SESI EM CAD1 Exatas Biologicas VAL Portal Low
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MATEMÁTICA E
SUAS TECNOLOGIAS 1
ENSINO
MÉDIO
2137676 (AL)
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
1 Conjuntos numéricos
e intervalos na reta real
livro, sempre que ela se fizer necessária. Dessa forma, os alunos podem iniciar o ano letivo já explorando
a Matemática do Ensino Médio. Nesta unidade, retomamos os diferentes campos numéricos, exploramos a
Objetivos: A IMPORTÂNCIA DOS NÚMEROS linguagem de representação de
conjuntos numéricos, ampliamos o
c Ler e interpretar Os números estão presentes nas mais diversas situações do nosso dia a dia. Nos meios de
representações comunicação, como os jornais, por exemplo, deparamos com muitas informações numéricas
diversas de conjuntos em tabelas, gráficos e textos diversos. trabalho com sua representação na reta numerada e, em particular,
exploramos a ideia de intervalos numéricos e suas representações.
numéricos.
c Compreender a
MERCADO DIZ QUE VAGA MAIOR ESTÁ MAIS DIFÍCIL
noção e a notação de Construtores negam fazer demarcações menores em garagens e defendem revisão da cota
intervalos numéricos. para carros de maior porte
c Representar intervalos Hubert Gebara, do Secovi, diz que há 20 anos era mais fácil um prédio
numéricos na reta oferecer vagas que chegavam ao tamanho de 4 m por 7 m
numerada. Da Reportagem local
c Resolver problemas O setor imobiliário admite que a possibilidade de oferecer vagas maiores é reduzida
numéricos. hoje. “Tratou-se de uma imposição do mercado”, afirma Hubert Gebara, vice-presidente de
Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo.
Ele conta que, há 20 anos, era mais fácil um prédio oferecer vagas que chegavam ao
tamanho de 4 m por 7 m, medidas que caíram muito.
Entre os motivos, ele
aponta “as leis mais res-
EDITORIA DE ARTE/FOLHAPRESS
Por isso, escolhemos como ponto de partida de nosso estudo os números, retomando Para entender a seção Para ler,
consulte o Manual do professor.
algumas de suas propriedades e as operações com eles realizadas.
OS NÚMEROS NATURAIS
Embora as formas de representar quantidades tenham sido diferentes ao longo da história,
todas surgiram da necessidade de ordenar ou contar objetos utilizando a sequência 0, 1, 2, 3, 4, 5, …
Chamamos esses números de números naturais.
Foram vários os sistemas de numeração utilizados desde a Antiguidade:
ZAPT
Babilônico
Romano
Chinês
Trabalhe com os alunos a leitura
da escrita simbólica “N é o con-
ZAPT
Variação de temperaturas
mínimas de uma cidade Resultado financeiro de uma empresa
20 10
8
15
6
4
10
Temperatura (°C)
Milhões de reais
2
5 0
–2
0
–4
–6
–5
–8
–10 –10
07
08
09
10
11
12
13
14
15
n.
n.
t.
z.
r.
No .
o.
v.
Ag l.
.
v.
t
20
ar
Se
20
20
Ju
20
20
20
Ou
Ab
Ja
De
Ju
Fe
20
20
20
ai
M
No conjunto dos números inteiros, quanto mais afastado do zero está um número
negativo, menor ele é. Qualquer número negativo é menor que o zero ou que um número
positivo.
Tal como o conjunto N, o conjunto Z também é ordenado, uma vez que, dados dois
números inteiros quaisquer, é sempre possível dizer se são iguais ou se um é menor ou
maior que o outro. Podemos destacar os seguintes subconjuntos de Z:
ℤ* = {…, –3, –2, –1, 1, 2, 3, …} é o conjunto dos números inteiros não nulos;
ℤ+ = {0, 1, 2, 3, …} é o conjunto dos números inteiros não negativos;
ℤ– = {…, –3, –2, –1, 0} é o conjunto dos números inteiros não positivos;
Leia este trecho com os alunos e ℤ+* = {1, 2, 3, …} é o conjunto dos números inteiros positivos;
verifique se conhecem ou se precisam
de sua intervenção para entender a ℤ–* = {…, –3, –2, –1} é o conjunto dos números inteiros negativos.
escrita relativa a segmentos e a escrita
relacionada à escala.
Em Z também é possível definir o sucessor e o antecessor de qualquer número inteiro
n: n 1 1 é o sucessor de n e n 2 1 é o antecessor de n.
OS NÚMEROS RACIONAIS
A B O surgimento dos números racionais está associado à noção
de medidas.
P Q
6 Números, Estatística e Funções
THINKKSTOCK/GETTY IMAGES
Escala 1:50
1
8
O conjunto dos números racionais contém os números naturais, os números inteiros e Detenha-se com cuidado na explicação
da escrita simbólica do conjunto Q,
os números representados por frações ou decimais. destacando o significado dos símbolos
Q e |.O sinal [ significa “pertence”:
Número racional é todo número que pode ser escrito na forma a , com a e b inteiros,
a [ Z deve ser lido “a pertence a Z”
e entendido como “a é um número
b ≠ 0. b inteiro”. O sinal | deve ser lido como
“tal que”.
Q5 H ba | a [ Z e b [ Z* J
Exemplos:
25 : 1 = 25 25 : 2 = 12,5 25 : 4 = 6,25 25 : 5 = 5
O que ocorre com essas frações da área do quadrado e sua notação decimal é que,
efetuando-se a divisão indicada, um algarismo, ou um grupo de algarismos, repete-se
infinitamente em uma representação decimal periódica. A esses números chamamos
Na continuidade da leitura desse texto dízimas periódicas e a fração que gerou a dízima é chamada de geratriz.
com os alunos, retome o significado
da escrita fracionária como resultado 25 é a geratriz da dízima 8,333… de período 3.
da divisão do numerador pelo 3
denominador:
25 é a geratriz da dízima 4,16666… de período 6.
3 6
453:4
25 é a geratriz da dízima 2,2727… de período 27.
Se for preciso, relembre como se faz
essa divisão: 11
3 unidades :
O período de uma dízima é o algarismo, ou o grupo de algarismos, que se repete na
4 5 30 décimos e 30 décimos : dízima periódica.
4 5 7 décimos e sobram 2 décimos
30 4 Exemplos:
2 28 0,7
a) Números racionais escritos na forma decimal exata:
2 décimos, mas 20 centésimos : 3 = 0,75
4 5 5 centésimos, então: – 2 = – 0,4 25 = 3,125
4 5 8
30 4
b) Números racionais escritos na forma decimal periódica:
2 28 0,75
2
20
20 6 (
17 = 2,8333… 17 é a geratriz da dízima periódica 2,8333… de período 3.
6
)
0
Usamos a notação 2,83 para indicar o decimal periódico 2,8333…
23 = 0,232323… = 0,23 (cujo período é 23)
99
43 = 0,217 (cujo período é 17)
198
1 Um professor encontrou entre os cálculos de seus alunos 2 Agora, observe outros cálculos feitos por esses alunos e pro-
quatro diferentes formas de efetuar a adição de duas fra- cure identificar os erros cometidos, corrigindo-os.
ções.
1 1
A
1 2
+ = 0,5 + 0,4 = 0,9
A 1,5 – ( 5 + 1 4 ) = 1,5 – (0,2 + 1,25) =
2 5
1 2 5 4 9 = 1,5 – 0,2 + 1,25 = 2,55
B + = + =
2 5 10 10 10
1 2 3 1 3 1
C + = B 2 · – =
2 5 7 3 4 4
1 2 5+4 9 2 3 1 2 2
D + = 10 = = · – = · =
2 5 10 3 4 4 3 4
4 1
= =
Analise cada uma dessas formas, verifique se os alunos acer- 12 3
taram ou não e, depois, justifique o raciocínio desenvolvido
por eles.
1,9
1 2
1,99
1,9 2
2
1,999
2
1,99 2
1,9999
1,999 2
Hoje, com o auxílio de computadores, o valor de 2 foi calculado com milhares de casas
decimais e nenhuma repetição periódica foi encontrada na sua dízima:
2 5 1,4142135623730950488016887242097…
Todo número cuja escrita decimal é infinita e não periódica é um número irracional.
Mas não é apenas esse irracional que conhecemos. São exemplos de números irracionais
todas as raízes quadradas de números naturais cujos radicandos não sejam quadrados
perfeitos:
Aproveite para retomar a noção de
p e também os procedimentos para 3 6 5 – 2 – 7
cálculo da área de um círculo e do todas as raízes cúbicas de números naturais cujos radicandos não sejam cubos perfeitos:
comprimento de uma circunferência. 3 3 3 3
2 4 5 225
o resultado de algumas operações entre um número
THINKSTOCK/GETTY IMAGES
racional e um irracional:
3 6 5
2 3 3 – 20 4: 3 8+ 8
Por isso, concluímos que a hipótese de 2 ser racional é falsa e que, portanto, 2 é irracional.
Conheça sua calculadora Agora, use sua calculadora para verificar se a estimativa
foi adequada.
Vamos aprender a operar com funções simples que podem
ser encontradas em todas as calculadoras. 3 Os números a seguir são valores aproximados de 30 .
Conheça primeiro as principais teclas e funções de uma
calculadora. 5 5,48 5,4772
AC — apaga todos os registros 5,4 5,477 5,47722
C — apaga o último número que tiver sido digitado a) Calcule o quadrado de cada um desses números, indicando
se o resultado obtido é maior ou menor que 30.
— calcula a raiz quadrada
b) Qual deles é a melhor aproximação de 30 ?
+/– — indica números positivos ou negativos
4 Vamos fazer mais algumas estimativas.
+ – × : — são as teclas relativas às quatro
Com o auxílio da calculadora, mas sem usar a tecla ,
operações fundamentais copie e complete a tabela ao lado no caderno, substituindo
Antes de usar sua calculadora, apague todos os registros os ■ por números como no exemplo.
que estiverem nela. No visor, deve aparecer apenas 0.
Agora, resolva estes exercícios. Números mais Números mais
Números inteiros
próximos com uma próximos com duas
1 a) Qual é o maior número que você pode registrar na sua mais próximos
casa decimal casas decimais
calculadora?
b) Qual é o maior número formado somente por algarismos 2,23 , 5 ,
diferentes que você pode registrar na sua calculadora? 2, 5 , 3 2,2 , 5 , 2,3
2,24
c) Indique dois números cujo produto seja o maior número
natural que sua calculadora consegue registrar. Números mais Números mais
Números inteiros
d) Dê outros pares de números cujo produto também seja o próximos com uma próximos com duas
mais próximos
número que você obteve no item c. casa decimal casas decimais
MATEMÁTICA
2 Para cada linha da tabela, aponte o número que você consi- a) ■, 8 ,■ ■, 8,■ ■, 8,■
dera a melhor estimativa para os quocientes indicados (não
use a calculadora). b) ■ , 23 , ■ ■ , 23 , ■ ■, 23 ,■
2,86 : 0,36 0,8 0,08 8 80 c) ■, 43 ,■ ■, 43 ,■ ■, 43 ,■
214,4 : 67 3 30 0,3 0,03
d) ■, 98 ,■ ■, 98 ,■ ■, 98 ,■
0,00069 : 0,023 0,0003 0,003 0,03 0,3
OS NÚMEROS REAIS
Socialize as formas utilizadas pelos Quando falamos em números reais, estamos abrangendo todos os números vistos até
alunos para realizar a estimativa de
valor em cada um dos casos da tabela. aqui, ou seja, os números reais resultam da união dos números racionais com os irracionais.
inteiros
racionais
Números reais fracionários não inteiros
irracionais
Os números reais formam um conjunto ordenado e completo. Isso significa que, dados
dois números reais, é sempre possível verificar se eles são iguais ou se um é menor ou maior
que o outro. Significa também que, dado um segmento de reta qualquer, existe sempre um
número real que representa a medida do seu comprimento.
Dito de outro modo, é possível estabelecer uma correspondência entre o conjunto dos
números reais (R) e o conjunto de pontos de uma reta.
A RETA REAL
Qualquer número real, racional ou irracional, pode ser representado em uma reta,
denominada reta real. Para isso, basta:
escolher um ponto sobre a reta que represente o zero ou a origem
estabelecer dois sentidos, um positivo e um negativo
Nesta página encontram-se os escolher uma unidade de medida para graduar a reta.
exercícios resolvidos (ER).
A maioria dos alunos não sabe como
e por que usar os ER. Por isso, é A cada número real corresponde um único ponto da reta r e a cada ponto de r corresponde
importante que sejam orientados a
um único número real, chamado de abscissa desse ponto em r.
ler e analisar os ER tendo em vista
as propostas apresentadas na seção –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5
Problemas e exercícios.
O r
Uma sugestão é ler com os alunos
–π –1,5 2 3 π
os ER 1, 2 e 3 e, depois, solicitar que
observem os problemas das páginas
15 e 16 e identifiquem quais se
assemelham aos ER lidos. Essa correspondência entre os elementos de R e os pontos de r é denominada sistema
Recomendamos que, pelo menos nas
primeiras unidades do livro, sejam de coordenadas. A reta r é chamada de reta real, de eixo dos números reais ou, mais
escolhidos um ou dois exercícios comumente, de reta numerada. O ponto O, correspondente ao número zero, é a origem
resolvidos para serem analisados com
os alunos. desse sistema.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
RESOLUÇÃO
b) Para calcular o valor aproximado de 1 000 , podemos
Observe algumas formas de escrever o número 25.
fazer 961 , 1 000 , 1 024. Logo, 31 , 1 000 , 32.
Organizando uma tabela:
75
25 5 25 é um terço de 75.
3
a a·a Erro (1 000 2 a · a)
31,5 992,25 7,75 (falta) 25 5 2 · 12,5 25 é o dobro de 12,5.
3 (Unicamp - SP) A figura abaixo (fora de escala) mostra um b) Qual foi a variação de temperatura entre:
fragmento de mapa em que se vê o trecho reto da estra- janeiro e março?
da que liga as cidades de Paraguaçu e Piripiri. Os números abril e julho?
apresentados no mapa representam as distâncias, em quilô- julho e outubro?
metros, entre cada cidade e o ponto de início da estrada (que
não aparece na figura). No mapa, os traços perpendiculares c) Em que meses foram registradas a temperatura mais alta
à estrada estão uniformemente espaçados em 1 cm. e a mais baixa?
9 Responda às questões.
a) Que fração da pizza mostrada na página 7 representa
Paraguaçu posto Piripiri uma fatia? E duas?
13 47 b) Qual o número de pedaços que representa meia pizza?
6 Qual é o número racional pelo qual você deve multiplicar 12 Qual é a parte decimal dos resultados indicados a seguir?
cada um dos números indicados para que o produto dos dois Sem fazer as contas, identifique a posição da vírgula em
seja 1? cada resposta.
a) 6,783 · 2,26 5 1532958
2
a) 2 b) 23 c) d) 20,6 b) 4,532 · 6,5 5 29458
5
7 Represente na reta numerada os números a seguir. c) 3,569 · 3,25 · 0,32 5 371176
d) 72,36 : 3,2 5 226125
23 1 5 e) 200,25 : 5,05 5 39653465
MATEMÁTICA
a) 2 b) 2 c) 20,5 d) 2
46 2 10
f) 2,898 : 0,95 5 30505263
O que você pode concluir quanto a esses quatro números? O que auxiliou você a tomar a decisão sobre onde colocar
a vírgula?
8 Observe o gráfico das temperaturas apresentado na Utilize uma calculadora e confira suas respostas, analisando
página 6. os possíveis erros.
a) Construa uma tabela com os valores aproximados das
temperaturas relativas a todos os meses. 16 Copie a tabela no caderno e complete-a.
ANOTAÇÕES
1 Copie no caderno a tabela a seguir e complete–a usando 2 Agora, observe os resultados obtidos na tabela.
uma calculadora. a) Compare os resultados das linhas I e II. Que relação você
acha que existe entre eles?
a 3 5 17 49 135 68 500 1 428 b) Compare os resultados das linhas III e IV. Que relação
b 2 3 10 34 121 32 212 386 existe entre eles?
c) Compare os resultados obtidos nas linhas V e VI e nas
a+ b I
linhas VII e VIII. O que você pode dizer sobre eles?
a+b II
3 Tente expressar as conclusões a que você chegou nos itens
a– b III anteriores na forma de uma igualdade ou desigualdade, usan-
a–b IV do os símbolos que aparecem na primeira coluna da tabela.
então o retângulo menor é semelhante ao retângulo inicial. Para conhecer esta seção, consulte
Mona Lisa, o Manual do professor, página 20.
= x – m , o que equivale a: m2 = x2 – mx
m pintura sobre
Isso significa que:
x m madeira feita
ou: x2 – mx – m2 = 0 por Leonardo da VEJA O FILME
Vinci entre 1503
Resolvendo a equação na variável x, temos: e 1506. Antes de ler este Para saber
mais, assista ao curta-metra-
m ± m2 + 4m2 m±m 5 m(1 ± 5) gem intitulado Donald no País
LEONARDO DA VINCI. MONA LISA, C. 1503-6/RMN (MUSÉE DU
LOUVRE)/OTHER IMAGES/MUSEU DO LOUVRE, PARIS
O número áureo, também conhecido como razão áurea, pode ser encontra-
do com muita frequência na natureza. Ele está presente em muitos padrões
harmônicos. Esses padrões se manifestam no crescimento das plantas, nos
a
insetos, nos animais, nas proporções do corpo humano.
Um dos primeiros estudiosos sobre as proporções humanas foi Marcus Vitru-
vius Pollio, arquiteto e escritor romano do século I. Esse estudioso alegava que
um corpo bem formado devia apresentar proporções harmoniosas. Observe a
interpretação que Leonardo da Vinci fez das ideias de Vitruvius, quase quinze
séculos mais tarde. Incentive os alunos a pesquisarem sobre o retângulo áureo
b e o número áureo. Existem diversos sites que podem ser
b 1+ 5 consultados a partir da busca dos termos razão áurea ou
5f5
a 2 número de ouro.
Na prática, usamos 1,61803 ou ainda 1,6 como valor aproximado de w, mas o
número w não é racional.
Famoso desenho de Leonardo
Forme dupla com um colega, copie e preencha a tabela comparando algumas
da Vinci, Homem vitruviano, razões do seu corpo com a razão áurea.
com destaque para uma das
proporções áureas no corpo
humano. Medida A (mA) Medida B (mB) Razão 1 mm 2
A
B
Distância da base do nariz até o queixo Distância da linha dos olhos até a base do nariz
Distância da metade do pescoço até o umbigo Distância do topo da cabeça até a metade do pescoço
NOTAÇÃO CIENTÍFICA
Há muitos modos de representarmos os números reais. Alguns você já conhece:
4
2= = 2 · 1 = (–2) · (–1)
2
8 = 4 · 2 = 16 : 2 = 23 = (–32) · – ( 41 )
1 5 50 4
= 0,5 = = =
2 10 100 8
Nos casos acima, podemos decidir livremente de que forma queremos representar cada
quantidade. Há outros casos nos quais é mais conveniente representar valores com um tipo
especial de notação. Isso ocorre, por exemplo, quando queremos expressar valores muito
grandes ou muito pequenos.
Exemplos:
a) O coração humano bate cerca de 110 000 000 de vezes em três anos.
LEIA O LIVRO b) No universo, existem cerca de 10 000 000 000 000 000 000 000 de estrelas.
c) A massa de um elétron é, aproximadamente, 0,0000000000000000000000000009
No livro Matemática mortífera,
de Kjartan Poskitt, leia o capítu- 11 grama.
lo intitulado “Como lidar com Nesses três exemplos, uma notação conveniente para representar cada valor é a
números grandões”. Você vai notação científica. Essa forma de representação utiliza sempre um número x entre 1 e 10 com
aprender bastante sobre nota- 1 < x , 10, multiplicado por uma potência de base 10 com expoente inteiro.
ção científica, além de se diver-
tir, é claro! Veja como seria a representação desses três exemplos.
a) 1,1 · 108 b) 1022 5 1 · 1022 c) 9,11 · 10228 g
8 Escreva os números a seguir em notação científica. Sabemos que 1 000 000 000 5 10 9.
a) 5 000 000 000 c) 135 000 000 000 000 Logo, 5 000 000 000 5 5 · 1 000 000 000 5 5 · 10 9.
b) 0,000000005 5 5
b) 0,000000005 5 5 9 5 5 · 102 9
1 000 000 000 10
RESOLUÇÃO
c) 1 35 000 000 000 000 5 1 35 · 1 000 000 000 000 5
a) Poderíamos escrever esse número assim:
5 135 · 1012 5 13,5 · 1013 5 1,35 · 1014
5 · 1 000 000 000 Sugira aos alunos que pesquisem casos em
que se utiliza a notação científica.
Esse é um excelente jogo para os alunos aprenderem mais sobre notação científica e desenvolverem certa
agilidade em cálculos que envolvam essa notação. Proponha aos alunos que leiam as regras e tentem jogar
sozinhos. Após o jogo, organize uma conversa para tirar dúvidas. Sugira-lhes então que elaborem uma lista
INTERVALOS dos conhecimentos apreendidos a partir desse jogo.
Intervalos limitados
ZAPT
Observe as situações a seguir e responda às
perguntas.
1. No dia 12 de maio de 2009, a temperatura máxima na
cidade de La Paz foi de 14 °C e a temperatura mínima foi 5 kg
de 22 °C.
6 kg
Qual foi a variação de temperatura em La Paz nesse dia?
2. Qual é o "peso" das maçãs?
Na primeira situação, a variação de temperatura foi de 16 °C.
Sendo T uma temperatura registrada em um momento qualquer do dia, podemos dizer que
T está dentro do intervalo de {2 °C a 14 °C e representar essa variação por {2 °C < T < 14 °C.
Observe que a notação de intervalo é utilizada porque não podemos enumerar todos os
valores que estão entre 22 e 14, visto que são infinitos.
Na reta real, temos a seguinte representação para os valores de T: MATEMÁTICA
–2 0 14
0 5 6
Intervalos ilimitados
Um corpo lançado da Terra ao espaço, com velocidade suficiente para escapar da
órbita do nosso planeta, se não se chocar com outro corpo ou for atraído por ele, tenderá
a se afastar cada vez mais da Terra. Com isso, sua distância em relação a ela aumentará
indefinidamente.
Considerando o momento do lançamento desse corpo, as distâncias vão situar-se no
intervalo [0, 1`[.
Os símbolos 1` (mais infinito) e 2 ` (menos infinito) não são números reais. Eles apenas mos-
tram que uma variável pode crescer indefinidamente (1`) ou decrescer indefinidamente (2 `).
a
{x [ R | x > a} 5 [a, 1 `[ ℝ
a
{x [ R | x . a} 5 ]a, 1 `[ ℝ
a
{x [ R | x < a} 5 ]2 `, a] ℝ
a
{x [ R | x , a} 5 ]2 `, a[ ℝ
Exemplos:
a) Sendo A 5 {1, 2, 3, 4, 5} e B 5 {2, 4, 6, 8}, temos: Observe no Manual do professor as
propostas para a exploração deste jogo.
A ù B 5 {2, 4}
A ø B 5 {1, 2, 3, 4, 5, 6, 8}
A 2 B 5 {1, 3, 5}
B 2 A 5 {6, 8} JOGOS
b) Sendo A 5 ]{ 3 , 1[ e B 5 [{1, 5 ], temos:
Na página 89, encontra-se o
– 3 –1 1 5 jogo Contando pontos. Orga-
ℝ
nize um grupo de dois a quatro
A
alunos e joguem pelo menos
B três partidas.
A∩B
A∪B
A–B
B–A
31 A quais dos intervalos abaixo pertence 2 ? Justifique sua d) ]]6, ]2] f) ]]3, 1`[ h) ]]`, 2[
MATEMÁTICA
resposta no caderno. e) []1, 1`[ g) ]]`, p]
a) ]0; 1,41] c) ]0; 1,42[
33 Expresse os intervalos do exercício anterior usando a repre-
b) ]0; 1,41[ d) ]1,41; 1,42[ sentação com chaves.
32 Represente na reta real os intervalos a seguir. 34 Represente em notação de intervalo:
a) []4, 7] b) ]] 2 , 2[ c) [] 3 , 3[ a) o conjunto dos números reais maiores que {2 e menores
e) A = [– , +∞[ e B = ]– , +∞[
ou no dicionário) e as dúvidas (procure esclarecê-las relendo o texto 5 6
do livro). Isso vai ajudá-lo a ser um melhor leitor de problemas. 6 7
38 Quando você joga um dado, o número obtido pode ser tra- 43 (Enem{MEC) Ao longo do século XX, a taxa de variação na
população do Brasil foi sempre positiva (crescimento). Essa
duzido pela condição 1 < n < 6, onde n [.N.
taxa leva em consideração o número de nascimentos (N), o
a) Indique uma condição que mostre os resultados que você número de mortes (M), o de emigrantes (E) e o de imigran-
pode ter quando lança dois dados e adiciona os números tes (I) por unidade de tempo.
obtidos.
É correto afirmar que, no século XX:
b) Indique uma condição que mostre os resultados que você
a) M . I 1 E 1 N d) M 1 N , E 1 I
pode ter quando lança três dados e adiciona os números
obtidos. b) N 1 I . M 1 E e) N , M 2 I 1 E
c) N 1 E . M 1 I
39 Obtenha A ù B, A ø B, A 2 B e B 2 A nos casos:
B B B
IMAGENS: ZAPT
A A A
Não existe nenhuma carteira quebrada em sua Todas as carteiras de sua sala de aula estão Algumas carteiras estão quebradas. A parte
sala. Nesse caso, dizemos que os conjuntos A quebradas. A está contido em B e escreve- escura representa a intersecção de A e B: A ù
e B são disjuntos e temos que: A ù B 5 Ø. O se: A , B, onde o sinal , significa que todo B. A parte clara dentro de A representa A 2 B,
símbolo Ø representa o conjunto vazio. elemento de A é elemento de B. que corresponde às carteiras de sua sala que
não estão quebradas.
Esses diagramas são úteis para nos auxiliar a pensar sobre a resolução de alguns problemas como os que estão a seguir.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
RESOLUÇÃO
IMAGENS: ZAPT
A B D
Um diagrama pode nos au-
xiliar na compreensão das
relações entre os conjuntos
dos consumidores de cada
marca de suco. C
Vamos representar por D o A parte escura representa
conjunto de todas as pessoas A ù B ù C.
pesquisadas.
Substituindo os dados numéricos no diagrama, onde os
números indicam quantos consumidores pertencem a cada
conjunto ou à parte de cada um, temos:
A B D
43 27
178
32 18
7
103
C
Sempre que achar necessário, retorne ao texto e aos ER para tirar suas dúvidas.
45 (Insper{SP) Em uma escola que funciona em três períodos, 60% dos professores lecionam de manhã, 35% lecionam à tarde e
25% lecionam à noite. Nenhum professor da escola leciona tanto no período da manhã quanto no período da noite, mas todo
professor leciona em pelo menos um período. Considerando-se apenas essas informações, assinale a alternativa em que os dados
apresentados sobre esses professores são necessariamente verdadeiros.
Professores da escola que lecionam Professores da escola que lecionam nos Professores da escola que lecionam
somente no período da tarde representam, períodos da tarde e da noite representam, somente no período da noite representam,
em relação ao total. em relação ao total. em relação ao total.
46 (Ifal) Num grupo de 142 pessoas, foi feita uma pesquisa so- C 900
bre três programas de televisão A, B e C e constatou-se que:
AeB 350
40 não assistem a nenhum dos três programas;
AeC 400
103 não assistem ao programa C;
BeC 300
25 só assistem ao programa B;
13 assistem aos programas A e B; A, B e C 100
O número de pessoas que assistem somente aos programas
B e C é a metade do número de pessoas que assistem somen- Quantos telespectadores entrevistados não acham agradável
nenhuma das três novelas?
te a A e B;
a) 300 telespectadores. d) 470 telespectadores.
25 só assistem a 2 programas;
72 só assistem a um dos programas. b) 370 telespectadores. e) 500 telespectadores.
c) 450 telespectadores.
Pode-se concluir que o número de pessoas que assistem:
a) ao programa A é 30. 48 (UFPE) Os alunos de uma turma cursam alguma(s) dentre as
b) aos programas A e C é 13. disciplinas Matemática, Física e Química. Sabendo que:
o número de alunos que cursam Matemática e Física exce-
c) ao programa C é 39.
de em 5 o número de alunos que cursam as três discipli-
d) aos programas A ou B é 63.
nas;
e) aos três programas é 6.
existem 7 alunos que cursam Matemática e Química, mas
47 (UEL{PR) Num dado momento, três canais de TV tinham, em não cursam Física;
sua programação, novelas em seus horários nobres: a nove- existem 6 alunos que cursam Física e Química, mas não
la A no canal A, a novela B no canal B e a novela C no canal cursam Matemática;
C. Numa pesquisa com 3 000 pessoas, perguntou-se quais o número de alunos que cursam exatamente uma das dis-
MATEMÁTICA
novelas agradavam. A tabela a seguir indica o número de te- ciplinas é 150;
lespectadores que designaram as novelas como agradáveis. o número de alunos que cursam pelo menos uma das três
disciplinas é 190.
Novelas Número de telespectadores Quantos alunos cursam as três disciplinas?
A 1 450
49 (PUC{MG) Em um grupo de 36 universitários há 12 que cursam
B 1 150 Engenharia, 10 que fazem Administração, 14 que são alunos de
Esta seção tem como objetivos que você: Sabendo que seu perímetro é 70 cm, calcule a medida de
relembre alguns conceitos já estudados cada lado do retângulo.
pense um pouco mais sobre técnicas de cálculo e resolu-
ção de problemas 4 Observe a tabela.
tenha sempre em mente noções importantes e úteis para x 110 120 130 140
a resolução de problemas.
y 55 60 65 70
Adicione 2
a 2 3 4 5
Eleve ao A
quadrado b 3 4,5 6 7,5
Multiplique por 2
t 0,5 1 1,5 2
B
u 1 1,5 2 2,5
1
Número inicial ]1 ]2 ]3 0 2
1 2 a
Adicione 3
Eleve ao cubo
Duas grandezas x e y são diretamente
y
proporcionais se existir uma constante cÞ 0, tal que 5 c
Multiplique por 3 x
para cada par de valores correspondentes de x e y.
x e y são inversamente proporcionais se existir uma
2 Resolva as equações a seguir.
constante c Þ0, tal que xy 5 c para cada par de valores
a) 4x 1 11 ] 7x 5 ]11
correspondentes de x e y.
b) 5x ] (]x 1 22) 5 ]4 Além dos objetivos já apresentados na seção Para recordar, serão
explorados conceitos de Geometria ao longo do livro.
c) 11x ] (]3x 1 10) 5 4x 1 2 5 Observe o paralelepípedo retângulo a seguir.
A, B, C e D são pontos.
ZAPT
x13 x 2 10
d) 1 54 E H AB e GH são retas.
2 3
F G FE é um segmento de
3 O perímetro de um retângulo é a soma das medidas de seus reta.
lados. Observe este retângulo: D C ABGF é um retângulo
e também uma face do
A B paralelepípedo.
x – 15 Agora, responda.
a) Que outros pontos você identifica na figura?
1 200 mL 400 mL
AZEITE AZEITE
AZEITE AZEITE
100 mL 300 mL
AZEITE
AZEITE
?
MATEMÁTICA
? ?
5ª– etapa 6ª– etapa
b) 200 mL
AZEITE 200 mL e) 900 mL 200 mL
AZEITE 100 mL
c) 400 mL
AZEITE
1 4
3 x
Sabendo que x e y são os valores obtidos nos espaços marcados da figura, quando se
completa o minissudoku, segundo as regras estabelecidas, determine o valor de 2x + y.
a) 8 c) 32 e) 128
b) 16 d) 64
1 1 1 1
a) 1 g) 2 m) 2 2 0,75
2 2 2 4
1 1 1
b) 1 2 h) 2 n) 1,25 1 1,5
2 2 3
1 2 1 1
c) 1 i) 1 o) 1,05 1 0,45
4 4 2 5
1 1 1 1
d) 1 j) 2 p) 1,25 2 0,75
2 4 2 5
1 1
e) 1 k) 1 1 0,3 q) 0,25 1 0,75
2 3
1
f) 1 2 l) 0,5 1 1,2 r) 1 2 0,8
4
2 Sem usar a calculadora e sem fazer contas no papel, escreva no caderno a forma deci-
mal das frações a seguir.
5 76 11 725
a) c) e) g)
10 100 1 000 10
13 93 453 3 361
b) d) f) h)
100 10 100 1 000
3 Calcule.
a) 10{1 d) {2({2){5 g) 60
b) 10{2 e) {15{1 h) 4{2
c) ({5){2 f) ({3){3 i) 122
4 Qual (ou quais) das alternativas a seguir não é equivalente à “metade de 0,5”?
1 1 1
a) 0,25 b) · 0,5 c) 0,5 · 0,5 d) :
2 2 2
5 Faça estes cálculos com medidas de comprimento. Se precisar, consulte a tabela.
km hm dam m dm cm mm
1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001
Responda no caderno.
a) Quantos cm há em: O cálculo mental é uma importante
1 m? 6 m? 5,8 m? 23,2 m? habilidade, e o seu desenvolvimento
deve ser um dos objetivos do
b) Quantos metros há em: aprendizado da Matemática, porque: MATEMÁTICA
> tem importância prática no dia a dia;
6 km? 18 km? 125,3 km? 1 236,9 km? > tem um valor pessoal, individual;
> é útil na resolução de problemas em
c) Quantos mm há em: Matemática.
Para conhecer melhor esta seção, leia o
1 cm? 8 cm? 3,8 cm? 35,7 cm? Manual do professor.
As resoluções encontram-se no
portal, em Resoluções e Gabaritos
DO MICRO AO MACRO
Ao longo da história, a humanidade sempre se empenhou para conhecer o seu
hábitat: o universo. Para além da exploração do que nossos olhos veem, as investi-
gações do micro e do macrocosmo aguçam a curiosidade e desvelam a grandiosidade,
a complexidade e a beleza da natureza.
Do telescópio de Galileu (século XVII) ao teles-
cópio espacial Hubble, do microscópio de Leeuwe-
FRANK WHITNEY/THE IMAGE BANK/
GETTY IMAGES
THINKSTOCK/GETTY IMAGES
raio Terra = raio maçã ⇔ 106
raio maçã raio átomo 10–2
= 10–10 ⇔ razão de proporção: 108
–2
10
Seguindo essa linha de raciocínio, vejamos mais um exemplo. Se a Terra, de
raio aproximadamente igual a 6,4 × 106 m, fosse reduzida ao tamanho de uma
maçã, de raio aproximadamente igual a 3,0 × 10–2 m, a Lua, de raio aproximada-
mente igual a 1,7 × 106 m, seria do tamanho de um limão, de raio aproximado na
ordem de 1,0 × 10–2 m, orbitando em torno da maçã a uma distância correspon-
dente a 1 m, uma vez que a distância entre a Terra e a Lua é da ordem de 108 m.
O ADN, ácido desoxirribonucleico, carrega
Análises como essas podem ser feitas ampliando-se a hélice do nosso ADN as informações genéticas que comandam
(raio na ordem de 10–9 m) ou reduzindo a Via Láctea (raio na ordem de 1020 m) o desenvolvimento e o funcionamento de
para tamanhos que os nossos olhos podem perceber. Além da curiosidade, tais todos os seres vivos. Ilustração feita por
computador representando a estrutura do
comparações aumentam o conhecimento sobre as medidas do muito pequeno ao ADN (DNA, sigla em inglês, usualmente
muito grande e a percepção dos intervalos numéricos envolvidos nas dimensões empregada).
do universo.
Objetivos: Em um mundo no qual a circulação de informações é maior a cada dia e onde as pesquisas
de opinião ganham cada vez mais espaço, é necessário que as pessoas sejam capazes de ler
c Realizar cálculos com e interpretar gráficos e tabelas, perceber tendências e analisar criticamente as informações
porcentagem.
que recebem. É disso que vamos tratar neste capítulo.
c Organizar dados
utilizando tabelas e PESQUISAS
gráficos em barras, Leia atentamente os resultados de uma pesquisa sobre o ensino a distância no Brasil em 2011.
linhas ou setores.
EDITORIA DE ARTE/FOLHAPRESS
c Identificar, ler e
interpretar informações
de caráter estatístico
representadas na
forma de tabelas ou
gráficos.
c Analisar informações
de gráficos, tabelas e
construir argumentos.
Em 2010, as regiões Sul e Sudeste possuíam mais de 50% das matrículas em cursos a
distancia para graduação no ensino superior. MATEMÁTICA
LEIA O LIVRO
Apesar de ser sempre crescente, o número de matrículas em cursos de graduação a
O livro Estatística, de Imenes, Ja-
distancia teve variação maior entre 2007 e 2008.
kubo e Lellis (Ed. Atual, coleção
Pra que serve a Matemática?), A quem podem interessar essas informações?
ajudará você a conhecer os usos Aos órgãos e instituições educacionais, políticas e econômicas que, provavelmente,
da estatística em diversas situa- utilizam esses e outros dados para acompanhar e direcionar recursos e investimentos
ções sociais e econômicas. nessa modalidade de ensino.
Vestido a caráter — de casaco e boné xadrez —, o detetive busca pistas com a lupa. Mas não encerra seu trabalho
quando as encontra! Ele as analisa e as relaciona para concluir quem é o culpado do caso que investiga nos filmes,
desenhos animados ou livros! E na vida real? Será que existe alguém que faça trabalho parecido com o do detetive?
Sim! Há um profissional que substitui a roupa xadrez e a lupa por um conjunto de técnicas e métodos de pesquisa
chamado estatística. Sua função é coletar, organizar e interpretar dados com o objetivo de chegar a conclusões ou
fazer previsões sobre determinado assunto. O nome desse profissional é elementar, meu caro leitor: estatístico!
“O estatístico atua como um detetive. Ele analisa uma grande variedade de dados em busca de pistas ou evidências
sobre um determinado assunto”, explica o estatístico José Matias de Lima, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas
(Ence), ligada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, para isso, ele conta com a Estatística, parte
da Matemática que estuda os processos para obter, organizar e analisar dados sobre uma população e as maneiras de
tirar conclusões ou prever o que pode acontecer no futuro baseado nesses dados.
O estatístico faz pesquisas, coleta dados e analisa informações com diferentes objetivos e em várias áreas. Ele
pode, por exemplo, fazer pesquisas de opinião para saber, no ano em que há eleição, em qual candidato a maioria
das pessoas está pensando em votar e que, portanto, deve vencer. Mas, para isso, não precisa perguntar a opinião
de cada eleitor! O estatístico seleciona um grupo de eleitores, é a chamada amostra — que, como a sociedade, re-
úne gente de diferentes classes sociais, idade, sexo, profissão. Pede que respondam a um questionário, organiza as
informações e as analisa. “A seguir, generaliza os resultados obtidos na amostra de eleitores para toda a população”,
diz José Matias.
Usando esse mesmo método, o estatístico pode conseguir informações sobre as preferências das pessoas em rela-
ção a um produto — o que é precioso para a indústria! Se ele descobrir, por exemplo, que os consumidores gostariam
de ter um tênis que brilha no escuro, a empresa lançaria um modelo assim. A partir de pesquisas, ele também é ca-
paz de indicar para empresários qual o melhor lugar para instalação de fábricas, supermercados, shoppings, escolas,
cinemas!
Na área de saúde, esse profissional pode usar pesquisas para definir o número de pessoas que têm determinada
doença e alertar sobre riscos de epidemia. “Por meio desses dados, o governo identifica onde é mais importante in-
vestir em saúde, educação, habitação, transportes”, explica Matias.
Ufa! Viu só em quantas áreas o estatístico pode atuar? Pois foi isso
Thinkstock/Getty Images
que fez José Matias optar pela profissão. Quando criança, ele já sonhava
em seguir alguma carreira ligada à Matemática. Pensou até em ser enge-
nheiro, mas a Estatística venceu! “Além do fato de poder atuar em dife-
rentes áreas, o que mais me fascina nesta profissão é ter contato e po-
der trabalhar em conjunto com outros profissionais de diferentes áreas
do conhecimento”, conta. Segundo ele, o estatístico nada faz sozinho
e, portanto, precisa saber trabalhar em equipe. Deve ainda gostar de
desafios, não ter medo de lidar sempre com o diferente e se interessar
por novos assuntos. E, claro, ter um pouquinho de espírito de detetive!
Fonte: Ciência Hoje das Crianças 125, junho 2002.
Veja um exemplo.
PREÇO X CRESCIMENTO
Voos mais baratos O valor nominal das passagens influencia o crescimento da demanda de voos domésticos
A tarifa média dos voos Tarifa aérea média
Ano Crescimento do mercado doméstico (%)
nominal (R$)**
domésticos influencia diretamente
o crescimento do mercado e a 2006 376,99 12,3
ampliação das companhias aéreas. 2008 417,74 7,4
Em 2008, quando a tarifa 2010 272,47 23,47
média teve seu maior valor as
2011* 260,45 15,85
companhias se ressentiram pelo
*Até outubro. ** Tarifa aérea média corresponde ao valor médio pago por passageiro em uma viagem
desaparecimento dos clientes. aérea, independentemente de escalas, das conexões e das distâncias dos voos. Os valores são nomi-
nais, atualizados com base no IPCA.
Fonte: ANAC
24,9
Opera
Safari
04/1997
04/1998
10/1998
03/2000
03/2001
03/2002
03/2003
03/2004
03/2005
03/2006
03/2007
03/2008
03/2009
03/2010
03/2011
02/2012
Fonte: FMI.
Região Norte
Região Nordeste
Região Sudeste
Região Sul
Região
Centro-Oeste
Pictograma
EDITORIA DE ARTE/FOLHAPRESS
Trata-se de um gráfico que usa desenhos
relacionados ao tema da pesquisa para representar
seus dados. Note que os desenhos são elementos
constituintes dos gráficos.
MATEMÁTICA
Leia o enunciado do exercício a seguir e, antes de ler a resolução, responda às perguntas em seu
caderno. Depois, use a resolução apresentada no livro para conferir suas respostas.
24,2
a) Tal como as tabelas, os gráficos podem possuir títulos. serve para informar o leitor sobre o assunto ou tema da
Qual é o título desse gráfico? pesquisa estatística. Na maioria das vezes, os títulos dos
b) Qual é a função do título em um gráfico? gráficos de jornais e revistas são utilizados como forma
c) Observe que o gráfico apresenta também um pequeno de chamar a atenção para os gráficos e por isso eles
texto abaixo do título. Que função tem esse texto? acabam tendo um tratamento de manchete.
d) Com que finalidade a fonte de um gráfico, nesse caso o c) A função desse texto é fornecer maiores detalhes sobre
IBGE, é citada? a pesquisa ou informações que auxiliem o leitor a com-
e) O que representa, no gráfico superior, o número 73? preender o gráfico com maior precisão.
f) Em 2002, qual era o percentual do rebanho na Amazônia d) A função da fonte é dar credibilidade ao que está sendo
Legal em relação ao rebanho brasileiro? representado no gráfico, informando a origem dos dados
apresentados.
g) Em quanto diminuiu o total de cabeças de gado na Ama-
zônia Legal entre 2005 e 2007? e) Em 2005, havia 73 milhões de cabeças de gado na Ama-
zônia Legal
RESOLUÇÃO f) 30,7%.
a) “O rebanho na Amazônia Legal”. g) A diminuição foi de 73 – 69,55 3,5 milhões de cabeças
b) Da mesma forma que nas tabelas, o título de um gráfico de gado.
ANOTAÇÕES
A temática do desmatamento da
Amazônia é um bom contexto para
trabalhar de forma integrada com
Geografia. Medidas de geografia
econômica, além de questões
sociais e ambientais, estão
naturalmente envolvidas no tema.
Os problemas a seguir foram elaborados para você analisar diferentes tipos de gráficos e tabelas,
interpretando as informações que eles contêm. Se precisar, consulte as páginas 33 a 35 e o ER1.
1 Observe estes gráficos com algumas informações sobre os trabalhadores no mundo em 2009.
Agora, responda.
a) Qual é o título dos gráficos?
b) Que assunto está sendo representado pelos gráficos?
c) Podemos afirmar que a variável representada pelas nacio-
nalidades é quantitativa? Por quê?
d) Quantas semanas os ingleses trabalham por ano, em média?
e) Quantas semanas de férias os alemães têm a mais que os
americanos?
f) O que representa o número 7,9 no segundo gráfico?
Fontes: Census, CIA Word Factbook e Time.
3 Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apresentados no gráfico abaixo, o desmatamento da Amazônia
foi de 587 km2 em setembro de 2008.
Sabendo que um campo de futebol mede 70 m por 110 m, responda:
a) Quantos campos de futebol foram desmatados em setembro de 2008?
b) Nesse mês, quantos campos de futebol foram desmatados a cada 10 minutos?
1 200
966 km2
932 km2
870 km2
1 000
756 km2
724 km2
639 km2
800
603 km2
587 km2
541 km2
498 km2
600
355 km2
323 km2
400
230 km2
222 km2
MATEMÁTICA
2
177 km
145 km2
143 km2
123 km2
200
36 km2
17 km2
0
07
T
T
V
JA Z
V
R
R
IO
08
N
L
O
T
T
V
JA Z
09
V
R
R
IO
JU
SE
OU
SE
OU
DE
DE
NO
NO
MA
AB
MA
AB
FE
FE
AG
JU
MA
MA
O/
N/
N/
AG
Esta é uma seção que você encontrará em alguns capítulos deste livro.
O objetivo é refletir sobre a importância da leitura para a resolução de questões
que à primeira vista parecem mais complexas.
Em cada capítulo, escolhemos uma questão que exige uma certa “forma” de ler,
ora com atenção voltada mais para a parte textual, ora focando alguma característica
da forma escrita apresentada na situação-problema.
A questão deste capítulo é a seguinte:
Leia a questão pelo menos duas vezes. Encontre no texto inicial as informações
relacionadas ao tamanho do dinossauro e selecione as alternativas que podem
ajudar a “estimar” o tamanho do animal.
MATEMÁTICA
INVENTE VOCÊ Com esta atividade, é possível avaliar se os alunos identificam e interpretam os diferentes tipos de gráficos e se
produzem texto em linguagem adequada.
1 Colete diferentes tipos de gráficos em jornais e revistas e cole-os em seu caderno. Tente conseguir pelo menos um de
cada tipo estudado.
2 Escolha um dos gráficos que você coletou e elabore perguntas para serem respondidas com base nas informações nele
apresentadas. Troque com um colega: você responde às perguntas feitas por ele e ele responde às suas. Depois, um
confere as respostas do outro.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
b) Podemos fazer:
Tente resolver no caderno antes de ler as resoluções
aqui apresentadas. Depois, confira suas respostas! 0,5 138
· 138 5 0,005 · 138 5 0,69 ou · 0,5 5 0,69
100 100
Logo, 0,5% de 138 é 0,69.
2 Calcule.
a) 30% de 18 c) Podemos fazer:
b) 0,5% de 138 200 1 530
· 1 530 5 2 · 1 530 5 3 060 ou · 200 5 3 060
c) 200% de 1 530 100 100
Logo, 200% de 1 530 é 3 060. Analise com os alunos
RESOLUÇÃO Observe que: cada uma das formas de
resolução apresentadas,
30 30% de 18 = 18% de 30 destacando em que elas
a) Como 30% 5 5 0,3, temos:
100 0,5% de 138 = 138% de 0,5 são diferentes e por que é
importante saber mais de
30 200% de 1530 = 1530% de 200 um modo de resolver um
30% de 18 5 · 18 5 0,3 · 18 5 5,4
100 mesmo problema.
3 30 é que porcentagem de 250?
30% é a taxa percentual.
0,3 é o coeficiente percentual. RESOLUÇÃO
5,4 é a porcentagem procurada. Podemos resolver o problema recorrendo a uma regra de três:
Número %
Outro modo: 3 000
250 100 s 250x 5 30 · 100 s x 5 5 12
250
Para calcular a porcentagem pedida, podemos dividir 18 30 x
em 100 partes (dividir por 100) e tomar 30 dessas partes
Logo, 30 é 12% de 250.
(multiplicar por 30):
Outro modo:
18
· 30 5 0,18 · 30 5 5,4 Achamos a razão entre 30 e 250, multiplicamos por 100 e
100
escrevemos o símbolo %:
Logo, 30% de 18 é 5,4.
Ou, ainda: (1 1 0,06) · 486 5 1,06 · 486 5 515,16 ou (1 2 0,15) · 5 000 = 0,85 · 5 000 = 4 250
Veja como você pode usá-la: 1 Calcule, usando a tecla % da sua calculadora.
a) 2% e 20% de 60
a) Para calcular 12% de 50, por exemplo, você pode
b) 5% e 50% de 60
apertar as teclas nesta sequência:
c) 10% e 100% de 60
5 0 × 1 2 %
2 Volte aos gráficos que aparecem na abertura desta unidade.
Outra opção é fazer: De acordo com o número de matriculados em cursos a
distância no país, responda:
5 0 × · 1 %
2 = a) Em que ano alcançamos 200 000 matriculados?
b) Entre quais anos houve o maior aumento no número
b) Para descobrir, por exemplo, que percentagem 6 é de de matriculados?
FREQUÊNCIA ABSOLUTA
Em uma classe, a professora de Geografia resolveu fazer uma pesquisa para verificar de
que região do país procediam os pais de seus alunos.
Terminada a pesquisa, chegou-se aos seguintes resultados:
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Nordeste 12
Norte 1
Sudeste 21
Sul 5
Centro-Oeste 5
Pais da 1ª- série B e sua região de origem Pais da 1ª- série B e sua região de origem
Local de
Nº- de nascimento Nordeste
pais Norte
21 5
20 Sudeste
5 Sul
15 Centro-Oeste
12 21
10
5 5 1
5
1 12
0
Local de
es -
te
ste
rte
-O tro
l
Su
es
de
No
nascimento
n
te
rd
0 5 10 15 20
Ce
Nº- de pais
Su
No
MATEMÁTICA
Gráfico de frequência absoluta é aquele em que são indicadas, em um dos eixos, a
frequência absoluta do acontecimento em estudo e, no outro, a variável que está sendo
estudada.
Observe que, no gráfico em barras verticais, optamos por colocar os nomes das
regiões no eixo horizontal, abaixo de cada coluna correspondente. Já no gráfico em barras
horizontais, usamos legenda com cores para representar as regiões.
Turma A pesquisa com essas duas populações revelou os resultados dispostos na tabela ao lado.
1o A 1o B
Esporte Comparando os resultados nas duas turmas, o que podemos concluir sobre as
Futebol 11 10 preferências por futebol?
Basquete 12 9 Verificamos que há 11 alunos no 1o A e 10 alunos no 1o B que preferem futebol. Será que
Vôlei 4 4 isso quer dizer que o futebol é mais popular na turma A que na B?
Não obrigatoriamente, porque as turmas não têm o mesmo número de elementos.
Outros 5 1
Para poder comparar, é necessário calcular que fração da turma A representa os 11 alunos
Total 32 24
que optaram por futebol e que fração da turma B representa os 10 alunos que também
optaram por futebol. Isto é, para cada caso, devemos calcular a frequência relativa ou
frequência percentual.
frequência absoluta
frequência relativa =
no de elementos
f
fr =
no de elementos
11 preferem futebol
11
A frequência relativa do futebol é fr 5 > 0,344.
32
Isso significa que aproximadamente 34,4% dos alunos da turma A preferem futebol.
10 preferem futebol
10
A frequência relativa do futebol é fr 5 > 0,417.
24
Isso significa que aproximadamente 41,7% dos alunos da turma B preferem futebol.
Podemos, então, concluir que, apesar de haver no 1o A mais alunos que optaram por
futebol, esse esporte é mais popular no 1o B, já que é nessa turma que é maior a porcentagem
de alunos que preferem futebol.
RESOLUÇÃO
No caso do basquete, apesar de ser a preferência de 12 alunos
Turma A Turma B do 1o A e de apenas 9 do 1o B, as frequências relativas são
iguais: é preferido por 37,5% dos alunos de ambas as turmas.
12 9
Basquete: fr 5 5 0,375 fr 5 5 0,375
32 24 Quanto ao vôlei, em cada turma há 4 alunos que o preferem.
ou 37,5% ou 37,5% Contudo, as frequências relativas são diferentes: 12,5% no 1o
A e aproximadamente 16,7% no 1o B.
4
Vôlei: v fr 5 > 0,167
24 Logo, de acordo com os dados pesquisados, o vôlei tem
mais aceitação na turma B.
ou 12,5% ou 16,7%
NO COMPUTADOR Tabelas e computador Para conhecer as orientações para a seção No computador, consulte o
Manual do professor.
Embora seja possível construir tabelas manualmente, no caso de uma pesquisa estatística de grande porte, o trabalho manual
seria imenso. Felizmente, hoje já existem planilhas eletrônicas que facilitam esse processo. Veja como se faz uma tabela de frequ-
ência na planilha do LibreOffice. O LibreOffice é um software de aplicativos para escritório distribuído gratuitamente na internet.
Uma versão confiável do programa pode ser obtida pelo site http://pt-libreoffice.org. É preciso fazer o download do programa, ou
seja, a importação do LibreOffice para o computador. Concluída a instalação, basta reproduzir as etapas a seguir para construir a
planilha.
1a etapa: Localizar o programa no computador e clicar para que se abra a janela inicial. Escolher a opção “Planilha”
WWW.LIBREOFFICE.ORG
2a etapa: Utilizando os dados da tabela da página 44 (os esportes preferidos pelas turmas do 1o A e 1o B), por exemplo, pode-se
construir uma tabela de frequências absolutas.
MATEMÁTICA
Há espaços representados por uma letra e um número dispostos ao redor da tela inicial da planilha. Cada um desses espaços é uma
célula, como a célula B2, que está na coluna B e na linha de número 2. Em cada célula, registra-se uma informação. Veja:
3a etapa: Para completar a tabela, coloque o número total de alunos de cada turma nas células correspondentes (B6 e C6). Há
duas maneiras de fazer isso:
somando os números de cada coluna e digitando o total;
utilizando uma função do BrOffice.org.
CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS
DE FREQUÊNCIAS RELATIVAS
Quando calculamos frequências relativas, podemos utilizar gráficos para representar os
Turma
1o A 1o B resultados obtidos. Utilizaremos aqui dois tipos de gráficos: em barras múltiplas e em
Esporte
Futebol (F) 34,4% 41,7% setores.
Para construir os gráficos com base, por exemplo, na pesquisa anterior, vamos ini-
Basquete (B) 37,5% 37,5%
cialmente organizar uma tabela na qual apareçam as frequências relativas.
Vôlei (V) 12,5% 16,7%
Observação: Se somarmos as frequências relativas obtidas na turma do 1o B,
Outros (O) 15,6% 4,2% verificaremos que o total é de 100,1%. Isso ocorre devido aos arredondamentos feitos
Total 100% 100% para determinar essas frequências. Desprezamos 0,1 % na construção dos gráficos.
40
B
30 20
20 F
10
10
0 F B V O Esporte 0 10 20 30 40 50 % 0
preferido Esporte preferido
Fonte: 1o– A e 1o– B F B V O
EXERCÍCIO RESOLVIDO
6 A tabela a seguir mostra o número de horas que os 40 ordem crescente e, em outra, as frequências relativas
alunos do 1o C dormem por noite. correspondentes.
tidiano, realizarmos arredondamento de dados. Por exem- a) 3,481 5 > 3,482 b) 3,487 5 > 3,488
plo, na construção de um gráfico em setores, se a medida de
um ângulo é 150,3°, arredondamos para 150°. Vai ser eliminado Vai ser eliminado
Para efetuarmos o arredondamento de um número, po- e é 5. e é 5.
11
demos usar, entre outras, a seguinte regra:
3,48 2 > 3,48 3,48 8 > 3,49
se o algarismo que vai ser eliminado é maior ou igual
a 5, acrescentamos 1 ao primeiro algarismo que está à Vai ser eliminado Vai ser eliminado
sua esquerda; e é menor que 5. e é maior que 5.
se o algarismo que vai ser eliminado é menor que 5,
não fazemos nenhuma alteração no algarismo à sua Tente você arredondar os números a seguir,
esquerda. escrevendo-os com duas casas após a vírgula.
Veja os exemplos a seguir.
a) 10,34715 b) 11,26581
1. Arredonde os números a seguir, escrevendo-os com
três casas após a vírgula.
MATEMÁTICA
11
Pesquise outras regras de arredondamento que podemos
utilizar em Matemática e compare-as com a que apresenta-
a) 8,751 9 > 8,752 b) 2,873 1 > 2,873 mos aqui, ressaltando suas semelhanças e diferenças.
16 Escolha 20 colegas da sua classe e pesquise a idade deles. a) Organize os dados em uma tabela de frequências relativas.
Faça um gráfico de frequências absolutas com os dados que b) Represente-os graficamente.
você obteve. Não se esqueça de colocar título, fonte e, se c) Qual foi a porcentagem de saltos superiores a 7 metros?
necessário, um texto explicativo.
21 Antônio e Ana realizaram uma pesquisa para saber qual a fru-
17 A tabela a seguir representa a precipitação atmosférica mé- ta preferida de seus colegas de classe. Antônio obteve 100 res-
dia e a temperatura média anuais em diferentes cidades. postas e Ana obteve 125, distribuídas como indica o quadro.
Faça um gráfico em setores que represente os resultados
Cidades A B C D E F G H I J K L obtidos por Antônio e outro que represente os resultados
Precipitação obtidos por Ana.
atmosférica 80 75 70 70 75 30 75 90 95 80 40 95
(cm3)
Banana Laranja Cereja Morango
Temperatura (°C) 9 9,5 8 16 12,5 14 9,5 10 14,5 9 16 9,5
Antônio 50 25 25 0
a) Construa um gráfico com as precipitações atmosféricas Ana 50 25 25 25
de todas as cidades da tabela.
b) Construa um gráfico das temperaturas. 22 (Epcar–MG) Para as eleições para a Presidência da República
c) As cidades com o mesmo valor de precipitação têm igual do Brasil foi feita uma pesquisa com 2 400 pessoas sobre
temperatura média? suas preferências em relação aos candidatos A, B e C. Sabe-
-se que cada pessoa optou por um único candidato, ou votou
d) A cidade onde chove mais é aquela em que a temperatura
em branco, ou votou nulo, e que o diagrama abaixo indica os
média é mais baixa? A cidade onde chove menos é aquela
resultados da pesquisa.
em que a temperatura média é mais alta?
19 No campeonato de futebol de uma escola, a equipe dos Ases Dados: Os ângulos a, b, c e d são tais que:
obteve os resultados indicados: c = 90º
a + b = 90º
Jogos Vitórias Empates Derrotas a = 2b
20 13 5 2 Em cada região do diagrama tem-se:
I. Nº- de pessoas que votou no candidato A.
a) Quantas vitórias obtiveram os Ases? E empates? E derrotas?
II. Nº- de pessoas que votou no candidato B.
b) Com esses dados, faça um gráfico com as frequências abso-
III. Nº- de pessoas que votou no candidato C.
lutas das vitórias, dos empates e das derrotas dos Ases.
IV. Nº- de pessoas que votou em branco.
c) Calcule as frequências relativas e represente-as também
graficamente. V. Nº- de pessoas que votou nulo.
Sabe-se que a diferença entre o número de pessoas que
20 Um atleta de salto em distância obteve, em 30 tentativas, os votou nulo e o número de pessoas que votou em B é y.
seguintes valores, em metros: Então, y representa:
a) a quarta parte do total de entrevistados.
6,67 6,82 6,67 6,90 6,67 7,05 6,90 6,82 6,82 6,82
b) a metade do total de entrevistados.
7,10 7,05 6,82 6,82 6,90 7,10 6,90 7,05 7,05 7,10
c) a terça parte do total de entrevistados.
6,82 6,82 6,90 6,67 6,82 6,90 6,90 7,10 7,05 6,90
d) o dobro do número de pessoas que votou em C.
ANOTAÇÕES
MATEMÁTICA
O programa utiliza os dados da tabela e você escolhe o tipo de gráfico que deseja. Veja como isso é feito.
1a etapa: Selecione os dados da tabela que devem constar no gráfico e clique no ícone “gráfico”, na barra de ferramentas.
WWW.LIBREOFFICE.ORG
WWW.LIBREOFFICE.ORG
Observe que o programa já sugere um tipo de gráfico, mas é possível escolher outro.
WWW.LIBREOFFICE.ORG
3a etapa: Salve o gráfico em um novo documento, selecione-o e descubra o que mais pode ser feito.
Se você puder experimentar mais e descobrir outros recursos, simule as etapas descritas e, depois, use o LibreOffice para
construir os gráficos pedidos no problema 17 e para refazer o gráfico do ER7.
WWW.LIBREOFFICE.ORG
Esportes preferidos
35
30
25
20 1º A
1º B
15
10
0
Futebol Basquete Vôlei Outros Total
INVENTE VOCÊ
3 Faça uma pesquisa sobre o refrigerante preferido dos seus colegas de classe. MATEMÁTICA
Calcule as frequências relativas e represente os resultados por meio de gráficos
em setores e em barras. Se quiser, use a planilha eletrônica.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
8 Ao fazer uma pesquisa sobre o crescimento populacional No eixo que representa os milhões de habitantes há um
de sua cidade, um estatístico se deparou com o gráfico ao erro parecido.
lado. b) Vamos utilizar escalas mais adequadas para representar
Após analisar atentamente os dados representados, o os dados.
estatístico concluiu que havia um erro na construção do No eixo horizontal, marcaremos intervalos de 100 em 100
gráfico, mais especificamente nos eixos que representam anos a partir de 1600. Nesses intervalos, efetuaremos as
as grandezas estudadas. marcações aproximadas dos anos mostrados no gráfico
a) Que erro seria esse? original.
b) Após encontrar o erro, construa corretamente o gráfico. Para o eixo vertical, que representa o número de ha-
c) Qual é o erro de interpretação ao qual o primeiro gráfico bitantes, vamos utilizar uma escala com intervalos de
nos induz? 600 em 600 e efetuar as demais marcações também
por aproximação. Veja, a seguir, como ficou o gráfico:
Milhares de habitantes
4 200
4 000
3 600
2 300 3 000
1 850 2 400
1 600 2 300
1 200 1 850
1 800
600 1 600
Anos 1 200
600
1650 1850 1900 1920 1940 1976
Anos
1600 1650 1700 1800 1850 1900 1940 2000
RESOLUÇÃO 1920 1976
a) O erro percebido pelo estatístico se refere à escala uti- Com essas escalas, ainda que o gráfico construído não te-
lizada para marcar os dados nos eixos. Observe o eixo nha marcações muito precisas, como é o caso de um feito
no qual estão marcados os anos e veja que os intervalos a mão, ele ao menos respeita melhor os intervalos entre
entre um ano e outro não são constantes: os anos nos quais o crescimento da população foi estudado.
entre 1650 e 1850 há um período de 200 anos; Se você dispuser de um computador, poderá construir
um gráfico com mais precisão, como o nosso, utilizan-
entre 1850 e 1900 há um período de 50 anos;
do um software apropriado, por exemplo, o de planilha
entre 1900 e 1920 e entre 1920 e 1940 há um período de eletrônica. Essa é a vantagem de usarmos o computador
20 anos; na representação de dados estatísticos.
entre 1940 e 1976 há um período de 36 anos. c) Da forma como está construído, o primeiro gráfico
mostra um crescimento populacional mais lento e bem
Apesar dessa diferença, quem fez o gráfico utilizou menos acentuado do que o realmente ocorrido entre os
a mesma distância entre esses períodos, como se os anos de 1900 e 1976.
intervalos fossem iguais.
ZAPT
Pop. masculina (em milhares)
senta a população do sexo 115
ZAPT
masculino de quatro cidades Número de analfabetos do Município
(em valores aproximados). de Magé, nos últimos quatro anos
110
Número de analfabetos
a) Observando o gráfico, A
D
podemos dizer que a po- 105
B 30 000
pulação da cidade C é a
quinta parte da população C 20 000
0
da cidade A? Por quê? Cidades
10 000
b) Copie a seguinte tabela no caderno e preencha-a, tendo
como base os dados do eixo vertical do gráfico.
ZAPT
28 (Enem-MEC) Para Gráfico I
ZAPT
Gráfico I
convencer a po- N o–
total de linhas
N total de linhas telefônicas
o– telefônicas
pulação local da 2 200 2 200
2 150 2 150
ineficiência da 2 100 2 100
Companhia 050 2 050
Te- 22 000 2 000
lefônica Vilatel
Jan. Jan. Abr. Abr. Ago. Ago. Dez. Dez.
na expansão da
oferta de linhas,
GráficoGráfico
II II
um político publicou no
jornal local o gráfico I, N o–
total de linhas telefônicas
N – total de linhas telefônicas
o
Fonte: Corretora Ações para Todos.
ao lado representado. 2 2002 200
A Companhia Vilatel
Insatisfeito com os dados que obteve, João foi a uma segunda
respondeu publicando 2 150 2 150
corretora, que lhe apresentou outro gráfico:
dias depois o gráfico II,
onde pretende justificar 2 100 2 100
ZAPT
um grande aumento na
2 050
oferta de linhas. O fato é 2 050
que, no período conside-
2 0002 000
rado, foram instaladas, Jan. Jan.Abr. Abr. Ago. Ago.
Dez. Dez.
efetivamente, 200 novas
linhas telefônicas.
Analisando os gráficos, pode-se concluir que:
a) o gráfico II representa um crescimento real maior do que
o do gráfico I.
b) o gráfico I apresenta o crescimento real, sendo o II incorreto. Fonte: Corretora Ações para Alta. MATEMÁTICA
c) o gráfico II apresenta o crescimento real, sendo o gráfico I a) Algum dos dois gráficos pode ter incentivado João a tomar
incorreto. a decisão de investir em ações? Por quê?
d) a aparente diferença de crescimento nos dois gráficos
b) Qual é o problema do primeiro gráfico?
decorre da escolha das diferentes escalas.
e) os dois gráficos são incomparáveis, pois usam escalas c) Se você fosse João, faria o investimento após ter visto o
diferentes. segundo gráfico? Por quê?
2 Em cada caso a seguir, considere o valor de uma dívida e a 5 Em seu caderno, complete as igualdades como no exemplo.
multa por atraso no pagamento e calcule o valor a ser pago
a) 2 500 m 5 2,5 km
com a multa.
Ao discutir com os alunos os
b) 3,4 km 5 * m
exercícios 5 e 6, analisem os erros
Multa por Valor a ser pago
Valor da dívida c) 67,8 m 5 *cm cometidos e façam uma lista de
atraso (com multa) cuidados que se deve ter para não
d) 196 cm 5 * m
a) 160 10% errar transformações de unidades
e) 4 178 000 m 5 * km de medida de comprimento.
b) 240 25% Relembre com os alunos a relação
f) 4 178 000 km 5 * m entre a grandeza a ser medida e a
c) 64 50% g) 150,36 m 5 * cm unidade adequada para realizar a
medição.
d) 350 20% h) 150,36 cm 5 * m
e) 125 1%
3 A situação agora é de desconto. Quanto deve ser pago em 6 Qual a melhor unidade para medir:
cada caso? a) a distância entre duas cidades?
ANOTAÇÕES
1 (Fuvest-SP) Durante uma viagem choveu 5 vezes. A chuva D. Os modelos A e B são fabricados com dois tipos de carro-
caía pela manhã ou à tarde, nunca o dia todo. Houve 6 ma- ceria: fechada e conversível. Já os modelos C e D podem ser
nhãs e 3 tardes sem chuva durante a viagem. Quantos dias fechados, conversíveis, picapes e utilitários. Cada modelo é
durou a viagem? fabricado em sete cores diferentes.
Quantas possibilidades de escolha um cliente tem à sua dis-
2 Uma fábrica produz quatro modelos de automóveis: A, B, C e posição na compra de um automóvel dessa fábrica?
5
b) B 5 x [ R | x ø
1
2 6 a) Quais vértices do paralelepípedo não pertencem ao plano a?
b) O que o plano a e a face ADEF têm em comum?
c) C 5 ]] 4, 3]
d) A ø C 6 Na figura ao lado, temos um quadrilátero, ou seja, um polígo-
no com quatro lados. Nele, os lados AB e CD são paralelos e
e) B ù C os lados AB e BC são perpendiculares.
Desenhe no caderno quadriláteros que tenham:
3 Resolva estas equações.
a) 2 pares de lados paralelos.
a a]5 2(a ] 5) b) apenas um par de lados paralelos.
a) 2 6 511 3
4
c) 2 lados paralelos de tamanhos diferentes.
b) 10 2 (8y 2 2) 5 5y 1 2(]4y 1 1) d) nenhum par de lados paralelos.
3y ] 2 1 e) 2 pares de lados perpendiculares.
c) 5 2y2 50
2
7 Dois lados opostos de um
4 As tabelas a seguir representam grandezas diretamente quadrado qualquer têm
proporcionais. um aumento de 50% e D C
os outros dois lados têm MATEMÁTICA
x 10 25 60 um decréscimo de 50%.
y 6 27 36 Determine se a área do
quadrado aumenta ou di-
s 6 7 8 minui. Determine também A B
qual a porcentagem do
t 0,6 0,9 aumento ou descréscimo
da área.
O que vocês sabem sobre o município em que moram? Que informações sobre educa-
ção, saúde, segurança, lazer, origem da cidade e de seus habitantes pwodem auxiliar vocês
a conhecer melhor o espaço em que vivem?
O resultado dessa pesquisa pode ser divulgado na escola, para os responsáveis pela
administração da cidade e até para toda a comunidade.
Vocês todos devem se organizar para buscar respostas a essas e a outras questões
que forem surgindo. Para isso, precisam conhecer algumas etapas que orientam o desen-
volvimento de um projeto de pesquisa como este.
O intuito deste capítulo foi justamente proporcionar esse conhecimento, para que vo-
cês possam realizar, com o auxílio do professor, esse tipo de atividade cada vez com mais
autonomia.
PALAVRAS-CHAVE
Neste capítulo, as palavras que merecem destaque são:
Estatística
Gráficos
Frequência
Porcentagem
Escreva sobre elas no caderno, explicando o que cada uma significa. Ilustre sua
explicação com desenhos e exemplos.
Aproveite a oportunidade para sanar as dúvidas que porventura você ainda tenha.
As resoluções encontram-se no Para tanto, releia o capítulo ou consulte seu professor.
portal, em Resoluções e Gabaritos
ANOTAÇÕES
2040 2040
2030 2030
2020 2020
2010 2010
1990 1990
1980 1980
1980 1980
2040 2040
2030 2030
2020 2020
2010 2010
2005 2005
2000 2000
1990 1990
1980 1980
As projeções indicam que, a partir de 2005, a cada década, diminui significativamente a população de 0 a 4 anos, ou
seja, decai o índice de natalidade; a população jovem (15 a 19 anos) decrescerá a partir de 2020; a população entre 45 e
49 anos, que cresceu nas últimas décadas, começará a estabilizar a partir de 2030; e a população idosa se mantém em
contínuo e expressivo crescimento.
Dados obtidos em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/
2008/piramide/piramide.shtm>.
O site do IBGE apresenta com mais detalhes essas e outras informações a respeito de vários setores sociais e econômi-
cos e está disponível para aqueles que desejam investigar mais sobre o nosso país ou sobre os procedimentos estatísticos
realizados em tais estudos.
ANOTAÇÕES
Objetivos: Neste capítulo, iniciamos o estudo das funções, que serão tema de boa parte deste livro.
c Representar pontos no Os conceitos e a linguagem que você vai aprender são importantes porque são utilizados
plano cartesiano. em Matemática e por disciplinas das áreas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas,
para descrever fenômenos nos quais uma grandeza depende de outra. Mas, antes das
c Identificar funções. funções, é preciso retomar a localização de pontos no plano. Vamos lá!
c Reconhecer o
significado de domínio, COMO SE LOCALIZAR
contradomínio e No dia a dia, muitas vezes precisamos
Fernando Favoretto/Criar Imagem
Neste capítulo
Guia Quatro Rodas/Editora Abril
se inicia o desen-
volvimento da
terminologia e da
escrita específicas
do tema funções,
parte importante
da alfabetização
do aluno na lingua-
gem matemática.
MATEMÁTICA
Fonte: Guia Quatro Rodas Brasil 2010. São Paulo, Abril, 2010.
Ao longo de todo o livro, estimularemos a leitura do texto Sistema de coordenadas cartesianas ortogonais é a correspondência que a cada par
matemático pelos alunos. Se possível, realize uma leitura em ordenado de números reais associa um único ponto do plano cartesiano ortogonal.
voz alta do texto a seguir e peça aos alunos que ouçam com
atenção e anotem no caderno as palavras desconhecidas
conforme forem surgindo. Em seguida, solicite-lhes que
procurem o significado dessas palavras no dicionário. Chame
a atenção dos alunos para o fato de que certas palavras do O par ordenado de números reais que dá a localização do ponto no plano é chamado
texto estão destacadas: qual pode ser a intenção desse
destaque? E as ilustrações: que relação elas têm com o texto?
x<0 x>0
y<0 y<0
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 a) Localize no plano cartesiano ortogonal os pontos A(2, 6), a uma mesma reta paralela ao eixo das abscissas?
B(24, 5), C(25, 22), D(4, 23), E(3, 0), F(0, 4), G(24, 0) e
H(0, 21). 4 Determine as coordenadas dos pontos A, B, C, D, E, F, G e H
b) Desses oito pontos, qual é o de maior ordenada? desta figura.
y
c) Qual dos pontos possui a menor abscissa?
10
d) Qual é a ordenada do ponto B? B
8
e) Qual é a abscissa do ponto G? A
6
f) Quais desses pontos estão localizados sobre o eixo hori- C
zontal (o eixo Ox)? 4
cinema
Saída da cidade
Se possível, explore com os alunos guias de rua ou mapas de localização disponíveis na internet.
PARA SABER MAIS Muitas das propriedades dos gráficos das funções afim e
Azulejos portugueses em São Luís (Maranhão). Fachada da Catedral de Notre Dame, em Paris
(França). Construída entre 1163 e 1345.
Zapt
Talita Guedes
flexão possui uma reta chamada eixo de refle-
xão ou eixo de simetria, que a divide em duas fi-
guras congruentes que podem ser sobrepostas.
Esse eixo funciona como um espelho que reflete
uma parte sobre a outra. Ao dobrarmos a figura
nessa linha, cada parte se encaixará perfeita-
mente na outra.
Podemos pensar em simetria de reflexão
usando coordenadas em um plano cartesiano.
Imagine que o eixo vertical Oy seja o eixo de simetria de uma figura com apenas uma de suas metades desenhada à direita do
eixo.
Se completarmos a figura, quais serão as coordenadas dos pontos da metade à esquerda correspondentes aos pontos A, B, C,
D, E, F, G, H e I?
y Qual a relação entre as abscissas desses Oy
A nove pontos e as de seus correspondentes? E
entre as ordenadas?
B
D Dizemos que os pontos à esquerda do eixo Oy D' D
C
são simétricos aos pontos à direita desse eixo.
E Por exemplo, D' é o ponto simétrico ao ponto D
F
O x em relação ao eixo Oy.
I
H G
O objetivo maior dos itens que seguem é o conceito de função apresentado inicialmente de modo informal, antes da terminologia
relacionada a esse conteúdo. Nos exemplos, pela leitura e interpretação dos gráficos, o aluno se familiariza com os conceitos de
crescimento ou decrescimento de uma função, valor de uma função em um ponto, sinal de uma função e raízes, antes do estudo
FUNÇÃO específico das funções afim, quadrática e todas as outras.
A função é um modo especial de relacionar grandezas. Nesse tipo de relação, duas grandezas, x
e y, se relacionam de tal forma que:
De Bi em Bi
x pode assumir qualquer valor em A humanidade levou milhares de anos para atingir o primeiro bilhão de habitantes.
um conjunto A dado. No gráfico ao 11
lado, x é o ano que varia no conjunto 10
A 5 {1800, 1930, 1960, 1974, 1987,
9
1999, 2011, 2024, 2045, 2100}.
8
os valores que y assume dependem
habitantes em bilhões
4
MATEMÁTICA
Os valores dos elementos do conjunto A
3
referem-se aos anos correspondentes
aos pontos destacados no gráfico. 2
0
1800 1930 1960 1974 1987 1999 2011 2024 2045 2100 anos
Projeção para a população mundial até 2100. Fonte: Divisão de População da ONU.
Tamanho do pé Número do 38
(em cm) calçado 37
Alex Silva
20 32 36
35
22 34,5 > 35
34
24 37 24 cm
33
37
26 39,5 > 40 32
28 42
0 20 22 24 26 28 30 c (cm)
30 44,5 > 45
Exemplo 5
Alguns padrões geométricos também estão relacionados com funções. O pa-
Zapt
drão que vamos descrever é conhecido como tapete de Sierpinski e é construído
a partir de uma regra que se repete indefinidamente.
Tudo começa com um triângulo equilátero, dividido em 4 triângulos equilá-
teros congruentes, cujo triângulo do centro é desconsiderado, restando dessa
forma apenas 3 triângulos equiláteros. Veja ao lado.
Repete-se a divisão de cada triângulo restante em 4 triângulos equiláteros
congruentes, desconsiderando sempre o triângulo do centro:
Zapt
n 0 1 2 3 4 5 ...
9 Nos inteiros que
Não Não Não
elevados ao quadrado 0 1 e 21 2 e 22 ...
existe existe existe
são iguais a n
3
Apesar de a relação acima descrita ser possível, ela não satisfaz duas das
1 n condições para ser função de N em Z: todo valor de n [ N deve possuir um
1 2 3 4 5
correspondente em Z e não pode haver mais de um correspondente em Z para o
mesmo valor de n. Portanto, a cada valor de n [ N deve estar associado um único
valor em Z. Entretanto, na tabela vemos que a alguns valores de n está associado mais de um
valor em Z, e a outros não existe valor em Z associado a eles.
Em Matemática, a palavra Nos exercícios, podemos encontrar outros contraexemplos para funções.
contraexemplo é usada
quando queremos dar um
exemplo contrário ao que es-
tamos destacando. No caso,
DOMÍNIO, CONTRADOMÍNIO E CONJUNTO IMAGEM
vamos dar exemplo de não
função. A seguir, vamos analisar com mais detalhes alguns elementos de uma função, estabelecer
a forma usual de representá-la e entender melhor o significado do seu gráfico.
Em uma função f de A em B, usamos a indicação:
f:AwB
x |w y 5 f(x)
Nessa função:
x é denominado variável independente da fun-
ção f, enquanto y é chamado variável dependente,
Vida mais longa.
Expectativa de vida mundial em anos. pois os valores de y dependem dos valores escolhidos
80
para x. Já este último pode variar assumindo qual-
75
70 quer valor do conjunto A.
65
A é o domínio de f (denotado por D(f)), ou seja,
Expectativa de vida em anos
60
55 é o conjunto dos valores de x para os quais a função
50
45 é possível. No gráfico da função, D(f) é o período de
40 tempo de 1700 a 2050.
35
30 B é o contradomínio de f (denotado por CD(f)),
25
20 ou seja, é o conjunto dos valores possíveis de y. No
15 gráfico temos CD(f) 5 [0, 80].
10
5 indicando por x um elemento qualquer de A, seu
0
1650 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 2050 2100 correspondente y de B é a imagem de x pela aplica-
Projeção Fonte: Fundo Monetário Internacional. ção f ou é o valor de x pela f (denotado por y 5 f(x)).
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
a) 3 Seja a função f: R w R
x ... 21 0 1 2 3 4 ...
x z y 5 x2 2 1
y ... 1 2 3 4 5 6 ...
1
a) Calcule f(6), f 2 ,f 2 ,f 3 22 .
b) 2
x ... 22 21 0 1 2 3 ...
y ... 24 22 0 2 4 6 ... b) Determine um elemento de D(f) cuja imagem por f
vale 8.
Oriente os alunos para que, ao ler cada ER,
RESOLUÇÃO analisem o que compreenderam, bem como as c) Determine um elemento de D(f) cuja imagem por f
dúvidas que surgiram. vale 25.
a) Observamos que, para obter os valores de y, somamos 2 aos
valores de x, ou seja, fazemos x 1 2. Assim, a lei da função RESOLUÇÃO
pode ser escrita por y 5 x 1 2 ou f(x) 5 x 1 2.
Se x pode assumir qualquer valor inteiro, então podemos a) Para calcular a imagem de 6 pela função f, basta substituir
indicar a imagem por: x por 6 em f(x) 5 x2 2 1: MATEMÁTICA
f(6) 5 62 2 1 5 35
Im(f) 5 {y [ Z | y 5 x 1 2}.
De forma análoga:
b) Neste caso, notamos que cada imagem de x é o seu dobro, 2
isto é, y 5 2x. Logo, a lei que determina a função é f(x) 1 1 3
f 2 5 2 21 5 2
5 2x e temos: 2 2 4
2
Im(f) 5 {y [ Z | y 5 2x}. f 2 5 2 2151
9 Em uma aula de Matemática, o professor João disse à sua clas- dessa pessoa.
se: “Alguns dos exemplos que vou dar mostram um tipo espe-
cial de relações que podem ser chamadas de funções, mas, 10 Paula organizou uma tabela associando os nomes dos seus
para compreender isso, vocês necessitam ver também exem- colegas de classe com os meses em que nasceram.
plos de relações que não são funções”. Veja os contraexemplos
que o professor João mostrou à classe e justifique por que não Nome Mês de nascimento
são funções.
Paula Janeiro
a) Associe os meses do 1o semestre do ano com os nomes
dos colegas da classe que nasceram nesses meses. Pedro, Marta e Edna Fevereiro
Luís e Raquel Março
Mês de nascimento Nome
Janeiro Paula Ângela, Ricardo, Antônio e Valmir Maio
b) Associe a cada número natural os números que diferem 11 Um carro percorre uma estrada com velocidade constante
uma unidade desse número. de 90 km/h durante 20 minutos a partir das 10 horas. A cor-
N R N R respondência entre o tempo e a velocidade pode ser descrita
por uma tabela como esta:
0 1 e 21 3 2e4
1 0e2 4 3e5 A relação entre a velocidade e o tempo mostrada nessa tabela
é ou não uma função? Por quê?
2 1e3 5 …
c) Associe a cada número inteiro seu inverso. 12 Dê exemplos de funções que estão presentes em nosso dia a dia.
Z R N R 13 Responda às questões.
1
24 2 0 ???? a) Que outros significados você conhece para as palavras
4
1 função, domínio e imagem?
23 2 1 1
3 b) Qual dos significados que você conhece para as palavras
1 1 analisadas se aproxima da ideia matemática de cada termo?
22 2 2
2 2
1
21 21 3 14 Um grupo de meninos vai comprar duas bolas que custam
3
d) Associe ao número de sapato que cada pessoa calça a idade juntas R$ 336,00 e dividir igualmente as despesas.
15 Para cada função, dê uma expressão para f(n). x 1 1, se x é racional Em caso de dúvida,
f(x) 5
2x, se x é irracional leia novamente o ER4.
a) n 1 2 3 4 5
Calcule f(0), f(2), f(0,666…), f 3 , f(1 2 2 ).
f(n) 2 3 4 5 6
20 (IFPE) Para se calcular o consumo mensal, em kWh, de um
P?H?D
b) n 1 2 3 4 5 aparelho elétrico, usa-se a seguinte expressão: c 5 ,
1 000
f(n) 4 5 6 7 8 em que C é o consumo em kWh; P é a potência do aparelho
em Watt (W); H é o número de horas de uso por dia, e D é o
número de dias de uso por mês. O Prof. Sérgio instalou em seu
c) n 22 21 0 1 2 3 banheiro um chuveiro elétrico com uma potência de 2 500 W.
f(n) 4 1 0 1 4 9 A família do professor é composta por cinco pessoas, e cada
uma delas toma dois banhos por dia com uma duração de 10
minutos cada banho. Qual o consumo de energia do chuveiro
16 Seja a função f : A w B elétrico após 30 dias?
x |w y 5 2x a) 75 c) 125 e) 175
onde A 5 {23, 21, 1, 3} e b) 100 d) 15
B 5 {26, 24, 22, 0, 2, 4, 6}.
21 (ESPM2SP) Numa população de 5 000 alevinos de tambacu,
Obtenha D(f) e Im(f).
estima-se que o número de elementos com comprimento
17 Seja a função f : R w R maior ou igual a x cm seja dado, aproximadamente, pela
x |w y 5 2x 5 000
expressão 2 .
x 11
a) Calcule f(21), f(22,1), f(1,2), f(p), f 1 1 2 .
Pode-se concluir que o número aproximado de alevinos com
b) Qual é o elemento de D(f) cuja imagem pela f vale 100? comprimento entre 3 cm e 7 cm é igual a:
ANOTAÇÕES
MATEMÁTICA
Veja/Editora Abril
ele representa o número de notifica-
ções feitas por usuários de computador em
função do tempo (de 2003 a 2009);
o número de notificações cresceu mui-
to no período de 2005 a 2006 e decresceu
entre 2006 e 2007;
como diz o cabeçalho do gráfico, o nú-
mero de notificações quase quadruplicou no
período de 2003 a 2009, porque 4 · 54 607 5
218 428;
o número de notificações em 2009 cor-
responde apenas ao 1o trimestre desse ano.
Exemplos:
4,5 a) Seja f : A w B, onde A 5 {1, 2, 3, 4} e B 5 {1,5; 2,5; 3,5; 4,5}.
x |w y 5 x 1 0,5
3,5
Nessa função, é possível calcular as imagens de todos os elementos de D(f):
2,5
1,5 x 1 2 3 4
1 y 1,5 2,5 3,5 4,5
0 1 2 3 4 x O gráfico de f é formado apenas por 4 pontos, uma vez que A e B são finitos.
Os valores f(x) crescem à medida que x cresce.
Imagens: Zapt
x |w y 5 2x 1 0,5
Nessa função, é impossível calcular as imagens de todos os elementos de D(f)
porque D(f) 5 R. É preciso notar, também, que x pode ser racional ou irracional. 2
Atribuindo a x alguns valores obtemos esta tabela.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
5 (UFF2RJ) A figura a seguir exibe o gráfico de uma função y c) A equação f(x) 5 1 tem quatro soluções distintas, pois
5 f(x) definida no intervalo [26, 16]. O gráfico de f passa a reta horizontal y 5 1 intercepta o gráfico de f em qua-
pelos pontos seguintes: tro pontos diferentes. A equação f(x) 5 2 tem infinitas
(26, 2), (24, 0), (23, 3), (22, 0), (2, 1), (3, 4), (4, 2), (5, 2) e soluções, pois todos os valores de x no intervalo [4, 5]
(6, 21). Exceto no intervalo [24, 22], o gráfico de f é forma- satisfazem essa equação.
do por segmentos de retas. d) f não é crescente no conjunto C, porque 23 , 2; no en-
tanto, f(23) 5 3 . 1 5 f(2). Entretanto, f é crescente no
y
intervalo [24, 23] e no intervalo [2, 3].
1 2
a) Calcule f 9 .
2
b) Determine a imagem de f. 0 x
A
c) Quantas soluções distintas possui a equação f(x) 5 1? E
a equação f(x) 5 2? Justifique as suas respostas. b) y
d) A função f é crescente no conjunto C 5 [24, 23] U [2, 3]?
Justifique a sua resposta.
MATEMÁTICA
RESOLUÇÃO
B
a) Como 9 pertence ao intervalo [4, 5], o gráfico mostra
2
1 2
que f 9 5 2.
2 0 x
b) Im(f) 5 [22, 4]. A
B
0 x
A
d) y
0 x
A
e) y
0 a b x
A
Não, porque existem os elementos a e b em A que não
0 x
A têm correspondentes em B; logo, o gráfico não mostra
uma função de A em B.
RESOLUÇÃO
e) y
a) y
B
B
0 x
A
0 x
A
Sim, porque a todo elemento de A corresponde um único
Sim, porque a todo elemento de A corresponde um único elemento de B; logo, o gráfico mostra uma função de A
elemento de B; logo, o gráfico representa função de A em B. em B.
b) y
0 a x
A
Zapt
22 Uma função apresenta o 7
gráfico ao lado. 6
a) Encontre f(5). 5 25 Quais das seguintes relações de A em B são funções?
4
b) Dê o valor de x tal que
Zapt
a) b)
3
f(x) 5 5. y y
2
c) Dê o domínio de f. 1
d) Dê o conjunto imagem de f. d
–2 0 1 2 3 4 5 x y y
–1
Zapt
2 3 entre gran- y y
dezas.
3 8
dc
a) Você consegue descobrir qual era a regra utilizada por
Luiz?
b) A regra utilizada por Luiz é uma função? 0 a b x 0 x
c
c) Chame de x os números ditos por Marcelo e de y os nú-
meros respondidos por Luiz. Indique uma lei que dê y em
função de x. 0 a b x 0 x
d) Quais podem ser o domínio e a imagem dessa função?
e) Faça um gráfico dessa função.
950 milhões
MATEMÁTICA
2009
f) Além dessa grandeza, do (4, 3)
que mais pode depender a
853 milhões evolução do consumo de
7,5
2008 suco 2 4
Zapt
podem ter surgido. distância (metros)
Litros 0 0,5 1 1,5 2 4 10 25 40 x
km rodados
29 (UFPB) Paulo é um zoólogo que realiza suas observações em TABELA DO IMPOSTO DE RENDA 2009
um ponto, o de observação, e guarda seus equipamentos em Faixa de rendimento mensal Alíquota
um outro ponto, o de apoio.
Até R$ 1.434,00 0% (isento)
Em certo dia, para realizar seu trabalho, fez o seguinte trajeto: De R$ 1.434,01 a R$ 2.150,00 7,5%
Partiu do ponto de apoio com destino ao de observação e, De R$ 2.150,01 a R$ 2.886,00 15%
da metade do caminho, voltou ao ponto de apoio, para pe-
De R$ 2.886,01 a R$ 3.582,00 22,5%
gar alguns equipamentos que havia esquecido. Ali demorou
apenas o suficiente para encontrar tudo de que necessitava. Acima de R$ 3.582,01 27,5%
Em seguida, partiu novamente em direção ao ponto de ob-
Fonte: Dados adaptados da Receita Federal.
servação, e lá chegou.
Depois de fazer algumas observações e anotações, partiu 31 Seja , [ N* a medida do lado de um quadrado qualquer e P
com destino ao ponto de apoio. Após alguns minutos de ca- a medida de seu perímetro.
minhada, lembrou que havia esquecido o binóculo no ponto
de observação e, nesse instante, retornou para pegá-lo. Ao a) Copie e complete a tabela.
chegar ao ponto de observação, demorou ali um pouco
mais, pois avistou uma espécie rara e resolveu observá-la. , 1 2 3 4 5 6 7
Depois disso, retornou ao ponto de apoio, para guardar P 4 8
seus equipamentos, encerrando o seu trabalho nesse dia.
b) Essa situação é um exemplo de função? Por quê?
O gráfico a seguir mostra a variação da distância do zoólogo c) Construa um gráfico que represente a relação.
INVENTE VOCÊ
Redigir um problema ou produzir questões
sobre um gráfico são formas de o aluno
1 Observe a tabela e o gráfico a seguir e elabore questões para eles. aprimorar a linguagem matemática.
Imagens: Zapt
TABELA DE SALÁRIO MÍNIMO FEDERAL 700
A PARTIR DE 1995
650
Vigência Valor Ato que o fixou
abr/00 R$ 151,00 Lei no 9.971/2000 600
MP no 2.142/2001 550
abr/01 R$ 180,00
e reedições
500
abr/02 R$ 200,00 Lei no 10.525/2002
450
abr/03 R$ 240,00 MP no 116/2003
maio/04 R$ 260,00 MP no 182/2004 400
jan/12 R$ 622,00 o
Decreto n 7.655/2011 0
Fonte: <http://www.trt3.jus.br/informe/calculos/minimo.htm>.
abr/00
abr/01
abr/02
abr/03
maio/04
maio/05
abr/06
abr/07
mar/08
fev/09
jan/10
jan/11
mar/11
jan/12
MATEMÁTICA
2 Invente uma regra para uma função e construa apenas uma tabela correspondente a ela. Troque a tabela com seu colega: ele
descobre a sua regra e você a dele. Depois vocês constroem o gráfico e dão o domínio e a imagem das funções que inventaram.
3 Escolha um carro, descubra quantos quilômetros ele roda com 1 litro de combustível e qual a capacidade do seu tanque de
combustível. Elabore um problema parecido com o problema 27.
Organize uma lista com as situações propostas pelos alunos, para que eles analisem e resolvam os problemas elaborados pela classe.
Imagens: www.libreoffice.org
O LibreOffice, programa com recursos para
escritório apresentado no capítulo anterior, também
pode ser usado para a construção de gráficos de
funções. Veja as etapas desse processo.
5
Se tiver oportunidade, retorne aos exercícios 15 a 18, 4
escolha uma das funções e construa um gráfico para
3
ela na planilha eletrônica.
2
f(x) = x +1
1
–4
Exemplos:
x13
a) f(x) 5 x 2 2
5 6 4 4
1 ∩ 2 1 1
Portanto, D(f) 5 x [ R|2 ,x<3 5 2 ,3 .
2 2
211 6 x2 1 1 g) f(x) 5 2x
a) f(x) 5 c) f(x) 5 2 2x 1 6 e) f(x) 5
3x 2 12 12x
2x 1 5
3
b) f(x) 5 3x 2 15 d) f(x) 5 2x 1 5 3x 2 7
f) f(x) 5
x2 2 4
1
a) 15 · ? [ [40, 50] c) 8 · ? [ [2, 3]
b) 7 · ? [ [1, 4] d) 15 : ? [ [68, 70] 2
1,5
2 Qual o maior número inteiro que torna verdadeira esta
desigualdade? 2,3
3 Descubra como usar a calculadora para calcular: b) Construa os gráficos que expressam o perímetro e a área
de cada retângulo, em função da medida L do lado, em um
a) 24 c) 38 e) 59 mesmo sistema de coordenadas.
b) 210 d) 45 c) Dê o domínio e a imagem de cada função.
Descreva o procedimento utilizado.
5 Se você digitar 22 e apertar , o que a calculadora mos-
4 Sendo L um número real positivo, considere um retângulo trará? Por quê?
cujos lados medem L e 2L. A é a medida de sua área e P, a
medida de seu perímetro.
Zapt
6
Simetria e funções 5
C
Observe o polígono ABCDE ao lado. 4
Considere a função S que a cada ponto (x, y) do plano cartesiano asso- B D
3
cia o ponto (x, 2y) desse plano. 2
Vamos representar por A', B', C', D' e E' os pontos imagens correspon- 1
dentes a A, B, C, D e E. A E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 x
S(A) 5 S(2, 0) 5 (2, 0) 5 A'
S(B) 5 S(2, 3) 5 (2, 23) 5 B'
y
S(C) 5 S(3; 4,5) 5 (3; 24,5) 5 C'
S(D) 5 S(6, 3) 5 (6, 23) 5 D' 6
S(E) 5 S(6, 0) 5 (6, 0) 5 E' 5 C
A função S transforma o polígono ABCDE no polígono A’B’C’D’E’, simé- 4
trico ao polígono original em relação ao eixo de reflexão Ox. 3 B D
Aplicando essa função nos vértices no pentágono ABCDE, obtemos: 2
O eixo Ox funciona como um espelho que reflete ABCDE sobre A’B’C’D’E’. 1
Repita o que foi feito com o polígono ABCDE usando agora a função A ≡ A’ E ≡ E’ MATEMÁTICA
0 1 2 3 4 5 6 7 8 x
R(x, y) 5 (2x, y).
–1
Que relação existe entre o polígono e sua imagem?
–2
Agora, aplique sobre o pentágono ABCDE a função V(x, y) 5 (2x, 2y). B’ D’
–3
Que transformação foi feita sobre o pentágono? A nova figura é ou não
–4
congruente à figura original? C’
–5
1 Uma caixa grande contém quatro caixas menores e cada mesada do mês anterior.
uma destas contém outras quatro caixas ainda menores. a) Qual das duas opções permitirá a Patrícia receber mais
Quantas caixas há ao todo? dinheiro no final do ano?
b) Outubro é um mês em que Patrícia prevê muitas despesas. Se
2 Uma mesada para Patrícia o critério de escolha entre a opção A e a opção B fosse o valor
Ao ingressar na universidade, Patrícia recebeu de seus pais da mesada de outubro, Patrícia teria feito a mesma opção?
duas opções de mesada:
Opção A — R$ 150,00 em janeiro e, todos os meses, mais R$
3 Em uma noite muito escura, 4 amigos precisam atravessar
150,00 que no mês anterior. uma ponte bem comprida. Mas existem algumas dificuldades
a serem vencidas. Preste muita atenção a elas!
Opção B — R$ 1,00 em janeiro, triplicando todos os meses a
PALAVRAS-CHAVE
Estas palavras indicam as principais ideias abordadas neste capítulo: MATEMÁTICA
Gráfico Domínio
Sistema de coordenadas cartesianas Imagem
Função
Escreva cada uma das palavras no caderno e faça um resumo do que vimos sobre elas ao
longo do capítulo.
As resoluções encontram-se no
Ilustre, dê exemplos, seja criativo!
portal, em Resoluções e Gabaritos
Polo
Altura do ponto P
satélites orbitando a Terra. Esses satélites, denominados
Superfície normal à
SV, Spacial Vehicle, circulam de forma a manter,
da Terra superfície Ponto P
no ponto P ininterruptamente, de cinco a oito deles à disposição de
semieixo
semieixo qualquer ponto da Terra.
menor maior
Cada um dos SV contém
Equador quatro relógios atômicos, que
são monitorados por estações
de controle terrestres e redefi-
Zapt
nidos quando necessário, pois
Geodésia Geodésia
Longitude do ponto P Latitude do ponto P a medida de tempo é o dado-
-chave para a determinação da
Modelo da Terra com representação da latitude, longitude e
altitude de um ponto P. posição de um ponto da Terra,
com o máximo de precisão.
Primeiro Z São duas as questões: como
meridiano Pon to: X, Y, Z ocorre essa troca de informa-
ção entre o SV e o receptor?
Rede de satélites GPS
Como, pela medida de tempo, orbitando a Terra.
se define uma posição? Composição: 24 satélites
Roberto Assunção/
Folhapress
Trilateração ou triangulação das distâncias.
Outra relação que serve de base para o cálculo da po- necessários no mínimo quatro satélites para obter as coorde-
sição, desenvolvido pelo receptor GPS, é o Teorema de nadas da posição do receptor: latitude, longitude e altitude?
Pitágoras: o quadrado da hipotenusa é igual à soma Para localizar um ponto no plano (espaço bidimensional),
dos quadrados dos catetos em um triângulo retângulo são necessárias duas informações, como visto no presente
(h2 5 cat2oposto 1 cat2adjacente). Naturalmente, um conjunto de capítulo. Para determinar um ponto no espaço tridimensio-
dados e de parâmetros de correção de erros (toda medida nal, no entanto, são necessárias três informações. A sequên-
envolve erros possíveis de serem reduzidos, mas não elimi- cia da próxima figura ajuda a entender essa afirmação.
nados) enviados por no mínimo quatro SV implica formar Finalmente, vale refletir: mais do que um aparelho curio-
um conjunto de equações que se combinam para determina- so e interessante para ser manipulado, proporcionando co-
ção da posição, o que torna o cálculo mais complexo; porém, nhecimento e lazer, o GPS é uma tecnologia que apoia o dia a
a base para tais cálculos são os dois conceitos apresentados: dia das pessoas que se desbravam no mar, nas matas, nas estra-
posição como uma função do tempo e relação entre hipote- das, em locais de difícil acesso etc. a trabalho ou lazer, sendo,
nusa e catetos de um triângulo retângulo. na atualidade, um importante mecanismo de segurança.
Uma questão ainda precisa ser esclarecida. Por que são
Rodval Matias
MATEMÁTICA
Um satélite: a posição pode Dois satélites: a posição pode ser qualquer Três satélites: a posição pode ser 1 de 2 pontos,
ser qualquer ponto de uma ponto de uma circunferência. mas a Física elimina uma delas por ser solução
superfície esférica. absurda (por exemplo, um ponto fora da
estratosfera).
Material necessário: um tabuleiro (ver página seguinte), um marcador (como um peão de xadrez ou um grão de feijão) e
uma folha para cada jogador registrar seus cálculos.
Regras:
Os jogadores registram o número 1 em suas folhas e decidem quem começa.
O primeiro jogador desloca, à sua escolha, seu marcador da posição de PARTIDA para outra adjacente e efetua a opera-
ção indicada no segmento percorrido, registrando o resultado em sua folha. O resultado representa seu total de pontos
na jogada.
O segundo jogador faz o mesmo, iniciando sua jogada com o valor 1, mas movendo seu marcador.
O jogo continua sucessivamente assim, com cada participante, na sua vez, usando o valor de pontos da jogada anterior
para efetuar o novo cálculo.
O percurso pode ser feito em qualquer direção e em qualquer sentido, mas cada segmento não pode ser percorrido
duas vezes consecutivas.
Todas as jogadas devem ser registradas.
O jogo acaba quando um dos jogadores alcançar a posição CHEGADA, mas ganha o que tiver o maior número de pontos.
1O JOGADOR 2O JOGADOR
1 1 1
13 5 14 52
2 2 2
1 1 5
4 5 24 0,4 5 5
2 5 2
5 ... 5...
2
1
× 2 + 1
2
– 1
2
÷ 2
( (
1
1 3
÷ + –
4 5 × 0,2
÷ 5
1
+ 4
0,4
( ( – 1
3
8
× 10
×
÷0,5
– (–1,2)
5
3
×
÷
( (
– 10
0,5
1
1,5
× 6
÷
×
– 3
4
– (+1,7)
÷
1
5 ( (
× –
4
3
× 5
×
÷ 6
0,7
0,9
5 ÷
MATEMÁTICA
Chegada
Material necessário: um tabuleiro, três dados, marcadores diferentes para cada jogador (como fichas de cores diferentes ou
com sinais do tipo X, O e V) e uma folha para cada jogador registrar suas jogadas.
Regras:
Os jogadores decidem a ordem em que cada um irá jogar.
Na sua vez, cada jogador lança os três dados e usa os números que saíram para substituir cada um dos símbolos no
registro a seguir.
u, s 3 10`
Em seguida, registra a sua jogada, calcula o resultado e coloca uma de suas marcas no tabuleiro, na casa cujo intervalo
corresponde ao valor obtido, anotando em sua folha de cálculo a letra nela marcada. Por exemplo, se nos dados saíram
os números 1, 3 e 5 o jogador poderá fazer:
O jogo prossegue dessa forma sem que uma casa do tabuleiro ocupada por um jogador possa também ser ocupada por
outro. Se todas as casas possíveis com os números tirados por um jogador já estiverem ocupadas, ele perde a vez.
Ganha o jogo aquele que em primeiro lugar alinhar três de suas marcas na horizontal ou na vertical, sem nenhuma marca
de seu(s) oponente(s) intercalada.
Tabuleiro
A B C D
Entre 1 e 50 Entre 51 e 100 Entre 101 e 500 Entre 501 e 1 000
E F G H
Entre 1 001 e 5 000 Entre 5 001 e 10 000 Entre 10 001 e 50 000 Entre 50 001 e 100 000
I J K L
Entre 100 001 e 500 000 Entre 500 001 e 1 000 000 Entre 1 000 001 e 5 000 000 Entre 5 000 001 e 10 000 000
Regras:
Os participantes decidem a ordem em que cada um irá jogar.
Cada jogador, na sua vez, escolhe um dos números do tabuleiro e escolhe dividi-lo por 10, 100 ou 1 000. Em seguida,
calcula o resultado (R) e verifica em que intervalo se encontra e o número de pontos correspondente, registrando-o em
sua folha.
Uma vez escolhido um número no tabuleiro, ele não poderá ser novamente usado.
Cada jogador deve utilizar duas vezes cada um dos divisores (10, 100 e 1 000).
Depois de seis jogadas para cada jogador, ganha o que tiver o maior total de pontos.
Tabuleiro
467,98 13 76,2
2 4 44 38,5 89 3
3 5 4
7,98 52 0,9
REFRIGERANTE CAUSA OBESIDADE açúcar) por bebida sem açúcar, seus organismos não sentiam a
ausência de calorias, e não as substituíam por outros alimentos e
No dia 21 de setembro de 2012, três estudos foram publi-
cados na revista New England Journal of Medicine (Jornal de Me- bebidas”, disse Martijn Katan, da Universidade VU, de Amsterdã.
Disponível em: <http://br.reuters.com/article/worldNews/
dicina da Nova Inglaterra), no qual pesquisadores apresentaram idBRSPE88K06T20120921>.
fortes indícios de que as bebidas açucaradas são um dos prin-
cipais responsáveis pela epidemia nacional de obesidade nos Exercícios
Estados Unidos, e que eliminá-las seria a mais eficaz ação à
O aumento de peso pode ter inúmeras causas, entre elas a in-
disposição.
gestão de alimentos muito calóricos e a falta de atividade física.
Pesquisas anteriores a essa data eram mais ambíguas, e os
Leia as questões e as responda.
fabricantes contestam a ideia de que uma só fonte de calorias
possa ter tamanha responsabilidade pela obesidade, que atinge 1 O texto afirma que pesquisadores reconhecem que o “vilão” da
cerca de um terço dos adultos nos EUA. obesidade dos norte-americanos é a bebida açucarada. Entre
Uma nota da Associação Americana de Bebidas dizia: elas, temos o refrigerante, sendo que cada marca tem um valor
“Sabemos, e a ciência ampara, que a obesidade não está calórico específico. Vamos supor que a média de calorias nos
causada unicamente por um só alimento ou bebida. Estudos e refrigerantes mais consumidos seja 95 kcal a cada 250 mililitros.
artigos opinativos que focam apenas em bebidas adoçadas com Responda:
açúcar ou em qualquer fonte individual de calorias não fazem
nada de significativo para contribuir com essa séria questão”. Qual das fórmulas define a ingestão calórica a cada litro de re-
Mesmo assim, a prefeitura de Nova York proibiu a venda de frigerante? e
a) C 5 95 ? , 1
bebidas com açúcar em embalagens maiores do que 454 gramas, 250 m, 5 0,25, ou ,
4
em determinados estabelecimentos. b) C 5 205 ? , 1
, ––– 95 kcal
Dados do governo americano mostram que, entre 1977 e c) C 5 300 ? , 4 ⇒ x 5 380
2002, o número de calorias consumidas nos refrigerantes e ou- d) C 5 150 ? , 1, ––– x
tras bebidas doces pelos norte-americanos duplicou, fazendo e) C 5 380 ? , Logo: C 5 380 ? ,
90
MATEMÁTICA
Vários autores.
16-08187 CDD-373.19
Índices para catálogo sistemático:
1. Ensino integrado : Livros-texto : Ensino médio 373.19
2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18313 5 (PR)
2ª edição
1ª impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação
Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães
2137676 (AL)
MÓDULO
Cinemática:
movimento retilíneo
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
1 Medidas
Unidades de base
Grandeza
Nome Símbolo
Comprimento metro m
DARQ/SHUTTERSTOCK
Massa kilograma kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica ampere A
Temperatura termodinâmica kelvin K
Quantidade de substância mol mol
Intensidade luminosa candela cd
FONTE: INMETRO. Sistema Internacional de Unidades (SI). 8. ed. Rio de Janeiro, 2003.
Adição e subtração
Para adicionar ou subtrair números escritos em potência de 10, por exemplo, eles devem estar
expressos na mesma potência de 10. Caso haja diferença, deve-se realizar uma conversão de forma
a igualar os expoentes. Veja os exemplos a seguir:
a) 4,23 ? 107 1 1,3 ? 106 5 4,23 ? 107 1 0,13 ? 107 5 4,36 ? 107
b) 6,5 ? 1023 2 3,2 ? 1024 5 6,5 ? 1023 2 0,32 ? 1023 5 6,18 ? 1023
Outra maneira seria expressar a primeira parcela como potência de 106, no item a, e 1024, no
item b, ficando da seguinte forma:
a) 4,23 ? 107 1 1,3 ? 106 5 42,3 ? 106 1 1,3 ? 106 5 43,6 ? 106 5 4,36 ? 107
b) 6,5 ? 1023 2 3,2 ? 1024 5 65 ? 1024 2 3,2 ? 1024 5 61,8 ? 1024 5 6,18 ? 1023
Multiplicação e divisão
No caso da multiplicação, multiplicamos as bases e somamos os expoentes da potência de 10;
enquanto, na divisão, dividimos as bases e subtraímos os expoentes da potência de 10, como segue:
a) 4,23 ? 107 ? 1,3 ? 106 5 (4,23 ? 1,3) ? 107 1 6 5 5,49 ? 1013
6 , 4 ? 10 4 2 3
b) 6,4 ? 104 ÷ 3,2 ? 103 5 5 2,0 ? 10
3,2
TOME NOTA
Uma potência com expoente negativo equivale a uma fração. Elevar qualquer número
diferente de zero a um expoente negativo resulta no inverso desse número elevado ao oposto
do expoente:
a2n 5 1n
a
Ordem de grandeza
Muitas vezes, ao trabalharmos com grandezas físicas, não há necessidade ou interesse em co-
nhecer, com precisão, o valor da grandeza. Nesses casos, é suficiente conhecer a potência de 10 que
mais se aproxima de seu valor. Essa potência é denominada ordem de grandeza do número que
expressa sua medida, isto é:
Portanto, a ordem de grandeza de 92 é 102 porque 92 está compreendido entre 10 e 100, mas está
mais próximo de 100 (102). De modo análogo, a ordem de grandeza de 0,00022 5 2,2 ? 1024 é 1024.
Conhecendo a ordem de grandeza de diversas medidas, podemos compará-las para saber qual
é a menor ou a maior entre elas e quais são aquelas que são aproximadamente iguais.
Observe as ordens de grandeza dadas na tabela anterior. Nela, apresentamos ordens de grandeza
de distância, intervalos de tempo e massa, em um domínio de intervalo muito amplo, em ordem
decrescente.
Frequentemente temos condição de obter a ordem de grandeza sem cálculos laboriosos, mes-
mo não possuindo o valor da grandeza medida, como veremos no exercício resolvido 2 a seguir.
Não devemos nos preocupar em estabelecer critérios rigorosos para determinar a potência
de 10 mais próxima do número, pois o conceito de ordem de grandeza, por sua própria natureza,
é uma avaliação aproximada, na qual não cabe nenhuma preocupação com rigor matemático. Por
essa mesma razão, quando um número estiver aproximadamente no meio entre duas potências de
10, será indiferente escolher uma ou outra para representar a ordem de grandeza desse número.
Exemplo: Para determinar a ordem de grandeza do número de gotas que cabem numa banhei-
FRENTE A
ra, precisamos, antes, determinar a grandeza de seu volume. As dimensões da banheira – largura,
altura e profundidade – estão mais próximas do 1 m do que 10 m. Ou seja, a ordem de grandeza de
cada uma é 100 5 1 m, e o volume da banheira é de 1 m ? 1 m ? 1 m 5 1 m3. Imaginando que a gota
FÍSICA
possua um formato cúbico, com arestas de 1 mm (1023 m), a ordem de grandeza do seu volume é
de 10–3 m ? 1023 m ? 1023 m 5 1029 m3. Assim, a ordem de grandeza do número de gotas que cabem
numa banheira é de:
1m3
5 10 9 gotas (1 bilhão de gotas!)
1029 m3
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 São dadas as seguintes medidas de comprimento: 2 (Enem) Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesqui-
3 ? 1023 m 4 ? 102 m 7 ? 1026 m sas Espaciais mostraram o processo de devastação sofrido
pela região amazônica entre agosto de 1999 e agosto de
a) Qual é a ordem de grandeza de cada uma delas? 2000. Analisando fotos de satélites, os especialistas concluí-
b) Qual é a ordem crescente das medidas fornecidas? ram que, nesse período, sumiu do mapa um total de 20 000
kilometros quadrados de floresta. Um órgão de imprensa no-
RESOLUÇÃO:
ticiou o fato com o seguinte texto:
a) Consideremos a reta seguinte, desenhada em escala não
linear, que representa o conjunto dos números reais, na O assustador ritmo de destruição é de um campo de
qual assinalamos os pontos de algumas potências de 10. futebol a cada oito segundos.
c) 2 ? 1026 ? 4 ? 1022
8 ? 1028
d) 16 ? 1026
b) Coloque os números 4 ? 1025, 2 ? 1022 e 8 ? 1027 em ordem 42 ? (1023 )2 5 4 ? 1023
crescente de seus valores.
Convertendo os números para a mesma potência de 10: FRENTE A
4 ? 1025; 2 000 ? 1025; 0,08 ? 1025.
Logo, 8 ? 1027 , 4 ? 1025 , 2 ? 1022.
Deve-se observar que, nas potências negativas de 10, quanto maior
for o valor absoluto do expoente, menor será o valor da potência.
FÍSICA
Para fazer essa estimativa, imagine que o intervalo entre 14,3 cm e 14,4 cm esteja subdividido em
10 partes iguais. Na figura 1, podemos estimar que a fração mencionada tem 5 décimos de milimetro.
O resultado da medida poderá ser expresso como:
14,35 cm
Observe que temos certeza de que os algarismos 1, 4 e 3 estão corretos, pois eles foram obtidos
através de divisões inteiras da régua. Entretanto, o algarismo 5 foi estimado, isto é, você não tem
certeza sobre o seu valor, e outra pessoa poderia avaliá-lo como sendo 4 ou 6, por exemplo. Por isso,
esse algarismo que foi estimado é denominado algarismo duvidoso ou algarismo incerto.
Note que faria sentido estimar o algarismo que deveria ser escrito, na medida, após o algarismo 5.
Para isso, seria necessário imaginar o intervalo de 1 mm subdividido mentalmente em 100 partes iguais,
o que é impossível. Portanto, se o resultado da medida fosse apresentado como sendo 14,357 cm, por
exemplo, poderíamos afirmar que a estimativa do algarismo 7 (segundo algarismo avaliado) não tem
nenhum significado físico e, assim, estaria incorreto apresentá-lo como resultado da medição da
barra. Dessa maneira, ao efetuarmos uma medida, devemos apresentar o resultado apenas com os
algarismos significativos. O resultado da medida da figura 1 deve, então, ser expresso como 14,35 cm.
Expressando a incerteza
A incerteza é uma grandeza que permite avaliar o quão confiável é o resultado de uma medi-
ção. Quanto maior a incerteza, menos confiável é a medição realizada. O resultado de uma medição
deve ser sempre expresso com a mesma quantidade de casas decimais que sua incerteza, e as duas
grandezas devem ser expressas na mesma unidade.
Exemplo: aceleração da gravidade 5 9,975 ± 0,003 m/s2 (lê-se 0,003 para mais ou para menos).
Algarismos significativos de uma medida são aqueles de cujo valor temos certeza, seguidos
do primeiro algarismo duvidoso.
Observações:
1. Se cada divisão de 1 mm da régua da figura 1 fosse subdividida em 10 partes iguais, ao efetuarmos a leitura do comprimento da barra
usando um microscópio, por exemplo, o algarismo 5 passaria a ser um algarismo correto, pois iria corresponder a uma divisão inteira
da régua (fig. 2). Nesse caso, o algarismo seguinte seria o primeiro estimado e passaria a ser, portanto, um algarismo significativo.
11 12 14,35 15
14 16
6
Se nessa avaliação fosse encontrado o algarismo 7, por exemplo, o resultado da medida poderia ser escrito como 14,357 cm, sendo
todos esses algarismos significativos. Por outro lado, se a régua da figura 1 não possuísse as divisões de milimetros (fig. 3), apenas
os algarismos 1 e 4 seriam corretos. O algarismo 3 seria o primeiro algarismo avaliado e o resultado da medida seria expresso por
14,3 cm, com apenas três algarismos significativos.
1
133 14 15 16
6
Vemos, então, que o número de algarismos significativos que se obtém no resultado da medida de uma dada grandeza dependerá
do aparelho usado na medida.
2. A utilização de algarismos significativos é adotada de maneira geral, não só na medida de comprimentos, mas também na medida de massas,
temperaturas, forças, etc. Essa convenção é também usada ao se apresentarem os resultados de cálculos envolvendo medidas das grandezas.
Quando uma pessoa lhe informar, por exemplo, que mediu (ou calculou) a temperatura de um objeto e encontrou 37,82 °C, você
deverá entender que a medida (ou o cálculo) foi feita de tal modo que os algarismos 3, 7 e 8 são corretos e o último algarismo, nesse
caso o 2, é sempre duvidoso.
3. A partir deste momento, você pode compreender que duas medidas expressas, por exemplo, como 42 cm e 42,0 cm, não representam
exatamente a mesma coisa. Na primeira, o algarismo 2 foi avaliado e não se tem certeza de seu valor. Na segunda, o algarismo 2 é correto,
sendo o zero o algarismo duvidoso. Do mesmo modo, resultados como 7,65 kg e 7,67 kg, por exemplo, não são fundamentalmente
diferentes, pois diferem apenas no algarismo duvidoso.
2 807,5
0,0648
83,645
525,35
Para que o resultado da adição contenha apenas algarismos significativos, você deverá observar
qual (ou quais) das parcelas possui o menor número de casas decimais. Em nosso exemplo, essa
parcela é 2 807,5, que possui apenas uma casa decimal. Essa parcela será mantida como está. As
demais deverão ser modificadas, de modo que fiquem com o mesmo número de casas decimais da
parcela escolhida, abandonando-se nelas tantos algarismos quantos forem necessários.
Assim, na parcela 0,0648, devemos abandonar os algarismos 6, 4 e 8. Ao abandonarmos al-
garismos em um número, o último algarismo mantido deverá ser acrescido de uma unidade se o
primeiro algarismo abandonado for superior a 5; se for inferior a 5, permanecerá invariável (regra de
arredondamento). Então, a parcela citada (0,0648) deverá ser escrita como 0,1.
Na parcela 83,645, devemos abandonar os algarismos 4 e 5; logo, a parcela 83,645 fica reduzida
a 83,6.
E, na parcela 525,35, devemos abandonar o algarismo 5. Quando o primeiro algarismo abando-
nado for exatamente igual a 5, será indiferente acrescentar ou não uma unidade ao último algarismo
mantido. De qualquer maneira, as respostas diferirão, em geral, apenas no último algarismo e isso
não tem importância, pois ele é um algarismo duvidoso. Podemos, então, escrever a parcela 525,35
indiferentemente como 525,3 ou 525,4.
Vejamos, pois, como efetuaremos a adição:
Note que o arredondamento foi feito após a realização da multiplicação. Caso o arredonda-
mento fosse feito em cada etapa do cálculo, teríamos:
3,6 ? 2,3 5 8,28 → 8,3
O que demonstra que o resultado final depende de como a operação foi feita e da realização
(ou não) de arredondamento(s) a cada etapa do cálculo.
1. As regras citadas para operar com algarismos significativos não devem ser consideradas ab-
solutamente rigorosas. Elas se destinam apenas a evitar que você perca tempo, trabalhando
com um grande número de algarismos que não têm significado algum. Assim, na multipli-
cação analisada anteriormente, seria perfeitamente razoável manter um algarismo a mais no
resultado. São, pois, igualmente aceitáveis os resultados:
3,67 ? 2,3 5 8,4 e 3,67 ? 2,3 5 8,44
2. Ao contar os algarismos significativos de uma medida, devemos observar que o algarismo
zero só é significativo se estiver situado à direita de um algarismo significativo. Assim:
0,00041 tem apenas dois algarismos significativos (4 e 1), pois os zeros não são significativos;
40 100 tem cinco algarismos significativos, pois aqui os zeros são significativos;
0,000401 tem três algarismos significativos, pois os zeros à esquerda do algarismo 4 não
são significativos.
3. Quando realizamos uma mudança de unidades, devemos tomar cuidado para não escrever
zeros que não sejam significativos. Por exemplo, suponha que queiramos expressar, em gra-
mas, uma medida de 7,3 kg. Observe que essa medida possui dois algarismos significativos,
EXPERIMENTANDO
6 A temperatura de uma pessoa foi medida usando-se dois termô- Régua milimetrada
metros diferentes, e os resultados obtidos foram 36,8 °C e 36,80 °C. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
MAXX-STUDIO/SHUTTERSTOCK
O algarismo 8 é duvidoso (esse termômetro provavelmente
apresenta uma escala dividida de 1 ºC em 1 ºC, de modo que os
décimos de grau foram avaliados).
38 39
a) Qual é a maneira adequada de expressar a leitura do velo-
címetro? Qual é o algarismo avaliado? Após a leitura da temperatura, o médico necessita do valor
2t
A indicação do velocímetro está compreendida entre 70 km/h e transformado para uma nova escala, definida por t x 5 c e
3
80 km/h. A fração acima de 70 km/h deve ser avaliada. Se ela for
em unidades °X, onde tc é a temperatura na escala Celsius.
avaliada em 4 km/h, a leitura do velocímetro será de 74 km/h,
Lembrando seus conhecimentos sobre algarismos significa-
em que o algarismo 4 é duvidoso. tivos, ele conclui que o valor mais apropriado para a tempe-
b) Qual é a maneira adequada de expressar a leitura da ba- ratura tx é: d Considerando que o erro da leitura corres-
a) 25,7 °X. ponda à metade da menor divisão, a leitura
lança? Qual é o número de algarismos significativos dessa será tc 5 38,65 °C.
leitura? b) 25,7667 °X.
2t 2
c) 25,766 °X. Como tx 5 c , tem-se que t x 5 ? 38,65 ⇒
Fazendo a leitura de maneira semelhante à da questão anterior, 3 3
d) 25,77 °X. ⇒ tx 5 25,77 °X.
podemos escrever que a indicação da balança é 4,25 kg (estamos e) 26 °X.
supondo uma balança comum, com sua escala gravada em kg).
10 Efetue as operações indicadas a seguir de modo que o resul-
Nessa medida, os algarismos 4 e 2 são corretos e o algarismo 5
tado contenha apenas algarismos significativos:
é duvidoso. Temos, portanto, três algarismos significativos.
a) 8,20 ? 108 1 5,4 ? 104
8,20 ? 108 1 0,00054 ? 108 5 (8,20 1 0,00054) ? 108 5 8,20 ? 108
8 Observe a figura a seguir que mostra um celular. O aparelho FRENTE A
está entre duas réguas com escalas em centimetro e milime-
tro. Complete a tabela a seguir com a leitura do comprimen- b) 3,72 ? 1024 2 2,65 ? 1022
0,0372 ? 1022 2 2,65 ? 1022 5 (0,0372 2 2,65) ? 1022 5 22,61 ? 1022
to da lateral do aparelho, empregando a régua milimetrada
FÍSICA
PARA PRATICAR 5 Observe a figura abaixo, que mostra a medição de uma fita pre-
ta com uma régua comum, cuja menor escala é o milimetro.
1 A massa da Terra é 5 980 000 000 000 000 000 000 000 kg.
TIMMARY/SHUTTERSTOCK
a) Escreva esse número usando a notação de potência de
10.
b) Qual é a ordem de grandeza da massa da Terra?
b) 1 334 d) 9 338
Classe espectral Temperatura Luminosidade Massa Raio
4 Desejando construir um modelo do Sistema Solar, um estu-
dante representou o Sol por meio de uma bola de futebol
05 40 000 5 ? 105 40 18 cujo raio é igual a 10 cm. Ele sabe que o raio do Sol vale, apro-
ximadamente, 109 m.
B0 28 000 2 ? 104 18 7 a) Se o raio da Terra é cerca de 107 m, qual deve ser o raio da
esfera que vai representá-la no modelo?
A0 9 900 80 3 2,5 b) Considerando-se que a distância da Terra ao Sol seja 1011 m,
a que distância da bola de futebol o estudante deverá co-
G2 5 770 1 1 1 locar a esfera que representa a Terra?
ANOTAÇÕES
FÍSICA
Objetivos: Durante shows aéreos, há momentos em que uma esquadrilha de aviões se desloca ao longo de
uma trajetória retilínea. A Cinemática procura descrever movimentos como este.
c Conceituar partícula e
avaliar suas aplicações
ROSLI OTHMAN/SHUTTERSTOCK
em Física.
c Reconhecer movimento
uniforme e identificar as
grandezas envolvidas.
c Especificar as unidades
de medida de
grandezas.
c Identificar variáveis
e solucionar
problemas envolvendo
movimentos.
Dizemos que um corpo é uma partícula quando suas dimensões são desprezíveis em comparação com as
dimensões dos demais corpos do fenômeno. Nesta fotografia aérea de uma cidade, vemos vários automóveis
trafegando pelas ruas, podendo ser tratados como partículas, se comparados aos demais corpos da imagem. Corpo extenso
Quando as dimensões
Quando um corpo pode ser tratado como uma partícula, o estudo de seu movimento sim- de um corpo não podem ser
consideradas desprezíveis em
FRENTE A
plifica-se bastante, afinal, suas dimensões podem ser consideradas desprezíveis. Tudo depende da
referência de comparação. relação às demais dimensões
envolvidas no fenômeno es-
Referencial tudado, chamamos o corpo
de corpo extenso. Por exem-
FÍSICA
Suponha que um avião, voando horizontalmente, solte um pacote com mantimentos para um
grupo de sobreviventes que está ilhado em uma determinada região após um tsunami. Se você obser- plo, um carro ao tentar ultra-
var a queda do pacote de mantimentos de dentro do avião (em A), verá que ele cai ao longo de uma passar outro veículo, como
reta vertical. Entretanto, se você estiver parado sobre a superfície da Terra (em B), observando a queda um ônibus.
do pacote de mantimentos, você verá que ele descreve uma trajetória curva, como mostra a figura 1.
No primeiro caso, dizemos que o movimento do pacote de mantimentos estava sendo observa-
do com o referencial no avião e, no segundo, com o referencial na Terra. Esse exemplo nos mostra que:
ELENA KORN/SHUTTERSTOCK
foi o italiano Galileu que realmente deu sus-
tentação ao sistema de Copérnico. É a partir
dele que se estabeleceu a convicção de que não
podemos detectar o estado de movimento reti-
líneo uniforme, a menos que tomemos outro
corpo como referencial.
Como muitas de suas ideias e descobertas
científicas contestavam as crenças religiosas e fi-
losóficas de sua época, Galileu foi vítima de per-
seguições, forçado a testemunhar perante o Tri-
bunal da Inquisição, que o julgava culpado por
heresia, e obrigado a afirmar que a Terra não
poderia estar girando em torno do Sol, para evi- PARA
tar que fosse queimado vivo. REFLETIR
Com base em: CINDRA, José Lourenço. Esboço da evolução
histórica do Princípio da Relatividade. Revista Brasileira Agora que você sabe que o mo-
deEnsino de Física, v. 16, n. 1-4, 1994. Disponível em:
Estátua de Galileu na Galleria degli Uffizi vimento de um corpo depende
<www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/vol16a03.pdf>.
Acesso em: 17 jul. 2014. (galeria dos ofícios), em Florença, Itália. de um referencial, reflita sobre a
frase: “o Sol gira em torno da Terra”.
Quase sempre nossos estudos de movimentos são feitos supondo-se o referencial na Terra, ou
seja, o observador parado na superfície da Terra. Toda vez que estivermos usando outro referencial, A trajetória de um esquiador ao saltar
isto será dito. Observe exemplos de trajetória nas figuras a seguir. uma rampa no espaço (próximo à Terra)
é uma curva denominada parábola.
TECHNOTR/VETTA/GETTY IMAGES
FRENTE A
FÍSICA
0 km
30 km
80 km
Desafio
1 Um satélite artificial, de 10 m de raio, está girando em torno da Terra a uma altura de 500 km. Sabe-se que o raio da Terra vale cerca
de 6 000 km. No estudo desse movimento:
b) E o satélite?
Sim, pois o seu raio (10 m) é desprezível em comparação com a distância de 500 km (500 000 m, 50 000 vezes maior que o raio do satélite!).
2 (PUC-SP) Leia com atenção a tira da Turma da Mônica abaixo e analise as afirmativas que se seguem, considerando os princípios
da Mecânica Clássica.
MAURÍCIO DE SOUSA EDITORA LTDA
3 Dois carros, A e B, deslocam-se em uma estrada plana e reta, ambos no mesmo sentido. O carro A desenvolve 60 km/h e o B, um
pouco mais à frente, desenvolve também 60 km/h.
4 Uma pessoa, na janela de um ônibus em movimento, solta uma pedra, que cai em direção ao solo.
a) Para esta pessoa, qual é a trajetória que a pedra descreve ao cair? FRENTE A
Para o observador no ônibus, a pedra cai descrevendo uma reta vertical.
b) Para uma pessoa parada sobre o solo, em frente à janela, como seria a trajetória da pedra?
FÍSICA
Para uma pessoa parada no solo, a pedra descreve uma curva como aquela mostrada na figura 1, em relação ao observador B.
Essa equação também se aplica no caso de a trajetória não ser retilínea, como na figura 4, mas
não se esqueça de que ela é válida somente quando o valor da velocidade permanecer constante. Na
figura 4, o carro irá se deslocar da posição A até a posição B. Observe que usamos os termos “espaço”
e “posição” como sinônimos. No instante inicial t1 o carro está em A, que corresponde à posição S1,
e, no instante posterior t2, o carro está em B, cuja posição é S2. No intervalo de tempo Δt 5 t2 2 t1
a variação de posição do carro será ΔS 5 S2 2 S1. Assim, a velocidade (v) do carro no intervalo de
tempo Δt é dada pela relação:
Portal
SESI
Educação www.sesieducacao.com.br
Fig. 4 – Para o movimento uniforme,
Acesse o portal e assista ao vídeo ∆S
temos v 5 mesmo quando a
Velocidade constante. ∆t
A
trajetória é curva.
v (km/h)
ÁREA 5 60 ? 5 5 300
A B C D E F
60
ΔS 5 v ? Δt
1 Um automóvel move-se em uma estrada, de modo que o o instante t 5 3,0 h. Neste instante, o motorista freou e a
gráfico v 3 t seja como o da figura: velocidade caiu rapidamente para 60 km/h, mantendo-se
constante durante 1,0 h (até o instante t 5 4,0 h).
v (km/h) b) Qual foi o espaço percorrido pelo automóvel durante o
tempo em que foi observado?
90 RESOLUÇÃO:
O movimento do automóvel não é uniforme, pois o valor de
sua velocidade sofre variações durante o percurso. Portanto,
ΔS
60 a equação v 5 não poderia ser usada para calcularmos
Δt
ΔS. Entretanto, o movimento pode ser dividido em partes,
em cada uma das quais a velocidade não variou, e em todas
30 ΔS
elas a equação v 5 se aplica. Assim, de t 5 0 até t 5 1,0 h,
Δt
quando a velocidade se manteve constante e igual a 30 km/h,
teríamos o espaço percorrido ΔS dado por:
0 1,0 2,0 3,0 4,0 t (h) ΔS1 5 v ? Δt 5 30 km/h ? 1,0 h; logo, ΔS1 5 30 km.
De modo análogo, encontramos ΔS2 entre t 5 1,0 h e
a) Descreva o movimento do automóvel. t 5 3,0 h, e ΔS3 entre t 5 3,0 h e t 5 4,0 h:
ΔS2 5 v ? Δt 5 90 km/h ? 2,0 h; logo, ΔS2 5 180 km.
RESOLUÇÃO:
O gráfico nos mostra que o movimento foi observado du- ΔS3 5 v ? Δt 5 60 km/h ? 1,0 h; logo, ΔS3 5 60 km.
rante um tempo total de 4,0 h. Quando foi iniciada a conta- Cada um dos espaços percorridos corresponde à área sob
gem do tempo (instante inicial t 5 0), o automóvel já estava o gráfico v 3 t, e todos estão indicados na figura. O espa-
se movendo com uma velocidade de 30 km/h. Ele manteve ço total procurado será dado por:
essa velocidade durante 1,0 h. No instante t 5 1,0 h, o mo- ΔS 5 ΔS1 1 ΔS2 1 ΔS3 5 30 1 180 1 60 5 270 km
torista apertou o acelerador e sua velocidade aumentou Este espaço corresponde, na figura, à área total sob o gráfi-
bruscamente para 90 km/h. co, desde t 5 0 até t 5 4,0 h. Portanto, você já começou a
Na realidade, uma mudança instantânea na velocidade, ΔS
encontrar movimentos nos quais a equação v 5 não
como representado anteriormente, é praticamente im- Δt
possível num veículo automotivo. pode ser aplicada diretamente, mas verificou que a área sob
A partir desse instante, o gráfico nos diz que o carro man- o gráfico v 3 t, mesmo nesse movimento mais complicado,
teve sua velocidade de 90 km/h durante 2,0 h, isto é, até continua a nos fornecer o espaço percorrido pelo móvel.
ΔS 5 v ? Δt 5 1,0 m ? 15 s 5 15 m
s
Ambos os cálculos efetuados são equivalentes e nos levam ao mesmo valor do espaço
percorrido.
Conversão de km/h para m/s
As duas formas mais comuns de representação da velocidade são em km/h (kilometro por hora)
e m/s (metro por segundo). Mas quanto vale 1 m/s em km/h?
Como 1 000 m 5 1 km e 1 h 5 60 min 5 3 600 s, temos que:
1m 0,001 km
5 5 3,6 km/h
1s 1
h
3600
Conclusão: Para converter um valor de m/s para km/h, multiplicamos esse valor por 3,6.
De forma análoga, para converter um valor de km/h para m/s, dividimos esse valor por 3,6.
PARA CONSTRUIR
5 Calcule: c) o tempo que a luz gasta para vir do Sol à Terra (ΔS 5 1,5 ?
a) o espaço percorrido por um carro que se movimenta com ? 1011 m), sabendo-se que sua velocidade é constante e
velocidade constante v 5 54 km/h, durante um tempo vale v 5 3,0 ? 108 m/s.
t 5 0,50 h; ΔS 1,5 ? 1011
De ΔS 5 v ? Δt, obtemos Δt 5 5 5 500 s
Teremos ΔS 5 v ? Δt 5 54 ? 0,50 5 27 km. v 3,0 ? 108
15
10
0 10 20 30 t (s)
Tempo (s) 0 1 2 3 4 5
Pela tabela, observe que, quando o valor do tempo t é duplicado, o valor do espaço percorrido
ΔS também duplica. Do mesmo modo, quando t é triplicado, ΔS também é multiplicado por 3, e
assim sucessivamente. Quando isso ocorre com duas grandezas quaisquer, isto é, ao multiplicarmos
uma delas por certo número, a outra também fica multiplicada por este mesmo número, dizemos
FRENTE A
que essas grandezas variam de modo diretamente proporcional. Portanto, no exemplo que estamos
analisando, o espaço percorrido ΔS é diretamente proporcional ao tempo t, e isto ocorre sempre
que o movimento é uniforme. Logo:
FÍSICA
Sempre que uma grandeza Y for diretamente proporcional a uma grandeza X, o gráfico Y 3 X
será uma reta passando pela origem.
Inclinação do gráfico
No gráfico S 3 t da figura 6, tomemos dois pontos quaisquer, A e D, por exemplo. Esses pontos
do gráfico correspondem a dois pontos diferentes da trajetória do carro, separados pelo espaço que
ele percorreu em certo intervalo de tempo. Para os pontos A e D considerados, temos (observando
os eixos):
intervalo de tempo: Δt 5 4 2 1 5 3 s
espaço percorrido neste intervalo: ΔS 5 80 2 20 5 60 m
S (m) Observe os valores de Δt e ΔS indicados na figura 6.
E Uma grandeza muito importante no estudo dos gráficos é a sua inclinação. Para o caso do
100 gráfico S 3 t, temos, por definição:
D
80
C
60
∆
B
Inclinação 5 S
40 ∆t
A
20
0 1 2 3 4 5 t (s)
Calculemos, então, a inclinação do gráfico da figura 6:
Esse valor coincide com o valor da velocidade do automóvel (v 5 20 m/s). Esse resultado po-
deria ser previsto porque, quando calculamos a inclinação do gráfico, estamos obtendo o quociente
do espaço percorrido por um móvel pelo tempo gasto para percorrer esse espaço. Esse quociente
representa o valor da velocidade no movimento uniforme. Portanto:
v 5 ∆S
∆t
2 Um carro, em movimento uniforme, percorre: Escolhendo dois pontos quaisquer da figura, por exemplo, os
em 1,0 h — 60 km em 3,0 h — 180 km pontos A e B, temos:
em 2,0 h — 120 km em 4,0 h — 240 km Δt 5 3,0 2 1,0 5 2,0 h
a) Construa o gráfico S × t para esse carro. ΔS 5 180 2 60 5 120 km
Assim:
RESOLUÇÃO:
v 5 ΔS 5 120 km 5 60 km/h
Escolhendo uma escala apropriada e marcando os pontos Δt 2,0 h
correspondentes aos pares de valores de t e S, obtemos uma
reta passando pela origem, como já era esperado. 3 Um veículo está no km 15 de uma rodovia indo de São Paulo
para o Rio de Janeiro até alcançar o kilometro 100, onde exis-
S (km)
te um retorno. O motorista faz então o retorno e, na mesma
rodovia, agora sentido Rio de Janeiro para São Paulo, volta até
o kilometro 30. Para esse veículo, calcule a variação de espaço
240
(ΔS) e a distância percorrida (d):
B a) na ida;
180
b) na volta;
120 ΔS c) na ida e volta.
RESOLUÇÃO:
A
60 Sabemos que:
Δt ΔS 5 S2 2 S1 5 variação de espaço
0 d 5 distância percorrida
1,0 2,0 3,0 4,0 t (s)
a) Na ida
ΔS 5 d 5 S2 2 S1 5 100 2 15 5 85 km
b) Com base no gráfico, calcule a velocidade do carro. b) Na volta
RESOLUÇÃO: ΔS 5 S2 2 S1 5 30 2 100 5 270 km
d 5 |ΔS| 5 |270| 5 70 km
A velocidade é dada pela inclinação do gráfico S 3 t: c) Na ida e na volta
v 5 ΔS ΔS 5 S2 2 S1 5 30 2 15 5 15 km
Δt d 5 |ΔSida| 1 |ΔSvolta| 5 85 1 70 5 155 km
9 Deseja-se calcular a distância que um carro, com velocidade 11 O movimento de um carro em uma estrada está representado
constante v 5 72 km/h, percorre em um tempo t 5 20 s. no gráfico a seguir. Entre as afirmativas seguintes, relacionadas
a) Qual é a providência que se deve tomar antes de substi- com este movimento, qual está errada? Justifique-as.
∆S v (km/h)
tuir esses valores em v 5 ?
∆t 20
Antes de fazer a substituição, devemos expressar v e t usando,
em ambas, a mesma unidade de tempo (ambas em horas
ou em segundos). 0,2 0,4 0,6 t (h)
220
b) Expresse 72 km/h em m/s.
72 km 72000 m a) De t 5 0,2 h a t 5 0,4 h, o carro permaneceu parado.
5 5 20 m/s
1h 3600 s Correto. Como se trata de um gráfico v 3 t, vemos claramente
72 que, de t 5 0,2 h a t 5 0,4 h, a velocidade do carro é nula.
Ou, usando o fator de conversão (3,6): 5 20 m/s.
3,6
10 (Enem)
Seu olhar
c) No instante t 5 0,6 h, o carro estava de volta à posição
Gilberto Gil, 1984
inicial.
Na eternidade
Eu quisera ter Correto. Como o carro percorreu 4,0 km em um sentido e 4,0 km
Tantos anos-luz em sentido contrário, é claro que no instante t 5 0,6 h ele
Quantos fosse precisar estava de volta à posição inicial.
Pra cruzar o túnel
Do tempo do seu olhar
Gilberto Gil usa na letra da música a palavra composta anos-
-luz. O sentido prático, em geral, não é obrigatoriamente o d) No instante t 5 0, o carro estava no kilometro 20 e no
mesmo que na ciência. Na Física, um ano-luz é uma medida instante t 5 0,6 h, no kilometro 220.
que relaciona a velocidade da luz e o tempo de um ano e Errado. O gráfico nada nos informa sobre a posição do carro
que, portanto, se refere a: c durante o percurso. Sabemos apenas que em t 5 0 sua velocidade
a) tempo. 1 ano-luz é a distância que a luz percorre no era v 5 20 km/h, e em t 5 0,6 h sua velocidade era v 5 220 km/h.
b) aceleração. vácuo no período de 1 ano.
ΔS 5 velocidade da luz ? tempo em anos.
c) distância.
A velocidade da luz é uma constante cujo valor
d) velocidade. é aproximadamente 3,0 ? 108 m/s.
e) luminosidade.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 4 (CPS-SP) Algumas cidades têm implantado corredores ex-
clusivos para ônibus a fim de diminuir o tempo das viagens
urbanas.
1 A distância da Terra ao Sol é cerca de 104 vezes maior do que
Suponha que, antes da existência dos corredores, um ôni-
o diâmetro da Terra. Ao estudarmos o movimento da Terra
bus demorasse 2 horas e 30 minutos para percorrer todo o
em torno do Sol, você acha que podemos tratá-la como uma
trajeto de sua linha, desenvolvendo uma velocidade média
partícula?
de 6 km/h.
2 (Efoa-MG) Um aluno, sentado na carteira da sala, observa os Se os corredores conseguirem garantir que a velocidade mé-
colegas, também sentados nas respectivas carteiras, bem dia dessa viagem aumente para 20 km/h, o tempo para que
como um mosquito que voa perseguindo o professor que um ônibus percorra todo o trajeto dessa mesma linha será:
fiscaliza a prova da turma.
CEETEPS-SP
Das alternativas abaixo, a única que retrata uma análise cor-
reta do aluno é:
a) A velocidade de todos os meus colegas é nula para todo
observador na superfície da Terra.
b) Eu estou em repouso em relação aos meus colegas, mas
nós estamos em movimento em relação a todo observa-
dor na superfície da Terra.
c) Como não há repouso absoluto, não há nenhum referen-
cial em relação ao qual nós, estudantes, estejamos em re-
pouso.
d) A velocidade do mosquito é a mesma, tanto em relação
aos meus colegas quanto em relação ao professor.
e) Mesmo para o professor, que não para de andar pela sala,
seria possível achar um referencial em relação ao qual ele
estivesse em repouso.
Disponível em: <imguol.com/c/noticias/2013/08/05/5ago2013---
3 Os carros A, B, C e D, em um dado instante, estão se movi- faixa-exclusiva-de-onibus-no-corredor-norte-sul-da-avenida-23-de-maio-
zona-sul-de-são-paulo-e-implantada-na-manha-desta-ssegunda-feira-5-
mentando em uma estrada reta e plana, com velocidades e 1375706362560_1920x1080.jpg>. Acesso em: 24 ago. 2013. Original colorido
posições indicadas na figura deste problema. Para o moto-
a) 30 minutos. d) 1 hora e 15 minutos.
rista do carro A (observador em A), qual(is) das afirmativas
b) 45 minutos.
seguintes está(ão) correta(s)?
c) 1 hora. e) 1 hora e 30 minutos.
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
B
5 Calcule:
70 km/h
a) a distância percorrida por um carro que se movimenta
com velocidade constante v 5 54 km/h durante um tem-
po t 5 0,50 h;
b) a velocidade, supostamente constante, de um nadador (re-
A C cordista mundial) que percorre uma distância d 5 100 m,
80 km/h
em nado livre, em um tempo t 5 50 s;
c) o tempo que a luz gasta para vir do Sol à Terra, sabendo-se
60 km/h D que a distância da Terra ao Sol é de 1,5 · 1011 metros e que FRENTE A
40 km/h
sua velocidade é constante e vale v 5 3,0 · 108 m/s.
a) O carro B está se aproximando a 130 km/h. 6 (PUC-SP) Patrícia ouve o eco de sua voz direta, refletida por
FÍSICA
b) O carro D está se afastando a 20 km/h. um grande espelho plano, no exato tempo de uma piscada
c) O carro B está se aproximando a 10 km/h. de olhos, após a emissão. Adotando a velocidade do som no
d) O carro D está se afastando a 100 km/h. ar como 340 m/s e o tempo médio de uma piscada igual a
e) O carro D está se aproximando a 20 km/h. 0,4 s, podemos afirmar que a distância entre a menina e o
f) O carro C está se afastando a 20 km/h. espelho vale:
O
a) 68 m. c) 850 m. e) 8 160 m.
S Cais
b) 136 m. d) 1 700 m.
S (km)
Objetivos: Carros de Fórmula 1 alcançam altas velocidades mesmo em pistas que exigem freadas e ar-
c Conceituar e calcular
rancadas bruscas, curvas em altas e baixas velocidades, subidas e decidas. Para se ter uma ideia, na
velocidade média,
arrancada, um carro de Fórmula 1 consegue ir de 0 a 100 km/h em apenas 2,6 segundos.
velocidade instantânea
c Ler e interpretar
gráficos e tabelas
identificando tipos de
movimento e distância
percorrida.
c Identificar movimento
uniformemente
variado.
c Caracterizar a queda
livre e especificar as
grandezas envolvidas
nesse movimento.
Ayrton Senna foi um dos melhores pilotos de Fórmula 1, três vezes campeão mundial. Em sua carreira,
disputou 162 GPs, com 41 vitórias, 80 pódios, sendo 65 vezes o primeiro na fila da largada.
A
ΔS B
t
t 1 Δt
60 80 60 80
40 100 40 100
20 120 20 120
0 140 0 140
Fig. 1 – A velocidade instantânea
em A é dada por vA 5 ∆S , na qual
km/h 160 km/h 160
180 180
∆t
o intervalo de tempo Δt torna-se o
vA vB menor possível.
Entretanto, sendo o movimento variado, verificamos que o valor de ∆S geralmente não coinci-
∆t
de com a indicação do velocímetro no instante t. Notamos, porém, que, se o ponto B estivesse bem
próximo de A, de maneira que o intervalo de tempo Δt se tornasse infinitamente pequeno, ou seja,
quando o intervalo de tempo tendesse a zero (Δt → 0), teríamos um quociente ∆S muito próximo
∆t
da indicação do velocímetro em A naquele exato momento (t), isto é, muito próximo do valor v da
velocidade instantânea.
O valor de ∆S estaria tanto mais próximo de vA quanto menor fosse o intervalo de tempo Δt.
∆t
Portanto:
A inclinação da
reta tangente no grá-
P2
fico S 3 t nos fornece FRENTE A
o valor da velocidade
instantânea no instan-
te analisado.
FÍSICA
P1
Fig. 2 2 No gráfico S 3 t,
a inclinação da reta tangente
nos fornece o valor da
0 t1 t2 t velocidade instantânea.
ou v m 5 ∆S
espaço total percorrido
v m5
tempo gasto no percurso ∆t
Observe que, durante o movimento, a velocidade do carro pode ter sofrido variações. No exemplo
citado, seu valor pode ter sido, às vezes, maior e, outras vezes, menor do que 70 km/h. Entretanto, se
a velocidade fosse mantida, durante todo o percurso, igual a 70 km/h, o carro teria percorrido aquele
mesmo espaço naquele mesmo tempo 2 o que corresponde a um movimento uniforme com velo-
cidade constante de 70 km/h.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 Um automóvel percorre 150 km, desenvolvendo, nos primei- Na segunda parte do percurso, temos:
ros 120 km, uma velocidade média de 80 km/h e, nos 30 km
Δt2 5 30 5 0,5h
restantes, uma velocidade média de 60 km/h. 60
a) Qual foi o tempo total de viagem? O tempo total de viagem foi:
b) Qual foi a velocidade média do automóvel no percurso total?
Δttotal 5 Δt1 1 Δt2 5 1,5 h 1 0,5 h 5 2,0 h
RESOLUÇÃO:
b) Tendo sido percorrido 150 km com o tempo total de
a) Da relação vm 5 ΔS , deduz-se: Δt 5 ΔS . Portanto, na pri-
Δt vm viagem de 2,0 h, a velocidade média, nesse percurso,
meira parte do percurso, o tempo gasto foi: foi:
Δt1 5 120 5 1,5h vm 5 150 5 75 km/h
80 2,0
PARA
REFLETIR Determinação gráfica do espaço percorrido
Quando o movimento de um corpo é uniforme, o espaço que ele percorre é dado por ΔS 5 v ? Δt
Perceba que, no exercício resol-
vido 1, a velocidade média não é
ou pela área sob o gráfico v 3 t. Entretanto, se o movimento for variado, a relação ΔS 5 v ? Δt não
igual à média aritmética das velo- poderá mais ser aplicada, já que a velocidade não é mais constante; mas o espaço percorrido poderá,
cidades: ainda, ser obtido pela área sob o gráfico v 3 t; isto é:
801 60 t1 t2
5 70 km/h Þ 75 km/h. ΔS
2 v
Mas pode haver casos em que
os valores coincidam.
Área 5 ΔS
2 (ESPCEX-PR) O gráfico abaixo representa a velocidade (v) de A2, de t 5 4 s até t 5 8 s, tem valor negativo. Assim, temos
uma partícula que se desloca sobre uma reta em função do que o deslocamento será dado pela soma das duas áreas,
tempo (t). O deslocamento da partícula, no intervalo de 0 a 8 s, ou seja, será igual a zero, pois A1 5 2A2; logo, A1 1 A2 5
foi de: 5 A2 2 A2 5 0 (alternativa c).
Velocidade (m/s)
12
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 t (s) 8
24 0
2 4 6 8 10 12 14 16 Tempo (s)
Sabemos que a área sob o gráfico v 3 t nos fornece o des- Observação: É importante ressaltar que o gráfico S × t não
locamento no movimento dado. A área do triângulo A1, representa a forma da trajetória do corpo. Apenas apresenta
de t 5 0 até t 5 4 s, tem valor positivo; a área do triângulo as funções horárias do movimento.
1 (Unicamp-SP) Para fins de registros de recordes mundiais, nas c) Calcule o espaço que o automóvel percorreu desde t 5 0
provas de 100 metros rasos não são consideradas as marcas até t 5 4,0 s.
Esse espaço será dado pela área sob o gráfico v 3 t. Vemos, no
em competições em que houver vento favorável (mesmo
gráfico, que se trata da área de um triângulo cuja base correspon-
sentido do corredor) com velocidade superior a 2 m/s. Sabe- de a 4,0 s e cuja altura corresponde a 10 m/s. Então:
-se que, com vento favorável de 2 m/s, o tempo necessário
base ? altura 4,0 ? 10,0
para a conclusão da prova é reduzido em 0,1 s. Se um velocis- ∆S 5 área 5 5 5 20 m
2 2
ta realiza a prova em 10 s sem vento, qual seria sua velocida-
de se o vento fosse favorável com velocidade de 2 m/s? c
a) 8,0 m/s.
b) 9,9 m/s.
c) 10,1 m/s.
d) 12,0 m/s.
6 Arnaldo
4 Batista
5,0 Determine:
a) as distâncias dA e dB percorridas por Arnaldo e Batista, res-
pectivamente, até t 5 50 s;
0 1,0 2,0 3,0 4,0 t (s)
A distância percorrida é dada pela área sob o gráfico, logo, temos:
∆S 5 área (v 3 t)
a) Como se calcula, usando o gráfico v 3 t, o espaço per- 50 ? 5
dA 5 5 125 m
corrido por um corpo, em movimento variado, desde um 2
4
instante t1 até um instante t2? dB 5 (50 1 30) ? 5 160 m
2
A distância que o corpo percorre é dada pela área sob o gráfico
v 3 t.
b) A figura desse exercício mostra o gráfico v 3 t para o mo- b) a velocidade média vA de Arnaldo no intervalo de tempo
vimento de um automóvel. Esse movimento é uniforme? entre 0 e 50 s.
Vemos que a velocidade do automóvel diminui à medida que A velocidade média de Arnaldo é:
ΔS 125
passa o tempo. Como v está variando, o movimento não é vA 5 A 5 5 2,5 m/s
Δt 50
uniforme.
v 2 v1
⇒ a 5 ∆v
variação da velocidade
a5 ⇒ a5 2
intervalo de tempo decorrido t 2 2 t1 ∆t Atividade
Experimental
Ao analisarmos os conceitos vetoriais de velocidade e aceleração, veremos que o fato de um Acesse o Material Comple-
movimento retilíneo ser acelerado ou retardado pode ser expresso de uma maneira geral, e mais mentar disponível no Portal e
apropriada, do seguinte modo: aprofunde-se no assunto.
Isso significa que a velocidade está diminuindo de 6,0 m/s a cada 1 s. aceleração do movimento
Observe que, no movimento acelerado, o valor da aceleração é positivo e, no movimen- será negativa. Neste caso, di-
to retardado, negativo. Lembre-se de que estamos considerando a velocidade sempre zemos que o movimento é
positiva. retardado.
Nesse caso, a variação da velocidade a cada segundo é constante, isto é, a aceleração do mo-
vimento é constante. Um movimento como esse, no qual a aceleração é constante, é denominado
movimento retilíneo uniformemente variado. Até o fim desta seção, estudaremos apenas mo-
vimentos desse tipo.
Velocidade
v
v0
Consideremos um corpo em movimento uniformemente variado, com uma velocidade v0 no
a
instante em que vamos iniciar a contagem do tempo, ou seja, t 5 0 (fig. 4). A velocidade v0 é deno-
minada velocidade inicial. Tratando-se de um movimento uniformemente variado, o corpo possui
t50 t uma aceleração a constante, ou seja, a variação de sua velocidade a cada segundo é numericamente
ΔS igual ao valor de a. Assim, a velocidade v do corpo variará do seguinte modo:
em t 5 0, a velocidade é v 5 v0
Fig. 4 – A velocidade inicial v0 é em t 5 1 s, a velocidade é v 5 v0 1 a ? 1
aquela que o corpo possui no
instante t = 0. em t 5 2 s, a velocidade é v 5 v0 1 a ? 2
em t 5 3 s, a velocidade é v 5 v0 1 a ? 3
e, depois de t segundos, a velocidade será v 5 v0 1 a ? t.
Portanto, a velocidade v, depois de decorrido um tempo t qualquer, é dada por:
v 5 v0 1 at
Observe que o valor da velocidade, no instante t, é a soma da velocidade inicial com o produto
a ? t, que representa a variação da velocidade durante o tempo t.
Velocidade
v Espaço percorrido
at O espaço percorrido pelo corpo desde o instante inicial até o instante t (fig. 4) é dado
v0 v pela área sob o gráfico v 3 t. O gráfico v 3 t, que corresponde à equação v 5 v0 1 at, é reti-
v0 líneo (fig. 5), mas não passa pela origem, pois, quando t 5 0, v0 Þ 0. Observe que v não é di-
retamente proporcional a t. Caso v variasse linearmente, duplicando-se o valor de t, o va-
0 t Tempo
lor de v também seria duplicado, e podemos notar, pelo gráfico, que isso não ocorre.
A figura 5 mostra o gráfico v 3 t para o caso em que a velocidade cresce com o tempo. Caso
Fig. 5 – Gráfico v 3 t de um movimento a aceleração fosse negativa, o gráfico v 3 t continuaria a ser retilíneo, mas uma reta
uniformemente acelerado. decrescente.
DE AGOSTINI/G.CARFAGNA/EASYPIX
um triângulo de base t e altura at: áreatriângulo 5 5 at .
2 2
Portanto, o espaço percorrido pelo corpo (ΔS), numericamente igual à área total sob o gráfico,
será dado por:
∆S 5 v 0 t 1 1 at 2
2
v2 5 v02 1 2aΔS
Com essa expressão, podemos calcular a velocidade v em função do espaço percorrido ΔS (sem
conhecer o tempo t).
Observações:
1
1. A relação ∆S 5 at 2 nos mostra que a distância ΔS varia proporcionalmente com o quadrado do
2
tempo t ((∆∆SSα~
αtt22)) . Isso significa, por exemplo, que: ΔS
6 Um automóvel possui uma velocidade de 10 m/s no instante em que o motorista pisa no acelerador. Isso comunica ao carro uma
aceleração constante, que faz com que sua velocidade aumente para 20 m/s em 5,0 s. Considere t 5 0 no instante em que o
motorista pisa no acelerador.
a) Qual é a aceleração do automóvel?
b) Supondo que o carro foi mantido com essa aceleração até o instante t 5 10 s, qual é a velocidade atingida nesse instante?
c) Qual é o espaço percorrido pelo carro desde o início da aceleração até o instante t 5 10 s?
d) No instante t 5 10 s, o motorista pisa no freio, retardando o automóvel com uma aceleração constante de 6,0 m/s2. Qual é o
espaço que o carro percorre desde esse instante até parar?
RESOLUÇÃO:
a) No instante t 5 0, temos v0 5 10 m/s e, no instante t 5 5,0 s, v 5 20 m/s. Substituindo esses valores na equação v 5 v0 1 at,
temos:
20 5 10 1 a . 5,0 ⇒ a 5 2,0 m/s2
b) Usando novamente a equação v 5 v0 1 at:
v 5 10 1 2,0 . 10 ⇒ v 5 30 m/s
c) Substituindo os valores na expressão do espaço percorrido:
ΔS 510 ?10 1 1 ? 2 ?102 ⇒ ΔS 5 200 m
2
d) Para esta questão, o instante inicial será aquele no qual a velocidade era de 30 m/s, isto é, v0 5 30 m/s. Como a velocidade
diminui com o passar do tempo, a aceleração é negativa: a 5 26,0 m/s2. Já que não conhecemos o tempo que o carro
gasta para parar, vamos empregar a Equação de Torricelli: v2 5 v20 1 2aΔS. Como estamos procurando o valor do espaço
ΔS que o carro percorre até parar, teremos v 5 0. Assim:
0 5 302 1 2 (26) ΔS ⇒ ΔS 5 75 m
PARA CONSTRUIR
4 (UFTM-MG) Um motorista trafega por uma avenida reta e pla- 5 (Uerj) Dois carros, A e B, em movimento retilíneo acelerado,
na a 54 km/h, quando percebe que a luz amarela de um se- cruzam um mesmo ponto em t 5 0 s. Nesse instante, a velo-
máforo, 108 m à sua frente, acaba de acender. Sabendo que cidade v0 de A é igual à metade da de B, e sua aceleração a
ela ficará acesa por 6 segundos, e como não há ninguém à corresponde ao dobro da de B. Determine o instante em que
sua frente, ele decide acelerar o veículo para passar pelo cru- os dois carros se reencontrarão, em função de v0 e a.
zamento antes de o semáforo ficar vermelho. Considerando
Para o carro A: Os dois carros se reencontrarão em:
constante a aceleração do veículo e que o motorista consiga
1 ΔSA 5 ΔSB
passar pelo semáforo no exato instante em que a luz verme- ΔSA 5 v 0 t 1 at 2
2 1 2 1
lha se acende, sua velocidade, em km/h, no instante em que v0t 1 at 5 2v 0 t 1 at 2
Para o carro B: 2 4
passa pelo semáforo é igual a: b
∆SB5 2v 0t 1
1a 2
22
t (1
2
1
)
a 2 a ? t 2 5 (2v 0 2 v 0 ) ? t
4
a) 64,8. b) 75,6. c) 90,0. d) 97,2. 4v
t5 0
a
Vamos encontrar a aceleração para o deslocamento (ΔS) de 108 me-
tros durante o intervalo (Δt) de 6 segundos com velocidade inicial (v0)
⎛ 54 ? 1 000 m ⎞
de 54 km/h ⎜ v 0 5 54 km/h 5 5 15 m/s⎟ :
⎝ 3600 s ⎠
1 2 A velocidade após 1 segundo de
ΔS 5 v 0 t 1 at
2 movimento acelerado é:
1 2 v 5 v0 1 at
108 5 15 ? 6 1 ? a ? 6
2 v = 15 1 1 ? 6
108 5 90 1 18 ? a
18 ? a 5 108 2 90 v 5 21 m/s
a 5 1m/s2 v 5 75,6 km/h
230
240
250
0 5 10 15 20 25
Tempo (s)
0
A telemetria da velocidade versus tempo do carro foi regis-
trada e é apresentada no gráfico a seguir. 210
220
GLOSSÁRIO
Telemetria: 230
Telemetria é uma técnica que mede distâncias entre um observador e
um ponto distante por meio de um instrumento chamado telêmetro. 240
250
Velocidade (m/s) 100 0 5 10 15 20 25
Tempo (s)
90
80 e) Aceleração (m/s2) 40
70
30
60
20
50
40 10
0 5 10 15 20 25
Tempo (s) 0
a) Aceleração (m/s2)
40
Observando o gráfico v 3 t, temos:
30 Entre 0 e 2,5 segundos, a aceleração é positiva:
Δv 75 2 70 5
20 a5 5 5 5 2 m/s2
Δt 2,5 2 0 2,5
10 Entre 2,5 e 5 segundos, a aceleração é positiva e maior do que a
aceleração do intervalo anterior:
0
Δv 90 2 75 15
a5 5 5 5 6 m/s2
210 Δt 5 2 2,5 2,5
Entre 5 e 22,5 segundos, a aceleração é nula, pois a velocidade é
0 5 10 15 20 25
constante:
Tempo (s) Δv
a5 50
b) Aceleração (m/s2) 10 Δt
Entre 22,5 e aproximadamente 25 segundos, a aceleração é negativa.
0
FRENTE A
210
220
7 (UFT-TO) Uma partícula se movimenta em linha reta de ma-
neira que o módulo de sua velocidade durante o movimento
FÍSICA
230
240
está representado no gráfico a seguir como uma função do
tempo (v 3 t). Baseado nas informações do gráfico, qual va-
250 lor representa o módulo da velocidade média da partícula
0 5 10 15 20 25
Tempo (s)
durante o movimento? e
QUEDA LIVRE
Entre os diversos movimentos que ocorrem na natureza, houve sempre a b
interesse no estudo do movimento de queda dos corpos próximos à superfície
da Terra. Quando abandonamos um objeto de uma certa altura, podemos ve-
v50
rificar que, ao cair, sua velocidade cresce. Neste caso, o movimento do objeto
é acelerado (fig. 7a). Por outro lado, se lançarmos o objeto para cima, sua velo-
cidade diminui gradualmente até se anular no ponto mais alto. Neste caso, o
movimento de subida do objeto é retardado (fig. 7b).
v0
Fig. 7 – (a) Desprezando-se a resistência do ar, quando um corpo cai, sua veloci-
dade aumenta de forma constante. (b) Se o objeto for arremessado para cima, sua velocidade v
diminuirá de forma constante, anulando-se no ponto mais alto da trajetória da subida.
Ao deixarmos cair uma pedra e uma folha de papel, a pedra cai mais depressa do que a folha
de papel, como afirmava Aristóteles. Entretanto, podemos mostrar que isso se dá porque o ar exerce
um efeito retardador na queda de qualquer objeto e que esse efeito exerce maior influência sobre
o movimento da folha de papel do que sobre o movimento da pedra. De fato, se deixarmos cair
a pedra e a folha de papel dentro de um tubo do qual se retirou o ar, ou seja, onde foi feito vácuo,
verificaremos que os dois objetos caem simultaneamente, como afirmava Galileu. Entretanto, na
época de Galileu, não era possível realizar experimentos com vácuo.
A afirmativa de Galileu só seria válida para os corpos em queda no vácuo. Observamos, entre-
tanto, que a resistência do ar só retarda sensivelmente certos corpos, como uma folha de papel, um
A Torre de Pisa, situada na Toscana, na
pedaço de algodão ou uma pena, sendo desprezível para outros, mais pesados, como uma pedra,
Itália, com 56 metros de altura e 4 graus de
uma esfera de metal ou um pedaço de madeira. Para estes últimos, a queda no ar ocorre, pratica- inclinação, é um campanário da catedral
mente, como se os corpos estivessem caindo no vácuo, isto é, abandonados de uma mesma altura, situada na cidade italiana de Pisa. A torre
no ar, estes corpos caem simultaneamente, como afirmava Galileu. é um dos mais famosos monumentos
mundiais e está aberta à visitação do
O movimento de queda dos corpos no vácuo ou no ar, quando a resistência do ar é desprezível, público. Para atingir o topo, deve-se subir
é denominado queda livre. 296 degraus.
FRENTE A
FÍSICA
A resistência do ar afeta o movimento, retardando No vácuo, uma pedra e uma folha de papel caem com
alguns corpos mais do que outros. a mesma aceleração.
Estroboscopia: O movimento de queda livre é uniformemente acelerado, isto é, durante a queda o corpo cai
Estroboscopia é um método que com aceleração constante. Essa aceleração, denominada aceleração da gravidade, é representada ge-
permite a observação e o registro ralmente por g , e podemos concluir que o seu valor é o mesmo para todos os corpos em queda livre.
de um corpo em movimento, como
se estivesse parado, através de um A determinação do valor de g pode ser feita de várias maneiras. Por exemplo, usando técnicas
conjunto de imagens que são capa- modernas, podemos obter uma fotografia estroboscópica.
zes de representar o movimento des- As imagens abaixo mostram as posições sucessivas de duas bolas, de massas diferentes, em que-
crito pelo corpo estudado. Uma foto da livre. Vemos que essas bolas abandonadas no mesmo instante caem simultaneamente. Como as
estroboscópica é tirada mantendo-se
posições sucessivas foram fotografadas em intervalos de tempo iguais, temos que a aceleração é cons-
o obturador da câmara fotográfica
aberto enquanto uma lâmpada es- tante. Em um experimento moderno, pode-se anotar os tempos de queda e o espaço percorrido por
troboscópica ilumina o ambiente em ambas as bolas e, através de cálculos simples, obter o valor aproximado da aceleração da gravidade:
intervalos de tempo iguais.
g 5 9,8 m/s2
TED KINSMAN/PHOTO RESEARCHERS/GETTY IMAGES
Isto é, quando um corpo está em queda livre, sua velocidade aumenta de 9,8 m/s a cada 1 s.
Se o corpo for lançado verticalmente para cima, sua velocidade diminui de 9,8 m/s a cada 1 s (fig. 7).
LIGHTSPRING/SHUTTERSTOCK
Velocidade Tempo em s
SASHKIN/SHUTTERSTOCK
em m/s
g
0 0s
9,8 m/s 1s
Exemplo de fotografia
estroboscópica.
19,6 m/s 2s
29,4 m/s 3s
Portal
SESI
Educação www.sesieducacao.com.br
EXERCÍCIO RESOLVIDO
a) A velocidade será dada por v 5 v0 1 at e, como o movi- e) Este tempo poderá ser obtido da equação v 5 v0 1 at, em
que v0 5 0 (o corpo parte do repouso no ponto mais alto),
mento é retardado, temos a 5 210 m/s2. Portanto:
v 5 30 m/s (conforme obtivemos na questão anterior) e
v 5 30 2 10 . 2,0 ⇒ v 5 10 m/s.
FÍSICA
a 5 10 m/s2. Teremos:
b) No ponto mais alto, v 5 0, e, portanto, a equação v 5 v0 1 30 5 10t ⇒ t 5 3,0 s.
1 at nos fornece: Observe que, quando um corpo é lançado para cima, o
0 5 30 2 10 t ⇒ t 5 3,0 s. tempo de descida é igual ao de subida.
10 10
0 210 0 10
1 2 t (s) 0 1 2 t (s)
t (s)
210
25
10
Gráfico I
A origem será adotada no ponto de lançamento e o sen-
tido positivo do eixo z será para baixo.
2
1 2 z0 5 0; v0 5 210 m/s; g 5 10 m/s2
0 1
0 t (s) Escrevendo as equações do movimento para t 5 0, te-
t (s)
mos: z 5 210t 1 5t2; v 5 210 1 10t.
210 Calculando o tempo de subida (tsubida) (lembre-se de que
25
no ponto mais alto a velocidade é nula):
v 5 210 1 10tsubida ⇒ 0 5 210 1 10tsubida ⇒ tsubida 5 1 s
O tempo total (ttotal) é o tempo de ida e volta: ttotal 5 2 s.
Encontrando a posição (z), temos:
z 5 210t 1 5t2 ⇒ z 5 210 ? 1 1 5 ? 12 ⇒ z 5 25 m
a) v (km/h)
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
22
1 (Fuvest-SP) Dirigindo-se a uma cidade próxima, por uma au- 20
toestrada plana, um motorista estima seu tempo de viagem,
considerando que consiga manter uma velocidade média de
90 km/h. Ao ser surpreendido pela chuva, decide reduzir sua 1,0 1,5 2,0 t (h)
velocidade média para 60 km/h, permanecendo assim até a
chuva parar, quinze minutos mais tarde, quando retoma sua b) v (km/h)
velocidade média inicial. Essa redução temporária aumenta 30
seu tempo de viagem, com relação à estimativa inicial, em:
a) 5 minutos. 20
b) 7,5 minutos.
c) 10 minutos.
FRENTE A
1,0 1,5 2,0 t (h)
d) 15 minutos.
e) 30 minutos.
c) v (km/h)
2 (UFPB) Um ciclista observa que, após pedalar por uma hora,
FÍSICA
22
t
1,0 1,5 2,0 t (h)
b) v
e) v (km/h)
30
20 t
c) v
1,0 1,5 2,0 t (h)
0 5 t (s)
t
e) v
Considerando a posição inicial desse movimento igual a 46 m,
então a posição do corpo no instante t 5 8 s é:
a) 54 m.
b) 62 m.
c) 66 m. t
t
t
Assinale a alternativa que representa o esboço dos gráficos
em relação à velocidade 3 tempo e à aceleração 3 tempo,
respectivamente.
e) v
a) v
FRENTE A
t
t
v
v
FÍSICA
t
t
REVISÃO
encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos
d) 144 km/h.
3
8. (Fatec-SP) Em 2013, Usain Bolt, atleta jamaicano, partici-
pou de um evento na cidade de Buenos Aires (Argenti-
na). Ele tinha como desafio competir em uma corrida de
curta distância contra um ônibus. A prova foi reduzida de
100 m para 80 m devido à aceleração final impressa pelo
ônibus. Depois do desafio, verificou-se que a velocidade
Considerando-se que a velocidade do automóvel perma- média de Bolt ficou por volta de 32 km/h e a do ônibus
neceu inalterada durante o tempo de reação tR, é correto 30 km/h.
afirmar que a distância dR é de:
a) 3,0 m. c) 43,2 m. e) 67,5 m.
b) 12,0 m. d) 60,0 m.
10. (ITA-SP) Billy sonha que embarcou em uma nave espa- 14. (Ifsul-RS) Se um corpo se desloca em movimento unifor-
cial para viajar até o distante planeta Gama, situado a me, é correto afirmar-se que ele, com certeza,
10 anos-luz da Terra. Metade do percurso é percorrido a) tem vetor aceleração nulo.
com aceleração de 15 m/s2, e o restante com desacele- b) encontra-se em MRU.
ração de mesma magnitude. Desprezando a atração gra- c) percorre distâncias iguais em intervalos de tempos
vitacional e efeitos relativistas, estime o tempo total, em iguais.
meses, de ida e volta da viagem do sonho de Billy. Justifi- d) possui velocidade vetorial constante.
que detalhadamente.
15. (CFTMG) O quadro seguinte mostra a velocidade média
11. (Uerj) Em um longo trecho retilíneo de uma estrada, um au- de corrida de alguns animais.
tomóvel se desloca a 80 km/h e um caminhão a 60 km/h,
ambos no mesmo sentido e em movimento uniforme. Em
determinado instante, o automóvel encontra-se 60 km atrás Animais Velocidade média
do caminhão. O intervalo de tempo, em horas, necessário
para que o automóvel alcance o caminhão é cerca de: Cavalo 1,24 km/min
a) 1.
Coelho 55 km/h
b) 2.
c) 3. Girafa 833 m/min
d) 4.
Zebra 18 m/s
12. (CFTMG) Em uma via urbana com três faixas, uma delas FONTE: Disponível em:,http://curiosidades.tripod.com/
velocidade.htm.. Acesso em: 11 out. 2012. Adaptado.
é reservada exclusivamente para os ônibus com 12 m de
comprimento, e as outras duas, para automóveis com Dentre os animais citados, o que possui maior velocidade
3 m. Os ônibus e os automóveis transportam, respectiva-
média é a(o):
mente, 40 e 2 pessoas. Esses veículos estão inicialmente
parados e, quando o sinal abre, deslocam-se com a mes- a) cavalo.
ma velocidade de 36 km/h. b) coelho.
c) girafa.
Considerando-se que a via está completamente ocupada
d) zebra.
FRENTE A
com os veículos, e desprezando-se o espaço entre eles, se
o sinal permanecer aberto durante 30 s, então a razão en-
tre o número de pessoas dentro do ônibus e o de pessoas 16. (Feevale-RS) Na região Amazônica, os rios são muito utili-
dentro dos automóveis que ultrapassou o sinal é igual a: zados para transporte. Considere que João se encontra na
FÍSICA
João sai da cidade A às 7 h e passa pelo ponto 1 às 9 h. Se mantiver a velocidade constante em todo o trajeto, a que horas
chegará a B?
a) 13 h. c) 16 h. e) 20 h.
b) 14 h. d) 18 h.
17. (PUC-RJ) O gráfico da figura mostra a posição em função do tempo de Posição (m)
uma pessoa que passeia em um parque. 60,0
18. (AFA-SP) A maior aceleração (ou retardamento) tolerada pelos passageiros de um trem urbano é 1,5 m/s2. A maior velocidade
que pode ser atingida pelo trem que parte de uma estação em direção a outra, distante 600 m da primeira, em m/s, é:
a) 42. c) 68.
b) 30. d) 54.
19. (EEAR-SP) Dois trens correm em trilhos paralelos, deslocando-se na mesma direção e no mesmo sentido. O passageiro do
primeiro trem, cujo módulo da velocidade é 80 km/h, passa pelo segundo trem, que possui uma velocidade de módulo igual
a 70 km/h. Admitindo que o movimento dos trens seja retilíneo e uniforme, qual é o comprimento, em metros, do segundo
trem se o passageiro o vê durante 1 min e 12 s?
a) 300. c) 200.
b) 250. d) 150.
20. (Fuvest-SP) Uma jovem viaja de uma cidade A para uma cidade B dirigindo um automóvel por uma estrada muito estreita. Em
um certo trecho, em que a estrada é reta e horizontal, ela percebe que seu carro está entre dois caminhões-tanque bidire-
cionais e iguais, como mostra a figura. A jovem observa que os dois caminhões, um visto através do espelho retrovisor plano,
e o outro, através do parabrisa, parecem aproximar-se dela com a mesma velocidade. Como o automóvel e o caminhão de
trás estão viajando no mesmo sentido, com velocidades de 40 km/h e 50 km/h, respectivamente, pode-se concluir que a
velocidade do caminhão à frente é:
50 km/h ??
A 40 km/h B
160 km 120 km
FRENTE A
FÍSICA
ANOTAÇÕES
ESCALA
Na Cartografia – a ciência de elaborar mapas e cartas geográficas –, é utilizada uma escala no desenho, que define a razão entre as dimen-
sões do desenho e as dimensões reais.
dimensão desenho
Escala 5
dimensão real
A representação da escala gráfica é um segmento de reta graduado, na qual está indicada a relação entre as distâncias do mapa (a cada trecho
do segmento) e a distância real de um determinado território.
No caso da figura anterior, cada 1 cm no mapa equivale a 2 km reais. Assim, se no mapa uma distância entre dois locais for de 4,5 cm, a
distância real será de 2 ? 4,5 = 9 km.
Já a escala numérica é uma relação matemática representando uma razão. Ela fornece quantas vezes o espaço representado foi reduzido.
No caso anterior, ela poderia ser escrita da seguinte forma:
1 : 200 000
Aracaju
Salvador-Alagoinhas 1 h 45 min BA
Alagoinhas
Alagoinhas-Aracaju 3 h 20 min Salvador
a) A distância total percorrida não ultrapassa 500 km. d) A velocidade média desenvolvida é próxima de 55 km/h.
b) A velocidade média desenvolvida é menor que 50 km/h. e) Nenhuma das anteriores.
c) A distância total percorrida é aproximadamente 1000 km.
63
QUADRO DE IDEIAS
v 5 ∆S
CEP: 05425-902
(0xx11) 4383-8000
S 5 S0 1 vt ∆t © SOMOS Sistema de Ensino S.A.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Vários autores.
Movimento retilíneo uniformemente variado
1. Biologia (Ensino médio) 2. Física (Ensino médio)
3. Matemática (Ensino médio) 4. Química
(Ensino médio).
Aceleração 16-08187 CDD-373.19
constante
Índice para catálogo sistemático:
1. Ensino integrado : Livros-texto : Ensino médio 373.19
2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
S 5 S0 1 v 0 t 1 1 at2 a 5 ∆v ISBN 978 85 08 18309 8 (PR)
2 v 5 v0 1 at v2 5 v02 1 2aΔS ∆t 2ª edição
1ª impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação
FÍSICA FRENTE B
Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães
Revisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2137676 (AL)
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CAPÍTULO
1 Vetores
Objetivos: O estudo dos movimentos permite a compreensão de vários fenômenos que podemos
observar no cotidiano e na natureza. Grandezas como a velocidade ou a aceleração precisam,
c Diferenciar grandezas
muitas vezes, ser analisadas sobre outros aspectos além do seu valor, e é sobre isto que falaremos
vetoriais e escalares.
neste capítulo.
Todo o corpo do guepardo parece ter sido feito para rapidez: uma cabeça pequena e aero-
c Distinguir e utilizar
dinâmica, pernas longas, uma estrutura corporal esguia e patas que parecem tênis de corrida com
conceitos envolvidos
nas somas vetoriais.
saliências rígidas e agudas, funcionando como pinças tanto para manter aderência na corrida como
para dar um golpe letal em sua presa.
c Identificar vetor É um animal conhecido por suas velocidades máximas alcançadas, que giram em torno dos
velocidade e vetor 110 km/h. A essa velocidade, é difícil acreditar que o felino faça tantas mudanças bruscas na dire-
aceleração. ção de sua presa, mas seu rabo longo e musculoso tem a mesma função que o leme na navegação:
ajuda no equilíbrio do animal, evitando que ele caia rolando em altas velocidades.
GETTY IMAGES
RANGIZZZ/SHUTTERSTOCK
Todas as grandezas, como as que mencionamos, que ficam completamente definidas quando
se fornece apenas o seu valor, são denominadas grandezas escalares.
Grandezas vetoriais
Entretanto, existem outras grandezas que não podem ser classificadas como grandezas escalares,
pois elas não ficam completamente determinadas quando fornecemos apenas o seu módulo. Mas
o que mais pode-se dizer sobre uma grandeza?
ele, de B para A. Observe que só tem significado dizer que dois sentidos são iguais ou contrários se
estivermos fazendo essa comparação em uma mesma direção. Considerando uma reta vertical, por Fig. 2 – Em dada direção, há dois sentidos
exemplo. Sabemos que ela determina uma direção, e sobre essa direção há dois sentidos possíveis: possíveis. Neste caso (direção horizontal),
o sentido para baixo e o sentido para cima. para a esquerda ou direita.
Deslocamento
Consideremos um automóvel que partiu de Brasília, viajando para Recife, seguindo o caminho
indicado no mapa (fig. 3). Esse carro sofreu uma mudança de posição saindo de Brasília (A) e indo
para Recife (B). A mudança de posição é definida pelo segmento AB, denominado deslocamento
do carro. Assim:
Deslocamento de um corpo é o segmento que une a sua posição inicial à sua posição final.
FRENTE B
Observe que o deslocamento não deve ser confundido com a trajetória seguida pelo corpo.
Um avião, por exemplo, que fosse de Brasília para Recife, provavelmente seguiria uma trajetória com-
pletamente diferente e, no entanto, o seu deslocamento seria o mesmo do automóvel, o segmento
AB, unindo Brasília a Recife.
FÍSICA
Suponha que você deseja informar a uma pessoa o deslocamento do carro mencionado. Se
você lhe dissesse que o carro se deslocou 1 600 km, isto é, se você lhe fornecesse apenas o módulo
do deslocamento, essa pessoa não poderia fazer uma ideia da mudança de posição do carro. Esta
mudança de posição, de 1 600 km, poderia ter ocorrido em uma direção qualquer, que não foi es-
pecificada por você.
B
RECIFE
∆S&
OCEANO
ATLÂNTICO
A
Fig. 3 – Se um automóvel viaja de Brasília,
BRASÍLIA
Distrito Federal, para Recife, seu deslocamento é N
CADA DE TIPOS/
ARQUIVO DA
EDITORA
v& 50 km/h
Oeste Leste
Ao nos referirmos a um vetor qualquer, traçado de um ponto a outro, de A para B, por exemplo,
escrevemos AB%, que se lê: vetor AB. Podemos, também, nos referir ao vetor usando uma única letra
para representá-lo. Por exemplo: podemos substituir AB% por ΔS% (lê-se: vetor delta S) na figura 3 e v &
(lê-se: vetor v) na figura 4.
Quando nos referimos apenas ao módulo de um vetor, deixamos de colocar a flecha sobre a
letra que o representa, escrevendo simplesmente: ΔS e v, por exemplo. Portanto:
PARA CONSTRUIR
1 (UFPB) Em uma competição de rally pelo interior do Brasil, um dos competidores para o seu jeep por falta de gasolina. O motorista
então anda 200 metros em linha reta para a direita até encontrar um posto de combustível. Em seguida, ele anda mais 10 metros,
no mesmo sentido, até uma loja de conveniência para comprar água. Finalmente, o motorista retorna em linha reta para o seu
jeep. Considerando o posto de gasolina como origem do sistema de referência e adotando o sentido positivo como sendo o da
esquerda para a direita, identifique as afirmativas corretas:
I. A posição do jeep em relação ao posto é −200 m.
II. O deslocamento do motorista entre o posto e a loja de conveniência foi de 10 m.
III. O deslocamento do motorista entre a loja de conveniência e o jeep foi de −210 m.
IV. O deslocamento do motorista, no trajeto posto de combustível–loja de conveniência–posto de combustível, foi de
20 m.
V. A distância total percorrida pelo motorista, para comprar gasolina e água e retornar para o jeep, foi de 420 m.
Considerando o posto de gasolina como origem do sistema de referência e adotando o sentido positivo como sendo o da
esquerda para a direita, temos:
Jeep Posto Loja
200 0 10
ΔS 5 pR 5 30 m ⇒ vm 5
DS
Dt
5
30
10
5 OPERAÇÕES COM VETORES
5 3,0 m/s As grandezas escalares se adicionam de acordo com as regras da Álgebra. Por exemplo, acres-
centando-se 5 m3 a um tanque que contém 2 m3 de água, ele ficará com 7 m3 de água, pois:
Dr 20
Dr 5 2R 5 20 m ⇒ v m 5 5 5
Dt 10 2 m3 1 5 m3 5 7 m3
5 2,0 m/s
Se uma pessoa possui um terreno, cuja área é de 1 000 m2, e vende um lote deste terreno de 400
m de área, o lote restante terá uma área de:
2
Dr% DS
A maneira de operar com as grandezas vetoriais, entretanto, é diferente, como veremos a seguir.
A
Essa maneira de adicionar dois deslocamentos é válida para qualquer grandeza vetorial. Observe
que as grandezas vetoriais se adicionam de maneira diferente das grandezas escalares, e as palavras
“soma” ou “adição” e o sinal “1” têm, aqui, um significado especial. Para evitar confusão, usamos a
Fig. 5 – Deslocamento do carro de A para expressão soma vetorial quando estamos adicionando vetores. Além disso, se observarmos com
B, e de B para C. mais atenção a figura 5, poderemos concluir que:
Para encontrar a resultante c & de dois vetores a & e b&, traçamos o vetor b& de modo que sua
origem coincida com a extremidade do vetor a &. Unindo a origem do vetor a & com a extremidade
do vetor b&, obtemos a resultante c &.
a&
PARA
b& REFLETIR
v1
u
Fig. 7
a&
Se quiséssemos calcular a variação de velocidade, encontraríamos um vetor v,& resultado da
subtração vetorial entre v1& e v2& . Logo:
b&
v &5 v2& 2 v1&
Mas a subtração de dois vetores pode ser compreendida como a soma do vetor v2& pelo
q&
vetor oposto de v1& , o que permite que utilizemos a regra do paralelogramo nesse caso também.
Assim:
p&
v2
v3
v1
PARA v4
REFLETIR
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 Consideremos dois deslocamentos, S1 e S2, de módulos d) S&1 e S&2 formam um ângulo de 120°, como mostra a figura.
S1 = 4 m e S2 = 3 m. Determine a resultante ΔS desses deslo- S&2
camentos nos seguintes casos:
120°
a) S&1 e S&2 têm a mesma direção e o mesmo sentido, como S&1
mostra a figura.
wΔS% 5 S&1 1 S&2
S&1 S&2
d) Para esse caso, em que os vetores não estão na mesma direção e formam um ângulo diferente de 90°, embora possamos de-
terminar algebricamente a resultante (pela lei dos cossenos), será mais simples e mais prático usar o método gráfico. Para isso,
traçamos os vetores em uma escala apropriada.
Na figura, escolhemos representar cada 1 m por 1 cm (escala de 1:100) e, assim, representamos S&1 por um vetor de 4 cm e S&2 por
um vetor de 3 cm, de forma que o ângulo entre S&1 e S&2 seja 120°. Ligando a origem do vetor S&2 com a extremidade de S&1 obtemos
a resultante wΔS %, mostrada em módulo, direção e sentido.
O módulo de Δ w S % será obtido medindo-se, com uma régua, o comprimento do segmento que representa Δ w S %. Faça isso e você
obterá uma medida de 6,1 cm, aproximadamente. Portanto, considerando a escala do desenho, o módulo de Δ w S % será ΔS 5 6,1 m.
Observe que, também neste caso, este módulo não é igual à soma dos módulos de S&1 e S&2 (6,1 Þ 4 1 3).
Componentes de um vetor
Consideremos o vetor v & representado na figura 11. Tracemos, a partir da origem O do vetor,
os eixos perpendiculares x e y. Da extremidade de v &, tracemos uma perpendicular sobre o eixo x.
Estamos projetando o vetor v & sobre o eixo x e obtemos o vetor v & mostrado na figura 11. Este vetor
vx& denomina-se componente do vetor v & segundo a direção do eixo x. Portanto:
Do mesmo modo, podemos obter a componente de v & sobre o eixo y, projetando-o sobre este
eixo. Essa componente, vy& , também está representada na figura 11. vx& e vy& são denominadas com-
ponentes retangulares do vetor v &.
Observe que v & é a resultante de vx& e vy& (regra do paralelogramo) e, portanto, o vetor v & poderá
ser substituído pelas suas componentes retangulares. Assim:
vy& v&
u B
Fig. 11 – Os vetores vx& e vy& são
as componentes retangulares
O vx& x
do vetor v.&
cateto oposto a u
sen u 5
FÍSICA
hipotenusa
cateto adjacente a u
cos u 5
hipotenusa
vy
sen u 5 ⇒ vy 5 v ? sen u
v
vx
cos u 5 ⇒ vx 5 v ? cos u
v
Essas relações nos permitem calcular os valores das componentes vx& e vy& quando conhecemos
o módulo do vetor v & e o ângulo que ele forma com o eixo x.
Por outro lado, se conhecermos os valores das componentes vx& e vy& , o módulo do vetor v &
poderá ser obtido pelo teorema de Pitágoras, ou seja:
v2 5 vx2 1 vy2
Caso o triângulo não seja retângulo, podemos aplicar uma variação da Lei dos cossenos. Para
isso, é necessário que se conheça o ângulo u entre os dois vetores:
va v
u
vb
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Assim:
4 (IFCE) Se cada quadrado, na figura abaixo, tem lado 1, é corre- 7 (FGV-SP) Um avião decola de um aeroporto e voa 100 km
to afirmar-se que o vetor resultante mede: c durante 18 min no sentido leste; a seguir, seu piloto apon-
ta para o norte e voa mais 400 km durante 1 h; por fim,
aponta para o oeste e voa os últimos 50 km, sempre em
linha reta, em 12 min, até pousar no aeroporto de destino.
O módulo de sua velocidade vetorial média nesse percur-
so todo terá sido, em km/h, de aproximadamente: c
a) 200 50 km
b) 230 (12 min)
c) 270
d) 300
a) 20 e) 400
∆S 400 km
b) 20 2 R& 5 (1 h)
R2 5 52 1 52
O módulo do deslocamento resultante é:
c) 5 2 R2 5 2 ? 52
ΔS2 5 502 1 4002 ⇒ ΔS . 403 km
R5 5 2
d) 10 2 5 Para encontrar o tempo total:
Δt 5
e) 10 18 12
111 5 1,5 h
60 60
100 km
5 O vetor v & mostrado na figura representa um deslocamento A velocidade vetorial média é: (18 min)
cujo módulo é v 5 20 m. DS 403
|v &| 5 5 . 268,7 km/h . 270 km/h
Dt 1,5
y
v&
Vetor velocidade
Consideremos uma partícula descrevendo uma trajetória curva, como na figura 12. Para estudar
um movimento como esse, é necessário considerar o caráter vetorial da velocidade, isto é, devemos
definir o vetor velocidade v & em cada instante:
A figura 12 mostra o vetor v & traçado em diversos instantes do movimento de uma formiga.
TSEKHMISTER/SHUTTERSTOCK
v &3
v &4
v &2
v &1
v2
Fig. 12 – A velocidade instantânea é representada, em cada ponto da trajetória, por um vetor tangente a ela.
v1 5 v2
Observe que, conhecendo o vetor v & em um dado instante, conhecemos o valor da velocidade
v1 v1 Þ v2
aC instantânea, a direção do movimento neste instante e o sentido instantâneo do movimento.
aC Aceleração centrípeta
Consideremos uma partícula descrevendo uma trajetória curva, de modo que o valor (módulo)
de sua velocidade permaneça constante (fig. 13). Embora o módulo da velocidade seja constante, a
Fig. 13 – Quando a direção da
velocidade varia, existe uma direção do vetor v & está variando (a direção da tangente à curva varia). Quando o módulo da veloci-
aceleração centrípeta. dade varia, existe uma aceleração que caracteriza esta variação. Do mesmo modo, quando a direção
Sempre que variar a direção do vetor velocidade de um corpo, esse corpo possuirá uma ace-
leração centrípeta.
Sempre que variar o módulo do vetor velocidade de um corpo, esse corpo possuirá uma
aceleração tangencial.
FRITZ POLKING/FRANK LANE PICTURE AGENCY/CORBIS/LATINSTOCK
ac&
FRENTE B
FÍSICA
9 Em cada uma das figuras deste exercício, temos a trajetória movimento é acelerado, o módulo de v & está variando. Logo, |at& | Þ 0.
de uma partícula que se desloca de A para B. Desenhe o vetor c) I. sim; II. não. A trajetória é curva, isto é, a direção de v &
velocidade da partícula nos pontos A e B, supondo que: está variando. Logo, |a c& | Þ 0. Como o movimento é uniforme,
a) o movimento é uniforme; o módulo de v & não varia. Logo, |at& | = 0.
d) I. sim; II. sim. A trajetória é curva. Logo, |a c& | Þ 0. Como o
A vAvA B vBvB módulo de v & varia, temos também |at& | Þ 0.
vA A vvB B
B acelerado; v
b) o movimento
A é uniformemente
vBvB
A A vvA A vA B vvB B
vAvA vB
A
vA
B
vB 11 (Udesc-SC) Considere o looping mostrado na figura, consti-
Como o movimento é retilíneo uniformemente acelerado, tere- tuído por um trilho inclinado seguido de um círculo. Quando
B
mos v A& e v B& na direçãovAda trajetória, sendo que
v vB . vA.
vvB B B uma pequena esfera é abandonada no trecho inclinado do
A vA B vB
trilho, a partir de determinada altura, percorrerá toda a traje-
c) o movimento
A A é uniforme; B vBvB
vvvA A
A
B
vBvB tória curva do trilho, sempre em contato com ele.
vA
vAvA B vB
vB
A B
vA
vA vB vB
A vA
A vA vvB B
B
B
vvA A
vB vB
A vB
vB
A vAv
Como a trajetória A v é curva e o movimento é uniforme, os vetores
A B
v A& e v B& são tangentes à trajetória em A e B, sendo que vA 5 vB.
vA Sendo v a velocidade instantânea e a a aceleração centrípeta
d) o movimento é uniformemente acelerado. da esfera, o esquema que melhor representa estes dois veto-
A B vB
res no ponto mais alto da trajetória no interior do círculo é: a
vB
a) v
vA
vA
A No ponto mais alto da trajetória tere-
a mos a velocidade tangencial da bolinha
apontando para a esquerda (direção do
b) a
movimento) e a aceleração centrípeta
voltada para o centro e apontando para
Ainda neste caso, v A& e v B& são tangentes à trajetória, mas deve- baixo.
mos ter vB . vA.
v
2 (Mack-SP) Um avião, após deslocar-se 120 km para nordeste A operação vetorial A& – B& está mais bem representada pelo
(NE), desloca-se 160 km para sudeste (SE). Sendo um quarto segmento orientado de reta em:
de hora o tempo total dessa viagem, o módulo da velocidade a) c)
vetorial média do avião, nesse tempo, foi de:
a) 320 km/h d) 640 km/h
b) 480 km/h e) 800 km/h b) d)
c) 540 km/h
B C
A B
FRENTE B
Se um automóvel percorrer toda a pista com velocidade es-
calar constante, o módulo da sua aceleração será:
Sabendo-se que cada divisão da trajetória corresponde a a) nulo em todos os trechos.
FÍSICA
1 m, o deslocamento resultante da partícula foi de: b) constante, não nulo, em todos os trechos.
a) 43 m d) 5 m c) constante, não nulo, nos trechos AB e CD.
b) 10 m e) 4 m d) constante, não nulo, apenas no trecho BC.
c) 7 m e) variável apenas no trecho BC.
Objetivos: Dizemos que uma partícula está em movimento circular quando sua trajetória é uma circun-
ferência. Se, além disso, o valor da velocidade permanecer constante, o movimento é denominado
c Aplicar o modelo de
circular uniforme. Nesse movimento, o vetor velocidade tem módulo constante, mas a direção
movimento circular
uniforme em situações
desse vetor varia continuamente.
reais. O ciclismo é um esporte muito comum de ser praticado, e há mais de uma modalidade, sendo
as principais a mountain bike (provas disputadas numa pista de terra com vários tipos de irregula-
c Utilizar o conceito ridades), o BMX (ou bicicross, praticado tanto em corrida na terra como em freestyle, que utiliza-se
de composição de piscinas e skateparks para fazer diversos tipos de manobras), as competições de estrada (longas
de velocidades distâncias no asfalto, com provas de resistência e contra o relógio) e as competições de pista (que se
na resolução de
ramificam em vários tipos de provas).
problemas.
Nas competições de pista, as bicicletas não costumam ter freios e a inclinação das pistas de
competição pode chegar a 42°, com os atletas realizando curvas em alta velocidade.
TAXI/GETTY IMAGES
FRENTE B
FÍSICA
distância percorrida
v5
v tempo gasto no percurso
FREQUÊNCIA
Suponha que, observando a pedra da figura 1 em um movimento de rotação uniforme, verifi-
cássemos que a partícula efetua 30 voltas completas em um tempo igual a 10 s. A frequência, ƒ, desse
movimento é, por definição, o quociente entre o número de voltas e o tempo gasto para efetuá-las.
Logo, a frequência da pedra será:
ƒ 5 30 voltas 5 3 voltas/s
10 s
Observe que esse resultado significa que a pedra efetuou 3,0 voltas em cada 1 segundo. A unidade
BIOGRAFIA de frequência, 1 volta/s, é denominada 1 hertz, em homenagem ao cientista alemão Heinrich Hertz.
Heinrich Rudolf Hertz (1857- Portanto, podemos destacar que a frequência ƒ de um movimento circular uniforme é definida por:
-1894) foi responsável por de-
terminar a velocidade da pro- no de voltas efetuadas
pagação das ondas, e suas ex- ƒ5
tempo gasto para efetuá-las
periências contribuíram para o
desenvolvimento das técnicas de
radiotransmissão.
O resultado representa o número de voltas que o corpo executa por unidade de tempo.
Observação: O conceito de frequência pode ser aplicado em outros tipos de movimentos –
alguns serão vistos em Física Ondulatória.
Como o período é o tempo T no qual é efetuada 1 volta, e a frequência é o número de voltas
S E
O TO/ G ET T Y I M A G
T }} 1 volta
1 unidade de tempo }} ƒ voltas
ERF
Tƒ 5 1; logo:
PP
PO
ƒ 5 1 ou T 5 1
T ƒ
Consideremos uma partícula em movimento circular, passando pela posição P1 (fig. 2). Após um
P2
intervalo de tempo Δt, a partícula estará passando pela posição P2. Nesse intervalo de tempo Δt, o P1
raio que acompanha a partícula em seu movimento descreve um ângulo Δu.
A relação entre o ângulo descrito pela partícula e o intervalo de tempo gasto para descrevê-lo é de- v&
R
R Δu
nominada velocidade angular da partícula. Representando a velocidade angular por v (letra grega ômega
minúscula), temos que:
v 5 ∆u
∆t
v 5 vR
Essa equação nos permite calcular a velocidade linear v quando conhecemos a velocidade angular
v e o raio R da trajetória. Observe que ela só é válida se a unidade de medida dos ângulos for o radiano. FRENTE B
ACELERAÇÃO CENTRÍPETA
No movimento circular uniforme, o módulo da velocidade da partícula permanece constante
FÍSICA
e a partícula não possui aceleração tangencial. Entretanto, como a direção do vetor velocidade varia
continuamente, a partícula possui uma aceleração centrípeta ac& . Na figura 3, estão representados os
vetores v & e ac& em quatro posições diferentes da partícula. O vetor ac& tem a direção do raio e aponta
sempre para o centro da circunferência.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 Uma barra gira, com movimento uniforme, em torno de um Portanto, todos os pontos da barra estão girando com um
eixo que passa pelo ponto O (ver figura), efetuando duas rota- período T 5 0,50 s.
ções por segundo. Para os pontos A e B da barra, situados às b) Sabemos que v 5 2p . Como A e B possuem o mesmo
distâncias RA 5 2,0 m e RB 5 3,0 m do eixo de rotação, calcule: T
período, terão também a mesma velocidade angular (am-
vB&
bos descrevem o mesmo ângulo de 2p rad no mesmo
B
tempo de 0,50 s). Logo:
A
vA&
v A 5 vB 5 2p 5 4p rrad/s
0,5
O
v c) Os pontos A e B percorrem distâncias diferentes em um
mesmo intervalo de tempo. Portanto, embora possuam a
mesma velocidade angular, eles têm velocidades lineares
diferentes. Como v 5 vR, teremos:
vA 5 vA RA 5 4p ? 2,0 ou vA . 25 m/s
vB 5 vB RB 5 4p ? 3,0 ou vB . 38 m/s
a) o período de rotação de cada um;
Assim, a velocidade linear de B é maior do que a de A.
b) as velocidades angulares vA e vB;
2
c) as velocidades lineares vA e vB;
d) A aceleração centrípeta é dada por ac 5 v . Logo:
d) as acelerações centrípetas acA e acB. R
RESOLUÇÃO: v2A 2
acA 5 5 25 ⇒ acA . 33,1 ? 102 m/
m/ss2
a) Cada ponto da barra executa um movimento circular uni- RA 2,0
forme em torno de O, sendo o período de rotação o mes-
mo para todos esses pontos. Como a barra efetua 2 rota- v 2B 2
acB 5 5 38 ⇒ acB . 44,8 ? 102 m/
m/ss2
ções por segundo, para efetuar 1 volta ela gastará 0,50 s. RB 3,0
1 (UEM-PR) Sobre o movimento circular uniforme, assinale o 3 (PUC-RJ) A Lua leva 28 dias para dar uma volta completa ao
que for certo. redor da Terra. Aproximando a órbita como circular, sua dis-
(01) Período é o intervalo de tempo que um móvel gasta tância ao centro da Terra é de cerca de 380 mil kilometros.
para efetuar uma volta completa. A velocidade aproximada da Lua, em km/s, é: e
(02) A frequência de rotação é dada pelo número de voltas a) 13
que um móvel efetua por unidade de tempo. b) 0,16
(04) A distância que um móvel em movimento circular uni- c) 59
d) 24
forme percorre ao efetuar uma volta completa é direta-
e) 1,0
mente proporcional ao raio de sua trajetória. 28 dias 5 28 ? 24 ? 3 600 s
(08) Quando um móvel efetua um movimento circular uni- v5
∆S
forme, sobre ele atua uma força centrípeta, a qual é res- ∆t
a) 9 m/s b) Qual das duas polias está girando mais rapidamente? Jus-
b) 15 m/s tifique sua resposta.
c) 18 m/s A polia que estiver girando mais rapidamente possuirá maior
d) 60 m/s velocidade angular. Portanto, embora os pontos da periferia FRENTE B
v 5 vR 5 2pƒR
300 revoluções 300 voltas da polia A possuam menor velocidade linear, ela está girando
ƒ 5 300 rpm 5 5 5 Hz
1minuto 60 s mais rapidamente do que a polia B.
R 5 60 cm 5 0,6 m
FÍSICA
Logo:
v 5 2 ? 3 ? 5 ? 0,6 5 18 m/s
Coroa
Catraca
R2 5 8 cm
R4 5 5 cm
Coroa Catraca
R1 5 5 cm R3 5 2 cm
EXERCÍCIO RESOLVIDO
2 Consideremos um barco cuja velocidade em relação à água, c) Se a velocidade v&B for orientada perpendicularmente à
proporcionada por seu motor, tem módulo vB 5 6,0 m/s. Esse margem (III), com que velocidade o barco se deslocará
barco se movimenta em um rio no qual a velocidade da cor- no rio?
renteza é vC 5 4,0 m/s. A velocidade v & do barco, em relação à
RESOLUÇÃO:
Terra, é dada pela resultante de vB& e vC& . Observe as três situa-
ções mostradas abaixo. a) O barco está animado, simultaneamente, por duas ve-
locidades. Portanto, ele se movimentará em relação à
I. Terra com uma velocidade v,& que é a resultante de vB& e
vC
vC& . Neste caso, vB& e vC& são vetores de mesma direção e
de mesmo sentido.
vB
Portanto:
v 5 vB 1 vC 5 6,0 1 4,0 ⇒ v 5 10 m/s
O valor da velocidade resultante é dado pela soma algé-
II. brica dos módulos de v&B e v&C e, assim, o barco desce o rio
vC
mais rapidamente do que se não existisse a correnteza.
b) Para essa situação, os vetores v&B e v&C têm a mesma dire-
vB
ção e sentidos contrários, e o valor da velocidade resul-
tante será:
v 5 vB 2 vC 5 6,0 2 4,0 ⇒ v 5 2,0 m/s
III. B Em virtude do menor valor da velocidade resultante, o
v barco gastará mais tempo para subir o rio do que para
vB descer.
c) Neste caso, vB& e vC& não possuem a mesma direção. A velo-
cidade resultante v & poderá ser obtida pela regra do para- FRENTE B
lelogramo. Consequentemente, o barco vai se deslocar ao
vC
Trajetória longo da trajetória AB mostrada na figura.
do barco Como vB& é perpendicular a vC& , o módulo da velocidade
FÍSICA
Essa independência de dois movimentos simultâneos e perpendiculares foi proposta por Galileu
Galilei (1564-1642). Deixando um objeto cair verticalmente e, no mesmo instante, lançando hori-
zontalmente um outro objeto, verificou-se que ambos caem simultaneamente, gastando o mesmo
tempo para atingir o solo.
Atualmente, podemos verificar, por meio de fotografias especiais, como a da figura 7, que Galileu
chegou a resultados corretos.
PROFA. DRA. MARISA A. CAVALCANTE/GOPEF/PUC-SP
Fig. 7 – Fotografia
estroboscópica de duas bolas
lançadas simultaneamente
que atingem o solo ao mesmo
tempo. O movimento horizontal
da bola da esquerda não tem
efeito sobre sua aceleração
vertical. Ambas as bolas têm
aceleração constante vertical
de g (. 9,8 m/s2).
A bola da esquerda, em queda livre, tem apenas a velocidade vertical. Já a bola da direita está
animada por dois movimentos perpendiculares, possuindo, além da velocidade vertical de queda,
uma velocidade horizontal decorrente do impulso do lançamento. Como elas gastam o mesmo
tempo para cair, concluiu-se que a velocidade horizontal não influi no movimento de queda da bola
da direita, isto é, as velocidades horizontal e vertical atuam simultaneamente sobre ela, de forma
independente.
5 Um avião está voando com uma velocidade em relação ao 7 Uma pedra se desprende de uma montanha e rola pela en-
ar va 5 200 km/h. Em um dado instante começa a soprar um costa, chegando à beirada de um penhasco com uma veloci-
vento forte, com uma velocidade vv 5 80 km/h, dirigida do dade horizontal v0& (veja a figura deste problema). Em virtude
norte para o sul. Qual será a velocidade do avião em relação desta velocidade inicial, ela vai atingir o solo no ponto P.
à Terra supondo que ele está voando:
a) do norte para o sul?
b) do sul para o norte?
a) A velocidade do avião, va& , e a velocidade do vento, vv& , têm a
mesma direção e o mesmo sentido. O módulo da velocida-
de resultante v & (velocidade em relação à Terra) será, portanto:
v 5 va 1 vv 5 200 1 80 [ v 5 280 km/h v0
b) Como, agora, va& e vv& têm sentidos contrários:
v 5 va 2 vv 5 200 2 80 [ v 5 120 km/h
h
d
6 Suponha que o avião do exercício anterior dirigisse a sua ve- a) Reproduza a figura e faça nela um desenho mostrando o
locidade va& de oeste para leste. aspecto da trajetória que a pedra descreve no ar.
Norte
va A
Leste
Oeste v
vv h
P
d
C
b) Sabendo-se que h 5 20 m e considerando g 5 10 m/s2,
calcule o tempo que a pedra gasta para se deslocar da
D Sul
beirada do penhasco até o solo.
Esse é o mesmo tempo que ele gastaria se caísse em queda
a) Usando uma escala em que 1 cm representa 80 km/h, de-
livre a partir do repouso da altura h.
senhe, na figura desse exercício, os vetores va& e vv& , ambos
com origem no ponto entre as asas do avião. h 5 1 gt 2 ⇒ t 5 2h ⇒ t 5 2 ? 20 [ t 5 2,0 s
2 g 10
b) Desenhe a velocidade resultante do avião e determine
o seu valor, medindo seu comprimento com uma régua
(lembre-se da escala do desenho).
c) Para qual das cidades mostradas na figura (A, B, C ou D)
está se dirigindo o avião?
d) Sabendo-se que o avião está a 430 km dessa cidade, c) Supondo que v0 5 6,0 m/s, calcule a distância d mostrada
quanto tempo ele gastará para alcançá-la? na figura.
a) Como 1 cm representa 80 km/h, o vetor que representa vA& deverá A pedra desloca-se, na horizontal, com uma velocidade FRENTE B
ter 2,5 cm de comprimento e o que representa vv& deverá ter 1 cm. v0 5 6,0 m/s durante um tempo t 5 2,0 s. Logo:
Esses vetores estão representados na figura. d 5 v0 t 5 6,0 ? 2,0 [ d 5 12 m
b) A resultante de va& e vv& é o vetor v & mostrado na figura. Medindo o
seu comprimento com uma régua, encontramos 2,7 cm. Então,
FÍSICA
Dt 5 DS 5 430 [ Dt . 2 h
v 216 Vetores e movimento curvilíneo 27
8 (UFTM-MG) Boleadeira é o nome de um aparato composto de Desprezando-se a resistência imposta pelo ar e consideran-
três esferas unidas por três cordas inextensíveis e de mesmo do que o conjunto seja lançado com velocidade v & (do ponto
comprimento, presas entre si por uma das pontas. O compri- de junção das cordas em relação ao solo) de módulo 4 m/s,
mento de cada corda é 0,5 m e o conjunto é colocado em movi- pode-se afirmar que o módulo da velocidade resultante da
mento circular uniforme, na horizontal, com velocidade angular esfera A no momento indicado na figura, também em rela-
v de 6 rad/s, em disposição simétrica, conforme figura. ção ao solo, é, em m/s, e
a) 3
b) 4
c) 5
d) 6
e) 7
v Há composição de dois movimentos: translacional e rotacional.
v A velocidade da esfera segundo o movimento rotacional é dada por:
vrot 5 v ? R ⇒ vrot 5 6 ? 0,5 ⇒ vrot 5 3 m/s
Pela figura, conclui-se que a velocidade de rotação de A no momento
do lançamento tem mesma direção e mesmo sentido de v.& Logo,
a velocidade resultante (composição dos dois movimentos) é dada
por:
vR 5 vrot 1 | v &| ⇒ vR 5 3 1 4 ⇒ vR 5 7 m/s
A
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. TAREFA PARA CASA: Para praticar: 6 e 7 Para aprimorar: 6 a 8
As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR
utiliza uma serra de fita que possui três polias e um motor. O 7 (ESPCEX-SP) Um bote de assalto deve atravessar um rio de
equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, largura igual a 800 m, numa trajetória perpendicular a sua
P e Q. Por questão de segurança, é necessário que a serra margem, num intervalo de tempo de 1 minuto e 40 segun-
possua menor velocidade linear. dos, com velocidade constante. Considerando o bote como
y
A B
vM&
X 5 20
5,0 m Y 5 10
ANOTAÇÕES
FÍSICA
1. (UEG-GO) Considerando que os vetores A&, B& e C& satisfa- 4. (Mack-SP) Num relógio convencional, às 3 h pontualmen-
zem à equação vetorial A& 1 B& 5 C& e seus módulos estão te vemos que o ângulo formado entre o ponteiro dos
relacionados pela equação escalar A 1 B 5 C, responda minutos e o das horas mede 90°. A partir desse instante,
ao que se pede. o menor intervalo de tempo necessário para que esses
a) Como está orientado o vetor A em relação ao vetor B? ponteiros fiquem exatamente um sobre o outro é:
Justifique o seu raciocínio. a) 15 min c) 180 min e) 17,5 min
b) Considere agora que a relação entre os seus módulos 11
seja dada por A2 1 B2 5 C2. Qual seria a nova orienta- b) 16 min d) 360 min
ção do vetor B em relação ao vetor A? Justifique seu 21
raciocínio. 5. (Ufal) De dentro de um automóvel em movimento reti-
líneo uniforme, numa estrada horizontal, um estudante
2. (AFA-SP – Adaptada) Os vetores A& e B& na figura abaixo re-
olha pela janela lateral e observa a chuva caindo, fazendo
presentam, respectivamente, a velocidade do vento e a um ângulo (u) com a direção vertical, com sen u 5 0,8 e
velocidade de um avião em pleno voo, ambas medidas cos u 5 0,6. Para uma pessoa parada na estrada, a chuva
em relação ao vento. Sabendo-se que o movimento resul- cai verticalmente, com velocidade constante de módulo v.
tante do avião acontece em uma direção perpendicular à Se o velocímetro do automóvel marca 80,0 km/h, pode-se
direção da velocidade do vento, tem-se que o cosseno do concluir que o valor de v é igual a:
ângulo entre os vetores velocidades A& e B& vale:
A
a) 48,0 km/h c) 64,0 km/h e) 106,7 km/h
| |
a) 2 B& b) 60,0 km/h d) 80 km/h
| A&| θ
6. (UFMS) Seja um rio sem curvas e de escoamento sereno sem
| |
b) 2 A& turbulências, de largura constante igual a L. Considere o es-
| B&| B coamento representado por vetores velocidades paralelos
às margens e que cresce uniformemente com a distância
c) 2| A&| ? | B&|
da margem, atingindo o valor máximo vmáx no meio do rio.
d) | A&| ? | B&| A partir daí a velocidade de escoamento diminui uniforme-
mente atingindo o valor nulo nas margens. Isso acontece
porque o atrito de escoamento é mais intenso próximo às
3. (IFPE) Qual é o cosseno do ângulo formado pelos vetores margens. Um pescador, na tentativa de atravessar esse rio,
A& 5 4 ? i & 1 3 e B& 5 21 ? i & 1 1 ? j, em que i & e j& são ve- parte da margem inferior no ponto O com um barco dire-
tores unitários? cionado perpendicularmente às margens e com velocidade
constante em relação à água, e igual a u. As linhas tracejadas,
nas figuras, representam possíveis trajetórias descritas pelo
j barco ao atravessar o rio saindo do ponto O e chegando ao
i
ponto P na margem superior. Com fundamentos nos con-
ceitos da Cinemática, assinale a alternativa correta.
Fig. A P Fig. B P
A
vmáx L vmáx L
B
O O
Fig. C P Fig. D P
a) 2 2 c) 2 e) 0
10 10 vmáx vmáx
L L
b) 2 10 d) 10
2 2 O O
lápis um rápido movimento de xas para o funcionário 2, que se encontra no solo para
rotação. O lápis gira, mantendo pegá-las. Se cada caixa é arremessada a uma velocidade
seu eixo fixo na direção vertical, de 8,0 m/s, da base do caminhão, deve ficar o funcionário
como mostra a figura. 2 a uma distância de:
60 cm, respectivamente, são conectados por uma correia sivamente, por um dos orifícios
inextensível e giram em movimento circular uniforme. Se inferiores (P1, P2, P3, P4) confor- ω
me ilustrado ao lado. H
a correia não desliza sobre os discos, a razão v1/v2 entre
as velocidades angulares dos discos vale: Os orifícios superiores e infe-
riores mantêm-se alinhados, e
P4
o sistema gira com velocidade P1 P3
Correia
P2
angular constante v.
Desprezando a resistência do ar e considerando que a es-
fera é liberada do repouso, calcule a altura máxima h para
que a esfera atravesse o dispositivo.
Disco 1 Disco 2 25. (Uerj) Um ciclista pedala uma bicicleta em trajetória cir-
cular de modo que as direções dos deslocamentos das
a) 1/3 d) 3/2 rodas mantêm sempre um ângulo de 60°. O diâmetro da
b) 2/3 e) 3 roda traseira dessa bicicleta é igual à metade do diâmetro
c) 1 de sua roda dianteira.
O esquema a seguir mostra a bicicleta vista de cima em
BLICKWINKEL/ALAMY/GLOW IMAGES
R
S
B
I
ANOTAÇÕES
Considerando a quantidade
de 72 pessoas, elas poderiam
se transportar em 72 bicicletas
ocupando um espaço
aproximado de 90 m2; enquanto
que, de carro, considerando
uma média de ocupação de
1,2 pessoa por carro, seriam
necessários 60 carros, resultando
num espaço aproximado de
1 000 m2.
Muitas foram as tentativas de criar uma máquina que se movi- ordenada e planejada, transformando-se até em política de desenvol-
mentasse sem a necessidade do uso da força animal, como é o caso vimento econômico e social – algo que se verifica até hoje.
da carroça, ou humana, que é o caso da bicicleta. A invenção do au- Em alguns países ou regiões, principalmente nos Países Baixos
tomóvel movido a gasolina feita pelo alemão Karl Benz (1844-1929), (Holanda) e Nórdicos, a política de transportes reconhece definitiva-
e seu consequente estágio de produção industrial e popularização mente a importância da bicicleta não só como modo de transporte e
como transporte de massa, passando pelo modelo Ford Model T, uso inteligente do espaço, mas como elemento de desenvolvimento
lançado em 1908 – um marco no início da produção em grande social equilibrado e autossustentável.
escala do carro, com técnicas de produção tiradas da experiência na Com base em: <www.escoladebicicleta.com.br/historiadabicicleta.html>.
Acesso em: 22 set. 2014.
fabricação de bicicletas –, em pouco tempo transformou a história
da mobilidade humana completamente, tanto pela comodidade Considere dois turistas em Amsterdã que querem chegar a um
quanto por sua rapidez. mesmo destino numa hora de tráfego intenso no centro da ci-
Na virada do século XIX para o XX, os Estados Unidos é um dade: Alessandro pega um táxi, enquanto Guilherme se utiliza de
país em construção e tem muito espaço para novidades como uma das ciclovias para se locomover. A roda da bicicleta tem 56 cm
o automóvel. Já a Europa e suas cidades seculares, com suas ruas de diâmetro, enquanto o diâmetro da roda do carro tem 65 cm.
estreitas, tentam conter o crescimento desenfreado do uso do Considerando p 5 3, que o trajeto completo tem 24 km e que a
automóvel, pois são mais propícias a andar a pé ou de bicicleta. velocidade dos dois foi constante no trajeto (vbicicleta 5 28,8 km/h;
Na maioria das grandes cidades europeias, o sistema de transporte vtáxi 5 16,2 km/h), assinale a alternativa correta: e
de massa é eficiente, o que faz do automóvel praticamente desne-
a) A roda do táxi deu mais voltas que a roda da bicicleta.
cessário. Mesmo assim o automóvel cresce.
A situação dos países europeus se complica após o término das b) A velocidade angular da bicicleta é maior que a do táxi.
duas Guerras Mundiais, que deixam os países empobrecidos e volta- c) A velocidade angular do táxi é quase o triplo da velocidade
dos a prioridades emergenciais. As economias precisam ser recons- angular da bicicleta.
truídas praticamente a partir do zero e qualquer gasto desnecessário d) A roda da bicicleta deu o dobro do números de voltas da-
é evitado por um bom período de tempo. Todas políticas de redução das pela roda do táxi.
de custos, racionalização do uso do espaço urbano e de transporte de e) A velocidade angular da bicicleta é quase metade da velo-
massa auxiliam na posição do uso da bicicleta, que passa então a ser cidade angular do táxi.
39
QUADRO DE IDEIAS
v 5 2pR
Todos os direitos reservados por SOMOS Educação S.A.
Avenida das Nações Unidas, 7221
T Pinheiros – São Paulo – SP
ω 5 2p
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(0xx11) 4383-8000
T
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v 5 ωR Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Vários autores.
16-08187 CDD-373.19
2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18310 4 (PR)
2ª edição
1ª impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação
Martha Reis
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
1 O que a Química estuda? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Mudanças de estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
3 Estudo gráfico das mudanças de estado . . . . . . . . . 24
4 Propriedades físicas da matéria . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5 Fases de um material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
6 Outras propriedades da matéria . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7 Laboratório de Química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
8 Separação de misturas heterogêneas . . . . . . . . . . . 70
9 Separação de misturas homogêneas . . . . . . . . . . . . 82
2137676 (AL)
MÓDULO
Transformações
químicas
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
Fig. 3 – Como é fabricado o plástico? Fig. 4 – Como se faz o queijo? Fig. 5 – Como são feitos objetos de vidro?
4 Transformações químicas
INDÍCIOS DE TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
Mudança de cor
A mudança de cor de um material ou de um sistema em estudo é um indício de que ocorreu
uma transformação química.
Exemplos:
O amadurecimento de uma fruta, como a banana.
ISARESCHEEWIN/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
AARROWS/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Fig. 8 – Frutas embrulhadas em jornal
para acelerar o amadurecimento.
clorofila:
O etileno é responsável
ainda por quebrar as molé-
culas de clorofila presentes
na casca do fruto, que lhe
confere a cor verde. Após FRENTE A
essa reação, dependendo
do fruto, a coloração fica
avermelhada ou amarelada.
QUÍMICA
Transformações químicas 5
Formação de um sólido
A formação de um sólido em um sistema é um indício de que ocorreu uma transformação
química.
Exemplos:
A resina que escorre da casca da seringueira é líquida, mas em contato com o oxigênio do ar en-
durece, formando um sólido, como mostram as figuras a seguir:
ILOVEZION/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Quando se assopra em um copo contendo água de cal (solução de hidróxido de cálcio dissolvido
em água), inicialmente transparente, o líquido fica branco e, com o tempo, um sólido também
branco se acumula no fundo do copo (precipita).
O gás carbônico, que é liberado na respiração, turva de branco a água de cal por causa da for-
mação de carbonato de cálcio, insolúvel em água.
Uma curiosidade a respeito dessa reação química tem a ver com o fato de muitas pessoas afir-
marem que as casas recém-caiadas possuem um ar mais fresco e agradável. Por que isso acontece?
Para preparar a cal, o pintor dissolve o óxido de cálcio na água, operação que deve ser feita com
muito cuidado porque libera grande quantidade de energia. Essa mistura forma o hidróxido de cálcio,
que é então utilizado para caiar as paredes.
O hidróxido de cálcio distribuído nas paredes absorve o gás carbônico do ar para formar car-
bonato de cálcio, um sólido branco e insolúvel que adere à superfície. Assim, o ar desse ambiente
fica de fato mais “puro”.
FOTOS: SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA
6 Transformações químicas
Formação de um gás
CORDELIA MOLLOY/SP/LATINSTOCK
A formação de um gás em um sistema em estudo é um indício de que ocorreu uma transfor-
mação química.
Exemplos:
Sabe-se que um ovo está estragado quando é colocado em um recipiente com água e ele boia,
B
pois no processo de decomposição do ovo há formação de um gás que diminui sua densidade e
o faz flutuar.
Um comprimido efervescente se dissolve na água liberando um gás, o gás carbônico.
A
JIRI HERA/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
DEYMOS PHOTO/
SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Fig. 17 – A. Ovo fresco, em bom
estado para consumo. B. Ovo já em
decomposição.
Outro exemplo é a decomposição da água oxigenada (peróxido de oxigênio) em água e gás oxi-
gênio, que ocorre na presença de um pedaço de batata crua.
A batata crua possui uma enzima denominada catalase, que acelera a decomposição do peró-
xido de hidrogênio. O gás efervescente no frasco é o oxigênio.
SPL/LATINSTOCK
FRENTE A
Pensamento Crítico
aprofunde-se no assunto.
Transformações químicas 7
QUÍMICA E POLUIÇÃO
Muitas transformações químicas são naturais, isto é, ocorrem sem que o ser humano tenha
de interferir, como a digestão de um alimento em nosso corpo, o amadurecimento de uma fruta
na árvore, a decomposição de um organismo morto, a formação de petróleo ou o crescimento de
um cristal em uma caverna.
Outras transformações só ocorrem com a interferência do ser humano, como a produção de
plásticos, fibras têxteis, papéis, tintas, aço e tantos outros materiais incorporados ao nosso dia a dia.
Em geral, há vários caminhos possíveis para obter determinada transformação química. His-
toricamente, devido à necessidade básica (e sempre urgente) de suprir o mercado com produtos
essenciais para o progresso social e tecnológico, foram escolhidos alguns caminhos errados. Por
exemplo, desprezou-se durante muito tempo a questão ambiental.
Produtos altamente tóxicos, de alto consumo energético, de pequena durabilidade ou não
Portal biodegradáveis após o uso foram, e continuam sendo, amplamente introduzidos no mercado
SESI
Educação www.sesieducacao.com.br (como os plásticos – materiais produzidos e descartados rapidamente, mas persistentes no ambien-
te –, os combustíveis fósseis e os pesticidas). Além disso, ainda são comuns atitudes imediatistas
Acesse o portal e explore o con- e condenáveis, como o despejo de esgoto sem tratamento em rios e oceanos, o despejo de lixo
teúdo Os principais produtos diretamente sobre o solo sem nenhum manejo de proteção ambiental (os lixões), a fabricação de
recicláveis. minas terrestres e armas químicas, etc.
Fig. 19 – Descaso humano. A ingestão de plástico pode provocar a morte de animais por sufocamento.
Atualmente já existe uma conscientização maior sobre questões ambientais. Muitas pessoas ques-
tionam as opções que podem trazer danos ao ambiente. A reciclagem já é uma realidade em muitas
escolas, residências e estabelecimentos comerciais, além de significar um meio de vida para uma parcela
significativa da população. Muitas indústrias já estão implantando o conceito de Química Verde –
usando processos químicos que eliminam ou minimizam, por exemplo, a produção de rejeitos –, vários
centros de pesquisas estão propondo alternativas viáveis para a substituição de combustíveis fósseis.
No futuro, a Química poderá suprir o mercado com os bens materiais de que a sociedade ne-
cessita para uma vida mais confortável e saudável, diminuindo as desigualdades socioeconômicas e
minimizando as agressões ao meio ambiente. Mas para isso é preciso que as pessoas tenham acesso
à informação, que haja conscientização por meio da educação e que os caminhos escolhidos para
atingir esses objetivos sejam mais responsáveis e menos imediatistas.
8 Transformações químicas
OD
UA
IMA
G ES
/SH
UTT
Produtos “sem química”
ERS
TOC
As pessoas geralmente fazem muita confusão em torno do significado e do papel
K
/GL
da Química em nossas vidas; isso inclui os meios de comunicação de massa, que muitas
OW
vezes tratam o assunto de maneira contraditória.
IMA
G ES
Ao mesmo tempo que o noticiário alardeia os avanços da Química na Medicina ou na
indústria automobilística, acenando com a promessa de um futuro melhor, a propaganda
procura provar a qualidade de certos cosméticos, remédios e alimentos com o aviso: “isento
de substâncias químicas”.
E os inventores contam que ele pode chegar aos supermercados britânicos dentro
de um ano.
Disponível em: <www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2012/12/
121225_roupas_poluicao_fn.shtml>. Acesso em: 6 set. 2014.
Transformações químicas 9
EXERCÍCIO RESOLVIDO
PARA CONSTRUIR
1 (Mack-SP – Adaptada) Certas propagandas recomendam 2 (UFG-GO – Adaptada) A Química está presente em nosso coti-
determinados produtos, destacando que são saudáveis por diano sob as mais variadas maneiras. Ela está presente nos me-
serem naturais, isentos de química. Um aluno atento percebe dicamentos, no processamento e na conservação de alimen-
que essa afirmação é . Justifique sua resposta. d tos, no preparo de uma refeição, nos fertilizantes agrícolas, etc.
a) verdadeira, pois o produto é dito natural porque não é for- A alternativa que apresenta um fenômeno químico é
mado por substâncias químicas. . Justifique sua resposta. d
b) falsa, pois as substâncias químicas são sempre benéficas. a) derretimento ou fusão de banha (gordura).
c) verdadeira, pois a Química só estuda materiais artificiais. b) fragmentação de uma pedra de cloreto de sódio (sal de
d) enganosa, pois confunde o leitor, levando-o a crer que cozinha).
“química” significa não saudável, artificial. c) dissolução de açúcar em água.
e) verdadeira, somente se o produto oferecido não contiver d) queima de um cigarro.
água. e) evaporação da gasolina.
A propaganda é enganosa, pois ignora que as transformações da a) A fusão da banha, ou seja, a passagem da banha do estado sólido
matéria podem ser naturais e, mesmo aquelas que são produzidas para o estado líquido é uma transformação física.
em laboratório, podem ser benéficas para a sociedade, como no caso b) A fragmentação de uma pedra é uma transformação física, pois a
do sabão em pó que faz a roupa absorver a poluição do ar (veja artigo sua constituição (cloreto de sódio) se mantém inalterada.
da página 9). c) A dissolução do açúcar em água é um fenômeno físico: não há
transformação da matéria, tanto que é possível separar o açúcar da
água novamente utilizando técnicas de laboratório.
d) A queima do cigarro é uma transformação química.
e) A evaporação da gasolina, ou seja, a passagem da gasolina do
estado líquido para o estado gasoso, é um fenômeno físico.
10 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
Transformações químicas 11
CAPÍTULO
2 Mudanças de estado
Objetivos:
O GIGANTE ACORDOU
c Reconhecer que o [...] Será que o “gigante pela própria natureza” resolveu levantar-se do “berço esplêndi-
aprendizado de Química do” em que jazia “eternamente”?
é importante em nosso
[...] O povo, sobretudo os jovens, cansou-se de ouvir falar em corrupção, impu-
dia a dia.
nidade, falta de reforma política, povo que continua pobre na “5 a economia do mun-
c Recordar as do”… Quem disse que os jovens só querem navegar na “rede” e trocar mensagens ci-
características dos fradas, mantendo-se alienados da realidade que os cerca, estava bem equivocado. De
estados da matéria. um momento a outro, a indignação explodiu e se derramou de maneira ruidosa pelas
ruas. Sem saber bem verbalizar a insatisfação que experimentam, adolescentes e jovens
c Aprofundar os
dizem, simplesmente: “não dá mais; temos que fazer alguma coisa; vamos mudar o
conhecimentos sobre as
mudanças de estado da
Brasil”… […]
SCHERER, Odilo P. CNBB, 24 jul. 2013. Disponível em: <www.cnbb.org.br/articulistas/cardeal-odilo-pedro-
matéria. scherer/12254-o-gigante-acordou-o-que-querem-os-manifestantes>. Acesso em: 12 ago. 2014.
EDUARDO KNAPP/FOLHAPRESS
Fig. 1 – Manifestantes
protestando contra o
aumento da passagem
de ônibus na Avenida
Paulista, em São Paulo,
junho de 2013.
Sabendo que agora será iniciado o estudo de Química no Ensino Médio, como você acha
que esse estudo poderia lhe trazer os conhecimentos necessários para ajudar a mudar o Brasil?
12 Transformações químicas
APRENDER QUÍMICA HOJE
O que você vai aprender nas aulas de Química?
Muita gente pensa que “aprender Química” é ficar observando o professor misturar líquidos
coloridos e fumegantes, na expectativa de que ocorra (ou não) uma explosão, para em seguida
ouvi-lo discorrer monotonamente sobre o “fenômeno” citando fórmulas e nomes impronun-
ciáveis, que é preciso decorar para passar no vestibular.
Esse é um exemplo clássico de estereótipo. Aprender Química não é nada disso. É verda-
GLOSSÁRIO
de que em determinados momentos vamos utilizar fórmulas para expressar fenômenos e que Estereótipo:
alguns nomes a princípio podem parecer impronunciáveis, mas o foco não é esse, o foco é a ideia preconcebida de algo. É um fator
atitude, a consciência, o despertar. limitante e motivador de preconceito.
O que queremos para nossa vida, nosso futuro, nosso país? Em que sociedade queremos
viver? Que notícias nós queremos ler nos jornais?
Sair às ruas pedindo mudanças é importante, mas é preciso saber o que pedir e o que exigir.
Ter consciência do que pode ser mudado a curto, médio e longo prazo, qual a relação
custo/benefício de cada mudança e, principalmente, saber qual é o papel de cada um para que
essas mudanças se concretizem exige conhecimento e educação, inclusive em Química.
Queremos energia limpa! Quais opções temos? O que pode ser melhor em cada situação?
Devemos desenvolver tecnologia ou importá-la? Qual o custo da extração da matéria-prima e
de seu beneficiamento em termos ambientais e sociais?
Queremos “acabar com a poluição”! Mas estamos dispostos a mudar nossos hábitos e valo-
res? A consumir com critério? A acompanhar o destino do nosso lixo? A não comprar produtos
de empresas que agridem o meio ambiente ou que explorem a mão de obra, burlando a lei e
ferindo a dignidade humana?
PRESSMASTER/SHUTTERSTOCK
transporte público e cobrar qualidade desse transporte das autoridades? BUENO, Chris. 360 Graus,
1o maio 2012. Disponível
Toda mudança exige esforço e comprometimento. O melhor caminho para mudar nosso país em: <http://360graus.terra.
é o conhecimento, a educação de qualidade e a cidadania participativa. com.br/ecologia/default.
asp?did=27177&action=geral>.
Todos querem o fim da corrupção, a participação nas decisões políticas, o respeito ao meio Acesso em: 12 ago. 2012.
ambiente, uma sociedade justa e igualitária e é preciso trabalhar para conseguir o que queremos.
Transformações químicas 13
ESTADOS DE AGREGAÇÃO DA MATÉRIA
Certamente você já sabe que a matéria pode se apresentar em três estados de agregação:
sólido, líquido e gasoso. Um exemplo que vemos constantemente em nossas casas é o da água.
Sabemos que se a água líquida for levada para o congelador, ela vai passar para o estado sólido
(gelo). Sabemos também que se aquecermos continuamente a água líquida ocorrerá a formação
de vapor que se espalhará por todo o ambiente.
Essas observações podem ser repetidas com praticamente todos os materiais em laboratório
sob condições controladas.
Também é fácil constatar que toda matéria, como a água, pode ser dividida em partes meno-
res, em qualquer estado de agregação. Por exemplo, no estado líquido, a água pode ser dividida em
gotas de vários tamanhos; no estado sólido, pode ser esmigalhada em pedaços muito pequenos
ou em minúsculos cristais, como a neve.
Essas partes podem ainda ser cada vez menores, até que não possam ser vistas a olho nu.
Isso nos faz pensar que:
Toda espécie de matéria pode ser separada em pequenas partes que, unidas, formam um
todo, qualquer que seja a fase de agregação.
Para simplificar a linguagem utilizada, vamos chamar de “partícula” essas pequenas partes em
que toda matéria pode ser dividida.
PHOTOSOFT/SHUTTERSTOCK
STAVKLEM/SHUTTERSTOCK
TEREKHOV IGOR/SHUTTERSTOCK
Fig. 3 – Lascas de gelo (água sólida). Fig. 4 – Gotas de água líquida. Fig. 5 – Representação típica do vapor de água
(na verdade, não é visível).
O grau de organização das partículas que formam a matéria varia desde organizado (estado
sólido), passando por um grau de organização intermediário (estado líquido) até um alto grau de
Roteiro de Estudos desorganização (estado de vapor ou gasoso).
O que determina o grau de organização das partículas da matéria é a energia cinética (ener-
Acesse o Material Comple-
gia do movimento) que elas possuem, que varia conforme a temperatura e a pressão a que estão
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto. submetidas.
Quanto menor o movimento, maior a organização das partículas, e vice-versa.
14 Transformações químicas
/S H U T TE R S T O
Características dos estados da matéria AK
AR
OV CK
M
O estado sólido apresenta forma e volume próprios e as partícu-
DR
AN
las que o constituem possuem a menor energia cinética.
ALEX
O estado líquido possui forma variável e volume próprio.
Por exemplo, 1 litro de água (volume) é sempre 1 litro de água nas
mesmas condições de pressão e temperatura, mas a forma que
esse volume de água irá adquirir depende da forma do recipiente
em que for colocado.
No estado líquido as partículas possuem maior energia cinética
que no estado sólido e menor que no estado de vapor ou gasoso.
O estado de vapor ou gasoso apresenta forma e volume
variáveis. Nele as partículas da matéria adaptam-se ao formato
de qualquer recipiente em que forem colocadas e ocupam todo
o seu volume, seja ele de 1 litro, seja de 10 litros, seja de 50 litros.
Nesse estado as partículas da matéria adquirem energia cinética
maior que nos estados sólido e líquido.
Lembre-se de que o volume indica o espaço ocupado por um
corpo ou objeto. Esse espaço é tridimensional; portanto, para calcular o
volume, precisamos de três dimensões: comprimento, largura e altura.
As unidades utilizadas para mensurar o volume são o metro cúbico (m3), o litro (L), o centi-
metro cúbico (cm3) e o mililitro (mL).
Fatores de conversão: 1 m3 5 1 000 L; 1 L 5 1 000 mL e 1 mL 5 1 cm3.
Temperatura
Quanto maior a energia cinética, maior a agitação das partículas. Essa agitação (movimento de-
Fig. 6 – Uma mesma massa de gás pode
sorganizado) causa a colisão das partículas da matéria entre si e contra outros materiais que estejam assumir formas diferentes e ocupar
ao redor; é o que chamamos agitação térmica. volumes diferentes, adaptando-se à
A temperatura (T) é diretamente proporcional à energia cinética (EC) das partículas de um forma e ao volume do recipiente que a
corpo. A diferença é que a temperatura não depende da massa, enquanto a energia cinética depende. contém e à elasticidade do material de
que é feito o recipiente.
EC 5 1 ? m ? v2
2
EC
5 constante
T
Em que:
m 5 massa da partícula;
v 5 velocidade da partícula;
T 5 temperatura.
igual ao ponto de fusão da água, enquanto a escala em kelvin é absoluta, ou seja, o zero K ou o zero
absoluto indica o ponto onde as partículas da matéria teriam energia cinética igual a zero. Note,
porém, que a variação de temperatura de 1 °C é igual à variação de 1 K.
Os fatores de conversão são: T 5 t 1 273,15 e t 5 T 2 273,15.
K °C °C K
Transformações químicas 15
Pressão
Pascal (Pa) é uma unidade
de pressão relativamente peque- A pressão atmosférica é a pressão exercida pelo ar atmosférico, que varia conforme a altitude
na; por exemplo, a pressão de local. Quando medida ao nível do mar na temperatura de 0 °C e a 45° de latitude, é denominada
1 Pa equivale aproximadamente pressão normal e recebe, por convenção, o valor de 1 atmosfera (1 atm), que equivale a 760 mmHg
àquela que uma camada fina de ou a 101 325 Pa (Pa 5 pascal, unidade de pressão do Sistema Internacional de Unidades, SI).
manteiga exerce sobre uma fatia Os fatores de conversão são: 1 kPa 5 10² Pa; 1 kPa 5 7,5 mmHg; 1 kPa 5 9,87 ? 1022 atm;
de pão. Por isso, geralmente, tra- 1 atm 5 760 mmHg e 1 atm 5 101 325 Pa.
balhamos em kPa (kilopascal).
Vapor e gás
Você deve ter notado que utilizamos os termos “esta-
do de vapor” e “estado gasoso”. A rigor existe uma diferença
BIOGRAFIA importante entre vapor e gás.
Em geral, é possível mudar o estado de agregação
Thomas Andrews (1813-1885) da matéria por aumento de pressão. Isso ocorre,
nasceu em Belfast, Irlanda. Iniciou
por exemplo, com o gás de cozinha, ou GLP (gás
sua formação em Química em
1828 na Universidade de Glas- liquefeito de petróleo), que utilizamos para cozi-
gow, concluindo seus estudos nhar em casa. Esse gás é mantido no estado líqui-
PHOTO
A. PARRAMÓN/AP PHOTO
em Dublin, no Trinity College. Em do dentro do botijão (sob pressão) e vai mudando
1835 recebeu o doutorado em para o estado gasoso à medida que vamos abrin-
Medicina pela Universidade de do a válvula para utilizá-lo, pois ao fazermos isso, a
Edimburgo. Trabalhou em Belfast pressão interna diminui.
simultaneamente como médico
e professor-pesquisador de Quí-
mica obtendo sucesso nas duas
posições. Em 1844 recebeu a Me- Fig. 7 – Cerca de 85% do gás no botijão
dalha Real da Royal Society por re- encontra-se em estado líquido e 15% em
conhecimento de seus trabalhos. estado de vapor. Isso é importante para garantir
Faleceu em Belfast em 1885. um espaço de segurança interno, mantendo a
correta pressão dentro do recipiente.
Por volta de 1880, Thomas Andrews demonstrou a existência de uma temperatura crítica
característica de cada tipo de matéria, acima da qual é impossível fazê-la mudar do estado gasoso
para o estado líquido apenas por aumento de pressão, qualquer que seja ela. Nessa situação, a única
forma de promover a mudança de estado é diminuir a temperatura.
Essa temperatura crítica diferencia os conceitos de vapor e de gás.
A matéria está no estado de vapor quando sua temperatura está abaixo da temperatura crítica.
A matéria está no estado gasoso quando sua temperatura está acima da temperatura crítica.
Por exemplo, a água líquida passa para o estado de vapor a 100 °C sob pressão de 1 atm
ou 760 mmHg. Somente quando toda a água estiver no estado de vapor, a temperatura volta a
ENGLISH SCHOOL/THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/
aumentar (desde que o fornecimento externo de calor seja mantido). O vapor de água, aquecido
GETTY IMAGES - COLEÇÃO PARTICULAR
a 200 °C, por exemplo, pode ser liquefeito se determinada pressão (bastante elevada) for exercida
sobre o sistema. Contudo, para temperaturas acima de 374 °C (temperatura crítica da água), não
é mais possível liquefazê-la por aumento de pressão: acima dessa temperatura a água é um gás.
T (kelvin) T (kelvin)
P
LUIS MOURA/ARQUIVO DA EDITORA
2P
V
Fig. 8 – Em temperatura maior V
ou igual à temperatura crítica, Temperatura 2 Temperatura
o gás não muda de estado por crítica crítica
aumento de pressão.
16 Transformações químicas
MUDANÇAS DE ESTADO DE AGREGAÇÃO
O esquema a seguir mostra um resumo dos três estados de agregação da matéria e o nome das
mudanças de um estado para o outro.
Sublimaç
ão
ão
ES
(ebul
H AR
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ição
evap o u
T/VICKY HART
oraç
ão)
SAMI S
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AG
I
IM
ES AG C on
ES densação
ReRse
s ub ssulib
mliamaçoão
çã
A latitude é determinada pelas
linhas imaginárias que cortam
o globo na direção leste-oeste
Quando uma substância muda de um estado de agregação para outro sob pressão (horizontais). O equador marca
constante, sua temperatura permanece invariável durante todo o processo de mudança de justamente o ponto 0, e os polos
estado. representam 90 graus norte e sul.
Nesse caso, a energia absorvida ou liberada pelo sistema na forma de calor é totalmente apro- Um grau de latitude equivale a
veitada na organização ou na desorganização das partículas, de modo que a temperatura só irá variar 111 km.
quando a mudança de estado estiver concluída.
A temperatura em que ocorre a mudança de estado de agregação de uma substância depende
PARA
da pressão atmosférica local.
REFLETIR
Por uma questão de padronização, trabalhamos com valores de temperatura de mudança de
estado de agregação das substâncias medidos sob pressão normal (1 atmosfera), mesmo quando Apesar de considerarmos que
as condições de temperatura e latitude não são rigorosamente cumpridas. todas as cidades litorâneas se en-
A tabela a seguir fornece alguns exemplos da temperatura de mudança de estado para subs- contram ao nível do mar, a rigor
tâncias comuns. isso não é verdade. A cidade de
Santos, localizada no litoral do
estado de São Paulo, por exem-
plo, encontra-se 2 metros acima
De sólido para líquido ou de líquido para De líquido para vapor ou de vapor para do nível do mar e tem pressão
Substância
sólido / °C líquido / °C atmosférica igual a 759,8 mmHg.
A cidade do Rio de Janeiro, loca-
Água 0 100 lizada no estado do Rio de Janei-
ro, encontra-se 3 metros acima
Benzeno 5,5 80,1 do nível do mar e tem pressão
FRENTE A
atmosférica igual a 759,7 mmHg.
Álcool etílico 2114 78,4
Isso significa que, tanto em San-
Amônia 277,7 233,4 tos como no Rio de Janeiro, a
pressão atmosférica não é rigo-
QUÍMICA
Transformações químicas 17
STUDIOSMART/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Fusão e solidificação
Fusão é a passagem do estado sólido para o estado líquido. É um processo que ocorre com
absorção de calor.
Solidificação é o inverso da fusão, ou seja, é a passagem do estado líquido para o estado sólido.
É um processo que ocorre com liberação de calor.
O ponto de fusão é a temperatura em que a substância muda do estado sólido para o líquido.
Fig. 9 – Água em fusão. Essa temperatura é a mesma que a do ponto de solidificação.
O que determina se uma substância está sofrendo fusão ou solidificação é a ocorrência de
liberação ou absorção de energia pelo sistema na forma de calor.
Assim, por exemplo, o ponto de fusão da água é igual ao seu ponto de solidificação: 0 °C (sob
GLOSSÁRIO
Sistema: pressão de 1 atm). Se fornecermos calor para a água a 0 °C ela vai passar para o estado líquido; se
qualquer parte do Universo isolada absorvermos calor da água a 0 °C, ela vai passar para o estado sólido.
para estudo.
Ebulição e condensação
Ebulição é a passagem do estado líquido para o estado de vapor. É um processo que ocorre
Se a condensação ocorre com absorção de calor.
em decorrência de um aumen- Condensação é a passagem do estado de vapor para o estado líquido. É um processo que
to de pressão, ela também pode ocorre com liberação de calor.
ser chamada liquefação. O ponto de ebulição é a temperatura em que a substância muda do estado líquido para o
estado de vapor.
Essa temperatura é a mesma que a do ponto de condensação.
O que determina se uma substância está sofrendo ebulição ou condensação é a liberação ou a
Roteiro de Estudos absorção de energia pelo sistema na forma de calor.
Logo, o ponto de ebulição da água é igual ao seu ponto de condensação: 100 °C, sob pressão
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e de 1 atm. Se fornecermos calor para a água a 100 °C, ela vai passar para o estado de vapor; se absor-
aprofunde-se no assunto. vermos calor da água a 100 °C, ela vai passar para o estado líquido.
Temperatura e calor
A temperatura indica o grau de energia térmica
ANDERSON BARBOSA/FOTOARENA/FOLHAPRESS
de um corpo, e o calor é a energia térmica em trânsi-
to de um corpo de maior temperatura para outro de
menor temperatura.
Além disso, a temperatura não depende da mas-
sa, mas o calor depende.
Se medirmos a temperatura de qualquer massa
de água fervente sob pressão de 1 atm, o termômetro
vai acusar 100 °C. Mas o calor fornecido por 2 litros de
água fervente é maior do que o fornecido por 1 litro
de água fervente.
O tato permite distinguir os corpos quentes dos
frios. Essa sensação fisiológica é primária e depende das
condições anteriores, como demonstra o experimento
clássico de John Tyndall (1820-1893), que consiste em
mergulhar a mão direita em água gelada, a esquerda
em água quente e, em seguida, ambas em água morna.
Se necessário, faça o experimento e responda:
Qual a sensação, em termos de variação de tempera-
tura (mais quente, mais frio), na mão direita e na mão
esquerda? Proponha uma explicação para o resultado
observado. Fig. 10 – Os termômetros de rua marcam o nível de energia térmica local.
18 Transformações químicas
Diferença entre ebulição e evaporação
A ebulição e a evaporação são
DAVID CHASEY/GETTY IMAGES
tipos de vaporização.
A evaporação é um processo que
ocorre à temperatura ambiente (em
qualquer temperatura e pressão, em-
bora se torne progressivamente mais
intensa em temperaturas mais altas e
B pressões mais baixas).
Já a ebulição ocorre a uma deter-
minada temperatura (que varia com a
A pressão atmosférica local) e é caracterís-
tica de cada espécie de matéria.
Por exemplo, quando fornecemos
energia térmica (calor) a certa quantidade
Fig. 11 – Água em ebulição. de água líquida, aumentamos a quan-
tidade de energia térmica da massa de
água que está no fundo do recipiente (A), fazendo com que ela suba para a superfície, pois se torna
menos densa. A massa de água que estava logo acima (B) então desce para o fundo (por ser mais
densa) e passa a sofrer o aquecimento mais intenso.
Ao chegar à superfície, onde a temperatura é menor, a massa de água (A) perde energia e volta
para baixo, sendo substituída pela massa de água que ficou no fundo (B) e que agora possui maior
energia térmica, reiniciando o ciclo. Esse tipo de transmissão de calor é chamado de convecção.
Quando a temperatura de ebulição é atingida, começam a se formar bolhas de vapor de água
em meio à água líquida no fundo do recipiente. Essas bolhas sobem até a superfície e estouram, libe-
rando o vapor de água para o ambiente. A partir desse momento, a energia fornecida para aquecer
o sistema é utilizada apenas para promover a mudança de estado, de líquido para vapor; é por isso
que a temperatura não se altera durante a mudança de estado de agregação.
Outro fenômeno que envolve a mudança de estado de agregação de líquido para vapor é a ca-
lefação, que é caracterizada pela passagem da fase líquida para a fase de vapor em uma temperatura
superior à temperatura de ebulição do material.
Por exemplo, quando gotas de água caem sobre uma chapa metálica aquecida a uma tempera-
tura superior a 100 °C (ponto de ebulição da água), essas gotas se vaporizam quase instantaneamente,
emitindo um chiado característico. Nesse caso, a água sofreu calefação, como mostra a imagem abaixo. Fig. 12 – Calefação da água.
SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA
FRENTE A
QUÍMICA
Transformações químicas 19
Sublimação e ressublimação
Sublimação é a passagem direta do estado sólido para o estado de vapor. É um processo que
ocorre com absorção de calor.
Ressublimação é a passagem direta do estado de vapor para o estado sólido. É um processo
que ocorre com liberação de calor.
O dióxido de carbono (gás carbônico), por exemplo, não existe no estado líquido sob pressão
de 1 atm porque uma característica dessa substância, nessa pressão, é mudar diretamente do estado
sólido para o estado de vapor, à 278,5 °C.
Numa outra pressão a situação se modifica. Quando submetido à pressão de 5,2 atm, o gás
carbônico muda do estado de vapor para o estado líquido à temperatura de 256,6 °C.
A tabela a seguir traz outras substâncias que sofrem sublimação na pressão de 1 atm.
Arsênio 615
Cloreto de amônio 520
Cloreto de alumínio 178
Sulfeto de zinco 1 185
Há substâncias, como a água, que não sofrem sublimação sob pressão de 1 atm, mas que podem
mudar de sólidas para vapor quando submetidas a uma pressão inferior.
Para uma mesma substância, as condições de temperatura e pressão em que ocorre a
sublimação (ponto de sublimação) são as mesmas em que ocorre a ressublimação (ponto de
ressublimação).
Béquer Vidro de
relógio
Pensamento Crítico
20 Transformações químicas
Liofilização
Um exemplo impor-
tante de aplicação da subli-
mação é a técnica da liofili-
zação para a conservação de
alimentos e preparo de bebidas
instantâneas, como o café solúvel.
Transformações químicas 21
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Resolução de Problemas
1 (Unicamp-SP) Colocando-se água bem gelada num copo de 2 (UFMG) Observe o quadro, que apresenta as temperaturas de
vidro, em pouco tempo este fica molhado por fora, devido à fusão e de ebulição de algumas substâncias.
formação de minúsculas gotas de água. Para procurar expli-
car esse fato, propuseram-se as duas hipóteses seguintes:
Material PF/°C PE/°C
1) Se aparece água do lado de fora do copo, então o vidro
não é totalmente impermeável à água. As partículas de
água, atravessando lentamente as paredes de vidro, vão I 2117,3 78,5
formando minúsculas gotas.
2) Se aparece água do lado de fora do copo, então deve ha- II 293,9 65,0
ver vapor de água no ar. O vapor de água, entrando em
contato com as paredes frias do copo, se condensa em III 801 1 413
minúsculas gotas.
Qual hipótese interpreta melhor os fatos? Como você justifi- IV 3 550 4 827
ca a escolha?
A hipótese que melhor interpreta os fatos é a 2. De fato, o ar V 295 110,6
atmosférico contém vapor de água (entre 0,1% e 2,8%). Quando o va-
por de água entra em contato com as paredes frias do copo, ocorre Em relação às fases de agregação das substâncias, a alterna-
a) O material I tem ponto de fusão
uma transferência de energia na forma de calor do vapor de água do tiva correta é: c
–117,3 °C, logo é líquido a 25 °C.
a) O material I é sólido a 25 °C.
ar para a parte externa do copo e o vapor de água condensa formando b) O material II tem ponto de ebuli-
b) O material II é líquido a 80 °C. ção 65,0 °C, logo é vapor a 80 °C.
diversas gotículas de água líquida.
c) O material III é líquido a 1000 °C. c) O material III a 1 000 °C apre-
d) O material IV é gasoso a 3 500 °C. senta-se no estado líquido.
e) O material V é sólido a 100 °C. d) O material IV passa de sólido
para líquido a 3 550 °C.
e) O material V tem ponto de ebulição
22 Transformações químicas 110,6 °C, logo é líquido a 100 °C.
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 Faça as conversões de unidade pedidas a seguir em relação 1 (Cefet-MG) Quando se fornece calor a uma porção de água
ao volume. em uma panela, sua temperatura se eleva até que começa a
a) 2 L para mL. ferver. Entretanto, mesmo com a chama acesa, a temperatura
b) 850 mL para L. do líquido em ebulição não se altera. Isso ocorre porque a
c) 250 cm3 para L. energia recebida pela água é:
d) 0,75 dm3 para cm³. a) usada para converter a água líquida em vapor de água.
e) 0,35 mL para cm³. b) utilizada para aumentar a velocidade das partículas da água.
f ) 0,68 mL para dm³. c) transferida ao vapor para elevar a temperatura do líquido.
g) 0,7 dm3 para L. d) utilizada pela água para acelerar a velocidade das partículas.
2 Faça as conversões de unidade pedidas a seguir, em relação à 2 (UEL-PR) Considere os seguintes dados, sob pressão de 1 atm:
temperatura. Utilize para os cálculos o seguinte valor aproximado:
Substância Ponto de ebulição/°C Ponto de fusão/°C
T = t 1 273 e t 5 T 2 273.
a) 298 K para °C. Metanol 65 298
b) 100 °C para K.
Etanol 78 2112
c) 25 K para °C.
d) 57 °C para K. Éter dietílico 35 2116
e) 0 K para °C.
f ) 0 °C para K. Ácido etanoico 118 17
g) 20 °C para K.
Ao nível do mar e no verão, entre as substâncias acima deve-
3 Faça as conversões de unidade pedidas a seguir em relação à -se estocar em geladeira, por razões de segurança, apenas:
pressão. a) metanol e etanol.
a) 4 atm para kPa. b) éter dietílico e ácido etanoico.
b) 20,265 kPa para mmHg. c) etanol e ácido etanoico.
c) 1 900 mmHg para atm. d) ácido etanoico.
d) 1 140 mmHg para Pa. e) éter dietílico.
e) 0,7 atm para mmHg. 3 (Uesc-BA) Os alimentos desidratados vêm mudando os hábitos
f ) 50 662,5 Pa para atm. de consumidores que neles identificam a qualidade de sabor e
g) 10 atm para Pa. de textura dos alimentos originais, além do alto valor nutritivo. O
processo de liofilização que é utilizado na sua produção consiste
4 Explique brevemente o que diferencia os estados vapor e ga- em congelá-los a –197 °C, a pressão abaixo de 4,0 mmHg, e, em
soso de uma mesma substância. seguida, aumentar a temperatura até que toda a água sólida pas-
5 (Facimpa-MG) Observe: se diretamente para a fase de vapor, quando, então, é eliminada.
A partir da análise dessas informações, é correto afirmar que,
I.
Uma pedra de naftalina deixada no armário; no processo de liofilização:
II.
Uma vasilha de água deixada no freezer; (01) a água passa por transformações químicas em que é de-
III.
Uma vasilha de água deixada no fogo; composta.
IV.O derretimento de um pedaço de chumbo quando (02) a água sólida passa diretamente para a fase de vapor, por
FRENTE A
aquecido. meio da sublimação.
Nesses fatos estão relacionados corretamente os seguintes (03) os alimentos se decompõem parcialmente com a perda
fenômenos: de água.
a) I. sublimação; II. solidificação; III. evaporação; IV. fusão. (04) as propriedades químicas da água e as propriedades or-
QUÍMICA
b) I. sublimação; II. sublimação; III. evaporação; IV. solidificação. ganolépticas dos alimentos são modificadas depois de
c) I. fusão; II. sublimação; III. evaporação; IV. solidificação. submetidos a esse processo.
d) I. evaporação; II. solidificação; III. fusão; IV. sublimação. (05) os pontos de fusão e de ebulição da água pura indepen-
e) I. evaporação; II. sublimação; III. fusão; IV. solidificação. dem da variação de pressão dessa substância.
Transformações químicas 23
CAPÍTULO
Objetivos:
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO GRÁFICO
c Reconhecer a função Os gráficos são muito importantes no estudo de diversos fenômenos científicos, sociais e eco-
dos diferentes tipos nômicos porque permitem uma rápida visualização e compreensão dos dados com os quais estamos
de gráfico e entender trabalhando, evidenciando a forma como variam em função de determinado parâmetro que está
como eles são sendo investigado, por isso são muito utilizados em Química.
construídos. Há três tipos principais de gráficos utilizados em mídia impressa:
c Ler e interpretar os
Gráfico de linhas ou de segmentos.
dados fornecidos por
É utilizado para mostrar quantidades que variam em função de determinado parâmetro. Exem-
um gráfico. plo: ogivas nucleares estocadas por americanos e russos ao longo dos anos:
comuns ou especiais.
20 000
10 000
0
1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
URSS/Rússia EUA
FONTE: Disponível em: <http://vidaeestilo.terra.com.br/interna/0,,OI3900286-EI12822,00.html>. Acesso em: set. 2014.
Analisando o gráfico observamos que o crescimento de estoque de armas nucleares pelos russos
atingiu um ápice em 1984 e pelos americanos, em 1963. Com o fim da Guerra Fria, os estoques foram
baixando e se aproximaram em 2005.
Gráfico de barras (horizontais) ou colunas (verticais).
É utilizado para comparar quantidades. Como exemplo, a extensão territorial de determinados países.
Países com maior extensão territorial km2 Países com maior extensão territorial
18 000 000
16 000 000
14 000 000
Países
24 Transformações químicas
Gráfico de setores ou de “pizza”.
É utilizado para mostrar em quantas partes se dividem um fenômeno em estudo e qual a par-
ticipação em porcentagem de cada uma das partes no todo analisado.
Matriz energética
Brasil Mundo
Gás Carvão
Hidro- natural 6,4% Carvão Urânio
elétrica 9,3% Urânio 24,1% 6,4%
15,0%
1,2%
Gás
Biomassa natural
Petróleo e
29,7% 20,9%
Petróleo e derivados
derivados 35,3%
38,4%
Hidro- Biomassa
elétrica 11,2%
2,1%
44,7% renovável 13,3% renovável
O gráfico da matriz energética do Brasil mostra, por exemplo, que apenas 6,4% tem como base
a queima do carvão (que é altamente poluente). Em termos mundiais, essa porcentagem aumenta
para 24,1%, como pode ser visto no gráfico da matriz energética mundial.
Tempo/min 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Temperatura/°C 232 212 18 28 28 28 28 44 60 76 92 108 108 108 120 132
um valor um pouco acima do valor máximo medido. Como exemplo, suponha que se tenham
feito medidas de temperatura cujos valores estão num intervalo de 65 °C a 170 °C. Uma boa escala
poderia começar em 50 °C e terminar em 175 °C.
Indicar, junto aos eixos, os símbolos das grandezas correspondentes divididos por suas respectivas
unidades; pois os valores representados nos eixos devem ser números puros (adimensionais).
Transformações químicas 25
Sob o ponto de vista da análise dimensional (que vimos no exercício resolvido da página 22),
toda grandeza (massa, temperatura, pressão, volume, etc.) é igual ao produto entre um valor numé-
rico e uma unidade (grama, graus Celsius, atmosfera, milimetro de mercúrio, litro, etc.). Logo, o valor
numérico representado no eixo de um gráfico ou em uma tabela deve ser igual ao quociente entre
a grandeza e a respectiva unidade. Observe:
grandeza 5 valor numérico ? unidade Por exemplo: temperatura 5 25 °C (ou 25 ? °C)
temperatura
valor numérico 5 grandeza Por exemplo: 25 5
unidade °C
É importante indicar o que será representado no gráfico com um título ou uma legenda.
Os valores da escala em cada eixo devem ser marcados de forma clara. Os pontos de encontro
entre os valores de ordenada e abscissa lançados no gráfico devem ser indicados por pequenos
círculos.
Ao se traçar uma curva, devemos representar a tendência média dos pontos (interpolação); não
devemos, a menos que isso seja solicitado, unir os pontos por meio de segmentos de retas.
A partir dos dados fornecidos na tabela da página anterior, construímos, então, o seguinte
gráfico:
Gráfico do aquecimento da substância A
Temperatura/°C
140
Líquido
120 Gasoso
100
80
60
Sólido
40 Líquido
20
0 5 10 15 20 25 30 Tempo/min
220
240
Substâncias
Quando uma substância muda de estado de agregação sob pressão constante, a temperatura
permanecerá a mesma até o final desse processo.
Considere, por exemplo, a água no estado sólido sob pressão de 1 atm. Quando aquecida, sua
temperatura vai aumentando com o passar do tempo. Ao atingir 0 °C (ponto de fusão da água a
1 atm), inicia-se a mudança do estado sólido para o líquido. Até que toda a água passe para o estado
líquido, a temperatura não se modifica, isso porque todo calor recebido é usado na mudança de
Lembre-se de que, para estado. Temos, então, o primeiro patamar.
cada substância, a temperatura
de fusão é igual à temperatura de
Patamar é o intervalo de tempo assinalado em um gráfico no qual a temperatura se man-
solidificação, e a temperatura de
tém constante durante a mudança de estado.
ebulição é igual à temperatura
de condensação. O que vai defi-
nir uma mudança de estado ou Quando toda a água estiver no estado líquido, a temperatura voltará a subir progressivamente
outra é o fato de o sistema estar até atingir 100 °C (ponto de ebulição da água a 1 atm). A 100 °C coexistem os estados líquido e de
sendo aquecido ou resfriado. vapor. Até que toda a água passe para o estado de vapor, a temperatura não se modifica, o que dá
origem ao segundo patamar.
26 Transformações químicas
Isso também ocorre no sentido inverso, ou seja, quando a água no estado de vapor é resfriada,
sua temperatura diminui com o passar do tempo. Ao atingir 100 °C (ponto de condensação da água Note que o gráfico da mu-
sob 1 atm), inicia-se a mudança do estado de vapor para o líquido originando um primeiro pata- dança da água do estado de
mar. Somente quando toda a água estiver no estado líquido a temperatura voltará a baixar. A 0 °C, vapor para o sólido apresenta
a água começará a se solidificar e a temperatura permanecerá constante até que toda a água esteja um patamar na temperatura de
no estado sólido, dando origem a um segundo patamar. 100 °C (condensação) e outro na
temperatura de 0 °C (solidifica-
Gráfico do aquecimento da água Gráfico do resfriamento da água ção). Esses valores são caracterís-
ticos de cada substância.
Temperatura/°C Temperatura/°C
Va
por
r
po
Líquida Vapor Va Vapor Líquida
100 100
a
uid Temperatura Temperatura
Líq
Líq constante constante
uid
a
Sólida Líquida Líquida Sólida
0 0
l ida
Só Temperatura Temperatura
constante constante
Início da Fim da Início da Fim da Tempo/s Início da Fim da Início da Fim da Tempo/s
fusão fusão ebulição ebulição condensação condensação solidificação solidificação
Misturas comuns
Quando o material não possui todas as propriedades definidas e bem determinadas, ou quando
suas propriedades variam mesmo com as condições de temperatura e pressão mantidas constantes,
dizemos que esse material é uma mistura.
Como exemplos de mistura, podemos citar:
madeira 5 celulose, lignina, álcool pirolenhoso, água, ácido acético e outras substâncias em por-
centagens variadas;
granito 5 quartzo, mica e feldspato em proporções variadas;
ar atmosférico 5 78% de gás nitrogênio, 20% de gás oxigênio, 1% de gás argônio, 1% de outros
gases, como gás carbônico e vapor de água (porcentagens em volume).
O que caracteriza um material como mistura é o fato de suas propriedades não serem constan-
tes. Quando uma mistura muda de estado de agregação, a temperatura não permanece constante
como ocorre com as substâncias; ela varia, resultando em um gráfico de mudança de estado em
função do tempo, sem nenhum patamar.
Por exemplo, aquecendo-se um recipiente com uma mistura de água e cloreto de sódio (o prin-
cipal componente do sal de cozinha) na fase sólida, observamos que a temperatura vai aumentando
com o passar do tempo. Quando o processo de fusão (em que coexistem as fases sólida e líquida) se
inicia, a temperatura continua subindo (embora de modo mais lento). Isso também ocorre quando
a mistura entra em ebulição (quando coexistem as fases líquida e de vapor).
Os pontos de fusão e de ebulição de cada componente dessa mistura são diferentes, por exem-
plo, sob pressão de 1 atm, considerando as propriedades de cada substância isoladamente, temos:
o ponto de fusão da água é 0 °C;
o ponto de fusão do cloreto de sódio é 800,4 °C; FRENTE A
Quando essas substâncias estão juntas formando uma mistura, elas interferem no comporta-
mento uma da outra, e não ocorre a formação de patamares.
O gráfico 1, a seguir, mostra como varia a temperatura em função do tempo para o aquecimento
de uma mistura de água e cloreto de sódio, partindo do estado sólido e passando pelos estados
líquido e de vapor.
Transformações químicas 27
O gráfico 2 mostra como varia a temperatura em função do tempo para o resfriamento de
uma mistura de água e cloreto de sódio, partindo do estado de vapor e para os estados líquido e
sólido.
Note que a temperatura varia durante todo o tempo em que ocorrem as transformações de
estado de agregação.
Gráfico de aquecimento de uma mistura comum Gráfico de resfriamento de uma mistura comum
Temperatura/°C 1 Temperatura/°C 2
r Vapor
o
Vap
Dt Vapor Líquido
Dt
o Líquido
uid Vapor
Líq Líquido
Dt Líquido Sólido
Dt
o Sólido
lid
Só Líquido Sólido
Misturas especiais
Existem algumas misturas de substâncias que, quando se encontram em proporções bem de-
terminadas, passam a apresentar apenas um patamar na fusão/solidificação ou na ebulição/conden-
sação. É o caso das misturas eutéticas e das misturas azeotrópicas.
RICHARD TREPTOW/SCIENCE SOURCE/DIOMEDIA
Misturas eutéticas
São misturas com composição definida que possuem ponto de fusão/solidificação constante
(como ocorre com as substâncias), enquanto a temperatura de ebulição/condensação varia com o
tempo (como ocorre com as misturas comuns).
O gráfico mostrado abaixo, da mudança de estado em função do tempo de uma mistura eu-
tética, tem um único patamar, na fusão/solidificação.
Por exemplo, uma liga metálica feita com 40% de cádmio e 60% de bismuto forma uma mistura
Fig. 1 – O cádmio é um metal eutética com ponto de fusão constante igual a 140 °C, a 1 atm.
bastante tóxico utilizado em baterias
(Ni 2 Cd). Observe que não é a mistura em qualquer proporção de cádmio e bismuto que forma mistura
eutética, mas a mistura feita com exatamente 40% de cádmio e 60% de bismuto.
Isoladamente, temos:
ponto de fusão/solidificação do cádmio: 320,9 °C;
ponto de fusão/solidificação do bismuto: 271,3 °C.
GETTY IMAGES
RON EVANS/
Temperatura/°C
por
Va
Dt Líquido Vapor
Temperatura
o
Sólido Líquido uid variável
Líq
Fig. 2 – O bismuto, ao contrário do o
cádmio, é atóxico e seus sais são lid Temperatura
Só constante
amplamente utilizados em cosméticos e
medicamentos. A superfície iridescente
do bismuto na foto é devida à formação Início da Fim da Início da Fim da Tempo/s
de uma camada muito fina de óxido. fusão fusão ebulição ebulição
28 Transformações químicas
Misturas azeotrópicas
São misturas com composição definida que possuem ponto de ebulição/condensação cons-
tante (como ocorre com as substâncias), enquanto a temperatura de fusão/solidificação varia com
o tempo (como ocorre com as misturas comuns).
O gráfico da mudança de estado de agregação em função do tempo de uma mistura azeotró-
pica apresenta um único patamar, na ebulição/condensação.
Por exemplo, a mistura feita com exatamente 96% de álcool etílico e 4% de água (% em volume)
tem ponto de fusão variável e ponto de ebulição constante, igual a 78,2 °C. Essa mistura é vendida
no comércio como álcool hidratado 96 °GL (graus Gay-Lussac).
Isoladamente, temos:
ponto de ebulição/condensação da água: 100 °C;
ponto de ebulição/condensação do álcool etílico: 78,4 °C.
Temperatura/°C
por
Va
Líquido Vapor
Temperatura
uido constante
Líq
Dt Sólido Líquido
Sistema metaestável
Provavelmente você já passou pela seguinte situação: foi retirar uma garrafa de refrigerante do
congelador, e a bebida, que inicialmente estava líquida, começou a cristalizar bem diante de seus
olhos. Por que isso acontece?
Nas mudanças de fase de agregação em que há perda de energia térmica (condensação e
solidificação), pode ocorrer um retardamento no fenômeno, ou seja, a mudança de fase pode não
acontecer na temperatura esperada. Por exemplo, a água pode ser resfriada até 210 °C (sob pressão Fig. 3 – Água líquida a temperatura
de 1 atm) sem que ocorra a solidificação. É o que chamamos de sistema metaestável ou equilíbrio abaixo de 0 °C é um exemplo de sistema
metaestável.
metaestável.
Quando a temperatura de um líquido diminui abaixo do seu ponto de soli-
Temperatura/°C
dificação sem que ele mude de fase, forma-se um sistema metaestável que, se for
perturbado, tende espontaneamente a passar para a fase sólida. 50
Esse equilíbrio só ocorre quando há ausência de pontos de nucleação do sis-
tema, ou seja, sujeirinhas ou ranhuras no plástico ou no vidro que formam um lugar 40
Transformações químicas 29
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 (Ufes) Observe os gráficos abaixo, que registram o aqueci- 2 (Unicamp-SP) Uma amostra de água a 220 °C é tirada de um
mento e o resfriamento da água pura. congelador e colocada num forno a 150 °C. Considere que
Aquecimento da água
a temperatura da amostra varie lentamente com o tempo e
Temperatura/oC que seja idêntica em todos os seus pontos. A pressão am-
(II) biente é 1 atm. Esquematize um gráfico mostrando como a
100
temperatura da amostra varia com o tempo. Indique o que
ocorre em cada região do gráfico.
RESOLUÇÃO:
No gráfico esquematizado a seguir, as regiões em destaque
(I)
0 representam:
T/°C
Tempo F
150
Resfriamento da água D E
Temperatura/oC 100
(III)
100
B C
0 Tempo/s
220
A
(IV)
0
A → B: Aquecimento da água sólida.
B → C: Fusão da água sólida (sistema sólido-líquido).
Tempo
C → D: Aquecimento da água líquida.
As etapas (I), (II), (III) e (IV) correspondem, respectivamente, às D → E: Ebulição da água líquida (sistema líquido-vapor).
seguintes mudanças de estados físicos: E → F: Aquecimento da água na fase vapor.
a) fusão, ebulição, condensação e solidificação.
3 (Vunesp) Qual o estado físico (sólido, líquido ou gasoso) dos
b) condensação, solidificação, fusão e ebulição.
materiais da tabela abaixo quando eles se encontram no de-
c) solidificação, condensação, fusão e ebulição.
serto da Arábia, à temperatura de 50 °C e pressão de 1 atm?
d) fusão, ebulição, solidificação e condensação.
e) ebulição, condensação, solidificação e fusão.
Material Fusão/°C Ebulição/°C
RESOLUÇÃO:
Clorofórmio 2 63 61
I. Como o primeiro gráfico trata do aquecimento da água
(uma substância), o primeiro patamar do gráfico indica a Éter etílico 2116 34
fusão, ou seja, a passagem da água no estado sólido para Etanol 2117 78
o estado líquido.
II. Nesse caso, o segundo patamar do primeiro gráfico indica Fenol 41 182
a ebulição da água, ou seja, a passagem do estado líquido Pentano 2130 36
para o estado gasoso.
III. O segundo gráfico trata do resfriamento da água, portan- RESOLUÇÃO:
to, o primeiro patamar é o da condensação, ou seja, pas-
sagem da água do estado gasoso para o estado líquido. Clorofórmio: líquido;
IV. O segundo patamar no gráfico do resfriamento da água Éter etílico: gasoso;
indica a solidificação, isto é, a passagem da água da fase Etanol: líquido;
líquida para a fase sólida. Fenol: líquido;
Alternativa a. Pentano: gasoso.
30 Transformações químicas
PARA CONSTRUIR
1 (UFG-GO – Adaptada) Os gráficos I e II esquematizados a se- 2 (UFPA – Adaptada) Dado o diagrama de aquecimento de um
guir representam a variação de temperatura de dois sistemas material:
distintos em função do tempo de aquecimento, mostrando
as temperaturas em que ocorrem as transições de fases. Temperatura/°C Y Vapor
Pela análise desses gráficos, é correto afirmar: 210
200 Faixa de
temperatura
T/°C Gráfico I T/°C Gráfico II
Líquido
D
T4 X
C D 80
C T2
T3 Sólido
B 10
T2 A B
A T1
T1
Tempo/min
t1 t2 t3 t4 t/s t1 t2 t3 t4 t/s
A alternativa correta é: 5
(01) Para temperaturas inferiores a T1, podem coexistir duas (1) o diagrama representa o resfriamento de uma substância
fases em ambos os sistemas. pura.
(02) No sistema II existe uma fase sólida, no ponto A, à tem- (2) a temperatura no tempo zero representa o aquecimento
peratura T1, enquanto no ponto B existe uma fase líqui- de um líquido.
da à mesma temperatura. (3) 210 °C é a temperatura de fusão do material.
(04) No sistema II só ocorrem duas fases às temperaturas T1 e T2. (4) a transformação de X para Y é um fenômeno químico.
(08) Representam as transições de fases que podem ocorrer (5) 80 °C é a temperatura de fusão do material.
em sistemas que contêm duas substâncias pelo menos.
Justifique suas respostas.
(16) No ponto B, no ponto C e entre ambos, no sistema II,
existe uma única fase líquida. (1) Errada. Não é uma substância pura porque no ponto de
(32) Acima do ponto D há uma única fase vapor em aqueci- ebulição a temperatura não permanece constante.
mento, em ambos os sistemas. (2) Errada. No tempo zero temos o aquecimento de um sólido.
Justifique suas respostas. (3) Errada. 210 ºC é a temperatura em que acaba a faixa de
(01) Falso. Os gráficos mostram que em ambos os sistemas o temperatura de ebulição do material.
material analisado encontra-se na fase sólida em temperaturas (4) Errada. A transformação de X para Y é um fenômeno físico.
inferiores a T1. (5) Correta. 80 °C é a temperatura de fusão do material.Visto que fica
(02) Verdadeiro. O ponto A indica o início da fusão, portanto, em uma temperatura constante, trata-se de uma mistura eutética.
o material encontra-se na fase sólida e o ponto B indica o fim
da fusão, quando todo o material se encontra na fase líquida.
(04) Verdadeiro. Na temperatura T1 ocorre a fusão do material
(transição da fase sólida para a líquida) e na temperatura T2
ocorre a ebulição (transição da fase líquida para a gasosa).
(08) Falso. No sistema II há apenas uma substância, pois o
gráfico apresenta dois patamares (na fusão e na ebulição).
FRENTE A
(16) Verdadeiro. Já ocorreu a fusão, portanto, tanto nos pontos como
entre eles o único estado de agregação presente é o líquido.
(32) Verdadeiro. Desconsiderando que se a mistura no sistema I
for de um líquido com um sólido, em determinado momento
QUÍMICA
Transformações químicas 31
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”.
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal,
em Resoluções e Gabaritos.
TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR 3 (UCDB-MS) Uma substância sólida é aquecida continuamente.
O gráfico abaixo mostra a variação da temperatura em relação
ao tempo.
1 Os gráficos a seguir foram construídos a partir dos valores
experimentais da variação da temperatura em função do tempo T/°C
para a mudança de estado dos materiais designados pelas letras 150
A, B, C, D, E e F. Indique se esses materiais são substâncias, 100
misturas comuns, misturas eutéticas ou misturas azeotrópicas e 50
se está sendo feito um aquecimento ou um resfriamento.
0 5 10 15 20 tempo/s
Material A Material B
v
O ponto de fusão, o ponto de ebulição e o tempo durante o qual
T/°C T/°C
v a substância permanece na fase líquida são, respectivamente:
l–v v–l
a) 150, 65 e 5. c) 150, 65 e 25. e) 65, 150 e 10.
l l b) 65, 150 e 25. d) 65, 150 e 5.
s–l l–s
4 Na tabela a seguir estão listados os valores experimentais da
s s
temperatura de aquecimento de um material X em função
do tempo.
tempo/s tempo/s
Tempo/
0 2 4 6 8 10 12 14
min
Material C Material D t/°C 232 212 8 28 28 28 28 44
T/°C T/°C
Tempo/
v 16 18 20 22 24 26 28 30
l–v v min
v–l
tempo/s tempo/s A análise desse gráfico permite concluir que todas as alterna-
tivas estão corretas, EXCETO:
a) A solidificação ocorreu durante 10 minutos.
2 Um químico estava aquecendo uma mistura de água e álcool b) O sistema libera calor entre 5 e 15 minutos.
em uma manta térmica (porque o álcool é extremamente c) A temperatura de solidificação da substância é 35 °C.
inflamável) e observou que quando a mistura entrou em d) A temperatura da substância caiu 5 °C/min até o início da
ebulição a temperatura permaneceu constante e igual a solidificação.
78,2 °C. Com essa informação, o químico já pode determinar e) A substância se apresentava nos estados líquido e sólido
a composição da mistura? Justifique. entre 5 e 15 minutos.
32 Transformações químicas
c) Os gráficos B e C correspondem aos diagramas de mistu-
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
ras de substâncias.
d) Os gráficos B e C correspondem aos diagramas de mistura
1 (UFT-TO) Os gráficos seguintes correspondem a diagramas eutéticas.
de mudança de estado físico. (TE 5 temperatura de ebulição, e) Os gráficos B e C correspondem aos diagramas de mistu-
TF 5 temperatura de fusão.)
ras azeotrópicas.
Gráfico A
Temperatura/°C 2 (Ufam) Considere o gráfico abaixo, relativo ao aquecimento
de uma substância pura, e as respectivas afirmativas. Estão
ERRADAS as afirmativas:
Gás
(vapor) I. No ponto t6 existe a última gota do sistema no estado lí-
Líquido e gás
TE quido.
II. No ponto t0 o sistema está em repouso e no estado
amorfo.
Sólido e líquido Líquido
TF III. Entre t1 e t3 coexistem duas fases: sólido e líquido.
IV. No ponto t4 aparece a primeira molécula da substância no
Sólido estado vapor.
t1 t2 t3 t4 Tempo V. Nas temperaturas 2 e 4, o sistema está estacionário e só há
uma fase em cada patamar.
8
Gráfico B
Temperatura/°C
Gás
Líquido e gás (vapor)
4
ΔTE
2
Sólido e líquido Líquido
TF
0
Sólido
t1 t2 t3 t4 Tempo t0 t1 t2 t3 t4 t5 t6 t7 t8 t/s
a) I e II.
b) II e V.
Gráfico C
Temperatura/°C c) Somente a V.
d) I, III e IV.
e) Todas são verdadeiras.
Gás
Líquido e gás (vapor) 3 (Cesgranrio-RJ 2 Adaptada) Um cientista recebeu uma
TE
substância desconhecida, no estado sólido, para ser analisada.
A tabela abaixo representa o processo de aquecimento de
Sólido e líquido
ΔTF Líquido uma amostra dessa substância.
Tempo/min 0 10 20 30 40 50 60 70
FRENTE A
Sólido t/°C 20 40 40 40 70 70 70 90
t1 t2 t3 t4 Tempo
Analisando a tabela, concluímos que a amostra apresenta:
Na análise destes gráficos podemos afirmar: a) duração de ebulição de 10 minutos;
QUÍMICA
Transformações químicas 33
CAPÍTULO
4 Propriedades físicas
da matéria
Objetivos: Vimos que é possível determinar se um material é constituído de uma substância ou de uma mistura
de substâncias pelo estudo do seu comportamento durante a mudança de estado de agregação.
c Recordar o conceito
Outras propriedades físicas que ajudam a definir e determinar se o material é constituído por
de densidade e
sua importância na
uma substância ou por uma mistura de substâncias são a densidade (ou massa específica) e o coe-
caracterização da
ficiente de solubilidade.
matéria.
DENSIDADE
c Compreender
Densidade (d) é a relação entre a massa (m) de um material e o volume (V) que ela ocupa.
como a densidade
das águas do mar d 5 massa ou d 5 m
formam as correntes
volume v
termossalinas. A massa não varia com a temperatura, mas o volume sim; por isso, o valor da densidade depen-
de diretamente da temperatura em que ela é medida.
c Compreender o Por exemplo, a 20 °C, o alumínio possui densidade igual a 2,70 g/cm3 e o chumbo igual a 11,34 g/cm3.
conceito de coeficiente Isso significa que, se colocarmos lado a lado volumes iguais a 1 cm3 de alumínio e de chumbo, veremos
de solubilidade.
que a massa de 1 cm3 de alumínio (2,70 g) é bem menor que a massa de 1 cm3 de chumbo (11,34 g).
Os materiais constituídos de misturas de substâncias, como a madeira, o aço, o vidro, não possuem
densidade constante; diferente das substâncias citadas na tabela abaixo, possuem o valor da densidade
constante e invariável sempre que medido nas mesmas condições de pressão e temperatura.
Algumas vezes podemos trabalhar com o conceito de densidade relativa, ou seja, um valor
/G
CK
Como é o caso do benzeno e do álcool etílico, para os quais fornecemos, na tabela anterior,
M
CO
B.
os valores do quociente entre a densidade desses materiais e a densidade da água a 4 °C (portanto,
ED
AG
IM
34 Transformações químicas
Densidade e clima
O clima de uma região depende principalmente das seguintes características geográficas: tipo de relevo, proximidade ao oceano e
distância em relação ao equador ou aos polos. Cada uma das regiões do planeta apresenta um clima-padrão que se repete regularmente
a cada período do ano, e que é resultado das características próprias de cada lugar.
Um dos fatores que ajudam a regular o clima de uma região é a circulação termossalina global que depende da densidade
das águas oceânicas que, por sua vez, varia com a temperatura.
O mapa abaixo mostra a circulação termossalina, ou seja, gerada pelas diferenças de densidades das águas dos oceanos. Nesse
mapa, as setas sobre fundo vermelho indicam a circulação de águas quentes (superficiais, de menor densidade) e as setas sobre fundo
azul indicam a circulação de águas frias (profundas, de maior densidade).
SPL/LATINSTOCK
Fig. 2 – Movimento global de circulação de águas quentes (em vermelho) e frias (em azul).
Observe como essa circulação de águas quentes e frias atuam na regulagem do clima do
planeta.
Na região do equador as águas superficiais que são aquecidas pelo Sol correm em direção
aos polos. Lá chegando, elas liberam calor para a atmosfera, isso impede que o hemisfério norte
tenha invernos extremamente rigorosos. Ao perder calor, essas águas se resfriam, tornando-se
mais densas, portanto, elas vão para o fundo do mar, passando a correr em direção ao equador.
Ao chegarem ao equador, essas águas frias absorvem calor da atmosfera, impedindo que
essa região tenha verões extremamente quentes. Ao absorver calor, essas águas se aquecem, se
tornam menos densas e vão para a superfície, passando a correr em direção aos polos.
A repetição desse ciclo é um dos fatores que regula o clima do planeta.
A densidade das águas do mar, no entanto, não depende apenas da temperatura, mas
também da quantidade de sal dissolvido (salinidade), tornando-se progressivamente maior, à
medida que a quantidade de sal dissolvido em relação à quantidade de água, aumenta.
FRENTE A
Se ocorrer um evento como, por exemplo, o derretimento de geleiras nos polos ou o ex-
RALPH LEE HOPKINS/GETTY IMAGES
cesso de chuvas em determinada região do oceano, a salinidade da água nesses locais diminui
e sua densidade também. Se, ao contrário, determinada região passar por um longo período
de estiagem, a salinidade da água nesses locais aumentará, assim como sua densidade.
QUÍMICA
Transformações químicas 35
Representação e
EXPERIMENTANDO
Linguagem Densidade e correntes de convecção
Você pode fazer um experimento muito simples e interessante para observar como
Acesse o Material Comple-
a diferença de densidade na solução modifica as correntes de convecção.
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto. O que se observa nesse experimento pode servir como modelo para o que acon-
tece nos oceanos em função das mudanças climáticas que alteram a densidade das
águas diluindo ou aumentando sua concentração salina devido à mudança nos regi-
mes de chuva.
1. Material necessário
2 copos de plástico pequenos (de café) descartáveis
corante alimentício
2 béqueres ou jarras de vidro transparente com capacidade de 1 L
água
sal de cozinha
2. Procedimento
Prepare, previamente, o gelo colorido: coloque quantidades iguais de água nos dois
copos de plástico (cerca de 50 mL) e adicione o mesmo número de gotas de corante
alimentício em cada copo, de modo a obter uma coloração intensa para que a visuali-
zação do efeito seja melhor.
Leve os copos ao congelador e aguarde até que a água colorida se solidifique.
Coloque a mesma medida de água nos dois béqueres de vidro.
Em apenas um deles, vá adicionando sal de cozinha aos poucos, mexendo sem-
pre, até notar no fundo da jarra um pequeno depósito de sal que não se dissolve
mais.
Nesse momento você terá obtido uma solução saturada de sal (a ideia é imitar as
águas dos oceanos).
Rasgue o plástico dos copos de modo a liberar os blocos de gelo e coloque um
bloco de gelo colorido em cada jarra.
Observe o que ocorre nos dois sistemas com os blocos de gelo e com a dispersão
do corante nos líquidos.
1. Gelo colorido em um béquer com água.
A água líquida, proveniente da fusão do gelo, (a temperatura de . 0 °C), é mais
densa (d 5 0,9998 g/cm3) que a água líquida no restante da jarra, que encontra-se
à temperatura ambiente, por exemplo, a 25 °C, nessa temperatura a densidade da
água é igual a 0,9970 g/cm3. (Lembre-se de que a água só tem densidade igual a
1,0 g/mL a 4 °C.)
Por ser mais densa, a água proveniente da fusão do gelo vai para o fundo, forçan-
do a água que estava no fundo a ir para cima, criando uma corrente de convecção
vertical.
Com o tempo o corante se espalha por todo o volume do recipiente mostrando a
circulação das substâncias pelo sistema.
2. Gelo colorido em um béquer com solução aquosa saturada de cloreto de sódio.
A água fria proveniente da fusão do gelo (0 °C), é menos densa (d 5 0,9998 g/cm3)
que a solução saturada de água e sal no restante da jarra (d 5 1,2 g/cm3).
Por ser menos densa, a água fria tende a ficar acumulada na superfície. Como
o bloco de gelo fica rodeado por uma camada de água fria, ele demora mais para
derreter.
Nesse caso, não se forma uma corrente de convecção.
36 Transformações químicas
FARBEFFEKTE/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
EXPERIMENTANDO Densidade de sólidos irregulares
A densidade ou massa específica dos mate-
riais é uma medida experimental, feita normal-
mente a 20 °C e 1 atm (uma vez que a densidade
depende diretamente da temperatura).
Para calcular a densidade dos materiais que, a
Fig 4 – Coroa de ouro.
20 °C e 1 atm, se encontram na fase líquida, bas-
ta medir a massa e o volume de uma porção do
líquido e dividir uma grandeza pela outra. Mas
quando o material se encontra na fase sólida nessas condições e a forma desse sólido é
irregular, o cálculo do volume é feito pelo Princípio de Arquimedes, matemático grego
que viveu entre os anos 287 a.C. e 212 a.C.
Segundo a lenda, no século III, Hierão II, o rei de Siracusa, cidade da Sicília, suspeitava
que o ourives que havia feito sua coroa usara uma mistura de ouro e prata, e não ape-
nas ouro, como fora encomendado.
O rei solicitou a ajuda de Arquimedes para descobrir se em sua coroa havia mesmo
prata misturada ao ouro. Arquimedes encontrou a solução para o problema quando
estava num banho público e percebeu que o nível da água subia quando ele entrava
na banheira. Ele teria corrido para a rua, nu, gritando “Eureka! Eureka!” (“Encontrei! En-
contrei!”) e ido para casa desenvolver sua teoria.
Arquimedes percebeu que seu corpo ficava mais leve quando entrava na ba-
nheira e que essa aparente perda de massa era igual à massa da água deslocada
pelo seu corpo.
Notou, também, que o volume da água deslocada era igual ao volume do seu corpo
submerso. As observações durante o banho mostraram que ele poderia determinar o
volume da coroa do rei pelo volume de água que ela deslocasse.
Arquimedes testou o volume de água deslocado por corpos iguais e de mesma
massa, feitos de ouro puro, prata pura e de uma mistura de ouro e prata, e percebeu
que, se a coroa fosse feita de uma mistura de ouro e prata, deslocaria mais água do que
ALEX ARGOZINHO/
ARQUIVO DA EDITORA
um objeto que fosse feito de ouro puro e tivesse a mesma massa que a coroa.
Segundo consta, o ourives realmente trapaceou o rei e, por isso, foi condenado à morte.
É relativamente simples calcular a densidade de alguns metais utilizando o Princípio
de Arquimedes.
1. Material necessário
1 tubo de vidro graduado (proveta) 1 lixa de água ou palha de aço
1 balança de cozinha 1 pinça O volume de líquido
deslocado é igual ao
pedaço de zinco, de cobre e de alumínio água volume do sólido.
2. Procedimento
Utilize a lixa de água ou a palha de aço para limpar os pedaços de metal, removendo
as possíveis camadas de óxidos que se formam por causa da ação do ar e da umidade.
FRENTE A
Em seguida determine, utilizando a balança, a massa de cada um dos pedaços de
metal. Anote o resultado.
Coloque cerca de 15 mL de água na proveta e adicione cuidadosamente um peda- Atividade
QUÍMICA
Transformações químicas 37
COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE
GOSPHOTODESIGN/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Outra propriedade importante para caracterizar um material é a solubilidade ou coeficiente
de solubilidade (CS).
Coeficiente de solubilidade (CS) é a medida da capacidade que um material (soluto) possui de
se dissolver numa quantidade-padrão de outro material (solvente), em determinadas condições de
temperatura e pressão.
Alguns materiais são solúveis um no outro em qualquer proporção, como a água e o álcool
etílico, por exemplo.
Existem também materiais que praticamente não se solubilizam um no outro, como ocorre
com a água e o óleo. Nesse caso, consideramos que são insolúveis ou imiscíveis.
Na maioria dos casos, contudo, há uma quantidade máxima de um soluto que é capaz de se
dissolver em certa quantidade de solvente.
Para expressar o coeficiente de solubilidade das substâncias, é comum utilizar uma relação de
massas, porque, como dissemos, a grandeza massa não varia com a temperatura nem com a pressão,
enquanto o volume varia.
Por exemplo, para uma dada quantidade de água, a equivalência: 1,00 g de água 5 1 cm3 de água, só
vale na temperatura de 4 °C sob pressão de 1 atm.
Assim, o coeficiente de solubilidade pode ser expresso em g de soluto por 100 g de solvente.
Como o coeficiente de solubilidade depende da temperatura e da pressão, a dissolução pode ser:
favorecida com o aumento da temperatura (à pressão constante), nesse caso, dizemos que é en-
dotérmica (absorve energia).
A dissolução da sacarose na água, por exemplo, é endotérmica; dessa forma, é possível aumentar
a quantidade de sacarose dissolvida na água aumentando-se a temperatura do sistema.
Fig. 5 – Dissolução de sacarose em água.
A tabela a seguir fornece os dados do coeficiente de solubilidade da sacarose expresso em g de
sacarose por 100 g de água.
Temperatura/°C 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
CS 179,2 190,5 203,9 219,5 238,1 260,4 287,3 320,5 362,1 415,7 487,2
favorecida com a diminuição da temperatura (à pressão constante); nesse caso, dizemos que é
exotérmica (libera energia).
A dissolução do hidróxido de cálcio (cal hidratada), por exemplo, é exotérmica; portanto, para
aumentar a quantidade de hidróxido de cálcio dissolvido numa quantidade fixa de água é necessário
diminuir a temperatura.
Observe os dados na tabela abaixo:
Temperatura/°C 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
CS 0,185 0,176 0,165 0,153 0,141 0,128 0,116 0,106 0,094 0,085 0,077
38 Transformações químicas
EXPERIMENTANDO
Solubilidade
Vimos que determinada quantidade de solvente é capaz de dissolver uma quanti-
dade máxima de soluto a uma dada temperatura, como é o caso da água e do cloreto
de sódio (sal de cozinha).
Vimos, no entanto, que existem substâncias como a água e o álcool etílico que são
solúveis uma na outra em qualquer proporção, independentemente da temperatura.
Mas o que ocorre se misturamos as três substâncias: água, cloreto de sódio e álcool
etílico?
Vamos ver?
1. Material necessário
2 copos de vidro transparentes
1 colher de plástico
cloreto de sódio (sal de cozinha)
água
álcool etílico
2. Procedimento
TUNGPHOTO/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Comece preparando uma solução aquosa saturada de clore-
to de sódio na temperatura ambiente.
Coloque água até a metade do copo e, com a ajuda da co-
lher de plástico, vá adicionando aos poucos o cloreto de sódio
e mexendo bem.
Repita a operação até que o cloreto de sódio não se dissolva
mais na água. Por mais que você agite a solução, uma quanti-
dade pequena de sal deve permanecer depositada no fundo
do recipiente.
Esse é um sinal claro de que a solução sobrenadante está
saturada, ou seja, possui a quantidade máxima de soluto capaz
de se dissolver naquela quantidade de solvente na temperatu-
ra do experimento.
Deixe o sistema em repouso por alguns minutos para garan-
tir que todo o sal não dissolvido se depositou no fundo.
Com muito cuidado, transfira a solução sobrenadante para o
outro copo de modo que nenhum cristal de sal não dissolvido
seja transferido para o novo copo.
Agora adicione o álcool etílico lentamente sobre a solução
saturada e límpida de água e sal, até completar o volume do
copo. O que você observa? Proponha uma explicação.
FRENTE A
O. BELLINI/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
Atividade
QUÍMICA
Experimental
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
aprofunde-se no assunto.
Transformações químicas 39
EXERCÍCIO RESOLVIDO
A tabela a seguir traz algumas propriedades físicas de subs- c) Calcule os volumes, em cm3, ocupados por 1 kg de mer-
tâncias conhecidas como: densidade, em g/cm3, e os pontos cúrio e por 1 kg de alumínio.
de fusão e de ebulição, em °C, sob pressão de 1 atm. d) A adição de acetona ao metanol poderia ser descoberta
por um teste de densidade? Por quê?
Substância Densidade Fusão/°C Ebulição/°C
RESOLUÇÃO:
Oxigênio 1,14 (t 5 2183 °C) –218,4 –183,0 a) Sim. A temperatura e a pressão determinam a fase de
Amônia 0,817 (t 5 279 °C) –77,7 –33,4 agregação da matéria e, portanto, a quantidade de massa
que ocupa determinado volume.
Metanol 0,792 (t 5 20 °C) –97,0 64,7 b) Mais densa: mercúrio. Menos densas: metanol e acetona.
Acetona 0,792 (t 5 20 °C) –94,6 56,5 Dado um volume fixo (1 cm3), a substância mais densa é a
que possui maior massa.
Mercúrio 13,546 (t 5 20 °C) –38,87 356,9 c) Volume ocupado por 1 kg de mercúrio:
Alumínio 2,70 (t 5 20 °C) 660,0 2 056,0 13,546 g 1 cm3
1 000 g x
Um cubo de gelo (água sólida) flutua quando colocado em um
copo de água líquida e afunda quando o líquido no copo é o x 5 1000 ? 1
13,546
álcool etílico anidro (comprado em farmácia). Esse fenômeno x 5 73,82 cm3
ocorre em função da diferença de densidade dos materiais en- Volume ocupado por 1 kg de alumínio:
volvidos. A água líquida possui densidade aproximadamente
2,70 g 1 cm3
igual a 1,00 g/cm3, o gelo possui densidade aproximadamen-
te igual a 0,92 g/cm3 e o álcool etílico possui densidade igual a 1 000 g z
0,789 g/cm3. A respeito da densidade, responda aos itens a seguir.
z 5 1000 ? 1
a) A densidade da matéria depende da temperatura e da 2,70
pressão? Por quê? z 5 370,37 cm3
b) Dentre as substâncias, cuja densidade é fornecida a 20 °C, O volume ocupado pelo alumínio é maior do que o volu-
qual a mais densa? E a menos densa? O que isso significa me ocupado pelo mercúrio.
em relação à massa e ao volume dessas substâncias? d) Não. Essas substâncias apresentam a mesma densidade.
PARA CONSTRUIR
A tabela a seguir apresenta a solubilidade, em mL, da substância dióxido de carbono (gás carbônico) por 100 mL de água sob
pressão de 1 atm.
Temperatura/°C 0 10 20 30 40 50
Solubilidade 22,83 16,21 11,29 7,81 5,41 4,5
Dê a soma das alternativas corretas. A resposta correta é dada pela soma: 02 1 08 1 32 1 64 5 106
40 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no Portal em Resoluções e Gabaritos.
1 (Fuvest-SP) Em uma indústria, um operário misturou, inadvertida- a) O que ocorre com o oxigênio dissolvido na água de rios e
mente, polietileno (PE), policloreto de vinila (PVC) e poliestireno mares sujeitos à poluição térmica?
(PS), limpos e moídos. Para recuperar cada um destes polímeros, b) Quais as consequências da poluição térmica para os seres
utilizou o seguinte método de separação: jogou a mistura em vivos que habitam o local?
Transformações químicas 41
CAPÍTULO
5 Fases de um material
Objetivos: A palavra “fase” vem do grego phasis, que significa “aparência ou aspecto visual”.
Se um material (substância ou mistura) possui aparência uniforme e propriedades constantes
c Reconhecer as fases
em toda a sua extensão, ele é constituído de uma única fase. No entanto, se a aparência de um ma-
de um sistema
terial não é uniforme e, se suas propriedades variam quando observadas em pontos diferentes de sua
aprendendo a
extensão, ele possui mais de uma fase.
classificá-lo em
solução, dispersão
grosseira ou dispersão
Cada fase de um material é identificada pela aparência uniforme e pelas propriedades
coloidal. constantes em toda a sua extensão.
c Entender como são Às vezes conseguimos distinguir as fases de um material a olho nu, mas outras ficamos em
formados os sistemas dúvida: o leite, o suco de laranja natural, o sangue, possuem só uma fase?
coloidais encontrados
A foto A, apresentada abaixo, é de bolsas de sangue humano; a foto B mostra o aspecto de
em nosso cotidiano.
uma gota de sangue humano em uma lâmina de análise. A foto C mostra o sangue humano visto
ao ultramicroscópio.
Podemos, então, concluir que o sangue apresenta um aspecto desigual que não pode ser perce-
bido a olho nu, mas que é visível ao ultramicroscópio, portanto, é constituído de mais de uma fase.
Assim, para estabelecer um critério único, que pudesse ser utilizado no mundo todo, sem dar
margem a dúvidas, os cientistas basearam a classificação das fases de um material em dois equipa-
mentos: o ultramicroscópio e a ultracentrífuga.
D
AT
AC
RA
FTC
ER
OL
10/SHUTT
TD
/GE
TTY
OKSANA20
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YO
NS
/AL C
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TH
ER
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AG
ES
42 Transformações químicas
MATERIAIS HOMOGÊNEOS
Materiais homogêneos são constituídos de substâncias isoladas ou soluções (misturas homogê-
neas de substâncias), que apresentam uma única fase (são monofásicos), podendo ser identificados
pelas seguintes características:
aspecto visual uniforme, mesmo ao ser examinado em um ultramicroscópio;
propriedades constantes em toda a sua extensão, por exemplo, os pontos de fusão e de ebulição
K
OC
ST
e a densidade;
ER
TT
U
no caso de uma solução, as substâncias que a constituem não podem ser separadas por uma LE
N/
SH
D
ultracentrífuga. M
A
Soluções
Em geral, as soluções são formadas por um solvente e um (ou mais) soluto(s). Geralmente, em
QUÍMICA
Transformações químicas 43
BURAZIN/GETTY IMAGES
As soluções podem ser encontradas em qualquer estado de agregação, conforme mostra a
tabela a seguir (note que o estado de agregação da solução é determinado pelo estado de agregação
do solvente):
Materiais heterogêneos
Dizemos que um material é heterogêneo quando ele possui mais de
uma fase; nesse caso pode ser bifásico (duas fases), trifásico (três fases),
tetrafásico (quatro fases) ou até polifásico (várias fases).
MAXIM IBRAGIMOV/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
Dispersões grosseiras
Nesse caso, o material que constitui o disperso pode ser dividido em partículas com diâmetro
médio, igual ou superior a 100 nanometros (ou a 1027 m) e com as seguintes características:
são observadas a olho nu ou em microscópio comum;
podem ser separadas do dispergente pela ação da gravidade (sofrem sedimentação espontânea
se tiverem densidade maior que a do dispergente, processo que pode ser acelerado por uma cen-
trífuga comum).
SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA
44 Transformações químicas
Número de componentes de um material heterogêneo
O número de componentes de um material ou sistema heterogêneo é igual ao número de subs-
tâncias de que ele é formado, e não é necessariamente igual ao seu número de fases, por exemplo:
água (nas fases sólida e líquida) 1 areia (dióxido de silício): três fases e dois componentes;
óleo 1 água 1 melado: três fases e três componentes.
Dispersões coloidais
Em uma dispersão coloidal, o material que constitui o disperso pode ser dividido em partículas
que apresentam diâmetro médio variando entre 1 nm e 100 nm (ou entre 1029 m e 1027 m) e com
as seguintes características:
só podem ser observadas em um ultramicroscópio;
sedimentam-se apenas pela ação de uma ultracentrífuga.
Há uma infinidade de materiais presentes na natureza – e, portanto, em nosso dia a dia – que
se enquadram nessa definição, como o sangue, as pedras preciosas (como as safiras abaixo), as es-
pumas, a fumaça, etc.
BYJENG/SHUTTERSTOCK
Transformações químicas 45
Ultramicroscópio e ultracentrífuga
Microscópios
O que caracteriza um microscópio é o poder de resolução e de ampliação.
O poder de resolução indica qual a menor distância (comprimento) entre dois pontos
da imagem que um microscópio consegue focar com precisão e está relacionado ao chama-
do critério de Rayleigh, segundo o qual o limite para obtenção de uma imagem precisa é o
comprimento de luz utilizado. Atualmente, os microscópios que trabalham com luz na faixa
do visível conseguem uma resolução na faixa dos 500 nm (meio micron). Desse modo, para
obter uma resolução maior é necessário utilizar uma luz com menor comprimento de onda,
ou seja, na faixa do ultravioleta (microscópios com luz ultravioleta são utilizados para produzir
chips eletrônicos, que necessitam de resolução abaixo de 1 micron).
O poder de ampliação de um microscópio depende das lentes que ele possui e pode
ser calculado pela multiplicação dos aumentos individuais proporcionados por cada lente.
Um microscópio geralmente apresenta até cinco lentes objetivas, contendo os códigos
5x, 10x, 20x, 50x e 100x (x 5 vezes), além de uma ou duas oculares que geralmente possuem
aumento de 10x e, raramente, de 20x. O poder de ampliação do microscópio é então calcula-
do como o produto do aumento da ocular pelo aumento da objetiva. O microscópio possui
um poder de ampliação regulável que varia entre 50x e 1 000x. Uma ampliação maior do que
essa provoca distorção na imagem na faixa do vermelho por causa do limite no poder de re-
solução devido ao critério de Rayleigh, portanto, os microscópios mais potentes comumente
apresentam objetivas de até 100x acopladas a oculares de 10x.
O ultramicroscópio difere do microscópio comum pela forma especial de iluminar a
amostra, permitindo que ela seja observada sobre um fundo escuro.
Nesse aparelho, a iluminação é feita lateralmente (quase perpendicular ao eixo óptico),
de modo que só chegam ao observador os raios de luz difundidos pela amostra examinada,
o que permite a observação de partículas extremamente pequenas. O princípio de funciona-
mento de um ultramicroscópio é baseado no mesmo fenômeno (denominado efeito Tyndall),
que permite que se veja, em um ambiente em penumbra, as partículas de poeira dispersas no
ar, quando iluminadas por um feixe de raios solares que se propagam em um plano perpen-
dicular ao eixo de visão do observador.
Centrífugas
A centrífuga comum, usada em laboratórios de química ou de análises clínicas, consta
de uma série de suportes onde são colocados tubos de ensaio contendo a mistura para ser
submetida a uma rotação acelerada. A força centrífuga empurra a parte sólida (o disperso)
para o fundo do tubo, enquanto a parte líquida (o dispergente) fica límpida, sobre o sólido
depositado.
As ultracentrífugas funcionam com energia elétrica e são capazes de operar com ve-
locidades da ordem de 60 000 rpm (rotações por minuto), gerando forças centrífugas até
750 000 vezes mais intensas que a força da gravidade terrestre.
São utilizadas tanto para
IAKOV FILIMONOV/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
medir velocidade de sedimenta-
ção de partículas de uma disper-
são coloidal como para separar
proteínas ou ácidos nucleicos
(DNA) das soluções.
46 Transformações químicas
Coloides no cotidiano
As dispersões coloidais são classificadas conforme o estado de agregação do disperso e
do dispergente.
Sol sólido
Apresenta o dispergente e o disperso no estado sólido. Exemplos: pedras preciosas colori-
das, como rubi (óxido crômico, CrO3, disperso em óxido de alumínio, Al2O3), safira (óxidos de
ferro, FeO e Fe2O3, dispersos em óxido de alumínio, Al2O3) ou cristais artísticos, como o cristal
rubi-veneziano, que é obtido por dispersão, na massa vítrea, de partículas de ouro metálico
com dimensões da ordem de 1 Å (10210 m).
Sol
Apresenta o dispergente no estado líquido e o disperso no estado sólido.
Exemplos: goma-arábica (goma 1 água), gelatina (proteína 1 água).
A gelatina é uma proteína solúvel em água ou em soluções diluídas de sais e que coagula
por aquecimento (quando pura).
ILDI PAPP/SHUTTERSTOCK
Fig. 10 – A gelatina comestível é fabricada a partir da pele, das cartilagens e dos ossos bovinos – ricos
em colágeno, a principal proteína estrutural dos tecidos e dos ossos.
JAN BUTCHOFSK/CORBIS/LATINSTOCK
É obtida pelo tratamento de ossos e de resíduos da descarnagem de curtumes em au-
toclaves (espécie de panela de pressão industrial).
É dividida em dois graus de pureza: o maior é destinado à fabricação de gelatina co-
mestível, descorada e desodorizada; o menor, à matéria-prima para a fabricação da cola de
marceneiro. Também é utilizada nas indústrias farmacêutica e fotográfica.
FRENTE A
Gel
Apresenta o dispergente no estado sólido e o disperso no estado líquido. O estado gel Fig. 11 – A pérola é formada por um
é exatamente oposto ao estado sol. sistema de defesa do molusco. Quando
A característica principal de um gel é a formação de uma estrutura em que as par- um corpo estranho (como uma partícula
QUÍMICA
Transformações químicas 47
Exemplos: manteigas (água em gordura), geleias (água em pectina, que é uma substância
viscosa formada nas paredes celulares de frutas, cereais e vegetais), pérolas (água em carbonato
de cálcio, CaCO3), tintas tixotrópicas.
O fenômeno conhecido por tixotropia (do grego tyxon, “tato”, e tropein, “mudança”) refe-
re-se à propriedade de alguns géis se reverterem temporariamente a sol, ao serem submetidos
à ação de uma força ou agitação, situação que se reverte prontamente, reconstituindo o gel,
caso cesse a perturbação sobre o sol originado.
Algumas tintas são géis tixotrópicos; elas são densas e viscosas na lata, tornam-se aparen-
temente “líquidas” quando se mergulha um pincel em seu interior, engrossam sobre o pincel,
diminuindo o gotejamento, liquefazem-se quando aplicadas sobre uma parede ou tela, de
modo que deslizam suavemente e tornam-se viscosas, uma vez mais, na superfície pintada,
onde secam sem escorrimento ou gotejamento.
DAVID POU/SHUTTERSTOCK
Fig. 14 – Espuma de poliuretano em embalagem spray utilizada para colagem, vedação e acabamento.
H
INC
Espuma líquida
OL
48 Transformações químicas
PICSFIVE/SHUTTERSTOCK
Aerossol líquido
Apresenta o dispergente no estado gasoso e o disperso no estado líquido.
O termo aerossol vem do grego aér, que significa “ar”, e sol, forma abreviada de solven-
te. Trata-se de uma névoa coloidal formada de minúsculas gotas de um líquido dispersas
em um gás.
Exemplos: neblina (água em ar), spray inseticida, spray desodorante.
Aerossol sólido
Apresenta o dispergente no estado gasoso e o disperso no estado sólido.
Exemplos: fumaça de cigarro (cinzas dispersas em ar), partículas de poeira dispersas no Fig. 15 – Spray desodorante, exemplo de
ar atmosférico. aerossol líquido.
Emulsão
Apresenta o dispergente e o disperso no estado líquido.
A palavra emulsão vem do latim emulsu, que significa “ordenhado”, em decorrência da
aparência leitosa da maioria das emulsões.
Trata-se de um sistema formado pela mistura de dois líquidos imiscíveis, de tal forma
FRENTE A
QUÍMICA
Transformações químicas 49
EXERCÍCIO RESOLVIDO
PARA CONSTRUIR
1 Em relação à classificação dos sistemas, assinale a(s) alterna- É uma regra do mercado: tudo o que é bastante den-
tiva(s) correta(s). Justifique. so é vendido por peso (massa); tudo o que é pouco denso
(leve) é vendido por volume!
(01) São exemplos de soluções: álcool hidratado, água de
Veja o caso dessas duas mercadorias: o éter etílico
torneira, suco de laranja artificial e latão.
(d420 5 0,71) é vendido por litro por ser menos denso que
(02) São exemplos de dispersões grosseiras: água e serra- a água; já o clorofórmio, cuja densidade é, à mesma tem-
gem, feijão e areia, sal e areia e ouro de 18 k. peratura, d420 5 1,41, ou seja, maior que a da água, é ven-
(04) São exemplos de dispersões coloidais: a gelatina, o san- dido por kilograma. [...]
gue e o leite. E os sorvetes? Como ninguém pesa o sorvete ao com-
(08) As partículas de disperso em uma dispersão coloidal prá-lo, vários aditivos cumprem a função de deixá-lo o mais
são barradas apenas por um ultrafiltro. leve possível. Tão macio! Para isso, os estabilizantes de es-
(16) As partículas de disperso em uma dispersão coloidal puma mantêm uma estrutura que retém o ar dentro dele.
sofrem sedimentação pela ação da gravidade. Esses três exemplos mostram como conseguem nos
(32) As partículas de disperso em uma dispersão coloidal vender ar.
podem ser observadas ao ultramicroscópio. Em relação ao texto, responda aos itens a seguir.
(01) Verdadeiro. a) Entre os produtos citados, chantilly, álcool etílico, clorofór-
(02) Falso. O ouro de 18 k é uma solução sólida. mio e sorvete, quais podem ser classificados como disper-
sões coloidais?
(04) Verdadeiro.
São dispersões coloidais o chantilly e o sorvete.
(08) Verdadeiro.
(16) Falso. A sedimentação ocorre apenas pela ação de uma ultra-
centrífuga. b) Identifique o disperso e o dispergente que constituem os
produtos que foram classificados como dispersões coloi-
(32) Verdadeiro.
dais no item anterior.
Somatória: 01 1 04 1 08 1 32 5 45
Tanto no chantilly como no sorvete o dispergente é o creme
50 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR Componentes Ponto de fusão/°C Ponto de ebulição/°C
2 (Fesp) Um sistema formado por água 1 álcool etílico 1 gra- Composição química provável
nito (excluindo o recipiente e o ar) apresenta:
Sulfato de cálcio 0,0038 mg/L
a) três componentes e três fases.
b) três componentes e duas fases. Bicarbonato de cálcio 0,0167 mg/L
c) cinco componentes e quatro fases.
d) cinco componentes e cinco fases. Com base nessas informações, podemos classificar a água
e) cinco componentes e duas fases. mineral como:
a) substância pura. d) mistura homogênea.
3 (UFMG) Com relação ao número de fases, os sistemas podem b) substância simples. e) suspensão coloidal.
ser classificados como homogêneos ou heterogêneos. As c) mistura heterogênea.
alternativas correlacionam adequadamente o sistema e sua
classificação, exceto: 3 (UFPI) Adicionando-se excesso de água à mistura formada
a) água de coco/heterogêneo. por sal de cozinha, areia e açúcar, obtém-se um sistema:
b) laranjada/heterogêneo. a) homogêneo, monofásico.
c) leite/homogêneo. b) homogêneo, bifásico.
d) poeira no ar/heterogêneo. c) heterogêneo, monofásico.
e) água do mar filtrada/homogêneo. d) heterogêneo, bifásico.
e) heterogêneo, trifásico.
4 (Fuvest-SP) Todas as águas com as denominações a seguir po-
dem exemplificar soluções de sólidos em um líquido, exceto: 4 (PUCC-SP) Colocando em tubo de ensaio pequena quantida-
de de petróleo e água do mar filtrada, temos:
a) água potável. d) água do mar.
b) água destilada. e) água mineral. a) sistema heterogêneo, sendo cada fase uma mistura;
c) água dura. b) sistema homogêneo;
c) sistema heterogêneo, sendo cada fase uma substância pura;
5 Indique o grupo que só apresenta misturas. d) sistema tem 2 fases: separáveis por filtração;
a) Aço, cobre, água mineral. e) sistema heterogêneo, sendo uma fase substância pura e
b) Aço, bronze, madeira. outra mistura.
c) Ar, gelo-seco, gasolina. 5 (ITA-SP) Considere os sistemas apresentados a seguir:
d) Prata, latão, petróleo.
I. Creme de leite
e) Leite, sangue, oxigênio.
FRENTE A
II. Maionese comercial
III. Óleo de soja
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR IV. Gasolina
V. Poliestireno expandido
QUÍMICA
1 (PUCC-SP) Uma liga de prata e mercúrio é aquecida com a Desses, são classificados como sistemas coloidais:
finalidade de separar os componentes. Considerando a liga a) apenas I e II. d) apenas I, II e V.
uma mistura homogênea, quantas fases existem no sistema, b) apenas I, II e III. e) apenas III e IV.
à temperatura de 356,7 °C? Dados: c) apenas II e V.
Transformações químicas 51
CAPÍTULO
6 Outras propriedades
da matéria
Objetivos:
PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS
c Identificar as Observe que utilizando nossos sentidos, visão, paladar, olfato, tato e audição, podemos des-
propriedades crever uma série de características da matéria que nos ajudam a defini-la e a reconhecê-la. Essas
da matéria que propriedades que impressionam nossos sentidos são denominadas organolépticas.
impressionam os Todas as propriedades organolépticas variam com as condições de temperatura e pressão am-
sentidos.
bientes. A seguir estão apresentados alguns exemplos, considerando-se 25 °C de temperatura e
c Aprender a preparar 1 atm de pressão.
um indicador ácido-
-base.
Olfato
Uma propriedade que é perceptível ao olfato é o cheiro dos materiais. Muitos deles, como a
c Aprender a identificar água, o gás oxigênio e o ferro, são inodoros, isto é, não possuem cheiro, mas outros possuem um forte
se uma substância odor característico capaz de identificá-los. Veja alguns deles a seguir.
é ácida, básica ou O sulfeto de hidrogênio tem cheiro característico de ovo podre.
neutra utilizando um A amônia (encontrada em diversos produtos de limpeza) possui um cheiro sufocante.
indicador.
O álcool b-feniletílico (utilizado em perfumes) tem odor de rosas.
DAIM
ON
DS
HU
TE
T
R/
SH
UT
TE
R S TO
CK
52 Transformações químicas
Paladar
Uma propriedade que pode ser percebida pelo paladar é o sabor de certos materiais, que, em
princípio, pode ser doce, salgado, azedo, amargo ou adstringente e umami, como: ATENÇÃO!
A sacarose (açúcar comum) tem sabor doce. Muitas dessas substâncias que ci-
O cloreto de sódio (sal de cozinha) tem sabor salgado. tamos são tóxicas e podem causar
O limão tem sabor azedo. danos à saúde; portanto, nunca
O quinino tem sabor amargo. cheire ou prove qualquer subs-
A banana verde tem sabor adstringente (que “amarra na boca”). tância sem ter absoluta certeza de
O glutamato monossódico (MSG) tem sabor umami, característico de pratos orientais nos quais que é seguro fazer isso.
é utilizado como tempero (por causa da presença do aminoácido L-glutâmico).
DESIGNUA/SHUTTERSTOCK
Amargo
Ácido
Salgado
Doce
Fig. 3 – O paladar nos permite sentir o sabor dos Fig. 4 – Ilustração esquemática da língua
alimentos. humana e as regiões de percepção de sabor.
Visão
Uma propriedade que é percebida pela visão é a cor dos materiais.
Para enxergarmos alguma coisa, dependemos da presença de luz (energia luminosa). O tipo e
a quantidade de luz existentes geralmente influenciam na maneira como enxergamos a cor de um
material, mas, de modo geral, é possível identificá-lo. Veja abaixo alguns casos:
O iodo na fase sólida é cinza e na fase gasosa é violeta.
O cobre é um metal avermelhado.
O cloreto de sódio (do sal de cozinha) é um sólido branco.
CLAUDE NURIDSANY_MARIE PERENNOU/SCIENCE PHOTO LIBRARY/
LATINSTOCK
FRENTE A
QUÍMICA
Transformações químicas 53
Tato
Uma propriedade percebida pelo tato é o grau de compactação de um sólido, ou seja, a ma-
neira como as partículas desse sólido se arrumam na superfície, determina a forma que o material é
apresentado, ou seja, em pó, em pequenos grãos ou em bloco, e ainda se sua superfície é lisa, rugosa
ou áspera. Por exemplo:
O aço pode ser encontrado na forma de blocos lisos e compactos.
A areia normalmente é granulada e áspera.
O talco é um mineral muito liso que pode ser facilmente pulverizado.
BURKOVSKY/SHUTTERSTOCK
STUDIOMODE/ALAMY/GLOW IMAGES
Fig. 6 – O tato nos permite sentir a textura Fig. 7 – A areia é granulada e áspera. Fig. 8 – O talco é liso e suave.
dos objetos.
Audição
Uma propriedade que é perceptível à audição é o som que acompanha determinados fenô-
menos físicos e químicos dos materiais. Como exemplos temos:
O comprimido efervescente produz um som característico quando se dissolve na água.
Fig. 9 – Os sons são percebidos pela O som produzido pela lenha ao ser queimada.
audição. A explosão da dinamite produz um som ensurdecedor.
SMIT/SHUTTERSTOCK
Fig. 10 – O barulho do gás formado pela Fig. 11 – Os estalidos da lenha queimando na lareira são
dissolução do comprimido efervescente. propriedades organolépticas relacionadas à audição.
54 Transformações químicas
PROPRIEDADES DE GRUPO
Alguns materiais possuem determinadas propriedades, por exemplo, podem ser ácidos, básicos
ou neutros.
Para identificar essas propriedades, os químicos utilizam indicadores, que podem ser apresen-
tadas como soluções ou papéis que mudam de cor conforme entram em contato com um meio
ácido, básico ou neutro.
Os materiais do grupo ácido possuem características em comum, como o sabor azedo (que
você conhece do limão ou do vinagre).
Os materiais do grupo básico (alcalino), por sua vez, possuem em comum o sabor adstringente
e cáustico (semelhante ao da banana ou ao do caqui quando verdes).
Quanto ao sabor das substâncias neutras, o melhor exemplo que temos é o da água potável.
EXPERIMENTANDO
Indicadores ácido-base
Ficar provando o sabor dos materiais que não conhecemos para identificar a que
grupo pertencem não é uma boa ideia.
Muitos materiais são perigosos e tóxicos
A solução de bateria de carro, por exemplo, contém ácido sulfúrico que, em deter-
minadas concentrações, pode carbonizar a matéria orgânica, isto é, se ingerido, pode
transformar sua língua em carvão. Logo, para saber se um material é ácido, básico ou
neutro, escolha os indicadores.
O extrato de repolho roxo, cujo preparo é indicado a seguir, é um deles.
1. Material necessário
1
repolho roxo de tamanho médio
2
FRENTE A
água
1 panela
1 garrafa PET transparente de 250 mL, limpa e com tampa
1 conjunto de jarra e peneira que se encaixem uma na outra
QUÍMICA
Transformações químicas 55
2. Líquidos que serão testados
vinagre branco
água de chuva
solução de bicarbonato de sódio
refrigerante tipo soda
desinfetante com amoníaco
Se quiser, teste também água destilada (comprada em posto de gasolina), suco de limão,
saliva, água do mar, solução de leite de magnésia, solução de água e sabão em pedra, solu-
ção de água e sabonete, solução de água e xampu, solução de água e comprimido antiácido,
solução de água e aspirina, etc.
3. Procedimento
Corte o repolho em pedaços pequenos, coloque-os na panela e cubra-os com água. Leve
ao fogo e deixe ferver até que a água se reduza a praticamente metade do volume inicial.
Desligue o fogo, tampe a panela e espere esfriar. Apoie a peneira na jarra e coe o conteúdo
da panela. Passe a solução da jarra para a garrafa PET.
Coloque a solução de extrato de repolho roxo nos copos até cerca de 1 da capacidade (20 mL).
3
Escreva nas etiquetas o nome dos líquidos que serão testados e cole nos copos.
Adicione o conteúdo de um conta-gotas cheio de vinagre branco ao copo que possui a
respectiva etiqueta. Observe e registre suas conclusões. Faça o mesmo em relação aos outros
líquidos.
Não se esqueça de lavar muito bem o conta-gotas antes de testar cada material para que
não haja alteração nos resultados.
Há ainda outras substâncias que podemos utilizar como indicadores.
4. Extrato alcoólico de flores de hibisco
Coloque 5 pétalas de flores para cada 2 colheres de sopa de álcool etílico 92,8 °GL. Deixe
a solução descansar por 1 hora ou até que as pétalas percam a cor. Guarde-a coada em um
frasco limpo e com tampa.
BONCHAN/SHUTTERSTOCK
56 Transformações químicas
DI
AN
A
5. Extrato alcoólico de beterraba
TA
L
IUN
/SH
Junte uma beterraba pequena cortada em fatias
U
TTERS
finas a 100 mL de álcool etílico 92,8 °GL. Deixe
TOCK
descansar por 1 hora e guarde a solução
coada em um frasco limpo e tampado.
6. Fenolftaleína (adquirida apenas
em lojas de materiais para
laboratório)
Em 7 de maio de 2002, a Agência
de Vigilância Sanitária (Anvisa) proi-
biu a venda de laxantes contendo essa Fig. 14 – Beterrabas frescas.
substância:
Nenhum medicamento vendido no Bra-
sil poderá ter em sua fórmula a substância
laxante fenolftaleína [...]. A decisão é da Anvi-
sa, com base em resolução do FDA (Food and
Drug Administration, órgão norte-americano que
controla a venda de alimentos e remédios nos EUA),
[...] que aponta risco de a substância causar câncer nas pessoas.
Disponível em: <www.portaldoconsumidor.gov.br/noticia.asp?busca=sim&id=315>.
Acesso em: 20 ago. 2014.
A extração de um pigmento pode ser feita por maceração, como no caso das flores de
hibisco ou da beterraba, deixando-se o vegetal em contato com um solvente adequado por
certo tempo. A extração dos pigmentos do repolho roxo, como indicado anteriormente, não
é feita por maceração, mas por decocção, que consiste na extração de princípios ativos do
vegetal, previamente reduzido a pequenos pedaços, pelo contato prolongado (no máximo
uma hora) com água em ebulição. Essa técnica permite extrair produtos que não são solúveis
na água fria ou mesmo aumentar a quantidade de substâncias extraídas. Há, porém, o risco
de ocorrerem alterações na composição química de certos princípios ativos quando o tem-
po de decocção ultrapassa meia hora.
1. Classifique os materiais que você testou em um dos seguintes grupos, conforme a cor da
solução observada:
Transformações químicas 57
DE ONDE VEM... PARA ONDE VAI?
Óxido de cálcio
O processo industrial
A cal virgem, ou óxido de cálcio, é retirada do calcário, um mineral de carbonato
de cálcio (calcita), que também constitui o mármore. Há jazidas de calcário por todo o
Brasil. As principais se localizam nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, tendo São
Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul como os maiores produtores. A extração da rocha
de calcário e a obtenção da cal podem ser resumidas nas seguintes etapas:
Localiza-se a jazida e faz-se o descapeamento (retirada do material estéril) que
cobre a rocha.
A rocha calcária exposta é fragmentada, utilizando-se explosivos como dinamite.
Escavadeiras hidráulicas carregam as rochas fragmentadas em caminhões para
encaminhá-las ao britador primário (britador de mandíbulas).
Pela força do impacto, o britador de mandíbulas quebra as rochas, diminuindo
seu tamanho.
A pedra calcária britada é peneirada e classificada em vários tamanhos, sendo uma
parte transferida para os fornos de calcinação.
Indústrias de maior porte utilizam fornos verticais com altura entre 14 metros e
18 metros, cuja fonte de energia é o eucalipto, para decompor o calcário (carbo-
nato de cálcio), que é calcinado (sofre decomposição térmica) a uma temperatu-
ra de 900 °C a 950 °C, originando a cal virgem (óxido de cálcio) em pedra.
A cal virgem em pedra é, depois, enviada para um britador secundário que vai
pulverizá-la para, em seguida, ser armazenada em um silo.
A cal pode ser considerada o produto manufaturado mais antigo da humanidade.
Há registros do uso desse produto que datam de antes de Cristo. Um exemplo de uso da
cal é a muralha da China (construída aproximadamente em 3000 a.C.), onde é possível
encontrar, em alguns trechos da obra, uma mistura de terra argilosa e cal.
Pela diversidade de aplicações, a cal está entre os dez produtos de origem mineral
de maior consumo no planeta. Estima-se que sua produção mundial esteja em torno de
FABIO COLOMBINI/ACERVO DO FOTÓGRAFO 145 milhões de toneladas por ano. É usada como
bactericida em estábulos e canis; como removedor
de impurezas (escórias) nas indústrias siderúrgicas;
no tratamento de resíduos industriais; nas indús-
trias de papel e celulose; e no setor de construção
civil (constituindo em média 65% do cimento Por-
tland, o mais usado atualmente).
O processo que descrevemos para a fabricação
da cal é o que ocorre em grandes indústrias. Há,
porém, um pequeno grupo de produtores artesa-
nais espalhados pelo Brasil que trabalham em con-
dições insalubres, prejudicando a própria saúde, a
saúde da população local e o meio ambiente.
O exemplo mais significativo é o que ocorre em
Frecheirinha, município localizado a 286,3 km de
Fortaleza, na porção noroeste do estado do Ceará,
que possui uma população de cerca de 12 mil habi-
tantes e condições climáticas adversas às do clima
semiárido, como precipitações irregulares e ciclos
de seca que se repetem a cada oito ou doze anos.
Fig. 15 – Jazida de calcário inexplorada.
Bom Jesus da Lapa (BA), 2009.
58 Transformações químicas
FABIO COLOMBINI/ACERVO DO FOTÓGRAFO
Fig. 16 – Jazida de calcário descapeada em atividade. Nobres (MT), 2005.
Fontes: Reportagens de Natercia Rocha. Diário do Nordeste, 16 mar. 2009; sões para a classe, de modo
Maria Neves. Agência Câmara, 27 dez. 2006; Oscar Telles. Agência Câmara, 31 ago. 2007. que todos, por meio de um
* A queima de matéria orgânica – como pneus, lixo plástico e outros que contém cloro – produz dioxinas e furanos, substân-
debate, cheguem a um consen-
cias que podem causar câncer. A cal havia sido contaminada pela queima desses materiais praticada em fornos artesanais. so (se possível) sobre o tema.
Transformações químicas 59
EXERCÍCIO RESOLVIDO
(UEPG-PR) O hábito de tomar café está ligado a atividades É válido o que se afirma em:
sociais e de interação entre as pessoas. a) I e II apenas.
O “cafezinho” é uma bebida capaz de unir pessoas num bate- b) II e III apenas.
-papo, de propiciar momentos de descontração durante o c) II, III e IV apenas.
período de trabalho ou de encerrar uma reunião de amigos. d) I, II e IV apenas.
Esse consumo tem levado os produtores de café a melhorar e) I, II, III e IV.
o processo e aprimorar o grão, o que resulta em tipos diver- RESOLUÇÃO:
sos de café, que são classificados, dentre outros critérios, pela
I. Verdadeiro. O amargor e a doçura impressionam o paladar
acidez, amargor, aroma, defeitos dos grãos, doçura, processo
e o aroma impressiona o olfato, logo tratam-se de proprie-
de beneficiamento, torrefação, infusão e filtragem.
dades organolépticas do café.
Considere as afirmativas a seguir relacionadas as característi- II. Verdadeiro. Os grãos de café são aquecidos a altas tem-
cas citadas no texto. peraturas com o objetivo de atingirem cor e paladar que
I. O amargor, o aroma e a doçura são propriedades organo- sejam agradáveis ao consumidor.
lépticas do café que podem ser sentidas pelo consumidor. III. Falso. Um processo só pode ser dito “químico” quando a
II. O grão de café cru não tem um gosto apetecível e é por estrutura da matéria sofre uma transformação. Tanto na
isso que necessita de atravessar o processo de torrefação retirada da casca dos grãos como na trituração dos grãos
para ficar com o melhor aroma e sabor. de café não ocorre nenhuma transformação na estrutura
III. O beneficiamento (retirada da casca dos grãos) e a moa- da matéria, portanto, esses são processos físicos.
gem (trituração dos grãos) são processos denominados IV. Verdadeiro. Ao passar o café pelo coador (filtro) para se-
químicos. parar o líquido do pó, a dona de casa está realizando um
IV. Ao coar o café a dona de casa está realizando um proces- processo físico.
so físico. Alternativa d.
PARA CONSTRUIR
1 Assinale os itens que falam de propriedades organolépticas da matéria. A resposta é a soma dos itens assinalados.
(01) O álcool b-feniletílico possui odor de rosas.
(02) A clorofila é um pigmento verde utilizado como corante em xampus.
(04) A clorofila, na presença de luz, é utilizada pelos vegetais para transformar gás carbônico em gás oxigênio (fotossíntese).
(08) O b-caroteno encontrado em vegetais e frutas de cores fortes, que o organismo animal transforma em vitamina A, possui cor
laranja intensa.
(16) Um dos líquidos conhecidos de maior densidade é o di-iodometano (d = 3,32 g/cm).
(32) O alúmen de potássio ou alúmen comum ou pedra-ume age como coagulante em pequenos cortes e é muito utilizado por
manicures.
Justifique sua resposta.
(01) Propriedade organoléptica ligada ao olfato. (02) Propriedade organoléptica ligada à visão.
(04) Propriedade química. (08) Propriedade organoléptica ligada à visão.
(16) Propriedade física. (32) Propriedade química, Soma: 01 + 02 + 08 = 11.
2 A cor é uma propriedade organoléptica que depende da luminosidade local. Ainda que uma substância tenha uma cor caracterís-
tica, vemos nuances diferentes conforme a iluminação do ambiente onde a examinamos. Por esse motivo (entre outros), a cor não
é uma propriedade decisiva para classificar um material como sendo uma substância ou mistura. Quais são os tipos de proprieda-
des mais indicadas para fazer essa diferenciação?
As propriedades químicas e físicas.
60 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
FRENTE A
d) ácido/ácido/básico/básico. Em relação ao que foi descrito, responda:
e) básico/básico/ácido/ácido. a) Por que as conchinhas, o mármore e a cal são materiais
indicados para controlar a acidez do meio?
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR b) Utilizando um indicador, o jardineiro concluiu que o
QUÍMICA
Transformações químicas 61
CAPÍTULO
7 Laboratório de Química
Objetivos: Trabalhar num laboratório de Química envolve frequentemente o contato com muitas subs-
tâncias que são potencialmente perigosas, mesmo realizando experimentos simples que utilizam
c Conhecer o laboratório
materiais que não oferecem grande risco, esteja sempre atento.
de Química e suas
Para minimizar a probabilidade de ocorrência de acidentes e preservar a integridade das pessoas,
normas de segurança.
do meio ambiente, dos reagentes e dos equipamentos, foram estabelecidas algumas normas básicas
c Identificar os símbolos de segurança que devem ser seguidas à risca.
de segurança Essas normas abrangem desde cuidados com a segurança pessoal até o manuseio correto de
e os principais equipamentos, utilização e armazenagem de produtos químicos. É fundamental que a segurança
equipamentos de no laboratório de Química seja uma preocupação constante e prioritária de todos os seus usuários:
laboratório. alunos, professores e funcionários.
c Aprender a descartar
MARCUS LIZUKA/FOTOARENA
corretamente os
resíduos de um
experimento.
62 Transformações químicas
TJPHOTOS/ALAMY/GLOW IMAGES
NORMAS DE SEGURANÇA
Os itens a seguir trazem uma ideia geral da atitude que devemos manter em laboratório.
Ter sempre em mente que o laboratório é um local de trabalho sério e de risco potencial.
Nunca trabalhar sozinho no laboratório, pois em caso de acidente pode ser difícil de pedir ajuda.
Usar sempre avental limpo, branco, de algodão (o avental de náilon, em caso de acidente com fogo,
grudaria na pele), justo, de mangas compridas e até os joelhos.
Usar sapatos fechados e calças compridas.
Usar óculos de proteção, luvas apropriadas e máscara sempre que as situações exigirem.
Sempre que for anotar algum dado no caderno, abrir uma porta, pegar um livro, etc. remova as
luvas.
Manter os cabelos compridos devidamente amarrados.
Lavar as mãos com frequência durante o trabalho no laboratório; proteger as feridas expostas e
não manusear os aparelhos elétricos com as mãos úmidas.
Não comer, beber ou usar cosméticos no laboratório devido ao perigo de contaminação com
substâncias tóxicas.
Não usar telefones ou aparelhos sonoros que possam desviar a sua atenção.
Não fumar no laboratório devido ao perigo de contaminação com substâncias tóxicas e à presença
de inúmeras substâncias inflamáveis.
Pesquisar as propriedades físicas e a toxidez das substâncias que serão utilizadas antes de iniciar o
experimento.
Criar o hábito de ler atentamente o rótulo dos frascos antes de manusear qualquer substância para
obter informações adicionais e conhecer os riscos e cuidados necessários na sua utilização. Fig. 2 – A capela possui um sistema
de exaustores que absorvem os
Fazer um planejamento cuidadoso do experimento antes de iniciar qualquer trabalho no labora- vapores tóxicos impedindo que eles
tório, verificando o procedimento e as precauções que devem ser tomadas para evitar acidentes. se propaguem pelo laboratório e
contaminem o ambiente.
Não deixar abertos os frascos das substâncias que estão sendo utilizadas no experimento.
Verificar o estado de conservação das tubulações de gás e das instalações elétricas e de todo o
material existente no laboratório, que deve passar por revisões periódicas.
Cuidar da limpeza adequada do material utilizado para não contaminar as substâncias com impu-
trolador de pipetas.
Após o experimento, cuidar da limpeza da bancada e da aparelhagem utilizada. Fig. 3 – O chuveiro de segurança e o lava-
-olhos são indicados para os casos em que
Todos os acidentes que venham a ocorrer e que resultem em incêndios, ferimentos ou prejuízos, alguma substância acidentalmente entre
devem ser comunicados de imediato ao responsável, para que possam ser investigados e mencio- em contato com a pele ou os olhos, antes
nados em um relatório, de modo a contribuírem para a aprendizagem e prevenção futuras. de obter ajuda médica.
Transformações químicas 63
A tabela a seguir traz a relação de símbolos de segurança das substâncias e/ou misturas. Esses símbolos constam nos rótulos dos reagentes
de laboratório e nos caminhões que fazem o transporte.
AG /
IM OCK
ES
OW ST
GL TTER
Substâncias e misturas que podem explodir em contato com uma chama ou que sejam sensíveis a
U
Explosivas ou instáveis I
/SH
choques e fricções (atrito). Exemplos: picratos (dos fogos de artifício), azidas, trinitrotolueno (TNT).
ARG
DV
IM OCK /
OW ST ES
AG /
ES
GL TTER ARN
B
SH RRY
Substâncias e misturas que dão origem a reações fortemente exotérmicas quando em contato com
BA
U
Comburentes e/ou oxidantes II
outras substâncias. Exemplos: ácido nítrico fumegante, clorato de potássio, perclorato de potássio.
Nessa classe estão incluídas: substâncias com ponto de inflamação inferior a 21 °C; substâncias que
AG /
possam aquecer e inflamar-se ao ar à temperatura ambiente (sem fornecimento externo de energia);
IM OCK
ES
OW ST
substâncias e misturas sólidas que possam inflamar-se facilmente por um breve contato com uma
GL TTER
U
Inflamáveis III fonte de inflamação e que continuam a queimar após o afastamento desta; substâncias e misturas
SH
G/
AR
gasosas que sejam inflamáveis ao ar sob pressão normal; substâncias e misturas que, em contato com
DV
a água ou com o ar úmido, desenvolvam gases inflamáveis em quantidades perigosas. Exemplos:
hidrocarbonetos, metais alcalinos, fósforo branco.
IM OCK /
OW ST ON
AG /
ES
GL TTER RATI
Substâncias e misturas que, por contato imediato, prolongado ou repetido com a pele e as mucosas,
T
SH LUS
IL
U
Irritantes ou nocivas IV possam provocar reação inflamatória, doenças ligeiras ou efeitos de gravidade limitada sobre a pele,
OR
CT
olhos e órgãos respiratórios. Exemplos: iodo, clorofórmio.
VE
IM OCK /
OW ST RA
AG /
ES
GL TTER OVU
Substâncias e misturas que apresentam risco de envenenamento agudo ou crônico por inalação ou G
SH NE
U
Tóxicas IV via cutânea e que possam provocar riscos graves, imediatos ou tardios, perturbações nos processos de
reprodução ou mesmo a morte. Exemplos: piridina, óxido de chumbo, benzeno, fenol.
IM OCK /
OW ST ES
AG /
ES
GL TTER ARN
B
SH RRY
Substâncias e misturas que destroem o tecido vivo ou o equipamento quando em contato com estes.
Corrosivas V
BA
U
Substâncias ou misturas que emitem radiações que podem originar câncer ou aumentar a sua frequên-
U
SH
Radioativas VI cia e também causar perturbações nos processos de reprodução, incluindo esterilidade ou danos ao
RI/
SP
64 Transformações químicas
Descarte de resíduos de laboratório
A busca de um meio seguro de eliminar os resíduos químicos dos laboratórios é um
motivo de grande preocupação, principalmente no que se refere à conservação e proteção
ambiental.
A pia da bancada parece ser o local mais “convidativo” para fazer o despejo dos resíduos
de um experimento, mas na verdade esse é o lugar mais perigoso e inadequado. O correto é
que nada, além de água e sabão, seja lançado nesse local.
Como os demais procedimentos de laboratório, o despejo de resíduos segue normas
rígidas preestabelecidas que visam garantir a segurança do meio ambiente e, consequente-
mente, de todos os seres vivos.
Em primeiro lugar, todos os rejeitos (restos de substâncias utilizadas em experimentos
e testes) devem ser acondicionados segundo as normas de compatibilidade, em frascos ou
contentores, para serem eliminados posteriormente.
Algumas substâncias são ditas incompatíveis porque se entrarem em contato podem
causar explosões ou reações que liberam produtos tóxicos. Por exemplo, o ácido sulfúrico é
incompatível com o permanganato de potássio. O mercúrio é incompatível com o amoníaco
e os ácidos. O acetileno é incompatível com o cloro, o iodo, o cobre e o oxigênio. Existem
tabelas que fornecem uma relação extensa das substâncias incompatíveis que precisam ser
mantidas isoladas umas das outras no laboratório. Por isso o almoxarifado, onde ficam arma-
zenados os reagentes, é de acesso restrito aos que conhecem essa relação.
Cada embalagem destinada ao rejeito de substâncias utilizadas no laboratório deve re-
ceber um rótulo indicando o tipo de resíduo, com o respectivo símbolo de segurança.
Para evitar o acúmulo de rejeitos em uma área limitada, é importante reduzir ao mínimo
a quantidade de substâncias utilizadas (o que simultaneamente reduz os custos). O labora-
tório é um lugar próprio para ensaios em pequena escala e o sucesso do experimento não é
diretamente proporcional à quantidade de reagentes utilizados.
Os rejeitos acondicionados segundo as normas precisam sofrer tratamentos prévios
antes de serem lançados ao meio ambiente. Esses tratamentos dependem das características
de cada resíduo e podem envolver diferentes operações como:
Diluição: aplica-se a produtos pouco poluentes que podem ser despejados no esgoto após
mistura com grandes quantidades de água da torneira.
Neutralização: utiliza-se fazendo passar o resíduo (gás ou líquido), lentamente, numa so-
lução neutralizante ou através de pó granulado ou de um produto neutralizante adequado.
Filtração: efetua-se a separação dos resíduos sólidos da mistura líquida, tratando-se as duas
fases separadamente.
Transformações químicas 65
Um ser humano tem cerca de 5 milhões de células receptoras de odores nas cavidades nasais,
enquanto um coelho dispõe de 100 milhões e um cão de caça, de 220 milhões. Mesmo estando em
desvantagem, o olfato é um dos sentidos mais apurados nos seres humanos (é cerca de dez mil vezes
mais sensível que o paladar) e está ligado às emoções, sensações e impulsos sexuais.
EXPERIMENTANDO
Nota de
corpo ou A gradução 72 °GL (graus Gay-Lussac) indi-
Aumento da volatilidade
Lavanda
Verdes
Especiarias
Nota de
Frutas
Floral
coração
Madeira
Couro
Animal
Almíscar
Incenso
Baunilha
Nota de
fundo
Fig. 5 – Os componentes que são usados para o
preparo das fragrâncias possuem evaporações
Aumento do tempo de volatilização diferentes, conhecidas como notas.
66 Transformações químicas
APARELHOS DE LABORATÓRIO
Antes de iniciar qualquer experimento no laboratório, é importante familiarizar-se com os
equipamentos disponíveis, conhecer seu funcionamento, indicação de uso e a maneira correta de
manuseá-los.
ZAICHENKO OLGA/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
W IM CK/
S
AGE
GLO ERSTO
T
HUT
TO/S
O
RPH
SUR
Fig. 6 – Tubos de ensaio: usados para a realização Fig. 7 – Erlenmeyer: por causa de seu gargalo Fig. 8 – Béquer: usado para dissolver
de experimentos em pequena escala, pode ser estreito, é usado para dissolver substâncias e substâncias, preparar soluções e aquecer
aquecido diretamente na chama do Bico de Bunsen. agitar soluções, muito usado em titulações. líquidos, sua graduação é pouco precisa.
HUANSHENG XU/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
IMAGESOURCE/KEYSTONE
REPRODUÇÃO/ARQUIVO DA EDITORA
Fig. 9 – Proveta: aparelho graduado, usado Fig. 10 – Balão volumétrico: usado Fig. 11 – Balão de destilação: utilizado em
para medir volumes variáveis de líquidos dentro para preparar e diluir soluções montagens de destilação.
de sua escala. Sua graduação tem precisão que precisam ter concentrações
razoável. definidas, o volume é preciso e
prefixado.
FOTOS: SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA
REPRODUÇÃO/
ARQUIVO DA EDITORA
Fig. 12 – Vidro de
relógio: utilizado
na pesagem e no
transporte de pequenas
SWAPAN PHOTOGRAPHY/
SHUTTERSTOCK
quantidades de
substâncias sólidas.
FRENTE A
SÉRGIO DOTTA JR./
ARQUIVO DA EDITORA
QUÍMICA
Fig. 13 – Bagueta:
é utilizada para
agitar soluções ou
transferir líquidos Fig. 15 – Bico de bunsen:
de um recipiente Fig. 14 – Kitasato e trompa de vácuo: usados em usado para efetuar
para outro. filtrações a vácuo para acelerar o processo de filtração. aquecimentos de soluções.
Transformações químicas 67
EXERCÍCIO RESOLVIDO
RESOLUÇÃO:
a) Quando deslocamos com a mão os vapores desprendidos por uma substância volátil, estamos diluindo esses vapores no ar
atmosférico.
Essa diluição permite reconhecer a substância tornando seus efeitos menos agressivos (ou até inócuos), no caso de se tratar de
uma substância tóxica ou de cheiro sufocante.
b) O material sólido pode entupir o encanamento e, se for corrosivo, pode danificar os canos. O rejeito de substâncias utilizadas
em uma experiência segue normas específicas e o desrespeito a essas normas pode trazer sérios prejuízos ao meio ambiente.
c) Deixar os frascos abertos durante a realização de um experimento pode causar a contaminação das substâncias prejudicando
o resultado de futuras experiências.
PARA CONSTRUIR
1 (Enem – Adaptada) Produtos de limpeza, indevidamente 2 (Enem – Adaptada) Entre os procedimentos recomendados
guardados ou manipulados, estão entre as principais causas para reduzir acidentes com produtos de limpeza, aquele que
de acidentes domésticos. Leia o relato de uma pessoa que deixou de ser cumprido, na situação discutida na questão an-
perdeu o olfato por ter misturado água sanitária, amoníaco e terior, foi: b
sabão em pó para limpar um banheiro: a) Não armazene produtos em embalagens de natureza e
“A mistura ferveu e começou a sair uma fumaça asfixiante. finalidade diferentes das originais.
Não conseguia respirar e meus olhos, nariz e garganta co- b) Leia atentamente os rótulos e evite fazer misturas cujos
meçaram a arder de maneira insuportável. Saí correndo à resultados sejam desconhecidos.
procura de uma janela aberta para poder voltar a respirar.” c) Não armazene produtos de limpeza e substâncias quími-
O trecho sublinhado poderia ser reescrito, em linguagem cas em locais próximos a alimentos.
científica, da seguinte forma: d d) Verifique, nos rótulos das embalagens originais, todas as
a) As substâncias químicas presentes nos produtos de lim- instruções para os primeiros socorros.
peza evaporaram. e) Mantenha os produtos de limpeza em locais absoluta-
b) Com a mistura química, houve produção de uma solução mente seguros, fora do alcance de crianças.
aquosa asfixiante. Justifique.
c) As substâncias sofreram transformações pelo contato Observação: Todas as alternativas trazem informações corretas
com o oxigênio do ar. que devemos seguir, mas a alternativa relacionada ao problema
d) Com a mistura, houve transformação química que produ-
relatado no exercício é a b.
ziu rapidamente gases tóxicos.
e) Com a mistura, houve transformação química, evidencia-
da pela dissolução de um sólido.
Justifique.
A mistura de água sanitária, amoníaco e sabão em meio aquoso
formou compostos tóxicos (denominados cloraminas) que
apresentam forte “cheiro de cloro”.
68 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 As normas de segurança existem para preservar a integri- 1 Indique alguns usos para os aparelhos relacionados abaixo.
dade das pessoas, do meio ambiente, dos reagentes e dos a) d)
equipamentos de laboratório, pois normalmente, em caso
de acidente, todos esses itens são postos em risco. Responda
aos itens a seguir, referentes às normas de segurança para os REPRODUÇÃO/ARQUIVO DA EDITORA
laboratórios de química.
a) Por que o tecido dos aventais utilizados em laboratório ZAICHENKO OLGA/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
deve ser de algodão e não de náilon?
b) Por que é proibido comer ou beber qualquer coisa no la- b) e)
STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
boratório de química?
c) Por que é proibido manusear ou deixar frascos com subs-
tâncias inflamáveis próximos à chama?
SÉRGIO DOTTA JR./ARQUIVO DA EDITORA
2 Uma combustão não controlada pode culminar em aciden-
te com fogo. Nesse caso, normalmente lembramos da água
para extinguir o problema.
Acontece que dependendo da classe de incêndio a água c)
SURRPHOTO/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
pode agravar o acidente em vez de extinguir o fogo.
Por exemplo, quando o fogo atinge as roupas de uma pessoa,
a melhor solução é, se possível, cobri-la com um cobertor
procurando extinguir o fogo por abafamento, pois o contato
brusco com água fria pode causar bolhas na pele agravando
o risco (bastante sério) de infecção.
Explique por que se recomenda o uso de avental branco de
algodão nos experimentos de laboratório.
OW ST ES
OW ST RG
OW ST RG
AG /
AG /
AG /
ES
GL TTER ARN
ES
ES
GL TTER DVA
GL TTER DVA
SH
SH
5 Muitos aparelhos de laboratório são utilizados para medir volu- d) substituir produtos não degradáveis por biodegradáveis
mes de líquidos, como pipetas, provetas e balões de vidro. Esses para que as bactérias possam utilizar os nutrientes.
aparelhos podem ser graduados ou volumétricos. Explique a di- e) aumentar a solubilidade dos dejetos no esgoto para que
ferença que há entre um aparelho graduado e um volumétrico. os nutrientes fiquem mais acessíveis às bactérias.
Transformações químicas 69
CAPÍTULO
8 Separação de misturas
heterogêneas
Objetivos: A separação de uma mistura, para isolar as substâncias das quais ela é formada, pode ser reali-
zada por processos mecânicos ou físicos.
c Conhecer os processos
mecânicos de
Os processos mecânicos são utilizados para separar misturas heterogêneas nos casos em que
separação de misturas. não for necessária nenhuma transformação física (por exemplo, mudança de estado de agregação).
Os processos físicos, por sua vez, ocorrem sempre a partir de alguma mudança de estado em
c Identificar o processo pelo menos um de seus componentes.
adequado para separar
os tipos mais comuns
de misturas. PROCESSOS MECÂNICOS
Muitos desses processos, como veremos a seguir, apesar de parecerem rudimentares, encon-
c Entender como é feito
tram aplicações importantes nas colheitas de alimentos, como trigo e arroz, na construção civil, na
o tratamento de água
para consumo humano
mineração de ouro, na purificação de minérios de enxofre, etc.
e as consequências do
uso do volume morto
Peneiração ou tamisação
de represas. Quando uma mistura de sólidos granulados, cujo tamanho das partículas é diferente, é colocada
sobre uma peneira e submetida à agitação, o componente que apresenta grânulos menores atravessa
a malha e é recolhido. E o componente de grânulos maiores fica preso sobre a peneira.
Exemplo: mistura de areia fina e pedregulhos.
ALEXUSSK/SHUTTERSTOCK
A. DEMOTES/PHOTONONSTOP/LATINSTOCK
Fig. 1 – Cozinheiro peneirando farinha para fazer pão Fig. 2 – Trabalhador da construção civil peneirando areia.
70 Transformações químicas
Catação
É um método rudimentar de separação, baseado na diferença de tamanho e de aspecto das
partículas de uma mistura de sólidos granulados. O processo de separação de seus componentes é
realizado com a utilização das mãos ou de uma pinça.
Exemplo: mistura de feijão e impurezas, separação do lixo.
NILTON CARDIN/FOLHAPRESS
FRENTE A
QUÍMICA
Transformações químicas 71
Flotação
GLOSSÁRIO
Ganga: Método usado para separar misturas do tipo sólido-sólido, geralmente de minérios pulverizados
é a impureza, ou seja, a parte do miné- da respectiva ganga.
rio que é rejeitada por não ter interesse
Adiciona-se óleo à mistura, o qual adere à superfície das partículas do minério tornando-o
econômico.
impermeável à água.
Em seguida, essa mistura é lançada na água e submetida a uma forte corrente de ar. O ar provoca
a formação de uma espuma que reúne as partículas do minério, separando-o da ganga.
Exemplo: sulfetos (em pó) da areia (ganga).
Levigação
Processo usado para separar misturas do tipo sólido-sólido quando o componente menos
denso (em forma de pó) é facilmente arrastado pela água ou outro líquido adequado, enquanto o
outro componente, mais denso, não é.
Fig. 6 – Separação do minério de
ouro da areia por levigação. Exemplo: ouro e areias auríficas.
72 Transformações químicas
Sedimentação fracionada
Outro processo utilizado para separar misturas do tipo sólido-sólido é a sedimentação fracio-
nada. Para esse método, os componentes devem apresentar uma acentuada diferença de densidade.
Para separar os sólidos, adiciona-se a eles um líquido de densidade intermediária. O sólido mais
denso se deposita no fundo do recipiente, e o sólido menos denso flutua na superfície do líquido.
Exemplo: areia e serragem.
GREENSHOOTS COMMUNICATIONS/ALAMY/OTHER IMAGES
Dissolução fracionada
Usada para separar misturas do tipo sólido-sólido. Baseia-se na diferença de solubilidade dos
sólidos em determinado líquido (o líquido dissolve apenas um dos sólidos que compõem a mistura).
A dissolução fracionada deve ser seguida de uma filtração comum (próxima página), para se-
parar o componente que não se dissolveu, e de uma destilação comum (que será vista no próximo
capítulo) para separar o componente que foi dissolvido.
Como exemplo, podemos citar a separação da mistura sal e areia. Adiciona-se água suficiente para
dissolver todo o sal, enquanto a areia, que não se dissolve, ficará depositada no fundo do recipiente.
GREENSHOOTS COMMUNICATIONS/ALAMY/OTHER IMAGES
FRENTE A
QUÍMICA
Transformações químicas 73
Separação magnética
Esse processo é usado na separação de misturas do tipo sólido-sólido nas quais um dos com-
ponentes tem propriedades magnéticas e, quando submetido à ação de um ímã, é atraído por ele
e separado dos demais.
Exemplo: enxofre e limalha de ferro.
Filtração comum
É utilizada para separar misturas de um líquido com um sólido não dissolvido. Esse método é
aplicado quando o tamanho das partículas do sólido é relativamente maior que os poros do filtro, de
modo que exista uma diferença acentuada entre o tamanho delas e os poros do papel-filtro.
O líquido atravessa o papel-filtro (dobrado ou pregueado) apoiado sobre um funil de vidro.
O sólido fica retido no funil, e o líquido é recolhido em um erlenmeyer.
WERNER DIETERICH/WESTEND61/CORBIS/LATINSTOCK
Béquer
Bagueta
Papel-filtro
Anel de ferro
Erlenmeyer
Fig. 11 – Café sendo coado. Fig. 12 – Montagem para filtração comum em laboratório.
74 Transformações químicas
Filtração a vácuo
É utilizada para separar misturas de um líquido com um sólido não dissolvido quando o tama-
nho das partículas do sólido não é muito grande e elas formam uma pasta “entupindo” os poros do
papel-filtro, caso seja feita uma filtração comum.
A filtração a vácuo também pode ser utilizada simplesmente quando se deseja uma
filtração rápida. O kitasato é ligado a uma trompa de vácuo por onde circula água corrente.
A água corrente arrasta o ar do interior do kitasato, provocando um vácuo parcial. Como a
pressão do ar (pressão atmosférica) fora do kitasato passa a ser maior que a pressão no inte-
rior desse recipiente, o ar atmosférico entra pelos poros do papel-filtro arrastando o líquido,
tornando a filtração mais rápida.
Exemplo: água e carbonato de cálcio.
Bagueta
Béquer
Trompa
de vácuo
Kitasato
Transformações químicas 75
MATERIAL COMPLEMENTAR Tratamento de água para consumo humano
Verifique no Portal SESI os ma- O tratamento de água destinada a consumo humano é feito em Estações de Tratamento de
teriais complementares com Água (ETAs).
atividades relacionadas aos A água captada pelas ETAs, para tratamento e posterior distribuição, provém de rios, represas,
conteúdos deste Capítulo. lagos ou do subsolo.
Para que a água possa ser distribuída por toda a cidade, são construídas canalizações feitas
Atividade Experimental com tubos de grande diâmetro, denominadas adutoras, que podem ter dezenas de quilômetros de
comprimento.
A quantidade de água de um rio ou de uma represa depende da quantidade de chuva na região
Desafio
e, portanto, da estação climática. Durante um período de estiagem, o nível de água costuma baixar
muito. Quando isso ocorre, normalmente há falta de água na cidade. Por isso, é necessário armazenar
a água durante os períodos de chuva para que ela não venha a faltar na época da estiagem. Isso é
feito em reservatórios próprios ou, algumas vezes, em barragens e açudes.
As cidades que se localizam em regiões distantes de rios ou lagos precisam utilizar a água do
subsolo. Essa água provém da chuva que penetra no solo e é infiltrada pela areia, pelas fendas e pelos
poros das rochas. Com o tempo, a água alcança uma camada de rocha ou de outro material imper-
meável, e o solo fica saturado de água; forma-se assim a chamada camada aquífera.
Escavando-se poços que cheguem abaixo do limite superior da camada aquífera, pode-se bom-
bear a água até a superfície. Tanto a água proveniente de rios, lagos e represas como a proveniente
do subsolo estão sujeitas à poluição; assim, antes de ser distribuída para as residências, a água precisa
passar por uma série de tratamentos para melhorar seu aspecto e eliminar os tipos mais comuns de
contaminantes. Dessa forma, a água captada nos mais diversos mananciais – rios, lagos ou poços –
é encaminhada por meio de túneis para o tanque de entrada das ETAs. Grades são colocadas em
lugares estratégicos para impedir a passagem de peixes, plantas e detritos.
Dependendo das condições geográficas do local, essa captação é feita aproveitando-se a ação
da gravidade ou, quando isso não é possível, com o auxílio de bombas que elevam a água captada a
um nível com cerca de seis metros acima do manancial. Assim, a água é levada a correr pela ação da
gravidade por meio de um sistema de grades que faz uma filtração prévia (como uma peneiração).
Fig. 15 – Esquema da utilização de
Iniciam-se, então, os tratamentos apresentados na tabela a seguir.
água do subsolo.
Chuva
Chuva
Poço
Fossa
20 m
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA
Floresta
Nascente
Lençol freático
Rio
Rocha impermeável
76 Transformações químicas
Tratamento de água
Separar da água os flóculos de A água é enviada para grandes tanques de sedimentação onde fica
Sedimentação ou
impurezas formados na etapa retida por cerca de quatro horas para que os flóculos formados se
decantação
anterior. depositem no fundo, deixando a água límpida na superfície.
Reservatório
elevado
Reservatório
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA
de água
tratada
Rede de distribuição Adutora
Represa
Adutora de
captação Estação de
tratamento
FRENTE A
Sulfato de
alumínio, Carvão ativado Cloro e Fig. 16 – Esquema geral de
cal e cloro Areia flúor Reservatório tratamento e distribuição de
Cascalho de água água potável. Na maioria das
tratada cidades, a água é bombeada
QUÍMICA
Transformações químicas 77
Se a crise piorar, vamos distribuir água com
canequinha, diz diretor da Sabesp
Em audiência na Câmara Municipal de São Paulo,
Paulo Massato negou haver racionamento na capital e afir-
mou que, se a estiagem se agravar, a energia vai acabar
antes da água.
“Nós já economizamos a retirada da Cantareira em 9
mil litros por segundo. Para obter o mesmo resultado, seria
necessário implantar rodízio de um dia e meio com água e
cinco dias sem água. Se houver alguma crise maior, nós va-
mos distribuir água com canequinha. Porque não é possível
ter alguma coisa mais drástica do que nós já estamos prati-
cando”, disse Massato.
Ele participou, nesta quarta-feira, de uma audiência
pública na Câmara Municipal de São Paulo convocada pela
Comissão de Política Urbana, já que a Sabesp tem, há quase
quatro anos, contrato com a prefeitura de São Paulo para
operar o serviço de água e esgoto na capital. Segundo Mas-
sato, a crise é decorrência de um fenômeno global que atin-
giu outros países, como Austrália, Chile e Estados Unidos,
além da região Sudeste do Brasil.
“Caso esse fenômeno continue, não tenho dúvida de
que a crise será muito mais séria. Não tenho dúvida de que
nós não teremos produção agrícola e energia elétrica no pró-
ximo ano”, disse Massato. “Eu diria que, se acontecer esse
cenário, nós não teremos nem energia para tratar e elevar
essa água. A energia vai acabar antes da água, se esse cenário
persistir”, completou.
Os vereadores haviam convidado a presidente da Sa-
besp, Dilma Pena, para explicar a redução da pressão da
água na rede de distribuição da empresa no período notur-
no. A prática foi revelada pelo Estado em abril, a partir de
um documento da prefeitura de São Paulo que classificou a
medida como “racionamento noturno”. Massato, que repre-
sentou Dilma na audiência, negou. “Rodízio é quando não
tem água na tubulação”, disse.
Para o vereador José Police Neto (PSD), a Sabesp deve-
ria dar mais transparência de suas ações à população, já que
medidas como a redução de pressão e a reversão de água dos
sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para bairros da capital
antes atendidos pelo Cantareira tem causado corte no forne-
cimento de água.
“A questão não é o quanto se tem debatido, o quanto
se tem estudado e o quanto não se quer restringir o consu-
mo por medida de força. Mas a informação. É princípio bá-
FLAVIO MORAES/FOTOARENA
78 Transformações químicas
Entenda o que é o volume morto
A água do fundo de represas do Sistema Cantareira será captada pela primeira
vez por causa da seca.
Comportas
Nível atingido em abril (12%)
Nível mínimo de armazenamento Metais pesados podem cau-
sar problemas no sistema nervo-
so, fígado, rins, dores abdomi-
nais, inflamação dos pulmões,
paralisia nas mãos, perda de visão
e câncer.
Meio ambiente:
VOLUME MORTO Poluentes sedimentados
Água nunca utilizada por no fundo das Túneis levam águas das
ficar abaixo do nível de represas podem ser represas até a estação
captação das comportas. movimentados e entrar de tratamento.
400 bilhões de litros na tubulação de água. Uso de todo o volume morto
do Sistema Cantareira pode esgo-
tar a água de bacias de rios, cau-
sando dano no ecossistema. Se for
Como o volume morto deve ser tratado totalmente usado, será preciso
Cal 1 anos para recuperar o reservatório.
Sulfato de Água com poluentes precisa de tratamento mais intenso.
alumínio Bolso:
Tanque de
Custo do tratamento da água
Cloro
Dosagem Tanque de do volume morto é maior que o
Floculação do volume útil, podendo ser até
Água Tanque de Filtro 40% mais caro. Acréscimo poderá
impura Decantação
ser repassado para o consumidor,
Água potável com aumento na conta em 2015.
Transformações químicas 79
EXERCÍCIO RESOLVIDO
(UEFS-BA) A obtenção de água doce de boa qualidade está Assim sendo, as etapas A, C e E devem ser, respectivamente,
se tornando cada vez mais difícil devido ao adensamento po- a) filtração grosseira, decantação e cloração.
pulacional, às mudanças climáticas, à expansão da atividade b) decantação, cloração e filtração grosseira.
industrial e à poluição. A água, uma vez captada, precisa ser c) cloração, neutralização e filtração grosseira.
purificada, o que é feito nas estações de tratamento. Um es- d) filtração grosseira, neutralização e decantação.
quema do processo de purificação é: e) neutralização, cloração e decantação.
A→B→C→D→E→F RESOLUÇÃO:
Na etapa A, é feita uma filtração grosseira da água, na medida
em que as etapas B, D e F são: em que ela entra na ETA. Na etapa C, é feita a decantação dos
B – adição de sulfato de alumínio e óxido de cálcio, flóculos formados pela ação dos agentes químicos adicionados
D – filtração em areia, na etapa anterior; e na etapa E, é feita a cloração que irá garantir
F – fluoretação. a potabilidade da água, eliminando os agentes patogênicos.
PARA CONSTRUIR
1 (UEM-PR – Adaptada) Sobre misturas homogêneas e he- (08) Falso. A centrífuga separa dispersões coloidais de um sólido
80 Transformações químicas
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 Sobre separação de misturas em laboratório, analise as alternativas 1 Para transferir líquidos de um recipiente para outro sem re-
a seguir. A resposta é a soma dos números das alternativas corretas. clinar os recipientes e com a possibilidade de colocá-los em
(01) Os processos mecânicos de separação de mistura não níveis diferentes, usamos a sifonação, que se baseia no uso
envolvem nenhum fenômeno físico ou químico. do sifão, ou seja, uma mangueira de borracha ou plástico, ou
(02) A tamisação é utilizada para separar sólidos cujo tama- um tubo de vidro recurvado, em forma de U.
nho das partículas seja sensivelmente diferente. Nesse caso, colocamos uma extremidade do sifão imersa no
(04) A levigação é usada para separar mistura de sólidos de recipiente que contém o líquido a ser transferido (em um
diferentes densidades com uma corrente de água.
nível mais elevado), provocamos uma pequena sucção na
(08) A flotação é utilizada para separar sólidos de diferentes
extremidade oposta do sifão e imediatamente posicionamos
densidades utilizando-se óleo para aderir às partículas
essa extremidade no outro recipiente (em um nível inferior).
do sólido mais denso.
A ação da gravidade faz o líquido fluir de um recipiente para
(16) A sedimentação fracionada baseia-se na diferença de so-
lubilidades dos materiais na fase sólida em determinado o outro. A sucção só pode ser feita com a boca se o líquido a
líquido. ser transferido não for volátil nem tóxico.
(32) É possível separar uma mistura de arroz cru e açúcar
adicionando-se água suficiente e filtrando a mistura em
1) Oxigênio e nitrogênio ( ) Destilação A sifonação ainda é utilizada para transferir gasolina do tan-
que de um carro para um galão ou vice-versa. Comente se
2) Óleo e água ( ) Filtração esse procedimento é adequado ou não. Justifique.
3) Álcool e água ( ) Separação magnética 2 (UEM-PR) Sobre misturas homogêneas e heterogêneas e seus
processos de separação, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
4) Ferro e enxofre ( ) Decantação
(01) A levigação e a peneiração são técnicas de separação de
5) Ar e poeira ( ) Liquefação misturas sólidas, utilizando, respectivamente, diferenças en-
tre a densidade e o tamanho dos sólidos a serem separados.
a) 1 – 4 – 5 – 2 – 3 d) 3 – 5 – 4 – 2 – 1 (02) A filtração pode ser utilizada para a separação de uma
b) 1 – 5 – 4 – 3 – 2 e) 5 – 1 – 3 – 4 – 2 mistura heterogênea de um sólido em um líquido, ou de
c) 3 – 2 – 4 – 5 –1 um sólido em um gás.
(04) Por meio da flotação, podem-se separar dois sólidos
3 (Ufes) Para separar os componentes de uma mistura, foi reali-
com densidades diferentes, utilizando-se um líquido
FRENTE A
zada a seguinte sequência de operações:
com densidade intermediária aos dois sólidos, sem que
1. Aquecimento
haja solubilização dos sólidos no líquido.
2. Adição de água e filtração
(08) A centrifugação pode ser utilizada para a separação de
3. Evaporação dois líquidos solúveis entre si, mas que tenham densida-
QUÍMICA
Transformações químicas 81
CAPÍTULO
9 Separação de misturas
homogêneas
Objetivos:
PROCESSOS FÍSICOS
c Conhecer os processos São processos utilizados para separar misturas homogêneas.
físicos utilizados para Um dos principais métodos de purificação e separação de substâncias é a destilação, que se
separar misturas baseia na diferença entre os pontos de ebulição dos componentes de uma mistura ou solução.
homogêneas.
c Reconhecer que a
Destilação simples
destilação pode ser É utilizada para separar misturas homogêneas do tipo líquido-líquido ou líquido-sólido nas quais
usada para a obtenção os componentes têm pontos de ebulição muito diferentes.
de água potável a partir A mistura é colocada no balão de destilação, que é aquecido sobre tela de amianto na chama de
da água do mar. um bico de Bunsen ou numa manta elétrica, caso a mistura seja inflamável. Quando a temperatura
atinge o ponto de ebulição do componente mais volátil (menor ponto de ebulição), o vapor desse
c Aprender como componente segue para o tubo interno do condensador, que é mantido resfriado pela circulação
funciona a destilação contínua de água fria pelas paredes externas. Ao encontrar as paredes frias do condensador, o vapor
fracionada.
se condensa, passa novamente para a fase líquida e é recolhido em um erlenmeyer posicionado na
saída do condensador. O processo permanece até que todo o componente de menor ponto de
ebulição seja destilado e se separe da mistura. O(s) componente(s) de maior ponto de ebulição
fica(m) retido(s) no balão.
Exemplo: água e cloreto de sódio (pontos de ebulição a 1 atm, respectivamente igual a 100 °C
e 1 490 °C).
Termômetro
Saída de água
de resfriamento
Condensador
Balão
de destilação
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA
Bico de Entrada de
Bunsen água de
resfriamento
Entrada
Erlenmeyer
Fig. 1 – Montagem para destilação simples de gás
em laboratório. Note que as mangueiras
de látex conectadas ao condensador não
aparecem na ilustração.
82 Transformações químicas
Dessalinização da água do mar
O principal sal presente na água do mar é o cloreto de sódio. Pode-se beber sem proble-
mas uma água com até 5 g de cloreto de sódio por kg de água. Mas a água do mar contém,
em média, sete vezes essa quantidade ou 3,5% de sal.
Apesar disso, a água dos oceanos pode ser a solução para a demanda cada vez maior
de água doce (principalmente nas grandes cidades, onde o consumo aumenta mais rapida-
mente que a disponibilidade), pela implementação de processos de dessalinização como, por
exemplo, por destilação.
Observe que, no processo de destilação descrito na página anterior, o calor necessário
para fazer a água mudar do estado líquido para o gasoso é transmitido à água que circula no
condensador (que atua como fluido refrigerante) e, portanto, é perdido.
Nos sistemas industriais de dessalinização da água do mar, procuram-se evitar essas per-
das de calor, obtendo-se a ebulição da água a baixas temperaturas (diminuindo-se a pressão
no interior do vaso de destilação) e utilizando-se o calor do vapor de água fornecido aos
condensadores para aquecer a água que será destilada a seguir.
A maioria das modernas usinas de dessalinização por destilação utiliza um pro-
cesso denominado destilação rápida em fases múltiplas. Nesse processo, a água do
mar entra na aparelhagem por cima e passa por tubos verticais, entre os quais circula
vapor aquecido.
A água do mar aquecida é enviada em seguida para uma câmara de baixa pressão, onde
sofre vaporização, ainda que a temperatura esteja abaixo de 100 °C.
O vapor é condensado sobre um tubo espiralado (condensador), que é esfriado
pela água do mar que está entrando (e que, por sua vez, é aquecida para ser enviada às
câmaras de baixa pressão, num processo cíclico). Desse modo, há um bom aproveita-
mento do calor.
Salmoura
Água fresca
A água condensada, que já perdeu parte dos sais que tinha inicialmente, após a primeira
etapa, é encaminhada para outras câmaras para que o processo se repita. FRENTE A
Nessas câmaras, a pressão vai diminuindo sucessivamente, de modo que a água obtida
na última etapa é uma água destilada (quimicamente pura).
QUÍMICA
Transformações químicas 83
Destilação fracionada
A destilação pode ser feita de diversas maneiras, conforme as propriedades das substâncias que
serão separadas.
A destilação fracionada é utilizada em larga escala tanto em laboratórios de análise quanto em
grandes indústrias e é indicada para separar misturas homogêneas não azeotrópicas do tipo líquido-
-líquido, nas quais os componentes possuem pontos de ebulição relativamente próximos.
Os líquidos entram em ebulição quase ao mesmo tempo, mas seus vapores são forçados a
passar por um caminho difícil na coluna de fracionamento ou entre bolinhas de porcelana, cacos de
cerâmica ou de vidro, de modo que só a substância de menor ponto de ebulição vence esses obstá-
culos e vai para o condensador enquanto a de maior ponto de ebulição retorna ao balão.
Exemplo: os componentes da gasolina, como o n-hexano e o n-octano (que entram em ebuli-
ção respectivamente a 69 °C e 126 °C sob pressão de 1 atm).
Termômetro
Saída de água
de resfriamento
Condensador
Entrada de água
de resfriamento
Manta
térmica
Fig. 3 – Montagem para destilação fracionada em laboratório. Note que as mangueiras de látex conectadas ao
condensador não aparecem na ilustração.
84 Transformações químicas
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Toda água encontrada na natureza, seja em nascentes, rios, lagos, Explique se é possível separar totalmente uma mistura de
poços ou mar, e também a água que consumimos em casa, seja água e álcool etílico por destilação.
a de torneira, de filtro ou de garrafas (água mineral), é na verda-
de uma solução com muitas substâncias dissolvidas. Para obter a RESOLUÇÃO:
substância água isolada de qualquer outra, utiliza-se a destilação.
Assim, o termo “água destilada” é um sinônimo para “água quimi- Não é possível separar totalmente uma mistura de água e ál-
camente pura”. A água destilada não deve ser consumida, pois cool etílico por destilação, principalmente porque, quando
causaria um desequilíbrio na quantidade de sais presentes nas essa mistura atinge a proporção de 96% de álcool etílico e 4%
células de nosso corpo, porém é útil para diversos fins, como, por de água (em volume), ela se torna azeotrópica, ou seja, com
exemplo, solvente em baterias de automóvel. Além da água, ou- ponto de ebulição constante.
tros produtos de consumo passam pelo processo de destilação, Nesse caso, a separação é feita por um processo químico, que
como certas bebidas alcoólicas (conhaque, uísque, rum). consiste em adicionar óxido de cálcio à mistura de álcool e
A destilação aumenta o teor alcoólico das bebidas, porque o água. O óxido de cálcio (cal) reage com a água formando hi-
álcool etílico da bebida fermentada torna-se mais concentrado dróxido de cálcio que é separado por filtração, deixando o
devido ao processo: aquecimento, vaporização, condensação. álcool anidro.
PARA CONSTRUIR
1 (Unicamp-SP) Uma mistura sólida é constituída de cloreto de 2 (Unicamp-SP) Deseja-se fazer a separação dos componen-
prata, cloreto de sódio e cloreto plumboso. Observe a solubi- tes da pólvora negra, que é constituída de nitrato de sódio,
lidade desses sais em água: carvão e enxofre. Sabe-se que o nitrato de sódio é solúvel
em água, o enxofre é solúvel em dissulfeto de carbono, en-
Sais Água fria Água quente quanto o carvão é insolúvel nesses solventes. Proponha um
procedimento para realizar essa separação.
Cloreto de prata Insolúvel Insolúvel
Adiciona-se água e filtra-se. A solução aquosa de nitrato de sódio
Cloreto de sódio Solúvel Solúvel passa pelo papel-filtro. Destilando-se o filtrado, separa-se a água do
Cloreto plumboso Insolúvel Solúvel nitrato de sódio. O enxofre e o carvão ficam retidos no papel-filtro.
Sobre o resíduo da filtração adiciona-se dissulfeto de carbono que
Baseando-se nesses dados, esquematize uma separação des-
dissolve o enxofre. O carvão fica retido no papel-filtro. O filtrado
ses sais que constituem a mistura.
contendo solução de enxofre em dissulfeto de carbono é submetido
Primeiro, adiciona-se água fria à mistura sólida de sais e submete-se
a uma nova destilação simples que separa os dois componentes.
todo o sistema a uma filtração. O cloreto de sódio, que é solúvel
em água fria, atravessa os poros do papel-filtro. O cloreto de
prata e o cloreto plumboso ficam retidos no filtro.
Para separar o cloreto de sódio da água, faz-se uma destilação
simples. Depois, adiciona-se água quente à mistura de cloreto de
FRENTE A
prata e cloreto plumboso que ficou retida no papel-filtro,
fazendo-se uma nova filtração. O cloreto plumboso é solúvel
em água quente e atravessa os poros do papel-filtro.
O cloreto de prata, que não é solúvel em água, fica retido no papel. Para
QUÍMICA
Transformações químicas 85
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 (UFU-MG) A destilação também era utilizada em manufaturas 1 (UFPB/PSS) Os processos de destilação são muito usados nas
como, por exemplo, na preparação de perfumes, artes para indústrias. Por exemplo, nos engenhos, a fabricação da ca-
a qual os árabes muito contribuíram. Havia grandes centros chaça é feita destilando-se o caldo fermentado num alambi-
onde eram extraídos os aromas de rosas, violetas, jasmins e que. Relacione as partes de um alambique (figura 1) com as
de outros materiais. Para isso, as flores eram maceradas em peças que constituem um aparelho para destilação simples
água e, em seguida, esse material era destilado. Tal proces- (figura 2), representadas abaixo, numerando a segunda co-
so não era utilizado na Antiguidade, predominando então o luna de acordo com a primeira.
método de extração de essências pela infusão de flores em
óleos ou gorduras.
BELTRAN, M.H.R. Destilação: a arte de extrair virtudes.
Revista Química Nova na Escola, n. 4,
2 (UPE) A mistura álcool 1 água (96% álcool, 4% água) é deno- Figura 2 – Aparelho para destilação simples
minada de mistura azeotrópica. Em relação a essa mistura, é (1) Fornalha (?) Béquer
CORRETO afirmar que: (2) Tacho de aquecimento (?) Balão de fundo redondo
a) a separação de seus componentes é obtida adicionando- (3) Serpentina de resfriamento (?) Bico de bunsen
-se óxido de cálcio à mistura e, em seguida, realizando-se (4) Recipiente coletor (?) Condensador
filtração com papel de filtro adequado. A sequência numérica correta é:
b) a separação dos componentes é obtida submetendo-se a) 4, 1, 3, 2.
a mistura a uma destilação fracionada, seguida de uma b) 3, 1, 2, 4.
filtração à temperatura constante. c) 2, 4, 1, 3.
c) não é possível separar a água do álcool, pois o álcool e d) 2, 3, 1, 4.
a água são infinitamente miscíveis em quaisquer propor- e) 4, 2, 1, 3.
ções, sob quaisquer condições físicas ou químicas.
d) a separação dos componentes da mistura é possível, ape- 2 (UFPB) O sal grosso obtido nas salinas contém impurezas in-
nas, pela adição de anidrido sulfúrico, pois esse óxido, ao solúveis em água. Para se obter o sal livre dessas impurezas, os
reagir com a água, origina o ácido sulfúrico, que, por de- procedimentos corretos são:
cantação, se separa do álcool. a) Catação, dissolução em água e decantação.
e) a separação dos componentes da mistura é facilmente b) Separação magnética, destilação e dissolução em água.
obtida adicionando-se sódio metálico, pois toda a água c) Sublimação, dissolução em água e peneiração.
é transformada em hidrogênio gasoso que se desprende d) Dissolução em água, filtração simples e destilação.
do sistema. e) Dissolução em água, decantação e sublimação.
86 Transformações químicas
MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias
87
QUADRO DE IDEIAS
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Uma publicação
88 Transformações químicas
QUÍMICA FRENTE B
Martha Reis
MUDANÇAS DE ESTADO
1 A linguagem da Química. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Substâncias simples e compostas. . . . . . . . . . . . . . 10
3 Leis Ponderais: Lavoisier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4 Leis Ponderais: Proust . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5 O modelo atômico de Dalton . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6 A lei volumétrica de Gay-Lussac . . . . . . . . . . . . . . . 34
7 O conceito de molécula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
8 A hipótese de Avogadro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
9 Balanceamento de equações químicas . . . . . . . . . . 52
10 Alotropia: oxigênio e ozônio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
11 Alotropia: carbono, fósforo e enxofre . . . . . . . . . . . 62
12 Densidade relativa, massa molecular
e massa atômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
FRENTE B
13 Unidade unificada de massa atômica . . . . . . . . . . . 74
14 Quantidade de matéria e massa molar . . . . . . . . . . 79
15 Volume molar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
16 Fórmula percentual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
QUÍMICA
17 Fórmula mínima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
18 Fórmula molecular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
2137676 (AL)
Mudanças de estado
MÓDULO
Mudanças
de estado
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
1 A linguagem da Química
Objetivos: O uso dos símbolos e das fórmulas na Química é relativamente recente (data do século XIX).
Foi proposto por Jöns Jacob Berzelius (1779-1848) em 1814 e passou a ser amplamente empregado
c Compreender que
nos meios científicos a partir de 1819, permanecendo até hoje.
a Química usa uma
Mas por quê? Tantos símbolos e fórmulas não acabam sendo um fator que complica a com-
linguagem universal
preensão do que realmente interessa: os fenômenos químicos? Desde muito cedo, você aprendeu
que facilita a troca
que água é H2O, que cloreto de sódio é NaCl, que gás carbônico é CO2 e que ferro é Fe. Talvez você
e a transmissão de
conhecimentos.
já tenha se perguntado: “Mas como se sabe que água é H2O? O que significa exatamente NaCl? Qual
é o sentido disso tudo?”.
c Conhecer o significado Vamos explicar como surgiu a necessidade do uso de símbolos e como as fórmulas foram esta-
dos símbolos dos belecidas, para que você perceba que, na realidade, tudo isso foi criado para facilitar a comunicação
elementos químicos. entre os cientistas e a divulgação dos fenômenos descobertos.
No século XVIII, quando a Química era uma ciência emergente, a nomenclatura utilizada era a
c Conhecer o significado
mesma da alquimia. Era comum, nessa época, o uso de nomes estranhos para designar as substâncias
das fórmulas das
comuns, como água-forte para o ácido nítrico, pedra-infernal para o nitrato de prata e assim por diante.
substâncias.
Esses nomes baseavam-se unicamente em aspectos qualitativos e subjetivos, ou seja, na aparên-
cia de cada substância ou em alguma característica particular que chamasse a atenção. Mas, à medida
que mais substâncias eram descobertas e o comportamento químico era desvendado, esses nomes
passaram a não ter mais função, pois não transmitiam nenhuma informação relevante.
MASSIMO LISTRI/CORBIS/LATINSTOCK
Substâncias comuns
4 Mudanças de estado
Os cientistas começaram a perceber a necessidade de sistematizar uma simbologia e uma
nomenclatura que fosse capaz de fornecer informações úteis sobre as substâncias às quais
se referiam e, então, criaram os símbolos e as fórmulas que usamos atualmente no mundo
inteiro (a linguagem da Química é internacional e pode ser facilmente compreendida por
cientistas brasileiros, chineses, americanos, árabes, etc.).
As verdades do verde
Em novembro de 1971, o biólogo alemão Harald Sioli, do Instituto Max Planck,
então fazendo pesquisas na Amazônia, foi entrevistado por um repórter de uma agência
de notícias americanas. O jornalista estava interessado na questão da influência da flo-
resta sobre o planeta, e o pesquisador respondeu com precisão a todas as perguntas que
lhe foram feitas. Mais tarde, porém, ao redigir a entrevista, o repórter acabou cometendo
um erro que ajudaria a criar um dos mais persistentes mitos sobre a floresta amazônica.
Numa de suas respostas, Sioli afirmara que a floresta continha grande porcentagem de
dióxido de carbono (CO2) existente na atmosfera. No entanto, ao transcrever a declara-
GLOSSÁRIO
ção, o jornalista esqueceu a letra C – símbolo do átomo de carbono – da fórmula citada Átomo:
pelo biólogo, que ficou no texto como O2, o símbolo da molécula de oxigênio. a menor partícula que compõe um
A reportagem com o oxigênio no lugar do dióxido de carbono foi publicada elemento químico.
mundo afora e assim, da noite para o dia, a Amazônia se tornou conhecida como
pulmão do mundo.
Porém a floresta amazônica, simplesmente, não é o pulmão do mundo. E o moti-
vo não é difícil de entender. As árvores, arbustos e plantas de pequeno porte, da mesma
forma que os animais, respiram oxigênio durante as 24 horas do dia. Na floresta, a
quantidade desse gás produzida de dia pelas plantas é totalmente absorvida.
PHOTO RESEARCHERS/GETTY IMAGES
Mudanças de estado 5
SÍMBOLOS DOS ELEMENTOS
As regras criadas por Berzelius em 1814 e adotadas pela União Internacional de Química Pura e
Aplicada (IUPAC) para a sistematização dos símbolos dos elementos são internacionais.
O nome do elemento químico muda conforme a língua de cada país; o símbolo, porém, é o
mesmo em qualquer parte do mundo.
Cada elemento é representado por uma letra maiúscula, geralmente a inicial de seu nome original
(que pode ser em latim, grego ou outro idioma, conforme consta na tabela periódica). Por exemplo:
No caso de dois ou mais elementos terem o nome iniciado pela mesma letra, é acrescentada uma
segunda letra, minúscula, para fazer a distinção. Por exemplo:
Como toda regra, o sistema de simbologia dos elementos também está sujeito a algumas ex-
ceções, como é o caso do cádmio, cujo símbolo pela lógica deveria ser Ka ou Kd porque vem de
kadmeia (de origem grega e significa ”terra”), mas é Cd.
Esse tipo de detalhe, no entanto, não deve causar preocupação por dois motivos: primeiro
porque os símbolos que já foram estabelecidos não vão mais mudar; segundo, não é necessário
despender tempo para decorar os símbolos dos elementos. O contato frequente com a Química na
sala de aula, na resolução de exercícios ou na leitura do livro certamente levará à memorização dos
mais importantes. Além disso, a tabela periódica pode ser consultada sempre que for necessário para
a resolução de qualquer exercício. O mais importante é saber que:
6 Mudanças de estado
FÓRMULAS DAS SUBSTÂNCIAS
Para indicar as proporções em que os átomos se combinam para formar as substâncias, Berzelius
propôs a adoção de um índice numérico escrito à direita do símbolo.
Assim, a molécula de gás etano, formada por 2 átomos de carbono e 6 átomos de hidrogênio,
é representada pela fórmula C2H6.
Quando a molécula de uma substância apresenta apenas 1 átomo de determinado elemento
químico, o índice 1 não deve ser escrito.
Por exemplo, a água é formada pela combinação entre 2 átomos de hidrogênio e 1 átomo de oxi-
gênio. Logo, a maneira mais usual de representar a fórmula dessa substância é escrever H2O (e não H2O1).
A tabela a seguir traz outros exemplos de fórmulas de substâncias:
Água H2O
Amônia NH3
Álcool etílico C2H6O
Álcool metílico CH4O
Ácido clorídrico HCl
Ácido sulfúrico H2SO4
Oxigênio O2
Ozônio O3
Nitrogênio N2
Ureia CO(NH2)2
Sacarose C12H22O11
2 H2O
Coeficiente Índice
Mudanças de estado 7
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 Explique qual a diferença entre as seguintes notações quími- 2 Em relação ao significado das notações químicas, indique a(s)
cas: 2 O, O2, 2 O3 e 3 O2. alternativa(s) correta(s) e dê a soma dos números das opções
escolhidas.
RESOLUÇÃO:
2 O indica que temos 2 átomos de oxi- (01) A notação 2 CO(NH2)2 indica 2 moléculas de uma subs-
gênio isolados. tância (a ureia), com um total de 16 átomos.
O2 representa 1 molécula da substância oxi- (02) A notação 5 N indica 5 moléculas de gás nitrogênio.
gênio formada pela combinação de 2 átomos (04) A notação 3 O3 indica 9 moléculas de oxigênio.
desse elemento.
(08) A notação 4 H3C(CH2)5NH3 indica 4 moléculas, cada uma
2 O 3 indica 2 moléculas da com 16 átomos de hidrogênio, 6 átomos de carbono e
substância ozônio, cada uma 1 átomo de nitrogênio, num total de 92 átomos.
formada pela combinação de
3 átomos de oxigênio. RESOLUÇÃO:
3 O2 indica 3 molé- Resposta: 09. Corretos: 01 e 08.
culas da substância
Item 02: errado, porque a notação 5 N indica 5 átomos de
oxigênio, cada uma
formada pela com- nitrogênio.
binação de 2 átomos Item 04: errado, porque a notação 3 O3 indica 3 moléculas de
desse elemento. gás ozônio.
PARA CONSTRUIR
1 O elemento químico denominado ferro na língua portugue- 2 Para cada uma das notações abaixo, indique: o número de
sa é chamado de iron pelos americanos, hierro pelos espa- moléculas, o número total de átomos em cada molécula, o
nhóis, fer pelos franceses, eisen pelos alemães e assim por número de elementos químicos e o número total de átomos
diante, mas em qualquer lugar do mundo seu símbolo é Fe. de cada elemento químico em uma molécula.
O uso de símbolos torna a Química uma linguagem universal. a) 2 C12H22O11 (molécula de sacarose, açúcar comum)
Para começar a tomar contato com esses símbolos e a lingua- b) 5 N2O4 (molécula de anidrido nitroso-nítrico)
gem química, consulte a tabela periódica e escreva o nome c) 4 SO3 (molécula de trióxido de enxofre)
oficial em português dos elementos químicos cujos símbolos d) 1 C2H4 (molécula de gás eteno, etileno)
são dados a seguir. e) 3 H2O2 (molécula de peróxido de hidrogênio, água oxi-
genada)
a) Cu Cobre
a) 2 moléculas, 45 átomos em 1 molécula, 3 elementos químicos, 12 ato-
b) Cr Cromo
mos de carbono, 22 átomos de hidrogênio e 11 átomos de oxigênio.
c) Pb Chumbo b) 5 moléculas, 6 átomos em 1 molécula, 2 elementos químicos, 2 áto-
d) Tl Tálio mos de nitrogênio e 4 átomos de oxigênio.
e) Ti Titânio c) 4 moléculas, 4 átomos em 1 molécula, 2 elementos químicos, 1 áto-
k) Mo Molibdênio
l) V Vanádio
8 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 Os nomes dos elementos ítrio, térbio, érbio e itérbio foram da- 1 Utilizando os símbolos dos elementos, faça as representa-
dos em homenagem à cidade de Ytterby, situada no arquipéla- ções pedidas a seguir:
go de Estocolmo, onde há uma mina de feldspato. Nela foram a) Um átomo de oxigênio.
encontrados pela primeira vez minérios contendo os elemen- b) Quatro moléculas de gás oxigênio.
tos classificados como terras raras. O nome – terras raras – foi c) Duas moléculas de gás ozônio.
dado numa época em que se pensava que esses elementos d) Três moléculas de água.
eram extremamente escassos. Mais tarde, observou-se que e) Três átomos de nitrogênio.
eles não eram tão raros assim, e o nome, que ficou inadequa-
f ) Cinco moléculas de gás carbônico.
do, permaneceu por hábito. Os símbolos dos elementos ítrio,
g) Oito átomos de enxofre.
térbio, érbio e itérbio são:
a) I, Te, Er, It. d) Y, Tb, Er, Yb. 2 (ESCS-DF – Adaptada)
b) Y, Te, Er, Yt. e) It, Tb, Eb, Yt. Os pesquisadores alertam que os metais dos quais as pane-
c) Yt, Tb, Eb, Yb. las são feitas podem causar intoxicações, anemia, distúrbios
gástricos e até expor os usuários a substâncias cancerígenas.
2 Consulte a tabela periódica e escreva o símbolo dos elemen- Pesquisas mostram que o excesso de alumínio no corpo pode
tos químicos cujos nomes em português são dados a seguir. induzir a estados de demência, panelas deste metal devem ser
a) Ouro utilizadas para cozimentos rápidos. O cobre em excesso pode
b) Prata originar leucemia e câncer do intestino, embora sua falta possa
c) Estanho levar a doenças respiratórias, as panelas deste metal devem ser
d) Antimônio revestidas com uma camada protetora de titânio. Até mesmo
e) Estrôncio revestimentos de níquel ou de material antiaderente apresen-
f ) Bismuto tam riscos para a saúde. De um modo geral, as panelas de ferro
fundido são as melhores para a saúde, pois liberam o nutriente
3 (UFSC) Cada elemento químico tem associado ao seu nome na comida e ajudam a suprir as necessidades do organismo,
um símbolo que o representa. Escolha a(s) opção(ões) que mas não são boas para quem tem colesterol alto. As panelas
associa(m) corretamente nomes e símbolos. Indique a soma de inox são bastante seguras, porque o material não se oxida e
dos números das opções escolhidas. não libera o metal na comida, dizem alguns pesquisadores.
(01) S 5 enxofre, F 5 flúor Disponível em: <http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/panela-mal-
(02) Ag 5 prata, O 5 oxigênio conservada-perigo-para-saude-2786586>. Acesso em: 26 ago. 2014.
(04) Pb 5 chumbo, Po 5 potássio Escreva o nome e o símbolo dos elementos químicos citados
(08) C 5 carbono, Au 5 ouro no texto acima.
(16) N 5 nitrogênio, H 5 hélio
3 Água no interior da Bahia está contaminada com urânio
(32) Fe 5 ferro, Na 5 sódio
Em meio à secura do sertão, moradores têm de escolher en-
(64) Hg 5 mercúrio, P 5 polônio
tre passar sede ou arriscar a saúde. Ao todo, 22 pontos de
4 Considere as afirmações abaixo sobre a molécula de nicotina, abastecimento foram examinados por técnicos do governo
de fórmula C10H4N2. Indique a(s) correta(s) e dê a soma dos da Bahia. Os resultados comprovaram que oito deles estão
números das opções escolhidas. contaminados, inclusive um poço de uma comunidade rural.
O nível de radiação encontrado na água foi sete vezes maior
(01) A fórmula indica que cada molécula de nicotina é forma-
que o tolerado pela Organização Mundial de Saúde. As fontes
FRENTE B
da por 10 átomos de carbono, 4 átomos de hidrogênio
contaminadas ficam perto da mina de urânio das Indústrias
e 2 átomos de nitrogênio.
Nucleares do Brasil (INB).
(02) Duas moléculas de nicotina possuem 4 átomos de ni-
Disponível em: <http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1502993-
trogênio. 16020,00-AGUA+NO+INTERIOR+DA+BAHIA+ESTA+CONTAMINADA+
QUÍMICA
(04) Vinte moléculas de nicotina possuem 20 átomos de carbono. COM+URANIO.html>. Acesso: em: 26 ago. 2014. Adaptado.
(08) Dez moléculas de nicotina possuem 40 átomos de Escreva o símbolo do elemento químico responsável pela
hidrogênio. contaminação da água no sudoeste da Bahia e discuta com
(16) Cinco moléculas de nicotina possuem 80 átomos no total. seus colegas se essa contaminação poderia ter sido evitada.
Mudanças de estado 9
CAPÍTULO
2 Substâncias simples e
compostas
Objetivos:
EQUAÇÃO QUÍMICA
c Compreender o As transformações ou reações químicas são representadas por uma equação química.
significado de uma
Quando escrevemos uma equação química, relacionamos primeiro as substâncias que
equação química na
reagem ou reagentes (substâncias que sofrem a transformação), separadas por um sinal de
representação de um
fenômeno.
adição. Em seguida, colocamos uma seta que indica que ocorreu uma transformação e, por
último, relacionamos as substâncias obtidas a partir da transformação dos reagentes, ou seja,
c Aprender a classificar os produtos.
uma equação química
em síntese ou análise. Reagente(s) → Produto(s)
c Estabelecer a diferença Uma transformação ou reação química pode ocorrer com um, dois ou vários reagentes, e os
entre substância produtos formados também podem variar entre um, dois ou mais produtos. Exemplos:
simples e substância
carbonato de cálcio → óxido de cálcio 1 gás carbônico
composta.
CaCO3(s) → CaO(s) 1 CO2(g)
carbono grafita 1 oxigênio → gás carbônico
C(s) 1 O2(g) → CO2(s)
TOME NOTA
A equação química também pode fornecer, por meio de símbolos, outras informações
sobre o desenvolvimento de uma transformação, por exemplo, o tipo de energia necessária
(calor, luz, eletricidade) para que o fenômeno ocorresse. Nesse caso, a equação é denominada
termoquímica e os símbolos utilizados são os seguintes:
Calor: Δ
Luz: λ
Eletricidade: i
Assim, por exemplo, poderíamos escrever:
2 NaCl(l) → 2 Na(s) 1 1 Cl2(g)
cloreto de sódio → sódio metálico 1 cloro gasoso
Note ainda que os símbolos ao lado das fórmulas das substâncias indicam o estado de
agregação em que elas se encontram:
(s): sólido;
(l): líquido;
(g): gasoso;
(col.): coloidal;
(conc.): concentrado;
(aq): dissolvido em meio aquoso;
(ppt): precipitado ou depositado no fundo do recipiente.
10 Mudanças de estado
CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES QUÍMICAS
As reações químicas podem ser classificadas de diversos modos, geralmente utilizando como
parâmetro os tipos de substâncias que reagem e que são produzidas.
Vamos começar estudando dois tipos de reações muito exploradas pelos cientistas que cons-
truíram o conhecimento da Química e que levaram a uma primeira classificação das substâncias.
corrente elétrica.
Reação que ocorre no preparo da cal hidratada utilizada para pintar uma parede (caiação):
óxido de cálcio 1 água → hidróxido de cálcio
CaO(s) 1 H2O(l) → Ca(OH)2(s)
Mudanças de estado 11
Reações de análise ou decomposição
As reações de análise ou decomposição ocorrem quando uma única substância sofre uma
reação química formando duas ou mais substâncias diferentes.
Veja a seguir alguns exemplos comuns desse tipo de reação.
Pirólise
Reação na qual a quebra (lise) da substância é provocada pelo aquecimento ou fogo (piro).
É indicada pela letra grega delta (Δ), colocada em cima (ou embaixo) da seta.
∆
carbonato de cálcio → óxido de cálcio 1 gás carbônico
∆
CaCO3(s) → CaO(s) 1 CO2(g)
Fotólise
Reação na qual a quebra (lise) da substância é provocada pela luz (foto). É indicada pela letra
grega lambda (λ), colocada em cima (ou embaixo) da seta.
λ
peróxido de hidrogênio oxigênio 1 água
λ
2 H2O2(l) 1 O2(g) 1 2 H2O(l)
Eletrólise
Projeto de Pesquisa Reação na qual a quebra (lise) da substância é provocada pela passagem de corrente elétrica
(eletro). É indicada pela letra i colocada em cima (ou embaixo) da seta.
Acesse o Material Complemen-
tar disponível no Portal e apro- água
i
→ gás hidrogênio 1 gás oxigênio
funde-se no assunto.
2 H2O(l)
i
→ 2 H2(g) 1 1 O2(g)
Substâncias simples
Substâncias simples são aquelas que não podem sofrer reação de análise ou decomposição
formando novas substâncias.
Exemplos: carbono grafita, gás hidrogênio, gás oxigênio, sódio metálico, gás cloro, etc.
C(s) → não sofre reação de análise
Carbono grafita
12 Mudanças de estado
Substâncias compostas
Substâncias compostas são aquelas que podem sofrer reação de análise ou decomposição.
Exemplos: carbonato de cálcio, nitrito de amônio, água.
∆
CaCO (s) 3 CaO(s) 1 CO2 (g)
Carbonato de cálcio
∆
2 CaO(s) → 2 Ca(s) 1 O2 (g)
Óxido de cálcio
∆
CO (s)
2 → C(s) 1 O2 (g)
Gás carbônico
∆
1 NH4NO2 (s) → 2 H2 O(l) 1 1 N2 (g)
Nitrito de amônio
i
H2O(l) 2 H2(g) 1 1 O2(g)
Água
As teorias se modificam
ELEMENTOS QUÍMICOS
A diferenciação inicial entre substância simples e composta levou os cientistas à seguinte conclusão:
As substâncias compostas são constituídas de dois ou mais elementos químicos diferentes,
já que, por reações sucessivas de decomposição, acabam produzindo substâncias simples diferentes.
As substâncias simples, por sua vez, seriam constituídas de um único elemento químico.
Observe os exemplos a seguir:
A água, H2O, substância composta, possui dois elementos diferentes, o hidrogênio, H, e o oxigênio, O.
O carbonato de cálcio, CaCO3, substância composta, possui três elementos diferentes, o cálcio, Ca,
FRENTE B
o carbono, C, e o oxigênio, O.
O hidrogênio, H2, substância simples, possui apenas o elemento químico hidrogênio, H.
O ozônio, O3, substância simples, possui somente o elemento químico oxigênio, O.
Concluímos, então, que os elementos químicos são os constituintes básicos de todas as
QUÍMICA
substâncias.
Note que muitas vezes o nome da substância simples é igual ao nome do elemento quí-
mico do qual ela é formada.
Mudanças de estado 13
EXERCÍCIO RESOLVIDO
PARA CONSTRUIR
1 Com base no que vimos na teoria, classifique as reações re- 2 Em relação às reações de síntese e de análise, assinale as afir-
lacionadas a seguir em síntese (composição) ou decomposi- mações corretas. A resposta deve ser igual à soma dos núme-
ção (análise) e indique o que significam os sinais em cima das ros das alternativas assinaladas.
setas. Justifique sua resposta.
∆
a) nitrato de amônio → água 1 gás hilariante (01) Numa reação de síntese, duas substâncias distintas rea-
NH4NO3(s) ∆
→ 2 H2O(l) 1 N2O(g) gem formando um único produto. Essas reações podem
ocorrer com liberação de energia.
b) óxido de sódio 1 água → hidróxido de sódio
(02) A análise pode ser considerada um processo de identi-
Na2O(s) 1 H2O(l) → NaOH(s) ficação e determinação dos elementos que formam um
c) cloreto de sódio → sódio metálico 1 gás cloro
i composto.
NaCl(s)
i
→ Na(s) 1 Cl2(g) (04) Nas reações de análise, uma única substância recebe
energia (térmica, luminosa, elétrica) e se transforma em
d) perclorato duas ou mais substâncias diferentes.
∆
de potássio → cloreto de potássio 1oxigênio
∆
(08) As reações de análise podem ocorrer com absorção de
KClO4(s) → KCl(s) 1 O2(g) energia.
e) cloreto de prata λ
prata metálica 1 gás cloro (16) As substâncias compostas podem sofrer reação de análi-
AgCl(s) λ
Ag(s) 1 Cl2(g) se, mas não podem sofrer reação de síntese.
(32) Hoje sabemos que, em determinadas condições, o ozô-
a) Reação de decomposição. O sinal delta (Δ) colocado em cima nio sofre reação de decomposição formando oxigênio.
(ou embaixo) da seta indica que a decomposição é feita por meio Isso significa que o ozônio é uma substância composta.
de aquecimento ou pirólise. São corretos os itens: 01, 02, 04 e 08. Resposta: 15.
b) Reação de síntese. Duas substâncias diferentes reagem para O item 08 está certo, pois muitas reações de análise ocorrem com
formar uma única substância. absorção de energia, embora algumas ocorram com liberação de
c) Reação de decomposição. O sinal i colocado em cima (ou embaixo) energia, como a reação:
da seta indica que a decomposição ocorre por eletrólise (quebra iodeto de hidrogênio → iodo 1 hidrogênio
pela passagem de corrente elétrica). O item 16 está errado, pois algumas substâncias compostas sofrem
d) Reação de decomposição. O sinal delta (Δ) colocado em cima reação de síntese, por exemplo:
(ou embaixo) da seta indica que a decomposição é feita por meio óxido de cálcio 1 água → hidróxido de cálcio
de aquecimento ou pirólise (quebra pelo fogo). O item 32 está errado. De fato, o ozônio pode sofrer reação de decom-
e) Reação de decomposição. O sinal λ colocado em cima (ou embaixo) posição formando oxigênio, mas o ozônio é uma substância simples.
da seta indica que a decomposição ocorre pela ação da luz.
14 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 A seguir são fornecidas algumas equações de reações quími- 1 (Ufac) Com relação às substâncias O2, H2, H2O, Pb, CO2, O3,
cas. A esse respeito, indique a alternativa falsa. CaO e S8, podemos afirmar que:
I. Cloreto de prata → Prata metálica 1 Cloro a) todas são substâncias simples.
II. Sódio metálico 1 Gás oxigênio → Óxido de sódio b) somente O2, H2 e O3 são substâncias simples.
III. Óxido de cálcio 1 Água → Hidróxido de cálcio c) todas são substâncias compostas.
IV. Óxido de alumínio → Alumínio metálico 1 Oxigênio d) somente CO2, CaO e S8 são substâncias compostas.
V. Gás carbônico → Monóxido de carbono 1 Oxigênio e) as substâncias O2, H2, Pb, O3 e S8 são simples.
a) As reações I, IV e V representam uma análise química.
b) A reação I é uma fotólise. 2 (Mack-SP) O número de substâncias simples com atomicida-
c) A reação III ocorre com grande liberação de calor. de par entre as substâncias relacionadas a seguir, O3, H2O2, P4,
d) As reações II e III representam uma composição química. I2, C2H4, CO2 e He é:
e) Os produtos das reações de análise são sempre substân- a) 5 c) 3 e) 1
cias simples. b) 4 d) 2
2 Classifique as substâncias relacionadas nos itens a seguir em 3 (PUC-MG) Considere os experimentos equacionados:
simples ou compostas e indique o número de elementos
I. Água → Gás hidrogênio 1 Gás oxigênio
químicos que elas possuem. ∆
II. Gelo → Água líquida
a) Sulfeto de sódio, Na2S(s) ∆
III. Papel → Gás carbônico 1 Água
b) Zinco, Zn(s) ∆
IV. Iodo sólido → Iodo gasoso
c) Ferricianeto de sódio, Na3[Fe(CN)6]3
V. Vinho → Vinagre
d) Cloro, Cl2(g)
e) Óxido de ferro II, FeO(s) VI. Barra de ferro → Ferrugem
f) Ácido fosfórico, HP3O4(s) Assinale os experimentos que representam fenômenos quí-
g) Ferro metálico, Fe(s) micos.
a) I, II, III e IV. c) II, III, V e VI.
3 (ITA-SP) Assinale a alternativa ERRADA:
b) I, III, V e VI. d) I, IV, V e VI.
a) Tanto oxigênio gasoso como ozônio gasoso são exem-
plos de substâncias simples. 4 É comum, inclusive entre os químicos, o uso da expressão
b) Um sistema monofásico tanto pode ser substância pura “substância pura e substância impura”. Acerca desse fato, aná-
quanto uma solução. lise as afirmações abaixo e indique se são verdadeiras (V) ou
c) Existem tanto soluções gasosas, como líquidas, como ain- falsas (F):
da soluções sólidas. ( ) As expressões são corretas porque uma substância
d) Substância pura é aquela que não pode ser decomposta pode ser pura ou impura, dependendo de como suas
em outras mais simples. propriedades variam.
e) No ar atmosférico encontramos substâncias simples e ( ) É muito raro encontrar ”substâncias puras” na natureza.
substâncias compostas. Em geral, os materiais se apresentam na forma de mis-
4 (Unisa-SP) Em qual das sequências abaixo estão representa- turas ou de ”substâncias impuras”.
dos um elemento, uma substância simples e uma substância ( ) A expressão ”substância pura” é redundante porque se
composta, respectivamente? um material não é formado de uma única substância,
a) H2, Cl2, O2 c) H2, HI, He e) Cl, N2, HI portanto, puro, esse material é classificado como mistura. FRENTE B
b) H2, Ne, H2O d) H2O, O2, H2 ( ) Somente as ”substâncias puras” possuem todas as proprie-
5 (PUC-SP) O conceito de elemento químico está mais relacio- dades químicas, físicas e de grupo constantes e invariáveis.
QUÍMICA
Mudanças de estado 15
CAPÍTULO
Objetivos:
CONSERVAÇÃO DA MASSA
c Compreender que a O fenômeno da combustão foi muito pesquisado durante o século XVII e início do XVIII.
massa se conserva Foi estudando a combustão que os cientistas concluíram o que conhecemos hoje como leis
em qualquer ponderais, ou seja, generalizações que ocorrem sem restrição referentes à massa das substâncias
transformação química participantes de uma reação.
feita em recipiente A combustão (queima) é uma reação química que ocorre entre um material combustível (ma-
fechado. terial inflamável), como álcool etílico, gasolina, óleo diesel, madeira, papel, etc., e um comburente,
c Reconhecer que as geralmente o oxigênio, na presença de energia (calor).
reações químicas são
rearranjos de átomos combustível 1 comburente 1 calor (X) → produto da combustão 1 calor (Y) (Y . X)
formando novas
substâncias.
A oxidação de um metal (como o enferrujamento do ferro, por exemplo) também pode ser
considerada uma combustão lenta.
Co
tív
mb
us
mb
ur
te
Fig. 2 – Pregos enferrujados devido à oxidação. Fig. 3 – Incêndio em floresta nos Estados Unidos.
16 Mudanças de estado
Lei da conservação da massa de Lavoisier
O trabalho do químico francês Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794) era essencialmente
experimental. Ele realizava reações químicas em ambiente fechado e, com o uso de balanças de alta
precisão para a época, observava e anotava a soma das massas dos reagentes e a soma das massas
dos produtos envolvidos nas reações.
Esses experimentos o levaram a observar uma importante regularidade envolvendo a massa das
substâncias participantes de uma reação química, conforme mostram os resultados quantitativos
descritos a seguir (feitos em recipiente fechado):
grafita 1 oxigênio → gás carbônico
C(grafita) 1 O2(g) → CO2(g)
3g 1 8g 5 11 g
hidrogênio 1 oxigênio → água
H2(g) 1 O2(g) → H2O
1g 1 8g 5 9g
mercúrio metálico 1 oxigênio → óxido de mercúrio II
Hg(l) 1 O2(g) → HgO
100,5 g 1 8,0 g 5 108,5 g
Utilizando o mercúrio, Lavoisier demonstrou que, quando um metal sofre corrosão em um
recipiente fechado, o ganho resultante de massa é compensado por uma perda correspondente, em
massa, do ar no recipiente.
Para chegar a essa conclusão, Lavoisier montou o seguinte experimento (fig. 4): colocou mercúrio
metálico numa retorta com tubo longo e recurvado (A), de modo que o tubo da retorta alcançasse
uma redoma (com ar) colocada sobre uma pequena cuba de vidro, na qual também havia mercúrio.
Aqueceu, então, a retorta em um forno, de modo que provocasse a calcinação do mercúrio.
O nível de mercúrio
na redoma sobe, ocupando
o espaço do ar
A (na realidade, oxigênio) que
Retorta Óxido de
Redoma contendo reagiu na retorta.
contendo mercúrio II
mercúrio ar e mercúrio
Forno Forno
FRENTE B
Esse procedimento formou óxido de mercúrio II, um pó vermelho que aderia às paredes da
retorta, ao passo que o ar contido na redoma diminuía de volume, reduzindo-se, ao fim do experi-
mento, a quatro quintos do volume inicial. O mercúrio, portanto, combinou-se com “algo” presente
QUÍMICA
Mudanças de estado 17
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA
Oxigênio
(0,19 g)
Óxido de
mercúrio
Mercúrio
(2,38 g)
(2,19 g)
Como Lavoisier verificou experimentalmente que essa regularidade ocorria sem restrições, ela
se tornou uma lei cujo enunciado é:
Qualquer transformação química feita em recipiente fechado, a soma das massas dos
reagentes é igual à soma das massas dos produtos.
A descoberta do oxigênio
No século XVIII, o ar atmosférico era considerado uma substância. Joseph Priestley (1733-
-1804) conseguiu demonstrar que essa concepção era falsa.
Em 1o de agosto de 1774, Priestley aqueceu óxido de mercúrio II e observou que
ocorria desprendimento de um gás desconhecido, capaz de avivar a combustão. Mais tar-
de, tentou verificar se ele era respirável submetendo alguns animais a um ambiente reple-
to desse gás. Os animais continuaram vivos. Depois, separou dois ratos, colocou um de-
les sob uma campânula que continha ar atmosférico e o outro sob uma campânula com
o gás desconhecido. Verificou que o primeiro rato logo perdia os sentidos, mas o segun-
do continuava bem por muito tempo. Concluiu, então, que alguma coisa mudava no ar,
GLOSSÁRIO
por causa da respiração do animal, e atribuiu essa mudança ao gás desconhecido (que
Campânula:
Lavoisier chamaria de oxigênio).
vaso de metal ou de vidro, em forma
de sino, utilizado comumente nos tes- Ele ainda supôs que o novo gás se encontrava presente na atmosfera, que, portanto,
tes de baixa pressão em laboratórios. deveria ser composta de uma mistura de gases.
18 Mudanças de estado
BIOGRAFIA
Antoine Laurent de Lavoisier nasceu em Paris, em 26 de agosto de 1743. Filho de uma família
rica, logo cedo ficou órfão de mãe e foi educado pelo pai e pela tia, que o encaminharam ao
Colégio Mazzarino para que estudasse Direito. A universidade despertou seu interesse pelas
ciências e o desviou da área jurídica.
Aos 22 anos, obteve o primeiro prêmio de sua carreira: uma medalha de ouro oferecida pela
Academia de Ciências, por seu projeto para a iluminação das ruas de Paris. Com apenas 25 anos
de idade, tornou-se membro da Academia Real de Ciências de Paris.
Para custear suas pesquisas, fez um investimento rendoso, mas que viria a lhe custar a vida:
comprou ações da Ferme Générale, uma sociedade que tinha o direito de cobrar os impostos.
Apenas uma cota fixa dessas ações era para o rei, o resto ficava para a cobrança e o lucro dos
acionistas.
Aos 26 anos, Lavoisier conheceu Marie-Anne Pierrette Paulze (1758-1836), com quem se casou
quando ela tinha apenas 13 anos. Ele supervisionou pessoalmente a educação da mulher
em latim e em inglês, para que ela pudesse auxiliá-lo na tradução de trabalhos científicos e
filosóficos.
Em 1775, Lavoisier foi indicado para inspetor da pólvora, mudando para uma casa em Arsenal,
distrito parisiense onde se fabricavam armas.
Trabalhando em Arsenal, ele descobriu um modo de sintetizar o salitre (nitrato de potássio)
e desenvolveu o processo industrial necessário para assegurar o abastecimento do produto
independentemente de sua ocorrência natural. Até então a pólvora era fabricada com salitre
raspado das paredes das adegas de vinho e, a julgar pelas guerras que ajudou a ganhar, é de
supor que esse suprimento, embora primitivo, fosse relativamente abundante. Para o Estado,
esse avanço teve seu preço: aboliu o motivo que lhe outorgava o direito de revistar as adegas
dos franceses.
Em 1789, Lavoisier lançou seu Tratado Elementar de Química, apresentando pela primeira vez a
nomenclatura moderna, longe da obscura linguagem característica da alquimia. Nessa obra, ele
relacionou 33 elementos (na realidade, substâncias) conhecidos. A luz e o calor foram considera-
dos elementos e entraram na relação. Nesse mesmo ano, teve início a Revolução Francesa, que
derrubou a ordem política existente (feudalismo e monarquia).
Os membros da Ferme Générale foram colocados entre os primeiros da lista de “inimigos do povo”,
acusados de peculato (corrupção) e presos por não terem prestado contas de suas atividades.
Os cientistas de toda a Europa, temendo pela vida de Lavoisier, enviaram uma petição aos juí-
zes para que o poupassem em respeito a seu valor científico. Coffinhal, presiden-
te do tribunal, recusou o pedido com uma frase equívoca que se tornou
famosa: “A França não precisa de cientistas”.
Assim, a acusação passou de peculato para traição e Lavoisier foi gui-
GEORGIOS KOLLIDAS/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
FRENTE B
outra frase famosa: “Não bastará um século para produzir uma
cabeça igual à que se fez cair num segundo”. QUÍMICA
Mudanças de estado 19
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Após cada combustão observou-se: Quando o papel é queimado, formam-se gás carbônico e
vapor de água, que abandonam o sistema (que é aberto), fa-
zendo o prato A ficar mais leve que o B (A acima de B).
Δ
A B A B Papel ⎯⎯⎯⎯→ Gás carbônico 1 Água
PARA CONSTRUIR
1 (Furg-RS – Adaptada) Assinale a alternativa correta para a a) O texto anterior relata um processo de separação de mis-
seguinte pergunta: Um pedaço de magnésio ficará mais ou turas. Dê o nome desse processo e explique que tipo de
menos “pesado” após sua queima? c mistura ele permite separar.
a) Mais, pois o metal sofre uma alteração que o deixa tal O texto se refere ao processo de separação de misturas
como “adormecido”. chamado filtração. A filtração é comumente empregada para
b) Menos, pois uma parte do metal é liberada durante a separar misturas heterogêneas do tipo sólido-líquido ou
queima completa dele. sólido-gás.
c) Mais, pois o oxigênio é incorporado formando um com-
posto com o metal.
d) Menos, pois uma parte da massa se transforma em ener-
gia, segundo Einstein.
e) Nem mais nem menos – a massa não sofre alteração
numa transformação química, segundo Lavoisier.
Justifique a alternativa escolhida.
b) A desinfecção da água é realizada por sete máquinas que
Ao ser queimado, o magnésio metálico se combina com transformam o gás oxigênio puro em ozônio. Cada má-
o oxigênio do ar formando óxido de magnésio. O óxido de quina é capaz de produzir cerca de 240 g de ozônio por
magnésio, por ter incorporado o oxigênio, tem massa maior que hora. Considerando-se essas informações, qual a massa
de gás oxigênio consumida por hora no tratamento da
o magnésio metálico.
água do complexo?
A reação de transformação do oxigênio em ozônio pode ser
equacionada por: 3 O2(g) → 2 O3(g). Para obter 240 g de ozônio por
2 (Unicamp-SP) As provas de natação da Olimpíada de Beijing hora, o consumo de oxigênio deve ocorrer na mesma velocidade:
foram realizadas no complexo aquático denominado “Water 240 g de oxigênio por hora.
Cube”. O volume de água de 16 000 m3 desse conjunto passa
por um duplo sistema de filtração e recebe um tratamento
de desinfecção, o que permite a recuperação quase total da
água. Além disso, um sistema de ventilação permite a elimi-
nação de traços de aromas das superfícies aquáticas.
20 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
ARQUIVO DA EDITORA
de madeira, basta subtrair a massa de cinzas da massa
ALEX ARGOZINO/
inicial de madeira”. Você concorda com a afirmação que
200 g está entre aspas? Responda sim ou não e justifique.
Solução de Solução de
Sistema inicial 2 Na tabela estão descritas algumas reações de síntese (sem
cloreto de nitrato de
sódio prata
Solução de nitrato excesso de reagentes). Com base na lei de Lavoisier, indique
de sódio
os valores das massas que substituiriam corretamente as le-
tras A, B, C, D, E e F nessas reações.
Mudanças de estado 21
CAPÍTULO
Objetivos:
LEI DAS PROPORÇÕES CONSTANTES
c Compreender que as O sucesso de qualquer receita culinária consiste em manter as proporções dos ingredientes da
substâncias reagem receita constantes, ou seja, para fazer um bolo de chocolate, por exemplo, seguimos uma receita que
entre si numa determina: duas xícaras de farinha, uma xícara de açúcar, uma colher de fermento em pó, três ovos,
determinada proporção etc. Para fazer dois bolos, temos de dobrar a receita e, portanto, usar: quatro xícaras de farinha, duas
fixa e invariável. xícaras de açúcar, duas colheres de fermento em pó, seis ovos, etc.
c Reconhecer que
FRANCESCO 83/SHUTTERSTOCK
22 Mudanças de estado
Na Química ocorre algo semelhante, ou seja, a proporção em que as substâncias (“ingre-
dientes”) reagem para formar novas substâncias (“bolo”) segue uma proporção constante e
invariável.
No século XVIII, os cientistas descobriram a composição das substâncias por meio de reações de
síntese ou de uma reação de análise. Por exemplo, a decomposição da água por eletrólise (passagem
de corrente elétrica) fornece hidrogênio e oxigênio; logo, a água é composta por esses elementos.
Naquela época, entendia-se por elemento químico, ou simplesmente elemento, qualquer substância A decomposição da água
que não sofria decomposição (substância simples). por eletrólise é um experimento
água
i
→ hidrogênio 1 oxigênio relativamente fácil de realizar. Foi
feito pela primeira vez pelo quí-
Por meio de experimentos, os cientistas verificaram que, qualquer que seja a massa de água de- mico francês Henry Cavendish
composta, as massas de hidrogênio e de oxigênio obtidas se encontravam sempre numa proporção (1731-1810), utilizando soluções
constante e igual a 1 : 8, conforme mostram os dados experimentais da tabela a seguir. de ácidos. A água pura (destila-
da) não sofre eletrólise porque
Relação massas: essa substância é má condutora
Massa de água → Massa de hidrogênio 1 Massa de oxigênio de corrente elétrica. Para que a
hidrogênio/oxigênio
H2 água possa conduzir corrente e,
H2O(l) → H2(g) 1 O2(g) consequentemente, sofrer eletró-
O2
lise, é necessária a adição de outra
0,5 g 1 substância que forme com a água
4,5 g → 0,5 g 1 4,0 g 5 uma solução condutora, como o
4,0 g 8
sulfato de magnésio.
1,0 g 1
9,0 g → 1,0 g 1 8,0 g 5
8,0 g 8
2,0 g 1
18,0 g → 2,0 g 1 16,0 g 5
16,0 g 8 BIOGRAFIA
11,11 g 1 Proust nasceu em Angers, na
100,0 g → 11,11 g 1 88,88 g 5
88,88 g 8 França. A lei das proporções
constantes foi formulada em
1808 por John Dalton, mas foi o
Da mesma forma, a reação inversa (síntese entre hidrogênio e oxigênio para formar água) ocorre trabalho de Proust que forneceu
exatamente nessa proporção de 1 para 8. as provas empíricas necessárias à
sua aceitação.
gás hidrogênio 1 gás oxigênio → água
1g 8g 9g
NS
Portanto, se um dos gases for colocado em quantidade superior a essa proporção definida para
MO
a água, esse excesso não participará da reação. Somente a massa de reagentes que estiver dentro da
M
IP E D IA / W IKI M E D IA C O
proporção 1 : 8 vai formar água.
Assim, a síntese confirma os resultados da decomposição. O químico e farmacêutico francês
Joseph Louis Proust (1754-1826), após cuidadosas investigações sobre o tipo e a quantidade de
elementos presentes em diversas substâncias compostas, chegou a uma importante generalização,
/ W IK
a lei das proporções definidas: AP
PLE
PY
AP
Uma substância composta possui sempre a mesma composição, qualquer que seja sua
H
procedência.
FRENTE B
Mudanças de estado 23
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Com base na lei de Proust e na lei de Lavoisier, indique os de magnésio na segunda reação (48 g) é o dobro da primeira
valores das massas que substituiriam corretamente as letras (24 g); portanto, seguindo a lei de Lavosier, a massa de oxigê-
A, B, C, D, E e F no quadro a seguir. nio também será o dobro em relação a primeira, ou seja, 32 g.
A massa de óxido de magnésio obtida na reação também é
Massa de Mg(s) 1 Massa de O2(g) → Massa de MgO(s) encontrada pela lei da conservação da massa de Lavoisier:
48 g 1 32 g 5 80 g
24 g 1 16 g → 40 g
Assim, temos: A 5 32 g e B 5 80 g.
48 g 1 Ag → Bg Seguindo o mesmo raciocínio, vamos encontrar a massa de C.
Seguindo os mesmos passos e tendo sempre por base a ta-
Cg 1 4g → Dg
bela, percebemos que 32 g (valor calculado de A) é 8 vezes
360 g 1 Eg → Fg
32 g
maior que 4 g 5 8 ; assim, seguindo a lei de Lavosier, o
4g
RESOLUÇÃO: 48 g
valor de C será 8 vezes menor que 48 g; portanto, 5 6g.
8
Pela lei de Proust concluímos a proporção em massa em que
A massa de MgO(s) será: 6 g 1 4 g 5 10 g.
as substâncias reagem.
Assim, temos: C 5 6 g e D 5 10 g.
Exemplo: 24 g de magnésio reagem com 16 g de oxigênio,
Da mesma forma, vemos que 360 g é 60 vezes maior que 6 g;
24 g 3
formando 40 g de óxido de magnésio. Ou seja, 5 ou portanto, E será 60 vezes maior que 4 g (4 g ? 60 5 240 g).
16 g 2
ainda 3 ; 2. Aplicando a conservação das massas, temos:
Na segunda reação temos de encontrar a massa de oxigênio 360 g 1 240 g 5 600 g de óxido de magnésio.
e de óxido de magnésio. A tabela nos informa que a massa Assim: E 5 240 g e F 5 600 g.
PARA CONSTRUIR
1 (Vunesp-SP) Duas amostras de carbono puro de massas 1,00 g 2 (Fempar-PR) Hidrogênio reage com oxigênio na proporção de
e 9,00 g foram completamente queimadas ao ar. O único pro- 1 ; 8, em massa, para formar água. A partir da reação descrita e
duto formado nos dois casos, o dióxido de carbono gasoso, completando com valores, em gramas, os espaços preenchidos
foi totalmente recolhido, e as massas obtidas foram 3,66 g e com X, Y e Z, na tabela a seguir, teremos, respectivamente: e
32,94 g, respectivamente.
Massa de Massa de Massa de Massa em
a) Demonstre que nos dois casos a lei de Proust é obedecida. Sistema
b) Determine a composição de dióxido de carbono, expres- H2(g) O2(g) H2O(l) excesso
sa em porcentagem em massa de carbono e de oxigênio. I 5g 32 g X Y
a) Relação entre as massas de reagente e produto:
II 7g Z 63 g 4g
massa de carbono 1, 00 9, 0
5 5 . 0, 273
massa de dióxido de carbono 3, 66 32, 94
a) 32; 1 e 56. c) 32; 2 e 56. e) 36; 1 e 60.
ou seja, a proporção entre as massas de carbono que reagem e de
b) 36; 2 e 52. d) 36; 1 e 56.
dióxido de carbono produzidas é a mesma.
Para manter a proporção de 1: 8, tem-se:
b) 3,66 g de dióxido de carbono 1,00 g de carbono
Para o sistema I: 4 g de hidrogênio : 32 g de oxigênio : X 5 36 g de
100 g de dióxido de carbono x
água : Y 5 1 g de hidrogênio em excesso.
100 ? 1,00
x5 ⇒ x 5 27,32 g de carbono
3,66 Para o sistema II: 7 g de hidrogênio : 63 g de água : 4 g de excesso de
A diferença: 100 2 27,32 5 72,68 indica a porcentagem de oxigênio.
oxigênio. Para haver o excesso de 4 g de oxigênio, a massa que deve
Resposta: 27,32% de carbono e 72,68% de oxigênio.
aparecer na lacuna é 60 g (56 g que reage com 7 g de hidrogênio
na proporção indicada 1 4 g 5 Z 5 60 g).
24 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 (UFMG) A tabela indica algumas das massas, em gramas, das 1 (Fatec-SP) O gráfico a seguir relaciona as massas de mag-
espécies envolvidas em dois experimentos diferentes segun- nésio que reagem com oxigênio para formar óxido de
do a reação genérica A 1 B → C 1 2 D. magnésio.
Outras massas estão indicadas pelas letras x, y, w e z. Cal-
cule-as .
10
9
Experimento Estado inicial Estado final
A B C D A B 7
6
Primeiro x 49 68 18 0 0 5
4
Segundo y w z 54 10 10
3
2
2 (Fepar-PR) Pela lei das proporções definidas (lei de Proust), a 1
decomposição térmica do carbonato de cálcio produz, res- 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
pectivamente, 11 g de gás carbônico e 14 g de óxido de cál-
cio. Com base nesses dados, determine a massa de carbonato Massa de oxigênio (g 10)
Mudanças de estado 25
CAPÍTULO
Objetivos:
DO QUE A MATÉRIA É CONSTITUÍDA?
c Compreender o Existe um número imenso de matérias diferentes no Universo. Uma questão que sempre intri-
conceito de átomo. gou os filósofos e os cientistas é a constituição elementar dos diferentes tipos de matéria.
c Conhecer a teoria
c Reconhecer o modelo
atômico de Dalton.
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26 Mudanças de estado
Matéria contínua ou descontínua?
A teoria da matéria descontínua de Leucipo e Demócrito foi logo descartada porque as
doutrinas estabelecidas pelo filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), que passaram a ser
aceitas sem restrições no século seguinte, pregavam que a matéria seria contínua, composta
pelos “elementos” ar, água, terra e fogo, com as qualidades primárias frio, úmido, quente e
seco. Mudando-se essas “qualidades”, seria possível transformar uma espécie de matéria em
outra, como chumbo em ouro.
A ideia de “matéria contínua” ia ao encontro dos anseios da época, pois atribuía ao Uni-
verso uma ordem e uma simplicidade básicas, sob as quais era possível exercer certo domínio
e era sustentada pela teoria do vitalismo adotada na época, segundo a qual toda matéria se
comportava como um organismo vivo. A extração de um metal de seu minério, por exemplo:
2 CuO(s) → 2 Cu(s) 1 O2(g), era equiparado na época a um parto.
Fogo
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA
Quente Seco
Ar
O ÁTOMO
Em 1803, John Dalton (1766-1844) havia retomado essa antiga teoria do átomo e percebeu que
ela poderia ser utilizada para justificar e explicar as leis ponderais. Assim, ele desenvolveu uma teoria
sobre a estrutura da matéria, baseada, entre outros, nos seguintes princípios:
a massa das substâncias se conserva em qualquer reação química;
os elementos se combinam numa proporção em massa rigorosamente definida para formar as Fig. 3 – Dalton utilizava círculos de
substâncias compostas. mesmo diâmetro com inscrições
Dalton foi muito habilidoso na elaboração de modelos mentais e na construção de representa- específicas para representar os átomos
ções físicas desses modelos. Ele utilizou pequenos círculos para representar os átomos de elementos dos diferentes elementos químicos.
Optamos por representá-los da maneira
diferentes e lançou as hipóteses abaixo:
FRENTE B
abaixo para tornar a explicação mais
didática e padronizada. QUÍMICA
Mudanças de estado 27
I. Todas as substâncias são constituídas de minúsculas partículas denominadas átomos. Os
Dalton acreditava que os átomos não podem ser criados nem destruídos.
átomos de um mesmo elemen- II. Cada substância é constituída de um único tipo de átomo. As substâncias simples, ou
to se repeliam mutuamente e, elementos, são formadas de “átomos simples”, que são indivisíveis; as substâncias compos-
por isso, as substâncias simples tas são constituídas de “átomos compostos”, capazes de se decompor, durante as reações
eram formadas de “átomos sim- químicas, em “átomos simples”.
ples”, ou seja, átomos isolados. III. Todos os átomos de uma mesma substância são idênticos na forma, no tamanho, na massa
e nas demais propriedades; átomos de substâncias diferentes possuem forma, tamanho,
massa e propriedades diferentes. A massa de um “átomo composto” é igual à massa total
de todos os “átomos simples” componentes.
IV. Os “átomos compostos” são constituídos de um pequeno número de “átomos simples”.
Assim, por exemplo, duas substâncias simples, constituídas de “átomos simples” X e Y,
podem formar substâncias compostas com “átomos compostos” de composição X 1 Y,
ou X 1 2 Y ou 2 X 1 Y, etc.
É por isso que compostos diferentes podem ser formados pelos mesmos elementos químicos.
A teoria de Dalton tornava possível, por meio de uma ideia única, explicar todas as leis ponderais
que regiam as transformações químicas.
Por exemplo, experimentalmente é possível verificar que:
uma massa igual a 3 g de carbono se combina com 4 g de oxigênio para formar 7 g de um gás
muito venenoso, o monóxido de carbono.
carbono 1 oxigênio → monóxido de carbono
3g 4g 7g
Explicação pela teoria de Dalton, os “átomos compostos” de monóxido de carbono, CO(g), são
constituídos de um “átomo simples” de carbono e um “átomo simples” de oxigênio.
uma massa igual a 3 g de carbono se combina com 8 g de oxigênio para formar 11 g de um gás
atóxico, o gás carbônico (ou dióxido de carbono).
carbono 1 oxigênio → dióxido de carbono
3g 8g 11 g
Explicação: pela teoria de Dalton, cada átomo composto de dióxido de carbono, CO2(g), é
formado de um “átomo simples” de carbono e dois “átomos simples” de oxigênio.
Com essa argumentação, os cientistas da época passaram a aceitar integralmente a teoria
atômica.
28 Mudanças de estado
BIOGRAFIA
ALBUM/ORONOZ/LATINSTOCK
homenageado e convidado a
comparecer à corte, o que causou
alguns embaraços com o proto-
colo. Sua religião proibia qualquer
discípulo de ostentar o traje luxuo-
so que era exigido para a ocasião.
A alternativa seria o traje mais sim-
ples, vermelho escarlate, de doutor
em leis, da Universidade de Oxford.
No entanto, essa cor também era
vetada pela religião, mas como
Dalton não distinguia as cores, o
traje provavelmente lhe pareceu
cinza-escuro e ele pôde vesti-lo.
FRENTE B
QUÍMICA
Mudanças de estado 29
O QUE SIGNIFICA O “MODELO DE DALTON”?
Para evitar os raciocínios arbitrários utilizados na alquimia, instituiu-se na Renascença (período
que sucedeu a Idade Média) o método científico indutivo, segundo o qual a ciência é construída com
base nas etapas descritas a seguir. Os cientistas cujas teorias estamos estudando (Lavoisier, Proust e
Dalton) se basearam nesse método e o conhecimento que eles construíram também.
Observação
É a descrição de um fenômeno, que pode ser qualitativa ou quantitativa. Por exemplo: o car-
vão queima liberando luz e calor (observação qualitativa). Quando feita nas mesmas condições,
a queima de 2 kg de carvão libera o dobro de calor da queima de 1 kg de carvão (observação
quantitativa).
Para que uma observação seja considerada científica, é preciso verificar quais condições afetam
o fenômeno que está sendo observado. Uma condição (como temperatura, pressão, umidade rela-
tiva do ar, etc.) é verificada quando é fixa, conhecida e pode ser modificada deliberadamente, se o
desejarmos.
Experimentação
É a verificação prática de todas as condições em que ocorre o fenômeno em estudo.
Por exemplo: o salitre (nitrato de potássio) é solúvel em água? Que condições influenciam na
solubilidade do salitre em água? Qual a quantidade máxima de salitre que é possível dissolver em
100 g de água a 20 ºC e 1 atm?
Note que toda sequência de observações feitas a partir de uma cuidadosa verificação é um
experimento, e, para que um experimento possa ser considerado científico, ele deve ser feito em
um lugar onde as condições possam ser controladas e verificadas facilmente (normalmente em um
laboratório). As condições importantes são aquelas que influenciam nos resultados do experimento.
Verificação de regularidades
É a constatação de que o fenômeno sempre se repete da mesma maneira, nas mesmas
condições. Por exemplo: a água sempre entra em ebulição à temperatura de 100 ºC sob pressão
de 1 atm.
A descoberta de regularidades gera uma simplificação das observações e otimiza o uso das
novas descobertas. Verificando regularidades, passamos a classificar as observações em conjunto em
vez de mantê-las isoladas, o que torna o uso do conhecimento mais lógico e eficiente.
Reunião e organização de dados
São um apanhado geral do que foi observado e experimentado, de modo que seja possível
fazer alguma interpretação.
Por exemplo: a dissolução de salitre em 100 g de água, sob pressão de 1 atm, ocorre da seguinte
forma: 20,9 g de salitre a 10 ºC, 31,6 g de salitre a 20 ºC e 45,8 g de salitre a 30 ºC.
Interpretação
É a explicação do fenômeno observado.
Exemplo: a solubilidade do salitre em água aumenta com a elevação da temperatura.
Afirmação de regras e leis
As regras são generalizações de fatos que ocorrem apenas com uma parcela dos itens relaciona-
dos ao fenômeno. As leis, por sua vez, são generalizações que ocorrem sem restrições, baseadas em
observações, experimentações e deduções lógicas.
Exemplo de regra: todos os sais têm sabor salgado (o permanganato de potássio é classificado
como sal e possui sabor doce, sendo também bastante tóxico).
Exemplo de lei: a queima completa de qualquer hidrocarboneto (substâncias compostas que
possuem apenas carbono e hidrogênio) produz somente água e gás carbônico.
Elaboração de teorias
A teoria é somente uma explicação para uma lei e pode ser abandonada a favor de outra teoria
mais completa e correta.
Exemplo: as substâncias simples são constituídas por um único elemento químico (lei), por isso
não sofrem decomposição formando novas substâncias (teoria). A descoberta do ozônio (substância
simples que se decompõe formando oxigênio) criou a necessidade de uma nova teoria para explicar
a constituição das substâncias simples.
30 Mudanças de estado
Assim, a teoria explica uma lei que enuncia uma série de generalizações que ocorrem sem
restrições, e essa explicação só se mantém enquanto puder ajudar na sistematização do nosso
conhecimento.
Para ilustrar sua teoria, os cientistas criam modelos.
Criação de modelos
O modelo é uma imagem mental que o cientista utiliza para explicar uma teoria a respeito de
um fenômeno que não pode ser observado diretamente. Os modelos ilustram a teoria, mas não
possuem necessariamente uma existência física real.
Por exemplo, John Dalton elaborou uma teoria de que a matéria é constituída de átomos (par-
tículas maciças e indivisíveis). Como não é possível ver os átomos, Dalton criou modelos para ilustrá-
-los. A teoria e os modelos de Dalton podem ser usados para explicar as leis ponderais.
Mais tarde, com estudos mais detalhados sobre o fenômeno da eletricidade e com a descoberta
da radioatividade (fenômeno em que o átomo pode ser dividido), surgiu a necessidade de se criar
outro modelo atômico compatível com esses novos conhecimentos.
Atualmente, os conhecimentos novos já são tantos que não temos mais um único modelo
capaz de explicar todos os fenômenos ao mesmo tempo. O que fazemos então? Utilizamos um
modelo adequado para cada fenômeno que queremos estudar ou explicar.
Você já ouviu falar, por exemplo, no comportamento dualístico onda-partícula do elétron? Pois
bem, não existe um modelo que explique ao mesmo tempo esses dois comportamentos. Assim,
dependendo do que queremos estudar ou explicar, adotamos um modelo diferente.
Isso significa dizer inclusive que, se não estivermos trabalhando especificamente com fenôme-
nos como eletricidade e radioatividade, podemos utilizar o modelo de Dalton, pois ele é muito bom
para explicar certos fenômenos, como as reações químicas, por exemplo.
Portanto, desde que não entre em conflito com outros fenômenos ou experimentos conhecidos,
um modelo não precisa ser descartado, se ele for adequado para explicar um fenômeno específico.
O importante é não confundir o modelo com a entidade física que ele representa. O modelo
de átomo não é o átomo, certo?
Previsão de novos fenômenos
A teoria elaborada para explicar o fenômeno deve ser capaz de prever
Mudanças de estado 31
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 Julgue a afirmação a seguir como verdadeira ou falsa, justifi- 2 Em relação à teoria de Dalton, responda:
cando sua posição. a) Por que, segundo Dalton, as substâncias simples eram
“Os modelos que os cientistas criam para ilustrar uma teoria necessariamente formadas por átomos isolados (“átomos
representam um retrato macroscópico fiel do que foi obser- simples”)?
vado microscopicamente”. b) O que levou Dalton a concluir que o “átomo composto” de
água – conforme ele chamava – era formado de um “átomo
RESOLUÇÃO: simples” de oxigênio e um “átomo simples” de hidrogênio?
A afirmação é falsa. Os modelos criados pelos cientistas são RESOLUÇÃO:
usados para ilustrar uma teoria; portanto, não são um retrato
a) Segundo Dalton, as substâncias simples, ou elementos,
do que ocorre em nível microscópico, porque eles não po- seriam formados de “átomos simples” que se mantinham
dem “enxergar” realmente o que ocorre nesse nível. O que o isolados, pois ele acreditava que átomos de um mesmo
cientista faz é, em função dos resultados obtidos macrosco- elemento químico sofreriam repulsão mútua.
picamente, supor o que se passou em nível microscópico, b) Dalton partiu do princípio de que a água é composta de
criando um modelo que ilustre sua teoria. Um modelo não hidrogênio e oxigênio na proporção em massa de 1 : 8 e
é a entidade física que ele representa, não possui necessaria- considerou o “átomo composto” de água formado de um
mente existência física real e, se necessário, pode ser trocado “átomo simples” de hidrogênio e um “átomo simples” de
por outro modelo mais elaborado sempre que surgir um fato oxigênio; dessa forma, as massas relativas desses elemen-
novo que justifique a troca. tos seriam, respectivamente, 1 e 8.
PARA CONSTRUIR
II. Uma substância “macia” não pode ser feita de moléculas como ponto de fusão e de ebulição dependem das interações
“rígidas”. entre as moléculas (o que é verdade); não são propriedades de
III. Uma substância pura possui pontos de ebulição e fu- cada molécula em particular.
são constantes, em virtude das interações entre suas
IV. Sim. De acordo com a visão substancialista, os objetos se
moléculas.
IV. A expansão dos objetos com a temperatura ocorre por- expandem com o aumento da temperatura, porque os átomos que
32 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
des idênticas, as quais diferem das propriedades dos áto- dos átomos no espaço.
mos de outros elementos. (04) O átomo de Dalton é comparado a um “pudim de passas”.
c) Um elemento é composto de partículas indivisíveis e di- (08) Dalton se baseou na corrente filosófica defendida por Platão
minutas chamadas átomos. e Aristóteles, que intitulava a matéria destituída de átomos.
Mudanças de estado 33
CAPÍTULO
6 A lei volumétrica de
Gay-Lussac
Objetivos:
LEI DAS PROPORÇÕES VOLUMÉTRICAS CONSTANTES
c Compreender que as Em 1804, o cientista francês Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850) foi indicado pelo governo
substâncias gasosas francês para estudar as regiões elevadas da atmosfera superior e fez alguns voos de balão que o levou
reagem entre si numa a realizar pesquisas sobre as propriedades de combinação dos gases.
proporção em volume
fixa e invariável.
STEVE BOWER/SHUTTERSTOCK
c Compreender que
havia um conflito entre
a lei de Gay-Lussac e
a teoria atômica de
Dalton que precisava
de uma solução.
Como parte dessas pesquisas, Gay-Lussac – ajudado pelo explorador e naturalista alemão
Alexander Friedrich Wilhelm Heinrich, denominado barão Von Humboldt (1769-1859) – fez passar
uma corrente elétrica pela água (eletrólise), um experimento que fora repetido por vários cientistas
desde a descoberta da pilha voltaica, uma fonte constante de energia elétrica.
Que tal também fazermos a eletrólise da água para acompanharmos melhor as ideias de
Gay-Lussac?
34 Mudanças de estado
EXPERIMENTANDO
Eletrólise da água fazer os testes demonstrativos para o reconhecimento dos ga-
ses hidrogênio e oxigênio.
1. Material necessário
Teste do hidrogênio: Retire da cuba a seringa que você acre-
2 eletrodos de fio de cobre grosso, de 2,5 mm de diâmetro e
dita que contenha o gás hidrogênio, mantendo-a com a
20 cm de comprimento, descascados nas extremidades;
boca virada para baixo para evitar que o gás (que é menos
cuba de plástico feita com o fundo de uma garrafa PET trans-
denso que o ar) escape. Aproxime da seringa um palito de
parente de 2 L;
fósforo aceso. O que você observa? Por quê?
2 seringas de 5 mL de capacidade (sem agulha);
Teste do oxigênio: Retire da cuba a seringa que você acredita
massa de modelar ou parafina (para vedar as seringas); que contenha o gás oxigênio, mantendo-a inclinada, com a
tira de isopor que caiba na cuba (para dar suporte às seringas); boca virada para cima (o oxigênio é mais denso que o ar), e
1 bateria de 6 V (bateria de moto) ou 4 pilhas alcalinas de 1,5 V aproxime um palito de fósforo em brasa ou um pedaço de
ligadas em série em um porta-pilhas; palhinha de aço começando a queimar. O que você obser-
2 fios de cobre bem finos de aproximadamente 40 cm de va? Por quê?
comprimento (comprados em loja de material elétrico); 3. Descarte de rejeitos
fita adesiva; A solução de sulfato de sódio pode ser descartada direta-
água; mente na pia. A bateria (ou as pilhas) contém metais pesados
1 colher rasa de café de sulfato de sódio; e tóxicos, além de outros materiais poluentes; quando gastas,
devem ser entregues em postos de coleta especializados para
2. Como fazer serem devolvidas ao fabricante, que irá reciclá-las.
Prepare uma solução diluída de sulfato de sódio, dissolvendo
4. Investigue
uma colher rasa do sal em 500 mL de água. Reserve.
1. Em qual dos eletrodos o oxigênio é produzido: no âno-
Fure a tira de isopor próximo às duas extremidades para
do ou no cátodo? E o hidrogênio? Como você chegou a essa
poder encaixar as duas seringas, lado a lado na placa. Reserve.
conclusão?
Vede a ponta das seringas com massa de modelar ou parafina.
Reserve. 2. O volume de gases hidrogênio e oxigênio obtidos é exa-
tamente o que você esperava? Se não, proponha uma expli-
Remova 2 cm da parte isolante das extremidades de cada
fio de cobre grosso para fazer os eletrodos e ajeite seu formato cação (se necessário, investigue a respeito) para a proporção
em “S” para que uma parte dele possa ficar dentro da cuba, en- entre volumes observada.
caixada em uma seringa, e a outra fique para fora da cuba para 3. Nossa proposta é dar preferência à utilização de materiais
ser ligada, por meio de um fio de cobre fino, a um dos polos da do dia a dia nos experimentos. Por que então preferimos uti-
bateria (observe o esquema a seguir). lizar sulfato de sódio em vez de cloreto de sódio (sal de cozi-
Se necessário, utilize a fita adesiva para prender o fio de co- nha) se ambos formam com a água uma solução condutora?
bre fino ao eletrodo e à bateria. Se não conseguir responder, repita o experimento substituindo
o sulfato de sódio pelo cloreto de sódio. O que você observa?
Coloque a solução aquosa de sulfato de sódio até 2 da altu-
3 Explique.
ra da cuba. Encha uma seringa completamente com a solução,
tape-a com a palma da mão e emborque-a na solução da cuba. Seringas Massa de modelar
Só retire a mão quando a boca da seringa estiver abaixo do ní-
vel da solução na cuba, de modo que não fique ar dentro da Isopor
seringa. Encaixe a seringa no suporte de isopor e arrume dentro
dela um dos eletrodos de cobre.
FRENTE B
ALEX ARGOZINO/ARQUIVO DA EDITORA
das seringas fique cheia de gás. Em seguida, o professor poderá Esquema do sistema para eletrólise da água.
Mudanças de estado 35
As experiências de Gay-Lussac com a decomposição e a síntese da água podem ser esquema-
Atividade tizadas da seguinte maneira:
Experimental
Acesse o Material Comple- Reação de síntese da água
mentar disponível no Portal e Na reação de síntese do vapor de água a partir dos gases hidrogênio e oxigênio, observa-se a seguin-
aprofunde-se no assunto. te proporção invariável: cada 2 volumes de gás hidrogênio reagem com 1 volume de gás oxigênio
para formar 2 volumes de vapor de água.
As tabelas a seguir fornecem alguns valores experimentais de volume para a reação de síntese da água:
Esses resultados levaram Gay-Lussac a afirmar que a água era composta de duas partes de
hidrogênio e uma de oxigênio (em volume).
Gay-Lussac acreditava que o fato de os gases se combinarem em proporções volumétricas
simples era uma confirmação de que a teoria atômica de Dalton estava correta e, com base nessa
teoria, ele desenvolveu uma hipótese:
pequenos.
1 volume 1 volume 2 volumes
36 Mudanças de estado
Reação de síntese da amônia
Na reação de síntese da amônia a partir dos gases hidrogênio e nitrogênio, em que as condições de
temperatura e pressão foram mantidas constantes durante todo o processo, observa-se a seguinte
proporção invariável: cada 1 volume de gás nitrogênio reage com 3 volumes de gás hidrogênio para
formar 2 volumes de gás amônia.
Os volumes das substâncias gasosas que reagem e que são produzidas nas mesmas condi-
ções de temperatura e pressão guardam entre si uma relação de números inteiros e pequenos.
BIOGRAFIA
Louis Joseph Gay-Lussac foi um químico e físico francês iluminista nascido no dia
6 de dezembro de 1778. Conhecido pela formulação da lei dos gases estudou também
o magnetismo.
Gay-Lussac abandonou o curso de Engenharia para dedicar-se à pesquisa química.
Teve o apoio de dois grandes filósofos da época, Berthollet e Laplace.
Foi professor de Física da Sorbornne e de Química na Escola Politécnica.
Em 1797 entrou na Escola Politécnica em Paris e graduou-se em 1800.
Em 1802, demostrou o seu primeiro trabalho que era sobre a expansão dos gases.
Foi o primeiro a formular a segunda lei dos gases. Hoje essa lei é chamada de lei de
APIC/GETTY IMAGES
Charles e Gay-Lussac ou, simplesmente, de lei de Gay-Lussac.
Desenvolveu também a lei volumétrica. Sua tese foi publicada em 1808 e en-
volvia a reação entre oxigênio e hidrogênio. Foi a partir dessa experiência que seu
nome passou a ser usado como unidade de medida de volume de álcool. Essa
unidade mede o volume de teor alcoólico das bebidas. É geralmente expressa
em graus, assim usam-se graus Gay-Lussac.
Em 1804, a sua paixão pela pesquisa fez com que voasse num balão a
quase 4 mil metros de altura afim de estudar as variações de temperatura e
pressão e também a composição da atmosfera em elevadas altitudes. Não
obteve muito sucesso nas pesquisas, mas seu passeio representou um
recorde de voo em balão devido à sua altitude, que só foi superado no
século seguinte.
FRENTE B
Em 1805, viajou para a Itália em uma expedição juntamente com
Humboldt e depois estagiou no seu laboratório em Berlim, onde estudavam
a proporção volumétrica de hidrogênio e oxigênio para formar a água.
Casou-se em 1808, mesmo ano em que determinou a composição vo-
lumétrica precisa da água com a ajuda do cientista Alexander von Humboldt.
QUÍMICA
Mudanças de estado 37
EXERCÍCIO RESOLVIDO
RESOLUÇÃO:
1 gás nitrogênio 1 3 gás hidrogênio → 2 gás amônia
4L 9L ?
Pela equação química, temos que:
1 L de gás nitrogênio 3 L de gás hidrogênio
x 9 L de gás hidrogênio
9 ?1
x5 ⇒ x 5 3 L de gás nitrogênio
3
Há excesso de 1 L de gás nitrogênio.
Alternativa b.
PARA CONSTRUIR
Dê os valores que substituem as letras A, B, C, D, E e F, da síntese da água, sob pressão e temperatura constantes.
38 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 (PUC-PR) Aplicando-se a lei de Gay-Lussac, das combinações 1 Explique o que diz a lei das proporções volumétricas constan-
em volume, qual a contração em volume experimentada na tes de Gay-Lussac.
reação: Qual a discrepância entre os experimentos de Gay-Lussac e as
teorias de Dalton em relação à composição da água?
1 gás nitrogênio 1 3 gás hidrogênio → 2 gás amônia
mantendo-se constantes as condições de pressão e tempe- 2 Sabendo que as substâncias gasosas X e Y reagem entre si
ratura durante todo o processo para os reagentes e os pro- produzindo o gás Z, e que:
dutos gasosos? a) na reação I observou-se que toda a substância X reagiu,
a) 100% d) 30% porém restou um excesso de 1,5 litro da substância Y;
b) na reação II observou-se que restou um excesso de 2 litros
b) 60% e) 20%
da substância X, porém toda a substância Y reagiu.
c) 50%
Com base nas informações fornecidas, complete o quadro a
2 Forneça os valores dos volumes que substituem corretamen- seguir:
te as letras A, B, C, D, E e F, na tabela abaixo, da síntese do Reação X Y Z
dióxido de nitrogênio, sob pressão e temperatura constantes.
I 2 litros 1 4,5 litros → A litros
Nitrogênio Oxigênio Dióxido de nitrogênio II 10 litros B litros 8 litros
5 litros 10 litros 10 litros
3 A reação abaixo mostra a transformação do gás oxigênio em
6 litros 1 A litros → B litros
gás ozônio:
C litros 3 litros D litros
E litros F litros 5 litros
→
3 A oxidação do dióxido de enxofre formando trióxido de en-
xofre na atmosfera é um evento possível mas improvável, Em relação a essa transformação, é correto afirmar:
pois trata-se de uma reação reversível. (01) O gás oxigênio e o gás ozônio são substâncias formadas
À temperatura de 450 °C, cerca de 97% do dióxido de enxofre pelo mesmo elemento químico, o oxigênio.
é convertido em trióxido de enxofre, se bem que lentamente. (02) Se a reação for feita sob pressão e temperatura constan-
dióxido de enxofre 1 oxigênio → trióxido de enxofre tes, o volume das substâncias que reagem e que são pro-
duzidas permanecerá constante.
Mas, se a temperatura sobe para mais de 500 °C, ocorre a dis-
(04) Se a reação for feita sob pressão e temperatura constan-
sociação do trióxido de enxofre em dióxido de enxofre e gás
tes, a proporção em volume das substâncias que reagem
oxigênio. e que são produzidas permanecerá constante.
trióxido de enxofre → oxigênio 1 dióxido de enxofre (08) Um volume igual a 9 L de oxigênio produz 6 L de ozônio
A indústria de fabricação de ácido sulfúrico consegue pro- em quaisquer condições de pressão e temperatura.
duzir trióxido de enxofre a partir da oxidação do dióxido de (16) Um volume igual a 4,5 L de gás oxigênio produz 3 L de gás
enxofre operando entre essas duas temperaturas muito pró- ozônio em condições constantes de pressão e temperatura.
ximas, utilizando uma série de artifícios. (32) Ao fim da reação verifica-se que permanecem constantes
Considerando que essa reação seja feita em laboratório sob a massa total e o número de átomos total; o volume, po- FRENTE B
é possível obter a partir da oxidação do dióxido de enxofre 2 CO(g) 1 1 O2(g) → 2 CO2(g) (P 5 1 atm e T 5 300 K).
com 450 litros de oxigênio. Mantendo as condições de P e T constantes, qual o volu-
dióxido de enxofre 1 oxigênio → trióxido de enxofre me gasto de CO(g) e O2(g) necessário para obter 30 L de
2 litros 1 litro 2 litros CO2(g)?
Mudanças de estado 39
CAPÍTULO
7 O conceito de molécula
Objetivos:
CONTRADIÇÕES COM A TEORIA DE DALTON
c Compreender que o As pesquisas de Gay-Lussac chamaram a atenção dos cientistas pela simplicidade da relação
conceito de molécula entre os volumes dos gases participantes de uma reação, pois mostrava evidências da manifestação
criado por Avogadro de alguma propriedade importante dos gases.
resolveu o conflito Gay-Lussac acreditava que suas observações confirmavam a teoria atômica de Dalton e, com
entre as teorias de base nessa teoria, elaborou uma hipótese: “Volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas con-
Dalton e Gay-Lussac. dições de pressão e temperatura, contêm o mesmo número de átomos”.
c Compreender como o Ocorre que a hipótese de Gay-Lussac era contraditória, pois se fosse verdade que volumes
conceito de molécula iguais de gases diferentes (nas mesmas condições de pressão e temperatura) tivessem o mesmo
facilita a diferenciação número de átomos, então um volume de gás nitrogênio (que segundo Dalton era constituído por
entre substâncias um “átomo simples” de nitrogênio) deveria reagir com um volume de gás oxigênio (constituído
simples, substâncias por um “átomo simples” de oxigênio), produzindo um volume de gás monóxido de nitrogênio
compostas e misturas. (formado por um “átomo composto” de monóxido de nitrogênio), mas na prática não era assim.
Pela hipótese de Gay-Lussac:
Monóxido Monóxido
Nitrogênio Oxigênio de de
nitrogênio nitrogênio
O mesmo ocorria na reação de síntese da água. Dalton dizia que um “átomo simples” de hi-
drogênio reagia com um “átomo simples” de oxigênio, formando um “átomo composto” de água.
Mas os experimentos de Gay-Lussac mostravam que dois volumes de gás hidrogênio reagiam
com um volume de gás oxigênio para formar dois volumes de água.
40 Mudanças de estado
A teoria tornou-se incompatível com as observações experimentais. Outras contradições como
essa foram verificadas na prática em diversas reações.
A resposta para esse impasse e a explicação para a lei de Gay-Lussac foram encontradas pelo
físico italiano Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro (1776-1856).
O conceito de molécula
Avogadro sugeriu que todas as contradições teóricas e práticas entre a hipótese de Gay-Lussac
e a teoria atômica de Dalton podiam ser eliminadas se fosse introduzido o conceito de molécula.
Ele utilizou o seguinte raciocínio: na reação entre os gases nitrogênio e oxigênio formando o gás
monóxido de nitrogênio, por exemplo, cada “molécula integral” de gás nitrogênio divide-se em duas
“moléculas elementares” (ou meias moléculas ou átomos) de nitrogênio.
→ 1
O mesmo ocorre com cada “molécula integral” de gás oxigênio, que se divide em duas “molé-
culas elementares” (átomos) de oxigênio.
→ 1
A união entre uma “molécula elementar” (átomo) de nitrogênio e uma “molécula elemen-
tar” (átomo) de oxigênio produz uma “molécula integral” (ou apenas molécula) de monóxido de
nitrogênio.
1 →
Por isso, a reação entre uma “molécula integral” de nitrogênio e uma “molécula integral” de
oxigênio produz duas “moléculas integrais” de monóxido de nitrogênio, o que está de acordo com
os resultados obtidos nos experimentos volumétricos de Gay-Lussac.
1 volume
Molécula integral
de gás nitrogênio
Moléculas elementares 2 volumes
ou átomos de nitrogênio
1 1 →
FRENTE B
→
QUÍMICA
1 volume
Moléculas integrais ou
apenas moléculas de
Moléculas elementares monóxido de nitrogênio
Molécula integral
ou átomos de oxigênio
de gás oxigênio
Mudanças de estado 41
Na reação de síntese da água, cada molécula de gás hidrogênio é formada por dois átomos de
hidrogênio, e cada molécula de gás oxigênio é formada por dois átomos de oxigênio.
Durante a reação, as “moléculas integrais” separam-se em “átomos elementares”, e cada dois áto-
mos de hidrogênio se unem a um átomo de oxigênio para formar, no total, duas moléculas de água.
1 → 1
42 Mudanças de estado
As moléculas das substâncias simples são constituídas de átomos de mesmo elemento quí-
mico (átomos iguais não sofrem repulsão mútua).
Exemplos: O2, O3, Cl2 e S8.
As moléculas das substâncias compostas são constituídas por átomos de dois ou mais elementos
químicos diferentes.
Exemplos: H2O, CO2, C2H6O e H2SO4.
Moléculas de H2O, substância composta. Moléculas de CO2, substância composta. Lembre-se de que é mui-
to raro encontrar uma subs-
Em uma reação química, as moléculas podem ser divididas, mas os átomos permanecem indivisíveis. tância isolada na natureza.
Com base no que foi exposto, também podemos definir: Normalmente as substâncias
Uma substância é formada por um único tipo de molécula. são encontradas misturadas
Uma mistura é formada por moléculas diferentes. umas às outras.
Veja os exemplos a seguir:
FRENTE B
QUÍMICA
Mistura de substâncias simples e com- Mistura de substâncias simples: O2 e O3. Mistura de substâncias compostas:
postas, H2 e compostas, NO. H2O e CO2.
Mudanças de estado 43
EXERCÍCIO RESOLVIDO
a) 4, 12, 4 e 5.
b) 5, 5, 5 e 5.
c) 12, 5, 4 e 4. Moléculas: 2 de água, 1 de monóxido de nitrogênio, 1 de gás
d) 9, 4, 5 e 4. oxigênio e 1 de monóxido de carbono.
e) 4, 3, 3 e 2. Alternativa a.
PARA CONSTRUIR
1 Relacione a classificação correta aos sistemas abaixo: d 2 Sobre o exercício anterior, responda às seguintes questões:
I. Substância simples. a) Quantas moléculas estão representadas nos sistemas A,
II. Substância composta. C e E?
III. Mistura de substâncias simples. A: 7 moléculas; C: 7 moléculas; E: 4 moléculas.
IV. Mistura de substâncias compostas.
V. Mistura de substâncias simples e compostas.
Sistema A Sistema B
b) Quantos átomos estão representados nos sistemas B, D e E?
B: 16 átomos; D: 12 átomos; E: 24 átomos.
Sistema C Sistema D
Mudanças de estado 45
CAPÍTULO
8 A hipótese de Avogadro
Objetivos:
Em 1811, o cientista Amedeo Avogadro desenvolveu o seguinte raciocínio a partir dos experi-
c Compreender o
mentos com gases feitos por Gay-Lussac.
significado e a
importância da
hipótese de Avogadro. SÍNTESE DO MONÓXIDO DE NITROGÊNIO
c Aprender a aplicar a
Gay-Lussac provou experimentalmente que:
hipótese de Avogadro na
nitrogênio 1 oxigênio → monóxido de nitrogênio
resolução de problemas
1 volume 1 volume 2 volumes
envolvendo substâncias
gasosas.
Avogadro considerou que o número de moléculas em cada unidade de volume era o mesmo, por
exemplo, x moléculas:
Dividindo-se todos os valores da relação acima por x, a proporção não é alterada e, assim, tem-se:
Como a molécula de uma substância deve conter pelo menos dois átomos (indivisíveis), os
dados experimentais de Gay-Lussac ficariam compatíveis com a teoria molecular de Avogadro,
admitindo-se que:
a molécula de gás nitrogênio é formada por dois átomos do elemento nitrogênio;
a molécula de gás oxigênio é formada por dois átomos do elemento oxigênio;
a molécula de gás monóxido de nitrogênio é formada por um átomo do elemento nitrogênio e
um átomo do elemento oxigênio.
O número de moléculas
ALEX ARGOZINO/
Observe que o tamanho das moléculas nos esquemas feitos está superdimensionado em relação ao
tamanho dos recipientes. Estamos utilizando um modelo para ilustrar a teoria em estudo. Se respeitás-
semos a proporção de tamanho real, seria impossível fazer qualquer esquema que envolvesse moléculas.
46 Mudanças de estado
SÍNTESE DA AMÔNIA
Gay-Lussac provou experimentalmente que:
Avogadro considerou que o número de moléculas em cada unidade de volume era o mesmo, por
exemplo, x moléculas:
Novamente, como a molécula de uma substância deve conter pelo menos dois átomos (que
são indivisíveis), os dados obtidos no experimento de Gay-Lussac ficariam compatíveis com a teoria
molecular de Avogadro, admitindo-se que:
a molécula de gás hidrogênio é formada por dois átomos do elemento hidrogênio;
a molécula de gás nitrogênio é formada por dois átomos do elemento nitrogênio;
a molécula de gás amônia, para que os dados volumétricos e moleculares fiquem compatíveis, deve
ser formada por um átomo do elemento nitrogênio e três átomos do elemento hidrogênio.
SÍNTESE DA ÁGUA
Gay-Lussac provou experimentalmente que:
FRENTE B
hidrogênio 1 oxigênio → água
2 volumes 1 volume 2 volumes
Avogadro considerou que o número de moléculas em cada unidade de volume era o mesmo, por
QUÍMICA
exemplo, x moléculas:
Mudanças de estado 47
Dividindo-se todos os valores da relação acima por x, tem-se:
1 →
ARQUIVO DA EDITORA
ALEX ARGOZINO/
A partir dessa ideia Amedeo Avogadro propôs uma hipótese – que hoje é reconhecida como
lei – que pôs um fim a todas as contradições entre a teoria de Dalton e as leis volumétricas de
Gay-Lussac.
A hipótese de Avogadro pode ser enunciada da seguinte maneira:
Volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas condições de pressão e temperatura, con-
têm o mesmo número de moléculas.
Transporte de gases
ALEXANDER ZEMLIANICHENKO JR/BLOOMBERG/GETTY IMAGES
48 Mudanças de estado
BIOGRAFIA
Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro nasceu em Turim, na Itália, em 1776, filho
de um dos mais importantes advogados da época. Por influência do pai, tornou-se doutor em
jurisprudência aos 16 anos e aos 20 anos formou-se em Direito eclesiástico.
O apoio financeiro e a orientação da família, aliados ao próprio êxito profissional, permi-
tiam que ele continuasse se dedicando aos estudos e se aprofundasse em Filosofia.
Aos poucos, passou a interessar-se cada vez mais por Física e Química e construiu um
laboratório de Física para pesquisar a corrente galvânica, tema da moda entre os físicos da épo-
ca. Alguns anos depois, em 1809, aos 33 anos, ele foi convidado para lecionar Física no Colégio
Real de Vercelli, onde formulou uma das leis mais importantes da Química, que atualmente
conhecemos por hipótese de Avogadro.
O resultado desse trabalho foi publicado em 1811, quando ele tinha 35 anos, no Journal
de Physique, com o título: “Ensaio sobre um modo de determinar as massas relativas das mo-
léculas elementares dos corpos e as proporções segundo as quais entram nas combinações”.
Mas as descobertas de Avogadro passaram praticamente despercebidas no meio cientí-
fico; apenas seus alunos davam crédito às suas ideias.
Ele lecionou Matemática na Universidade de Turim e trabalhou como jurista até se apo-
sentar definitivamente aos 74 anos.
Avogadro faleceu em 1856. A notícia de sua morte saiu em pequenas notas nas revistas
científicas menos importantes. A monografia histórica que ele publicou em 1811 ainda era
desconhecida do mundo científico em 1860, quatro anos após seu falecimento.
Quem primeiro defendeu as ideias de Avogadro foi um químico siciliano, Stanislao Can-
nizzaro (1826-1910), no Congresso Internacional de Karlsruhe, em 1860. O encontro reunia os
mais importantes pesquisadores do mundo.
O objetivo principal era resolver problemas fundamentais da Química – que Avogadro
já tinha solucionado meio século antes, sem que o mundo científico tomasse conhecimento.
Discutiu-se, no congresso, como medir as massas atômicas dos elementos e como distinguir
“átomos simples” de “átomos compostos”.
Cannizzaro apresentou as ideias de Avogadro sobre o tema com entusiasmo, mas, como
tanto ele quanto Avogadro eram nomes desconhecidos, a plateia não demonstrou nenhum
interesse.
Contam que no encerramento do congresso um famoso químico
da época, Dumas, declarou que: “Os químicos do mundo todo
devem esforçar-se por reformular os conceitos de ‘átomos
simples’ e de ‘átomos compostos’”, ou seja, Dumas nem
percebeu que a reformulação já existia e fora apresen-
BE
TT
M
universalmente aceitas.
Mudanças de estado 49
EXERCÍCIO RESOLVIDO
(UFS-SE) Constata-se experimentalmente que, nas mesmas Se chamarmos esse número de x, teremos:
condições de temperatura e pressão, 3 volumes de hidrogê- Gás hidrogênio 1 Gás ozônio → Água
nio reagem com 1 volume de ozônio, produzindo 3 volumes 3 ? x moléculas 1 ? x moléculas 3 ? x moléculas
de vapor de água. Essa informação nos permite deduzir – a Dividindo todos os valores por x, a proporção em moléculas que
partir da lei de Avogadro – que o número de átomos na mo- reage e que é produzida não é alterada; dessa forma, temos:
lécula de ozônio é igual a: gás hidrogênio + gás ozônio → água
a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6
3 moléculas 1 molécula 3 moléculas
RESOLUÇÃO: Para que os dados volumétricos e moleculares fiquem com-
patíveis é necessário que:
Conforme descreve o enunciado, a reação ocorre na seguinte
a molécula de gás hidrogênio seja formada por dois átomos
proporção em volume:
do elemento hidrogênio;
gás hidrogênio 1 gás ozônio → água
a molécula de gás ozônio seja formada por três átomos do
elemento oxigênio;
a molécula de água seja formada por um átomo de oxigê-
1 nio e dois átomos de hidrogênio.
PARA CONSTRUIR
1 (Unicamp-SP – Adaptada) O Princípio de Avogadro diz que: 2 (UFS-SE) Em uma experiência, feita nas mesmas condições de
“gases quaisquer, ocupando o mesmo volume, nas mesmas temperatura e pressão, verificou-se que a decomposição de
condições de temperatura e pressão, contêm o mesmo nú- 2 L de um cloreto de arsênio gasoso produziu arsênio sólido
mero de moléculas”. Considere volumes iguais dos gases e 3 L de cloro gasoso.
cujas moléculas encontram-se esquematizadas a seguir, to- Quantos átomos de cloro havia na molécula de cloreto de
dos à mesma temperatura e pressão. arsênio?
Dado: a molécula de cloro gasoso é formada por 2 átomos
de cloro. c
a) 1 c) 3 e) 5
A B C D b) 2 d) 4
Pergunta-se: onde há maior número de átomos: Reação de decomposição do cloreto de arsênio:
a) de oxigênio (esfera vermelha)? cloreto de arsênio → arsênio 1 cloro
De acordo com os dados fornecidos, temos:
b) de carbono (esfera preta)?
2 L cloreto de arsênio 3 L de cloro
c) de hidrogênio (esfera branca)? 2 volumes 3 volumes
Justifique suas respostas. 2 ? x moléculas 3 ? x moléculas
O número de moléculas é o mesmo em todos os sistemas: Segundo o enunciado, cada molécula de cloro possui dois áto-
mos de cloro. Temos, então, 6 átomos de cloro para distribuir em
a) Há mais átomos de oxigênio na molécula B (dióxido de carbono), 2 moléculas de cloreto de arsênio; logo, cada molécula dessa subs-
pois cada molécula é formada por dois átomos de oxigênio e um tância deve ter 3 átomos de cloro.
átomo de carbono.
b) Há mais átomos de carbono na molécula C, pois cada molécula é
formada por dois átomos de carbono e quatro átomos de hidrogênio.
c) Há mais átomos de hidrogênio na molécula C (gás eteno), pois cada
molécula é formada por dois átomos de carbono e quatro átomos
de hidrogênio.
50 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
c)
CO CO2
C2H4 H2
50 L 50 L
d) 25 L 25 L
I II III IV
Mudanças de estado 51
CAPÍTULO
9 Balanceamento de equações
químicas
Objetivos:
PRINCÍPIOS DO BALANCEAMENTO
c Compreender que As reações químicas são fenômenos nos quais ocorre a transformação das substâncias e são
as reações químicas representadas por equações químicas.
ocorrem devido a um Os átomos dos elementos químicos que formam as substâncias permanecem sempre os mes-
rearranjo de átomos. mos durante uma reação, ou, como diria Lavoisier:
“Nenhuma nova criação ou destruição da matéria está dentro do alcance da atividade química”.
c Reconhecer que o
modelo atômico de
Dalton, mesmo não
Os átomos de um elemento químico nunca se transformam em átomos de outro elemento
tendo existência física
durante uma reação química.
real, é ideal para
ilustrar as reações As reações químicas são caracterizadas pelo rearranjo de átomos. Os átomos que constituíam
químicas. as moléculas das substâncias reagentes se reagrupam de uma nova maneira, formando as moléculas
das substâncias produzidas. Assim, os átomos dos elementos químicos que estavam nos reagentes
permanecem os mesmos (em tipo e quantidade) nos produtos. Balancear uma equação química
significa tornar essa igualdade verdadeira.
Todos os processos químicos – obtenção de matéria-prima, fabricação de produtos, análise de
emissão de poluentes – consideram o cálculo de reagentes necessários e de produtos obtidos e, por-
tanto, dependem do balanceamento da equação química envolvida.
Vamos começar utilizando o modelo atômico de Dalton para ilustrar como uma reação química
deve ocorrer microscopicamente.
Considere, por exemplo, a reação de combustão do gás metano:
1 CH4(g) 1 2 O2(g) → 1 CO2(g) 1 2 H2O(v)
Observe que os mesmos átomos de hidrogênio que formavam a molécula de metano junto
ao carbono, antes da queima, passaram a formar as moléculas de água com o oxigênio, depois
da queima.
A água e o gás carbônico possuem propriedades totalmente diferentes das do metano e do
oxigênio, portanto, houve transformação química. Os átomos de cada elemento, no entanto, per-
maneceram inalterados durante esse processo de transformação, o que está de acordo com a lei de
conservação das massas de Lavoisier.
Com base nessa lei, podemos calcular teoricamente a proporção (por exemplo, em número
Notações utilizadas para indicar de moléculas) das substâncias que reagem e das que são produzidas em qualquer reação química.
o estado de agregação das subs- Os menores números inteiros que indicam essa proporção de reagentes e produtos são chamados
tâncias participantes de uma coeficientes da reação.
reação química: Acompanhe os passos que devem ser seguidos para determinar os coeficientes na reação de com-
(s) → sólido bustão do gás butano, C4H10(g), um dos componentes do gás de cozinha, pelo “método das tentativas”.
(l) → líquido C4H10(g) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
(g) → gasoso
(v) → vapor
(aq) → aquoso
52 Mudanças de estado
Como o número de átomos sempre se conserva dos reagentes para os produtos, percebemos
imediatamente que a equação não está balanceada, pois há 4 átomos de carbono nos reagentes e
apenas 1 átomo de carbono nos produtos.
Uma sugestão para iniciar o balanceamento é atribuirmos o coeficiente 1 para a substância que
apresenta o maior número de elementos ou o maior número de átomos, no caso, o gás butano. Com
base nesse coeficiente, acertamos os das outras substâncias.
Exemplo: Para igualarmos o número de átomos de carbono nos reagentes e nos produtos,
colocamos o coeficiente 4 para o gás carbônico.
1 C4H10(g) 1 O2(g) → 4 CO2(g) 1 H2O(v)
Fixado o coeficiente 1 para o gás butano, o número de átomos de hidrogênio nos reagentes fica
determinado e igual a 10. Concluímos, então, que o coeficiente da água deve ser 5, pois o produto
de 5 vezes 2 (índice do hidrogênio na molécula de água) é 10.
1 C4H10(g) 1 O2(g) → 4 CO2(g) 1 5 H2O(v)
Com esses passos, determinamos o número de átomos de oxigênio que há nos produtos:
4 ? 2 1 5 ? 1 5 13 átomos de oxigênio nos produtos
Se há 13 átomos de oxigênio nos produtos, é porque havia 13 átomos de oxigênio nos reagentes.
Como o índice do gás oxigênio é 2, surge a pergunta: que número, ao ser multiplicado por 2, tem
como resultado o número 13? A resposta é 13 .
2
FRENTE B
QUÍMICA
Mudanças de estado 53
EXERCÍCIO RESOLVIDO
(Uerj) O bromato de potássio (KBrO3), adicionado à farinha de trigo com a finalidade de tornar o pão mais “fofo”, ao ser aquecido
transforma-se em brometo de potássio (KBr), produzindo gás oxigênio (O2).
MASSON/SHUTTERSTOCK
O crescimento do pão, ao ser assado, faz com que surjam buracos em seu interior. Baseado nessas informações, responda:
I. Equacione e balanceie a reação com os menores coeficientes inteiros possíveis.
II. Classifique a reação.
III. O que provoca a “fofura” do pão?
RESOLUÇÃO:
I. 2 KBrO3 → 2 KBr 1 3 O2
II. Análise ou decomposição.
III. A liberação de gás oxigênio.
PARA CONSTRUIR
b) Combustão do ácido etanoico (ácido acético): 2 (PUC-RJ) O óxido de alumínio, Al2O3, é utilizado como antiáci-
C2H4O2(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) do. A reação que ocorre no estômago é:
1 C2H4O2(v) 1 2 O2(g) → 2 CO2(g) 1 2 H2O(v) X Al2O3 1 Y HCl → Z AlCl3 1 W H2O
c) Combustão do propanol (álcool propílico): Os coeficientes X, Y, Z e W são, respectivamente: b
C3H8O(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) a) 1, 2, 3, 6. c) 2, 3, 1, 6. e) 4, 2, 1, 6.
A equação balanceada apresenta
2 C3H8O(v) 1 9 O2(g) → 6 CO2(g) 1 8 H2O(v) b) 1, 6, 2, 3. d) 2, 4, 4, 3. os seguintes coeficientes:
1 Al2O3 1 6 HCl → 2 AlCl3 1 3 H2O
54 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da "Tarefa para casa". As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 Toda substância formada pelos elementos químicos carbo- 1 Indique os coeficientes que tornam balanceadas as equações
no e hidrogênio ou carbono, hidrogênio e oxigênio, ao sofrer químicas relacionadas a seguir.
combustão completa (queima total), produz apenas gás car- a) C5H12(l) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
bônico e água.
b) C4H8O2(l) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
Encontre os coeficientes que tornam as seguintes equações
químicas corretamente balanceadas. c) C6H6(l) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
a) Combustão do propano: d) Mn3O4(s) 1 Al(s) → Al2O3(s) 1 Mn(s)
C3H8(g) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) e) Ca(OH)2(aq) 1 H3PO4(aq) → Ca3(PO4)2(ppt) 1 H2O(l)
b) Combustão do etanol (álcool etílico): f ) (NH4)2SO4(aq) 1 CaCl2(aq) → CaSO4(ppt) 1 NH4Cl(aq)
C2H6O(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) g) MnO2(s) 1 HCl(aq) → MnCl2(aq) 1 H2O(l) 1 Cl2(g)
c) Combustão do metanol (álcool metílico): h) NaOH(aq) 1 CO2(g) → Na2CO3(aq) 1 H2O(l)
CH4O(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
i) H2SO4(aq) 1 CaCO3(s) → CaSO4(s) 1 H2O(l) 1 CO2(g)
d) Combustão da butanona:
C4H8O(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) 2 (PUC-MG) Quando se “limpa” o mármore (carbonato de
cálcio, CaCO3) com ácido muriático (ácido clorídrico, HCl),
e) Combustão do gás etano. observa-se uma “fervura”, que é o desprendimento de gás
C2H6(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) carbônico, CO2, um dos produtos da reação juntamente com
f ) Combustão do isoctano a água, H2O, e o cloreto de cálcio, CaCl2.
C8H18(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v) Forneça a equação balanceada da reação química descrita
g) Combustão do propanotriol (glicerina) acima.
C3H8O3(v) 1 O2(g) → CO2(g) 1 H2O(v)
3 (UFMG) A equação química a seguir
2 Encontre os coeficientes que tornam as equações químicas Ca(OH)2 1 H3PO4 → Ca3(PO4)2 1 H2O
relacionadas a seguir corretamente balanceadas. Observa- não está balanceada. Balanceando-a com os menores núme-
ção: ppt indica precipitado, ou seja, a substância formada é ros possíveis, a soma dos coeficientes estequiométricos será:
insolúvel no meio em que se encontra e se deposita no fun- a) 4. c) 10. e) 12.
do do recipiente onde ocorre a reação. b) 7. d) 11.
a) H2(g) 1 I2(s) → HI(g) 4 (Uepa) A queima (combustão) do isooctano, C8H18, um dos
b) SO2(g) 1 O2(g) → SO3(g) componentes da gasolina, pode ser representada pela equa-
c) CO(g) 1 O2(g) → CO2(g) ção química não balanceada:
C8H18 1 O2 → CO2 1 H2O
d) Fe(s) 1 O2(g) → Fe2O3(s)
Os coeficientes da reação balanceada são:
e) Pb(s) 1 HCl(aq) → PbCl2(ppt) 1 H2(g)
a) 2 ; 50 ; 8 ; 32. d) 4 ; 25 ; 16 ; 18.
f ) HgSO4(aq) 1 Al(s) → Al2(SO4)3(aq) 1 Hg(s) b) 2 ; 25 ; 16 ; 18.
g) Fe2O3(s) 1 Al(s) → Al2O3(s) 1 Fe(s) c) 4 ; 50 ; 8 ; 32. e) 1 ; 25 ; 4 ; 16.
FRENTE B
3 (Unicamp-SP) Leia a frase seguinte e transforme-a em uma 5 (Uepa-Prise) A reação química para obtenção do metal alumí-
equação química (balanceada), utilizando símbolos e fórmulas: nio, a partir da eletrólise do óxido de alumínio, é a seguinte:
“Uma molécula de nitrogênio gasoso, contendo dois átomos Al2O3 → Al 1 O2
QUÍMICA
de nitrogênio por molécula, reage com três moléculas de hi- Os coeficientes que balanceiam essa reação são respectiva-
drogênio diatômico, gasoso, produzindo duas moléculas de mente:
amônia gasosa, a qual é formada por três átomos de hidrogê- a) 2, 4 e 2. c) 1, 2 e 2.
nio e um de nitrogênio.” b) 1, 2 e 3. d) 2, 4 e 3. e) 2, 2 e 2.
Mudanças de estado 55
CAPÍTULO
Objetivos: Certos elementos químicos possuem a propriedade de formar mais de um tipo de substância
simples. Essa propriedade é denominada alotropia, e as diferentes substâncias formadas são deno-
c Compreender o
minadas formas ou variedades alotrópicas ou simplesmente, alótropas.
fenômeno da alotropia
e a importância
As variedades alotrópicas de um mesmo elemento diferem entre si quanto à atomicidade
do equilíbrio entre
oxigênio e ozônio no
ou quanto ao arranjo cristalino dos átomos no espaço.
ambiente.
É interessante observar que, quando uma substância simples apresenta alotropia, uma das for-
c Conhecer diferentes mas alotrópicas sempre é mais estável que a(s) outra(s). A forma mais instável (mais energética)
pontos de vista sobre tende a se transformar, espontaneamente, na forma mais estável em um processo que ocorre com
uma mesma teoria
liberação de energia.
e observar que nem
Como os alótropos são formados pelo mesmo elemento químico, suas propriedades químicas
sempre a construção
são semelhantes, ou seja, duas variedades alotrópicas de um mesmo elemento, em geral, podem
do conhecimento está
sofrer as mesmas reações formando os mesmos produtos.
acima de interesses
Vários elementos apresentam alotropia. Entre eles, os mais comuns são o oxigênio, o carbono,
comerciais.
o fósforo e o enxofre, mas também verificamos esse fenômeno nos elementos arsênio, As; selênio,
Se; estanho, Sn; cério, Ce; e polônio, Po.
Alótropos do oxigênio
O oxigênio possui duas formas alotrópicas que diferem quanto à atomicidade (número de
átomos do elemento químico em uma molécula da substância):
gás oxigênio, O2(g): inodoro e indispensável à vida;
gás ozônio, O3(g): de cheiro desagradável e bactericida.
A tabela a seguir indica algumas propriedades desses alótropos.
Densidade/
Alótropos Fusão/ºC Ebulição/ºC Estabilidade
g ? cm23
Gás oxigênio
Atomicidade: 2
Gás ozônio
Atomicidade: 3
56 Mudanças de estado
A estabilidade de uma substância depende das condições em que ela se encontra. Nesse caso,
estamos considerando sempre a estabilidade de uma forma alotrópica em comparação a outra em
condições ambiente (25 °C e 1 atm).
Em razão de sua ação bactericida, o ozônio é utilizado na purificação da água para uso domés-
tico (em ozonizadores), de água de piscinas e no tratamento da água destinada à população em
países da Europa.
A camada de ozônio
As moléculas de gás oxigênio, O2(g), possuem baixa densidade e tendem a subir para a estra-
tosfera, até cerca de 25 km acima da superfície do planeta. Nas condições da estratosfera, o oxigênio
é instável e se decompõe pela ação dos raios ultravioleta do Sol, formando gás ozônio, O3(g), mais
estável, nessas condições.
O2(g) → O(g) 1 O(g)
ultravioleta
Radiação
Radiação
Concentração Concentração
de ozônio de ozônio
FRENTE B
adequada inadequada
QUÍMICA
Fig. 1 – Representação
esquemática da
atuação da camada de
ozônio adequada (A) e
inadequada (B).
Mudanças de estado 57
A teoria da destruição do O3 pelos CFCs (clorofluorcarbonetos)
Em 1970, o químico Paul Crutzen (1933-) publicou um artigo sugerindo que os óxidos de nitro-
gênio, como monóxido de nitrogênio ou óxido nitroso, NO(g), poderiam alterar o equilíbrio dinâmico
de formação e decomposição do ozônio, atuando como catalisadores (aceleradores da velocidade)
da reação de decomposição do O3(g).
NO(g) 1 O3(g) → NO2(g) 1 O2(g)
SENOHRABEK/SHUTTERSTOCK
Fig. 2 – Aviões
comerciais são
responsáveis pelas
Os CFCs foram descober- emissões de óxidos
tos na década de 1930 pelo en- de nitrogênio,
hidrocarbonetos,
genheiro mecânico e químico fumaça e monóxido
Thomas Midgley Jr. (1889-1944). de carbono.
Mais tarde indústrias desenvolve-
ram compostos semelhantes. Além dos óxidos de nitrogênio há também os chamados CFCs, compostos inertes, sem cheiro,
Os mais utilizados são o não inflamáveis, não corrosivos e de baixo custo de produção.
CFC-11 (CCl3F, triclorofluorme- Em 1974, o químico norte-americano F. Sherwood Rowland (1927-2012) e o químico mexicano
tano), o CFC-12 (CCl2F2, diclo- Mario J. Molina (1943-) publicaram um artigo na revista Nature afirmando que esses gases chegam à
rodifluormetano) e o brometo estratosfera onde, por causa da alta intensidade de radiações UV, decompõem-se, liberando átomos
de metila (CBrH3). Logo se tor- livres de cloro, flúor ou bromo que aumentam a velocidade da reação de decomposição do ozônio,
naram populares como gás refri- por exemplo:
gerante para geladeiras, freezers Cl(g) 1 O3(g) → ClO(g) 1 O2(g)
e aparelhos de ar-condicionado;
como propulsores de sprays de ClO(g) 1 O(g) → Cl(g) 1 O2(g)
desodorantes, tintas e insetici- Como o cloro é integralmente recuperado no final, ele pode decompor outras moléculas de
das; como solventes ou gases de O3(g). Estima-se que cada átomo de cloro possa decompor cerca de 100 mil moléculas de O3(g) da
limpeza de componentes eletrô- estratosfera.
nicos (para circuitos de compu-
tador e para esterilizadores de
58 Mudanças de estado
Como mostra a tabela a
A teoria da farsa dos CFCs
seguir, os CFCs são gases bem
Uma pesquisa feita pela Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço mais densos que o ar atmosfé-
(Nasa) constatou que em épocas de maior atividade solar (explosões solares) o rico e, a princípio, não deveriam
“buraco” na camada de ozônio se fecha e, em épocas de baixa atividade solar, ele subir até a estratosfera.
aumenta. Como a alteração da atividade do Sol é um evento periódico, alguns
cientistas começaram a supor que a formação do “buraco” na camada de ozônio Substância ou Densidade
possa fazer parte de um ciclo natural relacionado às fases em que há redução na mistura (g/L)
atividade solar. Ar atmosférico seco 1,2
Baseado nessa e em outras evidências e com quarenta anos de experiência em Clorodifluormetano 3,0
estudos do clima no planeta, o professor Ph.D. do Departamento de Meteorologia da
Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Baldicero Molion, escreveu o seguinte Diclorodifluormetano 4,2
artigo: Brometo de metila 3,3
“Há quase 10 anos, reanalisei as séries de ozônio de Oslo e Tronsoe, Noruega, e FONTE: PERRY, Robert H.; GREEN, Don W.
escrevi um trabalho mostrando que as concentrações de ozônio estratosférico são Perry’s Chemical Engineer’s Handbook.
6. ed. Kansas: McGraw-Hill, 1984. (Chemical
altamente variáveis e dependem da variação de fatores internos e externos ao sistema Engineering Series).
FRENTE B
climáticas globais e implicações locais. (FLG 0114 2 FFLCH/USP).
UR
FUT
QUÍMICA
Mudanças de estado 59
EXERCÍCIO RESOLVIDO
(Unicamp-SP) A Terra é um sistema em equilíbrio altamente complexo, possuindo muitos mecanismos autorregulados de prote-
ção. Esse sistema admirável se formou ao longo de um extenso processo evolutivo de 4 550 milhões de anos. A atmosfera terrestre
é parte integrante desse intrincado sistema. A sua existência, dentro de estreitos limites de composição, é essencial para a preser-
vação da vida. No gráfico a seguir, pode ser ver a abundância relativa de alguns de seus constituintes em função da altitude. Um
outro constituinte, embora minoritário, que não se encontra na figura, é o ozônio, que age como filtro protetor da vida na alta
atmosfera. Na baixa atmosfera, a sua presença é danosa à vida, mesmo em concentrações relativamente baixas.
80 Oxigênio
atômico
Abundância relativa
60
Nitrogênio
40
molecular
20 Oxigênio
molecular
0
0 100 200 300 400
Altitude/km
PARA CONSTRUIR
1 (Mack-SP) Mais uma vez, a Cetesb (agência ambiental paulis- 2 (UFMT) Em 1974, Mário J. Molina e F. Sherwood Rowland lan-
ta) registrou uma alta concentração de ozônio na atmosfera çaram uma ideia explosiva: baseados em cálculos teóricos,
neste inverno, o que levou o bairro do Ibirapuera ao estado levantaram a hipótese de que o cloro proveniente de clo-
de atenção. A formação do ozônio na atmosfera da cidade rofluorcarbonos (compostos gasosos de carbono contendo
dá-se segundo a reação abaixo equacionada: cloro e flúor) poderia destruir o ozônio estratosférico. Esses
NO2(g) 1 O2(g) → NO(g) 1 O3(g) gases, conhecidos como freons ou pela sigla CFC, são utili-
zados principalmente como substâncias refrigerantes em
É INCORRETO afirmar que: c
geladeiras, condicionadores de ar, etc., e, na época, eram em-
a) a soma dos menores coeficientes inteiros do balancea-
pregados como propelentes em frascos de aerossóis. Julgue
mento da equação é igual a 4.
os itens.
b) o acúmulo de ozônio na atmosfera provoca dor de cabe-
ça, vermelhidão nos olhos e tontura nas pessoas. (0) O oxigênio é um exemplo de substância simples.
c) o ozônio presente na estratosfera não tem função alguma (1) O ozônio tem fórmula molecular O2(g).
para a vida na Terra. (2) O ozônio é um gás que protege a Terra dos efeitos dos
d) o ozônio é usado na descontaminação do ar nos hospitais raios ultravioleta da luz solar.
e velórios. (3) O oxigênio e o ozônio diferem quanto ao número de ele-
e) o ozônio é alótropo do gás oxigênio. mentos químicos que os formam.
O ozônio tem justamente a função de proteger a Terra dos (1) Falso. O ozônio tem fórmula molecular O3(g).
raios ultravioleta emitidos pelo Sol. (3) Falso. O oxigênio e o ozônio apresentam um único elemento químico na molécula
60 Mudanças de estado (o oxigênio). Eles diferem quanto ao número de átomos desse elemento na molécula.
(0) e (2) são verdadeiros.
Veja, no Guia do Professor, as respostas da "Tarefa para casa". As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 (ESPCEX-SP) O fenômeno da alotropia só existe em substân- 1 O oxigênio, O2(g), reage com o enxofre, S8(s) (rômbico ou mo-
cias simples. Por isso, quando os átomos de diferentes varie- noclínico), formando o gás dióxido de enxofre, SO2(g). Como
dades alotrópicas de um mesmo elemento (como enxofre o ozônio é um alótropo do O2(g), ele pode substituí-lo nessa
rômbico e enxofre monoclínico) se combinam com quanti- reação gerando o mesmo produto. Escreva essas duas equa-
dades idênticas de gás oxigênio para formar compostos, ori- ções químicas corretamente balanceadas.
ginam moléculas
2 (UFMG) Alotropia é o fenômeno pelo qual:
a) iguais de substâncias compostas.
a) podem existir átomos do mesmo elemento com diferen-
b) diferentes de substâncias compostas. tes massas.
c) iguais de substâncias simples. b) podem existir átomos de diferentes elementos com a mes-
d) diferentes de substâncias simples. ma massa.
e) diferentes de substâncias simples e/ou compostas. c) podem existir diferentes substâncias compostas, formadas
2 Responda às perguntas a seguir sobre o ozônio: a partir do mesmo elemento.
d) podem existir substâncias simples diferentes, formadas
a) Explique por meio de reações o que alega a teoria da des-
pelo mesmo elemento.
truição da camada de ozônio pelos óxidos de nitrogênio
e pelo cloro. 3 (Uncisal) O oxigênio pode ser encontrado na natureza na for-
b) Cite três evidências que colocam essa teoria em dúvida. ma de gás oxigênio, O2, e gás ozônio, O3. Esses gases são es-
c) Quais interesses estariam por trás disso tudo? senciais para a vida na Terra. O oxigênio, gás que respiramos
todos os dias, e o ozônio, que fica na estratosfera, protegem-
3 (UEL-PR) Um termo químico, principalmente na linguagem -nos dos raios ultravioleta.
cotidiana, pode ter significados diversos, dependendo do Considere as seguintes afirmações sobre esses gases:
contexto em que se encontra. Considere as seguintes frases: I. são alótropos do elemento oxigênio;
I. A água é composta de hidrogênio e oxigênio. II. a molécula do ozônio é diatômica;
II. O hidrogênio é um gás inflamável. III. na equação de conversão de ozônio em oxigênio molecu-
III. O ozônio é uma das formas alotrópicas do oxigênio. lar, a soma dos menores valores inteiros dos índices este-
IV. O hidrogênio reage com o oxigênio para formar água. quiométricos é igual a 5;
V. A água é constituída por dois hidrogênios e um oxigênio. IV. 16 g de ozônio têm maior quantidade de átomos de oxi-
Com relação ao significado dos termos sublinhados, é INCOR- gênio do que 16 g de gás oxigênio.
RETO afirmar: São corretas as afirmações:
a) Água significa substância química em I e molécula de a) I, II, III e IV. c) I, III e IV, apenas. e) II e IV, apenas.
água em V. b) I, II e III, apenas. d) I e III, apenas.
b) Hidrogênio em II significa substância química.
4 (Cefet-MG)
c) Hidrogênio em IV significa substância química, e em V,
átomos de hidrogênio. No Brasil, o câncer mais frequente é o de pele, sendo
d) O significado de oxigênio em III e IV é o mesmo. que o seu maior agente etiológico é a radiação ultravioleta
e) Oxigênio em V significa átomo de oxigênio. (UV) proveniente do sol. Em decorrência da destruição da
camada de ozônio, os raios UV têm aumentado progressi-
4 (UFSC) Sobre o elemento químico oxigênio, é correto afirmar: vamente sua incidência sobre a Terra.
(01) Encontra-se na natureza sob duas variedades, o oxigênio Inca, 2009. Adaptado.
comum e o ozônio. Em relação ao ozônio, afirma-se, corretamente, que é:
(02) O oxigênio comum é um dos constituintes da atmosfera a) alótropo do O2, por ser formado pelo mesmo elemento FRENTE B
terrestre. químico.
(04) O ozônio tem fórmula molecular O2. b) isóbaro do monóxido de enxofre porque possuem a mes-
(08) Submetendo-se o oxigênio comum a descargas elétri- ma massa.
QUÍMICA
cas, ele pode ser convertido em ozônio. c) isótopo do gás oxigênio, pois ambos têm o mesmo núme-
(16) O oxigênio comum é empregado como comburente de ro atômico.
reações de combustão. d) substância pura composta, uma vez que se constitui de 3
Indique a soma dos itens corretos. átomos de oxigênio.
Mudanças de estado 61
CAPÍTULO
Objetivos:
ALÓTROPOS DO CARBONO
c Conhecer as diferentes O elemento carbono possui duas formas alotrópicas naturais: carbono grafita (Cn) e carbono
formas alotrópicas dos diamante (Cn) sendo n um número muito grande e indeterminado, e algumas formas alotrópicas
elementos carbono, sintéticas, como o buckminsterfulereno (C60) e os nanotubos de carbono.
fósforo e enxofre. Os alótropos do carbono diferem entre si quanto ao arranjo cristalino dos átomos no espaço.
Os nanotubos de carbono são 100 mil vezes mais finos que um fio de cabelo e invisíveis
c Reconhecer as diversas
possibilidades dos
até para microscópios ópticos. Apesar disso, possuem a maior resistência mecânica dentre
materiais de alta
todos os materiais conhecidos – não quebram nem deformam quando dobrados ou submeti-
tecnologia como dos à alta pressão. Destacam-se também como um dos melhores condutores de calor que
nanotubos de carbono existem e, para completar, podem ser capazes de transportar eletricidade. Adicionados a
e buckminsterfulereno. plásticos, os nanotubos podem endurecê-los ou torná-los condutores de eletricidade; a tecidos,
poderiam torná-los invulneráveis; por serem extremamente pequenos e leves, podem chegar
c Aprender o processo de ao interior de uma célula e serem usados como sensores para diagnósticos médicos.
fabricação dos fósforos Para que os nanotubos cheguem a se incorporar a materiais de uso comum, há um
de segurança. obstáculo a ser vencido: desenvolver uma tecnologia barata e confiável para produzir o ma-
terial em quantidade, e segundo especificações pré-determinadas – requisitos imprescindíveis
para seu uso industrial. Os processos conhecidos de síntese dessas estruturas não dão conta
de uma produção em larga escala.
BUENO, Rachel. Fabricação de nanotubos é gargalo para a indústria. Inovação Unicamp.
Disponível em: <www.inovacao.unicamp.br/ report/news-nanotubos.shtml>. Acesso em: 9 set. 2014. Adaptado.
CK
TO
INS
AT
L
PL/
/S
KA
SIE
PA
Fig. 1 – Representação de
nanotubo de parede múltipla.
62 Mudanças de estado
Características e propriedades dos alótropos Estrutura cristalina
Grafita (Cn)
É um sólido cinza-escuro, baixa dureza, conduz eletricidade e calor. Possui
um arranjo cristalino mais estável, portanto menos energético. Os cristais
de diamante tendem a se transformar em grafita espontaneamente, em-
bora isso leve milhões de anos para ocorrer.
Possui densidade 5 2,26 g/cm3; ponto de fusão 5 3 550 °C e ponto de
ebulição 5 4 200 °C.
Na estrutura cristalina, os átomos de carbono formam hexágonos no espaço.
As placas de hexágonos são mantidas juntas por forças de atração mútua.
Diamante (Cn)
Sólido incolor, elevada dureza, não conduz eletricidade nem calor. É for-
mado na natureza nas camadas mais internas da Terra, em condições de
alta pressão e temperatura, é expelido para a crosta terrestre devido aos
movimentos geológicos naturais. Sabendo disso, os cientistas começaram a
fabricar diamantes sintéticos, modificando a estrutura cristalina da grafita
por meio de aparelhos que produzem pressões e temperaturas altíssimas.
Hoje esse processo está tão aperfeiçoado que os diamantes sintéticos, além
de serem usados em ponta de brocas (pela elevada dureza), já podem ser
lapidados para a fabricação de joias.
Possui densidade 5 3,51 g/cm3; ponto de fusão 5 3 550 °C e ponto de
ebulição 5 4 200 °C.
Na estrutura cristalina, cada átomo de carbono acha-se ligado tetraedrica-
mente a quatro outros átomos de carbono.
Mudanças de estado 63
ALÓTROPOS DO FÓSFORO
Projeto de Pesquisa O fósforo possui três variedades alotrópicas: as mais comuns são o fósforo branco (P4) e o fós-
Acesse o Material Complemen-
foro vermelho [(P4)n]; o fósforo negro (Pn), por sua vez, é a mais rara.
tar disponível no Portal e apro- A tabela a seguir traz algumas informações sobre esses alótropos.
funde-se no assunto.
Características e propriedades dos alótropos Estrutura cristalina
Fósforo branco (P4)
É um sólido amarelado, com cheiro de alho, fosforescente
(brilha no escuro), mole e altamente venenoso. As mo-
léculas possuem 4 átomos que se agrupam no espaço
segundo os vértices de uma pirâmide trigonal.
Possui densidade 5 1,8 g/cm3 (a 20 °C);
ponto de fusão 5 44,1 °C e ponto de ebulição 5 280 °C
Fósforo vermelho (P4)n
É um sólido inodoro, não fosforescente, duro e não vene-
noso. Forma macromoléculas (moléculas muito grandes)
obtidas pela ligação consecutiva de n moléculas de P4.
Possui densidade 5 2,36 g/cm3 (a 20 °C);
ponto de fusão 5 593 °C e ponto de ebulição 5 725 °C
Fósforo negro (Pn)
É um sólido negro e brilhante – conhecido por fósforo
metálico –, de estrutura complexa, que conduz eletri-
cidade. É obtido pelo aquecimento do fósforo branco a
altas pressões.
fato de cálcio que é tratado com sílica (dióxido de silício) e carvão coque. A fosforita é uma rocha
sedimentar com alto teor de minerais fosfatados.
A reação, que ocorre a 1 300 °C, no interior de um forno elétrico é a seguinte:
64 Mudanças de estado
A reação direta do fósforo vermelho com o enxofre produz o sesquissulfeto de fósforo (ou
trissulfeto de tetrafósforo, P4S3(s), substância de baixo ponto de ignição), o componente básico dos
fósforos que usamos. O P4S3(s) é, então, destilado a vácuo, cristalizado e triturado, apresentando-
-se, por fim, na forma de um pó amarelado, que, com outros componentes, vai produzir a “chama
instantânea”.
No fósforo de segurança, as substâncias responsáveis pela “chama instantânea” ficam no palito
e na lateral da caixa.
A cabeça do palito de fósforo é basicamente uma mistura de clorato de potássio, KClO3(s), e
dicromato de potássio, K2Cr2O7(s), além de várias substâncias inertes, como dióxido de manganês,
MnO2(s), enxofre, S8(s), óxidos de ferro, FeO(s) e Fe2O3(s), vidro moído e cola.
A superfície de atrito (as duas tiras coladas nas faces da caixa que guardam os palitos de fósforo)
é constituída de sesquissulfeto de fósforo, P4S3(s), sulfeto de antimônio, Sb2S3(s), vidro moído e um
abrasivo (areia, por exemplo).
Fig. 3 – O fósforo é encontrado na
O calor produzido pela combustão de uma pequena quantidade de fósforo vermelho, quando superfície de atrito colada nas laterais da
a cabeça é atritada, é suficiente para incendiar a haste de madeira. caixa e não no palito.
ALÓTROPOS DO ENXOFRE
O enxofre é o elemento que possui a maior variedade de formas alotrópicas.
A tabela a seguir traz as formas mais importantes.
FRENTE B
As duas formas alotrópicas do enxofre podem ser encontradas livres na natureza. Entre
444,6 °C até . 1 000 °C, são encontradas moléculas de S2, S4, S6 e S8. Acima de 1 000 °C, as mo-
QUÍMICA
Mudanças de estado 65
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Antigamente os órgãos das igrejas tinham muitas peças feitas em estanho (ainda podem ser encontrados órgãos assim). Contam
que, por volta de 1851, a Rússia passou por um inverno particularmente rigoroso e prolongado.
Quando, por fim, a primavera chegou, as pessoas reuniram-se para celebrar uma missa na catedral da cidade de Zats, próxima a São
Petersburgo. Na primeira tentativa de tocar o órgão, as peças feitas de estanho começaram a se esfacelar, para o espanto geral. Uma
vez que ninguém conseguia entender o que havia acontecido, começaram a pensar que era um “castigo dos céus”.
O que ocorreu foi que o estanho metálico, devido ao longo período de frio, converteu-se na forma alotrópica cinzenta. A densidade
do estanho cinzento é menor que a do estanho metálico e, como a massa permanece constante, a transformação ocorreu com um
aumento de volume, e o estanho cinzento, que é pulverulento, se desfez.
Faça uma comparação desse relato com a chamada “visão substancialista” indicando se esse relato confirma ou refuta essa visão.
RESOLUÇÃO:
Segundo a chamada visão substancialista, a molécula é definida como “a menor parte da substância capaz de guardar suas proprie-
dades” e o átomo é definido como “a menor parte de um elemento químico capaz de guardar suas propriedades”.
Tal visão é equivocada porque as propriedades físicas e químicas da matéria estão relacionadas a um conjunto muito grande de
moléculas ou de átomos e do tipo de interação existente entre eles. Assim, quando dizemos, por exemplo, que a água possui ponto
de fusão igual a 0 °C, ponto de ebulição igual a 100 °C e densidade igual a 1,0 g/cm3 a 4 °C, estamos nos referindo a um imenso
conjunto de moléculas de água e não a uma única molécula.
O relato refuta a visão substancialista porque mostra que as propriedades do material estão relacionadas à forma como os
átomos se ligam (em um arranjo cristalino determinado, no caso do estanho metálico, ou sem nenhum arranjo predefinido,
no caso do estanho cinzento ou amorfo), e não dependem do tipo de átomo do elemento que, em ambos os casos, é o
mesmo, estanho.
PARA CONSTRUIR
São corretos os itens 01, 02, 04, 08 e 16.
Resposta: 31.
Assinale as alternativas corretas. O item 32 está errado porque as propriedades físicas do ozônio (como a de proteger o planeta dos raios ultravioleta
do Sol) são diferentes das do oxigênio, apesar de serem formas alotrópicas de um mesmo elemento. Logo, um não pode substituir o outro nessa função.
(01) A descoberta da alotropia levou ao conceito de elemento químico, porque, se duas substâncias diferentes sofrem reações
químicas idênticas, então elas têm a mesma constituição química.
(02) O oxigênio tem a propriedade de ser comburente e, portanto, participa das reações de combustão (queima) de vários mate-
riais. O ozônio é uma variedade alotrópica do oxigênio, consequentemente, pode entrar no lugar do oxigênio numa reação de
combustão.
(04) A reação completa da grafita com o ozônio fornece gás carbônico.
(08) O fósforo vermelho (não venenoso) é utilizado nas caixas de fósforo para desencadear a reação de combustão do palito. Se não
fosse tão tóxico e venenoso, o fósforo branco poderia substituir o fósforo vermelho porque as propriedades químicas dessas
duas substâncias são semelhantes.
(16) As variedades alotrópicas do carbono, do enxofre e do fósforo cristalizam em formatos diferentes. A diferença de es-
trutura cristalina talvez possa explicar a enorme diferença entre as propriedades físicas da grafita e do diamante, por
exemplo.
(32) Numa altitude entre 20 km e 35 km do nível do mar encontra-se a estratosfera, onde existe uma camada de mais ou menos
15 km de gás ozônio. O ozônio absorve a maior parte dos raios ultravioleta do Sol, permitindo que haja vida na Terra. Mas a
destruição da camada de ozônio não é preocupante porque, se o ozônio acabar, o oxigênio, que tem as mesmas propriedades
(e existe em grande quantidade na atmosfera), poderá substituí-lo nesse papel.
66 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da "Tarefa para casa". As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
Mudanças de estado 67
CAPÍTULO
c Perceber como os
valores da massa
molecular de
diferentes substâncias
foram utilizados
Mas as moléculas são apenas modelos e não podem ser vistas, ou seja, na prática não po-
para encontrar a
demos trabalhar diretamente com moléculas. Precisamos de dados concretos, mensuráveis, como a
massa atômica dos
proporção em massa das substâncias.
elementos.
Como os cientistas fizeram para transpor os dados teóricos obtidos com um modelo (a molé-
cula) para dados mensuráveis como a massa?
Não é possível medir diretamente as massas das moléculas, por isso os cientistas estabeleceram
uma relação entre as massas das moléculas de diferentes substâncias com base nas densidades abso-
lutas dos gases que já eram conhecidos na época e na hipótese de Avogadro.
Vimos que a densidade de um material (independentemente de seu estado de agregação) é a
relação entre sua massa e o volume que ele ocupa.
massa
densidade 5
volume
Volumes iguais de gases diferentes nas mesmas condições de temperatura e pressão con-
têm o mesmo número de moléculas.
Se fizermos o quociente entre a densidade de dois gases conhecidos, medidas nas mesmas
condições de temperatura e pressão, o volume desses gases será o mesmo e poderá ser eliminado
da expressão; assim obteremos uma relação de massas de um mesmo número de moléculas de
dois gases diferentes.
Considere, por exemplo, o quociente entre a densidade de dois gases genéricos A e B nas mes-
mas condições de temperatura e pressão.
massa do gás A
densidade do gás A volume do gás A
5
densidade do gás B massa do gás B
volume do gás B
68 Mudanças de estado
Como: volume do gás A 5 volume do gás B, temos:
massa do gás A
densidade do gás A volume do gás A
5 ⇒
densidade do gás B massa do gás B
volume do gás B
Pela hipótese de Avogadro, podemos afirmar que a massa do gás A contém o mesmo número
de moléculas que a massa do gás B.
A massa de um gás pode ser calculada pelo produto entre o número de moléculas desse gás
e a massa de cada molécula individualmente:
Massa de um gás (m) 5 número de moléculas do gás (n) ? massa de cada molécula desse gás (M).
Portanto: m 5 n ? M. Logo, podemos escrever:
W IMAGES
dA m d n ? MA
= A ⇒ A = A
dB mB dB nB ? MB
TOCK/GLO
Como o número de moléculas do gás A 5 número de moléculas do gás B, temos:
SHUTTERS
dA nA ? M A d M
5 ⇒ A 5 A
dB nB ? MB dB MB
Na expressão acima, a massa de cada molécula do gás A (MA) e do gás B (MB) é, por definição,
a massa molecular das substâncias A e B.
Conseguimos assim uma relação entre as massas moleculares das substâncias com base na
densidade, um dado experimental.
E como os cientistas chegaram ao valor individual de cada massa molecular? Acompanhe o
raciocínio abaixo:
fixando o gás B como sendo o gás hidrogênio (o de menor densidade);
considerando que os experimentos de Gay-Lussac e de Avogadro concluíram que a molécula de
Fig. 1 – As bexigas que flutuam
gás hidrogênio é formada por dois átomos iguais desse elemento; foram preenchidas com gás hélio,
atribuindo arbitrariamente o valor 1 para a massa de cada átomo de hidrogênio, H, concluindo de densidade menor que a do ar
portanto, que a massa molecular da substância H2, é igual a 2. atmosférico. Já as bexigas penduradas
foram preenchidas com gás carbônico,
MH 5 2 mais denso que o ar atmosférico.
2
a massa molecular das demais substâncias é, então, calculada em relação à massa molecular do
hidrogênio.
Observe:
dA M
5 d A,B e d A,B 5 A de onde vem:
dB MB
MA 5 MB ? dA,B
A notação dA,B indica justamente o valor da densidade de um gás A em relação a um gás B. FRENTE B
Dessa forma, teremos:
Mgás A(qualquer) 5 2 ? dA, H (g) portanto:
2
QUÍMICA
Note que não estamos considerando nenhuma unidade de medida de massa (mg, g, kg) porque es-
tamos trabalhando com relações entre massas; assim, qualquer unidade que fosse utilizada seria cancelada.
Mudanças de estado 69
A tabela a seguir traz exemplos do cálculo da massa molecular de algumas substâncias na fase ga-
sosa com base em suas densidades absolutas relacionadas à do gás hidrogênio, tomadas a 0 °C e 1 atm.
0,08987
Gás hidrogênio: H2 0,08987 g/cm3 51 Mgás hidrogênio 5 2 ? 1 5 2
0,08987
0,7176
Gás metano: CH4 0,7176 g/cm3 8 Mgás metano 5 2 ? 8 5 16
0,08987
1,2506
Gás nitrogênio: N2 1,2506 g/cm3 14 Mgás nitrogênio 5 2 ? 14 5 28
0,08987
1,4290
Gás oxigênio: O2 1,4290 g/cm3 16 Mgás oxigênio 5 2 ? 16 5 32
0,08987
1,9769
Gás carbônico: CO2 1,9769 g/cm3 22 Mgás carbônico 5 2 ? 22 5 44
0,08987
Pelo modelo de Dalton, o átomo é indivisível; logo, está presente nas moléculas sempre em
números inteiros. Podemos então determinar a massa atômica (do átomo de um elemento químico
hipotético E) partindo do conceito de massa molecular, de acordo com as etapas a seguir:
Faz-se uma relação de várias substâncias simples e compostas formadas pelo elemento químico
hipotético E.
Determinam-se as massas moleculares de todas essas substâncias como indicado na tabela acima.
Por meio de reações químicas de decomposição, pode-se determinar a massa do elemento pre-
sente numa quantidade de massa da substância composta numericamente igual à sua massa
molecular.
O máximo divisor comum dos resultados obtidos é a provável massa atômica do elemento.
A tabela a seguir mostra o cálculo da massa molecular do carbono.
O máximo divisor comum entre 12, 24 e 36 é 12; logo, a massa atômica provável do carbono é
12. Assim, os cientistas foram determinando o valor da massa atômica de vários elementos.
70 Mudanças de estado
Densidade relativa de um gás combustível
A densidade relativa de um gás combustível é uma propriedade importante do ponto
de vista da segurança. É um valor que deve ser considerado no cálculo do dimensionamento
de tubulações e recipientes de armazenagem.
É preciso considerar que, no caso de vazamento, um gás mais denso que o ar atmosférico
tende a se acumular temporariamente nas partes mais baixas da edificação, podendo também
infiltrar-se em aberturas como bocas de lobo, valetas, poços e galerias subterrâneas.
No caso de vazamento, um gás mais leve que o ar atmosférico tende a subir e se acumu-
lar temporariamente nas partes mais elevadas da edificação, podendo se infiltrar em abóbadas
e aberturas superiores.
O acúmulo de gases combustíveis em ambientes confinados ou mal ventilados pode
causar acidentes se houver qualquer ignição. Saber onde o gás está localizado pode ajudar a
resolver o problema.
A tabela a seguir fornece a densidade absoluta (a 0 °C e 1 atm) e a densidade relativa
(densidade em relação ao ar atmosférico) de alguns gases combustíveis.
FRENTE B
QUÍMICA
Mudanças de estado 71
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Considere que você esteja inspecionando um prédio que apresenta uma tubulação com vazamento de gás.
Com base nos dados fornecidos na tabela da página 71, responda:
a) Se o gás em questão for o metano (um dos componentes do gás natural), em que parte do prédio você procuraria obter maior
ventilação? Por quê?
b) E se o gás em questão fosse o propano (um dos componentes do gás liquefeito de petróleo, GLP)? Em que parte do pré-
dio você procuraria obter maior ventilação? Por quê?
c) É correto começar a acionar as ferramentas para consertar a tubulação logo após interromper o vazamento, sem primeiro ven-
tilar o ambiente, ainda que os funcionários estejam utilizando máscaras? Justifique sua resposta.
RESOLUÇÃO:
a) Como o metano é menos denso que o ar atmosférico, a tendência é que ele suba e se acumule temporariamente nas partes mais
elevadas da edificação, podendo se infiltrar em abóbadas e aberturas superiores. Portanto, as partes superiores da edificação pre-
cisariam ser mais ventiladas.
b) Como o propano é mais denso que o ar atmosférico, a tendência é que esse gás se acumule temporariamente nas partes mais
baixas da edificação, podendo também infiltrar-se em aberturas como bocas de lobo, valetas, poços e galerias subterrâneas, ou
seja, as partes inferiores da edificação precisariam ser mais bem ventiladas.
c) Não, porque, como se trata de uma tubulação de gás combustível, qualquer atrito das ferramentas com a tubulação pode gerar
uma faísca que desencadeie a combustão do gás. Dependendo da quantidade de gás no ambiente pode haver uma explosão.
PARA CONSTRUIR
Calcule as densidades relativas à densidade do gás hidrogênio das substâncias fornecidas no quadro a seguir, tomadas nas mes-
mas condições de temperatura e pressão. Com base nos dados obtidos, calcule a massa molecular dessas substâncias.
Observação: considere a massa molecular do gás hidrogênio igual a 2.
Para o gás hélio, temos: MCO 5 MH2 ? dCO,H2 MCO 5 2 ? 13,9735 MCO 5 27,947 ou MCO . 28
0,1769
dHe,H2 dHe,H2 1,9684
0,08987 MCO 5 MH2 ? dCO,H2 MCO 5 2 ? 13,9735 MCO 5 27,947 ou MCO . 28
MHe 5 MH2 ? dHe,H2 MHe 5 2 ? 1,9684 MHe 5 3,9368 ou He Para o gás hilariante, temos:
1,9790
MHe 5 2 ? 1,9684 MHe 5 3,9368 ou dN2O,H2 dN2O,H2 22,021
He 0,08987
Para o gás acetileno, temos: MN2O 5 MH2 ? dN2O,H2 MN2O = 2 ? 22,021 MN2O 5 44,0414 ou MN2O . 44
1,1683
dC2H2 ,H2 dC2H2 ,HM2 5 12,9999
MH2 ? dN2O,H2 MN2O = 2 ? 22,021 MN2O 5 44,0414 ou MN2O . 44
0,08987 N2O
MC2H2 5 MH2 ? dC2H2 ,H2 MC2H2 5 2 ? 12,9999 MC2H2 5 25,9998 ou MCPara 26 cloro, temos:
.o gás
2H2
3,1948
MC2H2 5 2 ? 12,9999 MC2H2 5 25,9998 ou MC2H2 . 26 dCl2 ,H2 dCl2 ,H2 35,549
0,08987
Para o gás monóxido de carbono, temos: MCl2 5 MH2 ? dCl2 MCl2 5 2 ? 35,549 MCl2 = 71,098 ou MCl2 . 71
1,2558
dCO,H2 dCO,H2 13,9735
0,08987
72 Mudanças de estado
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 (UFPB – Adaptada) A massa de 3 átomos de carbono 12 é 1 Quando magnésio metálico, Mg(s), entra em contato com ácido
igual à massa de 2 átomos de um certo elemento X. Pode-se clorídrico, HCl(aq), ocorre uma reação com liberação de gás hi-
dizer, então, que a massa atômica de X é: drogênio, H2(g) e formação de cloreto de magnésio, MgCl2(aq).
Mas, quando o ácido clorídrico, HCl(aq), reage com carbonato
a) 12 b) 36 c) 24 d) 3 e) 18
de magnésio, MgCO3(aq), ocorre a formação de gás carbônico,
2 (Fuvest-SP) Um descendente do rei Midas disputou uma pro- CO2(g), água, H2O(l) e cloreto de magnésio, MgCl2(aq).
va nos Jogos Olímpicos, ficou em segundo lugar e recebeu Uma bexiga cheia com o gás hidrogênio, quando solta no ar,
uma medalha de prata pura pesando 20 g. Porém, assim que sobe, e outra, cheia com o gás carbônico, desce.
a tocou, cada um dos átomos de prata transformou-se em a) Escreva as equações químicas corretamente balanceadas
um átomo de ouro. representativas das reações descritas acima.
Dados: massa atômica da prata: 108; massa atômica do ouro: b) Explique o comportamento de bexigas cheias com o gás
197; densidade da prata: 10,5 g/cm3; densidade do ouro: liberado quando HCl(aq) é misturado a Mg(s) ou MgCO3(s).
19,3 g/cm3.
2 (Enem) No processo de fabricação de pão, os padeiros, após
a) Calcule a nova massa dessa medalha.
prepararem a massa utilizando fermento biológico, separam
b) Explique por que essa transformação praticamente não
uma porção de massa em forma de “bola” e a mergulham num
altera o volume da medalha. recipiente com água, aguardando que ela suba, como pode
3 (Uece) Um professor de Química escreveu no quadro branco, ser observado, respectivamente, em I e II do esquema a seguir.
Quando isso acontece, a massa está pronta para ir ao forno.
deliberadamente, as frases abaixo, que podem ser conceitos
incompletos ou equivocados, para testar a atenção de seus
FRENTE B
Substância – fórmula Densidade/g · cm–3 que vai se acumulando em cavidades no interior da massa,
o que faz a bola subir.
Gás hidrogênio – H2 0,08987 III. A fermentação transforma a glicose em álcool. O álcool
Gás neônio – Ne 0,9068 tem maior densidade que a água e a bola de massa sobe.
QUÍMICA
Mudanças de estado 73
CAPÍTULO
13 Unidade unificada
de massa atômica
Objetivos: Toda medida de massa é sempre uma comparação com um padrão escolhido adequadamente.
E o que pode ser mais adequado para tomar como padrão de medida de massa de átomos e
c Compreender que toda
de moléculas do que um “pedaço de átomo”?
medida de massa é
O padrão de massa atômica e massa molecular determinado oficialmente pelo SI (Sistema In-
uma comparação com
ternacional de Unidades) é denominado unidade unificada de massa atômica, sendo simbolizado
um padrão escolhido
adequadamente.
pela letra u.
c Reconhecer que o A unidade unificada de massa atômica equivale a um doze avos da massa de um átomo
padrão mais adequado de carbono, cuja massa atômica é 12 (carbono 12).
para a medida da
1 u 5 1 da massa de 1 átomo de carbono 12.
massa de átomos e 12
moléculas é o u.
1 5 massa 12C 5 1 u
GETTY IMAGES/
ISTOCKPHOTO
12
Massa 12C
Os valores das massas atômicas (MA) dos elementos são expressos na unidade u, ou seja, são
valores que indicam quanto a massa de 1 átomo de determinado elemento químico é maior que a
Caneta esferográfica: aproximadamente massa de 1 u.
6 gramas. Massa atômica de 1 átomo de hidrogênio, H: 1 u.
Massa atômica de 1 átomo de carbono, C: 12 u.
Massa atômica de 1 átomo de nitrogênio, N: 15 u.
Massa atômica de 1 átomo de oxigênio, O: 16 u.
Massa atômica de 1 átomo de enxofre, S: 32 u.
STOCKPHOTOSART/
ALAMY/GLOW IMAGES
Da mesma maneira, a massa molecular das substâncias deve ser expressa em u e indica a massa
de 1 molécula da substância.
Massa molecular de 1 molécula de amônia, NH3: 17 u.
Massa molecular de 1 molécula de água, H2O: 18 u.
Massa molecular de 1 molécula de gás oxigênio, O2: 32 u.
Caminhão betoneira: aproximadamente Massa molecular de 1 molécula de gás carbônico, CO2: 44 u.
39 toneladas. Massa molecular de 1 molécula de ácido sulfúrico, H2SO4: 98 u.
74 Mudanças de estado
Cálculo da massa molecular
A IUPAC, órgão que regulamenta as padroniza-
Como todos os elementos já tiveram a sua massa atômica determinada
ções em Química, estabelece que o arredondamento
(por métodos mais avançados e precisos), atualmente a massa molecular das
do valor da massa atômica dos elementos químicos
substâncias é obtida diretamente pela soma das massas atômicas dos átomos
para o inteiro mais próximo (no caso do boro, o 11) só
dos elementos que constituem uma molécula ou uma fórmula mínima da
é feito quando não implica erro maior que 1%.
substância.
A porcentagem de erro (E%) pode ser calculada
Os valores podem ser consultados a qualquer momento na tabela pe-
pela relação:
riódica.
Valor aproximado 2 Valor integral
Acompanhe os exemplos a seguir, dadas às massas atômicas aproximadas E% 5 ? 100
Valor integral
dos elementos:
H 5 1 u; B 5 10,8 u; C 5 12 u; N 5 14 u; O 5 16 u; Na 5 23 u; Fe 5 56 u. Calculando E% para o boro, teremos:
sódio: 2 ? 23 u 5 46 u
boro: 4 ? 10,8 u 5 43,2 u
oxigênio: 7 ? 16 u 5 112 u
água: 10 ? 18 u 5 180 u
massa molecular: 46 u 1 43,2 u 1 112 u 1 180 u 5 381,2 u
Mudanças de estado 75
Aprendemos que toda medida de massa é uma comparação com um padrão escolhido e que a unidade unificada de massa atô-
mica equivale a um doze avos da massa de um átomo de carbono, definida pelo SI (Sistema Internacional de Unidades).
Entre as unidades básicas definidas pelo SI, a única que é definida por um artefato é o quilograma. O metro, por exemplo, era
definido como a unidade de medida correspondente à décima milionésima parte da distância do Equador ao Polo Norte. Atualmente,
o metro corresponde à distância percorrida pela luz em um segundo dividido por 299 792 458. Um dos problemas de uma unidade de
medida baseada em um objeto é que ele pode sofrer variações.
O quilograma está mais gordinho, dizem cientistas ingleses
Pesquisa mostra que o modelo-padrão que determina o valor do quilograma, usado em escala global desde 1875, ganhou
peso ao longo dos anos.
Cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, acreditam que o quilograma está ganhando peso. Segundo
a pesquisa, conduzida pelos pesquisadores Peter Cumpson e Naoko Sano, o modelo-padrão do quilo pode estar mais “gor-
dinho” quando comparado ao seu peso original, determinado em 1875.
O chamado Protótipo Original do Quilograma (IPK, na sigla em inglês) é uma peça feita em platina e irídio, usada des-
de os idos de 1875 como padrão mundial. Na época do início da sua adoção, quarenta réplicas foram produzidas e enviadas
para diferentes países com o objetivo de tornar o quilograma uniforme em todo o planeta.
Pesquisa
O estudo dos cientistas está centrado na peça original, armazenada no Bureau Internacional de Pesos e Medidas, na
França. Através de análises realizadas em materiais similares aos usados no modelo, a pesquisa procurou determinar se o
acúmulo natural de substâncias em sua superfície, resultado do passar dos anos e processos de industrialização, impactou
na medida do quilograma.
E a conclusão é que o modelo-padrão pode mesmo estar alguns microgramas acima do seu peso “ideal”. “Está determi-
nado que o IPK é o quilograma”, disse Cumpson. “Então não importa o quanto ele pesa, desde que todos estejam trabalhan-
do com o mesmo valor”, ponderou o professor.
O problema apontado é que, infelizmente, já existem diferenças entre os modelos, pois, ao redor do mundo, cada uma
das 40 réplicas existentes está “engordando” de uma maneira. “Esta unidade é fundamental, o que faz com que as variações
em seu peso sejam sempre significativas e o impacto em escala global é enorme”, pontua. “Especialmente no comércio inter-
nacional, em que cada micrograma é considerado”, lembrou Cumpson.
Bronzeamento artificial
* A recomendação atual do INMETRO é que se mude gradualmente a terminologia “quilograma” para “kilograma”.
76 Mudanças de estado
Projeto de Pesquisa
RESOLUÇÃO:
a) Al2(SO4)3 b) Ba3(PO4)2 c) (NH4)2SO4 d) Ca3[Fe(CN)6)]2
alumínio: 2 ? 27 5 54 bário: 3 ? 137 5 411 nitrogênio: 2 ? 14 5 28 cálcio: 3 ? 40 5 120
enxofre: 3 ? 32 5 96 fósforo: 2 ? 31 5 62 hidrogênio: 8 ? 1 5 8 ferro: 2 ? 56 5 112
oxigênio: 12 ? 16 5 192 oxigênio: 8 ? 16 5 128 enxofre: 1 ? 32 5 32 carbono: 12 ? 12 5 144
massa molar: 342 u massa molar: 601 u oxigênio: 4 ? 16 5 64 nitrogênio: 12 ? 14 5 168
massa molar: 132 u massa molar: 544 u
PARA CONSTRUIR
1 (UFG-GO) As medidas de massa são na realidade, a comparação com um padrão definido de maneira adequada. O padrão ado-
tado pela IUPAC para as medidas de massa atômica é um doze avos da massa do isótopo 12, que é denominado de unidade
01. Verdadeiro.
unificada de massa atômica.
02. Verdadeiro.
04. Falso. Na tabela periódica os elementos químicos estão em ordem crescente de
Sobre massas de átomos é correto afirmar-se que: número atômico.
(01) massa atômica é um número que indica quantas vezes a massa de um átomo é maior que um doze avos do carbono –
isótopo 12;
(02) os átomos de um mesmo elemento químico podem ter massas diferentes;
(04) as massas atômicas são utilizadas atualmente para classificar os elementos da tabela periódica.
Mudanças de estado 77
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 Calcule a massa molecular das substâncias abaixo (o valor da 1 Calcule a massa molar das substâncias relacionadas a seguir.
massa atômica encontra-se na tabela periódica). a) 2,3-dimercaptan propanol (BAL): C3H8OS2
a) Sulfato de hidrogênio (ácido sulfúrico): H2SO4 b) Fosfato de amônio: (NH4)3PO4
b) Fosfato de hidrogênio (ácido fosfórico): H3PO4 c) Tri-propilamina: (CH3CH2CH2)3N
c) Pirofosfato de hidrogênio (ácido pirofosfórico): H4P2O7 d) Ácido p-benzenodioico: C6H4(CO2H)2
d) Propanona (acetona): C3H6O e) Cloreto de 3,5-dinitrobenzoíla: C6H3(NO2)2COCl
e) Ácido acético (ácido etanoico): C2H4O2
f) 2,3-ditiol-propanol: (CH2)2CH(SH)2OH
2 Calcule a massa molecular das substâncias abaixo. 2 (UFPI) Assinale a substância química de menor massa molar:
a) Hidróxido de bário: Ba(OH)2 a) Na2S.
b) Acetato de sódio: NaC2H6O2 b) Na2SO3.
c) Óxido de ferro III: Fe2O3 c) Na2SO4.
d) Sulfato de mercúrio: HgSO4 d) Na2S2O3.
e) Ferrocianeto de ferro III: Fe4[Fe(CN)6]3 e) Na2S2O8.
3 (FCC-BA) A definição atual de massa atômica de elemento 3 (UFJF-MG) Uma substância simples formada por moléculas
corresponde a: diatômicas, com massa molecular aproximadamente igual a
massa do átomo desse elemento 28 g/mol, possui a fórmula:
a) 1 ? ;
massa do átomo C “doze”
a) CO.
b) 12 ? massa do átomo desse elemento ; b) Si.
massa do átomo C “doze” c) N2.
c) 1 ? (massa do átomo desse elemento 1 massa do áto- d) HCN.
12 e) O2.
mo C “doze”);
d) 1 ? (massa do átomo desse elemento – massa do átomo 4 (FEI-SP) Se um átomo apresentar a massa atômica igual a 60 u, a
16 relação entre a massa desse átomo e a massa do átomo de
C “doze”); carbono 12 valerá:
e) 12 ? (massa do átomo desse elemento 1 massa do áto-
16 a) 1. d) 4.
mo C “doze”). b) 2. e) 5.
c) 3.
4 (UFSC) A massa de determinado átomo é 5 da massa do
6 5 A tampa que reveste os componentes eletrônicos em uma
isótopo -12 do carbono. Qual é a sua massa? caixa-preta de avião é composta de uma liga ultrarresistente
de titânio e aço. Além disso, uma espécie de esponja protege
5 (Unimep-SP) A falta de vitamina B1 (C12H18ON4SCl2) provoca os componentes do calor. Uma caixa-preta pesa cerca de 4,5
falta de apetite, crescimento retardado e beribéri (enfraque- kilogramas e suporta um impacto de mais de 3 toneladas.
cimento e desgoverno das pernas). Sua massa molecular é: Resiste por uma hora a uma temperatura de 1 100 °C e por
a) 457. d) 257. 10 horas a 260 °C.
b) 337. e) 280. O titânio pode ser obtido a partir do tetracloreto de titânio por
c) 207. meio da reação não balanceada:
6 (Unifor-CE) Dos compostos a seguir, qual apresenta massa TiCl4(g) 1 Mg(s) → MgCl2(s) 1 Ti(s)
molecular igual a 30? a) Forneça os coeficientes que tornam a equação de obten-
a) C2H6 d) NO2 ção do titânio metálico corretamente balanceada.
b) PH3 e) N2O3 b) Calcule a massa molecular das substâncias compostas que
c) NH3 participam do processo.
78 Mudanças de estado
CAPÍTULO
14 Quantidade de matéria
e massa molar
Mudanças de estado 79
É daí que vem o conceito de mol – palavra introduzida em 1896 pelo químico alemão Wilhelm
Portal
SESI Ostwald (1853-1932) –, que vem do latim, moles, que significa porção, quantidade.
Educação www.sesieducacao.com.br Pelo Sistema Internacional de Unidades, o mol é uma unidade da grandeza denominada
quantidade de matéria, da mesma forma que o metro é uma unidade da grandeza comprimento.
Acesse o portal e explore o con-
Por definição:
teúdo Quantidade de matéria
5 mol?
Mol é a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares
quantos são os átomos contidos em 0,012 kg (ou 12 g) de carbono de massa 12.
Proporção em
1 átomo 2 átomos 3 átomos 1 mol de átomos
número de átomos
2 ? Massa 3 ? Massa
Elemento Massa atômica/u Massa atômica/g
atômica/u atômica/u
Hidrogênio 1 2?1 3?1 1
Carbono 12 2 ? 12 3 ? 12 12
Oxigênio 16 2 ? 16 3 ? 16 16
Proporção em
1 molécula 5 moléculas 100 moléculas 1 mol de moléculas
número de moléculas
Massa 5 ? Massa 100 ? Massa Massa
Substância
molecular/u molecular/u molecular/u molecular/g
Gás hidrogênio 2 5?2 100 ? 2 2
Água 18 5 ? 18 100 ? 18 18
Gás carbônico 44 5 ? 44 100 ? 44 44
Observe que o mol representa uma quantidade de matéria tão imensa que só pode ser usado
em relação a entidades ou partículas elementares, como átomos, moléculas, íons, elétrons, etc.
A relação g/mol é denominada massa molar e pode ser aplicada indistintamente para
átomos, moléculas e compostos iônicos.
E quantos átomos ou moléculas totalizam 1 mol? Há diversos experimentos por meio dos quais
se pode chegar ao número de partículas elementares que totalizam 1 mol, uns mais complicados e ou-
tros mais simples. Todos chegam, com maior ou menor precisão, a um valor próximo de 6,02214 ? 1023,
denominado oficialmente constante de Avogadro (NA), em homenagem ao trabalho do cientista
Amedeo Avogadro.
80 Mudanças de estado
Qualquer amostra visível de uma substância contém um número imenso de moléculas (e qual-
quer amostra visível de um elemento contém um número imenso de átomos).
A essa amostra está associada determinada quantidade de matéria expressa em mol e, portanto,
determinado número de partículas elementares (moléculas ou átomos, por exemplo).
Concluímos então que existe uma relação de proporcionalidade entre o número de partículas
elementares na amostra (N) e sua quantidade de matéria (n), ou melhor, para qualquer amostra de
uma substância, seu número de partículas elementares (N) é diretamente proporcional a sua quan-
tidade de matéria (n).
A constante de proporcionalidade que permite a passagem de quantidade de matéria para
número de partículas elementares é justamente a constante de Avogadro (NA 5 6,02214 ? 1023).
Assim, temos: N 5 6,02214 ? 1023 ? n.
FRENTE B
Fig. 2 – Jean Baptiste Perrin.
Até então, a teoria atômica de Dalton (do início do século XIX) era, para muitos cientistas,
QUÍMICA
uma hipótese útil, mas impossível de ser demonstrada. Na 9a edição do livro de Perrin, constam 16
maneiras de se obter experimentalmente a constante de Avogadro.
Um desses experimentos foi descrito em um exercício de uma prova da Unicamp, de maneira
bem simplificada. Vamos tentar resolvê-lo juntos para termos uma ideia das variáveis que envolvem
tal experimento? Quem sabe você não se anima e resolve reproduzi-lo na prática?
Mudanças de estado 81
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 (Unicamp-SP) As fronteiras entre real e imaginário vão se tor- Com o auxilio de um conta-gotas, pinga-se uma gota dessa
nando cada vez mais sutis à medida que melhoramos nos- solução, a cerca de 20 cm da superfície da água preparada na
so conhecimento e desenvolvemos nossa capacidade de bandeja, o óleo repele o pó, formando um cilindro (na prá-
abstração. Átomos e moléculas: sem enxergá-los podemos tica, não muito uniforme). O volume do cilindro é igual ao
imaginá-los. Qual será o tamanho dos átomos e das molé- volume do ácido que foi jogado (1,6 ? 10–5 cm3).
culas? Quantos átomos ou moléculas há numa certa quanti- A área da base do cilindro pode então ser calculada pela
dade de matéria? Parece que essas perguntas só podem ser expressão A = p ? r2 (em que r é o raio do círculo formado
respondidas com o uso de aparelhos sofisticados. Porém, um na superfície ou metade do diâmetro estimado). Esse va-
experimento simples pode nos dar respostas adequadas a lor também foi fornecido no enunciado: 200 cm2. A altura
essas questões. Numa bandeja com água espalha-se sobre do cilindro (aresta) é justamente o tamanho da molécula
a superfície um pó muito fino que fica boiando. A seguir, no do ácido, o dado que falta para calcular o volume de uma
centro da bandeja adiciona-se 1,6 ? 10–5 cm3 de um ácido or- molécula.
gânico (densidade igual a 0,9 g/cm3), insolúvel em água.
a) Cálculo da altura do cilindro (aresta):
Com a adição do ácido, forma-se imediatamente um círcu-
lo de 200 cm2 de área, constituído por uma única camada Vcilindro 5 Vácido ⇒ 1,6 ? 10 –5 5 aresta ? área da base
de moléculas de ácido, arranjadas lado a lado, conforme es- 1,6 ?10 –5
aresta 5 ⇒ aresta 5 8 ? 10 –8 cm
quematiza a figura a seguir. Imagine que nessa camada cada 200
molécula do ácido está de tal modo organizada que ocupa o
Considerando, então, que o volume ocupado pela molé-
espaço delimitado por um cubo.
cula é igual ao volume do cubo que a delimita, temos:
Vmolécula 5 aresta3
Adição de ácido Vmolécula 5 (8 ? 1028)3 ⇒ Vmolécula 5 5,12 ? 10222 cm3
82 Mudanças de estado
2 (ITA-SP) Por meio de difração de raios X, verifica-se que no retículo cristalino do ferro cada quatro átomos ocupam o volume de um
cubo cuja aresta mede 3,61 angstrons. Sabendo-se que a densidade do ferro é igual a 7,86 g/cm3, e que a massa atômica do ferro
é igual a 55,8 u, mostre como pode ser calculada a constante de Avogadro a partir dos dados fornecidos. Não é necessário efetuar
os cálculos; basta deixá-los indicados e justificados.
Dado: 1 angstrom equivale a 10–8 cm.
RESOLUÇÃO:
Cálculo do volume ocupado por 4 átomos:
V = aresta3
(3,61 ? 1028 )3 ⇒ V . 4,70 ? 10223 cm3
V 5 (3,61
Cálculo do volume ocupado por 1 mol de átomos de ferro:
7,86 g de ferro 1 cm3
55,8 g de ferro x
55,88 ? 1
x5 ⇒ x 5 77,099 cm3
7,86
Cálculo do número de átomos de ferro que ocupam o volume de 1 mol de átomos de ferro.
4 átomos de ferro ocupam 4,70 ? 10–23 cm3
y átomos de ferro ocupam 7,099 cm3
7,099 ? 4
y5 ⇒ y. 6,0 4 ?1023. NA
4,70 ?10223
PARA CONSTRUIR
1 Quantas partículas elementares (N), ou moléculas de água, 3 (Unitau-SP) Qual a massa em gramas de uma molécula de açú-
existem numa quantidade de matéria igual a 2 mol dessa car comum ou sacarose, C12H22O11?
substância? Dados: C 5 12 u; H 5 1 u e O 5 16 u; constante de Avoga-
dro 5 6,02 ? 1023. a
N 5 6,02214 ? 1023 ? 2 ⇒ N 5 12,04428 ? 1023 ou
a) 5,68 ? 10222 g.
N 5 1,204428 ? 1024 partículas elementares (moléculas)
b) 6,02 ? 1023 g.
c) 342 g.
d) 5,68 ? 10223 g.
e) 3,42 ? 10221 g.
Massa molar da sacarose 5 342 g/mol
342 g 6,02 ? 1023 moléculas
x 1 molécula
1 ? 342
x5 ⇒ x 5 5,68 ? 10222
g
6,02 ? 1023
2 Qual é a massa de uma molécula de água em gramas?
Dado: a massa molar da água é igual a 18 g/mol.
18 g de H2O 6,02214 ? 1023 moléculas
x 1 molécula
FRENTE B
1 ? 18
x5 ⇒ x 5 2,98897 ? 10223 g
6,02214 ? 1023 QUÍMICA
Mudanças de estado 83
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 (UnB-DF) Os microprocessadores atuais são muito pequenos 1 Qual é a massa em gramas de uma u (unidade unificada de
e substituíram enormes placas contendo inúmeras válvulas. massa atômica)?
Eles são organizados de forma que apresentem determinadas 1
Dado: 1 u equivale a de um átomo de carbono de massa 12.
respostas ao serem percorridos por um impulso elétrico. Só é 12
possível a construção de dispositivos tão pequenos devido ao Dado: constante de Avogadro 5 6,02 ? 1023.
diminuto tamanho dos átomos. Sendo estes muito pequenos
2 (Unirio-RJ)
é impossível contá-los. A constante de Avogadro – e não o nú-
mero de Avogadro – permite que se calcule o número de enti- A Nasa tem um ambicioso plano de mandar uma missão
dades – átomos, moléculas, fórmulas unitárias, etc. – presentes tripulada a Marte. [...] Porém, a medicina ainda não tem res-
em uma dada amostra de substância. O valor dessa constante, postas para contornar as dificuldades impostas ao organismo
medido experimentalmente é igual a 6,02 ? 1023 mol–1. humano pelas condições climáticas e atmosféricas de Marte.
[...] Cogita-se que os equipamentos usados em Marte devem
Com relação ao assunto, julgue os seguintes itens.
ser testados antes numa base a ser construída na Lua. [...]
(01) A constante de Avogadro é uma grandeza, sendo, por-
Importando-se um kilograma de hidrogênio terrestre e usan-
tanto, um número (6,02 ? 1023) multiplicado por uma
do-se oito kilogramas de oxigênio extraído de rochas lunares,
unidade de medida (mol–1).
os astronautas teriam combustível suficiente para alimentar
(02) A constante de Avogadro, por ser uma grandeza deter-
os motores que estão sendo desenvolvidos pela Nasa.
minada experimentalmente, pode ter seu valor alterado O Globo, 4 jul. 1998.
em função do avanço tecnológico.
O número de mols de moléculas de hidrogênio e oxigênio
(03) Massas iguais de diferentes elementos químicos con-
indicados são, respectivamente, de:
têm o mesmo número de átomos.
a) 3,0 ? 1026 e 1,5 ? 1026. d) 500 e 250.
(04) Entre os elementos químicos, o único que, em princípio,
b) 6,0 ? 1026 e 3,0 ? 1026. e) 1000 e 500.
não está sujeito a uma variação de massa atômica é o
c) 500 e 6,0 ? 1026.
isótopo do carbono de massa 12,00 u.
3 (Uerj) Uma molécula de água, isolada, não apresenta certas
2 (UEL-PR) A densidade do alumínio, a 20 °C, é igual a 2,7 g/mL.
propriedades físicas – como ponto de fusão e de ebulição –
Quantos átomos desse metal existem numa amostra que que dependem de interações entre moléculas. Em 1998, um
ocupa o volume de 10 mL, a 20 °C? grupo de pesquisadores determinou que, para exibir todas
a) 10. as propriedades físicas, é necessário um grupamento de, no
b) 1,0 ? 103. mínimo, 6 moléculas de água.
c) 6,0 ? 1023. O número desses grupamentos mínimos que estão contidos
d) 1,0 ? 1026. em um mol de moléculas de água corresponde a:
e) 6,0 ? 102. a) 1,0 ? 1023. c) 6,0 ? 1023.
b) 3,0 ? 10 .
23
d) 9,0 ? 1023.
3 (UFRGS-RS) Os clorofluorcarbonos (CFCs) sofrem decompo-
sição nas altas camadas da atmosfera originando átomos de 4 (Mack-SP) A quantidade de átomos de mercúrio, presentes
cloro, os quais atacam moléculas de ozônio, O3(g), produzin- num termômetro que contém 2,0 g desse metal, é igual a:
do gás oxigênio, O2: O2 (g) → O3 (g).
a) 4,0 ? 102. d) 1,5 ? 1025.
Supondo-se que um mol de ozônio seja totalmente transfor- b) 1,2 ? 1023. e) 6,0 ? 1021.
mado em moléculas de gás oxigênio de acordo com a reação c) 2,4 ? 1026.
acima (não balanceada), o número de moléculas produzidas
será: 5 (Vunesp-SP) Um frasco contém 28 g de cada uma das molé-
a) 3,01 ? 1023. culas CO, C2H4 e N2. O número total de moléculas no frasco é
b) 6,02 ? 1023. igual a:
c) 9,03 ? 1023. a) 3. d) 18 ? 1023.
d) 12,041 ? 1023. b) 84. e) 3 ? 28 ?1024.
e) 18,06 ? 1023. c) 6 ? 1023.
84 Mudanças de estado
CAPÍTULO
15 Volume molar
Os elementos e as substâncias que estão no estado vapor ou gasoso não possuem volume
Objetivos: próprio. É característica do gás ocupar todo o volume do recipiente que o contém. Esse volume
c Compreender o depende diretamente das condições de pressão e temperatura em que o gás se encontra.
conceito de volume P T’ . T
molar reconhecendo
que o valor do volume
depende das condições P’ . P T
de temperatura e
pressão.
c Aprender a relacionar
os valores de volume
molar, massa molar
e constante de
Avogadro para uma
substância sob
pressão e temperatura
constantes.
Observe que um aumento da pressão causa uma diminuição do volume ocupado pelo gás. Já
um aumento de temperatura tende a aumentar o volume ocupado pelo gás.
As únicas substâncias que O volume molar de um gás, em determinada condição de temperatura e pressão, é
possuem moléculas monoatô- o volume ocupado por 1 mol de moléculas do gás (ou de átomos, no caso de o gás ser
micas, isto é, formadas por um monoatômico).
único átomo do elemento, são
os gases nobres: hélio, neônio, O volume molar de um gás qualquer possui massa conhecida, isto é, a própria massa molar do
argônio, criptônio, xenônio e elemento ou da substância em questão. No entanto, para cada par de valores de pressão e tempe-
radônio. ratura estabelecidos existe um valor de volume molar e, para poder comparar quantidades de gases
diretamente por meio de seus volumes, convencionou-se utilizar determinados valores de pressão
e temperatura.
A IUPAC trabalha com o Sistema Internacional de Unidades, (SI); assim, define apenas as condi-
ções de pressão e temperatura padrões ou STP (Standard Temperature and Pressure).
A palavra “padrão” está relacionada Nas STP a pressão-padrão é de 100 000 Pa, o que equivale a 1 bar, e a temperatura-padrão é de FRENTE B
a uma grandeza usada para defi- 273,15 K. Nessas condições o volume ocupado por 1 mol de moléculas de qualquer gás é . 22,71 L.
nir uma unidade e é determinada Mas em Química também é muito comum trabalharmos nas chamadas condições normais de
pela IUPAC, por exemplo: pressão
temperatura e pressão, CNTP.
QUÍMICA
Mudanças de estado 85
O uso da terminologia normal e padrão
A utilização da sigla CNTP, significando Condições Normais de Temperatura e
Pressão, tem sido motivo de controvérsias em vestibulares e livros didáticos de Ensino
Médio do Brasil. Várias foram as razões que originaram tais controvérsias, cuja prin-
cipal raiz encontra-se no ano de 1982, quando a União Internacional da Química Pura
e Aplicada (IUPAC) recomendou um novo valor para a pressão-padrão, sendo este de
105 Pa (100 000 Pa 5 100 kPa 5 1 bar)(Cox, 1982). Posteriormente, em 1990, a
IUPAC apresentou as novas Condições Padrão de Temperatura e Pressão (CPTP), do
Inglês Standard Temperature and Pressure (STP), ao qual manteve o valor de 105 Pa, já
recomendado em 1982 para a pressão-padrão, e recomendou novamente o valor de
273,15 K para temperatura-padrão (IUPAC: STP, 1997). Antes dessas recomendações,
os valores das grandezas das CPTP eram de 1 atmosfera (1 atm 5 101 325 Pa) e
273,15 K (IUPAC: Standard Pressure, 1997), iguais aos valores das CNTP.
Sendo assim, não é surpresa que, até 1982, os termos “padrão” e “normal” fossem
tratados como sinônimos perfeitos, já que possuíam os mesmos valores e eram desig-
nados para se referirem às mesmas grandezas.
Entretanto, com o estabelecimento das novas condições, a IUPAC recomendou a
descontinuidade da pressão de 1 atm como pressão-padrão. A partir desse momento,
os termos normal e padrão começaram a ter valores e significados diferentes.
Atualmente, o IUPAC Compendium of Chemical Terminology, popularmente conhe-
cido como Gold Book (disponível para consulta na Internet), define o termo normal
como um valor a uma pressão de 101 325 Pa (Ex.: normal boiling point). No caso, para
o exemplo dado, o termo normal refere-se ao ponto de ebulição na antiga condição
padrão de pressão ou, mais corretamente, para a condição normal de pressão (IUPAC:
Normal, 1997). Tal terminologia é devidamente definida, mas não recomendada por
não pertencer ao Sistema Internacional de Unidades (SI).
A maioria dos livros didáticos brasileiros define as CNTP como 1 atm e 273,15 K [...]
Dessa forma, conforme exposto acima, a nova pressão-padrão foi inicialmente
recomendada para dados termodinâmicos, não devendo carregar nenhuma implicação
para a pressão-padrão utilizada em outros contextos, exemplificando com as consa-
gradas condições de atmosfera padrão, denominadas no Brasil de condições normais
de pressão. No entanto, em 1990, a IUPAC, para reforçar a recomendação para a nova
pressão-padrão, definiu também as Condições Padrão para Gases (IUPAC: Standard
Conditions for gases, 1997), na qual mantém a mesma temperatura-padrão e assume a
pressão de 105 Pa, igual às novas STP. Sendo assim, as novas condições-padrão passa-
ram a ser recomendadas em todos os “contextos”, seja termodinâmico ou na utilização
de cálculos envolvendo gases.
A fim de que a dicotomia apresentada seja extinta, evitando que problemas se-
melhantes venham a ocorrer no Brasil, faz-se necessário distinguir condições normais
de condições-padrão.
Sugere-se, então, que se passe a adotar, no Brasil, as duas terminologias de forma
adequada para cada contexto e que não sejam mais tratadas como sinônimos. Sendo
assim, as Condições Padrão de Temperatura e Pressão (CPTP) admitem os valores de
273,15 K para a temperatura-padrão e 100 000 Pa (1 bar) para a pressão-padrão; já
para as Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP), cabem os valores de
temperatura igual a 273,15 K e pressão de 101 325 Pa (1 atm). Sugere-se ainda, con-
forme já recomendado pelo Green Book da IUPAC (Mills et al., 1993), que o valor da
pressão seja sempre especificado, evitando-se assim novas confusões.
LOURENÇO, L. M.; PONTES, P. M. O uso da terminologia NORMAL e PADRÃO.
Química nova na escola. São Paulo: Sociedade brasileira de Química, n. 25, maio 2007. p. 8.
Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc25/ccd01.pdf>. Acesso em: 10 set. 2014.
86 Mudanças de estado
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 Qual a quantidade de matéria de gás nitrogênio, N2, que a 2 Qual o volume ocupado por uma massa de gás oxigênio
0 °C e 1 atm (CNTP), ocupa o volume de 112 L? (O2 5 32 g/mol) igual a 48 g nas CNTP?
RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:
Volume molar nas CNTP 5 22,4 L/mol 32 g de O2 22, 4 L
1 mol de gás N2 22, 4 L 48 g de O2 y
x 1 L
112
x 5 112 ? 1 ⇒ x 5 5 mol de N2 y5
48 ? 22, 4
⇒ y 5 333,6 L de O2
22, 4 32
PARA CONSTRUIR
FRENTE B
mente no Estado de São Paulo é o gás natural proveniente da Massa molarCH O 5 30 g/mol
2
Mudanças de estado 87
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 (UFBA) Com relação a cálculos químicos, pode-se afirmar: 1 (Mack-SP) O volume de ar, medido nas CNTP (na temperatu-
ra de 0 °C e pressão de 1 atm), necessário para a combustão
I. Se a água tem massa molecular igual a 18,0, então uma completa de 232,0 g de butano, é:
molécula de água tem massa igual a 18,0 g.
II. O número de moléculas existente em 224 L, medidos nas C 4H10 (g) + 13 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 5 H2O(v)
CNTP, do gás resultante da combustão completa da grafi- 2
ta é 60,2 ? 1023.
Massa molar (g/mol): C 5 12; O 5 16; H 5 1.
C(s) 1 O2(g) → CO2(g)
III. 9,0 ? 1022 átomos de argônio têm massa igual a 59,8 g Considerar a composição do ar (em volume) igual a 20% de
(Ar 5 40 u). oxigênio e 80% de nitrogênio.
IV. Em 60 kg de ureia, CO(NH2)2, fertilizante muito utilizado na a) 582,4 L d) 728,0 L
agricultura, a massa do elemento nitrogênio é de 28 kg. b) 2 912,0 L e) 448,0 L
V. Se 0,25 g de uma substância contém 4,5 ? 1020 moléculas, c) 130,0 L
sua massa molecular é aproximadamente 33,4.
2 (Furg-RS) Nos lixões, a decomposição anaeróbica da matéria
a) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
orgânica é comum e gera, entre outras coisas, o biogás, cons-
b) Apenas as afirmativas II e IV são corretas.
tituído principalmente por metano.
c) Apenas as afirmativas I, III e V são corretas.
Esse gás, acumulado sob o lixo, é excelente combustível. Em
d) Apenas as afirmativas II, III e IV são corretas.
condições ideais e nas CNTP, pode-se dizer que 1 kg de gás
e) Apenas as afirmativas I, III, IV e V são corretas.
metano, CH4, ocuparia um volume aproximado de:
a) 22,7 L. d) 1 120 L.
2 A tabela abaixo apresenta o volume ocupado nas CNTP (273,15 K b) 62,5 L. e) 1 400 L.
e 1 atm) por certa massa, em gramas, de algumas substâncias: c) 160 L.
Substância Molécula Massa/g Volume/L 3 O iso-octano, C8H18 (114 g/mol), é o principal componente da ga-
solina. No automóvel, sua combustão ocorre em fase gasosa.
Acetileno C2H2 39,0 33,6
a) Escreva a equação balanceada da reação de combustão
Metano CH4 8,0 11,2 completa do iso-octano.
b) Calcule o volume de ar, nas “condições ambientes” (25 L/mol),
Hélio He 12,0 67,2
necessário para a combustão completa de 228 g de iso-
Ozônio O3 6,0 2,8 -octano.
Considere a % volume : O2 5 20%; N2 5 80%.
Amônia NH3 59,5 78,4
4 Calcule o volume ocupado nas CNTP, por:
Com base nos dados fornecidos, assinale a afirmativa INCOR-
a) uma massa de SO2(g) igual a 128 g.
RETA:
b) uma massa de C4H10(g) igual a 29 g.
a) A massa molar do acetileno – utilizado como gás de maça-
rico oxiacetilênico, que atinge a temperatura de 3 000 °C e
5 Qual a quantidade de matéria de gás nitrogênio, N2, que a 0 °C
pode cortar chapas de aço – é igual a 26 g/mol.
e 1 atm (CNTP) ocupa o volume de 112 L? Volume molar nas
b) O metano, conhecido como gás dos pântanos, gás do lixo
CNTP 5 22,4 L/mol.
ou gás grisu, tem massa molar igual a 16,0 g/mol.
c) Uma massa igual a 8 g de gás hélio ocupa, nas CNTP, um
volume igual a 44,8 L.
6 Considere um sistema contendo 113,55 L de monóxido de
d) O volume de 2,8 L, nas CNTP, é ocupado por 0,125 mol de carbono, CO(g), nas STP (volume molar 5 22,71 L).
ozônio. a) Qual a quantidade de matéria de CO(g) existente nesse
e) O volume de 78,4 L de gás amônia corresponde a 3,0 mol volume?
dessa substância nas CNTP. b) Qual o número de moléculas de CO(g) nesse sistema?
88 Mudanças de estado
CAPÍTULO
16 Fórmula percentual
INMETRO/GOVERNO FEDERAL
do químico forense,
que utiliza seus
conhecimentos em
Química analítica para
desvendar fraudes e
crimes.
FRENTE B
Fig. 1 – Laboratório de Difração e Espectroscopia (Lades) do Inmetro utilizado para análise elementar.
Mudanças de estado 89
Após a separação é feita a análise elementar de cada componente. A análise elementar divide-
-se em qualitativa e quantitativa.
ALEXANDER RATHS/SHUTTERSTOCK
Fig. 2 – Inúmeros acidentes, até mesmo com
morte, ocorreram quando se desconhecia a
toxicidade de certas substâncias e o perigo
de cheirá-las ou de prová-las.
Os equipamentos utilizados atualmente
fazem a análise qualitativa e quantitativa das
substâncias sem a necessidade de expor o
químico a riscos desnecessários.
Assim, não tente fazer nenhum teste
com compostos químicos por sua
conta, pelo menos não até possuir uma
formação específica na área.
Atualmente esses testes padronizados estão em desuso nos grandes centros de pesquisa acadê-
mico e industrial. O mais comum nesses lugares é que a análise qualitativa seja feita em equipamentos
sofisticados de espectroscopia, por exemplo, o que permite resultados mais rápidos e confiáveis.
90 Mudanças de estado
A densidade da substância X foi medida nas CNTP (0 °C e 1 atm), e o resultado obtido foi
dX = 1,3436 g/cm3.
Sabendo que a densidade do gás hidrogênio nas mesmas condições de temperatura e pressão
é igual a 0,08987 g/cm3, a massa molecular da substância X pode ser encontrada pela relação:
dX
MX 5 2 ? ⇒ M X 5 2 ? 1,3436 ⇒ M X . 30 u
d gás hidrogênio 0,08987
Com base nesse dado e com os valores tabelados da massa atômica dos elementos: C = 12
e H = 1, é possível calcular a fórmula da substância conforme apresentado a seguir.
KPZFOTO/ALAMY/GLOW IMAGES
FÓRMULA PERCENTUAL
A fórmula percentual fornece a porcentagem (%) em massa de cada elemento na substância.
A fórmula percentual indica a massa de cada elemento químico que existe em 100 partes
de massa (100 g, 100 kg) da substância.
5 1 100 ? 1
5 ⇒ z ? 5 5 100 ? 1 ⇒ z 5 ⇒ z 5 20
100 z 5
Mudanças de estado 91
Química forense
A Química analítica, qualitativa e quantita-
92 Mudanças de estado
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Por meio da fotossíntese, os vegetais fabricam glicose, cujas 1,8 g de glicose 0,12 g de hidrogênio
moléculas se combinam para formar a celulose, que constitui
100 g de glicose y
a parede celular, e o amido, que é armazenado em diversos
órgãos vegetais. 100 ? 0,12 ⇒
y5 y . 66,6
6,67
,6 g de hidrogênio
A decomposição de 1,8 g de glicose produziu: 0,72 g de car- 1,8
bono, 0,12 g de hidrogênio e 0,96 g de oxigênio.
Determine a fórmula percentual da glicose.
1,8 g de glicose 0,96 g de oxigênio
RESOLUÇÃO:
100 g de glicose z
1,8 g de glicose 0,72 g de carbono
100 g de glicose x 100 ? 0,96 ⇒
z5 z . 553,
53,33
3, g de oxigênio
100 ? 0,72 1,8
x5 ⇒ x 5 440,
40,0
0, g de carbono
1,8
Fórmula percentual da glicose: C 40,0% H 6,67% O 53,33%
PARA CONSTRUIR
1 O acetileno é usado como gás de maçarico oxiacetilênico, 2 O benzeno é um líquido amarelado, inflamável, altamen-
cuja chama azul, que atinge 3 000 °C, pode cortar chapas de te tóxico e cancerígeno, mas que possui muitas aplicações,
aço. A decomposição de 1,3 g de acetileno produziu: 1,2 g de como fabricação de pesticidas, fluidos hidráulicos, borrachas,
carbono e 0,1 g de hidrogênio. corantes, detergentes e explosivos. A decomposição de 3,9 g
Determine a fórmula percentual do acetileno. de benzeno produziu 3,6 g de carbono e 0,3 g de hidrogênio.
Determine a fórmula percentual dessa substância.
1,3 g de acetileno 1,2 g de carbono
100 g de acetileno x 3,9 g de benzeno 3,6 g de carbono
100 ? 1,2 ⇒ 100 g de benzeno x
x5 x . 92,31 g de carbono
1,3
100 ? 3,6 ⇒
x5 x . 92,31 g de carbono
3,9
1,3 g de acetileno 0,1 g de hidrogênio
100 g de acetileno y
3,9 g de benzeno 0,3 g de hidrogênio
100 ? 0,1 100 g de benzeno y
y5 ⇒ y . 7,69 g de hidrogênio
1,3
100 ? 0,3 ⇒
Fórmula percentual: C 92,31% H 7,69% y5 y . 7,69 g de hidrogênio
3,9
Fórmula percentual: C 92,31% H 7,69%
FRENTE B
QUÍMICA
Mudanças de estado 93
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 O ácido oxálico (etanodioico) inibe a absorção de cálcio pelo 1 (UFF-RJ) O esmalte dos dentes contém um mineral chamado
organismo e é encontrado no chocolate. hidroxiapatita – Ca5(PO4)3OH. Os ácidos presentes na boca ao
Desse modo, a criança que toma somente achocolatados reagirem com a hidroxiapatita, provocam o desgaste do es-
não aproveita o cálcio que o leite oferece e, em longo prazo, malte, originando as cáries. Atualmente, com o objetivo de
pode apresentar deficiência desse mineral. prevenção contra as cáries, os dentifrícios apresentam em
Sabendo-se que a decomposição de 9,0 g de ácido oxálico suas fórmulas o fluoreto de cálcio. Este é capaz de reagir com
produziu: 0,2 g de hidrogênio, 2,4 g de carbono e 6,4 g de a hidroxiapatita, produzindo a fluorapatita – Ca5(PO4)3F – uma
oxigênio, determine sua fórmula percentual. substância que adere ao esmalte, dando mais resistência aos
ácidos produzidos, quando as bactérias presentes na boca
2 O éster butanoato de etila é um aromatizante utilizado na metabolizam os restos de alimentos. Com base nas fórmulas
indústria alimentícia como essência artificial de morango. mínimas das suas substâncias, pode-se afirmar que o percen-
Calcule a fórmula percentual do butanoato de etila sabendo tual de fósforo nos compostos é, aproximadamente:
que a decomposição de 5,8 g desse composto fornece 3,6 g a) 0,18%. d) 18,50%.
de carbono, 0,6 g de hidrogênio e 1,6 g de oxigênio. b) 0,60%. e) 74,0%.
3 (UFC-CE) Uma amostra pesando 5,0 g de uma liga especial c) 6,00%.
usada na fuselagem de aviões, contendo alumínio, magnésio 2 (UFSM-RS) A fórmula percentual indica a massa de cada ele-
e cobre, foi tratada com álcali para dissolver o alumínio e re- mento químico que existe em 100 partes de massa da subs-
duziu seu peso para 2,0 g. tância. Considerando a sacarose, C12H22O11, açúcar extraído da
Esse resíduo de 2,0 g, quando tratado com ácido clorídrico, cana-de-açúcar e da beterraba, é correto afirmar que a com-
para dissolver o magnésio, reduziu-se para 0,5 g de cobre. posição percentual de carbono, de hidrogênio e de oxigênio
Determine a composição centesimal dessa liga especial. nessa molécula é, respectivamente:
4 (UFC-CE) A escassez mundial de água potável é uma dura a) (40,11; 7,43 e 52,46)%. d) (42,11; 6,43 e 51,46)%.
realidade em alguns países ricos, que já reciclam quimica- b) (43,11; 5,43 e 51,46)%. e) (43,11; 4,43 e 52,46)%.
mente a água utilizada. c) (41,11; 8,43 e 50,46)%.
Tal procedimento tem causado surpresas nas populações 3 (USJT-SP) Uma jovem ganhou de seu noivo uma aliança de
humanas, resultando dificuldades na aceitação de consumo. ouro 18 quilates, pesando 2,00 g, no Dia dos namorados. Sa-
Contudo, a quase totalidade da água disponível no planeta bendo-se que o ouro de 18 quilates contém 75% (em massa)
Terra tem sido naturalmente reciclada desde a formação do de ouro e que o cobre e a prata completam os 100% restan-
planeta, há bilhões de anos. tes, qual é a massa em g de ouro na aliança?
Você não deve se espantar caso o seu próximo copo de água
a) 0,66 c) 1,00 e) 1,80
contenha algumas moléculas que já foram ingeridas por
b) 0,15 d) 1,50
Dom Pedro I ou mesmo por Aristóteles.
Assinale a alternativa correta. 4 (Uece) Uma amostra de creme dental contém fluoreto esta-
Dadas as massas molares em g/mol: H = 1,00; O = 16,00. noso, SnF2, como aditivo. A análise de uma amostra de 78,5 g
a) O processo de reciclagem natural da água (chuvas) é re- (tubo de pasta) mostrou a existência de 0,076 g de flúor.
presentativo exclusivamente de um fenômeno químico. A porcentagem de SnF2 nessa amostra é de:
b) A água é uma substância química de difícil purificação, a) 0,1%. c) 0,4%.
pois entra em ebulição a 0 °C, a 1 atm de pressão. b) 0,2%. d) 0,5%.
c) A água proveniente das chuvas e de processos artificiais
de purificação é sempre considerada uma mistura hetero- 5 (Fatec-SP) O pigmento branco mais utilizado em tintas e em
gênea de hidrogênio e oxigênio. esmaltes é o dióxido de titânio, TiO2. A porcentagem em mas-
d) A água é considerada um líquido não volátil, pois, a 25 °C, sa de titânio nesse pigmento é de:
não experimenta o processo de evaporação. a) 20%. d) 80%.
e) A água pura é constituída, quanto à massa, de 11,11% de b) 40%. e) 100%.
hidrogênio e 88,89% de oxigênio. c) 60%.
94 Mudanças de estado
CAPÍTULO
17 Fórmula mínima
Objetivos:
FÓRMULA MÍNIMA: CONCEITO E APLICAÇÕES
c Compreender o A fórmula mínima fornece a proporção mínima em que os elementos químicos se combinam
conceito de fórmula para formar a substância.
mínima.
c Aprender os cálculos A fórmula mínima indica a proporção mínima, em números inteiros, dos átomos de cada
necessários para elemento em uma molécula da substância.
determinar a fórmula
mínima de uma
substância com base A proporção dos átomos na fórmula mínima pode ser calculada transformando-se a proporção
nos dados fornecidos conhecida em massa para uma proporção em quantidade de matéria (número de mols). Considere
da análise elementar. os dados em massa conhecidos para a substância X da qual tratamos no capítulo anterior:
1. Dados experimentais: 4 g de C e 1 g de H a cada 5 g de X.
2. Fórmula percentual: 80 g de C e 20 g de H a cada 100 g de X.
Carbono
Pelos dados experimentais:
12 g de carbono equivalem a 1 mol de átomos de carbono
4 g de carbono equivalem a y
4 g ? 1mol
y5 ⇒ y 5 0,3333 mol
12 g
Pela fórmula percentual:
12 g de carbono equivalem a 1 mol de átomos de carbono
80 g de carbono equivalem a z
80 g ? 1mol
z5 ⇒ z 5 6,6666 mol
12 g
Hidrogênio
Pelos dados experimentais:
1 g de hidrogênio equivale a 1 mol de átomos de hidrogênio
1 g de hidrogênio equivale a a
1 g ? 1mol
a5 ⇒ a 5 1mol
1g
Pela fórmula percentual: FRENTE B
1 g de hidrogênio equivale a 1 mol de átomos de hidrogênio
20 g de hidrogênio equivalem a b
QUÍMICA
20 g ? 1mol
b5 ⇒ a 5 20 mol
1g
Como os números obtidos não são inteiros, usamos um artifício matemático: quando dividi-
mos ou multiplicamos uma série de números por um mesmo valor, a proporção entre eles não
é alterada.
Mudanças de estado 95
Uma vez que estamos buscando os menores valores inteiros possíveis, vamos tentar dividir os
números encontrados pelo menor deles.
Dados experimentais Fórmula percentual
Carbono: Carbono:
0,3333 5 1mol 6,6666 5 1mol
0,3333 6,6666
Hidrogênio: Hidrogênio
0,1 5 3 mol 20 5 3 mol
0,3333 6,6666
96 Mudanças de estado
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Sabendo-se que a fórmula percentual da glicose é dada por: Dividindo todos os valores encontrados pelo menor deles,
C 40,0% H 6,67% O 53,33%, para transformar essa proporção em números inteiros e pe-
forneça a fórmula mínima dessa substância. quenos, teremos:
RESOLUÇÃO: 3,33
carbono 5 51
3,33
Dividindo todos os valores pela respectiva massa atômica do
elemento, teremos: 6,67
40 . 3,33 hidrogênio 5 .2
carbono 5 3,33
12
6,67 3,33
hidrogênio 5 5 6,67 oxigênio 5 .1
1 3,33
53,33
oxigênio 5 . 3,33 Fórmula mínima: C1H2O1 ou CH2O
16
PARA CONSTRUIR
1 (UFRN) Na Antártida, certo cientista brasileiro estuda a ação 2 (Vunesp) Ferritas são compostos com propriedades mag-
dos gases do tipo clorofluorcarbono (CFC) sobre a camada néticas utilizados em componentes eletrônicos. A análise
de ozônio. Usando um balão-sonda, coletou uma amostra química de uma ferrita forneceu os resultados: Mg 5 12%;
de ar estratosférico, da qual isolou um desses gases. Na aná- Fe 5 56%; O 5 32% (massas atômicas: Mg 5 24; Fe 5 56;
lise de composição da substância isolada, detectou 31,4% de O 5 16). Determinar a fórmula mínima da ferrita.
flúor (F) e 58,7% de cloro (Cl). A partir desses dados, concluiu
que a fórmula mínima do composto é: b Cálculo da fórmula mínima da ferrita:
Mg 12% Fe 56% O 32%
a) CF2Cl. 12
magnésio 5 ⇒ magnésio 5 0,5
b) CF2Cl2. 24
c) CFCl2. ferro 5
56
⇒ ferro 5 1
d) CFCl. 56
% de carbono: 100% 2 (31,4% 1 58,7%) 5 9,9% 32
oxigênio 5 ⇒ oxigênio 5 2
Fórmula percentual: C 9,9% F 31,4% Cl 58,7% 16
9,9 Multiplicando todos os valores por 2 para obter os menores
carbono 5 5 0,825 números inteiros, teremos:
12
Fórmula mínima: MgFe2O4.
31,4
flúor 5 . 1,653
19
58,7
cloro 5 . 1,653
35,5
Dividimos todos os valores encontrados pelo menor deles, para
transformar essa proporção em números inteiros e pequenos:
0,825
carbono 5 51
0,825
1,653
.2
FRENTE B
flúor 5
0,825
1,653
cloro 5 .2
0,825
Fórmula mínima: CF2Cl2.
QUÍMICA
Mudanças de estado 97
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 Sabendo-se que a fórmula percentual do acetileno é dada 1 Determine a fórmula mínima de um composto que apresenta
por: C 92,31% H 7,69%, forneça a fórmula mínima dessa a seguinte fórmula percentual: C 40,0% H 6,7% O 53,5%.
substância. a) C2HO.
b) CH4O.
2 Sabendo-se que a fórmula percentual do benzeno é dada c) CH2O.
por: C 92,31% H 7,69%, forneça a fórmula mínima dessa d) CHO2.
substância. e) C4HO.
3 Sabendo-se que a fórmula percentual do ácido oxálico é 2 Uma substância orgânica possui a seguinte composição per-
dada por: C 26,67% H 2,22% O 71,11%, forneça a fórmula mí- centual em massa:
nima dessa substância.
40,00%
4 (Fatec-SP) O superóxido de potássio, um sólido amarelo, al- C
tamente explosivo, resulta da interação do potássio com o 53,33% O
oxigênio.
H
Se 3,91 g do metal potássio interagem com oxigênio forman-
do 7,11 g do superóxido de potássio, pode-se concluir que a
fórmula empírica desse composto é: 6,67%
a) K2O. d) K2O3. Indique sua fórmula mínima.
b) KO2. e) KO3.
c) K2O2. 3 A análise elementar de um composto mostrou a seguinte
porcentagem de elementos: C 81,8% H 18,2%. A fórmula mí-
5 (Vunesp) O ferro é um elemento químico usado na confec- nima ou empírica desse composto é:
ção de utensílios há séculos. Um dos problemas para sua a) C3H8.
utilização é a tendência à oxidação. Dentre os produtos de b) C2H8.
oxidação possíveis, dois óxidos – óxido 1 e óxido 2 – apresen- c) C3H5.
tam, respectivamente, 70,0% e 77,8% em ferro. As fórmulas d) C8H5.
mínimas para os óxidos 1 e 2 são, respectivamente: e) C5H6.
a) Fe2O3 e FeO.
b) Fe2O3 e Fe3O4. 4 Uma amostra de material recolhido de um pântano foi sub-
c) Fe3O4 e Fe2O3. metida a uma análise quantitativa.
d) Fe3O4 e FeO. O químico que trabalhou na amostra concluiu que ela era
e) FeO e Fe2O3. composta de 25% em massa de hidrogênio e 75% em massa
de carbono.
6 (Vunesp) No início do século passado, foram desenvolvidas Sua fórmula mínima é:
diversas armas químicas, dentre as quais o gás fosgênio. Sa- a) C2H8.
be-se que 9,9 g deste gás ocupam 2,24 L, nas condições nor- b) CH.
mais de temperatura e pressão, e que é constituído apenas c) CH3.
por átomos de carbono, oxigênio e cloro. A fórmula mínima d) CH4.
correta para esse gás é: e) C4H3.
a) C2OCl2.
b) C2OCl. 5 A fórmula empírica de um composto que apresenta 28,12%
c) CO3Cl2. de alumínio, 21,87% de silício e 50,00% de oxigênio é:
d) COCl2. a) Al3(SiO4)3. c) Al4(SiO4)3.
e) CO2Cl2. b) Al2(SiO2)3. d) Al4(SiO4)4.
98 Mudanças de estado
CAPÍTULO
18 Fórmula molecular
Objetivos: A fórmula molecular fornece o número exato de átomos de cada elemento químico que se
combinam para formar uma molécula. Esse número é calculado com base na massa molecular da
c Compreender o conceito
substância.
de fórmula molecular.
c Aprender os cálculos A fórmula molecular indica o número de átomos de cada elemento em uma molécula
necessários para da substância.
determinar a fórmula
molecular de uma Para encontrar a fórmula molecular, utilizamos o seguinte raciocínio, considerando ainda, como
substância. exemplo, a substância X mencionada nos capítulos 16 e 17:
Pela fórmula mínima, sabemos que há 1 átomo de carbono (massa atômica 12) para cada 3 átomos
de hidrogênio (massa atômica 1).
A massa dessa fórmula mínima será: 1 ? 12 1 3 ? 1 5 15
Em seguida, calculamos quantas vezes a massa da fórmula mínima “cabe” na massa molecular da
substância:
massa molecular 5 30 5 2
massa da fórmula mínima 15
Isso significa que a proporção de átomos na fórmula molecular é 2 vezes a indicada pela fórmula
mínima: 2 ? CH3 5 C2H6.
A fórmula molecular da substância X é C2H6.
De posse da fórmula molecular e das propriedades determinadas experimentalmente, o quí-
mico já pode afirmar com certeza que a substância X contida na amostra é o gás etano, cuja fórmula
molecular é, de fato, C2H6.
O etano possui:
densidade 5 1,3436 g/cm3 nas CNTP;
ponto de fusão 5 2172 °C e ponto de ebulição 5 288,6 °C;
solubilidade 5 4,7 cm3 em 100 cm3 de água a 20 °C.
06PHOTO/SHUTTERSTOCK
FRENTE B
QUÍMICA
Mudanças de estado 99
EXERCÍCIO RESOLVIDO
(Fuvest-SP) Determine a fórmula molecular de um óxido de fósforo que apresenta 43,6% de fósforo e 56,4% de oxigênio (porcen-
tagem em massa) e massa molecular 284 (massas atômicas: P 5 31; O 5 16).
RESOLUÇÃO:
Fórmula percentual: P 5 43,6%; O 5 56,4%
Dividindo todos os valores pela respectiva massa atômica do elemento, teremos:
43,6
fósforo: . 1,41
31
56,4
oxigênio: 5 3,525
16
Dividindo os valores encontrados por 1,41, teremos:
1,41
fósforo: 51
1,41
3,525
oxigênio: 5 2,5
1,
1,41
Para obter valores inteiros, podemos multiplicar os valores encontrados por 2:
Fórmula mínima: P2O5
Massa da fórmula mínima: 2 ? 31 1 5 ? 16 5 142 g/mol
142 ? n 5 284 ⇒ n 5 284 ⇒ n 5 2
142
Fórmula molecular: P4O10
PARA CONSTRUIR
(UFPEL-RS)
A nicotina, uma das substâncias presentes nos cigarros, é considerada uma droga psicoativa, responsável pela depen-
dência do fumante. Além de estimular o sistema nervoso central, a nicotina altera o ritmo cardíaco e a pressão sanguínea,
sendo, por isso, o tabagismo incluído no Código Internacional de Doenças (CID-10). Na fumaça de um cigarro, podem
existir até 6 mg de nicotina, e através de pesquisas descobriu-se que cada miligrama desta substância contém aproximada-
mente 74,1% de C; 8,6% de H e 17,2% de N.
Disponível em:
<www.tabagismoumadoenca.hpg.ig.com.br/fumaca_cigarro.htm>. Adaptado.
Dado: NA 5 6,02 ? 1023.
Com base no texto e em seus conhecimentos,
a) sabendo que a massa molar da nicotina é 162 g/mol, represente sua fórmula molecular.
b) calcule a massa, em gramas, de 1 molécula de nicotina.
Fórmula percentual: C 5 74,1%; H 5 8,6%; N 5 17,2% 1,229
74,1 nitrogênio 5 51
carbono 5 5 6,175 1,229
12
Fórmula mínima: C5H7N
8,6
hidrogênio 5 5 8,6 a) Massa da fórmula mínima 5 5 ? 12 1 7 ? 1 1 1 ? 14 5 81 g/mol
1
17,2 81 ? n 5 162 ⇒ n 5 162 ⇒ n 5 2
nitrogênio 5 . 1,229 81
14
Fórmula molecular: C10H14N2
Dividindo todos os valores encontrados pelo menor deles, para transfor-
mar essa proporção em números inteiros e pequenos, teremos: b) 6,02 ? 1023 moléculas de nicotina -------------------- 162 g
6,175 1 molécula de nicotina -------------------- x
carbono 5 .5
1,229 x 5 1 ? 162 23 ⇒ x . 2,69 ? 10222 g
6,02 ? 10
8,6
hidrogênio 5 .7
1,229
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 Encontre a fórmula molecular das substâncias descritas nos 1 (Ufal/PSS) O cacodilo, que tem um odor forte de alho e é usado
itens abaixo a partir das informações fornecidas. na manufatura de ácido cacodílico, um herbicida para a cul-
a) Glicose: fórmula mínima CH2O e massa molar 180 g/mol. tura do algodão, tem a seguinte composição percentual em
b) Acetileno: fórmula mínima CH e massa molar 26 g/mol. massa: 22,88% de C, 5,76% de H e 71,36% de As e massa molar
c) Benzeno: fórmula mínima CH e massa molar 78 g/mol. 209,96 g ? mol21. Qual é a fórmula molecular do cacodilo?
d) Ácido oxálico: fórmula mínima CHO2 e massa molar 90 g/mol. a) C4H12As2 c) C8H39As e) C10H15As
2 O hipossulfito de sódio (174 g/mol) é formado de 26,44% de b) C3H24As2 d) C9H27As
sódio, X% de enxofre e 36,78% de oxigênio. Indique suas fór- 2 (Fesp-PE) A pirita de ferro, conhecida como “ouro dos trou-
mulas mínima e molecular (Na 5 23; O 5 16; S 5 32). xas”, tem a seguinte composição centesimal: 46,67% de ferro
(56 g/mol) e 53,33% de enxofre (32 g/mol). Sabe-se também
3 (USJT-SP) Um dos constituintes do calcário, da casca de ovo,
que 0,01 mol de pirita tem massa correspondente a 1,20 g.
da pérola, da concha do mar, usado como matéria-prima na
A fórmula da pirita é:
produção do cimento, tem a seguinte composição percen-
tual: 40,1% de cálcio, 12,0% de carbono e 48,0% de oxigênio a) FeS2. c) Fe2S. e) Fe3S.
(massas atômicas: C 5 12 u; O 5 16 u; Ca 5 40 u). b) FS. d) F2S3.
Sabendo que a sua massa molar é 100,1 g/mol, podemos afir- 3 (Fesp-SP) A massa de 6,02 ? 1020 moléculas de aspirina é igual
mar que a sua fórmula molecular é: a 0,18 g. Sua composição centesimal é: 60,0% de carbono
a) CaC3O2. (12 g/mol), 4,44% de hidrogênio (1 g/mol) e 35,56% de oxi-
b) CaC2O4. gênio (16 g/mol). A fórmula molecular da aspirina é:
c) CaCO2.
a) C6H12O6. c) C2H6O1. e) C6H5O1.
d) CaCO3.
b) C9H8O4. d) C8H4O5.
e) CaC2O6.
4 (PUCC-SP) Em 0,5 mol de quinina, substância utilizada no tra- 4 (PUCC-SP) A combustão realizada em altas temperaturas é um
tamento da malária, há 120 g de carbono, 12 g de hidrogê- dos fatores da poluição do ar pelos óxidos de nitrogênio, cau-
nio, 1,0 mol de átomos de nitrogênio e 1,0 mol de átomos de sadores de afecções respiratórias. A análise de 0,5 mol de um
oxigênio. Pode-se concluir que a fórmula molecular da quini- desses óxidos apresentou 7,0 g de nitrogênio e 16 g de oxigê-
na (massa molar 5 324 g/mol) é: nio. Qual a sua fórmula molecular?
a) C20H12N2O2. a) N2O5 c) N2O e) NO
b) C20H24N2O2. b) N2O3 d) NO2
c) C10H12NO.
5 (UFPA) A limolina é uma substância de massa molecular 470 u.
d) C10H6N2O2.
Ela está presente em alguns frutos cítricos e é também respon-
e) C3H6NO.
sável pelo sabor amargo desses frutos. Sabendo-se que a sua
5 (Ufal) O coala, um dos animais que se encontra em extinção, fórmula centesimal é C (66,38%), H (6,38%), O (27,23%), sua fór-
alimenta-se exclusivamente de folhas de eucalipto. Seu siste- mula molecular é:
ma digestório inativa o óleo de eucalipto, que e tóxico para a) C30H46O4. c) C26H30O8. e) C20H38O12.
outros animais. O principal constituinte do óleo de eucalipto b) C28H54O5. d) C23H50O9.
FRENTE B
é o eucaliptol, que contém 77,87% de carbono, 11,76% de
hidrogênio e o restante de oxigênio. Se a massa molar do eu- 6 (Vunesp) Lindano, usado como inseticida, tem composi-
caliptol é 154 g/mol, sua fórmula molecular será: ção percentual em massa de 24,78% de carbono, 2,08% de
a) C11H16O hidrogênio e 73,1% de cloro, e sua massa molar é igual a
290,85 g ? mol21. A fórmula molecular do lindano é:
QUÍMICA
b) C10H18O
c) C9H21O a) C4H5Cl2. d) C6H6Cl2.
d) C8H15O2 b) C5H7Cl6. e) C6H6Cl6.
e) C7H14O2 c) C6H5Cl6.
ANOTAÇÕES
1 (Enem) Um dos problemas dos combustíveis que contém car- Álcool Densidade a 25 °C (g/mL) Calor de combustão (kJ/mol)
bono é que sua queima produz dióxido de carbono. Portanto,
Metanol (CH3OH) 0,79 2726,0
uma característica importante, ao se escolher um combustível,
é analisar seu calor de combustão (ΔH°c ), definido como a ener- Etanol (CH3CH2OH) 0,79 21 367,0
gia liberada na queima completa de um mol de combustível BAIRD, C. Química Ambiental. São Paulo: Artmed, 1995. Adaptado.
no estado padrão. O quadro seguinte relaciona algumas subs- Dados: Massas molares em g/mol: H 5 1,0; C 5 12,0; O 5 16,0.
tancias que contém carbono e seu ΔH°c. Considere que, em pequenos volumes, o custo de produção
Substância Fórmula ΔH°c / kJ∙mol21 de ambos os álcoois seja o mesmo. Dessa forma, do ponto de
vista econômico, é mais vantajoso utilizar: d
Benzeno C6H6(l) 23 268
a) metanol, pois sua combustão completa fornece aproximada-
Etanol C2H5OH(l) 21 368 mente 22,7 kJ de energia por litro de combustível queimado.
Glicose C6H12O6(s) 22 808 b) etanol, pois sua combustão completa fornece aproximada-
Metano CH4(g) 2890 mente 29,7 kJ de energia por litro de combustível queimado.
c) metanol, pois sua combustão completa fornece aproximada-
Isoctano C8H18(l) 25 471
mente 17,9 MJ de energia por litro de combustível queimado.
ATKINS, P. Princípios de Química. Bookman, 2007. Adaptado.
d) etanol, pois sua combustão completa fornece aproximadamen-
Neste contexto, qual dos combustíveis, quando queimado te 23,5 MJ de energia por litro de combustível queimado.
completamente, libera mais dióxido de carbono no ambiente e) etanol, pois sua combustão completa fornece aproximadamen-
pela mesma quantidade de energia produzida? c te 33,7 MJ de energia por litro de combustível queimado.
a) Benzeno. c) Glicose. e) Etanol.
b) Metano. d) Octano. 4 (Enem) Nas últimas décadas, o efeito estufa tem-se intensificado
de maneira preocupante, sendo esse efeito muitas vezes atribuí-
2 (Enem) do à intensa liberação de CO2 durante a queima de combustíveis
O brasileiro consome em média 500 miligramas de cálcio fósseis para geração de energia. O quadro traz as entalpias-padrão
por dia, quando a quantidade recomendada é o dobro. Uma de combustão a 25 °C (ΔH°25 ) do metano, do butano e do octano.
alimentação balanceada é a melhor decisão para evitar problemas
no futuro, como a osteoporose, uma doença que atinge os ossos. Fórmula Massa molar ΔH °25
Composto
Ela se caracteriza pela diminuição substancial de massa óssea, molecular (g/mol) (kJ/mol)
tornando os ossos frágeis e mais suscetíveis a fraturas. Metano CH4 16 2890
Disponível em: <www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 1 ago. 2012. Adaptado. Butano C4H10 58 22 878
Considerando-se o valor de 6 ? 1023 mol21 para a constante de Octano C8H18 114 25 471
Avogadro e a massa molar do cálcio igual a 40 g/mol, qual a
quantidade mínima diária de átomos de cálcio a ser ingerida À medida que aumenta a consciência sobre os impactos am-
para que uma pessoa supra suas necessidades? b bientais relacionados ao uso da energia, cresce a importância
a) 7,5 ? 1021 c) 7,5 ? 1023 e) 4,8 ? 1025 de se criar políticas de incentivo ao uso de combustíveis mais
b) 1,5 ? 1022
d) 1,5 ? 1025 eficientes. Nesse sentido, considerando-se que o metano, o
butano e o octano sejam representativos do gás natural, do
3 (Enem) No que tange à tecnologia de combustíveis alternati- gás liquefeito de petróleo (GLP) e da gasolina, respectivamen-
vos, muitos especialistas em energia acreditam que os álcoois te, então, a partir dos dados fornecidos, é possível concluir que,
vão crescer em importância em um futuro próximo. Realmente, do ponto de vista da quantidade de calor obtido por mol de
álcoois como metanol e etanol têm encontrado alguns nichos CO2 gerado, a ordem crescente desses três combustíveis é a
para uso doméstico como combustíveis há muitas décadas e, a) gasolina, GLP e gás natural.
recentemente, vêm obtendo uma aceitação cada vez maior b) gás natural, gasolina e GLP.
como aditivos, ou mesmo como substitutos para gasolina em c) gasolina, gás natural e GLP.
veículos. Algumas das propriedades físicas desses combustí- d) gás natural, GLP e gasolina.
veis são mostradas no quadro seguinte. e) GLP, gás natural e gasolina.
103
QUADRO DE IDEIAS
Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
A linguagem da Química Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Símbolos Fórmulas Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
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16-08187 CDD-373.19
Impressão e acabamento
2137676 (AL)
MÓDULO
das unidades fisiológicas porque são capazes de execu-
tar funções vitais básicas, como absorção de nutrientes,
respiração celular, eliminação de resíduos e reprodução.
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CAPÍTULO
Objetivos: A estrutura e o funcionamento dos seres vivos têm como elemento básico a célula. Uma célula
viva é capaz de absorver do meio em que vive as substâncias de que necessita, extrair dos alimentos
c Compreender o
a energia que garante seu funcionamento normal, eliminar resíduos e reproduzir-se. Em alguns seres,
conhecimento científico
como bactérias e protozoários, uma única célula constitui o próprio organismo: são os seres unice-
como resultado do
lulares. Em outros, como um ser humano ou uma árvore, bilhões de células se associam formando
trabalho de gerações
de seres humanos em
o organismo: são os seres multicelulares. Veja alguns exemplos a seguir.
busca da compreensão
do mundo.
PAVEL GANCHEV/PAF/SHUTTERSTOCK
CE
PH
OT
O
LIB
RA
RY/L
ATIN
BETTMANN/CORBI
ST OCK
S/LA
TIN
ST
OC
K
PHOTORESEARCHERS/LATINSTOCK
Em 1833, o botânico escocês Robert Brown (1773-1858) verificou que as células eram por-
tadoras de um corpúsculo geralmente arredondado, que denominou núcleo. Hoje sabemos que
essa estrutura abriga o material genético celular, estando presente em quase todos os tipos de
células vivas.
Em 1839, após longas pesquisas com microscópios mais aperfeiçoados, os biólogos alemães
Matthias Schleiden (1804-1881) e Theodor Schwann (1810-1882) verificaram a presença de células
em todos os tecidos vegetais e animais que analisaram. Formou-se, então, a ideia de que todos os
seres vivos são constituídos por células.
Em 1858, o também alemão Rudolf Virchow (1821-1902) sugeriu que toda célula se origina
de outra preexistente. Na mesma época, pesquisadores descobriam que, além do núcleo, as células
FRENTE A
são portadoras de várias organelas ou organoides, estruturas capazes de executar diferentes funções
no interior dessas unidades biológicas. Assim, estabeleceu-se a teoria celular, que compreende os
seguintes princípios sobre as células:
são as unidades morfofisiológicas dos seres vivos, uma vez que estes são formados por pelo menos
BIOLOGIA
uma dessas unidades (os vírus constituem uma exceção, já que não possuem organização celular);
representam a menor porção de matéria viva capaz de executar as diversas funções vitais, respon-
sáveis pela manutenção de vida em um organismo;
originam-se de outras preexistentes e representam, portanto, a unidade responsável pela heredi-
tariedade; assim, são as células que garantem a continuidade de uma espécie.
Fig. 8 – Espermatozoides humanos vistos ao Fig. 9 – Espermatozoide humano visto ao Fig. 10 – Espermatozoides visto ao microscópio
microscópio óptico. microscópio eletrônico de transmissão. eletrônico de varredura.
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Medidas usadas em microscopia:
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1 µm (um micrometro) = 0,001 mm (um milésimo de milimetro)
Acesse o portal e explore o conteú- 1 nm (um nanometro) = 0,000001 mm (um milionésimo de milimetro)
do A história do microscópio. 1 Å (um angstrom) = 0,0000001 mm (um décimo milionésimo de milimetro)
MASPI/ARQUIVO DA EDITORA
Citosol – Também conhecido como hialoplasma,
é um líquido gelatinoso cujo componente químico mais
abundante é a água. Como as reações biológicas, que
mantêm a vida em uma célula, ocorrem em meio aquoso,
compreende-se a importância do citosol nas células vivas. FRENTE A
Ribossomos – São organelas não membranosas
responsáveis pela síntese de uma das mais importantes
moléculas orgânicas para o mundo vivo: as proteínas.
BIOLOGIA
Material genético
123
Mitocôndria Membrana nuclear
Poro da membrana nuclear Núcleo
Nucléolo
Centríolo
Complexo
golgiense
Lisossomo
Citosol
MASPI/ARQUIVO
DA EDITORA
Ribossomos
Membrana plasmática
Retículo endoplasmático
Fig. 12 – Esquema de uma célula animal, com base em sua visualização por microscópio eletrônico.
Célula vegetal
As células vegetais apresentam basicamente os mesmos componentes presentes nas células
animais; no entanto, algumas diferenças podem ser observadas. Veja a figura 13.
Mitocôndria
Cloroplasto
Citosol Vacúolo
Complexo
golgiense
MASPI/ARQUIVO
DA EDITORA
Parede
celular
Retículo
endoplasmático
Membrana
plasmática
123
Nucléolo
FRENTE A
Poro da membrana nuclear
Núcleo
Material genético
Membrana nuclear
BIOLOGIA
Ribossomos
Fig. 13 – Esquema de uma célula vegetal com base em sua visualização ao microscópio eletrônico.
Macronúcleo
Célula vegetal
Vacúolo
de suco Célula adiposa
celular
Vacúolo
Núcleo
que
armazena
gorduras
Núcleo
Fig. 14 – Os vacúolos podem ser encontrados em vários tipos de células. No paramécio, um tipo de protozoário, existem vacúolos contráteis
ou pulsáteis, com função de regulação osmótica. Os vacúolos de suco celular são verificados em células vegetais. Já no corpo humano, sob
a pele, existem células adiposas portadoras de um grande vacúolo que armazena gordura.
1 Apesar da notável diversidade de seres vivos nos vários am- a) A célula é procariótica ou eucariótica? Justifique.
bientes naturais da Terra, eles podem ser considerados muito A célula é procariótica, uma vez que é destituída de núcleo delimi-
semelhantes em vários aspectos. Comente sobre isso, consi- tado por membrana e de organelas citoplasmáticas membranosas.
derando a teoria celular.
A teoria celular afirma que todos os seres vivos são formados por
unidades denominadas células. Essa teoria não se aplica aos vírus,
seres que não possuem organização celular.
4 (Fuvest-SP) Responda:
a) Quais as diferenças entre células procariotas e eucariotas
quanto ao núcleo e ao citoplasma?
As células procariotas não têm membrana nuclear nem organelas
citoplasmáticas membranosas, ao contrário das células eucariotas.
2 Considere os seguintes componentes celulares:
a) membrana plasmática; b) citosol; c) membrana nuclear;
d) material genético; e) ribossomos; f ) retículo endoplas-
mático; g) mitocôndrias; h) cloroplastos.
Quais desses componentes não são observados em célu-
las de bactérias?
Os componentes c, f, g e h, já que as células de bactérias são
b) Em quais grupos de organismos são encontradas células
células procarióticas e destituídas de membrana nuclear e
procariotas?
organelas citoplasmáticas membranosas.
Bactérias e arqueas.
FRENTE A
BIOLOGIA
2 3 1 4
suco celular.
a fotossíntese.
Os heterótrofos em geral englobam ou ingerem o alimento que será digerido no interior das
células ou de cavidades digestórias – é o caso dos protozoários, como a ameba, e dos animais
em geral. Outros heterótrofos, como os fungos, simplesmente absorvem nutrientes disponíveis
no ambiente.
Os fungos têm digestão extracorpórea: liberam no meio externo sucos que digerem o ma-
terial orgânico aí existente – o produto da digestão é então absorvido pelo organismo. Além de
nutrientes resultantes da digestão extracorpórea, os fungos podem absorver moléculas menores
que já se encontravam no ambiente.
A absorção de nutrientes como forma de nutrição e outras particularidades do grupo
levaram Whittaker a reunir todos os fungos conhecidos em um mesmo reino: o reino Fungi.
Na década de 1980, as biólogas estadunidenses Lynn Margulis (1938-) e Karlene Schwartz (1936-)
sugeriram um sistema de classificação também de cinco reinos, mas com algumas diferenças em
relação ao sistema proposto por Whittaker, em 1969. Segundo elas, os seres vivos são divididos nos
reinos descritos a seguir.
Reino Monera – Compreende todos os seres unicelulares e procariontes (bactérias e
arqueas).
Reino Protoctista – Abrange basicamente os protozoários e todas as algas, sejam elas unice-
lulares ou multicelulares.
Reino Fungi – Inclui os fungos.
Reino Plantae – Compreende as plantas, seres eucariontes, multicelulares, autótrofos
e formadores de embriões cujo desenvolvimento depende de nutrientes fornecidos pela
planta-mãe.
Reino Animalia – Reúne todos os animais, seres eucariontes, multicelulares e heterótrofos, com
representantes que vão desde os poríferos até os mamíferos. Portal
SESI
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As algas multicelulares não formam embriões cujo desenvolvimento depende dos nutrien- Acesse o portal e explore o con-
tes fornecidos pela planta-mãe. Foram então, no sistema de classificação proposto por Lynn teúdo Classificando os seres
Margulis e Karlene Schwartz, retiradas do reino das plantas e incluídas no reino Protoctista. vivos.
Entretanto, quando penetram em uma célula hospedeira ou nela injetam seu material genético, podem multiplicar-se em seu interior à
custa do equipamento bioquímico da célula. Dessa maneira, os vírus são considerados parasitas intracelulares obrigatórios e provocam
muitas doenças nos mais diversos grupos de seres vivos. Essas doenças são genericamente denominadas viroses. No ser humano, entre
outras viroses, podemos citar a dengue, a gripe, a poliomielite, a caxumba e a febre amarela.
7 Bactérias e protozoários são seres unicelulares. Entretanto, as seguintes características: unicelulares e multicelulares; pro-
bactérias foram enquadradas no reino Monera e os protozoá- carióticos e eucarióticos; autotróficos e heterotróficos. Com
rios no reino Protoctista. Explique o critério utilizado nessa base nessas características e nos cinco reinos, responda às
diferenciação. questões propostas abaixo.
As bactérias são unicelulares e procariontes, enquanto os a) Qual das características consideradas é exclusiva dos indi-
protozoários são unicelulares e eucariontes. víduos de um único reino e qual é esse reino?
Trata-se da característica “procariótico”. O reino Monera é o único
que abrange seres procarióticos.
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 6 (Uncisal) A figura dada representa uma célula
e as estruturas indicadas pelas setas 1 e 2 são:
1 Usando um microscópio simples, iluminado a vela, o pesqui- e .
sador inglês Robert Hooke observou em um tecido vegetal
morto a presença de numerosos compartimentos vazios,
que denominou células. O que Robert realmente viu ao ob-
servar esses tecidos vegetais ao microscópio? Por quê?
Clorofila 2 1 1 2
5 3 Retículo endoplasmático 1 2 1 2
10 (UFPB) Considerando-se as características gerais dos reinos 4 (UFG-GO) A análise de uma lâmina histológica com células da
Monera, Fungi e Protista, é correto afirmar que nos represen- escama interna do bulbo de cebola permite a identificação des-
tantes do(s) reino(s): te material como sendo de origem vegetal pela observação de:
a) Monera existem organismos eucariontes. a) nucléolo e cloroplasto.
b) Fungi existem organismos fotossintetizantes. b) vacúolo e lisossomo.
c) Protista não existem organismos eucariontes. c) cloroplasto e membrana plasmática.
d) Monera e Fungi existem organismos autótrofos. d) membrana plasmática e lisossomo.
e) Monera existem organismos fotossintetizantes. e) parede celular e vacúolo.
PARA APRIMORAR 5 Quais critérios podem ser utilizados para classificar um orga-
PARA PRATICAR
nismo como integrante do reino Plantae ou Metaphyta? O
que diferencia um organismo desse reino de um organismo
1 (PUCC-SP) A palavra célula, etimologicamente, vem de cela,
do reino Animalia ou Metazoa?
que quer dizer “pequena cavidade”. Todos os organismos vi-
vos são formados de células, à exceção dos(as):
6 (Uncisal) Observe o esquema, que representa alguns tipos de
a) fungos. d) algas cianofíceas. célula.
b) bactérias. e) protozoários.
c) vírus.
ANOTAÇÕES
FRENTE A
BIOLOGIA
2 Envoltórios celulares
Objetivos: Graças à presença dos envoltórios celulares, a composição química da matéria viva se man-
tém relativamente constante ao longo da vida de um organismo. Em todas as células, procariotas e
c Identificar a estrutura
eucariotas, as funções de isolamento em relação ao meio extracelular e seleção das substâncias de
e as funções dos
acordo com as necessidades básicas de vida são executadas por um envoltório denominado mem-
dois tipos básicos de
brana plasmática. Em certos organismos, como bactérias, fungos e plantas, pode-se verificar, além da
envoltórios celulares.
membrana plasmática, a presença de outro envoltório, a parede celular.
c Reconhecer os
MARIO FRIEDLANDER/PULSAR
principais tipos de
transporte de materiais
através da membrana
plasmática.
TR
AÇ
a parede é constituída basicamente de peptidioglicanos, compostos resultantes da
ÕE
S: M
associação entre certos polissacarídeos e cadeias peptídicas.
ASPI/ARQUIVO D
Em determinadas regiões da parede das células vegetais, a ausência de uma
deposição adequada de celulose determina a presença de poros (fig. 2).
Pelo interior desses poros passam “filamentos” citoplasmáticos denominados Lamela média
AE
plasmodesmos, que possibilitam a circulação de substâncias diversas entre as cé-
DI
Membrana
O T
R
lulas vizinhas. celulósica
A
Membrana plasmática
Célula animal
Camada dupla
de fosfolipídios
FRENTE A
BIOLOGIA
MASPI/ARQUIVO DA EDITORA
Solução A Solução B
Membrana permeável
Sacarose Água
Matriz lipídica
Carregador (C)
(C)
Osmose
Comparando as concentrações entre duas soluções, diz-se que a solução com maior concen-
tração em solutos é hipertônica, enquanto a solução com menor concentração em solutos é cha-
mada hipotônica. Se as duas soluções apresentarem a mesma concentração em solutos, elas são
denominadas isotônicas.
Na osmose, um caso particular de difusão, ocorre um fluxo espontâneo apenas de solvente,
do meio menos concentrado em soluto (meio hipotônico) para o meio mais concentrado (meio
hipertônico).
Para que apenas o solvente passe de uma solução para outra, é preciso que a Vacúolo
membrana que separa as duas soluções em questão seja impermeável ao soluto. A
essa membrana, permeável ao solvente e impermeável ao soluto, dá-se o nome de Núcleo
membrana semipermeável.
Vamos então considerar casos de osmose em células vegetais. Colocando-se Meio hipotônico
uma célula vegetal em meio hipotônico, isto é, meio com menor concentração
em soluto, verifica-se que, por osmose, a água desloca-se para o interior da célula,
FRENTE A
isto é, desloca-se a favor de um gradiente de concentração (do meio em que a Célula túrgida
concentração relativa de água é maior). Assim, a célula absorverá água até se tornar
túrgida ou saturada de água (fig. 6). Fig. 6 – Célula vegetal em solução hipotônica.
BIOLOGIA
Salgando a vida
Delenda est Carthago!, isto é, “Cartago deve ser destruída!”. Com essa frase, o censor ro-
mano Marco Catão recomendava ao Senado de Roma a destruição de Cartago, a capital da
república que sustentou contra Roma as célebres Guerras Púnicas. Em 146 a.C., Cartago foi
finalmente derrotada, arrasada e queimada. E seu solo, salgado.
Mas, afinal, o que há por trás dessa prática de salgar a terra? É que a adição excessiva
de sais ao solo eleva de forma significativa seu potencial osmótico, tornando-o fortemente
hipertônico em relação à solução salina normalmente encontrada nas células vivas. Nessa
condição extrema, as células de uma raiz, além de não conseguirem absorver água do solo,
acabam cedendo-a, por osmose, para o meio ambiente. Isso torna o ambiente pouco hospi-
taleiro e inviabiliza o desenvolvimento das plantas. Fica, assim, esclarecida a simbologia dos
romanos: nem erva daninha nasce mais no terreno conquistado, pois o solo está praticamente
esterilizado para o desenvolvimento de plantas em geral.
Compreende-se, também, o cuidado que os agricultores devem tomar quando é neces-
sário adubar o solo: a adição de sais de nitrogênio, fósforo e potássio, entre outros exemplos
de sais minerais, deve ser feita após uma adequada análise do solo e respeitando-se as reais
necessidades da espécie cultivada – uma adubação mal calculada pode comprometer o
desenvolvimento de uma cultura.
Além de largamente utilizado em temperos alimentares diversos, o sal comum de cozi-
nha (cloreto de sódio) tem sido empregado pelos seres humanos, desde a Antiguidade, para
a conservação de certos alimentos, como carne bovina e peixes.
A salga do peixe, por exemplo, eleva fortemente seu potencial osmótico; assim,
quando bactérias e fungos decompositores entram em contato com a carne, acabam
perdendo para o meio externo, por osmose, grande parte da água de suas células. Logo,
essas formas de vida têm seu metabolismo reduzido, e o alimento é conservado por
mais tempo.
Meio
K+ Na+
extracelular
Membrana
plasmática
Citoplasma
K+
Na+
1 2
Meio
extracelular
Membrana
plasmática
K+ Na+
Citoplasma
FRENTE A
Fig. 9 – Esquema de transporte ativo de sódio e potássio.
No caso, temos a seguinte situação para cada ciclo de bombeamento de sódio e de potássio
BIOLOGIA
Fagocitose
Partícula sólida Fagossomo
Pseudópodes
Pinocitose
Partícula líquida
Canal de pinocitose
Pinossomo
1 Células podem apresentar dois tipos básicos de envoltórios ce- 4 (Uerj) Colocando hemácias humanas em diferentes soluções
lulares: a membrana plasmática e a parede celular. Responda: com concentrações iônicas variáveis, pode-se exemplificar a
influência que o grau de permeabilidade da membrana plas-
a) Em que esses dois tipos de envoltórios diferem na com- mática exerce sobre a célula. As consequências desse experi-
posição química? mento estão demonstradas nos esquemas a seguir.
A membrana plasmática é lipoproteica; a parede celular é de
O esquema que representa o comportamento da hemácia
natureza celulósica nas plantas. ao ser colocada em um meio hipertônico é o de número: a
b) Em que tipos de células esses envoltórios podem ser ob-
servados? 1 2
Glicolipídio
Fluido extracelular
a) 1.
Colesterol
Glicoproteína b) 2.
c) 3.
d) 4.
Carboidrato 5 (Fuvest-SP) Células vegetais, como as representadas na fi-
gura A, foram colocadas em uma determinada solução e,
no fim do experimento, tinham aspecto semelhante ao da
figura B.
Citoplasma
II
I
FRENTE A
plasmática por meio da chamada difusão facilitada. Nos dois
tipos de transporte as substâncias se deslocam a favor de um Comparando as concentrações do interior da célula na situa-
gradiente de concentração. Mas há uma diferença entre es- ção inicial (I), da solução externa (II) e do interior da célula na
ses dois processos. Qual é essa diferença? situação final (III), podemos dizer que: c
BIOLOGIA
Ao contrário do que ocorre na difusão simples, na difusão facilitada a) I é maior que II.
b) I é maior que III.
há participação de substâncias carregadoras, que formam, com as
c) I é menor que II.
moléculas de glicose, no caso, um complexo solúvel em lipídios.
d) I é igual a III.
e) III é maior que II.
a) A que tipo de transporte celular o experimento está rela- osmose, desidratam-se e têm seu metabolismo reduzido.
cionado?
Osmose. b) Dê exemplo de outro método de conservação de alimen-
tos que tenha por base o mesmo princípio fisiológico.
A salga de alimentos, como carne bovina e peixes.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Verifique no Portal SESI os materiais complementares com
atividades relacionadas aos conteúdos deste Capítulo
FRENTE A
Resolução de Problemas
Atividade Experimental
BIOLOGIA
A associação correta é:
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR a) 1 – IV, 2 – II, 3 – I, 4 – III.
b) 1 – II, 2 – III, 3 – IV, 4 – I.
1 (Ufop-MG) A celulose (C6H10O5)n é um hidrato de carbono c) 1 – III, 2 – I, 3 – IV, 4 – II.
que entra na constituição: d) 1 – II, 2 – IV, 3 – III, 4 – I.
a) da clorofila. e) 1 – III, 2 – IV, 3 – I, 4 – II.
b) da parede celular dos vegetais.
c) das células adiposas. 6 (Unifesp) O uso de vinagre e sal de cozinha em uma salada de
d) do citoplasma celular dos animais. alface, além de conferir mais sabor, serve também para elimi-
e) das hemácias. nar microrganismos causadores de doenças, como as ame-
bas, por exemplo. O inconveniente do uso desse tempero é
2 (Ufal) A parede celular e a membrana plasmática apresentam, que, depois de algum tempo, as folhas murcham e perdem
respectivamente, constituição: parte de sua textura. Esses fenômenos ocorrem porque:
a) celulósica e lipoproteica. a) as amebas morrem ao perderem água rapidamente por
b) glicídica e lipídica. osmose. Já as células da alface possuem um envoltório
c) celulósica e proteica. que mantém sua forma mesmo quando perdem água por
d) lipoproteica e glicídica. osmose e, por isso, murcham mais lentamente.
e) proteica e lipoproteica. b) tanto as amebas quanto as células da alface não possuem
barreiras para a perda de água por difusão simples. Ocorre
3 (UFRJ) Desde a Antiguidade, o salgamento tem sido usado que, no caso da alface, trata-se de um tecido e não de
como recurso para evitar a putrefação de alimentos, como um único organismo e, portanto, a desidratação é notada
carne de boi, porco e peixe. Explique o mecanismo por meio mais tardiamente.
do qual o salgamento preserva os alimentos. c) as amebas morrem ao perderem água por osmose, um
processo mais rápido. Em contrapartida, as células da alfa-
4 (Udesc) Algumas partículas podem ser transportadas ativa ce perdem água por difusão facilitada, um processo mais
e passivamente pela membrana plasmática. Com relação a lento e, por isso, percebido mais tardiamente.
isso, assinale a alternativa correta. d) o vinagre, por ser ácido, destrói a membrana plasmática das
amebas, provocando sua morte. No caso da alface, o en-
a) Será passivo, quando o soluto for transportado por osmo-
voltório das células não é afetado pelo vinagre, mas perde
se, a favor de um gradiente de concentração.
água por difusão simples, provocada pela presença do sal.
b) Será passivo, quando seu transporte for realizado por
bombas, com gasto de energia. e) nas amebas, a bomba de sódio atua fortemente capturan-
c) Seu transporte será sempre ativo por difusão facilitada, do esse íon presente no sal, provocando a entrada exces-
com gasto de energia. siva de água e causando a morte desses organismos. As
d) Será ativo, quando o soluto for transportado contra um células da alface não possuem tal bomba e murcham por
gradiente de concentração e com gasto de energia. perda de água por osmose.
e) Será sempre passivo, por pinocitose, sem gasto de 7 (Enem) Alimentos como carnes, quando guardados de manei-
energia. ra inadequada, deterioram-se rapidamente devido à ação de
bactérias e fungos. Esses organismos se instalam e se multipli-
5 (IFAL) Relacione as colunas: cam rapidamente por encontrarem aí condições favoráveis de
temperatura, umidade e nutrição. Para preservar tais alimen-
Coluna A Coluna B tos é necessário controlar a presença desses microrganismos.
I. Célula animal em solução Uma técnica antiga e ainda bastante difundida para preserva-
1. A célula fica túrgida. ção desse tipo de alimento é o uso do sal de cozinha (NaCl).
hipotônica.
II. Célula animal em solução Nessa situação, o uso do sal de cozinha preserva os alimentos
2. A célula diminui seu volume. por agir sobre os microrganismos:
hipertônica.
a) desidratando suas células.
III. Célula vegetal em solução
3. A célula sofre lise. b) inibindo sua síntese proteica.
hipertônica.
c) inibindo sua respiração celular.
IV. Célula vegetal em solução d) bloqueando sua divisão celular.
4. A célula fica plasmolisada.
hipotônica. e) desnaturando seu material genético.
Solução X
a) lipídio. d) ácido nucleico.
b) proteína. e) actomiosina.
c) carboidrato.
a) fagocitose. substâncias.
b) clasmocitose. (08) Para que ocorra a difusão simples, é necessário que haja
c) endocitose. uma diferença na concentração da substância dentro e fora
d) pinocitose. da célula. Por exemplo, como as células estão sempre consu-
e) plasmólise. mindo O2, a concentração no interior da célula é sempre alta.
Podemos dizer que a solução era: 7 (UFPE) Medindo-se a concentração de dois importantes íons,
a) hipotônica e a célula sofreu plasmólise. Na+ e K+, observa-se maior concentração de íons Na+ no meio
b) hipotônica e a célula sofreu deplasmólise. extracelular do que no meio intracelular. O contrário acontece
c) hipertônica e a célula sofreu deplasmólise. com os íons K+. Íons de Na+ são capturados do citoplasma para
d) hipertônica e a célula sofreu plasmólise. o meio extracelular, e íons de K+ são capturados do meio extra-
celular para o meio intracelular, como mostrado na figura. Esse
5 (Fuvest-SP) A figura abaixo representa uma célula de uma processo é conhecido como:
planta jovem.
+ +
+ Na K
+ Na
Na Na
+ +
Na Na
+
+
Na + +
K Na
+
K
+ +
Na Na +
Na
+
Na
+ Na
+
+ Na
K ATP
K+
Considere duas situações: P
+
K
celulares
2,5
B
2 A alternativa verdadeira que completa o quadro, de 1 a 4,
A respectivamente, é:
1,5
a) osmose simples – sem gasto de energia – exocitose –
1 fagocitose;
b) osmose – sem gasto de energia – exocitose – pinocitose;
0,5
c) difusão – com gasto de energia - fagocitose – exocitose;
d) difusão simples – com gasto de energia – pinocitose –
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 fagocitose;
Concentração no meio extra celular (mg/mL)
e) osmose – sem gasto de energia – fagocitose – pinocitose.
FRENTE A
ANOTAÇÕES
BIOLOGIA
3 CITOPLASMA
Objetivos: O citoplasma compreende a região da célula entre a membrana plasmática e o núcleo. Nas
células vivas, o citoplasma é preenchido por um líquido gelatinoso denominado citosol, também
c Reconhecer a
conhecido por hialoplasma, citoplasma fundamental ou matriz citoplasmática. Imersas no citosol,
importância do citosol
encontram-se as organelas celulares.
e dos diversos tipos
de organelas celulares
c Diferenciar os tipos
básicos de padrões
celulares em relação
às organelas celulares
que podem apresentar.
O citoesqueleto
No citosol das células eucariotas, pode-se observar, ao microscópio eletrônico, inúmeros mi-
crofilamentos e microtúbulos ocos de natureza proteica, que contribuem para a manutenção da
estrutura da célula, dando sustentação às organelas celulares; por isso, o conjunto desses microfila-
mentos e microtúbulos é denominado citoesqueleto. Veja a figura 1 na página anterior.
Os microfilamentos, constituídos por proteínas contráteis chamadas actina, têm significativa
participação na contração das células musculares, nos movimentos ameboides e na ciclose celular;
sem a capacidade contrátil da actina, tais processos ficariam inviabilizados na célula.
Os microtúbulos ocos, constituídos de proteínas denominadas tubulina, organizam as fibras
proteicas que orientam o movimento dos cromossomos durante a divisão celular, além de participar
da formação de centríolos, cílios e flagelos, como veremos adiante.
AS ORGANELAS CELULARES
As organelas – ou orgânulos – celulares são estruturas citoplasmáticas especializadas na rea-
lização de determinadas funções que permitem a manutenção da vida na célula. São elas: retículo
endoplasmático, ribossomos, complexo golgiense, lisossomos, plastos, mitocôndrias, vacúolos, cen-
tríolos e peroxissomos.
O retículo endoplasmático
Estudos utilizando a microscopia eletrônica revelaram a presença, no interior do citoplasma,
de uma estrutura formada por membranas lipoproteicas que foi denominada retículo endoplas-
mático (RE). Essas membranas envolvem cavidades que apresentam formas variadas, achatadas ou
tubulares, por exemplo.
De modo geral, o RE é pouco desenvolvido em células com pequena atividade metabólica
(como as células adiposas, que armazenam gorduras) e bem desenvolvido em células de grande
atividade metabólica, como os osteoblastos, células ósseas que sintetizam quantidades relativamente
grandes da proteína colágeno.
As membranas do RE podem ou não conter ribossomos aderidos em sua superfície externa.
A presença dos ribossomos confere uma aparência rugosa à membrana do RE; na ausência desses
grânulos, a membrana exibe um aspecto liso. Portanto, existem dois tipos básicos de RE: o não gra-
nuloso (antes chamado RE liso) e o granuloso (antes chamado RE rugoso). FRENTE A
maior deslocamento de substâncias diversas de uma região para outra do citoplasma. Ele pode
apresentar em suas cavidades enzimas associadas à síntese de certos lipídios (como os esteroides,
que formam hormônios sexuais) e enzimas que promovem a degradação de certas substâncias
tóxicas, contribuindo, assim, com a desintoxicação do organismo. Em células musculares, o RENG
pode armazenar íons de cálcio que, ao serem liberados no citosol, participam da contração muscular.
Complexo golgiense
Em 1898, o citologista italiano Camillo Golgi (1843-1926), usando métodos de impregnação por
prata e ósmio, descobriu no citoplasma de células nervosas de gatos uma estrutura reticular que re-
cebeu o nome de complexo reticular de Golgi, atualmente denominada complexo golgiense. Essa
estrutura consiste em um sistema de membranas lisas que formam sáculos achatados e empilhados
(fig. 3).
Nas células vegetais, existem vários conjuntos de sáculos empilhados espalhados no citoplasma
e cada um deles é denominado dictiossomo e golgiossomo.
Funções do complexo golgiense
Armazenamento de proteínas – A síntese de proteínas na célula ocorre no REG ou em ribos-
somos livres no citosol. Muitas dessas proteínas migram até o complexo golgiense e são armazenadas
no interior de seus sáculos. Por isso, entende-se o fato de o complexo golgiense ser especialmente bem
desenvolvido em células que têm alta atividade proteica.
No pâncreas, existem pequenas estruturas glandulares denominadas ácinos, que produzem
as enzimas digestivas do suco pancreático. As células dos ácinos, com alta atividade na síntese
proteica, possuem REG e complexo golgiense bem desenvolvidos.
A
Vesícula em
brotamento
Sáculos empilhados
Proteínas (enzimas)
“exportadas”
Sáculos Núcleo do
lameliformes Grânulos Acrossomo
Vesículas espermatozoide
repletas de
Complexo
enzimas
golgiense
ILUSTRAÇÕES: INGEBORG ASBACH/ARQUIVO DA EDITORA
Retículo
Os sáculos Inúmeras Os grânulos
endoplasmático
lameliformes vesículas fundem-se,
granuloso
agrupam-se “brotam” formando o
ao redor do dos sáculos acrossomo.
núcleo. lameliformes,
formando
grânulos.
Cauda
Núcleo
celular
FRENTE A
Mitocôndria Acrossomo
Núcleo
BIOLOGIA
Fig. 4 – A rota retículo endoplasmático granuloso → Fig. 5 – Esquema de formação de acrossomo de um espermatozoide.
complexo golgiense → vesículas de secreção (grãos
zimogênio) indica que os aminoácidos radioativos foram
utilizados na síntese de proteínas de exportação.
1 (PUC-RS) Um biólogo introduziu no citoplasma de amebas 4 (PUC-SP) A estrutura apontada pela seta 1 é derivada: c
certa droga capaz de despolimerizar as proteínas do citoes-
1
queleto. Em suas observações, ele notou que amebas des-
providas de citoesqueleto íntegro ficavam impedidas de
Cauda
realizar muitas funções, exceto: e Peça
intermediária Cabeça
a) locomoção.
b) divisão. a) do conjunto de lisossomos.
c) fagocitose. b) da membrana nuclear.
d) ciclose. c) do complexo golgiense.
e) osmose. d) das mitocôndrias.
2 (UEL-PR) Considere o seguinte texto: 5 (Cesgranrio-RJ) Após a injeção de leucina marcada (radioati-
Em seu processo de diferenciação, os eritroblastos da va) em um animal de laboratório, o aminoácido é observado
medula óssea vermelha sintetizam grande quantidade de inicialmente em proteínas, ao nível do retículo endoplasmáti-
hemoglobina, transformando-se em eritrócitos que passam co granuloso. A seguir, ele é observado também no comple-
para a corrente sanguínea. xo golgiense. Finalmente, toda a radiatividade é encontrada
em grânulos de secreção provenientes de vesículas que se
O texto permite concluir que os eritroblastos são células: a destacam do complexo golgiense e, no caso de células
a) ricas em ribossomos. secretoras, acumulam-se em um dos polos das células. Essas
b) ricas em lisossomos. observações permitem concluir que: d
c) dotadas de cílios.
a) não há participação do núcleo no processo de síntese
d) dotadas de flagelos.
proteica.
e) com reservas de gorduras.
b) a ordenação de todo o processo de síntese proteica na
3 (UFPB) Relacione as organelas celulares retículo endoplas- célula só depende do retículo endoplasmático.
mático granuloso e complexo golgiense, considerando as c) os ribossomos e polissomos livres no citoplasma não são
funções por elas desempenhadas em uma célula secretora funcionais.
do pâncreas (esquematizada a seguir), onde são sintetiza- d) o aparelho ou complexo golgiense funciona no acúmulo
das enzimas digestivas que farão parte do suco pancreático. e na concentração de proteínas para exportação.
e) os produtos de síntese proteica são necessariamente se-
Grânulos de secreção gregados (eliminados) pela célula.
Complexo
golgiense
ANOTAÇÕES
Retículo
endoplasmático
granuloso
Ribossomos
Partícula Vacúolo
MASPI/ARQUIVO DA EDITORA
Fagossomo
sólida residual
Lisossomos
Deslocamento do FRENTE A
Fagocitose Fusão Digestão Absorção vacúolo residual até
a periferia celular
Exocitose
Pseudópodes
BIOLOGIA
Vacúolo
Fig. 6 – Esquema do digestório
ciclo lisossômico.
Leucoplasto
armazenando
amido
Cromoplastos
Os cromoplastos são plastos coloridos, portadores de pigmentos diversos. Entre esses pigmen-
tos destacamos:
as clorofilas – são os mais importantes pigmentos dos plastos. Absorvem a energia luminosa,
indispensável para que ocorra a fotossíntese.
os carotenoides – são pigmentos de coloração amarelada, alaranjada ou avermelhada. Atuam em
associação com as clorofilas, participando também do mecanismo de absorção da luz. Existem
dois tipos básicos desses pigmentos: os carotenos (alaranjados ou avermelhados) e as xantofilas
(amareladas).
Cloroplastos
Os cloroplastos são plastos verdes, responsáveis pela realização da fotossíntese. Essas organelas
possuem vários tipos de pigmentos. Entre eles estão as clorofilas, que absorvem a energia luminosa.
A fotossíntese pode ser equacionada da seguinte maneira:
luz
6 CO2 1 12 H2O ⎯→ C6H12O6 1 6 O2 1 6 H2O
clorofila
A equação da fotossíntese indica que os seres clorofilados produzem glicose (C6H12O6) a partir
de substâncias relativamente simples (CO2 e H2O) e energia luminosa.
Numa planta, os cloroplastos, geralmente, ocorrem nas células fotossintetizantes da folha.
O cloroplasto apresenta uma membrana externa dupla, que envolve uma matriz incolor, cons-
tituída basicamente de água e de proteínas, denominada estroma.
BLUERINGMEDIA/SHUTTERSTOCK
Estroma
Granum
Tilacoide
FRENTE A
BIOLOGIA
Lamela
Fig. 9 – Estrutura dos
grana de um cloroplasto.
6 (Cesgranrio-RJ) Os lisossomos participam de processos intra- 9 Nas células vegetais existem organelas citoplasmáticas – os
celulares que podem ser resumidos da seguinte maneira: plastos –, que apresentam estruturas e funções específicas.
I. Partículas provenientes do meio externo, incluídas em Responda às questões a seguir.
fagossomos, são desdobradas em substâncias utilizáveis a) Em que órgãos vegetais encontram-se leucoplastos e clo-
pelas células. roplastos?
II. Na ausência de nutrição adequada, algumas estruturas, Os leucoplastos são observados principalmente em células de
como as mitocôndrias e os componentes do retículo en-
órgão de reserva. Os cloroplastos existem principalmente nas
doplasmático, são digeridas e o seu material é aproveita-
células das folhas.
do em outras funções essencialmente vitais.
III. Pelo estímulo de substâncias ou ações lesivas, os lisossomos
podem ser rompidos, havendo destruição e morte celular.
Os três processos acima descritos são denominados, respecti-
vamente: a
a) fagocitose, autofagia e autólise.
b) fagocitose, digestão intracelular e autofagia.
c) autofagia, necrose e autólise.
d) autólise, autofagia e hidrólise.
e) digestão intracelular, necrose e digestão extracelular.
3D CLINIC/GETTY IMAGES
externa
As mitocôndrias movimentam-se
de forma passiva, acompanhando a ci-
close celular, ou de forma ativa, por mo- Matriz
vimentos próprios. É comum, por exem-
plo, a presença de muitas mitocôndrias
em regiões da célula com alta atividade
metabólica. Crista
possuem DNA e RNA e são capazes de se duplicar. Além disso, o DNA das mitocôndrias é
circular e muito parecido com o das bactérias; suas cristas lembram certas dobras da mem-
brana plasmática bacteriana (denominadas mesossomos) que, como as cristas mitocondriais,
abrigam enzimas associadas à respiração.
Os vacúolos
Os vacúolos são estruturas saculiformes encontradas em diversos tipos de células.
Nas plantas, os vacúolos de suco celular são, nas células jovens, pequenos e numerosos. Mas,
à medida que a célula vai crescendo e se diferenciando, esses vacúolos vão se fundindo e, em geral
originam, nas células adultas, um único e volumoso vacúolo que ocupa normalmente uma posição
central, deslocando o núcleo para a parte mais periférica da célula (fig. 11).
Núcleo
Vacúolo
MOPIC/SHUTTERSTOCK
Vacúolo
pulsátil
Núcleo
FRENTE A
BIOLOGIA
Os protozoários marinhos geralmente não apresentam vacúolos pulsáteis, pois, como o fluido
intracelular desses organismos é praticamente isotônico em relação à água do mar, esses vacúolos se
mostrariam funcionalmente inativos.
Os peroxissomos
Os peroxissomos são pequenas organelas que contêm enzimas diversas, como a catalase. Essa
enzima é capaz de decompor o peróxido de hidrogênio (H2O2, mais conhecido como água oxigena-
da) em água comum e gás oxigênio, conforme mostra a seguinte equação:
catalase
2 H2O2 (água oxigenada) 2 H2O 1 O2
A importância dessa decomposição se justifica pelo fato de a água oxigenada ser tóxica para a
célula, sendo, porém, normalmente produzida em seu interior, onde aparece como subproduto de
diversas reações celulares.
A água oxigenada é comumente aplicada em ferimentos para combater microrganismos
anaeróbios estritos que morrem na presença de gás oxigênio, como é o caso da bactéria cau-
sadora do tétano. Assim, quando se aplica água oxigenada em uma ferida, a ação da catalase
leva à formação de gás oxigênio. É esse gás que provoca o borbulhamento característico
observado nessa situação (fig. 14).
FERNANDO FAVORETTO/
CRIAR IMAGEM
10 (Fuvest-SP) O esquema representa um corte de uma célula 11 (UEL-PR) Na década de 1950, a pesquisa biológica começou
observado ao microscópio eletrônico. Identifique as estrutu- a empregar os microscópios eletrônicos, que possibilitaram o
ras indicadas pelas setas e cite suas principais funções. estudo detalhado da estrutura interna das células.
2 Observe, na figura a seguir, a ilustração de uma célula vegetal
e algumas imagens em micrografia eletrônica:
Película que
Folha
modificada
envolve as lamínula. A solução de iodo deverá ser “puxada” para baixo da
folhas
(catafilo) lamínula, ocupando o lugar da água.
Coloque a lâmina preparada no microscópio e observe-a.
Espera-se que os alunos tenham conseguido
Água Gota de solução
4. Resultado B observar as células da casca da cebola.
Película de iodo O que aconteceu depois que a solução de iodo foi acres-
Lâmina de
cebola centada?
Desenhe as células observadas e crie uma legenda, identifi-
Lamínula Papel cando as partes da célula que foi possível distinguir.
absorvente
Depois que a solução de iodo foi acrescentada, o grau de visualização de certas estrutu-
ras da célula deve ter melhorado. Incentive o desenho da célula solicitado na atividade.
48 Citologia: a célula, envoltórios celulares e citoplasma
Veja, no Guia de Professor, as respostas da “Tarefa
para casa”. As resoluções encontram-se no portal
em Resoluções e Gabaritos.
TAREFA PARA CASA
As resoluções dos exercícios encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
PARAPARA PRATICAR
PRATICAR 3 (Ufla-MG) Observe a figura:
3 a) lisossomo.
b) microssomo.
c) ribossomo.
d) cloroplasto.
e) mitocôndria.
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR 5 (Unirio-RJ) A figura esquemática a seguir representa o cloro-
plasto e seus componentes organizacionais vistos ao micros-
cópico eletrônico.
1 (UFPB) Alguns antibióticos, como estreptomicina e tetracicli-
na, são largamente utilizados para combater infecções causa-
das por bactérias em seres humanos. Esses antibióticos agem
1
inibindo, apenas nas bactérias, o funcionamento da estrutura
FRENTE A
2
celular responsável pela síntese de proteínas. A ação seletiva
3
desses antibióticos deve-se a algumas diferenças molecula-
res existentes entre as estruturas celulares responsáveis pela Os componentes indicados com os números 1, 2 e 3, na figu-
síntese de proteínas nesses dois organismos. Essas estruturas ra, denominam-se respectivamente:
BIOLOGIA
FRENTE A
12 (UFPR) Os vertebrados possuem grupos de células bastante Acesse o Material Complementar disponível no Portal e
variados, com adaptações necessárias ao seu funcionamento. aprofunde-se no assunto. BIOLOGIA
ANOTAÇÕES
1 A qual estrutura celular o texto se refere? a 1 Qual é o nome do processo que leva à entrada de cálcio iônico
a) Membrana celular. d) Retículo endoplasmático. para o interior da célula? a
b) Núcleo celular. e) Membrana nuclear. a) Difusão. d) Transporte ativo.
c) Citoplasma. b) Osmose. e) Endocitose.
c) Difusão facilitada.
2 Uma das funções exercidas por essa estrutura na célula é: a
a) participar do metabolismo celular, selecionando substâncias 2 Por que acontece a entrada de íons cálcio para o interior da
diversas que passam por ela. célula? a
b) controlar as atividades celulares por meio da síntese de a) Porque há uma diferença de concentração de íons entre o
enzimas. interior e o exterior da célula que leva ao fluxo de íons da área
c) armazenamento e circulação intracelular de nutrientes. mais concentrada para a menos concentrada.
d) armazenamento e transporte de proteínas. b) Porque há uma diferença de concentração de íons entre o
e) respiração celular aeróbia. interior e o exterior da célula que leva ao fluxo de íons da área
menos concentrada para a mais concentrada.
3 Essa estrutura celular é dotada de elasticidade, característica c) A lesão na membrana funciona como um transportador de
que em células como os leucócitos permite que eles possam íons cálcio.
executar a(o): a d) A lesão permite influxo da água do exterior para o interior car-
a) fagocitose de corpos estranhos, contribuindo com a defesa regando íons cálcio no processo.
do organismo. e) No processo de regeneração da membrana celular, íons cál-
b) difusão facilitada de íons através da membrana. cio são envolvidos e internalizados.
c) transporte ativo de substâncias através da membrana.
d) pinocitose, como mecanismo de transporte de substâncias 3 Qual outra estrutura do revestimento celular o Trypanosoma
no corpo. cruzi precisaria atravessar se infectasse células vegetais? b
e) transporte de substâncias no citosol. a) Membrana celular.
b) Parede celular.
Parte II c) Mitocôndria.
Um grupo de pesquisadores brasileiros trabalhou em d) Núcleo.
conjunto em 2010 na Universidade de Maryland, Estados e) Cloroplastos.
55
QUADRO DE IDEIAS Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Citologia Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Teoria celular Citoplasma Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
Padrões celulares Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
Envoltórios celulares Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
Guedes
Colaboraram para esta Edição do Material:
Citosol Organelas
Projeto Sistema SESI de Ensino
Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Células procariota e Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
eucariota Citoesqueleto Retículo endoplasmático: Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
Botelho e Valdete Reis
circulação de substâncias
Células animal e vegetal Revisão: Juliana Souza
Diagramação: lab 212
Ribossomos: síntese de
Classificação dos Capa: lab 212
proteínas
seres vivos Ilustração de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
Sentavio/ Macrovector/ Shutterstock
Complexo golgiense: Consultores:
Parede celular e
armazenamento de Coordenação: Dr. João Filocre
membrana plasmática
proteínas Biologia: Dra. Gisele Brandão Machado de Oliveira e
Msc. Maria Inez Melo de Toledo
Transportes passivo e ativo SESI DN
Lisossomos: digestão
Superintendente: Rafael Esmeraldo Lucchesi
Fagocitose e pinocitose Ramacciotti
Cloroplasto: fotossíntese
Diretor de Operações: Marcos Tadeu de Siqueira
Mitocôndrias: Gerente Executivo de Educação: Sergio Gotti
Gerente de Educação Básica: Renata Maria Braga
respiração celular dos Santos
Vários autores.
16-08187 CDD-373.19
2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18307 4 (PR)
2ª edição
1ª impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação
BIOLOGIA FRENTE B
2137676 (AL)
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
Objetivos: A Biologia (do grego bios, “vida”; logos, “estudo”) abrange todo o conhecimento relativo aos seres
vivos, desde os mecanismos que regulam suas atividades vitais até as relações que estabelecem entre
c Estabelecer relações
si e com o ambiente em que vivem.
entre ciência,
Continuamente renovada e enriquecida por novas descobertas científicas, a Biologia é uma
sociedade e tecnologia.
área da ciência muito importante. Os conhecimentos que ela proporciona contribuem não apenas
c Reconhecer a para o progresso tecnológico, mas também para o desenvolvimento da consciência de cidadania e
importância do de atitudes que valorizam a vida e a solidariedade entre os povos.
conhecimento científico
na discussão e na
interpretação de Insulina e biotecnologia
fatos do cotidiano A produção insuficiente de insulina, hormônio gerado pelo pâncreas, provoca o diabetes
e das necessidades melito, doença que pode afetar crianças e adultos. Em 1982, a insulina humana passou a ser
humanas.
produzida por meio da biotecnologia que utiliza técnicas de inserção de segmentos de DNA
humano em certas bactérias geneticamente modificadas. Assim, a insulina humana começou
a ser produzida em laboratório. Até então, a insulina disponível para diabéticos no mercado
era extraída de animais diversos, como bois e porcos.
Fig. 1 – Laboratório de
biotecnologia: cientista
trabalhando na
produção de insulina.
RUZANNA/SHUTTERSTOCK
FRENTE B
ribonucleico (DNA). A determinação do gene nessa molécula abriu caminhos para facilitar nossa
jornada na Terra.
O mapeamento dos genes humanos e de outras espécies de seres vivos, no início do século XXI,
aponta, entre outras coisas, para o possível fim de muitas doenças hereditárias e para o aumento de
nossa expectativa de vida.
Essas e outras conquistas associadas à Biologia foram responsáveis pelo aperfeiçoamento de
diversas áreas do conhecimento humano, como a Medicina, a Odontologia, a Veterinária e a Agri-
cultura, que, quase sempre, envolvem o uso de equipamentos sofisticados e de alta precisão.
Os conhecimentos biológicos são fundamentais para que possamos compreender, acompanhar
e argumentar diversos temas cada vez mais frequentes na mídia, como as novidades da engenharia
genética e questões diversas sobre o meio ambiente. Contribuem, enfim, para nossa participação
consciente e ativa na construção de uma sociedade mais justa, para o exercício da solidariedade
entre as pessoas e para a adoção de atitudes que favoreçam a resolução de problemas como a fome,
a miséria e a destruição de recursos naturais.
devem considerar, entre outros fatores, todos os riscos e benefícios (imediatos ou potenciais) de seus
estudos, buscando garantir que danos previsíveis sejam evitados.
CK
ST O
cédulas do real
ESEARCHERS/LATIN
Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). Nativo da Mata Atlântica do Rio de Janei-
ro, foi muito caçado por traficantes de animais. Tem de 25 a 35 cm de comprimento, com
cauda de até 40 cm. Esteve seriamente ameaçado de extinção. Hoje, graças a programas
TOR
de recuperação e conservação, ele passou para uma categoria menos ameaçada, embora
/PHO
ainda corra risco de extinção. Veja a fig. 11.
SON
Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata). Essa tartaruga marinha pode chegar a medir
EE
TL
cerca de 1 m de comprimento. Com o seu casco se faziam armações de óculos, joias e objetos
PA
M
diversos, incluindo pentes, daí o nome popular do animal. Está na lista de animais ameaçados de
TO
extinção. Veja a fig. 12.
Fig. 11 – Mico-leão-dourado.
REPRODUÇÃO/BANCO CENTRAL DO
BRASIL/MINISTÉRIO DA FAZENDA
REPRODUÇÃO/BANCO CENTRAL DO
BRASIL/MINISTÉRIO DA FAZENDA
Projeto Tamar
FRENTE B
O projeto Tamar, cujo nome é a abreviação de tar-
K C
TO
taruga marinha,
inha, foi fundado em 1980, com o intuito de
NS
A TI
BIOLOGIA
Fig. 12 – Tartaruga-de-pente.
NS/UN
RIZO
HO
ILD
W
T. FERNANDES/FOTOARENA
Fig. 14 – Pico das Agulhas Negras, Parque Nacional de Itatiaia. Fig. 15 – Cachoeira Itaporani, Parque Nacional de Itatiaia.
PARA CONSTRUIR
1 (UFMT) Cite e explique quatro aspectos que demonstram ser o conhecimento da Biologia importante para o ser humano
contemporâneo.
Os conhecimentos proporcionados pela Biologia contribuem para que possamos, entre outras coisas:
• prever e evitar impactos ambientais decorrentes de obras como instalação de indústrias, construção de represas e de estradas, entre outros.
• obter alimentos em larga escala, industrializados ou não.
• desenvolver a conscientização e a participação ativa sobre temas como destruição de recursos naturais, poluição, manipulação genética, etc.
• desenvolver noções básicas de higiene, evitando, por exemplo, doenças diversas e tendo acesso a uma alimentação mais saudável.
• conhecer, acompanhar e argumentar com propriedade assuntos relacionados à ciência e suas novidades.
FRENTE B
BIOLOGIA
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 4 (Cefet-PR) Dentro do contexto atual na solução dos proble-
mas ambientais, é muito usado o termo desenvolvimen-
to sustentável. Das alternativas a seguir que abordam esse
1 Há 500 anos, diante da exuberante diversidade de plantas da
tema, identifique a incorreta.
Mata Atlântica, o português Pero Vaz de Caminha escreveu
na carta enviada para D. Manoel, rei de Portugal: a) O desafio ao desenvolvimento sustentável é trazer as con-
siderações ambientais para o centro das tomadas de deci-
Foi o Capitão com alguns de nós um pedaço por este sões econômicas e para o centro do planejamento futuro
arvoredo até um ribeiro grande, e de muita água, que ao em níveis regional e global.
nosso parecer é o mesmo que vem ter à praia, em que nós b) O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às ne-
tomamos água. Ali descansamos um pedaço, bebendo e cessidades do presente sem comprometer a possibilidade
folgando, ao longo dele, entre esse arvoredo que é tanto e de gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades.
tamanho e tão basto e de tanta qualidade de folhagem que c) A sustentabilidade implica a conservação de recursos na-
não se pode calcular. Há lá muitas palmeiras, de que co- turais e o uso mais racional possível dos materiais e subs-
lhemos muitos e bons palmitos. tâncias utilizados na produção de bens de consumo.
d) As ações cotidianas de cada indivíduo, através de peque-
Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em:
<www.academia.edu/4713910/A_Carta_de_Pero_Vaz_de_Caminha>. nas atitudes como o controle e reciclagem do lixo e o uso
Acesso em: 17 jul. 2014. de meios de transporte coletivo, não contribuem para o
a) Pesquise, se necessário, e escreva o nome de três plantas controle de sustentabilidade do planeta.
da Mata Atlântica. e) Para se atingir a sustentabilidade, devem ser desenvolvidas
b) A paisagem que Pero Vaz de Caminha descreveu não é soluções amplas e equilibradas para o controle de proble-
igual à que existe atualmente. O que mudou? Por quê? mas ambientais dentro de cada país e internacionalmente.
X Y Z
Controle de emissão
a) Manejamento de lixo Esgotameto sanitário
1962-1963 1971-1973 1990-1992 2000-2001 de gases
Fonte: Pesquisa. 91, São Paulo: Fapesp, set. 2003, p. 48.
Controle de despejo Controle de emissão
Examinando o gráfico da área vegetal remanescente (em b) Manejamento de lixo
industrial de gases
mil km2) pode-se inferir que:
a) a Mata Atlântica teve sua área devastada em 50% entre
Esgotamento Controle de despejo
1963 e 1973. c) Manejamento de lixo
b) a vegetação natural da Mata Atlântica aumentou antes da sanitário industrial
década de 60, mas reduziu nas décadas posteriores.
c) a devastação da Mata Atlântica remanescente vem sendo Controle de emissão Controle de despejo Esgotamento
d)
contida desde a década de 60. de gases industrial sanitário
d) em 2000-2001, a área de Mata Atlântica preservada em
relação ao período de 1990-1992 foi de 34,6%. Controle de despejo Esgotamento
e) a área preservada da Mata Atlântica nos anos 2000 e 2001 e) Manejamento de lixo
industrial sanitário
é maior do que a área registrada no período de 1990-1992.
ANOTAÇÕES
2 Biosfera e organização
biológica
Objetivos: O diâmetro da Terra é de pouco menos de 13 000 km. A vida, entretanto, se desenvolve no planeta
dentro de uma faixa, com espessura em torno de 17 ou 18 km, denominada biosfera (do grego bios,
c Reconhecer a
“vida”, sphaêra, “esfera”). Essa camada – relativamente fina, se comparada ao diâmetro da Terra – se
importância da
estende desde as mais altas montanhas até os profundos abismos oceânicos.
biosfera para o mundo
De forma simplificada, podemos entender a biosfera como a porção do planeta biologicamente
vivo.
habitada. É nela que vivem todos os seres vivos da Terra. Essa “esfera de vida”, por si só, constitui um
c Reconhecer os vários convite para reflexão: a compreensão dos componentes da biosfera deve contribuir para o desenvol-
níveis de organização vimento de uma mentalidade de respeito pela vida, passo indispensável para a preservação dos mais
biológica. diversos ambientes naturais do planeta e para uma integração cada vez maior dos seres humanos
com a natureza.
c Identificar a
interdependência dos
FRENTE B
BIOLOGIA
Fig. 1 – Imagem digital da Terra, gerada a partir de foto tirada via satélite.
LS
AR
IM
Algumas considerações sobre a biodiversidade brasileira
AG
EN
S
Existem dezessete países no mundo considerados “megadiversos”. São nações
que reúnem em seu território imensas variedades de espécies de seres vivos. Sozi-
nhas, detêm aproximadamente 70% de toda a biodiversidade global. Normalmen-
te, a “megadiversidade” aparece em regiões de florestas tropicais úmidas. É o caso
de países como Colômbia, Peru, Indonésia e Malásia. Nenhum deles, porém, che-
ga perto do Brasil. O país abriga de 10% a 20% de todas as espécies de plantas e
de animais existentes no planeta. [...] O Brasil é dono de sete grandes ambientes
naturais terrestres. Dentre eles, o Brasil detém a maior parte da maior planície inun-
dável (o Pantanal, figura 7) e da maior floresta tropical úmida do mundo (a Floresta
Amazônica). [...] No rio Amazonas e em suas centenas de afluentes, estima-se que haja
cerca de 15 vezes mais espécies de peixes do que em toda a Europa. Apenas 1 hectare da
Floresta Amazônica pode conter até 300 tipos de plantas. A floresta temperada dos Estados
Unidos possui pouco mais de 10% do número de espécies de árvores da Amazônia. [...] Fig. 7 – Trecho do Pantanal brasileiro.
A biodiversidade é um patrimônio mal explorado. Pesquisas sobre o potencial farmacêuti-
co de espécies da Amazônia praticamente não existem no país. Também é pouco significa-
tivo o ecoturismo, que em outros países rende dezenas de bilhões de dólares a cada ano.
GLOSSÁRIO
Portal
por isso, são chamados seres multicelulares (ou pluricelulares). SESI
Educação www.sesieducacao.com.br
Em um organismo multicelular – complexo e bastante organizado como o do ser humano –, é relati-
vamente fácil perceber diferentes agrupamentos celulares, cada qual desempenhando uma função especí-
Acesse o portal e explore o con-
fica. Cada um desses agrupamentos constitui um tecido. O tecido epitelial de revestimento, por exemplo, teúdo Floresta Amazônica.
recobre as superfícies do organismo, como ocorre na pele ou no estômago, cuja cavidade ele reveste.
MOPIC/SHUTTERSTOCK
Membrana (envoltório) nuclear
Mitocôndria
Estômago Membrana
Fígado plasmática
Nucléolo
Intestino
grosso Citoplasma
Pâncreas Núcleo
LEONELLO CALVETTI/SHUTTERSTOCK
Centríolo
Reto
Intestino
delgado
Ânus
Retículo
Complexo endoplasmático
golgiense
Fig. 8 – Esquema do sistema digestório na espécie humana. Fig. 9 – Esquema de célula animal e alguns de seus componentes.
Portal
SESI
A espécie pode ser conceituada como um grupo de organismos capazes de cruzar entre si,
Educação www.sesieducacao.com.br originando descendentes férteis, e que, em condições naturais, encontram-se reprodutivamente
isolados de organismos de outras espécies. Organismos de espécies diferentes, quando se cru-
Acesse o portal e explore o con- zam, normalmente não geram descendentes; quando isso ocorre, os descendentes costumam ser
teúdo Sistema digestório. estéreis. Esse conceito de espécie, porém, não se aplica a espécies que se reproduzem somente
de maneira assexuada.
h) A Floresta Amazônica:
ecossistema
Mico-leão-dourado.
6 O lobo-guará é um animal que vive em matas brasileiras,
como o Cerrado, e se alimenta de frutos silvestres e peque-
EDUARDO LAZZARINI/FOLHA IMAGEM
MATERIAL COMPLEMENTAR
Verifique no Portal SESI os materiais complementares com
FRENTE B
atividades relacionadas aos conteúdos deste Capítulo
Roteiro de Estudos
BIOLOGIA
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 3 (Fuvest-SP) Um pesquisador coletou drosófilas (um tipo de
mosca) em duas regiões isoladas geograficamente. As mos-
cas dessas duas regiões eram indistinguíveis quanto à morfo-
1 (Enem) A figura abaixo é parte de uma campanha publicitária.
logia (ou forma, aspecto). Como proceder para saber se essas
duas populações de moscas pertencem ou não à mesma es-
pécie? Explique.
b) I, II e V.
infecções causadas por microrganismos diversos.
c) II, IV e VI.
Os itens destacados (I, II, III e IV) correspondem a níveis de
organização encontrados no mundo vivo. Quais são esses d) III, IV e V.
níveis? e) I, II, V e VI.
ANOTAÇÕES
Objetivos: Ao contrário das máquinas, geralmente projetadas e construídas de forma precisa e previsível
para desempenhar uma função específica, os seres vivos são dotados de uma complexa e notável
c Analisar a importância
elasticidade funcional, que os capacita a crescer, desenvolver-se, renovar-se e reproduzir-se no am-
dos alimentos como
biente em que vivem.
fornecedores de
matéria e de energia
FLPA/ALAMY/GLOW IMAGES
c Diferenciar os tipos
básicos de seres vivos
segundo a forma de
obter alimentos.
c Identificar os
aspectos básicos
de transferência de
energia e de matéria
no mundo vivo.
Uma das funções básicas dos alimentos é fornecer matéria-prima tanto para a construção
como para o crescimento e a manutenção dos seres vivos. Os íons e as moléculas contidas neles
representam o ponto de partida para a constituição da matéria viva e a renovação das porções
desgastadas. Essa renovação é feita, por exemplo, mediante a produção de novas células, que serão
repostas no lugar daquelas que morrem.
Respiração anaeróbia
SCIMAT/PHOTO RESEARCHERS RM/GETTY IMAGES
A respiração anaeróbia pode ser processada de várias maneiras, mas nunca com a partici-
pação do gás oxigênio. Entre as diversas modalidades de processos anaeróbios de obtenção de
energia contida nos alimentos, destacamos a fermentação alcoólica, realizada, por exemplo, por
fungos do gênero Saccharomyces (fig. 2), também conhecidos como leveduras ou lêvedos. Esses
fungos são seres anaeróbios facultativos: em presença de gás oxigênio, realizam respiração aeróbia;
na ausência desse gás, fazem fermentação alcoólica. Neste caso, a oxidação da glicose produz
resíduos representados pelo gás carbônico e pelo álcool etílico (C2H5OH), além de liberar energia,
conforme mostra a seguinte equação simplificada:
C6H12O6 → 2 C2H5OH 1 2 CO2 1 energia
Glicose Álcool Gás
etílico carbônico
GERARD LACZ/EASYPIX
de condução de impulsos nervosos nos neurônios.
Transformação da energia química em energia luminosa – Ocorre em animais
diversos, como certos peixes, crustáceos e esponjas, bem como em determinadas
bactérias, algas e em alguns fungos. Nos vaga-lumes, por exemplo, admite-se que
a luz emitida facilite a aproximação de indivíduos do sexo oposto, favorecendo o
acasalamento. Nos peixes abissais, que habitam as regiões profundas e escuras dos
oceanos, admite-se que a capacidade que alguns deles têm de emitir luz também
favoreça o reconhecimento de indivíduos do sexo oposto, além de facilitar a cap-
tura de presas e a fuga diante do ataque de predadores (fig. 5).
NORBERT WU/MINDEN PICTURES/LATINSTOCK
FRENTE B
Autótrofos
Os autótrofos (do grego autós, “próprio” e trophós, “nutrição”), também chamados produtores,
são os organismos capazes de sintetizar alimento a partir de energia e de substâncias inorgânicas
simples. Os mais comuns se utilizam de energia luminosa e são chamados fotossintetizantes; é o
caso dos seres dotados de clorofila, um pigmento verde capaz de absorver a energia luminosa. Entre
os organismos clorofilados incluem-se certas bactérias, as algas e as plantas em geral.
Na fotossíntese (do grego photós, “luz” e synthesis, “composição”) (fig. 6), os seres clorofilados
utilizam gás carbônico, água e energia luminosa e produzem glicose e gás oxigênio. Assim, na fotos-
síntese, há conversão de energia luminosa em energia química, que fica acumulada nas moléculas
de glicose produzidas.
Veja a equação simplificada da fotossíntese:
luz
6 CO2 1 6 H2O ⎯→ C6H12O6 1 6 O2
clorofila
Gás Água Glicose Gás
carbônico oxigênio
Gá
so
xig
êni
o
co
ôni
c arb
G ás
Onívoros Plantas, animais e outros tipos de seres vivos Seres humanos em geral, e arapongas
Detritívoros Detritos orgânicos de origem vegetal ou animal, por exemplo Minhocas e certos peixes
Além das palavras estudadas, há outras comumente utilizadas em Biologia que derivam
da língua latina ou da grega. A tradução dessas palavras pode facilitar a compreensão de seu
significado e sua memorização. Outros exemplos:
Herbívoro – do latim herbi (planta) e vorare (comer).
Fitófago – do grego phytón (planta) e phágos (comer).
Hematófago – do grego hématos (sangue) e phágos (comer).
FRENTE B
Fig. 7 – Araponga, ave que pode
ser encontrada na Mata Atlântica.
Esse animal, que constrói ninhos na
BIOLOGIA
Fig. 9 – Nos ecossistemas aquáticos (A), os principais seres produtores são normalmente representados pelos seres clorofilados que constituem o fitoplâncton. O
fitoplâncton pode ser entendido como o conjunto dos seres vivos fotossintetizantes que flutuam no ambiente aquático; tais seres, que podem ser representados
por várias espécies de algas (B) e de certas bactérias, deslocam-se passivamente no ambiente, sendo levados principalmente pelos ventos ou pelas correntezas
líquidas. Nos ecossistemas terrestres, a predominância do tipo de seres produtores varia, conforme o ecossistema considerado. Em um campo, por exemplo, a
vegetação predominante é representada por espécies diversas de plantas de porte relativamente pequeno, como certas gramíneas. Numa floresta tropical, a
vegetação predominante é constituída por muitas espécies de plantas arbóreas.
CELLISTKA/SHUTTERSTOCK
Serpente
Capim
ERIC ISSELEE/SHUTTERSTOCK
Sapo
FRENTE B
TSEKHMISTER/SHUTTERSTOCK
BIOLOGIA
Gafanhoto
Fig. 10 – Exemplo de cadeia alimentar. (Os elementos não estão representados em escala.)
Na representação linear de uma cadeia alimentar, a ponta da seta indica o nível trófico que
obtém alimento. Assim, em uma cadeia em que algas servem de awlimento para peixes, que são
consumidos por aves, a representação da cadeia alimentar se faz da seguinte maneira:
CHAD ZUBER/SHUTTERSTOCK
EVLAKHOV VALERIY/
SHUTTERSTOCK
SHUTTERSTOCK
ERIC ISSELEE/
Fig. 11 – Representação de uma cadeia alimentar:
algas, peixes e aves.
NITO/SHUTTERSTOCK
fundamentais para a manutenção da vida nos mais
diversos ecossistemas da Terra.
Na cadeia gramíneas → gafanhotos → sapos
→ serpentes, os seres decompositores não foram re-
presentados. Por estar implícita a participação dos de-
compositores em todos os níveis tróficos, é comum não
representar esses organismos em uma cadeia alimentar.
Mas uma cadeia alimentar sempre se inicia com os produ- Fig. 12 – Fungos decompondo laranjas.
tores e termina com os decompositores. Assim, consideran-
do a participação dos decompositores, poderíamos destacar as
seguintes cadeias alimentares no nosso exemplo:
gramíneas → decompositores;
gramíneas → gafanhotos → decompositores;
gramíneas → gafanhotos → sapos → decompositores;
gramíneas → gafanhotos → sapos → serpentes → decompositores.
Teias alimentares
Na natureza não se costuma identificar a existência de apenas uma cadeia alimentar em um
ecossistema. Os ambientes naturais geralmente abrigam várias cadeias alimentares, muitas das quais
interagem, formando uma teia alimentar.
A título de exemplo, em um campo, gramíneas podem servir de alimento tanto para gafanhotos
como para preás, ratos e outros animais. Gafanhotos servem de alimento não só para sapos, mas
também para passarinhos e lobos-guará. Serpentes podem comer sapos, pássaros, preás e ratos
e servir de alimento para gaviões, que também se nutrem dos animais que as serpentes comem.
Nessa resumida descrição de uma teia alimentar, podemos destacar várias cadeias alimentares que
interagem, tais como:
FRENTE B
Os herbívoros, alimentando-se somente de plantas, atuam sempre como consumidores
primários e, portanto, ocupam sempre o segundo nível trófico em uma teia alimentar. Mas os
demais consumidores, como os onívoros e os carnívoros, podem ocupar diferentes níveis trófi-
BIOLOGIA
Portal
cos em uma teia alimentar. Veja alguns exemplos, considerando os seres humanos: SESI
Educação www.sesieducacao.com.br
milho → ser humano (consumidor primário, segundo nível trófico);
capim → boi → ser humano (consumidor secundário, terceiro nível trófico); Acesse o portal e explore o con-
alga → crustáceo → peixe → ser humano (consumidor terciário, quarto nível trófico). teúdo Teia alimentar.
PARA CONSTRUIR
1 Os alimentos fornecem “matéria-prima” para a construção, 2 (Fuvest-SP) As leveduras podem viver tanto na presença
o crescimento e a manutenção dos seres vivos. Mas alguns quanto na ausência do gás oxigênio.
tipos de alimento atuam também como “combustíveis” para a) Que processos de obtenção de energia as leveduras reali-
as células. zam em cada uma dessas situações?
Explique por que se diz que substâncias como a glicose fun- As leveduras são seres anaeróbios facultativos. Em presença de
cionam como “combustíveis” para as células. gás oxigênio realizam respiração aeróbia e na ausência desse gás,
Carboidratos, como a glicose, são oxidados nas células durante a produzem fermentação alcoólica.
respiração celular e fornecem ao organismo a energia necessária
para o desempenho das diversas funções vitais. Por isso é que se
diz que eles atuam como “combustíveis” para o trabalho celular.
galinha
roedores
gafanhotos
pássaros
4 A luz do Sol tem sido, em todo o mundo, tema de poemas
e canções, entre outros exemplos. Já se disse, poeticamente,
que ela é “tragada” pelas folhas e “traduzida” por meio de um roedores
fenômeno em que se verifica a conversão de energia lumino-
sa em energia química.
a) Que fenômeno é esse? pássaros
Trata-se da fotossíntese.
FRENTE B
galinha
b) Por que esse fenômeno é importante para a vida na Terra?
A fotossíntese é importante para a nutrição direta ou indireta de e) galinha milho gafanhotos pássaros
praticamente todos os organismos vivos da Terra. Além disso,
BIOLOGIA
ENEM
b) Cavernas habitadas por morcegos e outros animais e as re-
giões profundas dos mares têm alguma coisa em comum?
Explique sua resposta.
O comum entre cavernas e abismos oceânicos é que ambos
os ambientes são destituídos de luz, logo, a manutenção de vida
nesses locais depende, em última análise, do alimento produzido
em zonas iluminadas.
Desafio
que o texto: ros, como o urubu, devido ao hábito alimentar e sua aparên-
a) Diz respeito ao processo de degradação de matéria orgâ- cia, não é cativado pelas pessoas assim como as bactérias
nica dos vegetais. decompositoras que tendem a ser associadas a doenças.
b) Trata da importância da adubação inorgânica para a agri- (Disponível em: < http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/a-
cultura. diversidadebiologica-esta-sendo-ameacada.htm> Adaptado.
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
1 (Fuvest-SP) A cana-de-açúcar é importante matéria-prima para a produção de etanol. A energia contida na molécula de etanol
(álcool etílico) e liberada na sua combustão foi:
a) captada da luz solar pela cana-de-açúcar, armazenada na molécula de glicose produzida por fungos no processo de fermenta-
ção e, posteriormente, transferida para a molécula de etanol.
b) obtida por meio do processo de fermentação realizado pela cana-de-açúcar e, posteriormente, incorporada à molécula de
etanol na cadeia respiratória de fungos.
c) captada da luz solar pela cana-de-açúcar, por meio do processo de fotossíntese, e armazenada na molécula de clorofila, que foi
fermentada por fungos.
d) obtida na forma de ATP no processo de respiração celular da cana-de-açúcar e armazenada na molécula de glicose, que foi, pos-
teriormente, fermentada por fungos.
e) captada da luz solar por meio do processo de fotossíntese realizado pela cana-de-açúcar e armazenada na molécula de
glicose, que foi, posteriormente, fermentada por fungos.
2 (UFRJ) Bactérias e fungos encontrados na natureza são agentes causadores de problemas para a saúde dos seres humanos.
Suponha a descoberta de uma droga com uma ação bactericida e fungicida extremamente eficaz e destituída de toxicidade
para animais e plantas. Imagine que essa droga fosse espalhada por toda a superfície da Terra, causando assim a completa
extinção de fungos e bactérias. O que aconteceria com a produtividade primária (taxa de fotossíntese) dos ecossistemas?
Justifique sua resposta.
3 (Fuvest-SP) Esquematize duas cadeias alimentares em que você participe como consumidor primário e terciário, respectivamente.
4 Leia um trecho da canção “Tico-tico no fubá”.
[...] o tico-tico tá comendo o meu fubá / Se o tico-tico tem, tem que se alimentar / Que vá comer umas minhocas no
pomar […] / Botei alpiste para ver se ele comia / Botei um gato, um espantalho e um alçapão […]
Trecho da canção “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu.
a) Ao analisar a letra dessa canção, uma estudante afirmou que o tico-tico pode ser consumidor primário e secundário. Você con-
corda? Por quê?
b) Imagine que um gato tenha resolvido a questão. Crie um esquema de cadeia alimentar para essa situação, colocando o gato
como consumidor secundário.
5 (PUC-SP)
(I) (II) (III)
Plantas Insetos herbívoros Insetos carnívoros
Pássaros
(IV)
A rede alimentar acima é encontrada em dois ambientes A e B. Alguns biólogos, com o objetivo de eliminar certos insetos herbí-
voros que constituíam uma “praga” nos dois ambientes, realizaram os seguintes procedimentos: em A, destruíram mecanicamente
alguns ovos e larvas daqueles insetos; em B, aplicaram certa quantidade do inseticida DDT. Após certo tempo, verificou-se que, no
ambiente A, as populações I, II, III e IV estavam em equilíbrio e que, no ambiente B, houve alta taxa de mortalidade na população
IV. Procure explicar o ocorrido nos dois ambientes após a intervenção dos biólogos.
a) c) e)
Número de indivíduos
Número de indivíduos
Número de indivíduos
x Tempo x x
Tempo Tempo
b) d)
Número de indivíduos
Número de indivíduos
x Tempo x Tempo
8 (UEPB) Um biólogo representou de forma esquemática (esquema abaixo) os resultados de uma pesquisa feita no açude de Bodo-
congó–Campina Grande/PB sobre teia alimentar ali existente. Sabendo-se que os peixes dessa comunidade servem de alimento
para as aves locais, pode-se dizer que, nessa teia alimentar, essas aves se comportam como:
Aves
Peixes
a) Consumidores de segunda e terceira ordens. Copépodes Moluscos FRENTE B
b) Consumidores de terceira e quarta ordens. Insetos
c) Consumidores de terceira ordem, apenas.
d) Consumidores de quarta ordem, apenas. Algas
BIOLOGIA
ANOTAÇÕES
Parte I Parte II
A durabilidade do plástico ajudou a torná-lo um mi- Um grupo de pesquisadores brasileiros avaliou os im-
lagroso produto popular no início do século XX. Mas, pactos de diferentes graus de poluição na criação da ostra-
agora, a onipresença desse material pode estar destruindo -do-pacífico em Florianópolis, capital de Santa Catarina,
ecossistemas de maneiras surpreendentes. Um novo estu- responsável por 95% da produção do molusco no Brasil. Em
do de pesquisadores do Instituto de Oceanografia Scripps, busca de um diagnóstico sobre as condições dos animais
em La Jolla, na Califórnia, mostra que a concentração de comercializados, o estudo publicado em fevereiro na Ecoto-
plástico aumentou em cem vezes nos últimos quarenta xicology and Environmental Safety confirmou que as ostras
anos no Giro Subtropical do Pacífico Norte – um enorme podem acumular em seu organismo compostos químicos e
local de calmaria no meio da rotação horária de correntes agentes como vírus, bactérias e protozoários, causadores de
oceânicas localizado entre a Ásia Oriental e a costa ame- doença em pessoas. Esses organismos podem provocar in-
ricana oeste tendo, aproximadamente, o Havaí como pon- fecções, principalmente em quem ingere o alimento cru. [...]
to médio. Estima-se que o tamanho da área seja de mais A ostra (Crassostrea gigas) se alimenta do plâncton que
de 18 milhões de km². vive à deriva no mar e faz isso filtrando a água. “Além do
O estudo, publicado on-line em 9 de maio na Biology próprio alimento, ela absorve substâncias tóxicas aos seres
Letters, também documentou pela primeira vez um au- humanos, que estão na água, ou pode se infectar com micror-
mento nas densidades de ovos de Halobates sericeus, um ganismos como vírus e bactérias. Esses seres ficam retidos no
inseto aquático [...] que os deposita em objetos flutuan- tecido do animal, protegidos de agressões como a radiação
tes. [...] ultravioleta do Sol [...]. As ostras podem acumular metais,
Concentrações mais altas de destroços plásticos flu- pesticidas e outros compostos orgânicos em seus tecidos e nas
tuantes oferecem mais oportunidades para o inseto depo- brânquias, chegando a concentrações maiores do que as pre-
sitar ovos. Esse inseto marinho passa sua vida inteira em sentes na água do mar. Portanto, a qualidade dos moluscos
mar aberto e toma seu lugar na cadeia alimentar consu- comercializados está relacionada às condições sanitárias das
mindo zooplâncton e larvas herbívoras de peixes e sendo águas onde são cultivadas.
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/03/28/
consumido por caranguejos, peixes e aves marinhas. ostras-podem-acumular-agentes-causadores-de-doen%C3%A7as
Pesquisadores se preocupam com a possibilidade de -comprova-pesquisa>. Acesso em: 1 set. 2014.
essa proliferação plástica dar a esses insetos, micróbios,
outros animais e plantas que crescem diretamente no O artigo descreve a criação de moluscos para consumo no Brasil.
plástico uma vantagem sobre seres vivos oceânicos que De acordo com o artigo: b
não estão associados com superfícies sólidas, como pei- a) As ostras podem acumular em seu organismo vírus, bactérias
xes, lulas, pequenos crustáceos e águas-vivas. [...] e compostos químicos diversos, que necessariamente as le-
vam à morte.
Disponível em: <www2.uol.com.br/sciam/noticias/para_
algumas_especies_plastico_e_fantastico.html>. b) As ostras podem acumular em seu corpo substâncias absor-
Acesso em: 1o set. 2014. Adaptado. vidas do ambiente, que podem ser transferidas ao próximo
nível trófico. Assim, quando nos alimentamos delas, a quan-
O Halobates sericeus é um inseto marinho chamado popular- tidade ingerida dessas substâncias é relativamente grande e
mente de inseto-jesus. Considerando a posição na cadeia ali- pode causar doenças.
mentar desse inseto, os níveis tróficos ocupados por ele e pelos c) As ostras removem substâncias tóxicas da água poluída tor-
caranguejos são, respectivamente,: a nando-a limpa e adequada para consumo humano.
a) consumidor secundário e consumidor terciário. d) As ostras oferecem um ambiente adequado para proliferação
b) consumidor primário e consumidor secundário. de microrganismos.
c) produtor e consumidor primário. e) A quantidade de substâncias prejudiciais nos tecidos das os-
d) consumidor secundário e consumidor primário. tras é pequena, por isso, é seguro utilizá-las para consumo
e) consumidor terciário e consumidor quaternário. humano.
39
QUADRO DE IDEIAS Direção editorial: Renata Mascarenhas
Coordenação editorial: Tatiany Renó
Edição: Camila De Pieri Fernandes (coord.), Tatiane
Godoy; Colaboração: Eliete Bevilacqua
Coordenação de produção: Fabiana Manna, Daniela
Carvalho
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Aspectos gerais da Biologia
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Letícia Pieroni
(coord.), Danielle Modesto, Marília Lima, Marina Saraiva,
Tayra Alfonso, Vanessa Lucena.
Edição de Arte: Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Ellen Colombo
Matéria e energia Biosfera e organização Finta; Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Vida e cidadania Fernando Vivaldini
para a vida biológica
Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
Ilustrações: Ideario Lab, Ilustra Cartoon
Projeto gráfico de miolo: Daniela Amaral, Talita
Guedes
Colaboraram para esta Edição do Material:
Noções de Biosfera e
Biologia no cotidiano Projeto Sistema SESI de Ensino
metabolismo biodiversidade Gestão do Projeto: Thiago Brentano
Pesquisa científica e Coordenação do Projeto: Cristiane Queiroz
Respiração celular Níveis de organização
cidadania Coordenação Editorial: Simone Savarego, Rosiane
anaeróbia e aeróbia dos seres vivos Botelho e Valdete Reis
Integração com a Revisão: Juliana Souza
Autótrofos e Equilíbrio biológico Diagramação: lab 212
natureza
heterótrofos Capa: lab 212
Desenvolvimento Ilustração de capa: Aurielaki/ Golden Sikorka/
Cadeia alimentar e teia sustentável
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Consultores:
alimentar
Coordenação: Dr. João Filocre
Biologia: Dra. Gisele Brandão Machado de Oliveira e
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SESI DN
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Ramacciotti
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Vários autores.
16-08187 CDD-373.19
2016
ISBN 978 85 08 18306 7 (AL)
ISBN 978 85 08 18308 1 (PR)
2ª edição
1ª impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação
ALUNO