EXAME PARA CANDIDATOS AO MINISTERIO PASTORAL Revisão FINAL
EXAME PARA CANDIDATOS AO MINISTERIO PASTORAL Revisão FINAL
EXAME PARA CANDIDATOS AO MINISTERIO PASTORAL Revisão FINAL
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c) Por que deseja ser um pastor evangélico?
Desejo ser um pastor evangélico porque creio no chamado pessoal que recebi;
tenho certeza que os planos e oportunidades que Deus realizou em minha vida foram
detalhadamente conduzidos por Ele; e porque amo a Palavra de Deus e sinto um
profundo senso de gratidão a Cristo Jesus, meu Senhor e Salvador, e responsabilidade
diante da Grande Comisão (Mt 28.19-20).
1. A PALAVRA DE DEUS
Creio na Palavra de Deus como revelação divina dotada de autoridade absoluta em
minha vida. Creio que toda a Escritura foi inspirada por Deus (2 Tm 3.16), isso
significa que cada palavra foi inspirada e que toda a Bíblia, não apenas algumas partes,
foi detalhadamente inspirada, revelada e transmitida ao homem. Jesus Cristo, no
sermão da montanha, declarou que até os menores sinais diacríticos do hebraico (um
iota) irão se cumprir, pois são a Palavra de Deus (Mt 5.18).
Creio que a Bíblia foi escrita por homens inspirados por Deus e dirigidos pelo
Espírito Santo (At 3.21; 1 Pe 1.21). Ela é autoridade única, fiel e verdadeira no qual
minha vida está fundamentada. Como bem relata a declaração de fé Batista: “Fiel
padrão pelo qual devem ser aferidas as doutrinas e a conduta dos homens” (DFB,
1990, p. 2).
Creio que as Escrituras têm por finalidade revelar Deus aos homens, Seus
propósitos, Seu plano de redenção da humanidade, bem como a edificação dos cristãos,
instruções para a vida e revelação da Sua própria glória (Rm 1.16; 2 Tm 3.16; Hb 4.12;
Ef 6.17).
Creio que a palavra de Deus deve ser sempre interpretada à luz da pessoa e ensinos
de Jesus Cristo (Lc 24.44-45; Mt 5.21-22, 28, 34, 39; Hb 1.1-2, 14), pois Ele é a exata
expressão de Deus ao homem (Hb 1.3), é o verbo encarnado, a própria palavra de Deus
(Jo 1.1) que veio para cumprir as Escrituras.
Como o salmista disse: “A tua palavra, Senhor, para sempre está firmada nos
céus” (Sl 19.89). Tenho a Bíblia como lãmpada para os meus caminhos (Sl 119.105) e
me deleito em estudá-la e praticá-la.
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Abaixo uma descrição de como creio no processo de formação do cânon do Antigo
Testamento e do Novo Testamento, segundo pesquisas realizadas até o momento.
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profetas foram considerados autoritativos desde o início em círculos maiores
ou menores. Que suas predições sobre desastres foram cumpridas no exílio
sem dúvida contribuiu para a extensão da aceitação de sua autoridade. E pelo
fato também que um profeta algumas vezes cita outro, torna-se claro que
atribuíam autoridade aos seus predecessores. (DOUGLAS, 2006, p. 196).
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aceitos pela Igreja Primitiva como parte do cânon das Escrituras. Existem dois casos
específicos em que os próprios apóstolos citam os escritos de outros de sua época e os
classificam como “Escrituras” (2 Pe 3.15-16 e 1Tm 5. 17-18). Estes textos dão
indícios de que bem cedo na história da Igreja, os escritos do NT começaram a ser
aceitos como parte do cânon (cf. GRUDEM, 1999, p. 33-34).
Existem alguns critérios que foram utilizados no processo do desenvolvimento do
cânon do NT, são eles:
a) Apostolicidade - Um livro seria aceito se tivesse sido escrito por um apóstolo, ou
por alguém do círculo apostólico.
b) Receptividade - A igreja receptora deveria ser a testemunha do uso contínuo do
documento e de sua origem apostólica.
c) Catolicidade do livro - Escrito para todas as pessoas da época. Deveria também
ser conhecido universalmente, isto é, ter sido aceito por todas as igrejas.
d) Consistência doutrinaria - Seguia os parâmetros como o usado pelos judeus na
formação do Antigo Testamento, os textos contidos no cânon deveriam seguir o
ensino de Jesus e dos apóstolos, que era determinado pela ortodoxia – tradição
vigente na Igreja.
Finalmente, uma última e possível questão é a possibilidade do cânon ainda estar
aberto. Seria isto possível? A resposta é não devido a história da redenção e da
soberania de Deus que é o seu autor. Hebreus 1.1-2 nos faz a seguinte afirmação: “Há
muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados
por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo”. Grudem
explica-nos que:
O contraste entre a manifestação verbal “outrora” por meio dos profetas, e a
manifestação verbal “nestes últimos dias” dá a entender que a comunicação de
Deus a nós por Seu filho é o ponto culminante de sua mensagem à
humanidade e sua revelação maior e final aos homens neste período da istória
redentora. A grandeza excepcional da revelação que vem por meio do Filho,
muito superior a qualquer revelação na antiga aliança, é enfatizada vez após
vez ao longo dos capítulos 1 e 2 de Hebreus. Todos estes fatos idicam que
existe um ponto final na revelação de Deus em Cristo e que, uma vez
completada essa revelação, nada mais deve ser esperado. (GRUDEM, 1999,
p. 36).
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acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro. 19 Se alguém
tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da
vida e na cidade santa, que são descritas neste livro”. É evidente que estes textos se
referem aos escritos do livro de Apocalipse, porém, não é por acaso que essa
declaração vem no final do último capítulo de Apocalipse, e que este, é o último livro
do Novo Testamento.
Portanto, creio e coloco minha confiança na fidelidade de Deus. A preservação e a
organização correta do cânon das Escrituras devem, em última análise, ser encaradas
pelos cristãos, não como parte da história posterior da Igreja, mas como parte
integrante da própria história da redenção. O mesmo Deus que agiu na criação, no
chamado do povo de Israel, na vida, morte e ressurreição de Cristo, é o mesmo que
preservou e reuniu os livros da Bíblia.
Ainda assim, o processo pelo qual somos convencidos de que o cânon atual está
correto também é auxiliado por dados históricos. Tudo o que os escritos do cânon
afirmam, são comprovadamente testificados pela ciência e arqueologia.
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c) Se rejeitarmos a inerrância, em essência, estamos fazendo de nossa mente humana
um padrão de verdade mais elevado que a própria Palavra de Deus.
d) Se rejeitarmos a inerrância, precisaremos também dizer que a bíblia está errada não
apenas em detalhes secundários, mas também em algumas de suas doutrinas.
(cf.GRUDEM, 1999, p. 67-68).
Para que haja uma compreensão plena e uma confissão correta da autoridade das
Sagradas Escrituras é essencial um reconhecimento da sua total veracidade e
confiabilidade. A inerrância das Escrituras é uma afirmação de vital importância na
minha vida e de qualquer cristão.
2. A EXISTÊNCIA DE DEUS
Creio na existência de um Deus pessoal que ama, sente e possui vontade própria;
um pai amoroso que me criou me sustenta e dirige minha vida e todo o universo
conforme a Sua vontade. Ele é o único Deus verdadeiro, eterno, infinito e imutável.
Deus é santo, justo, onipresnte, onisciente e onipotente (Dt 6.4; Sl 139.1; 1 Tm 2.5-6;
Tg 1.17; 1 Pe 1.16-17). Deus é perfeito e, sua relação com toda a criação é de amor.
Creio em um Deus que a Bíblia declara como Espírito. Langston nos ajuda com
uma definição direta sobre o que isso significa: “O espírito é um ser real, verdadeiro,
mas invisível, constituído dos poderes de pensar, sentir, querer e, ainda mais, os de
consciência própria e direção própria” (LANGSTON, 1986, P. 35). O prório Filho de
Deus é quem faz essa afirmação no evangelho segundo João: “Deus é Espírito, e é
necessário que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24).
Creio na Trindade, a existência de Deus em três pessoas distintas em perfeita
comunhão sendo os três um único Deus. Os atributos de Deus, sua natureza e a relação
para com a sua criação são bases fundamentais para a compreensão da Sua pessoa e
disso depende nossa religião, doutrinas e a própria vida. Langston explica-nos que: “A
idéia que temos de Deus determina não só a natureza da nossa religião, como também
a firmeza da nossa teologia. Um sistema religioso é forte ou fraco, segundo a sua
idéia de Deus. Isto é, se a idéia de Deus é parcial, imperfeita, assim será também o
sistema em seu todo.” (LANGSTON, 1986, p. 32). Portanto, farei uma descrição mais
detalhada destas bases que refletem o que creio acerca de Deus conforme estudos e
pesquisas realizadas até o presente momento.
2.1 Os atributos de Deus
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Por atributos de Deus, entende-se aquelas qualidades e características da natureza
divina que são essenciais a Ele como Ser Supremo. Seus atributos são Suas perfeições
pessoais sem as quais Ele não seria o Deus vivo e verdadeiro - O Deus da Bíblia. Os
atributos divinos explicam o que Deus é e o que Ele faz, e são classificados em
incomunicáveis (os que Ele não compartilha com o homem) e comunicáveis (os que
Deus compartilha com o ser humano).
b) A auto-existência de Deus
Ele não depende absolutamente de nada. “No princípio Deus...”(Gn 1.1) esta
afirmação no início das Escrituras indicam que Ele já era no princípio, ou seja, já
existia.; “como se de alguma coisa precisasse”(At 17.25; cf. Is 40.13ss) Deus não
necessita de nada para existir e não depende do universo para ser o que é.
c) A imutabilidade de Deus
Ele é sempre o mesmo. “Porque eu, o Senhor, não mudo”(Ml 3.6); “o Pai das
luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança”(Tg 1.17); “Jesus
Cristo é o mesmo ontem e hoje, e o será para sempre”(Hb 13.8). A imutabilidade de
Deus é expressa em sua fidelidade no relacionamento com o seu povo. A própria
aliança é baseada nesta perfeição. Não se pode notar em Deus nenhuma variação (Tg
1.17).
A soberania de Deus é expressa em três perfeições a ela relacionadas:
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d) A onipotência de Deus
Ele é todo-poderoso (Gn 17.1). Isto é claramente expresso na pergunta de Deus:
“Acaso para Deus há coisa demasiadamente difícil?”, feita depois de Deus ter
prometido a Abraão e Sara um filho em idade avançada (Gn 18.14). Langston explica-
nos que há duas formas de onipotência divina; a moral e a física. A primeira é que
Deus é tão poderoso que não pode praticar o mal. Devido à sua onipotência moral, ele
não pode mentir, enganar, nem deixar de cumprir suas promessas. Significa que ele
tem o poder de não praticar o mal, e praticar todo o bem que deseja. (cf. LANGSTON,
1986, p. 53).
e) A onipresença de Deus
Ele se acha em todo lugar. Isso é explicado no Salmo 139.7-12. Confrontado com
a perturbadora e indiscutível realidade da presença perscrutadora de Deus, o salmista
compreende que não pode fugir deste Deus no espaço, no tempo ou na eternidade.
Deus não está dentro de tudo, essa concepão de onipresença é errada e pode nos levar
ao panteísmo. Acrescento aqui o conceito de imanência e transcendência de Deus.
Deus está no universo, não só onipresente, mas pesente e Ele é transcendente, sua
capacidade é ilimitada e superior às suas atividades aqui na terra (cf. LANGSTON,
1986, p. 93).
f) A onisciência de Deus
Deus tudo sabe. Esta perfeição está intimamente ligada à sua onipresença (Sl
139.1-12). Langston afirma que “Não há, nem pode haver, surpresas para Deus.
Como em sua presença não há espaço, também em sua onisciência não há
desconhcido” (LANGSTON, 1986, p. 51). Deus vê e, portanto, tudo sabe. O passado
não se foi para sempre; o tempo desde o seu início é presente para Deus (cf. MILNE
apud MONERGISMO [on line] 2008).
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Os atributos comunicáveis de Deus são os que encontram alguma ligação nos seres
humanos. Eles são transmitidos, em algum grau, aos seres humanos, e têm a ver com o
Ser pessoal de Deus. Por exemplo, Seu poder, amor, bondade e justiça.
Alguns atributos comunicáveis serão listados a seguir:
a) Fidelidade
Deus é fiel. Ele é absolutamente digno de confiança; as suas palavras não falharão.
Ele é fiel na sua natureza e nas suas ações. O Senhor comprova a sua fidelidade ao
cumprir as suas promessas (Dt 7.9;Js 23.14 e Sl 89.2).
b) Bondade
Deus é bom. A bondade de Deus é o atributo em razão do qual ele concede a vida
e outras bênçãos as suas criaturas (Sl 25.8;Mt 5.45). Tudo quanto Deus criou
originalmente era bom, era uma extensão da sua própria natureza (Gn
1.4,10,12,18,21,25,31) . Ele continua sendo bom para sua criação, ao sustentá-la, para
o bem de todas as suas criaturas. Deus cuida até dos ímpios (Mt 5.45). Deus é bom
principalmente para os seus, que o invocam em verdade (Sl 145.18-20).
c) Santidade
Deus é santo (Êx 15.11;Js 24.19;Is 6.3;I Pe 1.15,16 e Ap 15.3). A santidade de
Deus significa a sua absoluta pureza moral; Ele não pode pecar nem tolerar o pecado.
Eis uma definião digna de menção neste asunto: “A santidade é a plenitude gloriosa
da excelência moral de Deus, princípio básico de suas ações e aferidor único e
verdadeiro de suas criaturas” (LANGSTON, 1986, p. 55). A santidade em Deus
representa a soma de todas as suas qualidades morais perfeitas. Deus é perfeitamente
bom. Todas as suas ações são perfeitas porque ele é santo no seu caráter. Em sua
relação com o homem Deus exige a santidade (Mt 5.48).
d) Justiça
Deus é justo. Justiça é santidade em ação, a santidade de Deus é manifestada no
tratar retamente com suas criaturas. A justiça é obediência a uma norma reta. Deus
manifesta este atributo quando livra o inocente, condena o ímpio, quando perdoa o
penitente (Sl 51.14), quando julga e castiga seu povo (Is 8.17), quando concede vitória
a causa dos seus servos fieis (Is 50.4-9). Deus não somente trata justamente como
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também requer justiça. Quando o homem peca e se arrepende Deus graciosamente
justifica o penitente (Rm 4.5).
e) Veracidade
Deus é verdadeiro."Deus não é homem para que minta" (Nm 23.19). Deus é
perfeitamente fiel as suas promessas e aos seus mandamentos (Sl 33.4). Sua
integridade moral é sua característica pessoal permanente (Sl 119.160). A veracidade
estável e permanente do Senhor é o meio através do qual somos santificados, porque a
verdade proclamada tornou-se a verdade encarnada (Jo 1.14).
f) Amor
Deus é amor. O amor é o atributo de Deus em razão do qual ele deseja relação
pessoal com aqueles que possuem a sua imagem e, mui especialmente, com aqueles
que foram santificados em caráter, feitos semelhantes a ele. O amor de Deus é altruísta
pois abraça ao mundo inteiro, composto de humanidade pecadora (Jo 3.16;Rm 5.8). A
manifestação principal desse seu amor foi a de enviar seu único filho, Jesus para
morrer em lugar dos pecadores (I Jo 4.9,10). Alem disso, Deus tem amor paternal
especial a aqueles que estão reconciliados com ele por meio de Jesus (Jo 16.27).
Langston afirma que “O motivo de Deus em todas as suas ações é o santo amor, ...
que significa a identificação da sua bondade com o desejo ardente de melhorar e
salvar a criação” (LANGSTON, 1986, p. 43). O amor de Deus é um amor perfeito,
porque está ligado a uma bondade perfeita. Em Jesus este amor perfeito é revelado ao
homem.
g) Misericórdia
Deus é misericordioso. A misericórdia de Deus é a divina bondade em ação com
respeito às misérias de suas criaturas, bondade que se comove a favor deles, provendo
o seu alivio, e, no caso de pecadores impenitentes, demonstrando paciência longânima
(Tt 3.5;Lm 3.22;Is 49.13). Experimentar a misericórdia de Deus significa ser
preservado do castigo a que se faz jus. Deus é o juíz supremo que detém o poder para
determinar, em última analise, a punição a quem merece. Quando ele nos perdoa do
pecado e da culpa, experimentamos a sua misericórdia. A misericórdia de Deus
manifestou-se de maneira eloqüente ao enviar Cristo ao mundo (Lc 1.78).
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h) Sabedoria
A sabedoria reúne o conhecimento da verdade com a experiência do cotidiano. A
sabedoria como conhecimento pode capacitar a pessoa a encher sua mente com uma
enorme quantidade de fatos, mas sem qualquer entendimento do seu significado ou
aplicação. A verdadeira sabedoria, porém orienta. Tendo em vista o fato que Deus
existe por si mesmo seus conhecimentos estão além de nossa simples imaginação; são
ilimitados (Sl 147.5). Ele aplica com sabedoria o seu conhecimento. Todas as obras das
suas mãos são feitas pela sua grande sabedoria (Sl 104.24), e assim tirar e colocar reis,
mudar o tempo e as estações, conforme lhe parecer bem (Dn 2.21) (cf. MILNE [on
line] 2008).
2.2 A Trindade
Como já declarado acima, creio na existência de Deus em três pessoas – creio na
Trindade. Neste conceito encontra-se uma das doutrinas que, de fato, diferencia o
Cristianismo. Millard Erickson afirma que “Entre as religiões do mundo, a fé cristã é
sem igual ao alegar que Deus é um, mas que, ao mesmo tempo, há três pessoas que
são Deus” (ERICKSON, 1997, p. 127). Isto implica em aparente contradição, mesmo
porque a Trindade não é explícita nas Escrituras (o termo nem se quer é citado na
Bíblia). Porém, a doutrina da Trindade é crucial para o Cristianismo. Ela define quem é
Deus, como Ele é, como trabalha e a forma pela qual se tem acesso a Ele. Isto é
surpreendente!
Entendo a Trindade da seguinte forma: esse termo implica que o Senhor é uma
unidade que subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo — sendo os três
um só Deus. Que Deus é uno tanto o Antigo como o Novo Testamento o asseveram:
Deuteronômio 6.4: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”; Marcos
12.29: “Respondeu Jesus: o principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o
único Senhor!”; Efésios 4:6: “Há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age
por meio de todos e está em todos”. Vemos aqui afirmações claras, inequívocas de
monoteísmo.
Entretanto, a Bíblia também ensina sobre um Deus em três pessoas e isto está
implícito em alguns textos como: Gênesis 1.1-3: “No princípio, criou (bãrã; verbo no
singular, não no plural bãre’û) Deus (’elohim, plural na forma, tendo o final im; esse
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plural para ‘Deus’ provavelmente é um ‘plural majestático’; entretanto, compare-se
Gênesis 1.26,27, que discutimos abaixo) os céus e a terra”. A terra, porém, estava sem
forma e vazia... e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas (mostrando o
envolvimento da terceira Pessoa na obra da criação). Disse Deus (’elóhîm): “Haja luz;
e houve luz”. Temos aqui Deus falando como a Palavra Criativa, o Verbo (Jo 1.3), que
é a segunda Pessoa da Trindade (cf. ARCHER1, [on line] 2008).
Segundo Erickson é no quarto Evangelho que encontramos a comprovação mais
significativa de uma Trindade entre pessoas equivalentes. A fórmula tríplice aparece
repetidas vezes (Jo 1.33-34; 14.16,26; 16.13-15; 20.21-22). O Filho é enviado pelo Pai
(14.24) e vem dEle (16.28). O Espírito é dado pelo Pai (14.16), enviado pelo Pai
(14.26) e procede do Pai (15.26). Mas o Filho está estreitamente relacionado com a
vinda do Espírito: Ele ora por sua vinda (14.16); o Pai envia o Espírito em nome do
Filho (14.26); o Filho enviará o Espírito da parte do Pai (15.26); o Filho deve ir para
que possa enviar o Espírito (16.7). O ministério do Espírito é visto como uma
continuação e desenvolvimento do ministério do Filho. Ele trará lembrança do que o
Filho disse (14.26); Ele testemunhará do Filho (15.26) e declara o que ouve do Filho,
glorificando-o (16.13-14) (cf. ERICKSON, 1997, p. 135). Uma última e resumida
definição digna de menção é a de Grudem: “Deus existe eternamente como três
pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo – e cada pessoa é plenamente Deus, e existe só
um Deus” (GRUDEM, 1999, p. 165).
A seguir descrevo as funções de cada um na Trindade conforme a revelação das
Escrituras.
1
Este artigo foi retirado de pesquisa na internet proveniente da Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas.
Ed. Vida Nova. Dr. Archer.
23
Espírito Santo a seu povo (At 2.18; Ef 1.17). Ele derramou a salvação sobre os
redimidos (Ef 2.8,9), pela fé, que também é dom de Deus. E a seu Filho entregou a
Igreja (Jo 6.37) (cf. ARCHER [on line] 2008). Creio conforme a declaração de fé
Batista que “Deus, como criador, manifesta disposição paternal para com todos os
homens (Is 64.8; Mt 6.9, 7.1; Hb 12.9). Ele é pai de nosso Senhor Jesus Cristo e
aqueles que aceitam a Jesus e nele crêem são feitos filhos de Deus, nascidos pelo seu
espírito” (Jo 1.12-13; Mt 23.9; Gl 3.26; 4.4-7) (CFB, 1970, p. 3).
23
convicção interna (Jo 15.26; At 2.33,38,43). Ele santifica e congrega os membros de
Cristo num organismo vivo, que é o verdadeiro templo do Espírito Santo (Ef 2.18-22) e
concede a cada membro dons especiais da graça e do poder mediante os quais possam
enriquecer e fortalecer a Igreja como um todo (l Co 12.7-11) (cf. ARCHER [on line]
2008). O Espírito Santo atuou na criação do mundo, seu recebimento sempre ocorre
quando os pecadores se convertem a Jesus Cristo, Ele convence o mundo do pecado, da
justiça e do juízo, Ele habita no cristão e o sela para o dia da redenção final (cf. DFB,
1990, p. 5).
2
Quando dizemos que o universo foi criado “do nada”, é importante erguer salvaguardas contra um
possível mal-entendido. A palavra nada nã o implica algum tipo de existência, como alguns filó sofos
sugeriram. O que queremos dizer é que Deus nã o usou nenhum material previamente existente para
criar o universo (GRUDEM, 1999, p. 240).
23
Outra questão importante a ressaltar, é que a criação é distinta de Deus, porém,
sempre dEle dependente. Isso significa que Deus não faz parte da criação, pois Ele a
fez e a governa. Deus está sempre envolvido na criação, mas transcende a ela sendo
independente. Outro termo usado para explicar a relação de Deus com a Sua criação é
“imanência” que significa “permanecer, estar”. Assim, Deus é transcendente e ao
mesmo tempo imanente à Sua criação. Ele está distinto da criação, mas permanece
nela, pois a criação depende totalmente dEle.
2.5 Os anjos
Creio na existência dos anjos e na atuação deles conforme a vontade de Deus
revelada em Sua palavra. O significado básico do termo é “mensageiro” do hebraico
“mal’ak” e a palavra grega correspondente “angelos”. Acredito que os anjos são seres
espirituais que Deus criou acima da humanidade, alguns dos quais permaneceram
obedientes a Deus e realizam Sua vontade, enquanto que há outros que desobedeceram,
perderam sua posição santa e agora se opõem à Sua obra e a dificultam (cf.
ERICKSON, 1997, p. 194). Grudem acrescenta que os anjos são dotados de juízo
23
moral e alta inteligência, mas desprovidos de corpos físicos (cf. GRUDEM, 1999, p.
323).
Para melhor compreensão do que creio acerca dos anjos relacionarei as
características da naturexa dos anjos conforme a palavra de Deus nos revela:
a) São seres pessoais – Demonstram inteligência, vontade própria e privilégios
específicos (Gn 19. 1-13).
b) São seres imortais – A eternidade angelical é a mesma concedida aos seres
humanos como criaturas de Deus (Lc 20.35-36).
c) São seres incorpóreos – Eles podem aparecer na forma humana, mas não exercem
atividades próprias dos seres humanos como a reprodução (Mt 22.30). São seres
espirituais e não possuem carne e osso (Lc 24.39).
d) São seres morais – Nota-se que eles são recompensados por sua obediência e foram
até castigados por não permanecerem fiéis a Deus (At 10.4,22; Ap 14.10).
e) São seres poderosos, gloriosos e inteligentes – Foram criados com glória superior
aos homens (Lc 9.26), poder também sobre-humano (II Pe 2. 11) e um grau elevado de
inteligência (II Sm 14. 17,29; Mt 24.36)
f) São seres assexuados – Conforme Lc 20.35-36 eles não se propagam, não
reproduzem, pois não se dão em casamento.
Por fim, os anjos observam os cristãos (I Co 4.9) e isto vale para os “bons” e os
“maus”, eles são exemplos de criaturas que louvam e adoram a Deus constantemente
(Ap 5.11-12; Sl 103.20), os anjos ministram aos crentes, isto inclui proteção contra
danos físicos e livramentos (At 5.19; 12.6-11), isso revela a grandeza do amor de Deus
para conosco. Os anjos executam julgamentos sobre os inimigos (II Rs 19.35), os anjos
comunicam e revelam a mensagem de Deus aos homens (Gl 3.19) e os anjos estarão
envolvidos na segunda vinda de Cristo (Mt 25.31), tocarão as trombetas para reunir os
eleitos (Mt 24.31). O que os anjos não fazem é pregar a mensagem de salvação, isto é
privilégio dos homens (Rm 10.15). Devemos ter consciência dos anjos no dia-a-dia,
mas cuidar para não ser influenciado por falsas doutrinas sobre anjos (cf. GRUDEM,
1999, p. 324-332).
2.6 Os demônios
Creio na existência de satanás e os demônios. São anjos caídos ou maus que um
dia foram bons, mas que pecaram e perderam o privilégio de servir a Deus. Não
23
sabemos o momento exato em que ocorreu a rebelião, mas segundo Erickson (e assim
também creio), deve ter ocorrido no intervalo entre o momento em que Deus declarou
“boas” todas as coisas, e a tentação e queda da humanidade (cf. ERICKSON, 1997, p.
198). O termo é proveniente da palavra grega “daimonion” que sempre se refere a
seres espirituais hostis (cf. DOUGLAS, 2006, p. 326).
O diabo se opõem a Deus e à obra de Cristo e o faz especialmente conduzindo os
homens, pelo engano, a caírem em tentações e prática do pecado (Mt 13. 24-30; Lc
22.3. A Bíblia relata o diabo como o pai da mentira e o engano é um dos meios básicos
utilizado para cegar o entendimento dos incrédulos (2 Co 4.4). Satanás e seus demônos
se opõem aos cristãos tentando interferir em suas vidas e até infligindo doenças físicas
(1 Ts 2.18; Mc 9.17; Mt 12.22; Ef 6.12). Não creio que todas as doenças físicas
estejam relacionadas a possessão demoníaca, pois a bíblia relata casos de cura em que
não há menção de expulsão de demônios (Mt 8.5-13; 9.19-20).
Como declara as Escrituras creio na realidade da possessão demoníaca e na
autoridade conferida por Cristo a nós para expulsar os demônios (Mt 10.1). Tenho
visto pela experiência pessoal que existe a possibilidade de cristãos sofrerem grande
opressão maligna e até mesmo encontrarem-se possessos. Sei que esta é uma afirmação
digna de controvérsias, mas creio que a palavra de Deus na passagm da mulher
encurvada (Lc 13. 11-17) nos oferece base bíblica suficiente para tal afirmação. O
texto diz que Jesus encontra uma mulher na sinagoga (Lc 13. 10), ou seja, não era uma
pessoa alheia a religião. O texto também nos diz que Jesus a chama de “filha de
Abraão” (Lc 13. 16) e que o diabo a mantinha presa por 18 anos.
É preciso manter um equilíbrio a respeito dos anjos e demônios para não incorrer
em extremos. Não podemos tratar este assunto com leviandade subestimando a
realidade e perigos que os demônios representam, mas não podemos dar demasiada
atenção somente a este tema das Escrituras, para não incorrer no erro de equiparar o
poder desses seres com o poder de Deus ou de idolatrar os anjos. Ganhamos confiança
ao perceber que, por mais poderosos que sejam, há limites definidos com respeito ao
que satanás e seus súditos podem fazer (o livro de Jó nos deixa claro essa verdade).
É importante ressaltar que os demônios, assim como os anjos, estão ativos em
nosso dia-a-dia, que o mal e o pecado vêm, em parte (mas não totalmente) de satanás e
dos demônios, que o cristão tem autoridade para repreender e expulsar os demônios e
23
que no fim o Evangelho triunfará poderosamente sobre todas as obras do diabo (Ap
20.10) (cf. GRUDEM, 1999, p. 337-353).
3. A DOUTRINA DO HOMEM
3.1 A criação do homem
Creio que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. A Palavra de Deus
nos revela que, de todas as criaturas, somente o homem foi criado à “imagem” e
“semelhança de Deus” (Gn 1.26). Segundo Grudem, isto significa que o homem é
semelhante a Deus e o representa (cf. GRUDEM, 1999, p. 364).
A Declaração de fé Batista afirma que: “Por um ato especial, o homem foi criado
por Deus à sua imagem e conforme á sua semelhança e disso decorrem o seu valor e
dignidade. Seu corpo foi feito do pó da terra e para o mesmo há de voltar; seu espírito
procede de Deus e para ele retornará” (DFB, 1990, p. 6).
Creio que a “imagem de Deus” se refere ao homem como um ser racional, moral e
espiritual. O homem foi criado com o poder de conhecer e adquirir conhecimentos
adicionais; foi criado com qualidades morais, sendo-lhe imposto a obrigação moral, o
tremendo senso do dever; o poder de compreender, sentir e querer; a capacidade de
conhecer a Deus, sua vontade e de manter comunhão com Ele (Jo 1.4-13; 5.29; Ec 5.
14,17; Mt 5. 32, 46; 1 Co 15.1; 1 Ts 4.16-17).
Creio que Deus não precisava ter criado o homem, pois não depende dele para
nada, mas que assim o fez para a sua própria glória. As Escrituras nos dizem que fomos
criados para glorificar a Deus, indicando que somos importantes para o próprio Deus
(cf. GRUDEM, 1999, p. 362).
A seguir descrevo o que penso sobre a imagem do homem após o pecado
conforme pesquisas realizadas.
23
Quando se fala na semelhança entre o homem e Deus, afirma-se que o homem
tem os mesmo poderes que constituem a personalidade de Deus, a saber: o
poder de pensar, de querer, de amar, de conhecer-se a si mesmo e o de dirigir-
se a si mesmo. Esta semelhança o homem não perdeu na queda. Importa
lembrar que Deus e o homem não são semelhantes quanto às suas naturezas (a
de Deus é divina e a do homem humana e decaída) (LANGSTON, 1986, P.
149).
O homem tem perdido a imagem de Deus devido ao fato de não mais escolher, por
sua própria vontade, responder a Deus em comunhão. No NT temos mais informações
que esclarecem esta realidade e que, acredito ser relevante para determinar a imagem
de Deus no homem após a queda.
23
A Bíblia nos diz que Deus criou o homem e a mulher (Gn 1.27) e que ambos
refletem a Sua imagem. Creio que existe a diferença dos sexos, e estas diferenças
representam à imagem de Deus de forma complementar.
Wayne Grudem apresenta três aspectos importantes sobre essa diferença entre o
homem e a mulher e seu significado na criação:
23
fortalecer a Igreja. Essa analogia está explícita em 1 Co 11.3 “Quero, entretanto, que
saibais ser Cristo o cabeça de todo o homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus,
o cabeça de Cristo”.
Mesmo antes da queda, percebe-se diferenças de papéis entre Adão e Eva. Adão
foi criado primeiro (Gn 2.7, 18-23), Eva foi criada como auxiliadora (Gn 2.18), Adão
deu nome a Eva (Gn 2.19-20) e ele não ela representava a raça humana (Gn 3.6). Além
disso, Deus falou primeiro a Adão depois da queda (Gn 3.9). Pode-se concluir que a
maldição decorrente da queda inseriu uma distorção nos papéis anteriores, sem, no
entanto, introduzir novos papéis (cf. GRUDEN, 1999, p. 373-382). Sendo assim, creio
que em essencia a igualdade foi instituída por Deus, mas que ambos se complementam
em suas diferentes funções.
3.3 O pecado
Gosto de olhar para a Bíblia na percepção que ela, do início ao fim, conta-nos a
história do plano de redenção da parte de Deus para com a humanidade que se rebelou
e pecou contra Ele. O homem e os anjos pecaram e nos dois casos o fizeram por
escolha intencional e voluntária. Como resultado os olhos de Adão e Eva foram abertos
para o mal (sua consciência), foram condenados e expulsos do jardim do Éden.
Segundo Grudem, “pecado é deixar de se conformar à lei moral de Deus, seja em
ato, seja em atitude, seja em natureza” (GRUDEM, 1999, p. 403). Inclui não só atos
individuais, como também atitudes contrárias àquilo que Deus exige de nós. Aprendi
que pecado é tudo aquilo que desagrada a Deus ou que erra o alvo de cumprir seus
propósitos para a nossa vida.
Langston define o pecado como “um estado mau da alma e que este se manifesta
por meio de atos pecaminosos” (LANGSTON, 1986, p. 151).
Millard Erickson, expondo a natureza do pecado nos ajuda a entender melhor seu
significado. Segundo ele:
a) O pecado é uma inclinação interior. É uma disposição interior inerente que nos
inclina para atos errados.
b) Pecado é rebelião e desobediência.
c) Pecado implica incapacidade espiritual. Ele altera nossa condição interior, nosso
caráter. Ao pecar, tornamo-nos como que deformados ou distorcidos.
d) Pecado é o cumprimento incompleto dos padrões de Deus.
23
e) Pecado é desalojar Deus. Colocar outra coisa, qualquer coisa, no lugar supremo que
pertence a Deus é pecado (cf. ERICKSON, 1997, p. 238-239).
Quanto à origem do pecado, pelo relato bíblico de Gênesis, sabemos que já estava
presente no universo antes mesmo da queda de Adão e Eva. Isso é evidente pela
presença e tentações que o diabo apresenta a Eva no jardim do Éden.
O pecado de Adão teve um significado abrangente para toda a raça humana, pois a
Bíblia nos diz em Romanos 5 que, por causa daquela única transgressão, a condenação
e a morte vieram a reinar e atingir a totalidade dos homens. A isto se dá o nome de
“pecado imputado” (cf. DOUGLAS, 2006, p. 1025).
Abaixo, cito algumas conseqüências do pecado de Adão para a raça humana:
a. Perversão dos instintos humanos
Exemplo: instinto de preservação (nele se manifestam o egoísmo, a egolatria, a
ganância), instinto reprodutivo (nele se manifestam a prostituição, a lascívia, a
impureza, o hedonismo e perversões sexuais).
b. Perversão dos sentidos humanos
Exemplo: Visão (tornou-se veículo de concupiscência), tato (o ato de apalpar e
tatear está sendo usado em coisas e pessoas de forma pecaminosa), olfato (os
perfumes alucinantes, os tóxicos etc. São sinais de perversão).
c. Perversão dos sentimentos humanos
Exemplo: Amor – De um sentimento divino e puro, muitas vezes torna-se loucura,
paixão e ciúmes ou obsessão.
d. Ausência de comunhão com Deus (Is 59.1-2)
e. Corrupção interna da natureza humana (Mc 7.21-23)
f. Conflito com o próximo
g. Sofrimento e morte (cf. HUMBERTO, 2007, p. 28-29).
Como resultado do pecado o homem, incrédulo e desobedinte a Deus, está
sujeito à morte e à condenação eterna.
23
Creio conforme a declaração de fé Batista que “Na plenitude dos tempos Ele se fez
carne, na pessoa real e histórica de Jesus Cristo, gerado pelo Espírito Santo e nascido
da virgem Maria, sendo, em sua pessoa, verdadeiro Deus e homem” (DFB, 1990, p.
4).
Creio que para me salvar Ele morreu na cruz pelos meus pecados e ressurgiu ao
terceiro dia vencendo a morte e ascendendo aos céus, onde hoje, à direita de Deus,
exerce o seu eterno sumo sacerdócio (Mt 28.1-6; Jo 20.1-20; At 2.22-24; 1 Co 15. 4-8).
Em suas próprias palavras Jesus declarou ser o caminho a verdade e a vida (Jo 14.6).
Creio no seu retorno visível e glorioso em que reinará julgará o mundo, completando
sua obra redentora (At 1.11; 1 Co 15.24-28; 1 Ts 4. 14-18).
Abaixo descrevo com maiores detalhes as convicções escritas acima.
3
Esta referência ao New Standard Dicitionary está citada em uma das apostilas do Professor de
Teologia Sistemá tica no CETEVAP, José Humberto.
23
4.1.1 Textos que confirmam a divindade de Cristo
“No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele
estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem
ele, nada do que existe teria sido feito.” (Jo 1:1-3, NVI).
O verso 1 começa afirmando a pré-existência de Cristo, dizendo que ele existia
antes do evento da criação. O próprio Cristo confessou sua pré-existência em João 8,
dizendo, “Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou” (v.58) A palavra Deus
(grego: theos) nesse verso se refere ao Pai, e “a Palavra estava com Deus” indica que
Cristo não é idêntico ao Pai em termos de sua pessoalidade. Contudo, ele não é menos
que Deus em termos de seus atributos, pois o verso continua a dizer, “a Palavra era
Deus”. Essa é uma indicação explícita da atribuição de deidade a Jesus Cristo. As
palavras, “Ele estava com Deus no princípio”, no verso 2, novamente afirmam sua
pré-existência e o fato de que ele é distinguível do Pai.
O verso 3 fala de Cristo como o agente da criação, dizendo, ‘Todas as coisas
foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito”. Isso
concorda com a Cristologia de Paulo, que escreveu em (Colossenses 1:16), “Pois nele
foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis,sejam
tronos ou soberanias, poderes ou autoridades;todas as coisas foram criadas por ele e
para ele”. Cristo não somente é o criador do universo, mas ele agora sustenta sua
própria existência. Paulo diz que “nele tudo subsiste” (v.17). Foi através de Cristo que
Deus “fez o universo” e é também Cristo que “sustenta todas as coisas por sua
palavra poderosa” (Hb 1:2-3).
Colossenses 2:9 diz, “Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da
divindade”. Tito 2;13 diz, “aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação
de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”. Em Hebreus 1:3 lemos, “O Filho é o
resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser”. Hebreus 1:8 faz uma
aplicação messiânica do Salmo 45:6-7, quando Deus diz a Cristo, “O teu trono, ó
Deus, subsiste para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu Reino”. Assim,
o próprio Deus o Pai declara que Jesus é Deus, e diz que seu domínio é “para todo o
sempre”. Finalmente, Paulo escreve em Filipenses 2:6 que Cristo, “embora existindo
na forma de Deus,” tomou sobre si atributos humanos. Todos estes textos nos dão
23
claras evidências bíblicas da divindade de Jesus Cristo no qual creio pessoalmente (cf.
Vincent Cheung4).
4
Vincent Cheung é doutor pelo seminá rio de Dallas e escreveu sua Teologia Sistemática.
23
A palavra “expiação” ocorre só uma vez em Tiago, no Novo Testamento, onde é
traduzida por “reconciliação”. Há diferentes aspectos da expiação e merecem ser
elucidados.
23
A divindade de Cristo, a humanidade de Cristo e a retidão de Cristo o
qualificaram, de forma única, para ser o redentor do homem. Se ele não
tivesse sido homem, não poderia redimir os homens. Se não tivesse sido um
homem reto, não poderia redimir os homens iníquos. E se não tivesse sido o
Filho de Deus, não poderia redimir os homens para Deus nem torna-los filhos
de Deus. (STOTT, 2006, p. 62).
23
4.3.2 A Ascensão de Cristo
Creio na ascensão de Cristo como a subida visível da pessoa do Mediador da terra
ao céu – Cristo Jesus (At 1.6-11). Foi uma transição de um lugar para outro.
Alguns significados da ascensão podem ser citados e, neste tema, Berkhoft nos
auxilia na compreensão:
1) A ascensão declarou que o sacrifício de Cristo foi oferecido a Deus e, como tal,
tinha que ser apresentado a Ele no santuário celestial; de que o Pai considerou
suficiente a obra mediatória do Filho e, por conseguinte, admitiu-o na glória
celestial; de que o reino do Mediador não era um reino dos judeus, mas um reino
universal.
2) A ascensão também foi exemplar, no sentido de que foi uma profecia da ascensão
de todos os crentes que já estão com Cristo nos lugares celestiais (Ef 2.6), e estão
destinados a permanecer com Ele para sempre (Jo 17.24); e também no sentido de
que revelou o restabelecimento da realeza original do homem (Hb 2.7-9).
3) Finalmente, a ascensão serviu de instrumento para a preparação de um lugar para
os que estão em Cristo. O próprio Senhor assinalou a necessidade de ir para o Pai, a
fim de preparar lugar para os seus discípulos (Jo 14.2-3). (cf. BERKHOFT, p. 352).
23
c) Como Rei governa a Igreja e o próprio universo (Jo 6.15; Mt 4.17, 23; 12.28; Lc
19.38; Ap 19.11-16; Fp 2.10). (cf. GRUDEM, 1999, p. 523-527).
23
João, se refere especificamente ao ES como uma pessoa (Jo 14.26; 15.26; 16.13-
14).
d) A Bíblia também relata diversas atividades pessoais que são atribuídas ao Espírito
Santo como: ensinar (Jo 14.26), dar testemunho (Rm 8.16), interceder (Rm 8.26-
27), falar (At 8.29) e se entristecer diante do pecado dos cristãos (Ef 4.30) (cf.
GRUDEM, 1999, p. 170).
Por fim, Erickson faz a seguinte declaração acerca da pessoa do Espírito Santo:
“O Espírito Santo é o ponto em que a Trindade torna-se pessoal para o que crê”
(ERICKSON, 1997, p. 344). Ou seja, mais do que ser uma pessoa na Trindade, o ES
torna a Trindade pessoal para nós, pois Ele é quem revela as Escrituras e testifica as
obras de Cristo para todos os que crêem.
23
mundo. Depois da ascensão de Cristo ao céu, o Espírito Santo é, agora, a principal
manifestação da presença da Trindade entre nós.
A seguir cito as características da obra do Espírito Santo que fornecem evidências
da presença de Deus e suas bênçãos:
5.3.1 O Espírito Santo dá vida
Na natureza, é papel do ES dar vida a todas as criaturas na terra, no céu ou no mar,
como relata o salmista: “Envias o teu Espírito, e eles são criados” (Sl 104.30). E no
sentido inverso, se Deus “para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda a carne
juntamente expiraria, e o homem voltaria ao pó” (Jó 34.14-15). Em paralelo, no NT é
papel do ES nos dar a nova vida na regeneração: “O que é nascido da carne é carne; e
o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6-7). Coerente ainda com essa função do
ES de dar a vida é fato de que foi o Espírito que concebeu Jesus no ventre de Maria
(Mt 1.18, 20). E no dia da volta de Cristo, é o mesmo Espírito quem irá completar essa
obra de dar vida concedendo a nova vida ressurreta ao nosso corpo mortal (Rm 8.11).
23
5.3.5 O Espírito Santo dá evidências da presença de Deus
Ele com freqüência faz-se conhecido por meio de fenômenos que indicam sua
atividade (Nm 11.25-26; Jo 1.32; At 2.2-3; Rm 8.16; 1 Co 12).
23
a) Os dons são concedidos para o corpo (a igreja). São para edificação e não para
prazer ou enriquecimento dos que os possuem (1 Co 12.7; 14.5, 12).
b) Nenhuma pessoa, sozinha, possui todos os dons (1 Co 12. 14-21), nem acontece de
um dos dons ser concedido a todas as pessoas (1 Co 12. 28-30). Por conseguinte,
cada membro da igreja precisa dos outros.
c) Embora não sejam igualmente notáveis todos os dons são importantes (1 Co 12. 22-
26).
d) O Espírito Santo distribui os vários dons a quem lhe apraz (1 Co 12.11) (cf.
ERICKSON, 1997, p. 358).
23
No dia em que aceitamos a Cristo como nosso Salvador recebemos também o
Espírito Santo, ficamos batizados e selados nele. Há porém, além disso, mais
um passo a dar, e este é de irmo-nos entregando, cada dia, cada vez mais, a
direção do Espírito Santo, até que fiquemos completamente cheios dEle... o
dever do crente é entregar-se ao espírito Santo. (LANGSTON, 1986, p. 274).
A única esperança que um crente pode ter de uma vida útil e frutífera está no
Espírito Santo. Em nossa vida cristã estamos tão dependentes do Espírito Santo para
uma vida abundante de frutos quanto um não-crente depende de Cristo para a Salvação.
Creio que os termos “plenitude do Espírito Santo” e “batismo do Espírito Santo”
são interpretados de formas distintas, mas que em essência promovem o mesmo
resultado. Toda vez que o cristão entrega-se completamente ao mover do ES e busca
por maior intimidade com Ele, recebe dEle a resposta e o Seu agir (independente do
nome que se dá a essa experiência). Lamento aqueles que são forçados a acreditarem
que só são espirituais ou que foram “batizados” pelo ES quando isso vem
acompanhado do dom de línguas. Isso, a meu ver, não é bíblico e deprime os que estão
em busca do encher do ES e não são agraciados com este dom.
Há também uma implicação de coerência para a plenitude do ES; a Bíblia nos
orienta a não entristecer o ES e nem apagá-lo (Ef 4.30, 1 Ts 5.19). Conforme Langston,
o resultado de apagá-lo é parecido com entristecê-lo. Quando o cristão não coopera
com Ele, ficam por este fato, limitadas as atividades do ES em sua vida. É incoerente
pedir o batismo ou a plenitude do ES, se em nossa conduta não permitimos a Sua ação
purificadora e santificadora. (cf. LANGSTON, 1986, p. 275-276).
23
morreram... Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo”; 2 Pe 3.9 “não
querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se”. Nestes
textos a palavra “mundo” significa toda a humanidade e “todos” enfatiza esta verdade.
Em 2 Pe 2.1 Pedro afirma que Cristo comprou até mesmo a redenção dos apóstatas
“haverá também falsos mestres, os quais introduzirão heresias destruidoras, negando
até o Senhor que os resgatou...”, isso significa que Cristo não morreu somente pelos
eleitos, mas por todos. Romanos 5.6 ratifica esta verdade “no devido tempo Cristo
morreu pelos ímpios” e no verso 10 continua dizendo que morreu por nós “quando
éramos inimigos”.
É de vital importância compreender que a iniciativa soberana de Deus na salvação
do homem é uma manifestação de todo o Seu ser, e não apenas da Sua vontade. Se não
considerarmos esta verdade podemos incorrer no erro de que Deus predestina alguns
para a salvação e deixa outros para a condenação eterna. Langston explica que a
iniciativa de Deus na salvação não priva ninguém de salvar-se porque ela visa a
salvação de todos. A verdade é que Deus predestinou o meio de salvação, mas não os
que haviam de crer ou não. (cf. LANGSTON, 1986, p. 201). Como Deus é amor, Ele
não poderia negar a sua própria essencia amando uns e rejeitando outros. Isso seria
contra a sua própria natureza.
Creio que o homem recebeu de Deus o live-arbítrio, isso significa que ele é
responsável moralmente por seus atos. Isso é verdade quanto a Lúcifer (1 Tm 3.6), aos
outros anjos que caíram (Jd 6,7), a Adão e Eva (1 Tm 2.14) e a todos os seres humanos
desde a queda (Rm 3.19). Junto a esta convicção creio que a soberania de Deus não
exclui o livre-arbítrio humano – ambas são verdades bíbicas. Em Atos 3.12,15,18 as
duas verdades estão presentes. De um lado, os israelitas haviam matado o autor da
vida. Todavia, do outro lado é dito que “Deus cumpriu o que havia predito por todos
os profetas”. Assim, o evento tinha de acontecer porque Ele havia predito que
aconteceria; contudo, Deus cumpriu por meio de judeus que, livremente, mataram a
Cristo. A cruz também foi predestinada e livremente escolhida. Atos 2.23 declara que a
morte de Jesus foi decidida por “propósito determinado e pré-conhecimento de Deus”.
Entretanto, embora tenha sido estabelecida por Deus, a decisão foi do próprio Cristo:
“Eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a toma de mim, mas, eu a dou por
minha espontânea vontade” (Jo 10.17-18). Segundo Norman Geisler: “No que diz
23
respeito a Bíbla, não há nenhuma contradição entre a predestinação divina e a livre-
escolha dos homens” (GEISLER, 2005, p. 43).
Creio que a salvação é dada por Deus por sua Graça mediante a fé (Ef 2.8-10).
Esta declaração implica em dizer que Deus preparou todo o plano providenciando uma
forma de reconciliar consigo o mundo inteiro, mas que cabe ao homem de forma
pessoal aceitar este plano ou não.
A soteriologia envolve vários termos que necessitam ser definidos para uma
compreensão sadia do plano de salvação elaborado por Deus antes da fundação do
mundo (Ef 1.4). Creio nesses termos e descrevo abaixo minhas convicções acerca de
cada um (graça, eleição, regeneração, conversão, justificação, adoção, santificação e
perseverança dos santos).
6.1 Graça
Segundo o Novo Dicionário da Bíblia a palavra graça é proveniente do hebraico
“hesed” e “hen”. Estes termos são traduzidos centenas de vezes como “misericórdia”
e dezenas de vezes como “bondade” e “longanimidade”. É empregada para significar
a ação de um superior humano ou divino, para com um inferior. Descreve um favor
desmerecido. No NT a palavra grega usada para traduzir “hesed” e “hen” é “charis”.
Este termo no NT é empregado no sentido de perdão e misericórdia (Cl 2.13; 3.13; Ef
4.32; Rm 9.15-18,23; 11. 30-32) (cf. DOUGLAS, 2006, p. 561-562).
Creio que a graça de Deus se manifesta de duas maneiras: a graça comum e a
salvífica. A primeira é a graça de Deus pela qual Ele dá às pessoas inumeráveis
bênçãos que não fazem parte da salvação. A palavra comum significa algo dado a todas
as pessoas, não restrita aos crentes somente. A graça comum é diferente da salvífica em
seus resultados (ela não conduz à salvação), em seus recebedores (ela é dada
igualmente a crentes e incrédulos) e em sua fonte (ela não flui diretamente da ação
resgatadora de Cristo, porque para os incrédulos, a morte de Jesus não representou
remissão alguma) (cf. GRUDEM, 1999, p. 549-550).
A graça salvífica é aquela que conduz as pessoas à salvação, é a ação específica de
Deus para todas as pessoas, e não somente para alguns, em que o homem recebe um
favor imerecido para obter a vida eterna (Ef 2.8-10).
6.2 Eleição
23
Segundo o Novo dicionário da Bíblia “Eleição é um ato de escolha mediante o
qual Deus seleciona um indivíduo ou grupo para um propósito ou um destino de sua
própria determinação” (DOUGLAS, 2006, p. 402). A declaração de Fé Batista
complementa esta definição da seguinte forma: “Eleição é a escolha feita por Deus,
em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna, não por qualquer
mérito, mas segundo a riqueza da sua graça. Ainda que baseada na soberania de
Deus, essa eleição está em perfeita consonância com o livre-arbítrio de cada um e de
todos os homens” (DFB 1990, p. 9). Vários são os textos que afirmam e testificam esta
doutrina que é, muitas vezes, mal compreendida e gera controvérsias (At 13.48; Rm
8.28-30; 9.11-13; 11.7; Ef 1.4-6, 12; 1 Ts 1.4-5; 2 Ts 2.13; 1 Tm 5.21; 2 Tm 1.9; 1 Pe
2.9; Ap 13.7-8; 17.8).
Não creio na “reprovação” termo usado para definir os que não serão escolhidos
na eleição divina. Calvinistas extremados crêem que Deus escolhe alguns e rejeita
outros. Isso é contra a natureza divina e decorre de má interpretação das Escrituras
Sagradas. Como escrito anteriormente, creio que Deus predestinou o meio pelo qual
todos podem ser salvos se crerem em Cristo Jesus como Senhor e Salvador pessoal.
6.3 Regeneração
A regeneração é uma obra exclusiva de Deus. Defino a regeneração como a
comunicação de vida divina à alma (Jo 3.5; 10.10,28; 1 Jo 5.11-12), como a concessão
de uma nova natureza (2 Pe 1.4) ou coração (Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26), e a produção de
uma nova criação (2 Co 5.17; Ef 2.10; 4.24) (cf. HUMBERTO, 2007, p. 25).
Langston explica que a regeneração é uma mudança radical na disposição e na
natureza moral do homem. Segundo ele, é uma experiência mais profunda do que a do
arrependimento, transformando até os alicerces da personalidade. No arrependimento,
o homem se torna consciente do seu pecado e se vê condenado diante de Deus. Na
regeneração, porém, ele se torna consciente de Jesus Cristo e se contempla agraciado
por Deus, pois nasceu de novo. O Espírito Santo renova toda a pessoa, a mudança de
consciência é tão radical que o homem se sente com uma nova consciência (cf.
LANGSTON, 1986, p. 223-224).
Os meios pelos quais a regeneração acontece são:
a) Pela vontade de Deus (J0 1.13; Tg 1.18)
b) Através da morte e ressurreição de Cristo (Jô 3.14-16; 1 Pe 1.3)
23
c) Pela Palavra de Deus (Tg 1.18; 1 Pe 1.23; Jo 3.5)
d) Pelo Espírito Santo (Jo 3.5; Tt 3.5; Jo 16.8)
A regeneração é um ato instantâneo, que se dá uma só vez na vida. O ES é quem
opera a regeneração, usando para isso, a verdade evangélica.
6.4 Conversão
Segundo Wayne Grudem “conversão é a nossa resposta espontânea ao chamado
do evangelho, pela qual sinceramente nos arrependemos dos nossos pecados e
colocamos a confiança em Cristo para receber a salvação” (GRUDEM, 1999, p. 592).
Para Langston, conversão é a palavra usada para exprimir o ato do pecador,
abandonando o pecado, para seguir a Jesus. É o resultado da graça de Deus criando o
homem em Jesus Cristo (cf. LANGSTON, 1986, p. 221).
A palavra conversão significa “volta”, representa uma volta espiritual, voltar-se
do pecado para Cristo. O voltar-se do pecado é chamado arrependimento, e o voltar-se
para Cristo é chamado fé (cf. GRUDEM, 1999, p. 592). O arrependimento indica uma
mudança de atitude mental e do coração para com Deus; e a fé indica a crença em sua
palavra e a confiança em seu Cristo (cf. DOUGLAS, 2006, p. 258).
6.5 Justificação
Creio que a justificação chega a nós pela graça de Deus mediante a fé (Ef 2.8-9;
Rm 3.25-26; 5.1).
Segundo o Novo Dicionário da Bíblia “justificar é um termo que significa
absolver, declarar justo, o oposto de condenar (Dt 25.1; Pv 17.15; Rm 8.33). A
justificação é um ato do próprio juiz, ser justificado significa obter o veredicto (Is
43.9,26)” (DOUGLAS, 2006, p. 746). Outra definição importante é de Grudem:
“Justificação é um ato instantâneo e legal da parte de Deus pelo qual ele considera os
nossos pecados perdoados e a justiça de Cristo como pertencente a nós e declara-nos
justos à vista dele” (GRUDEM, 1999, p. 604). A justificação implica no perdão dos
nossos pecados (a declaração de absolvição) e na imputação da justiça de Cristo a nós.
6.6 Adoção
A doutrina da adoção está relacionada à comunhão pessoal com Deus e com sua
família. A palavra grega traduzida por adoção é “huithesia” que significa, literalmente,
23
colocar na posição de filho. Este termo aparece somente cinco vezes nas Escrituras, e
todas elas nos escritos de Paulo (Rm 8.15,23; 9.4; Ef 1.5; Gl 4.5).
Wayne Grudem define adoção da seguinte maneira: “é um ato de Deus por meio
do qual ele nos faz membros de sua família” (GRUDEM, 1999, p. 615).
6.7 Santificação
Creio na santificação como um processo contínuo da vida do Espírito Santo em
cada cristão. Há também a santificação como posição em que somos muitas vezes
chamados de santos perante Deus. Em termos de posição já somos considerados santos,
porém a santificação é algo progressivo em nossa vida.
Grudem dá-nos a seguinte definição: “Santificação é uma obra progressiva da
parte de Deus e do homem que nos torna cada vez mais livres do pecado e
semelhantes a Cristo em nossa vida presente” (GRUDEM, 1999, p. 622).
Pode-se afirmar que a santificação envolve basicamente quatro atos:
a) Separação para Deus (2 Co 6.14-7.1)
b) Imputação de Cristo como nossa Santidade (1 Co 1.30; At 26.18; Ef 5.26)
c) Purificação do mal moral – a santificação progressiva (Sl 119.9)
d) Conformidade com a imagem de Cristo (Rm 8.9; 2 Co 3.18; Gl 5.22-23; Fp 1.6;
3.10; 1 Jo 3.2) (cf. HUMBERTO, 2007, p. 31).
Algumas diferenças entre a justificação e a santificação nos ajudam a esclarecer o
sentido de ambas6:
JUSTIFICAÇÃO SANTIFICAÇÃO
Posição legal Condição interna
De uma vez por todas Continua por toda a vida
Obra inteiramente de Deus Nós cooperamos
Perfeita nesta vida Não perfeita nesta vida
A mesma em todos os cristãos Maior em alguns do que em outros
6
Esta tabela encontra-se no livro de Teologia Sistemá tica de Wayne Grudem pá gina 622.
23
3) A santificação se completará na morte em nossa alma, e quando o Senhor voltar em
nosso corpo (Hb 12.23; Ap 21.27; 2 Co 7.1; 1 Ts 5.23; Fp 3.21; 1 Co 15.23)
(GRUDEM,1999, p. 625).
23
d) As formas como as Escrituras expressam a união do cristão com Jesus: edifício /
fundamento (Ef 2.20-22; Cl 2.7; 1 Pe 2. 4-5), Marido / mulher (Rm 7.4; Ef 5.31-
32), Pastor / ovelha (Jo 10.27-28), Videira / ramos (Jo 15.1-6) e entre a Cabeça e o
corpo ( 1 Co 12.12; Ef 1.22-23)
e) O relacionamento com Cristo é descrito em termos de Aliança (Mt 26.28; 1 Co
11.25).
Por fim, concordo plenamente com a declaração de fé Batista que afirma: “A
salvação do crente é eterna, os salvos perseveram em Cristo e estão guardados pelo
poder de Deus. Nenhuma força ou circunstância tem poder para separar o crente do
amor de Deus em Cristo Jesus” (DFB, 1990, p. 8).
6.9 Morte
A Bíblia se refere a dois tipos de morte: a morte física, que acontece com todas as
pessoas quando param de viver e a morte espiritual, quando elas não mantêm um
relacionamento com Deus e Jesus Cristo. O Velho e o Novo Testamento falam da
morte de maneira diferente.
O Velho Testamento fala mais de morte física e o que significava para os
israelitas. O Novo Testamento fala mais de morte espiritual. Conta a história da vida de
Jesus Cristo na Terra, que inclui sua morte e ressurreição. Também nos conta que, por
causa da morte de Jesus, todas as pessoas têm a chance de viver eternamente nos céus
com Deus.
Algumas características segundo Wayne Grudem sobre a doutrina da morte:
6.9.1 A morte não é uma punição para os crentes
Paulo diz-nos claramente que “agora, já não há condenação para os que estão em
Cristo Jesus” (Rm 8.1). Todas as penalidades dos nossos pecados já foram pagas.
23
6.9.3 Deus usa a experiência da morte para completar a santificação
Durante toda a nossa jornada na vida cristã, sabemos que nunca temos de pagar
qualquer penalidade pelo pecado, pois tudo foi pago por Cristo (Rm 8.1). Portanto,
quando realmente experimentamos dor e sofrimento nesta vida, não devemos nunca
pensar que é porque Deus nos esteja punindo. O entendimento de que a morte não é de
modo algum a punição pelo pecado, mas simplesmente algo que Deus nos faz passar a
fim de tornar-nos mais parecidos com Cristo, deve servir de grande encorajamento para
nós. Esse entendimento deve retirar de nós todo o temor da morte que assalta a mente
dos crentes (cf.Hb 2.15). Todavia, embora Deus venha anos fazer um bem por meio do
processo da morte, devemos ainda lembrar que a morte não é natural, não é uma coisa
boa e, no mundo criado por Deus, ela é algo que não deveria existir.
23
pessoas possam passar do inferno para o céu após terem morrido. Embora o rico no
inferno tivesse gritado: “Pai Abraão, tem misericórdia de mim e manda que Lázaro
molhe a ponta do dedo na água e refresque a minha língua, porque estou sofrendo
muito neste fogo”, Abraão lhe respondeu: “entre vocês e nós há um grande abismo, de
forma que os que desejam passar do nosso lado para o seu, ou do seu lado para o
nosso, não conseguem”(Lc 16.24-26).
O livro de Hebreus associa a morte com a conseqüência do julgamento em uma
seqüência imediata: “Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma
só vez e depois disso enfrentar o juízo” (Hb 9.27). Além disso, a Escritura nunca
apresenta o juízo final como dependente de qualquer coisa feita após a nossa morte,
mas dependendo somente do que aconteceu nesta vida (Mt 25.31-46; Rm 2.5-10; cf.
2Co 5. 10) (cf. GRUDEM, 1999, p. 679-691).
6.10 Glorificação
A glorificação é um ato mediante o qual Deus permite que os redimidos
compartilhem de Sua radiante glória. Isso significará salvação em seu sentido mais
amplo e final, o propósito escatológico do homem e de toda a criação. Escreve Paulo
àqueles que são justificados pela fé e têm paz com Deus por meio de Jesus Cristo: "E
gloriemo-nos na esperança da glória de Deus." (Rm. 5.2).
Grudem explica a glorificação da seguinte maneira:
Glorificação é o passo final da aplicação da redenção. Ocorrerá quando Cristo
voltar e levantar dentre os mortos o corpo de todos os cristãos que morreram,
de todas as épocas, reunindo-o com alma de cada um, e mudar o corpo de
todos os cristãos que estiverem vivos, dando assim, ao mesmo tempo, a todos
os cristãos um corpo ressurreto como o seu. (GRUDEM, 1999, p. 695).
7
Estas características foram extraídas de um estudo organizado por Hélio de Menezes Silva.
Acesso em 09/12/2008. Internet: http://www.solascriptura-tt.org/SoteriologiaESantificacao/21-
Glorificacao-Helio.htm.
23
d) Espiritual. Submisso e controlado, harmônico e cooperador com o Espírito Santo de
Deus e o espírito santificado do salvo glorificado 1 Co 15:44-49.
e) Celestial 1Co 15:46-49 em contraste com o corpo atual, terrestre. Em 2 Co 5:1-2
Deus nos fala de um "edifício proveniente de Deus" e "nossa morada proveniente do
céu".
f) Não limitado pelo tempo, massa, gravidade, espaço, "leis da natureza". Será como o
corpo ressurreto de Cristo, que: Atravessou a montanha do sepulcro, Instantaneamente
desapareceu da casa de Cléofas e de sua esposa Maria, em Emaús Lc 24:31;
Simultaneamente (ou num pequeno espaço de tempo) apareceu instantaneamente aos
10 apóstolos, 12,4 km distante e sob portas fechadas Jo 20:19.
g) Eterno 2Co 5:1.
h) Glorioso 1Co 15:43; Rm 8:18. Semelhante ao de Cristo como visto na
transfiguração (Mt 17:2) e como visto glorificado no céu (Ap 1:13-16).
i) Incorruptível, imperecível 1Co 15:42,53-54. Portanto, um corpo que permanecerá
para sempre, não sujeito a doença, morte, envelhecimento e degradação.
j) Poderoso 1Co 15:43, que nunca se cansa mas sempre faz poderosas proezas no
serviço de Cristo Apo 22:3-5.
7. A DOUTRINA DA IGREJA
7.1 Natureza
Creio na Igreja de Cristo como a congregação ou reunião de pessoas que
professam sua fé no único Deus através de Jesus Cristo. Concordo com a confissão de
fé Batista que a define como: “Local de pessoas regeneradas e batizadas após
profissão de fé. Tais congregações são constituídas por livre vontade dessas pessoas
com a finalidade de prestarem culto a Deus, observarem as ordenanças de Jesus,
meditarem nos ensinamentos da Bíblia para edificaçào mútua e propagação do
evangelho” (DFB, 1990, p. 9).
Segundo o Novo Dicionário da Bíblia, o vocábulo “Igreja” provém do latim
ecclesia, que por sua vez é derivado do termo grego ekklesia (cf. DOUGLAS, 2006, p.
607). O autor esclarece que esta palavra no Novo Testamento “na maior parte de suas
ocorrências, significa uma congregação local de cristãos, e jamais um edifício”
(DOUGLAS, 2006, p. 607). Segundo Wayne Grudem Ekklesia “é a palavra que a
Septuaginta mais freqüentemente usa para traduzir o termo qahal do Antigo
23
Testamento, usada para referir-se à “congregação” ou à “assembléia” do povo de
Deus” (GRUDEM, 1999, p.729).
A natureza é a essência ou condição própria de um ser, ou seja, suas condições,
qualidades e características peculiares. A natureza da Igreja é conhecida através
daquilo que é registrado nas Escrituras.
Segundo Wayne Grudem a Igreja possui dois aspectos: o visível; comunidades que
professam sua fé no Deus verdadeiro e que, no mundo todo, reúnem-se para adorá-lo e
cumprir seus propósitos, e o invisível; este é o aspecto verdadeiramente espiritual
como a comunidade genuína de cristãos, sendo invisível aos nossos olhos, porque não
podemos averiguar a condição espiritual do coração humano, mas visível a Deus (cf.
GRUDEM, 1999, p. 716).
Em 2 Timóteo 2.19 Paulo afirma que: “O Senhor conhece os que lhe pertencem”.
Porém, quando Paulo escreve suas epístolas, estas são direcionadas as Igrejas visíveis
em cada comunidade: “à Igreja de Deus que está em Corinto” (1Co 1.2); “à Igreja dos
tessalonicenses” (1Ts 1.1); “aos santos e fiéis, irmãos em Cristo que estão em
Colossos” (Cl 1.2). Estes dois aspectos naturais da Igreja são claros e perceptíveis.
Wayne Grudem dá-nos a seguinte definição: “A Igreja é invisível, ainda que visível. A
invisível é a Igreja como Deus a vê e a visível é aquela como os cristãos a vêem”
(GRUDEM, 1999, p. 716-717). A declaração de princípios Batistas complementa da
seguinte forma: “A Igreja, no sentido lato, é a comnidade fraterna de pesoas
redimidas por Cristo e tornadas uma só na família de Deus. A Igreja no sentido local
é a companhia fraterna de crentes batizados, voluntariamente unidos para o culto,
desenvolvimento espiritual e serviço” (DPB, 1990, p. 10).
Uma ampla variedade de metáforas e imagens na Palavra de Deus oferecem uma
clareza especial na compreensão da natureza da Igreja.
A família instituída por Deus desde Gênesis é uma figura constante que retrata a
igreja e como ela se relaciona com seu Criador. Deus é o nosso Pai celestial (Ef 3.14),
e nós somos seus filhos e filhas “Serei vosso Pai e vós sereis para mim filhos e filhas,
diz o Senhor Todo-Poderoso”. (2Co 6.18). Portanto, somos irmãos e irmãs na família
de Deus. Nas palavras de Jesus em Mateus 12.49-50 percebe-se que aqueles que fazem
a vontade do Pai é que são seus irmãos “Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois
quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e
minha mãe”.
23
Outra metáfora de família refere-se à Igreja como noiva de Cristo “Visto que vos
tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo”
(2Co 11.2), neste contexto Paulo alude à época da volta de Jesus na ocasião em que a
Igreja será apresentada a Ele como noiva.
A Igreja também é vista como um novo templo de adoração a Deus, este, não
construído literalmente com pedras, mas formado de “pedras vivas” e edificado sobre
a “pedra angular” que é Cristo Jesus (1Pe 2.5-7). Do Antigo para o Novo Testamento
ocorre uma translocação deste templo, ou seja, de sua existência externa (local especial
onde Deus manifestava sua presença no meio do povo; primeiramente no tabernáculo e
após no templo construído por Salomão) para uma misteriosa presença interna – que é
o próprio ser humano, simbolizado na palavra “santuário de Deus” onde o Seu
Espírito habita (1Co 3.16-17).
A imagem de sacerdotes também está presente em 1 Pe 2.5, um sacerdócio que
todos podem exercer oferecendo sacrifícios realmente aceitáveis ao Senhor.
Outra figura descritiva da Igreja é a que Paulo relata em sua primeira carta a
Timóteo “coluna e fundamento da verdade” (1Tm 3.15). A verdade é um fundamento
essencial da natureza da Igreja de Cristo.
Por fim, uma metáfora bem conhecida vê a Igreja como o Corpo de Cristo “Ora,
vocês são o corpo de Cristo, e cada um, individualmente é membro deste corpo” (1Co
12.27). Jesus é o cabeça, e a Igreja o restante do Seu corpo que deve estar em constante
crescimento e edificação no amor na medida em que cada parte realiza sua função (Ef
4.15-16) (cf. GRUDEM, 1999, p. 716-720).
23
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus. E o terceiro ministério
desenvolve-se em relação ao mundo, onde sua missão é a de propagação do Evangelho
a todas as nações (Mt 28.19-20).
Outra visão mais ampla e saudável sobre os propósitos da Igreja encontra-se nas
palavras do Dr. Rick Warren, em seu livro “Uma Igreja com propósitos”. Segundo
Warren, a declaração de propósitos de uma igreja deve ser bíblica, específica,
transferível e mensurável. Os propósitos de Deus para a Igreja podem ser resumidos
em um grande compromisso com o Grande Mandamento (Mt 22. 37-40) e a Grande
Comissão (Mt 28.19-20) (cf.WARREN, 2001, p. 104).
A seguir os cinco propósitos bíblicos na visão do pastor Rick Warren:
1) Adoração (Mt 4.10; 22.37-40) – A Igreja existe para adorar a Deus.
2) Ministério ou Serviço (Mt 22.37-40) – A Igreja existe para ministrar ao povo.
3) Evangelismo (Mt 28.19-20; Mc 16.15; Jo 20.21; At 1.8) – A Igreja existe para
comunicar a Palavra de Deus.
4) Comunhão (Mt 28.19-20; Ef 2.9) – A Igreja existe para proporcionar comunhão
aos crentes.
5) Discipulado (Mt 28.19-20; Cl 1.28; Ef 4.12-13; At 2.1-47) – A Igreja existe para
edificar ou educar o povo de Deus (cf. WARREN, 2001, p. 105-108).
Uma Igreja com Propósitos em minha concepção é a forma mais eficaz e
equilibrada de cumprir os propósitos da Igreja de Cristo. O foco e a simultaneidade
destes princípos bíblicos vivenciados por todos na Igreja, levam-na a ser relevante,
desbravadora, contextualizada e, principalmente, equilibrada. Creio que a esperança
para o mundo está em resgatar estes princípios e vivê-los de forma intensa como povo
de Deus. A Grande Comissão pode ser cumprida com maior rapidez e eficiência com
Igrejas saudáveis que vivam os cinco propósitos de Deus.
7.3 Governo
Creio que o princípio governante da Igreja é a soberania de Cristo. A autonomia da
Igreja tem como fundamento o fato de que Cristo está sempre presente e é o cabeça da
Igreja. Conforme os princípios batistas: “Uma Igreja é um corpo autônomo, sujeito
unicamente a Cristo, seu cabeça. Seu governo democrático, no sentido próprio, reflete
a igualdade e responsabilidade de todos os crentes, sob a autoridade de Cristo” (DPB,
1990, p.11). A seguir as principais formas de governo no mundo eclesiástico serão
23
listadas de forma reduzida e darei minha opinião acerca do que entendo ser bíblico
nesse tema.
7.3.1 Sistema Episcopal
Esse sistema é semelhante a uma monarquia. Nele, o poder se centraliza nas mãos
dos bispos, que governam apoiados na idéia de que são eles os sucessores dos
apóstolos. A igreja local tem que prestar contas de todas as suas atividades na pessoa
do líder, a um líder maior, que por sua vez, presta relatório ao líder principal. A greja
católica Romana tem um governo mundial sob a autoridade do papa. As igrejas
episcopais têm bispos com autoridade regional e, acima deles, arcebispos. As igrejas
presbiterianas dão autoridade regional aos presbiérios e autoridade nacional aos
concílios (cf. GRUDEM, 1999, p. 758).
23
– ao pastor e ao seu corpo de oficiais ou diáconos. Não há poderes externos que
possam ditar ordens para a igreja local (cf. ERICKSON, 1997, p. 456).
A Palavra de Deus não nos oferece um sistema normativo de estrutura de igrejas.
Portanto, é necessário buscar por princípios e assim, avaliar qual o sistema é mais
coerente com as Escrituras. Segundo millard Erickson, três princípios são claramente
destacados no NT quanto a estrutura e governo da igreja:
1) O princípio da ordem (1 Co 14)
2) O sacerdócio de todos os crentes (1 Pe 2.9; Ap 1.6)
3) Cada pessoa é importante para todo o Corpo (Rm 12; 1 Co 12) (cf. ERICKSON,
1997, p. 457).
Creio que o sistema congregacional é o mais coerente com estes princípios listados
acima. O sistema congregacional leva em consideração o princípio do sacerdócio e da
competência espiritual de todos os crentes e ao mesmo tempo, a necessidade de ordem
e de algum grau de governo representativo que hoje é exercido por um pastor.
Percebo que o sistema congregacional é deficiente apenas pelo modo rigoroso e
legalista que muitas Igrejas adotaram no exercício do governo da Igeja de Cristo.
Pequenas decisões e mínimos detalhes são colocados para o sistema de decisão em
assembléias. Isso ao meu ver é muito prejudicial. O Colegiado e o próprio pastor
presidente ou Sênior, devem ter autoridade para estas decisões para que o Reino de
Deus não páre diante de picuinhas.
23
Segundo Timothy George “a maior contribuição de Lutero à eclesiologia
protestante foi a sua doutrina do sacerdócio de todos os cristãos” (GEORGE, 1994, p.
96).
Por fim, as palavras de Lawrence Richards nos ajudam a entender e alerta-nos
quanto a importância desta doutrina:
Apesar de declarações tão claras dos Reformadores, a maioria das pessoas
continua fazendo distinção entre “clero” e “laicato”. De fato, a falha dos
cristãos em compreender a verdade de que, como povo de Deus, cada um é
chamado para o ministério, é reconhecida hoje como uma das causas
principais do fracasso da igreja moderna em alcançar o mundo com o
evangelho, ou em servir eficazmente como aditivo salgado de Deus,
preservando a sociedade da injustiça e imoralidade. John R. W. Stott assevera:
“Não hesito em dizer que interpretar a igreja em termos de uma casta clerical,
ou estrutura hierárquica privilegiadas é destruir a doutrina neotestamentária da
igreja”8. (RICHARDS, 1984, p. 9).
Todos em todo o tempo deve servir a Deus exercendo seus dons e edificando o
próximo. Servir a Deus é servir ao próximo.
7.5 Batismo
Creio no batismo como uma ordenança bíblica (Mt 28. 19-20). O batismo não
salva é um símbolo da nossa identificação com Cristo em sua morte e ressurreição.
Segundo a apostila “Águas que Marcam” do ministério de comunhão da Primeira
Igreja Batista em São José dos Campos, “O batismo é um símbolo do pacto da Graça,
de sua união com Cristo, da egeneração, da remissão de pecados e também da sua
consagração à Deus por Jesus Cristo, a fim de andar em novidade de vida”
(PROPOSITOS, 2006, p. 14). A declaração dos princípios batistas bem afirma que “o
batismo é um símbolo, mas sua observância envolve fé, exame de consciência,
discernimento, confissão, gratidào, comunhão e culto” (DPB, 1990, p. 11).
Creio na realização bíblica do batismo por imersão, pois a palavra grega baptizo
significa, literalmente, “imergir ou mergulhar na água”. Algumas considerações
importantes acerca do porquê o batismo deve ser por imersão:
8
Citação extraída da obra de John Stott, One People: Laymen and Clergy in God’s
Church (Downers Grove: Inter-versity).
23
a) Porque Jesus foi batizado por imersão (Mt 3.16)
b) Todo o batismo na Bíblia foi por imersão
c) A palavra batismo significa “imersão”
d) Porque não temos nenhum exemplo de batismo de outra forma nas Escrituras (cf.
PROPOSITOS, 2006, p. 15).
O batismo ilustra a morte e ressurreição de Cristo (1 Co 15.3-4) e a nova vida
recebida em cristo Jesus (2 Co 5.17; Rm 6.4).
O batismo não é necessário para a salvação, pois dizer que o batismo ou qualquer
outra obra é necessária para a salvação, equivale a dizer que não somos justificados
apenas pela fé (Ef 2.8-10;Gl 5.1-12).
No Novo Testamento temos diversos exemplos que sugerem que o batismo foi
ministrado somente aos que creram ou fizeram uma profissão digna de crédito (At
2.41; 8.12-13; 10.44-46; 16.14-15). Portanto, todos os que crêem em Cristo devem ser
batizados.
23
Senhor deve ser observada numa freqüência suficiente para evitar intervalos longos
entre os períodos de reflexão sobre as verdades transmitidas por ela, mas não com tanta
freqüência que a torne trivial ou comum que nos leve ao processo sem, de fato, pensar
em seu significado e compromisso (cf. ERICKSON, 1997, p. 474). Creio que uma vez
por mês seja o ideal.
8. DOUTRINA ESCATOLÓGICA
Creio na doutrina escatológica que trata especificamente dos últimos
acontecimentos. Pode ser definido como o estudo das “últimas coisas” e dos eventos
futuros relatados nas Escrituras. Anseio pela volta de Cristo e sei que as minhas
atitudes como membro da Igreja do Senhor implicam em Sua volta.
23
Creio na volta de Cristo que é um dos principais eventos da escatologia. O próprio
Jesus falou muitas vezes sobre sua volta e também os escritores do NT (Mt 24.44; Jo
14.3; At 1.11).
Segundo Wayne Grudem haverá uma volta súbita (Mt 24.44; Lc 12.40; 2 Pe 3.10),
pessoal (Jo 14.3; 1 Ts 4.16), visível (Ap 1.7; Mc 13.26) e corpórea de Cristo (At 1.11)
(cf. GRUDEM, 1999, p. 932).
Minha atitude contínua e dos cristãos deve ser de anseio pela volta de Cristo
“aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e
Salvador Cristo Jesus” (Tt 2.12-13). Isso não significa que o cristão não deva
comprometer-se com projetos de vida a longo prazo, mas que exatamente por não
sabermos a hora que Cristo vem, devemos estar permanecendo nEle em obediência e
coerência no estilo de vida cristã.
Existe uma aparente “contradição” quando a Bíblia trata da iminente volta de
Cristo com os sinais que antecedem este retorno, pois vários são os textos que
incentivam a estarmos preparados para quando Cristo voltar e também há textos que
revelam sinais que nos indicam que este retorno na será tão iminente assim. Os
estudiosos propõem três tentativas de conciliação:
1) Assumir que existem dois retornos de Cristo (um associado a sua vinda repentina e a
outra, posterior, associada ao cumprimento dos sinais).
2) Assumir que todos os sinais, de alguma forma, já se cumpriram e, por isso, Jesus
pode voltar a qualquer momento.
3) Assumir a incerteza quanto ao cumprimento dos sinais (cf. GRUDEM, 1999, p. 938-
940).
Essa última opção é comumente apontada como sendo a mais coerente das três. A
questão quanto ao cumprimento ou não desses sinais não está muito claro; parece que
as profecias referentes à segunda vinda já se cumpriram em algum momento da
história, por outro lado, parece que o que o texto bíblico está relatando é algo sem
precedentes na história até agora. Mas é nessa dúvida que repousa a conciliação entre a
volta iminente de Jesus e os sinais de sua vinda. O objetivo de Jesus ao dar os sinais,
era para revestir-nos de esperança e expectativa, seja considerando que esses sinais já
se cumpriram ou ainda estão para se cumprir (o propósito de nos dar expectativa e
esperança se cumpre). E se não sabemos ao certo se esses sinais já se cumpriram ou
não, precisamos de fato estar esperando a volta de Jesus a qualquer momento.
23
8.2 O Milênio
A palavra milênio significa “mil anos” (do latim. Millenium). O termo vem de Ap
20.4-5, onde se diz que “viveram e reinaram com Cristo durante mil anos e o restante
dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos”. Desta palavra surge
também o termo milenismo que pode ser definido como o conjunto de posições
teológicas acerca do período de mil anos que é descrito em Apocalipse 20.4-5, ao
longo do qual o diabo permanecerá preso e os santos reinarão com Jesus.
As posições quanto ao início e ao término desses mil anos e, até mesmo, se ele de
fato acontecerá de forma literal, são muito divergentes. As principais correntes
interpretativas são citadas abaixo:
a) Amilenismo – Descarta a idéia de um período de mil anos. O “milênio”, nesta
concepção, está acontecendo agora, ou seja, é a presente era da Igreja. O retorno de
Cristo pode acontecer a qualquer momento e todos os eventos finais acontecem de uma
só vez. Após o retorno haverá ressurreição de crentes e descrentes. Os crentes passarão
por julgamento de recompensas no céu e os descrentes para enfrentar o juízo final e a
condenação eterna. Terão início novos céus e nova terra e o estado final eterno.
b) Pós-milenismo – O retorno de Cristo acontece após o milênio. A era milenar
acontecerá com um crescimento gradativo da influência da Igreja sobre o mundo. Esse
“milênio” durará por um longo período (não necessariamente mil anos) e então Cristo
retornará e haverá a ressurreição de crentes e descrentes, o julgamento final, o início do
novo céu e terra e entraremos no estado eterno.
c) Pré-milenismo clássico – O retorno de Cristo acontece após a tribulação, mas antes
do milênio. Nesta volta os crentes ressuscitarão para reinar com Ele durante os mil anos
(alguns crêem que será mil anos literais e outros não). O reinado de Cristo no milênio
será físico juntamente com os cristãos que terão seus corpos glorificados. Dos
descrentes que permanecerem na terra, muitos se converterão (mas não todos). Satanás
será lançado no abismo por mil anos e Jesus reinará com justiça perfeita e paz. Passados
mil anos Satanás será solto e se juntará com os descrentes contra Cristo, mas serão
derrotados de maneira decisiva. Após esta batalha os descrentes de todas as épocas
ressuscitarão para o julgamento e condenação eterna e os crentes entrarão no estado
eterno.
23
d) Pré-milenismo pré-tribulacionista – Nesta posição acontecem dois retornos
distintos de Cristo: o primeiro é conhecido como “arrebatamento” dos crentes (ou da
Igreja propriamente dita) e o segundo retorno será para reinar os mil anos. Após o
primeiro retorno os crentes estarão com Cristo e acontecerá a grande tribulação. Em
seguida acontece o milênio, onde os crentes reinarão com Cristo resultando na derrota
final de satanás, ressurreição dos descrentes, julgamento final e começo do estado
eterno (cf. GRUDEM, 1999, p. 946-950).
Minha posição pessoal até o momento é de conformidade com a teoria do pré-
milenismo pré-tribulacionista. Admito não ter estudado com propriedade cada teoria,
mas creio na linha de interpretação literal em que esta teoria se faz a mais coerente
deixando poucos problemas hermenêuticos. Creio que a Igreja e Israel constituem dois
grupos distintos. Porém, considero um tema ainda aberto para reflexão e mudanças.
23
Após o juízo final os crentes entrarão para uma eternidade na presença gloriosa de
Deus, um Reino que está preparado desde a fundação do mundo (Mt 25.34), onde
nunca mais haverá qualquer maldição ou sofrimento.
Segundo Grudem, a criação física será renovada e continuaremos a existir e atuar
nela. Algumas passagens indicam esta realidade (2 Pe 3.13; Ap 21.1; Rm 8.19-21) e o
nosso corpo ressurreto fará parte da nova criação. Este lugar será caracterizado por
grande beleza, abundância e alegria na presença de Deus (Ap 21) (cf. GRUDEM, 1999,
p. 991-993).
9. QUESTÕES PRÁTICAS
9.1 Ecumenismo
O significado do termo "Ecumênico" é curioso e importante para que saibamos
com o que estamos lidando. Segundo os dicionários, Ecumênico é "mundial, geral ou
universal", tendo sua raiz etimológica no grego öikoumene (oicumene) – termo este
que, na Biblia é traduzido por "Mundo", expressando todo o "Universo de pessoas
conhecido" ou o "conjunto de todas as coisas existentes". (Mt. 24.14; Lc 4.5 e At.
17.31).
23
Minha posição pessoal quanto ao ecumenismo é que este traz mais prejuízos e
confusões do que benefícios ao Reino de Deus e bênçãos às pessoas. Creio em
parcerias com cristãos e em uma Igreja evangélica mais unida para juntos
transformarmos o mundo através do poder de Deus. Mas, isto seria um ecumenismo
“evangélico denominacional”. Não acredito que o ecumenismo em seu completo
significado possa acontecer entre quaisquer religiões, pois as convicções doutrinárias
são bem distintas e foram estabelecidas durante anos na maioria dos grupos.
Creio que uma Igreja evangélica pode se associar em eventos com outros grupos
com a finalidade de exercer influência e promover ação social.
9
Esta lista de razõ es foram extraídas do testemunho de um ex-padre.
23
6) Não sou Católico Romano porque não encontrei uma só passagem no Novo
Testamento que mostre algum ministro de Deus aspergindo água benta no caixão de
um morto e fazendo-lhe recomendação. A razão porque não encontrei, é que foi criado
pela Igreja Católica, a fabricação da água benta apareceu 1000 anos depois de Cristo.
7) Não sou Católico Romano porque não encontrei na Palavra de Deus que se deve
orar e render culto aos Santos e aos Anjos. A razão porque não encontrei, é que foi
criado pela Igreja no ano 788 depois de Cristo. E o culto das imagens foi decretado
pelo 2º Concilio de Nicéia em 787 depois de Cristo.
8) Não sou Católico Romano, porque não encontrei nas Escrituras Sagradas que entre
Deus e os homens há outro mediador e intercessor fora de Jesus Cristo (I Tim 2:5)
9) Não sou Católico Romano porque não encontrei na Bíblia Sagrada a ”confissão
auricular”.A razão porque não encontrei, é que foi estabelecida como doutrina pelo 4º
concilio de Latrão Roma em 1215 depois de Cristo.
10) Não sou Católico Romano porque não encontrei nas Escrituras Sagradas a
“Transubstanciação” doutrina da hóstia transformada no corpo de Cristo. A razão
porque não encontrei, é que esta inovação foi criada no concilio de Latrão em 1215
depois de Cristo.
9.3 Maçonaria
Entendo a maçonaria como uma seita secreta que representa muitos perigos ao
cristão de forma pessoal e a Igreja do Senhor. É uma seita sincretista que não tem a
Palavra de Deus como fundamento e não aceita a pessoa de Cristo como mediador
entre o homem e Deus. O Deus da maçonaria é G.A.D.U (grande arquiteto do
universo). Este deus é a expressão mais ecumênica que pode existir e os maçons
afirmam que todas as religiões têm pontos em comum tanto Hermes, Zarathustra,
Orfeu, Krisna, Moisés, Pitágoras, Platão, Cristo e Maomé. Segundo eles, todos foram
mensageiros da verdade única, e através de suas mensagens puderam dar um evangelho
de união, de fraternidade para que amando o próximo a alma se religue entre si e o o
Supremo. “Nas lojas maçônicas cristãs haverá a Bíblia; nas judaicas, haverá o Velho
Testamento; nas maometanas, haverá o Alcorão; nas budistas, o Tripitaca. etc.“10.
10
Citaçã o da Enciclopédia maçô nica do autor Albert G. Mackey [tido como a maior e mais conceituada
autoridade sobre Maçonaria, sendo inclusive maçom no 32º grau, escritor de muitos livros sobre a
maçonaria, sendo a enciclopédia de mil pá ginas a sua obra prima, a qual dedicou 30 anos de sua vida].
23
A maçonaria exige sigilo dos seus adeptos e estes fazem juramentos de nunca revelar
os segredos da entidade. Como exemplo citarei o juramento do rito françês:
Juro e prometo sobre os estatutos gerais da ordem e sobre esta espada,
símbolo de honra, etc. Consinto, se eu vier a perjurar, que o pescoço me seja
cortado, o coração e as entranhas arrancadas, o meu corpo queimado,
reduzido a cinzas, e minhas cinzas lançadas ao vento, e que minha memória
fique em execração entre todos os maçons. O Grande Arquiteto do Universo
me ajude!
Isso é totalmente contra a revelação bíblica. Há uma influência poderosa por trás
desta seita, pois seus integrantes, geralmente são escolhidos por critérios que exigem
alto poder financeiro ou influencia sobre a sociedade. É visível em quase todas as
cidades os símbolos da maçonaria. Segundo pessoas que conseguiram fugir desta seita,
existe uma irmandade muito forte entre os maçons e é quase impossível sair da
maçonaria uma vez iniciado na mesma.
Tenho visto que cristãos e até pastores evangélicos estão entrando para a
maçonaria, totalmente iludidos pela irmandade oferecida e segurança financeira. Creio
que como cristãos devemos interceder fielmente por esta força secreta a fim de libertar
os cativos e destronar os principados satânicos que controlam esta seita.
Enfim, toda maçonaria é anticristã. Seus próprios princípios são anticristãos.
Maçonaria é secreta; cristianismo é aberto; maçonaria é para poucos; cristianismo é
para todos; maçonaria exige juramentos de sangue; cristianismo diz: não jureis de
modo nenhum. Maçonaria requer dinheiro e iniciação; cristianismo requer
arrependimento e fé.
9.4 Política
Creio que todo cristão, enquanto vive como “forasteiro” nesta terra, precisa
enquadrar-se nas leis que rege a nação e cumpri-las, com um bom patriota (2Sm 10.12;
Sl 137.1; Is 66.10). Isto é bom diante dos homens e agradável a Deus.
A ética cristã pode e precisa ser aplicada às práticas políticas tanto quanto a outras
formas de ação social. Em sua totalidade, a sociedade carece da influência cristã com
suas inerentes preocupações voltadas para o bem dos seres humanos de forma integral.
Excluir o cenário político e suas vertentes do raio de ação do cristianismo parece, em
realidade, atestar contra a própria fé cristã (cf. OLIVEIRA [on line] 2008).
23
A declaração dos princípios batistas afirma que “O cristão é cidadão de dois
mundos – o Reino de Deus e o Estado – e deve ser obediente à lei de seu país tanto
quanto a lei suprma de Deus” (DPB, 1990, p. 10). A mordomia da vida cristã inclui
responsabilidades como o voto, o pagamento de impostos e o apoio à legislação digna.
Creio na separação entre a Igreja e o Estado. Isso significa que cada um é distinto
tendo seu propósito divino, e devem permanecer separados não transgredindo um os
direitos do outro, mas igualmente mantendo a relação entre si e perante Deus. Segundo
os princípios batistas: “Cabe ao Estado o exercício da autoridade civil, a manutenção
da ordem e a promoção do bem-estar público” e a Igreja “Deve ao Estado o refoço
moral e espiritual para a lei e a ordem, bem como a proclamação clara das verdades
que fundamentam a justiça e a paz” (cf. DPB, 1990, p. 11).
Quanto ao exercício político, não creio que um pastor deva envolver-se e
compatilhar um cargo político juntamente com o ministério pastoral. A meu ver, é
impossível conciliar ambas as coisas. Um cristão não vocacionado ao ministério
pastoral pode exercer um cargo político com excelência e integridade.
9.5 Ética
Creio na ética como um conjunto de princípios e orientações que preservam,
protegem e trazem equilíbrio nos relacionamentos interpessoais em uma sociedade ou
cultura. A ética se refere, portanto, a maneira de vida ou conduta. Creio que o padão
universal acerca deste assunto é a ética cristã, ou seja, a maneira de vida que a Bíblia
prescreve e aprova, pois afetados pelo pecado somos incapazes de determinar
princípios absolutos aplicáveis a toda humanidade. Isso somente o Deus santo e criador
de todas as coisas pode fazer e Ele nos deixou Sua palavra como padrão e manual de
vida. A Bíblia foi designada com o propósito de educação na justiça, afim de que o
homem seja perfeito e perfeiamente habilitado para toda a boa abra (2Tm 3.16).
Segundo o Novo dicionário da Bíblia: “O conteúdo da ética cristã é a soma total dos
informes revelatórios exibidos nas Escrituras que dizem respeito ao comportamento
humano” (DOUGLAS, 2006, p. 465).
Creio que a Palavra de Deus nos revela princípios e normas que são
hierarquicamente ordenados. Geisler explica que o hierarquismo ético é assim
chamado porque sustenta um conjunto de normas hierarquicas baseado em uma escala
de valores absolutos. Isso significa que existe uma escala (ou pirâmide) de valores
23
normativos que em, e por si mesmos, são obrigatórios sobre os homens. Porém, quando
dois ou mais desses valores entrarem em conflito, a pessoa está isenta da sua
obrigação, doutra forma inevitável, a uma norma inferior, tendo em vista a obrigação
prefrencial da norma superior (cf. GEISLER, 2006, p. 98). A pessoa não é culpada por
quebrar uma norma inferior, mas, sim, tem isenção dela tendo em vista o dever
sobrepujante a uma norma superior. Há exemplos bíblicos que ilustram esta hierarquia
como a decisão de Abraão em obedecer a Deus mediante a possibliade de matar seu
filho, as parteiras hebréias, não somente desobedceram ao rei, como também mentiram
para salvar vidas inocentes, e Deus as abençou por isso. Raabe mentiu para proteger os
espias, Daniel e seus amigos desobedeceram à lei do país e foram abençoados por isso.
A seguir descrevo alguns princípios que pela pesquisa até o momento creio serem
um guia para tomada de decisões, quando há conflito de valores conforme Norman
Geisler:
1. As pessoas são mais valiosas do que as coisas.
2. A pessoa infinita (Deus) é mais valiosa do que a pessoa finita (o homem).
3. Uma pessoa completa é mais valiosa do que uma pessoa incompleta.
4. Uma pessoa real tem mais valor do que uma pessoa em potencial.
5. As pessoas em potencial são mais importantes do as coisas reais.
6. Muitas pessoas são mais importantes do que poucas pessoas.
É importante ressaltar que esses princípios servirão de base para decisões que se
mostram insolúveis ou irresolvíveis. Servem como princípios para equilíbrio e bom-
senso, pois a vida humana é repleta de complexidades e cada caso será resolvido de
forma singular (cf. GEISLER, 2006, p.98-105).
Abaixo o que creio sobre assuntos específicos que envolem a ética cristã.
9.5.1 Aborto
Entendo o aborto como algo muito mais sério do que o controle de natalidade. O
aborto tira uma vida subdsenvolvida depois de ter ocorrido. Visto que Deus é o Autor
da vida, é uma coisa séria esmagar uma vida que Ele permitiu iniciar-se. Acredito que
o aborto só é justificável quando é necessário decidir entre a vida do bebê e da mãe
(neste caso o valor real da mãe como ser humano desenvolvido é supeirior ao do bebê
em potencial).
23
No caso da concepçào não desejada (por estupro) ou incestuosa (que implica em
problemas eugênicos, deformações e a possibilidade de uma concepção sub-humana),
creio que a vítima deve esperar a ocorrência de um aborto natural e não forçá-lo. Creio
que Deus em Sua soberania pode reverter qualquer situação, por mais desastrosa que se
apresente. Eis aqui uma questão, de fato, complicada e admito ainda não ter uma
convicção a respeito deste assunto.
Creio que o aborto não é justificável apenas porque a mãe não desejou a criança,
por controle de natalidade ou, muito menos, alegando uma qualidade de vida ruim a
criança. Nesses casos, a responsabliade está em decidir antes do relacionamento sexual.
Todas as atitudes incluem consequências, ninguém que pule do penhasco ficará sem
colher a consequência disso ao se arrepender no meio da queda. Não aprovo o aborto
por previsão médica de deformação no bebê, a não ser que isso implique risco para a
mãe. Cremos em um Deus que pode todas as coisas!
9.5.2 Eutanásia
Creio que todo cristão deve lutar pela vida, porém nem sempre tirar uma vida é
assassinato. Há casos na Bíblia em que tirar a vida não é considerado moralmente
errado como no caso de guerras (Gn 14.14-15) contra um agressor mau ou em
circunstância de homicídios acidentais (Dt 19.4-5). O assasinato envolve intenção
maldosa contra uma vida em pleno desenvolvimento e creio que isso é diferente do
caso onde alguém possa estar sobrevivendo apenas com auxílio de máquinas, em
estado de côma inconsciente.
Não creio que um médico deva apressar a morte dando remédios ou fazendo alguma
cirurgia que conduza a morte precipitada, mas depois de esperar pelo milagre de Deus
e ter esgotado as possiblidades humanas de soluções médicas e estando a pessoa e uma
situação vegetativa, a família tem o direito, por consentimento de todos, de desligar a
máquina que mantinha o ente querido vivo. Deixar morrer é diferente de assassinato.
Não creio que em caso de o paciente rogar para que apresse a morte por causa do
sofrimento, a família deva consentir. Estando o indivíduo ainda consciente significa
que há posibilidade de recuperação. Em casos extremos como em acidentes que
alguém rogue pela morte por estar em chamas, creio que a primeira reacão seja de
aliviar o sofrimento, mas não tirar a vida para acabar com o sofrimento, mas sim
providenciando socorro.
23
9.5.3 Clonagem de embriões
Creio que Deus não permitirá sucesso nessas tentativas do homem de clonar
embriões para a reprodução humana. Ele somente é o autor da vida e as possibilidades
de aberrações e ostentação do ego humano são ilimitadas se este chegar ao pleno
desenvolvimento da clonagem humana.
Segundo o cientista Cléber Marcolan11 Clonagem é a técnica de retirar o núcleo de
uma célula somática (embrionária ou adulta) e implantar em um óvulo sem núcleo para
que um embrião possa ser desenvolvido com características genéticas iguais às do
doador do núcleo. A chamada clonagem terapêutica é a tentativa de clonar somente
órgãos ou tecidos isolados. Sua grande vantagem é que, ao transferir o núcleo da célula
de uma pessoa para um óvulo sem núcleo, esse novo óvulo, ao dividir-se, gera, em
laboratório, células potencialmente capazes de produzir qualquer tecido. Já a clonagem
reprodutiva humana é a técnica pela qual se pretende fazer uma cópia de um indivíduo.
Nessa técnica, se o óvulo com esse novo núcleo começasse a se dividir e fosse
transferido para um útero humano e se desenvolvesse, ter-se-ia uma cópia da pessoa de
quem foi retirado o núcleo da célula. A diferença fundamental entre os dois
procedimentos é que, na transferência de núcleos para fins terapêuticos, as células são
multiplicadas em laboratório para formar tecidos, enquanto a clonagem reprodutiva
requer a inserção em um útero.
A implicação ética difícil é a determinação sobre em que momento começa a vida.
Assim, será que o embrião já pode ser considerado um ser vivo ou somente no
momento em que ocorre a formação do feto é que podemos dizer que há vida? Será que
temos o direito de criar um embrião para servir de banco de células e não deixá-lo
viver? Será que não seria sacrificar um ser para salvar outro? Admito não ter
conhecimento suficiente para opinar nestas questões, mas creio que teremos vários
problemas no futuro pelo fato de que hoje já existem milhares de embriões congelados
e que serão descartados ou utilizados de forma descontrolada se o homem descobrir
formas para enriquecer com isso.
11
É cientista cristã o, com mestrado em biologia celular e estrutural, pela UNICAMP, e cursando
doutorado em genética e biologia molecular na UFRGS.
23
Quanto às células-tronco um embrião não é formado para obter um banco de
células. Neste caso sou a favor das experiências para encontrar soluções médicas que
podem solucionar problemas que hoje dependem de transplante.
Deus é quem permite a inteligência humana se desenvolver, mas sempre a isso está
a capacidade de usar as descobertas para bem ou para o mal e, infelizmente, o homem
sempre faz a escolha errada. Como cristão, creio que devemos ter em mente que toda e
qualquer ciência deve estar de acordo com a ética e a moral da Palavra de Deus. Assim,
se uma tecnologia beneficiará a humanidade, deve ser bem aceita, desde que não fira o
princípio de amor à vida.
23
transparente em suas ações, que valoriza pessoas acima de estruturas ou programas.
23
encorajamento. Todos que comunicam a mensagem bíblica devem sempre manter um
espírito de auto-avaliação e crescimento.
Creio que um dos maiores problemas relacionado a comunicação da Palavra de
Deus é que há um desequilíbrio quanto ao conteúdo ministrado e as aplicações feitas
aos ouvintes. Muitos pastores investem muito tempo na exegese e interpretação (e isto
é bom), mas esquecem de fazer aplicações práticas do conteúdo à vida das pessoas. É
importante também observar que o público-alvo determina a forma como iremos
pregar. Por isso, devemos falar com clareza e discernimento a cada público específico
Hoje a tecnologia nos ajuda a comunicar o evangelho com maior impacto e a Igreja
deve ser contextualizada em sua parte técnica e audio-visuai investindo em estrutura e
aparelhos apropriados.
Creio no meu chamado para esta tarefa sublime diante da Igreja e do mundo.
23
Trata-se de uma ação estratégica que nosso Deus planejou para que a eficiência no
cuidado mútuo, na integração e na comunhão fosse algo real em cada membro. O
Pequeno Grupo é uma das ferramentas mais eficazes de terapia pessoal, conjugal e
familiar dentro da Igreja local. Os Pequenos Grupos nos levam de volta ao eixo central
que Jesus sonhou para Sua Igreja. Ele formou o primeiro PG com seus discípulos, deu
o exemplo, e na seqüência eles seguiram os passos do mestre.
O Pequeno grupo é um local seguro para compartilhar, celebrar, cuidar e ser
cuidado. É uma extensão da Igreja e amplia o cuidado pastoral. O Pequeno Grupo é
ainda um convívio relacional (pessoal, social e espiritual) entre os crentes numa grande
família e de integração de novos convertidos a esta família de Deus (Sl 133.1). A
ênfase do Pequeno Grupo não está na quantidade das pessoas envolvidas, mas na
qualidade dos relacionamentos que são desenvolvidos entre elas, principalmente na
reciprocidade e no comprometimento pessoal.
Creio que os PGs promovem a saúde da igreja e viabilizam o seu pastoreio de forma
eficaz, promovendo os propósitos de Jesus de maneira equilibrada.
23
solução virá pela aplicação dos princípios e verdades bíblicas, pelo poder do Espírito
Santo conforme a vontade de Deus.
9.11.3 Restauração
O ministério Restauração existe para ajudar pessoas a compreenderem e cumprirem
o plano de Deus para uma vida plena, livre de qualquer outro tipo de domínio, que não
o do Senhor Jesus Cristo.
Na prática o Restauração é um retiro espiritual que acontece em três dias intensos de
análise pessoal interna acerca de tudo que ainda possa estar bloqueando o crescimento
e maturidade espiritual do participante. São várias ministrações de cura e libertação
pela Palavra de Deus, regadas com intensa intercesão antes, durante e após o retiro
respeitando a individualidade de cada um.
Já participei pessoalmente de duas edições do Restauração em que fui liberto e
restaurado de várias feridas na alma. Este ministério ensina a riqueza e a praticidade
da liberdade em Cristo e torna visível os milagres através do poder de Deus. Na
PIBSJCampos centenas de pessoas já foram ministradas por este ministério tão
importante e abençoador.
9.11.4 Permanecer
23
O ministério Permanecer tem sua essência no capítulo quinze do evangelho de Jesus
segundo João. A missão do ministério é conduzir cada crente a compreender que a vida
perfeita de Jesus habita nele agora e que é possível permanecer na Videira, que é
Cristo, para dar muito fruto e encontrar em Jesus a fonte de toda a satisfação.
Um dos principais axiomas deste ministério sempre pregado e propagado pelo nosso
querido pastor e fundador do Permanecer, Carlos MCcord é: “quem tem Jesus não tem
falta de nada.”
Permanecer é viver um relacionamento sem barreiras com Jesus, 24 horas por dia e
7 dias por semana. A satisfação perfeita em Deus existe para todo o ramo que
permanece. Isso faz com que a vida cristã seja bem simples e cheia de alegria, paz e
satisfação plena em meio a qualquer circunstância da vida. Não há nada que esta
satisfação perfeita em Jesus não possa superar e transformar.
Desde que conheci este ministério minha vida e relacionamento com Cristo
mudaram radicalmente. Descobri que minha concepção acerca do discipulado era, de
fato, religiosa e superficial. Permanecer hoje é o que busco como estilo de vida.
10. REDAÇÃO
A Igreja dos sonhos de Jesus é para todos, está fundamentada em seu imenso amor e
não exclui a possibilidade do envolvimento de qualquer pessoa que assim o deseje pela fé.
A Igreja, instituída por Cristo, não está presa a locais específicos, a pessoas, culturas ou
sequer ao tempo. Ela transcende eras e gerações – é eterna. Sua origem está na Palavra, o
Verbo encarnado que, voluntariamente, se despiu da Sua glória e habitou entre os homens
para estabelecer o Reino de Deus na terra.
A Igreja do sonhos de Jesus é um organismo vivo que gera a vida, este poder foi
conquistado por Cristo na cruz. Ele venceu a morte e ressuscitou outorgando a Igreja a
autoridade para libertar os cativos, ressuscitar os mortos, expulsar demônios, curar os
enfermos e pregar as boas-novas. Todos que se achegam a Ele podem receber uma nova
vida. A Igreja de Cristo é formada por pessoas que, livremente, se identificam com Ele na
Sua morte e ressurreição. O relacionamento deste organismo vivo para com Deus é de
23
intensa adoração e sincera rendição. Adoradores que O adoram em espírito e em verdade e
desfrutam de satisfação plena a cada instante, pois foram criados para este propósito.
A Igreja dos sonhos de Jesus é uma família, seus membros lutam pelos mesmos
objetivos, possuem os mesmos interesses e desfrutam de autêntica comunhão baseada em
relacionamentos de interdependência, altruísmo e reciprocidade. O amor, o perdão, a
alegria e a paz não são virtudes almejadas, mas sim, atitudes que refletem o estilo de vida
desta família. As mutualidades bíblicas encontram nesta família o ambiente perfeito para se
desenvolverem em prol da perfeição. Aliás, a perfeição neste ambiente é algo natural, uma
exigência digna e possível de ser alcançada, pois aquele que é perfeito habita no coração de
cada integrante deste lugar.
A Igreja dos sonhos de Jesus é um lugar de pessoas apaixonadas por Ele, seguidores
insaciáveis, discípulos fiéis e disciplinados, loucos que apostam tudo o que têm e o que são
para tornarem-se cada vez mais parecidos com o seu Mestre. Todas as suas decisões são
tomadas mediante a convicção do que Cristo faria se estivesse na mesma posição. São
caçadores de oportunidades para que a glória e o poder de Deus sejam revelados ao mundo.
Seus olhos estão sempre fitos no Autor e consumador da fé – nEle eles permanecem
diariamente.
A Igreja dos sonhos de Jesus é uma comunidade de ministros sempre dispostos a
servir em qualquer lugar e em qualquer situação. O amor e a excelência no cuidado
personalizado para com o próximo são marcas registradas que refletem seus valores. Esta
comunidade encontrou o significado de sua existência na utilização dos seus dons
espirituais e habilidades para servir a Deus através do serviço ao próximo. Ela é
especializada em “atos de bondade” e nunca se cansa do trabalho voluntário. São pessoas
simples que preferem dar maior honra ao seu próximo do que a si mesmos.
A Igreja dos sonhos de Jesus é uma geração comprometida com uma missão –
Alcançar todas as pessoas para Cristo, fazendo deles verdadeiros discípulos. Para cumprir
esta missão engajam-se em todas as oportunidades com ousadia, sem temer aos desafios e
retaliações. Estão sempre concentrados na visão e não permitem que as críticas infundadas
de opositores abalem seus resultados e convicções, pois são comprometidos com a
expansão. Fiéis empreendedores do Reino que avançam contra as portas do inferno. Seu
foco está na transformação de vidas e seu objetivo final é apressar a vinda do Rei Jesus para
com Ele reinar eternamente.
23
A Igreja dos sonhos de Jesus, meu sonho de Igreja é poder ver, tocar e vivenciar a
realidade de todas essas características e propósitos no dia chamado hoje. Um lugar
envolvido pela glória de Deus e Seu amor incondicional. Um lugar para todas as idades.
Hoje, já posso ver crianças correndo livremente e crescendo em um ambiente
seguro e saudável; adolescentes radicais celebrando a Cristo intensamente e influenciando
as amizades (seja na Igreja, no orkut ou em bate-papos no skype); jovens comprometidos,
íntegros e alegres; adultos, anciãos, casais e famílias. Todos reunidos em Pequenos
Grupos, sendo restaurados pela graça do Senhor.
A Igreja dos sonhos de Jesus, meu sonho de Igreja é a resposta para o mundo! É a
esperança que todos necessitam! Um pedaço do céu na terra.
11.TESTEMUNHOS:
Por Fabiano Ribeiro
Reconheço no Paulo M. o padrão exigido para um obreiro descrito pelo Apóstolo
Paulo, nas cartas pastorais a Timóteo e Tito. O conheço desde a infância, bem como a
sua família. O Paulo M. é um homem de coração quebrantado e tem sido humilde para
reconhecer as suas fragilidades para receber mentoria dos seus líderes e principalmente
cura de Deus. É alguém que se preocupa pelo bem estar da sua esposa e também em
relação aos seus três filhos. Honra os seus pais e demonstra amor aos seus irmãos de
sangue. Tem uma personalidade tranqüila e é bastante amoroso aos amigos e nos seus
relacionamentos. Tenho visto um profundo amor e aceitação do Paulo M. pelos sem-
igreja e para o novo convertido a Jesus. Não desiste de inovar e buscar novas
estratégias para alcançar estes públicos. Em relação a sua liderança direta o vejo como
um ministro de coração aprendiz e submisso aos seus lideres. Zeloso na preparação das
pregrações, treinamentos e mentoria dos seus liderados. Seu trabalho de TCC do
bacharel em Teologia, finalizado há alguns meses atrás, recebeu voto de louvor da
banca. Além disto, o Paulo M. tem uma perspectiva global do mundo em relação a
missões e claro com uma inclinação natural para o Japão, local onde morou alguns
anos, onde recebeu sua vocação e mesmo como leigo fez diferença, apoiando os irmãos
23
e Igrejas naquele País. Vejo no Paulo M. alguém extremamente comprometido pela
Igreja local e tem atuado fortemente para o aprimoramento desta. O Paulo M. é um
homem que fala a verdade, examina constantemente a sua vida diante de Deus, família
e líderes, reconhece os seus erros prontamente e sempre é otimista em relação às
possibilidades do seu crescimento integral (emocional, físico e espiritual). Eu mesmo
tenho ouvido e interagido junto ao Paulo M. em relação a sua vida pessoal e nunca
encontrei dificuldades de aconselhá-lo, exorta-lo e ensina-lo sobre alguma área de
crescimento. Ele tem o costume de esporadicamente vir e prestar contas da sua vida
pessoal. O Paulo M. tem ainda muito para crescer e desenvolver-se, mas em geral,
tenho paz em afirmar que endosso o seu caráter, o seu amor a Deus, família, Igreja
local e Reino de Deus. Termino assim meu breve testemunho do irmão Paulo
Mizoguchi.
Fabiano Ribeiro
Pastor Executivo de Ministérios na PIBSJCampos, SP – 21/11/2008
Por Emerson Pereira
Paulo Mizoguchi será um daqueles ex-alunos que o CETEVAP sentirá muitas
saudades. Ao longo da sua formação acadêmica pude perceber seu grande amor e
compromisso para com o Reino de Deus. Paulo serve de modelo cristão como alguém
dedicado e responsável ao administrar de maneira excelente as exigências impostas
pelo seu treinamento equilibrando-as com as demais esferas da vida, especialmente
vida familiar e ministerial. Sempre evidenciou empenho para com tudo o que lhe foi
solicitado, de atividades acadêmicas à organização e liderança de eventos, revelando
contínuo progresso pessoal e espiritual. Paulo é um homem de confiança a quem se
pode delegar responsabilidades sabendo que a tarefa está em boas mãos. Ao mesmo
tempo em que mostra convicção e segurança naquilo que faz, deixa transparecer o
caráter de uma pessoa ensinável e de alguém que tem o coração do líder servo. Amor a
Deus, submissão à Palavra, fidelidade a sua igreja, abertura à convivência e ao diálogo
interdenominacional, boa reputação, desejo de servir, capacidade de reflexão,
versatilidade criativa e busca pessoal pela excelência e aperfeiçoamento foram marcas
muito fortes na vida do Paulo, marcas tão necessárias para um líder relevante na igreja
evangélica de hoje. Além de muito bom aluno, Paulo foi um exemplar irmão em
Cristo.
Pr. Emerson da Silva Pereira
23
Diretor do Centro de Estudos Teológicos do Vale do Paraíba – SP 05/12/2008
23
instrumento e logo ingressou no grupo de louvor, e ora dirigia as reuniões, ora tocava
no louvor.
Vendo a carência espiritual dos companheiros de serviço, principalmente dos
japoneses, ele os evangelizava, mesmo com dificuldade da língua, mas compartilhava o
Senhor Jesus Cristo com os colegas de serviço.
Nesse ínterim, o Senhor foi despertando no coração dele, o desejo de se tornar obreiro
de Deus. Retornou para o Brasil após 3 anos e casou-se com Flavia, com 20 anos de
idade. E retornou para o Japão, ao trabalho, para alcançar o seu objetivo da vida. Mas o
Senhor mostrou no coração dos dois a necessidade espiritual que tanto japoneses como
brasileiros tinham. Desde então, a atenção maior deles era de assistir aos necessitados
com o evangelho de Jesus Cristo.
Trabalhando juntos na obra missionária, o Senhor Espírito Santo chamou-os para a
obra de tempo integral e para se preparar para servir melhor. Na época, surgiu a idéia
de estudar no seminário do Japão, mas buscando a direção do Espírito Santo optaram
para retornar ao Brasil se preparar ingressando no Seminário do Brasil. Havia várias
sugestões, mas decidiram receber o treinamento da liderança da PIB, onde eram
membros.
Passou-se três anos de tempo de preparo, mas a chama que ardia no seu coração
continua cada vez mais forte, visando a salvação das almas perdidas no continente
asiático.
Eu louvo a Deus pela oportunidade que Ele me concedeu de trabalhar por seis anos
junto com Paulinho e poder ver o que Deus está realizando na vida deles.
Kiyohiko Amakawa
Pastor da Igreja Metodista Livre de São José dos Campos – SP 19/11/2008
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para a família cristã. Paulo tem um chamado para o Japão, no qual a mesma visão é
compartilhada e aceita por sua família. Sua paixão por missões é visível.
Tudo que faz, faz com excelência, mostrando seu total comprometimento. Na ultima
pregação que vi, notei que estava bem preparado, e que estava vivendo o que falava.
Isso mostra o quanto leva a sério a palavra de Deus.
Apesar de todas as dificuldades que a vida oferece, nunca o vi reclamando de suas
condições.
É um homem íntegro, que tem buscado ser semelhante a Jesus em sua caminhada
de vida cristã. Posso dizer com toda a certeza do meu coração que o amo pelo amigo,
conselheiro, colega de equipe, líder e pastor que é!
Douglas Santos
Ministro de crianças na PIBSJCampos, SP 10/12/2008
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Por Amanda Virginia Garcia Alves
Tenho acompanhado a trajetória acadêmica de Paulo Mizogushi há dois anos na
nossa escola. Durante as aulas relacionadas a Educação Cristã Paulo demonstrou ser
uma pessoa admirável pela sua inteligência e responsabilidade para com as exigências
da escola e da disciplina. Suas considerações sobre o conteúdo da matéria sempre
foram muito relevantes. Somado a isso, e o que considero tão importante é perceber a
maneira que ele administra seu tempo para dedicar-se intensamente ao ministério, e a
família, demonstrado o amor que ele tem pelo Senhor e o zelo que cultiva por tudo isso
que Deus lhe deu.
Quanto ao ministério, a ênfase da vida do Paulo é o alcance de pessoas que
necessitam conhecer a graça de Jesus para serem transformadas. Isso ele tem como
meta pessoal, e devido as sua capacidade de liderança ele inspira a outros a fazer o
mesmo. A maior indignação do Paulo é ver cristãos que não se preocupam com a
grande comissão!
Alegro-me por ver na vida do Paulo, as qualidades necessárias para aquele que
deseja ser um ministro de Deus na Igreja, conforme 1Timoteo 3. 1-10.
Considero-me privilegiada por poder participar do seu processo de preparação para o
ministério e sobre tudo pela amizade construída durante este tempo.
Amanda Virginia Garcia Alves
Professora no Centro de Estudos Teológicos do Vale do Paraíba – SP 11/12/2008
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humildade, sempre levando em conta os sentimentos e problemas de cada um. Como
estudante é nota 10! Dedicado e detalhista; faz tudo com excelência dando sempre o
seu melhor, não importando o quanto custe.
Como esposa, é um privilégio ter o Paulo como marido, pai, líder espiritual e
companheiro. Deus me deu um presentão! Meu coração se alegra em saber que Deus
tem algo especial para o paulinho e para nós, sua família.
Flávia Regina dos Santos Mizoguchi - Esposa – SJCampos – SP 11/12/2008
Por Yoriki Mizoguchi
Nascido em um lar cristão sua vida foi moldada pela palavra de Deus através de
orações e ensinos bíblicos onde seu caráter foi formado pela sã doutrina, discernindo
corretamente o certo e o errado, entre o bem e o mal. Desde então tem procurado ter
uma íntegra e correta vida diante dos homens e de Deus. Nos anos que residiu no
Japão, principalmente, na indústria YODOKO, onde recebeu a chamada para o
ministério da palavra, deixou entre os japoneses, peruanos e brasileiros um testemunho
indelével. Os últimos quatro anos estudando teologia e na liderança do Ministério
Recomeço na Primeira Igreja Batista em São José dos Campos tem proporcionado a ele
mais firmeza de caráter, integridade e convicção de sua chamada. O comprometimento
com o Senhor é uma marca em sua vida, em suas responsabilidades com o Reino de
Deus faz tudo com zelo e perfeição para a glória de Deus. Nos relacionamentos
interpessoais é uma pessoa amável e carinhosa que procura sempre o bem-estar de
todos.
Sinto-me honrado e grato a Deus pelo seu caráter e chamado, e por ter um filho tão
dedicado e esforçado na seara do Senhor Jesus Cristo.
Yoriki Mizoguchi - Pai – SJCampos – SP 05/12/2008
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Os relacionamentos saudáveis no lar, escola e igreja foram preservados. Sua vida tem
sido conhecida por sua dedicação, empenho e determinação em seus estudos,
resultando em boas notas e prestígios. Permanecer tem sido sua marca e certamente o
Paulinho, como homem de Deus, está preparado para cumprir o chamado do Senhor e
fazer a sua obra.
Valeu Paulinho! Obrigado por ser sua mãe!
Dalila Sanches Mizoguchi - Mãe – SJCampos – SP 02/12/2008
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