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INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
matérias primas – somados aos meios de trabalho que seria igual aos meios de
produção) e o valor, ou mais valor enquanto processo de valorização.
É justamente por meio da apropriação do trabalho não pago que o capi-
tal valoriza a si mesmo de forma ininterrupta e “progressiva”, isto porque nos
modos de produção capitalista o trabalhador também é uma mercadoria, porém,
diferente das outras, pois é mediante ao trabalho realizado e não pago a ele (tra-
balhador) que há o processo de valorização do valor.
Este processo de valorização ocorre porque o trabalhador é remunerado
pelo seu trabalho útil (necessário) que é associado à esfera qualitativa. Já a cria-
ção do valor decorreria de um determinado tempo de trabalho necessário para
produção de mercadorias, associando-se com isto a aspectos quantitativos. Neste
momento de produção da mais-valia todos os elementos da produção se convertem
em formas de capital, ou seja, em capital constante e capital variável. Donde no
processo de produção dos valores de uso o trabalho acaba por comandar os meios
de produção, ao passo que no processo de valorização o capital constante passa a
comandar o capital variável. Dito de outra forma, o processo de valorização co-
manda o processo de produção de valores de uso – o capital comanda o trabalho
–. Com isto, os elementos objetivos deste processo (trabalho morto) passam a
comandar os elementos subjetivos (trabalho vivo).
A busca de ampliação do valor torna-se plenamente possível por meio
de certas condições de organização da sociedade em relação ao processo econô-
mico de produção que evidencia que os limites para a ampliação quantitativa do
circuito D-M-D’ de valorização são apenas expressão da ampliação do próprio
valor, ou seja, a ação das forças produtivas – aspectos concretos (máquinas, equi-
pamentos, ferramentas) ou não (técnica, ciência, força de trabalho), contribuem
para o processo de produção e envolve simultaneamente a fase de investimento
(D-M) e a de venda ou realização (M-D’). O circuito do (D) é progressivo ao
passo que o circuito da (M) se encerra ou se finaliza no consumo.
Marx ao definir capital como uma relação social de dominância do tra-
balho, nos apresenta a lógica do movimento do capital que busca de forma desen-
freada uma expansão quantitativa, donde há como resultante da força de trabalho a
extração da mais-valia. Neste sentido, os lucros não seriam pressionados pelos
salários, mas sim, apoiar-se-iam nas quatro dimensões da economia capitalista, a
saber: as decisões de acumulação, a determinação dos salários, as possibilidades
do nível de produto e a relação entre o plano macro e microeconômico.
Este processo de acumulação e de determinação dos salários ocorre ex-
clusivamente por meio das decisões de movimentar o capital na busca de expansão
Não há pois nada mais urgente que procurar libertar dele (preconceito) definitivamente
a nossa ciência; é esse o objectivo principal dos nossos esforços (Durkheim, 1996:25)
tra que o desenvolvimento dos indivíduos tem estrita ligação e dependência com o
desenvolvimento da sociedade, esta foi sua primeira grande obra.
Em 1894 com As Regras do Método Sociológico (Règles de la méthode
sociologique), Durkheim elabora um método em defesa dos princípios iniciados
na sua tese de doutoramento, quais sejam: o entendimento dos fenômenos sociais
enquanto fatos sociais3.
Outra obra importante de Durkheim é O Suicídio, um estudo sociológi-
co (Le Suicide, étude de sociologie) de 1897, que põem a prova sua metodologia
ao realizar uma ampla pesquisa quantitativa sobre o suicídio, provando que o
suicídio, ou as causas que levam alguém a querer se matar (seja de forma positiva
ou negativa) são de natureza sociológica e não individual.
Por fim, e como livro considerado da maturidade de Durkheim, As For-
mas Elementares da Vida Religiosa (Les Formes élémentaires de la vie religieuse)
de 1912, é talvez o seu mais importante livro. Neste livro, Durkheim elabora uma
teoria geral da religião partindo de análises centradas nas instituições religiosas
mais simples e mais primitivas. Uma das idéias centrais do autor nesta obra é de
fundamentar uma teoria das religiões superiores no estudo das formas religiosas
primitivas, onde o totemismo acaba por revelar a essência da religião. A partir do
estudo do totemismo, Durkheim prova que se possa apreender a essência de um
dado fenômeno social observando suas formas mais elementares.
A noção de estrutura é evidenciada neste autor pela idéia de consciência cole-
tiva e representação coletiva, ambos conceitos chaves para o entendimento da teoria que
o autor elaborou como sendo algo específico ao olhar da sociologia nascente, ou seja,
apresenta as especificidades e as justificam como forma de validar cientificamente este
novo tipo de saber que esta propondo para o entendimento e compreensão da sociedade
(sociologia) que não o olhar da psicologia, da filosofia ou da economia.
Tanto a representação coletiva como a consciência coletiva enquanto
fator estrutural da sociedade, não são compostas pela soma das partes, a socieda-
de é sempre maior que a soma das partes, ou seja, não é a soma das representa-
ções individuais que redundam na representação coletiva, mas sim as representa-
ções individuais que são expressões objetivadas das representações coletivas.
A objetivadas da sociedade em Durkheim passa por afirmar que os fatos
sociais são exteriores e coercitivos aos indivíduos, ou seja, as ações individuais seri-
am reflexo da internalização da consciência coletiva de um determinado grupo social.
Giddens (1994 e 1998) salienta que não há uma única consciência cole-
tiva, diversas sociedades são portadoras de diferentes consciências coletivas que
por sua vez engendram algumas diferenças nas organizações sociais.
lo, mensura-lo para poder inferi-lo como um fato social. Durkheim parte de um enten-
dimento que é só explicando um determinado fenômeno que se poderá compreende-lo,
daí a importância de se realizar uma pesquisa quantitativa para o autor.
Primeiramente foi refutada a predisposição individual como causadora
determinante do suicídio, ou seja, refutou-se qualquer hipótese ou tentativa de
evidenciar o suicídio como um fenômeno estritamente ligado às condições psíqui-
cas dos indivíduos. Com isto não só se eliminou o determinante individual do
suicídio como também o tirou da esfera individual de causas.
Uma vez tendo eliminado os fatores individuais, o autor insere as con-
dições materiais ou cósmicas como possíveis causadoras do suicídio, assentando-
se no argumento de que assim como muitas doenças são manifestadas em certas
condições materiais e não em outras, o suicídio também poderia estar associado
de alguma forma a essas diferenciações cósmicas (materiais/biológicas).
Caso tal argumento centrado nos fatores cósmicos se verificasse, não se
poderia atribuir o suicídio como um fenômeno social, mas sim natural por eviden-
ciar que alguns indivíduos seriam naturalmente impulsionados seja pelo ambiente
natural ou por certas características bioquímicas inerentes a alguns indivíduos.
De todo o conjunto de fatores e causas ligadas ao meio material somente
o clima e a temperatura sazonal aparentemente teriam alguma influência sobre as
taxas dos suicídios, porém, em sua pesquisa Durkheim também acaba por refuta-las.
O clima 4 enquanto causa do suicídio é rapidamente refutado por
Durkheim, para o autor ele em nada influencia nas taxas de suicídio. Nesse senti-
do há desde o início uma contraposição entre o autor supra e a escola italiana que
explicava as taxas de suicídio pelas variações temporais.
Na pesquisa de Durkheim não se verificou uma relação entre as taxas de
suicídio e as variações temporais, ou seja, explicar o suicídio pela incidência do
calor não se verifica ao evidenciar que há vários países quentes que possuem
baixas taxas de suicídio.
Outra hipótese contestada foi a de que logo nas primeiras alternâncias
de temperatura (subida) é que haveria aumentos de suicídio, ou seja, não se veri-
ficou relação nenhuma entre as taxas de suicídio e as alternâncias de temperatura
(o fato de subir ou descer a temperatura não foi relevante para a correlação das
variáveis envolventes5).
Por outro lado, a relação existente entre a taxa dos suicídios e as varia-
ções da duração dos dias, verificadas com a predominância dos suicídios durante
o dia seria explicado pelo fato de que é durante o dia que as relações sociais são
mais intensas. Tal fato é explicado ao se verificar que as maiores taxas de suicídio
se dão nos dias e nas horas onde a atividade social é mais intensa. Nesse sentido,
o suicídio e suas possíveis causas só podem ser explicados pelas causas sociais,
o compreendendo a partir desta relação como um fato social.
Como pode ser observada, a pesquisa de Durkheim sobre o suicídio
enquanto um aspecto patológico das sociedades modernas revela uma relação
marcante entre o indivíduo e a coletividade, ou seja, está posto implicitamente
pelo autor até que ponto os indivíduos são determinados pela esfera coletiva.
Nesse sentido, a explicação do suicídio como um fenômeno social, logo objeto de
estudo da sociologia é essencial.
Porém, para defini-lo enquanto um fenômeno social Durkheim criou
uma tipologia para a partir dela elaborar uma teoria geral sobre o suicídio. Para
tal, o autor definiu o suicídio como sendo todo caso de morte ocasionado direta
ou indiretamente, seja por atos positivos6 ou negativos7 realizados pelo próprio
indivíduo e que o mesmo sabia a quais resultado chegaria.
Nesse sentido, é necessário considerar o suicídio não somente nos casos
reconhecidos por todos, mas também nos casos de morte voluntária seja por honra,
glória ou qualquer outra motivação cultural de um determinado conjunto de indivíduos.
Para concluir, porém, não esgotar o assunto, cabe expor que Durkheim
pretende distinguir o suicídio enquanto um fenômeno individual da taxa de suicí-
dio enquanto um fenômeno social, sendo assim, o autor explica o suicídio pela
sua taxa de incidência.
Com isto, a explicação proposta por Durkheim afasta as explicações
psicológicas e suas características psicopatológicas da compreensão das taxas de
suicídio para explica-la e compreende-la como social, ou seja, sai das predisposi-
ções psicológicas para explica-las pelas determinações sociais propostas pelo seu
método e não pelo determinismo em si.
O que Durkheim esta propondo com isto é a elaboração de uma teoria e
de um método que vise explicar os fenômenos sociais, ou seja, entender estes
fenômenos como Fato Social.
Fato social é toda a maneira de fazer, fixada ou não, susceptível de exercer sobre o
indivíduo uma coerção exterior: ou então, que é geral no âmbito de uma dada
sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas
manifestações individuais 8 (Durkheim, 1995:39).
Interação
Máscara Espelho
(Eu sujeito) (Me objeto)
Self
(Processo de interação do
Eu com o Me)
Identidade Individual e
Coletiva dos Indivíduos
(Eu para o Me,
simultaneamente ao Eu
refletido pelo Me)
B
Internalizadas
Estruturas Habitus
B
Influenciam as
Orientam
Estruturas
Ação
Anthony Giddens, por sua vez, é um sociólogo inglês que tenta criar uma
teoria para compreender o funcionamento da sociedade e das relações sociais dentro de
uma perspectiva que visa superar/complementar o embate clássico na sociologia entre
estrutura e ação. Para tal feito, Giddens dialoga de forma direta com o funcionalismo.
A principal preocupação do autor centra-se no que o mesmo vai determinar
por dualidade da estrutura, ou seja, a ação cria as estruturas e ao mesmo tempo a ação
só acontece nas estruturas. As estruturas ao mesmo tempo em que constrangem tam-
bém facilitam. Nessa teoria da estruturação de Giddens, alguns conceitos serão neces-
sários para que possamos entender sua teoria, para vermos no que ela difere da de
Bourdieu e quais seus avanços e conflitos com alguns autores da sociologia.
Para que haja uma ação para o autor é preciso que se tenha
intencionalidade, razão (racionalização da ação), conhecimento do mundo social,
reflexividade, consciência prática, conhecimento prático, conhecimento discursivo
e motivação. Todos esses conceitos enumerados são essenciais na compreensão
do como as ações dos indivíduos influenciam e interferem nas estruturas.
A capacidade de fazer alguma coisa, de agir dos indivíduos, a agência
enquanto o poder de fazer coisas. Esse poder de fazer só existe porque os indiví-
duos vivem constantemente em relações sociais que são mantidas pela rotina. A
rotina também é essencial para a manutenção das instituições sociais.
A rotina em si é uma dualidade, ou seja, em parte ela é imposta pelas
instituições sociais (rotinas institucionalizadas) e em partes ela é gerada por pro-
cedimentos decorrentes da consciência prática – o feito (oposta à consciência
discursiva – o dito). A consciência discursiva se assemelharia ao Ego e a consci-
ência prática ao superego e fechando por analogia a trilogia psicanalista de Freud,
os motivos inconscientes e de cognição assemelha-se ao Id. A consciência prática
é fundamental para a teoria da estruturação proposta por Giddens.
A continuidade das práticas (sociais) depende da reflexividade e esta só
é possível devido à continuidade das práticas que as tornam nitidamente as mes-
mas através do tempo e do espaço. A reflexividade é como um caráter de
monitoramento do fluxo contínuo da vida social e não meramente como
autoconsciência. Ela se assenta no monitoramento contínuo da ação que os seres
humanos (indivíduos) exibem, esperando sempre o mesmo dos outros.
O monitoramento reflexivo da atividade humana é uma característica da
ação cotidiana e envolve a conduta do indivíduo (eu) e dos outros (nós). Os atores
sociais controlam e regulam o fluxo de suas atividades como também esperam dos
Internalizadas
Estrutura Habitus/Rotina*
G G
Influenciam as Orientam
Estruturas -
Estruturação Ação
* Colocamos Habitus e Rotina como análogos para facilitar a comparação com o Modelo de
Bourdieu, porém temos claro que para Giddens o habitus é parte da rotina e não sua totalidade.
possuem a capacidade por meio das ações dentro de processos históricos de criar
novas estruturas, é uma espécie de dualidade social onde os indivíduos simultane-
amente incorporam as estruturas e por meio de suas ações criam estruturas, nor-
mas e regras sociais mais gerais ou específicas a um grupo.
Para nos demonstrar que o mundo social não é estático centrado nas
estruturas e nem que é somente dinâmico centrado na ação, Elias em seu texto,
“Os Estabelecidos e os Outsiders”, demonstra como se forma a identidade social e
os campos de poder que se estabelecem em um conjunto de pessoas pertencentes
a um bairro Inglês. A identidade para o autor se forma em um processo histórico
que envolve o contraste (entre dominadores e dominados) e a unidade
(interdependência estrutural dos dois grupos polarizados).
Este estudo do autor evidencia que a identidade social está associada de forma
íntima as relações de poder existentes no bairro, cujo poder esta assentado sobre a
tradição, a autoridade, ou seja, a temporalidade (antiguidade) é de fundamental importân-
cia para o estabelecimento dicotomizado dos grupos dentro de um mesmo bairro.
A essa dicotomia, que implica em se ter um grupo que domina – estabe-
lecidos – e um grupo que é dominado – outsiders –, apresenta reflexo temporal e
espacial. Temporal porque essa divisão do grupo é dada pelo tempo no local, pela
tradição e espacial porque ele reflete no próprio arranjo geográfico, ou seja, há
uma criação de uma paisagem que separa espacialmente um grupo do outro. A
dicotomia entre os grupos além de ser uma forma contrastiva de construção histó-
rica dos grupos estabelecidos e dos grupos outsiders, também é uma forma de
hierarquizar os grupos segundo o grau de poder que possuem.
O controle social, ou a possibilidade de manutenção e/ou de alteração da
configuração dicotomizada daquele grupo é feita por mecanismos simbólicos, no qual
a fofoca, os elogios e outros recursos lingüísticos são de fundamental importância.
Por meio desse controle simbólico é que se ratifica os estabelecidos e
se estigmatiza os outsiders. Ao passo que os primeiros são portadores de grande
coesão social, os segundos são totalmente desarticulados, ocorrendo de forma
incipiente ou mais arraigada o preconceito e os estigmas entre eles mesmos. Esta
configuração que na soma dos grupos é dicotomizada, quando vistos separados,
os outsiders não possuem coesão, não possuem uma identidade comum de grupo,
com isso a possibilidade de ruptura histórica do campo de poder que se estabele-
ceu no bairro fica cada vez mais deficitária/remota, porém não impossível.
Pensar em estabelecidos e outsiders é pensar em um grupo coeso e
dominante apoiado na tradição e portador de grande status e em outro grupo sem
tões pertinentes dos seus respectivos tempos). O que a nova e incipiente configu-
ração nos trás é também uma inquietação analítica sobre até que ponto os instru-
mentos e análises realizadas até então são capazes de dar conta/respostas e/ou
entendimento desta nova complexidade mundo que estamos vivenciando?
Para efeito deste trabalho, optamos em explorar muito mais o debate
entre teorias centradas na estrutura e teorias centradas na ação e as diversas for-
mas de superação do que ensejarmos novas categorias e conceitos para referirmos
a esses novos ordenamentos científicos e tecnológicos. Preferimos com isto dei-
xar as questões desta segunda esfera muito mais como indagação a ser reverbera-
da (questão a ser pensada, percebida). Tal escolha nos parece sensata uma vez em
que a nossa luz ainda podemos inferir e usufruirmos muito dos debates, categori-
as e conceitos produzidos pela teoria social até então, o que, não nos limita de
enumerarmos ou ao menos começarmos a evidenciar a possibilidade de elabora-
ção de outros conceitos e outras categorias mais adequadas a essa nova realidade
(complexa, difusa e contraditória), a esses novos processos em andamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por outro lado, embora não tenha sido objeto direto e central deste
trabalho, faz pertinente a reflexão sobre as alterações sociais que temos vivenciado
seja na esfera tecnológica, científica, informacional ou mesmo organizacional desde
o final do século XX e início deste século XXI e, juntamente com elas, até que
ponto não será preciso que a teoria social também recrie seus conceitos e catego-
rias analíticas. Mas, essas questões neste exercício foram nos postas muito mais
como inquietação a ser refletida do que a ser analisada e descrita enquanto tal.
Esperamos com isto, poder de alguma forma trazer contribuições/refle-
xões para a teoria social no que tange as análises centradas na estrutura e as
análises centradas na ação e, com isto, respectivamente buscar a superação desta
dicotomia e, ao mesmo tempo, enumerarmos no final (do texto) uma problemática
(se é que já podemos defini-la assim) a ser refletida, senão, pelo menos a ser
notada com muito cuidado.
NOTAS
1 Sociólogo e Cientista Político, Doutorando em Ciências Sociais na UNICAMP.
Bolsista-Docente junto ao Departamento de Ciência Política da UNICAMP e
membro da equipe do Projeto Temático UNICAMP/CEDEC “Reestruturação Eco-
nômica Mundial e Reformas Liberalizantes nos Países em Desenvolvimento”
(FAPESP), coordenado pelo professor Sebastião Carlos Velasco e Cruz. Pesquisa-
dor do Centro de Estudos Internacionais e de Política Contemporânea – CEIPOC/
UNICAMP. lemeaa@unicamp.br
2 Essa divisão é uma das principais causas da alienação do trabalhador que é explo-
rado pelo aumento da jornada de trabalho (mais-valia absoluta) e pela intensifica-
ção de recursos tecnológicos e diminuição das condições socialmente necessári-
as a subsistência do trabalhador. Nesse processo o trabalhador também é visto
como mercadoria, ocorrendo a fetichização da mercadoria que resulta na subsunção
formal e real do trabalhador.
3 O Fato Social é distintivo de outros fenômenos presentes na natureza e nas predis-
posições psíquicas dos indivíduos por se apresentarem como coisa exterior às cons-
ciências individuais e susceptíveis de exercerem ação coercitiva sobre as mesmas.
4 O clima aqui é entendido em suas variações, calor e frio, por exemplo.
5 Correlação entre as taxas de suicídio e as variações na temperatura (calor e frio e
suas respectivas intensidade segundo um padrão quantitativo – categorização da
temperatura em intervalos).
6 Os atos positivos estão associados às mortes provocadas de forma direta pelos
indivíduos, como por exemplo, o ato de um indivíduo disparar contra si mesmo
um tiro de revolver ou apunhalar uma faca em pontos vitais do seu corpo.
7 Os atos negativos por sua vez estão associados às mortes provocadas de forma
indireta, tal como o ato de um indivíduo que resolve deixar de comer ou que
numa eventualidade não queira sair da frente de um automóvel que venha em
sua direção, por exemplo.
8 Este parentesco estreito entre a vida e a estrutura, entre o órgão e a função, pode
ser facilmente estabelecido em sociologia porque entre estes dois termos extremos
existe toda uma série de intermediários imediatamente observáveis que mostra a
ligação entre eles. A biologia não tem o mesmo recurso. Mas é permitido acreditar
que as induções da primeira destas ciências sobre este assunto são aplicáveis à
outra e que nos organismos, tal como nas sociedades, só existem diferenças de
grau entre estas duas de factos (Durkheim, 1995:39).
9 Weber não tenta com isto realizar uma inversão da esfera econômica para a
religiosa como causa única, o autor compreende que há várias causas intrinseca-
mente ligadas a evolução do capitalismo, porém, sua pesquisa se preocupa em
compreender a correlação da ética protestante para o espírito do capitalismo.
10 Esta diferenciação que fizemos entre Parsons, Strauss e Goffman pode ser gene-
ralizada para a diferenciação entre o interacionismo simbólico e o funcionalismo.
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