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INEP

Questões comentadas
SUMÁRIO
Revalida: INEP..................................................... 3

Questões
Clínica Médica................................................. 4
Clínica Cirúrgica............................................... 9
Saúde Coletiva................................................ 14
Ginecologia e Obstetrícia........................ 19
Pediatria.............................................................. 23

Gabarito e comentários
Clínica Médica............................................... 27
Clínica Cirúrgica........................................... 34
Saúde Coletiva............................................... 40
Ginecologia e Obstetrícia...................... 47
Pediatria.............................................................. 53
Revalida: INEP
O Revalida, nome pelo qual é conhecido o Exame Na-
cional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedi-
dos por Instituições de Educação Superior e Estran-
geira. Ele foi criado em 2011 para ampliar a revalidação
de diplomas médicos obtidos no exterior.

A prova pode ser realizada por qualquer estudante –


brasileiro ou estrangeiro – que tenha se formado em
medicina em uma faculdade que não esteja em territó-
rio nacional brasileiro. O exame é aplicado pelo INEP,
mas a revalidação, de fato, é responsabilidade de Insti-
tuições de Educação Superior públicas.

Para conhecer um pouco mais


sobre, acesse o portal do INEP, aqui:
http://portal.inep.gov.br/educacao-superior/revalida

Neste e-book, traremos primeiramente as 25 questões


para que você possa testar seus conhecimentos com
perguntas selecionadas pelos melhores professores.
Após, a traremos com os comentários para que você
possa tirar o melhor proveito dos seus estudos.

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questões comentadas | inep

Clínica Médica
2016
1. Um homem com 45 anos de idade, trabalhador braçal, com 1,73
m de altura e 105 kg de peso (índice de massa corporal = 35 kg/
m²), tabagista (20 cigarros/dia), procurou a unidade básica de
saúde com relato de cefaleia constante na região da nuca, que
piora no período vespertino. A medida de sua pressão arterial re-
gistrou 170x100 mmhg. A conduta a ser adotada para esse pa-
ciente é:

a) solicitar exames de sangue e urina para enquadrá-lo no Escore


de Framinghan

b) iniciar de imediato tratamento medicamentoso para controle


da pressão arterial e orientar mudanças nos hábitos de vida

c) recomendar a redução do peso e, caso a hipertensão persista


após a redução do peso, iniciar o tratamento medicamentoso
para controle da pressão arterial

d) estimular e orientar mudanças nos hábitos de vida, fazer


acompanhamento rigoroso com medições diárias da pressão
arterial e aguardar resultados para iniciar o tratamento
medicamentoso

4
questões comentadas | inep
clínica médica

2016
2. Um homem de 25 anos de idade é trazido ao pronto-socorro com
rebaixamento do nível de consciência há 30 minutos. Um familiar
relata que o paciente perdeu cerca de 10 kg no último mês, apesar
do aumento do apetite e do aumento da ingesta de líquidos. Ao
exame, o paciente apresenta-se sonolento, desidratado, anictérico
e afebril. Apresenta também pressão arterial = 120x80 mmHg, fre-
quência cardíaca = 120 bpm e frequência respiratória = 37 irpm. As
auscultas cardíaca e pulmonar estão dentro da normalidade. O
paciente refere leve dor abdominal à palpação superficial, sem
dor à descompressão brusca; flapping não presente. A gasometria
arterial revelou ph = 7,0 (valor de referência: 7,35 a 7,45); bicarbona-
to sérico = 9 meq/l (valor de referência: 22 a 26 meq/l); ânion-gap -
17. Outros exames apresentaram os seguintes resultados: glicemia
de jejum = 560 mg/dL (valor de referência: 70 a 99 mg/dL); K+ séri-
co = 2,3 meq/l (valor de referência: 3,5 a 5,5 meq/l); Na+ sérico = 129
meq/l (valor de referência; 132 a 146 meq/l). Com base no quadro
clínico apresentado, o tratamento imediato indicado é:

a) hidratação, reposição de potássio e administração de insulina


regular por via endovenosa, simultaneamente

b) hidratação e reposição de potássio por via endovenosa, admi-


nistração imediata de insulina NPH por via endovenosa

c) hidratação e reposição de potássio por via endovenosa, admi-


nistração de insulina regular por via endovenosa após a nor-
malização do potássio sérico

d) hidratação e reposição de potássio por via endovenosa; admi-


nistração imediata de insulina regular por via endovenosa e de
insulina NPH por via subcutânea, simultaneamente

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questões comentadas | inep
clínica médica

2017
3. Uma mulher de 50 anos procura atendimento médico na Uni-
dade Básica de Saúde, com queixa de astenia progressiva há 3
meses. Ela nega quaisquer outros sintomas e afirma não fazer
uso de qualquer medicação. Está na menopausa há 2 anos, sem
apresentar sangramento transvaginal. Não há relato de comor-
bidades ou de histórico familiar de diabetes, hipertensão ou
neoplasias. No exame físico da paciente, o único achado é pali-
dez, com mucosas hipocoradas (++/4+). O hemograma solicita-
do mostrou: hemoglobina = 9 g/dL (valor de referência: 12 a 14 g/
dL), hematócrito = 27%, (valor de referência: 36 a 42%), VCM = 65
fL (valor de referência: 80 a 100 fL), HCM = 20 pg (valor de refe-
rência: 27 a 32 pg), RDW = 19% (valor de referência: 11,5 a 15%);
leucograma e plaquetas normais. Com base nos achados, a
conduta inicial para complementação da investigação diagnós-
tica dessa paciente é solicitar:

a) mielograma

b) dosagem de ácido fólico

c) dosagem de vitamina B12

d) pesquisa de sangue oculto nas fezes

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questões comentadas | inep
clínica médica

2017
4. Uma mulher de 32 anos procura a Unidade Básica de Saúde
com queixa de dores intensas nas articulações das mãos e dos
pés associadas à rigidez matinal, com duração de cerca de 15
minutos e prejuízo funcional. Relata que os sintomas começa-
ram há 3 meses, quando, ao passar as férias de verão em outro
estado, apresentou quadro de febre alta, além de manchas
vermelhas no rosto, nos braços e no tórax, as quais persistiram
por cerca de 10 dias. Informa que não procurou atendimento
médico na ocasião, passando a fazer uso de dipirona para alí-
vio da dor, com melhora não satisfatória. O exame clínico atual
evidencia edema e dor nas articulações interfalangianas dis-
tais, bilateralmente, e em tornozelos, não sendo observados,
no momento, lesões de pele, mucosas ou nódulos subcutâ-
neos. Os resultados do hemograma completo e do exame de
urina de rotina revelaram-se normais. Diante desse quadro,
quais são o diagnóstico e o tratamento adequado?

a) osteoartrose; acetaminofeno

b) artrite reumatoide; metotrexato

c) chikungunya; hidroxicloroquina

d) lúpus eritematoso sistêmico; prednisolona

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questões comentadas | inep
clínica médica

2017
5. Um homem de 38 anos, portador de diabetes mellitus tipo 1 des-
de os 12 anos, sem tratamento regular de sua doença de base, foi
admitido no centro de tratamento intensivo em razão de quadro
de sepse grave. Segundo relato de familiar, o paciente iniciou, há
cerca de 4 dias, quadro de tosse produtiva e febre alta. Fez uso de
sintomáticos (mucolítico e antitérmico) sem obter melhora. Há 24
horas, passou a apresentar diminuição importante de débito uri-
nário e, há 3 horas, prostração e rebaixamento do nível de cons-
ciência. O exame físico demonstra temperatura axilar = 38,6°C,
frequência cardíaca = 112 bpm, frequência respiratória = 33 irpm
(com tiragem intercostal) e pressão arterial = 68x40 mmHg. Solici-
tados exames complementares de urgência, o hemograma revela
26.000 leucócitos/mm3 (valor de referência: 4.000 a 10.000/mm3) e
16% bastões (valor de referência: 0 a 5%). Diante desse quadro, a
conduta inicial apropriada deve ser:

a) colher hemoculturas e iniciar imediatamente ressuscitação vo-


lêmica e antibioticoterapia direcionada a germes atípicos com
claritromicina

b) colher hemoculturas e iniciar imediatamente ressuscitação


volêmica e antibioticoterapia intravenosa de amplo espectro
com ceftriaxona e azitromicina

c) colher secreção traqueal para bacterioscopia e cultura e solici-


tar tomografia computadorizada de tórax de alta resolução,
para definir esquema antibiótico

d) colher secreção traqueal para bacterioscopia e cultura e solici-


tar radiografia de tórax em AP no leito, aguardando resultados
para início da antibioticoterapia

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Clínica Cirúrgica
2016
6. Uma menina com 12 anos de idade foi atendida em hospital de
grande porte com trauma abdominal contuso devido à queda
de bicicleta. Relata que o acidente ocorreu há 30 minutos e re-
fere dor abdominal intensa, com escoriações na região umbili-
cal e no flanco esquerdo e palidez cutânea. Apresenta pressão
arterial = 75x50 mmHg; frequência cardíaca = 124 bpm; peso = 31
kg. Durante o atendimento foi realizada avaliação ultrassono-
gráfica direcionada para trauma (FAST) na sala de emergência,
cujo resultado evidenciou moderada quantidade de líquido
(aproximadamente 150 mL) no quadrante superior, entre o ba-
ço e o rim esquerdo. Após administração de analgésico e infu-
são de 500 mL de solução cristaloide por via endovenosa, a pa-
ciente relatou melhora da dor e apresentou os seguintes sinais
vitais: pressão arterial = 90x70 mmHg; frequência cardíaca = 100
bpm. A conduta indicada nesse caso é:

a) realizar lavado peritoneal diagnóstico

b) transfundir 10 mL/kg de concentrado de hemácias

c) realizar, imediatamente, tomografia computadorizada do


abdome

d) indicar laparotomia exploradora para avaliar a ocorrência de


lesão traumática do baço

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questões comentadas | inep
clínica cirúrgica

2016
7. Um homem com 70 anos de idade, hipertenso, foi atendido em
uma unidade de emergência com quadro de bexigoma e infec-
ção urinária, quando foi feita a passagem de sonda vesical de
demora e iniciada antibioticoterapia. Após remissão completa
do quadro infeccioso, o paciente foi internado no serviço de uro-
logia de um hospital universitário para realização de ressecção
transuretral de próstata. Ao ser submetido à avaliação pré-anes-
tésica, informa, na anamnese, ser portador de marca-passo car-
díaco, mas não sabe identificar o modelo e nem possui o cartão
de usuário de marca-passo. O paciente informa ainda fazer uso
regular de ácido acetilsalicílico (100 mg/dia). Com base nessas
informações, qual deve ser a conduta subsequente da equipe
médica assistente, anestesista e cirurgião, tendo em vista a reali-
zação de uma cirurgia segura?

a) dar alta hospitalar e reprogramar a cirurgia depois da avaliação


cardiológica ambulatorial

b) marcar a cirurgia para o dia seguinte, desde que haja suporte


do cardiologista no transoperatório

c) manter o paciente internado e suspender a cirurgia até que


haja avaliação e liberação pela equipe da cardiologia

d) marcar a cirurgia para o dia seguinte; administrar vitamina K e,


se necessário, transfundir plasma fresco congelado no transo-
peratório

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questões comentadas | inep
clínica cirúrgica

2017
8. Uma mulher de 72 anos foi atendida na sala de emergência de
um hospital por apresentar quadro de dor abdominal com 24
horas de evolução. Ao exame físico, a paciente estava em bom
estado geral, afebril, com frequência cardíaca = 88 bpm e pres-
são arterial 150x95 mmHg, e seu abdome apresentava-se doloro-
so à palpação em fossa ilíaca esquerda, sem sinais de irritação
peritoneal. Foi realizada uma tomografia de abdome, que evi-
denciou quadro de diverticulite aguda, com imagem sugestiva
de abcesso de 1,5 cm de diâmetro junto à parede do sigmoide e
ausência de pneumoperitônio. Diante desse quadro, a conduta
adequada é:

a) exploração cirúrgica e antibioticoterapia

b) jejum, hidratação e antibioticoterapia

c) drenagem percutânea do abcesso

d) jejum, colonoscopia e biópsia

2017
9. Durante plantão na central de regulação de urgência, o técnico
auxiliar de regulação médica transfere para o médico regulador
uma chamada telefônica durante a qual ele deve orientar os cui-
dados iniciais para uma vítima de acidente do trabalho com ser-
ra elétrica. O paciente, um operário do sexo masculino de 20
anos, sofreu amputação do polegar direito e encontra-se cons-
ciente e orientado, apresentando sangramento local, que cessa à
compressão manual do coto de amputação. Havendo a intenção
de reimplante do membro amputado, além de cobrir o ferimen-

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questões comentadas | inep
clínica cirúrgica

to no coto com pano limpo, que orientações deverão ser dadas


pelo médico regulador, por telefone, até a chegada da ambulân-
cia ao local do chamado e posterior condução do paciente à uni-
dade hospitalar especializada?

a) efetuar garrote no punho; lavar o dedo amputado em água


corrente e colocá-lo em recipiente com gelo, cobrindo-o
completamente

b) efetuar compressão local; lavar o dedo amputado em água


corrente e colocá-lo em recipiente com gelo, cobrindo-o
completamente

c) efetuar garrote no punho; cobrir o dedo amputado com pano


limpo e colocá-lo em um saco plástico e, depois, em um reci-
piente com gelo

d) efetuar compressão local; cobrir o dedo amputado com pano


limpo e colocá-lo em um saco plástico e, depois, em um reci-
piente com gelo

2017
10. Um homem de 65 anos encontra-se internado no hospital no
pós-operatório imediato de uma herniorrafia inguinal à direita.
Seus exames pré-operatórios apresentaram-se sem alterações.
Às 2 horas da madrugada, a técnica de enfermagem recorre ao
médico plantonista, pois o paciente é encontrado nu, recusa-se a
colocar novamente as roupas, fala coisas sem sentido e não reco-
nhece o familiar que o acompanha. Sua cirurgia foi realizada na
manhã anterior, sem intercorrências, tendo ele recebido meperi-
dina após o procedimento cirúrgico e metoclopramida devido a

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questões comentadas | inep
clínica cirúrgica

náuseas. Não se alimentou o dia todo e, ao exame físico, não se


apresentaram alterações. O exame do seu estado mental mostra
desorientação; ele não atende pelo nome e não sabe onde está,
além de estar hipotenaz e um pouco sonolento. Diante desse
quadro, o médico plantonista deve:

a) prescrever um benzodiazepínico intravenoso para a sedação


do paciente e avaliar complicações pós-operatórias

b) avaliar a necessidade das medicações em uso, colocar o pa-


ciente em um quarto com boa iluminação e prescrever um
antipsicótico, se constatada agitação psicomotora

c) conter fisicamente o paciente e iniciar sedação com midazo-


lam intravenoso, enquanto aguarda avaliação psiquiátrica

d) manter conduta expectante, dado que esses quadros regri-


dem espontaneamente em poucas horas, e prescrever um
benzodiazepínico, se constatada agitação psicomotor

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questões comentadas | inep

Saúde Coletiva
2017
11. A Câmara de vereadores de um município brasileiro solicitou à
secretaria municipal de saúde providências em relação ao surgi-
mento de casos de H1N1 na penitenciária local. Nessa situação,
que ações devem ser instituídas pela vigilância epidemiológica
para o controle do agravo?

a) realizar quimioprofilaxia na população carcerária e em seus fa-


miliares, independentemente de fatores de risco

b) realizar quimioprofilaxia na população carcerária, isolar os casos


suspeitos em ambiente hospitalar e vacinar os contactantes

c) isolar os casos suspeitos em celas individuais, evitar trânsito de


profissionais entre alas com e sem doentes e programar vaci-
nação anual

d) isolar os casos suspeitos em celas individuais e solicitar sorolo-


gia para diagnóstico de influenza em casos suspeitos até a
confirmação de três casos

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questões comentadas | inep
saúde coletiva

2016
12. Durante uma campanha de prevenção de acidentes ocupacio-
nais em ambiente hospitalar, uma mulher com 32 anos de idade,
auxiliar de enfermagem, foi submetida à sorologia para hepatite
C, por teste rápido presencial, revelando-se reativa. Está ansiosa,
pois não entende bem o que tal resultado significa, já que “não
sente nada” e “não tem ideia de como foi contaminada”. É refe-
renciada ao serviço de apoio ao trabalhador (SAT), no ambulató-
rio do hospital onde trabalha. Na primeira etapa de Investigação,
além de responder às dúvidas que a paciente apresentar duran-
te o atendimento, é necessário que o médico do SAT priorize:

a) a avaliação das provas de função hepática

b) a pesquisa de coinfecções pelo vírus HBV e HIV

c) a realização de teste de genotipagem para o HCV

d) a solicitação de teste de quantificação de carga viral do HCV

2017
13. A segurança dos pacientes nos sistemas nacionais de saúde é
uma importante preocupação mundial. A Organização Mundial
de Saúde (OMS) criou, em 2004, a Aliança Mundial pela Seguran-
ça do Paciente. No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu, em
2013, o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Com rela-
ção a esse tema, é correto afirmar que:

a) a cultura da segurança é uma filosofia institucional que parte


do pressuposto de que a notificação de erros durante a assis-
tência prestada aos pacientes é a condição necessária ao de-
senvolvimento da política pública

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questões comentadas | inep
saúde coletiva

b) os chamados erros latentes são atos inseguros, cometidos por


quem está atuando em contato direto com o sistema, enquan-
to erros ativos são atos ou ações evitáveis dentro do sistema a
partir do processo de gestão

c) o sistema de notificação de incidentes da segurança do pa-


ciente, para ser efetivo, deve apresentar características como:
ser não punitivo, confidencial, independente e orientado para
a solução dos problemas identificados

d) a formulação de planos de segurança para o paciente durante


a prestação dos serviços de saúde demanda a criação de novos
instrumentos para medir a segurança em cada estabeleci-
mento médico

2017
14. O gestor de saúde de um município de 200.000 habitantes no
Brasil desenvolveu um estudo para estimar a prevalência de hi-
pertensão arterial sistêmica para o planejamento da atenção à
saúde dessa população, especialmente a dispensação de medi-
camentos anti-hipertensivos. Em uma amostra de 2.500 pes-
soas pesquisadas, 20% (IC95% = 18,5-21,5) apresentavam diag-
nóstico de hipertensão e já tinham indicação de tratamento
medicamentoso. No mesmo ano em que foi desenvolvida a
pesquisa, 19% da população utilizou as farmácias municipais e
privadas para tratamento da hipertensão. Considerando essas
informações, assinale a alternativa correta acerca dessa situa-
ção epidemiológica:

a) a adesão ao tratamento da hipertensão está adequada, uma


vez que a proporção de pacientes que utilizaram as farmácias

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questões comentadas | inep
saúde coletiva

para esse tratamento pode ser igual à prevalência estimada da


hipertensão

b) a adesão ao tratamento da hipertensão não pode ser avaliada,


uma vez que a proporção de pacientes que utilizaram as far-
mácias para esse tratamento está abaixo da prevalência esti-
mada de hipertensão

c) são necessárias campanhas de orientação para a prevenção


secundária da hipertensão arterial, pois a prevalência estimada
no município é muito maior do que a prevalência atual no país

d) a estimativa da prevalência de hipertensão arterial no municí-


pio varia de 18,5% a 21,5%, o que dificulta a implementação de
políticas estratégicas de adesão ao tratamento nesse municí-
pio em particular

2017
15. Um homem de 42 anos, servidor público, motorista do SAMU
192 (suporte avançado) há 22 anos, consultou-se com ortopedis-
ta de sua própria equipe queixando-se de forte dor em região
lombar havia 3 meses, com irradiação para a região medial dos
membros inferiores. O ortopedista receitou-lhe analgésico e
entregou-lhe um relatório no qual sugeria afastamento do tra-
balho para investigação diagnóstica, fisioterapia e repouso por
15 dias. O servidor foi encaminhado ao departamento de saúde
do trabalhador para a realização de perícia médica, tendo seu
pedido de licença negado sob a alegação de que deveria pri-
meiramente realizar os exames indicados para diagnóstico e
tratamento adequados. Diante dessa situação, o motorista avi-
sou à sua equipe que faltaria ao plantão por 2 semanas. A equi-

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questões comentadas | inep
saúde coletiva

pe informou o fato à sua chefia imediata, que apontou falta in-


justificada ao motorista e aplicou-lhe advertência. Nesse caso, o
motorista deveria:

a) ajuizar ação contra a sua equipe, por falta de relacionamento


ético-profissional, solicitando reparação por danos morais

b) ter se comunicado primeiro com a própria equipe de trabalho, não


ter faltado aos plantões e ter acertado a adaptação do seu assento

c) ajuizar ação contra a sua chefia imediata, para a obtenção de


mandado de segurança, a fim de ser ressarcido dos dias des-
contados de seu salário

d) ter comunicado o fato ao setor de recursos humanos e a sua


chefia imediata e aguardado o posicionamento deles antes de
comunicar sua ausência à equipe

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questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

Ginecologia
e Obstetrícia
2016
16. Uma mulher com 26 anos de idade, profissional do sexo, é usuá-
ria de DIU de cobre há um ano. Ela procura uma Unidade Básica
de Saúde com queixa de dor abdominal em hipogástrio asso-
ciada a corrimento de odor fétido, nega febre. Relata que sua
última menstruação ocorreu há sete dias. Ao exame físico, veri-
fica-se abdome doloroso à palpação profunda em hipogástrio e
ruídos hidroaéreos preservados; observa-se presença de con-
teúdo vaginal bolhoso, amarelado, com odor fétido, útero de
tamanho normal e anexos de tamanho normal, dolorosos à pal-
pação bilateralmente. De acordo com esse quadro clínico, a
conduta indicada é:

a) retirar o DIU e preescrever antibioticoterapia em nível ambula-


torial

b) manter o DIU e preescrever antibioticoterapia em nível ambu-


latorial

c) retirar o DIU e encaminhar a paciente para antibioticoterapia


em nível hospitalar

d) manter o DIU e encaminhar a paciente para antibioticoterapia


em nível hospitalar

19
questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

2016
17. Uma mulher com 25 anos de idade, no curso de 20 semanas de
gestação, é atendida em consulta pré-natal e apresenta resulta-
do de VDRL de 1:16. Diz ter realizado tratamento adequado para
sífilis há dois anos e que, desde então, não apresentou lesões na
região genital ou erupções cutâneas. Diante dessa situação, a
conduta indicada é:

a) solicitar VDRL em 1 mês e proceder a novo tratamento se hou-


ver elevação dos títulos do VDRL

b) prescrever penicilina benzatina 2,4 milhões UI, por via intra-


muscular, em dose única, para a paciente e seu parceiro

c) prescrever penicilina benzatina 2,4 milhões UI, por via intra-


muscular, uma dose semanal por 3 semanas (total de 7,2 mi-
lhões de UI), para a paciente e seu parceiro

d) prescrever penicilina G cristalina aquosa 3 milhões UI por via


endovenosa, a cada 4 horas por 14 dias, para a paciente, e peni-
cilina benzatina 2,4 milhões UI, por via intramuscular, em dose
única, para o parceiro

2017
18. Uma mulher de 45 anos comparece ao ambulatório de Gineco-
logia com queixas de aumento do volume abdominal e irregula-
ridade menstrual. Realiza ultrassonografia transvaginal que evi-
dencia, no ovário direito, imagem anecoica, arredondada, com
paredes finas, contornos regulares, limites bem definidos e sep-
tações grosseiras em seu interior, medindo 14x12 cm em seus
maiores diâmetros. Nesse caso, a conduta adequada é:

20
questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

a) iniciar tratamento clínico com anticoncepcional combinado e


controle trimestral com ultrassonografia

b) realizar marcadores tumorais e proceder a laparotomia com


exame de congelação no intraoperatório

c) acompanhar de forma expectante e reavaliar resultado de ul-


trassonografia após 2 meses

d) realizar punção e drenagem do cisto, guiadas por ultrassono-


grafia

2017
19. Uma mulher de 32 anos, no 5º dia de puerpério de parto normal,
retorna à maternidade com queixa de dor intensa na panturrilha
esquerda. Nega febre, e, ao exame físico, observam-se: varizes
em membros inferiores bilateralmente, panturrilha esquerda
empastada com edema e aumento da temperatura local. Diante
desse quadro, a conduta adequada é recomendar:

a) internação, repouso no leito, manutenção dos membros infe-


riores elevados e calor local

b) internação, repouso no leito, realização de exame de ultrasso-


nografia com Doppler e terapia anticoagulante

c) repouso no domicílio, uso de meia elástica e orientação para


retorno, caso não haja melhora em 2 dias

d) repouso no domicílio, tratamento com anti-inflamatórios não


hormonais e controle semanal com resultados de hemograma
e coagulograma

21
questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

2017
20. Uma mulher de 34 anos, gesta 3, para 2, cesáreas 2, com idade
gestacional de 37 semanas e diagnóstico de placenta prévia cen-
troparcial, chega à maternidade com queixa de sangramento
vaginal vermelho-vivo, em moderada quantidade. Ao exame físi-
co, apresenta PA = 110x70 mmHg, FC = 80 bpm, batimentos car-
diofetais = 132 bpm e dinâmica uterina de 2 contrações de 30
segundos em 10 minutos de observação. Nesse caso, a principal
complicação e o exame indicado são:

a) coagulopatia; coagulograma

b) prematuridade, amnioscopia

c) acretismo placentário; ultrassonografia com Doppler

d) deslocamento prematuro de placenta; ultrassonografia do


ventre

22
questões comentadas | inep

Pediatria
2016
21. Uma criança do sexo masculino, com 10 anos de idade, previa-
mente hígida, é levada pelos pais para consultar em unidade
básica de saúde. Eles relatam aparecimento de tumoração em
região direita do pescoço da criança há 5 dias, de crescimento
progressivo, associado a febre (até 38,5 °C) e dor local. Informa
que, há dois dias, a criança reclamou de piora da dor e de apare-
cimento de calor e rubor na região, com dificuldade na lateraliza-
ção do pescoço. Desde o início do quadro, a criança apresenta
mal-estar generalizado e hiporexia. Ao exame físico, apresenta-
-se em regular estado geral, febril (38 °C), corada, hidratada e
eupneica, sem alterações ao exame de orofaringe. Identifica-se
presença de tumoração única com 8 cm de diâmetro em região
cervical direita consistência fibroelástica, móvel, dolorosa à pal-
pação, não aderida a tecido profundo, com hiperemia e calor lo-
cal. Diante desse quadro, a hipótese diagnóstica é

a) neoplasia

b) linfadenite viral

c) adenite bacteriana

d) mononucleose infecciosa

23
questões comentadas | inep
pediatria

2016
22. Uma lactente com 6 meses de idade é levada à consulta de pue-
ricultura na Unidade Básica de Saúde. A mãe relata ter feito 9
consultas pré-natais e não ter apresentado intercorrências em
sua gestação. Informa que a criança nasceu a termo, com peso
de 3 kg e sem intercorrências. Não há relato de doenças na histó-
ria patológica pregressa. A mãe refere que a criança está saudá-
vel e em aleitamento materno exclusivo. Na avaliação do desen-
volvimento neuropsicomotor, o profissional observa que ela
troca objetos de uma mão para a outra, sustenta bem a cabeça,
rola com facilidade e fica sentada apenas quando se apoia nas
mãos. Nessa situação, o médico deve comunicar à mãe que a
criança apresenta:

a) desenvolvimento neuropsicomotor adequado, devendo retor-


nar segundo calendário de puericultura

b) desenvolvimento neuropsicomotor adequado, devendo ser es-


timulada e reavaliada em 30 dias

c) um provável atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, de-


vendo ser estimulada e reavaliada em 7 dias

d) um provável atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, sen-


do necessário encaminhá-la para avaliação pelo neurologista

24
questões comentadas | inep
pediatria

2017
23. Uma criança de 4 anos, cujos pais são diagnosticados com tuber-
culose pulmonar, está em acompanhamento em Unidade Bási-
ca de Saúde. Ela apresenta cartão vacinal completo, crescimento
e desenvolvimento adequados e está assintomática. Realizou
radiografia de tórax, que não apresentou alteração, e o teste tu-
berculínico (PPD), que apresentou enduração de 5 mm. Conside-
rando-se o quadro clínico dessa criança, o tratamento da tuber-
culose latente (quimioprofilaxia):

a) deverá ser realizado, pois ela apresenta enduração do PPD de 5


mm e ausência de tuberculose

b) não deverá ser realizado, pois a presença dessa enduração está


relacionada à vacina BCG

c) deverá ser realizado, pois os pais são bacilíferos e estão em tra-


tamento para tuberculose

d) não deverá ser realizado, pois, para isso, a enduração deveria ser
de pelo menos 10 mm

2017
24. Um lactente de 2 anos encontra-se em atendimento no ambula-
tório de Pediatria por estar apresentando, há 2 dias, dor à mani-
pulação do ouvido direito e febre (38 °C). A mãe relata que a
criança frequenta creche desde os 4 meses de idade, quando
deixou de ser amamentado e teve o 1º episódio de otite média
aguda. Este é o 5º episódio em 1 ano, e o último ocorreu há pouco
mais de 1 mês. Entre os episódios agudos, não se observou efu-
são. As vacinas do paciente estão em dia. Ao exame físico, apre-
senta membrana timpânica amarelada e opacificada, com efu-

25
questões comentadas | inep
pediatria

são em ouvido médio direito. De acordo com o quadro clínico


descrito, a principal hipótese diagnóstica é:

a) otite média aguda com resistência bacteriana

b) otite média crônica colesteatomatosa

c) otite média aguda recorrente

d) otite média crônica serosa

2017
25. Um menino de 5 anos e 11 meses faz seguimento de rotina em
Unidade Básica de Saúde desde o nascimento, sem anteceden-
tes mórbidos relevantes. Em sua última consulta, há 1 ano, sua
estatura era de 110 cm; na consulta atual, está medindo 111 cm. Há
4 meses, passou a apresentar cefaleia holocraniana diária, de in-
tensidade moderada a forte, e dificuldade visual. A avaliação of-
talmológica revelou hemianopsia bitemporal. A principal hipóte-
se diagnóstica para esse caso é:

a) cordoma

b) schwannoma

c) craniofaringioma

d) tumor do plexo coroide

26
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Gabarito e comentários
clínica médica
2016
1. Um homem com 45 anos de idade, trabalhador braçal, com 1,73 m
de altura e 105 kg de peso (índice de massa corporal = 35 kg/m²),
tabagista (20 cigarros/dia), procurou a unidade básica de saúde
com relato de cefaleia constante na região da nuca, que piora no
período vespertino. A medida de sua pressão arterial registrou
170x100 mmhg. A conduta a ser adotada para esse paciente é:

a) solicitar exames de sangue e urina para enquadrá-lo no Escore


de Framinghan
Incorreto. Este paciente já tem indicação de início imediato de tratamen-
to farmacológico por ser hipertenso estágio 2.

b) iniciar de imediato tratamento medicamentoso para controle


da pressão arterial e orientar mudanças nos hábitos de vida
Correta. Este paciente tem HAS estágio 2 (PAS 160 a 179 mmHg e/ou PAD
100-109 mmHg). Indivíduos estágios 2 ou 3 e/ou portadores de risco CV
estimado alto, mesmo no estágio 1, devem iniciar de imediato o trata-
mento medicamentoso associado à terapia não medicamentosa.

c) recomendar a redução do peso e, caso a hipertensão persista


após a redução do peso, iniciar o tratamento medicamentoso
para controle da pressão arterial
Incorreto. Este paciente já tem indicação de início imediato de tratamen-
to farmacológico por ser hipertenso estágio 2.

d) estimular e orientar mudanças nos hábitos de vida, fazer acom-


panhamento rigoroso com medições diárias da pressão arterial e
aguardar resultados para iniciar o tratamento medicamentoso
Incorreto. Este paciente já tem indicação de início imediato de tratamen-
to farmacológico por ser hipertenso estágio 2.

27
questões comentadas | inep
clínica médica

2016
2. Um homem de 25 anos de idade é trazido ao pronto-socorro com
rebaixamento do nível de consciência há 30 minutos. Um familiar
relata que o paciente perdeu cerca de 10 kg no último mês, apesar
do aumento do apetite e do aumento da ingesta de líquidos. Ao
exame, o paciente apresenta-se sonolento, desidratado, anictérico
e afebril. Apresenta também pressão arterial = 120x80 mmHg, fre-
quência cardíaca = 120 bpm e frequência respiratória = 37 irpm. As
auscultas cardíaca e pulmonar estão dentro da normalidade. O
paciente refere leve dor abdominal à palpação superficial, sem
dor à descompressão brusca; flapping não presente. A gasometria
arterial revelou ph = 7,0 (valor de referência: 7,35 a 7,45); bicarbona-
to sérico = 9 meq/l (valor de referência: 22 a 26 meq/l); ânion-gap -
17. Outros exames apresentaram os seguintes resultados: glicemia
de jejum = 560 mg/dL (valor de referência: 70 a 99 mg/dL); K+ séri-
co = 2,3 meq/l (valor de referência: 3,5 a 5,5 meq/l); Na+ sérico = 129
meq/l (valor de referência; 132 a 146 meq/l). Com base no quadro
clínico apresentado, o tratamento imediato indicado é:

a) hidratação, reposição de potássio e administração de insulina


regular por via endovenosa, simultaneamente
Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) hidratação e reposição de potássio por via endovenosa, admi-


nistração imediata de insulina NPH por via endovenosa
Veja o comentário geral na alternativa correta.

c) hidratação e reposição de potássio por via endovenosa, admi-


nistração de insulina regular por via endovenosa após a nor-
malização do potássio sérico
Trata-se do quadro clínico de uma jovem de 25 anos que apresenta, há 1
mês, perda de peso significativa associada a polifagia e polidipsia. Deve-

28
questões comentadas | inep
clínica médica

mos, com base nessas informações, considerar a hipótese clínica de diabe-


tes mellitus. É muito frequente que as bancas abordem crises hiperglicê-
micas e, nesse caso mais especificamente, cetoacidose diabética, insiram
no enunciado sintomas que indiquem a presença de sintomas associados
ao diabetes insulinopênico (tipo 1 e LADA – Latent Autoimmune Diabetes
of the Adult), como pólis (poliúria, polidipsia, polifagia) e perda ponderal. O
paciente é admitido na Emergência com rebaixamento do nível de cons-
ciência, desidratação e acidose metabólica com ânion-gap aumentado,
além de hiperglicemia significativa. Tal contexto permite estabelecer o
diagnóstico de cetoacidose e, desta forma, assumir que o paciente estaria
apresentando, inclusive, cetonemia aumentada/cetonúria. A hidratação
intravenosa deve ser necessariamente estabelecida e, muito importante,
antes de iniciar insulinização nesses pacientes, observar o nível de potássio
sérico. Pelas diretrizes, estamos autorizados a iniciar insulina intravenosa
quando o paciente apresenta potássio sérico superior a 3,2 mEq/L. Isso por-
que, lembre-se, ao administrar insulina, reduzimos a glicemia, mas tam-
bém proporcionamos redução dos níveis séricos de potássio, por conta do
shift intracelular desse íon. Lembre-se, também, de que uma das medidas
no tratamento da hiperpotassemia é a infusão de solução polarizante, que
consiste na infusão concomitante de glicose e insulina. Podemos imaginar
o paciente com hiperglicemia submetido a tratamento com insulina intra-
venosa como recebendo uma “solução polarizante”, ou seja, precisamos
garantir um nível sérico de potássio mínimo (no caso, 3,2 mEq/L), a fim de
evitar complicações associadas à acentuação da hipopotassemia nesses
pacientes com a infusão de insulina, como arritmias cardíacas potencial-
mente fatais. No caso, procederíamos à expansão volêmica e à administra-
ção de cloreto de potássio, e a insulinização seria iniciada a partir de um
nível mínimo aceitável de potássio para garantir a segurança do paciente
(no caso, 3,2 mEq/L de potássio sérico).

d) hidratação e reposição de potássio por via endovenosa; admi-


nistração imediata de insulina regular por via endovenosa e de
insulina NPH por via subcutânea, simultaneamente
Veja o comentário geral na alternativa correta.

29
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clínica médica

2017
3. Uma mulher de 50 anos procura atendimento médico na Uni-
dade Básica de Saúde, com queixa de astenia progressiva há 3
meses. Ela nega quaisquer outros sintomas e afirma não fazer
uso de qualquer medicação. Está na menopausa há 2 anos, sem
apresentar sangramento transvaginal. Não há relato de comor-
bidades ou de histórico familiar de diabetes, hipertensão ou
neoplasias. No exame físico da paciente, o único achado é pali-
dez, com mucosas hipocoradas (++/4+). O hemograma solicita-
do mostrou: hemoglobina = 9 g/dL (valor de referência: 12 a 14 g/
dL), hematócrito = 27%, (valor de referência: 36 a 42%), VCM = 65
fL (valor de referência: 80 a 100 fL), HCM = 20 pg (valor de refe-
rência: 27 a 32 pg), RDW = 19% (valor de referência: 11,5 a 15%);
leucograma e plaquetas normais. Com base nos achados, a
conduta inicial para complementação da investigação diagnós-
tica dessa paciente é solicitar:

a) mielograma
Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) dosagem de ácido fólico


Veja o comentário geral na alternativa correta.

c) dosagem de vitamina B12


Veja o comentário geral na alternativa correta.

d) pesquisa de sangue oculto nas fezes


Diante de um quadro de anemia, devem-se interpretar os índices eritro-
citários para nortear sua etiologia. Nesse caso, temos uma anemia hipo-
crômica microcítica – VCM, HCM e CHCM diminuídos e RDW aumentado.
Causas: anemia por deficiência de ferro ou anemia por alterações no me-
tabolismo do ferro (anemia sideroblástica), alterações na síntese de he-
moglobina: talassemias, anemia de doença crônica. Nesse quadro clínico,
deve-se pesquisar deficiência de ferro: perdas sanguíneas (gastrintesti-

30
questões comentadas | inep
clínica médica

nais, menstruais), dieta deficiente, absorção diminuída, necessidade au-


mentada (gravidez, lactação) e hemoglobinúria, e, portanto, realizar pes-
quisa de sangue oculto nas fezes. Sempre pode haver perda de sangue
oculto nas fezes e, nesse caso, estaria indicada endoscopia digestiva alta
e colonoscopia para investigação. Como esses exames não existem no
enunciado da questão, a resposta correta é pesquisa de sangue oculto
nas fezes (lembrando que ela pode ser falsa negativa).

2017

4. Uma mulher de 32 anos procura a Unidade Básica de Saúde


com queixa de dores intensas nas articulações das mãos e dos
pés associadas à rigidez matinal, com duração de cerca de 15
minutos e prejuízo funcional. Relata que os sintomas começa-
ram há 3 meses, quando, ao passar as férias de verão em outro
estado, apresentou quadro de febre alta, além de manchas
vermelhas no rosto, nos braços e no tórax, as quais persistiram
por cerca de 10 dias. Informa que não procurou atendimento
médico na ocasião, passando a fazer uso de dipirona para alí-
vio da dor, com melhora não satisfatória. O exame clínico atual
evidencia edema e dor nas articulações interfalangianas dis-
tais, bilateralmente, e em tornozelos, não sendo observados,
no momento, lesões de pele, mucosas ou nódulos subcutâ-
neos. Os resultados do hemograma completo e do exame de
urina de rotina revelaram-se normais. Diante desse quadro,
quais são o diagnóstico e o tratamento adequado?

a) osteoartrose; acetaminofeno
Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) artrite reumatoide; metotrexato


Veja o comentário geral na alternativa correta.

31
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clínica médica

c) chikungunya; hidroxicloroquina
Correta: há diversas formas de entender a resposta correta, mas observe-
mos as mensagens do caso: viagem no verão e síndrome febril aguda
com rash cutâneo autolimitado. Ainda que pudéssemos pensar que o
verão tivesse sido citado para sugerir lesão cutânea por fotossensibilida-
de, que pode estar presente no lúpus, o quadro jamais seria autolimitado,
muito menos apresentaria síndrome febril aguda. Observe-se ainda que,
ao final do caso, o examinador torna menos provável ainda a hipótese,
citando normalidade de hemograma e exame de urina. Enfim, faltam
dados para lúpus. Artrite reumatoide e osteoartrose são doenças crôni-
cas. Outrossim, na primeira, nunca há o envolvimento das interfalangia-
nas distais. Na osteoartrose, isso pode ocorrer, mas a doença é degenera-
tiva, geralmente após os 50 anos, e envolve articulações maiores, o
oposto ao apresentado no caso. A alternativa restante é febre chikungun-
ya. O mais comum é que, na fase aguda, havia febre e artralgias. Rash é
uma manifestação possível, mas menos frequente – não é excludente.
Mas atenção à evolução: houve manutenção do quadro articular, o que é
muito observado na febre chikungunya. Lembrando o conceito clássico
do envolvimento articular da doença, fica fácil aceitar a alternativa “c”
como correta. E o verão? Essa é a época do ano em que as arboviroses são
mais comuns. Aproveitando a questão: o Ministério da Saúde tem reco-
mendado a hidroxicloroquina para o tratamento das manifestações arti-
culares na fase crônica, ainda que o metotrexato seja o fármaco mais es-
tudado. Como na maioria dos concursos, esse aspecto não era decisivo
para a definição da resposta correta.

d) lúpus eritematoso sistêmico; prednisolona


Veja o comentário geral na alternativa correta.

2017
5. Um homem de 38 anos, portador de diabetes mellitus tipo 1 desde
os 12 anos, sem tratamento regular de sua doença de base, foi ad-
mitido no centro de tratamento intensivo em razão de quadro de
sepse grave. Segundo relato de familiar, o paciente iniciou, há cer-

32
questões comentadas | inep
clínica médica

ca de 4 dias, quadro de tosse produtiva e febre alta. Fez uso de


sintomáticos (mucolítico e antitérmico) sem obter melhora. Há 24
horas, passou a apresentar diminuição importante de débito uri-
nário e, há 3 horas, prostração e rebaixamento do nível de cons-
ciência. O exame físico demonstra temperatura axilar = 38,6°C,
frequência cardíaca = 112 bpm, frequência respiratória = 33 irpm
(com tiragem intercostal) e pressão arterial = 68x40 mmHg. Solici-
tados exames complementares de urgência, o hemograma revela
26.000 leucócitos/mm3 (valor de referência: 4.000 a 10.000/mm3) e
16% bastões (valor de referência: 0 a 5%). Diante desse quadro, a
conduta inicial apropriada deve ser:

a) colher hemoculturas e iniciar imediatamente ressuscitação vo-


lêmica e antibioticoterapia direcionada a germes atípicos com
claritromicina
Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) colher hemoculturas e iniciar imediatamente ressuscitação vo-


lêmica e antibioticoterapia intravenosa de amplo espectro
com ceftriaxona e azitromicina
Correta. O paciente em questão tem um quadro de sepse grave (termo
que os novos critérios têm abolido) provavelmente por pneumonia adqui-
rida na comunidade. O pacote de primeira hora na sepse requer a ressus-
citação volêmica, a coleta de culturas e de lactato e o início da antibiotico-
terapia. O exame de imagem é importante na suspeita de pneumonia, mas
não deve retardar o início do tratamento. A coleta de secreção traqueal é
indicada para os casos de pneumonia adquirida na comunidade grave,
com insuficiência respiratória aguda que necessitem de intubação e venti-
lação mecânica e não deve retardar o início da antibioticoterapia. Os anti-
bióticos devem ser orientados conforme recomendações para pneumonia.
Macrolídeos isoladamente somente são adequados para tratamento do-
miciliar; não há dúvidas, pela própria definição de sepse grave, de que esse
indivíduo deve permanecer internado.

33
questões comentadas | inep
clínica médica

c) colher secreção traqueal para bacterioscopia e cultura e solici-


tar tomografia computadorizada de tórax de alta resolução,
para definir esquema antibiótico
Veja o comentário geral na alternativa correta.

d) colher secreção traqueal para bacterioscopia e cultura e solici-


tar radiografia de tórax em AP no leito, aguardando resultados
para início da antibioticoterapia
Veja o comentário geral na alternativa correta.

clínica cirúrgica

2016
6. Uma menina com 12 anos de idade foi atendida em hospital de
grande porte com trauma abdominal contuso devido à queda
de bicicleta. Relata que o acidente ocorreu há 30 minutos e re-
fere dor abdominal intensa, com escoriações na região umbili-
cal e no flanco esquerdo e palidez cutânea. Apresenta pressão
arterial = 75x50 mmHg; frequência cardíaca = 124 bpm; peso = 31
kg. Durante o atendimento foi realizada avaliação ultrassono-
gráfica direcionada para trauma (FAST) na sala de emergência,
cujo resultado evidenciou moderada quantidade de líquido
(aproximadamente 150 mL) no quadrante superior, entre o ba-
ço e o rim esquerdo. Após administração de analgésico e infu-
são de 500 mL de solução cristaloide por via endovenosa, a pa-
ciente relatou melhora da dor e apresentou os seguintes sinais
vitais: pressão arterial = 90x70 mmHg; frequência cardíaca = 100
bpm. A conduta indicada nesse caso é:

a) realizar lavado peritoneal diagnóstico


Incorreta. Como a paciente teve melhora hemodinâmica, o LPD pode ser

34
questões comentadas | inep
clínica cirúrgica

substituído pela tomografia. Além disso, o FAST já foi positivo, de modo


que o LPD não trará nenhuma informação nova.

b) transfundir 10 mL/kg de concentrado de hemácias


Incorreta. Pelo menos com os dados do momento, não há indicação for-
mal de hemotransfusão.

c) realizar, imediatamente, tomografia computadorizada do


abdome
Correta. A tomografia de abdome para avaliar e graduar a(s) lesão(ões) de
vísceras parenquimatosas é parte importante do algoritmo de tratamen-
to não operatório.

d) indicar laparotomia exploradora para avaliar a ocorrência de


lesão traumática do baço
Incorreta. Nesse momento, é possível abdicar da laparotomia em detri-
mento do tratamento não operatório.

2016
7. Um homem com 70 anos de idade, hipertenso, foi atendido em
uma unidade de emergência com quadro de bexigoma e infec-
ção urinária, quando foi feita a passagem de sonda vesical de
demora e iniciada antibioticoterapia. Após remissão completa
do quadro infeccioso, o paciente foi internado no serviço de uro-
logia de um hospital universitário para realização de ressecção
transuretral de próstata. Ao ser submetido à avaliação pré-anes-
tésica, informa, na anamnese, ser portador de marca-passo car-
díaco, mas não sabe identificar o modelo e nem possui o cartão
de usuário de marca-passo. O paciente informa ainda fazer uso
regular de ácido acetilsalicílico (100 mg/dia). Com base nessas
informações, qual deve ser a conduta subsequente da equipe
médica assistente, anestesista e cirurgião, tendo em vista a reali-
zação de uma cirurgia segura?

35
questões comentadas | inep
clínica cirúrgica

a) dar alta hospitalar e reprogramar a cirurgia depois da avaliação


cardiológica ambulatorial
Paciente com 70 anos deve ser submetido, de rotina, a avaliação cardio-
lógica de rotina no pé-operatório. Ainda mais com cardiopatia de base.

b) marcar a cirurgia para o dia seguinte, desde que haja suporte


do cardiologista no transoperatório
Por tratar-se de cirurgia eletiva, não se justifica realizar o procedimento
sem avaliação cardiológica prévia.

c) manter o paciente internado e suspender a cirurgia até que


haja avaliação e liberação pela equipe da cardiologia
Por se tratar de algo eletivo, não se justifica manter o paciente internado.

d) marcar a cirurgia para o dia seguinte; administrar vitamina K e,


se necessário, transfundir plasma fresco congelado no transo-
peratório
Administrar vitamina K não diminui o risco do paciente e, por se tratar de
cirurgia eletiva, não se justifica transfundir plasma fresco congelado.

2017
8. Uma mulher de 72 anos foi atendida na sala de emergência de
um hospital por apresentar quadro de dor abdominal com 24
horas de evolução. Ao exame físico, a paciente estava em bom
estado geral, afebril, com frequência cardíaca = 88 bpm e pres-
são arterial 150x95 mmHg, e seu abdome apresentava-se doloro-
so à palpação em fossa ilíaca esquerda, sem sinais de irritação
peritoneal. Foi realizada uma tomografia de abdome, que evi-
denciou quadro de diverticulite aguda, com imagem sugestiva
de abcesso de 1,5 cm de diâmetro junto à parede do sigmoide e
ausência de pneumoperitônio. Diante desse quadro, a conduta
adequada é:

36
questões comentadas | inep
clínica cirúrgica

a) exploração cirúrgica e antibioticoterapia


Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) jejum, hidratação e antibioticoterapia


Correta. A questão descreve uma paciente de 72 com apresentação típica
de diverticulite aguda, confirmada por tomografia, sem sinais de compli-
cações, sem peritonite difusa, estável hemodinamicamente. O estudo to-
mográfico descreve um abscesso pericólico de 1,5 cm, compatível com
Hinchey I. As diverticulites agudas tipo Hinchey I devem ser tratadas clini-
camente. Esse pequeno abscesso de 1,5 cm e pericólico não tem indicação
de drenagem, inclusive pode ser um procedimento difícil e arriscado, com
risco de lesão de alças intestinais pois a coleção é muito pequena. As pun-
ções para drenagem percutânea podem ser realizadas para as diverticuli-
tes Hinchey II, com abscesso a distância, geralmente > 5 cm. Os tratamen-
tos cirúrgicos na diverticulite são reservados para os tipos Hinchey III e IV.

c) drenagem percutânea do abcesso


Veja o comentário geral na alternativa correta.

d) jejum, colonoscopia e biópsia


Veja o comentário geral na alternativa correta.

2017
9. Durante plantão na central de regulação de urgência, o técnico
auxiliar de regulação médica transfere para o médico regulador
uma chamada telefônica durante a qual ele deve orientar os cui-
dados iniciais para uma vítima de acidente do trabalho com ser-
ra elétrica. O paciente, um operário do sexo masculino de 20
anos, sofreu amputação do polegar direito e encontra-se cons-
ciente e orientado, apresentando sangramento local, que cessa à
compressão manual do coto de amputação. Havendo a intenção
de reimplante do membro amputado, além de cobrir o ferimen-
to no coto com pano limpo, que orientações deverão ser dadas

37
questões comentadas | inep
clínica cirúrgica

pelo médico regulador, por telefone, até a chegada da ambulân-


cia ao local do chamado e posterior condução do paciente à uni-
dade hospitalar especializada?

a) efetuar garrote no punho; lavar o dedo amputado em água


corrente e colocá-lo em recipiente com gelo, cobrindo-o
completamente
Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) efetuar compressão local; lavar o dedo amputado em água


corrente e colocá-lo em recipiente com gelo, cobrindo-o
completamente
Veja o comentário geral na alternativa correta.

c) efetuar garrote no punho; cobrir o dedo amputado com pano


limpo e colocá-lo em um saco plástico e, depois, em um reci-
piente com gelo
Veja o comentário geral na alternativa correta.

d) efetuar compressão local; cobrir o dedo amputado com pano


limpo e colocá-lo em um saco plástico e, depois, em um reci-
piente com gelo
Em relação à hemostasia: os garroteamentos de extremidades devem ser
evitados e a compressão local com pano limpo deve ser realizada. Em
relação à preservação do dedo: a isquemia fria prolonga o tempo para
implante, porém o contato direto com o gelo pode causar queimadura ou
lesões que inviabilizam a cirurgia. Portanto, o dedo deve ser transportado
em gelo, mas protegido por um saco plástico.

2017
10. Um homem de 65 anos encontra-se internado no hospital no
pós-operatório imediato de uma herniorrafia inguinal à direita.
Seus exames pré-operatórios apresentaram-se sem alterações.

38
questões comentadas | inep
clínica cirúrgica

Às 2 horas da madrugada, a técnica de enfermagem recorre ao


médico plantonista, pois o paciente é encontrado nu, recusa-se a
colocar novamente as roupas, fala coisas sem sentido e não reco-
nhece o familiar que o acompanha. Sua cirurgia foi realizada na
manhã anterior, sem intercorrências, tendo ele recebido meperi-
dina após o procedimento cirúrgico e metoclopramida devido a
náuseas. Não se alimentou o dia todo e, ao exame físico, não se
apresentaram alterações. O exame do seu estado mental mostra
desorientação; ele não atende pelo nome e não sabe onde está,
além de estar hipotenaz e um pouco sonolento. Diante desse
quadro, o médico plantonista deve:

a) prescrever um benzodiazepínico intravenoso para a sedação


do paciente e avaliar complicações pós-operatórias
Complicações pós operatórias não justificam o quadro.

b) avaliar a necessidade das medicações em uso, colocar o pa-


ciente em um quarto com boa iluminação e prescrever um
antipsicótico, se constatada agitação psicomotora
Sintomas são compatíveis com liberação extrapiramidal, um dos medica-
mentos que levam a esse quadro é a metoclopramida, A suspensão do
medicamento leva à resolução do quadro.

c) conter fisicamente o paciente e iniciar sedação com midazo-


lam intravenoso, enquanto aguarda avaliação psiquiátrica
Não há necessidade, a suspensão da medicação, na maioria das vezes, é
o suficiente.

d) manter conduta expectante, dado que esses quadros regri-


dem espontaneamente em poucas horas, e prescrever um
benzodiazepínico, se constatada agitação psicomotor
Tratando-se de liberação extra-piramidal, a suspensão de metocloprami-
da torna-se indispensável.

39
questões comentadas | inep

saúde coletiva

2017
11. A Câmara de vereadores de um município brasileiro solicitou à
secretaria municipal de saúde providências em relação ao surgi-
mento de casos de H1N1 na penitenciária local. Nessa situação,
que ações devem ser instituídas pela vigilância epidemiológica
para o controle do agravo?

a) realizar quimioprofilaxia na população carcerária e em seus fa-


miliares, independentemente de fatores de risco
Incorreta. É contraindicado o uso de antiviral para quimioprofilaxia em
larga escala.

b) realizar quimioprofilaxia na população carcerária, isolar os casos


suspeitos em ambiente hospitalar e vacinar os contactantes
Incorreta. O uso de antiviral é contraindicado para quimioprofilaxia em
larga escala. O isolamento não precisa ser, necessariamente, em ambien-
te hospitalar – celas individuais que evitem o contato dos casos/casos
suspeitos com o restante da população carcerária são suficientes. A vaci-
nação também é indicada para a população carcerária.

c) isolar os casos suspeitos em celas individuais, evitar trânsito de


profissionais entre alas com e sem doentes e programar vaci-
nação anual
Correta. O isolamento dos casos suspeitos em celas individuais é uma
medida correta, visto que previne a propagação do vírus entre a popula-
ção carcerária. Com o mesmo objetivo, é importante evitar o trânsito de
profissionais entre as celas com e sem os casos suspeitos. A vacinação
anual contra influenza é outra medida importante para a prevenção da
doença. Todo ano a Organização Mundial da Saúde faz uma previsão de
quais serão os vírus influenza que devem circular no inverno dos hemis-
férios Norte e Sul, a partir de amostras de pacientes coletadas em cen-
tros-sentinela distribuídos em todo o mundo. Portanto, a vacinação anual
é anual.

40
questões comentadas | inep
saúde coletiva

d) isolar os casos suspeitos em celas individuais e solicitar sorolo-


gia para diagnóstico de influenza em casos suspeitos até a
confirmação de três casos
Incorreta. O isolamento dos casos suspeitos em celas individuais é uma
medida correta. No entanto, o Ministério da Saúde não recomenda a co-
leta de sangue para o diagnóstico, somente para a monitorização da evo-
lução clínica do paciente e/ou para a realização de diagnóstico
diferencial.

2016
12. Durante uma campanha de prevenção de acidentes ocupacio-
nais em ambiente hospitalar, uma mulher com 32 anos de idade,
auxiliar de enfermagem, foi submetida à sorologia para hepatite
C, por teste rápido presencial, revelando-se reativa. Está ansiosa,
pois não entende bem o que tal resultado significa, já que “não
sente nada” e “não tem ideia de como foi contaminada”. É refe-
renciada ao serviço de apoio ao trabalhador (SAT), no ambulató-
rio do hospital onde trabalha. Na primeira etapa de Investigação,
além de responder às dúvidas que a paciente apresentar duran-
te o atendimento, é necessário que o médico do SAT priorize:

a) a avaliação das provas de função hepática


Incorreta. A prova de função hepática só será indicada se houver, real-
mente, hepatite confirmada (só o teste rápido não a confirma).

b) a pesquisa de coinfecções pelo vírus HBV e HIV


Incorreta. É importante que as coinfecções sejam investigadas, mas após
a confirmação do diagnóstico de hepatite C.

c) a realização de teste de genotipagem para o HCV


Incorreta. O teste de genotipagem é importante para saber o tipo do ví-
rus da hepatite C e guiar o tipo de tratamento, mas só deve ser feito após
a confirmação do diagnóstico.

41
questões comentadas | inep
saúde coletiva

d) a solicitação de teste de quantificação de carga viral do HCV


Correta. O teste rápido utilizado tem o mesmo peso do anti-HCV. Isso
quer dizer que não é exame que define a hepatite C, apenas o contato
com o vírus. Pode haver, ainda, falso positivo, por isso o exame que confir-
ma a doença é a carga viral de hepatite C (PCR HCV).

2017
13. A segurança dos pacientes nos sistemas nacionais de saúde é
uma importante preocupação mundial. A Organização Mundial
de Saúde (OMS) criou, em 2004, a Aliança Mundial pela Seguran-
ça do Paciente. No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu, em
2013, o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Com rela-
ção a esse tema, é correto afirmar que:

a) a cultura da segurança é uma filosofia institucional que parte


do pressuposto de que a notificação de erros durante a assis-
tência prestada aos pacientes é a condição necessária ao de-
senvolvimento da política pública
Incorreta. Para se alcançar uma cultura de segurança no atual ambiente
organizacional da maioria dos hospitais, é preciso mudar a busca de erros
como falhas individuais, para compreendê-los como causados por falhas
do sistema. A comunicação do erro e a sua notificação são atitudes con-
sideradas positivas e importantes para o desenvolvimento de uma cultu-
ra de segurança. À medida que os eventos adversos forem registrados,
haverá maior chance de corrigir e evitar sua recorrência. Para isso, é im-
prescindível a presença de uma cultura não punitiva, na qual seja aplica-
da uma abordagem sistêmica do erro.

b) os chamados erros latentes são atos inseguros, cometidos por


quem está atuando em contato direto com o sistema, enquan-
to erros ativos são atos ou ações evitáveis dentro do sistema a
partir do processo de gestão

42
questões comentadas | inep
saúde coletiva

Incorreta. A Organização Mundial de Saúde define o “erro” como a falha


na execução de uma ação planejada de acordo com o desejado ou o de-
senvolvimento incorreto de um plano. A noção de que os erros podem ser
“ativos” ou “latentes” justifica o modelo de “barreiras” para impedir que o
erro chegue ao paciente. Os “erros ativos” são atos inseguros cometidos
por quem está em contato direto com o sistema. Os “erros latentes” são
atos ou ações evitáveis dentro do sistema, que surgem a partir da gestão
(veja que as definições de erros latentes e erros ativos estão trocadas na
alternativa). Um erro ativo pode ser, por exemplo, uma troca de medica-
mento no momento da administração, e um erro latente, a falta de medi-
camento no hospital.

c) o sistema de notificação de incidentes da segurança do pacien-


te, para ser efetivo, deve apresentar características como: ser
não punitivo, confidencial, independente e orientado para a
solução dos problemas identificados
Correta. A questão aborda o Programa Nacional de Segurança do Pacien-
te, que busca prevenir e reduzir eventos que geram danos aos pacientes,
como, por exemplo, a administração incorreta de medicamentos ou que-
das. Ele acontece a partir da notificação voluntária do profissional de saú-
de que cometeu o erro. A finalidade é incentivar a notificação do erro,
com confidencialidade e sem punição, ainda que não isente de responsa-
bilidade o agente que cometeu o erro. Os dados do sistema de notifica-
ção devem ser analisados por organizações independentes, e a análise
deve ser orientada para as soluções dos problemas notificados. As organi-
zações participantes precisam ser responsivas às mudanças sugeridas, e
os usuários do sistema devem receber as respostas oportunamente.

d) a formulação de planos de segurança para o paciente durante


a prestação dos serviços de saúde demanda a criação de novos
instrumentos para medir a segurança em cada estabeleci-
mento médico
Incorreta. A Organização Mundial de Saúde define o “erro” como a falha
na execução de uma ação planejada de acordo com o desejado ou o de-
senvolvimento incorreto de um plano. A noção de que os erros podem ser
“ativos” ou “latentes” justifica o modelo de “barreiras” para impedir que o

43
questões comentadas | inep
saúde coletiva

erro chegue ao paciente. Os “erros ativos” são atos inseguros cometidos


por quem está em contato direto com o sistema. Os “erros latentes” são
atos ou ações evitáveis dentro do sistema, que surgem a partir da gestão
(veja que as definições de erros latentes e erros ativos estão trocadas na
alternativa). Um erro ativo pode ser, por exemplo, uma troca de medica-
mento no momento da administração, e um erro latente, a falta de medi-
camento no hospital.

2017
14. O gestor de saúde de um município de 200.000 habitantes no
Brasil desenvolveu um estudo para estimar a prevalência de hi-
pertensão arterial sistêmica para o planejamento da atenção à
saúde dessa população, especialmente a dispensação de medi-
camentos anti-hipertensivos. Em uma amostra de 2.500 pes-
soas pesquisadas, 20% (IC95% = 18,5-21,5) apresentavam diag-
nóstico de hipertensão e já tinham indicação de tratamento
medicamentoso. No mesmo ano em que foi desenvolvida a
pesquisa, 19% da população utilizou as farmácias municipais e
privadas para tratamento da hipertensão. Considerando essas
informações, assinale a alternativa correta acerca dessa situa-
ção epidemiológica:

a) a adesão ao tratamento da hipertensão está adequada, uma


vez que a proporção de pacientes que utilizaram as farmácias
para esse tratamento pode ser igual à prevalência estimada da
hipertensão
O rastreamento de receitas ou de reabastecimento de comprimidos em
farmácias é um dos métodos de avaliação da adesão ao tratamento anti-
-hipertensivo, embora, assim como os demais métodos, tenha desvanta-
gens. Desse modo, em situações em que o percentual da população que
utiliza as farmácias para aquisição de medicamentos anti-hipertensivos
seja equivalente à prevalência de hipertensos nessa mesma população,

44
questões comentadas | inep
saúde coletiva

pode-se depreender que há uma adesão adequada ao tratamento. A por-


centagem da população que retirou medicação está dentro do intervalo
de confiança da amostra (18,5-21,5%).

b) a adesão ao tratamento da hipertensão não pode ser avaliada,


uma vez que a proporção de pacientes que utilizaram as far-
mácias para esse tratamento está abaixo da prevalência esti-
mada de hipertensão
Veja o comentário geral na alternativa correta.

c) são necessárias campanhas de orientação para a prevenção


secundária da hipertensão arterial, pois a prevalência estimada
no município é muito maior do que a prevalência atual no país
Veja o comentário geral na alternativa correta.

d) a estimativa da prevalência de hipertensão arterial no municí-


pio varia de 18,5% a 21,5%, o que dificulta a implementação de
políticas estratégicas de adesão ao tratamento nesse municí-
pio em particular
Veja o comentário geral na alternativa correta.

2017
15. Um homem de 42 anos, servidor público, motorista do SAMU
192 (suporte avançado) há 22 anos, consultou-se com ortopedis-
ta de sua própria equipe queixando-se de forte dor em região
lombar havia 3 meses, com irradiação para a região medial dos
membros inferiores. O ortopedista receitou-lhe analgésico e
entregou-lhe um relatório no qual sugeria afastamento do tra-
balho para investigação diagnóstica, fisioterapia e repouso por
15 dias. O servidor foi encaminhado ao departamento de saúde
do trabalhador para a realização de perícia médica, tendo seu
pedido de licença negado sob a alegação de que deveria pri-

45
questões comentadas | inep
saúde coletiva

meiramente realizar os exames indicados para diagnóstico e


tratamento adequados. Diante dessa situação, o motorista avi-
sou à sua equipe que faltaria ao plantão por 2 semanas. A equi-
pe informou o fato à sua chefia imediata, que apontou falta in-
justificada ao motorista e aplicou-lhe advertência. Nesse caso, o
motorista deveria:

a) ajuizar ação contra a sua equipe, por falta de relacionamento


ético-profissional, solicitando reparação por danos morais
Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) ter se comunicado primeiro com a própria equipe de trabalho, não


ter faltado aos plantões e ter acertado a adaptação do seu assento
Veja o comentário geral na alternativa correta.

c) ajuizar ação contra a sua chefia imediata, para a obtenção de


mandado de segurança, a fim de ser ressarcido dos dias des-
contados de seu salário
Veja o comentário geral na alternativa correta.

d) ter comunicado o fato ao setor de recursos humanos e a sua


chefia imediata e aguardado o posicionamento deles antes de
comunicar sua ausência à equipe
A legislação previdenciária dispõe que, em caso de doença, o empregado
poderá se afastar do emprego (sem prejuízo dos salários) por até 15 dias
consecutivos, situação em que o empregador é obrigado a remunerar o
empregado como se trabalhando estivesse, de acordo com o § 3º do art.
60 da Lei 8.213/91. Passados os 15 dias e não havendo possibilidade de re-
torno ao trabalho, o empregado será encaminhado ao INSS para o recebi-
mento de auxílio-doença, quando for constatada por meio de perícia
médica a incapacidade para o trabalho. O auxílio-doença é, pois, o bene-
fício a que tem direito o trabalhador que ficar incapaz para o trabalho
(mesmo que temporariamente), por doença por mais de 15 dias consecu-
tivos, sendo que a incapacidade para o trabalho deve ser comprovada por
meio de exame realizado pela perícia médica do próprio INSS. Exige-se,

46
questões comentadas | inep
saúde coletiva

com algumas exceções, que o empregado tenha realizado 12 contribui-


ções mensais ao INSS para que faça jus ao recebimento do benefício pre-
videnciário. Para o afastamento inicial, por até 15 dias consecutivos, são
necessários atestados médicos que comprovem a situação de doença e
incapacidade ao trabalho; os atestados médicos de particulares, confor-
me manifestação do Conselho Federal de Medicina, não devem ser recu-
sados, exceto se for reconhecido favorecimento ou falsidade na emissão
desse documento. Após estar com esse atestado em mãos, o empregado
deve comunicar sua chefia imediata e/ou departamento de recursos hu-
manos para que, então, seja formalizado seu afastamento do trabalho.

ginecologia e obstetrícia

2016
16. Uma mulher com 26 anos de idade, profissional do sexo, é usuária
de DIU de cobre há um ano. Ela procura uma Unidade Básica de
Saúde com queixa de dor abdominal em hipogástrio associada a
corrimento de odor fétido, nega febre. Relata que sua última mens-
truação ocorreu há sete dias. Ao exame físico, verifica-se abdome
doloroso à palpação profunda em hipogástrio e ruídos hidroaéreos
preservados; observa-se presença de conteúdo vaginal bolhoso,
amarelado, com odor fétido, útero de tamanho normal e anexos de
tamanho normal, dolorosos à palpação bilateralmente. De acordo
com esse quadro clínico, a conduta indicada é:

a) retirar o DIU e preescrever antibioticoterapia em nível ambulatorial


Alternativa incorreta. Segundo o Manual de Doenças Sexualmente Trans-
missíveis, do Ministério da Saúde, de dezembro de 2018, não é necessário
retirar o dispositivo intrauterino (DIU).

b) manter o DIU e preescrever antibioticoterapia em nível ambu-


latorial
Alternativa correta. Não é necessária a retirada do DIU e a paciente não
apresenta critérios para internação hospitalar. Os critérios para indicação

47
questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

de tratamento hospitalar de doença inflamatória pélvica incluem: abs-


cesso tubo-ovariano, gravidez, ausência de resposta clínica após 72 horas
do início do tratamento com antibioticoterapia oral, intolerância a anti-
bióticos orais ou dificuldade para seguimento ambulatorial, estado geral
grave (com náuseas, vômitos e febre) e dificuldade em excluir emergên-
cia cirúrgica (por exemplo, apendicite, gravidez ectópica etc.).

c) retirar o DIU e encaminhar a paciente para antibioticoterapia


em nível hospitalar
Alternativa incorreta. A paciente não apresenta critérios para internação
hospitalar.

d) manter o DIU e encaminhar a paciente para antibioticoterapia


em nível hospitalar
Alternativa incorreta. A paciente não possui critérios para internação
hospitalar.

2016
17. Uma mulher com 25 anos de idade, no curso de 20 semanas de
gestação, é atendida em consulta pré-natal e apresenta resulta-
do de VDRL de 1:16. Diz ter realizado tratamento adequado para
sífilis há dois anos e que, desde então, não apresentou lesões na
região genital ou erupções cutâneas. Diante dessa situação, a
conduta indicada é:

a) solicitar VDRL em 1 mês e proceder a novo tratamento se hou-


ver elevação dos títulos do VDRL
Incorreta. O fato de os títulos de VDRL estarem maiores do que 1/8 indica
que o atual resultado não é compatível com cicatriz sorológica de sífilis
tratada, mas sim de doença recente. Desta forma, está indicado o trata-
mento imediato, e não apenas a repetição do VDRL.

b) prescrever penicilina benzatina 2,4 milhões UI, por via intra-


muscular, em dose única, para a paciente e seu parceiro

48
questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

Incorreta. Como não há lesões clínicas maternas e não se sabe o tempo


de evolução da doença, o Ministério da Saúde recomenda 3 doses de pe-
nicilina benzatina (1 por semana), com dose total de 7.200.000 UI para a
paciente e o parceiro também deve ser avaliado e tratado.

c) prescrever penicilina benzatina 2,4 milhões UI, por via intra-


muscular, uma dose semanal por 3 semanas (total de 7,2 mi-
lhões de UI), para a paciente e seu parceiro
Correta. Como não há lesões clínicas maternas e não se sabe o tempo de
evolução da doença, o Ministério da Saúde recomenda 3 doses de penici-
lina benzatina (1 por semana), com dose total de 7.200.000 UI para a ges-
tante e o seu parceiro. Após o tratamento, devem-se monitorizar mensal-
mente os títulos de VDRL até 12 meses. Nesse período, espera-se queda
progressiva dos seus títulos até a sua negativação ou estabilização em
patamares inferiores a 1:8. A elevação de 2 diluições acima do último títu-
lo do VDRL justifica novo tratamento, mesmo na ausência de sintomas
(possível reinfecção). Diante da interrupção indevida do tratamento ou
da quadruplicação dos títulos do VDRL (exemplo: de 1:2 para 1:8), o trata-
mento deve ser refeito.

d) prescrever penicilina G cristalina aquosa 3 milhões UI por via


endovenosa, a cada 4 horas por 14 dias, para a paciente, e peni-
cilina benzatina 2,4 milhões UI, por via intramuscular, em dose
única, para o parceiro
Incorreta. O tratamento para a sífilis com tempo de evolução desconhe-
cido não é feito com penicilina cristalina. A penicilina cristalina é utilizada
para tratamento de neurossífilis.

2017
18. Uma mulher de 45 anos comparece ao ambulatório de Gineco-
logia com queixas de aumento do volume abdominal e irregula-
ridade menstrual. Realiza ultrassonografia transvaginal que evi-
dencia, no ovário direito, imagem anecoica, arredondada, com
paredes finas, contornos regulares, limites bem definidos e sep-

49
questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

tações grosseiras em seu interior, medindo 14x12 cm em seus


maiores diâmetros. Nesse caso, a conduta adequada é:

a) iniciar tratamento clínico com anticoncepcional combinado e


controle trimestral com ultrassonografia
Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) realizar marcadores tumorais e proceder a laparotomia com


exame de congelação no intraoperatório
A maioria dos tumores ovarianos se apresenta, no momento do diagnóstico,
como uma massa anexial, e estas podem ser agrupadas em 3 categorias:
alterações funcionais (cistos foliculares, luteínicos e teca-luteínicos), tumores
benignos e tumores malignos. As doenças benignas podem ser divididas
em neoplásicas (cistoadenomas, teratomas maduros, fibromas e outros) e
não-neoplásicas (endometriomas, abcessos túbulo-ovarianos, gravidez ec-
tópica e outros. A diferenciação destes tumores exige o uso de exames com-
plementares, visto que a história clínica, o exame físico e os antecedentes
pessoais têm sensibilidade baixa no diagnóstico de massas anexiais. A ul-
trassonografia é, sem dúvida, o melhor método pré-operatório, sendo a via
transvaginal a que mais dá informações úteis para o diagnóstico diferencial.
As características morfológicas úteis na predição de malignidade são: tumo-
res volumosos (> 8 cm); áreas sólidas heterogêneas; eco interno heterogê-
neo; vegetações ou projeções intracísticas; cápsula espessa (3mm) e irregu-
lar; septos espessos (3 mm). O Doppler pode nos trazer informações sobre a
vascularização da lesão, sendo os baixos índices de resistência sugestivos de
malignidade quando associados aos outros achados ultrassonográficos. A
dosagem sérica de marcadores tumorais (CA-125, CEA, HCG e alfafetoproteí-
na) também podem ser úteis no diagnóstico diferencial. A paciente da ques-
tão apresenta um tumor volumoso e com septações grosseiras, achados
suspeitos de malignidade. Deve-se indicar uma laparotomia com ooforecto-
mia à direita. O ovário deve ser encaminhado para o exame transoperatório
de congelação. Caso o patologista confirme que o tumor tem comporta-
mento maligno, deve-se proceder a cirurgia citorredutora. Caso tenha com-
portamento benigno, a cirurgia deverá ser encerrada.

c) acompanhar de forma expectante e reavaliar resultado de ul-


trassonografia após 2 meses

50
questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

Veja o comentário geral na alternativa correta.

d) realizar punção e drenagem do cisto, guiadas por ultrassono-


grafia
Veja o comentário geral na alternativa correta.

2017
19. Uma mulher de 32 anos, no 5º dia de puerpério de parto normal,
retorna à maternidade com queixa de dor intensa na panturrilha
esquerda. Nega febre, e, ao exame físico, observam-se: varizes
em membros inferiores bilateralmente, panturrilha esquerda
empastada com edema e aumento da temperatura local. Diante
desse quadro, a conduta adequada é recomendar:

a) internação, repouso no leito, manutenção dos membros infe-


riores elevados e calor local
Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) internação, repouso no leito, realização de exame de ultrasso-


nografia com Doppler e terapia anticoagulante
O puerpério é uma condição protrombótica decorrente de modificações
no organismo materno que visam a diminuir hemorragias no período pe-
riparto (atividade fibrinolítica no plasma diminuída, nível de fibrinogênio
plasmático elevado, aumento dos fatores de coagulação VII, VIII, IX e X,
estase venosa pela compressão uterina e modificações hormonais). Con-
tudo, tais modificações elevam o risco de evento tromboembólico. O qua-
dro clínico desta paciente é característico de uma Trombose Venosa Pro-
funda (TVP). A TVP caracteriza-se por formação aguda de trombos em
veias do sistema profundo e acomete mais comumente os membros in-
feriores. Para o desenvolvimento da TVP é necessária a presença de pelo
menos 1 das seguintes alterações: da parede vascular (lesão endotelial),

do fluxo sanguíneo (estase sanguínea) e dos componentes do próprio


sangue (hipercoagulabilidade), que caracterizam a tríade de Virchow. A
TVP de membros inferiores cursa com dor, edema, empastamento mus-

51
questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

cular, aumento da cianose e dilatação das veias superficiais, localizada


geralmente na panturrilha ou na coxa. O tratamento hospitalar é impe-
rioso e objetiva evitar a migração do trombo para a circulação sistêmica e
um tromboembolismo pulmonar. O diagnóstico de TVP envolve anam-
nese e exame físico, porém deve ser complementado. O ecodoppler é o
método complementar mais empregado (alta sensibilidade e especifici-
dade, pouco invasivo e baixo custo) quando comparado à dosagem do
D-dímero, a flebografia e a angiorressonância magnética. O tratamento
da TVP de membros inferiores é clínico e consiste na elevação do mem-
bro, repouso no leito e a anticoagulação sistêmica (heparina e anticoagu-
lantes orais).

c) repouso no domicílio, uso de meia elástica e orientação para


retorno, caso não haja melhora em 2 dias
Veja o comentário geral na alternativa correta.

d) repouso no domicílio, tratamento com anti-inflamatórios não


hormonais e controle semanal com resultados de hemograma
e coagulograma
Veja o comentário geral na alternativa correta.

2017
20. Uma mulher de 34 anos, gesta 3, para 2, cesáreas 2, com idade
gestacional de 37 semanas e diagnóstico de placenta prévia cen-
troparcial, chega à maternidade com queixa de sangramento
vaginal vermelho-vivo, em moderada quantidade. Ao exame físi-
co, apresenta PA = 110x70 mmHg, FC = 80 bpm, batimentos car-
diofetais = 132 bpm e dinâmica uterina de 2 contrações de 30
segundos em 10 minutos de observação. Nesse caso, a principal
complicação e o exame indicado são:

a) coagulopatia; coagulograma
Veja o comentário geral na alternativa correta.

52
questões comentadas | inep
ginecologia e obstetrícia

b) prematuridade, amnioscopia
Veja o comentário geral na alternativa correta.

c) acretismo placentário; ultrassonografia com Doppler


A placenta prévia é aquela que se insere parcial ou totalmente no seg-
mento inferior do útero após a 28ª semana de gestação. É assim classi-
ficada: placenta centrototal (oclui totalmente o orif ício interno do colo
uterino), placenta centroparcial (recobre parcialmente o orif ício inter-
no), placenta marginal (atinge a borda do orif ício interno) e placenta
lateral (atinge o segmento inferior, porém distal). Frequentemente, a
placenta prévia se apresenta como hemorragia genital sem causa apa-
rente, indolor, de coloração vermelho-viva, com início e cessar súbitos
em episódios que se repetem e se agravam. A associação ao acretismo
placentário é usualmente encontrada: de 1 a 5% dos casos de placenta
prévia estão associados ao acretismo placentário. Em gestações abai-
xo de 37 semanas, deve-se internar a gestante sintomática na tentativa
de controlar o sangramento. Nesse período, deverá ser realizado con-
trole dos sinais vitais maternos e avaliação da vitalidade fetal, assim
como da possibilidade de acretismo placentário associado. A ultrasso-
nografia obstétrica com Doppler é o método de escolha para a avalia-
ção inicial da placenta (pode ser complementada com ressonância
magnética da pelve, nos casos de suspeita de incretismo ou percretis-
mo) e avaliação fetal.

d) deslocamento prematuro de placenta; ultrassonografia do


ventre
Veja o comentário geral na alternativa correta.

pediatria
2016
21. Uma criança do sexo masculino, com 10 anos de idade, previa-
mente hígida, é levada pelos pais para consultar em unidade
básica de saúde. Eles relatam aparecimento de tumoração em
região direita do pescoço da criança há 5 dias, de crescimento
progressivo, associado a febre (até 38,5 °C) e dor local. Informa

53
questões comentadas | inep
pediatria

que, há dois dias, a criança reclamou de piora da dor e de apa-


recimento de calor e rubor na região, com dificuldade na late-
ralização do pescoço. Desde o início do quadro, a criança apre-
senta mal-estar generalizado e hiporexia. Ao exame físico,
apresenta-se em regular estado geral, febril (38 °C), corada,
hidratada e eupneica, sem alterações ao exame de orofaringe.
Identifica-se presença de tumoração única com 8 cm de diâ-
metro em região cervical direita consistência fibroelástica,
móvel, dolorosa à palpação, não aderida a tecido profundo,
com hiperemia e calor local. Diante desse quadro, a hipótese
diagnóstica é

a) neoplasia
Incorreta. A história clínica é extremamente aguda, e a presença de dor à
mobilização da lesão praticamente afasta a possibilidade de lesão
tumoral.

b) linfadenite viral
Incorreta. A linfadenite viral em geral cursa com pouca queda do estado
geral, febre não muito alta e poliadenopatia.

c) adenite bacteriana
Correta. O acometimento de um único linfonodo associado a queda do
estado geral, febre alta e dor intensa no local da palpação (sinais de fleg-
mão perilinfonodal) nos permitem colocar essa como a hipótese diagnós-
tica primária.

d) mononucleose infecciosa
Incorreta. Assim como na alternativa “b”, a mononucleose em geral
cursa com poliadenopatia. Também é comum o acometimento de
orofaringe.

54
questões comentadas | inep
pediatria

2016
22. Uma lactente com 6 meses de idade é levada à consulta de pue-
ricultura na Unidade Básica de Saúde. A mãe relata ter feito 9
consultas pré-natais e não ter apresentado intercorrências em
sua gestação. Informa que a criança nasceu a termo, com peso
de 3 kg e sem intercorrências. Não há relato de doenças na histó-
ria patológica pregressa. A mãe refere que a criança está saudá-
vel e em aleitamento materno exclusivo. Na avaliação do desen-
volvimento neuropsicomotor, o profissional observa que ela
troca objetos de uma mão para a outra, sustenta bem a cabeça,
rola com facilidade e fica sentada apenas quando se apoia nas
mãos. Nessa situação, o médico deve comunicar à mãe que a
criança apresenta:

a) desenvolvimento neuropsicomotor adequado, devendo retor-


nar segundo calendário de puericultura
Analisando as alternativas: a) Correta. Segundo o Ministério da Saúde, os
marcos que devem ter sido alcançados até o 6º mês de vida são: alcança
um brinquedo, leva objetos à boca, localiza som, rola. Se esses marcos são
alcançados, deve-se elogiar a mãe, orientar que continue estimulando o
filho e que retorne em 2 meses, como é a sugestão de puericultura entre
4 e 6 meses de vida. b) Incorreta. Essa orientação somente seria oferecida
se o desenvolvimento fosse normal, mas com algum fator de risco, como
redução do perímetro cefálico. c) e d) Incorretas. Não há atraso no desen-
volvimento, segundo os marcos utilizados como fator de vigilância.

b) desenvolvimento neuropsicomotor adequado, devendo ser es-


timulada e reavaliada em 30 dias
Veja o comentário geral na alternativa correta.

c) um provável atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, de-


vendo ser estimulada e reavaliada em 7 dias
Veja o comentário geral na alternativa correta.

55
questões comentadas | inep
pediatria

d) um provável atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, sen-


do necessário encaminhá-la para avaliação pelo neurologista
Veja o comentário geral na alternativa correta.

2017
23. Uma criança de 4 anos, cujos pais são diagnosticados com tuber-
culose pulmonar, está em acompanhamento em Unidade Bási-
ca de Saúde. Ela apresenta cartão vacinal completo, crescimento
e desenvolvimento adequados e está assintomática. Realizou
radiografia de tórax, que não apresentou alteração, e o teste tu-
berculínico (PPD), que apresentou enduração de 5 mm. Conside-
rando-se o quadro clínico dessa criança, o tratamento da tuber-
culose latente (quimioprofilaxia):

a) deverá ser realizado, pois ela apresenta enduração do PPD de 5


mm e ausência de tuberculose
De acordo com o fluxograma proposto pelo ministério da saúde para inves-
tigação e tratamento dos contatos de pacientes com tuberculose, crianças
abaixo de 10 anos que estão assintomáticas devem ser submetidas a radio-
grafia de tórax e Prova Tuberculínica (PT). A PT é considerada com critério de
infecção latente (ILTB) quando é ≥ 5 mm em criança não vacinada com BCG,
em vacinadas há mais de 2 anos ou com alguma condição de imunossu-
pressão. A criança em questão tem 4 anos e esquema vacinal completo, o
que significa que recebeu a BCG logo após o nascimento. Como sua radio-
grafia de tórax é normal, a alteração de PT indica necessidade de tratamen-
to para ILTB e não preenche critério para tratamento da tuberculose (doen-
ça). O tratamento para ILTB deve ser feito com isoniazida por 6 meses.

b) não deverá ser realizado, pois a presença dessa enduração está


relacionada à vacina BCG
Veja o comentário geral na alternativa correta.

c) deverá ser realizado, pois os pais são bacilíferos e estão em tra-


tamento para tuberculose

56
questões comentadas | inep
pediatria

Veja o comentário geral na alternativa correta.

d) não deverá ser realizado, pois, para isso, a enduração deveria ser
de pelo menos 10 mm
Veja o comentário geral na alternativa correta.

2017
24. Um lactente de 2 anos encontra-se em atendimento no ambula-
tório de Pediatria por estar apresentando, há 2 dias, dor à mani-
pulação do ouvido direito e febre (38 °C). A mãe relata que a
criança frequenta creche desde os 4 meses de idade, quando
deixou de ser amamentado e teve o 1º episódio de otite média
aguda. Este é o 5º episódio em 1 ano, e o último ocorreu há pouco
mais de 1 mês. Entre os episódios agudos, não se observou efu-
são. As vacinas do paciente estão em dia. Ao exame físico, apre-
senta membrana timpânica amarelada e opacificada, com efu-
são em ouvido médio direito. De acordo com o quadro clínico
descrito, a principal hipótese diagnóstica é:

a) otite média aguda com resistência bacteriana


Incorreta. Não há nenhum dado que confirme a resistência bacteriana.

b) otite média crônica colesteatomatosa


Incorreta. A otite média crônica colesteatomatosa acomete adultos, no exa-
me físico há perfuração da membrana timpânica com saída de secreção
mucopurulenta e em alguns casos é possivel visualizar o colesteatoma.

c) otite média aguda recorrente


Trata-se de uma criança de 2 anos que frequenta a creche desde os 4
meses, quando foi também suspenso o aleitamento materno. A partir de
então apresenta diversas infecções respiratórias altas. A Otite Média Agu-
da (OMA) recorrente se caracteriza por 3 episódios de OMA num período
de 6 meses ou por 4 episódios de OMA num período de 1 ano, sendo o

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questões comentadas | inep
pediatria

último episódio ocorrido nos últimos 6 meses. O paciente se apresenta


com febre, dor a manipulação da orelha e efusão em orelha média, o que
sugere o quadro de infecção. Fatores como aleitamento materno inferior
a 6 meses e frequentar creche aumentam a chance de infecção e de re-
corrência da OMA.

d) otite média crônica serosa


Incorreta. Na otite média serosa não há efusão , febre e otalgia.

2017
25. Um menino de 5 anos e 11 meses faz seguimento de rotina em
Unidade Básica de Saúde desde o nascimento, sem anteceden-
tes mórbidos relevantes. Em sua última consulta, há 1 ano, sua
estatura era de 110 cm; na consulta atual, está medindo 111 cm. Há
4 meses, passou a apresentar cefaleia holocraniana diária, de in-
tensidade moderada a forte, e dificuldade visual. A avaliação of-
talmológica revelou hemianopsia bitemporal. A principal hipóte-
se diagnóstica para esse caso é:

a) cordoma
Veja o comentário geral na alternativa correta.

b) schwannoma
Veja o comentário geral na alternativa correta.

c) craniofaringioma
A questão traz um menino de 5 anos e 11 meses que em 1 ano cresceu
apenas 1 cm, além de ter cefaleia há 4 meses e hemianopsia bitemporal.
O craniofaringioma é a neoplasia intracraniana não neuroepitelial mais
frequente na criança. Normalmente cresce no interior da sela túrcica ou
no espaço suprasselar adjacente e exerce efeito de massa sobre as estru-
turas intracranianas adjacentes. O aumento de pressão intracraniana
leva a cefaleia; a compressão do quiasma óptico leva a hemianopsia tem-
poral ou bitemporal; compressão do hipotálamo e da haste hipofisária

58
questões comentadas | inep
pediatria

levam a complicações endocrinológicas, como deficiência de hormônio


do crescimento, do TSH, do ACTH, ADH, LH e FSH. A deficiência de hor-
mônio do crescimento e consequente baixa estatura é a principal altera-
ção endocrinológica causada pelo craniofaringioma. Analisando as ou-
tras alternativas, o cordoma é um tumor da coluna vertebral. O
schwannoma é um tumor dos nervos periféricos. O tumor de plexo coroi-
de se localiza no interior dos ventrículos e pode cursar com hidrocefalia,
hipertensão intracraniana e crises convulsivas.

d) tumor do plexo coroide


Veja o comentário geral na alternativa correta.

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