Comentario Daniel

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Sumário

1. Capa
2. Prefácio
3. Introdução
4. DIA 1
5. DIA 2
6. DIA 3
7. DIA 4
8. DIA 5
9. DIA 6
10. DIA 7
11. DIA 8
12. DIA 9
13. DIA 10
14. DIA 11
15. DIA 12
16. DIA 13
17. DIA 14
18. DIA 15
19. DIA 16
20. DIA 17
21. DIA 18
22. DIA 19
23. DIA 20
24. PARTE 2
25. DIA 21
26. DIA 22
27. DIA 23
28. DIA 24
29. DIA 25
30. DIA 25
31. DIA 26
32. DIA 27
33. DIA 28
34. DIA 29
35. DIA 30
36. DIA 31
37. DIA 32
38. DIA 33
39. Epílogo
40. Créditos
Aos meus pais, Nelson Mathias e Célia Junker, que me ensinaram, desde a mais
tenra idade, a Palavra de Deus, como também a importância de temer ao
Senhor, depender d’Ele e ser fiel aos Seus ensinamentos. Isto norteou os meus
passos e me deu direção para viver o propósito de Deus para a minha
existência.
“Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: Pratique a
justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Miqueias 6.8)
Prefácio

O mundo passa por transformações radicais e aceleradas e, nós, seres


humanos, estamos bem no centro destas mudanças, como promotores e
como vítimas ao mesmo tempo. Muitas dessas mudanças são bem positivas
e delas todos desfrutamos. Mas outras tantas revelam-se extremamente
nocivas e têm afetado muito a maneira de pensar, os valores, as relações
sociais e a espiritualidade da nossa geração. Sem duvida, vivemos dias de
grande desafios para todos os que querem viver uma vida piedosa, frutífera
e alinhada aos propósitos de Deus.
Neste cenário, precisamos muito de sólidas referências e de exemplos de
superação em tempos difíceis. Não é sem razão que admiro tanto e sou tão
inspirado pela fascinante história do profeta Daniel. Porque ele, mesmo
crescendo num contexto de imenso declínio espiritual em Israel - de
infidelidade, desobediência a Deus e apostasia, de guerras, invasão
estrangeira, de sofrimento e morte - permaneceu fiel a Deus e teve a
coragem de agir e viver diferente da maioria das pessoas. Ele não se deixou
desanimar, mesmo diante de ameaças e de perdas dolorosas. Nunca se
corrompeu, nem negociou seus padrões, mas pagou o preço para se manter
puro e fiel à vontade de Deus.
Confesso que me surpreendi quando comecei a ler este livro. De forma
agradável, mas profunda, com sólido conteúdo, mas muito prático, o pastor
Hebert Junker nos presenteia com uma excelente reflexão, muito atual e
relevante para estes dias tão confusos em que vivemos. À medida que vai
explorando a vida deste fascinante profeta, que passou quase toda vida
exilado em cativeiro, e que mesmo assim decidiu não se contaminar com o
ambiente ao redor e nem com as finas iguarias oferecidas, o autor nos
desafia e motiva a nos mantermos sempre íntegros, verdadeiros e dispostos
a colocar a vontade de Deus em primeiro lugar nos dias atuais. Ele nos
mostra que, os que assim decidem viver, podem se tornar homens e
mulheres tão vitoriosos e bem-sucedidos quanto Daniel.
Dou graças a Deus pela inspiração que o Senhor concedeu ao Pastor
Hebert na produção deste precioso trabalho. Recomendo de coração a sua
leitura, certo de que seus leitores, ao escolherem praticar os princípios
ensinados, se enxergarão de uma nova maneira, encararão as circunstâncias
e os inimigos com uma nova disposição e serão grandemente abençoados e
coroados de vitória pessoal e ministerial. Boa leitura.
PAULO MAZONI
IGREJA BATISTA CENTRAL DE BELO HORIZONTE
Introdução

O livro de Daniel foi escrito em época e lugar em que havia pouca ou


nenhuma evidência da necessidade de sujeição e obediência a Deus e à sua
Palavra. A vida do povo judeu mudou drasticamente. Por estarem exilados
na Babilônia e sujeitos ao governo de Nabucodonosor, eles tiveram de
enfrentar a dura realidade de viver numa terra estranha, submissa a uma
religião pagã, e ainda permanecerem fiéis ao Deus de seus pais, mesmo não
tendo ali seus rituais ou o templo para a adoração.
A decisão de viver exclusivamente para Deus foi o diferencial para que
Daniel permanecesse fiel aos seus valores e princípios, a despeito de estar
em um contexto totalmente desfavorável. Décadas após décadas, este
homem de Deus tem servido de exemplo de integridade, obediência,
fidelidade e confiança em Deus.
Basicamente o livro de Daniel é composto por seis histórias (capítulos 1-
6) e quatro visões (capítulos 7-12). As histórias são relatos de pessoas que
sobreviveram às pressões e circunstâncias da vida, permanecendo
obedientes e fiéis a Deus. As visões revelam a soberania de Deus no meio
de nações que não o conheciam e, por isso, não se importavam com Ele;
além de revelar acontecimentos futuros. Estas histórias de sobrevivência
reforçam que vale a pena o compromisso com Deus, ser íntegro e
perseverante, ainda que em meio a circunstâncias contrárias.
Eu não conheço ninguém que viva em contexto adequado para a lealdade
e a fidelidade a Deus. Ser fiel a Deus e aos Seus ensinos sempre custará um
alto preço. Dificilmente passamos um dia sem fazer escolhas entre o
consentimento ao que é oportuno e fácil e à lealdade ao nosso Senhor. A
vida de Daniel e seus amigos, descritos nesse livro, são a prova de que Deus
honra àqueles que permanecem fiéis e leais a Ele e à sua Palavra. As
histórias e visões contidas no livro de Daniel revelam que podemos confiar
que Deus sempre conduzirá todas as coisas e pessoas debaixo do seu
governo soberano.
Daniel era um adolescente quando os babilônios invadiram seu país e o
levaram:
… alguns israelitas da família real e da nobreza, jovens que fossem
saudáveis e de boa aparência, inteligentes e de boa formação, de
potencial para cargos de liderança no governo – gente de elite! – Daniel
1.3-4 (A Mensagem)
Os amigos de Daniel - Hananias, Misael e Azarias -, também estavam
entre eles, e por causa da capacidade intelectual e coragem que possuíam
para enfrentar as circunstâncias, todos eles foram enviados para a escola real
da Babilônia para aprenderem tudo acerca do império. Daniel concordou em
servir e trabalhar para o império (pois se não o fizesse, seria morto), mas
arriscou sua vida várias vezes por se recusar a obedecer às ordens do rei e
desobedecer a desonrar a Deus. Mais tarde, ele se tornou oficial de alto nível
do governo e um reconhecido sábio dentre todos os impérios.
Ele concluiu seu livro, mais ou menos na época em que o Império Persa
invadiu e conquistou a Babilônia deixando os judeus voltarem para sua terra
natal, a Judeia, e reconstruir a capital, Jerusalém.
O nome Daniel significa “Deus é meu juiz”. Ele era um jovem de muita
fé, uma fé sólida em Deus e em sua Palavra. Quando jovem, no palácio
babilônico:
… decidiu não se tornar impuro com a comida e com o vinho do rei, e
pediu ao chefe dos oficiais permissão para se abster deles. – Daniel 1.8
Isso mostra que ele era extremamente obediente a Deus, mesmo que
naquele tempo estivesse desobedecendo a ordem do rei sob a qual estava
preso. Daniel sempre se mostrou íntegro e temente a Deus, por isto sofreu
tantas acusações e perseguições, mas, também, sabemos que recebeu muitos
livramentos da parte de Deus. Daniel nos convida à reflexão acerca de
nossos valores pessoais, do que é ser verdadeiramente íntegro diante de
Deus e dos homens.
Vale mesmo a pena obedecer a Deus e seus ensinos, ou melhor seria
“evitar a fadiga” e não lutar “contra a maré”? Venha comigo. Nas próximas
páginas há muito o que aprender a respeito de uma vida totalmente
dependente de Deus e, por isso, bem-sucedida.
DIA 1

Por que Deus permitiu isso?


No terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor,
rei da Babilônia, veio a Jerusalém e a sitiou. E o Senhor entregou
Jeoaquim, rei de Judá, nas suas mãos, e também alguns dos utensílios
do templo de Deus. Ele levou os utensílios para o templo do seu deus na
terra de Sinear e os colocou na casa do tesouro do seu deus. – Daniel
1.1-2
O rei Jeoaquim, citado no primeiro versículo, reinava em Jerusalém. Ele
foi um rei ímpio, fez muitas coisas ruins aos olhos de Deus, e foi
severamente repreendido pelo profeta Jeremias. Enquanto seu pai Josias se
humilhava, rasgando suas vestes em sinal de quebrantamento e
arrependimento perante o Senhor, Jeoaquim rasgava e queimava o rolo da
Palavra de Deus, que continha as mensagens do profeta Jeremias. Jeoaquim
também era um assassino. Deus havia levantado o profeta Urias para trazer
as mesmas mensagens do profeta Jeremias contra o rei e o povo da cidade
de Jerusalém, mas o rei mandou matá-lo. Ele foi trazido à sua presença e
morto à espada.
Quão triste é ver alguém que foi posto em posição de liderança,
conhecendo os princípios do Reino, assumir atitudes contrárias à vontade de
Deus, mesmo tendo sido alertado. Aqueles que são servos de Deus não
podem permitir que o poder, a ganância e as riquezas dominem sua vida,
pois tais escolhas e atitudes são fruto de desobediência e desonra ao Senhor
e aos Seus mandamentos. A Bíblia é clara em dizer que quanto mais nos é
dado, mais nos será cobrado (Lucas 12.39-48). Quanto mais nos destacamos
na liderança, mais humildes e tementes a Deus devemos ser, para que Deus
continue capacitando, guiando os nossos passos e abençoando a nossa vida,
família e todos de nossa convivência.
Enquanto o rei Jeoaquim agia mal perante o Senhor e Seu povo,
Nabucodonosor, rei da Babilônia, derrotava o faraó Neco, do Egito, e
consolidava a Babilônia como o maior império e a maior potência mundial.
A Bíblia descreve que o rei Nabucodonosor invadiu Jerusalém por três
vezes. A primeira vez foi no ano 606 a.C. – Nessa invasão, levou membros
da família real e nobres, entre eles, Daniel, seus amigos e os utensílios do
templo. A segunda vez foi no ano 597 a.C. – Levou mais cativos. Nessa vez,
o rei Jeoaquim se rendeu sem resistência. E entre os cativos estava o profeta
Ezequiel. A terceira vez foi no ano 586 a.C. – O exército babilônico
saqueou, queimou, destruiu toda a cidade de Jerusalém, inclusive o templo.
As crianças morriam de fome, os velhos eram pisados e as jovens
violentadas. Nessa época, o rei era Zedequias. Ele desafiou as ordens do rei
da Babilônia e logo tentou fugir, sendo capturado. Seus filhos foram mortos
na frente dele, e ele levado como prisioneiro para a Babilônia.
Mas talvez você esteja se perguntando: Por que Deus permitiu isto? E
ainda com Seu povo? Para responder, temos de compreender o que o povo
semeou anteriormente para colher tais catástrofes.
A grande verdade é que o povo de Judá se esquecera de Deus. Eles não
temiam mais ao Senhor. Não aceitavam mais ouvir a Palavra de Deus ditas
por Seus profetas. Inclusive, até mesmo alguns dos sacerdotes e profetas se
desviaram e se corromperam; e os verdadeiros profetas de Deus foram
perseguidos, presos e até mortos.
Em vez de se arrependerem de seus erros e pecados e quebrantarem seus
corações, os reis, sacerdotes e o povo endureceram-se ainda mais. Diz a
Bíblia que o rei Zedequias:
… Tornou-se muito obstinado e não quis se voltar para o Senhor, o Deus
de Israel. Além disso, todos os líderes dos sacerdotes e o povo se
tornaram cada vez mais infiéis, seguindo todas as práticas detestáveis das
outras nações e contaminando o templo do Senhor, consagrado por ele
em Jerusalém. – 2 Crônicas 36.13
Ou seja, as autoridades e o povo fizeram o que era mal perante o Senhor
e, por isso, Deus os corrigiu e disciplinou como pais disciplinam seus filhos
quando praticam o mal.
O que Deus nos ensina aqui é:
1. Nós mesmos escolhemos a bênção ou a maldição
O povo de Israel viveu tempos de abundância e prosperidade quando
seus reis, sacerdotes e todo o povo andavam com Deus, obedecendo seus
mandamentos e ordenanças. A obediência sempre traz a bênção do Senhor.
Toda vez que um rei se desviava e praticava o que era mau e abominável
perante o Senhor, sofria amargamente as consequências de seus atos. E
Deus, normalmente, os entregava a outros povos para serem prisioneiros
deles. No texto, lemos que: “… o Senhor entregou Jeoaquim, rei de Judá,
nas suas mãos, e também alguns dos utensílios do templo de Deus” (v. 2).
Ou seja, Deus entregou o rei Jeoaquim, rei de Judá, e os vasos do templo
para o rei Nabucodonosor. Agora preste atenção no que vou dizer: foi o
pecado que trouxe destruição a Jerusalém, ao templo e a todo o povo. Foi o
pecado que gerou o cativeiro. Foi o pecado do povo que fez com Deus
entregasse o rei e os utensílios consagrados do templo ao inimigo. O povo
escolheu desobedecer ao Senhor e isto trouxe sobre eles maldição. Terrível
coisa é cair nas mãos de Deus.
Deus nos ensina mais neste texto. Veja:
2. O povo errou quando confiou mais no templo do que no próprio Deus
Nós observamos pelos seus atos que o povo confiava mais no templo
como um amuleto de sorte, de proteção, do que no próprio Deus todo
poderoso. O povo achava que o templo e a arca de Deus os protegeria, os
salvaria de todos os ataques dos inimigos. Mas eles viram que o socorro não
vem de algum lugar, mas de Deus; não vem de objetos, mas do Senhor dos
senhores. Perceberam, da pior forma, que a desobediência traz consigo o
juízo de Deus. Eles se esqueceram que, quando não há santidade, também
não há vitória; quando não há obediência, não há proteção; pois Deus é
santo, e Ele exige do seu povo santidade e obediência. Cumprir os ritos
religiosos, ir ao templo e contribuir para a sua manutenção não traria a
segurança de que precisavam. Eles se enganaram amargamente. Não
podemos nos esquecer que Deus não tolera o pecado. Foi pelo pecado que
Deus entregou os utensílios do templo, algo sagrado para o povo de Deus,
aos babilônios. Os vasos do templo são profanados não pelos inimigos, mas
pelo pecado do próprio povo de Deus.
Este acontecimento me faz entender duas verdades principais: quando
confiamos em coisas, pessoas, e não em Deus, corremos o risco de “cair em
desgraça e maldição”, pois Deus não divide sua glória com ninguém. O
simples fato de frequentarmos uma igreja não nos garante vitórias
espirituais se a nossa vida pessoal está envolvida com o pecado. Precisamos
fazer escolhas.
Nós aprendemos ainda que:
3. Mesmo quando pensamos que as coisas estão fora de controle, elas
não estão
Em todos os momentos da vida, Deus se mostra no comando. Nada está
fora do seu controle. Até mesmo os ataques dos inimigos ao seu povo estão
debaixo da permissão de Deus. Ele usa tudo e todos para cumprir seus
propósitos. Deus revela o seu domínio em atos de misericórdia e em atos de
juízo. Foi o próprio Deus que permitiu que o rei Jeoaquim e os utensílios do
templo fossem entregues a Nabucodonosor e a cidade de Jerusalém e o
templo fossem destruídos, pois Ele autorizou que as coisas que
consideramos sagradas, as que damos maior valor, que preenchem nosso
coração, fossem destruídas e roubadas, a fim de que o coração seja
restaurado para a verdadeira fé n’Ele e em Suas Palavras. Como disse o
profeta Isaías:
Eu sou o Eterno, o único Deus que existe. Formo a luz e crio a escuridão,
produzo a harmonia e gero a discórdia. Eu, o Eterno, faço todas estas
coisas. – Isaías 45.7 (A Mensagem)
É a mão de Deus que está por trás do castigo, da maldição e da disciplina
do seu povo; como também da bênção, prosperidade e segurança.
Você poderia dizer: Que Deus carrasco é este! Mas eu digo: Que Deus
amoroso é este, pois Ele é fiel em cumprir sua Palavra e disciplinar a quem
ama. É melhor seguir um Deus que cumpre sua Palavra do que um deus
condescendente, que cede às vontades e às opiniões alheias, ainda que não
sejam coerentes com seus próprios princípios.
No capítulo 25 de Jeremias, encontramos que no quarto ano do rei
Jeoaquim, o Senhor anunciou sua Palavra, dizendo a todo o povo de Judá e
da cidade de Jerusalém:
… “Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e
vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus
antepassados para sempre.… Mas vocês não me deram ouvidos e me
provocaram à ira com os ídolos que vocês fizeram, trazendo desgraça
sobre si mesmos”... Portanto, assim diz o Senhor dos Exércitos: “Toda
esta terra se tornará uma ruína desolada, e essas nações estarão sujeitas
ao rei da Babilônia durante setenta anos. Quando se completarem os
setenta anos, castigarei o rei da Babilônia e a sua nação, a terra dos
babilônios, por causa de suas iniquidades”, declara o Senhor, “e a
deixarei arrasada para sempre”. – Jeremias 25. 5,7,8,11,12
Este é o Deus amoroso que sabe lidar, curar, restaurar e guiar seu povo.
Ele é o Deus que agiu nos tempos antigos, age hoje e continuará agindo da
mesma maneira. Deus não muda a sua natureza. Ele é amor e tem
compaixão daqueles que têm um coração quebrantado e arrependido, mas
também é Deus zeloso, justo e juiz.
Eu aprendo que a permissão de Deus em relação às lutas que
enfrentamos está relacionada com aquilo que Ele quer tratar em nós. Viver
na prática do pecado traz maldição da parte de Deus; ser religioso e não
praticar o que a Palavra de Deus ensina não traz a Sua presença e bênção; e
a disciplina de Deus sempre é uma prova de seu amor e soberania.
Então eu pergunto a você: Como está sua vida com Deus hoje?
Vamos orar!
Senhor Deus, inicio hoje as reflexões sobre o livro de Daniel. Peço que
ministre ao meu coração em cada uma delas. Trate com o meu caráter a cada
dia, pois quero aprender a viver como Daniel: um homem que não se
contaminou com as coisas do mundo e foi obediente e fiel ao Senhor, mesmo em
um mundo que decidiu caminhar para o lado contrário. Continue, Deus, a
ministrar ao meu coração nesse dia. Eu oro em nome de Jesus. Amém!
DIA 2

Fazendo a escolha certa apesar das marcas


do passado
Então o rei ordenou que Aspenaz, o chefe dos oficiais da sua corte,
trouxesse alguns dos israelitas da família real e da nobreza; jovens sem
defeito físico, de boa aparência, cultos, inteligentes, que dominassem os
vários campos do conhecimento e fossem capacitados para servir no
palácio do rei. Ele devia ensinar-lhes a língua e a literatura dos
babilônios. – Daniel 1.3-4
A Babilônia, na época de Daniel, era o maior império do mundo. Um
lugar cheio de deuses, portanto, de idolatrias, algo abominável para um
judeu; cheio de práticas mundanas, sexo livre; além de estar envolvida em
constantes guerras.
Como vimos, Daniel era um jovem que foi arrancado de sua família, de
seu povo e nação. Ele perdeu a liberdade de ir e vir; perdeu o templo, lugar
onde adorava a Deus, fazia suas ofertas e aprendia acerca da Palavra de
Deus; perdeu as festas judaicas, momentos de celebrar com seu povo as
vitórias dadas por Deus.
Daniel, um jovem com tantas perdas, não deixou seu coração ser
envenenado pela mágoa das tragédias que sofreu. Ele se manteve fiel a
Deus, à sua Palavra e aos valores recebidos de seus pais.
Na Babilônia, o rei Nabucodonosor escolheu jovens promissores, de
várias terras conquistadas, entre eles: Daniel, Hananias, Misael e Azarias,
pois viu que eram jovens cujas perspectivas lhe pareciam boas e, por isto,
valia a pena investir para transformá-los em homens babilônicos valorosos.
O rei, então, determinou que eles exercessem algumas atividades, a fim
de serem transformados nos homens valorosos que ele esperava.
1. Estudassem na escola da Babilônia
A intenção do rei era oferecer aos jovens a oportunidade de se
reeducarem na cultura babilônica, tornando-se intelectualmente capacitados,
eloquentes, fisicamente saudáveis para, no futuro, integrá-los no serviço do
palácio real.
2. Trabalhassem no palácio
Eles deveriam estudar por aproximadamente três anos e, assim, teriam a
garantia de emprego no palácio, possivelmente com bom salário, status e
prosperidade.
Quer mais? Tudo o que os pais querem para os filhos, e o que todo
jovem deseja. O que há de errado com isto? Nada! A Bíblia não nos proíbe
de estudar, crescer e prosperar. Mas ela nos alerta para o cuidado que
devemos ter com as nossas escolhas, pois não adianta ganhar o mundo
inteiro e perder a alma. O que adianta conquistar status, poder e riqueza,
“vendendo a alma ao diabo”? Ou seja, o que adianta ter tudo e perder a fé
em Deus? A verdade é que quanto mais desejamos as coisas do mundo,
menos desejamos as de Deus. O apóstolo João alerta à Igreja, dizendo em
sua carta:
Não amem o mundo, nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor
do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo – a cobiça da carne, a
cobiça dos olhos e a ostentação dos bens – não provém do Pai, mas do
mundo. – 1 João 2.15-16
De acordo com esta passagem, se amarmos o mundo, o amor do Pai não
estará em nós. Em outras palavras: o amor ao mundo elimina o amor do Pai.
É impossível ambos coexistirem em uma só pessoa.
Infelizmente muitos jovens e adultos preferem as oportunidades que o
mundo e a vida oferecem, e se esquecem de seus compromissos com Deus e
a Igreja; valorizam a conquista profissional e a prosperidade a qualquer
custo. Porém Deus conhece as intenções do coração, não somente suas
atitudes.
Olhando para o texto bíblico, qual era o grande propósito do rei em
oferecer estas oportunidades aos jovens? Ele queria transformar a mente e o
coração de cada um deles, para que, no futuro, não guerreassem contra a
Babilônia em caso de conflito entre suas nações. E qual foi a estratégia
babilônica? Ensinar aos jovens o amor pela Babilônia e por tudo o que ela
oferecia, por meio dos benefícios, prazeres e oportunidades de um futuro
com trabalho garantido. Agindo assim, o rei sabia que, no futuro, eles teriam
aliados, não opositores.
Porém, aqueles jovens - Daniel, Hananias, Misael e Azarias - mesmo
tendo um pouco de discernimento dos riscos daquela sedução, não tiveram
escolha: foram forçados a entrar na escola, conhecer o idioma, os valores, os
ídolos e a cultura do maior império daquele tempo, afinal, eram escravos,
não estudantes em intercâmbio cultural. Ao terminarem o tempo de
aprendizado estabelecido, foram levados à presença do rei Nabucodonosor.
Daniel 1. 20-21 conta o que aconteceu em seguida: “O rei lhes fez
perguntas sobre todos os assuntos que exigiam sabedoria e conhecimento, e
descobriu que eram dez vezes mais sábios do que todos os magos e
encantadores de todo o seu reino. Daniel permaneceu ali até o primeiro ano
do rei Ciro”.
Que maravilha! O que esses jovens fizeram para serem aprovados e
reconhecidos como mais sábios do que todos os magos do palácio? Eu diria,
no primeiro momento, de forma bem simplista, que eles resolveram não se
contaminar nem se corromper com as coisas do mundo, com as coisas do
império babilônico. Eles entenderam que há valores dos quais não se deve
“abrir mão”. Mas, sobre isto, falaremos na próxima reflexão.
Antes de orar, eu convido você a refletir em sua vida, suas escolhas, suas
posturas: o que você fez ou tem feito é resultado de suas perdas, mágoas e
ressentimentos ou de sua decisão de não se contaminar, não corromper seu
coração com as coisas do mundo?
Hoje Deus oferece a você uma oportunidade para mudar sua história.
Jesus, o filho de Deus disse:
Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei e cearei com ele, e ele comigo. – Apocalipse 3.20
A maioria de nós toma decisões baseadas em ressentimentos, mágoas,
perdas, e não nas convicções que temos em Deus e na sua Palavra. Por isso,
carregamos histórias de vida marcadas por cicatrizes e traumas, muitas
vezes difíceis de superar. Mas Jesus disse:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei. - Mateus 11.28
Jesus promete alívio e descanso para a nossa dor. Ele promete cura para
a nossa alma. Ele promete mudança de vida se abrirmos a “porta do
coração” para Ele entrar e nos ensinar a viver.
Deus ajudou Daniel e seus amigos a serem mais que vencedores, e Ele
quer fazer o mesmo com você. Permita-se ser guiado por Ele.
Vamos orar!
Senhor Deus, eu tenho um passado marcado por mágoas, ressentimentos e
perdas, que têm me levado a agir impulsionado por estes sentimentos. Mas hoje
eu peço: entre em minha vida, cure a minha alma das mágoas, dos
ressentimentos e das perdas. E me dê uma nova chance: me ajude a viver uma
vida nova. Ajude-me a tomar decisões pautadas no que o Senhor diz por meio
da sua Palavra. Confesso meus pecados ao Senhor, na esperança de que o
Senhor me perdoe e me ajude a viver esta vida nova. Eu oro em nome de Jesus.
Amém!
DIA 3

Cuidados para quem quer permanecer fiel


O rei designou-lhes uma porção diária de comida e de vinho da própria
mesa do rei. Eles receberiam um treinamento durante três anos, e
depois disso passariam a servir o rei. Entre esses estavam alguns que
vieram de Judá: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. O chefe dos
oficiais deu-lhes novos nomes: a Daniel deu o nome de Beltessazar; a
Hananias, Sadraque; a Misael, Mesaque; e a Azarias,
Abede-Nego. – Daniel 1.5-7
Daniel, contudo, decidiu não se tornar impuro com a comida e com o
vinho do rei, e pediu ao chefe dos oficiais permissão para se abster
deles. E Deus fez com que o homem fosse bondoso para com Daniel e
tivesse simpatia por ele. Apesar disso, ele disse a Daniel: “Tenho medo
do rei, o meu senhor, que determinou a comida e a bebida de vocês. E
se ele os achar menos saudáveis que os outros jovens da mesma idade?
O rei poderia pedir a minha cabeça por causa de vocês”. Daniel disse,
então, ao homem que o chefe dos oficiais tinha encarregado de cuidar
de Daniel, Hananias, Misael e Azarias: Peço-lhe que faça uma
experiência com os seus servos durante dez dias: Não nos dê nada além
de vegetais para comer e água para beber. Depois compare a nossa
aparência com a dos jovens que comem a comida do rei, e trate os seus
servos de acordo com o que você concluir”. Ele concordou e fez a
experiência com eles durante dez dias. – Daniel 1.8-14
Passados os dez dias, eles pareciam mais saudáveis e mais fortes do que
todos os jovens que comiam a comida da mesa do rei.
Assim, o encarregado tirou a comida especial e o vinho que haviam sido
designados e em lugar disso lhes dava vegetais. A esses quatro jovens,
Deus deu sabedoria e inteligência para conhecerem todos os aspectos
da cultura e da ciência. E Daniel, além disso, sabia interpretar todo tipo
de visões e sonhos. Ao final do tempo estabelecido pelo rei para que os
jovens fossem trazidos à sua presença, o chefe dos oficiais os
apresentou a Nabucodonosor. O rei conversou com eles, e não
encontrou ninguém comparável a Daniel, Hananias, Misael e Azarias;
de modo que eles passaram a servir o rei. O rei lhes fez perguntas sobre
todos os assuntos nos quais se exigia sabedoria e conhecimento, e
descobriu que eram dez vezes mais sábios do que todos os magos e
encantadores de todo o seu reino. E Daniel permaneceu ali até o
primeiro ano do rei Ciro. – Daniel 1.15-21
Correr riscos faz parte de toda caminhada na aventura da vida. Daniel,
Hananias, Misael e Azarias sabiam disso e, ainda assim, se aventuram e se
destacaram na escola da Babilônia. Isso era essencial para que eles
pudessem futuramente assumir cargos e funções importantes no palácio real.
Todavia, como veremos na reflexão de hoje, eles tomaram alguns cuidados
para preservar seus valores e sua cultura. Eles detectaram alguns perigos nos
encaminhamentos do rei e, por isso, decidiram tomar certos cuidados, que
seriam essenciais para vencerem a jornada na qual trilhavam.
1. Cuidado com o banquete do mundo
Aqueles jovens, além de estudarem na melhor escola do mundo na
época, e de graça, também foram convidados a comer da comida do rei, que
obviamente possuía o melhor dos cardápios, feita com alimentos de
qualidade e pelos melhores chefs. Que maravilha! O propósito do rei era que
eles se preocupassem apenas com os estudos. Todavia, Daniel recusou a
oferta do banquete. Mas por quê? O que havia de errado em se alimentar
com o melhor da culinária babilônica?
O versículo 8 nos diz que: “Daniel, contudo, decidiu não se tornar
impuro com a comida e com o vinho do rei, e pediu ao chefe dos oficiais
permissão para se abster deles”. O texto não deixa claro o motivo da decisão
de Daniel de não se contaminar com a comida do rei. Poderia ser porque a
carne era sacrificada a ídolos – alguns comentaristas confirmam isto; ou
talvez porque a forma de preparo não fosse adequada aos costumes judeus.
Mas o importante é que Daniel decidiu não se contaminar e, por isso,
recusou. Muitos podem dizer que Daniel foi radical demais. Será que era
para tanto? Além do mais, ele corria o risco de ter criado uma animosidade
com o rei por não aceitar tomar parte de um banquete tão seleto, afinal,
quem recusa recomendações e “convites” reais? Isso poderia despertar a
fúria do soberano e fazer com que Daniel perdesse a oportunidade de um
futuro brilhante na escola da Babilônia e, posteriormente, no palácio. Mas
Daniel entendeu que comer aquela comida era “abrir mão” de sua fidelidade
a Deus, por isso ele preferiu sujeitar-se à morte do que pecar contra o seu
Deus. Daniel não queria compactuar com os babilônios em seus costumes
pagãos.
Como filhos de Deus, nós também precisamos estar atentos aos
“banquetes” que o mundo nos oferece. Não devemos nos sujeitar àquilo que
nos causará a morte espiritual ou desonrará o nome de Deus. Quais têm sido
as propostas que você tem recebido na sua faculdade, no seu trabalho, no
relacionamento com os seus amigos, ou mesmo no silêncio do seu quarto?
Há muitos apelos para as drogas, para os negócios ilegais, para a
pornografia na internet... São seduções que, vagarosamente, nos levam à
morte espiritual. Vivemos neste mundo, mas não pertencemos a ele; por isto
não devemos praticar estas coisas contrárias à Palavra de Deus. Se amamos
o Senhor e buscamos viver de acordo com a sua Palavra, temos de decidir
em nosso coração, assim como Daniel, não nos contaminarmos, não
aceitarmos ou compactuarmos com coisas que são contrárias a Deus.
Precisamos parar de dizer: “Isto não tem nada a ver”, e assumir firmemente
a posição de “se está de acordo com a vontade de Deus, eu posso; senão, eu
não posso”.
Por isso, o Senhor nos aconselha a não entrarmos na forma do mundo e
não nos amoldarmos ao padrão estabelecido nesta sociedade. Ele nos exorta
a fugir dos banquetes que o mundo oferece, pois eles podem nos levar ao
distanciamento de Deus.
O segundo cuidado que Daniel e seus amigos tiveram ao ingressarem na
escola babilônica e estarem sujeitos às exigências do rei relacionava-se ao
preço que teriam de pagar:
2. Cuidado com os valores
Já me perguntaram várias vezes: Como eu posso mudar esta situação?
Mudar uma situação, muitas vezes, só é possível quando alteramos o valor
que ela possui para você.
Veja a estratégia do rei da Babilônia para mudar os valores de Daniel,
Hananias, Misael e Azarias. Diz o versículo 7: “O chefe dos oficiais deu-
lhes novos nomes: a Daniel deu o nome de Beltessazar; a Hananias,
Sadraque; a Misael, Mesaque; e a Azarias, Abede-Nego”. A estratégia do rei
Nabucodonosor foi primeiramente trocar seus nomes. Para nós, brasileiros,
isto não é um grande problema, pois muitos preferem ou permitem ser
chamados por seus apelidos. Mas para o judeu, isto era uma desonra, uma
troca de valor, pois, em sua cultura, o nome carrega uma história, uma
experiência que os pais tiveram antes ou durante o nascimento,
principalmente com Deus.
Daniel significa “Deus é meu juiz”; e deram-lhe o nome de Beltessazar,
que significa “A divindade Bel protege o rei”. Hananias significa “Jeová é
misericordioso”; e deram-lhe o nome de Sadraque, que significa “Iluminado
pela deusa do Sol”. Misael significa “Quem é como Deus?” E deram-lhe o
nome de Mesaque, que significa: “Quem é como Vênus?”. Azarias significa
“Jeová ajuda”; e deram-lhe o nome de Abede-Nego, que significa “Servo de
Nego”. Seus nomes foram trocados e relacionados com as divindades pagãs
de Bel, Marduque, Vênus e Nego. Fica claro que o propósito era tentar
apagar a história, a família e os valores do povo judeu e, principalmente,
mudar seus corações em relação ao Deus a quem serviam.
Mas a Bíblia nos mostra que eles não se abalaram com esta mudança,
pois ela não alterou seus corações diante de Deus; isto não feriu a honra
deles. Eles mantiveram suas almas guardadas no Deus de seus pais. Isto
significa que Daniel e seus amigos não trocaram seus princípios e valores
pela cultura e pelas crenças babilônicas. Sua alma não foi corrompida. Eles
tiveram a sabedoria de Deus para se posicionarem, principalmente diante
destes conflitos.
Infelizmente, hoje, muitos homens e mulheres, jovens e adolescentes
contaminam suas vidas com o mundo e trocam os princípios familiares
cristãos pelo pecado, pela sedução do mundo. Para estes, tudo é relativo. O
pecado está apenas na “cabeça” dos radicais cristãos, pois nada é mais
pecado, tudo é normal, é permitido. Alguns dizem: Isto não tem nada a ver;
os tempos mudaram; tudo é permitido se você tiver amor. Você já ouviu
isto?
Mas eu digo a você: Não venda a sua consciência! Aja como Daniel e
seus amigos. Eles se posicionaram do lado dos valores e princípios
aprendidos com seus pais. Eles não estavam abertos a negociações com o
pecado, com mudanças que interferissem em sua fidelidade a Deus. Para
eles, fidelidade a Deus era inegociável.
A coerência de Daniel ganhou a confiança do chefe dos eunucos, a ponto
de ele considerar seu pedido de não participar da mesa do rei. Após concluir
seus estudos na escola da Babilônia, ele foi aprovado juntamente com seus
amigos, que foram considerados dez vezes mais sábios do que os demais
estudantes. Daniel e seus amigos nos ensinam que, quando honramos ao
Senhor nas pequenas coisas, podemos estar seguros de que Ele lutará por
nós e nos honrará nas grandes coisas e altas posições.
Você tem feito negociações com os valores aprendidos na Palavra de
Deus? Como está a sua consciência? Os valores do mundo têm ocupado
espaço em sua mente, em vez de os valores do Reino? Infelizmente, muitos
permanecem firmes com Deus até enfrentarem a primeira prova. Tiago
disse:
Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus?
Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de
Deus. – Tiago 4.4
Daniel e seus amigos não negociaram sua fidelidade a Deus, não
comeram da comida do rei, tornaram-se mais fortes do que os outros jovens,
não foram influenciados, mas se tornaram influenciadores. Daniel passou a
servir diante do rei como primeiro ministro. Muitos negociam sua fidelidade
a Deus, vendem suas consciências, corrompem-se em seus negócios e ainda
envergonham o nome de Deus, achando que com isto podem ganhar
posições mais altas na sociedade. Mas a verdade é que se nas pequenas
coisas não honramos a Deus, jamais O honraremos quando chegarmos a
posições mais altas.
Vamos orar!
Senhor Deus, perdoe-me por muitas vezes “abrir mão” de minha fidelidade
a ti por causa da cobiça, das tentações do Diabo. Perdoe-me, Senhor! Ajuda-me,
assim como ajudaste a Daniel e seus amigos, a não negociar as mínimas coisas.
Peço que o teu Espírito sempre me alerte e me instrua nas posturas que devo
tomar diante das circunstâncias. Eu te amo, Senhor. Oro em nome de Jesus.
Amém!
DIA 4

O que tem tirado a sua paz?


“Conta o sonho aos teus servos, e nós o interpretaremos”. O rei
respondeu aos astrólogos: “Esta é a minha decisão: Se vocês não me
disserem qual foi o meu sonho e não o interpretarem, farei que vocês
sejam cortados em pedaços e suas casas se tornem montes de entulho.
Mas, se me revelarem o sonho e o interpretarem, eu lhes darei presentes
e recompensas e grandes honrarias. Por isso, revelem-me o sonho e a
sua interpretação”. Mas eles tornaram a dizer: “Conte o rei o sonho a
seus servos, e nós o interpretaremos”. Então o rei respondeu: “Já
descobri que vocês estão tentando ganhar tempo, pois sabem da minha
decisão. Se não me contarem o sonho, todos vocês receberão a mesma
sentença; pois vocês combinaram enganar-me com mentiras, esperando
que a situação mudasse. Contem-me o sonho, e saberei que vocês são
capazes de interpretá-lo para mim”. Os astrólogos responderam ao rei:
“Não há homem na terra que possa fazer o que o rei está pedindo!
Nenhum rei, por maior e mais poderoso que tenha sido, chegou a pedir
uma coisa dessas a nenhum mago, encantador ou astrólogo. O que o rei
está pedindo é difícil demais; ninguém pode revelar isso ao rei, senão os
deuses, e eles não vivem entre os mortais”. Isso deixou o rei tão irritado
e furioso que ele ordenou a execução de todos os sábios da Babilônia. E
assim foi emitido o decreto para que fossem mortos os sábios; os
encarregados saíram à procura de Daniel e dos seus amigos, para que
também fossem mortos. – Daniel 2.7-13
O palácio real ficou em polvorosa. Notícias iam e vinham. Uns eram
chamados, outros dispensados, mas todos estavam sob tensão. Uma noite
mal dormida poderia causar tanta apreensão no palácio inteiro e entre os
magos e sábios da época? Sim, se estivermos falando de Nabucodonosor, o
soberano da Babilônia. Ele perdeu sua paz e perturbou a paz daqueles que o
serviam por causa de um sonho.
Era algo mais poderoso que ele mesmo. Com isto, deixou todos
perturbados. Nabucodonosor mandou chamar os sábios para que
adivinhassem seu sonho e o interpretassem. Loucura, não? “Isto é
impossível”, disseram eles. Por mais sábios que fossem, por mais
conhecedores da magia, da astrologia e dos espíritos, eles eram incapazes de
atender o pedido do rei.
A postura de Nabucodonosor nos faz refletir que, diante de perturbações
da vida, a ansiedade pode nos levar a atitudes completamente insanas.
1. Exigir do outro o que ele não pode fazer
O rei exigiu dos sábios do palácio algo impossível a qualquer ser
humano: adivinhar o que ele sonhou e ainda interpretá-lo. Muitas vezes,
diante de pressões e perturbações da vida, corremos o risco de agir da
mesma maneira e exigir das pessoas mais próximas algo que elas não
podem fazer.
Em muitas situações, as emoções ficam ainda mais descontroladas
quando não há respostas às nossas indagações e exigências. Portanto, é
necessário equilíbrio quando estamos enfrentando pressões e angústias. Não
podemos transferir para outro o sofrimento que nos pertence. Compartilhar
sim, exigir respostas não.
2. Eliminar o outro para satisfazer seu desejo
Além de oferecer vantagens para aquele que desvendasse o mistério de
seu sonho, o rei julgou e condenou à morte os que não conseguiram êxito na
missão, por achar que eles estavam tentando ludibriá-lo. O rei ficou tão
furioso que: “... ele ordenou a execução de todos os sábios da Babilônia”
(v.12).
A verdade é que o sentimento de insegurança, o medo e a ansiedade
podem levar muitas pessoas a agirem como loucas e até tiranas. Há casais
em crise, por exemplo, que, na hora da raiva, agem desvairadamente,
condenando o outro com palavras desnecessárias, agressivas e maldosas.
Elas eliminam o outro com suas atitudes e se esquecem de que há mais
alguém na relação que sente, sofre, ama, espera. São crises que, se não
forem bem administradas, levam à separação, à dor, a marcas profundas na
alma e até à morte. Quantos casos de feminicídio, infelizmente, temos visto
na mídia!
A palavra “ansiedade” vem de uma velha palavra anglo-saxônica que
significa “estrangular”. E é exatamente isto que acontece quando alguém
está em uma crise de ansiedade. Não foi o que aconteceu com Daniel. Ele
não foi tragado pela drástica situação a que o rei submeteu os sábios do
palácio. Mas, isso, veremos na próxima reflexão.
E, então, o que pode perturbar você? No caso de Nabucodonosor foi um
sonho que o desestabilizou, tirando sua paz e deixando todos à sua volta
amedrontados, principalmente os sábios.
Mas veja o que Jesus disse em Mateus 6. 34:
Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas
próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.
O apóstolo Paulo também disse em Filipenses 4. 6-7:
Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos
pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de
graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os
vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
No caso do profeta Daniel, ele sabia que a esperança e a resposta
poderiam vir somente de Deus, por isso recorreu a Deus na hora difícil. Esta
palavra também serve para nós. Independentemente do que possa nos
perturbar e desestabilizar a nossa paz, Jesus nos garante que Ele é a nossa
paz, que nele podemos confiar e esperar. Busque-o e creia! A resposta virá
dele.
Vamos orar!
Senhor Deus, graças dou por sempre nos ouve; por sondar nosso coração e
nos revelar os teus mistérios; por conhecer nossa vida e realidade. Muito
obrigado! Mas o Senhor também sabe que, muitas vezes, pequenas coisas nos
perturbam e nos tiram a paz. Mas hoje eu peço que a sua Palavra seja real em
minha vida; que a paz de Deus, que excede todo entendimento, guarde o meu
coração e os meus pensamentos em Cristo Jesus. Que esta experiência seja um
marco em minha vida nesse dia, em nome de Jesus. Amém!
DIA 5

O que você faz diante do impossível?


Arioque, o comandante da guarda do rei, já se preparava para matar os
sábios da Babilônia, quando Daniel dirigiu-se a ele com sabedoria e
bom senso. Ele perguntou ao oficial do rei: “Por que o rei emitiu um
decreto tão severo?” Arioque explicou o motivo a Daniel. Diante disso,
Daniel foi pedir ao rei que lhe desse um prazo, e ele daria a
interpretação. Daniel voltou para casa, contou o problema aos seus
amigos Hananias, Misael e Azarias, e lhes pediu que rogassem ao Deus
dos céus que tivesse misericórdia acerca desse mistério, para que ele e
seus amigos não fossem executados com os outros sábios da Babilônia.
– Daniel 2.14-18
Daniel nos dá, aqui, uma belíssima lição de coragem e confiança em
Deus diante de uma situação impossível aos olhos humanos. Diz o texto que
Arioque, comandante da guarda do rei, veio a Daniel para levá-lo para ser
morto com o resto dos sábios. É interessante como a Bíblia descreve a
atitude de Daniel reagindo e respondendo a Arioque. Diz a Bíblia que
“Daniel dirigiu-se a ele com sabedoria e bom senso…” (v. 14). Daniel
perguntou a Arioque porque o decreto havia sido decidido tão rápido. Então
Arioque lhe contou o que estava acontecendo. E Daniel, em seguida, tomou
três atitudes ousadas. São atitudes que nos servem de exemplo para quando
enfrentarmos casos emergenciais e difíceis, humanamente falando.
1. Daniel vai ao rei e lhe pede um tempo
Daniel tomou a iniciativa para encontrar uma solução diante do decreto
do rei. Diz o verso 16 que: “Diante disso, Daniel foi pedir ao rei que lhe
desse um prazo, e ele daria a interpretação”. Ele não se escondeu, nem
tentou encontrar um caminho humano para enrolar o rei e ganhar tempo. Ele
pediu um tempo ao rei para buscar a Deus, pois tinha a certeza de que Deus
o ouviria e atenderia, revelando-lhe os sonhos e suas interpretações. Daniel
nos ensina que antes de agirmos é necessário um tempo para buscar a
direção e as respostas de Deus.
2. Daniel compartilha o problema com seus amigos e pede oração
Daniel sabia que, no mundo natural, não havia respostas para questões
espirituais. Ele sabia que era impossível descobrir o sonho do rei e
interpretá-lo, mas ele tinha amigos que podiam orar com ele para que Deus
revelasse aquele mistério. Os versículos 17 e 18 nos dizem que Daniel
voltou para casa e contou a situação aos amigos e pediu oração.
Aprendemos aqui a importância de orar juntos e no mesmo propósito.
Daniel sabia do poder que há quando crentes se unem para orar em
concordância. Por isso pediu a seus amigos para clamarem ao Senhor Deus
para que Ele revelasse a Daniel aquele mistério.
Como é bom ter amigos que creem no mesmo Deus, têm a mesma fé e
partilham dos mesmos sofrimentos para clamar juntos! Precisamos fazer o
mesmo, e mais vezes, principalmente diante daqueles problemas que aos
olhos humanos são insolúveis.
3. Daniel clama a Deus e lhe pede misericórdia
O versículo 18 diz que Daniel compartilhou com os amigos sobre a
necessidade de que “… rogassem ao Deus dos céus que tivesse misericórdia
acerca desse mistério, para que ele e seus amigos não fossem executados
com os outros sábios da Babilônia”.
Daniel falou com Deus, que está acima de qualquer problema, de qualquer
decreto ou lei do rei e lhe pediu misericórdia. Daniel não chegou diante de
Deus determinando o que Ele tinha de fazer por ele e seus amigos; ele não
chegou mandando em Deus, mas se apresentou ao Senhor humildemente e
clamou por misericórdia.
Talvez você se pergunte porque Daniel e seus amigos não foram
consultados em primeiro lugar acerca do mistério do sonho do rei, já que
eles foram considerados dez vezes mais sábios do que os outros sábios da
Babilônia. Certamente Deus não permitiu, a princípio, que Daniel fosse
consultado, pois queria desmascarar o sistema falso dos magos do palácio,
já que para eles seria impossível adivinhar e explicar o sentido do sonho do
rei.
E você? O que faz diante de algo que é impossível aos olhos humanos?
Daniel nos ensina três caminhos: tomar iniciativa para resolver; clamar a
Deus junto com os irmãos na fé; clamar humildemente pela misericórdia de
Deus.
Depois desses passos dados por Daniel, ele recebeu de Deus a revelação
do mistério. Em seguida, tomou uma das atitudes mais lindas e maravilhosas
que um homem de Deus pode tomar. Mas falaremos disto na próxima
reflexão.
Então, vamos orar!
Senhor Deus, como é maravilhoso ler na Bíblia sobre o seu amor pelas
pessoas, bem como a sua demonstração de poder ao revelar mistérios, sonhos e
trazer soluções para situações impossíveis aos homens. Senhor, nos ensine a ter
um coração humilde, sincero, íntegro diante de ti, como Daniel, Hananias,
Misael e Azarias tiveram. Precisamos muito do Senhor e da tua sabedoria para
agir neste mundo tão corrompido pelo pecado. Colocamos no teu altar as coisas
insolúveis, impossíveis de acontecer. Aguardamos humildemente os seus
encaminhas para cada uma delas. Essa é a minha oração, em nome de Jesus.
Amém!
DIA 6

Qual a primeira coisa que fazemos depois


de receber uma bênção?
Então o mistério foi revelado a Daniel de noite, numa visão. Daniel
louvou o Deus dos céus e disse: “Louvado seja o nome de Deus para
todo o sempre; a sabedoria e o poder a ele pertencem. Ele muda as
épocas e as estações; destrona reis e os estabelece. Dá sabedoria aos
sábios e conhecimento aos que sabem discernir. Revela coisas
profundas e ocultas; conhece o que jaz nas trevas, e a luz habita com
ele. Eu te agradeço e te louvo, ó Deus dos meus antepassados; tu me
deste sabedoria e poder, e me revelaste o que te pedimos, revelaste-nos
o sonho do rei. – Daniel 2.19-23
Na reflexão anterior, falamos que Daniel tomou a iniciativa de buscar a
solução do problema apresentado pelo rei; pediu aos seus amigos na fé que
orassem a Deus juntos e, por último, ele mesmo clamou por misericórdia a
Deus. O texto de hoje nos revela que Deus atendeu o pedido de Daniel e de
seus amigos. Mas o mais maravilhoso é observar que Daniel, logo que
recebeu a revelação, não saiu contando ao rei o seu significado, nem mesmo
a seus amigos.
Daniel agiu rápido em desviar a glória de si mesmo para Deus. Ele
imediatamente, após receber a revelação do sonho do rei, compôs um hino
de louvor e honra a Deus. As suas declarações foram:
1. A sabedoria e o poder a Ele pertencem
O verso 20 diz: “Louvado seja o nome de Deus para todo o sempre; a
sabedoria e o poder a ele pertencem”. Para que não se empolgasse com sua
própria inteligência, capacidade e com o título de um dos mais sábios da
Babilônia, Daniel atribuiu todo o poder e sabedoria a Deus. Ele sabia da sua
limitação, pois mesmo sendo considerado um dos mais sábios da corte, esse
dom viera de Deus, e eram apenas fragmentos de conhecimento. Toda a
sabedoria pertence unicamente a Deus. Ele distribui conforme sua vontade a
quem Ele quer. Mesmo reconhecendo o poder e a autoridade que
Nabucodonosor possuía para ser o rei da Babilônia, Daniel sabia que esse
poder viera de Deus. Nada se comparava à glória, poder e sabedoria do
Altíssimo. Por isto, Daniel O louvou e O adorou.
2. Ele muda as épocas e as estações
O versículo 21 diz: “Ele muda as épocas e as estações...”. Daniel
reconhece em seu hino de gratidão que nem a natureza escapa ao Seu
domínio. Deus tem poder para mudar o curso natural da criação. Ele muda
as estações do ano, muda o tempo, faz chover, aquece o dia. Reconhece que
somente Deus pode mudar a ordem das coisas, pois Ele é Senhor de tudo.
Daniel também foi capaz de enxergar o propósito de Deus na queda de seu
país e o cativeiro imposto por seu Deus. Tudo está debaixo do controle do
Altíssimo.
3. Destrona reis e os estabelece
O versículo 21 também diz que Deus: “… destrona reis e os estabelece.
Dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos que sabem discernir”. Daniel
expressa nesses versos o entendimento de que é Deus quem tem em suas
mãos todos os reis e autoridades do mundo. Ele os empossa como os
remove. Deus dá sabedoria e conhecimento a quem Ele quer. O poder sobre
a vida e a história estão com Ele. Daniel tinha de respeitar Nabucodonosor,
porque ele foi designado por Deus ao trono da Babilônia, mas ele também
sabia que o rei terreno ainda estava sujeito ao poder de Deus, o que significa
que Daniel não poderia obedecer cegamente a tudo o que o rei ordenasse,
pois Deus está acima de todos os reis. Sua obediência e fidelidade são
dedicadas primeiramente a Deus, o Rei dos reis.
4. Revela coisas profundas e ocultas
O versículo 22 diz: “Revela coisas profundas e ocultas; conhece o que
jaz nas trevas, e a luz habita com ele”. Ou seja, Deus sabe tudo e vê tudo.
Tudo o que o homem conhece vem de Deus. Daniel reconhece a soberania e
o poder de Deus sobre todos os mistérios e revelações.
5. Eu te agradeço e te louvo… revelaste-nos o sonho do rei
Que coração grato Daniel possuía. O versículo 23 revela isso: “Eu te
agradeço e te louvo, ó Deus dos meus antepassados; tu me deste sabedoria e
poder, e me revelaste o que te pedimos, revelaste-nos o sonho do rei”.
Daniel não se orgulhou de ter recebido aquela revelação, mas agradeceu a
Deus por recebê-la, assim como a sua interpretação. Deus provou mais uma
vez que Ele é poderoso e acessível. Provou que se clamarmos a Ele, com fé
e humildade, ele nos responderá no tempo certo.
Você já agradeceu a Deus pela sua vida, pela sabedoria que Ele tem
dado a você em cada necessidade? Você já O louvou por Ele ser o Senhor
de tudo? Por ter colocado você no lugar onde está hoje, como também por
ter o poder de tirá-lo e colocar em outro lugar? Você já O agradeceu porque
Ele coloca pessoas em sua vida para guiá-lo e orientá-lo? Você já O louvou
por Ele se revelar a você como Deus amoroso, bondoso e misericordioso?
Faça isto agora mesmo, pois, assim como Daniel, nós precisamos
reconhecer quem somos e quem é Deus em nossas vidas a cada momento.
Vamos orar!
Senhor Deus, só tenho palavras para agradecer por tamanho amor por nós.
Muito obrigado por enviar seu filho Jesus para viver, sofrer, morrer e
ressuscitar para me salvar. Muito obrigado por me revelar sua vontade todos os
dias. Ajuda-me sempre a reconhecê-lo em cada detalhe da minha vida. Eu oro
em nome de Jesus. Amém!
DIA 7

O que Deus revelou a Daniel sobre o sonho


do rei Nabucodonosor?
Imediatamente Arioque levou Daniel ao rei e disse: “Encontrei um
homem entre os exilados de Judá que pode dizer ao rei o significado do
sonho”. O rei perguntou a Daniel, também chamado Beltessazar: “Você
é capaz de contar-me o que vi no meu sonho e interpretá-lo?” Daniel
respondeu: “Nenhum sábio, encantador, mago ou adivinho é capaz de
revelar ao rei o mistério sobre o qual ele perguntou, mas existe um
Deus nos céus que revela os mistérios”. Ele mostrou ao rei
Nabucodonosor o que acontecerá nos últimos dias. O sonho e as visões
que passaram por tua mente quando estavas deitado foram os seguintes:
“Quando estavas deitado, ó rei, tua mente se voltou para as coisas
futuras, e aquele que revela os mistérios te mostrou o que vai acontecer.
Quanto a mim, esse mistério não me foi revelado porque eu tenha mais
sabedoria do que os outros homens, mas para que tu, ó rei, saibas a
interpretação e entendas o que passou pela tua mente. – Daniel 2.26-30
Tu olhaste, ó rei, e diante de ti estava uma grande estátua: uma estátua
enorme, impressionante, e sua aparência era terrível. A cabeça da
estátua era feita de ouro puro, o peito e o braço eram de prata, o ventre
e os quadris eram de bronze, as pernas eram de ferro, e os pés eram em
parte de ferro e em parte de barro. Enquanto estavas observando, uma
pedra soltou-se, sem auxílio de mãos, atingiu a estátua nos pés de ferro
e de barro e os esmigalhou. Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o
ouro foram despedaçados, viraram pó, como o pó da debulha do trigo
na eira durante o verão. O vento os levou sem deixar vestígio. Mas a
pedra que atingiu a estátua tornou-se uma montanha e encheu a terra
toda. “Foi esse o sonho, e nós o interpretaremos para o rei. – Daniel
2.31-36
Na época desses reis, o Deus dos céus estabelecerá um reino que jamais
será destruído e nunca será dominado por nenhum outro povo. Destruirá
todos os reinos daqueles reis e os exterminará, mas esse reino durará para
sempre. Esse é o significado da visão da pedra que se soltou de uma
montanha, sem auxílio de mãos, pedra que esmigalhou o ferro, o bronze, o
barro, a prata e o ouro. “O Deus poderoso mostrou ao rei o que acontecerá
no futuro. O sonho é verdadeiro, e a interpretação é fiel”. – Daniel 2.44-45
Inicialmente quero chamar atenção para a atitude de Arioque, o
comandante da guarda do rei, e a atitude de Daniel. O versículo 25 diz:
“Imediatamente Arioque levou Daniel ao rei e disse: ‘Encontrei um homem
entre os exilados de Judá que pode dizer ao rei o significado do sonho’”. Ou
seja, Arioque está exaltando Daniel, um exilado de Judá. Mas isto não
trouxe orgulho a Daniel. Ele não chama atenção para si mesmo, não se
vangloria por ter a revelação do mistério, mas ele aponta para Deus, exalta
ao Senhor dos senhores. Daniel não perdeu a oportunidade para dar toda
glória a Deus diante do rei, por lhe ter revelado o sonho e sua interpretação.
E Daniel deixou claro que o sonho não havia sido algo histórico, mas
profético. Ele está revelando o plano de Deus para a humanidade.
Daniel, então, passa a explicar-lhe a
interpretação, descrevendo os reinos do
mundo até o Reino de Cristo. A estátua está
dividida em cinco partes. Vejamos:
1. Cabeça de ouro
Os versículos 37 e 38 explicam sobre a
cabeça de ouro, dizendo: “Tu, ó rei, és rei de
reis. O Deus dos céus concedeu-te domínio,
poder, força e glória; nas tuas mãos ele
colocou a humanidade, os animais selvagens
e as aves do céu. Onde quer que vivam, ele
fez de ti o governante deles todos. Tu és a
cabeça de ouro”. Portanto, Nabucodonosor é
chamado de rei de reis. Ele era a cabeça de
ouro. Ele representava o Império Babilônico,
com toda sua riqueza, glória e poder, sendo
que tudo isso foi dado por Deus, o Deus dos
Céus.
2. Peito e braços de prata
O versículo 39a diz: “Depois de ti surgirá
um outro reino, inferior ao teu…”. Na
estátua, os dois braços estão ligados pelo
peito, que significa um império formado pela
união de dois povos: medos e persas. É
interessante notarmos que nesse período a lei
se torna maior que o rei. Portanto, a
autoridade máxima é a lei, não o rei.
3. Ventre e quadris de bronze
O versículo 39b diz: “Em seguida surgirá
um terceiro reino, reino de bronze, que
governará toda a terra”. Esse terceiro reino
significa o Império Grego, que foi
estabelecido por Alexandre Magno, no ano
333 a.C. Um homem com tamanha
inteligência e estratégia, que conquistou e
dominou muitos povos em pouquíssimo
tempo. Sua estratégia de império consistia em
difundir entre todos a cultura, a língua e os
jogos. Com a morte de Alexandre, seu
império desintegrou-se.
4. Pernas de ferro e pés de ferro e barro
Os versículos 40 a 43 nos dizem que a
última parte da estátua refere-se ao Império
Romano, o mais poderoso de todos, por isso
diz-se que era de ferro. Tinha poder e força
no exército, nas leis e na política; mas
internamente era inferior aos anteriores,
comparado com o ouro, prata e bronze,
devido ao seu baixo nível moral,
promiscuidade, orgias, etc. Foi um império
vulnerável internamente, por isso possuía o
barro em seus pés.
5. Pedra que esmigalhou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro
Se você observar os versículos 44 e 45, verá que o último império é o de
Cristo. Veja a parte a do versículo 45: “…Esse é o significado da visão da
pedra que se soltou de uma montanha, sem auxílio de mãos, pedra que
esmigalhou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro”. A pedra representa
o Reino de Cristo que vem e destrói todos os reinos e enche a Terra com seu
esplendor. Este Reino não terá fim (v. 44). Daniel predisse que, na época do
último reino dominante e perverso, o Reino de Deus agiria e esmagaria
todos os governos deste mundo. Daniel estava revelando quando o Cristo
viria e como seria o seu governo. Todos sabemos que Jesus Cristo já veio,
que estabeleceu seu Reino primeiramente dentro das pessoas que creram
nele, para depois estabelecê-lo exteriormente quando ele vier como Rei dos
reis. Este momento em breve irá acontecer. E, nesta segunda vez, todos os
reinos deste mundo serão destruídos, e o Reino de Cristo será totalmente
estabelecido.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que
é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho
dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. –
Filipenses 2.9-11
Deus deu um sonho profético a um rei ímpio para revelar que um dia
haverá um reino maior, mais poderoso, acima de todos os reinos e impérios,
mas forte como o ferro, indestrutível e eterno. E este é o Reino de Cristo.
Eu aprendo três importantes verdades que quero compartilhar com você.

A Palavra de Deus é verdadeira. Tudo o que Deus revelou ao rei


Nabucodonosor e interpretado pelo profeta Daniel se cumpriu
literalmente. Todos os impérios existiram. E foi no período do
Império Romano que a pedra caiu dos céus, ou seja, Jesus veio dos
Céus, e ali foi estabelecido outro reino, que durará para sempre.
Nada e ninguém podem frustrar os planos de Deus, pois tudo está
em suas mãos, inclusive a História.
Jesus Cristo reinará para sempre. Mesmo que os homens tentem
dominar, controlar, destruir e matar a humanidade; mesmo que os
reis e presidentes tentem determinar o futuro da humanidade; tentem
controlar o ser humano com leis e guerras, um dia, todos saberão
que Jesus Cristo é o Senhor; um dia, todos se ajoelharão para o Rei
da Glória, Jesus Cristo, e o reconhecerão como Senhor dos senhores
e Rei do Universo.

Vamos orar!
Senhor Deus, diante da sua majestade, diante do seu poder, coloco-me de
joelhos para dizer: eis-me aqui, usa-me conforme a sua vontade para espalhar a
sua palavra, seu Reino e testemunhar seu amor a todos. Em nome de Jesus.
Amém!
DIA 8

O que Deus pode fazer com aqueles


que o honram?
Então o rei Nabucodonosor caiu prostrado diante de Daniel, prestou-
lhe honra e ordenou que lhe fosse apresentada uma oferta de cereal e
incenso. O rei disse a Daniel: “Não há dúvida de que o seu Deus é o
Deus dos deuses, o Senhor dos reis e aquele que revela os mistérios,
pois você conseguiu revelar esse mistério”. Assim o rei colocou Daniel
num alto cargo e o cobriu de presentes. Ele o designou governante de
toda a província da Babilônia e o encarregou de todos os sábios da
província. Além disso, a pedido de Daniel, o rei nomeou Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego administradores da província da Babilônia,
enquanto o próprio Daniel permanecia na corte do rei. – Daniel 2.46-49
Depois que Daniel recebeu a revelação do sonho do rei, agradeceu e
louvou a Deus, foi contar ao rei o sonho e sua interpretação. Confesso que
imagino o rosto do rei chocado, com olhos perplexos, enquanto Daniel
falava tudo o que Deus lhe revelara.
Nabucodonosor, enquanto ouvia as palavras reveladoras de Daniel, teve
certeza de que ele apresentava o significado correto do seu sonho. Ele ficou
feliz em saber que era o cabeça de ouro da estátua, e não precisava se
preocupar com o que aconteceria nos anos vindouros. Então ele toma
algumas atitudes:
1. Reconhece que o Deus de Daniel era, de fato, o Deus dos deuses
O rei Nabucodonosor cai prostrado diante de Daniel, reconhecendo que
Deus tem poder para revelar e explicar os mistérios, para revelar aquilo que
está oculto aos olhos humanos e até aos sábios. Ele reconhece que Deus está
acima dos deuses, que não foram capazes de dizer aos sábios da Babilônia o
seu sonho e seu significado.
Mas a atitude do rei não significou que ele abandonaria os outros deuses
e creria somente no Deus de Daniel. Infelizmente, a confissão de
Nabucodonosor não significou o rompimento do seu coração com os deuses,
com as práticas pagãs e com a adoração a ídolos. Ele simplesmente
reconheceu a superioridade do Deus de Daniel sobre outros deuses, mas não
O adorou como o único verdadeiro Deus.
Infelizmente podemos ver esta realidade e postura em muitas pessoas
próximas de nós; até mesmo de pessoas que frequentam as igrejas. Elas
reconhecem Deus, sabem que Ele é soberano e tem poder sobre tudo, e
sobre todos, mas não querem abandonar seus deuses, seus pecados, seus
vícios, suas práticas contrárias à vontade do Deus todo poderoso.
Mas é importante ressaltar que o que Nabucodonosor fez foi o primeiro
passo na direção certa; ele reconheceu o Deus de Daniel, como Deus acima
dos deuses. Isto é um bom começo! Somente um começo, e nada mais.
Essa experiência me leva a refletir se as pessoas reconhecem o meu
Deus através das minhas palavras, minhas atitudes, meus posicionamentos,
meus negócios, minha família. Que Deus eu tenho revelado às pessoas? O
que tenho feito para revelar que Ele é poderoso?
O apóstolo Pedro escreveu sobre o dever dos cristãos. Vejamos o que ele
disse:
Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, mesmo que eles os
acusem de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam
e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção. – 1 Pedro 2.12
Ou seja, Pedro nos exorta a vivermos de modo exemplar para que com
nossas boas obras as pessoas glorifiquem a Deus.
O profeta Daniel foi exemplar. Mostrou sabedoria, bom senso,
honestidade, integridade e fidelidade a Deus. Ele não negociou seus valores
e princípios, mas manteve-se firme, mesmo que isto pudesse levá-lo à
morte. O rei viu as atitudes de Daniel e conheceu o seu Deus como mais
poderoso do que seus deuses.
Honra Daniel e seus amigos com presentes e cargos
O rei Nabucodonosor recompensou Daniel, deu-lhe honra e grandes
presentes. Ele o colocou no comando da província da Babilônia, sobre todos
os outros governantes e homens sábios.
Além disso, a pedido de Daniel, “o rei nomeou Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego administradores da província da Babilônia” (v. 49).
É interessante que, no final do capítulo 1, o rei reconheceu que Daniel e
seus amigos eram dez vezes mais sábios do que os outros jovens. E agora,
no final do capítulo 2, o rei reconhece que o Deus de Daniel é maior e mais
poderoso do que seus deuses.
Daniel e seus amigos nos ensinam que, quando honramos a Deus,
quando O colocamos em primeiro lugar em nossas vidas e O exaltamos
diante dos outros, Ele, o Deus todo poderoso, nos honra com presentes e até,
se for necessário, com cargos e posições importantes.
Neste capítulo 2 de Daniel aprendemos acerca da soberania inigualável
de Deus. Vimos que Ele é o Deus que está acima dos deuses e intervém na
história humana. Ele trabalha para que todos O reconheçam como Senhor e
percebam que seus valores e princípios são valiosos e inegociáveis. É
necessário, portanto, que sejamos humildes e submissos à Sua vontade e,
assim, possamos herdar a Terra e glorificar a Deus com nossas boas obras.
Vamos orar!
Senhor Deus, graças dou, pois o Senhor é Deus dos deuses, Senhor dos
senhores e, principalmente, nosso Deus e nosso Senhor, a quem amamos e nos
submetemos.
Ajuda-me, a cada dia, a crer mais e mais no Senhor. Ajuda-me a andar e
agir como testemunha fiel do seu poder e amor.
Senhor, eis-me aqui para ser canal de bênção às pessoas ao meu redor. Usa-
me! Oro em nome de Jesus. Amém!
DIA 9

Quanto vale sua fidelidade a Deus?


O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro de vinte e sete metros de
altura e dois metros e setenta centímetros de largura, e a ergueu na
planície de Dura, na província da Babilônia. Depois convocou os
sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros,
os juízes, os magistrados e todas as autoridades provinciais, para
assistirem à dedicação da imagem que mandara erguer. Assim todos
eles, sátrapas, prefeitos, governadores, conselheiros, tesoureiros, juízes,
magistrados e todas as autoridades provinciais se reuniram para a
dedicação da imagem que o rei Nabucodonosor mandara erguer, e
ficaram em pé diante dela. Então o arauto proclamou em alta voz:
“Esta é a ordem que lhes é dada, ó homens de todas as nações, povos e
línguas: Quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da
harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música,
prostrem-se em terra e adorem a imagem de ouro que o rei
Nabucodonosor ergueu. Quem não se prostrar em terra e não adorá-la
será imediatamente atirado numa fornalha em chamas”. Por isso, logo
que ouviram o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do
saltério e de toda espécie de música, os homens de todas as nações,
povos e línguas prostraram-se em terra e adoraram a imagem de ouro
que o rei Nabucodonosor mandara erguer. – Daniel 3.1-7
No texto de hoje encontramos dois aspectos muito importantes
relacionados à atitude de Nabucodonosor que precisamos considerar em
nossas vidas.
1. Cuidado com a sede de poder
Quando lemos o capítulo 3 de Daniel, é fácil observar a sede de poder do
rei Nabucodonosor. Pelo visto, para ele não foi suficiente saber que era o
cabeça de ouro da estátua do seu sonho, que possuía o império mais
poderoso de sua era. Ele queria agora ser adorado como deus. Por isso,
mandou construir uma enorme imagem de ouro, de cerca de 30 metros de
altura, e a colocou em uma planície entre as montanhas, a fim de que todos
que passassem pudessem vê-la e reverenciá-la, até mesmo de longe. Ele
convocou súditos, servidores e pessoas importantes de todo seu império para
a inauguração da imagem e para reverenciá-la.
O desejo de ser adorado por todos e a “fome de poder” podem levar
pessoas à loucura. Não há limites para uma mente consumida pelo desejo de
prestígio e reconhecimento.
No final do capítulo 2, o rei Nabucodonosor caiu prostrado diante de
Daniel, reconhecendo o poder de Deus. É intrigante como alguém que
reconhece o Deus de Daniel como o todo poderoso Deus, que revela os
mistérios e dá sabedoria aos seus homens para interpretá-los, agora quer ser
adorado! A única explicação é seu coração ganancioso, tomado pela
ambição do controle absoluto, do reconhecimento eterno.
Esta atitude me lembra Lúcifer. A Bíblia nos conta que ele era um anjo
muito próximo de Deus, um modelo de perfeição, sabedoria e beleza.
Considerado a “estrela da manhã”, possuía prestígio e respeito, mas seu
coração encheu-se de orgulho e desejou ser como o Altíssimo. Desta forma,
Deus o lançou do Céu juntamente com milhares de anjos que se
corromperam com ele. Assim como Lúcifer, o ser humano também teve o
seu coração corrompido pelo pecado, e a ganância e o desejo de poder
passaram a fazer morada em seu coração. Isso foi a sua ruína!
Como diz o escritor Augusto Cury (Clique aqui)
O homem sempre amou o poder, mas poder não produz uma vida feliz.
Uma pessoa pode dirigir uma nação ou uma grande empresa com
habilidade, mas pode não ter nenhuma competência para governar sua
emoção. Hitler queria dominar o mundo porque nunca dominou seu próprio
mundo. Mesmo quem conquista o poder político pela via democrática pode
ser um péssimo líder de si mesmo. O seu maior desafio na vida não é liderar
a Terra, mas seu próprio ser.
Devemos ter cuidado com a sede de poder. Aliás, é melhor sermos
radicais e eliminarmos esse mal de nosso coração antes que ele nos leve à
ruína e à quebra de nossa fidelidade a Deus. Jesus disse:
Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele
que a si mesmo se humilhar será exaltado. – Mateus 23.12
2. O mais importante não é viver, mas ser fiel a Deus
O texto nos mostra a figura de um arauto, que, como oficial do império,
fazia as proclamações solenes. Tinha a incumbência de conferir títulos de
nobreza e o dever de transmitir mensagens de autoridades, assim como
anunciar guerras e proclamar a paz.
Pois bem, o arauto do rei Nabucodonosor entrou em cena na história
para apregoar em voz alta, de maneira que todas as pessoas ouvissem até
determinada distância: “Quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da
cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música,
prostrem-se em terra e adorem a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor
ergueu. Quem não se prostrar em terra e não adorá-la será imediatamente
atirado numa fornalha em chamas” (vs. 5-6). A fim de que ficasse bem clara
a mensagem, o arauto repetia a mesma notícia em alto e bom som.
Entretanto, nem todos os habitantes do império se ajoelharam diante da
estátua. Alguns desobedeceram à ordem do rei por entenderam que o mais
importante não era viver, mas ser fiel a Deus. Eles reconheceram que o mais
sensato a fazer era não pecar contra o Deus todo poderoso adorando outra
imagem, mesmo correndo o risco de morrer. Preferiram a morte do que a
infidelidade ao seu Deus. Quem são estes e o que lhes aconteceram
saberemos na próxima reflexão.
Mas eu pergunto a você: Quanto vale a sua fidelidade a Deus? Será que
você estaria disposto a “abrir mão” de coisas importantes, mas que
desonram a Deus, para manter-se em aliança com Ele? Será que você
deixaria um sonho de lado, se este estivesse totalmente fora do propósito de
Deus para sua vida e ser fiel a Ele?
Ser fiel a Deus e à sua Palavra é uma das coisas mais importantes e
valiosas na vida do cristão. Todavia há um alto preço a ser pago, pois
quanto mais nos posicionamos a favor de Deus, mais surgem críticos ao
nosso redor; aparentes amigos tornam-se grandes traidores. Além disto, há o
risco de perdermos o emprego, sermos mal interpretados ou abandonados
pela família e amigos, e até pelos irmãos na fé. São lutas e pressões que nos
sobrevêm quando decidimos cumprir um chamado, uma missão; quando
optamos por obedecer a Deus, em vez dos homens. Mas é maravilhoso e
glorioso saber que nas circunstâncias difíceis Deus está presente, nos
confortando e encorajando na caminhada. Vale a pena ser fiel a este Deus!
A Bíblia diz:
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
Apocalipse 2.10
Portanto, o Senhor faz aliança com aquele cujo coração é fiel a Ele. A
fidelidade é a base do relacionamento com Deus.
A modernidade nos tem apresentado inúmeros e grandes desafios que
colocam em xeque a nossa fé no Deus eterno. Eu diria que ser fiel é ser leal
como um amigo que não quer ferir, desagradar, trair e entristecer. Ser fiel é
ser constante na obra do Senhor. Ser fiel é ser íntegro de caráter. Ser fiel é
não negociar os valores do Reino de Deus, que devemos assumir como
verdadeiros para a nossa vida.
Vamos orar!
Senhor Deus, abro o meu coração para pedir misericórdia, pois muitas
vezes minhas atitudes revelam infidelidade. Perdão, Senhor! Peço que seu
Espírito me ajude, a cada dia, a permanecer leal e fiel ao Senhor, aos seus
valores e à sua vontade. Esta é a minha oração em nome de Jesus. Amém!
DIA 10

Suas posturas e atitudes revelam


fidelidade a Deus?
Nesse momento alguns astrólogos se aproximaram e denunciaram os
judeus, dizendo ao rei Nabucodonosor: “Ó rei, vive para sempre! Tu
emitiste um decreto, ó rei, ordenando que todo aquele que ouvisse o som
da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla
e de toda espécie de música se prostrasse em terra e adorasse a imagem
de ouro, e que todo aquele que não se prostrasse em terra e não a
adorasse seria atirado numa fornalha em chamas. Mas há alguns judeus
que nomeaste para administrar a província da Babilônia, Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego, que não te dão ouvidos, ó rei. Não prestam
culto aos teus deuses, nem adoram a imagem de ouro que mandaste
erguer”. – Daniel 3.8-12
Furioso, Nabucodonosor mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-
Nego. E assim que eles foram conduzidos à presença do rei,
Nabucodonosor lhes disse: “É verdade, Sadraque, Mesaque e Abede-
Nego, que vocês não prestam culto aos meus deuses, nem adoram a
imagem de ouro que mandei erguer? Pois agora, quando vocês ouvirem
o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta
dupla e de toda espécie de música, se vocês se dispuserem a prostrar-se
em terra e a adorar a imagem que eu fiz, será melhor para vocês. Mas,
se não a adorarem, serão imediatamente atirados numa fornalha em
chamas. E que deus poderá livrá-los das minhas mãos?” Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: “Ó Nabucodonosor, não
precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em
chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos
livrará das tuas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que
não prestaremos culto aos teus deuses, nem adoraremos a imagem de
ouro que mandaste erguer”. – Daniel 3.13-18
Nabucodonosor queria ser adorado como deus, por isso construiu uma
estátua enorme de ouro e decretou que todos, ao som da música,
prostrassem e adorassem aquela imagem, sob pena de serem atirados numa
fornalha em chamas. Todavia, alguns judeus decidiram não se prostrar. Eles
eram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, os amigos de Daniel.
A atitude dos astrólogos, aqueles que fizeram a denúncia ao rei de que
alguns judeus não se prostraram, chama a atenção para três aspectos.
1. Foram muito ingratos
Daniel, ao revelar ao rei o sonho e sua interpretação, havia livrado
aqueles mesmos astrólogos da pena de morte decretada por Nabucodonosor.
Agora eles retribuem com esta acusação.
Como é terrível a tirania. Como é duro conviver com pessoas invejosas,
maldosas e, principalmente, ingratas. O ingrato fere as pessoas e entristece o
coração de Deus. O ingrato vive descontente com sua própria vida e busca
culpar e destruir a vida dos outros. Os astrólogos, com a intenção maligna
de envenenar o rei, disseram: “Não te dão ouvidos, ó rei”. (v.12). É como se
estivessem dizendo: Ó soberano rei, nós estamos aqui, ouvindo e
obedecendo as suas ordens, e aqueles que o senhor colocou como chefes nas
províncias do império não querem ouvir, e muito menos acatar suas ordens.
Atitudes assim de inveja e ingratidão revelam um caráter maldoso. Mas os
que amam ao Senhor verdadeiramente entendem que a fidelidade a Deus é
inegociável; é mais importante do que a própria vida.
2. A fidelidade a Deus é inegociável
Ananias, Misael e Azarias, conhecidos como Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego, preferiram a morte do que pecar contra Deus.
É verdade que a fidelidade a Deus pode, muitas vezes, nos levar à
fornalha, à cova dos leões, à prisão, à rejeição. Pode até nos levar ao
desemprego, à rejeição na escola e no trabalho; pode nos levar à perda de
amigos e familiares e até sermos expulsos da igreja.
Infelizmente, muitos jovens cedem à tentação sexual antes do
casamento, ao vício de bebidas e drogas para não perderem seus
relacionamentos; ao uso de certas roupas para permanecerem num grupo
“descolado”. Muitos casais casados cedem ao adultério pela internet, ou
mesmo presencialmente, em busca de uma aventura. Alguns “abrem mão”
da família na esperança de encontrar a “felicidade” com outra pessoa.
Mas a verdade é que o mundo possui sua própria fornalha ardente à
espera daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. Por isto,
cuidado com a opinião da maioria: ela pode estar errada. O nosso
compromisso como cristão não é com o sucesso na vida, nem mesmo com a
suposta felicidade pessoal, mas com a honra a Deus, porque é a lealdade aos
princípios da Palavra que nos garantirá a paz e a segurança que a nossa alma
de fato anseia.
Ao ouvir o relato dos astrólogos, diz o texto que o rei Nabucodonosor
ficou furioso e mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Então os
advertiu para que não “brincassem com fogo”, pois a fornalha estaria
preparada para os desobedientes. Mas os rapazes não cederam. Que
coragem e atitude firme desses jovens!
Além da coragem em não se prostrar, eles agiram de forma sábia: não
discutiram com o rei sobre adoração à imagem; não falaram mal dos
astrólogos diante do rei; não tentaram defender o seu Deus. Eles sabiam que
Deus não precisava que alguém defendesse sua reputação, mas, sim, de
pessoas que fossem Suas testemunhas. Por isso aqueles rapazes estavam
prontos a morrer pelo seu Deus.
Mas o rei ainda tentou intimidá-los, perguntando: “Que deus poderá
livrá-los das minhas mãos?” (v.15).
3. Ele é Senhor das circunstâncias
Aqueles três jovens sabiam que Deus tinha poder para fazer o impossível
acontecer, por isto disseram que Deus poderia livrá-los. Todavia, como
servos, não tinham a audácia ou o desrespeito de determinar que Deus os
livraria. Eles eram servos, submissos à vontade soberana de seu Senhor.
Livrando ou não, Ele continuaria sendo Deus e Senhor daqueles rapazes.
Isto me faz entender que nem sempre o propósito de Deus é nos livrar do
sofrimento e da morte. Como disse o apóstolo Paulo aos Romanos:
Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o
Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor. –
Romanos 14.8
Devemos crer, ter fé e sermos fiéis a Deus pelo que Ele é, e não apenas
pelo que Ele faz.
Aqueles jovens entendiam que a fidelidade a Deus era a postura correta e
inegociável a assumir, e as consequências dessa postura estavam nas mãos
de Deus. A vida que eles tinham com Deus não estava baseada no que Deus
poderia oferecer, mas no que Ele é, em seu caráter. Eles me ensinam que
vale a pena fazer o que é certo diante de Deus e deixar as consequências em
Suas mãos. Precisamos continuar crentes em Deus, mesmo que as
circunstâncias difíceis não se alterem.
Vamos orar!
Senhor Deus, sua Palavra tem me confrontado diariamente; tem mexido
com o meu caráter e princípios. Creio que isso faz parte do seu plano, pois o
Senhor deseja que eu seja cada vez mais parecido com Jesus. Peço que me
ajude, dando força para vencer as tentações e não cair nas ciladas do Diabo.
Ajuda-me a permanecer fiel em todos os momentos da minha vida. Esta é
minha oração, em nome de Jesus. Amém!
DIA 11

Deus sempre vem ao nosso encontro quando nossos recursos


acabam
Nabucodonosor ficou tão furioso com Sadraque, Mesaque e Abede-
Nego, que o seu semblante mudou. Deu ordens para que a fornalha
fosse aquecida sete vezes mais do que de costume e ordenou que alguns
dos soldados mais fortes do seu exército amarrassem Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego e os atirassem na fornalha em chamas. E os três
homens, vestidos com seus mantos, calções, turbantes e outras roupas
foram amarrados e atirados na fornalha extraordinariamente quente. A
ordem do rei era urgente e a fornalha estava tão quente que as chamas
mataram os soldados que levaram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, e
estes caíram amarrados dentro da fornalha em chamas. Mas logo
depois o rei Nabucodonosor, alarmado, levantou-se e perguntou aos
seus conselheiros: “Não foram três os homens amarrados que nós
atiramos no fogo?”. Eles responderam: “Sim, ó rei”. E o rei exclamou:
“Olhem! Estou vendo quatro homens, desamarrados e ilesos, andando
pelo fogo, e o quarto se parece com um filho dos deuses”. – Daniel
3.19-25
Então Nabucodonosor aproximou-se da entrada da fornalha em chamas
e gritou: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo,
saiam! Venham aqui!” E Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do
fogo. Os sátrapas, os prefeitos, os governadores e os conselheiros do rei
se ajuntaram em torno deles e comprovaram que o fogo não tinha ferido
o corpo deles. Nem um só fio de cabelo tinha sido chamuscado, os seus
mantos não estavam queimados, e não havia cheiro de fogo neles. Disse
então Nabucodonosor: “Louvado seja o Deus de Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos! Eles
confiaram nele, desafiaram a ordem do rei, preferindo abrir mão de sua
vida a prestar culto e adorar a outro deus que não fosse o seu próprio
Deus. Por isso eu decreto que todo homem de qualquer povo, nação e
língua que disser alguma coisa contra o Deus de Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego seja despedaçado e sua casa seja transformada em montes
de entulho, pois nenhum outro deus é capaz de livrar alguém dessa
maneira”. Então o rei promoveu Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na
província da Babilônia. – Daniel 3.26-30
O texto que lemos hoje nos mostra a ação sobrenatural de um Deus que
intervém na hora certa, nem antes nem depois, mas no momento propício
para livrar e mostrar seu poder, que está além da capacidade de
compreensão humana.
Nabucodonosor ficou muito furioso com os três rapazes que
demonstraram determinação e tranquilidade naquela situação. Eles estavam
decididos a não se prostrar diante da imagem, mesmo correndo o risco de
serem lançados na fornalha.
Pessoas que sofrem de orgulho e autoritarismo ficam furiosas quando
seus desejos e ordens não são obedecidos. O confronto da ordem dada com
o não cumprimento soa como desacato, desrespeito, atrevimento. Isso pode
levá-las a atitudes inconsequentes, alucinadas. Além de o rei ter desafiado a
Deus, quando disse no verso 15 “que deus poderá livrá-los das minhas
mãos?” (v.15), também mandou aquecer a fornalha sete vezes mais e atar
aqueles jovens com cordas antes de jogá-los na fornalha. Nabucodonosor,
com seu orgulho ferido, ficou tão irado que tomou esta atitude insana para
garantir que nada, nem ninguém, pudesse livrá-los.
Mas o texto também diz que Deus agiu com poder, no tempo certo. Ele
permitiu que os leais rapazes entrassem na fornalha, e os livrou de serem
consumidos pelo fogo. Não há como confrontar Deus e não ser surpreendido
com o que Ele é capaz de fazer. O fogo queimou apenas as cordas que
prendiam os rapazes. Que extraordinário e tremendo!
A experiência dos rapazes na fornalha nos revela alguns surpreendentes
milagres que ocorreram ali.
1. O fogo os libertou em vez de consumi-los
Deus não impediu a fúria e o decreto do rei; não impediu que Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego fossem amarrados; não impediu que eles fossem
jogados na fornalha aquecida sete vezes mais do que o normal. Mas Deus os
livrou dentro da fornalha. O fogo consumiu apenas as cordas. A estratégia
de Deus foi usar o fogo, que iria consumi-los, como instrumento de
livramento e libertação. Que poderosa experiência aqueles rapazes tiveram!
Mas eles tiveram de confiar. Humanamente falando isso é um risco. Mas,
muitas vezes, Deus nos permite entrar na fornalha para aquecer a nossa fé e
nos tornar cada vez mais dependentes dele, em vez de nossas próprias
estratégias e capacidades.
2. Enviou o Quarto Homem para andar com eles no meio do fogo
O livramento também veio com a presença do Quarto Homem andando
com eles. A Presença provou para aqueles rapazes que Deus não os havia
abandonado; mas que aprovava o posicionamento e o comportamento deles
diante do rei. Deus ainda não tinha escrito o último capítulo da história
daqueles jovens.
Essa experiência ensinou a eles, e também nos ensina, que quando todos
os recursos humanos acabam, quando não há mais o que fazer, o Senhor
envia a provisão necessária, no tempo certo. Nem antes nem depois, mesmo
que seja dentro de uma fornalha já acesa, e muito quente. Ele vem para estar
conosco nos momentos mais críticos e difíceis da vida: no luto, na
enfermidade, no desemprego, no abandono, na traição, na depressão. Cristo
é o Quarto Homem.
É muito interessante que o lugar do fogo, da prova, é o mesmo lugar da
intimidade com Cristo, o Quarto Homem. Isso não é tremendo?! A fornalha
acesa foi o ambiente no qual houve intimidade dos três rapazes com o seu
libertador.
O rei e todos os presentes reconheceram o fato de aqueles rapazes terem
honrado ao seu Deus, sendo fiéis aos princípios do Altíssimo. Deus os
honrou e os livrou. O próprio rei os chamou reverentemente de “servos do
Deus Altíssimo”. O mesmo rei que havia decretado a morte deles, agora os
“promove na província da Babilônia”. E, ainda, e mais importante,
Nabucodonosor, que havia desafiado o Deus de Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego, decreta que ninguém - povo, nação ou língua - fale contra o
Deus deles. Ele também confessa publicamente, diante das autoridades
presentes, que “nenhum outro deus é capaz de livrar alguém dessa maneira”
(v. 29). Em tudo Deus foi glorificado e seus servos foram salvos e
promovidos.
Creio que você também já passou por grandes provas de fogo, e Deus
enviou seu Espírito para andar com você e livrá-lo. Não é verdade?
Eu aprendo com o Senhor que, quando meus recursos acabam, Ele me
oferece o Seu recurso. Aprendo com o Senhor que é no meio da prova de
fogo que minha intimidade com Cristo cresce e se fortalece. E aprendo com
Deus que, depois de me livrar da fornalha, Ele me promove para que eu
possa glorificá-lo ainda mais.
O que você tem aprendido com o Senhor no meio das provas?
Vamos orar!
Senhor Deus, que experiência esses homens tiveram! A atitude deles me
ensina a importância de ser fiel ao Senhor, mesmo que as lutas e dificuldades
sejam grandes e difíceis de vencer. Por isso, nesta hora, peço ajuda do seu
Espírito para que eu não esmoreça na hora da “prova de fogo”. Sem o Senhor
não conseguirei passar pela prova. Também glorifico e honro ao Senhor por
tudo o que tem acontecido em minha vida e na vida de meus irmãos e irmãs em
Cristo. Muito obrigado por sua constante presença e livramento. Eu amo o
Senhor! Oro em nome de Jesus. Amém!
DIA 12

O coração e o desejo do homem versus


o coração e o desejo de Deus
Rei Nabucodonosor, aos homens de todas nações, povos e línguas, que
vivem no mundo inteiro: Paz e prosperidade! Tenho a satisfação de
falar-lhes a respeito dos sinais e das maravilhas que o Deus Altíssimo
realizou para mim. Como são grandes os seus sinais; como são
poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino eterno; o seu
domínio dura de geração em geração. Eu, Nabucodonosor, estava
satisfeito e próspero em casa, no meu palácio. Tive um sonho que me
deixou alarmado. Estando eu deitado em minha cama, os pensamentos e
visões que passaram pela minha mente deixaram-me aterrorizado. Por
isso decretei que todos os sábios da Babilônia fossem trazidos à minha
presença para interpretarem o sonho para mim. Quando os magos, os
encantadores, os astrólogos e os adivinhos vieram, contei-lhes o sonho,
mas eles não puderam interpretá-lo. Por fim veio Daniel à minha
presença e eu lhe contei o sonho. Ele é chamado Beltessazar, em
homenagem ao nome do meu deus; e o espírito dos santos deuses está
nele. Eu disse: “Beltessazar, chefe dos magos, sei que o espírito dos
santos deuses está em você, e que nenhum mistério é difícil demais para
você. Vou contar-lhe o meu sonho; interprete-o para mim. – Daniel 4.1-
9
Os nove primeiros versículos do capítulo 4 de Daniel revelam o coração
e o desejo do homem, bem como o coração e o desejo de Deus. Creio que há
algumas lições importantes para nós neste capítulo, e creio que servem não
somente para cristãos, mas também para os que ainda não professam Jesus
como Salvador.
1. Um capítulo singular
Os versículos de 1 a 3 dizem: “O rei Nabucodonosor, aos homens de
todos os povos, nações e línguas, que vivem no mundo inteiro: Paz e
prosperidade! Tenho a satisfação de falar a vocês a respeito dos sinais e das
maravilhas que o Deus Altíssimo realizou em meu favor. Como são grandes
os seus sinais! Como são poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um
reino eterno; o seu domínio dura de geração em geração”.
Eu diria que o capítulo 4 é singular e impressionante! O rei
Nabucodonosor, considerado a pessoa mais poderosa de toda a Terra
naquele tempo, está dando um testemunho pessoal para todos os povos,
nações e línguas. Era o testemunho de algo grandioso para ele, por isso
queria dar a conhecer a todos. É interessante que ele começa declarando:
“Paz e prosperidade!”, frase um pouco estranha, considerando que vem de
alguém que mais falava palavras carregadas de ira e desprezo do que
palavras de paz. Aconteceu alguma coisa com esse rei que o fez mudar até a
sua linguagem. Certamente foi algo bem radical.
O apóstolo Paulo disse na carta aos Romanos que a paz só vem quando
um homem é justificado por Deus, está em aliança com Deus.
Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo. – Romanos 5.1
Nabucodonosor agora quer que todos saibam dos sinais e das maravilhas
que o Deus Altíssimo fez por ele. O que aconteceu com esse rei que o levou
a reconhecer que existe um “Deus Altíssimo”, cujo reino nunca chegará ao
fim?
Ele declara nos versículos 4-5: “Eu, Nabucodonosor, estava satisfeito e
próspero em casa, no meu palácio. Tive um sonho que me deixou alarmado.
Estando eu deitado em minha cama, os pensamentos e visões que passaram
pela minha mente deixaram-me aterrorizado”.
2. Os 5 P’s
Em que situação se encontrava o rei Nabucodonosor na época?
Basicamente ele tinha os 5 P’s: palácio, poder, prazer, paz e prosperidade. O
que mais um rei poderia querer? Como dissemos na introdução deste
capítulo, vemos aqui o coração e o desejo do homem versus o coração e o
desejo de Deus. Aqui está o coração e o desejo do homem. Os 5 P’s contêm
o objetivo da grande maioria da humanidade. É o que as pessoas passam a
maior parte da vida tentando alcançar.
Mas a história e o testemunho desse rei nos ensinam acerca do perigo de
se colocar os 5P’s no lugar de Deus em seu coração. Veja bem que era esta a
situação em que o rei se encontrava. Palácio, poder, prazer, paz e
prosperidade, mas sem Deus! No testemunho do rei, vemos Deus abalando
as estruturas e as situações de sua vida. Nabucodonosor recebe um sonho
dado por Deus que o desestabiliza emocionalmente, que lhe tira a paz. É
interessante que muitas vezes Deus faz isto conosco também. Se
começamos a colocar os desejos dos P’s num lugar acima de Deus, Ele é
capaz de agitar as coisas para atrair nosso coração e nossos desejos para Ele,
que deve ser o centro das nossas motivações.
3. Um coração teimoso
Nos versículos de 6 a 9, há uma revelação clara do que havia do coração
de Nabucodonosor ao descrever os acontecimentos relacionados ao seu
sonho. Enquanto ele narra sua história para todos os povos e nações, vemos
que, diante de um sonho aterrorizante, ele primeiramente busca respostas em
seu próprio povo, e nos deuses do seu próprio povo: “Por isso decretei que
todos os sábios da Babilônia fossem trazidos à minha presença para
interpretarem o sonho para mim” (v. 6).
Mas por quê? Bem, eu diria que eles entraram primeiro na presença do
rei, e isto já é um bom motivo. Mas há mais do que isso. No mundo antigo,
as conquistas militares geralmente significavam que seus “deuses” eram
maiores que os da nação conquistada. Aqui estava o coração do rei
Nabucodonosor: ele havia conquistado tudo o que queria, e considerava
claramente que seus deuses babilônicos eram os deuses mais poderosos. E
mesmo tendo visto o poder do Deus de Daniel e seus amigos, o rei não
queria reconhecer que o Deus de Daniel poderia revelar coisas que seus
próprios deuses não podiam! Um coração teimoso!
Muitos de nós agimos da mesma maneira teimosa, não querendo
reconhecer Deus, a menos que não haja alternativa! Alguns preferem
continuar colocando os P’s acima de Deus, mesmo recebendo e vendo os
milagres que Ele realiza na sua vida ou na vida de seus familiares. Outros,
infelizmente, declaram que são ou serão mais felizes somente quando os
governantes olharem e fizerem algo por eles. Ainda outros, infelizmente,
deixam para depois sua decisão de se entregar a Jesus Cristo e garantir a
vida eterna, pois são muito jovens e têm muito a desfrutar neste mundo.
Somente após buscar o entendimento de seu sonho através dos magos e
encantadores, ou seja, depois de esgotar todas as suas possibilidades, Daniel
é chamado perante o rei: “Por fim, veio Daniel à minha presença e lhe
contei o sonho. Ele é chamado Beltessazar, em homenagem ao nome do
meu deus; e o espírito dos santos deuses está nele. Eu disse: Beltessazar,
chefe dos magos, sei que o espírito dos santos deuses está em você, e que
nenhum mistério é difícil demais para você. Vou contar o meu sonho;
interprete-o para mim” (vs. 8 e 9).
Quando não temos um coração voltado para Deus, não enxergamos o
Seu agir. Na história do rei Nabucodonosor, Deus deu ao rei inúmeras
oportunidades para reconhecer Seu poder e soberania: colocou jovens fiéis
ao lado e no palácio; deu-lhe sonhos, e quem interpretou foram os jovens de
Deus, revelando que o Deus de Daniel era maior do que todos os deuses;
mostrou a Nabucodonosor que Ele é o único que pode salvar, falando do
livramento dos amigos de Daniel na fornalha. Enfim, diante de tantas
evidências, Nabucodonosor precisava voltar o seu coração ao Deus
Altíssimo e reconhecê-lo como Senhor.
E você? Como está o seu coração diante de Deus? Você tem reconhecido
Deus em todos as coisas?
Vamos orar!
Senhor, eu me achego com humildade para pedir perdão e misericórdia por,
muitas vezes, ter um coração mais inclinado para as coisas deste mundo. Muitas
vezes, Senhor, o meu coração é teimoso e orgulhoso, a ponto de não reconhecer
que necessito mudar meus pensamentos e atitudes em relação às tuas coisas.
Ajuda-me, Espírito Santo, a ter um coração segundo o seu coração. Em nome
de Jesus. Amém!
DIA 13

Como Deus tem chamado sua atenção?


Estas são as visões que tive quando estava deitado em minha cama:
olhei, e diante de mim estava uma árvore muito alta no meio da terra. A
árvore cresceu tanto que a sua copa encostou no céu; era visível até os
confins da terra. Tinha belas folhas, muitos frutos, e nela havia alimento
para todos. Debaixo dela os animais do campo achavam abrigo, e as
aves do céu viviam em seus galhos; todas as criaturas se alimentavam
daquela árvore. Nas visões que tive deitado em minha cama, olhei e vi
diante de mim uma sentinela, um anjo que descia do céu; ele gritou em
alta voz: “Derrubem a árvore e cortem os seus galhos; arranquem as
suas folhas e espalhem os seus frutos. Fujam os animais de debaixo dela
e as aves dos seus galhos. Mas deixem o toco e as suas raízes, presos
com ferro e bronze; fique ele no chão, em meio à relva do campo. “Ele
será molhado com o orvalho do céu e com os animais comerá a grama
da terra. A mente humana lhe será tirada, e ele será como um animal,
até que se passem sete tempos”. A decisão é anunciada por sentinelas,
os anjos declaram o veredicto, para que todos os que vivem saibam que
o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer, e
põe no poder o mais simples dos homens”. Esse é o sonho que eu, o rei
Nabucodonosor, tive. Agora, Beltessazar, diga-me o significado do
sonho, pois nenhum dos sábios do meu reino consegue interpretá-lo
para mim, exceto você, pois o espírito dos santos deuses está em você. –
Daniel 4.10-18
Neste capítulo 4 vemos que Deus dá mais um sonho ao rei. O sonho
divide-se em duas partes na perspectiva do rei, mas para Daniel é somente
um sonho, e ele é estarrecedor. Vamos nos concentrar na reflexão de hoje
apenas no sonho. Para isso, convido você a atentar a alguns detalhes
importantes.
Uma enorme árvore – Ela crescia até o Céu e se destacava por sua beleza
e abundância; era visível até os confins da Terra, significando a extensão do
reino babilônico e sua influência no mundo. Dela se tirava sustento para
todos, homens e animais. Tudo caminhando em perfeita condição e
harmonia.
Uma ordem dos Céus – Do Céu veio a ordem para cortar toda a árvore e
deixar apenas o toco e suas raízes, que seriam presos com ferro e bronze, até
que passassem sete tempos.
Essa árvore representava um homem – Ele seria cortado, transformado e
receberia o coração de uma fera. Ficaria preso com uma corrente de ferro e
bronze.
O veredito, isto é, o anúncio desses acontecimentos por meio do sonho
de Nabucodonosor era para que “todos os que vivem saibam que o
Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer, e põe no
poder o mais simples dos homens”. Nabucodonosor ouviu essas palavras em
seu sonho. À luz disso, o sonho não era difícil de se interpretar – claramente
lidava com a humilhação de um grande rei. O intérprete do sonho corria um
grande risco, pois o seu significado era terrível, “estarrecedor”, diz a
Palavra. E seria Daniel o único que poderia interpretá-lo.
Mas por que Deus deu esse sonho ao rei Nabucodonosor? O que Deus
queria fazer com o ele? Vamos ver um pouco sobre isto hoje e na próxima
reflexão.
Mas, a princípio, quero convidar você a refletir a respeito de si mesmo.
Como Deus tem chamado a sua atenção? Quais sinais Ele tem lhe dado que
revelam o quanto Ele deseja tratar com você? Para o rei Nabucodonosor,
Deus se revelou através de sonhos.
A Bíblia nos ensina que Deus é amor e deseja ter um relacionamento
com todos nós. Ele quer ser número Um, a pessoa com a qual nos abrimos e
contamos tudo do que se passa em nossos pensamentos e coração, isto é,
quando estamos com medo, angustiados ou quando precisamos de ajuda
para decidir algo. Enfim, Deus quer estar próximo de nós. Contudo, às
vezes, nós nos esquecemos dele no dia a dia e ignoramos quando optamos
por seguir outras orientações. Mas, por sua natureza amorosa, Deus está
sempre tentando chamar a nossa atenção. Ele quer nos ajudar, aliviar nossa
dor e ser a esperança para o nosso caminhar. Deus pode falar conosco
suavemente durante a oração ou gritar, usando a dor ou mesmo o
sofrimento.
1. Sonhos e visões
Há muitas maneiras pelas quais Deus nos alcança que às vezes
ignoramos, como nos sonhos e visões, por exemplo. Conhecer os sinais que
Ele usa para se comunicar conosco é um segredo para viver a vida que Deus
quer para nós.
2. Pessoas
Outro meio que Deus usa para chamar a nossa atenção é através das
pessoas que Ele coloca ao nosso lado. Deus pode usar uma palavra, um
abraço, um sorriso. Temos de estar sempre antenados para ouvir o chamado
de Deus.
3. Sentimentos
Também Deus pode chamar a nossa atenção nos fazendo sentir que algo
não está certo. É aquela falta de paz diante de uma situação. Se você sentir
que algo está errado, Deus pode estar tentando chamar sua atenção para
desviá-lo do perigo. Às vezes, a distração pode ensurdecer nossos ouvidos à
voz do Espírito de Deus. Neste caso, a ausência de paz é um sinal claro de
que Deus está tentando fazer com que prestemos mais atenção nele.
Portanto, é imperativo confiar que Ele está conosco nos momentos de
inquietação e, com certeza, nos dirige quando não temos a certeza de qual
direção tomar.
4. Mudança
Empurrar para fora da nossa zona de conforto, com certeza, também é
uma forma de Deus nos chamar atenção. Isto sempre acontece em tempos de
transição, crescimento e transformação. Se você está passando por uma
transição ou mudança de vida, busque ouvir Deus; não recue. Entenda que
esta situação pode levá-lo a outro nível em seu crescimento espiritual. Abra-
se para o novo de Deus e consulte-o em cada passo, em cada decisão e
atitude a tomar.
Dar atenção ao chamado de Deus sempre requer uma resposta, e quase
sempre resulta em mudança de comportamento.
Os sonhos e as visões dados por Deus ao rei Nabucodonosor tiveram o
objetivo de chamar sua atenção, exortá-lo a se humilhar diante de Deus, para
que ele reconhecesse que existe apenas um Deus, o Deus Altíssimo, o Deus
de Daniel e seus amigos. Todavia, Nabucodonosor não deu atenção a todas
as chamadas de Deus.
E quanto a você? Há uma sensibilidade em seus ouvidos em relação à
voz de Deus ou seu coração tem estado endurecido?
Vamos orar!
Senhor, meu Deus, é maravilhoso ler que o Senhor fez de tudo para salvar e
converter o coração do rei. Isto prova seu imenso amor por sua Criação. Minha
oração no dia de hoje é para que o Senhor não me permita desenvolver um
coração endurecido e ter os meus ouvidos espirituais fechados à sua voz. Oro
também em favor daqueles que ainda não se abriram ao seu convite de
salvação. Pai, insista uma vez mais! Não desista do meu amigo…. (nome da
pessoa), do meu familiar…. (nome da pessoa). Que haja conversão na minha
casa e entre os queridos com os quais convivo. Que o nosso coração seja
ensinável e aberto para o Senhor. Em Nome de Jesus. Amém!
DIA 14

É melhor ser quebrado por Deus agora


do que padecer eternamente no inferno
Daniel 4.19-37
Falamos ontem do sonho do rei Nabucodonosor. Ele sonhou com uma
árvore que crescia tanto, que sua altura chegava ao céu. Deus decretou que a
cortasse, e ficasse apenas no toco e nas raízes. A interpretação dada por
Daniel foi que a árvore simbolizava o rei, que crescia muito, e seus frutos
alimentariam e sustentariam a todos, mas que um dia Deus enviaria um anjo
para cortá-la, ou seja, o rei seria eliminado de morar entre os homens e
viveria como os animais; e somente quando passasse o tempo determinado
por Deus, ele retornaria. Que palavras duras, não!?
Hoje vamos detalhar um pouco mais do propósito de Deus para a vida do
rei Nabucodonosor e a reação do rei. O texto bíblico de hoje está distribuído
ao longo do texto para que possamos ler parte por parte.
1. Deus não derrama seu juízo sem antes oferecer oportunidade de
arrependimento
Doze meses depois, quando o rei estava andando no terraço do palácio
real da Babilônia... (v. 29)
Ou seja, Deus deu a Nabucodonosor 12 meses de prazo para se
arrepender. Deus não quer que você se perca ou pereça, por isso Ele lhe dá
muitas oportunidades. Ele tem grande paciência. Mas até a paciência de
Deus tem um limite determinado por Ele mesmo. Nabucodonosor estava
tranquilo, passeando no palácio, mesmo sabendo do aviso de Deus.
Se você soubesse que sua vida corre perigo, qual seria sua atitude? Eu
correria para Deus, dobraria meus joelhos, colocaria meu rosto no chão e
clamaria por misericórdia. O momento é de urgência, mas Nabucodonosor
ignorou o aviso de Deus.
Quando lemos a história de Israel, do povo judeu, vemos que Deus, por
várias vezes, deu muitas oportunidades para se arrependerem de seus
pecados e voltarem para os caminhos do Senhor. Caso não se
arrependessem, eles sofreriam as consequências de continuar com suas
práticas contrárias à vontade de Deus. E aqui, com Nabucodonosor, a
situação é a mesma. Deus deu muitas oportunidades a ele para se
arrepender; deu até um prazo de 12 meses antes que o juízo viesse.
2. O rei endurece seu coração
“Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como capital do
meu reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha
majestade?” As palavras ainda estavam nos seus lábios quando veio do
céu uma voz que disse: “É isto que está decretado quanto a você, rei
Nabucodonosor: sua autoridade real lhe foi tirada. (vs. 30-31)
O rei vivia bem no palácio, nada o incomodava, tudo estava debaixo do
seu controle e poder. Mas Deus lhe dá um aviso, e outro aviso, e parece que
nada o atinge. Orgulho e soberba dominavam o coração do rei, todavia Deus
o alertou por meio de sonhos. Deus lhe alertou através do profeta Daniel,
que foi muito claro dizendo:
Portanto, ó rei, aceita o meu conselho: Renuncia a teus pecados e à tua
maldade, pratica a justiça e tem compaixão dos necessitados. Talvez,
então, continues a viver em paz. (v. 27)
Quando percebemos que estamos em perigo, normalmente, logo
procuramos fugir da situação, não é verdade? Quando percebemos que
nossos pecados estão interrompendo, atrapalhando e quebrando a nossa
comunhão com Deus, a decisão mais sensata é pedir perdão e voltar à
reconciliação com o Senhor para vivermos com Ele eternamente. Mas esta
não foi a atitude do rei. Ele endureceu seu coração e disse com soberba:
Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como capital do meu
reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha majestade? (v.
30)
Tudo girava em torno dele e para ele. Soberba total. Seu reino era
grande, poderoso, glorioso, mas ele já tinha sido avisado através de seus
sonhos, por interpretação do profeta Daniel, que um dia tudo isso acabaria,
que seu reino teria fim, e o reino de Cristo seria eterno. Mas isto não o fez
mudar de ideia. Como diz Salomão em Provérbios:
A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda. – Provérbios
6.18 (RA)
A cidade da Babilônia era maravilhosa, digna do grande rei. Possuía um
exuberante jardim suspenso dedicado à sua esposa. Nabucodonosor era
poderoso, rico e seu reino glorioso. Mas para Deus talvez fosse como um
pingo no oceano. Ninguém é mais grandioso do que Deus e seu Reino. O
Senhor disse através de sonhos e visões ao próprio rei Nabucodonosor que
ele cairia, que a Babilônia cairia, e o Reino de Cristo seria eterno. Mesmo
assim, ele não se humilhou. Na verdade, ele ignorou os avisos de Deus e
endureceu o coração.
3. Deus coloca o rei no fundo do poço
Você será expulso do meio dos homens, viverá com os animais selvagens e
comerá capim como os bois. Passarão sete tempos até que admita que o
Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer”. A
sentença sobre Nabucodonosor cumpriu-se imediatamente. Ele foi
expulso do meio dos homens e passou a comer capim como os bois. Seu
corpo molhou-se com o orvalho do céu, até que os seus cabelos e pêlos
cresceram como as penas da águia, e as suas unhas como as garras das
aves. (vs. 32 e 33)
Deus lhe tirou tudo o que possuía; tirou seu conhecimento das coisas e
ainda lhe deu um coração de animal. Ele viveu como animal, comeu como
animal, seu cabelo ficou como penas de águia; suas unhas cresceram como
das águias; comia capim e vivia entre os bois. De rico, ficou extremamente
pobre e louco, sem entendimento das coisas. Deus mexeu exatamente
naquilo que ele mais se orgulhava: ele mesmo. Deus o fez descer ao fundo
do poço. O orgulho é algo abominável para Deus.
No primeiro momento, quando li este texto, logo imaginei que Deus
estava sendo muito duro. Por que penalizá-lo desta forma? Talvez você
esteja pensando isso também. Mas meus olhos se abriram para compreender
que tudo aconteceu para salvar o rei do inferno. O propósito de Deus era
convertê-lo e transformá-lo. Deus preferia que ele tivesse mais uma chance,
comendo capim, perdendo o entendimento das coisas, do que ir direto para o
inferno e perdê-lo completamente.
4. Deus humilhou Nabucodonosor e ele se quebrantou
Ao fim daquele período, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, e
percebi que o meu entendimento tinha voltado. Então louvei o Altíssimo;
honrei e glorifiquei aquele que vive para sempre. O seu domínio é um
domínio eterno; o seu reino dura de geração em geração. Todos os povos
da terra são como nada diante dele. Ele age como lhe agrada com os
exércitos dos céus e com os habitantes da terra. Ninguém é capaz de resistir
à sua mão ou dizer-lhe: “O que fizeste?” Naquele momento voltou-me o
entendimento, e eu recuperei a honra, a majestade e a glória do meu reino.
Meus conselheiros e os nobres me procuraram, meu trono me foi
restaurado, e minha grandeza veio a ser ainda maior. Agora eu,
Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico o Rei dos céus, porque tudo o que
ele faz é certo, e todos os seus caminhos são justos. E ele tem poder para
humilhar aqueles que vivem com arrogância.
Se o homem não for confrontado com seu pecado e orgulho, não abrirá
seu coração para Deus entrar e dirigir sua vida. O céu é o destino dos
humildes de coração e dos quebrantados. O céu é o destino dos arrependidos
e perdoados.
O rei Nabucodonosor aprendeu a olhar para cima, pois é de lá que viriam
as bênçãos sobre ele. Antes ele só olhava para baixo, para o seu reino. Mas
então ele aprendeu que tudo vem dos Céus.
A história da conversão de Nabucodonosor também me faz refletir sobre
nunca desistir de alguém, pois Deus tem poder de transformar qualquer um,
até aquele que parece impossível aos nossos olhos.
Hoje mesmo, erga seus olhos aos céus, pois é tempo de buscar a Deus. É
melhor ser quebrantado por Deus agora do que ir para o inferno. É melhor
se voltar para Deus hoje do que se perder no caminho, achando que você
está correto em tudo o que faz. A prosperidade e a saúde de hoje não podem
dominar o nosso coração. Que nos lembremos sempre de quem foi
Nabucodonosor para reconhecermos todos os dias que o Senhor é soberano
e tem o controle de tudo. Devemos nos voltar a Ele, pois é rico em perdoar e
oferecer misericórdia.
Vamos orar!
Senhor Deus, hoje quero te dizer: perdoe-me por meu orgulho e vaidade.
Quero e preciso ser quebrantado e ter mais humildade para agradecer ao
Senhor. Ajuda-me a cada dia a reconhecer quem eu sou e quem é o Senhor.
Esta é a minha oração, e a faço em nome de Jesus. Amém!
DIA 15

O que pode destruir sua vida e sua família?


Certa vez o rei Belsazar deu um grande banquete para mil dos seus
nobres, e com eles bebeu muito vinho. Enquanto Belsazar bebia vinho,
deu ordens para trazerem as taças de ouro e de prata que o seu
predecessor, Nabucodonosor, tinha tomado do templo de Jerusalém,
para que o rei e os seus nobres, as suas mulheres e as suas concubinas
bebessem nessas taças. Então trouxeram as taças de ouro que tinham
sido tomadas do templo de Deus em Jerusalém, e o rei e os seus nobres,
as suas mulheres e as suas concubinas beberam nas taças. Enquanto
bebiam o vinho, louvavam os deuses de ouro, de prata, de bronze, de
ferro, de madeira e de pedra. – Daniel 5.1-4
Belsazar foi um jovem que testemunhou o que Deus havia feito em sua
casa, na vida de seu pai, Nabucodonosor. Possivelmente viu ou, no mínimo,
ficou sabendo do livramento que Deus deu, na fornalha acessa sete vezes
mais do que normal, aos amigos de Daniel, Ananias, Misael e Azarias.
Também pode ter presenciado a perturbação do pai com o sonho da estátua
e sua mudança depois que Daniel lhe revelou a interpretação. Viu como seu
pai ficou depois de seu segundo sonho e quando foi morar junto com os
bois, vivendo como animal; até que voltou à consciência e seu coração se
humilhou, convertendo-se a Deus. Belsazar conviveu de perto com seu pai
orgulhoso e soberbo e depois com seu pai humilde e quebrantado diante do
Deus Altíssimo. Mas Belsazar, infelizmente, desprezou toda a experiência
de seu pai e o conhecimento de Deus para viver em seus próprios prazeres
carnais.
Diz o texto de hoje que, depois de haver assumido o trono de seu pai,
Belsazar embriagou-se num grande banquete que ele ofereceu aos nobres da
corte. Durante aquele episódio, importantes fatos estavam acontecendo,
mas, devido à sua embriaguez e envolvimento naquela grande festa,
Belsazar não se deu conta.
1. A Babilônia estava sendo tomada pelo rei Dario
Enquanto o rei e todos os nobres do palácio festejavam e se
embriagavam, a capital do império babilônico, a Babilônia, estava sendo
invadida pelo rei Dario, do império Medo. O cumprimento da profecia,
através do sonho da estátua que o rei Nabucodonosor teve, estava se
cumprindo. Enquanto o rei Belsazar queria apenas festejar, curtir, se
divertir, sua cidade e seu império estavam à beira do abismo e da destruição.
A verdade é que muitos fazem a mesma coisa. Depois que conquistam
posições, assumem certas funções de prestígio, esquecem-se dos valores e
dos princípios que aprenderam na sua história familiar. Infelizmente,
esquecem-se do valor da vida, do propósito determinado por Deus, buscam
apenas a satisfação com os prazeres efêmeros, enquanto o ladrão está
chegando e trazendo consigo a destruição.
Jesus nos fez um alerta claro:
O ladrão vem somente para matar, roubar e destruir…
João 10.10
Portanto, eu preciso ficar sempre atento, vigiando para não cair na
tentação dos prazeres de agora e me esquecer do compromisso que tenho
com o meu presente e com o legado que deixo para o meu futuro e o de
minha família.
2. O abuso da bebida
O grande erro do rei Belsazar naquela festa foi o abuso da bebida. Ele
liberou a bebida para todos. Sabemos muito bem que a embriaguez leva
qualquer um à ruína. Ou seja, além de o rei perder o juízo com a bebida, ele
proporcionou a mesma experiência a todos os convidados, incluindo os
nobres que ali estavam.
Infelizmente muitos pais de família se embriagam, permitem e
incentivam suas esposas a beberem ou até mesmo ensinam seus filhos a
fazer o mesmo e, quando olham a redor, tudo está perdido e destruído. Se a
bebida alcoólica é tão boa, por que ela tem tido um poder de destruição tão
amplo? O vício pode levar você a perder a consciência, a razão, o juízo e
destruir tudo o que você conquistou. Ele destrói não apenas sua vida, mas
também sua família, deixando todos vulneráveis. O caminho da embriaguez
é o caminho da ruína, da destruição e da morte. Foi isso o que aconteceu
com o rei Belsazar.
3. Profanação das coisas sagradas
A embriaguez do rei Belsazar o levou a atitudes inconsequentes. Ele
mandou trazer as taças de ouro e de prata do templo de Jerusalém. Eram
objetos consagrados para o culto a Deus e deveriam ser usados apenas no
templo ou nos rituais religiosos judaicos. Mas Belsazar comete esta terrível
profanação ao mandar trazer os objetos para a sua festa profana. Fazendo
isto, ele estava ofendendo e zombando de Deus. Afrontava o Deus de
Daniel, Hananias, Misael e Azarias; o mesmo Deus que salvou seu pai
Nabucodonosor. E para piorar a situação, ele usa as taças para celebrar e
adorar seus deuses e as coloca nas mãos de seus convidados, liberando para
profanação e adoração também. Ou seja, estava usando objetos consagrados
a Deus para idolatria. Isto é um pecado contra Deus.
Será que em algum momento não estaríamos nós também profanando as
coisas de Deus? Muitas vezes, consagramos algo ao Senhor e depois o
usamos de qualquer jeito. Como você acha que Deus se sente quando
negligenciamos aquilo que separamos para Ele? Isso pode acontecer
também com o nosso coração e corpo. Quando confessamos nossos pecados
a Deus e o aceitamos como Senhor de nossas vidas, nós nos consagramos a
Ele de corpo e alma; o Espírito Santo passa a fazer morada em nós. Mas
toda vez que pecamos, profanamos um bem precioso de Deus, as nossas
vidas (1 Coríntios 6.19-20). É sério isto, não?
O versículo 5 diz que Deus transformou aqueles prazeres pecaminosos
em uma grande perturbação. Mas sobre isto falaremos na próxima reflexão.
Deus mostrou a Belsazar, através da vida de seu pai Nabucodonosor e do
testemunho de homens como Daniel, Hananias, Misael e Azarias, homens
fiéis a Deus, como se deve reinar e governar uma nação. Mas Belsazar
ignorou. E não somente isto. Ele desprezou todo conhecimento sobre Deus e
pecou contra o Senhor. Ele foi orgulhoso e soberbo como seu pai, antes de
se converter.
E você, tem seguido o propósito de Deus? Tem andado de acordo com a
vontade do Altíssimo? Ou tem se perdido no meio do caminho e
abandonado a vontade central de Deus para seguir seus prazeres carnais?
Não se esqueça que Deus é um Deus de amor, mas sua paciência tem limite,
um limite determinado por Ele mesmo. Ele é misericordioso, mas também é
um justo juiz. Por isso, convido você a fazer deste momento, um momento
de oração, restauração e renovação espiritual.
Vamos orar!
Senhor Deus, sou pecador e preciso muito da sua misericórdia. Se não fosse
o Senhor em minha vida, eu já estaria perdido e destruído. Peço que seu
Espírito me ajude a seguir seu caminho e sempre me alerte quando estiver
fazendo aquilo que não o agrada. Por isto, coloco diante do seu altar o meu
coração, que é enganoso, e toda a minha vida, pois desejo viver para servir ao
Senhor. Esta é a minha oração e a faço em nome de Jesus. Amém!
DIA 16

Será que o Senhor nos vê como orgulhosos?


Mas, de repente apareceram dedos de mão humana que começaram a
escrever no reboco da parede, na parte mais iluminada do palácio real.
O rei observou a mão, enquanto ela escrevia. Seu rosto ficou pálido, e
ele ficou tão assustado que os seus joelhos batiam um no outro e as suas
pernas vacilaram. Aos gritos, o rei mandou chamar os encantadores, os
astrólogos e os adivinhos e disse a esses sábios da Babilônia: “Aquele
que ler essa inscrição e interpretá-la, revelando-me o seu significado,
vestirá um manto vermelho, terá uma corrente de ouro no pescoço, e
será o terceiro em importância no governo do reino”. Todos os sábios
do rei vieram, mas não conseguiram ler a inscrição, nem dizer ao rei o
seu significado. Diante disso o rei Belsazar ficou ainda mais
aterrorizado e o seu rosto, mais pálido. Seus nobres estavam alarmados.
Daniel 5.5-9
Tendo a rainha ouvido os gritos do rei e dos seus nobres, entrou na sala
do banquete e disse: “Ó rei, vive para sempre! Não fiques assustado,
nem tão pálido! Existe um homem em teu reino que possui o espírito dos
santos deuses. Na época do teu predecessor verificou-se que ele era um
iluminado e tinha inteligência e sabedoria como a dos deuses. O rei
Nabucodonosor, teu predecessor — sim, o teu predecessor — o nomeou
chefe dos magos, dos encantadores, dos astrólogos e dos adivinhos.
Verificou-se que esse homem, Daniel, a quem o rei dera o nome de
Beltessazar, tinha inteligência extraordinária e também a capacidade de
interpretar sonhos e resolver enigmas e mistérios. Manda chamar
Daniel, e ele te dará o significado da escrita”. Assim Daniel foi levado
à presença do rei, que lhe disse: “Você é Daniel, um dos exilados que
meu pai, o rei, trouxe de Judá? Soube que o espírito dos deuses está em
você e que você é um iluminado e que tem inteligência e uma sabedoria
fora do comum. Trouxeram os sábios e os encantadores à minha
presença para lerem essa inscrição e me dizerem o seu significado,
porém eles não o conseguiram. Mas eu soube que você é capaz de dar
interpretações e de resolver mistérios. Se você puder ler essa inscrição
e dizer-me o que significa, você será vestido com um manto vermelho e
terá uma corrente de ouro no pescoço, e será o terceiro em importância
no governo do reino”. Então Daniel respondeu ao rei: “Podes guardar
os teus presentes para ti mesmo e dar as tuas recompensas a algum
outro. No entanto, lerei a inscrição para o rei e lhe direi o seu
significado”. - Daniel 5.10-17
Ó rei, foi a Nabucodonosor, teu predecessor, que o Deus Altíssimo deu
soberania, grandeza, glória e majestade. Devido à alta posição que
Deus lhe concedeu, homens de todas as nações, povos e línguas tremiam
diante dele e o temiam. A quem o rei queria matar, matava; a quem
queria poupar, poupava; a quem queria promover, promovia; e a quem
queria humilhar, humilhava. No entanto, quando o seu coração se
tornou arrogante e endurecido por causa do orgulho, ele foi deposto de
seu trono real e despojado da sua glória. Foi expulso do meio dos
homens e sua mente ficou como a de um animal; passou a viver com os
jumentos selvagens e a comer capim como os bois; e o seu corpo se
molhava com o orvalho do céu, até reconhecer que o Deus Altíssimo
domina sobre os reinos dos homens e coloca no poder a quem ele quer.
- Daniel 5.18-21
Ao contrário, te exaltaste acima do Senhor dos céus. Mandaste trazer as
taças do templo do Senhor para que nelas bebessem tu, os teus nobres,
as tuas mulheres e as tuas concubinas. Louvaste os deuses de prata, de
ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não podem ver
nem ouvir nem entender. Mas não glorificaste o Deus que sustenta em
suas mãos a tua vida e todos os teus caminhos. Daniel 5.22-23
Que experiência, no mínimo, bizarra, não é verdade?! Imagine a
situação: todos na festa se divertindo, bebendo, profanando os objetos do
templo, celebrando com total liberdade, principalmente porque tinham
aprovação e participação do rei Belsazar, e, de repente, enquanto eles
estavam festejando e adorando seus deuses, Deus muda completamente o
ambiente da festa mostrando, aos olhos de todos, dedos escrevendo na
parede. Deus resolve se manifestar no meio de toda aquela celebração
profana. Diz o texto que o rosto do rei ficou pálido e seus joelhos batiam um
no outro enquanto o dedo escrevia.
Imagino como devem ter ficado todos os convidados! Penso que o rei
deve ter olhado duas vezes e pensado que estava vendo coisas! Talvez o
efeito da bebida pudesse ter causado alucinações. Mas, então, Belsazar,
seguro de que era algo sobrenatural, manda chamar todos os sábios da
Babilônia para decifrarem o que o dedo havia escrito, mas eles não
conseguiram. Eram impotentes para as coisas espirituais. A Bíblia nos
ensina que:
Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de
Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são
discernidas espiritualmente. – 1 Coríntios 2.14
A mente humana é limitada para as coisas de Deus e estamos em busca
de respostas, principalmente para questões que nos ameaçam ou nos deixam
confusos. A verdade é que sabemos apenas o que Deus nos permite saber.
Os caminhos de Deus são sempre mais altos do que os nossos caminhos e
seus pensamentos mais altos do que os nossos. O apóstolo Paulo disse:
Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria. – 1
Coríntios 8.2.
Ou seja, não podemos agir como se soubéssemos tudo, e ainda mais
sobre o agir de Deus.
Nos versículos de 10 a 17, Daniel é procurado para interpretar aquela
inscrição na parede. A fama e o testemunho de Daniel ainda eram lembrados
no palácio do rei da Babilônia. A rainha disse ao rei: Daniel era sábio acima
dos sábios, e tinha a bênção dos deuses, segundo eles, para interpretar os
mistérios. Daniel era um homem que não negociava seus princípios, por isso
ele era, muitas vezes, contestado, criticado e até mesmo tido por alguns
como intragável. Ele não dava conselhos ou trazia revelações para ganhar
dinheiro, honra, poder e prestígio; ele não tinha interesse nos favores do rei,
por isto rejeitou seus presentes e recompensas.
Mas quando Daniel se apresentou ao rei, antes de interpretar os escritos
na parede, ele o confrontou denunciando seus pecados. Veja o que Daniel
disse:
1. Você não reconheceu o Deus Altíssimo
Daniel passa a narrar para Belsazar toda a experiência vivida por seu pai
Nabucodonosor e o lembra que: “…foi a Nabucodonosor, teu predecessor,
que o Deus Altíssimo deu soberania, grandeza, glória e majestade”. O rei
Belsazar não havia reconhecido que fora Deus quem dera o reino e o poder
a Nabucodonosor. Ele estava herdando um império dado por Deus, e não
por seu esforço e poder; tudo era dádiva de Deus.
2. Você não se humilhou diante de Deus, que salvou seu pai
Daniel disse: “Mas tu, Belsazar, seu sucessor, não te humilhaste, embora
soubesses de tudo isso.” (v. 22). Ele soube de tudo o que acontecera com
seu pai Nabucodonosor, que devido ao orgulho e soberba, Deus o
humilhara, levando-o a comer capim com os bois e viver como os animais.
Mas, depois de ser humilhado, converteu seu coração a Deus.
Daniel, então, com estas palavras, informa a Belsazar que ele seria
condenado por seu orgulho e soberba. Ele recebeu o conhecimento acerca
do Deus Altíssimo, mas não o usou. Não converteu seu coração como seu
pai, depois da humilhação. Ele pecou não por falta de conhecimento, mas
por rebeldia.
Histórias assim podem gerar nas pessoas medo de Deus, mas, na
verdade, elas deveriam gerar um grande desejo de mudarem suas atitudes e
se submeterem ao Senhor e à sua vontade, porque ela é boa, perfeita e
agradável.
3. Você não glorificou a Deus
Belsazar profanou as taças consagradas a Deus; celebrou e adorou outros
deuses. Mesmo sabendo das coisas de Deus, preferiu adorar a si mesmo e
aos deuses. “Mas não glorificaste o Deus que sustenta em suas mãos a tua
vida e todos os teus caminhos” (v. 23). Ele não glorificou o Deus que
controla tudo, é soberano sobre tudo, inclusive sobre Belsazar e seu reino.
Por tudo o que ele fez, conforme declarado pelo profeta Daniel, o rei
Belsazar foi condenado por Deus. Mas como foi sua condenação e morte,
veremos na próxima reflexão. Por hoje, eu convido você a refletir em sua
vida! O que Deus tem enxergado em seu coração? Orgulho e soberba ou
humildade e submissão?
Vamos orar!
Senhor Deus, diante de sua palavra nessa reflexão, eu peço mais uma vez
que tenha misericórdia da minha vida. Sou, sim, orgulhoso, presunçoso, egoísta,
mas tenha misericórdia de mim! Ajuda-me a ser humilde e verdadeiro; ajuda-
me a andar como o Senhor deseja. Ajuda-me a não abrir mão dos valores e
princípios contidos nas Escrituras. Não quero desagradá-lo, mas quero amá-lo e
servi-lo como lhe agrada. Esta é minha oração, em nome de Jesus. Amém!
DIA 17

Quantas oportunidades Deus já nos deu?


Por isso ele enviou a mão que escreveu as palavras da inscrição. “Esta
é a inscrição que foi feita: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM. E este é
o significado dessas palavras: Mene: Deus contou os dias do teu
reinado e determinou o seu fim. Tequel: Foste pesado na balança e
achado em falta. Peres: Teu reino foi dividido e entregue aos medos e
persas”. Então, por ordem de Belsazar, vestiram Daniel com um manto
vermelho, puseram-lhe uma corrente de ouro no pescoço, e o
proclamaram o terceiro em importância no governo do reino. Naquela
mesma noite Belsazar, rei dos babilônios, foi morto, e Dario, o medo,
apoderou-se do reino, com a idade de sessenta e dois anos.
Daniel 5.24-31
Em nossa reflexão de hoje, veremos o que o dedo escreveu na parede do
palácio real, bem como a condenação de Deus ao rei Belsazar.
Estas palavras: MENE, MENE, TEQUEL E PARSIM revelam a
condenação de Deus ao rei e a todo o Império Babilônico. Elas
confrontaram os feiticeiros, encantadores, astrólogos e sábios do palácio.
Para eles, as palavras não faziam sentido algum, mas, para Daniel, o homem
de Deus, fazia total sentido, pois traziam a condenação de Deus contra um
rei insubmisso e um império perverso, que profanavam o nome do Deus
Altíssimo.
A palavra MENE, escrita duas vezes, significa “contar, fixar o limite de
algo”. Ou seja, os dias de Belsazar estavam agora determinados e contados.
Deus decidiu dar um fim a Belsazar e ao seu reino. Durante todos aqueles
anos, quando o Império Babilônico foi o maior império, por permissão do
Altíssimo, Deus deu inúmeras oportunidades para que O reconhecessem
como único Deus, mas recusaram. Por isso, Deus disse MENE, MENE.
A palavra TEQUEL, significa “pesar”. Ou seja, Deus pesou cada ato de
Belsazar, pesou cada oportunidade perdida; cada pecado cometido. O
orgulho e a soberba de Belsazar foram julgados por Deus. Tudo foi contado
na balança de Deus.
E a palavra PARSIM, em outras versões está escrito UFARSIM, ou
PERES, significa “romper, dividir”. Ou seja, o reino de Belsazar seria
destruído e dividido.
E foi exatamente isto que aconteceu. Os impérios Medo e Persa
dominaram todo o Império Babilônico. O rei Belsazar, então, não somente
perdeu seu reino, sua vida, mas também o Reino de Deus.
Naquela mesma noite, enquanto Belsazar e todos os seus convidados se
embriagavam na festa, desfrutavam do banquete e profanavam o nome do
Altíssimo, após ouvir a declaração do profeta Daniel acerca do escrito na
parede pelo dedo de Deus, o rei Dario e seu exército invadiram e tomaram a
cidade da Babilônia, mataram o rei Belsazar, pondo fim à vida do rei e do
Império Babilônico. Chegou o fim de um reino que dominou, por mais de
70 anos, a maior parte do mundo conhecido.
Sob vários aspectos, Deus tratou Belsazar como um indivíduo
responsável. E como tal, Belsazar tomou sua decisão. Se sua escolha tivesse
sido confiar no Senhor, e não guardar um coração orgulhoso, possivelmente
Deus o teria protegido dos medos e persas, como protegeu Daniel dos
medos e persas quando esses o colocaram na cova junto com os leões, que
veremos no capítulo 6.
Belsazar confiava que a cidade fosse invulnerável contra todo
ataque. Ele não se preocupava porque julgava os muros da Babilônia
grandes e fortes. Havia grande abastecimento de alimentos em seus celeiros,
portanto não tinha preocupação com relação à comida. Além disto, o rio
Eufrates banhava o reino com água em abundância. Desta forma, para o rei,
a Babilônia era invencível. Belsazar subestimou o inimigo. Não vigiou,
confiou em sua própria vaidade e soberba.
Agora, por que Belsazar não dera ouvidos à profecia de Daniel com
relação à sucessão de poderes políticos que ocorreriam ao longo da história?
Por que não aprendeu sobre o orgulho? Por que não tomou decisões
baseadas na palavra dita pelo profeta Daniel?
A história de Belsazar nos fala do livre arbítrio, da oportunidade que
todos temos diante do conhecimento da verdade. Belsazar escolhera não
seguir o que conhecia e teve que assumir as consequências disto. Fez juízo
errado de quem poderia ser a fonte de sua proteção. Infelizmente, muitos
preferem seguir ignorando o conhecimento da verdade de Deus e adotando
os valores e princípios do mundo; preferem confiar nas riquezas como única
proteção e segurança.
A Bíblia deixa claro que o coração do ser humano é enganoso, por isto
precisamos sempre questionar suas reais motivações e avaliar se estamos
agindo baseados em nosso orgulho e soberba ou de acordo com o
conhecimento da verdade de Deus.
Em resumo, podemos dizer que, nos capítulos 4 e 5 de Daniel, vimos
dois reis: um, que finalmente reconheceu e aceitou a soberania de Deus, que
foi o rei Nabucodonosor, e encontrou paz e propósito para viver. E outro,
que ao contrário de seu herdeiro, Belsazar, a despeito das inúmeras
oportunidades que Deus lhe deu, desprezou, ignorou e rejeitou cada uma
delas. Ele viveu toda sua vida para satisfazer a si mesmo. Blasfemou contra
Deus repetidas vezes, e chegou no limite de Deus, que o rejeitou.
E aqui fica um alerta para todos nós: ai daqueles que perdem as
oportunidades dadas por Deus. O profeta Isaías no diz o que devemos fazer:
Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto
está perto. Que o ímpio abandone o seu caminho, e o homem mau, os seus
pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele;
volte-se para o nosso Deus, pois ele dá de bom grado o seu perdão. –
Isaías 55.6-7
Vamos orar!
Senhor Deus, quantas oportunidades o Senhor nos dá para corrigir as
nossas vidas, e nós não temos aproveitado. Eu peço perdão, Senhor! Não quero
ter condutas como o rei Belsazar, por isso suplico que me ajude a sempre vigiar
as intenções e motivações do meu coração. Ajuda-me a sempre a confiar e a
buscar o Senhor em primeiro lugar. Esta é minha oração, em nome de Jesus.
Amém!
DIA 18

A integridade vale ouro


Dario achou por bem nomear cento e vinte sátrapas para governarem
todo o reino, e colocou três supervisores sobre eles, um dos quais era
Daniel. Os sátrapas tinham que prestar contas a eles para que o rei não
sofresse nenhuma perda. Ora, Daniel se destacou tanto entre os
supervisores e os sátrapas por suas grandes qualidades, que o rei
planejava colocá-lo à frente do governo de todo o império. Diante disso,
os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel
em sua administração governamental, mas nada conseguiram. Não
puderam achar nele falta alguma, pois ele era fiel; não era desonesto
nem negligente. Finalmente esses homens disseram: “Jamais
encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja
algo relacionado com a lei do Deus dele”. E assim os supervisores e os
sátrapas, de comum acordo, foram falar com o rei: “Ó rei Dario, vive
para sempre! Todos os supervisores reais, os prefeitos, os sátrapas, os
conselheiros e os governadores concordaram em que o rei deve emitir
um decreto ordenando que todo aquele que orar a qualquer deus ou a
qualquer homem nos próximos trinta dias, exceto a ti, ó rei, seja atirado
na cova dos leões. Agora, ó rei, emite o decreto e assina-o para que não
seja alterado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser
revogada”. E o rei Dario assinou o decreto.
Daniel 6.1-9
Em nossa reflexão de hoje, veremos que o regime do governo mudou da
Babilônia para Medo-Persa, mas o coração dos homens continuou o mesmo.
Contudo, a história nos mostra que, mesmo em meio à corrupção, soberba e
orgulho, há pessoas que se mantêm íntegras.
O texto que acabamos de ler nos mostra que o rei Dario estava
preocupado com o problema da corrupção, por isso constituiu 120 sátrapas,
que eram os governadores, e três supervisores, que tinham a função de
monitorar, fiscalizar e acompanhar as atitudes de todos eles. Contudo,
muitos desses governadores se corromperam e a riqueza estava indo pelo
ralo. A corrupção estava instalada dentro do palácio e em todos os setores
do império. No entanto, um dos supervisores escolhidos era Daniel, um
homem íntegro e fiel a Deus. Ele se destacou entre todos, e acabou causando
inveja e ira nos outros supervisores.
A vida de Daniel nos ensina algumas verdades. Vejamos:
1. É possível ser íntegro em meio a um governo corrupto
Abraham Lincoln disse certa vez: “Quase todos os homens são capazes
de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem,
dê-lhe poder”. Quanta verdade há nessas palavras. Como é difícil lidar com
o poder, principalmente quando o meio em que se está inserido foi
contaminado pela corrupção.
Mas Daniel prova que, mesmo recebendo poder e riqueza, ele não se
corrompeu; ele se manteve íntegro. Ele não negociou seus valores e
princípios. Sua fidelidade e fé em Deus eram a base de sua conduta e seu
comportamento. Seu compromisso com Deus sustentava suas atitudes e o
fundamento de sua vida, mesmo correndo o risco de morrer. A base de seu
caráter foi forjada no amor e obediência a Deus. Por isso, resistiu com
determinação a corrupção que estava instaurada no império.
2. É possível ser íntegro mesmo quando se é vítima de conspiração
O versículo 4 diz: “Diante disso, os supervisores e os sátrapas
procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração
governamental, mas nada conseguiram. Não puderam achar nele falta
alguma, pois ele era fiel; não era desonesto, nem negligente”. Veja só, eles
procuravam uma brecha na vida de Daniel, mas não encontraram nada. Eles
tentaram encontrar um motivo para acusá-lo ou mesmo condená-lo e não
encontraram nada. Sua fidelidade a Deus e lealdade ao rei eram impecáveis.
Um exemplo a ser seguido!
A vida de Daniel nos ensina que Deus não impede que outros possam
maquinar ou até mesmo executar o mal contra seus filhos. Todos têm o livre
arbítrio para fazer o que quiser, seja para o bem ou para o mal. Mas Deus
promete estar conosco em todos os momentos e adversidades da vida.
As histórias de José, Jeremias, Paulo, Pedro, do próprio Senhor Jesus, e
muitos outros descritos na Bíblia, também confirmam esta verdade. Eles não
foram poupados das tribulações, mas foram vitoriosos, pois Deus estava
presente conduzindo o curso de suas vidas, sustendo-os em cada obstáculo.
Os sátrapas sabiam que Daniel era um homem de oração, fiel ao seu
Deus e leal ao seu rei, por isso bajularam o rei Dario, fazendo-lhe uma
proposta indecente: elevá-lo ao nível de deus por 30 dias. Uma proposta
tentadora e maligna, pois seu propósito era maquinar o mal contra Daniel.
Dario concordou e assinou o decreto. O rei tornou-se refém de seu próprio
orgulho, soberba e, consequentemente, de seu decreto. Além da bajulação,
eles usaram a mentira para atingir a Daniel.
O decreto foi: “Todos os supervisores reais, os prefeitos, os sátrapas, os
conselheiros e os governadores concordaram em que o rei deve emitir um
decreto, ordenando que todo aquele que orar a qualquer deus ou a qualquer
homem nos próximos trinta dias, exceto a ti, ó rei, seja atirado na cova dos
leões” (v. 6).
Isso atingiu em cheio a Daniel, que orava três vezes ao dia ao Deus
Altíssimo. Mas a postura de Daniel nos ensina que uma pessoa íntegra não
muda de lado para ganhar a confiança das autoridades, nem muda de postura
para escapar das acusações, críticas e condenações, mesmo que todos ao seu
redor o façam. Os inimigos de Daniel o odiavam não porque ele praticava o
mal aos outros, mas porque praticava o bem e era fiel a seu Deus e leal ao
rei. Os que andam na verdade perturbam os que vivem na mentira e no
engano, porque causam incômodo. Por isto o íntegro é sempre uma ameaça
aos corruptos.
Para Daniel, e também deve ser para nós, integridade e fidelidade a Deus
valiam ouro! Esta postura deve ser nosso estilo de vida. E há uma promessa
de bênção se formos fiéis a Ele até o fim:
Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida.
Apocalipse 2.10
Vamos orar!
Senhor, meu Deus, não quero, de forma alguma, me desviar dos seus
caminhos; não quero buscar outros valores que não sejam os seus. Senhor, a
vida de Daniel me ensina a importância da integridade e da fidelidade ao
Senhor. Eu peço que me ajude a ser íntegro e fiel como Daniel. Mesmo que eu
viva em meio à corrupção no meu trabalho, na escola ou até na família, quero
me manter firme no relacionamento contigo. Ajuda-me, Senhor. Esta é minha
oração, em nome de Jesus. Amém!
DIA 19

Como você tem enfrentado as adversidades?


Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa,
para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para
Jerusalém e ali fez o que costumava fazer: três vezes por dia ele se
ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus. Então aqueles homens
foram investigar e encontraram Daniel orando, pedindo ajuda a Deus.
E foram logo falar com o rei acerca do decreto real: “Tu não publicaste
um decreto ordenando que nestes trinta dias todo aquele que fizer
algum pedido a qualquer deus ou a qualquer homem, exceto a ti, ó rei,
será lançado na cova dos leões?”. O rei respondeu: “O decreto está em
vigor, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser
revogada”. Então disseram ao rei: “Daniel, um dos exilados de Judá,
não te dá ouvidos, ó rei, nem ao decreto que assinaste. Ele continua
orando três vezes por dia”. Quando o rei ouviu isso, ficou muito
contrariado e decidiu salvar Daniel. Até o pôr-do-sol, fez o possível
para livrá-lo. Mas os homens lhe disseram: “Lembra-te, ó rei, de que,
segundo a lei dos medos e dos persas, nenhum decreto ou edito do rei
pode ser modificado”. Então o rei deu ordens, e eles trouxeram Daniel
e o jogaram na cova dos leões. O rei, porém, disse a Daniel: “Que o seu
Deus, a quem você serve continuamente, o livre!” Taparam a cova com
uma pedra, e o rei a selou com o seu anel-selo e com os anéis dos seus
nobres, para que a decisão sobre Daniel não se modificasse. – Daniel
6.10-17
Tendo voltado ao palácio, o rei passou a noite sem comer e não aceitou
nenhum divertimento em sua presença. Além disso, não conseguiu
dormir. Logo ao alvorecer, o rei se levantou e correu para a cova dos
leões. Quando ia se aproximando da cova, chamou Daniel com voz que
revelava aflição: “Daniel, servo do Deus vivo, será que o seu Deus, a
quem você serve continuamente, pôde livrá-lo dos leões?”. Daniel
respondeu: “Ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o seu anjo,
que fechou a boca dos leões. Eles não me fizeram mal algum, pois fui
considerado inocente à vista de Deus. Também contra ti não cometi mal
algum, ó rei”. O rei muito se alegrou e ordenou que tirassem Daniel da
cova. Quando o tiraram da cova, viram que não havia nele nenhum
ferimento, pois ele tinha confiado no seu Deus. – Daniel 6.18-23.
Refletimos ontem sobre a inteireza do coração de Daniel, mesmo
vivendo num reino corrupto. Hoje daremos continuidade ao observar sua
postura destemida, que o levou a enfrentar a morte para não desistir de seu
compromisso de fidelidade a Deus. Ele não mudou sua rotina depois que
soube do decreto do rei. Ele “fez o que costumava fazer: três vezes por dia
ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus” (v.10).
Daniel ainda era escravo, mesmo sendo supervisor; portanto, não tinha
os direitos de uma pessoa livre, mas, ainda assim, manteve-se íntegro e fiel
a Deus. Ele não foi perseguido por ser um corrupto, por prejudicar a vida de
outras autoridades. Ao contrário, foi perseguido pela inveja daqueles que se
incomodavam com sua integridade e sucesso como governante.
O rei Dario caiu na armadilha dos bajuladores e acabou sentenciando
Daniel à morte, na cova dos leões. Quando ele percebeu que tudo era uma
artimanha contra Daniel, ficou profundamente angustiado, pois conhecia a
vida de Daniel e sua leal contribuição ao Império. Mas a sentença já havia
sido assinada por ele mesmo e não era passível de ser revogada. Daniel não
foge e não pensa em justificar suas atitudes ao rei, pois, desde pequeno,
aprendeu a importância de ser íntegro, honesto, temente e fiel a Deus.
Mesmo que as circunstâncias tenham mudado, ele continuou a fazer o que
sempre fez.
Alguém disse que a primeira cova de leões na vida de Daniel foi seu
quarto secreto de oração, lá, ao lado de Deus, ele travou grandes batalhas
contra o Diabo. Imagino o Inimigo falando aos ouvidos de Daniel, enquanto
ele orava, e lhe dizendo: “Facilite as coisas! Pense que você será poupado
da morte se transgredir apenas uma vez; não há problema em fazer isto,
pense no seu futuro. Ore em secreto, em seu coração, de boca fechada,
ninguém precisa saber”. Mas Daniel, apesar de qualquer pressão mental
vinda de Satanás, fez o que costumava fazer.
Ele foi denunciado e jogado na cova dos leões. Sua resignação em se
manter fiel não o livrou do sofrimento, do medo dos leões, da inveja, da ira
e da perseguição dos corruptos. Talvez você pense: Por que Deus permitiu
esse sofrimento na vida de um filho tão amado e íntegro como Daniel? Por
que Deus não o livrou antes? Minha convicção – e eu já compartilhei antes
– é que Deus nem sempre nos livra da maldade dos outros, mas Ele promete
estar presente nas adversidades da vida. Deus o sustentou em todas as
circunstâncias, inclusive dessa vez, na cova dos leões, fechando a boca
deles.
Aprendemos com Daniel diante de todas essas conspirações que ele não
ficou se justificando para se livrar da condenação. Ele simplesmente
continuou a fazer o que sempre fez. Ele não mudou sua oração, nem o lugar
em que costumava se posicionar para orar. Ele manteve a mesma rotina de
comunhão com Deus. Independentemente de Deus livrá-lo ou não dos leões,
ele se manteve firme na comunhão diária com seu Ele.
Diante da impossibilidade de livrar Daniel do decreto estabelecido por
ele mesmo, o rei foi até Daniel e lhe disse: “Que o seu Deus, a quem você
serve continuamente, o livre!”. O rei sabia do estilo de vida de oração de
Daniel e estava esperançoso de que houvesse uma intervenção divina.
Será que as pessoas sabem de nossa conduta diária com Deus? Será que
nossas posturas revelam nosso relacionamento íntimo com Deus?
Não podemos evitar que as pessoas más tentem nos destruir, mas Daniel
nos ensina que podemos orar a Deus, pois Ele tem poder para nos livrar até
mesmo dos leões.
Aqueles invejosos e maldosos não contavam com a intervenção do Deus
de Daniel em livrá-lo, ao colocar um anjo para fechar a boca dos leões e
permanecer com ele na cova durante toda a noite. Este é o Deus maravilhoso
a quem servimos e amamos. Ele sempre está presente e, se for da sua
vontade, Ele nos livrará de qualquer mal.
Daniel nos ensina que vale a pena nos mantermos íntegros, vivendo em
fidelidade a Deus, pois Ele cuida de nós em toda e qualquer circunstância.
Vamos orar!
Deus, o Senhor é maravilhoso e poderoso! Eu o adoro na beleza da tua
santidade; eu o exalto porque tens poder para realizar tudo o que desejas, na
Terra como no Céu. Tudo está sob seu controle. Eu o louvo porque livrastes
Daniel na cova dos leões; eu o louvo porque também me ensinas e me livras nas
adversidades da vida; eu o agradeço porque nunca me abandonas. Mas apenas
peço que me ajudes a sempre ser íntegro e fiel ao Senhor. Esta é a minha
oração, em nome de Jesus. Amém!
DIA 20

Deus é glorificado por meio da vida de Daniel


E, por ordem do rei, os homens que tinham acusado Daniel foram
atirados na cova dos leões, junto com as suas mulheres e os seus filhos.
E, antes de chegarem ao fundo, os leões os atacaram e despedaçaram
todos os seus ossos. Então o rei Dario escreveu aos homens de todas as
nações, povos e línguas de toda a terra: “Paz e prosperidade! Estou
editando um decreto para que em todos os domínios do império os
homens temam e reverenciem o Deus de Daniel. Pois ele é o Deus vivo e
permanece para sempre; o seu reino não será destruído, o seu domínio
jamais acabará. Ele livra e salva; faz sinais e maravilhas nos céus e na
terra. Ele livrou Daniel do poder dos leões”. Assim Daniel prosperou
durante os reinados de Dario e de Ciro, o Persa. – Daniel 6.24-28
Antes de falar do decreto do rei, que glorificou ao Deus de Daniel, o
versículo 24 apresenta algo cruel, que não foi somente a condenação e morte
daqueles que tramaram contra Daniel, mas também de suas esposas e filhos.
O rei seguiu à risca a lei dos medos e persas, que dizia: “Por causa da culpa
de um, todos os seus parentes devem perecer”. Os reis persas eram
conhecidos pela crueldade com que tratavam seus inimigos, e Dario não era
exceção, por isto condenou os que intentaram contra Daniel, assim como os
membros de suas famílias. Essa ordem do rei poderia ter sido pior caso
Dario tivesse escolhido condenar os 120 sátrapas que, na verdade,
conspiraram juntos a maldade contra Daniel.
O destino desses conspiradores nos faz pensar no cumprimento da
promessa dada a Abraão quando Deus declarou:
Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem;
e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados. – Gênesis
12.3
Outro fato interessante a destacar nesta experiência e que ressalta o
poder de Deus é que os leões não eram mansos, sem dentes, cansados ou
saciados, como dizem alguns comentaristas liberais; pois os condenados à
cova depois de Daniel “antes de chegarem ao fundo, os leões os atacaram e
despedaçaram todos os seus ossos”.
O Sábio disse:
Quem faz uma cova, nela cairá; se alguém rola uma pedra, esta rolará de
volta sobre ele. – Provérbios 26.27
Quem leva o homem direito pelo mau caminho cairá ele mesmo na
armadilha que preparou, mas o que não se deixa corromper terá boa
recompensa. – Provérbios 28.10
Também o autor de Hebreus diz que, ainda que os pecadores não sejam
julgados nesta vida presente, certamente eles o serão depois da morte
(Hebreus 9.27).
1. Deus é glorificado por meio da vida de Daniel
O rei disse: “Eu faço um decreto!”, isto é, uma pública declaração que
não pode ser revogada. O rei louvou os muitos atributos de Deus e seu
Reino. O decreto declarou que o Deus dos hebreus era o Deus verdadeiro e
vivo! Ao fazer isso, Dario se juntou ao rei Nabucodonosor, dando
testemunho público do poder e da glória do Deus vivo e verdadeiro (2.47;
3.28-29; 4.1-3, 34, 35, 36, 37).
É evidente que o Deus Onipotente poderia ter orquestrado situações para
que Daniel não fosse jogado na cova dos leões, mas, ao permitir que ele
entrasse na cova e saísse ileso, o Senhor recebeu grande glória!
O que levou o rei Dario a crer no Deus dos hebreus foi a fidelidade de
Daniel ao Senhor, sua vida de oração diária, seu testemunho aberto. Apesar
da ameaça à própria vida, Daniel continuou a orar e adorar a Deus
abertamente. E isto me ensina que não podemos mandar os outros
acreditarem em Deus, mas podemos encorajá-los a crer por meio do nosso
testemunho de vida, que deve refletir a nossa comunhão com Ele.
Daniel nos ensina que Deus honra aqueles que o honram diante dos
outros. As declarações do rei sobre o Deus dos hebreus revelam o
testemunho de vida de Daniel sobre seu Deus. O rei Dario glorificou a Deus
dizendo que Ele é o Deus vivo, eterno; que seu reino não terá fim, que seu
governo jamais acabará; que Ele faz sinais e maravilhas nos céus como na
terra. Deus não livrou Daniel da cova dos leões, mas, na cova, o livrou do
poder dos leões!
Aleluia! Esse é o nosso Deus!
O que as pessoas dizem sobre o seu Deus? Será que elas estão honrando
a Deus, devido a sua integridade e fidelidade a Ele?
Vamos orar!
Senhor Deus todo poderoso, perdoe-me por muitas vezes não dar o devido
testemunho acerca do Senhor às pessoas; perdoe-me por não ser íntegro como
Daniel o foi. Mas peço: dá-me força e coragem para sempre me posicionar de
acordo com a sua Palavra. Quero honrar ao Senhor com meu testemunho de
vida. Quero honrar ao Senhor sendo íntegro e fiel, independentemente das
circunstâncias. Oro em nome de Jesus. Amém!
PARTE 2

Como dissemos na introdução, o livro de Daniel divide-se em duas


partes. Dos capítulos 1 ao 6, vimos a narrativa histórica do livro. Já nos
capítulos 7 ao 12, veremos a parte profética, escatológica e apocalíptica. Isto
significa que, a partir das próximas páginas, refletiremos sobre o fim dos
tempos, a era vindoura.
No contexto de Daniel 7 a 12, há uma verdade espiritual que até então
estava oculta, mas agora tem a “tampa removida”, de modo que ela possa
ser vista e compreendida por todos os que têm olhos para ver e ouvidos para
ouvir o que o Espírito está dizendo. Ao entendermos e acreditarmos nessas
verdades, seremos transformados para vivermos à luz do Plano de Deus.
Nossas crenças norteiam o nosso comportamento. Por isso, diariamente,
precisamos fazer escolhas corretas para vivermos à luz da verdade eterna de
Deus, à luz de Seu glorioso e vitorioso plano! Como disse Pedro:
Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem
se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar
escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês.
– 2 Pedro 1.19
DIA 21

O sonho de Daniel, eu e você


No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, Daniel teve um sonho, e
certas visões passaram por sua mente, estando ele deitado em sua cama.
Ele escreveu o seguinte resumo do seu sonho. “Em minha visão à noite,
eu vi os quatro ventos do céu agitando o grande mar. Quatro grandes
animais, cada um diferente dos outros, subiram do mar. O primeiro
parecia um leão, e tinha asas de águia. Eu o observei e, em certo
momento, as suas asas foram arrancadas, e ele foi erguido do chão,
firmou-se sobre dois pés como um homem e recebeu coração de homem.
– Daniel 7.1-5
A seguir, vi um segundo animal, que tinha a aparência de um urso. Ele
foi erguido por um dos seus lados, e na boca, entre os dentes, tinha três
costelas. Foi-lhe dito: “Levante-se e coma quanta carne puder!” Depois
disso, vi um outro animal, que se parecia com um leopardo. Nas costas
tinha quatro asas, como as de uma ave. Esse animal tinha quatro
cabeças, e recebeu autoridade para governar. Em minha visão à noite,
vi ainda um quarto animal, aterrorizante, assustador e muito poderoso.
Tinha grandes dentes de ferro, com os quais despedaçava e devorava
suas vítimas, e pisoteava tudo o que sobrava. Era diferente de todos os
animais anteriores e tinha dez chifres. – Daniel 7. 6-7
O capítulo 7 de Daniel nos dá um “panorama” da história do mundo a
partir da perspectiva de Deus. Este capítulo está dividido em duas partes:
dos versículos 1-14, vemos o sonho de Daniel; e dos versículos 15-28, a sua
interpretação.
Daniel teve esse sonho no período em que o herdeiro de Nabucodonosor,
Belsazar assumiu o trono da Babilônia. Foi um período muito difícil para
Daniel e seus amigos.
Seu sonho revelou os quatro ventos que vinham do céu e agitavam o
grande mar, significando a ação de Deus em todos os cantos da Terra e em
todos os tempos. Comentaristas afirmam que o mar é um símbolo dos povos
em movimento segundo o curso da história, e o vento é um símbolo da
intervenção de Deus. Portanto, tudo está debaixo do controle de Deus, pois
Ele dirige a História. É Deus quem levanta reinos e os abate; impérios
crescem e caem, mas somente o Reino de Deus permanece para sempre.
O sonho de Daniel, que veremos neste capítulo, pode ser comparado ao
sonho de Nabucodonosor do capítulo 2. A diferença é que o sonho de
Nabucodonosor, da estátua com seus impérios, trata de uma perspectiva
humana e histórica, já o sonho no capítulo 7 revela a ótica divina e
espiritual.
Daniel teve um sonho com quatro animais que surgiam do mar. A seguir,
veremos cada um deles e o que significam:
1. O leão
O primeiro animal que Daniel viu em sua visão à noite foi um leão com
asas (v. 4). Tanto o leão como a águia são símbolos do Império Babilônico.
Os dois animais representam força e poder na Terra. O fato de as asas terem
sido arrancadas do animal refere-se à época em que Nabucodonosor foi
expulso do palácio para viver como um louco, sem o entendimento das
coisas. Ele viveu como um animal entre eles. O texto diz também que o
animal foi erguido do chão e recebeu o coração de homem, significando o
retorno de sua consciência e a volta ao seu reinado, depois de sua conversão
ao Reino de Deus.
2. O urso
O segundo animal visto por Daniel foi o urso (v. 5). Esse animal
simboliza o Império Medo-Persa. É a mesma descrição de Daniel 2.32 e 39.
As três costelas na boca do urso simbolizavam os três reinos conquistados
por eles, que são: Lídia, Egito e Babilônia. Quando lemos: “Levante-se e
coma quanta carne puder!”, entendemos que está se referindo às conquistas
do Império Medo-Persa, que, com muita crueldade, destruiu o que estava ao
seu alcance, tornando-se o império mais poderoso da época, tirando o poder
da Babilônia.
3. O leopardo
O terceiro animal foi um leopardo com quatro cabeças e quatro asas (v.
6). O leopardo simboliza o Império Grego, liderado por Alexandre Magno
(Alexandre, o Grande), que recebeu de Deus autoridade para governar.
Super ágil e veloz, seu reino foi dividido em quatro governos, isto é, quatro
generais dominavam o reino de Alexandre, que foram: Cassandro,
Ptolomeu, Lisímaco e Seleuco.
4. O animal aterrorizante
Havia ainda um quarto animal e, segundo Daniel, esse era aterrorizante:
“… vi ainda um quarto animal, aterrorizante, assustador e muito poderoso”
(v.7). Esse animal, que tanto espanto causou a Daniel, possuía grandes
dentes de ferro que destruía e devorava tudo. Ele simbolizava o Império
Romano, que afligia, sem dó, milhares de pessoas. Era completamente
insensível à realidade das nações que conquistava – terrível ainda mais que
os impérios anteriores. Possuía dez chifres, que são os dez reis espalhados
por todo o império.
O sonho de Daniel foi profético e apocalíptico, porque revelou o futuro e
os finais dos tempos. Eu diria que foi um sonho realmente assustador, pois
os três primeiros reinos foram destruídos e absorvidos um pelo outro; mas o
quarto foi diferente dos anteriores, já que esse animal, isto é, esse reino, será
destruído por intervenção divina. Como diz Daniel 2, a pedra vai destruir
completamente a estátua até ficar no pó. Ou seja, a Pedra, que é Cristo,
destruirá o império de ferro e de barro, que é o Império Romano. Jesus
Cristo, o filho de Deus, já veio, portanto, a Pedra já caiu sobre o Império
Romano, que foi destruído, inaugurando um novo império, o de Cristo, e
este não terá fim. Todavia, o Reino de Cristo ainda não foi estabelecido
completamente na Terra. Isto acontecerá muito em breve, quando o Senhor
Jesus Cristo voltar pela segunda vez.
Quando nos atentamos aos fatos históricos da humanidade, é possível
observar que todas essas coisas já aconteceram. Isto prova que Deus é
realmente quem dirige a história da humanidade e mantém tudo sob Seu
controle.
Mas o que isto tem a ver comigo e com você? Que mensagem Deus quer
nos revelar no dia de hoje? O que eu devo fazer com este conhecimento?
Assim como Daniel, que viveu sob o domínio do Império Babilônico e
Medo-Persa e se manteve íntegro e fiel ao seu Deus, também nós temos de
nos manter íntegros e atentos aos sinais e às revelações de Deus para a nossa
geração e para os próximos acontecimentos, pois eles nos apontam para a
concretização do Reino de Deus. Quanto mais Daniel conhecia sobre o
futuro, mais ele se aprofundava no relacionamento com o Senhor.
O salmista disse:
O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a
sua aliança. – Salmos 25.14
Aqui está o grande segredo de ser bem-sucedido. Somente os fiéis e
íntimos do Senhor têm a chave dos mistérios celestiais. Conhecer as
profecias é importante, pois nela Deus nos convida a entrar em seus planos
mais profundos para a humanidade. Também por meio dela temos a nossa
esperança e fé renovadas em Deus.
Jesus disse:
Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu ordeno. Já não os chamo
servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu
os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei
conhecido a vocês. – João 15.14.15
Seu coração está disposto a receber o que o Espírito Santo desejar dar?
Então, seja bem-vindo ao lugar da intimidade com o Senhor.
Vamos orar!
Senhor Deus, meu coração se enche de alegria em saber que desejas revelar
coisas ocultas aos seus íntimos, assim como fizeste com Daniel. Eu amo o
Senhor, amo a sua Igreja e amo a sua Palavra. Coloco-me à disposição para
receber, ouvir, ver, receber do Senhor o entendimento das coisas espirituais,
bem como as revelações dos teus propósitos. Eu oro, em nome de Jesus, meu
Senhor. Amém!
DIA 22

O reino do anticristo
Enquanto eu considerava os chifres, vi outro chifre, pequeno, que surgiu
entre eles; e três dos primeiros chifres foram arrancados para dar lugar
a ele. Esse chifre possuía olhos como os olhos de um homem e uma boca
que falava com arrogância. Continuei a observar por causa das
palavras arrogantes que o chifre falava. Fiquei olhando até que o
animal foi morto, e o seu corpo foi destruído e atirado no fogo. E foi
tirada a autoridade dos outros animais, mas eles tiveram permissão
para viver por um período de tempo. – Daniel 7.8-11
Eu, Daniel, fiquei agitado em meu espírito, e as visões que passaram
pela minha mente me aterrorizaram. Então me aproximei de um dos que
ali estavam e lhe perguntei o significado disso tudo. E ele me
respondeu, dando-me a interpretação: “Os quatro grandes animais são
quatro reinos que se levantarão na terra. Mas os santos do Altíssimo
receberão o reino e o possuirão para sempre; sim, para todo o sempre”.
Então eu quis saber o significado do quarto animal, diferente de todos
os outros e o mais aterrorizante, com seus dentes de ferro e garras de
bronze, o animal que despedaçava e devorava suas vítimas, e pisoteava
tudo o que sobrava. E também quis saber sobre os dez chifres da sua
cabeça e sobre o outro chifre que surgiu para ocupar o lugar dos três
chifres que caíram, o chifre que era maior do que os demais e que tinha
olhos e uma boca que falava com arrogância. Enquanto eu observava,
esse chifre guerreava contra os santos e os derrotava, até que o ancião
veio e pronunciou a sentença a favor dos santos do Altíssimo, e chegou
a hora de eles tomarem posse do reino. – Daniel 7.15-22
Ele me deu a seguinte explicação: “O quarto animal é um quarto reino
que aparecerá na terra. Será diferente de todos os outros reinos e
devorará a terra inteira, despedaçando-a e pisoteando-a. Os dez chifres
são dez reis que sairão desse reino. Depois deles um outro rei se
levantará, e será diferente dos primeiros reis. Ele falará contra o
Altíssimo, oprimirá os seus santos e tentará mudar os tempos e as leis.
Os santos serão entregues nas mãos dele por um tempo, tempos e meio
tempo”. – Daniel 7.23-25
Nos versículos acima, lemos a respeito do reino do anticristo, sua
ascensão e queda. Na reflexão de hoje, vamos entender alguns princípios
que norteiam esse reino.
1. O que ou quem é o anticristo?
O prefixo “anti” significa oposto. Portanto, o anticristo é aquele que
agirá em oposição a Cristo. Ele tentará ocupar o lugar de Cristo, passando-
se por Ele, imitando-O, mas, na verdade, agirá de forma contrária. O profeta
Daniel o apresenta como uma pessoa, e não um sistema. O versículo 8 o
descreve como o “pequeno chifre”. Os “olhos” e a “boca” sugerem a figura
de uma pessoa. Esse “pequeno chifre” é o ditador, relatado em Apocalipse
capítulos 13 e 17 e em 2 Tessalonicenses capítulo 2, que eu recomendo que
você leia.
Embora saibamos que o anticristo se apresentará como uma pessoa, eu
ousaria dizer que o “espírito do anticristo” já está agindo na sociedade,
enganando até mesmo aqueles que são cristãos, com uma teologia distorcida
da Palavra de Deus; com heresias que destroem valores e princípios de vida,
como família, amor ao próximo, entre outros. O espírito do anticristo troca a
verdade por mentira e a mentira por verdade. É uma ação maligna agindo na
sociedade, preparando o caminho para a chegada da pessoa do anticristo. O
“pequeno chifre” é uma pessoa escatológica que tentará destruir a imagem
do verdadeiro Cristo.
Nos versos 21 a 25, o “pequeno chifre” faz guerra contra os santos, fala
palavras contra Deus, pretende mudar os tempos e a lei, e persegue os santos
por “um tempo, tempos e meio tempo” - literalmente três anos e meio,
considerando que cada dia representa um ano, como é descrito em Números
14.34 e Ezequiel 4.6. Aqui se refere ao período da grande tribulação, que é
todo o período da ação do “pequeno chifre” – o anticristo –, isto é, sete
anos. A primeira metade dos sete anos – três anos e meio – é chamada de
“princípio das dores”, como diz Mateus 24.8. Já a segunda metade, a Bíblia
chama de a “grande tribulação”, que está relacionada principalmente aos
judeus e à situação da Judeia: “Porque haverá então grande tribulação, como
nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá”
(Mateus 24.21). Simultaneamente, as coisas estão acontecendo também no
resto do mundo. Apocalipse 7.13-14 fala aos gentios deste período:
Então um dos anciãos me perguntou: “Quem são estes que estão vestidos
de branco e de onde vieram?” Respondi: Senhor, tu o sabes. E ele disse:
“Estes são os que vieram da grande tribulação, que lavaram as suas
vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.
Evidências dessa perseguição podem ser vistas através dos séculos,
quando centenas e milhares de pessoas na Europa perderam suas vidas por
meio das inquisições do sistema judicial Católico Romano. Eles foram
torturados e mortos por serem acusados de hereges, porque não se
submeteram a autoridades e doutrinas da Igreja Católica Romana e do papa.
Embora as inquisições tenham sido abolidas, a Bíblia afirma que as
perseguições religiosas do “pequeno chifre” voltarão e resultarão na morte
de muitos antes do retorno de Cristo.
Daniel também viu a conclusão a respeito do “pequeno chifre”, isto é,
sua queda e destruição: “Mas o tribunal o julgará, e o seu poder lhe será
tirado e totalmente destruído, para sempre” (v. 26). Também em Apocalipse
18.2, vemos a queda da grande Babilônia, que é o anticristo.
2. De onde ele vem?
Segundo o sonho de Daniel, o anticristo surgirá do quarto animal, dentre
os outros dez chifres. Ele aparenta-se pequeno, inicialmente, mas crescerá e
se tornará mais poderoso do que os outros chifres. Ele é de origem satânica
e mundana. O “pequeno chifre” não é uma nação em si, mas um
representante de três nações ou três governos.
O versículo 24 diz: “Os dez chifres são dez reis que sairão desse reino.
Depois deles um outro rei se levantará, e será diferente dos primeiros reis”.
Ou seja, depois do Império Romano, surgiram muitos reinos (dez reis), e o
anticristo surgirá depois disso, numa etapa seguinte. Ele eliminará três reis
ou nações/governos em sua ascensão ao poder. Será o último dominador do
mundo, quer dizer: o último líder mundial.
Veja o que o apóstolo Paulo falou sobre ele em 2 Tessalonicenses 2.3-4:
Será revelado o homem do pecado, o filho da perdição. Este se opõe e se
exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração,
chegando até a se assentar no santuário de Deus, proclamando que ele
mesmo é Deus.
Portanto, a origem do anticristo está no pecado, na perdição. Ele não será
um ser extraterrestre, um demônio invisível, mas, sim, um homem, um líder
carismático que enganará a muitos.
3. O que ele vai fazer?
De acordo com os versículos 8, 20 e 25, do texto de hoje, Daniel diz que
o principal objetivo do anticristo será falar contra o Altíssimo e oprimir os
santos de Deus. O termo “santos”, que encontramos no texto, é considerado
por muitos comentaristas como os cristãos que serão perseguidos e mortos
pelo anticristo no período da grande tribulação. Período este que ele
receberá a permissão de Deus para reinar na Terra. No meu ponto de vista,
os “santos” se referem especificamente aos “judeus fiéis” a Deus, bem como
àqueles que se converterão a Jesus no período da grande tribulação. Digo
isto, tendo como base as palavras de Jesus, em Mateus 24. Nesse capítulo,
Jesus explica como serão os sete anos da tribulação que precederão sua
vinda para reinar neste mundo. No capítulo 25, Jesus conta a parábola das
dez virgens, que diz que o azeite das virgens insensatas havia acabado e, por
isso, não subiram, isto é, não foram arrebatadas. O azeite simboliza o
Espírito Santo, e o anticristo só se manifestará depois que aquele que o
detém, isto é, o Espírito Santo, for retirado da Terra. No capítulo 2 de Atos
dos Apóstolos, o Espírito Santo desceu ao mundo e passou a habitar
individualmente em cada pessoa que crê em Jesus, e coletivamente na
Igreja. Quando os crentes em Jesus forem retirados da Terra, no
arrebatamento, o Espírito, que é o penhor ou garantia da sua salvação, será
retirado com eles. Quem for evangelizado depois disso e crer em Jesus terá
o Espírito sobre si, como nos tempos do Antigo Testamento, mas não
habitando em si como acontece hoje.
Podemos dizer que o anticristo será um líder, alguém de cargo político
muito importante, que chegará à liderança mundial. Ele governará o mundo
com mão de ferro, impondo sua vontade sobre tudo, obrigando todos a
adorá-lo. Passará por cima de todos que tentarem travar seu caminho,
principalmente dos santos, o povo de Deus.
Mas é interessante que ele não chegará à força ao poder. Ele vencerá
pela diplomacia, pela persuasão da palavra. Ele convencerá os líderes
mundiais com sutileza, mostrando uma falsa bondade, e até produzindo
falsos milagres. O apóstolo Paulo fala que:
A vinda desse perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o poder,
com sinais e com maravilhas enganadoras. Ele fará uso de todas as
formas de engano da injustiça para os que estão perecendo, porquanto
rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar.
2 Tessalonicenses 2.9-10

4. Ele reinará por pouco tempo


O versículo 25 diz que seu domínio será curto, quer dizer, bem limitado.
Ou seja, o anticristo agirá rápido, pois sabe da sua limitação de tempo.
Como afirmamos em outro momento, a sua atuação será em torno de três
anos e meio. De qualquer forma, podemos concluir que será um tempo
curto, abreviado por causa da intervenção de Deus. Ele só irá até onde
Cristo lhe permitir. Ele poderá tirar a vida dos santos, mas não fará deles
seus seguidores. Logo Cristo dirá: Basta! Findou seu tempo! E assim ele
será destruído e lançado no lago do fogo.
Vamos reler o que Daniel 7 diz sobre o fim do anticristo: “Continuei a
observar por causa das palavras arrogantes que o chifre falava. Fiquei
olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo foi destruído e atirado no
fogo” (v.11); e também: “Mas o tribunal o julgará, e o seu poder lhe será
tirado e totalmente destruído, para sempre” (v. 26). O tribunal de Deus
removerá o anticristo e todo o seu poder. O final da história não será o
triunfo do mal, mas o triunfo de Cristo, o Rei da Glória, como diz o
versículo 27: “Então a soberania, o poder e a grandeza dos reinos que há
debaixo de todo o céu serão entregues nas mãos dos santos, o povo do
Altíssimo. O reino dele será um reino eterno, e todos os governantes o
adorarão e lhe obedecerão”.
Ainda que as profecias bíblicas tratem de Israel, e não da Igreja, pelo que
escreveu o profeta Daniel e por outras passagens, como Mateus 24 e 25,
sabemos que a vinda de Jesus para estabelecer Seu reino acontecerá em
breve.
A mensagem do Evangelho é simples, clara e direta: Creia em Jesus e
você será salvo! Você já creu? Se não, creia para não ser deixado para trás.
Vamos orar!
Senhor, meu Deus, muito obrigado por me deixar ler, estudar e meditar na
sua Palavra, principalmente neste dia em que estudo as profecias de Daniel.
Peço ao Espírito Santo que ministre entendimento ao meu coração por meio
desta palavra. Que eu vigie todos os dias da minha vida e aguarde a vinda do
Senhor. Esta é minha oração, em nome de Jesus. Amém!
DIA 23

O Reino de Cristo
Enquanto eu olhava, tronos foram colocados, e um ancião se assentou.
Sua veste era branca como a neve, o cabelo era branco como a lã. Seu
trono era envolto em fogo, e as rodas do trono estavam em chamas. De
diante dele, saía um rio de fogo. Milhares de milhares o
serviam; milhões e milhões estavam diante dele. O tribunal iniciou o
julgamento, e os livros foram abertos. Em minha visão à noite, vi
alguém semelhante a um filho de homem, vindo com as nuvens dos céus.
Ele se aproximou do ancião e foi conduzido à sua presença. Ele recebeu
autoridade, glória e o reino; todos os povos, nações e homens de todas
as línguas o adoraram. Seu domínio é um domínio eterno que não
acabará, e seu reino jamais será destruído. – Daniel 7.9-14
Mas o tribunal o julgará, e o seu poder lhe será tirado e totalmente
destruído, para sempre. Então a soberania, o poder e a grandeza dos
reinos que há debaixo de todo o céu serão entregues nas mãos dos
santos, o povo do Altíssimo. O reino dele será um reino eterno, e todos
os governantes o adorarão e lhe obedecerão. – Daniel 7.26-27
Falamos ontem sobre o reino do anticristo, que cresce e exerce seu maior
poder e domínio no período da grande tribulação. Hoje continuaremos
compartilhando sobre o capítulo 7, mas descrevendo o reino de Cristo.
Vejamos como Daniel se refere a ele.
1. O Reino de Cristo já existe
Como vimos, Daniel teve a visão do último animal em seu sonho, aquele
que era aterrorizante e indecifrável, que possuía 10 chifres e dele brotava
um pequeno chifre que eliminava três dos outros chifres, e depois reinaria
sobre todos. Em seguida, Daniel vê Deus em seu trono exercendo seu juízo
sobre o mundo.
Nos primeiros versículos da leitura de hoje (vs. 9 e 10), Daniel vê Deus
no trono e uma milícia de anjos o adorando e o servindo. Essa visão deixou
claro para Daniel que o reino de Cristo já existe, está atuando através do seu
tribunal, mas apenas nos Céus. Já nos versículos 13 e 14, vemos, então, a
plenitude do reino de Cristo, isto é, a segunda vinda do Messias, quando seu
domínio porá fim ao reino das trevas. Será um reino que jamais terá fim:
“Em minha visão à noite, vi alguém semelhante a um filho de homem, vindo
com as nuvens dos céus” (v. 13).
2. O Reino de Cristo alcançará a todos
Como diz o versículo 14: “Ele recebeu autoridade, glória e o reino; todos
os povos, nações e homens de todas as línguas o adoraram. Seu domínio é
um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído”. À
medida que a visão de Daniel vai avançando, ele observa que a glória do
Messias, o Filho do Deus Altíssimo, se manifesta. Daniel relata, por meio
dessa visão, que a autoridade que Cristo recebeu é, então, estabelecida sobre
todos os povos, línguas, nações. Seu Reino é, enfim, consumado.
O apóstolo Paulo reforça essa autoridade de Cristo em sua carta aos
Filipenses, que diz:
Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está
acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos
céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo
é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
Filipenses 2.9-11
Ou seja, o domínio de Cristo se estenderá a todos os cantos e em todos
os lugares; e Ele exercerá seu reinado eternamente, pois este é um reino que
nunca acabará. Todos os povos reconhecerão, se ajoelharão e confessarão
que Jesus Cristo é o Senhor e a glória de Deus encherá toda a Terra.
Aleluia!
3. O Reino de Cristo é poderoso
Os versículos 26 a 27 declaram o poder do reino de Cristo. “… O reino
dele será um reino eterno, e todos os governantes o adorarão e lhe
obedecerão” (v. 27). O Senhor Jesus Cristo é o grande juiz. Ele tem todo o
poder para destituir o anticristo e Satanás e restabelecer o domínio do
mundo para si. A partir desse momento, portanto a partir da sua segunda
vinda, Cristo colocará todos os seus inimigos debaixo de seus pés. Como diz
em Daniel 2.44, quando ele explica a parte final da visão de
Nabucodonosor: “… o Deus dos céus estabelecerá um reino que jamais será
destruído e que nunca será dominado por nenhum outro povo. Destruirá
todos os reinos daqueles reis e os exterminará, mas esse Reino durará para
sempre”. Este é o poder do Reino de Cristo.
4. O Reino de Cristo será partilhado com os santos
Daniel declara que, quando Cristo vier em glória, em sua segunda vinda,
não apenas julgará o mundo, destituirá o anticristo e Satanás de seu poder,
mas também partilhará do seu Reino com todos os santos. Veja o que dizem
os seguintes versos: “Mas os santos do Altíssimo receberão o Reino e o
possuirão para sempre; sim, para todo o sempre.” (v.18); “até que o ancião
veio e pronunciou a sentença a favor dos santos do Altíssimo” (v. 22);
“Então a soberania, o poder e a grandeza dos reinos que há debaixo de todo
o céu serão entregues nas mãos dos santos, o povo do Altíssimo...” (v. 27).
Ou seja, Cristo honrará e exaltará os que foram fiéis até o fim; os que se
entregaram e confiaram suas vidas a Ele.
Quando leio o que Daniel viu e escreveu no capítulo 7, penso que ele
deveria ter ficado maravilhado com a derrota do anticristo, a vitória e as
conquistas do Reino de Cristo. Contudo, esse não foi o seu sentimento.
Daniel se angustiou. Dizem os versículos 15 e 28 que ele se entristeceu. Ele
disse: “Eu, Daniel, fiquei agitado em meu espírito, e as visões que passaram
pela minha mente me aterrorizaram” (v.15) e “…. Eu, Daniel, fiquei
aterrorizado por causa dos meus pensamentos e meu rosto empalideceu, mas
guardei essas coisas comigo” (v. 28).
Por que tudo isto mexeu tanto com Daniel? Possivelmente porque ele viu
até onde o mal chegou no ser humano; ele vislumbrou a batalha espiritual
travada na história da humanidade e as inúmeras vitórias das hostes
malignas.
O sentimento que nasce em meu coração quando leio esses versículos,
talvez um misto de sentimentos, primeiramente é de felicidade, por saber
que o anticristo, o inimigo de Cristo, será condenado e destruído e o destino
dele já está determinado por Deus. Mas, por outro lado, também me
entristeço, pois percebo que estou ficando anestesiado, insensível diante das
tragédias, do mal que está ao meu redor destruindo as vidas e a sociedade: a
fome, as guerras, as pragas, as doenças, a separação de casais, a destruição
das famílias, a homossexualidade, os casamentos de pessoas do mesmo
sexo, as drogas, os vícios, a corrupção, enfim, o pecado em todas as formas
e níveis, como descritos na Bíblia. Tudo isto tem destruído a criação de
Deus. Quando vejo estas coisas pela televisão ou internet, parece que estou
apenas vendo um filme de terror, que não me impacta mais, não gera a
comoção que deveria, não produz em mim o desejo de orar mais, jejuar
mais, clamar mais, levantar-me como um profeta para falar a verdade de
Deus.
Todavia, assim como Daniel, que ficou alarmado, agitado em seu
espírito, eu e você não podemos ficar passivos diante desta triste realidade
que nos cerca. Não devemos nos conformar com as tragédias a que
assistimos pela TV e internet, nem estarmos indiferentes diante da
destruição da família como núcleo da sociedade. Temos de nos voltar
humildemente ao Espírito Santo e permitir que Ele use as nossas vidas para
socorrermos e alertarmos a sociedade, como uma voz profética. É preciso
clamar por misericórdia e declarar a Palavra de Deus como valor maior e
verdadeiro a todos ao nosso redor. Que sejamos profetas em um mundo sem
Deus!
Vamos orar!
Senhor Deus, diante das tragédias ao nosso redor, eu clamo por
misericórdia. Vejo tanta corrupção, tanto descaso para com a sociedade, tantas
drogas destruindo jovens e famílias inteiras. Tenha misericórdia, Senhor! O
mundo está se acabando e as suas profecias estão se cumprindo. Tudo está
convergindo para a chegada do anticristo. Haja com misericórdia, Senhor! Eu
clamo para que seu Espírito desperte o seu povo para clamar e agir como
profetas contra este mal que tem crescido em todo o mundo. Eu oro em nome de
Jesus. Amém!
DIA 24

Cuidado! Há um animal querendo dominar você


No terceiro ano do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive outra visão,
a segunda. Na minha visão eu me vi na cidadela de Susã, na província
de Elão; na visão eu estava junto do canal de Ulai. Olhei para cima e,
diante de mim, junto ao canal, estava um carneiro; seus dois chifres
eram compridos, um mais do que o outro, mas o mais comprido cresceu
depois do outro. Observei o carneiro enquanto ele avançava para o
oeste, para o norte e para o sul. Nenhum animal conseguia resistir-lhe,
e ninguém podia livrar-se do seu poder. Ele fazia o que bem desejava e
foi ficando cada vez maior. – Daniel 8.1-4
Enquanto eu considerava isso, de repente um bode, com um chifre
enorme entre os olhos, veio do oeste, percorrendo toda a extensão da
terra sem encostar no chão. Ele veio na direção do carneiro de dois
chifres que eu tinha visto ao lado do canal, e avançou contra ele com
grande fúria. Eu o vi atacar furiosamente o carneiro, atingi-lo e
quebrar os seus dois chifres. O carneiro não teve forças para resistir a
ele; o bode o derrubou no chão e o pisoteou, e ninguém foi capaz de
livrar o carneiro do seu poder. – Daniel 8.5-7
Hoje iniciaremos as reflexões sobre o capítulo 8, acerca da visão que
Daniel teve do carneiro, do bode e do pequeno chifre.
Os versículos 1 e 2 nos apontam que Daniel foi transportado em espírito
até Susã, no período do rei Belsazar, sucessor do rei Nabucodonosor. Susã
era a capital do reino da província de Elão, que ficava nas proximidades do
rio Ulai. A visão de Daniel é profética e traz alguns detalhes já vistos na
visão anterior, mas descreve o poder de um rei, que pode se assemelhar com
o anticristo (pequeno chifre).
Vamos dividir esta segunda visão de Daniel em três partes para
compreender cada aspecto. Hoje estudaremos dois deles e, na próxima
reflexão, o terceiro.
1. O carneiro
O primeiro aspecto diz respeito à visão de um carneiro (vs. 3 e 4) com as
seguintes características:
O carneiro com dois chifres
Os dois chifres que o carneiro possuía representam dois reinos, como
vemos no versículo 20, que traz a sua interpretação: “O carneiro de dois
chifres que você viu representa os reis da Média e da Pérsia” (v. 20).
Portanto, essa é uma descrição do Império Medo-Persa, que se levantaria
para destruir e conquistar a Babilônia.
O carneiro é poderoso
Com a união dos impérios Medo e Persa, seu exército se tornou
imbatível. E, com isto, conquistaram na parte oeste, as terras da Babilônia,
Síria e Ásia Menor; ao norte, onde é a Armênia; e ao sul, as terras do Egito e
Etiópia.
No ano de 558 a.C., Ciro, o Grande organizou um movimento de
resistência contra os medos e decidiu dominar toda a Mesopotâmia.
Apesar de sua ambição expansionista, Ciro respeitava a cultura dos seus
inimigos e não impunha nenhuma restrição à língua ou costumes dos
vencidos.
Ciro conquistou toda a região do Egito e da Grécia, dominando
também os semitas e hititas que habitavam a região da Mesopotâmia
central. O Império Persa, como ficou conhecido o domínio iniciado por
Ciro, abrangia toda a Ásia Menor e parte do Oriente Médio. (Referência)
O versículo 4 confirma o poder desse animal: “Nenhum animal
conseguia resistir-lhe, e ninguém podia livrar-se do seu poder”.
Contudo, o gigante Medo-Persa caiu no mesmo erro que os babilônios –
a soberba, o orgulho e o engrandecimento. A segunda parte da visão, então,
revela exatamente quem Deus levantou e usou para derrubar o Império
Medo-Persa, cumprindo exatamente a profecia de Daniel.
2. O bode
O segundo aspecto da visão refere-se a um bode (vs. 5 a 7). E, segundo a
descrição de Daniel, este é Alexandre Magno – do Império grego. O
versículo 21 diz isto: “O bode peludo é o rei da Grécia, e o grande chifre
entre os seus olhos é o primeiro rei” (grifo nosso).
Alexandre Magno era um líder visionário, guerreiro e ousado. Segundo
alguns historiadores, com rapidez e estratégia, ele conquistou todo o mundo
conhecido da época em apenas 13 anos. Daniel o descreveu no versículo 5
com apenas um chifre entre os olhos, mas era um chifre enorme. Ele venceu
o carneiro (reis do Império Medo-Persa) ferindo, quebrando seus dois
chifres, derrubando-os na terra, pisoteando-os, conforme nos descreve os
versículos 7 e 8 que lemos nos textos de hoje. Esses ataques revelam
exatamente o poder, a força e a estratégia de Alexandre Magno.
Da mesma forma como a Babilônia e os Medos-Persas, Alexandre
Magno também caiu por causa de seu orgulho, soberba e engrandecimento.
O versículo 8 o descreve: “O bode tornou-se muito grande, mas no auge da
sua força o seu grande chifre foi quebrado, e em seu lugar cresceram quatro
chifres enormes, na direção dos quatro ventos da terra”. Alexandre Magno
foi morto aproximadamente no ano 323 a.C. na Babilônia, de forma
inesperada. Com sua morte, o Império Grego se dividiu em quatro partes,
com quatro reis: Cassandro na Macedônia e Grécia (ocidente); Lisímaco na
Trácia e Bitínia (norte); Ptolomeu na Palestina, Arábia e Egito (sul) e
Seleuco na Síria e Babilônia (oriente). Esta profecia se cumpriu exatamente
200 anos depois da profecia dada a Daniel.
Logo depois, Daniel passa a falar da visão do “pequeno chifre”, que
cresceu, foi um rei perverso, um protótipo do anticristo. Esse pequeno chifre
é diferente daquele do capítulo 7. Mas falaremos sobre ele na próxima
reflexão. Também saberemos acerca da visita inesperada do anjo Gabriel
para dar a interpretação dessa visão a Daniel.
Hoje o Senhor, mais uma vez, nos chama atenção para o perigo que esse
animal representa, que é o orgulho, a soberba e o engrandecimento.
Precisamos guardar o nosso coração desse mal, pois ele nos afasta de Deus.
A Bíblia nos alerta dizendo que:
Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes.
Tiago 4.6
Eu sei que é difícil admitir o orgulho e a soberba, mas eles são
obstáculos para a operação de Deus no nosso coração.
Li recentemente um texto (clique aqui) muito interessante de um autor
chamado Marcio Fidelis, que transcrevo a seguir:
Tem gente que pensa que ser humilde é ser pobre, tanto que muitos
se referem aos pobres e carentes como humildes, leso engano!
Tem gente que pensa que ser soberbo é ser rico, tanto que muitos se
referem à maneira de falar e agir dos ricos como uma soberba, e não é!
Está escrito que Deus ama os humildes, mas rejeita os soberbos, os
duros de coração.
Uma pessoa pode ser rica, e ser humilde, simples, boa, amável,
complacente, perdoadora, caridosa. Mas há também aqueles que são
pobres, carentes, mas ainda assim são soberbos, que reclamam de tudo
e de todos, se acham vítimas da situação, que não amam, não ajudam,
não perdoam, não se doam, se acham acima de qualquer pessoa e
sempre querem as atenções para si.
Em qual destes perfis você se encaixa? Você é humilde ou é soberbo?
Você pode enganar a si mesmo, mas o que será que Deus acha de
você?
Repito, Deus ama os humildes de coração, mas rejeita os soberbos
Pense nisso e fuja desse animal que quer dominar a sua alma.
Vamos orar!
Senhor, meu Deus, eu corro o risco, todos os dias, de permitir que esse
animal chamado orgulho e soberba cresça e domine os meus sentimentos e
pensamentos. Eu peço que o Senhor sempre me alerte, pois não quero que a
minha vida seja destruída como aqueles reis que estudei hoje. Quero ser visto
pelo Senhor como alguém humilde e puro de coração. Ajuda-me, Senhor! Esta é
a minha oração, em nome de Jesus. Amém!
DIA 25

Profecia acerca de um rei perverso –


Um protótipo do anticristo
De um deles saiu um pequeno chifre, que logo cresceu em poder na
direção do sul, do leste e da Terra Magnífica. Cresceu até alcançar o
exército dos céus, e atirou na terra parte do exército das estrelas e os
pisoteou. Tanto cresceu que chegou a desafiar o príncipe do exército;
suprimiu o sacrifício diário oferecido ao príncipe, e o local do santuário
foi destruído. Por causa da rebelião, o exército dos santos e o sacrifício
diário foram dados ao chifre. Ele tinha êxito em tudo o que fazia, e a
verdade foi lançada por terra. – Daniel 8.9-12
Enquanto eu, Daniel, observava a visão e tentava entendê-la, diante de
mim apareceu um ser que parecia homem. E ouvi a voz de um homem
que vinha do Ulai: “Gabriel, dê a esse homem o significado da visão”.
Quando ele se aproximou de mim, fiquei aterrorizado e caí prostrado.
Ele me disse: “Filho do homem, saiba que a visão se refere aos tempos
do fim”. Enquanto ele falava comigo, eu, com o rosto em terra, perdi os
sentidos. Então ele tocou em mim e me pôs em pé. – Daniel 8.15-18
No final do reinado deles, quando a rebelião dos ímpios tiver chegado
ao máximo, surgirá um rei de duro semblante, mestre em astúcias. Ele
se tornará muito forte, mas não pelo seu próprio poder. Provocará
devastações terríveis e será bem-sucedido em tudo o que fizer. Destruirá
os homens poderosos e o povo santo. Com o intuito de prosperar, ele
enganará a muitos e se considerará superior aos outros. Destruirá
muitos que nele confiam e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes.
Apesar disso, ele será destruído, mas não pelo poder dos homens. –
Daniel 8.23-25.
Falamos ontem sobre a visão que Daniel teve do carneiro e do bode. Nós
dividimos essa visão em três partes. Ontem estudamos dois aspectos dela e
hoje veremos o terceiro aspecto, que diz respeito ao pequeno chifre que saiu
de entre os quatro chifres do bode.
1. O pequeno chifre
Este pequeno chifre é diferente do descrito na visão do capítulo 7. Lá, o
pequeno chifre se refere a um chifre que sai do quarto animal, que é o
Império Romano. É um personagem escatológico para Daniel e para nós.
Refere-se ao Anticristo.
Aqui no capítulo 8, o pequeno chifre é um personagem do futuro para
Daniel, mas para nós é um personagem do passado. “De um deles saiu um
pequeno chifre, que logo cresceu em poder na direção do sul, do leste e da
Terra Magnífica” (v. 9). A interpretação está no versículo 22, que diz: “Os
quatro chifres que tomaram o lugar do chifre que foi quebrado são quatro
reis. Seus reinos surgirão da nação daquele rei, mas não terão o mesmo
poder”. Esse pequeno chifre do capítulo 8 se refere a um dos quatro chifres,
ou seja, um dos quatro reis, do qual se dividiu o Império Grego com a morte
de Alexandre Magno. Especificamente, está falando do rei Selêucida,
chamado, Antíoco IV ou Antíoco Epifânio, que reinou na Síria.
A visão que Deus deu a Daniel sobre esse pequeno chifre é terrível:
“Provocará devastações terríveis e será bem-sucedido em tudo o que fizer.
Destruirá os homens poderosos e o povo santo. Com o intuito de prosperar,
ele enganará a muitos e se considerará superior aos outros. Destruirá muitos
que nele confiam e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes” (vs. 24 e
25). Ou seja, perseguirá os judeus. Pelo fato de os judeus não se curvaram
diante dos deuses levantados pelo rei, eles foram terrivelmente perseguidos.
Comentaristas afirmam que mais de cem mil judeus foram mortos a seu
comando naquele período.
Podemos entender que esta atitude se assemelhará com a que o
Anticristo terá com todos que permanecerem fiéis a Deus durante a grande
tribulação. Encontramos isto em Apocalipse 13.15, que diz:
Foi-lhe dado poder para dar fôlego à imagem da primeira besta, de modo
que ela podia falar e fazer que fossem mortos todos os que se recusassem
a adorar a imagem.
Como lemos nos versículos 23 a 25, o rei convenceu os judeus a
romperam sua aliança com o Egito e firmarem aliança com ele. Contudo, as
consequências disso foi que o rei explorou terrivelmente os judeus e ainda
os perseguiu cruelmente até à morte. Muitos judeus foram mortos por sua
fidelidade a Deus. Todavia, Deus também castigou muitos por causa de seus
pecados, por se sujeitarem à adoração de imagens e deuses estranhos, algo
explicitamente proibido ao povo de Deus.
Os historiadores falam do rei Antíoco Epifânio como um rei perverso,
semelhante a Nero e Hitler, que mataram cruelmente milhares de judeus. E,
ainda, esse rei fez cessar os sacrifícios na Casa de Deus e profanou o
templo. Ele denominou o templo de Deus como o templo de Júpiter
Olímpico. Ele colocou a própria imagem no lugar santíssimo e mandou
matar sobre o altar um porco e borrifar o sangue pelo santuário, e ainda
obrigou os judeus a comerem a carne de porco dentro do templo, sob
ameaça de morte.
O Livro de Macabeus, da Bíblia Católica, relata a soberba desse rei na
profanação do templo de Jerusalém:
Após ter derrotado o Egito, pelo ano cento e quarenta e três, regressou
Antíoco e atacou Israel, subindo a Jerusalém com um enorme exército.
Entrou com arrogância no santuário, tomou o altar de ouro, o
candelabro da luz com todos os seus acessórios, a mesa da proposição, os
vasos, as alfaias, os turíbulos de ouro, o véu, as coroas, os ornamentos de
ouro da fachada e arrancou todo o revestimento. Tomou a prata, o ouro,
os vasos preciosos e os tesouros ocultos que encontrou. Arrebatando tudo
consigo, regressou à sua terra, após massacrar muitos judeus e
pronunciar palavras injuriosas. Foi isso um motivo de desolação em
extremo para todo o Israel. – Macabeus 1.23-25
Por isso, esse rei se tornou o maior protótipo do Anticristo, porque ele
blasfemou contra Deus, contra o culto e contra o povo de Deus.
Os versículos de 15 a 17 nos falam da visita do Anjo Gabriel a Daniel:
“… diante de mim apareceu um ser que parecia homem. E ouvi a voz de um
homem que vinha do Ulai: “Gabriel, dê a esse homem o significado da
visão” (vs. 15b e 16). Além da visão, a visita do anjo Gabriel deve ter
causado em Daniel um misto de sentimentos: tristeza pela visão, mas
contentamento e paz pela visita do anjo.
Entendemos que a visão que Deus deu a Daniel era de difícil
interpretação, por isso Deus enviou o anjo Gabriel, o mensageiro de Deus,
para lhe esclarecer o significado do carneiro, do bode e do pequeno chifre.
Tudo o que mencionamos nestas duas reflexões vem da interpretação dada
pelo anjo Gabriel a Daniel.
Mas por que Daniel ficou aterrorizado e caiu prostrado? Será que foi
pela presença ou pela forma como o anjo se revelou a ele? Veja o que diz o
versículo 18: “Enquanto ele falava comigo, eu, com o rosto em terra, perdi
os sentidos. Então ele tocou em mim e me pôs em pé”. Ou seja, o “cair
prostrado, com o rosto em terra e perder os sentidos” foi por causa da
interpretação que o anjo deu à sua visão. Imagino a dor e a tristeza na alma
de Daniel quando o anjo interpretou a visão e lhe revelou acerca de todo o
mal que o povo sofreria, principalmente o povo de Deus.
Como você fica quando maltratam um irmão em Cristo? Quando alguém
rejeita a Jesus e sua Palavra? Quando impedem o cristão de exercer sua fé
no local de trabalho? Como fica o seu coração ao tomar conhecimento de
que há cristãos sendo perseguidos e mortos por não negarem a fé?
Que não sejamos insensíveis ao sofrimento do povo de Deus. Daniel não
ficou, e Deus também não está insensível! Ele sofre diante de tudo o que
está acontecendo no mundo, a corrupção, a fome, as guerras, a destruição
das famílias.
No versículo 25, Daniel descreve a destruição do rei: “… Apesar disso,
ele será destruído, mas não pelo poder dos homens”. Portanto, o rei Antíoco
foi destruído não por um assassinato, mas por uma doença gravíssima. Fica
claro que a sua morte se deu unicamente por intervenção divina. Assim
como será a destruição do Anticristo, pela manifestação de Cristo, o filho de
Deus.
Vamos orar!
Senhor meu Deus, como o ser humano é mau e permite que o orgulho, a
soberba e as intenções malignas dominem seu coração e seus pensamentos. Mas
eu peço que, assim como o Senhor revelou a Daniel o que irá acontecer no
mundo, revele a mim e aos meus irmãos como devemos nos posicionar diante
dos acontecimentos atuais, assim como os futuros. Ajude-nos a entender a sua
Palavra. Também peço que o Senhor levante a sua Igreja com voz profética
para falar em nome da verdade e do caminho da salvação. Esta é a minha
oração, em nome de Jesus. Amém!
DIA 25

Profecia acerca de um rei perverso –


Um protótipo do anticristo
De um deles saiu um pequeno chifre, que logo cresceu em poder na
direção do sul, do leste e da Terra Magnífica. Cresceu até alcançar o
exército dos céus, e atirou na terra parte do exército das estrelas e os
pisoteou. Tanto cresceu que chegou a desafiar o príncipe do exército;
suprimiu o sacrifício diário oferecido ao príncipe, e o local do santuário
foi destruído. Por causa da rebelião, o exército dos santos e o sacrifício
diário foram dados ao chifre. Ele tinha êxito em tudo o que fazia, e a
verdade foi lançada por terra. – Daniel 8.9-12
Enquanto eu, Daniel, observava a visão e tentava entendê-la, diante de
mim apareceu um ser que parecia homem. E ouvi a voz de um homem
que vinha do Ulai: “Gabriel, dê a esse homem o significado da visão”.
Quando ele se aproximou de mim, fiquei aterrorizado e caí prostrado.
Ele me disse: “Filho do homem, saiba que a visão se refere aos tempos
do fim”. Enquanto ele falava comigo, eu, com o rosto em terra, perdi os
sentidos. Então ele tocou em mim e me pôs em pé. – Daniel 8.15-18
No final do reinado deles, quando a rebelião dos ímpios tiver chegado
ao máximo, surgirá um rei de duro semblante, mestre em astúcias. Ele
se tornará muito forte, mas não pelo seu próprio poder. Provocará
devastações terríveis e será bem-sucedido em tudo o que fizer. Destruirá
os homens poderosos e o povo santo. Com o intuito de prosperar, ele
enganará a muitos e se considerará superior aos outros. Destruirá
muitos que nele confiam e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes.
Apesar disso, ele será destruído, mas não pelo poder dos homens. –
Daniel 8.23-25.
Falamos ontem sobre a visão que Daniel teve do carneiro e do bode. Nós
dividimos essa visão em três partes. Ontem estudamos dois aspectos dela e
hoje veremos o terceiro aspecto, que diz respeito ao pequeno chifre que saiu
de entre os quatro chifres do bode.
1. O pequeno chifre
Este pequeno chifre é diferente do descrito na visão do capítulo 7. Lá, o
pequeno chifre se refere a um chifre que sai do quarto animal, que é o
Império Romano. É um personagem escatológico para Daniel e para nós.
Refere-se ao Anticristo.
Aqui no capítulo 8, o pequeno chifre é um personagem do futuro para
Daniel, mas para nós é um personagem do passado. “De um deles saiu um
pequeno chifre, que logo cresceu em poder na direção do sul, do leste e da
Terra Magnífica” (v. 9). A interpretação está no versículo 22, que diz: “Os
quatro chifres que tomaram o lugar do chifre que foi quebrado são quatro
reis. Seus reinos surgirão da nação daquele rei, mas não terão o mesmo
poder”. Esse pequeno chifre do capítulo 8 se refere a um dos quatro chifres,
ou seja, um dos quatro reis, do qual se dividiu o Império Grego com a morte
de Alexandre Magno. Especificamente, está falando do rei Selêucida,
chamado, Antíoco IV ou Antíoco Epifânio, que reinou na Síria.
A visão que Deus deu a Daniel sobre esse pequeno chifre é terrível:
“Provocará devastações terríveis e será bem-sucedido em tudo o que fizer.
Destruirá os homens poderosos e o povo santo. Com o intuito de prosperar,
ele enganará a muitos e se considerará superior aos outros. Destruirá muitos
que nele confiam e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes” (vs. 24 e
25). Ou seja, perseguirá os judeus. Pelo fato de os judeus não se curvaram
diante dos deuses levantados pelo rei, eles foram terrivelmente perseguidos.
Comentaristas afirmam que mais de cem mil judeus foram mortos a seu
comando naquele período.
Podemos entender que esta atitude se assemelhará com a que o
Anticristo terá com todos que permanecerem fiéis a Deus durante a grande
tribulação. Encontramos isto em Apocalipse 13.15, que diz:
Foi-lhe dado poder para dar fôlego à imagem da primeira besta, de modo
que ela podia falar e fazer que fossem mortos todos os que se recusassem
a adorar a imagem.
Como lemos nos versículos 23 a 25, o rei convenceu os judeus a
romperam sua aliança com o Egito e firmarem aliança com ele. Contudo, as
consequências disso foi que o rei explorou terrivelmente os judeus e ainda
os perseguiu cruelmente até à morte. Muitos judeus foram mortos por sua
fidelidade a Deus. Todavia, Deus também castigou muitos por causa de seus
pecados, por se sujeitarem à adoração de imagens e deuses estranhos, algo
explicitamente proibido ao povo de Deus.
Os historiadores falam do rei Antíoco Epifânio como um rei perverso,
semelhante a Nero e Hitler, que mataram cruelmente milhares de judeus. E,
ainda, esse rei fez cessar os sacrifícios na Casa de Deus e profanou o
templo. Ele denominou o templo de Deus como o templo de Júpiter
Olímpico. Ele colocou a própria imagem no lugar santíssimo e mandou
matar sobre o altar um porco e borrifar o sangue pelo santuário, e ainda
obrigou os judeus a comerem a carne de porco dentro do templo, sob
ameaça de morte.
O Livro de Macabeus, da Bíblia Católica, relata a soberba desse rei na
profanação do templo de Jerusalém:
Após ter derrotado o Egito, pelo ano cento e quarenta e três, regressou
Antíoco e atacou Israel, subindo a Jerusalém com um enorme exército.
Entrou com arrogância no santuário, tomou o altar de ouro, o
candelabro da luz com todos os seus acessórios, a mesa da proposição, os
vasos, as alfaias, os turíbulos de ouro, o véu, as coroas, os ornamentos de
ouro da fachada e arrancou todo o revestimento. Tomou a prata, o ouro,
os vasos preciosos e os tesouros ocultos que encontrou. Arrebatando tudo
consigo, regressou à sua terra, após massacrar muitos judeus e
pronunciar palavras injuriosas. Foi isso um motivo de desolação em
extremo para todo o Israel. – Macabeus 1.23-25
Por isso, esse rei se tornou o maior protótipo do Anticristo, porque ele
blasfemou contra Deus, contra o culto e contra o povo de Deus.
Os versículos de 15 a 17 nos falam da visita do Anjo Gabriel a Daniel:
“… diante de mim apareceu um ser que parecia homem. E ouvi a voz de um
homem que vinha do Ulai: “Gabriel, dê a esse homem o significado da
visão” (vs. 15b e 16). Além da visão, a visita do anjo Gabriel deve ter
causado em Daniel um misto de sentimentos: tristeza pela visão, mas
contentamento e paz pela visita do anjo.
Entendemos que a visão que Deus deu a Daniel era de difícil
interpretação, por isso Deus enviou o anjo Gabriel, o mensageiro de Deus,
para lhe esclarecer o significado do carneiro, do bode e do pequeno chifre.
Tudo o que mencionamos nestas duas reflexões vem da interpretação dada
pelo anjo Gabriel a Daniel.
Mas por que Daniel ficou aterrorizado e caiu prostrado? Será que foi
pela presença ou pela forma como o anjo se revelou a ele? Veja o que diz o
versículo 18: “Enquanto ele falava comigo, eu, com o rosto em terra, perdi
os sentidos. Então ele tocou em mim e me pôs em pé”. Ou seja, o “cair
prostrado, com o rosto em terra e perder os sentidos” foi por causa da
interpretação que o anjo deu à sua visão. Imagino a dor e a tristeza na alma
de Daniel quando o anjo interpretou a visão e lhe revelou acerca de todo o
mal que o povo sofreria, principalmente o povo de Deus.
Como você fica quando maltratam um irmão em Cristo? Quando alguém
rejeita a Jesus e sua Palavra? Quando impedem o cristão de exercer sua fé
no local de trabalho? Como fica o seu coração ao tomar conhecimento de
que há cristãos sendo perseguidos e mortos por não negarem a fé?
Que não sejamos insensíveis ao sofrimento do povo de Deus. Daniel não
ficou, e Deus também não está insensível! Ele sofre diante de tudo o que
está acontecendo no mundo, a corrupção, a fome, as guerras, a destruição
das famílias.
No versículo 25, Daniel descreve a destruição do rei: “… Apesar disso,
ele será destruído, mas não pelo poder dos homens”. Portanto, o rei Antíoco
foi destruído não por um assassinato, mas por uma doença gravíssima. Fica
claro que a sua morte se deu unicamente por intervenção divina. Assim
como será a destruição do Anticristo, pela manifestação de Cristo, o filho de
Deus.
Vamos orar!
Senhor meu Deus, como o ser humano é mau e permite que o orgulho, a
soberba e as intenções malignas dominem seu coração e seus pensamentos. Mas
eu peço que, assim como o Senhor revelou a Daniel o que irá acontecer no
mundo, revele a mim e aos meus irmãos como devemos nos posicionar diante
dos acontecimentos atuais, assim como os futuros. Ajude-nos a entender a sua
Palavra. Também peço que o Senhor levante a sua Igreja com voz profética
para falar em nome da verdade e do caminho da salvação. Esta é a minha
oração, em nome de Jesus. Amém!
DIA 26

Por que precisamos orar se tudo já foi


determinado por Deus?
Dario, filho de Xerxes, da linhagem dos medos, foi constituído
governante do reino babilônio. No primeiro ano do seu reinado, eu,
Daniel, compreendi pelas Escrituras, conforme a palavra do Senhor
dada ao profeta Jeremias, que a desolação de Jerusalém iria durar
setenta anos. Por isso me voltei para o Senhor Deus com orações e
súplicas, em jejum, em pano de saco e coberto de cinza. – Daniel 9.1-3
Agora, Senhor, conforme todos os teus feitos justos, afasta de
Jerusalém, da tua cidade, do teu santo monte, a tua ira e a tua
indignação. Os nossos pecados e as iniquidades de nossos antepassados
fizeram de Jerusalém e do teu povo objeto de zombaria para todos os
que nos rodeiam. Ouve, nosso Deus, as orações e as súplicas do teu
servo. Por amor de ti, Senhor…” Senhor, ouve! Senhor, perdoa! Senhor,
vê e age! Por amor de ti, meu Deus, não te demores, pois a tua cidade e
o teu povo levam o teu nome. – Daniel 9.16-19
Quando Gabriel interpretou o sonho para Daniel, ele ficou aterrorizado e
caiu no chão sem sentido, pois ele falou da crueldade do pequeno chifre, que
segundo declaram alguns comentaristas, é o rei Antíoco Epifânio. A
crueldade desse rei fez com que judeus fossem perseguidos terrivelmente e
mortos sem qualquer compaixão, além de os elementos sagrados do templo
terem sidos destruídos, abalando a fé dos que sobreviveram. Estas coisas
impressionaram Daniel, levando-o a orar um pouco mais.
No texto de nossa reflexão de hoje, veremos sobre a oração de Daniel, na
verdade, da real motivação da oração do profeta Daniel. Antes, no entanto,
eu quero fazer a você a pergunta que está no título desta reflexão: Por que
orar se Deus já decretou tudo o que irá acontecer no mundo?
Eu encontrei algumas respostas acerca desta questão na Palavra de Deus,
mas vou citar apenas duas. Ao ler a história de Abraão, vemos Deus
atendendo a sua oração para salvar seu sobrinho Ló antes da destruição de
Sodoma (Gênesis 18 e 19). Também no livro de Atos dos Apóstolos,
quando Pedro estava preso a mando de Herodes, a Igreja estava orando sem
cessar por ele. Deus ouviu a oração dos irmãos, enviou os anjos na prisão, e
os libertou (Atos 12). Então, por que precisamos orar? Porque há recursos
do poder de Deus que não serão liberados até que oremos. Ele nos chamou
para sermos seus parceiros no mundo. John Wesley disse algo interessante
sobre isso: “Deus nada realiza na terra a não ser em resposta à oração”.
Daniel foi levado à Babilônia quando era um jovem adolescente. Alguns
dizem que ele tinha em torno de 15 anos. Isto foi aproximadamente no ano
605 a.C. na época do rei Nabucodonosor. O texto de Daniel 9.1-2 nos fala a
respeito da oração de Daniel na época de Dario, que iniciou seu reinado
aproximadamente no ano 536 a.C., portanto Daniel tinha em torno de 82
anos de idade. Desde o começo da vida de Daniel na Babilônia, lemos que
ele orava três vezes ao dia constantemente. E diz o texto no versículo 2 que,
enquanto ele lia as Escrituras, especificamente as profecias de Jeremias, ele
compreendeu que o cativeiro do seu povo, isto incluía ele também, duraria
70 anos e já estava próximo ao fim (Jeremias 25.8-11 e 29.10-14).
Imagino o sofrimento de Daniel por ver que o cativeiro não havia trazido
quebrantamento ao povo judeu. Eles permaneciam nas mesmas práticas de
pecado, não se voltando para Deus. Mas Daniel, diante do decreto do
Senhor, mesmo vendo as atitudes do seu povo, não desistiu de clamar. Eu
diria que tudo isto o encorajou a buscar ainda mais a Deus: a orar e orar e
orar a Deus.
A vida de Daniel tinha como base dois pilares: a oração e a leitura da
Palavra de Deus. Sua sabedoria nas atitudes vinha de sua comunhão com
Deus por meio da oração e da meditação nas Escrituras. Sua vida bem-
sucedida era consequência de ser íntegro e fiel a Deus, assim como leal aos
reis que governaram a Babilônia no período em que esteve cativo.
Daniel voltou seu coração, seu pensamento e sua boca para o Senhor. E
isto me revela a intensidade de seu coração para orar e buscar a Deus. Ele
ora, suplica, clama e ainda jejua (v. 3). Eu creio que ele jejuou e se
humilhou, vestindo panos de saco e colocando cinzas sobre sua cabeça,
porque tinha pressa. Faltavam praticamente dois anos para o cumprimento
da profecia e seu povo ainda estava longe de reconhecer os erros e os
pecados e se voltar para Deus. Daniel não se preocupava com a posição que
exercia no palácio ou mesmo com o que os outros poderiam pensar e falar
sobre ele; seu único desejo naquele momento era clamar e suplicar a Deus
com profundo quebrantamento para ver a misericórdia de Deus, pois ele
sabia que somente o Eterno tinha o controle de todas as coisas, inclusive da
História.
Quando lemos a oração de Daniel, percebemos três elementos-chave da
oração de um homem de Deus.
1. Adoração
Daniel adora a Deus por Ele ser fiel à sua Palavra e ter estabelecido uma
aliança com seu povo: “Ó Senhor, Deus grande e temível, que manténs a tua
aliança de amor com todos aqueles que te amam e obedecem aos teus
mandamentos (v. 4).
2. Confissão
Daniel confessa seus pecados e os pecados do seu povo: “Nós temos
cometido pecado e somos culpados. Temos sido ímpios e rebeldes, e nos
afastamos dos teus mandamentos e das tuas leis. Não demos ouvido aos teus
servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos
líderes e aos nossos antepassados, e a todo o teu povo…” (vs. 5 e 6). Daniel
compreendeu que ele e todos os líderes do seu povo pecaram contra Deus.
Segundo as palavras do profeta Jeremias, Deus falou e eles não deram
importância, não obedeceram. Por isso, ele confessa usando termos, como
pecado, iniquidade, rebeldia, desobediência, transgressão da lei. Daniel
estava envergonhado pelo seu próprio pecado e de seu povo. Ele sabia que o
cativeiro e a grande humilhação eram consequências da desobediência,
rebeldia e ingratidão do povo, apesar de tudo o Deus fizera por eles. Deus os
livrara do Egito, conduzindo-os com braço forte pelo deserto e, mesmo
assim, eram ingratos e de coração duro.
3. Súplicas
Daniel, depois de confessar os pecados, faz súplicas específicas. “Agora,
Senhor, conforme todos os teus feitos justos, afasta de Jerusalém, da tua
cidade, do teu santo monte, a tua ira e a tua indignação. Os nossos pecados e
as iniquidades de nossos antepassados fizeram de Jerusalém e do teu povo
objeto de zombaria para todos os que nos rodeiam. Ouve, nosso Deus, as
orações e as súplicas do teu servo. Por amor de ti, Senhor” (vs. 16 e 17). Ele
pede pelo templo que foi destruído, pela cidade de Jerusalém, e ainda pede a
Deus urgência na resposta. Daniel não pede justiça, mas misericórdia. Ele
pede perdão!
Ao final de sua oração, ele insiste em suplicar a ação de Deus em favor
do povo, mas por amor ao Seu próprio nome: “Senhor, ouve! Senhor,
perdoa! Senhor, vê e age! Por amor de ti, meu Deus, não te demores, pois a
tua cidade e o teu povo levam o teu nome” (v. 19). Daniel orou com base
nas promessas do Senhor e no caráter de Deus.
Você já orou assim? Já se prostrou em humilhação e intensidade diante
de Deus pelos seus queridos, pela sua igreja, pelo seu país? Assim como
Daniel, que as nossas orações sejam intensas, suplicantes, humildes e
fundamentadas na misericórdia de Deus.
Vamos orar!
Senhor Deus, desejo sempre expressar o meu amor pelo Senhor por meio
das minhas atitudes. Por isso, eu peço que sonde o meu coração, veja e revele as
escolhas erradas que tenho feito, pois sei que desagradam seu coração. Tenha
misericórdia de mim e me perdoe. Ajude-me a viver como filho(a) obediente,
meu Pai. Oro em nome de Jesus. Amém!
DIA 27

A oração de um homem amado por Deus


e a revelação do fim dos tempos
Enquanto eu estava falando e orando, confessando o meu pecado e o
pecado de Israel, meu povo, e trazendo o meu pedido ao Senhor, o meu
Deus, em favor do seu santo monte — enquanto eu ainda estava em
oração, Gabriel, o homem que eu tinha visto na visão anterior, veio
voando rapidamente para onde eu estava, à hora do sacrifício da tarde.
Ele me instruiu e me disse: “Daniel, agora vim para dar-lhe percepção
e entendimento”. Assim que você começou a orar, houve uma resposta,
que eu lhe trouxe porque você é muito amado. Por isso, preste atenção à
mensagem para entender a visão. – Daniel 9.20- 23
Setenta semanas estão decretadas para o seu povo e sua santa cidade a
fim de acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar as culpas,
trazer justiça eterna, cumprir a visão e a profecia, e ungir o santíssimo.
“Saiba e entenda que, a partir da promulgação do decreto que manda
restaurar e reconstruir Jerusalém até que o Ungido, o líder, venha,
haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas. Ela será reconstruída
com ruas e muros, mas em tempos difíceis. Depois das sessenta e duas
semanas, o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele. A cidade
e o Lugar Santo serão destruídos pelo povo do governante que virá. O
fim virá como uma inundação: guerras continuarão até o fim, e
desolações foram decretadas. Com muitos ele fará uma aliança que
durará uma semana. No meio da semana ele dará fim ao sacrifício e à
oferta. E numa ala do templo será colocado o sacrilégio terrível, até
que chegue sobre ele o fim que lhe está decretado”. – Daniel 9.24-27
Muitos questionam sobre como obter respostas claras e rápidas da parte
de Deus a situações da vida como os homens do passado obtinham. Ora, os
homens do passado passavam tempo com Deus, silenciavam seus
pensamentos e lábios na presença do Senhor. Jejuavam, suplicavam e
aguardavam com paciência. Orar é passar tempo com um amigo íntimo. Era
isso que Daniel fazia três vezes por dia, e creio que, quando a situação
exigia, ele passava mais tempo ainda.
Os versículos de hoje contam que Daniel estava orando pelo seu povo,
pois o período dos 70 anos do cativeiro chegava ao fim e ele queria saber
como seria o retorno do seu povo a Jerusalém e também quando as práticas
dos sacrifícios seriam restabelecidas no templo de Jerusalém. Ou seja,
quando a vida espiritual do seu povo seria restaurada. Foi durante esse
período de oração de Daniel que Deus trouxe a resposta que ele buscava.
Aprendemos algumas lições nesta oração de Daniel:
1. Deus respondeu a oração de Daniel imediatamente
Deus teve pressa em enviar o anjo Gabriel para atender e satisfazer o
desejo do coração de Daniel nas questões que envolviam o término do
cativeiro babilônico porque Deus o amava. Daniel havia passado tempo na
presença de Deus clamando, intercedendo pelo povo. Deus conhecia o zelo
do coração desse profeta, que estava sempre pronto a buscar e ouvir a Sua
voz. Há situações que exigem pressa da parte de Deus em responder, pois
Seu desejo é salvar e trazer livramento e paz o quanto antes àqueles a quem
Ele ama.
Tenho aprendido que as bênçãos de Deus virão em nossa direção quando
nos propusermos a passar tempo de oração, buscando o centro da Sua
vontade. Então, quando é chegada a hora da ação de Deus, a resposta chega
mais rápido do que poderíamos imaginar. O versículo 21 diz que: “…
Gabriel, o homem que eu tinha visto na visão anterior, veio voando
rapidamente para onde eu estava, à hora do sacrifício da tarde...”.
2. Deus falou de forma compreensível
Deus é sempre muito cuidadoso e detalhista. Ele enviou o anjo Gabriel
para comunicar sua mensagem e revelação a Daniel da forma que ele
compreendesse e não ficasse dúvida em seu coração e mente: “Ele me
instruiu e me disse: ‘Daniel, agora vim para dar-lhe percepção e
entendimento’” (v. 22). Portanto, não é plano de Deus nos deixar em dúvida
quanto à Sua vontade. Se não entendemos algo da parte de Deus, devemos
orar um pouco mais, e só tomarmos atitude quando estivermos certos do que
exatamente Deus deseja que façamos.
3. Deus confortou o coração de Daniel
O versículo 23 revela um dos lados do caráter Deus: “Assim que você
começou a orar, houve uma resposta, que eu lhe trouxe porque você é muito
amado...”. Deus confortou Daniel, dizendo-lhe que ele era muito amado. Foi
o amor de Deus que movimentou todo o processo de enviar o anjo, de
responder a oração de Daniel, de lhe revelar o futuro, principalmente sobre a
vinda do ungido de Deus, ou seja, o Messias, Seu Filho. Tudo o que Deus
faz é por amor.
4. Deus revelou o futuro
Nos versículos 24 a 27, Deus, então, traz uma grande revelação do Céu a
Daniel. Ele lhe desvenda Seu grande plano de não apenas salvar os judeus e
a cidade de Jerusalém, mas de oferecer a salvação eterna a toda a
humanidade.
Há, nesses versículos, grandes revelações quanto ao que está por
acontecer brevemente.
Ele fala do Messias e sua missão
“… até que o Ungido, o príncipe, venha (v. 25b)”. O Messias é descrito
como o Ungido e como o Príncipe. A Bíblia descreve Jesus como o Ungido
de Deus (Ungido significa Messias) e o Príncipe da Paz. Sua missão é
“acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar as culpas, trazer
justiça eterna” (v. 24).
A Bíblia diz que Jesus fez tudo isso quando morreu na cruz em nosso
lugar. Ali fomos reconciliados com Deus e declarados justos diante d’Ele.
Tudo o que Jesus fez na cruz já havia sido dito e revelado aos profetas,
portanto Deus cumpriu exatamente todas as palavras proféticas.
Ele fala do sofrimento e da rejeição do Messias
“… depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto, e já não
haverá tudo para ele” (v. 26a). Este versículo descreve a rejeição e a morte
do Messias. Jesus é o Messias sofredor, rejeitado entre os homens, até
abandonado por Deus (Mateus 27.46), por ter se feito pecado e maldição por
nós.
Ele fala da destruição de Jerusalém
“… a cidade e o Lugar Santo serão destruídos pelo povo do governante
que virá…” (v. 26b). Temos aqui a menção da destruição da cidade e do
templo de Jerusalém. Alguns comentaristas declaram que isso aconteceu na
época que Tito Vespasiano, um imperador romano que cercou a cidade de
Jerusalém e destruiu tudo e dispersou o povo em 70 d.C. Novamente vemos
o sofrimento como consequência da rejeição à Palavra de Deus, rejeição ao
Messias. Muitos o rejeitam até hoje.
Ele fala do triunfo do Messias
“… até que chegue sobre ele (o Anticristo) o fim que lhe está decretado”
(v. 27b). A derrota do Anticristo está descrita neste versículo. Jesus, o
Messias, foi rejeitado, mas o Anticristo, apresentado aqui por Daniel como
“assolador e destruidor”, é aceito pelo povo judeu, mas em um período curto
será derrotado pelo Messias, o que ocorrerá na segunda vinda de Cristo.
Mas o que significam as 70 semanas que o anjo falou a Daniel? O
versículo 24 menciona que: “Setenta semanas estão decretadas para o seu
povo e sua santa cidade…”. Antes de tudo, é preciso entender que as setenta
semanas são destinadas aos judeus, povo de Daniel.
Elas são divididas em três períodos de sete: o primeiro período de sete
“setes”; o segundo período de sessenta e dois “setes” e o terceiro período,
que é a septuaginta semana. Isto significa: 7 semanas + 62 semanas + 1
semana = 70 semanas. Cada semana pode ser entendida como anos.
Abaixo, temos o entendimento das semanas da seguinte maneira:

O primeiro período de sete “setes” corresponde ao período da


saída do povo do cativeiro babilônio até à reconstrução de Jerusalém
(portanto 49 anos, e isto já ocorreu).
O segundo período de sessenta e dois “setes” refere-se ao período
da reconstrução do templo em Jerusalém até à morte do Messias
(portanto, 434 anos, e isto também já ocorreu).
Mas falta o terceiro período, que é a septuaginta semana. Como o
texto é dirigido aos judeus, e os judeus rejeitaram o Messias – Jesus, o
filho de Deus, a última semana ainda não aconteceu, e Deus abriu uma
nova dispensação, que é a dispensação da graça, que envolve os gentios
convertidos, o período da Igreja. Esta dispensação da graça já se
prolonga por dois mil anos. Mas está prestes a ser encerrada com o
início da última semana de anos, a qual é chamada de “a grande
tribulação”. É na véspera do início da grande tribulação que a Igreja de
Cristo será arrebatada desta Terra e levada para as regiões celestiais. O
versículo 27 declara que o Anticristo “fará uma aliança que durará uma
semana. No meio da semana ele dará fim ao sacrifício e à oferta. E
numa ala do templo será colocado o sacrilégio terrível, até que chegue
sobre ele o fim que lhe está decretado”. Portanto, os líderes judeus, que
eu diria, ignorantes das Escrituras, farão uma aliança com o Anticristo.
A última semana de anos se divide em duas partes de três anos e meio
cada, e na metade delas o Anticristo romperá essa aliança, revelando
aos judeus quem ele realmente é. A partir daí, o Anticristo aumentará o
seu poder sobre o mundo, não somente no aspecto político, mas
também religioso, por isso do sacrilégio terrível. E seu fim, já
decretado por Deus, se dará com a segunda vinda de Cristo.
Se você não é um seguidor de Jesus, saiba que o objetivo principal
da profecia é alertá-lo sobre o juízo iminente, e oferecer a você a
oportunidade para entregar sua vida a Jesus e receber a salvação. Se
você é um seguidor de Jesus, o objetivo da profecia é que você
mantenha a sua aliança com o Senhor Jesus e, assim, seja arrebatado
com a Igreja no dia de Cristo Jesus.
Vamos orar!
Senhor Deus, muito obrigado pela oportunidade de conhecer um
pouco mais da sua Palavra e dos seus propósitos. Ajuda-me a permanecer
no caminho da salvação e anunciar a todos o que está para acontecer
conforme esta palavra. Perdoe os meus pecados e usa-me conforme a sua
vontade. Esta é minha oração, em nome de Jesus. Amém!
DIA 28

Um homem cujo coração está em Deus


e no seu povo
No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, Daniel, chamado Beltessazar,
recebeu uma revelação. A mensagem era verdadeira e falava de uma
grande guerra. Na visão que teve, ele entendeu a mensagem. Naquela
ocasião eu, Daniel, passei três semanas chorando. Não comi nada
saboroso; carne e vinho nem provei; e não usei nenhuma essência
aromática, até se passarem as três semanas.
Daniel 10.1-3
No vigésimo quarto dia do primeiro mês, estava eu em pé junto à
margem de um grande rio, o Tigre. Olhei para cima, e diante de mim
estava um homem vestido de linho, com um cinto de ouro puríssimo na
cintura. Seu corpo era como berilo, o rosto como relâmpago, os olhos
como tochas acesas, os braços e pernas como o reflexo do bronze
polido, e a sua voz era como o som de uma multidão.
Daniel 10.1-6
Somente eu, Daniel, tive a visão; os que me acompanhavam nada viram,
mas foram tomados de tanto pavor que fugiram e se esconderam. Assim
fiquei sozinho, olhando para aquela grande visão; fiquei sem forças,
muito pálido, e quase desfaleci. Então eu o ouvi falando e, ao ouvi-lo,
caí prostrado com o rosto em terra, e perdi os sentidos. – Daniel 10.7-9
Iniciamos hoje a reflexão sobre o capítulo 10 de Daniel. Neste capítulo,
estudaremos sobre intercessão e batalha espiritual.
1. Daniel se dispõe a clamar a Deus
A maioria de nós só começa a orar intensamente quando se sente em
apuros diante de uma situação difícil, não é verdade? Embora Daniel fosse
um homem de oração diária, afinal ele orava no mínimo três vezes por dia,
foi em um momento de intensa angústia, por causa da revelação que
recebeu, que ele sentiu a necessidade de intensificar suas orações e jejuns.
Não comeu nada saboroso, nem sobremesas especiais. Não comeu carne por
três semanas, nem bebeu vinho. Nem mesmo perfume ele usou durante esse
período: “não usei nenhuma essência aromática” (v. 3). O profeta Daniel
abriu mão de todas estas coisas para dedicar-se à oração e ao jejum parcial
por um período de três semanas, pois ele estava profundamente tenso e
angustiado.
O versículo 1 revela que: “No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, Daniel,
chamado Beltessazar, recebeu uma revelação. A mensagem era verdadeira e
falava de uma grande guerra”. A data nesse primeiro versículo é muito
significativa. A palavra ou visão veio a Daniel no terceiro ano de Ciro, rei
da Pérsia. Isso significava que estava chegando o fim do cativeiro do seu
povo, conforme predito pelo profeta Jeremias. Os setenta anos estavam se
concluindo nessa época e, no entanto, nada estava acontecendo. O povo de
Israel não mostrava sinais de arrependimento de seus pecados, como
instruído pelo Senhor, nem o interesse de deixar a Babilônia.
Quando viviam na Palestina, eles eram um povo agrícola, possuíam
rebanhos de ovelhas, mas, quando foram levados cativos para a Babilônia,
mudaram de atividade. Saíram de uma nação de ovelhas para uma nação de
comércio. Eles estavam ganhando muito dinheiro e por isso não pensavam
em retornar a Jerusalém. Mas Daniel sabia que era plano de Deus o retorno
e eles nunca poderiam encontrar a bênção ou o cumprimento das promessas
que Deus havia feito a eles como nação, a menos que voltassem para a sua
terra natal.
Então Daniel reuniu alguns de seus amigos, como veremos mais adiante,
e os convocou para uma reunião de oração com o propósito de clamar a
Deus e também exortar seu povo a retornar a Jerusalém. Juntos, oraram e
oraram. E, durante o tempo de oração, algo extraordinário aconteceu.
2. Daniel recebeu uma visita especial
“… Olhei para cima, e diante de mim estava um homem vestido de
linho, com um cinto de ouro puríssimo na cintura… (v. 5). Para Daniel, a
visão foi ao lado do rio Tigre, e para João, foi na ilha de Patmos. Muitos
séculos depois, enquanto oravam, a cortina que os separavam do reino
espiritual invisível caiu, e eles foram capazes de ver a quem estavam
clamando. Algo sobrenatural aconteceu. Daniel viu uma pessoa, cujos olhos
eram como tochas acesas e sua voz era como o som de uma multidão. Esta
descrição parece se referir à segunda pessoa da Trindade (o Filho de Deus –
Cristo). Daniel descreve sua vestimenta, seu corpo, seu rosto, os olhos, os
braços, os pés e sua voz. Se compararmos com a visão de João em
Apocalipse 1.13-17, veremos sua semelhança.
Isto me lembra uma história semelhante, descrita em 2 Reis 6, quando o
profeta Eliseu e seu servo estavam na pequena cidade de Dotã, na Palestina.
O rei da Síria estava irado com Eliseu, então enviou um grande exército de
noite, quando Eliseu estava dormindo, e cercou a cidade:
O servo do homem de Deus levantou-se bem cedo pela manhã e, quando
saía, viu que uma tropa com cavalos e carros de guerra havia cercado a
cidade. Então ele exclamou: “Ah, meu senhor! O que faremos?” O
profeta respondeu: “Não tenha medo. Aqueles que estão conosco são
mais numerosos do que eles”. – 2 Reis 6.15,16
O servo não estava vendo nada até o Senhor lhe abrir os olhos.
O que aconteceu com Daniel foi simplesmente que a cortina havia caído,
seus olhos espirituais foram abertos, e ele viu Aquele a quem a oração
estava sendo dirigida. Somente Daniel teve a visão. Os que estavam com ele
nada viram, mas, talvez pela reação de Daniel, eles ficaram apavorados e
fugiram de medo, escondendo-se. Daniel, então, sozinho diante daquela
visão, perdeu suas forças e por pouco não desmaiou (vs. 7-8). Que
experiência! Ele foi tomado pelo que viu e pela grandeza d’Aquele a quem
viu. Ele não podia acreditar que, de repente, estava diante do Senhor Todo-
poderoso.
Mas a experiência continua e, no versículo 9, Daniel descreve que,
quando o Todo Poderoso fala, ele se prostra e, então, perde completamente
os sentidos. O profeta Daniel, além de ver a majestade do Filho de Deus,
ouve o som de suas palavras. Era algo tremendo demais para ele. Então seu
corpo não suporta tamanha glória.
O que causa em você ler uma experiência como esta? A mim não me
gera medo, mas o desejo de vivenciá-la também. Eu sei que o Filho de Deus
pode se revelar a quem Ele quiser e do jeito que quiser, mas também sei que
precisamos buscá-lo de todo o coração, como diz o profeta Jeremias:
Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei. Vocês me
procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração. Eu
me deixarei ser encontrado por vocês, declara o Senhor. – Jeremias
29.12-14
Recentemente fui ao Egito participar de um Retiro Espiritual e fiquei
impressionado com tantos testemunhos que ouvi de ex-muçulmanos, agora
cristãos, que entregaram suas vidas a Jesus por Ele se revelar a eles em
sonhos e em visões. Que maravilha! Quem passa por experiências tão
extraordinárias com o Senhor Jesus nunca mais é o mesmo!
Vamos orar!
Senhor, meu Deus, meu coração se enche de alegria e expectativas por saber
que o Senhor permite ser encontrado se eu o buscar de todo o meu coração.
Clamo por mim e por todos os que leem esta reflexão bíblica nessa hora. Clamo
para que possamos ter experiências com o seu Espírito Santo e também ter
nossos olhos espirituais abertos para ver como o Senhor vê. Em nome de Jesus
eu clamo. Amém!
DIA 29

A batalha espiritual durante a oração


Em seguida, a mão de alguém tocou em mim e me pôs sobre as minhas
mãos e os meus joelhos vacilantes. E ele disse: “Daniel, você é muito
amado. Preste bem atenção ao que vou falar; levante-se, pois eu fui
enviado a você”. Quando ele me disse isso, pus-me em pé, tremendo. E
ele prosseguiu: “Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que
você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus,
suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas. Mas o
príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante vinte um dias. Então
Miguel, um dos príncipes supremos, veio em minha ajuda, pois eu fui
impedido de continuar ali com os reis da Pérsia. – Daniel 10.10-13
Depois da extraordinária experiência de Daniel ao ver e ouvir o Todo
Poderoso e desfalecer em Sua presença, ele é despertado por uma mão que o
toca e o ajuda a se erguer. Era a mão de um segundo ser, agora um anjo, que
vem em seu socorro. Não parece provável que seja a mesma pessoa que ele
viu pela primeira vez, o homem vestido de linho com olhos como tochas de
fogo. O restante da visão indica que era um anjo enviado pelo Filho de Deus
para ajudar Daniel, que se levanta ainda tremendo, e ouve o que ele passa a
lhe revelar. O anjo lhe explica, então, que havia uma batalha acontecendo no
mundo espiritual, desde o momento em que Daniel inicia seu processo de
busca intensa com orações e jejuns.
É interessante saber o que acontece nos bastidores espirituais quando
oramos. Há batalhas sendo travadas entre os anjos de Deus, que estão à Sua
disposição para cumprir seus propósitos na Terra, e os anjos caídos, que
tentam impedir que as bênçãos alcancem os amados de Deus.
Daniel agora tem seus olhos abertos para ver o que está por trás da
oração. O anjo vem em seu auxílio e mostra alguns fatos interessantes
acerca do mundo espiritual.
1. Deus ouviu sua oração
A primeira grande revelação que o anjo apresentou a Daniel foi que sua
oração havia sido respondida tão logo ele começara a orar: “Não tenha
medo, Daniel! Desde o primeiro dia em que você decidiu buscar
entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram
ouvidas, e eu vim em resposta a elas” (v. 1). Que sensível e tremendo da
parte de Deus, não é verdade? Ele ouve e responde quando o buscamos
corretamente.
O anjo lhe disse que no exato momento em que ele, Daniel, começou a
orar, isto é, três semanas antes, Deus já ouviu e enviou o anjo em resposta.
Naturalmente, Daniel estava orando e perguntando submisso à vontade de
Deus, com base no que o profeta Jeremias havia predito. A oração não é um
meio pelo qual tentamos convencer Deus a fazer o que queremos. A oração
é o meio pelo qual nos envolvemos no que Deus quer, nos seus projetos para
a nossa vida neste mundo. Enquanto oramos submissos à sua vontade, nos
submetemos aos seus planos e propósitos.
Foi isso que Jesus nos ensinou no Sermão da Montanha. Ele diz que não
precisamos persuadir Deus, estabelecer um piquete ao redor dele para forçá-
lo a ceder aos nossos pedidos. A oração não é uma demonstração de
protesto diante de Deus. Não devemos usar de vãs repetições para
convencer a Deus, como fazem os pagãos. Não! Jesus disse que o Pai sabe o
que você precisa antes mesmo que você o peça. Portanto, a oração não é
para dizer a Deus o que Ele deve fazer. Nós precisamos entender isso. A
oração, ao contrário, é nos envolvermos com o que Ele quer fazer. Se nada
está acontecendo é porque não lhe pedimos corretamente, como Daniel o
fez. E também como Tiago nos ensina:
… Não têm, porque não pedem. – Tiago 4.2
Com Daniel, aprendemos que Deus responde às orações com base em
três atitudes: pedir, procurar e insistir. Daniel clamou a Deus pelo seu povo;
ele procurou e pesquisou relativamente às promessas de Deus feitas aos
profetas; e insistiu com Deus pela sua intervenção e cumprimento. O
próprio Jesus fala sobre isto:
Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será
aberta. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e àquele que
bate, a porta será aberta. – Mateus 7.7-8
As respostas são absolutamente certas quando a oração é feita com base
no que Deus disse que fará. Isto é o que o anjo deixou claro para Daniel:
“No momento em que você começou a orar”, disse ele, “a resposta foi
dada”.
2. Atrasos são possíveis?
Embora a resposta de Deus tenha sido enviada imediatamente, ela não
chegou por três semanas. Mas por que não? O anjo disse: “o príncipe do
reino da Pérsia me resistiu durante vinte um dias”. O que o anjo está
dizendo a Daniel é que havia uma grande batalha espiritual acontecendo
quando suas orações estavam sendo realizadas. Por trás dos assuntos da
Terra, há anjos do mau agindo, assim como Paulo diz em Efésios 6. O anjo
maligno, que tinha autoridade sobre o reino da Pérsia, fez oposição ao anjo
que havia sido enviado a Daniel e o segurou por vinte e um dias. Nós não
sabemos como isso se deu, mas o anjo disse que Miguel, um dos príncipes
supremos, um anjo guerreiro vindo do Céu, veio para ajudá-lo, e, com seu
poder extra, a resposta foi trazida até Daniel, que nada sabia do que
acontecia nos “bastidores”.
Assim, atrasos podem ocorrer em oração. Na próxima vez que você tiver
uma oração que não for respondida tão rapidamente quanto você espera,
lembre-se de que você pode estar envolvido em uma grande batalha
espiritual. Pode haver atrasos, mas nenhum atraso pode impedir o
cumprimento dos planos de Deus, pois tudo está sob o Seu controle e no Seu
tempo. Enquanto houver oração com fé, fundamentada na Palavra de Deus,
Ele sempre enviará seus anjos para lutar as batalhas espirituais e garantir
que a resposta chegue.
3. O mundo físico e o espiritual
A experiência que o anjo contou a Daniel nos ensina que a nossa vida
não se resume ao mundo natural. Mesmo que não tenhamos uma visão do
que acontece no mundo espiritual, ele existe e influencia o mundo físico. E,
como vimos acima, existe uma batalha acontecendo entre os dois mundos.
Ela é invisível, mas real.
O apóstolo Paulo também fala sobre isto na carta aos Efésios, quando
diz:
… pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e
autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as
forças espirituais do mal nas regiões celestiais. – Efésios 6.12
Este versículo confirma que há resistência espiritual às orações do povo
de Deus como houve à oração de Daniel. Mas qual é a arma dada ao povo
de Deus para esta guerra? A resposta está na própria experiência de Daniel:
a persistência na oração. Daniel orou por 21 dias.
Por quanto tempo você tem orado para Deus intervir em uma situação?
Suas intercessões por um ente querido ou uma situação têm demandado
tempo na presença de Deus? Temos de ser persistentes, além de apresentar
pedidos que estejam em concordância com a Palavra de Deus. Assim Ele
providenciará a resposta no tempo e do modo certo.
Vamos orar!
Pai de amor, o Diabo sempre procura roubar a minha paz, matar a minha
comunhão com o Senhor e destruir nossa intimidade. Sei também que ele
procura interceptar e atrasar suas respostas às minhas orações. Por isso, eu
peço que me dê forças para perseverar em oração. Ajude-me a discernir o
tempo do cumprimento da sua promessa, a fim de que eu possa orar e viver de
acordo com a sua vontade. É a minha oração, e a faço em nome de Jesus.
Amém.
DIA 30

Toque dos céus


Agora vim explicar-lhe o que acontecerá ao seu povo no futuro, pois a
visão se refere a uma época futura. “Quando ele me disse isso, prostrei-
me, rosto em terra, sem conseguir falar. Então um ser que parecia
homem tocou nos meus lábios, e eu abri a minha boca e comecei a falar.
Eu disse àquele que estava em pé diante de mim: Estou angustiado por
causa da visão, meu senhor, e quase desfaleço. Como posso eu, teu
servo, conversar contigo, meu senhor? Minhas forças se foram, e mal
posso respirar.” – Daniel 10.14-17
O ser que parecia homem tocou em mim outra vez e me deu forças. Ele
disse: “Não tenha medo, você, que é muito amado. Que a paz seja com
você! Seja forte! Seja forte!” Ditas essas palavras, senti-me fortalecido
e disse: Fala, meu senhor, visto que me deste forças. Então ele me disse:
“Você sabe por que vim? Tenho que voltar para lutar contra o príncipe
da Pérsia e, logo que eu for, chegará o príncipe da Grécia; mas antes
lhe revelarei o que está escrito no Livro da Verdade. E nessa luta
ninguém me ajuda contra eles, senão Miguel, o príncipe de vocês.”
Daniel 10.18-21
O anjo do Senhor foi a Daniel para revelar a ele não apenas o que
aconteceria nos anos seguintes de sua era, mas também sobre os
acontecimentos do fim dos tempos (v. 14). Esta revelação será explicada nos
capítulos 11 e 12 de Daniel. Veremos hoje que Daniel necessitava de um
toque dos céus para ser fortalecido diante das grandes revelações que
estavam por vir.
1. Obedecer mesmo sem vontade
A segunda vez que Deus tocou em Daniel, por meio do anjo (vs. 15-17),
foi uma experiência tão tremenda que drenou toda a sua força física. Isso
nos ensina que a oração, muitas vezes, pode doer não somente na alma, mas
também no nosso corpo. Há um desgaste físico e espiritual quando estamos
na “brecha” da intercessão.
Mas, enquanto o anjo lhe falava, ele se prostrou, rosto em terra, e não
conseguiu falar. Algo o travou. Possivelmente foi a dor em sua alma, diante
da revelação de Deus. Há situações que nos deixam sem palavras, sem ação,
sem saída, sem vontade. No caso de Daniel, o anjo tocou seus lábios e,
mesmo fraco fisicamente e mentalmente, ele voltou a falar. Eu aprendo
nesta experiência que o quebrantamento de coração e a disposição em
obedecer a Deus, mesmo sem forças ou sem vontade, traz o toque e o poder
de Deus, que nos aponta a solução para situações que podem estar nos
paralisando. Logo, quando você estiver sem forças, sem vontade, tente uma
vez mais, duas vezes mais… Não devemos nos posicionar com base em
nossas vontades ou nossos sentimentos, mas na ordem da Palavra de Deus.
2. Paz no meio da batalha
O terceiro e último toque que Daniel recebeu de Deus, por meio do anjo
(vs. 18-21), trouxe fortalecimento ao seu corpo e alma. O anjo lhe disse:
“Não tenha medo, você que é muito amado”. Então, o anjo continuou
dizendo: “que a paz seja com você! Seja forte! Seja forte!” Deus sabe, ouve
e vê como está o nosso coração. Sempre que precisamos, Ele vem ao nosso
encontro para nos animar e encorajar como fez com Daniel.
Isto me lembra as palavras de Paulo:
Não andem ansiosos por coisa alguma [não tenham medo], mas em tudo,
pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a
Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o
coração e a mente de vocês em Cristo Jesus. – Filipenses 4.6-7
Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-
nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia. – 2 Coríntios
4.16
Paz! Esta é uma maravilhosa sensação de que tudo está bem, mesmo que
nada tenha mudado. Você tem procurado ter paz em seu coração como
Daniel foi estimulado a ter? A paz significa força para o corpo. Quando o
coração está em paz, o corpo é fortalecido e ganha coragem para que a
batalha seja retomada. É isso que a oração faz: ela traz paz ao coração e
ânimo para a alma.
Por isto, o anjo lhe diz duas vezes: “seja forte, seja forte”. O anjo
reafirma que ele é amado por Deus e ministra sobre ele a paz, em meio
àquele turbilhão de revelações. E ainda envia o anjo guerreiro, chamado
Miguel, para lutar em seu favor.
Até aqui, vimos a introdução para os capítulos 11 e 12 do livro de
Daniel. Lá encontraremos a maior visão que Daniel já recebeu. É um
desdobramento maravilhoso de muitos dos eventos que estão por vir na
História, desde os dias de Daniel até a primeira aparição do Senhor Jesus, e
então há um grande salto para o tempo do fim, quando, de uma forma muito
clara e viva, é dito a Daniel o que vai acontecer no final desta era, pouco
antes de Jesus Cristo voltar. Nós ainda nem chegamos àqueles dias, mas os
olhos de Daniel foram abertos e ele pôde ver o que está escrito no Livro da
Verdade e compreendê-lo.
Jesus disse:
Mas, quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade.
Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e anunciará a vocês o
que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o
tornará conhecido a vocês.
João 16.13-14).
O Espírito da verdade já veio e está disponível para guiar todo aquele
que crê em Jesus e obedece a sua Palavra. Hoje podemos ter acesso ao plano
de Deus por meio da Bíblia. Precisamos lê-la, conhecê-la e viver o que nela
está escrito. Quanto mais conhecermos as Escrituras, mais oraremos de
acordo com a vontade de Deus, assim como Daniel fazia.
A experiência de Daniel nos desperta para o entendimento de que há
uma luta sendo travada nas regiões celestiais para impedir que as bênçãos de
Deus cheguem a nós; mas também nos revela que o poder de Deus é
liberado por meio da oração. Desta forma, é preciso perseverarmos na
oração para, assim, termos acesso às bênçãos e provisões reservadas a cada
um de nós.
Vamos orar!
Senhor Deus, obrigado por me permitir aprender das coisas espirituais
através da sua Palavra. Ensina-me sempre através dela, pois não quero entrar
em luta espiritual usando armas erradas, mas, sim, somente aquelas que o
Senhor já disponibilizou para nós usarmos. Senhor, ajuda-me em minha
pequena fé, em minha inconstância. Quero ser um cristão perseverante na
oração como a sua Palavra me ensina. Esta é minha oração, em nome de Jesus.
Amém!
DIA 31

Como você lida com as


motivações ruins do coração?
… sendo que, no primeiro ano de Dario, rei dos medos, ajudei-o e dei-
lhe apoio. Agora, pois, vou dar-lhe a conhecer a verdade: Outros três
reis aparecerão na Pérsia, e depois virá um quarto rei, que será bem
mais rico do que os anteriores. Depois de conquistar o poder com sua
riqueza, instigará todos contra o Reino da Grécia. Então surgirá um rei
guerreiro, que governará com grande poder e fará o que quiser. Logo
depois de estabelecido, o seu império se desfará e será repartido para
os quatro ventos do céu. Não passará para os seus descendentes, e o
império não será poderoso como antes, pois será desarraigado e
entregue a outros.
Daniel 11.1-4
Falamos na reflexão anterior que Daniel foi um intercessor do seu povo.
Ele orou, chorou e clamou por 21 dias, até que Deus enviou o anjo para
atender seu pedido, bem como o anjo Miguel para lutar em favor dele na
batalha espiritual.
Neste capítulo 11, que refletiremos hoje, veremos que o anjo continua
falando com Daniel e detalha o sofrimento que seu povo passará, a mando
de reis e por meio de muitas perseguições e guerras. Daniel já tinha ouvido
de Deus a respeito dos períodos dos reinos, da opressão dos governadores,
mas agora ele vê e ouve com detalhes o que irá acontecer.
O pano de fundo dessa visão é o capítulo 10, onde nos é dito que Daniel
recebeu permissão para ver os bastidores enquanto orava. Daniel pôde ver o
próprio Filho de Deus em glória e majestade, assim como João o viu na ilha
de Patmos. Você pode imaginar o efeito de tudo isso sobre o profeta Daniel?
Ele tem sua energia drenada e cai com o rosto ao chão. Mas um anjo é
enviado para ajudá-lo e dar a visão detalhada dos eventos futuros.
É surpreendente a exatidão como todos os acontecimentos profetizados a
Daniel pelo anjo se cumpriram e coincidem com a história da humanidade.
1. Quatro reis persas
Nos versículos 1 e 2, o anjo esclarece a Daniel que no início do reinado
do rei Dario ele mesmo havia se levantado para dar ânimo a Daniel e o
fortalecer, mas, naquele momento, sua missão seria anunciar-lhe os
acontecimentos futuros. E, assim, o anjo passa a declarar-lhe que três reis
persas sucederiam ao rei Dario, o Medo; em seguida, viria um quarto rei,
bastante poderoso, chamado Xerxes. Este, com seu poder e riqueza,
financiaria uma grande guerra contra a Grécia.
2. Rei Alexandre, o Grande
O anjo continua seu relato falando a respeito de um rei guerreiro, que
governaria com muito poder, mas que, depois que seu reinado fosse
estabelecido, ele se desfaria e seria entregue a outros, ou seja, seus
descendentes não dariam continuidade ao seu reinado (vs. 3 e 4). O rei de
quem o anjo se referia era Alexandre, o Grande, o poderoso rei da Grécia.
Ele foi um rei guerreiro, estrategista, astuto; um jovem que foi educado por
Aristóteles, um dos homens mais sábios da Antiguidade. Alexandre
conquistou o mundo em 10 anos. Morreu aos 33 anos de idade na cidade da
Babilônia.
3. Reis da Síria e do Egito
Os versículos seguintes do capítulo 11 revelam a alternância de poder
entre os reis. Em dado momento da História, o mundo estava nas mãos da
Síria, em outro momento, nas mãos do Egito. Os versículos 5 e 6 falam de
uma aliança: “A filha do rei do sul fará um tratado com o rei do norte, mas
ela não manterá o seu poder, nem ele conservará o dele. Naqueles dias ela
será entregue à morte, com sua escolta real e com seu pai e com aquele que
a apoiou” (v. 6). O rei do Sul refere-se ao rei do Egito, chamado Ptolomeu
Filadelfo, um dos generais de Alexandre, o Grande; e o reino do Norte, a
Síria, era governado por Antíoco II. A filha do rei do Sul, Berenice, foi dada
em casamento ao rei do Norte para assegurar uma aliança entre os reinos.
Mas o casamento não teve o fim esperado, pois Berenice foi assassinada
pela ex-mulher de Antíoco, e a aliança se tornou inviável.
Os versículos de 7 a 12 revelam a derrota do reino do Norte. O rei do
Egito, do Sul, matou todos os que assassinaram Berenice. E também levou
todos os tesouros do Norte para a sua terra.
Nos versículos de 13 a 16, lemos que a guerra virou de lado, ou seja, a
superioridade do rei do Sul não durou muito, pois o rei do Norte se
reestruturou, recebeu apoio de outros povos, e, em grande batalha, derrotou
o reino do Sul, o Egito.
Mas adiante, nos versículos de 17 a 20, vemos que o conflito entre a
Síria e o Egito continuaria. Dessa vez, o rei da Síria (Norte) dá a sua filha ao
rei do Egito (Sul) em casamento, mas não com intenções de aliança, como
na outra tentativa. Agora o plano é derrubar o rei do Sul. Essa filha do rei do
Norte se chamava Cleópatra, e foi apresentada para celebrar um contrato de
casamento com Ptolomeu V, que tinha aproximadamente 12 anos. O
casamento ocorreu cinco anos depois, mas o plano maquiavélico do rei do
Norte deu errado, porque Cleópatra ficou do lado do seu marido, e não do
seu pai. Então o rei do Norte tentou outras guerras com outros povos e foi
derrotado.
As constantes guerras e traições abalaram o reino do Sul de tal maneira
que suas conquistas e intenções de poder foram se arrefecendo.
Em meio a tantos conflitos se descortinando diante de si, o povo judeu
sofreu muito, porque seu território servia de passagem ou mesmo de campo
de batalha desses dois reinos.
Tais acontecimentos históricos nos confirmam o quanto o ser humano
sem Deus é maquiavélico, egoísta, orgulhoso, soberbo, pois trama e
manipula situações com intenções de beneficiar a si próprios; alimenta
desejos de vingança, de provocações, de ódio, e até de morte. O ser humano
sem Deus nunca está satisfeito com o que tem, e não possui limites para os
seus intentos. Infelizmente, mesmo no meio cristão, estamos constantemente
sujeitos à convivência com pessoas dessa natureza, pois no seio da Igreja, há
muito “joio no meio do trigo”.
As profecias de Daniel nos mostrarão ainda que os fatos narrados neste
capítulo são apenas um vislumbre do que o anticristo fará à humanidade.
Mas sobre isso falaremos nas próximas reflexões.
Agora quero convidar você a refletir sobre o que tem motivado o seu
coração a agir da forma como tem agido com as pessoas com as quais
convive. Quais são as reais motivações do seu coração e como você lida
com elas?
Vamos orar!
Senhor, meu Deus, como é triste ler e saber de tantas tragédias, guerras,
tantas maldades. Sabemos que tudo isto é decorrente de um coração
pecaminoso que está dentro de nós. Por isso eu peço: perdoa-nos por agirmos de
forma egoísta, às vezes com sentimento de vingança; perdoa-nos, Senhor. Que o
teu Espírito sempre nos ajude a controlar nossos temperamentos. E que o fruto
do nosso relacionamento com o Senhor produza comportamentos sadios, que
reflitam os princípios do seu Reino. Esta é a minha oração, em nome de Jesus.
Amém!
DIA 32

A soberania de Deus na condução da história


Ele será sucedido por um ser desprezível, a quem não tinha sido dada a
honra da realeza. Este invadirá o reino quando o povo se sentir seguro,
e se apoderará do reino por meio de intrigas. Então um exército
avassalador será arrasado diante dele; tanto o exército como um
príncipe da aliança serão destruídos. Depois de um acordo feito com
ele, agirá traiçoeiramente, e com apenas um pequeno grupo chegará ao
poder. Quando as províncias mais ricas se sentirem seguras, ele as
invadirá e realizará o que nem seus pais nem seus antepassados
conseguiram: distribuirá despojos, saques e riquezas entre seus
seguidores. Ele tramará a tomada de fortalezas, mas só por algum
tempo. – Daniel 11. 21-24
Suas forças armadas se levantarão para profanar a fortaleza e o
templo, acabarão com o sacrifício diário e colocarão no templo o
sacrilégio terrível. Com lisonjas corromperá aqueles que tiverem
violado a aliança, mas o povo que conhece o seu Deus resistirá com
firmeza. “Aqueles que são sábios instruirão a muitos, mas por certo
período cairão à espada e serão queimados, capturados e saqueados.
Quando caírem, receberão uma pequena ajuda, e muitos que não são
sinceros se juntarão a eles. Alguns dos sábios tropeçarão para que
sejam refinados, purificados e alvejados até a época do fim, pois isso só
acontecerá no tempo determinado. O rei fará o que bem entender. Ele
se exaltará e se engrandecerá acima de todos os deuses e dirá coisas
jamais ouvidas contra o Deus dos deuses. Ele terá sucesso até que o
tempo da ira se complete, pois o que foi decidido irá acontecer.
Daniel 11.31-36
O capítulo 11, nos versículos de 1 a 20, tratou acerca dos reinos que se
levantam e caem e da soberania e controle de Deus. Os versículos de 21 a
35 deste mesmo capítulo falam sobre outro rei sírio muito perverso.
Vejamos algumas de suas características.
1. Um rei astuto
O rei astuto, relatado nos versículos de 21 a 23, refere-se ao rei Antíoco
IV. Ele era um homem cruel, ganancioso e imoral. Sua ascensão ao trono se
deu por meio de intrigas e seduções. Entrou em guerra contra Ptolomeu do
Egito e em seguida fez uma aliança com ele para o dominar. Ele conquistou
muitas fortalezas de forma astuta e imoral (v. 24).
2. Um rei guerreiro
Antíoco Epifânio, o Antíoco IV, derrotou o rei do Egito, do Sul, por
causa de planos traiçoeiros. A consequência foi o massacre dos egípcios.
Depois os dois reis tentaram um acordo, mas, como não havia sinceridade
entre eles, o acordo não se firmou (v. 25).
Mais adiante, nos versículos 28 a 30, vemos uma guerra sendo travada
contra os judeus: “O rei do norte voltará para a sua terra com grande
riqueza, mas o seu coração estará voltado contra a santa aliança. Ele
empreenderá ação contra ela e depois voltará para a sua terra” (v. 28).
Antíoco, após sua vitória contra o Egito, volta para a sua terra, a Síria, cheio
de riquezas e, aparentemente, invencível. Pouco tempo depois, decide mais
uma vez guerrear contra o Egito, no entanto, desta vez, não se deu muito
bem. Diz o verso 30 que os romanos o resistiram e, por isso, foi em direção
à Palestina e seduziu os judeus, descritos aqui como “santa aliança” para se
aliar com eles.
3. Um rei cruel
Por ele possuir um ódio mortal dos judeus (vs. 31-35), Antíoco profanou
o templo em Jerusalém, cessou os sacrifícios diários, que era uma prática
religiosa dos judeus, levantou um altar com ídolo dentro do templo e
mandou sacrificar um porco no altar (o porco é considerado um animal
impuro para o judeu) e ainda mandou borrifar o sangue do porco em todo o
templo. Ele foi um rei cruel, para não dizer demoníaco.
Contudo, havia homens que conheciam a Deus, tementes ao Senhor, e
estes não cederam à sedução e à intimidação do rei. Eles, com sabedoria,
andavam entre o povo ensinando as Escrituras, pregando a Palavra de Deus,
mesmo sob ameaça de morte. Muitos desses sábios e corajosos foram
mortos e muitos dos que sobreviveram permaneceram fiéis a Deus.
4. O anticristo
Nos versos 36 a 39, Daniel descreve um rei com as características do
Anticristo devido à sua crueldade, perversidade e ousadia. “O rei fará o que
bem entender. Ele se exaltará e se engrandecerá acima de todos os deuses e
dirá coisas jamais ouvidas contra o Deus dos deuses (v. 36a). O texto diz
que ele blasfemará contra Deus, adorará a si mesmo e ainda exigirá que
todos o adorem também.
As atrocidades desse rei são destacadas nos versículos 40 a 45, quando
revela que ele perseguirá de forma cruel, preserva e sanguinária o povo de
Deus. Ele fará essa perseguição em todos os países, como uma enchente.
Nada e nenhum lugar escapará de sua mão: “Também invadirá a Terra
Magnífica. Muitos países cairão, mas Edom, Moabe e os líderes de Amom
ficarão livres da sua mão. Ele estenderá o seu poder sobre muitos países (v.
41).
Mas o versículo 45 diz que ele será derrotado com a mão forte de Deus:
“… No entanto, ele chegará ao seu fim, e ninguém o socorrerá”.
Não há dúvidas quanto à fidelidade e soberania do nosso Deus. Ele
cumpre o que promete. Tudo o que está nas Escrituras já tem se cumprido.
Não precisamos temer, nem desanimar, mas permanecermos firmes, fazendo
a Sua vontade e aguardando o grande livramento do nosso Deus. O que
vemos acontecendo ao longo da história, guerras, maldades, tragédias,
governantes ditadores e cruéis, tudo está sob o controle do Senhor do
Universo. Um dia todo o sofrimento chegará ao fim com a chegada do Filho
de Deus, que aniquilará as ciladas, armas e estratégias de Satanás, do
anticristo e de todo o mal.
Vamos orar!
Senhor Deus, muito obrigado por nos alertar, pela tua palavra, da estratégia
de Satanás em destruir o mundo. Como é bom saber que o Senhor sempre
vence o mal; vence Satanás e vencerá o anticristo. Dá-nos sempre forças para
buscar o Senhor e a sua Palavra. Quero crescer a cada dia nesta comunhão
contigo. Oro em nome de Jesus. Amém!
DIA 33

Tempo do fim
Naquela ocasião Miguel, o grande príncipe que protege o seu povo se
levantará. Haverá um tempo de angústia como nunca houve desde o
início das nações até então. Mas naquela ocasião o seu povo, todo
aquele cujo nome está escrito no livro, será liberto. Multidões que
dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para
a vergonha, para o desprezo eterno. Aqueles que são sábios reluzirão
como o fulgor do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão
como as estrelas, para todo o sempre. Mas você, Daniel, feche com um
selo as palavras do livro até o tempo do fim. Muitos irão por todo lado
em busca de maior conhecimento. – Daniel 12.1-4
Então eu, Daniel, olhei, e diante de mim estavam dois outros anjos, um
na margem de cá do rio e outro na margem de lá. Um deles disse ao
homem vestido de linho, que estava acima das águas do rio: “Quanto
tempo decorrerá antes que se cumpram essas coisas extraordinárias? O
homem vestido de linho, que estava acima das águas do rio, ergueu
para o céu a mão direita e a mão esquerda, e eu o ouvi jurar por aquele
que vive para sempre, dizendo: “Haverá um tempo, tempos e meio
tempo. Quando o poder do povo santo for finalmente quebrado, todas
essas coisas se cumprirão”. – Daniel 12.5-7
Eu ouvi, mas não compreendi. Por isso perguntei: “Meu senhor, qual
será o resultado disso tudo?”. Ele respondeu: “Siga o seu caminho,
Daniel, pois as palavras estão seladas e lacradas até o tempo do fim.
Muitos serão purificados, alvejados e refinados, mas os ímpios
continuarão ímpios. Nenhum dos ímpios levará isto em consideração,
mas os sábios sim. “Depois de abolido o sacrifício diário e colocado o
sacrilégio terrível, haverá mil e duzentos e noventa dias. Feliz aquele
que esperar e alcançar o fim dos mil trezentos e trinta e cinco dias.
“Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará e,
então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que
lhe cabe”.
Daniel 12.8-13
Na reflexão de hoje, falaremos do capítulo 12 de Daniel. Nele não
encontramos nenhum aspecto profético em relação às histórias das nações
como encontramos nos capítulos anteriores, principalmente no capítulo 11.
Mas compartilharemos os seguintes temas neste último capítulo de Daniel:
O tempo da angústia, a ressurreição dos mortos, a visão de anjos e a
conversa entre eles, e o tempo do fim.
1. Um tempo de angústia
O primeiro versículo do capítulo 12 alerta sobre o tempo de angústia que
haverá sobre a humanidade, um tempo de dor e sofrimento como nunca
houve antes. No entanto, o versículo afirma também que todo aquele cujo
nome está escrito no livro da vida será poupado do sofrimento: “Mas
naquela ocasião o seu povo, todo aquele cujo nome está escrito no livro será
liberto” (v.1).
Assim, compreendemos que, segundo a visão e revelação dada a Daniel,
há três importantes sinais que marcarão os momentos finais que antecedem
a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo, além dos citados por Jesus em
Mateus 24 e 25:

O Grande Príncipe, o arcanjo Miguel, se levantará para proteger o


povo de Israel – o arcanjo Miguel, príncipe de Deus, entrou em
batalha contra as forças do mal, a fim de que o anjo Gabriel levasse
a mensagem ao profeta. Miguel é o guardião de Israel contra as
potestades satânicas, identificadas como “reis e príncipes da Pérsia e
da Grécia”. No livro de Apocalipse, capítulo 12, fala de outra
batalha que o anjo Miguel lutará.
Um tempo de angústia surgirá como nunca houve antes.
Aqueles que tiverem seus nomes escritos no livro da vida serão
poupados.

Mas que tempo de angústia Daniel está se referindo? Ele se refere ao


período da grande tribulação. Esse tempo é denominado pelo profeta
Jeremias como “angústia de Jacó” (Jeremias 30.7). Mas por que angústia?
Por, possivelmente, se tratar do cumprimento das palavras ditas pelo profeta
Joel (Joel 3.2) e por João, escritas em Apocalipse 16.16. Ali vemos que se
trata da batalha do Armagedom. Os efeitos devastadores desta batalha
atingirão diretamente todas as nações do mundo, pelo fato de elas estarem
interligadas pelo processo da globalização. Inevitavelmente se instalará em
âmbito mundial o caos em todos os setores da sociedade, e toda a estrutura
montada pelo homem sucumbirá. A “grande angústia” se instalará em
virtude dos preparativos para a batalha do Armagedom e dos sinais cada vez
mais intensos e destrutivos que anunciarão o breve retorno do Messias.
De acordo com o sermão profético de Jesus, descrito em Mateus 24 e 25,
o fim do mundo será compreendido por alguns sinais: engano religioso,
guerras, terremotos, pragas, apostasia, perseguição, esfriamento do amor, a
pregação do evangelho em todo o mundo e o aparecimento do anticristo.
2. Da ressurreição dos justos
Os versículos 2 e 3 nos apresentam a doutrina da ressurreição dos
mortos: “Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida
eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno” (v. 2). Nestes
primeiros versículos, podemos considerar que acontecerão duas
ressurreições. O verso 2 fala dos nomes dos santos a ressuscitar para a vida
eterna e dos ímpios para a vergonha e o desprezo eterno.
Como Daniel está se referindo neste capítulo aos judeus, “povo santo”
(12.7b), a primeira ressurreição refere-se aos justos, portanto, aos judeus. Os
cristãos já foram ressuscitados no dia do arrebatamento. E a segunda
ressurreição pode referir-se aos “ímpios para a vergonha”, que ocorrerá após
o milênio (Apocalipse 20.12-13).
O versículo 4 chama atenção para a ordem expressa de Deus a Daniel:
“Mas você, Daniel, feche com um selo as palavras do livro até o tempo do
fim. Muitos irão por todo lado em busca de maior conhecimento”. Mas que
conhecimento? Das revelações do tempo do fim. Mesmo que as pessoas
usem toda a ciência e tecnologia disponíveis neste mundo globalizado em
que vivemos para tentar discernir as revelações e ter maior conhecimento do
que as Escrituras dizem, será impossível descobrir, pois Deus ordenou a
Daniel guardar a revelação até o tempo do seu cumprimento, e ainda
ordenou que ele selasse o livro. Portanto, os judeus não convertidos a Jesus
Cristo não terão acesso a elas a não ser que recebam o Espírito Santo, que
tem o poder para revelar todas as coisas. Como disse Paulo:
Todavia, como está escrito: “Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu,
mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o
amam”, mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito… para que
entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente… Quem não
tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe
são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas
espiritualmente.
1 Coríntios 2.9-14

3. A visão dos anjos e a conversa entre eles


Daniel, nos versículos 5 e 6, relata sobre a visão que teve com os dois
anjos. Um deles pergunta sobre o tempo do fim ao outro anjo. Ou seja,
quanto tempo haveria até o fim destas coisas extraordinárias? E a resposta
veio com um juramento. Levantando as duas mãos ao céu, o anjo diz:
“Haverá um tempo, tempos e meio tempo. Quando o poder do povo santo
for finalmente quebrado, todas essas coisas se cumprirão” (v. 7).
A expressão: “um tempo, tempos e meio tempo” pode realmente estar
significando três anos e meio (tempo = 1 semana/ano, tempo. = 2 semanas,
anos, e meio tempo = meia semana/meio ano), mas não há como precisar.
Com certeza, será um tempo abreviado pela intervenção de Deus.
4. O tempo do fim
Os versículos de 8 a 13 se referem ao tempo do fim. Diz o versículo 9
que as palavras desta profecia sobre o final dos tempos estão seladas e
lacradas. O ato de selar o livro, na época do profeta Daniel, dava a garantia
da veracidade do que havia sido revelado. Portanto, o selo do livro
assegurava que a revelação havia sido dada por Deus a Daniel.
Esta profecia, e sua revelação, não está restrita a apenas alguns que se
acham capazes de interpretá-la. Mas está aberta para todos que possuem o
Espírito Santo, pois é a Palavra de Deus. E também não foi escrita somente
para a nação de Israel, mas a todos quantos temerem a Deus e confiarem
suas vidas aos Seus cuidados.
Mas quando será o tempo do fim? A resposta do anjo vestido de linho a
Daniel foi: “as palavras estão seladas e lacradas até o tempo do fim” (v. 9).
Será que isto significaria que ele tinha de viver a vida sem saber, pois a
palavra estava lacrada? Creio que não, mas possivelmente sua compreensão
seria limitada, pois a palavra estava selada até a época do fim.
O versículo 10 se refere à perseguição ao povo santo, uma perseguição
que, em vez de destruir aqueles que professam o nome do Senhor, servirá de
purificação. No entanto, não será fácil suportar tamanha crueldade e
perseguição, por isso, no auge do tormento, o Messias virá pela segunda vez
para salvar e consolar seu povo.
A ação do anticristo, destacada nos versículos 11 e 12, mostra o seu
ataque às práticas religiosas dos judeus, o que revela mais uma crueldade ao
povo santo. Contudo, o texto diz que “haverá mil e duzentos e noventa dias.
Feliz aquele que esperar e alcançar o fim dos mil trezentos e trinta e cinco
dias”. Eu diria que esses são números enigmáticos, mas, com certeza,
revelam a soberania e o controle de Deus no tempo e na História.
Soberania é a palavra-chave do livro de Daniel, eu creio. Deus mantém o
controle sobre todos os acontecimentos da humanidade. Muito embora o
capítulo se encerre com relatos de acontecimentos trágicos e muito difíceis
para a humanidade, há também uma palavra de esperança para aqueles que
mantêm um caráter íntegro diante de Deus e dos homens. Aqueles que
perseverarem serão poupados de grande sofrimento (v.1). Precisamos nos
revestir dia a dia da presença e do poder de Cristo, lavar as nossas vestes
com o sangue do Cordeiro para que estejamos prontos para o arrebatamento
e a segunda vinda de Cristo, pois Ele próprio virá buscar a sua Igreja.
Vamos orar!
Senhor, muito obrigado pelo privilégio que tive de estudar o livro de Daniel.
Peço a tua ajuda para colocar em prática os ensinamentos, princípios e valores
que aprendi neste livro. É a minha oração, em nome de Jesus. Amém!
Epílogo

A vida de Daniel nos ensina que ser bem-sucedido não significa ter bens,
conquistar posições de poder, mas viver de forma íntegra e fiel a Deus.
O plano de Deus já está traçado e não há nada que possamos fazer para
mudar, a não ser orar para conhecer e compreender exatamente qual é este
plano. Desta forma, podemos nos ajustar a ele e sermos parceiros naquilo
que Ele deseja realizar por meio de nós. Isso nos garantirá uma vida bem-
sucedida em todas as esferas.
Devemos aprender com Daniel a usar as armas espirituais, em vez de
estratégias humanas para solucionar problemas do nosso cotidiano. A
oração sincera e fervorosa é muito mais poderosa para mudar as
circunstâncias.
Aprendemos com a vida e as revelações de Daniel que as pessoas são
muito mais importantes do que os planos e os programas. Deus não está
muito interessado em programas, mas nas vidas salvas e libertas do pecado.
Os planos vêm e vão; os reinos vêm e vão, mas a vida é eterna. Ela tem
muito mais valor para Deus do que planos, projetos e eventos.
Este livro não é apenas para ser lido, mas, principalmente, para nos
ajudar a levar uma vida de acordo com a vontade de Deus neste mundo,
onde os valores e os princípios eternos estão modificados, e sinalizar que em
breve o Reino de Deus será consumado.
Daniel passou sua vida no cativeiro. Desde o início de sua adolescência,
quando foi levado cativo, ele decidiu em seu coração não se contaminar com
as finas iguarias do rei, mantendo-se fiel ao seu Deus no meio de um povo
idólatra. Deus conta com homens e mulheres assim: íntegros, verdadeiros e
dispostos a pagar qualquer preço para viver e fazer a Sua vontade. Os que
assim procedem podem se considerar homens e mulheres bem-sucedidos
como Daniel.
Créditos

Daniel - Dependência e Fidelidade.


Copyright © 2019 por Hebert Junker.
Copyright © 2019 por W4ENDOnet Comunicação e Editora.
Coordenação editorial
Ana Claudia Braun Endo
Revisão
Eliane Viza B. Barreto
Projeto gráfico e diagramação
Whaner Endo
Design da capa
W4 Editora
Imagem da capa
Adobe Stock - Fotógrafo Сергей Мироненко
ISBN13 - 958-85-86087-40-2 (Impresso)
ISBN13 - 958-85-86087-41-9 (MOBI)

Texto fixado conforme as regras do novo Acordo Ortográfico da


Língua Portuguesa (Decreto Legislativo No. 54, de 1995)

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