Nivelamento de Matemática
Nivelamento de Matemática
Nivelamento de Matemática
DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
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sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO
SUMÁRIO
AULA 01 CONJUNTOS 05
AULA 03 FRAÇÕES 18
AULA 08 PORCENTAGEM 42
AULA 14 FUNÇÕES 71
AULA 16 TRIGONOMETRIA 89
NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA
PROF. REBECCA MANESCO PAIXÃO
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a). É com prazer que apresento a você o livro de “Nivelamento de Matemática”.
Sou a professora Rebecca Manesco Paixão, graduada em Engenharia Ambiental e Sanitária
e licenciada em Matemática, especialista em Segurança do Trabalho, mestre em Engenharia
Química e atualmente cursando o doutorado em Engenharia Química, com estágio de
doutoramento realizado em Portugal.
O presente material encontra-se dividido em 16 aulas, preparadas com o objetivo de
relembrarmos alguns conceitos importantes da Matemática, contribuindo com a sua formação
acadêmica.
Iniciaremos nossos estudos com a noção de conjuntos e, neste contexto, veremos os
conjuntos numéricos. Na sequência, estudaremos as frações e as operações que podem
ser feitas por meio de frações.
Em um segundo momento, abordaremos os conceitos de razão e proporção, para na
sequência, nos recordarmos da regra de três, tanto simples como composta, utilizada
sempre que quisermos encontrar um valor desconhecido, comparando grandezas direta ou
inversamente proporcionais.
Neste material, também trataremos de expressões algébricas e equações e inequações
do primeiro e do segundo grau.
Finalizaremos nossos estudos com as funções e algumas das funções elementares como
as polinomiais, exponenciais e logarítmicas, tendo em vista a sua importância e aplicação
em diversas áreas do conhecimento.
A última aula é dedicada à retomada de alguns conceitos importantes da trigonometria,
bem como ao estudo das funções trigonométricas: seno, cosseno e tangente.
Bons Estudos!
Professora Me. Rebecca Manesco Paixão.
AULA 1
CONJUNTOS
Um conjunto pode ser pensado como uma coleção de objetos, tal que estes objetos que
fazem parte do conjunto são ditos elementos. Normalmente, indica-se o conjunto por letras
maiúsculas e os elementos por letras minúsculas.
Se o elemento x pertence ao conjunto A, então, dizemos que “x pertence ao conjunto
A”, e escrevemos x∈A. Por outro lado, escrevemos x∉A para indicar que “x não percente ao
conjunto A”.
Seja B um conjunto finito, n(B) diz respeito ao número de elementos deste conjunto.
Caso o conjunto tenha apenas um único elemento, então ele é dito unitário.
E, caso o conjunto não tenha elementos, então ele é dito vazio, indicado por { } ou Ø.
Exemplo 1.3: Se E={x|x é o dia da semana que começa com a letra A}, então E={ }.
De modo geral, o conjunto pode ser representado a partir da enumeração de seus elementos,
por meio de uma propriedade comum a todos os seus elementos e por meio de um diagrama.
A enumeração dos elementos de um conjunto é feita entre chaves, a exemplo do conjunto
F dos números ímpares: F={1,3,5,…}.
B ⊂ A ↔ (∀ x, x ∈ B → x ∈ A)
A ∩ B = {x|x∈A e x∈B}
• A ∩ Ø = Ø,∀A
• A ∩ B = B ∩ A,∀A,∀B
• (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C),∀A,∀B,∀C
Atente-se também, caro(a) aluno(a), a dois casos particulares: 1) se B ⊂ A, então A∩B =B,
ou seja, como B está contido em A, então a intersecção de ambos é o próprio conjunto B;
2) se A∩B=Ø, então A e B são conjuntos disjuntos, ou seja, não têm elementos em comum,
tal que a intersecção é o conjunto vazio.
A ∩ B={0,1,2,3} ∩ {2,4,6}={2}
A ∩ C={0,1,2,3} ∩ {1,3,5}={3}
B ∩ C={2,4,6} ∩ {1,3,5} = Ø
Por sua vez, denominamos de união de dois conjuntos A e B o conjunto formado pelos
elementos que pertencem ao conjunto A ou ao conjunto B:
A ∪ B = {x|x ∈ A ou x ∈ B}
• A ∪ Ø = A,∀A
• A ∪ A = A,∀A
• Ø ∪ Ø = Ø
• A ∪ B = B ∪ A,∀A,∀B
• (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C),∀A,∀B,∀C
Atente-se também, caro(a) aluno(a), a dois casos particulares: 1) se A⊂B, então A∪B=B;
2) se A e B são conjuntos disjuntos, então A∪B=A+B.
Anote isso
A - B = {x|x ∈ A e x ∉ B}
• Se A ∩ B = Ø, então A - B = A,∀A,∀B
• Se B ⊂ A, então B - A = Ø,∀A,∀B
• Se A ≠ B, então A - B ≠ B - A,∀A,∀B
• Se A = B, então A - B = Ø e B - A = Ø,∀A,∀B
Atente-se para o caso particular quando A e B são conjuntos disjuntos, tal que A - B = A.
A B
2 ∈ ∉
4 ∈ ∈
6 ∈ ∈
8 ∈ ∉
Por sua vez, se o conjunto A é um subconjunto do conjunto universo U, A ⊂ U, o complementar
de A com relação a U é denotado por Ā.
Caro(a) aluno(a), para finalizarmos esta nossa primeira aula, vamos falar sobre o número
de elementos da união de dois conjuntos.
Sejam dois conjuntos A e B, em que n(A) denota o número de elementos de A, n(B) denota
o número de elementos de B, n(A ∪ B) denota o número de elementos de A ∪ B, e n(A ∩ B)
denota o número de elementos de A ∩ B, então, podemos dizer que:
Exemplo 1.12: Em uma determinada cidade existem 2 jornais em circulação, que juntos
têm 1.000 assinantes. Sabe-se que o jornal A tem 400 assinantes e que 150 pessoas assinam
os jornais A e B.
Extraindo os dados do enunciando, podemos concluir que:
n(A ∪ B)=1000
n(A)=400
n(A ∩ B)=150
Assim, podemos dizer que 250 pessoas assinam somente o jornal A porque:
n(A) = x + n(A ∩ B)
400 = x + 150
x = 400 - 150 → x = 250
n(B) = y + n(A ∩ B)
750 = y + 150
y = 750 - 150 → y = 600
AULA 2
CONJUNTOS NUMÉRICOS
Nesta nossa aula veremos que os conjuntos numéricos reunem elementos que são
números. São formados pelos números naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais.
Vamos iniciar com o conjunto dos números naturais, denotado por ℕ. Ao enumerarmos
o conjunto dos números naturais, temos: ℕ={0,1,2,3,…}.
São subconjuntos dos números naturais os números naturais não nulos, os números
naturais pares, os números naturais ímpares e os números naturais primos:
O conjunto dos números racionais reúne números que podem ser escritos na forma de
fração. Isto significa que um número racional é um número que pode ser colocado na forma
de uma razão , em que p ∈ ℤ e q ∈ ℤ*, ou seja:
{
ℚ = x|x = , p ∈ ℤ e q ∈ ℤ* }
Os seguintes conjuntos são subconjuntos de ℚ:
• ℚ*: subconjunto dos números racionais não-nulos formado pelos números racionais,
excluindo o zero
• ℚ+: subconjunto dos números racionais não-negativos formado pelos números racionais
positivos e o zero
• ℚ*+: subconjunto dos números racionais positivos formado pelos números racionais
positivos, excluindo o zero
• ℚ -: subconjunto dos números racionais não-positivos formado pelos números racionais
negativos e o zero
• ℚ*-: subconjunto dos números racionais negativos formado pelos números racionais
negativos, excluindo o zero
O conjunto dos números irracionais denotado por Iℝ, reúne números irracionais, ou seja,
aqueles representados na forma decimal, com infinitos algarismos e que não apresentam
periodicidade. São exemplos de números irracionais: √2,√5, e, π.
Por fim, a reunião do conjunto dos números racionais e do conjunto dos números irracionais
constitui o conjunto dos números reais, ou seja, ℝ = ℚ ∪ Iℝ. Assim, seja um determinado
número x, podemos dizer que:
Além disso, caro(a) aluno(a), também podemos representar o conjunto ℝ por meio de uma
reta orientada, associando cada número real a um único ponto da reta. Veja a Figura abaixo:
Anote isso
Exemplo 2.2: Sejam os intervalos A = {x ∈ ℝ|-2 < x < 2} e B = {x ∈ ℝ|1 ≤ x < 4}, então:
A∪B = ]-2,4[
A∩B = [1,2[
Também é possível encontrar a diferença entre dois intervalos. Veja os exemplos que
seguem:
Exemplo 2.4: Sejam os intervalos A={x ∈ ℝ|2 ≤ x ≤ 4} e B = {x ∈ ℝ|x > 2}, então:
A - B = {x ∈ ℝ|x = 2}
AULA 3
FRAÇÕES
Caro(a) aluno(a), agora que você foi introduzido ao conjunto dos números racionais e
irracionais (ou ao menos relembrou), chegou a hora que aprofundarmos nossos conhecimentos
sobre as frações. O objetivo é que você saiba manipular frações, bem como realizar as
operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
Lembre-se! Fração é uma forma de expor um valor que é dividido por um certo número de
partes iguais entre si. A palavra fração é de origem latina, fractus, que significa “quebrado”
ou “partido”.
Considerando dois números naturais, a e b, com b≠0, então, por definição temos que é
uma fração, em que a é o numerador que indica quantas partes foram tomadas do inteiro,
enquanto que b é o denominador que indica em quantas partes iguais dividiu-se o inteiro.
3.1 Tipos de frações
Uma fração própria é aquela em que o numerador é menor do que o denominador. Veja
os exemplos abaixo:
Uma fração imprópria é aquela em que o numerador é igual ou maior do que o denominador.
Veja os exemplos abaixo:
Caro(a) aluno(a), uma fração imprópria também pode ser escrita na forma de um
número misto, constituído de uma ou mais partes inteiras e de uma parcela fracionária.
Consulte o link abaixo para ficar por dentro: https://pt-pt.khanacademy.org/math/
arithmetic/fraction-arithmetic/arith-review-mixed-number/a/mixed-numbers-and-
improper-fractions-review.
Uma fração mista é aquela constituída de uma parte inteira e de uma parte fracionária.
Exemplo:
1 (um inteiro e dois quartos)
Para converter uma fração imprópria em uma fração mista é preciso dividir a fração pelo
denominador, tal que a parte inteira será o quociente, o resto será o denominador e o divisor
será o denominador.
Para converter uma fração mista em uma fração imprópria é preciso conservar o
denominador, multiplicá-lo pela parte inteira e somar o resultado com o numerador.
Uma fração equivalente é aquela cujos produtos do numerador com o denominador são
iguais, ou seja, representam a mesma parte do todo. Veja os exemplos abaixo:
Exemplo 3.3: Para encontrarmos frações equivalentes a 1/2, devemos fazer o seguinte
processo:
Exemplo 3.4: Considerando a fração , para simplificá-la, basta reparar que ambos,
numerador e denominador, são múltiplos de 10, e assim:
Repare, caro(a) aluno(a), que é uma fração equivalente a . Além disso, é dita fração
irredutível, uma vez que a mesma não pode ser simplificada visto que os números 2 e 5 não
possuem nenhum fator em comum.
AULA 4
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
Nesta aula, caro(a) aluno(a), dando continuidade ao estudo das frações, trabalharemos
com as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
Agora que relembramos frações e os tipos de frações que existem, vamos ver as operações
de adição e de subtração de frações.
São dois os casos em que podemos adicionar ou subtrair frações: quando tivermos
denominadores iguais e quando tivermos denominadores diferentes.
Exemplo 4.1:
Exemplo 4.2:
Neste caso, precisamos encontrar frações que sejam equivalentes às originais, mas que
compartilhem de um mesmo denominador; assim, para a primeira fração, temos que:
Caro(a) aluno(a), no exemplo anterior, os denominadores eram 5 e 20, tal que o denominador
comum foi 20, que era, justamente o MMC (mínimo múltiplo comum). No próximo tópico
vamos nos relembrar disso!
Figura 3.1: MMC e o MDC dos números 80, 90 e 210. Fonte: MUNDO MATEMÁTICA (2021,online).
Assim:
MDC{210,90,80} = 5
MMC{210,90,80} = 5040
Exemplo 4.4:
Exemplo 4.5:
Na divisão de frações devemos multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda fração.
Exemplo 4.6:
Caro(a) aluno(a), agora que fomos introduzidos a todas as operações que podem ser feitas
com frações, atente-se que ao realizarmos operações aritméticas com frações, a multiplicação
e a divisão têm precedência sobre a adição e a subtração. Veja o exemplo abaixo:
Exemplo 4.7:
15, 6,3 2
15,3,3 3
5,1,1 5
1,1,1 30
AULA 5
POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO
Nesta aula, caro(a) aluno(a), vamos trabalhar com a potenciação e a radiciação. Vamos lá?
5.1 Potenciação
Exemplo 5.1:
contamos o número de casas que a vírgula se deslocou para a direita, ou para a esquerda;
o número de casas deslocadas será o expoente da base 10. Veja os exemplos abaixo:
Exemplo 5.2: Seja o número 5.000.000, para ele se transformar em notação científica,
precisamos andar com a vírgula 6 casas para à esquerda, tal que o expoente seja 6 (positivo):
5.106.
Exemplo 5.3: Seja o número 0,0005, para ele se transformar em notação científica,
precisamos andar com a vírgula 4 casas para a direita, tal que o expoente seja 4 (negativo):
5.10-4.
a) 2.102=200
b) 4.10-1=0,4
c) 7.107=70.000.000
d) 1.10-9=0,000000001
e) 3,55.103=3.550
f) 4,89.10-2=0,0489
Exemplo 5.4: Vamos transformar 414.521 em uma notação científica. Para isto, devemos
fazer:
414.521 = (22)14.521
=22.14.521
=228.521
=(27.221 ).521
=27.(221.521)
=27.1021
=128.1021
=1,28.1023
5.2 Radiciação
√a = x → xn = a
n
Exemplo 5.6:
5.2.1 Racionalização
n
√ak . n√an-k = n√ak.an-k = n√ak+n-k = n√an = a
Exemplo 5.7:
108 2
54 2
27 3
9 3
3 3
1
Logo,
√108 = √22.32.3= 2.3.√3 = 6√3
AULA 6
RAZÃO E PROPORÇÃO
Razão e proporção, caro(a) aluno(a), são temas que fazem parte do nosso cotidiano e se
aplicam às diversas áreas do conhecimento.
6.1 Razão
A razão é definida como o quociente que nos permite comparar dois números. Sejam dos
números inteiros x e y, em que y≠0, a razão entre ambos é dada por:
Exemplo 6.1: Em uma partida de tiro ao alvo, Guilherme acertou 4 vezes o alvo, em 10
tentativas, ou seja, podemos dizer que a razão entre o número de acertos e erros é de:
é a forma fracionária, 0,67 é a forma decimal e 67% a forma percentual. Isto quer
dizer a cada duas vezes que Guilherme acertar o alvo, ele terá três lançamentos que não
acertaram o alvo.
Fonte: https://pt.depositphotos.com/stock-photos/tiro-ao-alvo.html
Caro(a) aluno(a), razões especiais dizem respeito a razões entre grandezas de mesmo tipo,
ou de tipos diferentes, utilizadas com frequência no cotidiano, como a escala, a densidade
demográfica e a velocidade média.
A escala costuma ser utilizada em mapas, maquetes e plantas, consistindo na razão
entre a medida do comprimento no desenho e a medida do comprimento real. É obtida a
partir da fórmula:
Exemplo 6.2: A planta baixa da casa de Maria está na escala de 1:200 (lê-se “1 para 200”,
ou seja, cada 1 cm do desenho corresponde a 200 cm da medida real da casa). Considerando
que no desenho uma parede tem 4 cm, então na casa, a parede terá:
x.1 = 200.4
x = 800 cm
Exemplo 6.3: A miniatura de um carro foi feita em uma escala de 1:50. Sabendo que a
miniatura tem 4 cm de largura e 10 cm de comprimento, então as medidas reais do carro são:
x.1 = 50.4
x = 200 cm
x.1 = 50.10
x = 500 cm
Exemplo 6.4: A cidade de Marília tem 240.000 habitantes, distribuídos na área de 1.171
km2. Sabendo disso, a densidade demográfica da cidade é de:
A velocidade média diz respeito à razão entre a distância percorrida e o tempo gasto para
percorrer tal distância. É dada pela fórmula:
Exemplo 6.5: Um trem percorre 700 km em 2 horas, logo, a velocidade média é dada por:
6.2 Proporção
A proporção diz respeito à igualdade que existe entre duas razões. De modo geral, uma
proporção é escrita da seguinte forma:
Exemplo 6.6: Em temos que o produto dos meios (6.4) é igual ao produto dos
extremos (2.12).
Esta propriedade, caro(a) aluno(a), é interessante, uma vez que nos possibilita encontrar
o valor de um termo desconhecido, a partir do conhecimento dos outros três termos. Veja
os exemplos abaixo:
Exemplo 6.7: Considerando que dois números estão na razão de 1 para 3, e sabendo
que o primeiro número é 5, então o segundo número deve ser 15, uma vez que , são
frações equivalentes:
x.1 = 5.3
x = 15
Exemplo 6.8: É sabido que duas sucessões de números são diretamente proporcionais:
12.x = 2.36
12x = 72
x=6
6.y = 36.12
6y = 432
y = 72
Caro(a) aluno(a), números diretamente proporcionais são sucessões, tal que a razão entre
os elementos correspondentes é constante. Ou seja, isto significa que quando uma grandeza
aumenta, a outra também aumenta; e ainda, que quando uma grandeza diminui a outra
também diminui.
Considerando os números a, b, c, d, e e f, eles serão ditos diretamente proporcionais
quando a igualdade entre as razões possuírem o mesmo valor, ou seja:
4.x = 12.6
4x = 72
x = 18
Por sua vez, números inversamente proporcionais são sucessões cujo produto dos
seus elementos correspondentes é constante. Isto significa que quando o produto dos
números correspondentes em duas sucessões de números é constante, esses números
são inversamente proporcionais, e assim, as grandezas a eles associadas também são
inversamente constantes (LEITE; CASTANHEIRA, 2014).
Sejam os números a, b, c, d, e e f, eles serão ditos inversamente proporcionais quando um
número está para o inverso do outro, predominando a igualdade entre as razões respectivas.
Assim:
x = 45
AULA 7
REGRA DE TRÊS
A regra de três simples consiste de um processo que nos permite determinar um quarto valor,
a partir do conhecimento de outros três, tal que todos eles se relacionem proporcionalmente,
ou seja, são diretamente ou inversamente proporcionais.
O passo a passo abaixo pode ser utilizado para solução de um problema que envolva a
utilização da regra de três simples:
Exemplo 7.1: Ao se deslocar de uma cidade a outra, Fabio percorre 200 km em 2 horas e
30 minutos. Se Fabio manter a mesma velocidade, então qual distância ele terá percorrido
em 6 horas de viagem?
Neste caso, é importante notarmos que temos grandezas diretamente proporcionais, isso
porque conforme o tempo de condução aumenta, a distância percorrida também aumenta,
assim temos que:
200.360 = x.150
72000 = 150x
x = 480
Isto significa que em 6 horas (ou 360 minutos) de viagem, Fabio terá percorrido 480 km.
Exemplo 7.2: Uma equipe de pedreiros, trabalhando 8 horas por dia, consegue finalizar
uma obra de construção civil em 12 dias. Se o número de horas trabalhadas diárias diminuir
para 6, então em quanto tempo a equipe conseguirá finalizar a obra?
Neste caso, temos grandezas inversamente proporcionais, ou seja, quando diminuímos
o número de horas trabalhadas, aumenta-se o prazo para finalização da obra.
6.x = 12.8
6x = 96
x = 16
Isto significa que se a equipe passar a trabalhar 6 horas por dia, então irá levar 16 dias
para finalizar a obra.
No tópico anterior estudamos a regra de três simples. Ela é chamada de simples porque
envolve apenas duas grandezas inversamente ou diretamente proporcionais. Por sua vez,
a regra de três composta é utilizada para a resolução de problemas que abordam três ou
mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, em que um dos termos da
proporção é o que se deseja determinar.
Novamente, o passo a passo abaixo pode ser utilizado para solução de um problema que
envolve a utilização da regra de três composta:
x.4 = 90.10
4x = 900
x=225
Exemplo 7.4: 2 pedreiros constroem uma parede de 10 metros em 5 dias. Quantos dias
5 pedreiros levarão para construir uma parede de 30 metros?
Neste caso, temos que as grandezas são inversamente proporcionais, ou seja, quando
aumentamos o número de pedreiros, o tempo de trabalho diminui; no entanto, quando
aumentamos o comprimento da parede, então maior será o tempo de serviço para construção
da mesma. Assim:
x.50 = 5.60
50x = 300
x=6
AULA 8
PORCENTAGEM
A palavra porcentagem é de origem latina per centum que significa “por cento”. Geralmente,
as porcentagens são representadas na forma decimal ou por meio do símbolo % para indicar
a porcentagem. Logo, 50 por cento = 0,50 ou 50%.
O conceito porcentagem está ligado a operações financeiras, embora não se restrinja a
esta aplicação. Além disso, na resolução de problemas que envolvem a porcentagem, nós
podemos utilizar a regra de três simples com grandezas diretamente proporcionais.
Para se calcular a porcentagem (x) é muito simples. Chamando de P o todo e de i a parte
da unidade (taxa), então temos que:
Exemplo 8.1: Uma loja de eletrodomésticos está vendendo as peças com 15% de desconto.
Supondo que Ana Maria comprou uma geladeira que custava R$ 2.000,00, então quanto
Ana Maria pagou pela geladeira?
Neste caso, temos que o preço da geladeira é de R$ 2.000,00, o que representa o total
(100%), e assim, queremos encontrar o preço que corresponde aos 15%:
x.100 = 2000.15
100x = 30000
x = 300
5,00.i = 0,20.100
5,00i = 20,00
i=4
Anote isso
Existem situações, caro(a) aluno(a), em que é comum um desconto sobre um valor original
e na sequência um acréscimo ao valor do desconto. Atente-se que nestes casos, o preço
não volta ao valor original. Veja o exemplo abaixo:
AULA 9
EXPRESSÕES ALGÉBRICAS
Por sua vez, expressões algébricas consistem de agrupamentos de variáveis as quais devem
ser representadas por letras, ou de constantes e variáveis, que se encontram interligadas
por sinais de operação (LEITE; CASTANHEIRA, 2014).
Assim, em uma expressão algébrica, temos: constantes, variáveis e valor numérico. A
constante diz respeito à quantidade que apresenta um valor fixo, geralmente representada
pelas primeiras letras do alfabeto a, b, c,... . A variável diz respeito a um símbolo que representa
um elemento qualquer de um conjunto de valores considerados, normalmente representada
pelas últimas letras do alfabeto ..., x, y, z. Enquanto que o valor numérico diz respeito ao
número que obtemos quando substituímos as letras de uma expressão numérica por números
e efetuamos as operações indicadas.
{15+[100x-3y(2x)2]}+1={15+[(100.2)-(3.3.(2.2)2)]}+1
={15+[(100.2)-(3.3.(4)2)]}+1
={15+[(100.2)-(3.3.16)]}+1
={15+[200-144]}+1
={15+56}+1
=71+1
=72
Por definição, uma expressão algébrica pode ser um monômio, um binômio, um trinômio
ou um polinômio.
Atente-se, caro(a) aluno(a), que o grau de um monômio é obtido a partir da soma de todos
os expoentes da parte literal.
Exemplo 9.3: Seja o monômio -5x2y, ele é de grau 3, visto que o expoente de x é 2 e o
expoente de y é 1.
Por sua vez, o grau de um polinômio é igual ao grau do seu monômio de maior grau. Veja
o exemplo abaixo:
Exemplo 9.4: O polinômio x4+2x2 y+4 é de grau 4, uma vez que o grau do termo de maior
grau é 4.
Caro(a) aluno(a), já vimos o que são monômios e agora vamos aprender a operar com
monômios.
A adição e subtração de monômios só pode ser feita com termos semelhantes, ou seja,
aqueles que apresentam a mesma parte literal. São exemplos de termos semelhantes:
2x2y e -3x2y
4ab2c e 9ab2c
Para extrairmos a raiz de um monômio devemos dividir o expoente da variável pelo indíce
do radical. No caso do indíce ser par, o coeficiente do radicando deverá ser positivo, enquanto
que no caso do indíce ser um número ímpar, o coeficiente do radicando poderá ser positivo
ou negativo.
Exemplo 9.8: √9x4 =√9 . √x4 = √32 . √x4 = √32 . √(x2 )2 = 3. x2 = 3x2
AULA 10
PRODUTOS NOTÁVEIS E
FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS
Caro(a) aluno(a), iniciaremos esta aula estudando produtos notáveis, para na sequência,
estudarmos a fatoração. Vamos lá?
Atente-se, caro(a) aluno(a), para o fato de que “se o polinômio não puder ser fatorado
usando coeficientes inteiros é um polinômio irredutível. Se estiver escrito como um produto
de seus fatores irredutíveis está fatorado completamente” (BONAFINI, 2012, p. 19).
Como o número de fatores de a e c é finito, então podemos listar todos os fatores binomiais.
Veja o exemplo a seguir de fatoração de um trinômio, com coeficiente principal igual a 1:
Exemplo 10.4: Queremos fatorar x2+5x-14, para isto, perceba que o único par de fatores
do coeficiente principal é 1 e 1. Além disso, os pares de fatores de 14 são 1 e 14 ou 2 e 7.
Assim, temos quatro possíveis fatorações:
(x+1).(x+14)
(x-1).(x+14)
(x+2).(x-7)
(x-2).(x+7)
Ao compararmos a soma dos produtos dos termos externos e internos da forma fatorada
com o termo central do trinômio, podemos concluir que o correto é:
Com a prática, caro(a) aluno(a), você perceberá que não vai ser preciso listar todos os
possíveis fatores binômios. Veja o exemplo abaixo de fatoração de um trinômio com coeficiente
principal diferente de 1:
Exemplo 10.5: Queremos fatorar 35x2 - x -12, para isto, perceba que os fatores do coeficiente
principal são 1 e 35, bem como 5 e 7. Os pares de fatores de 12 são 1 e 12, 2 e 6 ou 3 e 4.
Ao efetuarmos os devidos cálculos, encontraremos que:
35x2-x-12 = (5x-3).(7x+4)
Para finalizarmos esta aula, caro(a) aluno(a), veremos que para simplificarmos as expressões
algébricas podemos unir termos semelhantes, somando ou subtraindo os coeficientes desses
termos e repetindo a parte literal.
Exemplo 10.6: 2xy+5xy4-x2y+3xy-4xy4
2xy+5xy4-x2y+3xy-4xy4 = (5xy4-4xy4 )-x2y+(2xy+3xy)
=xy4-x2y+5xy
Exemplo 10.7:
Exemplo 10.8:
AULA 11
EQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU
Nesta aula, caro(a) aluno(a), estudaremos as equações do primeiro grau. Mas antes disso
você se lembra do que é uma equação? Leite e Castanheira (2014, p. 47) conceituam uma
equação como uma “sentença escrita em linguagem matemática, caracterizada pela igualdade
entre duas expressões algébricas (dois membros) separadas pelo sinal de igualdade ( = ) e
que apresenta, em um dos membros, ao menos uma incógnita”.
Anote isso
Equações do primeiro grau são aquelas cujo maior valor do expoente das variáveis é 1.
Assim, equações da forma ax+b=0 são equações do 1º grau, em que a e b são números
reais, e a é o coeficiente da incógnita, tal que a≠0.
O valor de x de uma equação da forma ax+b=0 é encontrado a partir de isolamento da
incógnita em um dos membros da igualdade. Não se esqueça! Neste processo, o termo
que mudou de lado passa a ter a operação inversa, tal que a soma passa a ser a diferença,
a multiplicação passa a ser a divisão e a potenciação passa a ser a radiciação. Veja os
exemplos abaixo:
x = 2/2
x=1
Logo, S={1}
Exemplo 11.2:
4x+2 = 3.(x-1)
4x+2 = 3x-3
4x-3x = -3-2
x = -5
Logo, S={-5}
Caro(a) aluno(a), diversas situações cotidianas podem ser resolvidas a partir da utilização de
equações do 1º grau, embora nem sempre o problema nos dê clareza quanto às operações que
estão envolvidas. Na Tabela abaixo temos a representação de qualquer número desconhecido,
utilizando as incógnitas x e y. Utilize-as sempre que necessário.
Exemplo 11.3: Uma fábrica de roupas deseja dividir as 1.500 peças produzidas em dois
lotes, tal que o primeiro lote tenha o quádruplo do tamanho do segundo lote. Quantas peças
de roupa terão em cada lote?
Temos que o total de peças são 1.500. Se chamarmos de x o tamanho do segundo
lote, então o primeiro lote é 4x (o quádruplo do tamanho). Isto significa que, em linguagem
matemática, temos:
x+4x = 1500
5x = 1500
x = 55555
x = 300
Assim, podemos concluir que o segundo lote terá 300 peças de roupas, enquanto que o
primeiro lote terá 1.200 peças (300.4=1200).
Tabela 11.2: Possíveis resultados do campeonato de futebol. Fonte: elaborado pela autora.
x+y = 60 → x = 60-y
4x+2y = 140 → 4.(60-y)+2y = 140
240-4y+2y = 140
240-2y = 140
240-140 = 2y
100 = 2y
y = 100/
y = 50
Assim, podemos concluir que no estacionamento há 50 motos e 10 carros (x+50 = 60→x
= 60-50→x = 10).
Exemplo 11.6: O curso de Engenharia Civil tem o dobro de alunos do curso de Engenharia
de Produção. Sabendo que os dois cursos juntos têm 300 alunos, então quantos alunos
estão matriculados em Engenharia Civil?
Vamos chamar de x o número de alunos matriculados em Engenharia Civil e de y o número
de alunos matriculados em Engenharia de Produção. Assim: x+y = 300.
Também sabemos que o curso de Engenharia Civil têm o dobro de alunos que o curso
de Engenharia de Produção, ou seja, x = 2y.
Logo, chegamos ao seguinte sistema:
x+2x = 600
3x = 600
x = 600/
x = 200
Ou seja, 200 alunos estão matriculados em Engenharia Civil.
Exemplo 11.7: Ricardo vai dividir uma herança de R$ 600.000 entre seus dois filhos, tal
que o filho mais velho receba R$ 80.000 a mais. Quantos reais cada filho irá receber?
Vamos chamar de x o valor que o filho mais velho vai receber e de y o valor que o filho
mais novo vai receber, tal que: x+y = 600000.
Além disso, sabemos que o filho mais velho vai receber R$ 80.000 a mais, então, a
diferença é de: x-y = 80000.
Assim, temos o seguinte sistema:
Logo, o filho mais velho irá receber R$ 340.000 e o filho mais novo irá receber R$ 260.000
(340000-y = 80000 → y = 340000-80000 → y = 260000).
Caro(a) aluno(a), para finalizarmos esta aula veremos as inequações do primeiro grau. Mas
você sabe o que é uma inequação? Trata-se de uma sentença matemática que representa
uma desigualdade e que contém ao menos uma incógnita.
Em especial, as inequações do primeiro grau podem assumir as seguintes formas:
ax+b>0
ax+b≥0
ax+b<0
ax+b≤0
x<7
Logo, S={x∈ℝ|x<7}
x≤5
Logo, S={x∈ℝ|x≤5}
Exemplo 11.10:
x<2
Logo, S2={x∈ℝ|x<2}
Calculando S=S1∩S2, temos que S=[-5,2[. Portanto S={x∈ℝ|-5≤x<2}
AULA 12
EQUAÇÕES DO SEGUNDO GRAU
Uma equação do segundo grau é aquela que tem a forma ax2+bx+c=0, em que a, b e c
são números reais e a≠0. a é denominado coeficiente principal, b é o coeficiente secundário
e c é o termo independente.
A solução de uma equação do 2º grau se dá a partir da utilização da fórmula de Bhaskara:
Como o discriminante é negativo, caro(a) aluno(a), significa que a equação não tem raízes
no conjunto dos números reais e, portanto, o conjunto solução é vazio, S=Ø.
Logo S=
Logo S={-3,4}
Até o momento, caro(a) aluno(a), vimos exemplos de equações do segundo grau completas.
Completas porque tínhamos os coeficientes a, b e c diferentes de zero. Nos casos em que
os coeficientes b e/ou c forem iguais a zero, a equação é dita incompleta.
• Se b=0, a equação tem a forma ax2+c=0;
• Se c=0, a equação tem a forma ax2+bx=0;
• Se b=c=0, a equação tem a forma ax2=0. Este caso só serve para constar, uma vez
que não tem aplicação, não tem resolução e o conjunto-solução é imediato.
Logo, S={-3,3}
Observe, caro(a) aluno(a), que no Exemplo acima, a solução também poderia ter sido
encontrada fazendo x2-9 = 0 → x2 = 9.
Logo, S={0,3}
Logo, S={0}
Observe caro(a) aluno(a), que no Exemplo acima, a solução também poderia ter sido
encontrada fazendo 25x2 = 0 → x2 = 0.
Um sistema de equações do 2º grau é aquele em que uma das equações têm grau 2. A
solução deste tipo de sistema é feita a partir do médodo da substituição. Observe o exemplo
abaixo:
2x+y = 5 → y = 5-2x
x2+2xy = 7 → x2+2x.(5-2x) = 7
x2+10x-4x2 = 7
-3x2+10x = 7
-3x2+10x-7 = 0
Agora que encontramos x’ e x’’, devemos calcular os valores de y para cada um dos x
encontrados:
y = 5-2x
x' = 1 → y' = 5-2.(1) = 5-2 = 3
Logo S={x∈ℝ|-7/3<x<-1}
Logo S={x∈ℝ|x ≤ -1 ou x≥ }
AULA 13
PRODUTO CARTESIANO E
RELAÇÕES
A×B = {(0,-1),(0,1),(1,-1),(1,1),(2,-1),(2,1)}
B×A = {(-1,0),(-1,1),(-1,2),(1,0),(1,1),(1,2)}
A×A = {(0,0),(0,1),(0,2),(1,0),(1,1),(1,2),(2,0),(2,1),(2,2)}
B×B = {(-1,-1),(-1,1),(1,-1),(1,1)}
13.2 Relações
No tópico anterior, caro(a) aluno(a), nós vimos que para a determinação do produto
cartesiano, precisamos listar todos os pares possíveis cuja primeira componente estava no
primeiro conjunto e a segunda componente estava no segundo conjunto. No entanto, vão
existir casos em que não estamos interessados em todas estas combinações, mas apenas
em alguns pares que apresentam certa correspondência.
Isto significa que o conjunto R é formado por pares (x,y), em que x∈A está “relacionado”
a y∈B a partir de uma regra de associação.
É muito comum representarmos estas relações por meio do plano cartesiano (sistema
cartesiano ortogonal), ou ainda, por meio de diagramas de flechas. Veja os exemplos abaixo:
A partir do exemplo anterior, caro(a) aluno(a), podemos inferir algumas observações sobre
as relações:
1. No diagrama de flechas de uma relação de A em B, nem todo elemento do conjunto A
precisa estar associado a um elemento do conjunto B.
2. Não há a necessidade de, para cada elemento de A, associarmos um único elemento
em B.
AULA 14
FUNÇÕES
Caro(a) aluno(a), nesta aula veremos a definição intuitiva e na sequência formal, de uma
função, assim como sua linguagem e notação.
Em nosso dia a dia é comum nos depararmos com situações em que precisamos comparar
grandezas. Por exemplo, quando abastecemos um veículo com combustível, então podemos
estabelecer uma relação entre a quantidade de combustível abastecido e o preço a se pagar.
Mas você deve estar se perguntando... não acabamos de ver que isso se chama relação?
Sim, isto é uma relação, no entanto, este tipo de relação têm características específicas que
nos fazem chamá-las de funções.
Podemos dizer que funções são relações que abrangem todos os elementos do primeiro
conjunto e associam a cada elemento deste primeiro conjunto um, e somente um, elemento
do segundo conjunto. O que não necessariamente ocorre para as relações.
Exemplo 14.1: Vamos supor que um posto de combustível comercializa o litro do etanol
a R$ 3,50 e o litro da gasolina a R$ 4,25. Assim, podemos montar a seguinte Tabela que
relaciona a quantidade de combustível com o preço a se pagar:
Tabela 14.1: Valor a se pagar pelo litro do combustível. Fonte: elaborado pela autora.
v = q.4,25
v = q.3,50
Agora que vimos a noção intuitiva de uma função, vamos à definição formal?
Definição. Dados dois conjuntos não vazios A e B, uma relação f de A em B recebe o nome
de função (ou aplicação) de A em B se, e somente se, para todo x∈A existir apenas um y∈B,
tal que (x,y)∈f. As seguintes notações são utilizadas:
f:A→B (lê-se: f de A em B)
x→y = f(x) (para cada x há um valor f(x) associado)
Assim, caro(a) aluno(a), podemos dizer que uma função é um conjunto de pares ordenados,
determinados por uma sentença y = f(x) que expressa a correspondência entre as duas
variáveis x e y. Em nosso estudo, definiremos a notação de função como:
Figura 14.1: O diagrama em (a) retrata uma relação de X em Y, que é uma função. O diagrama em (b) retrata uma relação de X em Y, que não é uma função. Fonte: Demana et al.
(2013, p. 62).
Atente-se, caro(a) aluno(a), que uma função frequentemente é dada por uma fórmula que
nos auxilia no cálculo do valor da variável dependente, a partir do valor da variável independente.
E assim, na maior parte do tempo, trataremos de funções definidas em conjuntos infinitos,
especialmente subintervalos de R, o que tornará o diagrama de flechas não tão eficaz quanto
a representação da função no plano cartesiano. Veja o exemplo abaixo:
Exemplo 14.2: Seja a função f:ℝ→ℝ dada por f(x)=2x+1 para termos uma noção do
comportamento dos pares ordenados no plano cartesiano, podemos escolher alguns valores
de x, conforme Tabela abaixo:
x y = 2x+1 (x,y)
... ... ...
-2 y = 2.(-2)+1=-4+1=-3 (-2,-3)
-1 y = 2.(-1)+1=-2+1=-1 (-1,-1)
0 y = 2.0+1=0+1=1 (0,1)
1 y = 2.1+1=2+1=3 (1,3)
2 y = 2.2+1=4+1=5 (2,5)
... ... ...
Tabela 14.2: f(x)=2x+1. Fonte: elaborado pela autora.
Como vimos, além das fórmulas, também existem outras formas de representar as funções,
como a partir de tabelas e de gráficos, tal que, geralmente, é útil ir de uma representação a
outra a fim de um entendimento adicional.
Figura 14.1: Domínio, contradomínio e imagem de uma função. Fonte: elaborado pela autora.
Exemplo 14.3: Seja a função f: A→B dada por f(x) = 2x-1, em que A={1,2,3} e B={0,1,3,5,7},
então:
D(f) = A = {1,2,3}
CD(f) = B = {0,1,3,5,7}
Im(f) = {1,3,5}
Figura 14.2: Domínio, contradomínio e imagem da função f(x)=2x-1. Fonte: elaborado pela autora.
Vamos agora considerar uma função que possui domínio e contradomínio como
subconjuntos de números reais. É possível determinarmos o domínio de uma função real,
a partir do conhecimento da lei de correspondência entre seus elementos. Três casos são
possíveis (BARRETO FILHO; SILVA, 2000):
Exemplo 14.4: Seja a função dada por f(x) = . Neste caso, precisamos que o
denominador seja diferente de zero, ou seja:
x-1≠ 0
x≠1
Logo, para que a função esteja bem definida, temos que o domínio será D(f) = {x∈ℝ|x ≠ 1}.
Exemplo 14.5: Seja a função dada por f(x) = √x-2. Neste caso, precisamos que o radicando
seja maior ou igual a zero:
x-2≥0
x≥2
Logo, para que a função esteja bem definida, temos que o domínio será D(f) = {x∈ℝ|x≥2}.
Definição. Uma função f é dita injetora se, para todo x1 ∈ D(f) e x2 ∈ D(f), com x1≠x2, tivermos
f(x1) ≠ f(x2).
Isto significa que uma função é injetora quando elementos distintos do domínio estão
associados a elementos distintos do contradomínio. Pensando no diagrama de flechas, a
condição de injetividade se caracteriza pelo fato de nenhum elemento do contradomínio
receber duas flechas.
Definição. Uma função f é dita sobrejetora se, para todo y ∈ CD(f), existe x ∈ D(f), tal que
y = f(x). Ou seja, f é sobrejetora se, e somente se, Im(f) = CD(f).
f(0)=(0)-1=-1
f(1)=(1)-1=0
f(2)=(2)-1=1
f(3)=(3)-1=2
Figura 14.3: Função f:A→B, definida pela lei f(x)=x-1. Fonte: elaborado pela autora.
A partir do diagrama de flechas, nota-se que f é bijetora, uma vez que elementos distintos
do conjunto A correspondem a elementos distintos do conjunto B (função injetora) e Im(f)=B
(função sobrejetora).
Definição. Dizemos que uma função f: A → B é par, se para todo x ∈ A, f(-x) = f(x). Por
outro lado, dizemos que uma função f:A → B é ímpar, se para todo x ∈ A, f(-x) = -f(x).
No gráfico de uma função par observamos simetria com relação ao eixo vertical, enquanto
que para uma função ímpar observamos simetria com relação à origem O.
f(x) = x2
=(-x)2
= -f(x)
Figura 14.4: Representação gráfica da função f(x)=x2. Fonte: elaborado pela autora.
Caro(a) aluno(a), para finalizarmos esta aula é importante lembrá-lo que da mesma forma
que podemos fazer operações com números, as funções também podem ser adicionadas,
subtraídas, multiplicadas e divididas com vistas a produzir novas funções.
(f+g)(x) = f(x)+g(x)
(f-g)(x) = f(x)-g(x)
(f.g)(x) = f(x).g(x)
(f/g)(x) = f(x)/g(x)
Exemplo 14.8: Vamos calcular f(x) + g(x), sabendo que f(x) = 3x+1 e que g(x) = x2-2x+5:
f(x)+g(x) = (3x+1)+(x2-2x+5)
=x2+(3x-2x)+(1+5)
=x2+x+6
f o g = f(g(x))
=f(x2-3x+5)
=-(x2-3x+5)+2
=-x2+3x+-5+2
=-x2+3x-3
g o f = g(f(x))
=g(-x+2)
=(-x+2)2-3.(-x+2)+5
=x2-4x+4+3x-6+5
=x2+-4x+3x+4-6+5
=x2-x+3
Para concluir, caro(a) aluno(a), considerando y = f(x) uma função de A em B, se para cada
y→B existir exatamente um valor y→A tal que y = f(x), então podemos definir uma função
g:B→A de modo que x = g(y). Esta função é a inversa de f, denotada por f-1.
Para encontrar a função inversa de uma função injetora existe um passo a passo (STEWART,
2014):
1. Escreva y = f(x)
2. Isole x nessa equação, escrevendo-o em termos de y (se possível)
3. Para expressar f -1 como uma função de x, troque x por y. A equação resultante é y =f -1.
Exemplo 14.10: Vamos encontrar a função inversa de f(x) = 2x-1, utilizando os passos
descritos anteriormente:
y = 2x-1
2x = y+1
x = (y+1)/2
y = (x+1)/2
AULA 15
FUNÇÕES ELEMENTARES
Caro(a) aluno(a), nesta aula, vamos nos relembrar de algumas funções elementares, como
as polinomiais, exponenciais, logarítmicas e trigonométricas.
Agora que já sabemos (ou nos relembramos) o que são polinômios, vamos aprofundar
nossos conhecimentos com o estudo das funções polinomiais.
Quadro 15.1: Funções polinomiais. Fonte: Adaptado de Demana et al. (2013, p. 94).
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x)=ax+b, em que a e b são constantes reais,
e a≠0, é uma função do primeiro grau, ou também denominada de função afim. Sua lei de
formação é baseada em um polinômio do primeiro grau na variável x.
O gráfico da função do primeiro grau é a reta que passa pelo ponto (0,b), paralela à reta
y=ax. O domínio da função é o conjunto dos números reais, D(f)=ℝ, bem como a sua imagem,
Im(f)=ℝ.
A constante a é o coeficiente angular e representa a variação de y correspondente a um
valor de x igual a 1. Quando a>0 tem-se uma função crescente, enquanto que quando a<0
a função é decrescente.
A constante b é o coeficiente linear e no gráfico representa a ordenada do ponto de
intersecção da reta com o eixo y, ou seja, no ponto (0,b),
Para a função do primeiro grau, a raiz (ou zero) representa o valor de x para o qual a
função intercepta o eixo das abcissas. Para obtê-lo, basta fazer y = 0 em y = ax+b, de onde
segue que x=- .
Exemplo 15.1: Para a função f(x) = 3x+1, a raiz é igual a x=- . Logo, a intersecção com
o eixo x ocorre no ponto (- ,0).
Figura 15.1: Representação gráfica da função f(x) = 3x+1. Fonte: elaborado pela autora.
Anote isso
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x)= ax2+bx+c, em que a, b e c são constantes
reais, e a≠0, é uma função quadrática. Sua lei de formação é baseada em um polinômio do
segundo grau na variável x.
Lembrando que quando a concavidade está voltada para baixo, o vértice é o ponto máximo
da parábola, enquanto que quando sua concavidade está voltada para cima, o vértice é o
ponto mínimo.
O domínio da função quadrática é o conjunto dos números reais, D(f) = ℝ, enquanto que
sua imagem é definida a partir da concavidade da parábola:
Exemplo 15.2: Vamos esboçar o gráfico da função f(x)=x2+8x-9; para isto é importante
conhecermos alguns de seus pontos.
Já sabemos que o gráfico é uma parábola que passa pelo ponto (0,-9).
Para encontrar as raízes da função fazemos:
x2+8x-9 = 0
∆= (8)2-4.1.(-9) = 100
Assim, podemos concluir que a representação gráfica da função f(x) = x2+8x-9 é uma
parábola com concavidade para cima, uma vez que a>0, que intercepta o eixo x em dois
pontos: (1,0) e (-9,0) e cujo ponto mínimo está em (-4,-25), conforme apresentado na Figura
15.2:
Figura 15.2: Representação gráfica da função f(x)=x2+8x-9. Fonte: elaborada pela autora.
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x) = kxn, em que k é a constante de proporção
e n é a potência é uma função potência.
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x) = ax, em que a é uma constante positiva e
x é o expoente variável, é uma função exponencial.
Figura 15.3: Representações gráficas da função exponencial. Fonte: elaborada pela autora.
P(5) = 1000.e0,06.5
=1000.e0,3
=1349,85
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ na forma f(x) = loga x, em que a é uma constante positiva
e diferente de zero, é uma função logarítmica.
Quando a>0 e a≠0, a função f(x) = loga x é a inversa da função exponencial f(x) = ax, uma
vez que, de acordo com a definição de logaritmos, temos que logax = y ↔ ay = x. Observe a
Figura 15.4.
Figura 15.4: A função f(x)=log2 x é a inversa da função f(x)=2x. Fonte: elaborado pela autora.
A partir do gráfico de uma função logarítmica podemos perceber que o mesmo nunca
intercepta o eixo y, e além disso, corta o eixo x no ponto (1,0).
Isto significa que o domínio para a função logarítmica será D(f) = (0,+∞), enquanto que
a imagem é dada por Im(f) = R.
Para finalizarmos, assim como para a função exponencial, o logaritmo mais importante
é o de base e, conhecido como logaritmo natural. Geralmente, loge x é escrito como ln x.
Além disso, logaritmos com base 10 são muito utilizados na ciência da computação.
Comumente, log10 x é escrito como log x, que se lê função logaritmo comum. Esta, caro(a)
aluno(a), é a inversa da função exponencial f(x) = 10x.
Exemplo 15.6: Podemos transformar log x = 3 para a forma exponencial, sabendo que a
inversa de log x = 3 é x = 103 = 1000.
y = log316
3y = 16
ln 3y = ln 16
y ln 3 = ln 16
y = ln16
y ≅ 2,52
AULA 16
TRIGONOMETRIA
Caro(a) aluno(a), agora que você estudou alguma das funções trigonométricas, nós vamos
nos recordar de alguns pontos importantes do estudo da trigonometria.
Triângulo retângulo é aquele que possui um ângulo interno reto. O lado oposto a este
ângulo reto é denominado de hipotenusa e os outros dois lados são denominados de catetos.
c2 = n.a e b2 = m.a
b.c = a.h
h2 = m.n
a2 = b2+c2
a2 = (5)2+(12)2
a2 = 25+144
a2 = 169
a = √169
a = 13 cm
5.12 = 13.h
13h = 60
h = 60/
h = 4,6 cm
(5)2 = n.13
25 = 13n
n = 25
n = 1,9 cm
m+1,9 = 13
m = 13-1,9
m = 11,1 cm
Em que:
A = área
b = base
h = altura
P = L+L+L
Em que:
P = perímetro
L = lado
Por fim, a trigonometria é a área que estuda as relações existentes em um triângulo que
possui um ângulo reto (90º). Considerando o triângulo ilustrado na Figura abaixo, podemos
obter as seguintes relações:
Figura 16.2: Razões trigonométricas do triângulo retângulo. Fonte: elaborado pela autora.
O seno do ângulo α é dado pela razão entre a medida do cateto oposto a α e a medida
da hipotenusa:
E por fim, a tangente do ângulo α é dada pela razão entre a medida do cateto oposto a
α e a medida do cateto adjacente a α:
Ainda, considerando o triângulo retângulo ABC ilustrado na Figura 16.2, podemos chegar
a algumas conclusões baseadas nas razões trigonométricas:
Isto significa que o seno de um ângulo agudo é igual ao cosseno de seu complemento e
a tangente de um ângulo agudo é igual ao inverso da tangente de seu complemento.
Também temos que:
Porque:
Mas, como sabemos, pelo Teorema de Pitágoras, que a2 = b2 + c2, então segue que:
Exemplo 16.2: Considerando o triângulo da Figura abaixo, de lado a = 10 cm e b = 5 cm,
vamos encontrar os ângulos e Ĉ:
30º+Ĉ = 90º
Ĉ = 90º-30º
Ĉ = 60º
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ que a cada x∈ℝ faz corresponder o número real y=sen x
é uma função seno.
A função seno é contínua, limitada e periódica (com período igual a 2π, porque seus valores
se repetem periodicamente de 2π em 2π radianos). É limitada porque nunca assume valores
maiores que 1 ou menores que -1, uma vez que o ciclo trigonométrico tem raio igual a 1.
A função seno é positiva para os arcos com extremidade no 1º ou no 2º quadrante e
negativa para aqueles com extremidade no 3º ou no 4º quadrante.
A função seno é crescente no 1º e no 4º quadrante, e decrescente no 2º e no 3º quadrante.
Seu domínio é D(f)=ℝ, enquanto que sua imagem é Im(f)={y ∈ ℝ|-1≤y≤1}.
Figura 16.4: Representação gráfica da função f(x)=sen x. Fonte: elaborado pela autora.
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ que a cada x ∈ ℝ faz corresponder o número real y=cos x
é uma função cosseno.
A função cosseno é contínua, limitada e periódica (com período igual a 2π, porque seus
valores se repetem periodicamente de 2π em 2π radianos). É limitada porque nunca assume
valores maiores que 1 ou menores que -1, uma vez que o ciclo trigonométrico tem raio igual
a 1.
A função cosseno é positiva para os arcos com extremidade no 1º ou no 4º quadrante,
e negativa para aqueles com extremidade no 2º ou no 3º quadrante.
A função seno é crescente no 3º e no 4º quadrante e decrescente no 1º e no 2º quadrante.
Seu domínio é D(f) = ℝ, enquanto que sua imagem é Im(f) = {y ∈ ℝ|-1≤y≤1}.
Figura 16.5: Representação gráfica da função f(x)=cos x. Fonte: elaborada pela autora.
Definição. Toda função f: ℝ→ℝ que a cada x ∈ ℝ faz corresponder o número real y = tg x
é uma função tangente.
O estudo da variação da tangente indica que a função assume todos os valores do conjunto
ℝ. Isto significa que sua imagem é Im(f) = ℝ, enquanto que seu domínio é D(f) = {x|x ∈ ℝ e
x≠ +kπ (k ∈ z)}.
A função tangente é positiva para os arcos com extremidade no 1º ou no 3º quadrante
e negativa para aqueles com extremidade no 2º ou no 4º quadrante.
A função tangente é crescente em todos os quadrantes.
Figura 16.6: Representação gráfica da função f(x)=tg x. Fonte: elaborada pela autora.
CONCLUSÃO
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
Título: Matemática
Organizadora: Fernanda César Bonafini
Editora: Pearson Education do Brasil
REFERÊNCIAS
BARRETO FILHO, B.; SILVA, C. X. da. Matemática: aula por aula. São Paulo:
FTD, 2000.
FÁVARO, S.; KMETEUK FILHO, O. Noções de lógica e matemática básica. São Paulo:
Ciência Moderna, 2005.