Modernismo em Portugal: (Neo-realismo e ten-


E NO BRASIL dências contemporâneas)
● Pós-Modernismo no Brasil - Geração de 45
Antes de mais nada, importante salientar que toda a
produção literária no Ocidente foi dividida didaticamente LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
em “Eras ou Épocas”, as quais compreenderemos melhor
mais adiante. O que é linguagem? É o uso da língua como forma de
A Literatura Portuguesa, obviamente, foi a primeira expressão e comunicação entre as pessoas. A linguagem
e maior influência da Literatura Brasileira. Considerando não é somente um conjunto de palavras faladas ou es-
que a maioria dos movimentos literários surgiram na Eu- critas, mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos
ropa, sobretudo, França, sabemos que a Literatura Portu- comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?
guesa se alimentou de fontes principalmente francesas e Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem
inglesas o que, de certa forma, caracteriza-se a Literatura a analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem
Brasileira também, especialmente até o Realismo. Afinal, utilizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se
até o período que chamamos de Realismo, a maioria dos ter algo fundamentado e coerente! Assim, a linguagem
escritores renomados da literatura brasileira nasceram, verbal é a que utiliza palavras quando se fala ou quando
cresceram ou estudaram na Europa. se escreve.
Na Literatura de Portugal, as Eras são classificadas em: A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da ver-
Medieval, Clássica e Moderna, sendo que dentro de cada bal, não utiliza vocábulo, palavras para se comunicar. O
uma há um conjunto de movimentos literários. Portanto, objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que
os movimentos literários do Trovadorismo (1189) e do se quer dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar
Humanismo (1418) estão agrupados na Era Medieval. de outros meios comunicativos, como: placas, figuras,
Na Era Clássica deparamos com o Classicismo (1527), gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.
Barroco (1580) e o Arcadismo (1756). Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo,
Por fim, na  Era Moderna, também denominada Era uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou tele-
Romântica, estão os movimentos: Romantismo (1825), visionado, um bilhete? = Linguagem verbal!
Realismo-Naturalismo (1865), Simbolismo (1890) e Mo- Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de
dernismo (1915). futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança,
No entanto, de forma geral, os movimentos literários o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identi-
no Brasil sempre afloraram com uma ou duas décadas ficação de “feminino” e “masculino” através de figuras na
de defasagem em relação a Portugal, como você pode porta do banheiro, as placas de trânsito? = Linguagem
conferir nesta linha do tempo: não verbal!

● Trovadorismo (Portugal:1189/1198-1418) A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao


● Humanismo (Portugal:1418-1527) mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e
anúncios publicitários.
● Classicismo (Portugal:1527-1580) Alguns exemplos:
● Literatura de Informação sobre o Brasil e Literatura Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol.
dos Jesuítas (Brasil:1500 1601) Placas de trânsito.
Imagem indicativa de “silêncio”.
● Barroco em Portugal (1580-1756) Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”.
● Barroco no Brasil (1601-1768)
SITE
● Arcadismo em Portugal (1756-1825) Disponível em: <http://www.brasilescola.com/reda-
● Arcadismo no Brasil (1768-1836) cao/linguagem.htm>
LÍNGUA PORTUGUESA

● O Romantismo em Portugal (1825-1865)


● O Romantismo no Brasil (1836-1881)

● O Realismo Naturalismo em Portugal (1865-1890)


● O Realismo Naturalismo no Brasil (1881-1893)

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letras: t ó x i c o
12 3 45 6
FONOLOGIA: FONEMAS, ENCONTROS CON-
SONANTAIS E VOCÁLICOS, DÍGRAFOS Galho:

fonemas: /g/a/lh/o/
1 2 3 4
LETRA E FONEMA
letras: ga lho
A palavra fonologia é formada pelos elementos gre- 12345
gos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimen-
to”). Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não
dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que representam fonemas. Observe os exemplos: compra,
estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema conta. Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização
de comunicação linguística, quanto à sua organização e das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/
classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à é um fonema; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é
divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.
forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa
que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar fonema.
estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia
de cada falante são estudadas pela Fonética. Hoje:
Na língua falada, as palavras se constituem de fo-
fonemas: ho / j / e /
nemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas
1 2 3
por meio de símbolos gráficos, chamados de letras ou
grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemen-
letras: hoje
to sonoro capaz de estabelecer uma distinção de signi- 1234
ficado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir,
os fonemas que marcam a distinção entre os pares de
palavras: Classificação dos Fonemas
amor – ator / morro – corro / vento - cento Os fonemas da língua portuguesa são classificados
em:
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua
portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica Vogais
que você - como falante de português - guarda de cada As vogais são os fonemas sonoros produzidos por
um deles. É essa imagem acústica que constitui o fone- uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em
ma. Este forma os significantes dos signos linguísticos. nossa língua, desempenham o papel de núcleo das síla-
Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, bas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamen-
/a/, /v/, etc. te, uma única vogal.
O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea-
é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, berta. As vogais podem ser:
por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se
sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/,
/z/ (lê-se zê). /o/, /u/.
Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado
por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas
/z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, nasais.
casamento, exílio. /ã/: fã, canto, tampa
Em alguns casos, a mesma letra pode represen- / ẽ /: dente, tempero
/ ĩ/: lindo, mim
tar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode
/õ/: bonde, tombo
representar:
/ ũ /: nunca, algum
A) o fonema /sê/: texto
B) o fonema /zê/: exibir Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até,
C) o fonema /che/: enxame bola.
D) o grupo de sons /ks/: táxi
LÍNGUA PORTUGUESA

Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até,


O número de letras nem sempre coincide com o nú- bola.
mero de fonemas.
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Tóxico: Abertas: pé, lata, pó
Fechadas: mês, luta, amor
fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa-
1234567 lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”).

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Semivogais Há ainda grupos consonantais que surgem no início
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela psi-có-lo-go.
uma só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes
fonemas são chamados de semivogais. A diferença fun- Dígrafos
damental entre vogais e semivogais está no fato de que De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
estas não desempenham o papel de núcleo silábico. crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas síla- e quatro letras.
bas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se Há, no entanto, fonemas que são representados, na
destaca é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e
não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exem- cinco letras.
plos: saudade, história, série. Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-
ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Consoantes Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
Para a produção das consoantes, a corrente de ar ex- para representar um único fonema (di = dois + grafo =
pirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela letra). Em nossa língua, há um número razoável de dígra-
cavidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam fos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois
verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos tipos: consonantais e vocálicos.
silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois,
em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais. A) Dígrafos Consonantais
Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
Letras Fonemas Exemplos
Encontros Vocálicos
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e lh /lhe/ telhado
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importan- nh /nhe/ marinheiro
te reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos
ch /xe/ chave
em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o
tritongo e o hiato. rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
A) Ditongo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
-versa) numa mesma sílaba. Pode ser: gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sc /se/ crescer
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo- sç /se/ desço
gal: pai (a = vogal, i = semivogal) xc /se/ exceção
Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: B) Dígrafos Vocálicos
mãe Registram-se na representação das vogais nasais:

B) Tritongo Fonemas Letras Exemplos


É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal
e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. /ã/ am tampa
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - an canto
Tritongo nasal.
/ẽ/ em templo
C) Hiato en lenda
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra /ĩ/ im limpo
que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca
in lindo
há mais de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-
-da), poesia (po-e-si-a). õ/ om tombo
on tonto
Encontros Consonantais
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo- /ũ/ um chumbo
gal intermediária, recebe o nome de encontro consonan- un corcunda
LÍNGUA PORTUGUESA

tal. Existem basicamente dois tipos:


A) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” Observação:
e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos
pla-no, a-tle-ta, cri-se. de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra,
B) os que resultam do contato de duas consoantes aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a ne-
pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, nhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u”
lis-ta. representa um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar,

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linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. - Separam-se os encontros consonantais das sílabas
Também não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou internas, excetuando-se aqueles em que a segunda con-
“o” (quase, averiguo). soante é l ou r. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção,
a-brir, a-pli-car.

#FicaDica Acento Tônico

Conseguimos ouvir o som da letra “u” Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas,
também, por isso não há dígrafo! Veja outros percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade so-
exemplos: Água = /agua/ pronunciamos a nora do que as demais.
letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em calor - a sílaba lor é a de maior intensidade.
“água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade.
= /gitara/ - não pronunciamos o “u”, então sólido - a sílaba só é a de maior intensidade.
temos dígrafo (aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”).
Portanto: 8 letras e 6 fonemas. Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas
palavras, em meio à sílabas de menor intensidade, é um
dos elementos que dão melodia à frase.
Dífonos
Assim como existem duas letras que representam um Classificação da sílaba quanto a intensidade
só fonema (os dígrafos!), exite letra que representa dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o -Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade.
“x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são - Átona: é a sílaba pronunciada com menor
exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois intensidade.
fonemas temos um caso de dífono. - Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária.
Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas, corres-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pondendo à tônica da palavra primitiva. 
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Classificação das palavras quanto à posição da sí-
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: laba tônica
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocá-
char - Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. bulos da língua portuguesa que contêm  duas ou mais
– São Paulo: Saraiva, 2010. sílabas são classificados em:
- Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última.
SITE Exemplos: avó, urubu, parabéns
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- - Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a pe-
coes/fono/fono1.php> núltima. Exemplos: dócil, suavemente, banana
- Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a
antepenúltima. Exemplos: máximo, parábola, íntimo

Saiba que:
- São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister,
DIVISÃO SILÁBICA
Nobel, novel, ruim, sutil, transistor, ureter.
- São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, azia-
go, boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito,
Divisão Silábica decano, filantropo, fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibe-
ro, impudico, inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, mi-
Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as santropo, necropsia (alguns dicionários admitem também
seguintes normas: necrópsia), Normandia, pegada, policromo, pudico, quiro-
mancia, rubrica, subido(a).
- Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: - São palavras proparoxítonas, entre outras: aeróli-
foi-ce, a-ve-ri-guou; to, bávaro, bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo,
- Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exem- ômega, pântano, trânsfuga.
plos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa; - As seguintes palavras, entre outras, admitem du-
LÍNGUA PORTUGUESA

- Não se separam os encontros consonantais que ini- pla tonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo,
ciam sílaba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co; Oceânia/Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, rép-
- Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin- til/reptil, zângão/zangão.
-ga, fi-el, sa-ú-de;
- Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç
xc. Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço,
ex-ce-len-te;

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Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”,
seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
ACENTUAÇÃO GRÁFICA E ORTOGRAFIA DE Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
ACORDO COM A NOVA ORTOGRAFIA seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo

B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas


terminadas em:
ACENTUAÇÃO
i, is: táxi – lápis – júri
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
Quanto à acentuação, observamos que algumas pa-
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax
lavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora
– fórceps
se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra.
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
Por isso, vamos às regras!
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Regras básicas

A acentuação tônica está relacionada à intensida-


de com que são pronunciadas as sílabas das palavras. #FicaDica
Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas
esta palavra apresenta as terminações das
com menos intensidade, são denominadas de átonas.
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
(aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO.
cadas como:
Assim ficará mais fácil a memorização!
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai so-
bre a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju
– papel
C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quan-
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima síla-
do a sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte).
ba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Quanto à regra de acentuação: todas as proparoxí-
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúlti-
tonas são acentuadas, independentemente de sua
ma sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
terminação: árvore, paralelepípedo, cárcere.
Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são
Regras especiais
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quan-
do tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
- ré.
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
Os acentos
palavras paroxítonas.
A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”
e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas FIQUE ATENTO!
letras representam as vogais tônicas de palavras Se os ditongos abertos estiverem em uma
como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indi- palavra oxítona (herói) ou monossílaba
ca, além da tonicidade, timbre aberto: herói – céu (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu.
(ditongos abertos).
B) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras
“a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs . Antes Agora
C) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” assembléia assembleia
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
D) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi to- idéia ideia
talmente abolido das palavras. Há uma exceção: é geléia geleia
utilizado em palavras derivadas de nomes próprios jibóia jiboia
estrangeiros: mülleriano (de Müller)
E) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam apóia (verbo apoiar) apoia
vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã paranóico paranoico
LÍNGUA PORTUGUESA

Regras fundamentais Acento Diferencial

A) Palavras oxítonas:acentuam-se todas as oxítonas Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém. diferenciar classes gramaticais entre determinadas pala-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: vras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X por

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(preposição) / pôde (pretérito perfeito do Indicativo do
verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo #FicaDica
verbo).
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentua- verbos que, no plural, dobram o “e”, mas
da, mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acen- que não recebem mais acento como antes:
tua-se, para que saibamos se se trata de um verbo ou CRER, DAR, LER e VER.
preposição. Repare:
Os demais casos de acento diferencial não são mais O menino crê em você. / Os meninos creem
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti- em você.
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes grama- Elza lê bem! / Todas leem bem!
ticais são definidos pelo contexto. Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos
Polícia para o trânsito para que se realize a operação que os garotos deem o recado!
planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, con- Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
junção (com relação de finalidade). Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! /
Eles vêm à tarde!

#FicaDica
Quando, na frase, der para substituir o “por” As formas verbais que possuíam o acento tônico na
por “colocar”, estaremos trabalhando com raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
um verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, “e” ou “i” não serão mais acentuadas:
“por” é preposição: Faço isso por você. /
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? Antes Agora
apazigúe (apaziguar) apazigue
Regra do Hiato averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segun-
da vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pes-
acento: saída – faísca – baú – país – Luís soa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato (verbo vir). A regra prevalece também para os verbos
quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se es- – eles convêm.
tiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vie- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
rem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, for- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
mando hiato quando vierem depois de ditongo (nas CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
paroxítonas): char - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Antes Agora
SITE
bocaiúva bocaiuva
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/grama-
feiúra feiura tica/acentuacao.htm>
Sauípe Sauipe

O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi EXERCÍCIOS COMENTADOS


abolido:
1. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – EXATUS-2015)
Antes Agora Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela
crêem creem mesma razão que “Bíblia”:
LÍNGUA PORTUGUESA

lêem leem
a) íris.
vôo voo b) estórias.
enjôo enjoo c) queríamos.
d) aí.
e) páginas.

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Resposta: Letra B d) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele
“Bíblia” = esta é acentuada por ser uma paroxítona sua fala várias vezes.
terminada em ditongo. e) Alguns atores de novela constroem seus personagens
Em “a”, íris = paroxítona terminada em i(s) fazendo pesquisa.
Em “b”, estórias = paroxítona terminada em ditongo
Em “c”, queríamos = proparoxítona Resposta: Letra D
Em “d”, aí = regra do hiato Em “a”: Todo escritor de novela tem = singular (não
Em “e”, páginas = proparoxítona acentuado)
Em “b”: Os telespectadores veem = correta - plural do-
2. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – FADESP-2018) bra o “e” (perdeu o acento com o Acordo)
A sequência de palavras cujos acentos são empregados Em “c”: Alguns novelistas gostam de superpor =
pelo mesmo motivo é correta
Em “d”: Para decorar o texto antes de gravar, cada ator
a) público, função, dói. rele = relê (oxítona)
b) burocráticos, próximo, século. Em “e”: Alguns atores de novela constroem = correta
c) será, aí, é, está.
d) glória, exercício, publicação. 5. (TJ-SP - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCES-
e) hábito, bancário, poética. SAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012)
Seguem a mesma regra de acentuação gráfica relativa às
Resposta: Letra B palavras paroxítonas:
Em “a”, público = proparoxítona / função = o til tem
função de nasalizar (indicar som fechado) / dói = mo- a) probatório; condenatório; crédito.
nossílabo formado por ditongo aberto b) máquina; denúncia; ilícita.
Em “b”, burocráticos = proparoxítona / próximo = pro- c) denúncia; funcionário; improcedência.
paroxítona / século = proparoxítona d) máquina; improcedência; probatório.
Em “c”, será = oxítona terminada em ‘a” / aí = regra do e) condenatório; funcionário; frágil.
hiato / é = (verbo) monossílabo tônico terminado em
“e” / está = (verbo) oxítona terminada em “a” Resposta: Letra C
Em “d”, glória = paroxítona terminada em ditongo / Vamos a elas:
exercício = paroxítona terminada em ditongo / publi- Em “a”: probatório = paroxítona terminada em ditongo
cação = o til indica nasalização (som fechado) / condenatório = paroxítona terminada em ditongo /
Em “e”, hábito = (substantivo) proparoxítona / ban- crédito = proparoxítona.
cário = paroxítona terminada em ditongo / poética = Em “b”: máquina = proparoxítona / denúncia = paro-
proparoxítona xítona terminada em ditongo / ilícita = proparoxítona.
Em “c”: Denúncia = paroxítona terminada em diton-
3. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR go / funcionário = paroxítona terminada em ditongo
– CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014) O em- / improcedência = paroxítona terminada em ditongo
prego do acento gráfico nas palavras “metálica”, “acú- Em “d”: máquina = proparoxítona / improcedência =
mulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma regra paroxítona terminada em ditongo / probatório = pa-
de acentuação. roxítona terminada em ditongo
Em “e”: condenatório = paroxítona terminada em di-
(  ) CERTO   (  ) ERRADO tongo / funcionário = = paroxítona terminada em di-
tongo / Frágil = paroxítona terminada em “l”
Resposta: Errado
O emprego do acento gráfico nas palavras “metálica”, 6. (TJ-AC – TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CES-
“acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma PE/2012) As palavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria”
regra de acentuação. são acentuadas de acordo com a mesma regra de acen-
metálica = proparoxítona / acúmulo = proparoxítona / tuação gráfica.
imóveis = paroxítona terminada em ditongo
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
4. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES-
GRANRIO-2018) A palavra que precisa ser acentuada Resposta: Errado
graficamente para estar correta quanto às normas em “Conteúdo” = regra do hiato / calúnia = paroxítona
vigor está destacada na seguinte frase: terminada em ditongo / injúria = paroxítona termina-
da em ditongo.
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Todo escritor de novela tem o desejo de criar um per-


sonagem inesquecível. 7. (TRE-AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre
b) Os telespectadores veem as novelas como um espelho as frases que seguem, a única correta é:
da realidade.
c) Alguns novelistas gostam de superpor temas sociais a) Ele se esqueceu de que?
com temas políticos. b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-
-lo entre os presentes.

18
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas. • Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça,
funcionários. caniço, esperança, carapuça, dentuço.
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração. • Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
Resposta: Letra E • Após ditongos: foice, coice, traição.
Em “a”: Ele se esqueceu de que? = quê? • Palavras derivadas de outras terminadas em -te,
Em “b”: Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu to(r): marte - marciano / infrator - infração / ab-
para distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes. sorto – absorção.
Em “c”: Embora devêssemos (devêssemos), não fomos
excessivos nas críticas. B) O fonema z
Em “d”: O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às rei-
vindicações dos funcionários. São escritos com S e não Z
Em “e”: Não sei por que ele mereceria minha • Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é
consideração. substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárqui-
cos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa,
princesa.
ORTOGRAFIA • Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese,
metamorfose.
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da cor- • Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
reta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som quiseste.
devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma • Nomes derivados de verbos com radicais termina-
língua são grafados segundo acordos ortográficos. dos em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / em-
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- preender - empresa / difundir – difusão.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, • Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções • Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de • Verbos derivados de nomes cujo radical termina
etimologia (origem da palavra). com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar
– pesquisar.
Regras ortográficas
São escritos com Z e não S
A) O fonema S • Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
tivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza.
São escritas com S e não C/Ç • Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
• Palavras substantivadas derivadas de verbos com origem não termine com s): final - finalizar / con-
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender creto – concretizar.
- pretensão / expandir - expansão / ascender - as- • Consoante de ligação se o radical não terminar com
censão / inverter - inversão / aspergir - aspersão / “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
submergir - submersão / divertir - diversão / im- Exceção: lápis + inho – lapisinho.
pelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir
- repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / C) O fonema j
sentir - sensível / consentir – consensual.
São escritas com G e não J
São escritos com SS e não C e Ç • Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
• Nomes derivados dos verbos cujos radicais termi- gesso.
nem em gred, ced, prim ou com verbos termina- • Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento,
dos por tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir gim.
- impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / • Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
exceder - excesso / percutir - percussão / regredir poucas exceções): imagem, vertigem, penugem,
- regressão / oprimir - opressão / comprometer - bege, foge.
compromisso / submeter – submissão. Exceção: pajem.
• Quando o prefixo termina com vogal que se junta
com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simé- • Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
LÍNGUA PORTUGUESA

trico - assimétrico / re + surgir – ressurgir. litígio, relógio, refúgio.


• No pretérito imperfeito simples do subjuntivo. • Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir,
Exemplos: ficasse, falasse. mugir.
• Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
São escritos com C ou Ç e não S e SS surgir.
• Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. • Depois da letra “a”, desde que não seja radical ter-
• Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, minado com j: ágil, agente.
Juçara, caçula, cachaça, cacique.

19
São escritas com J e não G O símbolo do real antecede o número sem espaço:
• Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma bar-
• Palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, ra vertical ($).
manjerona.
• Palavras terminadas com aje: ultraje. Alguns Usos Ortográficos Especiais

D) O fonema ch POR QUE / POR QUÊ / PORQUÊ / PORQUE

São escritas com X e não CH POR QUE (separado e sem acento)


• Palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi,
xucro. É usado em:
• Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, 1. interrogações diretas (longe do ponto de interro-
lagartixa. gação) = Por que você não veio ontem?
• Depois de ditongo: frouxo, feixe. 2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
• Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
Exceção: quando a palavra de origem não derive de que faltara à aula ontem.
outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) 3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” =
Ignoro o motivo por que ele se demitiu.
São escritas com CH e não X
POR QUÊ (separado e com acento)
 Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. Usos:
1. como pronome interrogativo, quando colocado no
E) As letras “e” e “i” fim da frase (perto do ponto de interrogação) =
Você faltou. Por quê?
• Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem.
2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
quê?
• Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escreve-
PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)
mos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer
e -uir: trai, dói, possui, contribui.
Usos:
Há palavras que mudam de sentido quando substituí- 1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale
mos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (me- a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escri-
lodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir ta (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto
(vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que final) = Compre agora, porque há poucas peças.
anda a pé), pião (brinquedo). 2. como conjunção subordinativa causal, substituível
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto- por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por-
grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar que se antecipou.
o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP),
elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)
de referência até mesmo para a criação de dicionários,
pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o signifi- Usos:
cado). Na Internet, o endereço é www.academia.org.br. 1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “ra-
zão” ou “motivo”, admitindo pluralização (por-
Informações importantes quês). Geralmente é precedido por artigo = Não
sei o porquê da discussão. É uma pessoa cheia de
Formas variantes são as que admitem grafias ou pro- porquês.
núncias diferentes para palavras com a mesma signifi-
cação: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quator- ONDE / AONDE
ze, dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen,
infarto/enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem, Onde = empregado com verbos que não expressam
relampejar/relampear/relampar/relampadar. a ideia de movimento = Onde você está?
Os símbolos das unidades de medida são escritos
sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, que expressam movimento = Aonde você vai?
LÍNGUA PORTUGUESA

20km, 120km/h.
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. MAU / MAL

Na indicação de horas, minutos e segundos, não Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se
deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um
22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três mi- mau elemento.
nutos e trinta e quatro segundos).

20
Mal = pode ser usado como 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-dire-
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, tor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
“logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu. 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação,
mal na prova? etc.
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se,
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
não compensa. 10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-he-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pático, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa semi-hospitalar, super-homem.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudopre-
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- fixo termina com a mesma vogal do segundo ele-
char - Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. mento: micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, au-
– São Paulo: Saraiva, 2010. to-observação, etc.
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: li-
teratura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000. O hífen é suprimido quando para formar outros ter-
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo:
Saraiva, 2002. #FicaDica
SITE Ao separar palavras na translineação
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ (mudança de linha), caso a última palavra a
aulas/portugues/ortografia> ser escrita seja formada por hífen, repita-o
na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-
Hífen inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”.
Na próxima linha escreverei: “-inflamatório”
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado (hífen em ambas as linhas). Devido à
para ligar os elementos de palavras compostas (como diagramação, pode ser que a repetição do
ex-presidente, por exemplo) e para unir pronomes áto- hífen na translineação não ocorra em meus
nos a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente conteúdos, mas saiba que a regra é esta!
para fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de
uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa;
compa-/nheiro).
B) Não se emprega o hífen:
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefi-
A) Uso do hífen que continua depois da Reforma
Ortográfica: xo termina em vogal e o segundo termo inicia-se
1. Em palavras compostas por justaposição que for- em “r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas
mam uma unidade semântica, ou seja, nos termos consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom,
que se unem para formam um novo significado: microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.
tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente- 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se
arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coedu-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e cação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétri-
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, co, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.
abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde. 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h”
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
recém-casado. 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas al- o segundo elemento começar com “o”: coopera-
gumas exceções continuam por já estarem con- ção, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor,
sagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, coedição, coexistir, etc.
mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram no-
queima-roupa, deus-dará. ção de composição: pontapé, girassol, paraquedas,
paraquedista, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte


Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: ben-
combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hun- feito, benquerer, benquerido, etc.
gria, Angola-Brasil, etc.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon-
per- quando associados com outro termo que é dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super- não havendo hífen: pospor, predeterminar, predetermina-
-racional, etc. do, pressuposto, propor.

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Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio- Resposta: Letra A
so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre- Mal = advérbio (antônimo de “bem”) / mau = adjetivo
-humano, super-realista, alto-mar. (antônimo de “bom”). Para saber quando utilizar um
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, ou outro, a dica é substituir por seu antônimo. Se a
antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, frase ficar coerente, saberemos qual dos dois deve ser
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, utilizado. Por exemplo: Cigarro faz mal/mau à saúde
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. = Cigarro faz bem à saúde. A frase ficou coerente –
embora errada em termos de saúde! Então, a maneira
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA correta é “Cigarro faz mal à saúde”.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Vamos aos itens:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Em “a”: O estagiário foi mal (bem) treinado = correta
Em “b”: O time não jogou mau (bem)no último cam-
SITE peonato = mal
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ Em “c”: O menino não era mal (bom) aluno = mau
Em “d”: Os funcionários perceberam que o chefe esta-
aulas/portugues/ortografia>
va de mal (bom) humor = mau
Em “e”: Os participantes compreendiam mau (bem) o
que estava sendo discutido = mal

3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –


EXERCÍCIOS COMENTADOS CESGRANRIO-2018) Obedecem às regras ortográficas
da língua portuguesa as palavras
1. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) a) admissão, paralisação, impasse
Assinale a alternativa em que as palavras estão grafadas b) bambusal, autorização, inspiração
corretamente. c) consessão, extresse, enxaqueca
d) banalisação, reexame, desenlace
a) Extrovertido – extroverção. e) desorganisação, abstração, cassação
b) Disponível – disponibilisar.
c) Determinado – determinassão. Resposta: Letra A
d) Existir – existência. Em “a”: admissão / paralisação / impasse = corretas
e) Característica – caracterizasão. Em “b”: bambusal = bambuzal / autorização /
inspiração
Resposta: Letra D Em “c”: consessão = concessão / extresse = estresse /
Em “a”: Extrovertido / extroverção = extroversão enxaqueca
Em “b”: Disponível / disponibilisar = disponibilizar Em “d”: banalisação = banalização / reexame /
Em “c”: Determinado / determinassão = determinação desenlace
Em “d”: Existir / existência = corretas Em “e”: desorganisação = desorganização / abstração
Em “e”: Característica / caracterizasão = caracterização / cassação

2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL 4. (MPU – ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – ESA-


I – CESGRANRIO-2018) O termo destacado está grafado F-2004-ADAPTADA) Na questão abaixo, baseada em
Manuel Bandeira, escolha o segmento do texto que não
de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
está isento de erros gramaticais e de ortografia, conside-
portuguesa em:
rando-se a ortodoxia gramatical.
a) O estagiário foi mal treinado, por isso não desempe- a) Descoberta a conspiração, enquanto os outros não
nhava satisfatoriamente as tarefas solicitadas pelos procuravam outra coisa se não salvar-se, ele revelou
seus superiores. a mais heróica força de ânimo, chamando a si toda a
b) O time não jogou mau no último campeonato, ape- culpa.
sar de enfrentar alguns problemas com jogadores b) Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da profissão
descontrolados. que lhe valera o apelido.
c) O menino não era mal aluno, somente tinha dificul- c) Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar fé,
dade em assimilar conceitos mais complexos sobre os entusiasmo e coragem na aventura de 89.
temas expostos. d) A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Cos-
d) Os funcionários perceberam que o chefe estava de ta, Alvarenga eram homens requintados, letrados, a
mal humor porque tinha sofrido um acidente de carro
LÍNGUA PORTUGUESA

quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes sempre


na véspera. lutara pela subsistência.
e) Os participantes compreendiam mau o que estava e) Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, enfren-
sendo discutido, por isso não conseguiam formular tou a pena última.
perguntas.

22
Resposta: Letra A Em “a”: empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe
Em “a”: Descoberta a conspiração, enquanto os outros cercaram”; = está correto, pois o “o” funciona como
não procuravam outra coisa se não salvar-se (senão se objeto direto (sem preposição)
salvar) , ele revelou a mais heróica (heroica) força de Em “b”: haver vírgula após a expressão “Um dia”; = está
ânimo, chamando a si toda a culpa. correto, pois separa o advérbio no início do período
Em “b”: Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da Em “c”: usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o per-
profissão que lhe valera o apelido = correta guntaram”; = está correto (o “lhe” é objeto indireto
Em “c”: Não obstante, foi ele talvez o único a demons- – perguntaram o que a quem)
trar fé, entusiasmo e coragem na aventura de 89 = Em “d”: grafar-se “porque” em vez de “por que”;
correta Em “e”: escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”.
Em “d”: A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da = correto, pois se invertermos haverá mudança de
Costa, Alvarenga eram homens requintados, letrados,
sentido (ele usava só meias, nenhuma outra peça de
a quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes sem-
roupa).
pre lutara pela subsistência = correta
A incorreção está no uso de “porque” no lugar de “por
Em “e”: Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim,
enfrentou a pena última = correta que”, já que se trata de uma pergunta indireta.

5. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA


INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017)
Estabeleça a associação correta entre a 1.ª coluna e a 2.ª MORFOLOGIA: ESTRUTURA DAS PALA-
considerando o emprego do por que / porque. VRAS, FORMAÇÃO DE PALAVRAS
(1) “Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas
mulheres [...].”
(2) “Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque
são mulheres.”
(  ) Faltei _____________ você estava doente. ESTRUTURA DAS PALAVRAS
(  ) Todos sabem _____________ não poderei estar
presente. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vis-
(  ) Não se sabe ____________realizou tal procedimento. ta de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividi-
(  ) Este ponto de vista é _________não há manifestação mos em seus menores elementos (partes) possuidores de
de outro pensamento. sentido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituí-
da por três elementos significativos:
A sequência está correta em: In = elemento indicador de negação
Explic – elemento que contém o significado básico da
a) 1, 1, 1, 2 palavra
b) 1, 2, 1, 2 Ável = elemento indicador de possibilidade
c) 2, 1, 1, 2
d) 2, 2, 2, 1 Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
Resposta: Letra C contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
Faltei porque você estava doente. = conjunção causal tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
Todos sabem por que não poderei estar presente. = dá
tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tor-
para substituir por “a causa pela qual”
nar claro”.
Não se sabe por que realizou tal procedimento. =
substituir por “a causa” Morfemas = são as menores unidades significativas
Este ponto de vista é porque não há manifestação de que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
outro pensamento. = conjunção causal
Teremos: 2, 1, 1, 2 Classificação dos morfemas

6. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR – FGV- A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento


2018) “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele portador de significado. É através do radical que
só usava meias vermelhas”. Nesse segmento do texto 1 podemos formar outras palavras comuns a um
há um erro gramatical, que é: grupo de palavras da mesma família. Exemplo:
pequeno, pequenininho, pequenez. O conjunto de
a) empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe cercaram”; palavras que se agrupam em torno de um mesmo
b) haver vírgula após a expressão “Um dia”; radical denomina-se família de palavras.
c) usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o perguntaram”;
LÍNGUA PORTUGUESA

d) grafar-se “porque” em vez de “por que”; B) Afixos – elementos que se juntam ao radical antes
e) escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”. (os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo:
beleza (sufixo), prever (prefixo), infiel (prefixo).
Resposta: Letra D
“Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar,
usava meias vermelhas” obtêm-se formas como amava, amavas, amava,
amávamos, amáveis, amavam. Estas modificações

23
ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexio- indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os
nado em número (singular e plural) e pessoa (pri- nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café,
meira, segunda ou terceira). Também ocorrem se cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal
modificarmos o tempo e o modo do verbo (ama- temática.
va, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
concluir que existem morfemas que indicam as fle- D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que
xões das palavras. Estes morfemas sempre surgem caracterizam três grupos de verbos a que se dá o
no fim das palavras variáveis e recebem o nome de nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal
desinências. Há desinências nominais e desinên- temática é -a pertencem à primeira conjugação;
cias verbais. aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à se-
gunda conjugação e os que têm vogal temática -i
C.1 Desinências nominais: indicam o gênero e o pertencem à terceira conjugação.
número dos nomes. Para a indicação de gênero, o
português costuma opor as desinências -o/-a: ga- E) Interfixos
roto/garota; menino/menina. Para a indicação de São os elementos (vogais ou consoantes) que se in-
número, costuma-se utilizar o morfema –s, que in- tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
dica o plural em oposição à ausência de morfema, mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por
que indica o singular: garoto/garotos; garota/ga- exemplo:
rotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro.
dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/re-
vólveres; cruz/cruzes. Formação das Palavras
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva-
C.2 Desinências verbais: em nossa língua, as desi- das, palavras simples, palavras compostas.
nências verbais pertencem a dois tipos distintos. A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua por-
Há desinências que indicam o modo e o tempo tuguesa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
(desinências modo-temporais) e outras que indi- B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua por-
cam o número e a pessoa dos verbos (desinência tuguesa, provêm de outra palavra: pedreiro,
número-pessoais): floricultura.
C) Palavras simples: aquelas que possuem um só ra-
cant-á-va-mos: dical: azeite, cavalo.
cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do in- de um radical: couve-flor, planalto.
dicativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a
primeira pessoa do plural) As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
mentos ligados por hífen.
cant-á-sse-is:
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência Processos de Formação de Palavras
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do Na Língua Portuguesa há muitos processos de for-
subjuntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza mação de palavras. Entre eles, os mais comuns são a de-
a segunda pessoa do plural) rivação, a composição, a onomatopeia, a abreviação e o
hibridismo.
D) Vogal temática
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (de-
radical às desinências, é chamado de vogal temá- rivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A
tica. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temá-
tica) que se acrescentam as desinências. Tanto os A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida
verbos como os nomes apresentam vogais temá- por acréscimo de prefixo.
ticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica In feliz / des leal
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e Prefixo radical prefixo radical
(da 2.ª conjugação = escrever) e –i (3.ª conjugação
= partir). B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida
por acréscimo de sufixo.
LÍNGUA PORTUGUESA

D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, Feliz mente / leal dade
quando átonas finais, como em mesa, artista, per- Radical sufixo radical sufixo
da, escola, base, combate. Nestes casos, não po-
deríamos pensar que essas terminações são desi- C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acrés-
nências indicadoras de gênero, pois mesa e escola, cimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese
por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a formam-se principalmente verbos.
estas vogais temáticas que se liga a desinência

24
En trist ecer Abreviação – é a redução de palavras até o limite
Prefixo radical sufixo permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu
(pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia).
En tard ecer Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
prefixo radical sufixo limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini-
ciais: p. ou pág. (para página), Sr. (para senhor).
Há dois casos em que a palavra derivada é formada Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação reduzem locuções substantivas próprias às suas letras
regressiva e a derivação imprópria. iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas im-
puras), que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas
Derivação puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (si-
glas impuras).
• Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por Hibridismo: é a palavra formada com elementos
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego;
na formação de substantivos derivados de verbos. móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego); sam-
janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca bódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego).
(substantivo) – deriva de pescar (verbo)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
obtida pela mudança de categoria gramatical da Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
forma, mas somente na classe gramatical. char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “por- – São Paulo: Saraiva, 2010.
quê” deriva da conjunção porque) AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: li-
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva teratura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
do verbo olhar).
SITE
Disponível em: http://www.brasilescola.com/gramati-
#FicaDica ca/estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm

A derivação regressiva “mexe” na estrutura


da palavra, geralmente transforma verbos
em substantivos: caça = deriva de caçar, CLASSES DE PALAVRAS: CLASSIFICAÇÃO,
saque = deriva de sacar FLEXÃO E EMPREGO (SUBSTANTIVO, ADJE-
TIVO, ARTIGO, NUMERAL, PRONOME, VER-
BO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
E INTERJEIÇÃO)
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumei-
ramente faz parte. A alteração acontece devido à presen-
ça de outros termos, como artigos, por exemplo: 1. ADJETIVO
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun-
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) É a palavra que expressa uma qualidade ou caracte-
rística do ser e se relaciona com o substantivo, concor-
Composição dando com este em gênero e número.
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais As praias brasileiras estão poluídas.
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
composição: justaposição e aglutinação. (plural e feminino, pois concordam com “praias”).
A) Justaposição: ocorre quando os elementos que
formam o composto são postos lado a lado, ou Locução adjetiva
seja, justapostos: para-raios, corre-corre, guarda-
-roupa, segunda-feira, girassol. Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
B) Composição por aglutinação: ocorre quando os cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mes-
elementos que formam o composto aglutinam-se ma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição +
LÍNGUA PORTUGUESA

e pelo menos um deles perde sua integridade so- substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Lo-
nora: aguardente (água + ardente), planalto (plano cução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo).
+ alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
acre). freio (paixão desenfreada).
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom.

25
Observe outros exemplos: Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo corres-
de águia aquilino pondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª
série. / O muro de tijolos caiu.
de aluno discente
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
de aranha aracnídeo dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuan-
de boi bovino do como adjunto adnominal ou como predicativo (do
sujeito ou do objeto).
de cabelo capilar
de cabra caprino Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
de chuva pluvial Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
Alagoas alagoano
de falcão falconídeo
Amapá amapaense
de farinha farináceo
Aracaju aracajuano ou aracajuense
de fera ferino
Amazonas amazonense ou baré
de ferro férreo
Belo Horizonte belo-horizontino
de fogo ígneo
Brasília brasiliense
de garganta gutural
Cabo Frio cabo-friense
de gelo glacial
Campinas campineiro ou campinense
de guerra bélico
de homem viril ou humano Adjetivo Pátrio Composto
de ilha insular
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primei-
de inverno hibernal ou invernal ro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente,
de lago lacustre erudita. Observe alguns exemplos:
de leão leonino
de lebre leporino África afro- / Cultura afro-americana
de lua lunar ou selênico germano- ou teuto-/Competições
Alemanha
teuto-inglesas
de madeira lígneo
américo- / Companhia américo-
de mestre magistral América
africana
de ouro áureo belgo- / Acampamentos belgo-
Bélgica
de paixão passional franceses
de pâncreas pancreático China sino- / Acordos sino-japoneses
de porco suíno ou porcino Espanha hispano- / Mercado hispano-português
dos quadris ciático Europa euro- / Negociações euro-americanas
de rio fluvial franco- ou galo- / Reuniões franco-
França
de sonho onírico italianas

de velho senil Grécia greco- / Filmes greco-romanos

de vento eólico Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas


LÍNGUA PORTUGUESA

de vidro vítreo ou hialino Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa

de virilha inguinal Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras

de visão óptico ou ótico Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

26
Flexão dos adjetivos Observação:
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer
O adjetivo varia em gênero, número e grau. adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste,
Gênero dos Adjetivos vestidos cor-de-rosa.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele-
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se mentos flexionados: crianças surdas-mudas.
referem (masculino e feminino). De forma semelhante
aos substantivos, classificam-se em: Grau do Adjetivo

A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in-
masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do ad-
e má. jetivo: o comparativo e o superlativo.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
feminino somente o último elemento: o moço norte-a- A) Comparativo
mericano, a moça norte-americana. Nesse grau, comparam-se a mesma característica
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais caracte-
rísticas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser
B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o mas- de igualdade, de superioridade ou de inferioridade.
culino como para o feminino: homem feliz e mulher
feliz. Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica inva- No comparativo de igualdade, o segundo termo da
riável no feminino: conflito político-social e desavença comparação é introduzido pelas palavras como, quanto
político-social. ou quão.
Número dos Adjetivos
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de
Superioridade
A) Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo
Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
Inferioridade
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e
ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pa- superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São
lavra que estiver qualificando um elemento for, original- eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe-
mente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. rior, grande/maior, baixo/inferior.
Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um substanti-
vo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcio- Observe que:
nará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: cami- • As formas menor e pior são comparativos de supe-
sas cinza, ternos cinza. rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais
Motos vinho (mas: motos verdes) mau, respectivamente.
Paredes musgo (mas: paredes brancas). • Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). (melhor, pior, maior e menor), porém, em compa-
rações feitas entre duas qualidades de um mesmo
elemento, deve-se usar as formas analíticas mais
B) Adjetivo Composto bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- exemplo:
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Ape- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
nas o último elemento concorda com o substantivo a que elementos.
se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
Caso um dos elementos que formam o adjetivo com- duas qualidades de um mesmo elemento.
posto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de
composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” Inferioridade
é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver qua- Sou menos passivo (do) que tolerante.
lificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso
LÍNGUA PORTUGUESA

se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo B) Superlativo


composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo O superlativo expressa qualidades num grau muito
composto inteiro ficará invariável. Veja: elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou rela-
Camisas rosa-claro. tivo e apresenta as seguintes modalidades:
Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros. B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali-
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. dade de um ser é intensificada, sem relação com outros
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. seres. Apresenta-se nas formas:

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• Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de Advérbio é uma palavra invariável que modifica o
palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de
Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado. tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e
• Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por do próprio advérbio.
exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo. Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio
Observe alguns superlativos sintéticos: (bem)
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad-
jetivo (claros)
benéfico beneficentíssimo
bom boníssimo ou ótimo Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres-
comum comuníssimo centar ideia de:
Tempo: Ela chegou tarde.
cruel crudelíssimo Lugar: Ele mora aqui.
difícil dificílimo Modo: Eles agiram mal.
Negação: Ela não saiu de casa.
doce dulcíssimo
Dúvida: Talvez ele volte.
fácil facílimo
fiel fidelíssimo Flexão do Advérbio

B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre-
de um ser é intensificada em relação a um conjunto de sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios,
seres. Essa relação pode ser: porém, admitem a variação em grau. Observe:
• De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
A) Grau Comparativo
todas.
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo
• De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de modo que o comparativo do adjetivo:
todas. • de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re-
nato fala tão alto quanto João.
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio • de inferioridade: menos + advérbio + que (do
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, que): Renato fala menos alto do que João.
antepostos ao adjetivo. • de superioridade:
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob
duas formas: uma erudita - de origem latina – e outra A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
popular - de origem vernácula. A forma erudita é cons- fala mais alto do que João.
tituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato
-íssimo, -imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; fala melhor que João.
a popular é constituída do radical do adjetivo português
+ o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. B) Grau Superlativo
Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo O superlativo pode ser analítico ou sintético:
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re-
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio nato fala muito alto.
– cheíssimo. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio
de modo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- altíssimo.
char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Observação:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. comuns na língua popular.
Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
A criança levantou cedinho. (muito cedo)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Classificação dos Advérbios
SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- De acordo com a circunstância que exprime, o advér-
coes/morf/morf32.php> bio pode ser de:
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, aco-


2. ADVÉRBIO lá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde,
perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, de-
Compare estes exemplos: fronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures,
O ônibus chegou. aquém, embaixo, externamente, a distância, à dis-
O ônibus chegou ontem. tância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à
esquerda, ao lado, em volta.

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B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, #FicaDica
antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora,
sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constan- Como saber se a palavra bastante é
temente, entrementes, imediatamente, primeira- advérbio (não varia, não se flexiona) ou
mente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, pronome indefinido (varia, sofre flexão)? Se
à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em der, na frase, para substituir o “bastante” por
quando, de quando em quando, a qualquer mo- “muito”, estamos diante de um advérbio; se
mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em der para substituir por “muitos” (ou muitas),
dia. é um pronome. Veja:
C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, de- 1. Estudei bastante para o concurso. (estudei
pressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às cla- muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio
ras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos 2. Estudei bastantes capítulos para o concurso.
poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em (estudei muitos capítulos) = pronome
geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em indefinido
vão e a maior parte dos que terminam em “-men-
te”: calmamente, tristemente, propositadamente,
Advérbios Interrogativos
pacientemente, amorosamente, docemente, escan-
dalosamente, bondosamente, generosamente.
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decer-
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referen-
to, efetivamente, certo, decididamente, deveras,
tes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
indubitavelmente.
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Interrogação Direta Interrogação Indireta
F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, pro- Como aprendeu? Perguntei como aprendeu
vavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo,
quem sabe. Onde mora? Indaguei onde morava
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em ex- Por que choras? Não sei por que choras
cesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, Aonde vai? Perguntei aonde ia
quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo,
nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, Donde vens? Pergunto donde vens
extremamente, intensamente, grandemente, bem Quando voltas? Pergunto quando voltas
(quando aplicado a propriedades graduáveis).
H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- Locução Adverbial
mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo:
Brando, o vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem fun-
I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode
bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi-
durante a adolescência. nariamente por uma preposição. Veja:
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto,
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer para dentro, por aqui, etc.
aos meus amigos por comparecerem à festa. B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão,
Saiba que: em geral, frente a frente, etc.
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei hoje em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo,
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, o adjetivo e outro advérbio:
em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu Chegou muito cedo. (advérbio)
calma e respeitosamente. Joana é muito bela. (adjetivo)
De repente correram para a rua. (verbo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
LÍNGUA PORTUGUESA

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
cer como advérbio e como pronome indefinido. Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo bio: Cheguei primeiro.
e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
adverbial desempenham na oração a função de adjunto

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adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân- Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér- dos. (qualquer classe)
bio. Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa-
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”) cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma
dade e de tempo, respectivamente. ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve
ter é uns vinte anos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS O artigo também é usado para substantivar palavras
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o por-
char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. quê de tudo isso. / O bem vence o mal.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: Há casos em que o artigo definido não pode ser
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. usado:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas
conhecidas: O professor visitará Roma.
SITE Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a
coes/morf/morf75.php> bela Roma.

3. ARTIGO Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria


sairá agora?
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo- Exceção: O senhor vai à festa?
-se como o termo variável que serve para individualizar
ou generalizar o substantivo, indicando, também, o gê- Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse
nero (masculino/feminino) e o número (singular/plural). é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o can-
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va- didato cuja nota foi a mais alta.
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns]). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
A) Artigos definidos – São usados para indicar seres char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
determinados, expressos de forma individual: O – São Paulo: Saraiva, 2010.
concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
muito. literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprova- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
da! Umas candidatas foram aprovadas! CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
char - Português linguagens: volume 1– 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
SITE
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois Disponível em: <http://www.brasilescola.com/grama-
do numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal tica/artigo.htm>
conteúdo.
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos) 4. CONJUNÇÃO
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
Janeiro, Veneza, A Bahia... Além da preposição, há outra palavra também inva-
Quando indicado no singular, o artigo definido pode riável que, na frase, é usada como elemento de ligação:
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem. a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas
No caso de nomes próprios personativos, denotando palavras de mesma função em uma oração:
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O São Paulo.
Pedro é o xodó da família. A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
No caso de os nomes próprios personativos estarem
LÍNGUA PORTUGUESA

no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, Morfossintaxe da Conjunção


os Incas, Os Astecas...
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)

30
Classificação da Conjunção Não demore, que o filme já vai começar.
Falei muito, pois não gosto do silêncio!
De acordo com o tipo de relação que estabelecem,
as conjunções podem ser classificadas em coordenati- Conjunções Subordinativas
vas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos
ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. São aquelas que ligam duas orações, sendo uma de-
Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da uni- las dependente da outra. A oração dependente, intro-
dade de sentido que cada um dos elementos possui. Já duzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome
no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha
conjunção depende da existência do outro. Veja: começado quando ela chegou.
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. O baile já tinha começado: oração principal
Podemos separá-las por ponto: quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal)
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. ela chegou: oração subordinada

Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse- As conjunções subordinativas subdividem-se em in-
quentemente, orações coordenadas) coordenativa – tegrantes e adverbiais:
“mas”. Já em:
Espero que eu seja aprovada no concurso! Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
elas introduzida completa ou integra o sentido da prin-
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois cipal. Introduzem orações que equivalem a substantivos,
a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas:
principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período te- que, se.
mos uma oração subordinada substantiva objetiva direta Quero que você volte. (Quero sua volta)
(ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração
principal).
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exer-
ce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo
Conjunções Coordenativas
com a circunstância que expressam, classificam-se em:
São aquelas que ligam orações de sentido completo
A) Causais: introduzem uma oração que é causa da
e independente ou termos da oração que têm a mesma
ocorrência da oração principal. São elas: porque,
função gramatical. Subdividem-se em:
que, como (= porque, no início da frase), pois que,
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e que, etc.
não), não só... mas também, não só... como também, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
bem como, não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. B) Concessivas: introduzem uma oração que expres-
Não só dança, mas também canta. sa ideia contrária à da principal, sem, no entanto,
impedir sua realização. São elas: embora, ainda
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por
expressando ideia de contraste ou compensação. mais que, posto que, conquanto, etc.
São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
no entanto, não obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. C) Condicionais: introduzem uma oração que indica
a hipótese ou a condição para ocorrência da prin-
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres- cipal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a
sando ideia de alternância ou escolha, indicando não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.
fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, tal-
vez... talvez.
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.

D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração


que expressa ideia de conclusão ou consequência.
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
LÍNGUA PORTUGUESA

conseguinte, por isso, assim.


Marta estava bem preparada para o teste, portanto
não ficou nervosa.
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.

E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração


que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

31
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expres-
#FicaDica sa a consequência da principal. São elas: de sorte
que, de modo que, sem que (= que não), de forma
Você deve ter percebido que a conjunção que, de jeito que, que (tendo como antecedente na
condicional “se” também é conjunção oração principal uma palavra como tal, tão, cada,
integrante. A diferença é clara ao ler as tanto, tamanho), etc.
orações que são introduzidas por ela. Acima, Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
ela nos dá a ideia da condição para que exame.
recebamos um telefonema (se for preciso
ajuda). Já na oração: Não sei se farei o
concurso. = Não há ideia de condição FIQUE ATENTO!
alguma, há? Outra coisa: o verbo da oração Muitas conjunções não têm classificação
principal (sei) pede complemento (objeto única, imutável, devendo, portanto, ser
direto, já que “quem não sabe, não sabe classificadas de acordo com o sentido que
algo”). Portanto, a oração em destaque apresentam no contexto (destaque da Zê!).
exerce a função de objeto direto da oração
principal, sendo classificada como oração
subordinada substantiva objetiva direta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
D) Conformativas: introduzem uma oração que ex- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
prime a conformidade de um fato com outro. São CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
elas: conforme, como (= conforme), segundo, con- char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
soante, etc. – São Paulo: Saraiva, 2010.
O passeio ocorreu como havíamos planejado. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
E) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi-
nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração SITE
principal. São elas: para que, a fim de que, que, por- Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
que (= para que), que, etc. secoes/morf/morf84.php>
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
5. INTERJEIÇÃO
F) Proporcionais: introduzem uma oração que ex-
pressa um fato relacionado proporcionalmente à Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
ocorrência do expresso na principal. São elas: à ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
medida que, à proporção que, ao passo que e as guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
combinações quanto mais... (mais), quanto menos... maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas
(menos), quanto menos... (mais), quanto menos... sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma
(menos), etc. decorrente de uma situação particular, um momento ou
O preço fica mais caro à medida que os produtos um contexto específico. Exemplos:
escasseiam. Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
Observação: Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
São incorretas as locuções proporcionais à medida hum: expressão de um pensamento súbito =
em que, na medida que e na medida em que. interjeição

G) Temporais: introduzem uma oração que acrescen- O significado das interjeições está vinculado à ma-
ta uma circunstância de tempo ao fato expresso na neira como elas são proferidas. O tom da fala é que dita
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto
que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde em que for utilizada. Exemplos:
que, sempre que, assim que, agora que, mal (= as-
sim que), etc. Psiu!
A briga começou assim que saímos da festa. contexto: alguém pronunciando esta expressão na
rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha-
H) Comparativas: introduzem uma oração que ex- mando! Ei, espere!”
LÍNGUA PORTUGUESA

pressa ideia de comparação com referência à ora-


ção principal. São elas: como, assim como, tal como, Psiu!
como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do contexto: alguém pronunciando em um hospital;
que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (com- significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
binado com menos ou mais), etc. silêncio!”
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia

32
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! Toda frase mais ou menos breve dita em tom excla-
puxa: interjeição; tom da fala: decepção mativo torna-se uma locução interjetiva, dispensando
análise dos termos que a compõem: Macacos me mor-
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: dam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!
A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimin- 1. As interjeições são como frases resumidas, sinté-
do alegria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito ticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por
interessante! essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe)
B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da 2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é
minha frente. o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras
classes gramaticais podem aparecer como inter-
As interjeições podem ser formadas por: jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora!
• simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô Francamente! (Advérbios)
• palavras: Oba! Olá! Claro! 3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
• grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu -frase” porque sozinha pode constituir uma men-
Deus! Ora bolas! sagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio!
Fique quieto!
Classificação das Interjeições 4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo:
Comumente, as interjeições expressam sentido de: Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta-
A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! que! Quá-quá-quá!, etc.
Atenção! Olha! Alerta! 5. Não se deve confundir a interjeição de apelo «ó»
B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua! com a sua homônima «oh!», que exprime admira-
C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois
D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! do «oh!» exclamativo e não a fazemos depois do
«ó» vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe pie-
E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
dosa e pura!” (Olavo Bilac)
Ânimo! Adiante!
F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
te! Essa não! Chega! Basta!
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Quei-
- Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
ra Deus! – volume único – 3.ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
J) Desculpa: Perdão!
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! SITE
L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-
M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! coes/morf/morf89.php>
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! 6. NUMERAL
Puxa! Pô! Ora!
O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! Numeral é a palavra variável que indica quantidade
P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter-
Deus! minada sequência.
Q) Silêncio: Psiu! Silêncio! Os numerais traduzem, em palavras, o que os núme-
R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa! ros indicam em relação aos seres. Assim, quando a ex-
pressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
Saiba que: trata de numerais, mas sim de algarismos.
As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so- Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem
frem variação em gênero, número e grau como os no- a ideia expressa pelos números, existem mais algumas
mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e palavras consideradas numerais porque denotam quan-
voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al- tidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos:
gumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata década, dúzia, par, ambos(as), novena.
de um processo natural desta classe de palavra, mas tão
só uma variação que a linguagem afetiva permite. Exem- Classificação dos Numerais
LÍNGUA PORTUGUESA

plos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.


A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determi-
Locução Interjetiva nada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns car-
dinais têm sentido coletivo, como por exemplo:
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma século, par, dúzia, década, bimestre.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! ou alguma coisa ocupa numa determinada se-
quência: primeiro, segundo, centésimo, etc.

33
As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo, Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por
final e penúltimo também indicam posição dos seres, dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhen-
mas são classificadas como adjetivos, não ordinais. tos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)
C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
quintos, etc. tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais
D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação até décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o nume-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade ral venha depois do substantivo;
foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Ordinais Cardinais
Flexão dos numerais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/ D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
cardinais são invariáveis.
Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
Os numerais ordinais variam em gênero e número: como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

primeiro segundo milésimo


primeira segunda milésima
#FicaDica
primeiros segundos milésimos Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiras segundas milésimas associação. Ficará mais fácil!

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando


atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do es- Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o or-
forço e conseguiram o triplo de produção. dinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
triplas do medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se re-
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ fere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
duas terças partes. “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Am-
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau bos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização artigo só é dispensado caso haja um pronome demons-
de sentido. É o que ocorre em frases como: trativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
segunda divisão de futebol)

Emprego e Leitura dos Numerais

Os numerais são escritos em conjunto de três algaris-


mos, contados da direita para a esquerda, em forma de
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
separação através de ponto ou espaço correspondente a
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar


exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil no-
vecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

34
Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


Um Primeiro -
Dois Segundo Dobro, Duplo Meio
Três Terceiro Triplo, Tríplice Terço
Quatro Quarto Quádruplo Quarto
Cinco Quinto Quíntuplo Quinto
Seis Sexto Sêxtuplo Sexto
Sete Sétimo Sétuplo Sétimo
Oito Oitavo Óctuplo Oitavo
Nove Nono Nônuplo Nono
Dez Décimo Décuplo Décimo
Onze Décimo Primeiro - Onze Avos
Doze Décimo Segundo - Doze Avos
Treze Décimo Terceiro - Treze Avos
Catorze Décimo Quarto - Catorze Avos
Quinze Décimo Quinto - Quinze Avos
Dezesseis Décimo Sexto - Dezesseis Avos
Dezessete Décimo Sétimo - Dezessete Avos
Dezoito Décimo Oitavo - Dezoito Avos
Dezenove Décimo Nono - Dezenove Avos
Vinte Vigésimo - Vinte Avos
Trinta Trigésimo - Trinta Avos
Quarenta Quadragésimo - Quarenta Avos
Cinqüenta Quinquagésimo - Cinquenta Avos
Sessenta Sexagésimo - Sessenta Avos
Setenta Septuagésimo - Setenta Avos
Oitenta Octogésimo - Oitenta Avos
Noventa Nonagésimo - Noventa Avos
Cem Centésimo Cêntuplo Centésimo
Duzentos Ducentésimo - Ducentésimo
Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo
Quatrocentos Quadringentésimo - Quadringentésimo
Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo
Seiscentos Sexcentésimo - Sexcentésimo
Setecentos Septingentésimo Septingentésimo
Oitocentos Octingentésimo Octingentésimo
Nongentésimo ou
Novecentos Nongentésimo
Noningentésimo
Mil Milésimo Milésimo
LÍNGUA PORTUGUESA

Milhão Milionésimo Milionésimo


Milhão Bilionésimo Bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.

35
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Irei à festa sozinha.
SITE Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é arti-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- go; o segundo, preposição.
coes/morf/morf40.php>
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
7. PREPOSIÇÃO lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a
apostila. = Nós a trouxemos.
Preposição é uma palavra invariável que serve para
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas
normalmente há uma subordinação do segundo termo por meio das preposições:
em relação ao primeiro. As preposições são muito im-
portantes na estrutura da língua, pois estabelecem a coe- Destino = Irei a Salvador.
são textual e possuem valores semânticos indispensáveis Modo = Saiu aos prantos.
para a compreensão do texto. Lugar = Sempre a seu lado.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tipos de Preposição Tempo = Chegarei em instantes.
Causa = Chorei de saudade.
A) Preposições essenciais: palavras que atuam ex- Fim ou finalidade = Vim para ficar.
clusivamente como preposições: a, ante, perante, Instrumento = Escreveu a lápis.
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, Posse = Vi as roupas da mamãe.
por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para Autoria = livro de Machado de Assis
com. Companhia = Estarei com ele amanhã.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes Matéria = copo de cristal.
gramaticais que podem atuar como preposições, Meio = passeio de barco.
ou seja, formadas por uma derivação imprópria: Origem = Nós somos do Nordeste.
como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segun- Conteúdo = frascos de perfume.
do, senão, visto. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va- Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
lendo como uma preposição, sendo que a última
palavra é uma (preposição): abaixo de, acerca de, Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas
acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, prepositiva por trás de.
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por
cima de, por trás de. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
a = pela. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Essa concordância não é característica da preposição, AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
mas das palavras às quais ela se une. literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
Esse processo de junção de uma preposição com ou-
tra palavra pode se dar a partir dos processos de: SITE
 • Combinação: união da preposição “a” com o Disponível em: <http://www.infoescola.com/
artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. portugues/preposicao/>
Os vocábulos não sofrem alteração.
 • Contração: união de uma preposição com ou- 8. PRONOME
tra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fone-
ma: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
aquele = daquele, em + isso = nisso. panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
 • Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” pre- forma.
posição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal O homem julga que é superior à natureza, por isso o
do pronome “aquilo”). homem destrói a natureza...
LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é


O “a” pode funcionar como preposição, pronome superior à natureza, por isso ele a destrói...
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ter-
seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo mos (homem e natureza).
para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
nino: A matéria que estudei é fácil! Grande parte dos pronomes não possuem significa-
dos fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação

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dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a 2.ª pessoa do plural: vós
referência exata daquilo que está sendo colocado por 3.ª pessoa do plural: eles, elas
meio dos pronomes no ato da comunicação. Com ex-
ceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os de- Esses pronomes não costumam ser usados como
mais pronomes têm por função principal apontar para as complementos verbais na língua-padrão. Frases como
pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando- “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu
-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem ser
dessa característica, os pronomes apresentam uma for- evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
ma específica para cada pessoa do discurso. mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] -me até aqui”.
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se Frequentemente observamos a omissão do pronome
fala] reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. formas verbais marcam, através de suas desinências, as
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
se fala] boa viagem. (Nós)

Em termos morfológicos, os pronomes são palavras B) Pronome Oblíquo


variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em nú- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
mero (singular ou plural). Assim, espera-se que a refe- sentença, exerce a função de complemento verbal
rência através do pronome seja coerente em termos de (objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (ob-
gênero e número (fenômeno da concordância) com o jeto indireto)
seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no
enunciado. Observação:
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da O pronome oblíquo é uma forma variante do prono-
nossa escola neste ano. me pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân- diversa que eles desempenham na oração: pronome reto
cia adequada] marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o
[neste: pronome que determina “ano” = concordân- complemento da oração. Os pronomes oblíquos sofrem
cia adequada] variação de acordo com a acentuação tônica que pos-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con- suem, podendo ser átonos ou tônicos.
cordância inadequada]
B.1 Pronome Oblíquo Átono
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. são precedidos de preposição. Possuem acentuação tô-
nica fraca: Ele me deu um presente.
Pronomes Pessoais Lista dos pronomes oblíquos átonos
1.ª pessoa do singular (eu): me
São aqueles que substituem os substantivos, indican- 2.ª pessoa do singular (tu): te
do diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os 1.ª pessoa do plural (nós): nos
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a 2.ª pessoa do plural (vós): vos
quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
ou do caso oblíquo.

A) Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
flores.
Os pronomes retos apresentam flexão de número,
LÍNGUA PORTUGUESA

gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa úl-


tima a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é
assim configurado:
1.ª pessoa do singular: eu
2.ª pessoa do singular: tu
3.ª pessoa do singular: ele, ela
1.ª pessoa do plural: nós

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A combinação da preposição “com” e alguns prono-
FIQUE ATENTO! mes originou as formas especiais comigo, contigo, consi-
Os pronomes o, os, a, as assumem formas go, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
especiais depois de certas terminações frequentemente exercem a função de adjunto adverbial
verbais: de companhia: Ele carregava o documento consigo.

1. Quando o verbo termina em -z, -s ou A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
-r, o pronome assume a forma lo, los, la Ela veio até mim, mas nada falou.
ou las, ao mesmo tempo que a terminação Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
verbal é suprimida. Por exemplo: inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
fiz + o = fi-lo prova, até eu! (= inclusive eu)
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pes-
2. Quando o verbo termina em som nasal, soais são reforçados por palavras como outros, mesmos,
próprios, todos, ambos ou algum numeral.
o pronome assume as formas no, nos, na,
Você terá de viajar com nós todos.
nas. Por exemplo:
Estávamos com vós outros quando chegaram as más
viram + o: viram-no
notícias.
repõe + os = repõe-nos
Ele disse que iria com nós três.
retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas
B.3 Pronome Reflexivo
São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun-
cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao
B.2 Pronome Oblíquo Tônico sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedi- a ação expressa pelo verbo.
dos por preposições, em geral as preposições a, para, de
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a
Lista dos pronomes reflexivos:
função de objeto indireto da oração. Possuem acentua-
1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me
ção tônica forte.
lembro disso.
Lista dos pronomes oblíquos tônicos:
2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Gui-
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela lherme já se preparou.
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco Ela deu a si um presente.
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Antônio conversou consigo mesmo.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas
1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio.
Observe que as únicas formas próprias do pronome 2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa com esta conquista.
(ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
caso reto. conheceram. / Elas deram a si um dia de folga.
As preposições essenciais introduzem sempre prono-
mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da #FicaDica
língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
forma: O pronome é reflexivo quando se refere
Não há mais nada entre mim e ti. à mesma pessoa do pronome subjetivo
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. (sujeito): Eu me arrumei e saí.
Não há nenhuma acusação contra mim. É pronome recíproco quando indica
Não vá sem mim. reciprocidade de ação: Nós nos amamos. /
Olhamo-nos calados.
Há construções em que a preposição, apesar de sur- O “se” pode ser usado como palavra
gir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma expletiva ou partícula de realce, sem ser
oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o ver- rigorosamente necessária e sem função
bo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro- sintática: Os exploradores riam-se de suas
nome, deverá ser do caso reto.
LÍNGUA PORTUGUESA

tentativas. / Será que eles se foram?


Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Não vá sem eu mandar.
C) Pronomes de Tratamento
A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
está correta, já que “para mim” é complemento de “fá-
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (por-
cil”. A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil
tanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira
para mim!
pessoa. Alguns exemplos:

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Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques começamos a chamar alguém de “você”, não po-
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais deremos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá,
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e reli- ainda, verbo na terceira pessoa.
giosos em geral
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente supe- Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
rior à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, teus cabelos. (errado)
professores de curso superior, ministros de Estado e de
Tribunais, governadores, secretários de Estado, presiden- Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
te da República (sempre por extenso) seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de
universidades ou
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, ofi- Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
ciais até a patente de coronel, chefes de seção e funcio- teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
nários de igual categoria
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes Pronomes Possessivos
de direito
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
cerimonioso (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus (coisa possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se- singular)
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são em-
pregados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, Número Pessoa Pronome
no tratamento familiar. Você e vocês são largamente em-
pregados no português do Brasil; em algumas regiões, a Singular Primeira Meu(s), minha(s)
forma tu é de uso frequente; em outras, pouco emprega- Singular Segunda Teu(s), tua(s)
da. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica,
Singular Terceira Seu(s), sua(s)
ultraformal ou literária.
Plural Primeira Nosso(s), nossa(s)
Observações: Plural Segunda Vosso(s), vossa(s)
Plural Terceira Seu(s), sua(s)
1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa(s)” são emprega-
dos em relação à pessoa com quem falamos: Es- Note que:
pero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
encontro. a que se refere; o gênero e o número concordam com o
objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito naquele momento difícil.
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram
que Sua Excelência, o Senhor Presidente da Repúbli- Observações:
ca, agiu com propriedade.
1. A forma “seu” não é um possessivo quando resul-
3. Os pronomes de tratamento representam uma for- tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito
ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlo- obrigado, seu José.
cutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Ex-
celência, por exemplo, estamos nos endereçando à 2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam
excelência que esse deputado supostamente tem posse. Podem ter outros empregos, como:
para poder ocupar o cargo que ocupa. A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à anos.
2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
possessivos e os pronomes oblíquos empregados
3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
LÍNGUA PORTUGUESA

em relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa.


Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro- o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Ex-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. celência trouxe sua mensagem?

5. Uniformidade de Tratamento: quando escreve- 4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-


mos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus
mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamen- livros e anotações.
to escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se

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5. Em algumas construções, os pronomes pessoais Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau-
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou lo; este está mais bem colocado que aquele. (= este [São
seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos) Paulo], aquele [Palmeiras])
ou
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Pau-
para que não ocorra redundância: Coloque tudo lo; aquele está mais bem colocado que este. (= este [São
nos respectivos lugares. Paulo], aquele [Palmeiras])

Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou


invariáveis, observe:
São utilizados para explicitar a posição de certa pa- Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
lavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação aquela(s).
pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Invariáveis: isto, isso, aquilo.

A) Em relação ao espaço: Também aparecem como pronomes demonstrativos:


Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
pessoa que fala: • o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu. puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
aquilo.
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
pessoa com quem se fala: Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
Esse material em sua carteira é seu? indiquei.)

Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está • mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): va-
distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com riam em gênero quando têm caráter reforçativo:
quem se fala: Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
Aquele material não é nosso. Eu mesma refiz os exercícios.
Vejam aquele prédio! Elas mesmas fizeram isso.
Eles próprios cozinharam.
B) Em relação ao tempo: Os próprios alunos resolveram o problema.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
relação à pessoa que fala: • semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.
Esta manhã farei a prova do concurso!
• tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-
rém relativamente próximo à época em que se situa a 1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
pessoa que fala: eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! (ou então: este solteiro, aquele casado) - este se re-
fere à pessoa mencionada em último lugar; aquele,
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamen- à mencionada em primeiro lugar.
to no tempo, referido de modo vago ou como tempo 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
remoto: irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Naquele tempo, os professores eram valorizados. 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de,
em com pronome demonstrativo: àquele, àquela,
C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se falará deste, desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no
ou escreverá): que estava vendo. (no = naquilo)
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se Pronomes Indefinidos
falará:
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discur-
ortografia, concordância. so, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
quantidade indeterminada.
Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas
fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou: recém-plantadas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Sua aprovação no concurso, isso é o que mais


desejamos! Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pes-
soa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de
Este e aquele são empregados quando se quer fazer forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao um ser humano que seguramente existe, mas cuja iden-
termo referido em primeiro lugar e este para o referido tidade é desconhecida ou não se quer revelar. Classifi-
por último: cam-se em:

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A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o (afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou-
lugar do ser ou da quantidade aproximada de se- tros = oração subordinada adjetiva).
res na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano,
beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sis-
Algo o incomoda? tema” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que
Quem avisa amigo é. a palavra “sistema” é antecedente do pronome relativo
que.
B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um O antecedente do pronome relativo pode ser o pro-
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de nome demonstrativo o, a, os, as.
quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s), Não sei o que você está querendo dizer.
certa(s). Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
Cada povo tem seus costumes. expresso.
Certas pessoas exercem várias profissões. Quem casa, quer casa.

Note que: Observe:


Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro- Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
nomes indefinidos adjetivos: quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, mui- quantas.
tos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, ne- Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
nhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, Note que:
tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), O pronome “que” é o relativo de mais largo empre-
vários, várias. go, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
Menos palavras e mais ações. substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando
seu antecedente for um substantivo.
Alguns se contentam pouco.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
a qual)
riáveis e invariáveis. Observe:
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
• Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vá-
quais)
rio, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda,
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (=
muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer,
as quais)
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos,
vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhu- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
mas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamen-
quantas. te para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde”
• Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, (que podem ter várias classificações) são pronomes rela-
algo, cada. tivos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou
coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas
*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que- preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de
rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”,
plural é feito em seu interior). neste caso, geraria ambiguidade. Veja: Regressando de
São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou en-
Todo e toda no singular e junto de artigo significa in- cantado (quem me deixou encantado: o sítio ou minha
teiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as: tia?).
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira) Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades) dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utili-
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro) za-se o qual / a qual)
Trabalho todo dia. (= todos os dias) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que,
e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com
(que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma quente (o ser possuído, com o qual concorda em gêne-
ou outra, etc. ro e número); não se usa artigo depois deste pronome;
LÍNGUA PORTUGUESA

Cada um escolheu o vinho desejado. “cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.

Pronomes Relativos Existem pessoas cujas ações são nobres.


São aqueles que representam nomes já mencionados (antecedente) (consequente)
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
as orações subordinadas adjetivas. Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de nome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (re-
um grupo racial sobre outros. feriu-se a)

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“Quanto” é pronome relativo quando tem por ante- Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
cedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao
tudo: caso reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce
função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
Emprestei tantos quantos foram necessários. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discur-
(antecedente) so. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não
Ele fez tudo quanto havia falado. sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
(antecedente)
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
precedido de preposição. diferentemente dos segundos, que são sempre precedi-
É um professor a quem muito devemos. dos de preposição.
(preposição) A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o
que eu estava fazendo.
“Onde”, como pronome relativo, sempre possui ante- B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
cedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A mim o que eu estava fazendo.
casa onde morava foi assaltada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
em que: Sinto saudades da época em que (quando) morá- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
vamos no exterior. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
char - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
Podem ser utilizadas como pronomes relativos as – São Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
• como (= pelo qual) – desde que precedida das pa-
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
lavras modo, maneira ou forma:
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
Não me parece correto o modo como você agiu sema-
São Paulo: Saraiva, 2002.
na passada.
SITE
• quando (= em que) – desde que tenha como ante- Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-
cedente um nome que dê ideia de tempo: coes/morf/morf42.php>
Bons eram os tempos quando podíamos jogar
videogame. Colocação Pronominal
Os pronomes relativos permitem reunir duas orações Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
numa só frase. pronomes oblíquos átonos na frase.
O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste
esporte.
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. #FicaDica
Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode Pronome Oblíquo é aquele que exerce a
ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de função de complemento verbal (objeto). Por
gente que conversava, (que) ria, observava. isso, memorize:
OBlíquo = OBjeto!
Pronomes Interrogativos
São usados na formulação de perguntas, sejam elas
diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefini- Embora na linguagem falada a colocação dos prono-
dos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo im- mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
preciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e devem ser observadas na linguagem escrita.
variações), quanto (e variações).
Com quem andas? Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
Qual seu nome? A próclise é usada:
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
LÍNGUA PORTUGUESA

• Quando o verbo estiver precedido de palavras que


O pronome pessoal é do caso reto quando tem fun- atraem o pronome para antes do verbo. São elas:
ção de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
oblíquo quando desempenha função de complemento. jamais, etc.: Não se desespere!
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. B) Advérbios: Agora se negam a depor.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
lhe ajudar. quem tudo!

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D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se • Quando há um fator para próclise nos tempos com-
esforçou. postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pro-
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a nome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos
oportunidade. nos preocupar (e não: “não nos vamos preocupar”).
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
Emprego de o, a, os, as
• Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
lhe disse isso? • Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os
• Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto pronomes: o, a, os, as não se alteram.
se ofendem! Chame-o agora.
• Orações que exprimem desejo (orações optativas): Deixei-a mais tranquila.
Que Deus o ajude.
• A próclise é obrigatória quando se utiliza o prono- • Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
me reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
material amanhã. / Tu sabes cantar? (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do • Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em,
verbo. A mesóclise é usada: ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para
no, na, nos, nas.
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu- Chamem-no agora.
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam Põe-na sobre a mesa.
precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em
prol da paz no mundo.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea- #FicaDica
lizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que
palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevalece- significa “antes”! Pronome antes do verbo!
ria. Veja: Não se realizará... Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
(end, em Inglês – que significa “fim, final!).
nessa viagem.
Pronome depois do verbo!
(com presença de palavra que justifique o uso de pró-
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
verbo
nharia nessa viagem).

Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.


A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
forem possíveis: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
• Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo: Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Quando eu avisar, silenciem-se todos. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
• Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não char - Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
era minha intenção machucá-la. – São Paulo: Saraiva, 2010.
• Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
inicia período com pronome oblíquo). SITE
Vou-me embora agora mesmo. Disponível em: <http://www.portugues.com.br/gra-
Levanto-me às 6h. matica/colocacao-pronominal-.html>

• Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo 9. SUBSTANTIVO


no concurso, mudo-me hoje mesmo!
• Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro- Substantivo é a classe gramatical de palavras variá-
posta fazendo-se de desentendida. veis, as quais denominam todos os seres que existem,
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
Colocação pronominal nas locuções verbais fenômenos, os substantivos também nomeiam:
• lugares: Alemanha, Portugal
• Após verbo no particípio = pronome depois do ver- • sentimentos: amor, saudade
bo auxiliar (e não depois do particípio): • estados: alegria, tristeza
LÍNGUA PORTUGUESA

Tenho me deliciado com a leitura! • qualidades: honestidade, sinceridade


Eu tenho me deliciado com a leitura! • ações: corrida, pescaria
Eu me tenho deliciado com a leitura!
Morfossintaxe do substantivo
• Não convém usar hífen nos tempos compostos e
nas locuções verbais: Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun-
Vamos nos unir! ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
Iremos nos manifestar. núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto

43
direto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ain- Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
da, funcionar como núcleo do complemento nominal ou Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do
objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontra- Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
mos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são de- mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
sempenhadas por grupos de palavras. palavras no plural. No terceiro, empregou-se um subs-
tantivo no singular (enxame) para designar um conjunto
Classificação dos Substantivos de seres da mesma espécie (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
A) Substantivos Comuns e Próprios Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
mesmo estando no singular, designa um conjunto de se-
Observe a definição:
res da mesma espécie.
Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, Substantivo coletivo Conjunto de:
toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma assembleia pessoas reunidas
cidade (em oposição aos bairros).
alcateia lobos
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas acervo livros
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
trechos literários
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan- antologia
tivo comum. selecionados
arquipélago ilhas
Substantivo Comum é aquele que designa os seres banda músicos
de uma mesma espécie de forma genérica: cidade, meni-
no, homem, mulher, país, cachorro. desordeiros ou
bando
Estamos voando para Barcelona. malfeitores
banca examinadores
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – batalhão soldados
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de cardume peixes
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
caravana viajantes peregrinos
B) Substantivos Concretos e Abstratos cacho frutas
B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa cancioneiro canções, poesias líricas
o ser que existe, independentemente de outros
seres. colmeia abelhas
concílio bispos
Observação:
congresso parlamentares, cientistas
Os substantivos concretos designam seres do mundo
real e do mundo imaginário. atores de uma peça ou
elenco
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, filme
Brasília. esquadra navios de guerra
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água,
fantasma. enxoval roupas
falange soldados, anjos
B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa se-
res que dependem de outros para se manifestarem fauna animais de uma região
ou existirem. Por exemplo: a beleza não existe por feixe lenha, capim
si só, não pode ser observada. Só podemos obser- flora vegetais de uma região
var a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela.
A beleza depende de outro ser para se manifes- frota navios mercantes, ônibus
tar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo girândola fogos de artifício
abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, quali- horda bandidos, invasores
dades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem médicos, bois, credores,
LÍNGUA PORTUGUESA

junta
ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida examinadores
(estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
júri jurados
(sentimento).
soldados, anjos,
legião
• Substantivos Coletivos demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, leva presos, recrutas
outra abelha, mais outra abelha.

44
malfeitores ou Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo:
malta meninão / Diminutivo: menininho
desordeiros
manada búfalos, bois, elefantes, A) Flexão de Gênero
matilha cães de raça Gênero é um princípio puramente linguístico, não de-
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito
molho chaves, verduras
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram
multidão pessoas em geral a seres animais providos de sexo, quer designem apenas
insetos (gafanhotos, “coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
nuvem Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
mosquitos, etc.)
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substanti-
penca bananas, chaves
vos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns.
pinacoteca pinturas, quadros Veja estes títulos de filmes:
quadrilha ladrões, bandidos O velho e o mar
Um Natal inesquecível
ramalhete flores Os reis da praia
rebanho ovelhas
peças teatrais, obras Pertencem ao gênero feminino os substantivos que
repertório podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
musicais
A história sem fim
réstia alhos ou cebolas Uma cidade sem passado
romanceiro poesias narrativas As tartarugas ninjas
revoada pássaros
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
sínodo párocos
talha lenha 1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresen-
tam uma forma para cada gênero: gato – gata, ho-
tropa muares, soldados
mem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
turma estudantes, trabalhadores 2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única
vara porcos forma, que serve tanto para o masculino quanto
para o feminino. Classificam-se em:
Formação dos Substantivos
A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
A) Substantivos Simples e Compostos se faz mediante a utilização das palavras “macho”
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
terra. macho e o jacaré fêmea.
O substantivo chuva é formado por um único ele- B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes
mento ou radical. É um substantivo simples. a pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemu-
nha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros:
único elemento. indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por a artista.
dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é
composto. Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por sintoma, o teorema.
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-
-flor, passatempo.
• Existem certos substantivos que, variando de gêne-
ro, variam em seu significado:
B) Substantivos Primitivos e Derivados
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça
de nenhuma outra palavra da própria língua por- (líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e
tuguesa. O substantivo limoeiro, por exemplo, é a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (ca-
derivado, pois se originou a partir da palavra limão. beleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de au-
LÍNGUA PORTUGUESA

B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina mento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética; con-
de outra palavra. clusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública);
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora).
Flexão dos substantivos
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
exemplo, pode sofrer variações para indicar: - aluna.

45
• Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
ao masculino: freguês - freguesa É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
• Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
de três formas: A distinção de gênero pode ser feita através da análi-
1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs-
2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão repórter francês - repórter francesa
- sultana
A palavra personagem é usada indistintamente nos
• Substantivos terminados em -or: dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-se
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora acentuada preferência pelo masculino: O menino desco-
troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz briu nas nuvens os personagens dos contos de carochinha.
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino:
• Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn- O problema está nas mulheres de mais idade, que não
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poeti- aceitam a personagem.
sa / duque - duquesa / conde - condessa / profeta
- profetisa Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
• Substantivos que formam o feminino trocando o -e fotográfico Ana Belmonte.
final por -a: elefante - elefanta
• Substantivos que têm radicais diferentes no mascu- Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
lino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca (pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
• Substantivos que formam o feminino de maneira maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras proclama, o pernoite, o púbis.
anteriores: czar – czarina, réu - ré
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,
Formação do Feminino dos Substantivos a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a
Uniformes libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).

Epicenos: São geralmente masculinos os substantivos de ori-


Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema,
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tra-
forma para indicar o masculino e o feminino. coma, o hematoma.
Alguns nomes de animais apresentam uma só for- Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
ma para designar os dois sexos. Esses substantivos são
chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exce-
houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se ções, nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro
palavras macho e fêmea. Preto. / A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Ale-
A cobra macho picou o marinheiro. gre. / Uma Londres imensa e triste.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.

Sobrecomuns: Gênero e Significação


Entregue as crianças à natureza.
Muitos substantivos têm uma significação no mascu-
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo lino e outra no feminino. Observe:
masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identi- movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai
ficar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bas-
A criança chorona chamava-se João. tão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou
A criança chorona chamava-se Maria. proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma
Outros substantivos sobrecomuns: (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a ca-
LÍNGUA PORTUGUESA

boa criatura. pital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (ca-
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de beleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
Marcela faleceu a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado
na administração da crisma e de outros sacramentos), a
Comuns de Dois Gêneros: crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a es-
tepe (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que

46
guia outras), a guia (documento, pena grande das asas charlatão – charlatões/charlatães corrimão
das aves), o grama (unidade de peso), a grama (relva), o – corrimãos/corrimões
caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor de guardião – guardiões/guardiães vilão – vilãos/
pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de aumen- vilões/vilães
to), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes,
ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), o látex - os látex.
maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (pon-
cho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo), Plural dos Substantivos Compostos
o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga (re-
mador), a voga (moda). A formação do plural dos substantivos compostos
depende da forma como são grafados, do tipo de pa-
B) Flexão de Número do Substantivo lavras que formam o composto e da relação que esta-
Em português, há dois números gramaticais: o singu- belecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen
lar, que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, comportam-se como os substantivos simples: aguar-
que indica mais de um ser ou grupo de seres. A caracte- dente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés,
rística do plural é o “s” final. malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
Plural dos Substantivos Simples são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas
e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – A) Flexionam-se os dois elementos, quando forma-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). dos de:
Exceção: cânon - cânones. substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural amores-perfeitos
em “ns”: homem - homens. adjetivo + substantivo = gentil-homem e
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural gentis-homens
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

Atenção: B) Flexiona-se somente o segundo elemento,


O plural de caráter é caracteres. quando formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
-se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; alto-falantes
caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e
cônsul e cônsules. reco-recos
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
duas maneiras: C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis quando formados de:
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
-de-colônia e águas-de-colônia
Observação: substantivo + preposição oculta + substantivo = ca-
A palavra réptil pode formar seu plural de duas ma- valo-vapor e cavalos-vapor
neiras: répteis ou reptis (pouco usada). substantivo + substantivo que funciona como deter-
minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o
Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
duas maneiras: bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã,
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o peixe-espada - peixes-espada.
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam in- D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
variáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural saca-rolhas
de três maneiras.
1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações Casos Especiais
LÍNGUA PORTUGUESA

2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães


3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
o louva-a-deus e os louva-a-deus
Observação: o bem-te-vi e os bem-te-vis
Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam o bem-me-quer e os bem-me-queres
dois – e até três – plurais:
aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião o joão-ninguém e os joões-ninguém.
– anciões/anciães/anciãos

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Plural das Palavras Substantivadas Plural com Mudança de Timbre

As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras Certos substantivos formam o plural com mudança
classes gramaticais usadas como substantivo, apresen- de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um
tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos. fato fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves. Singular Plural
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Corpo (ô) Corpos (ó)
Observação: Esforço Esforços
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
Fogo Fogos
não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos
seis e alguns dez. Forno Fornos
Fosso Fossos
Plural dos Diminutivos
Imposto Impostos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” fi- Olho Olhos
nal e acrescenta-se o sufixo diminutivo. Osso (ô) Ossos (ó)
Ovo Ovos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
Poço Poços
animai(s) + zinhos = animaizinhos
Porto Portos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
Posto Postos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
Tijolo Tijolos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros,
colhere(s) + zinhas = colherezinhas etc.
flore(s) + zinhas = florezinhas
Observação:
mão(s) + zinhas = mãozinhas
Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
papéi(s) + zinhos = papeizinhos molho (ó) = feixe (molho de lenha).
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
funi(s) + zinhos = funizinhos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
pai(s) + zinhos = paizinhos Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
pé(s) + zinhos = pezinhos singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida-
de, bom nome) e honras (homenagem, títulos).
pé(s) + zitos = pezitos
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural: Aqui morreu muito negro.
Plural dos Nomes Próprios Personativos Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
improvisadas.
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
sempre que a terminação preste-se à flexão. C) Flexão de Grau do Substantivo
Os Napoleões também são derrotados. Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
As Raquéis e Esteres. as variações de tamanho dos seres.

Plural dos Substantivos Estrangeiros Classifica-se em:


1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside-
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser rado normal. Por exemplo: casa
escritos como na língua original, acrescentando-se “s” 2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tama-
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os nho do ser. Classifica-se em:
shorts, os jazz. Analítico = o substantivo é acompanhado de um ad-
LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de jetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os cho-
dicador de aumento. Por exemplo: casarão.
pes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons,
os réquiens.
3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tama-
Observe o exemplo: Este jogador faz gols toda vez que
nho do ser. Pode ser:
joga.
Analítico = substantivo acompanhado de um adjeti-
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
vo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.

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Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in-
dicador de diminuição. Por exemplo: casinha. FIQUE ATENTO!
O verbo pôr, assim como seus derivados
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (compor, repor, depor), pertencem à 2.ª
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa conjugação, pois a forma arcaica do verbo
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- desaparecido do infinitivo, revela-se em
char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. algumas formas do verbo: põe, pões,
– São Paulo: Saraiva, 2010. põem, etc.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
São Paulo: Saraiva, 2002.
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
SITE dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-
coes/morf/morf12.php> to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo,
por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico
10. VERBO não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do
radical): opinei, aprenderão, amaríamos.
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o Classificação dos Verbos
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre Classificam-se em:
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenôme-
no (choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi-
cal inalterado durante a conjugação e desinências
Estrutura das Formas Verbais idênticas às de todos os verbos regulares da mes-
ma conjugação. Por exemplo: comparemos os ver-
bos “cantar” e “falar”, conjugados no presente do
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
Modo Indicativo:
os seguintes elementos:

A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signi- Canto Falo


ficado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal- Cantas Falas
-ava; fal-am. (radical fal-)
Canta Falas
B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que Cantamos Falamos
indica a conjugação a que pertence o verbo. Por Cantais Falais
exemplo: fala-r. São três as conjugações:
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática
- E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir). #FicaDica
Observe que, retirando os radicais, as
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que desinências modo-temporal e número-
designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: pessoal mantiveram-se idênticas. Tente fazer
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicati- com outro verbo e perceberá que se repetirá
vo) / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) o fato (desde que o verbo seja da primeira
conjugação e regular!). Faça com o verbo
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que “andar”, por exemplo. Substitua o radical
designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o “cant” e coloque o “and” (radical do verbo
número (singular ou plural): andar). Viu? Fácil!
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
(indica a 3.ª pessoa do plural.)
B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações
no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas
para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais altera-
ções não caracterizam irregularidade, porque o fonema
permanece inalterado.

49
C) Defectivos: são aqueles que não apresentam con- Principais verbos unipessoais:
jugação completa. Os principais são adequar, pre-
caver, computar, reaver, abolir, falir. • Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer,
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito ser (preciso, necessário):
e, normalmente, são usados na terceira pessoa do Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos
singular. Os principais verbos impessoais são: bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali- É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
zar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = • Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, se-
Existiam) guidos da conjunção que.
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) à Europa)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz) Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a
vejo. (Sujeito: que não a vejo)
2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos na Europa. F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou
Era primavera quando o conheci. mais formas equivalentes, geralmente no particí-
Estava frio naquele dia. pio, em que, além das formas regulares terminadas
em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas cur-
3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natu- tas (particípio irregular).
reza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, tro- O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado
vejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregu-
se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo lar é empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos
“amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo
ser, ficar e estar. Observe:
impessoal, empregado em sentido figurado, dei-
xa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá
conjugação completa. Particípio Particípio
Infinitivo
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu) Regular Irregular
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Aceitar Aceitado Aceito
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Acender Acendido Aceso
4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando Anexar Anexado Anexo
tempo: Já passa das seis. Benzer Benzido Bento
5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição Corrigir Corrigido Correto
“de”, indicando suficiência: Dispersar Dispersado Disperso
Basta de tolices.
Eleger Elegido Eleito
Chega de promessas.
Envolver Envolvido Envolto
6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Imprimir Imprimido Impresso
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem
referência a sujeito expresso anteriormente (por Inserir Inserido Inserto
exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, Limpar Limpado Limpo
classificar o sujeito como hipotético, tornando-se,
Matar Matado Morto
tais verbos, pessoais.
Misturar Misturado Misto
7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente Morrer Morrido Morto
de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo. Murchar Murchado Murcho
Dá para me arrumar uma apostila? Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, con-
jugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singu- Soltar Soltado Solto
lar e do plural. São unipessoais os verbos constar, Suspender Suspendido Suspenso
convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que
LÍNGUA PORTUGUESA

Tingir Tingido Tinto


indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar, miar,
latir, piar). Vagar Vagado Vago

Os verbos unipessoais podem ser usados como ver- Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o
bos pessoais na linguagem figurada: particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
Teu irmão amadureceu bastante. dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.
O que é que aquela garota está cacarejando?

50
G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois,
fui) e ir (fui, ia, vades).

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo prin-
cipal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é
expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Pret. mais-que- Fut. do


Presente Pret. Perfeito Pret. Imp. Fut.do Pres.
perf. Pretérito
Sou Fui Era Fora Serei Seria
És Foste Eras Foras Serás Serias
É Foi Era Fora Será Seria
Somos Fomos Éramos Fôramos Seremos Seríamos
Sois Fostes Éreis Fôreis Sereis Seríeis
São Foram Eram Foram Serão Seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
LÍNGUA PORTUGUESA

51
SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres Fut.do Preté
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR Modo Subjuntivo – Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
LÍNGUA PORTUGUESA

hás houveste havias houveras haverás haverias


há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

52
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
LÍNGUA PORTUGUESA

• Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a refle-
xibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço
da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respec-
tivos pronomes):

53
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepen- três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do
de, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se singular, não apresenta desinências, assumindo a
arrependem mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-
-se da seguinte maneira:
• Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos 2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre 1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
o objeto representado por pronome oblíquo da 2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma 3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os ver- Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
bos transitivos diretos ou transitivos diretos e in-
diretos podem ser conjugados com os pronomes B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adje-
mencionados, formando o que se chama voz re- tivo ou advérbio. Por exemplo:
flexiva. Por exemplo: A garota se penteava. Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva advérbio)
pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
penteou-me.
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação
Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
função sintática. Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
Há verbos que também são acompanhados de pro-
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmen- Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundis-
te pronominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos mo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na 1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando
pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. futebol.
Por exemplo: 2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me
(objeto direto) – 1.ª pessoa do singular Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequa-
da, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no
Modos Verbais momento da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que
a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas futuro em andamento, exigindo, no caso, a construção
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadei- “verificarei” ou “vou verificar”.
ro. Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu C) Particípio: quando não é empregado na formação
estudo para o concurso. dos tempos compostos, o particípio indica, geral-
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilida- mente, o resultado de uma ação terminada, flexio-
de: Talvez eu estude amanhã. nando-se em gênero, número e grau. Por exemplo:
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estu- Terminados os exames, os candidatos saíram.
de, colega! Quando o particípio exprime somente estado, sem
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
Formas Nominais função de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida
pela turma.
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de
modo vago e indefinido, podendo ter valor e fun-
ção de substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta) (Ziraldo)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
LÍNGUA PORTUGUESA

Tempos Verbais
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por Tomando-se como referência o momento em que se
exemplo: fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diver-
É preciso ler este livro. sos tempos.
Era preciso ter lido este livro.

A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às

54
A) Tempos do Modo Indicativo
Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
Ele estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
No próximo final de semana, faço a prova!
faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaSTE vendeSTE partISTE STE


cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

55
Pretérito mais-que-perfeito

3.ª conjugação
1.ª conjugação 2.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
LÍNGUA PORTUGUESA

cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS


cantarIAM venderIAM partirIAM

56
Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

Desinên. Pessoal Des. tem


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.poral
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaREM vendeREM partiREM R EM

57
C) Modo Imperativo Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito ora-
cional, correspondendo à construção: parece gostarem de
Imperativo Afirmativo você).

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do • O verbo pegar possui dois particípios (regular e
presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a irregular):
segunda pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. Elvis tinha pegado minhas apostilas.
As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do Minhas apostilas foram pegas.
subjuntivo. Veja:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Presente do Imperativo Presente do SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Indicativo Afirmativo Subjuntivo Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
Eu canto - Que eu cante char - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform.
Tu cantas CantA tu Que tu cantes – São Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.] - Português: novas palavras:
Ele canta Cante você Que ele cante
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis SITE
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/se-
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem
coes/morf/morf54.php
Imperativo Negativo
Vozes do Verbo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta
a negação às formas do presente do subjuntivo.
a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indi-
cando se este é paciente ou agente da ação. Importante
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal.
Que eu cante - São três as vozes verbais:
Que tu cantes Não cantes tu A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
Que ele cante Não cante você ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
Que nós cantemos Não cantemos nós sujeito agente ação objeto (paciente)
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo
a ação expressa pelo verbo:
• No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª O trabalho foi feito por ele.
pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois sujeito paciente ação agente da passiva
uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam
diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
razão, utiliza-se você/vocês. agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
• O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: O menino feriu-se.
sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal #FicaDica


Não confundir o emprego reflexivo do verbo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação com a noção de reciprocidade:
CANTAR VENDER PARTIR Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir Formação da Voz Passiva
LÍNGUA PORTUGUESA

cantarMOS venderMOS partirMOS


A voz passiva pode ser formada por dois processos:
cantarDES venderDES partirDES analítico e sintético.
cantarEM venderEM partirEM
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
• O verbo parecer admite duas construções: maneira:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução Verbo SER + particípio do verbo principal. Por
verbal) exemplo:

58
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo
os alunos pintarão a escola) tempo.
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) Os mestres têm constantemente aconselhado os
alunos.
Observações: Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe-
los mestres.
• O agente da passiva geralmente é acompanhado Eu o acompanharei.
da preposição por, mas pode ocorrer a construção Ele será acompanhado por mim.
com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cer-
cada de soldados. Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
• Pode acontecer de o agente da passiva não estar Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou refle-
• A variação temporal é indicada pelo verbo auxi- xiva, porque o sujeito não pode ser visto como agente,
liar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a paciente ou agente paciente.
transformação das frases seguintes:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
ativa) char - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
indicativo)
SITE
Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) coes/morf/morf54.php>

• Nas frases com locuções verbais, o verbo SER as-


sume o mesmo tempo e modo do verbo princi-
pal da voz ativa. Observe a transformação da frase EXERCÍCIOS COMENTADOS
seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) 1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) – CESGRANRIO-2018)

B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - O ano da esperança


ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª
pessoa, seguido do pronome apassivador “se”. Por O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos
exemplo: desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás
Abriram-se as inscrições para o concurso. do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de
Destruiu-se o velho prédio da escola. amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinhei-
ro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a
Observação: consciência de que era uma doação. A situação foi pio-
O agente não costuma vir expresso na voz passiva rando. Os argumentos também. No início era para pagar
sintética. a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes.
Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso. Ajudava
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que so-
freu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações,
substancialmente o sentido da frase. remédios. A situação piorando, eu já estava encomen-
dando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico,
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamen-
LÍNGUA PORTUGUESA

Sujeito da Ativa objeto Direto te. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até
que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu
A apostila foi comprada pelo concurseiro. não ajudava mais.
(Voz Passiva) Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma recei-
Sujeito da Passiva Agente da Passiva ta de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nun-
ca conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; ter caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo emprego após o suposto acidente. Foi por isso que me

59
deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde Resposta: Letra C
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As Em “a”: Os jornais noticiaram que alguns países mobi-
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a lizam-se = se mobilizam
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. Em “b”: Para criar leis eficientes no combate aos boa-
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos tos, sempre deve-se = sempre se deve
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão sur- Em “c”: Entre os numerosos usuários da internet, cons-
gir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça tata-se um sentimento = correta
de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova Em “d”: Uma nova lei contra as fake news promulgada
consciência para votar. Como? Num mundo em que as na Alemanha não aplica-se = não se aplica
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites Em “e”: Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo
servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram mais eficaz para que adote-se = que se adote
cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já
inventaram casos de amor, tramas nas novelas que escre-
3. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI-
vo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso
TETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Se substituíssemos
ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama.
os complementos dos verbos abaixo por pronomes pes-
Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da
internet. soais oblíquos enclíticos, a única forma INADEQUADA
Duvidam. Acham que estou mentindo. seria:
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez.
2017, p.97. Adaptado. a) impregna a vida cotidiana / impregna-a;
b) entender os debates / entendê-los;
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo”, a colocação c) ganha destaque / ganha-o;
do pronome átono em destaque está de acordo com a d) supõe um conhecimento / supõe-lo;
norma-padrão da língua portuguesa. O mesmo ocorre e) marcaram sua história / marcaram-na.
em:
Resposta: Letra D
a) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo. Em “a”: impregna a vida cotidiana / impregna-a =
b) Perderia-se o dinheiro e o amigo. correta
c) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se. Em “b”: entender os debates / entendê-los = correta
d) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo. Em “c”: ganha destaque / ganha-o = correta
e) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz. Em “d”: supõe um conhecimento / supõe-lo =
supõe-no
Resposta: Letra A Em “e”: marcaram sua história / marcaram-na = correta
Em “a”: Não se perde = correta (advérbio atrai o pro-
nome = próclise) 4. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
Em “b”: Perderia-se = verbo no futuro do pretérito: VUNESP-2014) Considerando-se o uso do pronome e
perder-se-ia (mesóclise) a colocação pronominal, a expressão em destaque no
Em “c”: O dinheiro e o amigo tinham perdido-se = ti- trecho – ... que cercam o sentido da existência huma-
nham se perdido na... – está corretamente substituída pelo pronome, de
Em “d”: Se perdeu = não se inicia período com prono- acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na
me oblíquo/partícula apassivadora (Perdeu-se)
alternativa:
Em “e”: Se o amigo que perdeu-se = o “que” atrai o
pronome (próclise): que se perdeu
a) ... que cercam-lo...
2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- b) ... que cercam-no...
GRANRIO-2018) Segundo as exigências da norma-pa- c)... que o cercam...
drão da língua portuguesa, o pronome destacado foi d) ... que lhe cercam...
utilizado na posição correta em: e) ... que cercam-lhe...

a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se Resposta: Letra C


para combater a disseminação de notícias falsas nas Correções à frente:
redes sociais. Em “a”: que cercam-lo = o “que” atrai o pronome (que
b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos, sem- o cercam)
pre deve-se ter em mente que o problema de divulga- Em “b”: que cercam-no = que o cercam (“no” está cor-
ção de notícias falsas é grave e muito atual. reta – caso não tivéssemos o “que”, pois, devido a sua
c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se presença, teremos próclise, não ênclise)
um sentimento generalizado de reprovação à prática Em “c”: que o cercam = correta
LÍNGUA PORTUGUESA

de divulgação de inverdades. Em “d”: que lhe cercam = a posição está correta, mas
d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na Ale- o pronome está errado (“lhe” é para objeto indireto =
manha não aplica-se aos sites e redes sociais com me- a ele/ela)
nos de 2 milhões de membros. Em “e”: que cercam-lhe = que o cercam
e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais
eficaz para que adote-se a conduta correta em relação
à reputação das celebridades.

60
5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) 8. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO -
Considerando apenas as regras de regência e de coloca- ÁREA ADMINISTRATIVA- FCC-2016)
ção pronominal da norma-padrão da língua portuguesa, ... para quem Manoel de Barros era comparável a São
a expressão destacada em – Ainda assim, 60% afirmam Francisco de Assis...
que raramente ou nunca têm informações sobre o im-
pacto ambiental do produto ou do comportamento da O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
empresa. – pode ser corretamente substituída por frase acima está em:

a) ... nunca informam-se sob o impacto... a) Dizia-se um “vedor de cinema”...


b)... nunca se informam o impacto... b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no
c) ... nunca informam-se ao impacto... espaço...
d) ... nunca se informam do impacto... c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e
e)... nunca informam-se no impacto... Charles Baudelaire.
d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Bar-
Resposta: Letra D ros na literatura...
Por eliminação: o advérbio “nunca” atrai o pronome, e) ... para depois casá-las...
teremos próclise (nunca se). Ficamos com B e D. Agora
vamos ao verbo: quem se informa, informa-se sobre Resposta: Letra A
algo = precisa de preposição. A alternativa que tem “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicati-
preposição presente é a D (do = de+o). Teremos: nun- vo. Procuremos nos itens:
ca se informam do impacto. Em “a”, Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
Em “b”, Porque não seria = futuro do pretérito do
6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL – Indicativo
VUNESP-2013) Considerando a substituição da expres- Em “c”, Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfei-
são em destaque por um pronome e as normas da co- to do Indicativo
locação pronominal, a oração – … que abrem a cabeça Em “d”, Quase meio século separa = presente do
… – equivale, na norma-padrão da língua, a: Indicativo
a) que abrem-a. Em “e”, para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
b) que abrem-na. elas)
c) que a abrem.
d) que lhe abrem. 9. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - TÉCNICO JUDICIÁRIO
e) que abrem-lhe. – FCC-2016)
Precisamos de um treinador que nos ajude a comer...
Resposta: Letra C O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
Primeiramente: o “que” atrai o pronome oblíquo, en- sublinhado acima está também sublinhado em:
tão teremos que + pronome. Resta-nos identificar se
o pronome é objeto direto (a) ou indireto (lhe). Vol- a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as
temos ao verbo: abrir. Quem abre, abre algo... abre o amas...
quê? Sem preposição! Portanto: objeto direto = que b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
a abrem. c) ... país que transformou a infância numa bilionária in-
dústria de consumo...
7. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA APOIO ESPE- d) E, mesmo que se esforcem muito...
CIALIZADO - ESPECIALIDADE MEDICINA DO TRABA- e) Hoje há algo novo nesse cenário.
LHO – FCC/2012) Aos poucos, contudo, fui chegando à
constatação de que todo perfil de rede social é um retrato Resposta: Letra D
ideal de nós mesmos. que nos ajude = presente do Subjuntivo
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra al- Em “a”, que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
teração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser Em “b”, que proliferaram = pretérito perfeito (e tam-
substituído por: bém mais-que-perfeito) do Indicativo
Em “c”, que transformou = pretérito perfeito do
a) ademais. Indicativo
b) conquanto. Em “d”, que se esforcem = presente do Subjuntivo
c) porquanto. Em “e”, há algo novo nesse cenário = presente do
d) entretanto. Indicativo
LÍNGUA PORTUGUESA

e) apesar.
10. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC-
Resposta: Letra D 2016) Empregam-se todas as formas verbais de acordo
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa opo- com a norma culta na seguinte frase:
sição). A substituição deve utilizar outra de mesma
classificação, para que se mantenha a ideia do perío- a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
do. A correta é entretanto. não poderia receber qualquer tipo de retificação.
b) Os documentos com assinatura digital disporam de

61
algoritmos de criptografia que os protegeram. 12. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL
c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam – VUNESP-2014) Assinale a alternativa em que a pala-
contar com a proteção de uma assinatura digital. vra em destaque na frase pertence à classe dos adjetivos
d) Quem se propor a alterar um documento criptografa- (palavra que qualifica um substantivo).
do deve saber que comprometerá sua integridade.
e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de
comprometer a integridade dos documentos. eutanásia...
b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
Resposta: Letra E c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar
Em “a”, Para que se mantesse (mantivesse) sua auten- a morte.
ticidade, o documento não poderia receber qualquer d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
tipo de retificação. e) E como seria a verdadeira boa morte?
Em “b”, Os documentos com assinatura digital dispo-
ram (dispuseram) de algoritmos de criptografia que os Resposta: Letra E
protegeram. Em “a”, Existe grande confusão = substantivo
Em “c”, Arquivados eletronicamente, os documentos Em “b”, o médico ou alguém causa ativamente a mor-
poderam (puderam) contar com a proteção de uma te = pronome
assinatura digital. Em “c”, prolonga o processo de morrer procurando
Em “d”, Quem se propor (propuser) a alterar um docu- distanciar a morte = substantivo
mento criptografado deve saber que comprometerá Em “d”, Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
sua integridade. Em “e”, E como seria a verdadeira boa morte? =
Em “e”, Não é possível fazer as alterações que convie- adjetivo
rem sem comprometer a integridade dos documentos
= correta 13. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
11. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - – SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010)
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) Considere
as seguintes frases:
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
Segundo, não memorize apenas por repetição.
Terceiro, rabisque!

Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos


empregados nessas frases está em destaque em:

a) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem


com que o cérebro humano não considere útil gravar
esses dados...
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-
-número de informações.
c) ... após discar e fazer a ligação, não precisamos mais
dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em
que morou quando era criança? Disponível em: http://www.acharge.com.br/index.htm
e) É o que mostra também uma pesquisa recente con- (acesso: 03/03/2010)
duzida pela empresa de segurança digital Kaspersky...
A palavra “oposição”, da charge, é classificada morfolo-
Resposta: Letra D gicamente como:
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperati-
vo (expressam ordem). Vamos aos itens: a) Substantivo concreto.
Em “a”, ... o acesso rápido e a quantidade de textos b) Substantivo abstrato.
fazem = presente do Indicativo c) Substantivo coletivo.
Em “b”, Na internet, basta um clique = presente do d) Substantivo próprio.
Indicativo e) Adjetivo.
Em “c”, ... após discar e fazer a ligação, não precisamos
LÍNGUA PORTUGUESA

= presente do Indicativo Resposta: Letra B


Em “d”, Pense rápido: = Imperativo O termo “oposição” é classificado – morfologicamente
Em “e”, É o que mostra também uma pesquisa = pre- – como substantivo abstrato, pois não existe por si só
sente do Indicativo – depende de outro ser para “se concretizar”.

62
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
SINTAXE: ANÁLISE SINTÁTICA DA ORAÇÃO, Cantei, dancei e depois dormi.
ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO Quero que você estude mais.
Termos da Oração

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO Termos essenciais


SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
TERMOS DA ORAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem ora-
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o ter-
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obriga- mo que estabelece concordância com o verbo.
toriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trove- O candidato está preparado.
jou muito ontem à noite. Os candidatos estão preparados.

Quanto aos tipos de frases, além da classificação em Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nomi- to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
nais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
elementos constituintes, elas podem ser classificadas a estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
partir de seu sentido global: no singular: candidato = está).
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem A função do sujeito é basicamente desempenhada
formula uma pergunta: Que dia é hoje? por substantivos, o que a torna uma função substantiva
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quais-
faz um pedido: Dê-me uma luz! quer outras palavras substantivadas (derivação impró-
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um es- pria) também podem exercer a função de sujeito.
tado afetivo: Que dia abençoado! Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo,
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A substantivo)
prova será amanhã. Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
plo: substantivo)
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: Os sujeitos são classificados a partir de dois elemen-
sujeito e predicado. tos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo
O sujeito é o termo da frase que concorda com o ver- do sujeito.
bo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara
algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é a Um sujeito é determinado quando é facilmente
parte da frase que contém “a informação nova para o ou- identificado pela concordância verbal. O sujeito determi-
vinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, nado pode ser simples ou composto.
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que possível identificar claramente a que se refere a concor-
indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não
significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
estiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos Estão gritando seu nome lá fora.
um predicado nominal (os verbos deste tipo de predica- Trabalha-se demais neste lugar.
do são os que indicam estado, conhecidos como verbos
de ligação): O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
(predicado verbal) plural; pode também ser um pronome indefinido. Abai-
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú- xo, sublinhei os núcleos dos sujeitos:
cleo é “fácil” (predicado nominal) Nós estudaremso juntos.
A humanidade é frágil.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída Ninguém se move.
por uma ou mais orações, formando um todo, com sen- O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma
LÍNGUA PORTUGUESA

tido completo. O período pode ser simples ou composto. derivação imprópria, tranformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis.
Período simples é aquele constituído por apenas
uma oração, que recebe o nome de oração absoluta. O sujeito composto é o sujeito determinado que
Chove. apresenta mais de um núcleo.
A existência é frágil. Alimentos e roupas custam caro.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. Ela e eu sabemos o conteúdo.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.

63
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a • os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo tempo em geral:
do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido Está tarde.
pela desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.

Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na se- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
gunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
pronomes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implíci- é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com ex-
to na desinência verbal “-mos” ceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na de- difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
sinência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado. Na segunda oração, “problemas” funciona como
objeto direto.
O sujeito indeterminado surge quando não se quer -
ou não se pode - identificar a que o predicado da oração As questões estavam fáceis!
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Sujeito simples = as questões
contrário, teríamos uma oração sem sujeito. Predicado = estavam fáceis
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermi-
nado de duas maneiras: Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
Sujeito = uma ideia estranha
A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que Predicado = passou-me pelo pensamento
o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
Bateram à porta; Para o estudo do predicado, é necessário verificar
Andam espalhando boatos a respeito da queda do se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado
ministro. nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se con-
siderar também se as palavras que formam o predicado
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da
ou composto: oração.
Os meninos bateram à porta. (simples)
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres
de opinião.
B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres- Predicado
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típi-
ca dos verbos que não apresentam complemento O predicado acima apresenta apenas uma palavra
direto: que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se
Precisa-se de mentes criativas. ligam direta ou indiretamente ao verbo.
Vivia-se bem naqueles tempos. A cidade está deserta.
Trata-se de casos delicados.
Sempre se está sujeito a erros. O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-
-se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como
O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o
de indeterminação do sujeito. sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta =
predicativo do sujeito).
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo pre-
dicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
mensagem está centrada no processo verbal. Os princi- significativo um verbo:
pais casos de orações sem sujeito com: Chove muito nesta época do ano.
LÍNGUA PORTUGUESA

Estudei muito hoje!


• os verbos que indicam fenômenos da natureza: Compraste a apostila?
Amanheceu.
Está trovejando. Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam
processos.

64
O predicado nominal é aquele que tem como nú- B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
cleo significativo um nome; este atribui uma qualidade de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero
ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo cansar a Vossa Senhoria.
do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a ou-
tro nome da oração por meio de um verbo (o verbo de C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a cri-
ligação). se. (sem preposição, o sentido seria outro: O povo
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, prejudica a crise)
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre-
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
do sujeito: Os dados parecem corretos. retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, Gosto de música popular brasileira.
andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como Necessito de ajuda.
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele
relacionadas. Objeto Pleonástico

A função de predicativo é exercida, normalmente, por É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
um adjetivo ou substantivo. Normalmente, as frases em que ocorrem objetos
pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- objeto, antecipado para o início da oração; em seguida,
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à repe-
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir tição que se dá o nome de objeto pleonástico.
ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto).
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig- “Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçal-
nificativo, indicando processos. É também sempre por ves Dias)
intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com
o termo a que se refere. objeto pleonástico
O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes.
Ao traidor, nada lhe devemos.
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de O termo que integra o sentido de um nome chama-se
ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: complemento nominal, que se liga ao nome que com-
um verbal e outro nominal. pleta por intermédio de preposição:
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado. A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a pala-
vra “necessária”
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Termos acessórios da oração e vocativo
Termos integrantes da oração
Os termos acessórios recebem este nome por serem
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
complemento nominal são chamados termos integrantes junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o voca-
da oração. tivo – este, sem relação sintática com outros temos da
Os complementos verbais integram o sentido dos oração.
verbos transitivos, com eles formando unidades signifi-
cativas. Estes verbos podem se relacionar com seus com- O adjunto adverbial é o termo da oração que indi-
plementos diretamente, sem a presença de preposição, ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
ou indiretamente, por intermédio de preposição. sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
O objeto direto é o complemento que se liga direta- exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei
mente ao verbo. a pé àquela velha praça.
Houve muita confusão na partida final.
Queremos sua ajuda. O adjunto adnominal é o termo acessório que de-
termina, especifica ou explica um substantivo. É uma fun-
LÍNGUA PORTUGUESA

O objeto direto preposicionado ocorre ção adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas
principalmente: que exercem o papel de adjunto adnominal na oração.
Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes co- numerais e os pronomes adjetivos.
muns referentes a pessoas: O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais. amigo de infância.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)

65
O adjunto adnominal se liga diretamente ao subs- Há dois tipos de relações que podem se estabelecer
tantivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o entre as orações de um período composto: uma relação
predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um de coordenação ou uma relação de subordinação.
verbo. Duas orações são coordenadas quando estão juntas
O poeta português deixou uma obra originalíssima. em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
O poeta deixou-a. de informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
adjunto adnominal) Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(Período Composto)
O poeta português deixou uma obra inacabada. Podemos dizer:
O poeta deixou-a inacabada. 1. Estou comprando um protetor solar.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo 2. Irei à praia.
do objeto)
Separando as duas, vemos que elas são independen-
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um tes. Tal período é classificado como Período Composto
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se por Coordenação.
relaciona apenas ao substantivo. Quanto à classificação das orações coordenadas, te-
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, Sindéticas.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um
termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, se- A) Coordenadas Assindéticas
gunda-feira, passei o dia mal-humorado. São orações coordenadas entre si e que não são li-
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tem- gadas através de nenhum conectivo. Estão apenas
po “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao justapostas.
termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Se- Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
gunda-feira passei o dia mal-humorado.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu B) Coordenadas Sindéticas
valor na oração, em: Ao contrário da anterior, são orações coordenadas
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma- entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção
nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação coordenativa, que dará à oração uma classificação. As
com o mundo. orações coordenadas sindéticas são classificadas em cin-
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas co tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
coisas: amor, arte, ação. explicativas.
C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e so-
nho, tudo forma o carnaval. Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fi-
xaram-se por muito tempo na baía anoitecida. • Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas
principais conjunções são: e, nem, não só... mas
O vocativo é um termo que serve para chamar, in- também, não só... como, assim... como.
vocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
mantendo relação sintática com outro termo da oração. Comprei o protetor solar e fui à praia.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substan-
tivos, pronomes substantivos, numerais e palavras subs- • Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas:
tantivadas esse papel na linguagem. suas principais conjunções são: mas, contudo, to-
João, venha comigo! davia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim,
Traga-me doces, minha menina! senão.
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Períodos Compostos Li tudo, porém não entendi!

Período Composto por Coordenação • Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:


suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
O período composto se caracteriza por possuir mais quer...quer; seja...seja.
de uma oração em sua composição. Sendo assim: Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) • Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas:
LÍNGUA PORTUGUESA

Estou comprando um protetor solar, depois irei à suas principais conjunções são: logo, portanto, por
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas fim, por conseguinte, consequentemente, pois (pos-
orações) posto ao verbo).
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar Passei no concurso, portanto comemorarei!
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três A situação é delicada; devemos, pois, agir.
orações).

66
• Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: Classificação das Orações Subordinadas
suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a sa- Substantivas
ber, na verdade, pois (anteposto ao verbo).
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Conforme a função que exerce no período, a oração
Domingo. subordinada substantiva pode ser:
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
Período Composto Por Subordinação verbo da oração principal:

Quero que você seja aprovado! É fundamental o seu comparecimento à reunião.


Oração principal oração subordinada Sujeito

Observe que na oração subordinada temos o verbo É fundamental que você compareça à reunião.
“seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singu- Oração Principal Oração Subordinada
lar do presente do subjuntivo, além de ser introduzida Substantiva Subjetiva
por conjunção. As orações subordinadas que apresentam
verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo FIQUE ATENTO!
do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas Observe que a oração subordinada
por conjunção, chamam-se orações desenvolvidas ou substantiva pode ser substituída pelo
explícitas. pronome “isso”. Assim, temos um período
simples:
Podemos modificar o período acima. Veja: É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Quero ser aprovado. Desta forma, a oração correspondente a
Oração Principal Oração Subordinada “isso” exercerá a função de sujeito.
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que-
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
subordinada “ser aprovado”. Observe que a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na ora-
bordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além ção principal:
disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas ora-
ções, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo • Verbos de ligação + predicativo, em construções
surge numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece
particípio) são chamadas de orações reduzidas ou implí- certo - É claro - Está evidente - Está comprovado
citas (como no exemplo acima). É bom que você compareça à minha festa.

Observação: • Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Sou-


As orações reduzidas não são introduzidas por con- be-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi
junções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual- anunciado, Ficou provado.
mente, introduzidas por preposição. Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

A) Orações Subordinadas Substantivas • Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -


A oração subordinada substantiva tem valor de subs- importar - ocorrer - acontecer
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção in- Convém que não se atrase na entrevista.
tegrante (que, se).
Observação:
Não sei se sairemos hoje. Quando a oração subordinada substantiva é subjeti-
Oração Subordinada Substantiva va, o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa
do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva 2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) tam-
bém introduzem as orações subordinadas substantivas, Todos querem sua aprovação no concurso.
LÍNGUA PORTUGUESA

bem como os advérbios interrogativos (por que, quando, Objeto Direto


onde, como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Substantiva Oração Principal Oração Subordinada
Substantiva Objetiva Direta
Não sabemos quando ele virá.
Oração Subordinada Substantiva

67
As orações subordinadas substantivas objetivas dire- 6. Apositiva = exerce função de aposto de algum ter-
tas (desenvolvidas) são iniciadas por: mo da oração principal.
• Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
“se”: A professora verificou se os alunos estavam Aposto
presentes.
• Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
vezes regidos de preposição), nas interrogações Oração subordinada
indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono substantiva apositiva reduzida de infinitivo
do carro importado.
• Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às (Fernanda tinha um grande sonho: isso)
vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas: Eu não sei por que ela fez isso. Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto
B) Orações Subordinadas Adjetivas
do verbo da oração principal. Vem precedida de
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que pos-
preposição.
sui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equiva-
Meu pai insiste em meu estudo. le. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e
Objeto Indireto exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.

Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste Esta foi uma redação bem-sucedida.
nisso) Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Indireta O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adje-
tivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos
Observação: outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na papel:
oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Subordinada Substantiva Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
Objetiva Indireta
Perceba que a conexão entre a oração subordinada
4. Completiva Nominal = completa um nome que adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
pertence à oração principal e também vem marca- feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
da por preposição. relacionar) duas orações, o pronome relativo desempe-
nha uma função sintática na oração subordinada: ocupa
Sentimos orgulho de seu comportamento. o papel que seria exercido pelo termo que o antecede
Complemento Nominal (no caso, “redação” é sujeito, então o “que” também fun-
ciona como sujeito).
Sentimos orgulho de que você se comportou. (=
Sentimos orgulho disso.)
Oração Subordinada Substantiva FIQUE ATENTO!
Completiva Nominal
Vale lembrar um recurso didático para
reconhecer o pronome relativo “que”: ele
As orações subordinadas substantivas objetivas in-
sempre pode ser substituído por: o qual -
diretas integram o sentido de um verbo, enquanto que
orações subordinadas substantivas completivas nominais a qual - os quais - as quais
integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta
outra, é necessário levar em conta o termo complemen- oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com- o qual estuda.
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
segundo, um nome.
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas

5. Predicativa = exerce papel de predicativo do su- Quando são introduzidas por um pronome relativo e
jeito do verbo da oração principal e vem sempre apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
depois do verbo ser. orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvol-
LÍNGUA PORTUGUESA

Nosso desejo era sua desistência. vidas. Além delas, existem as orações subordinadas ad-
Predicativo do Sujeito jetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome
relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apre-
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso de- sentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo,
sejo era isso) gerúndio ou particípio).
Oração Subordinada Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Substantiva Predicativa Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

68
No primeiro período, há uma oração subordinada ad- Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome Oração Subordinada Adverbial
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração su- A oração em destaque agrega uma circunstância de
bordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há prono- tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada
me relativo e seu verbo está no infinitivo. adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos
acessórios que indicam uma circunstância referente, via
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adver-
bial depende da exata compreensão da circunstância que
Na relação que estabelecem com o termo que carac- exprime.
terizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem minha vida.
ou especificam o sentido do termo a que se referem, in- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
dividualizando-o. Nestas orações não há marcação de minha vida.
pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restriti-
vas. Existem também orações que realçam um detalhe ou No primeiro período, “naquele momento” é um ad-
amplificam dados sobre o antecedente, que já se encon- junto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal
tra suficientemente definido. Estas orações denominam- “senti”. No segundo período, este papel é exercido pela
-se subordinadas adjetivas explicativas. oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração
subordinada adverbial temporal. Esta oração é desenvol-
Exemplo 1: vida, pois é introduzida por uma conjunção subordina-
tiva (quando) e apresenta uma forma verbal do modo
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria
passava naquele momento. possível reduzi-la, obtendo-se:
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de mi-
nha vida.
No período acima, observe que a oração em desta-
que restringe e particulariza o sentido da palavra “ho-
A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
mem”: trata-se de um homem específico, único. A oração
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos
é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por
os homens, mas sim àquele que estava passando naque-
uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
le momento.

Exemplo 2: Observação:
A classificação das orações subordinadas adverbiais
O homem, que se considera racional, muitas vezes é feita do mesmo modo que a classificação dos adjun-
age animalescamente. tos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa oração.

Agora, a oração em destaque não tem sentido restri- Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais
tivo em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas
explicita uma ideia que já sabemos estar contida no con- A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
ceito de “homem”. àquilo que provoca um determinado fato, ao moti-
vo do que se declara na oração principal. Principal
Saiba que: conjunção subordinativa causal: porque. Outras
A oração subordinada adjetiva explicativa é separa- conjunções e locuções causais: como (sempre in-
da da oração principal por uma pausa que, na escrita, troduzido na oração anteposta à oração principal),
é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicati- forte.
vas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. Já que você não vai, eu também não vou.

C) Orações Subordinadas Adverbiais A diferença entre a subordinada adverbial causal e a


Uma oração subordinada adverbial é aquela que sindética explicativa é que esta “explica” o fato que acon-
exerce a função de adjunto adverbial do verbo da ora- teceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apre-
LÍNGUA PORTUGUESA

ção principal. Assim, pode exprimir circunstância de tem- senta a “causa” do acontecimento expresso na oração à
po, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando qual ela se subordina. Repare:
desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções 1. Faltei à aula porque estava doente.
subordinativas (com exclusão das integrantes, que intro- 2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
duzem orações subordinadas substantivas). Classifica-se
de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa)
a introduz (assim como acontece com as coordenadas que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de
sindéticas). estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a

69
oração sublinhada relata um fato que aconteceu depois, • geralmente há omissão do verbo.
já que primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram
vermelhos. F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên- para a execução do que se declara na oração prin-
cia, é efeito do que se declara na oração principal. cipal. Principal conjunção subordinativa conforma-
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, tiva: conforme. Outras conjunções conformativas:
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas como, consoante e segundo (todas com o mesmo
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. valor de conforme).
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que Fiz o bolo conforme ensina a receita.
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou direitos iguais.
concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Redu- G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
zida de Infinitivo) se declara na oração principal. Principal conjunção
subordinativa final: a fim de. Outras conjunções
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe finais: que, porque (= para que) e a locução con-
como necessário para a realização ou não de um juntiva para que.
fato. As orações subordinadas adverbiais condicio- Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso
na oração principal. H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
Principal conjunção subordinativa condicional: se. seja, um fato simultâneo ao expresso na oração
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, des- principal. Principal locução conjuntiva subordinati-
va proporcional: à proporção que. Outras locuções
de que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que,
conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
quanto maior...(menor), quanto menor...(maior),
certamente o melhor time será campeão.
quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quan-
Caso você saia, convide-me.
to mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto
menos...(menos).
D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo
À proporção que estudávamos mais questões
da oração principal, isto é, admitem uma contra- acertávamos.
dição ou um fato inesperado. A ideia de conces- À medida que lia mais culto ficava.
são está diretamente ligada ao contraste, à quebra
de expectativa. Principal conjunção subordinativa I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
concessiva: embora. Utiliza-se também a con- expresso na oração principal, podendo exprimir
junção: conquanto e as locuções ainda que, ainda noções de simultaneidade, anterioridade ou poste-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar rioridade. Principal conjunção subordinativa tem-
de que. poral: quando. Outras conjunções subordinativas
Só irei se ele for. temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas:
A oração acima expressa uma condição: o fato de assim que, logo que, todas as vezes que, antes que,
“eu” ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. depois que, sempre que, desde que, etc.
Compare agora com: Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Irei mesmo que ele não vá. Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando ter-
minou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. Orações Reduzidas
A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
concessiva. As orações subordinadas podem vir expressas como
Observe outros exemplos: reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas
Embora fizesse calor, levei agasalho. nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem conec-
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em- tivo subordinativo que as introduza.
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo) É preciso estudar! = reduzida de infinitivo
É preciso que se estude = oração desenvolvida (pre-
E) Comparativa= As orações subordinadas adver- sença do conectivo)
LÍNGUA PORTUGUESA

biais comparativas estabelecem uma comparação


com a ação indicada pelo verbo da oração princi- Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam
pal. Principal conjunção subordinativa comparati- “desenvolvidas” – como no exemplo acima.
va: como. É preciso estudar = oração subordinada substantiva
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) subjetiva reduzida de infinitivo
Você age como criança. (age como uma criança age) É preciso que se estude = oração subordinada subs-
tantiva subjetiva

70
Orações Intercaladas Desenvolvida = tem conjunção. Ambas têm. A dife-
rença é o tempo verbal. A ação aconteceu (foi usada
São orações independentes encaixadas na sequên- para criar): Ou seja, foi usada para que se criasse uma
cia do período, utilizadas para um esclarecimento, um desigualdade social.
aparte, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou
travessões. 3. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
Nós – continuava o relator – já abordamos este – FGV-2017) Uma manchete do Estado de São Paulo,
assunto. 10/04/2017, dizia o seguinte: “Atentados contra cristãos
matam 44 no Egito e país decreta emergência”. As duas
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA orações desse período mantêm entre si a seguinte rela-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa ção lógica:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, a) causa e consequência;
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira b) informação e comprovação;
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – c) fato e exemplificação;
São Paulo: Saraiva, 2002. d) afirmação e explicação;
e) tese e argumentação.
SITE
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ Resposta: Letra A
aulas/portugues/frase-periodo-e-oracao> Atentados contra cristãos matam 44 no Egito e país de-
creta emergência = devido aos atentados (causa), o
país decretou emergência (consequência).
EXERCÍCIOS COMENTADOS 4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATI-
VO – FGV-2017) “Com as novas medidas para evitar a
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) abstenção, o governo espera uma economia vultosa no
“Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio) A Enem”. A oração reduzida “para evitar a abstenção” pode
forma de oração desenvolvida adequada corresponden- ser adequadamente substituída pela seguinte oração
te à oração sublinhada acima é: desenvolvida:

a) relembrarmos este dia; a) para que se evitasse a abstenção;


b) a relembrança deste dia; b) a fim de que a abstenção fosse evitada;
c) que relembremos este dia; c) para que se evite a abstenção;
d) que relembrássemos este dia; d) a fim de evitar-se a abstenção;
e) uma nova lembrança deste dia. e) evitando-se a abstenção.

Resposta: Letra C Resposta: Letra C


Em “c”: que relembremos este dia; Em “a”: para que se evitasse a abstenção;
Em “d”: que relembrássemos este dia; Em “b”: a fim de que a abstenção fosse evitada;
Em uma oração desenvolvida há a presença de con- Em “c”: para que se evite a abstenção;
junção. Ambos os itens têm, mas temos que fazer a Desenvolvida tem conjunção. O período traz “para evi-
correlação verbal com o período da oração reduzida tar a abstenção” = hipótese. A forma correta é: “com as
novas medidas para que se evite a abstenção”.
(o verbo nos dá uma hipótese – talvez seja bom relem-
brar). Portanto, a forma correta é: Talvez um dia seja
5. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
bom que relembremos este dia.
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) Assinale a opção em que
o termo sublinhado funciona como sujeito.
2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGIS-
LATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Ou seja, foi usada
a) “Em um regime de liberdades, há sempre o risco de
para criar uma desigualdade social...”; se modificarmos a
excessos”.
oração reduzida de infinitivo por uma oração desenvolvi- b) “Sempre há, também, o oportunismo político-ideoló-
da, a forma adequada seria: gico para se aproveitar da crise”.
c) “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, me-
a) para a criação de uma desigualdade social; lhor, ...”.
b) para que se criasse uma desigualdade social; d) “A greve atravessou vários sinais ao estrangular as
LÍNGUA PORTUGUESA

c) para que se crie uma desigualdade social; vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo
d) para a criatividade de uma desigualdade social; funcionando”.
e) para criarem uma desigualdade social. e) “Numa democracia, é livre a expressão”.
Resposta: Letra B Resposta: Letra C
Em “b”: para que se criasse uma desigualdade social; Em “a”: há sempre o risco de excessos = objeto direto
Em “c”: para que se crie uma desigualdade social; Em “b”: “Sempre há, também, o oportunismo político-
-ideológico = objeto direto

71
Em “c”: “Não faltam, também, os arautos do quanto Resposta: Letra C
pior, melhor = sujeito “Ocupava uma sala” = transitivo direto
Em “d”: que mantêm o sistema produtivo funcionando Em “a”: A capacidade de computação duplicou = ver-
= objeto direto bo intransitivo
Em “e”: é livre a expressão = predicativo do sujeito Em “b”: que deriva da informação = transitivo indireto
Em “c”: que reduz as barreiras = transitivo direto
6. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO JUDI- Em “d”: do que era nos anos 70 = verbo de ligação
CIÁRIA – IBFC-2017 - ADAPTADA) “A resposta que lhe Em “e”: atualmente, 200 gigabytes cabem = verbo
daria seria: ‘Essa estória não aconteceu nunca para que intransitivo
aconteça sempre... ’” O pronome destacado cumpre papel
coesivo, mas também sintático na oração. Assim, sintati- 9. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) “Tenho
camente, ele deve ser classificado como: comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da
internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação
a) adjunto adnominal. específica que coíba não somente os usos mas os abusos
b) objeto direto. deste importante e eficaz veículo de comunicação”. Sobre
c) complemento nominal. as ocorrências do vocábulo que, nesse segmento do tex-
d) objeto indireto. to, é correto afirmar que:
e) predicativo.
a) são pronomes relativos com o mesmo antecedente;
Resposta: Letra D b) exemplificam classes gramaticais diferentes;
O verbo “dar” é bitransitivo (transitivo direto e indire- c) mostram diferentes funções sintáticas;
to): Quem dá, dá algo (direto) a alguém (indireto). No d) são da mesma classe gramatical e da mesma função
caso: resposta (objeto direto) / lhe (objeto indireto = sintática;
a ele[a]) e) iniciam o mesmo tipo de oração subordinada.
GABARITO OFICIAL: D
Resposta: Letra D
7. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
“Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas,
TRATIVA – AOCP-2015) Em “Ele diz que vota desde os
os usos da internet, que (= a qual) se ressente ainda da
18, quando ainda era jovem e morava em Minas Gerais,
falta de uma legislação específica que (= a qual) coíba
sua terra natal...”, a expressão em destaque
não somente os usos mas os abusos deste importante
e eficaz veículo de comunicação” = ambos podem ser
a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da
oração por tratar-se de um termo essencial. substituídos por “a qual”, portanto são pronomes re-
b) exerce função de aposto e pode ser excluída da oração lativos (pertencem à mesma classe gramatical); o 1.º
por tratar-se de um termo acessório. inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa; o
c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da 2.º, adjetiva restritiva.
oração por tratar-se de um termo essencial.
d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um 10. (TRE-RJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
termo acessório. TRATIVA – CONSULPLAN-2017) Analise as afirmações
e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um ter- apresentadas a seguir.
mo acessório. I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a
oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva
Resposta: Letra B explicativa.
A expressão destacada exerce a função de aposto – II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o dimi-
uma informação a mais sobre o termo citado anterior- nutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como
mente (no caso, Minas Gerais). É um termo acessório, sujeito da locução verbal “ter surgido”.
podendo ser retirado do período sem prejudicar a III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada
coerência. é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é
8. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – INFOR- que você exploda.”, a oração destacada é uma oração
MÁTICA – FCC-2014) subordinada adverbial causal.
Em 1980, um gigabyte de dados armazenados ocupava
uma sala... Estão corretas apenas as afirmativas
O verbo que exige complemento tal como o sublinhado
acima está em: a) I e II.
b) II e III.
LÍNGUA PORTUGUESA

a) A capacidade de computação duplicou a cada 18 me- c) III e IV.


ses nos últimos 20 anos ... d) I, II e IV.
b) ... que deriva da informação.
c) ... que reduz as barreiras ao acesso. Resposta: Letra B
d) ... do que era nos anos 70. Em “I” - “Existe alguma hora que não seja de reló-
e) ... atualmente, 200 gigabytes cabem no bolso de uma gio?”, a oração sublinhada é uma oração subordinada
camisa. adjetiva explicativa = substituindo “que” por “a qual”,

72
continua com sentido, então é pronome relativo – pre- • Separa partes de frases que já estão separadas por
sente nas adjetivas, mas no período em questão te- vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; ou-
mos uma restritiva = incorreta tros, montanhas, frio e cobertor.
Em “II” - tem surgido, cada vez mais frequente, o di-
minutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua • Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
como sujeito da locução verbal “ter surgido” = correta tivos, decreto de lei, etc.
Em “III” - “Não pense que para por aí [...]”, a oração Ir ao supermercado;
sublinhada é uma oração subordinada substantiva ob- Pegar as crianças na escola;
jetiva direta = correta Caminhada na praia;
Em “IV” - se te chamarem de ‘queridinho’, a oração Reunião com amigos.
destacada é uma oração subordinada adverbial causal
= adverbial condicional (“se”) = incorreta C) Dois pontos (:)

• Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio Cou-


tinho trata este assunto:
• Antes de um aposto = Três coisas não me agradam:
PONTUAÇÃO
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
• Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es-
tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que a rotina de sempre.
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. • Em frases de estilo direto
Um texto escrito adquire diferentes significados quando Maria perguntou:
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação - Por que você não toma uma decisão?
depende, em certos momentos, da intenção do autor do
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamen- D) Ponto de Exclamação (!)
te relacionados ao contexto e ao interlocutor.
• Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
Principais funções dos sinais de pontuação susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me ca-
sar com você!
A) Ponto (.)
• Depois de interjeições ou vocativos
• Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ai! Que susto!
cerrando o período. João! Há quanto tempo!

• Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- E) Ponto de Interrogação (?)
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final
de período, este não receberá outro ponto; neste • Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur
de período. Exemplo: Estudei português, matemári- Azevedo)
ca, constitucional, etc. (e não “etc..”)
F) Reticências (...)
• Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
ponto, assim como após o nome do autor de uma • Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
citação: canetas, cadernos...
Haverá eleições em outubro • Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napo- dizer... é verdad... Ah!”
leão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) • Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
mal... pega doutor?
• Os números que identificam o ano não utilizam pon- • Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
to nem devem ter espaço a separá-los, bem como depois, o coração falar...
os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
G) Vírgula (,)
B) Ponto e Vírgula (;)
LÍNGUA PORTUGUESA

Não se usa vírgula


• Separa várias partes do discurso, que têm a mesma Separando termos que, do ponto de vista sintático,
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ligam-se diretamente entre si:
ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos genero-
sos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão 1. Entre sujeito e predicado:
pelo pão a alma...” (VIEIRA) Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

73
2. Entre o verbo e seus objetos: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
V.T.D.I. O.D. O.I. char - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Usa-se a vírgula: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Para marcar intercalação:
A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua SITE
abundância, vem caindo de preço. Disponível em: <http://www.infoescola.com/
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Es- portugues/pontuacao/>
tão produzindo, todavia, altas quantidades de Disponível em: <http://www.brasilescola.com/gra-
alimentos. matica/uso-da-virgula.htm>
C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto
é, não querem abrir mão dos lucros altos.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
2. Para marcar inversão:
A) do adjunto adverbial (colocado no início da ora- 1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
ção): Depois das sete horas, todo o comércio está de O enunciado em que a vírgula foi empregada em desa-
portas fechadas. cordo com as regras de pontuação é
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a pro-
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de dução de dinheiro fosse também limitada.
maio de 1982. b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o
padrão-ouro.
3. Para separar entre si elementos coordenados c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é
(dispostos em enumeração): criado assim, inventado em canetaços a partir da con-
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. cessão de empréstimos.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
animais. moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante.
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abun-
4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós que- dante porque é gerada pela simples manipulação de
remos comer pizza; e vocês, churrasco. bancos de dados.

5. Para isolar: Resposta: Letra E


A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole bra- O enunciado pede a alternativa em desacordo:
sileira, possui um trânsito caótico. Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. que a produção de dinheiro fosse também limitada
= correta
Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o
Observações:
padrão-ouro = correta
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres-
Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no
são latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria
mundo é criado assim, inventado em canetaços a par-
dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o
tir da concessão de empréstimos = correta
acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empre-
Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona
guemos etc. predecido de vírgula: Falamos de política,
com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e
futebol, lazer, etc.
abundante = correta
As perguntas que denotam surpresa podem ter com- Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá-la,
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: (X) e abundante porque é gerada pela simples mani-
Você falou isso para ela?! pulação de bancos de dados = incorreta - a vírgula
pode ser utilizada antes da conjunção “e”, desde que
Temos, ainda, sinais distintivos: haja mudança de sujeito, por exemplo (o que não
• a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separa- acontece na questão)
ção de siglas (IOF/UPC); GABARITO OFICIAL: E
• os colchetes ([ ]) = usados em transcrições fei-
tas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como pri-
LÍNGUA PORTUGUESA

2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO


meira opção aos parênteses, principalmente na GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018)
matemática;
• o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma Texto 1
nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir
um nome que não se quer mencionar. Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018,
com o nome Erros do passado, o articulista Paulo Gue-
des escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e

74
previdenciário brasileiros são politicamente anacrônicos, Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcio-
economicamente desastrosos e socialmente perversos. nário , embora competente, nem sempre conseguia
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados resolvê-los.
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista de Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem
Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos pro- avançando, o sentimento geral, às vezes, era de frus-
gramas socialdemocratas, são hoje armas de destruição tração.= correta
em massa de empregos locais em meio à competição Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da
global. Reduzem a competitividade das empresas, fabri- letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
cam desigualdades sociais, dissipam em consumo cor- Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais
rente a poupança compulsória dos encargos recolhidos, são urgentes , mas há quem não perceba esse fato,
derrubam o crescimento da economia e solapam o valor que é evidente.
futuro das aposentadorias”. (adaptado)
4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na Ale-
RIO-2018) De acordo com a norma-padrão da língua
manha imperial de Bismarck e na Itália fascista de Musso-
portuguesa, a pontuação está corretamente empregada
lini – têm a finalidade textual de:
em:
a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado;
b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quan-
trabalhista e previdenciário; do atendem, de forma voluntária, aos funcionários e
c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História; à comunidade em geral, pode ser definido como res-
d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário ponsabilidade social.
por serem muito antigos; b) As empresas que optam por encampar a prática da
e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado. responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir
uma melhor imagem no mercado.
Resposta: Letra B c) A noção de responsabilidade social foi muito utiliza-
Arquitetados de início em sistemas políticos fecha- da em campanhas publicitárias: por isso, as empresas
dos (na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália precisam relacionar-se melhor, com a sociedade.
fascista de Mussolini) = os termos entre parênteses d) A responsabilidade social explora um leque abrangen-
servem para se referir aos sistemas políticos fechados, te de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de
exemplificando-os. vida o bem-estar dos trabalhadores, a redução de im-
Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do pactos negativos, no meio ambiente.
passado = incorreta e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem
Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e a
regimes trabalhista e previdenciário = correta geração de empregos não a preocupação com a so-
Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da ciedade como um todo.
História = incorreta
Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e previ- Resposta: Letra A
denciário por serem muito antigos = incorreta Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as
Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do pas- inclusões:
sado = incorreta Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas,
quando atendem, de forma voluntária, aos funcioná-
3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE DA-
rios e à comunidade em geral, pode ser definido como
DOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a vírgula
responsabilidade social = correta
está corretamente empregada.
Em “b”: As empresas que optam por encampar a prá-
a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode tica da responsabilidade social, (X) beneficiam-se de
ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter. conseguir uma melhor imagem no mercado.
b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora Em “c”: A noção de responsabilidade social foi mui-
competente, nem sempre conseguia resolvê-los. to utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso,
c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançan- as empresas precisam relacionar-se melhor, (X) com a
do, o sentimento geral, às vezes, era de frustração. sociedade.
d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, mui- Em “d”: A responsabilidade social explora um leque
tos sofreriam sanções diariamente. abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) ,
e) O tempo não para as transformações sociais são ur- a qualidade de vida , o bem-estar dos trabalhadores,
gentes mas há quem não perceba esse fato, que é (X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio
LÍNGUA PORTUGUESA

evidente. ambiente.
Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social de-
Resposta: Letra C fendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é
Indiquei com (X) os lugares inadequados e acrescentei o lucro e a geração de empregos , não a preocupação
a pontuação que faltou: com a sociedade como um todo.
Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente brasi- GABARITO OFICIAL: A
leira , pode ser considerado, sem dúvida, um desvio
de caráter.

75
5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014)
REGÊNCIA E CONCORDÂNCIA

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Dá-se o nome de regência à relação de subordina-


ção que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um
nome (regência nominal) e seus complementos.

Regência Verbal = Termo Regente: VERBO


(Folha de S.Paulo, 03.01.2014. Adaptado)
A regência verbal estuda a relação que se estabele-
De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadri- ce entre os verbos e os termos que os complementam
nho, na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula, (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (ad-
obrigatoriamente, juntos adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma
regência, o que corresponde à diversidade de significa-
a) antes da palavra “olho”. dos que estes verbos podem adquirir dependendo do
b) antes da palavra “e”. contexto em que forem empregados.
c) depois da palavra “evitar”.
d) antes da palavra “evitar”. A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
e) depois da palavra “e”. contentar.
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
Resposta: Letra C agrado ou prazer”, satisfazer.
“Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala
com o doutor (vocativo); portanto, presença obriga- Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
tória de vírgula após o verbo “evitar”. “agradar a alguém”.

6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO – VU- O conhecimento do uso adequado das preposições
NESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo do texto é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência
– Nas escolas da Catalunha, a separação da Espanha tem verbal (e também nominal). As preposições são capazes
apoio maciço. É uma situação que contrasta com outros de modificar completamente o sentido daquilo que está
lugares de Barcelona, uma cidade que vive hoje em sendo dito.
duas dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas,
que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade, … Cheguei ao metrô.
–, empregam-se as vírgulas para separar as expressões Cheguei no metrô.
destacadas porque elas
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
a) acrescem às informações precedentes comentários
que lhes ampliam o sentido.
A voluntária distribuía leite às crianças.
b) sintetizam as ideias centrais das informações
A voluntária distribuía leite com as crianças.
precedentes.
c) apresentam informações que se opõem às informa-
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi emprega-
ções precedentes.
do como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto
d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o (objeto indireto: às crianças); na segunda, como transiti-
correto matiz semântico. vo direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjun-
e) estabelecem certas restrições de sentido às informa- to adverbial).
ções precedentes. Para estudar a regência verbal, agruparemos os ver-
bos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é
Resposta: Letra A um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de dife-
É uma situação que contrasta com outros lugares de rentes formas em frases distintas.
Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas di-
mensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, que A) Verbos Intransitivos
se cotovelam nos pontos turísticos da cidade Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
LÍNGUA PORTUGUESA

Os períodos destacados acrescentam informações aos importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
termos citados anteriormente. aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.

Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos ad-
verbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas
para indicar destino ou direção são: a, para.

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Fui ao teatro. Consistir - Tem complemento introduzido pela pre-
Adjunto Adverbial de Lugar posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em di-
reitos iguais para todos.
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
mentos introduzidos pela preposição “a”:
Comparecer Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido Eles desobedeceram às leis do trânsito.
por em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o Responder - Tem complemento introduzido pela
último jogo. preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para in-
dicar “a quem” ou “ao que” se responde.
B) Verbos Transitivos Diretos Respondi ao meu patrão.
Os verbos transitivos diretos são complementados Respondemos às perguntas.
por objetos diretos. Isso significa que não exigem prepo- Respondeu-lhe à altura.
sição para o estabelecimento da relação de regência. Ao
empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes Observação:
oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, analítica:
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), O questionário foi respondido corretamente.
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, Todas as perguntas foram respondidas
objetos indiretos. satisfatoriamente.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus comple-
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, au- mentos introduzidos pela preposição “com”.
xiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, Antipatizo com aquela apresentadora.
defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, pre- Simpatizo com os que condenam os políticos que go-
judicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, vernam para uma minoria privilegiada.
visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o. Os verbos transitivos diretos e indiretos são acom-
Amo aquela moça. / Amo-a. panhados de um objeto direto e um indireto. Merecem
Amam aquele rapaz. / Amam-no. destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. verbos que apresentam objeto direto relacionado a coi-
sas e objeto indireto relacionado a pessoas.
Observação:
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos Agradeço aos ouvintes a audiência.
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Objeto Indireto Objeto Direto
adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Paguei o débito ao cobrador.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua Objeto Direto Objeto Indireto
carreira)
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
humor) com particular cuidado:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
C) Verbos Transitivos Indiretos Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Os verbos transitivos indiretos são complementados Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
gem uma preposição para o estabelecimento da relação Paguei minhas contas. / Paguei-as.
de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
terceira pessoa que podem atuar como objetos indire-
tos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se Informar
LÍNGUA PORTUGUESA

utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
que não representam pessoas, usam-se pronomes oblí- Informe os novos preços aos clientes.
quos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no-
pronomes átonos lhe, lhes. vos preços)

Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: Na utilização de pronomes como complementos, veja
as construções:

77
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos Agradar
preços. Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou nhos, acariciar, fazer as vontades de.
sobre eles) Sempre agrada o filho quando.
Aquele comerciante agrada os clientes.
Observação:
A mesma regência do verbo informar é usada para os Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
introduzido pela preposição “a”.
Comparar O cantor não agradou aos presentes.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite O cantor não lhes agradou.
as preposições “a” ou “com” para introduzir o comple-
mento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indire-
o) de uma criança. to: O cantor desagradou à plateia.

Pedir Aspirar
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, ins-
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto pirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
de pessoa.
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
Pedi-lhe favores. como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (As-
Objeto Indireto Objeto Direto pirávamos a ele)

Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes-
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são
Objeto Indireto Oração Subordinada Substan-
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
tiva Objetiva Direta
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Aspiravam a ela)
A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na lín-
Assistir
gua culta. No entanto, é considerada correta quando a
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
palavra licença estiver subentendida.
tar assistência a, auxiliar.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
casa. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” intro- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-
duz uma oração subordinada adverbial final reduzida de ciar, estar presente, caber, pertencer.
infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Preferir Essa lei assiste ao inquilino.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto
indireto introduzido pela preposição “a”: No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
Prefiro trem a ônibus. lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
conturbada cidade.
Observação:
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem Chamar
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil ve- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so-
zes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo licitar a atenção ou a presença de.
prefixo existente no próprio verbo (pre). Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá
chamá-la.
Mudança de Transitividade - Mudança de Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
Significado
Há verbos que, de acordo com a mudança de transi- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
tividade, apresentam mudança de significado. O conhe- apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre-
cimento das diferentes regências desses verbos é um re- dicativo preposicionado ou não.
LÍNGUA PORTUGUESA

curso linguístico muito importante, pois além de permitir A torcida chamou o jogador mercenário.
a correta interpretação de passagens escritas, oferece A torcida chamou ao jogador mercenário.
possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Den- A torcida chamou o jogador de mercenário.
tre os principais, estão: A torcida chamou ao jogador de mercenário.

Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:


Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.

78
Custar O avião procede de Maceió.
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado Procedeu-se aos exames.
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver- O delegado procederá ao inquérito.
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Querer
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransiti- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
vo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração vontade de, cobiçar.
reduzida de infinitivo. Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
Muito custa viver tão longe da família.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Custou-me (a mim) crer nisso. Visar


Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
A Gramática Normativa condena as construções que O gerente não quis visar o cheque.
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
pessoa: Custei para entender o problema. No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
= Forma correta: Custou-me entender o problema. objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Implicar Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-es-
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: tar público.
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
implicavam um firme propósito. Esquecer – Lembrar
B) ter como consequência, trazer como consequência, Lembrar algo – esquecer algo
acarretar, provocar: Uma ação implica reação. Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo
(pronominal)
Como transitivo direto e indireto, significa compro-
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
econômicas. exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o
livro.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti- No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc)
vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com e exigem complemento com a preposição “de”. São, por-
quem não trabalhasse arduamente. tanto, transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Namorar Eu me esqueci da chave.
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois Eles se esqueceram da prova.
anos. Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Obedecer - Desobedecer Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Proceder Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa momentos é sujeito)
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
adverbial de modo. Simpatizar - Antipatizar
LÍNGUA PORTUGUESA

As afirmações da testemunha procediam, não havia São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
como refutá-las. Não simpatizei com os jurados.
Você procede muito mal. Simpatizei com os alunos.

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- Importante:


sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introdu- A norma culta exige que os verbos e expressões que
zido pela preposição “a”) é transitivo indireto. dão ideia de movimento sejam usados com a preposição
“a”:

79
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; pa-
ralelamente a; relativa a; relativamente a.
LÍNGUA PORTUGUESA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE

80
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se- c) Podemos esperar um futuro melhor
coes/sint/sint61.php> d) Podemos esperar porquanto um futuro melhor
e) Podemos esperar todavia um futuro melhor

Resposta: Letra C
Em “a”: Podemos esperar para um futuro melhor = po-
EXERCÍCIOS COMENTADOS demos esperar o quê?
Em “b”: Podemos esperar com um futuro melhor = po-
1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO demos esperar o quê?
– CESGRANRIO-2018) Em “c”: Podemos esperar um futuro melhor = correta
Em “d”: Podemos esperar porquanto um futuro me-
O ano da esperança lhor = sentido de “porque”
Em “e”: Podemos esperar todavia um futuro melhor =
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos conjunção adversativa (ideia contrária à apresentada
desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás anteriormente)
do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de A única frase correta – e coerente - é podemos esperar
amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinhei- um futuro melhor.
ro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a
consciência de que era uma doação. A situação foi pio- 2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
rando. Os argumentos também. No início era para pagar GRANRIO-2018) Considere a seguinte frase: “Os lança-
a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. mentos tecnológicos a que o autor se refere podem re-
Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso. Ajudava
sultar em comportamentos impulsivos nos consumidores
um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que so-
desses produtos”. A utilização da preposição destacada
freu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia.
a é obrigatória para atender às exigências da regência
Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações,
remédios. A situação piorando, eu já estava encomen- do verbo “referir-se”, de acordo com a norma-padrão da
dando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, língua portuguesa. É também obrigatório o uso de uma
no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamen- preposição antecedendo o pronome que destacado em:
te. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até
que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu a) Os consumidores, ao adquirirem um produto que qua-
não ajudava mais. se ninguém possui, recém-lançado no mercado, pas-
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita sam a ter uma sensação de superioridade.
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca b) Muitos aparelhos difundidos no mercado nem sempre
conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter trazem novidades que justifiquem seu preço elevado
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o em- em relação ao modelo anterior.
prego após o suposto acidente. Foi por isso que me dei- c) O estudo de mapeamento cerebral que o pesquisador
xei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde realizou foi importante para mostrar que o vício em
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As novidades tecnológicas cresce cada vez mais.
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a d) O hormônio chamado dopamina é responsável por
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. causar sensações de prazer que levam as pessoas a se
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos sentirem recompensadas.
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão sur- e) As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito mais
gir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça do que o seu orçamento permite em aparelhos que
de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova elas não necessitam.
consciência para votar. Como? Num mundo em que as
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites Resposta: Letra E
servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram Em “a”: Os consumidores, ao adquirirem um pro-
cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já duto que (= o qual) quase ninguém possui, recém-
inventaram casos de amor, tramas nas novelas que escre- -lançado no mercado, passam a ter uma sensação de
vo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso
superioridade.
ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama.
Em “b”: Muitos aparelhos difundidos no mercado nem
Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da
sempre trazem novidades que (= as quais) justifiquem
internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo. seu preço elevado em relação ao modelo anterior.
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. Em “c”: O estudo de mapeamento cerebral que (= o
2017, p.97. Adaptado. qual) o pesquisador realizou foi importante para mos-
trar que o vício em novidades tecnológicas cresce
LÍNGUA PORTUGUESA

Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro me- cada vez mais.
lhor”. Respeitando-se as regras da norma-padrão e con- Em “d”: O hormônio chamado dopamina é responsá-
servando-se o conteúdo informacional, o trecho acima vel por causar sensações de prazer que (= as quais)
está corretamente reescrito em: levam as pessoas a se sentirem recompensadas.
Em “e”: As pessoas, na maioria das vezes, gastam mui-
a) Podemos esperar para um futuro melhor to mais do que o seu orçamento permite em apare-
b) Podemos esperar com um futuro melhor lhos de que (= das quais) elas não necessitam.

81
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) 5. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA)
A pobreza é um dos fatores mais comumente respon- Na passagem – ... e ausência de candidatos para preen-
sáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano chê-las. –, substituindo-se o verbo preencher por concor-
e pela origem de uma série de mazelas, algumas das rer e atendendo-se à norma-padrão, obtém-se:
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso
do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas a) … e ausência de candidatos para concorrer a elas.
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde b) … e ausência de candidatos para concorrer à elas.
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga c) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes.
crianças e adolescentes a participarem do processo de d) … e ausência de candidatos para concorrê-las.
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem e) … e ausência de candidatos para lhes concorrer.
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Resposta: Letra A
Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infan- Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não
til foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradica- temos acento indicativo de crase antes de pronome
do, ele continua sendo grave problema nos países mais pessoal; quando temos um verbo no infinitivo, po-
pobres. demos usar a construção: verbo + preposição + pro-
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações). nome pessoal. Por exemplo: Dar a eles (ao invés de
“dar-lhes”).
O emprego de preposição em “a participarem” é exigido
pela regência da forma verbal “obriga”.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO
ESTUDO DA CRASE

Resposta: Certo
(...) o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem,
obriga crianças e adolescentes a participarem = CRASE
quem obriga, obriga alguém (crianças e adolescentes –
objeto direto) a algo (a participarem – objeto indireto: A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
com preposição – no caso, uma oração com a função idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
de objeto indireto). com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos
pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo
e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as
4. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2013)
quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demar-
Considerando as regras de regência verbal, assinale a al-
cada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo,
ternativa correta.
à qual, às quais.
O uso do acento indicativo de crase está condiciona-
a) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo
do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal
comentou de que o livro estava acabando.
e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
b) Enquanto seu amigo continua encomendando livros
regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
de papel, o autor aderiu o livro digital. que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
c) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair termo regido é aquele que completa o sentido do termo
para jantar. regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
d) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
armazenar livros e CDs. contratada recentemente.
e) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve Após a junção da preposição com o artigo (destaca-
foi o número de estantes. dos entre parênteses), temos:
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contrata-
da recentemente.
Resposta: Letra C
Em “a”: Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o O verbo referir, de acordo com sua transitividade,
amigo comentou de (X) que = comentou que classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos
Em “b”: Enquanto seu amigo continua encomendando referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposi-
livros de papel, o autor aderiu o = aderiu ao ção a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a +
Em “c”: Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer o pronome demonstrativo aquela (àquela).
seria sair para jantar = correta
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “d”: As estantes que o autor aludiu = às quais/a Observações importantes:


que Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
Em “e”: O único detalhe do apartamento que o amigo confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
se ateve = ao qual/ a que
• Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
crase está confirmada.

82
Os dados foram solicitados à diretora. Casos passíveis de nota:
Os dados foram solicitados ao diretor.
• A crase é facultativa diante de nomes próprios femi-
• No caso de nomes próprios geográficos, substitui- ninos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resul- • Também é facultativa diante de pronomes posses-
te na expressão “voltar da”, há a confirmação da sivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua
crase. empresa.
Faremos uma visita à Bahia. • Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja fi-
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) cará aberta até as (às) dezoito horas.
• Constata-se o uso da crase se as locuções prepo-
Não me esqueço da viagem a Roma. sitivas à moda de, à maneira de apresentarem-se
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
mais vividos. Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à
moda de Luís XV)
• Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
FIQUE ATENTO! verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, ob-
Nas situações em que o nome geográfico servamos a queima de fogos a distância.
se apresentar modificado por um adjunto Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
adnominal, a crase está confirmada. uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedes-
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades tre foi arremessado à distância de cem metros.
de suas praias.
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; • De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: -, faz-se necessário o emprego da crase.
Vou a Campinas. = Volto de Campinas. Ensino à distância.
(crase pra quê?) Ensino a distância.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
• Em locuções adverbiais formadas por palavras repe-
tidas, não há ocorrência da crase.
Quando o nome de lugar estiver especificado, ocor- Ela ficou frente a frente com o agressor.
rerá crase. Veja: Eu o seguirei passo a passo.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Casos em que não se admite o emprego da crase:
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Antes de vocábulos masculinos.
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo Esta caneta pertence a Pedro.
regente exigir complemento regido da preposição “a”.
Entregamos a encomenda àquela menina. Antes de verbos no infinitivo.
(preposição + pronome demonstrativo) Ele estava a cantar.
Começou a chover.
Iremos àquela reunião.
(preposição + pronome demonstrativo) Antes de numeral.
O número de aprovados chegou a cem.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando Faremos uma visita a dez países.
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
(preposição + pronome demonstrativo) Observações:
• Nos casos em que o numeral indicar horas – fun-
A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad- cionando como uma locução adverbial feminina –
verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento ocorrerá crase: Os passageiros partirão às dezenove
grave: horas.
• locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
• Diante de numerais ordinais femininos a crase está
pressas, à vontade...
confirmada, visto que estes não podem ser empre-
• locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro-
gados sem o artigo: As saudações foram direciona-
cura de...
das à primeira aluna da classe.
• locuções conjuntivas: à proporção que, à medida
LÍNGUA PORTUGUESA

• Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando


que.
essa não se apresentar determinada: Chegamos to-
dos exaustos a casa.
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
Eu adoro a noite! adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer exaustos à casa de Marcela.
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
preposição.

83
• Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa Em “c”, tinha um comportamento indiferente à qual-
indicar chão firme: Quando os navegantes regressa- quer influência = a qualquer (antes de pronome
ram a terra, já era noite. indefinido)
Contudo, se o termo estiver precedido por um de- Em “d”, refere-se à uma maneira = a uma (antes de
terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. artigo indefinido)
Paulo viajou rumo à sua terra natal. Em “e”, O personagem revelou à pessoa com quem
O astronauta voltou à Terra. conversava que jogava o tempo fora = revelou o quê?
que jogava o tempo fora; revelou a quem? à pessoa
• Não ocorre crase antes de pronomes que requerem (objeto indireto, com preposição) = correta.
o uso do artigo.
Os livros foram entregues a mim. 2. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)
Dei a ela a merecida recompensa. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
mente, as lacunas do texto a seguir.
• Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendi-
senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o mento _____ presos da Casa de Detenção, em São Paulo,
uso da crase está confirmado no “a” que os antece- o médico oncologista Drauzio Varella chega ao fim de
de, no caso de o termo regente exigir a preposição. uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Es-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. tação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas
daquela que foi ________maior prisão da América Latina,
• Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que tra-
em sentido genérico ou indeterminado: balham no sistema prisional, Varella agora faz um retrato
Estamos sujeitos a críticas. das detentas da Penitenciária Feminina da Capital, tam-
Refiro-me a conversas paralelas. bém na capital paulista, onde cumprem pena mais de
duas mil mulheres.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (https://oglobo.globo.com. Adaptado)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. a) à … às … a
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- b) a … as … a
char. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. c) a … às … a
– São Paulo: Saraiva, 2010. d) à … às … à
e) a … as … à
SITE
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/gra-
matica/o-uso-crase-.html> Resposta: Letra B
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de aten-
dimento a (preposição – regência nominal de “atendi-
mento”, mas sem acento grave por estar diante de pa-
lavra masculina) presos da Casa de Detenção, em São
EXERCÍCIOS COMENTADOS Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao
fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois
1. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - de “Estação Carandiru” (1999), que mostra as (objeto
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) O acento direto do verbo “mostrar”) entranhas daquela que foi a
indicativo de crase está empregado corretamente em: (artigo definido) maior prisão da América Latina, e de
“Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que traba-
a) O personagem evita considerar à internet responsável lham no sistema prisional, Varella agora faz um retra-
por suas atitudes. to das detentas da Penitenciária Feminina da Capital,
b) O personagem reconheceu que já tinha uma propen- também na capital paulista, onde cumprem pena mais
são à jogar o tempo fora. de duas mil mulheres.
c) O personagem tinha um comportamento indiferente à Teremos: a / as / a.
qualquer influência da internet.
d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar
com relação ao tempo. 3. (CÂMARA MUNICIPAL DE DOIS CÓRREGOS-SP -
e) O personagem revelou à pessoa com quem conversa- OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO – VU-
va que jogava o tempo fora. NESP-2018) Assinale a alternativa em que o acento indi-
cativo de crase está empregado corretamente.
LÍNGUA PORTUGUESA

Resposta: Letra E
Aos itens: a) Algumas pessoas com supermemória chegam à sofrer
Em “a”, evita considerar à internet = a internet (objeto com dores de cabeça.
direto) b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à episó-
Em “b”, tinha uma propensão à jogar = a jogar (sem dios de nosso passado.
acento grave indicativo de crase antes de verbo no c) Lembrar-se do passado pode ser uma tarefa muito di-
infinitivo) fícil à determinadas pessoas.

84
d) Ela referiu-se à vontade de esquecer completamente Para os autores do documento, a primeira Era Dourada
os momentos dolorosos. aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo eles, a atual co-
e) Ao nos atermos à uma experiência ruim, desconsidera- meçou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10
mos o que ela traz de bom. a 20 anos, prolongada pelo desempenho econômico da
Ásia e de negócios ligados ________ tecnologia.
Resposta: Letra D (IstoÉ, 15.11.2017. Adaptado)
Aos itens:
Em “a”, chegam à sofrer = a sofrer (antes de verbo no Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do
infinitivo não se usa acento grave) texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
Em “b”, que nos fazem voltar à episódios = a episó-
dios (palavra masculina e no plural) a) a … a … a
Em “c”, pode ser uma tarefa muito difícil à determina- b) à … à … à
das = a determinadas (palavra no plural e presença c) a … à … à
só da preposição) d) à … à … a
Em “d”, Ela referiu-se à vontade = correta (quem se e) a … a … à
refere, refere-se a algo ou a alguém)
Em “e”, Ao nos atermos à uma experiência = a uma Resposta: Letra E
(antes de artigo indefinido) Vamos aos trechos:
a rápida industrialização nos Estados Unidos deu ori-
4. (IPSM-SP - ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL - gem a algumas das maiores fortunas = antes de pro-
VUNESP-2018) De acordo com a norma- -padrão, o nome indefinido
acento indicativo da crase está corretamente empregado e passaram a ostentar sua riqueza = antes de verbo
em: no infinitivo
e de negócios ligados à tecnologia = regência nominal
a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de de “ligados” pede preposição
talento: quem não tem, não vai nunca aprender.
b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada 6. (CÂMARA MUNICIPAL DE COTIA-SP – CONTADOR -
pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão VUNESP-2017) Assinale a alternativa correta quanto ao
ou tédio. emprego do acento indicativo da crase.
c) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como um
tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor. a) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
d) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões se- chegam à um grande público devido à rapidez da in-
melhantes, no entanto elas seguem pelo lado oposto. ternet, é favorável à formação de ondas de credulidade.
e) Também não estamos falando só de correção gramati- b) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
cal e ortográfica. Estamos nos referindo à pensamento. chegam à muitas pessoas devido a rapidez da internet,
favorece que se formem ondas de credulidade.
Resposta: Letra A c) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
Em “a”, O leitor aludiu à escrita = correta (regência do chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet,
verbo “aludir” pede preposição) é favorável à formação de ondas de credulidade.
Em “b”, A escrita deve levar o texto à uma riqueza = a d) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
uma (antes de artigo indefinido) chegam a um grande número de pessoas devido à ra-
Em “c”, De parte à parte = parte a parte (entre pala- pidez da internet, é favorável as ondas de credulidade
vras repetidas) que se formam.
Em “d”, Existem aquelas pessoas que chegam à con- e) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
clusões = a conclusões (antes de palavra no plural e chegam a muitas pessoas devido a rapidez da internet,
o “a” está “sozinho” = somente preposição) favorece à formação de ondas de credulidade.
Em “e”, Estamos nos referindo à pensamento = a pen-
samento (palavra masculina) Resposta: Letra C
Acertos entre parênteses:
5. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRU- Em “a”, as quais chegam à um (a um) grande público
ZES-SP - AUXILIAR DE APOIO ADMINISTRATIVO devido à rapidez (ok) da internet, é favorável à for-
- VUNESP-2018) mação (ok)
No começo do século 20, a rápida industrialização nos Em “b”, às quais (as quais) chegam à muitas (a muitas)
Estados Unidos deu origem _______ algumas das maiores pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet
LÍNGUA PORTUGUESA

fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vander- Em “c”, as quais chegam a muitas pessoas devido à
bilt e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e rapidez da internet, é favorável à formação = correta
aço, obtendo um grande retorno, e passaram _________ Em “d”, às quais (as quais) chegam a um (ok) grande
ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como número de pessoas devido à rapidez (ok) da internet,
Era Dourada. A desigualdade nunca foi tão grande – até é favorável as ondas (às ondas)
agora. É o que mostra um relatório da UBS, companhia Em “e”, às quais (as quais) chegam a muitas (ok) pes-
de serviços financeiros, feito em parceria com a consul- soas devido a rapidez (à rapidez) da internet, favorece
tora PwC. à formação (a formação)

85
Observação: quanto à regência verbal de “favorecer” Observação:
= pede complemento verbal direto (favorece o quê? A antonímia pode se originar de um prefixo de sen-
favorece quem?); já a regência nominal de “favorá- tido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático
vel” pede preposição (favorável a quem? a quê?). e antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia;
ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e antico-
munista; simétrico e assimétrico.

Homônimos e Parônimos
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
• Homônimos = palavras que possuem a mesma gra-
fia ou a mesma pronúncia, mas significados dife-
rentes. Podem ser
Prezado candidato, o referido assunto foi aborda-
do no tópico “classes de palavras: classificação, flexão A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-
e emprego (substantivo, adjetivo, artigo, numeral, rentes na pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de-
interjeição)”.
nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo).

B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e


diferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni-
SEMÂNTICA E ESTILÍSTICA. VARIEDADES zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar-
LINGUÍSTICAS. SINONÍMIA E ANTONÍMIA, reio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço (palácio)
e passo (andar).
HIPONÍMIA E HIPERONÍMIA, POLISSEMIA,
AMBIGUIDADE. DENOTAÇÃO E CONOTA- C) Homógrafas e homófonas simultaneamente
ÇÃO. FUNÇÕES DA LINGUAGEM E VÍCIOS DA (ou perfeitas): São palavras iguais na escrita e na
LINGUAGEM pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e
cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo).

SIGNIFICADO DAS PALAVRAS • Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-


rém de formas relativamente próximas. São pala-
Semântica é o estudo da significação das palavras e vras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (re-
das suas mudanças de significação através do tempo ou ceptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) e
em determinada época. A maior importância está em dis- sesta (descanso após o almoço), eminente (ilustre)
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e e iminente (que está para ocorrer), osso (substan-
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). tivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ou verbo
“ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimen-
Sinônimos to (medida) e cumprimento (saudação), autuar
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfa- (processar) e atuar (agir), infligir (aplicar pena) e
beto - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar infringir (violar), deferir (atender a) e diferir (diver-
- abolir. gir), suar (transpirar) e soar (emitir som), aprender
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (conhecer) e apreender (assimilar; apropriar-se de),
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a movi-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quan- mento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
do, ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mer-
outra, em deteminado enunciado (aguadar e esperar). gulhar, afundar).

Observação: Hiperonímia e Hiponímia


A contribuição greco-latina é responsável pela exis- Hipônimos e hiperônimos são palavras que perten-
tência de numerosos pares de sinônimos: adversário e cem a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo
antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemici- o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o
clo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diá- hiperônimo, mais abrangente.
LÍNGUA PORTUGUESA

logo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipô-
nimo, criando, assim, uma relação de dependência se-
Antônimos mântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de hi-
São palavras que se opõem através de seu significa- peronímia com carros, já que veículos é uma palavra de
do: ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - cen- significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões.
surar; mal - bem. Veículos é um hiperônimo de carros.

86
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em Polissemia e ambiguidade
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili- Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
a repetição desnecessária de termos. pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma in-
terpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS colocação específica de uma palavra (por exemplo, um
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Pessoas que têm uma alimentação equilibrada fre-
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- quentemente são felizes.
char - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. Neste caso podem existir duas interpretações
– São Paulo: Saraiva, 2010. diferentes:
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: As pessoas têm alimentação equilibrada porque
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua equilibrada.
Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica,
SITE ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma
Disponível em: <http://www.coladaweb.com/portu- interpretação. Para fazer a interpretação correta é mui-
gues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e-paronimos> to importante saber qual o contexto em que a frase é
proferida.
Polissemia Muitas vezes, a disposição das palavras na construção
Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo,
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de comicidade. Repare na figura abaixo:
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados den-
tro de seu próprio campo semântico.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
-se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
ocorrência da polissemia:
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.

Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de


computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em co- (http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-
mum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de -cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014).
“entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras,
ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões mas duas seriam:
é o formato quadriculado que têm.
Corte e coloração capilar
Polissemia e homonímia ou
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante Faço corte e pintura capilar
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários sig-
nificados, estamos na presença da polissemia. Por outro REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
lado, quando duas ou mais palavras com origens e sig- CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
nificados distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
uma homonímia. – São Paulo: Saraiva, 2010.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
LÍNGUA PORTUGUESA

significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
é polissemia porque os diferentes significados para a
palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma SITE
palavra polissêmica: pode significar o elemento básico Disponível em: <http://www.brasilescola.com/grama-
do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de um tica/polissemia.htm>
determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes signifi-
cados estão interligados porque remetem para o mesmo
conceito, o da escrita.

87
Denotação e Conotação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Exemplos de variação no significado das palavras: Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
literal) reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido Paulo: Saraiva, 2010.
figurado)
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) SITE
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/
As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras.

A) Denotação EXERCÍCIOS COMENTADOS


Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
apresenta seu significado original, independentemente 1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Um
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significa- ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte:
do mais objetivo e comum, aquele imediatamente reco- “Defenda a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto
nhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado Mestrinho) O vocábulo sublinhado, composto do radi-
que aparece nos dicionários, sendo o significado mais li- cal-logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do
teral da palavra. meio ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo ra-
A denotação tem como finalidade informar o recep- dical, que tem seu significado corretamente indicado é:
tor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo
um caráter prático. É utilizada em textos informativos, a) Antropologia: estudo do homem como representante
como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bu- do sexo masculino;
las de medicamentos, textos científicos, entre outros. A b) Etimologia: estudo das raças humanas;
palavra “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre
apenas um pedaço de madeira. Outros exemplos: a Terra;
O elefante é um mamífero. d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das
As estrelas deixam o céu mais bonito! mulheres;
e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza.
B) Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando Resposta: Letra D
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes Em “a”: Antropologia: Ciência que se dedica ao estudo
interpretações, dependendo do contexto em que esteja do homem (espécie humana) em sua totalidade
inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que Em “b”: Etimologia: Ciência que investiga a origem das
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua palavras procurando determinar as causas e circuns-
significação mediante a circunstância em que a mesma tâncias de seu processo evolutivo
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico. Em “c”: Meteorologia: Estudo dos fenômenos atmosfé-
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido co- ricos e das suas leis, principalmente com a intenção de
notativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau), re- prever as variações do tempo.
provação (tomei pau no concurso). Em “d”: Ginecologia: estudo das doenças privativas das
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- mulheres = correta
tos no receptor da mensagem, através da expressividade Em “e”: Fisiologia: Ciência que trata das funções orgâ-
e afetividade que transmite. É utilizada principalmente nicas pelas quais a vida se manifesta
numa linguagem poética e na literatura, mas também
ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em 2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGIS-
anúncios publicitários, entre outros. Exemplos: LATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Na verdade, todos os
Você é o meu sol! anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis números
Minha vida é um mar de tristezas. da violência no país”. O vocábulo “inaceitáveis” equivale
Você tem um coração de pedra! ao “que não se aceita”. A equivalência correta abaixo in-
dicada é:

#FicaDica a) tinta indelével / que não se apaga;


b) ação impossível / que não se possui;
LÍNGUA PORTUGUESA

Procure associar Denotação com Dicionário: c) trabalho inexequível / que não se exemplifica;
trata-se de definição literal, quando o termo d) carro invisível / que não tem vistoria;
é utilizado com o sentido que consta no e) voz inaudível / que não possui audiência.
dicionário.

88
Resposta: Letra A A palavra “sonegado” está sendo empregada com o sen-
Em “a”: tinta indelével / que não se apaga = correta tido de reduzido, diminuído.
Em “b”: ação impossível = que não é possível
Em “c”: trabalho inexequível = que não se executa (  ) CERTO   (  ) ERRADO
Em “d”: carro invisível = que não se vê
Em “e”: voz inaudível = que não se ouve Resposta: Errado
(...) Permite-se a interdição de registros de época, em
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010) prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
A pobreza é um dos fatores mais comumente respon- Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o rela-
sáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano to da vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores
e pela origem de uma série de mazelas, algumas das Mário de Andrade e Guimarães Rosa = o sentido é o
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso de “impedido”.
do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde 5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) O
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga termo destacado na passagem do primeiro parágrafo –
crianças e adolescentes a participarem do processo de Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na hora
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem da compra. – tem sentido equivalente a
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do a) impetuosidade.
Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infan- b) empatia.
til foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradica- c) relutância.
do, ele continua sendo grave problema nos países mais d) consentimento.
pobres. e) segurança.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com
adaptações).
Resposta: Letra C
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na
A palavra “chaga”, empregada com o sentido de ferida
hora da compra.
social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a
Em “a”: impetuosidade (força) = incorreto
“pobreza”.
Em “b”: empatia = incorreto
Em “c”: relutância (resistência).
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Em “d”: consentimento (aceitação) = incorreto
Resposta: Errado Em “e”: segurança = incorreto
(...) É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra A substituição que manteria o sentido do período é
terreno = refere-se a “trabalho infantil”. “ainda há relutância”.

4. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-


GO 33 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Nível Médio
– CESPE-2013)
Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a edi-
ção de biografias à autorização do biografado ou des-
cendentes. As consequências da norma são negativas.
Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar
para a posteridade a vida de personagens importantes
na formação do país, em qualquer ramo de atividade.
Permite-se a interdição de registros de época, em prejuí-
zo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o relato
da vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Má-
rio de Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo
quanto na literatura não pode haver censura prévia. Pu-
blicada a reportagem (ou biografia), os que se sentirem
atingidos que recorram à justiça. É preciso seguir o pa-
drão existente em muitos países, em que há biografias
“autorizadas” e “não autorizadas”.
LÍNGUA PORTUGUESA

Reclamações posteriores, quando existem, são encami-


nhadas ao foro devido, os tribunais.
O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil para
justificar o veto a que a historiografia do país seja enri-
quecida, como se não bastasse o fato de o poder de cen-
sura concedido a biografados e herdeiros ser um atenta-
do à Constituição.
O Globo, 23/9/2013 (com adaptações).

89
Observação:
Toda metáfora é uma espécie de comparação implíci-
FIGURAS DE LINGUAGEM ta, em que o elemento comparativo não aparece.
Seus olhos são como luzes brilhantes.
O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
através do emprego da palavra como.
FIGURA DE LINGUAGEM, PENSAMENTO E
CONSTRUÇÃO
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes.
Esta é a verdadeira metáfora.

Outros exemplos:
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Disponível em: <http://www.terapiadapalavra.com.
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
br/figuras-de-linguagem-na-escrita-literaria/> Acesso
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
abr, 2018.
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando
a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
A figura de palavra consiste na substituição de uma
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbóli-
Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar
co, seja por uma relação muito próxima (contiguidade),
algum.
seja por uma associação, uma comparação, uma simila-
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na fra-
ridade. São construções que transformam o significado
se acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão
das palavras para tirar delas maior efeito ou para cons-
que indica uma alma rústica e abandonada (e angustia-
truir uma mensagem nova.
damente inútil), há uma comparação subentendida: Mi-
nha alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma
Tipos de Figuras de Linguagem
estrada de terra que leva a lugar algum.
Figuras de Som
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Em sua mente povoa só inveja.
Aliteração - Consiste na repetição de consoantes
como recurso para intensificação do ritmo ou como efei-
Metonímia (ou sinédoque)
to sonoro significativo.
É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
pode acontecer dos seguintes modos:
Quem com ferro fere com ferro será ferido.
Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
Assonância - Consiste na repetição ordenada de
Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
sons vocálicos idênticos: “Sou um mulato nato no sentido
As lâmpadas iluminam o mundo).
lato mulato democrático do litoral.”
Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da
cruz. (= Não te afastes da religião).
Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir
Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
na forma de palavras os sons da realidade: Os sinos fa-
Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
ziam blem, blem, blem.
Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócra-
tes tomou veneno).
Paranomásia – é o uso de sons semelhantes em pa-
Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
lavras próximas: “A fossa, a bossa, a nossa grande dor...”
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que
(Carlos Lyra)
produzo).
Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Figuras de Palavras ou de Pensamento
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones
LÍNGUA PORTUGUESA

Metáfora
foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão
dos jogadores).
em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas
Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressada-
em virtude da circunstância de que o nosso espírito as
mente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).
associa e percebe entre elas certas semelhanças. É o em-
Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem
prego da palavra fora de seu sentido normal.
nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse
mundo).

90
Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram Ouvimos as vozes do silêncio.
chamadas, não apenas uma mulher).
Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Eufemismo
Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). É o emprego de uma expressão mais suave, mais no-
Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Al- bre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa
guns astronautas foram à Lua). áspera, desagradável ou chocante.
Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Se-
para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). nhor. (= morreu)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
Catacrese Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contí- Faltar à verdade. (= mentir)
nuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando,
por falta de um termo específico para designar um con- Ironia
ceito, toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do
empregar algumas palavras fora de seu sentido original. que as palavras ou frases expressam, geralmente apre-
Exemplos: “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do sentando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito
rosto”, “pé da mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”. bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal
construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à
Perífrase ou Antonomásia desejada pelo emissor.
Trata-se de uma expressão que designa um ser atra- Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota
vés de alguma de suas características ou atributos, ou mínima.
de um fato que o celebrizou. É a substituição de um Parece um anjinho aquele menino, briga com todos
nome por outro ou por uma expressão que facilmente que estão por perto.
o identifique: O governador foi sutil como um elefante.
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
atraindo visitantes do mundo todo. Hipérbole
A Cidade-Luz (=Paris) É a expressão intencionalmente exagerada com o in-
O rei das selvas (=o leão) tuito de realçar uma ideia.
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Observação: “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o O concurseiro quase morre de tanto estudar!
nome de antonomásia. Exemplos:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida prati- Prosopopeia ou Personificação
cando o bem. É a atribuição de ações ou qualidades de seres ani-
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito mados a seres inanimados, ou características humanas a
jovem. seres não humanos. Observe os exemplos:
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. As pedras andam vagarosamente.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um
Sinestesia cego que guia.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o Chora, violão.
cruzamento de sensações distintas.
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = Figuras de Construção ou de Sintaxe
auditivo; áspero = tátil)
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- Apóstrofe
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coi-
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) sa personificada, de acordo com o objetivo do discurso,
que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-
Antítese -se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele
Consiste no emprego de palavras que se opõem imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe
quanto ao sentido. O contraste que se estabelece serve, a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim
essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos en- a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr
volvidos que não se conseguiria com a exposição isolada em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do
dos mesmos. Observe os exemplos: vocativo. Exemplos:
LÍNGUA PORTUGUESA

“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) Moça, que fazes aí parada?
O corpo é grande e a alma é pequena. “Pai Nosso, que estais no céu”
“Quando um muro separa, uma ponte une.” Deus, ó Deus! Onde estás?
Não há gosto sem desgosto.
Gradação (ou clímax)
Paradoxo ou oximoro Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
É a associação de ideias, além de contrastantes, con- mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descen-
traditórias. Seria a antítese ao extremo. dente (anticlímax). Observe este exemplo:

91
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
com seus olhos claros e brincalhões... gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
tos das orações (que se encontram no singular, procissão
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
dos olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e isso que os verbos estão no plural.
seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em
ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos: Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais:
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles
amor”. (Olavo Bilac) (as três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, co- um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não
lheu-se.” (Padre Antônio Vieira) concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa
que está inscrita no sujeito. Exemplos:
Elipse O que não compreendo é como os brasileiros persista-
Consiste na omissão de um ou mais termos numa mos em aceitar essa situação.
oração e que podem ser facilmente identificados, tanto Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
por elementos gramaticais presentes na própria oração, “Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jar-
quanto pelo contexto. dins públicos.” (Machado de Assis)
A catedral da Sé. (a igreja catedral)
Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao Observe que os verbos persistamos, temos e somos
estádio) não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos
(brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira
Zeugma pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita brasileiros, os agricultores e os cariocas).
a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de Polissíndeto / Assíndeto
português) Para estudarmos as duas figuras de construção é ne-
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
modernos. (só havia móveis) período composto. No período composto por coordena-
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de) ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A
oração coordenada ligada por uma conjunção (conecti-
Silepse vo) é sindética; a oração que não apresenta conectivo é
A silepse é a concordância que se faz com o termo assindética. Recordado esse conceito, podemos definir as
que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. duas figuras de construção:
É uma concordância anormal, psicológica, porque se faz A) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela re-
com um termo oculto, facilmente identificado. Há três ti- petição enfática dos conectivos. Observe o exem-
pos de silepse: de gênero, número e pessoa. plo: O menino resmunga, e chora, e grita, e nin-
guém faz nada.
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e fe- B) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela au-
minino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordân- sência, pela omissão das conjunções coordenati-
cia se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos: vas, resultando no uso de orações coordenadas
assindéticas. Exemplos:
A) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
calor intenso. “Vim, vi, venci.” (Júlio César)
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence Pleonasmo
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
(a cidade de Porto Velho). mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é
realçar a ideia, torná-la mais expressiva.
B) Vossa Excelência está preocupado. O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vos- Nesta oração, os termos “o problema da violência”
sa Excelência. e “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto.
Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o
Silepse de Número - Os números são singular e pronome “lo” classificado como objeto direto pleonástico.
LÍNGUA PORTUGUESA

plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da Outro exemplo:


oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos: Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
de Salvador. Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto,
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. e o pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto
pleonástico.

92
Observação: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O pleonasmo só tem razão de ser quando confere SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonas- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
mo vicioso: CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
Vi aquela cena com meus próprios olhos. char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
Vamos subir para cima. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Ele desceu pra baixo. CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Anáfora Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
É a repetição de uma ou mais palavras no início de São Paulo: Saraiva, 2002.
várias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de
coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em cau- SITES
sa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-
determinado elemento textual. Os termos anafóricos po- coes/estil/estil8.php>
dem muitas vezes ser substituídos por pronomes. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-
Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te coes/estil/estil5.php>
conhecia. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/se-
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca- coes/estil/estil2.php>
ba.” (Padre Vieira)

Anacoluto
Consiste na mudança da construção sintática no meio
da frase, ficando alguns termos desligados do resto do EXERCÍCIOS COMENTADOS
período. É a quebra da estrutura normal da frase para a
introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma 1. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – FUNRIO
ligação sintática com as demais. – 2009) Observe o trecho de “O Cortiço”, de Aluísio de
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles. Azevedo: “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acor-
Morrer, todo haveremos de morrer. dava, [...]. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo? uma assentada sete horas de chumbo.” Seu autor utiliza
o seguinte recurso estilístico:
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma a) eufemismo.
interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não b) gradação.
exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto tam- c) comparação.
bém é chamado de “frase quebrada”, pois corresponde d) antítese.
a uma interrupção na sequência lógica do pensamento. e) personificação.

Observação: Resposta: Letra E


O anacoluto deve ser usado com finalidade expressi- Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, [...].
va em casos muito especiais. Em geral, evite-o. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma
assentada sete horas de chumbo = dar característi-
Hipérbato / Inversão cas humanas a seres inanimados é a figura de pen-
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da samento da Personificação – também conhecida por
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o Prosopopeia.
sujeito venha depois do predicado: GABARITO OFICIAL: E
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O
2. (PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – FUNRIO
amor venceu ao ódio)
– 2009) O hino do América F.C., composto por Lamarti-
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
ne Babo, diz: “Hei de torcer, torcer, torcer... Hei de torcer
Eu cuido dos meus problemas)
até morrer, morrer, morrer... Pois a torcida americana é
toda assim, a começar por mim.” O recurso linguístico
que enfatiza o compromisso entoado pelo hino é
#FicaDica a) o uso das reticências.
b) a repetição da estrutura sintática.
O nosso Hino Nacional é um exemplo de
LÍNGUA PORTUGUESA

c) o emprego do verbo auxiliar “haver”.


hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos:
d) a presença da palavra “torcida”.
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o
e) a autorreferência do pronome “mim”.
brado retumbante de um povo heroico”.
Resposta: Letra C
Em “a”, o uso das reticências = incorreta
Em “b”, a repetição da estrutura sintática = incorreta
Em “c”, o emprego do verbo auxiliar “haver”.

93
Em “d”, a presença da palavra “torcida” = incorreta A segunda estrofe deste mesmo poema tem três sí-
Em “e”, a autorreferência do pronome “mim” = labas. A terceira, versos de quatro sílabas e assim suces-
incorreta sivamente. A tempestade do poema torna-se cada vez
O uso do verbo “haver” (hei de ... hei de ...) reforça o mais intensa e, quando atinge o seu auge, apresenta ver-
compromisso do torcedor com o time. sos longos:
Um som longínquo cavernoso e ouco
Rouqueja, e n’amplidão do espaço morre;
Eis outro inda mais perto, inda mais rouco,
Que alpestres cimos mais veloz percorre,
VERSIFICAÇÃO Troveja, estoura, atroa; e dentro em pouco
Do Norte ao Sul, — dum ponto a outro corre:
Devorador incêndio alastra os ares,
Enquanto a noite pesa sobre os mares.
O que será que quer dizer Chico Buarque nesta canção? (...)
“Mesmo miseráveis os poetas
Os seus versos serão bons…” Quando a tempestade narrada no poema começa a
perder a força, o poeta utiliza-se do caminho inverso, re-
O que são versos? Como eles se caracterizam? Longe duzindo a cada estrofe o número de sílabas. Até que que
de considerarmos versos como “bons” ou ruins, veremos o final da tempestade – e do poema – é apresentado por
que a arte de escrever textos em versos, chamada ver- meio de um a estrofe com versos de duas sílabas, como
sificação, apresenta algumas técnicas e características, na estrofe inicial.
que veremos a seguir.
Versos silábicos
ESTRUTURA DO VERSO
São os versos caracterizados pelos números de sílabas.
Em relação ao número de sílabas, os versos podem ser
O verso é representado em cada linha de um poe-
monossílabos, com uma sílaba poética, dissílabos, trissí-
ma, seja uma palavra ou conjunto de palavras com uni-
dade rítmica. labos, tetrassílabos, pentassílabos ou redondilha menor,
Vejamos um exemplo de um poema composto de dez hexassílabos, heptassílabos ou redondilha maior, octossí-
versos. labos, eneassílabos, decassílabos, hendecassílabos dode-
1. Amor é bicho instruído. cassílabos, com doze sílabas poéticas, também chamados
2. Olha: o amor pulou o muro versos alexandrinos. Os versos com mais de doze sílabas,
3. o amor subiu na árvore são conhecidos como “versos bárbaros”.
4. em tempo de se estrepar.
5. Pronto, o amor se estrepou. Sílabas poéticas
6. Daqui estou vendo o sangue A contagem de sílabas dos versos não segue os cri-
7. que escorre do corpo andrógino. térios gramaticais. Em poesia, levamos mais em conta
8. Essa ferida, meu bem o que ouvimos do que o que lemos. Os versos em um
9. às vezes não sara nunca poema devem ser contados até a última sílaba tônica,
10. às vezes sara amanhã. dispensando-se as demais.
(Carlos Drummond de Andrade)

TIPOS DE VERSO FIQUE ATENTO!


Para ficar mais fácil esta contagem, sugeri-
Podemos considerar os tipos de verso, de acordo com mos uma leitura em voz alta dos versos, mar-
os seguintes critérios: cando as sílabas tônicas.
Versos métricos
Os versos podem ser breves ou longos. Em um mes- Por exemplo, vejamos estes versos decassílabos de
mo poema, podem se apresentar da mesma forma, como Olavo Bilac:
no poema “Tempestade”, do Maranhense Gonçalves Dias Hoje, segues de novo... Na partida
(1851), que começa com estrofes cujos versos têm duas Nem o pranto os teus olhos umedece,
sílabas: Nem te comove a dor da despedida.
Um raio
Fulgura
A divisão poética dos versos acontece da seguinte
No espaço
forma:
Esparso,
De luz; Ho/je/, se/gues/ de/ no/vo/... Na/ par/ti/
LÍNGUA PORTUGUESA

E trêmulo Nem/ o/ pran/to/ os/ teus o/lhos/ u/me/de/


E puro Nem/ te/ co/mo/ve a/ dor/ da/ des/pe/di/
Se aviva,
S’esquiva Versos livres ou irregulares
Rutila, Verso livre é aquele que não obedece aos preceitos
Seduz! da versificação tradicional, não apresentam o mesmo nú-
(...) mero de sílabas, nem o mesmo esquema de rimas, nem a
uma distribuição fixa de acentos tônicos.

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Os versos livres são mais espontâneos e livres de arti- Vozes veladas veludosas vozes,
fícios e estão mais presentes na Literatura Brasileira após Volúpia dos vilões, vozes veladas,
a Semana de Arte Moderna (1922). Foi quando autores Vagam nos velhos vórtices velozes
se livraram de “freios” para a imaginação criadora, como Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
podemos observar neste trecho sobre Pasárgada, o pa-
raíso prometido por Manuel Bandeira: Também podemos classificar as rimas usando os va-
lores como critério.
Vou-me embora pra Pasárgada São consideradas rimas pobres as que acontecem
Lá sou amigo do rei entre palavras da mesma classe gramatical. Por exemplo:
Lá tenho a mulher que eu quero amor/dor (dois substantivos), cantar/calar (dois verbos).
Na cama que escolherei A rimas ricas acontecem entre palavras de classes
Vou-me embora pra Pasárgada gramaticais diferentes. Por exemplo: lindo/rindo (adjeti-
vo e verbo no gerúndio), tarde/arde (substantivo e verbo.
Vou-me embora pra Pasárgada Por fim, podemos considerar as rimas de acordo com
Aqui eu não sou feliz a posição da estrofe. Vejamos alguns exemplos.
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente Rimas emparelhadas
Que Joana a Louca de Espanha São as rimas são organizadas segundo o esquema
Rainha e falsa demente AABB. Confira um exemplo:
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive Aos que me dão lugar no bonde (A)
e que conheço não sei de onde, (A)
RIMA aos que me dizem terno adeus (B)
A rima é um recurso de estilo de linguagem utilizado sem que lhes saiba os nomes seus (B)
com o objetivo de atribuir aos textos mais sonoridade, (Carlos Drummond de Andrade)
ritmo e musicalidade. Você encontra a rima mais fre-
quentemente em poemas, ou quaisquer textos de gêne- Rimas opostas ou interpoladas
ro discursivo estruturado em versos, como músicas. São as rimas são organizadas segundo o esquema
O que caracteriza a rima é a repetição de fonemas ABBA. Veja um exemplo de rima interpolada:
(sons) semelhantes entre um verso e outro, ou entre uma
palavra e outra. Eu, filho do carbono e do amoníaco, (A)
Se considerarmos a sonoridade, no nosso Hino Na- Monstro de escuridão e rutilância (B)
cional, composto por Joaquim Osório Duque Estrada, Sofro, desde a epigênese da infância, (B)
percebemos um exemplo de rima perfeita, em que há A influência má dos signos do zodíaco (A)
uniformidade absoluta entre os sons de vogais e con- (Augusto dos Anjos)
soantes, podendo ser formada com as três últimas letras
da última palavra no verso: “ada” e “il”. Rimas alternadas
São as rimas são organizadas segundo o esquema
Terra adorada, ABAB. Observe um exemplo de rima alternada:
Entre outras mil,
És tu, Brasil, Minha desgraça, não, não é ser poeta, (A)
Ó Pátria amada! Nem na terra de amor não ter um eco, (B)
Dos filhos deste solo és mãe gentil, É meu anjo de Deus, o meu planeta (A)
Pátria amada, Tratar-me como trata-se um boneco (B)
Brasil! (Alvares de Azevedo)

Quando a rima é formada por palavras com termina- ESTROFAÇÃO


ções coincidentes apenas nas vogais, ou quando a sono-
ridade é semelhante, mas a grafia da palavra é diferente, Agora que já estudamos os versos, o próximo passo é
como nestes versos do poeta simbolista Cruz e Souza: compreender as estrofes.
Estrofe: conjunto ou agrupamento de versos que cor-
Ódio sagrado responde a cada parte ou ato de um poema. As estrofes
Ó meu ódio, meu ódio majestoso, podem ser classificadas quanto ao número de versos.
meu ódio santo e puro e benfazejo, De acordo com a quantidade de versos agrupados
LÍNGUA PORTUGUESA

unge-me a fronte com teu grande beijo, num poema, a estrofe recebe as seguintes denominações:
torna-me humilde e torna-me orgulhoso. Monóstico: estrofe formada por um verso.
Dístico ou Parelha: estrofe formada por dois versos.
As rimas que manifestam-se repetição de consoantes Terceto ou Trístico: estrofe formada por três versos.
em cada verso são chamadas rimas aliterantes. Obser- Quarteto ou Quadra: estrofe formada por quatro
ve neste fragmento de “Violões que Choram”, também de versos.
Cruz e Souza, o mais longo exemplo de aliteração da Lín- Quintilha, Quinteto ou Pentástico: estrofe formada
gua Portuguesa: por cinco versos.

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Sextilha, Sexteto ou Hexástico: estrofe formada por
seis versos.
Septilha, Hepteto, Heptástico, Sétima ou Septena: EXERCÍCIOS COMENTADOS
estrofe formada por sete versos.
Oitava ou Octástico: estrofe formada por oito versos. 1. (EDITORA NOVA CONCURSOS) Leia o poema a seguir:
Nona: estrofe formada por nove versos.
Décima ou Década: estrofe formada por dez versos. Amor é um fogo que arde sem se ver;
Neste poema de Vinicius de Moraes, vemos clara- É ferida que dói, e não se sente;
mente como as estrofes se dividem, de acordo com os É um contentamento descontente;
números de versos. É dor que desatina sem doer.

Soneto do amor total É um não querer mais que bem querer;


Amo-te tanto, meu amor... não cante (1) É um andar solitário entre a gente;
O humano coração com mais verdade... (2) É nunca contentar-se e contente;
Amo-te como amigo e como amante (3) É um cuidar que ganha em se perder;
Numa sempre diversa realidade (4)
É querer estar preso por vontade;
Amo-te afim, de um calmo amor prestante, (1) É servir a quem vence, o vencedor;
E te amo além, presente na saudade. (2) É ter com quem nos mata, lealdade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade (3)
Dentro da eternidade e a cada instante. (4) Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Amo-te como um bicho, simplesmente, (1) Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
De um amor sem mistério e sem virtude (2)
Com um desejo maciço e permanente. (3) (Luís Vaz de Camões)

E de te amar assim muito e amiúde, (1) Sobre o poema, é correto afirmar:


É que um dia em teu corpo de repente (2)
Hei de morrer de amar mais do que pude. (3) I. O poema é um soneto, uma vez que é organizado em
quartetos e tercetos.
Esse poema é um soneto, isto é, uma forma fixa com-
posta por quatro estrofes: dois quartetos (estrofes de II. Quanto à posição, as rimas são opostas ou interpola-
quatro versos) e dois tercetos (estrofes de três versos). das nos quartetos; quanto ao valor, as rimas são pobres.

POEMAS DE FORMA FIXA III. Os versos que compõem o poema são decassílabos.

Quando um poema é caracterizado por obedecer a IV. As rimas são ricas, uma vez que apresentam a mesma
um esquema de número, tipo e divisão das estrofes, cha- sonoridade.
mamos de forma fixa. Estes são os tipos mais comuns:
Soneto: formado por dois quartetos e dois tercetos, a) I e III estão corretas.
nesta sequência, geralmente com versos decassílabos; b) I, II e III estão corretas.
Balada: formado com três oitavas e uma quadra; c) II, IV e V estão corretas.
Rondel: formado por duas quadras e uma quintilha; d) Todas estão corretas.
Rondó: formado com estrofação uniforme de quadras;
Sextina: formado por seis sextilhas e um terceto; Resposta: Letra B. As afirmações I, II e III estão corretas.
Indriso: formado por dois tercetos e dois monósti- A Afirmação IV é incorreta, porque as rimas que pos-
cos, os quais podem ser rimados e metrificados ou suem a mesma sonoridade chamam-se rimas perfeitas.
compostos por versos brancos.
Trova: poema monostrófico (uma estrofe) de quatro 2. (EDITORA NOVA CONCURSOS) Vamos considerar
redondilhas maiores, rimadas, sem título e com mais um poema de Camões:
sentido completo.
Haicai: poema de uma única estrofe com três versos: Foge-me pouco a pouco a curta vida
dois pentassilábicos e o segundo heptassilábico. - se por acaso é verdade que inda vivo -
vai-se-me o breve tempo d’ante os olhos;
choro pelo passado em quanto falo,
LÍNGUA PORTUGUESA

se me passam os dias passo e passo;


vai-se-me enfim a idade, e fica a pena.

Que maneira tão áspera de pena


que nunca uma hora viu tão longa vida,
em que possa do mal mover-se um passo!
Que mais me monta ser morto que vivo?

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Para que choro, enfim? Para que falo,
se lograr-me não pude de meus olhos?
HORA DE PRATICAR!
Ó fermosos, gentis e claros olhos,
cuja ausência me move a tanta pena  1. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS DA
quanta se não comprende em quanto falo! AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) “Os astrônomos
Se, no fim de tão longa e curta vida, eram formidáveis. Eu, pobre de mim, não desvendaria os
de vós m’inda inflamasse o raio vivo, segredos do céu. Preso à terra, sensibilizar-me-ia com his-
por bem teria tudo quanto passo. tórias tristes [...]”. Nas alternativas a seguir, os vocábulos
acentuados do trecho anterior foram colocados em pares
Mas bem sei que primeiro o extremo passo com palavras também acentuadas graficamente. Dentre
me há-de vir a cerrar os tristes olhos os pares formados, indique o que apresenta igual justifi-
que Amor me mostre aqueles por que vivo. cativa para tal evento.
Testemunhas serão a tinta e a pena,
que escreveram de tão molesta vida a) céu / avô
o menos que passei, e o mais que falo. b) astrônomos / álibi
c) histórias / balaústre
Oh! que não sei que escrevo, nem que falo! d) formidáveis / ínterim
Que, se de um pensamento n’outro passo,
vejo tão triste género de vida 2. (MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERO-
que, se lhe não valerem tantos olhos, NÁUTICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁU-
não posso imaginar qual seja a pena TICA EXAME DE ADMISSÃO AO CFS-B 1-2/2014) Rela-
que traslade esta pena com que vivo. cione as colunas quanto às regras de acentuação gráfica,
sabendo que haverá repetição de números. Em seguida,
N’alma tenho contino um fogo vivo assinale a alternativa com a sequência correta.
que, se não respirasse no que falo,
estaria já feita cinza a pena; (1) Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que formam
mas, sobre a maior dor que sofro e passo, hiato com a vogal anterior.
me temperam as lágrimas dos olhos (2) Acentua-se paroxítona terminada em i ou u seguidos
com que, fugindo, não se acaba a vida. ou não de s.
(3) Todas as proparoxítonas devem ser acentuadas.
Morrendo estou na vida, e em morte vivo; (4) Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou não de s,
vejo sem olhos, e sem língua falo; é acentuada.
e juntamente passo glória e pena.
(  ) íris
Considerando-se a estrofação do poema, o que é correto (  ) saída
afirmar? (  ) compraríamos
(  ) vendê-lo
a) Trata-se de um soneto. (  ) bônus
b) Trata-se de uma trova. (  ) viúvo
c) Trata-se de uma balada. (  ) bisavôs
d) Trata-se de uma sextina.
a) 2 – 1 – 3 – 4 – 2 – 1 – 4
Resposta: Letra D. Uma sextina é formada por seis b) 1 – 2 – 3 – 4 – 1 – 1 – 4
sextilhas e um terceto. Trata-se da única sextina de c) 4 – 1 – 1 – 2 – 2 – 3 – 2
Camões. Observe o movimento do poema: as pala- d) 2 – 2 – 3 – 4 – 2 – 1 – 3
vras-rima giram dos versos da estrofe anterior para a
estrofe seguinte: do último para o primeiro verso, da 3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
penúltimo para a segundo e do antepenúltimo para a CESGRANRIO-2018) Em conformidade com o Acordo
terceiro, com um ritmo que repete no tempo. Ortográfico da Língua Portuguesa vigente, atendem às
regras de acentuação todas as palavras em:

a) andróide, odisseia, residência


b) arguição, refém, mausoléu
c) desbloqueio, pêlo, escarcéu
LÍNGUA PORTUGUESA

d) feiúra, enjoo, maniqueísmo


e) sutil, assembléia, arremesso

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4. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI- 8. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
TETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Entre as palavras – FGV-2017)
abaixo, retiradas dos textos 1 e 2, aquela que só existe
com acento gráfico é: Texto 1 - “A democracia reclama um jornalismo vigo-
roso e independente. A agenda pública é determinada
a) história; pela imprensa tradicional. Não há um único assunto rele-
b) evidência; vante que não tenha nascido numa pauta do jornalismo
c) até; de qualidade. Alguns formadores de opinião utilizam as
d) país; redes sociais para reverberar, multiplicar e cumprem as-
e) humanitárias. sim relevante papel mobilizador. Mas o pontapé inicial é
sempre das empresas de conteúdo independentes”.
5. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS (O Estado de São Paulo, 10/04/2017)
DA AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) De acordo
com seu significado, o conjunto de características for- O texto 1, do Estado de São Paulo, mostra um conjunto
mais e sua posição estrutural no interior da oração, as de adjetivos sublinhados que poderiam ser substituídos
palavras podem pertencer à mesma classe de palavras por locuções; a substituição abaixo que está adequada é:
ou não. Estabeleça a relação correta entre as colunas a
seguir considerando tais aspectos (considere as palavras a) independente = com dependência;
em destaque). b) pública = de publicidade;
c) relevante = de relevância;
(1) advérbio d) sociais = de associados;
(2) pronome e) mobilizador = de motivação.
(3) conjunção
(4) substantivo 9. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014)
Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica
(  ) “Não há prisão pior [...]” o substantivo, com ele concordando em gênero e núme-
(  ) “O lugar de estudo era isso.” ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é
(  ) “E o olho sem se mexer [...]” um adjetivo.
(  ) “Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, [...]”
(  ) “Emília respondeu com uma pergunta que me a) ... um câncer de boca horroroso, ...
espantou.” b) Ele tem dezesseis anos...
c) Eu queria que ele morresse logo, ...
A sequência está correta em d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às
famílias.
a) 1 – 4 – 2 – 3 – 2 e) E o inferno não atinge só os terminais.
b) 2 – 1 – 3 – 3 – 4 10. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI-
c) 3 – 4 – 1 – 3 – 2 NISTRATIVA – AOCP-2015) Assinale a alternativa cujo
d) 4 – 2 – 4 – 1 – 3 “que” em destaque funciona como pronome relativo.

6. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) a) «É uma maneira de expressar a vontade que a gente
Assinale a alternativa em que o termo destacado é um tem. Acho que um voto pode fazer a diferença”.
pronome indefinido. b) “Ele diz que vota desde os 18...”.
c) “Acho que um voto pode fazer a diferença”.
a) “Ele não exige fatos...”. d) “... e acreditam que um voto consciente agora pode
b) “Era um ídolo para mim.”. influenciar futuramente na vida de seus filhos e netos”.
c) “Discordo dele.”. e) “O idoso afirma que sempre incentivou sua família a
d) “... espécie de carinho consigo mesmo.”. votar”.
e) “O bom humor está disponível a todos...”.
11. (TRF-1.ª Região – ANALISTA JUDICIÁRIO – INFOR-
7. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) MÁTICA – FCC- 2014-ADAPTADA) No período O livro
Em “Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos.”, explica os espíritos chamados ‘xapiris’, que os ianomâmis
os termos destacados são, respectivamente, creem serem os únicos capazes de cuidar das pessoas e
das coisas, a palavra grifada tem a função de pronome
a) artigo e pronome. relativo, retomando um termo anterior. Do mesmo modo
b) artigo e preposição. como ocorre em:
LÍNGUA PORTUGUESA

c) preposição e artigo.
d) pronome e artigo. a) Os ianomâmis acreditam que os xamãs recebem dos
e) preposição e pronome. espíritos chamados “xapiris” a capacidade de cura.
b) Eu queria escrever para os não indígenas não acharem
que índio não sabe nada.
c) O branco está preocupado que não chove mais em
alguns lugares.

98
d) Gravou 15 fitas em que narrou também sua própria 14. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
trajetória. RIO-2018) De acordo com as exigências da norma-pa-
e) Não sabia o que me atrapalhava o sono. drão da língua portuguesa, o verbo destacado está cor-
retamente empregado em:
12. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍ-
VEL SUPERIOR – CONHECIMENTOS BÁSICOS a) No mundo moderno, conferem-se às grandes metró-
– CESPE-2014-ADAPTADA) poles importante papel no desenvolvimento da eco-
nomia e da geopolítica mundiais, por estarem no topo
A busca de uma convenção para medir riquezas e trocar da hierarquia urbana.
mercadorias é quase tão antiga quanto a vida em so- b) Conforme o grau de influência e importância interna-
ciedade. Ao longo da história, os mais diversos artigos cional, classificou-se as 50 maiores cidades em três
foram usados com essa finalidade, como o chocolate, diferentes classes, a maior parte delas na Europa.
entre os astecas, e o bacalhau seco, entre os noruegue- c) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a
ses, tendo cabido aos gregos do século VII a.C. a criação responsabilidade de motor propulsor do desenvolvi-
de uma moeda metálica com um valor padronizado pelo mento e a condição de lugar privilegiado para os ne-
Estado. “Foi uma invenção revolucionária. Ela facilitou o gócios e a cultura.
acesso das camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo d) Em centros com grandes aglomerações populacionais,
de dinheiro e a coleta de impostos – coisas muito difíceis realiza-se negócios nacionais e internacionais, além
de fazer quando os valores eram contados em bois ou de um atendimento bastante diversificado, como jor-
imóveis”, afirma a arqueóloga Maria Beatriz Florenzano, nais, teatros, cinemas, entre outros.
da Universidade de São Paulo. A segunda grande revo- e) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as ci-
lução na história do dinheiro, o papel-moeda, teve uma dades globais como verdadeiros polos de influência
origem mais confusa. Existiam cédulas na China do ano internacional, devido à presença de sedes de grandes
960, mas elas não se espalharam para outros lugares e empresas transnacionais e importantes centros de
caíram em desuso no fim do século XIV. pesquisas.
As notas só apareceram na Europa – e daí para o mundo
– em 1661, na Suécia. Há quem acredite que cartões de 15. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
crédito e caixas eletrônicos em rede já representam uma I – CESGRANRIO-2018) A palavra destacada atende às
terceira revolução monetária. “Com a informática, o di- exigências de concordância da norma-padrão da língua
nheiro se transformou em impulsos eletrônicos invisíveis, portuguesa em:
livres do espaço, do tempo e do controle de governos e
corporações”, afirma o antropólogo Jack Weatherford, da a) Atualmente, causa impacto nas eleições de vários paí-
Faculdade Macalester, nos Estados Unidos da América. ses as notícias falsas.
Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações). b) A recomendação de testar a veracidade das notícias
A expressão “essa finalidade” refere-se ao trecho “para precisam ser seguidas, para não prejudicar as pessoas.
medir riquezas e trocar mercadorias”. c) O propósito de conferir grandes volumes de dados re-
sultaram na criação de serviços especializados.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO d) Os boatos causam efeito mais forte do que as notícias
reais porque vem acompanhados de títulos chamativos.
13. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE- e) Os resultados de pesquisas recentes mostram que
GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Por outro lado, 67% das pessoas consultam os jornais diariamente.
nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma
ferramenta de sobrevivência e passou a ser um instrumen- 16. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AM-
to da organização da vida comunitária. Ou seja, foi usada BIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018)
para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam
alguns teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se Texto I
complexificaria”. A utilização do termo “ou seja” introduz:
Portugueses no Rio de Janeiro
a) uma informação sobre o significado de um termo an-
teriormente empregado; O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portu-
b) a explicação de uma expressão de difícil entendimento; guesa até meados dos anos cinquenta do século passa-
c) uma outra maneira de dizer-se rigorosamente a mes- do, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do
ma coisa; mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo
d) acréscimo de um esclarecimento sobre o que foi dito de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-se
LÍNGUA PORTUGUESA

antes; ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis, como os


e) a ênfase de algo que parece importante para o texto. cafés, as panificações, as leitarias, os talhos, além de ou-
tros ramos, como os das papelarias e lojas de vestuários.
Fora do comércio, podem exercer as mais variadas pro-
fissões, como atividades domésticas ou as de barbeiros
e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais afortunados,
aqueles ligados à indústria, voltados para construção civil,
o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas.

99
A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação 18. (PC-AP – DELEGADO DE POLÍCIA – FCC-2017) As
de guetos, denota uma tendência para a sua concentra- normas de concordância e a adequada articulação entre
ção em determinados bairros, escolhidos, muitas das ve- tempos e modos verbais estão plenamente observadas
zes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da na frase:
cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo
significativo de patrícios e algumas associações de por- a) É comum que se assinale numa crônica os aspectos do
te, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu cotidiano que o escritor resolvesse analisar e interpre-
Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio tar, apesar das dificuldades que encerram tal desafio.
de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de concentração b) Se às crônicas de Rubem Braga viessem a faltar sua
da colônia, se localizam outras associações portuguesas, marca autoral inconfundível, elas terão deixado de
como a Casa de Portugal e um grande número de casas constituir textos clássicos desse gênero.
regionais. Há, ainda, pequenas concentrações nos bairros c) Caso um dia venham a surgir, simultaneamente, ta-
periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente lentos à altura de um Rubem Braga, esse gênero terá
formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúr- alcançado uma relevância jamais vista.
bios, como Méier e Engenho Novo; e nas zonas mais pri- d) Não seria fácil, de fato, que venha a se equilibrar, na
vilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca, cabeça de um jovem cronista de hoje, os valores de
área nobre da cidade a partir da década de cinquenta, sua experiência pessoal com os de sua comunidade.
preferida pelos mais abastados. e) Tanto uma padaria como um banheiro poderiam ofe-
PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salaza- recer matéria para uma boa crônica, desde que não
ristas e opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, falte ao cronista recursos de grande imaginação.
Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio
de Janeiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado. 19. (PC-BA – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP-2018)
A concordância está em conformidade com a norma-pa-
O texto emprega duas vezes o verbo “haver”. Ambos es- drão na seguinte frase:
tão na 3.ª pessoa do singular, pois são impessoais. Esse
papel gramatical está repetido corretamente em: a) São comuns que a adaptação de livros para o cinema
suscitem reações negativas nos fãs do texto escrito.
a) Ninguém disse que os portugueses havia de saírem b) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as
da cidade. lacunas que fazem parte da estrutura significativa do
b) Se houvessem mais oportunidades, os imigrantes fi- texto literário.
cariam ricos. c) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imagina-
c) Haveriam de haver imigrantes de outras procedências ção, a que a linguagem literária apela constantemente.
na cidade. d) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à
d) Os imigrantes vieram de Lisboa porque lá não haviam adaptação de uma obra depois de as terem lido, para
empregos. não ser influenciadas.
e) Os portugueses gostariam de que houvesse mais ofer- e) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações
tas de trabalho. para o cinema, as quais tende a compor seu repertório
17. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR de leituras.
– CESGRANRIO-2018) A concordância da forma verbal
destacada foi realizada de acordo com as exigências da 20. (FUNDASUS-MG – ANALISTA EM SERVIÇO PÚBLI-
norma-padrão da língua portuguesa em: CO DE SAÚDE - ANALISTA DE SISTEMA – AOCP-2015)
Observe o excerto: “Entre os fatores ligados à relação do
a) Com o crescimento da espionagem virtual, é necessá- aluno com a instituição e com os colegas, gostar de ir à
rio que se promova novos estudos sobre mecanismos escola (...)” e assinale a alternativa correta com relação
de proteção mais eficazes. ao emprego do acento utilizado nos termos destacados.
b) O rastreamento permanente das invasões cibernéticas
de grande porte permite que se suspeitem dos hac- a) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a su-
kers responsáveis. pressão do advérbio “a” com o pronome feminino “a”
c) Para atender às demandas dos usuários de celulares, é que acompanha os substantivos “relação” e “escola”.
preciso que se destinem à pesquisa tecnológica mui- b) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a
tos milhões de dólares. nasalidade da vogal “a” que acompanha os substanti-
d) Para detectar as consequências mais prejudiciais da vos “relação” e “escola”.
guerra virtual pela informação, necessitam-se de es- c) Trata-se do acento circunflexo, empregado para assi-
tudos mais aprofundados. nalar a vogal aberta “a” que acompanha os substanti-
e) Se o crescimento das redes sociais assumir uma pro- vos “relação” e “escola”.
LÍNGUA PORTUGUESA

porção incontrolável, é aconselhável que se estabele- d) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a
ça novas restrições de utilização pelos jovens. supressão da preposição “a” com o artigo feminino “a”
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”.
e) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a
junção da preposição “a” com o artigo feminino “a”
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”.

100
21. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE d) Devido à interferências do público, pode haver mu-
DADOS – FGV-2010) Na frase “é ingênuo creditar a pos- danças na trama.
tura brasileira apenas à ausência de educação adequa- e) O novelista ficou aliviado quando entregou a sinopse
da” foi corretamente empregado o acento indicativo de à emissora.
crase.
25. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
Assinale a alternativa em que o acento indicativo de cra- GRANRIO-2018) De acordo com a norma- -padrão da
se está corretamente empregado. língua portuguesa, o acento grave indicativo da crase
deve ser empregado na palavra destacada em:
a) O memorando refere-se à documentos enviados na
semana passada. a) Os novos lançamentos de smartphones apresentam,
b) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiên- em geral, pequena variação de funções quando com-
cia urgente. parados a versões anteriores.
c) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com b) Estudantes do ensino médio fizeram uma pesquisa
pessoas já desestimuladas. junto a crianças do ensino fundamental para ver como
d) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome elas se comportam no ambiente virtual.
consta na lista. c) O acesso dos jovens a redes sociais tem causado enor-
e) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário mes prejuízos ao seu desempenho escolar, conforme
flexível e são responsáveis. o depoimento de professores.
d) Os consumidores compulsivos sujeitam-se a ficar ho-
22. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010) ras na fila para serem os primeiros que comprarão os
De acordo com as regras gramaticais, no trecho “a exor- novos lançamentos.
bitante carga tributária a que estão submetidas as empre- e) As pessoas precisam ficar atentas a fatura do cartão
sas”, não se deve empregar acento indicativo de crase, de crédito para não serem surpreendidas com valores
devendo ocorrer o mesmo na frase:
muito altos.
a) Entregue o currículo as assistentes do diretor.
26. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA
b) Recorra a esta empresa sempre que precisar.
– VUNESP-2014)
c) Avise aquela colega que chegou sua correspondência.
A cada ano, ocorrem cerca de 40 mil mortes; segundo
d) Refira-se positivamente a proposta filosófica da
especialistas, quase metade delas está associada _____
companhia.
bebidas alcoólicas. Isso revela a necessidade de um com-
e) Transmita confiança aqueles que observam seu
desempenho. bate efetivo _____ embriaguez ao volante.
As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e
23. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – respectivamente, com:
CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa, o sinal grave indicativo da crase deve a) às … a
ser empregado na palavra destacada em: b) as … à
a) A intenção da entrevista com o diretor estava rela- c) à … à
cionada a programação que a empresa pretende d) às … à
desenvolver. e) à … a
b) As ações destinadas a atrair um número maior de
clientes são importantes para garantir a saúde finan- 27. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) De
ceira das instituições. acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o
c) As instituições financeiras deveriam oferecer condi- acento indicativo de crase está corretamente empregado
ções mais favoráveis de empréstimo a quem está fora em:
do mercado formal de trabalho.
d) As pessoas interessadas em ampliar suas reservas fi- a) A população, de um modo geral, está à espera de que,
nanceiras consideram que vale a pena investir na nova com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
moeda virtual. b) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensa-
e) Os participantes do seminário sobre mercado financei- rem a sua postura.
ro foram convidados a comparar as importações e as c) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à puni-
exportações em 2017. ções muito mais severas.
d) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida
24. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – dos demais motoristas e de pedestres.
LÍNGUA PORTUGUESA

CESGRANRIO-2018) O emprego do acento indicativo e) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da
de crase está de acordo com a norma-padrão em: nova lei para que ela possa funcionar.

a) O escritor de novelas não escolhe seus personagens


à esmo.
b) A audiência de uma novela se constrói no dia à dia.
c) Uma boa história pode ser escrita imediatamente ou
à prazo.

101
28. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE- d) no intuito de sobreviverem.
GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) e) para sua sobrevivência.

Texto 1 – Guerra civil 31. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-


Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017 GO 33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL
MÉDIO – CESPE-2013)
O 11.º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pú- O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do es-
blica, mostrando o crescimento das mortes violentas no tado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada
Brasil em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram por processos que culminaram na sua formalização insti-
61.619 pessoas que perderam a vida devido à violência. tucional e na ampliação de sua área de atuação.
Outro dado relevante é o crescimento da violência em No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito
alguns estados do Sul e do Sudeste. lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição.
Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca
Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordena-
os inaceitáveis números da violência no país. Todos se
ções Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores
assustam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato.
de justiça, atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e
Tem sido assim com o governo federal e boa parte das
demais unidades da Federação. Agora, com a crise, o ar- de promover a acusação criminal. Existiam os cargos de
gumento é a incapacidade de investimento, mas, mesmo procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de
em períodos de economia mais forte, pouco se viu da im- procurador da Fazenda (defensor do fisco).
plementação de programas estruturantes com o objetivo A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Mi-
de enfrentar o crime. Contratação de policiais, aquisição nistério Público no capítulo Das Funções Essenciais à
de equipamentos, viaturas e novas tecnologias são medi- Justiça. Define as funções institucionais, as garantias e as
das essenciais, mas é preciso ir muito além. Definir metas vedações de seus membros. Isso deu evidência à institui-
e alcançá-las, utilizando um bom método de trabalho, ção, tornando-a uma espécie de ouvidoria da sociedade
deve ser parte de um programa bem articulado, que per- brasileira.
mita o acompanhamento das ações e que incentive o Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).
trabalho integrado entre as forças policiais do estado, da
União e das guardas municipais. No período “A sua história é marcada por processos que
culminaram”, o termo “que” introduz oração de natureza
O segmento do texto 1 em que a conjunção E tem valor restritiva.
adversativo (oposição) e NÃO aditivo (adição) é:
(  ) CERTO (  ) ERRADO
a) “...crescimento da violência em alguns estados do Sul
e do Sudeste”; (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
b) “Todos se assustam, o tempo passa, e pouca ação de- - VUNESP – 2017 - ADAPTADA) Leia o texto, para res-
corre de fato”; ponder às questões a seguir:
c) “Tem sido assim com o governo federal e boa parte
das demais unidades da Federação”; Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos execu-
d) “...viaturas e novas tecnologias”; tivos no setor de tecnologia já tinham feito – ele transfe-
e) “Definir metas e alcançá-las...”. riu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
29. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – AR-
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas
QUITETURA – FGV-2017) “... implica poder decifrar as
ele queria que todos estivessem juntos, para se conec-
referências cristãs...”; a forma reduzida sublinhada fica
convenientemente substituída por uma oração em forma tarem e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco
desenvolvida na seguinte opção: tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande
erro. Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e
a) a possibilidade de decifrar as referências cristãs; os nove empregados estavam insatisfeitos, sem falar do
b) a possibilidade de decifração das referências cristãs; próprio chefe.
c) que se pudessem decifrar as referências cristãs; Em abril de 2015, quase três anos após a mudança
d) que possamos decifrar as referências cristãs; para o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa
e) a possibilidade de que decifrássemos as referências para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu pró-
cristãs. prio espaço, com portas e tudo.
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório
30. (COMPESA-PE – ANALISTA DE GESTÃO – ADMI- aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos
NISTRADOR – FGV-2018) “... mas já conhecem a brutal são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao
realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras modelo de espaços tradicionais com salas e portas.
LÍNGUA PORTUGUESA

para sobreviver.” A forma reduzida de “para sobreviver” Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder
pode ser nominalizada de forma conveniente na seguin- até 15% da produtividade, desenvolver problemas graves
te alternativa: de concentração e até ter o dobro de chances de ficar
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que
a) para que sobrevivam. estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de
b) a fim de que sobrevivessem. organização.
c) para sua sobrevida.

102
Desde que se mudou para o formato tradicional, Na- 34. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
gele já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. – até então –, em destaque no início do segundo pará-
“Muita gente concorda – simplesmente não aguentam o grafo, expressa um limite, com referência
escritório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e
é preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. a) temporal ao momento em que se deu a transferência
É improvável que o conceito de escritório aberto caia da equipe de Nagele para o escritório aberto.
em desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exem- b) espacial aos escritórios fechados onde trabalhava
plo de Nagele e voltando aos espaços privados. a equipe de Nagele antes da mudança para locais
Há uma boa razão que explica por que todos ado- abertos.
ram um espaço com quatro paredes e uma porta: foco. c) temporal ao dia em que Nagele decidiu seguir o exem-
A verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas plo de outros executivos, e espacial ao tipo de escri-
ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar tório que adotou.
nosso foco por até 20 minutos. d) espacial ao caso de sucesso de outros executivos do
Retemos mais informações quando nos sentamos em setor de tecnologia que aboliram paredes e divisórias.
um local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e) espacial ao novo tipo de ambiente de trabalho, e tem-
e design de interiores. poral às mudanças favoráveis à integração.
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios aber-
tos podem ser ruins para funcionários.” Disponível 35. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
em:<www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
Adaptado) – contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece
uma relação de sentido com o parágrafo
32. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
MÉDIO - VUNESP – 2017) Segundo o texto, são as- a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das
empresas que adotaram o modelo de escritórios
pectos desfavoráveis ao trabalho em espaços abertos
abertos.
compartilhados
b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção
do modelo de escritórios abertos.
a) a impossibilidade de cumprir várias tarefas e a restri-
c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com
ção à criatividade.
base em resultados de pesquisas.
b) a dificuldade de propor soluções tecnológicas e a
d) anterior, introduzindo informações que se contra-
transferência de atividades para o lar.
põem à visão positiva acerca dos escritórios abertos.
c) a dispersão e a menor capacidade de conservar e) posterior, contestando com dados estatísticos o for-
conteúdos. mato tradicional de escritório fechado.
d) a distração e a possibilidade de haver colaboração de 36. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESTA-
colegas e chefes. TÍSTICA – AOCP-2015) Assinale a alternativa correta em
e) o isolamento na realização das tarefas e a vigilância relação à ortografia dos pares.
constante dos chefes.
a) Atenção – atenciozo.
33. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- b) Aprender – aprendizajem.
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a c) Simples – simplissidade.
nova redação dada ao seguinte trecho do primeiro pará- d) Fúria – furiozo.
grafo apresenta concordância de acordo com a norma- e) Sensação – sensacional.
-padrão: Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos
executivos no setor de tecnologia já tinham feito. 37. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010)
As palavras jeitinho, pesquisa e intrínseco apresentam
a) Muitos executivos já havia transferido suas equipes diferentes graus de dificuldade ortográfica e estão corre-
para o chamado escritório aberto, como feito por Ch- tamente grafadas. Assinale a alternativa em que a grafia
ris Nagele. da palavra sublinhada está igualmente correta.
b) Mais de um executivo já tinham transferido suas equi-
pes para escritórios abertos, o que só aconteceu com a) Talvez ele seje um caso de sucesso empresarial.
Chris Nagele fazem mais de quatro anos. b) A paralização da equipe técnica demorou bastante.
c) O que muitos executivos fizeram, transferindo suas c) O funcionário reinvindicou suas horas extras.
equipes para escritórios abertos, também foi feito por d) Deve-se expor com clareza a pretenção salarial.
Chris Nagele, faz cerca de quatro anos. e) O assessor de imprensa recebeu o jornalista.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele trans-


feriu sua equipe para escritórios abertos, tais como foi 38. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
transferido por muitos executivos. I – CESGRANRIO-2018) O grupo em que todas as pala-
e) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o que vras estão grafadas de acordo com a norma-padrão da
já tinham sido feitos por outros executivos do setor. língua portuguesa é:

a) admissão, infração, renovação


b) diversão, excessão, sucessão

103
c) extenção, eleição, informação b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito
d) introdução, repreção, intenção grande, porém não é capaz de absorver uma presença
e) transmissão, conceção, omissão maior de produtos vindos do exterior.
c) Depois de chegarem às telas dos computadores e
39. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO – celulares, as notícias estarão disponíveis em voos
FGV-2018) “A crise não trouxe apenas danos sociais e internacionais.
econômicos”; se juntarmos os adjetivos sublinhados em d) Os últimos dados mostram que, muitas economias
um só vocábulo, a forma adequada será apresentam crescimento e inflação baixa, fazendo
com que os juros cresçam pouco.
a) sociais-econômicos. e) Pode ser que haja uma grande procura de carros im-
b) social-econômicos. portados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e
c) sociais-econômico. ver, se a importação vale a pena.
d) socioeconômicos.
e) socioseconômicos. 43. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e
40. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL traficantes que possam ser encontrados em uma rua es-
I – CESGRANRIO-2018) O sinal de dois-pontos (:) está cura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os
empregado de acordo com a norma-padrão da língua danos que tais criminosos causam são minúsculos quan-
portuguesa em: do comparados com os de criminosos respeitáveis, que
vestem colarinho branco e trabalham para as organiza-
a) A diferença entre notícias falsas e verdadeiras é maior ções mais poderosas. Estima-se que as perdas provoca-
no campo da política: é menor nas publicações rela- das por violações das leis antitrust — apenas um item de
cionadas às catástrofes naturais. uma longa lista dos principais crimes do colarinho bran-
b) A explicação para a difusão de notícias falsas é que co — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos
os usuários compartilham informações com as quais
crimes notificados à polícia em mais de uma década, e
concordam: pois não verificam as fontes antes.
as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime
c) As informações enganosas são mais difundidas do que
apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela in-
as verdadeiras: de acordo com estudo recente feito
dústria do asbesto (amianto), dos perigos representados
por um instituto de pesquisa.
por seus produtos provavelmente custou tantas vidas
d) As notícias falsas podem ser desmascaradas com o
quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos
uso do bom senso: mas esperar isso de todo mundo é
nos Estados Unidos da América durante uma década in-
quase impossível.
e) As revistas especializadas dão alguns conselhos: não teira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, tam-
entre em sites desconhecidos e não compartilhe notí- bém provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.
cias sem fonte confiável. James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São
Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).
41. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL Não haveria prejuízo para o sentido original do texto
I – CESGRANRIO-2018) A vírgula está empregada cor- nem para a correção gramatical caso a expressão “a cada
retamente em: ano” fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para
imediatamente depois de “e”.
a) A divulgação de histórias falsas pode ter consequên-
cias reais desastrosas: prejuízos, financeiros e cons- (  ) CERTO   (  ) ERRADO
trangimentos às empresas.
b) As novas tecnologias, criaram um abismo ao separar 44. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
quem está conectado de quem não faz parte do mun- DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que
do digital. a substituição dos trechos destacados na passagem – O
c) As pessoas tendem a aceitar apenas as declarações que paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere es-
confirmam aquilo que corresponde, às suas crenças. tendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
d) Os jornalistas devem verificar as fontes citadas, cruzar metros quadrados de chão. – está de acordo com a nor-
dados e checar se as informações refletem a realidade. ma-padrão de crase, regência e conjugação verbal.
e) Os consumidores de notícias não agem como cientis-
tas porque não estão preocupados em conferir, pon- a) prefere mais estendê-la do que desistir – põe à
tos de vista alternativos. disposição.
b) prefere estendê-la à desistir – ponham a disposição.
c) prefere estendê-la a desistir – põe a disposição.
42. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- d) prefere estendê-la do que desistir – põem a disposição.
LÍNGUA PORTUGUESA

GRANRIO-2018) A vírgula foi plenamente empregada e) prefere estendê-la a desistir – ponham à disposição.
de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
portuguesa em: 45. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - SP – FARMA-
CÊUTICO - SUPERIOR - VUNESP – 2017 - adaptada)
a) A conexão é feita por meio de uma plataforma especí- Leia as frases.
fica, e os conteúdos, podem ser acessados pelos dis- As previsões alusivas ............. aumento da depressão são
positivos móveis dos passageiros. alarmantes.

104
Os sentimentos de tédio ou de tristeza são inadequada- de quem mais compartilha rumores falsos: usuários com
mente convertidos .......... estados depressivos. poucos seguidores e novatos nas redes.
Qualquer situação que possa ser um obstáculo ............ feli- — Vivemos inundados por notícias e muitas vezes as
cidade é considerada doença. pessoas não têm tempo nem condições para verificar
se elas são verdadeiras — afirma um dos pesquisado-
Para que haja coerência com a regência nominal estabe- res. Isso não quer dizer que as pessoas são estúpidas. As
lecida pela norma-padrão, as lacunas das frases devem redes sociais colocam todas as informações no mesmo
ser preenchidas, respectivamente, por: nível, o que torna difícil diferenciar o verdadeiro do falso,
uma fonte confiável de uma não confiável.
a) ao … com … na BAIMA, Cesar. Na internet, mentiras têm pernas longas.
b) ao … em … à O Globo. Sociedade. 09 mar. 2018. Adaptado.
c) do … com … na
d) com o … em … para No trecho “independentemente do tema geral que os ru-
e) com o … para … à mores abordassem”, a palavra que pode substituir rumo-
res, por ter sentido equivalente, é:
46. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS
– 2014) Assinale a assertiva cuja regência verbal está a) assuntos
correta: b) boatos
c) debates
a) Ela queria namorar com ele. d) diálogos
b) Já assisti a esse filme. e) temas
c) O caminhoneiro dormiu no volante.
d) Quando eles chegam em Campo Grande? 49. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) O
e) A moça que ele gosta é aquela ali. período abaixo em que os dois termos sublinhados NÃO
podem trocar de posição é:
47. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
2014) A regência nominal está correta em:
a) A arte é a mais bela das mentiras;
b) O importante na obra de arte é o espanto;
a) É preferível um inimigo declarado do que um amigo
c) A forma segue a emoção;
falso.
d) A obra de arte: uma interrupção do tempo;
b) As meninas têm aversão de verduras.
e) Na arte não existe passado nem futuro.
c) Aquele cachorro é hostil para com desconhecidos.
d) O sentimento de liberdade é inerente do ser humano.
e) Construiremos portos acessíveis de qualquer navio. 50. (MPU – TÉCNICO – SEGURANÇA INSTITUCIONAL
48. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL E TRANSPORTE – CESPE-2015)
I – CESGRANRIO-2018)
TEXTO II
Na internet, mentiras têm pernas longas
A partir de uma ação do Ministério Público Federal
Diz o velho ditado que “a mentira tem pernas curtas”, (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2)
mas nestes tempos de internet parece que a situação se determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 ho-
inverteu, pelo menos no mundo digital. Pesquisadores ras, 15 vídeos do YouTube que disseminam o preconcei-
mostram que rumores falsos “viajam” mais rápido e mais to, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz
“longe”, com mais compartilhamentos e alcançando um africana, e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de
maior número de pessoas, nas redes sociais, do que in- descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública,
formações verdadeiras. a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/
Foram reunidos todos os rumores nas redes sociais - fal- RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não
sos, verdadeiros ou “mistos”. Esses rumores foram acom- apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades,
panhados, chegando a um total de mais de 4,5 milhões mas também a obrigação de zelar para que elas sejam
de postagens feitas por cerca de 3 milhões de pessoas, respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas.
formando “cascatas” de compartilhamento. Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos vídeos
Ao compararem os padrões de compartilhamento des- da Internet restauraria a dignidade de tratamento, que,
sas milhares de “cascatas”, os pesquisadores observaram nesse caso, foi negada às religiões de matrizes africanas.
que os rumores “falsos” se espalharam com mais rapidez, Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a
aumentando o número de “degraus” da cascata - e com veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e fomen-
LÍNGUA PORTUGUESA

maior abrangência do que os considerados verdadeiros. tadores do ódio, da discriminação e da intolerância con-
A tendência também se manteve, independentemente tra religiões de matrizes africanas não corresponde ao
do tema geral que os rumores abordassem, mas foi mais legítimo exercício do direito à liberdade de expressão.
forte quando versavam sobre política do que os demais, O tribunal considerou que a liberdade de expressão não
na ordem de frequência: lendas urbanas; negócios; terro- se pode traduzir em desrespeito às diferentes manifesta-
rismo e guerras; ciência e tecnologia; entretenimento; e ções dessa mesma liberdade, pois ela encontra limites no
desastres naturais. próprio exercício de outros direitos fundamentais.
Uma surpresa provocada pelo estudo revelou o perfil Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações).

105
No trecho “adulterar ou destruir dados”, a palavra “adul-
terar” está sendo empregada com o sentido de alterar
prejudicando. GABARITO

(  ) CERTO (  ) ERRADO 1 B
51. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO 2 A
BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO PO- 3 B
LICIAL MILITAR – VUNESP-2010) Analise a charge.
4 E
5 A
6 E
7 A
8 C
9 A
10 A
11 D
12 CERTO
13 D
14 C
(www.arionaurocartuns.com.br) 15 E
16 E
A palavra só, presente na fala do personagem, tem o
mesmo sentido em: 17 C
18 C
a) Só vence quem concorre.
b) Mariana veio só, infelizmente. 19 C
c) Pedro estava só, quando cheguei. 20 E
d) A mulher, por estar só, sentiu-se amedrontada.
21 D
e) O marujo, só, resolveu passear pela praia.
22 B
23 A
24 E
25 E
26 D
27 A
28 B
29 D
30 E
31 CERTO
32 C
33 C
34 A
35 D
36 E
LÍNGUA PORTUGUESA

37 E
38 A
39 D
40 E
41 D

106
42 C ANOTAÇÕES
43 CERTO
44 E
___________________________________________________________
45 B
46 B ____________________________________________________________
47 C ____________________________________________________________
48 B ____________________________________________________________
49 C
____________________________________________________________
50 CERTO
51 A ____________________________________________________________

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107
ANOTAÇÕES

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108
ÍNDICE

MATEMÁTICA

Noções De Conjuntos; Igualdade De Conjuntos; Subconjuntos; Operações Com Conjuntos: Interseção E Reunião;
Resolução De Problemas.................................................................................................................................................................................... 1
Conjuntos Numéricos; Conjunto Dos Números Naturais: Propriedades, Operações, Números Primos E Compostos,
Divisibilidade, Decomposição Em Fatores Primos, Múltiplos E Divisores, Máximo Divisor Comum (M.d.c.), Mínimo
Múltiplo Comum (M.m.c.) E Resolução De Problemas............................................................................................................................ 6
Conjunto Dos Números Inteiros: Propriedades, Operações, Divisibilidade, Múltiplos E Divisores E Resolução De
Problemas................................................................................................................................................................................................................. 9
Conjunto Dos Números Racionais: Propriedades, Operações, Equivalência De Frações, Representação Decimal E
Fracionária, Números Decimais Periódicos (Dízimas Periódicas), Comparação De Frações E Resolução De Problemas;
Conjunto Dos Números Reais: Propriedades, Operações, Representação Na Reta Real, Relação De Ordem E
Resolução De Problemas.................................................................................................................................................................................... 14
Polinômios; Definição; Adição, Subtração, Multiplicação E Divisão De Polinômios Numa Única Variável; Noção
Intuitiva Do Conceito De “Zeros” De Um Polinômio................................................................................................................................ 23
Cálculo Algébrico; Operações Com Expressões Algébricas; Produtos Notáveis; Fatoração; Frações Algébricas;
Resolução De Problemas.................................................................................................................................................................................... 29
Equações De 1o Grau; Resolução De Equação De 1o Grau; Resolução De Sistema De Equações De 1o Grau; Resolução
De Problemas Redutíveis A Equação De 1o Grau; Resolução De Problemas Redutíveis A Sistema De Equações De 1o
Grau............................................................................................................................................................................................................................. 23
Inequações De 1o Grau; Resolução De Problemas Envolvendo Inequações De 1o Grau......................................................... 43
Equações De 2o Grau Resolução De Equação De 2o Grau; Resolução De Problemas Redutíveis A Equação De 2o
Grau............................................................................................................................................................................................................................. 44
Equações Irracionais; Equações Biquadradas............................................................................................................................................. 46
Funções; Noção Intuitiva E Definição; Notação De Função; Domínio, Imagem E Contradomínio........................................ 48
Função Polinomial Do 1o Grau: Definição, Propriedades, Zero Ou Raiz Da Função, Estudo Da Variação Do Sinal E
Gráfico; Função Polinomial Do 2o Grau: Definição, Propriedades, Zeros Ou Raízes Da Função, Estudo Da Variação
Do Sinal E Gráfico.................................................................................................................................................................................................. 58
Resolução De Problemas Envolvendo Função De 1o Grau; Resolução De Problemas Envolvendo Função De 2o Grau... 61
Geometria Plana; Conceitos Fundamentais; Círculo E Circunferência: Definição E Diferenciação; Propriedades De Arcos,
Ângulos E Cordas; Relações Métricas; Segmentos Proporcionais; Feixe De Paralelas; Teorema De Tales.................................. 61
Congruência E Semelhança De Triângulos; Relações Métricas No Triângulo Retângulo; Relações Métricas Em
Um Triângulo Qualquer; Projeção Ortogonal; Transformações Geométricas Elementares: Translação, Rotação E
Simetria...................................................................................................................................................................................................................... 75
Razões Trigonométricas No Triângulo Retângulo; Razões Trigonométricas Em Um Triângulo Qualquer; Cálculo De
Perímetro................................................................................................................................................................................................................... 82
Comprimento De Circunferência; Áreas De Superfícies Planas; Polígonos Regulares................................................................ 85
Medidas De Comprimento, De Área, De Capacidade E De Volume: Transformações. Volume De Paralelepípedo Reto
Retângulo. Resolução De Problemas............................................................................................................................................................. 85
Razões, Porcentagens E Noções Básicas De Matemática Financeira Razões E Proporções; Números E Grandezas
Proporcionais........................................................................................................................................................................................................... 92
Regra De Três Simples E Composta................................................................................................................................................................ 102
Porcentagens........................................................................................................................................................................................................... 104
Juros Simples; Resolução De Problemas....................................................................................................................................................... 107
Noções De Estatística Básica Tabelas; Representações Gráficas: Barras, Colunas, Setores, Linhas E Pictogramas;
Média Aritmética Simples E Ponderada........................................................................................................................................................ 108
Contagem E Probabilidade; Noções De Contagem; Noções De Probabilidade........................................................................... 129
NOÇÕES DE CONJUNTOS; IGUALDADE DE
CONJUNTOS; SUBCONJUNTOS; OPERAÇÕES
COM CONJUNTOS: INTERSEÇÃO E REUNIÃO;
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS Compreensão: aqui é indicada uma caracte-
rística comum a todos os elementos. Por exemplo:
B = x x é natural e par}.. (Lê-se x, tal que x é par). Ou
seja, o conjunto B possui elementos (representados por
x) que são números naturais pares.
TEORIA DOS CONJUNTOS Relações
Conceitos Básicos Pertinência: expressa a relação entre ELEMENTO e
CONJUNTO. É representada pelos símbolos (pertence)
Conjuntos: Não existe uma definição de conjunto ou (não pertence)
pois trata-se de um conceito primitivo. Um cacho de ba-
nanas, um cardume de peixes, uma porção de livros, uma Se x é um elemento de um conjunto A, escrevemos A
coleção de objetos ou equipes são todos exemplos de
Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.
conjuntos.
Se x não é um elemento de um conjunto A, es-
Elemento: É todo componente de um conjunto. Em
creveremos x A
um cacho de bananas (conjunto), um elemento é uma
banana, por exemplo. Convém frisar que um conjunto Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence
pode ele mesmo ser elemento de algum outro conjunto a A.

Tipos de Conjuntos Continência: expressa a relação entre CONJUNTOS.


Aqui nasce o conceito de subconjunto.
Finito: É todo conjunto que possui um número finito
de elementos. Por exemplo, o conjunto dos números na- Subconjunto
turais pares e menores do que 10. Esse conjunto é dado Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento
por: e possui 4 elementos. de A é também elemento de B, dizemos que A é um
subconjunto de B ou A é a parte de B ou, ainda, A está
Infinito: É todo conjunto que possui infinitos ele- contido em B e indicamos por A ⊂ B.
mentos. Por exemplo, o conjunto dos números naturais Simbolicamente: AB ⇔ ()( ∈ A ⇒ ∈ B) (= para
pares. Esse conjunto é dado por: {2,4,6,8,10,12,…} e pos- todo)
sui infinitos elementos.
Portanto, A ⊄ B significa que A não é um subconjun-
Unitário: É todo conjunto que possui um único ele- to de B ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido
mento. Por exemplo, o conjunto dos números naturais em B.
pares e menores do que 4. Esse conjunto é dado por {2}
e possui um único elemento. Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe,
pelo menos, um elemento de A que não é elemento de
Vazio: É todo conjunto que não possui elementos. B.
Por exemplo, o conjunto dos números naturais ímpares Simbolicamente: A ⊄ B ⇔ ()( ∈ A e ∉ B) (=existe)
e menores do que 1. Como não existe nenhum número
natural ímpar menor do que 1, esse conjunto é vazio. A Ex:
representação de um conjunto vazio pode ser feita de {2,4} ⊂ {2,3,4}, pois 2 ∈ {2,3,4} e 4 ∈ {2,3,4}
duas formas: ∅ ou { }. {2,3,4} ⊄ {2,4}, pois 3 ∉ {2,4}
{5,6} ⊂ {5,6}, pois 5 ∈ {5,6} e 6 ∈ {5,6}
Representação de Conjuntos
Igualdade entre Conjuntos
Os conjuntos podem ser representados de três for-
mas diferentes: Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é
igual a B e indicamos por A = B se, e somente se, A é
Extensão: Nessa forma, o conjunto é nomeado por subconjunto de B e B é também subconjunto de A.
uma letra maiúscula e os elementos são escritos entre Simbolicamente: A = B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A
chaves. Por exemplo: A={1,3,5,7,9}. Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais
equivale, segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B
MATEMÁTICA

Graficamente: Os conjuntos são representados por e B ⊂ A.


formas geométricas onde os elementos são escritos no Segue da definição que dois conjuntos são iguais se,
seu interior. e somente se, possuem os mesmos elementos.
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B.

1
Portanto A ≠ B se, e somente se, A não é subconjunto Observação: Se A ∩ B = ∅ , dizemos que A e B
de B ou B não é subconjunto de A. são conjuntos disjuntos.
Simbolicamente: A ≠ B ⇔ A ⊄ B ou B ⊄ A

Operações

União de conjuntos

A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o


conjunto formado por todos os elementos que perten-
cem a A ou a B. Representa-se por A ∪ B
Simbolicamente: Diferença

A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto


formado por todos os elementos que pertencem a A e
não pertencem a B.
Representa-se por A - B.

Simbolicamente:

Exs:
{2,3}∪{4,5,6}={2,3,4,5,6}
{2,3,4}∪{3,4,5}={2,3,4,5}
{2,3}∪{1,2,3,4}={1,2,3,4}
{a,b}∪∅={a,b}

Intersecção de conjuntos Se B⊂A, o conjunto A – B é também chamado de


conjunto complementar de B em relação a A, represen-
A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto tado por CA B.
formado por todos os elementos que pertencem, simul- Simbolicamente: CA B={x|x∈A e x∉B}
taneamente, a A e a B.
Representa-se por A ∩ B . Exs:
Simbolicamente:
A = {0,1,2,3} e B = {0,2}
A – B = {1,3}, C_A B={1,3} e C_B A = B – A
=∅

A = {1,2,3} e B = {2,3,4}
A – B = {1}

A = {0,2,4} e B = {1 ,3 ,5}
A – B = {0,2,4}

NÚMERO DE ELEMENTOS DE UM CONJUNTO

Sendo X um conjunto com um número finito de


Exemplos elementos, representa-se por o número de elementos
{2,3,4}∩{3,5}={3} de . Sendo, ainda, e dois conjuntos quaisquer, com
{1,2,3}∩{2,3,4}={2,3} número finito de elementos temos:
{2,3}∩{1,2,3,5}={2,3}
{2,4}∩{3,5,7}=∅ n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
MATEMÁTICA

Se A∩B=∅→ n(A∪B)=n(A)+n(B)

n(A -B)=n(A)-n(A∩B)

B A n(A-B)=n(A)-n(B)

2
NÚMERO DE ELEMENTOS DA UNIÃO E DA INTER- • 78% do total de entrevistados gostam de pizza; e
SECÇÃO DE CONJUNTOS • 75% do total de entrevistados gostam de batata
frita.
Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura
abaixo, podemos estabelecer uma relação entre os res- Então, é CORRETO afirmar que, no total de alunos en-
pectivos números de elementos. trevistados, a porcentagem dos que gostam, ao mesmo
tempo, de chocolate, de pizza e de batata frita é, pelo
menos, de:

a) 25%.
b) 30%.
c) 35%.
d) 40%.

Resposta: Letra C. Inicialmente devemos nomear as


incógnitas da equação da questão:
x = pessoas que gostam de pizza.
n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B) y = pessoas que gostam de chocolate.
Note que ao subtrairmos os elementos comuns evi- z = pessoas que gostam de batata frita.
tamos que eles sejam contados duas vezes. w = pessoas que gostam de chocolate e batata frita.
s = pessoas que gostam de batata frita e pizza.
v = pessoas que gostam de chocolate e pizza.
FIQUE ATENTO! d = pessoas que gostam ao mesmo tempo de choco-
Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se late, pizza e batata frita.
mesmo um deles estiver contido no outro, Agora que já sabemos quais são as incógnitas, vamos
ainda assim a relação dada será verdadeira. escrever as equações:
Gostam de chocolate: Selecionaremos todas as variá-
veis que possuem chocolate:
#FicaDica y + w + v + d = 82%
Gostam de pizza: Selecionaremos todas as variáveis
Podemos ampliar a relação do número de que possuem pizza:
elementos para três ou mais conjuntos com x + s + v + d = 78%
a mesma eficiência. Gostam de batata frita: Selecionaremos todas as vari-
áveis que possuem batata frita:
z + d + s + w = 75%
Veja o exemplo abaixo: Agora vamos realizar a soma das equações das pes-
soas que gostam de chocolate com as pessoas que
gostam de pizza:
y + w + v + d + x + s + v + d = 82% + 78%
y + w + v + d + x + s + ( v + d ) = 160% → Veja que y
+ w + v + d + x + s = 100% de pessoas.
100% + v + d = 160%
v + d = 160% - 100%
v + d = 60%
Some as equações gerais com a equação referente às
pessoas que gostam de batata frita (v + d = 60%):
z + d + s + w + v + d = 75% + 60%
z + d + s + w + v + (d) = 135% → Observe que z + d
+ s + w + v = 100%.
100% + d = 135.
n(A∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)-n(A∩B)- Obtemos, então, o sistema:
-n(A∩C)-n(B∩C)+n(A∩B∩C) v + d = 60% → Primeira equação
100% + d = 135% → Segunda equação
Resolvendo a segunda equação, obtemos:
EXERCÍCIOS COMENTADOS 100% + d = 135%
d = 35% → Pessoas que gostam ao mesmo tempo de
chocolate, batata frita e pizza.
MATEMÁTICA

1. (UFMG) Uma escola realizou uma pesquisa sobre os Substituindo o valor de d na primeira equação, temos:
hábitos alimentares de seus alunos. Alguns resultados v + d = 60%
dessa pesquisa foram: v + 35% = 60%
v = 25% → Pessoas que gostam de chocolate e pizza.
• 82% do total de entrevistados gostam de chocolate;

3
2. (UFPA) Um professor de Matemática, ao lecionar Teo-
ria dos Conjuntos em uma certa turma, realizou uma pes-
quisa sobre as preferências clubísticas de seus n alunos, CONJUNTOS NUMÉRICOS; CONJUNTO DOS
tendo chegado ao seguinte resultado: NÚMEROS NATURAIS: PROPRIEDADES, OPE-
RAÇÕES, NÚMEROS PRIMOS E COMPOSTOS,
• 23 alunos torcem pelo Paysandu Sport Club; DIVISIBILIDADE, DECOMPOSIÇÃO EM FATO-
• 23 alunos torcem pelo Clube do Remo; RES PRIMOS, MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁ-
• 15 alunos torcem pelo Clube de Regatas Vasco da XIMO DIVISOR COMUM (M.D.C.), MÍNIMO
Gama; MÚLTIPLO COMUM (M.M.C.) E RESOLUÇÃO
• 6 alunos torcem pelo Paysandu e pelo Vasco; DE PROBLEMAS
• 5 alunos torcem pelo Vasco e pelo Remo. 

Se designarmos por A o conjunto dos torcedores do Pay-


NÚMEROS NATURAIS E SUAS OPERAÇÕES FUNDA-
sandu, por B o conjunto dos torcedores do Remo e por
MENTAIS
C o conjunto dos torcedores do Vasco, todos da referida
turma, teremos, evidentemente, A ∩ B = Ø. Concluímos
1. Definição de Números Naturais
que o número n de alunos dessa turma é
a) 49.
Os números naturais como o próprio nome diz, são
b) 50.
os números que naturalmente aprendemos, quando es-
c) 47.
tamos iniciando nossa alfabetização. Nesta fase da vida,
d) 45.
não estamos preocupados com o sinal de um número,
d) 46.
mas sim em encontrar um sistema de contagem para
quantificarmos as coisas. Assim, os números naturais são
Resposta: Letra B. Para resolver essa questão, deve-
sempre positivos e começando por zero e acrescentando
mos desenhar os diagramas de todos os conjuntos
sempre uma unidade, obtemos os seguintes elementos:
descritos no enunciado, destacando a sua intersecção.
ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … .

Sabendo como se constrói os números naturais, pode-


mos agora definir algumas relações importantes entre eles:

a) Todo número natural dado tem um sucessor (nú-


mero que está imediatamente à frente do número
dado na seqüência numérica). Seja m um núme-
ro natural qualquer, temos que seu sucessor será
sempre definido como m+1. Para ficar claro, se-
guem alguns exemplos:
Efetuando a adição, temos que: 17 + 18 + 5 + 6 + 4
= 50
Ex: O sucessor de 0 é 1.
O número n de alunos dessa turma é 50.
Ex: O sucessor de 1 é 2.
Ex: O sucessor de 19 é 20.

b) Se um número natural é sucessor de outro, então


os dois números que estão imediatamente ao lado
do outro são considerados como consecutivos. Ve-
jam os exemplos:

Ex: 1 e 2 são números consecutivos.


Ex: 5 e 6 são números consecutivos.
Ex: 50 e 51 são números consecutivos.

c) Vários números formam uma coleção de números


naturais consecutivos se o segundo for sucessor
do primeiro, o terceiro for sucessor do segundo, o
quarto for sucessor do terceiro e assim sucessiva-
mente. Observe os exemplos a seguir:
MATEMÁTICA

Ex: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.


Ex: 5, 6 e 7 são consecutivos.
Ex: 50, 51, 52 e 53 são consecutivos.

4
d) Analogamente a definição de sucessor, podemos associar as parcelas de quaisquer modos, ou seja,
definir o número que vem imediatamente antes com três números naturais, somando o primeiro
ao número analisado. Este número será definido com o segundo e ao resultado obtido somarmos
como antecessor. Seja m um número natural qual- um terceiro, obteremos um resultado que é igual à
quer, temos que seu antecessor será sempre de- soma do primeiro com a soma do segundo e o ter-
finido como m-1. Para ficar claro, seguem alguns ceiro. Apresentando isso sob a forma de números,
exemplos: sejam A,B e C, três números naturais, temos que:

Ex: O antecessor de 2 é 1. 𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 𝐴 + (𝐵 + 𝐶)
Ex: O antecessor de 56 é 55.
Ex: O antecessor de 10 é 9.
c) Elemento neutro: Esta propriedade caracteriza-se
pela existência de número que ao participar da
FIQUE ATENTO! operação de adição, não altera o resultado final.
O único número natural que não possui an- Este número será o 0 (zero). Seja A, um número
tecessor é o 0 (zero) ! natural qualquer, temos que:

𝐴+0 = 𝐴
1.1. Operações com Números Naturais
d) Comutativa: No conjunto dos números naturais,
Agora que conhecemos os números naturais e temos a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas
um sistema numérico, vamos iniciar o aprendizado das não altera a soma, ou seja, somando a primeira
operações matemáticas que podemos fazer com eles. parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo
Muito provavelmente, vocês devem ter ouvido falar das resultado que se somando a segunda parcela com
quatro operações fundamentais da matemática: Adição, a primeira parcela. Sejam dois números naturais A
Subtração, Multiplicação e Divisão. Vamos iniciar nossos e B, temos que:
estudos com elas:
Adição: A primeira operação fundamental da Aritmé- 𝐴+𝐵 =𝐵 +𝐴
tica tem por finalidade reunir em um só número, todas
as unidades de dois ou mais números. Antes de surgir Subtração: É a operação contrária da adição. Ao in-
os algarismos indo-arábicos, as adições podiam ser rea- vés de reunirmos as unidades de dois números naturais,
lizadas por meio de tábuas de calcular, com o auxílio de vamos retirar uma quantidade de um número. Voltando
pedras ou por meio de ábacos. Esse método é o mais novamente ao exemplo das pedras:
simples para se aprender o conceito de adição, veja a
figura a seguir:

Observando a historinha, veja que as unidades (pe-


dras) que eu tinha foram separadas. Essa separação das
Observando a historinha, veja que as unidades (pe- pedras é definida como subtração. Simbolicamente, a
dras) foram reunidas após o passeio no quintal. Essa reu- subtração é representada pelo símbolo “-” e assim a his-
nião das pedras é definida como adição. Simbolicamen- torinha fica da seguinte forma:
te, a adição é representada pelo símbolo “+” e assim a 5 3 2
historinha fica da seguinte forma: − =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜
3
+
2
=
5 A subtração de números naturais também possui
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑒𝑔𝑢𝑒𝑖 𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑖𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 suas propriedades, definidas a seguir:
a) Não fechada: A subtração de números naturais não
Como toda operação matemática, a adição possui al- é fechada, pois há um caso onde a subtração de
gumas propriedades, que serão apresentadas a seguir: dois números naturais não resulta em um número
natural. Sejam dois números naturais A,B onde A <
a) Fechamento: A adição no conjunto dos números B, temos que:
naturais é fechada, pois a soma de dois números
MATEMÁTICA

A−B< 0
naturais será sempre um número natural.
Como os números naturais são positivos, A-B não
b) Associativa: A adição no conjunto dos números na- é um número natural, portanto a subtração não é
turais é associativa, pois na adição de três ou mais fechada.
parcelas de números naturais quaisquer é possível

5
b) Não Associativa: A subtração de números naturais d) Comutativa: Quando multiplicamos dois números
também não é associativa, uma vez que a ordem naturais quaisquer, a ordem dos fatores não altera
de resolução é importante, devemos sempre sub- o produto, ou seja, multiplicando o primeiro ele-
trair o maior do menor. Quando isto não ocorrer, mento pelo segundo elemento teremos o mesmo
o resultado não será um número natural. resultado que multiplicando o segundo elemento
c) Elemento neutro: No caso do elemento neutro, a pelo primeiro elemento. Sejam os números natu-
propriedade irá funcionar se o zero for o termo a rais m e n, temos que:
ser subtraído do número. Se a operação for inver-
sa, o elemento neutro não vale para os números 𝑚𝑥𝑛 = 𝑛𝑥𝑚
naturais:
d) Não comutativa: Vale a mesma explicação para a e) Prioridade sobre a adição e subtração: Quando se
subtração de números naturais não ser associati- depararem com expressões onde temos diferentes
va. Como a ordem de resolução importa, não po-
operações matemática, temos que observar a or-
demos trocar os números de posição
dem de resolução das mesmas. Observe o exemplo
a seguir:
Multiplicação: É a operação que tem por finalidade
adicionar o primeiro número denominado multiplican-
do ou parcela, tantas vezes quantas são as unidades do Ex: 2 + 4 𝑥 3
segundo número denominadas multiplicador. Veja o
exemplo: Se resolvermos a soma primeiro e depois a multi-
plicação, chegamos em 18.
Ex: Se eu economizar toda semana R$ 6,00, ao final Se resolvermos a multiplicação primeiro e depois a
de 5 semanas, quanto eu terei guardado? soma, chegamos em 14. Qual a resposta certa?

Pensando primeiramente em soma, basta eu somar A multiplicação tem prioridade sobre a adição,
todas as economias semanais: portanto deve ser resolvida primeiro e assim a res-
posta correta é 14.
6 + 6 + 6 + 6 + 6 = 30
FIQUE ATENTO!
Quando um mesmo número é somado por ele mes-
mo repetidas vezes, definimos essa operação como mul- Caso haja parênteses na soma, ela tem prio-
tiplicação. O símbolo que indica a multiplicação é o “x” e ridade sobre a multiplicação. Utilizando o
assim a operação fica da seguinte forma: exemplo, temos que: .
(2 + 4)𝐱3 = 6 𝐱 3 = 18 Nesse caso, reali-
6+6+6+6+6
=
6𝑥5
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖çõ𝑒𝑠
= 30 za-se a soma primeiro, pois ela está dentro
dos parênteses
A multiplicação também possui propriedades, que
são apresentadas a seguir: f) Propriedade Distributiva: Uma outra forma de re-
solver o exemplo anterior quando se a soma está
a) Fechamento: A multiplicação é fechada no conjun-
entre parênteses é com a propriedade distributiva.
to dos números naturais, pois realizando o produ-
Multiplicando um número natural pela soma de
to de dois ou mais números naturais, o resultado
será um número natural. dois números naturais, é o mesmo que multiplicar
o fator, por cada uma das parcelas e a seguir adi-
b) Associativa: Na multiplicação, podemos associar cionar os resultados obtidos. Veja o exemplo:
três ou mais fatores de modos diferentes, pois se 2 + 4 x 3 = 2x3 + 4x3 = 6 + 12 = 18
multiplicarmos o primeiro fator com o segundo e
depois multiplicarmos por um terceiro número na-
tural, teremos o mesmo resultado que multiplicar Veja que a multiplicação foi distribuída para os dois
o terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo. números do parênteses e o resultado foi o mesmo que
Sejam os números naturais m,n e p, temos que: do item anterior.
𝑚 𝑥 𝑛 𝑥 𝑝 = 𝑚 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑝)
Divisão: Dados dois números naturais, às vezes neces-
sitamos saber quantas vezes o segundo está contido no
c) Elemento Neutro: No conjunto dos números na- primeiro. O primeiro número é denominado dividendo e
turais também existe um elemento neutro para a o outro número é o divisor. O resultado da divisão é cha-
multiplicação mas ele não será o zero, pois se não mado de quociente. Nem sempre teremos a quantidade
repetirmos a multiplicação nenhuma vez, o resul- exata de vezes que o divisor caberá no dividendo, poden-
tado será 0. Assim, o elemento neutro da multipli-
MATEMÁTICA

do sobrar algum valor. A esse valor, iremos dar o nome


cação será o número 1. Qualquer que seja o nú- de resto. Vamos novamente ao exemplo das pedras:
mero natural n, tem-se que:

𝑛𝑥1=𝑛

6
Resposta: Letra D Dado o preço inicial de R$ 1700,00,
basta subtrair a entrada de R$ 500,00, assim: R$
1700,00-500,00 = R$ 1200,00. Dividindo esse resulta-
do em 12 prestações, chega-se a R$ 1200,00 : 12 = R$
100,00

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS:


No caso em particular, conseguimos dividir as 8 PROPRIEDADES, OPERAÇÕES, DIVISIBILI-
pedras para 4 amigos, ficando cada um deles como 2 DADE, MÚLTIPLOS E DIVISORES E RESO-
unidades e não restando pedras. Quando a divisão não LUÇÃO DE PROBLEMAS
possui resto, ela é definida como divisão exata. Caso con-
trário, se ocorrer resto na divisão, como por exemplo, se
ao invés de 4 fossem 3 amigos:
NÚMEROS INTEIROS E SUAS OPERAÇÕES FUNDA-
MENTAIS

1.1 Definição de Números Inteiros

Definimos o conjunto dos números inteiros como a


união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3,
4,..., n,...}, com o conjunto dos opostos dos números na-
turais, que são definidos como números negativos. Este
Nessa divisão, cada amigo seguiu com suas duas pe- conjunto é denotado pela letra Z e é escrito da seguinte
dras, porém restaram duas que não puderam ser distri- forma:
buídas, pois teríamos amigos com quantidades diferen-
tes de pedras. Nesse caso, tivermos a divisão de 8 pedras
ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, … }
por 3 amigos, resultando em um quociente de 2 e um Sabendo da definição dos números inteiros, agora é
resto também 2. Assim, definimos que essa divisão não possível indiciar alguns subconjuntos notáveis:
é exata.
Devido a esse fato, a divisão de números naturais não a) O conjunto dos números inteiros não nulos: São
é fechada, uma vez que nem todas as divisões são exa- todos os números inteiros, exceto o zero:
tas. Também não será associativa e nem comutativa, já
que a ordem de resolução importa. As únicas proprieda-
des válidas na divisão são o elemento neutro (que segue ℤ∗ = {… , −4, −3, −2, −1, 1, 2, 3, 4, … }
sendo 1, desde que ele seja o divisor) e a propriedade
distributiva. b) O conjunto dos números inteiros não negativos:
São todos os inteiros que não são negativos, ou
seja, os números naturais:
FIQUE ATENTO! ℤ+ = 0, 1, 2, 3, 4, … = ℕ
A divisão tem a mesma ordem de priorida- c) O conjunto dos números inteiros positivos: São to-
de de resolução que a multiplicação, assim dos os inteiros não negativos, e neste caso, o zero
ambas podem ser resolvidas na ordem que não pertence ao subconjunto:
aparecem.
ℤ∗+ = 1, 2, 3, 4, …
d) O conjunto dos números inteiros não positivos:
São todos os inteiros não positivos:
EXERCÍCIO COMENTADO
ℤ_ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, }
1. (Pref. De Bom Retiro – SC) A Loja Berlanda está com e) O conjunto dos números inteiros negativos: São to-
promoção de televisores. Então resolvi comprar um tele- dos os inteiros não positivos, e neste caso, o zero
visor por R$ 1.700,00. Dei R$ 500,00 de entrada e o res- não pertence ao subconjunto:
tante vou pagar em 12 prestações de: ℤ∗ _ = {… , −4, −3, −2, −1}

a) R$ 170,00 1.2 Definições Importantes dos Números inteiros


MATEMÁTICA

b) R$ 1.200,00
c) R$ 200,00 Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a
d) R$ 100,00 distância ou afastamento desse número até o zero, na
reta numérica inteira. Representa-se o módulo pelo sím-
bolo | |. Vejam os exemplos:

7
Ex: O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0 Se observarem essa operação, vocês irão perceber
Ex: O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 que ela tem o mesmo resultado que 8 − 5 = 3. Basica-
Ex: O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9 mente ambas são as mesmas operações, sem a presença
dos parênteses e a explicação de como se chegar a essa
a) O módulo de qualquer número inteiro, diferente de simplificação será apresentado nos itens seguintes deste
zero, é sempre positivo. capítulo.
Agora, e se a perda for maior que o ganho? Veja o
Números Opostos: Voltando a definição do inicio do exemplo:
capítulo, dois números inteiros são ditos opostos um do
outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos Ex: −8 + +5 = ?
que os representam distam igualmente da origem. Vejam
os exemplos: Usando a regra, temos que:
Ex: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2,
pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0 -8 = Perder 8
Ex: No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de +5 = Ganhar 5
a é – a, e vice-versa. Logo: (Perder 8) + (Ganhar 5) = (Perder 3)
Ex: O oposto de zero é o próprio zero.
Após a definição de adição de números inteiros, va-
1.3 Operações com Números Inteiros mos apresentar algumas de suas propriedades:

Adição: Diferentemente da adição de números natu- a) Fechamento: O conjunto Z é fechado para a adi-
rais, a adição de números inteiros pode gerar um pouco ção, isto é, a soma de dois números inteiros ainda é um
de confusão ao leito. Para melhor entendimento desta número inteiro.
operação, associaremos aos números inteiros positivos o
conceito de “ganhar” e aos números inteiros negativos o b) Associativa: Para todos 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℤ :
conceito de “perder”. Vejam os exemplos:
𝑎 + (𝑏 + 𝑐) = (𝑎 + 𝑏) + 𝑐
Ex: (+3) + (+5) = ?
Ex: 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7
Obviamente, quem conhece a adição convencional,
sabe que este resultado será 8. Vamos ver agora pelo Comutativa: Para todos a,b em Z:
conceito de “ganhar” e “perder”: a+b=b+a
3+7=7+3
+3 = Ganhar 3
+5 = Ganhar 5 Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a
cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
Logo: (Ganhar 3) + (Ganhar 5) = (Ganhar 8) z+0=z
7+0=7
Ex: (−3) + (−5) = ?
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z,
Agora é o caso em que temos dois números negati- tal que
vos, usando o conceito de “ganhar” ou “perder”: z + (–z) = 0
9 + (–9) = 0
-3 = Perder 3 Subtração de Números Inteiros
-5 = Perder 5
Logo: (Perder 3) + (Perder 5) = (Perder 8) A subtração é empregada quando:
- Precisamos tirar uma quantidade de outra
Neste caso, estamos somando duas perdas ou dois quantidade;
prejuízos, assim o resultado deverá ser uma perda maior. - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
uma delas tem a mais que a outra;
E se tivermos um número positivo e um negativo? Va- - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
mos ver os exemplos: falta a uma delas para atingir a outra.
Ex: (+8) + (−5) = ?
Observe que: 9 – 5 = 4
Neste caso, temos um ganho de 8 e uma perda de 5,
que naturalmente sabemos que resultará em um ganho diferença
de 3: subtraendo
MATEMÁTICA


+8 = Ganhar 8 minuendo
-5 = Perder 5
Considere as seguintes situações:
Logo: (Ganhar 8) + (Perder 5) = (Ganhar 3)

8
1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião Para realizar a multiplicação de números inteiros, de-
passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da vemos obedecer à seguinte regra de sinais:
temperatura? (+1) x (+1) = (+1)
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) (+1) x (-1) = (-1)
– (+3) = +3 (-1) x (+1) = (-1)
(-1) x (-1) = (+1)
2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, du-
rante o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura bai- Com o uso das regras acima, podemos concluir que:
xou de 3 graus. Qual a temperatura registrada na noite
de terça-feira? Sinais dos números Resultado do produto
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) +
(–3) = +3 Iguais Positivo
Diferentes Negativo
Se compararmos as duas igualdades, verificamos que
(+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3). Propriedades da multiplicação de números inteiros: O
Temos: conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a mul-
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3 tiplicação de dois números inteiros ainda é um número
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3 inteiro.
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
Associativa: Para todos a,b,c em Z:
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros a x (b x c) = (a x b) x c
é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do 2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
segundo.
Comutativa: Para todos a,b em Z:
axb=bxa
3x7=7x3
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por
1. Calcule: todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
zx1=z
a) (+12) + (–40) ; 7x1=7
b) (+12) – (–40)
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que
z x z–1 = z x (1/z) = 1
Resposta: Aplicando as regras de soma e subtração de 9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
inteiros, tem-se que:
a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28 Distributiva: Para todos a,b,c em Z:
b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52 a x (b + c) = (a x b) + (a x c)
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25 3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
– 25 = 0
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15 1.5. Divisão de Números Inteiros
= 6 – 24 = -18
Sabemos que na divisão exata dos números naturais:
1.4. Multiplicação de Números Inteiros
40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36
A multiplicação funciona como uma forma simplifica-
da de uma adição quando os números são repetidos. Po-
Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a di-
deríamos analisar tal situação como o fato de estarmos
ganhando repetidamente alguma quantidade, como por visão exata de números inteiros. Veja o cálculo:
exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas, sig-
nifica ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser indi- (–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4)
cada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30 Logo: (–20) : (+5) = +4
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos:
2 + 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60 Considerando os exemplos dados, concluímos que,
Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos: para efetuar a divisão exata de um número inteiro por
(–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60 outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o mó-
MATEMÁTICA

Observamos que a multiplicação é um caso particular dulo do dividendo pelo módulo do divisor. Daí:
da adição onde os valores são repetidos.
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode - Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo si-
ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal nal, o quociente é um número inteiro positivo.
entre as letras.

9
- Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferen- Potência de expoente zero e base diferente de zero:
tes, o quociente é um número inteiro negativo. É igual a 1.
- A divisão nem sempre pode ser realizada no con- Exemplo: (+14)0 = 1
junto Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são (–35)0 = 1
divisões que não podem ser realizadas em Z, pois
o resultado não é um número inteiro.
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é 1.7. Radiciação de Números Inteiros
associativa e não tem a propriedade da existência
do elemento neutro. A raiz nésima (de ordem n) de um número inteiro a
é a operação que resulta em outro número inteiro não
1- Não existe divisão por zero. negativo b que elevado à potência n fornece o número a.
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não O número n é o índice da raiz enquanto que o número a
existe um número inteiro cujo produto por zero é o radicando (que fica sob o sinal do radical).
seja igual a –15. A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, dife- a é a operação que resulta em outro número inteiro não
rente de zero, é zero, pois o produto de qualquer negativo que elevado ao quadrado coincide com o nú-
número inteiro por zero é igual a zero. mero a.
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 /b) 0 : (+6) = 0 /c) 0 : (–1)
=0 Observação: Não existe a raiz quadrada de um nú-
mero inteiro negativo no conjunto dos números inteiros.
1.6. Potenciação de Números Inteiros
A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a
A potência an do número inteiro a, é definida como é a operação que resulta em outro número inteiro que
um produto de n fatores iguais. O número a é denomi- elevado ao cubo seja igual ao número a. Aqui não res-
nado a base e o número n é o expoente.
tringimos os nossos cálculos somente aos números não
an = a x a x a x a x ... x a
negativos.
a é multiplicado por a n vezes
Exemplos
Exemplos:
33 = (3) x (3) x (3) = 27 3
8
(a) = 2, pois 2³ = 8.
(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
(-7)² = (-7) x (-7) = 49 3
−8
(+9)² = (+9) x (+9) = 81 (b) = –2, pois (–2)³ = -8.

(c)
3
27 = 3, pois 3³ = 27.
- Toda potência de base positiva é um número intei-
ro positivo. 3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27.
Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9 (d)

- Toda potência de base negativa e expoente par é Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o
um número inteiro positivo. produto de números inteiros, concluímos que:
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64 (a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de núme-
ro inteiro negativo.
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar
é um número inteiro negativo. (b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125 raiz de qualquer número inteiro.

Propriedades da Potenciação:

Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se NÚMEROS PRIMOS, MDC E MMC
a base e somam-se os expoentes.
(–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9 O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo co-
mum são ferramentas extremamente importantes na
Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva- matemática. Através deles, podemos resolver alguns
-se a base e subtraem-se os expoentes. problemas simples, além de utilizar seus conceitos em
(+13)8 : (+13)6 = (+13)8 – 6 = (+13)2 outros temas, como frações, simplicação de fatoriais, etc.
Porém, antes de iniciarmos a apresentar esta teoria, é
Potência de Potência: Conserva-se a base e multipli- importante conhecermos primeiramente uma classe de
cam-se os expoentes. números muito importante: Os números primos.
MATEMÁTICA

[(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10


1. Números primos
Potência de expoente 1: É sempre igual à base.
(+9)1 = +9 Um número natural é definido como primo se ele tem
(–13)1 = –13 exatamente dois divisores: o número um e ele mesmo.

10
Já nos inteiros, p ∈ ℤ é um primo se ele tem exatamente A definição de divisor está relacionada com a de
quatro divisores: ±1 e ±𝑝 . múltiplo.

FIQUE ATENTO! Um número natural b é divisor do número natural a,


se a é múltiplo de b.
Por definição,  0,  1  e  − 1  não são números
primos.
Ex. 3 é divisor de 15, pois 15 = 3 ∙5, logo 15 é múltiplo
de 3 e também é múltiplo de 5.
Existem infinitos números primos, como demonstra-
do por Euclides por volta de 300 a.C.. A propriedade de
ser um primo é chamada “primalidade”, e a palavra “pri- #FicaDica
mo” também são utilizadas como substantivo ou adje-
Um número natural tem uma quantidade fi-
tivo. Como “dois” é o único número primo par, o termo
nita de divisores. Por exemplo, o número 6
“primo ímpar” refere-se a todo primo maior do que dois.
poderá ter no máximo 6 divisores, pois tra-
O conceito de número primo é muito importante
balhando no conjunto dos números naturais
na teoria dos números. Um dos resultados da teoria dos
não podemos dividir 6 por um número maior
números é o  Teorema Fundamental da Aritmética, que
do que ele. Os divisores naturais de 6 são os
afirma que qualquer número natural diferente de 1 pode
números 1, 2, 3, 6, o que significa que o nú-
ser escrito de forma única (desconsiderando a ordem)
mero 6 tem 4 divisores.
como um produto de números primos (chamados fato-
res primos): este processo se chama decomposição em
fatores primos (fatoração). É exatamente este conceito MDC
que utilizaremos no MDC e MMC. Para caráter de me-
morização, seguem os 100 primeiros números primos Agora que sabemos o que são números primos, múl-
positivos. Recomenda-se que memorizem ao menos os tiplos e divisores, vamos ao MDC. O máximo divisor co-
10 primeiros para MDC e MMC: mum de dois ou mais números é o maior número que é
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53,  divisor comum de todos os números dados.
59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113 Ex. Encontrar o MDC entre 18 e 24.
, 127, 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, Divisores naturais de 18: D(18) = {1,2,3,6,9,18}.
191, 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, Divisores naturais de 24: D(24) = {1,2,3,4,6,8,12,24}.
257, 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317, Pode-se escrever, agora, os divisores comuns a 18 e
331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397, 24: D(18)∩ D (24) = {1,2,3,6}.
401, 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463, Observando os divisores comuns, podemos identifi-
467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541 car o maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja:
MDC (18,24) = 6.
2. Múltiplos e Divisores Outra técnica para o cálculo do MDC:

Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro Decomposição em fatores primos: Para obter o
natural b, se existe um número natural k tal que: MDC de dois ou mais números por esse processo, proce-
de-se da seguinte maneira:
𝑎 = 𝑘. 𝑏 Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos, cada
Ex. 15 é múltiplo de 5, pois 15=3 . 5 um deles elevado ao seu menor expoente.

Quando a=k.b, segue que a é múltiplo de b, mas tam-


bém, a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 que
é múltiplo de 5 e de 7, pois: 35 = 7 . 5. Exemplo: Achar o MDC entre 300 e 504.
Quando a = k.b, então a é múltiplo de b e se conhe-
cemos b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta
fazer k assumir todos os números naturais possíveis.

Como conclusão às assertivas propostas acima, tem-


-se que:
- Um número b é sempre múltiplo dele mesmo  a
= 1 ∙ b ↔ a = b.
- Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números
MATEMÁTICA

da forma a = k ∙ 2, k seria substituído por todos os


números naturais possíveis. Temos que:
300 = 22.3 .52
504 = 23.32 .7
mdc (300,504)= 22∙ 3 = 4 ∙ 3=12

11
MMC problema consiste em encontrar o mmc entre 6 e 4.
Logo, eles folgarão no mesmo dia novamente após 12
O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números dias pois mmc (6,4)=12.
é o menor número positivo que é múltiplo comum de
todos os números dados. Consideremos: 2. Quais dos números a seguir são primos? Justifique.
Ex. Encontrar o MMC entre 8 e 6
Múltiplos positivos de 6: M(6) = a) 88
{6,12,18,24,30,36,42,48,54,...} b) 20
Múltiplos positivos de 8: M(8) = c) 101
{8,16,24,32,40,48,56,64,...}
Resposta: Letra C. Para ser número primo, um núme-
Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos co- ro deve ser divisível apenas por 1 e por ele mesmo.
Em outras palavras, caso um número seja múltiplo de
muns: M(6)∩M(8) = {24,48,72,...}
qualquer outro, ele não é primo.
Observando os múltiplos comuns, pode-se identificar
a) 88 é divisível por 2, 4, 8, 11, 22, entre outros. Logo,
o mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja:
como existem divisores diferentes de 1 e de 88, dize-
Outra técnica para o cálculo do MMC: mos que 88 não é primo.
b) 20 é divisível por 2, 4, 5 e 10. Logo, como existem
Decomposição isolada em fatores primos: Para ob- divisores diferentes de 1 e de 20, dizemos que 20 não
ter o MMC de dois ou mais números por esse processo, é primo.
procedemos da seguinte maneira: c) 101 é primo porque não é divisível por nenhum nú-
- Decompomos cada número dado em fatores mero primo menor que ele.
primos.
- O MMC é o produto dos fatores comuns e não-
-comuns, cada um deles elevado ao seu maior
expoente.
CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS:
Ex. Achar o MMC entre 18 e 120. PROPRIEDADES, OPERAÇÕES, EQUIVALÊN-
CIA DE FRAÇÕES, REPRESENTAÇÃO DECI-
MAL E FRACIONÁRIA, NÚMEROS DECIMAIS
PERIÓDICOS (DÍZIMAS PERIÓDICAS), COM-
PARAÇÃO DE FRAÇÕES E RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS; CONJUNTO DOS NÚMEROS
REAIS: PROPRIEDADES, OPERAÇÕES, RE-
PRESENTAÇÃO NA RETA REAL, RELAÇÃO DE
18 = 2 .32 ORDEM E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
120 = 23.3 .5

mmc (18, 120) = 23 � 32 � 5 = 8 � 9 � 5 = 360 NÚMEROS RACIONAIS: FRAÇÕES, NÚMEROS DE-


CIMAIS E SUAS OPERAÇÕES

1. Números Racionais

Um número racional é o que pode ser escrito na for-


m
ma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n
EXERCÍCIOS COMENTADOS
deve ser diferente de zero. Frequentemente usamos m
para significar a divisão de m por n . n
1. (FEPESE-2016) João trabalha 5 dias e folga 1, enquan- Como podemos observar, números racionais podem
to Maria trabalha 3 dias e folga 1. Se João e Maria fol- ser obtidos através da razão entre dois números inteiros,
gam no mesmo dia, então quantos dias, no mínimo, pas- razão pela qual, o conjunto de todos os números racio-
sarão para que eles folguem no mesmo dia novamente? nais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na
literatura a notação:

{ }
a) 8
m
b) 10 Q= : m e n em Z,n diferente de zero
n
c) 12
d) 15 No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
MATEMÁTICA

e) 24 ∗
• 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos;
• + = conjunto dos racionais não negativos;
𝑄
Resposta: Letra C. O período em que João traba- • 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos;
lha e folga corresponde a 6 dias enquanto o mesmo • 𝑄− = conjunto dos racionais não positivos;
período, para Maria, corresponde a 4 dias. Assim, o • 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos.

12
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto (-1)�(+1) = (-1) - Negativo � Positivo = Negativo
que representa esse número ao ponto de abscissa zero. (-1)� (-1) = (+1) – Negativo � Negativo = Positivo
3 3 3 3
Exemplo: Módulo de - 2 é 2 . Indica-se − =
2 2 #FicaDica
3 3 3 3
Módulo de+ é . Indica-se = O produto de dois números com o mesmo
2 2 2 2
sinal é positivo, mas o produto de dois
3 3 números com sinais diferentes é negativo.
Números Opostos: Dizemos que− 2 e 2 são núme-
ros racionais opostos ou simétricos e cada um deles é
o oposto do outro. As distâncias dos pontos− 3 e 3 ao 1.3.1. Propriedades da Multiplicação de Números
ponto zero da reta são iguais. 2 2
Racionais

O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é,


1.1. Soma (Adição) de Números Racionais o produto de dois números racionais resultaem um nú-
mero racional.
Como todo número racional é uma fração ou pode - Associativa: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b ∙ c ) = ( a
ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição ∙b)∙c
a c - Comutativa: Para todos a,b em Q: a ∙ b = b ∙ a
entre os números racionais b e d , , da mesma forma que
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por
a soma de frações, através de:
todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q ∙ 1 = q
a b
a c a�d+b�c - Elemento inverso: Para todo q = b em Q, q−1 = a di-
+ = ferente de zero, existe em Q: q � q−1 = 1, ou seja,
b d b�d a b
× =1
1.1.1. Propriedades da Adição de Números b a
Racionais - Distributiva: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b + c ) = ( a
∙ b ) + ( a∙ c )
O conjunto Q é fechado para a operação de adição,
isto é, a soma de dois números racionais resulta em um 1.4. Divisão de Números Racionais
número racional.
- Associativa: Para todos em : a + ( b + c ) = ( a + b ) + c A divisão de dois números racionais p e q é a própria
- Comutativa: Para todos em : a + b = b + a operação de multiplicação do número p pelo inverso de
- Elemento neutro: Existe em , que adicionado a q, isto é: p ÷ q = p × q-1
todo em , proporciona o próprio , isto é: q + 0 = q De maneira prática costuma-se dizer que em uma di-
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em visão de duas frações, conserva-se a primeira fração e
Q, tal que q + (–q) = 0 multiplica-se pelo inverso da segunda:
1.2. Subtração de Números Racionais a c a d a�d
∶ = � =
b d b c b�c
A subtração de dois números racionais e é a própria
operação de adição do número com o oposto de q, isto Observação: É possível encontrar divisão de frações
é: p – q = p + (–q) a

c.
da seguinte forma: b . O procedimento de cálculo é o
1.3. Multiplicação (Produto) de Números Racionais mesmo.
d

Como todo número racional é uma fração ou pode 1.5. Potenciação de Números Racionais
ser escrito na forma de umaa fração, definimos o produto
𝐧
de dois números racionais b e d , da mesma forma que o A potência q do número racional é um produto
c

produto de frações, através de: de fatores iguais. O número é denominado a base e o


número é o expoente.
a c a�c n
q = q � q � q � q � . . .� q, (q aparece n vezes)
� =
b d b� d
Exs:
O produto dos números racionais a e b também pode
ser indicado por a × b, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal 2
3
2 2 2 8
entre as letras. a)   =   .   .   = 125
5 5 5
    5
Para realizar a multiplicação de números racionais,
MATEMÁTICA

devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em  1


3
 1  1  1 1
toda a Matemática: b)  −  =  − 2  .  −  .  −  = −
 2    2  2 8
(+1)�(+1) = (+1) – Positivo � Positivo = Positivo
(+1)�(-1) = (-1) - Positivo � Negativo = Negativo c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25

13
d) (+5)² = (+5) � (+5) = 25

1.5.1. Propriedades da Potenciação aplicadas a nú-


meros racionais
1.6. Radiciação de Números Racionais
Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
Se um número representa um produto de dois ou
0
mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do
 2 = 1 número. Vejamos alguns exemplos:
+ 
 5 Ex:
4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria
base. quadrada de 4. Indica-se 4 = 2.
1
 9 − 9 Ex:
−  =
 4 4
1 1 1 1
2

- Toda potência com expoente negativo de um núme- Representa o produto . ou   .


ro racional diferente de zero é igual a outra potência que 9 3 3 3
tem a base igual ao inverso da base anterior e o expoente
igual ao oposto do expoente anterior. 1 1 1 1
Logo, é a raiz quadrada de .Indica-se =
2
3 9 9 3
−2
 3  5 25
−  = −  = Ex:
 5  3 9 0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 .
Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6 .
3
- Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
sinal da base.
Assim, podemos construir o diagrama:
2 2 2
3
2 8
  =   .  .   =
3 3 3 3 27
- Toda potência com expoente par é um número
positivo.
 1   − 1   − 1 
2
1
−  = . =
 5   5   5  25
- Produto de potências de mesma base. Para redu-
zir um produto de potências de mesma base a uma só FIQUE ATENTO!
potência, conservamos a base e somamos os expoentes. Um número racional, quando elevado ao
quadrado, dá o número zero ou um número
racional positivo. Logo, os números racio-
2 3 2+3 5
 2   2   2 . 2 . 2 . 2 . 2  =  2  2
  .   =     =  nais negativos não têm raiz quadrada em Q.
 5  5 5 55 5 5 5 5
- Quociente de potências de mesma base. Para redu- 100
O número − não tem raiz quadrada em Q, pois
zir um quociente de potências de mesma base a uma só 9
potência, conservamos a base e subtraímos os expoentes. tanto −
10
como +
10
, quando elevados ao quadrado, dão
3 3
100
.
3 3 3 3 3 9
5 2 . . . . 5− 2 3
3 3
    2 2 2 2 2 3 3 Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
  :  = =  =  conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
2 2 3 3 2 2
. perfeito.
MATEMÁTICA

2 2
2
- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de O número 3 não tem raiz quadrada em Q, pois não
potência a uma potência de um só expoente, conserva- 2
existe número racional que elevado ao quadrado dê .
mos a base e multiplicamos os expoentes. 3

14
2. Frações
3 5 7 3+5−7 1
+ − = =
Frações são representações de partes iguais de um 2 2 2 2 2
todo. São expressas como um quociente de dois núme-
x 2.2.2. Frações com denominadores diferentes:
ros y , sendo x o numerador e y o denominador da 3 5
fração, com y ≠ 0 . Calcular o valor de 8 + 6 Inicialmente, devemos re-
duzir as frações ao mesmo denominador comum. Para
2.1. Frações Equivalentes isso, encontramos o mínimo múltiplo comum (MMC) en-
tre os dois (ou mais, se houver) denominadores e, em se-
São frações que, embora diferentes, representam a guida, encontramos as frações equivalentes com o novo
mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente denominador:
a outra quando pode ser obtida multiplicando o nume- 3 5 9 20
rador e o denominador da primeira fração pelo mesmo mmc (8,6) = 24 = = =
número. 8 6 24 24

Ex: 3 e 6 . 24 ∶ 8 � 3 = 9
5 10 24 ∶ 6 � 5 = 20
A segunda fração pode ser obtida multiplicando o
numerador e denominador de 3 por 2: Devemos proceder, agora, como no primeiro caso,
5
simplificando o resultado, quando possível:
9 20 29
3�2 6 + =
=
5 � 2 10
24 24 24

6 3 5 9 20 29
Assim, diz-se que é uma fração equivalente a 3 Portanto: + = + =
10 5 8 6 24 24 24
2.2. Operações com Frações
Deste modo, é importante lembrar que na adição e
2.2.1. Adição e Subtração na subtração de duas ou mais frações que têm os deno-
minadores diferentes, reduzimos inicialmente as frações
Frações com denominadores iguais: ao menor denominador comum, após o que procedemos
como no primeiro caso.
Ex:
2.3. Multiplicação
Jorge comeu 3 de um tablete de chocolate e Miguel
5 8
8 desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de cho- Ex:
colate que Jorge e Miguel comeram juntos? De uma caixa de frutas,
4
são bananas. Do total de
2 5
A figura abaixo representa o tablete de chocolate. bananas, 3 estão estragadas. Qual é a fração de frutas
Nela também estão representadas as frações do tablete da caixa que estão estragadas?
que Jorge e Miguel comeram:

Representa 4/5 do conteúdo da caixa


3 2 5
Observe que = =
8 8 8

Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5


do table-
te de chocolate.
8

Na adição e subtração de duas ou mais frações que Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.
têm denominadores iguais, conservamos o denominador
comum e somamos ou subtraímos os numeradores. Repare que o problema proposto consiste em calcular
MATEMÁTICA

Outro Exemplo: 2 4
o valor de de que, de acordo com a figura, equivale
8 3 5
a 15 do total de frutas. De acordo com a tabela acima, 2
2 4 3
de 4 equivale a � . Assim sendo:
5 3 5

15
2 4 8 Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a pri-
� =
3 5 15 meira pelo inverso da segunda.
Ou seja: 4 4 3 4 1 4
Portanto 5 : 3 = 5 ∶ 1 = 5 � 3 = 15
2 de 4 2 4 2�4 8
= � 5 = 3�5 = 15 Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu 4
do total de
3 5 3
chocolates contidos na caixa.
15
O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo
numerador é o produto dos numeradores e cujo deno- 4 8 41 5 5
minador é o produto dos denominadores das frações Outro exemplo: 3 : 5 = 3 . 8 2 = 6
dadas. Observação:

Outro exemplo:
2 4 7 2�4�7 56 Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão
� � = =
3 5 9 3 � 5 � 9 135 3 1
:
2 5

#FicaDica
Portanto
Sempre que possível, antes de efetuar
a multiplicação, podemos simplificar as
frações entre si, dividindo os numeradores 3. Números Decimais
e os denominadores por um fator comum.
Esse processo de simplificação recebe o De maneira direta, números decimais são números
nome de cancelamento. que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587;
0,004; etc.

3.1. Operações com Números Decimais

2.4. Divisão 3.1.1. Adição e Subtração

Duas frações são inversas ou recíprocas quando o nu- Vamos calcular o valor da seguinte soma:
merador de uma é o denominador da outra e vice-versa. 5,32 + 12,5 + 0, 034
Exemplo
Transformaremos, inicialmente, os números decimais
2 é a fração inversa de 3 em frações decimais:
3 2
5 ou 5 é a fração inversa de 1
1 5 532 125 34 5320 12500
5,32 + 12,5 + 0,034 = 100 + + 1000 = + 1000 +
Considere a seguinte situação: 10 1000
4
Lúcia recebeu de seu pai os5,32
5 +dos chocolates
12,5 + 0,034 =con-
532
+
125
+
34
=
5320
+
12500
+
34
=
17854
= 17,854
tidos em uma caixa. Do total de chocolates recebidos, 100 10 1000 1000 1000 1000 1000
Lúcia deu a terça parte para o seu namorado. Que fração
dos chocolates contidos na caixa recebeu o namorado Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854
de Lúcia?
A solução do problema consiste em dividir o total de Na prática, a adição e a subtração de números deci-
chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja, mais são obtidas de acordo com a seguinte regra:
4
:3
5 - Igualamos o número de casas decimais, acrescen-
tando zeros.
Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1
- Colocamos os números um abaixo do outro, deixan-
desse algo. 3
do vírgula embaixo de vírgula.
Portanto: : 3 = de 4
4 1 - Somamos ou subtraímos os números decimais
5 3 5 como se eles fossem números naturais.
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vír-
Como
1 4 1 4 4 1
de 5= 3 � 5 = 5 � 3 , resulta que gula dos números dados.
3
MATEMÁTICA

4 4 3 4 1 Exemplo
:3 = : = �
5 5 1 5 3
2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5
3 1
Observando que as frações e são frações inver-
1 3
sas, podemos afirmar que:

16
Disposição prática: Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor
2,3500 da divisão dada por 10.

14,3000
24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5
+ 0,0075
5,0000 A vantagem de tal procedimento foi a de transformar-
21,6575 mos em número natural o número decimal que aparecia
na divisão. Com isso, a divisão entre números decimais
3.1.2. Multiplicação se transforma numa equivalente com números naturais.

Vamos calcular o valor do seguinte produto: Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48


2,58 � 3,4 .
Transformaremos, inicialmente, os números decimais
em frações decimais: #FicaDica

258 34 8772 Na prática, a divisão entre números deci-


2,58 � 3,4 = � = = 8,772 mais é obtida de acordo com as seguintes
100 10 1000 regras:
- Igualamos o número de casas decimais do
Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772 dividendo e do divisor.
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão
como se os números fossem naturais.
#FicaDica
Na prática, a multiplicação de números Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48
decimais é obtida de acordo com as
seguintes regras: Disposição prática:
- Multiplicamos os números decimais como
se eles fossem números naturais.
- No resultado, colocamos tantas casas
decimais quantas forem as do primeiro fator
somadas às do segundo fator. Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim
sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quocien-
Exemplo: te é exato.

Disposição prática: Ex: 9,775 ∶ 4,25


652,2  1 casa decimal Disposição prática:
X 2,03  2 casas decimais
19 566

1 304 4 Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero.


1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais Assim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada
e o quociente é aproximado.
1.3. Divisão
Se quisermos continuar uma divisão aproximada, de-
vemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividin-
do cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo
em que colocamos o primeiro zero no primeiro resto,
colocamos uma vírgula no quociente.
MATEMÁTICA

Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão:


24 ∶ 0,5
Ex: 0,14 ∶ 28

17
9
0,9 =
10
Ex: 2 ∶ 16
57
5,7 =
10

76
0,76 =
100
2. Representação Decimal das Frações
p
Tomemos um número racional q tal que p não seja 348
múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta 3,48 =
efetuar a divisão do numerador pelo denominador. 100
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:

1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, 5 1


um número finito de algarismos. Decimais Exatos: 0,005 = =
2
1000 200
= 0,4
5
1 2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;
= 0,25 para tanto, vamos apresentar o procedimento através de
4 alguns exemplos:
35
= 8,75
4 Ex:
153 Seja a dízima 0,333...
= 3,06
50 Façamos e multipliquemos ambos os membros por
10:
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se pe- 10x = 0,333
riodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1 Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade
= 0,333 … da segunda:
3
3
1 10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x =
= 0,04545 … 9
22
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
167 Ex: 9
= 2,53030 …
66 Seja a dízima 5,1717...

Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .


FIQUE ATENTO!
Se após as vírgulas os algarismos não são pe- Subtraindo membro a membro, temos:
riódicos, então esse número decimal não está
contido no conjunto dos números racionais. 99x = 512 x = 512⁄99
512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
3.Representação Fracionária dos Números 99
Decimais Ex:
Seja a dízima 1,23434...
Trata-se do problema inverso: estando o número ra-
cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo Façamos
na forma de fração. Temos dois casos: x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
MATEMÁTICA

1º) Transformamos o número em uma x = fração cujo… ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
1,23434
numerador é o número decimal sem a vírgula e o deno-
minador é composto pelo numeral 1, seguido de tantos
zeros quantas forem as casas decimais do número deci-
mal dado:

18
Subtraindo membro a membro, temos: FATORAÇÃO
1222
990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = DEFINIÇÃO
1222 xDE=FATORAÇÃO
990
1222 Fatorar uma expressão algébrica é modificar sua for-
4. . . – 12,34 … 990x = 1222 x = ma de soma algébrica para um produto entre um fator
990 comum e o restante da expressão. Os conceitos princi-
pais da fatoração são os seguintes:
611
Simplificando, obtemos x = , a fração geratriz a) Seja equivalente à expressão dada;
da dízima 1,23434... 495 b) O resultado deve ser composto por um produto
entre dois ou mais termos ou um produto notável
de expressão conhecida.
Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia
consiste em deixar após a vírgula somente a parte pe-
riódica (que se repete) de cada igualdade para, após a #FicaDica
subtração membro a membro, ambas se cancelarem. A modificação de uma expressão algébrica,
frequentemente pode simplificar a expres-
são. Sendo assim, é um artifício matemáti-
EXERCÍCIOS COMENTADOS co para o cálculo de expressões algébricas
complexas.
1. (EBSERH – Médico – IBFC/2016) Mara leu 1/5 das
páginas de um livro numa semana. Na segunda semana,
leu mais 2/3 de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta) TIPOS DE FATORAÇÃO
páginas do livro, então o total de páginas do livro é de:
Fator comum: Devemos reconhecer o fator comum,
a) 300 seja ele numérico, literal ou misto; em seguida colocamos
b) 360 em evidência esse fator comum, simplificamos a expres-
c) 400 são deixando em parênteses a soma algébrica. Observe
d) 450 os exemplos abaixo:
e) 480
Ex: ax + ay = a ∙(x + y
Resposta: Letra D.
Observe que neste exemplo, os termos algébricos
1 2 3+10 13 possuem o fator “a” comum e assim pode-se fatorar co-
+ = = locando ele em evidência. Em outras palavras, é como se
Mara leu 5 3 15 15 do livro.
você fizesse a operação distributiva no sentido inverso.
13 15−13 2
Logo, ainda falta 1 − 15 = 15 = 15 para ser Ex: 12x2 y + 4 xy2= 4xy∙(3x + y²)
lido. Essa fração que falta ser lida equivale a 60 páginas
Aqui, o fator comum é uma expressão algébrica, ou
2 seja, 4xy. Colocando em evidência, chega-se a forma
Assim: 15 60 páginas. Portanto,
1 30 fatorada.
 
páginas. 15
Agrupamento: Devemos dispor os termos da expres-
Logo o livro todo (15/15) possui: 15∙30=450 páginas são algébrica de modo que formem dois ou mais grupos
entre os quais haja um fator comum, em seguida, colocar
2. Em uma caixa de ferramentas, 4/5 são chaves de fen- o fator comum em evidência. Observe:
da. Do total das chaves, 2/3 estão enferrujadas. Qual é
a fração de chaves da caixa de ferramentas que estão Ex: : ax + ay + bx + by
enferrujadas?
Temos nesse caso, a,b,x e y como fatores comuns de
Resposta: 8/15 dois em dois termos. Assim, coloca-se a e b em evidência
O problema proposto consiste em calcular o valor de primeiro:
2/3 de 4/5, que equivale a 8/15 do total das chaves.
ax + ay + bx + by= a (x + y) +b (x + y)

Depois usa o termo (x+y) como fator comum e agru-


MATEMÁTICA

pam-se as duas expressões:

a (x + y) +b (x + y)= (a + b) (x + y)

19
Diferença de Quadrados : utilizamos a fatoração (a + b)∙(a² - ab + b²) = a³ + b³
pelo método de diferença de quadrados sempre que
dispusermos da diferença entre dois monômios cujas li- Analogamente, se calcularmos o produto de a – b por
terais tenham expoentes pares. A fatoração algébrica de a² + ab + b², obtemos a³ – b³.
tais expressões é obtida com os seguintes passos: O que acabamos de desenvolver foram produtos no-
a) Extraímos as raízes quadradas dos fatores numéri- táveis que nos permitem concluir que, para fatorarmos
cos de cada monômio; uma soma ou diferença de cubos, basta-nos inverter o
b) Dividimos por dois os expoentes das literais; processo anteriormente demonstrado.
c) Escrevemos a expressão como produto da soma
pela diferença dos novos monômios assim obtidos. a³ + b³ = (a + b)∙(a² - ab + b²)

Ex: A expressão a2 – b2 é fatorada da seguinte forma: a³ - b³ = (a - b)∙(a² + ab + b²)

Raízes quadradas dos fatores numéricos de cada monômio:


EXERCÍCIOS COMENTADOS
√a²=a e √b²=b

Dividimos por dois os expoentes das literais; 1. (Pref. Martinópolis-SP – Professor – BigAdvi-
ce-2017) A forma fatorada da expressão algébrica é:
2
=1
2 a) (x2+3)(x2+3)
b) (x2-3)(x2-3)
Escrevemos a expressão como produto da soma pela c) (x2+3x+3)(x²)
diferença dos novos monômios: d) (x2+3x+3)(3x2-3x+3)
e) (x2+3)(x2-3)
a² – b² = (a1+ b1 )∙(a1–b1 )=(a+b)∙(a-b)
Resposta: Letra B. Inicialmente reescrevemos x4 – 6x²
Trinômio Quadrado Perfeito: uma expressão al- + 9 da seguinte maneira
gébrica pode ser identificada como trinômio quadrado x4 – 6x² + 9= x4 – 3x²- 3x² + 9
perfeito sempre que resultar do quadrado da soma ou Agora fatoramos a expressão acima:
diferença entre dois monômios. x2 ( x^2– 3)-3( x2- 3)= (x2-3)(x2-3)

Ex: O trinômio x4 + 4x² + 4 é quadrado perfeito, uma 2. (UFPR 2017) Um fazendeiro possui dois terrenos qua-
vez que corresponde a (x² + 2)². drados de a e b sendo a>b. Represente na forma de um
produto notável a diferença das áreas destes quadrados.
Logo, são trinômios quadrados perfeitos todas as ex-
pressões da forma a² ± 2ab + b² , fatoráveis nas for- a) (a+b)∙(a+b)
mas seguintes: b) (a+b)∙(a-b)
c) (a-b)∙(a-b)
a² + 2ab + b² = (a + b)² d) (a+b)^2
a² - 2ab + b² = (a - b)² e) (a-b)^2

Trinômio Quadrado da Forma ax²+ bx + c : Supon- Resposta: Letra B. Sendo a área do quadrado o pro-
do sejam x1 e x2 as raízes reais da equação de segundo duto do seus lados, temos que:
grau ax² + bx + c = 0 (a ≠ 0), podemos dizer que: Área terreno 1 = a²
Área terreno 2 = b²
ax² + bx + c = a∙(x – x1)∙(x – x2) Logo, como a>b a diferença entre as áreas é dada por:
a2-b2=(a-b)(a+b)

FIQUE ATENTO!
Lembre-se de que as raízes de uma equação
de segundo grau podem ser calculadas atra-
−b ± ∆
vés da fórmula de Bháskara: ( x =
2a
, onde ∆ = b² – 4ac ).
MATEMÁTICA

Soma e Diferença de Cubos: Se efetuarmos o pro-


duto do binômio a+b pelo trinômio a² – ab + b, obtemos
o seguinte desenvolvimento:

(a + b)∙(a² – ab + b²) = a³ – a²b + ab² + a²b – ab² + b³

20
POLINÔMIOS; DEFINIÇÃO; ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO DE
POLINÔMIOS NUMA ÚNICA VARIÁVEL; NOÇÃO INTUITIVA DO CONCEITO DE “ZEROS”
DE UM POLINÔMIO

POLINÔMIOS

Polinômio é uma expressão algébrica com todos os termos semelhantes reduzidos.


Como os monômios, os polinômios também possuem grau e é assim que eles são separados. Para identificar o seu
grau, basta observar o grau do maior monômio, esse será o grau do polinômio.

Função polinomial
Chamamos de função polinomial ou polinômio a toda função P: RR, definida por uma equação do tipo:

Princípio de identidade de polinômios


Dois polinômios são iguais quando seus coeficientes são iguais, ou seja, os polinômios

serão iguais se, e somente se:

Polinômio identicamente nulo


Dizemos que um polinômio é identicamente nulo, quando todos os seus coeficientes são iguais a zero, e indicamos
por P(x) ≡ 0.

Operações com Polinômios


- Adição: somar dois ou mais polinômios é obter um polinômio onde os coeficientes são dados pela adição dos
coeficientes dos termos semelhantes. Reduzindo os termos semelhantes numa só linha

- Subtração: a diferença de dois polinômios A(x) e B(x) é o polinômio obtido pela soma de A(x) com o oposto de
B(x).
Exemplo: (UF/AL) Seja o polinômio do 3° grau p = ax³ + bx² + cx + d cujos coeficientes são todos positivos. O n° real
k é solução da equação p(x) = p(- x) se, e somente se, k é igual a:
a) 0
b) 0 ou 1
c) - 1 ou 1
d) ± √c/a
e) 0 ou ± √-c/a

Resposta: Letra E.
Resolução:
p(x) = p(- x)
MATEMÁTICA

ax³ + bx² + cx + d = - ax³ + bx² - cx + d


2ax³ + 2cx = 0
2(ax³ + cx) = 0
ax³+cx=0

21
Como k é solução da equação ax³ + cx = 0, teremos
p(k) = ak³ + ck = 0
ak³ + ck = 0
k(ak² + c) = 0
k = 0 ou
ak² + c = 0
k² = - c/a
k=±

- Multiplicação: obter o produto de dois polinômios A(x) e B(x) é aplicar a propriedade distributiva do polinômio
A(x) em B(x).

#FicaDica
As multiplicações serão efetuadas utilizando as seguintes propriedades:
- Propriedade da base igual e expoente diferente: an . am = a n + m
- Monômio multiplicado por monômio é o mesmo que multiplicar parte literal com parte literal e coefi-
ciente com coeficiente.

Exemplos:

- Divisão: sejam dois polinômios A(x) e B(x), onde A(x) é o dividendo e B(x) é o divisor, com B(x) ≠ 0. Dizemos que
existe um único par de polinômios Q(x) e R(x) em que Q(x) é o quociente e R(x) é o resto, tal que:
A(x) = B(x). Q(x) + R(x) ⇒ gr (R) < gr (B) ou R(x) ≡ 0
E se R(x) ≡ 0, dizemos que a divisão é exata ou então que A(x) é divisível por B(x).
Esquematicamente, temos:

Exemplo: (Guarda Civil SP) O resto da divisão do polinômio x³ + 3x² – 5x + 1 por x – 2 é:

a) 1
b) 2
c) 10
MATEMÁTICA

d) 11
e) 12

22
Resolução:

Resposta: Letra D.

Teorema do resto
Vamos efetuar a divisão de f(x) = 4x3 + x2 − 5x + 8 por g(x) = x - 2 usando o método da chave:

Observe que o resto também pode ser obtido calculando-se o valor numérico do polinômio dividendo
(f) para x = 2:

O resto da divisão de um polinômio f(x) por x - a é igual a f(a).

Dispositivo de Briot-Ruffini  
Utiliza-se para efetuar a divisão de um polinômio P(x) por um binômio da forma (ax + b). 

Exemplo: Determinar o quociente e o resto da divisão do polinômio P(x) = 3x3 – 5x2 + x – 2 por (x – 2).
MATEMÁTICA

23
Resolução:

Veja que:
O termo constante do divisor h(x) igual a –2, ele com sinal trocado será 2;
Os coeficientes de x do dividendo p(x) são 3, -5 e 1;
O termo constante do dividendo p(x) = -2.

Para resolvermos este problema, vamos seguir o passo a passo abaixo:


1) Vamos achar a raiz do divisor: x – 2 = 0  x = 2;
2) Colocamos a raiz do divisor e os coeficientes do dividendo ordenadamente na parte de cima da reta, como
mostra a figura acima;
3) O primeiro coeficiente do dividendo é repetido abaixo;
4) Multiplicamos a raiz do divisor por esse coeficiente repetido abaixo e somamos o produto com o 2º coe-
ficiente do dividendo, colocando o resultado abaixo deste;
5) Multiplicamos a raiz do divisor pelo número colocado abaixo do 2º coeficiente e somamos o produto com
o 3º coeficiente, colocando o resultado abaixo deste, e assim sucessivamente;
6) Separamos o último número formado, que é igual ao resto da divisão, e os números que ficam à esquerda
deste serão os coeficientes do quociente. 

Observe que o grau de Q(x) é uma unidade inferior ao de P(x), pois o divisor é de grau 1.  
Resposta: Q(x) = 3x2 + x + 3 e R(x) = 4.

Teorema de D’Alembert
Este teorema diz que: O resto da divisão de um polinômio p(x) por x - a é p(a).
Exemplificando: Vamos determinar o resto da divisão por x + 2 e compará-lo com p(-2)
Usando o método da chave:
MATEMÁTICA

24
Utilizando o dispositivo prático de Briot-Ruffini:

Verificando o teorema de D’Alembert:

Demonstração: Considerando que da divisão de p(x) por x 2 a resulta um quociente q(x) e um resto r, temos:

#FicaDica
Na substituição de x por a o resto r não muda, pois é um valor constante

#FicaDica
Na substituição de x por a o resto r não muda, pois é um valor constante

Máximo divisor comum de um polinômio


Um máximo divisor comum de um grupo de dois ou mais polinômios não nulos, de coeficientes racionais, P1(x),
P2(x), ... , Pm(x) é um polinômio de maior grau M(x) que divide todos os polinômios P1(x), P2(x), ... , Pm(x) .

M(x) também deve só conter coeficientes racionais.


Um polinômio D(x) divide um polinômio A(x) - não nulo - se existe um polinômio Q(x) tal que

A(x) ≡ Q(x)D(x)

Cardica
O MDC entre polinômios não é único, mas se P é um mdc entre os polinômios considerados, todo mdc entre eles
pode ser escrito como a·P (a é uma constante não nula).
Não se esqueça que para ser mdc é OBRIGATÓRIO que ele seja o produto de TODOS os divisores dos polinômios
dados (desconsiderando as constantes multiplicativas). O grau do mdc é único.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (PREFEITURA DE UBERLÂNDIA-MG – PROFESSOR – MATEMÁTICA – FUNDEP– 2019) O valor de k, no polinômio


p(x) = 2x3 + 4x2 + kx +20, para que ele seja divisível pelo polinômio (x – 2) é

a) 10.
b) 20.
MATEMÁTICA

c) -26.
d) -52.

25
Resposta: Letra C. Resposta: Letra A
Como o polinômio é divisível por (x-2) então 2 é raiz, Efetuamos a divisão de x³ - 3x + 2 por (x+2).
portanto: p(2) = 0 x³ + 0x² -3x + 2 / x + 2
Substituindo: -x³ - 2x² x² - 2x + 1
2(2)³ + 4(2)² + k(2) + 20 = 0 -2x² -3x +2
16 + 16 + 2k + 20 = 0 2x² + 4x
2k = -52 X+2
k= -52/2 -x – 2
k= -26 0
Agora muito cuidado, porque o enunciado pede a for-
2. (PREFEITURA DE JUAZEIRO DO NORTE-CE – AGEN- ma fatorada. Logo: x² - 2x + 1 = (x - 1)²
TE ADMINISTRATIVO – CETREDE – 2019) Um polinô-
mio p(x) dividido por (x + 1) dá resto -1, por (x - 1) dá 4. (GUARDA CIVIL-SP) Considere o polinômio
resto 1 e por (x + 2) dá resto 1. P(x) = 4x4 + 3x3 – 2x2 + x + k
Pergunta-se: Qual é o polinômio p(x)? Sabendo que P(1) = 2, então o valor de P(3) é:

a) p(x) = 2x² + x -1. a) 386.


b) p(x) = 2x² + x -2. b) 405.
c) p(x) = x² + 2x -2. c) 324.
d) p(x) = 2x² + 2x -1. d) 81.
e) p(x) = x² + x -1. e) 368.

Resposta: Letra E. Resposta: Letra A.


Usaremos teorema do resto, que diz que p(X) = q(x) * P(1) = 4.1  + 3.1 – 2.1 + 1 + k =2
d(x) + r(x) P(1) = 4 + 3 – 2 + 1+ k = 2
p(x) = dividendo 10 + k = 2
q(x) = divisor k=2–6
d(x) = quociente k=–4
r(x) = resto Substituindo k, e fazendo P(3), teremos:
O teorema do resto diz que se pegarmos ‘b’ e ‘a’ do P(3) =  4x4  + 3x³ + 2x² + x – 4
divisor na relação (-b/a) e substituirmos na função P(3) = 4.(3)4 + 3.(3)3 + 2.(3)2 + 3 -4
p(x), encontraremos o resto. Assim temos que, para P(3) = 4.81 + 3.27 – 2.9 + 3 – 4
um p(x) do tipo ax² + bx + c : P(3) = 324 + 81 – 18 + 3 – 4
p(-1/1) = -1 P(3) = 386
p(1/1) = 1
p(-2/1) = 1 5. (UFSM) Considere os polinômios, de coeficientes reais:
Encontraremos então o seguinte sistema: A(x)= x3 + ax2 + bx + c
a - b + c = -1 B(x)= bx3 + 2x2 + cx +2
a+b+c=1 Teremos que A(k)=B(k), qualquer que seja o número real
4a -2b + c = 1 k, quando:
Depois disso é só resolver por sistemas lineares e en-
contraremos que a = 1, b = 1 e c = -1 a) a=c=2 e b=1
Substituindo estes valores nos coeficientes de p(x), en- b) b=c=1 e a=2
contramos x² + x - 1 c) a=b=c=1
d) a=b=c=2
3. (PREFEITURA DE CURITIBA-PR – PROFISSIONAL e) nunca
DO MAGISTÉRIO – DOCÊNCIA II – MATEMÁTICA – NC-
-UFPR – 2019) Relacionar dois conteúdos, supostamen- Resposta: Letra E.
te distintos, também é uma forma de contribuir com a A(x) = B(x)
aprendizagem dos alunos, pois ancora novos conheci- x3 + ax2 + bx + c = bx3 + 2x2 + cx + 2
mentos a outros já consolidados. Essa questão baseia-se x3 +ax2 + bx +c - bx3 - 2x2 – cx - 2 = 0
na ideia de que uma noção algébrica, como a de polinô- x3 (1 - b) + x2(a - 2) + x(b - c) + c – 2 = 0, daí tiramos:
mios, está relacionada a uma noção geométrica, como o b = 1 ; a = 2 ; b = c ; c = 2 , b = 2 , então se b = 1 e
de área. Sabendo, portanto, que a área de um retângulo b = 2 , b não pode ter dois valores, logo não existe
é representada pelo polinômio x³ – 3x + 2 e que sua lar- resposta correta.
gura é representada pelo polinômio x + 2, o comprimen-
to do retângulo, em sua forma fatorada, é:
MATEMÁTICA

a) (x – 1)². b) (x + 1)².
c) –(x – 1)². d) x² – 2x + 1.
e) –x² + 2x – 1.

26
6. (FGV) Um polinômio P (x) do 4o grau é divisível por
(x – 3)3. Sendo P (0) = 27 e P (2) = –1, então o valor de P CÁLCULO ALGÉBRICO; OPERAÇÕES COM
(5) é: EXPRESSÕES ALGÉBRICAS; PRODUTOS NO-
TÁVEIS; FATORAÇÃO; FRAÇÕES ALGÉBRI-
a) 48
b) 32
CAS; RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
c) 27
d) 16
e) 12 Números complexos
Algumas equações não tem solução no conjunto dos
Resposta: Letra E. números reais.
P(x) = (x – 3)3 . Q(x) + R(x) Exemplo
P(0) = – 27 . Q(0) = 27 Q(0) = – 1
P(2) = – 1 . Q(2) = – 1 Q(2) = 1 x! + 1 = 0
P(5) = ?
Q(x) = ax + b x ! = −1
Q(0) = b = – 1 S=∅
Q(2) = 2a – 1 = 1 !
a=1
Mas, se tivermos um conjunto para o qual admita a
Q(x) = x – 1
existência de, a equação passará a ter solução não-vazia.
P(5) = (5 – 3)3 . Q(5)
Esse conjunto é o dos números complexos e conven-
P(5) = 8 . (5 – 1) = 32
ciona-se que .
Solucionando então, o exemplo acima:
7. (MACK) Se P (x) = x3 – 8 x2 + kx – m é divisível por (x –
2) (x + 1) então , (m, vale: x ! = −1
a) 2/5 x = ± −1
b) – 5/14 x = ±i
c) 7/2 S = −i, i
d) 2/7
!
e) 1/2
O número √-1 , foi denominado unidade imaginá-
ria, devido à desconfiança que os matemáticos tinham
Resposta: Letra B.
dessa nova criação.
Resolução:
Para simplificar a notação:
x3 – 8x2 + kx – m x2 – x – 2
– x3 + x2 + 2x x–7
-7x2 + (2+k)x – m i! = −1
+7x2 + 7x - 14 !
(2 + k - 7)x – (14 + m) Assim, no conjunto dos números complexos, as equa-
2+k-7=0 ções do 2º grau com ∆<0 possuem solução não-vazia.
k=5 Conjunto dos números complexos
- 14 – m = 0 O conjunto C dos números complexos é aquele for-
m = - 14 mado pelos números que podem ser expressos na forma:

z = a + bi, em!que!a ∈ R, b ∈ R!e!i = −1


C = z = a + bi a ∈ R, b ∈ R, i = −1
!
A forma z=a+ bi é denominada forma algébrica de
um número complexo em que a é a parte real e b a parte
imaginária.
Se a parte imaginária do número complexo é nula,
então o número é real.

z = a + 0i → z = a z!é!real
!
MATEMÁTICA

Se a parte real do número complexo é nula e a parte


imaginária é diferente de zero, então o número é imagi-
nário puro.
z=0+bi→z=bi (z é imaginário puro,com b≠0)

27
Igualdade de números complexos 5. Potenciação
Dois números complexos são iguais se, e somen- Efetuando algumas potências de in, com n∈N, po-
te se, suas partes reais e imaginárias forem respecti- demos obter um critério para determinar uma potência
vamente iguais. genérica de i:
i0 = 1
a=c i1 = i
a + bi = c + di se, e somente se, �
b=d i2 = -1
i3 = i2.i = -1.i = -i
Conjugado de um número complexo i4 = i2.i2=-1.-1=1
Sendo z=a+ bi, chama-se conjugado de z o número i5 = i4. 1=1.i= i
complexo z� que se obtém trocando o sinal da parte i6 = i5. i =i.i=i2=-1
imaginária de z. i7 = i6. i =(-1).i=-i ......
Assim, para obter a potência in, basta calcular ir em
z� = a − bi que r é o resto da divisão de n por 4.
Exemplo
i 23⇒23/4=5 e resto 3 então:i23=i3=-i
Exemplo
z = 4 + 5i → z� = 4 − 5i Módulo e Argumento de um Número Complexo

Operações com números complexos

1. Adição
Para somarmos dois números complexos basta so-
marmos, separadamente, as partes reais e imaginárias
desses números. Assim, se z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1+z2=(a+c) + (b+d)i

2. Subtração
Para subtrairmos dois números complexos basta
subtrairmos, separadamente, as partes reais e imaginá-
rias desses números. Assim, se z=a+bi e z2=c+di, temos Do triângulo retângulo, temos:
que:
z1-z2=(a-c) + (b-d)i
3. Multiplicação
Para multiplicarmos dois números complexos basta
efetuarmos a multiplicação de dois binômios, obser-
A distância de ρ de P até a origem O é denominada
vando os valores das potência de i. Assim, se z1=a+bi e
módulo de z, e indicamos:
z2=c+di, temos que:
z1.z2 = a.c + adi + bci + bdi2
z1.z2= a.c + bdi2 = adi + bci
z1.z2= (ac - bd) + (ad + bc)i
Observar que : i2= -1 Denomina-se argumento do complexo z não-nulo,
a medida do ângulo formado por com o semi-eixo
4. Divisão real Ox.
Para dividirmos dois números complexos basta mul-
O argumento que pertence ao intervalo [0,2π[ é
tiplicarmos o numerador e o denominador pelo conju-
denominado argumento principal e é representado por :
gado do denominador. Assim, se z1= a + bi e z2= c + di,
temos que:

z1 z1 ∙ z�2
= com z2 ≠ 0 Observe que:
z2 z2 ∙ z�2

O produto z2 ∙ z�2 é um número real:


Os números ρ e θ são as coordenadas polares do
MATEMÁTICA

ponto P(a,b).
z2 ∙ z�2 = c + di c − di = c2 − cdi + cdi − d2i2
= c2 + d2 número real Forma Trigonométrica
Todo número complexo z=a+bi, não0nulo, pode sr

28
expresso em função do módulo, do seno e do cosseno
do argumento z: Variáveis: São as letras das expressões algébricas que
representam um número real e que de princípio não pos-
suem um valor definido.
Valor numérico: É o número que obtemos substituin-
do as variáveis por números e efetuamos suas operações.
Ex: Sendo x=1 e y=2, calcule o valor numérico (VN)
da expressão:
Substituindo, temos: Substituindo os valores: x² + y → 1² + 2 = 3
. Portanto o valor numérico da expressão é 3.
z=a+bi
Monômio: Os números e letras estão ligados apenas
por produtos.
Ex: 4x

Polinômio: É a soma ou subtração de dois ou mais


monômios.  
Ex: 4x+2y
Operações com Complexos na Forma Trigono-
métrica Termos semelhantes: São aqueles que possuem par-
Dados os complexos: tes literais iguais (variáveis)
Ex: 2x³y²z e 3x³y²z são termos semelhantes pois
possuem a mesma parte literal (x3y2z).

2. Adição e subtração de monômios

Multiplicação FIQUE ATENTO!


Só podemos efetuar a adição e subtração
de monômios entre termos semelhantes.
Divisão E quando os termos envolvidos na ope-
ração de adição ou subtração não forem
semelhantes, deixamos apenas a operação
indicada.

Ex: Dado os termos 5xy², 20xy², como os dois termos


Potenciação
são semelhantes, é possível efetuar a adição e a subtra-
Sendo:z=ρ(cos θ+i∙sen θ) e n um número inteiro
ção deles:
maior que 1, temos:
z^n=ρ^n (cos nθ+i∙sen nθ) 5xy² + 20xy² = 25xy 2

Ex: Já para 5xy² − 20xy 2 = devemos


−15xysubtrair
2
apenas
os coeficientes e conservar a parte literal.
Radiciação 5xy² − 20xy 2 = −15xy 2
Denomina-se raiz enésima do número complexo
z=ρ(cosθ+i∙senθ) a todo número complexo w, tal que 3. Multiplicação de monômios
wn=z, para n=1, 2, 3,...
Para k=0,1, 2, 3,...temos: Para multiplicarmos monômios não é necessário que
eles sejam semelhantes, basta multiplicarmos coeficiente
! !
θ + 2kπ θ + 2kπ com coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo
w! = z= p(cos + i ∙ sen! ) que quando multiplicamos as partes literais devemos usar
n n
! a propriedade da potência que diz: am � an = am+n
(bases iguais na multiplicação, repetimos a base e soma-
EXPRESSÕES ALGÉBRICAS mos os expoentes).
Ex: (3a²b) � (− 5ab³)
MATEMÁTICA

1. Definições
Na multiplicação dos dois monômios, devemos mul-
Expressões Algébricas: São aquelas que contêm nú- tiplicar os coeficientes 3 e -5 e na parte literal multipli-
meros e letras. camos os termos que contém a mesma base para que
Ex: 2ax² + bx possamos usar a propriedade de soma dos expoentes:

29
2 3 7. Multiplicação e Divisão de expressões algébricas
3a b �2 − 5ab =3 3 � −5 � a2 � a � (b � b3)
3a b � 2− 5ab = −15 � a2+1 � (b1+3) Na multiplicação e divisão de expressões algébricas,
3
devemos usar a propriedade distributiva.
3a b � − 5ab = −15 a3b4

4. Divisão de monômios Ex: a (x + y) = ax + ay


Ex: (a + b) � (x + y) = ax + ay + bx + by
Para dividirmos os monômios não é necessário que Ex: x(x² + y) = x³ + xy
eles sejam semelhantes, basta dividirmos coeficiente
com coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo
que quando dividirmos as partes literais devemos usar
a propriedade da potência que diz: a
m n

m n #FicaDica
∶a = a
(bases iguais na divisão repetimos a base e diminuímos Para multiplicarmos potências de mesma
os expoentes), sendo que . base, conservamos a base e somamos os ex-
Ex: −20x²y³) ∶ (− 4xy³ poentes. Na divisão de potências devemos
conservar a base e subtrair os expoentes
Na divisão dos dois monômios, devemos dividir os
coeficientes -20 e -4 e na parte literal dividirmos os ter-
mos que contém a mesma base para que possamos usar 4x2
a propriedade Ex: = 2x
2x
2 3 3
6x3 − 8x
−20x y : −2 4x
3
y = −20 : −4 � x 2: x � (y 3 : y 3)
3
Ex: 2x = 3x² − 4
−20x y 2 :3 − 4xy 3= +5 x 2−1 � (y 3−3) x4 −5x3 +9x2 −7x+2
−20x y :2 − 4xy = 3+5 x 1 � (y 0 ) Ex: x2 −2x+1
3
−20x y : − 4xy = +5x Neste exemplo mais sofisticado, devemos usar a divi-
são por chaves:

5. Potenciação de monômios

Na potenciação de monômios devemos novamente


utilizar uma propriedade da potenciação:
m
I - ab = a b
m m

n m n
II - am = a �
2
Ex: −5x b
6 2

Aplicando as propriedades: EXERCÍCIOS COMENTADOS


2
x 2 ( 6 1. Calcule: 3x² + 2x − 1) + (−2x² + 4x + 2
2
−5x b =
6 2 2
2
2
−5) � � b
−5x b = +25x 4b12
6 2
Resposta:

3x 2 + 2x − 1 + −2x 2 + 4x + 2
6. Adição e Subtração de expressões algébricas = 3x 2 − 2x 2 + 2x + 4x − 1 + 2 = x 2 + 6x + 1
Para determinarmos a soma ou subtração de ex-
pressões algébricas, basta somar ou subtrair os termos 2. Calcule: 4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10
semelhantes.
Resposta:
Ex: 2x³y²z + 3x³y²z = 5x³y²z 4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10 = 40x 3 + 20x 2 + 6x − 10
Ex: 2a²b − 3a²b = −a²b = 2(20x 3 + 10x 2 + 3x − 5)
MATEMÁTICA

30
Dado o sistema:

EQUAÇÕES DE 1O GRAU; RESOLUÇÃO DE


EQUAÇÃO DE 1O GRAU; RESOLUÇÃO DE
SISTEMA DE EQUAÇÕES DE 1O GRAU; RE-
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS REDUTÍVEIS A
EQUAÇÃO DE 1O GRAU RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS REDUTÍVEIS A SISTEMA DE Para adicionarmos as duas equações e a soma de
EQUAÇÕES DE 1O GRAU uma das incógnitas de zero, teremos que multiplicar a
primeira equação por – 3.

Sistemas de equações primeiro grau


Duas equações do 1º grau, com duas incógnitas for-
mam um “sistema de equações”.
Para encontramos o par ordenado solução de um sis-
tema pode-se utilizar dois métodos para a sua solução.
Esses dois métodos são: Substituição e Adição. Agora, o sistema fica assim:
Método da substituição
Esse método consiste em escolher uma das duas
equações, isolar uma das incógnitas e substituir na outra
equação, veja como:
Dado o sistema , enumeramos as equações.

Adicionando as duas equações:


- 3x – 3y = - 60
+ 3x + 4y = 72
y = 12
Escolhemos a equação 1 e isolamos o x:
x + y = 20 Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma
x = 20 – y das duas equações e substituir o valor de y encontrado:
x + y = 20
Agora na equação 2 substituímos o valor de x = 20 x + 12 = 20
– y. x = 20 – 12
3x + 4 y = 72 x=8
3 (20 – y) + 4y = 72
60-3y + 4y = 72 Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12).
-3y + 4y = 72 – 60
y = 12 Se resolver um sistema utilizando qualquer um dois
métodos o valor da solução será sempre o mesmo.
Descobrimos o valor de y, para descobrir o valor de x Equação 2º grau
basta substituir 12 na equação Onde a, b e c são números reais,
x = 20 – y. Discussão das Raízes
x = 20 – y 1.
x = 20 – 12
x=8
Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12)
Método da adição
Esse método consiste em adicionar as duas equações
de tal forma que a soma de uma das incógnitas seja zero.
Para que isso aconteça será preciso que multipliquemos Se for negativo, não há solução no conjunto
algumas vezes as duas equações ou apenas uma equa- dos números reais.
ção por números inteiros para que a soma de uma das
incógnitas seja zero.
Se for positivo, a equação tem duas soluções:
Exemplo
MATEMÁTICA

31
Produto das Raízes

Composição de uma equação do 2ºgrau, conhe-


cidas as raízes
Podemos escrever a equação da seguinte maneira:
, portanto não há solução real. x²-Sx+P=0
2. Exemplo
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º
grau.

Solução
S=x1+x2=-2+7=5
P=x1.x2=-2.7=-14
Então a equação é: x²-5x-14=0

Inequação 2º grau

Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que


pode ser escrita numa das seguintes formas:
3.
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c≤0
ax²+bx+c≠0

Exemplo
Se não há solução, pois não existe raiz quadrada real Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.
de um número negativo.
Se , há duas soluções iguais: Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os va-
lores reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais
de x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.
Se, há soluções reais diferentes:

Relações entre Coeficientes e Raízes


Dada as duas raízes:

Soma das Raízes


MATEMÁTICA

S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}

32
Inequação Produto
Quando se trata de inequações-produto, teremos
uma desigualdade que envolve o produto de duas ou
mais funções. Portanto, surge a necessidade de realizar
o estudo da desigualdade em cada função e obter a res-
posta final realizando a intersecção do conjunto resposta
das funções.
Exemplo:

Resolva a inequação
(𝑥2 − 4𝑥 − 5)(−𝑥2 + 8𝑥 − 15) ≥ 0
𝑓 𝑥 = 𝑥2 − 4𝑥 − 5
Raízes: -1 e 5 S={x∈R|-5<x≤2 ou 3≤x<5}
𝑔 𝑥 = −𝑥2 + 8𝑥 − 15 Sistemas Simples do 2º Grau
Raízes: 3 e 5

y-2x=0
y=2x
Substituindo na primeira equação:
2x-x²-2=0
x²-2x+2=0

S={x∈R|-1≤x≤3}
Inequação-Quociente Nesse caso, a equação não possui raízes reais
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na 1) Resolva o sistema:
qual uma está dividindo a outra.
Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da
função que se encontra no denominador, pois não existe
divisão por zero. Com isso, a função que estiver no deno-
minador da inequação deverá ser diferente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolu- y=-1+3x
ção de uma inequação-produto, de modo que devemos Substituindo na segunda equação:
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do
sinal dessas funções. x²-2x(-1+3x)=-3
Exemplo x²+2x-6x²=-3
-5x²+2x+3=0 (-1)
Resolva a inequação 5x²-2x-3=0
𝑥2 −5𝑥+6
−𝑥2 +25
≥ 0

CE: x≠-5 e x≠5

2
𝑓 𝑥 = 𝑥 − 5𝑥 + 6
Raízes: 2 e 3

𝑔 𝑥 = −𝑥2 + 25
Raízes: 5 e -5
MATEMÁTICA

33
Obtendo y para cada x: 3. Faz-se a interseção entre a solução encontrada e
as condições de existência
y=3x-1
Exemplo
Resolva a equação:

log2 𝑥 + 7 − log2 2𝑥 − 1 = 2 𝑒𝑚 𝑅

Condição de Existência
Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no ex- 𝑥 + 7 > 0 → 𝑥 > −7 1
poente de uma ou mais potências de bases positivas e 1 � 𝐷𝑎𝑠 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑥 >
diferentes de 1. 2𝑥 − 1 > 0 → 𝑥 >
2
2
log2 𝑥 + 7 − log2 2𝑥 − 1 = 2
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.
𝑥+7
1 log2 =2
125
𝑥+1
= 2𝑥 − 1
Da definição, temos:
3
625
𝑥+7
Solução 22 =
2𝑥 − 1
1 𝑥 + 7 = 8𝑥 − 4
3 𝑥+1
5 = 11
3
5
4 𝑥=
4
7
5
3𝑥+3
=

5 3 Como x satisfaz a condição de existência:
4
3𝑥 + 3 = −
3
13 11
𝑥=−
9 𝑆=
7
Inequação Exponencial
Inequação Logarítmica
É toda inequação cuja incógnita se apresenta no ex- Chama-se inequação logarítmica aquela que apre-
poente de uma ou mais potências de bases positivas e senta a incógnita no logaritmando ou na base do loga-
diferentes de 1. ritmo.
Para a resolução de uma inequação:
Exemplo -estabelecem condições de existência dos logarit-
mos
𝑅𝑒𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑟 𝑒𝑚 𝑅 𝑎 𝑖𝑛𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 253𝑥−1 > 125𝑥+2 -convertem-se os logaritmos para uma mesma base

-a>1, forma uma nova inequação com os logarit-


3𝑥−1 𝑥+2
mandos, mantendo o sentido da desigualdade original()
52 > 53 -0<a<1, forma-se uma nova inequação com os
6𝑥−2 logaritmando, invertendo o sentido da desigualdade
5 > 5 3𝑥+6
original.
-resolve-se a nova inequação e faz-se a intersecção
6x-2>3x+6 com as condições de existência.
3x>8
8 Exemplo
𝑥>
3 log2 3𝑥 − 1 > 3

Equações Logarítmicas CE
Utilizando as propriedades operatórias, podemos 3x-1>0
resolver equações que envolvem logaritmos. A reso- x>1/3
MATEMÁTICA

lução de equações logarítmicas se dá em três etapas 3x-1>8


básicas: 3x>9
1. Estabelece-se a condição de existência x>3
2. Resolve-se a equação utilizando as propriedades Pela Condição de Existência é possível, então
operatórias S={x∈R|x>3}

34
Progressão Aritmética

Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequên-


cia em que cada termo, a partir do segundo, é obtido
adicionando-se uma constante r ao termo anterior. Essa Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes
constante r chama-se razão da PA. dos extremos é igual à soma dos extremos.

!! = !!!! + !! ! ≥ 2 Soma dos Termos


Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que
!
permite calcular a soma dos n primeiros termos de uma
Exemplo progressão aritmética.
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:

Classificação

As progressões aritméticas podem ser classificadas


Exemplo
de acordo com o valor da razão r.
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos.
r<0, PA decrescente
O último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o
r>0, PA crescente
primeiro termo?
r=0 PA constante
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que
Propriedades das Progressões Aritméticas
o termo central é o a20, que possui 19 termos à sua es-
querda e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes
-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
dados para solucionar a questão:
média aritmética entre o anterior e o posterior.

-A soma de dois termos equidistantes dos extremos


Sabemos também que a soma de dois termos equi-
é igual à soma dos extremos.
distantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma
dos seus extremos. Como esta P.A. tem um número ím-
!! + !! = !! + !!!! = !! + !!!!
par de termos, então o termo central tem exatamente o
valor de metade da soma dos extremos.
Termo Geral da PA
Em notação matemática temos:
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ...,
an,...) da seguinte forma:

Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao


primeiro número de razões r igual à posição do termo
menos uma unidade.
Assim sendo:
!! + !! = !! + !!!! = !! + !!!! O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.
Progressão Geométrica
MATEMÁTICA

Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética


Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34). Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequên-
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40 cia em que se obtém cada termo, a partir do segundo,
multiplicando o anterior por uma constante q, chamada
razão da PG.

35
Exemplo Solução

Dada a sequência: (4, 8, 16)

Classificação

As classificações geométricas são classificadas assim:


- Crescente: Quando cada termo é maior que o an-
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 <
0 e 0 < q < 1. Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o Infinita
anterior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando
a1 < 0 e q > 1. 1º Caso:-1<q<1
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal
!!
contrário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0. !! = !"#$!!"#!"#
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto 1−!
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também ! uma
PA de razão r = 0. A PG constante é também chamada de Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que
PG estacionaria. a série é convergente.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto
ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a


série é divergente
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po- Também não possui soma finita, portanto divergente
tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão
é igual à posição do termo menos uma unidade. Produto dos termos de uma PG finita

Portanto, o termo geral é:


EXERCÍCIOS COMENTADOS
!! = !! ∙ ! !!!
1. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Assinale a
Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica alternativa que apresenta o gráfico da função polinomial
Finita de 1º grau f(x)= −2x +1.

Seja a PG finita de razão q e de soma dos termos Sn:

a)

Exemplo
MATEMÁTICA

Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:


a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros
termos seja 29524

36
c) 3 e 4
d) 2 e 3
e) 1 e 2

Resposta: Letra A.
b)
ℎ 5 = log ! 5
1
= log ! 5
2
!
!! = 5
!=5
! = 25
c) ! 25 + 9 = log ! 25 + 9
! 34 = !
2! = 34
2! = 32!!!2! = 64
!
Portanto g(b+9) é um número entre 5 e 6

4. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Na figura, tem-


-se o gráfico de uma parábola.
d)

Resposta: Letra B.
F(x)=ax+b Os vértices do triângulo AVB estão sobre a parábola, sen-
do que os vértices A e B estão sobre o eixo das abscissas
Corta o eixo x:- b/a=1/2 e o vértice V é o ponto máximo da parábola. A área do
X=0 triângulo AVB, cujas medidas dos lados estão em centí-
1=b(V) metros, é, em centímetros quadrados, igual a
-1=-a+1
a=-2(V)
a) 8.
2. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Sabe-se b) 9.
que, sob um certo ângulo de tiro, a altura h atingida por c) 12.
uma bala, em metros, em função do tempo t, em segun- d) 14.
dos, é dada por h(t)=-3t²+15t. e) 16.
Portanto, é correto afirmar que, depois de 3s, a bala
atingirá Resposta: Letra A.
a) 18 metros. As raízes são -1 e 3
b) 20 metros. Sendo função do 2º grau: -(x²-Sx+P)=0(concavidade
c) 27 metros. pra baixo a<0)
d) 32 metros. -x²+Sx-P=0
A) S=-1+3=2
Resposta: Letra A. P=-1⋅3=-3
-! ! + 2! + 3 = 0
ℎ 3 = −3 ∙ 3! + 15 ∙ 3 = 18!

3. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR – ℎ!"#â!"#$% = !! = −
CESGRANRIO/2012) Considere as funções , ambas de 4!
domínio R*+.
MATEMÁTICA

Se h(5)=1/2, então g(b+9) é um número real compreen- ∆= ! ! − 4!" = 4 + 12 = 16


dido entre

a) 5 e 6 ℎ!"#â!"#$% = 4
b) 3 e 5 !

37
Base: -1até 0 e 0 até 3 A soma das raízes é –b/a

Base: 1+3=4 !
− = 8!
ℎ 4 !
!!"#Â!"#$% = ! ∙ = 4 ∙ = 8!"²!
2 2 Se já sabemos que uma raiz é 1:

5. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR 1 + !! = 8


– CESGRANRIO/2012) Sejam f(x)=-2x²+4x+16 e !! = 7
g(x)=ax²+bx+c funções quadráticas de domínio real,
!
cujos gráficos estão representados acima. A função
f(x) intercepta o eixo das abscissas nos pontos P(xP,0) e 6. (CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA/2013) Em um
M(xM,0) e g(x), nos pontos (1,0) e Q(xQ,0). laboratório de pesquisa descobriu-se que o crescimen-
to da população de um determiado tipo de bactéria é
descrito pela função , onde é o número de bactérias no
instante t (t em horas) e a e b são constantes reais. No
ínicio da observação havia 1500 bactérias e após duas
horas de observação havia 4500. Com essas informações,
concluímos que os valores de a e b, respectivamente são:

a) 3000 e 1.
b) 4500 e 0,5.
c) 1500 e 0,5.
d) 1500 e 1.
e) 3000 e 0,5.

Resposta: Letra C.
N(t)=a.3bt
Início: t=0
1500=a.30
Se g(x) assume valor máximo quando x=xM, conclui-se a=1500
que xQ é igual a N(2)=1500.32b
4500=1500. 32b
a) 3 3=32b
b) 7 2b=1
c) 9 b=1/2
d) 11 7. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) O valor de x na
e) 13 equação é 5 ∙ 3𝑥+1 + 3𝑥−2 = 408 é

Resposta: Letra B. a) 1.
b) 2.
∆= 16 + 128 = 144 c) 3.
d) 4.
−4 ± 12 A)
!= Resposta: Letra C.
−4

!! = −2 3!!! 5 + 3!! = 408


!
!! = 4 3!!! 5 + !" = 408
!"#
3!!! = 408
! !"
− =4 3!!! = 408 ∙
!"
2! !"#
3!!! = 81
−! = 8! 3! . 3 = 81
3! = 27
MATEMÁTICA

!
3! = 3!
!=3
!

38
8. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-
2±4
TRATIVO – FCC/2014) Uma sequência inicia-se com o !=
número 0,3. A partir do 2º termo, a regra de obtenção 2
dos novos termos é o termo anterior menos 0,07. Dessa
maneira o número que corresponde à soma do 4º e do !! = 3
7º termos dessa sequência é
!! = −1
a) -6,7. !
Substituindo:
b) 0,23. Log x=3
c) -3,1. X=10³=1000
d) -0,03.
Log x=-1
e) -0,23.
X=10-1=0,1
Produto das raízes: 1000⋅0,1=100
Resposta: Letra D.
EQUAÇÃO DO 1º GRAU
!! = !! − ! − 1 !
!! = 0,3 − 3.0,07 = 0,09 Uma equação é uma igualdade na qual uma ou mais
!! = 0,3 − 6.0,07 = −0,12 variáveis, conhecidas por incógnitas, são desconhecidas.
! = !! + !! = 0,09 − 0,12 = −0,03 Resolver uma equação significa encontrar o valor das in-
cógnitas. Equações do primeiro grau são equações onde
9. (SAMU/SC
! – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – há somente uma incógnita a ser encontrada e seu ex-
SPDM/2012) A soma dos termos de uma P.G. de primei- poente é igual a 1. A forma geral de uma equação do
ro termo igual a 3 e cuja razão é igual à da P.A. 2, 5/2,..., primeiro grau é:
é igual a:
ax + b = 0
a) 9    b) 12    c) 6    d) 3/2
Onde a e b são números reais.
Resposta: Letra C.
O “lado esquerdo” da equação é denominado 1º
5 1 membro enquanto o “lado direito” é denominado 2º
! = −2=
2 2 membro.
!
Soma PG infinita #FicaDica
!!
!= Para resolver uma equação do primeiro grau,
1−! costuma-se concentrar todos os termos que
3 contenham incógnitas no 1º membro e to-
!= =6
1 dos os termos que contenham somente nú-
1−2 meros no 2º membro.
!
10. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
CESGRANRIO/2012) Qual é o produto das raízes da FIQUE ATENTO!
equação [log(x)]²- log(x²) - 3 = 0 ? Há diversas formas de equações do primeiro
grau e a seguir serão apresentados alguns
a) - 3.000 deles. Antes, há uma lista de “regras” para a
b) - 3 solução de equações do primeiro grau:
c) 0,001
d) 100
e) 1.000 Regra 1 – Eliminar os parênteses
Regra 2 – Igualar os denominadores de todos os
Resposta: Letra D. termos caso haja frações
[log(x)]²- 2logx - 3 = 0 Regra 3 – Transferir todos os termos que conte-
Fazendo logx=y nham incógnitas para o 1º membro
y²-2y-3=0 Regra 4 – Transferir todos os termos que conte-
∆=4+12=16 nham somente números para o 2º membro
MATEMÁTICA

Regra 5 – Simplificar as expressões em ambos os


membros
Regra 5 – Isolar a incógnita no 1º membro
Exemplo: Resolva a equação 5x − 4 = 2x + 8
As regras 1 e 2 não se aplicam pois não há parênteses,

39
nem frações. Aplicando a regra 3, transfere-se o termo Aplicando a regra 5, simplificam-se as expressões em
“2x” para o 1º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo ambos os membros:
no 1º membro com o sinal trocado:
5x = 27
5x − 4 − 2x = 8
Por fim, aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no
Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “-4” para o 1º membro:
2º membro. Para fazer isso, basta colocá-lo no 1º mem-
bro com o sinal trocado: 27 27
x= →S=
5 5
5x − 2x = 8 + 4

Aplicando a regra 5, simplifica-se as expressões em EXERCÍCIOS COMENTADOS


ambos os membros. Simplificar significa “juntar” todos
os termos com incógnitas em um único termo no 1º
membro e fazer o mesmo com todos os temos que con- 1. Calcule:
tenham somente números no 2º membro:
a) −3x – 5 = 25
3x = 12 1
b) 2x − = 3
2
Aplicando a regra 6, isola-se a incógnita no 1º mem- Resposta:
bro. Para isso, divide-se ambos os lados da equação por −3x – 5 = 25
3, fazendo com que no 1º membro reste apenas :
⟹ −3x − 5 + 5 = 25 + 5
3x 12 12 a) ⟹ −3x = 30
= →x= → x = 4 → S = {4� −3x 30
3 3 3
⟹ = ⟹ x = −10
2x −3 −3
+2 x−4 = x+1
Exemplo: Resolva a equação 3 1
2x –=3
Aplicando a regra 1, eliminam-se os parênteses. Para 2
isso, aplica-se a distributiva no termo com parênteses: 1 1 1
⟹ 2x − + = 3 +
2 2 2
2x b)
+ 2x − 8 = x + 1 7 2x 7
3 ⟹ 2x = ⟹ =
2 2 4
7
Aplicando a regra 2, igualam-se os denominadores ⟹x=
4
de todos os termos. Nessa equação, o denominador co-
mum é “3”: 2. Encontre o valor de x que satisfaz a equação

2x 6x 24 3x 3 3x + 24 = −5x
+ − = +
3 3 3 3 3
Resposta:
Como há o mesmo denominador em todos os ter-
3x + 24 = −5x
mos, eles podem ser “cortados”:
⟹ 3x + 5x + 24 = 0 − 5x + 5x
2x + 6x − 24 = 3x + 3 ⟹ 8x = −24
⟹ x = −3
Aplicando a regra 3, transfere-se o termo “3x” para o
1º membro: EQUAÇÃO DO 2º GRAU

2x + 6x − 3x − 24 = 3 Equações do segundo grau são equações nas quais


o maior expoente de X é igual a 2. Sua forma geral é
Aplicando a regra 4, transfere-se o termo “-24” para expressa por:
o 2º membro:
MATEMÁTICA

ax 2 + bx + c = 0
2x + 6x − 3x = 24 + 3
Onde a, b e c são números reais e a ≠ 0. Os números
a, b e c são chamados coeficientes da equação:

40
- a é sempre o coeficiente do termo em x².
- b é sempre o coeficiente do termo em x. INEQUAÇÕES DE 1O GRAU; RESOLUÇÃO
- c é sempre o coeficiente ou termo independente. DE PROBLEMAS ENVOLVENDO INEQUA-
ÇÕES DE 1O GRAU
Equação completa e incompleta
- Quando b ≠ e c ≠ , a equação do 2º grau se diz
completa.
INEQUAÇÃO DO 1˚ GRAU
Exs:
Inequação é toda sentença aberta expressa por uma
desigualdade. Ao invés do sinal de igualdade ( = ) rela-
2
5x – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5, b = – 8, c = 3).
cionando duas expressões matemáticas, teremos os si-
2
y + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1, b = 12, c = 20).
nais de maior ( > ), menor ( < ), maior ou igual ( ≥ ) ou
Quando b=0 ou c=0 ou b=c=0, a equação do 2º grau menor ou igual ( ≤ ). Abaixo seguem alguns exemplos:
se diz incompleta. x+1>0
Exs: 2x-3≤5
-3x+7<2x+3
2
x – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1, b = 0 e c = – 81).
x-2≤4x-1
2
10t + 2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10, b = 2 e c = 0).
2
5y = 0 é uma equação incompleta (a = 5, b = 0 e c = 0). As inequações acima são do primeiro grau pois o ex-
poente da variável x é igual a 1.

Todas essas equações estão escritas na forma


ax 2 + bx + c = 0 , que é denominada forma FIQUE ATENTO!
normal ou forma reduzida de uma equação do 2º grau O método de resolução das inequações de
com uma incógnita. primeiro grau é o mesmo do método de
equações.
Há, porém, algumas equações do 2º grau que não
estão escritas na forma ax 2 + bx + c = 0 ; por meio
de transformações convenientes, em que aplicamos o
PROPRIEDADES DA DESIGUALDADE
princípio aditivo para reduzi-las a essa forma.
a) Propriedade Aditiva:
Ex:
Dada a equação: 2x 2 – 7x + 4 = 1 – x 2 , vamos es-
Mesmo sentido
crevê-la na forma normal ou reduzida.

2x 2 – 7x + 4 – 1 + x 2 = 0 Exemplo: Se 8 > 3, então 8 + 2 > 3 + 2, isto é: 10 > 5


2x 2 + x 2 – 7x + 4 – 1 = 0
3x 2 – 7x + 3 = 0 Somamos +2 aos dois membros da desigualdade

b) Propriedade Multiplicativa:

Mesmo sentido

Exemplo: Se 8 > 3, então 8∙ 2 > 3 ∙ 2, isto é: 16 > 6.

Multiplicamos os dois membros por 2

Mudou de sentido

Exemplo: Se 8 > 3, então 8 ∙ (–2) < 3 ∙ (–2), isto é: –16


< –6
MATEMÁTICA

Multiplicamos os dois membros por –2

41
FIQUE ATENTO!
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Uma desigualdade não muda de sentido
quando adicionamos ou subtraímos um
1. Quais os valores de x que tornam a inequação -2x +4
mesmo número aos seus dois membros, nem
> 0 verdadeira?
quando multiplicamos ou dividimos seus dois
membros por um mesmo número positivo ou
Resposta: -2x > -4
negativo. -2x > -4 ×(-1)
2x < 4
x< 2
RESOLUÇÃO DE INEQUAÇÕES DO 1º GRAU
O número 2 não é a solução da inequação dada, mais
Como mencionado, a resolução de inequações ocorre sim qualquer valor menor que 2.
de forma similar à de equações. A diferença está na re-
presentação do conjunto solução. Para mostrarmos essa 2. Quais os valores de x que tornam a inequação -10x
diferença, vamos resolver os dois primeiros exemplos +15 > 0 verdadeira?
apresentados sem U = ℝ
Resposta: -10x > -15
x+1>0 -10x > -15 ×(-1)
10x < 15
Passando o +1 para o lado direito: x>-1 x<3/2

Ou seja, o conjunto solução desta inequação serão to-


dos os valores de x pertencente ao domínio (neste caso,
vamos utilizar todo o conjunto dos números reais) maio- EQUAÇÕES DE 2O GRAU; RESOLUÇÃO DE
res que -1, assim a solução fica: S = x ∈ ℝ ⁄ x > −1 EQUAÇÃO DE 2O GRAU; RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS REDUTÍVEIS A EQUAÇÃO DE
Uma outra maneira é a representação entre colchetes, 2O GRAU
que fica da seguinte forma: S = −1, +∞
Vamos explicar essa representação. A representação
dos colchetes para fora indica que o número de dentro
não pertence
2x − 3 ≤a5solução e também representa quando há EQUAÇÃO DO 2º GRAU
a presença do infinito (seja “mais” ou “menos” infinito).
Assim, -1 não está na solução mas é o limite inferior da Equações do segundo grau são equações nas quais
mesma.
2x ≤ 5 + 3 o maior expoente de X é igual a 2. Sua forma geral é
Resolvendo agora o segundo exemplo, temos que: expressa por:
2x ≤ 8 ax 2 + bx + c = 0

x≤
8 Onde a, b e c são números reais e a ≠ 0. Os números
2 a, b e c são chamados coeficientes da equação:
- a é sempre o coeficiente do termo em x².
x≤4 - b é sempre o coeficiente do termo em x.
- c é sempre o coeficiente ou termo independente.
Colocando na solução tradicional:
S = x∈ ℝ ⁄ x ≤ 4 Equação completa e incompleta

- Quando b ≠ e c ≠ , a equação do 2º grau se diz


Já a solução em colchetes fica: completa.
S = −∞, 4 Exs:
Ou seja, neste caso, o colchete é fechado no lado do
número 4 pois ele é o limite superior (todos os valores
2
5x – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5, b = – 8, c = 3).
2
y + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1, b = 12, c = 20).
da solução devem ser maiores ou iguais a ele) e neste
caso, ele também é solução (devido a ser maior ou igual Quando b=0 ou c=0 ou b=c=0, a equação do 2º grau
e não somente maior), já o limite inferior vai para menos se diz incompleta.
infinito e permanece com colchete aberto.
MATEMÁTICA

Exs:
2
x – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1, b = 0 e c = – 81).
2
10t + 2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10, b = 2 e c = 0).
2
5y = 0 é uma equação incompleta (a = 5, b = 0 e c = 0).

42
Todas essas equações estão escritas na forma Exemplo: Resolva a equação
ax 2 + bx + c = 0 , que é denominada forma Aplicando a regra 1, identifica-se: , e
normal ou forma reduzida de uma equação do 2º grau Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
com uma incógnita.
Há, porém, algumas equações do 2º grau que não Como o discriminante não é negativo, aplica-se a re-
estão escritas na forma ax 2 + bx + c = 0 ; por meio gra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara:
de transformações convenientes, em que aplicamos o
princípio aditivo para reduzi-las a essa forma. Assim,

Ex: Exemplo: Resolva a equação x − x − 6 = 0


2
Dada a equação: 2x 2 – 7x + 4 = 1 – x 2 , vamos es- Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=-1 e c=-6
crevê-la na forma normal ou reduzida. Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:

2x 2 – 7x + 4 – 1 + x 2 = 0 Δ = b2 − 4 � a � c = −1 2 − 4 � 1 � −6 = 1 + 24 = 25
2x 2 + x 2 – 7x + 4 – 1 = 0
Como o discriminante não é negativo, aplica-se a regra 3,
3x 2 – 7x + 3 = 0
que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara:

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2º GRAU: FÓRMU-


LA DE BHÁSKARA

Para encontras as soluções de equações do segundo


grau, é necessário conhecer seu discriminante, represen-
tado pela letra grega Δ (delta). Assim, S= {-2, 3}

Δ = b2 − 4 � a � c Exemplo: Resolva a equação x2-4x+4=0


Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=-4 e c=4
Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
FIQUE ATENTO!
O discriminante fornece importantes informa- Δ = b2 − 4 � a � c = −4 2 − 4 � 1 � 4 = 16 − 16 = 0
ções de uma equação do 2ª grau:
Se Δ > 0 → A equação possui duas raízes reais e distintas Como o discriminante não é negativo, aplica-se a re-
Se Δ = 0 → A equação possui duas raízes reais e idênticas gra 3, que consiste em utilizar a fórmula de Bháskara:
Se Δ < 0 → A equação não possui raízes reais
−b ± Δ − −4 ± 0 4 ± 0 4
x= = = = =2
2a 2×1 2 2
A solução é dada pela Fórmula de Bháskara:
−b ± Δ Assim, S={2}
x= , válida para os casos onde Δ > 0 ou
2a
.
Δ=0 Note que, como o discriminante é nulo, a equação
possui duas raízes reais e idênticas iguais a 2.

#FicaDica Exemplo: Resolva a equação x 2 − 4x + 4 = 0


Aplicando a regra 1, identifica-se: a=1, b=2 e c=3
Para utilizar a Fórmula de Bháskara a equa- Aplicando a regra 2, calcula-se o discriminante:
ção deve estar obrigatoriamente no formato
ax 2 + bx + c = 0 . Caso não esteja, é
necessário colocar a equação nesse formato Δ = b2 − 4 � a � c = 2 2
− 4 � 1 � 3 = 4 − 12 = −8
para, em seguida, aplicar a fórmula! Como o discriminante é negativo, a equação não pos-
sui raízes reais.
Assim, S= ∅ (solução vazia).
Quando b=0 diz-se que as raízes das equações são
simétricas.

As regras para solução de uma equação do 2º grau


MATEMÁTICA

são as seguintes:
Regra 1 – Identificar os números e
Regra 2 – Calcular o discriminante
Regra 3 – Caso o discriminante não seja negativo,
utilizar a Fórmula de Bháskara

43
Para resolver uma equação nesse formato, basta
EXERCÍCIOS COMENTADOS substituir x2=y na equação. Seguindo esse passo, a equa-
ção fica da seguinte forma:

1. Determine os valores de x que satisfazem:  ay2+by+c=0

que é uma equação do segundo grau em . Essa equa-


2
x − 2x − 5 = 0
ção, pode ser resolvida utilizando a Fórmula de Bháskara,
que dará origem a no máximo duas raízes y1 e y2. Porém,
Resposta:
a equação original está na variável e, portanto, devemos
encontrar os valores para Isso é feito lembrando que
x ′ = 1 − 6 e x′′ = 1 + 6. x2=y e, portanto, x = ± y . Assim, as raízes da equação
serão x = ± y1 e x = ± y2 , totalizando, no máximo, 4
raízes. Caso y1 ou y2 sejam negativos, não existirão raízes
2
x − 2x − 5 = 0
Δ = −2 2 − 4 � −5 � 1 = 4 + 20 = 24 reais para o valor negativo de y.
− −2 ± 24 2±2 6
x= = =1± 6 Ex:
2�1 2
Resolva a equação: x4-21x2+80=0
Assim, as raízes x′ e x′′ são:
x′ = 1 − 6 e x′′ = 1 + 6 O primeiro passo é realizar a substituição: x2=y. As-
sim, a equação fica: y2-21y+80=0

Os coeficientes da equação são a=1,b=-21 e c=80.


2. Determine os valores de x que satisfazem: 
−b ± Δ
x 2 − 2x + 5 = 0 Aplicando a fórmula de Bháskara: y =
2a

Resposta: onde
x2 - 2x -5 = 0
Δ=(-2)2-4∙(5)∙(1)=4-20=-16 Δ = b2 − 4 � a � c = −21 2 − 4 � 1 � 80 = 441 − 320 = 121
Então, como não existe solução real para o cálculo da − −21 ± 121 21 ± 11
Assim, y = =
raiz quadrada de 16,nenhum 2�1 2
valor de x satistaz a equação. 21+11 32 21−11 10
Não existe solução em R. Logo, y1 = 2
= 2
= 16 e y2 = 2
= 2
=5

Encontram-se, agora, os valores de x:

x2 = y → x = ± y
EQUAÇÕES IRRACIONAIS; EQUAÇÕES BI-
QUADRADAS
Então, x = ± 5 ou x = ± 16 = ±4

A solução da equação é: S = −4, − 5, 5, 4


EQUAÇÕES BIQUADRADAS E IRRACIONAIS
Ex:
EQUAÇÕES BIQUADRADAS
Resolva a equação: x4-2x2-8=0
Equações biquadradas são equações de grau 4 com
no máximo três termos e que possuem a seguinte forma:
Seguindo os mesmos passos do exemplo anterior,
substitui-se x2=y: y2-2y-8=0
ax +bx +c=0
4 2

Aplica-se a fórmula de Bháskara para


FIQUE ATENTO!
Note que o expoente do primeiro termo é
igual a 4 enquanto que o expoente do segun- a = 1, b = −2 e c = −8
do termo é igual a 2. Δ = b2 − 4 � a � c = −2 2 − 4 � 1 � −8 = 4 + 32 → Δ = 36
MATEMÁTICA

− −2 ± 36 2±6
y= =
2.1 2

44
2+6 8 2−6 4
Assim, y1 = 2
= 2 = 4 e y2 = 2
= − 2 = −2 Δ = 12 − 4.1 −6 = 1 = 24 = 25 e x =
−1± 25
=
−1±5
2.1 2

Encontram-se os valores de x : −1−5 6 −1+5 4


Logo, x1 = = − = −3 e x2 = = =2
2 2 2 2
x = ± 4 = ±2 ou x = −2 → ∄ x ∈ ℝ (Não existe per-
tencente aos reais que satisfaça) • Fazendo a verificação para x=-3.

Assim, a solução da equação será apenas: S={-2,2} Lado esquerdo da equação:

6−x = 6 − −3 = 9 = 3
EQUAÇÕES IRRACIONAIS
Lado direito da equação:
Equações irracionais são equações que possuem a in- -x=-(-3)=3
cógnita no interior de uma raiz. Exemplos de equações
irracionais • Fazendo a verificação para x=2.

x−4 = 3 Lado esquerdo da equação:


6−x = 6− 2 = 4 = 2

Lado direito da equação:


3
x 2 − 2 = 2x
-x=-2
x= x−3

x+ x−3 = 4 #FicaDica
Comparando os dois lados, em ambos os
Para resolvê-las devemos seguir as seguintes etapas: casos, nota-se que apenas para x=-3 a raiz
a) Elevar os dois lados ao grau da raiz para eliminar é válida.
a raiz
b) Resolver a equação formada após o passo (a) Logo, S={-3}
c) Após encontrar as raízes, verificar na equação irra-
cional se essas raízes satisfazem a equação (even-
tualmente podem ser encontradas raízes que não
atendam. Ex: raízes que fazem com que o interior
EXERCÍCIOS COMENTADOS
de uma raiz quadrada seja negativo)

Ex: 1. Determine o conjunto solução, no campo real, da


Resolva a equação: x − 12 = 6 equação x4 - 164x2 + 6400 = 0. 

Elevando os dois lados ao quadrado: x − 12


2
= 62 Resposta: Assumindo y=x2 equação acima será rees-
crita como y2-164y+6400=0
A equação fica: x-12=36 Usando a Fórmula de Bháskara, resolvemos esta equa-
ção de segundo grau encontra-se y’=64, y’’=100
Logo: x=48. Logo, x^’2=64 e x^’’2=100. Implicando em x^’=8 e
x^’’=10
Fazendo a verificação: 48 − 12 = 36 = 6 . Ok!
2. (PREF. São Luís-MA – Professor – CESPE/2017) Se
Ex:
x^’ e x^’’, em que x^’ < x^’’, são as raízes positivas da
Resolva a equação: 6 − x = −x equação x4 - 164x2 + 6400 = 0 , então a diferença x^’’ -
x^’ é igual a
Elevando os dois lados ao quadrado:
2 2
a) 2.
6−x = −x b) 1.
c) 36.
MATEMÁTICA

A equação fica: 6-x=x2→x2+x-6=0 d) 18.


e) 4.
Resolvendo a equação do segundo grau, com
a=1,b=1 e c=-6 Resposta: Letra A. De acordo com o Exercício Co-
mentado 1, tem-se que: x^’’ - x^’ = 2

45
FUNÇÕES; NOÇÃO INTUITIVA E DEFINIÇÃO;
NOTAÇÃO DE FUNÇÃO; DOMÍNIO, IMAGEM
E CONTRADOMÍNIO

FUNÇÃO DO 1º GRAU

As funções de 1° grau, conhecidas também como


funções lineares, são expressões matemáticas onde a va-
riável independente x possui grau igual a 1 e não está no
denominador, em outras palavras, a forma geral de uma
função de primeiro grau é a seguinte: f(x)=ax+b a≠0
Onde “a” e “b” são números reais e são denomina-
dos respectivamente de coeficientes angular e linear. Nas
funções de primeiro grau, tanto o domínio, contradomí-
nio e imagem são todos os números reais, uma vez que
não há nenhum tipo de restrição de valor nas mesmas.
• Decrescente: a<0
a) Zeros da Função do 1º grau: A representação gráfica dos três posicionamentos
Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau y = ax + desta reta, em função do valor de b, está abaixo:
b o valor de x que anula a função, isto é, o valor de x para
que y seja igual à zero.
Assim, para achar o zero da função y = ax + b, basta
resolver a equação ax + b = 0.
Exemplo:
Determinar o zero da função: y = 2x – 4.
2x – 4 = 0
2x = 4

4
x =
2
x=2

O zero da função y = 2x – 4 é 2.

b) Gráfico da Função do 1º Grau


A forma desta função, como o próprio nome diz, será
• Constante: a=0
linear ou uma reta, e terá três tipos:
Algumas referências não tratam a função constante
como uma função linear e na teoria, realmente ela não
• Crescente: a>0
é. Entretanto, como sua forma também é uma reta e tra-
Quando o coeficiente angular da função for positivo,
ta-se de um caso específico do valor de a, colocamos
os valores de y aumentarão quando o valor de x também
nesta seção para ficar de maneira mais didática ao leitor.
aumentar. A representação gráfica dos três posiciona-
A representação gráfica dos três posicionamentos desta
mentos desta reta, em função do valor de b, está abaixo:
reta, em função do valor de b, está abaixo:
MATEMÁTICA

46
Podemos também estudar o sinal da função por meio
de seu gráfico:

c) Estudo do sinal da função do 1º grau:


Estudar o sinal da função do 1º grau y = ax + b é de-
terminar os valores reais de x para que:
- A função se anule (y = 0);
- A função seja positiva (y > 0);
- A função seja negativa (y < 0).

Exemplo:
- Para x = 2 temos y = 0;
Estudar o sinal da função y = 2x – 4 (a = 2 > 0).
- Para x > 2 temos y > 0;
- Para x < 2 temos y < 0.
1) Qual o valor de x que anula a função?
y=0
2x – 4 = 0
2x = 4 EXERCÍCIO COMENTADO

1.(ENEM 2011) O prefeito de uma cidade deseja cons-


4 truir uma rodovia para dar acesso a outro município. Para
x = isso, foi aberta uma licitação na qual concorreram duas
2
empresas. A primeira cobrou R$ 100 000,00 por km cons-
x=2 truído (n), acrescidos de um valor fixo de R$ 350 000,00,
enquanto a segunda cobrou R$ 120 000,00 por km cons-
truído (n), acrescidos de um valor fixo de R$ 150 000,00.
A função se anula para x = 2. As duas empresas apresentam o mesmo padrão de qua-
lidade dos serviços prestados, mas apenas uma delas po-
2) Quais valores de x tornam positiva a função? derá ser contratada.
y>0 Do ponto de vista econômico, qual equação possibilitaria
2x – 4 > 0 encontrar a extensão da rodovia que tornaria indiferente
2x > 4 para a prefeitura escolher qualquer uma das propostas
apresentadas?

a) 100n + 350 = 120n + 150


b) 100n + 150 = 120n + 350
4 c) 100(n + 350) = 120(n + 150)
x >
2 d) 100(n + 350 000) = 120(n + 150 000)
e) 350(n + 100 000) = 150(n + 120 000)
x>2
Resolução: Letra a. Vamos identificar a primeira em-
A função é positiva para todo x real maior que 2. presa descrita como Empresa A e a segunda como
Empresa B. Podemos utilizar funções do 1° grau para
3) Quais valores de x tornam negativa a função? descrever o preço cobrado por cada empresa. A em-
y<0 presa A tem um custo fixo de R$ 350 000,00 e cobra
2x – 4 < 0 R$ 100 000,00 por km construído (n), então 350000 é
2x < 4 o termo constante e 100000 é o coeficiente da variável
n. A função que representa a empresa A é:
yA = a n + b
4 yA = 100000n + 350000
x <
2
MATEMÁTICA

Para a empresa B, podemos afirmar que o custo fixo


x<2 de R$ 150 000,00 é o termo constante e o valor de R$
120 000,00 por km construído (n) é o coeficiente da
A função é negativa para todo x real menor que 2. variável n. Portanto, a função do preço cobrado pela
empresa B é:

47
yB = an + b COORDENADAS DO VÉRTICE DA PARÁBOLA
yB = 120000n + 150000
O valor cobrado pelas duas empresas será o mesmo A parábola que representa graficamente a função do
quando yA = yB, então, temos: 2º grau apresenta como eixo de simetria uma reta vertical
yA = yB que intercepta o gráfico num ponto chamado de vértice.
100000n + 350000 = 120000n + 150000 As coordenadas do vértice (xV,yV ) são:

Dividindo ambos os membros da equação por 1000,


teremos: b
xV = − 2a e yV = − 4a
Δ
100n + 350 = 120n + 150

FUNÇÃO DO 2˚ GRAU

DEFINIÇÃO

Chama-se função do 2º grau ou função quadrática


toda função de em definida por um polinômio
do 2º grau da forma com a , b e
c reais e . O gráfico de uma função do 2º grau é
uma parábola. O Conjunto Imagem de uma função do 2º grau está
associado ao seu ponto extremo, ou seja, à ordenada do
Exs: vértice (yV).

ZEROS DA FUNÇÃO DO 2º GRAU

As raízes ou zeros da função quadrática f(x) = ax2 + bx


+ c são os valores de x reais tais que f(x) = 0 e, portanto,
as soluções da equação do 2º grau.
2 Exemplo:
ax + bx + c = 0 Vamos determinar as coordenadas do vértice da pa-
A resolução de uma equação do 2º grau é feita utili- rábola da seguinte função quadrática: y = x2 – 8x + 15.
zando a fórmula de Bháskara como já visto.
Cálculo da abscissa do vértice:

FIQUE ATENTO! xV = −
b
=−
−8 8
= =4
As raízes (quando são reais), o vértice e a in- 2a 2�1 2

tersecção com o eixo y são fundamentais para


traçarmos um esboço do gráfico de uma fun- Cálculo da ordenada do vértice:
ção do 2º grau. Substituindo x por 4 na função dada:
yV=42-8∙4=15=16-32=15=-1
Logo, o ponto V, vértice dessa parábola, é dado por
V (4,–1).
CONCAVIDADE DA PARÁBOLA
Observação Importante: Como observado, a ordena-
No caso das funções do 2º grau, a parábola pode ter da do vértice (yV) pode ser calculada de duas formas
sua concavidade voltada para cima (a > 0) ou voltada distintas: substituindo o valor de naΔfunção ou usando a
para baixo (a < 0). fórmula dada anteriormente yV = − .
4a

Costuma-se utilizar a primeira forma (apresentada no


exemplo) por exigir menos cálculos e com isso ganha-se
tempo na prova. Mas fica a cargo do aluno qual forma
MATEMÁTICA

utilizar. Para fins ilustrativos, vamos encontrar o utilizan-


do a fórmula:

a>0 a<0 Δ = b 2 − 4 � a � c = −8 2
− 4 � 1 � 15 = 64 − 60 = 4

48
Δ 4 4 positivas, uma positiva e outra negativa, e as duas nega-
yV = −
4a
=−
4�1
= − = −1
4 que é idênti- tivas, respectivamente:
co (como não poderia deixar de ser) ao valor encontrado
anteriormente.

DOMÍNIO E IMAGEM DA FUNÇÃO DO 2º GRAU

O domínio de uma função do 2º grau é o conjunto


dos números reais, ou seja Dom = ℝ
Como visto acima, a imagem de uma função do 2º
grau está diretamente relacionada à ordenada do vértice
(yV).

Para a > 0 → Im = y ∈ ℝ y ≥ yV }
Para a < 0 → Im = y ∈ ℝ y ≤ yV }

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA – DIFERENTES


CASOS

Para sabermos a posição e orientação desta parábola,


precisaremos além de analisar o sinal do discriminante,
teremos que analisar também o sinal do coeficiente “a”.
Vejam os casos:

a) a>0 e Δ>0: Neste caso, teremos a “boca” da parábo-


la apontada para cima, e como temos duas raízes distintas,
a mesma cruza duas vezes no eixo x. Além disso, o vérti-
ce da parábola caracteriza-se pelo ponto de mínimo da
mesma. Seguem as representações para duas raízes posi-
tivas, uma positiva e outra negativa, e as duas negativas,
respectivamente:
c) a>0 e Δ=0: Neste caso, a “boca” da parábola segue
apontada para cima, mas a mesma toca o eixo x apenas
uma vez, já que a raízes são idênticas. Além disso, o vér-
tice desta parábola é exatamente o ponto de tangência,
a figura a seguir apresenta os casos para a raiz positiva e
negativa respectivamente:

b) a<0 e Δ>0: Neste caso, temos a “boca” da parábola


MATEMÁTICA

apontada para baixo, e como temos duas raízes distin-


tas, a mesma cruza duas vezes no eixo x. Além disso, o
vértice da parábola caracteriza o ponto de máximo da
mesma. Seguem as representações para as duas raízes

49
f) a<0 e Δ=0: Neste caso, não há raízes (a parábo-
la não toca e nem cruza o eixo x). A “boca” da parábola
d) a<0 e Δ=0: Neste caso, a “boca” da parábola segue segue para baixo e as figuras a seguir apresentam os grá-
apontada para baixo, mas a mesma toca o eixo x apenas ficos para vértices com coordenada x positiva e negativa
uma vez, já que a raízes são idênticas. Além disso, o vér- respectivamente:
tice desta parábola é exatamente o ponto de tangência,
a figura a seguir apresenta os casos para a raiz positiva e
negativa respectivamente:

VALOR MÁXIMO E VALOR MÍNIMO DA FUNÇÃO


DO 2º GRAU

- Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem


ordenada mínima. Nesse caso, o vértice é chamado pon-
to de mínimo e a ordenada do vértice é chamada valor
mínimo da função;
e) a>0 e Δ=0: Neste caso, não há raízes (a parábola - Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem
não toca e nem cruza o eixo x). A “boca” da parábola se- ordenada máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de má-
gue para cima e as figuras a seguir apresentam os gráfi- ximo e a ordenada do vértice é chamada valor máximo
cos para vértices com coordenada x positiva e negativa da função.
respectivamente:

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (UFSCAR–SP) Uma bola, ao ser chutada num tiro de


meta por um goleiro, numa partida de futebol, teve sua
trajetória descrita pela equação h(t) = – 2t² + 8t (t ≥0) ,
onde t é o tempo medido em segundo e h(t) é a altu-
ra em metros da bola no instante t. Determine, após o
chute:
MATEMÁTICA

a) o instante em que a bola retornará ao solo.


b) a altura atingida pela bola.

50
Resposta: As figuras a seguir apresentam seus respectivos
gráficos:
a) Houve dois momentos em que a bola tocou o chão:
o primeiro foi antes de ela ser chutada e o segundo foi
quando ela terminou sua trajetória e retornou para o
chão. Em ambos os momentos a altura h(t) era igual a
zero, sendo assim:
h(t)= – 2t^2+ 8t
0 = – 2t^2+ 8t
2t^2– 8t = 0
2t(t – 4)= 0
t’ = 0
t’’ – 4 = 0
t’’ = 4
Portanto, o segundo momento em que a bola tocou
no chão foi no instante de quatro segundos.

b) A altura máxima atingida pela bola é dada pelo vér-


tice da parábola. As coordenadas do seu vértice po-
dem ser encontradas através de:

b
xv = –
2a É importante ressaltar que o gráfico da função expo-
nencial (na forma que foi apresentado) não toca o eixo x,
Δ pois a função f(x)=a^x com a>0 é sempre positiva.
yv = –
4a
EQUAÇÕES EXPONENCIAIS
No caso apresentado, é interessante encontrar apenas yv:
As equações exponenciais são funções exponenciais
Δ relacionadas a números ou expressões. O princípio fun-
yv = – damental para a resolução das mesmas é lembrar que
4a dois expoentes serão iguais se as respectivas bases tam-
bém forem iguais, sigam os exemplos abaixo:
(b² – 4 � a � c)
yv = –
4a Exemplo: Resolva 3x=27
Resolução: Seguindo o princípio que bases iguais
82– 4 � – 2 � 0 terão expoentes iguais, temos que lembrar que 27=33 ,
yv = –
4� – 2 assim:
3x=33
yv = 8 x=3
S={3}

Portanto, a altura máxima atingida pela bola foi de 8


metros.
EXERCÍCIO COMENTADO

FUNÇÃO EXPONENCIAL 1. (ENEM 2016) Admita que um tipo de eucalipto tenha


expectativa de crescimento exponencial, nos primeiros
A função exponencial, como o nome mostra, é uma anos após seu plantio, modelado pela função , na qual y
função onde a variável independente é um expoente: representa a altura da planta em metro, t é considerado
f(x)=a^ em ano, e a é uma constante maior que 1. O gráfico re-
presenta a função y.
FIQUE ATENTO!
Com “a” sendo um número real. Possui
MATEMÁTICA

dois tipos básicos, quando a>1 (crescente)


e 0<a<1 (decrescente).

51
CONSEQUÊNCIAS DA DEFINIÇÃO

A definição de logaritmo traz consequências diretas


que podem (e devem) ser usadas sempre que possível
na resolução de exercícios que envolvem logaritmos. São
elas:
a) logb1=0 (O logaritmo de 1 em qualquer base é
sempre zero)
b) logbb=1 (Quando base e logaritmando são iguais o
logaritmo é unitário)
c) logba=log_bc→a=c (Se dois logaritmos de mesma
base são iguais então os logaritmandos são iguais)
d) blog_ba =a (Uma potência de base elevada a um
logaritmo de também na base resulta em )

#FicaDica
Admita ainda que y(0) fornece a altura da muda quando
Quando um logaritmo aparecer escrito sem
plantada, e deseja-se cortar os eucaliptos quando as mu-
a base (log a) subentende-se que a sua base
das crescerem 7,5 m após o plantio.
é igual a .
O tempo entre a plantação e o corte, em ano, é igual a
PROPRIEDADES DOS LOGARITMOS
a) 3.
b) 4. Em todas as propriedades abaixo, considera-se que
c) 6. as condições de existência estão atendidas.
d) log27.
e) log215 a) Logaritmo do produto: o logaritmo de um pro-
duto de dois números é igual à soma dos logaritmos
Resposta: Letra b.
logb a � c = log b a + logb c
Se t=0:  b) Logaritmo do quociente: o logaritmo de um
y(0)=a^0-1)=0,5. quociente de dois números é igual à diferença dos
1a=12 logaritmos
Logo,a=2.
Então, a função é y(t)=2(t-1). a
Como cresceu 7,5m, o eucalipto chegou a 8 m. Deste logb = logb a − logb c
modo, faz-se:
c
y(t)=8=2(t-1) c) Logaritmo da potência: o logaritmo de uma po-
2^3=2(t-1) tência é igual ao produto do expoente dessa potência e
Portanto, t = 4 anos. do logaritmo:
FUNÇÃO LOGARÍTMICA logb ac = c � logb a
DEFINIÇÃO DE LOGARITMO d) Logaritmo cuja base está elevada a uma potên-
A definição de logaritmo está diretamente ligada à cia: o logaritmo cuja base está elevada a uma potência é
potenciação. Sejam dois números reais e positivos e tais igual ao produto do inverso do expoente da base e do
que a e b e que a>0 e b>0 e b≠1, o logaritmo de a na logaritmo:
base b é dado por:
logb a = x ⇔ b x = a 1
log b c a = log a
c b
onde a é o logaritmando, b é a base e x é o logaritmo.
As condições para a e b são as condições de existência
de um logaritmo. e) Mudança de base: para mudar a base de um lo-
garitmo na base para um logaritmo na base :
Exemplo:
Calcule: log23
logc a
log28=x→2x=8→2x=23→x=3
MATEMÁTICA

logb a =
Assim, log28=3 logc b

Exemplo: log3(9.27)=log39 +log327=log332 +log333


=2∙log_33+3∙log33=2+3=5

52
Igualando isso a equação:
Exemplo: log_2x-2=log_216
x-2=16
1 3 3 x=18
log 4 8 = log 22 23 = log 23 = log 2 2 =
2 2 2 2

FUNÇÃO LOGARÍTMICA EXERCÍCIOS COMENTADOS


As funções logarítmicas têm como base o operador
matemático log: f(x)=loga x , com a>0,a≠1 e x>0
1.(ENEM 2016) Em 2011, um terremoto de magnitu-
de 9,0 na escala Richter causou um devastador tsuna-
#FicaDica mi no Japão, provocando um alerta na usina nuclear de
Fukushima. Em 2013, outro terremoto, de magnitude 7,0
Observe que há restrições importantes na mesma escala, sacudiu Sichuan (sudoeste da China),
para os valores de (logaritmando) e (base) deixando centenas de mortos e milhares de feridos. A
e será essas restrições que poderá deter- magnitude de um terremoto na escala Richter pode ser
minar o conjunto solução das equações
logarítmicas. 2 𝐸
calculada por 𝑀 = 3 log 𝐸0 sendo E a energia, em kWh,
liberada pelo terremoto e E0 uma constante real posi-
tiva. Considere que E1 e E2 representam as energias li-
O gráfico da função logarítmica terá dois formatos, beradas nos terremotos ocorridos no Japão e na China,
baseado nos possíveis valores de a. Será crescente quan- respectivamente.
do a>1 e decrescente quando 0<a<1:
Qual a relação entre E1 e E2?

a) E1 = E2 + 2
b) E1 = 102∙E2
c) E1 = 103∙E2
d) E1 = 10(9/7)∙E2

e) E = 9 � E
1 2
7

Resposta: Letra c.

E1
9 = ⅔. log
E0
Temos que:
27 E1
= log
2 E0

Além disso,
E
7 = ⅔. log E2
0

E2
21⁄2 = log
E0

EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS
Subtraindo (1)de (2),tem-se:
As equações logarítmicas adotarão um princípio se- E1 E1
melhante as equações exponenciais. Para se achar o mes-
3 = log então, = 10³
E2 E2
mo logaritmando, dois logaritmos deverão ter a mesma
base ou vice-versa. Ressalta-se apenas que as condições
de existência de um logaritmo devem ser respeitadas. Logo , a relação é: E1 = 10³.E2
Veja o exemplo:
Ex:
MATEMÁTICA

Resolva log_2x-2=4 2. (FUNDEP 2014) O conjunto solução da equação


Primeiramente, será importante transformar o núme- log (4x+2)=log(3x+3) é:
ro 4 em um log. Como a base do log que contém x é dois,
vamos transformar 4 em um log na base 2 da seguinte a) S={1}
forma: log_216=4 b) S={2}

53
c) S={3}
d) S={4}

Resposta: Letra a. Como as bases são iguais, os loga-


ritmandos devem ser iguais. Portanto, pode-se escrever:
4x+2=3x+3→4x-3x=3-2→x=1

FUNÇÃO MODULAR

MÓDULO
Exemplo:
As funções modulares são desenvolvidas através de
Desenhar o gráfico de f(x)=|x-a|
um operador matemático chamado de “Módulo”. Sua Resolução: Quando há um termo subtraindo o valor
definição está apresentada abaixo: de x dentro do módulo, o gráfico original acima se des-
loca, com a “ponta” se movendo para a coordenada “a”.
𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0 Seguem os dois casos, para a>0 e a<0 respectivamente:
x = �
−𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 0
Sua representação é através de duas barras verticais e
lê-se “Módulo de x”.

SE LIGA!
Módulo também conhecido como valor ab-
soluto pode ser entendido como uma dis-
tância e por isso |x|<0 não existe para todo x.

Exemplo: |3| = 3 e |-3| = 3.

FUNÇÃO MODULAR

A função modular, segue a mes-


ma representação,
𝑓 x , trocando
𝑠𝑒 𝑓 x ≥ 0apenas x por f(x): EQUAÇÕES MODULARES
f(x) = �
−𝑓 x , 𝑠𝑒 𝑓 x ≤ 0
As equações modulares são funções modulares igua-
ladas a algum número ou expressão. Ela será resolvida
decompondo a mesma em dois casos, com domínios
#FicaDica pré-determinados. Este tipo de solução é apresentada
no Exercício Comentado 1, a seguir:
A representação gráfica será feita através
de duas retas, dependendo de como é a for-
ma de f(x).
EXERCÍCIOS COMENTADOS

Abaixo segue alguns exemplos: 1. (NOVA 2017) O conjunto solução da equação |x-3|=7 é:
Exemplo:
Desenhar o gráfico de f(x)=|x| a) S={-4,10}
Resolução: O gráfico de f(x)=|x| forma uma ponta na b) S={-2,10}
origem e segue uma reta espelhada tanto para o sentido c) S={0,10}
positivo quanto para o negativo: d) S={2,10}
e) S={4,10}
MATEMÁTICA

Resposta: Letra a.
Conforme foi mencionado, vamos resolver dois casos,
usando a definição de módulo:
a) x-3=7 ,para x-3≥0
b) -(x-3)=7 ,para x-3≤0

54
Resolvendo:
a) x=7+3=10, para x≥3
b) –x+3=7⇔x=-4, para x ≤3

Observe que as duas soluções estão dentro dos domí-


nios pré-estabelecidos, assim: S={-4,10}

2. (FGV 2014) Assinale a única função, dentre as op-


ções seguintes, que pode estar representada no gráfico
a seguir: 

Neste modelo esquemático, temos o conjunto A


sendo representado a esquerda e o conjunto B sendo
representado a direita, mostrando a relação de função
entre eles. A partir destas definições, podemos definir 3
conceitos fundamentais das funções: Domínio, Contra-
domínio e Imagem.

a) Domínio
O domínio da função, ou domínio de f(x), é o conjun-
to de todos os valores que podem ser atribuídos a x, ou
seja, todos os elementos do conjunto A.
a) y = 1 – |x – 1|;
b) y = 1 – |x + 1|; b) Contradomínio
c) y = 1 + |x – 1|; O contradomínio da função, ou contradomínio de ,
d) y = 1 + |x + 1|; são todos os valores possíveis que podem ser atribuídos
e) y = |x – 1| + |x + 1|. a y, ou seja, trata-se do conjunto B,

Resposta: Letra a. c) Imagem


Pelo gráfico se x = 0 implica em y = 0, se x = 2 implica A imagem de uma função, ou imagem de f(x), é um
em y = 0 e se x = 1 implica em y=1. Analisando o itens subconjunto do contradomínio que contém apenas os
acima, verifica-se que essas condições são satisfeitas se valores de y que tiveram algum elemento de x associado.
y = 1 – |x – 1|. Usando o diagrama esquemático representado ante-
riormente, podemos descrever as 3 definições nele:
FUNÇÃO DO 1˚ GRAU Domínio: Todos os valores de A: f(x):Dom={2,4,7,10}
Contradomínio: Todos os valores de B: f(x):Contra-
CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE FUNÇÕES Dom= {0,4,8,10,12,16}
Imagem: Todos os valores de B que tiveram associa-
Uma função é uma relação entre dois conjuntos A e ção com A: f(x):Imagem={0,4,10,16}
B de modo que cada elemento do conjunto A está as-
sociado a um único elemento de B. Sua representação Observe que o elemento “8” do conjunto B não per-
matemática é bem simples: tence a imagem, pois não há nenhum valor do conjunto
A associado a ele. Deste modo, verifique que nem sempre
y=f(x):A→B a imagem e o contradomínio terão o mesmo tamanho.
FUNÇÃO CRESCENTE
Onde y são os elementos do conjunto B e x são os
elementos do conjunto A. f(x) é a chamada “função de A função f(x), num determinado intervalo, é crescente
x”, que basicamente é uma expressão matemática que se, para quaisquer x_1 e x_2 pertencentes a este intervalo,
quantifica o valor de y, dado um valor de x. Outra manei- com x_1<x_2, tivermos f(x_1 )<f(x_2 ).
ra de representarmos uma função é através de um mo-
delo esquemático:
MATEMÁTICA

55
x1<x2→f(x1 )<f(x2 )
FIQUE ATENTO!
FUNÇÃO DECRESCENTE A apresentação de uma função por meio
de seu gráfico é muito importante, não só
Função f(x), num determinado intervalo, é decrescen- na Matemática como nos diversos ramos
te se, para quaisquer x1 e x2 pertencente a este intervalo, dos estudos científicos.
com x1<x2, tivermos f(x1 )>f(x2 ).

FUNÇÃO POLINOMIAL DO 1O GRAU: DE-


FINIÇÃO, PROPRIEDADES, ZERO OU RAIZ
DA FUNÇÃO, ESTUDO DA VARIAÇÃO DO
SINAL E GRÁFICO; FUNÇÃO POLINOMIAL
DO 2O GRAU: DEFINIÇÃO, PROPRIEDADES,
ZEROS OU RAÍZES DA FUNÇÃO, ESTUDO
DA VARIAÇÃO DO SINAL E GRÁFICO

x1<x2→f(x1 )>f(x2 )
EQUAÇÕES POLINOMIAIS
FUNÇÃO CONSTANTE
Denominamos equações polinomiais, ou algébricas,
A função f(x), num determinado intervalo, é constante às equações da forma: P(x) = 0, onde P(x) é um polinômio
se, para quaisquer x1<x2, tivermos f(x1 )=f(x2 ). de grau n > 0.
Resolver uma equação algébrica é obter o seu con-
junto-verdade, que é o conjunto de todas as suas raízes,
isto é, os valores de x que tornam verdadeira a igualdade:

Teorema fundamental da álgebra


Toda equação algébrica P(x) = 0, de grau n > 0, admi-
te pelo menos uma raiz real ou complexa.

Teorema da decomposição
Todo polinômio P(x) = anxn + an-1xn-1 + an-2xn-2 + ... +
a2x + ax + a0 de grau n > 0, pode ser decomposto em um
2

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA produto de n fatores do tipo (x - α), onde α é raiz de P(x)


:
A função f(x) pode ser representada no plano carte-
siano, através de um par ordenado (x,y). O lugar geomé-
trico dos pares ordenados para os quais x∈Dom e y∈Ima-
gem formam, no plano cartesiano, o gráfico da função.
Um exemplo de plano cartesiano é apresentado abaixo: Logo:
Todo polinômio de grau n tem exatamente n raízes
reais e complexas.

Multiplicidade de uma raiz


Uma equação algébrica pode apresentar todas as suas
raízes distintas ou não. Quando uma raiz ocorre mais de
uma vez na forma fatorada de P(x), denominamos esta
raiz de raiz múltipla de P(x). Assim, se uma equação algé-
brica tiver duas raízes iguais, diremos que essa raiz terá
multiplicidade 2 (raiz dupla), se houver três raízes iguais,
MATEMÁTICA

a multiplicidade será 3 (raiz tripla), e assim por diante.


Caso contrário, a raiz será denominada simples.

56
Raízes racionais de uma equação algébrica de coeficientes inteiros
As equações polinomiais de grau maior do que 2 não têm um processo determinado de resolução por meio de
fórmulas. Devemos procurar, então, uma ou mais raízes para com elas encontrar todas as raízes. Uma propriedade que
nos auxiliará na pesquisa das raízes racionais de uma equação algébrica de coeficientes inteiros.
Se o número racional p/q , com p e q primos entre si, é raiz de uma equação algébrica de coeficientes inteiros:

então p é divisor de a0, e q é divisor de an.

FIQUE ATENTO!
Dizer que o número racional p/q tem p e q inteiros e primos entre si equivale a dizer que p/q é uma fração
irredutível.

Teorema das raízes complexas


Se uma equação P(x) = 0, de coeficientes reais, apresentar uma raiz complexa (a + bi), então o complexo deste
número também será raiz de P(x), ambos com a mesma multiplicidade. Em um polinômio P(x) com coeficientes reais e
grau ímpar há, no mínimo, uma raiz real.

Exemplo: Uma equação algébrica com coeficientes reais admite como raízes os números complexos 2 + i, 1 – i e 0.
Podemos afirmar que o grau dessa equação é, necessariamente:

(A) par.
(B) ímpar.
(C) igual a três.
(D) menor ou igual a seis.
(E) maior ou igual a cinco.

Resolução:
Como a equação tem coeficientes reais, além das raízes 2 + i, 1 – i e zero, ela admite também 2 – i e 1 + i como raízes.
Logo, o menor grau possível para essa equação é 5.
Resposta: E.

Relações de Girard
São as relações estabelecidas entre as raízes e os coeficientes de uma equação algébrica, P(x) = 0. Se a equação for
do 2º grau, ax2 + bx + c = 0, com raízes x1 e x2, então:

Se a equação for do 3º grau, ax3 + bx2 + cx + d = 0, com raízes x1,x2 e x3, teremos as seguintes relações:

Exemplo:
(FUVEST-SP) Sabe-se que o produto de duas raízes da equação algébrica 2x3 – x2 + kx + 4 = 0 é igual a 1. Então, o
valor de k é:

a) – 8
b) – 4
MATEMÁTICA

c) 0
d) 4
e) 8

57
Resolução: Se f(a)×f(b)<0, então ∃ c ∈ ]a,b[:f(c)=0, em linguagem
corrente isto significa que se f(a) e f(b) tiverem sinais con-
trários, então a função possui pelo menos um zero no
intervalo ]a,b[.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CÂMARA DE PEREIRAS-SP – ESCRITURÁRIO LEGIS-


LATIVO -– PLANEXCON – 2016) Ao resolver equações
algébricas de terceiro grau, podemos verificar a impor-
tância dos coeficientes das equações e suas possíveis ra-
ízes, na articulação da técnica e dos significados destas
equações. Assim, uma equação de 3º grau pode ser es-
crita por: ax3+bx2+cx+d=0, (com a≠0). A equação poli-
nomial cujas raízes são 2, -2 e 3 deve ser escrita como:

Resposta: Letra A. a) x3 + 3x2 - 4x + 6 = 0.


b) x3 - 3x2 + 6 = 0.
c) 4x3 - 4x2 + 3x -12 = 0.
Teorema de Bolzano
d) x3 – 3x2 - 4x + 12 = 0.
Também conhecido como Teorema do Valor Inter-
e) -4x3 – 3x2 + 2x +6 = 0.
médio ou ainda como Teorema de Bolzano-Cauchy é o
seguinte: Se f for uma função contínua num determinado Resposta: Letra D.
intervalo [a,b], então para qualquer valor d compreendi- P(x) = (x - 2)(x -(- 2))(x - 3)
do entre f(a) e f(b), existe pelo menos um valor c com- P(x) = (x -2)(x + 2)(x - 3)
preendido entre a e b tal que f(c)=d. Exemplificando: P(x) = (x² - 4)(x - 3)
P(x) = x² - 3x² - 4x + 12

2. (IF-BA – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITU-


TO AOCP – 2016) A equação x3 - 147x + 686 = 0 tem por
raízes os números m e n, sendo m raiz dupla e n = - 2 m.
Nessas condições, o valor de (m + n) é

a) 7.
b) -7 .
c) -7 ou 7.
d) 7 - i.
e) -7 + i.

Resposta: Letra B. Usando a fórmula:


Fonte: https://www.matematica.pt x1.x2 + x1.x3 + x2.x3= c/a , temos
m2 + (-2)m2 + m2 = -147/1 , com n = -2m . Daí
Verificamos que a função é contínua no intervalo [a,b], -3m2 = -147
logo podemos afirmar que existe um objeto que se situa m2 = 147/3
entre a e b, vamos dar-lhe o nome de c, cuja imagem d m2= 49
está situada entre f(a) e f(b). Na imagem podemos ver m= raiz quadrada de 49. Assim,
m=7 e n = -2.7 = -14. Logo as raízes são, 7, 7 e -14.
claramente que f(c)=d. Atenção que o teorema não diz
Portanto, m + n = 7 - 14 = -7
que c é o único objeto cuja imagem é d, apenas podemos
afirmar que existe pelo menos um objeto, mas este pode
3. (IF-BA – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITU-
não ser o único.
TO AOCP – 2016) Para que a equação x5 - 2x4 + 4x3 - 11x2
+ 9x + (m - 3) tenha pelo menos uma raiz real compre-
endida entre 0 e 2, devemos ter
#FicaDica
a) m > 2 ou m < - 2.
O Teorema de Bolzano só pode ser aplica-
MATEMÁTICA

b) - 2 < m < 2.
do em funções contínuas num intervalo. Se a c) m > 3 ou m < - 3.
função não for contínua, o teorema não tem d) - 3 < m < 3.
qualquer utilidade e) m múltiplo de 3.
Corolário

58
Resposta: Letra D. Para que uma raiz real esteja en- x2 – 5x + 4 = 0
tre 0 e 2 basta tomarmos com ponto de partida 0 e 2 x = 1 ou x = 4
como sendo as raízes deste polinômio. Desta forma S = {1, 2, 4}
vamos calcular f(0) = 0 e f(2) = 0.
f(0) = 05-2.04+4.0³-11.0²+9.0+ (m-3) => m = 3 ou m Referências Bibliográficas:
<3 IEZZI, Gelson. Fundamentos da Matemática Ele-
f(2) = 25-2.24+4.23-11.22+9.2+ (m-3) => 32 + 18 - 47 + mentar – Vol. 01 – Conjuntos e Funções
m = 0 ==> m = 47 - 50 = -3 ou m > -3 Portal Cálculo UNESP. http://www.calculo.iq.unesp.br
-3 < m < 3 OLIVEIRA, Gabriel Alessandro de. Funções periódi-
cas. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.
4. (SEARH - RN - Professor de Matemática - IDECAN - uol.com.br>.
2016) Se 3 é raiz do polinômio P(x) ≡ kx3 – 3x2 – 7x – 3k,
com K ∈ N, então:

a) 9 < k. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVEN-


b) k < 2. DO FUNÇÃO DE 1O GRAU; RESOLUÇÃO
c) 2 ≤ k < 5. DE PROBLEMAS ENVOLVENDO FUNÇÃO
d) 5 ≤ k < 9. DE 2O GRAU
Resposta: Letra C.
Se 3 é raiz, então P(3) = 0
27k - 27 - 21 - 3k = 0 Prezado candidato, o tópico acima já foi abordado
24k -48 =0 anteriormente!!
k =2,

5. (ITA-SP) Se  ,  ,   são raízes da equação x3 – 2x2 +


3x – 4 = 0, então, o valor de   é: GEOMETRIA PLANA ;CONCEITOS FUNDA-
MENTAIS; CÍRCULO E CIRCUNFERÊNCIA:
a)     DEFINIÇÃO E DIFERENCIAÇÃO; PROPRIE-
DADES DE ARCOS, ÂNGULOS E CORDAS;
b)   
RELAÇÕES MÉTRICAS; SEGMENTOS PRO-
c)  PORCIONAIS; FEIXE DE PARALELAS;TEO-
REMA DE TALES
d) 

e)  
INTRODUÇÃO A GEOMETRIA PLANA

Resposta: Letra C. 1. Ponto, Reta e Plano

A definição dos entes primitivos ponto, reta e pla-


6. (UFSCar-SP) Sabendo-se que a soma de duas das raí- no é quase impossível, o que se sabe muito bem e aqui
zes da equação x3 – 7x2 + 14x – 8 = 0 é igual a 5, pode-se será o mais importante é sua representação geométrica
afirmar a respeito das raízes que: e espacial.

a) são todas iguais e não nulas. 1.1. Representação, (notação)


b) somente uma raiz é nula.
c) as raízes constituem uma progressão geométrica. → Pontos serão representados por letras latinas
d) as raízes constituem uma progressão aritmética. maiúsculas; ex: A, B, C,…
e) nenhuma raiz é real. → Retas serão representados por letras latinas minús-
culas; ex: a, b, c,…
Resposta: Letra C. → Planos serão representados por letras gregas mi-
x3 – 7x2 + 14x – 8 = 0 núsculas; ex: β,∞,α,...
Raízes: x1, x2 e x3
Informação: x1 + x2 = 5
Girard: x1 + x2 + x3 = 7   5 + x3 = 7   x3 = 2
MATEMÁTICA

Como 2 é raiz, por Briot-Ruffini, temos

59
1.2. Representação gráfica

- Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um


ponto em comum.

Postulados primitivos da geometria, qualquer postu-


lado ou axioma é aceito sem que seja necessária a prova,
Observe que . Sendo que H está contido na reta r e
contanto que não exista a contraprova.
na reta s.
- Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos Um plano é um subconjunto do espaço de tal modo
distintos. que quaisquer dois pontos desse conjunto podem ser li-
gados por um segmento de reta inteiramente contida no
- Dois pontos determinam uma única reta (uma e so- conjunto.
mente uma reta). Um plano no espaço pode ser determinado por qual-
quer uma das situações:
- Três pontos não colineares (não pertencentes à
mesma reta);
- Um ponto e uma reta que não contem o ponto;
- Um ponto e um segmento de reta que não contem
o ponto;
- Duas retas paralelas que não se sobrepõe;
- Dois segmentos de reta paralelos que não se
- Pontos colineares pertencem à mesma reta. sobrepõe;
- Duas retas concorrentes;
- Dois segmentos de reta concorrentes.
Duas retas (segmentos de reta) no espaço podem
ser: paralelas, concorrentes ou reversas.
Duas retas são ditas reversas quando uma não tem
interseção com a outra e elas não são paralelas. Pode-se
pensar de uma reta r desenhada no chão de uma casa e
uma reta s desenhada no teto dessa mesma casa.

- Três pontos determinam um único plano.

Uma reta é perpendicular a um plano no espaço , se


ela intersecta o plano em um ponto P e todo segmento
de reta contido no plano que tem P como uma de suas
extremidades é perpendicular à reta.
MATEMÁTICA

- Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta


reta está contida neste plano.

60
Uma reta r é paralela a um plano no espaço , se existe Vamos considerar primeiramente um caso particular
uma reta s inteiramente contida no plano que é paralela com quatro segmentos de reta com suas medidas apre-
à reta dada. sentadas na tabela a seguir:
Seja P um ponto localizado fora de um plano. A dis-
tância do ponto ao plano é a medida do segmento de m(AB) = 2cm m(PQ) =4 cm
reta perpendicular ao plano em que uma extremidade é
o ponto P e a outra extremidade é o ponto que é a inter- m(CD) = 3cm m(RS) = 6cm
seção entre o plano e o segmento.
Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula. A razão entre os segmentos e e a razão entre os
segmentos e , são dadas por frações equivalentes, isto
é: ; PQ/RS = 4/6 e como , segue a existência de uma pro-
porção entre esses quatro segmentos de reta. Isto nos
conduz à definição de segmentos proporcionais.
Diremos que quatro segmentos de reta, , , e , nesta
ordem, são proporcionais se: .
Os segmentos e são os segmentos extremos e os
segmentos e são os segmentos meios.
Planos concorrentes no espaço são planos cuja inter-
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que
seção é uma reta.
existe uma proporção entre os números reais que repre-
Planos paralelos no espaço são planos que não tem
sentam as medidas dos segmentos:
interseção.
Quando dois planos são concorrentes, dizemos que
Feixe de Retas Paralelas
tais planos formam um diedro e o ângulo formado en-
tre estes dois planos é denominado ângulo diedral. Para
Um conjunto de três ou mais retas paralelas num pla-
obter este ângulo diedral, basta tomar o ângulo forma-
no é chamado feixe de retas paralelas. A reta que inter-
do por quaisquer duas retas perpendiculares aos planos
cepta as retas do feixe é chamada de reta transversal. As
concorrentes.
retas a, b, c e d que aparecem no desenho anexado, for-
mam um feixe de retas paralelas enquanto que as retas s
e t são retas transversais.

Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um


ângulo reto (90°).

Razão entre Segmentos de Reta

Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos


de uma reta que estão limitados por dois pontos que são
as extremidades do segmento, sendo um deles o ponto
inicial e o outro o ponto final. Denotamos um segmento Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas de-
por duas letras como, por exemplo, AB, sendo A o início termina sobre duas transversais quaisquer, segmentos
e B o final do segmento. proporcionais. A figura abaixo representa uma situação
Ex: AB é um segmento de reta que denotamos por AB. onde aparece um feixe de três retas paralelas cortadas
por duas retas transversais.

Segmentos Proporcionais

Proporção é a igualdade entre duas razões equiva-


MATEMÁTICA

lentes. De forma semelhante aos que já estudamos com


números racionais, é possível estabelecer a proporcio-
nalidade entre segmentos de reta, através das medidas
desse segmentos.

61
Identificamos na sequência algumas proporções: Ângulo Central
Ex: Consideremos a figura ao lado com um feixe de
retas paralelas, sendo as medidas dos segmentos indica- a) Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o cen-
das em centímetros. tro da circunferência;
b) Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do
polígono regular e cujos lados passam por vértices
consecutivos do polígono.

Assim:
Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não
B C⁄A B = E F⁄D E pertence à circunferência e os lados são tangentes à ela.
A B⁄D E = B C⁄E F
D E⁄A B = E F⁄B C

#FicaDica
Uma proporção entre segmentos pode ser for-
mulada de várias maneiras. Se um dos segmen-
tos do feixe de paralelas for desconhecido, a
sua dimensão pode ser determinada com o uso
de razões proporcionais.
Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a
uma circunferência e seus lados são secantes a ela.
Ângulos

Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego


- gonas; reunião de duas semi-retas de mesma origem
não colineares.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.
MATEMÁTICA

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

62
Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos su-
plementares se a soma das suas medidas de dois ângulos
é 180º.

Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apóiam em retas
perpendiculares.

Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência


em 360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde
a 1/360 da circunferência denominamos de grau.

Ângulos formados por duas retas paralelas com


uma transversal

Ângulos Complementares: Dois ângulos são com- Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no
plementares se a soma das suas medidas é 900. mesmo plano e não possuem ponto em comum.

Vamos observar a figura abaixo:

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a


mesma medida.

Todos esses ângulos possuem relações entre si, e elas


estão descritas a seguir:
Ângulos colaterais internos: O termo colateral sig-
nifica “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma
destes ângulos será sempre 180°

Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são


opostos pelo vértice se os lados de um são as respectivas
semi-retas opostas aos lados do outro.
MATEMÁTICA

63
Assim a soma dos ângulos 4 e 5 é 180° e a soma dos Ângulos alternos externos: O termo alterno signifi-
ângulos 3 e 6 também será 180° ca lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre
serão congruentes
Ângulos colaterais externos: O termo colateral sig-
nifica “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma
destes ângulos será sempre 180°

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 7 e o ângulo 2 é


igual ao ângulo 8
Assim a soma dos ângulos 2 e 7 é 180° e a soma dos
ângulos 1 e 8 também será 180° Ângulos correspondentes: São ângulos que ocupam
uma mesma posição na reta transversal, um na região in-
Ângulos alternos internos: O termo alterno significa terna e o outro na região externa.
lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre se-
rão congruentes

Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 5, o ângulo 2 é


igual ao ângulo 6, o ângulo 3 é igual ao ângulo 7 e o
ângulo 4 é igual ao ângulo 8.
MATEMÁTICA

Assim, o ângulo 4 é igual ao ângulo 6 e o ângulo 3 é


igual ao ângulo 5

64
FIQUE ATENTO!
Há cinco classificações distintas para os ângulos formados por duas retas paralelas que intersectam uma
transversal. Então, procure visualizar bem as imagens para associá-las a cada classificação existente.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CS-UFG-2016) Considere que a figura abaixo representa um relógio analógico cujos ponteiros das horas (menor)
e dos minutos (maior) indicam 3 h e 40 min. Nestas condições, a medida do menor ângulo, em graus, formado pelos
ponteiros deste relógio, é:

a) 120°
b) 126°
c) 135°
d) 150°

Resposta: Letra B.
Considerando que cada hora equivale a um ângulo de 30° (360/12 = 30) e que a cada 15 min o ponteiro da hora
percorre 7,5°. Assim, as 3h e 40 min indica um ângulo de aproximadamente 126°.

2. Na imagem a seguir, as retas u, r e s são paralelas e cortadas por uma reta transversal. Determine o valor dos
ângulos x e y.

Resposta: x = 50° e y = 130°


Facilmente observamos que os ângulos x e 50° são opostos pelo vértice, logo, x = 50°. Podemos constatar também
que y e 50° são suplementares, ou seja:

50° + y = 180°
y = 180° – 50°
y = 130°
Portanto,os ângulos procurados são y = 130° e x = 50°.
MATEMÁTICA

POLÍGONOS

Um polígono é uma figura geométrica plana limitada por uma linha poligonal fechada. A palavra “polígono” advém
do grego e quer dizer muitos (poly) e ângulos (gon).

65
Linhas poligonais e polígonos

Linha poligonal é uma sucessão de segmentos consecutivos e não-colineares, dois a dois. Classificam-se em:

Linha poligonal fechada simples:

Linha poligonal fechada não-simples:

Linha poligonal aberta simples:

Linha poligonal aberta não-simples:

FIQUE ATENTO!
Polígono é uma linha fechada simples. Um polígono divide o plano em que se encontra em duas regiões
(a interior e a exterior), sem pontos comuns.

Elementos de um polígono

Um polígono possui os seguintes elementos:

Lados: Cada um dos segmentos de reta que une vértices consecutivos: AB, BC, CD, DE, EA.

Vértices: Ponto de encontro de dois lados consecutivos: A, B, C, D, E


MATEMÁTICA

Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não consecutivos: AC, AD, BD, BE, CE

Ângulos internos: Ângulos formados por dois lados consecutivos: a� , b� , c� , d


� , e� .

66
Ângulos externos: Ângulos formados por um lado e pelo prolongamento do lado a ele consecutivo: a�1 , b1 , c1, d1 , e1

Classificação dos polígonos quanto ao número de lados

Nome Número de lados Nome Número de lados


triângulo 3 quadrilátero 4
pentágono 5 hexágono 6
heptágono 7 octógono 8
eneágono 9 decágono 10
hendecágono 11 dodecágono 12
tridecágono 13 tetradecágono 14
pentadecágono 15 hexadecágono 16
heptadecágono 17 octodecágono 18
eneadecágono 19 icoságono 20

A classificação dos polígonos pode ser ilustrada pela seguinte árvore:

Um polígono é denominado simples se ele for descrito por uma fronteira simples e que não se cruza (daí divide o
plano em uma região interna e externa), caso o contrário é denominado complexo.
Um polígono simples é denominado convexo se não tiver nenhum ângulo interno cuja medida é maior que 180°,
caso o contrário é denominado côncavo.
Um polígono convexo é denominado circunscrito a uma circunferência ou polígono circunscrito se todos os vértices
pertencerem a uma mesma circunferência.
Um polígono inscritível é denominado regular se todos os seus lados e todos os seus ângulos forem congruentes.
Alguns polígonos regulares:
a) triângulo equilátero
b) quadrado
c) pentágono regular
d) hexágono regular

Propriedades dos polígonos

De cada vértice de um polígono de n lados, saem dv = n – 3

O número de diagonais de um polígono é dado por:


n n−3
d=
2

Onde n é o número de lados do polígono.


MATEMÁTICA

A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono de n lados (Si) é dada por:
Si = n − 2 � 180°

67
A soma das medidas dos ângulos externos de um po-
lígono de n lados (Se) é igual a: EXERCÍCIOS COMENTADOS
360°
Se =
n 1. (PREF. DE POÁ-SP – ENGENHEIRO DE SEGURAN-
Em um polígono convexo de n lados, o número de ÇA DE TRABALHO – VUNESP/2015) A figura ilustra
triângulos formados por diagonais que saem de cada um octógono regular de lado cm.
vértice é dado por n - 2.
A medida do ângulo interno de um polígono regular
de n lados (ai ) é dada por:
n − 2 � 180°
ai =
n

A medida do ângulo externo de um polígono regular


de n lados (ae ) é dada por:
360°
ae =
n

A soma das medidas dos ângulos centrais de um po- Sendo a altura do trapézio ABCD igual a 1 cm, a área do
lígono regular de n lados (Sc ) é igual a 360º. triângulo retângulo ADE vale, em cm²
A medida do ângulo central de um polígono regular
de n lados () é dada por: a) 5
360° b) 4
ac = c) 5
n
d) 2 + 1
e) 2
Polígonos regulares
Os polígonos regulares são aqueles que possuem to- Resposta: Letra D.
dos os lados congruentes e todos os ângulos congruen-
tes. Todas as propriedades anteriores são válidas para os
polígonos regulares, a diferença é que todos os valores
são distribuídos uniformemente, ou seja, todos os ân-
gulos terão o mesmo valor e todas as medidas terão o
mesmo valor.

#FicaDica
Polígonos regulares são formas de polígonos
mais estudadas e cobradas em questões de
concursos.
Como a altura do trapézio mede 1 cm, temos um trian-
gulo isósceles de hipotenusa AB, assim, o segmento
AD = 2 + 2 . Assim, a área de ADE é:

2+2 2 2 2 2
A= = + =1+ 2
2 2 2

2. (UNIFESP - 2003) Pentágonos regulares congruentes


podem ser conectados lado a lado, formando uma es-
trela de cinco pontas, conforme destacado na figura a
seguir
MATEMÁTICA

68
ângulos internos do pentágono com o ângulo θ tem
como resultado 360°.

108 + 108 + 108 + θ = 360


324 + θ = 360
θ = 360 – 324
θ = 36°

QUADRILÁTEROS, CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO

Quadriláteros

São figuras que possuem quatro lados dentre os


quais temos os seguintes subgrupos:
Nessas condições, o ângulo θ mede:
Paralelogramo
a) 108°.
b) 72°.
c) 54°.
d) 36°.
e) 18°.

Resposta: Letra D.
Na ponta da estrela onde está destacado o ângulo θ,
temos o encontro de três ângulos internos de pen-
tágonos regulares. Para descobrir a medida de cada
um desses ângulos, basta calcular a soma dos ângulos
internos do pentágono e dividir por 5.

Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC .
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-
ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC

A altura é medida em relação a distância entre os seg-


mentos paralelos, ou seja: B : altura = h

A base é justamente a medida dos lados que se me-


diu a altura: AD: base = b

A área é calculada como o produto da base pela al-


tura: Área= b∙h
A fórmula para calcular a soma dos ângulos internos
O perímetro é calculado como a soma das medidas
de um polígono é: S = (n – 2) · 180
de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA
*n é o número de lados do polígono. No caso desse
exercício:

S = (5 – 2) · 180
S = 3 · 180
S = 540
MATEMÁTICA

Dividindo a soma dos ângulos internos por 5, pois um


pentágono possui cinco ângulos internos, encontrare-
mos 108° como medida de cada ângulo interno.
Observe na imagem anterior que a soma de três

69
Retângulo BD: diagonal maior = D e AC: diagonal menor = d

A área é Dcalculada
�d
a partir das diagonais e não dos
lados: Área = 2

O perímetro é calculado como a soma das medidas


de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA

Quadrado

Características:

Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:


AB // DC e AD // BC

Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mes-


ma medida, ou seja: AB = DC e AD = BC

Diferentemente do paralelogramo, todos os ângulos


do retângulo medem 90°: A
�=B � = C� = D
� = 90° Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
No retângulo, um par de lados paralelos AB // DC e AD // BC
será a base e o outro será a altura, no desenho:
AB: altura = h e AD: base = b Possuem os quatro lados com medidas iguais:
AB = DC = AD = BC
A área é calculada como o produto da base pela al-
tura: Área= b∙h Diferentemente do losango, todos os ângulos do
quadrado medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
O perímetro é calculado como a soma das medidas Seguindo a lógica do retângulo, temos o valor da base
de todos os quatro lados: e da altura iguais neste caso: BC: lado = L e AB: lado =

Perímetro = AB + BC + CD + DA = 2b + 2h A área é calculada de maneira simples: Área = L2

Losango O perímetro é calculado como a soma


das medidas de todos os quatro lados:
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 4L

Trapézio

Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC Características:
MATEMÁTICA

Possuem os quatro lados com medidas iguais: Possuirá apenas um par de lados paralelos que serão
AB = DC = AD = BC chamados de bases maior e menor:

No losango, definem-se diagonais como a distância AD// BC, AB: base maior = B e CD: base menor = b
entre vértices opostos, assim:

70
A altura será definida como a distância entre as bases: Setor Circular
B : altura = h
Um Setor Circular é uma região de um círculo com-
A área é calculada em função das bases e da altura: preendida entre dois segmentos de reta que se iniciam
B+b no centro e vão até a circunferência.
Área = �h
2

O perímetro é calculado como a soma das medidas #FicaDica


de todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA
Em termos práticos, um setor circular é um
Circunferência e Círculo “pedaço” de um círculo.

Uma circunferência é definida como o conjunto de


pontos cuja distância de um ponto, denominado de cen-
tro, O é igual a R, definido como raio.

Características:

O ângulo α é definido como ângulo central


Já um círculo é definido como um conjunto de pontos απR2
cuja distância de O é menor ou igual a R. Área do Setor Circular (para α em graus): A =
360

αR2
Área do Setor Circular (para α em radianos): A =
2
Segmento Circular

Um Segmento Circular é uma região de um círculo


compreendida entre um segmento que liga os pontos de
cruzamento dos segmentos de reta com a circunferência,
ao qual definimos como corda AB e a circunferência.

Características:

A medida relevante da circunferência é o raio (R) que


é a distância de qualquer ponto da circunferência em re-
lação ao centro C.

A área é calculada em função do raio: Área = πR2

O perímetro, também chamado de comprimento da


circunferência, é calculado em função do raio também:
Características:
MATEMÁTICA

Perímetro = 2πR
A Área do Setor Circular (para α em radianos):
R2
A= α − sen α
2

71
3. Posições Relativas entre Retas e Circunferências
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Dado uma circunferência de raio R e uma reta ‘r’ cuja
distância ao centro da circunferência é ‘d’, temos as se- 1.(SEEDUC-RJ – Professor – CEPERJ/2015) O quadrado
guintes posições relativas: MNPQ abaixo tem lado igual a 12cm. Considere que as
curvas MQ e QP representem semicircunferências de diâ-
Reta Tangente: Reta e circunferência possuem ape- metros respectivamente iguais aos segmentos MQ e QP.
nas um ponto em comum (dOP = R)

A área sombreada, em cm2, corresponde a:

a) 30
b) 36
c) 3 46π − 2
d) 6(36π − 1)
e) 2(6π − 1)
Reta Exterior: Reta e circunferência não possuem
pontos em comum (dOP > R)
Resposta: Letra B.
Aplicando a fórmula do segmento circular, encontra-
-se a área de intersecção dos dois círculos. Subtrain-
do esse valor da área do semicírculo, chega-se ao
resultado.

2. A figura abaixo é um losango. Determine o valor


de x e y, a medida da diagonal   AC , da diagonal   BD e
o perímetro do triângulo BMC.

Reta Secante: Reta e circunferência possuem dois


pontos em comum (dOP < R)

Resposta:
Aplicando as relações geométricas referentes ao lo-
sango, tem-se:

x = 15
y = 20
AC = 20 + 20 = 40
BD = 15 + 15 = 30
BMC = 15 + 20 + 25 = 60
MATEMÁTICA

72
Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em
duas partes iguais. O ângulo B está dividido ao meio e
CONGRUÊNCIA E SEMELHANÇA DE TRIÂN- neste caso Ê = Ô.
GULOS; RELAÇÕES MÉTRICAS NO TRIÂN-
GULO RETÂNGULO; RELAÇÕES MÉTRICAS
EM UM TRIÂNGULO QUALQUER; PROJE-
ÇÃO ORTOGONAL; TRANSFORMAÇÕES
GEOMÉTRICAS ELEMENTARES: TRANSLA-
ÇÃO, ROTAÇÃO E SIMETRIA

Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângu-


TRIÂNGULOS E TEOREMA DE PITÁGORAS lo. Todo triângulo possui três ângulos internos.
Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triân-
Definição gulo e pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono


que possui o menor número de lados. Talvez seja o polí-
gono mais importante que existe. Todo triângulo possui
alguns elementos e os principais são: vértices, lados, ân-
gulos, alturas, medianas e bissetrizes.
Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes
sobre os mesmos.

Classificação dos triângulos quanto ao número de


lados

Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas


iguais. .

m(AB) = m(BC) = m(CA)

a) Vértices: A,B,C.
b) Lados: AB,BC e AC.
c) Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de


um vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice
formando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo.

Triângulo Isósceles: Dois lados têm medidas iguais.


m(AB) = m(AC).

Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto


médio do lado oposto. BM é uma mediana.

Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas


diferentes.
MATEMÁTICA

73
2.1. Classificação dos triângulos quanto às medi-
das dos ângulos

Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos


são agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores
do que 90º.

Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC.


Como observamos no desenho, as letras minúsculas
representam os ângulos internos e as respectivas letras
maiúsculas os ângulos externos.

Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso,


isto é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma


dos dois ângulos internos não adjacentes a esse ângulo
externo. Assim: A = b + c, B = a + c, C = a + b

Ex: No triângulo desenhado, podemos achar


Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto a medida do ângulo externo x, escrevendo:
(90 graus). Atenção a esse tipo de triângulo pois ele é x = 50º + 80º = 130°.
muito cobrado!

Medidas dos Ângulos de um Triângulo Congruência de Triângulos

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Po- Duas figuras planas são congruentes quando têm a
deremos identificar com as letras a, b e c as medidas dos mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, o mesmo
ângulos internos desse triângulo. tamanho. Para escrever que dois triângulos ABC e DEF
são congruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF
#FicaDica Para os triângulos das figuras abaixo, existe a congruên-
cia entre os lados, tal que: AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e
Em alguns locais escrevemos as letras maiús-
entre os ângulos:
culas, acompanhadas de acento () para re-
presentar os ângulos.

Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST,


Seguindo a regra dos polígonos, a soma dos ângu-
escrevemos: A�~R � , B� ~ S� , C� ~ �T
los internos de qualquer triângulo é sempre igual a 180
graus, isto é: a + b + c = 180°
MATEMÁTICA

Ex: Considerando
o triângulo abai-
xo, podemos achar o
valor de x, escrevendo:
70º + 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos
x = 180º − 70º − 60º = 50º

74
ângulo, um ângulo adjacente e um ângulo oposto a esse
FIQUE ATENTO! lado respectivamente congruente.

Dois triângulos são congruentes, se os


seus elementos correspondentes são
ordenadamente congruentes, isto é, os três
lados e os três ângulos de cada triângulo
têm respectivamente as mesmas medidas.
Deste modo, para verificar se um triângulo
é congruente a outro, não é necessário
saber a medida de todos os seis elementos,
basta conhecerem três elementos, entre os Semelhança de Triângulos
quais esteja presente pelo menos um lado.
Para facilitar o estudo, indicaremos os lados Duas figuras são semelhantes quando têm a mesma
correspondentes congruentes marcados forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho. Se
com símbolos gráficos iguais. duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: .

Ex: As ampliações e as reduções fotográficas são figu-


Casos de Congruência de Triângulos ras semelhantes. Para os triângulos:

LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conheci-


dos. Dois triângulos são congruentes quando têm, res-
pectivamente, os três lados congruentes. Observe que os
elementos congruentes têm a mesma marca.

Os três ângulos são respectivamente congruentes,


isto é: A~R, B~S, C~T

Casos de Semelhança de Triângulos


LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um
ângulo. Dois triângulos são congruentes quando têm Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem
dois lados congruentes e os ângulos formados por eles dois ângulos correspondentes congruentes, então os
também são congruentes. triângulos são semelhantes.

ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e


um lado. Dois triângulos são congruentes quando têm Se A~D e C~F então: ABC =
� DEF
um lado e dois ângulos adjacentes a esse lado, respecti-
vamente, congruentes. Dois lados proporcionais: Se dois triângulos tem
dois lados correspondentes proporcionais e os ângulos
formados por esses lados também são congruentes, en-
tão os triângulos são semelhantes.
MATEMÁTICA

LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido


um lado, um ângulo e um ângulo oposto ao lado. Dois
triângulos são congruentes quando têm um lado, um

75
Como m(AB) ⁄ m(EF) = m(BC) ⁄ m(F ) = 2 ,

então ABC =
� EF
Ex: Na figura abaixo, observamos que um triângulo pode ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângulos
semelhantes e o valor de x será igual a 8.

Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os três lados correspondentes proporcionais, então os triângulos
são semelhantes.

Teorema de Pitágoras

Dizem que Pitágoras, filósofo e matemático grego que viveu na cidade de Samos no século VI a. C., teve a intuição
do seu famoso teorema observando um mosaico como o da ilustração a seguir.

Observando o quadro, podemos estabelecer a seguinte tabela:

Triângulo ABC Triângulo A`B`C` Triângulo A``B``C``


Área do quadrado construído sobre a hipotenusa 4 8 16
Área do quadrado construído sobre um cateto 2 4 8
Área do quadrado construído sobre o outro cateto 2 4 9

Como 4 = 2 + 2 � 8 = 4 + 4 � 16 = 8 + 8 , Pitágoras observou que a área do quadrado construído sobre


a hipotenusa é igual à soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos.
A descoberta feita por Pitágoras estava restrita a um triângulo particular: o triângulo retângulo isósceles. Estudos
MATEMÁTICA

realizados posteriormente permitiram provar que a relação métrica descoberta por Pitágoras era válida para todos os
triângulos retângulos. Os lados do triângulo retângulo são identificados a partir a figura a seguir:

76
Onde os catetos são os segmentos que formam o
ângulo de 90° e a hipotenusa é o lado oposto a esse
ângulo. Chamando de “a” e “b” as medidas dos catetos e
“c” a medida da hipotenusa, define-se um dos teoremas
mais conhecidos da matemática, o Teorema de Pitágoras:
c 2 = a2 + b2 l= medida do lado
h= medida da altura
Onde a soma das medidas dos quadrados dos catetos No triângulo equilátero, a altura e a mediana coin-
é igual ao quadrado da hipotenusa. cidem. Logo, é ponto médio do lado BC. No triângulo
retângulo AHC, é ângulo reto. De acordo com o teorema
Teorema de Pitágoras no quadrado de Pitágoras, podemos escrever:

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabe-


lecer uma relação importante entre a medida d da diago-
nal e a medida l do lado de um quadrado.

3l2
h² =
4

l 3
h=
2
d= medida da diagonal
l= medida do lado

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retân- EXERCÍCIOS COMENTADOS


gulo ABC, temos:
1.(TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – VU-
d² = l² + l² NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão
d = √2l² indicadas em metros, mostra as regiões   R e R , e ,
ambas com formato de triângulos retângulos, situadas
1 2
d=l 2
em uma praça e destinadas a atividades de recreação in-
fantil para faixas etárias distintas.
Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabe-


lecer uma relação importante entre a medida h da altura
e a medida l do lado de um triângulo equilátero.
MATEMÁTICA

77
Se a área de R eé R
54 ,m², então o perímetro
R1de
e R 2 , é, em
metros, igual a:
1 2

a) 54  b) 48  c) 36  d) 40  e) 42

Resposta: Letra B.
Esse problema se resolve tanto por semelhança de
triângulos, quanto pela área de . Em ambos os casos,
encontraremos x = 12 m. Após isso, pelo teorema de
Pitágoras, achamos a hipotenusa do triângulo
R1 e R 2 , , que
será 20 m. Assim, o perímetro será 12+16+20 = 48 m.

2. (PM SP 2014 – VUNESP).  Duas estacas de madei-


ra, perpendiculares ao solo e de alturas diferentes, estão
a b c
= = = 2R
distantes uma da outra, 1,5 m. Será colocada entre elas �
sen A �
sen B sen C�
uma outra estaca de 1,7 m de comprimento, que ficará
apoiada nos pontos A e B, conforme mostra a figura.
Lei dos Cossenos

A lei dos cossenos é considerada uma generalização do


teorema de Pitágoras, onde para qualquer triângulo, conse-
guimos relacionar seus lados com a subtração de um termo
que possui o ângulo oposto do lado de referência.

A diferença entre a altura da maior estaca e a altura da


menor estaca, nessa ordem, em cm, é:

a2 = b2 + c 2 − 2 � b � c � cos A
a) 95. �
b) 75.
b2 = a2 + c 2 − 2 � a � c � cos B
c) 85. c 2 = a2 + b2 − 2 � a � b � cos C�
d) 80.
e) 90.
Resposta: Letra D. FIQUE ATENTO!
Note que x é exatamente a diferença que queremos, e
Há três formas distintas de utilizar a Lei dos
podemos calculá-lo através do Teorema de Pitágoras:
Cossenos. Quando for utilizá-la, tenha cui-
dado ao expressar os termos conhecidos e
1,72 = 1,52 + x 2 a incógnita em uma das três equações pro-
2,89 = 2,25 + x 2 postas. Note que o termo à esquerda do si-
x 2 = 2,89 – 2,25 nal de igual é o lado oposto ao ângulo que
x² = 0,64x = 0,8 m ou 80 cm deve aparecer na equação.

LEI DOS SENOS E LEI DOS COSSENOS

Lei dos Senos

A Lei dos senos relaciona os senos dos ângulos de


um triângulo qualquer (não precisa necessariamente ser
retângulo) com os seus respectivos lados opostos. Além
MATEMÁTICA

disso, há uma relação direta com o raio da circunferência


circunscrita neste triângulo:

78
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Calcule a medida de x:

Fonte: https://www.projetos.unijui.edu.br

Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que Exemplos:


temos que aplicar ao ângulo oposto ao lado que ire- 1) Calcule a área do triângulo a seguir:
mos usar. Assim, o lado de medida 100 possui o ângu-
lo A
� como oposto, e ele mede 30°, dado as medidas
dos outros ângulos, assim:

x 100
=
sen 45° sen 30°

x 100
=
2/2 1/2

p = (9 + 7 + 14) / 2
x = 100 2
p = 30 / 2
p = 15
2.Calcule a medida de x:
A = √15(15 – 9)(15 – 7)(15 – 14)
A = √15 . 6 . 8 . 1
A = √720
A = 26,83 cm2(aproximadamente)

2) Utilizando a Fórmula de Heron, calcule a área da


região com as seguintes medidas:
26cm, 26cm e 20cm
p = (26 + 26 + 20) / 2
p = 72 / 2
p = 36
Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que A = √36(36 – 26)(36 – 26)(36 – 20)
ela se relaciona com a circunferência circunscrita ao A = √36.10.10.16
triângulo: A = √57600
A = 240 cm2

GEOMETRIA PLANA - FÓRMULA DE HERON

FÓRMULA DE HERON

Se um triângulo possui os lados medindo a, b e c e o


seu perímetro é indicado por 2p=a+b+c, então a área da
região triangular será dada por
MATEMÁTICA

79
2. Seno, Co-seno e Tangente de um Ângulo Agudo
RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS NO TRIÂNGU- A figura abaixo ilustra um triângulo retângulo com
LO RETÂNGULO; RAZÕES TRIGONOMÉTRI- suas medidas de lados:
CAS EM UM TRIÂNGULO QUALQUER; CÁL-
CULO DE PERÍMETRO

TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO

1. Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Definiremos algumas relações e números obtidos


a partir dos lados de triângulos retângulos. Antes, po-
rém, precisamos revisar seus conceitos básicos. A figura De fato, as medidas de seus lados (3, 4 e 5 unidades
abaixo apresenta um triângulo onde um de seus ângulos de comprimento) satisfazem a sentença do teorema de
π Pitágoras: 52 = 32 + 42.
internos é reto (de medida 90º ou 2 rad), o que nos per-
mite classificá-lo como um triângulo retângulo. Agora, definiremos três importantes relações entre
os lados do triângulo, aos quais chamaremos de seno,
co-seno e tangente. Essas propriedades serão sempre
relativas a um determinado ângulo, assim, precisaremos
especificar de qual ângulo estamos falando. A expres-
são geral é apresentada abaixo, com as abreviações as
propriedades:

cateto oposto ao ângulo


sen Ângulo =
hipotenusa
Lembremo-nos de que, qualquer que seja o triângulo,
a soma dos seus três ângulos internos vale 180º. Logo,
a respeito do triângulo ABC apresentado, dizemos que: cateto adjacente ao ângulo
cos Ângulo =
hipotenusa
α + β + 90° = 180° → α + β = 90°

cateto oposto ao ângulo


Com isso, podemos concluir: tg Ângulo =
cateto adjacente ao ângulo
a) Que os ângulos α e β são complementares, isto é,
são ângulos cujas medidas somam 90º;
b) Uma vez que são complementares ambos terão A partir dessas definições, podemos calcular o seno,
sempre medida inferior a 90º, ou seja, serão ân- co-seno e tangente do ângulo α, do triângulo da figura:
gulos agudos.
cateto oposto a α
sen α =
FIQUE ATENTO! hipotenusa
Dizemos que todo triângulo retângulo tem
um ângulo interno reto e dois agudos,
complementares entre si. cateto adjacente a α
cos α =
hipotenusa
#FicaDica
cateto oposto a α
Vale lembrar que a hipotenusa será sempre tg α =
o lado oposto ao ângulo reto e, ainda, o cateto adjacente a α
lado maior do triângulo. Podemos relacio-
MATEMÁTICA

ná-los através do Teorema de Pitágoras, o


qual enuncia que o quadrado sobre a hipo- No caso de , o cateto oposto a ele será aquele que
tenusa de um triângulo retângulo é igual à não forma o ângulo, ou seja, o segmento AC. Já o cateto
soma dos quadrados sobre os catetos. adjacente será o cateto que junto com a hipotenusa, for-
ma o ângulo, assim, ele será AB. Substituindo os valores:

80
2.2. Seno, Co-seno e Tangente de 30° e 60°.
cateto oposto a α 3
sen α = = = 0,6 Tomando por base o triângulo equilátero da figura
hipotenusa 5
acima, e conhecendo as medidas de seus lados, temos:

cateto adjacente a α 4 cateto oposto a 30° l/2 1


cos α = = = 0,8 sen 30° = = =
hipotenusa 5 hipotenusa l 2
l 3
cateto adjacente a 30° 3
cateto oposto a α 3 cos 30° = hipotenusa
= 2
l
= 2
tg α = = = 0,75
cateto adjacente a α 4
cateto oposto a 30° l/2 3
tg 30° = cateto adjacente a 30° = l 3
= 3
2.1. Seno, Co-seno e Tangente dos Ângulos Notáveis 2

Uma vez definidos os conceitos de seno, co-seno e E


tangente de ângulos agudos internos a um triângulo re-
tângulo, passaremos a determinar seus valores para ân-
gulos de grande utilização em diversas atividades profis-
sionais e encontrados facilmente em situações cotidianas.
Observemos, nas figuras abaixo, que a diagonal de
um quadrado divide ângulos internos opostos, que são cateto adjacente a 60°
l
1
retos, em duas partes de 45 + o+, e que o segmento cos 60° = = 2
=
hipotenusa l 2
que define a bissetriz (e altura) de um ângulo interno do
triângulo equilátero permite-nos reconhecer, em qual- cateto oposto a 60°
l 3

quer das metades em que este é dividido, ângulos de tg 60° = = 2


l = 3
cateto adjacente a 60°
medidas 30o e 60o. 2

Observação Importante: Observe que os ângulos de


30° e 60° são complementares, e isso provoca a troca dos
valores de seno e cosseno. Já a tangente, temos exata-
mente o valor inverso.

2.3. Seno, Co-seno e Tangente de 45°

A partir do quadrado representado na figura acima,


de lado a e diagonal 𝐚 2 , podemos calcular:

Primeiramente, vamos calcular os comprimentos da


diagonal do quadrado e a altura h, do triângulo equi-
látero. Como já vimos as fórmulas na seção anterior de
triângulos, vamos apenas indicar os valores:

d=a 2
l 3
h=
2
cateto oposto a 45° a
tg 45° = = =1
Sabemos, agora, que o triângulo hachurado no interior cateto adjacente a 45° a
do quadrado tem catetos de medida 𝐚 e2hipotenusa 𝐚 2 .
Para o outro triângulo sombreado, teremos catetos e medi-
Note que o ângulo de 45° tem valores iguais de seno
das 1 e l 3 , enquanto sua hipotenusa tem comprimento 1.
2 2 e cosseno, o que implica em uma tangente igual a 1. Isso
se deve pois o complementar deste ângulo é ele mesmo.
Passemos, agora, ao cálculo de seno, co-seno e tan-
MATEMÁTICA

Os resultados que obtivemos nos permitem definir, a


gente dos ângulos de 30o, 45o e 60o.
seguir, uma tabela de valores de seno, co-seno e tangen-
te dos ângulos notáveis, que nos será extremamente útil.

81
30o 45o 60o cateto adjacente ao ângulo
sen
cotg Ângulo =
1 2 3 cateto oposto ao ângulo
2 2 2 hipotenusa
sec Ângulo = cateto adjacente ao ângulo
cos 3 2 1 hipotenusa
cossec Ângulo =
2 2 cateto oposto ao ângulo
2
tg
3 1 3 Por exemplo, para um triângulo retângulo de lados 3,
3 2 4 e 5 unidades de comprimento que apresentamos ante-
riormente, temos para o ângulo α:
3. O círculo trigonométrico
cateto adjacente a α 4
Definidas principais propriedades e o ângulos notá- cotg α = =
veis, podemos expandir essa análise para todos os ân- cateto oposto a α 3
gulos de um círculo, indo de 0 a 360° ou de 0 a 2π rad. hipotenusa 5
Para isso, usamos o circulo trigonométrico apresentado sec α = cateto adjacente a α = 4
a seguir:
hipotenusa 5
cossec α = cateto oposto a α = 3

5. Identidades Trigonométricas

É comum a necessidade de obtermos uma razão tri-


gonométrica, para um ângulo, a partir de outra razão
cujo valor seja conhecido, ou mesmo simplificar expres-
sões extensas envolvendo várias relações trigonométri-
cas para um mesmo ângulo. Nesses casos, as identidades
trigonométricas que iremos deduzir neste tópico são fer-
ramentas de grande aplicabilidade.
Identidade em uma ou mais variáveis é toda igual-
dade verdadeira para quaisquer valores a elas atribuí-
dos, desde que verifiquem as condições de existência de
expressão.
Vamos iniciar então, mostrando um triângulo retân-
gulo qualquer:

Nele, podemos ver a divisão do círculo em quadran-


tes e em cada quadrante, podemos ver as posições do
seno e cosseno dos ângulos. É importante memorizar os
sinais dos senos e cossenos, pois eles se alteram confor-
me mudamos de quadrante.
Também é importante notar os limites de valores
para o seno e cosseno. Para qualquer ângulo x, os va-
lores de seno e cosseno estarão sempre entre -1 e 1 e Aplicando as medidas de seus lados no teorema de
isto está representado nos valores para os ângulos de Pitágoras, obtemos a seguinte igualdade:
π 3π
0, , π, e 2π b2 + c 2 = a2
2 2

Dividindo os seus membros por , não alteraremos a


Outras Razões Trigonométricas – Co-tangente, Se- igualdade. Assim, teremos:
cante e Co-secante
MATEMÁTICA

Além das razões com que trabalhamos até aqui, são 2


b2 c 2 a2 b c 2
definidas a co-tangente, secante e co-secante de um ân- + 2= 2→ + =1
a 2 a a a a
gulo agudo de triângulo retângulo através de relações
entre seus lados, como definimos a seguir, com suas res-
pectivas abreviações

82
Se utilizarmos as relações trigonométricas que defi- Teríamos encontrado inversões análogas se utilizás-
nimos (seno, cosseno e tangente), podemos simplificar a semos o ângulo β. Assim, essas relações também vale-
expressão de duas maneiras possíveis, em função de ou : rão para qualquer ângulo x, desde que seja respeitada a
condição de os denominadores dos segundos membros
2 2 dessas identidades não serem nulos.
sen α + cos α = 1 Aplicando essas relações no teorema de Pitágo-
ou ras, chegamos as outras duas importantes identidades
2 2
cos β + sen β = 1 trigonométricas:
2
tg x + 1 = sec 2 x
Logo, como sempre teremos a soma dos quadrados 2
cotg x + 1 = cosec2 x
de seno e co-seno de um ângulo. Essa identidade valerá
para qualquer ângulo x:

sen2x + cos 2 x = 1
COMPRIMENTO DE CIRCUNFERÊNCIA.;
ÁREAS DE SUPERFÍCIES PLANAS; POLÍ-
Essa relação, é conhecida como relação fundamental GONOS REGULARES
da trigonometria.
Façamos agora outro desenvolvimento. Tomemos
um dos ângulos agudos do triângulo ABC, da figura. Por
exemplo, α. Dividindo-se sen α por cos α, obtemos: Prezado candidato, o tópico acima já foi abordado
anteriormente!!
sen α b⁄a b
= = = tg α
cos α c⁄a c
MEDIDAS DE COMPRIMENTO, DE ÁREA,
De forma análoga, o leitor obterá o mesmo resultado DE CAPACIDADE E DE VOLUME: TRANS-
se tomar o ângulo β. Dizemos, portanto, que, para um FORMAÇÕES; VOLUME DE PARALELEPÍ-
ângulo x, cujo cosseno não será nulo: PEDO RETO RETÂNGULO; RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS
sen x
tg x =
cos x
Poliedros Regulares

Podemos observar, também, que a razão b , que re- Um poliedro convexo é denominado poliedro regu-
presenta tg α , se invertida (passando a c ), vemc a consti- lar quando todas as faces são polígonos regulares iguais
e em todos os vértices concorre o mesmo número de
tuir cotg α . Em virtude disso, e aproveitando a identidade
b
arestas.
enunciada anteriormente, podemos dizer que, para todo
ângulo x de seno não-nulo:
1 cos x
cotg x = =
tg x sen x
Tais inversões ocorrem também e se tratando das re-
lações seno, co-seno, secante e co-secante. Vejamos que:

e
MATEMÁTICA

83
Tetraedro Regular

1
! = !! ∙ ℎ
3 Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-
gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogra-
!! 3 mos obtidos ligando-se os vértices correspondentes das
!! = duas faces paralelas.
4
Classificação
!! = !² 3
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
às bases
! 6
ℎ= Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à
3 base.
!
Fórmula de Euler
Estabelece que, para todo poliedro convexo com A
arestas, V vértices e F faces, vale a relação:
V-A+F=2

Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Classificação pelo polígono da base

-Triangular

Chamamos prisma o sólido determinado pela reu-


nião de todos os segmentos paralelos a r, com extremi-
dades no polígono R e no plano β.
MATEMÁTICA

84
-Quadrangular Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³

Demais:
Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao
número de lados da base.

E assim por diante...

Paralelepípedos

Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-


nam-se paralelepípedos.
Área e Volume

Área lateral:
Onde n= quantidade de lados

Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis fa-


ces quadradas. Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente
com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reu-
nião de todos os segmentos paralelos a s, com extremi-
dades no círculo e no outro plano.

Prisma Regular

Se o prisma for reto e as bases forem polígonos re-


gulares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as
bases são congruentes (triângulo equilátero, hexágono
regular,...)
Área
Classificação
Área cubo:
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
Área paralelepípedo: as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro
A área de um prisma: é equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
Onde: St=área total
MATEMÁTICA

Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces
laterais.

85
!! = ℎ! + !²
Diagonal !
-Oblíquo: eixo não é perpendicular

Di²=h²+d²

Área

Volume
Volume

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em Esferas
α, um ponto V que não pertence ao plano. Superfície esférica de centro O é o conjunto de pon-
A figura geométrica formada pela reunião de todos tos do espaço cuja distância a O é igual a R.
os segmentos de reta que tem uma extremidade no pon-
to V e a outra num ponto do círculo denomina-se cone
circular.

Esfera é o conjunto de pontos do espaço cuja distân-


cia a O é igual ou menor que o raio R.

Classificação
-Reto:eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retân-
gulo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone
MATEMÁTICA

reto é também chamado de cone de revolução.


Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

86
Calotas esféricas
É a parte da esfera cortada por um plano.

Sabendo que o volume da caixa obtida é 25 m³, então,


x é igual a

a) 8.
b) 9,5.
c) 8,5.
d) 10,5.
e) 9.

Resposta: Letra E.
(x-4)/2 é o comprimento do quadrado sem o retângulo.

Como o volume vai usar o comprimento do retângulo


e o comprimento de dois quadrados:

!!! !!!
! =4∙ ∙ = 25
! !
!
! − 8! + 16 = 25
! ! − 8! − 9 = 0
Áreas ∆= 64 + 36 = 100
!±!"
!= !
!! = 4!"²
!! = 9
!!"#$%" = !ℎ(4! − ℎ) !!! = −1 !ã!!!"#$é!
!
Volumes Então! valor de x=9.

4 2. (CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA-


!!"#!$% = !!! TEC/2013) Para responder a questão, observe a figura
3 a seguir:

!ℎ! 3! − ℎ
!!"#$%" =
3
!
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB – ASSESSOR TÉC-


NICO LEGISLATIVO – FCC/2013) Uma chapa metálica A figura acima apresenta um porta-lápis que é formado
retangular é formada por três retângulos idênticos e seis por um cubo, com aresta de 12cm, do qual foi retirado
quadrados idênticos. Um dos lados dessa chapa mede x uma parte cônica. Nesse sentido, o volume do porta-lá-
metros, conforme indica a Figura 1. Dos “cantos” da cha- pis é
pa foram retirados quatro dos seis quadrados, conforme
indica a Figura 2. Em seguida, a chapa foi dobrada nas in- a) 1728π cm³   b) 1588π cm³   c) (1728-432π) cm³
dicações tracejadas formando uma caixa com a forma de d) 1548π cm³   e) (1728-144π) cm³
paralelepípedo reto retangular com uma aresta medindo
MATEMÁTICA

4 m, conforme indica a Figura 3.

87
Resposta: Letra E. a) 1,4.
b) 2,0.
! = !! = 12! = 1728!"³ c) 1,2.
1 12 d) 1,8.
!!"#$ = !! ! ∙ ℎ = !6! ∙ = 144!"!! e) 1,6.
3 3
!!"#$% = 1728 − 144! !"³ Resposta: Letra D.
!
3. (PETROBRAS - TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E ! = 15 ∙ 15 ∙ 12 = 2700!!! = 2700!!" = 2,7!! !
CONTROLE JÚNIOR – CESGRANRIO/2013) Um reser-
vatório em forma de paralelepípedo, com 16dm de al- Portanto, podem ser colocados 4,5-2,7=1,8 l
tura, 30dm de comprimento e 20dm de largura, estava
apoiado sobre uma base horizontal e continha água até 5. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
a metade de sua capacidade. Parte da água foi consumi- CESGRANRIO/2012) Uma fita retangular de 2 cm de
da e, assim, o nível da água baixou 6dm, como mostra a largura foi colocada em torno de uma pequena lata ci-
figura a seguir. líndrica de 12 cm de altura e 192 π cm3 de volume, dan-
do uma volta completa em torno da lata, como ilustra o
modelo abaixo.

Quantos litros de água foram consumidos?

a) 1800    b) 2400    c) 3600    d) 5400    e)


7200

Resposta: Letra C.
Altura:8 dm(metade)
A área da região da superfície da lata ocupada pela fita
!!!"#"!$%&ó!"# = 8 ∙ 30 ∙ 20 = 4800!!! ! é, em cm², igual a

Depois de consumida: a) 8 π
b) 12 π
!!"#$%& = 2 ∙ 30 ∙ 20 = 1200!"³! c) 16 π
d) 24 π
e) 32 π
Foi consumido: 4800-1200=3600 dm³=3600 litros
Resposta: Letra C.
4. (SEAP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENI-
TENCIÁRIA – VUNESP/2013) Um vaso de base quadra- ! = !"² ∙ ℎ
da, medindo 15 cm de lado, tem água até uma altura de 192! = !"² ∙ 12
12 cm, conforme mostra a figura.
! ! = 16
! = 4!"
!
MATEMÁTICA

Sabendo que o volume máximo de água nesse vaso é de


4,5 litros, então o número máximo de litro(s) de água que
ainda cabe(m) nele é

88
! = 2!" = 2! ∙ 4 = 8! 7. (SANEAGO – AGENTE ADMINISTRATIVO –
IBEG/2013) Uma caixa com formato de um cubo, sem
á!"#!!"#$ = 2 ∙ 8! = 16!!!!! tampa, cujas faces são quadrados com 25cm de lado,
! será pintada por dentro e por fora.
6. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Uma garrafa de
vidro tem a forma de dois cilindros sobrepostos, ambos
com 8 cm de altura e bases com raios R e r, conforme
mostra a figura.

A área total que será pintada é em metros quadrados


igual a:

a) 6.250m²
b) 5.000m²
c) 0,500m²
d) 62,5m²
e) 0,625m²

Resposta: Letra E.
O volume da água, quando seu nível atinge 6 cm de A=5a²
altura, é igual a 96π cm³. Quando totalmente cheio, A área do cubo normal é 6a², mas no caso em questão
não tem tampa, por isso é 5
o volume da água é igual a 178π cm³. Desse modo, é
A=5.25²=3125 cm²
correto afirmar que R e r medem, em centímetros, res- Como vai ser pintado por dentro e por fora:
pectivamente, 3125.2=6250 cm²=0,625 m²

a) 4,0 e 2,0. 8. (SEED/SP – AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR


b) 4,0 e 2,5. – VUNESP/2012) Uma embalagem de suco tem a for-
c) 5,0 e 3,0. ma de paralelepípedo reto-retângulo com capacidade de
d) 6,25 e 4,0. 294 mL e arestas da base medindo 5 e 6 centímetros,
e) 6,25 e 4,5. como mostra a figura

Resposta: Letra B.
!! !"#"$%&' = !!! ℎ

96! = !!! 6

!! = 16

! = 4!!"

!! !"#$% = !!! ℎ

!! = ! ∙ 16 ∙ 8 = 128!!!!!

!!"#"$%&' !"#$% = 178! − 128! = 50!"!!


Desprezando-se a espessura das paredes e consideran-
50! = !! ! ∙ 8 do que 1 mL equivale a 1 cm³, a altura da embalagem,
em centímetros, é igual a
! ! = 6,25
a) 9,4.
! = 2,5 b) 9,5.
! c) 9,6.
d) 9,8.
e) 10,2.
MATEMÁTICA

Resposta: Letra D.
h-altura da caixa
294ml=294 cm³

89
Vcaixa=5.6.h
294=30h RAZÕES, PORCENTAGENS E NOÇÕES
h=9,8 cm BÁSICAS DE MATEMÁTICA FINANCEIRA
RAZÕES E PROPORÇÕES; NÚMEROS E
9. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES-
GRANDEZAS PROPORCIONAIS
GRANRIO/2012) Um cilindro circular reto possui altura
igual ao raio de sua base. Se a razão entre o volume do
cilindro, dado em metros cúbicos, e a sua área total, dada
em metros quadrados, é igual a 2 metros, então a área
lateral do cilindro, em m², é igual a
a) 128π RAZÃO
b) 64π
c) 48π Quando se utiliza a matemática na resolução de pro-
blemas, os números precisam ser relacionados para se
d) 32π
obter uma resposta. Uma das maneiras de se relacionar
e) 16π
os números é através da razão. Sejam dois números reais
a e b, com b ≠ 0,define-se razão entre a e b (nessa or-
Resposta: Letra A.
dem) o quociente a ÷ b, ou .
𝑎
V=Ab.h= πr²h 𝑏
At=2 πr(h+r)
A razão basicamente é uma fração, e como sabem,
Sendo h=r
frações são números racionais. Entretanto, a leitura des-
V= πr³
te número é diferente, justamente para diferenciarmos
At=2 πr(2r)=4 πr²
quando estamos falando de fração ou de razão.
3
a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de
! !"³ fração, lê-se: “três quintos”.
=
b) Quando temos o número e estamos tratando
3
!! 4!"² 5
de razão, lê-se: “3 para 5”.
! Além disso, a nomenclatura dos termos também é
2= diferente:
4
O número 3 é numerador
!=8
!
3
Al=2 πrh=2 π8.8=128 π a) Na fração 5

10. (SAMU/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO O número 5 é denominador


– SPDM/2012) O perímetro de uma piscina de forma O número 3 é antecedente
retangular é de 17 metros, sendo que o maior lado do
retângulo mede 3,5 metros a mais que o menor lado.
O volume dessa piscina, cuja altura é igual em toda sua 3
extensão e mede 2 metros, é de: b) Na razão 5

a) 30 m3 O número 5 é consequente
b) 24 m3
c) 15 m3 20 2
d) 36 m3 Ex. A razão entre 20 e 50 é = 5 já a razão entre 50
50
50 5
Resposta: Letra A. e 20 é 20 = 2 . Ou seja, deve-se sempre indicar o antece-
dente e o consequente para sabermos qual a ordem de
X+x+x+3,5+x+3,5=17 montarmos a razão.
4x=17-7 Ex. Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 mo-
4x=10 ças. A razão entre o número de rapazes e o número de
X=2,5
15
moças é 21 , se simplificarmos, temos que a fração equi-
Lado menor: 2,5 m 5
Lado maior: 2,5+3,5=6m valente , o que significa que para “cada 5 rapazes há 7
7
Vpiscina=2,5⋅6⋅2=3 moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapa-
MATEMÁTICA

15 5
zes e o total de alunos é dada por 36 = 12 , o que equivale
a dizer que “de cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”.

90
Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
dos números que expressam as medidas dessas grande- Calculamos a razão entre a distância percorrida e o
zas numa mesma unidade. tempo gasto para isso:
Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de
360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a 140 𝑘𝑚 70
distância percorrida em relação ao total? 𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
2ℎ 1
Como os dois números são da mesma espécie (distân-
cia) e estão na mesma unidade (km), basta fazer a razão: Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas
240 𝑘𝑚 2 será uma espécie totalmente diferente das outras duas.
𝑟= =
360 𝑘𝑚 3
No caso de mesma espécie, porém em unidades di- #FicaDica
ferentes, deve-se escolher uma das unidades e converter
A razão entre uma distância e uma medida
a outra.
de tempo é chamada de velocidade.
Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km de
extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual a
razão entre o que falta para percorrer em relação à ex- Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais,
tensão da prova? Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de
Veja que agora estamos tentando relacionar metros 927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes,
com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo
unidades, vamos utilizar “km”: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o
ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes
36000 m=36 km e a área total?
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte-
Como é pedida a razão entre o que falta em relação remos o número de habitantes por km2 (hab./km2):
ao total, temos que:
66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏
42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1 𝑑= = 71,5
𝑟=
42 𝑘𝑚
= =
42 𝑘𝑚 7 927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2

Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse compri-


mento é representado num desenho por 20 cm. Qual é a
#FicaDica
razão entre o comprimento representado no desenho e
o comprimento real? A razão entre o número de habitantes e a
Convertendo o comprimento real para cm, temos área deste local é denominada densidade
que: demográfica.
20 𝑐𝑚 1
𝑒= =
800 𝑐𝑚 40

#FicaDica
A razão entre um comprimento no desenho
e o correspondente comprimento real, cha-
ma-se escala

Razão entre grandezas de espécies diferentes: É


possível também relacionar espécies diferentes e isto
está normalmente relacionado a unidades utilizadas na
física:

Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo qui-


lômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilô-
metro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e o
MATEMÁTICA

tempo gasto no translado?


Para montarmos a razão, precisamos obter as
informações:

91
Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L de Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar
gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros percor- 35 gotas do remédio, atendendo a proporção.
ridos pelo número de litros de combustível consumidos, Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma
teremos o número de quilômetros que esse carro percor- proporção é verdadeira quando realizamos a multiplica-
re com um litro de gasolina: ção em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois pro-
dutos. Outra maneira de verificar a proporção é verificar
83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚 se a duas razões que estão sendo igualadas são frações
𝑐= = 10,47 equivalentes. Lembra deste conceito?
8𝑙 𝑙

FIQUE ATENTO!
#FicaDica
Uma fração é equivalente a outra quando
A razão entre a distância percorrida em rela- podemos multiplicar (ou dividir) o nume-
ção a uma quantidade de combustível é de- rador e o denominador da fração por um
finida como “consumo médio” mesmo número, chegando ao numerador e
denominador da outra fração.
Proporção
A definição de proporção é muito simples, pois se tra- 4 12
e
ta apenas da igualdade de razões. Ex. 3 9 são frações equivalentes, pois:
4x=12 →x=3
3
=
6 3x=9 →x=3
5 10 4
Na proporção (lê-se: “3 está para 5 assim como 6 está Ou seja, o numerador e o denominador de 3 quan-
para 10”). do multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao nu-
Observemos que o produto 3 ∙ 10=30 é igual ao pro- merador e denominador da outra fração, logo, elas são
duto 5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade funda- equivalentes e consequentemente, proporcionais.
mental das proporções Agora vamos apresentar algumas propriedades da
proporção:
a) Soma dos termos: Quando duas razões são pro-
#FicaDica porcionais, podemos criar outra proporção soman-
do os numeradores com os denominadores e divi-
Se multiplicarmos em cruz (ou em x), tere-
dindo pelos numeradores (ou denominadores) das
mos que os produtos entre o numeradores
razões originais:
e os denominadores da outra razão serão
iguais. 5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
= → = → =
2 6
2 4 5 10 5 10
= ou
Ex. Na igualdade 3 9 , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo,
temos uma proporção. 5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se = → = → =
2 4 2 4 2 4
a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da
criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem b) Diferença dos termos: Analogamente a soma,
correta? temos também que se realizarmos a diferença
Como temos que seguir a receita, temos que atender entre os termos, também chegaremos em outras
a proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de proporções:
gotas a serem ministradas:
4 8 4−3 8−6 1 2
7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 = → = → =
3 6 4 8 4 8
=
3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔
ou
4 8 4−3 8−6 1 2
= → = → =
Logo, para atendermos a proporção, precisaremos 3 6 3 6 3 6
encontrar qual o número que atenderá a proporção.
Multiplicando em cruz, temos que: c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma
3x=105 dos antecedentes está para a soma dos conse-
quentes assim como cada antecedente está para o
seu consequente:
MATEMÁTICA

105
𝑥=
3 12 3 12 + 3 15 12 3
= → = = =
x=35 gotas
8 2 8+2 10 8 2

92
d) Diferença dos antecedentes e consequentes: A 3.(CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE/2016)
soma dos antecedentes está para a soma dos con- Dois amigos decidem fazer um investimento conjunto
sequentes assim como cada antecedente está para por um prazo determinado. Um investe R$ 9.000 e o ou-
o seu consequente: tro R$  16.000. Ao final do prazo estipulado obtêm um
lucro de R$ 2.222 e decidem dividir o lucro de maneira
12 3 12 − 3 9 12 3 proporcional ao investimento inicial de cada um. Portan-
= → = = = to o amigo que investiu a menor quantia obtém com o
8 2 8−2 6 8 2
investimento um lucro:

a) Maior que R$ 810,00


FIQUE ATENTO! b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00
Usamos razão para fazer comparação entre c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00
duas grandezas. Assim, quando dividimos d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00
uma grandeza pela outra estamos compa- e) Menor que R$ 795,00
rando a primeira com a segunda. Enquanto
proporção é a igualdade entre duas razões. Resposta : Letra D. Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$
16000,00=R$ 25000,00 e o lucro de R$ 2222,00 foi so-
bre este valor. Assim, constrói-se uma proporção en-
tre o valor aplicado (neste caso, R$ 9000,00 , pois o
exercício quer o lucro de quem aplicou menos) e seu
EXERCÍCIOS COMENTADOS respectivo lucro:

9000 25000
1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de x
=
2222
→ 25x = 19998 → x = R$ 799,92
278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins
tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha-
bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de 4. Há, em virtude da demanda crescente de economia de
Tocantins? água, equipamentos e utensílios como, por exemplo, as
bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6 litros de água
Resposta : A densidade demográfica é definida por descarga em vez dos 15 litros utilizados por bacias
como a razão entre o número de habitantes e a área sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação
ocupada: Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Qual será a economia diária de água obtida por meio da
substituição de uma bacia sanitária não ecológica, que
gasta cerca de 60 litros por dia com a descarga, por uma
1 156 000 hab. bacia sanitária ecológica?
d= = 4,15 ha b⁄k m²
278 500 km²
Resposta: Se x for o número de litros de água despe-
jadas pela bacia ecológica, tem-se que:
15/60=6/x → 15x=6∙60 → 15x=360
2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300 cm² e a Logo: x=360/15=24 litros.
Então, a economia de água foi de (60-24) = 36 litros.
área de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o
valor da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ?

Resposta : Ao fazermos a razão das áreas, temos: Porcentagem

A1 300
= =3 A definição de porcentagem passa pelo seu próprio
A2 100 nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou
seja, é uma fração de denominador 100. Representamos
Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 ve- porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”.
zes maior que a área do retângulo 2. 50
Deste modo, a fração ou qualquer uma equiva-
100
lente a ela é uma porcentagem que podemos represen-
tar por 50%.

A porcentagem nada mais é do que uma razão, que


MATEMÁTICA

representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos


como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que:

93
𝑝 𝑝 𝐴 𝐴
𝐴= .𝑉 𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100
100 100 𝑉 𝑝

Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus
todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta- tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros,
gem se resumem a três tipos: quantos tiros ele deu no total?
Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale
Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A): o “todo”, assim:
Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas-
ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja,
𝑝
𝐴 15
por V. Assim: 100
𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠
𝑝 𝑝 75
P% de V =A= .V
100
23 Forma Decimal: Outra forma de representação de
Ex. 23% de 240 = .240 = 55,2 porcentagens é através de números decimais, pois to-
100
dos eles pertencem à mesma classe de números, que são
Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que os números racionais. Assim, para cada porcentagem, há
67% de uma amostra assistem a certo programa de TV. um numero decimal equivalente. Por exemplo, 35% na
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas forma decimal seriam representados por 0,35. A conver-
assistem ao tal programa? são é muito simples: basta fazer a divisão por 100 que
Aqui, queremos saber a “parte” da população que as- está representada na forma de fração:
siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e 75
o total, basta realizarmos a multiplicação: 75% = 100 = 0,75
67% de 56000=A= 67 56000=37520
100 Aumento e desconto percentual
Resp. 37 520 pessoas.
Outra classe de problemas bem comuns sobre por-
Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero centagem está relacionada ao aumento e a redução per-
achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va- centual de um determinado valor. Usaremos as defini-
lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma: ções apresentadas anteriormente para mostrar a teoria
envolvida
𝑝 𝐴
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100
100 𝑉 Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial
V que deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Cha-
Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos. memos de VA o valor após o aumento. Assim:
Qual foi sua porcentagem de vitórias? p
Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta- VA = V + 100 .V
gem de vitórias que esse time obteve, assim:
Fatorando:
𝐴 10 p
𝑝= . 100 = . 100 = 62,5% VA = ( 1 + 100 ) .V
𝑉 16
p
Em que (1 + 100 ) será definido como fator de au-
Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos. mento, que pode estar representado tanto na forma de
Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou fração ou decimal.
48 de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário
acertar 55% das questões, o candidato foi ou não foi Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
aprovado? V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha-
Para sabermos se o candidato passou, é necessário memos de VD o valor após o desconto.
calcular sua porcentagem de acertos: p
VD = V – 100 .V
𝐴 48
𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55%
𝑉 80 Fatorando:
p
Logo, o candidato foi aprovado. VD = (1 – 100 ) .V
MATEMÁTICA

p
Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V): Em que (1 – 100 ) será definido como fator de des-
No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso conto, que pode estar representado tanto na forma de
100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente: fração ou decimal.

94
Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de 𝑝2
janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de au- V2 = V1 .(1 + )
mento. Se a empresa deseja que o salário desse funcio- 100
nário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário Como temos também uma expressão para V1, basta
deve admiti-lo? substituir: 𝑝1 𝑝2
Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de V2 = V .(1 + ) .(1 + )
saber o valor de V, assim: 100 100
p Assim, para cada aumento, temos um fator corres-
VA = ( 1 + 100 ).V pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar
40 ao resultado final.
3500 = ( 1 + 100 ).V
No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V
3500 =(1+0,4).V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
descontos sucessivos de p1% e p2%.
3500 =1,4.V Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
3500 𝑝1
V1 = V.(1 – )
V = 1,4 =2500 100
Resp. R$ 2 500,00
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja,
Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
após já ter descontado uma vez, temos que:
em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um de-
les é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação? 𝑝2
V2 = V_1 .(1 – )
Aqui, basta calcular o valor de VD : 100
p
Como temos também uma expressão para V2, basta
VD = (1 – 100 ) .V
20 substituir:
VD = (1 – 100 ) .250,00 𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1 – ) .(1 – )
100 100
VD = (1 –0,2) .250,00
Além disso, essa formulação também funciona para
aumentos e descontos em sequência, bastando apenas
VD = (0,8) .250,00
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um
VD = 200,00
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
Resp. R$ 200,00
Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
𝑝1
FIQUE ATENTO! V1 = V .(1+ )
100
Em alguns problemas de porcentagem são
necessários cálculos sucessivos de aumen- Sendo V2 o valor após o desconto, temos que:
tos ou descontos percentuais. Nesses ca- 𝑝2
sos é necessário ter atenção ao problema, V2 = V_1 .(1 – )
100
pois erros costumeiros ocorrem quando se
calcula a porcentagens do valor inicial para Como temos uma expressão para , basta substituir:
obter todos os valores finais com descon- 𝑝1 𝑝2
tos ou aumentos. Na verdade, esse cálculo V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100
só pode ser feito quando o problema diz
que TODOS os descontos ou aumentos Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois
são dados a uma porcentagem do valor sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará
inicial. Mas em geral, os cálculos são feitos ao seu valor original.
como mostrado no texto a seguir.
( ) Certo  ( ) Errado

Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos Este problema clássico tem como finalidade concei-
um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer tuar esta parte de aumento e redução percentual e evitar
dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi-
após o primeiro aumento, temos: nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que
𝑝1 aprendemos, temos que:
V1 = V .(1 +100 )
MATEMÁTICA

𝑝1 𝑝2
1+ . 1–
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja, V2 = V . 100 100
após já ter aumentado uma vez, temos que: 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
20 20
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100

95
V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 ) MATEMÁTICA FINANCEIRA

V2 = V .(1,2) .(0,8) A definição de porcentagem passa pelo seu próprio


96 nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou
V2 = 0,96.V= V=96% de V seja, é uma fração de denominador 100. Representamos
100
porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”.
Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não 50
100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi- Deste modo, a fração ou qualquer uma equiva-
nalar a opção ERRADO 100
lente a ela é uma porcentagem que podemos represen-
tar por 50%.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
A porcentagem nada mais é do que uma razão, que
representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos
1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,
como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que:
uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar 𝑝
um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9% 𝐴= .𝑉
entre as mulheres, o número de votantes do sexo mas- 100
culino será exatamente igual ao número de votantes do
sexo feminino. Determine o número de eleitores de cada Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o
sexo. todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta-
gem se resumem a três tipos:
Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo
femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A):
enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas-
índice de abstenções entre os homens foi de 6% e ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 𝑝
de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens por V. Assim: 100
e 91% das mulheres compareceram a votação, onde 𝑝
94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter- P% de V =A= 100 .V
minar o número de eleitores de cada sexo temos os
seguinte sistema para resolver: Ex. 23% de 240 =
23
.240 = 55,2
100


F + M = 18500 Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que
0,94M = 0,91F 67% de uma amostra assistem a certo programa de TV.
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
assistem ao tal programa?
0,91 Aqui, queremos saber a “parte” da população que as-
M =
0,94
F
siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e
Da segunda equação, temos que . Agora, substituin- o total, basta realizarmos a multiplicação:
do M na primeira equação do sistema encontra-se F 67
=  9400 e por fim determina-se M = 9100 67% de 56000=A= 56000=37520
100
2. (UFMG 2017) Uma pessoa comprou, fora do Brasil, Resp. 37 520 pessoas.
um produto por U$S 80,00 Sobre esse valor foi cobra-
da uma taxa de 45% (frete) para o envio da mercadoria. Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero
Chegando ao Brasil, esse produto foi tarifado com 15% achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va-
de imposto sobre importação que incidiu sobre o valor lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma:
do produto e do frete. Desta forma, o aumento percen-
tual do produto em relação ao preço de compra foi de, 𝑝 𝐴
aproximadamente, 𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100
100 𝑉
a) 12
Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos.
b) 37
Qual foi sua porcentagem de vitórias?
c) 60
Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta-
d) 67
gem de vitórias que esse time obteve, assim:
Resposta: Letra D. Considerando o valor de U$S 80,00
MATEMÁTICA

para o produto, temos: 𝐴 10


𝑝= . 100 = . 100 = 62,5%
Valor com a taxa de 45%: 80+80∙0,45=80∙1,45 𝑉 16
Valor com a tarifa de 15% 80∙1,45+80∙1,45∙0,15=80∙1,67
Portanto, o aumento percentual será dado por:
80∙1,67-80 ou seja 67% de 80.

96
Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos. Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha-
48 de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário memos de VD o valor após o desconto.
acertar 55% das questões, o candidato foi ou não foi VD = V – p .V
aprovado? 100
Para sabermos se o candidato passou, é necessário Fatorando: p
calcular sua porcentagem de acertos: VD = (1 – ) .V
100
p
𝐴 48 Em que (1 – 100 ) será definido como fator de des-
𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55%
𝑉 80 conto, que pode estar representado tanto na forma de
fração ou decimal.
Logo, o candidato foi aprovado.
Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de
Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V): janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de au-
No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso mento. Se a empresa deseja que o salário desse funcio-
100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente: nário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário
deve admiti-lo?
𝑝 𝐴 𝐴 Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100 saber o valor de V, assim:
100 𝑉 𝑝 VA = ( 1 + p ).V
100
Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus 3500 = ( 1 + 40 ).V
100
tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros,
quantos tiros ele deu no total? 3500 =(1+0,4).V
Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale
o “todo”, assim: 3500 =1,4.V
V = 3500 =2500
𝐴 15 1,4
𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠 Resp. R$ 2 500,00
𝑝 75
Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
Forma Decimal: Outra forma de representação de em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um de-
porcentagens é através de números decimais, pois to- les é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação?
dos eles pertencem à mesma classe de números, que são
os números racionais. Assim, para cada porcentagem, há Aqui, basta calcular o valor de VD :
um numero decimal equivalente. Por exemplo, 35% na p
forma decimal seriam representados por 0,35. A conver- VD = (1 – 100 ) .V
são é muito simples: basta fazer a divisão por 100 que 20
VD = (1 – 100 ) .250,00
está representada na forma de fração:
75
VD = (1 –0,2) .250,00
75% = = 0,75
100 VD = (0,8) .250,00
AUMENTO E DESCONTO PERCENTUAL
VD = 200,00
Outra classe de problemas bem comuns sobre por-
centagem está relacionada ao aumento e a redução per- Resp. R$ 200,00
centual de um determinado valor. Usaremos as defini-
ções apresentadas anteriormente para mostrar a teoria
envolvida
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial
V que deve sofrer um aumento de de seu valor. Chame-
mos de VA o valor após o aumento. Assim:
VA = V + p .V
100
Fatorando:
p
VA = ( 1 + 100 ) .V
MATEMÁTICA

p
Em que (1 + 100 ) será definido como fator de au-
mento, que pode estar representado tanto na forma de
fração ou decimal.

97
FIQUE ATENTO! Sendo V2 o valor após o desconto, temos que:
𝑝2
Em alguns problemas de porcentagem são V2 = V_1 .(1 – )
necessários cálculos sucessivos de aumen- 100
tos ou descontos percentuais. Nesses casos Como temos uma expressão para , basta substituir:
é necessário ter atenção ao problema, pois 𝑝1 𝑝
erros costumeiros ocorrem quando se cal- V2 = V .(1+ ) .(1 – 2 )
100 100
cula a porcentagens do valor inicial para ob-
ter todos os valores finais com descontos ou Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois
aumentos. Na verdade, esse cálculo só pode sfreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará
ser feito quando o problema diz que TODOS ao seu valor original.
os descontos ou aumentos são dados a uma
porcentagem do valor inicial. Mas em geral, (  ) CERTO   (  ) ERRADO
os cálculos são feitos como mostrado no
texto a seguir. Este problema clássico tem como finalidade conceituar
esta parte de aumento e redução percentual e evitar
Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi-
valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que
aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor aprendemos, temos que:
após o primeiro aumento, temos:
𝑝1 𝑝1 𝑝2
1+ . 1–
V1 = V .(1 + ) 100 100
100 V2 = V . 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja, 20 20
após já ter aumentado uma vez, temos que: V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100
V2 = V1 .(1 + 𝑝2 )
100 V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 )
Como temos também uma expressão para V1, basta
substituir: 𝑝1 V2 = V .(1,2) .(0,8)
𝑝
V2 = V .(1 + ) .(1 + 2 ) 96
100 100 V2 = 0,96.V= V=96% de V
100
Assim, para cada aumento, temos um fator corres-
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
ao resultado final. 100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi-
No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V nalar a opção ERRADO
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
descontos sucessivos de p1% e p2%.

Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos: EXERCÍCIOS COMENTADOS


𝑝1
V1 = V.(1 – )
100 1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,
uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja,
mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar
após já ter descontado uma vez, temos que:
um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9%
𝑝2 entre as mulheres, o número de votantes do sexo mas-
V2 = V_1 .(1 – )
100 culino será exatamente igual ao número de votantes do
Como temos também uma expressão para , basta sexo feminino. Determine o número de eleitores de cada
substituir: sexo.
𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1 – ) .(1 – ) Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo
100 100 femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo
Além disso, essa formulação também funciona para enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o
aumentos e descontos em sequência, bastando apenas índice de abstenções entre os homens foi de 6% e
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um e 91% das mulheres compareceram a votação, onde
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%. 94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter-
minar o número de eleitores de cada sexo temos os
Sendo V1 o valor após o aumento, temos: seguinte sistema para resolver:
MATEMÁTICA

𝑝1 F + M = 18500
V1 = V .(1+ ) �
100 0,94M = 0,91F

98
0,91 Além disso, quando quisermos saber o total que será
Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora, pago de um empréstimo, ou o quanto se resgatará do in-
substituindo M na primeira equação do sistema en- vestimento, o qual definimos como Montante (M), basta
contra-se F =  9400 e por fim determina-se M = 9100. somar o capital com os juros, usando o conceito funda-
mental da matemática financeira:
JUROS SIMPLES M=C+J
Ou
Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo M=C(1+i . t)
a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um
devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aque-
le que empresta). EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Nomenclatura
1.(ENEM 2015) Um casal realiza um financiamento imo-
a) Os juros são representados pela letra J. biliário de R$ 180 000,00, a ser pago em 360 prestações
b) O dinheiro que se deposita ou se empresta chama- mensais, com taxa de juros efetiva de 1% ao mês. A pri-
meira prestação é paga um mês após a liberação dos re-
mos de capital e é representado pela letra C.
cursos e o valor da prestação mensal é de R$ 500,00 mais
c) O tempo de depósito ou de empréstimo é repre-
juro de 1% sobre o saldo devedor (valor devido antes do
sentado pela letra t.
pagamento). Observe que, a cada pagamento, o saldo
d) A taxa de juros é a razão centesimal que incide devedor se reduz em R$ 500,00 e considere que não há
sobre um capital durante certo tempo. É represen- prestação em atraso.
tado pela letra i e utilizada para calcular juros. Efetuando o pagamento dessa forma, o valor, em reais, a
ser pago ao banco na décima prestação é de
Chamamos de simples os juros que são somados ao
capital inicial no final da aplicação. a) 2 075,00.
b) 2 093,00.
FIQUE ATENTO! c) 2 138,00.
d) 2 255,00.
Devemos sempre relacionar taxa e tempo e) 2 300,00.
numa mesma unidade:
Taxa anual --------------------- tempo em Resposta: Letra D. Temos que, na décima prestação, o
anos valor devido é de 175 500. Calculando os juros, temos
Taxa mensal-------------------- tempo em 1% de 175500 = 1755. Logo, na décima prestação o
meses valor será de 1755 + 500 = 2255.
Taxa diária---------------------- tempo em
dias 2.(NUCEPE 2009) Um investidor possui R$ 80.000,00. Ele
aplica 30% desse dinheiro em um investimento que ren-
de juros simples a uma taxa de 3% a.m., durante 2 meses,
Exemplo: Uma pessoa empresta a outra, a juros sim-
e aplica o restante em investimento que rende 2% a.m.,
ples, a quantia de R$ 3000,00, pelo prazo de 4 meses, à
durante 2 meses também. Ao fim desse período, esse in-
taxa de 2% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros? vestidor possui:
Resolução: a) R$ 83.680,00
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00 b) R$ 84.000,00
- Tempo de aplicação (t): 4 meses c) R$ 84.320,00
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês) d) R$ 84.400,00
e) R$ 88.000,00
Fazendo o cálculo, mês a mês:
No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 R$ Resposta: Letra A. Temos neste problema um capi-
3.000,00 = R$ 60,00 tal sendo investido em duas etapas. Vamos realizar os
No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ cálculos separadamente:
60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00 1º investimento
No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 30% de R$ 80.000,00 = R$ 24.000,00 valor a ser inves-
120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00 tido a uma taxa i = 3% a.m., durante um período t = 2
No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ meses. Lembrando que i = 3% = 0,03.
180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00 Cálculo dos juros J, onde J=C∙i∙t:
J = 24000∙ (0,03) ∙2 = 1440.
Para evitar essa sequência de cálculos toda vez que Juros do 1º investimento = R$ 1440,00.
MATEMÁTICA

vamos calcular os juros simples, existe uma fórmula que


quantifica o total de juros simples do período, e ela está 2º investimento
apresentada abaixo: J=C ∙ i ∙ t R$ 80.000,00 – R$ 24.000,00 = R$ 56.000,00 valor a ser
investido a uma taxa i = 2% a.m., durante um período
t = 2 meses.

99
J = 56000∙ (0,02) ∙ 2 = 2240. 180 15
Juros do 2º investimento = R$ 2.240,00.
210
= 𝑥
→ 180x = 15 � 210
Portanto, o montante final será de
R$ 80.00,00 + R$ 1.440,00 + R$ 2.240,00 = R$ 83.680,00.
→ 180x = 3150 → x = 3150/180 → x = 17,5

REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA


Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.

REGRA DE TRÊS SIMPLES #FicaDica


Os problemas que envolvem duas grandezas direta- Procure manter essa linha de raciocínio nos
mente ou inversamente proporcionais podem ser resol- diversos problemas que envolvem regra de
vidos através de um processo prático, chamado regra de três simples ! Identifique as variáveis, verifi-
três simples. que qual é a relação de proporcionalidade e
siga este exemplo !
Ex: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos
litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?

Solução:
Ex: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h,
O problema envolve duas grandezas: distância e litros eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando
de álcool. a velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser percurso?
consumido. Solução: Indicando por x o número de horas e colo-
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma cando as grandezas de mesma espécie em uma mesma
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que coluna e as grandezas de espécies diferentes que se cor-
se correspondem em uma mesma linha: respondem em uma mesma linha, temos:

Distância (km) Litros de álcool Velocidade (km/h) Tempo (h)


180 15 60 4
210 x 80 x

Na coluna em que aparece a variável x (“litros de ál- Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), va-
cool”), vamos colocar uma flecha: mos colocar uma flecha:

Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo
de álcool também duplica. Então, as grandezas distância fica reduzido à metade. Isso significa que as grandezas
e litros de álcool são diretamente proporcionais. No velocidade e tempo são inversamente proporcionais.
esquema que estamos montando, indicamos esse fato No nosso esquema, esse fato é indicado colocando-se na
colocando uma flecha na coluna “distância” no mesmo coluna “velocidade” uma flecha em sentido contrário ao
sentido da flecha da coluna “litros de álcool”: da flecha da coluna “tempo”:
MATEMÁTICA

Na montagem da proporção devemos seguir o senti-


do das flechas. Assim, temos:
Armando a proporção pela orientação das flechas,
temos:

100
REGRA DE TRÊS COMPOSTA
4 80
= → 80x = 4 � 60 O processo usado para resolver problemas que en-
𝑥 60 volvem mais de duas grandezas, diretamente ou in-
versamente proporcionais, é chamado regra de três
composta.
Ex: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em
→ 80x = 240 → x = 240/80 → x = 3 quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produzi-
riam 300 dessas peças?
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Co-
Resposta: Farei esse percurso em 3 h. loquemos as grandezas de mesma espécie em uma só
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se
correspondem em uma mesma linha. Na coluna em que
EXERCÍCIOS COMENTADOS aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma flecha:

1. (CBTU – ASSISTENTE OPERACIONAL – FU-


MARC/2016) Dona Geralda comprou 4 m de tecido im-
portado a R$ 12,00 o metro linear. No entanto, o metro
linear do lojista media 2 cm a mais. A quantia que o lojis-
ta deixou de ganhar com a venda do tecido foi: Comparemos cada grandeza com aquela em que está
o x.
a) R$ 0,69 As grandezas peças e dias são diretamente propor-
b) R$ 0,96 cionais. No nosso esquema isso será indicado colocan-
c) R$ 1,08 do-se na coluna “peças” uma flecha no mesmo sentido
d) R$ 1,20 da flecha da coluna “dias”:

Resposta: Letra B. As grandezas (comprimento e pre-


ço) são diretamente proporcionais. Assim, a regra de
três é direta:

Metros Preço
1 12
0,02 x As grandezas máquinas e dias são inversamente pro-
porcionais (duplicando o número de máquinas, o número
de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso
1 � x = 0,02 � 12 → x = R$ 0,24 será indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma
flecha no sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
Note que foi necessário passar 2 cm para metros, para
que as unidades de comprimento fiquei iguais. Assim,
cada 2 cm custaram R$ 0,24 para o vendedor. Como
ele vendeu 4 m de tecido, esses 2 cm não foram con-
siderados quatro vezes. Assim, ele deixou de ganhar
4∙0,24=R$ 0,96

2. Para se construir um muro de 17m² são necessários 3


trabalhadores. Quantos trabalhadores serão necessários Agora vamos montar a proporção, igualando a razão
para construir um muro de 51m²? 4
que contém o x, que é x , com o produto das outras ra-
zões, obtidas segundo a orientação das flechas 6 � 160 :
Resposta: 9 trabalhadores. 8 300
As grandezas (área e trabalhadores) são diretamente
proporcionais. Assim, a regra de três é direta:

Área N Trabalhadores
17 3
MATEMÁTICA

51 x
17 � x = 51 � 3 → x = 9 trabalhadores
Resposta: Em 10 dias.

101
2. Em uma fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20
FIQUE ATENTO! carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão montados
Repare que a regra de três composta, em- por 4 homens em 16 dias?
bora tenha formulação próxima à regra de
três simples, é conceitualmente distinta de- Resposta:
vido à presença de mais de duas grandezas
proporcionais. Homens Carrinhos Dias
8 20 5
4 x 16
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Observe que, aumentando o número de homens, a
produção de carrinhos aumenta. Portanto a relação
1. (SEDUC-SP - ANALISTA DE TECNOLOGIA DA IN-
é diretamente proporcional (não precisamos inverter
FORMAÇÃO – VUNESP/2014) Quarenta digitadores
a razão).
preenchem 2 400 formulários de 12 linhas, em 2,5 ho-
Aumentando o número de dias, a produção de carri-
ras. Para preencher 5 616 formulários de 18 linhas, em 3
nhos aumenta. Portanto a relação também é direta-
horas, e admitindo-se que o ritmo de trabalho dos digi-
mente proporcional (não precisamos inverter a razão).
tadores seja o mesmo, o número de digitadores neces-
Devemos igualar a razão que contém o termo x com o
sários será:
produto das outras razões.
Montando a proporção e resolvendo a equação,
a) 105
temos:
b) 117
c) 123
d) 131 20 8 5
= �
e) 149 π 4 16

Resposta: Letra B. A tabela com os dados do enun-


ciado fica: 20 � 4 � 16
x= = 32
8�5
Digitadores Formulários Linhas Horas
40 2400 12 2,5 Logo, serão montados 32 carrinhos.
x 5616 18 3

Comparando-se as grandezas duas a duas, nota-se


que:
Digitadores e formulários são diretamente propor- PORCENTAGENS
cionais, pois se o número de digitadores aumenta, a
quantidade de formulários que pode ser digitada tam-
bém aumenta. A definição de porcentagem passa pelo seu próprio
Digitadores e linhas são diretamente proporcionais, nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou
pois se a quantidade de digitadores aumenta, o núme- seja, é uma fração de denominador 100. Representamos
ro de linhas que pode ser digitado também aumenta. porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”.
Digitadores e horas são inversamente proporcionais,
pois se o número de horas trabalhadas aumenta, en- 50
tão são necessários menos digitadores para o serviço
Deste modo, a fração 100 ou qualquer uma equiva-
e, portanto, a quantidade de digitadores diminui.
lente a ela é uma porcentagem que podemos represen-
tar por 50%.
A regra de três fica:
A porcentagem nada mais é do que uma razão, que
representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos
40 2400 12 3 como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que:
= � �
x 5616 18 2,5 𝑝
40 86400 𝐴= .𝑉
→ = 100
x 252720
→ 86500x = 10108800 Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o
todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta-
MATEMÁTICA

→ x = 117 digitadores
gem se resumem a três tipos:

102
Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A): 𝐴 15
Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas- 𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠
ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 𝑝 𝑝 75
por V. Assim: 100
Forma Decimal: Outra forma de representação de
𝑝 porcentagens é através de números decimais, pois to-
P% de V =A= 100 .V dos eles pertencem à mesma classe de números, que são
os números racionais. Assim, para cada porcentagem, há
Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2 um numero decimal equivalente. Por exemplo, 35% na
100
forma decimal seriam representados por 0,35. A conver-
Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que são é muito simples: basta fazer a divisão por 100 que
67% de uma amostra assistem a certo programa de TV. está representada na forma de fração:
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
75
assistem ao tal programa? 75% = = 0,75
Aqui, queremos saber a “parte” da população que as- 100
siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e Aumento e desconto percentual
o total, basta realizarmos a multiplicação:
67 Outra classe de problemas bem comuns sobre por-
67% de 56000=A= 56000=37520 centagem está relacionada ao aumento e a redução per-
100
centual de um determinado valor. Usaremos as defini-
Resp. 37 520 pessoas. ções apresentadas anteriormente para mostrar a teoria
envolvida
Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero
achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va- Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial
lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma: V que deve sofrer um aumento de de seu valor. Chame-
𝑝 𝐴
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 mos de VA o valor após o aumento. Assim:
100 𝑉
p
VA = V + .V
Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos. 100
Fatorando:
Qual foi sua porcentagem de vitórias?
Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta- VA = ( 1 +
p
) .V
gem de vitórias que esse time obteve, assim: 100
p
𝐴 10 Em que (1 + 100 ) será definido como fator de au-
𝑝= . 100 = . 100 = 62,5%
𝑉 16 mento, que pode estar representado tanto na forma de
fração ou decimal.
Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos.
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha-
48 de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário memos de VD o valor após o desconto.
acertar 55% das questões, o candidato foi ou não foi
p
aprovado? VD = V – .V
Para sabermos se o candidato passou, é necessário 100
calcular sua porcentagem de acertos: Fatorando:
p
𝐴 48 VD = (1 – ) .V
𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55% 100
𝑉 80
p
Logo, o candidato foi aprovado. Em que (1 – 100 ) será definido como fator de des-
conto, que pode estar representado tanto na forma de
Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V): fração ou decimal.
No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso
100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente: Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de
𝑝 𝐴 𝐴 janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de au-
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100
100 𝑉 𝑝 mento. Se a empresa deseja que o salário desse funcio-
nário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário
Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus deve admiti-lo?
tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros, Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de
quantos tiros ele deu no total?
MATEMÁTICA

saber o valor de V, assim:


Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale
o “todo”, assim: p
VA = ( 1 + ).V
100
40
3500 = ( 1 + ).V
100

103
3500 =(1+0,4).V Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
𝑝1
3500 =1,4.V V1 = V.(1 – 100 )
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja,
3500
V= =2500 após já ter descontado uma vez, temos que:
1,4
𝑝2
Resp. R$ 2 500,00 V2 = V_1 .(1 – )
100
Como temos também uma expressão para , basta
Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
substituir:
em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um de-
les é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação? 𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1 – ) .(1 – )
Aqui, basta calcular o valor de VD : 100 100
p Além disso, essa formulação também funciona para
VD = (1 – ) .V aumentos e descontos em sequência, bastando apenas
100
20 a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V
VD = (1 – ) .250,00 um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um
100
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
VD = (1 –0,2) .250,00
VD = (0,8) .250,00 Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
VD = 200,00 𝑝1
Resp. R$ 200,00 V1 = V .(1+ )
100
Sendo V2 o valor após o desconto, temos que:
FIQUE ATENTO! 𝑝2
Em alguns problemas de porcentagem são V2 = V_1 .(1 – )
100
necessários cálculos sucessivos de aumentos
Como temos uma expressão para , basta substituir:
ou descontos percentuais. Nesses casos é ne-
cessário ter atenção ao problema, pois erros 𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
costumeiros ocorrem quando se calcula a por- 100 100
centagens do valor inicial para obter todos os Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois
valores finais com descontos ou aumentos. Na sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará
verdade, esse cálculo só pode ser feito quando ao seu valor original.
o problema diz que TODOS os descontos ou ( ) Certo ( ) Errado
aumentos são dados a uma porcentagem do
valor inicial. Mas em geral, os cálculos são fei- Este problema clássico tem como finalidade concei-
tos como mostrado no texto a seguir. tuar esta parte de aumento e redução percentual e evitar
o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi-
nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que
Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos aprendemos, temos que:
um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer 𝑝1 𝑝2
dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor V2 = V . 1 + 100 . 1 – 100
após o primeiro aumento, temos: 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜

𝑝1 V2 = V .(1+
20
) .(1 –
20
)
V1 = V .(1 + ) 100 100
100
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja, V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 )
após já ter aumentado uma vez, temos que:
V2 = V .(1,2) .(0,8)
𝑝
V2 = V1 .(1 + 2 ) 96
100 V2 = 0,96.V= V=96% de V
100
Como temos também uma expressão para V1, basta Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
substituir: 100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi-
𝑝1 𝑝2 nalar a opção ERRADO
V2 = V .(1 + ) .(1 + )
100 100
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Assim, para cada aumento, temos um fator corres-
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar
MATEMÁTICA

1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,


ao resultado final. uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verifi-
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois car um índice de abstenções de 6% entre os homens e
descontos sucessivos de p1% e p2%. de 9% entre as mulheres, o número de votantes do sexo

104
masculino será exatamente igual ao número de votantes Resolução:
do sexo feminino. Determine o número de eleitores de
cada sexo. - Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
- Tempo de aplicação (t): 4 meses
Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo - Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)
femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo
enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o Fazendo o cálculo, mês a mês:
índice de abstenções entre os homens foi de 6% e
de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 R$
e 91% das mulheres compareceram a votação, onde 3.000,00 = R$ 60,00
94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$
minar o número de eleitores de cada sexo temos os 60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00
seguinte sistema para resolver: No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$
120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00
No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$
F + M = 18500
� 180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00
0,94M = 0,91F
Para evitar essa sequência de cálculos toda vez que
0,91
Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora, vamos calcular os juros simples, existe uma fórmula que
substituindo M na primeira equação do sistema en- quantifica o total de juros simples do período, e ela está
contra-se F =  9400 e por fim determina-se M = 9100. apresentada abaixo:

J=C ∙ i ∙ t
Além disso, quando quisermos saber o total que será
pago de um empréstimo, ou o quanto se resgatará do in-
vestimento, o qual definimos como Montante (M), basta
JUROS SIMPLES; RESOLUÇÃO DE PROBLE-
somar o capital com os juros, usando o conceito funda-
mental da matemática financeira:

JUROS SIMPLES M=C+J

Toda vez que falamos em juros estamos nos referin- Ou


do a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por
um devedor, pela utilização de dinheiro de um credor M=C(1+i . t)
(aquele que empresta).

1. Nomenclatura
EXERCÍCIOS COMENTADOS
a) Os juros são representados pela letra J.
b) O dinheiro que se deposita ou se empresta chama- 1.(ENEM 2015) Um casal realiza um financiamento imo-
mos de capital e é representado pela letra C. biliário de R$ 180 000,00, a ser pago em 360 prestações
c) O tempo de depósito ou de empréstimo é repre- mensais, com taxa de juros efetiva de 1% ao mês. A pri-
sentado pela letra t. meira prestação é paga um mês após a liberação dos re-
d) A taxa de juros é a razão centesimal que incide so- cursos e o valor da prestação mensal é de R$ 500,00 mais
bre um capital durante certo tempo. É representado pela juro de 1% sobre o saldo devedor (valor devido antes do
letra i e utilizada para calcular juros. pagamento). Observe que, a cada pagamento, o saldo
devedor se reduz em R$ 500,00 e considere que não há
Chamamos de simples os juros que são somados ao prestação em atraso.
capital inicial no final da aplicação.
Efetuando o pagamento dessa forma, o valor, em reais, a
ser pago ao banco na décima prestação é de
FIQUE ATENTO!
Devemos sempre relacionar taxa e tempo a) 2 075,00.
numa mesma unidade: b) 2 093,00.
Taxa anual --------------------- tempo em anos c) 2 138,00.
Taxa mensal-------------------- tempo em meses d) 2 255,00.
Taxa diária---------------------- tempo em dias e) 2 300,00.
MATEMÁTICA

Resposta: Letra d. Temos que, na décima prestação, o


Exemplo: Uma pessoa empresta a outra, a juros sim- valor devido é de 175 500. Calculando os juros, temos
ples, a quantia de R$ 3000,00, pelo prazo de 4 meses, à 1% de 175500 = 1755. Logo, na décima prestação o
taxa de 2% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros? valor será de 1755 + 500 = 2255.

105
2.(NUCEPE 2009) Um investidor possui R$ 80.000,00. Ele significativo (há métodos para determinar isso) que re-
aplica 30% desse dinheiro em um investimento que ren- trate o comportamento da população. Exemplo: pesquisa
de juros simples a uma taxa de 3% a.m., durante 2 meses, de intenção de votos de uma eleição. Algumas pessoas
e aplica o restante em investimento que rende 2% a.m., são entrevistadas e a pesquisa retrata a intenção de vo-
durante 2 meses também. Ao fim desse período, esse in- tos da população.
vestidor possui:
A) R$ 83.680,00 Variável: é o dado a ser analisado. Aqui, será chama-
B) R$ 84.000,00 do de e cada valor desse dado será chamado de . Essa
C) R$ 84.320,00 variável pode ser quantitativa (assume valores) ou quali-
D) R$ 84.400,00 tativa (assume características ou propriedades).
E) R$ 88.000,00
Medidas de tendência central
Resposta: Letra a. Temos neste problema um capi-
tal sendo investido em duas etapas. Vamos realizar os São medidas que auxiliam na análise e interpretação
cálculos separadamente: de dados para a tomada de decisões. As três medidas de
tendência central são:
1º investimento
30% de R$ 80.000,00 = R$ 24.000,00 valor a ser inves- Média aritmética simples: razão entre a soma de to-
tido a uma taxa i = 3% a.m., durante um período t = 2 dos os valores de uma mostra ∑x
e o número de elementos
i
meses. Lembrando que i = 3% = 0,03. da amostra. Expressa por x
� .=
Calculada por:
Cálculo dos juros J, onde J=C∙i∙t: n
J = 24000∙ (0,03) ∙2 = 1440.
∑xi
x� =
Juros do 1º investimento = R$ 1440,00. n
2º investimento Média aritmética ponderada: muito parecida com
R$ 80.000,00 – R$ 24.000,00 = R$ 56.000,00 valor a ser média aritmética simples, porém aqui cada variável tem
investido a uma taxa i = 2% a.m., durante um período um peso diferente pi que é levado em conta no cálculo
t = 2 meses. da média.
J = 56000∙ (0,02) ∙ 2 = 2240. ∑xi pi
Juros do 2º investimento = R$ 2.240,00. x� =
Portanto, o montante final será de ∑pi
R$ 80.00,00 + R$ 1.440,00 + R$ 2.240,00 = R$ 83.680,00.
Mediana: valor que divide a amostra na metade. Em
caso de número para de elementos, a mediana é a média
entre os elementos intermediários

Moda: valor que aparece mais vezes dentro de uma


NOÇÕES DE ESTATÍSTICA BÁSICA; TABELAS;
amostra.
REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS: BARRAS, CO- Ex: Dada a amostra {1,3,1,2,5,7,8,7,6,5,4,1,3,2} calcule a
LUNAS, SETORES, LINHAS E PICTOGRAMAS; média, a mediana e a moda.
MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES E PONDERADA Solução
Média:
1 + 3 + 1 + 2 + 5 + 7 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 1 + 3 + 2 55
ESTATÍSTICA x� =
14
= = 3,92
14
Mediana:
Definições Básicas Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente:
{1,1,1,2,2,3,3,4,5,5,6,7,7,8}
Estatística: ciência que tem como objetivo auxiliar na
tomada de decisões por meio da obtenção, análise, orga- Como a amostra tem 14 valores (número par), os ele-
nização e interpretação de dados. mentos intermediários são os 7º e 8º elementos. Nesse
exemplo, são os números 3 e 4. Portanto, a mediana é a
População: conjunto de entidades (pessoas, obje- média entre eles: 3+4 7
tos, cidades, países, classes de trabalhadores, etc.) que 2
= 2 = 3,5
apresentem no mínimo uma característica em comum. Moda:
Exemplos: pessoas de uma determinada cidade, preços O número que aparece mais vezes é o número 1 e,
de um produto, médicos de um hospital, estudantes que portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
prestam determinado concurso, etc.
MATEMÁTICA

Ex: Dada a amostra {2,4,8,10,15,6,9,11,7,4,15,15,11,6,1


0} calcule a média, a mediana e a moda.
Amostra: É uma parte da população que será objeto Solução:
do estudo. Como em muitos casos não é possível estudar Média:
a população inteira, estuda-se uma amostra de tamanho

106
2 + 4 + 8 + 10 + 15 + 6 + 9 + 11 + 7 + 4 + 15 + 15 + 11 + 6 + 10 133
x� = = = 8,867
15 14
Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente
{2,4,4,6,6,7,8,9,10,10,11,11,15,15,15}
Como a amostra tem 15 valores (número par), o elemento intermediário é o 8º elemento. Logo, a mediana é igual
a 9.

Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 15 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.
Ex: A média de uma disciplina é calculada por meio da média ponderada de três provas. A primeira tem peso 3, a
segunda tem peso 4 e a terceira tem peso 5. Calcule a média de um aluno que obteve nota 8 na primeira prova, 5 na
segunda e 6 na terceira.

Solução:
Trata-se de um caso de média aritmética ponderada.
∑xi pi 3 ∙ 8 + 4 ∙ 5 + 5 ∙ 6 74
x� = = = = 6,167
∑pi 3+4+5 12

Tabelas verdade

A tabela-verdade é um dispositivo prático muito usado para a organizar os valores lógicos de proposições com-
postas pois ela ilustra todos os possíveis valores lógicos da estrutura composta, correspondentes a todas as possíveis
atribuições de valores lógicos às proposições simples.
Para se construir uma tabela verdade, são necessárias três informações iniciais: O número de proposições que com-
põem a proposição composta, o número de linhas que a tabela-verdade irá ter e a variação dos valores lógicos.
A primeira informação é puramente visual, basta olhar a proposição composta e verificar quantas proposições sim-
ples a compõem, contando a quantidade de letras distintas que existem nela, vejam os exemplos:
𝒑 ∧ 𝒒 : Temos as proposições simples p e q, ou seja, a proposição composta possui duas proposições;
(𝒑 ∧ 𝒒) → (~𝒒 ↔ 𝒑) : Esta estrutura possui duas proposições simples também, p e q. Não se deve considerar a repe-
tição das proposições que no caso de p e q, repetiram duas vezes;
𝒓 ↔ (𝒑 ∨ 𝒒) : Neste caso, com a presença da proposição r, temos três proposições simples distintas, p,q e r.
A segunda informação, que é o número de linhas da tabela verdade, deriva do número de proposições simples que
a estrutura composta possui. Usando essa conta simples:

𝐿 = 2𝑛

Onde L é o número de linhas da tabela-verdade e n é o número de proposições simples que ela possui. Ou seja,
para duas proposições simples, temos 4 linhas na tabela-verdade, para 3 proposições simples, 8 linhas na tabela e para
4 proposições simples, a tabela possui 16 linhas. Além disso, para o caso de uma proposição simples, pode-se aplicar
a fórmula também, e teremos duas linhas na tabela-verdade.
Esses valores são derivados da organização da tabela, para que tenhamos todos os casos possíveis avaliados. Com
essa informação, podemos organizar a tabela e isso será apresentado caso a caso nas seções seguintes.

TABELA-VERDADE DE PROPOSIÇÃO SIMPLES: NEGAÇÃO

Nós iremos seguir a ordem do capítulo anterior e apresentar a montagem das tabelas-verdade para os operadores
lógicos descritos. Inicia-se pele negação, que é uma proposição simples e terá apenas duas linhas na tabela-verdade:

p ~p
V F
F V
MATEMÁTICA

Observe que a tabela possui duas colunas. A primeira contém os valores possíveis para a proposição simples, que
pela fundamentação da lógica, é o VERDADEIRO (V) e o FALSO (F).
Já a segunda coluna possui o operador lógico negação. O operador foi aplicado em casa linha da tabela, gerando o
resultado correspondente. Ou seja, se a proposição p é V, sua negação será F e vice-versa.

107
É importante frisar que as operações da tabela-ver- V V
dade ocorrem de linha em linha, ou seja, se na primeira V F
linha temos que a proposição p é V, esse valor perma-
necerá assim até que todas as operações daquela linha F V
correspondente tenham terminado. F F

Pronto, a tabela-verdade para duas proposições foi


TABELA-VERDADE PARA 2 PROPOSIÇÕES SIMPLES organizada e agora podemos passar para as proposições
compostas.
Chegamos as seções onde a tabela-verdade fará mais
sentido, pois ela é aplicada em proposições compostas. TABELA VERDADE DA CONJUNÇÃO (“E”)
Iniciando com uma estrutura de duas proposições sim-
ples, vamos primeiramente explicar a organização destas Seguindo a ordem do capítulo anterior, temos o ope-
proposições. rador lógico “e”, ou a conjunção. Para atribuir valores ló-
Como já sabemos que são duas proposições simples, gicos a essa expressão, cria-se uma terceira coluna na
que chamaremos de p e q, temos que a tabela-verdade tabela-verdade e insere no título qual proposição lógica
terá quatro linhas: iremos tratar, desta maneira:

p q p q
V V
V F
F V
F F

No caso da conjunção, temos que ela é VERDADEIRA


FIQUE ATENTO! apenas se as duas proposições compostas, p e q, forem
Observe que além das linhas correspon- VERDADEIRAS, caso contrário, ela será FALSA. Usando
dentes da tabela-verdade, nós inserimos essa informação, vamos preencher a tabela:
uma linha inicial indicando qual a proposi- Na primeira linha, temos que p é VERDADEIRO e q é
ção que estamos atribuindo o valor lógico. VERDADEIRO, logo, a conjunção nesse caso será VERDA-
Isso é de suma importância para se domi- DEIRA por definição:
nar esse conteúdo.
p q
Agora temos que combinar os dois valores lógicos V V V
possíveis entre as proposições, formando as quatro li-
nhas. Para isso, recomenda-se que sigam os seguintes V F
passos: F V
F F
i) Na coluna da primeira proposição, atribua o valor
de V para a primeira metade das linhas e F para a
A segunda linha possui p = V e q = F. Para a conjun-
segunda metade. Ou seja, as duas primeiras linhas
ção é necessário que as duas proposições sejam V para
são V e as duas últimas são F:
ela ser V, logo, ela será FALSA:

p q p q
V V V V
V V F F
F F V
F F
F
Seguindo o mesmo raciocínio, a terceira linha possui
ii) Para a segunda coluna, repita o mesmo procedi- p = F e q = V, o que faz a conjunção ser FALSA:
mento dentro de cada valor lógico atribuído para
a coluna anterior. Ou seja, como temos V nas duas
p q
primeiras linhas de p, vamos colocar V na primeira
MATEMÁTICA

linha e F na segunda. Da mesma forma, vamos fa- V V V


zer o mesmo procedimento para as duas linhas de V F F
p que contém F: F V F
p q F F

108
Finalmente, a quarta linha possui as duas proposições Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)
simples com valor lógico FALSO, o que faz a conjunção
ser FALSA também: O próximo conector lógico é a condicional (“Se...en-
tão”) e montaremos a tabela-verdade do mesmo jeito
p q que os anteriores:

V V V
p q
V F F
V V
F V F
V F
F F F
F V
Esta é a tabela-verdade para conjunção é deve ser F F
memorizada ou resolvida de forma rápida no caso de ta-
belas maiores. O princípio deste operador lógico está na relação en-
tre o antecedente (p) e o consequente (q). Ele será FAL-
TABELA VERDADE DA DISJUNÇÃO (“OU”) SO apenas se 𝑝 = 𝑉 e 𝑞 = 𝐹 , o que ocorre na segunda
linha. Nos outros casos, ele será VERDADEIRO. Em caso
Passando agora para o próximo conectivo, que é a de dúvidas deste operador, recomenda-se a releitura do
disjunção (“ou”). Esse operador possui a definição con- capítulo 2.
trária a conjunção, onde ele só será FALSO no caso de as
duas proposições simples serem FALSAS, caso contrário, p q
será sempre VERDADEIRO.
Montando a tabela: V V V
V F F
p q F V V
V V F F V
V F
F V
TABELA VERDADE DA CONDICIONAL (“SE...ENTÃO”)
F F
O último operador é o Bicondicional (“Se e somente
A primeira, segunda e terceira linhas possuem ao me- se”) e a tabela será montada da mesma forma:
nos 1 valor lógico VERDADEIRO, ou seja, condição sufi-
ciente para o operador lógico ser VERDADEIRO: p q
V V
p q
V F
V V V
F V
V F V
F F
F V V
F F Montaremos a tabela usando sua lógica simples: Ele
será VERDADEIRO se as duas proposições simples tive-
Já a última linha, possui ambas proposições simples rem o mesmo valor lógico e FALSO se tiverem valores
com o valor lógico FALSO, o que faz a disjunção ser FAL- diferentes:
SA também:
p q
p q V V V
V V V V F F
V F V F V F
F V V F F V
F F F
Com essas informações memorizadas é possível
MATEMÁTICA

Esta é a tabela da disjunção é também deve ser montar QUALQUER tabela-verdade.


memorizada.

109
MONTAGEM DE TABELAS USANDO MAIS DE UM Observe que esta quarta coluna é a negação da pri-
OPERADOR LÓGICO meira, como deve ser, já que estamos negando a pro-
posição p. Criaremos agora uma quinta coluna, onde
Obviamente que as seções acima introduziram as ta- faremos a disjunção de ~p (quarta coluna) e q (segunda
belas-verdade fundamentais, que vão auxiliar na monta- coluna):
gem de tabelas mais complexas. Vamos apresentar um
exemplo onde isso será aplicado. Considere a seguinte p q ~p
proposição composta:
V V V F
(𝒑 ∧ 𝒒) ↔ ~𝒑 ∨ 𝒒
V F F F
F V F V
Observe que a proposição possui duas proposições
simples mas possui três operações lógicas. Para mon- F F F V
tar a tabela-verdade desta proposição, deveremos fa-
zer combinações dos resultados fundamentais vistos Nós temos que utilizar os valores lógicos da quarta e
anteriormente. segunda colunas em cada linha correspondente da tabe-
Iniciando, vamos montar a estrutura inicial, com as la. É aqui que muitos candidatos se confundem e acabam
colunas de p e q: usando colunas diferentes. Na primeira linha, temos que
a quarta coluna tem valor F e a segunda coluna tem valor
p q V, assim a disjunção entre elas será V:

V V
p q ~p
V F
V V V F V
F V
V F F F
F F
F V F V
Agora, vamos analisar a expressão: temos dois pa- F F F V
rênteses separados por uma bicondicional, portanto, te-
remos que saber os valores lógicos de cada parêntese Na segunda linha, temos a quarta e a segunda coluna
antes de resolver o “se e somente se”. Para isso, vamos com valores lógicos FALSO, o que faz a disjunção FALSA:
criar colunas específicas na tabela para cada informação
e depois agrupá-las. p q ~p
Começando com a conjunção no primeiro parêntese V V V F V
e atribuindo os valores lógico de cada linha, cria-se uma V F F F F
terceira coluna a partir da primeira e da segunda:
F V F V
p q F F F V
V V V Na terceira linha, temos ambos VERDADEIROS, o que
faz a disjunção VERDADEIRA:
V F F
F V F
F F F p q ~p
V V V F V
Agora, vamos resolver o segundo parêntese. Para
V F F F F
isso, precisaremos da negação de p para fazer uma dis-
junção com q. Logo, vamos criar primeiro uma coluna da F V F V V
negação e depois faremos a disjunção: F F F V

p q ~p E na quarta linha, temos a quarta coluna VERDADEI-


V V V F RA e a segunda coluna FALSA, o que faz a disjunção ser
V F F F VERDADEIRA:
F V F V
F F F V p q ~p
V V V F V
MATEMÁTICA

V F F F F
F V F V V
F F F V V

110
TABELA VERDADE PARA 3 PROPOSIÇÕES SIMPLES
FIQUE ATENTO!
Fizemos uma disjunção entre a quarta e a Vamos agora aumentar a complexidade do problema
segunda coluna, NESTA ORDEM. No caso inserindo uma terceira proposição, que chamaremos de
da disjunção, se fizéssemos invertido, não r. Pela relação de número de linhas da tabela, teremos
haveria problemas, mas nem sempre isso então L=23=8 linhas. A tabela fica na seguinte forma:
acontece. A recomendação é que se man-
tenha a ordem da operação lógica. p q r

Finalmente, vamos criar a sexta coluna que será a bi-


condicional da terceira e quinta colunas:

p q ~p
V V V F V
V F F F F
F V F V V
F F F V V Para organizar todas as combinações possíveis dos
valores lógicos, vamos usar o mesmo artifício visto na
Na primeira linha, temos a terceira coluna VERDADEI- tabela com duas proposições simples. Primeiro, vamos
RA e a quinta também, que pela bicondicional, gera um dividir a primeira coluna em dois blocos de 4 linhas, onde
valor VERDADEIRO: o primeiro bloco será VERDADEIRO e o segundo, FALSO:

p q ~p p q r
V V V F V V V
V F F F F V
F V F V V V
F F F V V V
F
F
Na segunda linha, temos ambas as colunas FALSAS,
que pela bicondicional, gera um valor VERDADEIRO: F
F
p q ~p
V V V F V V Na segunda coluna, vamos subdividir cada bloco da
V F F F F V primeira coluna em dois novamente, colocando VER-
F V F V V DADEIRO na primeira parte e FALSO na segunda, desta
maneira:
F F F V V

Na terceira e quarta linhas temos o mesmo caso, com p q r


a terceira coluna FALSA e a quinta VERDADEIRA, o que V V
gera um valor FALSO na bicondicional:
V V
p q ~p V F
V V V F V V V F
V F F F F V F
F V F V V F
F
F F F V V F
F
Pronto, esses são os resultados possíveis da proposi- F
ção composta, variando os valores lógicos das proposi-
ções simples p e q que a compõem.
MATEMÁTICA

111
Veja que o primeiro bloco da primeira coluna, que é Agora precisaremos fazer a conjunção entre q e r no
VERDADEIRO foi dividido em dois blocos de duas linhas primeiro parênteses para poder combinar com a nega-
cada, em um, colocamos duas linhas VERDADEIRO e nas ção de p. Montando a quinta coluna com , que é a com-
outras duas linhas, FALSO. Fazendo o mesmo para o blo- binação entre a segunda e a terceira coluna, temos que:
co seguinte:
p q r ~p 𝒒∧𝒓
p q r
V V V F V
V V V V F F F
V V V F V F F
V F V F F F F
F V V V V
V F
F V F V F
F V F F V V F
F V F F F V F
F F
Interessante observar que ficamos apenas com duas
F F linhas com o valor lógico VERDADEIRO e isso não é ne-
nhum problema, pois quando se realiza operações lógi-
A terceira coluna é mais simples, basta subdividir cas não teremos sempre a divisão de 50% VERDADEIRO e
cada bloco de duas linhas em uma linha cada, colocando 50% FALSO. Combinando a quarta e quinta colunas, po-
V e F intercalado, montando assim todas as combinações demos formar o primeiro parênteses, que é ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 :
possíveis:
p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓
p q r
V V V F V V
V V V
V V F F F V
V V F V F V F F V
V F V V F F F F V
V F F F V V V V V
F V F V F F
F V V
F F V V F F
F V F F F F V F F
F F V
Antes de montarmos a bicondicional entre os dois
F F F parênteses, precisamos montar a coluna relativa ao se-
gundo parênteses da expressão. Colocando a conjunção
Como exemplo, vamos montar a tabela-verdade da a partir da primeira e terceira colunas:
seguinte proposição composta: ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 ↔ 𝑝 ∨ 𝑟 . Com
a tabela acima, vamos organizar quais informações pre-
cisamos para montar a expressão final. Observando o p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓
primeiro parênteses, precisaremos da negação de p, ou V V V F V V V
seja, ~p. Criando uma quarta coluna e preenchendo em
V V F F F V V
função da primeira:
V F V F F V V
p q r ~p
V F F F F V V
V V V F
F V V V V V V
V V F F
F V F V F F F
V F V F
F F V V F F V
V F F F
F F F V F F F
F V V V
F V F V
F F V V
F F F V
MATEMÁTICA

112
Finalmente, a oitava coluna é montada a partir da combinação entre a sexta e a sétima colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 ↔ 𝒑∨𝒓

V V V F V V V V
V V F F F V V V
V F V F F V V V
V F F F F V V V
F V V V V V V V
F V F V F F F V
F F V V F F V F
F F F V F F F V

O resultado é interessante pois apenas a sétima linha da proposição completa possui valor lógico FALSO. Isso pode
ser facilmente uma questão de concurso, onde pergunta-se quais são os valores lógicos para que a proposição acima
seja FALSA. A resposta correta é p e q FALSOS e r VERDADEIRO.

TABELA VERDADE PARA 4 PROPOSIÇÕES SIMPLES

Os problemas envolvendo 4 proposições simples são mais trabalhosos pois envolvem 16 linhas de análise. Entre-
tanto, a resolução é a mesma dos problemas de duas ou três proposições simples. Considerando as proposições p, q,
r e s, a tabela fica da seguinte maneira:
p q r s

A primeira coluna é dividida em dois blocos de oito linhas, atribuindo V ao primeiro bloco e F ao segundo.

p q r s
V
V
V
V
MATEMÁTICA

V
V
V

113
V F V F
F F V F
F F F V
F F F V
F F F F
F F F F
F
A quarta coluna basta intercalar V e F:
F
F p q r s
V V V V
A segunda coluna subdivide a primeira novamente V V V F
em dois, formando blocos de quatro linhas, intercalando
V V F V
os valores V e F:
V V F F
V F V V
p q r s
V F V F
V V V F F V
V V V F F F
V V F V V V
F V V F
V V
F V F V
V F F V F F
V F F F V V
V F F F V F
V F F F F V
F F F F
F V
F V CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES SEGUNDO A
TABELA-VERDADE
F V
F V Após a montagem de qualquer proposição composta
F F na tabela-verdade, podemos classificar seu resultado de
F F três maneiras:

F F TAUTOLOGIA
F F
A tautologia ocorre quando todas as linhas da coluna
A terceira coluna subdivide a segunda em blocos de correspondente a proposição composta seja VERDADEI-
duas linhas, intercalando V e F: RA. Ou seja, não importa os valores lógicos das proposi-
ções simples, a proposição composta terá sempre o valor
lógico V. Observe o exemplo:
p q r s
V V V Tabela-verdade para a proposição 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑝 ∨ 𝑞 .
V V V
São duas proposições simples, o que formará quatro
V V F linhas na tabela:
V V F p q
V F V V V
V F V
V F
V F F
F V
MATEMÁTICA

V F F
F V V F F
F V V

114
Inserindo os dois parênteses na terceira e quarta Combinando a quarta e quinta colunas para montar a
colunas: disjunção entre os dois parênteses:

p q 𝑝𝑝 ∧∧ 𝑞𝑞 →
→ 𝑝𝑝 ∨∨ 𝑞𝑞 p q ~q 𝑝𝑝 ↔
↔ ~𝑞
~𝑞 ∧∧ (𝑝
(𝑝 ∧∧ 𝑞).
𝑞). 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).

V V F F V F
V V V V
V F V V F F
V F F V F V F V F F

F V F V F F V F F F

F F F F Como todas as linhas do resultado final são FALSAS,


temos uma contradição.
Aplicando a condicional entre a terceira e quarta CONTINGÊNCIA
colunas:
A contingência é o caso mais simples de todos pois
p q 𝑝𝑝∧∧𝑞𝑞 →→ 𝑝𝑝∨∨𝑞𝑞 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞 são as tabelas-verdade que não são tautologia ou con-
tradição, ou seja, possui os dois valores lógicos (V e F) no
V V V V V resultado final.
V F F V V PROPOSIÇÕES LÓGICAS
F V F V V
As proposições categóricas são formadas basicamen-
F F F F V
te por três palavras: Todo, Nenhum e o Algum. Desta úl-
tima, deriva-se também o “Algum Não” para completar
O resultado da proposição composta mostra que
as quatro proposições fundamentais. Assim, vamos inter-
todas as linhas geraram um valor lógico VERDADEIRO.
pretar e representar as seguintes expressões:
Assim, podemos classificar essa proposição composta
como Tautologia.
Todo A é B

FIQUE ATENTO! A primeira proposição categórica é bem conhecida e


O exemplo de tautologia foi com duas facilmente interpretada. Ela afirma que todos os elemen-
proposições simples mas considere que a tos que pertencem ao grupo (ou na nossa linguagem,
classificação é válida também para três ou conjunto) A também pertencem ao conjunto B. Para este
mais proposições simples. caso, temos duas representações possíveis:

CONTRADIÇÃO

A contradição é exatamente o contrário da tauto-


logia, onde todos os resultados lógicos da operação da
proposição composta devem ser FALSOS. Observe o
exemplo:

Tabela verdade para 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞)..

Antes de montarmos a proposição composta, preci- O primeiro caso talvez seja o que a maioria das pes-
saremos montar a negação de q, a bicondicional do pri- soas pensam quando se diz que “Todo A é B”, ou seja,
meiro parênteses e a disjunção do segundo, assim: o conjunto A sendo subconjunto do conjunto B. Entre-
tanto, quando ambos os conjuntos são coincidentes, ou
sejam, são exatamente iguais, a proposição ainda é váli-
p q ~q 𝑝𝑝↔
↔~𝑞
~𝑞 ∧∧(𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞). da, com todos os elementos do conjunto A pertencentes
V V F F V também ao conjunto B.

V F V V F FIQUE ATENTO!
F V F V F Observe que quando falamos que “Todo A é
MATEMÁTICA

F F V F F B” não é necessariamente verdade que “Todo


B é A” pois o primeiro caso da figura acima
justifica que nem todos os elementos de B
podem pertencer ao conjunto A.”.

115
Nenhum A é B Algum A não é B

A segunda proposição categórica é a mais simples de Análogo a proposição anterior, a proposição “Algum
se observar através do diagrama de conjuntos pois quan- A não é B” estabelece que há ao menos um elemento
do falamos que “Nenhum A é B”, conclui-se que nenhum de A que não pertence ao conjunto B. Novamente não
elemento do conjunto A pertence ao conjunto B, ou seja, se estipula quantos elementos de A não são de B (e po-
são dois conjuntos distintos sem nenhuma intersecção: dem ser todos eles inclusive), mas sim que não temos
todos os elementos de A pertencendo a B, algum neces-
sariamente não será. São três diagramas para representar
essa proposição categórica:

Diferentemente da proposição “Todo A é B”, dizer que


“Nenhum A é B” é logicamente equivalente a dizer que
“Nenhum B é A”, ou seja, permite-se a inversão dos con-
juntos sem prejudicar o raciocínio.

Algum A é B

As próximas duas proposições também são categóri-


cas, mas não casos extremos como as anteriores em que
ou temos todos os elementos de A pertencente a B ou
não temos nenhum. A expressão “Algum A é B” estabe-
lece que ao menos um elemento pertence também ao No primeiro caso, como temos elementos exclusi-
conjunto B. Ela não fala quantos elementos de A perten- vos de A e B, esses elementos exclusivos satisfazem
cem a B (podem ser todos inclusive), o que ela descarta a proposição. No segundo caso, temos B como sub-
é o fato de nenhum elemento de A pertencer a B, e essa conjunto de A sem serem coincidentes, o que também
consideração será importante quando estudarmos a ne- deixam alguns elementos de A não pertencendo a B.
gação das proposições categóricas. Finalmente o terceiro caso, onde A e B não possuem
intersecção (coincidente com “Nenhum A é B”), temos
Além disso, são quatro diagramas possíveis para in- que os elementos de A não pertencem a B, bastava
terpretar essa proposição: apenas 1 mas nesse caso foram todos.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS

As quatro proposições categóricas também possuem


nomes formalizados que são de importante conhecimen-
to para se interpretar enunciados de concursos que utili-
zarem essas definições. Vamos a elas

Proposição Universal Afirmativa

A proposição universal afirmativa é equivalente a ex-


pressão “Todo A é B”, ou seja, todo o universo do conjun-
Os dois primeiros casos remetem ao conjunto A ser to A pertence a B.
subconjunto de B ou vice-versa. Em ambos consegui- Proposição Universal Negativa
mos afirmar que existe ao menos um elemento de A que
pertence a B. O terceiro caso é o mesmo de “Todo A é A proposição universal negativa é equivalente a ex-
B” pois, como dissemos, essa proposição afirma que te- pressão “Nenhum A é B”, ou seja, todo o universo do
mos no mínimo um elemento de A que está em B, en- conjunto A não pertence a B.
tão logicamente todos os elementos de A pertencerem
a B atendem a “Algum A é B”. E o último caso é aquele Proposição Particular Afirmativa
onde temos termos exclusivos de A e B, mas uma região
MATEMÁTICA

de interseção onde há elementos pertencentes aos dois


A proposição particular afirmativa é equivalente a ex-
conjuntos, satisfazendo a proposição.
pressão “Algum A é B”, ou seja, algum caso de todo o
Além disso, é possível inverter os conjuntos de posi-
universo do conjunto A pertence a B.
ção e manter a lógica correta, ou seja, se falarmos que
“Algum A é B”, pode-se afirmar que “Algum B é A”

116
Proposição Particular Negativa comentado acima, porém, existem casos mais elabora-
dos, onde pode haver 3 ou mais conjuntos para serem
A proposição particular negativa é equivalente a ex- analisados. Observe esse exemplo extraído de uma ban-
pressão “Algum A não é B”, ou seja, algum caso de todo ca que aborda muito o raciocínio lógico, a ESAF:
o universo do conjunto A não pertence a B. Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G
é R”. então é necessariamente verdadeiro que:
RELAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
A) Algum A não é G
As proposições categóricas possuem relações entre si B) Algum A é G
para aplicarmos valores lógicos quando necessário. Para C) Nenhum A é G
ajudar na memorização, construiu-se um diagrama com D) Algum G é A
as definições apresentadas abaixo: E) Nenhum G é A.

Observem neste caso que temos 3 conjuntos: A,R e


G e eles estão relacionados através de proposições cate-
góricas. Para resolver esse tipo de problema, temos que
utilizar dos diagramas de conjuntos para entende-lo. A
ordem de aplicação das proposições determina seu êxi-
to no exercício, onde recomenda-se começar pelas pro-
posições universais e depois partir para as particulares.
Iniciando então por “Nenhum G é R”, o diagrama fica da
seguinte forma:

As proposições que são contraditórias entre si, ou


seja, aquelas ligadas pela diagonal do problema serão
justamente as negações lógicas da proposição categóri-
ca considerada, ou seja:

- A negação de “Todo A é B” é “Algum A não é B”


- A negação de “Nenhum A é B” é “Algum A é B” Nesse caso, G e R não possuem intersecções. Feito
- A negação de “Algum A é B” é “Nenhum A é B” isso, deve-se analisar a proposição “Algum A é R”, que
- A negação de “Algum A não é B” é “Todo A é B” possui 4 casos distintos. Além disso, não sabemos se A
intersecta ou não o conjunto G, portanto teremos que
Ou seja, nas proposições categóricas, negar uma pro- considerar ambos os casos:
posição universal é transformá-la em uma proposição
particular de afirmação contrária e vice-versa. Isso refor- - A é subconjunto de R: Nesta primeira situação, A
ça o que foi dito no início do capítulo que a negação não poderá intersectar G pois está dentro de R e nenhum
de “Todo A é B” não é “Nenhum A é B” e agora fica fácil R é G:
de entender pois para que “Todo A é B” seja falso, basta
apenas um único elemento de A não pertencer a B, o
caracteriza a proposição “Algum A não é B”.

No caso das relações “subalternas”, quando temos o


valor lógico definido da proposição universal, podemos
expandi-lo para a sua correspondente proposição parti-
cular, ou seja:

- O valor lógico da proposição particular afirmati-


va será o mesmo que o da proposição universal
afirmativa. - R é subconjunto de A: Nesta primeira situação, po-
- O valor lógico da proposição particular negativa será demos ter A intersectando G ou não:
o mesmo que o da proposição universal negativa.

ANÁLISE COM MAIS DE UMA PROPOSIÇÃO CATE-


MATEMÁTICA

GÓRICA ENVOLVIDA

Os problemas envolvendo proposições categóricas


podem ser simples de se revolver como visto no exercício

117
- A e R são coincidentes: Neste caso, A não cruza G
pois nenhum R é G; A equivalência lógica é a relação entre duas proposi-
ções lógicas que serão ditas equivalentes, ou seja, ao se
montar a tabela-verdade de ambas, a distribuição dos
valores lógicos será a mesma.
O domínio desta teoria passará ao candidato a se-
gurança de se manipular expressões lógicas, buscando
a equivalência correta nas alternativas da questão. Na
maioria das vezes, os enunciados das questões de equi-
valência lógica, usando frases simples como: “A negação
da expressão ... é:” ou também “A expressão logicamente
- A e R possuem intersecção com elementos exclusi- equivalente a ... é:”.
vos: Neste caso, pode-se haver intersecção ou não Para resolver esses exercícios, o candidato deverá re-
de A em G: conhecer na expressão original que tipo de equivalência
pode ser usada e é isso que iremos apresentar nas seções
a seguir.

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS

Iniciando pelas equivalências mais simples, apresen-


taremos os cinco primeiros casos de relações lógicas:

DUPLA NEGAÇÃO

A dupla negação já foi introduzida quando se definiu


o operador lógico negação, ou o “não” e se apresentou
que “a negação da negação é a própria afirmação”. Em
outras palavras, a dupla negação anula dois operadores
“não” que estão juntos, como no exemplo a seguir:
~ ~𝑝 = 𝑝

Ou seja, os dois operadores lógicos “~” são retirados,


restando apenas a proposição simples.

IDEMPOTÊNCIA
Portanto são 6 casos para se analisar e verificar qual A idempotência trata de duas relações, uma com o
alternativa atende todos simultaneamente: operador “e” (conjunção) e outra com o operador “ou”
a) Algum A não é G: Se observarmos os 6 casos, sem- (disjunção). A idéia básica é mostrar que quando se apli-
pre há ao menos um todos os elementos de A que não ca esses operadores na mesma proposição simples, o re-
pertencem a G, ou seja, não há nenhum caso onde todos sultado é a própria proposição. Vejam os casos:
os elementos de A estão dentro de G. Logo esta alterna-
tiva aparenta ser a correta. 𝑝∧𝑝=𝑝
b) Algum A é G: No primeiro, terceiro, quarto e sexto
casos, nenhum elemento de A pertence a G, logo
esta alternativa não é a correta.
𝑝∨𝑝=𝑝
c) Nenhum A é G: No segundo e quinto casos, há ele-
mentos de A que estão em G, logo esta alternativa
não é a correta. Essa equivalência é fácil verificar na tabela-verdade:
d) Algum G é A: Os casos onde A e G não se cruzam
eliminam esta alternativa da mesma forma que na p
alternativa b
𝑝∧𝑝=𝑝 𝑝∨𝑝=𝑝
e) Nenhum G é A: Da mesma forma que as alternativa
V V V
b e d, os casos onde A e G possuem intersecção
são suficientes para eliminar esta alternativa. F F F

Logo, encontramos a alternativa correta. O que é im- Tanto na tabela-verdade da disjunção e da conjunção,
MATEMÁTICA

portante observar é que problemas envolvendo mais de quando ambas as proposições são VERDADEIRAS, o re-
uma proposição categórica podem ser complicados e re- sultado é VERDADEIRO e quando ambas são FALSAS, o
quererem uma análise aprofundada de todos os casos. resultado da proposição composta é FALSO.
EQUIVALÊNCIA LÓGICA

118
Usando frases nas proposições, essa propriedade nos DISTRIBUIÇÃO
permite dizer que se p = “João é professor”, temos que:
João é professor e João é professor = João é professor A propriedade distributiva também segue a analogia
João é professor ou João é professor = João é da propriedade vista na matemática, sendo conhecida
professor também como a propriedade “chuveirinho” onde a partir
de um operador lógico externo aos parênteses, faz-se a
COMUTAÇÃO distribuição nos elementos internos, desta forma:

A propriedade comutativa da equivalência lógica é 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟)


análoga a propriedade de mesmo nome da matemática.
Ela descreve que podemos mudar a ordem das propo- 𝑝 ∧ 𝑞𝑝 ∨
∨ 𝑟𝑞 =
∧ 𝑟𝑝 =
∧ 𝑞𝑝 ∨
∨ (𝑝
𝑞 ∧∧ 𝑟)
(𝑝 ∨ 𝑟)
sições simples sem afetar o resultado final. Existem três
casos: 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
𝑝𝑝 ∧∧𝑝𝑞𝑞∧=
𝑞 𝑞=
= 𝑞 ∧∧𝑞𝑝𝑝∧ 𝑝
Observe novamente que essa propriedade também é
𝑝𝑝 ∨∨𝑝𝑞𝑞∨=
𝑞𝑞=
𝑞 ∨∨𝑞𝑝𝑝∨ 𝑝
= válida APENAS para os operadores disjunção (“e”) e con-
𝑝↔
𝑝𝑝 ↔ 𝑞𝑞
𝑞𝑞 = = 𝑞↔𝑝𝑝 𝑝 junção (“ou”), sendo incorreto aplicar na condicional e na
↔ = 𝑞↔↔
bicondicional. Usando frases como exemplo, considere
que: p = “Almir é biólogo”, q = “Joseval é escritor” e r
Ou seja, para a disjunção, conjunção e bicondicional é
= “Arlequina é bandida”, assim:
possível inverter a ordem das proposições simples, man-
tendo o resultado final da proposição composta. Usando
A propriedade 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) nos
novamente frases como exemplo, temos que se p = “An-
permite dizer que a proposição:
𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 “Almir
= 𝑝 ∨é 𝑞biólogo, e Jo-
dei 5km” e q = “Tomei um suco”: ∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
seval é médico ou Arlequina é bandida” é equivalente
à proposição: “Almir é biólogo e Joseval é escritor, ou
Andei 5km e tomei um suco = Tomei um suco e andei
Almir é biólogo e Arlequina
𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟é bandida”
= 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
5 km
Andei 5km ou tomei um suco = Tomei um suco ou
Já a propriedade 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟) nos
andei 5 km
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, ou Jo-
Andei 5km se e somente se tomei um suco = Tomei
seval é médico e Arlequina é bandida” é equivalente à
um suco se e somente se andei 5 km
proposição: “Almir é biólogo ou Joseval é escritor, e Al-
mir é biólogo ou Arlequina é bandida”
FIQUE ATENTO!
O leitor mais atento percebeu uma poten- NEGAÇÃO DOS OPERADORES LÓGICOS
cial “pegadinha” nesta propriedade pois ela
não vale para o operador “Se...então” que Este tópico provavelmente é o mais importante deste
é a condicional. Muita atenção quando for capítulo pois apresentará as negações das proposições
utilizar essa propriedade! lógicas mais utilizadas: “Disjunção”, “Conjunção”, “Condi-
cional” e “Bicondicional”
ASSOCIAÇÃO Negação da conjunção – Regra de De Morgan
A propriedade associativa também tem a mesma ca- As negações da conjunção e da disjunção são conhe-
racterística encontrada na matemática, onde você pode cidas como Regras de De Morgan e são fáceis de memo-
inverter a ordem das operações lógicas. Isso só pode ser rizar pela sua estrutura simples:
feito caso tenhamos APENAS disjunção e conjunção nas
operações, observe: ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

𝑝∧ 𝑞∧𝑟 = 𝑝∧𝑞 ∧𝑟
A regra nos diz que ao negar uma conjunção, po-
𝑝∧ 𝑝
𝑞∨∧ 𝑟𝑞 ∨
= 𝑟 𝑝=
∧ 𝑞𝑝 ∨
∧𝑞𝑟 ∨𝑟 demos negar individualmente cada proposição simples
trocando o operador “e” por um operador “ou”. A prova
𝑝∨ 𝑞∨𝑟 = 𝑝∨𝑞 ∨𝑟 desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:

O que a propriedade nos mostrou é que podemos p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~~𝑝𝒑∨∼


∧ 𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞
fazer a operação entre p e q antes de realizar a operação
entre q e r. V V V F F F F
MATEMÁTICA

V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V

119
Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
equivalência.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Eu sei nadar” e q = “Eu sei correr”, a negação correta de
“Eu sei nadar e sei correr” será “Eu não sei nadar ou não sei correr”

NEGAÇÃO DA DISJUNÇÃO – REGRA DE DE MORGAN

A negação da disjunção também é conhecida como Regra de De Morgan:

∼ 𝑝 ∨ 𝑞 = ~𝑝 ∧∼ 𝑞

A regra nos diz que ao negar uma disjunção, podemos negar individualmente cada proposição simples trocando o
operador “ou” por um operador “e”. A prova desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:

p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝
~ 𝒑∨∼
∧𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

V V V F F F F
V F V F F V F
F V V F V F F
F F F V V V V

Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a
equivalência.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei de bicicleta” e q = “joguei futebol”, a negação cor-
reta de “Eu andei de bicicleta ou joguei futebol” será “Eu não andei de bicicleta e não joguei futebol”.

Negação da Condicional

A negação da condicional é uma expressão que vem derivada de outras duas equivalências lógicas: Regra de De
Morgan e Implicação material (apresentada nos tópicos seguintes). Como a ideia não é apresentar deduções, vamos
mostrar a equivalência e prová-la através da tabela-verdade:

∼ 𝑝 → 𝑞 = 𝑝 ∧∼ 𝑞

Montando a tabela-verdade:

p q 𝒑→𝒒 ~ 𝒑→𝒒 ~q 𝒑 ∧∼ 𝒒

V V V F F F
V F F V V V
F V V F F F
F F V F V F

Comparando a quarta e sexta colunas, podemos observar que todas as linhas possuem os mesmos valores lógicos,
comprovando a equivalência desta negação.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Fiz muitos gols” e q = “Sou o artilheiro”, a negação correta
de “Se fiz muitos gols então sou o artilheiro” será “Fiz muitos gols e não sou o artilheiro”.

NEGAÇÃO DA BICONDICIONAL

Certamente a negação da bicondicional é a expressão mais difícil dentre as apresentadas na equivalência lógica. Ela
não é simples de deduzir e usaremos a mesma abordagem da negação da condicional, que é apresentar a expressão
MATEMÁTICA

e provar com a tabela-verdade:

∼ 𝑝 ↔ 𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)

120
Montando a tabela-verdade:

p q 𝑝 ↔ 𝑞 =∼(𝑝𝑝∧∼
∼ ↔ 𝑞) ~p
𝑞 ∼∨=(𝑞
𝑝
(𝑝↔ 𝑞~q
~𝑝)
∧∧∼ 𝑞)
=∨(𝑝(𝑞∧∼
∧ ~𝑝)
𝑞) ∨∼(𝑞𝑝∧↔
~𝑝)
𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)
V V V F F F F F F
V F F V F V V F V
F V F V V F F V V
F F V F V V F F F

Observando a quarta e nona colunas, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equiva-
lência lógica.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Passei de ano” e q = “Tirei 10 na prova”, a negação cor-
reta de “Passei de ano se e somente se tirei 10 na prova” será “Passei de ano e não tirei 10 na prova ou tirei 10 na
prova e não passei de ano”

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS DA CONDICIONAL E BICONDICIONAL

Além das negações dos operadores lógicos condicional e bicondicional, existem outras equivalências lógicas
importantes que estatisticamente são cobradas com certa frequência nos concursos públicos e serão apresentadas
a seguir:

Implicação Material

A implicação material é uma equivalência lógica aplicada ao operador condicional que transforma esse operador
em uma disjunção (“ou”):

𝑝 → 𝑞 = ~𝑝 ∨ 𝑞

Montando a tabela-verdade:

p q ~p
𝑝 → 𝑞 𝑝 =→~𝑝
𝑞 ∨=𝑞~𝑝 ∨ 𝑞
V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

A terceira e quinta colunas possuem os mesmos valores lógicos em todas as linhas, podendo afirmar que são,
portanto, proposições equivalentes.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei distraído” e q = “Tropecei na calçada”, uma expres-
são equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Não andei distraído ou tropecei na calçada”

TRANSPOSIÇÃO

A transposição, como o próprio nome diz, é aplicada ao operador condicional, trocando de posição as propo-
sições simples, algo que não é permitido diretamente pela propriedade comutativa apresentada anteriormente. A
equivalência é a seguinte:

𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

Ou seja, nega-se e inverte-se as proposições simples para formar a equivalência. Comprovando pela tabela-verdade:

p q 𝑝 → 𝑞 = ~p
𝑝 →→𝑞~q
~𝑞 ~𝑝= ~𝑞 → ~𝑝
MATEMÁTICA

V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

121
Assim, como a terceira e sexta colunas são idênticas, temos a equivalência lógica comprovada.
Usando as frases da implicação material como exemplo novamente, se considerarmos p = “Andei distraído” e q
= “Tropecei na calçada”, uma expressão equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Se não
tropecei na calçada, então não andei distraído”

FIQUE ATENTO!
Sempre que no enunciado de um exercício de equivalência tivermos o operador condicional, desconfie se
não será aplicada as regras de implicação material ou transposição, normalmente elas que serão utilizadas
para resolver a questão!

EQUIVALÊNCIA MATERIAL

A equivalência material é a última relação que veremos neste capítulo e envolve o operador bicondicional que sem-
pre irá proporcionar expressões maiores para memorização. Além disso, são dois casos para se analisar: O primeiro,
transforma-se a bicondicional em duas operações condicionais:

𝒑↔𝒒 = 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒑

Intuitivamente essa expressão não é difícil pois o próprio nome “bicondicional” já se refere a “duas condicionais”.
O importante é lembrar que as duas condicionais são ligadas por um operador “e” e não por um operador “ou”. A
tabela-verdade fica:

p q 𝒑𝒑 ↔
↔ 𝒒𝒒 =
= 𝒑𝒑 →
→ 𝒒𝒒 ∧∧ 𝒒𝒒
𝒑→→
↔𝒑𝒑𝒒 = 𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒒 → 𝒑
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma expressão
equivalente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “Se a bolsa é azul então o estojo é vermelho
e se o estojo é vermelho então a bolsa é azul”.
O outro caso de equivalência material é a conversão da bicondicional em operadores “ou” e “e”:

𝒑 ↔ 𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

Essa expressão não é tão intuitiva como o primeiro caso mas dá para se criar um raciocínio imaginando que a bi-
condicional foi separada em duas conjunções das afirmações e negações ligadas por uma disjunção. A tabela-verdade
fica desta maneira:

p q 𝒑 ↔ 𝒒 = ~p
𝒑𝒑→↔𝒒~q
𝒒∧ =𝒒 →
𝒑 ∧𝒑𝒒 ∨ ~𝒑
𝒑↔∧ ~𝒒
𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

V V V F F V F V
V F F F V F F F
F V F V F F F F
F F V V V F V V

Com a terceira e oitava coluna idênticas, temos a equivalência comprovada. Usando as mesmas frases como exem-
plo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma outra expressão equivalente para “A
bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “A bolsa é azul e o estojo é vermelho ou a bolsa não é azul e
o estojo não é vermelho”.
MATEMÁTICA

122
Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo
produto deste número e seus antecessores, até se chegar
CONTAGEM E PROBABILIDADE ; NOÇÕES DE no número 1. Vejam os exemplos abaixo:
CONTAGEM; NOÇÕES DE PROBABILIDADE
3! = 3 ∙ 2 ∙ 1 = 6

5! = 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120
CONTAGEM E ANÁLISE COMBINATÓRIA

1. Princípio fundamental da Contagem Assim, basta ir multiplicando os números até se che-


gar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam
O princípio fundamental da contagem permite quan- muito rápido, veja quanto é 10!:
tificar situações ou casos de uma determinada situação 10! = 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 3628800
ou evento. Em outras palavras, é uma maneira sistemáti-
ca de “contar” a quantidade de “coisas”.
A base deste princípio se dá pela separação de ca- Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalhar-
sos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma mul- mos com valores tão altos, as operações com fatoriais
tiplicação de todos estes números é feita para achar a são normalmente feitas por último, procurando fazer o
quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir maior número de simplificações possíveis. Observe este
irá ilustrar isso. exemplo:
Exemplo: João foi almoçar em um restaurante no cen- 10!
tro da cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem Calcule 7!
3 tipos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes
e 5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distin-
tas ele pode fazer um pedido, pegando apenas 1 tipo de Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10!
cada alimento? separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria
Resolução: O princípio da contagem depende forte- muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro.
mente de uma organização do problema. A sugestão é Pela definição de fatorial, temos o seguinte:
sempre organizar cada caso em traços e preenchendo a
quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos dis- 10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
=
tintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer 7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
4 traços:
Observe que o denominador pode ser inteiramente
cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa
é uma particularidade interessante e facilitará demais a
simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produ-
Agora, preencheremos a quantidade de possibilida- to de 3 termos:
des de cada caso:
10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
= = 10 ∙ 9 ∙ 8 = 720
7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1

Essa operação é muito mais fácil que calcular os fato-


riais desde o começo!
Finalmente, multiplicamos os números: Agora que sabemos o que é fatorial e como simplifi-
cá-lo, podemos passar para os casos particulares de con-
tagem: Permutações, Combinações e Arranjos.

3. Permutações

Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se As permutações são definidas como situações onde
montar um prato. o número de elementos é igual ao número de posições
que podemos colocá-los. Considere o exemplo onde te-
2.Fatorial mos 5 pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber
de quantas maneiras diferentes podemos posicionar es-
Antes de definirmos casos particulares de contagem, sas pessoas. Esquematizando o problema, chamando de
iremos definir uma operação matemática que será utili- P as pessoas e C as cadeiras:
zada nas próximas seções, o fatorial. Define-se o sinal de
fatorial pelo ponto de exclamação, ou seja “ ! “. Assim,
MATEMÁTICA

quando encontrarmos 2! Significa que estaremos calcu-


lando o “fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fato-
rial está apresentada a seguir:

n! = n ∙ n − 1 ∙ n − 2 ∙ n − 3 … 3 ∙ 2 ∙ 1

123
Em problemas onde o número de elementos é igual
ao número de posições, teremos uma permutação. A fór-
mula da permutação, considerando que não há repetição Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas
de elementos é a seguinte: posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição
entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracte-
Pn = n! rizando uma repetição. Assim, para saber a quantidade
de anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da
Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições, permutação da seguinte forma:
basta eu calcular o fatorial de 5:
n!
Pna =
a!
P5 = 5! = 120
Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos
com “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7
Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 manei- letras (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que:
ras diferentes na fileira de cadeiras.
Observe que a fórmula da permutação é utilizada 7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
como não há repetição de elementos, mas e quando P73 = = = 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 = 840
3! 3∙2∙1
ocorre repetição? Neste caso, a fórmula da permutação
terá uma complementação, para desconsiderar casos re-
petidos que serão contados 2 ou mais vezes se utilizar- Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas
mos a fórmula diretamente. possíveis.
O exemplo mais comum destes casos é o que chama- Outro exemplo para deixar este conceito bem claro,
mos de Anagrama. Os anagramas são permutações das é quando temos dois elementos se repetindo. Por exem-
letras de uma palavra, formando novas palavras, sem a plo, calcule os anagramas da palavra TALITA:
necessidade de terem sentido ou não. Usando primeira-
mente um exemplo sem repetição, conte quantos ana-
gramas podemos formar com o nome BRUNO.

Montando a esquematização:

Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A”


também repete duas vezes. Na fórmula da permutação
com repetição, faremos duas divisões:
Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas
correspondentes e neste caso, é um problema de permu- n!
tação sem repetição: Pna,b =
a! b!

P5 = 5! = 120 Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo,


a correção é feita, dividindo pelas repetições de cada um.
Logo, podemos formar 120 anagramas com a pala- Como ambos repetem duas vezes:
vra BRUNO. Agora, vamos olhar a palavra MARIANA. Ela 6! 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 360
possui 7 letras, logo teremos 7 posições: P62,2 = = = = = 180
2! 2! 2∙1 ∙ 2∙1 2∙1 2

Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.

4. Combinações

As combinações e os arranjos, que serão apresenta-


dos a seguir, possuem uma característica diferente da
permutação. A diferença está no fato do número de po-
Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que
sições ser MENOR que o número de elementos, ou seja,
acontece quando montarmos um anagrama qualquer da
quando os elementos forem agrupados, sobrarão alguns.
MATEMÁTICA

palavra: Veja este exemplo: De quantas maneiras podemos for-


mar uma comissão de 3 membros, dentro os 7 funcioná-
rios de uma empresa?

Resolução: Este exemplo mostrará também como

124
diferenciar combinação de arranjo. Logo de início, podemos ver que não se trata de um problema de permutação, pois
temos 3 posições para 7 elementos. Para diferenciar combinação e arranjo, temos que verificar se a ordem de escolha
dos elementos importa ou não. Neste caso, a ordem não importa, pois estamos escolhendo 3 pessoas e não importa a
ordem que escolhemos elas pois a comissão será a mesma. Observe a esquematização:

As pessoas foram chamadas pelas letras de A até G. Vamos supor que escolheremos as pessoas A,D e G mas em
ordens diferentes:

É importante notar que as comissões ADG e GAD não possuem diferenças, já que as casas C1,C2 e C3 não possuem
nenhuma particularidade descrita no enunciado. Assim, trata-se de um problema de combinação. A fórmula da combi-
nação depende do número de elementos “n” e o número de posições “p”:

n!
Cn,p =
p! (n − p)!

No exemplo, temos 7 elementos e 3 posições, assim:

n! 7! 7! 7∙6∙5∙4∙3∙2∙1 7∙6∙5
Cn,p = = = = = = 7 ∙ 5 = 35
p! (n − p)! 4! 7 − 4 ! 4! .3! 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 3 ∙ 2 ∙ 1

Ou seja, podemos formar 35 comissões distintas.


5. Arranjos

Os arranjos seguem a mesma linha da combinação, onde o número de elementos deve ser maior que o número de
posições possíveis, mas com a diferença que a ordem de escolha dos elementos deve ser considerada. Vamos utilizar o
mesmo exemplo descrito na combinação, mas com algumas diferenças:
De quantas maneiras podemos formar uma comissão de 3 membros, composta por um presidente, um vice-presi-
dente e um secretário, dentro os 7 funcionários de uma empresa?
MATEMÁTICA

125
Observe que agora o enunciado classifica explicitamen-
te as posições, e podemos montar o esquema da seguinte
forma: EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (IF-BA – Professor – AOCP/2016) Na sequência cres-


cente de todos os números obtidos, permutando-se os
algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a :

a) 94ª
b) 95ª
c) 96ª
d) 97ª
As posições agora foram classificadas de acordo com e) 98ª
a posição que foi pedida no enunciado. Vamos observar
agora o que acontece quando selecionando novamente Resposta: Letra B.Deve-se contar todos os números
as pessoas A,D e G: anteriores a ele. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4! = 24
números; iniciando com 2 _ _ _ _ temos outros 24 nú-
meros, assim como iniciando com 3_ _ _ _. Depois temos
os números iniciados com “71_ _ _” que são 6 (3!), assim
como os iniciados em “72_ _ _” e “73_ _ _”. Depois
aparece o iniciado com “781_ _” que são 2 números,
assim como o “782 _ _”. O próximo já será o 78312.
Somando: 24+24+24+6+6+6+2+2=94. Logo, ele será
o 95ª número.

2. Quantas senhas com 4 algarismos diferentes podemos


escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,e 9?

Resposta: Esse exercício pode ser feito tanto com a


fórmula, quanto usando a princípio fundamental da
contagem.
1ª maneira: usando o princípio fundamental da
Neste caso, as duas comissões são diferentes, pois em contagem.
uma a pessoa A é presidente e na outra ela é vice-presi- Como o exercício indica que não ocorrerá repetição
dente. Como a ordem importa, temos um problema de nos algarismos que irão compor a senha, então tere-
arranjo. A fórmula de arranjo é mais simples que a fór- mos a seguinte situação:
mula de combinação: • 9 opções para o algarismo das unidades;
• 8 opções para o algarismo das dezenas, visto que já
n! utilizamos 1 algarismo na unidade e não pode repetir;
An,p =
(n − p)! • 7 opções para o algarismo das centenas, pois já utili-
zamos 1 algarismo na unidade e outro na dezena;
Tomando n=7 e p = 3 novamente: • 6 opções para o algarismo do milhar, pois temos que
tirar os que já usamos anteriormente.
n! 7! 7! 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
An,p = = = = = 7 ∙ 6 ∙ 5 = 210 Assim, o número de senhas será dado por:
(n − p)! 7 − 3 ! 4! 4∙3∙2∙1
9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 = 3 024 senhas
Ou seja, é possível formar 210 comissões neste caso. 2ª maneira: usando a fórmula
Veja que o número é maior que o número da combina- Para identificar qual fórmula usar, devemos perceber
ção. A razão é que comissões que antes eram repetidas que a ordem dos algarismos é importante. Por exem-
na combinação, deixaram de ser no arranjo. plo 1234 é diferente de 4321, assim iremos usar a fór-
mula de arranjo.
Então, temos 9 elementos para serem agrupados de 4
a 4. Desta maneira, o cálculo será:

9! 9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
A9,4 = = = = 3024 senhas
9 − 4 ! 5! 5!
MATEMÁTICA

126
BINÔMIO DE NEWTON Analogamente:
Terceiro termo:
1.Definição
5
1 5 10 10 5 1
Denomina-se Binômio de Newton, a todo binômio da a + b
forma , sendo n um número natural. 6
1 6 5+10=15 1
a + b
Ex: 3x − 2y , onde a = 3x, b = −2y e n = 4
4

Quarto termo:
Primeiramente, vamos desenvolver alguns binômios,
variando o seu grau (exponente): a + b
5
1 5 10 10 5 1

1 6 15 5+10=15 1
0
a + b 1
= 1 a + b
6

a + b = a+b
2 2 2
a + b = a + 2ab2 + b 2 3 Quinto termo:
a4 + 3a3 b + 3a2b 2 + b 3
3
3
a + b = 4
a + 4a4 b + 6a b3 2+ 4ab + b
4
a + b =
a + b
5
= a + 5a b + 10a b + 10a b + 5ab + b
5 2 3 4 5
a + b
5
1 5 10 10 5 1

Observe que, conforme o grau do binômio é aumen- a + b


6
1 6 15 20 5+10=15 1
tado, a quantidade de termos aumenta, mas que certo
padrão é seguido. Observando os coeficientes dos ter-
mos desenvolvidos, temos o seguinte padrão: Sexto termo:
a + b
5
1 5 10 10 5 1

a + b
0
1 a + b
6
1 6 15 20 15 5+1=6 1

a + b
1
1 1

a + b
2
1 2 1 Assim, seguindo o padrão de soma, consegue-se
construir qualquer linha do triângulo. Expandindo
a + b
3
1 3 3 1 até o expoente 10, temos que:

a + b
4
1 4 6 4 1

a + b
5
1 5 10 10 5 1

Esse padrão é conhecido como Triângulo de Pascal e


pode ser expandido da seguinte forma: Os termos das
pontas (primeiro e último) serão sempre iguais a 1 e os
termos interiores serão sempre a soma dos dois termos
correspondentes da linha anterior. Vamos desenvolver os
coeficientes dos termos para , lembrando que ele terá 1
termo a mais:
Obviamente, se tivermos um expoente alto, gastarí-
a + b
5
1 5 10 10 5 1 amos muito tempo para montar todo o triângulo. Para
resolver este problema, os conceitos de fatorial são bem
1 1
úteis. Relembrando a fórmula da combinação:
6
a + b

Com o primeiro e último termos iguais a 1, vamos n


Cn,p = p =
n!
agora efetuar as somas para encontrar os termos seguin- p! n − p !
tes:

a + b
5
1 5 10 10 5 1
MATEMÁTICA

a + b
6
1 1+5=6 1

127
Temos que o triângulo de Pascal pode ser reescrito
da seguinte forma: EXERCÍCIOS COMENTADOS

9
1. Determine o 7º termo do binômio 2x + 1 .

Resposta: 672x . Desenvolvendo o termo geral


3

para a = 2x, b = 1, n = 9 e p + 1 = 7 → p = 6 , chega-


-se ao resultado.

2.Qual o termo médio do desenvolvimento de 2x + 3y


8

?
4 4
Resposta: 90720x y . Desenvolve-se o termo geral
para a = 2x, b = 3y, n = 8 . Além disso, para n=8, o
binômio desenvolvido terá 9 termos, portanto o termo
do meio será o quinto termo, logo e p + 1 = 5 → p = 4
.

Ou seja, dado o expoente, você tem o valor de “n”. O 3. Desenvolvendo o binômio 2x − 3y , obtemos um
3n

valor de “p” será em função de qual termo você deseja polinômio de 16 termos. Qual o valor de n?
obter o coeficiente.
Resposta: 5 Se o binômio desenvolvido possui 16 ter-
Observe que se desejar o 5° termo de um binômio mos, seu grau será um dígito anterior a esse número,
desenvolvido, você terá p = 4, ou seja, não possui a mes- ou seja 15. Assim, 3n=15.
ma correspondência direta que temos em cada linha com
o valor de n. 4. Determine o termo independente de x no desenvolvi-
mento de x + 1 ..
6

x
Resposta: 20. Problema clássico de binômio de
2.Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton Newton, o termo independente será aquele onde os
expoentes de e são iguais, pois neste caso o x se
cancela, restando apenas números.
Agora que sabemos como obter cada coeficiente, fal-
ta responder se há algum padrão para os expoentes de
Para resolver, basta igualar os expoentes de “a” e “b”
“a” e “b” quando o binômio é desenvolvido.
do termo geral: n-p=p→n=2p. . Resolvendo para a=x,
1
b= e n=6, temos p=3→p+1=4, ou seja, o termo in-
x
dependente é o quarto termo do desenvolvimento.
Um termo genérico Tp+1 do desenvolvimento de
a + b , sendo um número natural, é dado por:
n

PROBABILIDADE
n –
n p p
Tp = ∙ a ∙ b
+1 p 1. Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento

Em uma tentativa com um número limitado de re-


Essa expressão pode obter qualquer termo de qual- sultados, todos com chances iguais, devemos considerar
quer expoente de um determinado binômio. Basta apli- três definições fundamentais:
carmos adequadamente a fórmula, usando os valores de Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos re-
“n” e “p”, além de identificarmos quem são os termos “a” sultados possíveis.
e “b”. Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos re-
Ex: 4° termo de a + b sultados possíveis; será representado por S e o número
5

Aplicando a fórmula, temos então que de elementos do espaço amostra por n(S).
p + 1 = 4 → p = 3 e n=5: Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do es-
paço amostral; será representado por A e o número de
elementos do evento por n(A).
5 −
5 3 3 5!
T4 = ∙ a ∙ b = a2 b3 = 10a2 b3
3 3! 5 − 3 ! Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,
MATEMÁTICA

portanto são eventos.


Se você observar os exemplos anteriores, verá que Ø = evento impossível.
S = evento certo.
este é exatamente o valor do termo do desenvolvimento.

128
2. Conceito de Probabilidade 5.União de Eventos

As probabilidades têm a função de mostrar a chance Considere A e B como dois eventos de um espaço
de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer amostral S, finito e não vazio, temos:
um determinado evento A, que é simbolizada por P(A),
de um espaço amostral S≠ Ø , é dada pelo quociente en-
tre o número de elementos A e o número de elemento S.
Representando:
n(A)
P A =
N(S)

Ex: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1 n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)↔


a 6, e observar o lado virado para cima, temos:
a) um espaço amostral, que seria o conjunto S n(A ∪ B) n(A) n(B) n(A ∩ B)
{1,2,3,4,5,6}.. ↔ = + −
n(S) n(S) n(S) n(S)
b) um evento número par, que seria o conjunto A1 =
{2,4,6} C S.
c) o número de elementos do evento número par é Logo: P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B)
n(A1) = 3.
d) a probabilidade do evento número par é 1/2, pois 6. Eventos Mutuamente Exclusivos
n(A1 ) 3 1
P A = = =
N(S) 6 2

3.Propriedades de um Espaço Amostral Finito e


Não Vazio

a) Em um evento impossível a probabilidade é igual a


zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual
a 1. Simbolicamente: P( Ø ) = 0 e P(S)= 1 Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão de-
b) Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ nominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B
P(A) ≤ 1. = 0, portanto: P(A ∪ B) = P(A) + P(B). Quando os eventos
c) Se A for o complemento de A em S, neste caso P(A) A1 , A2 , A3 , … , An de S forem, de dois em dois, sempre mu-
= 1 - P(A) tuamente exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:

4. Demonstração das Propriedades


P(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An ) = P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An )
Considerando S como um espaço finito e não vazio,
temos: 7. Eventos Exaustivos

Quando os eventos A , A , A , … , A de S forem,


de dois em dois, mutuamente exclusivos, estes serão de-
1 2 3 n

nominados exaustivos se:


A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An = S

A∪�
A=S
� � =∅
A∩A
MATEMÁTICA

129
que Roberto teve que trabalhar a mais para conseguir
seu dia de folga foi igual a Parte superior do formulário
HORA DE PRATICAR!
a) 16
1.(SAAE de Aimorés – MG) Em uma festa de aniversário, b) 15
cada pessoa ingere em média 5 copos de 250 ml de refri- c) 18
gerante. Suponha que em uma determinada festa, havia d) 13
20 pessoas presentes. Quantos refrigerantes de 2 litros o e) 12
organizador da festa deveria comprar para alimentar as
20 pessoas?  7.(ITAIPU BINACIONAL) O valor da expressão:
1 + 1 + 1 + 1𝑥7 + 1 + 1𝑥0 + 1 − 1 é
a) 12
a) 0
b) 13
b) 11
c) 15
c) 12
d) 25
d) 29
e) 32
2. Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa
CORRETA: 8. Qual a diferença prevista entre as temperaturas no
I) 3 𝑥 4 ∶ 2 = 6 Piauí e no Rio Grande do Sul, num determinado dia, se-
II) 3 + 4 𝑥 2 = 14 gundo as informações? Tempo no Brasil: Instável a enso-
III) O resto da divisão de 18 por 5 é 3 larado no Sul. Mínima prevista -3º no Rio Grande do Sul.
Máxima prevista 37° no Piauí.
a) I somente
b) I e II somente a) 34
c) I e III somente b) 36
d) I, II e III c) 38
d) 40
3. (Pref. de Timon – MA) O problema de divisão 648 : 2 e) 42
é equivalente à:
9. Qual é o produto de três números inteiros consecuti-
a) 600: 2 𝑥 40: 2 𝑥 8: 2 vos em que o maior deles é –10?
b) 6: 2 + 4: 2 + 8: 2
c) 600: 2 − 40: 2 − 8: 2 a) -1320
d) 600: 2 + 40: 2 + 8: 2 b) -1440
e) 6: 2𝑥4: 2𝑥8: 2 c) +1320
d) +1440
4. (Pref. de São José do Cerrito – SC) Qual o valor da e) nda
expressão: 34 + 14.4⁄2 − 4 ?
10. Três números inteiros são consecutivos e o menor
a) 58 deles é +99. Determine o produto desses três números.
b) -31
c) 92 a) 999.000
d) -96 b) 999.111
c) 999.900
5. (IF-ES) Um caminhão tem uma capacidade máxima de d) 999.999
700 kg de carga. Saulo precisa transportar 35 sacos de ci- e) 1.000.000
mento de 50 kg cada um. Utilizando-se desse caminhão,
o número mínimo de viagens que serão necessárias para 11. Adicionando –846 a um número inteiro e multiplican-
realizar o transporte de toda a carga é de: do a soma por –3, obtém-se +324. Que número é esse?

a) 4 a) 726
b) 5 b) 738
c) 2 c) 744
d) 6 d) 752
e) 3 e) 770

6. (Pref. Teresina – PI) Roberto trabalha 6 horas por dia 12. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à
MATEMÁTICA

de expediente em um escritório. Para conseguir um dia primeira parcela, e subtrairmos 5 da segunda parcela, o
extra de folga, ele fez um acordo com seu chefe de que que ocorrerá com o total?
trabalharia 20 minutos a mais por dia de expediente pelo
número de dias necessários para compensar as horas de a) -2
b) -1
um dia do seu trabalho. O número de dias de expediente

130
c) +1 18. (TRF-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) O
d) +2 resultado da expressão numérica 53 : 51 × 54 : 5 × 55 : 5 :
e) +3 56 - 5 é igual a :

13. (Prefeitura de Chapecó – Engenheiro de Trânsito a) 120.


1
– IOBV/2016) A alternativa cujo valor não é divisor de b) 5
18.414 é: c) 55.
d) 25.
a) 27 e) 620.
b) 31
c) 37 19. (FEI-SP) O valor da expressão B = 5 . 108 . 4 . 10-3 é:
d) 22
a) 206
14. Verifique se os números abaixo são divisíveis por 4. b) 2 . 106
c) 2 . 109
a) 23418 d) 20 . 10-4
b) 65000
c) 38036 20. (PREF. GUARULHOS-SP –ASSISTENTE DE GES-
d) 24004 TÃO ESCOLAR – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita
e) 58617 monitorada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos
do 9º ano de certa escola foram divididos em grupos,
15. (ALGÁS – ASSISTENTE DE PROCESSOS ORGANI- todos com o mesmo número de alunos, sendo esse nú-
ZACIONAIS – COPEVE/2014) mero o maior possível, de modo que cada grupo tivesse
somente alunos de um único ano e que não restasse ne-
Critério de divisibilidade por 11 nhum aluno fora de um grupo. Nessas condições, é cor-
reto afirmar que o número total de grupos formados foi
Esse critério é semelhante ao critério de divisibilidade por
9. Um número é divisível por 11 quando a soma alter-
a) 8
nada dos seus algarismos é divisível por 11. Por soma
b) 12
alternada queremos dizer que somamos e subtraímos
c) 13
algarismos alternadamente (539  5 - 3 + 9 = 11).
d) 15
Disponível em:<http://educacao.globo.com>  . Acesso
e) 18
em: 07 maio 2014.  

Se A e B são algarismos do sistema decimal de numera- 21. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS-
ção e o número 109AB é múltiplo de 11, então TRATIVO – IDHTEC/2016) Um ciclista consegue fazer
um percurso em 12 min, enquanto outro faz o mesmo
a) B = A percurso 15 min. Considerando que o percurso é circular
b) A+B=1 e que os ciclistas partem ao mesmo tempo do mesmo
c) B-A=1 local, após quanto tempo eles se encontrarão?
d) A-B=10
e) A+B=-10 a) 15 min
b) 30 min
16. (IF-SE – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFOR- c) 1 hora
MAÇÃO - FDC-2014) João, nascido entre 1980 e 1994, d) 1,5 horas
irá completar, em 2014, x anos de vida. Sabe-se que x e) 2 horas
é divisível pelo produto dos seus algarismos. Em 2020,
João completará a seguinte idade: 22. (PREF. SANTA TERIZINHA DO PROGRESSO-SC
– PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CURSIVA/2018)
a) 32 Acerca dos números primos, analise.
b) 30
c) 28 I- O número 11 é um número primo;
d) 26 II- O número 71 não é um número primo;
III- Os números 20 e 21 são primos entre si.
17. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINIS-
TRATIVO – IDHTEC/2016) O número 102 + 101 + 100 é Dos itens acima:
a representação de que número?
a) Apenas o item I está correto.
MATEMÁTICA

a) 100 b) Apenas os itens I e II estão corretos.


b) 101 c) Apenas os itens I e III estão corretos.
c) 010 d) Todos os itens estão corretos.
d) 111
e) 110

131
23. (SAMAE DE CAXIAS DO SUL –RS – OPERADOR participações dos três permanecessem inalteradas. As-
DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ES- sim, após a partilha, a nova participação de André no
GOTO – OBJETIVA/2017) Marcar C para as afirmati- negócio deve ser igual a:
vas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alter-
nativa que apresenta a sequência CORRETA: a) 20%.
b) 8%
(---) Pertencem ao conjunto dos números naturais ímpa- c) 12,5%
res os números ímpares negativos e os positivos. d) 15%
(---) O número 72 é divisível por 2, 3, 4, 6, 8 e 9 e) 10,5%
(---) A decomposição do número 256 em fatores primos
é 27 27. (PREF. GUARULHOS-SP – AUXILIAR ADMINIS-
(---) Considerando-se os números 84 e 96, é correto afir- TRATIVO – VUNESP/2018) Um terreno retangular tem
mar que o máximo divisor comum é igual a 12. 35 m de largura e 1750 m2 de área. A razão entre a largu-
ra e o comprimento desse terreno é 
a) E - E - C - C.
b) E - C - C - E. a) 0,8.
c) C - E - E - E. b) 0,7.
d) E - C - E - C. c) 0,6.
e) C - E - C - C. d) 0,5.
e) 0,4.
24. (PREF. GUARULHOS-SP – AGENTE ESCOLAR
– VUNESP/2016) No ano de 2014, três em cada cinco 28. (UTPR 2018) O preço de cada peça é definido pro-
estudantes, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, estavam porcionalmente à área de cada uma em relação à unida-
cursando o ensino superior, segundo dados do Instituto de padrão. Por exemplo, a área da peça B é metade da
Brasileiro de Geografia e Estatística. Supondo-se que na- área da unidade padrão, desse modo o preço da peça B
é metade do preço da unidade padrão, ou seja, R$ 12,00.
quele ano 2,4 milhões de estudantes, naquela faixa etária,
Assim, as peças A, C e D custam respectivamente: 
não estivesse cursando aquele nível de ensino, o número
dos que cursariam o ensino superior, em milhões, seria:
a) R$ 12,00; R$ 12,00; R$ 4,00
b) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 6,00
a) 3,0
c) R$ 6,00; R$ 4,00; R$ 4,00
b) 3,2
d) R$ 12,00; R$ 4,00; R$ 6,00
c) 3,4
e) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 4,00
d) 3,6
e) 4,0 29. Dividindo-se 660 em partes inversamente proporcio-
nais aos números 1/2, 1/3 e 1/6 obtém-se que números?
25 (PREF. TERRA DE AREIA-RS – AGENTE ADMI-
NISTRATIVO – OBJETIVA/2016) Três funcionários a) 30, 10, 5.
(Fernando, Gabriel e Henrique) de determinada empresa b) 30, 20, 10.
deverão dividir o valor de R$ 950,00 entre eles, de forma c) 40, 30, 20.
diretamente proporcional aos dias trabalhos em certo d) 20, 10, 5
mês. Sabendo-se que Fernando trabalhou 10 dias, Ga-
briel, 12, e Henrique, 16, analisar os itens abaixo:  30. Certo concreto é obtido misturando-se uma parte de
cimento, dois de areis e quatro de pedra. Qual será (em
I - Fernando deverá receber R$ 260,00. m³) a quantidade de areia a ser empregada, se o volume
II - Gabriel deverá receber R$ 300,00. a ser concretado é 378 m³?
III - Henrique deverá receber R$ 410,00.
a) 108m3
Está(ão) CORRETO(S): b) 100m3
c) 80m3
a) II e) 60m3
b) I e II
c) I e III 31. A herança de R$ 30.000,00 deve ser repartida entre
d) II e III Antonio, Bento e Carlos. Cada um deve receber em partes
e) Todos os itens diretamente proporcionais a 3, 5 e 6, respectivamente, e
inversamente proporcionais às idades de cada um. Sa-
26. (TRT- 15ª REGIÃO SP– ANALISTA JUDICIÁRIO bendo-se que Antonio tem 12 anos, Bento tem 15 anos
– FCC/2018) André, Bruno, Carla e Daniela eram só- e Carlos 24 anos, qual será a parte recebida por Bento?
MATEMÁTICA

cios em um negócio, sendo a participação de cada um,


respectivamente, 10%, 20%, 20% e 50%. Bruno faleceu a) R$ 12.000,00.
e, por não ter herdeiros naturais, estipulara, em testa- b) R$ 14.000,00.
mento, que sua parte no negócio deveria ser distribuí- c) R$ 8.000,00.
da entre seus sócios, de modo que as razões entre as d) R$ 24.000,00

132
32. (SAAE Aimorés- MG – Ajudante – MÁXIMA/2016) 37. (PREF. TANGUÁ-RJ – TÉCNICO E ENFERMAGEM
Misturam-se 30 litros de álcool com 20 litros de gasolina. – MS CONCURSOS/2017) Raoni comprou um fogão
A porcentagem de gasolina na mistura é igual a:  com 25% de desconto, pagando por ele R$ 330,00. Qual
era o preço do fogão sem o desconto?
a) 40%
b) 20% a) R$ 355,00
c) 30% b) R$ 412,50
d) 10% c) R$ 440,00
d) R$ 460,00
33. (PREF. PIRAÚBA-MG – OFICIAL DE SERVIÇO PÚBLI-
CO – MS CONCURSOS/2017) Certo estabelecimento de 38. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Ao comprar
ensino possui em seu quadro de estudantes alunos de várias um produto, José obteve um desconto de 12% (doze
idades. A quantidade de alunos matriculados neste estabele- por cento) por ter pagado à vista e pagou o valor de R$
cimento é de 1300. Sabendo que deste total 20% são alunos 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
maiores de idade, podemos concluir que a quantidade de condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:
alunos menores de idade que estão matriculados é:
a) R$ 118,27
a) 160 b) R$ 125,00
b) 1040 c) R$ 120,00
c) 1100 d) R$ 130,00
d) 1300 e) R$ 115,00

34. (PREF. JACUNDÁ-PA – AUXILIAR ADMINISTRA- 39. (PREF. ITAPEMA-SC – AGENTE MUNICIPAL DE
TIVO – INAZ/2016) Das 300 dúzias de bananas que seu TRÂNSITO – MS CONCURSOS/2016) Segundo da-
José foi vender na feira, no 1° dia, ele vendeu 50% ao dos do IBGE, a população de Itapema (SC) em 2010 era
preço de R$ 3,00 cada dúzia; no 2° dia ele vendeu 30% de, aproximadamente, 45.800 habitantes. Já atualmente,
da quantidade que sobrou ao preço de R$ 2,00; e no 3° essa população é de, aproximadamente, 59.000 habitan-
dia ele vendeu 20% do que restou da venda dos dias tes. O aumento percentual dessa população no período
anteriores ao preço de R$ 1,00. Quanto seu José apurou de 2010 a 2016 foi de:
com as vendas das bananas nos três dias?
a) 22,4%
a) R$ 700,00 b) 28,8%
b) R$ 540,00 c) 71,2%
c) R$ 111,00 d) 77,6%
d) R$ 450,00
e) R$ 561,00 40. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Joana gas-
tou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto,
35. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2016) Com a porcentagem que representa o que restou para Joana
a criação de leis trabalhistas, houve muitos avanços em do valor que possuía é:
relação aos direitos dos trabalhadores. Entretanto, ainda
há muitas barreiras. Atualmente, a renda das mulheres a) 76%
corresponde, aproximadamente, a três quartos da renda b) 24%
dos homens. Considerando os dados apresentados, qual c) 32%
a diferença aproximada, em termos percentuais, entre a d) 68%
renda do homem e a da mulher? e) 82%

a) 75% 41. (TRT 11ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –


b) 60% FCC/2015) Em 2015 as vendas de uma empresa foram 60%
c) 34% superiores as de 2014. Em 2016 as vendas foram 40% infe-
d) 25% riores as de 2015. A expectativa para 2017 é de que as ven-
das sejam 10% inferiores as de 2014. Se for confirmada essa
36. (EBSERH – TÉCNICO EM ENFERMAGEM – expectativa, de 2016 para 2017 as vendas da empresa vão.
IBFC/2017) Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e
ainda lhe restou R$ 570,00. Nessas condições o salário a) diminuir em 6,25%
de Paulo é igual a: b) aumentar em 4%
c) diminuir em 4%
a) R$ 2375,00 d) diminuir em 4,75%
MATEMÁTICA

b) R$ 750,00 e) diminuir em 5,5%


c) R$ 1240,00
d) R$ 1050,00
e) R$ 875,00

133
42. (SAMAE CAXIAS DO SUL –RS –AJUSTADOR DE 45. Em seu testamento, uma mulher decide dividir seu
HIDRÔMETROS – OBJETIVA/2017) Em certa turma de patrimônio entre seus quatro filhos. Tal divisão foi feita
matemática do Ensino Fundamental, o professor dividiu da seguinte forma:
igualmente os 34 alunos em dois grupos (A e B) para
que participassem de certa competição de matemática • João receberá 1/5;
envolvendo frações. Para cada resposta correta dada • Camila receberá 15%;
pelo grupo, este ganhava 10 pontos e, para cada respos- • Ana receberá R$ 16.000,00;
ta incorreta, o grupo transferia 5 dos seus pontos para a • Carlos receberá 25%.
equipe adversária. Considerando-se que os grupos A e B A fração que representa a parte do patrimônio recebida
iniciaram a competição com 20 pontos cada, e as ques- por Ana é:
tões foram as seguintes, assinalar a alternativa CORRETA:
a) 2/4.
b) 3/5.
c) 2/5.
d) 1/4.
e) 3/4.

46. Bela é uma leitora voraz. Ela comprou uma cópia


do best seller «A Beleza da Matemática». No primeiro dia,
Bela leu 1/5 das páginas mais 12 páginas, e no segundo
dia, ela leu 1/4 das páginas restantes mais 15 páginas.
No terceiro dia, ela leu 1/3 das páginas restantes mais 18
páginas. Então, Bela percebeu que restavam apenas 62
páginas para ler, o que ela fez no dia seguinte. Então, o
livro lido por Bela possuía o seguinte número de páginas:

a) 120.
b) 180.
c) 240.
d) 300.

47. (EMAP – CARGOS DE NÍVEL MËDIO – CES-


PE/2018) Os operadores dos guindastes do Porto de
a)  grupo B ficou com 25 pontos a mais do que o grupo A. Itaqui são todos igualmente eficientes. Em um único dia,
b) grupo A ficou com 10 pontos a mais do que o grupo B. seis desses operadores, cada um deles trabalhando du-
c) grupo B ganhou ao todo 30 pontos e perdeu 5. rante 8 horas, carregam 12 navios.
d) grupo A ganhou ao todo 20 pontos e perdeu 10.
e) Os dois grupos terminaram a competição com a mes- Com referência a esses operadores, julgue o item
ma pontuação, 30 pontos cada. seguinte.

43. (UFGO) Uma fração equivalente a 3/4 cujo denomi- Para carregar 18 navios em um único dia, seis desses
nador é um múltiplo dos números 3 e 4 é: operadores deverão trabalhar durante mais de 13 horas.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO
a) 6/8
b) 9/12
c) 15/24 48. (PREF. SUZANO-SP – GUARDA CIVIL MUNICI-
d) 12/16 PAL – VUNESP/2018) Para imprimir um lote de panfle-
tos, uma gráfica utiliza apenas uma máquina, trabalhan-
44. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2018) O nú- do 5 horas por dia durante 3 dias. O número de horas
mero decimal que representa a quantidade de crianças e diárias que essa máquina teria que trabalhar para impri-
jovens envolvidos em atividades não agrícolas no Brasil, mir esse mesmo lote em 2 dias seria 
segundo o PNAD 2015, é: 
a) 8,0.
a) 68/10 b) 7,5.
b) 0,68 c) 7,0.
c) 6,8 d) 6,5.
d) 68/100 e) 6,0.
MATEMÁTICA

134
49. (VUNESP – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CAR- 54. (VUNESP – AUXILIAR AGROPECUÁRIO – 2014)
LOS – AGENTE DE COPA – 2013) Com uma lata de leite O refeitório de uma fábrica prepara suco para servir no
condensado, é possível se fazer 30 brigadeiros. Sabendo almoço. Com 5 litros de suco é possível encher comple-
que o preço de cada lata é de 4 reais, e para uma come- tamente 20 copos de 250 ml. Em um certo dia, foram
moração serão necessários 450 brigadeiros, o total gasto, servidas 90 refeições e acompanhando cada uma delas,
em reais, para fazer esses brigadeiros, será de 1 copo com 250 ml de suco. O número, mínimo, de litros
de suco necessário para o almoço, desse dia, foi
a) 45
b) 53 a) 21,5.
c) 60 b) 22.
d) 70. c) 22,5.
d) 23.
50. (VUNESP – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CAR- e) 23,5.
LOS – RECEPCIONISTA – 2013) Num posto de gaso-
lina, foi pedido ao frentista que enchesse o tanque de 55. (PREF. TERESINA-PI – PROFESSOR – NUCE-
combustível. Foram colocados 20,6 litros de gasolina, pe- PE/2016) Sabendo que o comprimento do muro Parque
los quais custou R$ 44,29. Se fossem colocados 38 litros Zoobotânico é de aproximadamente 1,7 km e sua altura
de gasolina, o valor a ser pago seria de é de 1,7 m, um artista plástico pintou uma área corres-
pondente a 34 m² do muro em 8 horas trabalhadas em
a) R$ 37,41. um único dia. Trabalhando no mesmo ritmo e nas mes-
b) R$ 79,80. mas condições, para pintar este muro, o pintor levará
c) R$ 81,70.
d) R$ 85,30. a) 83 dias.
e) R$ 88,50. b) 84 dias.
c) 85 dias.
51. (VUNESP - CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CAR- d) 86 dias.
LOS – RECEPCIONISTA – 2013) Lendo 30 páginas por e) 87 dias.
dia de um livro, gastarei 6 dias para ler esse livro. Se eu
ler 20 páginas por dia desse mesmo livro, gastarei 56. (SES-PR – TÉCNICO DE ENFERMAGEM –
UFPR/2009) Uma indústria metalúrgica consegue pro-
a) 9 dias. duzir 24.000 peças de determinado tipo em 4 dias, tra-
b) 8 dias. balhando com seis máquinas idênticas, que funcionam 8
c) 6 dias. horas por dia em ritmo idêntico de produção. Quantos
d) 5 dias. dias serão necessários para que essa indústria consiga
e) 4 dias. produzir 18.000 peças, trabalhando apenas com 4 dessas
máquinas, no mesmo ritmo de produção, todas elas fun-
52. (VUNESP – PROCON – AUXILIAR DE MANUTEN- cionando 12 horas por dia?
ÇÃO – 2013) Um supermercado fez a seguinte oferta
“3/4 de quilograma de carne moída por apenas R$ 4,50 a) 3.
‘’. Uma pessoa aproveitou a oferta e comprou 3 quilogra- b) 4.
mas de carne moída. Essa pessoa pagou pelos 3 quilo- c) 5.
gramas de carne d) 6.
e) 8.
R$ 18,00.
R$ 18,50. 57. (CISMARPA – AUXILIAR ADMINISTRATIVO –
R$ 19,00. IPEFAE/2015)  Em um restaurante, 4 cozinheiros fazem
R$ 19,50. 120 pratos em 5 dias. Para atender uma demanda maior
R$ 20,00. de pessoas, o gerente desse estabelecimento contratou
mais 2 cozinheiros. Quantos pratos serão feitos em 8 dias
53. (VUNESP – TJM – SP – AGENTE DE SEGURAN- de funcionamento do restaurante? 
ÇA JUDICIÁRIA – 2013) Se certa máquina trabalhar
seis horas por dia, de forma constante e sem parar, ela a) 288
produzira n peças em seis dias. Para produzir quantidade b) 294
igual das mesmas peças em quatro dias, essa máquina c) 296
deverá trabalhar diariamente, nas mesmas condições, um d) 302
número de horas igual a
MATEMÁTICA

a) 12.
b) 10.
c) 9.
d) 8.

135
58. (CRO-SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
VUNESP/2015) Cinco máquinas, todas de igual eficiên- GABARITO
cia, funcionando 8 horas por dia, produzem 600 peças
por dia. O número de peças que serão produzidas por 12
dessas máquinas, funcionando 10 horas por dia, durante 1 B
5 dias, será igual a
2 C
a) 1800. 3 D
b) 3600. 4 A
c) 5400.
d) 7200. 5 E
e) 9000. 6 C
7 B
59. (PREF. PORTO ALEGRE-RS – FMP CONCUR-
SOS/2012) A construção de uma casa é realizada em 10 8 D
dias por 30 operários trabalhando 8 horas por dia. O nú- 9 A
mero de operários necessários para construir uma casa
10 C
em 8 dias trabalhando 6 horas por dia é
11 B
a) 18. 12 E
b) 24.
c) 32. 13 C
d) 38. 14 B
e) 50. 15 C
60.(VUNESP – PMESP – CURSO DE FORMAÇÃO DE 16 B
OFICIAIS – 2014) A tabela, com dados relativos à cidade 17 D
de São Paulo, compara o número de veículos de frota, o 18 A
número de radares e o valor total, em reais, arrecada-
do com multas de trânsito, relativos aos anos de 2004 e 19 B
2013: 20 D
21 C
Ano Frota Radares Arrecadação 22 C
2004 5,8 milhões 260 328 milhões 23 D
2013 7,5 milhões 601 850 milhões 24 D

Se o número de radares e o valor da arrecadação ti- 25 A


vessem crescido de forma diretamente proporcional 26 C
ao crescimento da frota de veículos no período con- 27 B
siderado, então em 2013 a quantidade de radares e o
valor aproximado da arrecadação, em milhões de reais 28 E
(desconsiderando-se correções monetárias), seriam, 29 A
respectivamente, 30 B
a) 336 e 424. 31 A
b) 336 e 426. 32 A
c) 334 e 428. 33 B
d) 334 e 430.
e) 330 e 432. 34 E
35 D
36 B
37 C
38 C
39 B
MATEMÁTICA

40 A
41 A
42 C

136
43 B ANOTAÇÕES
44 C
45 B
46 C ___________________________________________________________

47 ERRADO ____________________________________________________________
48 B ____________________________________________________________
49 C
____________________________________________________________
50 C
51 A ____________________________________________________________
52 A ____________________________________________________________
53 C
____________________________________________________________
54 C
____________________________________________________________
55 C
56 A ____________________________________________________________
57 A ____________________________________________________________
58 E
____________________________________________________________
59 E
60 A ____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

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MATEMÁTICA

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137
ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

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_____________________________________________________________________________________________________________________________

138
ÍNDICE

LÍNGUA INGLESA

Compreensão e Interpretação de Textos....................................................................................................................................................... 1


Estruturas Gramaticais. Substantivos: gênero, número, contáveis e incontáveis.......................................................................... 5
Pronomes: pessoal, oblíquo, possessivo, reflexivo, demonstrativo, relativo, indefinido e interrogativo............................. 7
Adjetivos: graus comparativo e superlativo................................................................................................................................................. 10
Preposições............................................................................................................................................................................................................... 13
Conjunções................................................................................................................................................................................................................ 14
Advérbios: tempo, lugar, modo e frequência.............................................................................................................................................. 15
Numerais.................................................................................................................................................................................................................... 16
Artigos: definidos e indefinidos........................................................................................................................................................................ 17
Verbos: modos, tempos, formas e vozes. Caso possessivo. Question tag e respostas curtas. Orações condicionais.... 18
será mais superficial. Por isso, o ponto de partida para
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE uma leitura eficiente está sempre em você. Mas também
TEXTOS não adianta buscar apenas informação de coisas que te
atraem, coisas que você gosta de saber. É preciso ampliar
TÉCNICA DE LEITURA DE TEXTO DE LÍNGUA sua visão de mundo. Se você for mulher, busque saber
INGLESA algo sobre futebol também, sobre carros, sobre coisas do
mundo masculino. Se você for homem, busque também
No Brasil, de um modo geral, o inglês instrumental conhecer assuntos do mundo feminino como cosméticos
é uma das abordagens do ensino do Inglês que centra- e vestuário. Busquem ambos interessar-se por assuntos
liza a língua técnica e científica focalizando o emprego relacionados a crianças, idosos, povos diferentes do seu,
de estratégias específicas, em geral, voltadas à leitura. países variados, regiões do mundo sobre as quais que
Seu foco é desenvolver a capacidade de compreensão você normalmente não sabe nada. Leia jornais, revistas,
de textos de diversas áreas do conhecimento. O estudo sites da internet, pesquise coisas curiosas, assista a pro-
da gramática restringe-se a um mínimo necessário nor- gramas de TV jornalísticos, de variedades, de humor, de
malmente associado a um texto atual ou similar que foi esportes, de ciência, de religião, de saúde, de entreteni-
veiculado em periódicos. O conhecimento de uma boa mento, converse com pessoas de opiniões, idades e clas-
quantidade de palavras também faz parte das técnicas ses sociais diferentes da sua, dê valor a todos os assuntos
que serão relacionadas abaixo. porque você nunca sabe qual tema será abordado num
texto de uma prova. Esteja preparado para todos eles.
Dependendo do objetivo de sua leitura, você terá Desta forma podemos agilizar sua compreensão acerca
que saber utilizar algum dos três níveis diferentes de de um texto. Desta forma você terá mais prazer ao ler,
compreensão: pois compreenderá os mais variados textos. Desta for-
ma você verá que é capaz de adquirir conhecimento em
Compreensão Geral: obtida através de uma leitura uma língua estrangeira. Desta forma poderemos minimi-
rápida, “uma passada de olho rápida no texto”, para cap- zar seus problemas e aumentar suas chances de obter o
tarmos as informações gerais acerca dele, ou seja, aquilo sucesso.
que é de maior importância, seu tema geral, seu assunto
principal. Skimming (ler ou examinar superficialmente; desna-
tar; retirar aquilo de maior peso ou importância): é uma
Compreensão de Pontos Principais: exige que te- técnica que permite rapidez e eficiência na busca de al-
nhamos maior atenção na busca das informações prin- gum direcionamento inicial acerca do texto. Realizar o
cipais espalhadas pelo texto, observando cada parágrafo skimming significa ler rapidamente o texto para saber o
distintamente para identificar dados específicos que o assunto principal trabalhado pelo autor. Esta atividade
autor quis destacar. de leitura nos proporciona um nível de compreensão ge-
ral, visando nos dar uma visão global, aberta e ampla do
Compreensão Detalhada: requer um nível de leitu- texto. Ao realizarmos o skimming, não podemos nos de-
ra mais aprofundado que nos níveis anteriores. Exige a ter em detalhes como palavras novas nem palavras das
compreensão de detalhes do texto, minúcias, palavra por quais nos esquecemos. Estamos em busca do assunto
palavra, e demanda, assim, mais tempo e atenção do lei- principal e do sentido geral do texto.
tor. Para tanto, em alguns casos, será preciso reler várias
vezes o texto. Prediction: Com esta estratégia o leitor lança mão
do seu próprio conhecimento, através das experiências
Para obter um bom nível de acerto durante os ní- de vida que possui, e da informação linguística e contex-
veis de compreensão, temos que por em prática algumas tual. Após realizar o skimming, o leitor precisa concen-
técnicas de auxílio à leitura que passaremos a ver agora. trar-se para tentar ativar as informações que já possui
sobre o tema e prever que tipos de palavras, frases ou
Background knowledge (conhecimento prévio): argumentos podem estar presentes naquele texto. É um
para que um leitor consiga identificar e entender certas momento de reflexão. É a hora de buscar na memória
informações em qualquer tipo de texto, torna-se extre- tudo o que foi lido, estudado, discutido, e visto na mí-
mamente importante que ele possua algum conheci- dia a respeito daquele tema. Além do mais, esta é uma
mento prévio sobre seu assunto. Podemos comparar estratégia de leitura que também permite ao leitor
esta situação com a de um estudante tentando fazer uma prever o que vem a seguir em um texto. Trata-se do
prova de redação. Se ele nunca tiver lido, discutido, es- desenvolvimento sequenciado do pensamento. Isso
tudado ou ouvido falar do tema daquela redação, como só é possível porque quem escreve, o faz de manei-
poderá dissertar? Suas ideias podem até ir para o papel, ra organizada, porque as pessoas pensam de maneira
mas correrá um grande risco de não ter o vocabulário semelhante e porque alguns tipos de textos possuem
LÍNGUA INGLESA

necessário, consistência, profundidade, argumentos, co- estruturas previsíveis levando nós leitores a atingir
nhecimento de causa, exemplos a citar, etc. sua redação certas formas de compreensão. Quanto mais expe-
será pobre. Da mesma maneira, se o leitor de um tex- riente for o leitor, maior será sua capacidade de pre-
to técnico em língua inglesa não tiver conhecimento de ver. Nesta etapa, passamos a associar o assunto do texto
mundo, vivência, experiências variadas de vida, conheci- com as dicas tipográficas usadas pelo autor para trans-
mento prévio sobre o assunto, seu nível de compreensão mitir significados.

1
Grifo de palavras cognatas, das palavras já conhe- É preciso lembrar que estas estratégias serão mais ou
cidas pelo leitor e das repetidas: Muito comuns entre as menos eficazes dependendo do tamanho do vocabulário
línguas inglesa e portuguesa, os cognatos são termos que você possui e também do seu nível de conhecimento
bastante parecidos tanto na escrita como no significado gramatical.
em ambas as línguas. Grifar todas estas palavras em um Há estudos que relacionaram as palavras que mais
texto é um recurso psicológico e técnico que visa mostrar aparecem em textos e livros técnicos em língua inglesa.
e provar visualmente para o leitor que ele tem conheci- Desses estudos foram feitas diferentes listas com as 500
mento de muitas das palavras daquele texto e de que, palavras mais comuns, ou as 700 palavras mais comuns.
Para facilitar seu estudo, incluímos aqui as 318 mais co-
assim, ele é capaz de fazer uso dessas informações para
muns para serem estudadas. Ao memorizar estas pala-
responder às questões propostas. Trata-se de um recur-
vras você obterá um magnífico subsídio preparando-se
so que usamos para dar mais relevância e importância para enfrentar qualquer texto. Você verá que várias des-
às palavras que já sabemos em um texto, pois é nelas tas palavras já são conhecidas por você, assim, na verda-
que nos apoiaremos para resolver exercícios e para en- de, terá que memorizar bem menos destas. Um número
tender os textos. É muito mais inteligente voltar nosso bem significativo delas está presente em qualquer tipo
foco para as palavras que têm algum significado para nós de texto. Quanto mais palavras você souber, mais poderá
do que destacar aquelas que não conhecemos. Além dis- grifar! Apoie-se nelas e bom estudo!
so, ao grifar, você acaba relendo as informações de uma
maneira mais lenta, o que faz com que perceba certos 001 although embora
detalhes que não havia percebido antes. É uma forma 002 able capaz
de quantificar em porcentagem aproximada o quanto se 003 about sobre, aproximadamente
sabe daquele texto. É preciso lembrar que há um número 004 above acima
muito grande de palavras repetidas nos textos e isso faci- 005 according to de acordo com
lita para o estudante, pois ele poderá grifar mais de uma 006 after depois, após
vez a mesma palavra. 007 again novamente, de novo
008 against contra
009 age idade
Scanning: esta técnica de leitura visa dar agilidade
010 air ar
na busca por informações específicas. Muitas vezes, após
011 all tudo
ler um texto, nós queremos reencontrar alguma frase ou 012 almost quase
alguma palavra já lida anteriormente. Para efetuar esta 013 alone só, sozinho
busca não precisamos ler o texto inteiro de novo, pode- 014 along ao longo de
mos simplesmente ir direto ao ponto aonde podemos 015 already já
encontrar tal informação. Isso é o scanning, significa en- 016 also também
contrar respostas de uma forma rápida e direta sem per- 017 always sempre
der tempo relendo o texto todo. Esta técnica em geral 018 among entre (3 ou mais coisas)
deve ser aplicada após uma ou mais leituras completas 019 an um, uma
do texto em questão. Assim o leitor diminuirá o risco de 020 ancient antigo
confundir informações, perder tempo ou de dar respos- 021 and e
tas erradas. Se desejar, o estudante pode ler o que os 022 another um outro
exercícios pedirão antes de fazer o scanning, pois assim 023 any algum(a), qualquer
ele irá selecionar mais facilmente o que for mais impor- 024 anything qualquer coisa
tante para responder àquelas questões direcionando-se 025 arm braço
026 army exército
melhor.
027 around em torno de, perto de
028 art arte
Lexical Inference (inferência lexical): Inferir sig- 029 as como, assim como
nifica deduzir. Às vezes será preciso deduzir o sentido 030 at em, às
de um termo, decifrando o que ele quer dizer. Mas isso 031 authority autoridade
não pode ser feito de qualquer maneira. Para inferirmos 032 away distante, longe
bem, é necessário entender o significado daquela pala- 033 back de volta, atrás
vra desconhecida através do contexto no qual ela está 034 because porque
inserida, observando as palavras vizinhas, as frases ante- 035 before antes
riores e posteriores, o parágrafo onde ela está, as noções 036 behind atrás
gerais que temos do texto, etc. Precisamos observar o 037 best melhor (superlativo)
meio no qual a palavra está posta. Neste caso teremos 038 better melhor (comparativo)
LÍNGUA INGLESA

de nos fazer valer de nossos conhecimentos de classes 039 between entre (2 coisas)
gramaticais (substantivos, adjetivos, preposições, verbo, 040 beyond além
etc.), de afixos, de singular e plural, conhecimento sobre 041 big grande
a estrutura de textos, etc. Tudo isso em conjunto pode 042 black preto(a)
ajudar numa aproximação do sentido real daquele termo 043 blood sangue
044 body corpo
que não sabemos.

2
045 both ambos(as) 107 good bom(ns), boa(s)
046 boy menino, garoto 108 government governo
047 brother irmão 109 great grande, maravilhoso
048 but mas, porém, exceto 110 ground chão
049 by próximo a, perto de, por 111 half metade
050 captain capitão 112 hand mão/entregar
051 care cuidado 113 he ele (pessoa)
052 case caso 114 head cabeça, líder
053 certain certo 115 heart coração
054 chapter capítulo 116 her dela (pessoa)
055 character caráter, personalidade 117 here aqui
056 child criança 118 high alto
057 children crianças 119 him ele, o (pessoa)
058 church igreja 120 himself ele mesmo (pessoa)
059 city cidade 121 his dele (pessoa)
060 common comum 122 history história
061 country país, zona rural 123 home casa, lar
062 course curso 124 horse cavalo
063 day dia 125 hour hora
064 dead morto 126 house casa
065 death morte 127 how como
066 different diferente 128 however entretanto
067 door porta 129 human humano
068 down para baixo 130 hundred cem, centena
069 during durante 131 idea idéia
070 each cada 132 if se
071 earth terra (planeta) 133 ill doente
072 either... or ou... ou 134 in em, dentro (de)
073 emperor imperador 135 indeed de fato, realmente
074 empire império 136 into para dentro de
075 end fim 137 it ele(a) (coisa, animal)
076 enemy inimigo 138 its seu, sua, (coisa, animal)
077 England Inglaterra 139 itself a si mesmo (coisa, animal)
078 enough suficiente 140 just apenas, justo
079 even mesmo 141 kind tipo, gentil
080 ever em qualquer momento, já 142 king rei
081 every cada, todo 143 knowledge conhecimento
082 eye olho 144 land terra
083 fact fato 145 large largo, amplo, grande
084 family família 146 law lei
085 far distante, longe 147 (at) least (pelo) menos
086 father pai 148 left esquerdo(a)
087 fear medo 149 less menos
088 few poucos(as) 150 life vida
089 fire fogo 151 light luz, leve
090 first primeiro 152 little pouco(a)
091 five cinco 153 long longo
092 foot/feet pé/pés 154 longer mais longo
093 footnote notas de rodapé 155 love amor
094 for para, por 156 man/men homem/homens
095 force força, forçar 157 manner maneira
096 four quatro 158 many muitos (as)
097 France França 159 master mestre
098 free livre, grátis 160 matter matéria
099 French francês 161 me me, mim
100 friend amigo(a) 162 miles milhas
LÍNGUA INGLESA

101 from de (origem) 163 mind mente


102 full completo, cheio 164 mine meu(s), minha(s)
103 general geral 165 moment momento
104 girl menina, garota 166 money dinheiro
105 God Deus 167 more mais
106 gold ouro 168 morning manhã

3
169 most mais 235 since desde
170 mother mãe 236 sir senhor
171 Mr. senhor 237 six seis
172 Mrs. senhora 238 small pequeno(s), pequena(s)
173 much muito(a) 239 so então
174 my meu(s), minha(s) 240 some algum(a), alguns(mas)
175 myself eu mesmo 241 something algo, alguma coisa
176 name nome 242 sometimes algumas vezes
177 nation nação 243 son filho
178 natural natural 244 soon logo, em breve
179 nature natureza 245 spirit espírito
180 near próximo, perto 246 state estado, situação
181 neither...nor nem...nem 247 still ainda
182 never nunca 248 street rua
183 new novo(a)(s) 249 strength força
184 next próximo, a seguir 250 strong forte
185 night noite 251 subject assunto, sujeito
186 no não 252 such tão
187 non não 253 sure certo (certeza)
188 not não 254 ten dez
189 nothing nada 255 than do que
190 now agora 256 that aquele(a), esse(a)
191 number número 257 the o, a, os, as
192 of de 258 their deles, delas
259 them eles, os
193 off afastado, desligado
260 themselves eles mesmos
194 often frequentemente
261 then então, em seguida
195 old velho(s), velha(s)
262 there lá
196 on sobre, em cima
263 therefore por esta razão
197 once uma vez 264 these estes(as)
198 one um, uma 265 they eles, elas
199 only apenas, único, somente 266 thing coisa
200 or ou 267 thirty trinta
201 other outro(a) 268 this este(a), isto
202 our nosso(a), nossos(as) 269 those aquele(as), esses(as)
203 out fora 270 thousand mil, milhar
204 over acima, encerrado 271 three três
205 part parte 272 through através
206 peace paz 273 time tempo, momento, vez
207 people pessoas 274 to para, em direção a
208 perhaps talvez 275 together junto(a)(s)
209 period período 276 too também
210 person pessoa 277 towards na direção de
211 place lugar 278 town cidade
212 point ponto 279 true verdade
213 poor pobre 280 truth verdade
214 power poder, força 281 twenty vinte
215 present presente 282 two dois
216 prince príncipe 283 under sob
217 public público 284 until/till até (que)
218 quite completamente, muito 285 up para cima
219 rather preferencialmente 286 upon sobre
220 reason razão 287 us nos, a nós
221 reign reino 288 very muito
222 religion religião 289 voice voz
223 room cômodo, quarto 290 war guerra
224 round redondo 291 water água
225 same mesmo(a) 292 way caminho, maneira, jeito
226 sea mar 293 we nós
227 second segundo 294 well bem
295 what o que, qual, quais
LÍNGUA INGLESA

228 set conjunto


229 seven sete 296 when quando
230 several vários(as) 297 where onde
231 she ela (pessoa) 298 whether se
232 short pequeno(a), curto(a)(s) 299 which (o,a) qual, (os, as) quais
233 side lado 300 while enquanto
234 sight vista, visão 301 white branco

4
302 who/whom quem, a quem Além das técnicas mencionadas anteriormente, o
303 whole complete, inteiro leitor deve sempre se apoiar em informações universais
304 whose de quem, cujo(a)(s) como imagens, números e símbolos. Neste exemplo a
305 why por que? imagem podemos identificar que se trata de uma pro-
306 wife esposa paganda de fraldas. O estudante consegue identificar o
307 with com preço de trinta e três centavos nos outros supermerca-
308 within dentro de dos. O desconto de 45% oferecido fazendo com que o
309 without sem preço fique em dezoito centavos no local da promoção
310 woman/women mulher/mulheres “ALDI”.
311 word palavra
312 world mundo ? ! , ; 4 / A a % = @ + “. Símbolos, cores, formatos,
313 year ano fotos, desenhos, tamanhos de letras utilizados, estilos de
314 yes sim letras escolhidos, elementos de pontuação, algarismos,
315 yet ainda, já etc., ajudam-nos a desvendar muitas minúcias do con-
316 you você(s) teúdo de um texto.
317 young jovem
318 yours seu(s), sua(s) Esses elementos são conhecidos como marcas, evi-
dências ou dicas tipográficas que os mais variados textos
Dicas tipográficas utilizam para comunicar. São elementos que transmitem
informações além das palavras, complementando-as. Sa-
Qualquer porção de linguagem, seja ela falada, es- ber reconhecê-las e também extrair delas algum sentido
crita, gesticulada, desenhada etc., pode ser considerada complementar para o texto fornece um grande auxílio à
texto. Assim, um texto pode constituir-se de uma frase, leitura e à interpretação das ideias transmitidas.
uma palavra, um sinal, uma imagem, ou alguma porção
maior e mais longa como um romance ou uma nove- ESTRUTURAS GRAMATICAIS.
la. Por isso, a comunicação não envolve somente a lin-
SUBSTANTIVOS: GÊNERO, NÚMERO,
guagem verbal, como na escrita e na fala, mas também
envolve a linguagem não-verbal. Este tipo de linguagem CONTÁVEIS E INCONTÁVEIS
se desenvolve de maneira complexa na sociedade con-
temporânea e relaciona-se com outras linguagens como Substantivos
a moda, os gestos, a arte, os sinais, etc.
Observe o exemplo abaixo. Substantivos, que no inglês são conhecidos como
nouns, são palavras que dão nome a pessoas, lugares,
coisas, conceitos, ações, sentimentos, etc. Também cha-
mados de nomes, eles funcionam de muitas maneiras nas
sentenças. Na maioria das vezes, posicionam-se como o
sujeito de um verbo, funcionando como o ator ou agente
dele. Os nomes também podem receber uma ação quan-
do funcionam como objeto do verbo. Quando atuam
como sujeitos ou objetos, os substantivos podem ser
apenas uma palavra, frases, ou cláusulas.

Exemplos:

The plane crashed. (substantivo como sujeito da


frase)
He kicked the dog. (substantivo como objeto direto
do verbo)

A maioria dos substantivos forma o plural com o


acréscimo de -s. Por exemplo:

Singular Plural 
car cars 
cap caps 
LÍNGUA INGLESA

Quando o nome termina em -y e é precedido por


consoante, faz-se o plural com -ies

a city cities 
a party parties
fonte: http://goo.gl/SKB5Zq a lady ladies 

5
a baby babies A means two means
A series two series
Se o substantivo termina em -s, -ss, -z, -sh, -ch, -x
(exceção: ox => oxen), acrescentamos -es para formar o Alguns nomes têm plural, mas usam verbo no
plural: singular:

A bus two buses Exemplos:


A fox two foxes
A watch two watches The news is positive for the country.
A class two classes A notícia é positiva para o país.
A whiz two whizzes (dobra a última consoante)
A flash two flashes Linguistics is the study of language.
Acrescenta-se -es somente em alguns substantivos Linguística é o estudo da língua.
terminados em -o. Outros ganham apenas -s: Outros nomes têm forma plural e usam verbo no
Potato potatoes plural também:
Tomato tomatoes
Hero heroes Exemplos:
Photo photos
Radio radios These pants are too big for me.
Video videos Estas calças são muito grandes para mim.
Shampoo shampoos
Zoo zoos His jeans are dark brown.
Kangaroo kangaroos Os jeans dele são marrom escuro.

Existem algumas formas irregulares de plural. Alguns My glasses are old.


exemplos comuns são: Meus óculos são velhos.
woman women 
man men  Her pajamas have holes.
child children  Os pijamas dela tem buracos.
tooth teeth 
foot f eet Há vários substantivos que são somente usados no
goose geese singular. Eles concordam com verbo e pronomes no sin-
mouse mice gular, mesmo se transmitirem ideia de plural. Estes não
louse lice podem ser precedidos pelos artigos indefinidos a/an, por
person people isso, muitas vezes, utilizamos alguma expressão quantifi-
cadora antes deles.
Para alguns terminados em -f ou -fe, trocamos estas
letras por -ves. Para outros, apenas usamos -s: Exemplos:

Leaf leaves I have a piece of information for you.


Knife knives Eu tenho uma informação para você.
Wife wives
Life lives Can you give a word of advice?
Roof roofs Você pode me dar algum conselho?
Belief beliefs
Safe safes He bought beautiful pieces of furniture for the
Chief chiefs bedroom.
Ele comprou lindos móveis para o quarto.
Outros terminados em -f admitem plural de duas
maneiras: I bring some news for your day.
Eu trago algumas notícias para o seu dia.
Dwarf dwarfs/dwarves
Scarf scarfs/scarves Generos dos substantivos
Hoof hoofs/hooves
Em inglês, existem três tipos de gêneros para os
Alguns nomes têm a mesma forma tanto no singular substantivos: feminino, masculino e neutro. Os substanti-
LÍNGUA INGLESA

quanto no plural: vos femininos, quando estiverem no singular, podem ser


trocados pelo pronome “she”. Os substantivos masculi-
A species two species nos, quando no singular, podem ser trocados por “he”.
A sheep two sheep Os substantivos neutros são usados para fazer referên-
A fish two fish cia a coisas ou animais, ou, ainda, para expressar uma
A deer two deer ideia que sirva para ambos os sexos. Nesse último caso,

6
podemos trocar o substantivo no singular pelo pronome You vocês
pessoal “it”. No caso do plural, para todos os substanti- You
vos utilizamos o pronome pessoal “they”. They eles/elas
Them
Exemplos:
Os pronomes pessoais sujeitos vêm antes do verbo,
My mother sent me a kiss. / She sent me a kiss. como sujeito da frase.
Minha mãe mandou-me um beijo / Ela mandou-me Os pronomes pessoais objetos vêm depois de ver-
um beijo. bo ou de preposição. Além de virem depois, o verbo
My brother loves soccer. / He loves soccer. principal da frase está fazendo uma ação relacionada ao
Meu irmão ama futebol. / Ele ama futebol. pronome pessoal objeto em questão.
Is it a boy or a girl? A tabela criada acima já trás os sujeitos do lado
É menino ou menina? esquerdo e os objetos do lado direto justamente para
fazer a representação descrita acima, facilitando assim o
O gênero pode ser reconhecido em palavras de duas entendimento por parte do candidato.
formas distintas:
Exemplos:
1- Por anteposição ou posposição de palavras ou
afixos: vários substantivos femininos são terminados pelo She loves him a lot.
sufixo -ess, por exemplo. Ela ama ele muito.

Exemplos: I saw her at the party yesterday.


Eu vi ela na festa ontem.
Actor (ator) – Actress (atriz)
Prince (príncipe) – Princess (princesa) We are going to meet them in front of the stadium.
Waiter (garçom) – Waitress (garçonete) Nós vamos encontrar eles na frente do estádio.
They waited for us for two hours.
2- Por palavras diferentes: o masculino é determi- Eles esperaram por nós por duas horas.
nado por uma palavra e o feminino, por outra:
Can you send this e-mail for me, please?
Exemplos: Você pode enviar este e-mail para mim, por favor?
Pronomes possessivos
Husband (marido) – wife (esposa)
Brother (irmão) – sister (irmã)
Boy (garoto) – girl (garota)
Nephew (sobrinho) – niece (sobrinha)
Father (pai) – mother (mãe)

PRONOMES: PESSOAL, OBLÍQUO,


POSSESSIVO, REFLEXIVO,
DEMONSTRATIVO, RELATIVO,
INDEFINIDO E INTERROGATIVO

Pronomes pessoais
Há dois tipos de pronomes pessoais: sujeitos e
objetos.

Pronome Pessoal Sujeito Tradução


Pronome Pessoal Objeto
I eu Na tirinha:
Me
You você Ok, Ok I’ll put mine down if you put yours down first.
You Ok, Ok, eu irei abaixar o meu se você abaixar o seu
He ele primeiro.
Him
LÍNGUA INGLESA

She ela Há dois tipos de pronomes possessivos: adjetivos e


Her substantivos.
It ele/ela (para coisas ou
animais) It
We nós
Us

7
Pron. Possessivo Adjetivo Tradução Pronome Reflexivo Tradução
Pron. Possessivo Substantivo

My meu(s)/minha(s) Myself A mim mesmo


Mine Yourself A ti, a você mesmo(a)
Your seu/sua
Himself A si, a ele mesmo
Yours
His dele Herself A si, a ela mesma
His Itself A si mesmo(a)
Her dela Ourselves A nós mesmos
Hers
Yourselves A vós, a vocês mesmos
Its dele/dela (coisas ou
animais) Its Themselves A si, a eles mesmos
Our nosso(s)/ nossa(s)
Our Exemplos:
Your seus/suas
Yours She is looking at herself in the mirror.
Their deles/delas Ela está olhando para si mesma no espelho.
Theirs He hurt himself with a knife.
Ele machucou a si mesmo com a faca.
Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do
substantivo. O Pronome reflexivo também é empregado certas
vezes para dar ênfase à pessoa que pratica a ação di-
Os pronomes possessivos substantivos podem vir zendo que ele mesmo por si só praticou tal ação. Para
após o substantivo ou podem substituir o substantivo a tanto, podemos posicioná-lo logo após o sujeito ou no
qual se referem assim reduzindo a frase. fim da frase. Este tipo de estrutura também é conhecida
como Emphatic pronouns.
Para facilitar o entendimento do candidato, nos
exemplos abaixo os substantivos ficarão sublinhados. Exemplos:

Exemplos: Carlos himself did the homework.


O próprio Carlos fez a tarefa.
His kid is playing with hers. Marilyn herself wrote that message.
O filho dele está brincando com o dela. A própria Marilyn escreveu aquela mensagem.
No exemplo acima:
His – pronome possessivo adjetivo, antes do subs-
Os Pronomes reflexivos podem ser precedidos pela
tantivo “kid”.
preposição by. Nesse caso, dão o sentido de que alguém
Hers – pronome possessivo substantivo, substituin-
fez algo sozinho, sem ajuda ou companhia de ninguém.
do o substantivo “kid”, para evitar a repetição da mesma
palavra várias vezes na mesma frase.
Exemplos:
Exemplos:
Did you go to the party by yourself?
My friends went to the club with yours. Você foi à festa sozinho?
Meus amigos foram ao clube com os seus.
That old man wants to live by himself.
Our mother likes pizza. Aquele senhor quer viver sozinho.
Nossa mãe gosta de pizza.
Pronomes indefinidos
Did you prefer his presentation or hers?
Você preferiu a apresentação dele ou a dela? Os pronomes indefinidos, também conhecidos
como Indefinite Pronouns são utilizados para falar de
Pronome reflexivo lugares, coisas e pessoas indefinidas, de modo vago ou
LÍNGUA INGLESA

impreciso.
Os Pronomes reflexivos são usados quando a ação
do verbo recai sobre o próprio sujeito. O pronome refle- SOME
xivo vem logo após o verbo e concorda com o sujeito. Algum, alguma, alguns, algumas
Eles se caracterizam pelas terminações -self (nas pessoas É utilizado nas frases afirmativas e antes do
do singular) e -selves (nas pessoas do plural). substantivo.

8
Exemplos: I have no wine Correto
There are some trees in the park. I don’t have any wine Correto
Tem algumas árvores no parquet. I don’t have no wine Errado

Paul and Linda have some money. ANY – Formas compostas


Paul e Linda tem algum dinheiro.
Exemplos:
SOME – Formas compostas
Anybody / anyone - Alguém, ninguém, qualquer um.
Exemplos: Anywhere - Algum lugar, nenhum lugar, qualquer
lugar.
Somebody / someone - alguém.
Anything - Alguma coisa, nenhuma coisa, qualquer
Somewhere - algum lugar.
Something - alguma coisa. coisa.
Sometime - alguma vez / alguma hora.
Exemplos:
Exemplos:
There is somebody at the door. Is anybody out there?
Tem alguém na porta. Tem alguém aí?
Liz lives somewhere in Atlanta. You can buy bread anywhere.
Liz vive em algum lugar em Atlanta. Você consegue comprar pão em qualquer lugar.

I need something from the drugstore. Do you have anything interesting?


Eu preciso de alguma coisa da farmácia. Você tem alguma coisa interessante?

Let’s have dinner together sometime tonight. EVERY – Formas compostas


Vamos jantar juntos alguma hora hoje a noite.
Exemplos:
ANY
Algum, nenhum, qualquer. Everybody / everyone - todos, todas, todo mundo.
Utilizamos any nas perguntas e respostas nega- Everywhere - todos os lugares.
tivas, antes do substantivo. Everything - tudo.
Nas perguntas any se refere a qualquer quan- Exemplos:
tidade, por exemplo quando perguntamos se você tem
alguma quantidade de dinheiro.
Everybody at the party is happy.
Todo mundo na festa está feliz
Exemplo:

Do you have any money? OBS: Apesar do pronome everybody e everyone


Você tem qualquer (quantidade de) dinheiro? passar a idéia de coletividade, de pluracidade, na verda-
de eles são concordados com o verbo no singular, neste
Nas negativas, any tem a função de nada, zero, va- exemplo is.
zio, etc. Porém não podemos fazer negativas em Inglês
negando no auxiliar e em seguida com no quando que- Nowadays violence is everywhere.
remos empregar esta função: Hoje em dia a violencia está em todos os lugares.

Exemplos: In this store everything is very expensive.


Nesta loja tudo é muito caro.
There aren’t no fruits in the kitchen.
Não tem nenhuma fruta na cozinha. NO – Formas compostas

There aren’t any fruits in the kitchen. Exemplos:


Não tem qualquer fruta na cozinha.
Nobody / no one - ninguém.
There are no fruits in the kitchen. No way - de modo algum.
Tem nenhuma fruta na cozinha. Nowhere - em lugar algum.
LÍNGUA INGLESA

Auxiliar na afirmativa seguido de no também está Nothing - nada.


correto.
Exemplos:
Lembre-se que não existe o que chamamos de dupla
negativa. Ou se nega no auxiliar ou se nega no pronome
Nobody helped me.
indefinido, não em ambos ao mesmo tempo.
Ninguém me ajudou.

9
No way you are going to that party. Meu irmão é quem devemos ouvir porque ele tem
De modo algum você irá para aquela festa. muita experiência com isto.

It is raining nowhere. Which – que - usado para coisas e animais.


Está chovendo em lugar algum.
Exemplo:
Nothing makes him happy.
Nada o faz feliz. I watched a movie. The movie was fantastic.
Eu assisti um filme. O filme foi fantástico.
NONE
I watched a movie which was fantastic.
nenhum, nenhuma, ninguém ou nada Eu assisti um filme que foi fantástico.

Utilizado no começo ou no fim da frase quando o Where – onde / em que / no qual / na qual - refere-se
verbo está na forma afirmativa, mas a ideia é negativa. a lugares.
None é usado no lugar de um pronome ou substantivo. Exemplo:
Exemplos:
I stayed in a hotel last night. In the hotel I saw Mi-
- Do you have any money? chael Jordan.
- None.
Eu fiquei em um hotel ontem a noite. No hotel eu vi
Michael Jordan.
- Você tem algum dinheiro?
- Nada.
I stayed in a hotel last night where I saw Michael
Jordan.
None of them is my brother.
Eu fiquei em um hotel ontem a noite onde eu vi Mi-
Nenhum deles é meu irmão.
chael Jordan.
Pronomes relativos
Whose – cujo / cuja / de quem - usado para indicar
Os Relative Pronouns são usados quando quere- posse.
mos identificar ou adicionar alguém ou alguma coisa em Exemplo:
uma oração ou quando queremos informações que com-
plementem a oração anterior. Podemos também dizer This is the boy. The boy’s father is my boss.
que os pronomes relativos unem duas orações, estabele- Este é o menino. O pai do menino é meu chefe.
cendo uma “relação” entre elas. Por isso, são chamados
“relativos”. This is the boy whose father is my boss.
Este é o garoto cujo pai é meu patrão.
Who – quem / que - usado para pessoas.
That – que - Refere-se a coisas e pessoas. Ou seja, tem a
Exemplo: mesma função que who e which.

That is the girl. She gave me a kiss. Exemplo:


Aquela é a garota. Ela me deu um beijo.
My city has a nice club. This club is promoting a big
That is the girl who gave me a kiss. party.
Aquela é a garota que me deu um beijo. Minha cidade tem um belo clube. Este clube está pro-
movendo uma grande festa.
Whom – que / quem / o qual / a qual - usado para
pessoas, normalmente após preposição. É utilizado em My city has a nice club that is promoting a big party.
frases mais formais. Minha cidade tem um belo clube que está promoven-
do uma grande festa.
Exemplo:
ADJETIVOS: GRAUS COMPARATIVO E
We need to listen to my brother. My brother has a lot
SUPERLATIVO
of experience with this.
LÍNGUA INGLESA

Nós precisamos escutar o meu irmão. Meu irmão tem Adjetivos e comparativos
muita experiencia com isto.
Adjetivos são palavras ou grupo de palavras que in-
My brother is the one to whom we need to listen to dicam características dos substantivos, definindo-os, de-
because he has a lot of experience with this. limitando-os ou modificando-os.

10
Ao contrário do que ocorre na língua portuguesa, os Tim is stronger than Peter.
adjetivos em inglês não possuem forma singular, plural, Tim é mais forte do que Peter.
masculina nem feminina. Existe apenas a forma singular
para ambos os sexos. Adjetivo: Tall (alto)
An elephant is taller than a lion.
She is beautiful. Um elefante é mais alto que um leão.
Ela é linda.
Adjetivo: Thin (magro)
They are beautiful. Nancy is thinner than Sue.
Elas (ou eles) são lindos. Nancy é mais magra do que Sue.
Grau Comparativo de Superioridade (more + ad-
His car is red jetivo longo + than) = (mais... do que..)
O carro dele é vermelho.
Exemplos:
Their cars are red.
O carro deles é vermelho. Adjetivo: Intelligent (Inteligente)
Anna is intelligent. Jack is intelligent. Dave is more intelligent than his brother.
Anna é inteligente. Jack é inteligente. Dave é mais inteligente que seu irmão.

Quando o(s) adjetivo(s) aparece(m) junto a um subs- Adjetivo: Careful (cuidadoso)


tantivo, tal abjetivo(s) deve(m) vir antes do substantivo: He is more careful than his father when driving.
Ele é mais cuidadoso que seu pai quando está
Exemplos: dirigindo.

This is a big city. Adjetivo: Comfortable (confortável)


Esta é uma grande cidade. This house is more comfortable than the other.
Esta casa é mais confortável que a outra.
They live in a huge white house.
Eles moram em uma enorme casa branca. Grau Comparativo de Inferioridade (less + adjetivo
+ than) = (menos... do que...)
Marcos is a soccer player.
Marcos é um jogador de futebol. Exemplos:

Os adjetivos em inglês também possuem graus di- Adjetivo: Famous (famoso)


versos, assim como ocorre em português. Christopher is less famous than Brad.
Christopher é menos famoso do que Brad.
Não existe uma regra para determinar-nos quando
um adjetivo é curto ou longo, por exemplo se baseando Adjetivo: Hot (quente)
no número de letras ou algo do tipo. O estudante deve Your city is less hot than mine.
se familiarizar com os adjetivos já os classificando entre Sua cidade é menos quente do que a minha.
longos e curtos.
Adjetivo: Difficult (difícil)
Grau Comparativo de Igualdade (as + adjetivo + This language is less difficult than the others.
as) = (tão/tanto... quanto) Esta língua é menos difícil do que as outras.

Exemplos: Os graus de comparativo devem ser utilizados ape-


nas quando estamos comparando duas pessoas ou duas
Dereck is as short as Fred. coisas. Por outro lado os graus de superlativo (como ve-
Dereck é tão baixo quanto Fred. remos abaixo) são utilizados quando estamos comparan-
do três ou mais pessoas ou coisas. Geralmente as frases
That motorcycle is as fast as this one. se referem a uma totalidade (da classe, da cidade, etc.).
Aquela moto é tão rápida quanto esta.
Passemos então a estudar, agora, o grau superlativo:
Julie is as beautiful as Sharon.
Julie é tão bela quanto Sharon. Grau Superlativo de Superioridade (the + adjetivo
curto + est) = (o mais...)
LÍNGUA INGLESA

Grau Comparativo de Superioridade (adjetivo


curto + er + than) = (mais... do que..) Exemplos:

Exemplos: Adjetivo: Cheap (barato)
This is the cheapest restaurant in town.
Adjetivo: Strong (forte) Este é o restaurante mais barato da cidade.

11
Adjetivo: Tall (alto) Exemplos:
Jennifer is the tallest girl in the group. Adjetivo Comparativo Superlativo
Jennifer é a garota mais alta do grupo. thin (magro/fino) thinner the thinnest
fat (gordo) fatter the fattest
Adjetivo: Dry (seco) Adjetivos irregulares. Aqueles que sua forma no
This is the driest region of the state. comparativo e superlativo mudam totalmente sem seguir
Esta é a região mais seca do estado. qualquer regra pré-definida.
Grau Superlativo de Superioridade (the most + ad- Exemplos:
jetivo longo) = (o mais...)
Adjetivo Comparativo
Exemplos: Superlativo

Adjetivo: Modern (moderno) Bad (mau) worse


This is the most modern TV set nowadays. the worst
Este é o aparelho de TV mais moderno do momento. Good (bom) better
Adjetivo: Handsome (bonito) the best
He is the most handsome actor in the movies. Far (longe) f arther
Ele é o ator mais bonito do cinema. the farthest
Far (mais/complementar) further
the furthest
Adjetivo: Famous (famoso)
Little (pouco) less
Messy is the most famous soccer player now.
the least
Messy é o jogador de futebol mais famoso agora.
Many (muitos/as) more
the most
Grau Superlativo de Inferioridade (the least + ad-
Much (muito/a) more
jetivo) = (o menos...) the most
Adjetivo: Important (importante) Adjetivos indefinidos
This is the least important detail.
Este é o detalhe menos importante. Os indefinite adjectives são: some, any e no. De-
pendendo da frase, eles podem ser traduzidos como
Adjetivo: Nervous (nervoso) algum(a), nenhum(a). Pelo fato de serem adjetivos,
I’m always the least nervous during the tests. perceba que sempre devem preceder um substantivo,
Sempre sou o menos nervoso durante as provas. qualificando-os.

Adjetivo: Safe (seguro) Exemplos:


That region is the least safe of the city.
Aquela região é a menos segura da cidade. Afirmativa:
I have some money.
Existem algumas variações quando acrescentamos er Eu tenho algum dinheiro.
e –est na formação dos comparativos e superlativos.
Negativa:
Adjetivos que terminam em –e, acrescentamos I don’t need any help.
apenas -r (no comparativo) ou -st (no superlativo): Eu não preciso de qualquer ajuda.

Exemplos: Negativa:
Do you need any money?
Adjetivo Comparativo Superlativo Você precisa de algum dinheiro?
wide (largo) wider the widest
late (tarde) later the latest Em casos mais específicos, podemos usar some tam-
bém em perguntas quando se deseja se oferece algo de
Adjetivos curtos que terminam em –y, substituí- forma bem educada. Esta é a forma mais utilizada por
mos o -y por -i e depois colocamos -er ou -est: exemplo pelos garçons de restaurante e outros serviços.

Exemplos: Exemplo:
Adjetivo Comparativo Superlativo
LÍNGUA INGLESA

pretty (bonita) prettier the prettiest Would you like some coffee?
dirty (sujo) .....dirtier the dirtiest Você gostaria de um pouco de café?

Adjetivos curtos que terminam em CVC O artigo indefinido no pode ser utilizado quando
o verbo estiver na forma afirmativa para passar o sen-
(consoante+vogal+consoante), dobra-se a última
tido de nenhum ou nenhuma. Outra forma seria fazer a
consoante antes de acrescentar -er ou -est:

12
negação da frase através de seu auxiliar e ai usando o I’m interested in basketball.
artigo indefinido any. Porém o candidato não pode con- Eu estou interessado em basketball.
fundir e usar os dois na mesma frase pois assim a frase
fica incorreta. Aqui temos uma lista dos adjetivos mais comuns, em
sua forma –ed e –ing.
Exemplos:

I have no idea to give you. Adjetivo -ed Tradução


Eu tenho ideia nenhuma para dar para você.
Alarmed Alarmado
Ou Aggravated Agravado
Annoyed Irritado
I don’t have any idea to give you.
Eu não tenho qualquer ideia para dar para você. Bored Entediado
Challenged Desafiado
I have no tasks to do today.
Charmed Encantado
Eu tenho nenhum tarefas para fazer hoje.
Comforted Conformado
Ou Confused Confuso
I don’t have any tasks to do today.
Eu não tenho qualquer tarefas para fazer hoje. Convinced Convencido
Depressed Depressivo
I have no places to go on my vacation.
Disappointed Decepcionado
Eu tenho nenhum lugares para ir durante as minhas
férias. Disturbed Perturbado
Encouraged Encorajado
Ou
Fascinated Fascinado
I don’t have any places to go on my vacation. Frightened Assustado
Eu não tenho qualquer lugar par air durante as mi-
nhas férias. Frustrated Frustrado
Inspired Inspirado
Adjetivos terminados em –ed e –ing Interested Interessado
Muitos adjetivos na língua inglesa possuem termina- Relaxed Relaxado
ção –ed ou –ing. Relieved Aliviado

Adjetivos com terminação –ing se referem a uma ca- Shocked Chocado


racterística de uma coisa ou de uma pessoa. Surprised Surpreso
Tired Cansado
Adjetivos com terminação –ed se referem ao que a
pessoa está sentindo. Worried Preocupado

Exemplos:
PREPOSIÇÕES
My friend is bored.
Meu amigo está entediado.
Preposições são palavras que usamos junto aos no-
My friend is boring. mes e pronomes para mostrar sua relação com outros
Meu amigo é entediante. elementos da frase. Apresentamos as principais preposi-
ções e seu uso:
Basketball is an addicting sport.
Basketball é um esporte viciante.
In: usamos com nomes de meses, anos, estações,
I’m addicted in basketball. partes do dia, cidades, estados, países, continentes.
Eu sou viciado em basketball.
I was Born in January.
De forma geral dizemos que algo ou alguém é “-ing” He lived here in 2012.
LÍNGUA INGLESA

e isso nos faz sentir “-ed” The classes start in the summer.
He works in the morning/in the afternoon, in the
Exemplos: evening.
I have a house in Belo Horizonte.
Michael Jordan is an interesting player.
Michael Jordan é um jogador interessante. She lives in Paraná but works in Argentina.
Steven has worked in Europe since 2011.

13
On: usado para dias da semana, datas (mês+dia), da- Besides: além de: Besides English, she can also speak
tas comemorativas, ruas, praças e avenidas. Spanish.
Between: entre (dois ítens): He was sitting between
I go to the church on Saturdays and on Sundays. two beatuful girls.
Their baby was born on April 10TH. Beyond: além de, após, atrás de: The lake is beyond
I always have fun on New Year’s Day. the mountains.
The supermarket is on Brazil street. But: exceto: Everybody went to the party, but Chris.
The shopping mall is on Portugal square. By: por, junto, ao lado de: Let’s sleep by the fireplace.
Down: abaixo, para baixo: Their house is down the
At: usado com horas, com palavra night, com ende- hill.
reços (rua+número), lugares numa cidade. Up: acima, para cima: Their house is halfway up the
I got up at 7:00. hill.
The store is at 456 Lincoln street. During: durante: He was in the army during the war.
He arrived late at night. For: a favor de: Who’s not for us is against us.
My father is at the airport now. For: por, para, há (tempo): Do it for me! Fish is good
for health. They’ve lived here for many years.
Na dúvida, algumas das seguintes sugestões podem From: de (origem): Where is he from?
ajudar, mas lembre-se: o uso das preposições nem sem- In front of: na frente de: Peter sits in front of the tea-
cher in the classroom.
pre segue a regra geral. Confira sempre num dicionário
Inside/outside: dentro de/fora de: Let the dog sleep
as possibilidades de uso.
inside/outside the house.
Instead of: em vez de: You should study more instead
Use in para indicar “dentro de alguma coisa”:
of playing video-games.
Into: para dentro, em: The plane disappeared into the
In the box
cloud.
In the refrigerator Near: perto de: The post office is near here.
In a shop Off: para fora (de uma superfície): Mark fell off his
In a garden motorcycle.
In France Out of: para fora de: Put these books out of the box.
Over: sobre, acima de, por cima de, mais que: There
Use on para indicar contato: were over 1.000 people in the show.
Through: através de: The guys walked through the
On a bookshelf forest.
On a plate Till/until: até (tempo): The message will arrive until
On the grass tomorrow.
To: para: Teresa will go to Italy next week.
Use at para indicar um lugar definido. Nesse caso, Towards: para, em direção a: The boy threw the rock
seu sentido é o de “junto a”, “na”: towards the window.
Under: em baixo de: The cat sleeps under the bed.
At the bus stop With/without: com/sem: Come with me. I can’t live
At the top without you.
At the bottom Within: dentro de: I will go there within a week.

Outras preposições, seus significados e exemplos


com frases: CONJUNÇÕES

About: sobre, a respeito de: Tell me about your


experiences. Uma conjunção é uma palavra ou grupo de pala-
vras (locuções conjuntivas ou locuções adverbiais) que
Above: acima de: John’s apartment is above mine.
juntam duas partes de uma sentença ou que unem uma
Across: através de, do outro lado: The dog ran across
cláusula dependente subordinada a uma cláusula princi-
the forest.
pal. As conjunções auxiliam na coesão textual, garantin-
After: depois de: She always wakes up after 9:00.
do a interligação de ideias.
Against: contra: The car crashed against the wall.
Among: entre (vários ítens): The little boy was among
Inicialmente, podemos considerar as conjunções sob
many criminals. três aspectos básicos:
Around: em volta de: They traveled all around the
LÍNGUA INGLESA

country. -Conjunções podem ser apenas uma palavra:


Before: antes de: She always arrives before 7 o’clock.
Behind: atrás de: Tim sits behind Peter. And, but, because, although, or, nor, for, yet, so, sin-
Below: abaixo de: Answer the questions below. ce, unless, however, though.
Beside/Next to: ao lado de: The microphone is besi-
de/next to the monitor.

14
-Conjunções podem ser compostas de mais de uma Advérbios frequentemente nos dizem quando, onde,
palavra: por que, ou em quais condições alguma coisa acontece
ou aconteceu. Os advérbios são geralmente classificados
Provided that, as long as, in order to, in spite of. em:
-Conjunções podem ser correlativas, cercando um
advérbio ou adjetivo: Advérbios de Afirmação: certainly, certamente; in-
So... that, neither… nor. deed, sem dúvida; obviously, obviamente; yes, sim; su-
rely, certamente; etc.
Além disso, as conjunções podem expressar diversos
tipos de ideias: Advérbios de Dúvida: maybe, possivelmente;
perhaps, talvez; possibly, possivelmente; etc.
-Tempo: after, as, while, when, before, until, till, next,
meanwhile, finally. Advérbios de Frequência: daily, diariamente; mon-
-Acréscimo de ideias: and, also, furthermore, as well thly, mensalmente; occasionally, ocasionalmente; often/
as, in other words, in addition to, besides, moreover, frequently, frequentemente; yearly, anualmente; seldom/
both...and, not only... but also. rarely, raramente; weekly, semanalmente; always, sem-
pre; never, nunca; sometimes, às vezes; hardly ever, qua-
-Alternativa: or, either... or. se nunca, raramente; usually/generally, geralmente; etc.
Advérbios de Intensidade: completely, completa-
-Negação: neither... nor. mente; enough, suficientemente, bastante; entirely, intei-
ramente; much, muito; nearly, quase, aproximadamente;
-Condição: if, as long as, provided that, unless, pretty, bastante; quite, completamente; slightly, ligeira-
whether. mente; equally, igualmente; exactly, exatamente; greatly,
grandemente; very, muito; sufficiently, suficientemente;
-Causa ou razão: as, because, since, for. too, muito, demasiadamente; largely, grandemente; little,
pouco; merely, meramente; etc.
-Consequência ou resultado: so, therefore, then,
accordingly, thus, for this reason, as a result of, conse- Advérbios de Lugar: anywhere, em qualquer lugar;
quently, hence. around, ao redor; below, abaixo; everywhere, em todo
lugar; far, longe; here, aqui; near, perto; nowhere, em ne-
-Finalidade ou propósito: so that, so. nhum lugar; there, lá; where, onde; etc.

-Modo: as, as if, as though. Advérbios de Modo: actively, ativamente; wrongly,


erroneamente; badly, mal; faithfully, fielmente; fast, ra-
-Contraste: although, instead of, rather than, though, pidamente; gladly, alegremente; quickly, rapidamente;
but, yet, even though, however, in spite of that, neverthe- simply, simplesmente; steadily, firmemente; truly, verda-
less, whereas, while, on the other hand. deiramente; well, bem; etc.

-Comparação: like, alike, likewise, correspondingly, Advérbios de Negação: no, not, não.
similarly, in the same way, in this manner.
Advérbios de Ordem: firstly, primeiramente; secon-
Exemplos: dly, em segundo lugar; thirdly, em terceiro lugar; etc.

Jack and Jill went to the mountains.The water was Advérbios de Tempo: already, já; always, sempre;
warm, but I didn’t enter. early, cedo; immediately, imediatamente; late, tarde; la-
I went swimming although it was cold. tely, ultimamente; never, nunca; now, agora; soon, em
Russia is a beautiful country. It’s very cold, though. breve, brevemente; still, ainda; then, então; today, hoje;
I don’t care what you did as long as you love me. tomorrow, amanhã; when, quando; yesterday, ontem; etc.
He is so strong that broke the brick with his fist.
Advérbios Interrogativos: how, como; when, quando;
ADVÉRBIOS: TEMPO, LUGAR, MODO E where, onde; why, por que; etc.
FREQUÊNCIA
Alguns exemplos:
Advérbios são palavras que modificam:
She moved slowly and spoke quietly. (Ela se moveu
lentamente e falou sussurrando)
- Um verbo (He ate slowly. = Ele comeu lentamente)
LÍNGUA INGLESA

She still lives there now. (Ela ainda mora lá agora)


- Como ele comeu?
It’s starting to get dark now. (Está começando a ficar
- Um adjetivo (He drove a very slow car. = Ele pilotou
escuro agora)
um carro muito lento) - Como era a rapidez do carro?
She finished her tea first. (Primeiramente ela termi-
- Outro advérbio (She walked quite slowly down the
nou seu chá)
aisle. = Ela andou bem lentamente pelo corredor) - Com
She left early. (Ela saiu cedo)
que lentidão ela andou?

15
Oscar is a very bright man. (Oscar é um homem mui- She takes the boat every day. (Ela pega o barco todos
to brilhante) os dias)
The children behaved very badly. (As crianças se
comportaram muito mal) He ate too much and felt sick. (Ele comeu em excesso
This apartment is too small for us. (Esse apartamento
e ficou enjoado)
é pequeno demais para nós)
The coffee is too sweet. (O café está doce demais)
Jack is much taller than Peter. (Jack é muito mais alto I like studying English very much. (Gosto muito de
do que Peter) estudar Inglês)
São Paulo is far bigger than Recife. (São Paulo é mui-
to maior que Recife)
The test was pretty easy. (A prova estava um tanto NUMERAIS
fácil)

Duas ou mais palavras podem ser usadas em conjun-


CARDINAL 
to, formando, assim, as Locuções Adverbiais, como: ORDINAL
1   one
Locução Adverbial de Afirmação: by all means, certa- 1st   first
2   two
mente; in fact, de fato, na verdade; no doubt, sem dúvida; 2nd   second
3   three
of course, com certeza, certamente, naturalmente; etc. 3rd   third
4   four
4th   fourh
5   five
Locução Adverbial de Dúvida: very likely, 5th   fifth
6   six
provavelmente. 6th   sixth
7   seven
7th   seventh
8   eight
Locução Adverbial de Frequência: again and again, 8th   eighth
9   nine
repetidamente; day by day, dia a dia; every other day, dia 9th   ninth
10   ten
sim, dia não; hardly ever, raramente; every now and then, 10th   tenth
11   eleven
once in a while, de quando em quando; etc. 11th   eleventh
12   twelve
12th   twelfth
13   thirteen
Locução Adverbial de Intensidade: at most, no má- 13th   thirteenth
14   fourteen
ximo; little by little, pouco a pouco; more or less, mais 14th   fourteenth
15   fifteen
ou menos; next to nothing, quase nada; on the whole, 15th   fifteenth
16   sixteen
ao todo; to a certain extent, até certo ponto; to a great 16th   sixteenth
17   seventeen
extent, em grande parte; etc. 17th   seventeenth
18   eighteen
18th   eighteenth
19   nineteen
Locução Adverbial de Lugar: at home, em casa; at 19th   nineteenth
20   twenty
the seaside, à beira-mar; far and near, por toda parte; on 20th   twentieth
21   twenty-one
board, a bordo; on shore, em terra firme; to and from, 21st   twenty-first
22   twenty-two
para lá e para cá; etc. 22nd   twenty-second
23   twenty-three
23rd   twenty-third
30   thirty
Locução Adverbial de Modo: arm in arm, de braços 30th   thirtieth
40   forty
dados; at random, ao acaso; fairly well, razoavelmente; 40th   fortieth
50   fifty
hand in hand, de mãos dadas; head over heels, de cabeça 50th   fiftieth
60   sixty
para baixo; just so, assim mesmo; neck and neck, empa- 60th   sixtieth
70   seventy
relhados; on credit, a crédito. 70th   seventieth
80   eighty
80th   eightieth
90   ninety
Locução Adverbial de Negação: by no means, de ma- 90th   ninetieth
100   one hundred
neira alguma; in no case, em hipótese alguma; none of 100th   one hundredth
200   two hundred
that, nada disso; not at all, absolutamente; etc. 200th   two hundredth
1 000   one thousand
1 000th   one thousandth
10 000   ten thousand
Locução Adverbial de Tempo: all of a sudden, subi- 10 000th   ten thousandth
100 000   one hundred
tamente; at first, a princípio; at present, atualmente; at 100 000th   one hundred
thousand
once, imediatamente; from now on, doravante, daqui em thousandth
1 000 000   one million
diante; in after years, em anos vindouros; sooner or late, 1 000 000th   one millionth
mais cedo ou mais tarde; up to now, até agora; in a jiffy,
in a trice, in a twinkling of an eye, in two shakes of a dog’s
tail, in two ticks, em um momento, num abrir e fechar de Exemplos:
LÍNGUA INGLESA

olhos; etc. January is the first month of the year.


Janeiro é o primeiro mês do ano.
Mais exemplos: Michael is the third winner.
Michael é o terceiro ganhador.
She has lived on the island all her life. (Ela viveu na John is the ninth student in the line.
ilha a vida toda)
John é o nono aluno na fila.

16
Os números ordinais também são usados em inglês A house.
para datas. Uma casa.

Repare que a forma “contraída” no número ordinal Assim como no artigo definido the pode existir
tem sempre duas letras no final que representam as duas um ou mais adjetivos entre o artigo e o substantivo, o
letras do final do número quando escrito por extenso. mesmo pode acontecer com os artigos indefinidos a/an.
Exemplos:
Exemplos:
January, twenty-eighth
January, 28th A beautiful day.
Vigésimo oitavo dia do mês de janeiro. Um lindo dia.

March, first. A hot summer.


March, 1st Um verão quente.
Primeiro dia de Março.
A diferença entre o artigo a para o artigo an é a pala-
Os números ordinais, como seu próprio nome indi- vra que vem após estes. Se a próxima palavra (substanti-
ca, são utilizados também para colocar ordem nas coisas, vo ou adjetivo) tiver o som de consoante em sua pronun-
assim como para determinar os andares de um prédio. cia, utilizamos a. Se o som for de vogal em sua pronuncia,
utilizamos an,
Exemplos: Exemplos:

Mike lives on the third floor. A cow.


Mike mora no terceiro andar. Uma vaca.

The company is hosting a party on the 11th floor. A desk.


A companhia está dando uma festa no décimo pri- Uma carteira.
meiro andar.
An elephant.
Um elefante.
ARTIGOS: DEFINIDOS E INDEFINIDOS
An envelope.
Um envelope.
Artigos
I have an english dictionary.
E geral, emprega-se o artigo definido the antes de
Eu tenho um dicionário de Inglês.
substantivos com a finalidade de especificá-los.
A função do an é acelerar a pronuncia uma vez que o
Exemplo:
an já se junta na pronuncia da próxima palavra.
The boy is late.
Exemplo:
O menino está atrasado.
This is an American car.
Às vezes, pode ocorrer a presença de um ou mais
Este é um carro americano.
adjetivos entre o artigo the e o substantivo.
A pronuncia da frase acima não é:
Exemplos:
This is an (pausa) American car.
The little boy is late.
A pronúncia correta é:
O pequeno menino está atrasado.
This is anAmerican car.
The little good boy is late.
Determinantes, também conhecidos como quanti-
O pequeno bom menino está atrasado.
ficadores, são usados antes de substantivos para fazer
referência a algo específico ou a um grupo em geral. São
Na língua inglesa, os artigos indefinidos são: a e an.
palavras ou expressões usadas para indicar e fornecer in-
Ambos são traduzidos como: um ou uma. O artigo inde-
formações a respeito da quantidade de algo.
finido no inglês não tem plural. Só podemos usar a/an
LÍNGUA INGLESA

antes de substantivos que estejam no singular.


Os determinantes específicos são:
Exemplos:
O artigo definido: the
Os pronomes demonstrativos: this, that, these,
A car.
those
Um carro.

17
Os pronomes adjetivos possessivos: my, your, his, Exemplos:
her, its, our, their
This car is modern.
Exemplos: Este carro é moderno.

The dog barked at the boy. These clothes are very cheap.


O cachorro latiu para o garoto Estas roupas estão muito baratas.
These apples are not good to eat.
That is my best friend.
Estas maçãs não estão boas para comer.
Aquele é meu melhor amigo.
Their train was early. Those are the new doctors.
O trem deles estava adiantado. Aqueles são os novos médicos.
Você usa quantificadores mais gerais para falar sobre Resumindo:
pessoas ou coisas sem dizer exatamente quem ou o quê
eles são. This (singular, perto) - Este, esta, isto.
Os determinantes/quantificadores gerais são: That (singular, longe) - Aquele, aquela, aquilo.
a, an, a few, little, all, another, any, both, each,
either, enough, every, few, fewer, less, little, many, These (plural, perto) - Estes, estas.
more, most, much, neither, no, other, several, some.  Those (plural, longe) - Aqueles, aquelas.

Exemplos:
VERBOS: MODOS, TEMPOS, FORMAS E
VOZES. CASO POSSESSIVO. QUESTION
A woman sat under an umbrella.
Uma mulher sentou-se embaixo de um guarda-chuva.
TAG E RESPOSTAS CURTAS. ORAÇÕES
CONDICIONAIS
Have you got any literature books?
Você tem algum livro de literatura? TEMPOS VERBAIS

There is not enough food for everyone.


Não há comida suficiente para todos.

I have no idea to give.


Eu não tenho nenhuma ideia para dar.

She has little money in her purse.


Ela tem pouco dinheiro em sua bolsa.

There are fewer students in class today.


Há menos alunos na classe hoje.

Os pronomes demonstrativos servem para apontar,


demonstrar, indicar algum animal, objeto ou pessoa. São
quatro: this, these, that e those. No inglês não exis-
tem pronomes demonstrativos masculinos ou femininos
como temos no Português.

Singular Plural
Perto This That
Longe These Those

Usa-se this para referir-se a algo no singular e que


está perto de quem fala.
Usa-se that para referir-se a algo no singular e que
LÍNGUA INGLESA

está longe de quem fala.


PRESENTE CONTÍNUO: indica algo que acontece
Usa-se these para referir-se a algo no plural e que no exato momento da fala. As frases neste tempo verbal
está perto de quem fala. mostram o que alguém está fazendo (gerúndio). Neces-
Usa-se those para referir-se a algo no plural e que sita do verbo to be (am, is, are) e mais algum outro verbo
está longe de quem fala. com terminação -ing (-ando, endo, -indo, -ondo):

18
Exemplos: outras palavras permanecem em suas posições originais.
Claro que não podemos esquecer do ponto de interro-
I am writing a book. gação. Veja:
Eu estou escrevendo um livro.
Exemplos:
You are reading.
Você está lendo. Am I writing a book?
Eu estou escrevendo um livro?
He is listening to music.
Ele está escutando música. Are you reading?
Você está lendo?
She is making lunch.
Ela está fazendo o almoço. Is he listening to music?
It is playing with a ball. Ele está ouvindo música?
Ele/Ela está brincando com uma bola.
Is she making lunch?
We are learning together. Ela está fazendo o almoço?
Nós estamos aprendendo juntos.
Is It playing with a ball?
You are studying English.
Ele/ela (animal) está brincando com a bola?
Vocês estão estudando Inglês.
Are we learning together?
They are traveling.
Nós estamos aprendendo juntos?
Eles estão viajando.

*O pronome it é usado para coisas e animais. Pode Are you studying English?
referir-se a pessoas quando não se sabe o sexo. Você está estudando Inglês?

Tudo o que foi descrito nestas frases está acontecen- Are they traveling?
do agora, neste exato momento. Por isso usamos o pre- Eles estão viajando?
sente contínuo. Para tornar todas estas frases negativas,
basta posicionar a palavra not após o to be, ou fazer uma PASSADO CONTÍNUO: se você quiser colocar todas
contração ente eles (am not, isn’t, aren’t). as frases que acabamos de estudar no passado, para rela-
tar o que alguém estava fazendo, é muito simples. Basta
Exemplos: trocar verbo to be que estava no presente pelo to be no
passado (was, were). Apenas tenha atenção na hora de
I am not writing a book. (O to be am negativo não saber qual pessoa usará was e qual usará were. Exemplos:
possui forma contraida)
Exemplos:
You aren’t reading.
Você não está lendo. I was writing a book.
Eu estava escrevendo um livro.
He isn’t listening to music.
Ele não está escutando música. You were reading.
Você estava lendo.
She isn’t making lunch.
Ela não está fazendo o almoço. He was listening to music.
Ele estava ouvindo musica.
It isn’t playing with a ball.
Ele/Ela não está brincando com uma bola. She was making lunch.
Ela estava fazendo o almoço.
We aren’t learning together. It was playing with a ball.
Nós não estamos aprendendo juntos. Ele/ela (animal) estava brincando com a bola.
You aren’t studying English.
Vocês não estão estudando Inglês. We were learning together.
Nós estamos aprendendo juntos.
LÍNGUA INGLESA

They aren’t traveling.


Eles não estão viajando. You were studying English.
Você estava estudando Inglês.
Agora, para transformarmos as frases em interro-
gações, devemos mudar a posição do to be. Precisamos They were traveling.
posicioná-lo (am, is, are) antes dos sujeitos das frases. As
Eles estavam viajando.

19
Perceba que usamos was com I/He/She/It, e que usa-
mos were com You/We/They. Agora, para formar a ne- He sleeps a lot.
gativa (wasn’t, weren’t) e a interrogativa (Was I...?, Were Ele dorme muito.
you...?), basta proceder da mesma forma que vimos no
caso do Presente Contínuo. She cooks well.
Ela cozinha bem.
FUTURO CONTÍNUO: para relatar aquilo que al-
guém estará fazendo em um determinado momento no It barks too much.
futuro, é só utilizar will be e mais qualquer outro verbo Ele/ela* late muito. (Lembrando que o pronome it
terminado em -ing. é utilizado como ele/ela quando se refere a animais ou
objetos, neste caso um cachorro ou cadela).
I will be writing a book tomorrow night.
Eu estarei escrevendo um livro amanhã a noite. We speak English fluently.
Nós falamos Inglês fluentemente.
You will be reading when she arrives.
Você estará lendo quando ela chegar. You drive fast.
Você dirige rapidamente.
He will be listening to music this Saturday.
Ele estará ouvindo música este sábado.
They drink beer.
Eles bebem cerveja.
She will be making lunch tomorrow at noon.
Ela estará fazendo o almoço.
Perceba que basta seguir a ordem “sujeito + verbo
no infinitivo sem to (+complemento)” para formar algu-
It will be playing with a ball Monday.
mas sentenças. É a ordem natural das palavras em Portu-
Ele/ela (animal) estará brincando com a bola
segunda-feira. guês também. Assim, se você souber uma boa gama de
verbos, poderá montar muitas frases para praticar.
We will be learning together during the trip to Spain.
Nós estaremos aprendendo juntos durante a viagem Neste caso de sentenças afirmativas somente neces-
para a Espanha. sitamos tomar cuidado com os detalhes em negrito e em
sublinhado. Todas as vezes em que o sujeito da frase for
You will be studying English next semester. a terceira pessoa do singular (he/she/it), devemos acres-
Você estará estudando Inglês durante o próximo centar um -s no final do verbo. Em algumas situações
semestre. será um -es, e no caso do verbo ter (to have) a forma será
has. Repito: só nas afirmativas com 3ª pessoa singular.
They will be traveling to Germany next summer.
Eles estarão viajando para a Alemanha no próximo As negativas precisam fazer o uso dos verbos auxilia-
verão (férias). res do e does, acrescidos de not (do+not=don’t / does+-
not=doesn’t). Doesn’t será usado somente com 3ª pessoa
Nas negativas, simplesmente posicionamos not logo singular. Exemplos:
após o auxiliar will, ou fazemos uma contração com eles
(will+not= won’t). I don’t work in the evening.
Eu não trabalho a noite (no período da noite).
Para interrogar, faz-se a colocação do auxiliar will an- You don’t like to dance.
tes do sujeito das frases (Will I...?, Will you...?). Você não gosta de dançar.
PRESENTE SIMPLES: este tempo verbal nos fala de
situações que acontecem rotineiramente. Estas situações He doesn’t sleep a lot.
não acontecem no exato momento da fala, mas usual- Ele não dorme muito.
mente durante o dia a dia. Por exemplo, você pode dizer
em português “eu trabalho”. Essas suas palavras indicam She doesn’t cook well.
algo rotineiro para você, não querem dizer que você es- Ela não cozinha bem.
teja trabalhando agora, neste exato momento. É essa no-
ção de que algo acontece no presente mas como uma It doesn’t bark too much.
rotina é o que o presente simples indica. Vamos ver a Ele/ela* não late muito. (Lembrando que o pronome
conjugação de alguns verbos no presente simples com it é utilizado como ele/ela quando se refere a animais ou
frases afirmativas primeiro: objetos, neste caso um cachorro ou cadela).
LÍNGUA INGLESA

I work in the evening. We don’t speak English fluently.


Eu trabalho a noite (no período da noite). Nós não falamos Inglês fluentemente.
You like to dance.
You don’t drive fast.
Você gosta de dançar.
Você não dirige rapidamente.

20
They don’t drink beer. Note que am é usado na primeira pessoa do singu-
Eles não bebem cerveja. lar, is na terceira do singular e are nas outras.
Para negarmos, usamos not logo após o to be ou
Para fazermos perguntas, posicionaremos do e does fazemos contração entre eles.
antes do sujeito da frase e acrescentaremos o ponto de
interrogação. I am not a teacher.
Do I work in the evening? Eu não sou um(a) professor(a).
Você trabalha a noite (no período da noite)? You aren’t a student.
Você não é um(a) aluno(a).
Do you like to dance?
Você gosta de dançar? He isn’t late.
Ele não está atrasado.
Does he sleep a lot?
Ele dorme muito? She isn’t early.
Ela não está adiantada.
Does she cook well?
Ela cozinha bem? It isn’t tall.
Ele/ela não é alto(a).
Does it bark too much?
Ele/ela* late muito? (Lembrando que o pronome it We aren’t Brazilians.
é utilizado como ele/ela quando se refere a animais ou Nós não somos Brasileiros(as)
objetos, neste caso um cachorro ou cadela).
You aren’t busy.
Do we speak English fluently? Você não é(são)/não está(estão) ocupado(a)(s).
Nós falamos Inglês fluentemente?
They aren’t happy.
Do you drive fast? Eles não estão/são feliz(es).
Você dirige rapidamente?
Finalizando, para transformarmos estas frases em in-
Do they drink beer? terrogações, temos que por o to be antes dos sujeitos.
Eles bebem cerveja? Lembrete: ponto de interrogação! Assim:

Ótimo. Agora, para finalizarmos o presente simples, Am I a teacher?


passemos ao principal verbo inglês: o to be. A conjuga- Are you a student?
ção do presente do to be possui três formas: am, is e Is he late?
are. Este verbo significa duas coisas ao mesmo tempo: Is she early?
ser e estar. Mas como identificar se numa frase ele quer Is it tall?
se referir ao verbo ser ou se ao verbo estar? Resposta: Are we Brazilians?
depende da frase, depende do contexto. Veja: Are you busy?
I am a teacher. Are they happy?
Eu sou um(a) professor(a).
PASSADO SIMPLES: indica alguma ação completa
You are a student. no passado, ou seja, algo já finalizado. O passado simples
Você é um(a) aluno(a). caracteriza-se pela adição da terminação -ed ao verbos
REGULARES nas afirmativas. Nas interrogativas, usamos
He is late. Did antes dos sujeitos das frases e, nas negativas, did not
Ele está atrasado. ou didn’t. Vejamos:

She is early. I worked yesterday. (Eu trabalhei ontem)


Ela está adiantada. You answered my e-mail. (Você respondeu ao meu
e-mail)
It is tall. He traveled a lot. (Ele viajou muito)
Ele/Ela é alto(a). She watched the movie. (Ela assistiu o filme)
It barked all night. (Ele/Ela latiu a noite toda)
We are Brazilians. We stayed here. (Nós ficamos aqui)
Nós somos brasileiros. You played very well. (Vocês jogaram muito bem)
LÍNGUA INGLESA

They parked far. (Eles estacionaram longe)


You are busy.
Você(s) está(ão) ocupado(s). I didn’t work yesterday. (Eu não trabalhei ontem)
You didn’t answer my e-mail. (Você não respondeu
They are happy. ao meu e-mail)
Eles/Elas estão/são felizes. He didn’t travel a lot. (Ele não viajou muito)

21
She didn’t watch the movie. (Ela não assistiu o filme) It will stay at the veterinarian. (Ele/ela* irá permane-
It didn’t bark all night. (Ele/Ela não latiu a noite toda) cer no veterinário.)
We didn’t stay here. (Nós não ficamos aqui) We will make a barbecue. (Nós iremos fazer um
You didn’t play very well. (Vocês não jogaram muito churrasco.)
bem) You will help me later. (Você irá me ajudar depois.)
They didn’t park far. (Eles não estacionaram longe) They will be partners. (Eles serão parceiros.)

Did I work yesterday? (Eu trabalhei ontem?) FUTURO IMEDIATO: Utilizamos o futuro imediato
Did you answer my e-mail? (Você respondeu ao meu para expressar algo que já foi planejado e por isso existe
e-mail?) a certeza de que irá acontecer. Por ser algo que temos
Did he travel a lot? (Ele viajou muito?) certeza que iremos fazer o futuro imediato acaba sendo
Did she watch the movie? (Ela assistiu o filme?)
usado frequentemente para expressar ações que acon-
Did it bark all night? (Ele/Ela latiu a noite toda?)
tecerão num futuro bem próximo, por isso chamado de
Did we stay here? (Nós ficamos aqui?)
imediato. A estrutura do futuro imediato é o sujeito + o
Did you play very well? (Vocês jogaram muito bem?)
Did they park far? (Eles estacionaram longe?) verbo to be no presente (am, is, are) + going to + verbo
principal + complemento.
Quanto aos verbos irregulares, procederemos da
mesma forma. A única diferença é nas afirmações, pois I’m going to visit my mother tonight (Eu irei visitar
eles não recebem terminação -ed. É essencial memorizar minha mãe hoje a noite.)
as formas irregulares. Vejamos: Jack is going to swim tomorrow. (Jack irá nadar
amanhã.)
I went to the beach. (to go: ir) It is going to rain in a few minutes. (Irá chover em
You left early. (to leave: sair, deixar) alguns minutos.)
He drank too much. (to drink: beber)
She had a sister. (to have: ter) Como o futuro imediato é composto do to be, para
It slept under the bed. (to sleep: dormir) fazermos frases interrogativas e negativas, basta utilizar
We stood in line. (to stand: ficar de pé) as mesmas regras acrescentando not após o to be, ou co-
You won together. (to win: vencer, ganhar) locando o mesmo antes do sujeito para a interrogativa.
They cut the meat. (to cut: cortar) Steve is not going to dance samba. (Steve não irá
Faz-se necessário, também revisar o passado do ver- dançar samba.)
bo to be. Ele será da seguinte forma: They aren’t going to play soccer. (Eles não irão jogar
futebol.)
I was tired.
You were sad. Is he going to buy a new car? (Ele vai comprar um
He was late. carro novo?)
She was early.
Are you going to call Ann? (Você irá ligar pra Ann?)
It was beautiful.
We were in São Paulo.
Apenas em conversas e diálogos informais o going
You were elegant.
They were at the bank. to pode ser substituído pela expressão/abreviação
gonna:
Nas negativas: wasn’t e weren’t. E nas interrogativas:
Was I...?, Were you...?, Was he…?, etc. I’m gonna study tonight. (Eu irei estudar hoje a
noite.)
FUTURO SIMPLES: Usamos o futuro simples para Are you gonna help me? (Você irá me ajudar?)
dizer que algo vai acontecer ou deverá acontecer, para
expressar ações que iremos fazer mas que não tínhamos PRESENTE PERFEITO: formado pela utilização do
planejado anteriormente, para fazer previsões sobre o auxiliar have ou has (has para he, she, it) mais a forma
futuro, uma vez que não temos certeza se essa previsão do particípio de outro verbo (conhecida como “a terceira
irá mesmo se concretizar ou não. Usamos também o fu- forma do verbo”). Indica dois tipos de situações.
turo simples para promessas, ofertas e propostas. A es-
trutura é formado pela utilização do auxiliar will após o Quando a ação é contínua, que têm acontecido por
sujeito seguido de algum verbo. A negativa é obtida com um certo período e que ainda não acabaram, que conti-
will not ou com a contração won’t. Para perguntar no fu- nuam acontecendo.
turo simples, é só colocar will antes do sujeito. Exemplos:
LÍNGUA INGLESA

I have worked here for five years. (Tenho trabalhado


I will buy a car. (Eu vou comprar um carro.) aqui há cinco anos)
You will have a baby. (Você vai ter um bebê.) She has gone to the club a lot lately. (Ela tem ido
He will study abroad. (Ele irá estudar no exterior.) muito ao clube ultimamente)
She will go to the park. (Ela irá para o parque.)
Dave and Mike have studied together since 2010.
(Dave e Mike têm estudado juntos desde 2010)

22
Quando descrevemos situações que já ocorreram, I haven’t been watching much television lately. (Eu
mas que não sabemos quando. O tempo é indefinido, não tenho assistido muita televisão ultimamente).
não interessa, ou simplesmente não importa, pois o que Roberto hasn’t been feeling well in the past few
importa é o fato acontecido. days. (Roberto não tem se sentido bem nos últimos dias).
Mike has seen the ocean for the first time. (Mike viu Para fazermos perguntas no present perfect conti-
o oceano pela primeira vez) nuos, basta colocar have ou has antes do sujeito da frase.
Sheila and Susan have already been to New York.
(Sheila e Susan já estiveram em Nova Iorque) Has David been doing his homework everyday? (Da-
I have already made my bed. (Eu já arrumei minha vid está fazendo sua tarefa todos os dias?).
cama) Have Donald and Mike been training for the race?
(Donald e Mike estão treinando para aquela corrida?).
As formas negativas podem serão:
Have you been playing video games all day? (Você
está jogando video games o dia inteiro?)
I haven’t made my bed. (Eu não arrumei minha
cama)
Mike hasn’t seen the ocean. (Mike não viu o oceano) PASSADO PERFEITO: usado para dizer que alguma
Sheila and Susan haven’t been to New York. (Sheila coisa ocorreu antes de outra no passado. Formado por
e Susan não foram a Nova Iorque) had mais o particípio de algum verbo. Veja no próximo
exemplo que há duas situações acontecendo, mas, aque-
Se quisermos, podemos acrescentar no final da fra- la que aconteceu primeiro está usando o past perfect. E
se a palavra yet, que significa “ainda”, para modificar um aquela que aconteceu em seguida está no passado sim-
pouco o sentido da conversa: ples. Ambas as orações estão unidas por when.
(apenas nas negativas)
I had already left when my father called home. (Eu já
I haven’t made my bed yet. (Eu ainda não arrumei tinha saído quando meu pai ligou para casa)
minha cama)
Mike hasn’t seen the ocean yet. (Mike ainda não viu Não é extremamente necessário que haja duas ora-
o oceano) ções. Pode have apenas uma. Veja;
Sheila and Susan haven’t been to New York yet. David had bought meat for the barbecue this mor-
(Sheila e Susan ainda não foram a Nova Iorque) ning. (David tinha comprado carne para o churrasco hoje
Para fazermos perguntas no present perfect, basta de manhã)
colocar have ou has antes do sujeito da frase. Às vezes,
fazemos uso da palavra ever, que significa “alguma vez”, A negativa é formada com had not ou hadn’t. Para
em perguntas: perguntar, devemos posicionar o had antes do sujeito.
(o uso da palavra ever é opcional)
He hadn’t gone to the bar. (Ele não tinha ido ao bar)
Have you bought Milk for the baby? (Você comprou
Had you brought me those documents? (Você tinha
leite para o bebê?)
me trazido aqueles documentos?)
Has he talked to the police officer? (Ele falou com o
policial?)
Has Tina ever traveled to Salvador? (A Tina viajou a VERBOS AUXILIARES
Salvador alguma vez?) Em perguntas você pode mudar o tempo verbal de
Have you ever seen a famous person? (Você alguma uma frase simplesmente alterando o verbo auxiliar. Por
vez viu uma pessoa famosa?) exemplo:
Do you work? = Você trabalha?
PRESENTE PERFEITO CONTÍNUO: formado pela uti- Does He work? = Ele trabalha?
lização do auxiliar have ou has (has para he, she, it) mais Did you work? = Você trabalhou?
o presente perfeito do verbo be e o gerúndio do verbo Will you work? = Você vai trabalhar?
principal. Esta forma verbal enfatiza uma ação que co-
meçou no passado e que contina se repetindo até hoje. Os verbos auxiliares não possuem tradução nas frases:
Do you play volleyball? = Você joga vôlei?
I have been playing tennis for one hour. (Eu estou A presença de um verbo auxiliar numa frase nos indi-
jogando tennis há uma hora) ca em que tempo verbal ela está (no presente, no passa-
Daniel has been waiting for two hours. (Daniel está do ou no futuro), dependendo do auxiliar que foi usado.
esperando a duas horas) Do e does indicam tempo presente, did indica tempo pas-
Anna has been teaching in the university since April. sado, e will indica tempo futuro.
LÍNGUA INGLESA

(Anna tem lecionado na universidade desde Abril.)


Suas formas negativas são don’t (do not), didn’t (did
As formas negativas serão: not) e won’t (will not).
She has not been working at that company for three Para montarmos interrogações, basta posicionar o
years (Ela não trabalha naquela companhia a três anos).
auxiliary desejado antes do sujeito da frase.

23
O auxiliar também pode facilitar as coisas nas res- -First Conditional: usado para falar sobre prová-
postas. Ele pode substituir o verbo e todos veis eventos no futuro se alguma coisa vier a acontecer
os seus complementos. Assim, se alguém faz um per- (If+present tense; future tense will). Exemplos:
gunta muito longa, você pode responder rapidamente:
If I pass the exam, I will have a big party! (Se eu pas-
Do you always go to work by car on weekdays? (Você sar no exame, eu farei uma grande festa!)
sempre vai para o trabalho de carro nos dias da semana?). If you don’t stop talking, I will send you to the prin-
cipal. (Se você não parar de falar, eu vou te enviar ao
diretor)
Sua resposta pode ser, simplesmente, “Yes, I do”.
Estas respostas curtas são conhecidas como short
-Second Conditional: usado para falar sobre situa-
answers. ções improváveis ou impossíveis (If+past tense; would,
could, might). Exemplos:’’
Os verbos auxiliares seguidos de um verbo princi- If I won the lottery, I would give all the money to an
pal são usados praticamente só em perguntas ou frases orphanage. (Se eu ganhasse na loteria, eu daria todo di-
negativas: nheiro a um orfanato)
People might behave differently if they had the chan-
Do you like pizza? (Você gosta de pizza?) ce to repeat their lives. (As pessoas poderiam se compor-
I don’t like pizza (Eu não gosto de pizza) tar diferentemente se elas tivessem a chance de repetir
suas vidas)
Numa frase afirmativa diríamos:
-Third Conditional: usado para especular sobre o
I like pizza. (Eu gosto de pizza) passado (If+past perfect; would have, could have, might
have+past participle). Exemplos:
As formas does e doesn’t são usadas quando o sujeito
If we had saved more money, we would have gone to
da frase no presente for terceira pessoa do singular (he,
Canada last year. (Se nós tivéssemos economizado mais
she, it).
dinheiro, nós teríamos ido ao Canadá ano passado)
I don’t eat pizza. (Eu não como pizza)
If you had told me the truth, I wouldn’t have asked
You don’t eat pizza. (Você não come pizza) the teacher. (Se você tivesse me dito a verdade, eu não
She doesn’t eat pizza. (Ela não come pizza) teria perguntado ao professor)
He doesn’t eat pizza. (Ele não come pizza)
It doesn’t eat pizza. (Ela/Ele não come pizza) Question Tags e Tag Answers
We don’t eat pizza. (Nós não comemos pizza)
You don’t eat pizza. (Vocês não comem pizza) Question tags são perguntas curtas que aparecem
They don’t eat pizza. (Eles não comem pizza) no final das frases com o intuito de questionar ou confir-
Do I eat pizza? (Eu como pizza?) mar a informação dita previamente.
Do you eat pizza? (Você come pizza?)
Does she eat pizza? (Ela come pizza?) Exemplo:
Does he eat pizza? (Ele come pizza?) Mike is your father, isn’t he? (Mike é seu pai, não é?)
Does it eat pizza? (Ela/Ele come pizza?)
Do we eat pizza? (Nós comemos pizza?) Regras para question tags:
Do you eat pizza? (Vocês comem pizza?) - A question tag sempre vem na forma oposta a fra-
se. (Frase afirmativa, question tag na negativa. Frase na
Do they eat pizza? (Eles comem pizza?)
negativa, question tag na afirmativa);
- A question tag sempre vem após virgula;
Modo Condicional - A question tag sempre vem no mesmo verbal que
a frase principal (e é importante que o leitor saiba qual
Passemos a falar, então, de sentenças Condicionais tempo verbal a frase se encontra e qual o seu respectivo
com a palavra if (tradução: se). Eles são normalmente verbo auxiliar mesmo quando este não está evidente);
usados para falar sobre possíveis eventos e seus efeitos.
Existem quatro tipos principais: Exemplos:
The company opened yesterday, didn’t it? (A empre-
-Zero Conditional: não é um condicional verdadei- sa abriu onde, não abriu?)
ro, pois ambos os eventos descritos vêm a ocorrer (If/ Marcus will travel to Spain, won’t he? (Marcus irá via-
When+present tense; present tense). Exemplos: jar para Espanha, não irá?)
LÍNGUA INGLESA

You should study more, shouldn’t you? (Você deveria


If I stay up late, I feel awful the next day. (Se eu fico estudar mais, não deveria?)
acordado até tarde, sinto-me mau no outro dia) Peter and Sue didn’t buy a new house, did they? (Pe-
When the moon passes between the earth and the ter e Sue não compraram uma casa nova, compraram?)
sun, there is an eclipse. (Quando a lua passa entre a terra Roberto speaks Chinese, doesn’t he? (Roberto fala
Chinês, não fala?)
e o sol, há um eclipse)

24
After 30 years of public administration reform in Euro-
pean countries inspired by New Public Management
HORA DE PRATICAR! ideas, traditional Weberian administration still is the main
organizing principle. This is the picture that emerges from
1. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação a large-scale survey among the entire population of top
–Superior - Quadrix – 2018) civil servants in 18 European countries. The findings have
now been published in our book — Public Administration
Reforms in Europe: The View from the Top.
True, many tools and management practices associated
with the NPM such as staff performance talks or mana-
gement by objectives have become very common. Across
all countries, the almost 7000 top civil servants we sur-
veyed list achieving results and ensuring an efficient use
of resources among the most important roles they have.
They are also in agreement that, compared to five years
ago, the public sector has made major progress in terms
of efficiency and service quality — two main objectives
of the NPM.
There are ‘NPM champions’ — countries that have gone
further than others in reforming the Weberian state.
Think the UK or the Netherlands, where public employ-
ment is increasingly normalised, and delivery contracted
out. But even there, the structures of traditional public
administration remain firmly in place.
Some elements of the NPM are still mainly absent from
current management practice in European countries. In-
ternal steering by contract is not very common, and per-
formance related pay is very rare despite the popularity
in reform talk. The weak presence of flexible employment
also shows that the Weberian model still dominates. Des-
pite attempts to normalize public employment in some
countries, civil servants still enjoy a unique statute. We
also observed this during the fiscal crisis, where outright
firing permanent civil servants or cutting salaries has
been relatively rare.
For civil servants, referring issues upwards in the hie-
rarchy is still the dominant response in situations when
responsibilities or interests conflict with that of other
Based on the text, judge the following item. organisations. European top civil servants consider the
A little is considered a correct alternative for “a few” in “a impartial implementation of laws and rules as one of
few channels” (lines 7 and 8). their dominant roles, and largely prefer state provision of
services over market provision, with the exception of the
( ) CERTO ( ) ERRADO British, Danish, and Dutch.
There are clear country differences, with management
2. (CRM-PR - Analista de Tecnologia da Informação
–Superior - Quadrix – 2018) ‘champions’ such as the UK, Estonia, Norway and the
Texto questão anterior Netherlands, and more legalistic and traditional public
Based on the text, judge the following item. administrations such as in Austria, France, Germany,
“most of them” (lines 2 and 3) and the majority of them Hungary and Spain. The adoption of newer reform ideas
are synonymous expressions. suggest that the Weberian state may now be in decline.
Yet some of the other findings of the survey, reported
( ) CERTO ( ) ERRADO above, show that Weberianism’s main ideas are still dee-
ply embedded in European countries.
3. (Prefeitura de Niterói - RJ - Analista de Políticas (Source: https://statecrafting.net/in-europe-weber-still-
Públicas e Gestão Governamental –Superior - FGV
-rulesa851866dbf02. Retrieved on January 21st, 2018)
– 2018)

Texto associado The word “Despite” in the sentence “Despite attempts to


normalize public employment in some countries” indicates
LÍNGUA INGLESA

TEXT I
a) illustrative.
In Europe, Weber still rules b) unexpected.
Statecrafting c) irrelevant.
Jul 13, 2016 d) universal.
Steven Van de Walle e) private.

25
4. (Prefeitura de Niterói - RJ - Analista de Políticas woman from him, and she was right. When Lazarus died,
Públicas e Gestão Governamental –Superior - FGV Mary and Martha came to him with faith and love and
– 2018) besought him to raise their brother. And Jesus wept and
Texto associado conforme anterior Lazarus came forth. And how came Jesus into the world?
Mark the statements below as true (T) or false (F) accor- Through God who created him and the woman who bore
ding to Text I. him. Man, where was your part? But the women are co-
ming up blessed be God and a few of the men are co-
( ) Internal steering by contract and performance related ming up with them. But man is in a tight place, the poor
pay are two main ideas that come from Weber. slave is on him, woman is coming on him, he is surely
( ) Weberian ideals now belong to the past and are only between a hawk and a buzzard.
used for historical interest. Reference: Robinson, M. (1851, June 21). Women’s rights
( ) Employment flexibility is one of the tenets of the New convention: Sojourner Truth. Anti-slavery Bugle, vol. 6 no.
Public Management. 41, Page 160.
The correct sequence is: Question must be answered by looking at the following
sentence from Text 1:
a) F – F – T. “One of the most unique and interesting speeches of the
b) T – T – F. convention was made by Sojourner Truth, an emancipa-
c) F – T – T.
ted slave.”
d) F – T – F.
Without any other change added to the sentence, the
e) T – F – F.
clause “an emancipated slave” could be preceded by:
5. (Prefeitura de Maricá - RJ - Docente I - Língua Es-
a) which is.
trangeira - Inglês–Superior - COSEAC – 2018)
b) that is.
TEXT 1 below, retrieved and adapted from https://chro-
niclingamerica. loc.gov/lccn/sn83035487/1851-06-21/ c) whose is.
ed-1/seq-4/ on July 9th, 2018. d) whom is.
e) who is.
Text 1
6. (FUNDEP (Gestão de Concursos) - Analista de Co-
Women’s rights convention – Sojourner Truth municação –Superior - FUNDEP (Gestão de Concur-
One of the most unique and interesting speeches of the sos) – 2018)
convention was made by Sojourner Truth, an emancipa- Texto associado
ted slave. It is impossible to transfer it to paper or con- The correct relative pronoun to complete the blanks in
vey any adequate idea of the effect it produced upon the sentence: people with higher incomes (_____ bought
the audience. Those only can appreciate it who saw her more things and traveled more) had much higher carbon
powerful form, her whole-souled, earnest gesture, and footprints than people ______ lived more modestly is:
listened to her strong and truthful tones. She came for-
ward to the platform and addressing the President said a) which.
with great simplicity: b) when.
c) who.
“May I say a few words?” Receiving an affirmative ans- d) whose.
wer, she proceeded: I want to say a few words about this
matter. I am a woman’s rights. I have as much muscle as 7. (SEDUC-CE - Professor - Língua Inglesa –Superior -
any man and can do as much work as any man. I have SEDUC-CE – 2016)
plowed and reaped and husked and chopped and mo- Text I
wed, and can any man do more than that? I have heard
much about the sexes being equal. I can carry as much JANUARY 18, 2015 - DUBAI, UNITED ARAB EMIRATES
as any man, and can eat as much too, if I can get it. I am “Let’s go, Open your eyes, Open your mind to her dream.
as strong as any man that is now. As for intellect, all I can Let’s go, fight for what’s right, fight for her life.”
say is, if a woman has a pint, and a man a quart -- why Carl & the Reda Mafia, a young, dynamic, award-winning
can’t she have her little pint full? You need not be afraid Dubai band, wrote the song “Fight for Your Queen” as a
to give us our rights for fear we will take too much; -- direct call to men to fight for gender equality. As they
for we can’t take more than our pint will hold. The poor told UN Women: “HeForShe is a movement we have loo-
men seem to be all in confusion, and don’t know what ked up to since its inception. The idea of ____________’s
to do. Why children, if you have woman’s rights, give it rights is something we truly believe in and support.”
LÍNGUA INGLESA

to her and you will feel better. You will have your own Lead singer Carl Frenais, who is from India, introduced
rights, and they won’t be so much trouble. I can’t read, the campaign to the band. He has been very passiona-
but I can hear. I have heard the bible and have learned te about fighting against the horrifyingly violent crimes
that Eve caused man to sin. Well, if a woman upset the against women in his home country.
world, do give her a chance to set it right side up again.
We got over 500 men to pledge to support the move-
The Lady has spoken about Jesus, how he never spurned
ment. Even those who were afraid told us they support it.

26
Adaptation from: http://www.heforshe.org/en/newsroom/safety/rock-voices-for-change. Access on: April 4, 2016. The
verbs containing in the first part of the text are in the ________________, a very common verb tense/mood in the language
of campaings, meaning ________________.

a) present - fact.
b) imperative - order.
c) imperative - request.
d) modal verb - possibility.
e) present - generalization.

8. (Prefeitura de Fortaleza - CE - Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental –Superior - Prefeitura


de Fortaleza - CE – 2018)
Texto associado
An example of a verb used in the present progressive tense is:
a) bringing (line 2).
b) existing (line 3).
c) providing (line 5).
d) understanding (line 8).

9. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Disciplinares –Superior - FGV - 2016)


TEXT II

The backlash against big data

[…]

Big data refers to the idea that society can do things with a large body of data that weren’t possible when working
with smaller amounts. The term was originally applied a decade ago to massive datasets from astrophysics, genomics
and internet search engines, and to machine-learning systems (for voice-recognition and translation, for example) that
work well only when given lots of data to chew on. Now it refers to the application of data-analysis and statistics in new
areas, from retailing to human resources. The backlash began in mid-March, prompted by an article in Science by David
Lazer and others at Harvard and Northeastern University. It showed that a big-data poster-child—Google Flu Trends,
a 2009 project which identified flu outbreaks from search queries alone—had overestimated the number of cases for
four years running, compared with reported data from the Centres for Disease Control (CDC). This led to a wider attack
on the idea of big data.

The criticisms fall into three areas that are not intrinsic to big data per se, but endemic to data analysis, and have some
merit. First, there are biases inherent to data that must not be ignored. That is undeniably the case. Second, some pro-
ponents of big data have claimed that theory (ie, generalisable models about how the world works) is obsolete. In fact,
subject-area knowledge remains necessary even when dealing with large data sets. Third, the risk of spurious correla-
tions—associations that are statistically robust but happen only by chance—increases with more data. Although there
are new statistical techniques to identify and banish spurious correlations, such as running many tests against subsets
of the data, this will always be a problem.

There is some merit to the naysayers’ case, in other words. But these criticisms do not mean that big-data analysis has
no merit whatsoever. Even the Harvard researchers who decried big data “hubris” admitted in Science that melding
Google Flu Trends analysis with CDC’s data improved the overall forecast—showing that big data can in fact be a useful
tool. And research published in PLOS Computational Biology on April 17th shows it is possible to estimate the prevalen-
ce of the flu based on visits to Wikipedia articles related to the illness. Behind the big data backlash is the classic hype
cycle, in which a technology’s early proponents make overly grandiose claims, people sling arrows when those promises
fall flat, but the technology eventually transforms the world, though not necessarily in ways the pundits expected. It
happened with the web, and television, radio, motion pictures and the telegraph before it. Now it is simply big data’s
turn to face the grumblers.

(From http://www.economist.com/blogs/economist explains/201 4/04/economist-explains-10)

The base form, past tense and past participle of the verb “fall” in “The criticisms fall into three areas” are, respectively:
LÍNGUA INGLESA

a) fall-fell-fell;
b) fall-fall-fallen;
c) fall-fell-fallen;
d) fall-falled-fell;
e) fall-felled-falling.

27
10. (Prefeitura de Fortaleza - CE - Professor Substituto - Língua Inglesa –Superior - Prefeitura de Fortaleza - CE
– 2018)

The phrasal verb “bring out” (line 2) could be replaced with all verbs below, EXCEPT:

a) produce.
b) provide.
c) deliver.
d) rescue.
LÍNGUA INGLESA

28
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 Errado _________________________________________________
2 Certo _________________________________________________
3 B
_________________________________________________
4 A
_________________________________________________
5 E
6 C _________________________________________________
7 C _________________________________________________
8 A
_________________________________________________
9 C
10 D _________________________________________________

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LÍNGUA INGLESA

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ANOTAÇÕES

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LÍNGUA INGLESA

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