SESI EM CAD1 Exatas Biologicas VAL Portal Low

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CIÊNCIAS DA NATUREZA,

MATEMÁTICA E
SUAS TECNOLOGIAS 1
ENSINO
MÉDIO

Capa_Exatas_CAD1_AL.indd 2 07/12/16 08:54


MATEMÁTICA
Kátia Stocco Smole
Maria Ignez Diniz

NÚMEROS, ESTATÍSTICA E FUNÇÕES


MATEMÁTICA

1 Conjuntos numéricos e intervalos na reta real. . . . . 4


2 Análise de dados: Estatística . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3 Relações entre grandezas: funções . . . . . . . . . . . . . 61
Jogos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

2137676 (AL)

Números, Estatística e Funções 1

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 1 07/12/16 17:51


MÓDULO
Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 2 07/12/16 17:51


ENRICO MARTINO/SIME/SIME PHOTO/LATINSTOCK

Mole Antonelliana, em Turim,


na Itália. Um mole é um edifício
de proporções monumentais.

REFLETINDO SOBRE A IMAGEM


A humanidade sempre procurou

COMOGLIO STOCK/ALAMY/GLOW IMAGES


compreender o universo, buscando
padrões e ordens no mundo que nos
cerca. A Matemática procura dar sen-
tido às regularidades e aos padrões
observados de todos os tipos e expli-
cá-los. Na imagem, é possível ver uma
coluna de números escritos com luz
neon vermelha na lateral da cúpula
(em destaque) – trata-se da obra
O voo dos números, do artista italiano
Mario Merz. Nela, números prosse-
guem em sucessão e em direção ao
céu. Há relação entre esses números?
Há um padrão? Você conseguiria
descrevê-lo matematicamente?

www.sesieducacao.com.br

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Como maneira de relembrar os vários aprendizados obtidos em anos anteriores, optamos por não fazer um capítulo
especial de revisão da Matemática do Ensino Fundamental no início da obra, e sim diluir a revisão ao longo do

CAPÍTULO

1 Conjuntos numéricos
e intervalos na reta real
livro, sempre que ela se fizer necessária. Dessa forma, os alunos podem iniciar o ano letivo já explorando
a Matemática do Ensino Médio. Nesta unidade, retomamos os diferentes campos numéricos, exploramos a
Objetivos: A IMPORTÂNCIA DOS NÚMEROS linguagem de representação de
conjuntos numéricos, ampliamos o

c Ler e interpretar Os números estão presentes nas mais diversas situações do nosso dia a dia. Nos meios de
representações comunicação, como os jornais, por exemplo, deparamos com muitas informações numéricas
diversas de conjuntos em tabelas, gráficos e textos diversos. trabalho com sua representação na reta numerada e, em particular,
exploramos a ideia de intervalos numéricos e suas representações.
numéricos.

c Compreender a
MERCADO DIZ QUE VAGA MAIOR ESTÁ MAIS DIFÍCIL
noção e a notação de Construtores negam fazer demarcações menores em garagens e defendem revisão da cota
intervalos numéricos. para carros de maior porte

c Representar intervalos Hubert Gebara, do Secovi, diz que há 20 anos era mais fácil um prédio
numéricos na reta oferecer vagas que chegavam ao tamanho de 4 m por 7 m
numerada. Da Reportagem local
c Resolver problemas O setor imobiliário admite que a possibilidade de oferecer vagas maiores é reduzida
numéricos. hoje. “Tratou-se de uma imposição do mercado”, afirma Hubert Gebara, vice-presidente de
Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo.
Ele conta que, há 20 anos, era mais fácil um prédio oferecer vagas que chegavam ao
tamanho de 4 m por 7 m, medidas que caíram muito.
Entre os motivos, ele
aponta “as leis mais res-
EDITORIA DE ARTE/FOLHAPRESS

tritivas ao setor, terrenos


mais escassos, principal-
mente em locais de boa
venda, como nas proximi-
dades de estações do me-
trô”.
(...)
Algumas construtoras
tentam fugir dos limites
do Código de Obras. A Tec-
nisa, por exemplo, tem va-
gas do tipo pequena com
largura de 2,10 m, o que
dá 20 cm a mais entre duas
vagas em comparação com
vagas de largura mínima.
O arquiteto Jonas Bir-
ger, que faz projetos para
grandes construtoras, diz
que de seu escritório não
saem projetos com largura

4 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 4 07/12/16 17:51


menor que 2,30 m. “Com 2 m a pessoa não consegue sair.”
Hubert Gebara diz que administradoras têm sentido, devido às facilidades de financia-
mento, um aumento na presença dos automóveis grandes. Ele apoia a revisão da fatia de
5% para esse tipo de veículo.
(...) Fonte: Folha de S.Paulo, Caderno Cotidiano, 3 maio 2009.

Precisamos estar preparados para enfrentar e compreender situações envolvendo infor-


mações numéricas relacionadas a medidas, comparações, dados de pesquisas etc.

Por isso, escolhemos como ponto de partida de nosso estudo os números, retomando Para entender a seção Para ler,
consulte o Manual do professor.
algumas de suas propriedades e as operações com eles realizadas.

OS NÚMEROS NATURAIS
Embora as formas de representar quantidades tenham sido diferentes ao longo da história,
todas surgiram da necessidade de ordenar ou contar objetos utilizando a sequência 0, 1, 2, 3, 4, 5, …
Chamamos esses números de números naturais.
Foram vários os sistemas de numeração utilizados desde a Antiguidade:

ZAPT
Babilônico

Romano

Chinês
Trabalhe com os alunos a leitura
da escrita simbólica “N é o con-

Indo-arábico 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 junto dos números 0, 1, 2, 3, ...”


e explique o uso das reticências
como recurso para indicar os in-
finitos elementos de N, diante da
impossibilidade de escrevê-los.
O sistema de numeração que utilizamos hoje, com dez símbolos, é derivado do sistema Incentive a leitura individual desse texto.
indo-arábico e foi introduzido na Europa no século XIII. Solicite aos alunos que, durante a leitura,
procurem se lembrar de outras situações
Apesar de a utilização dos números ter-se iniciado há mais de 5 000 anos, foi com em que aparecem os números inteiros
o surgimento do sistema indo-arábico que o zero passou a ser usado, para atender, negativos. Ao final da leitura, socialize as
informações extraídas do texto e os exem-
principalmente, a exigências relacionadas ao valor posicional na numeração escrita. Para plos citados por eles.
representar, por exemplo, 54 e 504, o papel do zero é essencial, a fim de que possamos
distinguir uma representação da outra.
Atualmente, o conjunto dos números naturais é representado pela letra N: LEIA O LIVRO

N 5 {0, 1, 2, 3, 4, …} Matemática mortífera, de Kjar-


tan Poskitt (Ed. Melhoramen- MATEMÁTICA
tos), é um livro com divertidos
O conjunto dos números naturais é infinito e também um conjunto ordenado, já que, contos que ajudam a conhecer
dados dois números naturais quaisquer, é sempre possível dizer se são iguais ou se um é um pouco da história da Mate-
mática e suas aplicações. Suge-
menor ou maior que o outro. rimos que você leia, aprenda e
Em N, dizemos que um número natural b é o sucessor de a, se b 5 a 1 1. Definimos divirta-se com essa leitura. Que
também o antecessor de um número natural b, b Þ 0 , como sendo o número b 2 1. tal começar pelos “Fungos fatais
do professor diabólico”?

Números, Estatística e Funções 5

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 5 07/12/16 17:51


OS NÚMEROS INTEIROS
Qual o resultado da subtração 2 2 3?
Durante muito tempo, problemas desse tipo foram considerados sem solução, porque só se
admitia a subtração a 2 b entre dois números naturais desde que a fosse maior ou igual a b.
Circunstâncias como essa exigiram o surgimento de números com valores negativos
para explicar relações que só os números naturais já não davam conta de representar.
Situações cotidianas como as que envolvem indicação de altitudes, saldo bancário,
registro de temperaturas mínimas de uma cidade ou resultados financeiros de uma empresa
permitem compreender melhor o significado dos números inteiros, particularmente dos
números inteiros negativos.

ZAPT
Variação de temperaturas
mínimas de uma cidade Resultado financeiro de uma empresa
20 10
8
15
6
4
10
Temperatura (°C)

Milhões de reais
2
5 0
–2
0
–4
–6
–5
–8
–10 –10
07

08

09

10

11

12

13

14

15
n.

n.

t.

z.
r.

No .
o.
v.

Ag l.
.

v.
t

20
ar

Se

20
20
Ju

20
20
20
Ou
Ab
Ja

De
Ju
Fe

20

20
20
ai
M

Representamos o conjunto dos números inteiros pela letra Z:


Trabalhe com os alunos a leitura
desta escrita de conjunto e explique o Z 5 {…, 25, 24, 23, 22, 21, 0, 1, 2, 3, 4, 5, …}
significado das reticências.

No conjunto dos números inteiros, quanto mais afastado do zero está um número
negativo, menor ele é. Qualquer número negativo é menor que o zero ou que um número
positivo.
Tal como o conjunto N, o conjunto Z também é ordenado, uma vez que, dados dois
números inteiros quaisquer, é sempre possível dizer se são iguais ou se um é menor ou
maior que o outro. Podemos destacar os seguintes subconjuntos de Z:

ℤ* = {…, –3, –2, –1, 1, 2, 3, …} é o conjunto dos números inteiros não nulos;
ℤ+ = {0, 1, 2, 3, …} é o conjunto dos números inteiros não negativos;
ℤ– = {…, –3, –2, –1, 0} é o conjunto dos números inteiros não positivos;
Leia este trecho com os alunos e ℤ+* = {1, 2, 3, …} é o conjunto dos números inteiros positivos;
verifique se conhecem ou se precisam
de sua intervenção para entender a ℤ–* = {…, –3, –2, –1} é o conjunto dos números inteiros negativos.
escrita relativa a segmentos e a escrita
relacionada à escala.
Em Z também é possível definir o sucessor e o antecessor de qualquer número inteiro
n: n 1 1 é o sucessor de n e n 2 1 é o antecessor de n.

OS NÚMEROS RACIONAIS
A B O surgimento dos números racionais está associado à noção
de medidas.
P Q
6 Números, Estatística e Funções

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Independentemente do que estejamos medindo, medir significa “comparar duas
grandezas do mesmo tipo”: dois comprimentos, duas superfícies, duas massas etc.
Qual é a medida do segmento AB, tendo como unidade de medida o segmento PQ?
Para responder a essa pergunta, devemos verificar quantas vezes PQ “cabe” em AB.
Fazendo isso, percebemos que PQ “cabe” três vezes e meia em AB, ou que a medida de AB
é três vezes e meia a medida de PQ.
Na tentativa de quantificar medidas e representá-las, surgiram os números racionais,
que são também utilizados para representar quantidades não inteiras e relações como as que
aparecem na divisão de uma pizza ou nos problemas envolvendo escalas.

THINKKSTOCK/GETTY IMAGES
Escala 1:50
1
8
O conjunto dos números racionais contém os números naturais, os números inteiros e Detenha-se com cuidado na explicação
da escrita simbólica do conjunto Q,
os números representados por frações ou decimais. destacando o significado dos símbolos
Q e |.O sinal [ significa “pertence”:

Número racional é todo número que pode ser escrito na forma a , com a e b inteiros,
a [ Z deve ser lido “a pertence a Z”
e entendido como “a é um número
b ≠ 0. b inteiro”. O sinal | deve ser lido como
“tal que”.

O conjunto dos números racionais é indicado por Q:

Q5 H ba | a [ Z e b [ Z* J
Exemplos:

a) 3 , – 6 , 12 são números racionais. Podemos escrever 3 ∈ ℚ.


5 11 137 5
3 –12 –4
b) Todo número inteiro é um número racional: 3 = , –4 = = 12 = =…
1 3 –3 1
Os números racionais não nulos podem ser
representados por meio de fração ou de notação
decimal, com o correspondente sinal positivo ou
negativo.
Considere um quadrado de área 25 e veja a
representação da área pintada em cada caso em
relação à área total.
Nos casos acima, para expressar as frações 25 25 25 25
= 25 = 12,5 = 6,25 =5
1 2 4 5
em notação decimal, dividimos o numerador pelo MATEMÁTICA
denominador e obtivemos o resultado final com um
número finito de casas decimais.

25 : 1 = 25 25 : 2 = 12,5 25 : 4 = 6,25 25 : 5 = 5

Considere agora o mesmo quadrado e outras frações de sua área.

Números, Estatística e Funções 7

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25 25 25
= 8,333... = 4,16666... = 2,2727...
3 6 11

O que ocorre com essas frações da área do quadrado e sua notação decimal é que,
efetuando-se a divisão indicada, um algarismo, ou um grupo de algarismos, repete-se
infinitamente em uma representação decimal periódica. A esses números chamamos
Na continuidade da leitura desse texto dízimas periódicas e a fração que gerou a dízima é chamada de geratriz.
com os alunos, retome o significado
da escrita fracionária como resultado 25 é a geratriz da dízima 8,333… de período 3.
da divisão do numerador pelo 3
denominador:
25 é a geratriz da dízima 4,16666… de período 6.
3 6
453:4
25 é a geratriz da dízima 2,2727… de período 27.
Se for preciso, relembre como se faz
essa divisão: 11
3 unidades :
O período de uma dízima é o algarismo, ou o grupo de algarismos, que se repete na
4 5 30 décimos e 30 décimos : dízima periódica.
4 5 7 décimos e sobram 2 décimos
30 4 Exemplos:
2 28 0,7
a) Números racionais escritos na forma decimal exata:
2 décimos, mas 20 centésimos : 3 = 0,75
4 5 5 centésimos, então: – 2 = – 0,4 25 = 3,125
4 5 8
30 4
b) Números racionais escritos na forma decimal periódica:
2 28 0,75

2
20
20 6 (
17 = 2,8333… 17 é a geratriz da dízima periódica 2,8333… de período 3.
6
)
0
Usamos a notação 2,83 para indicar o decimal periódico 2,8333…
23 = 0,232323… = 0,23 (cujo período é 23)
99
43 = 0,217 (cujo período é 17)
198

As respostas se encontram no final do caderno PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

1 Um professor encontrou entre os cálculos de seus alunos 2 Agora, observe outros cálculos feitos por esses alunos e pro-
quatro diferentes formas de efetuar a adição de duas fra- cure identificar os erros cometidos, corrigindo-os.
ções.
1 1
A
1 2
+ = 0,5 + 0,4 = 0,9
A 1,5 – ( 5 + 1 4 ) = 1,5 – (0,2 + 1,25) =
2 5
1 2 5 4 9 = 1,5 – 0,2 + 1,25 = 2,55
B + = + =
2 5 10 10 10
1 2 3 1 3 1
C + = B 2 · – =
2 5 7 3 4 4
1 2 5+4 9 2 3 1 2 2
D + = 10 = = · – = · =
2 5 10 3 4 4 3 4
4 1
= =
Analise cada uma dessas formas, verifique se os alunos acer- 12 3
taram ou não e, depois, justifique o raciocínio desenvolvido
por eles.

8 Números, Estatística e Funções

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c) Como se obtém um resultado maior:
JOGOS multiplicando um número por 0,4 ou por 4/10?
Por quê?
Leia mais sobre jogos no Manual do professor.
Na página 86, encontra-se um jogo chamado Labirinto. Observe as seguintes operações:
a) Junte-se a um colega, joguem pelo menos 2 partidas.
b) Discutam e escrevam o que vocês aprenderam com
1w–
2
1
( 81 ) w × 61 w × 0,9.
w × –
esse jogo.
c) Depois, analisem as jogadas a seguir, observando o Qual o melhor modo de realizá-las: usando os números
tabuleiro do jogo, e respondam às questões. na forma decimal ou na forma fracionária?
1 3
1 Fábio seguiu o caminho 1 → : → × .
Juliana seguiu o caminho 1 w + w : 0,5 w : 0,7. 2 10
2

Carlos optou pelo caminho 1 w ×


1
2

3
5
6
w: .
5
João preferiu o caminho 1 → –
1
2
→× – ( 81 ).
Quais as duas últimas jogadas que cada um deles precisa
Qual dos dois ganhou essa partida? fazer para obter o maior número de pontos?

Para entender a função da seção Para saber mais,


PARA SABER MAIS consulte o Manual do professor

Quantos números racionais existem entre 1 e 2?


Quando falamos de números naturais, sabemos que entre dois deles pode existir apenas um
número finito de naturais e que entre dois naturais consecutivos não existe nenhum natural.
Por exemplo, entre os números 3 e 10 estão apenas os naturais 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
O mesmo se passa com os números inteiros. Já com os racionais, a situação é diferente. Veja,
geometricamente, o que acontece quando tentamos encontrar números racionais entre 1 e 2:
TPG DESIGN

1,9

1 2

1,99

1,9 2
2

1,999
2
1,99 2

1,9999

1,999 2

Entre 1 e 2 existe, por exemplo, o número 1,9.


Entre 1,9 e 2 existe, por exemplo, o número 1,99. MATEMÁTICA
Entre 1,99 e 2 existe, por exemplo, o número 1,999.
Entre 1,999 e 2 existe, por exemplo, o número 1,9999.
Poderíamos continuar o processo indefinidamente.
O mesmo aconteceria se escolhêssemos dois outros racionais diferentes. De modo geral, dize-
mos que entre dois racionais diferentes existe uma infinidade de racionais.
E você? Conhece outros racionais entre 1 e 2?

Números, Estatística e Funções 9

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OS NÚMEROS IRRACIONAIS
Durante muito tempo, ao medir comprimentos, pensou-se que o
número encontrado seria sempre um racional, ou uma divisão entre
dois inteiros a e b, na qual b não fosse zero.
d
1 Historicamente, a descoberta dos irracionais parece estar ligada
à utilização do Teorema de Pitágoras. Um exemplo disso é o cálculo
da diagonal do quadrado de lado igual a 1 unidade de comprimento.
Para fazer esse cálculo, podemos nos valer da relação pitagórica:
Os alunos convivem com números
irracionais desde o Ensino
Fundamental. O objetivo agora é
enfatizar o fato de esses números
não serem racionais, apesar d2 5 12 1 12
d
de em certas situações eles d2 5 2 1
serem substituídos por decimais
aproximados. d5 2

Hoje, com o auxílio de computadores, o valor de 2 foi calculado com milhares de casas
decimais e nenhuma repetição periódica foi encontrada na sua dízima:

2 5 1,4142135623730950488016887242097…

Todo número cuja escrita decimal é infinita e não periódica é um número irracional.

Mas não é apenas esse irracional que conhecemos. São exemplos de números irracionais
todas as raízes quadradas de números naturais cujos radicandos não sejam quadrados
perfeitos:
Aproveite para retomar a noção de
p e também os procedimentos para 3 6 5 – 2 – 7
cálculo da área de um círculo e do todas as raízes cúbicas de números naturais cujos radicandos não sejam cubos perfeitos:
comprimento de uma circunferência. 3 3 3 3
2 4 5 225
o resultado de algumas operações entre um número
THINKSTOCK/GETTY IMAGES

racional e um irracional:

3 6 5
2 3 3 – 20 4: 3 8+ 8

Outros números irracionais


Além dos números irracionais representados por radicais,
existem outros números irracionais famosos, como o p (pi),
obtido quando dividimos o comprimento da circunferência de
um objeto qualquer pelo seu diâmetro.
O valor de p pode ser representado por uma dízima não
periódica aproximadamente igual a 3,141592654.

As linhas de cor laranja


marcam o diâmetro e
o perímetro de uma
circunferência.

10 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 10 07/12/16 17:51


PARA SABER MAIS
A prova de que 2 é um número irracional é razoavelmente simples. Veja:
p
I. Suponhamos, por absurdo, que 2 seja racional, isto é, que 2 possa ser escrito na forma , com p [ Z e q [ Z*, de modo
p p q
que seja irredutível (p e q são primos entre si). Temos, então, 2 5 .
q q
p2
II. Elevando os dois membros ao quadrado, obtemos 2 = 2 ou p2 5 2q2. Isso significa que p2 é par, logo, p é par.
p q
III. Por outro lado, como a fração é irredutível e p é par, então q tem de ser ímpar.
q
IV. Se p é par, existe um número inteiro m tal que p 5 2m. Elevando ambos os membros ao quadrado, temos: p2 5 4m2. Como p2
5 2q2, então 4m2 5 2q2 ou q2 5 2m2; logo, q2 é par e q é par.
IV. Essa última afirmação é um absurdo, pois em III concluímos que q deveria ser ímpar, e um número não pode ser par e ímpar
ao mesmo tempo.

Por isso, concluímos que a hipótese de 2 ser racional é falsa e que, portanto, 2 é irracional.

CALCULADORA As respostas se encontram no final do caderno

Conheça sua calculadora Agora, use sua calculadora para verificar se a estimativa
foi adequada.
Vamos aprender a operar com funções simples que podem
ser encontradas em todas as calculadoras. 3 Os números a seguir são valores aproximados de 30 .
Conheça primeiro as principais teclas e funções de uma
calculadora. 5 5,48 5,4772
AC — apaga todos os registros 5,4 5,477 5,47722
C — apaga o último número que tiver sido digitado a) Calcule o quadrado de cada um desses números, indicando
se o resultado obtido é maior ou menor que 30.
— calcula a raiz quadrada
b) Qual deles é a melhor aproximação de 30 ?
+/– — indica números positivos ou negativos
4 Vamos fazer mais algumas estimativas.
+ – × : — são as teclas relativas às quatro
Com o auxílio da calculadora, mas sem usar a tecla ,
operações fundamentais copie e complete a tabela ao lado no caderno, substituindo
Antes de usar sua calculadora, apague todos os registros os ■ por números como no exemplo.
que estiverem nela. No visor, deve aparecer apenas 0.
Agora, resolva estes exercícios. Números mais Números mais
Números inteiros
próximos com uma próximos com duas
1 a) Qual é o maior número que você pode registrar na sua mais próximos
casa decimal casas decimais
calculadora?
b) Qual é o maior número formado somente por algarismos 2,23 , 5 ,
diferentes que você pode registrar na sua calculadora? 2, 5 , 3 2,2 , 5 , 2,3
2,24
c) Indique dois números cujo produto seja o maior número
natural que sua calculadora consegue registrar. Números mais Números mais
Números inteiros
d) Dê outros pares de números cujo produto também seja o próximos com uma próximos com duas
mais próximos
número que você obteve no item c. casa decimal casas decimais
MATEMÁTICA
2 Para cada linha da tabela, aponte o número que você consi- a) ■, 8 ,■ ■, 8,■ ■, 8,■
dera a melhor estimativa para os quocientes indicados (não
use a calculadora). b) ■ , 23 , ■ ■ , 23 , ■ ■, 23 ,■
2,86 : 0,36 0,8 0,08 8 80 c) ■, 43 ,■ ■, 43 ,■ ■, 43 ,■
214,4 : 67 3 30 0,3 0,03
d) ■, 98 ,■ ■, 98 ,■ ■, 98 ,■
0,00069 : 0,023 0,0003 0,003 0,03 0,3

Números, Estatística e Funções 11

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 11 07/12/16 17:51


e) ■ , 281 , ■ ■ , 281 , ■ ■ , 281 , ■ h) ■, 67,3 , ■ ■, 67,3 ,■ ■, 67,3 ,■
f) ■, 1 111 , ■ ■, 1 111 ,■ ■, 1 111 ,■ i) ■, 71,17 , ■ ■, 71,17 , ■ ■, 71,17 , ■

g) ■, Após completar a tabela, refaça os cálculos usando a tecla


9 119 ,■ ■, 9 119 ,■ ■, 9 119 ,■
da calculadora para conferir suas respostas.

OS NÚMEROS REAIS
Socialize as formas utilizadas pelos Quando falamos em números reais, estamos abrangendo todos os números vistos até
alunos para realizar a estimativa de
valor em cada um dos casos da tabela. aqui, ou seja, os números reais resultam da união dos números racionais com os irracionais.
inteiros
racionais
Números reais fracionários não inteiros
irracionais

Os números reais formam um conjunto ordenado e completo. Isso significa que, dados
dois números reais, é sempre possível verificar se eles são iguais ou se um é menor ou maior
que o outro. Significa também que, dado um segmento de reta qualquer, existe sempre um
número real que representa a medida do seu comprimento.
Dito de outro modo, é possível estabelecer uma correspondência entre o conjunto dos
números reais (R) e o conjunto de pontos de uma reta.

A RETA REAL
Qualquer número real, racional ou irracional, pode ser representado em uma reta,
denominada reta real. Para isso, basta:
escolher um ponto sobre a reta que represente o zero ou a origem
estabelecer dois sentidos, um positivo e um negativo
Nesta página encontram-se os escolher uma unidade de medida para graduar a reta.
exercícios resolvidos (ER).
A maioria dos alunos não sabe como
e por que usar os ER. Por isso, é A cada número real corresponde um único ponto da reta r e a cada ponto de r corresponde
importante que sejam orientados a
um único número real, chamado de abscissa desse ponto em r.
ler e analisar os ER tendo em vista
as propostas apresentadas na seção –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5
Problemas e exercícios.
O r
Uma sugestão é ler com os alunos
–π –1,5 2 3 π
os ER 1, 2 e 3 e, depois, solicitar que
observem os problemas das páginas
15 e 16 e identifiquem quais se
assemelham aos ER lidos. Essa correspondência entre os elementos de R e os pontos de r é denominada sistema
Recomendamos que, pelo menos nas
primeiras unidades do livro, sejam de coordenadas. A reta r é chamada de reta real, de eixo dos números reais ou, mais
escolhidos um ou dois exercícios comumente, de reta numerada. O ponto O, correspondente ao número zero, é a origem
resolvidos para serem analisados com
os alunos. desse sistema.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Obtenha a fração irredutível equivalente a cada decimal exa- b) 20,1825 2 182 5 2


91
d 0,02 5
2
5
1
to. 1 000 500 100 50
7
c) 0,7 5
a) 6,25 b)20,182 c) 0,7 d) 0,02 10

RESOLUÇÃO 2 Obtenha a fração irredutível equivalente a cada dízima pe-


riódica.
625 25
a) 6,25 5 5 a) 0,232323… b) 3,6
100 4

12 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 12 07/12/16 17:51


RESOLUÇÃO 79
Portanto, 0,351 5 .
225
a) Seja x uma fração equivalente a 0,232323…, ou seja:
x 5 0,232323… 1
4 Represente os números a seguir na reta real.
Multiplicando os membros de 1 por uma potência de A 5 24 C 5 4,3 E55 G 5 2p
7
base 10, no caso 10 , já que a dízima tem dois algarismos
2
B 5 22,5 D52 F5 2
4
em seu período (23), temos:
100x 5 23,232323… 2 RESOLUÇÃO
Subtraindo 1 de 2 , obtemos: Primeiro traçamos a reta real graduada e nela marcamos
100x 2 x 5 23,232323… 2 0,232323… a origem e os pontos que podemos encontrar mais preci-
23 samente:
99x 5 23 s x 5
99 23
Portanto, 0,232323… 5 . A B E
99
b) Seja x 5 3,666… 1 –4 –2,5 0 5
Multiplicando os membros de 1 por 10, uma vez que a Para marcar os pontos C, D e G, podemos fazer uma repre-
dízima tem um período de um algarismo, temos: sentação aproximada.
10x 5 36,666… 2 Observamos que 4,3 está mais próximo de 4 do que de 5:
Subtraindo 1 de 2 , obtemos: C
10x 2 x 5 36,666… 2 3,666… 0 4,3
33 11 7
9x 5 33 s x 5 5 Fazendo 27 : 4 5 21,75, verificamos que 2 está entre
9 3 4
11 21,5 e 22:
Portanto, 3,6 5 .
3 D
3 Obtenha a fração irredutível equivalente a cada dízima peri-
–2 7 –1 0
ódica composta: –
4
a) 0,2171717… b) 0,35111…
Observação: Uma dízima periódica, representada na forma O valor de p é aproximadamente 3,14, portanto 2p está mais
decimal, é chamada composta quando antes do período próximo de 23 do que de 23,5:
repetitivo aparecem algarismos que não fazem parte do G
período. Exemplo: 0,2171717… Nessa dízima, 17 é o período –3 0
–π
e 2 é chamado de anteperíodo.
Finalmente, para marcar 2 > 1,4142, podemos recorrer ao
RESOLUÇÃO
valor aproximado e verificar que 2 está perto de 1,5 na
a) Seja x 5 0,2171717… 1 reta real graduada.
Multiplicando os membros de 1 por 10 e por 1000, temos: F
10x 5 2,171717… 2 0 1 2
2
1 000x 5 217,171717… 3
Podemos também construir um triângulo retângulo cuja
Subtraindo 2 de 3 , obtemos:
hipotenusa tenha a dimensão 2 e, com um compasso,
1 000x 2 10x 5 217,171717… 2 2,171717… transportar a medida para a reta real:
990x 5 215 F
215 43 0 1 2 2
x5 sx5
990 198
43 5 Sem usar a calculadora, encontre um valor aproximado de:
Portanto, 0,217 5 .
198 a) 15 b) 1 000
b) Seja x 5 0,35111… 1 Este exercício será compreendido com mais
facilidade caso os alunos já tenham realizado as
Multiplicando os membros de 1 por 100 e por 1 000, temos: RESOLUÇÃO atividades da seção Calculadora da página anterior.
100x 5 35,111… 2 a) Para calcular o valor aproximado de 15 , devemos pro- MATEMÁTICA
1 000x 5 351,111… 3 curar um número que multiplicado por ele mesmo dê,
aproximadamente, 15.
Subtraindo 2 de 3 , obtemos:
Podemos lembrar que 9 , 15 , 16 .
1 000x 2 100x 5 351,111… 2 35,111…
Logo, 3 , 15 , 4.
900x 5 316
316 79 Podemos escolher alguns valores entre 3 e 4 e organizar
x5 sx5 uma tabela:
900 225

Números, Estatística e Funções 13

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 13 07/12/16 17:51


a a·a Erro (15 { a · a) Assim, 55 está entre as duas frações dadas. Podemos
confirmar isso fazendo:
3,5 3,5 · 3,5 5 12,25 2,75 (falta)
3,8 3,8 · 3,8 5 14,44 0,56 (falta) 22
= 7,333…
3
3,9 3,9 · 3,9 5 15,21 { 0,21 (excesso)
55 ≅ 7,416
3,85 3,85 · 3,85 > 14,82 0,18 (falta)
23
3,86 3,86 · 3,86 > 14,90 0,10 (falta) = 7,666…
3
3,87 3,87 · 3,87 > 14,98 0,02 (falta) Como 55 não é um quadrado perfeito, sua raiz é irracional.
O último valor encontrado apresenta uma margem de erro
pequena. Portanto, concluímos que 15 > 3,87. 7 Escreva o número 25 de diferentes formas.

RESOLUÇÃO
b) Para calcular o valor aproximado de 1 000 , podemos
Observe algumas formas de escrever o número 25.
fazer 961 , 1 000 , 1 024. Logo, 31 , 1 000 , 32.
Organizando uma tabela:
75
25 5 25 é um terço de 75.
3
a a·a Erro (1 000 2 a · a)
31,5 992,25 7,75 (falta) 25 5 2 · 12,5 25 é o dobro de 12,5.

31,8 1 011,24 {11,24 (excesso) 25 5 52 25 é o quadrado de 5.


31,6 998,56 1,44 (falta)
25 5 625 25 é a raiz quadrada de 625.
31,62 > 999,82 0,18 (falta)

25 5 9 1 16 25 é a soma de dois quadrados.


Se concluíssemos que 1 000 ≅ 31,6, teríamos uma mar-
gem de erro pequena, mas 31,62 é uma estimativa ainda 25 5 12 1 13 25 é a soma de dois inteiros consecutivos.
melhor. Isso significa que, se considerarmos 1000 igual
a 31,6, cometeremos um erro maior que uma unidade, en- 25 5 ({1) · ({25) 25 é o oposto de {25.
quanto considerando 1 000 como 31,62, o erro cometido
é bem menor que 1. 25 5 50 25 é a metade de 50.
2
6 Indique um número irracional compreendido entre 22 e 23 .
3 3
RESOLUÇÃO ANOTAÇÕES
22 23
Seja a o número procurado: <a< .
3 3
22 23
Como e são números positivos maiores que 1, então:
3 3
2 2
22 23
< a2 < .
3 3
484 529
Logo, < a2 < .
9 9
Podemos atribuir a a2 qualquer fração que esteja entre
484 e 529 .
9 9
495
Por exemplo, a2 = .
9
484 495 529 484 529
Logo, < < ; então, < 55 < .
9 9 9 9 9
Extraindo a raiz de todos os membros dessas desigualdades,
temos:

484 < 495 < 529


9 9 9
22 23
< 55 <
3 3

14 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 14 07/12/16 17:51


As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

3 (Unicamp - SP) A figura abaixo (fora de escala) mostra um b) Qual foi a variação de temperatura entre:
fragmento de mapa em que se vê o trecho reto da estra- janeiro e março?
da que liga as cidades de Paraguaçu e Piripiri. Os números abril e julho?
apresentados no mapa representam as distâncias, em quilô- julho e outubro?
metros, entre cada cidade e o ponto de início da estrada (que
não aparece na figura). No mapa, os traços perpendiculares c) Em que meses foram registradas a temperatura mais alta
à estrada estão uniformemente espaçados em 1 cm. e a mais baixa?

9 Responda às questões.
a) Que fração da pizza mostrada na página 7 representa
Paraguaçu posto Piripiri uma fatia? E duas?
13 47 b) Qual o número de pedaços que representa meia pizza?

10 (UFRN) A quantidade de portas de um hotel é um múltiplo de


a) Para representar a escala de um mapa, usamos a notação 1
três. Com 10 galões de tinta, um pintor consegue pintar do
1 : X, onde X é a distância real correspondente à distância de 3
1 unidade do mapa. Usando essa notação, indique a escala total de portas do hotel.
do mapa dado acima. a) Determine quantos galões de tinta são necessários para
b) Repare que há um posto exatamente sobre um traço per- ele pintar a metade do total de portas.
pendicular à estrada. Em que quilômetro (medido a partir
do ponto de início da estrada) encontra-se tal posto? b) Se o proprietário do hotel gastou, em tintas, R$ 280,00
1
c) Imagine que você tenha que reproduzir o mapa dado, usando para pintar das portas, especifique quanto irá gastar
3
a escala 1 : 500 000. Se você fizer a figura em uma folha de para pintar o restante, mantidos os preços da tinta.
papel, qual será a distância, em centímetros, entre as cidades
de Paraguaçu e Piripiri? 11 Obtenha a fração irredutível equivalente a:
a) 0,36 b) 22,125
4 Dê os diferentes modos de representar o número 16, corres-
pondentes a cada uma das frases. 12 Obtenha a fração irredutível equivalente a:
a) 16 é a metade de um número. a) 0,262626… c) 0,8474747…
b) 16 é o dobro de um número. b) 2,176176176… d) 0,12666…
c) 16 é o quadrado de um número.
d) 16 é a quarta potência de um número. 13 Efetue as operações indicadas em cada expressão.
e) 16 é a diferença entre dois quadrados. a) 0,666… 2 0,6 c) 20,1777… 1 1,7
f) 16 é o produto de três números inteiros. b) 0,23 : 0,2333… d) 0,161616… : 0,4777…
g) 16 é a diferença entre dois números inteiros.
14 (PUC2RJ) Escreva na forma de fração n a soma 0,2222...
m
5 Descubra diferentes modos de representar 216. 1 0,23333...

6 Qual é o número racional pelo qual você deve multiplicar 12 Qual é a parte decimal dos resultados indicados a seguir?
cada um dos números indicados para que o produto dos dois Sem fazer as contas, identifique a posição da vírgula em
seja 1? cada resposta.
a) 6,783 · 2,26 5 1532958
2
a) 2 b) 23 c) d) 20,6 b) 4,532 · 6,5 5 29458
5
7 Represente na reta numerada os números a seguir. c) 3,569 · 3,25 · 0,32 5 371176
d) 72,36 : 3,2 5 226125
23 1 5 e) 200,25 : 5,05 5 39653465
MATEMÁTICA
a) 2 b) 2 c) 20,5 d) 2
46 2 10
f) 2,898 : 0,95 5 30505263
O que você pode concluir quanto a esses quatro números? O que auxiliou você a tomar a decisão sobre onde colocar
a vírgula?
8 Observe o gráfico das temperaturas apresentado na Utilize uma calculadora e confira suas respostas, analisando
página 6. os possíveis erros.
a) Construa uma tabela com os valores aproximados das
temperaturas relativas a todos os meses. 16 Copie a tabela no caderno e complete-a.

Números, Estatística e Funções 15

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 15 07/12/16 17:51


a 1 10 100 4 40 400 9 90 900 -os na reta numerada.
a) 8 b) 10 c) 1 025 d) 38
a
a) Indique, em cada caso, se o número obtido é racional ou 23 Coloque em ordem crescente os números { 3 , { 5 e { p .
2 6 4
irracional.
b) Qual é a característica comum a todos os números racio-
nais obtidos no item anterior? 24 Coloque em ordem decrescente os números 2 , p e 3 .
2 5 3
17 Observe a sequência: 25 Verifique se cada um destes números é racional ou irracional.
1, 2, 3, 4, 5, 6, …
347 629 10
a) Dê os cinco próximos termos da sequência. a) e)
7290 1 1
5
b) Indique quais números dessa sequência são irracionais.
0,232323...
b) f) 6 2 p
18 Qual é a medida do lado de um quadrado com 10 000 m2 de 0,666...
área? E com 1 000 m2 de área? 20
c) g) 2 1 0,1010010001…
5
19 Indique quais das frações a seguir representam dízimas pe-
riódicas infinitas. 22 2
d) h) 5 3 1 1
221
1 1 1 1
a) b) c) d) 2
7 8 9 10 26 Localize na reta real os números , 3 ] 1,
p
, 1 ] 2,
2 2
20 Qual a maior distância que uma pessoa pode andar em linha 3 ] 2, p ] 1 e 2 ] p.
reta em uma sala retangular cujas dimensões são 6 m por
10 m? 27 Classifique cada sentença em verdadeira (V) ou falsa (F) e
justifique suas respostas no caderno.
21 Indique um número irracional que esteja compreendido entre: a) Todo número natural é inteiro.
b) Todo número inteiro é natural. Incentive os alunos a
identificar o que torna
a) 3 e 5 d) 6 e 7 c) Todo número racional é real. falsas as sentenças b,
d e f.
1 2 22 23 d) Todo número real é irracional.
b) e e) e (diferente de
9 9 3 3 e) O número zero é racional.
c) {3 e {2 55) f) Número racional é todo número que pode ser colocado
a
22 Calcule o valor aproximado dos números a seguir e localize- na forma , com b não nulo.
b

ANOTAÇÕES

16 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 16 07/12/16 17:51


CALCULADORA As respostas se encontram no final do caderno

1 Copie no caderno a tabela a seguir e complete–a usando 2 Agora, observe os resultados obtidos na tabela.
uma calculadora. a) Compare os resultados das linhas I e II. Que relação você
acha que existe entre eles?
a 3 5 17 49 135 68 500 1 428 b) Compare os resultados das linhas III e IV. Que relação
b 2 3 10 34 121 32 212 386 existe entre eles?
c) Compare os resultados obtidos nas linhas V e VI e nas
a+ b I
linhas VII e VIII. O que você pode dizer sobre eles?
a+b II
3 Tente expressar as conclusões a que você chegou nos itens
a– b III anteriores na forma de uma igualdade ou desigualdade, usan-
a–b IV do os símbolos que aparecem na primeira coluna da tabela.

a· b V Essas conclusões ainda serão válidas se a ou b forem iguais


VI a zero?
a·b
a O que muda em suas conclusões se a = 0?
VII
b
E se b = 0?
a VIII
b

PARA SABER MAIS


INVENTE VOCÊ
Outro irracional famoso é o número áureo, representado pela letra grega f (lê-se: fi). O
número áureo é igual à razão entre o comprimento e a largura do retângulo, que possui a 1 Invente um exercício no
seguinte propriedade: qual apareça um número
Se as medidas de seus lados são x e m, e m é a medida do lado do maior quadrado que pode irracional.
ser retirado do retângulo, 2 Elabore um problema
m para o qual a resposta
seja um número inteiro
m m m
que per tença a Z*.
m x–m
x x

então o retângulo menor é semelhante ao retângulo inicial. Para conhecer esta seção, consulte
Mona Lisa, o Manual do professor, página 20.
= x – m , o que equivale a: m2 = x2 – mx
m pintura sobre
Isso significa que:
x m madeira feita
ou: x2 – mx – m2 = 0 por Leonardo da VEJA O FILME
Vinci entre 1503
Resolvendo a equação na variável x, temos: e 1506. Antes de ler este Para saber
mais, assista ao curta-metra-
m ± m2 + 4m2 m±m 5 m(1 ± 5) gem intitulado Donald no País
LEONARDO DA VINCI. MONA LISA, C. 1503-6/RMN (MUSÉE DU
LOUVRE)/OTHER IMAGES/MUSEU DO LOUVRE, PARIS

x= = = da Matemágica (Walt Disney


2 2 2
MATEMÁTICA
Productions, EUA, 1959). Nele,
Como x é número positivo, o sinal negativo não deve ser con- há uma parte em que o pato de
siderado e voz rouca criado por Walt Dis-
x 1+ 5 ney explica a proporção áurea.
=
m 2
Esse número é conhecido como número áureo.
O retângulo com essa propriedade chama-se retângulo áureo e
foi utilizado pelos gregos em sua arquitetura e em muitas obras

Números, Estatística e Funções 17

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 17 07/12/16 17:51


clássicas do Renascimento, como a Mona Lisa, do italiano Leonardo da Vinci (145221519).
Arquitetos e pintores de várias gerações têm considerado o retângulo áureo
uma forma cujas dimensões apresentam uma relação perfeita e harmoniosa.
LEONARDO DA VINCI. THE PROPORTIONS OF THE HUMAN
FIGURE (AFTER VITRUVIUS), C. 1492/THINKSTOCK/GETTY
IMAGES/GALLERIA DELL‘ACCADEMIA, VENICE

O número áureo, também conhecido como razão áurea, pode ser encontra-
do com muita frequência na natureza. Ele está presente em muitos padrões
harmônicos. Esses padrões se manifestam no crescimento das plantas, nos
a
insetos, nos animais, nas proporções do corpo humano.
Um dos primeiros estudiosos sobre as proporções humanas foi Marcus Vitru-
vius Pollio, arquiteto e escritor romano do século I. Esse estudioso alegava que
um corpo bem formado devia apresentar proporções harmoniosas. Observe a
interpretação que Leonardo da Vinci fez das ideias de Vitruvius, quase quinze
séculos mais tarde. Incentive os alunos a pesquisarem sobre o retângulo áureo
b e o número áureo. Existem diversos sites que podem ser
b 1+ 5 consultados a partir da busca dos termos razão áurea ou
5f5
a 2 número de ouro.
Na prática, usamos 1,61803 ou ainda 1,6 como valor aproximado de w, mas o
número w não é racional.
Famoso desenho de Leonardo
Forme dupla com um colega, copie e preencha a tabela comparando algumas
da Vinci, Homem vitruviano, razões do seu corpo com a razão áurea.
com destaque para uma das
proporções áureas no corpo
humano. Medida A (mA) Medida B (mB) Razão 1 mm 2
A
B

Distância entre o joelho e o umbigo Distância entre o joelho e o chão

Distância entre o umbigo e o chão Distância do topo da cabeça até o umbigo

Distância da base do nariz até o queixo Distância da linha dos olhos até a base do nariz

Distância da metade do pescoço até o umbigo Distância do topo da cabeça até a metade do pescoço

NOTAÇÃO CIENTÍFICA
Há muitos modos de representarmos os números reais. Alguns você já conhece:
4
2= = 2 · 1 = (–2) · (–1)
2

8 = 4 · 2 = 16 : 2 = 23 = (–32) · – ( 41 )
1 5 50 4
= 0,5 = = =
2 10 100 8
Nos casos acima, podemos decidir livremente de que forma queremos representar cada
quantidade. Há outros casos nos quais é mais conveniente representar valores com um tipo
especial de notação. Isso ocorre, por exemplo, quando queremos expressar valores muito
grandes ou muito pequenos.
Exemplos:
a) O coração humano bate cerca de 110 000 000 de vezes em três anos.
LEIA O LIVRO b) No universo, existem cerca de 10 000 000 000 000 000 000 000 de estrelas.
c) A massa de um elétron é, aproximadamente, 0,0000000000000000000000000009
No livro Matemática mortífera,
de Kjartan Poskitt, leia o capítu- 11 grama.
lo intitulado “Como lidar com Nesses três exemplos, uma notação conveniente para representar cada valor é a
números grandões”. Você vai notação científica. Essa forma de representação utiliza sempre um número x entre 1 e 10 com
aprender bastante sobre nota- 1 < x , 10, multiplicado por uma potência de base 10 com expoente inteiro.
ção científica, além de se diver-
tir, é claro! Veja como seria a representação desses três exemplos.
a) 1,1 · 108 b) 1022 5 1 · 1022 c) 9,11 · 10228 g

18 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 18 07/12/16 17:51


EXERCÍCIO RESOLVIDO

8 Escreva os números a seguir em notação científica. Sabemos que 1 000 000 000 5 10 9.
a) 5 000 000 000 c) 135 000 000 000 000 Logo, 5 000 000 000 5 5 · 1 000 000 000 5 5 · 10 9.

b) 0,000000005 5 5
b) 0,000000005 5 5 9 5 5 · 102 9
1 000 000 000 10
RESOLUÇÃO
c) 1 35 000 000 000 000 5 1 35 · 1 000 000 000 000 5
a) Poderíamos escrever esse número assim:
5 135 · 1012 5 13,5 · 1013 5 1,35 · 1014
5 · 1 000 000 000 Sugira aos alunos que pesquisem casos em
que se utiliza a notação científica.

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

28 O coração é um músculo que bombeia, em média, 5 litros a) 0,00000000025 c) 0,000000000000098 7


de sangue por minuto por todo o organismo. Expresse, em b) 432 000 000 000 d) 0,000000000001235
notação científica, a quantidade de sangue que o coração
bombeia, em média, no organismo durante um ano.
JOGOS
29 No corpo humano temos, aproximadamente, 97 000 quilôme-
tros de veias, artérias e vasos capilares. Expresse, em nota-
Na página 88, encontra-se o jogo Scino. Reúna-se
ção científica, o correspondente a esse valor em metros e
com um ou dois colegas e joguem pelo menos três
em centímetros.
partidas. Depois, discutam e escrevam o que vocês
aprenderam com esse jogo.
30 Expresse os números em notação científica.

Esse é um excelente jogo para os alunos aprenderem mais sobre notação científica e desenvolverem certa
agilidade em cálculos que envolvam essa notação. Proponha aos alunos que leiam as regras e tentem jogar
sozinhos. Após o jogo, organize uma conversa para tirar dúvidas. Sugira-lhes então que elaborem uma lista
INTERVALOS dos conhecimentos apreendidos a partir desse jogo.

Intervalos limitados
ZAPT
Observe as situações a seguir e responda às
perguntas.
1. No dia 12 de maio de 2009, a temperatura máxima na
cidade de La Paz foi de 14 °C e a temperatura mínima foi 5 kg
de 22 °C.
6 kg
Qual foi a variação de temperatura em La Paz nesse dia?
2. Qual é o "peso" das maçãs?
Na primeira situação, a variação de temperatura foi de 16 °C.
Sendo T uma temperatura registrada em um momento qualquer do dia, podemos dizer que
T está dentro do intervalo de {2 °C a 14 °C e representar essa variação por {2 °C < T < 14 °C.
Observe que a notação de intervalo é utilizada porque não podemos enumerar todos os
valores que estão entre 22 e 14, visto que são infinitos.
Na reta real, temos a seguinte representação para os valores de T: MATEMÁTICA

–2 0 14

As “bolinhas cheias” ( ) nas extremidades da representação do intervalo na reta


significam que {2 e 14 pertencem a esse intervalo de temperaturas, o qual pode ser
representado também da seguinte forma: [{2, 14].
Esse intervalo é fechado porque seus extremos {2 e 14 pertencem ao conjunto de
temperaturas registradas em La Paz nesse dia.

Números, Estatística e Funções 19

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 19 07/12/16 17:51


No caso da pesagem das maçãs, não podemos aferir o “peso” exato das frutas; no
entanto, percebemos que é maior que 5 kg e menor que 6 kg.
Sendo P o “peso” das maçãs, podemos escrever: 5 , P , 6.
Vamos representar esse intervalo na reta real

0 5 6

Os extremos do intervalo são 5 e 6 e as “bolinhas vazias” (


{x [ R | a < x < b} é o intervalo fechado de extremos a e b.
a b ℝ
), feitas nas extremidades do intervalo na representação acima,
indicam que eles não pertencem a esse intervalo.
notação: [a, b]
{x [ R | a , x , b} é o intervalo aberto de extremos a e b. Esse intervalo é, portanto, aberto e também pode ser
a b ℝ representado assim: ]5, 6[.
notação: ]a, b[ No quadro ao lado, estão os nomes dos possíveis intervalos
{x [ R | a < x , b} é o intervalo fechado em a e aberto em b. para a e b reais e a , b.
a b ℝ
Referimo-nos a esses intervalos da seguinte forma:
notação: [a, b[
[a, b] é o conjunto dos valores de x, sendo x maior ou igual a a e
{x [ R | a , x < b} é o intervalo aberto em a e fechado em b.
a b ℝ
menor ou igual a b.
notação: ]a, b] ]a, b[ é o conjunto dos x, com x maior que a e menor que b.

Intervalos ilimitados
Um corpo lançado da Terra ao espaço, com velocidade suficiente para escapar da
órbita do nosso planeta, se não se chocar com outro corpo ou for atraído por ele, tenderá
a se afastar cada vez mais da Terra. Com isso, sua distância em relação a ela aumentará
indefinidamente.
Considerando o momento do lançamento desse corpo, as distâncias vão situar-se no
intervalo [0, 1`[.

Os símbolos 1` (mais infinito) e 2 ` (menos infinito) não são números reais. Eles apenas mos-
tram que uma variável pode crescer indefinidamente (1`) ou decrescer indefinidamente (2 `).

De modo geral, sendo a um número real qualquer, podemos ter:

a
{x [ R | x > a} 5 [a, 1 `[ ℝ
a
{x [ R | x . a} 5 ]a, 1 `[ ℝ
a
{x [ R | x < a} 5 ]2 `, a] ℝ
a
{x [ R | x , a} 5 ]2 `, a[ ℝ

Podemos também considerar R 5 ]2 `, 1 `[.

INTERSECÇÃO, REUNIÃO E DIFERENÇA DE


CONJUNTOS
Há algumas operações que podemos fazer entre conjuntos.
Sejam A e B conjuntos contidos em um conjunto universo E.

20 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 20 07/12/16 17:51


O conjunto intersecção de A e de B (notação: A ù B) é o conjunto formado pelos elementos
comuns a A e a B.
A ù B 5 {x | x [ A e x [ B}
O conjunto reunião ou união de A e de B (notação: A ø B) é o conjunto formado por todos os
elementos que pertencem a A ou a B.
A ø B 5 {x | x [ A ou x [ B}
O conjunto diferença entre A e B (notação: A 2 B) é o conjunto formado pelos elementos que
pertencem a A e não pertencem a B.
A 2 B 5 {x | x [ A e x Ó B}

Exemplos:
a) Sendo A 5 {1, 2, 3, 4, 5} e B 5 {2, 4, 6, 8}, temos: Observe no Manual do professor as
propostas para a exploração deste jogo.
A ù B 5 {2, 4}
A ø B 5 {1, 2, 3, 4, 5, 6, 8}
A 2 B 5 {1, 3, 5}
B 2 A 5 {6, 8} JOGOS
b) Sendo A 5 ]{ 3 , 1[ e B 5 [{1, 5 ], temos:
Na página 89, encontra-se o
– 3 –1 1 5 jogo Contando pontos. Orga-

nize um grupo de dois a quatro
A
alunos e joguem pelo menos
B três partidas.
A∩B
A∪B
A–B
B–A

Portanto, A ù B 5 [{1, 1[; A ø B 5 ]{ 3 , 5 ]; A 2 B 5 ]2 3 , 21[; e B 2 A 5 [1, 5 ].


c) Sendo A 5 ]{ `, 2 ] e B 5 ]{ p, 1`[, temos:
–π 2

A
B
A∩B
A∪B
A–B
B–A

Portanto, A ù B 5 ]2 p, 2 ]; A ø B 5 R; A 2 B 5 ]2 `, 2 p]; e B 2 A 5 ] 2 , 1`[.

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

31 A quais dos intervalos abaixo pertence 2 ? Justifique sua d) ]]6, ]2] f) ]]3, 1`[ h) ]]`, 2[
MATEMÁTICA
resposta no caderno. e) []1, 1`[ g) ]]`, p]
a) ]0; 1,41] c) ]0; 1,42[
33 Expresse os intervalos do exercício anterior usando a repre-
b) ]0; 1,41[ d) ]1,41; 1,42[ sentação com chaves.
32 Represente na reta real os intervalos a seguir. 34 Represente em notação de intervalo:
a) []4, 7] b) ]] 2 , 2[ c) [] 3 , 3[ a) o conjunto dos números reais maiores que {2 e menores

Números, Estatística e Funções 21

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 21 07/12/16 17:51


ou iguais a 5. a) A 5 {{2, {1, 0, 2, 4} e B 5 {{1, 0, 1, 4}
b) o conjunto dos valores de x [ R, sendo x maior que 2 e b) A 5 {{3, {1, 1, 3, 5} e B 5 {{3, 3, 5}
menor que 2,5.
c) o conjunto dos valores de x [ R, com x menor que 7.
40 Obtenha A ù B, A ø B, A ] B e B ] A nos casos:
d) {x [ R | {1 , x < 3} h) {x [ R | x , 3} a) A = [–3, 2[ e B = [–1, 4[
e) {x [ R | {4 < x , 0} i) {x [ R | x < {2}
f) {x [ R| {6,3 , x , 2} j) {x [ R | x . {1} b) A = – ] 5 2
,
6 3 ]
e B = [– 2 , 3 [
g) {x [ R| {1,5 < x < 2 } k) {x [ R | x > {π}
c) A = ]–2, 2] e B = [2, 6 [

Antes de resolver os exercícios 35 a 43, leia todos eles e escreva no


caderno: as palavras desconhecidas (procure seu significado no livro
] 23 ] e B = ]– ∞, 23 [
d) A = – ∞,

e) A = [– , +∞[ e B = ]– , +∞[
ou no dicionário) e as dúvidas (procure esclarecê-las relendo o texto 5 6
do livro). Isso vai ajudá-lo a ser um melhor leitor de problemas. 6 7

41 Um aluno deveria resolver o exercício:


35 Em uma classe de Ensino Médio foi feita uma pesquisa so- “Obtenha A ù B e A ø B para
bre a idade e a altura dos alunos. As alturas variavam entre
1,68 m e 1,87 m e as idades, entre 14 e 18 anos. A 5 {x [ R | x < {2 ou x > 1} e
a) É possível indicar todas as alturas dos alunos da classe? B [ {x [ R | {4 , x < 3}”.
Represente da forma que você achar mais conveniente.
Analise a solução do aluno mostrada a seguir e veja se ele
b) Indique todas as idades possíveis.
acertou ou errou o exercício.
36 Procure em um jornal a seção de meteorologia. Com base A
–2 1
nas informações nela apresentadas, construa uma tabela B
com os dados: –4 3
A ∩ B = ]–4, –2] ∪ [1, 3]
cidades do Brasil encontradas nesse jornal; –4 –2 1 3
A∪B=ℝ
temperaturas mínima e máxima;
intervalos de variação de temperatura.
42 Sendo A 5 {x [ R | { 5 , x < 10} e B 5 {x [ R | x , { 3
37 Quais são as dimensões possíveis do lado de um quadrado ou x > 10}, dê uma resolução incorreta para A ù B e A ø B.
para que sua área varie entre 4 cm e 144 cm ? Represente
2 2 Depois, troque sua resolução com a de um colega. Um deve
o resultado na forma de intervalo. descobrir e corrigir os erros do outro.

38 Quando você joga um dado, o número obtido pode ser tra- 43 (Enem{MEC) Ao longo do século XX, a taxa de variação na
população do Brasil foi sempre positiva (crescimento). Essa
duzido pela condição 1 < n < 6, onde n [.N.
taxa leva em consideração o número de nascimentos (N), o
a) Indique uma condição que mostre os resultados que você número de mortes (M), o de emigrantes (E) e o de imigran-
pode ter quando lança dois dados e adiciona os números tes (I) por unidade de tempo.
obtidos.
É correto afirmar que, no século XX:
b) Indique uma condição que mostre os resultados que você
a) M . I 1 E 1 N d) M 1 N , E 1 I
pode ter quando lança três dados e adiciona os números
obtidos. b) N 1 I . M 1 E e) N , M 2 I 1 E
c) N 1 E . M 1 I
39 Obtenha A ù B, A ø B, A 2 B e B 2 A nos casos:

PARA SABER MAIS


Ao longo de toda esta unidade, muitas vezes utilizamos os termos conjuntos e elementos. Todos os conjuntos estudados eram
conjuntos de números e cada número era um elemento desses conjuntos. No entanto, existem outros tipos de conjuntos, como:
o conjunto das carteiras de sua sala de aula;
o conjunto das pessoas que moram na cidade de Curitiba;
o conjunto das cartas de um baralho convencional.
Para quaisquer conjuntos, podemos representar as operações de união, intersecção e diferença entre conjuntos usando desenhos

22 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 22 07/12/16 17:51


conhecidos como diagramas de Euler-Venn.
Esses desenhos recebem o nome de diagramas de Euler-Venn em referência a John Venn (1834-1923), um lógico inglês que
utilizou esse tipo de representação em seu livro Symbolic logic, em 1894. No entanto, quase um século antes, o famoso matemá-
tico suíço Leonhard Euler (1707-1783) usou desenhos como esses em suas cartas a uma princesa da corte alemã para mostrar a
ela raciocínios dedutivos.
Observe este exemplo.
Se A é o conjunto das carteiras de sua sala de aula e B é o conjunto das carteiras quebradas de sua escola, os desenhos a
seguir podem ser interpretados como representações das seguintes situações:

B B B

IMAGENS: ZAPT
A A A

Não existe nenhuma carteira quebrada em sua Todas as carteiras de sua sala de aula estão Algumas carteiras estão quebradas. A parte
sala. Nesse caso, dizemos que os conjuntos A quebradas. A está contido em B e escreve- escura representa a intersecção de A e B: A ù
e B são disjuntos e temos que: A ù B 5 Ø. O se: A , B, onde o sinal , significa que todo B. A parte clara dentro de A representa A 2 B,
símbolo Ø representa o conjunto vazio. elemento de A é elemento de B. que corresponde às carteiras de sua sala que
não estão quebradas.

Esses diagramas são úteis para nos auxiliar a pensar sobre a resolução de alguns problemas como os que estão a seguir.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

b) Todo número inteiro possui, além dos divisores positivos,


Ao analisar os Exercícios resolvidos, procure: os divisores negativos. Os divisores positivos de 10 são 1,
ler o enunciado calmamente, para compreender o que o 2, 5 e 10 e os negativos são {1, {2, {5 e {10; logo:
problema pede; B 5 {{10, {5, {2, {1, 1, 2, 5, 10}
identificar palavras ou expressões desconhecidas e c) Os múltiplos de 3 são obtidos multiplicando-se 3 pelos
procurar seu significado; números inteiros ..., {3, {2, {1, 0, 1, 2, 3, ... Sendo assim, os
ver a resolução analisando cada escolha que fizemos; múltiplos de 3 são ..., {9, {6, {3, 0, 3, 6, 9, ... ; logo:
antes de passar para o próximo ER, olhar os problemas e C 5 {…, {9, {6, {3, 0, 3, 6, 9, ...}
exercícios e pensar sobre qual (ou quais) deles poderia ser
d) Vamos lembrar que existem os ímpares positivos 1, 3,
resolvido com a ajuda do ER que você acabou de ler.
5, ... e os ímpares negativos {1, {3, {5, ... ; logo:
D 5 {..., {5, {3, {1}
9 Represente os conjuntos a seguir utilizando linguagem sim-
A B
bólica.
A ù B 5 {1, 2}
a) A 5 conjunto dos divisores naturais de 6
A C
b) B 5 conjunto dos divisores inteiros de 10 A ø C 5 {..., {9, {6, {3, 0, 1, 2, 3, 6, 9,
c) C 5 conjunto dos múltiplos inteiros de 3 ...}
B D
d) D 5 conjunto dos números ímpares negativos
Represente em diagramas de Euler-Venn: B ] D 5 {{10, {2, 1, 2, 5, 10}
MATEMÁTICA
AùB AøC B2D 10 Se um conjunto A tem 72 elementos e um conjunto B tem 25
elementos, qual é o maior número de elementos do conjun-
RESOLUÇÃO
to A ù B?
a) Os divisores naturais (ou positivos) de 6 são 1, 2, 3 e 6;
logo: RESOLUÇÃO
A 5 {1, 2, 3, 6}
A situação em que A ù B é o maior conjunto possível ocorre

Números, Estatística e Funções 23

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 23 07/12/16 17:51


quando B , A e, nesse caso, Como A ù B tem 45 elementos e A ù B ù C tem 18, podemos
A concluir que a parte amarela tem 27 elementos.
B Usando o mesmo raciocínio, a parte azul tem 7 elementos
e a parte vermelha, 32 elementos.
A ù B 5 B terá 25 elementos.
A parte clara de A deve ter: 120 2 (27 1 18 1 32) 5 43
consumidores.
11 Em uma classe com 35 alunos, foi realizada uma prova com Da mesma forma, as partes claras de B e C têm, respec-
duas questões, uma de História e outra de Geografia. Se 8 tivamente:
alunos acertaram as duas questões, 15 acertaram a ques- 230 2 (27 1 18 1 7) 5 178 e 160 2 (32 1 18 1 7) 5 103
tão de História e 20, a de Geografia, quantos alunos erra- elementos.
ram as duas questões? Para obter todos os estrevistados, basta somar os 320
RESOLUÇÃO consumidores que não escolheram os sucos A, B ou C com
cada parte no diagrama:
Se A é o conjunto dos alunos da classe, H é o conjunto dos
alunos que acertaram a questão de 320 1 43 1 27 1 18 1 32 1 178 1 7 1 103 5 728 pessoas
H G
História e G é o conjunto dos que entrevistadas.
acertaram a questão de Geografia,
7 8 12
podemos representar a situação pelo
ANOTAÇÕES
diagrama:
A
Sabemos que: H ù G tem 8 alunos;
então as partes claras de H e de G têm, respectivamente,
15 2 8 5 7 e 20 2 8 5 12 alunos.
Como A tem 35 alunos, os alunos de A que não pertencem a
H ou a G são, ao todo, 35 2 (7 1 8 1 12) 5 8 alunos. Esses
8 alunos erraram as duas questões.

12 Em uma pesquisa sobre o consumo de três marcas, A, B e C,


de sucos de frutas, os dados foram organizados nesta tabe-
la.

Marca de suco A B C A e B A e C B e C A, B e C Nenhuma

Consumidores 120 230 160 45 50 25 18 320

Quantas pessoas foram entrevistadas nessa pesquisa?

RESOLUÇÃO
IMAGENS: ZAPT

A B D
Um diagrama pode nos au-
xiliar na compreensão das
relações entre os conjuntos
dos consumidores de cada
marca de suco. C
Vamos representar por D o A parte escura representa
conjunto de todas as pessoas A ù B ù C.
pesquisadas.
Substituindo os dados numéricos no diagrama, onde os
números indicam quantos consumidores pertencem a cada
conjunto ou à parte de cada um, temos:

A B D
43 27
178
32 18
7
103
C

24 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 24 07/12/16 17:51


As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

Sempre que achar necessário, retorne ao texto e aos ER para tirar suas dúvidas.

44 Volte ao exercício 39 e represente A ù B, A ø B, A 2 B e B 2 A, usando os diagramas de Euler-Venn.

45 (Insper{SP) Em uma escola que funciona em três períodos, 60% dos professores lecionam de manhã, 35% lecionam à tarde e
25% lecionam à noite. Nenhum professor da escola leciona tanto no período da manhã quanto no período da noite, mas todo
professor leciona em pelo menos um período. Considerando-se apenas essas informações, assinale a alternativa em que os dados
apresentados sobre esses professores são necessariamente verdadeiros.

Professores da escola que lecionam Professores da escola que lecionam nos Professores da escola que lecionam
somente no período da tarde representam, períodos da tarde e da noite representam, somente no período da noite representam,
em relação ao total. em relação ao total. em relação ao total.

a) exatamente 15% no máximo 20% no mínimo 5%

b) exatamente 15% no mínimo 20% no máximo 5%

c) exatamente 20% entre 5% e 15% entre 10% e 20%

d) exatamente 25% no máximo 20% no mínimo 5%

e) exatamente 25% no mínimo 20% no máximo 5%

46 (Ifal) Num grupo de 142 pessoas, foi feita uma pesquisa so- C 900
bre três programas de televisão A, B e C e constatou-se que:
AeB 350
40 não assistem a nenhum dos três programas;
AeC 400
103 não assistem ao programa C;
BeC 300
25 só assistem ao programa B;
13 assistem aos programas A e B; A, B e C 100
O número de pessoas que assistem somente aos programas
B e C é a metade do número de pessoas que assistem somen- Quantos telespectadores entrevistados não acham agradável
nenhuma das três novelas?
te a A e B;
a) 300 telespectadores. d) 470 telespectadores.
25 só assistem a 2 programas;
72 só assistem a um dos programas. b) 370 telespectadores. e) 500 telespectadores.
c) 450 telespectadores.
Pode-se concluir que o número de pessoas que assistem:
a) ao programa A é 30. 48 (UFPE) Os alunos de uma turma cursam alguma(s) dentre as
b) aos programas A e C é 13. disciplinas Matemática, Física e Química. Sabendo que:
o número de alunos que cursam Matemática e Física exce-
c) ao programa C é 39.
de em 5 o número de alunos que cursam as três discipli-
d) aos programas A ou B é 63.
nas;
e) aos três programas é 6.
existem 7 alunos que cursam Matemática e Química, mas
47 (UEL{PR) Num dado momento, três canais de TV tinham, em não cursam Física;
sua programação, novelas em seus horários nobres: a nove- existem 6 alunos que cursam Física e Química, mas não
la A no canal A, a novela B no canal B e a novela C no canal cursam Matemática;
C. Numa pesquisa com 3 000 pessoas, perguntou-se quais o número de alunos que cursam exatamente uma das dis-
MATEMÁTICA
novelas agradavam. A tabela a seguir indica o número de te- ciplinas é 150;
lespectadores que designaram as novelas como agradáveis. o número de alunos que cursam pelo menos uma das três
disciplinas é 190.
Novelas Número de telespectadores Quantos alunos cursam as três disciplinas?
A 1 450
49 (PUC{MG) Em um grupo de 36 universitários há 12 que cursam
B 1 150 Engenharia, 10 que fazem Administração, 14 que são alunos de

Números, Estatística e Funções 25

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 25 07/12/16 17:51


Direito e 8 que cursam, simultaneamente, Administração e Di- a) 0. c) 8.
reito. Então, nesse grupo de estudantes, o número dos que b) 6. d) 10.
não fazem nenhum desses três cursos é igual a:

As respostas se encontram no final do caderno


PARA RECORDAR

Esta seção tem como objetivos que você: Sabendo que seu perímetro é 70 cm, calcule a medida de
relembre alguns conceitos já estudados cada lado do retângulo.
pense um pouco mais sobre técnicas de cálculo e resolu-
ção de problemas 4 Observe a tabela.
tenha sempre em mente noções importantes e úteis para x 110 120 130 140
a resolução de problemas.
y 55 60 65 70

Vamos recordar alguns conceitos e formas de


cálculo úteis para t continuidade de seus estudos. Ela representa duas grandezas, x e y, diretamente pro-
porcionais. Isso ocorre porque os valores de x aumentam
juntamente com os valores correspondentes de y, de tal
1 Copie e complete as tabelas no caderno. Para completar y
cada linha, considere sempre o número inicial. forma que, quando calculamos , temos um valor cons-
1 x
tante que é . Qual das tabelas abaixo relaciona grandezas
2
1
Número inicial ]1 ]2 ]3 0 2
1 2 2 2,5 b diretamente proporcionais?

Adicione 2
a 2 3 4 5
Eleve ao A
quadrado b 3 4,5 6 7,5
Multiplique por 2
t 0,5 1 1,5 2
B
u 1 1,5 2 2,5
1
Número inicial ]1 ]2 ]3 0 2
1 2 a
Adicione 3

Eleve ao cubo
Duas grandezas x e y são diretamente
y
proporcionais se existir uma constante cÞ 0, tal que 5 c
Multiplique por 3 x
para cada par de valores correspondentes de x e y.
x e y são inversamente proporcionais se existir uma
2 Resolva as equações a seguir.
constante c Þ0, tal que xy 5 c para cada par de valores
a) 4x 1 11 ] 7x 5 ]11
correspondentes de x e y.
b) 5x ] (]x 1 22) 5 ]4 Além dos objetivos já apresentados na seção Para recordar, serão
explorados conceitos de Geometria ao longo do livro.
c) 11x ] (]3x 1 10) 5 4x 1 2 5 Observe o paralelepípedo retângulo a seguir.
A, B, C e D são pontos.
ZAPT

x13 x 2 10
d) 1 54 E H AB e GH são retas.
2 3
F G FE é um segmento de
3 O perímetro de um retângulo é a soma das medidas de seus reta.
lados. Observe este retângulo: D C ABGF é um retângulo
e também uma face do
A B paralelepípedo.
x – 15 Agora, responda.
a) Que outros pontos você identifica na figura?

x b) Sabendo que os pontos marcados no desenho são os vér-

26 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 26 07/12/16 17:51


tices do paralelepípedo, quantos vértices tem esse sólido d) Sabendo que cada segmento é uma aresta do paralele-
geométrico? pípedo, quantas arestas tem esse sólido geométrico?
c) Que outros segmentos de reta você identifica na figura? e) Quantas faces esse paralelepípedo possui?

A seção Saia Dessa apresenta


SAIA DESSA As respostas se encontram no final do caderno problemas não convencionais que
exigem do aluno as habilidades
de leitura e mobilização de
1 Pereira, Oliveira, Silva e Santos são quatro homens com as seguintes ocupações: açou- informações. Para que saiba mais
gueiro, bancário, padeiro e policial. Utilizando as informações a seguir, descubra qual é a sobre esta seção, sugerimos que
ocupação de cada homem. leia o Manual do professor.

a) Pereira e Oliveira são vizinhos e revezam-se levando um ao outro para o trabalho.


b) Oliveira ganha mais dinheiro que Silva.
c) Pereira vence Santos, regularmente, no boliche.
d) O açougueiro vai sempre a pé para o trabalho.
e) O policial não mora perto do bancário.
f) A única vez que o padeiro encontrou o policial foi quando este o multou por excesso
de velocidade.
g) O policial ganha mais dinheiro que o bancário e que o padeiro.

2 (Enem{MEC) A diversidade de formas geométricas espaciais criadas pelo homem, ao


mesmo tempo em que traz benefícios, causa dificuldades em algumas situações.
Suponha, por exemplo, que um cozinheiro precise utilizar exatamente 100 mL de azei-
te de uma lata que contenha 1 200 mL e queira guardar o restante do azeite em duas
garrafas, com capacidade de 500 mL e 800 mL cada, deixando cheia a garrafa maior.
Considere que ele não disponha de instrumento de medida e decida resolver o problema
utilizando apenas a lata e as duas garrafas. As etapas do procedimento utilizado por ele
estão ilustradas nas figuras a seguir, tendo sido omitida a 5a etapa.
ILUSTRAÇÕES: CONCEITOGRAF

1 200 mL 400 mL

AZEITE AZEITE

1ª– etapa 2ª– etapa


400 mL 300 mL 900 mL 300 mL

AZEITE AZEITE

3ª– etapa 4ª– etapa

100 mL 300 mL
AZEITE
AZEITE

?
MATEMÁTICA
? ?
5ª– etapa 6ª– etapa

Qual das situações ilustradas a seguir corresponde à 5a etapa do procedimento?

Números, Estatística e Funções 27

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 27 07/12/16 17:51


a) 100 mL 700 mL
AZEITE 400 mL d) 900 mL
AZEITE 300 mL

b) 200 mL
AZEITE 200 mL e) 900 mL 200 mL
AZEITE 100 mL

c) 400 mL
AZEITE

2 (Unirio{RJ) O quadrado maior 4 3 4 a seguir representa um minissudoku, que é um


jogo de raciocínio e lógica. O objetivo é completar todos os espaços utilizando números
naturais de 1 a 4. Não pode haver números repetidos nas linhas horizontais e verticais,
assim como os números não podem se repetir nos 4 quadrados 2 3 2.

1 4

3 x

Sabendo que x e y são os valores obtidos nos espaços marcados da figura, quando se
completa o minissudoku, segundo as regras estabelecidas, determine o valor de 2x + y.

a) 8 c) 32 e) 128
b) 16 d) 64

Veja no Manual do professor as orientações


PALAVRAS-CHAVE e os objetivos desta seção.

As palavras a seguir mostram as principais ideias abordadas neste capítulo:


Números Reta real
Dízima periódica Intervalos
Faça um resumo no caderno a respeito do que você aprendeu sobre esses conceitos.
Para fazer o resumo, releia cuidadosamente esta unidade, destacando, em cada
parte, os assuntos e os fatos centrais.
Faça suas anotações e verifique se é possível compreender o que está escrito.
Depois disso, inclua exemplos e ilustrações para complementar seu texto.
Ao final, converse com os colegas de classe sobre o quanto vocês aprenderam ao
fazer esse exercício de estudar novamente esta unidade.

28 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 28 07/12/16 17:51


CÁLCULO RÁPIDO As respostas se encontram no final do caderno

Alguns cálculos são constantemente usados. Conhecer os resultados ou ter estra-


tégias de cálculo mental podem agilizar o seu trabalho e permitir que sua atenção
se volte para ideias e problemas mais importantes do que os cálculos rotineiros. Por
isso, nesta seção, em todas as unidades, você terá alguns desafios para auxiliá-lo no
desenvolvimento de sua habilidade de cálculo.

1 Calcule mentalmente os resultados das operações a seguir. Depois, confira e analise


seus possíveis erros.

1 1 1 1
a) 1 g) 2 m) 2 2 0,75
2 2 2 4
1 1 1
b) 1 2 h) 2 n) 1,25 1 1,5
2 2 3
1 2 1 1
c) 1 i) 1 o) 1,05 1 0,45
4 4 2 5
1 1 1 1
d) 1 j) 2 p) 1,25 2 0,75
2 4 2 5
1 1
e) 1 k) 1 1 0,3 q) 0,25 1 0,75
2 3
1
f) 1 2 l) 0,5 1 1,2 r) 1 2 0,8
4
2 Sem usar a calculadora e sem fazer contas no papel, escreva no caderno a forma deci-
mal das frações a seguir.

5 76 11 725
a) c) e) g)
10 100 1 000 10
13 93 453 3 361
b) d) f) h)
100 10 100 1 000
3 Calcule.
a) 10{1 d) {2({2){5 g) 60
b) 10{2 e) {15{1 h) 4{2
c) ({5){2 f) ({3){3 i) 122

4 Qual (ou quais) das alternativas a seguir não é equivalente à “metade de 0,5”?
1 1 1
a) 0,25 b) · 0,5 c) 0,5 · 0,5 d) :
2 2 2
5 Faça estes cálculos com medidas de comprimento. Se precisar, consulte a tabela.
km hm dam m dm cm mm
1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001

Responda no caderno.
a) Quantos cm há em: O cálculo mental é uma importante
1 m? 6 m? 5,8 m? 23,2 m? habilidade, e o seu desenvolvimento
deve ser um dos objetivos do
b) Quantos metros há em: aprendizado da Matemática, porque: MATEMÁTICA
> tem importância prática no dia a dia;
6 km? 18 km? 125,3 km? 1 236,9 km? > tem um valor pessoal, individual;
> é útil na resolução de problemas em
c) Quantos mm há em: Matemática.
Para conhecer melhor esta seção, leia o
1 cm? 8 cm? 3,8 cm? 35,7 cm? Manual do professor.

As resoluções encontram-se no
portal, em Resoluções e Gabaritos

Números, Estatística e Funções 29

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 29 07/12/16 17:51


No Manual do professor estão descritos os objetivos e a proposta para esta seção.
Reserve um momento da aula para ler e discutir este texto com os alunos.

CONEXÃO MATEMÁTICA { UNIVERSO


NASA

DO MICRO AO MACRO
Ao longo da história, a humanidade sempre se empenhou para conhecer o seu
hábitat: o universo. Para além da exploração do que nossos olhos veem, as investi-
gações do micro e do macrocosmo aguçam a curiosidade e desvelam a grandiosidade,
a complexidade e a beleza da natureza.
Do telescópio de Galileu (século XVII) ao teles-
cópio espacial Hubble, do microscópio de Leeuwe-
FRANK WHITNEY/THE IMAGE BANK/
GETTY IMAGES

nhoek (século XVII) aos modernos microscópios


de alta voltagem, o ser humano mantém a per- Imagem da galáxia espiral M104,
registrada pelo telescópio espacial
severança em ampliar seu olhar para o belo que Hubble.
se desvenda em cada imagem que a tecnologia
permite produzir e se embrenha entre números e equações, buscando reconhecer pa-
drões e estabelecer relações.
A Matemática, sempre parceira das grandes descobertas científicas, precisou am-
Desde 1990, o telescópio espacial pliar, entre outros, o conhecimento dos números e de suas representações, para dar
Hubble investiga as composições, as conta de medidas que se inserem em um imenso intervalo numérico sem limite. Para se
características físicas e as dinâmicas ter uma ideia, a estimativa do tamanho do universo observável é de aproximadamente
dos corpos celestes e captura
informações que permitem estudar 1,4 × 1023 m, e o tamanho de uma partícula subatômica Quark (menor partícula que
a formação e a evolução de estrelas se conhece) é aproximadamente 1,0 × 10–18 m.
e galáxias, bem como conhecer a A noção dessas grandezas pode ser adquirida a partir de algumas comparações de
história e a evolução do universo.
tamanhos estimados, apenas usando as potências de 10, correspondentes às medidas.
Assim, para as medidas dadas no parágrafo anterior, tem-se: o tamanho do universo observável é da ordem de 1023 m e o
da partícula subatômica Quark é de 10–18 m.
Por exemplo: ao ampliar uma maçã, de raio aproximadamente igual a 3,0 × 10–2 m, até ficar do tamanho da Terra, de
raio aproximadamente igual a 6,4 × 106 m, os átomos da maçã, com raio na ordem de 10–10 m, serão aproximadamente do
tamanho original dessa fruta. Para conferir a proporcionalidade, basta fazer a verificação da equivalência entre as duas
razões entre as potências:

THINKSTOCK/GETTY IMAGES
raio Terra = raio maçã ⇔ 106
raio maçã raio átomo 10–2
= 10–10 ⇔ razão de proporção: 108
–2

10
Seguindo essa linha de raciocínio, vejamos mais um exemplo. Se a Terra, de
raio aproximadamente igual a 6,4 × 106 m, fosse reduzida ao tamanho de uma
maçã, de raio aproximadamente igual a 3,0 × 10–2 m, a Lua, de raio aproximada-
mente igual a 1,7 × 106 m, seria do tamanho de um limão, de raio aproximado na
ordem de 1,0 × 10–2 m, orbitando em torno da maçã a uma distância correspon-
dente a 1 m, uma vez que a distância entre a Terra e a Lua é da ordem de 108 m.
O ADN, ácido desoxirribonucleico, carrega
Análises como essas podem ser feitas ampliando-se a hélice do nosso ADN as informações genéticas que comandam
(raio na ordem de 10–9 m) ou reduzindo a Via Láctea (raio na ordem de 1020 m) o desenvolvimento e o funcionamento de
para tamanhos que os nossos olhos podem perceber. Além da curiosidade, tais todos os seres vivos. Ilustração feita por
computador representando a estrutura do
comparações aumentam o conhecimento sobre as medidas do muito pequeno ao ADN (DNA, sigla em inglês, usualmente
muito grande e a percepção dos intervalos numéricos envolvidos nas dimensões empregada).
do universo.

30 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 30 07/12/16 17:51


CAPÍTULO

2 Análise de dados: Estatística

Objetivos: Em um mundo no qual a circulação de informações é maior a cada dia e onde as pesquisas
de opinião ganham cada vez mais espaço, é necessário que as pessoas sejam capazes de ler
c Realizar cálculos com e interpretar gráficos e tabelas, perceber tendências e analisar criticamente as informações
porcentagem.
que recebem. É disso que vamos tratar neste capítulo.
c Organizar dados
utilizando tabelas e PESQUISAS
gráficos em barras, Leia atentamente os resultados de uma pesquisa sobre o ensino a distância no Brasil em 2011.
linhas ou setores.

EDITORIA DE ARTE/FOLHAPRESS
c Identificar, ler e
interpretar informações
de caráter estatístico
representadas na
forma de tabelas ou
gráficos.

c Analisar informações
de gráficos, tabelas e
construir argumentos.

Este capítulo sobre gráficos estatísticos


tem várias funções que justificam seu
posicionamento no início deste livro,
antes do estudo de funções.
Continuar a retomada de conteúdos
numéricos e das operações estudados
no Ensino Fundamental.
Contextualizar os gráficos a partir da
forma como eles se encontram na mídia,
em especial o gráfico em linhas ou de
segmentos, que é o gráfico de uma função.
Desenvolver no aluno as capacidades
de ler e produzir gráficos, de modo que
os gráficos das funções ganhem maior
significação quando forem estudados
no capítulo 3. Ao observar os gráficos mostrados acima, podemos extrair algumas informações:

Em 2010, as regiões Sul e Sudeste possuíam mais de 50% das matrículas em cursos a
distancia para graduação no ensino superior. MATEMÁTICA
LEIA O LIVRO
Apesar de ser sempre crescente, o número de matrículas em cursos de graduação a
O livro Estatística, de Imenes, Ja-
distancia teve variação maior entre 2007 e 2008.
kubo e Lellis (Ed. Atual, coleção
Pra que serve a Matemática?), A quem podem interessar essas informações?
ajudará você a conhecer os usos Aos órgãos e instituições educacionais, políticas e econômicas que, provavelmente,
da estatística em diversas situa- utilizam esses e outros dados para acompanhar e direcionar recursos e investimentos
ções sociais e econômicas. nessa modalidade de ensino.

Números, Estatística e Funções 31

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 31 07/12/16 17:51


PARA SABER MAIS
Incentive a leitura do texto e proponha aos alunos que anotem
no caderno as ideias centrais de cada parágrafo. Peça que depois
O que faz um estatístico? comparem, em duplas, suas anotações e discutam sobre elas.

Saiba sobre isso lendo o texto a seguir.

Quando crescer, vou ser... estatístico!


Veja como é a rotina do pesquisador cujo trabalho parece com o de um detetive!
Por Sarita Coelho

Vestido a caráter — de casaco e boné xadrez —, o detetive busca pistas com a lupa. Mas não encerra seu trabalho
quando as encontra! Ele as analisa e as relaciona para concluir quem é o culpado do caso que investiga nos filmes,
desenhos animados ou livros! E na vida real? Será que existe alguém que faça trabalho parecido com o do detetive?
Sim! Há um profissional que substitui a roupa xadrez e a lupa por um conjunto de técnicas e métodos de pesquisa
chamado estatística. Sua função é coletar, organizar e interpretar dados com o objetivo de chegar a conclusões ou
fazer previsões sobre determinado assunto. O nome desse profissional é elementar, meu caro leitor: estatístico!
“O estatístico atua como um detetive. Ele analisa uma grande variedade de dados em busca de pistas ou evidências
sobre um determinado assunto”, explica o estatístico José Matias de Lima, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas
(Ence), ligada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, para isso, ele conta com a Estatística, parte
da Matemática que estuda os processos para obter, organizar e analisar dados sobre uma população e as maneiras de
tirar conclusões ou prever o que pode acontecer no futuro baseado nesses dados.
O estatístico faz pesquisas, coleta dados e analisa informações com diferentes objetivos e em várias áreas. Ele
pode, por exemplo, fazer pesquisas de opinião para saber, no ano em que há eleição, em qual candidato a maioria
das pessoas está pensando em votar e que, portanto, deve vencer. Mas, para isso, não precisa perguntar a opinião
de cada eleitor! O estatístico seleciona um grupo de eleitores, é a chamada amostra — que, como a sociedade, re-
úne gente de diferentes classes sociais, idade, sexo, profissão. Pede que respondam a um questionário, organiza as
informações e as analisa. “A seguir, generaliza os resultados obtidos na amostra de eleitores para toda a população”,
diz José Matias.
Usando esse mesmo método, o estatístico pode conseguir informações sobre as preferências das pessoas em rela-
ção a um produto — o que é precioso para a indústria! Se ele descobrir, por exemplo, que os consumidores gostariam
de ter um tênis que brilha no escuro, a empresa lançaria um modelo assim. A partir de pesquisas, ele também é ca-
paz de indicar para empresários qual o melhor lugar para instalação de fábricas, supermercados, shoppings, escolas,
cinemas!
Na área de saúde, esse profissional pode usar pesquisas para definir o número de pessoas que têm determinada
doença e alertar sobre riscos de epidemia. “Por meio desses dados, o governo identifica onde é mais importante in-
vestir em saúde, educação, habitação, transportes”, explica Matias.
Ufa! Viu só em quantas áreas o estatístico pode atuar? Pois foi isso
Thinkstock/Getty Images
que fez José Matias optar pela profissão. Quando criança, ele já sonhava
em seguir alguma carreira ligada à Matemática. Pensou até em ser enge-
nheiro, mas a Estatística venceu! “Além do fato de poder atuar em dife-
rentes áreas, o que mais me fascina nesta profissão é ter contato e po-
der trabalhar em conjunto com outros profissionais de diferentes áreas
do conhecimento”, conta. Segundo ele, o estatístico nada faz sozinho
e, portanto, precisa saber trabalhar em equipe. Deve ainda gostar de
desafios, não ter medo de lidar sempre com o diferente e se interessar
por novos assuntos. E, claro, ter um pouquinho de espírito de detetive!
Fonte: Ciência Hoje das Crianças 125, junho 2002.

32 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 32 07/12/16 17:51


COLETA E ORGANIZAÇÃO DE DADOS
Como você leu na seção Para saber mais, em qualquer estudo estatístico, começamos
por definir a pesquisa que será feita, que dados serão recolhidos, como serão organizados
esses dados e de que forma serão analisadas as variáveis envolvidas para que possamos
descrever a situação pesquisada.
O conjunto de dados obtidos do estudo de um determinado fato é chamado variável
estatística. Existem dois tipos de variáveis estatísticas.
Qualitativas: são aquelas que indicam uma qualidade do fato observado. Exemplo: cor,
preferência, sexo, raça etc.
Quantitativas: são aquelas que indicam uma quantidade do fato observado. Exemplo:
alturas, número de irmãos, “pesos” etc.
Os dados estatísticos podem ser organizados em tabelas ou gráficos.

As tabelas são quadros que resumem conjuntos de observações.

Veja um exemplo.

PREÇO X CRESCIMENTO
Voos mais baratos O valor nominal das passagens influencia o crescimento da demanda de voos domésticos
A tarifa média dos voos Tarifa aérea média
Ano Crescimento do mercado doméstico (%)
nominal (R$)**
domésticos influencia diretamente
o crescimento do mercado e a 2006 376,99 12,3
ampliação das companhias aéreas. 2008 417,74 7,4
Em 2008, quando a tarifa 2010 272,47 23,47
média teve seu maior valor as
2011* 260,45 15,85
companhias se ressentiram pelo
*Até outubro. ** Tarifa aérea média corresponde ao valor médio pago por passageiro em uma viagem
desaparecimento dos clientes. aérea, independentemente de escalas, das conexões e das distâncias dos voos. Os valores são nomi-
nais, atualizados com base no IPCA.

Fonte: ANAC

Há alguns elementos que são característicos de


O PREÇO DE CADA PONTO CONQUISTADO NA FÓRMULA 1 1 uma tabela.
Orçamentos das maiores escuderias da Fórmula 1 em 2011 2 1 Título: indica o assunto da tabela.
4
Orçamento em milhões 2 Cabeçalho: explica o conteúdo das linhas e das
Equipe Pontuação
de euros
colunas da tabela.
Red Bull 650 158,65
3 Corpo: são os dados da tabela.
McLaren 497 164,5
Ferrari 375 199,5 4 Colunas indicadoras: especificam o conteúdo
das linhas.
Mercedes 165 165
3 5 Fonte: mostra de onde foram recolhidos os
Force India 69 92,46
dados para organizar a tabela. Aparece sempre MATEMÁTICA
Sauber 44 70,84 no rodapé da tabela. (Nesta obra, indica também
LRGP 73 122,64 o veículo de comunicação do qual a tabela ou o
Toro Rosso 41 80,77 gráfico foi extraído.)

Williams 5 95,5 Observe cada um desses elementos nessa tabela.


Fonte: <www.f1zone.net>. 5 Outro modo de organizar dados estatísticos é
por meio de gráficos.

Números, Estatística e Funções 33

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 33 07/12/16 17:51


O gráfico estatístico é uma forma de apresentar dados estatísticos
de modo que permita, ao pesquisador e ao público em geral, uma
percepção rápida e dinâmica dos dados pesquisados.

A função de um gráfico, portanto, é comunicar informações visualmente. Há diferentes tipos


de gráficos que, diariamente, podem ser encontrados em jornais, revistas e até na televisão.
Vamos examinar mais detalhadamente alguns tipos.

Gráfico em linhas ou curvas


A GUERRA DOS BROWSERS
O gráfico em linhas ou curvas utiliza uma linha poligonal
Primeiro foi o Netscape, depois o Internet Explorer.
O Chrome vai se tornar o terceiro navegador a reinar na WEB (em %) para representar os dados estatísticos. É muito empregado na
89,4
94,2 identificação de tendências de aumento ou diminuição dos valores
Internet Explorer Netscape

numéricos de uma dada informação.


Observe o gráfico ao lado, que mostra o percentual que cada
navegador de internet ocupava no mercado entre abril de 1996 e
31,2 35,8
29,8 fevereiro de 2012.
Chrome
Firefox

24,9
Opera

Safari

3,8 0,1 0,1


5,7 2,9 4,7 6,8
2 Gráfico em barras
04/1996

04/1997

04/1998

10/1998

03/2000

03/2001

03/2002

03/2003

03/2004

03/2005

03/2006

03/2007

03/2008

03/2009

03/2010

03/2011

02/2012

Nesse tipo de gráfico, os dados são representados por meio


de retângulos (ou blocos retangulares) dispostos vertical ou
Fonte: Info. São Paulo, Abr., 2012. horizontalmente.
Este é um exemplo de gráfico em barras verticais:

BARREIRA CONTRA A CRISE


FMI prevê anunciar fundo entre US$ 400 bilhões e US$ 500 bilhões para amortecer impactos futuros
QUEM JÁ ANUNCIOU CONTRIBUIÇÃO Valor (em US$ bilhões)

200 US$ 320 bi


é o total confirmado da contribuição
Quem se espera
que anuncie
60
26 Brasil
10 9 8 7 Rússia
União Japão Suíça Suécia Noruega Polônia Dinamarca Índia
Europeia
China

Fonte: FMI.

Já este outro é um exemplo de gráfico em barras horizontais:


A ALMA DA PROPAGANDA
Porcentual de confiança do consumidor conforme tipo de anúncio CONFIA DESCONFIA

BOCA A BOCA 92 8 ANÚNCIOS EM RÁDIO 42 58


OPINIÃO DE CONSUMIDORES PRODUTOS QUE APARECEM EM FILMES
70 30 OU NOVELAS 40 60
PUBLICADA ON-LINE
ANÚNCIOS QUE APARECEM COMO
CONTEÚDO EDITORIAL
58 42 RESULTADOS EM SITES DE BUSCA
40 60
(EX.: MATÉRIAS EM JORNAL)
VÍDEOS ON-LINE DE PROPAGANDA 36 64
SITE DE MARCAS 58 42
ANÚNCIOS EM MÍDIA SOCIAL 36 64
ANÚNCIOS EM TV 47 53
BANNER EM SITES 33 67
PATROCÍNIO DE MARCAS 47 53
ANÚNCIOS COM IMAGENS POR
ANÚNCIOS EM REVISTAS 47 53 CELULAR 33 67

ANÚNCIOS EM JORNAIS 46 54 SMS POR CELULAR 29 71


Fonte: Nielsen.

34 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 34 07/12/16 17:51


Gráfico em barras múltiplas
O gráfico em barras múltiplas é uma variação dos
gráficos em barras horizontais ou verticais geralmente MORTALIDADE INFANTIL
empregada quando queremos representar, em um Entre 2000 e 2010, a taxa
mesmo sistema, dois ou mais fenômenos para facilitar NÚMERO DE MORTES DE
Para cada mil nascidos vi
a comparação entre eles. Censo 2000
Veja um exemplo desse tipo de gráfico.
Brasil

Região Norte

Região Nordeste

Região Sudeste

Região Sul

Região
Centro-Oeste

Fonte: IBGE. Censo 2010.

Gráfico em setores O planeta envelhece


O gráfico em setores é construído utilizando-se um De 1960 a 2011, a proporção de crianças caiu e a de idosos aumentou (em %)
círculo dividido em setores circulares. Seu emprego é 1960 2011
adequado sempre que desejamos comparar parte dos 8 11
dados com o total deles. 27
crianças
O total dos dados é representado por um círculo 37
jovens
dividido em tantos setores quantas são as partes 31
36 adultos
correspondentes aos dados. As áreas dos setores são
idosos
proporcionais aos respectivos dados que representam.
26
24
Fonte: Divisão de População da ONU.

Pictograma

EDITORIA DE ARTE/FOLHAPRESS
Trata-se de um gráfico que usa desenhos
relacionados ao tema da pesquisa para representar
seus dados. Note que os desenhos são elementos
constituintes dos gráficos.

MATEMÁTICA

Fonte: Folha de S. Paulo. Mercado. B1. 9 jan. 2013

Números, Estatística e Funções 35

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 35 07/12/16 17:51


EXERCÍCIO RESOLVIDO

Leia o enunciado do exercício a seguir e, antes de ler a resolução, responda às perguntas em seu
caderno. Depois, use a resolução apresentada no livro para conferir suas respostas.

1 Leia o texto e depois responda às questões.


Menos bois na Amazônia Legal
Uma das atividades que impulsionou o desmatamento da Amazônia no final do século XX foi a pecuária. Entre 1997 e 2007,
o rebanho amazônico cresceu 78%, gerando a derrubada de parte da floresta para a ampliação da área de pasto. Mas essa
mesma atividade vem perdendo força. O rebanho bovino da Amazônia Legal (região que abrange nove estados) diminuiu 5%
entre 2006 e 2007, segundo o IBGE. Uma das causas para essa queda foi a descapitalização dos produtores e consequente
falta de capital para novos investimentos.

Observe que há um erro de escala nos gráficos em relação ao tempo.


O rebanho na Amazônia Legal Retomaremos essa questão com os alunos no item 7 deste capítulo.
Total de cabeças de gado (em milhões) Participação no rebanho brasileiro (em %)
73
69,5
60
35,5
34,8
39 30,7

24,2

1997 2002 2005 2007 1997 2002 2005 2007


Fonte: Dados obtidos do IBGE.

a) Tal como as tabelas, os gráficos podem possuir títulos. serve para informar o leitor sobre o assunto ou tema da
Qual é o título desse gráfico? pesquisa estatística. Na maioria das vezes, os títulos dos
b) Qual é a função do título em um gráfico? gráficos de jornais e revistas são utilizados como forma
c) Observe que o gráfico apresenta também um pequeno de chamar a atenção para os gráficos e por isso eles
texto abaixo do título. Que função tem esse texto? acabam tendo um tratamento de manchete.
d) Com que finalidade a fonte de um gráfico, nesse caso o c) A função desse texto é fornecer maiores detalhes sobre
IBGE, é citada? a pesquisa ou informações que auxiliem o leitor a com-
e) O que representa, no gráfico superior, o número 73? preender o gráfico com maior precisão.
f) Em 2002, qual era o percentual do rebanho na Amazônia d) A função da fonte é dar credibilidade ao que está sendo
Legal em relação ao rebanho brasileiro? representado no gráfico, informando a origem dos dados
apresentados.
g) Em quanto diminuiu o total de cabeças de gado na Ama-
zônia Legal entre 2005 e 2007? e) Em 2005, havia 73 milhões de cabeças de gado na Ama-
zônia Legal
RESOLUÇÃO f) 30,7%.
a) “O rebanho na Amazônia Legal”. g) A diminuição foi de 73 – 69,55 3,5 milhões de cabeças
b) Da mesma forma que nas tabelas, o título de um gráfico de gado.

ANOTAÇÕES
A temática do desmatamento da
Amazônia é um bom contexto para
trabalhar de forma integrada com
Geografia. Medidas de geografia
econômica, além de questões
sociais e ambientais, estão
naturalmente envolvidas no tema.

36 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 36 07/12/16 17:51


As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

Os problemas a seguir foram elaborados para você analisar diferentes tipos de gráficos e tabelas,
interpretando as informações que eles contêm. Se precisar, consulte as páginas 33 a 35 e o ER1.

1 Observe estes gráficos com algumas informações sobre os trabalhadores no mundo em 2009.

Agora, responda.
a) Qual é o título dos gráficos?
b) Que assunto está sendo representado pelos gráficos?
c) Podemos afirmar que a variável representada pelas nacio-
nalidades é quantitativa? Por quê?
d) Quantas semanas os ingleses trabalham por ano, em média?
e) Quantas semanas de férias os alemães têm a mais que os
americanos?
f) O que representa o número 7,9 no segundo gráfico?
Fontes: Census, CIA Word Factbook e Time.

2 Observe o gráfico do final da página e responda:


a) Quais são as grandezas relacionadas pelo gráfico?
b) Em que mês o desmatamento atingiu o maior nível desde agosto de 2007?
c) O que significa o número 541 nesse gráfico?
d) Em qual período de tempo o desmatamento teve maior crescimento?
e) Pesquise a área de seu município e compare com as áreas desmatadas na Amazônia a cada mês, de acordo com esse
gráfico.

3 Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apresentados no gráfico abaixo, o desmatamento da Amazônia
foi de 587 km2 em setembro de 2008.
Sabendo que um campo de futebol mede 70 m por 110 m, responda:
a) Quantos campos de futebol foram desmatados em setembro de 2008?
b) Nesse mês, quantos campos de futebol foram desmatados a cada 10 minutos?

A EVOLUÇÃO DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA


1 123 km2
1 096 km2

1 200
966 km2
932 km2

870 km2

1 000
756 km2
724 km2
639 km2

800
603 km2

587 km2
541 km2
498 km2

600
355 km2
323 km2

400
230 km2

222 km2

MATEMÁTICA
2
177 km
145 km2

143 km2

123 km2

200
36 km2
17 km2

0
07

T
T
V
JA Z

V
R
R
IO
08

N
L
O
T
T
V
JA Z
09

V
R
R
IO
JU
SE
OU

SE
OU
DE

DE
NO

NO
MA
AB

MA
AB
FE

FE
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JU
MA

MA
O/

N/
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AG

Números, Estatística e Funções 37

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Para conhecer melhor esta LER
seção, leia o Manual do
professor PARA RESOLVER

Esta é uma seção que você encontrará em alguns capítulos deste livro.
O objetivo é refletir sobre a importância da leitura para a resolução de questões
que à primeira vista parecem mais complexas.
Em cada capítulo, escolhemos uma questão que exige uma certa “forma” de ler,
ora com atenção voltada mais para a parte textual, ora focando alguma característica
da forma escrita apresentada na situação-problema.
A questão deste capítulo é a seguinte:

(Enem-MEC) Uma equipe de paleontólogos

IMAGEM GENTILMENTE CEDIDA PELO PALEONTÓLOGO FÉLIX PÉREZ-


-LORENTE (PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE LA RIOJA/ESPANHA)
descobriu um rastro de dinossauro carnívo-
ro e nadador, no norte da Espanha. O rastro
completo tem comprimento igual a 15 me-
tros e consiste em vários pares simétricos
de duas marcas de três arranhões cada
uma, conservadas em arenito. O espaço
entre duas marcas consecutivas mostra
uma pernada de 2,5 metros. O rastro difere
do de um dinossauro não nadador: “são as
unhas que penetram no barro 2 e não a pi-
sada, o que demonstra que o animal estava
nadando sobre a água: só tocava o solo com
as unhas, não pisava”, afirmam os paleon-
tólogos. Qual dos seguintes fragmentos do
texto, considerado isoladamente, é variável
Fotografia de rastro do dinossauro carnívoro e
relevante para se estimar o tamanho do nadador descoberto no norte da Espanha.
dinossauro nadador mencionado?

a) “O rastro completo tem 15 metros de comprimento”


b) “O espaço entre duas marcas consecutivas mostra uma pernada de 2,5 metros”
c) “O rastro difere do de um dinossauro não nadador”
d) “são as unhas que penetram no barro 2 e não a pisada”
e) “o animal estava nadando sobre a água: só tocava o solo com as unhas”

Leia a questão pelo menos duas vezes. Encontre no texto inicial as informações
relacionadas ao tamanho do dinossauro e selecione as alternativas que podem
ajudar a “estimar” o tamanho do animal.

Das alternativas, apenas duas contêm dados numéricos, portanto, quais


alternativas já podem ser descartadas?

A alternativa a fala do comprimento do rastro completo gravado em arenito. Você


sabe o que significa isso? Converse com um colega ou consulte o dicionário.
Essa informação não nos auxilia a estimar o tamanho (altura ou comprimento) do
dinossauro, ela apenas informa a distância que ele andou marcando suas patas
sobre o solo de arenito. Dessa forma, qual a alternativa que também pode ser
descartada?
A resposta b fala do comprimento da “pernada” do dinossauro, ou seja, o tamanho
de um passo; dessa informação é possível estimar o tamanho de cada perna e, a
partir disso, o tamanho do dinossauro inteiro.
Esse problema pode ser resolvido pela eliminação de alternativas que não estão
de acordo com o texto.

O segredo está na leitura.

38 Números, Estatística e Funções

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As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

Se o bimestre 1 corresponde aos meses de março e abril


Use o que você aprendeu sobre a leitura de
de 2007, então, no período considerado, o bimestre em
problemas para resolver os próximos exercícios.
que as vendas atingiram seu maior valor corresponde aos
meses de:
4 (UEG–GO) O gráfico abaixo mostra a quantidade adquirida
a) janeiro e fevereiro de 2009;
de couro no Brasil, em milhões de unidades, nos primeiros
trimestres dos anos de 2000 a 2010. b) março e abril de 2009;
12,000 c) novembro e dezembro de 2009;
d) janeiro e fevereiro de 2010;
10,000
Em milhões de unidades

e) março e abril de 2010.


8,000
7 (Enem–MEC) O termo agronegócio não se refere apenas à
6,000 agricultura e à pecuária, pois as atividades ligadas a essa
produção incluem fornecedores de equipamentos, serviços
4,000 para a zona rural, industrialização e comercialização dos
produtos. O gráfico seguinte mostra a participação percen-
2,000 tual do agronegócio no PIB brasileiro.
0,000 Este gráfico foi usado em uma palestra na qual o orador
ressaltou uma queda da participação do agronegócio no PIB
janeiro-
-março 2000
janeiro-
-março 2001
janeiro-
-março 2002
janeiro-
-março 2003
janeiro-
-março 2004
janeiro-
-março 2005
janeiro-
-março 2006
janeiro-
-março 2007
janeiro-
-março 2008
janeiro-
-março 2009
janeiro-
-março 2010 brasileiro e a posterior recuperação dessa participação, em
termos percentuais.
Disponível em: <http://www.ibge.com.br>.
30
De acordo com os dados do gráfico, demonstre, utilizando 28,28
estimativas, que a soma das quantidades de couro adqui- 27,79 26,46
ridas nos primeiros trimestres dos anos de 2000, 2001, 25,31
25,83
2002 e 2003 foi menor do que a soma das quantidades 25
23,26 24,74
adquiridas de couro nos três primeiros trimestres com 22,24 22,87 23,92
maior aquisição de couro. 21,33

5 (Insper–SP) O gráfico a seguir mostra as vendas bimestrais 20


1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
(V), em unidades monetárias, de um fabricante de sorvetes Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA).
ao longo de três anos e meio. Almanaque Abril 2010.

V São Paulo: Abril, ano 36 (adaptado).

Segundo o gráfico, o período de queda ocorreu entre os


anos de
a) 1998 e 2001.
b) 2001 e 2003.
c) 2003 e 2006.
d) 2003 e 2007.
e) 2003 e 2008.
bimestre
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

MATEMÁTICA
INVENTE VOCÊ Com esta atividade, é possível avaliar se os alunos identificam e interpretam os diferentes tipos de gráficos e se
produzem texto em linguagem adequada.
1 Colete diferentes tipos de gráficos em jornais e revistas e cole-os em seu caderno. Tente conseguir pelo menos um de
cada tipo estudado.
2 Escolha um dos gráficos que você coletou e elabore perguntas para serem respondidas com base nas informações nele
apresentadas. Troque com um colega: você responde às perguntas feitas por ele e ele responde às suas. Depois, um
confere as respostas do outro.

Números, Estatística e Funções 39

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 39 07/12/16 17:52


Este item é uma revisão
do que os alunos já PORCENTAGEM
aprenderam sobre
porcentagem. Solicite-lhes Em Estatística, os cálculos com porcentagem são bastante utilizados. Por isso, vamos
que, em duplas, leiam o relembrar o significado de porcentagem e algumas situações que a envolvem.
texto e façam os exercícios
propostos. Oriente-os em Considere as frases a seguir.
suas dúvidas e socialize
as diversas resoluções dos A loja Preço Bom cobra 6% de juros sobre o valor de eletrodomésticos em compras a
exercícios depois que os prazo.
alunos puderem pensar
sobre elas. Incentive-os a Houve uma queda de 12% na produção das toneladas de grãos.
compará-las.
A primeira frase significa que a cada R$ 100,00 pagos por um eletrodoméstico, haverá
um acréscimo de R$ 6,00.
A segunda frase significa que a cada 100 toneladas de grãos, 12 toneladas deixaram de
ser produzidas.

Matematicamente, podemos representar:

6% por 6 5 0,06 e 12% por 12 5 0,12.


100 100
Exemplos:

a) 8% 5 8 5 0,08 c) 0,2% 5 0,2 5 0,002


100 100
b) 10,5% 5 10,5 5 0,105 d) 350% 5 350 5 3,5
100 100

EXERCÍCIO RESOLVIDO

b) Podemos fazer:
Tente resolver no caderno antes de ler as resoluções
aqui apresentadas. Depois, confira suas respostas! 0,5 138
· 138 5 0,005 · 138 5 0,69 ou · 0,5 5 0,69
100 100
Logo, 0,5% de 138 é 0,69.
2 Calcule.
a) 30% de 18 c) Podemos fazer:
b) 0,5% de 138 200 1 530
· 1 530 5 2 · 1 530 5 3 060 ou · 200 5 3 060
c) 200% de 1 530 100 100
Logo, 200% de 1 530 é 3 060. Analise com os alunos
RESOLUÇÃO Observe que: cada uma das formas de
resolução apresentadas,
30 30% de 18 = 18% de 30 destacando em que elas
a) Como 30% 5 5 0,3, temos:
100 0,5% de 138 = 138% de 0,5 são diferentes e por que é
importante saber mais de
30 200% de 1530 = 1530% de 200 um modo de resolver um
30% de 18 5 · 18 5 0,3 · 18 5 5,4
100 mesmo problema.
3 30 é que porcentagem de 250?
30% é a taxa percentual.
0,3 é o coeficiente percentual. RESOLUÇÃO
5,4 é a porcentagem procurada. Podemos resolver o problema recorrendo a uma regra de três:
Número %
Outro modo: 3 000
250 100 s 250x 5 30 · 100 s x 5 5 12
250
Para calcular a porcentagem pedida, podemos dividir 18 30 x
em 100 partes (dividir por 100) e tomar 30 dessas partes
Logo, 30 é 12% de 250.
(multiplicar por 30):
Outro modo:
18
· 30 5 0,18 · 30 5 5,4 Achamos a razão entre 30 e 250, multiplicamos por 100 e
100
escrevemos o símbolo %:
Logo, 30% de 18 é 5,4.

40 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 40 07/12/16 17:52


30
5 0,12 s 0,12 · 100 5 12% 5 Uma empresa de táxi tinha um movimento de 5 000 passa-
250 geiros transportados por mês. Houve um aumento de tarifas
4 Comprei um eletrodoméstico na loja Preço Bom para pagar e o movimento diminuiu 15%. Quantos passageiros ela trans-
em três vezes. Nessas condições, o preço do aparelho, que porta agora?
era R$ 486,00, sofreu um acréscimo de 6%. Quanto gastei
nessa compra? RESOLUÇÃO
15% de 5 000 5 0,15 · 5 000 5 750
RESOLUÇÃO
O número de passageiros passou a ser:
O acréscimo percentual era de 6%. Assim:
5 000 2 750 5 4 250
6% de 486 5 6 · 486 5 29,16
A empresa transporta agora 4 250 passageiros por mês.
100
Outro modo:
O meu gasto foi: R$ 486,00 + R$ 29,16 = R$ 515,16
Outro modo
O número de passageiros transportados passou a ser:
Pagando a prazo, gastei 486 1 6% de 486, ou seja:
486 1 0,06 · 486 5 486 1 29,16 5 515,16 5 000 2 15% de 5 000 5 5 000 2 0,15 · 5 000 5 4 250

Ou, ainda: (1 1 0,06) · 486 5 1,06 · 486 5 515,16 ou (1 2 0,15) · 5 000 = 0,85 · 5 000 = 4 250

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

11 Calcule o número do qual:


Use o que você aprendeu sobre a leitura de
problemas para resolver os próximos exercícios. a) 6% é 18 c) 3,5% é 14
b) 125% é 36 d) 15% é 180
7 Calcule:
a) 8% de 120 12 Comprei um carro por R$ 9.000,00. Após cinco meses, ele
sofreu uma desvalorização de 4,5%. Qual o valor que o car-
b) 3,5% de 40 ro passou a ter com a desvalorização?
c) 0,4% de 420
13 (Unicamp–SP) O corpo humano é composto majoritaria-
d) 200% de 18 mente por água, cuja porcentagem, em massa, pode variar
entre 80%, quando se nasce, e 50%, quando se morre, ou
e) 72% de 3 600
seja, perde-se água enquanto se envelhece. Considere que,
f ) 350% de 2 532 aos 3 anos de idade, 75% do corpo humano é água, e que
todo o oxigênio do corpo humano seja o da água aí presen-
8 Um banco cobra de seus clientes uma taxa de 0,2% sobre te. Nesse caso, pode-se afirmar que a proporção em massa
cada valor sacado com cartão magnético. Em um saque de de oxigênio no corpo é de aproximadamente:
R$ 230,00, qual o valor pago ao banco? 3 2
a) ; b) ; c) 1 ; d) 3 .
4 3 2 5
9 O enunciado do problema a seguir foi embaralhado. Em seu
14 Uma importante universidade do país aplicou o seguinte
caderno, reescreva-o na ordem correta e, depois, resolva-o.
exercício em um de seus exames vestibulares.
Do empréstimo, 35% serão utilizados na compra de maté-
“Pão por quilo divide opiniões em Campinas”
ria-prima, 20% em pagamento de contas e o restante será
aplicado no setor de produção. Qual o valor, em reais, uti- (Correio Popular, 21/10/2006)
lizado em cada uma dessas operações? Uma microempresa Uma padaria de Campinas vendia pães por unidades a um MATEMÁTICA
vai tomar emprestados R$ 600 mil de um banco. preço de R$ 0,20 por pãozinho de 50 g. Atualmente, a
10 Descubra que porcentagem 60 é de:
O exercício 9 tem como mesma padaria vende o pão por peso, cobrando R$ 4,50
foco auxiliar os alunos na
leitura de problemas. por quilograma do produto.
a) 120 c) 250 Oriente uma discussão
cujo foco inicial seja os
Fonte: Unicamp-SP, 2007.
b) 400 d) 25 critérios utilizados para
a ordenação do texto. a) Qual foi a variação porcentual do pãozinho provocada
pela mudança de critério para o cálculo do preço?

Números, Estatística e Funções 41

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 41 07/12/16 17:52


b) Um consumidor comprou 14 pãezinhos de 50 g pagando b) 14 · 50 g 5 700 g
por peso, ao preço atual. Sabendo que os pãezinhos peso (em g) preço
realmente tinham o peso previsto, calcule quantos reais 1 000 R$ 4,50
o cliente gastou nessa compra.
x 700
Um aluno resolveu esse problema e cometeu um erro que 4,5x 5 700 000
você deve encontrar e corrigir. Observe.
x 5 155,56
a) Antes da mudança, por 50 g de pão a padaria cobrava R$ O consumidor pagou R$ 155,56 na compra de 14 pãezinhos.
0,20. Como 1 kg 5 20 · 50 g, temos que o preço de 1 kg de
pão deveria ser 20 · R$ 0,20, o que equivaleria a R$ 4,00 14 (Insper–SP) O preço de um produto na loja A é 20% maior
por quilo. Se a padaria passou a cobrar R$ 4,50 pelo quilo do que na loja B, que ainda oferece 10% de desconto para
do pão, houve um aumento de R$ 0,50. Para encontrar pagamento à vista. Sérgio deseja comprar esse produto pa-
a variação percentual, precisamos calcular o seguinte gando à vista. Nesse caso, para que seja indiferente para ele
quociente: optar pela loja A ou pela B, o desconto oferecido pela loja A
Analise coletivamente como os alunos
0,50 1 para pagamento à vista deverá ser de:
5 identificaram o erro e os cuidados que
4,00 8 se deve ter ao resolver um problema. a) 10%; c) 20%; e) 30%.
Portanto, a variação no preço foi de 12,5%. b) 15%; d) 25%;

CALCULADORA As respostas se encontram no final do caderno

Conheça sua calculadora 50, você pode proceder da seguinte forma:


Quase todas as calculadoras permitem trabalhar com
6 ÷ 5 0 %
porcentagens de forma bastante simples e rápida.
O modo de calcular as porcentagens pode variar conforme
o modelo da calculadora. Por isso, é conveniente você fazer Outra opção é fazer:
algumas experiências se ainda não conhece o funcionamento
6 ÷ 5 0 =
da sua máquina.
A maioria das calculadoras possui a tecla % , cuja função O resultado obtido (0,12) é o mesmo que 12%.
é auxiliar no cálculo de porcentagens. Agora, faça estes exercícios.

Veja como você pode usá-la: 1 Calcule, usando a tecla % da sua calculadora.
a) 2% e 20% de 60
a) Para calcular 12% de 50, por exemplo, você pode
b) 5% e 50% de 60
apertar as teclas nesta sequência:
c) 10% e 100% de 60
5 0 × 1 2 %
2 Volte aos gráficos que aparecem na abertura desta unidade.
Outra opção é fazer: De acordo com o número de matriculados em cursos a
distância no país, responda:
5 0 × · 1 %
2 = a) Em que ano alcançamos 200 000 matriculados?
b) Entre quais anos houve o maior aumento no número
b) Para descobrir, por exemplo, que percentagem 6 é de de matriculados?

FREQUÊNCIA ABSOLUTA
Em uma classe, a professora de Geografia resolveu fazer uma pesquisa para verificar de
que região do país procediam os pais de seus alunos.
Terminada a pesquisa, chegou-se aos seguintes resultados:

42 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 42 07/12/16 17:52


Local de nascimento (por região) Número de pais

Nordeste

Norte

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

As informações coletadas foram posteriormente organizadas em uma tabela de


frequências absolutas (abaixo):

Local de nascimento (por região) Número de pais

Nordeste 12

Norte 1

Sudeste 21

Sul 5

Centro-Oeste 5

Frequência absoluta de um acontecimento é o número de vezes em


que ele é observado. Representamos a frequência absoluta por f.

Gráfico de frequência absoluta


Outra forma, talvez mais clara, de organizar essas informações é por meio de gráficos
em barras verticais ou em barras horizontais. Observe:

Pais da 1ª- série B e sua região de origem Pais da 1ª- série B e sua região de origem
Local de
Nº- de nascimento Nordeste
pais Norte
21 5
20 Sudeste
5 Sul
15 Centro-Oeste
12 21
10
5 5 1
5
1 12
0
Local de
es -
te

ste
rte

-O tro
l
Su
es

de
No

nascimento
n
te
rd

0 5 10 15 20
Ce

Nº- de pais
Su
No

MATEMÁTICA
Gráfico de frequência absoluta é aquele em que são indicadas, em um dos eixos, a
frequência absoluta do acontecimento em estudo e, no outro, a variável que está sendo
estudada.
Observe que, no gráfico em barras verticais, optamos por colocar os nomes das
regiões no eixo horizontal, abaixo de cada coluna correspondente. Já no gráfico em barras
horizontais, usamos legenda com cores para representar as regiões.

Números, Estatística e Funções 43

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 43 07/12/16 17:52


FREQUÊNCIA RELATIVA
Em duas turmas do 1o ano do Ensino Médio, 1o A e 1o B, foi feita uma pesquisa sobre o
esporte favorito dos alunos.
A turma A tem uma população de 32 alunos. A turma B tem uma população de 24 alunos.

População é o conjunto dos elementos em estudo.

Turma A pesquisa com essas duas populações revelou os resultados dispostos na tabela ao lado.
1o A 1o B
Esporte Comparando os resultados nas duas turmas, o que podemos concluir sobre as
Futebol 11 10 preferências por futebol?
Basquete 12 9 Verificamos que há 11 alunos no 1o A e 10 alunos no 1o B que preferem futebol. Será que
Vôlei 4 4 isso quer dizer que o futebol é mais popular na turma A que na B?
Não obrigatoriamente, porque as turmas não têm o mesmo número de elementos.
Outros 5 1
Para poder comparar, é necessário calcular que fração da turma A representa os 11 alunos
Total 32 24
que optaram por futebol e que fração da turma B representa os 10 alunos que também
optaram por futebol. Isto é, para cada caso, devemos calcular a frequência relativa ou
frequência percentual.

Representamos a frequência relativa por fr.


Obtemos a frequência relativa de um acontecimento dividindo a
frequência absoluta pelo número de elementos da população:

frequência absoluta
frequência relativa =
no de elementos

f
fr =
no de elementos

É conveniente determinar a frequência relativa quando desejamos comparar resultados


de estudos feitos em populações com um número diferente de elementos. Voltando à
pesquisa sobre os esportes preferidos das turmas do 1o A e do 1o B, temos:

Turma A: 32 alunos ao todo

11 preferem futebol
11
A frequência relativa do futebol é fr 5 > 0,344.
32
Isso significa que aproximadamente 34,4% dos alunos da turma A preferem futebol.

Turma B: 24 alunos ao todo

10 preferem futebol
10
A frequência relativa do futebol é fr 5 > 0,417.
24
Isso significa que aproximadamente 41,7% dos alunos da turma B preferem futebol.

Podemos, então, concluir que, apesar de haver no 1o A mais alunos que optaram por
futebol, esse esporte é mais popular no 1o B, já que é nessa turma que é maior a porcentagem
de alunos que preferem futebol.

44 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 44 07/12/16 17:52


EXERCÍCIO RESOLVIDO
6 Considerando a pesquisa sobre os esportes favoritos mos- Outros:
5 1
fr 5 > 0,156 fr 5 > 0,042
trada anteriormente, analise as preferências por outros 32 24
esportes em cada turma. ou 15,6% ou 4,2%

RESOLUÇÃO
No caso do basquete, apesar de ser a preferência de 12 alunos
Turma A Turma B do 1o A e de apenas 9 do 1o B, as frequências relativas são
iguais: é preferido por 37,5% dos alunos de ambas as turmas.
12 9
Basquete: fr 5 5 0,375 fr 5 5 0,375
32 24 Quanto ao vôlei, em cada turma há 4 alunos que o preferem.
ou 37,5% ou 37,5% Contudo, as frequências relativas são diferentes: 12,5% no 1o
A e aproximadamente 16,7% no 1o B.
4
Vôlei: v fr 5 > 0,167
24 Logo, de acordo com os dados pesquisados, o vôlei tem
mais aceitação na turma B.
ou 12,5% ou 16,7%

NO COMPUTADOR Tabelas e computador Para conhecer as orientações para a seção No computador, consulte o
Manual do professor.

Embora seja possível construir tabelas manualmente, no caso de uma pesquisa estatística de grande porte, o trabalho manual
seria imenso. Felizmente, hoje já existem planilhas eletrônicas que facilitam esse processo. Veja como se faz uma tabela de frequ-
ência na planilha do LibreOffice. O LibreOffice é um software de aplicativos para escritório distribuído gratuitamente na internet.
Uma versão confiável do programa pode ser obtida pelo site http://pt-libreoffice.org. É preciso fazer o download do programa, ou
seja, a importação do LibreOffice para o computador. Concluída a instalação, basta reproduzir as etapas a seguir para construir a
planilha.
1a etapa: Localizar o programa no computador e clicar para que se abra a janela inicial. Escolher a opção “Planilha”

WWW.LIBREOFFICE.ORG

2a etapa: Utilizando os dados da tabela da página 44 (os esportes preferidos pelas turmas do 1o A e 1o B), por exemplo, pode-se
construir uma tabela de frequências absolutas.
MATEMÁTICA
Há espaços representados por uma letra e um número dispostos ao redor da tela inicial da planilha. Cada um desses espaços é uma
célula, como a célula B2, que está na coluna B e na linha de número 2. Em cada célula, registra-se uma informação. Veja:
3a etapa: Para completar a tabela, coloque o número total de alunos de cada turma nas células correspondentes (B6 e C6). Há
duas maneiras de fazer isso:
somando os números de cada coluna e digitando o total;
utilizando uma função do BrOffice.org.

Números, Estatística e Funções 45

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 45 07/12/16 17:52


Neste último caso, selecione a célula em que deverá aparecer o total de alunos da turma A (B6) e clique em “Inserir”. Escolha a
opção “Função”. Irá abrir uma janela com uma lista de opções. Escolha “Soma” e cli-
que em “Próximo”. Nos lugares indicados, digite os números relativos à turma do 1o
A. Clique em “Ok” e veja o que acontece: a soma dos valores digitados aparece na
célula selecionada. É o total de alunos da turma do 1o A consultados na pesquisa.

Faça o mesmo na célula C6 para obter a soma


dos números relativos à turma B.

O resultado final é uma tabela de frequências


absolutas. Não se esqueça de salvar o trabalho
e de dar um nome a ele.

Se tiver oportunidade, você poderá simular


as etapas anteriores em um computador e,
depois, usar a planilha eletrônica para cons-
truir a tabela de frequências relativas desta
página. É possível utilizar os recursos disponíveis
para aumentar ou diminuir o tamanho da
fonte, destacar informações com negrito,
alinhar elementos da tabela etc.

CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS
DE FREQUÊNCIAS RELATIVAS
Quando calculamos frequências relativas, podemos utilizar gráficos para representar os
Turma
1o A 1o B resultados obtidos. Utilizaremos aqui dois tipos de gráficos: em barras múltiplas e em
Esporte
Futebol (F) 34,4% 41,7% setores.
Para construir os gráficos com base, por exemplo, na pesquisa anterior, vamos ini-
Basquete (B) 37,5% 37,5%
cialmente organizar uma tabela na qual apareçam as frequências relativas.
Vôlei (V) 12,5% 16,7%
Observação: Se somarmos as frequências relativas obtidas na turma do 1o B,
Outros (O) 15,6% 4,2% verificaremos que o total é de 100,1%. Isso ocorre devido aos arredondamentos feitos
Total 100% 100% para determinar essas frequências. Desprezamos 0,1 % na construção dos gráficos.

Esporte Construindo gráficos


preferido em barras múltiplas
%
O
Para construir gráficos em barras
50
múltiplas, devemos traçar dois eixos
40 V
perpendiculares. No caso do gráfico
30 em barras verticais, marcamos no eixo
20 B horizontal os esportes preferidos e, no
10 eixo vertical, as frequências relativas;
F para o gráfico em barras horizontais,
0 F B V O fazemos o contrário. Em seguida,
Esporte
preferido 0 escolhemos uma escala conveniente
10 20 30 40 50 %
para o eixo das frequências relativas.
Feito isso, construímos as barras utilizando cores distintas para indicar cada turma,
não esquecendo que todas as barras devem ter a mesma base, ao se tratar de gráfico
em barras verticais, ou a mesma altura, ao se tratar de gráfico em barras horizontais.
Também colocamos uma legenda para poder distinguir os dados referentes a cada turma,
um título para identificar a pesquisa feita e a fonte de onde os dados foram recolhidos.

46 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 46 07/12/16 17:52


Outra opção seria fazer um pictograma, colocando no lugar das barras, ou sobre elas,
algum desenho que lembre os esportes referidos na pesquisa: bolas, cestas de basquete,
jogadores etc.
Futebol e basquete em alta % Futebol e basquete em alta
Esporte 50
preferido
1o– A
O 40 1o– B
%
1o– A 1o– A
V
50 1o– B 1o– B 30

40
B
30 20

20 F
10
10

0 F B V O Esporte 0 10 20 30 40 50 % 0
preferido Esporte preferido
Fonte: 1o– A e 1o– B F B V O

Construindo gráficos em setores


Uma das principais vantagens de representarmos frequências relativas utilizando gráfico
em setores é podermos comparar a mesma situação em populações diferentes e, ao mesmo
tempo, analisar a variação de cada um dos dados em relação ao todo de cada população.
Para representar informações em um gráfico em setores, devemos considerar que:
um círculo representa o total dos dados (100%);
associamos um círculo a uma volta completa representando um ângulo de 360° .
Veja o esquema
.

100% → 360° 50% → 180° 25% → 90° 12,5% → 45° 1% → 3,6°

Como 1% corresponde a 3,6°, podemos calcular da seguinte forma os ângulos relativos


ao conjunto de dados que pretendemos representar:

Esporte 1o A (%) Ângulo Esporte 1o B (%) Ângulo


Futebol 34,4 34,4 · 3,6 > 124° Futebol 41,7 41,7 · 3,6 > 150°
Basquete 37,5 37,5 · 3,6 5 135° Basquete 37,5 37,5 · 3,6 5 135°
Vôlei 12,5 12,5 · 3,6 5 45° Vôlei 16,7 16,7 · 3,6 > 60°
Outros 15,6 15,6 · 3,6 > 56° Outros 4,2 4,2 · 3,6 > 15°
Total 100 360° Total 100 360°

Para construir o gráfico, traçamos uma circunferência


referente a cada turma, marcamos um raio qualquer 1o A 1o B MATEMÁTICA
e, com o auxílio de um transferidor, traçamos um
ângulo, com vértice no centro da circunferência,
Raio Raio
correspondente à primeira porcentagem.
Para marcar o próximo ângulo, consideramos o raio
traçado, referente à porcentagem anterior, como um
de seus lados e o centro da circunferência como seu
vértice. Repetimos esse procedimento sucessivamente Centro
da circunferência

Números, Estatística e Funções 47

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 47 07/12/16 17:52


1º- A 1º- B até marcarmos todos os ângulos.
Veja como ficaram os gráficos depois que pintamos todos os
34,4% 41,7% setores, anotamos dentro deles as porcentagens correspondentes
e fizemos a legenda:
37,5% 4,2%
Prontos os gráficos, colocamos a fonte, que em nosso caso
Futebol
15,6%
Basquete 37,5% são os alunos dos primeiros anos A e B, respectivamente, e, se
16,7%
Vôlei desejarmos, escolhemos um título relacionado ao tema do
12,5%
Outros estudo apresentado no gráfico. Observe alguns títulos possíveis
para esses gráficos:
1o A: Basquete em alta
IMAGENS: ZAPT

Basquete em alta Gol de placa


1o B: Gol de placa
Alunos do 1o– A escolhem seu 1o– B pesquisa as preferências de seus
esporte preferido alunos pelos diferentes tipos de esporte Em ambos os casos, é interessante acrescentar
abaixo do título uma frase que auxilie o leitor a
compreender melhor as informações apresentadas.
34,4% 41,7%
Futebol Veja como ficariam os dois gráficos em setor após
Basquete colocarmos título, texto explicativo e fonte.
37,5% 4,2%
Vôlei
15,6% 37,5%
Outros 16,7% As variáveis e os tipos de gráficos
12,5%
Ao realizarmos uma pesquisa estatística e
Fonte: Alunos do 1 A da escola X.
o
– Fonte: Alunos do 1 B da escola X.
o
– construirmos gráficos para representar seus
resultados, podemos optar por um ou outro
tipo, dependendo se a variável for qualitativa ou
quantitativa. Para variáveis qualitativas, os mais indicados são os gráficos em barras e os
gráficos em setores.
Já para variáveis quantitativas, os tipos mais indicados são os gráficos em linha ou em
curva, utilizados principalmente quando queremos mostrar a variação dos dados ao longo
de determinado período de tempo.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

6 A tabela a seguir mostra o número de horas que os 40 ordem crescente e, em outra, as frequências relativas
alunos do 1o C dormem por noite. correspondentes.

Número de horas 10 4 6 8 12 6 A tabela a seguir mostra o número de horas que os 40


Número de alunos 14 5 5 3 13 alunos do 1o C dormem por noite.

a) Construa uma tabela para as frequências relativas. Número de horas 10 4 6 8 12


b) Construa um gráfico em setores que represente as fre- Número de alunos 14 5 5 3 13
quências relativas. a) Construa uma tabela para as frequências relativas.
RESOLUÇÃO b) Construa um gráfico em setores que represente as fre-
quências relativas.
a) Em primeiro lugar, calculamos as frequências relativas
dividindo as frequências absolutas pelo número de ele- RESOLUÇÃO
mentos da população (40):
a) Em primeiro lugar, calculamos as frequências relativas
14 3 dividindo as frequências absolutas pelo número de ele-
fr 5 5 0,35 5 35% fr 5 5 0,075 5 7,5%
40 40 mentos da população (40):
5 13 14 3
fr 5 5 0,125 5 12,5% fr 5 5 0,325 5 32,5% fr 5 5 0,35 5 35% fr 5 5 0,075 5 7,5%
40 40 40 40
Em seguida, construímos a tabela de frequências relati-
vas colocando, em uma coluna, o número de horas em 5 13
fr 5 5 0,125 5 12,5% fr 5 5 0,325 5 32,5%
40 40

48 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 48 07/12/16 17:52


Em seguida, construímos a tabela de frequências relati- 10 35 126°
vas colocando, em uma coluna, o número de horas em
ordem crescente e, em outra, as frequências relativas 12 32,5 117°
correspondentes. Total 100 360°
Ou, usando a regra de três:
Número de horas fr (%)
4 12,5 100% } 360°
6 12,5
12,5% } x
8 7,5
10 35 12,5 · 360
x5 5 45°
100
12 32,5
Total 100 Agora, construímos o gráfico e colocamos a legenda, o
título e a fonte.

b) Para construir o gráfico em setores, calculamos primeira- SONO BOM


mente os ângulos correspondentes ao conjunto de dados Horas de sono por noite dos alunos do 1º- C
da tabela, lembrando que 1% corresponde a 3,6°.
7,5% 12,5%
4 horas
6 horas
Número de horas fr (%) Ângulo 12,5%
35% 8 horas
4 12,5 45° 10 horas
6 12,5 45° 32,5% 12 horas
Fonte: Alunos do 1º– C.
8 7,5 27°

As respostas se encontram no final do caderno


PARA SABER MAIS
Arredondamento de números 2. Arredonde os números a seguir, escrevendo-os com
duas casas após a vírgula.
É muito frequente em Estatística, ou em situações do co- 11 11

tidiano, realizarmos arredondamento de dados. Por exem- a) 3,481 5 > 3,482 b) 3,487 5 > 3,488
plo, na construção de um gráfico em setores, se a medida de
um ângulo é 150,3°, arredondamos para 150°. Vai ser eliminado Vai ser eliminado
Para efetuarmos o arredondamento de um número, po- e é 5. e é 5.
11
demos usar, entre outras, a seguinte regra:
3,48 2 > 3,48 3,48 8 > 3,49
se o algarismo que vai ser eliminado é maior ou igual
a 5, acrescentamos 1 ao primeiro algarismo que está à Vai ser eliminado Vai ser eliminado
sua esquerda; e é menor que 5. e é maior que 5.
se o algarismo que vai ser eliminado é menor que 5,
não fazemos nenhuma alteração no algarismo à sua Tente você arredondar os números a seguir,
esquerda. escrevendo-os com duas casas após a vírgula.
Veja os exemplos a seguir.
a) 10,34715 b) 11,26581
1. Arredonde os números a seguir, escrevendo-os com
três casas após a vírgula.
MATEMÁTICA
11
Pesquise outras regras de arredondamento que podemos
utilizar em Matemática e compare-as com a que apresenta-
a) 8,751 9 > 8,752 b) 2,873 1 > 2,873 mos aqui, ressaltando suas semelhanças e diferenças.

Este vai ser eliminado Este vai ser eliminado


e é maior que 5. e é menor que 5.

Números, Estatística e Funções 49

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 49 07/12/16 17:52


As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

16 Escolha 20 colegas da sua classe e pesquise a idade deles. a) Organize os dados em uma tabela de frequências relativas.
Faça um gráfico de frequências absolutas com os dados que b) Represente-os graficamente.
você obteve. Não se esqueça de colocar título, fonte e, se c) Qual foi a porcentagem de saltos superiores a 7 metros?
necessário, um texto explicativo.
21 Antônio e Ana realizaram uma pesquisa para saber qual a fru-
17 A tabela a seguir representa a precipitação atmosférica mé- ta preferida de seus colegas de classe. Antônio obteve 100 res-
dia e a temperatura média anuais em diferentes cidades. postas e Ana obteve 125, distribuídas como indica o quadro.
Faça um gráfico em setores que represente os resultados
Cidades A B C D E F G H I J K L obtidos por Antônio e outro que represente os resultados
Precipitação obtidos por Ana.
atmosférica 80 75 70 70 75 30 75 90 95 80 40 95
(cm3)
Banana Laranja Cereja Morango
Temperatura (°C) 9 9,5 8 16 12,5 14 9,5 10 14,5 9 16 9,5
Antônio 50 25 25 0
a) Construa um gráfico com as precipitações atmosféricas Ana 50 25 25 25
de todas as cidades da tabela.
b) Construa um gráfico das temperaturas. 22 (Epcar–MG) Para as eleições para a Presidência da República
c) As cidades com o mesmo valor de precipitação têm igual do Brasil foi feita uma pesquisa com 2 400 pessoas sobre
temperatura média? suas preferências em relação aos candidatos A, B e C. Sabe-
-se que cada pessoa optou por um único candidato, ou votou
d) A cidade onde chove mais é aquela em que a temperatura
em branco, ou votou nulo, e que o diagrama abaixo indica os
média é mais baixa? A cidade onde chove menos é aquela
resultados da pesquisa.
em que a temperatura média é mais alta?

18 Obtenha um dado. Lance-o 18 vezes e registre os números


I
que forem saindo.
a) Construa uma tabela com os resultados obtidos. a
V II
b) Faça um gráfico da frequência absoluta de cada número. d b
c) Calcule a frequência relativa de cada número.
d) Quais os números cuja frequência relativa foi superior a c
17%? a
III
e) Algum número teve frequência relativa inferior a 10%?
IV
f) Compare os resultados que você obteve com os dos
colegas. O que você pode concluir?

19 No campeonato de futebol de uma escola, a equipe dos Ases Dados: Os ângulos a, b, c e d são tais que:
obteve os resultados indicados: c = 90º
a + b = 90º
Jogos Vitórias Empates Derrotas a = 2b
20 13 5 2 Em cada região do diagrama tem-se:
I. Nº- de pessoas que votou no candidato A.
a) Quantas vitórias obtiveram os Ases? E empates? E derrotas?
II. Nº- de pessoas que votou no candidato B.
b) Com esses dados, faça um gráfico com as frequências abso-
III. Nº- de pessoas que votou no candidato C.
lutas das vitórias, dos empates e das derrotas dos Ases.
IV. Nº- de pessoas que votou em branco.
c) Calcule as frequências relativas e represente-as também
graficamente. V. Nº- de pessoas que votou nulo.
Sabe-se que a diferença entre o número de pessoas que
20 Um atleta de salto em distância obteve, em 30 tentativas, os votou nulo e o número de pessoas que votou em B é y.
seguintes valores, em metros: Então, y representa:
a) a quarta parte do total de entrevistados.
6,67 6,82 6,67 6,90 6,67 7,05 6,90 6,82 6,82 6,82
b) a metade do total de entrevistados.
7,10 7,05 6,82 6,82 6,90 7,10 6,90 7,05 7,05 7,10
c) a terça parte do total de entrevistados.
6,82 6,82 6,90 6,67 6,82 6,90 6,90 7,10 7,05 6,90
d) o dobro do número de pessoas que votou em C.

50 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 50 07/12/16 17:52


23 A tabela a seguir mostra quantas horas os garotos e as ga- Com base nas informações contidas no gráfico e na tabela,
rotas do 1o D estudam por semana. conclui-se que o percentual das famílias que têm renda aci-
ma de R$ 3.060,00 é de:
Número de horas Garotas Garotos
a) 45%. d) 85%.
4 2 3 b) 60%. e) 90%.
6 3 2 c) 70%.
8 9 4
10 8 6
Ao realizar as próximas atividades, use o que você
12 2 1
aprendeu na seção Ler para resolver.
Total 24 16
a) Construa no caderno um gráfico em barras múltiplas para 25 A seguir estão sete situações que podem ser representadas
representar esses dados. por gráficos. Responda.
b) Construa no caderno um pictograma tomando como base o Qual o melhor tipo de gráfico para representar cada uma
gráfico feito no item a. Coloque título em seu pictograma. destas situações?
1. A evolução da população brasileira nos últimos
24 (UFPB) Segundo dados do IBGE, as classes sociais das famí- 50 anos.
lias brasileiras são estabelecidas, de acordo com a faixa de
renda mensal total da família, conforme a tabela a seguir. 2. Os países mais populosos do mundo e a densidade de-
mográfica de cada um.
Classe Faixa de renda 3. A distância percorrida por um carro em função do tempo.
A Acima de R$ 15.300,00 4. Os momentos do voo em que são mais frequentes os
B De R$ 7.650,01 até R$ 15.300,00 acidentes de avião, considerando um total de 100 ocor-
rências.
C De R$ 3.060,01 até R$ 7.650,00
5. A preferência por tipo de sorvete em uma sala de aula.
D De R$ 1.020,01 até R$ 3.060,00
6. A preferência por tipo de sorvete em uma sala de aula,
E Até R$ 1.020,00 separada por sexo.
7. A variação de temperatura durante um ano.
Após um levantamento feito com as famílias de um município,
foram obtidos os resultados expressos no gráfico a seguir. 26 Uma pesquisa sobre os motivos das ligações ao telefone
190 de emergência da Polícia Militar da cidade de São Paulo
2 250 obteve os dados a seguir em agosto de 2008. Das 35 000
ligações por dia:
30% são pedidos de orientação ou informação;
1 500
5% são transferidas aos bombeiros;
Número de famílias

31% são encerradas abruptamente;


21% são trotes;
500
13% resultam em ocorrências.
250
Represente essas informações em um gráfico em setores.
Classe A Classe B Classe C Classe D Classe E

ANOTAÇÕES

MATEMÁTICA

Números, Estatística e Funções 51

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 51 07/12/16 17:52


NO COMPUTADOR Da tabela ao gráfico
Assim como fazer tabelas, é possível construir gráficos por meio da planilha eletrônica do LibreOffice.

O programa utiliza os dados da tabela e você escolhe o tipo de gráfico que deseja. Veja como isso é feito.

1a etapa: Selecione os dados da tabela que devem constar no gráfico e clique no ícone “gráfico”, na barra de ferramentas.

WWW.LIBREOFFICE.ORG
WWW.LIBREOFFICE.ORG

Observe que o programa já sugere um tipo de gráfico, mas é possível escolher outro.

52 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 52 07/12/16 17:52


2a etapa: Seguindo a sugestão de tipo de gráfico do LibreOffice, clique no item 4, à esquerda, Elementos do gráfico, para dar um
título ao trabalho e escolher a posição da legenda. Clique em “Concluir”. Agora é possível formatar o gráfico. Por exemplo, selecione
o título do gráfico e altere sua fonte, troque a cor das colunas, altere as linhas de grade etc. Veja:

WWW.LIBREOFFICE.ORG
3a etapa: Salve o gráfico em um novo documento, selecione-o e descubra o que mais pode ser feito.

Se você puder experimentar mais e descobrir outros recursos, simule as etapas descritas e, depois, use o LibreOffice para
construir os gráficos pedidos no problema 17 e para refazer o gráfico do ER7.

WWW.LIBREOFFICE.ORG
Esportes preferidos

35

30

25

20 1º A
1º B
15

10

0
Futebol Basquete Vôlei Outros Total

INVENTE VOCÊ
3 Faça uma pesquisa sobre o refrigerante preferido dos seus colegas de classe. MATEMÁTICA
Calcule as frequências relativas e represente os resultados por meio de gráficos
em setores e em barras. Se quiser, use a planilha eletrônica.

4 Utilizando os dados da pesquisa anterior, construa um gráfico em barras múltiplas


para representar a frequência relativa de preferência de refrigerantes dos garotos
e das garotas da sua classe. Se quiser, use a planilha eletrônica.

Números, Estatística e Funções 53

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 53 07/12/16 17:52


ERROS E ENGANOS EM GRÁFICOS
Uma acusação frequente que se faz à apresentação de dados por meio de gráficos
estatísticos é a de que eles apresentam erros ou induzem a erros. Isso ocorre não apenas
porque nem sempre se tem informações a respeito de como e com que rigor a pesquisa
foi feita, mas também porque, apesar de na maioria das vezes os dados serem rigorosos e
obtidos por métodos incontestáveis, a sua representação em gráficos pode gerar confusões
ou interpretações equivocadas.
O exercício resolvido a seguir nos auxilia a entender alguns desses erros.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

8 Ao fazer uma pesquisa sobre o crescimento populacional No eixo que representa os milhões de habitantes há um
de sua cidade, um estatístico se deparou com o gráfico ao erro parecido.
lado. b) Vamos utilizar escalas mais adequadas para representar
Após analisar atentamente os dados representados, o os dados.
estatístico concluiu que havia um erro na construção do No eixo horizontal, marcaremos intervalos de 100 em 100
gráfico, mais especificamente nos eixos que representam anos a partir de 1600. Nesses intervalos, efetuaremos as
as grandezas estudadas. marcações aproximadas dos anos mostrados no gráfico
a) Que erro seria esse? original.
b) Após encontrar o erro, construa corretamente o gráfico. Para o eixo vertical, que representa o número de ha-
c) Qual é o erro de interpretação ao qual o primeiro gráfico bitantes, vamos utilizar uma escala com intervalos de
nos induz? 600 em 600 e efetuar as demais marcações também
por aproximação. Veja, a seguir, como ficou o gráfico:
Milhares de habitantes

4 000 Milhares de habitantes

4 200
4 000
3 600
2 300 3 000
1 850 2 400
1 600 2 300
1 200 1 850
1 800
600 1 600
Anos 1 200
600
1650 1850 1900 1920 1940 1976
Anos
1600 1650 1700 1800 1850 1900 1940 2000
RESOLUÇÃO 1920 1976

a) O erro percebido pelo estatístico se refere à escala uti- Com essas escalas, ainda que o gráfico construído não te-
lizada para marcar os dados nos eixos. Observe o eixo nha marcações muito precisas, como é o caso de um feito
no qual estão marcados os anos e veja que os intervalos a mão, ele ao menos respeita melhor os intervalos entre
entre um ano e outro não são constantes: os anos nos quais o crescimento da população foi estudado.
entre 1650 e 1850 há um período de 200 anos; Se você dispuser de um computador, poderá construir
um gráfico com mais precisão, como o nosso, utilizan-
entre 1850 e 1900 há um período de 50 anos;
do um software apropriado, por exemplo, o de planilha
entre 1900 e 1920 e entre 1920 e 1940 há um período de eletrônica. Essa é a vantagem de usarmos o computador
20 anos; na representação de dados estatísticos.

entre 1940 e 1976 há um período de 36 anos. c) Da forma como está construído, o primeiro gráfico
mostra um crescimento populacional mais lento e bem
Apesar dessa diferença, quem fez o gráfico utilizou menos acentuado do que o realmente ocorrido entre os
a mesma distância entre esses períodos, como se os anos de 1900 e 1976.
intervalos fossem iguais.

54 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 54 07/12/16 17:52


Os exercícios que seguem auxiliam os alunos a
desenvolver uma análise mais crítica em relação
às informações que recebem pela mídia.
As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

27 Este gráfico em barras repre- 29 a) Qual é o erro presente no gráfico a seguir?

ZAPT
Pop. masculina (em milhares)
senta a população do sexo 115

ZAPT
masculino de quatro cidades Número de analfabetos do Município
(em valores aproximados). de Magé, nos últimos quatro anos
110
Número de analfabetos
a) Observando o gráfico, A
D
podemos dizer que a po- 105
B 30 000
pulação da cidade C é a
quinta parte da população C 20 000
0
da cidade A? Por quê? Cidades
10 000
b) Copie a seguinte tabela no caderno e preencha-a, tendo
como base os dados do eixo vertical do gráfico.

Cidade População masculina 2001 2002 2003 2004 Ano

A Refaça o gráfico corretamente.


B b) Descubra o erro nos gráficos do ER1. No caderno, refaça-
C -os corretamente.
D
30 João queria aplicar seu dinheiro em ações. Por esse motivo
ele foi a uma corretora no início do ano de 2003, na qual o
c) Construa um outro tipo de gráfico e compare-o com o corretor lhe mostrou o seguinte gráfico:
primeiro. O que se pode concluir?

ZAPT
28 (Enem-MEC) Para Gráfico I
ZAPT

Gráfico I
convencer a po- N o–
total de linhas
N total de linhas telefônicas
o– telefônicas
pulação local da 2 200 2 200
2 150 2 150
ineficiência da 2 100 2 100
Companhia 050 2 050
Te- 22 000 2 000
lefônica Vilatel
Jan. Jan. Abr. Abr. Ago. Ago. Dez. Dez.
na expansão da
oferta de linhas,
GráficoGráfico
II II
um político publicou no
jornal local o gráfico I, N o–
total de linhas telefônicas
N – total de linhas telefônicas
o
Fonte: Corretora Ações para Todos.
ao lado representado. 2 2002 200
A Companhia Vilatel
Insatisfeito com os dados que obteve, João foi a uma segunda
respondeu publicando 2 150 2 150
corretora, que lhe apresentou outro gráfico:
dias depois o gráfico II,
onde pretende justificar 2 100 2 100

ZAPT
um grande aumento na
2 050
oferta de linhas. O fato é 2 050
que, no período conside-
2 0002 000
rado, foram instaladas, Jan. Jan.Abr. Abr. Ago. Ago.
Dez. Dez.
efetivamente, 200 novas
linhas telefônicas.
Analisando os gráficos, pode-se concluir que:
a) o gráfico II representa um crescimento real maior do que
o do gráfico I.
b) o gráfico I apresenta o crescimento real, sendo o II incorreto. Fonte: Corretora Ações para Alta. MATEMÁTICA
c) o gráfico II apresenta o crescimento real, sendo o gráfico I a) Algum dos dois gráficos pode ter incentivado João a tomar
incorreto. a decisão de investir em ações? Por quê?
d) a aparente diferença de crescimento nos dois gráficos
b) Qual é o problema do primeiro gráfico?
decorre da escolha das diferentes escalas.
e) os dois gráficos são incomparáveis, pois usam escalas c) Se você fosse João, faria o investimento após ter visto o
diferentes. segundo gráfico? Por quê?

Números, Estatística e Funções 55

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 55 07/12/16 17:52


CÁLCULO RÁPIDO As respostas se encontram no final do caderno

Você muitas vezes terá de calcular algumas porcentagens. e) 75 20%


Lembre-se de que:
f) 550 10%
100 g) 640 25%
100% 5 51 20 1
100 20% 5 5 5 0,2
100 5 4 Acompanhe o diálogo a seguir.
50 1
50% 5 5 5 0,5
100 2
10 1 Cristiane: Para calcular o pagamento com multa ou com
25 1 10% 5 5 5 0,1 desconto, é preciso fazer duas contas. Calcular
25% 5 5 5 0,25 100 10
100 4 a porcentagem e depois somar ou subtrair do
valor inicial.
1 Calcule:
a) 50% de 120; 25% de 120; 20% de 120; 10% de 120 Raquel: Nada disso! Eu faço uma conta só. Se a multa é
de 20%, eu multiplico o valor inicial por 1,2; se o
b) 10% de 440; 20% de 440; 25% de 440; 50% de 440
desconto é de 20%, eu multiplico o valor inicial
c) 20% de 360; 25% de 360; 50% de 360; 10% de 360. por 0,8.
d) 25% de 80; 50% de 80; 10% de 80; 20% de 80. Você concorda com qual das duas garotas? Por quê?

2 Em cada caso a seguir, considere o valor de uma dívida e a 5 Em seu caderno, complete as igualdades como no exemplo.
multa por atraso no pagamento e calcule o valor a ser pago
a) 2 500 m 5 2,5 km
com a multa.
Ao discutir com os alunos os
b) 3,4 km 5 * m
exercícios 5 e 6, analisem os erros
Multa por Valor a ser pago
Valor da dívida c) 67,8 m 5 *cm cometidos e façam uma lista de
atraso (com multa) cuidados que se deve ter para não
d) 196 cm 5 * m
a) 160 10% errar transformações de unidades
e) 4 178 000 m 5 * km de medida de comprimento.
b) 240 25% Relembre com os alunos a relação
f) 4 178 000 km 5 * m entre a grandeza a ser medida e a
c) 64 50% g) 150,36 m 5 * cm unidade adequada para realizar a
medição.
d) 350 20% h) 150,36 cm 5 * m
e) 125 1%

3 A situação agora é de desconto. Quanto deve ser pago em 6 Qual a melhor unidade para medir:
cada caso? a) a distância entre duas cidades?

Valor a ser pago


b) a duração de uma aula?
Valor da dívida Desconto
(com desconto) c) a duração de um filme?
a) 400 10% d) a quantidade de água em um copo?
b) 320 50% e) a quantidade de água em uma caixa-d’água?
c) 150 20% f) a massa de um caminhão?
360 25% g) a quantidade de lajota para recobrir uma parede?
d)

ANOTAÇÕES

56 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 56 07/12/16 17:52


SAIA DESSA As respostas se encontram no final do caderno

1 (Fuvest-SP) Durante uma viagem choveu 5 vezes. A chuva D. Os modelos A e B são fabricados com dois tipos de carro-
caía pela manhã ou à tarde, nunca o dia todo. Houve 6 ma- ceria: fechada e conversível. Já os modelos C e D podem ser
nhãs e 3 tardes sem chuva durante a viagem. Quantos dias fechados, conversíveis, picapes e utilitários. Cada modelo é
durou a viagem? fabricado em sete cores diferentes.
Quantas possibilidades de escolha um cliente tem à sua dis-
2 Uma fábrica produz quatro modelos de automóveis: A, B, C e posição na compra de um automóvel dessa fábrica?

As respostas se encontram no final do caderno


PARA RECORDAR

1 Responda às questões. a) Qual é a constante de proporcionalidade em cada tabela?


a) Escolha um número natural compreendido entre b) Copie e complete as tabelas.
1 e 5. É possível indicar um número natural entre o número
que você escolheu e 5? 5 Observe a figura.
E H
b) Será sempre possível encontrar um número natural entre
dois números naturais diferentes?
c) Escolha um número inteiro compreendido entre ]2 e 3. É G
F
possível indicar um número inteiro entre o número que
C
você escolheu e 3? D
d) Será sempre possível indicar um número inteiro entre
dois números inteiros diferentes?
A B
α
2 Represente na reta numerada os intervalos a seguir.
a é um plano determinado pelos pontos A, B, C e contém a
a) A 5 {x [ R | 2 ø x ø 4} face ABCD do paralelepípedo. Agora responda:

5
b) B 5 x [ R | x ø
1
2 6 a) Quais vértices do paralelepípedo não pertencem ao plano a?
b) O que o plano a e a face ADEF têm em comum?
c) C 5 ]] 4, 3]
d) A ø C 6 Na figura ao lado, temos um quadrilátero, ou seja, um polígo-
no com quatro lados. Nele, os lados AB e CD são paralelos e
e) B ù C os lados AB e BC são perpendiculares.
Desenhe no caderno quadriláteros que tenham:
3 Resolva estas equações.
a) 2 pares de lados paralelos.
a a]5 2(a ] 5) b) apenas um par de lados paralelos.
a) 2 6 511 3
4
c) 2 lados paralelos de tamanhos diferentes.
b) 10 2 (8y 2 2) 5 5y 1 2(]4y 1 1) d) nenhum par de lados paralelos.
3y ] 2 1 e) 2 pares de lados perpendiculares.
c) 5 2y2 50
2
7 Dois lados opostos de um
4 As tabelas a seguir representam grandezas diretamente quadrado qualquer têm
proporcionais. um aumento de 50% e D C
os outros dois lados têm MATEMÁTICA
x 10 25 60 um decréscimo de 50%.
y 6 27 36 Determine se a área do
quadrado aumenta ou di-
s 6 7 8 minui. Determine também A B
qual a porcentagem do
t 0,6 0,9 aumento ou descréscimo
da área.

Números, Estatística e Funções 57

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 57 07/12/16 17:52


Leia mais orientações sobre este
projeto no Manual do professor. PROJETO
A cidade em que moro
Para finalizar o estudo deste capítulo, estamos propondo que você, seus colegas e seu
professor organizem um pequeno projeto de pesquisa para aplicar, rever e sistematizar os
conhecimentos estatísticos que foram estudados.
Para começar o trabalho, será necessário que a classe se organize em grupos de no
máximo 6 pessoas e que todos trabalhem juntos, a fim de que o projeto seja bem-sucedido.
Todo projeto pressupõe a busca de respostas a questões que motivam e justificam seu
desenvolvimento e que podem ser melhor compreendidas após a realização do projeto. A
questão que propomos aqui é a seguinte:

O que vocês sabem sobre o município em que moram? Que informações sobre educa-
ção, saúde, segurança, lazer, origem da cidade e de seus habitantes pwodem auxiliar vocês
a conhecer melhor o espaço em que vivem?

O resultado dessa pesquisa pode ser divulgado na escola, para os responsáveis pela
administração da cidade e até para toda a comunidade.
Vocês todos devem se organizar para buscar respostas a essas e a outras questões
que forem surgindo. Para isso, precisam conhecer algumas etapas que orientam o desen-
volvimento de um projeto de pesquisa como este.
O intuito deste capítulo foi justamente proporcionar esse conhecimento, para que vo-
cês possam realizar, com o auxílio do professor, esse tipo de atividade cada vez com mais
autonomia.

PALAVRAS-CHAVE
Neste capítulo, as palavras que merecem destaque são:

Estatística
Gráficos
Frequência
Porcentagem

Escreva sobre elas no caderno, explicando o que cada uma significa. Ilustre sua
explicação com desenhos e exemplos.
Aproveite a oportunidade para sanar as dúvidas que porventura você ainda tenha.
As resoluções encontram-se no Para tanto, releia o capítulo ou consulte seu professor.
portal, em Resoluções e Gabaritos

ANOTAÇÕES

58 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 58 07/12/16 17:52


CONEXÃO ESTATÍSTICA – SOCIEDADE

CONTAGEM E PROJEÇÃO POPULACIONAL NO BRASIL


Desde a Antiguidade, governos e sociedade têm inte- tiva privada. De fato, tendo por base os dados censitários
resse por informações sobre suas populações. Confúcio como referência, adquirem-se informações sobre a situação
(551 a.C.-479 a.C.), filósofo e teórico político chinês, re- de vida da população, tornando possível selecionar locais
latou levantamentos feitos na China, cerca de 2000 a.C. para instalação de fábricas e estabelecimentos comerciais;
Pesquisas arqueológicas mostram evidências do uso siste- analisar a premência de expansão de redes de telefonia,
mático de informações de caráter estatístico pelos faraós luz, água e esgoto; reivindicar a construção de escolas e
do Egito Antigo e pelas civilizações pré-colombianas maia, postos de saúde etc.
asteca e inca. Além disso, o Sistema de Projeções e Estimativas da
Essa prática persiste nos tempos modernos, por meio População do Brasil, desenvolvido pelo IBGE, apresenta o
dos recenseamentos. No Brasil, o órgão responsável pelos estudo comparativo dos censos demográficos e das conta-
dados estatísticos oficiais é a Fundação Instituto Brasileiro gens da população já realizados para fazer projeções futu-
de Geografia e Estatística (IBGE). ras a respeito das tendências de crescimento populacional
O IBGE realiza vários tipos de levantamentos estatísticos, e das variações dos índices de mortalidade, fecundidade e
sendo o mais conhecido deles o Censo Demográfico, que re- migração em nível nacional. Esse sistema é revisado com
úne, a cada decênio, o conjunto de dados sobre a popula- frequência para a atualização dos dados.
ção do Brasil. Para tanto, utiliza modernas tecnologias, como Em 2008, por exemplo, foi feita a análise do crescimento
mapeamento digital de municípios, escaneamento e leitura populacional, por faixa etária, desde 1980, e, a partir desse
ótica dos questionários, controle gerencial e operacional via estudo, foi desenvolvida a projeção de crescimento popula-
internet, entre outras inovações tecnológicas. cional até 2050. Esse estudo revelou um fato bastante inte-
As informações sobre a população do país, especifica- ressante: a população brasileira está envelhecendo.
das por localidades — rurais ou urbanas —, revelam as Os gráficos apresentados a seguir representam as pro-
principais características demográficas e socioeconômicas jeções para quatro grupos de diferentes faixas etárias:
da população brasileira, tornando-se imprescindíveis para crianças, jovens, adultos e idosos. É possível perceber as
a definição das políticas públicas (federal, estadual e mu- transformações nos indicadores demográficos, década a
nicipal) e para a tomada de decisões de investimento, não década, e validar a expectativa em relação ao processo de
só provenientes dos governantes como também da inicia- envelhecimento da população.

Projeção da variação da população brasileira até 2050

População por sexo e grupos de idade (1980-2050)


Grupo etário 65 anos ou + Grupo etário 15 a 19 anos
a c
2050 2050

2040 2040

2030 2030

2020 2020

2010 2010

2005 2005 MATEMÁTICA


2000 2000

1990 1990

1980 1980

HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES

Números, Estatística e Funções 59


Grupo etário 45 a 49 anos Grupo etário 0 a 4 anos
b d
2050 2050
Book_MAT1_CAD1_v2.indb 59 07/12/16 17:52
1990 1990

1980 1980

HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES

Grupo etário 45 a 49 anos Grupo etário 0 a 4 anos


b d
2050 2050

2040 2040

2030 2030

2020 2020

2010 2010

2005 2005

2000 2000

1990 1990

1980 1980

HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES

As projeções indicam que, a partir de 2005, a cada década, diminui significativamente a população de 0 a 4 anos, ou
seja, decai o índice de natalidade; a população jovem (15 a 19 anos) decrescerá a partir de 2020; a população entre 45 e
49 anos, que cresceu nas últimas décadas, começará a estabilizar a partir de 2030; e a população idosa se mantém em
contínuo e expressivo crescimento.
Dados obtidos em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/
2008/piramide/piramide.shtm>.

O site do IBGE apresenta com mais detalhes essas e outras informações a respeito de vários setores sociais e econômi-
cos e está disponível para aqueles que desejam investigar mais sobre o nosso país ou sobre os procedimentos estatísticos
realizados em tais estudos.

ANOTAÇÕES

60 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 60 07/12/16 17:52


CAPÍTULO

3 Relações entre grandezas:


funções

Objetivos: Neste capítulo, iniciamos o estudo das funções, que serão tema de boa parte deste livro.
c Representar pontos no Os conceitos e a linguagem que você vai aprender são importantes porque são utilizados
plano cartesiano. em Matemática e por disciplinas das áreas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas,
para descrever fenômenos nos quais uma grandeza depende de outra. Mas, antes das
c Identificar funções. funções, é preciso retomar a localização de pontos no plano. Vamos lá!

c Reconhecer o
significado de domínio, COMO SE LOCALIZAR
contradomínio e No dia a dia, muitas vezes precisamos
Fernando Favoretto/Criar Imagem

imagem de função. localizar coisas: livros na biblioteca,


c Construir, ler e a posição de uma casa em uma rua,
interpretar o gráfico de apartamentos em um edifício, um avião no
função. ar e até satélites no espaço.
Atualmente, a localização de ruas nas
c Resolver problemas
grandes cidades pode ser feita com o uso
que envolvam variação
entre grandezas. de aparelhos GPS (veja um modelo na
imagem ao lado). No entanto, se estivermos
em viagem, um mapa pode nos auxiliar a
localizar uma cidade e a compreender o percurso pelas estradas até chegar a ela.
Por exemplo, no mapa a seguir, a cidade de Rondonópolis, no Mato Grosso, está
localizada na posição C11. Observe.

Neste capítulo
Guia Quatro Rodas/Editora Abril

se inicia o desen-
volvimento da
terminologia e da
escrita específicas
do tema funções,
parte importante
da alfabetização
do aluno na lingua-
gem matemática.

MATEMÁTICA

Fonte: Guia Quatro Rodas Brasil 2010. São Paulo, Abril, 2010.

Números, Estatística e Funções 61

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 61 07/12/16 17:52


Mapas aéreos e marítimos usam pares ordenados para a localização de pontos na su-
LEIA O LIVRO
perfície da Terra.
O diabo dos números, de Hans Em Matemática também utilizamos pares de números, que chamamos de coordenadas,
Magnus Enzensberg (Cia. das para representar pontos de um plano. É isso que vamos estudar a seguir.
Letras), é um ótimo livro, princi-
palmente se você, assim como SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL
Robert (o personagem principal), Vimos anteriormente que podemos marcar pontos em uma reta e associar a cada um
estiver precisando “fazer as pazes deles um número real. Agora, veremos que é possível localizar pontos em um plano.
com a Matemática”. Leia devagar, A ideia de localizar pontos em um plano é bem antiga em Matemática e, por volta
saboreando a aventura de cada do século III a.C., já havia sido usada pelo geômetra Apolônio de Perga. No entanto,
capítulo. Vale a pena! o sistema que utilizamos hoje se originou dos trabalhos do matemático e filósofo
René Descartes, que viveu na França, no século XVII. A versão latina de Descartes é
Cartesius e, por isso, o sistema criado por ele é conhecido como cartesiano.
Para construir um referencial cartesiano, devemos, inicialmente, desenhar duas retas
reais perpendiculares e de mesma origem, as quais chamamos de eixos.
O eixo desenhado na posição horizontal é denominado eixo das abscissas, em geral
y indicado por Ox.
O eixo desenhado na posição vertical é denominado eixo das ordenadas, geralmente
denotado por Oy.
x
α é chamado de plano cartesiano ortogonal.
O
Podemos observar que:
1. O ponto O corresponde a zero em cada eixo e é chamado de origem do sistema.
α 2. Cada eixo é subdividido em segmentos de mesma medida (unidade).
Exemplo:
y Para determinar a posição de um ponto K no sistema de eixos, podemos nos
imaginar andando sobre os eixos a partir da origem, primeiro horizontalmente e
M(–4, 3)
3 depois verticalmente.
K(3, 2)
2 Observe alguns pontos destacados no sistema cartesiano ao lado.
1 Atingimos o ponto K "caminhando" três unidades para a direita e duas unidades
I(1, 0) x
para cima, a partir do ponto O. Representamos K por suas coordenadas (3, 2).
–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6
–1 O ponto I é atingido "caminhando-se", a partir do ponto O, uma unidade para a
–2 direita e nenhuma unidade para cima. Representamos o ponto I por (1, 0).
–3 Atingimos o ponto M "caminhando" quatro unidades para a esquerda e três
J(–2, –3) N(4, –4) unidades para cima, a partir da origem. Para representar o movimento para a
–4
–5 esquerda, utilizamos o sinal negativo. Com isso, o ponto M está localizado em (24, 3).
L(0, –5)
Veja, agora, as coordenadas dos demais pontos:
(22, 23) para o ponto J;
(0, 25) para o ponto L;
Faça uma pesquisa para saber (4, 24) para o ponto N.
um pouco mais sobre Descartes.
Obtemos as localizações dos pontos porque, fixado o referencial cartesiano, associamos
Imagine se você pudesse voltar
no tempo e entrevistar o filósofo. a cada ponto do plano uma única dupla ordenada de números reais e a cada dupla ordenada
Elabore as perguntas que gostaria de números reais, um único ponto do plano. É essa correspondência que determina um
de fazer, realize a pesquisa e sistema de coordenadas cartesianas.
simule a entrevista.

Ao longo de todo o livro, estimularemos a leitura do texto Sistema de coordenadas cartesianas ortogonais é a correspondência que a cada par
matemático pelos alunos. Se possível, realize uma leitura em ordenado de números reais associa um único ponto do plano cartesiano ortogonal.
voz alta do texto a seguir e peça aos alunos que ouçam com
atenção e anotem no caderno as palavras desconhecidas
conforme forem surgindo. Em seguida, solicite-lhes que
procurem o significado dessas palavras no dicionário. Chame
a atenção dos alunos para o fato de que certas palavras do O par ordenado de números reais que dá a localização do ponto no plano é chamado
texto estão destacadas: qual pode ser a intenção desse
destaque? E as ilustrações: que relação elas têm com o texto?

62 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 62 07/12/16 17:52


de coordenadas do ponto. Nele, o primeiro número indica o y
deslocamento horizontal (sobre o eixo x) e o segundo número indica 2º- quadrante 1º- quadrante
o deslocamento vertical (sobre o eixo y), sempre a partir da origem.
Os eixos Ox e Oy dividem o plano em quatro regiões, denominadas x<0 x>0
y>0 y>0
quadrantes, representadas de acordo com a figura ao lado.
x
A partir daqui, estudaremos algumas contribuições do referencial
O
cartesiano à Álgebra, especialmente no estudo de funções.
3º- quadrante 4º- quadrante

x<0 x>0
y<0 y<0

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Determine m e n de modo que (2m 2 n, 5) 5 (7, m 1 n). 2m 2 n 5 7 1


m1n55 2
RESOLUÇÃO
Adicionando, membro a membro, 1 e 2 , obtemos:
Dois pares ordenados são iguais se, e somente se, os pri- 3m 5 12 ⇔ m 5 4
meiros elementos são iguais e os segundos elementos são Para m 5 4 em 2 , temos:
iguais. Logo: 41n55⇔n51
Portanto, m 5 4 e n 5 1.

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

1 a) Localize no plano cartesiano ortogonal os pontos A(2, 6), a uma mesma reta paralela ao eixo das abscissas?
B(24, 5), C(25, 22), D(4, 23), E(3, 0), F(0, 4), G(24, 0) e
H(0, 21). 4 Determine as coordenadas dos pontos A, B, C, D, E, F, G e H
b) Desses oito pontos, qual é o de maior ordenada? desta figura.
y
c) Qual dos pontos possui a menor abscissa?
10
d) Qual é a ordenada do ponto B? B
8
e) Qual é a abscissa do ponto G? A
6
f) Quais desses pontos estão localizados sobre o eixo hori- C
zontal (o eixo Ox)? 4

g) Quais desses pontos estão localizados sobre o eixo ver- 2


D H x
tical (o eixo Oy)?
–10 –8 –6 –4 –2 0 2 4 6 8 10
h) Quais desses pontos estão localizados abaixo do eixo –2
horizontal?
E –4
i) Quais desses pontos estão localizados à esquerda do eixo
vertical? F –6
–8 G
2 Determine o quadrante ao qual pertence cada um dos pontos –10
a seguir.
A( 2 2 1, 4 2 π), B( 3 2 2, 5 2 2), C(2 2 π, 2 2 2) e D(
MATEMÁTICA
3 2 1, 3 2 π).
5 Localize A(23, 3), B(23, 0), C(23, 4) e D(23, 22) no plano
cartesiano ortogonal. Depois, responda às questões.
3 Localize no plano cartesiano orto go nal os pontos a) O que ocorre com os pontos que têm a mesma abscissa?
A(21, 3), B(0, 3), C(2, 3) e D(5, 3). Depois, responda às b) O que ocorre com as abscissas dos pontos pertencentes
questões. a uma mesma reta paralela ao eixo das ordenadas?
Peça aos alunos que deem exemplos de outros pontos nessa condição.
a) O que ocorre com os pontos que têm ordenadas iguais?
6 O ponto que tem coordenadas (5, 3) coincide com o ponto
b) O que ocorre com as ordenadas dos pontos que pertencem

Números, Estatística e Funções 63

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 63 07/12/16 17:52


que tem coordenadas (3, 5)? Por quê? Realmente não errei e cheguei à casa de Maira. Mas você já
imaginou se, no início, eu tivesse andado três quarteirões
7 Determine m e n para que: à esquerda, onde eu teria ido parar?
a) (2m 2 3, n 1 4) 5 (6, 5) b) (m 2 n, m 1 n) 5 (23, 2) b) Tomando a rodoviária como ponto de referência, indique
alguns caminhos que posso fazer para ir:
8 Maira mudou-se para outra cidade e convidou-me para visitá- ao cinema;
-la. Para que eu pudesse chegar facilmente a sua casa, ela me ao zoológico;
enviou um mapa com algumas indicações.
ao supermercado.
a) Maira me disse: “Você sai da rodoviária à direita, vira à c) Desenhe o plano cartesiano ortogonal e localize nele os
direita na esquina, anda quatro quarteirões e está na rua da pontos do item anterior. Use a rodoviária como (0, 0) e um
minha casa. Então, vira à esquerda, anda dois quarteirões quarteirão como unidade.
e chega à minha casa. Não há como errar”. Eis o mapa que Maira me enviou.

cinema

Saída da cidade

Se possível, explore com os alunos guias de rua ou mapas de localização disponíveis na internet.

As respostas se encontram no final do caderno

PARA SABER MAIS Muitas das propriedades dos gráficos das funções afim e

Robert Harding World Imagery/Getty Images


quadrática serão justificadas pela simetria (ver capítulos
1 e 2 do caderno 2). Daí a importância deste Para saber
Simetria e coordenadas mais. Se for possível, realize com os alunos a experiência
do espelho.
Nas Artes e na Arquitetura, é comum a utilização de figuras e objetos
simétricos pela beleza e pelo equilíbrio que proporcionam. Veja dois
exemplos.
Rogério Reis/Pulsar Imagens

Azulejos portugueses em São Luís (Maranhão). Fachada da Catedral de Notre Dame, em Paris
(França). Construída entre 1163 e 1345.

64 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 64 07/12/16 17:52


Uma figura plana simétrica segundo uma re- Eixo de simetria

Zapt
Talita Guedes
flexão possui uma reta chamada eixo de refle-
xão ou eixo de simetria, que a divide em duas fi-
guras congruentes que podem ser sobrepostas.
Esse eixo funciona como um espelho que reflete
uma parte sobre a outra. Ao dobrarmos a figura
nessa linha, cada parte se encaixará perfeita-
mente na outra.
Podemos pensar em simetria de reflexão
usando coordenadas em um plano cartesiano.
Imagine que o eixo vertical Oy seja o eixo de simetria de uma figura com apenas uma de suas metades desenhada à direita do
eixo.
Se completarmos a figura, quais serão as coordenadas dos pontos da metade à esquerda correspondentes aos pontos A, B, C,
D, E, F, G, H e I?
y Qual a relação entre as abscissas desses Oy
A nove pontos e as de seus correspondentes? E
entre as ordenadas?
B
D Dizemos que os pontos à esquerda do eixo Oy D' D
C
são simétricos aos pontos à direita desse eixo.
E Por exemplo, D' é o ponto simétrico ao ponto D
F
O x em relação ao eixo Oy.
I

H G

O objetivo maior dos itens que seguem é o conceito de função apresentado inicialmente de modo informal, antes da terminologia
relacionada a esse conteúdo. Nos exemplos, pela leitura e interpretação dos gráficos, o aluno se familiariza com os conceitos de
crescimento ou decrescimento de uma função, valor de uma função em um ponto, sinal de uma função e raízes, antes do estudo
FUNÇÃO específico das funções afim, quadrática e todas as outras.

A função é um modo especial de relacionar grandezas. Nesse tipo de relação, duas grandezas, x
e y, se relacionam de tal forma que:

De Bi em Bi
x pode assumir qualquer valor em A humanidade levou milhares de anos para atingir o primeiro bilhão de habitantes.
um conjunto A dado. No gráfico ao 11
lado, x é o ano que varia no conjunto 10
A 5 {1800, 1930, 1960, 1974, 1987,
9
1999, 2011, 2024, 2045, 2100}.
8
os valores que y assume dependem
habitantes em bilhões

dos valores assumidos por x. Para 7

x 5 1800, o valor de y é 1, enquanto 6


para x 5 2011, temos y 5 7. 5

4
MATEMÁTICA
Os valores dos elementos do conjunto A
3
referem-se aos anos correspondentes
aos pontos destacados no gráfico. 2

0
1800 1930 1960 1974 1987 1999 2011 2024 2045 2100 anos

Projeção para a população mundial até 2100. Fonte: Divisão de População da ONU.

Números, Estatística e Funções 65

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Em nosso dia a dia, temos muitos exemplos de função.

PEDIATRIA E PUERICULTURA Exemplo 1


Nome:
A altura de uma criança é uma função de sua idade. É o que mostra, ao lado, o
90 DESENVOLVIMENTO ESTATURAL (FEMININO)
gráfico de desenvolvimento estatural de uma menina. Observe que a altura dela
80
era de 64 cm aos 5 meses de idade e passou a ser de 73 cm aos 10 meses.
Centímetros

As duas linhas contínuas em preto correspondem às maiores e menores altu-


70 ras esperadas para crianças do sexo feminino com desenvolvimento normal.
Os pediatras usam esse tipo de gráfico para acompanhar o desenvolvimento das
60
crianças.
ALTURA
50
Exemplo 2
40 Uma garrafa de 500 mL de suco concentrado deve ser dissolvida em 2 L de
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 água para obtermos o suco reconstituído. Assim, cada garrafa de suco concentra-
Idade em meses
do corresponde a 2,5 L de suco pronto. Podemos estabelecer uma relação entre a
Proponha aos alunos que leiam os exemplos quantidade de suco concentrado e a de suco pronto na forma de uma função, que pode ser
em duplas e depois discutam entre si o
que, em cada um dos exemplos, caracteriza
descrita por uma igualdade algébrica ou por uma tabela cujos valores podemos represen-
função. Após essa etapa de trabalho, registre tar no plano cartesiano e obter um gráfico dessa relação.
no quadro as expressões que mostrem
a percepção dos alunos sobre o que as
Chamando de S o número de litros de S (L)
funções têm em comum, especialmente a suco pronto e de c o número de garrafas
relação de dependência entre grandezas.
de suco concentrado, temos: 11
S 5 (2 L de água 1 0,5 L de suco
10
concentrado) 3 c
9
S 5 c 3 2,5
8
Suco concentrado Suco pronto 7
(número de garrafas) (em litros)
6
1 2,5
5
2 5
4
3 7,5
3
4 10
2
A 10 25
16
1
.. ..
15 . .
1 2 3 4 c (em garrafas)
14
13 Exemplo 3
12 A área de um quadrado depende da medida de seu lado. Se o lado mede 1, a área é 1; se
11 o lado mede 5, a área é 25; se o lado mede ,, então a área é A 5 ,2.
10 Neste caso, podemos também esboçar um gráfico usando o plano cartesiano, onde vamos
9 marcar no eixo horizontal os valores de , e no vertical os valores correspondentes da área A.
8 Observe que a tabela pode ser construída atribuindo-se para , qualquer valor real
7 positivo e, a partir dela, ser traçado o gráfico como uma linha contínua. O mesmo não pode
6 ser feito no exemplo anterior, pois o número do calçado só pode ser um número natural.
5
4
1
3 , 1 2 3 4 3,48 4,2 5 ...
2
2
1
1 A 1 4 9 16 12,1104 17,64 25 ...
4
0 1 2 3 4 ℓ

66 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 66 07/12/16 17:52


Exemplo 4 N

A numeração usada na confecção de sapatos depende do comprimento 45


do pé das pessoas. Os fabricantes de calçados brasileiros usam a fórmula 44
5c 1 28 43
N5 , em que c é o tamanho do pé em cm e N é o número do
4
42
calçado. Podemos construir um gráfico para a função entre o tamanho do
41
pé, em cm, e o número do calçado. Vamos observar como seria essa relação
40
para algumas medidas de pés entre 20 cm e 30 cm.
39

Tamanho do pé Número do 38
(em cm) calçado 37

Alex Silva
20 32 36
35
22 34,5 > 35
34
24 37 24 cm
33
37
26 39,5 > 40 32

28 42
0 20 22 24 26 28 30 c (cm)
30 44,5 > 45

A indústria brasileira não produz números intermediários de calçados, daí a importância


de experimentá-los no momento da compra.

Use o gráfico ou a tabela para responder:


Se o valor de c é 23 cm, qual é o número esperado para o calçado?
Qual deve ser a medida do pé de uma pessoa que calça 38?

Exemplo 5
Alguns padrões geométricos também estão relacionados com funções. O pa-

Zapt
drão que vamos descrever é conhecido como tapete de Sierpinski e é construído
a partir de uma regra que se repete indefinidamente.
Tudo começa com um triângulo equilátero, dividido em 4 triângulos equilá-
teros congruentes, cujo triângulo do centro é desconsiderado, restando dessa
forma apenas 3 triângulos equiláteros. Veja ao lado.
Repete-se a divisão de cada triângulo restante em 4 triângulos equiláteros
congruentes, desconsiderando sempre o triângulo do centro:

Zapt

O número de triângulos que compõem o tapete em cada etapa do processo é uma


função do número da etapa de sua construção?
MATEMÁTICA
Etapa 1 2 3 4 ...
Número de triângulos 1 3 9 27 ...

Quantos triângulos haverá na décima etapa da construção do tapete?


É possível desenhar tantos triângulos?

Números, Estatística e Funções 67

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 67 07/12/16 17:52


T Se representarmos pela letra T o número de triângulos existentes na etapa de
número n, poderemos calcular o valor de T por meio da igualdade T 5 3n 2 1, em
27 que n é qualquer número natural maior ou igual a 1. Também é possível fazer um
gráfico que mostre a relação entre T e n. Observe o gráfico ao lado.
Nos exercícios ao longo deste livro, vamos aprender outros fatos interessantes
sobre este exemplo.
No entanto, nem sempre uma relação entre duas grandezas é uma função.
Para entender isso, vamos observar um contra-exemplo.
A cada número natural n vamos associar os números inteiros que elevados
ao quadrado resultam em n. Veja a tabela:

n 0 1 2 3 4 5 ...
9 Nos inteiros que
Não Não Não
elevados ao quadrado 0 1 e 21 2 e 22 ...
existe existe existe
são iguais a n

3
Apesar de a relação acima descrita ser possível, ela não satisfaz duas das
1 n condições para ser função de N em Z: todo valor de n [ N deve possuir um
1 2 3 4 5
correspondente em Z e não pode haver mais de um correspondente em Z para o
mesmo valor de n. Portanto, a cada valor de n [ N deve estar associado um único
valor em Z. Entretanto, na tabela vemos que a alguns valores de n está associado mais de um
valor em Z, e a outros não existe valor em Z associado a eles.
Em Matemática, a palavra Nos exercícios, podemos encontrar outros contraexemplos para funções.
contraexemplo é usada
quando queremos dar um
exemplo contrário ao que es-
tamos destacando. No caso,
DOMÍNIO, CONTRADOMÍNIO E CONJUNTO IMAGEM
vamos dar exemplo de não
função. A seguir, vamos analisar com mais detalhes alguns elementos de uma função, estabelecer
a forma usual de representá-la e entender melhor o significado do seu gráfico.
Em uma função f de A em B, usamos a indicação:

f:AwB
x |w y 5 f(x)

Nessa função:
x é denominado variável independente da fun-
ção f, enquanto y é chamado variável dependente,
Vida mais longa.
Expectativa de vida mundial em anos. pois os valores de y dependem dos valores escolhidos
80
para x. Já este último pode variar assumindo qual-
75
70 quer valor do conjunto A.
65
A é o domínio de f (denotado por D(f)), ou seja,
Expectativa de vida em anos

60
55 é o conjunto dos valores de x para os quais a função
50
45 é possível. No gráfico da função, D(f) é o período de
40 tempo de 1700 a 2050.
35
30 B é o contradomínio de f (denotado por CD(f)),
25
20 ou seja, é o conjunto dos valores possíveis de y. No
15 gráfico temos CD(f) 5 [0, 80].
10
5 indicando por x um elemento qualquer de A, seu
0
1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 2050 2100 correspondente y de B é a imagem de x pela aplica-
Projeção Fonte: Fundo Monetário Internacional. ção f ou é o valor de x pela f (denotado por y 5 f(x)).

68 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 68 07/12/16 17:52


Os elementos de B que são imagens dos elementos de A pela f constituem o conjunto
imagem de f (indicado por Im(f)). No exemplo do gráfico, Im(f) 5 [27, 75].
O conjunto imagem de uma função está contido em seu contradomínio.
Analisando os exemplos das páginas 66 e 67 temos:
Exemplo 1: O domínio da função é o intervalo [0, 17], pois para cada valor deste pe-
ríodo de tempo corresponde um valor para a altura da criança. Como neste intervalo de
tempo a altura da criança varia de 49 cm a 84 cm, a imagem dessa função é o intervalo
[49, 84].
Exemplo 2: A função desse exemplo tem como domínio possível o conjunto N* 5
5 {1, 2, 3, 4, …} correspondendo aos possíveis valores de garrafas de suco concentra-
do. A imagem dessa função é o conjunto de números da forma {2,5; 5; 7,5; 10; …} 5
5 {y [ R | y 5 2,5 3 c, em que c [ N*}.
Exemplo 3: No caso, os possíveis valores para o lado , de um quadrado são todos os
números reais positivos. Assim, o domínio da função A é ]0, 1`[ e a imagem correspon-
dente aos valores de A também é o conjunto ]0, 1`[.
Exemplo 4: Nesse caso nos limitamos a considerar valores para o comprimento dos pés
no intervalo [20, 30], que passa a ser o domínio da função N. De acordo com os dados
da tabela e considerando que usualmente não são fabricados calçados com tamanho de
valor não inteiro, a imagem da função N é {32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43,
44, 45} 5 {N [ N | 32 < N < 45}.
Exemplo 5: A função T tem como domínio N*, que corresponde aos possíveis valores
das etapas de construção do tapete de Sierpinski, e a imagem de T é o conjunto {1, 3, 9,
27, 81, …} 5 {T [ R | T 5 3n 2 1, com n [ N*}.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

2 Estas tabelas representam alguns pares de valores de fun-


ções de Z em Z. Para cada tabela, escreva a lei na qual y é Depois de ler o ER3, resolva os problemas 17 e 18.
função de x. Dê o conjunto imagem dessas funções.

a) 3 Seja a função f: R w R
x ... 21 0 1 2 3 4 ...
x z y 5 x2 2 1
y ... 1 2 3 4 5 6 ...
1
a) Calcule f(6), f 2 ,f 2 ,f 3 22 .
b) 2
x ... 22 21 0 1 2 3 ...
y ... 24 22 0 2 4 6 ... b) Determine um elemento de D(f) cuja imagem por f
vale 8.
Oriente os alunos para que, ao ler cada ER,
RESOLUÇÃO analisem o que compreenderam, bem como as c) Determine um elemento de D(f) cuja imagem por f
dúvidas que surgiram. vale 25.
a) Observamos que, para obter os valores de y, somamos 2 aos
valores de x, ou seja, fazemos x 1 2. Assim, a lei da função RESOLUÇÃO
pode ser escrita por y 5 x 1 2 ou f(x) 5 x 1 2.
Se x pode assumir qualquer valor inteiro, então podemos a) Para calcular a imagem de 6 pela função f, basta substituir
indicar a imagem por: x por 6 em f(x) 5 x2 2 1: MATEMÁTICA
f(6) 5 62 2 1 5 35
Im(f) 5 {y [ Z | y 5 x 1 2}.
De forma análoga:
b) Neste caso, notamos que cada imagem de x é o seu dobro, 2
isto é, y 5 2x. Logo, a lei que determina a função é f(x) 1 1 3
f 2 5 2 21 5 2
5 2x e temos: 2 2 4
2
Im(f) 5 {y [ Z | y 5 2x}. f 2 5 2 2151

Números, Estatística e Funções 69

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 69 07/12/16 17:52


f 3 22 5 3 22
2
215 322· 3 ·214 215 4 Seja a função f : R w R definida por:
5624 3 x, se x é racional
f(x) 5
b) Estamos procurando x [ D(f) tal que f(x) 5 8. 2x, se x é irracional
Substituindo f(x) por x2 2 1, vem:
Calcule f(0), f(22), f 2 , f(π 2 1).
x2 2 1 5 8 ⇒ x2 5 9 ⇒ x 5 23 ou x 5 3
Portanto, se f(x) 5 8, então x 5 23 ou x 5 3. RESOLUÇÃO
c) Seja x tal que f(x) 5 25, temos: Essa função f desempenha o seguinte papel: a imagem de
x 2 1 5 25 ⇒ x 5 24 ⇒ não existe x [ R tal que x 5 24
2 2 2 um número racional é o próprio racional, e a imagem de um
número irracional é o oposto desse irracional; assim, como
Portanto, não existe, em D(f), elemento cuja V pela f seja 0 e 22 são racionais, e 2 e π 2 1 são irracionais, temos:
25.
f(0) 5 0, f(22) 5 22
Isso quer dizer que 25 não é elemento de Im(f).
f 2 5 2 2 , f(π 2 1) 5 2(π 2 1) 5 2π 1 1

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

9 Em uma aula de Matemática, o professor João disse à sua clas- dessa pessoa.
se: “Alguns dos exemplos que vou dar mostram um tipo espe-
cial de relações que podem ser chamadas de funções, mas, 10 Paula organizou uma tabela associando os nomes dos seus
para compreender isso, vocês necessitam ver também exem- colegas de classe com os meses em que nasceram.
plos de relações que não são funções”. Veja os contraexemplos
que o professor João mostrou à classe e justifique por que não Nome Mês de nascimento
são funções.
Paula Janeiro
a) Associe os meses do 1o semestre do ano com os nomes
dos colegas da classe que nasceram nesses meses. Pedro, Marta e Edna Fevereiro
Luís e Raquel Março
Mês de nascimento Nome
Janeiro Paula Ângela, Ricardo, Antônio e Valmir Maio

Fevereiro Pedro, Marta e Edna Marina Junho


Março Luís e Raquel Ela concluiu que esta tabela corresponde a uma função. Você
Abril pode explicar por quê?
Maio Ângela, Ricardo, Antônio e Valmir Compare com o contraexemplo do exercício anterior. O que
Junho Marina você observa?

b) Associe a cada número natural os números que diferem 11 Um carro percorre uma estrada com velocidade constante
uma unidade desse número. de 90 km/h durante 20 minutos a partir das 10 horas. A cor-
N R N R respondência entre o tempo e a velocidade pode ser descrita
por uma tabela como esta:
0 1 e 21 3 2e4
1 0e2 4 3e5 A relação entre a velocidade e o tempo mostrada nessa tabela
é ou não uma função? Por quê?
2 1e3 5 …
c) Associe a cada número inteiro seu inverso. 12 Dê exemplos de funções que estão presentes em nosso dia a dia.
Z R N R 13 Responda às questões.
1
24 2 0 ???? a) Que outros significados você conhece para as palavras
4
1 função, domínio e imagem?
23 2 1 1
3 b) Qual dos significados que você conhece para as palavras
1 1 analisadas se aproxima da ideia matemática de cada termo?
22 2 2
2 2
1
21 21 3 14 Um grupo de meninos vai comprar duas bolas que custam
3
d) Associe ao número de sapato que cada pessoa calça a idade juntas R$ 336,00 e dividir igualmente as despesas.

70 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 70 07/12/16 17:52


Chamando de f a função que dá a despesa y de cada um a 9
partir do número x de meninos e sabendo que o grupo deve a) Calcule f(21,2), f(23), f ,f 3 11 .
5
ter de 4 a 8 meninos, responda:
b) Determine um elemento de D(f) cuja imagem pela f vale 36.
a) Qual é o domínio de f?
c) Determine um elemento de D(f) cuja imagem pela f vale
b) Qual é o conjunto imagem? 264.
c) Qual é a lei que associa x e y? d) Determine o elemento de D(f) cuja imagem pela f vale zero.
d) Qual é o valor de f(5)?
e) Qual é o elemento do domínio cuja imagem é R$ 56,00?
19 Seja a função f : R w R definida por:

15 Para cada função, dê uma expressão para f(n). x 1 1, se x é racional Em caso de dúvida,
f(x) 5
2x, se x é irracional leia novamente o ER4.

a) n 1 2 3 4 5
Calcule f(0), f(2), f(0,666…), f 3 , f(1 2 2 ).
f(n) 2 3 4 5 6
20 (IFPE) Para se calcular o consumo mensal, em kWh, de um
P?H?D
b) n 1 2 3 4 5 aparelho elétrico, usa-se a seguinte expressão: c 5 ,
1 000
f(n) 4 5 6 7 8 em que C é o consumo em kWh; P é a potência do aparelho
em Watt (W); H é o número de horas de uso por dia, e D é o
número de dias de uso por mês. O Prof. Sérgio instalou em seu
c) n 22 21 0 1 2 3 banheiro um chuveiro elétrico com uma potência de 2 500 W.
f(n) 4 1 0 1 4 9 A família do professor é composta por cinco pessoas, e cada
uma delas toma dois banhos por dia com uma duração de 10
minutos cada banho. Qual o consumo de energia do chuveiro
16 Seja a função f : A w B elétrico após 30 dias?
x |w y 5 2x a) 75 c) 125 e) 175
onde A 5 {23, 21, 1, 3} e b) 100 d) 15
B 5 {26, 24, 22, 0, 2, 4, 6}.
21 (ESPM2SP) Numa população de 5 000 alevinos de tambacu,
Obtenha D(f) e Im(f).
estima-se que o número de elementos com comprimento
17 Seja a função f : R w R maior ou igual a x cm seja dado, aproximadamente, pela
x |w y 5 2x 5 000
expressão 2 .
x 11
a) Calcule f(21), f(22,1), f(1,2), f(p), f 1 1 2 .
Pode-se concluir que o número aproximado de alevinos com
b) Qual é o elemento de D(f) cuja imagem pela f vale 100? comprimento entre 3 cm e 7 cm é igual a:

18 Seja a função f : R w R definida por y 5 x2. a) 600 c) 400 e) 100


b) 500 d) 200

ANOTAÇÕES

MATEMÁTICA

Números, Estatística e Funções 71

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 71 07/12/16 17:52


GRÁFICO DE FUNÇÃO
Nos exemplos de funções, representamos algumas delas por gráficos no plano cartesia-
no. Mais precisamente, o gráfico de uma função
f: A w B
x |w f(x)
é o conjunto dos pontos (x, f(x)) de um plano cartesiano onde no eixo das abscissas Ox repre-
sentamos os valores de x, x [ A, e no eixo das ordenadas Oy, os valores de y 5 f(x), y [ B.
A partir de gráficos, podemos obter diferentes informações sobre as funções por eles
representadas. Veja, por exemplo, o gráfico abaixo, relativo a ocorrências sofridas por
usuários de computador.

Observando o gráfico, podemos afirmar que:

Veja/Editora Abril
ele representa o número de notifica-
ções feitas por usuários de computador em
função do tempo (de 2003 a 2009);
o número de notificações cresceu mui-
to no período de 2005 a 2006 e decresceu
entre 2006 e 2007;
como diz o cabeçalho do gráfico, o nú-
mero de notificações quase quadruplicou no
período de 2003 a 2009, porque 4 · 54 607 5
218 428;
o número de notificações em 2009 cor-
responde apenas ao 1o trimestre desse ano.

Conforme já vimos, também podemos


representar uma função por meio de uma
tabela de valores ou, em alguns casos, de
uma fórmula do tipo y 5 f(x), mas, na maioria
dos casos, o gráfico revela informações que
seriam menos perceptíveis em uma fórmula
ou tabela.

Estudo de funções por meio de gráficos cartesianos


Estudamos anteriormente como localizar pontos e construir gráficos em um referencial
cartesiano. Esse será o tipo de gráfico que mais usaremos para estudar funções.
Para representar graficamente uma função, devemos:
fixar um referencial cartesiano;
fazer uma tabela de dupla entrada, com números que satisfaçam à equação y 5 f(x),
onde x [ D(f);
y localizar no referencial os pontos associados aos pares ordenados.
Zapt

Exemplos:
4,5 a) Seja f : A w B, onde A 5 {1, 2, 3, 4} e B 5 {1,5; 2,5; 3,5; 4,5}.
x |w y 5 x 1 0,5
3,5
Nessa função, é possível calcular as imagens de todos os elementos de D(f):
2,5

1,5 x 1 2 3 4
1 y 1,5 2,5 3,5 4,5

0 1 2 3 4 x O gráfico de f é formado apenas por 4 pontos, uma vez que A e B são finitos.
Os valores f(x) crescem à medida que x cresce.

72 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 72 07/12/16 17:52


b) Seja f : R w R y

Imagens: Zapt
x |w y 5 2x 1 0,5
Nessa função, é impossível calcular as imagens de todos os elementos de D(f)
porque D(f) 5 R. É preciso notar, também, que x pode ser racional ou irracional. 2
Atribuindo a x alguns valores obtemos esta tabela.

x 21,5 0 3,5 0,5 2 3,5


2
–1,5 0 x
y 2 0,5 2 2 1 0,5 24
– 2 + 0,5

Observamos que o gráfico de f é uma reta.


Os valores f(x) decrescem à medida que x cresce.
–4

Relembrando: ao falarmos de gráfico cartesiano de uma função, estaremos nos


referindo ao conjunto de todos os pontos do plano cartesiano correspondentes aos
pares (x, y) que determinam a função y 5 f(x), com x [ D(f).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

5 (UFF2RJ) A figura a seguir exibe o gráfico de uma função y c) A equação f(x) 5 1 tem quatro soluções distintas, pois
5 f(x) definida no intervalo [26, 16]. O gráfico de f passa a reta horizontal y 5 1 intercepta o gráfico de f em qua-
pelos pontos seguintes: tro pontos diferentes. A equação f(x) 5 2 tem infinitas
(26, 2), (24, 0), (23, 3), (22, 0), (2, 1), (3, 4), (4, 2), (5, 2) e soluções, pois todos os valores de x no intervalo [4, 5]
(6, 21). Exceto no intervalo [24, 22], o gráfico de f é forma- satisfazem essa equação.
do por segmentos de retas. d) f não é crescente no conjunto C, porque 23 , 2; no en-
tanto, f(23) 5 3 . 1 5 f(2). Entretanto, f é crescente no
y
intervalo [24, 23] e no intervalo [2, 3].

5 6 Os gráficos a seguir representam funções do conjunto A no


4 conjunto B? Por quê?
3
2 a) y
1
0
–6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6 x
–1
B
–2

1 2
a) Calcule f 9 .
2
b) Determine a imagem de f. 0 x
A
c) Quantas soluções distintas possui a equação f(x) 5 1? E
a equação f(x) 5 2? Justifique as suas respostas. b) y
d) A função f é crescente no conjunto C 5 [24, 23] U [2, 3]?
Justifique a sua resposta.
MATEMÁTICA
RESOLUÇÃO
B
a) Como 9 pertence ao intervalo [4, 5], o gráfico mostra
2

1 2
que f 9 5 2.
2 0 x
b) Im(f) 5 [22, 4]. A

Números, Estatística e Funções 73

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 73 07/12/16 17:52


c) y Não, porque existe, por exemplo, o elemento a [ A ao
qual correspondem dois elementos distintos de B; logo,
o gráfico não representa função de A em B.
c) y

B
0 x
A
d) y

0 x
A

Sim, porque a todo elemento de A corresponde um único


B elemento de B; logo, o gráfico mostra uma função de A
em B (lembremos que em uma função é perfeitamente
possível dois elementos do domínio terem uma mesma
imagem).
d) y
0 x
A

e) y

0 a b x
A
Não, porque existem os elementos a e b em A que não
0 x
A têm correspondentes em B; logo, o gráfico não mostra
uma função de A em B.
RESOLUÇÃO
e) y
a) y

B
B

0 x
A
0 x
A
Sim, porque a todo elemento de A corresponde um único
Sim, porque a todo elemento de A corresponde um único elemento de B; logo, o gráfico mostra uma função de A
elemento de B; logo, o gráfico representa função de A em B. em B.
b) y

Observe que traçadas as retas paralelas a Oy


pelos pontos do domínio de uma relação f,
esta será função somente se cada uma dessas
B
paralelas a Oy interceptar o gráfico de f em
um, e um só, ponto.

0 a x
A

74 Números, Estatística e Funções

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As respostas se encontram no final do caderno
PROBLEMAS E EXERCÍCIOS
y

Zapt
22 Uma função apresenta o 7
gráfico ao lado. 6
a) Encontre f(5). 5 25 Quais das seguintes relações de A em B são funções?
4
b) Dê o valor de x tal que

Zapt
a) b)
3
f(x) 5 5. y y
2
c) Dê o domínio de f. 1
d) Dê o conjunto imagem de f. d
–2 0 1 2 3 4 5 x y y
–1

23 Luiz e Marcelo estavam realizando um jogo. Marcelo dizia d


um número e Luiz dizia outro usando uma regra que só ele c
conhecia. O desafio de Marcelo era descobrir qual a regra que
Luiz estava usando. Para poder se organizar melhor, Marcelo 0 a b x 0 x
fez esta tabela. O pro- c
blema 23
Número que eu falei Número falado por Luiz favorece o
desenvol- 0 a b x 0 x
22 3
vimento de A 5 [a, b], B 5 [c, d] A 5 R, B 5 R
21 0 expressões
algébri- y y
0 21 cas para
expressar c) d d)
1 0
relação

Zapt
2 3 entre gran- y y
dezas.
3 8
dc
a) Você consegue descobrir qual era a regra utilizada por
Luiz?
b) A regra utilizada por Luiz é uma função? 0 a b x 0 x
c
c) Chame de x os números ditos por Marcelo e de y os nú-
meros respondidos por Luiz. Indique uma lei que dê y em
função de x. 0 a b x 0 x
d) Quais podem ser o domínio e a imagem dessa função?
e) Faça um gráfico dessa função.

24 Observe o gráfico relativo ao consumo de suco de laranja de A 5 [a, b], B 5 [c, d] A 5 R, B 5 R


um país fictício.
26 Determine o domínio e o conjunto imagem de cada função.
a) Do que trata o gráfico?
a) y Zapt
Alex Silva

República b) Em que ano o consumo (4, 4)


de laranjas foi de 950 milhões de litros?
A evolução no consumo c) Em quanto aumentou o
de suco de laranja (em litros) (6, 3)
consumo entre 2008 e 2011?
(– 4 , 1 )
2,6 bilhões d) O que significa o número 0
2011 1,6 bilhão? x
e) Segundo o gráfico, a evo-
1,6 bilhão lução do consumo de suco (0, – 2 )
2010
de laranja é função de que
grandeza? b)
y
Zapt

950 milhões
MATEMÁTICA
2009
f) Além dessa grandeza, do (4, 3)
que mais pode depender a
853 milhões evolução do consumo de
7,5
2008 suco 2 4

Não deixe de reler os ER 5 e 6 antes de 0 1 3 x


resolver os próximos exercícios. 5 3
(2, –1) ,–
2 4

O problema 24 favorece a análise de informações envolvendo a variação de grandezas como


recurso para a construção de argumentação e para a avaliação de situações da realidade usando
conhecimentos matemáticos. Números, Estatística e Funções 75

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27 Um veículo roda 10 km com um litro de gasolina e seu tanque ao ponto de apoio, em função do tempo, medido em minutos,
comporta 40 litros. Dê atenção especial às expressões a partir do instante em que ele deixou o ponto de apoio pela
produzidas no item f deste exercício. Ajude os alunos a analisá-las e a primeira vez.
a) Copie a tabela e complete. encontrar os possíveis erros que

Zapt
podem ter surgido. distância (metros)
Litros 0 0,5 1 1,5 2 4 10 25 40 x
km rodados

b) O que acontece com os quilômetros rodados à medida que


aumentamos o consumo de litros de combustível?
c) Essa relação é uma função? Por quê?
d) Sendo função, dê o domínio e a imagem de f(x). 0 5 10 15 25 35 40 45 55 75 tempo (minutos)
e) Usando um sistema de eixos coordenados, esboce um
gráfico para essa relação, considerando o consumo de
Com base nas informações apresentadas e no gráfico acima,
apenas um tanque de combustível.
identifique as afirmativas corretas:
f) Use x para representar a quantidade de combustível, em
litros, e y para representar os quilômetros rodados. Observe I. O zoólogo chegou ao ponto de apoio, para pegar os equi-
a tabela e indique uma sentença matemática que represen- pamentos que ali havia esquecido, 10 minutos depois de
te a relação entre x e y. ter saído desse ponto pela primeira vez.
g) Representando por x a quantidade de gasolina, qual seria II. O zoólogo chegou ao ponto de observação, pela primeira
o conjunto A formado por todos os possíveis valores de x? vez, 15 minutos depois de ter saído do ponto de apoio, após
apanhar os equipamentos que ali havia esquecido.
28 a) Calcule o comprimento de circunferências cujos raios sejam, III. O zoólogo esteve no ponto de observação durante 20 mi-
respectivamente, 0,5 cm, 1 cm, 1,5 cm, 2,0 cm, 2,5 cm e 3 nutos.
cm. Se achar necessário, retome as noções de comprimento,
IV. O zoólogo notou que havia esquecido o binóculo, 5 minutos
b) Construa uma tabela colocando na primeira coluna o valor do após deixar o ponto de observação.
raio e na segunda o valor do comprimento.
raio, centro e diâmetro de uma circunferência. Reveja também V. O tempo transcorrido da chegada do zoólogo ao ponto de
c) Construa um gráfico para essa tabela. observação, pela primeira vez, a sua chegada ao ponto de
d) Elabore uma expressão matemática que, a cada valor do apoio, para encerrar o trabalho, foi de 50 minutos.
raio, faça corresponder um valor para o comprimento da
valor de π e seu conceito, bem como a forma de
circunferência. ocalcular o comprimento da circunferência. 30 Observe esta tabela de desconto de Imposto de Renda (IR)
e) Pode-se dizer que essa relação é uma função? Por quê? correspondente ao rendimento mensal em 2009 e construa
f) Sendo a relação uma função, determine seu domínio e sua um gráfico que represente a alíquota do Imposto de Renda a
imagem. pagar em função do salário.

29 (UFPB) Paulo é um zoólogo que realiza suas observações em TABELA DO IMPOSTO DE RENDA 2009
um ponto, o de observação, e guarda seus equipamentos em Faixa de rendimento mensal Alíquota
um outro ponto, o de apoio.
Até R$ 1.434,00 0% (isento)
Em certo dia, para realizar seu trabalho, fez o seguinte trajeto: De R$ 1.434,01 a R$ 2.150,00 7,5%
Partiu do ponto de apoio com destino ao de observação e, De R$ 2.150,01 a R$ 2.886,00 15%
da metade do caminho, voltou ao ponto de apoio, para pe-
De R$ 2.886,01 a R$ 3.582,00 22,5%
gar alguns equipamentos que havia esquecido. Ali demorou
apenas o suficiente para encontrar tudo de que necessitava. Acima de R$ 3.582,01 27,5%
Em seguida, partiu novamente em direção ao ponto de ob-
Fonte: Dados adaptados da Receita Federal.
servação, e lá chegou.
Depois de fazer algumas observações e anotações, partiu 31 Seja , [ N* a medida do lado de um quadrado qualquer e P
com destino ao ponto de apoio. Após alguns minutos de ca- a medida de seu perímetro.
minhada, lembrou que havia esquecido o binóculo no ponto
de observação e, nesse instante, retornou para pegá-lo. Ao a) Copie e complete a tabela.
chegar ao ponto de observação, demorou ali um pouco
mais, pois avistou uma espécie rara e resolveu observá-la. , 1 2 3 4 5 6 7
Depois disso, retornou ao ponto de apoio, para guardar P 4 8
seus equipamentos, encerrando o seu trabalho nesse dia.
b) Essa situação é um exemplo de função? Por quê?
O gráfico a seguir mostra a variação da distância do zoólogo c) Construa um gráfico que represente a relação.

76 Números, Estatística e Funções

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32 Volte aos exemplos de funções presentes nesta lista de exer- e) Um estacionamento cobra R$ 3,50 a primeira hora e R$ 2,00
cícios e verifique quais delas têm valor de y crescente ou as horas adicionais. Se um carro ficar estacionado du-
decrescente quando x varia no domínio da função. rante duas horas, pagará R$ 5,50.
Por que é possível confiar em algumas previsões, enquanto
33 Analise as situações que relacionam duas grandezas e verifi- outras parecem absurdas?
que se as previsões realizadas são corretas ou não.
a) Um pedreiro gastou uma hora para levantar um muro. Nas ANOTAÇÕES
mesmas condições de força e trabalho, para levantar três
muros iguais a esse, ele levará três horas.
b) Um time marcou 30 pontos no primeiro quarto de um jogo
de basquete. Portanto, no final do jogo (quatro quartos),
ele terá marcado 120 pontos.
c) Em duas horas de viagem, um carro com velocidade cons-
tante percorreu 200 km. Mantendo a mesma velocidade,
após cinco horas ele terá percorrido 500 km.
d) Uma pessoa gastou R$ 10,00 no mercado em 10 minutos.
Se ela ficar no mercado 50 minutos, gastará R$ 50,00.

INVENTE VOCÊ
Redigir um problema ou produzir questões
sobre um gráfico são formas de o aluno
1 Observe a tabela e o gráfico a seguir e elabore questões para eles. aprimorar a linguagem matemática.

Imagens: Zapt
TABELA DE SALÁRIO MÍNIMO FEDERAL 700
A PARTIR DE 1995
650
Vigência Valor Ato que o fixou
abr/00 R$ 151,00 Lei no 9.971/2000 600

MP no 2.142/2001 550
abr/01 R$ 180,00
e reedições
500
abr/02 R$ 200,00 Lei no 10.525/2002
450
abr/03 R$ 240,00 MP no 116/2003
maio/04 R$ 260,00 MP no 182/2004 400

maio/05 R$ 300,00 MP no 248/2005 350

abr/06 R$ 350,00 MP no 288/2006 300


abr/07 R$ 380,00 Lei no 11.498/2007 250
mar/08 R$ 415,00 MP no 421/2008
200
fev/09 R$ 465,00 MP no 456/2009
150
jan/10 R$ 510,00 MP no 474/2009
100
jan/11 R$ 540,00 MP no 516/2010
mar/11 R$ 545,00 Lei no 12.382/2011 50

jan/12 R$ 622,00 o
Decreto n 7.655/2011 0
Fonte: <http://www.trt3.jus.br/informe/calculos/minimo.htm>.
abr/00

abr/01

abr/02

abr/03

maio/04

maio/05

abr/06

abr/07

mar/08

fev/09

jan/10

jan/11

mar/11

jan/12

MATEMÁTICA

2 Invente uma regra para uma função e construa apenas uma tabela correspondente a ela. Troque a tabela com seu colega: ele
descobre a sua regra e você a dele. Depois vocês constroem o gráfico e dão o domínio e a imagem das funções que inventaram.

3 Escolha um carro, descubra quantos quilômetros ele roda com 1 litro de combustível e qual a capacidade do seu tanque de
combustível. Elabore um problema parecido com o problema 27.

Organize uma lista com as situações propostas pelos alunos, para que eles analisem e resolvam os problemas elaborados pela classe.

Números, Estatística e Funções 77

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NO COMPUTADOR Construindo gráficos de funções

Imagens: www.libreoffice.org
O LibreOffice, programa com recursos para
escritório apresentado no capítulo anterior, também
pode ser usado para a construção de gráficos de
funções. Veja as etapas desse processo.

1a etapa: Considere a função de domínio real f(x) 5


x 1 1, onde, na coluna A, estão os valores atribuídos
a x para determinar f. Faça uma planilha eletrônica
semelhante a esta.

2a etapa: Na célula B2, digite “5 A2 1 1” e clique


“Enter”, prestando atenção no que ocorre. Que re-
lação tem o número que apareceu com a função
dada? O que significa a expressão digitada em B2?

3a etapa: Em seguida, usando o recurso “Arrastar”,


clique no canto inferior direito da célula B2 e arras-
te o cursor até a célula B11.
Clique no quadradinho e arraste o cursor.
Solte o cursor. Veja o que aconteceu.

78 Números, Estatística e Funções

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Os valores da coluna B foram calculados automati-
camente.

Se quiser verificar a validade dos números que apa-


receram na coluna B, clique sobre qualquer uma das
células a partir de B3 e observe o que acontece.

4a etapa: Para construir o gráfico da função, sele-


cione toda a tabela e clique em “Gráfico”. Escolha
um modelo em “Dispersão”. Use os recursos dispo-
níveis no LibreOffice para formatar o gráfico.

5a etapa: Salve o gráfico em um novo documento. 6

5
Se tiver oportunidade, retorne aos exercícios 15 a 18, 4
escolha uma das funções e construa um gráfico para
3
ela na planilha eletrônica.
2

f(x) = x +1
1

Se a escola possuir um projetor 0


–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5
e computadores, utilize essas
MATEMÁTICA
ferramentas para que os alunos –1
apresentem os gráficos construí-
–2
dos na 5a etapa.
–3

–4

Números, Estatística e Funções 79

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DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO DE VARIÁVEL REAL
Para a completa caracterização de uma função, necessitamos de dois conjuntos — um
chamado domínio e o outro, contradomínio — e que a todo x [ D(f) esteja associado um
único y [ CD(f).
Quando uma função f é descrita apenas por uma sentença y 5 f(x), e x é número real,
subentendemos que:
o domínio é o subconjunto de R dos valores de x para os quais existe f(x);
o contradomínio é R.

Exemplos:
x13
a) f(x) 5 x 2 2

Devemos impor que o denominador não seja nulo: x 2 2 ? 0 ⇔ x ? 2.


Portanto, D(f) 5 {x [ R|x ? 2} 5 R 2 {2}.
4
b) f(x) 5 2x 2 6
Em R, o radicando de uma raiz de índice par não pode ser negativo:
2x 2 6 > 0 ⇔ 2x > 6 ⇔ x > 3
Portanto, D(f) 5 {x [ R|x > 3} 5 [3; 1`[.
3
c) f(x) 5 2x 2 8
O radicando de uma raiz de índice ímpar pode ser negativo ou nulo ou positivo, ou
seja, 2x 2 8 pode assumir todos os valores reais, consequentemente x pode assumir
qualquer valor real.
Portanto, D(f) 5 R.
32x
d) f(x) 5
2x 1 1
As operações indicadas em 3 2 x são possíveis se, e somente se:
2x 1 1

1 3 2 x > 0 ⇔ 2x > 23 ⇔ x < 3 1



2 3 e
1
2x 1 1 . 0 ⇔ 2x . 21 ⇔ x . 2 2
2
1

Efetuando a intersecção de 1 e 2 , obtemos o gráfico


2
ao lado:

5 6 4 4
1 ∩ 2 1 1
Portanto, D(f) 5 x [ R|2 ,x<3 5 2 ,3 .
2 2

As respostas se encontram no final do caderno


PROBLEMAS E EXERCÍCIOS

34 Determine o domínio de cada função.

211 6 x2 1 1 g) f(x) 5 2x
a) f(x) 5 c) f(x) 5 2 2x 1 6 e) f(x) 5
3x 2 12 12x
2x 1 5
3
b) f(x) 5 3x 2 15 d) f(x) 5 2x 1 5 3x 2 7
f) f(x) 5
x2 2 4

80 Números, Estatística e Funções

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CALCULADORA As respostas se encontram no final do caderno

Use a calculadora para resolver os exercícios a seguir. a) Copie e complete a tabela.

1 Determine, para cada caso, um número que, colocado no L A P


local indicado com “?”, permita que o resultado da operação
esteja dentro do intervalo indicado. 0,5

1
a) 15 · ? [ [40, 50] c) 8 · ? [ [2, 3]
b) 7 · ? [ [1, 4] d) 15 : ? [ [68, 70] 2

1,5
2 Qual o maior número inteiro que torna verdadeira esta
desigualdade? 2,3

? · 84 697 , 1 000 000 3

3 Descubra como usar a calculadora para calcular: b) Construa os gráficos que expressam o perímetro e a área
de cada retângulo, em função da medida L do lado, em um
a) 24 c) 38 e) 59 mesmo sistema de coordenadas.
b) 210 d) 45 c) Dê o domínio e a imagem de cada função.
Descreva o procedimento utilizado.
5 Se você digitar 22 e apertar , o que a calculadora mos-
4 Sendo L um número real positivo, considere um retângulo trará? Por quê?
cujos lados medem L e 2L. A é a medida de sua área e P, a
medida de seu perímetro.

PARA SABER MAIS y

Zapt
6
Simetria e funções 5
C
Observe o polígono ABCDE ao lado. 4
Considere a função S que a cada ponto (x, y) do plano cartesiano asso- B D
3
cia o ponto (x, 2y) desse plano. 2
Vamos representar por A', B', C', D' e E' os pontos imagens correspon- 1
dentes a A, B, C, D e E. A E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 x
S(A) 5 S(2, 0) 5 (2, 0) 5 A'
S(B) 5 S(2, 3) 5 (2, 23) 5 B'
y
S(C) 5 S(3; 4,5) 5 (3; 24,5) 5 C'
S(D) 5 S(6, 3) 5 (6, 23) 5 D' 6
S(E) 5 S(6, 0) 5 (6, 0) 5 E' 5 C
A função S transforma o polígono ABCDE no polígono A’B’C’D’E’, simé- 4
trico ao polígono original em relação ao eixo de reflexão Ox. 3 B D
Aplicando essa função nos vértices no pentágono ABCDE, obtemos: 2
O eixo Ox funciona como um espelho que reflete ABCDE sobre A’B’C’D’E’. 1
Repita o que foi feito com o polígono ABCDE usando agora a função A ≡ A’ E ≡ E’ MATEMÁTICA
0 1 2 3 4 5 6 7 8 x
R(x, y) 5 (2x, y).
–1
Que relação existe entre o polígono e sua imagem?
–2
Agora, aplique sobre o pentágono ABCDE a função V(x, y) 5 (2x, 2y). B’ D’
–3
Que transformação foi feita sobre o pentágono? A nova figura é ou não
–4
congruente à figura original? C’
–5

Números, Estatística e Funções 81

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As respostas se encontram no final do caderno
PARA RECORDAR

1 Dados A 5 {x [ R| 21 , x , 1} e B 5 [0, 5[, determine: x 2 2x 5 29 2 3


a) A > B b) A < B c) A 2 B d) B 2 A
2x 5 212
x 5 12
2 (Enem2MEC) Embora o Índice de Massa Corporal (IMC) seja
amplamente utilizado, existem ainda inúmeras restrições c) x 1 1 5 2x
teóricas ao uso e às faixas de normalidade preconizadas. 3
O Recíproco do Índice Ponderal (RIP), de acordo com o mo- 3x 1 1
5 2x
delo alométrico, possui uma melhor fundamentação mate- 3
mática, já que a massa é uma variável de dimensões cúbicas x 1 1 5 2x
e a altura, uma variável de dimensões lineares. 1 5 2x 2 x
As fórmulas que determinam esses índices são:
x 51
massa (kg) altura (cm)
IMC 5 [altura(m)]2 RIP 5 3
massa(kg)
4 Resolva os sistemas.
2y 5 25
ARAÚJO. C. G. S.; RICARDO, D.R. Índice de Massa Corporal: um questionamento científico 2x 1 2y 5 6
a) b) 2 2x
baseado em evidências. Arq. Bras. Cardiologia, volume 79, n. 1, 2002 (adaptado).
3x 2 y 5 1
x 5 5 2 2y
Se uma menina, com 64 kg de massa, apresenta IMC igual a
25 kg/m2, então ela possui RIP igual a: 5 Classifique as sentenças em verdadeiras ou falsas.
1 1 1
a) 0,4 cm/kg 3
c) 8 cm/kg 3
e) 40 cm/kg 3 a) O perímetro de um quadrado é diretamente proporcional
1 1 à medida do lado.
b) 2,5 cm/kg 3
d) 20 cm/kg 3
b) O consumo de gasolina de um carro é diretamente pro-
3 A resolução das equações contém erros. Encontre-os e porcional à distância percorrida.
corrija-os. c) O tempo gasto em uma obra é diretamente proporcional ao
número de operários que nela trabalham.
a)x(x 1 4) 1 x(x 1 2) 52x2 1 10 d) O tempo gasto em uma viagem de carro é diretamente
x2 1 4 1 x2 1 2 5 2x2 1 10 proporcional à velocidade do carro.
2x2 1 6 5 2x2 1 10
6 Na figura abaixo dizemos que a reta LM está contida no pla-
4x2 5 16 no β porque todos os seus pontos pertencem ao plano.
x2 5 16 5 4 a) Dê exemplos de ou- P S
4
tras três retas que
x 5 ±2 estão contidas em β. Q R
x N
b) 16 5 x29 b) Dê exemplos de três O
2 retas que não estão
x
1 6 5 2x 2 9 contidas em β. β L M
2
x 1 3 5 2x 2 9

SAIA DESSA As respostas se encontram no final do caderno

1 Uma caixa grande contém quatro caixas menores e cada mesada do mês anterior.
uma destas contém outras quatro caixas ainda menores. a) Qual das duas opções permitirá a Patrícia receber mais
Quantas caixas há ao todo? dinheiro no final do ano?
b) Outubro é um mês em que Patrícia prevê muitas despesas. Se
2 Uma mesada para Patrícia o critério de escolha entre a opção A e a opção B fosse o valor
Ao ingressar na universidade, Patrícia recebeu de seus pais da mesada de outubro, Patrícia teria feito a mesma opção?
duas opções de mesada:
Opção A — R$ 150,00 em janeiro e, todos os meses, mais R$
3 Em uma noite muito escura, 4 amigos precisam atravessar
150,00 que no mês anterior. uma ponte bem comprida. Mas existem algumas dificuldades
a serem vencidas. Preste muita atenção a elas!
Opção B — R$ 1,00 em janeiro, triplicando todos os meses a

82 Números, Estatística e Funções

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a) A ponte é frágil e por isso só podem atravessar 2 pessoas para atravessá-Ia e a quarta pessoa atravessa a ponte em
de cada vez. 10 minutos.
b) Por causa da escuridão, para fazer a travessia é preciso d) Se 2 pessoas atravessam a ponte juntas, elas caminham
usar a única lanterna disponível. no tempo da pessoa mais lenta.
c) Uma das pessoas leva 1 minuto para atravessar a ponte, O desafio é fazer com que todos atravessem a ponte usando
outra leva 2 minutos, a terceira pessoa precisa de 5 minutos ao todo 17 minutos.

CÁLCULO RÁPIDO As respostas se encontram no final do caderno

No estudo das funções, alguns cálculos algébricos apare- drado de 2.


cerão várias vezes. Vamos calcular mentalmente. k) O quadrado da diferença entre um número e 2.
Os alunos devem perceber que, ao realizarem
l) Duas vezes a soma de 2 e um número.
1 Simplifique. cálculos, podem optar por fazê-los mentalmente, por
escrito ou usando a calculadora.
a) x 1 2x 2 3x d) 5(x 2 1) 1 2(3 2 x) 4 Calcule mentalmente a raiz de cada equação. Observe o
b) 22x 1 x 1 5 e) 2(x 2 3) 1 4x exemplo.
c) 3 2 (x 1 1) 1 2x f) 2x 2 3y 2 x 1 y
a) m 1 30 5 65 w m 5 35
g) 2(x 2 y) 1 3x 1 y
b) t 2 30 5 65
2 Escreva cada fração algébrica na forma mais simples. c) y 2 30 5 265 Após os exercícios 5 e 6, converse com
o professor de Física para que, juntos,
d) z 1 30 5 65
a) 4x e) 4x 2x2 trabalhem outras atividades de cálculo
2 4 j) e) 2n 1 30 5 65 mental que auxiliem os alunos nos
2x cálculos rápidos que envolvem números
6x 2 2 6x 2 2 x2 1 2x f) 2a 2 30 5 65 decimais e medidas.
b) f) k)
2 4 2x g) 2x 1 30 5 265
2x 2
22x2 1 4x h) 2b 2 30 5 265
c) g) 6x 2 2
x x i) i) m 2 40 5 75
8
j) y 2 40 5 75
d)
x2 1 2x h) 4x
x 8
5 Calcule com medidas de comprimento:
3 Escreva em linguagem algébrica. Observe o exemplo.
a) quantos metros há em 12,7 km; 18,75 km; 2 km.
a) Um número aumentado em duas unidades w a 1 2
b) quantos quilômetros há em 3 758 m; 12 000 m; 750 m.
b) O dobro de um número.
c) quantos centímetros há em 3,48 m; 34,1 m; 1,5 m.
c) O quadrado de um número.
d) quantos metros há em 258 cm; 175 cm; 15 cm.
d) Um número diminuído em duas unidades.
e) O quociente de um número por dois. 6 Você já sabe que 1 h 5 60 min (ou 60’) e 1 min 5 60 s (ou
f) Aumentar 2 em duas vezes um número. 60”).
g) 2 a menos que o dobro de um número. Use essas informações e calcule:
h) A soma entre o quadrado de um número e o quadrado de 2. a) quantos minutos há em 10 h; 24 h; 2 h 30 min; 7 h 20
i) O quadrado da soma entre um número e 2. min; 1 h 15 min; 3 dias.
j) A diferença entre o quadrado de um número e o qua- b) quantos segundos há em 3 min; 60 min; 6 min 3 s; 1,5
min; 1 h; 4 min 30 s.

PALAVRAS-CHAVE
Estas palavras indicam as principais ideias abordadas neste capítulo: MATEMÁTICA

Gráfico Domínio
Sistema de coordenadas cartesianas Imagem
Função
Escreva cada uma das palavras no caderno e faça um resumo do que vimos sobre elas ao
longo do capítulo.
As resoluções encontram-se no
Ilustre, dê exemplos, seja criativo!
portal, em Resoluções e Gabaritos

Números, Estatística e Funções 83

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 83 07/12/16 17:52


CONEXÃO MATEMÁTICA 2 TECNOLOGIA

UM SISTEMA DE POSICIONAMENTO Altitude (Z): distância, medida na vertical, desde o nível


médio das águas oceânicas até o lugar em referência.
GLOBAL: GPS
Para determinar as coordenadas X, Y e Z de um ponto
O GPS, sigla de Global Positioning System, foi desenvol-
de interesse, por exemplo a rua onde mora um amigo, o
vido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da
GPS toma como referência um sistema de coordenadas
América, tendo como finalidade inicial interesses militares.
cartesianas denominado WGS84, sigla de World Geodetic
Esse sistema de posicionamento funciona a partir de sinais
System, 1984. Esse sistema considera a Terra uma esfera
que são enviados por uma rede de satélites, para determi-
achatada nos polos, tendo como origem dos eixos carte-
nar a latitude, a longitude e a altitude (X, Y, Z) de um ponto
sianos um ponto situado no centro da Terra, conforme
da Terra em que está localizado um receptor de GPS.
ilustra a figura ao lado.
Geodésia Os usuários de GPS contam com uma rede de 24
Alex Silva

Polo
Altura do ponto P
satélites orbitando a Terra. Esses satélites, denominados
Superfície normal à
SV, Spacial Vehicle, circulam de forma a manter,
da Terra superfície Ponto P
no ponto P ininterruptamente, de cinco a oito deles à disposição de
semieixo
semieixo qualquer ponto da Terra.
menor maior
Cada um dos SV contém
Equador quatro relógios atômicos, que
são monitorados por estações
de controle terrestres e redefi-

Zapt
nidos quando necessário, pois
Geodésia Geodésia
Longitude do ponto P Latitude do ponto P a medida de tempo é o dado-
-chave para a determinação da
Modelo da Terra com representação da latitude, longitude e
altitude de um ponto P. posição de um ponto da Terra,
com o máximo de precisão.
Primeiro Z São duas as questões: como
meridiano Pon to: X, Y, Z ocorre essa troca de informa-
ção entre o SV e o receptor?
Rede de satélites GPS
Como, pela medida de tempo, orbitando a Terra.
se define uma posição? Composição: 24 satélites

0, 0, 0 O receptor GPS, apare- posicionados em 6 planos


Y orbitais, 4 satélites por plano,
Equador lho manuseado pelo usuário, inclinados a 55° e igualmente
X recebe sinais, ondas eletro- espaçados um do outro, a cerca
de 20 200 km de altitude.
magnéticas, na frequência de
rádio, enviados por no mínimo quatro SV, em um horário
específico. Simultaneamente, o receptor também emite o
WGS84. mesmo sinal para si, na exata hora do satélite. Determinado
o intervalo de tempo entre a emissão do seu próprio sinal
Latitude (X): distância angular entre a linha do Equa-
e a chegada do sinal emitido pelos SV, o receptor calcula a
dor e o paralelo de determinado lugar, que se pode medir
distância a que está do satélite, tendo como base a relação
na direção norte (N) ou sul (S) e ter entre 0° (Equador) e
entre as grandezas posição e tempo, dada por S(t) 5 v · t,
90° (polos).
ou seja, a posição (grandeza variável em função do tempo)
Longitude (Y): arco da linha do Equador compreendido
é igual ao produto da velocidade pelo tempo. Nessa relação,
entre o meridiano de um dado lugar e o meridiano de
a velocidade é constante e igual a 3 · 108 m/s (velocidade
Greenwich (0°), variando de 0° a 180°.
da luz, ou seja, velocidade das ondas eletromagnéticas).

84 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 84 07/12/16 17:52


Rodval Matias
Thinkstock/Getty Image
(navio e avião)

Roberto Assunção/
Folhapress
Trilateração ou triangulação das distâncias.

Outra relação que serve de base para o cálculo da po- necessários no mínimo quatro satélites para obter as coorde-
sição, desenvolvido pelo receptor GPS, é o Teorema de nadas da posição do receptor: latitude, longitude e altitude?
Pitágoras: o quadrado da hipotenusa é igual à soma Para localizar um ponto no plano (espaço bidimensional),
dos quadrados dos catetos em um triângulo retângulo são necessárias duas informações, como visto no presente
(h2 5 cat2oposto 1 cat2adjacente). Naturalmente, um conjunto de capítulo. Para determinar um ponto no espaço tridimensio-
dados e de parâmetros de correção de erros (toda medida nal, no entanto, são necessárias três informações. A sequên-
envolve erros possíveis de serem reduzidos, mas não elimi- cia da próxima figura ajuda a entender essa afirmação.
nados) enviados por no mínimo quatro SV implica formar Finalmente, vale refletir: mais do que um aparelho curio-
um conjunto de equações que se combinam para determina- so e interessante para ser manipulado, proporcionando co-
ção da posição, o que torna o cálculo mais complexo; porém, nhecimento e lazer, o GPS é uma tecnologia que apoia o dia a
a base para tais cálculos são os dois conceitos apresentados: dia das pessoas que se desbravam no mar, nas matas, nas estra-
posição como uma função do tempo e relação entre hipote- das, em locais de difícil acesso etc. a trabalho ou lazer, sendo,
nusa e catetos de um triângulo retângulo. na atualidade, um importante mecanismo de segurança.
Uma questão ainda precisa ser esclarecida. Por que são

Rodval Matias

MATEMÁTICA

Um satélite: a posição pode Dois satélites: a posição pode ser qualquer Três satélites: a posição pode ser 1 de 2 pontos,
ser qualquer ponto de uma ponto de uma circunferência. mas a Física elimina uma delas por ser solução
superfície esférica. absurda (por exemplo, um ponto fora da
estratosfera).

Números, Estatística e Funções 85

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 85 07/12/16 17:52


JOGOS
CONJUNTOS NUMÉRICOS E INTERVALOS NA RETA REAL
Labirinto
Número de participantes: 2

Material necessário: um tabuleiro (ver página seguinte), um marcador (como um peão de xadrez ou um grão de feijão) e
uma folha para cada jogador registrar seus cálculos.

Regras:
Os jogadores registram o número 1 em suas folhas e decidem quem começa.
O primeiro jogador desloca, à sua escolha, seu marcador da posição de PARTIDA para outra adjacente e efetua a opera-
ção indicada no segmento percorrido, registrando o resultado em sua folha. O resultado representa seu total de pontos
na jogada.
O segundo jogador faz o mesmo, iniciando sua jogada com o valor 1, mas movendo seu marcador.
O jogo continua sucessivamente assim, com cada participante, na sua vez, usando o valor de pontos da jogada anterior
para efetuar o novo cálculo.
O percurso pode ser feito em qualquer direção e em qualquer sentido, mas cada segmento não pode ser percorrido
duas vezes consecutivas.
Todas as jogadas devem ser registradas.
O jogo acaba quando um dos jogadores alcançar a posição CHEGADA, mas ganha o que tiver o maior número de pontos.

Simulação do registro das jogadas e dos resultados

1O JOGADOR 2O JOGADOR

1 1 1
13 5 14 52
2 2 2

1 1 5
4 5 24 0,4 5 5
2 5 2

5 ... 5...
2

86 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 86 07/12/16 17:52


Partida
1
Zapt

1
× 2 + 1
2

– 1
2

÷ 2
( (

1
1 3
÷ + –
4 5 × 0,2
÷ 5
1

+ 4
0,4
( ( – 1

3
8

× 10
×

÷0,5
– (–1,2)
5
3
×

÷
( (
– 10
0,5

1
1,5
× 6

÷
×

– 3
4

– (+1,7)
÷
1
5 ( (
× –
4
3
× 5
×

÷ 6
0,7
0,9

5 ÷

MATEMÁTICA

Chegada

Números, Estatística e Funções 87

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 87 07/12/16 17:52


Scino
Número de participantes: 2 ou 3

Material necessário: um tabuleiro, três dados, marcadores diferentes para cada jogador (como fichas de cores diferentes ou
com sinais do tipo X, O e V) e uma folha para cada jogador registrar suas jogadas.

Regras:
Os jogadores decidem a ordem em que cada um irá jogar.
Na sua vez, cada jogador lança os três dados e usa os números que saíram para substituir cada um dos símbolos no
registro a seguir.

u, s 3 10`
Em seguida, registra a sua jogada, calcula o resultado e coloca uma de suas marcas no tabuleiro, na casa cujo intervalo
corresponde ao valor obtido, anotando em sua folha de cálculo a letra nela marcada. Por exemplo, se nos dados saíram
os números 1, 3 e 5 o jogador poderá fazer:

3,5 3 101 e marcar a letra A


ou 1,3 3 10 5
e marcar a letra I
ou 5,1 3 10
3
e marcar a letra F

O jogo prossegue dessa forma sem que uma casa do tabuleiro ocupada por um jogador possa também ser ocupada por
outro. Se todas as casas possíveis com os números tirados por um jogador já estiverem ocupadas, ele perde a vez.
Ganha o jogo aquele que em primeiro lugar alinhar três de suas marcas na horizontal ou na vertical, sem nenhuma marca
de seu(s) oponente(s) intercalada.

Tabuleiro

A B C D
Entre 1 e 50 Entre 51 e 100 Entre 101 e 500 Entre 501 e 1 000

E F G H
Entre 1 001 e 5 000 Entre 5 001 e 10 000 Entre 10 001 e 50 000 Entre 50 001 e 100 000

I J K L
Entre 100 001 e 500 000 Entre 500 001 e 1 000 000 Entre 1 000 001 e 5 000 000 Entre 5 000 001 e 10 000 000

88 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 88 07/12/16 17:52


Contando pontos
Número de participantes: de 2 a 4

Material necessário: um tabuleiro e uma folha de registro para cada jogador.

Regras:
Os participantes decidem a ordem em que cada um irá jogar.
Cada jogador, na sua vez, escolhe um dos números do tabuleiro e escolhe dividi-lo por 10, 100 ou 1 000. Em seguida,
calcula o resultado (R) e verifica em que intervalo se encontra e o número de pontos correspondente, registrando-o em
sua folha.
Uma vez escolhido um número no tabuleiro, ele não poderá ser novamente usado.
Cada jogador deve utilizar duas vezes cada um dos divisores (10, 100 e 1 000).
Depois de seis jogadas para cada jogador, ganha o que tiver o maior total de pontos.

Tabuleiro

1,5 8,6 123 5,67 1


100

3,45 35 144 1 3,789


2

467,98 13 76,2

2 4 44 38,5 89 3
3 5 4

7,98 52 0,9

0,03 8,9 1 6,87 9,678


10

Pontos para o resultado R MATEMÁTICA

1 ponto 5 pontos 10 pontos 5 pontos 1 ponto

R [ ]]∞; 0,001[ R [ [0,001; 0,01[ R [ [0,01; 0,1[ R [ [0,1; 1[ R [ [1, 1∞[

Números, Estatística e Funções 89

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 89 07/12/16 17:52


MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

REFRIGERANTE CAUSA OBESIDADE açúcar) por bebida sem açúcar, seus organismos não sentiam a
ausência de calorias, e não as substituíam por outros alimentos e
No dia 21 de setembro de 2012, três estudos foram publi-
cados na revista New England Journal of Medicine (Jornal de Me- bebidas”, disse Martijn Katan, da Universidade VU, de Amsterdã.
Disponível em: <http://br.reuters.com/article/worldNews/
dicina da Nova Inglaterra), no qual pesquisadores apresentaram idBRSPE88K06T20120921>.
fortes indícios de que as bebidas açucaradas são um dos prin-
cipais responsáveis pela epidemia nacional de obesidade nos Exercícios
Estados Unidos, e que eliminá-las seria a mais eficaz ação à
O aumento de peso pode ter inúmeras causas, entre elas a in-
disposição.
gestão de alimentos muito calóricos e a falta de atividade física.
Pesquisas anteriores a essa data eram mais ambíguas, e os
Leia as questões e as responda.
fabricantes contestam a ideia de que uma só fonte de calorias
possa ter tamanha responsabilidade pela obesidade, que atinge 1 O texto afirma que pesquisadores reconhecem que o “vilão” da
cerca de um terço dos adultos nos EUA. obesidade dos norte-americanos é a bebida açucarada. Entre
Uma nota da Associação Americana de Bebidas dizia: elas, temos o refrigerante, sendo que cada marca tem um valor
“Sabemos, e a ciência ampara, que a obesidade não está calórico específico. Vamos supor que a média de calorias nos
causada unicamente por um só alimento ou bebida. Estudos e refrigerantes mais consumidos seja 95 kcal a cada 250 mililitros.
artigos opinativos que focam apenas em bebidas adoçadas com Responda:
açúcar ou em qualquer fonte individual de calorias não fazem
nada de significativo para contribuir com essa séria questão”. Qual das fórmulas define a ingestão calórica a cada litro de re-
Mesmo assim, a prefeitura de Nova York proibiu a venda de frigerante? e
a) C 5 95 ? , 1
bebidas com açúcar em embalagens maiores do que 454 gramas, 250 m, 5 0,25, ou ,
4
em determinados estabelecimentos. b) C 5 205 ? , 1
, ––– 95 kcal
Dados do governo americano mostram que, entre 1977 e c) C 5 300 ? , 4 ⇒ x 5 380
2002, o número de calorias consumidas nos refrigerantes e ou- d) C 5 150 ? , 1, ––– x

tras bebidas doces pelos norte-americanos duplicou, fazendo e) C 5 380 ? , Logo: C 5 380 ? ,

dessa a maior fonte de calorias na sua dieta. A associação dos


2 Se durante a tarde uma pessoa consumir 0,9 litro de refrige-
fabricantes argumenta que depois disso o consumo caiu e que
rante, um lanche de 504 kcal e uma batata de 220 kcal, ela terá
mesmo assim a obesidade continuou subindo.
ingerido ao todo quantas calorias? a
Embora estudos observacionais já mostrassem que consu-
a) 1 066 kcal
midores de bebidas açucaradas têm mais chances de serem
b) 1 204 kcal
obesos, nenhuma relação de causa-efeito havia sido estabeleci- C 5 380 ? 0,9 1 504 1 220
c) 908 kcal C 5 1 066 kcal
da até então. Afinal, os consumidores desse tipo de bebida tam-
d) 1 003 kcal
bém foram apontados com maior tendência a verem mais TV e
comerem mais fast-food, o que pode questionar a hipótese do e) 1 212 kcal
açúcar líquido ser o principal vilão. 3 O controle da obesidade, além de uma boa alimentação, pode
Num dos estudos publicados pela revista, crianças de 5 a ser feito com a ajuda de atividades físicas regulares.
12 anos, com peso saudável, eram induzidas a tomar 250 mi-
Se uma pessoa ingerir o que foi descrito na questão 2, quantas
lilitros de uma bebida sem gás, que podia ser com açúcar ou
adoçada artificialmente. horas aproximadamente ela terá que caminhar para perder es-
Ao final de 18 meses, o grupo que consumiu a bebida sem sas calorias? d
açúcar ganhou menos gordura corporal, 1 kilo a menos de (Gasto calórico médio em uma caminhada 180 kcal/h)
peso, e 0,36 unidade do índice de massa corporal do que o a) 4,5 h 180 kcal –– 1 h
outro grupo. b) 5 h 1 066 kcal –– x
Segundo os pesquisadores, tudo indica que o açúcar na for- c) 5,5 h x5
1066
.6h
ma líquida não produz a mesma sensação de saciedade que ou- d) 6 h 180
tras calorias. “Quando as crianças substituíam (a bebida com e) 6,5 h

90

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ANOTAÇÕES

MATEMÁTICA

Números, Estatística e Funções 91

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 91 07/12/16 17:52


Gerente editorial: M. Esther Nejm
ANOTAÇÕES Editor: Silvana Rossi Júlio
Editores assistentes: Carlos Eduardo de Oliveira,
Cláudia Renata Costa Colognori, Erich Gonçalves da Silva,
Marcelo de Hollanda Wolff, Marcos Soel
Assistente editorial: Carla Daniela Ribeiro Araujo
Coordenador de revisão: Camila Christi Gazzani
Revisores: Cárita Negromonte, Fausto Barreira, Maria do
Rosário Sousa, William Silva
Assistente de produção editorial: Rachel Lopes
Corradini
Coordenador de iconografia: Cristina Akisino
Pesquisa iconográfica: Enio Rodrigo Lopes
Gerente de artes: Ricardo Borges
Coordenador de artes: Vagner Castro dos Santos
Produtor de artes: Narjara Lara
Ilustrações: Alex Silva, BIS, Conceitograf, Paulo César,
TPG Design, Wison Jorge Filho, Zapt
Assistentes de produção de artes: Jacqueline Ortolan,
Paula Regina Costa de Oliveira
Tratamento de imagens: Bernard Fuzetti, Emerson
de Lima
Produtor gráfico: Robson Cacau Alves
Colaboraram para esta Edição do Material:
Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Coordenação Editorial: Simone Savarego,
Rosiane Botelho e Valdete Reis
Revisão: Juliana Souza
Diagramação: lab 212
Capa: lab 212
Ilustrações de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
Sentavio/ Macrovector/ Shutterstock
Consultores:
Coordenação: Dr. João Filocre
Matemática: Dra. Maria Elasir Seabra Gomes e
Dra. Suely Druck
SESI DN
Superintendente: Rafael Esmeraldo Lucchesi
Ramacciotti
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dos Santos

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de 1 a


12 : exatas, biológicas : aluno. -- 2. ed. -- São
Paulo : Ática, 2017.

Vários autores.

1. Biologia (Ensino médio) 2. Física (Ensino médio)


3. Matemática (Ensino médio) 4. Química (Ensino
médio).

16-08187 CDD-373.19
Índices para catálogo sistemático:
1. Ensino integrado : Livros-texto : Ensino médio 373.19

2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18313 5 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação

92 Números, Estatística e Funções

Book_MAT1_CAD1_v2.indb 92 07/12/16 17:52


FÍSICA FRENTE A

Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães

CINEMÁTICA: MOVIMENTO RETILÍNEO


1 Medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Unidades e grandezas físicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Potências de 10 2 ordem de grandeza . . . . . . . . . . . . . 5
Algarismos significativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
2 Movimento retilíneo uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
O que se estuda na cinemática. . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
Movimento retilíneo uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
3 Movimento retilíneo variado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Velocidade instantânea e velocidade média . . . . . . . . . .36
Movimento retilíneo uniformemente variado . . . . . . . . . .42
Queda livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46
4 Revisão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

2137676 (AL)
MÓDULO
Cinemática:
movimento retilíneo

O movimento sempre levantou questões que


o homem, na tentativa de compreender esse fenô-
meno, procurava responder. Muitos dos proble-
mas observados aconteciam pela questão de como
se dá a percepção do movimento: o processo de
inferir a velocidade e a direção dos objetos pode
parecer aparentemente simples para a maioria dos
observadores, mas, ao longo da história da huma-
nidade, foi um processo extraordinariamente difí-
cil de se explicar – principalmente se consideramos
o que acontece no sistema neurológico.
FOTOEMBER/GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM
Imaginando uma pessoa sentada e que olha
para fora pela janela do trem, como ela pode
ter certeza de que o trem se move se ela se en-
contra parada? Vendo o ambiente externo se
mover para trás, ela pode afirmar que é “lá fora”
que se move para trás? Seria possível estimar a
velocidade do trem só por observação?

www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO

1 Medidas

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.


Objetivos: Desde a Antiguidade, o homem se preocupa em entender o movimento e a posição dos corpos.
Um exemplo disso são as medidas astronômicas que já foram utilizadas para determinar as estações
c Classificar e comparar
do ano, prever a ocorrência de eclipses e até derrubar teorias científicas.
números expressos
em potências de 10
(notação científica). UNIDADES E GRANDEZAS FÍSICAS
c Efetuar operações
Podemos definir grandeza como tudo aquilo que pode ser comparado a um padrão (uma base
matemáticas utilizando
de comparação aprovada, geralmente por algum órgão especializado). Ao medirmos uma grandeza,
potências de 10. o resultado que se obtém é apresentado por um número seguido de uma unidade (uma quantidade
padrão). Mas isso pode gerar inconvenientes e algumas complicações práticas: até o século XVII, cada
c Reconhecer ordens de região escolhia de forma arbitrária e independente as unidades com que media suas grandezas, o que
grandeza de distância, dificultava a comunicação e o comércio, por exemplo.
tempo e massa. Mas, com o avanço das ciências, a necessidade de unificar os métodos de trabalho do mundo
todo aumentou. Com isso, surgiu, em 1960, o Sistema Internacional de Unidades (SI) – cujo
c Expressar medidas
com o número
embrião foi o Sistema Métrico Decimal, criado em 1792, durante a Revolução Francesa –, adotado
correto de algarismos pela maioria dos países.
significativos.
Unidades de base do SI

Unidades de base
Grandeza
Nome Símbolo

Comprimento metro m
DARQ/SHUTTERSTOCK

Massa kilograma kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica ampere A
Temperatura termodinâmica kelvin K
Quantidade de substância mol mol
Intensidade luminosa candela cd
FONTE: INMETRO. Sistema Internacional de Unidades (SI). 8. ed. Rio de Janeiro, 2003.

O SI apresenta várias vantagens, entre elas:


estabelecer apenas uma única unidade para cada grandeza;
evitar possíveis interpretações dúbias ou equivocadas;
Estátua do astrônomo Nicolau facilitar o trabalho escrito, por meio do uso das potências de dez (notação científica).
Copérnico (1473-1543), na
Universidade de Varsóvia, Polônia, na Todas as demais unidades existentes – e são muitas – podem ser derivadas das unidades básicas
qual ele segura um compasso e uma do SI. A unidade da grandeza “área”, por exemplo, é o “metro quadrado” (m2) – metro por metro, ou:
esfera armilar, dois instrumentos de
medida utilizados na Astronomia. m ? m 5 m2 (a área é uma grandeza derivada do comprimento).

4 Cinemática: movimento retilíneo


Expressando a ciência em números
Há mais de cem anos (cerca de 1860), dizia William Thomson (que posterior-
mente recebeu o título de Lord Kelvin): “Afirmo muitas vezes que, se você medir
aquilo de que está falando e o expressar em números, você conhece alguma coisa
sobre o assunto; mas, quando você não o pode exprimir em números, seu conheci-
mento é pobre e insatisfatório; pode ser o início do conhecimento, mas dificilmente
seu espírito terá progredido até o estágio da ciência, qualquer que seja o assunto”.
Hoje em dia, talvez possamos considerar o entusiasmo de Kelvin um tanto exagerado,
mas não é difícil compreendê-lo: os fenômenos das físicas e das engenharias prestam-se
de maneira absolutamente perfeita à quantificação e à modelagem matemática. Aos aspec-
tos relevantes dos processos naturais, foi possível associar grandezas, capazes de serem
medidas em termos de unidades e instrumentos apropriados. Considere-se, por exemplo,
a noção de quente e frio: através da grandeza física temperatura e do emprego de termô-
metros, essa noção pode ser transformada em números que fazem sentido para todos nós.
Disponível em: ,www.scielo.br/scielo.php?script5sci_arttext&pid5S0100-19651998000200008..
Acesso em: 6 jul. 2013.

POTÊNCIAS DE 10 – ORDEM DE GRANDEZA


Por que usamos as potências de 10?
Se nos disserem que o raio do átomo de hidrogênio é igual a 0,000000005 cm ou que uma dada
célula tem cerca de 2 000 000 000 000 de átomos, dificilmente seremos capazes de assimilar essas
ideias, pois nossos sentidos não estão acostumados com esses valores no cotidiano.
Para facilitar a escrita desses números muito grandes ou muito pequenos, empregamos a no-
tação científica, isto é, escrevemos um número recorrendo à potência de 10, que, além de tornar
a notação mais simples, facilita as operações matemáticas e permite uma comparação mais rápida
entre os números.

Como escrevemos os números na notação de potências de 10?


Consideremos um número qualquer, por exemplo, 842. Podemos expressar esse número como
o produto de 8,42 por uma potência de 10 (no caso, 102), ou seja:
842 5 8,42 ? 100 5 8,42 ? 102
Tomemos outro número; por exemplo, 0,0037. Podemos escrever: TOME NOTA
0 , 0037 5 3,7 5 3,73 5 3 , 7 ? 1023
1000 10 Uma regra prática para obter
Logo, um número escrito em notação científica segue a seguinte estrutura: a potência de 10 adequada é a
seguinte:
n ? 10m a) Conta-se o número de casas
que a vírgula deve ser deslo-
em que n deve ser maior ou igual a 1 e menor que 10 (no caso, 3,7) multiplicado por 10 elevado ao cada para a esquerda; esse
expoente m (no caso, 1023 com m igual a 23) . número nos fornece o ex-
poente de 10 positivo. Assim:
Conclusão: um número qualquer pode sempre ser expresso como o produto de um nú- 62 300 5 6,23 ? 104
4 casas FRENTE A
mero maior ou igual a 1 e menor que 10 por uma potência de 10 adequada.
b) Conta-se o número de casas
Assim, os números citados no início do capítulo ficariam da seguinte forma: que a vírgula deve ser deslo-
Raio do átomo de hidrogênio: cada para a direita; esse nú-
FÍSICA

5 mero nos fornece o expoente


5 5 5 5 ? 1029 de 10 negativo. Assim:
1000000000 10 9
Número aproximado de átomos de uma célula: 0,00002 5 2 ? 1025
5 casas
2 ? 1 000 000 000 000 5 2 ? 1012

Cinemática: movimento retilíneo 5


Operações com potências de 10
Você pode perceber que seria complicado e trabalhoso efetuar operações com números mui-
to grandes, ou muito pequenos, quando escritos na forma comum. Quando esses números são
escritos na notação de potências de 10, as operações tornam-se bem mais simples, seguindo as leis
estabelecidas na Matemática para as operações com potências. Os exemplos a seguir o ajudarão a
lembrar dessas leis:
a) 0,0021 ? 30 000 000 5 (2,1 ? 1023) ? (3 ? 107) 5 (2,1 ? 3) ? (1023 ? 107) 5 6,3 ? 104
7,28 ? 105 7,28 105
b) 5 ? 5 1,82 ? 1023
4 ? 108 4 108
c) (5 ? 1023)3 5 53 ? (1023)3 5 125 ? 1029 5 1,25 ? 102 ? 1029 5 1,25 ? 1027

d) 2,5 ? 105 5 25 ? 10 4 5 25 ? 10 4 5 5 ? 102

Adição e subtração
Para adicionar ou subtrair números escritos em potência de 10, por exemplo, eles devem estar
expressos na mesma potência de 10. Caso haja diferença, deve-se realizar uma conversão de forma
a igualar os expoentes. Veja os exemplos a seguir:
a) 4,23 ? 107 1 1,3 ? 106 5 4,23 ? 107 1 0,13 ? 107 5 4,36 ? 107
b) 6,5 ? 1023 2 3,2 ? 1024 5 6,5 ? 1023 2 0,32 ? 1023 5 6,18 ? 1023
Outra maneira seria expressar a primeira parcela como potência de 106, no item a, e 1024, no
item b, ficando da seguinte forma:
a) 4,23 ? 107 1 1,3 ? 106 5 42,3 ? 106 1 1,3 ? 106 5 43,6 ? 106 5 4,36 ? 107
b) 6,5 ? 1023 2 3,2 ? 1024 5 65 ? 1024 2 3,2 ? 1024 5 61,8 ? 1024 5 6,18 ? 1023

Multiplicação e divisão
No caso da multiplicação, multiplicamos as bases e somamos os expoentes da potência de 10;
enquanto, na divisão, dividimos as bases e subtraímos os expoentes da potência de 10, como segue:
a) 4,23 ? 107 ? 1,3 ? 106 5 (4,23 ? 1,3) ? 107 1 6 5 5,49 ? 1013
6 , 4 ? 10 4 2 3
b) 6,4 ? 104 ÷ 3,2 ? 103 5 5 2,0 ? 10
3,2

TOME NOTA
Uma potência com expoente negativo equivale a uma fração. Elevar qualquer número
diferente de zero a um expoente negativo resulta no inverso desse número elevado ao oposto
do expoente:
a2n 5 1n
a

Ordem de grandeza
Muitas vezes, ao trabalharmos com grandezas físicas, não há necessidade ou interesse em co-
nhecer, com precisão, o valor da grandeza. Nesses casos, é suficiente conhecer a potência de 10 que
mais se aproxima de seu valor. Essa potência é denominada ordem de grandeza do número que
expressa sua medida, isto é:

Ordem de grandeza de um número é a potência de 10 mais próxima desse número.

Portanto, a ordem de grandeza de 92 é 102 porque 92 está compreendido entre 10 e 100, mas está
mais próximo de 100 (102). De modo análogo, a ordem de grandeza de 0,00022 5 2,2 ? 1024 é 1024.

6 Cinemática: movimento retilíneo


Ordens de grandeza

Distância (m) Tempo (s) Massa (kg)


1026 Limites do universo conhecido 1018 Idade do Universo 1041 A Via Láctea
1022 Distância até a galáxia de 1017 Idade do Sistema Solar 1030 O Sol
Andrômeda
1014 Idade da raça humana 1025 A Terra
10 16
Um ano-luz
1011 Vida média do átomo de 1023 A Lua
10 13
Tamanho do Sistema Solar carbono-14
1015 Asteroide grande
1011 Distância da Terra ao Sol 109 Vida média do homem
1012 Montanha pequena
108 Distância da Terra à Lua 107 1 ano
108 Transatlântico
104 Altura do Monte Everest 105 1 dia
104 Baleia
100 5 1 metro 100 1 segundo (tempo entre duas
102 Homem
batidas do coração)
1024 Espessura de um fio de cabelo
100 5 1 kilograma
1023 Tempo típico para a corda de
1025 Tamanho de um glóbulo
violão efetuar uma vibração 1023 Uma uva
vermelho do sangue
1028 Tempo médio para um átomo 1029 Partícula de poeira
1027 Comprimento de onda da luz
manter-se excitado antes de 10226 Átomo de urânio
1028 Tamanho de um vírus típico emitir luz
10227 Próton
10210 Raio atômico 10216 Tempo para um elétron girar em
10230 Elétron
10215 Raio nuclear torno do núcleo atômico
10222 Período de vibrações nucleares
10224 Tempo para a luz atravessar um
núcleo atômico
FONTE: <www.fisica.ufmg.br/ncarolina/files/rdA/ordens.pdf>.

Conhecendo a ordem de grandeza de diversas medidas, podemos compará-las para saber qual
é a menor ou a maior entre elas e quais são aquelas que são aproximadamente iguais.
Observe as ordens de grandeza dadas na tabela anterior. Nela, apresentamos ordens de grandeza
de distância, intervalos de tempo e massa, em um domínio de intervalo muito amplo, em ordem
decrescente.
Frequentemente temos condição de obter a ordem de grandeza sem cálculos laboriosos, mes-
mo não possuindo o valor da grandeza medida, como veremos no exercício resolvido 2 a seguir.
Não devemos nos preocupar em estabelecer critérios rigorosos para determinar a potência
de 10 mais próxima do número, pois o conceito de ordem de grandeza, por sua própria natureza,
é uma avaliação aproximada, na qual não cabe nenhuma preocupação com rigor matemático. Por
essa mesma razão, quando um número estiver aproximadamente no meio entre duas potências de
10, será indiferente escolher uma ou outra para representar a ordem de grandeza desse número.
Exemplo: Para determinar a ordem de grandeza do número de gotas que cabem numa banhei-
FRENTE A
ra, precisamos, antes, determinar a grandeza de seu volume. As dimensões da banheira – largura,
altura e profundidade – estão mais próximas do 1 m do que 10 m. Ou seja, a ordem de grandeza de
cada uma é 100 5 1 m, e o volume da banheira é de 1 m ? 1 m ? 1 m 5 1 m3. Imaginando que a gota
FÍSICA

possua um formato cúbico, com arestas de 1 mm (1023 m), a ordem de grandeza do seu volume é
de 10–3 m ? 1023 m ? 1023 m 5 1029 m3. Assim, a ordem de grandeza do número de gotas que cabem
numa banheira é de:
1m3
5 10 9 gotas (1 bilhão de gotas!)
1029 m3

Cinemática: movimento retilíneo 7


Obs.: Os alunos costumam responder incorretamente à questão 1 por julgarem que estão comparando números negativos. Faça com que percebam que
esses números são positivos (o expoente negativo de 10 indica apenas que se trata de uma fração).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 São dadas as seguintes medidas de comprimento: 2 (Enem) Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesqui-
3 ? 1023 m 4 ? 102 m 7 ? 1026 m sas Espaciais mostraram o processo de devastação sofrido
pela região amazônica entre agosto de 1999 e agosto de
a) Qual é a ordem de grandeza de cada uma delas? 2000. Analisando fotos de satélites, os especialistas concluí-
b) Qual é a ordem crescente das medidas fornecidas? ram que, nesse período, sumiu do mapa um total de 20 000
kilometros quadrados de floresta. Um órgão de imprensa no-
RESOLUÇÃO:
ticiou o fato com o seguinte texto:
a) Consideremos a reta seguinte, desenhada em escala não
linear, que representa o conjunto dos números reais, na O assustador ritmo de destruição é de um campo de
qual assinalamos os pontos de algumas potências de 10. futebol a cada oito segundos.

Considerando que um ano tem aproximadamente 32 ? 106 s


1026 1025 1024 1023 1022 100 5 1 101 102 103
(trinta e dois milhões de segundos) e que a medida da área
oficial de um campo de futebol é aproximadamente 1022 km
7 ? 1026 3 ? 1023 4 ? 102
(um centésimo de kilometro quadrado), as informações apre-
sentadas nessa notícia permitem concluir que tal ritmo de
Localizando, nessa reta, as medidas fornecidas, percebe- desmatamento, em um ano, implica a destruição de uma
mos qual potência de 10 está mais próxima de cada uma. área de:
Vemos, então, que 7 ? 1026 está compreendida entre 1025 a) 10 000 km2, e a comparação dá a ideia de que a devasta-
e 1026, mas está mais próxima de 1025. Logo, a ordem de ção não é tão grave quanto o dado numérico nos indica.
grandeza de 7 ? 1026 é 1025. b) 10 000 km2, e a comparação dá a ideia de que a de-
De maneira semelhante, temos: vastação é mais grave do que o dado numérico nos
indica.
a ordem de grandeza de 3 ? 1023 é 1023;
c) 20 000 km2, e a comparação retrata exatamente o ritmo
a ordem de grandeza de 4 ? 102 é 102. da destruição.
Esses resultados devem ser obtidos com rapidez, sem a d) 40 000 km2, e o autor da notícia exagerou na compara-
preocupação de localizar as medidas na reta, da seguinte ção, dando falsa impressão de gravidade a um fenôme-
maneira: no natural.
Na medida 7 ? 1026, considerando apenas o algarismo 7, e) 40 000 km2 e, ao chamar a atenção para um fato real-
sabemos que sua ordem de grandeza é 10. Logo, a ordem mente grave, o autor da notícia exagerou na compa-
de grandeza de 7 ? 1026 será: ração.

10 ? 1026 5 1025 RESOLUÇÃO:


Se o ritmo de desmatamento continuar, aplicando-se a regra
podemos proceder da mesma forma para determinar a
de três, em um ano teríamos:
ordem de grandeza das outras medidas:
10−2 km2 — 8 s
3 ? 1023 — 1 ? 1023 5 1023 x — 32 ? 106 s
4 ? 102 — 1 ? 102 5 102
32 ? 10 6 ? 1022 km2
pois 3 e 4 estão mais próximos de 1 do que de 10. x5 5 4 ? 10 4 km2 5 40000 km2
b) Colocando em ordem crescente a ordem de grandeza de 8s
cada uma, temos:
Observe que realmente houve exagero da parte do autor, en-
7 ? 1026 , 3 ? 1023 , 4 ? 102 tretanto o desmatamento é um caso grave.
Além disso, lembre-se de que o desmatamento não é um
Há duas formas que tornam essa visualização mais fácil: fenômeno natural, mas um processo global gerado pela
1) Expressando as medidas em potência de 10: exploração da natureza através das atividades humanas –
0,000007 , 0,003 , 400 decorrentes, por sua vez, do aumento da densidade de-
mográfica e do crescimento das atividades produtivas e
2) Expressando-as na mesma potência de 10: econômicas.
0,007 ? 1023 , 3 ? 1023 , 400 000 ? 1023 Alternativa e.

8 Cinemática: movimento retilíneo


PARA CONSTRUIR

1 (IFSP) Leia as notícias: 3 Efetue as operações indicadas:


A NGC 4151 está localizada a cerca de 43 milhões de a) 5,7 ? 1024 1 2,4 ? 1024
anos-luz da Terra e se enquadra entre as galáxias jovens Como os números já estão expressos na mesma potência de
10, temos:
que possuem um buraco negro em intensa atividade. Mas (5,7 1 2,4) ? 1024 5 8,1 ? 1024
ela não é só lembrada por esses quesitos. A NGC 4151 é
conhecida por astrônomos como o “olho de Sauron”, uma
referência ao vilão do filme O senhor dos anéis.
Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/ciencia/887260-galaxia-
herda-nome-de-vilao-do-filme-o-senhor-dos-aneis.shtml>.
Acesso em: 27 out. 2013.

Cientistas britânicos conseguiram fazer com que um


microscópio óptico conseguisse enxergar objetos de cerca
de 0,00000005 m, oferecendo um olhar inédito sobre o
mundo nanoscópico. b) 7,54 ? 108 2 3,7 ? 107
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/
Antes de efetuar a operação, devemos expressar os números em
ultimas-noticias/bbc/2011/03/02/com-metodo-inovador-cientistas-
criam-microscopio-mais-potente-do-mundo.jhtm>. uma mesma potência de 10.
Acesso em: 27 out. 2013. Adaptado. 75,4 ? 107 2 3,7 ? 107 5 (75,4 2 3,7) ? 107 5 71,7 ? 107 5 7,17 ? 108

Assinale a alternativa que apresenta os números em desta-


que nos textos escritos em notação científica. b
a) 4,3 × 107 e 5,0 × 108. 43 milhões 5 43 000 000 5 4,3 ? 107
b) 4,3 × 107 e 5,0 × 1028. 0,00000005 5 5,0 ? 10
28

c) 4,3 × 1027 e 5,0 × 108.


d) 4,3 × 106 e 5,0 × 107.
e) 4,3 × 1026 e 5,0 × 1027.

c) 2 ? 1026 ? 4 ? 1022
8 ? 1028

2 Faça o que se pede:


a) Dados os números 3 ? 1026 e 7 ? 1026, qual deles é o maior?
Vemos que 7 ? 1026 (sete milionésimos 5 0,000007) é maior do
que 3 ? 1026 (três milionésimos 5 0,000003).

d) 16 ? 1026
b) Coloque os números 4 ? 1025, 2 ? 1022 e 8 ? 1027 em ordem 42 ? (1023 )2 5 4 ? 1023
crescente de seus valores.
Convertendo os números para a mesma potência de 10: FRENTE A
4 ? 1025; 2 000 ? 1025; 0,08 ? 1025.
Logo, 8 ? 1027 , 4 ? 1025 , 2 ? 1022.
Deve-se observar que, nas potências negativas de 10, quanto maior
for o valor absoluto do expoente, menor será o valor da potência.
FÍSICA

Cinemática: movimento retilíneo 9


4 (Enem) Os números e cifras envolvidos, quando lidamos com Dentre as estruturas apresentadas tem-se o grafite,
dados sobre produção e consumo de energia em nosso país, um semimetal que conduz eletricidade, e o diamante,
são sempre muito grandes. Apenas no setor residencial, em um excelente isolante. Os fulerenos são conhecidos
um único dia, o consumo de energia elétrica é da ordem de como moléculas semelhantes à bola de futebol. Um fu-
200 mil MWh. Para avaliar esse consumo, imagine uma situa- lereno é feito de 60 átomos de carbono unidos de tal
ção em que o Brasil não dispusesse de hidrelétricas e tivesse maneira que criam uma esfera oca de 0,7 nm de diâme-
de depender somente de termelétricas, onde cada kg de car- tro. Outra estrutura de carbono é o nanotubo, no qual
vão, ao ser queimado, permitisse obter uma quantidade de os átomos de carbono estão ligados em forma de tubos,
energia da ordem de 10 kWh. ocos como fulerenos, com diâmetros de uma a várias
Considerando que um caminhão transporta, em média, dezenas de nanometros.
10 toneladas de carvão, a quantidade de caminhões de Disponível em: <www.cienciaviva.org.br>. Acesso em: 13 mar. 2010.
carvão necessária para abastecer as termelétricas, a cada dia, De acordo com o texto, calculando a área da superfície ocu-
seria da ordem de: d pada por um fulereno, tem-se que esta medida é, em metros
a) 20 quadrados, aproximadamente igual a: d
b) 200
Dados:
c) 1 000
d) 2 000 Área da superfície esférica: A 5 4π r2
e) 10 000 Adote π 5 3
a) 4,2 ? 10281.
Consumo de energia elétrica em 1 dia 200 000 MWh ou
b) 5,6 ? 10236.
200 000 000 kWh (1 MWh 5 103 kWh)
1 kg carvão — 10 kWh c) 3,5 ? 10227.
m kg carvão — 2 ? 108 kWh d) 1,47 ? 10218.
2 ? 108 e) 2,18 ? 10212.
m5 2 ? (108 2 1) 2 ? 107 kg
10 1 nanometro 5 um bilionésimo do metro
Como cada caminhão pode transportar 10 toneladas e 2 ? 107 kg 5 1 nm 5 1029 m
5 2 ? 104 t, temos que: Calculando a área ocupada por um fulereno:
1 caminhão — 10 toneladas A 5 4 ? p ? r2
2 2
x caminhões — 2 ? 104 toneladas  0,7 ? 1029   7 ? 102 10   49 ? 10220 
A 5 4 ? 3 ?  5 12 ?   5 12 ?   5
x 5 2 ? (104 2 1) 5 2 ? 103 ou 2 000 caminhões  2   2   4
5 147 ? 10220 5 1,47 ? 10218

5 (Fatec-SP) A nanotecnologia refere-se à tecnologia utilizada


para manipular estruturas muito pequenas, tornando possí-
vel a criação de estruturas funcionais que seriam inconcebí-
veis utilizando-se tecnologia convencional. Na formação da
palavra nanotecnologia, o termo “tecnologia” refere-se ao de-
senvolvimento e à produção de novos materiais; já o prefixo
“nano” está relacionado a uma escala de medida em que um
nanometro (nm) é um bilionésimo do metro.
Estruturas de átomos de carbono na escala nano
Grafite Diamante Fulerenos Nanotubos
CEETEPS-SP

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 3 Para aprimorar: 1 a 4

10 Cinemática: movimento retilíneo


ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
Algarismos corretos e avaliados
Imagine que você necessite saber o comprimento de uma barra e, para descobri-lo, irá utilizar
régua cuja menor divisão seja igual a 1 mm (fig. 1). Ao tentar expressar o resultado dessa medida,
você percebe que ela está compreendida entre 14,3 cm e 14,4 cm. Você terá de estimar a fração
de milimetro que deverá ser acrescentada a 14,3 cm, pois a régua não apresenta divisões inferiores
a 1 mm.

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA
10 11 12 13 14 15

Fig. 1 – Ao realizarmos uma medida, obtemos algarismos corretos e um algarismo avaliado.

Para fazer essa estimativa, imagine que o intervalo entre 14,3 cm e 14,4 cm esteja subdividido em
10 partes iguais. Na figura 1, podemos estimar que a fração mencionada tem 5 décimos de milimetro.
O resultado da medida poderá ser expresso como:
14,35 cm
Observe que temos certeza de que os algarismos 1, 4 e 3 estão corretos, pois eles foram obtidos
através de divisões inteiras da régua. Entretanto, o algarismo 5 foi estimado, isto é, você não tem
certeza sobre o seu valor, e outra pessoa poderia avaliá-lo como sendo 4 ou 6, por exemplo. Por isso,
esse algarismo que foi estimado é denominado algarismo duvidoso ou algarismo incerto.
Note que faria sentido estimar o algarismo que deveria ser escrito, na medida, após o algarismo 5.
Para isso, seria necessário imaginar o intervalo de 1 mm subdividido mentalmente em 100 partes iguais,
o que é impossível. Portanto, se o resultado da medida fosse apresentado como sendo 14,357 cm, por
exemplo, poderíamos afirmar que a estimativa do algarismo 7 (segundo algarismo avaliado) não tem
nenhum significado físico e, assim, estaria incorreto apresentá-lo como resultado da medição da
barra. Dessa maneira, ao efetuarmos uma medida, devemos apresentar o resultado apenas com os
algarismos significativos. O resultado da medida da figura 1 deve, então, ser expresso como 14,35 cm.
Expressando a incerteza
A incerteza é uma grandeza que permite avaliar o quão confiável é o resultado de uma medi-
ção. Quanto maior a incerteza, menos confiável é a medição realizada. O resultado de uma medição
deve ser sempre expresso com a mesma quantidade de casas decimais que sua incerteza, e as duas
grandezas devem ser expressas na mesma unidade.
Exemplo: aceleração da gravidade 5 9,975 ± 0,003 m/s2 (lê-se 0,003 para mais ou para menos).

Algarismos significativos FRENTE A


Quando apresentamos o resultado de uma medição experimental, seja na Física ou na Quí-
mica, devem estar presentes na resposta final somente os algarismos sobre os quais temos certeza,
seguidos do primeiro algarismo duvidoso. Esses algarismos (os corretos e o primeiro duvidoso) são
FÍSICA

denominados algarismos significativos. Portanto:

Algarismos significativos de uma medida são aqueles de cujo valor temos certeza, seguidos
do primeiro algarismo duvidoso.

Cinemática: movimento retilíneo 11


Operações com algarismos significativos
Ao resolver exercícios de Física, Química, por exemplo, temos de realizar operações envolvendo
essas medidas, e os resultados desses exercícios também devem ser expressos somente com algaris-
mos significativos. Operações matemáticas envolvendo resultados de medições sempre devem ser
expressas com algarismos significativos. Para isso, é necessário observar as regras que apresentaremos
a seguir. Se elas não forem consideradas, a resposta poderá conter algarismos não significativos.

Observações:
1. Se cada divisão de 1 mm da régua da figura 1 fosse subdividida em 10 partes iguais, ao efetuarmos a leitura do comprimento da barra
usando um microscópio, por exemplo, o algarismo 5 passaria a ser um algarismo correto, pois iria corresponder a uma divisão inteira
da régua (fig. 2). Nesse caso, o algarismo seguinte seria o primeiro estimado e passaria a ser, portanto, um algarismo significativo.

11 12 14,35 15
14 16
6

Fig. 2 – Com essa régua, o algarismo 5 passaria a ser um algarismo


correto.

Se nessa avaliação fosse encontrado o algarismo 7, por exemplo, o resultado da medida poderia ser escrito como 14,357 cm, sendo
todos esses algarismos significativos. Por outro lado, se a régua da figura 1 não possuísse as divisões de milimetros (fig. 3), apenas
os algarismos 1 e 4 seriam corretos. O algarismo 3 seria o primeiro algarismo avaliado e o resultado da medida seria expresso por
14,3 cm, com apenas três algarismos significativos.

1
133 14 15 16
6

Fig. 3 – Usando essa régua, o resultado da medida do


comprimento deverá ser apresentado com apenas três
algarismos.

Vemos, então, que o número de algarismos significativos que se obtém no resultado da medida de uma dada grandeza dependerá
do aparelho usado na medida.
2. A utilização de algarismos significativos é adotada de maneira geral, não só na medida de comprimentos, mas também na medida de massas,
temperaturas, forças, etc. Essa convenção é também usada ao se apresentarem os resultados de cálculos envolvendo medidas das grandezas.
Quando uma pessoa lhe informar, por exemplo, que mediu (ou calculou) a temperatura de um objeto e encontrou 37,82 °C, você
deverá entender que a medida (ou o cálculo) foi feita de tal modo que os algarismos 3, 7 e 8 são corretos e o último algarismo, nesse
caso o 2, é sempre duvidoso.
3. A partir deste momento, você pode compreender que duas medidas expressas, por exemplo, como 42 cm e 42,0 cm, não representam
exatamente a mesma coisa. Na primeira, o algarismo 2 foi avaliado e não se tem certeza de seu valor. Na segunda, o algarismo 2 é correto,
sendo o zero o algarismo duvidoso. Do mesmo modo, resultados como 7,65 kg e 7,67 kg, por exemplo, não são fundamentalmente
diferentes, pois diferem apenas no algarismo duvidoso.

12 Cinemática: movimento retilíneo


Adição e subtração
Suponha que você deseje adicionar as seguintes parcelas:

2 807,5
0,0648
83,645
525,35

Para que o resultado da adição contenha apenas algarismos significativos, você deverá observar
qual (ou quais) das parcelas possui o menor número de casas decimais. Em nosso exemplo, essa
parcela é 2 807,5, que possui apenas uma casa decimal. Essa parcela será mantida como está. As
demais deverão ser modificadas, de modo que fiquem com o mesmo número de casas decimais da
parcela escolhida, abandonando-se nelas tantos algarismos quantos forem necessários.
Assim, na parcela 0,0648, devemos abandonar os algarismos 6, 4 e 8. Ao abandonarmos al-
garismos em um número, o último algarismo mantido deverá ser acrescido de uma unidade se o
primeiro algarismo abandonado for superior a 5; se for inferior a 5, permanecerá invariável (regra de
arredondamento). Então, a parcela citada (0,0648) deverá ser escrita como 0,1.
Na parcela 83,645, devemos abandonar os algarismos 4 e 5; logo, a parcela 83,645 fica reduzida
a 83,6.
E, na parcela 525,35, devemos abandonar o algarismo 5. Quando o primeiro algarismo abando-
nado for exatamente igual a 5, será indiferente acrescentar ou não uma unidade ao último algarismo
mantido. De qualquer maneira, as respostas diferirão, em geral, apenas no último algarismo e isso
não tem importância, pois ele é um algarismo duvidoso. Podemos, então, escrever a parcela 525,35
indiferentemente como 525,3 ou 525,4.
Vejamos, pois, como efetuaremos a adição:

2 807,5 permanece inalterada 2 807,5


0,0648 passa a ser escrita 0,1
83,645 passa a ser escrita 83,6
525,35 passa a ser escrita 525,3
O resultado é 3 416,5

Na subtração, deve-se seguir o mesmo procedimento.


Multiplicação e divisão PARA
Suponha que desejemos, por exemplo, multiplicar 3,67 por 2,3. Realizando normalmente a REFLETIR
operação, encontramos:
Quando se trata de operações
3,67 ? 2,3 5 8,441 de raiz quadrada de um número
Entretanto, procedendo dessa maneira, aparecem, no produto, algarismos que não são signi- com n algarismos, o resultado
ficativos. Para evitar isso, devemos observar a seguinte regra: verificar qual é o fator que possui o deverá conter no máximo n alga-
menor número de algarismos significativos e, no resultado, manter o número de algarismos igual rismos significativos e no mínimo
ao desse fator. n 2 1.
Assim, no exemplo anterior, como o fator que possui o menor número de algarismos significa-
tivos é 2,3, devemos manter, no resultado, apenas dois algarismos, isto é, o resultado deve ser escrito
da seguinte maneira:
3,67 ? 2,3 5 8,4
FRENTE A
Na aplicação dessa regra, ao abandonarmos algarismos no produto, devemos seguir o critério
de arredondamento que analisamos ao estudar a adição.
Procedimento análogo deve ser seguido ao efetuarmos uma divisão.
Observação:
FÍSICA

Note que o arredondamento foi feito após a realização da multiplicação. Caso o arredonda-
mento fosse feito em cada etapa do cálculo, teríamos:
3,6 ? 2,3 5 8,28 → 8,3
O que demonstra que o resultado final depende de como a operação foi feita e da realização
(ou não) de arredondamento(s) a cada etapa do cálculo.

Cinemática: movimento retilíneo 13


COMENTÁRIOS

1. As regras citadas para operar com algarismos significativos não devem ser consideradas ab-
solutamente rigorosas. Elas se destinam apenas a evitar que você perca tempo, trabalhando
com um grande número de algarismos que não têm significado algum. Assim, na multipli-
cação analisada anteriormente, seria perfeitamente razoável manter um algarismo a mais no
resultado. São, pois, igualmente aceitáveis os resultados:
3,67 ? 2,3 5 8,4 e 3,67 ? 2,3 5 8,44
2. Ao contar os algarismos significativos de uma medida, devemos observar que o algarismo
zero só é significativo se estiver situado à direita de um algarismo significativo. Assim:
0,00041 tem apenas dois algarismos significativos (4 e 1), pois os zeros não são significativos;
40 100 tem cinco algarismos significativos, pois aqui os zeros são significativos;
0,000401 tem três algarismos significativos, pois os zeros à esquerda do algarismo 4 não
são significativos.
3. Quando realizamos uma mudança de unidades, devemos tomar cuidado para não escrever
zeros que não sejam significativos. Por exemplo, suponha que queiramos expressar, em gra-
mas, uma medida de 7,3 kg. Observe que essa medida possui dois algarismos significativos,
EXPERIMENTANDO

Batimentos sendo duvidoso o algarismo 3. Se escrevêssemos:


cardíacos 7,3 kg 5 7 300 g
a) Meça o tempo neces- estaríamos dando a ideia errônea de que o 3 é um algarismo correto e de que o último zero
sário para o coração efe- acrescentado é o algarismo duvidoso. Para evitar esse erro de interpretação, utilizamos nota-
tuar 100 batidas. Use ção de potência de 10 e escrevemos:
um cronômetro ou um 7,3 kg 5 7,3 ? 103 g
relógio com ponteiro Dessa maneira, a mudança de unidades foi feita e continuamos a indicar que o 3 é o algarismo
de segundos e expresse duvidoso.
o resultado com o nú- 4. Em fórmulas de Matemática ou de Física não faz sentido falarmos em número de algarismos
mero adequado de al- significativos. Por exemplo, na fórmula que fornece a área A de um triângulo de base b e altura h:
garismos significativos. b?h
A5
b) Com o valor obtido no 2
item anterior, determi- se b for medido com três algarismos significativos e h, com cinco algarismos significativos, a
ne o intervalo de tem- área, como já sabemos, deverá ser expressa com três (ou quatro) algarismos. O número 2 não
po entre duas batidas foi obtido através de medida e, assim, não deverá ser levado em consideração para a contagem
consecutivas (observe dos algarismos significativos do resultado.
os algarismos signifi- Essa regra se aplica a outros números, tais como o número da placa de um automóvel, de um
cativos). telefone, etc.

a) Usando um cronômetro, com sua


menor divisão igual a 1 s, é possível
avaliar o algarismo correspondente a
décimos de segundo, obtendo, por Saúde
exemplo, uma leitura de 85,4 s para
100 batidas (o algarismo 4 é duvido-
Limites máximo e mínimo para batimentos cardíacos
so). Se usasse um relógio com pon- O coração de um jovem saudável, entre seus 15 e 20 anos, costuma bater no
teiro de segundos, sem condições de mínimo 60 vezes por minuto e, no máximo, 90. É claro que isso pode variar: assim
interromper o ponteiro para a leitura,
seria razoável supor que o erro esti-
como cada coração tem seu ritmo próprio, você pode estar em situações que alteram
vesse no algarismo dos segundos e a a frequência cardíaca. Ao malhar, por exemplo, ela pode alcançar 150, 160 batidas
leitura seria, por exemplo, 85 s. por minuto, enquanto que, dormindo, ou seja, sem fazer qualquer tipo de esforço, seu
b) O tempo entre duas batidas seria: coração pode chegar aos 40 bpm, já que seu metabolismo é bem menos intenso. Ou-
85,4 s 85 s
5 0,854 s ou 5 0,85 s tro fator que influencia muito é a idade: conforme envelhecemos, nossas batidas di-
100 100
minuem, podendo chegar, na terceira idade, ao intervalo de 50-80 bpm.
Em ambos os casos, o resultado deve
ser expresso com o mesmo número Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/
qual-e-o-limite-maximo-e-o-minimo-para-os-batimentos-cardiacos>. Adaptado.
de algarismos da leitura.

14 Cinemática: movimento retilíneo


PARA CONSTRUIR

6 A temperatura de uma pessoa foi medida usando-se dois termô- Régua milimetrada

metros diferentes, e os resultados obtidos foram 36,8 °C e 36,80 °C. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130

a) Qual é o algarismo duvidoso da primeira medida?

MAXX-STUDIO/SHUTTERSTOCK
O algarismo 8 é duvidoso (esse termômetro provavelmente
apresenta uma escala dividida de 1 ºC em 1 ºC, de modo que os
décimos de grau foram avaliados).

b) Na segunda medida, o algarismo 8 é duvidoso ou correto?


O zero é o algarismo duvidoso e o algarismo 8 é correto
(esse termômetro apresenta uma escala dividida em décimos 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
de grau, permitindo a leitura do algarismo 8, o que não ocorria Régua centimetrada
no termômetro anterior).
Instrumento Comprimento Quantidade de algarismos
7 Observe os aparelhos mostrados na figura deste problema. de medida da lateral significativos obtidos
Régua milimetrada 122,3 mm 4

Régua centimetrada 12,2 cm 3

9 (Unifesp) Na medida de temperatura de uma pessoa por


AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA

meio de um termômetro clínico, observou-se que o nível de


mercúrio estacionou na região entre 38 °C e 39 °C da escala,
como está ilustrado na figura.

38 39
a) Qual é a maneira adequada de expressar a leitura do velo-
címetro? Qual é o algarismo avaliado? Após a leitura da temperatura, o médico necessita do valor
2t
A indicação do velocímetro está compreendida entre 70 km/h e transformado para uma nova escala, definida por t x 5 c e
3
80 km/h. A fração acima de 70 km/h deve ser avaliada. Se ela for
em unidades °X, onde tc  é a temperatura na escala Celsius.
avaliada em 4 km/h, a leitura do velocímetro será de 74  km/h,
Lembrando seus conhecimentos sobre algarismos significa-
em que o algarismo 4 é duvidoso. tivos, ele conclui que o valor mais apropriado para a tempe-
b) Qual é a maneira adequada de expressar a leitura da ba- ratura tx é: d Considerando que o erro da leitura corres-
a) 25,7 °X. ponda à metade da menor divisão, a leitura
lança? Qual é o número de algarismos significativos dessa será tc 5 38,65 °C.
leitura? b) 25,7667 °X.
2t 2
c) 25,766 °X. Como tx 5 c , tem-se que t x 5 ? 38,65 ⇒
Fazendo a leitura de maneira semelhante à da questão anterior, 3 3
d) 25,77 °X. ⇒ tx 5 25,77 °X.
podemos escrever que a indicação da balança é 4,25 kg (estamos e) 26 °X.
supondo uma balança comum, com sua escala gravada em kg).
10 Efetue as operações indicadas a seguir de modo que o resul-
Nessa medida, os algarismos 4 e 2 são corretos e o algarismo 5
tado contenha apenas algarismos significativos:
é duvidoso. Temos, portanto, três algarismos significativos.
a) 8,20 ? 108 1 5,4 ? 104
8,20 ? 108 1 0,00054 ? 108 5 (8,20 1 0,00054) ? 108 5 8,20 ? 108
8 Observe a figura a seguir que mostra um celular. O aparelho FRENTE A
está entre duas réguas com escalas em centimetro e milime-
tro. Complete a tabela a seguir com a leitura do comprimen- b) 3,72 ? 1024 2 2,65 ? 1022
0,0372 ? 1022 2 2,65 ? 1022 5 (0,0372 2 2,65) ? 1022 5 22,61 ? 1022
to da lateral do aparelho, empregando a régua milimetrada
FÍSICA

e a régua centimetrada. Preencha a última coluna com o nú-


mero de algarismos significativos de cada leitura.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 4 a 9 Para aprimorar: 5 a 7

Cinemática: movimento retilíneo 15


Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA PRATICAR 5 Observe a figura abaixo, que mostra a medição de uma fita pre-
ta com uma régua comum, cuja menor escala é o milimetro.
1 A massa da Terra é 5 980 000 000 000 000 000 000 000 kg.

TIMMARY/SHUTTERSTOCK
a) Escreva esse número usando a notação de potência de
10.
b) Qual é a ordem de grandeza da massa da Terra?

2 Usando a regra prática sugerida anteriormente, escreva os


números a seguir em notação de potência de 10. a) Represente o comprimento da fita preta em milimetros;
a) 382 c) 62 000 000 e) 0,75 b) Represente o comprimento da fita preta em centimetros;
b) 21 200 d) 0,042 f ) 0,000069 c) Represente o comprimento da fita preta em kilometros,
usando notação científica;
3 (Enem) d) Suponha que a fita foi cortada em três partes iguais. Como
A evolução da luz: as lâmpadas LED já substituem com se representa, em centimetros, o comprimento de uma
grandes vantagens a velha invenção de Thomas Edison. das partes? Considere 3 algarismos significativos na sua
A tecnologia do LED é bem diferente das lâmpadas resposta.
incandescentes e das fluorescentes. A lâmpada LED é fa-
bricada com material semicondutor semelhante ao usado 6 Lembrando-se da “regra de arredondamento”, escreva as me-
nos chips de computador. Quando percorrido por uma didas seguintes com apenas três algarismos significativos:
corrente elétrica, ele emite luz. O resultado é uma peça a) 422,32 cm2.
muito menor, que consome menos energia e tem uma b) 3,428 g.
durabilidade maior. Enquanto uma lâmpada comum tem c) 16,15 s.
vida útil de 1 000 horas e uma fluorescente de 10 000 ho-
7 Uma pessoa deseja realizar a adição abaixo, de modo que o
ras, a LED rende entre 20 000 e 100 000 horas de uso
resultado contenha apenas algarismos significativos:
ininterrupto.
Há um problema, contudo: a lâmpada LED ainda cus- 27,48 cm 1 2,5 cm
ta mais caro, apesar de seu preço cair pela metade a cada a) Qual das parcelas permanecerá inalterada?
dois anos. Essa tecnologia não está se tornando apenas b) Como deverá ser escrita a outra parcela?
mais barata. Está também mais eficiente, iluminando mais c) Qual é o resultado da adição?
com a mesma quantidade de energia.
Uma lâmpada incandescente converte em luz apenas 8 Efetue a multiplicação abaixo e responda ao que é solicitado.
5% da energia elétrica que consome. As lâmpadas LED 342,2 ? 1,11
convertem até 40%. Essa diminuição no desperdício de
energia traz benefícios evidentes ao meio ambiente. a) Qual dos fatores possui o menor número de algarismos
A evolução da luz. Veja, 19 dez. 2007. significativos?
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/191207/p_118.shtml>. b) Com quantos algarismos significativos devemos apresen-
Acesso em: 18 out. 2008. tar o resultado?
Considerando que a lâmpada LED renda 100 mil horas, a c) Escreva o resultado da multiplicação apenas com algaris-
escala de tempo que melhor reflete a duração dessa lâm- mos significativos.
pada é o: d) Seria aceitável 379,8 como resultado dessa multiplicação?
a) dia. d) século. E 379,84?
b) ano. e) milênio. 9 O volume de um cone é dado pela expressão:
c) decênio.
A ?h
V5
4 Efetue as operações indicadas: 3
a) 6,4 ? 107 2 8,1 ? 107 e) 1015 ? 10211 em que A é a área de sua base e h, sua altura. Para um dado
b) 1,28 ? 105 1 4 ? 103 f) (102)3 cone, temos A 5 0,302 m2 e h 5 1,020 m. Com quantos al-
c) 102 ? 105 g) 1010 ÷ 104 garismos significativos você deve expressar o volume desse
d) 4,8 ? 1023 ÷ 1,2 ? 104 h) (2 ? 1025)2 cone? Qual é o volume desse cone?

16 Cinemática: movimento retilíneo


PARA APRIMORAR 3 (Enem)
A disparidade de volume entre os planetas é tão gran-
1 (Enem) A cor de uma estrela tem relação com a temperatura em de que seria possível colocá-los uns dentro dos outros. O
sua superfície. Estrelas não muito quentes (cerca de 3 000 K) nos planeta Mercúrio é o menor de todos. Marte é o segundo
parecem avermelhadas. Já as estrelas amarelas, como o Sol, menor: dentro dele cabem três Mercúrios. Terra é o único
possuem temperatura em torno dos 6 000 K; as mais quentes com vida: dentro dela cabem sete Martes. Netuno é o quar-
são brancas ou azuis porque sua temperatura fica acima dos to maior: dentro dele cabem 58 Terras. Júpiter é o maior
10 000 K. dos planetas: dentro dele cabem 23 Netunos.
Veja. Ano 41, n. 25, 25 jun. 2008.
A tabela apresenta uma classificação espectral e outros da- Adaptado.
dos para as estrelas dessas classes. Seguindo o raciocínio proposto, quantas Terras cabem den-
tro de Júpiter?
Estrelas de sequência principal a) 406 c) 4 002 e) 28 014
FONTE: <www.zenite.nu>. Acesso em: 1 maio 2010. Adaptado.

b) 1 334 d) 9 338
Classe espectral Temperatura Luminosidade Massa Raio
4 Desejando construir um modelo do Sistema Solar, um estu-
dante representou o Sol por meio de uma bola de futebol
05 40 000 5 ? 105 40 18 cujo raio é igual a 10 cm. Ele sabe que o raio do Sol vale, apro-
ximadamente, 109 m.
B0 28 000 2 ? 104 18 7 a) Se o raio da Terra é cerca de 107 m, qual deve ser o raio da
esfera que vai representá-la no modelo?
A0 9 900 80 3 2,5 b) Considerando-se que a distância da Terra ao Sol seja 1011 m,
a que distância da bola de futebol o estudante deverá co-
G2 5 770 1 1 1 locar a esfera que representa a Terra?

5 Uma pessoa sabe que o resultado de uma medida deve ser


M0 3 480 0,06 0,5 0,6
expresso com algarismos significativos apenas. Se essa pes-
Temperatura em kelvin. soa lhe disser que a velocidade de um carro era 123 km/h:
Luminosidade, massa e raio, tomando o Sol como unidade.
a) Quais foram os algarismos que ela leu no velocímetro (al-
Se tomarmos uma estrela que tenha temperatura 5 vezes garismos corretos)?
maior que a temperatura do Sol, qual será a ordem de gran- b) Qual foi o algarismo que ela avaliou (algarismo duvidoso)?
deza de sua luminosidade?
a) 20 000 vezes a luminosidade do Sol. 6 Um trem viaja registrando os seguintes intervalos de tempo
b) 28 000 vezes a luminosidade do Sol. entre as diversas estações de sua rota:
c) 28 850 vezes a luminosidade do Sol. de A até B: 2,63 h de C até D: 0,873 h
d) 30 000 vezes a luminosidade do Sol. de B até C: 8,2 h de D até E: 3 h
e) 50 000 vezes a luminosidade do Sol. Como você expressaria corretamente o tempo que o trem
2 Uma pessoa utiliza, em média, aproximadamente 200  L de gastou:
água por dia. a) para ir da estação A até C?
b) para ir de B até D?
a) Qual deveria ser a ordem de grandeza, em metros cú- c) no percurso total?
bicos, do volume de um reservatório capaz de fornecer
água para a população de qualquer uma das maiores ci- 7 Colocando-se cuidadosamente sobre a superfície de
dades do mundo, durante 1 dia, sem reabastecimento? um tanque de água uma gota de óleo, cujo volume é
b) Quais são as ordens de grandeza, em metros, de cada V 5 6 ? 1022 cm3, ela se espalha, formando uma camada
uma das dimensões (comprimento, largura e profundida- muito fina, cuja área é A 5 2 ? 104 cm2. Calcule a espessura
de) que você proporia para esse reservatório? dessa camada de óleo. FRENTE A

ANOTAÇÕES
FÍSICA

Cinemática: movimento retilíneo 17


CAPÍTULO

2 Movimento retilíneo uniforme

Objetivos: Durante shows aéreos, há momentos em que uma esquadrilha de aviões se desloca ao longo de
uma trajetória retilínea. A Cinemática procura descrever movimentos como este.
c Conceituar partícula e
avaliar suas aplicações

ROSLI OTHMAN/SHUTTERSTOCK
em Física.

c Reconhecer movimento
uniforme e identificar as
grandezas envolvidas.

c Ler, construir e analisar


gráficos de movimento
uniforme.

c Especificar as unidades
de medida de
grandezas.

c Identificar variáveis
e solucionar
problemas envolvendo
movimentos.

O QUE SE ESTUDA NA CINEMÁTICA


Ao estudar Cinemática, procuramos descrever os movimentos sem nos preocupar com suas
causas. Por exemplo: analisando o movimento de um carro, diremos que ele está se movendo em
uma estrada reta, que sua velocidade é de 60 km/h, mas, em seguida, passa para 80 km/h, que o
veículo descreve uma curva, etc., mas não procuraremos explicar as causas de cada um desses fatos.

18 Cinemática: movimento retilíneo


O que é uma partícula
É comum, ao estudarmos o movimento de um corpo qualquer, tratá-lo como se ele fosse uma
partícula. Dizemos que um corpo é uma partícula (ou ponto material, corpo pontual) quando
suas dimensões são muito pequenas em comparação com as demais dimensões que participam do
fenômeno.
Por exemplo: se um automóvel de 3,0 m de comprimento desloca-se 15 m, ele não poderá ser
considerado partícula; mas se este mesmo automóvel viajar de uma cidade a outra situada a 200 km,
o comprimento do automóvel (3,0 m) é desprezível em relação a 200 km (200 000 m) e, assim, nesse
caso, o automóvel poderá ser tratado como uma partícula (ver figura abaixo).
TUPUNGATO/SHUTTERSTOCK

Dizemos que um corpo é uma partícula quando suas dimensões são desprezíveis em comparação com as
dimensões dos demais corpos do fenômeno. Nesta fotografia aérea de uma cidade, vemos vários automóveis
trafegando pelas ruas, podendo ser tratados como partículas, se comparados aos demais corpos da imagem. Corpo extenso
Quando as dimensões
Quando um corpo pode ser tratado como uma partícula, o estudo de seu movimento sim- de um corpo não podem ser
consideradas desprezíveis em
FRENTE A
plifica-se bastante, afinal, suas dimensões podem ser consideradas desprezíveis. Tudo depende da
referência de comparação. relação às demais dimensões
envolvidas no fenômeno es-
Referencial tudado, chamamos o corpo
de corpo extenso. Por exem-
FÍSICA

Suponha que um avião, voando horizontalmente, solte um pacote com mantimentos para um
grupo de sobreviventes que está ilhado em uma determinada região após um tsunami. Se você obser- plo, um carro ao tentar ultra-
var a queda do pacote de mantimentos de dentro do avião (em A), verá que ele cai ao longo de uma passar outro veículo, como
reta vertical. Entretanto, se você estiver parado sobre a superfície da Terra (em B), observando a queda um ônibus.
do pacote de mantimentos, você verá que ele descreve uma trajetória curva, como mostra a figura 1.

Cinemática: movimento retilíneo 19


PAULO MANZI/ARQUIVO DA EDITORA
A

Fig. 1 – O observador A, dentro do avião, vê


o pacote de mantimentos caindo ao longo
de uma reta. Para o observador B, a trajetória
do pacote é curvilínea.

No primeiro caso, dizemos que o movimento do pacote de mantimentos estava sendo observa-
do com o referencial no avião e, no segundo, com o referencial na Terra. Esse exemplo nos mostra que:

O movimento de um corpo, visto por um observador, depende do referencial no qual o


observador está situado.

Há vários outros exemplos dessa dependência do movimento em relação ao referencial estabe-


lecido. Examinemos o caso da figura 2: o observador C, o maquinista sentado em uma locomotiva
maria-fumaça que se movimenta sobre os trilhos, e o observador D, uma pessoa parada sobre a Terra,
observam uma lâmpada presa ao teto do vagão. Para o observador D, a lâmpada e o observador C
estão em movimento com o trem.
Entretanto, sob o ponto de vista do observador C, a lâmpada e a locomotiva estão em repouso,
enquanto o observador D está se deslocando em sentido contrário ao do movimento da locomotiva
sobre a Terra. Em outras palavras, C se movimenta para a direita em relação ao observador D, e D se
movimenta para a esquerda em relação ao observador C.
PAULO MANZI/ARQUIVO DA EDITORA

Fig 2 – A lâmpada no teto do vagão


está em repouso em relação ao
observador C, mas em movimento
em relação ao observador D.

Outro exemplo importante da dependência do movimento em relação ao referencial é o mo-


vimento de translação da Terra. Podemos afirmar que isso é verdade, ou seja, a Terra gira em torno
do Sol, se o referencial estiver no Sol, isto é, se o observador se imaginar situado no Sol (o que seria
impossível na prática, devido à alta temperatura, entre outros fatores), vendo a Terra se movimentar.
Entretanto, para um observador na Terra (referencial na Terra), o Sol é que gira em torno dela. Assim,
pode-se dizer que a Terra gira em torno do Sol, ou ainda que o Sol gira em torno da Terra, desde que
se indique corretamente o referencial de observação.

20 Cinemática: movimento retilíneo


Relatividade espacial
A noção de relatividade espacial já existia desde a Grécia antiga: ao se constatar
que a Terra era esférica, e não plana, estabeleceu-se que a noção de vertical era relati-
va, garantindo a confirmação da hipótese de o espaço possuir as mesmas propriedades
físicas, independentemente da direção considerada.
Nicolau Copérnico (1473-1543) e Galileu Galilei (1564-1642) tinham uma
visão clara destas ideias, mas a maioria de seus contemporâneos não chegava a
compreendê-las. Foi o astrônomo polonês Copérnico, afirmando que a Terra se
movia em volta do Sol, além de girar em torno do seu próprio eixo, que realizou
uma das grandes viradas científicas, contribuindo em muito para a concepção física
da relatividade do movimento.
Mas se Copérnico teve pelo menos a intuição da relatividade do movimento,
sem a qual não se justificaria negar o movimento aparente do Sol em torno da
Terra – o que era uma negação dos sentidos –

ELENA KORN/SHUTTERSTOCK
foi o italiano Galileu que realmente deu sus-
tentação ao sistema de Copérnico. É a partir
dele que se estabeleceu a convicção de que não
podemos detectar o estado de movimento reti-
líneo uniforme, a menos que tomemos outro
corpo como referencial.
Como muitas de suas ideias e descobertas
científicas contestavam as crenças religiosas e fi-
losóficas de sua época, Galileu foi vítima de per-
seguições, forçado a testemunhar perante o Tri-
bunal da Inquisição, que o julgava culpado por
heresia, e obrigado a afirmar que a Terra não
poderia estar girando em torno do Sol, para evi- PARA
tar que fosse queimado vivo. REFLETIR
Com base em: CINDRA, José Lourenço. Esboço da evolução
histórica do Princípio da Relatividade. Revista Brasileira Agora que você sabe que o mo-
deEnsino de Física, v. 16, n. 1-4, 1994. Disponível em:
Estátua de Galileu na Galleria degli Uffizi vimento de um corpo depende
<www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/vol16a03.pdf>.
Acesso em: 17 jul. 2014. (galeria dos ofícios), em Florença, Itália. de um referencial, reflita sobre a
frase: “o Sol gira em torno da Terra”.

Quase sempre nossos estudos de movimentos são feitos supondo-se o referencial na Terra, ou
seja, o observador parado na superfície da Terra. Toda vez que estivermos usando outro referencial, A trajetória de um esquiador ao saltar
isto será dito. Observe exemplos de trajetória nas figuras a seguir. uma rampa no espaço (próximo à Terra)
é uma curva denominada parábola.
TECHNOTR/VETTA/GETTY IMAGES

FRENTE A
FÍSICA

Cinemática: movimento retilíneo 21


NIKITA MAYKOV/SHUTTERSTOCK
Vistas da Terra, as estrelas descrevem
trajetórias circulares no céu, registradas Posição de um móvel e sua trajetória
por uma câmara fotográfica cuja objetiva
Nas estradas existem placas, denominadas “marcos kilométricos”, que indicam a localização dos
foi mantida aberta durante certo tempo.
veículos que nelas trafegam. Suponhamos que um automóvel esteja, no instante t0 5 0, passando em
frente à placa do “km 30”, como mostra a figura a seguir. Dizemos que a posição do carro em relação
ao começo da estrada é S0 5 30 km (representando a posição pela letra S). Isso não significa que o
carro se deslocou 30 km, pois ele pode não ter iniciado a sua viagem no kilometro zero.
Suponha, ainda, que o carro prossiga em sua viagem no mesmo sentido e, no instante t1 5 1,0
h, esteja em frente à placa do “kilometro 80” (fig. 3). Agora a posição do carro, em relação ao começo
da estrada, é S1 5 80 km. Você pode concluir que, no intervalo de tempo Δt 5 1,0 h (de t0 5 0 até
t1 5 1,0 h), o carro percorreu o espaço ΔS 5 50 km, indo da posição S0 5 30 km à posição S1 5 80 km.
Essa é a distância percorrida pelo automóvel e também sua variação no espaço.
É importante perceber que, em alguns exemplos, a variação do espaço (ΔS 5 Sfinal 2 Sinicial) é igual
à distância percorrida, entretanto, há exemplos em que estas podem ser diferentes. Se um automóvel,
por exemplo, se deslocar do espaço 30 km até o espaço 80 km e, em seguida, voltar até o espaço
Fig. 3 – A posição do carro no instante
t 5 0 é S 5 30 km e no instante t 5 1,0 h 50 km, temos que a variação do espaço ΔS 5 50 km 2 30 km 5 20 km. Mas, se analisarmos a dis-
é S 5 80 km. tância percorrida pelo automóvel, teremos um valor maior, pois o automóvel se deslocou 50 km para
alcançar o espaço 80 km e mais 30 km para retornar ao espaço 50 km, logo, a distância percorrida foi
50 1 30 5 80 km. Destacamos, então:

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA
t50 t51h

0 km

30 km
80 km

Desafio

Acesse o Material Comple-


mentar disponível no Portal e Para determinar a posição de um corpo em uma dada trajetória, basta que se forneça o
aprofunde-se no assunto. valor do espaço, medido sobre a trajetória, a um ponto dela adotado como referência (origem).

22 Cinemática: movimento retilíneo


PARA CONSTRUIR

1 Um satélite artificial, de 10 m de raio, está girando em torno da Terra a uma altura de 500 km. Sabe-se que o raio da Terra vale cerca
de 6 000 km. No estudo desse movimento:

a) A Terra poderá ser considerada uma partícula?


Não, porque o seu raio não pode ser desprezado em comparação com a distância de 500 km.

b) E o satélite?
Sim, pois o seu raio (10 m) é desprezível em comparação com a distância de 500 km (500 000 m, 50 000 vezes maior que o raio do satélite!).

2 (PUC-SP) Leia com atenção a tira da Turma da Mônica abaixo e analise as afirmativas que se seguem, considerando os princípios
da Mecânica Clássica.
MAURÍCIO DE SOUSA EDITORA LTDA

I. Errada, pois o Cascão está em re-


I. Cascão está em movimento em relação ao skate e também em relação ao Cebolinha. pouso em relação ao skate.
II. Correta.
II. Cascão está em repouso em relação ao skate, mas em movimento em relação ao Cebolinha. III. Correta. De um referencial fixo fora
III. Em relação a um referencial fixo fora da Terra, Cascão jamais pode estar em repouso. da Terra, todo o planeta estaria em mo-
Está(ão) correta(s): d vimento. Qualquer um que estivesse
a) apenas I. c) I e III. e) I, II e III. na superfície da Terra, incluindo
o Cascão, não poderia estar em
b) I e II. d) II e III. repouso em relação a ele.

3 Dois carros, A e B, deslocam-se em uma estrada plana e reta, ambos no mesmo sentido. O carro A desenvolve 60 km/h e o B, um
pouco mais à frente, desenvolve também 60 km/h.

a) A distância entre A e B está variando?


A distância entre os dois carros não se altera, pois ambos possuem a mesma velocidade.

b) Para um observador em A, o carro B está em repouso ou em movimento?


Como a distância entre os carros permanece inalterada, para um observador em A, não é possível afirmar que o carro B está em
movimento; isto é, com o referencial em A, a velocidade de B é nula. Portanto, o carro B encontra-se em movimento em relação a um
referencial na Terra, mas está em repouso em relação a um referencial no carro A.

4 Uma pessoa, na janela de um ônibus em movimento, solta uma pedra, que cai em direção ao solo.
a) Para esta pessoa, qual é a trajetória que a pedra descreve ao cair? FRENTE A
Para o observador no ônibus, a pedra cai descrevendo uma reta vertical.

b) Para uma pessoa parada sobre o solo, em frente à janela, como seria a trajetória da pedra?
FÍSICA

Para uma pessoa parada no solo, a pedra descreve uma curva como aquela mostrada na figura 1, em relação ao observador B.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 3 Para aprimorar: 1 e 2

Cinemática: movimento retilíneo 23


SAIBA MAIS MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME
O Sistema de Posiciona- Espaço, deslocamento, velocidade e tempo
mento Global, GPS (Global
Positioning System, em in- Quando um corpo se desloca com velocidade constante ao longo de uma trajetória retilínea,
glês), é um sistema de posi- dizemos que o seu movimento é um movimento retilíneo uniforme. A palavra “uniforme” indica que
cionamento geográfico que o valor da velocidade permanece constante (no cotidiano, o mais comum é o movimento variado,
nos fornece as coordenadas no qual a velocidade varia, mas isso será aprofundado mais adiante).
de um ponto na Terra – desde Como exemplo, suponhamos um automóvel movendo-se em uma estrada plana e reta, com
que se tenha um receptor seu velocímetro indicando sempre uma velocidade de 60 km/h. Isso significa que:
de sinais de GPS. Nossa posi- em 1,0 h o carro percorrerá 60 km;
ção na Terra se dá em relação em 2,0 h o carro percorrerá 120 km;
ao equador e ao meridiano em 3,0 h o carro percorrerá 180 km, e assim por diante.
de Greenwich, e é expressa Observe que, para obter os resultados mencionados, você intuitivamente foi acrescentando
em três valores: latitude, lon- 60 km a cada acréscimo de 1,0 h no tempo de percurso. Você poderia, então, chegar aos mesmos
gitude e altitude. O sistema é valores do espaço percorrido multiplicando a velocidade pelo intervalo de tempo gasto no per-
possível devido aos satélites curso. Podemos expressar isso da seguinte forma:
artificiais em órbita no plane-
ta Terra, que emitem os sinais ΔS 5 v ? Δt
de rádio que acabam sendo
utilizados pelos receptores em que:
GPS para calcular a localiza-
ção onde algo se encontra. ΔS é o espaço percorrido;
Com base em: <www.cienciaviva.
com/latlong/anterior/gps.asp>.
v é a velocidade (constante);
Acesso em: 22 jul. 2014. Δt é o intervalo de tempo;
[Δ é a quarta letra (maiúscula) do alfabeto grego, utilizada para indicar diferença de um valor
nas expressões. A notação ΔS (lê-se “delta S”) ou Δt (“delta t”) apenas indica diferença ou
variação de S ou de t. Não é o produto de Δ por S ou Δ por t, da mesma forma que sen u não
é o produto de sen por u.]

Essa equação também se aplica no caso de a trajetória não ser retilínea, como na figura 4, mas
não se esqueça de que ela é válida somente quando o valor da velocidade permanecer constante. Na
figura 4, o carro irá se deslocar da posição A até a posição B. Observe que usamos os termos “espaço”
e “posição” como sinônimos. No instante inicial t1 o carro está em A, que corresponde à posição S1,
e, no instante posterior t2, o carro está em B, cuja posição é S2. No intervalo de tempo Δt 5 t2 2 t1
a variação de posição do carro será ΔS 5 S2 2 S1. Assim, a velocidade (v) do carro no intervalo de
tempo Δt é dada pela relação:

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA


∆S S 2 S1
v5 5 2
∆t t 2 2 t1 B

Portal
SESI
Educação www.sesieducacao.com.br
Fig. 4 – Para o movimento uniforme,
Acesse o portal e assista ao vídeo ∆S
temos v 5 mesmo quando a
Velocidade constante. ∆t
A
trajetória é curva.

24 Cinemática: movimento retilíneo


Gráfico velocidade 3 tempo (v 3 t)
Considere que o automóvel representado na figura 4 esteja se deslocando em movimento unifor-
me com velocidade v 5 60 km/h e que esta velocidade seja mantida durante um tempo t 5 5,0 h. Para
construir o gráfico da velocidade desse carro em função do tempo (gráfico v 3 t, que se lê “v versus t”),
devemos traçar dois eixos perpendiculares para representar essas grandezas:
no eixo horizontal representamos diversos valores do tempo t;
no eixo vertical representamos os valores da velocidade v correspondentes a cada valor do
tempo t.

v (km/h)

ÁREA 5 60 ? 5 5 300

A B C D E F
60

0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 t (h)

Fig. 5 – Este gráfico nos mostra que o valor da velocidade


permaneceu constante durante o movimento.

Quando começamos a contar o tempo (t 5 0), o carro já possuía a velocidade v 5 60 km. O


ponto A da figura 5 mostra esse fato, pois nos eixos das velocidades (eixo vertical) a distância A até
a origem representa um valor de 60 km/h. Após decorrido um tempo t 5 1,0 h, o carro continua
com uma velocidade v 5 60 km/h, e isso é indicado pelo ponto B do gráfico, cuja altura acima do
eixo horizontal é a mesma do ponto A.
No instante t 5 2,0 h, a velocidade do carro será representada pelo ponto C do gráfico, ainda
na mesma altura acima do eixo dos tempos. Evidentemente, nos instantes seguintes, os pontos D, E
e F, que representam a velocidade em cada instante considerado, estariam também situados sobre a
reta horizontal que passa pelos pontos A, B e C (fig. 5).
Suponhamos que esse carro tenha se movimentado durante 5,0 h, percorrendo, portanto,
um espaço ΔS 5 300 km. Se calcularmos a área sob o gráfico mostrado na figura 5, obteremos
60 ? 5 5 300, isto é, o valor do espaço percorrido. Dessa forma, podemos concluir que:

O movimento uniforme representado no gráfico velocidade 3 tempo (v 3 t) é uma reta


paralela ao eixo horizontal (dos tempos), e a área sob este gráfico fornece o valor do espaço
percorrido (ΔS).
FRENTE A

Podemos confirmar, também, isolando o ΔS na expressão v 5 ∆S , que resulta em:


∆t
FÍSICA

ΔS 5 v ? Δt

Cinemática: movimento retilíneo 25


EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Um automóvel move-se em uma estrada, de modo que o o instante t 5 3,0 h. Neste instante, o motorista freou e a
gráfico v 3 t seja como o da figura: velocidade caiu rapidamente para 60 km/h, mantendo-se
constante durante 1,0 h (até o instante t 5 4,0 h).
v (km/h) b) Qual foi o espaço percorrido pelo automóvel durante o
tempo em que foi observado?
90 RESOLUÇÃO:
O movimento do automóvel não é uniforme, pois o valor de
sua velocidade sofre variações durante o percurso. Portanto,
ΔS
60 a equação v 5 não poderia ser usada para calcularmos
Δt
ΔS. Entretanto, o movimento pode ser dividido em partes,
em cada uma das quais a velocidade não variou, e em todas
30 ΔS
elas a equação v 5 se aplica. Assim, de t 5 0 até t 5 1,0 h,
Δt
quando a velocidade se manteve constante e igual a 30 km/h,
teríamos o espaço percorrido ΔS dado por:
0 1,0 2,0 3,0 4,0 t (h) ΔS1 5 v ? Δt 5 30 km/h ? 1,0 h; logo, ΔS1 5 30 km.
De modo análogo, encontramos ΔS2 entre t 5 1,0 h e
a) Descreva o movimento do automóvel. t 5 3,0 h, e ΔS3 entre t 5 3,0 h e t 5 4,0 h:
ΔS2 5 v ? Δt 5 90 km/h ? 2,0 h; logo, ΔS2 5 180 km.
RESOLUÇÃO:
O gráfico nos mostra que o movimento foi observado du- ΔS3 5 v ? Δt 5 60 km/h ? 1,0 h; logo, ΔS3 5 60 km.
rante um tempo total de 4,0 h. Quando foi iniciada a conta- Cada um dos espaços percorridos corresponde à área sob
gem do tempo (instante inicial t 5 0), o automóvel já estava o gráfico v 3 t, e todos estão indicados na figura. O espa-
se movendo com uma velocidade de 30 km/h. Ele manteve ço total procurado será dado por:
essa velocidade durante 1,0 h. No instante t 5 1,0 h, o mo- ΔS 5 ΔS1 1 ΔS2 1 ΔS3 5 30 1 180 1 60 5 270 km
torista apertou o acelerador e sua velocidade aumentou Este espaço corresponde, na figura, à área total sob o gráfi-
bruscamente para 90 km/h. co, desde t 5 0 até t 5 4,0 h. Portanto, você já começou a
Na realidade, uma mudança instantânea na velocidade, ΔS
encontrar movimentos nos quais a equação v 5 não
como representado anteriormente, é praticamente im- Δt
possível num veículo automotivo. pode ser aplicada diretamente, mas verificou que a área sob
A partir desse instante, o gráfico nos diz que o carro man- o gráfico v 3 t, mesmo nesse movimento mais complicado,
teve sua velocidade de 90 km/h durante 2,0 h, isto é, até continua a nos fornecer o espaço percorrido pelo móvel.

Atenção para as unidades


km
Se a velocidade de um corpo vale v 5 30 e você deseja calcular quanto ele percorreu
durante um tempo Δt 5 3,0 h, já sabemos que: h
km
ΔS 5 v ? Δt 5 30 ? 3,0 h 5 90 km
h
Observe que a unidade de tempo simplifica-se ao realizarmos a multiplicação, e o resultado é
expresso corretamente em km, que é uma unidade de distância.
m
Mas, se o valor da velocidade fosse, por exemplo, v 5 60 (o corpo percorre 60 m em cada
min
minuto) e o tempo decorrido fosse Δt 5 15 s, a operação não poderia ser realizada, pois teríamos
duas medidas de tempo (segundos e minutos):
m
ΔS 5 v ? Δt 5 60 ? 15 s
min

26 Cinemática: movimento retilíneo


e vemos que, ao contrário do caso anterior, não é possível simplificar as unidades de tempo. Esta-
mos nos deparando, pela primeira vez, com um problema que muitas vezes teremos de enfrentar,
tanto na vida prática como na escola: operar com unidades diferentes, usadas para medidas de uma
mesma grandeza.
Chamamos sua atenção para que observe as unidades antes de efetuar qualquer operação, e,
ocorrendo o fato citado, reduza uma unidade a outra. Assim, para calcular a distância percorrida, você
m
deverá expressar o intervalo de tempo de 15 s em minutos, ou expressar a velocidade de 60 em
min
m/s. Na primeira hipótese, lembre que 1 min 5 60 s; logo, 15 s 5 0,25 min, portanto:
m
ΔS 5 v ? Δt 5 60 ? 0,25 min 5 15 m
min
Na segunda opção, veja como você deverá proceder:
m m
v 5 60 5 60 5 1,0 m
min 60 s s
m
isto é, a velocidade de 60 corresponde a 1,0 m . Dessa maneira:
min s

ΔS 5 v ? Δt 5 1,0 m ? 15 s 5 15 m
s
Ambos os cálculos efetuados são equivalentes e nos levam ao mesmo valor do espaço
percorrido.
Conversão de km/h para m/s
As duas formas mais comuns de representação da velocidade são em km/h (kilometro por hora)
e m/s (metro por segundo). Mas quanto vale 1 m/s em km/h?
Como 1 000 m 5 1 km e 1 h 5 60 min 5 3 600 s, temos que:
1m 0,001 km
5 5 3,6 km/h
1s 1
h
3600

Conclusão: Para converter um valor de m/s para km/h, multiplicamos esse valor por 3,6.
De forma análoga, para converter um valor de km/h para m/s, dividimos esse valor por 3,6.

PARA CONSTRUIR

5 Calcule: c) o tempo que a luz gasta para vir do Sol à Terra (ΔS 5 1,5 ?
a) o espaço percorrido por um carro que se movimenta com ? 1011 m), sabendo-se que sua velocidade é constante e
velocidade constante v 5 54 km/h, durante um tempo vale v 5 3,0 ? 108 m/s.
t 5 0,50 h; ΔS 1,5 ? 1011
De ΔS 5 v ? Δt, obtemos Δt 5 5 5 500 s
Teremos ΔS 5 v ? Δt 5 54 ? 0,50 5 27 km. v 3,0 ? 108

Observação: Não é recomendável fazer o aluno memorizar as FRENTE A


Δs Δs
expressões ΔS 5 v ? Δt; v 5 ; Δt 5 como se elas não
b) a velocidade, supostamente constante, de um nadador Δt v
(recordista mundial) que percorre 100 m, em nado livre, fossem relacionadas entre si. O aluno deve perceber que de uma
FÍSICA

em um tempo t 5 50 s; expressão obtêm-se as duas outras, isolando-se a variável que


De ΔS 5 v ? Δt obtemos
ΔS 100 se deseja saber o valor (conforme apresentado anteriormente).
v5 5 5 2,0 m/s.
Δt 50

Cinemática: movimento retilíneo 27


6 (Unicamp-SP) Andar de bondinho no complexo do Pão de a) O ônibus movimentou-se com uma velocidade de 15 m/s
Açúcar no Rio de Janeiro é um dos passeios aéreos urba- durante 10 s.
nos mais famosos do mundo. Marca registrada da cidade, o b) O ônibus permaneceu parado durante 20 s.
Morro do Pão de Açúcar é constituído de um único bloco c) O ônibus percorreu 150 m de t 5 20 s a t 5 30 s.
de granito, despido de vegetação em sua quase totalidade d) O espaço total percorrido pelo ônibus, no intervalo de
e tem mais de 600 milhões de anos. O passeio completo no tempo representado, foi de 250 m.
Alternativas a e d.
complexo do Pão de Açúcar inclui um trecho de bondinho de
b) Ele permaneceu parado entre os instantes 10 e 20, ou seja, ficou
aproximadamente 540 m, da Praia Vermelha ao Morro da Urca parado por 20 2 10 5 10 s.
uma caminhada até a segunda estação no Morro da Urca, e c) Nesse intervalo de tempo, o espaço percorrido foi de 100 m.
um segundo trecho de bondinho de cerca de 720 m, do Morro
da Urca ao Pão de Açúcar. A velocidade escalar média do bon-
dinho no primeiro trecho é v1 5 10,8 km/h e, no segundo, é
v2 5 14,4 km/h. Supondo que, em certo dia, o tempo gasto na
caminhada no Morro da Urca somado ao tempo de espera nas
estações seja de 30 minutos, o tempo total do passeio comple-
to da Praia Vermelha até o Pão de Açúcar será igual a: d
a) 33 min. c) 50 min.
b) 42 min. d) 36 min.
8 Faça o que se pede.
Da Praia Vermelha até o Morro da Urca, temos:
10,8
a) Desenhe o gráfico v 3 t para um carro que se movimenta
v1 5 10,8 km/h 5 5 3,0 m/s com velocidade constante v 5 50 km/h durante um tem-
3,6
v1 po t 5 3,0 h.
ΔS1 540
Δt1 5 5 5 180 s
v1 3,0
v (km/h)
Do Morro da Urca ao Pão de Açúcar:
50
14,4
v2 5 5 4,0 m/s
3,6
v2
∆S2 720
∆t 2 5 5 5 180 s
v2 4,0
0 1,0 2,0 3,0 t (h)
O tempo total é dado por:
Δt 5 Δt1 1 Δt2 1 Δt3
Δt 5 180 1 180 1 1 800 5 2 160 s 5 36 min.

b) O que representa a área sob o gráfico que você dese-


7 O gráfico abaixo se refere ao movimento retilíneo de um ôni- nhou? Qual é o seu valor?
Vimos anteriormente que a área sob o gráfico v 3 t representa
bus ao longo de uma avenida. Analise as afirmativas e assina-
o espaço percorrido pelo carro. No caso, trata-se da área de um
le a(s) correta(s). retângulo cujos lados correspondem a 50 e a 3,0. Então, teremos:
v (m/s) ΔS 5 área 5 50 ? 3,0; portanto, ΔS 5 150 km.

15

10

0 10 20 30 t (s)

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 4 a 6 Para aprimorar: 3 a 5

28 Cinemática: movimento retilíneo


O que significa uma velocidade negativa
Quando um corpo se desloca em uma trajetória, costumamos convencionar que um dos sen-
tidos do movimento é positivo e o outro é considerado negativo. Para um automóvel que se move
ao longo de uma estrada, podemos considerar como positivo o sentido no qual o carro se afasta do
início da estrada, ou seja, o sentido de crescimento da indicação dos marcos kilométricos. Se o auto-
móvel estiver se aproximando do começo da estrada, diremos que ele está se movendo no sentido
negativo. No primeiro caso, a velocidade do carro seria considerada positiva e, no segundo, negativa.
Portanto, quando dizemos que a velocidade de um carro é de 260 km/h, devemos entender que ele
está se movendo a 60 km/h no sentido convencionado como negativo. Novamente, tudo depende
do referencial adotado.
ED VIGGIANI

Algumas grandezas físicas, como


deslocamento e velocidade, são
denominadas grandezas veto-
riais, pois, além do valor, pos-
suem orientação e sentido. Já ou-
tras grandezas, como tempo, são
chamadas grandezas escalares,
pois só são caracterizadas pelo
valor e sua unidade de medida.

Considere que para os carros que estão


indo nesta pista a kilometragem está
aumentando. Podemos convencionar o
sentido de sua velocidade como positivo.
Assim, os veículos que trafegam na outra
pista possuem velocidades negativas.

Gráfico espaço 3 tempo (S 3 t)


Consideremos um automóvel deslocando-se em uma estrada reta com uma velocidade cons-
tante v 5 20 m/s. Usando a relação v 5 ∆S , podemos calcular o espaço ΔS que ele percorre para
∆t
diversos valores do tempo t, decorrido a partir do instante t 5 0 (início da contagem do tempo).
Obtemos a seguinte tabela:

Tempo (s) 0 1 2 3 4 5

Espaço (m) 0 20 40 60 80 100

Pela tabela, observe que, quando o valor do tempo t é duplicado, o valor do espaço percorrido
ΔS também duplica. Do mesmo modo, quando t é triplicado, ΔS também é multiplicado por 3, e
assim sucessivamente. Quando isso ocorre com duas grandezas quaisquer, isto é, ao multiplicarmos
uma delas por certo número, a outra também fica multiplicada por este mesmo número, dizemos
FRENTE A
que essas grandezas variam de modo diretamente proporcional. Portanto, no exemplo que estamos
analisando, o espaço percorrido ΔS é diretamente proporcional ao tempo t, e isto ocorre sempre
que o movimento é uniforme. Logo:
FÍSICA

Em qualquer movimento uniforme (v 5 constante), o espaço percorrido (ΔS) por um ob-


jeto é diretamente proporcional ao tempo t decorrido nesse percurso. Esse fato é representado
matematicamente pela relação S ~ t, na qual o símbolo ~ significa “é proporcional a”.

Cinemática: movimento retilíneo 29


Com os valores da tabela podemos traçar o gráfico S 3 t para esse movimento, obtendo o
resultado mostrado na figura 6.
Observe que:
o primeiro ponto marcado no gráfico é a origem dos dois eixos; porque, quando t 5 0, temos
também S 5 0;
o segundo ponto marcado (ponto A) indica que até o instante t1 5 1 s o carro havia percorrido
uma distância S1 5 20 m;
o terceiro ponto marcado (ponto B) indica que até o instante t2 5 2 s o carro havia percorrido
uma distância S2 5 40 m, e assim sucessivamente.
Unindo os pontos marcados, vemos que todos estão situados sobre uma reta. Pode-se mostrar
que isto ocorre sempre que a velocidade do movimento é constante. Destacamos então:

Em qualquer movimento uniforme, o gráfico espaço percorrido 3 tempo de percurso


(S 3 t) é uma reta que passa pela origem dos eixos.

Sempre que uma grandeza Y for diretamente proporcional a uma grandeza X, o gráfico Y 3 X
será uma reta passando pela origem.

Inclinação do gráfico
No gráfico S 3 t da figura 6, tomemos dois pontos quaisquer, A e D, por exemplo. Esses pontos
do gráfico correspondem a dois pontos diferentes da trajetória do carro, separados pelo espaço que
ele percorreu em certo intervalo de tempo. Para os pontos A e D considerados, temos (observando
os eixos):
intervalo de tempo: Δt 5 4 2 1 5 3 s
espaço percorrido neste intervalo: ΔS 5 80 2 20 5 60 m
S (m) Observe os valores de Δt e ΔS indicados na figura 6.
E Uma grandeza muito importante no estudo dos gráficos é a sua inclinação. Para o caso do
100 gráfico S 3 t, temos, por definição:
D
80

C
60

B
Inclinação 5 S
40 ∆t
A
20

0 1 2 3 4 5 t (s)
Calculemos, então, a inclinação do gráfico da figura 6:

Fig. 6 – Gráfico S × t para um movimento Inclinação 5 ∆S 5 60 m 5 20 m/s


uniforme. ∆t 3s

Esse valor coincide com o valor da velocidade do automóvel (v 5 20 m/s). Esse resultado po-
deria ser previsto porque, quando calculamos a inclinação do gráfico, estamos obtendo o quociente
do espaço percorrido por um móvel pelo tempo gasto para percorrer esse espaço. Esse quociente
representa o valor da velocidade no movimento uniforme. Portanto:

A inclinação do gráfico S 3 t para um movimento uniforme nos fornece o valor da velo-


cidade desse movimento, isto é:

v 5 ∆S
∆t

30 Cinemática: movimento retilíneo


EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

2 Um carro, em movimento uniforme, percorre: Escolhendo dois pontos quaisquer da figura, por exemplo, os
em 1,0 h — 60 km em 3,0 h — 180 km pontos A e B, temos:
em 2,0 h — 120 km em 4,0 h — 240 km Δt 5 3,0 2 1,0 5 2,0 h
a) Construa o gráfico S × t para esse carro. ΔS 5 180 2 60 5 120 km
Assim:
RESOLUÇÃO:
v 5 ΔS 5 120 km 5 60 km/h
Escolhendo uma escala apropriada e marcando os pontos Δt 2,0 h
correspondentes aos pares de valores de t e S, obtemos uma
reta passando pela origem, como já era esperado. 3 Um veículo está no km 15 de uma rodovia indo de São Paulo
para o Rio de Janeiro até alcançar o kilometro 100, onde exis-
S (km)
te um retorno. O motorista faz então o retorno e, na mesma
rodovia, agora sentido Rio de Janeiro para São Paulo, volta até
o kilometro 30. Para esse veículo, calcule a variação de espaço
240
(ΔS) e a distância percorrida (d):
B a) na ida;
180
b) na volta;
120 ΔS c) na ida e volta.
RESOLUÇÃO:
A
60 Sabemos que:
Δt ΔS 5 S2 2 S1 5 variação de espaço
0 d 5 distância percorrida
1,0 2,0 3,0 4,0 t (s)
a) Na ida
ΔS 5 d 5 S2 2 S1 5 100 2 15 5 85 km
b) Com base no gráfico, calcule a velocidade do carro. b) Na volta
RESOLUÇÃO: ΔS 5 S2 2 S1 5 30 2 100 5 270 km
d 5 |ΔS| 5 |270| 5 70 km
A velocidade é dada pela inclinação do gráfico S 3 t: c) Na ida e na volta
v 5 ΔS ΔS 5 S2 2 S1 5 30 2 15 5 15 km
Δt d 5 |ΔSida| 1 |ΔSvolta| 5 85 1 70 5 155 km

Gráfico posição 3 tempo


Suponhamos que o automóvel da figura 3 tenha sido observado durante um tempo total igual a S (km)
4 h (de t0 5 0 até t4 5 4 h) e que o gráfico da figura 7 represente a sua posição em função do tempo
(gráfico S 3 t). Analisando o gráfico, vemos que: 80
no instante t0 5 0, o carro estava na posição S0 5 30 km e, a partir desse ponto, desenvolveu um
movimento uniforme (o gráfico S 3 t é um segmento de reta), afastando-se dessa posição (o valor
de S aumenta) até atingir a posição S1 5 80 km no instante t1 5 1 h. Observe que essa descrição
do movimento corresponde aos dados da figura 3 que já havíamos analisado. A velocidade do 30
carro, nesse trecho, é dada pela inclinação do gráfico  ∆S  e seu valor é v 5 50 km/h;
 ∆t 
FRENTE A
de t1 5 1 h até t3 5 3 h, a posição do carro não se alterou, permanecendo constante no valor 0 1 2 3 4 t (h)
S1 5 80 km. Isso indica que o carro permaneceu parado no “kilometro 80” durante um intervalo
Fig. 7 – Gráfico posição × tempo (S × t)
de tempo Δt 5 2 h (3 h 2 1 h). Portanto, nesse segundo intervalo, v 5 0, que corresponde à
para um automóvel em uma estrada.
inclinação nula do gráfico S 3 t (segmento de reta horizontal).
FÍSICA

no terceiro intervalo, de t3 5 3 h até t4 5 4 h, o valor de S, que representa a posição do automóvel,


diminui com o decorrer do tempo. Isso significa que o carro está voltando sobre a sua trajetória,
dirigindo-se para a origem, chegando a ela (S4 5 0) em t4 5 4 h. O carro percorreu uma distância
ΔS 5 80 km em um tempo Δt 5 1 h, isto é, o valor absoluto (ou módulo) de sua velocidade, nesse
movimento de retorno, foi v 5 80 km/h.

Cinemática: movimento retilíneo 31


PARA CONSTRUIR

9 Deseja-se calcular a distância que um carro, com velocidade 11 O movimento de um carro em uma estrada está representado
constante v 5 72 km/h, percorre em um tempo t 5 20 s. no gráfico a seguir. Entre as afirmativas seguintes, relacionadas
a) Qual é a providência que se deve tomar antes de substi- com este movimento, qual está errada? Justifique-as.
∆S v (km/h)
tuir esses valores em v 5 ?
∆t 20
Antes de fazer a substituição, devemos expressar v e t usando,
em ambas, a mesma unidade de tempo (ambas em horas
ou em segundos). 0,2 0,4 0,6 t (h)

220
b) Expresse 72 km/h em m/s.
72 km 72000 m a) De t 5 0,2 h a t 5 0,4 h, o carro permaneceu parado.
5 5 20 m/s
1h 3600 s Correto. Como se trata de um gráfico v 3 t, vemos claramente
72 que, de t 5 0,2 h a t 5 0,4 h, a velocidade do carro é nula.
Ou, usando o fator de conversão (3,6): 5 20 m/s.
3,6

b) A distância total percorrida pelo carro foi de 8,0 km.


c) Calcule a distância procurada. Correto. Vemos, pelo gráfico, que de t 5 0 até t 5 0,2 h o carro
Como v é constante e o tempo já está expresso em segundos, deslocou-se com uma velocidade de 20 km/h, percorrendo,
temos:
ΔS 5 v ? Δt 5 20 ? 20 [ ΔS 5 400 m. portanto, uma distância |ΔS1| 5 |20 ? 0,2| ou |ΔS1| 5 4,0 km.

De t 5 0,4 h até t 5 0,6 h, isto é, durante um tempo Δt 5 0,2 h,


o carro deslocou-se em sentido contrário (velocidade negativa
de 220 km/h), percorrendo, assim, a distância |ΔS2| 5 |220 ? 0,2|
ou |ΔS2| 5 4,0 km. Portanto, a distância total percorrida foi:
d 5 |ΔS1| 1 |ΔS2| 5 4,0 km 1 4,0 km, ou seja, d 5 8,0 km.

10 (Enem)
Seu olhar
c) No instante t 5 0,6 h, o carro estava de volta à posição
Gilberto Gil, 1984
inicial.
Na eternidade
Eu quisera ter Correto. Como o carro percorreu 4,0 km em um sentido e 4,0 km
Tantos anos-luz em sentido contrário, é claro que no instante t 5 0,6 h ele
Quantos fosse precisar estava de volta à posição inicial.
Pra cruzar o túnel
Do tempo do seu olhar
Gilberto Gil usa na letra da música a palavra composta anos-
-luz. O sentido prático, em geral, não é obrigatoriamente o d) No instante t 5 0, o carro estava no kilometro 20 e no
mesmo que na ciência. Na Física, um ano-luz é uma medida instante t 5 0,6 h, no kilometro 220.
que relaciona a velocidade da luz e o tempo de um ano e Errado. O gráfico nada nos informa sobre a posição do carro
que, portanto, se refere a: c durante o percurso. Sabemos apenas que em t 5 0 sua velocidade
a) tempo. 1 ano-luz é a distância que a luz percorre no era v 5 20 km/h, e em t 5 0,6 h sua velocidade era v 5 220 km/h.
b) aceleração. vácuo no período de 1 ano.
ΔS 5 velocidade da luz ? tempo em anos.
c) distância.
A velocidade da luz é uma constante cujo valor
d) velocidade. é aproximadamente 3,0 ? 108 m/s.
e) luminosidade.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 7 e 8 Para aprimorar: 6 e 7

32 Cinemática: movimento retilíneo


Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 4 (CPS-SP) Algumas cidades têm implantado corredores ex-
clusivos para ônibus a fim de diminuir o tempo das viagens
urbanas.
1 A distância da Terra ao Sol é cerca de 104 vezes maior do que
Suponha que, antes da existência dos corredores, um ôni-
o diâmetro da Terra. Ao estudarmos o movimento da Terra
bus demorasse 2 horas e 30 minutos para percorrer todo o
em torno do Sol, você acha que podemos tratá-la como uma
trajeto de sua linha, desenvolvendo uma velocidade média
partícula?
de 6 km/h.
2 (Efoa-MG) Um aluno, sentado na carteira da sala, observa os Se os corredores conseguirem garantir que a velocidade mé-
colegas, também sentados nas respectivas carteiras, bem dia dessa viagem aumente para 20 km/h, o tempo para que
como um mosquito que voa perseguindo o professor que um ônibus percorra todo o trajeto dessa mesma linha será:
fiscaliza a prova da turma.

CEETEPS-SP
Das alternativas abaixo, a única que retrata uma análise cor-
reta do aluno é:
a) A velocidade de todos os meus colegas é nula para todo
observador na superfície da Terra.
b) Eu estou em repouso em relação aos meus colegas, mas
nós estamos em movimento em relação a todo observa-
dor na superfície da Terra.
c) Como não há repouso absoluto, não há nenhum referen-
cial em relação ao qual nós, estudantes, estejamos em re-
pouso.
d) A velocidade do mosquito é a mesma, tanto em relação
aos meus colegas quanto em relação ao professor.
e) Mesmo para o professor, que não para de andar pela sala,
seria possível achar um referencial em relação ao qual ele
estivesse em repouso.
Disponível em: <imguol.com/c/noticias/2013/08/05/5ago2013---
3 Os carros A, B, C e D, em um dado instante, estão se movi- faixa-exclusiva-de-onibus-no-corredor-norte-sul-da-avenida-23-de-maio-
zona-sul-de-são-paulo-e-implantada-na-manha-desta-ssegunda-feira-5-
mentando em uma estrada reta e plana, com velocidades e 1375706362560_1920x1080.jpg>. Acesso em: 24 ago. 2013. Original colorido
posições indicadas na figura deste problema. Para o moto-
a) 30 minutos. d) 1 hora e 15 minutos.
rista do carro A (observador em A), qual(is) das afirmativas
b) 45 minutos.
seguintes está(ão) correta(s)?
c) 1 hora. e) 1 hora e 30 minutos.
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA

B
5 Calcule:
70 km/h
a) a distância percorrida por um carro que se movimenta
com velocidade constante v 5 54 km/h durante um tem-
po t 5 0,50 h;
b) a velocidade, supostamente constante, de um nadador (re-
A C cordista mundial) que percorre uma distância d 5 100 m,
80 km/h
em nado livre, em um tempo t 5 50 s;
c) o tempo que a luz gasta para vir do Sol à Terra, sabendo-se
60 km/h D que a distância da Terra ao Sol é de 1,5 · 1011 metros e que FRENTE A
40 km/h
sua velocidade é constante e vale v 5 3,0 · 108 m/s.

a) O carro B está se aproximando a 130 km/h. 6 (PUC-SP) Patrícia ouve o eco de sua voz direta, refletida por
FÍSICA

b) O carro D está se afastando a 20 km/h. um grande espelho plano, no exato tempo de uma piscada
c) O carro B está se aproximando a 10 km/h. de olhos, após a emissão. Adotando a velocidade do som no
d) O carro D está se afastando a 100 km/h. ar como 340 m/s e o tempo médio de uma piscada igual a
e) O carro D está se aproximando a 20 km/h. 0,4 s, podemos afirmar que a distância entre a menina e o
f) O carro C está se afastando a 20 km/h. espelho vale:

Cinemática: movimento retilíneo 33


PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (Uerj) A figura abaixo representa uma escuna atracada ao cais.

O
a) 68 m. c) 850 m. e) 8 160 m.
S Cais
b) 136 m. d) 1 700 m.

7 O gráfico abaixo representa a posição de um carro, contada a P


partir do marco zero da estrada, em função do tempo. Q R

S (km)

Deixa-se cair uma bola de chumbo do alto do mastro – pon-


to O. Nesse caso, ela cairá ao pé do mastro – ponto Q. Se essa
120
bola for abandonada do mesmo ponto O, quando a escuna
estiver se afastando do cais com velocidade constante, ela
cairá no seguinte ponto da figura:
a) P. b) Q. c) R. d) S.
50
2 Considere um vagão deslocando-se em uma trajetória retilí-
nea com velocidade constante e igual a 5 m/s. Um observa-
0 1,0 2,0 3,0 4,0 t (h)
dor, A, dentro dele lança uma pedra para cima verticalmente
em relação a ele. Um outro observador, B, do lado de fora
a) Qual era a posição do carro no início da viagem (t 5 0)? do vagão e em repouso em relação à Terra, observa o vagão
b) Qual é a posição do carro no instante t 5 1,0 h? passar. Sendo vA e vB, respectivamente, as velocidades da pe-
c) Qual é a velocidade desenvolvida pelo carro nessa primei- dra no ponto mais alto de sua trajetória em relação a cada
ra hora de viagem? observador no instante em que ela atinge o ponto mais alto
d) Em que posição e durante quanto tempo o carro perma- de sua trajetória, pode-se concluir que:
neceu parado?
e) Qual é a posição do carro no fim de 4,0 h de viagem? a) vA 5 0 e vB 5 0.
f ) Qual é a velocidade do carro na viagem de volta? b) vA 5 5 m/s e vB 5 0.
c) vA 5 0 e vB 5 5 m/s.
8 Dois automóveis, A e B, deslocam-se em uma mesma estrada. d) vA 5 5 m/s e vB 5 5 m/s.
Na figura deste problema, mostramos a posição de cada um, e) vA 5 0 e vB 5 10 m/s.
em relação ao começo da estrada, em função do tempo. Ana-
lise as afirmações seguintes, relacionadas com o movimento 3 Um trem, cujo comprimento é de 100 m, movendo-se com
destes carros, e assinale aquela(s) que é(são) correta(s). velocidade constante de 15 m/s, deve atravessar um túnel
a) No instante t 5 0, A está no kilometro zero e B, no kilome- de 200 m de comprimento. Em certo instante, a locomotiva
tro 60. está entrando no túnel. Depois de quanto tempo o trem terá
b) Os carros se deslocam com movimento uniforme. saído completamente desse túnel?
c) De t 5 0 a t 5 2,0 h, A percorreu 120 km e B percorreu
60 km. 4 (EEAR-SP) “O guepardo, também conhecido como chita,
d) A velocidade de A é 60 km/h; a de B, 30 km/h. é o mais rápido dos animais terrestres. Ele depende de
e) A alcança B no instante t 5 2,0 h, ao passarem pelo marco sua velocidade de até 120 km/h para alcançar animais
de 120 km.
velozes como gazelas e antílopes [...]” (revista Superinte-
S (km) ressante, dezembro de 2000). Admitindo que o guepardo
desenvolva sua velocidade máxima, e sendo essa veloci-
180 A
dade constante por 10 segundos, a distância percorrida,
B
em linha reta, por ele durante esse intervalo de tempo
120
vale aproximadamente:
60 a) 333 m.
b) 333 km.
c) 360 km.
1,0 2,0 3,0 t (h) d) 360 m.

34 Cinemática: movimento retilíneo


5 (Ufscar-SP) Em um filme, para explodir a parede da cadeia a a) carroça – semana. d) bicicleta – minuto.
fim de que seus comparsas pudessem escapar, o “bandido” b) carro – dia. e) avião – segundo.
ateia fogo a um pavio de 0,6 m de comprimento, que tem c) caminhada – hora.
sua outra extremidade presa a um barril contendo pólvora.
7 (UEL-PR) Analise a figura a seguir.
Enquanto o pavio queima, o “bandido” se põe a correr em di-
reção oposta e, no momento em que salta sobre uma rocha,
o barril explode.

AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/


ARQUIVO DA EDITORA
A
B
Rocha
Pavio

Vista aérea de Brasília.


Dublê Chama do pavio
v (m/s) v (m/s) Os habitantes de metrópoles convivem com o proble-
5
ma dos congestionamentos de automóveis, que geram
5 ? 1022
estresse, acidentes, poluição sonora, entre outras conse-
quências. Uma solução para o problema de mobilidade
urbana é o transporte coletivo por linhas de metrô. A figu-
ra mostra a região central da cidade de Brasília. Considere
0 6 t (s) 0 t (s) que um indivíduo se desloca diariamente de carro da po-
sição A, onde mora, até a posição B, onde trabalha, em um
Ao planejar esta cena, o piroplasta utilizou os dados gráfi- percurso de 12 km representado pela linha tracejada. No
cos obtidos cuidadosamente da análise das velocidades do horário de rush, a velocidade média dos automóveis é de
dublê (que representa o bandido) e da chama no pavio, o 12 km/h e, fora desse horário, é de 42 km/h. Se houvesse
que permitiu determinar que a rocha deveria estar a uma em Brasília uma linha de metrô de A até B, como represen-
distância, relativamente ao ponto em que o pavio foi aceso, tado pela linha ponto-tracejada, ela teria 20 km.
em m, de:
Supondo que a velocidade média do metrô seja de 60 km/h,
a) 20. d) 40.
considere as afirmativas a seguir:
b) 25. e) 45.
c) 30. I. No horário de rush, o tempo de deslocamento de carro
de A até B é maior do que o tempo de deslocamento por
6 (Enem) O gráfico abaixo modela a distância percorrida, em metrô em 1 hora.
km, por uma pessoa em certo período de tempo. A escala
II. No horário de rush, o tempo de deslocamento de A até B
de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende
1
da maneira como essa pessoa se desloca. Qual é a opção por metrô é do tempo de deslocamento por carro.
3
que apresenta a melhor associação entre meio ou forma
de locomoção e unidade de tempo quando são percorri- III. Fora do horário de rush, é mais rápido fazer o percurso de
dos 10 km? A para B de carro.
IV. Fora do horário de rush, considerando que o sistema
Distância de metrô tenha melhorado e que sua velocidade mé-
percorrida
dia passe a ser de 70 km/h, então o tempo de desloca-
10 km mento de A até B tanto por carro quanto por metrô é
FRENTE A
igual.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
FÍSICA

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.


d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
0 1 2 Tempo e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Cinemática: movimento retilíneo 35


CAPÍTULO

3 Movimento retilíneo variado

Objetivos: Carros de Fórmula 1 alcançam altas velocidades mesmo em pistas que exigem freadas e ar-
c Conceituar e calcular
rancadas bruscas, curvas em altas e baixas velocidades, subidas e decidas. Para se ter uma ideia, na
velocidade média,
arrancada, um carro de Fórmula 1 consegue ir de 0 a 100 km/h em apenas 2,6 segundos.
velocidade instantânea

LATINSTOCK/©LEO MASON/CORBIS/CORBIS (DC)


e aceleração.

c Ler e interpretar
gráficos e tabelas
identificando tipos de
movimento e distância
percorrida.

c Identificar movimento
uniformemente
variado.

c Caracterizar a queda
livre e especificar as
grandezas envolvidas
nesse movimento.

Ayrton Senna foi um dos melhores pilotos de Fórmula 1, três vezes campeão mundial. Em sua carreira,
disputou 162 GPs, com 41 vitórias, 80 pódios, sendo 65 vezes o primeiro na fila da largada.

VELOCIDADE INSTANTÂNEA E VELOCIDADE MÉDIA


Velocidade instantânea
Quando o valor da velocidade de um corpo não se mantém constante, dizemos que este cor-
po está em movimento variado. Isso ocorre, por exemplo, com um automóvel cujo ponteiro do
velocímetro indica valores diferentes a cada instante. O valor indicado no velocímetro, em um dado
instante, é a velocidade instantânea do automóvel naquele momento.
Vejamos uma maneira de calcular essa velocidade instantânea. Consideremos um automóvel,
em movimento variado, que passa pelo ponto A (fig. 1), no instante t, com uma velocidade instan-
tânea v (leitura do velocímetro neste instante). Depois de decorrido um intervalo de tempo Δt, o
carro estará em B, tendo percorrido uma distância ΔS. Se o movimento fosse uniforme, ao calcular
o quociente ∆S , obteríamos a velocidade do carro.
∆t

36 Cinemática: movimento retilíneo


v

A
ΔS B
t
t 1 Δt

60 80 60 80
40 100 40 100
20 120 20 120
0 140 0 140
Fig. 1 – A velocidade instantânea
em A é dada por vA 5 ∆S , na qual
km/h 160 km/h 160
180 180
∆t
o intervalo de tempo Δt torna-se o
vA vB menor possível.

Entretanto, sendo o movimento variado, verificamos que o valor de ∆S geralmente não coinci-
∆t
de com a indicação do velocímetro no instante t. Notamos, porém, que, se o ponto B estivesse bem
próximo de A, de maneira que o intervalo de tempo Δt se tornasse infinitamente pequeno, ou seja,
quando o intervalo de tempo tendesse a zero (Δt → 0), teríamos um quociente ∆S muito próximo
∆t
da indicação do velocímetro em A naquele exato momento (t), isto é, muito próximo do valor v da
velocidade instantânea.
O valor de ∆S estaria tanto mais próximo de vA quanto menor fosse o intervalo de tempo Δt.
∆t
Portanto:

Em um movimento variado, a velocidade instantânea é dada por v 5 ∆S , sendo Δt o


menor possível. ∆t

Determinação gráfica da velocidade instantânea


Consideremos o gráfico da figura 2, que representa o espaço de um automóvel em função do tempo.
Você deve observar que o movimento desse carro é variado, pois, se fosse uniforme, o gráfico S 3 t seria
retilíneo. É possível, por esse gráfico, obter a velocidade instantânea do automóvel em um instante
qualquer, t1. Para isso, devemos traçar a reta tangente ao gráfico no ponto da curva correspondente
àquele instante (ponto P1 na figura 2).
A inclinação dessa tangente fornece o valor da velocidade no instante considerado. Do mesmo
modo, para obter a velocidade em outro instante, t2, devemos determinar a inclinação da tangente à curva
no ponto P2. Observe que, no caso do movimento representado na figura 2, a inclinação da tangente em
P2 é maior do que em P1 e, portanto, a velocidade instantânea em t2 é maior do que em t1. Concluindo:

A inclinação da
reta tangente no grá-
P2
fico S 3 t nos fornece FRENTE A
o valor da velocidade
instantânea no instan-
te analisado.
FÍSICA

P1

Fig. 2 2 No gráfico S 3 t,
a inclinação da reta tangente
nos fornece o valor da
0 t1 t2 t velocidade instantânea.

Cinemática: movimento retilíneo 37


Velocidade média
Se um automóvel, em uma viagem, percorre 560 km em 8,0 h, você e, provavelmente, muitas
outras pessoas diriam: “o automóvel desenvolveu, em média, 70 km/h”. Este resultado, que foi obtido
dividindo-se o espaço percorrido (560 km) pelo tempo de viagem (8,0 h), é o que denominamos
velocidade média e representamos por vm. Temos, por definição:

ou v m 5 ∆S
espaço total percorrido
v m5
tempo gasto no percurso ∆t

Observe que, durante o movimento, a velocidade do carro pode ter sofrido variações. No exemplo
citado, seu valor pode ter sido, às vezes, maior e, outras vezes, menor do que 70 km/h. Entretanto, se
a velocidade fosse mantida, durante todo o percurso, igual a 70 km/h, o carro teria percorrido aquele
mesmo espaço naquele mesmo tempo 2 o que corresponde a um movimento uniforme com velo-
cidade constante de 70 km/h.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Um automóvel percorre 150 km, desenvolvendo, nos primei- Na segunda parte do percurso, temos:
ros 120 km, uma velocidade média de 80 km/h e, nos 30 km
Δt2 5 30 5 0,5h
restantes, uma velocidade média de 60 km/h. 60
a) Qual foi o tempo total de viagem? O tempo total de viagem foi:
b) Qual foi a velocidade média do automóvel no percurso total?
Δttotal 5 Δt1 1 Δt2 5 1,5 h 1 0,5 h 5 2,0 h
RESOLUÇÃO:
b) Tendo sido percorrido 150 km com o tempo total de
a) Da relação vm 5 ΔS , deduz-se: Δt 5 ΔS . Portanto, na pri-
Δt vm viagem de 2,0 h, a velocidade média, nesse percurso,
meira parte do percurso, o tempo gasto foi: foi:
Δt1 5 120 5 1,5h vm 5 150 5 75 km/h
80 2,0

PARA
REFLETIR Determinação gráfica do espaço percorrido
Quando o movimento de um corpo é uniforme, o espaço que ele percorre é dado por ΔS 5 v ? Δt
Perceba que, no exercício resol-
vido 1, a velocidade média não é
ou pela área sob o gráfico v 3 t. Entretanto, se o movimento for variado, a relação ΔS 5 v ? Δt não
igual à média aritmética das velo- poderá mais ser aplicada, já que a velocidade não é mais constante; mas o espaço percorrido poderá,
cidades: ainda, ser obtido pela área sob o gráfico v 3 t; isto é:

801 60 t1 t2
5 70 km/h Þ 75 km/h. ΔS
2 v
Mas pode haver casos em que
os valores coincidam.

Área 5 ΔS

Desafio Fig. 3 – A área sob o gráfico v 3 t nos


fornece a distância percorrida em
Acesse o Material Comple- qualquer tipo de movimento. 0 t1 t2 t
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto. Na figura 3, por exemplo, que apresenta o gráfico v 3 t de um movimento variado, a área as-
sinalada nos fornece o valor do espaço que o corpo percorre desde o instante t1 até o instante t2.

38 Cinemática: movimento retilíneo


EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

2 (ESPCEX-PR) O gráfico abaixo representa a velocidade (v) de A2, de t 5 4 s até t 5 8 s, tem valor negativo. Assim, temos
uma partícula que se desloca sobre uma reta em função do que o deslocamento será dado pela soma das duas áreas,
tempo (t). O deslocamento da partícula, no intervalo de 0 a 8 s, ou seja, será igual a zero, pois A1 5 2A2; logo, A1 1 A2 5
foi de: 5 A2 2 A2 5 0 (alternativa c).

v (m/s) 3 (Enem) Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho tí-


pico de um corredor padrão é representado pelo gráfico a
4
seguir:

Velocidade (m/s)

12

10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 t (s) 8

24 0
2 4 6 8 10 12 14 16 Tempo (s)

Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a velocidade


a) 232 m. do corredor é aproximadamente constante?
b) 216 m. a) Entre 0 e 1 segundo.
c) 0 m. b) Entre 1 e 5 segundos.
d) 16 m. c) Entre 5 e 8 segundos.
e) 32 m. d) Entre 8 e 11 segundos.
e) Entre 12 e 15 segundos.
RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO:
v (m/s) Observando o gráfico, vemos que a velocidade do cor-
redor é aproximadamente constante na região em que
4
temos algo próximo à representação de uma reta hori-
zontal, o que corresponde ao intervalo entre 5 s e 8 s (al-
ternativa c).
A1
4 O que se pode afirmar sobre o gráfico deslocamento × tem-
0 po da partícula do Exercício resolvido 2?
1 2 3 4 5 6 7 8 t (s)
A2 RESOLUÇÃO:
Como a velocidade varia linearmente com o tempo (é direta-
mente proporcional, pois a velocidade diminui linearmente
FRENTE A
com o tempo), a representação gráfica do espaço seria uma
24
curva, na qual o vértice da parábola ocorre no instante t = 4 s,
ou seja, quando ocorre a inversão de velocidade (do positivo
para o negativo).
FÍSICA

Sabemos que a área sob o gráfico v 3 t nos fornece o des- Observação: É importante ressaltar que o gráfico S × t não
locamento no movimento dado. A área do triângulo A1, representa a forma da trajetória do corpo. Apenas apresenta
de t 5 0 até t 5 4 s, tem valor positivo; a área do triângulo as funções horárias do movimento.

Cinemática: movimento retilíneo 39


PARA CONSTRUIR

1 (Unicamp-SP) Para fins de registros de recordes mundiais, nas c) Calcule o espaço que o automóvel percorreu desde t 5 0
provas de 100 metros rasos não são consideradas as marcas até t 5 4,0 s.
Esse espaço será dado pela área sob o gráfico v 3 t. Vemos, no
em competições em que houver vento favorável (mesmo
gráfico, que se trata da área de um triângulo cuja base correspon-
sentido do corredor) com velocidade superior a 2 m/s. Sabe- de a 4,0 s e cuja altura corresponde a 10 m/s. Então:
-se que, com vento favorável de 2 m/s, o tempo necessário
base ? altura 4,0 ? 10,0
para a conclusão da prova é reduzido em 0,1 s. Se um velocis- ∆S 5 área 5 5 5 20 m
2 2
ta realiza a prova em 10 s sem vento, qual seria sua velocida-
de se o vento fosse favorável com velocidade de 2 m/s? c
a) 8,0 m/s.
b) 9,9 m/s.
c) 10,1 m/s.
d) 12,0 m/s.

Velocidade média do atleta com a ajuda do vento:


3 (Fuvest-SP – Adaptada) Arnaldo e Batista disputam uma cor-
ΔS 100 m
v5 5 rida de longa distância. O gráfico das velocidades dos dois
Δt 9,9 s
atletas, no primeiro minuto da corrida, é mostrado na figura.
v . 10,1 m/s.
v (m/s)

6 Arnaldo

4 Batista

2 Considerando o gráfico abaixo, responda: 2


v (m/s)
0
10,0 0 10 20 30 40 50 60 t (s)

5,0 Determine:
a) as distâncias dA e dB percorridas por Arnaldo e Batista, res-
pectivamente, até t 5 50 s;
0 1,0 2,0 3,0 4,0 t (s)
A distância percorrida é dada pela área sob o gráfico, logo, temos:
∆S 5 área (v 3 t)
a) Como se calcula, usando o gráfico v 3 t, o espaço per- 50 ? 5
dA 5 5 125 m
corrido por um corpo, em movimento variado, desde um 2
4
instante t1 até um instante t2? dB 5 (50 1 30) ? 5 160 m
2
A distância que o corpo percorre é dada pela área sob o gráfico
v 3 t.

b) A figura desse exercício mostra o gráfico v 3 t para o mo- b) a velocidade média vA de Arnaldo no intervalo de tempo
vimento de um automóvel. Esse movimento é uniforme? entre 0 e 50 s.
Vemos que a velocidade do automóvel diminui à medida que A velocidade média de Arnaldo é:
ΔS 125
passa o tempo. Como v está variando, o movimento não é vA 5 A 5 5 2,5 m/s
Δt 50
uniforme.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 3 Para aprimorar: 1 e 2

40 Cinemática: movimento retilíneo


O que é aceleração?
Consideremos um automóvel cujo velocímetro esteja indicando, em certo ins-
tante, uma velocidade de 30 km/h. Se, após 1 s, a indicação do velocímetro passar
para 35 km/h, podemos dizer que a velocidade do carro variou de 5 km/h em 1 s. Em
outras palavras, dizemos que, em média, esse carro aumenta 5 km/h a cada segundo. O
valor 5 (km/h)/s representa a aceleração média do veículo. O conceito de aceleração
está sempre relacionado com uma mudança na velocidade em um intervalo de tempo.
Para definirmos matematicamente aceleração, suponhamos um corpo em movi-
mento retilíneo, como um ciclista se movendo numa trajetória retilínea, por exemplo.
Representemos por v1 o valor de sua velocidade no instante t1. Se o movimento do cor-
po for variado, no instante t2 sua velocidade terá um valor v2 diferente de v1, isto é, du-
rante o intervalo de tempo Δt 5 t2 2 t1, a velocidade sofreu uma variação Δv 5 v2 2 v1.
BLURAZ/SHUTTERSTOCK
O valor da aceleração escalar média do corpo é dado por:

v 2 v1
⇒ a 5 ∆v
variação da velocidade
a5 ⇒ a5 2
intervalo de tempo decorrido t 2 2 t1 ∆t Atividade
Experimental
Ao analisarmos os conceitos vetoriais de velocidade e aceleração, veremos que o fato de um Acesse o Material Comple-
movimento retilíneo ser acelerado ou retardado pode ser expresso de uma maneira geral, e mais mentar disponível no Portal e
apropriada, do seguinte modo: aprofunde-se no assunto.

Um movimento será acelerado quando a velocidade e a aceleração tiverem o mesmo sen-


tido; e será retardado quando elas tiverem sentidos opostos.
COMENTÁRIO

Para facilitar o estudo do


EXERCÍCIO RESOLVIDO movimento variado, vamos
considerar a velocidade sempre
5 Na figura a seguir, suponhamos que v1 5 10 m/s e que, após 12 s (Δt 5 12 s), a velocidade com valor positivo, isto é, vamos
seja v2 5 70 m/s. considerar que o sentido no qual
Qual foi a aceleração média do corpo? o corpo está se movendo é po-
sitivo. Dessa maneira, podemos
RESOLUÇÃO: v1 v2
concluir que:
t1 t2
Usando a equação de definição: 1. A aceleração escalar não indi-
70 210 60 m/s Quando a velocidade de um corpo varia, dizemos que o ca o sentido do movimento,
a 5 Δv 5 5 ⇒ a 5 5,0 corpo possui aceleração.
Δt 12 12 s mas mostra com que rapidez a
Esse resultado significa que a velocidade do corpo aumentou de 5,0 m/s em cada 1 s. velocidade varia.
As unidades são expressas por: 2. Se o valor da velocidade esti-
m/s ver aumentando com o tem-
a 5 5,0 5 5,0 m ⇒ a 5 5,0 m2 5 5,0 m /s2
s s⋅s s po, teremos v2 . v1 (Δv . 0),
Esse movimento, no qual a velocidade cresce com o tempo, será denominado movimento e a aceleração do movimento
acelerado. será positiva. Neste caso, dize-
Se a velocidade diminuir com o tempo, o movimento será retardado. Por exemplo: mos que o movimento é ace-
se v1 5 36 m/s e, após 5,0 s, a velocidade passar para v2 5 6,0 m/s, a aceleração do lerado.
FRENTE A
movimento será: 3. Se o valor da velocidade esti-
6 2 36 230 ver diminuindo com o tempo,
a 5 Δv 5 5 ⇒ a 52 6,0 m/s2
Δt 5 5 teremos v2 , v1 (Δv , 0), e a
FÍSICA

Isso significa que a velocidade está diminuindo de 6,0 m/s a cada 1 s. aceleração do movimento
Observe que, no movimento acelerado, o valor da aceleração é positivo e, no movimen- será negativa. Neste caso, di-
to retardado, negativo. Lembre-se de que estamos considerando a velocidade sempre zemos que o movimento é
positiva. retardado.

Cinemática: movimento retilíneo 41


Portal MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE VARIADO
SESI
Educação www.sesieducacao.com.br Suponha que estejamos observando o velocímetro de um carro em movimento retilíneo, em
intervalos de tempo sucessivos de 1 s, e que obtivemos os seguintes resultados:
Acesse o portal e amplie seus co-
nhecimentos sobre movimento 1a observação 30 km/h
Δv 5 5 km/h
retilíneo uniformemente variado
com a simulação interativa MRUV. 2a observação 35 km/h
Δv 5 15 km/h
3a observação 50 km/h
Δv 5 2 km/h
4a observação 52 km/h
Podemos notar que a variação da velocidade (Δv) a cada segundo não é constante e, portanto,
a aceleração do carro não é constante.
Entretanto, em outra observação do velocímetro, poderíamos obter os valores seguintes:
1a observação 30 km/h
Δv 5 5 km/h
2a observação 35 km/h
Δv 5 5 km/h
3a observação 40 km/h
Δv 5 5 km/h
4a observação 45 km/h

Nesse caso, a variação da velocidade a cada segundo é constante, isto é, a aceleração do mo-
vimento é constante. Um movimento como esse, no qual a aceleração é constante, é denominado
movimento retilíneo uniformemente variado. Até o fim desta seção, estudaremos apenas mo-
vimentos desse tipo.

Velocidade
v
v0
Consideremos um corpo em movimento uniformemente variado, com uma velocidade v0 no
a
instante em que vamos iniciar a contagem do tempo, ou seja, t 5 0 (fig. 4). A velocidade v0 é deno-
minada velocidade inicial. Tratando-se de um movimento uniformemente variado, o corpo possui
t50 t uma aceleração a constante, ou seja, a variação de sua velocidade a cada segundo é numericamente
ΔS igual ao valor de a. Assim, a velocidade v do corpo variará do seguinte modo:
em t 5 0, a velocidade é v 5 v0
Fig. 4 – A velocidade inicial v0 é em t 5 1 s, a velocidade é v 5 v0 1 a ? 1
aquela que o corpo possui no
instante t = 0. em t 5 2 s, a velocidade é v 5 v0 1 a ? 2
em t 5 3 s, a velocidade é v 5 v0 1 a ? 3
e, depois de t segundos, a velocidade será v 5 v0 1 a ? t.
Portanto, a velocidade v, depois de decorrido um tempo t qualquer, é dada por:

v 5 v0 1 at

Observe que o valor da velocidade, no instante t, é a soma da velocidade inicial com o produto
a ? t, que representa a variação da velocidade durante o tempo t.
Velocidade

v Espaço percorrido
at O espaço percorrido pelo corpo desde o instante inicial até o instante t (fig. 4) é dado
v0 v pela área sob o gráfico v 3 t. O gráfico v 3 t, que corresponde à equação v 5 v0 1 at, é reti-
v0 líneo (fig. 5), mas não passa pela origem, pois, quando t 5 0, v0 Þ 0. Observe que v não é di-
retamente proporcional a t. Caso v variasse linearmente, duplicando-se o valor de t, o va-
0 t Tempo
lor de v também seria duplicado, e podemos notar, pelo gráfico, que isso não ocorre.
A figura 5 mostra o gráfico v 3 t para o caso em que a velocidade cresce com o tempo. Caso
Fig. 5 – Gráfico v 3 t de um movimento a aceleração fosse negativa, o gráfico v 3 t continuaria a ser retilíneo, mas uma reta
uniformemente acelerado. decrescente.

42 Cinemática: movimento retilíneo


Na figura 5, a área sob o gráfico é a soma das áreas dos seguintes polígonos:
BIOGRAFIA
um retângulo de lados v0 e t: árearetângulo 5 v0t;
t ⋅ at 1 2

DE AGOSTINI/G.CARFAGNA/EASYPIX
um triângulo de base t e altura at: áreatriângulo 5 5 at .
2 2
Portanto, o espaço percorrido pelo corpo (ΔS), numericamente igual à área total sob o gráfico,
será dado por:

∆S 5 v 0 t 1 1 at 2
2

Observe que esta relação entre as variáveis S e t é do tipo y 5 Ax2 1 Bx 1 C (trinômio do 2o


grau), no qual: Monumento a Torricelli na praça de
y corresponde a S; S. Francesco, em Faença, Itália.
x corresponde a t;
O nome do matemático e físico
e as constantes: A 5 1 a; B 5 v0 ; C 5 0. italiano Evangelista Torricelli
2
(1608-1647) é conhecido princi-
Equação de Torricelli palmente por seus experimentos
Já vimos que, conhecendo a velocidade v0 e a aceleração a no movimento uniformemente barométricos e pela invenção do
variado, as expressões barômetro: um instrumento utili-
zado para medir a pressão atmos-
v 5 v 0 1 at e ∆S 5 v 0 t 1 1 at 2 férica. Ele também foi responsável
2 pela descoberta da fórmula que
nos permitem calcular, respectivamente, a velocidade e o espaço percorrido, em função do tempo t. calcula a velocidade final de um
Pode acontecer que tenhamos necessidade de calcular a velocidade do corpo após ter percorrido corpo sem necessitar do intervalo
um certo espaço, sem que seja conhecido o tempo do movimento. Para isso, podemos isolar t na de tempo realizado no movimen-
to. Sucessor de Galileu na cátedra
primeira equação:
de matemática da Universidade
v 2 v0 da Toscana, seus estudos contri-
t5
a buíram para muitos avanços nas
ciências.
e substituir esse valor na segunda equação:
2
v 2 v0 1  v 2 v0 
∆S 5 v 0 ⋅ 1 ⋅a⋅
a 2  a 
Efetuando o desenvolvimento algébrico e simplificando, obtemos:

v2 5 v02 1 2aΔS

Com essa expressão, podemos calcular a velocidade v em função do espaço percorrido ΔS (sem
conhecer o tempo t).
Observações:
1
1. A relação ∆S 5 at 2 nos mostra que a distância ΔS varia proporcionalmente com o quadrado do
2
tempo t ((∆∆SSα~
αtt22)) . Isso significa, por exemplo, que: ΔS

duplicando t, o valor de ΔS é multiplicado por 4 (22);


triplicando t, o valor de ΔS é multiplicado por 9 (32), e assim sucessivamente.
O gráfico ΔS 3 t, para esse caso, não é retilíneo, tendo o aspecto mostrado na figura 6 (essa curva
FRENTE A
é denominada parábola).
2. Já vimos que o movimento uniformemente variado pode ser acelerado ou retardado.
As equações 0 t

v 5 v 0 1 at; S 5 v0 t 1 1 at 2; v2 5 v02 1 2aΔS


FÍSICA

2 Fig. 6 – Esta curva (um


trecho de parábola)
são válidas para os dois casos. Entretanto, não se deve esquecer de que, no movimento retardado, representa a relação
a aceleração é negativa e isso deve ser levado em conta quando as equações citadas forem usadas d ~ t2, para t maior que
(lembre-se de que estamos considerando a velocidade sempre positiva). ou igual a zero.

Cinemática: movimento retilíneo 43


EXERCÍCIO RESOLVIDO

6 Um automóvel possui uma velocidade de 10 m/s no instante em que o motorista pisa no acelerador. Isso comunica ao carro uma
aceleração constante, que faz com que sua velocidade aumente para 20 m/s em 5,0 s. Considere t 5 0 no instante em que o
motorista pisa no acelerador.
a) Qual é a aceleração do automóvel?
b) Supondo que o carro foi mantido com essa aceleração até o instante t 5 10 s, qual é a velocidade atingida nesse instante?
c) Qual é o espaço percorrido pelo carro desde o início da aceleração até o instante t 5 10 s?
d) No instante t 5 10 s, o motorista pisa no freio, retardando o automóvel com uma aceleração constante de 6,0 m/s2. Qual é o
espaço que o carro percorre desde esse instante até parar?

RESOLUÇÃO:
a) No instante t 5 0, temos v0 5 10 m/s e, no instante t 5 5,0 s, v 5 20 m/s. Substituindo esses valores na equação v 5 v0 1 at,
temos:
20 5 10 1 a . 5,0 ⇒ a 5 2,0 m/s2
b) Usando novamente a equação v 5 v0 1 at:
v 5 10 1 2,0 . 10 ⇒ v 5 30 m/s
c) Substituindo os valores na expressão do espaço percorrido:
ΔS 510 ?10 1 1 ? 2 ?102 ⇒ ΔS 5 200 m
2
d) Para esta questão, o instante inicial será aquele no qual a velocidade era de 30 m/s, isto é, v0 5 30 m/s. Como a velocidade
diminui com o passar do tempo, a aceleração é negativa: a 5 26,0 m/s2. Já que não conhecemos o tempo que o carro
gasta para parar, vamos empregar a Equação de Torricelli: v2 5 v20 1 2aΔS. Como estamos procurando o valor do espaço
ΔS que o carro percorre até parar, teremos v 5 0. Assim:
0 5 302 1 2 (26) ΔS ⇒ ΔS 5 75 m

PARA CONSTRUIR

4 (UFTM-MG) Um motorista trafega por uma avenida reta e pla- 5 (Uerj) Dois carros, A e B, em movimento retilíneo acelerado,
na a 54 km/h, quando percebe que a luz amarela de um se- cruzam um mesmo ponto em t 5 0 s. Nesse instante, a velo-
máforo, 108 m à sua frente, acaba de acender. Sabendo que cidade v0 de A é igual à metade da de B, e sua aceleração a
ela ficará acesa por 6 segundos, e como não há ninguém à corresponde ao dobro da de B. Determine o instante em que
sua frente, ele decide acelerar o veículo para passar pelo cru- os dois carros se reencontrarão, em função de v0 e a.
zamento antes de o semáforo ficar vermelho. Considerando
Para o carro A: Os dois carros se reencontrarão em:
constante a aceleração do veículo e que o motorista consiga
1 ΔSA 5 ΔSB
passar pelo semáforo no exato instante em que a luz verme- ΔSA 5 v 0 t 1 at 2
2 1 2 1
lha se acende, sua velocidade, em km/h, no instante em que v0t 1 at 5 2v 0 t 1 at 2
Para o carro B: 2 4
passa pelo semáforo é igual a: b
∆SB5 2v 0t 1
1a 2
22
t (1
2
1
)
a 2 a ? t 2 5 (2v 0 2 v 0 ) ? t
4
a) 64,8. b) 75,6. c) 90,0. d) 97,2. 4v
t5 0
a
Vamos encontrar a aceleração para o deslocamento (ΔS) de 108 me-
tros durante o intervalo (Δt) de 6 segundos com velocidade inicial (v0)
⎛ 54 ? 1 000 m ⎞
de 54 km/h ⎜ v 0 5 54 km/h 5 5 15 m/s⎟ :
⎝ 3600 s ⎠
1 2 A velocidade após 1 segundo de
ΔS 5 v 0 t 1 at
2 movimento acelerado é:
1 2 v 5 v0 1 at
108 5 15 ? 6 1 ? a ? 6
2 v = 15 1 1 ? 6
108 5 90 1 18 ? a
18 ? a 5 108 2 90 v 5 21 m/s
a 5 1m/s2 v 5 75,6 km/h

44 Cinemática: movimento retilíneo


6 (UEL-PR) No circuito automobilístico de Spa Francorchamps, c) Aceleração (m/s2) 10
na Bélgica, um carro de Fórmula 1 sai da curva Raidillion e, 0
depois de uma longa reta, chega à curva Les Combes.
210
Raidillion Les Combes
220

230

240

250
0 5 10 15 20 25
Tempo (s)

Circuito automobilístico de Spa Francorchamps. d) Aceleração (m/s2) 10

0
A telemetria da velocidade versus tempo do carro foi regis-
trada e é apresentada no gráfico a seguir. 210

220
GLOSSÁRIO

Telemetria: 230
Telemetria é uma técnica que mede distâncias entre um observador e
um ponto distante por meio de um instrumento chamado telêmetro. 240

250
Velocidade (m/s) 100 0 5 10 15 20 25
Tempo (s)
90
80 e) Aceleração (m/s2) 40
70
30
60
20
50
40 10
0 5 10 15 20 25
Tempo (s) 0

Qual das alternativas a seguir contém o gráfico que melhor 210


representa a aceleração do carro de F-1 em função deste 0 5 10 15 20 25
mesmo intervalo de tempo? d Tempo (s)

a) Aceleração (m/s2)
40
Observando o gráfico v 3 t, temos:
30 Entre 0 e 2,5 segundos, a aceleração é positiva:
Δv 75 2 70 5
20 a5 5 5 5 2 m/s2
Δt 2,5 2 0 2,5
10 Entre 2,5 e 5 segundos, a aceleração é positiva e maior do que a
aceleração do intervalo anterior:
0
Δv 90 2 75 15
a5 5 5 5 6 m/s2
210 Δt 5 2 2,5 2,5
Entre 5 e 22,5 segundos, a aceleração é nula, pois a velocidade é
0 5 10 15 20 25
constante:
Tempo (s) Δv
a5 50
b) Aceleração (m/s2) 10 Δt
Entre 22,5 e aproximadamente 25 segundos, a aceleração é negativa.
0
FRENTE A
210

220
7 (UFT-TO) Uma partícula se movimenta em linha reta de ma-
neira que o módulo de sua velocidade durante o movimento
FÍSICA

230

240
está representado no gráfico a seguir como uma função do
tempo (v 3 t). Baseado nas informações do gráfico, qual va-
250 lor representa o módulo da velocidade média da partícula
0 5 10 15 20 25
Tempo (s)
durante o movimento? e

Cinemática: movimento retilíneo 45


v (m/s) 12 a) Qual será a distância total percorrida pelo atleta ao termi-
10
nar o treino?
A distância total percorrida é igual a 8 vezes a soma dos dois tre-
8 chos, ou seja, 8 ? (d1 1 d2). No primeiro trecho d1, temos 1 km 5
5 1 000 m. No segundo trecho d2, temos v2 ∙ Δt2 5 2 m/s ? 120 s 5
6 5 240 m. Logo, a distância percorrida é 8 ? (1 000 1 240) 5 9 920 m.
b) Para atingir a velocidade de 10,8 km/h, partindo do repou-
4
so, o atleta percorre 3 m com aceleração constante. Calcu-
2 le o módulo da aceleração a do corredor neste trecho.
v2 5 v02 1 2aΔS
0 1 2 3 4 5 2
t (s) v 2 v20 2
3 20
a5 5 5 1,5 m/s2.
2 ? ∆S 2? 3
a) 7,0 m/s. 9 (PUC-RJ) Os vencedores da prova de 100 m rasos são chama-
b) 7,5 m/s. dos de homem/mulher mais rápidos do mundo. Em geral,
c) 8,0 m/s. após o disparo e acelerando de maneira constante, um bom
d) 8,5 m/s. corredor atinge a velocidade máxima de 12,0 m/s a 36,0 m
e) 9,0 m/s. do ponto de partida. Esta velocidade é mantida por 3,0 s. A
partir deste ponto, o corredor desacelera também de manei-
v (m/s) 12
10
ra constante, com a 5 −0,5 m/s2, completando a prova em
8 aproximadamente 10 s. É correto afirmar que a aceleração
6 nos primeiros 36,0 m, a distância percorrida nos 3,0 s seguin-
B
4
A
tes e a velocidade final do corredor ao cruzar a linha de che-
2 gada são, respectivamente: a
0 1 2 3 4 5 a) 2,0 m/s2; 36,0 m; 10,8 m/s.
t (s)
b) 2,0 m/s2; 38,0 m; 21,6 m/s.
A velocidade média é dada por: c) 2,0 m/s2; 72,0 m; 32,4 m/s.
ΔS ΔSA ΔSB d) 4,0 m/s2; 36,0 m; 10,8 m/s.
vm 5 5 1
Δt Δt Δt e) 4,0 m/s2; 38,0 m; 21,6 m/s.
Como a área do gráfico dado v 3 t é numericamente igual ao espaço
percorrido: 1a etapa: v0 5 0 e v 5 12 m/s e o espaço percorrido foi de 36,0 m
ΔSA 5 b A ? hA 5 (12 0) ? 6 5 6 m v 22 v 20 122
v2 5 v02 1 2aΔS ⇒ a 5 5 5 2 m/s2 .
ΔSB 5 bB ? hB 5 (4 21) ? 10 5 30 m 2 ? ∆S 2 ? 36
Logo, teremos vm 5 6 1 30 5 9,0 m/s 2a etapa: o corredor mantém velocidade constante, v 5 12 m/s, du-
4 rante 3,0 s. O espaço percorrido foi
∆S
vm 5 ⇒ ∆S 5 v ? ∆t ⇒ ∆S 5 12 ? 3 ⇒ ∆S 5 36 m.
∆t
8 (Unicamp-SP) Correr uma maratona requer preparo físico e
3a etapa: espaço percorrido ΔS 5 36 m 1 36 m 5 72 m, logo faltam
determinação. A uma pessoa comum se recomenda, para o 28 m para completar os 100 m.
treino de um dia, repetir 8 vezes a seguinte sequência: correr v2 5 v02 1 2aΔS ⇒ v2 5 122 1 2 ? (20,5) ? 28 ⇒ v2 5 116 ⇒ v .
a distância de 1 km à velocidade de 10,8 km/h e, posterior- . 10,8 m/s
mente, andar rápido a 7,2 km/h durante dois minutos.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 4 a 6 Para aprimorar: 3 e 4

QUEDA LIVRE
Entre os diversos movimentos que ocorrem na natureza, houve sempre a b
interesse no estudo do movimento de queda dos corpos próximos à superfície
da Terra. Quando abandonamos um objeto de uma certa altura, podemos ve-
v50
rificar que, ao cair, sua velocidade cresce. Neste caso, o movimento do objeto
é acelerado (fig. 7a). Por outro lado, se lançarmos o objeto para cima, sua velo-
cidade diminui gradualmente até se anular no ponto mais alto. Neste caso, o
movimento de subida do objeto é retardado (fig. 7b).
v0

Fig. 7 – (a) Desprezando-se a resistência do ar, quando um corpo cai, sua veloci-
dade aumenta de forma constante. (b) Se o objeto for arremessado para cima, sua velocidade v
diminuirá de forma constante, anulando-se no ponto mais alto da trajetória da subida.

46 Cinemática: movimento retilíneo


GLOSSÁRIO
Aristóteles versus Galileu Peso:
Apesar de usarmos “peso” no cotidia-
Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) acreditava que, se abandonássemos corpos leves e pesados
no, ao nos referirmos à quantidade de
de uma mesma altura, os seus tempos de queda não seriam iguais. Para ele, os corpos mais matéria presente num corpo – po-
pesados alcançariam o solo antes dos mais leves. A crença nesta afirmação perdurou durante dendo ser medida numa balança –,
quase 2 mil anos. Isso ocorreu em virtude da grande influência do pensamento aristotélico a terminologia física correta é “massa”.
em várias áreas do conhecimento. “Peso”, como será aprofundado futu-
ramente, depende da atração exer-
Somente no século XVII, o físico italiano Galileu Galilei iria se opor à hipótese de cida por um corpo sobre outro, e é
Aristóteles. Para Galileu, se um corpo leve e outro pesado fossem abandonados de uma dada pela aceleração da gravidade.
mesma altura simultaneamente, ambos atingiriam o chão ao mesmo tempo. A partir
desse pensamento expresso por Galileu, surgiu a lenda da famosa experiência em que o

JAMES EMMERSON/ROBERT HARDING


WORLD IMAGERY/GETTY IMAGES
físico subiu ao alto da Torre de Pisa e, para demonstrar experimentalmente sua afirmativa,
teria abandonado várias esferas de pesos diferentes, que atingiram o chão simultanea-
mente. Galileu sabia que a afirmação de que os corpos caíam com uma velocidade igual
valia apenas para o caso de a queda ser realizada sem a influência da resistência do ar 2
no vácuo. Assim, se ele realmente tivesse realizado a experiência, seriam os aristotélicos
que teriam razão, e não ele.

Ao deixarmos cair uma pedra e uma folha de papel, a pedra cai mais depressa do que a folha
de papel, como afirmava Aristóteles. Entretanto, podemos mostrar que isso se dá porque o ar exerce
um efeito retardador na queda de qualquer objeto e que esse efeito exerce maior influência sobre
o movimento da folha de papel do que sobre o movimento da pedra. De fato, se deixarmos cair
a pedra e a folha de papel dentro de um tubo do qual se retirou o ar, ou seja, onde foi feito vácuo,
verificaremos que os dois objetos caem simultaneamente, como afirmava Galileu. Entretanto, na
época de Galileu, não era possível realizar experimentos com vácuo.
A afirmativa de Galileu só seria válida para os corpos em queda no vácuo. Observamos, entre-
tanto, que a resistência do ar só retarda sensivelmente certos corpos, como uma folha de papel, um
A Torre de Pisa, situada na Toscana, na
pedaço de algodão ou uma pena, sendo desprezível para outros, mais pesados, como uma pedra,
Itália, com 56 metros de altura e 4 graus de
uma esfera de metal ou um pedaço de madeira. Para estes últimos, a queda no ar ocorre, pratica- inclinação, é um campanário da catedral
mente, como se os corpos estivessem caindo no vácuo, isto é, abandonados de uma mesma altura, situada na cidade italiana de Pisa. A torre
no ar, estes corpos caem simultaneamente, como afirmava Galileu. é um dos mais famosos monumentos
mundiais e está aberta à visitação do
O movimento de queda dos corpos no vácuo ou no ar, quando a resistência do ar é desprezível, público. Para atingir o topo, deve-se subir
é denominado queda livre. 296 degraus.

ROC CANALS PHOTOGRAPHY/FLICKR RF/GETTY IMAGES


HENRIK SORENSEN/DIGITAL VISION/GETTY IMAGES

FRENTE A
FÍSICA

A resistência do ar afeta o movimento, retardando No vácuo, uma pedra e uma folha de papel caem com
alguns corpos mais do que outros. a mesma aceleração.

Cinemática: movimento retilíneo 47


A aceleração da gravidade
GLOSSÁRIO

Estroboscopia: O movimento de queda livre é uniformemente acelerado, isto é, durante a queda o corpo cai
Estroboscopia é um método que com aceleração constante. Essa aceleração, denominada aceleração da gravidade, é representada ge-
permite a observação e o registro ralmente por g , e podemos concluir que o seu valor é o mesmo para todos os corpos em queda livre.
de um corpo em movimento, como
se estivesse parado, através de um A determinação do valor de g pode ser feita de várias maneiras. Por exemplo, usando técnicas
conjunto de imagens que são capa- modernas, podemos obter uma fotografia estroboscópica.
zes de representar o movimento des- As imagens abaixo mostram as posições sucessivas de duas bolas, de massas diferentes, em que-
crito pelo corpo estudado. Uma foto da livre. Vemos que essas bolas abandonadas no mesmo instante caem simultaneamente. Como as
estroboscópica é tirada mantendo-se
posições sucessivas foram fotografadas em intervalos de tempo iguais, temos que a aceleração é cons-
o obturador da câmara fotográfica
aberto enquanto uma lâmpada es- tante. Em um experimento moderno, pode-se anotar os tempos de queda e o espaço percorrido por
troboscópica ilumina o ambiente em ambas as bolas e, através de cálculos simples, obter o valor aproximado da aceleração da gravidade:
intervalos de tempo iguais.
g 5 9,8 m/s2
TED KINSMAN/PHOTO RESEARCHERS/GETTY IMAGES

Isto é, quando um corpo está em queda livre, sua velocidade aumenta de 9,8 m/s a cada 1 s.
Se o corpo for lançado verticalmente para cima, sua velocidade diminui de 9,8 m/s a cada 1 s (fig. 7).

LIGHTSPRING/SHUTTERSTOCK
Velocidade Tempo em s
SASHKIN/SHUTTERSTOCK

em m/s

g
0 0s

9,8 m/s 1s

Exemplo de fotografia
estroboscópica.

19,6 m/s 2s

29,4 m/s 3s

Duas bolas de massas


diferentes caem Quando um corpo cai em queda
simultaneamente com a livre, sua velocidade aumenta de
aceleração (g) constante. 9,8 m/s a cada segundo.

As equações da queda livre


Como o movimento de queda livre é uniformemente acelerado, podemos aplicar a ele as
equações estudadas na seção anterior. Supondo que um corpo seja lançado para baixo com
uma velocidade inicial v0, após cair durante um tempo t e ter percorrido um espaço ΔS, são
válidas as equações:
Essas equações podem ser empregadas para o movimento • v 5 v 0 1 at
Desafio de subida, bastando lembrar que, neste caso, o movimento é uni-
• ∆S 5 v 0 t 1 1 at 2
formemente retardado, ou seja, a aceleração será negativa, pois 2
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
convencionamos considerar a velocidade sempre positiva para o v2 5 v02 1 2aΔS
aprofunde-se no assunto. mesmo sentido do movimento. Com a 5 g

48 Cinemática: movimento retilíneo


JAY NEMETH/RED BULL STRATOS/AP PHOTO/GLOW IMAGES
O recorde mundial para o salto livre
com paraquedas foi registrado em 2012,
quando o ex-instrutor do exército aus-
tríaco Felix Baumgartner saltou de um
balão na estratosfera do planeta, que-
brando a barreira do som em queda livre.
O salto vertiginoso tinha 39 kilometros
de altura. A máxima velocidade atingida
por ele foi de aproximadamente 1 340
km/h, e o salto durou aproximadamente
4 minutos e 20 segundos, tudo transmi-
tido ao vivo.
Com base em: <http://exame.abril.com.br/
marketing/noticias/video-mostra-em-primeira-
pessoa-o-salto-de-felix-baumgartner>.
Acesso em:15 jul. 2014

Portal
SESI
Educação www.sesieducacao.com.br

Acesse o portal e aprimore seus


O austríaco Felix Baumgartner, na estratosfera conhecimentos de queda livre
da Terra, momentos antes do salto. com o jogo Salvando o náu-
frago.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

7 Um corpo é lançado verticalmente para cima com uma velo-


cidade inicial v0 5 30 m/s. Considere g 5 10 m/s2 e despreze
c) O espaço percorrido é dado por ΔS 5 v0t 1 1 at2. Como,
2 ()
a resistência do ar. para atingir o ponto mais alto, o tempo gasto é t 5 3,0 s,
a) Qual será a velocidade do corpo 2,0 s após o lançamento?
b) Quanto tempo o corpo gasta para atingir o ponto mais
teremos, para a altura máxima: ΔS 5 30 . 3,0 1
⇒ ΔS 5 45 m.
1
2
. 10 . 3,02 ⇒ ()
alto de sua trajetória? d) Ao descer, o corpo parte do repouso no ponto mais alto
c) Qual é a altura máxima alcançada pelo corpo? e percorre o mesmo espaço que percorreu ao subir. Então,
d) Qual é a velocidade com que o corpo retorna ao ponto de na equação v2 5 v02 1 2aΔS, temos v0 5 0, ΔS 5 45 m e
a 5 g 5 10 m/s2. Logo:
lançamento?
v 2 5 2 . 10 . 45 ⇒ v 5 30 m/s.
e) Quanto tempo o corpo gasta para descer?
O corpo retorna ao ponto de partida com a mesma velo-
RESOLUÇÃO: cidade com que foi lançado. FRENTE A

a) A velocidade será dada por v 5 v0 1 at e, como o movi- e) Este tempo poderá ser obtido da equação v 5 v0 1 at, em
que v0 5 0 (o corpo parte do repouso no ponto mais alto),
mento é retardado, temos a 5 210 m/s2. Portanto:
v 5 30 m/s (conforme obtivemos na questão anterior) e
v 5 30 2 10 . 2,0 ⇒ v 5 10 m/s.
FÍSICA

a 5 10 m/s2. Teremos:
b) No ponto mais alto, v 5 0, e, portanto, a equação v 5 v0 1 30 5 10t ⇒ t 5 3,0 s.
1 at nos fornece: Observe que, quando um corpo é lançado para cima, o
0 5 30 2 10 t ⇒ t 5 3,0 s. tempo de descida é igual ao de subida.

Cinemática: movimento retilíneo 49


PARA CONSTRUIR

10 (UEPB) Um marceneiro está trabalhando na cobertura de um Altura (m)

edifício. Por descuido, o martelo de massa 300 g escapa de


sua mão e cai verticalmente. Sabendo-se que a velocidade
hmáx.
do martelo imediatamente antes de tocar o solo é de 25 m/s
num tempo de queda igual a 2 s e considerando a aceleração
H
da gravidade 10 m/s2, a altura do edifício, em metros, é: d
a) 15. b) 25. c) 20. d) 30. e) 10.

A velocidade inicial do martelo é dada por:


v 5 v 0 1 at
25 5 v 0 1 2 ? 10 1a bolinha 2a bolinha 3a bolinha
v 0 5 25 2 20
v 0 5 5 m/s
Para obtermos a altura do prédio, empregamos a equação:
Considerando g 5 10 m/s2 e que os efeitos da resistência do
ar ao movimento podem ser desprezados, determine:
v 2 5 v 20 1 2a∆S
v 2 2 v 20 a) a altura máxima (hmáx.) atingida pela primeira bolinha e o
∆S 5
2a instante de lançamento da terceira bolinha.
252 2 52 Para obtermos a primeira equação:
∆S 5
2 ? 10 v2 5 v02 1 2ahmáx.
625 2 25 v 2 2 v 20 02 2152
∆S 5 hmáx. 5 ⇒ hmáx. 5 ⇒
20 2a 2 ? (2 10)
∆S 5 30 m
2225
⇒ hmáx 5 ⇒ hmáx. 5 11,25 m
11 (Uerj) Três pequenas esferas, E1, E2  e E3, são lançadas em um 220
mesmo instante, de uma mesma altura, verticalmente para o O instante de lançamento da terceira bolinha é dado por:
v 5 v 0 1 at
solo. Observe as informações da tabela: 
v 2 v0 215 215
t5 ⇒ t5 ⇒
a (210)
Esfera Material Velocidade inicial 2 30
⇒ t5 ⇒ t 53 s
E1 Chumbo v1 210
b) o instante e a altura H, indicada na figura, em que a pri-
E2 Alumínio v2 meira e a segunda bolinhas se cruzam.
E3 Vidro v3 Para determinar o instante e a altura H, indicada na figura, em que
a 1a e a 2a bolinhas se cruzam, empregamos as fórmulas:
1
ΔS 5 v 0 t 1 at 2
A esfera de alumínio é a primeira a alcançar o solo; a de 2
chumbo e a de vidro chegam ao solo simultaneamente. A 1
H 2 H0 5 v 0 t 1 at 2
2
relação entre v1, v2 e v3 está indicada em: b 1
H 5 H0 1 v 0 t 1 at 2
a)  v1 , v3 , v2  c)  v1 5 v3 . v2 2
1
Bolinha 1 → H1 5 15t 1 (210)t 2
b)  v1 5 v3 , v2 d)  v1 , v3 5 v2 2
1
Bolinha 2 → H2 5 15 (t 2 1) 1 (210)(t 21)2
As esferas, como qualquer outro objeto, em queda livre possuem a 2
mesma aceleração (g). A equação que relaciona o espaço percorri- As duas bolinhas irão se encontrar em:
do (altura h), a velocidade inicial v0, a aceleração (g) e o tempo t de H1 5 H2
queda é:  1 1
1 15t 1 (210) t 2 515 (t 2 1) 1 (210) (t 2 1)2 ⇒ t 5 2 s
h 5 v 0 t 1 gt 2 2 2
2
Como o meio em que as esferas estão imersas não é o vácuo, onde Substituindo t 5 2 s em qualquer uma das duas equações das
todas cairiam de uma mesma altura com mesma velocidade, o tempo bolinhas, teremos:
de queda das esferas será menor para a aquela que tiver maior velo- 1 1
cidade inicial, ou seja: v2 . v1 5 v3; logo v1 5 v3 , v2.  H1 5 15t 1 (2 10)t 2 ⇒ H1 5 15 ? 2 1 ? (2 10) ? 22 ⇒
2 2
⇒ H1 5 30 2 20 ⇒ H1 5 10 m
12 (Unifesp) Três bolinhas idênticas são lançadas na vertical, lado
a lado e em sequência, a partir do solo horizontal, com a mes-
ma velocidade inicial, de módulo igual a 15 m/s para cima.
Um segundo após o lançamento da primeira, a segunda bo-
linha é lançada. A terceira bolinha é lançada no instante em
que a primeira, ao retornar, toca o solo.

50 Cinemática: movimento retilíneo


13 (UFPB) Enquanto espera o ônibus, um garoto fica brincando com a sua bola de tênis, lançando-a com a mão para cima e pegando-
-a de volta no mesmo ponto do lançamento. Ele consegue lançar a bola para cima, completamente na vertical, com uma veloci-
dade em módulo de 10 m/s.
A partir dessas informações, entre os gráficos abaixo, identifique o(s) que pode(m) representar o movimento de subida e descida da
bola:

I. v (m/s) III. a (m/s2) V. z (m)

10 10

0 210 0 10
1 2 t (s) 0 1 2 t (s)
t (s)
210
25

II. z (m) IV. a (m/s2)

10
Gráfico I
A origem será adotada no ponto de lançamento e o sen-
tido positivo do eixo z será para baixo.
2
1 2 z0 5 0; v0 5 210 m/s; g 5 10 m/s2
0 1
0 t (s) Escrevendo as equações do movimento para t 5 0, te-
t (s)
mos: z 5 210t 1 5t2; v 5 210 1 10t.
210 Calculando o tempo de subida (tsubida) (lembre-se de que
25
no ponto mais alto a velocidade é nula):
v 5 210 1 10tsubida ⇒ 0 5 210 1 10tsubida ⇒ tsubida 5 1 s
O tempo total (ttotal) é o tempo de ida e volta: ttotal 5 2 s.
Encontrando a posição (z), temos:
z 5 210t 1 5t2 ⇒ z 5 210 ? 1 1 5 ? 12 ⇒ z 5 25 m

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 7 a 9 Para aprimorar: 5 a 9

Veja, no Guia do Professor, as respostas da "Tarefa


para casa". As resoluções encontram-se no portal
em Resoluções e Gabaritos.
TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

a) v (km/h)
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
22
1 (Fuvest-SP) Dirigindo-se a uma cidade próxima, por uma au- 20
toestrada plana, um motorista estima seu tempo de viagem,
considerando que consiga manter uma velocidade média de
90 km/h. Ao ser surpreendido pela chuva, decide reduzir sua 1,0 1,5 2,0 t (h)
velocidade média para 60 km/h, permanecendo assim até a
chuva parar, quinze minutos mais tarde, quando retoma sua b) v (km/h)
velocidade média inicial. Essa redução temporária aumenta 30
seu tempo de viagem, com relação à estimativa inicial, em:
a) 5 minutos. 20
b) 7,5 minutos.
c) 10 minutos.
FRENTE A
1,0 1,5 2,0 t (h)
d) 15 minutos.
e) 30 minutos.
c) v (km/h)
2 (UFPB) Um ciclista observa que, após pedalar por uma hora,
FÍSICA

sua velocidade média foi de 20 km/h. Considerando que,


22
após pedalar por mais uma hora, a sua velocidade média em
todo o percurso foi de 22 km/h, é correto afirmar que uma
representação possível do movimento do ciclista no último
trecho está no gráfico: 1,0 1,5 2,0 t (h)

Cinemática: movimento retilíneo 51


d) v (km/h) a) v
26

22

t
1,0 1,5 2,0 t (h)
b) v

e) v (km/h)
30

20 t

c) v
1,0 1,5 2,0 t (h)

3 (UERN) Seja o gráfico da velocidade em função do tempo de


um corpo em movimento retilíneo uniformemente variado
representado abaixo. t
v (m/s)
10 d) v

0 5 t (s)
t

e) v
Considerando a posição inicial desse movimento igual a 46 m,
então a posição do corpo no instante t 5 8 s é:
a) 54 m.
b) 62 m.
c) 66 m. t

d) 74 m. 6 (UEL-PR) O desrespeito às leis de trânsito, principalmente àque-


4 (Uerj) O cérebro humano demora cerca de 0,36 segundos las relacionadas à velocidade permitida nas vias públicas, levou
para responder a um estímulo. Por exemplo, se um moto- os órgãos regulamentares a utilizarem meios eletrônicos de
rista decide parar o carro, levará no mínimo esse tempo de fiscalização: os radares capazes de aferir a velocidade de um
resposta para acionar o freio. Determine a distância que um veículo e capturar sua imagem, comprovando a infração ao
carro a 100 km/h percorre durante o tempo de resposta do Código de Trânsito Brasileiro. Suponha que um motorista tra-
motorista e calcule a aceleração média imposta ao carro se fegue com seu carro à velocidade constante de 30 m/s em
ele para totalmente em 5 segundos. uma avenida cuja velocidade regulamentar seja de 60 km/h.
A uma distância de 50 m, o motorista percebe a existência de
5 (UFSM-RS) Um carro se desloca com velocidade constante um radar fotográfico e, bruscamente, inicia a frenagem com
num referencial fixo no solo. O motorista percebe que o sinal uma desaceleração de 5 m/s2.
está vermelho e faz o carro parar. O tempo de reação do mo-
Sobre a ação do condutor, é correto afirmar que o veículo:
torista é de frações de segundo. Tempo de reação é o tempo
a) não terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar
decorrido entre o instante em que o motorista vê o sinal ver-
melho e o instante em que ele aplica os freios. Está associado com velocidade de 50 km/h.
ao tempo que o cérebro leva para processar as informações b) não terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar
e ao tempo que levam os impulsos nervosos para percorrer com velocidade de 60 km/h.
as células nervosas que conectam o cérebro aos membros c) terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar com ve-
do corpo. Considere que o carro adquire uma aceleração ne- locidade de 64 km/h.
gativa constante até parar. O gráfico que pode representar o d) terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar com ve-
módulo da velocidade do carro (v) em função do tempo (t), locidade de 66 km/h.
desde o instante em que o motorista percebe que o sinal está e) terá sua imagem capturada, pois passa pelo radar com ve-
vermelho até o instante em que o carro atinge o repouso, é: locidade de 72 km/h.

52 Cinemática: movimento retilíneo


7 (CFTMG) A situação em que o módulo da aceleração média b) v

será maior está descrita em:


a) “Na Terra, uma pedra arremessada para cima encontra-se
no ponto mais alto de sua trajetória.”
b) “Um corredor velocista realiza a prova dos 100 m rasos alcan- t
çando a partir do repouso a velocidade de 11 m/s em 5 s.”
v
c) “Um automóvel em movimento tem sua velocidade de
16 m/s reduzida a zero em 4 s diante de um sinal vermelho.”
d) “Um avião, ao pousar, toca a pista de aterrissagem com
uma velocidade inicial de 70 m/s, levando 14 s para alcan-
çar o repouso.” t

8 (Uece) Uma pessoa, do alto de um prédio de altura H, joga


uma bola verticalmente para baixo, com uma certa veloci-
c) v
dade de lançamento. A bola atinge o solo com velocidade
cujo módulo é VI. Em um segundo experimento, essa mesma
bola é jogada do mesmo ponto no alto do prédio, vertical-
mente para cima e com mesmo módulo da velocidade de
lançamento que no primeiro caso. A bola sobe até uma al- t
tura H acima do ponto de lançamento e chega ao solo com
velocidade cujo módulo é VII. Desprezando todos os atritos e v
considerando as trajetórias retilíneas, é correto afirmar que:
a) VI 5 VII.
b) VI 5 2VII.
c) VI 5 VII/2. t
d) VI 5 VII/4.

9 (Udesc) Uma pessoa do alto de um prédio solta uma bola e d) v


mede o módulo da posição da bola em função do tempo.
A figura abaixo mostra o esboço do gráfico da posição em
relação ao tempo.
y
t

t
t
Assinale a alternativa que representa o esboço dos gráficos
em relação à velocidade 3 tempo e à aceleração 3 tempo,
respectivamente.
e) v
a) v

FRENTE A
t
t

v
v
FÍSICA

t
t

Cinemática: movimento retilíneo 53


da posição C, o módulo da aceleração é 0,25 m/s2 e o mes-
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR mo passa pela posição D com velocidade escalar 108 km/h.
A velocidade escalar média desse automóvel entre A e D foi:
1 Um carro inicia uma viagem desenvolvendo 30 km/h e man- a) 108 km/h.
tém essa velocidade durante 4,0 h. Em seguida, ele passa a de- b) 72 km/h.
senvolver 80 km/h, viajando durante 1,0 h com essa velocidade. c) 67,5 km/h.
a) Calcule a velocidade média do carro no percurso total. d) 54 km/h.
b) Um estudante calculou a velocidade média do carro e) 45 km/h.
como sendo a média aritmética das duas velocidades de-
(UFRGS-RS) Instrução: As questões 5 e 6 estão relacionadas
senvolvidas. O estudante estava certo?
ao enunciado abaixo.
2 Um atleta inicia seu treino a partir do repouso e começa a Um objeto é lançado da superfície da Terra verticalmente para
cronometrar seu desempenho a partir do instante em que cima e atinge a altura de 7,2 m. (Considere o módulo da acelera-
está a uma velocidade constante. Todo o percurso feito pelo ção da gravidade igual a 10 m/s2 e despreze a resistência do ar.)
atleta pode ser descrito por meio de um gráfico da sua posi-
ção (S) em função do tempo (t), conforme figura a seguir. 5 Qual é o módulo da velocidade com que o objeto foi lança-
do?
S
a) 144 m/s.
D b) 72 m/s.
c) 14,4 m/s.
B d) 12 m/s.
C e) 1,2 m/s.
A
6 Sobre o movimento do objeto, são feitas as seguintes afirma-
ções.
I. Durante a subida, os vetores velocidade e aceleração têm
t
sentidos opostos.
Se marcarmos os pontos A, B, C e D nesse gráfico, podemos II. No ponto mais alto da trajetória, os vetores velocidade e
afirmar que as velocidades instantâneas VA, VB, VC e VD, respec- aceleração são nulos.
tivamente nesses pontos, são tais que obedecem à seguinte III. Durante a descida, os vetores velocidade e aceleração
ordem crescente: têm mesmo sentido.
a) VA , VB , VC , VD. d) VC , VD , VB , VA. Quais estão corretas?
b) VB , VC , VA , VD. e) VA , VC , VD , VB. a) Apenas I.
c) VD , VC , VB , VA. b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
3 (UFPE) Dois veículos partem simultaneamente do repouso
d) Apenas I e III.
e se movem ao longo da mesma reta, um ao encontro do
e) Apenas II e III.
outro, em sentidos opostos. O veículo A parte com acelera-
ção constante igual a aA 5 2,0 m/s2. O veículo B, distando 7 Um astronauta, na Lua, arremessou um objeto verticalmente
d 5 19,2 km do veículo A, parte com aceleração constante para cima, com uma velocidade inicial de 8,0 m/s. O objeto
igual a aB 5 4,0 m/s2. Calcule o intervalo de tempo até o en- gastou 5,0 s para atingir o ponto mais alto de sua trajetória.
contro dos veículos, em segundos. Com esses dados calcule:
a) o valor da aceleração da gravidade na Lua;
4 (Mack-SP) Em um longo trecho retilíneo de uma rodovia, cer-
b) a altura que o objeto alcançou.
to automóvel se desloca com movimento uniformemente
variado em cada um dos segmentos destacados na figura a 8 Suponha que um objeto fosse arremessado verticalmente
seguir. para cima, na superfície da Terra, com a mesma velocidade
inicial do problema anterior. Calcule a altura que ele atingiria
A B C D
e compare com a altura atingida na Lua.
Sabe-se que o automóvel inicia sua “viagem”, do repouso, na
posição A e, com aceleração de módulo 0,50 m/s2, chega à 9 Para a situação descrita no exercício 7, determine:
posição B com velocidade escalar 108 km/h. Da posição B a) a velocidade com que o objeto retorna à mão do astronauta;
em diante, o módulo da aceleração é 0,25 m/s2, e o veículo b) durante quanto tempo o objeto ficou fora da mão do
chega à posição C com velocidade escalar 54 km/h. A partir astronauta.

54 Cinemática: movimento retilíneo


Veja, no Guia do Professor, as respostas da "Revisão". As resoluções

REVISÃO
encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos

As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

1. (UFRGS-RS) Um adulto humano saudável abriga cerca de d) 10211.


100 bilhões de bactérias, somente em seu trato digestivo. e) 10212.
Esse número de bactérias pode ser escrito como:
a) 109. 4. (PUC-RJ) Na Astronomia, o ano-luz é definido como a
b) 1010. distância percorrida pela luz no vácuo em um ano. Já o
c) 1011. nanômetro, igual a 1,0 3 1029 m, é utilizado para medir
d) 1012. distâncias entre objetos na Nanotecnologia. Considerando
e) 1013. que a velocidade da luz no vácuo é igual a 3,0 3 108 m/s
e que um ano possui 365 dias ou 3,2 3 107 s, podemos
2. (Enem) A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) in- dizer que um ano-luz em nanômetros é igual a:
formou que o asteroide YU 55 cruzou o espaço entre a a) 9,6 3 1024.
Terra e a Lua no mês de novembro de 2011. A ilustração a b) 9,6 3 1015.
seguir sugere que o asteroide percorreu sua trajetória no c) 9,6 3 1012.
mesmo plano que contém a órbita descrita pela Lua em d) 9,6 3 106.
torno da Terra. Na figura, está indicada a proximidade do e) 9,6 3 1029.
asteroide em relação à Terra, ou seja, a menor distância
que ele passou da superfície terrestre. 5. (UFSM-RS) Numa corrida de revezamento, dois atletas,
por um pequeno intervalo de tempo, andam juntos para
a troca do bastão. Nesse intervalo de tempo,
I. num referencial fixo na pista, os atletas têm velocida-
des iguais.
II. num referencial fixo em um dos atletas, a velocidade
do outro é nula.
III. o movimento real e verdadeiro dos atletas é aquele
que se refere a um referencial inercial fixo nas estrelas
distantes.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.
Com base nessas informações, a menor distância que o
asteroide YU 55 passou da superfície da Terra é igual a: 6. (UFRGS-RS) O tempo de reação tR de um condutor de um
a) 3,25 3 102 km. automóvel é definido como o intervalo de tempo decor-
b) 3,25 3 103 km. rido entre o instante em que o condutor se depara com
c) 3,25 3 104 km. uma situação de perigo e o instante em que ele aciona os
d) 3,25 3 105 km. freios.
e) 3,25 3 106 km.
(Considere dR e dF , respectivamente, as distâncias per-
3. (UFRGS-RS) Em texto publicado na Folha de S.Paulo, em corridas pelo veículo durante o tempo de reação e
16/09/2007, o físico Marcelo Gleiser escreveu que “áto-
de frenagem; e dT , a distância total percorrida. Então, FRENTE A
dT 5 dR 1 dF).
mos têm diâmetros de aproximadamente um décimo de
bilionésimo de metro”. Um automóvel trafega com velocidade constante de mó-
dulo v 5 54,0 km/h em uma pista horizontal. Em dado
Escrito em potência de 10, um décimo de bilionésimo é:
FÍSICA

instante, o condutor visualiza uma situação de perigo, e


a) 1028.
b) 1029. seu tempo de reação a essa situação é de 4 s, como ilus-
trado na sequência de figuras a seguir. 5
c) 10210.

Cinemática: movimento retilíneo 55


Quando um carro não se move diretamente na direção
do radar, é preciso fazer uma correção da velocidade me-
dida pelo aparelho (vm) para obter a velocidade real do
veículo (vr). Essa correção pode ser calculada a partir da
fórmula vm 5 vr . cos(a), em que a é o ângulo formado
entre a direção de tráfego da rua e o segmento de reta
que liga o radar ao ponto da via que ele mira. Suponha
que o radar tenha sido instalado a uma distância de 50 m
do centro da faixa na qual o carro trafegava, e tenha de-
tectado a velocidade do carro quando este estava a 130 m
de distância, como mostra a figura. Se o radar detectou
que o carro trafegava a 72 km/h, sua velocidade real era
igual a:
a) 66,5 km/h.
b) 78 km/h.
c) 36 3 km/h.

d) 144 km/h.
3
8. (Fatec-SP) Em 2013, Usain Bolt, atleta jamaicano, partici-
pou de um evento na cidade de Buenos Aires (Argenti-
na). Ele tinha como desafio competir em uma corrida de
curta distância contra um ônibus. A prova foi reduzida de
100 m para 80 m devido à aceleração final impressa pelo
ônibus. Depois do desafio, verificou-se que a velocidade
Considerando-se que a velocidade do automóvel perma- média de Bolt ficou por volta de 32 km/h e a do ônibus
neceu inalterada durante o tempo de reação tR, é correto 30 km/h.
afirmar que a distância dR é de:
a) 3,0 m. c) 43,2 m. e) 67,5 m.
b) 12,0 m. d) 60,0 m.

7. (Unicamp-SP) O radar é um dos dispositivos mais usados


para coibir o excesso de velocidade nas vias de trânsito.
O seu princípio de funcionamento é baseado no efeito
Doppler das ondas eletromagnéticas refletidas pelo carro
em movimento.
Considere que a velocidade medida por um radar foi v 5
5 72 km/h para um carro que se aproximava do aparelho.
Disponível em: <http://tinyurl.com/Bolt-GazetaEsportiva>. Acesso
em: 26 dez. 2013. Original colorido.
Carro
Utilizando as informações obtidas no texto, é correto afir-
a
mar que o intervalo de tempo que Usain Bolt e o ônibus
demoraram para completar a corrida, respectivamente,
Rua foi, em segundos, de:
130 m
a) 6,6 e 4,1.
b) 9,0 e 9,6.
c) 6,6 e 6,6.
d) 9,6 e 9,0.
Radar
50 m e) 4,1 e 6,6.

56 Cinemática: movimento retilíneo


9. (IFSP) Sete crianças saíram em uma van para visitar as 13. (Unicamp-SP – Adaptada) O encontro das águas do Rio
obras de um dos estádios da Copa do Mundo de 2014, Negro e do Solimões, nas proximidades de Manaus, é um
distante 20 km de suas casas. Durante a primeira meta- dos maiores espetáculos da natureza local. As águas dos
de do caminho, a van conseguiu desenvolver velocidade dois rios, que formam o Rio Amazonas, correm lado a lado
máxima da pista e chegar a 90 km/h. Porém, para a in- por vários quilômetros sem se misturarem.
felicidade do grupo, na segunda parte do trajeto, havia Um dos fatores que explicam esse fenômeno é a diferença
muito congestionamento, e foram gastos 30 minutos.
da velocidade da água nos dois rios, cerca de vN 5 2 km/h
Portanto, podemos concluir que a velocidade média, em para o Negro e vS 5 6 km/h para o Solimões. Se uma em-
km/h, em todo percurso foi de, aproximadamente: barcação, navegando no Rio Negro, demora tN 5 2 h para
a) 32.
fazer um percurso entre duas cidades distantes dcidades 5
b) 38.
5 48 km, quanto tempo levará para percorrer a mesma
c) 42.
distância no Rio Solimões, também rio acima, supondo que sua
d) 48.
velocidade com relação à água seja a mesma nos dois rios?
e) 62.

10. (ITA-SP) Billy sonha que embarcou em uma nave espa- 14. (Ifsul-RS) Se um corpo se desloca em movimento unifor-
cial para viajar até o distante planeta Gama, situado a me, é correto afirmar-se que ele, com certeza,
10 anos-luz da Terra. Metade do percurso é percorrido a) tem vetor aceleração nulo.
com aceleração de 15 m/s2, e o restante com desacele- b) encontra-se em MRU.
ração de mesma magnitude. Desprezando a atração gra- c) percorre distâncias iguais em intervalos de tempos
vitacional e efeitos relativistas, estime o tempo total, em iguais.
meses, de ida e volta da viagem do sonho de Billy. Justifi- d) possui velocidade vetorial constante.
que detalhadamente.
15. (CFTMG) O quadro seguinte mostra a velocidade média
11. (Uerj) Em um longo trecho retilíneo de uma estrada, um au- de corrida de alguns animais.
tomóvel se desloca a 80 km/h e um caminhão a 60 km/h,
ambos no mesmo sentido e em movimento uniforme. Em
determinado instante, o automóvel encontra-se 60 km atrás Animais Velocidade média
do caminhão. O intervalo de tempo, em horas, necessário
para que o automóvel alcance o caminhão é cerca de: Cavalo 1,24 km/min
a) 1.
Coelho 55 km/h
b) 2.
c) 3. Girafa 833 m/min
d) 4.
Zebra 18 m/s
12. (CFTMG) Em uma via urbana com três faixas, uma delas FONTE: Disponível em:,http://curiosidades.tripod.com/
velocidade.htm.. Acesso em: 11 out. 2012. Adaptado.
é reservada exclusivamente para os ônibus com 12 m de
comprimento, e as outras duas, para automóveis com Dentre os animais citados, o que possui maior velocidade
3 m. Os ônibus e os automóveis transportam, respectiva-
média é a(o):
mente, 40 e 2 pessoas. Esses veículos estão inicialmente
parados e, quando o sinal abre, deslocam-se com a mes- a) cavalo.
ma velocidade de 36 km/h. b) coelho.
c) girafa.
Considerando-se que a via está completamente ocupada
d) zebra.
FRENTE A
com os veículos, e desprezando-se o espaço entre eles, se
o sinal permanecer aberto durante 30 s, então a razão en-
tre o número de pessoas dentro do ônibus e o de pessoas 16. (Feevale-RS) Na região Amazônica, os rios são muito utili-
dentro dos automóveis que ultrapassou o sinal é igual a: zados para transporte. Considere que João se encontra na
FÍSICA

a) 2,5. cidade A e pretende se deslocar até a cidade B de canoa.


b) 3,3. Conforme indica a figura, João deve passar pelos pontos
c) 6,7. intermediários 1, 2 e 3. Considere as distâncias (D) mostra-
d) 7,5. das no quadro que segue.

Cinemática: movimento retilíneo 57


1
Trechos D (km)
A
2
A até 1 2
1 até 2 4
3 2 até 3 4
3 até B 3
B

João sai da cidade A às 7 h e passa pelo ponto 1 às 9 h. Se mantiver a velocidade constante em todo o trajeto, a que horas
chegará a B?
a) 13 h. c) 16 h. e) 20 h.
b) 14 h. d) 18 h.

17. (PUC-RJ) O gráfico da figura mostra a posição em função do tempo de Posição (m)
uma pessoa que passeia em um parque. 60,0

Calcule a velocidade média em m/s desta pessoa durante todo o pas- 50,0


seio, expressando o resultado com o número de algarismos significa- 40,0
tivos apropriado. 30,0
a) 0,50. 20,0
b) 1,25. 10,0
c) 1,50.
d) 1,70. 10,0 20,0 30,0 40,0 Tempo (s)
e) 4,00.

18. (AFA-SP) A maior aceleração (ou retardamento) tolerada pelos passageiros de um trem urbano é 1,5 m/s2. A maior velocidade
que pode ser atingida pelo trem que parte de uma estação em direção a outra, distante 600 m da primeira, em m/s, é:
a) 42. c) 68.
b) 30. d) 54.

19. (EEAR-SP) Dois trens correm em trilhos paralelos, deslocando-se na mesma direção e no mesmo sentido. O passageiro do
primeiro trem, cujo módulo da velocidade é 80 km/h, passa pelo segundo trem, que possui uma velocidade de módulo igual
a 70 km/h. Admitindo que o movimento dos trens seja retilíneo e uniforme, qual é o comprimento, em metros, do segundo
trem se o passageiro o vê durante 1 min e 12 s?
a) 300. c) 200.
b) 250. d) 150.

20. (Fuvest-SP) Uma jovem viaja de uma cidade A para uma cidade B dirigindo um automóvel por uma estrada muito estreita. Em
um certo trecho, em que a estrada é reta e horizontal, ela percebe que seu carro está entre dois caminhões-tanque bidire-
cionais e iguais, como mostra a figura. A jovem observa que os dois caminhões, um visto através do espelho retrovisor plano,
e o outro, através do parabrisa, parecem aproximar-se dela com a mesma velocidade. Como o automóvel e o caminhão de
trás estão viajando no mesmo sentido, com velocidades de 40 km/h e 50 km/h, respectivamente, pode-se concluir que a
velocidade do caminhão à frente é:
50 km/h ??
A 40 km/h B
160 km 120 km

a) 50 km/h, com sentido de A para B.


b) 50 km/h, com sentido de B para A.
c) 40 km/h, com sentido de A para B.
d) 30 km/h, com sentido de B para A.
e) 30 km/h, com sentido de A para B.

58 Cinemática: movimento retilíneo


21. (Fuvest-SP) O sistema GPS (Global Positioning System) Nesse intervalo de tempo, o Curiosity desenvolveu as ve-
permite localizar um receptor especial, em qualquer lugar locidades indicadas no gráfico.
da Terra, por meio de sinais emitidos por satélites. Numa
situação particular, dois satélites, A e B, estão alinhados v (cm/min)

sobre uma reta que tangencia a superfície da Terra no 15


ponto O e estão à mesma distância de O. O protótipo de
um novo avião, com um receptor R, encontra-se em al- 10
gum outro lugar dessa reta e seu piloto deseja localizar
sua própria posição. 5
O
A B
0 10 20 30 40 50 60 t (min)

O deslocamento total realizado pelo Curiosity do ponto


Os intervalos de tempo entre a emissão dos sinais pelos
de observação ao seu destino foi, em metros,
satélites A e B e sua recepção por R são, respectivamente,
a) 9. d) 2.
ΔtA 5 68,5 · 1023 s e ΔtB 5 64,8 · 1023 s. Desprezando possí-
b) 6. e) 1.
veis efeitos atmosféricos e considerando a velocidade de
c) 4.
propagação dos sinais igual à velocidade da luz no vácuo c,
determine:
24. (UFPR) Num teste de esforço físico, o movimento de um
a) a distância D, em km, entre cada satélite e o ponto O;
indivíduo caminhando em uma esteira foi registrado por
b) a distância X, em km, entre o receptor R, no avião, e o
um computador. A partir dos dados coletados, foi gerado
ponto O;
o gráfico da distância percorrida, em metros, em função
c) a posição do avião, identificada pela letra R, localizan-
do tempo, em minutos, mostrado abaixo:
do-a no esquema acima.
Distância
(metros)
22. (ITA-SP) Uma partícula, partindo do repouso, percorre, no
intervalo de tempo t, uma distância D. Nos intervalos de 1 400
tempo seguintes, todos iguais a t, as respectivas distân-
cias percorridas são iguais a 3D, 5D, 7D, etc. A respeito
1 000
desse movimento, pode-se afirmar:
a) a distância da partícula desde o ponto em que inicia seu
movimento cresce exponencialmente com o tempo. 600
b) a velocidade da partícula cresce exponencialmente
com o tempo.
200
c) a distância da partícula desde o ponto em que inicia
0
seu movimento é diretamente proporcional ao tempo
2 4 6 8 10 Tempo
elevado ao quadrado. (minutos)
d) a velocidade da partícula é diretamente proporcional
ao tempo elevado ao quadrado. De acordo com esse gráfico, considere as seguintes afirma-
e) nenhuma das opções acima está correta. tivas:
1. A velocidade média nos primeiros 4 minutos foi de
23. (Fatec-SP) O jipe-robô Curiosity da NASA chegou a Marte, 6 km/h.
em agosto de 2012, carregando consigo câmeras de alta
resolução e um sofisticado laboratório de análises quími- 2. Durante o teste, a esteira permaneceu parada durante
cas para uma rotina de testes. Da Terra, uma equipe de 2 minutos.
FRENTE A
técnicos comandava seus movimentos e lhe enviava as 3. Durante o teste, a distância total percorrida foi de 1 200 m.
tarefas que deveria realizar. Assinale a alternativa correta.
Imagine que, ao virem a imagem de uma rocha muito pe- a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
culiar, os técnicos da NASA, no desejo de que o Curiosity
FÍSICA

b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.


a analisasse, determinam uma trajetória reta que une o c) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
ponto de observação até a rocha e instruem o robô para d) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
iniciar seu deslocamento, que teve duração de uma hora. e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

Cinemática: movimento retilíneo 59


25. (Vunesp) Os dois primeiros colocados de uma prova de O gráfico representa como variou a velocidade escalar do
100 m rasos de um campeonato de atletismo foram, res- veículo em função do tempo, enquanto ele passou por
pectivamente, os corredores A e B. O gráfico representa as esse trecho da rodovia.
velocidades escalares desses dois corredores em função v (m/s)
do tempo, desde o instante da largada (t 5 0) até os ins-
tantes em que eles cruzaram a linha de chegada.
25
v (m/s)
A
14 15
12
B
10
8
0
6 10 20 30 40 50 60 70 80 t (s)

4 Caso não tivesse reduzido a velocidade devido às obras,


2 mas mantido sua velocidade constante de 90 km/h duran-
0 te os 80 s representados no gráfico, a distância adicional
0 2 4 6 8 10 12 14 t (s)
que teria percorrido nessa estrada seria, em metros, de:
Analisando as informações do gráfico, é correto afirmar a) 1 650. c) 950. e) 350.
que, no instante em que o corredor A cruzou a linha de b) 800. d) 1250.
chegada, faltava ainda, para o corredor B completar a pro-
va, uma distância, em metros, igual a: 28. (AFA-SP) A posição x de um corpo que se move ao longo
a) 5. de uma reta, em função do tempo t, é mostrada no grá-
b) 25. fico. Analise as afirmações abaixo e marque a alternativa
c) 15. correta.
d) 20. x
e) 10.

26. (AFA-SP) Um turista, passe-


ando de buggy pelas areias
de uma praia em Natal-RN,
A
percorre uma trajetória trian- C
gular, que pode ser dividida
I II III IV
em três trechos, conforme a
t
figura ao lado.
Os trechos B e C possuem B a) A velocidade do corpo é positiva nos quatro trechos.
o mesmo comprimento, mas as velocidades médias de- b) A aceleração do corpo é nula apenas no trecho IV.
senvolvidas nos trechos A, B e C foram, respectivamente, c) A trajetória descrita pelo corpo no trecho I é parabólica.
v, 2v e v. d) O movimento descrito pelo corpo no trecho III é pro-
A velocidade escalar média desenvolvida pelo turista gressivo e retardado.
para percorrer toda a trajetória triangular vale:
29. (FGV-SP) Um carro deslocou-se por uma trajetória retilí-
a) v 2 . nea e o gráfico qualitativo de sua velocidade (v), em fun-
b) 2v 2. ção do tempo (t), está representado na figura.
c) 4v.
v
d) (4 2 2 2 v).

27. (Vunesp) Um motorista dirigia por uma estrada plana e


II
retilínea quando, por causa de obras, foi obrigado a desa-
celerar seu veículo, reduzindo sua velocidade de 90 km/h
I III
(25 m/s) para 54 km/h (15 m/s). Depois de passado o tre-
cho em obras, retornou à velocidade inicial de 90 km/h.
0 t

60 Cinemática: movimento retilíneo


Analisando o gráfico, conclui-se corretamente que: 32. (Fuvest-SP) As velocidades de crescimento vertical de
a) o carro deslocou-se em movimento uniforme nos tre- duas plantas, A e B, de espécies diferentes, variaram, em
chos I e III, permanecendo em repouso no trecho II. função do tempo decorrido após o plantio de suas se-
b) o carro deslocou-se em movimento uniformemente mentes, como mostra o gráfico.
variado nos trechos I e III, e em movimento uniforme v
no trecho II. (cm/semana)
c) o deslocamento do carro ocorreu com aceleração va- B
riável nos trechos I e III, permanecendo constante no
trecho II. A

d) a aceleração do carro aumentou no trecho I, permane-


ceu constante no trecho II e diminuiu no trecho III. t0 t1 t2 t (semana)
e) o movimento do carro foi progressivo e acelerado no
É possível afirmar que:
trecho I, progressivo e uniforme no trecho II, mas foi
a) A atinge uma altura final maior do que B.
retrógrado e retardado no trecho III.
b) B atinge uma altura final maior do que A.
30. (Uerj) O gráfico abaixo representa a variação da velocida- c) A e B atingem a mesma altura final.
d) A e B atingem a mesma altura no instante t0.
de dos carros A e B que se deslocam em uma estrada.
e) A e B mantêm altura constante entre os instantes t1 e t2.
v (m/s)
33. (PUC-RJ) Queremos calcular a altura de um edifício tal
5
que, se uma pedra é deixada cair do seu topo, ela terá a
4 velocidade de 72 km/h ao atingir o solo, desprezados os
efeitos da resistência do ar. Se cada andar é aproximada-
3 mente equivalente a 2,5 m, o número de andares deste
edifício deve ser (g 5 10,0 m/s2):
2 A a) 104.
b) 52.
1 B
c) 26.
0 t (s)
d) 13.
1 2 3 4 5
e) 8.
Determine as distâncias percorridas pelos carros A e B
durante os primeiros cinco segundos do percurso. Cal- 34. (UFPE) O gráfico deste exercício descreve a posição x, em
cule, também, a aceleração do carro A nos dois primeiros função do tempo, de um pequeno inseto que se move ao
segundos. longo de um fio. Calcule a velocidade do inseto, em cm/s,
no instante t 5 5,0 s.
31. (Mack-SP) Uma pessoa esbarrou num vaso de flores que x (cm)
estava na mureta da sacada de um apartamento, situada 100
a 40 m de altura, em relação à calçada. Como consequên-
80
cia, o vaso caiu verticalmente a partir do repouso e, livre da
60
resistência do ar, atingiu a calçada com uma velocidade de
(dado: g 5 9,8 m/s2): 40
a) 28,0 km/h. d) 100,8 km/h. 20
b) 40,0 km/h. e) 784 km/h.
c) 72,0 km/h. 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 t (s)

FRENTE A
FÍSICA

Cinemática: movimento retilíneo 61


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANOTAÇÕES

62 Cinemática: movimento retilíneo


MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

ESCALA
Na Cartografia – a ciência de elaborar mapas e cartas geográficas –, é utilizada uma escala no desenho, que define a razão entre as dimen-
sões do desenho e as dimensões reais.

dimensão desenho
Escala 5
dimensão real

Há dois tipos de escala: a gráfica e a numérica.


0 2 4 6 km

A representação da escala gráfica é um segmento de reta graduado, na qual está indicada a relação entre as distâncias do mapa (a cada trecho
do segmento) e a distância real de um determinado território.
No caso da figura anterior, cada 1 cm no mapa equivale a 2 km reais. Assim, se no mapa uma distância entre dois locais for de 4,5 cm, a
distância real será de 2 ? 4,5 = 9 km.
Já a escala numérica é uma relação matemática representando uma razão. Ela fornece quantas vezes o espaço representado foi reduzido.
No caso anterior, ela poderia ser escrita da seguinte forma:

1 : 200 000

As unidades do numerador e do denominador devem ser as mesmas; nesse


caso, centimetros. O numerador é sempre 1, indicando o valor de 1 cm no mapa. Mapa do Nordeste brasileiro
Já o denominador é variável, indicando o valor real correspondente também na
OCEANO
mesma unidade (cm). Assim, 1 cm no mapa representa 200 000 cm reais (2 km). ATLÂNTICO
São Luís
Veja o mapa ao lado.
PA
Imagine que um turista em Salvador pretende visitar Recife, e, para essa Fortaleza
viagem, ele decida ir de ônibus – passando pelas cidades de Alagoinhas (BA), Teresina
MA CE
Aracaju (SE), Arapiraca (AL) e Caruaru (PE).
Natal
Considere que seja possível fazer a viagem em vias terrestres pela menor Juazeiro RN
do Norte João
distância possível (em linha reta) e tome nota das seguintes informações: Pessoa
PI PB
PE Olinda
Caruaru
Viagem por ônibus Petrolina Recife
AL
Juazeiro Arapiraca
Cidades Tempo condução estimado TO SE
Maceió

Aracaju
Salvador-Alagoinhas 1 h 45 min BA
Alagoinhas
Alagoinhas-Aracaju 3 h 20 min Salvador

Aracaju-Arapiraca 2 h 30 min Itabuna


DF Vitória da Ilhéus
Conquista
Arapiraca-Caruaru 3 h 25 min
GO N
Caruaru-Recife 2h
MG
0 220

Assinale a alternativa correta: d ES km

a) A distância total percorrida não ultrapassa 500 km. d) A velocidade média desenvolvida é próxima de 55 km/h.
b) A velocidade média desenvolvida é menor que 50 km/h. e) Nenhuma das anteriores.
c) A distância total percorrida é aproximadamente 1000 km.

63
QUADRO DE IDEIAS

Direção editorial: Renata Mascarenhas


Coordenação editorial: Tatiany Renó
Velocidade Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Medidas
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
Movimento Potência de 10 (coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
variado Ordem de grandeza Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Algarismos significativos Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Velocidade Aceleração Partícula/ Movimento Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
instantânea e Corpo extenso uniforme Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
Guedes
velocidade média Referencial Colaboraram para esta Edição do Material:
Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Queda Espaço Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
livre Botelho e Valdete Reis
Revisão: Juliana Souza
Diagramação: lab 212
Capa: lab 212
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Guimarães de Moura
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constante dos Santos
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Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de 1 a


12 : exatas, biológicas : aluno. -- 2. ed. -- São Paulo :
Ática, 2017.

Vários autores.
Movimento retilíneo uniformemente variado
1. Biologia (Ensino médio) 2. Física (Ensino médio)
3. Matemática (Ensino médio) 4. Química
(Ensino médio).
Aceleração 16-08187 CDD-373.19
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Índice para catálogo sistemático:
1. Ensino integrado : Livros-texto : Ensino médio 373.19

2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
S 5 S0 1 v 0 t 1 1 at2 a 5 ∆v ISBN 978 85 08 18309 8 (PR)
2 v 5 v0 1 at v2 5 v02 1 2aΔS ∆t 2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação
FÍSICA FRENTE B

Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães

VETORES E MOVIMENTO CURVILÍNEO


1 Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Grandezas vetoriais e escalares . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
Operações com vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8
Vetor velocidade e vetor aceleração . . . . . . . . . . . . . . .14
2 Movimento circular uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
FRENTE B
Velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
Frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
Velocidade angular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Aceleração centrípeta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Composição de velocidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
FÍSICA

Revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

2137676 (AL)

Vetores e movimento curvilíneo


MÓDULO
Vetores e
movimento curvilíneo

A handbike é uma bicicleta


inclusiva, adequada para pessoas
com deficiência ou mobilidade
reduzida. Ela possui três rodas e é
pedalada com as mãos.
EUNICE HARRIS/PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

O movimento curvilíneo está presente em


diversas situações do cotidiano. Podemos
encontrá-lo em uma roda-gigante, em engre-
nagens de relógios analógicos, em turbinas
eólicas, na ventoinha do computador, no mo-
vimento dos satélites artificiais que giram ao
redor do planeta, no movimento do pneu de
um veículo, na curva realizada por um ciclista,
etc. É possível ter aceleração se a velocidade
do ciclista não varia, mas sua direção, sim?
Os ponteiros dos relógios e dos cronômetros
executam movimentos circulares uniformes?
Se o ciclista se deslocar de uma posição para
outra, bastaria dizer que a distância a percor-
rer é de 10 m? A velocidade com que as rodas
da bicicleta giram são as mesmas?

www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO

1 Vetores

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

Objetivos: O estudo dos movimentos permite a compreensão de vários fenômenos que podemos
observar no cotidiano e na natureza. Grandezas como a velocidade ou a aceleração precisam,
c Diferenciar grandezas
muitas vezes, ser analisadas sobre outros aspectos além do seu valor, e é sobre isto que falaremos
vetoriais e escalares.
neste capítulo.
Todo o corpo do guepardo parece ter sido feito para rapidez: uma cabeça pequena e aero-
c Distinguir e utilizar
dinâmica, pernas longas, uma estrutura corporal esguia e patas que parecem tênis de corrida com
conceitos envolvidos
nas somas vetoriais.
saliências rígidas e agudas, funcionando como pinças tanto para manter aderência na corrida como
para dar um golpe letal em sua presa.
c Identificar vetor É um animal conhecido por suas velocidades máximas alcançadas, que giram em torno dos
velocidade e vetor 110 km/h. A essa velocidade, é difícil acreditar que o felino faça tantas mudanças bruscas na dire-
aceleração. ção de sua presa, mas seu rabo longo e musculoso tem a mesma função que o leme na navegação:
ajuda no equilíbrio do animal, evitando que ele caia rolando em altas velocidades.

GETTY IMAGES

O guepardo (ou chita) é um animal típico da savana africana.

4 Vetores e movimento curvilíneo


GRANDEZAS VETORIAIS E ESCALARES
Você está habituado a lidar com uma série de grandezas, como o volume de um corpo, a área
de um terreno, o tempo transcorrido e a temperatura de um objeto. Dizemos, por exemplo, que o
volume de uma caixa-d’água é de 1 000 litros, que a área coberta de uma casa é de 300 m2, que um
macarrão instantâneo demora 3 min para ficar pronto ou que a temperatura de uma criança com
febre é de 38 °C. Em todos os exemplos citados, as quantidades ficam plenamente determinadas
quando especificamos o seu valor, isto é, o seu módulo e a unidade usada na medida.

RANGIZZZ/SHUTTERSTOCK
Todas as grandezas, como as que mencionamos, que ficam completamente definidas quando
se fornece apenas o seu valor, são denominadas grandezas escalares.

Grandezas vetoriais
Entretanto, existem outras grandezas que não podem ser classificadas como grandezas escalares,
pois elas não ficam completamente determinadas quando fornecemos apenas o seu módulo. Mas
o que mais pode-se dizer sobre uma grandeza?

Direção e sentido Tempo é uma grandeza escalar, pois


basta um número (valor) e uma unidade
No estudo das grandezas vetoriais e escalares, a compreensão das ideias de direção e de sentido para expressá-lo.
desempenha um papel fundamental; por isso, inicialmente vamos discutir esses conceitos.
Direção
r2
Provavelmente você já ouviu alguém fazer referência a esses termos, sendo possível que tenha
alguma noção do que eles significam. O conceito de direção, por exemplo, tem sua origem na Geo-
metria. Observe as retas da figura 1.
r1
A reta r1 determina uma direção. A reta r2, não paralela a r1, determina outra direção, diferente
da direção definida pela reta r1. Já a reta r3, paralela a r1, possui a mesma direção da reta r1.
r3
Dizemos, então, que retas paralelas possuem a mesma direção. Por exemplo: carros que se movimen-
tam em uma mesma rua reta, ou em ruas retas paralelas entre si, estão se deslocando na mesma direção.
Fig. 1 – Retas r1, r2 e r3.
Sentido
Consideremos, agora, uma dada direção, definida pela reta AB (fig. 2). Podemos imaginar uma
pessoa se deslocando nessa reta de duas maneiras diferentes: de A para B ou de B para A. Dizemos
que existem dois sentidos possíveis na direção da reta AB: o sentido de A para B e o contrário a A B

ele, de B para A. Observe que só tem significado dizer que dois sentidos são iguais ou contrários se
estivermos fazendo essa comparação em uma mesma direção. Considerando uma reta vertical, por Fig. 2 – Em dada direção, há dois sentidos
exemplo. Sabemos que ela determina uma direção, e sobre essa direção há dois sentidos possíveis: possíveis. Neste caso (direção horizontal),
o sentido para baixo e o sentido para cima. para a esquerda ou direita.

Deslocamento
Consideremos um automóvel que partiu de Brasília, viajando para Recife, seguindo o caminho
indicado no mapa (fig. 3). Esse carro sofreu uma mudança de posição saindo de Brasília (A) e indo
para Recife (B). A mudança de posição é definida pelo segmento AB, denominado deslocamento
do carro. Assim:

Deslocamento de um corpo é o segmento que une a sua posição inicial à sua posição final.

FRENTE B
Observe que o deslocamento não deve ser confundido com a trajetória seguida pelo corpo.
Um avião, por exemplo, que fosse de Brasília para Recife, provavelmente seguiria uma trajetória com-
pletamente diferente e, no entanto, o seu deslocamento seria o mesmo do automóvel, o segmento
AB, unindo Brasília a Recife.
FÍSICA

Suponha que você deseja informar a uma pessoa o deslocamento do carro mencionado. Se
você lhe dissesse que o carro se deslocou 1 600 km, isto é, se você lhe fornecesse apenas o módulo
do deslocamento, essa pessoa não poderia fazer uma ideia da mudança de posição do carro. Esta
mudança de posição, de 1 600 km, poderia ter ocorrido em uma direção qualquer, que não foi es-
pecificada por você.

Vetores e movimento curvilíneo 5


Para melhor entendimento, você deveria informar que o deslocamento se deu na direção da
reta que passa por Brasília e Recife. Mesmo assim, para ter a ideia completa do deslocamento, a
pessoa teria de saber se ele ocorreu de Brasília para Recife ou de Recife para Brasília, isto é, ela teria
de conhecer o sentido do deslocamento. Neste caso, você deveria lhe informar que o sentido foi de
Brasília para Recife, ou seja, de A para B.

B
RECIFE

∆S&
OCEANO
ATLÂNTICO
A
Fig. 3 – Se um automóvel viaja de Brasília,
BRASÍLIA
Distrito Federal, para Recife, seu deslocamento é N

representado por meio de um vetor (seta única) 0 365


traçado de A para B. A trajetória está representada
km
pelo caminho de setas no mapa.

Em resumo, para especificarmos completamente um deslocamento AB qualquer, é necessário


fornecer:

o seu módulo – valor do deslocamento;


a sua direção – reta ao longo da qual ocorreu o deslocamento;
o seu sentido – se foi de A para B ou de B para A.

Grandezas que se comportam como o deslocamento são denominadas grandezas vetoriais.


Portanto:

Uma grandeza vetorial só fica completamente determinada quando são conhecidos o


seu módulo, a sua direção e o seu sentido.

Representação de uma grandeza vetorial


Além do deslocamento há várias outras grandezas vetoriais. A velocidade, por exemplo, é uma
grandeza vetorial. Se uma pessoa lhe disser que um carro está se movendo a 50 km/h (módulo da
velocidade), você não terá uma ideia completa de como o carro está se movendo. Você precisaria sa-
ber também a direção e o sentido da velocidade (por exemplo, direção norte-sul e sentido sul-norte).
Consideremos, novamente, um automóvel que viaja de Brasília (Distrito Federal) para Recife.
Como já vimos, o seu deslocamento só fica definido quando especificamos o seu módulo, a sua
direção e o seu sentido.
Estas três características da grandeza podem ser fornecidas, de uma só vez, se representarmos
o deslocamento por meio da flecha AB mostrada na figura 3: o comprimento da flecha, em uma
escala apropriada, indica o módulo do deslocamento; sua direção é representada pela direção
do segmento AB e o seu sentido é indicado pela seta na ponta da flecha. Na figura 4, a flecha
representa a velocidade de 50 km/h (cada 1 cm representa 10 km/h) na direção leste-oeste e no
sentido de oeste para leste. Qualquer grandeza vetorial pode ser representada, geometricamente,
de maneira idêntica.

6 Vetores e movimento curvilíneo


Dizemos então que, nas figuras 3 e 4, as flechas estão representando vetores: na figura 3, o vetor
deslocamento e na figura 4, o vetor velocidade.

CADA DE TIPOS/
ARQUIVO DA
EDITORA
v& 50 km/h
Oeste Leste

Escala: 1cm : 1 km/h

Fig. 4 – A velocidade de um automóvel pode ser representada em


módulo, direção e sentido por um vetor.

Ao nos referirmos a um vetor qualquer, traçado de um ponto a outro, de A para B, por exemplo,
escrevemos AB%, que se lê: vetor AB. Podemos, também, nos referir ao vetor usando uma única letra
para representá-lo. Por exemplo: podemos substituir AB% por ΔS% (lê-se: vetor delta S) na figura 3 e v &
(lê-se: vetor v) na figura 4.
Quando nos referimos apenas ao módulo de um vetor, deixamos de colocar a flecha sobre a
letra que o representa, escrevendo simplesmente: ΔS e v, por exemplo. Portanto:

ΔS%: representa o vetor (módulo, direção e sentido);


ΔS: representa apenas o módulo do vetor.

PARA CONSTRUIR

1 (UFPB) Em uma competição de rally pelo interior do Brasil, um dos competidores para o seu jeep por falta de gasolina. O motorista
então anda 200 metros em linha reta para a direita até encontrar um posto de combustível. Em seguida, ele anda mais 10 metros,
no mesmo sentido, até uma loja de conveniência para comprar água. Finalmente, o motorista retorna em linha reta para o seu
jeep. Considerando o posto de gasolina como origem do sistema de referência e adotando o sentido positivo como sendo o da
esquerda para a direita, identifique as afirmativas corretas:
I. A posição do jeep em relação ao posto é −200 m.
II. O deslocamento do motorista entre o posto e a loja de conveniência foi de 10 m.
III. O deslocamento do motorista entre a loja de conveniência e o jeep foi de −210 m.
IV. O deslocamento do motorista, no trajeto posto de combustível–loja de conveniência–posto de combustível, foi de
20 m.
V. A distância total percorrida pelo motorista, para comprar gasolina e água e retornar para o jeep, foi de 420 m.
Considerando o posto de gasolina como origem do sistema de referência e adotando o sentido positivo como sendo o da
esquerda para a direita, temos:
Jeep Posto Loja

200 0 10

Logo, podemos concluir que:


A proposição (I) é verdadeira. A posição do jeep em relação ao posto é 2200 m.
A proposição (II) é verdadeira, pois o deslocamento do motorista entre o posto e a loja de conveniência é:
ΔSposto-loja 5 Sloja 2 Sposto 5 10 2 0 5 10 m FRENTE B
A proposição (III) é verdadeira, pois o deslocamento do motorista entre a loja de conveniência e o jeep é:
ΔSloja-jeep 5 Sjeep 2 Sloja 5 2200 2 (110) 5 2210 m
A proposição (IV) é falsa, pois o deslocamento do motorista, no trajeto posto de combustível – loja de conveniência – posto
de combustível, é:
FÍSICA

ΔSposto-loja-posto 5 Sposto-loja 2 Sloja-posto 5 10 2 10 5 0 m


A proposição (V) é verdadeira, pois a distância total percorrida pelo motorista, para comprar gasolina e água e retornar
para o jeep, é:
d 5 Sjeep-posto 1 Sposto-loja 1 Sloja-jeep 5 200 1 10 1 210 5 420 m

Vetores e movimento curvilíneo 7


2. c
Em relação ao piloto, a velocidade do projétil era nula, pois os movimentos tinham mesmo sentido e mesmo módulo de velocidade.
2 (Enem) Conta-se que um curioso incidente aconteceu durante e) ele foi disparado para cima com velocidade constante, no
a Primeira Guerra Mundial. Quando voava a uma altitude de instante em que o avião francês passou.
dois mil metros, um piloto francês viu o que acreditava ser uma
mosca parada perto de sua face. Apanhando-a rapidamente, 3 (Uesc-BA) Considere um móvel que percorre a metade de
ficou surpreso ao verificar que se tratava de um projétil alemão. uma pista circular de raio igual a 10,0 m em 10,0 s. Adotando-
PERELMAN, J. Aprenda física brincando. São Paulo: Hemus, 1970.
-se 2 como sendo 1,4 e p igual a 3, é correto afirmar:
O piloto consegue apanhar o projétil, pois: a) O espaço percorrido pelo móvel é igual a 60,0 m.
a) o avião se movia no sentido oposto ao dele, com veloci- b) O deslocamento vetorial do móvel tem módulo igual a
dade de mesmo valor. 10,0 m.
b) ele foi disparado em direção ao avião francês, freado pelo c) A velocidade vetorial média do móvel tem módulo igual a
ar e parou justamente na frente do piloto. 2,0 m/s.
c) o avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velo- d) O módulo da velocidade escalar média do móvel é igual a
cidade de mesmo valor. 1,5 m/s.
d) o avião se movia no mesmo sentido que o dele, com velo- e) A velocidade vetorial média e a velocidade escalar média
cidade visivelmente superior. do móvel têm a mesma intensidade.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 Para aprimorar: 1


3. c
A figura mostra os deslocamentos es-
calar e vetorial em meia volta.

ΔS 5 pR 5 30 m ⇒ vm 5
DS
Dt
5
30
10
5 OPERAÇÕES COM VETORES
5 3,0 m/s As grandezas escalares se adicionam de acordo com as regras da Álgebra. Por exemplo, acres-
 centando-se 5 m3 a um tanque que contém 2 m3 de água, ele ficará com 7 m3 de água, pois:
  Dr 20
Dr 5 2R 5 20 m ⇒ v m 5 5 5
Dt 10 2 m3 1 5 m3 5 7 m3
5 2,0 m/s

Se uma pessoa possui um terreno, cuja área é de 1 000 m2, e vende um lote deste terreno de 400
m de área, o lote restante terá uma área de:
2
Dr% DS

1 000 m2 2 400 m2 5 600 m2

A maneira de operar com as grandezas vetoriais, entretanto, é diferente, como veremos a seguir.

Resultante de dois vetores


Consideremos um automóvel que se desloca de A para B e, em seguida, de B para C. Esses
deslocamentos estão representados, na figura 5, pelos vetores a & e b &.
O efeito final desses dois deslocamentos combinados é levar o carro de A para C. O vetor c &,
C
B b= traçado de A para C (fig. 5), representa um deslocamento equivalente ao efeito combinado de a & e b &.
Dizemos que o vetor c & é a soma ou resultante dos vetores a = e b & e escrevemos:
a=
c=
c & 5 a & 1 b&

A
Essa maneira de adicionar dois deslocamentos é válida para qualquer grandeza vetorial. Observe
que as grandezas vetoriais se adicionam de maneira diferente das grandezas escalares, e as palavras
“soma” ou “adição” e o sinal “1” têm, aqui, um significado especial. Para evitar confusão, usamos a
Fig. 5 – Deslocamento do carro de A para expressão soma vetorial quando estamos adicionando vetores. Além disso, se observarmos com
B, e de B para C. mais atenção a figura 5, poderemos concluir que:

Para encontrar a resultante c & de dois vetores a & e b&, traçamos o vetor b& de modo que sua
origem coincida com a extremidade do vetor a &. Unindo a origem do vetor a & com a extremidade
do vetor b&, obtemos a resultante c &.

8 Vetores e movimento curvilíneo


Regra do paralelogramo
Outra maneira de obter a resultante c & de dois vetores, a & e b&, está mostrada na figura 6. Esses
vetores são traçados de modo que suas origens coincidam (ponto O). Traçando-se um paralelogramo
que tenha a & e b& como lados, a resultante c & será dada pela diagonal desse paralelogramo, que parte
da origem comum dos dois vetores.
Esse processo é conhecido como regra do paralelogramo.

a&

c & 5 a & 1 b&


O

PARA
b& REFLETIR

Utilizando a regra do paralelo-


gramo na figura 5, obteríamos o
mesmo resultado?
Fig. 6 – Obtendo a resultante de dois vetores pela
regra do paralelogramo.
Subtração de vetores
Imagine que um carro, em determinado instante, apresente a velocidade representada na
figura 7 pelo vetor v1& e, alguns instantes depois, ele apresente a velocidade representada pelo
vetor v2& .
v2

v1
u

Fig. 7
a&
Se quiséssemos calcular a variação de velocidade, encontraríamos um vetor v,& resultado da
subtração vetorial entre v1& e v2& . Logo:
b&
v &5 v2& 2 v1&

Mas a subtração de dois vetores pode ser compreendida como a soma do vetor v2& pelo
q&
vetor oposto de v1& , o que permite que utilizemos a regra do paralelogramo nesse caso também.
Assim:
p&

v &5 v2& 1 (2v1& ) Fig. 9

Dois vetores são iguais


FRENTE B
v2
quando apresentam o mesmo
v1 módulo, a mesma direção e o
v2
θ mesmo sentido ( a & e b &).
Dois vetores são opostos
FÍSICA

quando apresentam o mesmo


Fig. 8
módulo e a mesma direção,
Observação: Repare que a resultante seria igual caso uníssemos os vetores v1& e v2& pela origem mas os sentidos são contrários
e traçássemos a resultante partindo de v1& e apontando para v2& . ( p & e q &).

Vetores e movimento curvilíneo 9


Resultante de vários vetores
Suponha que tenham sido dados os deslocamentos v1& , v2& , v3& e v4& . Escolhida uma escala apro-
priada, traçamos os vetores de modo que a extremidade de um coincida com a origem do seguinte,
como mostra a figura 10. O deslocamento resultante, isto é, o deslocamento capaz de substituir os
deslocamentos sucessivos combinados, será o vetor v,& que une a origem do primeiro vetor com a
extremidade do último.
v& 5 v&1 1 v&2 1 v&3 1 v&4

v2

v3
v1

PARA v4
REFLETIR

Se mudássemos a ordem de dis-


posição dos vetores da figura 10, Fig. 10 – A figura mostra a resultante de
a resultante seria a mesma? vários vetores, obtida ligando-se a origem
do primeiro vetor à extremidade do último.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Consideremos dois deslocamentos, S1 e S2, de módulos d) S&1 e S&2 formam um ângulo de 120°, como mostra a figura.
S1 = 4 m e S2 = 3 m. Determine a resultante ΔS desses deslo- S&2
camentos nos seguintes casos:
120°
a) S&1 e S&2 têm a mesma direção e o mesmo sentido, como S&1
mostra a figura.
wΔS% 5 S&1 1 S&2
S&1 S&2

wΔS% 5 S&1 1 S&2

b) S&1 e S&2 têm a mesma direção e sentidos contrários, como RESOLUÇÃO:


mostra a figura. a) Seguindo a orientação estabelecida no texto, traçamos
S&1
os vetores de modo que a origem de S&2 coincida com a
extremidade de S&1. O deslocamento resultante wΔS %, obtido
S&2 unindo-se a origem de S&1 com a extremidade de S&2, terá,
wΔS% 5 S&1 1 S&2 como mostra a figura, módulo ΔS 5 7 m e a mesma dire-
ção e o mesmo sentido dos vetores dados.
c) S&2 é perpendicular a S&1, como mostra a figura. b) Usando o mesmo processo, obtemos o deslocamento
resultante wΔS % mostrado na figura. Observe que seu mó-
S&2
dulo é ΔS 5 1 m, sua direção é a mesma dos vetores
dados e o seu sentido é o do vetor de maior módulo
(sentido de S&1).
c) Obtemos a resultante wΔS % ligando perpendicularmente a
origem de S&2 com a extremidade de S&1. Vemos que essa
S&1 wΔS% 5 S&1 1 S&2 resultante é a hipotenusa de um triângulo retângulo,
cujos catetos são S&1 e S&2. O módulo de wΔS % poderá ser
obtido, algebricamente, usando-se o teorema de Pitágo-
ras, isto é:
ΔS2 5 S12 1 S22 ⇒ 42 1 32 5 25 ⇒ ΔS 5 5 m.

10 Vetores e movimento curvilíneo


Observe que temos wΔS % 5 S&1 + S&2 (soma vetorial), mas o módulo de wΔS % é diferente da soma dos módulos de S&1 e S&2
(5 Þ 4 1 3).

d) Para esse caso, em que os vetores não estão na mesma direção e formam um ângulo diferente de 90°, embora possamos de-
terminar algebricamente a resultante (pela lei dos cossenos), será mais simples e mais prático usar o método gráfico. Para isso,
traçamos os vetores em uma escala apropriada.
Na figura, escolhemos representar cada 1 m por 1 cm (escala de 1:100) e, assim, representamos S&1 por um vetor de 4 cm e S&2 por
um vetor de 3 cm, de forma que o ângulo entre S&1 e S&2 seja 120°. Ligando a origem do vetor S&2 com a extremidade de S&1 obtemos
a resultante wΔS %, mostrada em módulo, direção e sentido.
O módulo de Δ w S % será obtido medindo-se, com uma régua, o comprimento do segmento que representa Δ w S %. Faça isso e você
obterá uma medida de 6,1 cm, aproximadamente. Portanto, considerando a escala do desenho, o módulo de Δ w S % será ΔS 5 6,1 m.

Observe que, também neste caso, este módulo não é igual à soma dos módulos de S&1 e S&2 (6,1 Þ 4 1 3).

Componentes de um vetor
Consideremos o vetor v & representado na figura 11. Tracemos, a partir da origem O do vetor,
os eixos perpendiculares x e y. Da extremidade de v &, tracemos uma perpendicular sobre o eixo x.
Estamos projetando o vetor v & sobre o eixo x e obtemos o vetor v & mostrado na figura 11. Este vetor
vx& denomina-se componente do vetor v & segundo a direção do eixo x. Portanto:

A componente de um vetor é a sua projeção (ortogonal) segundo sua direção.

Do mesmo modo, podemos obter a componente de v & sobre o eixo y, projetando-o sobre este
eixo. Essa componente, vy& , também está representada na figura 11. vx& e vy& são denominadas com-
ponentes retangulares do vetor v &.
Observe que v & é a resultante de vx& e vy& (regra do paralelogramo) e, portanto, o vetor v & poderá
ser substituído pelas suas componentes retangulares. Assim:

Ao determinarmos as componentes retangulares de um vetor v &, encontramos


dois vetores, vx& e vy& , que, em conjunto, podem substituir o vetor v &.

vy& v&

u B
Fig. 11 – Os vetores vx& e vy& são
as componentes retangulares
O vx& x
do vetor v.&

Para calcular matematicamente os valores dessas componentes, podemos utilizar as relações


métricas no triângulo retângulo, vistas em Trigonometria: FRENTE B

cateto oposto a u
sen u 5
FÍSICA

hipotenusa
cateto adjacente a u
cos u 5
hipotenusa

Vetores e movimento curvilíneo 11


Logo, para o triângulo OAB da figura 11, temos:

vy
sen u 5 ⇒ vy 5 v ? sen u
v
vx
cos u 5 ⇒ vx 5 v ? cos u
v

Essas relações nos permitem calcular os valores das componentes vx& e vy& quando conhecemos
o módulo do vetor v & e o ângulo que ele forma com o eixo x.
Por outro lado, se conhecermos os valores das componentes vx& e vy& , o módulo do vetor v &
poderá ser obtido pelo teorema de Pitágoras, ou seja:

v2 5 vx2 1 vy2

Caso o triângulo não seja retângulo, podemos aplicar uma variação da Lei dos cossenos. Para
isso, é necessário que se conheça o ângulo u entre os dois vetores:

va v
u

vb

v2 5 v2a 1 vb2 1 2 ? va ? vb ? cos u

EXERCÍCIO RESOLVIDO

2 Consideremos um corpo que sofre um deslocamento wΔS % de Sx 5 ΔS cos u; Sy 5 ΔS sen u


100 km, formando um ângulo de 30° com a direção oeste- em que u 5 30° e ΔS 5 100 km.
-leste, como mostra a figura. Considerando o eixo x dirigido
Consultando uma tabela de funções trigonométricas ou utili-
para o leste e o eixo y dirigido para o norte, calcule as com-
zando uma calculadora científica, encontramos (considerando
ponentes S&x e S&y desse deslocamento.
dois algarismos significativos):
y
cos 30° 5 0,87; sen 30° 5 0,50.
Norte

Assim:

∆S& Sx 5 100 ? 0,87 [ Sx 5 87 km


S&y
y
Sy 5 100 ? 0,50 [ Sy 5 50 km
30º Leste
O
Observe que, quando sofre o deslocamento considerado,
S&x x
o corpo se afasta de O deslocando-se um pouco para o
leste e um pouco para o norte. As componentes indicam
RESOLUÇÃO: essas quantidades. Portanto, os resultados S x 5 87 km
Projetando o vetor wΔS % sobre x e y, encontramos as compo- e Sy 5 50 km representam que, em virtude do deslo-
nentes S&x e S&y. Os valores dessas componentes serão obtidos camento wΔS %, o corpo se deslocou 87 km para o leste e
pelas relações: 50 km para o norte.

12 Vetores e movimento curvilíneo


PARA CONSTRUIR

4 (IFCE) Se cada quadrado, na figura abaixo, tem lado 1, é corre- 7 (FGV-SP) Um avião decola de um aeroporto e voa 100 km
to afirmar-se que o vetor resultante mede: c durante 18 min no sentido leste; a seguir, seu piloto apon-
ta para o norte e voa mais 400 km durante 1 h; por fim,
aponta para o oeste e voa os últimos 50 km, sempre em
linha reta, em 12 min, até pousar no aeroporto de destino.
O módulo de sua velocidade vetorial média nesse percur-
so todo terá sido, em km/h, de aproximadamente: c
a) 200 50 km
b) 230 (12 min)

c) 270
d) 300
a) 20 e) 400
∆S 400 km
b) 20 2 R& 5 (1 h)
R2 5 52 1 52
O módulo do deslocamento resultante é:
c) 5 2 R2 5 2 ? 52
ΔS2 5 502 1 4002 ⇒ ΔS . 403 km
R5 5 2
d) 10 2 5 Para encontrar o tempo total:
Δt 5 
e) 10 18 12 
111  5 1,5 h
 60 60 
100 km
5 O vetor v & mostrado na figura representa um deslocamento A velocidade vetorial média é: (18 min)
cujo módulo é v 5 20 m. DS 403
|v &| 5 5 . 268,7 km/h . 270 km/h
Dt 1,5
y

v&

8 (AFA-SP) Considere que dois vetores A& e B& fazem entre si um


vy&
ângulo de 60º quando têm suas origens sobre um ponto
u em comum. Além disso, considere também que o módulo
0 vx& x
de B& é duas vezes maior que o de A&, ou seja, B 5 2A. Sendo
o vetor soma S& 5 A& 1 B& e a diferença D& 5 A& 2 B&, a razão
a) Desenhe na figura as componentes retangulares v x& e v y& entre os módulos S vale: a
do vetor v &. Projetando o vetor v & sobre os eixos x e y, como D
mostra a figura anterior, encontramos as componentes v x& e v y& . 21
a)
b) Sabendo-se que u 5 25°, calcule v x& e v y& . 3 S& 5 A& 1 B& D& 5 A& 2 B&
Sendo cos 25° 5 0,9 e sen 25° 5 0,42, temos: b) 1
vx 5 v ? cos u 5 20 ? cos 25° 5 20 ? 0,90 ⇒ vx 5 18 m c) 7 S&
A& A& D&
vy 5 v ? sen u 5 20 ? sen 25° 5 20 ? 0,42 ⇒ vy 5 8,4 m
d) 3 60° 60°
B& B&
Fig. 1 Fig. 2
Empregando a lei dos cossenos na figura 1, temos:
S 2 5 A2 1 B2 1 2AB cos 60°
1
S 2 5 A2 1 (2A)2 1 4A2
6 (AFA-SP) Sejam três vetores A&, B& e C&. Os módulos dos vetores 2
A& e B& são, respectivamente, 6u e 8u. S 2 5 7A2 ⇒ S 5 7A
Empregando a lei dos cossenos na figura 2, temos:
O módulo do vetor S & 5 A& 1 B& vale 10u; já o módulo do vetor D 2 5 A2 1 B2 2 2AB cos 60°
D& 5 A& 1 C& é nulo. Sendo o vetor R& 5 B& 1 C&, tem-se que o 1
FRENTE B
D 2 5 A2 1 (2A)2 2 4A2
módulo de F & 5 S& 1 R& é igual a: a 2
a) 16u D2 5 3A2 ⇒ D 5 3A
S
b) 10u F& 5 S& 1 R& A razão entre os módulosvale:
D
c) 8u F& 5 (A& 1 B&) 1 (B& 1 C&)
FÍSICA

F& 5 A& 1 C& 1 2B& S 7A 7? 3 21


5 5 5
d) 6u F& 5 0 1 2B& D 3A 3? 3 3
e) 4u |F&| 5 2|B&| 5 2 ? 8u 5 16u

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 2 a 5 Para aprimorar: 2 a 5

Vetores e movimento curvilíneo 13


VETOR VELOCIDADE E VETOR ACELERAÇÃO
Como vimos, a velocidade é uma grandeza vetorial. A seguir, veremos que a aceleração também
é uma grandeza vetorial. Entretanto, até agora não trabalhamos o caráter vetorial dessas grandezas
porque tratamos apenas de movimentos retilíneos e, para este estudo, é suficiente conhecer o mó-
dulo da velocidade e da aceleração.

Vetor velocidade
Consideremos uma partícula descrevendo uma trajetória curva, como na figura 12. Para estudar
um movimento como esse, é necessário considerar o caráter vetorial da velocidade, isto é, devemos
definir o vetor velocidade v & em cada instante:

o valor da velocidade instantânea é o módulo do vetor v &;


a direção de v & é tangente à trajetória no ponto em que a partícula ocupa no instante consi-
derado;
o seu sentido é o mesmo do movimento da partícula neste instante.

A figura 12 mostra o vetor v & traçado em diversos instantes do movimento de uma formiga.
TSEKHMISTER/SHUTTERSTOCK
v &3

v &4

v &2

v &1

v2
Fig. 12 – A velocidade instantânea é representada, em cada ponto da trajetória, por um vetor tangente a ela.
v1 5 v2
Observe que, conhecendo o vetor v & em um dado instante, conhecemos o valor da velocidade
v1 v1 Þ v2
aC instantânea, a direção do movimento neste instante e o sentido instantâneo do movimento.

aC Aceleração centrípeta
Consideremos uma partícula descrevendo uma trajetória curva, de modo que o valor (módulo)
de sua velocidade permaneça constante (fig. 13). Embora o módulo da velocidade seja constante, a
Fig. 13 – Quando a direção da
velocidade varia, existe uma direção do vetor v & está variando (a direção da tangente à curva varia). Quando o módulo da veloci-
aceleração centrípeta. dade varia, existe uma aceleração que caracteriza esta variação. Do mesmo modo, quando a direção

14 Vetores e movimento curvilíneo


da velocidade varia, para caracterizar essa variação definimos uma aceleração, denominada aceleração
centrípeta. A aceleração centrípeta, ac& , é um vetor perpendicular à velocidade e dirigida para o centro
da trajetória – a palavra “centrípeta” significa “que aponta para o centro” (essa aceleração, em virtude
de ser perpendicular a v &, é também denominada aceleração normal). Portanto, sempre que variar
a direção do vetor v & (trajetória curva), teremos uma aceleração centrípeta. Na figura 13 mostramos
o vetor a & em dois pontos da trajetória.
Suponhamos que um automóvel entre em uma curva a uma velocidade cujo módulo está cres-
cendo (fig. 14). Podemos dizer que esse automóvel possui duas acelerações: a centrípeta a c& (pois a
direção de v & está variando) e uma aceleração denominada aceleração tangencial, at& , que caracteriza
a variação do módulo de v &. A aceleração tangencial at& é um vetor na mesma direção de v & (tangente
∆v
à trajetória). O módulo da aceleração tangencial é calculado por at 5 .
∆t
O sentido de at& será o mesmo de v & se o movimento for acelerado (v aumentando) e contrário
ao de v & se o movimento for retardado (v diminuindo).
Observe, na figura 14, os vetores ac& e at& em um determinado instante do movimento.
Em resumo, podemos dizer:

Sempre que variar a direção do vetor velocidade de um corpo, esse corpo possuirá uma ace-
leração centrípeta.
Sempre que variar o módulo do vetor velocidade de um corpo, esse corpo possuirá uma
aceleração tangencial.
FRITZ POLKING/FRANK LANE PICTURE AGENCY/CORBIS/LATINSTOCK

CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA


v&
at&

ac&

Fig. 14 – Se além da variação na direção


do vetor velocidade ocorrer uma variação
no módulo, a partícula possuirá uma
aceleração centrípeta e uma aceleração
tangencial.

FRENTE B
FÍSICA

Fig. 15 – Durante o mergulho do guarda-rios na


água, o vetor velocidade dos pássaros aponta
para baixo. Entretanto, ao entrar na água, o seu
movimento é retardado, com o vetor aceleração
apontado para cima (a resistência da água sobre
o pássaro retarda o movimento).

Vetores e movimento curvilíneo 15


PARA CONSTRUIR

9 Em cada uma das figuras deste exercício, temos a trajetória movimento é acelerado, o módulo de v & está variando. Logo, |at& | Þ 0.

de uma partícula que se desloca de A para B. Desenhe o vetor c) I. sim; II. não. A trajetória é curva, isto é, a direção de v &
velocidade da partícula nos pontos A e B, supondo que: está variando. Logo, |a c& | Þ 0. Como o movimento é uniforme,
a) o movimento é uniforme; o módulo de v & não varia. Logo, |at& | = 0.
d) I. sim; II. sim. A trajetória é curva. Logo, |a c& | Þ 0. Como o
A vAvA B vBvB módulo de v & varia, temos também |at& | Þ 0.

Como o movimento é retilíneo e uniforme, devemos traçar veto-


A B
res v A& e v B& na direção
vAvA da trajetória, sendo que
vBvB vA 5 vB.

vA A vvB B
B acelerado; v
b) o movimento
A é uniformemente
vBvB

A A vvA A vA B vvB B
vAvA vB
A
vA
B
vB 11 (Udesc-SC) Considere o looping mostrado na figura, consti-
Como o movimento é retilíneo uniformemente acelerado, tere- tuído por um trilho inclinado seguido de um círculo. Quando
B
mos v A& e v B& na direçãovAda trajetória, sendo que
v vB . vA.
vvB B B uma pequena esfera é abandonada no trecho inclinado do
A vA B vB
trilho, a partir de determinada altura, percorrerá toda a traje-
c) o movimento
A A é uniforme; B vBvB
vvvA A
A
B
vBvB tória curva do trilho, sempre em contato com ele.
vA
vAvA B vB
vB
A B
vA
vA vB vB
A vA
A vA vvB B
B
B
vvA A
vB vB
A vB
vB
A vAv
Como a trajetória A v é curva e o movimento é uniforme, os vetores
A B
v A& e v B& são tangentes à trajetória em A e B, sendo que vA 5 vB.
vA Sendo v a velocidade instantânea e a a aceleração centrípeta
d) o movimento é uniformemente acelerado. da esfera, o esquema que melhor representa estes dois veto-
A B vB
res no ponto mais alto da trajetória no interior do círculo é: a
vB
a) v
vA
vA
A No ponto mais alto da trajetória tere-
a mos a velocidade tangencial da bolinha
apontando para a esquerda (direção do
b) a
movimento) e a aceleração centrípeta
voltada para o centro e apontando para
Ainda neste caso, v A& e v B& são tangentes à trajetória, mas deve- baixo.
mos ter vB . vA.
v

10 Considere os movimentos mostrados nas figuras da questão c) v


anterior. Para cada uma delas, diga se a partícula possui:
I. aceleração centrípeta;
II. aceleração tangencial. a

a) I. não; II. não. O movimento é retilíneo, isto é, a direção d) v

de v & não varia. Logo, |a c& | 5 0. Como o movimento é uniforme,


o módulo de v & também não varia. Logo, |at& | 5 0.
b) I. não; II. sim. O movimento é retilíneo. Logo, |a c& | 5 0. Como o a

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 6 Para aprimorar: 6

16 Vetores e movimento curvilíneo


Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA PRATICAR 4 (UEPG-PR) O estudo da Física em duas e três dimensões re-


PARA PRATICAR
quer o uso de uma ferramenta matemática conveniente e
poderosa conhecida como vetor. Sobre os vetores, assinale
1 (Udesc – Adaptada) Considere as seguintes proposições so- o que for correto. Dê como resposta a soma das afirmativas
bre grandezas físicas escalares e vetoriais.
corretas.
I. A caracterização completa de uma grandeza escalar re-
(01) A direção de um vetor é dada pelo ângulo que ele for-
quer tão somente um número seguido de uma unida-
ma com um eixo de referência qualquer dado.
de de medida. Exemplos dessas grandezas são o peso e
(02) O comprimento do segmento de reta orientado que
a massa.
representa o vetor é proporcional ao seu módulo.
II. O módulo, a direção e o sentido de uma grandeza carac-
(04) Dois vetores são iguais somente se seus módulos cor-
terizam-na como vetor.
respondentes forem iguais.
III. Exemplos de grandezas vetoriais são a velocidade e acele-
(08) O módulo do vetor depende de sua direção e nunca é
ração.
negativo.
IV. A única grandeza física que é escalar e vetorial ao mesmo
(16) Suporte de um vetor é a reta sobre a qual ele atua.
tempo é a temperatura.
Assinale a alternativa correta.
5 (Cefet-MG) Considere os vetores A& e B& desenhados abaixo.
a) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. A&
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
B&
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

2 (Mack-SP) Um avião, após deslocar-se 120 km para nordeste A operação vetorial A& – B& está mais bem representada pelo
(NE), desloca-se 160 km para sudeste (SE). Sendo um quarto segmento orientado de reta em:
de hora o tempo total dessa viagem, o módulo da velocidade a) c)
vetorial média do avião, nesse tempo, foi de:
a) 320 km/h d) 640 km/h
b) 480 km/h e) 800 km/h b) d)
c) 540 km/h

3 (IFCE) Uma partícula se move de A para B segundo a trajetó-


ria da figura abaixo. 6 (UEL-PR) Uma pista é constituída por três trechos: dois retilí-
neos, AB e CD, e um circular, BC, conforme esquema abaixo.
A
D

B C

A B
FRENTE B
Se um automóvel percorrer toda a pista com velocidade es-
calar constante, o módulo da sua aceleração será:
Sabendo-se que cada divisão da trajetória corresponde a a) nulo em todos os trechos.
FÍSICA

1 m, o deslocamento resultante da partícula foi de: b) constante, não nulo, em todos os trechos.
a) 43 m d) 5 m c) constante, não nulo, nos trechos AB e CD.
b) 10 m e) 4 m d) constante, não nulo, apenas no trecho BC.
c) 7 m e) variável apenas no trecho BC.

Vetores e movimento curvilíneo 17


Norte
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (UFRGS-RS – Adaptada) Um objeto é lançado da superfície


v
da Terra verticalmente para cima. Considere a aceleração da u
gravidade constante e despreze a resistência do ar. Oeste
O P
Sobre o movimento do objeto, são feitas as seguintes afir-
mações: δ

I. Durante a subida, os vetores velocidade e aceleração têm


sentidos opostos. a) A distância percorrida pelo helicóptero no instante em
II. No ponto mais alto da trajetória, os vetores velocidade e que o avião alcança o ponto O é δu/v.
aceleração são nulos. b) A distância do helicóptero ao ponto O no instante t é
III. Durante a descida, os vetores velocidade e aceleração igual a δv/(v2 1 u2)1/2.
têm mesmo sentido. c) A distância do avião ao ponto O no instante t é igual a
Qual(is) está(ão) correta(s)? δv2/(v2 1 u2).
a) Apenas I. d) O instante t é igual a δv/(v2 1 u2).
b) Apenas II. e) A distância d é igual a δu/(v2 1 u2)1/2.
c) Apenas I e II. 5 (UEL-PR) A gôndola é um meio de transporte comumen-
d) Apenas I e III. te usado nos famosos canais de Veneza e representa um
e) Apenas II e III. dos principais atrativos turísticos da cidade. Um pedestre
2 Dois deslocamentos a & e b&, per- caminha no sentido oeste-leste com velocidade constante
b& de 3 km/h em relação à margem do canal e observa duas
pendiculares entre si, têm mó- 90°
dulos a 5 4,0 cm e b 5 3,0 cm gôndolas em movimento: a primeira, no sentido oeste-leste,
(veja a figura). com velocidade constante de 10 km/h em relação à margem
do canal; e a segunda, no sentido leste-oeste, com veloci-
a) Desenhe a resultante c & desses
a& dade constante de 6 km/h também em relação à margem
dois vetores e determine o seu
do canal. Além disso, um veneziano observa, de sua janela, o
módulo usando uma régua.
pedestre caminhando no sentido oeste-leste e em sua dire-
b) Determine o módulo de c &
ção. Ao colocar o sistema referencial inercial no pedestre, as
usando o teorema de Pitá-
velocidades relativas da primeira gôndola, da segunda e do
goras. Compare o resultado
veneziano, em relação ao pedestre, são, respectivamente, de:
com aquele que você obte-
ve graficamente. a) 7 km/h para o leste, 9 km/h para o oeste, 3 km/h para o
oeste.
3 Na figura deste problema, os b) 7 km/h para o oeste, 9 km/h para o leste, 3 km/h para o leste.
B C
segmentos AB, BC, CA, etc. re- c) 13 km/h para o leste, 3 km/h para o oeste, 3 km/h para o leste.
presentam vetores (wAB% e wBA%, d) 13 km/h para o oeste, 3 km/h para o leste, 3 km/h para o
por exemplo, são vetores de oeste.
sentidos contrários). Nas igual- e) 13 km/h para o leste, 9 km/h para o oeste, 3 km/h para o
dades seguintes, estão apresen- leste.
A D
tadas algumas relações entre
esses vetores. Assinale aquela 6 O velocímetro de um carro que se D
que NÃO é verdadeira. desloca em uma estrada plana, mos- v
trada na figura deste problema, indica
a) A
w B% 1 wBC% 1 wCA% 5 0 d) A
w C% 1 wCD% 5 wAD%
constantemente 60 km/h no trecho
b) Bw D% 5 wAB% 1 wAD% e) Aw B% 1 wBD% 1 wDC% 5 wAC%
AB. No trecho BC, a indicação do velo-
c) B w A% 1 wBC% 5 wBD% C
címetro cai gradualmente para 40 km/h v
4 (ITA-SP) Ao passar pelo ponto O, um helicóptero segue na e, no trecho CD, aumenta gradual-
direção norte com velocidade v constante. Nesse momen- mente para 80 km/h. Faça uma cópia
to, um avião passa pelo ponto P, a uma distância δ de O, e da figura em seu caderno e desenhe
B v
voa para o oeste, em direção a O, com velocidade u também os vetores ac& (aceleração centrípeta)
constante, conforme mostra a figura. Considerando t o ins- e at& (aceleração tangencial) do mo-
tante em que a distância d entre o helicóptero e o avião for vimento do automóvel nas posições
indicadas. A
mínima, assinale a alternativa correta. 

18 Vetores e movimento curvilíneo


CAPÍTULO

2 Movimento circular uniforme

Objetivos: Dizemos que uma partícula está em movimento circular quando sua trajetória é uma circun-
ferência. Se, além disso, o valor da velocidade permanecer constante, o movimento é denominado
c Aplicar o modelo de
circular uniforme. Nesse movimento, o vetor velocidade tem módulo constante, mas a direção
movimento circular
uniforme em situações
desse vetor varia continuamente.
reais. O ciclismo é um esporte muito comum de ser praticado, e há mais de uma modalidade, sendo
as principais a mountain bike (provas disputadas numa pista de terra com vários tipos de irregula-
c Utilizar o conceito ridades), o BMX (ou bicicross, praticado tanto em corrida na terra como em freestyle, que utiliza-se
de composição de piscinas e skateparks para fazer diversos tipos de manobras), as competições de estrada (longas
de velocidades distâncias no asfalto, com provas de resistência e contra o relógio) e as competições de pista (que se
na resolução de
ramificam em vários tipos de provas).
problemas.
Nas competições de pista, as bicicletas não costumam ter freios e a inclinação das pistas de
competição pode chegar a 42°, com os atletas realizando curvas em alta velocidade.

TAXI/GETTY IMAGES

FRENTE B
FÍSICA

Ciclista numa pista circular de alta velocidade.

Vetores e movimento curvilíneo 19


v
VELOCIDADE
Repare na figura 1, na qual está representada a trajetória descrita por uma pedra que gira presa
v R
na ponta de um barbante.
O tempo que a partícula gasta para efetuar uma volta completa é denominado período do
movimento e é representado por T. O espaço percorrido pela partícula, durante um período, é o
comprimento da circunferência, que vale 2pR (R é o raio da trajetória).
Como o movimento é uniforme, o valor da velocidade será dado por:
v

distância percorrida
v5
v tempo gasto no percurso

Fig. 1 – Uma partícula que gira, presa à 2pR


v5
extremidade de um barbante, está em T
movimento circular.

FREQUÊNCIA
Suponha que, observando a pedra da figura 1 em um movimento de rotação uniforme, verifi-
cássemos que a partícula efetua 30 voltas completas em um tempo igual a 10 s. A frequência, ƒ, desse
movimento é, por definição, o quociente entre o número de voltas e o tempo gasto para efetuá-las.
Logo, a frequência da pedra será:

ƒ 5 30 voltas 5 3 voltas/s
10 s

Observe que esse resultado significa que a pedra efetuou 3,0 voltas em cada 1 segundo. A unidade
BIOGRAFIA de frequência, 1 volta/s, é denominada 1 hertz, em homenagem ao cientista alemão Heinrich Hertz.
Heinrich Rudolf Hertz (1857- Portanto, podemos destacar que a frequência ƒ de um movimento circular uniforme é definida por:
-1894) foi responsável por de-
terminar a velocidade da pro- no de voltas efetuadas
pagação das ondas, e suas ex- ƒ5
tempo gasto para efetuá-las
periências contribuíram para o
desenvolvimento das técnicas de
radiotransmissão.
O resultado representa o número de voltas que o corpo executa por unidade de tempo.
Observação: O conceito de frequência pode ser aplicado em outros tipos de movimentos –
alguns serão vistos em Física Ondulatória.
Como o período é o tempo T no qual é efetuada 1 volta, e a frequência é o número de voltas
S E
O TO/ G ET T Y I M A G

efetuadas na unidade de tempo analisada, temos que:

T }} 1 volta
1 unidade de tempo }} ƒ voltas
ERF

Tƒ 5 1; logo:
PP
PO

ƒ 5 1 ou T 5 1
T ƒ

Portanto, a frequência é igual ao inverso do período e vice-versa. Por exemplo, se o período de


um movimento circular é T 5 0,5 s, sua frequência será:

ƒ 5 1 5 1 ; logo, ƒ 5 2 voltas/s 5 2 hertz 5 2 Hz


T 0,5

20 Vetores e movimento curvilíneo


VELOCIDADE ANGULAR v&

Consideremos uma partícula em movimento circular, passando pela posição P1 (fig. 2). Após um
P2
intervalo de tempo Δt, a partícula estará passando pela posição P2. Nesse intervalo de tempo Δt, o P1
raio que acompanha a partícula em seu movimento descreve um ângulo Δu.
A relação entre o ângulo descrito pela partícula e o intervalo de tempo gasto para descrevê-lo é de- v&
R
R Δu
nominada velocidade angular da partícula. Representando a velocidade angular por v (letra grega ômega
minúscula), temos que:

v 5 ∆u
∆t

Fig. 2 – Um partícula descrevendo um


ângulo Δu em um intervalo de tempo Δt.
Chamaremos a velocidade definida pela relação v 5 ∆S de velocidade linear, para distingui-la
∆t
da velocidade angular que acabamos de definir. Observe que as definições de v e v são semelhantes:
a velocidade linear se refere ao espaço percorrido na unidade de tempo, e a angular, ao ângulo descrito
na unidade de tempo.
A velocidade angular nos fornece uma informação sobre a rapidez com que um corpo está
girando. Quanto maior for a velocidade angular de um corpo, maior será o ângulo que ele descreve
por unidade de tempo, isto é, ele estará girando mais rapidamente.
Lembrando que os ângulos podem ser medidos em graus ou em radianos, vemos que v poderá
ser medida em graus/s ou em rad/s.
Uma maneira de calcular a velocidade angular é considerar a partícula efetuando uma volta Relação graus-radianos
completa. Nesse caso, o ângulo descrito será Δu 5 2p rad e o intervalo de tempo será de um de alguns ângulos
período, isto é, Δt 5 T. Logo: Graus Radianos
360° 2p rad
180° p rad
v 5 2p
T
p
90° rad
2

Relação entre v e v 60°


p
rad
3
Vimos que, no movimento circular uniforme, a velocidade linear pode ser obtida pela relação:
57,3° 1 rad
v 5  R
2pR ou 2p
v5 p
T  T 45° rad
4

Como 2p é igual à velocidade angular (v), conclui-se que: p


T 30° rad
6

v 5 vR

Essa equação nos permite calcular a velocidade linear v quando conhecemos a velocidade angular
v e o raio R da trajetória. Observe que ela só é válida se a unidade de medida dos ângulos for o radiano. FRENTE B

ACELERAÇÃO CENTRÍPETA
No movimento circular uniforme, o módulo da velocidade da partícula permanece constante
FÍSICA

e a partícula não possui aceleração tangencial. Entretanto, como a direção do vetor velocidade varia
continuamente, a partícula possui uma aceleração centrípeta ac& . Na figura 3, estão representados os
vetores v & e ac& em quatro posições diferentes da partícula. O vetor ac& tem a direção do raio e aponta
sempre para o centro da circunferência.

Vetores e movimento curvilíneo 21


v
Portal
SESI
Educação ac&
www.sesieducacao.com.br
v R
Acesse o portal e veja a simulação
interativa Movimento circular. a&c

Fig. 3 – A figura mostra os vetores v & e ac&


ac& de uma partícula, em movimento
circular uniforme, em alguns
pontos de sua trajetória. v

Podemos deduzir, matematicamente, que o valor da aceleração centrípeta no movimento cir-


cular é dado por:
2
ac 5 v
Atividade R
Experimental
Note que o valor de ac& é proporcional ao quadrado da velocidade e inversamente proporcio-
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
nal ao raio da circunferência. Portanto, se um automóvel faz uma curva fechada (R pequeno) com
aprofunde-se no assunto. grande velocidade, ele terá uma grande aceleração centrípeta. Esses fatos estão relacionados com a
possibilidade de o carro conseguir ou não fazer uma curva.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

1 Uma barra gira, com movimento uniforme, em torno de um Portanto, todos os pontos da barra estão girando com um
eixo que passa pelo ponto O (ver figura), efetuando duas rota- período T 5 0,50 s.
ções por segundo. Para os pontos A e B da barra, situados às b) Sabemos que v 5 2p . Como A e B possuem o mesmo
distâncias RA 5 2,0 m e RB 5 3,0 m do eixo de rotação, calcule: T
período, terão também a mesma velocidade angular (am-
vB&
bos descrevem o mesmo ângulo de 2p rad no mesmo
B
tempo de 0,50 s). Logo:
A
vA&
v A 5 vB 5 2p 5 4p rrad/s
0,5
O
v c) Os pontos A e B percorrem distâncias diferentes em um
mesmo intervalo de tempo. Portanto, embora possuam a
mesma velocidade angular, eles têm velocidades lineares
diferentes. Como v 5 vR, teremos:
vA 5 vA RA 5 4p ? 2,0 ou vA . 25 m/s
vB 5 vB RB 5 4p ? 3,0 ou vB . 38 m/s
a) o período de rotação de cada um;
Assim, a velocidade linear de B é maior do que a de A.
b) as velocidades angulares vA e vB;
2
c) as velocidades lineares vA e vB;
d) A aceleração centrípeta é dada por ac 5 v . Logo:
d) as acelerações centrípetas acA e acB. R

RESOLUÇÃO: v2A 2
acA 5 5 25 ⇒ acA . 33,1 ? 102 m/
m/ss2
a) Cada ponto da barra executa um movimento circular uni- RA 2,0
forme em torno de O, sendo o período de rotação o mes-
mo para todos esses pontos. Como a barra efetua 2 rota- v 2B 2
acB 5 5 38 ⇒ acB . 44,8 ? 102 m/
m/ss2
ções por segundo, para efetuar 1 volta ela gastará 0,50 s. RB 3,0

22 Vetores e movimento curvilíneo


PARA CONSTRUIR

1 (UEM-PR) Sobre o movimento circular uniforme, assinale o 3 (PUC-RJ) A Lua leva 28 dias para dar uma volta completa ao
que for certo. redor da Terra. Aproximando a órbita como circular, sua dis-
(01) Período é o intervalo de tempo que um móvel gasta tância ao centro da Terra é de cerca de 380 mil kilometros.
para efetuar uma volta completa. A velocidade aproximada da Lua, em km/s, é: e
(02) A frequência de rotação é dada pelo número de voltas a) 13
que um móvel efetua por unidade de tempo. b) 0,16
(04) A distância que um móvel em movimento circular uni- c) 59
d) 24
forme percorre ao efetuar uma volta completa é direta-
e) 1,0
mente proporcional ao raio de sua trajetória. 28 dias 5 28 ? 24 ? 3 600 s
(08) Quando um móvel efetua um movimento circular uni- v5
∆S
forme, sobre ele atua uma força centrípeta, a qual é res- ∆t

ponsável pela mudança na direção da velocidade do 2pR


v5
∆t
móvel.
2 ? 3,14 ? 380 000
(16) O módulo da aceleração centrípeta é diretamente pro- v5 . 1,0 km/s
28 ? 24 ? 3600
porcional ao raio de sua trajetória. Resposta exercício 1
(01) Verdadeira, pois é a definição de período.
2 (Unicamp-SP) As máquinas cortadeiras e colheitadeiras de (02) Verdadeira, pois é a definição de frequência.
cana-de-açúcar podem substituir dezenas de trabalhadores (04) Verdadeira, pois ΔS 5 2pR.
rurais, o que pode alterar de forma significativa a relação de (08) Verdadeira, pois a resultante centrípeta é dirigida para o centro da
trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar. A pá cortadeira da curva, evitando que o móvel saia pela tangente.

máquina ilustrada na figura abaixo gira em movimento circu- v2


(16) Falsa, pois ac 5 , ou seja, o módulo da aceleração centrípeta é
lar uniforme a uma frequência de 300 rpm. A velocidade de R
inversamente proporcional ao raio de sua trajetória.
um ponto extremo P da pá vale (Considere p . 3): c
4 Uma polia A, em rotação, tem 10 cm de raio e um ponto de
sua periferia tem uma velocidade linear de 50 cm/s. Outra
polia, B, de 25 cm de raio, gira de modo que um ponto de sua
periferia tem uma velocidade linear de 75 cm/s.
a) Calcule a velocidade angular de cada polia.
Para calcular as velocidades angulares, vamos usar a expressão
v
R 5 60 cm v 5 vR, reescrevendo-a como v 5 . Teremos, então, para a
P R
vA 50
polia A: v A 5 5 ⇒ v A 5 5,0 rad/s;
RA 10
vB 75
e para a polia B: vB 5 5 ⇒ v A 5 3,0 rad/s
RB 25

a) 9 m/s b) Qual das duas polias está girando mais rapidamente? Jus-
b) 15 m/s tifique sua resposta.
c) 18 m/s A polia que estiver girando mais rapidamente possuirá maior
d) 60 m/s velocidade angular. Portanto, embora os pontos da periferia FRENTE B
v 5 vR 5 2pƒR
300 revoluções 300 voltas da polia A possuam menor velocidade linear, ela está girando
ƒ 5 300 rpm 5 5 5 Hz
1minuto 60 s mais rapidamente do que a polia B.
R 5 60 cm 5 0,6 m
FÍSICA

Logo:
v 5 2 ? 3 ? 5 ? 0,6 5 18 m/s

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 5 Para aprimorar: 1 a 5

Vetores e movimento curvilíneo 23


PARA
REFLETIR Como funcionam as bicicletas com marcha?
Em uma bicicleta comum, a engrenagem movimentada pelos pedais – a coroa – está
Qual é a relação das velocidades
angulares dos três ponteiros do conectada à outra engrenagem unida à roda traseira – a catraca – por uma corrente (fig. 4).
relógio? Roda

Coroa

Catraca

Fig. 4 – coroa e catraca de uma bicicleta comum.


Como você pode ver, a coroa é maior que a catraca, para facilitar o movimento: quan-
do o ciclista pedala, ele movimenta a coroa, que dá um certo número de voltas, e a catraca,
conectada à coroa, dá um número maior de voltas.
Já as bicicletas com marchas possuem mais que um par de rodas dentadas (fig. 5).

R2 5 8 cm
R4 5 5 cm

Coroa Catraca
R1 5 5 cm R3 5 2 cm

Fig. 5 – Esquema simplificado de coroas e catracas de uma bicicleta com marchas.


No exemplo da figura anterior, há 3 coroas e 5 catracas, o que corresponde a um total
de 3 3 5 5 15 combinações possíveis de marcha. Logo, dizemos que é uma bicicleta de
15 marchas.
As combinações servem para o ciclista obter diferentes tipos de velocidade. Como a
velocidade da bicicleta, em relação ao solo, é diretamente proporcional à velocidade angular
da roda, ele pode, por exemplo, em uma subida, fazer uma combinação com a menor coroa
e a maior catraca, de forma que a velocidade seja baixa (mais pedaladas para deslocar-se pela
distância referente à circunferência da roda traseira), o que implicará menos esforço físico, pois
menor será a força exercida pelo ciclista ao pedalar.
Sabendo que marcha leve é a combinação da catraca maior com a coroa menor, e que
a marcha pesada é a combinação da catraca menor com a coroa maior, use os dados forne-
cidos no desenho anterior para calcular:
2pR1 2pR2
v coroa T R1 5 R 8
1. a relação na marcha leve. 1. 2pR 5 5 5 1 2. 2pTR 5 2 5 5 4
v catraca 4 R 4 5 3 R 3 2
T T
v
2. a relação coroa na marcha pesada.
v catraca

24 Vetores e movimento curvilíneo


PHOTO12/GLOW IMAGES
COMPOSIÇÃO DE VELOCIDADES
Consideremos um avião voando, com certa velocidade, em um
local onde não haja ventos. Se começar a ventar, o movimento do
avião pode ser considerado como a composição de dois movimentos:
o movimento em relação ao ar, que é proporcionado pelos motores; e
o movimento do ar em relação à Terra, que também desloca o avião.
Situações como essa, em que um corpo possui, simultaneamente, duas
ou mais velocidades em relação a um observador, são frequentes. Por
exemplo, um barco que se movimenta em um rio enquanto é arrasta-
do pela correnteza e uma pessoa que caminha dentro de um veículo
enquanto é levada pelo próprio veículo. Nestes exemplos, a velocida- Fig. 6 – Cena do filme O cavaleiro solitário, dirigido por Gore Verbinski, com
de observada para o corpo será a resultante das velocidades que ele os atores Johnny Depp, no papel do índio Tonto, e Armie Hammer, como o
cavaleiro solitário (Disney, 2014). Sendo vP& T a velocidade dos personagens em
possui. Portanto, o avião citado anteriormente se deslocará com uma
relação ao trem e vT& S a velocidade do trem em relação ao solo, a velocidade vP& S
velocidade igual à soma vetorial da velocidade do avião no ar com a dos personagens em relação ao solo será dada pela resultante de vP& T e vT& S, isto
velocidade do ar em relação à Terra. é: vP& S 5 vP& T 1 vT& S.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

2 Consideremos um barco cuja velocidade em relação à água, c) Se a velocidade v&B for orientada perpendicularmente à
proporcionada por seu motor, tem módulo vB 5 6,0 m/s. Esse margem (III), com que velocidade o barco se deslocará
barco se movimenta em um rio no qual a velocidade da cor- no rio?
renteza é vC 5 4,0 m/s. A velocidade v & do barco, em relação à
RESOLUÇÃO:
Terra, é dada pela resultante de vB& e vC& . Observe as três situa-
ções mostradas abaixo. a) O barco está animado, simultaneamente, por duas ve-
locidades. Portanto, ele se movimentará em relação à
I. Terra com uma velocidade v,& que é a resultante de vB& e
vC
vC& . Neste caso, vB& e vC& são vetores de mesma direção e
de mesmo sentido.
vB
Portanto:
v 5 vB 1 vC 5 6,0 1 4,0 ⇒ v 5 10 m/s
O valor da velocidade resultante é dado pela soma algé-
II. brica dos módulos de v&B e v&C e, assim, o barco desce o rio
vC
mais rapidamente do que se não existisse a correnteza.
b) Para essa situação, os vetores v&B e v&C têm a mesma dire-
vB
ção e sentidos contrários, e o valor da velocidade resul-
tante será:
v 5 vB 2 vC 5 6,0 2 4,0 ⇒ v 5 2,0 m/s
III. B Em virtude do menor valor da velocidade resultante, o
v barco gastará mais tempo para subir o rio do que para
vB descer.
c) Neste caso, vB& e vC& não possuem a mesma direção. A velo-
cidade resultante v & poderá ser obtida pela regra do para- FRENTE B
lelogramo. Consequentemente, o barco vai se deslocar ao
vC
Trajetória longo da trajetória AB mostrada na figura.
do barco Como vB& é perpendicular a vC& , o módulo da velocidade
FÍSICA

A resultante v & será:


a) Qual a velocidade com que o barco desce o rio (I)?
4,02 ⇒ v 5 7,2 m/s
v 5 vB2 1 v 2C 5 6,02 1 4,0
b) Qual a velocidade com que o barco sobe o rio (II)?

Vetores e movimento curvilíneo 25


Independência das velocidades
Examinando a situação III do exercício resolvido, notamos que as velocidades do barco vB& e da
correnteza vC& são perpendiculares entre si.
Isso significa que vC& não tem componente na direção de vB& e, portanto, a correnteza não terá
nenhuma influência no tempo que o barco gasta para atravessar o rio. Consequentemente, haja ou
não correnteza, o tempo de travessia será o mesmo, pois o efeito da correnteza é unicamente o de
deslocar o barco rio abaixo.
Do mesmo modo, sendo nula a componente de vB& na direção da correnteza, a velocidade do
barco não terá influência no seu movimento rio abaixo. Logo, as velocidades vB& e vC& são independen-
tes. Em outras palavras:

Quando um corpo está animado, simultaneamente, por dois movimentos perpen-


diculares entre si, o deslocamento na direção de um deles é determinado apenas pela
velocidade naquela direção.

Essa independência de dois movimentos simultâneos e perpendiculares foi proposta por Galileu
Galilei (1564-1642). Deixando um objeto cair verticalmente e, no mesmo instante, lançando hori-
zontalmente um outro objeto, verificou-se que ambos caem simultaneamente, gastando o mesmo
tempo para atingir o solo.
Atualmente, podemos verificar, por meio de fotografias especiais, como a da figura 7, que Galileu
chegou a resultados corretos.
PROFA. DRA. MARISA A. CAVALCANTE/GOPEF/PUC-SP

Fig. 7 – Fotografia
estroboscópica de duas bolas
lançadas simultaneamente
que atingem o solo ao mesmo
tempo. O movimento horizontal
da bola da esquerda não tem
efeito sobre sua aceleração
vertical. Ambas as bolas têm
aceleração constante vertical
de g (. 9,8 m/s2).

A bola da esquerda, em queda livre, tem apenas a velocidade vertical. Já a bola da direita está
animada por dois movimentos perpendiculares, possuindo, além da velocidade vertical de queda,
uma velocidade horizontal decorrente do impulso do lançamento. Como elas gastam o mesmo
tempo para cair, concluiu-se que a velocidade horizontal não influi no movimento de queda da bola
da direita, isto é, as velocidades horizontal e vertical atuam simultaneamente sobre ela, de forma
independente.

26 Vetores e movimento curvilíneo


PARA CONSTRUIR

5 Um avião está voando com uma velocidade em relação ao 7 Uma pedra se desprende de uma montanha e rola pela en-
ar va 5 200 km/h. Em um dado instante começa a soprar um costa, chegando à beirada de um penhasco com uma veloci-
vento forte, com uma velocidade vv 5 80 km/h, dirigida do dade horizontal v0& (veja a figura deste problema). Em virtude
norte para o sul. Qual será a velocidade do avião em relação desta velocidade inicial, ela vai atingir o solo no ponto P.
à Terra supondo que ele está voando:
a) do norte para o sul?
b) do sul para o norte?
a) A velocidade do avião, va& , e a velocidade do vento, vv& , têm a
mesma direção e o mesmo sentido. O módulo da velocida-
de resultante v & (velocidade em relação à Terra) será, portanto:
v 5 va 1 vv 5 200 1 80 [ v 5 280 km/h v0
b) Como, agora, va& e vv& têm sentidos contrários:
v 5 va 2 vv 5 200 2 80 [ v 5 120 km/h
h

d
6 Suponha que o avião do exercício anterior dirigisse a sua ve- a) Reproduza a figura e faça nela um desenho mostrando o
locidade va& de oeste para leste. aspecto da trajetória que a pedra descreve no ar.
Norte

va A

Leste
Oeste v
vv h

P
d
C
b) Sabendo-se que h 5 20 m e considerando g 5 10 m/s2,
calcule o tempo que a pedra gasta para se deslocar da
D Sul
beirada do penhasco até o solo.
Esse é o mesmo tempo que ele gastaria se caísse em queda
a) Usando uma escala em que 1 cm representa 80 km/h, de-
livre a partir do repouso da altura h.
senhe, na figura desse exercício, os vetores va& e vv& , ambos
com origem no ponto entre as asas do avião. h 5 1 gt 2 ⇒ t 5 2h ⇒ t 5 2 ? 20 [ t 5 2,0 s
2 g 10
b) Desenhe a velocidade resultante do avião e determine
o seu valor, medindo seu comprimento com uma régua
(lembre-se da escala do desenho).
c) Para qual das cidades mostradas na figura (A, B, C ou D)
está se dirigindo o avião?
d) Sabendo-se que o avião está a 430 km dessa cidade, c) Supondo que v0 5 6,0 m/s, calcule a distância d mostrada
quanto tempo ele gastará para alcançá-la? na figura.
a) Como 1 cm representa 80 km/h, o vetor que representa vA& deverá A pedra desloca-se, na horizontal, com uma velocidade FRENTE B
ter 2,5 cm de comprimento e o que representa vv& deverá ter 1 cm. v0 5 6,0 m/s durante um tempo t 5 2,0 s. Logo:
Esses vetores estão representados na figura. d 5 v0 t 5 6,0 ? 2,0 [ d 5 12 m
b) A resultante de va& e vv& é o vetor v & mostrado na figura. Medindo o
seu comprimento com uma régua, encontramos 2,7 cm. Então,
FÍSICA

o módulo de v & será:


v 5 2,7 ? 80 [ v 5 216 km/h
c) Vemos, na resposta da figura do item (b), que v & aponta para a
cidade B.
d) Como o avião se desloca com uma velocidade v 5 216 km/h,
teremos:

Dt 5 DS 5 430 [ Dt . 2 h
v 216 Vetores e movimento curvilíneo 27
8 (UFTM-MG) Boleadeira é o nome de um aparato composto de Desprezando-se a resistência imposta pelo ar e consideran-
três esferas unidas por três cordas inextensíveis e de mesmo do que o conjunto seja lançado com velocidade v & (do ponto
comprimento, presas entre si por uma das pontas. O compri- de junção das cordas em relação ao solo) de módulo 4 m/s,
mento de cada corda é 0,5 m e o conjunto é colocado em movi- pode-se afirmar que o módulo da velocidade resultante da
mento circular uniforme, na horizontal, com velocidade angular esfera A no momento indicado na figura, também em rela-
v de 6 rad/s, em disposição simétrica, conforme figura. ção ao solo, é, em m/s, e
a) 3
b) 4
c) 5
d) 6
e) 7
v Há composição de dois movimentos: translacional e rotacional.
v A velocidade da esfera segundo o movimento rotacional é dada por:
vrot 5 v ? R ⇒ vrot 5 6 ? 0,5 ⇒ vrot 5 3 m/s
Pela figura, conclui-se que a velocidade de rotação de A no momento
do lançamento tem mesma direção e mesmo sentido de v.& Logo,
a velocidade resultante (composição dos dois movimentos) é dada
por:
vR 5 vrot 1 | v &| ⇒ vR 5 3 1 4 ⇒ vR 5 7 m/s
A

Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. TAREFA PARA CASA: Para praticar: 6 e 7 Para aprimorar: 6 a 8
As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR

1 (Cefet-SC) Toda vez que o vetor velocidade sofre alguma va-


riação, significa que existe uma aceleração atuando. Existem
a aceleração tangencial ou linear e a aceleração centrípeta. B
Assinale a alternativa correta que caracteriza cada uma dessas
duas acelerações. A

a) Aceleração tangencial é consequência da variação no


módulo do vetor velocidade; aceleração centrípeta é con-
sequência da variação na direção do vetor velocidade.
b) Aceleração tangencial é consequência da variação na di-
reção do vetor velocidade; aceleração centrípeta é conse-
quência da variação no módulo do vetor velocidade.
c) Aceleração tangencial só aparece no MRUV; aceleração
centrípeta só aparece no MCU.
d) Aceleração tangencial tem sempre a mesma direção e a
sentido do vetor velocidade; aceleração centrípeta é sem-
a) Em módulo, a aceleração centrípeta de A é maior do que
pre perpendicular ao vetor velocidade.
a aceleração centrípeta de B.
e) Aceleração centrípeta tem sempre a mesma direção e
b) Em módulo, as velocidades angulares de A e B são iguais.
sentido do vetor velocidade; aceleração tangencial é sem-
c) A poderia acompanhar B se a velocidade angular de A fos-
pre perpendicular ao vetor velocidade.
se maior do que a de B, em módulo.
2 (UFSM-RS) A figura representa dois atletas numa corrida, per- d) Se as massas dos corredores são iguais, a força centrípeta so-
correndo uma curva circular, cada um em uma raia. Eles de- bre B é maior do que a força centrípeta sobre A, em módulo.
senvolvem velocidades lineares com módulos iguais e cons- e) Se A e B estivessem correndo na mesma raia, as forças
tantes, num referencial fixo no solo. Atendendo à informação centrípetas teriam módulos iguais, independentemente
dada, assinale a resposta correta. das massas.

28 Vetores e movimento curvilíneo


3 (Unicamp-SP – Adaptada) Várias leis da Física são facilmente Serra Serra
de fita de fita
verificadas em brinquedos encontrados em parques de di-
Polia 3 Polia 3
versões. Num carrossel, uma criança se mantém a uma dis- Polia 2 Polia 2
tância r 5 4,0 m do centro do carrossel e gira com velocidade Motor Motor
Polia 1 Polia 1
angular constante v0. Baseado em sua experiência cotidiana,
Correia
estime o valor de v0 para o carrossel e, a partir dele, calcule o Correia
módulo da aceleração centrípeta ac da criança nos instantes Montagem P Montagem Q  
t 5 10 s, t 5 20 s, t 5 30 s e t 5 40 s. Em seguida, esbo- Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a justifi-
ce o comportamento de ac em função do tempo no gráfico cativa desta opção?
abaixo, marcando claramente com um ponto os valores de
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades lineares
ac para cada um dos instantes acima. Considere que p 5 3 e
iguais em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá
que, para t 5 0, o carrossel já se encontra em movimento.
menor frequência.
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais e a
ac (m/s2)

que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um


ponto periférico.
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências diferentes e a
que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um
ponto periférico.
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velocidades
lineares em pontos periféricos e a que tiver menor raio
terá maior frequência.
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velocidades
lineares em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá
menor frequência.

6 (Cefet-MG) Um garoto gira uma pedra presa a extremidade de


0 10 20 30 40 t (s)
um barbante de 1,0 m de comprimento, em movimento circular
uniforme, no plano vertical, com uma frequência de 60 Hz. Ele
4 (FMTM-MG) Num aparelho para tocar CDs musicais, a leitura
solta o barbante no momento em que a velocidade da pe-
da informação é feita por um dispositivo que emite um feixe
dra forma um ângulo de 37° com a horizontal, como mostra
de laser contra a superfície do CD e capta a luz refletida. Ao
a figura.
reproduzir as faixas da primeira à última, o dispositivo movi-
menta-se radialmente perto da superfície do CD, do centro
para a borda (ao contrário dos discos de vinil), enquanto o
CD gira rapidamente, para que o feixe de laser percorra as
trilhas de informação. A velocidade de leitura na trilha do CD
v
permanece constante durante toda a reprodução. Nesta si-
tuação, considere as afirmações:
I. O CD tem movimento de rotação com velocidade angular 37°
variável.
II. Se duas faixas musicais têm a mesma duração, o CD dará o
mesmo número de voltas para reproduzir cada uma delas.
III. O período de revolução do movimento circular do CD au- Desprezando-se qualquer forma de atrito, o alcance horizon-
menta ao longo da reprodução. tal, atingido pela pedra em relação à posição de lançamento,
Está(ão) correta(s) apenas: vale, aproximadamente, em metros,
a) I. d) I e II. a) 349 p2 FRENTE B
b) II. e) I e III. b) 742 p2
c) III. c) 968 p2
d) 1382 p2
5 (Enem) Para serrar ossos e carnes congeladas, um açougueiro
FÍSICA

utiliza uma serra de fita que possui três polias e um motor. O 7 (ESPCEX-SP) Um bote de assalto deve atravessar um rio de
equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, largura igual a 800 m, numa trajetória perpendicular a sua
P e Q. Por questão de segurança, é necessário que a serra margem, num intervalo de tempo de 1 minuto e 40 segun-
possua menor velocidade linear. dos, com velocidade constante. Considerando o bote como

Vetores e movimento curvilíneo 29


uma partícula, desprezando a resistência do ar e sendo cons- 3 (UFSM-RS) Algumas empresas privadas têm demonstrado
tante e igual a 6 m/s a velocidade da correnteza do rio em interesse em desenvolver veículos espaciais com o objetivo
relação à sua margem, o módulo da velocidade do bote em de promover o turismo espacial. Nesse caso, um foguete ou
relação à água do rio deverá ser de: avião impulsiona o veículo, de modo que ele entre em órbita
ao redor da Terra. Admitindo-se que o movimento orbital é
Margem
um movimento circular uniforme em um referencial fixo na
Correnteza Terra, é correto afirmar que:
Trajetória do bote a) o peso de cada passageiro é nulo, quando esse passageiro
está em órbita.
b) uma força centrífuga atua sobre cada passageiro, forman-
Margem do um par ação-reação com a força gravitacional.
c) o peso de cada passageiro atua como força centrípeta do
a) 4 m/s movimento; por isso, os passageiros são acelerados em
b) 6 m/s direção ao centro da Terra.
c) 8 m/s
d) o módulo da velocidade angular dos passageiros, medido
d) 10 m/s
em relação a um referencial fixo na Terra, depende do qua-
e) 14 m/s
drado do módulo da velocidade tangencial deles.
e) a aceleração de cada passageiro é nula.
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
4 (UFPR) Um ciclista movimenta-se com sua bicicleta em linha
1 (AFA-SP) Dois corpos, A e B, giram em movimento circular reta a uma velocidade constante de 18 km/h. O pneu, devi-
uniforme presos aos extremos de cordas de comprimentos, damente montado na roda, possui diâmetro igual a 70 cm.
respectivamente, r e 2r. Sabendo que eles giram com a mes- No centro da roda traseira, presa ao eixo, há uma roda denta-
ma velocidade tangencial, pode-se dizer que: da de diâmetro 7,0 cm. Junto ao pedal e preso ao seu eixo há
outra roda dentada de diâmetro 20 cm. As duas rodas denta-
das estão unidas por uma corrente, conforme mostra a figura.
v v Não há deslizamento entre a corrente e as rodas dentadas.
Supondo que o ciclista imprima aos pedais um movimento
circular uniforme, assinale a alternativa correta para o núme-
r 2r
ro de voltas por minuto que ele impõe aos pedais durante
A B
esse movimento. Nesta questão, considere p 5 3.

a) ambos desenvolverão a mesma velocidade angular.


b) ambos estarão submetidos à mesma força centrípeta.
c) num mesmo intervalo de tempo, o corpo A dará maior
número de voltas que o B.
d) o corpo A desenvolve menor aceleração centrípeta que o B.
a) 0,25 rpm
2 (IFCE) Numa pista circular de diâmetro 200 m, duas pessoas se b) 2,50 rpm
deslocam no mesmo sentido, partindo de pontos diametral- c) 5,00 rpm
mente opostos da pista. A primeira pessoa parte com velocida- d) 25,0 rpm
de angular constante de 0,010 rad/s, e a segunda parte, simul- e) 50,0 rpm
taneamente, com velocidade escalar constante de 0,8 m/s.
5 (Enem) Na preparação da madeira em uma indústria de móveis
As duas pessoas estarão emparelhadas após (use p com duas
utiliza-se uma lixadeira constituída de quatro grupos de polias,
casas decimais)
como ilustra o esquema a seguir. Em cada grupo, duas polias de
a) 18 minutos e 50 segundos. tamanhos diferentes são interligadas por uma correia provida
b) 19 minutos e 10 segundos. de lixa. Uma prancha de madeira é empurrada pelas polias, no
c) 20 minutos e 5 segundos. sentido A → B (como indicado no esquema), ao mesmo tempo
d) 25 minutos e 50 segundos. em que um sistema é acionado para frear seu movimento, de
e) 26 minutos e 10 segundos. modo que a velocidade da prancha seja inferior à da lixa.

30 Vetores e movimento curvilíneo


1 2 7 Um menino, nadando com velocidade vM& , deve atravessar
um rio cuja correnteza tem uma velocidade vC& . Suponha
que ele queira seguir a trajetória AB, perpendicular às mar-
gens (veja a figura deste problema). Para isso, o menino nada
orientando sua velocidade numa direção que forma um
ângulo u com a margem.

y
A B

vM&

CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA


3 4

O equipamento acima descrito funciona com os grupos de


polias girando da seguinte forma: u
x
a) 1 e 2 no sentido horário; 3 e 4 no sentido anti-horário. vC&
b) 1 e 3 no sentido horário; 2 e 4 no sentido anti-horário. A
c) 1 e 2 no sentido anti-horário; 3 e 4 no sentido horário.
a) Reproduza a figura em seu caderno e desenhe nela as
d) 1 e 4 no sentido horário; 2 e 3 no sentido anti-horário.
componentes vM& x (paralela à margem) e vM& y (perpendicu-
e) 1, 2, 3 e 4 no sentido anti-horário.
lar à margem). Escreva as expressões dessas componen-
6 (ESPCEX-SP) Uma esfera é lançada com velocidade horizontal tes em função de vM& e u.
constante de módulo v 5 5 m/s da borda de uma mesa ho- b) Qual deve ser a relação entre vM& x e vC& para que o menino
rizontal. Ela atinge o solo num ponto situado a 5 m do pé da siga a trajetória AB?
mesa, conforme o desenho abaixo.
8 (Uerj) Três bolas – X, Y e Z – são lançadas da borda de uma
g mesa, com velocidades iniciais paralelas ao solo e mesma di-
reção e sentido.
v
A tabela a seguir mostra as magnitudes das massas e das ve-
locidades iniciais das bolas.

Bolas Massa (g) Velocidade inicial (m/s)

X 5 20

5,0 m Y 5 10

Desprezando a resistência do ar, o módulo da velocidade Z 10 8


com que a esfera atinge o solo é de: As relações entre os respectivos tempos de queda tx, ty e tz
Dado: Aceleração da gravidade: g 5 10 m/s2 das bolas X, Y e Z estão apresentadas em:
a) 4 m/s c) 5 2 m/s e) 5 5 m/s a) tx , ty , tz c) tz , ty , tx
b) 5 m/s d) 6 2 m/s b) ty , tz , tx d) ty 5 tx 5 tz
FRENTE B

ANOTAÇÕES
FÍSICA

Vetores e movimento curvilíneo 31


Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Revisão”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

REVISÃO As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

1. (UEG-GO) Considerando que os vetores A&, B& e C& satisfa- 4. (Mack-SP) Num relógio convencional, às 3 h pontualmen-
zem à equação vetorial A& 1 B& 5 C& e seus módulos estão te vemos que o ângulo formado entre o ponteiro dos
relacionados pela equação escalar A 1 B 5 C, responda minutos e o das horas mede 90°. A partir desse instante,
ao que se pede. o menor intervalo de tempo necessário para que esses
a) Como está orientado o vetor A em relação ao vetor B? ponteiros fiquem exatamente um sobre o outro é:
Justifique o seu raciocínio. a) 15 min c) 180 min e) 17,5 min
b) Considere agora que a relação entre os seus módulos 11
seja dada por A2 1 B2 5 C2. Qual seria a nova orienta- b) 16 min d) 360 min
ção do vetor B em relação ao vetor A? Justifique seu 21
raciocínio.  5. (Ufal)  De dentro de um automóvel em movimento reti-
líneo uniforme, numa estrada horizontal, um estudante
2. (AFA-SP – Adaptada) Os vetores A& e B& na figura abaixo re-
olha pela janela lateral e observa a chuva caindo, fazendo
presentam, respectivamente, a velocidade do vento e a um ângulo (u) com a direção vertical, com sen u 5 0,8 e
velocidade de um avião em pleno voo, ambas medidas cos u 5 0,6. Para uma pessoa parada na estrada, a chuva
em relação ao vento. Sabendo-se que o movimento resul- cai verticalmente, com velocidade constante de módulo v.
tante do avião acontece em uma direção perpendicular à Se o velocímetro do automóvel marca 80,0 km/h, pode-se
direção da velocidade do vento, tem-se que o cosseno do concluir que o valor de v é igual a:
ângulo  entre os vetores velocidades A& e B& vale:
A
a) 48,0 km/h c) 64,0 km/h e) 106,7 km/h
| |
a) 2 B& b) 60,0 km/h d) 80 km/h
| A&| θ
6. (UFMS) Seja um rio sem curvas e de escoamento sereno sem
| |
b) 2 A& turbulências, de largura constante igual a L. Considere o es-
| B&| B coamento representado por vetores velocidades paralelos
às margens e que cresce uniformemente com a distância
c) 2| A&| ? | B&|
da margem, atingindo o valor máximo vmáx no meio do rio.
d) | A&| ? | B&| A partir daí a velocidade de escoamento diminui uniforme-
mente atingindo o valor nulo nas margens. Isso acontece
porque o atrito de escoamento é mais intenso próximo às
3. (IFPE) Qual é o cosseno do ângulo formado pelos vetores margens. Um pescador, na tentativa de atravessar esse rio,
A& 5 4 ? i & 1 3 e B& 5 21 ? i & 1 1 ? j, em que i & e j& são ve- parte da margem inferior no ponto O com um barco dire-
tores unitários? cionado perpendicularmente às margens e com velocidade
constante em relação à água, e igual a u. As linhas tracejadas,
nas figuras, representam possíveis trajetórias descritas pelo
j barco ao atravessar o rio saindo do ponto O e chegando ao
i
ponto P na margem superior. Com fundamentos nos con-
ceitos da Cinemática, assinale a alternativa correta.

Fig. A P Fig. B P
A

vmáx L vmáx L

B
O O

Fig. C P Fig. D P
a) 2 2 c) 2 e) 0
10 10 vmáx vmáx
L L

b) 2 10 d) 10
2 2 O O

32 Vetores e movimento curvilíneo


a) A figura A representa corretamente a trajetória do 9. (ITA-SP) Um dispositivo é usado para determinar a distri-
barco; e o tempo t para atravessar o rio é igual a buição de velocidades de um gás. Em t 5 0, com os orifí-
t 5 L/(vmáx1u). cios O' e O alinhados no eixo z, moléculas ejetadas de O',
b) A figura B representa corretamente a trajetória do bar- após passar por um colimador, penetram no orifício O do
co; e o tempo t para atravessar o rio é igual a t 5 L/u. tambor de raio interno R, que gira com velocidade angu-
c) A figura C representa corretamente a trajetória do bar- lar constante v. Considere, por simplificação, que neste
co; e o tempo t para atravessar o rio é igual a t 5 L/u. instante inicial (t 5 0) as moléculas em movimento en-
d) A figura B representa corretamente a trajetória do contram-se agrupadas em torno do centro do orifício O.
barco; e o tempo t para atravessar o rio é igual a Enquanto o tambor gira, conforme mostra a figura, tais
t 5 L/(u1vmáx). moléculas movem-se horizontalmente no interior deste
e) A figura D representa corretamente a trajetória do bar- ao longo da direção do eixo z, cada qual com sua própria
co; e o tempo t para atravessar o rio é igual a t 5 L/u. velocidade, sendo paulatinamente depositadas na super-
fície interna do tambor no final de seus percursos. Nestas
7. (UFRGS-RS) A figura apresenta esquematicamente o siste- condições, obtenha em função do ângulo u a expressão
ma de transmissão de uma bicicleta convencionaI. para v – vmin, em que v é a velocidade da molécula de-
positada correspondente ao giro u do tambor e vmin é a
menor velocidade possível para que as moléculas sejam
vR depositadas durante a primeira volta deste.
P
A ω
Colimador
B
vB
R
vA O'
z
R θ

Na bicicleta, a coroa A conecta-se à catraca B através da O


correia P. Por sua vez, B é ligada à roda traseira R, girando
com ela quando o ciclista está pedalando.
Nesta situação, supondo que a bicicleta se move sem 10. (UEM-PR) Considere uma pista de ciclismo de forma cir-
deslizar, as magnitudes das velocidades angulares, vA, vB cular com extensão de 900 m e largura para comportar
e vR são tais que: dois ciclistas lado a lado e, também, dois ciclistas A e B
partindo do mesmo ponto inicial P dessa pista e no mes-
a) vA , vB 5 vR d) vA , vB , vR
mo instante, sendo que A parte com velocidade constan-
b) vA 5 vB , vR e) vA . vB 5 vR
te de 36 km/h no sentido anti-horário e B, com velocida-
c) vA 5 vB 5 vR
de constante de 54 km/h no sentido horário.
8. (Fuvest-SP) Um motociclista de motocross move-se com Desprezando-se pequenas mudanças de trajetória e posi-
velocidade v 5 10 m/s, sobre uma superfície plana, até ção, para que não ocorra colisão entre os ciclistas, assinale
atingir uma rampa (em A) inclinada de 45° com a horizon- e some as afirmativas corretas.
tal, como indicado na figura. (01) Após 1 min de corrida, o ângulo central, correspon-
dente ao arco de menor medida delimitado pelas
v posições dos dois ciclistas, mede, aproximadamente,
g
A
2p rad.
H 45°
3
(02) Os dois ciclistas se cruzam pela primeira vez, após a
D partida inicial, no tempo t 5 23 s, aproximadamente.
(04) A velocidade angular média do ciclista A é de FRENTE B
p rad/s.
A trajetória do motociclista deverá atingir novamente a 45
rampa a uma distância horizontal D (D 5 H), do ponto A, (08) Após 2 h de corrida, a diferença entre as distâncias
FÍSICA

aproximadamente igual a: totais percorridas pelos dois ciclistas é de, aproxima-


a) 20 m d) 7,5 m damente, 18 km.
b) 15 m e) 5 m (16) A aceleração centrípeta do ciclista B é de p m/s2 .
c) 10 m 2

Vetores e movimento curvilíneo 33


11. (UERN) Uma roda-d’água de raio 0,5 m efetua 4 voltas a 14. (UFPB) Em uma bicicleta, a transmissão do movimento
cada 20 segundos. A velocidade linear dessa roda é: das pedaladas se faz através de uma corrente, acoplando
(Considere: p 5 3) um disco dentado dianteiro (coroa) a um disco dentado
traseiro (catraca), sem que haja deslizamento entre a cor-
a) 0,6 m/s. c) 1,0 m/s.
rente e os discos. A catraca, por sua vez, é acoplada à roda
b) 0,8 m/s. d) 1,2 m/s.
traseira de modo que as velocidades angulares da catraca
12.(UFPA) O escalpelamento é um grave acidente que ocor- e da roda sejam as mesmas (ver a seguir figura represen-
re nas pequenas embarcações que fazem transporte tativa de uma bicicleta).
de ribeirinhos nos rios da Amazônia. O acidente ocorre
quando fios de cabelos longos são presos ao eixo des- Roda

CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA


protegido do motor. As vítimas são mulheres e crianças,
que acabam tendo o couro cabeludo arrancado. Um
barco típico que trafega nos rios da Amazônia, conhe-
4R
cido como “rabeta”, possui um motor com um eixo de R
80 mm de diâmetro, e este motor, quando em operação,
0,5 m
executa 3 000 rpm.
Considerando que, nesta situação de escalpelamento, há
um fio ideal que não estica e não desliza preso ao eixo do Coroa Corrente Catraca
motor e que o tempo médio da reação humana seja de
0,8 s (necessário para um condutor desligar o motor), é Em uma corrida de bicicleta, o ciclista desloca-se com ve-
correto afirmar que o comprimento deste fio que se enro- locidade escalar constante, mantendo um ritmo estável
la sobre o eixo do motor, neste intervalo de tempo, é de: de pedaladas, capaz de imprimir no disco dianteiro uma
a) 602,8 m d) 20,0 m velocidade angular de 4 rad/s, para uma configuração em
b) 96,0 m e) 10,0 m que o raio da coroa é 4R, o raio da catraca é R e o raio da
c) 30,0 m roda é 0,5 m. Com base no exposto, conclui-se que a ve-
locidade escalar do ciclista é:
13. (UEL-PR) Dados: adote os conceitos da Mecânica Newtoniana e as
O Brasil prepara-se para construir e lançar um sa- seguintes convenções:
télite geoestacionário que vai levar banda larga a todos o valor da aceleração da gravidade: g 5 10 m/s2;
os municípios do país. Além de comunicações estraté- a resistência do ar pode ser desconsiderada.
gicas para as Forças Armadas, o satélite possibilitará o
acesso à banda larga mais barata a todos os municípios a) 2 m/s
brasileiros. O ministro da Ciência e Tecnologia está b) 4 m/s
convidando a Índia – que tem experiência neste cam- c) 8 m/s
po, já tendo lançado 70 satélites – a entrar na disputa d) 12 m/s
internacional pelo projeto, que trará ganhos para o e) 16 m/s
consumidor nas áreas de Internet e telefonia 3G.
BERLINCK, D. Brasil vai construir satélite para levar banda larga para 15. (ITA-SP) Um problema clássico da Cinemática considera
todo país. O Globo, Economia, mar. 2012. Disponível em: <http://oglobo. objetos que, a partir de certo instante, se movem conjun-
globo.com/economia/brasil-vai-construir-satelite-para-levar-banda-
larga-para-todo-pais-4439167>. Acesso em: 16 abr. 2012. Adaptado.
tamente com velocidade de módulo constante a partir
dos vértices de um polígono regular, cada qual apon-
A posição média de um satélite geoestacionário em rela-
tando à posição instantânea do objeto vizinho em movi-
ção à superfície terrestre se mantém devido à:
mento. A figura mostra a configuração desse movimento
a) sua velocidade angular ser igual à velocidade angular múltiplo no caso de um hexágono regular.
da superfície terrestre.
b) sua velocidade tangencial ser igual à velocidade tan-
gencial da superfície terrestre.
c) sua aceleração centrípeta ser proporcional ao cubo da
velocidade tangencial do satélite.
d) força gravitacional terrestre ser igual à velocidade an-
gular do satélite.
e) força gravitacional terrestre ser nula no espaço, local
em que a atmosfera é rarefeita.

34 Vetores e movimento curvilíneo


Considere que o hexágono tinha 10,0 m de lado no ins- Realizando diversos deslocamentos sucessivos e me-
tante inicial e que os objetos se movimentam com velo- dindo o tempo necessário para executá-los, o jovem
cidade de módulo constante de 2,00 m/s. Após quanto conclui que pode deslocar a ponta dos dedos de sua
tempo estes se encontrarão e qual deverá ser a distância mão direita de uma distância L 5 15 cm, com veloci-
percorrida por cada um dos seis objetos? dade constante, em aproximadamente 0,30 s. Podemos
a) 5,8 s e 11,5 m d) 20,0 s e 10,0 m afirmar que, enquanto gira num sentido, o número de
b) 11,5 s e 5,8 m e) 20,0 s e 40,0 m rotações por segundo executadas pelo lápis é aproxi-
c) 10,0 s e 20,0 m madamente igual a:

16. (Fuvest-SP) Em uma estrada, dois carros, A e B, entram si- a) 5 c) 10 e) 20


multaneamente em curvas paralelas, com raios RA e RB. Os b) 8 d) 12
velocímetros de ambos os veículos indicam, ao longo de
todo o trecho curvo, valores constantes vA e vB. Se os carros 19. (ITA-SP) Um barco leva 10 horas para subir e 4 horas para
saem das curvas ao mesmo tempo, a relação entre vA e vB é: descer um mesmo trecho do rio Amazonas, mantendo
A constante o módulo de sua velocidade em relação à
água. Quanto tempo o barco leva para descer esse trecho
B com os motores desligados?
RB
a) 14 horas e 30 minutos.
RA b) 13 horas e 20 minutos.
c) 7 horas e 20 minutos.
d) 10 horas.
e) Não é possível resolver porque não foi dada a distância
percorrida pelo barco.
a) vA 5 vB d) vA / vB 5 RB / RA
b) vA / vB 5 RA / RB e) vA / vB 5 (RB / RA)2
20. (Uesc-BA) Galileu, ao estudar problemas relativos a um
c) vA / vB 5 (RA / RB)2
movimento composto, propôs o princípio da indepen-
dência dos movimentos simultâneos – um móvel que
17.(UFRGS-RS – Adaptada) Um satélite geoestacionário está em
descreve um movimento composto, cada um dos mo-
órbita circular com raio de aproximadamente 42 000 km em
relação ao centro da Terra. (Considere o período de rotação vimentos componentes se realiza como se os demais
da Terra em torno de seu próprio eixo igual a 24 h.) Sobre não existissem e no mesmo intervalo de tempo. Assim,
esta situação, são feitas as seguintes afirmações: considere um corpo lançado obliquamente a partir do
I. O período de revolução do satélite é de 24 h. solo sob ângulo de tiro de 45° e com velocidade de
II. O módulo da velocidade do satélite é constante e vale módulo igual a 10,0 m/s. Desprezando-se a resistên-
3 500p km/h. cia do ar, admitindo-se que o módulo da aceleração
Qual(is) está(ão) correta(s)? da gravidade local é igual a 10 m/s2 e sabendo-se que
cos 45° 5 2 e sen 45° 5 2 , é correto afirmar:
18.(Fuvest-SP) É conhecido o pro- 2 2
cesso utilizado por povos primi-
a) O alcance do lançamento é igual a 5,0 m.
tivos para obter fogo. Um jovem,
b) A velocidade escalar mínima do movimento é igual a
CASA DE TIPOS/ARQUIVO DA EDITORA

tentando imitar parcialmente tal


L 10,0 m/s.
processo, mantém entre suas
2 c) A altura máxima atingida pelo corpo é igual a 10,0 m.
mãos um lápis de forma cilín-
drica e com raio igual a 0,40 cm d) O corpo atinge a altura máxima com velocidade nula.
e) O tempo total do movimento é igual a 2 s.
de maneira que, quando movi- FRENTE B
menta a mão esquerda para a
L 21. (IFCE) Da parte superior de um caminhão, a 5,0 metros
frente e a direita para trás, em
direção horizontal, imprime ao do solo, o funcionário 1 arremessa, horizontalmente, cai-
FÍSICA

lápis um rápido movimento de xas para o funcionário 2, que se encontra no solo para
rotação. O lápis gira, mantendo pegá-las. Se cada caixa é arremessada a uma velocidade
seu eixo fixo na direção vertical, de 8,0 m/s, da base do caminhão, deve ficar o funcionário
como mostra a figura. 2 a uma distância de:

Vetores e movimento curvilíneo 35


CASA DE TIPOS/
ARQUIVO DA EDITORA
1 a) 360
v0
b) 720
2
5m c) 900
d) 1 080
e) 1 440
Considere a aceleração da gravidade 10,0 m/s2 e despreze
as dimensões da caixa e dos dois funcionários. 24. (UFG-GO) O funcionamento de
a) 4,0 m c) 6,0 m e) 8,0 m um dispositivo seletor de velo-
b) 5,0 m d) 7,0 m cidade consiste em soltar uma h
esfera de uma altura h para
22. (Uespi) A engrenagem da figura a seguir é parte do motor passar por um dos orifícios su- O4
O1 O3
de um automóvel. Os discos 1 e 2, de diâmetros 40 cm e periores (O1, O2, O3, O4) e, suces- O2

60 cm, respectivamente, são conectados por uma correia sivamente, por um dos orifícios
inextensível e giram em movimento circular uniforme. Se inferiores (P1, P2, P3, P4) confor- ω
me ilustrado ao lado. H
a correia não desliza sobre os discos, a razão v1/v2 entre
as velocidades angulares dos discos vale: Os orifícios superiores e infe-
riores mantêm-se alinhados, e
P4
o sistema gira com velocidade P1 P3
Correia
P2
angular constante v.
Desprezando a resistência do ar e considerando que a es-
fera é liberada do repouso, calcule a altura máxima h para
que a esfera atravesse o dispositivo.

Disco 1 Disco 2 25. (Uerj) Um ciclista pedala uma bicicleta em trajetória cir-
cular de modo que as direções dos deslocamentos das
a) 1/3 d) 3/2 rodas mantêm sempre um ângulo de 60°. O diâmetro da
b) 2/3 e) 3 roda traseira dessa bicicleta é igual à metade do diâmetro
c) 1 de sua roda dianteira.
O esquema a seguir mostra a bicicleta vista de cima em
BLICKWINKEL/ALAMY/GLOW IMAGES

23. (Ceeteps-SP) Salto de pe- um dado instante do percurso.


nhasco é um esporte que Roda dianteria
consiste em saltar de uma
plataforma elevada, em 60°
Roda traseira
direção à água, realizando
movimentos estéticos du-
rante a queda. O saltador é
avaliado nos seguintes as-
pectos: criatividade, des-
treza, rigor na execução
do salto previsto, simetria,
cadência dos movimentos
e entrada na água.
Considere que um atleta salte de uma plataforma e reali- Admita que, para uma volta completa da bicicleta, N1 é o
ze 4 rotações completas durante a sua apresentação, en- número de voltas dadas pela roda traseira e N2 o número
trando na água 2 segundos após o salto, quando termina de voltas dadas pela roda dianteira em torno de seus res-
a quarta rotação. pectivos eixos de rotação.
N
Sabendo que a velocidade angular para a realização de A razão 1 é igual a:
n ? 360 N2
n rotações é calculada pela expressão ω 5 , em a) 1
∆t
que n é o número de rotações e Dt é o tempo em segun- b) 2
dos, assinale a alternativa que representa a velocidade c) 3
angular das rotações desse atleta, em graus por segundo. d) 4

36 Vetores e movimento curvilíneo


26. (Vunesp) Gotas de chuva, que caem com velocidade Na figura representamos o pneu no instante da fotografia
v 5 20 m/s, são vistas através da minha vidraça forman- e os quatro patinhos ocupam as posições A, B, C e D. A res-
do um ângulo de 30° com a vertical, vindo da esquerda peito da nitidez dos patinhos na foto, podemos afirmar que:
para a direita. Quatro automóveis estão passando pela a) o patinho C é o mais nítido e o patinho A é o menos
minha rua com velocidade de módulos e sentidos indi- nítido.
cados. Qual dos motoristas vê, v1  62 km  h1 b) todos os patinhos são igualmente nítidos.
através do vidro lateral, a chuva 1
c) todos os patinhos têm nitidez diferente.
caindo na vertical? d) o patinho A é o mais nítido.
v2  36 km  h1
a) 1 2 e) o patinho D é o menos nítido.
b) 2
c) 3 v3  36 km  h1 29. (UFMG) Dois barcos – I e II – movem-se, em um lago, com
3
d) 4 velocidade constante, de mesmo módulo, como repre-
e) Nenhum deles vê a chuva na sentado na figura:
v4  62 km  h1
vertical.    4
P
27. A figura mostra uma roda que rola sem deslizar sobre o
solo plano e horizontal.
C Q
II

R
S
B
I

Em relação à água, a direção do movimento do barco I é


A perpendicular à do barco II e as linhas tracejadas indicam
Se o eixo da roda se translada com velocidade constante o sentido do deslocamento dos barcos.
de intensidade 50 m/s, que alternativa apresenta os valores Considerando-se essas informações, é correto afirmar
mais próximos das intensidades das velocidades dos pon- que a velocidade do barco II, medida por uma pessoa que
tos A, B e C em relação ao solo, no instante considerado? está no barco I, é mais bem representada pelo vetor:
a) P b) Q c) R d) S
Ponto A Ponto B Ponto C
a) 50 m/s 50 m/s 50 m/s 30. (Ufscar-SP) O submarino navegava com velocidade cons-
b) zero 70 m/s 100 m/s tante, nivelado a 150 m de profundidade, quando seu ca-
pitão decide levar lentamente a embarcação à tona, sem
c) zero 50 m/s 100 m/s
contudo abandonar o movimento à frente. Comunica a
d) 25 m/s 30 m/s 50 m/s intenção ao timoneiro, que procede ao esvaziamento dos
e) 100 m/s 100 m/s 100 m/s tanques de lastro, controlando-os de tal modo que a ve-
locidade de subida da nave fosse constante.
28. (Unip-SP) Considere um automóvel com velocidade cons- vy
tante em uma estrada reta em um plano horizontal. No
pneu do automóvel estão desenhados quatro patinhos.
vx
Quando o automóvel passa diante de um observador pa-
rado à beira da estrada, este tira uma fotografia do pneu.
v
Se a velocidade horizontal antes da manobra era de
FRENTE B
A
18,0 km/h e foi mantida, supondo que a subida tenha se
dado com velocidade constante de 0,9 km/h, o desloca-
D B
mento horizontal que a nave realizou, do momento em
que o timoneiro iniciou a operação até o instante em que
FÍSICA

a nau chegou à superfície foi, em m, de:


a) 4 800 c) 2 500 e) 1 200
C
b) 3 000 d) 1 600

Vetores e movimento curvilíneo 37


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO, M.; FINN, E. J. Física. Madrid: Addison-Wesley, 1999.
CHAVES, A. Física. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2000. v. 1-4.
DONATO, H. Galileu, o devassador do infinito. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1980.
EISBERG, R. M. et al. Física: fundamentos e aplicações. São Paulo: McGraw-Hill, 1981. v. 1-4.
GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA (GREF). Física: mecânica. São Paulo: Edusp, 1990. v. 1.
LUCIE, P. Física básica: mecânica. Rio de Janeiro: Campus, 1979. v. 2-3.
MAIZTEGUI, A. P. et al. Física elemental. Buenos Aires: Kapellusz, 1981.
MOTOYAMA, S. História da ciência: perspectiva científica. São Paulo: Gráfica Cairu Ltda., 1974.
NUFFIELD. Physics. London: Penguin, 1966. v. 1-4.
NUSSENZVEIG, M. H. Curso de Física básica. São Paulo: Edgard Blücher, 1988. v. 1-2.
REIF, F. Statistical Physics. Nova York: McGraw-Hill, 1965. (Berkeley Physics Course, 5.)
TIPLER, P. A. Física. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1978.

ANOTAÇÕES

38 Vetores e movimento curvilíneo


MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

O USO DA BICICLETA E DO CARRO


CYCLING PROMOTION FUND

Considerando a quantidade
de 72 pessoas, elas poderiam
se transportar em 72 bicicletas
ocupando um espaço
aproximado de 90 m2; enquanto
que, de carro, considerando
uma média de ocupação de
1,2 pessoa por carro, seriam
necessários 60 carros, resultando
num espaço aproximado de
1 000 m2.

Muitas foram as tentativas de criar uma máquina que se movi- ordenada e planejada, transformando-se até em política de desenvol-
mentasse sem a necessidade do uso da força animal, como é o caso vimento econômico e social – algo que se verifica até hoje.
da carroça, ou humana, que é o caso da bicicleta. A invenção do au- Em alguns países ou regiões, principalmente nos Países Baixos
tomóvel movido a gasolina feita pelo alemão Karl Benz (1844-1929), (Holanda) e Nórdicos, a política de transportes reconhece definitiva-
e seu consequente estágio de produção industrial e popularização mente a importância da bicicleta não só como modo de transporte e
como transporte de massa, passando pelo modelo Ford Model T, uso inteligente do espaço, mas como elemento de desenvolvimento
lançado em 1908 – um marco no início da produção em grande social equilibrado e autossustentável. 
escala do carro, com técnicas de produção tiradas da experiência na Com base em: <www.escoladebicicleta.com.br/historiadabicicleta.html>.
Acesso em: 22 set. 2014.
fabricação de bicicletas –, em pouco tempo transformou a história
da mobilidade humana completamente, tanto pela comodidade Considere dois turistas em Amsterdã que querem chegar a um
quanto por sua rapidez. mesmo destino numa hora de tráfego intenso no centro da ci-
Na virada do século XIX para o XX, os Estados Unidos é um dade: Alessandro pega um táxi, enquanto Guilherme se utiliza de
país em construção e tem muito espaço para novidades como uma das ciclovias para se locomover. A roda da bicicleta tem 56 cm
o automóvel. Já a Europa e suas cidades seculares, com suas ruas de diâmetro, enquanto o diâmetro da roda do carro tem 65 cm.
estreitas, tentam conter o crescimento desenfreado do uso do Considerando p 5 3, que o trajeto completo tem 24 km e que a
automóvel, pois são mais propícias a andar a pé ou de bicicleta.  velocidade dos dois foi constante no trajeto (vbicicleta 5 28,8 km/h;
Na maioria das grandes cidades europeias, o sistema de transporte vtáxi 5 16,2 km/h), assinale a alternativa correta: e
de massa é eficiente, o que faz do automóvel praticamente desne-
a) A roda do táxi deu mais voltas que a roda da bicicleta.
cessário. Mesmo assim o automóvel cresce. 
A situação dos países europeus se complica após o término das b) A velocidade angular da bicicleta é maior que a do táxi.
duas Guerras Mundiais, que deixam os países empobrecidos e volta- c) A velocidade angular do táxi é quase o triplo da velocidade
dos a prioridades emergenciais. As economias precisam ser recons- angular da bicicleta.
truídas praticamente a partir do zero e qualquer gasto desnecessário d) A roda da bicicleta deu o dobro do números de voltas da-
é evitado por um bom período de tempo. Todas políticas de redução das pela roda do táxi.
de custos, racionalização do uso do espaço urbano e de transporte de e) A velocidade angular da bicicleta é quase metade da velo-
massa auxiliam na posição do uso da bicicleta, que passa então a ser cidade angular do táxi.

39
QUADRO DE IDEIAS

Direção editorial: Renata Mascarenhas


Coordenação editorial: Tatiany Renó
Grandezas vetoriais e Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
escalares Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Vetor Vetor Operações Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
aceleração velocidade com vetores Edição de Arte: Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Aceleração Fernando Vivaldini
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
centrípeta Composição Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
2 Adição
ac 5 v de movimento Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
Guedes
R
Colaboraram para esta Edição do Material:
Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
Movimento circular
Subtração Botelho e Valdete Reis
uniforme Revisão: Juliana Souza
Diagramação: lab 212
Capa: lab 212
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Frequência e Consultores:
período Regra do Coordenação: Dr. João Filocre
paralelogramo
ƒ5 1
Física: Dr. Arthur Eugênio Quintão Gomes e Dr. Dácio
Guimarães de Moura
T SESI DN
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Ramacciotti
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Gerente Executivo de Educação: Sergio Gotti
Velocidades Lei dos cossenos
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Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de 1


a 12 : exatas, biológicas : aluno. -- 2. ed. -- São Paulo
: Ática, 2017.

Vários autores.

1. Biologia (Ensino médio) 2. Física (Ensino médio)


3. Matemática (Ensino médio) 4. Química
(Ensino médio).

16-08187 CDD-373.19

Índice para catálogo sistemático:


Ensino integrado : Livros-texto : Ensino médio 373.19

2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18310 4 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação

40 Vetores e movimento curvilíneo


QUÍMICA FRENTE A

Martha Reis

TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
1 O que a Química estuda? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Mudanças de estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
3 Estudo gráfico das mudanças de estado . . . . . . . . . 24
4 Propriedades físicas da matéria . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5 Fases de um material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
6 Outras propriedades da matéria . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7 Laboratório de Química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
8 Separação de misturas heterogêneas . . . . . . . . . . . 70
9 Separação de misturas homogêneas . . . . . . . . . . . . 82

2137676 (AL)
MÓDULO
Transformações
químicas

É comum a Química ser associada a transformações


industriais que produzem materiais envolvidos no dia a
dia do ser humano, bem como a processos cotidianos de
mudanças de cor e formação de sólidos e gases.
O desenvolvimento de novos materiais e novas
tecnologias envolve o uso de recursos naturais e o risco
desse uso é comparável aos benefícios trazidos por ele.
Algumas vezes, o uso da tecnologia reflete a genialidade
humana, como no desenvolvimento de motores a explo-
são, plásticos para os mais variados usos, aditivos para
diversos tipos de produtos. Mas há ocasiões em que os
riscos tomados no uso da tecnologia refletem a insen-
satez humana. Acidentes como o que desencadeou o
vazamento de petróleo no Golfo do México em 2010,
mostrado na foto, fazem pensar até onde vale a pena
correr o risco.
É importante notar, no entanto, que acidentes não
são causados pela Química, mas pelos detentores da
tecnologia gerada pela Química.
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM JIM MCKINLEY/ALAMY

1 É possível desvincular a Química da nossa


vida? Por quê?
2 A Química afeta o ser humano e o meio am-
biente predominantemente de maneira po-
sitiva ou negativa?
3 A Química é essencialmente natural ou artifi-
cial (criada pelo ser humano)?

www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO

1 O que a Química estuda?

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.


Objetivos: Você já se perguntou como são obtidos todos os materiais que utilizamos em nosso dia a dia?
Qual é a sua origem? Por que determinado material A pode se transformar em um material B,
c Compreender que
mas não pode se transformar em um material C?
a sociedade é
responsável pelo uso
As respostas a essas perguntas estão relacionadas às propriedades químicas das substâncias.
que faz da Química.
Cada substância possui propriedades químicas que a caracterizam e determinam as transfor-
mações que ela é capaz de sofrer. O estudo dessas transformações – como reproduzi-las, como
c Reconhecer os indícios criá-las, como potencializá-las, como evitá-las, como direcioná-las, como torná-las mais lentas ou
de uma transformação mais rápidas – é o principal objetivo da Química.
química. O trabalho do químico é estudar a natureza da matéria e procurar entender as transformações
que ela sofre, testar meios de reproduzi-las em laboratório (em pequena escala), introduzir alguma mo-
c Entender que as
dificação para ressaltar ou obter as propriedades que interessam para determinada aplicação. Depois,
transformações
essas informações são repassadas ao engenheiro químico que vai reproduzir o trabalho em larga escala.
químicas podem ser
naturais ou artificiais
REZACHKA/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

RICARDO AZOURY/PULSAR IMAGENS


e podem gerar ou
combater a poluição.

Fig. 1 – Como se produz papel? Fig. 2 – Como é fabricado o aço?


DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

JOANA KRUSE/ALAMY/GLOW IMAGES


REZACHKA/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Fig. 3 – Como é fabricado o plástico? Fig. 4 – Como se faz o queijo? Fig. 5 – Como são feitos objetos de vidro?

4 Transformações químicas
INDÍCIOS DE TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS

CAIO MAZZILLI/ACERVO DO FOTÓGRAFO


Há vários indícios que caracterizam a ocorrência de uma transformação química; os principais
são: mudança de cor, formação de um sólido e formação de um gás.

Mudança de cor
A mudança de cor de um material ou de um sistema em estudo é um indício de que ocorreu
uma transformação química.
Exemplos:
O amadurecimento de uma fruta, como a banana.
ISARESCHEEWIN/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

AARROWS/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Fig. 8 – Frutas embrulhadas em jornal
para acelerar o amadurecimento.

O etileno é um gás res-


ponsável pela maturação de
frutas e funciona como um
hormônio: é produzido pelas
células e se faz presente em
toda a estrutura do fruto, des-
de a casca até seu interior. Co-
Fig. 6 – Banana verde. Fig. 7 – Banana madura. nheça as três reações que
acontecem durante o processo
Muitas frutas são colhidas ainda verdes para que cheguem ao local de destino em boas condições de maturação de frutas:
de consumo. Nesse local, são expostas ao gás etileno para que amadureçam e possam ser vendidas. 1. Oxidação de lipídios
É possível acelerar o amadurecimento das frutas em casa embrulhando-as em jornal ou envol- (gorduras):
vendo-as com um plástico, de modo que o gás etileno que elas exalam não se disperse no ambiente Essa reação é produzida pe-
e sirva, em sua maior parte, para acelerar a maturação. lo etileno e é responsável
A adição de água sanitária (hipoclorito de sódio) em um copo com refrigerante de laranja. pelo rompimento nas fibras
do fruto, tornando-o macio.
2. Quebra das ligações de
amido:
A doçura das frutas madu-
ras aparece neste momen-
B to, durante a quebra das
ligações do amido presente
A C em sua composição.
3. Quebra das moléculas de
FOTOS: SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA

clorofila:
O etileno é responsável
ainda por quebrar as molé-
culas de clorofila presentes
na casca do fruto, que lhe
confere a cor verde. Após FRENTE A
essa reação, dependendo
do fruto, a coloração fica
avermelhada ou amarelada.
QUÍMICA

SOUZA, Líria Alves de. Etileno e o


amadurecimento de frutas. Disponível
em: <www.mundoeducacao.com/
quimica/etileno-amadurecimento-
Fig. 9 – A. Refrigerante de laranja. Fig. 10 – C. Refrigerante de laranja após a adição de frutas.htm>. Acesso em: 11 ago. 2014.
B. Solução de hipoclorito de sódio (água sanitária). água sanitária.

Transformações químicas 5
Formação de um sólido
A formação de um sólido em um sistema é um indício de que ocorreu uma transformação
química.
Exemplos:
A resina que escorre da casca da seringueira é líquida, mas em contato com o oxigênio do ar en-
durece, formando um sólido, como mostram as figuras a seguir:

ILOVEZION/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

DANIEL CYMBALISTA/PULSAR IMAGENS


Fig. 11 – Resina líquida. Fig. 12 – Resina endurecida pelo contato com o ar.

Quando se assopra em um copo contendo água de cal (solução de hidróxido de cálcio dissolvido
em água), inicialmente transparente, o líquido fica branco e, com o tempo, um sólido também
branco se acumula no fundo do copo (precipita).
O gás carbônico, que é liberado na respiração, turva de branco a água de cal por causa da for-
mação de carbonato de cálcio, insolúvel em água.
Uma curiosidade a respeito dessa reação química tem a ver com o fato de muitas pessoas afir-
marem que as casas recém-caiadas possuem um ar mais fresco e agradável. Por que isso acontece?
Para preparar a cal, o pintor dissolve o óxido de cálcio na água, operação que deve ser feita com
muito cuidado porque libera grande quantidade de energia. Essa mistura forma o hidróxido de cálcio,
que é então utilizado para caiar as paredes.
O hidróxido de cálcio distribuído nas paredes absorve o gás carbônico do ar para formar car-
bonato de cálcio, um sólido branco e insolúvel que adere à superfície. Assim, o ar desse ambiente
fica de fato mais “puro”.
FOTOS: SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA

Fig. 13 – Água de cal. Fig. 14 – Água de cal 1 gás carbônico.

6 Transformações químicas
Formação de um gás

CORDELIA MOLLOY/SP/LATINSTOCK
A formação de um gás em um sistema em estudo é um indício de que ocorreu uma transfor-
mação química.
Exemplos:
Sabe-se que um ovo está estragado quando é colocado em um recipiente com água e ele boia,
B
pois no processo de decomposição do ovo há formação de um gás que diminui sua densidade e
o faz flutuar.
Um comprimido efervescente se dissolve na água liberando um gás, o gás carbônico.
A
JIRI HERA/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

DEYMOS PHOTO/
SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Fig. 17 – A. Ovo fresco, em bom
estado para consumo. B. Ovo já em
decomposição.

Fig. 15 – Comprimido efervescente


recém-desembalado.

Fig. 16 – Comprimido efervescente


em contato com a água.

Outro exemplo é a decomposição da água oxigenada (peróxido de oxigênio) em água e gás oxi-
gênio, que ocorre na presença de um pedaço de batata crua.
A batata crua possui uma enzima denominada catalase, que acelera a decomposição do peró-
xido de hidrogênio. O gás efervescente no frasco é o oxigênio.
SPL/LATINSTOCK

FRENTE A
Pensamento Crítico

Acesse o Material Comple-


mentar disponível no Portal e
QUÍMICA

aprofunde-se no assunto.

Fig. 18 – Pedaços de batata


crua em água oxigenada.

Transformações químicas 7
QUÍMICA E POLUIÇÃO
Muitas transformações químicas são naturais, isto é, ocorrem sem que o ser humano tenha
de interferir, como a digestão de um alimento em nosso corpo, o amadurecimento de uma fruta
na árvore, a decomposição de um organismo morto, a formação de petróleo ou o crescimento de
um cristal em uma caverna.
Outras transformações só ocorrem com a interferência do ser humano, como a produção de
plásticos, fibras têxteis, papéis, tintas, aço e tantos outros materiais incorporados ao nosso dia a dia.
Em geral, há vários caminhos possíveis para obter determinada transformação química. His-
toricamente, devido à necessidade básica (e sempre urgente) de suprir o mercado com produtos
essenciais para o progresso social e tecnológico, foram escolhidos alguns caminhos errados. Por
exemplo, desprezou-se durante muito tempo a questão ambiental.
Produtos altamente tóxicos, de alto consumo energético, de pequena durabilidade ou não
Portal biodegradáveis após o uso foram, e continuam sendo, amplamente introduzidos no mercado
SESI
Educação www.sesieducacao.com.br (como os plásticos – materiais produzidos e descartados rapidamente, mas persistentes no ambien-
te –, os combustíveis fósseis e os pesticidas). Além disso, ainda são comuns atitudes imediatistas
Acesse o portal e explore o con- e condenáveis, como o despejo de esgoto sem tratamento em rios e oceanos, o despejo de lixo
teúdo Os principais produtos diretamente sobre o solo sem nenhum manejo de proteção ambiental (os lixões), a fabricação de
recicláveis. minas terrestres e armas químicas, etc.

CHRISTOPHE SIMON/AFP PHOTO/GETTY IMAGES


Fig. 20 – Química Verde. Processos
químicos mais limpos.
ANDREW BROOKES/CORBIS/LATINSTOCK

Fig. 19 – Descaso humano. A ingestão de plástico pode provocar a morte de animais por sufocamento.

Atualmente já existe uma conscientização maior sobre questões ambientais. Muitas pessoas ques-
tionam as opções que podem trazer danos ao ambiente. A reciclagem já é uma realidade em muitas
escolas, residências e estabelecimentos comerciais, além de significar um meio de vida para uma parcela
significativa da população. Muitas indústrias já estão implantando o conceito de Química Verde –
usando processos químicos que eliminam ou minimizam, por exemplo, a produção de rejeitos –, vários
centros de pesquisas estão propondo alternativas viáveis para a substituição de combustíveis fósseis.
No futuro, a Química poderá suprir o mercado com os bens materiais de que a sociedade ne-
cessita para uma vida mais confortável e saudável, diminuindo as desigualdades socioeconômicas e
minimizando as agressões ao meio ambiente. Mas para isso é preciso que as pessoas tenham acesso
à informação, que haja conscientização por meio da educação e que os caminhos escolhidos para
atingir esses objetivos sejam mais responsáveis e menos imediatistas.

8 Transformações químicas
OD
UA
IMA
G ES
/SH
UTT
Produtos “sem química”

ERS
TOC
As pessoas geralmente fazem muita confusão em torno do significado e do papel

K
/GL
da Química em nossas vidas; isso inclui os meios de comunicação de massa, que muitas

OW
vezes tratam o assunto de maneira contraditória.

IMA
G ES
Ao mesmo tempo que o noticiário alardeia os avanços da Química na Medicina ou na
indústria automobilística, acenando com a promessa de um futuro melhor, a propaganda
procura provar a qualidade de certos cosméticos, remédios e alimentos com o aviso: “isento
de substâncias químicas”.

LUCAS LACAZ RUIZ/FOTOARENA


Fig. 22 – A responsabilidade pelo modo
como a Química deve ser usada é a
Fig. 21 – Produtos mesma de como uma faca é usada.
devem indicar
em seus rótulos
a presença de
conservantes e outras
substâncias químicas
em sua composição.

As mesmas pessoas que combatem “a poluição e os produtos químicos” usam sapatos


de borracha sintética, camisetas estampadas com “tintas químicas”, moram em casas de “con-
creto químico” e se locomovem utilizando “combustíveis químicos”.
Por que esse desencontro? É apenas desinformação? É interessante que essa desinfor-
mação seja mantida? Uma vez que a Química está tão ligada à vida cotidiana, não seria
importante conhecer seu verdadeiro papel e significado, ainda que isso não seja usado como
um meio de subsistência?

Sabão em pó faz roupas absorverem poluição


Um químico e uma estilista da Inglaterra estão desenvolvendo um sabão em
pó para transformar calças jeans em neutralizadores de poluição do ar.
Assim que o novo sabão em pó chegar ao mercado, as roupas lavadas com ele
poderão, segundo os criadores, absorver os gases de poluição.
Tony Ryan, professor de Química da Universidade de Sheffield, criou junto com
Helen Storey, professora de ciência da moda do London College of Fashion, o Cat-
clo, um produto que gruda nas fibras das roupas quando é adicionado ao sabão em
pó durante a lavagem.
O produto então reage com a luz para neutralizar os óxidos de nitrogênio, gases
que prejudicam o meio ambiente e estão no ar.
Ao contrário de muitos inventores, o químico e a estilista não querem patentear FRENTE A
o Catclo. Eles acreditam que a tecnologia deve ser livre para todos usarem, assim mais
pessoas poderão usar as roupas tratadas com o pó e absorver mais poluição.
Uma fábrica britânica de produtos de limpeza, a Ecover, já está testando o Catclo.
QUÍMICA

E os inventores contam que ele pode chegar aos supermercados britânicos dentro
de um ano.
Disponível em: <www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2012/12/
121225_roupas_poluicao_fn.shtml>. Acesso em: 6 set. 2014.

Transformações químicas 9
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(UFPE) Em quais das passagens a seguir está ocorrendo trans- RESOLUÇÃO:


formação química? 1. O reflexo da luz nas águas é uma propriedade física por-
que não envolve nenhuma transformação da matéria.
1. “O reflexo da luz nas águas onduladas pelos ventos lem-
brava-lhe os cabelos de seu amado.” 2. A chama da vela é o resultado de uma reação química, a
queima da parafina da qual a vela é constituída. Pela ação
2. “A chama da vela confundia-se com o brilho nos seus
do calor fornecido pela queima do pavio, a parafina da
olhos.”
vela se transforma em água e gás carbônico (caso a quei-
3. “Desolado, observava o gelo derretendo em seu copo e ma seja completa).
ironicamente comparava-o ao seu coração.”
3. O gelo derretendo é o resultado de uma transformação
4. “Com o passar dos tempos começou a sentir-se como a física ou mudança de estado. Não ocorre transformação da
velha tesoura enferrujando no fundo da gaveta.” matéria. Apenas a água que estava no estado sólido (gelo),
passou para o estado líquido (água líquida).
Estão corretas apenas:
a) 1 e 2. 4. O “enferrujamento” é uma transformação química em que
b) 2 e 3. o ferro que constitui o aço da tesoura se transforma em
c) 3 e 4. uma mistura de óxidos e hidróxidos de ferro (a ferrugem,
d) 2 e 4. material avermelhado).
e) 1 e 3. Alternativa d.

PARA CONSTRUIR

1 (Mack-SP – Adaptada) Certas propagandas recomendam 2 (UFG-GO – Adaptada) A Química está presente em nosso coti-
determinados produtos, destacando que são saudáveis por diano sob as mais variadas maneiras. Ela está presente nos me-
serem naturais, isentos de química. Um aluno atento percebe dicamentos, no processamento e na conservação de alimen-
que essa afirmação é . Justifique sua resposta. d tos, no preparo de uma refeição, nos fertilizantes agrícolas, etc.
a) verdadeira, pois o produto é dito natural porque não é for- A alternativa que apresenta um fenômeno químico é
mado por substâncias químicas. . Justifique sua resposta. d
b) falsa, pois as substâncias químicas são sempre benéficas. a) derretimento ou fusão de banha (gordura).
c) verdadeira, pois a Química só estuda materiais artificiais. b) fragmentação de uma pedra de cloreto de sódio (sal de
d) enganosa, pois confunde o leitor, levando-o a crer que cozinha).
“química” significa não saudável, artificial. c) dissolução de açúcar em água.
e) verdadeira, somente se o produto oferecido não contiver d) queima de um cigarro.
água. e) evaporação da gasolina.
A propaganda é enganosa, pois ignora que as transformações da a) A fusão da banha, ou seja, a passagem da banha do estado sólido
matéria podem ser naturais e, mesmo aquelas que são produzidas para o estado líquido é uma transformação física.
em laboratório, podem ser benéficas para a sociedade, como no caso b) A fragmentação de uma pedra é uma transformação física, pois a
do sabão em pó que faz a roupa absorver a poluição do ar (veja artigo sua constituição (cloreto de sódio) se mantém inalterada.
da página 9). c) A dissolução do açúcar em água é um fenômeno físico: não há
transformação da matéria, tanto que é possível separar o açúcar da
água novamente utilizando técnicas de laboratório.
d) A queima do cigarro é uma transformação química.
e) A evaporação da gasolina, ou seja, a passagem da gasolina do
estado líquido para o estado gasoso, é um fenômeno físico.

10 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (UEPG-PR) O rio Tietê, cujo nome em língua indígena significa 1 (Enem)


“caudal volumoso”, se inscreve entre os mais importantes do Desde os anos 1990, novas tecnologias para a produção
Brasil. Não por seu tamanho ou volume de água, mas pelo seu de plásticos biodegradáveis foram pesquisadas em diversos
significado histórico. O Tietê atravessa a cidade de São Paulo, países do mundo. No Brasil, foi desenvolvido um plástico
que está localizada em seu leito superior, onde recebe dois empregando-se derivados da cana-de-açúcar e uma bactéria
afluentes principais: o Tamanduateí e o rio Pinheiros, que for- recém-identificada, capaz de transformar açúcar em plástico.
mam, com ele, uma espécie de colar circundando o município. “A bactéria se alimenta de açúcar, transformando o exceden-
Hoje, devido à poluição, o sistema circundado pelos três rios re- te do seu metabolismo em um plástico biodegradável chama-
cebe a denominação de “o colar de esgotos” de São Paulo. Con- do PHB (polihidroxibutirato). Sua vantagem é que, ao ser
sidere as ações preventivas para impedir que um rio chegue ao descartado, o bioplástico é degradado por microrganismos
existentes no solo em no máximo um ano, ao contrário dos
estado em que se encontra o rio Tietê na cidade de São Paulo.
plásticos de origem petroquímica, que geram resíduos que
I. Instalar rede de esgoto para evitar que os despejos do-
demoram mais de 200 anos para se degradarem.”
mésticos cheguem ao rio.
GOMES, A. C. Biotecnologia ajuda na conservação do ambiente.
II. Exigir das indústrias o tratamento de seus efluentes antes Revista Eletrônica Vox Sciencia. Ano V, n. 28. São Paulo: Núcleo de
de despejá-los nas águas do rio. Divulgação Científica José Gomes. Acesso em: 30 abr. 2009. Adaptado.
III. Monitorar a ocupação dos mananciais. A nova tecnologia, apresentada no texto, tem como conse-
IV. Esclarecer a população acerca dos prejuízos que pode quência:
acarretar a poluição de um recurso hídrico. a) a diminuição da matéria orgânica nos aterros e do mau
A alternativa que contém todas as ações válidas é: cheiro nos lixões.
a) apenas I e II. b) a ampliação do uso de recursos não renováveis, especial-
b) apenas I e III. mente os plásticos.
c) apenas I e IV. c) a diminuição do metabolismo de bactérias decomposito-
d) apenas I, III e IV. ras presentes nos solos.
e) I, II, III e IV. d) a substituição de recursos não renováveis por renováveis
para fabricar plásticos.
2 (Enem) Os plásticos, por sua versatilidade e menor custo relativo, e) o lançamento no meio ambiente de produtos plásticos
têm seu uso cada vez mais crescente. Da produção anual bra- inertes em relação ao ciclo da matéria.
sileira de cerca de 2,5 milhões de toneladas, 40% destinam-se à
2 (Vunesp) A elevação da temperatura de um sistema produz,
indústria de embalagens. Entretanto, esse crescente aumento
geralmente, alterações que podem ser interpretadas como
de produção e consumo resulta em lixo que só se reintegra ao
sendo devidas a processos físicos ou químicos.
ciclo natural ao longo de décadas ou mesmo de séculos. Para
Medicamentos, em especial na forma de soluções, devem ser
minimizar esse problema, uma ação possível e adequada é:
mantidos em recipientes fechados e protegidos do calor para
a) proibir a produção de plásticos e substituí-los por mate- que se evite:
riais renováveis, como os metais. I. A evaporação de um ou mais de seus componentes.
b) incinerar o lixo de modo que o gás carbônico e outros II. A decomposição e consequente diminuição da quantidade
produtos resultantes da combustão voltem aos ciclos na- de composto que constitui o princípio ativo.
turais. III. A formação de compostos indesejáveis ou potencialmen-
FRENTE A
c) queimar o lixo para que os aditivos contidos na composi- te prejudiciais à saúde.
ção dos plásticos, tóxicos e não degradáveis sejam diluí- Cada um desses processos – I, II, III – corresponde a um tipo
dos no ar. de transformação classificada, respectivamente, como:
d) estimular a produção de plásticos recicláveis para reduzir a) física, física e química.
QUÍMICA

a demanda de matéria-prima não renovável e o acúmulo b) física, química e química.


de lixo. c) química, física e física.
e) reciclar o material para aumentar a qualidade do produto d) química, física e química.
e facilitar a sua comercialização em larga escala. e) química, química e física.

Transformações químicas 11
CAPÍTULO

2 Mudanças de estado

Objetivos:
O GIGANTE ACORDOU
c Reconhecer que o [...] Será que o “gigante pela própria natureza” resolveu levantar-se do “berço esplêndi-
aprendizado de Química do” em que jazia “eternamente”?
é importante em nosso
[...] O povo, sobretudo os jovens, cansou-se de ouvir falar em corrupção, impu-
dia a dia.
nidade, falta de reforma política, povo que continua pobre na “5 a economia do mun-
c Recordar as do”… Quem disse que os jovens só querem navegar na “rede” e trocar mensagens ci-
características dos fradas, mantendo-se alienados da realidade que os cerca, estava bem equivocado. De
estados da matéria. um momento a outro, a indignação explodiu e se derramou de maneira ruidosa pelas
ruas. Sem saber bem verbalizar a insatisfação que experimentam, adolescentes e jovens
c Aprofundar os
dizem, simplesmente: “não dá mais; temos que fazer alguma coisa; vamos mudar o
conhecimentos sobre as
mudanças de estado da
Brasil”… […]
SCHERER, Odilo P. CNBB, 24 jul. 2013. Disponível em: <www.cnbb.org.br/articulistas/cardeal-odilo-pedro-
matéria. scherer/12254-o-gigante-acordou-o-que-querem-os-manifestantes>. Acesso em: 12 ago. 2014.
EDUARDO KNAPP/FOLHAPRESS

Fig. 1 – Manifestantes
protestando contra o
aumento da passagem
de ônibus na Avenida
Paulista, em São Paulo,
junho de 2013.

Sabendo que agora será iniciado o estudo de Química no Ensino Médio, como você acha
que esse estudo poderia lhe trazer os conhecimentos necessários para ajudar a mudar o Brasil?

12 Transformações químicas
APRENDER QUÍMICA HOJE
O que você vai aprender nas aulas de Química?
Muita gente pensa que “aprender Química” é ficar observando o professor misturar líquidos
coloridos e fumegantes, na expectativa de que ocorra (ou não) uma explosão, para em seguida
ouvi-lo discorrer monotonamente sobre o “fenômeno” citando fórmulas e nomes impronun-
ciáveis, que é preciso decorar para passar no vestibular.
Esse é um exemplo clássico de estereótipo. Aprender Química não é nada disso. É verda-

GLOSSÁRIO
de que em determinados momentos vamos utilizar fórmulas para expressar fenômenos e que Estereótipo:
alguns nomes a princípio podem parecer impronunciáveis, mas o foco não é esse, o foco é a ideia preconcebida de algo. É um fator
atitude, a consciência, o despertar. limitante e motivador de preconceito.
O que queremos para nossa vida, nosso futuro, nosso país? Em que sociedade queremos
viver? Que notícias nós queremos ler nos jornais?
Sair às ruas pedindo mudanças é importante, mas é preciso saber o que pedir e o que exigir.
Ter consciência do que pode ser mudado a curto, médio e longo prazo, qual a relação
custo/benefício de cada mudança e, principalmente, saber qual é o papel de cada um para que
essas mudanças se concretizem exige conhecimento e educação, inclusive em Química.
Queremos energia limpa! Quais opções temos? O que pode ser melhor em cada situação?
Devemos desenvolver tecnologia ou importá-la? Qual o custo da extração da matéria-prima e
de seu beneficiamento em termos ambientais e sociais?
Queremos “acabar com a poluição”! Mas estamos dispostos a mudar nossos hábitos e valo-
res? A consumir com critério? A acompanhar o destino do nosso lixo? A não comprar produtos
de empresas que agridem o meio ambiente ou que explorem a mão de obra, burlando a lei e
ferindo a dignidade humana?
PRESSMASTER/SHUTTERSTOCK

LUIS SALVATORE/PULSAR IMAGENS


Fig. 2 – O consumismo tem como efeito direto a geração excessiva de resíduos.
A finitude dos recursos
naturais é evidente, e é agrava-
Queremos mais saúde! Mas estamos dispostos a ler e a compreender os rótulos dos produtos da pelo modo de produção re-
que utilizamos? Entender do que são feitos os alimentos industrializados, os produtos de limpeza, gente, que destrói e polui o
os fármacos, os produtos de higiene, os tecidos e materiais com os quais convivemos diariamente? meio ambiente. O primeiro e
FRENTE A
Queremos que todos tenham acesso à água potável! Mas o que é necessário para captar, tratar mais importante limite dessa
e distribuir a água? O que podemos fazer para otimizar e prolongar seu uso? cultura do consumo, que esta-
Queremos um trânsito civilizado! E quando vamos aprender a dar passagem? A parar para o mos testemunhando hoje, são
pedestre e a respeitar o ciclista? Quando vamos parar de sonhar com o carro próprio e fazer uso do os próprios limites ambientais.
QUÍMICA

transporte público e cobrar qualidade desse transporte das autoridades? BUENO, Chris. 360 Graus,
1o maio 2012. Disponível
Toda mudança exige esforço e comprometimento. O melhor caminho para mudar nosso país em: <http://360graus.terra.
é o conhecimento, a educação de qualidade e a cidadania participativa. com.br/ecologia/default.
asp?did=27177&action=geral>.
Todos querem o fim da corrupção, a participação nas decisões políticas, o respeito ao meio Acesso em: 12 ago. 2012.
ambiente, uma sociedade justa e igualitária e é preciso trabalhar para conseguir o que queremos.

Transformações químicas 13
ESTADOS DE AGREGAÇÃO DA MATÉRIA
Certamente você já sabe que a matéria pode se apresentar em três estados de agregação:
sólido, líquido e gasoso. Um exemplo que vemos constantemente em nossas casas é o da água.
Sabemos que se a água líquida for levada para o congelador, ela vai passar para o estado sólido
(gelo). Sabemos também que se aquecermos continuamente a água líquida ocorrerá a formação
de vapor que se espalhará por todo o ambiente.
Essas observações podem ser repetidas com praticamente todos os materiais em laboratório
sob condições controladas.
Também é fácil constatar que toda matéria, como a água, pode ser dividida em partes meno-
res, em qualquer estado de agregação. Por exemplo, no estado líquido, a água pode ser dividida em
gotas de vários tamanhos; no estado sólido, pode ser esmigalhada em pedaços muito pequenos
ou em minúsculos cristais, como a neve.
Essas partes podem ainda ser cada vez menores, até que não possam ser vistas a olho nu.
Isso nos faz pensar que:

Toda espécie de matéria pode ser separada em pequenas partes que, unidas, formam um
todo, qualquer que seja a fase de agregação.

Para simplificar a linguagem utilizada, vamos chamar de “partícula” essas pequenas partes em
que toda matéria pode ser dividida.
PHOTOSOFT/SHUTTERSTOCK

STAVKLEM/SHUTTERSTOCK

TEREKHOV IGOR/SHUTTERSTOCK

Fig. 3 – Lascas de gelo (água sólida). Fig. 4 – Gotas de água líquida. Fig. 5 – Representação típica do vapor de água
(na verdade, não é visível).

O grau de organização das partículas que formam a matéria varia desde organizado (estado
sólido), passando por um grau de organização intermediário (estado líquido) até um alto grau de
Roteiro de Estudos desorganização (estado de vapor ou gasoso).
O que determina o grau de organização das partículas da matéria é a energia cinética (ener-
Acesse o Material Comple-
gia do movimento) que elas possuem, que varia conforme a temperatura e a pressão a que estão
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto. submetidas.
Quanto menor o movimento, maior a organização das partículas, e vice-versa.

14 Transformações químicas
/S H U T TE R S T O
Características dos estados da matéria AK
AR
OV CK

M
O estado sólido apresenta forma e volume próprios e as partícu-

DR
AN
las que o constituem possuem a menor energia cinética.

ALEX
O estado líquido possui forma variável e volume próprio.
Por exemplo, 1 litro de água (volume) é sempre 1 litro de água nas
mesmas condições de pressão e temperatura, mas a forma que
esse volume de água irá adquirir depende da forma do recipiente
em que for colocado.
No estado líquido as partículas possuem maior energia cinética
que no estado sólido e menor que no estado de vapor ou gasoso.
O estado de vapor ou gasoso apresenta forma e volume
variáveis. Nele as partículas da matéria adaptam-se ao formato
de qualquer recipiente em que forem colocadas e ocupam todo
o seu volume, seja ele de 1 litro, seja de 10 litros, seja de 50 litros.
Nesse estado as partículas da matéria adquirem energia cinética
maior que nos estados sólido e líquido.
Lembre-se de que o volume indica o espaço ocupado por um
corpo ou objeto. Esse espaço é tridimensional; portanto, para calcular o
volume, precisamos de três dimensões: comprimento, largura e altura.
As unidades utilizadas para mensurar o volume são o metro cúbico (m3), o litro (L), o centi-
metro cúbico (cm3) e o mililitro (mL).
Fatores de conversão: 1 m3 5 1 000 L; 1 L 5 1 000 mL e 1 mL 5 1 cm3.

Temperatura
Quanto maior a energia cinética, maior a agitação das partículas. Essa agitação (movimento de-
Fig. 6 – Uma mesma massa de gás pode
sorganizado) causa a colisão das partículas da matéria entre si e contra outros materiais que estejam assumir formas diferentes e ocupar
ao redor; é o que chamamos agitação térmica. volumes diferentes, adaptando-se à
A temperatura (T) é diretamente proporcional à energia cinética (EC) das partículas de um forma e ao volume do recipiente que a
corpo. A diferença é que a temperatura não depende da massa, enquanto a energia cinética depende. contém e à elasticidade do material de
que é feito o recipiente.
EC 5 1 ? m ? v2
2
EC
5 constante
T
Em que:
m 5 massa da partícula;
v 5 velocidade da partícula;
T 5 temperatura.

Na Química, trabalhamos preferencialmente com a temperatura em kelvin (temperatura


absoluta). Uma vez que kelvin é uma
O físico britânico William Thomson Kelvin (1824-1904) elaborou a escala de temperatura ab- temperatura absoluta, é incor-
soluta com base no fato de que um gás, quando resfriado de 0 °C para 21 °C, perde 1 de sua reto falar em “grau kelvin”.
273,15
pressão. Kelvin raciocinou então que a 2273,15 °C o gás não deveria ter pressão nenhuma, e deno-
minou a temperatura de 2273,15 °C de zero absoluto.
FRENTE A
Os cientistas já conseguiram chegar muito próximo a essa temperatura, mas a marca exata de
2273,15 °C jamais foi alcançada.
No Brasil expressamos a temperatura no dia a dia em grau Celsius, simbolizado por °C.
A escala de temperatura em Celsius é uma escala relativa; o 0 °C foi escolhido arbitrariamente
QUÍMICA

igual ao ponto de fusão da água, enquanto a escala em kelvin é absoluta, ou seja, o zero K ou o zero
absoluto indica o ponto onde as partículas da matéria teriam energia cinética igual a zero. Note,
porém, que a variação de temperatura de 1 °C é igual à variação de 1 K.
Os fatores de conversão são: T 5 t 1 273,15 e t 5 T 2 273,15.
K °C °C K

Transformações químicas 15
Pressão
Pascal (Pa) é uma unidade
de pressão relativamente peque- A pressão atmosférica é a pressão exercida pelo ar atmosférico, que varia conforme a altitude
na; por exemplo, a pressão de local. Quando medida ao nível do mar na temperatura de 0 °C e a 45° de latitude, é denominada
1 Pa equivale aproximadamente pressão normal e recebe, por convenção, o valor de 1 atmosfera (1 atm), que equivale a 760 mmHg
àquela que uma camada fina de ou a 101 325 Pa (Pa 5 pascal, unidade de pressão do Sistema Internacional de Unidades, SI).
manteiga exerce sobre uma fatia Os fatores de conversão são: 1 kPa 5 10² Pa; 1 kPa 5 7,5 mmHg; 1 kPa 5 9,87 ? 1022 atm;
de pão. Por isso, geralmente, tra- 1 atm 5 760 mmHg e 1 atm 5 101 325 Pa.
balhamos em kPa (kilopascal).
Vapor e gás
Você deve ter notado que utilizamos os termos “esta-
do de vapor” e “estado gasoso”. A rigor existe uma diferença
BIOGRAFIA importante entre vapor e gás.
Em geral, é possível mudar o estado de agregação
Thomas Andrews (1813-1885) da matéria por aumento de pressão. Isso ocorre,
nasceu em Belfast, Irlanda. Iniciou
por exemplo, com o gás de cozinha, ou GLP (gás
sua formação em Química em
1828 na Universidade de Glas- liquefeito de petróleo), que utilizamos para cozi-
gow, concluindo seus estudos nhar em casa. Esse gás é mantido no estado líqui-

PHOTO 
A. PARRAMÓN/AP PHOTO
em Dublin, no Trinity College. Em do dentro do botijão (sob pressão) e vai mudando
1835 recebeu o doutorado em para o estado gasoso à medida que vamos abrin-
Medicina pela Universidade de do a válvula para utilizá-lo, pois ao fazermos isso, a
Edimburgo. Trabalhou em Belfast pressão interna diminui.
simultaneamente como médico
e professor-pesquisador de Quí-
mica obtendo sucesso nas duas
posições. Em 1844 recebeu a Me- Fig. 7 – Cerca de 85% do gás no botijão
dalha Real da Royal Society por re- encontra-se em estado líquido e 15% em
conhecimento de seus trabalhos. estado de vapor. Isso é importante para garantir
Faleceu em Belfast em 1885. um espaço de segurança interno, mantendo a
correta pressão dentro do recipiente.

Por volta de 1880, Thomas Andrews demonstrou a existência de uma temperatura crítica
característica de cada tipo de matéria, acima da qual é impossível fazê-la mudar do estado gasoso
para o estado líquido apenas por aumento de pressão, qualquer que seja ela. Nessa situação, a única
forma de promover a mudança de estado é diminuir a temperatura.
Essa temperatura crítica diferencia os conceitos de vapor e de gás.
A matéria está no estado de vapor quando sua temperatura está abaixo da temperatura crítica.
A matéria está no estado gasoso quando sua temperatura está acima da temperatura crítica.
Por exemplo, a água líquida passa para o estado de vapor a 100 °C sob pressão de 1 atm
ou 760 mmHg. Somente quando toda a água estiver no estado de vapor, a temperatura volta a
ENGLISH SCHOOL/THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/
aumentar (desde que o fornecimento externo de calor seja mantido). O vapor de água, aquecido
GETTY IMAGES - COLEÇÃO PARTICULAR
a 200 °C, por exemplo, pode ser liquefeito se determinada pressão (bastante elevada) for exercida
sobre o sistema. Contudo, para temperaturas acima de 374 °C (temperatura crítica da água), não
é mais possível liquefazê-la por aumento de pressão: acima dessa temperatura a água é um gás.

T (kelvin) T (kelvin)

P
LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA

2P

V
Fig. 8 – Em temperatura maior V
ou igual à temperatura crítica, Temperatura 2 Temperatura
o gás não muda de estado por crítica crítica
aumento de pressão.

16 Transformações químicas
MUDANÇAS DE ESTADO DE AGREGAÇÃO
O esquema a seguir mostra um resumo dos três estados de agregação da matéria e o nome das
mudanças de um estado para o outro.

Sublimaç
ão

Estado sólido Estado líquido


Estado de vapor
Fusão Vapor
izaç
GK

ão

ES
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ição
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AG
I

IM
ES AG C on
ES densação

ReRse
s ub ssulib
mliamaçoão
çã
A latitude é determinada pelas
linhas imaginárias que cortam
o globo na direção leste-oeste
Quando uma substância muda de um estado de agregação para outro sob pressão (horizontais). O equador marca
constante, sua temperatura permanece invariável durante todo o processo de mudança de justamente o ponto 0, e os polos
estado. representam 90 graus norte e sul.
Nesse caso, a energia absorvida ou liberada pelo sistema na forma de calor é totalmente apro- Um grau de latitude equivale a
veitada na organização ou na desorganização das partículas, de modo que a temperatura só irá variar 111 km.
quando a mudança de estado estiver concluída.
A temperatura em que ocorre a mudança de estado de agregação de uma substância depende
PARA
da pressão atmosférica local.
REFLETIR
Por uma questão de padronização, trabalhamos com valores de temperatura de mudança de
estado de agregação das substâncias medidos sob pressão normal (1 atmosfera), mesmo quando Apesar de considerarmos que
as condições de temperatura e latitude não são rigorosamente cumpridas. todas as cidades litorâneas se en-
A tabela a seguir fornece alguns exemplos da temperatura de mudança de estado para subs- contram ao nível do mar, a rigor
tâncias comuns. isso não é verdade. A cidade de
Santos, localizada no litoral do
estado de São Paulo, por exem-
plo, encontra-se 2 metros acima
De sólido para líquido ou de líquido para De líquido para vapor ou de vapor para do nível do mar e tem pressão
Substância
sólido / °C líquido / °C atmosférica igual a 759,8 mmHg.
A cidade do Rio de Janeiro, loca-
Água 0 100 lizada no estado do Rio de Janei-
ro, encontra-se 3 metros acima
Benzeno 5,5 80,1 do nível do mar e tem pressão
FRENTE A
atmosférica igual a 759,7 mmHg.
Álcool etílico 2114 78,4
Isso significa que, tanto em San-
Amônia 277,7 233,4 tos como no Rio de Janeiro, a
pressão atmosférica não é rigo-
QUÍMICA

Cloreto de sódio 800,4 1 413 rosamente igual a 760 mmHg,


além de a pressão atmosférica
Mercúrio 238,87 356,9 depender de uma série de con-
Ferro 1 535 3 000 dições e, portanto, variar consi-
deravelmente num mesmo local.
FONTE: PERRY, Robert H.; GREEN, Don W. Perry’s Chemical Engineer’s Handbook. 6. ed.

Transformações químicas 17
STUDIOSMART/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Fusão e solidificação
Fusão é a passagem do estado sólido para o estado líquido. É um processo que ocorre com
absorção de calor.
Solidificação é o inverso da fusão, ou seja, é a passagem do estado líquido para o estado sólido.
É um processo que ocorre com liberação de calor.
O ponto de fusão é a temperatura em que a substância muda do estado sólido para o líquido.
Fig. 9 – Água em fusão. Essa temperatura é a mesma que a do ponto de solidificação.
O que determina se uma substância está sofrendo fusão ou solidificação é a ocorrência de
liberação ou absorção de energia pelo sistema na forma de calor.
Assim, por exemplo, o ponto de fusão da água é igual ao seu ponto de solidificação: 0 °C (sob
GLOSSÁRIO

Sistema: pressão de 1 atm). Se fornecermos calor para a água a 0 °C ela vai passar para o estado líquido; se
qualquer parte do Universo isolada absorvermos calor da água a 0 °C, ela vai passar para o estado sólido.
para estudo.
Ebulição e condensação
Ebulição é a passagem do estado líquido para o estado de vapor. É um processo que ocorre
Se a condensação ocorre com absorção de calor.
em decorrência de um aumen- Condensação é a passagem do estado de vapor para o estado líquido. É um processo que
to de pressão, ela também pode ocorre com liberação de calor.
ser chamada liquefação. O ponto de ebulição é a temperatura em que a substância muda do estado líquido para o
estado de vapor.
Essa temperatura é a mesma que a do ponto de condensação.
O que determina se uma substância está sofrendo ebulição ou condensação é a liberação ou a
Roteiro de Estudos absorção de energia pelo sistema na forma de calor.
Logo, o ponto de ebulição da água é igual ao seu ponto de condensação: 100 °C, sob pressão
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e de 1 atm. Se fornecermos calor para a água a 100 °C, ela vai passar para o estado de vapor; se absor-
aprofunde-se no assunto. vermos calor da água a 100 °C, ela vai passar para o estado líquido.

Temperatura e calor
A temperatura indica o grau de energia térmica

ANDERSON BARBOSA/FOTOARENA/FOLHAPRESS
de um corpo, e o calor é a energia térmica em trânsi-
to de um corpo de maior temperatura para outro de
menor temperatura.
Além disso, a temperatura não depende da mas-
sa, mas o calor depende.
Se medirmos a temperatura de qualquer massa
de água fervente sob pressão de 1 atm, o termômetro
vai acusar 100 °C. Mas o calor fornecido por 2 litros de
água fervente é maior do que o fornecido por 1 litro
de água fervente.
O tato permite distinguir os corpos quentes dos
frios. Essa sensação fisiológica é primária e depende das
condições anteriores, como demonstra o experimento
clássico de John Tyndall (1820-1893), que consiste em
mergulhar a mão direita em água gelada, a esquerda
em água quente e, em seguida, ambas em água morna.
Se necessário, faça o experimento e responda:
Qual a sensação, em termos de variação de tempera-
tura (mais quente, mais frio), na mão direita e na mão
esquerda? Proponha uma explicação para o resultado
observado. Fig. 10 – Os termômetros de rua marcam o nível de energia térmica local.

18 Transformações químicas
Diferença entre ebulição e evaporação
A ebulição e a evaporação são
DAVID CHASEY/GETTY IMAGES

tipos de vaporização.
A evaporação é um processo que
ocorre à temperatura ambiente (em
qualquer temperatura e pressão, em-
bora se torne progressivamente mais
intensa em temperaturas mais altas e
B pressões mais baixas).
Já a ebulição ocorre a uma deter-
minada temperatura (que varia com a
A pressão atmosférica local) e é caracterís-
tica de cada espécie de matéria.
Por exemplo, quando fornecemos
energia térmica (calor) a certa quantidade
Fig. 11 – Água em ebulição. de água líquida, aumentamos a quan-
tidade de energia térmica da massa de
água que está no fundo do recipiente (A), fazendo com que ela suba para a superfície, pois se torna
menos densa. A massa de água que estava logo acima (B) então desce para o fundo (por ser mais
densa) e passa a sofrer o aquecimento mais intenso.
Ao chegar à superfície, onde a temperatura é menor, a massa de água (A) perde energia e volta
para baixo, sendo substituída pela massa de água que ficou no fundo (B) e que agora possui maior
energia térmica, reiniciando o ciclo. Esse tipo de transmissão de calor é chamado de convecção.
Quando a temperatura de ebulição é atingida, começam a se formar bolhas de vapor de água
em meio à água líquida no fundo do recipiente. Essas bolhas sobem até a superfície e estouram, libe-
rando o vapor de água para o ambiente. A partir desse momento, a energia fornecida para aquecer
o sistema é utilizada apenas para promover a mudança de estado, de líquido para vapor; é por isso
que a temperatura não se altera durante a mudança de estado de agregação.
Outro fenômeno que envolve a mudança de estado de agregação de líquido para vapor é a ca-
lefação, que é caracterizada pela passagem da fase líquida para a fase de vapor em uma temperatura
superior à temperatura de ebulição do material.
Por exemplo, quando gotas de água caem sobre uma chapa metálica aquecida a uma tempera-
tura superior a 100 °C (ponto de ebulição da água), essas gotas se vaporizam quase instantaneamente,
emitindo um chiado característico. Nesse caso, a água sofreu calefação, como mostra a imagem abaixo. Fig. 12 – Calefação da água.
SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA

FRENTE A
QUÍMICA

Transformações químicas 19
Sublimação e ressublimação
Sublimação é a passagem direta do estado sólido para o estado de vapor. É um processo que
ocorre com absorção de calor.
Ressublimação é a passagem direta do estado de vapor para o estado sólido. É um processo
que ocorre com liberação de calor.
O dióxido de carbono (gás carbônico), por exemplo, não existe no estado líquido sob pressão
de 1 atm porque uma característica dessa substância, nessa pressão, é mudar diretamente do estado
sólido para o estado de vapor, à 278,5 °C.
Numa outra pressão a situação se modifica. Quando submetido à pressão de 5,2 atm, o gás
carbônico muda do estado de vapor para o estado líquido à temperatura de 256,6 °C.
A tabela a seguir traz outras substâncias que sofrem sublimação na pressão de 1 atm.

Substância Sublimação ou ressublimação / °C

Arsênio 615
Cloreto de amônio 520
Cloreto de alumínio 178
Sulfeto de zinco 1 185

Há substâncias, como a água, que não sofrem sublimação sob pressão de 1 atm, mas que podem
mudar de sólidas para vapor quando submetidas a uma pressão inferior.
Para uma mesma substância, as condições de temperatura e pressão em que ocorre a
sublimação (ponto de sublimação) são as mesmas em que ocorre a ressublimação (ponto de
ressublimação).

Béquer Vidro de
relógio

SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA


Gás
Bico de
ATENÇÃO! Tela de Bunsen
amianto
Não faça esse experimento. O
iodo é extremamente venenoso
e corrosivo. Causa irritação seve-
ra e queimaduras. Pode ser fatal
se ingerido ou inalado. Suporte

Pensamento Crítico

Acesse o Material Comple-


mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto. Fig. 13 – O iodo sublima muito lentamente em condições ambientes, mas
é possível acelerar o processo submetendo o iodo sólido ao aquecimento.

20 Transformações químicas
Liofilização
Um exemplo impor-
tante de aplicação da subli-
mação é a técnica da liofili-
zação para a conservação de
alimentos e preparo de bebidas
instantâneas, como o café solúvel.

FABIO COLOMBINI/ACERVO DO FOTÓGRAFO


Os alimentos de origem vegetal e
animal contêm água em porcentagem muito
elevada (acima de 70%), e a eliminação dessa
água por liofilização permite obter um pro-
duto seco que, devidamente embalado, pode
ser conservado por um longo tempo à tem-
peratura ambiente. Assim, embora seja um
processo dispendioso − comparado, por exem-
plo, à preparação de congelados −, a conservação
perfeita à temperatura ambiente acaba por tornar
econômica a armazenagem por períodos longos porque elimina a necessidade de locais
especiais, como os armazéns frigoríficos, cuja construção, manutenção e funcionamento
são muito caros, principalmente em países quentes.
O processo de liofilização pode ser dividido em quatro etapas principais:
1a etapa: é feito o preparo prévio do alimento a ser liofilizado, como limpeza, retirada
de pele ou de casca e corte em pedaços pequenos.
2a etapa: o alimento é introduzido em túneis de resfriamento e submetido a um conge-
lamento rápido (entre 230 °C e 240 °C). Desse modo, consegue-se transformar a água que
ele contém em finas agulhas de gelo. No caso de hortaliças e carnes, o congelamento rápido
é importante porque as finas agulhas de gelo que se formam não danificam a estrutura celular
(como ocorreria em um congelamento lento, em que se formariam grandes cristais de gelo).
3a etapa: provoca-se a sublimação dos cristais de água sólida colocando-se o ali-
mento congelado (entre 217,5 °C e 230 °C) em câmaras estanques (vedadas), onde é
feito um vácuo parcial, baixando-se a pressão para valores entre 0,5 mmHg e 0,6 mmHg,
no período de sublimação máxima, e depois para 0,1 mmHg e 0,08 mmHg para finalizar
o processo.
É a pressão baixa que promove a passagem direta da água do estado sólido (gelo) para
o estado de vapor. Um equipamento anexo à câmara estanque encarrega-se – sem perturbar
o processo – de retirar e condensar separadamente o vapor de água à medida que ele vai se
formando.
4a etapa: no final, é fornecida energia radiante que eleva a temperatura para valores
entre 30 °C e 60 °C com o objetivo de eliminar a umidade residual.
Note que os valores de pressão e temperatura indicados acima são apenas um exemplo
geral do processo de liofilização. Cada indústria estabelece, para cada tipo de alimento, os
valores adequados de pressão e temperatura, a fim de obter o produto final liofilizado com
a melhor relação custo/benefício possível.
O abaixamento de pressão e o aquecimento são prolongados por certo tempo, a
fim de garantir a eliminação de qualquer traço de umidade. Esse é um cuidado muito FRENTE A

importante, pois o teor de água residual é que determina a qualidade e a conservação


do produto.
QUÍMICA

Outro aspecto da liofilização é a diminuição de volume e de massa do alimento; no


final do processo, a massa cai entre 1 e 1 do valor original proporcionando economia
10 4
de espaço para a armazenagem e maior facilidade no transporte e distribuição do alimento.

Transformações químicas 21
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Faça as conversões de unidade pedidas a seguir: Logo, podemos escrever:


a) 61,2 L para m3; 3
1000 L 5 1 000 L 5 1 ou 1m3 5 1m 5 1
b) 525 mmHg para kPa. 3
1m 1 000 L 1000 L 1m3
RESOLUÇÃO: Porque qualquer fração cujos numerador e denominador são
Quando um exercício envolve a conversão de diferentes di- iguais ou equivalentes é igual à unidade.
mensões ou unidades de uma grandeza – como litro e metro a) Desse modo, para converter 61,2 L em m3, podemos esta-
cúbico, grandeza volume; ou milimetros de mercúrio e kilo- belecer a seguinte relação:
pascal, grandeza pressão –, podemos resolvê-lo utilizando a 3
61,2 L ? 1m 5 0,0612 m3
análise dimensional. 1000 L
A análise dimensional é uma técnica de cálculo que man- Observe que a unidade L foi cancelada, ficando apenas o
tém as dimensões ou unidades presentes durante todo o m3 como unidade final.
cálculo, sendo tratadas como se fossem quantidades algé- b) Da mesma forma, sabemos que:
bricas, ou seja, sendo divididas ou multiplicadas, conforme
1 kPa 7,5 mmHg
a necessidade. 5 1 ou 51
Isso dá uma visão global dos cálculos que estão sendo fei- 7,5 mmHg 1kPa
tos e evita que o trabalho seja interrompido para se fazerem Então, podemos escrever:
paralelamente as conversões de uma unidade em outra. 1kPa
525 mmH
mmHg ? 5 70 kPa
Por exemplo: sabemos que 1 m3 5 1 000 L. 7,5 mmH
mmHg

Resolução de Problemas

Acesse o Material Complementar disponí-


vel no Portal e aprofunde-se no assunto.
PARA CONSTRUIR

1 (Unicamp-SP) Colocando-se água bem gelada num copo de 2 (UFMG) Observe o quadro, que apresenta as temperaturas de
vidro, em pouco tempo este fica molhado por fora, devido à fusão e de ebulição de algumas substâncias.
formação de minúsculas gotas de água. Para procurar expli-
car esse fato, propuseram-se as duas hipóteses seguintes:
Material PF/°C PE/°C
1) Se aparece água do lado de fora do copo, então o vidro
não é totalmente impermeável à água. As partículas de
água, atravessando lentamente as paredes de vidro, vão I 2117,3 78,5
formando minúsculas gotas.
2) Se aparece água do lado de fora do copo, então deve ha- II 293,9 65,0
ver vapor de água no ar. O vapor de água, entrando em
contato com as paredes frias do copo, se condensa em III 801 1 413
minúsculas gotas.
Qual hipótese interpreta melhor os fatos? Como você justifi- IV 3 550 4 827
ca a escolha?
A hipótese que melhor interpreta os fatos é a 2. De fato, o ar V 295 110,6
atmosférico contém vapor de água (entre 0,1% e 2,8%). Quando o va-
por de água entra em contato com as paredes frias do copo, ocorre Em relação às fases de agregação das substâncias, a alterna-
a) O material I tem ponto de fusão
uma transferência de energia na forma de calor do vapor de água do tiva correta é: c
–117,3 °C, logo é líquido a 25 °C.
a) O material I é sólido a 25 °C.
ar para a parte externa do copo e o vapor de água condensa formando b) O material II tem ponto de ebuli-
b) O material II é líquido a 80 °C. ção 65,0 °C, logo é vapor a 80 °C.
diversas gotículas de água líquida.
c) O material III é líquido a 1000 °C. c) O material III a 1 000 °C apre-
d) O material IV é gasoso a 3 500 °C. senta-se no estado líquido.
e) O material V é sólido a 100 °C. d) O material IV passa de sólido
para líquido a 3 550 °C.
e) O material V tem ponto de ebulição
22 Transformações químicas 110,6 °C, logo é líquido a 100 °C.
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 Faça as conversões de unidade pedidas a seguir em relação 1 (Cefet-MG) Quando se fornece calor a uma porção de água
ao volume. em uma panela, sua temperatura se eleva até que começa a
a) 2 L para mL. ferver. Entretanto, mesmo com a chama acesa, a temperatura
b) 850 mL para L. do líquido em ebulição não se altera. Isso ocorre porque a
c) 250 cm3 para L. energia recebida pela água é:
d) 0,75 dm3 para cm³. a) usada para converter a água líquida em vapor de água.
e) 0,35 mL para cm³. b) utilizada para aumentar a velocidade das partículas da água.
f ) 0,68 mL para dm³. c) transferida ao vapor para elevar a temperatura do líquido.
g) 0,7 dm3 para L. d) utilizada pela água para acelerar a velocidade das partículas.

2 Faça as conversões de unidade pedidas a seguir, em relação à 2 (UEL-PR) Considere os seguintes dados, sob pressão de 1 atm:
temperatura. Utilize para os cálculos o seguinte valor aproximado:
Substância Ponto de ebulição/°C Ponto de fusão/°C
T = t 1 273 e t 5 T 2 273.
a) 298 K para °C. Metanol 65 298
b) 100 °C para K.
Etanol 78 2112
c) 25 K para °C.
d) 57 °C para K. Éter dietílico 35 2116
e) 0 K para °C.
f ) 0 °C para K. Ácido etanoico 118 17
g) 20 °C para K.
Ao nível do mar e no verão, entre as substâncias acima deve-
3 Faça as conversões de unidade pedidas a seguir em relação à -se estocar em geladeira, por razões de segurança, apenas:
pressão. a) metanol e etanol.
a) 4 atm para kPa. b) éter dietílico e ácido etanoico.
b) 20,265 kPa para mmHg. c) etanol e ácido etanoico.
c) 1 900 mmHg para atm. d) ácido etanoico.
d) 1 140 mmHg para Pa. e) éter dietílico.
e) 0,7 atm para mmHg. 3 (Uesc-BA) Os alimentos desidratados vêm mudando os hábitos
f ) 50 662,5 Pa para atm. de consumidores que neles identificam a qualidade de sabor e
g) 10 atm para Pa. de textura dos alimentos originais, além do alto valor nutritivo. O
processo de liofilização que é utilizado na sua produção consiste
4 Explique brevemente o que diferencia os estados vapor e ga- em congelá-los a –197 °C, a pressão abaixo de 4,0 mmHg, e, em
soso de uma mesma substância. seguida, aumentar a temperatura até que toda a água sólida pas-
5 (Facimpa-MG) Observe: se diretamente para a fase de vapor, quando, então, é eliminada.
A partir da análise dessas informações, é correto afirmar que,
I.
Uma pedra de naftalina deixada no armário; no processo de liofilização:
II.
Uma vasilha de água deixada no freezer; (01) a água passa por transformações químicas em que é de-
III.
Uma vasilha de água deixada no fogo; composta.
IV.O derretimento de um pedaço de chumbo quando (02) a água sólida passa diretamente para a fase de vapor, por
FRENTE A
aquecido. meio da sublimação.
Nesses fatos estão relacionados corretamente os seguintes (03) os alimentos se decompõem parcialmente com a perda
fenômenos: de água.
a) I. sublimação; II. solidificação; III. evaporação; IV. fusão. (04) as propriedades químicas da água e as propriedades or-
QUÍMICA

b) I. sublimação; II. sublimação; III. evaporação; IV. solidificação. ganolépticas dos alimentos são modificadas depois de
c) I. fusão; II. sublimação; III. evaporação; IV. solidificação. submetidos a esse processo.
d) I. evaporação; II. solidificação; III. fusão; IV. sublimação. (05) os pontos de fusão e de ebulição da água pura indepen-
e) I. evaporação; II. sublimação; III. fusão; IV. solidificação. dem da variação de pressão dessa substância.

Transformações químicas 23
CAPÍTULO

3 Estudo gráfico das


mudanças de estado

Objetivos:
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO GRÁFICO
c Reconhecer a função Os gráficos são muito importantes no estudo de diversos fenômenos científicos, sociais e eco-
dos diferentes tipos nômicos porque permitem uma rápida visualização e compreensão dos dados com os quais estamos
de gráfico e entender trabalhando, evidenciando a forma como variam em função de determinado parâmetro que está
como eles são sendo investigado, por isso são muito utilizados em Química.
construídos. Há três tipos principais de gráficos utilizados em mídia impressa:
c Ler e interpretar os
Gráfico de linhas ou de segmentos.
dados fornecidos por
É utilizado para mostrar quantidades que variam em função de determinado parâmetro. Exem-
um gráfico. plo: ogivas nucleares estocadas por americanos e russos ao longo dos anos:

c Analisar gráficos de 50 000


mudanças de estado
das matérias para 40 000
definir se elas são
substâncias, misturas 30 000

comuns ou especiais.
20 000

10 000

0
1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
URSS/Rússia EUA
FONTE: Disponível em: <http://vidaeestilo.terra.com.br/interna/0,,OI3900286-EI12822,00.html>. Acesso em: set. 2014.

Analisando o gráfico observamos que o crescimento de estoque de armas nucleares pelos russos
atingiu um ápice em 1984 e pelos americanos, em 1963. Com o fim da Guerra Fria, os estoques foram
baixando e se aproximaram em 2005.
Gráfico de barras (horizontais) ou colunas (verticais).
É utilizado para comparar quantidades. Como exemplo, a extensão territorial de determinados países.
Países com maior extensão territorial km2 Países com maior extensão territorial
18 000 000
16 000 000
14 000 000
Países

Rússia: 17 075 400 km2 12 000 000


Rússia: 17 075 400 km2
Canadá: 9 976 139 km2 10 000 000
Canadá: 9 976 139 km2
China: 9 596 961 km2 8 000 000 China: 9 596 961 km2
Estados Unidos: 9 363 520 km2
6 000 000 Estados Unidos: 9 363 520 km2
Brasil: 8 514 876 km2
Brasil: 8 514 876 km2
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 4 000 000
Milhões de km2 2 000 000
0
Países
Analisando os gráficos tanto de barras horizontais como verticais, construídos a partir dos
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), percebemos facilmente que a Rússia
possui a maior extensão territorial e que as extensões territoriais do Canadá, da China e dos Estados
Unidos são bastante próximas uma da outra.

24 Transformações químicas
Gráfico de setores ou de “pizza”.
É utilizado para mostrar em quantas partes se dividem um fenômeno em estudo e qual a par-
ticipação em porcentagem de cada uma das partes no todo analisado.
Matriz energética

Brasil Mundo

Gás Carvão
Hidro- natural 6,4% Carvão Urânio
elétrica 9,3% Urânio 24,1% 6,4%
15,0%
1,2%

Gás
Biomassa natural
Petróleo e
29,7% 20,9%
Petróleo e derivados
derivados 35,3%
38,4%
Hidro- Biomassa
elétrica 11,2%
2,1%
44,7% renovável 13,3% renovável

O gráfico da matriz energética do Brasil mostra, por exemplo, que apenas 6,4% tem como base
a queima do carvão (que é altamente poluente). Em termos mundiais, essa porcentagem aumenta
para 24,1%, como pode ser visto no gráfico da matriz energética mundial.

Construção de gráficos de linhas ou segmentos


O tipo de gráfico mais utilizado na Química é o de linhas ou segmentos. Como vamos trabalhar
bastante com esse tipo de gráfico precisamos entender como ele é construído e não somente como
interpretá-lo.
Considere a tabela a seguir na qual estão listados os valores da temperatura em função do tempo,
obtidos experimentalmente para o aquecimento de um material A, inicialmente no estado sólido.

Tempo/min 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Temperatura/°C 232 212 18 28 28 28 28 44 60 76 92 108 108 108 120 132

Como podemos construir um gráfico com os dados dessa tabela?


A melhor maneira de visualizar como varia uma grandeza (y) à medida que uma segunda gran-
deza (x) também varia é por meio da construção de um gráfico plano com dois eixos, nos quais são
representados os valores de cada grandeza.
No eixo horizontal (x), abscissa, representamos a variável independente, aquela cujo valor é con-
trolado pelo experimentador. Nesse caso, o tempo.
No eixo vertical (y), ordenada, representamos a variável dependente, aquela cujo valor é medido
experimentalmente (e depende daquele fixado para a variável independente), a temperatura.
Para os casos nos quais duas grandezas são medidas experimentalmente, elas são interdepen-
dentes e, pode-se representar qualquer uma delas em qualquer um dos eixos.
Para que um gráfico seja o mais claro e útil possível, é importante:
Escolher para que as variáveis independente e dependente de escalas sejam suficientemente ex-
FRENTE A
pandidas; assim, os pontos do gráfico ficam bem distribuídos por toda a área útil do papel.
Mostrar a origem (x 5 0 e y 5 0) sempre que possível, mas, às vezes, os pontos são relativamente
próximos entre si, e um gráfico que mostra a origem acaba não sendo adequado.
Iniciar a escala tomando-se um valor ligeiramente abaixo do valor mínimo medido e terminar em
QUÍMICA

um valor um pouco acima do valor máximo medido. Como exemplo, suponha que se tenham
feito medidas de temperatura cujos valores estão num intervalo de 65 °C a 170 °C. Uma boa escala
poderia começar em 50 °C e terminar em 175 °C.
Indicar, junto aos eixos, os símbolos das grandezas correspondentes divididos por suas respectivas
unidades; pois os valores representados nos eixos devem ser números puros (adimensionais).

Transformações químicas 25
Sob o ponto de vista da análise dimensional (que vimos no exercício resolvido da página 22),
toda grandeza (massa, temperatura, pressão, volume, etc.) é igual ao produto entre um valor numé-
rico e uma unidade (grama, graus Celsius, atmosfera, milimetro de mercúrio, litro, etc.). Logo, o valor
numérico representado no eixo de um gráfico ou em uma tabela deve ser igual ao quociente entre
a grandeza e a respectiva unidade. Observe:
grandeza 5 valor numérico ? unidade Por exemplo: temperatura 5 25 °C (ou 25 ? °C)
temperatura
valor numérico 5 grandeza Por exemplo: 25 5
unidade °C

É importante indicar o que será representado no gráfico com um título ou uma legenda.
Os valores da escala em cada eixo devem ser marcados de forma clara. Os pontos de encontro
entre os valores de ordenada e abscissa lançados no gráfico devem ser indicados por pequenos
círculos.
Ao se traçar uma curva, devemos representar a tendência média dos pontos (interpolação); não
devemos, a menos que isso seja solicitado, unir os pontos por meio de segmentos de retas.
A partir dos dados fornecidos na tabela da página anterior, construímos, então, o seguinte
gráfico:
Gráfico do aquecimento da substância A

Temperatura/°C
140
Líquido
120 Gasoso

100

80
60
Sólido
40 Líquido

20

0 5 10 15 20 25 30 Tempo/min
220
240

GRÁFICOS APLICADOS NAS MUDANÇAS DE ESTADO


Os materiais que apresentam propriedades constantes são classificados como substâncias e os
que apresentam propriedades variáveis são classificados como misturas.

Substâncias
Quando uma substância muda de estado de agregação sob pressão constante, a temperatura
permanecerá a mesma até o final desse processo.
Considere, por exemplo, a água no estado sólido sob pressão de 1 atm. Quando aquecida, sua
temperatura vai aumentando com o passar do tempo. Ao atingir 0 °C (ponto de fusão da água a
1 atm), inicia-se a mudança do estado sólido para o líquido. Até que toda a água passe para o estado
líquido, a temperatura não se modifica, isso porque todo calor recebido é usado na mudança de
Lembre-se de que, para estado. Temos, então, o primeiro patamar.
cada substância, a temperatura
de fusão é igual à temperatura de
Patamar é o intervalo de tempo assinalado em um gráfico no qual a temperatura se man-
solidificação, e a temperatura de
tém constante durante a mudança de estado.
ebulição é igual à temperatura
de condensação. O que vai defi-
nir uma mudança de estado ou Quando toda a água estiver no estado líquido, a temperatura voltará a subir progressivamente
outra é o fato de o sistema estar até atingir 100 °C (ponto de ebulição da água a 1 atm). A 100 °C coexistem os estados líquido e de
sendo aquecido ou resfriado. vapor. Até que toda a água passe para o estado de vapor, a temperatura não se modifica, o que dá
origem ao segundo patamar.

26 Transformações químicas
Isso também ocorre no sentido inverso, ou seja, quando a água no estado de vapor é resfriada,
sua temperatura diminui com o passar do tempo. Ao atingir 100 °C (ponto de condensação da água Note que o gráfico da mu-
sob 1 atm), inicia-se a mudança do estado de vapor para o líquido originando um primeiro pata- dança da água do estado de
mar. Somente quando toda a água estiver no estado líquido a temperatura voltará a baixar. A 0 °C, vapor para o sólido apresenta
a água começará a se solidificar e a temperatura permanecerá constante até que toda a água esteja um patamar na temperatura de
no estado sólido, dando origem a um segundo patamar. 100 °C (condensação) e outro na
temperatura de 0 °C (solidifica-
Gráfico do aquecimento da água Gráfico do resfriamento da água ção). Esses valores são caracterís-
ticos de cada substância.
Temperatura/°C Temperatura/°C

Va
por
r
po
Líquida Vapor Va Vapor Líquida
100 100
a
uid Temperatura Temperatura
Líq
Líq constante constante
uid
a
Sólida Líquida Líquida Sólida
0 0
l ida
Só Temperatura Temperatura
constante constante

Início da Fim da Início da Fim da Tempo/s Início da Fim da Início da Fim da Tempo/s
fusão fusão ebulição ebulição condensação condensação solidificação solidificação

Misturas comuns
Quando o material não possui todas as propriedades definidas e bem determinadas, ou quando
suas propriedades variam mesmo com as condições de temperatura e pressão mantidas constantes,
dizemos que esse material é uma mistura.
Como exemplos de mistura, podemos citar:
madeira 5 celulose, lignina, álcool pirolenhoso, água, ácido acético e outras substâncias em por-
centagens variadas;
granito 5 quartzo, mica e feldspato em proporções variadas;
ar atmosférico 5 78% de gás nitrogênio, 20% de gás oxigênio, 1% de gás argônio, 1% de outros
gases, como gás carbônico e vapor de água (porcentagens em volume).
O que caracteriza um material como mistura é o fato de suas propriedades não serem constan-
tes. Quando uma mistura muda de estado de agregação, a temperatura não permanece constante
como ocorre com as substâncias; ela varia, resultando em um gráfico de mudança de estado em
função do tempo, sem nenhum patamar.
Por exemplo, aquecendo-se um recipiente com uma mistura de água e cloreto de sódio (o prin-
cipal componente do sal de cozinha) na fase sólida, observamos que a temperatura vai aumentando
com o passar do tempo. Quando o processo de fusão (em que coexistem as fases sólida e líquida) se
inicia, a temperatura continua subindo (embora de modo mais lento). Isso também ocorre quando
a mistura entra em ebulição (quando coexistem as fases líquida e de vapor).
Os pontos de fusão e de ebulição de cada componente dessa mistura são diferentes, por exem-
plo, sob pressão de 1 atm, considerando as propriedades de cada substância isoladamente, temos:
o ponto de fusão da água é 0 °C;
o ponto de fusão do cloreto de sódio é 800,4 °C; FRENTE A

o ponto de ebulição da água é igual a 100 °C;


o ponto de ebulição do cloreto de sódio é 1 413 °C.
QUÍMICA

Quando essas substâncias estão juntas formando uma mistura, elas interferem no comporta-
mento uma da outra, e não ocorre a formação de patamares.
O gráfico 1, a seguir, mostra como varia a temperatura em função do tempo para o aquecimento
de uma mistura de água e cloreto de sódio, partindo do estado sólido e passando pelos estados
líquido e de vapor.

Transformações químicas 27
O gráfico 2 mostra como varia a temperatura em função do tempo para o resfriamento de
uma mistura de água e cloreto de sódio, partindo do estado de vapor e para os estados líquido e
sólido.
Note que a temperatura varia durante todo o tempo em que ocorrem as transformações de
estado de agregação.

Gráfico de aquecimento de uma mistura comum Gráfico de resfriamento de uma mistura comum

Temperatura/°C 1 Temperatura/°C 2

r Vapor
o
Vap
Dt Vapor Líquido
Dt
o Líquido
uid Vapor
Líq Líquido

Dt Líquido Sólido
Dt
o Sólido
lid
Só Líquido Sólido

Início da Fim da Início da Fim da Tempo/s


Início da Fim da Início da Fim da Tempo/s
fusão fusão ebulição ebulição
condensação condensação solidificação solidificação

Misturas especiais
Existem algumas misturas de substâncias que, quando se encontram em proporções bem de-
terminadas, passam a apresentar apenas um patamar na fusão/solidificação ou na ebulição/conden-
sação. É o caso das misturas eutéticas e das misturas azeotrópicas.
RICHARD TREPTOW/SCIENCE SOURCE/DIOMEDIA

Misturas eutéticas
São misturas com composição definida que possuem ponto de fusão/solidificação constante
(como ocorre com as substâncias), enquanto a temperatura de ebulição/condensação varia com o
tempo (como ocorre com as misturas comuns).
O gráfico mostrado abaixo, da mudança de estado em função do tempo de uma mistura eu-
tética, tem um único patamar, na fusão/solidificação.
Por exemplo, uma liga metálica feita com 40% de cádmio e 60% de bismuto forma uma mistura
Fig. 1 – O cádmio é um metal eutética com ponto de fusão constante igual a 140 °C, a 1 atm.
bastante tóxico utilizado em baterias
(Ni 2 Cd). Observe que não é a mistura em qualquer proporção de cádmio e bismuto que forma mistura
eutética, mas a mistura feita com exatamente 40% de cádmio e 60% de bismuto.
Isoladamente, temos:
ponto de fusão/solidificação do cádmio: 320,9 °C;
ponto de fusão/solidificação do bismuto: 271,3 °C.
GETTY IMAGES
RON EVANS/

Gráfico de mudança de estado de uma mistura eutética

Temperatura/°C

por
Va
Dt Líquido Vapor

Temperatura
o
Sólido Líquido uid variável
Líq
Fig. 2 – O bismuto, ao contrário do o
cádmio, é atóxico e seus sais são lid Temperatura
Só constante
amplamente utilizados em cosméticos e
medicamentos. A superfície iridescente
do bismuto na foto é devida à formação Início da Fim da Início da Fim da Tempo/s
de uma camada muito fina de óxido. fusão fusão ebulição ebulição

28 Transformações químicas
Misturas azeotrópicas
São misturas com composição definida que possuem ponto de ebulição/condensação cons-
tante (como ocorre com as substâncias), enquanto a temperatura de fusão/solidificação varia com
o tempo (como ocorre com as misturas comuns).
O gráfico da mudança de estado de agregação em função do tempo de uma mistura azeotró-
pica apresenta um único patamar, na ebulição/condensação.
Por exemplo, a mistura feita com exatamente 96% de álcool etílico e 4% de água (% em volume)
tem ponto de fusão variável e ponto de ebulição constante, igual a 78,2 °C. Essa mistura é vendida
no comércio como álcool hidratado 96 °GL (graus Gay-Lussac).
Isoladamente, temos:
ponto de ebulição/condensação da água: 100 °C;
ponto de ebulição/condensação do álcool etílico: 78,4 °C.

Gráfico de mudança de estado de uma mistura azeotrópica

Temperatura/°C

por
Va
Líquido Vapor

Temperatura
uido constante
Líq
Dt Sólido Líquido

DEYAN GEORGIEV/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


l ido Temperatura

variável

Início da Fim da Início da Fim da


Tempo/s
fusão fusão ebulição ebulição

Sistema metaestável
Provavelmente você já passou pela seguinte situação: foi retirar uma garrafa de refrigerante do
congelador, e a bebida, que inicialmente estava líquida, começou a cristalizar bem diante de seus
olhos. Por que isso acontece?
Nas mudanças de fase de agregação em que há perda de energia térmica (condensação e
solidificação), pode ocorrer um retardamento no fenômeno, ou seja, a mudança de fase pode não
acontecer na temperatura esperada. Por exemplo, a água pode ser resfriada até 210 °C (sob pressão Fig. 3 – Água líquida a temperatura
de 1 atm) sem que ocorra a solidificação. É o que chamamos de sistema metaestável ou equilíbrio abaixo de 0 °C é um exemplo de sistema
metaestável.
metaestável.
Quando a temperatura de um líquido diminui abaixo do seu ponto de soli-
Temperatura/°C
dificação sem que ele mude de fase, forma-se um sistema metaestável que, se for
perturbado, tende espontaneamente a passar para a fase sólida. 50
Esse equilíbrio só ocorre quando há ausência de pontos de nucleação do sis-
tema, ou seja, sujeirinhas ou ranhuras no plástico ou no vidro que formam um lugar 40

para os cristais de água “se apoiarem” e começarem a crescer quando a temperatura 30


l
FRENTE A
atinge 0 °C sob pressão de 1 atmosfera. Mas, se a garrafa de refrigerante não tiver
20
nenhum ponto de nucleação, ao ser colocada no congelador, sua temperatura pode
descer abaixo do ponto de solidificação (0 °C) sem que a água da bebida cristalize 10
l→s
(passe para o estado sólido). 0
QUÍMICA

Na passagem da água do estado líquido para o sólido, a 0 °C, ocorre resfriamento 1 l 2


– 10 s
abaixo dessa temperatura em que a água permaneceu no estado líquido (região 1
do gráfico). Ao pegarmos essa garrafa, perturbamos o equilíbrio metaestável com o – 20

movimento e fornecemos calor ao líquido de forma brusca, a temperatura sobe para – 30


0 °C e a água imediatamente se cristaliza (região 2 do gráfico). Tempo/s

Transformações químicas 29
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 (Ufes) Observe os gráficos abaixo, que registram o aqueci- 2 (Unicamp-SP) Uma amostra de água a 220 °C é tirada de um
mento e o resfriamento da água pura. congelador e colocada num forno a 150 °C. Considere que
Aquecimento da água
a temperatura da amostra varie lentamente com o tempo e
Temperatura/oC que seja idêntica em todos os seus pontos. A pressão am-
(II) biente é 1 atm. Esquematize um gráfico mostrando como a
100
temperatura da amostra varia com o tempo. Indique o que
ocorre em cada região do gráfico.

RESOLUÇÃO:
No gráfico esquematizado a seguir, as regiões em destaque
(I)
0 representam:
T/°C
Tempo F
150

Resfriamento da água D E
Temperatura/oC 100

(III)
100

B C
0 Tempo/s
220
A
(IV)
0
A → B: Aquecimento da água sólida.
B → C: Fusão da água sólida (sistema sólido-líquido).
Tempo
C → D: Aquecimento da água líquida.
As etapas (I), (II), (III) e (IV) correspondem, respectivamente, às D → E: Ebulição da água líquida (sistema líquido-vapor).
seguintes mudanças de estados físicos: E → F: Aquecimento da água na fase vapor.
a) fusão, ebulição, condensação e solidificação.
3 (Vunesp) Qual o estado físico (sólido, líquido ou gasoso) dos
b) condensação, solidificação, fusão e ebulição.
materiais da tabela abaixo quando eles se encontram no de-
c) solidificação, condensação, fusão e ebulição.
serto da Arábia, à temperatura de 50 °C e pressão de 1 atm?
d) fusão, ebulição, solidificação e condensação.
e) ebulição, condensação, solidificação e fusão.
Material Fusão/°C Ebulição/°C
RESOLUÇÃO:
Clorofórmio 2 63 61
I. Como o primeiro gráfico trata do aquecimento da água
(uma substância), o primeiro patamar do gráfico indica a Éter etílico 2116 34
fusão, ou seja, a passagem da água no estado sólido para Etanol 2117 78
o estado líquido.
II. Nesse caso, o segundo patamar do primeiro gráfico indica Fenol 41 182
a ebulição da água, ou seja, a passagem do estado líquido Pentano 2130 36
para o estado gasoso.
III. O segundo gráfico trata do resfriamento da água, portan- RESOLUÇÃO:
to, o primeiro patamar é o da condensação, ou seja, pas-
sagem da água do estado gasoso para o estado líquido. Clorofórmio: líquido;
IV. O segundo patamar no gráfico do resfriamento da água Éter etílico: gasoso;
indica a solidificação, isto é, a passagem da água da fase Etanol: líquido;
líquida para a fase sólida. Fenol: líquido;
Alternativa a. Pentano: gasoso.

30 Transformações químicas
PARA CONSTRUIR

1 (UFG-GO – Adaptada) Os gráficos I e II esquematizados a se- 2 (UFPA – Adaptada) Dado o diagrama de aquecimento de um
guir representam a variação de temperatura de dois sistemas material:
distintos em função do tempo de aquecimento, mostrando
as temperaturas em que ocorrem as transições de fases. Temperatura/°C Y Vapor
Pela análise desses gráficos, é correto afirmar: 210
200 Faixa de
temperatura
T/°C Gráfico I T/°C Gráfico II
Líquido
D
T4 X
C D 80
C T2
T3 Sólido
B 10
T2 A B
A T1
T1
Tempo/min

t1 t2 t3 t4 t/s t1 t2 t3 t4 t/s
A alternativa correta é: 5
(01) Para temperaturas inferiores a T1, podem coexistir duas (1) o diagrama representa o resfriamento de uma substância
fases em ambos os sistemas. pura.
(02) No sistema II existe uma fase sólida, no ponto A, à tem- (2) a temperatura no tempo zero representa o aquecimento
peratura T1, enquanto no ponto B existe uma fase líqui- de um líquido.
da à mesma temperatura. (3) 210 °C é a temperatura de fusão do material.
(04) No sistema II só ocorrem duas fases às temperaturas T1 e T2. (4) a transformação de X para Y é um fenômeno químico.
(08) Representam as transições de fases que podem ocorrer (5) 80 °C é a temperatura de fusão do material.
em sistemas que contêm duas substâncias pelo menos.
Justifique suas respostas.
(16) No ponto B, no ponto C e entre ambos, no sistema II,
existe uma única fase líquida. (1) Errada. Não é uma substância pura porque no ponto de
(32) Acima do ponto D há uma única fase vapor em aqueci- ebulição a temperatura não permanece constante.
mento, em ambos os sistemas. (2) Errada. No tempo zero temos o aquecimento de um sólido.
Justifique suas respostas. (3) Errada. 210 ºC é a temperatura em que acaba a faixa de
(01) Falso. Os gráficos mostram que em ambos os sistemas o temperatura de ebulição do material.
material analisado encontra-se na fase sólida em temperaturas (4) Errada. A transformação de X para Y é um fenômeno físico.
inferiores a T1. (5) Correta. 80 °C é a temperatura de fusão do material.Visto que fica
(02) Verdadeiro. O ponto A indica o início da fusão, portanto, em uma temperatura constante, trata-se de uma mistura eutética.
o material encontra-se na fase sólida e o ponto B indica o fim
da fusão, quando todo o material se encontra na fase líquida.
(04) Verdadeiro. Na temperatura T1 ocorre a fusão do material
(transição da fase sólida para a líquida) e na temperatura T2
ocorre a ebulição (transição da fase líquida para a gasosa).
(08) Falso. No sistema II há apenas uma substância, pois o
gráfico apresenta dois patamares (na fusão e na ebulição).

FRENTE A
(16) Verdadeiro. Já ocorreu a fusão, portanto, tanto nos pontos como
entre eles o único estado de agregação presente é o líquido.
(32) Verdadeiro. Desconsiderando que se a mistura no sistema I
for de um líquido com um sólido, em determinado momento
QUÍMICA

da ebulição haverá sólido depositado no fundo do recipiente.


Soma: 54

Transformações químicas 31
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”.
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal,
em Resoluções e Gabaritos.
TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR 3 (UCDB-MS) Uma substância sólida é aquecida continuamente.
O gráfico abaixo mostra a variação da temperatura em relação
ao tempo.
1 Os gráficos a seguir foram construídos a partir dos valores
experimentais da variação da temperatura em função do tempo T/°C
para a mudança de estado dos materiais designados pelas letras 150
A, B, C, D, E e F. Indique se esses materiais são substâncias, 100
misturas comuns, misturas eutéticas ou misturas azeotrópicas e 50
se está sendo feito um aquecimento ou um resfriamento.
0 5 10 15 20 tempo/s
Material A Material B
v
O ponto de fusão, o ponto de ebulição e o tempo durante o qual
T/°C T/°C
v a substância permanece na fase líquida são, respectivamente:
l–v v–l
a) 150, 65 e 5. c) 150, 65 e 25. e) 65, 150 e 10.
l l b) 65, 150 e 25. d) 65, 150 e 5.
s–l l–s
4 Na tabela a seguir estão listados os valores experimentais da
s s
temperatura de aquecimento de um material X em função
do tempo.
tempo/s tempo/s
Tempo/
0 2 4 6 8 10 12 14
min
Material C Material D t/°C 232 212 8 28 28 28 28 44
T/°C T/°C
Tempo/
v 16 18 20 22 24 26 28 30
l–v v min
v–l

l t/°C 60 76 92 108 114 118 126 132


l
s–l l–s
Construa um gráfico com os dados da tabela e indique se o
s s material X é uma substância ou uma mistura. Justifique.
5 (UFMG) Uma substância foi resfriada no ar atmosférico. Durante
tempo/s tempo/s o processo foram feitas medidas de tempo e temperatura que
permitiram construir este gráfico.

Material E Material F T/°C


50
T/°C T/°C
40
v v
30
l–v v–l
l 20
l
s–l l–s 10
s s
0
5 10 15 20 25 30 tempo/min

tempo/s tempo/s A análise desse gráfico permite concluir que todas as alterna-
tivas estão corretas, EXCETO:
a) A solidificação ocorreu durante 10 minutos.
2 Um químico estava aquecendo uma mistura de água e álcool b) O sistema libera calor entre 5 e 15 minutos.
em uma manta térmica (porque o álcool é extremamente c) A temperatura de solidificação da substância é 35 °C.
inflamável) e observou que quando a mistura entrou em d) A temperatura da substância caiu 5 °C/min até o início da
ebulição a temperatura permaneceu constante e igual a solidificação.
78,2 °C. Com essa informação, o químico já pode determinar e) A substância se apresentava nos estados líquido e sólido
a composição da mistura? Justifique. entre 5 e 15 minutos.

32 Transformações químicas
c) Os gráficos B e C correspondem aos diagramas de mistu-
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
ras de substâncias.
d) Os gráficos B e C correspondem aos diagramas de mistura
1 (UFT-TO) Os gráficos seguintes correspondem a diagramas eutéticas.
de mudança de estado físico. (TE 5 temperatura de ebulição, e) Os gráficos B e C correspondem aos diagramas de mistu-
TF 5 temperatura de fusão.)
ras azeotrópicas.
Gráfico A
Temperatura/°C 2 (Ufam) Considere o gráfico abaixo, relativo ao aquecimento
de uma substância pura, e as respectivas afirmativas. Estão
ERRADAS as afirmativas:
Gás
(vapor) I. No ponto t6 existe a última gota do sistema no estado lí-
Líquido e gás
TE quido.
II. No ponto t0 o sistema está em repouso e no estado
amorfo.
Sólido e líquido Líquido
TF III. Entre t1 e t3 coexistem duas fases: sólido e líquido.
IV. No ponto t4 aparece a primeira molécula da substância no
Sólido estado vapor.
t1 t2 t3 t4 Tempo V. Nas temperaturas 2 e 4, o sistema está estacionário e só há
uma fase em cada patamar.
8
Gráfico B
Temperatura/°C

Gás
Líquido e gás (vapor)
4
ΔTE

2
Sólido e líquido Líquido
TF

0
Sólido
t1 t2 t3 t4 Tempo t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t/s

a) I e II.
b) II e V.
Gráfico C
Temperatura/°C c) Somente a V.
d) I, III e IV.
e) Todas são verdadeiras.
Gás
Líquido e gás (vapor) 3 (Cesgranrio-RJ 2 Adaptada) Um cientista recebeu uma
TE
substância desconhecida, no estado sólido, para ser analisada.
A tabela abaixo representa o processo de aquecimento de
Sólido e líquido
ΔTF Líquido uma amostra dessa substância.

Tempo/min 0 10 20 30 40 50 60 70

FRENTE A
Sólido t/°C 20 40 40 40 70 70 70 90
t1 t2 t3 t4 Tempo
Analisando a tabela, concluímos que a amostra apresenta:
Na análise destes gráficos podemos afirmar: a) duração de ebulição de 10 minutos;
QUÍMICA

a) Os gráficos A e C correspondem aos diagramas de b) duração de fusão de 40 minutos;


misturas. c) ponto de fusão de 70 °C;
b) Os gráficos A, B e C correspondem aos diagramas de subs- d) ponto de fusão de 40 °C;
tâncias simples. e) ponto de ebulição de 50 °C.

Transformações químicas 33
CAPÍTULO

4 Propriedades físicas
da matéria

Objetivos: Vimos que é possível determinar se um material é constituído de uma substância ou de uma mistura
de substâncias pelo estudo do seu comportamento durante a mudança de estado de agregação.
c Recordar o conceito
Outras propriedades físicas que ajudam a definir e determinar se o material é constituído por
de densidade e
sua importância na
uma substância ou por uma mistura de substâncias são a densidade (ou massa específica) e o coe-
caracterização da
ficiente de solubilidade.
matéria.
DENSIDADE
c Compreender
Densidade (d) é a relação entre a massa (m) de um material e o volume (V) que ela ocupa.
como a densidade
das águas do mar d 5 massa ou d 5 m
formam as correntes
volume v
termossalinas. A massa não varia com a temperatura, mas o volume sim; por isso, o valor da densidade depen-
de diretamente da temperatura em que ela é medida.
c Compreender o Por exemplo, a 20 °C, o alumínio possui densidade igual a 2,70 g/cm3 e o chumbo igual a 11,34 g/cm3.
conceito de coeficiente Isso significa que, se colocarmos lado a lado volumes iguais a 1 cm3 de alumínio e de chumbo, veremos
de solubilidade.
que a massa de 1 cm3 de alumínio (2,70 g) é bem menor que a massa de 1 cm3 de chumbo (11,34 g).
Os materiais constituídos de misturas de substâncias, como a madeira, o aço, o vidro, não possuem
densidade constante; diferente das substâncias citadas na tabela abaixo, possuem o valor da densidade
constante e invariável sempre que medido nas mesmas condições de pressão e temperatura.

Materiais d/g ? cm–3 t/°C


Água 1,00 4
Benzeno* 0,879 20
Álcool etílico* 0,789 20
Amônia 0,817 279
Cloreto de sódio 2,163 20
Ferro 7,86 20
ES

*Densidade em relação à água a 4 °C (número sem unidade).


AG
IM
W
LO

Algumas vezes podemos trabalhar com o conceito de densidade relativa, ou seja, um valor
/G
CK

que expressa o quociente entre a densidade de um material qualquer e a densidade de um material-


O
ST
R
TE

-padrão (sempre considerando o mesmo volume dos dois materiais relacionados).


HUT
/S

Como é o caso do benzeno e do álcool etílico, para os quais fornecemos, na tabela anterior,
M
CO
B.

os valores do quociente entre a densidade desses materiais e a densidade da água a 4 °C (portanto,
ED
AG
IM

temos a densidade relativa).


Fig. 1 – A densidade relativa d d
também é utilizada para dbenzeno, água 5 benzeno e d álcool etílico, água 5 álcool etílico
d água a 4 °C d água a 4 °C
expressar a densidade dos gases,
que costuma ser fornecida em Observe que, para expressar a densidade relativa de uma substância (por exemplo, o benzeno)
relação ao ar atmosférico em condições na temperatura em que foi medida, 20 °C, em relação a da água a 4 °C (que é a temperatura na qual
normais de temperatura e pressão, isto a densidade da água é igual a 1 g/cm3) usamos a notação: d420 5 0,879.
é, 0 °C e 1 atmosfera. O ar aquecido
é menos denso que o ar frio, Não se esqueça de que, por se tratar de uma densidade relativa, a unidade é cancelada e o valor
por isso o balão sobe. resultante é adimensional.

34 Transformações químicas
Densidade e clima
O clima de uma região depende principalmente das seguintes características geográficas: tipo de relevo, proximidade ao oceano e
distância em relação ao equador ou aos polos. Cada uma das regiões do planeta apresenta um clima-padrão que se repete regularmente
a cada período do ano, e que é resultado das características próprias de cada lugar.
Um dos fatores que ajudam a regular o clima de uma região é a circulação termossalina global que depende da densidade
das águas oceânicas que, por sua vez, varia com a temperatura.
O mapa abaixo mostra a circulação termossalina, ou seja, gerada pelas diferenças de densidades das águas dos oceanos. Nesse
mapa, as setas sobre fundo vermelho indicam a circulação de águas quentes (superficiais, de menor densidade) e as setas sobre fundo
azul indicam a circulação de águas frias (profundas, de maior densidade).

SPL/LATINSTOCK
Fig. 2 – Movimento global de circulação de águas quentes (em vermelho) e frias (em azul).

Observe como essa circulação de águas quentes e frias atuam na regulagem do clima do
planeta.
Na região do equador as águas superficiais que são aquecidas pelo Sol correm em direção
aos polos. Lá chegando, elas liberam calor para a atmosfera, isso impede que o hemisfério norte
tenha invernos extremamente rigorosos. Ao perder calor, essas águas se resfriam, tornando-se
mais densas, portanto, elas vão para o fundo do mar, passando a correr em direção ao equador.
Ao chegarem ao equador, essas águas frias absorvem calor da atmosfera, impedindo que
essa região tenha verões extremamente quentes. Ao absorver calor, essas águas se aquecem, se
tornam menos densas e vão para a superfície, passando a correr em direção aos polos.
A repetição desse ciclo é um dos fatores que regula o clima do planeta.
A densidade das águas do mar, no entanto, não depende apenas da temperatura, mas
também da quantidade de sal dissolvido (salinidade), tornando-se progressivamente maior, à
medida que a quantidade de sal dissolvido em relação à quantidade de água, aumenta.
FRENTE A
Se ocorrer um evento como, por exemplo, o derretimento de geleiras nos polos ou o ex-
RALPH LEE HOPKINS/GETTY IMAGES

cesso de chuvas em determinada região do oceano, a salinidade da água nesses locais diminui
e sua densidade também. Se, ao contrário, determinada região passar por um longo período
de estiagem, a salinidade da água nesses locais aumentará, assim como sua densidade.
QUÍMICA

Em ambos os casos, as correntes termossalinas serão alteradas afetando a regulagem do


clima do planeta, é o que chamamos de mudanças climáticas.
Fig. 3 – As mudanças climáticas afetam bruscamente os
ecossistemas e podem levar à extinção de algumas espécies.

Transformações químicas 35
Representação e

EXPERIMENTANDO
Linguagem Densidade e correntes de convecção
Você pode fazer um experimento muito simples e interessante para observar como
Acesse o Material Comple-
a diferença de densidade na solução modifica as correntes de convecção.
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto. O que se observa nesse experimento pode servir como modelo para o que acon-
tece nos oceanos em função das mudanças climáticas que alteram a densidade das
águas diluindo ou aumentando sua concentração salina devido à mudança nos regi-
mes de chuva.
1. Material necessário
2 copos de plástico pequenos (de café) descartáveis
corante alimentício
2 béqueres ou jarras de vidro transparente com capacidade de 1 L
água
sal de cozinha
2. Procedimento
Prepare, previamente, o gelo colorido: coloque quantidades iguais de água nos dois
copos de plástico (cerca de 50 mL) e adicione o mesmo número de gotas de corante
alimentício em cada copo, de modo a obter uma coloração intensa para que a visuali-
zação do efeito seja melhor.
Leve os copos ao congelador e aguarde até que a água colorida se solidifique.
Coloque a mesma medida de água nos dois béqueres de vidro.
Em apenas um deles, vá adicionando sal de cozinha aos poucos, mexendo sem-
pre, até notar no fundo da jarra um pequeno depósito de sal que não se dissolve
mais.
Nesse momento você terá obtido uma solução saturada de sal (a ideia é imitar as
águas dos oceanos).
Rasgue o plástico dos copos de modo a liberar os blocos de gelo e coloque um
bloco de gelo colorido em cada jarra.
Observe o que ocorre nos dois sistemas com os blocos de gelo e com a dispersão
do corante nos líquidos.
1. Gelo colorido em um béquer com água.
A água líquida, proveniente da fusão do gelo, (a temperatura de . 0 °C), é mais
densa (d 5 0,9998 g/cm3) que a água líquida no restante da jarra, que encontra-se
à temperatura ambiente, por exemplo, a 25 °C, nessa temperatura a densidade da
água é igual a 0,9970 g/cm3. (Lembre-se de que a água só tem densidade igual a
1,0 g/mL a 4 °C.)
Por ser mais densa, a água proveniente da fusão do gelo vai para o fundo, forçan-
do a água que estava no fundo a ir para cima, criando uma corrente de convecção
vertical.
Com o tempo o corante se espalha por todo o volume do recipiente mostrando a
circulação das substâncias pelo sistema.
2. Gelo colorido em um béquer com solução aquosa saturada de cloreto de sódio.
A água fria proveniente da fusão do gelo (0 °C), é menos densa (d 5 0,9998 g/cm3)
que a solução saturada de água e sal no restante da jarra (d 5 1,2 g/cm3).
Por ser menos densa, a água fria tende a ficar acumulada na superfície. Como
o bloco de gelo fica rodeado por uma camada de água fria, ele demora mais para
derreter.
Nesse caso, não se forma uma corrente de convecção.

36 Transformações químicas
FARBEFFEKTE/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
EXPERIMENTANDO Densidade de sólidos irregulares
A densidade ou massa específica dos mate-
riais é uma medida experimental, feita normal-
mente a 20 °C e 1 atm (uma vez que a densidade
depende diretamente da temperatura).
Para calcular a densidade dos materiais que, a
Fig 4 – Coroa de ouro.
20 °C e 1 atm, se encontram na fase líquida, bas-
ta medir a massa e o volume de uma porção do
líquido e dividir uma grandeza pela outra. Mas
quando o material se encontra na fase sólida nessas condições e a forma desse sólido é
irregular, o cálculo do volume é feito pelo Princípio de Arquimedes, matemático grego
que viveu entre os anos 287 a.C. e 212 a.C.
Segundo a lenda, no século III, Hierão II, o rei de Siracusa, cidade da Sicília, suspeitava
que o ourives que havia feito sua coroa usara uma mistura de ouro e prata, e não ape-
nas ouro, como fora encomendado.
O rei solicitou a ajuda de Arquimedes para descobrir se em sua coroa havia mesmo
prata misturada ao ouro. Arquimedes encontrou a solução para o problema quando
estava num banho público e percebeu que o nível da água subia quando ele entrava
na banheira. Ele teria corrido para a rua, nu, gritando “Eureka! Eureka!” (“Encontrei! En-
contrei!”) e ido para casa desenvolver sua teoria.
Arquimedes percebeu que seu corpo ficava mais leve quando entrava na ba-
nheira e que essa aparente perda de massa era igual à massa da água deslocada
pelo seu corpo.
Notou, também, que o volume da água deslocada era igual ao volume do seu corpo
submerso. As observações durante o banho mostraram que ele poderia determinar o
volume da coroa do rei pelo volume de água que ela deslocasse.
Arquimedes testou o volume de água deslocado por corpos iguais e de mesma
massa, feitos de ouro puro, prata pura e de uma mistura de ouro e prata, e percebeu
que, se a coroa fosse feita de uma mistura de ouro e prata, deslocaria mais água do que

ALEX ARGOZINHO/
ARQUIVO DA EDITORA
um objeto que fosse feito de ouro puro e tivesse a mesma massa que a coroa.
Segundo consta, o ourives realmente trapaceou o rei e, por isso, foi condenado à morte.
É relativamente simples calcular a densidade de alguns metais utilizando o Princípio
de Arquimedes.
1. Material necessário
1 tubo de vidro graduado (proveta) 1 lixa de água ou palha de aço
1 balança de cozinha 1 pinça O volume de líquido
deslocado é igual ao
pedaço de zinco, de cobre e de alumínio água volume do sólido.

2. Procedimento
Utilize a lixa de água ou a palha de aço para limpar os pedaços de metal, removendo
as possíveis camadas de óxidos que se formam por causa da ação do ar e da umidade.
FRENTE A
Em seguida determine, utilizando a balança, a massa de cada um dos pedaços de
metal. Anote o resultado.
Coloque cerca de 15 mL de água na proveta e adicione cuidadosamente um peda- Atividade
QUÍMICA

ço de metal. O aumento de volume observado corresponde ao volume desse pedaço Experimental


de metal. Anote o valor encontrado.
Acesse o Material Comple-
Repita a operação com os outros metais envolvidos na experiência e calcule a den- mentar disponível no Portal e
sidade dos metais dividindo o valor da massa pelo volume. aprofunde-se no assunto.

Transformações químicas 37
COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE

GOSPHOTODESIGN/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Outra propriedade importante para caracterizar um material é a solubilidade ou coeficiente
de solubilidade (CS).
Coeficiente de solubilidade (CS) é a medida da capacidade que um material (soluto) possui de
se dissolver numa quantidade-padrão de outro material (solvente), em determinadas condições de
temperatura e pressão.
Alguns materiais são solúveis um no outro em qualquer proporção, como a água e o álcool
etílico, por exemplo.
Existem também materiais que praticamente não se solubilizam um no outro, como ocorre
com a água e o óleo. Nesse caso, consideramos que são insolúveis ou imiscíveis.
Na maioria dos casos, contudo, há uma quantidade máxima de um soluto que é capaz de se
dissolver em certa quantidade de solvente.
Para expressar o coeficiente de solubilidade das substâncias, é comum utilizar uma relação de
massas, porque, como dissemos, a grandeza massa não varia com a temperatura nem com a pressão,
enquanto o volume varia.
Por exemplo, para uma dada quantidade de água, a equivalência: 1,00 g de água 5 1 cm3 de água, só
vale na temperatura de 4 °C sob pressão de 1 atm.
Assim, o coeficiente de solubilidade pode ser expresso em g de soluto por 100 g de solvente.
Como o coeficiente de solubilidade depende da temperatura e da pressão, a dissolução pode ser:
favorecida com o aumento da temperatura (à pressão constante), nesse caso, dizemos que é en-
dotérmica (absorve energia).
A dissolução da sacarose na água, por exemplo, é endotérmica; dessa forma, é possível aumentar
a quantidade de sacarose dissolvida na água aumentando-se a temperatura do sistema.
Fig. 5 – Dissolução de sacarose em água.
A tabela a seguir fornece os dados do coeficiente de solubilidade da sacarose expresso em g de
sacarose por 100 g de água.

Temperatura/°C 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
CS 179,2 190,5 203,9 219,5 238,1 260,4 287,3 320,5 362,1 415,7 487,2

favorecida com a diminuição da temperatura (à pressão constante); nesse caso, dizemos que é
exotérmica (libera energia).
A dissolução do hidróxido de cálcio (cal hidratada), por exemplo, é exotérmica; portanto, para
aumentar a quantidade de hidróxido de cálcio dissolvido numa quantidade fixa de água é necessário
diminuir a temperatura.
Observe os dados na tabela abaixo:

Temperatura/°C 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
CS 0,185 0,176 0,165 0,153 0,141 0,128 0,116 0,106 0,094 0,085 0,077

A tabela a seguir fornece o coeficiente de solubilidade expresso em g dos materiais em 100 g


de água (sob pressão de 1 atm).

Materiais t/°C CS (g do material/100 g de água)


Benzeno 22 0,07
Álcool etílico ___ ∞ (infinita)
Amônia 20 62,9
Atividade
Experimental Cloreto de sódio 20 36
Acesse o Material Comple- Mercúrio ___ Insolúvel
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto. Ferro ___ Insolúvel

38 Transformações químicas
EXPERIMENTANDO
Solubilidade
Vimos que determinada quantidade de solvente é capaz de dissolver uma quanti-
dade máxima de soluto a uma dada temperatura, como é o caso da água e do cloreto
de sódio (sal de cozinha).
Vimos, no entanto, que existem substâncias como a água e o álcool etílico que são
solúveis uma na outra em qualquer proporção, independentemente da temperatura.
Mas o que ocorre se misturamos as três substâncias: água, cloreto de sódio e álcool
etílico?
Vamos ver?
1. Material necessário
2 copos de vidro transparentes
1 colher de plástico
cloreto de sódio (sal de cozinha)
água
álcool etílico
2. Procedimento

TUNGPHOTO/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Comece preparando uma solução aquosa saturada de clore-
to de sódio na temperatura ambiente.
Coloque água até a metade do copo e, com a ajuda da co-
lher de plástico, vá adicionando aos poucos o cloreto de sódio
e mexendo bem.
Repita a operação até que o cloreto de sódio não se dissolva
mais na água. Por mais que você agite a solução, uma quanti-
dade pequena de sal deve permanecer depositada no fundo
do recipiente.
Esse é um sinal claro de que a solução sobrenadante está
saturada, ou seja, possui a quantidade máxima de soluto capaz
de se dissolver naquela quantidade de solvente na temperatu-
ra do experimento.
Deixe o sistema em repouso por alguns minutos para garan-
tir que todo o sal não dissolvido se depositou no fundo.
Com muito cuidado, transfira a solução sobrenadante para o
outro copo de modo que nenhum cristal de sal não dissolvido
seja transferido para o novo copo.
Agora adicione o álcool etílico lentamente sobre a solução
saturada e límpida de água e sal, até completar o volume do
copo. O que você observa? Proponha uma explicação.

FRENTE A
O. BELLINI/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES

Atividade
QUÍMICA

Experimental
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.

Transformações químicas 39
EXERCÍCIO RESOLVIDO

A tabela a seguir traz algumas propriedades físicas de subs- c) Calcule os volumes, em cm3, ocupados por 1 kg de mer-
tâncias conhecidas como: densidade, em g/cm3, e os pontos cúrio e por 1 kg de alumínio.
de fusão e de ebulição, em °C, sob pressão de 1 atm. d) A adição de acetona ao metanol poderia ser descoberta
por um teste de densidade? Por quê?
Substância Densidade Fusão/°C Ebulição/°C
RESOLUÇÃO:
Oxigênio 1,14 (t 5 2183 °C) –218,4 –183,0 a) Sim. A temperatura e a pressão determinam a fase de
Amônia 0,817 (t 5 279 °C) –77,7 –33,4 agregação da matéria e, portanto, a quantidade de massa
que ocupa determinado volume.
Metanol 0,792 (t 5 20 °C) –97,0 64,7 b) Mais densa: mercúrio. Menos densas: metanol e acetona.
Acetona 0,792 (t 5 20 °C) –94,6 56,5 Dado um volume fixo (1 cm3), a substância mais densa é a
que possui maior massa.
Mercúrio 13,546 (t 5 20 °C) –38,87 356,9 c) Volume ocupado por 1 kg de mercúrio:
Alumínio 2,70 (t 5 20 °C) 660,0 2 056,0 13,546 g 1 cm3
1 000 g x
Um cubo de gelo (água sólida) flutua quando colocado em um
copo de água líquida e afunda quando o líquido no copo é o x 5 1000 ? 1
13,546
álcool etílico anidro (comprado em farmácia). Esse fenômeno x 5 73,82 cm3
ocorre em função da diferença de densidade dos materiais en- Volume ocupado por 1 kg de alumínio:
volvidos. A água líquida possui densidade aproximadamente
2,70 g 1 cm3
igual a 1,00 g/cm3, o gelo possui densidade aproximadamen-
te igual a 0,92 g/cm3 e o álcool etílico possui densidade igual a 1 000 g z
0,789 g/cm3. A respeito da densidade, responda aos itens a seguir.
z 5 1000 ? 1
a) A densidade da matéria depende da temperatura e da 2,70
pressão? Por quê? z 5 370,37 cm3
b) Dentre as substâncias, cuja densidade é fornecida a 20 °C, O volume ocupado pelo alumínio é maior do que o volu-
qual a mais densa? E a menos densa? O que isso significa me ocupado pelo mercúrio.
em relação à massa e ao volume dessas substâncias? d) Não. Essas substâncias apresentam a mesma densidade.

PARA CONSTRUIR
A tabela a seguir apresenta a solubilidade, em mL, da substância dióxido de carbono (gás carbônico) por 100 mL de água sob
pressão de 1 atm.

Temperatura/°C 0 10 20 30 40 50
Solubilidade 22,83 16,21 11,29 7,81 5,41 4,5

(01) A solubilidade do dióxido de carbono aumenta com o aumento da temperatura.


(02) A solubilidade do dióxido de carbono diminui com o aumento da temperatura.
(04) A solubilidade do dióxido de carbono na água aumenta se houver fornecimento de energia.
(08) A solubilidade do dióxido de carbono na água aumenta se houver perda de energia.
(16) Os gases não se dissolvem na água, e a tabela traz dados incorretos.
(32) A solubilidade de qualquer gás na água diminui com o aumento da temperatura.
(64) É possível aumentar a solubilidade do dióxido de carbono na água tanto por diminuição da temperatura como também por
aumento de pressão.

Dê a soma das alternativas corretas. A resposta correta é dada pela soma: 02 1 08 1 32 1 64 5 106

40 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no Portal em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

um tanque contendo água (densidade 5 1,00 g/cm3), separan-


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR do, então, a fração que flutuou (fração A) daquela que foi ao fun-
do (fração B). Depois, recolheu a fração B, secou-a e jogou-a em
1 (Mack-SP) Num recipiente calibrado contendo 485 mL de outro tanque contendo solução salina (densidade 5 1,10 g/cm3),
água (d 5 1,00 g/cm3) colocou-se um objeto (feito de um separando o material que flutuou (fração C) daquele que afun-
único material) de massa igual a 117 g. Observou-se que o dou (fração D).
objeto imerge e que o nível da água no recipiente passa a ser
Dados: densidade na temperatura de trabalho em g/cm3: po-
de 500 mL. Com esses dados e consultando a tabela abaixo
lietileno 5 0,91 a 0,98; poliestireno 5 1,04 a 1,06; policloreto
(d em g/cm3), pode-se afirmar que o objeto pode ser feito de: de vinila 5 1,5 a 1,42.
As frações A, C e D eram, respectivamente:
Material Chumbo Ferro Osso Cortiça Pedra
a) PE, PS e PVC.
Densidade 11,3 7,8 2,0 0,3 5,0 b) PS, PE e PVC.
c) PVC, PS e PE.
a) chumbo. c) ferro. e) pedra. d) PS, PVC e PE.
b) osso. d) cortiça. e) PE, PVC e PS.
2 (UFPI) Para distinguir ovos estragados dos bons, costuma-se 2 (UFPE) Em um béquer com 100 mL de água, são colocados
mergulhar os ovos em um recipiente com água e observar o 20 mL de óleo vegetal, um cubo de gelo e uma barra retan-
seu posicionamento. Se o ovo afunda, ele está bom, mas se gular de alumínio.
o ovo vai para a superfície, isso é indicativo de que ele está
Qual das figuras melhor representa a aparência dessa mistura?
estragado.
Dessas observações, pode-se concluir que a densidade: a) c) e)
a) do ovo estragado é maior do que a do ovo bom.
b) do ovo estragado é maior que a da água.
c) da água é igual à do ovo bom.
d) do ovo bom é maior que a da água.
e) da água é igual à do ovo estragado.

3 (Unemat-MT) A densidade é considerada uma propriedade b) d)


física específica das substâncias, que varia com a temperatura
em função da contração ou expansão do material considera-
do, além de explicar o porquê de os icebergs flutuarem nos
oceanos.
O mercúrio é um metal líquido nas condições ambiente e
muito agressivo à saúde humana em função de sua toxicida-
de, pois é bioacumulativo, ou seja, não é metabolizado pelo 3 A solubilidade do oxigênio na água diminui com o aumento
organismo. Possui um valor de densidade igual a 13,6 g/cm3 da temperatura. Sob pressão de 1 atm, a 0 °C, a solubilidade
nas condições ambiente. desse gás é de 14,63 mg/L. A 20 °C, a solubilidade decresce
Pode-se afirmar que um frasco de vidro contendo 100 mL de para 9,08 mg/L e, a 25 °C, chega a 8,11 mg/L. Essa característi-
mercúrio possui uma massa, em kg, correspondente a: ca do oxigênio torna ainda mais preocupante o problema da
a) 2,72 c) 1,36 e) 1 360 poluição térmica que ocorre quando uma usina termelétrica
b) 7,3 d) 2 720 ou nuclear utiliza as águas de um rio ou do mar no seu siste- FRENTE A
ma de refrigeração, devolvendo essa água ao meio ambiente
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR a uma temperatura maior do que ela tinha antes de ser cap-
tada. Em relação a esse problema, indique:
QUÍMICA

1 (Fuvest-SP) Em uma indústria, um operário misturou, inadvertida- a) O que ocorre com o oxigênio dissolvido na água de rios e
mente, polietileno (PE), policloreto de vinila (PVC) e poliestireno mares sujeitos à poluição térmica?
(PS), limpos e moídos. Para recuperar cada um destes polímeros, b) Quais as consequências da poluição térmica para os seres
utilizou o seguinte método de separação: jogou a mistura em vivos que habitam o local?

Transformações químicas 41
CAPÍTULO

5 Fases de um material

Objetivos: A palavra “fase” vem do grego phasis, que significa “aparência ou aspecto visual”.
Se um material (substância ou mistura) possui aparência uniforme e propriedades constantes
c Reconhecer as fases
em toda a sua extensão, ele é constituído de uma única fase. No entanto, se a aparência de um ma-
de um sistema
terial não é uniforme e, se suas propriedades variam quando observadas em pontos diferentes de sua
aprendendo a
extensão, ele possui mais de uma fase.
classificá-lo em
solução, dispersão
grosseira ou dispersão
Cada fase de um material é identificada pela aparência uniforme e pelas propriedades
coloidal. constantes em toda a sua extensão.

c Entender como são Às vezes conseguimos distinguir as fases de um material a olho nu, mas outras ficamos em
formados os sistemas dúvida: o leite, o suco de laranja natural, o sangue, possuem só uma fase?
coloidais encontrados
A foto A, apresentada abaixo, é de bolsas de sangue humano; a foto B mostra o aspecto de
em nosso cotidiano.
uma gota de sangue humano em uma lâmina de análise. A foto C mostra o sangue humano visto
ao ultramicroscópio.
Podemos, então, concluir que o sangue apresenta um aspecto desigual que não pode ser perce-
bido a olho nu, mas que é visível ao ultramicroscópio, portanto, é constituído de mais de uma fase.
Assim, para estabelecer um critério único, que pudesse ser utilizado no mundo todo, sem dar
margem a dúvidas, os cientistas basearam a classificação das fases de um material em dois equipa-
mentos: o ultramicroscópio e a ultracentrífuga.

Fig. 1 – Bolsas de sangue (A); sangue


A disperso sobre uma lâmina de vidro (B);
sangue observado ao ultramicroscópio (C).
ES
OW IMAG
STOCK/GL

D
AT
AC
RA
FTC
ER

OL
10/SHUTT

TD
/GE
TTY
OKSANA20

IMAGE
S

AL
YO
NS
/AL C
AM
Y/O
TH
ER
IM
AG
ES

42 Transformações químicas
MATERIAIS HOMOGÊNEOS
Materiais homogêneos são constituídos de substâncias isoladas ou soluções (misturas homogê-
neas de substâncias), que apresentam uma única fase (são monofásicos), podendo ser identificados
pelas seguintes características:
aspecto visual uniforme, mesmo ao ser examinado em um ultramicroscópio;
propriedades constantes em toda a sua extensão, por exemplo, os pontos de fusão e de ebulição

K
OC
ST
e a densidade;

ER
TT
U
no caso de uma solução, as substâncias que a constituem não podem ser separadas por uma LE
N/
SH
D
ultracentrífuga. M
A

Como exemplos de materiais homogêneos, podemos citar:


qualquer substância em um único estado de agregação, como água líquida, cobre sólido (foto),
oxigênio gasoso;
qualquer mistura na qual as substâncias que a compõem estejam totalmente dissolvidas umas nas
outras (uniformemente distribuídas e espalhadas), como álcool hidratado (água e álcool etílico) ou
gás oxigênio e gás nitrogênio ou ouro de 18 quilates (75% de ouro, 12,5% de prata e 12,5% de cobre).
Observação: dizemos que duas substâncias são miscíveis quando elas se misturam comple-
tamente de forma homogênea. O contrário de miscíveis é “imiscíveis”, isto é, um termo atribuído a
substâncias que não se misturam, como a água e o óleo, e formam misturas heterogêneas.

SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA

EVGENY KARANDAEV/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Fig. 2 – A água e o álcool etílico são miscíveis em qualquer proporção.


FRENTE A

Soluções
Em geral, as soluções são formadas por um solvente e um (ou mais) soluto(s). Geralmente, em
QUÍMICA

soluções envolvendo um líquido e um gás ou um líquido e um sólido, o solvente é o líquido, e o soluto


é o gás ou o sólido. Nos demais casos, o soluto é o componente em menor quantidade, e o solvente,
Fig. 3 – A água mineral “pura da
o componente em maior quantidade. fonte” é uma mistura (solução)
Em uma solução, o material que constitui o soluto encontra-se dividido em partículas com de água e vários sais minerais
diâmetro médio igual ou inferior a 1 nanometro (ou a 1029 m). dissolvidos.

Transformações químicas 43
BURAZIN/GETTY IMAGES
As soluções podem ser encontradas em qualquer estado de agregação, conforme mostra a
tabela a seguir (note que o estado de agregação da solução é determinado pelo estado de agregação
do solvente):

Estados de agregação das soluções

Solução Solvente Soluto Exemplo: solvente 1 soluto


Fig. 4 – O ouro 18 quilates é uma
solução sólida.
Gasosa Gasoso Gasoso nitrogênio 1 oxigênio
Líquida Líquido Gasoso água 1 gás carbônico
Líquida Líquido Líquido água 1 álcool etílico
Líquida Líquido Sólido água 1 sal de cozinha
Sólida Sólido Gasoso paládio 1 gás hidrogênio
Sólida Sólido Líquido ouro 1 mercúrio
Sólida Sólido Sólido zinco 1 cobre (latão)

Materiais heterogêneos
Dizemos que um material é heterogêneo quando ele possui mais de
uma fase; nesse caso pode ser bifásico (duas fases), trifásico (três fases),
tetrafásico (quatro fases) ou até polifásico (várias fases).
MAXIM IBRAGIMOV/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES

Como exemplos de material heterogêneo, podemos citar:


qualquer substância mudando de fase de agregação, como água líquida e sólida;
qualquer mistura na qual as substâncias componentes não estejam perfei-
tamente dissolvidas e uniformemente distribuídas umas nas outras, como
granito, sangue, leite, água e óleo ou água e areia.
As misturas heterogêneas, do ponto de vista prático, são constituídas
de um dispergente (o componente em maior quantidade) e um ou mais dis-
Fig. 5 – O granito é uma mistura de quartzo, mica e feldspato. persos (componentes em menor quantidade) e são divididas em dispersões
É possível observar essas três fases a olho nu. grosseiras e dispersões coloidais.

Dispersões grosseiras
Nesse caso, o material que constitui o disperso pode ser dividido em partículas com diâmetro
médio, igual ou superior a 100 nanometros (ou a 1027 m) e com as seguintes características:
são observadas a olho nu ou em microscópio comum;
podem ser separadas do dispergente pela ação da gravidade (sofrem sedimentação espontânea
se tiverem densidade maior que a do dispergente, processo que pode ser acelerado por uma cen-
trífuga comum).
SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA

Exemplos: água e óleo, água e areia, água e gelo.

Fases de um material heterogêneo


É importante observar que as fases de um material heterogêneo podem ser contínuas ou
descontínuas.
Em uma mistura de água, óleo e areia, por exemplo, temos três fases: a fase água, que é contínua,
a fase óleo, que também é contínua, e a fase areia, que é descontínua, pois se apresenta fragmentada
em várias partes menores.
Assim, sempre que uma mesma substância estiver dividida em partes, como cubos de gelo em
uma jarra, ela vai constituir uma fase descontínua. Note, porém, que um único cubo de gelo isolado
Fig. 6 – Mistura de óleo, água e areia. constitui uma fase contínua.

44 Transformações químicas
Número de componentes de um material heterogêneo
O número de componentes de um material ou sistema heterogêneo é igual ao número de subs-
tâncias de que ele é formado, e não é necessariamente igual ao seu número de fases, por exemplo:
água (nas fases sólida e líquida) 1 areia (dióxido de silício): três fases e dois componentes;
óleo 1 água 1 melado: três fases e três componentes.

Dispersões coloidais
Em uma dispersão coloidal, o material que constitui o disperso pode ser dividido em partículas
que apresentam diâmetro médio variando entre 1 nm e 100 nm (ou entre 1029 m e 1027 m) e com
as seguintes características:
só podem ser observadas em um ultramicroscópio;
sedimentam-se apenas pela ação de uma ultracentrífuga.
Há uma infinidade de materiais presentes na natureza – e, portanto, em nosso dia a dia – que
se enquadram nessa definição, como o sangue, as pedras preciosas (como as safiras abaixo), as es-
pumas, a fumaça, etc.
BYJENG/SHUTTERSTOCK

Fig. 7 – A safira, uma pedra preciosa,


apresenta variedades nas cores azul,
amarelo, castanho, verde, rosa, laranja e
púrpura.

Fig. 8 – As partículas de poeira


dispersas no ar são um exemplo
de dispersão coloidal.
VADIM KONONENKO/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

Transformações químicas 45
Ultramicroscópio e ultracentrífuga
Microscópios
O que caracteriza um microscópio é o poder de resolução e de ampliação.
O poder de resolução indica qual a menor distância (comprimento) entre dois pontos
da imagem que um microscópio consegue focar com precisão e está relacionado ao chama-
do critério de Rayleigh, segundo o qual o limite para obtenção de uma imagem precisa é o
comprimento de luz utilizado. Atualmente, os microscópios que trabalham com luz na faixa
do visível conseguem uma resolução na faixa dos 500 nm (meio micron). Desse modo, para
obter uma resolução maior é necessário utilizar uma luz com menor comprimento de onda,
ou seja, na faixa do ultravioleta (microscópios com luz ultravioleta são utilizados para produzir
chips eletrônicos, que necessitam de resolução abaixo de 1 micron).
O poder de ampliação de um microscópio depende das lentes que ele possui e pode
ser calculado pela multiplicação dos aumentos individuais proporcionados por cada lente.
Um microscópio geralmente apresenta até cinco lentes objetivas, contendo os códigos
5x, 10x, 20x, 50x e 100x (x 5 vezes), além de uma ou duas oculares que geralmente possuem
aumento de 10x e, raramente, de 20x. O poder de ampliação do microscópio é então calcula-
do como o produto do aumento da ocular pelo aumento da objetiva. O microscópio possui
um poder de ampliação regulável que varia entre 50x e 1 000x. Uma ampliação maior do que
essa provoca distorção na imagem na faixa do vermelho por causa do limite no poder de re-
solução devido ao critério de Rayleigh, portanto, os microscópios mais potentes comumente
apresentam objetivas de até 100x acopladas a oculares de 10x.
O ultramicroscópio difere do microscópio comum pela forma especial de iluminar a
amostra, permitindo que ela seja observada sobre um fundo escuro.
Nesse aparelho, a iluminação é feita lateralmente (quase perpendicular ao eixo óptico),
de modo que só chegam ao observador os raios de luz difundidos pela amostra examinada,
o que permite a observação de partículas extremamente pequenas. O princípio de funciona-
mento de um ultramicroscópio é baseado no mesmo fenômeno (denominado efeito Tyndall),
que permite que se veja, em um ambiente em penumbra, as partículas de poeira dispersas no
ar, quando iluminadas por um feixe de raios solares que se propagam em um plano perpen-
dicular ao eixo de visão do observador.
Centrífugas
A centrífuga comum, usada em laboratórios de química ou de análises clínicas, consta
de uma série de suportes onde são colocados tubos de ensaio contendo a mistura para ser
submetida a uma rotação acelerada. A força centrífuga empurra a parte sólida (o disperso)
para o fundo do tubo, enquanto a parte líquida (o dispergente) fica límpida, sobre o sólido
depositado.
As ultracentrífugas funcionam com energia elétrica e são capazes de operar com ve-
locidades da ordem de 60 000 rpm (rotações por minuto), gerando forças centrífugas até
750 000 vezes mais intensas que a força da gravidade terrestre.
São utilizadas tanto para
IAKOV FILIMONOV/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
medir velocidade de sedimenta-
ção de partículas de uma disper-
são coloidal como para separar
proteínas ou ácidos nucleicos
(DNA) das soluções.

Fig. 9 – Centrífuga comum.

46 Transformações químicas
Coloides no cotidiano
As dispersões coloidais são classificadas conforme o estado de agregação do disperso e
do dispergente.
Sol sólido
Apresenta o dispergente e o disperso no estado sólido. Exemplos: pedras preciosas colori-
das, como rubi (óxido crômico, CrO3, disperso em óxido de alumínio, Al2O3), safira (óxidos de
ferro, FeO e Fe2O3, dispersos em óxido de alumínio, Al2O3) ou cristais artísticos, como o cristal
rubi-veneziano, que é obtido por dispersão, na massa vítrea, de partículas de ouro metálico
com dimensões da ordem de 1 Å (10210 m).
Sol
Apresenta o dispergente no estado líquido e o disperso no estado sólido.
Exemplos: goma-arábica (goma 1 água), gelatina (proteína 1 água).
A gelatina é uma proteína solúvel em água ou em soluções diluídas de sais e que coagula
por aquecimento (quando pura).
ILDI PAPP/SHUTTERSTOCK

Fig. 10 – A gelatina comestível é fabricada a partir da pele, das cartilagens e dos ossos bovinos – ricos
em colágeno, a principal proteína estrutural dos tecidos e dos ossos.

A gelatina é capaz de fixar enormes quantidades de água, transformando-se em uma


pasta ou em um semissólido. É um dos componentes importantes dos tecidos animais, tais
como ossos e cartilagens.

JAN BUTCHOFSK/CORBIS/LATINSTOCK
É obtida pelo tratamento de ossos e de resíduos da descarnagem de curtumes em au-
toclaves (espécie de panela de pressão industrial).
É dividida em dois graus de pureza: o maior é destinado à fabricação de gelatina co-
mestível, descorada e desodorizada; o menor, à matéria-prima para a fabricação da cola de
marceneiro. Também é utilizada nas indústrias farmacêutica e fotográfica.

FRENTE A
Gel
Apresenta o dispergente no estado sólido e o disperso no estado líquido. O estado gel Fig. 11 – A pérola é formada por um
é exatamente oposto ao estado sol. sistema de defesa do molusco. Quando
A característica principal de um gel é a formação de uma estrutura em que as par- um corpo estranho (como uma partícula
QUÍMICA

de areia) penetra entre o corpo do


tículas do dispergente ficam reunidas em cadeias que se entrecruzam, originando uma
molusco e a parte interna da concha, o
espécie de malha ou retículo, na qual se distribui a fase do dispersante, mantida assim em animal recobre o corpo estranho com
uma estrutura semirrígida. Uma dispersão coloidal do tipo gel assume macroscopicamente várias camadas de nácar, formando
uma consistência semissólida. a pérola. Por isso, elas podem ser
“cultivadas”.

Transformações químicas 47
Exemplos: manteigas (água em gordura), geleias (água em pectina, que é uma substância
viscosa formada nas paredes celulares de frutas, cereais e vegetais), pérolas (água em carbonato
de cálcio, CaCO3), tintas tixotrópicas.
O fenômeno conhecido por tixotropia (do grego tyxon, “tato”, e tropein, “mudança”) refe-
re-se à propriedade de alguns géis se reverterem temporariamente a sol, ao serem submetidos
à ação de uma força ou agitação, situação que se reverte prontamente, reconstituindo o gel,
caso cesse a perturbação sobre o sol originado.
Algumas tintas são géis tixotrópicos; elas são densas e viscosas na lata, tornam-se aparen-
temente “líquidas” quando se mergulha um pincel em seu interior, engrossam sobre o pincel,
diminuindo o gotejamento, liquefazem-se quando aplicadas sobre uma parede ou tela, de
modo que deslizam suavemente e tornam-se viscosas, uma vez mais, na superfície pintada,
onde secam sem escorrimento ou gotejamento.
DAVID POU/SHUTTERSTOCK

A tixotropia também está relacionada à capacidade que certos coloides protoplasmá-


ticos (conjunto de tudo o que tem vida ou atividade nas células) apresentam de promover
sua brusca mudança do estado gel para o estado sol (ou vice-versa) de forma prontamente
reversível. É um fenômeno importante para os movimentos de ameboides, assim como de
outros movimentos celulares.
Fig. 12 – As tintas são exemplos de géis
tixotrópicos.
Espuma sólida
Apresenta o dispergente no estado sólido e o disperso se encontra no estado gasoso.
Exemplos: maria-mole (ar disperso em clara de ovo solidificada), pedra-pomes (lava
expelida por vulcão na qual ocorreu um rápido desenvolvimento de gás sob a forma de
bolhas, que provocaram a dilatação do material tornando sua densidade menor que a da
água), polímeros expandidos (isopor, poliestireno, poliuretano).
THE DOW CHEMICAL COMPANY/PRNEWSFOTO/AP PHOTO/GLOW IMAGES
K
UK/SHUTTERSTOC

Fig. 14 – Espuma de poliuretano em embalagem spray utilizada para colagem, vedação e acabamento.
H
INC

Espuma líquida
OL

Apresenta o dispergente no estado líquido e o disperso no estado gasoso.


Exemplos: creme chantilly (ar disperso em creme de leite), musse para cabelos (ar disperso
Fig. 13 – O chantilly é um exemplo de em creme cosmético).
espuma líquida.

48 Transformações químicas
PICSFIVE/SHUTTERSTOCK
Aerossol líquido
Apresenta o dispergente no estado gasoso e o disperso no estado líquido.
O termo aerossol vem do grego aér, que significa “ar”, e sol, forma abreviada de solven-
te. Trata-se de uma névoa coloidal formada de minúsculas gotas de um líquido dispersas
em um gás.
Exemplos: neblina (água em ar), spray inseticida, spray desodorante.
Aerossol sólido
Apresenta o dispergente no estado gasoso e o disperso no estado sólido.
Exemplos: fumaça de cigarro (cinzas dispersas em ar), partículas de poeira dispersas no Fig. 15 – Spray desodorante, exemplo de
ar atmosférico. aerossol líquido.

Emulsão
Apresenta o dispergente e o disperso no estado líquido.
A palavra emulsão vem do latim emulsu, que significa “ordenhado”, em decorrência da
aparência leitosa da maioria das emulsões.
Trata-se de um sistema formado pela mistura de dois líquidos imiscíveis, de tal forma

GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS


que um deles, o que se apresenta em maior quantidade, faz o papel de dispergente, enquan-
to o outro se distribui em gotículas extremamente pequenas difundidas em suspensão no
primeiro, fazendo o papel de disperso.
As emulsões são instáveis, porém certas substâncias podem agir como emulsificantes,
dando estabilidade às emulsões.
Quando misturamos, por exemplo, água e óleo em um mesmo recipiente, essas subs-
tâncias se separam espontaneamente.
No entanto, se acrescentarmos ao sistema algumas gotas de detergente, vamos obter
uma emulsão que a olho nu terá aspecto homogêneo.
Outros exemplos: leite (gordura em água estabilizada pela caseína, uma proteína do leite),
maionese (vinagre em azeite estabilizados pela lecitina presente na gema de ovo), loção cos-
mética hidratante (óleo em água estabilizados, por exemplo, pelo álcool cetílico, C16H33OH).

Fig. 16 – Óleo 1 água 1 detergente


(emulsão coloidal).
FOTOS: SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA

Fig. 18 – Fumaça industrial, exemplo de


aerossol sólido.

FRENTE A
QUÍMICA

Fig. 17 – Óleo 1 água


(mistura heterogênea).

Transformações químicas 49
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Num sistema formado de pedaços de ferro, água líquida, sal RESOLUÇÃO:


em excesso, vapor de água e gelo, sua classificação quanto
O sistema é heterogêneo.
ao tipo de sistema, número de fases e de componentes é:
Possui 5 fases: pedaços de ferro, solução de água e sal dissol-
a) heterogêneo, 4 fases e 3 componentes.
vido, sal não dissolvido (depositado no fundo do recipiente),
b) homogêneo, 4 fases e 3 componentes.
vapor de água e água sólida.
c) heterogêneo, 5 fases e 3 componentes.
d) homogêneo, 1 fase e 3 componentes. Possui 3 componentes: ferro, água e sal.
e) heterogêneo, 5 fases e 5 componentes. Alternativa c.

PARA CONSTRUIR

1 Em relação à classificação dos sistemas, assinale a(s) alterna- É uma regra do mercado: tudo o que é bastante den-
tiva(s) correta(s). Justifique. so é vendido por peso (massa); tudo o que é pouco denso
(leve) é vendido por volume!
(01) São exemplos de soluções: álcool hidratado, água de
Veja o caso dessas duas mercadorias: o éter etílico
torneira, suco de laranja artificial e latão.
(d420 5 0,71) é vendido por litro por ser menos denso que
(02) São exemplos de dispersões grosseiras: água e serra- a água; já o clorofórmio, cuja densidade é, à mesma tem-
gem, feijão e areia, sal e areia e ouro de 18 k. peratura, d420 5 1,41, ou seja, maior que a da água, é ven-
(04) São exemplos de dispersões coloidais: a gelatina, o san- dido por kilograma. [...]
gue e o leite. E os sorvetes? Como ninguém pesa o sorvete ao com-
(08) As partículas de disperso em uma dispersão coloidal prá-lo, vários aditivos cumprem a função de deixá-lo o mais
são barradas apenas por um ultrafiltro. leve possível. Tão macio! Para isso, os estabilizantes de es-
(16) As partículas de disperso em uma dispersão coloidal puma mantêm uma estrutura que retém o ar dentro dele.
sofrem sedimentação pela ação da gravidade. Esses três exemplos mostram como conseguem nos
(32) As partículas de disperso em uma dispersão coloidal vender ar.
podem ser observadas ao ultramicroscópio. Em relação ao texto, responda aos itens a seguir.
(01) Verdadeiro. a) Entre os produtos citados, chantilly, álcool etílico, clorofór-
(02) Falso. O ouro de 18 k é uma solução sólida. mio e sorvete, quais podem ser classificados como disper-
sões coloidais?
(04) Verdadeiro.
São dispersões coloidais o chantilly e o sorvete.
(08) Verdadeiro.
(16) Falso. A sedimentação ocorre apenas pela ação de uma ultra-
centrífuga. b) Identifique o disperso e o dispergente que constituem os
produtos que foram classificados como dispersões coloi-
(32) Verdadeiro.
dais no item anterior.
Somatória: 01 1 04 1 08 1 32 5 45
Tanto no chantilly como no sorvete o dispergente é o creme

2 O texto a seguir é do livro Cotidiano e Educação em Quími- de leite e o disperso é o ar.


ca, de Mansur Lutfi, editora Unijuí.
O creme de leite, quando batido convenientemente,
se transforma em chantilly pela incorporação de grande
c) Em relação à fase de agregação do disperso e do disper-
quantidade de ar, formando uma espuma cujo volume é
gente das dispersões coloidais do item anterior, indique a
várias vezes maior que o volume original.
classe a que elas pertencem (sol, gel, emulsão, etc.).
Um chantilly industrializado [...], vendido em potes
O chantilly e o sorvete são espumas líquidas.
de plástico, traz indicado na embalagem o volume: 2 litros,
ao invés do peso.
Por que isso ocorre?

50 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR Componentes Ponto de fusão/°C Ponto de ebulição/°C

1 (Fameca-SP) Em um sistema fechado que contém água líqui- Hg 238,87 356,7


da, cloreto de sódio dissolvido, cloreto de sódio não dissol- Ag 960,5 2 100
vido, 2 cubos de gelo e os gases nitrogênio e oxigênio não
dissolvidos na água líquida existem: a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5
a) 4 fases e 4 componentes. d) 3 fases e 4 componentes.
2 (Vunesp) O rótulo de uma garrafa de água mineral está repro-
b) 3 fases e 3 componentes. e) 2 fases e 5 componentes.
duzido a seguir:
c) 4 fases e 3 componentes.

2 (Fesp) Um sistema formado por água 1 álcool etílico 1 gra- Composição química provável
nito (excluindo o recipiente e o ar) apresenta:
Sulfato de cálcio 0,0038 mg/L
a) três componentes e três fases.
b) três componentes e duas fases. Bicarbonato de cálcio 0,0167 mg/L
c) cinco componentes e quatro fases.
d) cinco componentes e cinco fases. Com base nessas informações, podemos classificar a água
e) cinco componentes e duas fases. mineral como:
a) substância pura. d) mistura homogênea.
3 (UFMG) Com relação ao número de fases, os sistemas podem b) substância simples. e) suspensão coloidal.
ser classificados como homogêneos ou heterogêneos. As c) mistura heterogênea.
alternativas correlacionam adequadamente o sistema e sua
classificação, exceto: 3 (UFPI) Adicionando-se excesso de água à mistura formada
a) água de coco/heterogêneo. por sal de cozinha, areia e açúcar, obtém-se um sistema:
b) laranjada/heterogêneo. a) homogêneo, monofásico.
c) leite/homogêneo. b) homogêneo, bifásico.
d) poeira no ar/heterogêneo. c) heterogêneo, monofásico.
e) água do mar filtrada/homogêneo. d) heterogêneo, bifásico.
e) heterogêneo, trifásico.
4 (Fuvest-SP) Todas as águas com as denominações a seguir po-
dem exemplificar soluções de sólidos em um líquido, exceto: 4 (PUCC-SP) Colocando em tubo de ensaio pequena quantida-
de de petróleo e água do mar filtrada, temos:
a) água potável. d) água do mar.
b) água destilada. e) água mineral. a) sistema heterogêneo, sendo cada fase uma mistura;
c) água dura. b) sistema homogêneo;
c) sistema heterogêneo, sendo cada fase uma substância pura;
5 Indique o grupo que só apresenta misturas. d) sistema tem 2 fases: separáveis por filtração;
a) Aço, cobre, água mineral. e) sistema heterogêneo, sendo uma fase substância pura e
b) Aço, bronze, madeira. outra mistura.
c) Ar, gelo-seco, gasolina. 5 (ITA-SP) Considere os sistemas apresentados a seguir:
d) Prata, latão, petróleo.
I. Creme de leite
e) Leite, sangue, oxigênio.
FRENTE A
II. Maionese comercial
III. Óleo de soja
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR IV. Gasolina
V. Poliestireno expandido
QUÍMICA

1 (PUCC-SP) Uma liga de prata e mercúrio é aquecida com a Desses, são classificados como sistemas coloidais:
finalidade de separar os componentes. Considerando a liga a) apenas I e II. d) apenas I, II e V.
uma mistura homogênea, quantas fases existem no sistema, b) apenas I, II e III. e) apenas III e IV.
à temperatura de 356,7 °C? Dados: c) apenas II e V.

Transformações químicas 51
CAPÍTULO

6 Outras propriedades
da matéria

Objetivos:
PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS
c Identificar as Observe que utilizando nossos sentidos, visão, paladar, olfato, tato e audição, podemos des-
propriedades crever uma série de características da matéria que nos ajudam a defini-la e a reconhecê-la. Essas
da matéria que propriedades que impressionam nossos sentidos são denominadas organolépticas.
impressionam os Todas as propriedades organolépticas variam com as condições de temperatura e pressão am-
sentidos.
bientes. A seguir estão apresentados alguns exemplos, considerando-se 25 °C de temperatura e
c Aprender a preparar 1 atm de pressão.
um indicador ácido-
-base.
Olfato
Uma propriedade que é perceptível ao olfato é o cheiro dos materiais. Muitos deles, como a
c Aprender a identificar água, o gás oxigênio e o ferro, são inodoros, isto é, não possuem cheiro, mas outros possuem um forte
se uma substância odor característico capaz de identificá-los. Veja alguns deles a seguir.
é ácida, básica ou O sulfeto de hidrogênio tem cheiro característico de ovo podre.
neutra utilizando um A amônia (encontrada em diversos produtos de limpeza) possui um cheiro sufocante.
indicador.
O álcool b-feniletílico (utilizado em perfumes) tem odor de rosas.

Fig. 1 – O odor é percebido


pelo olfato.
STEFANOLUNARDI/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

DAIM
ON
DS
HU

TE
T

R/
SH
UT
TE
R S TO
CK

Fig. 2 – O cheiro forte de peixe podre


é característico de uma substância
denominada trimetilamina.

52 Transformações químicas
Paladar
Uma propriedade que pode ser percebida pelo paladar é o sabor de certos materiais, que, em
princípio, pode ser doce, salgado, azedo, amargo ou adstringente e umami, como: ATENÇÃO!
A sacarose (açúcar comum) tem sabor doce. Muitas dessas substâncias que ci-
O cloreto de sódio (sal de cozinha) tem sabor salgado. tamos são tóxicas e podem causar
O limão tem sabor azedo. danos à saúde; portanto, nunca
O quinino tem sabor amargo. cheire ou prove qualquer subs-
A banana verde tem sabor adstringente (que “amarra na boca”). tância sem ter absoluta certeza de
O glutamato monossódico (MSG) tem sabor umami, característico de pratos orientais nos quais que é seguro fazer isso.
é utilizado como tempero (por causa da presença do aminoácido L-glutâmico).

IANCU CRISTIAN/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

DESIGNUA/SHUTTERSTOCK
Amargo

Ácido

Salgado

Doce

Fig. 3 – O paladar nos permite sentir o sabor dos Fig. 4 – Ilustração esquemática da língua
alimentos. humana e as regiões de percepção de sabor.

Visão
Uma propriedade que é percebida pela visão é a cor dos materiais.
Para enxergarmos alguma coisa, dependemos da presença de luz (energia luminosa). O tipo e
a quantidade de luz existentes geralmente influenciam na maneira como enxergamos a cor de um
material, mas, de modo geral, é possível identificá-lo. Veja abaixo alguns casos:
O iodo na fase sólida é cinza e na fase gasosa é violeta.
O cobre é um metal avermelhado.
O cloreto de sódio (do sal de cozinha) é um sólido branco.
CLAUDE NURIDSANY_MARIE PERENNOU/SCIENCE PHOTO LIBRARY/
LATINSTOCK

CHARLES D. WINTERS/PHOTO RESEARCHERS/LATINSTOCK

FRENTE A
QUÍMICA

Fig. 5 – Acima, vapor de iodo (violeta) e, ao lado, iodo sólido (cinza).

Transformações químicas 53
Tato
Uma propriedade percebida pelo tato é o grau de compactação de um sólido, ou seja, a ma-
neira como as partículas desse sólido se arrumam na superfície, determina a forma que o material é
apresentado, ou seja, em pó, em pequenos grãos ou em bloco, e ainda se sua superfície é lisa, rugosa
ou áspera. Por exemplo:
O aço pode ser encontrado na forma de blocos lisos e compactos.
A areia normalmente é granulada e áspera.
O talco é um mineral muito liso que pode ser facilmente pulverizado.

BENJAMIN ALBIACH GALAN/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

BURKOVSKY/SHUTTERSTOCK

STUDIOMODE/ALAMY/GLOW IMAGES
Fig. 6 – O tato nos permite sentir a textura Fig. 7 – A areia é granulada e áspera. Fig. 8 – O talco é liso e suave.
dos objetos.
Audição
Uma propriedade que é perceptível à audição é o som que acompanha determinados fenô-
menos físicos e químicos dos materiais. Como exemplos temos:
O comprimido efervescente produz um som característico quando se dissolve na água.
Fig. 9 – Os sons são percebidos pela O som produzido pela lenha ao ser queimada.
audição. A explosão da dinamite produz um som ensurdecedor.
SMIT/SHUTTERSTOCK

SAMANTHA ROBERTS/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


SA UT
SH
M TE
UE RS
L TO
BO C
RG K/G
ES LO
PH W
OT IM
OG AG
RA ES
PH
Y/

Fig. 10 – O barulho do gás formado pela Fig. 11 – Os estalidos da lenha queimando na lareira são
dissolução do comprimido efervescente. propriedades organolépticas relacionadas à audição.

54 Transformações químicas
PROPRIEDADES DE GRUPO
Alguns materiais possuem determinadas propriedades, por exemplo, podem ser ácidos, básicos
ou neutros.
Para identificar essas propriedades, os químicos utilizam indicadores, que podem ser apresen-
tadas como soluções ou papéis que mudam de cor conforme entram em contato com um meio
ácido, básico ou neutro.
Os materiais do grupo ácido possuem características em comum, como o sabor azedo (que
você conhece do limão ou do vinagre).
Os materiais do grupo básico (alcalino), por sua vez, possuem em comum o sabor adstringente
e cáustico (semelhante ao da banana ou ao do caqui quando verdes).
Quanto ao sabor das substâncias neutras, o melhor exemplo que temos é o da água potável.
EXPERIMENTANDO

Indicadores ácido-base
Ficar provando o sabor dos materiais que não conhecemos para identificar a que
grupo pertencem não é uma boa ideia.
Muitos materiais são perigosos e tóxicos
A solução de bateria de carro, por exemplo, contém ácido sulfúrico que, em deter-
minadas concentrações, pode carbonizar a matéria orgânica, isto é, se ingerido, pode
transformar sua língua em carvão. Logo, para saber se um material é ácido, básico ou
neutro, escolha os indicadores.
O extrato de repolho roxo, cujo preparo é indicado a seguir, é um deles.

Fig. 12 – Se necessário, o extrato de


repolho roxo pode ser conservado
em geladeira por algum tempo.
AFRICA STUDIO/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

1. Material necessário
1
repolho roxo de tamanho médio
2

FRENTE A
água
1 panela
1 garrafa PET transparente de 250 mL, limpa e com tampa
1 conjunto de jarra e peneira que se encaixem uma na outra
QUÍMICA

1 frasco com conta-gotas, limpo e seco


6 copos de vidro pequenos
6 etiquetas brancas ou pedaços de esparadrapo

Transformações químicas 55
2. Líquidos que serão testados
vinagre branco
água de chuva
solução de bicarbonato de sódio
refrigerante tipo soda
desinfetante com amoníaco
Se quiser, teste também água destilada (comprada em posto de gasolina), suco de limão,
saliva, água do mar, solução de leite de magnésia, solução de água e sabão em pedra, solu-
ção de água e sabonete, solução de água e xampu, solução de água e comprimido antiácido,
solução de água e aspirina, etc.
3. Procedimento
Corte o repolho em pedaços pequenos, coloque-os na panela e cubra-os com água. Leve
ao fogo e deixe ferver até que a água se reduza a praticamente metade do volume inicial.
Desligue o fogo, tampe a panela e espere esfriar. Apoie a peneira na jarra e coe o conteúdo
da panela. Passe a solução da jarra para a garrafa PET.

Coloque a solução de extrato de repolho roxo nos copos até cerca de 1 da capacidade (20 mL).
3
Escreva nas etiquetas o nome dos líquidos que serão testados e cole nos copos.
Adicione o conteúdo de um conta-gotas cheio de vinagre branco ao copo que possui a
respectiva etiqueta. Observe e registre suas conclusões. Faça o mesmo em relação aos outros
líquidos.
Não se esqueça de lavar muito bem o conta-gotas antes de testar cada material para que
não haja alteração nos resultados.
Há ainda outras substâncias que podemos utilizar como indicadores.
4. Extrato alcoólico de flores de hibisco
Coloque 5 pétalas de flores para cada 2 colheres de sopa de álcool etílico 92,8 °GL. Deixe
a solução descansar por 1 hora ou até que as pétalas percam a cor. Guarde-a coada em um
frasco limpo e com tampa.
BONCHAN/SHUTTERSTOCK

Fig. 13 – Flor de hibisco,


originária da China e
bastante comum nos jardins
e praças da região Sudeste
do Brasil.

56 Transformações químicas
DI

AN
A
5. Extrato alcoólico de beterraba

TA
L
IUN
/SH
Junte uma beterraba pequena cortada em fatias

U
TTERS
finas a 100 mL de álcool etílico 92,8 °GL. Deixe

TOCK
descansar por 1 hora e guarde a solução
coada em um frasco limpo e tampado.
6. Fenolftaleína (adquirida apenas
em lojas de materiais para
laboratório)
Em 7 de maio de 2002, a Agência
de Vigilância Sanitária (Anvisa) proi-
biu a venda de laxantes contendo essa Fig. 14 – Beterrabas frescas.
substância:
Nenhum medicamento vendido no Bra-
sil poderá ter em sua fórmula a substância
laxante fenolftaleína [...]. A decisão é da Anvi-
sa, com base em resolução do FDA (Food and
Drug Administration, órgão norte-americano que
controla a venda de alimentos e remédios nos EUA),
[...] que aponta risco de a substância causar câncer nas pessoas.
Disponível em: <www.portaldoconsumidor.gov.br/noticia.asp?busca=sim&id=315>.
Acesso em: 20 ago. 2014.
A extração de um pigmento pode ser feita por maceração, como no caso das flores de
hibisco ou da beterraba, deixando-se o vegetal em contato com um solvente adequado por
certo tempo. A extração dos pigmentos do repolho roxo, como indicado anteriormente, não
é feita por maceração, mas por decocção, que consiste na extração de princípios ativos do
vegetal, previamente reduzido a pequenos pedaços, pelo contato prolongado (no máximo
uma hora) com água em ebulição. Essa técnica permite extrair produtos que não são solúveis
na água fria ou mesmo aumentar a quantidade de substâncias extraídas. Há, porém, o risco
de ocorrerem alterações na composição química de certos princípios ativos quando o tem-
po de decocção ultrapassa meia hora.

1. Classifique os materiais que você testou em um dos seguintes grupos, conforme a cor da
solução observada:

Cor da solução de extrato


Grupo
de repolho roxo
Vermelho Ácido forte
Rosa Ácido moderado
Roxo Ácido fraco
Azul Neutro
Verde Base fraca
FRENTE A
Verde-amarelo Base forte

2. Prepare os indicadores relacionados anteriormente: extrato alcoólico de flores de


hibisco, extrato alcoólico de beterraba e fenolftaleína (se conseguir). Repita o teste
QUÍMICA

com os mesmos materiais que você utilizou no experimento com o indicador de


repolho roxo e anote a cor que cada novo indicador adquire na presença desses
materiais. Pelo resultado obtido, monte uma tabela que mostre a cor dos indicadores
testados em meio ácido, básico e neutro.

Transformações químicas 57
DE ONDE VEM... PARA ONDE VAI?

Óxido de cálcio
O processo industrial
A cal virgem, ou óxido de cálcio, é retirada do calcário, um mineral de carbonato
de cálcio (calcita), que também constitui o mármore. Há jazidas de calcário por todo o
Brasil. As principais se localizam nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, tendo São
Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul como os maiores produtores. A extração da rocha
de calcário e a obtenção da cal podem ser resumidas nas seguintes etapas:
Localiza-se a jazida e faz-se o descapeamento (retirada do material estéril) que
cobre a rocha.
A rocha calcária exposta é fragmentada, utilizando-se explosivos como dinamite.
Escavadeiras hidráulicas carregam as rochas fragmentadas em caminhões para
encaminhá-las ao britador primário (britador de mandíbulas).
Pela força do impacto, o britador de mandíbulas quebra as rochas, diminuindo
seu tamanho.
A pedra calcária britada é peneirada e classificada em vários tamanhos, sendo uma
parte transferida para os fornos de calcinação.
Indústrias de maior porte utilizam fornos verticais com altura entre 14 metros e
18 metros, cuja fonte de energia é o eucalipto, para decompor o calcário (carbo-
nato de cálcio), que é calcinado (sofre decomposição térmica) a uma temperatu-
ra de 900 °C a 950 °C, originando a cal virgem (óxido de cálcio) em pedra.
A cal virgem em pedra é, depois, enviada para um britador secundário que vai
pulverizá-la para, em seguida, ser armazenada em um silo.
A cal pode ser considerada o produto manufaturado mais antigo da humanidade.
Há registros do uso desse produto que datam de antes de Cristo. Um exemplo de uso da
cal é a muralha da China (construída aproximadamente em 3000 a.C.), onde é possível
encontrar, em alguns trechos da obra, uma mistura de terra argilosa e cal.
Pela diversidade de aplicações, a cal está entre os dez produtos de origem mineral
de maior consumo no planeta. Estima-se que sua produção mundial esteja em torno de
FABIO COLOMBINI/ACERVO DO FOTÓGRAFO 145 milhões de toneladas por ano. É usada como
bactericida em estábulos e canis; como removedor
de impurezas (escórias) nas indústrias siderúrgicas;
no tratamento de resíduos industriais; nas indús-
trias de papel e celulose; e no setor de construção
civil (constituindo em média 65% do cimento Por-
tland, o mais usado atualmente).
O processo que descrevemos para a fabricação
da cal é o que ocorre em grandes indústrias. Há,
porém, um pequeno grupo de produtores artesa-
nais espalhados pelo Brasil que trabalham em con-
dições insalubres, prejudicando a própria saúde, a
saúde da população local e o meio ambiente.
O exemplo mais significativo é o que ocorre em
Frecheirinha, município localizado a 286,3 km de
Fortaleza, na porção noroeste do estado do Ceará,
que possui uma população de cerca de 12 mil habi-
tantes e condições climáticas adversas às do clima
semiárido, como precipitações irregulares e ciclos
de seca que se repetem a cada oito ou doze anos.
Fig. 15 – Jazida de calcário inexplorada.
Bom Jesus da Lapa (BA), 2009.

58 Transformações químicas
FABIO COLOMBINI/ACERVO DO FOTÓGRAFO
Fig. 16 – Jazida de calcário descapeada em atividade. Nobres (MT), 2005.

Nesse município, próximo à BR-222, o processamento da cal é feito em fornos cir-


culares, construídos artesanalmente e sem autorização dos órgãos ambientais para fun-
cionamento. É um trabalho que se caracteriza pela informalidade. A rocha calcária é
extraída ilegalmente, quebrada a marretadas e empilhada dentro do forno. O forno car-
regado necessita de cerca de 3 toneladas de lenha para decompor o calcário e produzir
a cal. A queima dessa lenha, também extraída de forma irregular, emite fumaça preta e
fuligem, que podem ser avistadas de longe, durante dias, ininterruptamente. É um ce-
nário desolador em que os proprietários dificilmente são encontrados, e os trabalhadores
orientados a não falar sobre o assunto.
O grande mercado consumidor dos produtos fabricados em Frecheirinha é o Piauí,
onde são comercializados 80% da produção local, seguido do Maranhão, Pará e algumas
cidades do Ceará.
Segundo o estudo de John Kennedy Candeira Andrade, disponível em: <http://biblioteca.
universia.net/html_bura/ficha/params/title/diagnose-the-social-and-environment-impacts-
generated-by-theactivity/id/36772236.html> (acesso em: 20 ago. 2014), os trabalhado-
res são submetidos a uma “jornada de trabalho de até 12 horas em turnos diurnos e
noturnos, sendo que 72% dos trabalhadores não têm carteira assinada. [...]”
Atenta ao problema, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
havia aprovado, em 20/12/2006, o projeto de Lei 7.374/06, do Senado, que estabelecia
procedimentos básicos e parâmetros mínimos para a produção da cal. [...] TRABALHO EM EQUIPE
Um fato marcante que provavelmente desencadeou essas providências foi a conta-
minação por dioxinas* no leite de vaca da Alemanha, ocorrido em 1997. As investigações Em grupos de cinco ou
concluíram que sua origem estava na ração importada do Brasil, e que a causa era a cal seis integrantes, redijam um
utilizada na secagem da ração. [...] texto discutindo se a impor-
Esse episódio causou ao país um prejuízo de cerca de 100 milhões de dólares [...]. tância da cal para a sociedade
Mas em 29 de agosto de 2007, a Comissão de Minas e Energia rejeitou o projeto de justifica o que acontece nas
FRENTE A
Lei 7.374/06 justamente com o argumento de que as medidas previstas excluiriam os caieiras (veja o link fornecido
produtores artesanais do mercado. Foi considerado o fato de que o Brasil consome cerca no texto ao lado).
de 7 milhões de toneladas de cal por ano, comércio que é responsável por um fatura- Depois os grupos devem,
mento de cerca de 1 bilhão de reais e pelo emprego de milhares de pessoas. um a um, expor suas conclu-
QUÍMICA

Fontes: Reportagens de Natercia Rocha. Diário do Nordeste, 16 mar. 2009; sões para a classe, de modo
Maria Neves. Agência Câmara, 27 dez. 2006; Oscar Telles. Agência Câmara, 31 ago. 2007. que todos, por meio de um
* A queima de matéria orgânica – como pneus, lixo plástico e outros que contém cloro – produz dioxinas e furanos, substân-
debate, cheguem a um consen-
cias que podem causar câncer. A cal havia sido contaminada pela queima desses materiais praticada em fornos artesanais. so (se possível) sobre o tema.

Transformações químicas 59
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(UEPG-PR) O hábito de tomar café está ligado a atividades É válido o que se afirma em:
sociais e de interação entre as pessoas. a) I e II apenas.
O “cafezinho” é uma bebida capaz de unir pessoas num bate- b) II e III apenas.
-papo, de propiciar momentos de descontração durante o c) II, III e IV apenas.
período de trabalho ou de encerrar uma reunião de amigos. d) I, II e IV apenas.
Esse consumo tem levado os produtores de café a melhorar e) I, II, III e IV.
o processo e aprimorar o grão, o que resulta em tipos diver- RESOLUÇÃO:
sos de café, que são classificados, dentre outros critérios, pela
I. Verdadeiro. O amargor e a doçura impressionam o paladar
acidez, amargor, aroma, defeitos dos grãos, doçura, processo
e o aroma impressiona o olfato, logo tratam-se de proprie-
de beneficiamento, torrefação, infusão e filtragem.
dades organolépticas do café.
Considere as afirmativas a seguir relacionadas as característi- II. Verdadeiro. Os grãos de café são aquecidos a altas tem-
cas citadas no texto. peraturas com o objetivo de atingirem cor e paladar que
I. O amargor, o aroma e a doçura são propriedades organo- sejam agradáveis ao consumidor.
lépticas do café que podem ser sentidas pelo consumidor. III. Falso. Um processo só pode ser dito “químico” quando a
II. O grão de café cru não tem um gosto apetecível e é por estrutura da matéria sofre uma transformação. Tanto na
isso que necessita de atravessar o processo de torrefação retirada da casca dos grãos como na trituração dos grãos
para ficar com o melhor aroma e sabor. de café não ocorre nenhuma transformação na estrutura
III. O beneficiamento (retirada da casca dos grãos) e a moa- da matéria, portanto, esses são processos físicos.
gem (trituração dos grãos) são processos denominados IV. Verdadeiro. Ao passar o café pelo coador (filtro) para se-
químicos. parar o líquido do pó, a dona de casa está realizando um
IV. Ao coar o café a dona de casa está realizando um proces- processo físico.
so físico. Alternativa d.

PARA CONSTRUIR

1 Assinale os itens que falam de propriedades organolépticas da matéria. A resposta é a soma dos itens assinalados.
(01) O álcool b-feniletílico possui odor de rosas.
(02) A clorofila é um pigmento verde utilizado como corante em xampus.
(04) A clorofila, na presença de luz, é utilizada pelos vegetais para transformar gás carbônico em gás oxigênio (fotossíntese).
(08) O b-caroteno encontrado em vegetais e frutas de cores fortes, que o organismo animal transforma em vitamina A, possui cor
laranja intensa.
(16) Um dos líquidos conhecidos de maior densidade é o di-iodometano (d = 3,32 g/cm).
(32) O alúmen de potássio ou alúmen comum ou pedra-ume age como coagulante em pequenos cortes e é muito utilizado por
manicures.
Justifique sua resposta.
(01) Propriedade organoléptica ligada ao olfato. (02) Propriedade organoléptica ligada à visão.
(04) Propriedade química. (08) Propriedade organoléptica ligada à visão.
(16) Propriedade física. (32) Propriedade química, Soma: 01 + 02 + 08 = 11.

2 A cor é uma propriedade organoléptica que depende da luminosidade local. Ainda que uma substância tenha uma cor caracterís-
tica, vemos nuances diferentes conforme a iluminação do ambiente onde a examinamos. Por esse motivo (entre outros), a cor não
é uma propriedade decisiva para classificar um material como sendo uma substância ou mistura. Quais são os tipos de proprieda-
des mais indicadas para fazer essa diferenciação?
As propriedades químicas e físicas.

60 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

Essa mistura pode ser preparada adicionando-se 1 colher


PARAPARA PRATICAR
PRATICAR
de sopa de água, 1 colher de café de um produto de lim-
peza que contenha amoníaco e cerca de 15 gotas de fe-
1 O que são propriedades organolépticas? Indique qual o sen-
nolftaleína. O ideal é colocar a mistura em um frasco spray
tido (olfato, paladar, visão, tato ou audição) é impressionado
pelos fenômenos descritos abaixo. (embalagem de desodorante de plástico, vazia e limpa).
Borrifando-se a mistura em um tecido branco, ele fica ime-
a) O fel é um líquido esverdeado e viscoso segregado pelo
fígado e que tem a fama de ser muito amargo. diatamente manchado de vermelho, mas, aos poucos, a
b) Uma característica dos metais é que a maioria deles pos- mancha começa a desaparecer até sumir por completo,
sui um bonito brilho prateado, com exceção do ouro pois, em condições ambientes, o amoníaco se decompõe
(dourado) e do cobre (avermelhado). em gás amônia e água. Com base no que foi descrito e
c) A “essência de carne podre” (etilmercaptana) é tão po- na sua resposta da questão 1 da seção experimentando
tente que, para uma pessoa sentir seu cheiro, basta uma (página 57), responda:
quantidade igual a 400 bilionésimos de grama. a) O amoníaco é ácido, neutro ou básico?
d) O estrondo provocado pela explosão de uma bomba atômi- b) Proponha uma explicação, com base no comportamento
ca muitas vezes pode ser ouvido num raio de 20 kilometros.
da fenolftaleína como indicador, para o fato de a mancha
e) O diamante bruto é áspero e opaco; torna-se extrema-
mente brilhante e liso ao ser lapidado. desaparecer do tecido.
c) Explique o que ocorreria se o tecido em questão fosse
2 (Enem) O suco extraído do repolho roxo pode ser utilizado lavado com sabão sem antes ser lavado somente com
como indicador do caráter ácido (pH entre 0 e 7) ou básico água.
(pH entre 7 e 14) de diferentes soluções.
Misturando-se um pouco de suco de repolho e da solução, 2 O pH é uma escala que indica diferentes graus de acidez ou
a mistura passa a apresentar diferentes cores, segundo sua basicidade. Certos peixes só conseguem viver em uma de-
natureza ácida ou básica, de acordo com a escala abaixo. terminada faixa de pH, e o mesmo ocorre com o desenvolvi-
Algumas soluções foram testadas com esse indicador, produ- mento de certas plantas. Uma situação curiosa nesse sentido
zindo os seguintes resultados: ocorre com as hortênsias, cujas flores variam de cor conforme
a acidez ou basicidade do solo: as hortênsias ficam brancas
Cor: Vermelho Rosa Roxo Azul Verde Amarelo ou rosadas em solo básico e lilases ou azuis em solo ácido.
pH: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
O controle do pH de um aquário ou do solo de um jardim é
feito com o uso de indicadores.
Material Cor Concluindo que o meio está muito ácido para determi-
I Amoníaco Verde nado ser vivo, pode-se adicionar conchinhas ou peda-
II Leite de magnésia Azul ços de mármore ao aquário ou adicionar cal ao solo.
III Vinagre Vermelho Concluindo que o meio está muito básico para determi-
IV Leite de vaca Rosa nado ser vivo, pode-se adicionar um pedaço de xaxim ou
De acordo com esses resultados, as soluções I, II, III e IV têm, de fibra de coco ao aquário ou fibra de coco em pó ao
respectivamente, caráter: solo. (Note que o uso de xaxim, apesar de difundido, não é
a) ácido/básico/básico/ácido. uma boa opção por se tratar de uma espécie em extinção.
b) ácido/básico/ácido/básico. Além disso, a fibra de coco tem se mostrado um ótimo
c) básico/ácido/básico/ácido. substituto para as diversas aplicações do xaxim.)

FRENTE A
d) ácido/ácido/básico/básico. Em relação ao que foi descrito, responda:
e) básico/básico/ácido/ácido. a) Por que as conchinhas, o mármore e a cal são materiais
indicados para controlar a acidez do meio?
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR b) Utilizando um indicador, o jardineiro concluiu que o
QUÍMICA

solo em que estava trabalhando era básico. A dona da


1 Muitas vezes, todo o sangue que vemos jorrar em um filme residência, porém, queria muito um canteiro com hor-
de terror não passa de uma mistura de amoníaco e fenolfta- tênsias azuis. Como o jardineiro pode proceder para
leína conhecida por “sangue do diabo”. atendê-la?

Transformações químicas 61
CAPÍTULO

7 Laboratório de Química

Objetivos: Trabalhar num laboratório de Química envolve frequentemente o contato com muitas subs-
tâncias que são potencialmente perigosas, mesmo realizando experimentos simples que utilizam
c Conhecer o laboratório
materiais que não oferecem grande risco, esteja sempre atento.
de Química e suas
Para minimizar a probabilidade de ocorrência de acidentes e preservar a integridade das pessoas,
normas de segurança.
do meio ambiente, dos reagentes e dos equipamentos, foram estabelecidas algumas normas básicas
c Identificar os símbolos de segurança que devem ser seguidas à risca.
de segurança Essas normas abrangem desde cuidados com a segurança pessoal até o manuseio correto de
e os principais equipamentos, utilização e armazenagem de produtos químicos. É fundamental que a segurança
equipamentos de no laboratório de Química seja uma preocupação constante e prioritária de todos os seus usuários:
laboratório. alunos, professores e funcionários.
c Aprender a descartar

MARCUS LIZUKA/FOTOARENA
corretamente os
resíduos de um
experimento.

Fig. 1 – O laboratório deve ter


equipamentos básicos de limpeza e de
emergência.

62 Transformações químicas
TJPHOTOS/ALAMY/GLOW IMAGES
NORMAS DE SEGURANÇA
Os itens a seguir trazem uma ideia geral da atitude que devemos manter em laboratório.
Ter sempre em mente que o laboratório é um local de trabalho sério e de risco potencial.
Nunca trabalhar sozinho no laboratório, pois em caso de acidente pode ser difícil de pedir ajuda.
Usar sempre avental limpo, branco, de algodão (o avental de náilon, em caso de acidente com fogo,
grudaria na pele), justo, de mangas compridas e até os joelhos.
Usar sapatos fechados e calças compridas.
Usar óculos de proteção, luvas apropriadas e máscara sempre que as situações exigirem.
Sempre que for anotar algum dado no caderno, abrir uma porta, pegar um livro, etc. remova as
luvas.
Manter os cabelos compridos devidamente amarrados.
Lavar as mãos com frequência durante o trabalho no laboratório; proteger as feridas expostas e
não manusear os aparelhos elétricos com as mãos úmidas.
Não comer, beber ou usar cosméticos no laboratório devido ao perigo de contaminação com
substâncias tóxicas.
Não usar telefones ou aparelhos sonoros que possam desviar a sua atenção.
Não fumar no laboratório devido ao perigo de contaminação com substâncias tóxicas e à presença
de inúmeras substâncias inflamáveis.
Pesquisar as propriedades físicas e a toxidez das substâncias que serão utilizadas antes de iniciar o
experimento.
Criar o hábito de ler atentamente o rótulo dos frascos antes de manusear qualquer substância para
obter informações adicionais e conhecer os riscos e cuidados necessários na sua utilização. Fig. 2 – A capela possui um sistema
de exaustores que absorvem os
Fazer um planejamento cuidadoso do experimento antes de iniciar qualquer trabalho no labora- vapores tóxicos impedindo que eles
tório, verificando o procedimento e as precauções que devem ser tomadas para evitar acidentes. se propaguem pelo laboratório e
contaminem o ambiente.
Não deixar abertos os frascos das substâncias que estão sendo utilizadas no experimento.
Verificar o estado de conservação das tubulações de gás e das instalações elétricas e de todo o
material existente no laboratório, que deve passar por revisões periódicas.
Cuidar da limpeza adequada do material utilizado para não contaminar as substâncias com impu-

TORSAK THAMMACHOTE/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES


rezas que podem prejudicar o resultado de futuros experimentos.
Nunca manusear ou deixar frascos com substâncias inflamáveis próximos à chama.
Evitar qualquer contato das substâncias utilizadas com a pele.
Nunca provar ou cheirar diretamente soluções ou substâncias utilizadas no experimento.
Ao testar o odor de uma substância, deslocar com a mão, para sua direção, os vapores que se
desprendem do frasco. Nunca colocar o frasco sob o nariz.
Usar a capela em experimentos em que ocorra a liberação de gases ou vapores e no manuseio de
ácidos concentrados (no Ensino Médio esse procedimento é feito apenas pelo professor).
Sempre que for necessária a diluição de um ácido concentrado, adicione-o lentamente e sob agi-
tação sobre a água. Nunca faça o contrário (no Ensino Médio apenas o professor está autorizado
a fazer esse procedimento em capela).
No aquecimento de um tubo de ensaio com qualquer substância, não voltar a extremidade aberta
do tubo na própria direção ou na direção de outra pessoa.
Não jogar nenhum material (sólido ou líquido) dentro de pias. Observar sempre a maneira correta FRENTE A

de descartar as substâncias utilizadas ou obtidas em um experimento.


Nunca pipetar líquidos com a boca; usar para isso aparelhos apropriados, como pera e macrocon-
QUÍMICA

trolador de pipetas.
Após o experimento, cuidar da limpeza da bancada e da aparelhagem utilizada. Fig. 3 – O chuveiro de segurança e o lava-
-olhos são indicados para os casos em que
Todos os acidentes que venham a ocorrer e que resultem em incêndios, ferimentos ou prejuízos, alguma substância acidentalmente entre
devem ser comunicados de imediato ao responsável, para que possam ser investigados e mencio- em contato com a pele ou os olhos, antes
nados em um relatório, de modo a contribuírem para a aprendizagem e prevenção futuras. de obter ajuda médica.

Transformações químicas 63
A tabela a seguir traz a relação de símbolos de segurança das substâncias e/ou misturas. Esses símbolos constam nos rótulos dos reagentes
de laboratório e nos caminhões que fazem o transporte.

Substâncias Classe Definição e exemplos Símbolo de segurança

AG /
IM OCK
ES
OW ST
GL TTER
Substâncias e misturas que podem explodir em contato com uma chama ou que sejam sensíveis a

U
Explosivas ou instáveis I

/SH
choques e fricções (atrito). Exemplos: picratos (dos fogos de artifício), azidas, trinitrotolueno (TNT).

ARG
DV

IM OCK /
OW ST ES
AG /
ES
GL TTER ARN
B
SH RRY
Substâncias e misturas que dão origem a reações fortemente exotérmicas quando em contato com

BA
U
Comburentes e/ou oxidantes II
outras substâncias. Exemplos: ácido nítrico fumegante, clorato de potássio, perclorato de potássio.

Nessa classe estão incluídas: substâncias com ponto de inflamação inferior a 21 °C; substâncias que

AG /
possam aquecer e inflamar-se ao ar à temperatura ambiente (sem fornecimento externo de energia);

IM OCK
ES
OW ST
substâncias e misturas sólidas que possam inflamar-se facilmente por um breve contato com uma

GL TTER
U
Inflamáveis III fonte de inflamação e que continuam a queimar após o afastamento desta; substâncias e misturas

SH
G/
AR
gasosas que sejam inflamáveis ao ar sob pressão normal; substâncias e misturas que, em contato com

DV
a água ou com o ar úmido, desenvolvam gases inflamáveis em quantidades perigosas. Exemplos:
hidrocarbonetos, metais alcalinos, fósforo branco.

IM OCK /
OW ST ON
AG /
ES
GL TTER RATI
Substâncias e misturas que, por contato imediato, prolongado ou repetido com a pele e as mucosas,

T
SH LUS
IL
U
Irritantes ou nocivas IV possam provocar reação inflamatória, doenças ligeiras ou efeitos de gravidade limitada sobre a pele,

OR
CT
olhos e órgãos respiratórios. Exemplos: iodo, clorofórmio.

VE

IM OCK /
OW ST RA
AG /
ES
GL TTER OVU
Substâncias e misturas que apresentam risco de envenenamento agudo ou crônico por inalação ou G
SH NE
U

Tóxicas IV via cutânea e que possam provocar riscos graves, imediatos ou tardios, perturbações nos processos de
reprodução ou mesmo a morte. Exemplos: piridina, óxido de chumbo, benzeno, fenol.
IM OCK /
OW ST ES
AG /
ES
GL TTER ARN
B
SH RRY

Substâncias e misturas que destroem o tecido vivo ou o equipamento quando em contato com estes.
Corrosivas V
BA
U

Exemplos: fenol, dicromato de potássio, ácido sulfúrico concentrado.


AG /
IM OCK
ES
OW ST
GL TTER

Substâncias ou misturas que emitem radiações que podem originar câncer ou aumentar a sua frequên-
U
SH

Radioativas VI cia e também causar perturbações nos processos de reprodução, incluindo esterilidade ou danos ao
RI/
SP

código genético que provoquem mutações nos descendentes.


KA

64 Transformações químicas
Descarte de resíduos de laboratório
A busca de um meio seguro de eliminar os resíduos químicos dos laboratórios é um
motivo de grande preocupação, principalmente no que se refere à conservação e proteção
ambiental.
A pia da bancada parece ser o local mais “convidativo” para fazer o despejo dos resíduos
de um experimento, mas na verdade esse é o lugar mais perigoso e inadequado. O correto é
que nada, além de água e sabão, seja lançado nesse local.
Como os demais procedimentos de laboratório, o despejo de resíduos segue normas
rígidas preestabelecidas que visam garantir a segurança do meio ambiente e, consequente-
mente, de todos os seres vivos.
Em primeiro lugar, todos os rejeitos (restos de substâncias utilizadas em experimentos
e testes) devem ser acondicionados segundo as normas de compatibilidade, em frascos ou
contentores, para serem eliminados posteriormente.
Algumas substâncias são ditas incompatíveis porque se entrarem em contato podem
causar explosões ou reações que liberam produtos tóxicos. Por exemplo, o ácido sulfúrico é
incompatível com o permanganato de potássio. O mercúrio é incompatível com o amoníaco
e os ácidos. O acetileno é incompatível com o cloro, o iodo, o cobre e o oxigênio. Existem
tabelas que fornecem uma relação extensa das substâncias incompatíveis que precisam ser
mantidas isoladas umas das outras no laboratório. Por isso o almoxarifado, onde ficam arma-
zenados os reagentes, é de acesso restrito aos que conhecem essa relação.
Cada embalagem destinada ao rejeito de substâncias utilizadas no laboratório deve re-
ceber um rótulo indicando o tipo de resíduo, com o respectivo símbolo de segurança.
Para evitar o acúmulo de rejeitos em uma área limitada, é importante reduzir ao mínimo
a quantidade de substâncias utilizadas (o que simultaneamente reduz os custos). O labora-
tório é um lugar próprio para ensaios em pequena escala e o sucesso do experimento não é
diretamente proporcional à quantidade de reagentes utilizados.
Os rejeitos acondicionados segundo as normas precisam sofrer tratamentos prévios
antes de serem lançados ao meio ambiente. Esses tratamentos dependem das características
de cada resíduo e podem envolver diferentes operações como:
Diluição: aplica-se a produtos pouco poluentes que podem ser despejados no esgoto após
mistura com grandes quantidades de água da torneira.
Neutralização: utiliza-se fazendo passar o resíduo (gás ou líquido), lentamente, numa so-
lução neutralizante ou através de pó granulado ou de um produto neutralizante adequado.
Filtração: efetua-se a separação dos resíduos sólidos da mistura líquida, tratando-se as duas
fases separadamente.

BSIP/UNIVERSAL IMAGES GROUP EDITORIAL/GETTY IMAGES


A eliminação de resíduos, depois de devidamente tratados (quando necessário), é reali-
zada por operações como as seguintes:
Recuperação: permite a obtenção de metais, substâncias valiosas ou altamente poluentes,
a partir dos rejeitos. Exemplos: destilação de restos de mercúrio; recuperação da prata a
partir dos seus sais, etc.
Enterro: acondicionamento de produtos sólidos no solo a determinada profundidade e
cobertos com terra. As águas das chuvas podem, por reações de hidrólise ou por dispersão,
tornar esses resíduos inofensivos.
FRENTE A
Incineração: realiza-se de forma direta se o produto for facilmente inflamável (combustão)
ou de forma indireta misturando com um produto inflamável. Esta operação deve ser rea-
lizada preferencialmente num incinerador e apenas em casos onde não resta alternativa.
Exemplos: resíduos hospitalares e alguns resíduos industriais.
QUÍMICA

Lançamento no esgoto: podem-se lançar produtos resultantes das neutralizações ou os


produtos ditos “inócuos”. Mas é fundamental impedir que sejam lançados produtos que
possam interferir no funcionamento normal da rede de esgoto, como líquidos inflamáveis
Fig. 4 – Resíduos de laboratório
ou reagentes de cheiro desagradável. armazenados para posteriormente serem
corretamente descartados.

Transformações químicas 65
Um ser humano tem cerca de 5 milhões de células receptoras de odores nas cavidades nasais,
enquanto um coelho dispõe de 100 milhões e um cão de caça, de 220 milhões. Mesmo estando em
desvantagem, o olfato é um dos sentidos mais apurados nos seres humanos (é cerca de dez mil vezes
mais sensível que o paladar) e está ligado às emoções, sensações e impulsos sexuais.
EXPERIMENTANDO

Confecção de um perfume O químico perfumista compõe a essência do perfume de


Todo perfume é preparado a partir de quatro ingredientes modo que a evaporação dos componentes da fragrância ocor-
básicos: ra em três fases distintas, denominadas “notas”.
Óleo essencial: mistura de substâncias aromáticas que Nota de corpo (ou nota de cabeça): é o primeiro odor que
pode ter origem vegetal, animal, sintética ou ser uma com- se percebe. É proveniente dos componentes mais voláteis
binação de princípios aromáticos de origens diversas. da fórmula. Dura em média 15 minutos.
Solvente: geralmente água ou álcool etílico. A função é dar Nota de coração: é o odor intermediário ou a resultante ol-
ao perfume a concentração desejada da essência, tornando- fativa. Dura 3 horas.
-o comercial. Nota de fundo: é o odor mais persistente do perfume, obti-
Conforme a quantidade de essência utilizada, os perfumes do com fixadores. Persiste por até 12 horas.
são classificados em: 1. Material necessário
750 mL de álcool etílico de cereais a 72 °GL
Classificação % de essência 100 mL de essência (solúvel em álcool)
Perfume Entre 15 e 30 20 mL de fixador
20 mL de propileno glicol (1,2-propanodiol)
Loção perfumada Entre 8 e 15
100 mL de água destilada
Água de toalete Entre 4 e 8 1 garrafa de 1,5 L de vidro escuro
Água-de-colônia Entre 3 e 4 2. Procedimento
Deocolônia Entre 1 e 3 Coloque o álcool etílico na garrafa de vidro escuro.
Adicione a essência tomando cuidado para que ela se dis-
Fixador: usado para retardar a evaporação do princípio aro- solva completamente no álcool e, em seguida, acrescente o
mático, tornando o aroma mais duradouro. fixador e o propileno glicol.
Corante: é opcional e visa tornar o produto mais atraente Dissolva tudo muito bem e, por último, acrescente a água
para o consumidor. Os mais comuns são a clorofila, o sânda- destilada.
lo e a cochonilha (corante de origem animal). Agite bem a mistura e tampe a garrafa.
O aroma proporcionado por um óleo essencial é denomina- Deixe em repouso (macerar) de oito a dez dias com resfria-
do fragrância. mento alternado, ou seja, um dia no refrigerador e outro dia à
Os perfumes podem ser classificados em 14 grupos, con- temperatura ambiente.
forme a volatilidade (rapidez de evaporação) das substâncias Nunca deixe que o vidro fique exposto à luz solar direta ou
componentes. refletida.

Nota de
corpo ou A gradução 72 °GL (graus Gay-Lussac) indi-
Aumento da volatilidade

de cabeça ca a proporção em volume de álcool etílico


Cítricas

Lavanda

(720 mL) e de água (280 mL) por litro.


Aldeídicas
Ervas

Verdes

Especiarias

Nota de
Frutas

Floral

coração
Madeira

Couro

Animal

Almíscar

Incenso

Baunilha

Nota de
fundo
Fig. 5 – Os componentes que são usados para o
preparo das fragrâncias possuem evaporações
Aumento do tempo de volatilização diferentes, conhecidas como notas.

66 Transformações químicas
APARELHOS DE LABORATÓRIO
Antes de iniciar qualquer experimento no laboratório, é importante familiarizar-se com os
equipamentos disponíveis, conhecer seu funcionamento, indicação de uso e a maneira correta de
manuseá-los.
ZAICHENKO OLGA/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
W IM CK/
S
AGE
GLO ERSTO
T
HUT
TO/S
O
RPH
SUR
Fig. 6 – Tubos de ensaio: usados para a realização Fig. 7 – Erlenmeyer: por causa de seu gargalo Fig. 8 – Béquer: usado para dissolver
de experimentos em pequena escala, pode ser estreito, é usado para dissolver substâncias e substâncias, preparar soluções e aquecer
aquecido diretamente na chama do Bico de Bunsen. agitar soluções, muito usado em titulações. líquidos, sua graduação é pouco precisa.
HUANSHENG XU/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

IMAGESOURCE/KEYSTONE

REPRODUÇÃO/ARQUIVO DA EDITORA

Fig. 9 – Proveta: aparelho graduado, usado Fig. 10 – Balão volumétrico: usado Fig. 11 – Balão de destilação: utilizado em
para medir volumes variáveis de líquidos dentro para preparar e diluir soluções montagens de destilação.
de sua escala. Sua graduação tem precisão que precisam ter concentrações
razoável. definidas, o volume é preciso e
prefixado.
FOTOS: SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA
REPRODUÇÃO/
ARQUIVO DA EDITORA

Fig. 12 – Vidro de
relógio: utilizado
na pesagem e no
transporte de pequenas
SWAPAN PHOTOGRAPHY/
SHUTTERSTOCK

quantidades de
substâncias sólidas.

FRENTE A
SÉRGIO DOTTA JR./
ARQUIVO DA EDITORA

QUÍMICA

Fig. 13 – Bagueta:
é utilizada para
agitar soluções ou
transferir líquidos Fig. 15 – Bico de bunsen:
de um recipiente Fig. 14 – Kitasato e trompa de vácuo: usados em usado para efetuar
para outro. filtrações a vácuo para acelerar o processo de filtração. aquecimentos de soluções.

Transformações químicas 67
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Explique brevemente o motivo das normas de segurança relacionadas a seguir.


a) “Ao testar o odor de uma substância, deslocar com a mão, para sua direção, os vapores que se desprendem do frasco. Nunca
colocar o frasco sob o nariz.”
b) “Não jogar nenhum material sólido dentro de pias, observar sempre a maneira correta de descartar as substâncias utilizadas ou
obtidas em uma experiência.”
c) “Não deixar abertos os frascos das substâncias que estão sendo utilizadas no experimento.”

RESOLUÇÃO:
a) Quando deslocamos com a mão os vapores desprendidos por uma substância volátil, estamos diluindo esses vapores no ar
atmosférico.
Essa diluição permite reconhecer a substância tornando seus efeitos menos agressivos (ou até inócuos), no caso de se tratar de
uma substância tóxica ou de cheiro sufocante.
b) O material sólido pode entupir o encanamento e, se for corrosivo, pode danificar os canos. O rejeito de substâncias utilizadas
em uma experiência segue normas específicas e o desrespeito a essas normas pode trazer sérios prejuízos ao meio ambiente.
c) Deixar os frascos abertos durante a realização de um experimento pode causar a contaminação das substâncias prejudicando
o resultado de futuras experiências.

PARA CONSTRUIR

1 (Enem – Adaptada) Produtos de limpeza, indevidamente 2 (Enem – Adaptada) Entre os procedimentos recomendados
guardados ou manipulados, estão entre as principais causas para reduzir acidentes com produtos de limpeza, aquele que
de acidentes domésticos. Leia o relato de uma pessoa que deixou de ser cumprido, na situação discutida na questão an-
perdeu o olfato por ter misturado água sanitária, amoníaco e terior, foi: b
sabão em pó para limpar um banheiro: a) Não armazene produtos em embalagens de natureza e
“A mistura ferveu e começou a sair uma fumaça asfixiante. finalidade diferentes das originais.
Não conseguia respirar e meus olhos, nariz e garganta co- b) Leia atentamente os rótulos e evite fazer misturas cujos
meçaram a arder de maneira insuportável. Saí correndo à resultados sejam desconhecidos.
procura de uma janela aberta para poder voltar a respirar.” c) Não armazene produtos de limpeza e substâncias quími-
O trecho sublinhado poderia ser reescrito, em linguagem cas em locais próximos a alimentos.
científica, da seguinte forma: d d) Verifique, nos rótulos das embalagens originais, todas as
a) As substâncias químicas presentes nos produtos de lim- instruções para os primeiros socorros.
peza evaporaram. e) Mantenha os produtos de limpeza em locais absoluta-
b) Com a mistura química, houve produção de uma solução mente seguros, fora do alcance de crianças.
aquosa asfixiante. Justifique.
c) As substâncias sofreram transformações pelo contato Observação: Todas as alternativas trazem informações corretas
com o oxigênio do ar. que devemos seguir, mas a alternativa relacionada ao problema
d) Com a mistura, houve transformação química que produ-
relatado no exercício é a b.
ziu rapidamente gases tóxicos.
e) Com a mistura, houve transformação química, evidencia-
da pela dissolução de um sólido.
Justifique.
A mistura de água sanitária, amoníaco e sabão em meio aquoso
formou compostos tóxicos (denominados cloraminas) que
apresentam forte “cheiro de cloro”.

68 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 As normas de segurança existem para preservar a integri- 1 Indique alguns usos para os aparelhos relacionados abaixo.
dade das pessoas, do meio ambiente, dos reagentes e dos a) d)
equipamentos de laboratório, pois normalmente, em caso
de acidente, todos esses itens são postos em risco. Responda
aos itens a seguir, referentes às normas de segurança para os REPRODUÇÃO/ARQUIVO DA EDITORA
laboratórios de química.
a) Por que o tecido dos aventais utilizados em laboratório ZAICHENKO OLGA/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
deve ser de algodão e não de náilon?
b) Por que é proibido comer ou beber qualquer coisa no la- b) e)

STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
boratório de química?
c) Por que é proibido manusear ou deixar frascos com subs-
tâncias inflamáveis próximos à chama?
SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA
2 Uma combustão não controlada pode culminar em aciden-
te com fogo. Nesse caso, normalmente lembramos da água
para extinguir o problema.
Acontece que dependendo da classe de incêndio a água c)

SURRPHOTO/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
pode agravar o acidente em vez de extinguir o fogo.
Por exemplo, quando o fogo atinge as roupas de uma pessoa,
a melhor solução é, se possível, cobri-la com um cobertor
procurando extinguir o fogo por abafamento, pois o contato
brusco com água fria pode causar bolhas na pele agravando
o risco (bastante sério) de infecção.
Explique por que se recomenda o uso de avental branco de
algodão nos experimentos de laboratório.

3 A seguir estão representados três símbolos de segurança.


2 (Enem) O despejo de dejetos de esgotos domésticos e indus-
triais vem causando sérios problemas aos rios brasileiros.
IM OCK /
IM OCK /
IM OCK /

OW ST ES
OW ST RG
OW ST RG

AG /
AG /
AG /

ES
GL TTER ARN
ES
ES

GL TTER DVA
GL TTER DVA

Esses poluentes são ricos em substâncias que contribuem


B
SH RRY

para a eutrofização de ecossistemas, que é um enriqueci-


BA
U
U
U

SH
SH

mento da água por nutrientes, o que provoca um grande


crescimento bacteriano e, por fim, pode promover escassez
de oxigênio.
a) A que característica das substâncias esses símbolos se re- Uma maneira de evitar a diminuição da concentração de oxi-
ferem e a que classe pertencem? gênio no ambiente é:
b) Forneça uma descrição resumida sobre o perigo que repre- a) aquecer as águas dos rios para aumentar a velocidade de
decomposição dos dejetos.
senta uma substância indicada por um desses símbolos.
b) retirar do esgoto os materiais ricos em nutrientes para di- FRENTE A
4 Comente como devem ser tratados os rejeitos de laboratório minuir a sua concentração nos rios.
antes de serem descartados no meio ambiente. c) adicionar bactérias anaeróbicas às águas dos rios para que
elas sobrevivam mesmo sem o oxigênio.
QUÍMICA

5 Muitos aparelhos de laboratório são utilizados para medir volu- d) substituir produtos não degradáveis por biodegradáveis
mes de líquidos, como pipetas, provetas e balões de vidro. Esses para que as bactérias possam utilizar os nutrientes.
aparelhos podem ser graduados ou volumétricos. Explique a di- e) aumentar a solubilidade dos dejetos no esgoto para que
ferença que há entre um aparelho graduado e um volumétrico. os nutrientes fiquem mais acessíveis às bactérias.

Transformações químicas 69
CAPÍTULO

8 Separação de misturas
heterogêneas

Objetivos: A separação de uma mistura, para isolar as substâncias das quais ela é formada, pode ser reali-
zada por processos mecânicos ou físicos.
c Conhecer os processos
mecânicos de
Os processos mecânicos são utilizados para separar misturas heterogêneas nos casos em que
separação de misturas. não for necessária nenhuma transformação física (por exemplo, mudança de estado de agregação).
Os processos físicos, por sua vez, ocorrem sempre a partir de alguma mudança de estado em
c Identificar o processo pelo menos um de seus componentes.
adequado para separar
os tipos mais comuns
de misturas. PROCESSOS MECÂNICOS
Muitos desses processos, como veremos a seguir, apesar de parecerem rudimentares, encon-
c Entender como é feito
tram aplicações importantes nas colheitas de alimentos, como trigo e arroz, na construção civil, na
o tratamento de água
para consumo humano
mineração de ouro, na purificação de minérios de enxofre, etc.
e as consequências do
uso do volume morto
Peneiração ou tamisação
de represas. Quando uma mistura de sólidos granulados, cujo tamanho das partículas é diferente, é colocada
sobre uma peneira e submetida à agitação, o componente que apresenta grânulos menores atravessa
a malha e é recolhido. E o componente de grânulos maiores fica preso sobre a peneira.
Exemplo: mistura de areia fina e pedregulhos.
ALEXUSSK/SHUTTERSTOCK

A. DEMOTES/PHOTONONSTOP/LATINSTOCK

Fig. 1 – Cozinheiro peneirando farinha para fazer pão Fig. 2 – Trabalhador da construção civil peneirando areia.

70 Transformações químicas
Catação
É um método rudimentar de separação, baseado na diferença de tamanho e de aspecto das
partículas de uma mistura de sólidos granulados. O processo de separação de seus componentes é
realizado com a utilização das mãos ou de uma pinça.
Exemplo: mistura de feijão e impurezas, separação do lixo.
NILTON CARDIN/FOLHAPRESS

Fig. 3 – A primeira etapa de


Ventilação processamento do lixo consiste em
separar o que é orgânico (que será
Esse método é utilizado quando os sólidos granulados que formam a mistura possuem densi- enviado à compostagem) do que é
dades sensivelmente diferentes. reaproveitável (vidros, latas, papelão,
Nesse caso, passa-se uma corrente de ar pela mistura para que o sólido menos denso seja ar- plástico), enviado à reciclagem.
rastado e separado do mais denso.
Exemplo: grãos de café, folhas e cascas.
ERNESTO REGHRAN/PULSAR IMAGENS

FRENTE A
QUÍMICA

Fig. 4 – Agricultor separando os grãos de


café das folhas e das cascas.

Transformações químicas 71
Flotação
GLOSSÁRIO

Ganga: Método usado para separar misturas do tipo sólido-sólido, geralmente de minérios pulverizados
é a impureza, ou seja, a parte do miné- da respectiva ganga.
rio que é rejeitada por não ter interesse
Adiciona-se óleo à mistura, o qual adere à superfície das partículas do minério tornando-o
econômico.
impermeável à água.
Em seguida, essa mistura é lançada na água e submetida a uma forte corrente de ar. O ar provoca
a formação de uma espuma que reúne as partículas do minério, separando-o da ganga.
Exemplo: sulfetos (em pó) da areia (ganga).

SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA


Fig. 5 – Mineiro trabalhando com flotação.

Levigação
Processo usado para separar misturas do tipo sólido-sólido quando o componente menos
denso (em forma de pó) é facilmente arrastado pela água ou outro líquido adequado, enquanto o
outro componente, mais denso, não é.
Fig. 6 – Separação do minério de
ouro da areia por levigação. Exemplo: ouro e areias auríficas.

LINDA LANTZY/ALAMY/OTHER IMAGES

72 Transformações químicas
Sedimentação fracionada
Outro processo utilizado para separar misturas do tipo sólido-sólido é a sedimentação fracio-
nada. Para esse método, os componentes devem apresentar uma acentuada diferença de densidade.
Para separar os sólidos, adiciona-se a eles um líquido de densidade intermediária. O sólido mais
denso se deposita no fundo do recipiente, e o sólido menos denso flutua na superfície do líquido.
Exemplo: areia e serragem.
GREENSHOOTS COMMUNICATIONS/ALAMY/OTHER IMAGES

Fig. 7 – A adição de água faz a serragem


flutuar e se separar da areia.

Dissolução fracionada
Usada para separar misturas do tipo sólido-sólido. Baseia-se na diferença de solubilidade dos
sólidos em determinado líquido (o líquido dissolve apenas um dos sólidos que compõem a mistura).
A dissolução fracionada deve ser seguida de uma filtração comum (próxima página), para se-
parar o componente que não se dissolveu, e de uma destilação comum (que será vista no próximo
capítulo) para separar o componente que foi dissolvido.
Como exemplo, podemos citar a separação da mistura sal e areia. Adiciona-se água suficiente para
dissolver todo o sal, enquanto a areia, que não se dissolve, ficará depositada no fundo do recipiente.
GREENSHOOTS COMMUNICATIONS/ALAMY/OTHER IMAGES

FRENTE A
QUÍMICA

Fig. 8 – A adição de água dissolve o


sal, separando-o da areia.

Transformações químicas 73
Separação magnética
Esse processo é usado na separação de misturas do tipo sólido-sólido nas quais um dos com-
ponentes tem propriedades magnéticas e, quando submetido à ação de um ímã, é atraído por ele
e separado dos demais.
Exemplo: enxofre e limalha de ferro.

FOTOS: CLAUDIO PEDROSO/ARQUIVO DA EDITORA


Fig. 9 – Enxofre e limalha de ferro misturados. Fig. 10 – O ímã atrai a limalha de ferro, mas não o enxofre.

Filtração comum
É utilizada para separar misturas de um líquido com um sólido não dissolvido. Esse método é
aplicado quando o tamanho das partículas do sólido é relativamente maior que os poros do filtro, de
modo que exista uma diferença acentuada entre o tamanho delas e os poros do papel-filtro.
O líquido atravessa o papel-filtro (dobrado ou pregueado) apoiado sobre um funil de vidro.
O sólido fica retido no funil, e o líquido é recolhido em um erlenmeyer.
WERNER DIETERICH/WESTEND61/CORBIS/LATINSTOCK

É um processo parecido com o que utilizamos em casa para fazer café.


Exemplos: água e areia, pó de café e água.

Béquer
Bagueta

Papel-filtro

Funil comum de vidro


ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA

Anel de ferro

Erlenmeyer

Fig. 11 – Café sendo coado. Fig. 12 – Montagem para filtração comum em laboratório.

74 Transformações químicas
Filtração a vácuo
É utilizada para separar misturas de um líquido com um sólido não dissolvido quando o tama-
nho das partículas do sólido não é muito grande e elas formam uma pasta “entupindo” os poros do
papel-filtro, caso seja feita uma filtração comum.
A filtração a vácuo também pode ser utilizada simplesmente quando se deseja uma
filtração rápida. O kitasato é ligado a uma trompa de vácuo por onde circula água corrente.
A água corrente arrasta o ar do interior do kitasato, provocando um vácuo parcial. Como a
pressão do ar (pressão atmosférica) fora do kitasato passa a ser maior que a pressão no inte-
rior desse recipiente, o ar atmosférico entra pelos poros do papel-filtro arrastando o líquido,
tornando a filtração mais rápida.
Exemplo: água e carbonato de cálcio.

Bagueta
Béquer

ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA


Funil de
Buchner

Trompa
de vácuo

Kitasato

Fig. 13 – Montagem para filtração a vácuo em laboratório.

Decantação Suporte universal


com anel de ferro
Funil de bromo
ou funil de
É utilizada para separar misturas de substâncias que decantação

não são solúveis uma na outra (imiscíveis), do tipo líquido-


-líquido.
Para separar os componentes de uma mistura de dois
ou mais líquidos imiscíveis, basta colocá-la em um funil de
decantação. Espontaneamente os líquidos se separam, de tal
forma que o mais denso se acomoda por baixo e o menos
denso, por cima.
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA

A torneira é aberta cuidadosamente deixando-se o


líquido mais denso escoar até ser totalmente recolhido em
um erlenmeyer ou béquer posicionado logo abaixo da saída
do funil, fechando-se a torneira antes que o líquido menos
Béquer
FRENTE A
denso comece a escoar. Quando restar apenas um líquido
no funil de decantação, esse líquido deve ser retirado pela
parte superior do funil para evitar contaminação. Observe
que a tampa do funil de decantação serve para proteger os Tampa
do funil
QUÍMICA

líquidos, que estão no seu interior, de uma possível conta-


minação antes de se iniciar a separação. Mas a tampa deve
ser tirada antes que o processo de separação seja iniciado,
para que os líquidos possam escoar sem problemas.
Exemplo: óleo em água. Fig. 14 – Montagem para decantação em laboratório.

Transformações químicas 75
MATERIAL COMPLEMENTAR Tratamento de água para consumo humano
Verifique no Portal SESI os ma- O tratamento de água destinada a consumo humano é feito em Estações de Tratamento de
teriais complementares com Água (ETAs).
atividades relacionadas aos A água captada pelas ETAs, para tratamento e posterior distribuição, provém de rios, represas,
conteúdos deste Capítulo. lagos ou do subsolo.
Para que a água possa ser distribuída por toda a cidade, são construídas canalizações feitas
Atividade Experimental com tubos de grande diâmetro, denominadas adutoras, que podem ter dezenas de quilômetros de
comprimento.
A quantidade de água de um rio ou de uma represa depende da quantidade de chuva na região
Desafio
e, portanto, da estação climática. Durante um período de estiagem, o nível de água costuma baixar
muito. Quando isso ocorre, normalmente há falta de água na cidade. Por isso, é necessário armazenar
a água durante os períodos de chuva para que ela não venha a faltar na época da estiagem. Isso é
feito em reservatórios próprios ou, algumas vezes, em barragens e açudes.
As cidades que se localizam em regiões distantes de rios ou lagos precisam utilizar a água do
subsolo. Essa água provém da chuva que penetra no solo e é infiltrada pela areia, pelas fendas e pelos
poros das rochas. Com o tempo, a água alcança uma camada de rocha ou de outro material imper-
meável, e o solo fica saturado de água; forma-se assim a chamada camada aquífera.
Escavando-se poços que cheguem abaixo do limite superior da camada aquífera, pode-se bom-
bear a água até a superfície. Tanto a água proveniente de rios, lagos e represas como a proveniente
do subsolo estão sujeitas à poluição; assim, antes de ser distribuída para as residências, a água precisa
passar por uma série de tratamentos para melhorar seu aspecto e eliminar os tipos mais comuns de
contaminantes. Dessa forma, a água captada nos mais diversos mananciais – rios, lagos ou poços –
é encaminhada por meio de túneis para o tanque de entrada das ETAs. Grades são colocadas em
lugares estratégicos para impedir a passagem de peixes, plantas e detritos.
Dependendo das condições geográficas do local, essa captação é feita aproveitando-se a ação
da gravidade ou, quando isso não é possível, com o auxílio de bombas que elevam a água captada a
um nível com cerca de seis metros acima do manancial. Assim, a água é levada a correr pela ação da
gravidade por meio de um sistema de grades que faz uma filtração prévia (como uma peneiração).
Fig. 15 – Esquema da utilização de
Iniciam-se, então, os tratamentos apresentados na tabela a seguir.
água do subsolo.

Chuva

Chuva

Poço
Fossa

20 m
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA

Floresta

Nascente

Lençol freático
Rio

Rocha impermeável

76 Transformações químicas
Tratamento de água

Etapas Objetivo Processo

Adicionam-se coagulantes químicos (óxido de cálcio + sulfato de


Coagulação ou Separar da água as impurezas de
alumínio, por exemplo) que promovem a aglutinação das partículas
floculação natureza coloidal.
em suspensão, facilitando sua deposição sob a forma de flóculos.

Separar da água os flóculos de A água é enviada para grandes tanques de sedimentação onde fica
Sedimentação ou
impurezas formados na etapa retida por cerca de quatro horas para que os flóculos formados se
decantação
anterior. depositem no fundo, deixando a água límpida na superfície.

A água que sai do tanque de sedimentação transborda para


Livrar a água das partículas
Filtração em leito de tanques menores e mais profundos constituídos por uma camada
que não foram eliminadas nas
areia e cascalho de areia e uma camada de cascalho depositadas sobre uma base de
etapas anteriores.
tijolos especiais com orifícios drenantes.
Introduzir gás oxigênio que atua
A água é geralmente pulverizada ou projetada em fios através do
Arejamento da água removendo os possíveis sabores
ar.
e odores desagradáveis da água.
A água é encaminhada a tanques de cloração onde é realizada
Eliminar os microrganismos
Esterilização ou a desinfecção biológica com cloro, mantendo um nível residual
patogênicos que não ficaram
cloração adequado para assegurar que se mantenha potável até chegar ao
retidos nas etapas anteriores.
consumidor.

Reservatório
elevado

Reservatório
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA

de água
tratada
Rede de distribuição Adutora
Represa

Adutora de
captação Estação de
tratamento

FRENTE A
Sulfato de
alumínio, Carvão ativado Cloro e Fig. 16 – Esquema geral de
cal e cloro Areia flúor Reservatório tratamento e distribuição de
Cascalho de água água potável. Na maioria das
tratada cidades, a água é bombeada
QUÍMICA

Adutora Canal para reservatórios que ajudam


de água a regular sua distribuição e que
filtrada costumam ficar no alto de colinas
ou no topo de torres. A força da
gravidade aumenta a pressão da
floculação decantação decantação água nos condutos principais.

Transformações químicas 77
Se a crise piorar, vamos distribuir água com
canequinha, diz diretor da Sabesp
Em audiência na Câmara Municipal de São Paulo,
Paulo Massato negou haver racionamento na capital e afir-
mou que, se a estiagem se agravar, a energia vai acabar
antes da água.
“Nós já economizamos a retirada da Cantareira em 9
mil litros por segundo. Para obter o mesmo resultado, seria
necessário implantar rodízio de um dia e meio com água e
cinco dias sem água. Se houver alguma crise maior, nós va-
mos distribuir água com canequinha. Porque não é possível
ter alguma coisa mais drástica do que nós já estamos prati-
cando”, disse Massato.
Ele participou, nesta quarta-feira, de uma audiência
pública na Câmara Municipal de São Paulo convocada pela
Comissão de Política Urbana, já que a Sabesp tem, há quase
quatro anos, contrato com a prefeitura de São Paulo para
operar o serviço de água e esgoto na capital. Segundo Mas-
sato, a crise é decorrência de um fenômeno global que atin-
giu outros países, como Austrália, Chile e Estados Unidos,
além da região Sudeste do Brasil.
“Caso esse fenômeno continue, não tenho dúvida de
que a crise será muito mais séria. Não tenho dúvida de que
nós não teremos produção agrícola e energia elétrica no pró-
ximo ano”, disse Massato. “Eu diria que, se acontecer esse
cenário, nós não teremos nem energia para tratar e elevar
essa água. A energia vai acabar antes da água, se esse cenário
persistir”, completou.
Os vereadores haviam convidado a presidente da Sa-
besp, Dilma Pena, para explicar a redução da pressão da
água na rede de distribuição da empresa no período notur-
no. A prática foi revelada pelo Estado em abril, a partir de
um documento da prefeitura de São Paulo que classificou a
medida como “racionamento noturno”. Massato, que repre-
sentou Dilma na audiência, negou. “Rodízio é quando não
tem água na tubulação”, disse.
Para o vereador José Police Neto (PSD), a Sabesp deve-
ria dar mais transparência de suas ações à população, já que
medidas como a redução de pressão e a reversão de água dos
sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para bairros da capital
antes atendidos pelo Cantareira tem causado corte no forne-
cimento de água.
“A questão não é o quanto se tem debatido, o quanto
se tem estudado e o quanto não se quer restringir o consu-
mo por medida de força. Mas a informação. É princípio bá-
FLAVIO MORAES/FOTOARENA

sico prestar informação ao cidadão. No caso aqui, não é nem


princípio, é cláusula contratual que pode ter sido violada.
Aí, erra a Sabesp ao não informar, e erra o município ao não
fiscalizar o que é essencial”, disse Police Neto.
Disponível em: <http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,se-
crise-piorar-vamos-distribuir-agua-com-canequinha-diz-diretor-da-
Fig. 17 – Seca no Sistema da Cantareira no ano de 2014. sabesp,1172901>. Acesso em: 26 ago. 2014. Adaptado.

78 Transformações químicas
Entenda o que é o volume morto
A água do fundo de represas do Sistema Cantareira será captada pela primeira
vez por causa da seca.

A água do fundo do poço


Nível máximo de armazenamento (100%)

Consequências do uso do volu-


Bomba de sucção retira
água que está abaixo
me morto
do nível mínimo Corpo humano:

Comportas
Nível atingido em abril (12%)
Nível mínimo de armazenamento Metais pesados podem cau-
sar problemas no sistema nervo-
so, fígado, rins, dores abdomi-
nais, inflamação dos pulmões,
paralisia nas mãos, perda de visão
e câncer.
Meio ambiente:
VOLUME MORTO Poluentes sedimentados
Água nunca utilizada por no fundo das Túneis levam águas das
ficar abaixo do nível de represas podem ser represas até a estação
captação das comportas. movimentados e entrar de tratamento.
400 bilhões de litros na tubulação de água. Uso de todo o volume morto
do Sistema Cantareira pode esgo-
tar a água de bacias de rios, cau-
sando dano no ecossistema. Se for
Como o volume morto deve ser tratado totalmente usado, será preciso
Cal 1 anos para recuperar o reservatório.
Sulfato de Água com poluentes precisa de tratamento mais intenso.
alumínio Bolso:

Tanque de
Custo do tratamento da água
Cloro
Dosagem Tanque de do volume morto é maior que o
Floculação do volume útil, podendo ser até
Água Tanque de Filtro 40% mais caro. Acréscimo poderá
impura Decantação
ser repassado para o consumidor,
Água potável com aumento na conta em 2015.

O processo normal Para ser potável, o volume Segundo especialistas,


de tratamento da morto precisa passar mais esse tratamento não FRENTE A
água inclui filtrar, vezes por essas etapas e exige elimina possíveis metais
decantar e colocar maior quantidade dos produtos pesados (chumbo,
cloro, cal, sulfato químicos dependendo da mercúrio, cádmio, etc.) Representação e
QUÍMICA

de alumínio e flúor. análise da água. presentes na água. Linguagem


Acesse o Material Comple-
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/04/25/ mentar disponível no Portal e
tratamento-inadequado-do-volume-morto-traz-riscos-entenda.htm> Acesso em: 23 set. 2014.
aprofunde-se no assunto.

Transformações químicas 79
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(UEFS-BA) A obtenção de água doce de boa qualidade está Assim sendo, as etapas A, C e E devem ser, respectivamente,
se tornando cada vez mais difícil devido ao adensamento po- a) filtração grosseira, decantação e cloração.
pulacional, às mudanças climáticas, à expansão da atividade b) decantação, cloração e filtração grosseira.
industrial e à poluição. A água, uma vez captada, precisa ser c) cloração, neutralização e filtração grosseira.
purificada, o que é feito nas estações de tratamento. Um es- d) filtração grosseira, neutralização e decantação.
quema do processo de purificação é: e) neutralização, cloração e decantação.

A→B→C→D→E→F RESOLUÇÃO:
Na etapa A, é feita uma filtração grosseira da água, na medida
em que as etapas B, D e F são: em que ela entra na ETA. Na etapa C, é feita a decantação dos
B – adição de sulfato de alumínio e óxido de cálcio, flóculos formados pela ação dos agentes químicos adicionados
D – filtração em areia, na etapa anterior; e na etapa E, é feita a cloração que irá garantir
F – fluoretação. a potabilidade da água, eliminando os agentes patogênicos.

PARA CONSTRUIR

1 (UEM-PR – Adaptada) Sobre misturas homogêneas e he- (08) Falso. A centrífuga separa dispersões coloidais de um sólido

terogêneas e seus processos de separação, assinale a(s) em um líquido.


alternativa(s) correta(s). Justifique suas respostas. (16) Verdadeiro.
(01) A levigação e a peneiração são técnicas de separação de Soma: 01 1 02 1 16 5 19
misturas sólidas, utilizando, respectivamente, diferenças en-
tre a densidade e o tamanho dos sólidos a serem separados.
(02) A filtração pode ser utilizada para a separação de uma
mistura heterogênea de um sólido em um líquido ou de
um sólido em um gás.
(04) Por meio da flotação, podem-se separar dois sólidos
com densidades diferentes, utilizando-se um líquido
com densidade intermediária aos dois sólidos, sem que
haja solubilização dos sólidos no líquido.
(08) A centrifugação pode ser utilizada para a separação de
dois líquidos solúveis entre si, mas que tenham densida- 2 (Enem) A falta de água doce no Planeta será, possivelmente,
des diferentes. um dos mais graves problemas deste século. Prevê-se que,
(16) A retenção de substâncias gasosas na superfície de ma- nos próximos vinte anos, a quantidade de água doce dispo-
teriais com alta área superficial, como o carvão, é um nível para cada habitante será drasticamente reduzida. Por
processo de separação chamado adsorção. meio de seus diferentes usos e consumos, as atividades hu-
manas interferem no ciclo da água, alterando: b
(01) Verdadeiro.
(02) Verdadeiro.
a) a quantidade total, mas não a qualidade da água disponí-
vel no Planeta.
(04) Falso. Método usado para separar minérios pulverizados
b) a qualidade da água e sua quantidade disponível para o
da respectiva ganga (impurezas), adicionando-se óleo à mistura. consumo das populações.
O óleo adere à superfície das partículas do minério tornando-o c) a qualidade da água disponível apenas no subsolo terres-
impermeável à água. Em seguida, a mistura é lançada na água tre.
e submetida a uma forte corrente de ar. O ar provoca a
d) apenas a disponibilidade de água superficial existente
nos rios e lagos.
formação de uma espuma que reúne as partículas do minério,
e) o regime de chuvas, mas não a quantidade de água dis-
que assim se separam da ganga. ponível no planeta.

80 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 Sobre separação de misturas em laboratório, analise as alternativas 1 Para transferir líquidos de um recipiente para outro sem re-
a seguir. A resposta é a soma dos números das alternativas corretas. clinar os recipientes e com a possibilidade de colocá-los em
(01) Os processos mecânicos de separação de mistura não níveis diferentes, usamos a sifonação, que se baseia no uso
envolvem nenhum fenômeno físico ou químico. do sifão, ou seja, uma mangueira de borracha ou plástico, ou
(02) A tamisação é utilizada para separar sólidos cujo tama- um tubo de vidro recurvado, em forma de U.
nho das partículas seja sensivelmente diferente. Nesse caso, colocamos uma extremidade do sifão imersa no
(04) A levigação é usada para separar mistura de sólidos de recipiente que contém o líquido a ser transferido (em um
diferentes densidades com uma corrente de água.
nível mais elevado), provocamos uma pequena sucção na
(08) A flotação é utilizada para separar sólidos de diferentes
extremidade oposta do sifão e imediatamente posicionamos
densidades utilizando-se óleo para aderir às partículas
essa extremidade no outro recipiente (em um nível inferior).
do sólido mais denso.
A ação da gravidade faz o líquido fluir de um recipiente para
(16) A sedimentação fracionada baseia-se na diferença de so-
lubilidades dos materiais na fase sólida em determinado o outro. A sucção só pode ser feita com a boca se o líquido a
líquido. ser transferido não for volátil nem tóxico.
(32) É possível separar uma mistura de arroz cru e açúcar
adicionando-se água suficiente e filtrando a mistura em

ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA


seguida. Esse procedimento envolve um processo me-
cânico e um processo físico.
(64) A mineração artesanal do ouro envolve um processo de
levigação.
2 (Unicid-SP) Numere a segunda coluna de acordo com a pri-
meira, escolhendo, em seguida, a opção correspondente à
numeração correta, de cima para baixo.

Misturas Principais métodos de separação

1) Oxigênio e nitrogênio ( ) Destilação A sifonação ainda é utilizada para transferir gasolina do tan-
que de um carro para um galão ou vice-versa. Comente se
2) Óleo e água ( ) Filtração esse procedimento é adequado ou não. Justifique.
3) Álcool e água ( ) Separação magnética 2 (UEM-PR) Sobre misturas homogêneas e heterogêneas e seus
processos de separação, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
4) Ferro e enxofre ( ) Decantação
(01) A levigação e a peneiração são técnicas de separação de
5) Ar e poeira ( ) Liquefação misturas sólidas, utilizando, respectivamente, diferenças en-
tre a densidade e o tamanho dos sólidos a serem separados.
a) 1 – 4 – 5 – 2 – 3 d) 3 – 5 – 4 – 2 – 1 (02) A filtração pode ser utilizada para a separação de uma
b) 1 – 5 – 4 – 3 – 2 e) 5 – 1 – 3 – 4 – 2 mistura heterogênea de um sólido em um líquido, ou de
c) 3 – 2 – 4 – 5 –1 um sólido em um gás.
(04) Por meio da flotação, podem-se separar dois sólidos
3 (Ufes) Para separar os componentes de uma mistura, foi reali-
com densidades diferentes, utilizando-se um líquido
FRENTE A
zada a seguinte sequência de operações:
com densidade intermediária aos dois sólidos, sem que
1. Aquecimento
haja solubilização dos sólidos no líquido.
2. Adição de água e filtração
(08) A centrifugação pode ser utilizada para a separação de
3. Evaporação dois líquidos solúveis entre si, mas que tenham densida-
QUÍMICA

Esse procedimento é indicado para a seguinte mistura: des diferentes.


a) areia, açúcar e sal. d) enxofre, gasolina e ferro. (16) A retenção de substâncias gasosas na superfície de ma-
b) carvão, areia e açúcar. e) iodo, sal de cozinha e areia. teriais com alta área superficial, como o carvão, é um
c) ferro, enxofre e álcool. processo de separação chamado adsorção.

Transformações químicas 81
CAPÍTULO

9 Separação de misturas
homogêneas

Objetivos:
PROCESSOS FÍSICOS
c Conhecer os processos São processos utilizados para separar misturas homogêneas.
físicos utilizados para Um dos principais métodos de purificação e separação de substâncias é a destilação, que se
separar misturas baseia na diferença entre os pontos de ebulição dos componentes de uma mistura ou solução.
homogêneas.

c Reconhecer que a
Destilação simples
destilação pode ser É utilizada para separar misturas homogêneas do tipo líquido-líquido ou líquido-sólido nas quais
usada para a obtenção os componentes têm pontos de ebulição muito diferentes.
de água potável a partir A mistura é colocada no balão de destilação, que é aquecido sobre tela de amianto na chama de
da água do mar. um bico de Bunsen ou numa manta elétrica, caso a mistura seja inflamável. Quando a temperatura
atinge o ponto de ebulição do componente mais volátil (menor ponto de ebulição), o vapor desse
c Aprender como componente segue para o tubo interno do condensador, que é mantido resfriado pela circulação
funciona a destilação contínua de água fria pelas paredes externas. Ao encontrar as paredes frias do condensador, o vapor
fracionada.
se condensa, passa novamente para a fase líquida e é recolhido em um erlenmeyer posicionado na
saída do condensador. O processo permanece até que todo o componente de menor ponto de
ebulição seja destilado e se separe da mistura. O(s) componente(s) de maior ponto de ebulição
fica(m) retido(s) no balão.
Exemplo: água e cloreto de sódio (pontos de ebulição a 1 atm, respectivamente igual a 100 °C
e 1 490 °C).

Termômetro

Saída de água
de resfriamento

Condensador

Balão
de destilação
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA

Bico de Entrada de
Bunsen água de
resfriamento

Entrada
Erlenmeyer
Fig. 1 – Montagem para destilação simples de gás
em laboratório. Note que as mangueiras
de látex conectadas ao condensador não
aparecem na ilustração.

82 Transformações químicas
Dessalinização da água do mar
O principal sal presente na água do mar é o cloreto de sódio. Pode-se beber sem proble-
mas uma água com até 5 g de cloreto de sódio por kg de água. Mas a água do mar contém,
em média, sete vezes essa quantidade ou 3,5% de sal.
Apesar disso, a água dos oceanos pode ser a solução para a demanda cada vez maior
de água doce (principalmente nas grandes cidades, onde o consumo aumenta mais rapida-
mente que a disponibilidade), pela implementação de processos de dessalinização como, por
exemplo, por destilação.
Observe que, no processo de destilação descrito na página anterior, o calor necessário
para fazer a água mudar do estado líquido para o gasoso é transmitido à água que circula no
condensador (que atua como fluido refrigerante) e, portanto, é perdido.
Nos sistemas industriais de dessalinização da água do mar, procuram-se evitar essas per-
das de calor, obtendo-se a ebulição da água a baixas temperaturas (diminuindo-se a pressão
no interior do vaso de destilação) e utilizando-se o calor do vapor de água fornecido aos
condensadores para aquecer a água que será destilada a seguir.
A maioria das modernas usinas de dessalinização por destilação utiliza um pro-
cesso denominado destilação rápida em fases múltiplas. Nesse processo, a água do
mar entra na aparelhagem por cima e passa por tubos verticais, entre os quais circula
vapor aquecido.
A água do mar aquecida é enviada em seguida para uma câmara de baixa pressão, onde
sofre vaporização, ainda que a temperatura esteja abaixo de 100 °C.
O vapor é condensado sobre um tubo espiralado (condensador), que é esfriado
pela água do mar que está entrando (e que, por sua vez, é aquecida para ser enviada às
câmaras de baixa pressão, num processo cíclico). Desse modo, há um bom aproveita-
mento do calor.

Água salgada Permutador


de calor

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3

Salmoura

Água fresca

Fig. 2 – Dessalinização da água do mar: destilação.

A água condensada, que já perdeu parte dos sais que tinha inicialmente, após a primeira
etapa, é encaminhada para outras câmaras para que o processo se repita. FRENTE A
Nessas câmaras, a pressão vai diminuindo sucessivamente, de modo que a água obtida
na última etapa é uma água destilada (quimicamente pura).
QUÍMICA

A usina de dessalinização por destilação de Guantánamo (base norte-americana


em Cuba) foi construída pela marinha americana quando o governo cubano cortou o
suprimento de água doce. Atualmente apresenta uma produção estimada em mais de
8 milhões de litros de água doce por dia.

Transformações químicas 83
Destilação fracionada
A destilação pode ser feita de diversas maneiras, conforme as propriedades das substâncias que
serão separadas.
A destilação fracionada é utilizada em larga escala tanto em laboratórios de análise quanto em
grandes indústrias e é indicada para separar misturas homogêneas não azeotrópicas do tipo líquido-
-líquido, nas quais os componentes possuem pontos de ebulição relativamente próximos.
Os líquidos entram em ebulição quase ao mesmo tempo, mas seus vapores são forçados a
passar por um caminho difícil na coluna de fracionamento ou entre bolinhas de porcelana, cacos de
cerâmica ou de vidro, de modo que só a substância de menor ponto de ebulição vence esses obstá-
culos e vai para o condensador enquanto a de maior ponto de ebulição retorna ao balão.
Exemplo: os componentes da gasolina, como o n-hexano e o n-octano (que entram em ebuli-
ção respectivamente a 69 °C e 126 °C sob pressão de 1 atm).

Termômetro

Saída de água
de resfriamento

Condensador

ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA


Tubo de vidro
para respiro
Bolinhas de
porcelana

Entrada de água
de resfriamento
Manta
térmica

Fig. 3 – Montagem para destilação fracionada em laboratório. Note que as mangueiras de látex conectadas ao
condensador não aparecem na ilustração.

A destilação fracionada também é o método utilizado na separação dos componentes do


Fig. 4 – Coluna de pratos ou torre de
petróleo, nesse caso o processo é realizado nas chamadas torres de fracionamento. O petróleo pas-
fracionamento de petróleo, e exemplos
de produtos obtidos após a destilação do sa por um forno onde é aquecido e transforma-se em vapor, que é então enviado para a torre de
petróleo cru. fracionamento (ou torre de pratos). Ao lado de cada prato há um escape para que as frações que
não foram recolhidas possam descer para o prato inferior. Caso haja alguma substância com ponto
Atividade
de ebulição superior ao do prato em que se encontra, ela sofrerá destilação novamente e tornará a
Experimental subir para ser recolhida.

Acesse o Material Comple-


mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.

84 Transformações químicas
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Toda água encontrada na natureza, seja em nascentes, rios, lagos, Explique se é possível separar totalmente uma mistura de
poços ou mar, e também a água que consumimos em casa, seja água e álcool etílico por destilação.
a de torneira, de filtro ou de garrafas (água mineral), é na verda-
de uma solução com muitas substâncias dissolvidas. Para obter a RESOLUÇÃO:
substância água isolada de qualquer outra, utiliza-se a destilação.
Assim, o termo “água destilada” é um sinônimo para “água quimi- Não é possível separar totalmente uma mistura de água e ál-
camente pura”. A água destilada não deve ser consumida, pois cool etílico por destilação, principalmente porque, quando
causaria um desequilíbrio na quantidade de sais presentes nas essa mistura atinge a proporção de 96% de álcool etílico e 4%
células de nosso corpo, porém é útil para diversos fins, como, por de água (em volume), ela se torna azeotrópica, ou seja, com
exemplo, solvente em baterias de automóvel. Além da água, ou- ponto de ebulição constante.
tros produtos de consumo passam pelo processo de destilação, Nesse caso, a separação é feita por um processo químico, que
como certas bebidas alcoólicas (conhaque, uísque, rum). consiste em adicionar óxido de cálcio à mistura de álcool e
A destilação aumenta o teor alcoólico das bebidas, porque o água. O óxido de cálcio (cal) reage com a água formando hi-
álcool etílico da bebida fermentada torna-se mais concentrado dróxido de cálcio que é separado por filtração, deixando o
devido ao processo: aquecimento, vaporização, condensação. álcool anidro.

PARA CONSTRUIR

1 (Unicamp-SP) Uma mistura sólida é constituída de cloreto de 2 (Unicamp-SP) Deseja-se fazer a separação dos componen-
prata, cloreto de sódio e cloreto plumboso. Observe a solubi- tes da pólvora negra, que é constituída de nitrato de sódio,
lidade desses sais em água: carvão e enxofre. Sabe-se que o nitrato de sódio é solúvel
em água, o enxofre é solúvel em dissulfeto de carbono, en-
Sais Água fria Água quente quanto o carvão é insolúvel nesses solventes. Proponha um
procedimento para realizar essa separação.
Cloreto de prata Insolúvel Insolúvel
Adiciona-se água e filtra-se. A solução aquosa de nitrato de sódio
Cloreto de sódio Solúvel Solúvel passa pelo papel-filtro. Destilando-se o filtrado, separa-se a água do

Cloreto plumboso Insolúvel Solúvel nitrato de sódio. O enxofre e o carvão ficam retidos no papel-filtro.
Sobre o resíduo da filtração adiciona-se dissulfeto de carbono que
Baseando-se nesses dados, esquematize uma separação des-
dissolve o enxofre. O carvão fica retido no papel-filtro. O filtrado
ses sais que constituem a mistura.
contendo solução de enxofre em dissulfeto de carbono é submetido
Primeiro, adiciona-se água fria à mistura sólida de sais e submete-se
a uma nova destilação simples que separa os dois componentes.
todo o sistema a uma filtração. O cloreto de sódio, que é solúvel
em água fria, atravessa os poros do papel-filtro. O cloreto de
prata e o cloreto plumboso ficam retidos no filtro.
Para separar o cloreto de sódio da água, faz-se uma destilação
simples. Depois, adiciona-se água quente à mistura de cloreto de

FRENTE A
prata e cloreto plumboso que ficou retida no papel-filtro,
fazendo-se uma nova filtração. O cloreto plumboso é solúvel
em água quente e atravessa os poros do papel-filtro.
O cloreto de prata, que não é solúvel em água, fica retido no papel. Para
QUÍMICA

separar o cloreto plumboso da água, faz-se outra destilação simples.

Transformações químicas 85
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (UFU-MG) A destilação também era utilizada em manufaturas 1 (UFPB/PSS) Os processos de destilação são muito usados nas
como, por exemplo, na preparação de perfumes, artes para indústrias. Por exemplo, nos engenhos, a fabricação da ca-
a qual os árabes muito contribuíram. Havia grandes centros chaça é feita destilando-se o caldo fermentado num alambi-
onde eram extraídos os aromas de rosas, violetas, jasmins e que. Relacione as partes de um alambique (figura 1) com as
de outros materiais. Para isso, as flores eram maceradas em peças que constituem um aparelho para destilação simples
água e, em seguida, esse material era destilado. Tal proces- (figura 2), representadas abaixo, numerando a segunda co-
so não era utilizado na Antiguidade, predominando então o luna de acordo com a primeira.
método de extração de essências pela infusão de flores em
óleos ou gorduras.
BELTRAN, M.H.R. Destilação: a arte de extrair virtudes.
Revista Química Nova na Escola, n. 4,

ILUSTRAÇÕES: ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA


nov. 1996. p. 26.
A destilação, incorporada como um procedimento químico
no século XVIII:
a) era utilizada, na Antiguidade, como principal método de
extração das essências após se fazer uma mistura hetero-
gênea. Figura 1 – Alambique
b) é uma técnica ideal para extração de essências de rosas
que, ao serem maceradas, tornam-se sistemas homogê-
neos com a água.
c) é uma técnica de separação que requer aquecimento da
mistura homogênea ao longo do procedimento.
d) possui uma etapa de resfriamento e, em seguida, de con-
densação da água onde estarão dissolvidas essências
oleosas.

2 (UPE) A mistura álcool 1 água (96% álcool, 4% água) é deno- Figura 2 – Aparelho para destilação simples
minada de mistura azeotrópica. Em relação a essa mistura, é (1) Fornalha (?) Béquer
CORRETO afirmar que: (2) Tacho de aquecimento (?) Balão de fundo redondo
a) a separação de seus componentes é obtida adicionando- (3) Serpentina de resfriamento (?) Bico de bunsen
-se óxido de cálcio à mistura e, em seguida, realizando-se (4) Recipiente coletor (?) Condensador
filtração com papel de filtro adequado. A sequência numérica correta é:
b) a separação dos componentes é obtida submetendo-se a) 4, 1, 3, 2.
a mistura a uma destilação fracionada, seguida de uma b) 3, 1, 2, 4.
filtração à temperatura constante. c) 2, 4, 1, 3.
c) não é possível separar a água do álcool, pois o álcool e d) 2, 3, 1, 4.
a água são infinitamente miscíveis em quaisquer propor- e) 4, 2, 1, 3.
ções, sob quaisquer condições físicas ou químicas.
d) a separação dos componentes da mistura é possível, ape- 2 (UFPB) O sal grosso obtido nas salinas contém impurezas in-
nas, pela adição de anidrido sulfúrico, pois esse óxido, ao solúveis em água. Para se obter o sal livre dessas impurezas, os
reagir com a água, origina o ácido sulfúrico, que, por de- procedimentos corretos são:
cantação, se separa do álcool. a) Catação, dissolução em água e decantação.
e) a separação dos componentes da mistura é facilmente b) Separação magnética, destilação e dissolução em água.
obtida adicionando-se sódio metálico, pois toda a água c) Sublimação, dissolução em água e peneiração.
é transformada em hidrogênio gasoso que se desprende d) Dissolução em água, filtração simples e destilação.
do sistema. e) Dissolução em água, decantação e sublimação.

86 Transformações químicas
MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

1 (Enem – Adaptada) 3 (Enem) Em visita a uma usina sucroalcooleira, um grupo de alunos


Especialistas alertam para o risco das substâncias tóxicas pôde observar a série de processos de beneficiamento de cana-
no fundo das represas. -de-açúcar, entre os quais se destacam:
[...] A captação de água do volume morto do Sistema A cana chega cortada da lavoura por meio de caminhões e é des-
Cantareira ameaça trazer à tona poluentes depositados no pejada em mesas alimentadoras que a conduzem para as moen-
fundo das represas, onde se concentram contaminantes que das. Antes de ser esmagada para a retirada do caldo açucarado,
não são tratados por sistemas convencionais para o abasteci- toda a cana é transportada por esteiras e passada por um eletroímã
mento. [...] para retirada de materiais metálicos.
[...] “Quanto mais baixo o nível dos reservatórios, maior
Após se esmagar a cana, o bagaço segue para as caldeiras, que ge-
é a concentração de poluentes, recomendando maiores cui-
dados com seus múltiplos usos”. Entre os elementos citados ram vapor e energia para toda a usina.
que contaminam os mananciais há compostos inorgânicos O caldo primário, resultante do esmagamento, é passado por filtros
(metais e outros agentes tóxicos), orgânicos altamente reativos e sofre tratamento para transformar-se em açúcar refinado e etanol.
com os sistemas biológicos (hidrocarbonetos aromáticos, bio- Com base nos destaques da observação dos alunos, quais ope-
cidas e fármacos), microbiológicos (bactérias, fungos e proto- rações físicas de separação de materiais foram realizadas nas
zoários patogênicos) e vírus. etapas de beneficiamento da cana-de-açúcar? c
“Muitos dos poluentes que contaminam os rios apresen-
a) Separação mecânica, extração, decantação.
tam potencialidade de alterar o material genético dos organis-
mos expostos, até mesmo do homem, e, consequentemente, b) Separação magnética, combustão, filtração.
desencadear problemas de saúde, como desenvolvimento de c) Separação magnética, extração, filtração.
doenças crônicas (tais como alterações nas funções da tireoi- d) Imantação, combustão, peneiração.
de, do fígado, dos rins), agudas (tais como intoxicações, aler- e) Imantação, destilação, filtração.
gias, diarreias), degenerativas (Parkinson, Alzheimer, etc.) e o
câncer”, relataram as pesquisadoras da Unesp e da Unimep. 4 (Enem)
[...] Uma parcela importante da água utilizada no Brasil des-
BRANDT, R. Captação do ‘volume morto’ do Sistema Cantareira traz tina-se ao consumo humano. Hábitos comuns referentes ao
poluentes. O Estado de S. Paulo. Campinas, 10 abr. 2014. Disponível em: <http:// uso da água para o consumo humano incluem: tomar banhos
sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,captacao-do-volume-morto-do-sistema-
cantareira-traz-poluentes,1151639>. Acesso em: 15 set. 2014.
demorados; deixar as torneiras abertas ao escovar os dentes ou
ao lavar a louça; usar a mangueira para regar o jardim; lavar a
O procedimento adequado para tratar a água dos rios, a fim de
casa e o carro.
atenuar os problemas de saúde causados por microrganismos,
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS; FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO.
é a: b Caminho das águas, conhecimento, uso e gestão: caderno do professor 1.
a) filtração. d) fluoração. Rio de Janeiro, 2006. Adaptado.
b) cloração. e) decantação.
A repetição desses hábitos diários pode contribuir para e
c) coagulação.
a) o aumento da disponibilidade de água para a região onde
2 (Enem) Entre as substâncias usadas para o tratamento de água você mora e do custo da água.
está o sulfato de alumínio que, em meio alcalino, forma partí- b) a manutenção da disponibilidade de água para a região onde
culas em suspensão na água, às quais as impurezas presentes você mora e do custo da água.
no meio se aderem. c) a diminuição da disponibilidade de água para a região onde
O método de separação comumente usado para retirar o sulfa- você mora e do custo da água.
to de alumínio com as impurezas aderidas é a: a d) o aumento da disponibilidade de água para a região onde
a) flotação. d) peneiração. você mora e a diminuição do custo da água.
b) levigação. e) centrifugação. e) a diminuição da disponibilidade de água para a região onde
c) ventilação. você mora e o aumento do custo da água.

87
QUADRO DE IDEIAS
Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Química Carvalho
A transformação da matéria Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
Substâncias Misturas
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
Guedes
Propriedades constantes Propriedades variáveis Colaboraram para esta Edição do Material:
Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
Botelho e Valdete Reis
Revisão: Juliana Souza
Diagramação: lab 212
Podem formar Capa: lab 212
Ilustração de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
Sentavio/ Macrovector/ Shutterstock
Consultores:
Coordenação: Dr. João Filocre
Química: Dra. Marciana Almendro David
SESI DN
Superintendente: Rafael Esmeraldo Lucchesi
Materiais homogêneos Materiais heterogêneos Ramacciotti
Diretor de Operações: Marcos Tadeu de Siqueira
Gerente Executivo de Educação: Sergio Gotti
Gerente de Educação Básica: Renata Maria Braga
dos Santos
Todos os direitos reservados por SOMOS Educação S.A.
Avenida das Nações Unidas, 7221
Pinheiros – São Paulo – SP
Substância CEP: 05425-902
Substância Solução Dispersão Dispersão
(0xx11) 4383-8000
em uma em duas coloidal grosseira © SOMOS Sistema de Ensino S.A.
única ou mais
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
fase de fases de (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
agregação agregação Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de
1 a 12 : exatas, biológicas : aluno. -- 2. ed.
-- São Paulo : Ática, 2017.

Vários autores.

1. Biologia (Ensino médio) 2. Física (Ensino


médio) 3. Matemática (Ensino médio) 4. Química
Separados por Separados por (Ensino médio).
processos físicos processos mecânicos
16-08187 CDD-373.19

Índice para catálogo sistemático:


1. Ensino integrado : Livros-texto : Ensino médio 373.19
2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18311 1 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação

88 Transformações químicas
QUÍMICA FRENTE B

Martha Reis

MUDANÇAS DE ESTADO
1 A linguagem da Química. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Substâncias simples e compostas. . . . . . . . . . . . . . 10
3 Leis Ponderais: Lavoisier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4 Leis Ponderais: Proust . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5 O modelo atômico de Dalton . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6 A lei volumétrica de Gay-Lussac . . . . . . . . . . . . . . . 34
7 O conceito de molécula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
8 A hipótese de Avogadro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
9 Balanceamento de equações químicas . . . . . . . . . . 52
10 Alotropia: oxigênio e ozônio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
11 Alotropia: carbono, fósforo e enxofre . . . . . . . . . . . 62
12 Densidade relativa, massa molecular
e massa atômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

FRENTE B
13 Unidade unificada de massa atômica . . . . . . . . . . . 74
14 Quantidade de matéria e massa molar . . . . . . . . . . 79
15 Volume molar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
16 Fórmula percentual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
QUÍMICA

17 Fórmula mínima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
18 Fórmula molecular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

2137676 (AL)

Mudanças de estado
MÓDULO
Mudanças
de estado

A teoria mais aceita para a origem do Universo é a


do Big-bang, na qual acredita-se que toda a matéria e
energia existentes estavam concentradas em um espaço
muito reduzido, quando uma grande explosão o origi-
nou. Desde então, o Universo está em expansão, e surgiu
uma infinidade de galáxias, como a galáxia de Whirlpool,
mostrada na foto feita pelo telescópio Hubble em ja-
neiro de 2005. Em cada uma delas, há bilhões de corpos
celestes, como estrelas e planetas.
Todo o Universo é composto de elementos quími-
cos, que, por sua vez, são compostos de átomos, forma-
dos por partículas ainda menores, como os prótons, os
elétrons e os nêutrons.
As diferentes combinações entre as diferentes partí-
culas subatômicas e os diferentes átomos, aliadas a fato-
res como temperatura e pressão, constituem a imensa
gama de elementos e compostos que formam planetas
e estrelas conhecidos.
NASA, ESA, S. BECKWITH (STSCI), AND THE HUBBLE HERITAGE
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

1 Você sabe quais são os compostos que consti-


tuem a atmosfera do planeta Terra? Que elemen-
tos estão presentes nesses compostos? Em que
proporção eles se encontram?
2 Qual a diferença atômica entre um torrão de açú-
car e um pedaço de ferro?

www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO

1 A linguagem da Química

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

Objetivos: O uso dos símbolos e das fórmulas na Química é relativamente recente (data do século XIX).
Foi proposto por Jöns Jacob Berzelius (1779-1848) em 1814 e passou a ser amplamente empregado
c Compreender que
nos meios científicos a partir de 1819, permanecendo até hoje.
a Química usa uma
Mas por quê? Tantos símbolos e fórmulas não acabam sendo um fator que complica a com-
linguagem universal
preensão do que realmente interessa: os fenômenos químicos? Desde muito cedo, você aprendeu
que facilita a troca
que água é H2O, que cloreto de sódio é NaCl, que gás carbônico é CO2 e que ferro é Fe. Talvez você
e a transmissão de
conhecimentos.
já tenha se perguntado: “Mas como se sabe que água é H2O? O que significa exatamente NaCl? Qual
é o sentido disso tudo?”.
c Conhecer o significado Vamos explicar como surgiu a necessidade do uso de símbolos e como as fórmulas foram esta-
dos símbolos dos belecidas, para que você perceba que, na realidade, tudo isso foi criado para facilitar a comunicação
elementos químicos. entre os cientistas e a divulgação dos fenômenos descobertos.
No século XVIII, quando a Química era uma ciência emergente, a nomenclatura utilizada era a
c Conhecer o significado
mesma da alquimia. Era comum, nessa época, o uso de nomes estranhos para designar as substâncias
das fórmulas das
comuns, como água-forte para o ácido nítrico, pedra-infernal para o nitrato de prata e assim por diante.
substâncias.
Esses nomes baseavam-se unicamente em aspectos qualitativos e subjetivos, ou seja, na aparên-
cia de cada substância ou em alguma característica particular que chamasse a atenção. Mas, à medida
que mais substâncias eram descobertas e o comportamento químico era desvendado, esses nomes
passaram a não ter mais função, pois não transmitiam nenhuma informação relevante.

MASSIMO LISTRI/CORBIS/LATINSTOCK
Substâncias comuns

Nome antigo Nome atual

Sublimado corrosivo Cloreto de mercúrio II


Água-forte Ácido nítrico
Óleo de vitríolo Ácido sulfúrico
Pedra-infernal Nitrato de prata
Soda de padaria Bicarbonato de sódio
Barrilha Carbonato de sódio
Fig. 1 – Laboratório alquímico do século XVI. Museu Histórico da Saúde, Roma, c. 2000.

4 Mudanças de estado
Os cientistas começaram a perceber a necessidade de sistematizar uma simbologia e uma
nomenclatura que fosse capaz de fornecer informações úteis sobre as substâncias às quais
se referiam e, então, criaram os símbolos e as fórmulas que usamos atualmente no mundo
inteiro (a linguagem da Química é internacional e pode ser facilmente compreendida por
cientistas brasileiros, chineses, americanos, árabes, etc.).

ARJAZZ / SHUTTERSTOCK / GLOW IMAGENS


Assim, começaremos utilizando a simbologia que você já conhece para que perceba
como isso pode facilitar o aprendizado de alguns conceitos no estudo da Química. (Pro-
cure entender os conceitos e não se preocupe com as fórmulas e suas origens, pois tudo
será visto e explicado a seu tempo.)
Em seguida, quando entrarmos nas leis ponderais e volumétricas a partir das quais a
Química passou a ser reconhecida como ciência, vamos abandonar temporariamente o uso de
símbolos e fórmulas para que possamos acompanhar o raciocínio dos cientistas que ajudaram a
construir esse conhecimento e, finalmente, entender como as fórmulas foram estabelecidas. (Por
que mesmo a água é H2O?)

Fig. 2 – Água na linguagem do dia a dia.

Fig. 3 – Água na linguagem da Química.

As verdades do verde
Em novembro de 1971, o biólogo alemão Harald Sioli, do Instituto Max Planck,
então fazendo pesquisas na Amazônia, foi entrevistado por um repórter de uma agência
de notícias americanas. O jornalista estava interessado na questão da influência da flo-
resta sobre o planeta, e o pesquisador respondeu com precisão a todas as perguntas que
lhe foram feitas. Mais tarde, porém, ao redigir a entrevista, o repórter acabou cometendo
um erro que ajudaria a criar um dos mais persistentes mitos sobre a floresta amazônica.
Numa de suas respostas, Sioli afirmara que a floresta continha grande porcentagem de
dióxido de carbono (CO2) existente na atmosfera. No entanto, ao transcrever a declara-
GLOSSÁRIO

ção, o jornalista esqueceu a letra C – símbolo do átomo de carbono – da fórmula citada Átomo:
pelo biólogo, que ficou no texto como O2, o símbolo da molécula de oxigênio. a menor partícula que compõe um
A reportagem com o oxigênio no lugar do dióxido de carbono foi publicada elemento químico.
mundo afora e assim, da noite para o dia, a Amazônia se tornou conhecida como
pulmão do mundo.
Porém a floresta amazônica, simplesmente, não é o pulmão do mundo. E o moti-
vo não é difícil de entender. As árvores, arbustos e plantas de pequeno porte, da mesma
forma que os animais, respiram oxigênio durante as 24 horas do dia. Na floresta, a
quantidade desse gás produzida de dia pelas plantas é totalmente absorvida.
PHOTO RESEARCHERS/GETTY IMAGES

Se a Amazônia não é o pulmão do mundo, qual é então? Afinal, o que produziu


FRENTE B
o oxigênio da atmosfera da Terra e ainda mantém os seus níveis praticamente cons-
tantes? A maior parte das teorias afirma que o oxigênio foi originalmente levado à
atmosfera pelo processo da fotossíntese. Portanto, segundo essa hipótese, foram os
vegetais primitivos, as algas e o fitoplâncton – pequenos organismos que vivem, aos
QUÍMICA

milhões, suspensos na água do mar – os responsáveis pela produção e acúmulo do gás


na atmosfera terrestre.
Superinteressante. Disponível em: <http://super.abril.com.br/superarquivo/1989/conteudo_111689.shtml>.
Acesso em: 22 ago. 2014. Adaptado.
Fig. 4 – Foto de satélite que mostra
fitoplânctons verdes no mar Negro.

Mudanças de estado 5
SÍMBOLOS DOS ELEMENTOS
As regras criadas por Berzelius em 1814 e adotadas pela União Internacional de Química Pura e
Aplicada (IUPAC) para a sistematização dos símbolos dos elementos são internacionais.
O nome do elemento químico muda conforme a língua de cada país; o símbolo, porém, é o
mesmo em qualquer parte do mundo.
Cada elemento é representado por uma letra maiúscula, geralmente a inicial de seu nome original
(que pode ser em latim, grego ou outro idioma, conforme consta na tabela periódica). Por exemplo:

Nome em português Nome original Símbolo


Carbono Carbonium C
Flúor Fluor F
Fósforo Phosphorus P
Hidrogênio Hydrogenós H
Nitrogênio Nitrogenós N
Oxigênio Oxis-genós O
Potássio Kalium K
Tungstênio Walfrânio W

No caso de dois ou mais elementos terem o nome iniciado pela mesma letra, é acrescentada uma
segunda letra, minúscula, para fazer a distinção. Por exemplo:

Nome em português Nome original Símbolo


Cálcio Calx Ca
Cádmio Kadmeia Cd
Cério Ceres Ce
Césio Caesius Cs
Prata Argentus Ag
Ouro Aurum Au
Mercúrio Hydrargyrus Hg
Antimônio Stibium Sb
Estanho Stannum Sn

Como toda regra, o sistema de simbologia dos elementos também está sujeito a algumas ex-
ceções, como é o caso do cádmio, cujo símbolo pela lógica deveria ser Ka ou Kd porque vem de
kadmeia (de origem grega e significa ”terra”), mas é Cd.
Esse tipo de detalhe, no entanto, não deve causar preocupação por dois motivos: primeiro
porque os símbolos que já foram estabelecidos não vão mais mudar; segundo, não é necessário
despender tempo para decorar os símbolos dos elementos. O contato frequente com a Química na
sala de aula, na resolução de exercícios ou na leitura do livro certamente levará à memorização dos
mais importantes. Além disso, a tabela periódica pode ser consultada sempre que for necessário para
a resolução de qualquer exercício. O mais importante é saber que:

O símbolo representa um átomo do elemento químico.

Quando precisamos representar uma quantidade maior de átomos, colocamos um número na


frente do símbolo. Por exemplo:
1 átomo de oxigênio: 1 O ou apenas O
2 átomos de oxigênio: 2 O

6 Mudanças de estado
FÓRMULAS DAS SUBSTÂNCIAS
Para indicar as proporções em que os átomos se combinam para formar as substâncias, Berzelius
propôs a adoção de um índice numérico escrito à direita do símbolo.

O índice indica a quantidade de átomos de cada elemento químico em uma molécula


da substância.

Assim, a molécula de gás etano, formada por 2 átomos de carbono e 6 átomos de hidrogênio,
é representada pela fórmula C2H6.
Quando a molécula de uma substância apresenta apenas 1 átomo de determinado elemento
químico, o índice 1 não deve ser escrito.
Por exemplo, a água é formada pela combinação entre 2 átomos de hidrogênio e 1 átomo de oxi-
gênio. Logo, a maneira mais usual de representar a fórmula dessa substância é escrever H2O (e não H2O1).
A tabela a seguir traz outros exemplos de fórmulas de substâncias:

Nome da substância Fórmula

Água H2O
Amônia NH3
Álcool etílico C2H6O
Álcool metílico CH4O
Ácido clorídrico HCl
Ácido sulfúrico H2SO4
Oxigênio O2
Ozônio O3
Nitrogênio N2
Ureia CO(NH2)2
Sacarose C12H22O11

Atualmente, o nome da substância procura evidenciar os elementos de que ela é constituída e


algumas de suas propriedades.
GLOSSÁRIO

A fórmula molecular representa uma molécula da substância.


Molécula:
segundo o conceito de Avogadro,
Portanto: 1 molécula de água 5 1 H2O, ou apenas H2O. molécula é a menor partícula que
Observe que, quando o coeficiente é igual a 1, não é necessário escrevê-lo, embora não esteja compõe uma substância.
errado, e muitas vezes isso facilita a visualização de um processo químico, mas, quando precisamos
representar uma quantidade maior de moléculas, colocamos um número na frente da fórmula. Por
exemplo: 3 moléculas de água 5 3 H2O.
O número que indica a quantidade de moléculas de uma substância é denominado coeficiente.
FRENTE B
O coeficiente indica a quantidade de moléculas de uma substância.

É importante observar a diferença entre coeficiente (número de moléculas) e índice (número


QUÍMICA

de átomos de determinado elemento na molécula). Veja o esquema a seguir.

2 H2O
Coeficiente Índice

Mudanças de estado 7
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 Explique qual a diferença entre as seguintes notações quími- 2 Em relação ao significado das notações químicas, indique a(s)
cas: 2 O, O2, 2 O3 e 3 O2. alternativa(s) correta(s) e dê a soma dos números das opções
escolhidas.
RESOLUÇÃO:
2 O indica que temos 2 átomos de oxi- (01) A notação 2 CO(NH2)2 indica 2 moléculas de uma subs-
gênio isolados. tância (a ureia), com um total de 16 átomos.
O2 representa 1 molécula da substância oxi- (02) A notação 5 N indica 5 moléculas de gás nitrogênio.
gênio formada pela combinação de 2 átomos (04) A notação 3 O3 indica 9 moléculas de oxigênio.
desse elemento.
(08) A notação 4 H3C(CH2)5NH3 indica 4 moléculas, cada uma
2 O 3 indica 2 moléculas da com 16 átomos de hidrogênio, 6 átomos de carbono e
substância ozônio, cada uma 1 átomo de nitrogênio, num total de 92 átomos.
formada pela combinação de
3 átomos de oxigênio. RESOLUÇÃO:
3 O2 indica 3 molé- Resposta: 09. Corretos: 01 e 08.
culas da substância
Item 02: errado, porque a notação 5 N indica 5 átomos de
oxigênio, cada uma
formada pela com- nitrogênio.
binação de 2 átomos Item 04: errado, porque a notação 3 O3 indica 3 moléculas de
desse elemento. gás ozônio.

PARA CONSTRUIR

1 O elemento químico denominado ferro na língua portugue- 2 Para cada uma das notações abaixo, indique: o número de
sa é chamado de iron pelos americanos, hierro pelos espa- moléculas, o número total de átomos em cada molécula, o
nhóis, fer pelos franceses, eisen pelos alemães e assim por número de elementos químicos e o número total de átomos
diante, mas em qualquer lugar do mundo seu símbolo é Fe. de cada elemento químico em uma molécula.
O uso de símbolos torna a Química uma linguagem universal. a) 2 C12H22O11 (molécula de sacarose, açúcar comum)
Para começar a tomar contato com esses símbolos e a lingua- b) 5 N2O4 (molécula de anidrido nitroso-nítrico)
gem química, consulte a tabela periódica e escreva o nome c) 4 SO3 (molécula de trióxido de enxofre)
oficial em português dos elementos químicos cujos símbolos d) 1 C2H4 (molécula de gás eteno, etileno)
são dados a seguir. e) 3 H2O2 (molécula de peróxido de hidrogênio, água oxi-
genada)
a) Cu Cobre
a) 2 moléculas, 45 átomos em 1 molécula, 3 elementos químicos, 12 ato-
b) Cr Cromo
mos de carbono, 22 átomos de hidrogênio e 11 átomos de oxigênio.
c) Pb Chumbo b) 5 moléculas, 6 átomos em 1 molécula, 2 elementos químicos, 2 áto-
d) Tl Tálio mos de nitrogênio e 4 átomos de oxigênio.
e) Ti Titânio c) 4 moléculas, 4 átomos em 1 molécula, 2 elementos químicos, 1 áto-

f ) Na Sódio mo de enxofre e 3 átomos de oxigênio.


d) 1 molécula, 6 átomos em 1 molécula, 2 elementos químicos, 2 áto-
g) S Enxofre
mos de carbono e 4 átomos de hidrogênio.
h) U Urânio
e) 3 moléculas, 4 átomos em 1 molécula, 2 elementos químicos, 2 áto-
i) Hg Mercúrio
mos de hidrogênio e 2 átomos de oxigênio.
J) Kr Criptônio

k) Mo Molibdênio

l) V Vanádio

8 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 Os nomes dos elementos ítrio, térbio, érbio e itérbio foram da- 1 Utilizando os símbolos dos elementos, faça as representa-
dos em homenagem à cidade de Ytterby, situada no arquipéla- ções pedidas a seguir:
go de Estocolmo, onde há uma mina de feldspato. Nela foram a) Um átomo de oxigênio.
encontrados pela primeira vez minérios contendo os elemen- b) Quatro moléculas de gás oxigênio.
tos classificados como terras raras. O nome – terras raras – foi c) Duas moléculas de gás ozônio.
dado numa época em que se pensava que esses elementos d) Três moléculas de água.
eram extremamente escassos. Mais tarde, observou-se que e) Três átomos de nitrogênio.
eles não eram tão raros assim, e o nome, que ficou inadequa-
f ) Cinco moléculas de gás carbônico.
do, permaneceu por hábito. Os símbolos dos elementos ítrio,
g) Oito átomos de enxofre.
térbio, érbio e itérbio são:
a) I, Te, Er, It. d) Y, Tb, Er, Yb. 2 (ESCS-DF – Adaptada)
b) Y, Te, Er, Yt. e) It, Tb, Eb, Yt. Os pesquisadores alertam que os metais dos quais as pane-
c) Yt, Tb, Eb, Yb. las são feitas podem causar intoxicações, anemia, distúrbios
gástricos e até expor os usuários a substâncias cancerígenas.
2 Consulte a tabela periódica e escreva o símbolo dos elemen- Pesquisas mostram que o excesso de alumínio no corpo pode
tos químicos cujos nomes em português são dados a seguir. induzir a estados de demência, panelas deste metal devem ser
a) Ouro utilizadas para cozimentos rápidos. O cobre em excesso pode
b) Prata originar leucemia e câncer do intestino, embora sua falta possa
c) Estanho levar a doenças respiratórias, as panelas deste metal devem ser
d) Antimônio revestidas com uma camada protetora de titânio. Até mesmo
e) Estrôncio revestimentos de níquel ou de material antiaderente apresen-
f ) Bismuto tam riscos para a saúde. De um modo geral, as panelas de ferro
fundido são as melhores para a saúde, pois liberam o nutriente
3 (UFSC) Cada elemento químico tem associado ao seu nome na comida e ajudam a suprir as necessidades do organismo,
um símbolo que o representa. Escolha a(s) opção(ões) que mas não são boas para quem tem colesterol alto. As panelas
associa(m) corretamente nomes e símbolos. Indique a soma de inox são bastante seguras, porque o material não se oxida e
dos números das opções escolhidas. não libera o metal na comida, dizem alguns pesquisadores.
(01) S 5 enxofre, F 5 flúor Disponível em: <http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/panela-mal-
(02) Ag 5 prata, O 5 oxigênio conservada-perigo-para-saude-2786586>. Acesso em: 26 ago. 2014.
(04) Pb 5 chumbo, Po 5 potássio Escreva o nome e o símbolo dos elementos químicos citados
(08) C 5 carbono, Au 5 ouro no texto acima.
(16) N 5 nitrogênio, H 5 hélio
3 Água no interior da Bahia está contaminada com urânio
(32) Fe 5 ferro, Na 5 sódio
Em meio à secura do sertão, moradores têm de escolher en-
(64) Hg 5 mercúrio, P 5 polônio
tre passar sede ou arriscar a saúde. Ao todo, 22 pontos de
4 Considere as afirmações abaixo sobre a molécula de nicotina, abastecimento foram examinados por técnicos do governo
de fórmula C10H4N2. Indique a(s) correta(s) e dê a soma dos da Bahia. Os resultados comprovaram que oito deles estão
números das opções escolhidas. contaminados, inclusive um poço de uma comunidade rural.
O nível de radiação encontrado na água foi sete vezes maior
(01) A fórmula indica que cada molécula de nicotina é forma-
que o tolerado pela Organização Mundial de Saúde. As fontes
FRENTE B
da por 10 átomos de carbono, 4 átomos de hidrogênio
contaminadas ficam perto da mina de urânio das Indústrias
e 2 átomos de nitrogênio.
Nucleares do Brasil (INB).
(02) Duas moléculas de nicotina possuem 4 átomos de ni-
Disponível em: <http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1502993-
trogênio. 16020,00-AGUA+NO+INTERIOR+DA+BAHIA+ESTA+CONTAMINADA+
QUÍMICA

(04) Vinte moléculas de nicotina possuem 20 átomos de carbono. COM+URANIO.html>. Acesso: em: 26 ago. 2014. Adaptado.
(08) Dez moléculas de nicotina possuem 40 átomos de Escreva o símbolo do elemento químico responsável pela
hidrogênio. contaminação da água no sudoeste da Bahia e discuta com
(16) Cinco moléculas de nicotina possuem 80 átomos no total. seus colegas se essa contaminação poderia ter sido evitada.

Mudanças de estado 9
CAPÍTULO

2 Substâncias simples e
compostas

Objetivos:
EQUAÇÃO QUÍMICA
c Compreender o As transformações ou reações químicas são representadas por uma equação química.
significado de uma
Quando escrevemos uma equação química, relacionamos primeiro as substâncias que
equação química na
reagem ou reagentes (substâncias que sofrem a transformação), separadas por um sinal de
representação de um
fenômeno.
adição. Em seguida, colocamos uma seta que indica que ocorreu uma transformação e, por
último, relacionamos as substâncias obtidas a partir da transformação dos reagentes, ou seja,
c Aprender a classificar os produtos.
uma equação química
em síntese ou análise. Reagente(s) → Produto(s)

c Estabelecer a diferença Uma transformação ou reação química pode ocorrer com um, dois ou vários reagentes, e os
entre substância produtos formados também podem variar entre um, dois ou mais produtos. Exemplos:
simples e substância
carbonato de cálcio → óxido de cálcio 1 gás carbônico
composta.
CaCO3(s) → CaO(s) 1 CO2(g)
carbono grafita 1 oxigênio → gás carbônico
C(s) 1 O2(g) → CO2(s)

TOME NOTA
A equação química também pode fornecer, por meio de símbolos, outras informações
sobre o desenvolvimento de uma transformação, por exemplo, o tipo de energia necessária
(calor, luz, eletricidade) para que o fenômeno ocorresse. Nesse caso, a equação é denominada
termoquímica e os símbolos utilizados são os seguintes:
Calor: Δ
Luz: λ
Eletricidade: i
Assim, por exemplo, poderíamos escrever:
2 NaCl(l) → 2 Na(s) 1 1 Cl2(g)
cloreto de sódio → sódio metálico 1 cloro gasoso
Note ainda que os símbolos ao lado das fórmulas das substâncias indicam o estado de
agregação em que elas se encontram:
(s): sólido;
(l): líquido;
(g): gasoso;
(col.): coloidal;
(conc.): concentrado;
(aq): dissolvido em meio aquoso;
(ppt): precipitado ou depositado no fundo do recipiente.

10 Mudanças de estado
CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES QUÍMICAS
As reações químicas podem ser classificadas de diversos modos, geralmente utilizando como
parâmetro os tipos de substâncias que reagem e que são produzidas.
Vamos começar estudando dois tipos de reações muito exploradas pelos cientistas que cons-
truíram o conhecimento da Química e que levaram a uma primeira classificação das substâncias.

Reações de síntese ou composição


São aquelas que ocorrem quando duas ou mais substâncias sofrem uma transformação origi-
nando uma única substância diferente, geralmente com liberação de energia.
Veja a seguir alguns exemplos comuns desse tipo de reação.
Reação que pode ocorrer na atmosfera durante as chuvas:
água 1 trióxido de enxofre → ácido sulfúrico
H2O(l) 1 SO3(g) → H2SO4(g)
GARI WYN WILLIAMS/ALAMY/GLOW IMAGES

Fig. 1 – Em cidades altamente urbanizadas


ou em parques industriais, onde a poluição
atmosférica é alta, o trióxido de enxofre pode
reagir com a água da chuva por meio de um
mecanismo complexo (a equação acima é
simplificada) formando ácido sulfúrico, o que
torna a chuva bastante ácida e prejudicial
aos seres vivos e ao patrimônio (como os
monumentos históricos feitos de mármore
e as estruturas de ferro, por exemplo, que
sofrem forte corrosão).

Reação de combustão completa do carbono grafita:


carbono grafita 1 oxigênio → gás carbônico
C(s) 1 O2(g) → CO2(s)
ELINA/SHUTTERSTOCK

Fig. 2 – A foto mostra a queima do carvão


(carbono impuro). O carbono grafita é
considerado um material nobre e não há
FRENTE B
interesse na sua queima em larga escala.
É constituído de carbono puro e, por isso,
destinado a outros fins, como a lubrificação
de peças metálicas, a confecção de lápis ou
de eletrodos de pilhas para a condução de
QUÍMICA

corrente elétrica.

Reação que ocorre no preparo da cal hidratada utilizada para pintar uma parede (caiação):
óxido de cálcio 1 água → hidróxido de cálcio
CaO(s) 1 H2O(l) → Ca(OH)2(s)

Mudanças de estado 11
Reações de análise ou decomposição
As reações de análise ou decomposição ocorrem quando uma única substância sofre uma
reação química formando duas ou mais substâncias diferentes.
Veja a seguir alguns exemplos comuns desse tipo de reação.
Pirólise
Reação na qual a quebra (lise) da substância é provocada pelo aquecimento ou fogo (piro).
É indicada pela letra grega delta (Δ), colocada em cima (ou embaixo) da seta.

carbonato de cálcio → óxido de cálcio 1 gás carbônico

CaCO3(s) → CaO(s) 1 CO2(g)
Fotólise
Reação na qual a quebra (lise) da substância é provocada pela luz (foto). É indicada pela letra
grega lambda (λ), colocada em cima (ou embaixo) da seta.
λ
peróxido de hidrogênio oxigênio 1 água
λ
2 H2O2(l) 1 O2(g) 1 2 H2O(l)
Eletrólise
Projeto de Pesquisa Reação na qual a quebra (lise) da substância é provocada pela passagem de corrente elétrica
(eletro). É indicada pela letra i colocada em cima (ou embaixo) da seta.
Acesse o Material Complemen-
tar disponível no Portal e apro- água 
i
→ gás hidrogênio 1 gás oxigênio
funde-se no assunto.
2 H2O(l) 
i
→ 2 H2(g) 1 1 O2(g)

CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS


O estudo das reações químicas levou a uma primeira classificação das substâncias em simples
e compostas.
Com o tempo essa classificação foi revista e corrigida e outros critérios mais precisos foram
adotados, mas a essência do raciocínio original continua válida.
Os cientistas observaram experimentalmente que as reações de análise ou decomposição
não ocorriam com qualquer substância. Muitas não podiam ser decompostas formando novas
substâncias.
Com base nesse fenômeno, estabeleceu-se a seguinte classificação das substâncias:

Substâncias simples
Substâncias simples são aquelas que não podem sofrer reação de análise ou decomposição
formando novas substâncias.
Exemplos: carbono grafita, gás hidrogênio, gás oxigênio, sódio metálico, gás cloro, etc.
C(s) → não sofre reação de análise
Carbono grafita

H (s) → não sofre reação de análise


2
Gás hidrogênio

O (s) → não sofre reação de análise


2
Gás oxigênio

Na(s) → não sofre reação de análise


Sódio metálico

Cl (s) → não sofre reação de análise


2
Gás cloro

12 Mudanças de estado
Substâncias compostas
Substâncias compostas são aquelas que podem sofrer reação de análise ou decomposição.
Exemplos: carbonato de cálcio, nitrito de amônio, água.

CaCO (s) 3 CaO(s) 1 CO2 (g)
Carbonato de cálcio


2 CaO(s) → 2 Ca(s) 1 O2 (g)
Óxido de cálcio


CO (s) 
2 → C(s) 1 O2 (g)
Gás carbônico


1 NH4NO2 (s) → 2 H2 O(l) 1 1 N2 (g)
Nitrito de amônio

i
H2O(l) 2 H2(g) 1 1 O2(g)
Água

As substâncias compostas normalmente são chamadas apenas de compostos ou compostos


químicos.

As teorias se modificam

REPRODUÇÃO/MUSEU TEYLERS, HAARLEM, HOLANDA.


Por que foi necessário adotar outro critério para classificar as substâncias? Porque,
quando o ozônio foi descoberto em 1785 pelo químico holandês Martinus van Marum
(1750-1837), ele percebeu que se tratava de uma substância simples, O3(g), que ao se de-
compor forma outra substância simples, o oxigênio, O2(g).
2 O3(g) → 3 O2(g)
A classificação que acabamos de estudar foi formulada por volta de 1773, numa época
em que os cientistas ainda não tinham conhecimento desse fenômeno. Por isso, é impor-
tante estar atento ao fato de que a Química é uma ciência experimental e em constante
evolução.
Tudo o que estudamos se baseia no que conhecemos hoje, em nosso estágio atual
de desenvolvimento. Talvez amanhã uma nova descoberta coloque “em xeque” esse co-
nhecimento, obrigando-nos a rever conceitos que acreditávamos serem imutáveis. FIg. 3 – Martinus van Marum (1750-1837),
Na realidade, isso já ocorreu várias vezes na Química, e pode ocorrer novamente. químico que descobriu o ozônio.

ELEMENTOS QUÍMICOS
A diferenciação inicial entre substância simples e composta levou os cientistas à seguinte conclusão:
As substâncias compostas são constituídas de dois ou mais elementos químicos diferentes,
já que, por reações sucessivas de decomposição, acabam produzindo substâncias simples diferentes.
As substâncias simples, por sua vez, seriam constituídas de um único elemento químico.
Observe os exemplos a seguir:
A água, H2O, substância composta, possui dois elementos diferentes, o hidrogênio, H, e o oxigênio, O.
O carbonato de cálcio, CaCO3, substância composta, possui três elementos diferentes, o cálcio, Ca,

FRENTE B
o carbono, C, e o oxigênio, O.
O hidrogênio, H2, substância simples, possui apenas o elemento químico hidrogênio, H.
O ozônio, O3, substância simples, possui somente o elemento químico oxigênio, O.
Concluímos, então, que os elementos químicos são os constituintes básicos de todas as
QUÍMICA

substâncias.

Note que muitas vezes o nome da substância simples é igual ao nome do elemento quí-
mico do qual ela é formada.

Mudanças de estado 13
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Classifique as reações a seguir em síntese (composição) ou RESOLUÇÃO:


decomposição (análise) e classifique as substâncias reagen- a) Reação de síntese, pois duas substâncias diferentes rea-
tes e produtos em simples ou compostas. gem para formar uma única substância. SO3(g): substância
composta; H2O(l): substância composta; e H2SO4(aq): subs-
a) trióxido de enxofre 1 água → ácido sulfúrico
tância composta.
SO3(g) 1 H2O(l) → H2SO4(aq) b) Reação de decomposição, pois uma única substância se trans-
b) sulfeto de magnésio → enxofre + magnésio forma em duas outras diferentes. MgS(s): substância compos-
8 MgS(s) → 8 Mg(s) 1 1 S8(s) ta; Mg(s): substância simples; e S8(s): substância simples.

PARA CONSTRUIR

1 Com base no que vimos na teoria, classifique as reações re- 2 Em relação às reações de síntese e de análise, assinale as afir-
lacionadas a seguir em síntese (composição) ou decomposi- mações corretas. A resposta deve ser igual à soma dos núme-
ção (análise) e indique o que significam os sinais em cima das ros das alternativas assinaladas.
setas. Justifique sua resposta.

a) nitrato de amônio → água 1 gás hilariante (01) Numa reação de síntese, duas substâncias distintas rea-
NH4NO3(s) ∆
→ 2 H2O(l) 1 N2O(g) gem formando um único produto. Essas reações podem
ocorrer com liberação de energia.
b) óxido de sódio 1 água → hidróxido de sódio
(02) A análise pode ser considerada um processo de identi-
Na2O(s) 1 H2O(l) → NaOH(s) ficação e determinação dos elementos que formam um
c) cloreto de sódio → sódio metálico 1 gás cloro
i composto.
NaCl(s) 
i
→ Na(s) 1 Cl2(g) (04) Nas reações de análise, uma única substância recebe
energia (térmica, luminosa, elétrica) e se transforma em
d) perclorato duas ou mais substâncias diferentes.

de potássio → cloreto de potássio 1oxigênio

(08) As reações de análise podem ocorrer com absorção de
KClO4(s) → KCl(s) 1 O2(g) energia.
e) cloreto de prata λ
prata metálica 1 gás cloro (16) As substâncias compostas podem sofrer reação de análi-
AgCl(s) λ
Ag(s) 1 Cl2(g) se, mas não podem sofrer reação de síntese.
(32) Hoje sabemos que, em determinadas condições, o ozô-
a) Reação de decomposição. O sinal delta (Δ) colocado em cima nio sofre reação de decomposição formando oxigênio.
(ou embaixo) da seta indica que a decomposição é feita por meio Isso significa que o ozônio é uma substância composta.
de aquecimento ou pirólise. São corretos os itens: 01, 02, 04 e 08. Resposta: 15.
b) Reação de síntese. Duas substâncias diferentes reagem para O item 08 está certo, pois muitas reações de análise ocorrem com
formar uma única substância. absorção de energia, embora algumas ocorram com liberação de
c) Reação de decomposição. O sinal i colocado em cima (ou embaixo) energia, como a reação:
da seta indica que a decomposição ocorre por eletrólise (quebra iodeto de hidrogênio → iodo 1 hidrogênio
pela passagem de corrente elétrica). O item 16 está errado, pois algumas substâncias compostas sofrem
d) Reação de decomposição. O sinal delta (Δ) colocado em cima reação de síntese, por exemplo:
(ou embaixo) da seta indica que a decomposição é feita por meio óxido de cálcio 1 água → hidróxido de cálcio
de aquecimento ou pirólise (quebra pelo fogo). O item 32 está errado. De fato, o ozônio pode sofrer reação de decom-
e) Reação de decomposição. O sinal λ colocado em cima (ou embaixo) posição formando oxigênio, mas o ozônio é uma substância simples.
da seta indica que a decomposição ocorre pela ação da luz.

14 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 A seguir são fornecidas algumas equações de reações quími- 1 (Ufac) Com relação às substâncias O2, H2, H2O, Pb, CO2, O3,
cas. A esse respeito, indique a alternativa falsa. CaO e S8, podemos afirmar que:
I. Cloreto de prata → Prata metálica 1 Cloro a) todas são substâncias simples.
II. Sódio metálico 1 Gás oxigênio → Óxido de sódio b) somente O2, H2 e O3 são substâncias simples.
III. Óxido de cálcio 1 Água → Hidróxido de cálcio c) todas são substâncias compostas.
IV. Óxido de alumínio → Alumínio metálico 1 Oxigênio d) somente CO2, CaO e S8 são substâncias compostas.
V. Gás carbônico → Monóxido de carbono 1 Oxigênio e) as substâncias O2, H2, Pb, O3 e S8 são simples.
a) As reações I, IV e V representam uma análise química.
b) A reação I é uma fotólise. 2 (Mack-SP) O número de substâncias simples com atomicida-
c) A reação III ocorre com grande liberação de calor. de par entre as substâncias relacionadas a seguir, O3, H2O2, P4,
d) As reações II e III representam uma composição química. I2, C2H4, CO2 e He é:
e) Os produtos das reações de análise são sempre substân- a) 5 c) 3 e) 1
cias simples. b) 4 d) 2
2 Classifique as substâncias relacionadas nos itens a seguir em 3 (PUC-MG) Considere os experimentos equacionados:
simples ou compostas e indique o número de elementos
I. Água → Gás hidrogênio 1 Gás oxigênio
químicos que elas possuem. ∆
II. Gelo  → Água líquida
a) Sulfeto de sódio, Na2S(s) ∆
III. Papel  → Gás carbônico 1 Água
b) Zinco, Zn(s) ∆
IV. Iodo sólido  → Iodo gasoso
c) Ferricianeto de sódio, Na3[Fe(CN)6]3
V. Vinho → Vinagre
d) Cloro, Cl2(g)
e) Óxido de ferro II, FeO(s) VI. Barra de ferro → Ferrugem
f) Ácido fosfórico, HP3O4(s) Assinale os experimentos que representam fenômenos quí-
g) Ferro metálico, Fe(s) micos.
a) I, II, III e IV. c) II, III, V e VI.
3 (ITA-SP) Assinale a alternativa ERRADA:
b) I, III, V e VI. d) I, IV, V e VI.
a) Tanto oxigênio gasoso como ozônio gasoso são exem-
plos de substâncias simples. 4 É comum, inclusive entre os químicos, o uso da expressão
b) Um sistema monofásico tanto pode ser substância pura “substância pura e substância impura”. Acerca desse fato, aná-
quanto uma solução. lise as afirmações abaixo e indique se são verdadeiras (V) ou
c) Existem tanto soluções gasosas, como líquidas, como ain- falsas (F):
da soluções sólidas. ( ) As expressões são corretas porque uma substância
d) Substância pura é aquela que não pode ser decomposta pode ser pura ou impura, dependendo de como suas
em outras mais simples. propriedades variam.
e) No ar atmosférico encontramos substâncias simples e ( ) É muito raro encontrar ”substâncias puras” na natureza.
substâncias compostas. Em geral, os materiais se apresentam na forma de mis-
4 (Unisa-SP) Em qual das sequências abaixo estão representa- turas ou de ”substâncias impuras”.
dos um elemento, uma substância simples e uma substância ( ) A expressão ”substância pura” é redundante porque se
composta, respectivamente? um material não é formado de uma única substância,
a) H2, Cl2, O2 c) H2, HI, He e) Cl, N2, HI portanto, puro, esse material é classificado como mistura. FRENTE B
b) H2, Ne, H2O d) H2O, O2, H2 ( ) Somente as ”substâncias puras” possuem todas as proprie-
5 (PUC-SP) O conceito de elemento químico está mais relacio- dades químicas, físicas e de grupo constantes e invariáveis.
QUÍMICA

nado com a ideia de: ( ) A expressão “substância impura” refere-se a um material


a) átomo. d) substância pura. formado de duas ou mais substâncias (mistura), em que
b) molécula. e) substância natural. a principal delas aparece numa porcentagem superior
c) íon. (. 90%) em relação à(s) outra(s).

Mudanças de estado 15
CAPÍTULO

3 Leis ponderais: Lavoisier

Objetivos:
CONSERVAÇÃO DA MASSA
c Compreender que a O fenômeno da combustão foi muito pesquisado durante o século XVII e início do XVIII.
massa se conserva Foi estudando a combustão que os cientistas concluíram o que conhecemos hoje como leis
em qualquer ponderais, ou seja, generalizações que ocorrem sem restrição referentes à massa das substâncias
transformação química participantes de uma reação.
feita em recipiente A combustão (queima) é uma reação química que ocorre entre um material combustível (ma-
fechado. terial inflamável), como álcool etílico, gasolina, óleo diesel, madeira, papel, etc., e um comburente,
c Reconhecer que as geralmente o oxigênio, na presença de energia (calor).
reações químicas são
rearranjos de átomos combustível 1 comburente 1 calor (X) → produto da combustão 1 calor (Y) (Y . X)
formando novas
substâncias.
A oxidação de um metal (como o enferrujamento do ferro, por exemplo) também pode ser
considerada uma combustão lenta.

GETTY IMAGES/PANORAMIC IMAGES


ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA
el

Co
tív

mb
us
mb

ur

Fig. 1 – O fogo começa quando as três


en
Co

te

partes do “triângulo” – combustível,


comburente (oxigênio) e calor – se
juntam e termina quando uma dessas Calor
partes é removida.
DE2MARCO/SHUTTERSTOCK

Fig. 2 – Pregos enferrujados devido à oxidação. Fig. 3 – Incêndio em floresta nos Estados Unidos.

Apesar de as combustões normalmente necessitarem de algum tipo de energia para serem


desencadeadas, elas são reações que liberam muita energia, ou seja, a energia liberada em uma com-
bustão é muito maior do que aquela necessária para dar início ao processo.

16 Mudanças de estado
Lei da conservação da massa de Lavoisier
O trabalho do químico francês Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794) era essencialmente
experimental. Ele realizava reações químicas em ambiente fechado e, com o uso de balanças de alta
precisão para a época, observava e anotava a soma das massas dos reagentes e a soma das massas
dos produtos envolvidos nas reações.
Esses experimentos o levaram a observar uma importante regularidade envolvendo a massa das
substâncias participantes de uma reação química, conforme mostram os resultados quantitativos
descritos a seguir (feitos em recipiente fechado):
grafita 1 oxigênio → gás carbônico
C(grafita) 1 O2(g) → CO2(g)
3g 1 8g 5 11 g
hidrogênio 1 oxigênio → água
H2(g) 1 O2(g) → H2O
1g 1 8g 5 9g
mercúrio metálico 1 oxigênio → óxido de mercúrio II
Hg(l) 1 O2(g) → HgO
100,5 g 1 8,0 g 5 108,5 g
Utilizando o mercúrio, Lavoisier demonstrou que, quando um metal sofre corrosão em um
recipiente fechado, o ganho resultante de massa é compensado por uma perda correspondente, em
massa, do ar no recipiente.
Para chegar a essa conclusão, Lavoisier montou o seguinte experimento (fig. 4): colocou mercúrio
metálico numa retorta com tubo longo e recurvado (A), de modo que o tubo da retorta alcançasse
uma redoma (com ar) colocada sobre uma pequena cuba de vidro, na qual também havia mercúrio.
Aqueceu, então, a retorta em um forno, de modo que provocasse a calcinação do mercúrio.

O nível de mercúrio
na redoma sobe, ocupando
o espaço do ar
A (na realidade, oxigênio) que
Retorta Óxido de
Redoma contendo reagiu na retorta.
contendo mercúrio II
mercúrio ar e mercúrio

ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA


Cuba contendo
mercúrio

Forno Forno

Fig. 4 – O nível de mercúrio na redoma sobe, ocupando o espaço do ar.

FRENTE B
Esse procedimento formou óxido de mercúrio II, um pó vermelho que aderia às paredes da
retorta, ao passo que o ar contido na redoma diminuía de volume, reduzindo-se, ao fim do experi-
mento, a quatro quintos do volume inicial. O mercúrio, portanto, combinou-se com “algo” presente
QUÍMICA

no ar para formar o óxido de mercúrio II, o pó vermelho que se acumulou na retorta.


Lavoisier pôde observar que a “quantidade de ar” na redoma diminuiu porque o mercúrio
contido na cuba de vidro subiu pela redoma para ocupar o lugar da parte do ar que foi consu-
mido por causa da diminuição de pressão dentro da redoma em relação à pressão atmosférica
(externa).

Mudanças de estado 17
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA
Oxigênio
(0,19 g)

Óxido de
mercúrio
Mercúrio
(2,38 g)
(2,19 g)

Fig. 5 – A balança mostra


que a soma das massas das
substâncias que reagiram é igual
à massa da substância formada.

Como Lavoisier verificou experimentalmente que essa regularidade ocorria sem restrições, ela
se tornou uma lei cujo enunciado é:

Qualquer transformação química feita em recipiente fechado, a soma das massas dos
reagentes é igual à soma das massas dos produtos.

Continuando as análises quantitativas de várias substâncias, principalmente por meio de reações


de síntese e de decomposição, Lavoisier chegou ainda a uma complementação fundamental da lei
da conservação da massa.
Na época (século XVIII),
entendia-se por elemento quí- Nas reações químicas, não é apenas a massa das substâncias envolvidas que se conserva,
mico, ou simplesmente elemen- mas também a massa dos elementos que constituem as substâncias permanece constante.
to, qualquer substância que não
sofresse decomposição (subs-
tância simples). Isso significa que, nas reações químicas, os elementos não se transformam uns nos outros, ape-
nas se reagrupam de outra forma.

A descoberta do oxigênio
No século XVIII, o ar atmosférico era considerado uma substância. Joseph Priestley (1733-
-1804) conseguiu demonstrar que essa concepção era falsa.
Em 1o de agosto de 1774, Priestley aqueceu óxido de mercúrio II e observou que
ocorria desprendimento de um gás desconhecido, capaz de avivar a combustão. Mais tar-
de, tentou verificar se ele era respirável submetendo alguns animais a um ambiente reple-
to desse gás. Os animais continuaram vivos. Depois, separou dois ratos, colocou um de-
les sob uma campânula que continha ar atmosférico e o outro sob uma campânula com
o gás desconhecido. Verificou que o primeiro rato logo perdia os sentidos, mas o segun-
do continuava bem por muito tempo. Concluiu, então, que alguma coisa mudava no ar,
GLOSSÁRIO

por causa da respiração do animal, e atribuiu essa mudança ao gás desconhecido (que
Campânula:
Lavoisier chamaria de oxigênio).
vaso de metal ou de vidro, em forma
de sino, utilizado comumente nos tes- Ele ainda supôs que o novo gás se encontrava presente na atmosfera, que, portanto,
tes de baixa pressão em laboratórios. deveria ser composta de uma mistura de gases.

18 Mudanças de estado
BIOGRAFIA

Antoine Laurent de Lavoisier nasceu em Paris, em 26 de agosto de 1743. Filho de uma família
rica, logo cedo ficou órfão de mãe e foi educado pelo pai e pela tia, que o encaminharam ao
Colégio Mazzarino para que estudasse Direito. A universidade despertou seu interesse pelas
ciências e o desviou da área jurídica.
Aos 22 anos, obteve o primeiro prêmio de sua carreira: uma medalha de ouro oferecida pela
Academia de Ciências, por seu projeto para a iluminação das ruas de Paris. Com apenas 25 anos
de idade, tornou-se membro da Academia Real de Ciências de Paris.
Para custear suas pesquisas, fez um investimento rendoso, mas que viria a lhe custar a vida:
comprou ações da Ferme Générale, uma sociedade que tinha o direito de cobrar os impostos.
Apenas uma cota fixa dessas ações era para o rei, o resto ficava para a cobrança e o lucro dos
acionistas.
Aos 26 anos, Lavoisier conheceu Marie-Anne Pierrette Paulze (1758-1836), com quem se casou
quando ela tinha apenas 13 anos. Ele supervisionou pessoalmente a educação da mulher
em latim e em inglês, para que ela pudesse auxiliá-lo na tradução de trabalhos científicos e
filosóficos.
Em 1775, Lavoisier foi indicado para inspetor da pólvora, mudando para uma casa em Arsenal,
distrito parisiense onde se fabricavam armas.
Trabalhando em Arsenal, ele descobriu um modo de sintetizar o salitre (nitrato de potássio)
e desenvolveu o processo industrial necessário para assegurar o abastecimento do produto
independentemente de sua ocorrência natural. Até então a pólvora era fabricada com salitre
raspado das paredes das adegas de vinho e, a julgar pelas guerras que ajudou a ganhar, é de
supor que esse suprimento, embora primitivo, fosse relativamente abundante. Para o Estado,
esse avanço teve seu preço: aboliu o motivo que lhe outorgava o direito de revistar as adegas
dos franceses.
Em 1789, Lavoisier lançou seu Tratado Elementar de Química, apresentando pela primeira vez a
nomenclatura moderna, longe da obscura linguagem característica da alquimia. Nessa obra, ele
relacionou 33 elementos (na realidade, substâncias) conhecidos. A luz e o calor foram considera-
dos elementos e entraram na relação. Nesse mesmo ano, teve início a Revolução Francesa, que
derrubou a ordem política existente (feudalismo e monarquia).
Os membros da Ferme Générale foram colocados entre os primeiros da lista de “inimigos do povo”,
acusados de peculato (corrupção) e presos por não terem prestado contas de suas atividades.
Os cientistas de toda a Europa, temendo pela vida de Lavoisier, enviaram uma petição aos juí-
zes para que o poupassem em respeito a seu valor científico. Coffinhal, presiden-
te do tribunal, recusou o pedido com uma frase equívoca que se tornou
famosa: “A França não precisa de cientistas”.
Assim, a acusação passou de peculato para traição e Lavoisier foi gui-
GEORGIOS KOLLIDAS/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES

lhotinado em 18 de maio de 1794. Suas propriedades foram confis-


cadas e sua esposa foi presa. Mais tarde, Marie-Anne foi libertada,
recuperou as propriedades e publicou em 1805 a obra Memórias
de Química, com o nome do marido, baseada em anotações dos
trabalhos que ele realizou.
Ao matemático Joseph Louis Lagrange (1736-1813) atribui-se

FRENTE B
outra frase famosa: “Não bastará um século para produzir uma
cabeça igual à que se fez cair num segundo”. QUÍMICA

Antoine Laurent de Lavoisier

Mudanças de estado 19
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(Fuvest-SP) Os pratos A e B de uma balança foram equilibra- d) A acima de B A abaixo de B


dos com um pedaço de papel em cada prato e efetuou-se a e) A abaixo de B A e B no mesmo nível
combustão apenas do material contido no prato A. Esse pro-
cedimento foi repetido com palha de aço em lugar do papel. RESOLUÇÃO:

Após cada combustão observou-se: Quando o papel é queimado, formam-se gás carbônico e
vapor de água, que abandonam o sistema (que é aberto), fa-
zendo o prato A ficar mais leve que o B (A acima de B).
Δ
A B A B Papel ⎯⎯⎯⎯→ Gás carbônico  1 Água

Quando a palha de aço é queimada, formam-se óxidos de


ferro que permanecem no sistema, fazendo o prato A ficar
Com papel Com palha de aço
mais pesado que o B (A abaixo de B).
a) A e B no mesmo nível A e B no mesmo nível Δ
Palha de aço ⎯⎯⎯⎯→ Óxidos de ferro ↓
b) A abaixo de B A abaixo de B
c) A acima de B A acima de B Alternativa d.

PARA CONSTRUIR

1 (Furg-RS – Adaptada) Assinale a alternativa correta para a a) O texto anterior relata um processo de separação de mis-
seguinte pergunta: Um pedaço de magnésio ficará mais ou turas. Dê o nome desse processo e explique que tipo de
menos “pesado” após sua queima? c mistura ele permite separar.
a) Mais, pois o metal sofre uma alteração que o deixa tal O texto se refere ao processo de separação de misturas
como “adormecido”. chamado filtração. A filtração é comumente empregada para
b) Menos, pois uma parte do metal é liberada durante a separar misturas heterogêneas do tipo sólido-líquido ou
queima completa dele. sólido-gás.
c) Mais, pois o oxigênio é incorporado formando um com-
posto com o metal.
d) Menos, pois uma parte da massa se transforma em ener-
gia, segundo Einstein.
e) Nem mais nem menos – a massa não sofre alteração
numa transformação química, segundo Lavoisier.
Justifique a alternativa escolhida.
b) A desinfecção da água é realizada por sete máquinas que
Ao ser queimado, o magnésio metálico se combina com transformam o gás oxigênio puro em ozônio. Cada má-
o oxigênio do ar formando óxido de magnésio. O óxido de quina é capaz de produzir cerca de 240 g de ozônio por
magnésio, por ter incorporado o oxigênio, tem massa maior que hora. Considerando-se essas informações, qual a massa
de gás oxigênio consumida por hora no tratamento da
o magnésio metálico.
água do complexo?
A reação de transformação do oxigênio em ozônio pode ser
equacionada por: 3 O2(g) → 2 O3(g). Para obter 240 g de ozônio por
2 (Unicamp-SP) As provas de natação da Olimpíada de Beijing hora, o consumo de oxigênio deve ocorrer na mesma velocidade:
foram realizadas no complexo aquático denominado “Water 240 g de oxigênio por hora.
Cube”. O volume de água de 16 000 m3 desse conjunto passa
por um duplo sistema de filtração e recebe um tratamento
de desinfecção, o que permite a recuperação quase total da
água. Além disso, um sistema de ventilação permite a elimi-
nação de traços de aromas das superfícies aquáticas.

20 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

Por exemplo, alguns grupos indígenas norte-americanos


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
utilizavam códigos com fumaça produzida pela queima de
1 (UFCG-PB) Algumas teorias da Química foram estabelecidas madeira para se comunicarem a distância. A fumaça é visível
no final do século XVIII e início do século XIX. Suas formula- devido à dispersão da luz que sobre ela incide.
ções se deveram a observações de fenômenos experimentais a) Considerando que a fumaça seja constituída pelo con-
após um grande número de repetições de reações químicas, junto de substâncias emitidas no processo de queima da
nas quais eram pesados ou medidos os volumes das substân- madeira, quantos “estados da matéria” ali comparecem?
cias que participavam dessas reações. A reprodução de um
Justifique.
desses experimentos está representada no esquema abaixo.
b) Pesar a fumaça é difícil, porém, “para se determinar a
massa de fumaça na queima de uma certa quantidade

ARQUIVO DA EDITORA
de madeira, basta subtrair a massa de cinzas da massa

ALEX ARGOZINO/
inicial de madeira”. Você concorda com a afirmação que
200 g está entre aspas? Responda sim ou não e justifique.

Solução de Solução de
Sistema inicial 2 Na tabela estão descritas algumas reações de síntese (sem
cloreto de nitrato de
sódio prata
Solução de nitrato excesso de reagentes). Com base na lei de Lavoisier, indique
de sódio
os valores das massas que substituiriam corretamente as le-
tras A, B, C, D, E e F nessas reações.

Reagente I 1 Reagente II → Produto


Cloreto de prata A g de C(grafita) 1 96 g de O2(g) → 132 g de CO2(g)
Mistura sólido
12 g de H2(g) 1 B g de N2(g) → 68 g de NH3(g)
80 g de Ca(s) 1 C g de O2(g) → 112 g de CaO(s)
448 g de Fe(s) 1 256 g de S8(s) → D g de FeS(s)
200 g
E g de H2(g) 1 56 g de O2(g) → 63 g de H2O(l)
Sistema final
48 g de Mg(s) 1 F g de O2(g) → 80 g de MgO(s)
Analisando esse esquema, pode-se concluir que:
I. Em uma reação química, em sistema fechado, a soma das
massas dos reagentes é sempre igual à soma das massas 3 (UFMG) Considere as seguintes reações químicas, que ocor-
dos produtos da reação. rem em recipientes abertos, colocados sobre uma balança:
II. Uma substância, independentemente do método de I. Reação de bicarbonato de sódio com vinagre em um
obtenção, apresenta os seus elementos combinados em
copo.
uma mesma proporção constante em relação à massa.
III. A massa total de um sistema fechado não varia, qualquer II. Queima de álcool em um vidro de relógio.
que seja a reação química que venha a ocorrer. III. Enferrujamento de um prego de ferro, colocado sobre um
Em relação às afirmativas acima, a alternativa correta é: vidro de relógio.
a) II e III. c) I e III. e) III. IV. Dissolução de um comprimido efervescente em um copo FRENTE B
b) I e II. d) I. com água.

PARA APRIMORAR Em todos os exemplos, durante a reação química, a balança


PARA PRATICAR
QUÍMICA

indicará uma diminuição da massa contida no recipiente, ex-


1 (Unicamp-SP) Hoje em dia, com o computador e o telefo- ceto em:
ne celular, a comunicação entre pessoas a distância é algo a) III. c) I.
quase que “banalizado”. No entanto, nem sempre foi assim. b) IV. d) II.

Mudanças de estado 21
CAPÍTULO

4 Leis ponderais: Proust

Objetivos:
LEI DAS PROPORÇÕES CONSTANTES
c Compreender que as O sucesso de qualquer receita culinária consiste em manter as proporções dos ingredientes da
substâncias reagem receita constantes, ou seja, para fazer um bolo de chocolate, por exemplo, seguimos uma receita que
entre si numa determina: duas xícaras de farinha, uma xícara de açúcar, uma colher de fermento em pó, três ovos,
determinada proporção etc. Para fazer dois bolos, temos de dobrar a receita e, portanto, usar: quatro xícaras de farinha, duas
fixa e invariável. xícaras de açúcar, duas colheres de fermento em pó, seis ovos, etc.
c Reconhecer que

FERNANDO FAVORETTO/CRIAR IMAGEM


a proporção dos
elementos químicos
que constituem as
substâncias também é
fixa e invariável.

FRANCESCO 83/SHUTTERSTOCK

Fig. 1 e Fig. 2 – Acima, os ingredientes


e, abaixo, o bolo pronto. O sucesso da
receita do bolo consiste em manter a
proporção dos ingredientes constante.

22 Mudanças de estado
Na Química ocorre algo semelhante, ou seja, a proporção em que as substâncias (“ingre-
dientes”) reagem para formar novas substâncias (“bolo”) segue uma proporção constante e
invariável.
No século XVIII, os cientistas descobriram a composição das substâncias por meio de reações de
síntese ou de uma reação de análise. Por exemplo, a decomposição da água por eletrólise (passagem
de corrente elétrica) fornece hidrogênio e oxigênio; logo, a água é composta por esses elementos.
Naquela época, entendia-se por elemento químico, ou simplesmente elemento, qualquer substância A decomposição da água
que não sofria decomposição (substância simples). por eletrólise é um experimento
água 
i
→ hidrogênio 1 oxigênio relativamente fácil de realizar. Foi
feito pela primeira vez pelo quí-
Por meio de experimentos, os cientistas verificaram que, qualquer que seja a massa de água de- mico francês Henry Cavendish
composta, as massas de hidrogênio e de oxigênio obtidas se encontravam sempre numa proporção (1731-1810), utilizando soluções
constante e igual a 1 : 8, conforme mostram os dados experimentais da tabela a seguir. de ácidos. A água pura (destila-
da) não sofre eletrólise porque
Relação massas: essa substância é má condutora
Massa de água → Massa de hidrogênio 1 Massa de oxigênio de corrente elétrica. Para que a
hidrogênio/oxigênio
H2 água possa conduzir corrente e,
H2O(l) → H2(g) 1 O2(g) consequentemente, sofrer eletró-
O2
lise, é necessária a adição de outra
0,5 g 1 substância que forme com a água
4,5 g → 0,5 g 1 4,0 g 5 uma solução condutora, como o
4,0 g 8
sulfato de magnésio.
1,0 g 1
9,0 g → 1,0 g 1 8,0 g 5
8,0 g 8
2,0 g 1
18,0 g → 2,0 g 1 16,0 g 5
16,0 g 8 BIOGRAFIA
11,11 g 1 Proust nasceu em Angers, na
100,0 g → 11,11 g 1 88,88 g 5
88,88 g 8 França. A lei das proporções
constantes foi formulada em
1808 por John Dalton, mas foi o
Da mesma forma, a reação inversa (síntese entre hidrogênio e oxigênio para formar água) ocorre trabalho de Proust que forneceu
exatamente nessa proporção de 1 para 8. as provas empíricas necessárias à
sua aceitação.
gás hidrogênio 1 gás oxigênio → água
1g 8g 9g

NS
Portanto, se um dos gases for colocado em quantidade superior a essa proporção definida para

MO
a água, esse excesso não participará da reação. Somente a massa de reagentes que estiver dentro da

M
IP E D IA / W IKI M E D IA C O
proporção 1 : 8 vai formar água.
Assim, a síntese confirma os resultados da decomposição. O químico e farmacêutico francês
Joseph Louis Proust (1754-1826), após cuidadosas investigações sobre o tipo e a quantidade de
elementos presentes em diversas substâncias compostas, chegou a uma importante generalização,
/ W IK
a lei das proporções definidas: AP
PLE
PY
AP

Uma substância composta possui sempre a mesma composição, qualquer que seja sua
H

procedência.
FRENTE B

Que também pode ser enunciada do seguinte modo:


“Quando qualquer substância composta é formada, seus elementos se combinam numa pro-
QUÍMICA

porção em massa rigorosamente definida” ou ainda: Resolução de Problemas


“A proporção em massa das substâncias que reagem e que são produzidas numa reação é fixa,
Acesse o Material Comple-
constante e invariável”.
mentar disponível no Portal e
Isso quer dizer que, se para um dado material não se verificar a lei das proporções definidas, aprofunde-se no assunto.
pode-se concluir que esse material é uma mistura.

Mudanças de estado 23
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Com base na lei de Proust e na lei de Lavoisier, indique os de magnésio na segunda reação (48 g) é o dobro da primeira
valores das massas que substituiriam corretamente as letras (24 g); portanto, seguindo a lei de Lavosier, a massa de oxigê-
A, B, C, D, E e F no quadro a seguir. nio também será o dobro em relação a primeira, ou seja, 32 g.
A massa de óxido de magnésio obtida na reação também é
Massa de Mg(s) 1 Massa de O2(g) → Massa de MgO(s) encontrada pela lei da conservação da massa de Lavoisier:
48 g 1 32 g 5 80 g
24 g 1 16 g → 40 g
Assim, temos: A 5 32 g e B 5 80 g.
48 g 1 Ag → Bg Seguindo o mesmo raciocínio, vamos encontrar a massa de C.
Seguindo os mesmos passos e tendo sempre por base a ta-
Cg 1 4g → Dg
bela, percebemos que 32 g (valor calculado de A) é 8 vezes
360 g 1 Eg → Fg
32 g
maior que 4 g 5 8 ; assim, seguindo a lei de Lavosier, o
4g
RESOLUÇÃO: 48 g
valor de C será 8 vezes menor que 48 g; portanto, 5 6g.
8
Pela lei de Proust concluímos a proporção em massa em que
A massa de MgO(s) será: 6 g 1 4 g 5 10 g.
as substâncias reagem.
Assim, temos: C 5 6 g e D 5 10 g.
Exemplo: 24 g de magnésio reagem com 16 g de oxigênio,
Da mesma forma, vemos que 360 g é 60 vezes maior que 6 g;
24 g 3
formando 40 g de óxido de magnésio. Ou seja, 5 ou portanto, E será 60 vezes maior que 4 g (4 g ? 60 5 240 g).
16 g 2
ainda 3 ; 2. Aplicando a conservação das massas, temos:
Na segunda reação temos de encontrar a massa de oxigênio 360 g 1 240 g 5 600 g de óxido de magnésio.
e de óxido de magnésio. A tabela nos informa que a massa Assim: E 5 240 g e F 5 600 g.

PARA CONSTRUIR

1 (Vunesp-SP) Duas amostras de carbono puro de massas 1,00 g 2 (Fempar-PR) Hidrogênio reage com oxigênio na proporção de
e 9,00 g foram completamente queimadas ao ar. O único pro- 1 ; 8, em massa, para formar água. A partir da reação descrita e
duto formado nos dois casos, o dióxido de carbono gasoso, completando com valores, em gramas, os espaços preenchidos
foi totalmente recolhido, e as massas obtidas foram 3,66 g e com X, Y e Z, na tabela a seguir, teremos, respectivamente: e
32,94 g, respectivamente.
Massa de Massa de Massa de Massa em
a) Demonstre que nos dois casos a lei de Proust é obedecida. Sistema
b) Determine a composição de dióxido de carbono, expres- H2(g) O2(g) H2O(l) excesso
sa em porcentagem em massa de carbono e de oxigênio. I 5g 32 g X Y
a) Relação entre as massas de reagente e produto:
II 7g Z 63 g 4g
massa de carbono 1, 00 9, 0
5 5 . 0, 273
massa de dióxido de carbono 3, 66 32, 94
a) 32; 1 e 56. c) 32; 2 e 56. e) 36; 1 e 60.
ou seja, a proporção entre as massas de carbono que reagem e de
b) 36; 2 e 52. d) 36; 1 e 56.
dióxido de carbono produzidas é a mesma.
Para manter a proporção de 1: 8, tem-se:
b) 3,66 g de dióxido de carbono 1,00 g de carbono
Para o sistema I: 4 g de hidrogênio : 32 g de oxigênio : X 5 36 g de
100 g de dióxido de carbono x
água : Y 5 1 g de hidrogênio em excesso.
100 ? 1,00
x5 ⇒ x 5 27,32 g de carbono
3,66 Para o sistema II: 7 g de hidrogênio : 63 g de água : 4 g de excesso de
A diferença: 100 2 27,32 5 72,68 indica a porcentagem de oxigênio.
oxigênio. Para haver o excesso de 4 g de oxigênio, a massa que deve
Resposta: 27,32% de carbono e 72,68% de oxigênio.
aparecer na lacuna é 60 g (56 g que reage com 7 g de hidrogênio
na proporção indicada 1 4 g 5 Z 5 60 g).

24 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (UFMG) A tabela indica algumas das massas, em gramas, das 1 (Fatec-SP) O gráfico a seguir relaciona as massas de mag-
espécies envolvidas em dois experimentos diferentes segun- nésio que reagem com oxigênio para formar óxido de
do a reação genérica A 1 B → C 1 2 D. magnésio.
Outras massas estão indicadas pelas letras x, y, w e z. Cal-
cule-as .
10
9
Experimento Estado inicial Estado final

Massa de magnésio (g  10)


8

A B C D A B 7
6
Primeiro x 49 68 18 0 0 5
4
Segundo y w z 54 10 10
3
2
2 (Fepar-PR) Pela lei das proporções definidas (lei de Proust), a 1
decomposição térmica do carbonato de cálcio produz, res- 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
pectivamente, 11 g de gás carbônico e 14 g de óxido de cál-
cio. Com base nesses dados, determine a massa de carbonato Massa de oxigênio (g  10)

de cálcio que pode ser produzida por 8 g de óxido de cálcio.


a) 25,0 g c) 6,29 g e) 7,90 g Considere os reagentes em extrema pureza e reação comple-
b) 14,29 g d) 10,10 g ta. A análise do gráfico permite afirmar que:
a) as massas de oxigênio e magnésio, envolvidas nas rea-
3 (Fuvest-SP) Devido à toxicidade do mercúrio, em caso de
ções, são inversamente proporcionais.
derramamento desse metal, costuma-se espalhar enxofre no
b) a massa de oxigênio, necessária para reagir com 48 g de
local para removê-lo.
magnésio, é de 4,8 g.
Mercúrio e enxofre reagem, gradativamente, formando sul-
c) usando-se 60 g de magnésio e 60 g de oxigênio formam-
feto de mercúrio.
-se 100 g de óxido de magnésio, havendo um excesso de
Para fins de estudo, a reação pode ocorrer mais rapidamen-
20 g de oxigênio.
te se as duas substâncias forem misturadas num almofariz.
Usando esse procedimento, foram feitos dois experimentos. d) usando-se 60 g de magnésio e 60 g de oxigênio formam-
No primeiro, 5,0 g de mercúrio e 1,0 g de enxofre reagiram, -se 120 g de óxido de magnésio.
formando 5,8 g do produto, sobrando 0,2 g de enxofre. e) a proporção entre as massas de magnésio e oxigênio que
No segundo experimento, 12,0 g de mercúrio e 1,6 g de enxo- reagem para formar óxido de magnésio é de 2 de magné-
fre forneceram 11,6 g do produto, restando 2,0 g de mercúrio. sio para 3 de oxigênio.
Mostre que os dois experimentos estão de acordo com a lei
2 Dada a reação de combustão do álcool etílico, encontre
da conservação das massas (Lavoisier) e a lei das proporções
os valores das massas que substituiriam corretamente as
definidas (Proust).
letras de A a L a seguir, com base nas leis ponderais.
4 Demonstre a lei das proporções definidas de Proust com FRENTE B
álcool etílico 1 gás oxigênio → gás carbônico 1 água
base nos dados experimentais obtidos na seguinte reação de
46 g 96 g 88 g 54 g
síntese:
9,2 g Ag Bg Cg
QUÍMICA

hidrogênio 1 nitrogênio → amônia


1,00 g 1 4,66 g → 5,66 g Dg 9,6 g Eg Fg
2,00 g 1 9,33 g → 11,33 g Gg Hg 22 g Ig
3,00 g 1 14,00 g → 17,00 g Jg Kg Lg 27 g

Mudanças de estado 25
CAPÍTULO

5 O modelo atômico de Dalton

Objetivos:
DO QUE A MATÉRIA É CONSTITUÍDA?
c Compreender o Existe um número imenso de matérias diferentes no Universo. Uma questão que sempre intri-
conceito de átomo. gou os filósofos e os cientistas é a constituição elementar dos diferentes tipos de matéria.
c Conhecer a teoria

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QIUJU SONG/SHUTTERSTOCK
atômica de Dalton.

c Reconhecer o modelo
atômico de Dalton.
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SERGIO ANELLI/MONDADORI/GETTY IMAGES

RANGLEN/SHUTTERSTOCK

Fig. 1 – Filósofo Leucipo de Mileto (A) e seu


discípulo Demócrito de Abdera (B). Esses Por volta de 450 a.C., dois filósofos da Grécia antiga, Leucipo de Mileto (nascido em 500 a.C.) e
filósofos sempre são apresentados juntos
seu discípulo Demócrito de Abdera (460 a.C.), imaginaram que, se pegássemos um corpo qualquer
porque representam uma única doutrina
reunida em vários textos conhecidos como e o dividíssemos sucessivas vezes, haveria um momento em que essa divisão não seria mais possível.
a “obra da escola de Abdera”, que se refere Nesse ponto, teríamos chegado ao átomo (do grego a, “não”; tomo, “parte”), o que significa “sem
ao que conhecemos hoje como atomismo. partes, indivisível”. Essa foi a primeira teoria da “matéria descontínua”.

26 Mudanças de estado
Matéria contínua ou descontínua?
A teoria da matéria descontínua de Leucipo e Demócrito foi logo descartada porque as
doutrinas estabelecidas pelo filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), que passaram a ser
aceitas sem restrições no século seguinte, pregavam que a matéria seria contínua, composta
pelos “elementos” ar, água, terra e fogo, com as qualidades primárias frio, úmido, quente e
seco. Mudando-se essas “qualidades”, seria possível transformar uma espécie de matéria em
outra, como chumbo em ouro.
A ideia de “matéria contínua” ia ao encontro dos anseios da época, pois atribuía ao Uni-
verso uma ordem e uma simplicidade básicas, sob as quais era possível exercer certo domínio
e era sustentada pela teoria do vitalismo adotada na época, segundo a qual toda matéria se
comportava como um organismo vivo. A extração de um metal de seu minério, por exemplo:
2 CuO(s) → 2 Cu(s) 1 O2(g), era equiparado na época a um parto.

Fogo
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA

Quente Seco

Ar

Terra Fig. 2 – Modelo de Aristóteles:


Quente e seco: combinavam-se
Úmido Frio para formar o fogo.
Quente e úmido: combinavam-se
para formar o ar.
Frio e seco: combinavam-se para
formar a terra.
Frio e úmido: combinavam-se para
Água formar a água.

O ÁTOMO
Em 1803, John Dalton (1766-1844) havia retomado essa antiga teoria do átomo e percebeu que
ela poderia ser utilizada para justificar e explicar as leis ponderais. Assim, ele desenvolveu uma teoria
sobre a estrutura da matéria, baseada, entre outros, nos seguintes princípios:
a massa das substâncias se conserva em qualquer reação química;
os elementos se combinam numa proporção em massa rigorosamente definida para formar as Fig. 3 – Dalton utilizava círculos de
substâncias compostas. mesmo diâmetro com inscrições
Dalton foi muito habilidoso na elaboração de modelos mentais e na construção de representa- específicas para representar os átomos
ções físicas desses modelos. Ele utilizou pequenos círculos para representar os átomos de elementos dos diferentes elementos químicos.
Optamos por representá-los da maneira
diferentes e lançou as hipóteses abaixo:
FRENTE B
abaixo para tornar a explicação mais
didática e padronizada. QUÍMICA

Hidrogênio Oxigênio Nitrogênio Carbono Enxofre

Mudanças de estado 27
I. Todas as substâncias são constituídas de minúsculas partículas denominadas átomos. Os
Dalton acreditava que os átomos não podem ser criados nem destruídos.
átomos de um mesmo elemen- II. Cada substância é constituída de um único tipo de átomo. As substâncias simples, ou
to se repeliam mutuamente e, elementos, são formadas de “átomos simples”, que são indivisíveis; as substâncias compos-
por isso, as substâncias simples tas são constituídas de “átomos compostos”, capazes de se decompor, durante as reações
eram formadas de “átomos sim- químicas, em “átomos simples”.
ples”, ou seja, átomos isolados. III. Todos os átomos de uma mesma substância são idênticos na forma, no tamanho, na massa
e nas demais propriedades; átomos de substâncias diferentes possuem forma, tamanho,
massa e propriedades diferentes. A massa de um “átomo composto” é igual à massa total
de todos os “átomos simples” componentes.
IV. Os “átomos compostos” são constituídos de um pequeno número de “átomos simples”.
Assim, por exemplo, duas substâncias simples, constituídas de “átomos simples” X e Y,
podem formar substâncias compostas com “átomos compostos” de composição X 1 Y,
ou X 1 2 Y ou 2 X 1 Y, etc.
É por isso que compostos diferentes podem ser formados pelos mesmos elementos químicos.
A teoria de Dalton tornava possível, por meio de uma ideia única, explicar todas as leis ponderais
que regiam as transformações químicas.
Por exemplo, experimentalmente é possível verificar que:
uma massa igual a 3 g de carbono se combina com 4 g de oxigênio para formar 7 g de um gás
muito venenoso, o monóxido de carbono.
carbono 1 oxigênio → monóxido de carbono

3g 4g 7g

Explicação pela teoria de Dalton, os “átomos compostos” de monóxido de carbono, CO(g), são
constituídos de um “átomo simples” de carbono e um “átomo simples” de oxigênio.
uma massa igual a 3 g de carbono se combina com 8 g de oxigênio para formar 11 g de um gás
atóxico, o gás carbônico (ou dióxido de carbono).
carbono 1 oxigênio → dióxido de carbono

3g 8g 11 g

Explicação: pela teoria de Dalton, cada átomo composto de dióxido de carbono, CO2(g), é
formado de um “átomo simples” de carbono e dois “átomos simples” de oxigênio.
Com essa argumentação, os cientistas da época passaram a aceitar integralmente a teoria
atômica.

O CONCEITO DE MASSA RELATIVA


Como os átomos seriam extremamente pequenos e não podiam ser vistos ou contados, não
seria possível medir a massa de cada átomo individualmente, mas partindo de informações experi-
mentais e de algumas “suposições”. Dalton sugeriu que seria possível estabelecer uma relação entre
as massas dos diversos tipos de átomo.
Dalton, então, utilizou a regra da máxima simplicidade para determinar as massas atômicas
relativas dos elementos. Partindo do princípio de que a água é composta de hidrogênio e oxigênio
na proporção em massa de 1 : 8, ele considerou o “átomo composto” de água formado por um
“átomo simples” de hidrogênio e por um “átomo simples” de oxigênio; portanto, as massas relativas
desses elementos seriam, respectivamente, 1 e 8.
Apesar de as conclusões de Dalton em relação à composição da água serem incorretas, conforme
ficou provado experimentalmente mais tarde, a ideia de trabalhar com uma relação de massas para
ter um parâmetro de grandeza dos diferentes tipos de átomo foi extremamente importante para o
desenvolvimento da Química.
O conceito de relação de massas ou massas relativas é amplamente utilizado até hoje.

28 Mudanças de estado
BIOGRAFIA

John Dalton nasceu em 6 de setembro de 1766, na Inglaterra, em Eaglesfield, Cumberland, nos


primeiros anos da Revolução Industrial. Teve uma rígida formação religiosa de quaker (no Brasil,
diz-se quacre), termo que se refere a todo membro da seita protestante Sociedade dos Amigos,
fundada na Inglaterra no século XVII. Os quakers são conhecidos pela maneira muito sóbria com
que se vestem (normalmente de preto) e pelas ideias puritanas.
Os quakers não aceitam sacramento, não prestam juramento perante a justiça e não admitem
hierarquia eclesiástica (não possuem padres). Seus encontros realizam-se em silêncio. Também
não pegam em armas e se opõem firmemente à violência e à guerra. Essa formação religiosa
provavelmente contribuiu para tornar John Dalton uma pessoa reservada, séria e introspectiva.
Apesar da pouca eloquência e do discurso monótono, Dalton sabia explicar com clareza certos
problemas científicos. Contam que, quando tinha 10 anos, ele foi o único que conseguiu de-
monstrar a alguns camponeses qual a diferença entre uma área de 60 metros quadrados e um
quadrado com 60 metros de lado. A vocação de Dalton permitiu que com apenas 12 anos ele
se tornasse professor de Matemática, da escola onde havia estudado. O salário, porém, era sim-
bólico e, para reforçar o orçamento da família numerosa, precisou trabalhar simultaneamente
cultivando a horta do pai.
Enquanto lecionava, Dalton procurava consolidar sua formação básica em Matemática, Ciên-
cias Naturais e Grego (que representava na época o mesmo que a Língua Inglesa representa
atualmente). A Meteorologia, no entanto, sempre foi seu maior interesse. Ainda aos 12 anos,
Dalton começou a anotar sistematicamente observações meteorológicas diárias, montando um
registro que, cinquenta anos depois, conteria cerca de 200 mil anotações, muito úteis no estudo
retrospectivo do clima.
Foi o interesse pela Meteorologia e o estudo específico do ar atmosférico e dos gases que o
compõem que levaram Dalton a desenvolver sua teoria atômica.
Em 1794, publicou o livro Fatos extraordinários relativos à visão das cores, em que descrevia de ma-
neira minuciosa e científica o problema de visão que o tornava incapaz de distinguir certas cores e
que acabou entrando para a Medicina com um termo associado a seu nome − daltonismo.
Contam que, em 1834, Dalton foi

ALBUM/ORONOZ/LATINSTOCK
homenageado e convidado a
comparecer à corte, o que causou
alguns embaraços com o proto-
colo. Sua religião proibia qualquer
discípulo de ostentar o traje luxuo-
so que era exigido para a ocasião.
A alternativa seria o traje mais sim-
ples, vermelho escarlate, de doutor
em leis, da Universidade de Oxford.
No entanto, essa cor também era
vetada pela religião, mas como
Dalton não distinguia as cores, o
traje provavelmente lhe pareceu
cinza-escuro e ele pôde vesti-lo.

FRENTE B
QUÍMICA

Fig. 4 – John Dalton faleceu em


1844, aos 78 anos de idade.

Mudanças de estado 29
O QUE SIGNIFICA O “MODELO DE DALTON”?
Para evitar os raciocínios arbitrários utilizados na alquimia, instituiu-se na Renascença (período
que sucedeu a Idade Média) o método científico indutivo, segundo o qual a ciência é construída com
base nas etapas descritas a seguir. Os cientistas cujas teorias estamos estudando (Lavoisier, Proust e
Dalton) se basearam nesse método e o conhecimento que eles construíram também.
Observação
É a descrição de um fenômeno, que pode ser qualitativa ou quantitativa. Por exemplo: o car-
vão queima liberando luz e calor (observação qualitativa). Quando feita nas mesmas condições,
a queima de 2 kg de carvão libera o dobro de calor da queima de 1 kg de carvão (observação
quantitativa).
Para que uma observação seja considerada científica, é preciso verificar quais condições afetam
o fenômeno que está sendo observado. Uma condição (como temperatura, pressão, umidade rela-
tiva do ar, etc.) é verificada quando é fixa, conhecida e pode ser modificada deliberadamente, se o
desejarmos.
Experimentação
É a verificação prática de todas as condições em que ocorre o fenômeno em estudo.
Por exemplo: o salitre (nitrato de potássio) é solúvel em água? Que condições influenciam na
solubilidade do salitre em água? Qual a quantidade máxima de salitre que é possível dissolver em
100 g de água a 20 ºC e 1 atm?
Note que toda sequência de observações feitas a partir de uma cuidadosa verificação é um
experimento, e, para que um experimento possa ser considerado científico, ele deve ser feito em
um lugar onde as condições possam ser controladas e verificadas facilmente (normalmente em um
laboratório). As condições importantes são aquelas que influenciam nos resultados do experimento.
Verificação de regularidades
É a constatação de que o fenômeno sempre se repete da mesma maneira, nas mesmas
condições. Por exemplo: a água sempre entra em ebulição à temperatura de 100 ºC sob pressão
de 1 atm.
A descoberta de regularidades gera uma simplificação das observações e otimiza o uso das
novas descobertas. Verificando regularidades, passamos a classificar as observações em conjunto em
vez de mantê-las isoladas, o que torna o uso do conhecimento mais lógico e eficiente.
Reunião e organização de dados
São um apanhado geral do que foi observado e experimentado, de modo que seja possível
fazer alguma interpretação.
Por exemplo: a dissolução de salitre em 100 g de água, sob pressão de 1 atm, ocorre da seguinte
forma: 20,9 g de salitre a 10 ºC, 31,6 g de salitre a 20 ºC e 45,8 g de salitre a 30 ºC.
Interpretação
É a explicação do fenômeno observado.
Exemplo: a solubilidade do salitre em água aumenta com a elevação da temperatura.
Afirmação de regras e leis
As regras são generalizações de fatos que ocorrem apenas com uma parcela dos itens relaciona-
dos ao fenômeno. As leis, por sua vez, são generalizações que ocorrem sem restrições, baseadas em
observações, experimentações e deduções lógicas.
Exemplo de regra: todos os sais têm sabor salgado (o permanganato de potássio é classificado
como sal e possui sabor doce, sendo também bastante tóxico).
Exemplo de lei: a queima completa de qualquer hidrocarboneto (substâncias compostas que
possuem apenas carbono e hidrogênio) produz somente água e gás carbônico.
Elaboração de teorias
A teoria é somente uma explicação para uma lei e pode ser abandonada a favor de outra teoria
mais completa e correta.
Exemplo: as substâncias simples são constituídas por um único elemento químico (lei), por isso
não sofrem decomposição formando novas substâncias (teoria). A descoberta do ozônio (substância
simples que se decompõe formando oxigênio) criou a necessidade de uma nova teoria para explicar
a constituição das substâncias simples.

30 Mudanças de estado
Assim, a teoria explica uma lei que enuncia uma série de generalizações que ocorrem sem
restrições, e essa explicação só se mantém enquanto puder ajudar na sistematização do nosso
conhecimento.
Para ilustrar sua teoria, os cientistas criam modelos.
Criação de modelos
O modelo é uma imagem mental que o cientista utiliza para explicar uma teoria a respeito de
um fenômeno que não pode ser observado diretamente. Os modelos ilustram a teoria, mas não
possuem necessariamente uma existência física real.
Por exemplo, John Dalton elaborou uma teoria de que a matéria é constituída de átomos (par-
tículas maciças e indivisíveis). Como não é possível ver os átomos, Dalton criou modelos para ilustrá-
-los. A teoria e os modelos de Dalton podem ser usados para explicar as leis ponderais.
Mais tarde, com estudos mais detalhados sobre o fenômeno da eletricidade e com a descoberta
da radioatividade (fenômeno em que o átomo pode ser dividido), surgiu a necessidade de se criar
outro modelo atômico compatível com esses novos conhecimentos.
Atualmente, os conhecimentos novos já são tantos que não temos mais um único modelo
capaz de explicar todos os fenômenos ao mesmo tempo. O que fazemos então? Utilizamos um
modelo adequado para cada fenômeno que queremos estudar ou explicar.
Você já ouviu falar, por exemplo, no comportamento dualístico onda-partícula do elétron? Pois
bem, não existe um modelo que explique ao mesmo tempo esses dois comportamentos. Assim,
dependendo do que queremos estudar ou explicar, adotamos um modelo diferente.
Isso significa dizer inclusive que, se não estivermos trabalhando especificamente com fenôme-
nos como eletricidade e radioatividade, podemos utilizar o modelo de Dalton, pois ele é muito bom
para explicar certos fenômenos, como as reações químicas, por exemplo.
Portanto, desde que não entre em conflito com outros fenômenos ou experimentos conhecidos,
um modelo não precisa ser descartado, se ele for adequado para explicar um fenômeno específico.
O importante é não confundir o modelo com a entidade física que ele representa. O modelo
de átomo não é o átomo, certo?
Previsão de novos fenômenos
A teoria elaborada para explicar o fenômeno deve ser capaz de prever

SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK


o que ocorrerá em situações diversas das que foram experimentadas.
Exemplo: se a solubilidade do salitre (nitrato de potássio) em água
aumenta com a elevação da temperatura, então a solubilidade do salitre
do chile (nitrato de sódio) também deve aumentar com a elevação da
temperatura, pois ambos são nitratos e as propriedades do potássio e do
sódio são bastante semelhantes.
Dessa forma, segundo o método indutivo, o cientista deve primeiro
observar dados concretos e depois, partindo de uma base experimental,
estruturar sua teoria. Antigamente, qualquer teoria antecipada ao experi-
mento era considerada um entrave ao progresso da Ciência.
A ciência que desenvolvemos hoje
Os progressos científicos sucessivos exigem sistemas mais rápidos de
pesquisa. Para atender a essa demanda, foram implantadas mudanças gra-
dativas no método de pesquisa e análise dos fenômenos.
Primeiro, os cientistas imaginam as teorias mais prováveis para explicar
um fenômeno em estudo.
FRENTE B
Só depois essas implicações da teoria são verificadas na prática. As
informações obtidas experimentalmente servem para aperfeiçoar a teoria.
O processo, repetido quantas vezes necessário, acaba levando a um modelo
teórico mais preciso. Na Física, por exemplo, quando a Mecânica Clássica
QUÍMICA

passou a ser insuficiente para explicar determinadas observações experi-


mentais (como o comportamento das partículas da matéria), os cientistas
chegaram à Mecânica Quântica (que explica o comportamento físico de
partículas), utilizando essa sequência de procedimentos. Fig. 5 – Nos laboratórios de Química dirigidos à pesquisa, os
equipamentos computadorizados são indispensáveis.

Mudanças de estado 31
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 Julgue a afirmação a seguir como verdadeira ou falsa, justifi- 2 Em relação à teoria de Dalton, responda:
cando sua posição. a) Por que, segundo Dalton, as substâncias simples eram
“Os modelos que os cientistas criam para ilustrar uma teoria necessariamente formadas por átomos isolados (“átomos
representam um retrato macroscópico fiel do que foi obser- simples”)?
vado microscopicamente”. b) O que levou Dalton a concluir que o “átomo composto” de
água – conforme ele chamava – era formado de um “átomo
RESOLUÇÃO: simples” de oxigênio e um “átomo simples” de hidrogênio?
A afirmação é falsa. Os modelos criados pelos cientistas são RESOLUÇÃO:
usados para ilustrar uma teoria; portanto, não são um retrato
a) Segundo Dalton, as substâncias simples, ou elementos,
do que ocorre em nível microscópico, porque eles não po- seriam formados de “átomos simples” que se mantinham
dem “enxergar” realmente o que ocorre nesse nível. O que o isolados, pois ele acreditava que átomos de um mesmo
cientista faz é, em função dos resultados obtidos macrosco- elemento químico sofreriam repulsão mútua.
picamente, supor o que se passou em nível microscópico, b) Dalton partiu do princípio de que a água é composta de
criando um modelo que ilustre sua teoria. Um modelo não hidrogênio e oxigênio na proporção em massa de 1 : 8 e
é a entidade física que ele representa, não possui necessaria- considerou o “átomo composto” de água formado de um
mente existência física real e, se necessário, pode ser trocado “átomo simples” de hidrogênio e um “átomo simples” de
por outro modelo mais elaborado sempre que surgir um fato oxigênio; dessa forma, as massas relativas desses elemen-
novo que justifique a troca. tos seriam, respectivamente, 1 e 8.

PARA CONSTRUIR

(Enem – Adaptada) Quando definem moléculas, os livros a) I e II.


geralmente apresentam conceitos como: “A menor parte da b) III e IV.
substância capaz de guardar suas propriedades”. c) I, II e III.
A partir de definições desse tipo, a ideia transmitida d) I, II e IV.
ao estudante é a de que o constituinte isolado (moléculas) e) II, III e IV.
contém os atributos do todo. É como dizer que uma mo- Justifique
lécula de água possui densidade, pressão de vapor, tensão I. Sim. De acordo com a visão substancialista, o átomo de ouro é a
superficial, ponto de fusão, ponto de ebulição, etc. Tais menor parte do ouro capaz de guardar suas propriedades; portanto,
propriedades pertencem ao conjunto, isto é, manifestam-
nessa visão o átomo de ouro é dourado.
-se nas relações que as moléculas mantêm entre si.
OLIVEIRA, R. J. O mito da substância. II. Sim. De acordo com a visão substancialista, a molécula é a menor
Química Nova na Escola, n. 1, 1995. Adaptado. parte da substância capaz de guardar suas propriedades; portanto,
O texto evidencia a chamada visão substancialista que ainda nessa visão uma molécula rígida não pode formar uma substância
se encontra presente no ensino da Química. A seguir estão
macia.
relacionadas algumas afirmativas pertinentes ao assunto.
I. O ouro é dourado, pois seus átomos são dourados. III. Não. A afirmativa III indica que as propriedades das substâncias

II. Uma substância “macia” não pode ser feita de moléculas como ponto de fusão e de ebulição dependem das interações
“rígidas”. entre as moléculas (o que é verdade); não são propriedades de
III. Uma substância pura possui pontos de ebulição e fu- cada molécula em particular.
são constantes, em virtude das interações entre suas
IV. Sim. De acordo com a visão substancialista, os objetos se
moléculas.
IV. A expansão dos objetos com a temperatura ocorre por- expandem com o aumento da temperatura, porque os átomos que

que os átomos se expandem. formam esse objeto se expandem.


Dessas afirmativas, estão apoiadas na visão substancialista
criticada pelo autor apenas: d

32 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

d) Compostos são formados quando átomos de diferentes


PARAPARA PRATICAR
PRATICAR elementos se combinam em razões bem determinadas.
e) Os átomos são sistemas homogêneos.
1 (UEL-PR) Observe a charge a seguir:
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

NIQUEL NÁUSEA - FERNANDO


GONSALES
1 Em relação ao modelo atômico de Dalton, assinale a alterna-
tiva INCORRETA.
a) Para Dalton, as substâncias simples eram formadas de um
único átomo de determinado elemento e as substâncias
compostas eram formadas por dois ou mais átomos de
elementos diferentes.
b) Segundo Dalton, os átomos não podiam ser criados nem
destruídos e, portanto, as reações químicas eram, em últi-
ma análise, rearranjos de átomos.
c) Os átomos poderiam se combinar em diversas proporções
diferentes, formando substâncias compostas diferentes.
d) Dalton observou os átomos em um experimento químico.
e) A teoria atômica de Dalton permitiu um avanço muito
grande no desenvolvimento da Química.
Folha de S.Paulo, 10 maio 2009. Ilustrada, p. E7. Adaptado.
2 (Vunesp) A Lei da Conservação da Massa, enunciada por
A charge remete à ausência de um procedimento necessário
Lavoisier em 1774, é uma das leis mais importantes das trans-
na concepção de método de conhecimento científico funda-
formações químicas. Ela estabelece que, durante uma trans-
mental na corrente empirista, que é:
formação química, a soma das massas dos reagentes é igual à
a) o recurso à dedução lógica.
soma das massas dos produtos. Esta teoria pôde ser explicada,
b) a formulação de uma hipótese.
alguns anos mais tarde, pelo modelo atômico de Dalton. Entre
c) o uso da intuição.
as ideias de Dalton, a que oferece a explicação mais apropriada
d) a prática da generalização.
para a Lei da Conservação da Massa de Lavoisier é a de que:
e) a verificação de evidências fatuais.
a) Os átomos não são criados, destruídos ou convertidos em
2 (PUC-MG) Assinale a afirmativa que descreve adequadamen- outros átomos durante uma transformação química.
te a teoria atômica de Dalton. b) Os átomos são constituídos por 3 partículas fundamen-
Toda matéria é constituída de átomos: tais: prótons, nêutrons e elétrons.
a) os quais são formados por partículas positivas e negativas. c) Todos os átomos de um mesmo elemento são idênticos
b) os quais são formados por um núcleo positivo e por elé- em todos os aspectos de caracterização.
trons que gravitam livremente em torno desse núcleo. d) Um elétron em um átomo pode ter somente certas quan-
c) os quais são formados por um núcleo positivo e por elé- tidades específicas de energia.
trons que gravitam em diferentes camadas eletrônicas. e) Toda a matéria é composta por átomos.
d) e todos os átomos de um mesmo elemento são idênticos.
3 Sobre o modelo atômico proposto por Dalton, considere as
3 (UPM-SP) Assinale a afirmativa a seguir que NÃO é uma ideia alternativas abaixo e verifique qual(ais) delas está(ão) correta(s).
que provém do modelo atômico de Dalton. FRENTE B
(01) Um dos postulados propostos por Dalton afirma que o
a) Átomos de um elemento podem ser transformados em
átomo é uma esfera maciça e indivisível.
átomos de outros elementos por reações químicas.
b) Todos os átomos de um dado elemento têm proprieda- (02) As reações químicas consistem apenas em um rearranjo
QUÍMICA

des idênticas, as quais diferem das propriedades dos áto- dos átomos no espaço.
mos de outros elementos. (04) O átomo de Dalton é comparado a um “pudim de passas”.
c) Um elemento é composto de partículas indivisíveis e di- (08) Dalton se baseou na corrente filosófica defendida por Platão
minutas chamadas átomos. e Aristóteles, que intitulava a matéria destituída de átomos.

Mudanças de estado 33
CAPÍTULO

6 A lei volumétrica de
Gay-Lussac

Objetivos:
LEI DAS PROPORÇÕES VOLUMÉTRICAS CONSTANTES
c Compreender que as Em 1804, o cientista francês Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850) foi indicado pelo governo
substâncias gasosas francês para estudar as regiões elevadas da atmosfera superior e fez alguns voos de balão que o levou
reagem entre si numa a realizar pesquisas sobre as propriedades de combinação dos gases.
proporção em volume
fixa e invariável.

STEVE BOWER/SHUTTERSTOCK
c Compreender que
havia um conflito entre
a lei de Gay-Lussac e
a teoria atômica de
Dalton que precisava
de uma solução.

Como parte dessas pesquisas, Gay-Lussac – ajudado pelo explorador e naturalista alemão
Alexander Friedrich Wilhelm Heinrich, denominado barão Von Humboldt (1769-1859) – fez passar
uma corrente elétrica pela água (eletrólise), um experimento que fora repetido por vários cientistas
desde a descoberta da pilha voltaica, uma fonte constante de energia elétrica.
Que tal também fazermos a eletrólise da água para acompanharmos melhor as ideias de
Gay-Lussac?

34 Mudanças de estado
EXPERIMENTANDO
Eletrólise da água fazer os testes demonstrativos para o reconhecimento dos ga-
ses hidrogênio e oxigênio.
1. Material necessário
Teste do hidrogênio: Retire da cuba a seringa que você acre-
2 eletrodos de fio de cobre grosso, de 2,5 mm de diâmetro e
dita que contenha o gás hidrogênio, mantendo-a com a
20 cm de comprimento, descascados nas extremidades;
boca virada para baixo para evitar que o gás (que é menos
cuba de plástico feita com o fundo de uma garrafa PET trans-
denso que o ar) escape. Aproxime da seringa um palito de
parente de 2 L;
fósforo aceso. O que você observa? Por quê?
2 seringas de 5 mL de capacidade (sem agulha);
Teste do oxigênio: Retire da cuba a seringa que você acredita
massa de modelar ou parafina (para vedar as seringas); que contenha o gás oxigênio, mantendo-a inclinada, com a
tira de isopor que caiba na cuba (para dar suporte às seringas); boca virada para cima (o oxigênio é mais denso que o ar), e
1 bateria de 6 V (bateria de moto) ou 4 pilhas alcalinas de 1,5 V aproxime um palito de fósforo em brasa ou um pedaço de
ligadas em série em um porta-pilhas; palhinha de aço começando a queimar. O que você obser-
2 fios de cobre bem finos de aproximadamente 40 cm de va? Por quê?
comprimento (comprados em loja de material elétrico); 3. Descarte de rejeitos
fita adesiva; A solução de sulfato de sódio pode ser descartada direta-
água; mente na pia. A bateria (ou as pilhas) contém metais pesados
1 colher rasa de café de sulfato de sódio; e tóxicos, além de outros materiais poluentes; quando gastas,
devem ser entregues em postos de coleta especializados para
2. Como fazer serem devolvidas ao fabricante, que irá reciclá-las.
Prepare uma solução diluída de sulfato de sódio, dissolvendo
4. Investigue
uma colher rasa do sal em 500 mL de água. Reserve.
1. Em qual dos eletrodos o oxigênio é produzido: no âno-
Fure a tira de isopor próximo às duas extremidades para
do ou no cátodo? E o hidrogênio? Como você chegou a essa
poder encaixar as duas seringas, lado a lado na placa. Reserve.
conclusão?
Vede a ponta das seringas com massa de modelar ou parafina.
Reserve. 2. O volume de gases hidrogênio e oxigênio obtidos é exa-
tamente o que você esperava? Se não, proponha uma expli-
Remova 2 cm da parte isolante das extremidades de cada
fio de cobre grosso para fazer os eletrodos e ajeite seu formato cação (se necessário, investigue a respeito) para a proporção
em “S” para que uma parte dele possa ficar dentro da cuba, en- entre volumes observada.
caixada em uma seringa, e a outra fique para fora da cuba para 3. Nossa proposta é dar preferência à utilização de materiais
ser ligada, por meio de um fio de cobre fino, a um dos polos da do dia a dia nos experimentos. Por que então preferimos uti-
bateria (observe o esquema a seguir). lizar sulfato de sódio em vez de cloreto de sódio (sal de cozi-
Se necessário, utilize a fita adesiva para prender o fio de co- nha) se ambos formam com a água uma solução condutora?
bre fino ao eletrodo e à bateria. Se não conseguir responder, repita o experimento substituindo
o sulfato de sódio pelo cloreto de sódio. O que você observa?
Coloque a solução aquosa de sulfato de sódio até 2 da altu-
3 Explique.
ra da cuba. Encha uma seringa completamente com a solução,
tape-a com a palma da mão e emborque-a na solução da cuba. Seringas Massa de modelar
Só retire a mão quando a boca da seringa estiver abaixo do ní-
vel da solução na cuba, de modo que não fique ar dentro da Isopor
seringa. Encaixe a seringa no suporte de isopor e arrume dentro
dela um dos eletrodos de cobre.
FRENTE B
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA

A palavra eletrodo significa ”caminho para a eletricidade”. O


eletrodo ligado ao polo positivo da bateria é denominado âno-
do. O eletrodo ligado ao polo negativo é denominado cátodo.
Repita o procedimento descrito anteriormente com a outra
QUÍMICA

seringa e o outro eletrodo. O sistema final deverá ficar seme-


lhante ao do esquema. Deixe a eletrólise ocorrer até que uma Bateria 6 V

das seringas fique cheia de gás. Em seguida, o professor poderá Esquema do sistema para eletrólise da água.

Mudanças de estado 35
As experiências de Gay-Lussac com a decomposição e a síntese da água podem ser esquema-
Atividade tizadas da seguinte maneira:
Experimental
Acesse o Material Comple- Reação de síntese da água
mentar disponível no Portal e Na reação de síntese do vapor de água a partir dos gases hidrogênio e oxigênio, observa-se a seguin-
aprofunde-se no assunto. te proporção invariável: cada 2 volumes de gás hidrogênio reagem com 1 volume de gás oxigênio
para formar 2 volumes de vapor de água.

ILUSTRAÇÕES: ALEX ARGOZINO/


ARQUIVO DA EDITORA
Todos os experimentos de
Gay-Lussac estão sendo consi- Vapor Vapor
Gás Gás Gás
derados sob condições cons- de de
hidrogênio hidrogênio oxigênio
água água
tantes de temperatura e pressão.

2 volumes 1 volume 2 volumes

As tabelas a seguir fornecem alguns valores experimentais de volume para a reação de síntese da água:

Volume de hidrogênio Volume de oxigênio Volume de água Excesso

10 litros 5 litros 10 litros Não há


10 litros 8 litros (5 L 1 3 L) 10 litros 3 L de oxigênio
10 litros (8 L 1 2 L) 4 litros 8 litros 2 L de hidrogênio

Esses resultados levaram Gay-Lussac a afirmar que a água era composta de duas partes de
hidrogênio e uma de oxigênio (em volume).
Gay-Lussac acreditava que o fato de os gases se combinarem em proporções volumétricas
simples era uma confirmação de que a teoria atômica de Dalton estava correta e, com base nessa
teoria, ele desenvolveu uma hipótese:

“Volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas condições de pressão e temperatura,


contêm o mesmo número de átomos.”

Apesar de Gay-Lussac acreditar que seus experimentos comprovavam a teoria atômica de


Dalton, muitos cientistas criticaram seu trabalho, pois, se ele estivesse certo, as massas relativas do
hidrogênio e do oxigênio deveriam ser respectivamente 2 e 16.
Em outras palavras, para que a proporção experimental de 1 : 8 entre hidrogênio e oxigênio fosse
mantida, se o “átomo composto de água” tivesse 2 hidrogênios, a massa relativa do oxigênio deveria
Hidrogênio 1 2
ser 16 e não 1 e 8, como Dalton havia estipulado.
5 5 Observe a seguir o resultado de outros experimentos semelhantes.
Oxigênio 8 16

Reação de síntese do monóxido de nitrogênio


Na reação de síntese do gás monóxido de nitrogênio a partir dos gases nitrogênio e oxigênio
observa-se a seguinte proporção invariável: cada 1 volume de gás nitrogênio reage com 1 volume
de gás oxigênio, produzindo 2 volumes de gás monóxido de nitrogênio.
Os volumes das substân-
cias gasosas que reagem e que
são produzidas nas mesmas
Gás Gás
condições de temperatura e Gás Gás monóxido monóxido
pressão guardam entre si uma nitrogênio oxigênio de de
relação de números inteiros e nitrogênio nitrogênio

pequenos.
1 volume 1 volume 2 volumes

36 Mudanças de estado
Reação de síntese da amônia
Na reação de síntese da amônia a partir dos gases hidrogênio e nitrogênio, em que as condições de
temperatura e pressão foram mantidas constantes durante todo o processo, observa-se a seguinte
proporção invariável: cada 1 volume de gás nitrogênio reage com 3 volumes de gás hidrogênio para
formar 2 volumes de gás amônia.

ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA


Gás Gás Gás Gás Gás Gás
nitrogênio hidrogênio hidrogênio hidrogênio amônia amônia

1 volume 3 volumes 2 volumes

Os experimentos de Gay-Lussac o levaram a constatar uma regularidade importante nas reações


em que as substâncias participantes se encontram na fase gasosa e que hoje é reconhecida como lei
das proporções volumétricas constantes, enunciada da seguinte maneira:

Os volumes das substâncias gasosas que reagem e que são produzidas nas mesmas condi-
ções de temperatura e pressão guardam entre si uma relação de números inteiros e pequenos.

BIOGRAFIA
Louis Joseph Gay-Lussac foi um químico e físico francês iluminista nascido no dia
6 de dezembro de 1778. Conhecido pela formulação da lei dos gases estudou também
o magnetismo.
Gay-Lussac abandonou o curso de Engenharia para dedicar-se à pesquisa química.
Teve o apoio de dois grandes filósofos da época, Berthollet e Laplace.
Foi professor de Física da Sorbornne e de Química na Escola Politécnica.
Em 1797 entrou na Escola Politécnica em Paris e graduou-se em 1800.
Em 1802, demostrou o seu primeiro trabalho que era sobre a expansão dos gases.
Foi o primeiro a formular a segunda lei dos gases. Hoje essa lei é chamada de lei de

APIC/GETTY IMAGES
Charles e Gay-Lussac ou, simplesmente, de lei de Gay-Lussac.
Desenvolveu também a lei volumétrica. Sua tese foi publicada em 1808 e en-
volvia a reação entre oxigênio e hidrogênio. Foi a partir dessa experiência que seu
nome passou a ser usado como unidade de medida de volume de álcool. Essa
unidade mede o volume de teor alcoólico das bebidas. É geralmente expressa
em graus, assim usam-se graus Gay-Lussac.
Em 1804, a sua paixão pela pesquisa fez com que voasse num balão a
quase 4 mil metros de altura afim de estudar as variações de temperatura e
pressão e também a composição da atmosfera em elevadas altitudes. Não
obteve muito sucesso nas pesquisas, mas seu passeio representou um
recorde de voo em balão devido à sua altitude, que só foi superado no
século seguinte.

FRENTE B
Em 1805, viajou para a Itália em uma expedição juntamente com
Humboldt e depois estagiou no seu laboratório em Berlim, onde estudavam
a proporção volumétrica de hidrogênio e oxigênio para formar a água.
Casou-se em 1808, mesmo ano em que determinou a composição vo-
lumétrica precisa da água com a ajuda do cientista Alexander von Humboldt.
QUÍMICA

Fez análises de substâncias presente em plantas e animais e estudou


a solubilidade dos sais.
Disponível em: <www.soq.com.br/biografias/gay-lussac/>.
Acesso em: 8 set. 2014. Fig. 1 – Louis Gay-Lussac.

Mudanças de estado 37
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(Vunesp) Considere a reação a seguir em fase gasosa:


1 gás nitrogênio 1 3 gás hidrogênio → 2 gás amônia
Fazendo-se reagir 4 L de gás nitrogênio com 9 L de gás hidrogênio em condições de pressão e temperatura constantes, pode-se
afirmar que:
a) os reagentes estão em quantidades proporcionais à indicada na reação.
b) o gás nitrogênio está em excesso.
c) após o fim da reação, os reagentes são totalmente convertidos em gás amônia.
d) a reação se processa com aumento do volume total.
e) após o fim da reação, são formados 8 L de gás amônia.

RESOLUÇÃO:
1 gás nitrogênio 1 3 gás hidrogênio → 2 gás amônia
4L 9L ?
Pela equação química, temos que:
1 L de gás nitrogênio 3 L de gás hidrogênio
x 9 L de gás hidrogênio
9 ?1
x5 ⇒ x 5 3 L de gás nitrogênio
3
Há excesso de 1 L de gás nitrogênio.
Alternativa b.

PARA CONSTRUIR

Dê os valores que substituem as letras A, B, C, D, E e F, da síntese da água, sob pressão e temperatura constantes.

Hidrogênio Oxigênio Vapor de água


10 litros 5 litros 10 litros
12 litros 1 A litros → B litros
C litros 13 litros D litros
E litros F litros 7 litros

De acordo com a lei volumétrica de Gay-Lussac, temos:


Volume de gás oxigênio A: Volume de vapor de água D:
12 L de hidrogênio 13 L de oxigênio
5 1,2 5 2,6
10 L de hidrogênio 5 L de oxigênio
A D
5 1,2 ⇒ A 5 5 ? 1,2 ⇒ A 5 6 5 2,6 ⇒ D 5 10 ? 2,6 ⇒ D 5 26
5 10
Volume do vapor de água B: Volume de oxigênio E:
7 L de vapor de água
12 L de hidrogênio 5 0,7
5 1,2 10 L de vapor de água
10 L de hidrogênio
E
B 5 0,7 ⇒ E 5 10 ? 0,2 ⇒ E 5 7
5 1,2 ⇒ B 5 10 ? 1,2 ⇒ B 5 12 10
10 Volume de hidrogênio F:
Volume de gás hidrogênio C: 7 L de vapor de água
13 L de oxigênio 5 0,7
5 2,6 10 L de vapor de água
5 L de oxigênio F
5 0,7 ⇒ F 5 5 ? 0,2 ⇒ F 5 3,5
C 5
5 2,6 ⇒ C 5 10 ? 2,6 ⇒ C 5 26
10

38 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (PUC-PR) Aplicando-se a lei de Gay-Lussac, das combinações 1 Explique o que diz a lei das proporções volumétricas constan-
em volume, qual a contração em volume experimentada na tes de Gay-Lussac.
reação: Qual a discrepância entre os experimentos de Gay-Lussac e as
teorias de Dalton em relação à composição da água?
1 gás nitrogênio 1 3 gás hidrogênio → 2 gás amônia
mantendo-se constantes as condições de pressão e tempe- 2 Sabendo que as substâncias gasosas X e Y reagem entre si
ratura durante todo o processo para os reagentes e os pro- produzindo o gás Z, e que:
dutos gasosos? a) na reação I observou-se que toda a substância X reagiu,
a) 100% d) 30% porém restou um excesso de 1,5 litro da substância Y;
b) na reação II observou-se que restou um excesso de 2 litros
b) 60% e) 20%
da substância X, porém toda a substância Y reagiu.
c) 50%
Com base nas informações fornecidas, complete o quadro a
2 Forneça os valores dos volumes que substituem corretamen- seguir:
te as letras A, B, C, D, E e F, na tabela abaixo, da síntese do Reação X Y Z
dióxido de nitrogênio, sob pressão e temperatura constantes.
I 2 litros 1 4,5 litros → A litros
Nitrogênio Oxigênio Dióxido de nitrogênio II 10 litros B litros 8 litros
5 litros 10 litros 10 litros
3 A reação abaixo mostra a transformação do gás oxigênio em
6 litros 1 A litros → B litros
gás ozônio:
C litros 3 litros D litros
E litros F litros 5 litros

3 A oxidação do dióxido de enxofre formando trióxido de en-
xofre na atmosfera é um evento possível mas improvável, Em relação a essa transformação, é correto afirmar:
pois trata-se de uma reação reversível. (01) O gás oxigênio e o gás ozônio são substâncias formadas
À temperatura de 450 °C, cerca de 97% do dióxido de enxofre pelo mesmo elemento químico, o oxigênio.
é convertido em trióxido de enxofre, se bem que lentamente. (02) Se a reação for feita sob pressão e temperatura constan-
dióxido de enxofre 1 oxigênio → trióxido de enxofre tes, o volume das substâncias que reagem e que são pro-
duzidas permanecerá constante.
Mas, se a temperatura sobe para mais de 500 °C, ocorre a dis-
(04) Se a reação for feita sob pressão e temperatura constan-
sociação do trióxido de enxofre em dióxido de enxofre e gás
tes, a proporção em volume das substâncias que reagem
oxigênio. e que são produzidas permanecerá constante.
trióxido de enxofre → oxigênio 1 dióxido de enxofre (08) Um volume igual a 9 L de oxigênio produz 6 L de ozônio
A indústria de fabricação de ácido sulfúrico consegue pro- em quaisquer condições de pressão e temperatura.
duzir trióxido de enxofre a partir da oxidação do dióxido de (16) Um volume igual a 4,5 L de gás oxigênio produz 3 L de gás
enxofre operando entre essas duas temperaturas muito pró- ozônio em condições constantes de pressão e temperatura.
ximas, utilizando uma série de artifícios. (32) Ao fim da reação verifica-se que permanecem constantes
Considerando que essa reação seja feita em laboratório sob a massa total e o número de átomos total; o volume, po- FRENTE B

condições controladas e constantes de temperatura e pres- rém, diminui.


são, indique o volume em litros de trióxido de enxofre que 4 Considere a equação de combustão do monóxido de carbono:
QUÍMICA

é possível obter a partir da oxidação do dióxido de enxofre 2 CO(g) 1 1 O2(g) → 2 CO2(g) (P 5 1 atm e T 5 300 K).
com 450 litros de oxigênio. Mantendo as condições de P e T constantes, qual o volu-
dióxido de enxofre 1 oxigênio → trióxido de enxofre me gasto de CO(g) e O2(g) necessário para obter 30 L de
2 litros 1 litro 2 litros CO2(g)?

Mudanças de estado 39
CAPÍTULO

7 O conceito de molécula

Objetivos:
CONTRADIÇÕES COM A TEORIA DE DALTON
c Compreender que o As pesquisas de Gay-Lussac chamaram a atenção dos cientistas pela simplicidade da relação
conceito de molécula entre os volumes dos gases participantes de uma reação, pois mostrava evidências da manifestação
criado por Avogadro de alguma propriedade importante dos gases.
resolveu o conflito Gay-Lussac acreditava que suas observações confirmavam a teoria atômica de Dalton e, com
entre as teorias de base nessa teoria, elaborou uma hipótese: “Volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas con-
Dalton e Gay-Lussac. dições de pressão e temperatura, contêm o mesmo número de átomos”.
c Compreender como o Ocorre que a hipótese de Gay-Lussac era contraditória, pois se fosse verdade que volumes
conceito de molécula iguais de gases diferentes (nas mesmas condições de pressão e temperatura) tivessem o mesmo
facilita a diferenciação número de átomos, então um volume de gás nitrogênio (que segundo Dalton era constituído por
entre substâncias um “átomo simples” de nitrogênio) deveria reagir com um volume de gás oxigênio (constituído
simples, substâncias por um “átomo simples” de oxigênio), produzindo um volume de gás monóxido de nitrogênio
compostas e misturas. (formado por um “átomo composto” de monóxido de nitrogênio), mas na prática não era assim.
Pela hipótese de Gay-Lussac:

1 “átomo simples” 1 “átomo simples” 1 “átomo composto” de


de nitrogênio de oxigênio monóxido de nitrogênio

Mas os experimentos de Gay-Lussac mostravam que:


ILUSTRAÇÕES: ALEX ARGOZINO/
ARQUIVO DA EDITORA

Monóxido Monóxido
Nitrogênio Oxigênio de de
nitrogênio nitrogênio

1 volume 1 volume 2 volumes

O mesmo ocorria na reação de síntese da água. Dalton dizia que um “átomo simples” de hi-
drogênio reagia com um “átomo simples” de oxigênio, formando um “átomo composto” de água.

1 “átomo simples” de hidrogênio 1 “átomo simples” de oxigênio 1 “átomo composto” de água

Mas os experimentos de Gay-Lussac mostravam que dois volumes de gás hidrogênio reagiam
com um volume de gás oxigênio para formar dois volumes de água.

Hidrogênio Hidrogênio Oxigênio Água Água

2 volumes 1 volume 2 volumes

40 Mudanças de estado
A teoria tornou-se incompatível com as observações experimentais. Outras contradições como
essa foram verificadas na prática em diversas reações.
A resposta para esse impasse e a explicação para a lei de Gay-Lussac foram encontradas pelo
físico italiano Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro (1776-1856).

O conceito de molécula
Avogadro sugeriu que todas as contradições teóricas e práticas entre a hipótese de Gay-Lussac
e a teoria atômica de Dalton podiam ser eliminadas se fosse introduzido o conceito de molécula.
Ele utilizou o seguinte raciocínio: na reação entre os gases nitrogênio e oxigênio formando o gás
monóxido de nitrogênio, por exemplo, cada “molécula integral” de gás nitrogênio divide-se em duas
“moléculas elementares” (ou meias moléculas ou átomos) de nitrogênio.

→ 1

Molécula integral de gás nitrogênio Moléculas elementares de nitrogênio

O mesmo ocorre com cada “molécula integral” de gás oxigênio, que se divide em duas “molé-
culas elementares” (átomos) de oxigênio.

→ 1

Molécula integral de gás oxigênio Moléculas elementares de oxigênio

A união entre uma “molécula elementar” (átomo) de nitrogênio e uma “molécula elemen-
tar” (átomo) de oxigênio produz uma “molécula integral” (ou apenas molécula) de monóxido de
nitrogênio.

1 →

Molécula elementar Molécula elementar de Molécula integral de gás


de gás nitrogênio gás oxigênio monóxido de nitrogênio

Por isso, a reação entre uma “molécula integral” de nitrogênio e uma “molécula integral” de
oxigênio produz duas “moléculas integrais” de monóxido de nitrogênio, o que está de acordo com
os resultados obtidos nos experimentos volumétricos de Gay-Lussac.
1 volume

Molécula integral
de gás nitrogênio
Moléculas elementares 2 volumes
ou átomos de nitrogênio

1 1 →
FRENTE B

QUÍMICA

1 volume
Moléculas integrais ou
apenas moléculas de
Moléculas elementares monóxido de nitrogênio
Molécula integral
ou átomos de oxigênio
de gás oxigênio

Mudanças de estado 41
Na reação de síntese da água, cada molécula de gás hidrogênio é formada por dois átomos de
hidrogênio, e cada molécula de gás oxigênio é formada por dois átomos de oxigênio.
Durante a reação, as “moléculas integrais” separam-se em “átomos elementares”, e cada dois áto-
mos de hidrogênio se unem a um átomo de oxigênio para formar, no total, duas moléculas de água.

2 volumes 1 volume 2 volumes

1 → 1

Moléculas de Moléculas de Átomos de Átomos de Moléculas de


gás hidrogênio gás oxigênio hidrogênio oxigênio água

CONCEITO DE MOLÉCULA E DE ÁTOMO


A palavra “molécula” é de origem latina e significa “pequena massa”. A definição proposta por
Avogadro é:

Molécula é a menor partícula de uma substância capaz de existir isoladamente; consequen-


temente, o átomo é a menor quantidade de um elemento químico encontrado nas moléculas
de diferentes substâncias.

Desse modo, as moléculas seriam formadas de pequenos agregados de átomos, de elementos


químicos iguais ou diferentes.
Até hoje é comum utilizar o modelo de molécula de Avogadro para estabelecer a diferença en-
tre substância simples e substância composta. Essa definição, entretanto, é relativamente incompleta,
já que nem todos os materiais são formados por moléculas.
De qualquer forma, para os materiais formados por moléculas, temos, segundo a teoria de
Avogadro:
As moléculas das substâncias simples e das substâncias compostas são constituídas de pelo
menos dois átomos.
Exemplos: H2, P4, NO e NH3.

Moléculas de H2, substância simples. Moléculas de NO, substância composta.

42 Mudanças de estado
As moléculas das substâncias simples são constituídas de átomos de mesmo elemento quí-
mico (átomos iguais não sofrem repulsão mútua).
Exemplos: O2, O3, Cl2 e S8.

Moléculas de O2, substância simples. Moléculas de O3, substância simples.

As moléculas das substâncias compostas são constituídas por átomos de dois ou mais elementos
químicos diferentes.
Exemplos: H2O, CO2, C2H6O e H2SO4.

Moléculas de H2O, substância composta. Moléculas de CO2, substância composta. Lembre-se de que é mui-
to raro encontrar uma subs-
Em uma reação química, as moléculas podem ser divididas, mas os átomos permanecem indivisíveis. tância isolada na natureza.
Com base no que foi exposto, também podemos definir: Normalmente as substâncias
Uma substância é formada por um único tipo de molécula. são encontradas misturadas
Uma mistura é formada por moléculas diferentes. umas às outras.
Veja os exemplos a seguir:

FRENTE B
QUÍMICA

Mistura de substâncias simples e com- Mistura de substâncias simples: O2 e O3. Mistura de substâncias compostas:
postas, H2 e compostas, NO. H2O e CO2.

Mudanças de estado 43
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(Mack-SP) O número de elementos, o de átomos, o de subs- RESOLUÇÃO:


tâncias e o de moléculas representados no sistema abaixo Elementos: oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e carbono.
são, respectivamente:

Átomos: 6 de oxigênio, 4 de hidrogênio, 1 de nitrogênio e


1 de carbono (total = 12).
Substâncias:

a) 4, 12, 4 e 5.
b) 5, 5, 5 e 5.
c) 12, 5, 4 e 4. Moléculas: 2 de água, 1 de monóxido de nitrogênio, 1 de gás
d) 9, 4, 5 e 4. oxigênio e 1 de monóxido de carbono.
e) 4, 3, 3 e 2. Alternativa a.

PARA CONSTRUIR

1 Relacione a classificação correta aos sistemas abaixo: d 2 Sobre o exercício anterior, responda às seguintes questões:
I. Substância simples. a) Quantas moléculas estão representadas nos sistemas A,
II. Substância composta. C e E?
III. Mistura de substâncias simples. A: 7 moléculas; C: 7 moléculas; E: 4 moléculas.
IV. Mistura de substâncias compostas.
V. Mistura de substâncias simples e compostas.
Sistema A Sistema B
b) Quantos átomos estão representados nos sistemas B, D e E?
B: 16 átomos; D: 12 átomos; E: 24 átomos.

Sistema C Sistema D

c) Quantos elementos existem nos sistemas A, C e D?


Sistema A: III. Formado A: 1 elemento químico; C: 4 elementos químicos; D: 2 ele-
por uma mistura de subs-
Sistema E mentos químicos.
tâncias simples, o gás oxi-
gênio e o gás ozônio.
Sistema B: I. Formado de
uma substância simples, o
gás nitrogênio. d) Quantas substâncias há nos sistemas A, B e C
Sistema C: IV. Formado de uma
a) A – I; B – V; C – III; D – II; E – IV. A: 2 substâncias; B: 1 substância; C: 3 substâncias.
mistura de substâncias compos-
b) A – III; B – II; C – I; D – V; E – IV. tas, a amônia, o dióxido de nitro-
c) A – II; B – I; C – V; D – IV; E – III. gênio e o dióxido de carbono.
d) A – III; B – I; C – IV; D – V; E – II. Sistema D: V. Formado de uma
mistura de substâncias simples e
e) A – II; B – IV; C – V; D – I; E – III.
compostas, respectivamente oxi-
gênio e monóxido de carbono.
Sistema E: II. Formado de uma
substância composta, o gás eteno.
44 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

a) composta; moléculas; elementos; átomo


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
b) composta; moléculas; átomos; elemento
c) química; elementos; moléculas; átomo
1 (UMC-SP) Se uma amostra contém 100 moléculas de gás hi-
drogênio, para que haja a reação química: d) simples; átomos; moléculas; elemento
e) simples; moléculas; átomos; elemento

→ 2 (PUC-MG) Observe os sistemas abaixo, onde as esferas repre-


1
sentam átomos:

quantas moléculas de oxigênio são necessárias e quantas


moléculas de água são produzidas?

2 (PUC-SP) Considere o sistema a seguir:

Pode-se afirmar que nele existem: I II III

Elementos Átomos Moléculas Substâncias Sobre esses sistemas, a afirmação INCORRETA é:


a) 20 3 4 6 a) II contém uma substância pura;
b) 3 20 6 4 b) III contém uma mistura;
c) c) I contém duas substâncias simples;
4 20 6 3
d) d) II contém uma mistura;
2 6 20 4
e) I contém uma mistura;
e) 3 4 20 6
3 (Unisa-SP – Adaptada) Em qual das sequências a seguir, estão
3 (Mack-SP) Observando-se os modelos abaixo, onde as esferas representados um elemento, uma substância simples e uma
representam átomos, é correto afirmar que o sistema substância composta, respectivamente?
a) Cl2, H2, F2.
b) N2, HF, H2O2.
c) I, HCl, Ne.
d) HI, N2, Cl2.
e) Na, I2, H2S.
I II III
4 (PUC-SP – Adaptada) O conceito de substância pura está mais
a) I contém uma mistura. relacionado com a ideia de:
b) III contém uma substância pura composta.
c) II contém apenas substâncias puras compostas. a) elemento químico. d) íon.
d) I contém uma substância pura composta. b) átomo. e) substância natural.
e) II contém apenas duas substâncias simples. c) molécula.

5 (UFF-RJ) Das alternativas abaixo, a que constitui exemplo de FRENTE B


PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
substâncias simples é:
1 (Cesgranrio-RJ) Identifique a alternativa que apresenta, na a) H2O, O2, H2.
QUÍMICA

sequência, os termos corretos que preenchem as lacunas da b) N2, O3, O2.


seguinte afirmativa: “Uma substância é for- c) CH4, H2O, H2.
mada por , contendo apenas d) H2O2, CH4, N2.
de um mesmo .” e) P4, S8, H2S.

Mudanças de estado 45
CAPÍTULO

8 A hipótese de Avogadro

Objetivos:
Em 1811, o cientista Amedeo Avogadro desenvolveu o seguinte raciocínio a partir dos experi-
c Compreender o
mentos com gases feitos por Gay-Lussac.
significado e a
importância da
hipótese de Avogadro. SÍNTESE DO MONÓXIDO DE NITROGÊNIO
c Aprender a aplicar a
Gay-Lussac provou experimentalmente que:
hipótese de Avogadro na
nitrogênio 1 oxigênio → monóxido de nitrogênio
resolução de problemas
1 volume 1 volume 2 volumes
envolvendo substâncias
gasosas.
Avogadro considerou que o número de moléculas em cada unidade de volume era o mesmo, por
exemplo, x moléculas:

nitrogênio 1 oxigênio → monóxido de nitrogênio


1 ? x moléculas 1 ? x moléculas 2 ? x moléculas

Dividindo-se todos os valores da relação acima por x, a proporção não é alterada e, assim, tem-se:

nitrogênio 1 oxigênio → monóxido de nitrogênio


1 molécula 1 molécula 2 moléculas

Como a molécula de uma substância deve conter pelo menos dois átomos (indivisíveis), os
dados experimentais de Gay-Lussac ficariam compatíveis com a teoria molecular de Avogadro,
admitindo-se que:
a molécula de gás nitrogênio é formada por dois átomos do elemento nitrogênio;
a molécula de gás oxigênio é formada por dois átomos do elemento oxigênio;
a molécula de gás monóxido de nitrogênio é formada por um átomo do elemento nitrogênio e
um átomo do elemento oxigênio.

Nitrogênio Oxigênio Monóxido de nitrogênio

Em termos de volume, teríamos esquematicamente o seguinte:


ARQUIVO DA EDITORA

O número de moléculas
ALEX ARGOZINO/

em cada recipiente não corres-


ponde à realidade. O que esta-
mos querendo destacar é que o
número de moléculas é o mes- 1 volume 1 volume 2 volumes
mo por unidade de volume (nas Reagentes Produtos
2 volumes 2 volumes
mesmas condições de tempera- 12 moléculas 12 moléculas
tura e pressão). 24 átomos 24 átomos

Observe que o tamanho das moléculas nos esquemas feitos está superdimensionado em relação ao
tamanho dos recipientes. Estamos utilizando um modelo para ilustrar a teoria em estudo. Se respeitás-
semos a proporção de tamanho real, seria impossível fazer qualquer esquema que envolvesse moléculas.

46 Mudanças de estado
SÍNTESE DA AMÔNIA
Gay-Lussac provou experimentalmente que:

nitrogênio 1 hidrogênio → amônia


1 volume 3 volumes 2 volumes

Avogadro considerou que o número de moléculas em cada unidade de volume era o mesmo, por
exemplo, x moléculas:

nitrogênio 1 hidrogênio → amônia


1 ? x moléculas 3 ? x moléculas 2 ? x moléculas

Dividindo-se todos os valores da relação acima por x, tem-se:

nitrogênio 1 hidrogênio → amônia


1 molécula 3 moléculas 2 moléculas

Novamente, como a molécula de uma substância deve conter pelo menos dois átomos (que
são indivisíveis), os dados obtidos no experimento de Gay-Lussac ficariam compatíveis com a teoria
molecular de Avogadro, admitindo-se que:
a molécula de gás hidrogênio é formada por dois átomos do elemento hidrogênio;
a molécula de gás nitrogênio é formada por dois átomos do elemento nitrogênio;
a molécula de gás amônia, para que os dados volumétricos e moleculares fiquem compatíveis, deve
ser formada por um átomo do elemento nitrogênio e três átomos do elemento hidrogênio.

nitrogênio 1 hidrogênio → amônia

Em termos de volume, teríamos esquematicamente o seguinte:


ARQUIVO DA EDITORA
ALEX ARGOZINO/

1 volume 3 volumes 2 volumes


Reagentes Produtos
4 volumes 2 volumes
24 moléculas 12 moléculas
48 átomos 48 átomos

SÍNTESE DA ÁGUA
Gay-Lussac provou experimentalmente que:

FRENTE B
hidrogênio 1 oxigênio → água
2 volumes 1 volume 2 volumes

Avogadro considerou que o número de moléculas em cada unidade de volume era o mesmo, por
QUÍMICA

exemplo, x moléculas:

hidrogênio 1 oxigênio → água


2 ? x moléculas 1 ? x moléculas 2 ? x moléculas

Mudanças de estado 47
Dividindo-se todos os valores da relação acima por x, tem-se:

hidrogênio 1 oxigênio → água


2 moléculas 1 molécula 2 moléculas

Segundo esse raciocínio, concluímos:


a molécula de gás hidrogênio é formada por dois átomos do elemento hidrogênio;
a molécula de gás oxigênio é formada por dois átomos do elemento oxigênio;
a molécula de água, para que os dados volumétricos e moleculares fiquem compatíveis, deve ser
formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio.

1 →

hidrogênio oxigênio água

Em termos de volume, teríamos esquematicamente o seguinte:

ARQUIVO DA EDITORA
ALEX ARGOZINO/

2 volumes 1 volume 2 volumes


Reagentes Produtos
3 volumes 2 volumes
18 moléculas 12 moléculas
36 átomos 36 átomos

A partir dessa ideia Amedeo Avogadro propôs uma hipótese – que hoje é reconhecida como
lei – que pôs um fim a todas as contradições entre a teoria de Dalton e as leis volumétricas de
Gay-Lussac.
A hipótese de Avogadro pode ser enunciada da seguinte maneira:

Volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas condições de pressão e temperatura, con-
têm o mesmo número de moléculas.

Transporte de gases
ALEXANDER ZEMLIANICHENKO JR/BLOOMBERG/GETTY IMAGES

Muitas pessoas não têm conhecimento da vasta rede de


encanamentos subterrâneos que envolvem o mundo desenvol-
vido. Por exemplo, os encanamentos transportam gás natural
(rico em metano) a partir de enormes campos de gás natural
existentes na Sibéria para a Europa Ocidental. O gás natural da
Argélia é transportado para a Itália através de um gasoduto de
120 cm de diâmetro e 2 500 km de comprimento que se esten-
de pelo mar Mediterrâneo a profundezas de 600 m.
Antes de ser transportado o gás natural é processado para
remover particulas sólidas, água e várias impurezas gasosas, como
sulfeto de hidrogênio e dióxido de carbono. A seguir, o gás é com-
primido para pressões na faixa entre 3,5 MPa (35 atm) e 10 MPa
(100 atm), dependendo da idade e do diâmetro do encanamento.
A pressão é mantida por grandes estações com compressores ao
longo do gasoduto, espaçadas em intervalos de 80 a 160 km.
Gasodutos. Disponível em: <www.agracadaquimica.com.br/index.
Fig. 1 – Duto de gás natural localizado na Península de Yamal, Rússia. php?acao=quimica/ms2&i=9&id=661>. Acesso em: 4 set. 2014. Adaptado.

48 Mudanças de estado
BIOGRAFIA

Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro nasceu em Turim, na Itália, em 1776, filho
de um dos mais importantes advogados da época. Por influência do pai, tornou-se doutor em
jurisprudência aos 16 anos e aos 20 anos formou-se em Direito eclesiástico.
O apoio financeiro e a orientação da família, aliados ao próprio êxito profissional, permi-
tiam que ele continuasse se dedicando aos estudos e se aprofundasse em Filosofia.
Aos poucos, passou a interessar-se cada vez mais por Física e Química e construiu um
laboratório de Física para pesquisar a corrente galvânica, tema da moda entre os físicos da épo-
ca. Alguns anos depois, em 1809, aos 33 anos, ele foi convidado para lecionar Física no Colégio
Real de Vercelli, onde formulou uma das leis mais importantes da Química, que atualmente
conhecemos por hipótese de Avogadro.
O resultado desse trabalho foi publicado em 1811, quando ele tinha 35 anos, no Journal
de Physique, com o título: “Ensaio sobre um modo de determinar as massas relativas das mo-
léculas elementares dos corpos e as proporções segundo as quais entram nas combinações”.
Mas as descobertas de Avogadro passaram praticamente despercebidas no meio cientí-
fico; apenas seus alunos davam crédito às suas ideias.
Ele lecionou Matemática na Universidade de Turim e trabalhou como jurista até se apo-
sentar definitivamente aos 74 anos.
Avogadro faleceu em 1856. A notícia de sua morte saiu em pequenas notas nas revistas
científicas menos importantes. A monografia histórica que ele publicou em 1811 ainda era
desconhecida do mundo científico em 1860, quatro anos após seu falecimento.
Quem primeiro defendeu as ideias de Avogadro foi um químico siciliano, Stanislao Can-
nizzaro (1826-1910), no Congresso Internacional de Karlsruhe, em 1860. O encontro reunia os
mais importantes pesquisadores do mundo.
O objetivo principal era resolver problemas fundamentais da Química – que Avogadro
já tinha solucionado meio século antes, sem que o mundo científico tomasse conhecimento.
Discutiu-se, no congresso, como medir as massas atômicas dos elementos e como distinguir
“átomos simples” de “átomos compostos”.
Cannizzaro apresentou as ideias de Avogadro sobre o tema com entusiasmo, mas, como
tanto ele quanto Avogadro eram nomes desconhecidos, a plateia não demonstrou nenhum
interesse.
Contam que no encerramento do congresso um famoso químico
da época, Dumas, declarou que: “Os químicos do mundo todo
devem esforçar-se por reformular os conceitos de ‘átomos
simples’ e de ‘átomos compostos’”, ou seja, Dumas nem
percebeu que a reformulação já existia e fora apresen-
BE
TT
M

tada por Cannizzaro no congresso.


AN
N /C

Cannizzaro, então, teve a ideia de distribuir en-


OR
B IS

tre os participantes do congresso uma monografia


/L A T

intitulada “Resumo de um Curso de Filosofia Quími-


INST

ca”, já divulgada na Itália sem muito sucesso. Alguns


O CK

congressistas leram o trabalho e, baseando-se nele,


passaram a desenvolver pesquisas.
O ceticismo dos cientistas foi se dissipando à FRENTE B
medida que as verificações experimentais compro-
vavam a exatidão das hipóteses de Avogadro. Qua-
tro décadas depois, no fim do século XIX, elas foram
QUÍMICA

universalmente aceitas.

Fig. 2 – Amedeo Avogadro.

Mudanças de estado 49
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(UFS-SE) Constata-se experimentalmente que, nas mesmas Se chamarmos esse número de x, teremos:
condições de temperatura e pressão, 3 volumes de hidrogê- Gás hidrogênio 1 Gás ozônio → Água
nio reagem com 1 volume de ozônio, produzindo 3 volumes 3 ? x moléculas 1 ? x moléculas 3 ? x moléculas
de vapor de água. Essa informação nos permite deduzir – a Dividindo todos os valores por x, a proporção em moléculas que
partir da lei de Avogadro – que o número de átomos na mo- reage e que é produzida não é alterada; dessa forma, temos:
lécula de ozônio é igual a: gás hidrogênio + gás ozônio → água
a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6
3 moléculas 1 molécula 3 moléculas
RESOLUÇÃO: Para que os dados volumétricos e moleculares fiquem com-
patíveis é necessário que:
Conforme descreve o enunciado, a reação ocorre na seguinte
a molécula de gás hidrogênio seja formada por dois átomos
proporção em volume:
do elemento hidrogênio;
gás hidrogênio 1 gás ozônio → água
a molécula de gás ozônio seja formada por três átomos do
elemento oxigênio;
a molécula de água seja formada por um átomo de oxigê-
1 nio e dois átomos de hidrogênio.

3 volumes 1 volume 3 volumes


1 →
Segundo a lei de Avogadro: “Volumes iguais de gases dife-
rentes nas mesmas condições de pressão e temperatura pos-
suem o mesmo número de moléculas.” gás hidrogênio gás ozônio água

PARA CONSTRUIR

1 (Unicamp-SP – Adaptada) O Princípio de Avogadro diz que: 2 (UFS-SE) Em uma experiência, feita nas mesmas condições de
“gases quaisquer, ocupando o mesmo volume, nas mesmas temperatura e pressão, verificou-se que a decomposição de
condições de temperatura e pressão, contêm o mesmo nú- 2 L de um cloreto de arsênio gasoso produziu arsênio sólido
mero de moléculas”. Considere volumes iguais dos gases e 3 L de cloro gasoso.
cujas moléculas encontram-se esquematizadas a seguir, to- Quantos átomos de cloro havia na molécula de cloreto de
dos à mesma temperatura e pressão. arsênio?
Dado: a molécula de cloro gasoso é formada por 2 átomos
de cloro. c
a) 1 c) 3 e) 5
A B C D b) 2 d) 4
Pergunta-se: onde há maior número de átomos: Reação de decomposição do cloreto de arsênio:
a) de oxigênio (esfera vermelha)? cloreto de arsênio → arsênio 1 cloro
De acordo com os dados fornecidos, temos:
b) de carbono (esfera preta)?
2 L cloreto de arsênio 3 L de cloro
c) de hidrogênio (esfera branca)? 2 volumes 3 volumes
Justifique suas respostas. 2 ? x moléculas 3 ? x moléculas
O número de moléculas é o mesmo em todos os sistemas: Segundo o enunciado, cada molécula de cloro possui dois áto-
mos de cloro. Temos, então, 6 átomos de cloro para distribuir em
a) Há mais átomos de oxigênio na molécula B (dióxido de carbono), 2 moléculas de cloreto de arsênio; logo, cada molécula dessa subs-
pois cada molécula é formada por dois átomos de oxigênio e um tância deve ter 3 átomos de cloro.
átomo de carbono.
b) Há mais átomos de carbono na molécula C, pois cada molécula é
formada por dois átomos de carbono e quatro átomos de hidrogênio.
c) Há mais átomos de hidrogênio na molécula C (gás eteno), pois cada
molécula é formada por dois átomos de carbono e quatro átomos
de hidrogênio.

50 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

Assinale a afirmativa INCORRETA:


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
a) O recipiente II contém o dobro de moléculas do reci-
piente I.
1 (Fuvest-SP) Em um artigo publicado em 1808, Gay-Lussac relatou b) O recipiente III contém o mesmo número de moléculas
que dois volumes de hidrogênio reagem com um volume de que o recipiente I.
oxigênio, produzindo dois volumes de vapor de água (volumes
c) As massas dos gases contidos nos recipientes I e III são
medidos nas mesmas condições de pressão e temperatura).
iguais.
Em outro artigo, publicado em 1811, Avogadro afirmou que vo- d) A massa do gás contido no recipiente III é maior que a
lumes iguais, de quaisquer gases, sob as mesmas condições de massa do gás do recipiente I.
pressão e temperatura, contêm o mesmo número de moléculas. e) A massa do gás contido no recipiente II é maior que a
Entre as representações a seguir, a que está de acordo com o massa do gás do recipiente III.
exposto e com as fórmulas moleculares atuais do hidrogênio
e do oxigênio é: PARA APRIMORAR
PARA PRATICAR
a)
1 (UFTM-MG) Os recipientes I, II, III e IV contêm substâncias ga-
sosas nas mesmas condições de temperatura e pressão.
b)

c)
CO CO2
C2H4 H2
50 L 50 L
d) 25 L 25 L

I II III IV

e) O princípio de Avogadro permite-nos afirmar que o número


a) de átomos de oxigênio é maior em I.
b) de átomos de hidrogênio é igual em III e IV.
c) de átomos de carbono é maior em I.
2 (Faesa-ES) Considerando a reação abaixo:
d) total de átomos é igual em III e IV.
e) total de átomos é igual em II e III.
1 →
2 (Furg-RS) Foi verificado que 5 cm³ de nitrogênio gasoso rea-
gem com 10 cm³ de oxigênio gasoso, formando 10 cm³ de
efetuada à pressão e à temperatura constantes, podemos um único produto gasoso. Os volumes foram medidos nas
afirmar que, durante a reação, permanecem constantes: mesmas condições de temperatura e pressão. Pode-se afir-
mar que a alternativa que melhor representa a reação em
Dados: nitrogênio 5 ; oxigênio 5 .
questão é:
a) a massa e o volume totais do sistema. a) N2 1 O2 → 2 NO d) 2 N2 1 5 O2 → 2 N2O5
b) a massa total e o número de moléculas. b) 2 N2 1 O2 → 2 N2O e) N2 1 2 O2 → N2O4
c) a massa total e o número total de átomos. c) N2 1 2 O2 → 2 NO2
d) o volume total e o número total de moléculas.
e) o volume total e o número total de átomos. 3 (FMSC-SP) Considere o número igual de moléculas de dois FRENTE B
gases, respectivamente, com moléculas diatômicas e triatô-
3 (UFV-MG) Considere três recipientes, à mesma temperatura micas. Qual a relação entre os volumes desses gases quando
e pressão, contendo os seguintes gases:
QUÍMICA

medidos nas mesmas condições de pressão e temperatura?


Recipiente I 5 2 L de H2 a) 1 : 3 d) 2 : 3
Recipiente II 5 4 L de N2 b) 3 : 1 e) 3 : 2
Recipiente III 5 2 L de CO2 c) 1 : 1

Mudanças de estado 51
CAPÍTULO

9 Balanceamento de equações
químicas

Objetivos:
PRINCÍPIOS DO BALANCEAMENTO
c Compreender que As reações químicas são fenômenos nos quais ocorre a transformação das substâncias e são
as reações químicas representadas por equações químicas.
ocorrem devido a um Os átomos dos elementos químicos que formam as substâncias permanecem sempre os mes-
rearranjo de átomos. mos durante uma reação, ou, como diria Lavoisier:
“Nenhuma nova criação ou destruição da matéria está dentro do alcance da atividade química”.
c Reconhecer que o
modelo atômico de
Dalton, mesmo não
Os átomos de um elemento químico nunca se transformam em átomos de outro elemento
tendo existência física
durante uma reação química.
real, é ideal para
ilustrar as reações As reações químicas são caracterizadas pelo rearranjo de átomos. Os átomos que constituíam
químicas. as moléculas das substâncias reagentes se reagrupam de uma nova maneira, formando as moléculas
das substâncias produzidas. Assim, os átomos dos elementos químicos que estavam nos reagentes
permanecem os mesmos (em tipo e quantidade) nos produtos. Balancear uma equação química
significa tornar essa igualdade verdadeira.
Todos os processos químicos – obtenção de matéria-prima, fabricação de produtos, análise de
emissão de poluentes – consideram o cálculo de reagentes necessários e de produtos obtidos e, por-
tanto, dependem do balanceamento da equação química envolvida.
Vamos começar utilizando o modelo atômico de Dalton para ilustrar como uma reação química
deve ocorrer microscopicamente.
Considere, por exemplo, a reação de combustão do gás metano:
1 CH4(g) 1 2 O2(g) → 1 CO2(g) 1 2 H2O(v)

Observe que os mesmos átomos de hidrogênio que formavam a molécula de metano junto
ao carbono, antes da queima, passaram a formar as moléculas de água com o oxigênio, depois
da queima.
A água e o gás carbônico possuem propriedades totalmente diferentes das do metano e do
oxigênio, portanto, houve transformação química. Os átomos de cada elemento, no entanto, per-
maneceram inalterados durante esse processo de transformação, o que está de acordo com a lei de
conservação das massas de Lavoisier.
Com base nessa lei, podemos calcular teoricamente a proporção (por exemplo, em número
Notações utilizadas para indicar de moléculas) das substâncias que reagem e das que são produzidas em qualquer reação química.
o estado de agregação das subs- Os menores números inteiros que indicam essa proporção de reagentes e produtos são chamados
tâncias participantes de uma coeficientes da reação.
reação química: Acompanhe os passos que devem ser seguidos para determinar os coeficientes na reação de com-
(s) → sólido bustão do gás butano, C4H10(g), um dos componentes do gás de cozinha, pelo “método das tentativas”.
(l) → líquido C4H10(g) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
(g) → gasoso
(v) → vapor
(aq) → aquoso

52 Mudanças de estado
Como o número de átomos sempre se conserva dos reagentes para os produtos, percebemos
imediatamente que a equação não está balanceada, pois há 4 átomos de carbono nos reagentes e
apenas 1 átomo de carbono nos produtos.
Uma sugestão para iniciar o balanceamento é atribuirmos o coeficiente 1 para a substância que
apresenta o maior número de elementos ou o maior número de átomos, no caso, o gás butano. Com
base nesse coeficiente, acertamos os das outras substâncias.
Exemplo: Para igualarmos o número de átomos de carbono nos reagentes e nos produtos,
colocamos o coeficiente 4 para o gás carbônico.
1 C4H10(g) 1 O2(g) → 4 CO2(g) 1 H2O(v)
Fixado o coeficiente 1 para o gás butano, o número de átomos de hidrogênio nos reagentes fica
determinado e igual a 10. Concluímos, então, que o coeficiente da água deve ser 5, pois o produto
de 5 vezes 2 (índice do hidrogênio na molécula de água) é 10.
1 C4H10(g) 1 O2(g) → 4 CO2(g) 1 5 H2O(v)
Com esses passos, determinamos o número de átomos de oxigênio que há nos produtos:
4 ? 2 1 5 ? 1 5 13 átomos de oxigênio nos produtos
Se há 13 átomos de oxigênio nos produtos, é porque havia 13 átomos de oxigênio nos reagentes.
Como o índice do gás oxigênio é 2, surge a pergunta: que número, ao ser multiplicado por 2, tem
como resultado o número 13? A resposta é 13 .
2

1 C4H10(g) 1 13 O2(g) → 4 CO2(g) 1 5 H2O(v)


2
Veja que nada impede a utilização de números fracionários para facilitar os cálculos na busca
dos coeficientes de uma equação química. O importante é não esquecer que só chamamos coefi-
cientes os menores números inteiros que tornam a equação balanceada.
Assim, embora os números encontrados tornem verdadeira a igualdade entre as quantidades
de átomos nos reagentes devemos eliminar a fração. Para fazer isso sem alterar a proporção, multi-
plicamos todos os coeficientes da equação por 2.
A equação química corretamente balanceada é:
2 C4H10(g) 1 13 O2(g) → 8 CO2(g) 1 10 H2O(v)

FRENTE B
QUÍMICA

Mudanças de estado 53
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(Uerj) O bromato de potássio (KBrO3), adicionado à farinha de trigo com a finalidade de tornar o pão mais “fofo”, ao ser aquecido
transforma-se em brometo de potássio (KBr), produzindo gás oxigênio (O2).

MASSON/SHUTTERSTOCK
O crescimento do pão, ao ser assado, faz com que surjam buracos em seu interior. Baseado nessas informações, responda:
I. Equacione e balanceie a reação com os menores coeficientes inteiros possíveis.
II. Classifique a reação.
III. O que provoca a “fofura” do pão?

RESOLUÇÃO:
I. 2 KBrO3 → 2 KBr 1 3 O2
II. Análise ou decomposição.
III. A liberação de gás oxigênio.

PARA CONSTRUIR

1 Encontre os coeficientes que tornam as seguintes equa- d) Combustão do etino (acetileno):


ções químicas de combustão completa, corretamente ba- C2H2(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
lanceadas. 2 C2H2(v) 1 5 O2(g) → 4 CO2(g) 1 2 H2O(v)

a) Combustão da propanona (acetona): e) Combustão do aldeído fórmico (metanal):


C3H6O(g) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) CH2O(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
1 C3H6O(g) 1 4 O2(g) → 3 CO2(g) 1 3 H2O(v) 1 CH2O(v) 1 1 O2(g) → 1 CO2(g) 1 1 H2O(v)

b) Combustão do ácido etanoico (ácido acético): 2 (PUC-RJ) O óxido de alumínio, Al2O3, é utilizado como antiáci-
C2H4O2(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) do. A reação que ocorre no estômago é:
1 C2H4O2(v) 1 2 O2(g) → 2 CO2(g) 1 2 H2O(v) X Al2O3 1 Y HCl → Z AlCl3 1 W H2O
c) Combustão do propanol (álcool propílico): Os coeficientes X, Y, Z e W são, respectivamente: b
C3H8O(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) a) 1, 2, 3, 6. c) 2, 3, 1, 6. e) 4, 2, 1, 6.
A equação balanceada apresenta
2 C3H8O(v) 1 9 O2(g) → 6 CO2(g) 1 8 H2O(v) b) 1, 6, 2, 3. d) 2, 4, 4, 3. os seguintes coeficientes:
1 Al2O3 1 6 HCl → 2 AlCl3 1 3 H2O

54 Mudanças de estado
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TAREFA PARA CASA


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PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 Toda substância formada pelos elementos químicos carbo- 1 Indique os coeficientes que tornam balanceadas as equações
no e hidrogênio ou carbono, hidrogênio e oxigênio, ao sofrer químicas relacionadas a seguir.
combustão completa (queima total), produz apenas gás car- a) C5H12(l) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
bônico e água.
b) C4H8O2(l) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
Encontre os coeficientes que tornam as seguintes equações
químicas corretamente balanceadas. c) C6H6(l) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
a) Combustão do propano: d) Mn3O4(s) 1 Al(s) → Al2O3(s) 1 Mn(s)
C3H8(g) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) e) Ca(OH)2(aq) 1 H3PO4(aq) → Ca3(PO4)2(ppt) 1 H2O(l)
b) Combustão do etanol (álcool etílico): f ) (NH4)2SO4(aq) 1 CaCl2(aq) → CaSO4(ppt) 1 NH4Cl(aq)
C2H6O(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) g) MnO2(s) 1 HCl(aq) → MnCl2(aq) 1 H2O(l) 1 Cl2(g)
c) Combustão do metanol (álcool metílico): h) NaOH(aq) 1 CO2(g) → Na2CO3(aq) 1 H2O(l)
CH4O(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
i) H2SO4(aq) 1 CaCO3(s) → CaSO4(s) 1 H2O(l) 1 CO2(g)
d) Combustão da butanona:
C4H8O(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) 2 (PUC-MG) Quando se “limpa” o mármore (carbonato de
cálcio, CaCO3) com ácido muriático (ácido clorídrico, HCl),
e) Combustão do gás etano. observa-se uma “fervura”, que é o desprendimento de gás
C2H6(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) carbônico, CO2, um dos produtos da reação juntamente com
f ) Combustão do isoctano a água, H2O, e o cloreto de cálcio, CaCl2.
C8H18(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) Forneça a equação balanceada da reação química descrita
g) Combustão do propanotriol (glicerina) acima.
C3H8O3(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
3 (UFMG) A equação química a seguir
2 Encontre os coeficientes que tornam as equações químicas Ca(OH)2 1 H3PO4 → Ca3(PO4)2 1 H2O
relacionadas a seguir corretamente balanceadas. Observa- não está balanceada. Balanceando-a com os menores núme-
ção: ppt indica precipitado, ou seja, a substância formada é ros possíveis, a soma dos coeficientes estequiométricos será:
insolúvel no meio em que se encontra e se deposita no fun- a) 4. c) 10. e) 12.
do do recipiente onde ocorre a reação. b) 7. d) 11.
a) H2(g) 1 I2(s) → HI(g) 4 (Uepa) A queima (combustão) do isooctano, C8H18, um dos
b) SO2(g) 1 O2(g) → SO3(g) componentes da gasolina, pode ser representada pela equa-
c) CO(g) 1 O2(g) → CO2(g) ção química não balanceada:
C8H18 1 O2 → CO2 1 H2O
d) Fe(s) 1 O2(g) → Fe2O3(s)
Os coeficientes da reação balanceada são:
e) Pb(s) 1 HCl(aq) → PbCl2(ppt) 1 H2(g)
a) 2 ; 50 ; 8 ; 32. d) 4 ; 25 ; 16 ; 18.
f ) HgSO4(aq) 1 Al(s) → Al2(SO4)3(aq) 1 Hg(s) b) 2 ; 25 ; 16 ; 18.
g) Fe2O3(s) 1 Al(s) → Al2O3(s) 1 Fe(s) c) 4 ; 50 ; 8 ; 32. e) 1 ; 25 ; 4 ; 16.
FRENTE B
3 (Unicamp-SP) Leia a frase seguinte e transforme-a em uma 5 (Uepa-Prise) A reação química para obtenção do metal alumí-
equação química (balanceada), utilizando símbolos e fórmulas: nio, a partir da eletrólise do óxido de alumínio, é a seguinte:
“Uma molécula de nitrogênio gasoso, contendo dois átomos Al2O3 → Al 1 O2
QUÍMICA

de nitrogênio por molécula, reage com três moléculas de hi- Os coeficientes que balanceiam essa reação são respectiva-
drogênio diatômico, gasoso, produzindo duas moléculas de mente:
amônia gasosa, a qual é formada por três átomos de hidrogê- a) 2, 4 e 2. c) 1, 2 e 2.
nio e um de nitrogênio.” b) 1, 2 e 3. d) 2, 4 e 3. e) 2, 2 e 2.

Mudanças de estado 55
CAPÍTULO

10 Alotropia: oxigênio e ozônio

Objetivos: Certos elementos químicos possuem a propriedade de formar mais de um tipo de substância
simples. Essa propriedade é denominada alotropia, e as diferentes substâncias formadas são deno-
c Compreender o
minadas formas ou variedades alotrópicas ou simplesmente, alótropas.
fenômeno da alotropia
e a importância
As variedades alotrópicas de um mesmo elemento diferem entre si quanto à atomicidade
do equilíbrio entre
oxigênio e ozônio no
ou quanto ao arranjo cristalino dos átomos no espaço.
ambiente.
É interessante observar que, quando uma substância simples apresenta alotropia, uma das for-
c Conhecer diferentes mas alotrópicas sempre é mais estável que a(s) outra(s). A forma mais instável (mais energética)
pontos de vista sobre tende a se transformar, espontaneamente, na forma mais estável em um processo que ocorre com
uma mesma teoria
liberação de energia.
e observar que nem
Como os alótropos são formados pelo mesmo elemento químico, suas propriedades químicas
sempre a construção
são semelhantes, ou seja, duas variedades alotrópicas de um mesmo elemento, em geral, podem
do conhecimento está
sofrer as mesmas reações formando os mesmos produtos.
acima de interesses
Vários elementos apresentam alotropia. Entre eles, os mais comuns são o oxigênio, o carbono,
comerciais.
o fósforo e o enxofre, mas também verificamos esse fenômeno nos elementos arsênio, As; selênio,
Se; estanho, Sn; cério, Ce; e polônio, Po.

Alótropos do oxigênio
O oxigênio possui duas formas alotrópicas que diferem quanto à atomicidade (número de
átomos do elemento químico em uma molécula da substância):
gás oxigênio, O2(g): inodoro e indispensável à vida;
gás ozônio, O3(g): de cheiro desagradável e bactericida.
A tabela a seguir indica algumas propriedades desses alótropos.

Densidade/
Alótropos Fusão/ºC Ebulição/ºC Estabilidade
g ? cm23

Gás oxigênio

1,14 Alótropo mais


2 218,4 2 182,8
(t 5 2183 ºC) estável

Atomicidade: 2

Gás ozônio

1,71 Alótropo menos


2 249,4 2 111,3
(t 5 2 188 ºC) estável

Atomicidade: 3

56 Mudanças de estado
A estabilidade de uma substância depende das condições em que ela se encontra. Nesse caso,
estamos considerando sempre a estabilidade de uma forma alotrópica em comparação a outra em
condições ambiente (25 °C e 1 atm).
Em razão de sua ação bactericida, o ozônio é utilizado na purificação da água para uso domés-
tico (em ozonizadores), de água de piscinas e no tratamento da água destinada à população em
países da Europa.
A camada de ozônio
As moléculas de gás oxigênio, O2(g), possuem baixa densidade e tendem a subir para a estra-
tosfera, até cerca de 25 km acima da superfície do planeta. Nas condições da estratosfera, o oxigênio
é instável e se decompõe pela ação dos raios ultravioleta do Sol, formando gás ozônio, O3(g), mais
estável, nessas condições.
O2(g) → O(g) 1 O(g)

O2(g) 1 O(g) → O3(g)


Uma vez que o gás ozônio é mais denso, ele começa a descer. Mas nas condições existentes
nas camadas mais baixas da atmosfera ele é instável e se decompõe formando gás oxigênio, em um
ciclo contínuo.
O(g) 1 O3(g) → O2(g) 1 O2(g)
Enquanto o gás ozônio está descendo e se decompondo, há gás oxigênio subindo e se trans-
formando em ozônio.
O oxigênio que está abaixo de 25 kilometros não se decompõe porque a camada de ozônio que
existe na estratosfera absorve os raios ultravioleta do Sol, impedindo que ele se transforme.
A camada de ozônio retém os raios ultravioleta da luz solar, protegendo os seres vivos dessa
radiação eletromagnética invisível aos nossos olhos, de frequência e energia altas o bastante para
causar danos à vida.
O esquema abaixo mostra a quantidade de radiação ultravioleta (setas alaranjadas) que chega
à superfície terrestre. A figura A está com a camada de ozônio preservada; já na figura B, ela está
comprometida.

ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA


A B
ultravioleta

ultravioleta
Radiação

Radiação

Concentração Concentração
de ozônio de ozônio

FRENTE B
adequada inadequada
QUÍMICA

Fig. 1 – Representação
esquemática da
atuação da camada de
ozônio adequada (A) e
inadequada (B).

Mudanças de estado 57
A teoria da destruição do O3 pelos CFCs (clorofluorcarbonetos)
Em 1970, o químico Paul Crutzen (1933-) publicou um artigo sugerindo que os óxidos de nitro-
gênio, como monóxido de nitrogênio ou óxido nitroso, NO(g), poderiam alterar o equilíbrio dinâmico
de formação e decomposição do ozônio, atuando como catalisadores (aceleradores da velocidade)
da reação de decomposição do O3(g).
NO(g) 1 O3(g) → NO2(g) 1 O2(g)

NO2(g) 1 O(g) → NO(g) 1 O2(g)


Como todo catalisador, o NO(g) é recuperado integralmente no final, originando uma reação
em cadeia que leva à decomposição de milhares de moléculas de ozônio.

SENOHRABEK/SHUTTERSTOCK

Fig. 2 – Aviões
comerciais são
responsáveis pelas
Os CFCs foram descober- emissões de óxidos
tos na década de 1930 pelo en- de nitrogênio,
hidrocarbonetos,
genheiro mecânico e químico fumaça e monóxido
Thomas Midgley Jr. (1889-1944). de carbono.
Mais tarde indústrias desenvolve-
ram compostos semelhantes. Além dos óxidos de nitrogênio há também os chamados CFCs, compostos inertes, sem cheiro,
Os mais utilizados são o não inflamáveis, não corrosivos e de baixo custo de produção.
CFC-11 (CCl3F, triclorofluorme- Em 1974, o químico norte-americano F. Sherwood Rowland (1927-2012) e o químico mexicano
tano), o CFC-12 (CCl2F2, diclo- Mario J. Molina (1943-) publicaram um artigo na revista Nature afirmando que esses gases chegam à
rodifluormetano) e o brometo estratosfera onde, por causa da alta intensidade de radiações UV, decompõem-se, liberando átomos
de metila (CBrH3). Logo se tor- livres de cloro, flúor ou bromo que aumentam a velocidade da reação de decomposição do ozônio,
naram populares como gás refri- por exemplo:
gerante para geladeiras, freezers Cl(g) 1 O3(g) → ClO(g) 1 O2(g)
e aparelhos de ar-condicionado;
como propulsores de sprays de ClO(g) 1 O(g) → Cl(g) 1 O2(g)
desodorantes, tintas e insetici- Como o cloro é integralmente recuperado no final, ele pode decompor outras moléculas de
das; como solventes ou gases de O3(g). Estima-se que cada átomo de cloro possa decompor cerca de 100 mil moléculas de O3(g) da
limpeza de componentes eletrô- estratosfera.
nicos (para circuitos de compu-
tador e para esterilizadores de

BERNABEA AMALIA MENDEZ/SHUTTERSTOCK


instrumentos hospitalares); além
de serem usados na fabricação
das formas de plástico poroso
próprias para embalar sanduí-
ches, comida congelada e ovos.
Outros CFCs, que conti-
nham bromo na molécula em
vez de flúor, denominados ha-
lônios, apresentavam caracterís-
ticas ideais para serem utilizados
como agentes extintores de in-
cêndio em equipamentos deli-
cados e/ou em obras valiosas.
O brometo de metila encontra
aplicação na agricultura, para
fumigar culturas de tomates e
morangos, combater fungos,
bactérias e patógenos.
Fig. 3 – Representação artística da ação dos aerossóis sobre o planeta.

58 Mudanças de estado
Como mostra a tabela a
A teoria da farsa dos CFCs
seguir, os CFCs são gases bem
Uma pesquisa feita pela Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço mais densos que o ar atmosfé-
(Nasa) constatou que em épocas de maior atividade solar (explosões solares) o rico e, a princípio, não deveriam
“buraco” na camada de ozônio se fecha e, em épocas de baixa atividade solar, ele subir até a estratosfera.
aumenta. Como a alteração da atividade do Sol é um evento periódico, alguns
cientistas começaram a supor que a formação do “buraco” na camada de ozônio Substância ou Densidade
possa fazer parte de um ciclo natural relacionado às fases em que há redução na mistura (g/L)
atividade solar. Ar atmosférico seco 1,2
Baseado nessa e em outras evidências e com quarenta anos de experiência em Clorodifluormetano 3,0
estudos do clima no planeta, o professor Ph.D. do Departamento de Meteorologia da
Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Baldicero Molion, escreveu o seguinte Diclorodifluormetano 4,2
artigo: Brometo de metila 3,3
“Há quase 10 anos, reanalisei as séries de ozônio de Oslo e Tronsoe, Noruega, e FONTE: PERRY, Robert H.; GREEN, Don W.
escrevi um trabalho mostrando que as concentrações de ozônio estratosférico são Perry’s Chemical Engineer’s Handbook.
6. ed. Kansas: McGraw-Hill, 1984. (Chemical
altamente variáveis e dependem da variação de fatores internos e externos ao sistema Engineering Series).

Terra-atmosfera, como produção de radiação ultravioleta pelo Sol e a presença de


aerossóis vulcânicos. A verdade é que não há evidências científicas de que a camada
de ozônio na estratosfera esteja sendo destruída pelos compostos de clorofluorcarbo-
no (CFCs), que são gases utilizados em refrigeração (geladeira, ar-condicionado),
como Freon 11 e Freon 12.
O que ocorreu foi que, como os CFCs se tornaram de domínio público e já não
podiam ser cobrados direitos de propriedade (royalties) sobre sua fabricação, as in-
dústrias que controlam a produção dos substitutos convenceram ‘certos’ governos de
países de primeiro mundo a darem apoio para ‘a farsa da destruição da camada de
ozônio e do aumento do buraco de ozônio na Antártica’, pois agora os seus substitu-
tos recebem royalties.
O Freon 12, por exemplo, custava US$ 1,70/kg e seu substituto R-134 custa
quase US$ 20,00/kg. Como as indústrias produtoras têm suas matrizes em países de
primeiro mundo e pagam impostos lá, não fica difícil de concluir para onde vai nosso
dinheiro e de quem é o interesse de sustentar uma ideia, ou hipótese, tão absurda
como essa da destruição da camada de ozônio pelo homem. Na minha opinião, essa
hipótese é uma atitude neocolonialista, ou seja, de domínio dos países ricos sobre os
pobres, através da tecnologia e das finanças. Países tropicais, como Brasil e Índia,
precisam de refrigeração a baixo custo.
A hipótese da destruição da camada de ozônio é uma forma de transferir dinhei-
ro de países pobres para países ricos, que já não possuem recursos naturais e têm de
sobreviver explorando os outros financeiramente.
Uma das minhas preocupações é que o assunto já está sendo tratado nos livros
de Ciências que as crianças usam e parece que vamos formar uma geração inteira, ou
mais, baseados em afirmações, ou ‘dogmas’, sem fundamento científico.
O Brasil foi forçado a assinar o Protocolo de Montreal, que bania os
CFCs. Era uma das exigências do FMI para renegociar a dívida
externa e receber mais empréstimos.”
SS
RE

FELICIO, Ricardo Augusto. Resumo de aula da disciplina Mudanças


AP

FRENTE B
climáticas globais e implicações locais. (FLG 0114 2 FFLCH/USP).
UR
FUT

Disponível em: <www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/


R G O U L AR T/

Apoio_Conti/Ozonio.pdf>. Acesso em: 9 set. 2014. Adaptado.


NABO

QUÍMICA

Dr. Luiz Carlos Baldicero Molion.

Mudanças de estado 59
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(Unicamp-SP) A Terra é um sistema em equilíbrio altamente complexo, possuindo muitos mecanismos autorregulados de prote-
ção. Esse sistema admirável se formou ao longo de um extenso processo evolutivo de 4 550 milhões de anos. A atmosfera terrestre
é parte integrante desse intrincado sistema. A sua existência, dentro de estreitos limites de composição, é essencial para a preser-
vação da vida. No gráfico a seguir, pode ser ver a abundância relativa de alguns de seus constituintes em função da altitude. Um
outro constituinte, embora minoritário, que não se encontra na figura, é o ozônio, que age como filtro protetor da vida na alta
atmosfera. Na baixa atmosfera, a sua presença é danosa à vida, mesmo em concentrações relativamente baixas.

80 Oxigênio
atômico

Abundância relativa
60

Nitrogênio
40
molecular

20 Oxigênio
molecular
0
0 100 200 300 400
Altitude/km

a) Considerando que o ozônio seja formado a partir da com- RESOLUÇÃO:


binação de oxigênio molecular com oxigênio atômico, e a) O2(g) → O(g) 1 O(g)
que este seja formado a partir da decomposição de oxi- O2(g) 1 O(g) → O3(g)
gênio molecular, escreva uma sequência de equações
b) Admitindo apenas a equação:
químicas que mostre a formação do ozônio.
b) Tomando como base apenas o gráfico e as reações quími- 2 O(g) 1 2 O2(g) → 2 O3(g) ou O(g) 1 O2(g) → O3(g)
cas citadas no item a, estime em que altitude a formação Temos, então, a seguinte proporção:
de ozônio é mais favorecida do ponto de vista estequio- 1 de O ; 1 de O2. De acordo com o gráfico, isso é favoreci-
métrico. Justifique. do a uma altitude próxima a 135 km.

PARA CONSTRUIR

1 (Mack-SP) Mais uma vez, a Cetesb (agência ambiental paulis- 2 (UFMT) Em 1974, Mário J. Molina e F. Sherwood Rowland lan-
ta) registrou uma alta concentração de ozônio na atmosfera çaram uma ideia explosiva: baseados em cálculos teóricos,
neste inverno, o que levou o bairro do Ibirapuera ao estado levantaram a hipótese de que o cloro proveniente de clo-
de atenção. A formação do ozônio na atmosfera da cidade rofluorcarbonos (compostos gasosos de carbono contendo
dá-se segundo a reação abaixo equacionada: cloro e flúor) poderia destruir o ozônio estratosférico. Esses
NO2(g) 1 O2(g) → NO(g) 1 O3(g) gases, conhecidos como freons ou pela sigla CFC, são utili-
zados principalmente como substâncias refrigerantes em
É INCORRETO afirmar que: c
geladeiras, condicionadores de ar, etc., e, na época, eram em-
a) a soma dos menores coeficientes inteiros do balancea-
pregados como propelentes em frascos de aerossóis. Julgue
mento da equação é igual a 4.
os itens.
b) o acúmulo de ozônio na atmosfera provoca dor de cabe-
ça, vermelhidão nos olhos e tontura nas pessoas. (0) O oxigênio é um exemplo de substância simples.
c) o ozônio presente na estratosfera não tem função alguma (1) O ozônio tem fórmula molecular O2(g).
para a vida na Terra. (2) O ozônio é um gás que protege a Terra dos efeitos dos
d) o ozônio é usado na descontaminação do ar nos hospitais raios ultravioleta da luz solar.
e velórios. (3) O oxigênio e o ozônio diferem quanto ao número de ele-
e) o ozônio é alótropo do gás oxigênio. mentos químicos que os formam.
O ozônio tem justamente a função de proteger a Terra dos (1) Falso. O ozônio tem fórmula molecular O3(g).
raios ultravioleta emitidos pelo Sol. (3) Falso. O oxigênio e o ozônio apresentam um único elemento químico na molécula
60 Mudanças de estado (o oxigênio). Eles diferem quanto ao número de átomos desse elemento na molécula.
(0) e (2) são verdadeiros.
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PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (ESPCEX-SP) O fenômeno da alotropia só existe em substân- 1 O oxigênio, O2(g), reage com o enxofre, S8(s) (rômbico ou mo-
cias simples. Por isso, quando os átomos de diferentes varie- noclínico), formando o gás dióxido de enxofre, SO2(g). Como
dades alotrópicas de um mesmo elemento (como enxofre o ozônio é um alótropo do O2(g), ele pode substituí-lo nessa
rômbico e enxofre monoclínico) se combinam com quanti- reação gerando o mesmo produto. Escreva essas duas equa-
dades idênticas de gás oxigênio para formar compostos, ori- ções químicas corretamente balanceadas.
ginam moléculas
2 (UFMG) Alotropia é o fenômeno pelo qual:
a) iguais de substâncias compostas.
a) podem existir átomos do mesmo elemento com diferen-
b) diferentes de substâncias compostas. tes massas.
c) iguais de substâncias simples. b) podem existir átomos de diferentes elementos com a mes-
d) diferentes de substâncias simples. ma massa.
e) diferentes de substâncias simples e/ou compostas. c) podem existir diferentes substâncias compostas, formadas
2 Responda às perguntas a seguir sobre o ozônio: a partir do mesmo elemento.
d) podem existir substâncias simples diferentes, formadas
a) Explique por meio de reações o que alega a teoria da des-
pelo mesmo elemento.
truição da camada de ozônio pelos óxidos de nitrogênio
e pelo cloro. 3 (Uncisal) O oxigênio pode ser encontrado na natureza na for-
b) Cite três evidências que colocam essa teoria em dúvida. ma de gás oxigênio, O2, e gás ozônio, O3. Esses gases são es-
c) Quais interesses estariam por trás disso tudo? senciais para a vida na Terra. O oxigênio, gás que respiramos
todos os dias, e o ozônio, que fica na estratosfera, protegem-
3 (UEL-PR) Um termo químico, principalmente na linguagem -nos dos raios ultravioleta.
cotidiana, pode ter significados diversos, dependendo do Considere as seguintes afirmações sobre esses gases:
contexto em que se encontra. Considere as seguintes frases: I. são alótropos do elemento oxigênio;
I. A água é composta de hidrogênio e oxigênio. II. a molécula do ozônio é diatômica;
II. O hidrogênio é um gás inflamável. III. na equação de conversão de ozônio em oxigênio molecu-
III. O ozônio é uma das formas alotrópicas do oxigênio. lar, a soma dos menores valores inteiros dos índices este-
IV. O hidrogênio reage com o oxigênio para formar água. quiométricos é igual a 5;
V. A água é constituída por dois hidrogênios e um oxigênio. IV. 16 g de ozônio têm maior quantidade de átomos de oxi-
Com relação ao significado dos termos sublinhados, é INCOR- gênio do que 16 g de gás oxigênio.
RETO afirmar: São corretas as afirmações:
a) Água significa substância química em I e molécula de a) I, II, III e IV. c) I, III e IV, apenas. e) II e IV, apenas.
água em V. b) I, II e III, apenas. d) I e III, apenas.
b) Hidrogênio em II significa substância química.
4 (Cefet-MG)
c) Hidrogênio em IV significa substância química, e em V,
átomos de hidrogênio. No Brasil, o câncer mais frequente é o de pele, sendo
d) O significado de oxigênio em III e IV é o mesmo. que o seu maior agente etiológico é a radiação ultravioleta
e) Oxigênio em V significa átomo de oxigênio. (UV) proveniente do sol. Em decorrência da destruição da
camada de ozônio, os raios UV têm aumentado progressi-
4 (UFSC) Sobre o elemento químico oxigênio, é correto afirmar: vamente sua incidência sobre a Terra.
(01) Encontra-se na natureza sob duas variedades, o oxigênio Inca, 2009. Adaptado.
comum e o ozônio. Em relação ao ozônio, afirma-se, corretamente, que é:
(02) O oxigênio comum é um dos constituintes da atmosfera a) alótropo do O2, por ser formado pelo mesmo elemento FRENTE B
terrestre. químico.
(04) O ozônio tem fórmula molecular O2. b) isóbaro do monóxido de enxofre porque possuem a mes-
(08) Submetendo-se o oxigênio comum a descargas elétri- ma massa.
QUÍMICA

cas, ele pode ser convertido em ozônio. c) isótopo do gás oxigênio, pois ambos têm o mesmo núme-
(16) O oxigênio comum é empregado como comburente de ro atômico.
reações de combustão. d) substância pura composta, uma vez que se constitui de 3
Indique a soma dos itens corretos. átomos de oxigênio.

Mudanças de estado 61
CAPÍTULO

11 Alotropia: carbono, fósforo


e enxofre

Objetivos:
ALÓTROPOS DO CARBONO
c Conhecer as diferentes O elemento carbono possui duas formas alotrópicas naturais: carbono grafita (Cn) e carbono
formas alotrópicas dos diamante (Cn) sendo n um número muito grande e indeterminado, e algumas formas alotrópicas
elementos carbono, sintéticas, como o buckminsterfulereno (C60) e os nanotubos de carbono.
fósforo e enxofre. Os alótropos do carbono diferem entre si quanto ao arranjo cristalino dos átomos no espaço.
Os nanotubos de carbono são 100 mil vezes mais finos que um fio de cabelo e invisíveis
c Reconhecer as diversas
possibilidades dos
até para microscópios ópticos. Apesar disso, possuem a maior resistência mecânica dentre
materiais de alta
todos os materiais conhecidos – não quebram nem deformam quando dobrados ou submeti-
tecnologia como dos à alta pressão. Destacam-se também como um dos melhores condutores de calor que
nanotubos de carbono existem e, para completar, podem ser capazes de transportar eletricidade. Adicionados a
e buckminsterfulereno. plásticos, os nanotubos podem endurecê-los ou torná-los condutores de eletricidade; a tecidos,
poderiam torná-los invulneráveis; por serem extremamente pequenos e leves, podem chegar
c Aprender o processo de ao interior de uma célula e serem usados como sensores para diagnósticos médicos.
fabricação dos fósforos Para que os nanotubos cheguem a se incorporar a materiais de uso comum, há um
de segurança. obstáculo a ser vencido: desenvolver uma tecnologia barata e confiável para produzir o ma-
terial em quantidade, e segundo especificações pré-determinadas – requisitos imprescindíveis
para seu uso industrial. Os processos conhecidos de síntese dessas estruturas não dão conta
de uma produção em larga escala.
BUENO, Rachel. Fabricação de nanotubos é gargalo para a indústria. Inovação Unicamp.
Disponível em: <www.inovacao.unicamp.br/ report/news-nanotubos.shtml>. Acesso em: 9 set. 2014. Adaptado.

CK
TO
INS
AT
L
PL/
/S
KA
SIE
PA

Fig. 1 – Representação de
nanotubo de parede múltipla.

62 Mudanças de estado
Características e propriedades dos alótropos Estrutura cristalina

Grafita (Cn)
É um sólido cinza-escuro, baixa dureza, conduz eletricidade e calor. Possui
um arranjo cristalino mais estável, portanto menos energético. Os cristais
de diamante tendem a se transformar em grafita espontaneamente, em-
bora isso leve milhões de anos para ocorrer.
Possui densidade 5 2,26 g/cm3; ponto de fusão 5 3 550 °C e ponto de
ebulição 5 4 200 °C.
Na estrutura cristalina, os átomos de carbono formam hexágonos no espaço.
As placas de hexágonos são mantidas juntas por forças de atração mútua.

Diamante (Cn)
Sólido incolor, elevada dureza, não conduz eletricidade nem calor. É for-
mado na natureza nas camadas mais internas da Terra, em condições de
alta pressão e temperatura, é expelido para a crosta terrestre devido aos
movimentos geológicos naturais. Sabendo disso, os cientistas começaram a
fabricar diamantes sintéticos, modificando a estrutura cristalina da grafita
por meio de aparelhos que produzem pressões e temperaturas altíssimas.
Hoje esse processo está tão aperfeiçoado que os diamantes sintéticos, além
de serem usados em ponta de brocas (pela elevada dureza), já podem ser
lapidados para a fabricação de joias.
Possui densidade 5 3,51 g/cm3; ponto de fusão 5 3 550 °C e ponto de
ebulição 5 4 200 °C.
Na estrutura cristalina, cada átomo de carbono acha-se ligado tetraedrica-
mente a quatro outros átomos de carbono.

Buckminsterfulereno ou fulereno (C60)


A substância é obtida pela vaporização do carbono grafita em atmosfera de
gás hélio (atmosfera inerte) e possui densidade inferior à das outras formas
alotrópicas do carbono (1,65 g/cm3). A densidade relativamente baixa do
C60 resulta do fato de haver muito espaço vazio em sua estrutura e entre
as esferas.
O nome buckminsterfulereno é uma homenagem ao arquiteto norte-ameri-
cano Buckminster Fuller, criador da estrutura geodésica.
FRENTE B
Outras variedades alotrópicas sintéticas do carbono são os chamados
nanotubos de carbono.
A estrutura cristalina mostra a forma mais comum que contém 60 áto-
mos de carbono, C60, dispostos de maneira a parecer uma minúscula bola
QUÍMICA

de futebol, com 60 vértices e 32 faces compostas de 12 pentágonos e de


20 hexágonos.

Mudanças de estado 63
ALÓTROPOS DO FÓSFORO
Projeto de Pesquisa O fósforo possui três variedades alotrópicas: as mais comuns são o fósforo branco (P4) e o fós-
Acesse o Material Complemen-
foro vermelho [(P4)n]; o fósforo negro (Pn), por sua vez, é a mais rara.
tar disponível no Portal e apro- A tabela a seguir traz algumas informações sobre esses alótropos.
funde-se no assunto.
Características e propriedades dos alótropos Estrutura cristalina
Fósforo branco (P4)
É um sólido amarelado, com cheiro de alho, fosforescente
(brilha no escuro), mole e altamente venenoso. As mo-
léculas possuem 4 átomos que se agrupam no espaço
segundo os vértices de uma pirâmide trigonal.
Possui densidade 5 1,8 g/cm3 (a 20 °C);
ponto de fusão 5 44,1 °C e ponto de ebulição 5 280 °C
Fósforo vermelho (P4)n
É um sólido inodoro, não fosforescente, duro e não vene-
noso. Forma macromoléculas (moléculas muito grandes)
obtidas pela ligação consecutiva de n moléculas de P4.
Possui densidade 5 2,36 g/cm3 (a 20 °C);
ponto de fusão 5 593 °C e ponto de ebulição 5 725 °C
Fósforo negro (Pn)
É um sólido negro e brilhante – conhecido por fósforo
metálico –, de estrutura complexa, que conduz eletri-
cidade. É obtido pelo aquecimento do fósforo branco a
altas pressões.

Fabricação do fósforo de segurança


A matéria-prima para a produção do fósforo vermelho é a fosforita (fig. 2), um mineral de fos-
DEA/R.APPIANI/DE AGOSTINI/GETTY IMAGES

fato de cálcio que é tratado com sílica (dióxido de silício) e carvão coque. A fosforita é uma rocha
sedimentar com alto teor de minerais fosfatados.
A reação, que ocorre a 1 300 °C, no interior de um forno elétrico é a seguinte:

2 Ca3(PO4)2(s) 1 6 SiO2(s) 1 10 C(s) → 6 CaSiO3(l) 1 10 CO(g) 1 P (g)


4
Fosfato de cálcio Dióxido de silício Carvão Metasilicato de cálcio Monóxido de carbono Fósforo branco

Os reagentes são introduzidos automaticamente de forma contínua e simultânea no forno.


O fósforo branco é obtido como vapor, que é progressivamente resfriado em condensadores;
depois, passa a uma solução aquosa. Já o monóxido de carbono (que não sofre condensação) é
eliminado do ciclo sendo utilizado como fonte de energia térmica em outras seções da fábrica. Por
fim, o metassilicato de cálcio, bem como outras impurezas, que se acumulam no fundo do forno,
são retiradas periodicamente.
Fig. 2 – A fosforita é uma rocha
Quando o fósforo branco atinge o grau de pureza necessário, ele é recolhido em reservatórios
sedimentar com alto teor de minerais especiais com temperatura entre 60 °C e 65 °C, a fim de manter o fósforo fundido para ser submetido
fosfatados. à solubilização em água.
Para obter o fósforo vermelho, aquece-se o fósforo branco entre 250 °C e 280 °C, em atmosfera
inerte, isto é, sem oxigênio (uma vez que o fósforo branco reage violentamente com essa substância).
Terminada essa fase, o produto é transformado em um pó fino que é umedecido com água. Em
seguida, o fósforo vermelho é purificado dos últimos traços de fósforo branco e é encaminhado à
filtração, para separá-lo de grande parte da água em que está solubilizado. Desse processo resulta uma
pasta concentrada que é disposta sobre bandejas para secar completamente. Depois de peneirado, o
fósforo vermelho apresenta-se como um pó róseo-violáceo, estável, inflamável somente por choque
mecânico ou por atrito.

64 Mudanças de estado
A reação direta do fósforo vermelho com o enxofre produz o sesquissulfeto de fósforo (ou
trissulfeto de tetrafósforo, P4S3(s), substância de baixo ponto de ignição), o componente básico dos
fósforos que usamos. O P4S3(s) é, então, destilado a vácuo, cristalizado e triturado, apresentando-
-se, por fim, na forma de um pó amarelado, que, com outros componentes, vai produzir a “chama
instantânea”.
No fósforo de segurança, as substâncias responsáveis pela “chama instantânea” ficam no palito
e na lateral da caixa.
A cabeça do palito de fósforo é basicamente uma mistura de clorato de potássio, KClO3(s), e
dicromato de potássio, K2Cr2O7(s), além de várias substâncias inertes, como dióxido de manganês,
MnO2(s), enxofre, S8(s), óxidos de ferro, FeO(s) e Fe2O3(s), vidro moído e cola.
A superfície de atrito (as duas tiras coladas nas faces da caixa que guardam os palitos de fósforo)
é constituída de sesquissulfeto de fósforo, P4S3(s), sulfeto de antimônio, Sb2S3(s), vidro moído e um
abrasivo (areia, por exemplo).
Fig. 3 – O fósforo é encontrado na
O calor produzido pela combustão de uma pequena quantidade de fósforo vermelho, quando superfície de atrito colada nas laterais da
a cabeça é atritada, é suficiente para incendiar a haste de madeira. caixa e não no palito.

ALÓTROPOS DO ENXOFRE
O enxofre é o elemento que possui a maior variedade de formas alotrópicas.
A tabela a seguir traz as formas mais importantes.

Características e propriedades dos alótropos Estrutura cristalina

Enxofre a (alfa) ou rômbico (S8)


Apresenta-se na forma de cristais amarelos e transparentes encontrados em erup-
ções vulcânicas. É a forma alotrópica mais estável do enxofre.
Possui densidade 5 2,7 g/cm3 (a 20 °C); ponto de fusão 5 112,8 °C e ponto de
ebulição 5 444,6 °C

Enxofre b (beta) ou monoclínico (S8)


Apresenta-se na forma de cristais amarelos e opacos em formato de agulhas.
É encontrado em erupções vulcânicas. É mais instável.
Possui densidade 5 1,96 g/cm3 (a 20 °C); ponto de fusão 5 119 °C e ponto de
ebulição 5 444,6 °C

FRENTE B

As duas formas alotrópicas do enxofre podem ser encontradas livres na natureza. Entre
444,6 °C até . 1 000 °C, são encontradas moléculas de S2, S4, S6 e S8. Acima de 1 000 °C, as mo-
QUÍMICA

léculas de S2 podem se dissociar em enxofre atômico (S).


1 000 °C
S2 2 S(g)
O enxofre é utilizado pelas indústrias na fabricação de ácido sulfúrico, vulcanização da borracha,
fabricação da pólvora, inseticidas, cosméticos e produtos farmacêuticos, entre outras aplicações.

Mudanças de estado 65
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Antigamente os órgãos das igrejas tinham muitas peças feitas em estanho (ainda podem ser encontrados órgãos assim). Contam
que, por volta de 1851, a Rússia passou por um inverno particularmente rigoroso e prolongado.
Quando, por fim, a primavera chegou, as pessoas reuniram-se para celebrar uma missa na catedral da cidade de Zats, próxima a São
Petersburgo. Na primeira tentativa de tocar o órgão, as peças feitas de estanho começaram a se esfacelar, para o espanto geral. Uma
vez que ninguém conseguia entender o que havia acontecido, começaram a pensar que era um “castigo dos céus”.
O que ocorreu foi que o estanho metálico, devido ao longo período de frio, converteu-se na forma alotrópica cinzenta. A densidade
do estanho cinzento é menor que a do estanho metálico e, como a massa permanece constante, a transformação ocorreu com um
aumento de volume, e o estanho cinzento, que é pulverulento, se desfez.
Faça uma comparação desse relato com a chamada “visão substancialista” indicando se esse relato confirma ou refuta essa visão.

RESOLUÇÃO:
Segundo a chamada visão substancialista, a molécula é definida como “a menor parte da substância capaz de guardar suas proprie-
dades” e o átomo é definido como “a menor parte de um elemento químico capaz de guardar suas propriedades”.
Tal visão é equivocada porque as propriedades físicas e químicas da matéria estão relacionadas a um conjunto muito grande de
moléculas ou de átomos e do tipo de interação existente entre eles. Assim, quando dizemos, por exemplo, que a água possui ponto
de fusão igual a 0 °C, ponto de ebulição igual a 100 °C e densidade igual a 1,0 g/cm3 a 4 °C, estamos nos referindo a um imenso
conjunto de moléculas de água e não a uma única molécula.
O relato refuta a visão substancialista porque mostra que as propriedades do material estão relacionadas à forma como os
átomos se ligam (em um arranjo cristalino determinado, no caso do estanho metálico, ou sem nenhum arranjo predefinido,
no caso do estanho cinzento ou amorfo), e não dependem do tipo de átomo do elemento que, em ambos os casos, é o
mesmo, estanho.

PARA CONSTRUIR
São corretos os itens 01, 02, 04, 08 e 16.
Resposta: 31.
Assinale as alternativas corretas. O item 32 está errado porque as propriedades físicas do ozônio (como a de proteger o planeta dos raios ultravioleta
do Sol) são diferentes das do oxigênio, apesar de serem formas alotrópicas de um mesmo elemento. Logo, um não pode substituir o outro nessa função.
(01) A descoberta da alotropia levou ao conceito de elemento químico, porque, se duas substâncias diferentes sofrem reações
químicas idênticas, então elas têm a mesma constituição química.
(02) O oxigênio tem a propriedade de ser comburente e, portanto, participa das reações de combustão (queima) de vários mate-
riais. O ozônio é uma variedade alotrópica do oxigênio, consequentemente, pode entrar no lugar do oxigênio numa reação de
combustão.
(04) A reação completa da grafita com o ozônio fornece gás carbônico.
(08) O fósforo vermelho (não venenoso) é utilizado nas caixas de fósforo para desencadear a reação de combustão do palito. Se não
fosse tão tóxico e venenoso, o fósforo branco poderia substituir o fósforo vermelho porque as propriedades químicas dessas
duas substâncias são semelhantes.
(16) As variedades alotrópicas do carbono, do enxofre e do fósforo cristalizam em formatos diferentes. A diferença de es-
trutura cristalina talvez possa explicar a enorme diferença entre as propriedades físicas da grafita e do diamante, por
exemplo.
(32) Numa altitude entre 20 km e 35 km do nível do mar encontra-se a estratosfera, onde existe uma camada de mais ou menos
15 km de gás ozônio. O ozônio absorve a maior parte dos raios ultravioleta do Sol, permitindo que haja vida na Terra. Mas a
destruição da camada de ozônio não é preocupante porque, se o ozônio acabar, o oxigênio, que tem as mesmas propriedades
(e existe em grande quantidade na atmosfera), poderá substituí-lo nesse papel.

66 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da "Tarefa para casa". As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

d) Os supercondutores apresentam alta resistência à corrente


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR elétrica sob baixa temperatura.
e) A combustão completa de 1,0 mol de buckyballs fornece
1 (Fameca-SP) Recentemente, foi confirmada a existência de
o mesmo volume de CO2 que 1,0 mol de diamante, nas
uma nova variedade alotrópica do carbono, chamada de
mesmas condições.
buckminsterfullerene (ou buckball) em homenagem ao ar-
quiteto americano Buckminster Fuller, criador da estrutura PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
geodésica.
Sobre alotropia é INCORRETO afirmar: 1 Uma forma alotrópica do carbono denominada buckminster-
fullerene é obtida em laboratório pela vaporização do carbono
a) É a propriedade que alguns elementos químicos pos-
grafita em atmosfera de gás hélio (atmosfera inerte).
suem de formar substâncias simples diferentes.
A estrutura geodésica do buckminsterfullerene foi prevista em
b) Se um elemento possui as variedades alotrópicas X e Y, e a
1984 pelo químico Richard Smalley, da Universidade de Prin-
combustão de massas iguais de ambas, nas mesmas con-
ce, em Houston, nos EUA.
dições, produz quantidades diferentes de calor, a varieda-
Sobre esse assunto é INCORRETO afirmar:
de mais estável será aquela que libera a maior quantidade
de calor. a) Se a grafita e o diamante reagem com o gás oxigênio for-
mando gás carbônico, podemos prever que o buckmins-
c) As propriedades físicas dos alótropos são diferentes, mas
terfullerene também reagirá com o oxigênio formando gás
as propriedades químicas são muito semelhantes.
carbônico.
d) As principais diferenças entre as variedades alotrópicas b) As propriedades físicas do buckminsterfullerene com certe-
são a atomicidade e a estrutura cristalina. za são diferentes das do diamante e da grafita.
e) Oxigênio e ozônio são as formas alotrópicas do elemento c) O buckminsterfullerene é constituído do mesmo elemento
oxigênio. químico que a grafita e o diamante.
2 (UEFS-BA) “Buckyball” esquenta a supercondutividade. d) A energia liberada ou absorvida numa reação específica
(como a combustão) feita com duas ou mais formas alo-
Pesquisadores dos EUA combinaram duas grandes
trópicas diferentes (como a grafita, o diamante e o buck-
promessas da ciência moléculas de carbono em forma de
minsterfullerene) é exatamente a mesma.
bola de futebol, as famosas “buckyballs”, e superconduto-
res que operam em altas temperaturas [...]. Ao colocar um e) A queima de certa massa de buckminsterfullerene pode li-
berar uma energia maior do que a queima da mesma mas-
cristal feito de buckyballs da versão C60, composta por 60
sa de grafita.
átomos de carbono, com outros compostos no interior de
um transistor, eles o converteram em um supercondutor. 2 (Uncisal) Alotropia é a propriedade pela qual um mesmo ele-
[...] Inserindo [...] triclorometano e tribromometano, os mento químico pode formar duas ou mais substâncias sim-
cientistas conseguiram aumentar a temperatura em que ples diferentes, que são denominadas variedades alotrópicas
ocorre a supercondutividade. do elemento. Os elementos que apresentam variedade alo-
Folha de S.Paulo, p. A14. trópica devido à atomicidade são, apenas,
A partir dessa informação, é correto afirmar: a) grafite, diamante e fulereno; oxigênio e ozônio; fósforo ver-
a) O número de átomos de carbono existente em 1,0 mol de melho e fósforo branco.
buckyballs é igual a 60. b) oxigênio e ozônio; fósforo vermelho e fósforo branco.
b) O triclorometano e o tribromometano são moléculas apo- c) grafite, diamante e fulereno; enxofre rômbico e monoclí- FRENTE B
lares de forma geométrica piramidal. nico.
c) Os buckyballs, a grafite e o diamante são formas alotrópi- d) fósforo vermelho e fósforo branco.
QUÍMICA

cas do elemento químico carbono. e) oxigênio e ozônio.

Mudanças de estado 67
CAPÍTULO

12 Densidade relativa, massa


molecular e massa atômica

Objetivos: DENSIDADE DOS GASES


Vimos que, ao balancear uma equação química, encontramos a proporção em número de
c Compreender como os moléculas das substâncias que reagem e que são produzidas, por exemplo, na reação de combustão
cientistas calcularam do gás metano:
a massa molecular 1 CH4(g) 1 2 O2(g) → 1 CO2 1 2 H2O(v)
das substâncias com
base no conceito de
densidade relativa.

c Perceber como os
valores da massa
molecular de
diferentes substâncias
foram utilizados
Mas as moléculas são apenas modelos e não podem ser vistas, ou seja, na prática não po-
para encontrar a
demos trabalhar diretamente com moléculas. Precisamos de dados concretos, mensuráveis, como a
massa atômica dos
proporção em massa das substâncias.
elementos.
Como os cientistas fizeram para transpor os dados teóricos obtidos com um modelo (a molé-
cula) para dados mensuráveis como a massa?
Não é possível medir diretamente as massas das moléculas, por isso os cientistas estabeleceram
uma relação entre as massas das moléculas de diferentes substâncias com base nas densidades abso-
lutas dos gases que já eram conhecidos na época e na hipótese de Avogadro.
Vimos que a densidade de um material (independentemente de seu estado de agregação) é a
relação entre sua massa e o volume que ele ocupa.

massa
densidade 5
volume

Pela hipótese de Avogadro:

Volumes iguais de gases diferentes nas mesmas condições de temperatura e pressão con-
têm o mesmo número de moléculas.

Se fizermos o quociente entre a densidade de dois gases conhecidos, medidas nas mesmas
condições de temperatura e pressão, o volume desses gases será o mesmo e poderá ser eliminado
da expressão; assim obteremos uma relação de massas de um mesmo número de moléculas de
dois gases diferentes.
Considere, por exemplo, o quociente entre a densidade de dois gases genéricos A e B nas mes-
mas condições de temperatura e pressão.

massa do gás A
densidade do gás A volume do gás A
5
densidade do gás B massa do gás B
volume do gás B

68 Mudanças de estado
Como: volume do gás A 5 volume do gás B, temos:
massa do gás A
densidade do gás A volume do gás A
5 ⇒
densidade do gás B massa do gás B
volume do gás B

densidade do gás A massa do gás A d m


⇒ = = ou A = A
densidade do gás B massa do gás B dB mB

Pela hipótese de Avogadro, podemos afirmar que a massa do gás A contém o mesmo número
de moléculas que a massa do gás B.
A massa de um gás pode ser calculada pelo produto entre o número de moléculas desse gás
e a massa de cada molécula individualmente:
Massa de um gás (m) 5 número de moléculas do gás (n) ? massa de cada molécula desse gás (M).
Portanto: m 5 n ? M. Logo, podemos escrever:

W IMAGES
dA m d n ? MA
= A ⇒ A = A
dB mB dB nB ? MB

TOCK/GLO
Como o número de moléculas do gás A 5 número de moléculas do gás B, temos:

SHUTTERS
dA nA ? M A d M
5 ⇒ A 5 A
dB nB ? MB dB MB

Na expressão acima, a massa de cada molécula do gás A (MA) e do gás B (MB) é, por definição,
a massa molecular das substâncias A e B.
Conseguimos assim uma relação entre as massas moleculares das substâncias com base na
densidade, um dado experimental.
E como os cientistas chegaram ao valor individual de cada massa molecular? Acompanhe o
raciocínio abaixo:
fixando o gás B como sendo o gás hidrogênio (o de menor densidade);
considerando que os experimentos de Gay-Lussac e de Avogadro concluíram que a molécula de
Fig. 1 – As bexigas que flutuam
gás hidrogênio é formada por dois átomos iguais desse elemento; foram preenchidas com gás hélio,
atribuindo arbitrariamente o valor 1 para a massa de cada átomo de hidrogênio, H, concluindo de densidade menor que a do ar
portanto, que a massa molecular da substância H2, é igual a 2. atmosférico. Já as bexigas penduradas
foram preenchidas com gás carbônico,
MH 5 2 mais denso que o ar atmosférico.
2
a massa molecular das demais substâncias é, então, calculada em relação à massa molecular do
hidrogênio.
Observe:
dA M
5 d A,B e d A,B 5 A de onde vem:
dB MB

MA 5 MB ? dA,B

A notação dA,B indica justamente o valor da densidade de um gás A em relação a um gás B. FRENTE B
Dessa forma, teremos:
Mgás A(qualquer) 5 2 ? dA, H (g) portanto:
2
QUÍMICA

Mgás A(qualquer) 5 2 ? dA,H (g)


2

Note que não estamos considerando nenhuma unidade de medida de massa (mg, g, kg) porque es-
tamos trabalhando com relações entre massas; assim, qualquer unidade que fosse utilizada seria cancelada.

Mudanças de estado 69
A tabela a seguir traz exemplos do cálculo da massa molecular de algumas substâncias na fase ga-
sosa com base em suas densidades absolutas relacionadas à do gás hidrogênio, tomadas a 0 °C e 1 atm.

Cálculo da massa molar com base na densidade absoluta dos gases

Substância A Densidade absoluta dA, gás hidrogênio Massa molecular de A

0,08987
Gás hidrogênio: H2 0,08987 g/cm3 51 Mgás hidrogênio 5 2 ? 1 5 2
0,08987

0,7176
Gás metano: CH4 0,7176 g/cm3 8 Mgás metano 5 2 ? 8 5 16
0,08987

1,2506
Gás nitrogênio: N2 1,2506 g/cm3  14 Mgás nitrogênio 5 2 ? 14 5 28
0,08987

1,4290
Gás oxigênio: O2 1,4290 g/cm3  16 Mgás oxigênio 5 2 ? 16 5 32
0,08987

1,9769
Gás carbônico: CO2 1,9769 g/cm3  22 Mgás carbônico 5 2 ? 22 5 44
0,08987

Pelo modelo de Dalton, o átomo é indivisível; logo, está presente nas moléculas sempre em
números inteiros. Podemos então determinar a massa atômica (do átomo de um elemento químico
hipotético E) partindo do conceito de massa molecular, de acordo com as etapas a seguir:
Faz-se uma relação de várias substâncias simples e compostas formadas pelo elemento químico
hipotético E.
Determinam-se as massas moleculares de todas essas substâncias como indicado na tabela acima.
Por meio de reações químicas de decomposição, pode-se determinar a massa do elemento pre-
sente numa quantidade de massa da substância composta numericamente igual à sua massa
molecular.
O máximo divisor comum dos resultados obtidos é a provável massa atômica do elemento.
A tabela a seguir mostra o cálculo da massa molecular do carbono.

Massa de carbono contida na massa


Substância que contém carbono Massa molecular
molecular da substância
Gás acetileno: C2H2 26 24
Gás cianídrico: HCN 27 12
Gás etano: C2H6 30 24
Gás carbônico: CO2 44 12
Gás propano: C3H8 44 36

O máximo divisor comum entre 12, 24 e 36 é 12; logo, a massa atômica provável do carbono é
12. Assim, os cientistas foram determinando o valor da massa atômica de vários elementos.

Elemento químico Massa atômica


Hidrogênio 1
Carbono 12
Nitrogênio 14
Oxigênio 16
Flúor 19
Fósforo 31

70 Mudanças de estado
Densidade relativa de um gás combustível
A densidade relativa de um gás combustível é uma propriedade importante do ponto
de vista da segurança. É um valor que deve ser considerado no cálculo do dimensionamento
de tubulações e recipientes de armazenagem.
É preciso considerar que, no caso de vazamento, um gás mais denso que o ar atmosférico
tende a se acumular temporariamente nas partes mais baixas da edificação, podendo também
infiltrar-se em aberturas como bocas de lobo, valetas, poços e galerias subterrâneas.
No caso de vazamento, um gás mais leve que o ar atmosférico tende a subir e se acumu-
lar temporariamente nas partes mais elevadas da edificação, podendo se infiltrar em abóbadas
e aberturas superiores.
O acúmulo de gases combustíveis em ambientes confinados ou mal ventilados pode
causar acidentes se houver qualquer ignição. Saber onde o gás está localizado pode ajudar a
resolver o problema.
A tabela a seguir fornece a densidade absoluta (a 0 °C e 1 atm) e a densidade relativa
(densidade em relação ao ar atmosférico) de alguns gases combustíveis.

Gás Densidade absoluta/(kg/m3) Densidade relativa


Ar (N2, 78%; O2, 21%, Ar . 1%) 1,29 1,00
Hidrogênio: H2 0,09 0,07
Metano: CH4 0,72 0,56
Etano: C2H6 1,35 1,05
Eteno (ou etileno): C2H4 1,26 0,98
Propano: C3H8 2,01 1,56
Propeno (ou propileno): C3H6 1,91 1,48
Acetileno: C2H2 1,17 0,91
Monóxido de carbono: CO 1,25 0,97
ELENA ELISEEVA/ALAMY/SHUTTERSTOCK

FRENTE B
QUÍMICA

Fig. 2 – As equipes de manutenção e segurança precisam estar informadas a respeito da densidade


do gás que percorre as tubulações para agir corretamente em caso de vazamentos e evitar acidentes.

Mudanças de estado 71
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Considere que você esteja inspecionando um prédio que apresenta uma tubulação com vazamento de gás.
Com base nos dados fornecidos na tabela da página 71, responda:
a) Se o gás em questão for o metano (um dos componentes do gás natural), em que parte do prédio você procuraria obter maior
ventilação? Por quê?
b) E se o gás em questão fosse o propano (um dos componentes do gás liquefeito de petróleo, GLP)? Em que parte do pré-
dio você procuraria obter maior ventilação? Por quê?
c) É correto começar a acionar as ferramentas para consertar a tubulação logo após interromper o vazamento, sem primeiro ven-
tilar o ambiente, ainda que os funcionários estejam utilizando máscaras? Justifique sua resposta.

RESOLUÇÃO:
a) Como o metano é menos denso que o ar atmosférico, a tendência é que ele suba e se acumule temporariamente nas partes mais
elevadas da edificação, podendo se infiltrar em abóbadas e aberturas superiores. Portanto, as partes superiores da edificação pre-
cisariam ser mais ventiladas.
b) Como o propano é mais denso que o ar atmosférico, a tendência é que esse gás se acumule temporariamente nas partes mais
baixas da edificação, podendo também infiltrar-se em aberturas como bocas de lobo, valetas, poços e galerias subterrâneas, ou
seja, as partes inferiores da edificação precisariam ser mais bem ventiladas.
c) Não, porque, como se trata de uma tubulação de gás combustível, qualquer atrito das ferramentas com a tubulação pode gerar
uma faísca que desencadeie a combustão do gás. Dependendo da quantidade de gás no ambiente pode haver uma explosão.

PARA CONSTRUIR

Calcule as densidades relativas à densidade do gás hidrogênio das substâncias fornecidas no quadro a seguir, tomadas nas mes-
mas condições de temperatura e pressão. Com base nos dados obtidos, calcule a massa molecular dessas substâncias.
Observação: considere a massa molecular do gás hidrogênio igual a 2.

Substância – fórmula Densidade/g · cm–3


Gás hidrogênio – H2 0,08987
Gás hélio – He 0,1769
Gás acetileno – C2H2 1,1683
Gás monóxido de carbono – CO 1,2558
Gás hilariante – N2O 1,9790
Gás cloro – Cl2 3,1948

Para o gás hélio, temos: MCO 5 MH2 ? dCO,H2 MCO 5 2 ? 13,9735 MCO 5 27,947 ou MCO . 28
0,1769
dHe,H2 dHe,H2 1,9684
0,08987 MCO 5 MH2 ? dCO,H2 MCO 5 2 ? 13,9735 MCO 5 27,947 ou MCO . 28
MHe 5 MH2 ? dHe,H2 MHe 5 2 ? 1,9684 MHe 5 3,9368 ou He  Para o gás hilariante, temos:
1,9790
MHe 5 2 ? 1,9684 MHe 5 3,9368 ou  dN2O,H2 dN2O,H2 22,021
He 0,08987
Para o gás acetileno, temos: MN2O 5 MH2 ? dN2O,H2 MN2O = 2 ? 22,021 MN2O 5 44,0414 ou MN2O . 44
1,1683
dC2H2 ,H2 dC2H2 ,HM2 5 12,9999
MH2 ? dN2O,H2 MN2O = 2 ? 22,021 MN2O 5 44,0414 ou MN2O . 44
0,08987 N2O

MC2H2 5 MH2 ? dC2H2 ,H2 MC2H2 5 2 ? 12,9999 MC2H2 5 25,9998 ou MCPara 26 cloro, temos:
.o gás
2H2
3,1948
MC2H2 5 2 ? 12,9999 MC2H2 5 25,9998 ou MC2H2 . 26 dCl2 ,H2 dCl2 ,H2 35,549
0,08987
Para o gás monóxido de carbono, temos: MCl2 5 MH2 ? dCl2 MCl2 5 2 ? 35,549 MCl2 = 71,098 ou MCl2 . 71
1,2558
dCO,H2 dCO,H2 13,9735
0,08987

72 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (UFPB – Adaptada) A massa de 3 átomos de carbono 12 é 1 Quando magnésio metálico, Mg(s), entra em contato com ácido
igual à massa de 2 átomos de um certo elemento X. Pode-se clorídrico, HCl(aq), ocorre uma reação com liberação de gás hi-
dizer, então, que a massa atômica de X é: drogênio, H2(g) e formação de cloreto de magnésio, MgCl2(aq).
Mas, quando o ácido clorídrico, HCl(aq), reage com carbonato
a) 12 b) 36 c) 24 d) 3 e) 18
de magnésio, MgCO3(aq), ocorre a formação de gás carbônico,
2 (Fuvest-SP) Um descendente do rei Midas disputou uma pro- CO2(g), água, H2O(l) e cloreto de magnésio, MgCl2(aq).
va nos Jogos Olímpicos, ficou em segundo lugar e recebeu Uma bexiga cheia com o gás hidrogênio, quando solta no ar,
uma medalha de prata pura pesando 20 g. Porém, assim que sobe, e outra, cheia com o gás carbônico, desce.
a tocou, cada um dos átomos de prata transformou-se em a) Escreva as equações químicas corretamente balanceadas
um átomo de ouro. representativas das reações descritas acima.
Dados: massa atômica da prata: 108; massa atômica do ouro: b) Explique o comportamento de bexigas cheias com o gás
197; densidade da prata: 10,5 g/cm3; densidade do ouro: liberado quando HCl(aq) é misturado a Mg(s) ou MgCO3(s).
19,3 g/cm3.
2 (Enem) No processo de fabricação de pão, os padeiros, após
a) Calcule a nova massa dessa medalha.
prepararem a massa utilizando fermento biológico, separam
b) Explique por que essa transformação praticamente não
uma porção de massa em forma de “bola” e a mergulham num
altera o volume da medalha. recipiente com água, aguardando que ela suba, como pode
3 (Uece) Um professor de Química escreveu no quadro branco, ser observado, respectivamente, em I e II do esquema a seguir.
Quando isso acontece, a massa está pronta para ir ao forno.
deliberadamente, as frases abaixo, que podem ser conceitos
incompletos ou equivocados, para testar a atenção de seus

FOTOS: SÉRGIO DOTTA JR./


ARQUIVO DA EDITORA
alunos. Marque a única opção verdadeira.
a) Toda porção de matéria que possui volume definido pode
ser considerada um corpo.
b) A densidade relativa é um número puro e não pode ser
expressa em gramas por mililitros.
c) O método mais barato para separar uma mistura de pe-
Um professor de Química explicaria esse procedimento da se-
tróleo e água do mar é a destilação fracionada. guinte maneira: A bola de massa torna-se menos densa que o
d) Na ebulição de um líquido há mudança de estado físico líquido e sobe. A alteração da densidade deve-se à fermenta-
e, consequentemente, sua composição e suas caracterís- ção, processo que pode ser resumido pela equação:
ticas químicas também mudam.
1 C6H12O6 → 2 C2H5OH 1 2 CO2 1 energia
4 Calcule as densidades relativas à densidade do gás hidrogê- Glicose Álcool comum Gás carbônico
nio das substâncias fornecidas no quadro a seguir, tomadas
nas mesmas condições de temperatura e pressão. Com base Considere as afirmações a seguir:
nos dados obtidos, calcule sua massa molecular. I. A fermentação dos carboidratos da massa de pão ocorre
Observação: considere a massa molecular do gás hidrogênio de maneira espontânea e não depende da existência de
igual a 2. qualquer organismo vivo.
II. Durante a fermentação ocorre produção de gás carbônico,

FRENTE B
Substância – fórmula Densidade/g · cm–3 que vai se acumulando em cavidades no interior da massa,
o que faz a bola subir.
Gás hidrogênio – H2 0,08987 III. A fermentação transforma a glicose em álcool. O álcool
Gás neônio – Ne 0,9068 tem maior densidade que a água e a bola de massa sobe.
QUÍMICA

Gás etileno – C2H4 1,2694 Dentre as afirmativas, apenas:


Gás metano – CH4 0,7207 a) I está correta. d) II e III estão corretas.
b) II está correta. e) III está correta.
Gás dióxido de nitrogênio – NO2 2,0672
c) I e II estão corretas.

Mudanças de estado 73
CAPÍTULO

13 Unidade unificada
de massa atômica

Objetivos: Toda medida de massa é sempre uma comparação com um padrão escolhido adequadamente.
E o que pode ser mais adequado para tomar como padrão de medida de massa de átomos e
c Compreender que toda
de moléculas do que um “pedaço de átomo”?
medida de massa é
O padrão de massa atômica e massa molecular determinado oficialmente pelo SI (Sistema In-
uma comparação com
ternacional de Unidades) é denominado unidade unificada de massa atômica, sendo simbolizado
um padrão escolhido
adequadamente.
pela letra u.

c Reconhecer que o A unidade unificada de massa atômica equivale a um doze avos da massa de um átomo
padrão mais adequado de carbono, cuja massa atômica é 12 (carbono 12).
para a medida da
1 u 5 1 da massa de 1 átomo de carbono 12.
massa de átomos e 12
moléculas é o u.

Átomo de carbono de massa 12


que apresenta 12 unidades de
massa (12 u).
RA
ITO
ED
OZINO/ARQUIVO DA
ARG
EX
AL

1 5 massa 12C 5 1 u
GETTY IMAGES/
ISTOCKPHOTO

12

Massa 12C

Os valores das massas atômicas (MA) dos elementos são expressos na unidade u, ou seja, são
valores que indicam quanto a massa de 1 átomo de determinado elemento químico é maior que a
Caneta esferográfica: aproximadamente massa de 1 u.
6 gramas. Massa atômica de 1 átomo de hidrogênio, H: 1 u.
Massa atômica de 1 átomo de carbono, C: 12 u.
Massa atômica de 1 átomo de nitrogênio, N: 15 u.
Massa atômica de 1 átomo de oxigênio, O: 16 u.
Massa atômica de 1 átomo de enxofre, S: 32 u.
STOCKPHOTOSART/
ALAMY/GLOW IMAGES

Da mesma maneira, a massa molecular das substâncias deve ser expressa em u e indica a massa
de 1 molécula da substância.
Massa molecular de 1 molécula de amônia, NH3: 17 u.
Massa molecular de 1 molécula de água, H2O: 18 u.
Massa molecular de 1 molécula de gás oxigênio, O2: 32 u.
Caminhão betoneira: aproximadamente Massa molecular de 1 molécula de gás carbônico, CO2: 44 u.
39 toneladas. Massa molecular de 1 molécula de ácido sulfúrico, H2SO4: 98 u.

74 Mudanças de estado
Cálculo da massa molecular
A IUPAC, órgão que regulamenta as padroniza-
Como todos os elementos já tiveram a sua massa atômica determinada
ções em Química, estabelece que o arredondamento
(por métodos mais avançados e precisos), atualmente a massa molecular das
do valor da massa atômica dos elementos químicos
substâncias é obtida diretamente pela soma das massas atômicas dos átomos
para o inteiro mais próximo (no caso do boro, o 11) só
dos elementos que constituem uma molécula ou uma fórmula mínima da
é feito quando não implica erro maior que 1%.
substância.
A porcentagem de erro (E%) pode ser calculada
Os valores podem ser consultados a qualquer momento na tabela pe-
pela relação:
riódica.
Valor aproximado 2 Valor integral
Acompanhe os exemplos a seguir, dadas às massas atômicas aproximadas E% 5 ? 100
Valor integral
dos elementos:
H 5 1 u; B 5 10,8 u; C 5 12 u; N 5 14 u; O 5 16 u; Na 5 23 u; Fe 5 56 u. Calculando E% para o boro, teremos:

Fórmula molecular da água: H2O E% 5 11 2 10,801 ? 100


10,801
hidrogênio: 2 ? 1 u 5 2 u
E% 5 1,84 . 1%
oxigênio: 1 ? 16 u 5 16 u
Logo, o maior arredondamento possível para a
massa molecular da água: 2 u 1 16 u 5 18 u
massa atômica do boro é de fato: 10,8.
Fórmula molecular do gás carbônico: CO2
carbono: 1 ? 12 u 5 12 u
oxigênio: 2 ? 16 u 5 32 u
massa molecular do gás carbônico: 12 u 1 32 u 5 44 u
Fórmula molecular da sacarose: C12H22O11
carbono: 12 ? 12 u 5 144 u
hidrogênio: 22 ? 1 u 5 22 u
oxigênio: 11 ? 16 u 5 176 u
massa molecular da sacarose: 144 u 1 22 u 1 176 u 5 342 u
Fórmula molecular da ureia: CO(NH2)2
Note que, nesse caso, o número que está fora dos parênteses vai multiplicar todos os índices que
estão dentro dos parênteses.
carbono: 1 ? 12 u 5 12 u
oxigênio: 1 ? 16 u 5 16 u
nitrogênio: 2 ? 14 u 5 28 u
hidrogênio: 4 ? 1 u 5 4 u
massa molecular da ureia: 12 u 1 16 u 1 28 u 1 4 u 5 60 u
Fórmula do sal anidro ferrocianeto de ferro III: Fe4[Fe(CN)6]3
O número que está fora dos parênteses vai multiplicar todos os índices que estão dentro dos pa-
rênteses e o número que está fora dos colchetes vai multiplicar todos os índices que estão dentro
dos colchetes.
ferro: 4 ? 56 u 1 3 ? 56 u 5 392 u
carbono: 3 ? 6 ? 12 u 5 216 u
nitrogênio: 3 ? 6 ? 14 u 5 252 u
massa molecular do sal anidro: 392 u 1 216 u 1 252 u 5 860 u
Fórmula do sal borato de sódio deca-hidratado: Na2B4O7 ? 10 H2O
Os sais hidratados possuem moléculas de água integradas ao seu arranjo cristalino, isto é,
FRENTE B
as moléculas de água fazem parte da composição do cristal iônico. Como as moléculas de
água encontram-se em uma proporção determinada em relação à fórmula do sal, essa pro-
porção é denominada grau de hidratação e indicada após a fórmula do sal por um sinal
de multiplicação.
QUÍMICA

sódio: 2 ? 23 u 5 46 u
boro: 4 ? 10,8 u 5 43,2 u
oxigênio: 7 ? 16 u 5 112 u
água: 10 ? 18 u 5 180 u
massa molecular: 46 u 1 43,2 u 1 112 u 1 180 u 5 381,2 u

Mudanças de estado 75
Aprendemos que toda medida de massa é uma comparação com um padrão escolhido e que a unidade unificada de massa atô-
mica equivale a um doze avos da massa de um átomo de carbono, definida pelo SI (Sistema Internacional de Unidades).
Entre as unidades básicas definidas pelo SI, a única que é definida por um artefato é o quilograma. O metro, por exemplo, era
definido como a unidade de medida correspondente à décima milionésima parte da distância do Equador ao Polo Norte. Atualmente,
o metro corresponde à distância percorrida pela luz em um segundo dividido por 299 792 458. Um dos problemas de uma unidade de
medida baseada em um objeto é que ele pode sofrer variações.
O quilograma está mais gordinho, dizem cientistas ingleses
Pesquisa mostra que o modelo-padrão que determina o valor do quilograma, usado em escala global desde 1875, ganhou
peso ao longo dos anos.
Cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, acreditam que o quilograma está ganhando peso. Segundo
a pesquisa, conduzida pelos pesquisadores Peter Cumpson e Naoko Sano, o modelo-padrão do quilo pode estar mais “gor-
dinho” quando comparado ao seu peso original, determinado em 1875.
O chamado Protótipo Original do Quilograma (IPK, na sigla em inglês) é uma peça feita em platina e irídio, usada des-
de os idos de 1875 como padrão mundial. Na época do início da sua adoção, quarenta réplicas foram produzidas e enviadas
para diferentes países com o objetivo de tornar o quilograma uniforme em todo o planeta.
Pesquisa
O estudo dos cientistas está centrado na peça original, armazenada no Bureau Internacional de Pesos e Medidas, na
França. Através de análises realizadas em materiais similares aos usados no modelo, a pesquisa procurou determinar se o
acúmulo natural de substâncias em sua superfície, resultado do passar dos anos e processos de industrialização, impactou
na medida do quilograma.
E a conclusão é que o modelo-padrão pode mesmo estar alguns microgramas acima do seu peso “ideal”. “Está determi-
nado que o IPK é o quilograma”, disse Cumpson. “Então não importa o quanto ele pesa, desde que todos estejam trabalhan-
do com o mesmo valor”, ponderou o professor.
O problema apontado é que, infelizmente, já existem diferenças entre os modelos, pois, ao redor do mundo, cada uma
das 40 réplicas existentes está “engordando” de uma maneira. “Esta unidade é fundamental, o que faz com que as variações
em seu peso sejam sempre significativas e o impacto em escala global é enorme”, pontua. “Especialmente no comércio inter-
nacional, em que cada micrograma é considerado”, lembrou Cumpson.
Bronzeamento artificial

BUREAU INTERNACIONAL DE PESOS E MEDIDAS, SEVRES, FRANÇA


A boa notícia, porém, é que é possível ajudar a trazer o quilogra-
ma original de volta a sua forma, através de uma espécie de bronzea-
mento artificial. Os cientistas encontraram uma técnica que é capaz de
remover os resíduos depositados na superfície do modelo, sem a
danificação do seu material.
RUIC, G. O quilograma está mais gordinho, dizem cientistas ingleses. 8 jan. 2013.
Disponível em:<http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/
o-quilograma-esta-mais-gordinho-dizem-cientistas-ingleses>. Acesso em: 16 set. 2014.

Protótipo Original do Quilograma: modelo


é usado desde 1875 como padrão para a
determinação do valor do quilograma e
conta com 40 réplicas em todo o mundo.

* A recomendação atual do INMETRO é que se mude gradualmente a terminologia “quilograma” para “kilograma”.

76 Mudanças de estado
Projeto de Pesquisa

EXERCÍCIO RESOLVIDO Acesse o Material Comple-


mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.
Calcule a massa molecular dos sais relacionados a seguir.
a) Sulfato de alumínio: Al2(SO4)3
b) Fosfato de bário: Ba3(PO4)2
c) Sulfato de amônio: (NH4)2SO4
d) Ferricianeto de cálcio: Ca3[Fe(CN)6)]2

RESOLUÇÃO:
a) Al2(SO4)3 b) Ba3(PO4)2 c) (NH4)2SO4 d) Ca3[Fe(CN)6)]2
alumínio: 2 ? 27 5 54 bário: 3 ? 137 5 411 nitrogênio: 2 ? 14 5 28 cálcio: 3 ? 40 5 120
enxofre: 3 ? 32 5 96 fósforo: 2 ? 31 5 62 hidrogênio: 8 ? 1 5 8 ferro: 2 ? 56 5 112
oxigênio: 12 ? 16 5 192 oxigênio: 8 ? 16 5 128 enxofre: 1 ? 32 5 32 carbono: 12 ? 12 5 144
massa molar: 342 u massa molar: 601 u oxigênio: 4 ? 16 5 64 nitrogênio: 12 ? 14 5 168
massa molar: 132 u massa molar: 544 u

PARA CONSTRUIR

1 (UFG-GO) As medidas de massa são na realidade, a comparação com um padrão definido de maneira adequada. O padrão ado-
tado pela IUPAC para as medidas de massa atômica é um doze avos da massa do isótopo 12, que é denominado de unidade
01. Verdadeiro.
unificada de massa atômica.
02. Verdadeiro.
04. Falso. Na tabela periódica os elementos químicos estão em ordem crescente de
Sobre massas de átomos é correto afirmar-se que: número atômico.
(01) massa atômica é um número que indica quantas vezes a massa de um átomo é maior que um doze avos do carbono –
isótopo 12;
(02) os átomos de um mesmo elemento químico podem ter massas diferentes;
(04) as massas atômicas são utilizadas atualmente para classificar os elementos da tabela periódica.

2 (UFV-MG) A definição de unidade de massa atômica é: b


a) a massa de um mol de átomos de 12C.
b) 1 da massa de um átomo de 12C. A unidade unificada de massa atômica equivale a um doze avos da massa
12 de um átomo de carbono, cuja massa atômica é 12 .
c) a massa de 1 mg de átomos de 12C.
d) 1 da massa de um mol de átomos de 12C.
12
e) a massa de um átomo de 12C.

3 Observe as afirmações a seguir e indique se estão corretas:


I. A unidade de massa atômica pode ser representada por g;
II. A unidade de massa atômica é igual à massa de um átomo de hidrogênio;
III. A unidade de massa atômica é 1 da massa do átomo de carbono de número de massa igual a 12;
FRENTE B
12
IV. A massa atômica de um átomo é um número muito próximo de seu número de massa. e
a) Todas.
b) Nenhuma.
QUÍMICA

c) Somente I, III e IV.


d) Somente II e III.
e) Somente III e IV.

Mudanças de estado 77
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 Calcule a massa molecular das substâncias abaixo (o valor da 1 Calcule a massa molar das substâncias relacionadas a seguir.
massa atômica encontra-se na tabela periódica). a) 2,3-dimercaptan propanol (BAL): C3H8OS2
a) Sulfato de hidrogênio (ácido sulfúrico): H2SO4 b) Fosfato de amônio: (NH4)3PO4
b) Fosfato de hidrogênio (ácido fosfórico): H3PO4 c) Tri-propilamina: (CH3CH2CH2)3N
c) Pirofosfato de hidrogênio (ácido pirofosfórico): H4P2O7 d) Ácido p-benzenodioico: C6H4(CO2H)2
d) Propanona (acetona): C3H6O e) Cloreto de 3,5-dinitrobenzoíla: C6H3(NO2)2COCl
e) Ácido acético (ácido etanoico): C2H4O2
f) 2,3-ditiol-propanol: (CH2)2CH(SH)2OH
2 Calcule a massa molecular das substâncias abaixo. 2 (UFPI) Assinale a substância química de menor massa molar:
a) Hidróxido de bário: Ba(OH)2 a) Na2S.
b) Acetato de sódio: NaC2H6O2 b) Na2SO3.
c) Óxido de ferro III: Fe2O3 c) Na2SO4.
d) Sulfato de mercúrio: HgSO4 d) Na2S2O3.
e) Ferrocianeto de ferro III: Fe4[Fe(CN)6]3 e) Na2S2O8.
3 (FCC-BA) A definição atual de massa atômica de elemento 3 (UFJF-MG) Uma substância simples formada por moléculas
corresponde a: diatômicas, com massa molecular aproximadamente igual a
massa do átomo desse elemento 28 g/mol, possui a fórmula:
a) 1 ? ;
massa do átomo C “doze”
a) CO.
b) 12 ? massa do átomo desse elemento ; b) Si.
massa do átomo C “doze” c) N2.
c) 1 ? (massa do átomo desse elemento 1 massa do áto- d) HCN.
12 e) O2.
mo C “doze”);
d) 1 ? (massa do átomo desse elemento – massa do átomo 4 (FEI-SP) Se um átomo apresentar a massa atômica igual a 60 u, a
16 relação entre a massa desse átomo e a massa do átomo de
C “doze”); carbono 12 valerá:
e) 12 ? (massa do átomo desse elemento 1 massa do áto-
16 a) 1. d) 4.
mo C “doze”). b) 2. e) 5.
c) 3.
4 (UFSC) A massa de determinado átomo é 5 da massa do
6 5 A tampa que reveste os componentes eletrônicos em uma
isótopo -12 do carbono. Qual é a sua massa? caixa-preta de avião é composta de uma liga ultrarresistente
de titânio e aço. Além disso, uma espécie de esponja protege
5 (Unimep-SP) A falta de vitamina B1 (C12H18ON4SCl2) provoca os componentes do calor. Uma caixa-preta pesa cerca de 4,5
falta de apetite, crescimento retardado e beribéri (enfraque- kilogramas e suporta um impacto de mais de 3 toneladas.
cimento e desgoverno das pernas). Sua massa molecular é: Resiste por uma hora a uma temperatura de 1 100 °C e por
a) 457. d) 257. 10 horas a 260 °C.
b) 337. e) 280. O titânio pode ser obtido a partir do tetracloreto de titânio por
c) 207. meio da reação não balanceada:
6 (Unifor-CE) Dos compostos a seguir, qual apresenta massa TiCl4(g) 1 Mg(s) → MgCl2(s) 1 Ti(s)
molecular igual a 30? a) Forneça os coeficientes que tornam a equação de obten-
a) C2H6 d) NO2 ção do titânio metálico corretamente balanceada.
b) PH3 e) N2O3 b) Calcule a massa molecular das substâncias compostas que
c) NH3 participam do processo.

78 Mudanças de estado
CAPÍTULO

14 Quantidade de matéria
e massa molar

Objetivos: QUANTIDADE DE MATÉRIA: MASSA ATÔMICA E MOL


c Compreender o Sabemos encontrar a proporção em número de moléculas de reagentes e produtos que parti-
conceito de quantidade cipam de uma reação química (basta encontrar os coeficientes que tornam a equação corretamente
de matéria simbolizado balanceada).
pelo mol. Aprendemos agora a calcular a massa das substâncias em unidades de massa atômica, u, e
podemos relacionar o valor da massa atômica em u aos coeficientes das substâncias em uma reação
c Compreender
química.
a dimensão da
constante de Avogadro,
Observe, por exemplo, a reação de síntese da água:
entendendo que
2 H2(g) 1 1 O2(g) → 2 H2O(v)
esse número só se
aplica a entidades 2 ? 2 u (4 u) 1 ? 32 u (32 u) 2 ? 18 u (36 u)
extremamente
pequenas como átomos Mas continuamos com o problema: como “pegar” 4 u de hidrogênio para reagir com 32 u de
e moléculas. oxigênio e obter 36 u de água?
É impossível. Mas, e se trabalhássemos com uma “porção” (imensa) de moléculas, ou melhor,
se pegássemos duas porções (imensas) de moléculas de hidrogênio para reagir proporcionalmente
com uma porção (imensa) de moléculas de oxigênio, de modo a obter duas “porções” (imensas) de
moléculas de água?
Esse procedimento faz sentido, porque, como as moléculas são extremamente pequenas, pre-
Mol: nome ou cisamos de um número imenso de moléculas para constituir uma quantidade de moléculas cuja
massa possa ser medida.
símbolo?

BRIAN JACKSON/ALAMY/GLOW IMAGES


É importante observar
que a palavra “mol” é ao mes-
mo tempo o nome da unida-
de que representa a grandeza
– quantidade de matéria – e o
símbolo dessa unidade. Con-
forme o significado da palavra
mol, podemos (ou não) utilizar
o plural.
Quando nos referimos
ao nome da unidade, o uso do
plural, mols, é permitido. Mas,
quando nos referimos ao sím-
bolo da unidade, o uso do plu-
ral não é permitido e devemos FRENTE B
escrever, por exemplo, 2 mol.
Da mesma forma, po-
demos escrever 2 kilogramas,
QUÍMICA

mas, quando usamos o sím-


bolo da grandeza, kg, o plural
não é permitido, e então es-
crevemos 2 kg (nunca 2 kgs).
Fig. 1 – Quantas moléculas de sacarose, C12H22O11, existem em uma colher de sopa de açúcar?

Mudanças de estado 79
É daí que vem o conceito de mol – palavra introduzida em 1896 pelo químico alemão Wilhelm
Portal
SESI Ostwald (1853-1932) –, que vem do latim, moles, que significa porção, quantidade.
Educação www.sesieducacao.com.br Pelo Sistema Internacional de Unidades, o mol é uma unidade da grandeza denominada
quantidade de matéria, da mesma forma que o metro é uma unidade da grandeza comprimento.
Acesse o portal e explore o con-
Por definição:
teúdo Quantidade de matéria
5 mol?
Mol é a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares
quantos são os átomos contidos em 0,012 kg (ou 12 g) de carbono de massa 12.

E qual a massa de 1 mol de átomos ou de 1 mol de moléculas?


Os cientistas utilizaram o seguinte raciocínio para estabelecer uma proporção em massa numa
unidade mensurável para os diferentes elementos químicos e substâncias:
Se mantivermos uma proporção constante entre os valores das massas atômicas dos elementos,
ou seja, se dobrarmos, triplicarmos, etc., os valores das massas atômicas (MA) de um conjunto de
elementos, o número de átomos contidos em cada uma das massas obtidas individualmente conti-
nuará igual porque a proporção inicial de massas foi mantida.
Veja alguns exemplos nas tabelas a seguir.

Proporção em
1 átomo 2 átomos 3 átomos 1 mol de átomos
número de átomos
2 ? Massa 3 ? Massa
Elemento Massa atômica/u Massa atômica/g
atômica/u atômica/u
Hidrogênio 1 2?1 3?1 1
Carbono 12 2 ? 12 3 ? 12 12
Oxigênio 16 2 ? 16 3 ? 16 16

O mesmo também pode ser dito em relação às substâncias.

Proporção em
1 molécula 5 moléculas 100 moléculas 1 mol de moléculas
número de moléculas
Massa 5 ? Massa 100 ? Massa Massa
Substância
molecular/u molecular/u molecular/u molecular/g
Gás hidrogênio 2 5?2 100 ? 2 2
Água 18 5 ? 18 100 ? 18 18
Gás carbônico 44 5 ? 44 100 ? 44 44

Observe que o mol representa uma quantidade de matéria tão imensa que só pode ser usado
em relação a entidades ou partículas elementares, como átomos, moléculas, íons, elétrons, etc.

A relação g/mol é denominada massa molar e pode ser aplicada indistintamente para
átomos, moléculas e compostos iônicos.

E quantos átomos ou moléculas totalizam 1 mol? Há diversos experimentos por meio dos quais
se pode chegar ao número de partículas elementares que totalizam 1 mol, uns mais complicados e ou-
tros mais simples. Todos chegam, com maior ou menor precisão, a um valor próximo de 6,02214 ? 1023,
denominado oficialmente constante de Avogadro (NA), em homenagem ao trabalho do cientista
Amedeo Avogadro.

80 Mudanças de estado
Qualquer amostra visível de uma substância contém um número imenso de moléculas (e qual-
quer amostra visível de um elemento contém um número imenso de átomos).
A essa amostra está associada determinada quantidade de matéria expressa em mol e, portanto,
determinado número de partículas elementares (moléculas ou átomos, por exemplo).
Concluímos então que existe uma relação de proporcionalidade entre o número de partículas
elementares na amostra (N) e sua quantidade de matéria (n), ou melhor, para qualquer amostra de
uma substância, seu número de partículas elementares (N) é diretamente proporcional a sua quan-
tidade de matéria (n).
A constante de proporcionalidade que permite a passagem de quantidade de matéria para
número de partículas elementares é justamente a constante de Avogadro (NA 5 6,02214 ? 1023).
Assim, temos: N 5 6,02214 ? 1023 ? n.

Observe os seguintes exemplos para os elementos abaixo:


Massa molar do hidrogênio, H: 1 g/mol.
Massa molar do oxigênio, O: 16 g/mol.
Massa molar do enxofre, S: 32 g/mol.
O mesmo raciocínio é aplicado às substâncias. Veja os exemplos:
Massa molar do gás oxigênio, O2: 32 g/mol.
Massa molar do gás carbônico, CO2: 44 g/mol.
Massa molar da água, H2O: 8 g/mol.

DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE AVOGADRO


O físico-químico francês Jean Baptiste Perrin (1870-1942) – que em 1926 recebeu o prêmio
Nobel da Física pelos estudos sobre a estrutura descontínua da matéria e, em especial, pela desco-
berta do equilíbrio na sedimentação – publicou em 1913 o livro Les Atomes (1 ed. Paris: Alcan; 9 ed.,
1924). Nesse livro, ele reuniu de forma precisa todas as evidências experimentais disponíveis na época
sobre a existência de átomos e moléculas, causando um grande impacto e uma mudança radical nas
concepções de muitos cientistas e do grande público.
BETTMANN/CORBIS/LATINSTOCK

FRENTE B
Fig. 2 – Jean Baptiste Perrin.

Até então, a teoria atômica de Dalton (do início do século XIX) era, para muitos cientistas,
QUÍMICA

uma hipótese útil, mas impossível de ser demonstrada. Na 9a edição do livro de Perrin, constam 16
maneiras de se obter experimentalmente a constante de Avogadro.
Um desses experimentos foi descrito em um exercício de uma prova da Unicamp, de maneira
bem simplificada. Vamos tentar resolvê-lo juntos para termos uma ideia das variáveis que envolvem
tal experimento? Quem sabe você não se anima e resolve reproduzi-lo na prática?

Mudanças de estado 81
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 (Unicamp-SP) As fronteiras entre real e imaginário vão se tor- Com o auxilio de um conta-gotas, pinga-se uma gota dessa
nando cada vez mais sutis à medida que melhoramos nos- solução, a cerca de 20 cm da superfície da água preparada na
so conhecimento e desenvolvemos nossa capacidade de bandeja, o óleo repele o pó, formando um cilindro (na prá-
abstração. Átomos e moléculas: sem enxergá-los podemos tica, não muito uniforme). O volume do cilindro é igual ao
imaginá-los. Qual será o tamanho dos átomos e das molé- volume do ácido que foi jogado (1,6 ? 10–5 cm3).
culas? Quantos átomos ou moléculas há numa certa quanti- A área da base do cilindro pode então ser calculada pela
dade de matéria? Parece que essas perguntas só podem ser expressão A = p ? r2 (em que r é o raio do círculo formado
respondidas com o uso de aparelhos sofisticados. Porém, um na superfície ou metade do diâmetro estimado). Esse va-
experimento simples pode nos dar respostas adequadas a lor também foi fornecido no enunciado: 200 cm2. A altura
essas questões. Numa bandeja com água espalha-se sobre do cilindro (aresta) é justamente o tamanho da molécula
a superfície um pó muito fino que fica boiando. A seguir, no do ácido, o dado que falta para calcular o volume de uma
centro da bandeja adiciona-se 1,6 ? 10–5 cm3 de um ácido or- molécula.
gânico (densidade igual a 0,9 g/cm3), insolúvel em água.
a) Cálculo da altura do cilindro (aresta):
Com a adição do ácido, forma-se imediatamente um círcu-
lo de 200 cm2 de área, constituído por uma única camada Vcilindro 5 Vácido ⇒ 1,6 ? 10 –5 5 aresta ? área da base
de moléculas de ácido, arranjadas lado a lado, conforme es- 1,6 ?10 –5
aresta 5 ⇒ aresta 5 8 ? 10 –8 cm
quematiza a figura a seguir. Imagine que nessa camada cada 200
molécula do ácido está de tal modo organizada que ocupa o
Considerando, então, que o volume ocupado pela molé-
espaço delimitado por um cubo.
cula é igual ao volume do cubo que a delimita, temos:
Vmolécula 5 aresta3
Adição de ácido Vmolécula 5 (8 ? 1028)3 ⇒ Vmolécula 5 5,12 ? 10222 cm3

b) Se a molécula tem 5,12 ? 10–22 cm3, e a densidade é 0,9 g/cm3:


1 cm3 de ácido 0,9 g de ácido
x 282 g de ácido (massa molar)
Considere esses dados para resolver as questões a seguir.
a) Qual o volume ocupado por uma molécula de ácido, em 282 ? 1
x5 ⇒ x 5 3313,33 cm3
cm3? 0,9
b) Qual o número de moléculas contidas em 282 g do ácido?
1 molécula de ácido 5,12 ? 10222 cm3
RESOLUÇÃO: y 313,33 cm3
O ácido em questão é o ácido oleico, C18H34O2, cuja massa 313,33 ? 1
y5
molar é 282 g/mol. O ácido oleico constitui cerca de 83% do 5,12 ? 10222
hidrolisado do azeite de oliva e sua densidade é 0,89 g/cm3 ,122 ? 110023 m
y 5 6,1
66,12 o . NA
moléculas de ácido
ou . 0,9 g/cm3.
Para fazer o experimento, pega-se uma bandeja (forma ou ti-
gela, de preferência de vidro) com cerca de 1 cm de água e
espalha-se na superfície da água um pó fino (pó de carvão ou
pó de giz) e no centro da bandeja adiciona-se 1,6 ? 10–5 cm3
do ácido.
Mas, como é possível medir um volume tão pequeno de áci-
do oleico? Na verdade não é. O que se faz é diluir o ácido
oleico em álcool etílico ou em benzina de forma que, ao se
pegar uma gota da solução diluída, o volume de ácido esti- Fig. 3 – Cilindro de ácido oleico na superfície da bandeja: a
espessura do cilindro é de uma molécula.
mado na gota seja esse.
Isso é feito para que se possa obter uma película muito fina de
Dados:
ácido na superfície da água (com espessura de uma molécula)
em uma pequena bandeja. Uma gota de ácido oleico puro, Vcilindro 5 Vácido 5 aresta ? área da base
vertida numa pequena piscina, cobriria toda sua superfície. Vmolécula = aresta3

82 Mudanças de estado
2 (ITA-SP) Por meio de difração de raios X, verifica-se que no retículo cristalino do ferro cada quatro átomos ocupam o volume de um
cubo cuja aresta mede 3,61 angstrons. Sabendo-se que a densidade do ferro é igual a 7,86 g/cm3, e que a massa atômica do ferro
é igual a 55,8 u, mostre como pode ser calculada a constante de Avogadro a partir dos dados fornecidos. Não é necessário efetuar
os cálculos; basta deixá-los indicados e justificados.
Dado: 1 angstrom equivale a 10–8 cm.

RESOLUÇÃO:
Cálculo do volume ocupado por 4 átomos:
V = aresta3
(3,61 ? 1028 )3 ⇒ V . 4,70 ? 10223 cm3
V 5 (3,61
Cálculo do volume ocupado por 1 mol de átomos de ferro:
7,86 g de ferro 1 cm3
55,8 g de ferro x
55,88 ? 1
x5 ⇒ x 5 77,099 cm3
7,86
Cálculo do número de átomos de ferro que ocupam o volume de 1 mol de átomos de ferro.
4 átomos de ferro ocupam 4,70 ? 10–23 cm3
y átomos de ferro ocupam 7,099 cm3
7,099 ? 4
y5 ⇒ y. 6,0 4 ?1023. NA
4,70 ?10223

PARA CONSTRUIR

1 Quantas partículas elementares (N), ou moléculas de água, 3 (Unitau-SP) Qual a massa em gramas de uma molécula de açú-
existem numa quantidade de matéria igual a 2 mol dessa car comum ou sacarose, C12H22O11?
substância? Dados: C 5 12 u; H 5 1 u e O 5 16 u; constante de Avoga-
dro 5 6,02 ? 1023. a
N 5 6,02214 ? 1023 ? 2 ⇒ N 5 12,04428 ? 1023 ou
a) 5,68 ? 10222 g.
N 5 1,204428 ? 1024 partículas elementares (moléculas)
b) 6,02 ? 1023 g.
c) 342 g.
d) 5,68 ? 10223 g.
e) 3,42 ? 10221 g.
Massa molar da sacarose 5 342 g/mol
342 g 6,02 ? 1023 moléculas
x 1 molécula
1 ? 342
x5 ⇒ x 5 5,68 ? 10222
g
6,02 ? 1023
2 Qual é a massa de uma molécula de água em gramas?
Dado: a massa molar da água é igual a 18 g/mol.
18 g de H2O 6,02214 ? 1023 moléculas
x 1 molécula

FRENTE B
1 ? 18
x5 ⇒ x 5 2,98897 ? 10223 g
6,02214 ? 1023 QUÍMICA

Mudanças de estado 83
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (UnB-DF) Os microprocessadores atuais são muito pequenos 1 Qual é a massa em gramas de uma u (unidade unificada de
e substituíram enormes placas contendo inúmeras válvulas. massa atômica)?
Eles são organizados de forma que apresentem determinadas 1
Dado: 1 u equivale a de um átomo de carbono de massa 12.
respostas ao serem percorridos por um impulso elétrico. Só é 12
possível a construção de dispositivos tão pequenos devido ao Dado: constante de Avogadro 5 6,02 ? 1023.
diminuto tamanho dos átomos. Sendo estes muito pequenos
2 (Unirio-RJ)
é impossível contá-los. A constante de Avogadro – e não o nú-
mero de Avogadro – permite que se calcule o número de enti- A Nasa tem um ambicioso plano de mandar uma missão
dades – átomos, moléculas, fórmulas unitárias, etc. – presentes tripulada a Marte. [...] Porém, a medicina ainda não tem res-
em uma dada amostra de substância. O valor dessa constante, postas para contornar as dificuldades impostas ao organismo
medido experimentalmente é igual a 6,02 ? 1023 mol–1. humano pelas condições climáticas e atmosféricas de Marte.
[...] Cogita-se que os equipamentos usados em Marte devem
Com relação ao assunto, julgue os seguintes itens.
ser testados antes numa base a ser construída na Lua. [...]
(01) A constante de Avogadro é uma grandeza, sendo, por-
Importando-se um kilograma de hidrogênio terrestre e usan-
tanto, um número (6,02 ? 1023) multiplicado por uma
do-se oito kilogramas de oxigênio extraído de rochas lunares,
unidade de medida (mol–1).
os astronautas teriam combustível suficiente para alimentar
(02) A constante de Avogadro, por ser uma grandeza deter-
os motores que estão sendo desenvolvidos pela Nasa.
minada experimentalmente, pode ter seu valor alterado O Globo, 4 jul. 1998.
em função do avanço tecnológico.
O número de mols de moléculas de hidrogênio e oxigênio
(03) Massas iguais de diferentes elementos químicos con-
indicados são, respectivamente, de:
têm o mesmo número de átomos.
a) 3,0 ? 1026 e 1,5 ? 1026. d) 500 e 250.
(04) Entre os elementos químicos, o único que, em princípio,
b) 6,0 ? 1026 e 3,0 ? 1026. e) 1000 e 500.
não está sujeito a uma variação de massa atômica é o
c) 500 e 6,0 ? 1026.
isótopo do carbono de massa 12,00 u.
3 (Uerj) Uma molécula de água, isolada, não apresenta certas
2 (UEL-PR) A densidade do alumínio, a 20 °C, é igual a 2,7 g/mL.
propriedades físicas – como ponto de fusão e de ebulição –
Quantos átomos desse metal existem numa amostra que que dependem de interações entre moléculas. Em 1998, um
ocupa o volume de 10 mL, a 20 °C? grupo de pesquisadores determinou que, para exibir todas
a) 10. as propriedades físicas, é necessário um grupamento de, no
b) 1,0 ? 103. mínimo, 6 moléculas de água.
c) 6,0 ? 1023. O número desses grupamentos mínimos que estão contidos
d) 1,0 ? 1026. em um mol de moléculas de água corresponde a:
e) 6,0 ? 102. a) 1,0 ? 1023. c) 6,0 ? 1023.
b) 3,0 ? 10 .
23
d) 9,0 ? 1023.
3 (UFRGS-RS) Os clorofluorcarbonos (CFCs) sofrem decompo-
sição nas altas camadas da atmosfera originando átomos de 4 (Mack-SP) A quantidade de átomos de mercúrio, presentes
cloro, os quais atacam moléculas de ozônio, O3(g), produzin- num termômetro que contém 2,0 g desse metal, é igual a:
do gás oxigênio, O2: O2 (g) → O3 (g).
a) 4,0 ? 102. d) 1,5 ? 1025.
Supondo-se que um mol de ozônio seja totalmente transfor- b) 1,2 ? 1023. e) 6,0 ? 1021.
mado em moléculas de gás oxigênio de acordo com a reação c) 2,4 ? 1026.
acima (não balanceada), o número de moléculas produzidas
será: 5 (Vunesp-SP) Um frasco contém 28 g de cada uma das molé-
a) 3,01 ? 1023. culas CO, C2H4 e N2. O número total de moléculas no frasco é
b) 6,02 ? 1023. igual a:
c) 9,03 ? 1023. a) 3. d) 18 ? 1023.
d) 12,041 ? 1023. b) 84. e) 3 ? 28 ?1024.
e) 18,06 ? 1023. c) 6 ? 1023.

84 Mudanças de estado
CAPÍTULO

15 Volume molar

Os elementos e as substâncias que estão no estado vapor ou gasoso não possuem volume
Objetivos: próprio. É característica do gás ocupar todo o volume do recipiente que o contém. Esse volume
c Compreender o depende diretamente das condições de pressão e temperatura em que o gás se encontra.
conceito de volume P T’ . T
molar reconhecendo
que o valor do volume
depende das condições P’ . P T
de temperatura e
pressão.

c Aprender a relacionar
os valores de volume
molar, massa molar
e constante de
Avogadro para uma
substância sob
pressão e temperatura
constantes.

Observe que um aumento da pressão causa uma diminuição do volume ocupado pelo gás. Já
um aumento de temperatura tende a aumentar o volume ocupado pelo gás.

As únicas substâncias que O volume molar de um gás, em determinada condição de temperatura e pressão, é
possuem moléculas monoatô- o volume ocupado por 1 mol de moléculas do gás (ou de átomos, no caso de o gás ser
micas, isto é, formadas por um monoatômico).
único átomo do elemento, são
os gases nobres: hélio, neônio, O volume molar de um gás qualquer possui massa conhecida, isto é, a própria massa molar do
argônio, criptônio, xenônio e elemento ou da substância em questão. No entanto, para cada par de valores de pressão e tempe-
radônio. ratura estabelecidos existe um valor de volume molar e, para poder comparar quantidades de gases
diretamente por meio de seus volumes, convencionou-se utilizar determinados valores de pressão
e temperatura.
A IUPAC trabalha com o Sistema Internacional de Unidades, (SI); assim, define apenas as condi-
ções de pressão e temperatura padrões ou STP (Standard Temperature and Pressure).
A palavra “padrão” está relacionada Nas STP a pressão-padrão é de 100 000 Pa, o que equivale a 1 bar, e a temperatura-padrão é de FRENTE B
a uma grandeza usada para defi- 273,15 K. Nessas condições o volume ocupado por 1 mol de moléculas de qualquer gás é . 22,71 L.
nir uma unidade e é determinada Mas em Química também é muito comum trabalharmos nas chamadas condições normais de
pela IUPAC, por exemplo: pressão
temperatura e pressão, CNTP.
QUÍMICA

padrão 5 105 Pa.


Nas CNTP a pressão normal é de 101 325 Pa, o que equivale a 1 atm, e a temperatura é de
O termo “normal” está relacionado 273,15 K. Nessas condições o volume ocupado por 1 mol de qualquer gás é . 22,4 L.
a um valor utilizado habitualmen- As condições de temperatura e pressão são especificadas quando é necessário fazer um cálculo
te em experimentos, por exemplo: envolvendo o volume molar de um gás.
pressão de 1 atm ao nível do mar.

Mudanças de estado 85
O uso da terminologia normal e padrão
A utilização da sigla CNTP, significando Condições Normais de Temperatura e
Pressão, tem sido motivo de controvérsias em vestibulares e livros didáticos de Ensino
Médio do Brasil. Várias foram as razões que originaram tais controvérsias, cuja prin-
cipal raiz encontra-se no ano de 1982, quando a União Internacional da Química Pura
e Aplicada (IUPAC) recomendou um novo valor para a pressão-padrão, sendo este de
105 Pa (100 000 Pa 5 100 kPa 5 1 bar)(Cox, 1982). Posteriormente, em 1990, a
IUPAC apresentou as novas Condições Padrão de Temperatura e Pressão (CPTP), do
Inglês Standard Temperature and Pressure (STP), ao qual manteve o valor de 105 Pa, já
recomendado em 1982 para a pressão-padrão, e recomendou novamente o valor de
273,15 K para temperatura-padrão (IUPAC: STP, 1997). Antes dessas recomendações,
os valores das grandezas das CPTP eram de 1 atmosfera (1 atm 5 101 325 Pa) e
273,15 K (IUPAC: Standard Pressure, 1997), iguais aos valores das CNTP.
Sendo assim, não é surpresa que, até 1982, os termos “padrão” e “normal” fossem
tratados como sinônimos perfeitos, já que possuíam os mesmos valores e eram desig-
nados para se referirem às mesmas grandezas.
Entretanto, com o estabelecimento das novas condições, a IUPAC recomendou a
descontinuidade da pressão de 1 atm como pressão-padrão. A partir desse momento,
os termos normal e padrão começaram a ter valores e significados diferentes.
Atualmente, o IUPAC Compendium of Chemical Terminology, popularmente conhe-
cido como Gold Book (disponível para consulta na Internet), define o termo normal
como um valor a uma pressão de 101 325 Pa (Ex.: normal boiling point). No caso, para
o exemplo dado, o termo normal refere-se ao ponto de ebulição na antiga condição
padrão de pressão ou, mais corretamente, para a condição normal de pressão (IUPAC:
Normal, 1997). Tal terminologia é devidamente definida, mas não recomendada por
não pertencer ao Sistema Internacional de Unidades (SI).
A maioria dos livros didáticos brasileiros define as CNTP como 1 atm e 273,15 K [...]
Dessa forma, conforme exposto acima, a nova pressão-padrão foi inicialmente
recomendada para dados termodinâmicos, não devendo carregar nenhuma implicação
para a pressão-padrão utilizada em outros contextos, exemplificando com as consa-
gradas condições de atmosfera padrão, denominadas no Brasil de condições normais
de pressão. No entanto, em 1990, a IUPAC, para reforçar a recomendação para a nova
pressão-padrão, definiu também as Condições Padrão para Gases (IUPAC: Standard
Conditions for gases, 1997), na qual mantém a mesma temperatura-padrão e assume a
pressão de 105 Pa, igual às novas STP. Sendo assim, as novas condições-padrão passa-
ram a ser recomendadas em todos os “contextos”, seja termodinâmico ou na utilização
de cálculos envolvendo gases.
A fim de que a dicotomia apresentada seja extinta, evitando que problemas se-
melhantes venham a ocorrer no Brasil, faz-se necessário distinguir condições normais
de condições-padrão.
Sugere-se, então, que se passe a adotar, no Brasil, as duas terminologias de forma
adequada para cada contexto e que não sejam mais tratadas como sinônimos. Sendo
assim, as Condições Padrão de Temperatura e Pressão (CPTP) admitem os valores de
273,15 K para a temperatura-padrão e 100 000 Pa (1 bar) para a pressão-padrão; já
para as Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP), cabem os valores de
temperatura igual a 273,15 K e pressão de 101 325 Pa (1 atm). Sugere-se ainda, con-
forme já recomendado pelo Green Book da IUPAC (Mills et al., 1993), que o valor da
pressão seja sempre especificado, evitando-se assim novas confusões.
LOURENÇO, L. M.; PONTES, P. M. O uso da terminologia NORMAL e PADRÃO.
Química nova na escola. São Paulo: Sociedade brasileira de Química, n. 25, maio 2007. p. 8.
Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc25/ccd01.pdf>. Acesso em: 10 set. 2014.

86 Mudanças de estado
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1 Qual a quantidade de matéria de gás nitrogênio, N2, que a 2 Qual o volume ocupado por uma massa de gás oxigênio
0 °C e 1 atm (CNTP), ocupa o volume de 112 L? (O2 5 32 g/mol) igual a 48 g nas CNTP?

RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:
Volume molar nas CNTP 5 22,4 L/mol 32 g de O2 22, 4 L
1 mol de gás N2 22, 4 L 48 g de O2 y
x 1 L
112
x 5 112 ? 1 ⇒ x 5 5 mol de N2 y5
48 ? 22, 4
⇒ y 5 333,6 L de O2
22, 4 32

PARA CONSTRUIR

1 Considere um sistema contendo 90,84 L de metano, CH4(g), Equações de combustão:


CH4(g) 1 2 O2(g) → CO2(g) 1 2 H2O(l)
nas STP (volume molar 5 22,71 L). C4H10(g) 1 O2(g) → 4 CO2(g) 1 5 H2O(l)
a) Qual a quantidade de matéria de CH4(g) existente nesse Cálculo do volume dos gases CH4(g) e C4H10(g) para produzir 22,4 L
volume? de CO2.
b) Qual o número de moléculas de CH4(g) nesse sistema? 1 CH4(g) ——— 1 CO2(g) 1 C4H10(g) ——— 4 CO2(g)
1 volume ——— 1 volume 1 volume ——— 4 volumes
a) 22,71L de CH4 1mol x ——— 22,4 L x ——— 22,4 L
90,84 L de CH4 x x 5 22,4 L de CH4(g) x 5 5,6 L de C4H10(g)
90,84 ? 1
x5 ⇒ x 5 4 mols
22,71
4 O governo escolheu a Floresta Amazônica como uma das
b) 22,71L 6,02 ? 1023 moléculas áreas prioritárias para assentar milhares de famílias. Essa po-
90,84 L y lítica agrária tem provocado devastação. Hoje, observam-se
90,84 ? 6,02 ? 1023
y5 ⇒ y 5 2,408 ? 1024 moléculas imensas áreas com árvores que se tornaram tocos carboniza-
22,71
dos. Pesquisadores afirmam que os assentamentos já respon-
dem por uma considerável área do desmatamento na flores-
ta. Suponha que uma tora de jatobá apresente o volume de
8 ? 106 cm3. Considere, simplificadamente, que o jatobá tenha
2 Qual o número de moléculas de amônia, NH3(g), existentes a fórmula empírica CH2O e densidade igual a 0,72 g ? cm23.
em um volume igual a 3,48 L desse gás nas CNTP? A partir da equação balanceada da reação de combustão
completa do jatobá, calcule o volume de dióxido de carbono
6,02 ? 1023 moléculas de NH3 22,4 L
z 3,48 L produzido (a 25 8C, 1 atm) por essa tora de madeira.
z5
3,48 ? 6,02 ? 1023
⇒ z . 9,35 ? 1022 moléculas de NH3
Massas molares, em g ? mol21: H 5 1, C 5 12, O 5 16.
22,4 Volume molar de gás (25 8C, 1 atm) 5 25,0 L ? mol21.
Volume da tora de Jatobá 5 8 ? 106 cm3
Fórmula mínima do Jatobá 5 CH2O
d 5 0,72 g/cm3
m 5 d ? V 5 0,72 g ? cm23 ? 8 ? 106 cm3
3 Uma das principais fontes de energia térmica utilizadas atual- m 5 5,76 ? 106 g

FRENTE B
mente no Estado de São Paulo é o gás natural proveniente da Massa molarCH O 5 30 g/mol
2

Bolívia (constituído principalmente por metano, CH4). No en- 5,76 ? 106 g


nCH O  5   5 192 ? 103  mol CH2O
tanto, devido a problemas políticos e econômicos que causam
2
30 g mol21
nCH O 5 192 ? 103 mol CH2O
eventuais interrupções no fornecimento, algumas empresas 2
QUÍMICA

1 CH2O 1 O2 → 1 CO2 1 H2O


estão voltando a utilizar o GLP (gás liquefeito de petróleo, cons-
1 mol 1 mol
tituído principalmente por butano, C4H10). Forneça as equações 1 mol 25 L
químicas para a combustão de cada um desses gases e calcule x  5 
192 ? 103  mol ?  25  ? L
os volumes de cada um deles que produzem 22,4 litros de CO2. 1 mol
x 5 4,8 ? 106 L

Mudanças de estado 87
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (UFBA) Com relação a cálculos químicos, pode-se afirmar: 1 (Mack-SP) O volume de ar, medido nas CNTP (na temperatu-
ra de 0 °C e pressão de 1 atm), necessário para a combustão
I. Se a água tem massa molecular igual a 18,0, então uma completa de 232,0 g de butano, é:
molécula de água tem massa igual a 18,0 g.
II. O número de moléculas existente em 224 L, medidos nas C 4H10 (g) + 13 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 5 H2O(v)
CNTP, do gás resultante da combustão completa da grafi- 2
ta é 60,2 ? 1023.
Massa molar (g/mol): C 5 12; O 5 16; H 5 1.
C(s) 1 O2(g) → CO2(g)
III. 9,0 ? 1022 átomos de argônio têm massa igual a 59,8 g Considerar a composição do ar (em volume) igual a 20% de
(Ar 5 40 u). oxigênio e 80% de nitrogênio.
IV. Em 60 kg de ureia, CO(NH2)2, fertilizante muito utilizado na a) 582,4 L d) 728,0 L
agricultura, a massa do elemento nitrogênio é de 28 kg. b) 2 912,0 L e) 448,0 L
V. Se 0,25 g de uma substância contém 4,5 ? 1020 moléculas, c) 130,0 L
sua massa molecular é aproximadamente 33,4.
2 (Furg-RS) Nos lixões, a decomposição anaeróbica da matéria
a) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
orgânica é comum e gera, entre outras coisas, o biogás, cons-
b) Apenas as afirmativas II e IV são corretas.
tituído principalmente por metano.
c) Apenas as afirmativas I, III e V são corretas.
Esse gás, acumulado sob o lixo, é excelente combustível. Em
d) Apenas as afirmativas II, III e IV são corretas.
condições ideais e nas CNTP, pode-se dizer que 1 kg de gás
e) Apenas as afirmativas I, III, IV e V são corretas.
metano, CH4, ocuparia um volume aproximado de:
a) 22,7 L. d) 1 120 L.
2 A tabela abaixo apresenta o volume ocupado nas CNTP (273,15 K b) 62,5 L. e) 1 400 L.
e 1 atm) por certa massa, em gramas, de algumas substâncias: c) 160 L.

Substância Molécula Massa/g Volume/L 3 O iso-octano, C8H18 (114 g/mol), é o principal componente da ga-
solina. No automóvel, sua combustão ocorre em fase gasosa.
Acetileno C2H2 39,0 33,6
a) Escreva a equação balanceada da reação de combustão
Metano CH4 8,0 11,2 completa do iso-octano.
b) Calcule o volume de ar, nas “condições ambientes” (25 L/mol),
Hélio He 12,0 67,2
necessário para a combustão completa de 228 g de iso-
Ozônio O3 6,0 2,8 -octano.
Considere a % volume : O2 5 20%; N2 5 80%.
Amônia NH3 59,5 78,4
4 Calcule o volume ocupado nas CNTP, por:
Com base nos dados fornecidos, assinale a afirmativa INCOR-
a) uma massa de SO2(g) igual a 128 g.
RETA:
b) uma massa de C4H10(g) igual a 29 g.
a) A massa molar do acetileno – utilizado como gás de maça-
rico oxiacetilênico, que atinge a temperatura de 3 000 °C e
5 Qual a quantidade de matéria de gás nitrogênio, N2, que a 0 °C
pode cortar chapas de aço – é igual a 26 g/mol.
e 1 atm (CNTP) ocupa o volume de 112 L? Volume molar nas
b) O metano, conhecido como gás dos pântanos, gás do lixo
CNTP 5 22,4 L/mol.
ou gás grisu, tem massa molar igual a 16,0 g/mol.
c) Uma massa igual a 8 g de gás hélio ocupa, nas CNTP, um
volume igual a 44,8 L.
6 Considere um sistema contendo 113,55 L de monóxido de
d) O volume de 2,8 L, nas CNTP, é ocupado por 0,125 mol de carbono, CO(g), nas STP (volume molar 5 22,71 L).
ozônio. a) Qual a quantidade de matéria de CO(g) existente nesse
e) O volume de 78,4 L de gás amônia corresponde a 3,0 mol volume?
dessa substância nas CNTP. b) Qual o número de moléculas de CO(g) nesse sistema?

88 Mudanças de estado
CAPÍTULO

16 Fórmula percentual

Certos elementos químicos possuem a propriedade de formar mais de um tipo de substância


Objetivos: simples. Encontrar a fórmula de uma substância é descobrir quais os elementos químicos que a cons-
c Conhecer o trabalho tituem e em que proporção esses elementos se combinam, em massa e em quantidade de matéria.
de análise elementar
quantitativa e ANÁLISE ELEMENTAR
qualitativa na
O processo pelo qual os químicos determinam os elementos que formam as substâncias e
determinação da
em que proporção estes aparecem (ou seja, quantos átomos de cada elemento existem em uma
fórmula percentual de
molécula da substância) é denominado análise elementar. Esse processo faz parte da rotina do
uma substância.
químico analítico.
c Conhecer o trabalho

INMETRO/GOVERNO FEDERAL
do químico forense,
que utiliza seus
conhecimentos em
Química analítica para
desvendar fraudes e
crimes.

FRENTE B
Fig. 1 – Laboratório de Difração e Espectroscopia (Lades) do Inmetro utilizado para análise elementar.

Ao receber uma amostra de um material desconhecido, a primeira atitude do químico é rea-


lizar uma análise imediata do material, isto é, testar suas propriedades, como ponto de fusão e de
QUÍMICA

ebulição, densidade, solubilidade, de modo a determinar se o material é constituído de apenas uma


substância ou de uma mistura de substâncias diferentes (é o que estuda a Química analítica).
Concluindo que a amostra é constituída de uma mistura (o que é mais comum), o químico trata
de isolar as diversas substâncias utilizando as várias técnicas de laboratório de separação de misturas
que se baseiam principalmente em propriedades físicas e químicas.

Mudanças de estado 89
Após a separação é feita a análise elementar de cada componente. A análise elementar divide-
-se em qualitativa e quantitativa.

ANÁLISE ELEMENTAR QUALITATIVA


O objetivo da análise qualitativa é descobrir de quais elementos químicos as substâncias são
formadas, e as reações de decomposição, seguidas de testes padronizados, são parte desse processo.
Os testes padronizados são reações que visam determinar os elementos que formam a subs-
tância analisada.
Exemplos:
Submeter a substância a aquecimento direto e verificar se há liberação de gás. Se houver, verificar
se esse gás tem um odor característico ou outra qualidade que permita identificá-lo.
Dissolver a substância em meio ácido e/ou básico e verificar se há mudança de cor ou reação com
formação de gás ou precipitado.

ALEXANDER RATHS/SHUTTERSTOCK
Fig. 2 – Inúmeros acidentes, até mesmo com
morte, ocorreram quando se desconhecia a
toxicidade de certas substâncias e o perigo
de cheirá-las ou de prová-las.
Os equipamentos utilizados atualmente
fazem a análise qualitativa e quantitativa das
substâncias sem a necessidade de expor o
químico a riscos desnecessários.
Assim, não tente fazer nenhum teste
com compostos químicos por sua
conta, pelo menos não até possuir uma
formação específica na área.

Atualmente esses testes padronizados estão em desuso nos grandes centros de pesquisa acadê-
mico e industrial. O mais comum nesses lugares é que a análise qualitativa seja feita em equipamentos
sofisticados de espectroscopia, por exemplo, o que permite resultados mais rápidos e confiáveis.

ANÁLISE ELEMENTAR QUANTITATIVA


A análise elementar quantitativa tem por finalidade descobrir a proporção em que esses ele-
mentos aparecem em massa e em volume na substância (o que exige equipamentos e medidas
precisas) e, posteriormente, em quantidade de matéria. Outro ponto importante é determinar a
massa molecular da substância. Há várias técnicas por meio das quais é possível obter essa informa-
ção. A escolha de uma delas vai depender das características particulares da substância analisada.
Um exemplo é a utilização do conceito de densidade relativa para a determinação da fórmula de
um gás, visto na página 70.
Para determinar as fórmulas percentual, mínima e molecular de uma substância, é necessário
que se conheça sua composição e sua massa molecular. Para ilustrar isso, considere, por exemplo, que
o químico tenha isolado de uma amostra analisada uma substância X cuja reação de decomposição
revelou os elementos hidrogênio e carbono na proporção em massa a seguir:
substância X → carbono 1 gás hidrogênio
5g 4g 1g

90 Mudanças de estado
A densidade da substância X foi medida nas CNTP (0 °C e 1 atm), e o resultado obtido foi
dX = 1,3436 g/cm3.
Sabendo que a densidade do gás hidrogênio nas mesmas condições de temperatura e pressão
é igual a 0,08987 g/cm3, a massa molecular da substância X pode ser encontrada pela relação:
dX
MX 5 2 ? ⇒ M X 5 2 ? 1,3436 ⇒ M X . 30 u
d gás hidrogênio 0,08987

Com base nesse dado e com os valores tabelados da massa atômica dos elementos: C = 12
e H = 1, é possível calcular a fórmula da substância conforme apresentado a seguir.
KPZFOTO/ALAMY/GLOW IMAGES

Fig. 3 – O aparelho ao lado é utilizado em


laboratório de química para medir com
precisão a densidade de alguns líquidos.

FÓRMULA PERCENTUAL
A fórmula percentual fornece a porcentagem (%) em massa de cada elemento na substância.

A fórmula percentual indica a massa de cada elemento químico que existe em 100 partes
de massa (100 g, 100 kg) da substância.

Para o exemplo da substância X, temos:


Carbono:
5 g da substância X 4 g de carbono
100 g da substância X y
5 4 100 ? 4
5 ⇒ y ? 5 5 100 ? 4 ⇒ y 5 ⇒ y 5 80
100 y 5

Concluímos que há 80 g de carbono em 100 g de substância X.


Hidrogênio: FRENTE B
5 g da substância X 1 g de hidrogênio
100 g da substância X z
QUÍMICA

5 1 100 ? 1
5 ⇒ z ? 5 5 100 ? 1 ⇒ z 5 ⇒ z 5 20
100 z 5

Concluímos que há 20 g de hidrogênio em 100 g de substância X


A fórmula percentual da substância X é: C 80% H 20%.

Mudanças de estado 91
Química forense
A Química analítica, qualitativa e quantita-

JOCHEN TACK/ALAMY/GLOW IMAGES


tiva, é o alicerce de uma área denominada Quí-

JOCHEN TACK/ALAMY/GLOW IMAGES


mica forense, cujo objetivo principal é desven-
dar crimes, angariar provas e elucidar os fatos.
Esses crimes tanto podem estar relaciona-
dos a estupros, atropelamentos, assassinatos em
geral, mortes por envenenamento, consumo e
tráfico de drogas como a crimes relacionados à
saúde pública, como a adulteração de matéria-
-prima na fabricação de alimentos (uso de fari-
nha estragada na massa de pão; queijo feito com
leite tirado de animal doente; adição de urina de
vaca ao leite, excrementos de animais ao café em
pó; uso de água poluída na produção de fárma-
cos) ou, ainda, à falsificação de alimentos, bebi-
das, produtos de higiene (cosméticos, perfumes)
e, ainda mais grave, de medicamentos.
A solução de um crime, com a punição dos
culpados, é a meta primordial da justiça. Ao des-
vendar as circunstâncias de um crime, os inves-
tigadores fazem um trabalho de grande impor-
tância: de um lado, protegem a população da
ação de criminosos e, de outro, impedem que
Fig. 4 – Ao borrifar uma mistura de luminol e peróxido de hidrogênio em uma sala
inocentes sejam punidos injustamente. aparentemente limpa, o perito consegue visualizar o sangue derramado, pois o ferro
Técnicas sofisticadas como cromatografia, contido na hemoglobina, mesmo em quantidades traços, atua como catalisador, promovendo
espectroscopia, espectrometria de massa, a reação entre as substâncias borrifadas, cujo produto apresenta um forte brilho luminescente.
calorimetria, papiloscopia e termogravimetria
são capazes de identificar a substância utilizada em um envenenamento, as impressões digitais de envolvidos em crimes, manchas
orgânicas, como sangue, esperma, fezes e vômito, manchas inorgânicas, como lama, tinta, ferrugem e pólvora, e analisar evidências como
fios de cabelo, peças de vestuário, poeiras e cinzas em locais de crime.
A Química forense engloba análises orgânicas e inorgânicas, toxicologia, investigações sobre incêndios criminosos e serologia, e
suas conclusões servem para embasar decisões judiciais.
Apesar de as investigações criminais serem o aspecto mais conhecido da Química forense, ela não se limita a ocorrências policiais.
O químico forense também pode dar seu parecer em decisões de natureza judicial, atuar em questões trabalhistas, como determinar se
uma atividade é perigosa ou insalubre, detectar adulterações em combustíveis e bebidas, uso de drogas ilícitas, fazer perícias em alimentos
e medicamentos e investigar o doping esportivo.

O que fazem os químicos forenses?


O químico forense trabalha dentro do laboratório, analisando amostras colhidas por outros investigadores, e também
nos locais de crimes e ocorrências. Uma de suas tarefas principais é fazer análises especializadas para identificar materiais e
conhecer a natureza de cada prova relacionada a um crime.
Por lidar com grande variedade de provas e amostras, o químico forense deve ter conhecimentos sólidos de todas as
áreas da química, principalmente de química orgânica e bioquímica, já que terá, com frequência, de analisar fluidos de origem
biológica. Ele também precisa ter conhecimentos suficientes para decidir que tipo de análise será feita com o material dispo-
nível e quando é necessário buscar provas ou amostras adicionais. Por tudo isso, precisa manter-se permanentemente atua-
lizado.
O químico forense trabalha como perito para as polícias civis de todos os estados brasileiros e para a Polícia Federal.
Sua formação nestes casos se dá em cursos de curta duração – entre 6 e 8 meses – oferecidos pelas academias de polícia, que
incluem conteúdos de química forense e biologia forense.
CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA – IV REGIÃO. Química forense.
Disponível em: <www.crq4.org.br/qv_forense>. Acesso em: 14 set. 2014.

92 Mudanças de estado
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Por meio da fotossíntese, os vegetais fabricam glicose, cujas 1,8 g de glicose 0,12 g de hidrogênio
moléculas se combinam para formar a celulose, que constitui
100 g de glicose y
a parede celular, e o amido, que é armazenado em diversos
órgãos vegetais. 100 ? 0,12 ⇒
y5 y . 66,6
6,67
,6 g de hidrogênio
A decomposição de 1,8 g de glicose produziu: 0,72 g de car- 1,8
bono, 0,12 g de hidrogênio e 0,96 g de oxigênio.
Determine a fórmula percentual da glicose.
1,8 g de glicose 0,96 g de oxigênio
RESOLUÇÃO:
100 g de glicose z
1,8 g de glicose 0,72 g de carbono
100 g de glicose x 100 ? 0,96 ⇒
z5 z . 553,
53,33
3, g de oxigênio
100 ? 0,72 1,8
x5 ⇒ x 5 440,
40,0
0, g de carbono
1,8
Fórmula percentual da glicose: C 40,0% H 6,67% O 53,33%

PARA CONSTRUIR

1 O acetileno é usado como gás de maçarico oxiacetilênico, 2 O benzeno é um líquido amarelado, inflamável, altamen-
cuja chama azul, que atinge 3 000 °C, pode cortar chapas de te tóxico e cancerígeno, mas que possui muitas aplicações,
aço. A decomposição de 1,3 g de acetileno produziu: 1,2 g de como fabricação de pesticidas, fluidos hidráulicos, borrachas,
carbono e 0,1 g de hidrogênio. corantes, detergentes e explosivos. A decomposição de 3,9 g
Determine a fórmula percentual do acetileno. de benzeno produziu 3,6 g de carbono e 0,3 g de hidrogênio.
Determine a fórmula percentual dessa substância.
1,3 g de acetileno 1,2 g de carbono
100 g de acetileno x 3,9 g de benzeno 3,6 g de carbono
100 ? 1,2 ⇒ 100 g de benzeno x
x5 x . 92,31 g de carbono
1,3
100 ? 3,6 ⇒
x5 x . 92,31 g de carbono
3,9
1,3 g de acetileno 0,1 g de hidrogênio
100 g de acetileno y
3,9 g de benzeno 0,3 g de hidrogênio
100 ? 0,1 100 g de benzeno y
y5 ⇒ y . 7,69 g de hidrogênio
1,3
100 ? 0,3 ⇒
Fórmula percentual: C 92,31% H 7,69% y5 y . 7,69 g de hidrogênio
3,9
Fórmula percentual: C 92,31% H 7,69%

FRENTE B
QUÍMICA

Mudanças de estado 93
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 O ácido oxálico (etanodioico) inibe a absorção de cálcio pelo 1 (UFF-RJ) O esmalte dos dentes contém um mineral chamado
organismo e é encontrado no chocolate. hidroxiapatita – Ca5(PO4)3OH. Os ácidos presentes na boca ao
Desse modo, a criança que toma somente achocolatados reagirem com a hidroxiapatita, provocam o desgaste do es-
não aproveita o cálcio que o leite oferece e, em longo prazo, malte, originando as cáries. Atualmente, com o objetivo de
pode apresentar deficiência desse mineral. prevenção contra as cáries, os dentifrícios apresentam em
Sabendo-se que a decomposição de 9,0 g de ácido oxálico suas fórmulas o fluoreto de cálcio. Este é capaz de reagir com
produziu: 0,2 g de hidrogênio, 2,4 g de carbono e 6,4 g de a hidroxiapatita, produzindo a fluorapatita – Ca5(PO4)3F – uma
oxigênio, determine sua fórmula percentual. substância que adere ao esmalte, dando mais resistência aos
ácidos produzidos, quando as bactérias presentes na boca
2 O éster butanoato de etila é um aromatizante utilizado na metabolizam os restos de alimentos. Com base nas fórmulas
indústria alimentícia como essência artificial de morango. mínimas das suas substâncias, pode-se afirmar que o percen-
Calcule a fórmula percentual do butanoato de etila sabendo tual de fósforo nos compostos é, aproximadamente:
que a decomposição de 5,8 g desse composto fornece 3,6 g a) 0,18%. d) 18,50%.
de carbono, 0,6 g de hidrogênio e 1,6 g de oxigênio. b) 0,60%. e) 74,0%.
3 (UFC-CE) Uma amostra pesando 5,0 g de uma liga especial c) 6,00%.
usada na fuselagem de aviões, contendo alumínio, magnésio 2 (UFSM-RS) A fórmula percentual indica a massa de cada ele-
e cobre, foi tratada com álcali para dissolver o alumínio e re- mento químico que existe em 100 partes de massa da subs-
duziu seu peso para 2,0 g. tância. Considerando a sacarose, C12H22O11, açúcar extraído da
Esse resíduo de 2,0 g, quando tratado com ácido clorídrico, cana-de-açúcar e da beterraba, é correto afirmar que a com-
para dissolver o magnésio, reduziu-se para 0,5 g de cobre. posição percentual de carbono, de hidrogênio e de oxigênio
Determine a composição centesimal dessa liga especial. nessa molécula é, respectivamente:
4 (UFC-CE) A escassez mundial de água potável é uma dura a) (40,11; 7,43 e 52,46)%. d) (42,11; 6,43 e 51,46)%.
realidade em alguns países ricos, que já reciclam quimica- b) (43,11; 5,43 e 51,46)%. e) (43,11; 4,43 e 52,46)%.
mente a água utilizada. c) (41,11; 8,43 e 50,46)%.
Tal procedimento tem causado surpresas nas populações 3 (USJT-SP) Uma jovem ganhou de seu noivo uma aliança de
humanas, resultando dificuldades na aceitação de consumo. ouro 18 quilates, pesando 2,00 g, no Dia dos namorados. Sa-
Contudo, a quase totalidade da água disponível no planeta bendo-se que o ouro de 18 quilates contém 75% (em massa)
Terra tem sido naturalmente reciclada desde a formação do de ouro e que o cobre e a prata completam os 100% restan-
planeta, há bilhões de anos. tes, qual é a massa em g de ouro na aliança?
Você não deve se espantar caso o seu próximo copo de água
a) 0,66 c) 1,00 e) 1,80
contenha algumas moléculas que já foram ingeridas por
b) 0,15 d) 1,50
Dom Pedro I ou mesmo por Aristóteles.
Assinale a alternativa correta. 4 (Uece) Uma amostra de creme dental contém fluoreto esta-
Dadas as massas molares em g/mol: H = 1,00; O = 16,00. noso, SnF2, como aditivo. A análise de uma amostra de 78,5 g
a) O processo de reciclagem natural da água (chuvas) é re- (tubo de pasta) mostrou a existência de 0,076 g de flúor.
presentativo exclusivamente de um fenômeno químico. A porcentagem de SnF2 nessa amostra é de:
b) A água é uma substância química de difícil purificação, a) 0,1%. c) 0,4%.
pois entra em ebulição a 0 °C, a 1 atm de pressão. b) 0,2%. d) 0,5%.
c) A água proveniente das chuvas e de processos artificiais
de purificação é sempre considerada uma mistura hetero- 5 (Fatec-SP) O pigmento branco mais utilizado em tintas e em
gênea de hidrogênio e oxigênio. esmaltes é o dióxido de titânio, TiO2. A porcentagem em mas-
d) A água é considerada um líquido não volátil, pois, a 25 °C, sa de titânio nesse pigmento é de:
não experimenta o processo de evaporação. a) 20%. d) 80%.
e) A água pura é constituída, quanto à massa, de 11,11% de b) 40%. e) 100%.
hidrogênio e 88,89% de oxigênio. c) 60%.

94 Mudanças de estado
CAPÍTULO

17 Fórmula mínima

Objetivos:
FÓRMULA MÍNIMA: CONCEITO E APLICAÇÕES
c Compreender o A fórmula mínima fornece a proporção mínima em que os elementos químicos se combinam
conceito de fórmula para formar a substância.
mínima.

c Aprender os cálculos A fórmula mínima indica a proporção mínima, em números inteiros, dos átomos de cada
necessários para elemento em uma molécula da substância.
determinar a fórmula
mínima de uma
substância com base A proporção dos átomos na fórmula mínima pode ser calculada transformando-se a proporção
nos dados fornecidos conhecida em massa para uma proporção em quantidade de matéria (número de mols). Considere
da análise elementar. os dados em massa conhecidos para a substância X da qual tratamos no capítulo anterior:
1. Dados experimentais: 4 g de C e 1 g de H a cada 5 g de X.
2. Fórmula percentual: 80 g de C e 20 g de H a cada 100 g de X.
Carbono
Pelos dados experimentais:
12 g de carbono equivalem a 1 mol de átomos de carbono
4 g de carbono equivalem a y
4 g ? 1mol
y5 ⇒ y 5 0,3333 mol
12 g
Pela fórmula percentual:
12 g de carbono equivalem a 1 mol de átomos de carbono
80 g de carbono equivalem a z
80 g ? 1mol
z5 ⇒ z 5 6,6666 mol
12 g

Hidrogênio
Pelos dados experimentais:
1 g de hidrogênio equivale a 1 mol de átomos de hidrogênio
1 g de hidrogênio equivale a a
1 g ? 1mol
a5 ⇒ a 5 1mol
1g
Pela fórmula percentual: FRENTE B
1 g de hidrogênio equivale a 1 mol de átomos de hidrogênio
20 g de hidrogênio equivalem a b
QUÍMICA

20 g ? 1mol
b5 ⇒ a 5 20 mol
1g
Como os números obtidos não são inteiros, usamos um artifício matemático: quando dividi-
mos ou multiplicamos uma série de números por um mesmo valor, a proporção entre eles não
é alterada.

Mudanças de estado 95
Uma vez que estamos buscando os menores valores inteiros possíveis, vamos tentar dividir os
números encontrados pelo menor deles.
Dados experimentais Fórmula percentual
Carbono: Carbono:
0,3333 5 1mol 6,6666 5 1mol
0,3333 6,6666
Hidrogênio: Hidrogênio
0,1 5 3 mol 20 5 3 mol
0,3333 6,6666

Portanto, a fórmula mínima da substância X é: C1H3 ou CH3.

Vida que veio do espaço


Um meteorito encontrado na Antártida fortalece o argumento de que a vida na
Terra pode ter sido trazida do espaço, dizem cientistas.
Análises químicas do meteorito mostraram que o material é rico em hidrocarbo-
netos e amônia, um componente químico formado por nitrogênio e hidrogênio, en-
contrado em proteínas e no DNA que forma a base da vida tal e qual conhecemos.
Os pesquisadores acreditam que esses elementos podem ter sido trazidos para a
Terra através de meteoritos que caíram sobre a Terra no passado, povoando o planeta
com os ingredientes que faltavam para a criação da vida.
As conclusões se baseiam em uma análise de pouco menos de 4 gramas de pó
extraído do meteorito Grave Nunataks 95 229, batizado em referência ao local onde
foi descoberto na Antártida em 1995. [...]
SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK

“O estudo mostra que há asteroides no espaço que, ao se fragmentar em meteo-


ritos, podem ter caído sobre a Terra com uma mistura de componentes com proprie-
dades atrativas, incluindo uma grande quantidade de amônia”, disse a coordenadora
da pesquisa, Sandra Pizzarello, da Universidade do Arizona.
Segundo ela, meteoritos podem ter fornecido à Terra uma quantidade suficiente
de nitrogênio para fazer emergir a vida em seu estado primitivo. [...]
A especialista em meteoros Caroline Smith, do Museu de História Natural de
Londres, concorda que um importante elemento no novo estudo é a detecção de ni-
trogênio. Mas ela questiona se a quantidade encontrada no meteorito da Antártida se
repete em outras ocasiões.
“Um dos problemas em relação à biologia primitiva na Terra tem a ver com a
necessidade de nitrogênio em abundância para deslanchar todos esses processos pré-
-biológicos”, ela explica.
“O nitrogênio está presente na amônia. Mas há uma série de evidências que apon-
tam que a amônia não existia em abundância no início da Terra. Então de onde veio?”
O fator específico que levou ao nascimento da vida na Terra permanece um mis-
tério. Uma das hipóteses aventadas pela professora Pizzarello é que materiais prove-
nientes de meteoritos tenham interagido com ambientes como vulcões e piscinas
formadas pelas marés oceânicas.
Mas ela ressalvou que todas as hipóteses ainda estão no campo da especulação.
“Encontramos esses materiais extraterrestres em meteoritos que contêm o que preci-
samos (para chegar a uma explicação), mas quando chegamos em questões como
‘como’ e ‘por que’, ninguém sabe”, afirma.
“O único que podemos dizer é que sim, parece que ambientes extraterrestres
podem ter trazido o material.”
BOWDLER, N. Meteoritos poderiam ter trazido nitrogênio para a Terra.
BBC News. 1 mar. 2011. Disponível em: <www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/
2011/03/110301_asteroide_vida_pu.shtml>. Acesso em: 9 set. 2014.
Cientistas acreditam que meteoros
trouxeram elementos para a vida na Terra.

96 Mudanças de estado
EXERCÍCIO RESOLVIDO

Sabendo-se que a fórmula percentual da glicose é dada por: Dividindo todos os valores encontrados pelo menor deles,
C 40,0% H 6,67% O 53,33%, para transformar essa proporção em números inteiros e pe-
forneça a fórmula mínima dessa substância. quenos, teremos:

RESOLUÇÃO: 3,33
carbono 5 51
3,33
Dividindo todos os valores pela respectiva massa atômica do
elemento, teremos: 6,67
40 . 3,33 hidrogênio 5 .2
carbono 5 3,33
12
6,67 3,33
hidrogênio 5 5 6,67 oxigênio 5 .1
1 3,33
53,33
oxigênio 5 . 3,33 Fórmula mínima: C1H2O1 ou CH2O
16

PARA CONSTRUIR

1 (UFRN) Na Antártida, certo cientista brasileiro estuda a ação 2 (Vunesp) Ferritas são compostos com propriedades mag-
dos gases do tipo clorofluorcarbono (CFC) sobre a camada néticas utilizados em componentes eletrônicos. A análise
de ozônio. Usando um balão-sonda, coletou uma amostra química de uma ferrita forneceu os resultados: Mg 5 12%;
de ar estratosférico, da qual isolou um desses gases. Na aná- Fe 5 56%; O 5 32% (massas atômicas: Mg 5 24; Fe 5 56;
lise de composição da substância isolada, detectou 31,4% de O 5 16). Determinar a fórmula mínima da ferrita.
flúor (F) e 58,7% de cloro (Cl). A partir desses dados, concluiu
que a fórmula mínima do composto é: b Cálculo da fórmula mínima da ferrita:
Mg 12% Fe 56% O 32%
a) CF2Cl. 12
magnésio 5 ⇒ magnésio 5 0,5
b) CF2Cl2. 24
c) CFCl2. ferro 5
56
⇒ ferro 5 1
d) CFCl. 56
% de carbono: 100% 2 (31,4% 1 58,7%) 5 9,9% 32
oxigênio 5 ⇒ oxigênio 5 2
Fórmula percentual: C 9,9% F 31,4% Cl 58,7% 16
9,9 Multiplicando todos os valores por 2 para obter os menores
carbono 5 5 0,825 números inteiros, teremos:
12
Fórmula mínima: MgFe2O4.
31,4
flúor 5 . 1,653
19
58,7
cloro 5 . 1,653
35,5
Dividimos todos os valores encontrados pelo menor deles, para
transformar essa proporção em números inteiros e pequenos:
0,825
carbono 5 51
0,825
1,653
.2
FRENTE B
flúor 5
0,825
1,653
cloro 5 .2
0,825
Fórmula mínima: CF2Cl2.
QUÍMICA

Mudanças de estado 97
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

TAREFA PARA CASA


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PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 Sabendo-se que a fórmula percentual do acetileno é dada 1 Determine a fórmula mínima de um composto que apresenta
por: C 92,31% H 7,69%, forneça a fórmula mínima dessa a seguinte fórmula percentual: C 40,0% H 6,7% O 53,5%.
substância. a) C2HO.
b) CH4O.
2 Sabendo-se que a fórmula percentual do benzeno é dada c) CH2O.
por: C 92,31% H 7,69%, forneça a fórmula mínima dessa d) CHO2.
substância. e) C4HO.

3 Sabendo-se que a fórmula percentual do ácido oxálico é 2 Uma substância orgânica possui a seguinte composição per-
dada por: C 26,67% H 2,22% O 71,11%, forneça a fórmula mí- centual em massa:
nima dessa substância.
40,00%
4 (Fatec-SP) O superóxido de potássio, um sólido amarelo, al- C
tamente explosivo, resulta da interação do potássio com o 53,33% O
oxigênio.
H
Se 3,91 g do metal potássio interagem com oxigênio forman-
do 7,11 g do superóxido de potássio, pode-se concluir que a
fórmula empírica desse composto é: 6,67%
a) K2O. d) K2O3. Indique sua fórmula mínima.
b) KO2. e) KO3.
c) K2O2. 3 A análise elementar de um composto mostrou a seguinte
porcentagem de elementos: C 81,8% H 18,2%. A fórmula mí-
5 (Vunesp) O ferro é um elemento químico usado na confec- nima ou empírica desse composto é:
ção de utensílios há séculos. Um dos problemas para sua a) C3H8.
utilização é a tendência à oxidação. Dentre os produtos de b) C2H8.
oxidação possíveis, dois óxidos – óxido 1 e óxido 2 – apresen- c) C3H5.
tam, respectivamente, 70,0% e 77,8% em ferro. As fórmulas d) C8H5.
mínimas para os óxidos 1 e 2 são, respectivamente: e) C5H6.
a) Fe2O3 e FeO.
b) Fe2O3 e Fe3O4. 4 Uma amostra de material recolhido de um pântano foi sub-
c) Fe3O4 e Fe2O3. metida a uma análise quantitativa.
d) Fe3O4 e FeO. O químico que trabalhou na amostra concluiu que ela era
e) FeO e Fe2O3. composta de 25% em massa de hidrogênio e 75% em massa
de carbono.
6 (Vunesp) No início do século passado, foram desenvolvidas Sua fórmula mínima é:
diversas armas químicas, dentre as quais o gás fosgênio. Sa- a) C2H8.
be-se que 9,9 g deste gás ocupam 2,24 L, nas condições nor- b) CH.
mais de temperatura e pressão, e que é constituído apenas c) CH3.
por átomos de carbono, oxigênio e cloro. A fórmula mínima d) CH4.
correta para esse gás é: e) C4H3.
a) C2OCl2.
b) C2OCl. 5 A fórmula empírica de um composto que apresenta 28,12%
c) CO3Cl2. de alumínio, 21,87% de silício e 50,00% de oxigênio é:
d) COCl2. a) Al3(SiO4)3. c) Al4(SiO4)3.
e) CO2Cl2. b) Al2(SiO2)3. d) Al4(SiO4)4.

98 Mudanças de estado
CAPÍTULO

18 Fórmula molecular

Objetivos: A fórmula molecular fornece o número exato de átomos de cada elemento químico que se
combinam para formar uma molécula. Esse número é calculado com base na massa molecular da
c Compreender o conceito
substância.
de fórmula molecular.

c Aprender os cálculos A fórmula molecular indica o número de átomos de cada elemento em uma molécula
necessários para da substância.
determinar a fórmula
molecular de uma Para encontrar a fórmula molecular, utilizamos o seguinte raciocínio, considerando ainda, como
substância. exemplo, a substância X mencionada nos capítulos 16 e 17:
Pela fórmula mínima, sabemos que há 1 átomo de carbono (massa atômica 12) para cada 3 átomos
de hidrogênio (massa atômica 1).
A massa dessa fórmula mínima será: 1 ? 12 1 3 ? 1 5 15
Em seguida, calculamos quantas vezes a massa da fórmula mínima “cabe” na massa molecular da
substância:
massa molecular 5 30 5 2
massa da fórmula mínima 15
Isso significa que a proporção de átomos na fórmula molecular é 2 vezes a indicada pela fórmula
mínima: 2 ? CH3 5 C2H6.
A fórmula molecular da substância X é C2H6.
De posse da fórmula molecular e das propriedades determinadas experimentalmente, o quí-
mico já pode afirmar com certeza que a substância X contida na amostra é o gás etano, cuja fórmula
molecular é, de fato, C2H6.
O etano possui:
densidade 5 1,3436 g/cm3 nas CNTP;
ponto de fusão 5 2172 °C e ponto de ebulição 5 288,6 °C;
solubilidade 5 4,7 cm3 em 100 cm3 de água a 20 °C.

06PHOTO/SHUTTERSTOCK

FRENTE B
QUÍMICA

Fig. 1 – O etano é utilizado na


indústria química para a produção de
etanol, acetaldeído, acetato de vinila,
cloreto de etila, dicloroetano, estireno,
polietileno e álcoois superiores, além
de vários outros compostos.

Mudanças de estado 99
EXERCÍCIO RESOLVIDO

(Fuvest-SP) Determine a fórmula molecular de um óxido de fósforo que apresenta 43,6% de fósforo e 56,4% de oxigênio (porcen-
tagem em massa) e massa molecular 284 (massas atômicas: P 5 31; O 5 16).

RESOLUÇÃO:
Fórmula percentual: P 5 43,6%; O 5 56,4%
Dividindo todos os valores pela respectiva massa atômica do elemento, teremos:
43,6
fósforo: . 1,41
31
56,4
oxigênio: 5 3,525
16
Dividindo os valores encontrados por 1,41, teremos:
1,41
fósforo: 51
1,41
3,525
oxigênio: 5 2,5
1,
1,41
Para obter valores inteiros, podemos multiplicar os valores encontrados por 2:
Fórmula mínima: P2O5
Massa da fórmula mínima: 2 ? 31 1 5 ? 16 5 142 g/mol
142 ? n 5 284 ⇒ n 5 284 ⇒ n 5 2
142
Fórmula molecular: P4O10

PARA CONSTRUIR

(UFPEL-RS)
A nicotina, uma das substâncias presentes nos cigarros, é considerada uma droga psicoativa, responsável pela depen-
dência do fumante. Além de estimular o sistema nervoso central, a nicotina altera o ritmo cardíaco e a pressão sanguínea,
sendo, por isso, o tabagismo incluído no Código Internacional de Doenças (CID-10). Na fumaça de um cigarro, podem
existir até 6 mg de nicotina, e através de pesquisas descobriu-se que cada miligrama desta substância contém aproximada-
mente 74,1% de C; 8,6% de H e 17,2% de N.
Disponível em:
<www.tabagismoumadoenca.hpg.ig.com.br/fumaca_cigarro.htm>. Adaptado.
Dado: NA 5 6,02 ? 1023.
Com base no texto e em seus conhecimentos,
a) sabendo que a massa molar da nicotina é 162 g/mol, represente sua fórmula molecular.
b) calcule a massa, em gramas, de 1 molécula de nicotina.
Fórmula percentual: C 5 74,1%; H 5 8,6%; N 5 17,2% 1,229
74,1 nitrogênio 5 51
carbono 5 5 6,175 1,229
12
Fórmula mínima: C5H7N
8,6
hidrogênio 5 5 8,6 a) Massa da fórmula mínima 5 5 ? 12 1 7 ? 1 1 1 ? 14 5 81 g/mol
1
17,2 81 ? n 5 162 ⇒ n 5 162 ⇒ n 5 2
nitrogênio 5 . 1,229 81
14
Fórmula molecular: C10H14N2
Dividindo todos os valores encontrados pelo menor deles, para transfor-
mar essa proporção em números inteiros e pequenos, teremos: b) 6,02 ? 1023 moléculas de nicotina -------------------- 162 g
6,175 1 molécula de nicotina -------------------- x
carbono 5 .5
1,229 x 5 1 ? 162 23 ⇒ x . 2,69 ? 10222 g
6,02 ? 10
8,6
hidrogênio 5 .7
1,229

100 Mudanças de estado


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PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 Encontre a fórmula molecular das substâncias descritas nos 1 (Ufal/PSS) O cacodilo, que tem um odor forte de alho e é usado
itens abaixo a partir das informações fornecidas. na manufatura de ácido cacodílico, um herbicida para a cul-
a) Glicose: fórmula mínima CH2O e massa molar 180 g/mol. tura do algodão, tem a seguinte composição percentual em
b) Acetileno: fórmula mínima CH e massa molar 26 g/mol. massa: 22,88% de C, 5,76% de H e 71,36% de As e massa molar
c) Benzeno: fórmula mínima CH e massa molar 78 g/mol. 209,96 g ? mol21. Qual é a fórmula molecular do cacodilo?
d) Ácido oxálico: fórmula mínima CHO2 e massa molar 90 g/mol. a) C4H12As2 c) C8H39As e) C10H15As
2 O hipossulfito de sódio (174 g/mol) é formado de 26,44% de b) C3H24As2 d) C9H27As
sódio, X% de enxofre e 36,78% de oxigênio. Indique suas fór- 2 (Fesp-PE) A pirita de ferro, conhecida como “ouro dos trou-
mulas mínima e molecular (Na 5 23; O 5 16; S 5 32). xas”, tem a seguinte composição centesimal: 46,67% de ferro
(56 g/mol) e 53,33% de enxofre (32 g/mol). Sabe-se também
3 (USJT-SP) Um dos constituintes do calcário, da casca de ovo,
que 0,01 mol de pirita tem massa correspondente a 1,20 g.
da pérola, da concha do mar, usado como matéria-prima na
A fórmula da pirita é:
produção do cimento, tem a seguinte composição percen-
tual: 40,1% de cálcio, 12,0% de carbono e 48,0% de oxigênio a) FeS2. c) Fe2S. e) Fe3S.
(massas atômicas: C 5 12 u; O 5 16 u; Ca 5 40 u). b) FS. d) F2S3.
Sabendo que a sua massa molar é 100,1 g/mol, podemos afir- 3 (Fesp-SP) A massa de 6,02 ? 1020 moléculas de aspirina é igual
mar que a sua fórmula molecular é: a 0,18 g. Sua composição centesimal é: 60,0% de carbono
a) CaC3O2. (12 g/mol), 4,44% de hidrogênio (1 g/mol) e 35,56% de oxi-
b) CaC2O4. gênio (16 g/mol). A fórmula molecular da aspirina é:
c) CaCO2.
a) C6H12O6. c) C2H6O1. e) C6H5O1.
d) CaCO3.
b) C9H8O4. d) C8H4O5.
e) CaC2O6.
4 (PUCC-SP) Em 0,5 mol de quinina, substância utilizada no tra- 4 (PUCC-SP) A combustão realizada em altas temperaturas é um
tamento da malária, há 120 g de carbono, 12 g de hidrogê- dos fatores da poluição do ar pelos óxidos de nitrogênio, cau-
nio, 1,0 mol de átomos de nitrogênio e 1,0 mol de átomos de sadores de afecções respiratórias. A análise de 0,5 mol de um
oxigênio. Pode-se concluir que a fórmula molecular da quini- desses óxidos apresentou 7,0 g de nitrogênio e 16 g de oxigê-
na (massa molar 5 324 g/mol) é: nio. Qual a sua fórmula molecular?
a) C20H12N2O2. a) N2O5 c) N2O e) NO
b) C20H24N2O2. b) N2O3 d) NO2
c) C10H12NO.
5 (UFPA) A limolina é uma substância de massa molecular 470 u.
d) C10H6N2O2.
Ela está presente em alguns frutos cítricos e é também respon-
e) C3H6NO.
sável pelo sabor amargo desses frutos. Sabendo-se que a sua
5 (Ufal) O coala, um dos animais que se encontra em extinção, fórmula centesimal é C (66,38%), H (6,38%), O (27,23%), sua fór-
alimenta-se exclusivamente de folhas de eucalipto. Seu siste- mula molecular é:
ma digestório inativa o óleo de eucalipto, que e tóxico para a) C30H46O4. c) C26H30O8. e) C20H38O12.
outros animais. O principal constituinte do óleo de eucalipto b) C28H54O5. d) C23H50O9.
FRENTE B
é o eucaliptol, que contém 77,87% de carbono, 11,76% de
hidrogênio e o restante de oxigênio. Se a massa molar do eu- 6 (Vunesp) Lindano, usado como inseticida, tem composi-
caliptol é 154 g/mol, sua fórmula molecular será: ção percentual em massa de 24,78% de carbono, 2,08% de
a) C11H16O hidrogênio e 73,1% de cloro, e sua massa molar é igual a
290,85 g ? mol21. A fórmula molecular do lindano é:
QUÍMICA

b) C10H18O
c) C9H21O a) C4H5Cl2. d) C6H6Cl2.
d) C8H15O2 b) C5H7Cl6. e) C6H6Cl6.
e) C7H14O2 c) C6H5Cl6.

Mudanças de estado 101


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALLINGER, Norman L. et al. Química Orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1978.
ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna. São Paulo: Bookman, 2006.
BRADY, James E.; HUMISTON, Gerard E. Química geral. Rio de Janeiro: LTC, 1986. v. 1 e 2.
BRUCE, Paula Yurkanis. Química Orgânica. Rio de Janeiro: Prentice Hall Brasil, 2006. v. 1 e 2.
BUENO, Willie A.; LEONE, Francisco de A. Química geral. São Paulo: McGraw-Hill, 1978.
CHAGAS, Aécio Pereira. Como se faz Química: uma reflexão sobre a Química e a atividade do químico. 2. ed.
Campinas: Ed. da Unicamp, 1992.
EBBING, Darrell D. Química geral. Rio de Janeiro: LTC, 1998. v. 1.
KOTZ, John C.; TREICHEL JR., Paul. Química e reações químicas. Rio de Janeiro: LTC, 1998. v. 1 e 2.
LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. 4. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1996.
LOURENÇO, Maria da Graça. Química, ciências físico-químicas. Porto: Porto Editora, 1996.
MCMURRY, John. Química Orgânica: combo. Rio de Janeiro: LTC, 2004. v. 1 e 2.
MORRISON, Robert T.; BOYD, Robert N. Química Orgânica. 13. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.
PERRY, Robert H.; GREEN, Don W. Perry’s Chemical Engineer’s Handbook. 6. ed. Kansas: McGraw-Hill, 1984.
(Chemical Engineering Series).
PIMENTEL, George C. (Org.). Química: uma ciência experimental. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1963.
ROCHA, J. C.; ROSA, A. H.; CARDOSO, A. Introdução à Química ambiental. Porto Alegre: Bookman, 2004.
SNYDER, Carl H. The Extraordinary Chemistry of Ordinary Things. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1995.
SPENCER, James N.; BODNER, George M.; RICKARD, Lyman H. Química: estrutura e dinâmica. Rio de Janeiro:
LTC, 2007.

ANOTAÇÕES

102 Mudanças de estado


MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

1 (Enem) Um dos problemas dos combustíveis que contém car- Álcool Densidade a 25 °C (g/mL) Calor de combustão (kJ/mol)
bono é que sua queima produz dióxido de carbono. Portanto,
Metanol (CH3OH) 0,79 2726,0
uma característica importante, ao se escolher um combustível,
é analisar seu calor de combustão (ΔH°c ), definido como a ener- Etanol (CH3CH2OH) 0,79 21 367,0
gia liberada na queima completa de um mol de combustível BAIRD, C. Química Ambiental. São Paulo: Artmed, 1995. Adaptado.
no estado padrão. O quadro seguinte relaciona algumas subs- Dados: Massas molares em g/mol: H 5 1,0; C 5 12,0; O 5 16,0.
tancias que contém carbono e seu ΔH°c. Considere que, em pequenos volumes, o custo de produção
Substância Fórmula ΔH°c / kJ∙mol21 de ambos os álcoois seja o mesmo. Dessa forma, do ponto de
vista econômico, é mais vantajoso utilizar: d
Benzeno C6H6(l) 23 268
a) metanol, pois sua combustão completa fornece aproximada-
Etanol C2H5OH(l) 21 368 mente 22,7 kJ de energia por litro de combustível queimado.
Glicose C6H12O6(s) 22 808 b) etanol, pois sua combustão completa fornece aproximada-
Metano CH4(g) 2890 mente 29,7 kJ de energia por litro de combustível queimado.
c) metanol, pois sua combustão completa fornece aproximada-
Isoctano C8H18(l) 25 471
mente 17,9 MJ de energia por litro de combustível queimado.
ATKINS, P. Princípios de Química. Bookman, 2007. Adaptado.
d) etanol, pois sua combustão completa fornece aproximadamen-
Neste contexto, qual dos combustíveis, quando queimado te 23,5 MJ de energia por litro de combustível queimado.
completamente, libera mais dióxido de carbono no ambiente e) etanol, pois sua combustão completa fornece aproximadamen-
pela mesma quantidade de energia produzida? c te 33,7 MJ de energia por litro de combustível queimado.
a) Benzeno. c) Glicose. e) Etanol.
b) Metano. d) Octano. 4 (Enem) Nas últimas décadas, o efeito estufa tem-se intensificado
de maneira preocupante, sendo esse efeito muitas vezes atribuí-
2 (Enem) do à intensa liberação de CO2 durante a queima de combustíveis
O brasileiro consome em média 500 miligramas de cálcio fósseis para geração de energia. O quadro traz as entalpias-padrão
por dia, quando a quantidade recomendada é o dobro. Uma de combustão a 25 °C (ΔH°25 ) do metano, do butano e do octano.
alimentação balanceada é a melhor decisão para evitar problemas
no futuro, como a osteoporose, uma doença que atinge os ossos. Fórmula Massa molar ΔH °25
Composto
Ela se caracteriza pela diminuição substancial de massa óssea, molecular (g/mol) (kJ/mol)
tornando os ossos frágeis e mais suscetíveis a fraturas. Metano CH4 16 2890
Disponível em: <www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 1 ago. 2012. Adaptado. Butano C4H10 58 22 878
Considerando-se o valor de 6 ? 1023 mol21 para a constante de Octano C8H18 114 25 471
Avogadro e a massa molar do cálcio igual a 40 g/mol, qual a
quantidade mínima diária de átomos de cálcio a ser ingerida À medida que aumenta a consciência sobre os impactos am-
para que uma pessoa supra suas necessidades? b bientais relacionados ao uso da energia, cresce a importância
a) 7,5 ? 1021 c) 7,5 ? 1023 e) 4,8 ? 1025 de se criar políticas de incentivo ao uso de combustíveis mais
b) 1,5 ? 1022
d) 1,5 ? 1025 eficientes. Nesse sentido, considerando-se que o metano, o
butano e o octano sejam representativos do gás natural, do
3 (Enem) No que tange à tecnologia de combustíveis alternati- gás liquefeito de petróleo (GLP) e da gasolina, respectivamen-
vos, muitos especialistas em energia acreditam que os álcoois te, então, a partir dos dados fornecidos, é possível concluir que,
vão crescer em importância em um futuro próximo. Realmente, do ponto de vista da quantidade de calor obtido por mol de
álcoois como metanol e etanol têm encontrado alguns nichos CO2 gerado, a ordem crescente desses três combustíveis é a
para uso doméstico como combustíveis há muitas décadas e, a) gasolina, GLP e gás natural.
recentemente, vêm obtendo uma aceitação cada vez maior b) gás natural, gasolina e GLP.
como aditivos, ou mesmo como substitutos para gasolina em c) gasolina, gás natural e GLP.
veículos. Algumas das propriedades físicas desses combustí- d) gás natural, GLP e gasolina.
veis são mostradas no quadro seguinte. e) GLP, gás natural e gasolina.

103
QUADRO DE IDEIAS
Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
A linguagem da Química Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Símbolos Fórmulas Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
Elementos Substâncias Guedes
Colaboraram para esta Edição do Material:
Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Átomos Moléculas Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
Botelho e Valdete Reis
Revisão: Juliana Souza
Diagramação: lab 212
Capa: lab 212
Ilustração de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
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Consultores:
Reações químicas Coordenação: Dr. João Filocre
Química: Dra. Marciana Almendro David
SESI DN
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dos Santos
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Modelo atômico de Dalton (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de


1 a 12 : exatas, biológicas : aluno. -- 2. ed.
-- São Paulo : Ática, 2017.

Vários autores.
Lei de Avogadro
1. Biologia (Ensino médio) 2. Física (Ensino
médio) 3. Matemática (Ensino médio) 4. Química
(Ensino médio).

16-08187 CDD-373.19

Índice para catálogo sistemático:


1. Ensino integrado : Livros-texto : Ensino médio 373.19
Unidade unificada Quantidade de Massa molar: Volume molar: 2016
de massa atômica: u matéria: mol g/mol L/mol ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18312 8 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Fórmulas: percentual, mínima e molecular


Uma publicação

104 Mudanças de estado


BIOLOGIA FRENTE A

Wilson Roberto Paulino

CITOLOGIA: A CÉLULA, ENVOLTÓRIOS


CELULARES E CITOPLASMA
1 A célula: teoria celular e padrões celulares . . . . . . . . 4
O desenvolvimento do estudo das células . . . . . . . . . . . 5
Células procariotas e células eucariotas . . . . . . . . . . . . . 7
As células e o sistema de classificação dos seres vivos 12
2 Envoltórios celulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Parede celular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Membrana plasmática. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
FRENTE A
3 Citoplasma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Citosol: líquido gelatinoso onde se inserem
as organelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
BIOLOGIA

Organelas: estruturas da célula com funções


específicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

2137676 (AL)

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


1. As células são consideradas unidades morfológicas dos seres vivos porque eles são
formados por pelo menos uma dessas unidades, à exceção dos vírus. E são considera-

MÓDULO
das unidades fisiológicas porque são capazes de execu-
tar funções vitais básicas, como absorção de nutrientes,
respiração celular, eliminação de resíduos e reprodução.

Citologia: teoria celular,


envoltórios celulares e citoplasma
2. A diferenciação celular pode ser entendida como o processo que culmina com a forma-
ção de células especializadas na execução de determinada função no organismo.

As células são as unidades morfofisiológicas dos


seres vivos. À exceção dos vírus – que muitos cientistas
consideram seres vivos – todos os seres vivos têm orga-
nização celular. Apesar da imensa diversidade de formas
de vida existentes na Terra, são notáveis as semelhanças
na organização estrutural das células que constituem
os organismos das diferentes espécies que formam o
mundo vivo.
AMMRF, UNIVERSITY OF SYDNEY/SPL/LATINSTOCK
REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

1 O que significa dizer que as células são as


unidades morfofisiológicas dos seres vivos?
2 O corpo humano é formado por trilhões de
células. Entre elas existe uma nítida divisão
de trabalho. As células epiteliais revestem as
superfícies do organismo, as células ósseas
estão associadas à sustentação do corpo e as
hemácias, ao transporte de gás oxigênio, en-
tre outros exemplos. Essa divisão de trabalho
é consequência da diferenciação celular. O
que você entende por diferenciação celular?

www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO

1 A célula: teoria celular e


padrões celulares

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

Objetivos: A estrutura e o funcionamento dos seres vivos têm como elemento básico a célula. Uma célula
viva é capaz de absorver do meio em que vive as substâncias de que necessita, extrair dos alimentos
c Compreender o
a energia que garante seu funcionamento normal, eliminar resíduos e reproduzir-se. Em alguns seres,
conhecimento científico
como bactérias e protozoários, uma única célula constitui o próprio organismo: são os seres unice-
como resultado do
lulares. Em outros, como um ser humano ou uma árvore, bilhões de células se associam formando
trabalho de gerações
de seres humanos em
o organismo: são os seres multicelulares. Veja alguns exemplos a seguir.
busca da compreensão
do mundo.

WIM VAN EGMOND/VISUALS UNLIMITED/GLOW IMAGES

DR. GARY D. GAUGLER/PHOTOTAKE/DIOMEDIA


c Diferenciar os tipos
básicos de padrões
celulares e associá-los
à classificação dos
seres vivos.

Fig. 1 – Paramécio (ser unicelular). Fig. 2 – Bactérias (seres unicelulares).


ICHAELJUNG/SHUTTERSTOCK

PAVEL GANCHEV/PAF/SHUTTERSTOCK

Fig. 3 – Ser humano (ser multicelular). Fig. 4 – Árvore (ser multicelular).

4 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


O DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DAS CÉLULAS
Em 1665, o pesquisador inglês Robert Hooke (1635-1703), usando um microscópio rudimentar
(fig. 5), observou que a cortiça (“casca” das árvores) era formada por numerosos compartimentos va-
zios. Hooke chamou esses compartimentos de células, diminutivo do termo latino cella, que significa
“lugar fechado” ou “pequeno cômodo”. A cortiça é um tecido vegetal morto, constituído por células
cujo espaço interno é ocupado pelo ar. Assim, o que Hooke observou foi apenas o “esqueleto” de AN D
RE W
células mortas, isto é, células vazias, destituídas de matéria viva. Veja as figuras a seguir. SY
RE
D/
SC
IE
N

CE
PH
OT
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RA
RY/L
ATIN
BETTMANN/CORBI

ST OCK
S/LA
TIN
ST
OC
K
PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK

Fig. 7 – Micrografia ampliada de células


de cortiça obtida por microscópio
eletrônico de varredura.

Fig. 6 – Esquema (obtido por microscópio composto


e publicado em 1665) de células de cortiça
observadas por Hooke.
Fig. 5 – Microscópio rudimentar
iluminado a vela, igual ao utilizado
por Robert Hooke em 1664.

Em 1833, o botânico escocês Robert Brown (1773-1858) verificou que as células eram por-
tadoras de um corpúsculo geralmente arredondado, que denominou núcleo. Hoje sabemos que
essa estrutura abriga o material genético celular, estando presente em quase todos os tipos de
células vivas.
Em 1839, após longas pesquisas com microscópios mais aperfeiçoados, os biólogos alemães
Matthias Schleiden (1804-1881) e Theodor Schwann (1810-1882) verificaram a presença de células
em todos os tecidos vegetais e animais que analisaram. Formou-se, então, a ideia de que todos os
seres vivos são constituídos por células.
Em 1858, o também alemão Rudolf Virchow (1821-1902) sugeriu que toda célula se origina
de outra preexistente. Na mesma época, pesquisadores descobriam que, além do núcleo, as células
FRENTE A
são portadoras de várias organelas ou organoides, estruturas capazes de executar diferentes funções
no interior dessas unidades biológicas. Assim, estabeleceu-se a teoria celular, que compreende os
seguintes princípios sobre as células:
são as unidades morfofisiológicas dos seres vivos, uma vez que estes são formados por pelo menos
BIOLOGIA

uma dessas unidades (os vírus constituem uma exceção, já que não possuem organização celular);
representam a menor porção de matéria viva capaz de executar as diversas funções vitais, respon-
sáveis pela manutenção de vida em um organismo;
originam-se de outras preexistentes e representam, portanto, a unidade responsável pela heredi-
tariedade; assim, são as células que garantem a continuidade de uma espécie.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 5


O microscópio: instrumento fundamental para o desenvolvimento
da citologia
Estreitamente associado às conquistas científicas no campo da citologia, o microscópio é um
aparelho que permite ampliar a imagem de um objeto centenas e até milhares de vezes, sem que
a imagem perca a nitidez. Trata-se, portanto, de um instrumento fundamental para o estudo de
microrganismos e de estruturas microscópicas.
Microscópio óptico
O microscópio óptico é um aparelho dotado de partes mecânicas – pé ou base, braço ou
coluna, platina, canhão, revólver e parafusos de ajuste (micrométrico e macrométrico) – e de partes
ópticas – espelho (que pode ser substituído por lâmpada), condensador, diafragma, lentes objetivas
(geralmente três) e lente ocular.
Nesse tipo de microscópio, o objeto a ser analisado (um tecido animal, por exemplo) é colocado
em uma lâmina de vidro posta sobre a platina, uma superfície plana e horizontal. A luz emitida por
uma lâmpada ou refletida por um espelho atravessa, em sequência, o condensador, o objeto, a lente
objetiva e, finalmente, é focalizada na lente ocular; a focalização é conseguida girando-se adequada-
mente os parafusos macrométrico e micrométrico.
Microscópio eletrônico
Enquanto o microscópio óptico permite ampliações de até mil e quinhentas vezes, aproxima-
damente, os modernos microscópios eletrônicos têm capacidade de ampliar cem mil vezes, por
exemplo, a imagem de um objeto.
Inventado em 1931, o microscópio eletrônico comum ou de transmissão substituiu o feixe
de luz do microscópio óptico por um feixe de elétrons propagados no vácuo. Esse feixe, atravessando
um objeto, permite a produção de uma imagem notavelmente aumentada, que pode ser fotografada
(como acontece com a imagem obtida por microscópio óptico) ou projetada numa tela fluorescente
igual à da televisão.
No microscópio eletrônico comum há basicamente dois aperfeiçoamentos:
o microscópio eletrônico de varredura, semelhante a uma câmara de televisão – o objeto é
varrido (esquadrinhado, examinado) ponto por ponto, obtendo-se imagens ainda mais detalhadas.
o microscópio eletrônico de transmissão e varredura – traz a vantagem de fornecer uma
resolução tão alta quanto à do microscópio eletrônico de transmissão, além de ter a flexibilidade
e a capacidade de visualização da imagem semelhante à permitida pelo microscópio eletrônico
de varredura. Faça uma comparação entre as figuras 8, 9 e 10 e perceba que as duas obtidas pelos
dois tipos de microscópio eletrônico apresentam resolução perfeita.
DR. DAVID PHILLIPS/VISUALS UNLIMITED, INC.
JOHN WALSH/SCIENCE PHOTO LIBRARY/

EYE OF SCIENCE/SCIENCE PHOTO


LIBRARY/LATINSTOCK
LATINSTOCK

Fig. 8 – Espermatozoides humanos vistos ao Fig. 9 – Espermatozoide humano visto ao Fig. 10 – Espermatozoides visto ao microscópio
microscópio óptico. microscópio eletrônico de transmissão. eletrônico de varredura.

Portal
SESI
Educação
Medidas usadas em microscopia:
www.sesieducacao.com.br
1 µm (um micrometro) = 0,001 mm (um milésimo de milimetro)
Acesse o portal e explore o conteú- 1 nm (um nanometro) = 0,000001 mm (um milionésimo de milimetro)
do A história do microscópio. 1 Å (um angstrom) = 0,0000001 mm (um décimo milionésimo de milimetro)

6 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


CÉLULAS PROCARIOTAS E CÉLULAS EUCARIOTAS
Mesmo considerando a imensa diversidade de formas de vida que a Terra abriga, podemos
perceber as notáveis semelhanças existentes na organização estrutural e no comportamento das
células que constituem os mais diversos organismos do mundo vivo.
Os diferentes tipos de seres vivos apresentam uma notável diversidade de células, que exibem
uma grande variedade de formas, tamanhos e funções, mas têm um conjunto comum de compo-
nentes capazes de garantir o desempenho de suas atividades vitais.
Apesar de toda essa diversidade, pode-se reconhecer, em termos estruturais, apenas dois tipos SAIBA MAIS
básicos de padrões celulares: as células procariotas (ou procarióticas) e as células eucariotas (ou A ciência moderna admite que
eucarióticas). os primeiros seres vivos surgi-
Antes de estudar os dois padrões celulares básicos, é importante saber que, entre outras pro- ram na Terra há cerca de três
priedades, a matéria viva caracteriza-se por possuir uma composição química que se mantém bilhões e meio de anos. Tais or-
relativamente constante ao longo da vida do organismo, além de mostrar-se mais complexa do que ganismos seriam formas de vida
a composição química da matéria inanimada que organiza os seres não vivos. provavelmente bastante seme-
A manutenção da composição química da matéria viva requer, no entanto, que o organismo lhantes às células procariotas
que hoje conhecemos.
seja portador de certos componentes obrigatórios em uma célula viva. Um exemplo de estrutura
imprescindível à manutenção de vida são os envoltórios celulares; eles são capazes não só de
promover o isolamento da célula em relação ao meio que a circunda, mas também de selecionar as
substâncias que nela devem entrar ou sair, de acordo com suas necessidades vitais.
A alta complexidade da composição química da matéria viva depende também da ocor-
rência de reações biológicas que são processadas em meio aquoso. Essas reações, por sua vez,
são reguladas por moléculas muitos especiais – as enzimas. Mas as enzimas são produzidas sob
a “supervisão” de moléculas também especiais, os ácidos nucleicos, que representam o material
genético de um ser vivo.
Assim, a manutenção da estrutura e da organização da matéria viva em uma célula depende da
presença de um conjunto mínimo de componentes, representados por envoltórios celulares, por um
meio aquoso onde ocorrem as reações biológicas e por enzimas reguladoras dessas reações, além de
um material genético que “orienta” a produção dessas enzimas.
Agora, voltemos aos dois padrões básicos de célula.

Células procariotas: as menos complexas


As células procariotas são portadoras de um conjunto mínimo de componentes para desem-
penhar suas atividades vitais. Esses componentes, representados na figura 11, compreendem a mem-
brana plasmática, o citosol, os ribossomos e o material genético.
Membrana plasmática – É a camada limítrofe en-
tre a matéria intra e extracelular. Ao mesmo tempo que
“isola” a célula do meio que a circunda, esse envoltório
pode executar uma espécie de seleção das substâncias Parede celular Membrana plasmática
que devem entrar na célula ou sair dela. Como veremos
mais adiante, a membrana plasmática tem importante
participação no conjunto das atividades processadas em
uma célula viva.

MASPI/ARQUIVO DA EDITORA
Citosol – Também conhecido como hialoplasma,
é um líquido gelatinoso cujo componente químico mais
abundante é a água. Como as reações biológicas, que
mantêm a vida em uma célula, ocorrem em meio aquoso,
compreende-se a importância do citosol nas células vivas. FRENTE A
Ribossomos – São organelas não membranosas
responsáveis pela síntese de uma das mais importantes
moléculas orgânicas para o mundo vivo: as proteínas.
BIOLOGIA

Sabemos que as proteínas exercem um papel biológico Material genético


Citosol Ribossomos
muito diversificado nos seres vivos e que muitas delas
atuam como enzimas, moléculas reguladoras das reações
biológicas; daí o fato de os ribossomos serem indispensá- Fig. 11 – Esquema de célula procariótica, com base em sua visualização ao microscópio
veis em uma célula viva. eletrônico. (A parede celular não é obrigatória em todas as células).

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 7


Material genético – É constituído pelos ácidos nucleicos, que codificam a síntese de proteínas
nos ribossomos. Por isso a presença de um material genético que atue como “centro de controle” das
atividades celulares é fundamental para o desempenho das funções vitais nos seres vivos.
Reveja a figura 10. Observe que na célula procariota não existe membrana separando o material ge-
nético do citosol. Dessa maneira, ao contrário do que ocorre nas demais células, nas procariotas não existe
um núcleo delimitado por membrana, isto é, não se verifica a existência de núcleo individualizado. Por isso,
essas células são chamadas procariotas e os organismos em que elas ocorrem são denominados procariontes
(do grego protos, “primitivo”; karion, “núcleo”; onthos, “seres”). Tais organismos são as bactérias e as arqueas.
Ainda nesta mesma figura, observe que as células procariotas podem apresentar uma parede
celular. A presença dessa estrutura não é obrigatória em todas as células vivas. A parede celular con-
fere proteção e sustentação às células nas quais ocorre e possui uma composição química diferente
da membrana plasmática, além de ser muito mais espessa e ter maior resistência mecânica.

Células eucariotas: as mais complexas


Excetuando-se os vírus, que não têm organização celular, as bactérias e as arqueas, que são
procariontes, os demais seres vivos são organizados por células eucariotas, isto é, células dotadas
de um núcleo delimitado por uma membrana. Essa membrana é denominada membrana nuclear
(também conhecida como carioteca). Os organismos dotados de células eucariotas são chama-
dos eucariontes (do grego eu, “verdadeiro”; karion, “núcleo”; onthos, “seres”). Além da presença da
membrana nuclear, as células eucariotas também diferem das procariotas por possuírem organelas
membranosas, como as mitocôndrias e o complexo golgiense.
Célula animal
O esquema (fig. 12) mostra os componentes básicos de uma célula animal. Observe-a.

Material genético

123
Mitocôndria Membrana nuclear
Poro da membrana nuclear Núcleo
Nucléolo

Centríolo

Complexo
golgiense

Lisossomo
Citosol
MASPI/ARQUIVO
DA EDITORA

Ribossomos

Membrana plasmática
Retículo endoplasmático

Fig. 12 – Esquema de uma célula animal, com base em sua visualização por microscópio eletrônico.

8 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


A célula animal é constituída basicamente por três regiões distintas:
Membrana plasmática – Envoltório que separa o material intra do extracelular.
Citoplasma – Trata-se da região compreendida entre a membrana plasmática e o núcleo, preen-
chida pelo citosol, no qual se encontram imersas diversas organelas, estruturas especializadas na
execução de determinadas funções, como veremos a seguir.
Núcleo – Estrutura portadora do material genético e responsável pelo controle das atividades
celulares, o núcleo possui uma membrana (a membrana nuclear) e é preenchido por um líquido
denominado nucleoplasma ou cariolinfa, no qual estão imersos o material genético e um ou mais
corpúsculos chamados nucléolos.
Vejamos, agora, as funções das principais organelas que podem ser encontradas em uma célula animal.
Retículo endoplasmático – Sistema de membranas lipoproteicas que envolvem cavidades
com formas variadas. O retículo endoplasmático, entre outras funções, facilita o intercâmbio de
substâncias entre a célula e o meio extracelular e auxilia a circulação intracelular de nutrientes diver-
sos. Essa organela está frequentemente associada aos ribossomos, estruturas em forma de grânulos
e relacionadas com a síntese de proteínas.
Complexo golgiense – Conjunto de sáculos empilhados, que armazenam proteínas.
Mitocôndrias – São organelas responsáveis pela respiração celular aeróbia. Realizam então a oxi-
dação de alimentos, com a consequente extração da energia química contida nas moléculas orgânicas
que os constituem. Essa energia liberada é depois colocada a serviço das diversas atividades celulares.
Lisossomos (do grego lyses, “quebra”; e sôma, “corpo”) – Pequenas vesículas portadoras de
enzimas responsáveis pela digestão de materiais orgânicos disponíveis na célula.
Centríolos – Estruturas que atuam durante o mecanismo de divisão celular.

Célula vegetal
As células vegetais apresentam basicamente os mesmos componentes presentes nas células
animais; no entanto, algumas diferenças podem ser observadas. Veja a figura 13.

Mitocôndria
Cloroplasto

Citosol Vacúolo

Complexo
golgiense
MASPI/ARQUIVO
DA EDITORA

Parede
celular
Retículo
endoplasmático

Membrana
plasmática
123

Nucléolo

FRENTE A
Poro da membrana nuclear
Núcleo
Material genético
Membrana nuclear
BIOLOGIA

Ribossomos

Fig. 13 – Esquema de uma célula vegetal com base em sua visualização ao microscópio eletrônico.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 9


A comparação entre os esquemas de uma célula animal e de uma célula vegetal permite perce-
ber que as células vegetais são destituídas de centríolos e geralmente de lisossomos. Em contrapar-
tida, possuem três componentes – parede celular, plastos e vacúolos de suco celular – que não são
encontrados nas células animais.
Parede celular – Envoltório externo resistente, que confere proteção e sustentação à célula
vegetal. É constituído principalmente de celulose.
Plastos – Existem vários tipos dessas organelas nas células vegetais. Os principais são os cloro-
plastos – organelas responsáveis pela fotossíntese, fenômeno em que os seres clorofilados sintetizam
alimento a partir da energia luminosa e de substâncias inorgânicas simples.

Nos eucariontes fotossintetizantes, as clorofilas são encontradas no interior dos plastos.


Nos procariontes fotossintetizantes, as clorofilas ficam dispersas no citosol. Isso porque as células
procariotas, além de não apresentarem núcleo individualizado, não contêm organelas delimi-
tadas por membrana. Logo, os seres procariontes fotossintetizantes não possuem cloroplastos.

Portal Vacúolos – Estruturas saculiformes, que se apresentam pequenas e numerosas em células


SESI
Educação www.sesieducacao.com.br vegetais jovens, volumosas e pouco numerosas em células vegetais adultas, nas quais preenchem
grande parte do espaço interno. Os vacúolos promovem regulação osmótica, isto é, controlam o
Acesse o portal e explore o con- mecanismo de entrada e saída de água na célula, e armazenam um suco que pode conter açúcares,
teúdo A estrutura celular eu- óleos, sais e pigmentos diversos, entre outras substâncias. Por isso, esses vacúolos são chamados
cariota – animal e vegetal. vacúolos de suco celular (fig. 14).
Paramécio
Micronúcleo
Vacúolo
contrátil
MASPI/ARQUIVO DA EDITORA

Macronúcleo

Célula vegetal

Vacúolo
de suco Célula adiposa
celular
Vacúolo
Núcleo
que
armazena
gorduras

Núcleo

Fig. 14 – Os vacúolos podem ser encontrados em vários tipos de células. No paramécio, um tipo de protozoário, existem vacúolos contráteis
ou pulsáteis, com função de regulação osmótica. Os vacúolos de suco celular são verificados em células vegetais. Já no corpo humano, sob
a pele, existem células adiposas portadoras de um grande vacúolo que armazena gordura.

10 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


PARA CONSTRUIR

1 Apesar da notável diversidade de seres vivos nos vários am- a) A célula é procariótica ou eucariótica? Justifique.
bientes naturais da Terra, eles podem ser considerados muito A célula é procariótica, uma vez que é destituída de núcleo delimi-
semelhantes em vários aspectos. Comente sobre isso, consi- tado por membrana e de organelas citoplasmáticas membranosas.
derando a teoria celular.
A teoria celular afirma que todos os seres vivos são formados por
unidades denominadas células. Essa teoria não se aplica aos vírus,
seres que não possuem organização celular.

b) Qual o nome das estruturas numeradas?


1 = membrana plasmática;
2 = material genético;
3 = ribossomo;
4 = parede celular.

4 (Fuvest-SP) Responda:
a) Quais as diferenças entre células procariotas e eucariotas
quanto ao núcleo e ao citoplasma?
As células procariotas não têm membrana nuclear nem organelas
citoplasmáticas membranosas, ao contrário das células eucariotas.
2 Considere os seguintes componentes celulares:
a) membrana plasmática; b) citosol; c) membrana nuclear;
d) material genético; e) ribossomos; f ) retículo endoplas-
mático; g) mitocôndrias; h) cloroplastos.
Quais desses componentes não são observados em célu-
las de bactérias?
Os componentes c, f, g e h, já que as células de bactérias são
b) Em quais grupos de organismos são encontradas células
células procarióticas e destituídas de membrana nuclear e
procariotas?
organelas citoplasmáticas membranosas.
Bactérias e arqueas.

5 (Unicamp-SP) Imagine-se observando ao microscópio óptico


comum dois cortes histológicos: um de fígado de rato e ou-
3 (UFU-MG) O desenho representa uma bactéria. De acordo tro de folha de tomateiro. Cite duas estruturas que permitem
com ele e com base em seus conhecimentos sobre o assun- identificar o corte da folha do tomateiro.
to, resolva as questões: As células da folha do tomateiro possuem parede celular e cloroplastos,
além de vacúolos de suco celular, ao contrário das células do fígado do
rato, que são destituídas de tais estruturas.

FRENTE A
BIOLOGIA

2 3 1 4

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 11


6 (Unifesp) A figura apresenta uma imagem microscópica de a) A imagem mostra um conjunto de células animais ou ve-
células eucarióticas. getais? Justifique.
A imagem mostra um conjunto de células vegetais, já que essas

células apresentam parede celular, cloroplastos e vacúolos de

suco celular.

b) Dê o nome das estruturas apontadas em 1 e 2 e explique


suas funções.
A estrutura 1 é a parede celular, com função de proteção e de

sustentação; a estrutura 2 é o cloroplasto, organela que realiza

a fotossíntese.

J. Burgess, Carnegie Mellon University, mimp.mems.cmu.edu.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 7 Para aprimorar: 1 a 4

AS CÉLULAS E O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DOS


SERES VIVOS
Vimos que a célula é o elemento básico de organização nos seres vivos, com exceção dos
vírus. A estrutura, a organização e o comportamento bioquímico das células contribuem para a
distribuição dos seres vivos em diversos reinos.
Para a caracterização desses reinos, foram utilizados os seguintes critérios:
tipo de organização celular, que divide os seres vivos em procariontes e eucariontes, conforme
a ausência ou a presença de membrana nuclear em suas células;
número de células, que divide o mundo vivo em seres unicelulares e multicelulares (ou plurice-
lulares), conforme sejam formados por uma única célula ou por inúmeras delas;
tipo de nutrição, que divide os seres vivos em autótrofos e heterótrofos, dependendo de serem
ou não capazes de sintetizar o seu próprio alimento, além da maneira pela qual os heterótrofos
obtêm seu alimento – se por absorção ou por ingestão do material orgânico disponível.
O biólogo estadunidense Robert H. Whittaker (1920-1980) sugeriu, em 1969, um sistema de
classificação que se tornou muito conhecido, em que os seres vivos foram divididos em cinco grandes
reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia.
Vejamos as características básicas dos seres vivos que compõem cada um desses reinos.
Reino Monera – Compreende os organismos unicelulares e procariontes, como as bactérias.
Esses seres podem ser encontrados em todos os ecossistemas da biosfera, apresentando vida livre ou
associados a seres vivos de outros grupos. A maioria das bactérias vive, principalmente, como seres
heterótrofos decompositores.
Reino Protista – Formado pelos organismos unicelulares e eucariontes, como os protozoários
e certas algas. A exemplo dos seres do reino Monera, os protistas também podem viver livremente
ou associados a seres vivos de outros grupos. Os protozoários são protistas heterótrofos, enquanto
as algas são autótrofas fotossintetizantes.
Reino Fungi – Composto por todos os fungos, que podem ser organismos unicelulares ou mul-
ticelulares, eucariontes e heterótrofos por absorção. Os componentes desse reino são encontrados
sobretudo em lugares úmidos e ricos em matéria orgânica.
Reino Plantae ou Metaphyta – Abrange os organismos multicelulares, eucariontes e autótrofos.
Nesse reino, também conhecido como reino das plantas, incluem-se as algas multicelulares, as briófitas
(musgos e hepáticas), as pteridófitas (samambaias, avencas), as gimnospermas (pinheiros, sequoias) e
as angiospermas (capins, alfaces, ipês, laranjeiras; constitui o grupo mais numeroso entre os vegetais).

12 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


Reino Animalia ou Metazoa – Compreende os organismos multicelulares, eucariontes e hete-
rótrofos, em geral, por ingestão. Esse reino abrange todos os animais, desde os poríferos ou esponjas
até os mamíferos.

Os heterótrofos em geral englobam ou ingerem o alimento que será digerido no interior das
células ou de cavidades digestórias – é o caso dos protozoários, como a ameba, e dos animais
em geral. Outros heterótrofos, como os fungos, simplesmente absorvem nutrientes disponíveis
no ambiente.
Os fungos têm digestão extracorpórea: liberam no meio externo sucos que digerem o ma-
terial orgânico aí existente – o produto da digestão é então absorvido pelo organismo. Além de
nutrientes resultantes da digestão extracorpórea, os fungos podem absorver moléculas menores
que já se encontravam no ambiente.
A absorção de nutrientes como forma de nutrição e outras particularidades do grupo
levaram Whittaker a reunir todos os fungos conhecidos em um mesmo reino: o reino Fungi.

Na década de 1980, as biólogas estadunidenses Lynn Margulis (1938-) e Karlene Schwartz (1936-)
sugeriram um sistema de classificação também de cinco reinos, mas com algumas diferenças em
relação ao sistema proposto por Whittaker, em 1969. Segundo elas, os seres vivos são divididos nos
reinos descritos a seguir.
Reino Monera – Compreende todos os seres unicelulares e procariontes (bactérias e
arqueas).
Reino Protoctista – Abrange basicamente os protozoários e todas as algas, sejam elas unice-
lulares ou multicelulares.
Reino Fungi – Inclui os fungos.
Reino Plantae – Compreende as plantas, seres eucariontes, multicelulares, autótrofos
e formadores de embriões cujo desenvolvimento depende de nutrientes fornecidos pela
planta-mãe.
Reino Animalia – Reúne todos os animais, seres eucariontes, multicelulares e heterótrofos, com
representantes que vão desde os poríferos até os mamíferos. Portal
SESI
Educação www.sesieducacao.com.br

As algas multicelulares não formam embriões cujo desenvolvimento depende dos nutrien- Acesse o portal e explore o con-
tes fornecidos pela planta-mãe. Foram então, no sistema de classificação proposto por Lynn teúdo Classificando os seres
Margulis e Karlene Schwartz, retiradas do reino das plantas e incluídas no reino Protoctista. vivos.

Vírus, um grupo muito especial


Você deve ter notado que os vírus não foram enquadrados em nenhum dos cinco reinos descritos. Embora, atualmente, os vírus
sejam considerados seres vivos por muitos pesquisadores, eles não são inseridos em nenhum dos cinco grandes reinos, em virtude de
certas peculiaridades que possuem. Assim, os vírus formam um grupo muito especial, um grupo sem reino.
Relativamente muito pequenos e visíveis apenas ao microscópio eletrônico, os vírus são constituídos por uma cápsula orgânica de
FRENTE A
natureza basicamente proteica, que abriga em seu interior o material genético viral. Ao contrário dos demais seres vivos, que possuem
DNA e RNA, os vírus são em geral portadores de apenas um tipo de ácido nucleico: DNA ou RNA.
Apesar de possuírem material genético, os vírus são destituídos de membrana plasmática, de citosol e de ribossomos. Assim, es-
ses seres não têm organização celular nem metabolismo próprio, permanecendo absolutamente inertes quando fora de células vivas.
BIOLOGIA

Entretanto, quando penetram em uma célula hospedeira ou nela injetam seu material genético, podem multiplicar-se em seu interior à
custa do equipamento bioquímico da célula. Dessa maneira, os vírus são considerados parasitas intracelulares obrigatórios e provocam
muitas doenças nos mais diversos grupos de seres vivos. Essas doenças são genericamente denominadas viroses. No ser humano, entre
outras viroses, podemos citar a dengue, a gripe, a poliomielite, a caxumba e a febre amarela.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 13


PARA CONSTRUIR

7 Bactérias e protozoários são seres unicelulares. Entretanto, as seguintes características: unicelulares e multicelulares; pro-
bactérias foram enquadradas no reino Monera e os protozoá- carióticos e eucarióticos; autotróficos e heterotróficos. Com
rios no reino Protoctista. Explique o critério utilizado nessa base nessas características e nos cinco reinos, responda às
diferenciação. questões propostas abaixo.
As bactérias são unicelulares e procariontes, enquanto os a) Qual das características consideradas é exclusiva dos indi-
protozoários são unicelulares e eucariontes. víduos de um único reino e qual é esse reino?
Trata-se da característica “procariótico”. O reino Monera é o único
que abrange seres procarióticos.

8 Que critérios podem ser utilizados para classificar um orga-


nismo como integrante do reino Plantae ou Metaphyta? O b) Qual reino ou quais reinos têm:
que diferencia um organismo desse reino de um organismo espécies unicelulares e autotróficas?
do reino Animalia ou Metazoa?
Espécies unicelulares e autotróficas podem ser verificadas nos
Os integrantes desse reino são seres eucariontes, multicelulares, reinos Monera (algumas espécies de bactérias) e Protoctista
autótrofos e produtores de embriões que dependem de nutrientes (algas; as algas também podem ser multicelulares).
fornecidos pela planta-mãe. Os animais são igualmente eucariontes
e multicelulares, porém heterótrofos.

espécies unicelulares e heterotróficas?


Espécies unicelulares e heterotróficas podem ser
encontradas nos reinos Monera (bactérias), Protoctista
9 (UECE) Sobre a classificação dos seres vivos é correto afirmar: b (protozoários) e Fungi (fungos unicelulares; os fungos também
a) O reino Protoctista compreende, apenas, seres eucarion- podem ser multicelulares).
tes unicelulares e fotossintetizantes.
b) O reino Animalia reúne organismos eucarióticos, multice-
lulares e heterotróficos, morfologicamente muito diferen-
tes entre si.
c) Todas as algas são seres multicelulares fotossintetizantes e
fazem parte do reino Plantae. espécies multicelulares e autotróficas?
d) Os fungos são classificados como seres eucarióticos, ex-
Espécies multicelulares e autotróficas são encontradas nos
clusivamente unicelulares, que apenas se reproduzem
assexuadamente. reinos Protoctistas (algas multicelulares) e Plantae (plantas).

10 (UEM) A ideia de parentesco evolutivo entre as espécies


foi uma concepção de Darwin. Os conhecimentos atuais
dão suporte à ideia de que todos os seres vivos comparti- espécies multicelulares e heterotróficas?
lham ancestrais comuns que viveram há mais de 3 bilhões Espécies multicelulares e heterotróficas são encontradas
de anos. Atuando continuamente, o processo de evolução nos reinos Fungi (fungos multicelulares) e Animalia (animais).
resultou na biodiversidade observada nos dias de hoje. A
despeito dessa biodiversidade, um dos sistemas de classi-
ficação reúne os seres vivos em cinco reinos, a partir das

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 8 a 10 Para aprimorar: 5 a 10

14 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa
para casa”. As resoluções encontram-se no portal
em Resoluções e Gabaritos. TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 6 (Uncisal) A figura dada representa uma célula
e as estruturas indicadas pelas setas 1 e 2 são:
1 Usando um microscópio simples, iluminado a vela, o pesqui- e .
sador inglês Robert Hooke observou em um tecido vegetal
morto a presença de numerosos compartimentos vazios,
que denominou células. O que Robert realmente viu ao ob-
servar esses tecidos vegetais ao microscópio? Por quê?

2 Qual o conjunto mínimo de componentes que uma célula


deve possuir para desempenhar suas atividades vitais básicas?

3 (UFPA) A descoberta da célula foi feita em 1665 por *. Em


1838 e 1839, * e *, através de observações de estruturas de
muitas plantas e animais, concluíram que os seres vivos são
constituídos por células. Indique a alternativa que completa A alternativa que completa, correta e respectivamente, a
corretamente as frases: frase é:
a) animal ... mitocôndria ... núcleo
a) Hooke, Weismann, Schwann.
b) vegetal ... cloroplasto ... vacúolo
b) Virchow, Schleiden, Schwann.
c) vegetal ... mitocôndria ... vacúolo
c) Schleiden, Hooke, Schwann.
d) animal ... cloroplasto ... núcleo
d) Hooke, Schleiden, Schwann.
e) vegetal ... cloroplasto ... núcleo
e) Virchow, Weismann, Hooke.
7 (UEL-PR) Na tabela a seguir estão assinaladas a presença (1)
4 (PUC-MG) A célula de um procarionte não tem: ou a ausência (2) de alguns componentes encontrados em
a) membrana plasmática. quatro diferentes tipos celulares (A, B, C e D).
b) membrana nuclear.
c) ribossomos. Componentes Tipos Celulares
d) cromossomos.
e) matriz citoplasmática. A B C D

5 (Ufal – Adaptada) Observe as estruturas numeradas de 1 a 5 Envoltório nuclear 1 2 1 2


da célula mostrada abaixo e, em seguida, assinale a alterna-
tiva que correlaciona corretamente a estrutura com sua res- Ribossomos 1 1 1 1
pectiva função.
Mitocôndrias 1 2 1 2

Clorofila 2 1 1 2

5 3 Retículo endoplasmático 1 2 1 2

Os tipos celulares: A, B, C e D pertencem, respectivamente, a


4 organismos:
1 a) procarioto heterótrofo, eucarioto heterótrofo, procarioto
FRENTE A
2 autótrofo e eucarioto autótrofo.
b) procarioto autótrofo, eucarioto autótrofo, eucarioto hete-
a) 1 – mitocôndria, responsável pela síntese energética. rótrofo e procarioto heterótrofo.
b) 2 – membrana plasmática, que funciona como barreira c) eucarioto heterótrofo, procarioto heterótrofo, procarioto
BIOLOGIA

seletiva. autótrofo e eucarioto autótrofo.


c) 3 – o núcleo, que guarda a informação genética. d) eucarioto autótrofo, procarioto autótrofo, eucarioto hete-
d) 4 – o cloroplasto, responsável pela fotossíntese. rótrofo e procarioto heterótrofo.
e) 5 – o complexo golgiense, que atua no armazenamento e) eucarioto heterótrofo, procarioto autótrofo, eucarioto au-
de proteína. tótrofo e procarioto heterótrofo.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 15


8 (UEL-PR) Das organelas abaixo, as únicas que podem ser obser- 3 (PUC-SP) Considere os seguintes componentes celulares:
vadas em representantes dos cinco reinos dos seres vivos são: 1. membrana plasmática;
a) plastos. 2. membrana nuclear (carioteca);
b) ribossomos. 3. cromossomos;
c) lisossomos. 4. citosol (hialoplasma);
d) mitocôndrias. 5. ribossomos;
e) complexo golgiense. 6. retículo endoplasmático;
7. mitocôndrias;
9 (UFRN) Na moderna classificação, os seres vivos foram agru-
8. cloroplastos.
pados em cinco reinos biológicos. Assinale-os:
Entre as alternativas seguintes, assinale a que tiver a sequên-
A) Bactéria, Protozoário, Fungo, Vegetal e Animal.
cia representativa de estruturas ausentes em bactérias:
B) Procarionte, Eucarionte, Protista, Animal e Vegetal.
a) 1, 2, 7 e 8. d) 3, 6, 7 e 8.
C) Protista, Alga, Protozoário, Metazoa e Metaphyta.
b) 2, 6, 7 e 8. e) 5, 6, 7 e 8.
D) Procarionte, Eucarionte, Monera, Metaphyta e Metazoa.
E) Monera, Protista, Fungi, Metaphyta e Metazoa. c) 2, 3, 5 e 6.

10 (UFPB) Considerando-se as características gerais dos reinos 4 (UFG-GO) A análise de uma lâmina histológica com células da
Monera, Fungi e Protista, é correto afirmar que nos represen- escama interna do bulbo de cebola permite a identificação des-
tantes do(s) reino(s): te material como sendo de origem vegetal pela observação de:
a) Monera existem organismos eucariontes. a) nucléolo e cloroplasto.
b) Fungi existem organismos fotossintetizantes. b) vacúolo e lisossomo.
c) Protista não existem organismos eucariontes. c) cloroplasto e membrana plasmática.
d) Monera e Fungi existem organismos autótrofos. d) membrana plasmática e lisossomo.
e) Monera existem organismos fotossintetizantes. e) parede celular e vacúolo.

PARA APRIMORAR 5 Quais critérios podem ser utilizados para classificar um orga-
PARA PRATICAR
nismo como integrante do reino Plantae ou Metaphyta? O
que diferencia um organismo desse reino de um organismo
1 (PUCC-SP) A palavra célula, etimologicamente, vem de cela,
do reino Animalia ou Metazoa?
que quer dizer “pequena cavidade”. Todos os organismos vi-
vos são formados de células, à exceção dos(as):
6 (Uncisal) Observe o esquema, que representa alguns tipos de
a) fungos. d) algas cianofíceas. célula.
b) bactérias. e) protozoários.
c) vírus.

2 (Uesc-BA) Em 1838, o zoólogo Schwann e, em 1839, o botâni-


co Schleiden, com base em observações e experimentações
que investigavam a organização dos seres vivos e eram de-
senvolvidas por diferentes pesquisadores a partir da histórica
descoberta de Hooke, formularam, independentemente, uma I – Hepatócito II – Lactobacilo
teoria cujos princípios deveriam subsidiar todas as áreas do co-
nhecimento que se relacionavam com o estudo da vida.
A contribuição fundamental dessa teoria para a evolução das
ciências é sintetizada na afirmativa:
a) A vida, em qualquer de suas manifestações, é a expressão
da organização e dinâmica da célula.
b) Os organismos mais simples, como as bactérias e as leve- III – Meristemática IV – Hemácia
duras, são desprovidos de organização celular.
c) Em organismos unicelulares e pluricelulares, os planos As células I, II, III e IV podem pertencer, respectivamente, aos
básicos de organização são, entre si, profundamente di- seguintes reinos:
ferenciados. a) Monera, Protoctista, Fungi e Metazoa.
d) A constituição química elementar da célula é qualitati- b) Protoctista, Monera, Metazoa e Fungi.
vamente diferenciada da composição elementar do am- c) Monera, Protoctista, Metazoa e Fungi.
biente não vivo. d) Metazoa, Protoctista, Fungi e Metaphyta.
e) O núcleo é a unidade morfológica e funcional da célula. e) Metazoa, Monera, Metaphyta e Metazoa.

16 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


7 (Unicamp-SP) Considere as características das células A, B e b) A célula A é de um vegetal, enquanto a B é de um animal.
C indicadas na tabela abaixo, relacionadas à presença (+) ou c) A célula A é de uma alga; a B é de uma planta, tal como
ausência (–) de alguns componentes, e responda: um milho.
d) A célula A é típica de um parasita enquanto a B, mais com-
plexa, é de um ser de vida livre.
Componentes celulares
e) A célula A é de um procarionte, tal como uma bactéria; a
Célula A B C B é de um eucarionte, podendo representar uma célula
humana.
Parede celular 2 1 1
9 (UFPB) As relações filogenéticas entre as espécies vêm sendo
Envoltório nuclear 1 1 2 cada vez mais compreendidas com o aumento dos conhe-
cimentos biológicos. Recentemente, pesquisas mostraram
Nucléolo 1 1 2
que o reino Fungi é mais próximo evolutivamente do reino
Ribossomos 1 1 1 Animalia do que do reino Plantae.
Nesse contexto, identifique a(s) característica(s) que é(são)
Complexo golgiense 1 1 2
compartilhada(s) entre todos os representantes dos reinos
Mitocôndrias 1 1 2 Fungi e Animalia:
I. Possuir cloroplastos.
Cloroplastos 2 1 2 II. Apresentar estrutura de proteção (parede celular) de quitina.
III. Ser heterotrófico.
a) Quais das células A, B e C são eucariotas e quais são IV. Ser multicelular.
procariotas? Está(ão) correta(s) apenas a(s) característica(s):
b) Qual célula (A, B ou C) é característica de cada um dos a) II d) III e IV
seguintes reinos: Monera, Animalia e Plantae? Que b) III e) I, II e IV
componentes celulares presentes ou ausentes os dife- c) I e II
renciam? 10 (Vunesp)
8 (FMU/Fiam-SP) Observe os desenhos das células A e B e assi- O que divide os especialistas não é mais se o aqueci-
mento global se abaterá sobre a natureza daqui a vinte ou
nale a alternativa correta:
trinta anos, mas como se pode escapar da armadilha que
criamos para nós mesmos nesta esfera azul, pálida e frágil,
que ocupa a terceira órbita em torno do Sol – a única, em
todo o sistema, que fornece luz e calor nas proporções
corretas para a manutenção da vida baseada no carbono,
ou seja, nós, os bichos e as plantas.
Veja, 21 jun. 2006.
Na expressão vida baseada no carbono, ou seja, nós, os bi-
A B
chos e as plantas estamos contemplados em dois reinos: Ani-
malia (nós e os bichos) e Plantae (plantas).
a) A célula A é de um protoctista, tal como uma bactéria, e a a) Que outros reinos agrupam organismos com vida basea-
B é de um organismo incluído no reino monera, tal como da no carbono?
um vírus. b) Que organismos fazem parte desses reinos?

ANOTAÇÕES

FRENTE A
BIOLOGIA

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 17


CAPÍTULO

2 Envoltórios celulares

Objetivos: Graças à presença dos envoltórios celulares, a composição química da matéria viva se man-
tém relativamente constante ao longo da vida de um organismo. Em todas as células, procariotas e
c Identificar a estrutura
eucariotas, as funções de isolamento em relação ao meio extracelular e seleção das substâncias de
e as funções dos
acordo com as necessidades básicas de vida são executadas por um envoltório denominado mem-
dois tipos básicos de
brana plasmática. Em certos organismos, como bactérias, fungos e plantas, pode-se verificar, além da
envoltórios celulares.
membrana plasmática, a presença de outro envoltório, a parede celular.
c Reconhecer os

MARIO FRIEDLANDER/PULSAR
principais tipos de
transporte de materiais
através da membrana
plasmática.

Fig. 1 – Cultura de algodão no estado


de Mato Grosso. A quantidade de
celulose presente na estrutura das
paredes celulares das células vegetais é
bastante variável. As fibras do algodão
(Gossypium herbaceum), por exemplo,
são relativamente ricas em celulose.

18 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


PAREDE CELULAR
Parede celular é uma estrutura de revestimento externo que protege e sustenta as células em
que ocorre.
Nas células vegetais, essa parede rígida e permeável é formada principalmente pelo polissacarí-
deo celulose. Por isso, nesse caso, a parede celular é também denominada membrana celulósica. Nas
células animais, não existe parede celular. Na maioria dos fungos, a principal subs- Poros
ILU
S
tância presente na parede é a quitina, também um polissacarídeo. E, nas bactérias,

TR

a parede é constituída basicamente de peptidioglicanos, compostos resultantes da

ÕE
S: M
associação entre certos polissacarídeos e cadeias peptídicas.

ASPI/ARQUIVO D
Em determinadas regiões da parede das células vegetais, a ausência de uma
deposição adequada de celulose determina a presença de poros (fig. 2).
Pelo interior desses poros passam “filamentos” citoplasmáticos denominados Lamela média

AE
plasmodesmos, que possibilitam a circulação de substâncias diversas entre as cé-

DI
Membrana

O T
R
lulas vizinhas. celulósica
A

Membrana plasmática

MEMBRANA PLASMÁTICA Fig. 2 – Parede celular em uma célula


vegetal jovem. A lamela média –
A membrana plasmática é uma película muito fina, elástica e lipoproteica, que isola a célula do membrana fina, elástica e permeável
meio externo e participa ativamente do metabolismo celular. Pode selecionar substâncias que entram – é constituída de pectatos de cálcio e
na célula ou saem dela, de acordo com suas necessidades. magnésio, que une como “cimento” duas
células vegetais vizinhas.
A estrutura e a permeabilidade da membrana
Em 1972, os pesquisadores estadunidenses Seymour J. Singer e Garth Nicolson, da Universidade
da Califórnia, nos Estados Unidos, propuseram um modelo, sendo o mais aceito atualmente, para
explicar a estrutura da membrana plasmática: trata-se do modelo do mosaico fluido.
Segundo ele, moléculas proteicas estariam encaixadas entre camadas bimoleculares de fosfoli-
pídios. Algumas proteínas da membrana teriam papel enzimático, podendo até alterar a sua forma
e, assim, abrir ou fechar determinada passagem, de maneira a permitir ou impedir o fluxo de certas
substâncias. Além disso, as moléculas presentes na membrana estariam em constante deslocamento,
conferindo à estrutura intenso dinamismo (fig. 3).

Célula animal

Camada dupla
de fosfolipídios

FRENTE A
BIOLOGIA

Fig. 3 – Modelo de mosaico fluido, proposto por Singer e


Proteína Fosfolipídios Nicolson para a estrutura da membrana plasmática.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 19


A membrana plasmática não isola totalmente a célula do meio exterior. Como unidade viva, a
Portal
SESI célula precisa adquirir substâncias do meio externo, o que é fundamental para a sua sobrevivência,
Educação www.sesieducacao.com.br assim como precisa eliminar os resíduos de seu metabolismo. Nesse processo, a membrana plasmática
exerce um grande controle sobre certas substâncias que devem entrar ou sair da célula. O transporte
Acesse o portal e explore o conteú-
de materiais através da membrana pode ocorrer basicamente por meio de dois tipos: passivo e ativo.
do Membrana plasmática..
Transporte passivo
No transporte passivo as substâncias deslocam-se a favor de um gradiente de concentração,
isto é, as substâncias deslocam-se de uma região onde sua concentração é maior para outra, onde sua
concentração é menor. São exemplos de transporte passivo a difusão, a difusão facilitada e a osmose.
Difusão
Considere duas soluções (A e B) em que a água é o solvente e a sacarose (açúcar da cana) é o
soluto; as duas soluções acham-se separadas por uma membrana permeável tanto ao solvente (água)
como ao soluto (sacarose). A solução A, porém, apresenta-se mais concentrada em soluto, isto é, tem
relativamente mais soluto e menos solvente do que a solução B. Veja a figura 4.
De acordo com a figura, observa-se que as moléculas de sacarose deslocaram-se a favor de um
gradiente de concentração – isto é, deslocaram-se de onde a concentração de sacarose era maior
(solução A) para onde a concentração de sacarose era menor (solução B). Em sentido inverso, a
água deslocou-se da solução B para a solução A. Também nesse caso houve um deslocamento a
favor de um gradiente de concentração, pois a água deslocou-se de onde a quantidade relativa de
água era maior (solução B) para onde a quantidade relativa de água era menor (solução A). No final
do processo, as duas soluções apresentam-se em equilíbrio de concentração, ou seja, com a mesma
concentração.
A esse fluxo espontâneo de partículas, de uma região em que a concentração de determinada
partícula é maior para outra em que a concentração é menor, dá-se o nome de difusão.
Moléculas como as de gás oxigênio e as de gás carbônico atravessam a camada lipídica da
membrana plasmática com relativa facilidade, sem gasto de energia metabólica, por um processo
denominado difusão simples.

MASPI/ARQUIVO DA EDITORA
Solução A Solução B

Membrana permeável

Sacarose Água

Fig. 4 – Esquema de difusão.

20 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


Difusão facilitada
A difusão facilitada constitui um caso de transporte passivo em que se verifica a participação
de substâncias denominadas carregadores, que facilitam a passagem das partículas transportadas
na membrana plasmática.
De maneira geral, quanto maior a solubilidade em lipídios, maior a velocidade de difusão das
partículas através da membrana plasmática.
As moléculas de glicose são pouco solúveis em lipídios. Mas, em condições normais, atravessam
a matriz lipídica com relativa facilidade. Isso se deve à presença de carregadores, substâncias especiais
que se combinam com as glicoses, formando um complexo solúvel em lipídios.
O carregador transporta a glicose até a superfície interna da membrana, na qual a glicose
se desliga do carregador e penetra no interior da célula. Em seguida, o carregador retorna à su-
perfície externa da membrana e transporta novas moléculas de glicose. É importante lembrar
que todo esse mecanismo ocorre a favor de um gradiente de concentração, sendo por isso
considerado transporte passivo. Observe o esquema apresentado na figura 5.

Matriz lipídica

Carregador (C)

(C)

Glicose (G) C–G C–G Glicose (G)

Fig. 5 – Difusão facilitada de glicose através da matriz lipídica.

Osmose
Comparando as concentrações entre duas soluções, diz-se que a solução com maior concen-
tração em solutos é hipertônica, enquanto a solução com menor concentração em solutos é cha-
mada hipotônica. Se as duas soluções apresentarem a mesma concentração em solutos, elas são
denominadas isotônicas.
Na osmose, um caso particular de difusão, ocorre um fluxo espontâneo apenas de solvente,
do meio menos concentrado em soluto (meio hipotônico) para o meio mais concentrado (meio
hipertônico).
Para que apenas o solvente passe de uma solução para outra, é preciso que a Vacúolo
membrana que separa as duas soluções em questão seja impermeável ao soluto. A
essa membrana, permeável ao solvente e impermeável ao soluto, dá-se o nome de Núcleo
membrana semipermeável.
Vamos então considerar casos de osmose em células vegetais. Colocando-se Meio hipotônico
uma célula vegetal em meio hipotônico, isto é, meio com menor concentração
em soluto, verifica-se que, por osmose, a água desloca-se para o interior da célula,
FRENTE A
isto é, desloca-se a favor de um gradiente de concentração (do meio em que a Célula túrgida
concentração relativa de água é maior). Assim, a célula absorverá água até se tornar
túrgida ou saturada de água (fig. 6). Fig. 6 – Célula vegetal em solução hipotônica.
BIOLOGIA

Hemácias colocadas em solução de baixa concentração em soluto (hipotônica) ganham


água e acabam por romper a membrana plasmática. Esse fenômeno chama-se hemólise. Nas
células vegetais, porém, o rompimento da membrana dificilmente ocorre, devido à presença da
parede celular externa, que tem resistência relativamente alta.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 21


Vacúolo Caso a célula seja colocada em meio hipertônico,
Vacúolo
isto é, meio com maior concentração em soluto, verifica-
-se que, por osmose, a célula vai perder água e se tornar
murcha (fig. 7).
Se a célula for colocada em meio isotônico, isto é, com
Meio hipertônico
a mesma concentração da célula, verifica-se que a célula
não ganha nem perde água. Na verdade, a quantidade de
Núcleo água que entra na célula é igual à que sai dela.
Assim, pode-se concluir que, por osmose, a água se
Célula murcha
Núcleo
desloca mais intensamente, isto é, em maior quantidade,
do meio de menor concentração em soluto (meio hipo-
Fig. 7 – Célula vegetal em solução hipertônica.
tônico) para o meio de maior concentração (meio hi-
pertônico).
Plasmólise Quando imersas em soluções fortemente hipertôni-
cas, as células vegetais perdem tanta água que a membrana
plasmática pode se descolar da parede celular, acompa-
Meio hipertônico
nhando a redução do volume interno, com retração do
citoplasma. Esse fenômeno é denominado plasmólise, e as
células nesse estado são chamadas plasmolisadas. Quan-
Deplasmólise do são colocadas em meios hipotônicos, essas células vol-
Retração do tam a absorver água e recuperam a turgescência, ou seja,
citoplasma
tornam-se novamente túrgidas. Esse fenômeno é chamado
deplasmólise (fig. 8).
Meio hipotônico

Fig. 8 – Plasmólise e deplasmólise.

Salgando a vida
Delenda est Carthago!, isto é, “Cartago deve ser destruída!”. Com essa frase, o censor ro-
mano Marco Catão recomendava ao Senado de Roma a destruição de Cartago, a capital da
república que sustentou contra Roma as célebres Guerras Púnicas. Em 146 a.C., Cartago foi
finalmente derrotada, arrasada e queimada. E seu solo, salgado.
Mas, afinal, o que há por trás dessa prática de salgar a terra? É que a adição excessiva
de sais ao solo eleva de forma significativa seu potencial osmótico, tornando-o fortemente
hipertônico em relação à solução salina normalmente encontrada nas células vivas. Nessa
condição extrema, as células de uma raiz, além de não conseguirem absorver água do solo,
acabam cedendo-a, por osmose, para o meio ambiente. Isso torna o ambiente pouco hospi-
taleiro e inviabiliza o desenvolvimento das plantas. Fica, assim, esclarecida a simbologia dos
romanos: nem erva daninha nasce mais no terreno conquistado, pois o solo está praticamente
esterilizado para o desenvolvimento de plantas em geral.
Compreende-se, também, o cuidado que os agricultores devem tomar quando é neces-
sário adubar o solo: a adição de sais de nitrogênio, fósforo e potássio, entre outros exemplos
de sais minerais, deve ser feita após uma adequada análise do solo e respeitando-se as reais
necessidades da espécie cultivada – uma adubação mal calculada pode comprometer o
desenvolvimento de uma cultura.
Além de largamente utilizado em temperos alimentares diversos, o sal comum de cozi-
nha (cloreto de sódio) tem sido empregado pelos seres humanos, desde a Antiguidade, para
a conservação de certos alimentos, como carne bovina e peixes.
A salga do peixe, por exemplo, eleva fortemente seu potencial osmótico; assim,
quando bactérias e fungos decompositores entram em contato com a carne, acabam
perdendo para o meio externo, por osmose, grande parte da água de suas células. Logo,
essas formas de vida têm seu metabolismo reduzido, e o alimento é conservado por
mais tempo.

22 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


Transporte ativo
Em uma célula nervosa (neurônio), por exemplo, podemos constatar que a concentração de
íons de sódio (Na1) no meio extracelular é significativamente maior que a concentração desses íons
no meio intracelular.
Inversamente, a concentração de íons de potássio (K1) no meio intracelular é muito maior em
relação ao meio extracelular. Assim, existe uma forte tendência de penetração de Na1 na célula e
saída de K1 para o meio externo.
Esse fenômeno verifica-se durante a propagação do impulso nervoso. Os íons Na1 que pene-
tram na célula são “bombeados” para o meio externo e os íons K1 que saíram da célula são “bom-
beados” para o meio intracelular.
Em ambos os casos, esse “bombeamento” iônico ocorre contra um gradiente de concentra-
ção, ou seja, de um meio em que a concentração de um determinado íon é menor para um meio
em que sua concentração é maior. Para tanto, a célula consome energia metabólica e necessita da
presença de carregadores específicos. A esse tipo de transporte dá-se o nome de transporte ativo.
O transporte ativo confere capacidade seletiva à membrana plasmática, permitindo a entrada
ou a saída de substâncias de acordo com as necessidades da célula. Observe o esquema na figura 9.
Ele sugere que na membrana plasmática ficam incrustadas proteínas que podem atuar como carre-
gadores específicos no transporte ativo.
Proteína

Meio
K+ Na+
extracelular

Membrana
plasmática

Citoplasma

K+
Na+
1 2

Meio
extracelular

Membrana
plasmática

K+ Na+
Citoplasma
FRENTE A
Fig. 9 – Esquema de transporte ativo de sódio e potássio.

No caso, temos a seguinte situação para cada ciclo de bombeamento de sódio e de potássio
BIOLOGIA

(lembrando que o processo consome energia metabólica):


1. A proteína, com uma determinada forma, atua como carregador específico do íon K1.
Ela captura íons K1 do meio extracelular e os libera no interior da célula.
2. A proteína muda sua forma e passa a atuar como carregador específico para o íon Na 1.
Ela captura íons Na1 do interior da célula e os libera no meio extracelular.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 23


As endocitoses
As endocitoses são processos por meio dos quais a célula adquire, do meio externo, par-
tículas grandes ou macromoléculas, que normalmente não seriam absorvidas pela membrana
plasmática por nenhum dos mecanismos já estudados. Esses processos são a fagocitose e a
pinocitose.
Fagocitose
Em se tratando de partículas sólidas, há células que emitem expansões ou projeções
citoplasmáticas denominadas pseudópodes, que gradativamente englobam o material do meio
externo.
Assim, a partícula é envolvida e passa para o interior da célula, onde fica retida dentro de uma
pequena vesícula denominada fagossomo. Esse processo de englobamento de partículas sólidas é
chamado fagocitose.
A fagocitose é muito frequente em células isoladas como as amebas, que se nutrem principal-
mente por meio desse processo. No corpo humano, a fagocitose é comum nos leucócitos, células
do sangue que, por esse mecanismo, englobam e digerem microrganismos que invadem o corpo.
Os leucócitos são, assim, fundamentais para a defesa de nosso organismo.
Pinocitose
No caso de materiais líquidos, a membrana plasmática invagina-se, formando um canal por
onde a partícula líquida penetra. Em seguida, a partícula líquida envolvida destaca-se do canal,
determinando a formação de uma pequena vesícula denominada pinossomo. A esse processo de
englobamento de partícula líquida dá-se o nome de pinocitose.
Posteriormente veremos que, tanto na fagocitose como na pinocitose, as vesículas forma-
das (fagossomos e pinossomos) unem-se a pequenas organelas citoplasmáticas portadoras de
enzimas digestivas denominadas lisossomos. A partícula englobada é então digerida pela célula,
com o consequente aproveitamento de substâncias diversas. O esquema da figura 10 ilustra os
fenômenos descritos.

Fagocitose
Partícula sólida Fagossomo
Pseudópodes

ILUSTRAÇÕES: MASPI/ARQUIVO DA EDITORA


Lisossomos

Pinocitose
Partícula líquida
Canal de pinocitose

Pinossomo

Fig. 10 – Processos de fagocitose e de pinocitose.

24 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


PARA CONSTRUIR

1 Células podem apresentar dois tipos básicos de envoltórios ce- 4 (Uerj) Colocando hemácias humanas em diferentes soluções
lulares: a membrana plasmática e a parede celular. Responda: com concentrações iônicas variáveis, pode-se exemplificar a
influência que o grau de permeabilidade da membrana plas-
a) Em que esses dois tipos de envoltórios diferem na com- mática exerce sobre a célula. As consequências desse experi-
posição química? mento estão demonstradas nos esquemas a seguir.
A membrana plasmática é lipoproteica; a parede celular é de
O esquema que representa o comportamento da hemácia
natureza celulósica nas plantas. ao ser colocada em um meio hipertônico é o de número: a
b) Em que tipos de células esses envoltórios podem ser ob-
servados? 1 2

A membrana plasmática ocorre em todas as células vivas, a


parede celular ocorre em células de plantas, de algas, de fungos
e de certas bactérias.

2 (Uesb-BA) O esquema abaixo representa a estrutura da mem-


3 4
brana plasmática segundo o modelo do mosaico fluido.

Glicolipídio

Fluido extracelular
a) 1.
Colesterol
Glicoproteína b) 2.
c) 3.
d) 4.
Carboidrato 5 (Fuvest-SP) Células vegetais, como as representadas na fi-
gura A, foram colocadas em uma determinada solução e,
no fim do experimento, tinham aspecto semelhante ao da
figura B.
Citoplasma
II
I

I e II correspondem, respectivamente, a moléculas de: d


II
a) carboidratos e fosfolipídios.
I
b) proteínas e fosfolipídios. Solução
c) carboidratos e proteínas. externa III
d) fosfolipídios e proteínas.
e) fosfolipídios e carboidratos.

3 Certas moléculas, como as do gás oxigênio e as do gás carbô-


nico, podem atravessar a membrana plasmática com relativa
facilidade por meio de um processo de difusão simples. Ou-
tras moléculas, como as de glicose, atravessam a membrana Fig. A Fig. B

FRENTE A
plasmática por meio da chamada difusão facilitada. Nos dois
tipos de transporte as substâncias se deslocam a favor de um Comparando as concentrações do interior da célula na situa-
gradiente de concentração. Mas há uma diferença entre es- ção inicial (I), da solução externa (II) e do interior da célula na
ses dois processos. Qual é essa diferença? situação final (III), podemos dizer que: c
BIOLOGIA

Ao contrário do que ocorre na difusão simples, na difusão facilitada a) I é maior que II.
b) I é maior que III.
há participação de substâncias carregadoras, que formam, com as
c) I é menor que II.
moléculas de glicose, no caso, um complexo solúvel em lipídios.
d) I é igual a III.
e) III é maior que II.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 25


6 (Vunesp) No início da manhã, a dona de casa lavou algumas b) Em que situação ocorre esse tipo de transporte?
folhas de alface e as manteve em uma bacia, imersas em A osmose ocorre quando duas soluções de diferentes concen-
água comum de torneira, até a hora do almoço. Com esse trações acham-se separadas por membrana semipermeável.
procedimento, a dona de casa assegurou que as células das
Na osmose, a água desloca-se da solução hipotônica para a
folhas se mantivessem: b
solução hipertônica.
a) túrgidas, uma vez que foram colocadas em meio isotônico.
b) túrgidas, uma vez que foram colocadas em meio hipo-
tônico.
c) túrgidas, uma vez que foram colocadas em meio hiper-
tônico.
d) plasmolizadas, uma vez que foram colocadas em meio c) A que se deve a diferença de comportamento da célula
isotônico. vegetal em relação à célula animal? Explique a diferença
e) plasmolizadas, uma vez que foram colocadas em meio de comportamento, considerando as células em água
hipertônico. destilada e em solução concentrada.
Em água destilada ocorre rompimento das hemácias, ao
7 (Vunesp) Um estudante colocou dois pedaços recém-corta-
contrário do que se verifica nas células vegetais. Isso porque
dos de um tecido vegetal em dois recipientes, I e II, conten-
do solução salina. Depois de algumas horas, verificou que as células vegetais são portadoras de parede celular resistente,
no recipiente I as células do tecido vegetal estavam plasmo- que impede seu rompimento. Em solução salina concentrada, a
lisadas. No recipiente II, as células mantiveram seu tamanho perda de água provoca o murchamento das hemácias. As células
normal. vegetais, por sua vez, também perdem água nessas condições
a) Qual a conclusão do estudante quanto à concentração e a membrana plasmática “descola-se” da parede celular, mostrando
das soluções salinas nos recipientes I e II, em relação ao
o citoplasma retraído.
suco celular do tecido?
A solução I é hipertônica e a II é isotônica.

b) O que significa dizer que em I as células estavam plasmo-


lisadas?
Significa que as células perderam muita água para o meio
externo, e a membrana plasmática “descolou-se” da parede
celular, exibindo citoplasma retraído. 9 (Fuvest-SP) As bananas mantidas à temperatura ambiente
deterioram-se em consequência da proliferação de micror-
ganismos. O mesmo não acontece com a bananada, conser-
8 (Unicamp-SP) Foi feito um experimento utilizando a epider- va altamente açucarada, produzida com essa fruta.
me de folha de uma planta e uma suspensão de hemácias.
Esses dois tipos celulares foram colocados em água destilada a) Explique, com base no transporte de substâncias através
e em solução salina concentrada. Observou-se ao microscó- da membrana plasmática, por que bactérias e fungos
pio que as hemácias, em presença de água destilada, estou- não conseguem proliferar em conservas com alto teor
ravam e, em presença de solução concentrada, murchavam. de açúcar.
As células vegetais não se rompiam em água destilada, mas Na bananada, os microrganismos decompositores (bactérias e
em solução salina concentrada notou-se que o conteúdo ci- fungos) encontram-se em meio hipertônico, com alta concentração
toplasmático encolhia. de açúcar; então, perdem água para o meio externo, por

a) A que tipo de transporte celular o experimento está rela- osmose, desidratam-se e têm seu metabolismo reduzido.
cionado?
Osmose. b) Dê exemplo de outro método de conservação de alimen-
tos que tenha por base o mesmo princípio fisiológico.
A salga de alimentos, como carne bovina e peixes.

26 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


10 (Uespi) Foi comprovado, experimentalmente, que a alga a) Qual é o processo celular realizado pela ameba, que está
Nitella apresenta, em suas células, uma concentração de íons retratado na tirinha? Qual seria o processo realizado se, no
sódio e de íons potássio mais de mil vezes maior do que as lugar do pacote de biscoitos, estivesse retratado na tirinha
concentrações desses íons nas águas dos lagos onde ela vive. um copo de suco?
Com base nesses dados, pode-se concluir que as células des- O processo celular é a fagocitose. Se no lugar dos biscoitos hou-
sa alga absorvem esses íons por: e vesse um copo de suco, o processo celular seria o da pinocitose.
a) osmose.
b) difusão.
c) pinocitose.
d) fagocitose.
e) transporte ativo.

11 (FEI-SP) A membrana plasmática é uma película que envol-


ve o citoplasma de todas as células. Ela controla as trocas de
íons e moléculas entre o interior da célula e o meio externo
(permeabilidade seletiva). Em alguns casos, substâncias pas-
sam pela membrana plasmática através da fagocitose e da
pinocitose. Qual é a diferença entre os dois processos?
Na fagocitose, a célula engloba partículas sólidas do meio circundante,
emitindo pseudópodes. Na pinocitose, as partículas englobadas são b) A que reino pertencem os protozoários? Cite duas ca-
líquidas e o processo ocorre através de canal resultante da invaginação racterísticas típicas dos seres pertencentes a esse grupo
da membrana plasmática. taxonômico.
Os protozoários pertencem ao reino Protoctista. Os protozoários

12 (Ufscar-SP) Leia a tirinha. são seres unicelulares, eucariontes e heterótrofos.

Calvin & Hobbes – Bill Watterson

MATERIAL COMPLEMENTAR
Verifique no Portal SESI os materiais complementares com
atividades relacionadas aos conteúdos deste Capítulo

FRENTE A
Resolução de Problemas

Atividade Experimental
BIOLOGIA

Disponível em: <http://depositodocalvin.blogspot.com>.


Acesso em: 23 jul. 2008. Adaptado.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 11 Para aprimorar: 1 a 10

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 27


Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa
para casa”. As resoluções encontram-se no portal
em Resoluções e Gabaritos. TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

A associação correta é:
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR a) 1 – IV, 2 – II, 3 – I, 4 – III.
b) 1 – II, 2 – III, 3 – IV, 4 – I.
1 (Ufop-MG) A celulose (C6H10O5)n é um hidrato de carbono c) 1 – III, 2 – I, 3 – IV, 4 – II.
que entra na constituição: d) 1 – II, 2 – IV, 3 – III, 4 – I.
a) da clorofila. e) 1 – III, 2 – IV, 3 – I, 4 – II.
b) da parede celular dos vegetais.
c) das células adiposas. 6 (Unifesp) O uso de vinagre e sal de cozinha em uma salada de
d) do citoplasma celular dos animais. alface, além de conferir mais sabor, serve também para elimi-
e) das hemácias. nar microrganismos causadores de doenças, como as ame-
bas, por exemplo. O inconveniente do uso desse tempero é
2 (Ufal) A parede celular e a membrana plasmática apresentam, que, depois de algum tempo, as folhas murcham e perdem
respectivamente, constituição: parte de sua textura. Esses fenômenos ocorrem porque:
a) celulósica e lipoproteica. a) as amebas morrem ao perderem água rapidamente por
b) glicídica e lipídica. osmose. Já as células da alface possuem um envoltório
c) celulósica e proteica. que mantém sua forma mesmo quando perdem água por
d) lipoproteica e glicídica. osmose e, por isso, murcham mais lentamente.
e) proteica e lipoproteica. b) tanto as amebas quanto as células da alface não possuem
barreiras para a perda de água por difusão simples. Ocorre
3 (UFRJ) Desde a Antiguidade, o salgamento tem sido usado que, no caso da alface, trata-se de um tecido e não de
como recurso para evitar a putrefação de alimentos, como um único organismo e, portanto, a desidratação é notada
carne de boi, porco e peixe. Explique o mecanismo por meio mais tardiamente.
do qual o salgamento preserva os alimentos. c) as amebas morrem ao perderem água por osmose, um
processo mais rápido. Em contrapartida, as células da alfa-
4 (Udesc) Algumas partículas podem ser transportadas ativa ce perdem água por difusão facilitada, um processo mais
e passivamente pela membrana plasmática. Com relação a lento e, por isso, percebido mais tardiamente.
isso, assinale a alternativa correta. d) o vinagre, por ser ácido, destrói a membrana plasmática das
amebas, provocando sua morte. No caso da alface, o en-
a) Será passivo, quando o soluto for transportado por osmo-
voltório das células não é afetado pelo vinagre, mas perde
se, a favor de um gradiente de concentração.
água por difusão simples, provocada pela presença do sal.
b) Será passivo, quando seu transporte for realizado por
bombas, com gasto de energia. e) nas amebas, a bomba de sódio atua fortemente capturan-
c) Seu transporte será sempre ativo por difusão facilitada, do esse íon presente no sal, provocando a entrada exces-
com gasto de energia. siva de água e causando a morte desses organismos. As
d) Será ativo, quando o soluto for transportado contra um células da alface não possuem tal bomba e murcham por
gradiente de concentração e com gasto de energia. perda de água por osmose.
e) Será sempre passivo, por pinocitose, sem gasto de 7 (Enem) Alimentos como carnes, quando guardados de manei-
energia. ra inadequada, deterioram-se rapidamente devido à ação de
bactérias e fungos. Esses organismos se instalam e se multipli-
5 (IFAL) Relacione as colunas: cam rapidamente por encontrarem aí condições favoráveis de
temperatura, umidade e nutrição. Para preservar tais alimen-
Coluna A Coluna B tos é necessário controlar a presença desses microrganismos.
I. Célula animal em solução Uma técnica antiga e ainda bastante difundida para preserva-
1. A célula fica túrgida. ção desse tipo de alimento é o uso do sal de cozinha (NaCl).
hipotônica.
II. Célula animal em solução Nessa situação, o uso do sal de cozinha preserva os alimentos
2. A célula diminui seu volume. por agir sobre os microrganismos:
hipertônica.
a) desidratando suas células.
III. Célula vegetal em solução
3. A célula sofre lise. b) inibindo sua síntese proteica.
hipertônica.
c) inibindo sua respiração celular.
IV. Célula vegetal em solução d) bloqueando sua divisão celular.
4. A célula fica plasmolisada.
hipotônica. e) desnaturando seu material genético.

28 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


8 (UFPB) Com relação aos processos pelos quais as substâncias 11 (UFBA) O fenômeno biológico esquematizado a seguir é de-
atravessam as membranas biológicas, pode-se afirmar: nominado:
I. A solução que apresenta maior concentração de soluto,
na osmose, é chamada hipotônica.
II. A bomba de sódio-potássio trabalha contra o gradiente
de concentração dos referidos íons.
III. A difusão é um mecanismo altamente eficiente de distri-
buição de pequenas moléculas e íons a curta distância, a) diapedese. d) micropinocitose.
por não haver “gasto” aparente de energia nesse processo. b) fagocitose. e) plasmocitose.
Está(ão) correta(s): c) pinocitose.
a) I, II e III. d) Apenas I e III.
b) Apenas I e II. e) Apenas II e III. PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
c) Apenas II.
1 (Unip-SP) O esquema abaixo apresenta o modelo do mosai-
9 (Fuvest-SP) A porcentagem em massa de sais no sangue é de co fluido, que atualmente é o mais aceito para a membrana
aproximadamente 0,9%. Em um experimento, alguns glóbu- celular. A seta 1 indica:
los vermelhos de uma amostra de sangue foram coletados e
separados em três grupos. Foram preparadas três soluções, 1

identificadas por X, Y e Z, cada qual com uma diferente con-


centração salina. A cada uma dessas soluções foi adicionado
um grupo de glóbulos vermelhos. Para cada solução, acom-
panhou-se, ao longo do tempo, o volume de um glóbulo ver-
melho, como mostra o gráfico.
Volume do glóbulo vermelho

Solução X
a) lipídio. d) ácido nucleico.
b) proteína. e) actomiosina.
c) carboidrato.

Solução Y 2 (Unifap) A permeabilidade celular consiste no transporte de


substâncias através da membrana plasmática. Para se manter
Solução Z
íntegra e funcional, a célula necessita garantir a entrada de
substâncias úteis à manutenção do seu metabolismo e per-
Tempo mitir a saída de outras, tais como dióxido de carbono (CO2) e
excreções de catabólitos.
Com base nos resultados desse experimento, é correto afir- Leia as proposições, levando em consideração as informa-
mar que: ções do texto. Para encontrar o valor da questão, some as
a) a porcentagem em massa de sal, na solução Z, é menor proposições corretas.
do que 0,9%. (01) A capacidade de ser semipermeável da membrana plas-
b) a porcentagem em massa de sal é maior na solução Y do mática dá-se graças aos canais de proteínas que permitem
que na solução X. que determinadas moléculas e íons atravessem a membrana
c) a solução Y e a água destilada são isotônicas. plasmática.
d) a solução X e o sangue são isotônicos. (02) A permeabilidade seletiva da membrana plasmática
e) a adição de mais sal à solução Z fará com que ela e a solu- deve-se às proteínas carregadoras, que interagem especifica-
ção X fiquem isotônicas. mente com algumas moléculas e íons carregando-os através
FRENTE A
da membrana.
10 (UFG-GO) A incorporação de gotículas no citoplasma, por (04) Substâncias de diferentes composições estão em cons-
invaginação da membrana plasmática, formando vesículas, tante movimento através da membrana e, para que ocorra o
denomina-se: processo de difusão, a membrana deve ser permeável a essas
BIOLOGIA

a) fagocitose. substâncias.
b) clasmocitose. (08) Para que ocorra a difusão simples, é necessário que haja
c) endocitose. uma diferença na concentração da substância dentro e fora
d) pinocitose. da célula. Por exemplo, como as células estão sempre consu-
e) plasmólise. mindo O2, a concentração no interior da célula é sempre alta.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 29


3 (Unifor-CE) Hemácias foram colocadas em três tubos de en- a) I e II. d) III e I.
saio contendo uma solução de NaCl. Após algum tempo, as b) I e III. e) III e II.
hemácias estavam: c) II e I.
enrugadas no tubo I; 6 (Fuvest-SP) Medidas de concentração de íons de sódio (Na+)
normais no tubo II; e de potássio (K+), dentro e fora dos neurônios gigantes de
rompidas no tubo III. lula, revelaram:
Assinale, na tabela abaixo, a alternativa correta quanto à con-
centração da solução de NaCl nos três tubos de ensaio. Concentração Concentração no
Íon
citoplasmática meio extracelular
Tubo I Tubo II Tubo III
Na1 50 440
a) Hipertônica Hipotônica Isotônica K1 400 20
b) Hipertônica Isotônica Hipotônica
Se os neurônios são expostos a um bloqueador respiratório,
c) Isotônica Hipertônica Hipotônica como o cianeto, a concentração de sódio rapidamente se
iguala dentro e fora da célula, o mesmo ocorrendo com o
d) Hipotônica Isotônica Hipertônica
potássio. Em condições normais, qual o mecanismo respon-
e) Hipotônica Hipertônica Isotônica sável pela manutenção da diferença entre as concentrações
iônicas dentro e fora do neurônio?
4 (UFG-GO) Uma célula vegetal é colocada em determinada so- a) Difusão, pela qual íons podem atravessar a membrana es-
lução. Após três horas, a célula apresenta-se como na figura: pontaneamente.
b) Osmose, pela qual apenas a água atravessa a membrana
espontaneamente.
c) Transporte ativo, pelo qual íons atravessam a membrana
com gasto de energia.
d) Fagocitose, pela qual a célula captura partículas sólidas.
e) Pinocitose, pela qual a célula captura gotículas.

Podemos dizer que a solução era: 7 (UFPE) Medindo-se a concentração de dois importantes íons,
a) hipotônica e a célula sofreu plasmólise. Na+ e K+, observa-se maior concentração de íons Na+ no meio
b) hipotônica e a célula sofreu deplasmólise. extracelular do que no meio intracelular. O contrário acontece
c) hipertônica e a célula sofreu deplasmólise. com os íons K+. Íons de Na+ são capturados do citoplasma para
d) hipertônica e a célula sofreu plasmólise. o meio extracelular, e íons de K+ são capturados do meio extra-
celular para o meio intracelular, como mostrado na figura. Esse
5 (Fuvest-SP) A figura abaixo representa uma célula de uma processo é conhecido como:
planta jovem.
+ +
+ Na K
+ Na
Na Na
+ +
Na Na
+
+
Na + +
K Na
+
K
+ +
Na Na +
Na
+
Na
+ Na
+
+ Na
K ATP
K+
Considere duas situações: P

1) a célula mergulhada numa solução hipertônica;


2) a célula mergulhada numa solução hipotônica. ADP

Dentre as figuras numeradas de I a III, quais representam o K


+
P
aspecto da célula, respectivamente, nas situações 1 e 2? P +
Na
P

+
K

30 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


a) difusão facilitada por permeases intracelulares. Reproduza a alternativa correta:
b) osmose em meio hipertônico. a) A substância A difunde-se livremente através da membra-
c) difusão simples. na; já a substância B entra na célula por um transportador
d) transporte ativo. que, ao se saturar, mantém constante a velocidade de
e) transporte por poros da membrana plasmática. transporte através da membrana.
b) As substâncias A e B atravessam a membrana da mesma
8 (UFRR – Adaptada) Temperar salada de alface, tomate e ce-
forma, porém a substância B deixa de entrar na célula a
bola com azeite, vinagre ou limão, pimenta-do-reino e sal é
partir da concentração de 2 mg/ml.
prática comum. Algum tempo depois de temperadas, as ver-
c) A quantidade da substância A que entra na célula é di-
duras da salada murcham. Considere as afirmativas abaixo e
retamente proporcional à sua concentração no meio
indique o que ocorre.
extracelular, e a de B, inversamente proporcional.
I. As células dos vegetais são submetidas a um meio hiper- d) As duas substâncias penetram na célula livremente, por
tônico. um mecanismo de difusão facilitada, porém a entrada da
II. As células dos componentes da salada perdem água por substância A ocorre por transporte ativo, como indica sua
osmose. representação linear no gráfico.
III. O meio está menos concentrado que as células das ver-
duras. 10 (Acafe-SC) A tabela a seguir resume os vários mecanismos
a) As afirmativas I e II. envolvidos na entrada e saída de substâncias da célula.
b) As afirmativas I, II e III. Trocas entre a célula e o meio:
c) Somente a afirmativa II.
d) Somente a afirmativa III.
Condições para ocorrer
e) Somente a afirmativa I. Processos Exemplos
tipos de processo
9 (Unicamp-SP) Hemácias de um animal foram colocadas em Partículas movem-se de
meio de cultura em vários frascos com diferentes concentra-
1 gradiente de maior para de 02, CO2
ções das substâncias A e B, marcadas com isótopo de hidro-
Transporte menor concentração.
gênio. Dessa forma os pesquisadores puderam acompanhar
a entrada dessas substâncias nas hemácias, como mostra o passivo Precisa existir gradiente de
Difusão Açúcares simples,
gráfico apresentado a seguir. concentração e proteína
facilitada aminoácidos
carregadora.
Transporte ativo 2 Íons como K1 e Na1
4
3 Captura de partículas líquidas. Macromolécula
3,5
Endocitose Restos de estruturas
3 4 Captura de partículas sólidas.
Velocidade de transporte

celulares
2,5
B
2 A alternativa verdadeira que completa o quadro, de 1 a 4,
A respectivamente, é:
1,5
a) osmose simples – sem gasto de energia – exocitose –
1 fagocitose;
b) osmose – sem gasto de energia – exocitose – pinocitose;
0,5
c) difusão – com gasto de energia - fagocitose – exocitose;
d) difusão simples – com gasto de energia – pinocitose –
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 fagocitose;
Concentração no meio extra celular (mg/mL)
e) osmose – sem gasto de energia – fagocitose – pinocitose.

FRENTE A
ANOTAÇÕES
BIOLOGIA

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 31


CAPÍTULO

3 CITOPLASMA

Objetivos: O citoplasma compreende a região da célula entre a membrana plasmática e o núcleo. Nas
células vivas, o citoplasma é preenchido por um líquido gelatinoso denominado citosol, também
c Reconhecer a
conhecido por hialoplasma, citoplasma fundamental ou matriz citoplasmática. Imersas no citosol,
importância do citosol
encontram-se as organelas celulares.
e dos diversos tipos
de organelas celulares

DR. TORSTEN WITTMANN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK


para a atividade
celular.

c Diferenciar os tipos
básicos de padrões
celulares em relação
às organelas celulares
que podem apresentar.

Fig. 1 – Micrografia de duas células de


fibroblasto, coloridas artificialmente,
mostrando o citoesqueleto – composto
de microtúbulos (amarelo) e filamentos
de actina (roxo) – e o núcleo (verde).
(Ampliação: 1 030 vezes, em microscopia
de fluorescência.)

32 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


O CITOSOL
O citosol contribui para a adaptação da célula às diferentes condições ambientais, apresentando
elasticidade, contratibilidade e mobilidade interna. Constituído, sobretudo, de água e de proteínas, o
citosol é em geral mais denso (estado de gel) na parte extrema da célula; na parte interna, mostra-se
mais fluido em estado de sol.
Os estados gel e sol podem sofrer mudanças, e um transformar-se no outro, principalmente
durante os movimentos citoplasmáticos, como:
Movimento ameboide – O estado gel transforma-se em estado sol numa determinada região
da célula, acarretando a formação de uma corrente citoplasmática com o deslizamento do
conteúdo celular. A membrana plasmática emite projeções temporárias, denominadas pseudó-
podes, que permitem a locomoção da célula e a captura de partículas alimentares. As transfor-
mações gel ←→
 sol são reversíveis, de acordo com as necessidades celulares.
Ciclose – É o movimento do citosol principalmente em estado sol. Forma-se uma corrente que
carrega as diversas organelas celulares e distribui substâncias ao longo do citoplasma.

O citoesqueleto
No citosol das células eucariotas, pode-se observar, ao microscópio eletrônico, inúmeros mi-
crofilamentos e microtúbulos ocos de natureza proteica, que contribuem para a manutenção da
estrutura da célula, dando sustentação às organelas celulares; por isso, o conjunto desses microfila-
mentos e microtúbulos é denominado citoesqueleto. Veja a figura 1 na página anterior.
Os microfilamentos, constituídos por proteínas contráteis chamadas actina, têm significativa
participação na contração das células musculares, nos movimentos ameboides e na ciclose celular;
sem a capacidade contrátil da actina, tais processos ficariam inviabilizados na célula.
Os microtúbulos ocos, constituídos de proteínas denominadas tubulina, organizam as fibras
proteicas que orientam o movimento dos cromossomos durante a divisão celular, além de participar
da formação de centríolos, cílios e flagelos, como veremos adiante.

AS ORGANELAS CELULARES
As organelas – ou orgânulos – celulares são estruturas citoplasmáticas especializadas na rea-
lização de determinadas funções que permitem a manutenção da vida na célula. São elas: retículo
endoplasmático, ribossomos, complexo golgiense, lisossomos, plastos, mitocôndrias, vacúolos, cen-
tríolos e peroxissomos.

O retículo endoplasmático
Estudos utilizando a microscopia eletrônica revelaram a presença, no interior do citoplasma,
de uma estrutura formada por membranas lipoproteicas que foi denominada retículo endoplas-
mático (RE). Essas membranas envolvem cavidades que apresentam formas variadas, achatadas ou
tubulares, por exemplo.
De modo geral, o RE é pouco desenvolvido em células com pequena atividade metabólica
(como as células adiposas, que armazenam gorduras) e bem desenvolvido em células de grande
atividade metabólica, como os osteoblastos, células ósseas que sintetizam quantidades relativamente
grandes da proteína colágeno.
As membranas do RE podem ou não conter ribossomos aderidos em sua superfície externa.
A presença dos ribossomos confere uma aparência rugosa à membrana do RE; na ausência desses
grânulos, a membrana exibe um aspecto liso. Portanto, existem dois tipos básicos de RE: o não gra-
nuloso (antes chamado RE liso) e o granuloso (antes chamado RE rugoso). FRENTE A

Retículo endoplasmático não granuloso (liso)


O retículo endoplasmático não granuloso (RENG) auxilia na circulação intracelular, permitindo
BIOLOGIA

maior deslocamento de substâncias diversas de uma região para outra do citoplasma. Ele pode
apresentar em suas cavidades enzimas associadas à síntese de certos lipídios (como os esteroides,
que formam hormônios sexuais) e enzimas que promovem a degradação de certas substâncias
tóxicas, contribuindo, assim, com a desintoxicação do organismo. Em células musculares, o RENG
pode armazenar íons de cálcio que, ao serem liberados no citosol, participam da contração muscular.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 33


Retículo endoplasmático granuloso (rugoso)
O retículo endoplasmático granuloso (REG) apresenta inúmeros ribossomos, que são organe-
las fundamentais à síntese proteica e constituídas de ribonucleoproteínas (RNA 1 proteínas). Os
ribossomos podem estar dispersos pelo citoplasma ou associados à membrana do REG. Por estar
associado à síntese proteica, o retículo endoplasmático granuloso também é denominado ergasto-
plasma (do grego ergazomai, “elaborar”). Veja a figura 2.

CNRI/SCIENCE PHOTO LIBRARY/


LATINSTOCK
A B
Ribossomos NÚCLEO
MASPI/ARQUIVO DA EDITORA

Fig. 2 – Ergastoplasma: esquema em corte A


e visão ao microscópio eletrônico B. Observe
o retículo endoplasmático (em vermelho).
(Ampliação: 3 900 vezes para 6 3 7 cm.)

Complexo golgiense
Em 1898, o citologista italiano Camillo Golgi (1843-1926), usando métodos de impregnação por
prata e ósmio, descobriu no citoplasma de células nervosas de gatos uma estrutura reticular que re-
cebeu o nome de complexo reticular de Golgi, atualmente denominada complexo golgiense. Essa
estrutura consiste em um sistema de membranas lisas que formam sáculos achatados e empilhados
(fig. 3).
Nas células vegetais, existem vários conjuntos de sáculos empilhados espalhados no citoplasma
e cada um deles é denominado dictiossomo e golgiossomo.
Funções do complexo golgiense
Armazenamento de proteínas – A síntese de proteínas na célula ocorre no REG ou em ribos-
somos livres no citosol. Muitas dessas proteínas migram até o complexo golgiense e são armazenadas
no interior de seus sáculos. Por isso, entende-se o fato de o complexo golgiense ser especialmente bem
desenvolvido em células que têm alta atividade proteica.
No pâncreas, existem pequenas estruturas glandulares denominadas ácinos, que produzem
as enzimas digestivas do suco pancreático. As células dos ácinos, com alta atividade na síntese
proteica, possuem REG e complexo golgiense bem desenvolvidos.

SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK


B
Vesículas que se desprendem do complexo golgiense
INGEBORG ASBACH/ARQUIVO DA EDITORA

A
Vesícula em
brotamento

Sáculos empilhados

Fig. 3 – Complexo golgiense: esquema em corte A e visão ao microscópio


eletrônico B. (Ampliação: 12 500 vezes para 10 cm de comprimento.)

34 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


Experimentos com aminoácidos radioativos permitiram descrever o trajeto percorrido pelos
aminoácidos no interior de uma célula secretora do pâncreas. Assim, ao fornecer aminoácidos ra-
dioativos a células desse tipo, a radioatividade é primeiramente detectada no REG. As células utilizam,
então, os aminoácidos como matéria-prima na síntese de proteínas; no caso, enzimas com função
digestiva.
Em seguida, o material radioativo começa a aumentar no complexo golgiense. Isso sugere que
as proteínas produzidas no REG migraram para o complexo golgiense, onde ficam temporariamente
armazenadas.
Logo depois, verifica-se a presença do material radioativo em vesículas de secreção, ou grãos
de zimogênio, estruturas que se formam e se desprendem do complexo golgiense, portadoras de
grande quantidade de proteínas. Isso indica que as proteínas armazenadas nesse complexo foram
processadas para “exportação”. Finalmente, os grãos de zimogênio liberam as proteínas produzidas
para fora da célula, “exportando-as”.
Com base em estudos como esse, constatou-se que o complexo golgiense realiza secreção celu-
lar, já que produz substâncias que são liberadas pela célula e que podem ser processadas pelo organis-
mo. Entre essas substâncias de natureza proteica estão as glicoproteínas, substâncias que participam,
por exemplo, da constituição de um produto lubrificante denominado muco. Observe a figura 4.
Organização do acrossomo nos espermatozoides – O acrossomo é uma estrutura situada
na cabeça dos espermatozoides; forma-se a partir do acoplamento do complexo golgiense com
o núcleo do espermatozoide. Ele contém enzimas que promovem a perfuração do invólucro do
óvulo por ocasião da fecundação. Observe a figura 5, que mostra as principais etapas da formação
do acrossomo.

Proteínas (enzimas)
“exportadas”

Sáculos Núcleo do
lameliformes Grânulos Acrossomo
Vesículas espermatozoide
repletas de
Complexo
enzimas
golgiense
ILUSTRAÇÕES: INGEBORG ASBACH/ARQUIVO DA EDITORA

Retículo
Os sáculos Inúmeras Os grânulos
endoplasmático
lameliformes vesículas fundem-se,
granuloso
agrupam-se “brotam” formando o
ao redor do dos sáculos acrossomo.
núcleo. lameliformes,
formando
grânulos.
Cauda

Núcleo
celular

FRENTE A
Mitocôndria Acrossomo

Núcleo
BIOLOGIA

Fig. 4 – A rota retículo endoplasmático granuloso → Fig. 5 – Esquema de formação de acrossomo de um espermatozoide.
complexo golgiense → vesículas de secreção (grãos
zimogênio) indica que os aminoácidos radioativos foram
utilizados na síntese de proteínas de exportação.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 35


PARA CONSTRUIR

1 (PUC-RS) Um biólogo introduziu no citoplasma de amebas 4 (PUC-SP) A estrutura apontada pela seta 1 é derivada: c
certa droga capaz de despolimerizar as proteínas do citoes-
1
queleto. Em suas observações, ele notou que amebas des-
providas de citoesqueleto íntegro ficavam impedidas de
Cauda
realizar muitas funções, exceto: e Peça
intermediária Cabeça
a) locomoção.
b) divisão. a) do conjunto de lisossomos.
c) fagocitose. b) da membrana nuclear.
d) ciclose. c) do complexo golgiense.
e) osmose. d) das mitocôndrias.
2 (UEL-PR) Considere o seguinte texto: 5 (Cesgranrio-RJ) Após a injeção de leucina marcada (radioati-
Em seu processo de diferenciação, os eritroblastos da va) em um animal de laboratório, o aminoácido é observado
medula óssea vermelha sintetizam grande quantidade de inicialmente em proteínas, ao nível do retículo endoplasmáti-
hemoglobina, transformando-se em eritrócitos que passam co granuloso. A seguir, ele é observado também no comple-
para a corrente sanguínea. xo golgiense. Finalmente, toda a radiatividade é encontrada
em grânulos de secreção provenientes de vesículas que se
O texto permite concluir que os eritroblastos são células: a destacam do complexo golgiense e, no caso de células
a) ricas em ribossomos. secretoras, acumulam-se em um dos polos das células. Essas
b) ricas em lisossomos. observações permitem concluir que: d
c) dotadas de cílios.
a) não há participação do núcleo no processo de síntese
d) dotadas de flagelos.
proteica.
e) com reservas de gorduras.
b) a ordenação de todo o processo de síntese proteica na
3 (UFPB) Relacione as organelas celulares retículo endoplas- célula só depende do retículo endoplasmático.
mático granuloso e complexo golgiense, considerando as c) os ribossomos e polissomos livres no citoplasma não são
funções por elas desempenhadas em uma célula secretora funcionais.
do pâncreas (esquematizada a seguir), onde são sintetiza- d) o aparelho ou complexo golgiense funciona no acúmulo
das enzimas digestivas que farão parte do suco pancreático. e na concentração de proteínas para exportação.
e) os produtos de síntese proteica são necessariamente se-
Grânulos de secreção gregados (eliminados) pela célula.
Complexo
golgiense
ANOTAÇÕES

Retículo
endoplasmático
granuloso

Ribossomos

O retículo endoplasmático granuloso sintetiza proteínas que


migram para o complexo golgiense, onde ficam temporariamente
armazenadas. Logo depois, essas proteínas passam para vesículas
de secreção, estruturas que se formam e se desprendem do
complexo golgiense, e são eliminadas da célula. Trata-se, portanto,
de proteínas de exportação.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 e 2 Para aprimorar: 1 e 2

36 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


Os lisossomos
Como são proteínas, as enzimas são sintetizadas no REG ou em ribossomos livres no citosol.
Distribuídas pelo REG, algumas enzimas migram até o complexo golgiense, onde ficam armazenadas.
Do complexo golgiense desprendem-se vesículas cheias de enzimas digestivas, que podem ser expor-
tadas pela célula ou promover a digestão de substâncias englobadas por fagocitose ou pinocitose.
Nesse último caso, essas pequenas vesículas portadoras de enzimas digestivas são denominadas
lisossomos ou lisossomos primários.
Como vimos anteriormente, quando um leucócito do sangue humano ou uma ameba engloba
uma bactéria ou uma partícula alimentar por fagocitose, emitindo pseudópodes, forma-se no interior
da célula um pequeno vacúolo denominado fagossomo, que contém o material englobado. Então,
os lisossomos aproximam-se do fagossomo e com ele se fundem, liberando suas enzimas digestivas.
Assim, forma-se o vacúolo digestório, também chamado de lisossomo secundário.
A digestão do material ingerido e a consequente absorção das substâncias aproveitáveis pela
célula ocorrem no interior do vacúolo digestório. Após a absorção das partículas úteis, restarão no
interior do vacúolo digestório resíduos diversos, que devem ser eliminados para o meio externo. O
vacúolo digestório passa, então, a ser denominado vacúolo residual. Esse vacúolo dirige-se até a
periferia da célula, onde, fundindo-se à membrana plasmática, lança para o exterior os resíduos di-
gestórios. A esse fenômeno dá-se o nome de exocitose. Observe o esquema apresentado na figura 6.
Autofagia
Quando há alguma organela funcionalmente inativa ou em casos de subnutrição, a célula pode
digerir parte de seus próprios componentes, o que permite a utilização de suas próprias substâncias
como fonte de energia ou como material de renovação de seus constituintes essenciais. Assim, os
lisossomos podem promover a digestão, por exemplo, de uma mitocôndria inativa. O vacúolo for-
mado pela fusão dos lisossomos com o componente celular chama-se vacúolo autofágico.
A autólise ou citólise
A ruptura dos lisossomos no interior da célula pode acarretar a sua destruição. Essa autodes-
truição celular (autólise) explica certos fenômenos biológicos.
A silicose é uma doença pulmonar que se manifesta em pessoas que aspiram regularmente
pó de sílica, como ocorre muitas vezes com trabalhadores de minas ou pedreiras. O pó de sílica
compromete a estabilidade da membrana lisossômica; em consequência, os lisossomos liberam suas
enzimas digestivas no interior da célula, promovendo a autólise. Esse fato conduz à formação de um
tecido fibroso nos pulmões, com a consequente redução da superfície respiratória.
A regressão da cauda do girino, fase larval de animais como os sapos, é outro exemplo de au-
tólise. Durante a metamorfose, a cauda do girino vai se degenerando em virtude da ação digestiva
das enzimas lisossômicas. As substâncias que resultam da digestão das células da cauda entram na
circulação sanguínea e são aproveitadas pelo animal em desenvolvimento.

Partícula Vacúolo
MASPI/ARQUIVO DA EDITORA

Fagossomo
sólida residual

Lisossomos

Deslocamento do FRENTE A
Fagocitose Fusão Digestão Absorção vacúolo residual até
a periferia celular
Exocitose
Pseudópodes
BIOLOGIA

Vacúolo
Fig. 6 – Esquema do digestório
ciclo lisossômico.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 37


Os plastos
Os plastos são organelas citoplasmáticas encontradas em células de plantas e de algas. Os prin-
cipais tipos de plastos são os leucoplastos e os cromoplastos.
Leucoplastos
Os leucoplastos são plastos incolores, desprovidos de pigmentos, que se caracterizam pelo
acúmulo de substâncias nutritivas (fig. 7).

INGEBORG ASBACH/ARQUIVO DA EDITORA


Batata

Leucoplasto
armazenando
amido

Fig. 7 – Exemplo de leucoplasto.

Cromoplastos
Os cromoplastos são plastos coloridos, portadores de pigmentos diversos. Entre esses pigmen-
tos destacamos:
as clorofilas – são os mais importantes pigmentos dos plastos. Absorvem a energia luminosa,
indispensável para que ocorra a fotossíntese.
os carotenoides – são pigmentos de coloração amarelada, alaranjada ou avermelhada. Atuam em
associação com as clorofilas, participando também do mecanismo de absorção da luz. Existem
dois tipos básicos desses pigmentos: os carotenos (alaranjados ou avermelhados) e as xantofilas
(amareladas).
Cloroplastos
Os cloroplastos são plastos verdes, responsáveis pela realização da fotossíntese. Essas organelas
possuem vários tipos de pigmentos. Entre eles estão as clorofilas, que absorvem a energia luminosa.
A fotossíntese pode ser equacionada da seguinte maneira:
luz
6 CO2 1 12 H2O ⎯→ C6H12O6 1 6 O2 1 6 H2O
clorofila

A equação da fotossíntese indica que os seres clorofilados produzem glicose (C6H12O6) a partir
de substâncias relativamente simples (CO2 e H2O) e energia luminosa.
Numa planta, os cloroplastos, geralmente, ocorrem nas células fotossintetizantes da folha.
O cloroplasto apresenta uma membrana externa dupla, que envolve uma matriz incolor, cons-
tituída basicamente de água e de proteínas, denominada estroma.

38 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


No estroma, existem ácidos nucleicos (DNA e RNA) e ribossomos. Isso indica a presença de
um sistema genético próprio dos cloroplastos, o que lhes confere uma autonomia relativa dentro
da célula.
Mergulhadas no estroma estão as lamelas lipoproteicas, placas achatadas que se formam da
membrana envolvente. As lamelas, por sua vez, organizam uma série de estruturas em forma de
discos denominadas tilacoides.
Os pigmentos relacionados com a fotossíntese encontram-se depositados sobre os tilacoides,
que se apresentam com uma disposição que lembra uma “pilha de moedas”, em que a “pilha” é
denominada granum e cada “moeda” é um tilacoide.
O conjunto de granum, palavra latina que significa “grão”, é denominado grana. Observe a
figura 8.
BIOPHOTO ASSOCIATES/PHOTO RESEARCHERS, INC./LATINSTOCK

Fig. 8 – Estrutura do cloroplasto vista ao microscópio


eletrônico. (Ampliação: 60 mil vezes para 7 3 8 cm.)

BLUERINGMEDIA/SHUTTERSTOCK
Estroma

Granum

Tilacoide

FRENTE A
BIOLOGIA

Lamela
Fig. 9 – Estrutura dos
grana de um cloroplasto.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 39


PARA CONSTRUIR

6 (Cesgranrio-RJ) Os lisossomos participam de processos intra- 9 Nas células vegetais existem organelas citoplasmáticas – os
celulares que podem ser resumidos da seguinte maneira: plastos –, que apresentam estruturas e funções específicas.
I. Partículas provenientes do meio externo, incluídas em Responda às questões a seguir.
fagossomos, são desdobradas em substâncias utilizáveis a) Em que órgãos vegetais encontram-se leucoplastos e clo-
pelas células. roplastos?
II. Na ausência de nutrição adequada, algumas estruturas, Os leucoplastos são observados principalmente em células de
como as mitocôndrias e os componentes do retículo en-
órgão de reserva. Os cloroplastos existem principalmente nas
doplasmático, são digeridas e o seu material é aproveita-
células das folhas.
do em outras funções essencialmente vitais.
III. Pelo estímulo de substâncias ou ações lesivas, os lisossomos
podem ser rompidos, havendo destruição e morte celular.
Os três processos acima descritos são denominados, respecti-
vamente: a
a) fagocitose, autofagia e autólise.
b) fagocitose, digestão intracelular e autofagia.
c) autofagia, necrose e autólise.
d) autólise, autofagia e hidrólise.
e) digestão intracelular, necrose e digestão extracelular.

7 (IFTM-MG) O número excessivo de veículos torna-se um proble-


ma preocupante devido à grande emissão de poluentes resul-
tantes da utilização de combustíveis fósseis. Pesquisas recentes
também alertam para o perigo da silicose nas grandes cidades.
As pastilhas de freio dos automóveis liberam partículas de sílica
que ficam em suspensão e podem ser inspiradas pelas pessoas,
podendo, eventualmente, causar a silicose. Nessa doença, as par-
tículas de silício rompem a membrana de uma organela levando b) Em que diferem essas organelas quanto à função que
à destruição generalizada de células pulmonares. A doença pro- apresentam nas células?
voca grave reação inflamatória e fibrose pulmonar, que determi- Os leucoplastos acumulam substâncias nutritivas, como o amido.
na incapacidade para o trabalho, invalidez, aumento da susce- Os cloroplastos realizam a fotossíntese.
tibilidade à tuberculose e ao câncer. A organela citoplasmática
responsável pela destruição das células pulmonares na silicose é:
a) o ribossomo. b
b) o lisossomo.
c) a mitocôndria.
d) o complexo golgiense.
e) o retículo endoplasmático liso.

8 (UEL-PR) Considere a seguinte descrição:


Originam-se a partir do complexo golgiense essas bol-
sas membranosas que contêm enzimas capazes de digerir
diversas substâncias orgânicas.
Tais bolsas correspondem: d
a) aos cloroplastos.
b) ao citoesqueleto.
c) às mitocôndrias.
d) aos lisossomos.
e) aos centríolos.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 3 e 4 Para aprimorar: 3 e 4

40 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


As mitocôndrias
Os seres vivos, como você sabe, necessitam de energia para desempenhar suas atividades. Os seres
clorofilados, por meio da fotossíntese, transformam a energia luminosa em energia química e a armaze-
nam na forma de compostos orgânicos. É essa energia armazenada, por meio da fotossíntese, que será
cedida para a manutenção de vida nas células dos organismos. O fenômeno bioquímico pelo qual as
células retiram a energia acumulada nas substâncias orgânicas denomina-se respiração celular.
Nos seres aeróbios, isto é, que utilizam gás oxigênio (O2) no processo respiratório, a degradação
das moléculas orgânicas realiza-se, basicamente, em três etapas. A primeira etapa ocorre no citosol,
sem a participação de O2; a segunda e a terceira etapas, com a participação de O2, ocorrem no interior
das mitocôndrias.
As mitocôndrias, portanto, constituem “usinas de energia”, em que a matéria orgânica é “moída”
e fornece ao metabolismo celular a energia química acumulada em suas ligações.
Observada ao microscópio eletrônico, cada mitocôndria revela a presença de duas membranas
limitantes: uma externa (lisa) e outra interna, que forma na cavidade mitocondrial um complexo
sistema de pregas, denominadas cristas, conforme mostra o esquema da figura 10. Na cavidade
interna da mitocôndria, há uma matriz que, tal como o cloroplasto, contém ácidos nucleicos (DNA
e RNA) e ribossomos. Graças à presença
dos ácidos nucleicos e dos ribossomos, Membrana interna

tais organelas – mitocôndrias e cloro-


plastos – são capazes de se duplicar e
DNA
produzir proteínas.
As cristas são dobramentos que
aumentam a superfície da membrana
interna das mitocôndrias. Esse aumento
na superfície é importante, uma vez que
as cristas abrigam numerosas enzimas e
pigmentos relacionados com o processo
respiratório. Assim, células metabolica- Ribossomo
mente muito ativas apresentam, em ge-
ral, mitocôndrias dotadas de numerosas Membrana
cristas internas.

3D CLINIC/GETTY IMAGES
externa
As mitocôndrias movimentam-se
de forma passiva, acompanhando a ci-
close celular, ou de forma ativa, por mo- Matriz
vimentos próprios. É comum, por exem-
plo, a presença de muitas mitocôndrias
em regiões da célula com alta atividade
metabólica. Crista

Fig. 10 – Ultraestutura de uma


mitocôndria, com base em sua
visualização ao microscópio eletrônico.
Cloroplastos e mitocôndrias
Desde a descoberta das organelas citoplasmáticas, os biólogos vêm pesquisando a ori-
gem evolutiva desses componentes, como as mitocôndrias e os cloroplastos. Uma das hipó-
teses mais divulgadas para explicar a origem de mitocôndrias e de cloroplastos sugere que
tais organelas sejam oriundas de organismos primitivos procariontes que foram fagocitados
FRENTE A
no passado por células maiores e passaram a estabelecer com elas uma relação de benefícios
mútuos. Assim, enquanto as mitocôndrias teriam se originado de antigas bactérias heterótro-
fas, os cloroplastos teriam surgido de cianobactérias (bactérias fotossintetizantes) fagocitadas.
Existem algumas evidências que sustentam essa hipótese. As mitocôndrias, por exemplo,
BIOLOGIA

possuem DNA e RNA e são capazes de se duplicar. Além disso, o DNA das mitocôndrias é
circular e muito parecido com o das bactérias; suas cristas lembram certas dobras da mem-
brana plasmática bacteriana (denominadas mesossomos) que, como as cristas mitocondriais,
abrigam enzimas associadas à respiração.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 41


DNA mitocondrial e matrilinhagem
A análise de DNA mitocondrial tem sido aplicada em testes de identificação de pa-
rentesco. O DNA mitocondrial não traça a linhagem paterna (patrilinhagem), mas permite
rastrear a linhagem materna (matrilinhagem) de uma pessoa, seja do sexo masculino, seja do
feminino. Isso ocorre porque uma pessoa nunca herda DNA mitocondrial do pai e, portanto,
dos demais ancestrais paternos, pois a participação do espermatozoide (gameta masculino)
na formação da célula-ovo ou zigoto, que dará origem a um novo indivíduo, limita-se basi-
camente ao fornecimento do material genético contido nos cromossomos do núcleo. As
organelas do espermatozoide não entram na formação do zigoto.
No entanto, o óvulo fecundado (gameta feminino), além de fornecer material genético
cromossômico para a formação do zigoto, mantém suas organelas citoplasmáticas ativas no
zigoto. Nesse caso, as mitocôndrias presentes no óvulo duplicam-se e são transmitidas para
as demais células, que vão organizar o novo indivíduo. Assim, o DNA mitocondrial de uma
pessoa tem sempre ancestralidade materna: mãe, avó materna, bisavó materna e assim por
diante. Logo, pela análise do DNA mitocondrial, mesmo na ausência dos pais, pode-se saber
se uma criança é neta de uma suposta avó materna.

Os vacúolos
Os vacúolos são estruturas saculiformes encontradas em diversos tipos de células.
Nas plantas, os vacúolos de suco celular são, nas células jovens, pequenos e numerosos. Mas,
à medida que a célula vai crescendo e se diferenciando, esses vacúolos vão se fundindo e, em geral
originam, nas células adultas, um único e volumoso vacúolo que ocupa normalmente uma posição
central, deslocando o núcleo para a parte mais periférica da célula (fig. 11).

Núcleo

Vacúolo

MOPIC/SHUTTERSTOCK

Fig. 11 – Esquema de uma


célula vegetal adulta.

42 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


Externamente, os vacúolos de suco celular são delimitados por uma membrana lipopro-
teica. No interior desses vacúolos, encontra-se o suco vacuolar, meio aquoso que pode conter
açúcares, óleos, sais, pigmentos e outras substâncias.
Nas células vegetais, os vacúolos de suco celular promovem o armazenamento de subs-
tâncias diversas e participam da regulação osmótica. Conforme o suco vacuolar seja hipo ou
hipertônico em relação à solução do meio externo à célula, a água pode sair da célula, ou
entrar nela, por osmose.
Além dos vacúolos de suco celular, outros tipos de

ROLAND BIRKE/GETTY IMAGES


vacúolos podem ser encontrados nos seres vivos. É o caso A
dos vacúolos digestórios, relacionados com a digestão Vacúolo
pulsátil
intracelular, e dos grandes vacúolos que armazenam gor-
dura em nossas células adiposas sob a pele.
Núcleo
Outro exemplo interessante dessas organelas são os
vacúolos pulsáteis ou contráteis, encontrados entre os
protozoários de água doce, como amebas e paramécios
(fig. 12). Nesses organismos, o fluido citoplasmático é Vacúolo
hipertônico em relação ao meio em que vivem. Assim, pulsátil
ocorre um contínuo fluxo de água, por osmose, do meio
ambiente para o interior da célula, o que poderia pro-
vocar sua ruptura, não fosse a atividade reguladora do
vacúolo pulsátil, que atua recolhendo o excesso de água
que penetrou na célula e, por meio de movimentos de
pulsação, a elimina para o meio externo.

Fig. 12 – Exemplos de vacúolos (pulsáteis) encontrados


entre os protozoários de água doce, como o paramécio
(imagem A) e a ameba (micrografia B). (Ampliação:
85 vezes para 35 mm, em microscópio óptico.)

ASTRID HANNS-FRIEDER MICHLER/SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK


B

Vacúolo
pulsátil

Núcleo

FRENTE A
BIOLOGIA

Os protozoários marinhos geralmente não apresentam vacúolos pulsáteis, pois, como o fluido
intracelular desses organismos é praticamente isotônico em relação à água do mar, esses vacúolos se
mostrariam funcionalmente inativos.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 43


Os centríolos
Os centríolos são organelas constituídas de 27 túbulos de natureza proteica, organizados em
nove grupos de três. Esses túbulos são formados a partir dos microtúbulos ocos do citoesqueleto
encontrado no citosol. Em geral, a célula apresenta um par de centríolos dispostos perpendicular-
mente um em relação ao outro. Ao conjunto dá-se o nome de diplossomo. Observe a figura 13.
Os centríolos não aparecem nas células de vegetais em geral. Nas células animais, relacionam-se
com o processo de divisão celular. Eles também estão relacionados com a formação e a coordenação
do movimento dos cílios e flagelos. Os cílios e os flagelos são estruturas móveis que aparecem em
vários tipos de células, nas quais promovem o movimento celular. Os cílios são mais curtos e mais
numerosos que os flagelos.
Grupos de túbulos triplos
Centríolos

SCIENCE PICTURE CO/GETTY IMAGES


Fig. 13 – Esquema de um diplossomo.

Os peroxissomos
Os peroxissomos são pequenas organelas que contêm enzimas diversas, como a catalase. Essa
enzima é capaz de decompor o peróxido de hidrogênio (H2O2, mais conhecido como água oxigena-
da) em água comum e gás oxigênio, conforme mostra a seguinte equação:
catalase
2 H2O2 (água oxigenada) 2 H2O 1 O2

A importância dessa decomposição se justifica pelo fato de a água oxigenada ser tóxica para a
célula, sendo, porém, normalmente produzida em seu interior, onde aparece como subproduto de
diversas reações celulares.
A água oxigenada é comumente aplicada em ferimentos para combater microrganismos
anaeróbios estritos que morrem na presença de gás oxigênio, como é o caso da bactéria cau-
sadora do tétano. Assim, quando se aplica água oxigenada em uma ferida, a ação da catalase
leva à formação de gás oxigênio. É esse gás que provoca o borbulhamento característico
observado nessa situação (fig. 14).
FERNANDO FAVORETTO/
CRIAR IMAGEM

Fig. 14 – Borbulhamento em ferida após


aplicação de água oxigenada.
Portal
SESI Além da catalase, os peroxissomos contêm outros tipos de enzimas capazes de promover a
Educação www.sesieducacao.com.br oxidação de diversas moléculas orgânicas. Nas células do fígado, por exemplo, as enzimas oxidan-
tes dos peroxissomos convertem parte do álcool etílico ingerido com bebidas alcoólicas, como
Acesse o portal e explore o con-
teúdo A célula e suas organelas. cachaça e vinho, em aldeído acético, contribuindo, portanto, para o processo de desintoxicação
do organismo.

44 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


PARA CONSTRUIR

10 (Fuvest-SP) O esquema representa um corte de uma célula 11 (UEL-PR) Na década de 1950, a pesquisa biológica começou
observado ao microscópio eletrônico. Identifique as estrutu- a empregar os microscópios eletrônicos, que possibilitaram o
ras indicadas pelas setas e cite suas principais funções. estudo detalhado da estrutura interna das células.
2 Observe, na figura a seguir, a ilustração de uma célula vegetal
e algumas imagens em micrografia eletrônica:

1. Cloroplasto: fotossíntese; SADAVA, D. et al. Vida: A ciência da biologia. 8 ed.


Porto Alegre: Artmed. 2009. p. 77. v. 1. Adaptado.
2. Mitocôndria: respiração celular;
Quanto às estruturas anteriormente relacionadas, é correto
3. Retículo endoplasmático granuloso: síntese de proteínas e afirmar: c
circulação de substâncias no meio intracelular; a) A imagem 1 é de uma organela na qual as substâncias ob-
4. Vacúolo de suco celular: armazenamento e regulação osmótica. tidas do ambiente externo são processadas, fornecendo
energia para o metabolismo celular.
b) A imagem 2 é de uma organela na qual a energia da luz é
convertida na energia química presente em ligações en-
tre átomos, produzindo açúcares.
c) A imagem 3 é de uma organela que concentra, empacota
e seleciona as proteínas antes de enviá-las para suas des-
tinações celulares ou extracelulares.
d) A imagem 4 é de uma organela na qual a energia quími-
ca potencial de moléculas combustíveis é convertida em
uma forma de energia passível de uso pela célula.
e) A imagem 5 é de uma organela que produz diversos tipos
de enzimas capazes de digerir grande variedade de subs-
FRENTE A
tâncias orgânicas.

12 (UPE) As organelas membranosas, presentes nas células eu-


carióticas, desempenham funções específicas, interagem e
BIOLOGIA

dependem umas das outras para o metabolismo celular. Ob-


serve as descrições das organelas a seguir:
I. Participam da síntese proteica, são encontradas livres no
citoplasma, aderidas à membrana nuclear ou ligadas a ou-
tras membranas celulares.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 45


II. São pequenas vesículas contendo enzimas, que inativam
Porcentagem de
e/ou decompõem substâncias tóxicas, como o álcool e
área de membrana
muitas drogas. Tipo de membrana
III. Estão presentes nos protozoários de água doce e são res- Célula A Célula B
ponsáveis pela regulação do equilíbrio osmótico desses
organismos. Membrana de retículo endoplasmático rugoso 35 60
IV. Formam um conjunto de membranas, que delimitam cavi-
dades de formas diversas, apresentam ribossomos aderidos Membrana de retículo endoplasmático liso 16 ,1
a sua superfície, onde ocorrem a síntese e o transporte de
várias substâncias. Membrana do complexo golgiense 7 10
V. Constituem a rede membranosa, em cujas cavidades
ocorrem a síntese de certos lipídios como também a re- Membrana externa da mitocôndria 7 4
serva de íons cálcio.
Membrana interna da mitocôndria 32 17
Assinale a alternativa que correlaciona corretamente a orga-
nela à sua respectiva descrição. a
a) I–Ribossomos; II–Peroxissomos; III–Vacúolo contrátil; a) Compare os dados das células A e B e indique em qual
IV–Retículo endoplasmático rugoso; V–Retículo endo- delas predomina a atividade de destoxificação e em qual
plasmático liso. predomina a atividade de secreção. Justifique.
b) I–Mitocôndrias; II–Peroxissomos; III–Vacúolo contrátil; A maior atividade de destoxificação é a da célula A, já que ela
IV–Complexo golgiense; V–Retículo endoplasmático liso. apresenta maior porcentagem de área de membrana do
c) I–Ribossomos; II–Lisossomos; III–Vacúolo contrátil; IV–Retí- retículo endoplasmático liso em sua estrutura. Já a célula B é a
culo endoplasmático rugoso; V–Complexo golgiense.
que apresenta maior atividade de secreção, pois possui maior
d) I–Mitocôndrias; II–Peroxissomos; III–Vesículas secretoras;
porcentagem de área de membrana de complexo golgiense.
IV–Retículo endoplasmático liso; V–Retículo endoplasmá-
tico rugoso.
e) I–Ribossomos; II–Lisossomos; III–Vesículas secretoras;
IV–Retículo endoplasmático rugoso; V–Retículo endo-
plasmático liso.

13 (Enem) A estratégia de obtenção de plantas transgênicas


pela inserção de transgenes em cloroplastos, em substituição
à metodologia clássica de inserção do transgene no núcleo
da célula hospedeira, resultou no aumento quantitativo da
b) Experimentos bioquímicos realizados com os dois tipos
produção de proteínas recombinantes com diversas finalida-
celulares mostraram que a célula A apresentava meta-
des biotecnológicas. O mesmo tipo de estratégia poderia ser
bolismo energético mais elevado do que o da célula B.
utilizada para produzir proteínas recombinantes em células
Como o resultado desses experimentos pode ser confir-
de organismos eucarióticos não fotossintetizantes, como as
mado a partir dos dados fornecidos pela tabela?
leveduras, que são usadas para produção comercial de vá-
rias proteínas recombinantes e que podem ser cultivadas em A célula A apresenta metabolismo energético mais elevado que a
grandes fermentadores. Considerando a estratégia metodo- célula B, pois possui maior porcentagem de área de membranas
lógica descrita, qual organela celular poderia ser utilizada internas mitocondriais em sua estrutura.
para inserção de transgenes em leveduras? b
a) Lisossomo.
b) Mitocôndria.
c) Peroxissomo.
d) Complexo golgiense.
e) Retículo endoplasmático.

14 (Unicamp-SP) As funções das células estão relacionadas


com sua estrutura e com sua atividade metabólica. Apre-
senta-se a seguir uma tabela em que estão discriminadas,
em porcentagens, as extensões de membranas de algumas
organelas de duas células, A e B, provenientes de dois ór-
gãos diferentes.

46 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


15 (Vunesp) Considere a tabela abaixo: 16 (Unifesp) Os espermatozoides estão entre as células huma-
nas que possuem maior número de mitocôndrias.
Componentes a) Como se explica a presença do alto número dessas orga-
Tipos de nelas no espermatozoide?
da organela
células em Função
Organelas também O batimento dos flagelos requer uma quantidade de energia
que estão na célula
presentes no relativamente alta e, por isso, o alto número de mitocôndrias no
presentes
núcleo celular espermatozoide.
Respiração
1 Animal e vegetal 3
celular

Cloroplastos 2 DNA e RNA 4

a) Identifique os termos que podem substituir os números 1,


2, 3 e 4, de modo a estabelecer correspondência com suas
respectivas colunas e linhas.
1 5 mitocôndria;
2 5 células de plantas e de algas; b) Explique por que, mesmo havendo tantas mitocôndrias
no espermatozoide, dizemos que a herança mitocondrial
3 5 DNA e RNA;
é materna.
4 5 fotossíntese.
As mitocôndrias do espermatozoide não penetram no ovócito,
que depois de fecundado origina o óvulo. Assim, as mitocôndrias
existentes na célula-ovo, ou zigoto, são provenientes do ovócito e,
por isso, a herança mitocondrial é materna.

b) Indique duas características de cada uma das organelas


17 (Unicamp-SP) Uma certa quantidade de água de lagoa com
amebas foi colocada em frascos numerados de 1 a 5. Foram
que permitem levantar a hipótese de que elas tenham se
adicionadas quantidades crescentes de sais a partir do frasco 2
originado de bactérias que há milhões de anos se associa-
até o 5. Observando-se, em seguida, as amebas ao microscó-
ram a outras células em uma relação mutualística.
pio, constatou-se uma gradual diminuição na velocidade de
– Presença de DNA e de RNA;
formação de vacúolos pulsáteis a partir do frasco 2. No frasco 5
– capacidade de duplicação. não se formavam esses vacúolos.
a) Qual a principal função do vacúolo pulsátil?
Regulação osmótica. O vacúolo pulsátil retira o excesso de água
que penetra por osmose na célula, impedindo que ela sofra ruptura. FRENTE A
BIOLOGIA

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 47


b) O que aconteceria se as amebas do frasco 1 não tivessem 18 A água oxigenada é tóxica para uma célula, mas pode ser
a capacidade de formar vacúolos pulsáteis? Por quê? produzida normalmente em seu interior. Indique as organe-
As amebas ganhariam água por osmose e poderiam se romper. las celulares e as enzimas associadas com a decomposição da
água oxigenada nas células.
As organelas são os peroxissomos e as enzimas são as catalases.

c) Por que no frasco 5 não se formavam vacúolos?


No frasco 5, a solução provavelmente era isotônica em relação
às amebas. Assim, não houve necessidade de formação dessas
organelas; caso existissem, elas se tornariam funcionalmente inativas.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 5 a 12 Para aprimorar: 6 a 13


EXPERIMENTANDO

Observar células vegetais ao microscópio 2. Procedimentos


1. Material É conveniente orientar os grupos na Com a orientação do professor, e tomando cuidado para
manipulação do microscópio, princi- não se ferir, corte com o estilete um quadrado de cebola com
cebola
palmente na focalização adequada cerca de 1 cm de lado. Com a pinça, retire a película que reveste
pinça de pontas finas com as lentes de menor e maior au- internamente o quadrado de cebola e coloque-a sobre uma
pincel mento. Garanta que todos tenham a
lâmina. Pingue uma gota de água sobre a película e, com o pin-
oportunidade de usar o microscópio
estilete nas etapas do experimento. cel, estique-a bem. Cubra com uma lamínula.
conta-gotas Coloque a lâmina assim preparada no microscópio e, focali-
colher de chá zando com a objetiva de menor aumento, observe a prepara-
xícara de chá ção. Passe para a objetiva de maior aumento e observe.
recipiente com um pouco de água da torneira
3. Resultado A
lâminas e lamínulas para microscópio
Foi possível observar as células?
folhas de papel absorvente
Agora, de um dos lados da lamínula, bem perto dela, pingue
solução de iodo
uma gota de solução de iodo. Do outro lado, coloque o papel
microscópio absorvente, de maneira que ele absorva a água que está sob a
ILUSTRAÇÕES: INGEBORG ASBACH/ARQUIVO DA EDITORA

Película que
Folha
modificada
envolve as lamínula. A solução de iodo deverá ser “puxada” para baixo da
folhas
(catafilo) lamínula, ocupando o lugar da água.
Coloque a lâmina preparada no microscópio e observe-a.
Espera-se que os alunos tenham conseguido
Água Gota de solução
4. Resultado B observar as células da casca da cebola.
Película de iodo O que aconteceu depois que a solução de iodo foi acres-
Lâmina de
cebola centada?
Desenhe as células observadas e crie uma legenda, identifi-
Lamínula Papel cando as partes da célula que foi possível distinguir.
absorvente
Depois que a solução de iodo foi acrescentada, o grau de visualização de certas estrutu-
ras da célula deve ter melhorado. Incentive o desenho da célula solicitado na atividade.
48 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma
Veja, no Guia de Professor, as respostas da “Tarefa
para casa”. As resoluções encontram-se no portal
em Resoluções e Gabaritos.
TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARAPARA PRATICAR
PRATICAR 3 (Ufla-MG) Observe a figura:

1 Leia o texto a seguir e responda.


O centenário de uma organela
Em 1898, o médico e citologista italiano Camillo Gol-
gi, observando células nervosas de gato ao microscópio,
revelou a existência de uma estrutura em forma de rede até
então desconhecida. Golgi descreveu o que viu como “um
fino e distinto retículo dentro do corpo celular e com tal
aspecto característico que até pequenos fragmentos deste A figura mostra a redução da cauda de girinos durante o seu
podem ser reconhecidos com segurança como pertencen- desenvolvimento. Assinale a alternativa que contém, respec-
tes ao mesmo aparelho endocelular”. tivamente, o nome do processo e a principal organela res-
Numa evidência do interesse científico sobre a estru- ponsável pela redução da cauda.
tura observada por Golgi, centenas de trabalhos sobre ela a) Heterofagia, peroximo.
foram publicados no início do século XX. Mas somente b) Heterofagia, lisossomo.
em 1950 comprovou-se que o “aparelho reticular” era c) Autofagia, peroximo.
uma organela celular; sua função foi elucidada nas déca- d) Autofagia, lisossomo.
das seguintes.
a) A descoberta da organela celular a que se refere o texto an- 4 (Cesesp-PE) A figura esquemática abaixo representa um
terior completou 100 anos em 1998. Que organela é essa? corte de:
b) Qual é a relação funcional que pode ser estabelecida en- Estroma
tre essa organela e o retículo endoplasmático granuloso?
c) Por que essa organela é importante para que um esper-
matozoide possa fecundar um óvulo?

2 (Unisa-SP) Num tipo celular como o esquematizado a seguir, se,


supostamente, eliminássemos o complexo golgiense, o com-
ponente mais diretamente afetado, em razão disso, seria o: Grana
Membrana externa
Membrana interna

3 a) lisossomo.
b) microssomo.
c) ribossomo.
d) cloroplasto.
e) mitocôndria.

5 (FCC-SP) Se o microscópio eletrônico mostrar mitocôndrias


agrupadas ao redor de determinada região de uma célula,
4 pode-se concluir que essa região estava:
5 a) em grande atividade metabólica.
b) em degeneração.
c) lesada. FRENTE A
2 d) com carência de oxigênio.
e) sintetizando carboidratos.
1
BIOLOGIA

6 (FCC-SP) Qual das seguintes estruturas celulares desempe-


nha papel importante na formação de cílios e flagelos?
a) Centríolo. d) Mitocôndria.
a) 1. c) 3. e) 5. b) Vacúolo. e) Complexo golgiense.
b) 2. d) 4. c) Ribossomo.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 49


7 (Vunesp) No esquema estão representadas etapas, nume- c) Os lisossomos são bolsas membranosas que contêm en-
radas de 1 a 3, de um importante processo que ocorre no zimas capazes de digerir a grande maioria das substâncias
interior das células e algumas organelas envolvidas direta ou orgânicas normalmente encontradas nas células.
indiretamente com esse processo. d) As mitocôndrias são organelas delimitadas por duas
membranas e responsáveis pela produção da maior parte
da energia gasta nas diversas atividades celulares.
3 e) Os peroxissomos são bolsas membranosas que contêm
algumas enzimas, entre elas a catalase que é a responsá-
vel pela conversão do peróxido de hidrogênio em água e
gás oxigênio.
2
10 (Uneb-BA) A respeito da “espuma” formada em um feri-
mento após a utilização de água oxigenada, H2O2 (aq), é
correto afirmar:
a) É resultado da ação da enzima, catalase, sobre o peróxido
1
de hidrogênio que também é um produto decorrente do
metabolismo celular de organismos que utilizam oxigê-
Citoplasma
nio do ambiente.
b) A respiração aeróbia, em células fragmentadas por feri-
As etapas que correspondem a 1, 2 e 3, respectivamente, e mentos, oxida o componente orgânico a partir da ação
algumas organelas representadas no esquema, estão corre- do CO2 com produção de O2 como resíduo metabólico.
tamente listadas em: c) A lavagem de ferimentos com o peróxido de hidrogênio
a) Absorção de aminoácidos, síntese proteica e exportação de aquoso produz uma reação química, como a de alvejan-
proteínas; retículo endoplasmático, lisossomo e mitocôndria. tes naturais intracelulares, que produzem intensa libera-
b) Fagocitose de macromoléculas, digestão celular e eges- ção do gás carbônico.
tão de resíduos; retículo endoplasmático, complexo gol- d) É resultado da ação das enzimas hidrolíticas dos lisossomos
giense e lisossomo. presentes nos macrófagos sobre as bactérias infectantes que
c) Fagocitose de sais minerais, fotossíntese e exportação de se aproveitam da exposição celular associada aos ferimentos.
compostos orgânicos; cloroplastos e vacúolos. e) A presença de alvejantes à base de oxigênio em ferimen-
d) Absorção de oxigênio, respiração celular e eliminação de tos provoca a produção de água oxigenada com conse-
dióxido de carbono; mitocôndrias e vacúolos. quente liberação de CO2 para o ambiente.
e) Fagocitose de macromoléculas, digestão celular e expor-
tação de proteínas; mitocôndrias e lisossomos. 11 (UFPB) Relacione as estruturas celulares numeradas na 1a co-
luna com suas respectivas funções listadas na 2a coluna.
8 (Fesp) Existem hipóteses que comparam certas estruturas ce-
1a COLUNA
lulares a bactérias, pelo fato de tais estruturas, além de apre-
sentarem certa autonomia dentro da célula, também possuí- 1. Retículo endoplasmático liso
rem certa quantidade de ADN. São: 2. Peroxissomos
a) os lisossomos e os pinossomos. 3. Complexo golgiense
b) as mitocôndrias e o complexo golgiense. 2a COLUNA
c) as mitocôndrias e os cloroplastos. ( ) Participação na síntese de hormônios esteroides.
d) os ribossomos e os lisossomos. ( ) Degradação da água oxigenada (H2O2) pela enzima ca-
e) os lisossomos e o nucléolo. talase.
9 (Unifal-MG) Uma das características das células eucarióticas ( ) Formação dos acrossomos, vesículas ricas em enzimas,
é a abundância de membranas formando bolsas e canais ci- presentes nos espermatozoides.
toplasmáticos, denominados organelas, que desempenham ( ) Secreção das enzimas lisossômicas.
funções específicas no metabolismo celular. Com relação a ( ) Armazenamento de íons Ca21 que, ao serem liberados
essas organelas, é incorreto afirmar que: no citosol, atuam na contração muscular.
a) O retículo endoplasmático liso é formado por túbulos A sequência correta é:
e/ou sáculos membranosos com função de produzir as a) 1, 3, 3, 2, 1
proteínas destinadas ao meio extracelular. b) 2, 1, 2, 3, 1
b) O complexo golgiense, formado por bolsas membranosas c) 1, 2, 3, 3, 1
achatadas e empilhadas, tem como duas de suas funções d) 2, 1, 2, 1, 3
a modificação e o envio de proteínas para fora da célula. e) 3, 1, 2, 1, 2

50 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


12 (Vunesp) Se fôssemos comparar a organização e o funciona- c) retículo endoplasmático granular, tanto nas células huma-
mento de uma célula eucarionte com o que ocorre em uma nas como nas bactérias.
cidade, poderíamos estabelecer determinadas analogias. Por d) mesossomos, nas bactérias, e aos ribossomos, nas células
exemplo, a membrana plasmática seria o perímetro urbano, e humanas.
o hialoplasma corresponderia ao espaço ocupado pelos edi- e) mesossomos, nas bactérias, e ao retículo endoplasmático,
fícios, pelas ruas e pelas casas com seus habitantes. nas células humanas.
O quadro abaixo reúne algumas similaridades funcionais en- 2 (UFRGS-RS) Em um experimento em que foram injetados
tre cidade e célula eucarionte. aminoácidos radioativos em um animal, a observação de
uma de suas células mostrou os seguintes resultados: após
3 minutos, a radioatividade estava localizada na organela X
Cidade Célula eucarionte
(demonstrando que a síntese de proteínas ocorria naquele
local); após 20 minutos, a radioatividade passou a ser obser-
vada na organela Y; 90 minutos depois, verificou-se a presen-
I. Ruas e avenidas 1. Mitocôndrias ça de grânulos de secreção radiativos, uma evidência de que
as proteínas estavam próximas de serem exportadas. As or-
ganelas X e Y referidas no texto são, respectivamente:
II. Silos e armazéns 2. Lisossomos a) o complexo golgiense e o lisossomo.
b) o retículo endoplasmático liso e o retículo endoplasmático
rugoso.
III. Central elétrica 3. Retículo
c) a mitocôndria e o ribossomo.
(energética) endoplasmático d) o retículo endoplasmático rugoso e o complexo golgiense.
e) o centríolo e o retículo endoplasmático liso.
IV. Casas com
4. Complexo golgiense 3 (Omec-SP) Sobre o processo da digestão intracelular, responda:
aquecimento solar
a) O que são lisossomos?
V. Restaurantes b) Onde são formados os lisossomos?
5. Cloroplastos c) Como se forma um vacúolo digestório?
e lanchonetes
d) O que são vacúolos residuais?
Correlacione corretamente os locais da cidade com as prin- e) Como se chama o processo de eliminação dos resíduos
cipais funções correspondentes às organelas celulares e assi- celulares?
nale a alternativa correta. 4 (UFPA) Os lisossomos são organelas citoplasmáticas que
a) I–3, II–4, III–1, IV–5 e V–2. atuam nos mecanismos de digestão intracelular. Essa diges-
b) I–4, II–3, III–2, IV–5 e V–1. tão ocorre tanto com partículas provenientes do meio exter-
c) I–3, II–4, III–5, IV–1 e V–2. no como com partículas próprias da célula, sendo esta última
d) I–1, II–2, III–3, IV–4 e V–5. denominada autofagia. Explique em que circunstância a cé-
e) I–5, II–4, III–1, IV–3 e V–2. lula exerce a autofagia e como é realizado esse processo.

PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR 5 (Unirio-RJ) A figura esquemática a seguir representa o cloro-
plasto e seus componentes organizacionais vistos ao micros-
cópico eletrônico.
1 (UFPB) Alguns antibióticos, como estreptomicina e tetracicli-
na, são largamente utilizados para combater infecções causa-
das por bactérias em seres humanos. Esses antibióticos agem
1
inibindo, apenas nas bactérias, o funcionamento da estrutura
FRENTE A
2
celular responsável pela síntese de proteínas. A ação seletiva
3
desses antibióticos deve-se a algumas diferenças molecula-
res existentes entre as estruturas celulares responsáveis pela Os componentes indicados com os números 1, 2 e 3, na figu-
síntese de proteínas nesses dois organismos. Essas estruturas ra, denominam-se respectivamente:
BIOLOGIA

correspondem ao(s): a) 1 – grana; 2 – estroma; 3 – tilacoide.


a) ribossomos, nas bactérias, e ao retículo endoplasmático b) 1 – grana; 2 – tilacoide; 3 – estroma.
nas células humanas. c) 1 – estroma; 2 – tilacoide; 3 – grana.
b) ribossomos, tanto nas bactérias como nas células hu- d) 1 – tilacoide; 2 – grana; 3 – estroma.
manas. e) 1 – tilacoide; 2 – estroma; 3 – grana.

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 51


6 (Vunesp) Observe o esquema: 8 (Fatec-SP) Um aluno, ao concluir seus estudos sobre as estru-
turas excretoras, afirmou:
Outras Bactérias
bactérias anaeróbicas Cianobactérias Plantas Animais Fungos Um protozoário de água doce é como um barco furado: pre-
cisa ser esvaziado constantemente para se manter flutuando.
stos
Cloropla A analogia acima é decorrente do fato de que o protozoário é:
Mitocôn
drias a) hipertônico em relação ao meio, e a água tende a entrar
Ancestral eucarionte
nele continuamente, por osmose.
b) hipertônico em relação ao meio, e a água tende a sair dele
Procarionte anaeróbico continuamente, por osmose.
desconhecido
c) hipotônico em relação ao meio, e a água tende a entrar
Tempo ANCESTRAL PROCARIONTE nele continuamente, por osmose.
d) hipotônico em relação ao meio, e a água tende a entrar
Um biólogo, ao analisar esse esquema hipotético, observou nele continuamente, por transporte ativo.
que as mitocôndrias e os cloroplastos originaram-se de um e) isotônico em relação ao meio, e a água pode entrar e sair
ancestral procarionte e se associaram a determinados tipos dele continuamente, por transporte ativo.
de células. As mitocôndrias estão presentes no citoplasma de
células animais, células vegetais e nos fungos, enquanto os clo- 9 (UFPEL-RS)
roplastos são encontrados em células fotossintetizantes, esta- Se alguém quer ver o que é guerra, basta dar uma
belecendo-se entre eles relações harmônicas de mutualismo. espiada na natureza, nos períodos de acasalamento. Urros,
Tendo como referência essas informações e o esquema, res- patadas, arranhões, bicadas, pontapés – há muito tempo
ponda: os naturalistas sabem que os machos competem para ga-
a) Que vantagens as mitocôndrias oferecem às células hos- nhar uma fêmea. Mas esses confrontos são apenas a parte
pedeiras e o que elas proporcionam às organelas? visível da história, pois, uma vez determinado o macho
b) Quais as vantagens proporcionadas ao meio ambiente vitorioso, iniciam-se batalhas cruciais dentro do corpo da
pelos cloroplastos? companheira conquistada, onde “hordas” de espermato-
zoide competem pelo mesmo prêmio: o óvulo.
7 (UFRGS-RS) (Fonte: Revista Superinteressante, ano 5, 1991.)
Na Argentina, durante a ditadura militar iniciada em Na figura a seguir, temos o perfeito perfil de um campeão:
1976, muitas crianças foram sequestradas com seus pais uma longa cauda que, ao agitar-se, ajuda o espermatozoide
ou nasceram em centros clandestinos de detenção. Essas a nadar em direção ao útero; o corpo pequeno gera energia
crianças foram adotadas, vendidas ou abandonadas em para a corrida; a cabeça, que transporta a preciosa carga de
orfanatos. A associação civil Avós da Praça de Maio tem genes, é coberta por uma espécie de capacete de enzimas
buscado localizar essas crianças com a finalidade de resti- capazes de dissolver o invólucro do óvulo, dando início a
tuí-las a suas famílias legítimas, empregando para isso tes- uma nova vida.
tes de identificação genética, que são possíveis, atualmen-
te, mesmo na ausência dos pais.
(Fonte: abuelasatournet.com.ar)
A comparação entre os DNAs mitocondriais de possíveis ne-
tos e avós tem sido um dos testes utilizados nesses processos
de identificação de parentesco.
A escolha desse teste está relacionada com o fato de:
a) o DNA mitocondrial, por ser herdado da avó materna pe-
las mitocôndrias existentes no citoplasma do ovócito da
mãe, permitir traçar árvores familiares confiáveis. As organelas citoplasmáticas presentes no espermatozoide,
b) o DNA mitocondrial, por ser herdado das duas avós pela responsáveis pela motilidade e capacidade de penetração no
mistura dos genes do pai e da mãe, garantir um registro óvulo, são, respectivamente:
familiar que se mantém de geração a geração. a) os centríolos e as mitocôndrias; o complexo golgiense.
c) o DNA mitocondrial, por ser herdado da avó paterna pe- b) o retículo endoplasmático granuloso e as mitocôndrias;
las mitocôndrias existentes no citoplasma do ovócito da os peroxissomos.
mãe, permitir traçar árvores familiares confiáveis. c) o complexo golgiense; os centríolos e as mitocôndrias.
d) o DNA mitocondrial, por ser herdado do avô paterno pe- d) as mitocôndrias e os centríolos; o retículo endoplasmático
las mitocôndrias existentes no citoplasma do espermato- não granuloso.
zoide do pai, permitir identificar a filiação com segurança. e) os peroxissomos; o complexo golgiense e as mitocôndrias.

52 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


10 (PUC-MG) Observe com atenção o esquema a seguir. Ele re- Essas adaptações refletem-se, muitas vezes, na própria es-
presenta: trutura celular, de modo que as células podem tornar-se
especializadas em determinadas funções, como contração,
2 transmissão de impulsos nervosos, “geração” de calor, síntese
3
de proteínas e lipídios, secreção, etc. Considere os resultados
obtidos do estudo de duas células diferentes, apresentados
na tabela.
1
Estrutura de duas células extraídas de tecidos diferentes,
a) o cloroplasto, e o n 3 é o tilacoide.
o observadas ao microscópio
b) o retículo rugoso, e o no 1 é a membrana. Célula A Célula B
c) o lisossomo, e o no 3 é a matriz. Filamentos de actina 111 1
d) a mitocôndria, e o no 2 é a crista mitocondrial. Microtúbulos 1 11
e) o centríolo, e o no 1 é a membrana. Retículo endoplasmático liso 111 11
Retículo endoplasmático rugoso 1 111
11 (UEPB) Observe o esquema representativo de uma célula eu-
Mitocôndrias 111 111
cariótica animal, identifique as estruturas numeradas e, em
Complexo golgiense 1 111
seguida, estabeleça a relação, em ordem numérica crescente,
destas com a função que desempenham na célula. Núcleo 111 1
1 poucos ou escassos; 11 intermediários; 111 muitos ou abundantes.

Considerando os resultados, que função poderia ser desem-


5
penhada pelas células A e B, respectivamente?
a) Contração e secreção.
b) Síntese de lipídios e contração.
c) Geração de calor e síntese de lipídios.
d) Síntese de proteínas e geração de calor.
2 e) Transmissão de impulso nervoso e síntese de proteínas.

4 13 (Vunesp) Analise a figura:


1
Num lago... Olha só, Zé! Já vi. O problema
3 dele é de vacúolo…
Dá uma olhada
no Chico!!!
A – Secreção celular.
B – Digestão de substâncias orgânicas.
C – Produção de certas proteínas.
D – Respiração aeróbia.
E – Síntese de ácidos graxos, de fosfolipídios, de esteroides,
além da inativação de substâncias tóxicas. O organoide mencionado é o vacúolo contrátil, presente em
alguns protozoários.
A alternativa que apresenta a relação correta é:
a) Quais as principais funções dessa organela citoplasmática?
a) 1–C; 2–A; 3–D; 4–B; 5–E
b) Em que condições ambientais essa organela entra em
b) 1–A; 2–C; 3–D; 4–B; 5–E
atividade?
c) 1–B; 2–E; 3–D; 4–A; 5–C
d) 1–E; 2–A; 3–D; 4–B; 5–C
e) 1–A; 2–E; 3–D; 4–B; 5–C Projeto Desenvolvimento

FRENTE A
12 (UFPR) Os vertebrados possuem grupos de células bastante Acesse o Material Complementar disponível no Portal e
variados, com adaptações necessárias ao seu funcionamento. aprofunde-se no assunto. BIOLOGIA

Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma 53


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERTS, B. et alli. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
AUDESIRK, G.; AUDESIRK, T. Biology: life on Earth. 8. ed. New York: Macmillan, 2006.
CAMPBELL, N. A. Biology. Menlo Park: Benjamin Cummings, 2010.
COOPER, Geoffrey M. The cell: a molecular approach. 2. ed. Sunderland (MA): Sinauer, 2000.
DE ROBERTIS, E.; HIB, J. Bases de Biologia celular e molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
HARVEY R. A.; FERRIER D. R. Bioquímica. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
LEHNINGER, A. L. et alli. Principles of biochemistry. New York: Worth, 2008.
LODISH, Harvey et alli. Molecular cell biology. 5. ed. New York: Freeman, 2004.
RAVEN, P. H.; JOHNSON, G. B. Biology. 4. ed. Boston: Wm. C. Brown, 2007.

ANOTAÇÕES

54 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma


MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

Parte I Unidos, para concluir um trabalho que detalhou os artifí-


Cada célula do organismo é como uma metrópole cios que o protozoário Trypanosoma cruzi adota ao invadir
agitada em que, em vez de carros e pessoas, circulam conti- e ocupar as células humanas, primeiro passo para começar
nuamente íons, moléculas e estruturas de tamanhos e tipos a infecção que caracteriza a doença de Chagas, ainda rela-
variados, essenciais para mantê-la viva. Toda essa movi- tivamente comum em alguns países das Américas. [...]
mentação, por vezes frenética, ocorre em um espaço limita- [...] O parasita, provavelmente por causa de sua in-
do, definido por uma estrutura extremamente delgada e tensa movimentação, lesiona a membrana externa da cé-
maleável [...]. Formado basicamente por uma dupla camada lula, causando um pequeno buraco. Por aí entram íons de
de lipídios, esse revestimento das células abriga aqui e ali cálcio, abundantes no espaço extracelular [...].
proteínas incrustadas. Nos últimos anos vem crescendo a [...] o cálcio iônico aciona a fusão de compartimen-
compreensão de que a membrana, de aspecto frágil ao mi- tos conhecidos como lisossomos com a membrana exter-
croscópio, desempenha funções bem mais complexas do na ao redor do minúsculo buraco que o parasita está
que a de somente separar o conteúdo interno do meio ex- abrindo. [...]
terno das células. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/
2011/10/01/o-parasita-discreto/>. Acesso em: 29 ago. 2014. Adaptado.
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/
2013/11/18/fronteiras-fluidas/>. Acesso em: 29 ago. 2014. Adaptado. O trecho de artigo citado descreve os resultados de uma pes-
O trecho de artigo acima descreve uma importante estrutura quisa sobre o processo de invasão celular realizado pelo proto-
celular. zoário Trypanosoma cruzi. Com base no texto, responda:

1 A qual estrutura celular o texto se refere? a 1 Qual é o nome do processo que leva à entrada de cálcio iônico
a) Membrana celular. d) Retículo endoplasmático. para o interior da célula? a
b) Núcleo celular. e) Membrana nuclear. a) Difusão. d) Transporte ativo.
c) Citoplasma. b) Osmose. e) Endocitose.
c) Difusão facilitada.
2 Uma das funções exercidas por essa estrutura na célula é: a
a) participar do metabolismo celular, selecionando substâncias 2 Por que acontece a entrada de íons cálcio para o interior da
diversas que passam por ela. célula? a
b) controlar as atividades celulares por meio da síntese de a) Porque há uma diferença de concentração de íons entre o
enzimas. interior e o exterior da célula que leva ao fluxo de íons da área
c) armazenamento e circulação intracelular de nutrientes. mais concentrada para a menos concentrada.
d) armazenamento e transporte de proteínas. b) Porque há uma diferença de concentração de íons entre o
e) respiração celular aeróbia. interior e o exterior da célula que leva ao fluxo de íons da área
menos concentrada para a mais concentrada.
3 Essa estrutura celular é dotada de elasticidade, característica c) A lesão na membrana funciona como um transportador de
que em células como os leucócitos permite que eles possam íons cálcio.
executar a(o): a d) A lesão permite influxo da água do exterior para o interior car-
a) fagocitose de corpos estranhos, contribuindo com a defesa regando íons cálcio no processo.
do organismo. e) No processo de regeneração da membrana celular, íons cál-
b) difusão facilitada de íons através da membrana. cio são envolvidos e internalizados.
c) transporte ativo de substâncias através da membrana.
d) pinocitose, como mecanismo de transporte de substâncias 3 Qual outra estrutura do revestimento celular o Trypanosoma
no corpo. cruzi precisaria atravessar se infectasse células vegetais? b
e) transporte de substâncias no citosol. a) Membrana celular.
b) Parede celular.
Parte II c) Mitocôndria.
Um grupo de pesquisadores brasileiros trabalhou em d) Núcleo.
conjunto em 2010 na Universidade de Maryland, Estados e) Cloroplastos.

55
QUADRO DE IDEIAS Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Citologia Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Teoria celular Citoplasma Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
Padrões celulares Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
Envoltórios celulares Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
Guedes
Colaboraram para esta Edição do Material:
Citosol Organelas
Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Células procariota e Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
eucariota Citoesqueleto Retículo endoplasmático: Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
Botelho e Valdete Reis
circulação de substâncias
Células animal e vegetal Revisão: Juliana Souza
Diagramação: lab 212
Ribossomos: síntese de
Classificação dos Capa: lab 212
proteínas
seres vivos Ilustração de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
Sentavio/ Macrovector/ Shutterstock
Complexo golgiense: Consultores:
Parede celular e
armazenamento de Coordenação: Dr. João Filocre
membrana plasmática
proteínas Biologia: Dra. Gisele Brandão Machado de Oliveira e
Msc. Maria Inez Melo de Toledo
Transportes passivo e ativo SESI DN
Lisossomos: digestão
Superintendente: Rafael Esmeraldo Lucchesi
Fagocitose e pinocitose Ramacciotti
Cloroplasto: fotossíntese
Diretor de Operações: Marcos Tadeu de Siqueira
Mitocôndrias: Gerente Executivo de Educação: Sergio Gotti
Gerente de Educação Básica: Renata Maria Braga
respiração celular dos Santos

Vacúolos: Todos os direitos reservados por SOMOS Educação S.A.


Avenida das Nações Unidas, 7221
regulação osmótica Pinheiros – São Paulo – SP
CEP: 05425-902
Centríolos: (0xx11) 4383-8000
divisão celular © SOMOS Sistema de Ensino S.A.

Peroxissomos: decomposição Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
de água oxigenada
Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de 1 a
12 : exatas, biológicas : aluno. -- 2. ed. -- São Paulo :
Ática, 2017.

Vários autores.

1. Biologia (Ensino médio) 2. Física (Ensino médio) 3.


Matemática (Ensino médio) 4. Química (Ensino médio).

16-08187 CDD-373.19

Índice para catálogo sistemático:


1. Ensino integrado : Livros-texto : Ensino médio 373.19

2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18307 4 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação
BIOLOGIA FRENTE B

Wilson Roberto Paulino

ASPECTOS GERAIS DA BIOLOGIA


1 Biologia: valorização da vida e da cidadania. . . . . . . . 4
A Biologia no cotidiano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
Pesquisa científica e cidadania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6
Integração com a natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6
Desenvolvimento sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8
2 Biosfera e organização biológica . . . . . . . . . . . . . . . . .13
Biodiversidade: explosão de vida na Terra . . . . . . . . . . .14
Os níveis de organização dos seres vivos . . . . . . . . . . .15
O que é equilíbrio ecológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
FRENTE B
3 Vida, matéria e energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
Matéria e energia para a vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
Os seres vivos e a obtenção de alimentos. . . . . . . . . . .26
A transferência de energia e
BIOLOGIA

de matéria no mundo vivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28

2137676 (AL)

Aspectos gerais da Biologia


MÓDULO
Aspectos gerais
da Biologia

Os seres autótrofos, como as plantas, produzem seu SUPERSTOCK/GLOW IMAGES

próprio alimento. Já os seres heterótrofos, como os ani-


mais, não produzem seu próprio alimento. Os animais
podem se alimentar de seres vivos diversos, como plan-
tas, algas e outros animais (como observado nesta figura).
Num primeiro momento, pelo menos, a quantidade de
plantas deveria aumentar na região, já que desapa-
receram os insetos que as utilizavam como ali-
mento. Já as aves, que se nutriam desses in-
setos, morrerão de fome ou migrarão para
outras regiões em busca de condições
favoráveis de vida. Logo, essas aves
deverão também desaparecer da
região considerada.

REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

1 Imagine um ambiente natural com uma po-


pulação de aves que se alimentam de insetos
diversos. Sabendo que esses insetos se ali-
mentam de plantas, o que poderia acontecer
com as aves e as plantas se todos os insetos
considerados, por algum motivo, desapare-
cessem da região?

www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO

1 Biologia: valorização da vida


e da cidadania

Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

Objetivos: A Biologia (do grego bios, “vida”; logos, “estudo”) abrange todo o conhecimento relativo aos seres
vivos, desde os mecanismos que regulam suas atividades vitais até as relações que estabelecem entre
c Estabelecer relações
si e com o ambiente em que vivem.
entre ciência,
Continuamente renovada e enriquecida por novas descobertas científicas, a Biologia é uma
sociedade e tecnologia.
área da ciência muito importante. Os conhecimentos que ela proporciona contribuem não apenas
c Reconhecer a para o progresso tecnológico, mas também para o desenvolvimento da consciência de cidadania e
importância do de atitudes que valorizam a vida e a solidariedade entre os povos.
conhecimento científico
na discussão e na
interpretação de Insulina e biotecnologia
fatos do cotidiano A produção insuficiente de insulina, hormônio gerado pelo pâncreas, provoca o diabetes
e das necessidades melito, doença que pode afetar crianças e adultos. Em 1982, a insulina humana passou a ser
humanas.
produzida por meio da biotecnologia que utiliza técnicas de inserção de segmentos de DNA
humano em certas bactérias geneticamente modificadas. Assim, a insulina humana começou
a ser produzida em laboratório. Até então, a insulina disponível para diabéticos no mercado
era extraída de animais diversos, como bois e porcos.

ROGÉRIO REIS/PULSAR IMAGENS

Fig. 1 – Laboratório de
biotecnologia: cientista
trabalhando na
produção de insulina.

4 Aspectos gerais da Biologia


BSIP SA/ALAMY/GLOW IMAGES
A BIOLOGIA NO COTIDIANO
Ao longo da história, os seres humanos têm se mostrado capazes
de obter, por meio da inteligência e da criatividade, um relativo triun-
fo sobre as adversidades com as quais se deparam na vida e no meio
ambiente.
Durante esse processo, os conhecimentos biológicos alcançados
sempre se associaram à adaptação humana aos mais diferentes ambien-
tes e contribuíram de maneira expressiva para a sobrevivência e perpe-
tuação da espécie.
Há muito tempo os seres humanos aprenderam a reconhecer plan-
tas, animais e outros seres vivos sob os mais diversos focos de interesse;
depois, passaram a catalogar, a classificar e a estudar os seres vivos, assim
como suas estruturas e funções.
Com o tempo, muitos fenômenos naturais foram sendo desven-
dados. Especialmente nos últimos séculos, graças aos conhecimentos
adquiridos e transmitidos de geração em geração, os progressos da Bio-
logia tornaram-se cada vez mais evidentes. No século XIX, por exemplo,
produziu-se o primeiro analgésico, surgiu a anestesia geral (fig. 2) e
realizou-se a primeira transfusão sanguínea.
No século XX, entrou-se na era da produção de vacinas e de soros em larga escala (fig. 3); os Fig. 2 – Médicos realizando operação em
antibióticos foram descobertos; as vitaminas, identificadas, e foi notável o avanço no diagnóstico e no paciente sob o efeito de anestesia.
tratamento de diversas doenças. Modificações genéticas levaram ao desenvolvimento de variedades
mais produtivas de plantas cultivadas e de animais de criação. Os métodos de industrialização e de
conservação dos alimentos foram aperfeiçoados (fig. 4).

Fig. 3 – Técnico do Instituto Butantan (fundado em 1901,


LEONARDO WEN/FOLHAPRESS

em São Paulo) trabalhando na área de produção de vacinas.


Considerado o maior produtor de soros antiofídicos
do mundo, o instituto produz soros contra venenos de
serpentes, aranhas e escorpiões; soros para tratamento
de doenças como tétano, raiva e botulismo; vacinas
para prevenção de doenças como coqueluche, gripe e
tuberculose.

RUZANNA/SHUTTERSTOCK

FRENTE B

Fig. 4 – Alimentos liofilizados.


A liofilização é uma técnica de conservação que consiste na
desidratação dos alimentos, inibindo o desenvolvimento
BIOLOGIA

bacteriano. Nesse processo, o alimento é congelado a


aproximadamente –40 °C, provocando o surgimento de cristais
de gelo. Em seguida, é rapidamente desidratado numa câmara
a vácuo, que transforma os cristais de gelo em vapor de água.
Quando necessário, os produtos liofilizados podem ser reidratados
e praticamente retomam o tamanho e a aparência originais.

Aspectos gerais da Biologia 5


Entre outros avanços, os seres humanos descobriram, no interior das células, o ácido desoxir-
CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS

ribonucleico (DNA). A determinação do gene nessa molécula abriu caminhos para facilitar nossa
jornada na Terra.
O mapeamento dos genes humanos e de outras espécies de seres vivos, no início do século XXI,
aponta, entre outras coisas, para o possível fim de muitas doenças hereditárias e para o aumento de
nossa expectativa de vida.
Essas e outras conquistas associadas à Biologia foram responsáveis pelo aperfeiçoamento de
diversas áreas do conhecimento humano, como a Medicina, a Odontologia, a Veterinária e a Agri-
cultura, que, quase sempre, envolvem o uso de equipamentos sofisticados e de alta precisão.
Os conhecimentos biológicos são fundamentais para que possamos compreender, acompanhar
e argumentar diversos temas cada vez mais frequentes na mídia, como as novidades da engenharia
genética e questões diversas sobre o meio ambiente. Contribuem, enfim, para nossa participação
consciente e ativa na construção de uma sociedade mais justa, para o exercício da solidariedade
entre as pessoas e para a adoção de atitudes que favoreçam a resolução de problemas como a fome,
a miséria e a destruição de recursos naturais.

PESQUISA CIENTÍFICA E CIDADANIA


Fig. 5 – Teto verde na cidade de São Paulo. Nos dias atuais, as pesquisas científicas são produzidas a fim de desenvolver conhecimentos
cujas aplicações provoquem impactos favoráveis em vários setores da sociedade.
Por essa importância, há normas que regulamentam essas pesquisas. Os profissionais dessa área
ZYGOTEHAASNOBRAIN/SHUTTERSTOCK

devem considerar, entre outros fatores, todos os riscos e benefícios (imediatos ou potenciais) de seus
estudos, buscando garantir que danos previsíveis sejam evitados.

INTEGRAÇÃO COM A NATUREZA


Os seres humanos muitas vezes têm interferido de forma positiva nos ambientes naturais.
A utilização racional da terra nos campos de cultura, com irrigação (figura 7) e adubação ade-
quadas, entre outras técnicas agrícolas modernas, contribui significativamente para o aumento da
produtividade das plantas cultivadas, necessárias à sobrevivência de nossa espécie.
Por outro lado, há muitos exemplos de interferência humana negativa na natureza. Especial-
mente nas últimas décadas, são frequentes os casos de degradação de ambientes naturais, como
a poluição de lagos, rios e mares e o desmatamento de campos e florestas, atitudes que colocam
em risco de extinção muitas espécies de seres vivos. Esses e outros exemplos de desequilíbrios
Fig. 6 – Jardim vertical com materiais ambientais são fatos noticiados frequentemente nos meios de comunicação. Veja a figura 8 na
reciclados. página seguinte.
ALAMY/ LATINSTOCK

Fig. 7 – Irrigação em campo de cultura.

6 Aspectos gerais da Biologia


RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS

Fig. 8 – Rio Tietê, em Pirapora do Bom Jesus, SP.


O rio Tietê, principalmente quando atravessa
a região metropolitana de São Paulo, recebe
muitas descargas poluentes e se transforma
num dos mais conhecidos exemplos de
poluição de água doce no Brasil.

Animais em extinção: dois exemplos retratados em

CK
ST O
cédulas do real

ESEARCHERS/LATIN
Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). Nativo da Mata Atlântica do Rio de Janei-
ro, foi muito caçado por traficantes de animais. Tem de 25 a 35 cm de comprimento, com
cauda de até 40 cm. Esteve seriamente ameaçado de extinção. Hoje, graças a programas

TOR
de recuperação e conservação, ele passou para uma categoria menos ameaçada, embora

/PHO
ainda corra risco de extinção. Veja a fig. 11.

SON
Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata). Essa tartaruga marinha pode chegar a medir

EE
TL
cerca de 1 m de comprimento. Com o seu casco se faziam armações de óculos, joias e objetos

PA
M
diversos, incluindo pentes, daí o nome popular do animal. Está na lista de animais ameaçados de

TO
extinção. Veja a fig. 12.
Fig. 11 – Mico-leão-dourado.
REPRODUÇÃO/BANCO CENTRAL DO
BRASIL/MINISTÉRIO DA FAZENDA

REPRODUÇÃO/BANCO CENTRAL DO
BRASIL/MINISTÉRIO DA FAZENDA

Fig. 9 – A cédula de dois reais apresenta uma espécie de


tartaruga marinha (tartaruga-de-pente) em seu reverso.

Fig. 10 – A cédula de vinte reais apresenta o mico-leão-dourado


em seu reverso.

Projeto Tamar

FRENTE B
O projeto Tamar, cujo nome é a abreviação de tar-
K C
TO

taruga marinha,
inha, foi fundado em 1980, com o intuito de
NS
A TI

preservar e conservar as espécies de tartaruga marinha


UP/L

ameaçadas de extinção no Brasil. Para conhecer melhor


IVERSAL IMAGES GRO

BIOLOGIA

o projeto, acesse o portal: <www.tamar.org.br>.

Fig. 12 – Tartaruga-de-pente.
NS/UN
RIZO
HO
ILD
W

Aspectos gerais da Biologia 7


MAURICIO SIMONETTI/PULSAR IMAGENS
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A humanidade vem se conscientizando cada vez mais da necessidade de preservação dos
ambientes naturais como uma das maneiras mais seguras de garantir a sobrevivência de nossa
espécie. Por isso, medidas importantes vêm sendo tomadas em favor da natureza. Entre elas estão
a criação de parques nacionais (figs. 14 e 15), de estações ecológicas, de estações de tratamento de
água e de esgoto (fig. 13), de usinas processadoras de lixo, e a promoção de campanhas educativas
que alertam sobre os perigos da degradação ambiental.
Essas e outras medidas fazem parte da busca para se alcançar um desenvolvimento sustentá-
vel. Esse conceito estabelece o equilíbrio entre forças econômicas, sociais e ambientais na exploração
dos recursos da natureza. Ou seja, um empreendimento será duradouro e sólido à medida que se
mostre economicamente rentável, ambientalmente adequado e socialmente justo. Com isso se pre-
tende manter a diversidade biológica e os demais atributos ecológicos do ambiente em benefício
das gerações futuras, atendendo às necessidades do presente.
Este é um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade atualmente: garantir que
as necessidades econômicas e os progressos científicos e tecnológicos sejam promovidos de
Fig. 13 – Estação de tratamento de forma justa e ambientalmente sustentável, assegurando que os vários ambientes naturais da
esgoto em São Paulo. Terra sejam preservados.

Parque Nacional de Itatiaia


Fundado em 13 de junho de 1937, é o primeiro parque nacional no Brasil. Está situado na divisa de três grandes estados: Rio de
Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Possui uma vasta reserva da Mata Atlântica, abriga e preserva muitas espécies da fauna e da flora
brasileiras. Duas de suas atrações são: o Pico das Agulhas Negras, com 2 791 m de altura, e a cachoeira Itaporani.
ARY BASSOUS/TYBA

T. FERNANDES/FOTOARENA

Fig. 14 – Pico das Agulhas Negras, Parque Nacional de Itatiaia. Fig. 15 – Cachoeira Itaporani, Parque Nacional de Itatiaia.

Fonte: Disponível em: <www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/visite-


as-unidades/188-parque-nacional-do-itatiaia.html>.
Acesso em: 15 jul. 2014.

8 Aspectos gerais da Biologia


Subdivisões da Biologia
A Biologia apresenta várias subdivisões, de acordo com os diversos níveis de complexi-
dade em que o mundo vivo se organiza. As principais áreas, de forma resumida, em que se
subdivide a Biologia são:
Bioquímica ou Citoquímica – estuda os componentes químicos da matéria viva e seus
respectivos papéis biológicos.
Citologia – estuda as estruturas celulares e suas respectivas funções.
Histologia – estuda a organização e a função dos tecidos.
Anatomia – estuda a forma e a organização de órgãos e de sistemas.
Fisiologia – estuda as funções de órgãos e de sistemas.
Taxonomia – estuda a classificação dos seres vivos.
Embriologia – estuda a formação e o desenvolvimento dos embriões.
Genética – estuda as leis que regem a hereditariedade.
Evolução – estuda as transformações ocorridas nos seres vivos ao longo das gerações e o
processo de formação de novas espécies.
Ecologia – estuda as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente em que vivem.

PARA CONSTRUIR

1 (UFMT) Cite e explique quatro aspectos que demonstram ser o conhecimento da Biologia importante para o ser humano
contemporâneo.
Os conhecimentos proporcionados pela Biologia contribuem para que possamos, entre outras coisas:
• prever e evitar impactos ambientais decorrentes de obras como instalação de indústrias, construção de represas e de estradas, entre outros.
• obter alimentos em larga escala, industrializados ou não.
• desenvolver a conscientização e a participação ativa sobre temas como destruição de recursos naturais, poluição, manipulação genética, etc.
• desenvolver noções básicas de higiene, evitando, por exemplo, doenças diversas e tendo acesso a uma alimentação mais saudável.
• conhecer, acompanhar e argumentar com propriedade assuntos relacionados à ciência e suas novidades.

FRENTE B
BIOLOGIA

Aspectos gerais da Biologia 9


2 Identifique duas ações humanas que promovem a degrada- Apesar do aumento na expectativa de vida, o Brasil ainda se
ção de: encontra relativamente distante dos índices apresentados
a) ambientes aquáticos, como rios e mares; por países como o Japão e a Suécia, em que a expectativa de
vida supera os 80 anos de idade.
Resposta pessoal. Podem ser citados: derramamento de
Converse com os colegas, pesquise, se necessário, e indique
petróleo, lançamento de esgoto e de lixo doméstico, poluição dois aspectos associados aos conhecimentos biológicos que
da água por agrotóxicos, detergentes e outros produtos. contribuíram para o aumento da expectativa de vida do ser
humano.
Vacinação contra doenças diversas; melhoria no saneamento
básico, embora, no Brasil, ainda haja muito o que fazer nessa
b) ambientes terrestres, como campos e florestas.
área; maior acesso a alimentos e medicamentos, entre outros
Resposta pessoal. Podem ser citados: desmatamentos,
aspectos, em consequência da melhoria nos índices das
queimadas, lançamento de certos gases na atmosfera que
condições socioeconômicas, principalmente entre as pessoas
contribuem, por exemplo, para a formação de chuvas ácidas.
de menor poder aquisitivo; orientação em relação aos cuidados
com a higiene dos alimentos e do corpo, entre outros exemplos.

3 (Unicamp-SP) A atividade humana sobre os ecossistemas tem


levado a uma diminuição da complexidade de inter-relações
características das comunidades naturais. Identifique duas
consequências dessa interferência humana sobre comuni- 5 Leia o texto:
dades naturais, sendo uma delas com aspectos positivos e A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvi-
outra com aspectos negativos para a própria comunidade. mento Sustentável, a Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de
Um exemplo de interferência humana com aspectos positivos para junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 foi
a própria humanidade é a construção de campos de cultura, com
assim conhecida porque marcou os vinte anos de realiza-
ção da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Am-
uso racional da terra e aplicação de conhecimentos e técnicas que
biente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para de-
podem aumentar a produção agrícola, tais como rotação de culturas, finir a agenda do desenvolvimento sustentável para as
adubação e irrigação adequadas, etc. Os campos de cultura permitem próximas décadas.
a obtenção de alimentos necessários a nossa sobrevivência. Como [...] O objetivo da Conferência foi a renovação do
exemplo de interferência humana negativa nos ambientes naturais
compromisso político com o desenvolvimento sustentável,
por meio da avaliação do progresso e das lacunas na im-
cita-se o derramamento de petróleo nos mares, que prejudica,
plementação das decisões adotadas pelas principais cúpu-
por exemplo, a atividade pesqueira de determinada região. las sobre o assunto e do tratamento de temas novos e
emergentes.
4 A expectativa de vida ao nascer da população brasileira vem Sobre a Rio+20. Disponível em: <www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20.
aumentando a cada ano. Observe a tabela abaixo: html>. Acesso em: 23 jun. 2014.
O que você entende por desenvolvimento sustentável?
Ano Expectativa de vida O desenvolvimento sustentável constitui uma modalidade

1960 54,6 anos de desenvolvimento que pretende garantir, de forma justa,


a prosperidade das sociedades humanas, mas explorando
1980 62,6 anos
os recursos naturais de maneira que os diversos ambientes
1991 67,0 anos naturais da Terra sejam preservados. Esse processo envolve a

2000 70,5 anos associação e o equilíbrio de áreas diversas do conhecimento


humano (biológicas, sociais e econômicas, entre outras).
2005 71,9 anos
2007 72,5 anos
2012 74,6 anos
Disponível em: <www.saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&
id=1&busca>. Acesso em: 30 jun. 2014.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 4 Para aprimorar: 1 a 3

10 Aspectos gerais da Biologia


Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa
para casa”. As resoluções encontram-se no Portal
em Resoluções e Gabaritos.
TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 4 (Cefet-PR) Dentro do contexto atual na solução dos proble-
mas ambientais, é muito usado o termo desenvolvimen-
to sustentável. Das alternativas a seguir que abordam esse
1 Há 500 anos, diante da exuberante diversidade de plantas da
tema, identifique a incorreta.
Mata Atlântica, o português Pero Vaz de Caminha escreveu
na carta enviada para D. Manoel, rei de Portugal: a) O desafio ao desenvolvimento sustentável é trazer as con-
siderações ambientais para o centro das tomadas de deci-
Foi o Capitão com alguns de nós um pedaço por este sões econômicas e para o centro do planejamento futuro
arvoredo até um ribeiro grande, e de muita água, que ao em níveis regional e global.
nosso parecer é o mesmo que vem ter à praia, em que nós b) O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às ne-
tomamos água. Ali descansamos um pedaço, bebendo e cessidades do presente sem comprometer a possibilidade
folgando, ao longo dele, entre esse arvoredo que é tanto e de gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades.
tamanho e tão basto e de tanta qualidade de folhagem que c) A sustentabilidade implica a conservação de recursos na-
não se pode calcular. Há lá muitas palmeiras, de que co- turais e o uso mais racional possível dos materiais e subs-
lhemos muitos e bons palmitos. tâncias utilizados na produção de bens de consumo.
d) As ações cotidianas de cada indivíduo, através de peque-
Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em:
<www.academia.edu/4713910/A_Carta_de_Pero_Vaz_de_Caminha>. nas atitudes como o controle e reciclagem do lixo e o uso
Acesso em: 17 jul. 2014. de meios de transporte coletivo, não contribuem para o
a) Pesquise, se necessário, e escreva o nome de três plantas controle de sustentabilidade do planeta.
da Mata Atlântica. e) Para se atingir a sustentabilidade, devem ser desenvolvidas
b) A paisagem que Pero Vaz de Caminha descreveu não é soluções amplas e equilibradas para o controle de proble-
igual à que existe atualmente. O que mudou? Por quê? mas ambientais dentro de cada país e internacionalmente.

2 (Acafe-SC) Os seres humanos interferem de forma positiva


PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
nos ambientes naturais e na sobrevivência de nossa espécie,
exceto quando:
1 (Enem) Entre 8 mil e 3 mil anos atrás, ocorreu o desapareci-
a) promovem o desmatamento para consequente aumento
mento de grandes mamíferos que viviam na América do Sul.
das áreas de cultivo. Os mapas a seguir apresentam a vegetação dessa região an-
b) impedem a caça indiscriminada de animais em extinção. tes e depois de uma grande mudança climática que tornou
c) evitam as queimadas. essa região mais quente e mais úmida.
d) utilizam racionalmente irrigações e adubações nos cam-
pos de cultura.
e) protegem os mananciais hídricos.

3 (Ufal) Leia com atenção o texto a seguir e assinale a alternati-


va que menciona a que ele se refere diretamente.
Trata-se da capacidade que uma dada unidade agríco-
la possui de continuar a produzir, quase que numa suces-
são sem fim, com um mínimo de aquisições do exterior.
As plantas que são cultivadas dependem dos nutrientes
Revista Pesquisa Fapesp. n. 98, 2004.
naturais, presentes no solo, na água, no ar e na insolação
como recursos para produzir seu próprio alimento, me- As hipóteses a seguir foram levantadas para explicar o desa-
FRENTE B
diante a fotossíntese. Quando é realizada a colheita, o agri- parecimento dos grandes mamíferos na América do Sul.
cultor está a recolher aquilo que foi permitido à planta I. Os seres humanos, que só puderam ocupar a América do
produzir com os recursos disponíveis. Sul depois que o clima se tornou mais úmido, mataram os
grandes animais.
BIOLOGIA

a) Agricultura intensiva. II. Os maiores mamíferos atuais precisam de vastas áreas


b) Sistema agrícola de plantation. abertas para manterem o seu modo de vida, áreas que
c) Sistema agrícola voltado ao mercado exterior. desapareceram da América do Sul com a mudança climá-
d) Agricultura sustentável. tica, o que pode ter provocado a extinção dos grandes
e) Sistema de jardinagem asiático. mamíferos sul-americanos.

Aspectos gerais da Biologia 11


III. A mudança climática foi desencadeada pela queda de um 3 (Enem) Moradores de três cidades, aqui chamadas X, Y e Z,
grande asteroide, a qual causou o desaparecimento dos foram indagados quanto aos tipos de poluição que mais
grandes mamíferos e das aves. afligiam as suas áreas urbanas. Nos gráficos a seguir estão
É cientificamente aceitável o que se afirma: representadas as porcentagens de reclamações sobre cada
a) apenas em I. tipo de poluição ambiental.
b) apenas em II.
X Y Z
c) apenas em III.
7%
d) apenas em I e III. 30% 24% 22% 40%
12% 22%
e) em I, II e III.
0%
2 (Enem) Em um estudo feito pelo Instituto Florestal, foi possí- 12%
vel acompanhar a evolução de ecossistemas paulistas desde 23%
23%
36%
1962. Desse estudo publicou-se o Inventário Florestal de São 34% 2% 13%
Paulo, que mostrou resultados de décadas de transforma-
Lixo Dejetos tóxicos
ções da Mata Atlântica.
Poluição do ar Poluição sonora
Esgoto aberto
Área de vegetação natural
72,6 (em mil km2) Considerando a queixa ambiental dos cidadãos de cada ci-
dade, a primeira medida de combate à poluição em cada
43,9 uma delas seria, respectivamente:
33,3 34,6

X Y Z

Controle de emissão
a) Manejamento de lixo Esgotameto sanitário
1962-1963 1971-1973 1990-1992 2000-2001 de gases
Fonte: Pesquisa. 91, São Paulo: Fapesp, set. 2003, p. 48.
Controle de despejo Controle de emissão
Examinando o gráfico da área vegetal remanescente (em b) Manejamento de lixo
industrial de gases
mil km2) pode-se inferir que:
a) a Mata Atlântica teve sua área devastada em 50% entre
Esgotamento Controle de despejo
1963 e 1973. c) Manejamento de lixo
b) a vegetação natural da Mata Atlântica aumentou antes da sanitário industrial
década de 60, mas reduziu nas décadas posteriores.
c) a devastação da Mata Atlântica remanescente vem sendo Controle de emissão Controle de despejo Esgotamento
d)
contida desde a década de 60. de gases industrial sanitário
d) em 2000-2001, a área de Mata Atlântica preservada em
relação ao período de 1990-1992 foi de 34,6%. Controle de despejo Esgotamento
e) a área preservada da Mata Atlântica nos anos 2000 e 2001 e) Manejamento de lixo
industrial sanitário
é maior do que a área registrada no período de 1990-1992.

ANOTAÇÕES

12 Aspectos gerais da Biologia


CAPÍTULO

2 Biosfera e organização
biológica

Objetivos: O diâmetro da Terra é de pouco menos de 13 000 km. A vida, entretanto, se desenvolve no planeta
dentro de uma faixa, com espessura em torno de 17 ou 18 km, denominada biosfera (do grego bios,
c Reconhecer a
“vida”, sphaêra, “esfera”). Essa camada – relativamente fina, se comparada ao diâmetro da Terra – se
importância da
estende desde as mais altas montanhas até os profundos abismos oceânicos.
biosfera para o mundo
De forma simplificada, podemos entender a biosfera como a porção do planeta biologicamente
vivo.
habitada. É nela que vivem todos os seres vivos da Terra. Essa “esfera de vida”, por si só, constitui um
c Reconhecer os vários convite para reflexão: a compreensão dos componentes da biosfera deve contribuir para o desenvol-
níveis de organização vimento de uma mentalidade de respeito pela vida, passo indispensável para a preservação dos mais
biológica. diversos ambientes naturais do planeta e para uma integração cada vez maior dos seres humanos
com a natureza.
c Identificar a
interdependência dos

RETO STOCKLI ALAN NELSON/NASA


seres vivos de uma
comunidade, entre si e
com os componentes
abióticos de um
ecossistema.

FRENTE B
BIOLOGIA

Fig. 1 – Imagem digital da Terra, gerada a partir de foto tirada via satélite.

Aspectos gerais da Biologia 13


BIODIVERSIDADE: EXPLOSÃO DE VIDA NA TERRA
Até hoje, a ciência descreveu cerca de dois milhões de espécies de seres vivos em todo o mundo.
Estima-se, porém, que a Terra abriga muito mais formas de vida do que os seres humanos consegui-
ram catalogar até agora. Todos os anos novas espécies são descobertas.
Biodiversidade é o termo usado para descrever o variado contingente de espécies de seres
vivos que existe na Terra ou numa determinada região. A biodiversidade fascina os pesquisadores,
cada vez mais interessados em conhecer e preservar a enorme variedade de seres vivos adaptados
aos mais diversos tipos de ambientes.
O Brasil é um dos países que mais apresentam regiões biodiversas, isto é, regiões que oferecem con-
dições ambientais para o desenvolvimento de um grande número de espécies de seres vivos. É o caso da
Floresta Amazônica (fig. 2) que, assim como as demais florestas tropicais, abriga uma elevada diversidade
de espécies (figs. 3 a 6), sendo que muitas ainda sequer foram identificadas. Veja as imagens a seguir.
EDSON SATO/PULSAR IMAGENS

Fig. 2 – Vista aérea da Floresta Tropical Amazônica.


ARY BASSOUS/TYBA

PALÊ ZUPPANI/PULSAR IMAGENS

ANDRÉ SEALE/PULSAR IMAGENS


Fig. 5 – Peixe-boi.
BLICKWINKEL/ALAMY/GLOW IMAGES

Fig. 3 – Arara-azul-de-lear. Fig. 4 – Pau-brasil. Fig. 6 – Sauim-de-coleira.

14 Aspectos gerais da Biologia


M AR
IO F
RI E
DL
AN
DE
R/
PU

LS
AR
IM
Algumas considerações sobre a biodiversidade brasileira

AG
EN
S
Existem dezessete países no mundo considerados “megadiversos”. São nações
que reúnem em seu território imensas variedades de espécies de seres vivos. Sozi-
nhas, detêm aproximadamente 70% de toda a biodiversidade global. Normalmen-
te, a “megadiversidade” aparece em regiões de florestas tropicais úmidas. É o caso
de países como Colômbia, Peru, Indonésia e Malásia. Nenhum deles, porém, che-
ga perto do Brasil. O país abriga de 10% a 20% de todas as espécies de plantas e
de animais existentes no planeta. [...] O Brasil é dono de sete grandes ambientes
naturais terrestres. Dentre eles, o Brasil detém a maior parte da maior planície inun-
dável (o Pantanal, figura 7) e da maior floresta tropical úmida do mundo (a Floresta
Amazônica). [...] No rio Amazonas e em suas centenas de afluentes, estima-se que haja
cerca de 15 vezes mais espécies de peixes do que em toda a Europa. Apenas 1 hectare da
Floresta Amazônica pode conter até 300 tipos de plantas. A floresta temperada dos Estados
Unidos possui pouco mais de 10% do número de espécies de árvores da Amazônia. [...] Fig. 7 – Trecho do Pantanal brasileiro.
A biodiversidade é um patrimônio mal explorado. Pesquisas sobre o potencial farmacêuti-
co de espécies da Amazônia praticamente não existem no país. Também é pouco significa-
tivo o ecoturismo, que em outros países rende dezenas de bilhões de dólares a cada ano.
GLOSSÁRIO

Mas é grande o desmatamento, assim como o contrabando de espécies na chamada biopi-


Biopirataria:
rataria. São problemas que serão resolvidos apenas quando o país perceber que é mais
Apropriação ilegal e exploração in-
devida de recursos naturais (fauna e vantajoso tirar proveito da floresta viva do que devastá-la.
flora). MEGALE, Luiz Guilherme. O planeta está de olho.
Veja Edição Especial – Ecologia. São Paulo: Abril, n. 22, ano 35. Adaptado.

OS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS


Os seres vivos podem ser estudados considerando vários aspectos. Podemos enfocar desde a
constituição da matéria viva e as alterações que nela se processam até as relações que os seres vivos
estabelecem entre si e com o ambiente em que vivem.
Vamos iniciar nosso estudo apresentando uma visão de como o mundo vivo se organiza, desde
os níveis de organização relativamente mais simples até os mais complexos.

Célula, tecido, órgão, sistema e organismo


As células, em geral, são compostas de três estruturas principais. Veja a figura 9 na próxima página.
Membrana plasmática – película que envolve a célula, separando sua parte interna do material
extracelular.
Citoplasma – porção existente entre a membrana plasmática e a membrana nuclear, camada que
reveste o núcleo celular.
Núcleo – estrutura que contém o material genético regulador das atividades celulares.
As células são as unidades morfológicas e fisiológicas dos seres vivos. À exceção dos vírus, todos
os seres vivos têm organização celular.
Nas bactérias e arqueas não há núcleo delimitado por membrana nem organelas membranosas
imersas no citoplasma, como mitocôndrias, retículo endoplasmático e complexo golgiense. Nas de-
mais células, como as de fungos, de plantas e de animais, verifica-se a presença de núcleo delimitado
FRENTE B
por membrana e de organelas membranosas no citoplasma.
Existem organismos, como as bactérias e os protozoários, que são formados por uma única
célula; são, por isso, chamados seres unicelulares.
Já seres vivos, como uma árvore ou um ser humano, apresentam uma infinidade de células e
BIOLOGIA

Portal
por isso, são chamados seres multicelulares (ou pluricelulares). SESI
Educação www.sesieducacao.com.br
Em um organismo multicelular – complexo e bastante organizado como o do ser humano –, é relati-
vamente fácil perceber diferentes agrupamentos celulares, cada qual desempenhando uma função especí-
Acesse o portal e explore o con-
fica. Cada um desses agrupamentos constitui um tecido. O tecido epitelial de revestimento, por exemplo, teúdo Floresta Amazônica.
recobre as superfícies do organismo, como ocorre na pele ou no estômago, cuja cavidade ele reveste.

Aspectos gerais da Biologia 15


Por sua vez, vários tecidos agrupados em interação formam um órgão. Assim, um órgão pode
ser entendido como uma estrutura que desempenha uma determinada função no organismo e que
resulta do agrupamento de tecidos diferentes que interagem entre si. O estômago, por exemplo, é um
órgão que, além do epitélio de revestimento, é constituído de outros tipos de tecidos, como o tecido
muscular, cuja capacidade contrátil permite o deslocamento de alimentos ingeridos para o intestino.
Vários órgãos podem interagir e desempenhar uma determinada função no organismo. Essa inte-
ração entre órgãos forma um sistema. Na espécie humana, o sistema digestório (fig. 8), por exemplo,
é basicamente formado pelas seguintes estruturas: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado
e intestino grosso, além de glândulas anexas, como as salivares, o fígado e o pâncreas. Todas essas
Boca
estruturas estão associadas ao mecanismo de aproveitamento de alimentos ingeridos. O conjunto de
todos os sistemas (digestório, cardiovascular, urinário, respiratório, etc.) constitui o organismo.
Faringe
Esôfago

MOPIC/SHUTTERSTOCK
Membrana (envoltório) nuclear

Mitocôndria

Estômago Membrana
Fígado plasmática

Nucléolo
Intestino
grosso Citoplasma

Pâncreas Núcleo
LEONELLO CALVETTI/SHUTTERSTOCK

Centríolo

Reto
Intestino
delgado
Ânus
Retículo
Complexo endoplasmático
golgiense

Fig. 8 – Esquema do sistema digestório na espécie humana. Fig. 9 – Esquema de célula animal e alguns de seus componentes.

Portal
SESI
A espécie pode ser conceituada como um grupo de organismos capazes de cruzar entre si,
Educação www.sesieducacao.com.br originando descendentes férteis, e que, em condições naturais, encontram-se reprodutivamente
isolados de organismos de outras espécies. Organismos de espécies diferentes, quando se cru-
Acesse o portal e explore o con- zam, normalmente não geram descendentes; quando isso ocorre, os descendentes costumam ser
teúdo Sistema digestório. estéreis. Esse conceito de espécie, porém, não se aplica a espécies que se reproduzem somente
de maneira assexuada.

População, comunidade, ecossistema e biosfera


Os organismos não sobrevivem de forma isolada na natureza. Eles estabelecem relações mais
ou menos íntimas entre si e com o ambiente em que se encontram.
As onças-pintadas que vivem na Mata Atlântica, por exemplo, constituem um nível de orga-
nização chamado população. Assim, uma população é formada pelo conjunto de organismos da
mesma espécie que vivem em uma determinada região na mesma unidade de tempo.
Mas, na Mata Atlântica, vivem também outras espécies de seres vivos. Nela encontram-se ani-
mais como arapongas, caxinguelês, cutias, gatos-do-mato, jacutingas e macucos; plantas como ipê,
peroba e pau-brasil. Esses e outros seres vivos interagem nesse ambiente. Considerando o conjunto
de todas as populações que vivem na Mata Atlântica, temos uma comunidade biológica.

16 Aspectos gerais da Biologia


Tanto em uma floresta quanto em qualquer outro ambiente em que exista vida, as comuni-

ARTUR KEUNECKE/PULSAR IMAGENS


dades dependem de fatores abióticos ou não vivos, pois também interagem com eles. Esses fatores
compreendem os componentes físicos e químicos do ambiente, como a temperatura, a umidade
do ar e do solo, o grau de luminosidade, a disponibilidade de gás oxigênio, entre outros. Quando
se consideram as interações estabelecidas pelos componentes do mundo vivo – entre si e com os
diversos fatores abióticos –, tem-se um nível de organização denominado ecossistema (fig. 10).
O conceito de ecossistema pode abranger uma grande floresta, uma simples poça de água ou
até um tronco de árvore caído, desde que eles abriguem diferentes espécies de seres vivos interagindo
entre si e com componentes abióticos do ambiente.
A Terra apresenta diversos ecossistemas: florestas, campos, rios, lagos, mares, entre outros exem-
plos. O conjunto de todos os ecossistemas da Terra é chamado biosfera, que pode ser conceituada
como a porção da Terra biologicamente habitada.
Resumindo, em ordem crescente de complexidade, podemos considerar os seguintes níveis de
organização dos seres vivos: célula, tecido, órgão, sistema, organismo, população, comunidade,
ecossistema e biosfera.

O QUE É EQUILÍBRIO BIOLÓGICO?


Os seres vivos normalmente estabelecem entre si e com o meio em que vivem um relaciona-
mento que garante não apenas a sua sobrevivência, mas também a preservação dos recursos naturais
disponíveis no ambiente. Essa situação de estabilidade dos seres vivos entre si e com o ambiente em
que estão instalados é denominada equilíbrio biológico. Fig. 10 – Rio Salobra, Mato Grosso do Sul,
Sabemos que o mundo vivo pode ser enfocado sob vários níveis de organização – da célula à um exemplo de ecossistema. Nele vivem e
interagem várias espécies de peixes, algas,
biosfera. A interferência direta ou indireta em quaisquer desses níveis pode acarretar consequências crustáceos, bactérias, entre outras.
desastrosas ao equilíbrio biológico existente entre os seres vivos e o meio ambiente. As serpentes se
alimentam, normalmente, de ratos e de outros roedores. O extermínio delas em determinada região,
por exemplo, pode favorecer o desenvolvimento de uma superpopulação de roedores que, por sua
vez, pode determinar uma drástica redução na população de vegetais da região. Esse fato, além de
atingir as populações de herbívoros, pode deixar o solo desprotegido, o qual, sem a cobertura de
vegetais, fica mais sujeito à erosão pela ação do vento e da água das chuvas. Com isso, o solo tende
a ficar estéril, o que dificulta a recuperação vegetal na área, pelo menos em curto período de tempo.
As consequências de tal processo atingem também as populações animais que, em última análise,
têm nas plantas a sua fonte nutritiva.
Há décadas, os seres humanos vêm agredindo e exterminando numerosas espécies de seres vivos
e recursos naturais. Toneladas de peixes têm morrido, vitimados pela eliminação de resíduos industriais,
de lixo e de esgoto doméstico, por exemplo, em lagos, rios e mares. A atividade de algas e de outros seres
que vivem em ambientes aquáticos fica comprometida pelo derramamento de petróleo, que altera as
condições abióticas desses ambientes. A sobrevivência de muitas formas de vida está sendo colocada
em risco por causa da devastação de campos e de florestas. Esses e outros exemplos de desequilíbrios
ambientais são fatos frequentes nos noticiários dos mais variados meios de comunicação.

Refletindo sobre a vida


O mistério mais maravilhoso da vida talvez seja o meio pelo qual ela criou tanta
diversidade a partir de tão pouca matéria física. Todos os organismos da biosfera jun-
tos constituem apenas cerca de uma parte em 10 bilhões da massa da Terra. A vida
está esparsamente distribuída numa camada de alguns quilômetros de espessura de FRENTE B
terra, água e ar e dividiu-se em muitas espécies – as unidades fundamentais –, cada
uma desempenhando um papel único em relação ao todo.
Se o mundo fosse do tamanho de um globo comum de mesa e a sua superfície
BIOLOGIA

fosse observada lateralmente à distância de um braço, nenhum traço da biosfera seria


visível a olho nu.
WILSON, Edward O. Diversidade da vida. São Paulo:
Companhia das Letras, 2012. Adaptado.

Aspectos gerais da Biologia 17


PARA CONSTRUIR

1 (Vunesp) Biodiversidade foi o tema discutido durante a pre-


paração e a realização da Conferência Mundial sobre Meio
Ambiente/ECO-92.
a) O que é biodiversidade?
A biodiversidade compreende a variedade de seres vivos que uma
determinada região, ou mesmo o planeta, abriga.

2 Um estudante escreveu numa prova: “Um osso é um exem-


plo de órgão e não deve ser confundido com o tecido ósseo”.
Você concorda com ele? Justifique sua resposta.
Sim. Um osso é um órgão, uma vez que resulta da associação de
diversos tecidos que nele interagem. O tecido ósseo é um dos tecidos
que compõem o órgão osso.

b) Justifique por que certas regiões geográficas são conside-


radas biodiversas.
Certas regiões, como as florestas tropicais, são consideradas
biodiversas porque contêm uma elevada diversidade de
espécies de seres vivos.

18 Aspectos gerais da Biologia


3 (UFU-MG) Atualmente, muito se fala em espécies, comuni- contribuindo para a extinção dessas espécies. Cite duas des-
dades e ecossistemas ameaçados, mas poucos sabem real- sas causas.
mente o significado dessas expressões. Defina cada um dos Tráfico de animais e extrativismo vegetal.
termos assinalados.
5 Dê o nome do nível de organização em que se encaixa cada
A espécie compreende um conjunto de organismos capazes de se item considerado abaixo.
cruzar e originar descendentes férteis; uma comunidade biológica
a) Uma goiabeira:
compreende o conjunto de populações que vivem em uma determinada
organismo
região; já um ecossistema é uma unidade que compreende todas
as relações mútuas que os componentes bióticos, ou seres vivos de b) O intestino humano:
uma comunidade, estabelecem entre si e com os componentes órgão

abióticos do ambiente. c) Um neurônio do cérebro:


célula

d) O conjunto das células epiteliais de uma folha vegetal:


4 (UFMG – Adaptada) Observe as espécies representadas nes- tecido
tas figuras:
e) Um espermatozoide:
célula
OSCAR CABRAL/EDITORA ABRIL

f ) O conjunto de leões de uma savana africana:


população

g) O conjunto dos seres vivos do Oceano Atlântico:


comunidade

h) A Floresta Amazônica:
ecossistema
Mico-leão-dourado.
6 O lobo-guará é um animal que vive em matas brasileiras,
como o Cerrado, e se alimenta de frutos silvestres e peque-
EDUARDO LAZZARINI/FOLHA IMAGEM

nos roedores, como ratos e preás. A eliminação desses lobos,


em certa região, pode comprometer o equilíbrio biológico da
área considerada, além de afetar certas atividades humanas.
Explique por que a extinção dos lobos-guarás numa determi-
nada região pode afetar certas atividades humanas.
A eliminação dos lobos provavelmente vai provocar um aumento na
população de animais dos quais se alimentam, como preás
e ratos. Em grande número, esses animais poderão causar
Ararinha-azul.
danos consideráveis nos campos de cultura, ao se alimentarem,
por exemplo, de grãos diversos, como o milho.
FERNANDO M. FERNANDES/
FUNDAÇÃO ZOO-BOTÂNICA DE
BELO HORIZONTE, MG

MATERIAL COMPLEMENTAR
Verifique no Portal SESI os materiais complementares com
FRENTE B
atividades relacionadas aos conteúdos deste Capítulo

Roteiro de Estudos
BIOLOGIA

Faveiro de Wilson. Projeto de Intervenção

Além da fragmentação de ecossistemas, outras causas vêm

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 10 Para aprimorar: 1 a 7

Aspectos gerais da Biologia 19


Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa
para casa”. As resoluções encontram-se no Portal
em Resoluções e Gabaritos.
TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 3 (Fuvest-SP) Um pesquisador coletou drosófilas (um tipo de
mosca) em duas regiões isoladas geograficamente. As mos-
cas dessas duas regiões eram indistinguíveis quanto à morfo-
1 (Enem) A figura abaixo é parte de uma campanha publicitária.
logia (ou forma, aspecto). Como proceder para saber se essas
duas populações de moscas pertencem ou não à mesma es-
pécie? Explique.

4 Observe a sequência dos níveis de organização dos seres vi-


vos, em ordem crescente de complexidade.
célula A órgão B organismo C
comunidade D biosfera
Identifique os níveis A, B, C e D, substituindo essas letras pelas
palavras corretas.

5 (Acafe-SC) Nos organismos, as diversas células sofrem dife-


renciação, dando origem a grupos de células com forma e
função semelhantes. Esses grupos são chamados:
Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a a) sistemas.
seguinte afirmativa: b) organismos.
a) O comércio ilícito da fauna silvestre, atividade de grande c) órgãos.
impacto, é uma ameaça para a biodiversidade nacional. d) aparelhos.
b) A manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medi- e) tecidos.
da que garante a preservação dessa espécie animal.
c) O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão- 6 (Ufal) O conjunto de indivíduos de uma espécie que vive
-dourado, garantiu a preservação dessa espécie. numa mesma área geográfica constitui:
d) O aumento da biodiversidade em outros países depende a) uma cadeia alimentar.
do comércio ilegal da fauna silvestre brasileira. b) uma comunidade.
e) O tráfico de animais silvestres é benéfico para a preserva- c) uma população.
ção das espécies, pois garante-lhes a sobrevivência. d) uma teia alimentar.
e) um ecossistema.
2 (FGV-SP) Biodiversidade, ou diversidade biológica, é um tema
bastante atual e importante para o Brasil, pois abre excelentes 7 (FMU-SP) Em qualquer jardim existem seres vivos trocando
perspectivas de acesso às modernas tecnologias e oportuni- matéria e energia. O conjunto de seres vivos de um jardim
dades para troca de experiências e intercâmbio com a comu- constitui:
nidade científica internacional de diversos níveis. Alarga tais
a) uma população.
perspectivas o fato de o Brasil estar entre os cinco primeiros
b) uma comunidade.
países que possuem a maior variedade de organismos vivos,
c) um ecossistema.
de comunidades e ecossistemas.
d) uma biosfera.
Assinale a resposta que define biodiversidade: e) um hábitat.
a) Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies que vi-
vem no ecossistema aquático. 8 (Unifor-CE) Considere os seguintes fatores:
b) Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de seres I. bióticos;
vivos (microrganismos, plantas e animais), que compõem II. físicos;
a vida na Terra, e os ecossistemas dos quais fazem parte. III. químicos.
c) Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de plan- Quando se estuda um ecossistema é necessário levar em conta:
tas e pássaros que habitam o planeta. a) apenas I.
d) Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de plan- b) apenas I e II.
tas existentes na Terra. c) apenas I e III.
e) Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de fito- d) apenas II e III.
plânctons existentes na Terra. e) I, II e III.

20 Aspectos gerais da Biologia


9 (UFRGS-RS) Considere as seguintes descrições: 3 (UFBA) Analise o seguinte esquema:
I. conjunto de seres vivos da mesma espécie, que vivem em
determinado espaço;
II. conjunto de seres vivos de espécies diferentes, que vivem
num determinado espaço, mantendo relacionamento.
Essas duas descrições referem-se, respectivamente, a:
a) ecossistema e população.
b) população e comunidade.
c) comunidade e população.
d) ecossistema e comunidade.
e) população e ecossistema.

10 (Unitau-SP) O conjunto de todos os ecossistemas forma:


a) a biosfera.
b) um meio abiótico.
c) uma comunidade. O esquema acima sugere que:
d) um ambiente biológico. a) indivíduos diferentes compõem uma população vegetal.
e) um hábitat. b) indivíduos da mesma espécie formam uma comunidade
vegetal.
c) populações diferentes constituem uma comunidade ve-
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR getal.
d) muitas comunidades vegetais integram a biosfera.
1 Em determinada região, vivem em equilíbrio populações de e) muitas comunidades vegetais compõem uma sociedade.
capim, preás e serpentes. Os preás alimentam-se de capim
e as serpentes alimentam-se de preás. Os seres humanos 4 (Mack-SP) Pense numa lagoa com suas plantas, seus animais
dessa região iniciaram uma campanha de extermínio das ser- e suas relações – entre si e com o meio ambiente. O conceito
pentes, até levá-las à total extinção. Esse fato trouxe como ecológico representado por essa comunidade e suas rela-
consequência o rompimento do equilíbrio biológico, outrora ções com o meio é de:
existente na região. a) sociedade.
a) O que você entende por equilíbrio biológico? b) população.
b) Explique por que a extinção das serpentes rompeu o c) biosfera.
equilíbrio biológico na região considerada. d) ecossistema.
e) talassociclo.
2 O mais grave acidente nuclear da história aconteceu no
dia 26 de abril de 1986, quando explodiu um reator da 5 (Feeq-CE) Considere os itens abaixo:
central atômica de Chernobyl, na Ucrânia. Os acidentes
I. temperatura
nucleares podem afetar todos os ambientes da Terra onde
II. turbidez
existe vida (I). Todas as espécies de seres vivos de uma re-
gião (II) atingida pela radiação podem ser prejudicadas, III. bactérias
ocasionando sério desequilíbrio biológico. Nos seres hu- IV. fitoplâncton
manos, nos ratos e em outros mamíferos, entre as célu- V. salinidade
las mais atingidas estão as da medula óssea vermelha (III) VI. teor de nitritos
– responsável pela produção de glóbulos sanguíneos e Desses, em um aquário marinho, constituem fatores abióti- FRENTE B
presente no interior de um osso (IV). A alteração no com- cos apenas:
portamento da medula óssea debilita o sistema imunitário a) I, II e III.
(ou imune), responsável pela defesa do organismo contra
BIOLOGIA

b) I, II e V.
infecções causadas por microrganismos diversos.
c) II, IV e VI.
Os itens destacados (I, II, III e IV) correspondem a níveis de
organização encontrados no mundo vivo. Quais são esses d) III, IV e V.
níveis? e) I, II, V e VI.

Aspectos gerais da Biologia 21


6 (UFPB) Em nosso planeta, o que distingue a matéria viva da Porcos e cabras soltos davam boa carne aos navegantes de
não viva é a presença de elementos químicos (C, H, O, N) passagem, cansados de tanto peixe no cardápio.
que, juntos com outros, formam as subunidades orgânicas. Entretanto, as cabras consumiram toda a vegetação rasteira e
Os seres vivos são formados a partir de níveis relativamente ainda comeram a casca dos arbustos sobreviventes. Os por-
bem simples e específicos até os mais complexos e gerais. cos revolveram raízes e a terra na busca de semente. Depois
Numa ordem crescente de complexidade, estes níveis têm a de consumir todo o verde, de volta ao estado selvagem, os
seguinte sequência: porcos passaram a devorar qualquer coisa: ovos de tartaru-
a) biosfera, ecossistema, comunidade, população, organis- gas, de aves marinhas, caranguejos e até cabritos pequenos.
mo, sistema, órgão, tecido, célula. Com base nos fatos acima, pode-se afirmar que:
b) célula, tecido, organismo, órgão, população, comunidade, a) a introdução desses animais domésticos trouxe, com o
ecossistema, sistema, biosfera. passar dos anos, o equilíbrio ecológico.
c) célula, tecido, órgão, organismo, população, comunidade, b) o ecossistema da Ilha da Trindade foi alterado, pois não
sistema, ecossistema, biosfera. houve uma interação equilibrada entre os seres vivos.
d) célula, tecido, órgão, sistema, organismo, população, co- c) a principal alteração do ecossistema foi a presença dos
munidade, ecossistema, biosfera. homens, pois animais nunca geram desequilíbrios no
e) biosfera, comunidade, população, ecossistema, sistema, ecossistema.
órgão, organismo, tecido, célula. d) o desequilíbrio só apareceu quando os porcos começa-
ram a comer os cabritos pequenos.
7 (Enem) Há quatro séculos alguns animais domésticos foram e) o aumento da biodiversidade, a longo prazo, foi favoreci-
introduzidos na Ilha da Trindade como “reserva de alimento”. do pela introdução de mais dois tipos de animais na ilha.

ANOTAÇÕES

22 Aspectos gerais da Biologia


CAPÍTULO

3 Vida, matéria e energia

Objetivos: Ao contrário das máquinas, geralmente projetadas e construídas de forma precisa e previsível
para desempenhar uma função específica, os seres vivos são dotados de uma complexa e notável
c Analisar a importância
elasticidade funcional, que os capacita a crescer, desenvolver-se, renovar-se e reproduzir-se no am-
dos alimentos como
biente em que vivem.
fornecedores de
matéria e de energia
FLPA/ALAMY/GLOW IMAGES

para os seres vivos.

c Diferenciar os tipos
básicos de seres vivos
segundo a forma de
obter alimentos.

c Identificar os
aspectos básicos
de transferência de
energia e de matéria
no mundo vivo.

Fig. 1 – Golfinho se alimentando.

MATÉRIA E ENERGIA PARA A VIDA


Em qualquer organismo, a matéria viva está sujeita a um constante processo de desgaste natural. FRENTE B
Assim, para que os componentes químicos dos seres vivos desempenhem adequadamente seus pa-
péis biológicos, é preciso compensar esse desgaste do organismo, por meio do contínuo suprimento
de íons e de moléculas diversas contidas nos alimentos.
BIOLOGIA

Uma das funções básicas dos alimentos é fornecer matéria-prima tanto para a construção
como para o crescimento e a manutenção dos seres vivos. Os íons e as moléculas contidas neles
representam o ponto de partida para a constituição da matéria viva e a renovação das porções
desgastadas. Essa renovação é feita, por exemplo, mediante a produção de novas células, que serão
repostas no lugar daquelas que morrem.

Aspectos gerais da Biologia 23


Os seres vivos, além de obterem “matéria-prima” dos alimentos, extraem a energia quí-
Os alimentos fornecem subs- mica acumulada em suas moléculas orgânicas. Essa energia é então processada e empregada
tâncias que, devidamente pro- no desempenho das diversas atividades biológicas que constituem o trabalho celular. Por isso
cessadas no organismo, têm se diz que os alimentos podem atuar como “combustíveis”, já que, devidamente oxidados ou
basicamente três funções nos “queimados”, fornecem às células a energia necessária para que suas diversas funções possam
seres vivos: ser executadas.
Plástica ou estrutural: quan-
do fornecem substâncias que O que é metabolismo
serão utilizadas na constru- Ao obter “matéria-prima” e energia pela transformação das substâncias contidas nos alimen-
ção da matéria viva, ou seja, tos, as células de um organismo se qualificam para sintetizar outras substâncias necessárias ao
atuam organizando as células desempenho das diversas funções vitais. O conjunto dos mecanismos químicos que permitem à
e os tecidos do corpo. célula transformar e utilizar as substâncias adquiridas e sintetizadas denomina-se metabolismo
Energética: quando os nu- (do grego metaballein, “alterar”); este termo pode também indicar o conjunto das atividades bio-
trientes fornecem energia para químicas que se processam no organismo.
que as células realizem suas O metabolismo pode ser dividido em duas etapas: anabolismo e catabolismo. O anabo-
funções. Pode-se dizer que lismo (do grego anabole, “erguer, construir”) compreende a fase “construtiva” do metabolismo,
atuam como “combustíveis”. na qual ocorre a produção de substâncias que constituem a matéria viva do organismo. Já o ca-
Reguladora: quando os tabolismo (do grego katabole, “eliminar”) representa a fase “destrutiva” do metabolismo, na qual
alimentos são processados ocorre a degradação dos compostos orgânicos, com a consequente liberação da energia utilizada
devidamente para regular no desempenho das diversas atividades vitais.
e/ou controlar muitas rea-
ções biológicas que ocor- Como se obtém a energia contida nos alimentos
rem no organismo. A extração da energia contida nas moléculas orgânicas dos alimentos é feita por um processo
Portanto, uma alimentação denominado respiração celular. Para realizá-lo, as células podem ou não utilizar o gás oxigênio (O2).
adequada é fundamental para Se esse gás for utilizado, a respiração é chamada aeróbia (ou aeróbica); em caso contrário, fala-se em
a manutenção de um estado respiração anaeróbia (ou anaeróbica).
de equilíbrio interno dinâmico, As células vivas podem utilizar várias substâncias orgânicas como fonte de energia. Entre tais
em que as diversas funções vitais substâncias, destacamos o açúcar denominado glicose, cuja fórmula química é C6H12O6.
são desempenhadas de manei-
ra harmoniosa e integrada. Essa
Respiração aeróbia
situação de equilíbrio interno Nesse tipo de respiração, moléculas de glicose, por exemplo, são oxidadas com a participação
dinâmico é chamada homeos- de gás oxigênio e liberam energia, que será utilizada no trabalho celular. Formam-se resíduos de baixo
tase. conteúdo energético, representados pelo gás carbônico (CO2) e pela água (H2O), conforme mostra
a seguinte equação simplificada:
C6H12O6 1 6 O2 → CO2 1 6 H2O 1 energia
Glicose Oxigênio Gás Água
carbônico

Respiração anaeróbia
SCIMAT/PHOTO RESEARCHERS RM/GETTY IMAGES

A respiração anaeróbia pode ser processada de várias maneiras, mas nunca com a partici-
pação do gás oxigênio. Entre as diversas modalidades de processos anaeróbios de obtenção de
energia contida nos alimentos, destacamos a fermentação alcoólica, realizada, por exemplo, por
fungos do gênero Saccharomyces (fig. 2), também conhecidos como leveduras ou lêvedos. Esses
fungos são seres anaeróbios facultativos: em presença de gás oxigênio, realizam respiração aeróbia;
na ausência desse gás, fazem fermentação alcoólica. Neste caso, a oxidação da glicose produz
resíduos representados pelo gás carbônico e pelo álcool etílico (C2H5OH), além de liberar energia,
conforme mostra a seguinte equação simplificada:
C6H12O6 → 2 C2H5OH 1 2 CO2 1 energia
Glicose Álcool Gás
etílico carbônico

Fig. 2 – Saccharomyces cerevisiae.

24 Aspectos gerais da Biologia


Transformação de energia nos seres vivos

OME/SCIENCE PHOTO LIBRARY/LATINSTOCK


Muitas vezes, nos seres vivos, a energia química extraída dos alimentos pela
respiração celular transforma-se em outros tipos de energia, conforme demons-
tram os seguintes exemplos:
Transformação da energia química em energia mecânica – Ocorre, por
exemplo, quando os músculos se contraem, desde os batimentos do coração
até um simples piscar de olhos. Assim, esse tipo de transformação de energia se
verifica quando andamos, corremos, enfim, quando executamos algum tipo de
movimento. É também o caso do batimento do flagelo dos espermatozoides
(fig. 3), indispensável para que possam alcançar o gameta feminino e promover
a fecundação.
Transformação da energia química em energia elétrica – Ocorre, por exem-
plo, em certos músculos de alguns animais, como o peixe-elétrico (poraquê), que
é capaz de gerar descargas elétricas superiores a 200 volts. Medindo cerca de Fig. 3 – Espermatozoides vistos ao microscópio.
2,5 m de comprimento, esses animais (fig. 4) são capazes de empregar a descarga
elétrica tanto na própria defesa como na paralisação de animais dos quais se nu-
trem. Esse tipo de transformação de energia se verifica também no mecanismo

GERARD LACZ/EASYPIX
de condução de impulsos nervosos nos neurônios.
Transformação da energia química em energia luminosa – Ocorre em animais
diversos, como certos peixes, crustáceos e esponjas, bem como em determinadas
bactérias, algas e em alguns fungos. Nos vaga-lumes, por exemplo, admite-se que
a luz emitida facilite a aproximação de indivíduos do sexo oposto, favorecendo o
acasalamento. Nos peixes abissais, que habitam as regiões profundas e escuras dos
oceanos, admite-se que a capacidade que alguns deles têm de emitir luz também
favoreça o reconhecimento de indivíduos do sexo oposto, além de facilitar a cap-
tura de presas e a fuga diante do ataque de predadores (fig. 5).
NORBERT WU/MINDEN PICTURES/LATINSTOCK

Fig. 4 – Poraquê (Electrophorus electricus), que vive no


rio Amazonas. Poraquê vem do tupi e significa “o que
faz dormir” ou “o que entorpece”.

Fig. 5 – Exemplo de peixe abissal.

FRENTE B

Os organismos anaeróbios podem ser:


BIOLOGIA

facultativos – quando vivem tanto na presença quanto na ausência de gás


oxigênio, como é o caso dos fungos do gênero Saccharomyces;
estritos – quando não sobrevivem na presença de gás oxigênio; é o caso da
bactéria Clostridium tetani, causadora do tétano.

Aspectos gerais da Biologia 25


Rendimento energético na respiração celular
Observe que, na respiração aeróbia, formam-se moléculas dotadas de baixo conteúdo energéti-
co (CO2 e H2O), enquanto na fermentação alcoólica formam-se moléculas com alto conteúdo ener-
gético, que é o caso do álcool etílico (C2H5OH). Pode-se concluir, então, que na respiração aeróbia, a
glicose é oxidada de maneira mais eficaz e, portanto, libera maior quantidade de energia se compa-
rada à energia liberada pela fermentação alcoólica. De fato, a maior parte da energia acumulada na
glicose fica contida no álcool etílico; daí esta substância ser considerada um excelente combustível.
Assim, a respiração aeróbia constitui um mecanismo mais aperfeiçoado de extração da energia dos
alimentos, pois exibe um rendimento energético muito superior se comparado ao da fermentação.

OS SERES VIVOS E A OBTENÇÃO DE ALIMENTOS


De acordo com a maneira de obtenção dos alimentos, os seres vivos podem ser classificados
em dois grandes grupos: autótrofos e heterótrofos.

Autótrofos
Os autótrofos (do grego autós, “próprio” e trophós, “nutrição”), também chamados produtores,
são os organismos capazes de sintetizar alimento a partir de energia e de substâncias inorgânicas
simples. Os mais comuns se utilizam de energia luminosa e são chamados fotossintetizantes; é o
caso dos seres dotados de clorofila, um pigmento verde capaz de absorver a energia luminosa. Entre
os organismos clorofilados incluem-se certas bactérias, as algas e as plantas em geral.
Na fotossíntese (do grego photós, “luz” e synthesis, “composição”) (fig. 6), os seres clorofilados
utilizam gás carbônico, água e energia luminosa e produzem glicose e gás oxigênio. Assim, na fotos-
síntese, há conversão de energia luminosa em energia química, que fica acumulada nas moléculas
de glicose produzidas.
Veja a equação simplificada da fotossíntese:
luz
6 CO2 1 6 H2O ⎯→ C6H12O6 1 6 O2
clorofila
Gás Água Glicose Gás
carbônico oxigênio


so
xig
êni
o

co
ôni
c arb
G ás

Fig. 6 – A fotossíntese é de fundamental


Glicose
importância para a manutenção do
equilíbrio biológico da Terra. É por meio
da matéria orgânica sintetizada nesse
fenômeno fotobiológico que se garante a
nutrição direta e indireta de praticamente
todos os organismos vivos. Além disso,
a fotossíntese consome gás carbônico
e libera gás oxigênio, compensando,
por exemplo, a atividade respiratória
que consome gás oxigênio e libera gás
carbônico; assim a fotossíntese contribui
para manter mais ou menos constante
a taxa desses gases nos mais diversos
ecossistemas de nosso planeta. Água

26 Aspectos gerais da Biologia


Heterótrofos
Os heterótrofos (do grego héteros, “diferente” e trophós, “nutrição”), também chamados de consu-
midores, são os organismos incapazes de sintetizar o alimento necessário à própria sobrevivência. Vivem,
portanto, da energia acumulada nos compostos orgânicos obtidos diretamente dos seres autótrofos ou
de outros consumidores. É o caso dos animais e da maioria das bactérias, entre outros seres vivos.
De acordo com o tipo de alimento obtido, os heterótrofos podem receber diversas denomina-
ções. Observe o quadro a seguir:

Classificação Forma de nutrição Exemplos

Herbívoros Apenas plantas Cavalo e capivara

Onívoros Plantas, animais e outros tipos de seres vivos Seres humanos em geral, e arapongas

Carnívoros Exclusivamente carne Onça e gavião

Hematófagos Sangue Carrapatos e piolhos

Insetívoros Insetos Tamanduás

Detritívoros Detritos orgânicos de origem vegetal ou animal, por exemplo Minhocas e certos peixes

Além das palavras estudadas, há outras comumente utilizadas em Biologia que derivam
da língua latina ou da grega. A tradução dessas palavras pode facilitar a compreensão de seu
significado e sua memorização. Outros exemplos:
Herbívoro – do latim herbi (planta) e vorare (comer).
Fitófago – do grego phytón (planta) e phágos (comer).
Hematófago – do grego hématos (sangue) e phágos (comer).

JAIM SIMOES OLIVEIRA/MOMENT OPEN/GETTY IMAGES

FRENTE B
Fig. 7 – Araponga, ave que pode
ser encontrada na Mata Atlântica.
Esse animal, que constrói ninhos na
BIOLOGIA

forquilha de galhos de árvores e emite


um canto forte e estridente, é um
exemplo de heterótrofo onívoro (do
latim omni, “tudo”; vorare, “comer”);
alimenta-se, por exemplo, de frutas e
insetos diversos.

Aspectos gerais da Biologia 27


GUILLERMO GRANJA/REUTERS/LATINSTOCK
Fig. 8 – Gavião-pega-macaco,
ave carnívora que pode ser
encontrada na Mata Atlântica.
Alimenta-se de animais que
captura, como macacos, ratos,
cutias e pássaros diversos.

A TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA E DE MATÉRIA NO


MUNDO VIVO
Na fotossíntese, o gás carbônico e a água absorvidos do ambiente são processados nas células
clorofiladas e, com a utilização de energia luminosa, ocorre a produção de glicose e de gás oxigênio.
Assim, nesse fenômeno fotobiológico verifica-se a transformação de energia luminosa em energia quí-
mica, que fica acumulada nas moléculas de glicose produzidas. Essas moléculas de glicose serão então
utilizadas pelos organismos clorofilados na construção, manutenção e renovação de sua matéria viva.
Os seres produtores, representados sobretudo pelos organismos clorofilados, permitem basi-
camente a entrada da energia e da matéria no mundo vivo. A energia é obtida do ambiente pelos
seres clorofilados na forma de luz; a matéria é obtida na forma de gás carbônico, de água e de sais
minerais, por exemplo.
Os sais minerais absorvidos do ambiente pelos seres clorofilados são utilizados de várias ma-
neiras. Sais minerais de nitrogênio e de magnésio, por exemplo, participam da constituição das mo-
léculas de clorofila, responsáveis pela absorção da energia luminosa e, por isso, indispensáveis para a
ocorrência da fotossíntese.
Quando um ser produtor serve de alimento para um consumidor, ele transfere matéria e energia
para esse consumidor. Dá-se o nome de consumidor primário ou de primeira ordem àquele que se
nutre de um produtor. O alimento adquirido pelo consumidor primário é então metabolizado pelo or-
ganismo e usado na construção, manutenção e renovação de sua matéria viva. Quando o consumidor
primário serve de alimento para outro consumidor, neste caso chamado consumidor secundário ou
de segunda ordem, ocorre igualmente transferência de matéria e de energia, por meio dos alimentos
ingeridos. Tal fato também se verifica quando um consumidor secundário serve de alimento para
outro consumidor, chamado consumidor terciário ou de terceira ordem, e assim por diante.

28 Aspectos gerais da Biologia


NICRAM SABOD/SHUTTERSTOCK

ROLAND BIRKE/PHOTOGRAPHER’S CHOICE/GETTY IMAGES


A B

Fig. 9 – Nos ecossistemas aquáticos (A), os principais seres produtores são normalmente representados pelos seres clorofilados que constituem o fitoplâncton. O
fitoplâncton pode ser entendido como o conjunto dos seres vivos fotossintetizantes que flutuam no ambiente aquático; tais seres, que podem ser representados
por várias espécies de algas (B) e de certas bactérias, deslocam-se passivamente no ambiente, sendo levados principalmente pelos ventos ou pelas correntezas
líquidas. Nos ecossistemas terrestres, a predominância do tipo de seres produtores varia, conforme o ecossistema considerado. Em um campo, por exemplo, a
vegetação predominante é representada por espécies diversas de plantas de porte relativamente pequeno, como certas gramíneas. Numa floresta tropical, a
vegetação predominante é constituída por muitas espécies de plantas arbóreas.

O conceito de cadeia alimentar


Denomina-se cadeia alimentar a sequência de seres vivos, desde os seres produtores, em que
ocorre transferência da energia e da matéria contida nos alimentos. Veja o exemplo a seguir:
ROBERT_S/SHUTTERSTOCK

CELLISTKA/SHUTTERSTOCK

Serpente

Capim
ERIC ISSELEE/SHUTTERSTOCK

Sapo
FRENTE B
TSEKHMISTER/SHUTTERSTOCK

BIOLOGIA

Gafanhoto

Fig. 10 – Exemplo de cadeia alimentar. (Os elementos não estão representados em escala.)

Aspectos gerais da Biologia 29


Cada componente da cadeia alimentar, representando um grupo de seres vivos, é denominado
nível trófico. Assim, na cadeia alimentar esquematizada (fig. 10) existem quatro níveis tróficos:
as gramíneas (capim) – seres produtores – no primeiro nível trófico;
os gafanhotos – consumidores primários – no segundo nível trófico;
os sapos – consumidores secundários – no terceiro nível trófico;
as serpentes – consumidores terciários – no quarto nível trófico.

Na representação linear de uma cadeia alimentar, a ponta da seta indica o nível trófico que
obtém alimento. Assim, em uma cadeia em que algas servem de awlimento para peixes, que são
consumidos por aves, a representação da cadeia alimentar se faz da seguinte maneira:
CHAD ZUBER/SHUTTERSTOCK

EVLAKHOV VALERIY/
SHUTTERSTOCK

SHUTTERSTOCK
ERIC ISSELEE/
Fig. 11 – Representação de uma cadeia alimentar:
algas, peixes e aves.

O papel biológico dos decompositores


Imagine que a cadeia alimentar gramíneas → gafanhotos → sapos → serpentes exista em
um campo em situação de equilíbrio biológico. Agora pense, por exemplo, nos sais minerais de ni-
trogênio existentes no solo e que são fundamentais para a vida das plantas. As gramíneas absorvem
constantemente sais de nitrogênio do solo, utilizando-os na síntese de substâncias orgânicas diversas,
como proteínas e clorofilas. Verifica-se então um fluxo do elemento químico nitrogênio no sentido
solo → plantas → consumidores. De alguma forma, os sais de nitrogênio cedidos pelo solo para o
mundo vivo precisam retornar a esse ambiente. Do contrário, o solo iria se esgotando e depois de
algum tempo não haveria mais sais nitrogenados disponíveis para as plantas. Em consequência da
falta desses sais, as plantas definhariam e desapareceriam desse campo; com elas, também desapa-
receriam gafanhotos, sapos e serpentes, que dependem direta ou indiretamente das plantas para a
sua nutrição. O equilíbrio biológico nesse ecossistema seria então rompido.
Mas na natureza, nos mais diversos ecossistemas da Terra, tal fato normalmente não acontece.
Isso porque, em todos os níveis tróficos de uma cadeia alimentar, verifica-se a atuação de um grupo
de seres heterótrofos muito especiais: os seres decompositores. Representados por bactérias e fun-
gos, os seres decompositores nutrem-se da matéria orgânica morta, isto é, nutrem-se de organismos
mortos ou de partes ou de resíduos de seres vivos liberados no ambiente, como pele ou folhas caídas,
fezes, entre outros. (fig. 12).

30 Aspectos gerais da Biologia


Ao decompor a matéria orgânica morta, os
seres decompositores promovem a sua transforma-
ção em substâncias inorgânicas simples, como sais
minerais e gases diversos (por exemplo, o gás car-
bônico). Dessa maneira, no exemplo considerado,
sais de nitrogênio retornam ao solo, compensan-
do o que as gramíneas retiraram anteriormente, e
podem ser reutilizados pelo mundo vivo. Por isso
se diz que os decompositores promovem a recicla-
gem da matéria na natureza e, por isso também, são

NITO/SHUTTERSTOCK
fundamentais para a manutenção da vida nos mais
diversos ecossistemas da Terra.
Na cadeia gramíneas → gafanhotos → sapos
→ serpentes, os seres decompositores não foram re-
presentados. Por estar implícita a participação dos de-
compositores em todos os níveis tróficos, é comum não
representar esses organismos em uma cadeia alimentar.
Mas uma cadeia alimentar sempre se inicia com os produ- Fig. 12 – Fungos decompondo laranjas.
tores e termina com os decompositores. Assim, consideran-
do a participação dos decompositores, poderíamos destacar as
seguintes cadeias alimentares no nosso exemplo:

gramíneas → decompositores;
gramíneas → gafanhotos → decompositores;
gramíneas → gafanhotos → sapos → decompositores;
gramíneas → gafanhotos → sapos → serpentes → decompositores.

Teias alimentares
Na natureza não se costuma identificar a existência de apenas uma cadeia alimentar em um
ecossistema. Os ambientes naturais geralmente abrigam várias cadeias alimentares, muitas das quais
interagem, formando uma teia alimentar.
A título de exemplo, em um campo, gramíneas podem servir de alimento tanto para gafanhotos
como para preás, ratos e outros animais. Gafanhotos servem de alimento não só para sapos, mas
também para passarinhos e lobos-guará. Serpentes podem comer sapos, pássaros, preás e ratos
e servir de alimento para gaviões, que também se nutrem dos animais que as serpentes comem.
Nessa resumida descrição de uma teia alimentar, podemos destacar várias cadeias alimentares que
interagem, tais como:

gramíneas → gafanhoto → sapo → serpente → lobo-guará;


gramíneas → preá → serpente → gavião;
gramíneas → gafanhoto → passarinho → gavião;
gramíneas → rato → serpente → lobo-guará.

FRENTE B
Os herbívoros, alimentando-se somente de plantas, atuam sempre como consumidores
primários e, portanto, ocupam sempre o segundo nível trófico em uma teia alimentar. Mas os
demais consumidores, como os onívoros e os carnívoros, podem ocupar diferentes níveis trófi-
BIOLOGIA

Portal
cos em uma teia alimentar. Veja alguns exemplos, considerando os seres humanos: SESI
Educação www.sesieducacao.com.br
milho → ser humano (consumidor primário, segundo nível trófico);
capim → boi → ser humano (consumidor secundário, terceiro nível trófico); Acesse o portal e explore o con-
alga → crustáceo → peixe → ser humano (consumidor terciário, quarto nível trófico). teúdo Teia alimentar.

Aspectos gerais da Biologia 31


Morcegos e cavernas
Os morcegos são mamíferos que possuem uma alimentação variada. Entre as cerca de 1 100 espécies conhecidas, apenas três se
alimentam de sangue. Os morcegos das demais espécies podem alimentar-se de: frutas (manga, mamão, banana, goiaba, por exemplo);
néctar e pólen de flores (como as do ipê e do maracujá-de-restinga); folhas diversas; insetos, muitos dos quais daninhos à lavoura (ga-
fanhotos e certas mariposas, por exemplo); animais (ratos, pássaros, lagartos, pequenos peixes, rãs, entre outros.).
Ao se alimentar nas flores, os morcegos podem transportar pólen de uma flor para outra e assim contribuir para a reprodução
de certas espécies de plantas (fig. 13). Ao se alimentar de frutos, podem dispersar sementes, contribuindo também para a reprodução
dessas espécies vegetais. Alimentando-se de animais, como gafanhotos e ratos, os morcegos têm importante papel no controle popu-
lacional de alguns seres que podem se nutrir de plantas cultivadas.
Os morcegos também podem auxiliar na manutenção da vida em cavernas escuras. Nesses ambientes, em virtude da ausência
de luz solar, não se desenvolvem seres fotossintetizantes. Os morcegos saem das cavernas em busca de alimento. Quando retornam,
eliminam fezes ricas em nutrientes, que se acumulam no piso das cavernas. As fezes dos morcegos
podem então alimentar animais, como certas espécies de grilos, moscas e besouros que po-
dem habitar as cavernas. Esses animais, por sua vez, podem servir de alimento para
outras espécies desse mesmo ambiente, como certas aranhas e centopeias.
Se os morcegos abandonarem as cavernas à procura de outro
local em que possam se instalar, grilos, besouros, aranhas e
centopeias, entre outros animais, ficam
à míngua de alimentos, e a
vida corre o risco de desapa-

ROLF NUSSBAUMER PHOTOGRAPHY/ALAMY/GLOW IMAGES


recer pouco a pouco nesse
ambiente.
Assim, trazendo para
o interior da caverna ma-
téria e energia do mundo
banhado de luz, os morce-
gos atuam como elo entre
o mundo iluminado e o
mundo das trevas.

Fig. 13 – Morcego se alimentando em uma flor.

PARA CONSTRUIR

1 Os alimentos fornecem “matéria-prima” para a construção, 2 (Fuvest-SP) As leveduras podem viver tanto na presença
o crescimento e a manutenção dos seres vivos. Mas alguns quanto na ausência do gás oxigênio.
tipos de alimento atuam também como “combustíveis” para a) Que processos de obtenção de energia as leveduras reali-
as células. zam em cada uma dessas situações?
Explique por que se diz que substâncias como a glicose fun- As leveduras são seres anaeróbios facultativos. Em presença de
cionam como “combustíveis” para as células. gás oxigênio realizam respiração aeróbia e na ausência desse gás,
Carboidratos, como a glicose, são oxidados nas células durante a produzem fermentação alcoólica.
respiração celular e fornecem ao organismo a energia necessária
para o desempenho das diversas funções vitais. Por isso é que se
diz que eles atuam como “combustíveis” para o trabalho celular.

32 Aspectos gerais da Biologia


b) Em qual das situações a atividade metabólica das levedu- 5 (Enem) Um agricultor que possui uma plantação de milho e
ras é mais alta? Por quê? uma criação de galinhas passou a ter sérios problemas com
A atividade metabólica das leveduras é mais alta quando os cachorros-do-mato que atacavam sua criação. O agricul-
realizam respiração aeróbia. Esse processo de obtenção de
tor, ajudado pelos vizinhos, exterminou os cachorros-do-
-mato da região. Passado pouco tempo, houve um grande
energia exibe um rendimento energético bem superior ao aumento no número de pássaros e roedores que passaram a
verificado na fermentação alcoólica. atacar as lavouras. Nova campanha de extermínio e, logo de-
pois da destruição de pássaros e roedores, uma grande praga
3 (Unicamp-SP) Importantes atividades dos organismos vivos de gafanhotos destruiu totalmente a plantação de milho e as
resultam de aproveitamento e transformação de diferentes galinhas ficaram sem alimento.
tipos de energia (química, luminosa, elétrica), ao nível celu-
lar. Cite dois processos de transformação de energia, além do Analisando o caso, podemos perceber que houve desequilí-
que ocorre na fotossíntese, explicando a qual função ou ativi- brio na teia alimentar representada por:
dade biológica estão relacionados. milho gafanhotos pássaros galinha
Transformação da energia química em energia mecânica – verifica-se,
por exemplo, quando músculos se contraem (batimentos do coração,
cachorro-do-mato roedores
ato de andar, correr, etc.); transformação da energia química em energia
elétrica – ocorre, por exemplo, em certos músculos de animais como
pássaros
o peixe-elétrico ou poraquê. As descargas elétricas emitidas são
empregadas na defesa do animal, bem como na paralisação das presas
das quais se nutrem. b) milho gafanhotos cachorro-do-mato

galinha

roedores

gafanhotos

c) galinha milho roedores cachorro-do-mato

pássaros
4 A luz do Sol tem sido, em todo o mundo, tema de poemas
e canções, entre outros exemplos. Já se disse, poeticamente,
que ela é “tragada” pelas folhas e “traduzida” por meio de um roedores
fenômeno em que se verifica a conversão de energia lumino-
sa em energia química.
a) Que fenômeno é esse? pássaros
Trata-se da fotossíntese.

d) cachorro-do-mato gafanhotos milho

FRENTE B
galinha
b) Por que esse fenômeno é importante para a vida na Terra?
A fotossíntese é importante para a nutrição direta ou indireta de e) galinha milho gafanhotos pássaros
praticamente todos os organismos vivos da Terra. Além disso,
BIOLOGIA

mantém mais ou menos constante a taxa de gás oxigênio e de


cachorro-do-mato roedores
gás carbônico nos mais diversos ecossistemas do planeta.

Aspectos gerais da Biologia 33


6 (Enem) Os personagens da figura estão representando uma
situação hipotética de cadeia alimentar.

ENEM
b) Cavernas habitadas por morcegos e outros animais e as re-
giões profundas dos mares têm alguma coisa em comum?
Explique sua resposta.
O comum entre cavernas e abismos oceânicos é que ambos
os ambientes são destituídos de luz, logo, a manutenção de vida
nesses locais depende, em última análise, do alimento produzido
em zonas iluminadas.

Suponha que, em cena anterior à apresentada, o homem te-


nha se alimentado de frutas e grãos que conseguiu coletar.
Na hipótese de, nas próximas cenas, o tigre ser bem-suce-
dido e, posteriormente, servir de alimento aos abutres, tigre
e abutres ocuparão, respectivamente, os níveis tróficos de: c
a) produtor e consumidor primário.
b) consumidor primário e consumidor secundário.
c) consumidor secundário e consumidor terciário.
d) consumidor terciário e produtor.
e) consumidor secundário e consumidor primário.

7 A luz do Sol penetra razoavelmente bem nos oceanos até


a profundidade aproximada de 100 metros. Desse nível, até
mais ou menos 200 metros de profundidade, a luminosidade
enfraquece cada vez mais. A partir daí, a falta de luz é total
e, portanto, não há organismos fotossintetizantes. Mas as
regiões profundas e escuras dos oceanos são habitadas, por
exemplo, por espécies diversas de peixes: são os peixes abis-
sais (do latim abyssale, “abismo”).
a) Como certos peixes e outros seres vivos se mantêm nas
regiões profundas e escuras dos oceanos, se lá não exis-
tem seres fotossintetizantes?
Os peixes abissais podem alimentar-se tanto de detritos
orgânicos, que vêm da superfície iluminada, como de outros
MATERIAL COMPLEMENTAR
seres, inclusive peixes, que vivem em suas regiões nos abismos
Verifique no Portal SESI os materiais complementares com
oceânicos. Assim, os animais que ali vivem se comportam,
atividades relacionadas aos conteúdos deste Capítulo
quanto à alimentação, como detritívoros e carnívoros.
Atividade Experimental

Desafio

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 8 Para aprimorar: 1 a 8

34 Aspectos gerais da Biologia


Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa
para casa”. As resoluções encontram-se no Portal
em Resoluções e Gabaritos.
TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal em Resoluções e Gabaritos.

c) Chama a atenção para o perigo dos agrotóxicos utilizados


PARAPARA PRATICAR
PRATICAR na agricultura.
d) Faz referência ao processo de nutrição mineral das plantas.
1 Quanto à maneira de obtenção de alimento, os seres vivos e) Refere-se ao processo de absorção e conversão de ener-
podem ser basicamente classificados em dois grandes gru- gia luminosa em energia química.
pos: autótrofos e heterótrofos. Diferencie esses dois tipos de
seres vivos. 6 (Enem) A fotossíntese é importante para a vida na Terra. Nos
cloroplastos dos organismos fotossintetizantes, a energia solar
2 (UFPR) “À transferência de energia, desde os produtores até é convertida em energia química que, juntamente com água
os consumidores, através de uma série de organismos que e gás carbônico (CO2), é utilizada para a síntese de compostos
consomem e são consumidos, dá-se o nome de cadeia ali- orgânicos (carboidratos). A fotossíntese é o único processo de
mentar ou trófica. Assim, as plantas verdes ocupam o pri- importância biológica capaz de realizar essa conversão. Todos
meiro nível trófico, os herbívoros, o segundo nível trófico os organismos, incluindo os produtores, aproveitam a energia
e os carnívoros, os níveis superiores.” Baseando-se nesta armazenada nos carboidratos para impulsionar os processos
afirmativa, justifique por que os vegetais são qualificados celulares, liberando CO2 para a atmosfera e água para a célula
como seres produtores. por meio da respiração celular. Além disso, grande fração dos
recursos energéticos do planeta, produzidos tanto no presen-
3 (UFPR) Por metabolismo entende-se: te (biomassa) como em tempos remotos (combustível fóssil), é
a) o conjunto de processos responsáveis pela eliminação resultante da atividade fotossintética.
das substâncias tóxicas ao organismo. As informações sobre obtenção e transformação dos recur-
b) o conjunto de processos através dos quais diferentes ma- sos naturais por meio dos processos vitais de fotossíntese e
teriais são incorporados ao organismo ou usados como respiração, descritas no texto, permitem concluir que:
fonte de energia. a) o CO2 e a água são moléculas de alto teor energético.
c) o processo pelo qual o alimento ingerido é preparado b) os carboidratos convertem energia solar em energia
para a absorção. química.
d) a capacidade de os organismos reagirem a um estímulo c) a vida na Terra depende, em última análise, da energia
do meio. proveniente do Sol.
e) o aumento da massa protoplasmática e consequente d) o processo respiratório é responsável pela retirada de car-
crescimento do organismo. bono da atmosfera.
4 (Fuvest-SP) A respiração aeróbia fornece como produtos finais: e) a produção de biomassa e de combustível fóssil, por si, é
responsável pelo aumento de CO2 atmosférico.
a) ácido pirúvico e água.
b) ácido pirúvico e oxigênio. 7 (UEL-PR) A expressão popular “com os olhos que a terra há de
c) gás carbônico e água. comer” é uma alusão:
d) oxigênio e água. a) ao ciclo biogeoquímico do nitrogênio.
e) oxigênio e gás carbônico. b) à atividade predatória dos pequenos vermes terrestres.
5 (UFV-MG) Leia os versos abaixo, extraídos de “Luz do Sol”, de c) à atividade dos organismos quimiossintetizantes.
Caetano Veloso: d) à necrofagia e suas implicações filosóficas.
e) à atividade dos decompositores.
Luz do Sol / Que a folha traga e traduz / Em verde de
novo / Em folha em graça / Em vida em força em luz / Céu 8 (Uepa) Leia o texto abaixo para responder a esta questão:
FRENTE B
azul que vem até / Onde os pés tocam a terra / E a terra
É comum lidarmos de forma preconceituosa com deter-
inspira e exala seus azuis [...]
minados seres vivos que estão a nossa volta, aos quais são
Analisando o que diz o autor em seus versos e utilizando os atribuídos pouca ou nenhuma importância, como por exem-
conhecimentos acerca da vida dos vegetais, é correto afirmar plo, alguns seres detritívoros e decompositores. Os detritívo-
BIOLOGIA

que o texto: ros, como o urubu, devido ao hábito alimentar e sua aparên-
a) Diz respeito ao processo de degradação de matéria orgâ- cia, não é cativado pelas pessoas assim como as bactérias
nica dos vegetais. decompositoras que tendem a ser associadas a doenças.
b) Trata da importância da adubação inorgânica para a agri- (Disponível em: < http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/a-
cultura. diversidadebiologica-esta-sendo-ameacada.htm> Adaptado.

Aspectos gerais da Biologia 35


Sobre os seres e situações abordadas no texto anterior afirma-se que:
a) Tanto os detritívoros como os decompositores não fazem parte do ciclo de cadeias ou de teias alimentares.
b) Urubus, minhocas e certos besouros, ao se alimentarem da matéria morta, ocupam o 2o nível trófico na cadeia alimentar.
c) Os decompositores, ao degradarem a matéria morta, inclusive das excretas dos detritívoros e demais organismos, impedem a
reciclagem de nutrientes.
d) Os detritívoros contribuem para o aparecimento de doenças porque permitem que os alimentos sejam reaproveitados por
bactérias e outros microrganismos.
e) Os decompositores ajudam no incremento do processo de degradação da matéria morta, propiciando a reciclagem de nutrien-
tes, que serão utilizados pelas plantas e demais organismos.

PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (Fuvest-SP) A cana-de-açúcar é importante matéria-prima para a produção de etanol. A energia contida na molécula de etanol
(álcool etílico) e liberada na sua combustão foi:
a) captada da luz solar pela cana-de-açúcar, armazenada na molécula de glicose produzida por fungos no processo de fermenta-
ção e, posteriormente, transferida para a molécula de etanol.
b) obtida por meio do processo de fermentação realizado pela cana-de-açúcar e, posteriormente, incorporada à molécula de
etanol na cadeia respiratória de fungos.
c) captada da luz solar pela cana-de-açúcar, por meio do processo de fotossíntese, e armazenada na molécula de clorofila, que foi
fermentada por fungos.
d) obtida na forma de ATP no processo de respiração celular da cana-de-açúcar e armazenada na molécula de glicose, que foi, pos-
teriormente, fermentada por fungos.
e) captada da luz solar por meio do processo de fotossíntese realizado pela cana-de-açúcar e armazenada na molécula de
glicose, que foi, posteriormente, fermentada por fungos.
2 (UFRJ) Bactérias e fungos encontrados na natureza são agentes causadores de problemas para a saúde dos seres humanos.
Suponha a descoberta de uma droga com uma ação bactericida e fungicida extremamente eficaz e destituída de toxicidade
para animais e plantas. Imagine que essa droga fosse espalhada por toda a superfície da Terra, causando assim a completa
extinção de fungos e bactérias. O que aconteceria com a produtividade primária (taxa de fotossíntese) dos ecossistemas?
Justifique sua resposta.

3 (Fuvest-SP) Esquematize duas cadeias alimentares em que você participe como consumidor primário e terciário, respectivamente.
4 Leia um trecho da canção “Tico-tico no fubá”.
[...] o tico-tico tá comendo o meu fubá / Se o tico-tico tem, tem que se alimentar / Que vá comer umas minhocas no
pomar […] / Botei alpiste para ver se ele comia / Botei um gato, um espantalho e um alçapão […]
Trecho da canção “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu.
a) Ao analisar a letra dessa canção, uma estudante afirmou que o tico-tico pode ser consumidor primário e secundário. Você con-
corda? Por quê?
b) Imagine que um gato tenha resolvido a questão. Crie um esquema de cadeia alimentar para essa situação, colocando o gato
como consumidor secundário.

5 (PUC-SP)
(I) (II) (III)
Plantas Insetos herbívoros Insetos carnívoros

Pássaros
(IV)

A rede alimentar acima é encontrada em dois ambientes A e B. Alguns biólogos, com o objetivo de eliminar certos insetos herbí-
voros que constituíam uma “praga” nos dois ambientes, realizaram os seguintes procedimentos: em A, destruíram mecanicamente
alguns ovos e larvas daqueles insetos; em B, aplicaram certa quantidade do inseticida DDT. Após certo tempo, verificou-se que, no
ambiente A, as populações I, II, III e IV estavam em equilíbrio e que, no ambiente B, houve alta taxa de mortalidade na população
IV. Procure explicar o ocorrido nos dois ambientes após a intervenção dos biólogos.

36 Aspectos gerais da Biologia


6 (Fuvest-SP) Numa comunidade interagem três populações, constituindo uma cadeia alimentar: produtores, consumidores pri-
mários e consumidores secundários. Um fator externo provocou o extermínio da população carnívora no tempo x. O gráfico que
representa o comportamento da população de herbívoros, a partir de x, é:

a) c) e)
Número de indivíduos

Número de indivíduos
Número de indivíduos
x Tempo x x
Tempo Tempo

b) d)
Número de indivíduos

Número de indivíduos

x Tempo x Tempo

7 (Unifor-CE) A figura ao lado representa uma teia alimentar.

a) o gafanhoto é o único consumidor de primeira ordem.


b) o besouro atua sempre como consumidor de segunda ordem.
c) o sapo atua sempre como consumidor de segunda ordem.
d) a cobra é o único consumidor de terceira ordem.
e) a ave atua sempre como consumidor de terceira ordem.

8 (UEPB) Um biólogo representou de forma esquemática (esquema abaixo) os resultados de uma pesquisa feita no açude de Bodo-
congó–Campina Grande/PB sobre teia alimentar ali existente. Sabendo-se que os peixes dessa comunidade servem de alimento
para as aves locais, pode-se dizer que, nessa teia alimentar, essas aves se comportam como:

Aves

Peixes
a) Consumidores de segunda e terceira ordens. Copépodes Moluscos FRENTE B
b) Consumidores de terceira e quarta ordens. Insetos
c) Consumidores de terceira ordem, apenas.
d) Consumidores de quarta ordem, apenas. Algas
BIOLOGIA

e) Consumidores de segunda ordem, apenas.


Fungos
e
bactérias

Aspectos gerais da Biologia 37


Referências bibliográficas
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WILSON, E. O. Diversidade da vida. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

ANOTAÇÕES

38 Aspectos gerais da Biologia


MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

Parte I Parte II
A durabilidade do plástico ajudou a torná-lo um mi- Um grupo de pesquisadores brasileiros avaliou os im-
lagroso produto popular no início do século XX. Mas, pactos de diferentes graus de poluição na criação da ostra-
agora, a onipresença desse material pode estar destruindo -do-pacífico em Florianópolis, capital de Santa Catarina,
ecossistemas de maneiras surpreendentes. Um novo estu- responsável por 95% da produção do molusco no Brasil. Em
do de pesquisadores do Instituto de Oceanografia Scripps, busca de um diagnóstico sobre as condições dos animais
em La Jolla, na Califórnia, mostra que a concentração de comercializados, o estudo publicado em fevereiro na Ecoto-
plástico aumentou em cem vezes nos últimos quarenta xicology and Environmental Safety confirmou que as ostras
anos no Giro Subtropical do Pacífico Norte – um enorme podem acumular em seu organismo compostos químicos e
local de calmaria no meio da rotação horária de correntes agentes como vírus, bactérias e protozoários, causadores de
oceânicas localizado entre a Ásia Oriental e a costa ame- doença em pessoas. Esses organismos podem provocar in-
ricana oeste tendo, aproximadamente, o Havaí como pon- fecções, principalmente em quem ingere o alimento cru. [...]
to médio. Estima-se que o tamanho da área seja de mais A ostra (Crassostrea gigas) se alimenta do plâncton que
de 18 milhões de km². vive à deriva no mar e faz isso filtrando a água. “Além do
O estudo, publicado on-line em 9 de maio na Biology próprio alimento, ela absorve substâncias tóxicas aos seres
Letters, também documentou pela primeira vez um au- humanos, que estão na água, ou pode se infectar com micror-
mento nas densidades de ovos de Halobates sericeus, um ganismos como vírus e bactérias. Esses seres ficam retidos no
inseto aquático [...] que os deposita em objetos flutuan- tecido do animal, protegidos de agressões como a radiação
tes. [...] ultravioleta do Sol [...]. As ostras podem acumular metais,
Concentrações mais altas de destroços plásticos flu- pesticidas e outros compostos orgânicos em seus tecidos e nas
tuantes oferecem mais oportunidades para o inseto depo- brânquias, chegando a concentrações maiores do que as pre-
sitar ovos. Esse inseto marinho passa sua vida inteira em sentes na água do mar. Portanto, a qualidade dos moluscos
mar aberto e toma seu lugar na cadeia alimentar consu- comercializados está relacionada às condições sanitárias das
mindo zooplâncton e larvas herbívoras de peixes e sendo águas onde são cultivadas.
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/03/28/
consumido por caranguejos, peixes e aves marinhas. ostras-podem-acumular-agentes-causadores-de-doen%C3%A7as
Pesquisadores se preocupam com a possibilidade de -comprova-pesquisa>. Acesso em: 1 set. 2014.
essa proliferação plástica dar a esses insetos, micróbios,
outros animais e plantas que crescem diretamente no O artigo descreve a criação de moluscos para consumo no Brasil.
plástico uma vantagem sobre seres vivos oceânicos que De acordo com o artigo: b
não estão associados com superfícies sólidas, como pei- a) As ostras podem acumular em seu organismo vírus, bactérias
xes, lulas, pequenos crustáceos e águas-vivas. [...] e compostos químicos diversos, que necessariamente as le-
vam à morte.
Disponível em: <www2.uol.com.br/sciam/noticias/para_
algumas_especies_plastico_e_fantastico.html>. b) As ostras podem acumular em seu corpo substâncias absor-
Acesso em: 1o set. 2014. Adaptado. vidas do ambiente, que podem ser transferidas ao próximo
nível trófico. Assim, quando nos alimentamos delas, a quan-
O Halobates sericeus é um inseto marinho chamado popular- tidade ingerida dessas substâncias é relativamente grande e
mente de inseto-jesus. Considerando a posição na cadeia ali- pode causar doenças.
mentar desse inseto, os níveis tróficos ocupados por ele e pelos c) As ostras removem substâncias tóxicas da água poluída tor-
caranguejos são, respectivamente,: a nando-a limpa e adequada para consumo humano.
a) consumidor secundário e consumidor terciário. d) As ostras oferecem um ambiente adequado para proliferação
b) consumidor primário e consumidor secundário. de microrganismos.
c) produtor e consumidor primário. e) A quantidade de substâncias prejudiciais nos tecidos das os-
d) consumidor secundário e consumidor primário. tras é pequena, por isso, é seguro utilizá-las para consumo
e) consumidor terciário e consumidor quaternário. humano.

39
QUADRO DE IDEIAS Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Aspectos gerais da Biologia
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Matéria e energia Biosfera e organização Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Vida e cidadania Fernando Vivaldini
para a vida  biológica
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
Guedes
Colaboraram para esta Edição do Material:
Noções de Biosfera e
Biologia no cotidiano Projeto Sistema SESI de Ensino
metabolismo biodiversidade Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Pesquisa científica e Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Respiração celular Níveis de organização
cidadania Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
anaeróbia e aeróbia dos seres vivos Botelho e Valdete Reis
Integração com a Revisão: Juliana Souza
Autótrofos e Equilíbrio biológico Diagramação: lab 212
natureza
heterótrofos Capa: lab 212
Desenvolvimento Ilustração de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
Cadeia alimentar e teia sustentável
Sentavio/ Macrovector/ Shutterstock
Consultores:
alimentar
Coordenação: Dr. João Filocre
Biologia: Dra. Gisele Brandão Machado de Oliveira e
Msc. Maria Inez Melo de Toledo
SESI DN
Superintendente: Rafael Esmeraldo Lucchesi
Ramacciotti
Diretor de Operações: Marcos Tadeu de Siqueira
Gerente Executivo de Educação: Sergio Gotti
Gerente de Educação Básica: Renata Maria Braga
dos Santos
Todos os direitos reservados por SOMOS Educação S.A.
Avenida das Nações Unidas, 7221
Pinheiros – São Paulo – SP
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(0xx11) 4383-8000
© SOMOS Sistema de Ensino S.A.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Sistema de ensino ser : ensino médio, cadernos de 1 a


12 : exatas, biológicas : aluno. -- 2. ed. -- São Paulo :
Ática, 2017.

Vários autores.

1. Biologia (Ensino médio) 2. Física (Ensino médio) 3.


Matemática (Ensino médio) 4. Química (Ensino médio).

16-08187 CDD-373.19

Índice para catálogo sistemático:


1. Ensino integrado : Livros-texto : Ensino médio 373.19

2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18308 1 (PR)
2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento

Uma publicação
ALUNO

Capa_Exatas_CAD1_AL.indd 1 07/12/16 08:54

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