Introducao A Contabilidade

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 144

UNIVERSIDADE WUTIVI - UNITIVA

Ensino Superior a Distância

MÓDULO DE INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE

Curso de Gestão Empresarial e Liderança

Moçambique
0
1
FICHA TÉCNICA

Maputo, Julho de 2019

© Guia de Estudo para o Curso de Gestão de Empresas e Liderança (Ensino a Distância)

Todos os direitos reservados a Universidade Wutivi - UniTiva


Título do módulo: Introdução à Contabilidade
Edição: 1ª

Organização e Edição
Universidade Wutivi - UniTiva (Ensino Superior a Distância)
Autor: Alexandre Buque e Aquilino Maximiano Mabunda
Revisor de EaD: Lina Sara Chovano do Rosário
Revisor de conteúdo: Fernando Lichucha
Revisor Científico: Emília Morais

2
ÍNDICE

Apresentação ................................................................................................................................... 5

Introdução ao módulo ..................................................................................................................... 6

Objectivos do ódulo ........................................................................................................................ 7

Recomendações para o estudo ........................................................................................................ 7

Dicas de Apoio ................................................................................................................................ 9

Tempo para o estudo ....................................................................................................................... 9

Testes/Exame .................................................................................................................................. 9

Unidade Didáctica nº 1: Funcionamento das organizações e importância da informação


contabilística ................................................................................................................................. 10

Unidade didáctica nº2: Conceitos fundamentais de contabilidade .............................................. 30

O Património ................................................................................................................................. 31

2.3Factos Patrimoniais .................................................................................................................. 36

2.7Auto-avaliação ......................................................................................................................... 42

Grupo ............................................................................................................................................ 44

Chave-de-correcção ...................................................................................................................... 46

Unidade didáctica nº 3: Conta..................................................................................................... 53

3.2.1A Conta ................................................................................................................................. 54

O Aceite ........................................................................................................................................ 68

O Desconto.................................................................................................................................... 69

A Reforma ..................................................................................................................................... 71

O Recâmbio .................................................................................................................................. 73

3
3.6Lançamentos ............................................................................................................................ 77

Unidade didáctica nº 4: Inventário e Balanço ............................................................................. 104

4.2.1Inventário: Noção e classificação ....................................................................................... 105

4.3 Balanço: Noção e classificação ............................................................................................. 109

Unidade Didáctica nº 5: Traballho fim de exercicio .................................................................. 125

4
Apresentação

Caro(a) estudante!

Está nas suas mãos o módulo de Introdução à Contabilidade que integra a grelha curricular do
Curso de Gestão de Empresas e Liderança oferecido pela Universidade Wutivi, na modalidade de
Educação a Distância.

Este módulo que serve de guia de estudo, coadjuvado com outros saberes vinculados nos outros
módulos do seu curso, irá dotá-lo de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes fundamentais
para o seu sucesso na carreira estudantil e profissional.

Caro estudante!

Lembre-se sempre que o sucesso na aprendizagem depende de si. Desta forma, deve planificar-se
para estudar todos os dias, do período lectivo, para que possa alcançar os resultados da
aprendizagem pré-determinados no módulo.

Com a esperança de que este módulo constitua um verdadeiro guia de estudos, a equipa de
professores que se dedicou à sua elaboração, adaptação e organização deseja a si muita
aprendizagem activa, que poderá materializá-la através de diálogos e debates nos foruns e nas
sessões presenciais, visto que o desenvolvimento do País depende da qualidade de serviço de cada
um de nós, nos diferentes sectores sócio-económicos.

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio.

A Equipa do EaD

5
Introdução

Bem vindo ao Módulo de Introdução à Contabilidade

A Contabilidade constitui cada vez mais o cerne da informação relevante para a gestão. Tal facto
deve-se, não à evolução do método que lhe está subjacente mas, fundamentalmente a duas razões:

1. Alargamento cada vez mais acentuado do universo das organizações a que se aplica;

2. A multiplicidade de novas propostas contabilísticas, face ao dinamismo empresarial e dos


mercados, que fazendo aparecer novos problemas e situações objecto de registo e divulgação,
exigem a este domínio dos sistemas de informação, respostas adequadas.

Impõe-se, por isso, que no tratamento destas matérias, quer no plano teórico, assim como no plano
prático, se faça um esforço no sentido de adequar a estas novas exigências.

Na sistematização e concepção dos exercícios de aplicação deste módulo, teve-se como objectivo
principal, aliar o indispensável rigor científico e pedagógico que o ensino aconselha, com a
necessária orientação prática que a gestão da vida empresarial exige.

Este módulo está estruturado em cinco unidades didácticas:

1. Funcionamento das organizações e importância da informação contabilística,

2. Conceitos fundamentais de contabilidade,

3. Estudo das Contas,

4. Inventário e Balanço,

5. Operações de fim de exercício.

6
Objectivos do módulo

Quando terminar o estudo do módulo de Introdução à Contabilidade, o estudante deverá ser capaz
de:

 Caracterizar o funcionamento das organizações e evidenciar a importância da informação


contabilística na execução das suas actividades;
 Explicar as técnicas básicas de contabilídade, o seus conceitos e funcionamento;
 Identificar, classificar e utilizar contas do plano de contas em vigor em Moçambique
nomeadamente; o seu conceito, articulação e funcionamento;
 Utilizar os procedimentos contabilísticos correntes, desde a abertura até ao encerramento das
contas.

Recomendações para o estudo

O módulo contém exercícios resolvidos e explicados que procuram guiar o estudante na sua
aprendizagem autónoma. Os breves comentários dos exercícios resolvidos não pretendem, de
modo algum, dispensar a consulta de obras recomendadas mas apenas ajudar os estudantes a
conduzir o raciocínio indispensável à compreensão e elaboração dos exercícios propostos. Pelo
contrário, julgamos que a consulta de outras obras recomendadas e não só, permitirá aos estudantes
maior proveito da elaboração dos exercícios que apresentamos e facilitará essa elaboração.
É fundamental que o estudante utilize no seu estudo para além do presente manual, materiais tais
como obras recomendadas, Plano Geral de Contabilidade – Normas Internacionais de Relato
Financeiro – PGC –NIRF, Código Civil, Código Comercial, modelos de Diário Geral, Razão,
Balancete, Máquina de calcular, Régua, etc.

7
Ícones da Actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones
servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir. Cada um com uma descrição do
seu significado e da forma como nós interpretámos esse significado para representar as várias
actividades ao longo deste Módulo.

Introdução
Desenvolvimento do conteúdo

Resumo
Objectivos

Definições importantes
Tempo para completar a lição

Tarefas
Auto-avaliação

Para investigar Teste

8
Dicas de Apoio

Se tiver dificuldades poderá consultar ao seu tutor, usando vários meios que serão definidos no
início do curso.

Tempo para o estudo

Este módulo tem a duração de 8 semanas e tem uma carga horária de 150 horas, o que significa
que deve estudar de forma independente 118 horas e ter contacto com o docente em média 8 horas
presencialmente e 24 horas virtualmente.

Testes/Exame

Neste módulo você vai realizar duas avaliações presenciais (AP’s) e várias avaliações a distância
(AD’s)

9
Unidade Didáctica nº 1: Funcionamento das organizações e importância da
informação contabilística

Introdução

Qualquer que seja o tipo de organização económica, a unidade básica de produção é a empresa,
organismo dotado de autonomia financeira que concentra e combina os factores de produção,
mediante certos custos, e que obtém determinados proveitos pela venda de bens e serviços.
O proprietário e/ou gestor da empresa, isto é, o empresário, organiza a produção, combina os
factores assumindo o risco do negócio.
O lucro, finalidade primária da empresa, resulta da diferença entre os proveitos e os custos da
exploração, constituindo o melhor índice da qualidade da gestão empresarial.
Em certas empresas, para além da maximização do lucro, podem ainda ser dominantes os seguintes
objectivos: a prestação de serviços a determinado grupo de indivíduos (cooperativa por exemplo)
ou interesse geral da comunidade (empresas públicas, por exemplo).

Todas as empresas desempenham funções essenciais na sociedade:


 Função técnica de cancentrar e combinar os factores da produção, com a maior eficâcia
possível;
 Função económica de produzir os bens e serviços indispensáveis à satisfação das necessidades
dos consumidores;
 Função social de proporcionar aos seus elementos humanos melhores condições de trabalho
(remuneração, conforto e segurança).

Não seria possivel falar de contabilidade sem falar, antes, de empresa sendo a contabilidade uma
ciência que estuda, controla e interpreta os factos ocorridos no património das entidades, mediante
o registo, a demonstração expositiva e a revelação desses factos com o fim de oferecer informações
sobre a composição do património, suas variações e o resultado económico decorrente da gestão
da riqueza patrimonial.
Nesta primeira unidade didáctica trabalharemos os quatro temas fundamentais, seguintes:

10
1. Introdução ao Estudo de Contabilidade;
2. A Evolução da Contabilidade como Instrumento de Gestão;
3. Objecto, Objectivo, Técnicas Contabilísticas e Campo de Aplicação da Contabilidade; e
4. Divisões de Contabilidade.

Objectivos

Ao completar esta unidade didáctica módulo você deverá ser capaz de :

 Explicar a génese da contabilidade;


 Caracterizar os ciclos de vida de uma empresa;

 Definir a empresa como uma unidade sócio-económica;

 Distinguir o objecto do objectivo da contabilidade;


 identificar o campo de aplicação e a finalidade da contabilidade;
 Explicar a contabilidade como instrumento de gestão.
 Dividir a contabilidade por funções; e
 Distinguir contabilidade interna da externa.

Desenvolvimento do conteúdo

Para uma melhor introdução e compreensão do significado da contabilidade, iniciaremos o nosso


estudo com uma referência à noção de empresa e a alguns conceitos a ela associados.

As empresas, células base da actividade económica, são vulgarmente entendidas como conjuntos
organizados de meios materiais e humanos, virados para a produção de bens e serviços
(referência). Pode-se ainda definir Empresa como um organismo dotado de autonomia financeira

11
que concentra e combina os factores da produção, mediante certos custos, e que obtém
determinados proveitos pela venda de bens e/ou serviços. ( ref.)
Constituídas sem horizonte temporal definido têm, contudo, à semelhança das demais
organizações, um ciclo de vida limitado, o qual pode ser dividido em três fases seguintes:
 Institucional, em que se decide a sua criação, através da obtenção dos necessários recursos para
a sua entrada em funcionamento;

 Funcionamento ou de execução, na qual se desenvolve todo o processo de transformação, ou


seja, o da produção de bens e serviços, com vista à obtenção de certos resultados;

 Liquidação, na qual se proceder a extinção da empresa.


A fase de execução, a de mais longa duração, por ter em conta a necessidade de se obter
informações regulares sobre o andamento dos negócios, poder-se-á dividir em intervalos de tempo,
dependendo da exigência fiscal ou dos gestores da organização, no fim dos quais se apuram os
resultados, se elabora o balanço, se discute a actuação da direcção, se aprovam as contas, etc.

1.3Fluxos da Empresa

As relações internas e externas que a empresa estabelece com outras no desenvolvimento da sua
actividade económica traduzem-se por fluxos de bens e serviços aos quais correspondem
usualmente fluxos monetários de sentido inverso.

Vejamos em esquema esses fluxos:


Fluxos da empresa
Fluxos Reais Fluxos Monetários
Fornecedores
(Materiais, mão- Despesas Compras Pagamentos Fornecedores
de-obra ...), etc. Custos
Produção Caixa/Depósitos

Compradores Receitas Vendas Proveitos Recebimentos Compradores

Zona Interna

Três ópticas distintas podem ser evidenciadas:

12
 A primeira óptica é a financeira e diz respeito ao movimento da empresa perante o exterior.
Está directamente relacionada com a remuneração dos factores e dos bens e serviços
transaccionados. Nesta óptica podemos distinguir: as despesas que correspondem à remuneração
dos factores produtivos e as receitas que correspondem à remuneração das vendas efectuadas e/ou
dos serviços prestados. Em suma, despesas dizem respeito a obrigações a pagar e receitas direitos
a receber que, irão provocar, respectivamente, saídas e entradas de valores monetários para a
empresa.

 A segunda óptica é a económica ou produtiva, e está ligada à transformação e incorporação


dos diversos materiais, mão-de-obra, etc., até se atingir o produto (bem ou serviço) final. Os
valores incorporados e gastos na produção designam-se custos. Por sua vez, os produtos acabados
de fabricar e aptos para a venda designam-se proveitos. Em síntese, a empresa ao consumir bens
e serviços tem custos; ao produzi-los, tem proveitos.

 Por último, a terceira óptica é a de tesouraria (ou de caixa) e corresponde às entradas e saídas
monetárias da empresa. Nesta óptica, podemos distinguir os recebimentos, que correspondem à
entrada de valores monetários para a empresa, e os pagamentos, que dizem respeito às saídas de
valores monetários.

Exemplo
A Cereais, Lda adquiriu, em 05/11/200n, 10 toneladas de cereais ao preço de 5,000.00MT por
tonelada, ao Agro Chokué, L.da, para proceder à sua moagem. A dívida resultante desta aquisição
seria paga em 15/12/200n. Durante o mês de Novembro efectuou a moagem de apenas 2 toneladas,
sendo a farinha resultante desta moagem – 1500Kg, vendida a 10.00MT/Kg, em 3/01/200n+1,
recebendo-se o valor desta venda em 10/01/200n+1.

Pelo exemplo podemos dizer que:


a) A Cereais, L.da, teve em 05/11/200n, uma despesa de 50,000.00MT, isto é,
10tonX5,000.00MT/ton, verificando-se o correspondente pagamento em 15/12/200n.
b) No mês de Novembro os custos em cereais foram de 10,000.00MT, isto é, 2tonX5,000.00MT,
sendo os proveitos de 15.000,00MT, isto é 1500KgX10.00MT/kg.

A receita ou proveito é de 15,000.00MT, verificou-se apenas em 03/01/200n+1, e o respectivo


recebimento em 10/01/200n+1.

13
1.4 Objecto, Natureza, Finalidade, Objectivo, Técnicas Contabilísticas e Campo
de Aplicação da Contabilidade

A Contabilidade, ao longo dos tempos, tem sido definida como arte, técnica ou ciência.
Contabilidade é ciência porque possui objecto determinado e método de investigação próprio.
Estuda fenómenos que se verificam de forma universal, apresentando verdades (leis) em torno do
mesmo objecto(João Manuel Esteves, Contabilidade Básica, 10ª edição).
Esse objecto é o património de qualquer ente, seja pessoa física ou jurídica. Assim, com o objectivo
de estudar o património, a Contabilidade desenvolveu métodos de investigação próprios a fim de
controlar, avaliar, mensurar a riqueza patrimonial e suas mutações.

1.4.1Objecto

A Contabilidade é a ciência que tem por objecto o património das entidades e por objectivo o
controle desse património com a finalidade de fornecer informações a seus usuários(João Manuel
Esteves, Contabilidade Básica, 10ª edição).
O património é o objecto da Contabilidade, isto é, constitui a matéria sobre a qual se exercem as
funções contabilísticas. O património é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à
entidade(João Manuel Esteves, Contabilidade Básica, 10ª edição).
O património é o objecto da Contabilidade, isto é, constitui a matéria sobre a qual se exercem as
funções contabilísticas(João Manuel Esteves, Contabilidade Básica, 10ª edição).
O património é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à entidade(João Manuel
Esteves, Contabilidade Básica, 10ª edição).

1.4.2 Natureza

14
O registo da actividade económica de qualquer unidade económica faz-se de acordo com a
chamada técnica contabilística, a qual compreende a captação, mediação e representação dos
factos observados e o seu tratamento com vista à obtenção de determinadas informações.

Essa técnica apoia-se actualmente num conjunto coerente de definições, postulados e requisitos,
conducentes por via inferencial a teoremas e leis que conferem à contabilidade um carácter
científico, tanto mais que esta disciplina utiliza um método específico, distinto de qualquer outro.

Portanto, a contabilidade é uma ciência de natureza económica.

1.4.3. Finalidade

Voltando para a contabilidade doméstica, a finalidade desta é, para além do mais, de fornecer as
informações indispensáveis para a família:

 Saber, em qualquer momento, o que tem, o que lhe devem e o que deve, informações estas que
traduzem a situação familiar;
 Apreciar o resultado da sua actividade, relativamente à origem e aplicação dos recursos
familiares;
 Analisar os desvios entre a actividade anteriormente programada e a realidade (controlo);
 Tomar as decisões mais convenientes;
 Elaborar novo orçamento.

Como é evidente, estas informações interessam principalmente aos membros da própria família,
mas não só, pois poderão interessar também a eventuais financiadores (no caso da família solicitar
ou ter obtido um empréstimo) e, até, ao Estado, na medida em que os rendimentos familiares
estejam sujeitos a impostos.

Ora, o mesmo acontece com as restantes unidades económicas.

Então, podemos afirmar que a finalidade da ciência da contabilidade é a obtenção de


informações úteis para todos os interessados, com vista a uma racional tomada de decisões.

1.4.4 Objectivo

15
O objectivo da Contabilidade é controlar o património. Na Contabilidade, os objectivos estão
definidos como as informações que deverão ser geradas para que os diversos usuários possam
tomar conhecimento da situação da organização em dado momento, com a finalidade de tomar as
decisões que considerarem necessárias.
O objectivo da contabilidade é fornecer relatórios económico - financeiros aos seus usuários.
Quem são os usuários da Contabilidade?
São os fornecedores, instituições financeiras, governo central, provincial e distrital, os gestores da
empresa, sócios, accionistas, enfim, todas as pessoas que possam estar interessadas nesta.

1.4.5 Técnicas Contabilísticas

A técnica é um conjunto de métodos organizados de forma sistemática, desenvolvidos e postos em


execução com o propósito de se alcançar determinado fim.
Para atingir sua finalidade, a contabilidade utiliza as seguintes técnicas:
 Escrituração;
 Elaboração de Demonstrações Financeiras;
 Auditoria; e
 Análise de Balanços.
Através do desenvolvimento das técnicas contabilísticas é possível registar, consolidar, controlar
e analisar todas as mutações patrimoniais e, dessa forma, dotar a administração das entidades de
informações de gestão não só necessárias, mas, invariavelmente fundamentais ao processo
decisório.
Vejamos agora o significado de cada técnica contabilística.
Estruturação – registo em livros especiais e em linguagem própria, com observância dos
princípios e convenções geralmente aceites, de todos os factos que influenciam a composição do
património.

O simples registo de factos que afectam o património não possibilita ao administrador ter uma
visão abrangente e consolidada da situação patrimonial da entidade de modo a subsidiar o processo
decisório.

16
Por isso desenvolveu-se a técnica de elaboração periódica de relatórios sobre o estado do
património e o efeito da gestão administrativa sobre este ao longo do tempo. A tais relatórios dá-
se o nome de Demonstrações Financeiras (DF).

As principais demonstrações Financeiras desenvolvidas pela Ciência Contabilística, de acordo


com o Plano Geral de Contabilidade(PGC) – Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF),
decreto nº70/2009 de 22 de Dezembro, são:
 Balanço Patrimonial (BP);
 Demonstração de Resultados do Exercício (DRE);
 Demonstração das variações no capital próprio (DVCP); e
 Demonstrações de fluxos de caixa(DFC).
 Notas às demonstrações Financeiras (NDF).

2. Campo de Aplicação

O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades (pessoas) físicas ou jurídicas,


com ou sem fins lucrativos, que possuam património. Tais entidades são unidades económico e
administrativas, cujos objectivos podem ser sociais e/ou económicos. Uma entidade económico -
administrativa também pode ser chamada de Azienda, palavra de origem italiana que significa
Fazenda.
Entidades económico - administrativas são organizações que reúnem os seguintes elementos:
pessoas, património, titular, capital, acção administrativa e fim determinado.

Pessoas Físicas: É qualquer ser humano considerado individualmente, sujeito a direitos e


obrigações, cujo nascimento se dá por meio do parto com vida.

Pessoa Jurídica: É aquela resultante de uma organização humana, com vida e património próprios,
igualmente sujeitos a direitos e obrigações, cujo nascimento se dá, no caso das sociedades
empresariais, através do registo na Conservatória Comercial.

Quanto ao fim a que se destinam as entidades económico - administrativas podem ser assim
classificadas:

17
a) Entidades com fins económicos: chamadas empresas, visam ao lucro para preservar e/ou
aumentar o património líquido. Exemplos: empresas comerciais, industriais, agrícolas.
b) Entidades com fins sócio - económicos: intituladas instituições, visam superávit (receitas
superiores às despesas) que reverterá em benefício de seus integrantes. Exemplos: associações de
classe, condomínios, clubes sociais, cooperativas.
c) Entidades com fins sociais: também chamadas instituições, têm por obrigação atender às
necessidades da colectividade a que pertencem. Exemplos: a União, os Estados e os Municípios.

2.1 Função da Contabilidade

a) Função administrativa: controlar o património


b) Função económica: apurar o resultado
c) Resultado: diferença entre o valor das receitas ou proveitose o valor das despesas ou custos.

O resultado pode ser:


 Positivo ou Lucro: Receita ou Proveitos > Despesa ou Custos
 Negativo ou Prejuízo: Receita Proveitos < Despesa ou Custos
 Nulo: Receita ou Proveitos= Despesa ou Custos

Objecto da Contabilidade é, pois, o Património, em torno do qual a Ciência Contabilística


desenvolve as suas funções como meio para alcançar a sua finalidade. Objecto da Contabilidade
constitui a matéria sobre a qual se exercem as funções contabilísticas, isto é, o
património.Objectivo da Contabilidade é definido como o conjunto das informações que deverão
ser geradas para que os diversos usuários possam tomar conhecimento da situação da organização
em dado momento, com a finalidade de tomar as decisões que considerarem necessárias e
pertinentes.

 Entidades económico: administrativas são organizações que reúnem os seguintes elementos:


pessoas, património, titular, capital, acção administrativa e fim determinado.
 Pessoas Físicas: é qualquer ser humano considerado individualmente, sujeito a direitos e
obrigações, cujo nascimento se dá por meio do parto com vida.

18
 Pessoa Jurídica: é aquela resultante de uma organização humana, com vida e património
próprios, igualmente sujeitos a direitos e obrigações, cujo nascimento se dá, no caso das sociedades
empresariais, através do registo na Conservatória Comercial.

2.2 A Evolução da Contabilidade como Instrumento de Gestão

A génese da contabilidade é explicada - segundo a maioria dos autores – pela necessidade sentida
pelo homem de preencher as deficiências da memória, mediante um processo de classificação e
registo que lhe permitisse recordar facilmente as variações sucessivas de determinadas grandezas,
para que em qualquer momento pudesse saber da sua extensão.
Assim a contabilidade primitiva visava fundamentalmente suprir as limitações de memória
humana. Além disso, desempenhava igualmente uma outra função importante: a de constituir um
meio de prova entre partes discordantes ou em litígio.

Os processos de registo utilizados, que inicialmente eram bastante simples, foram-se generalizando
e refinando, tendo chegado aos nossos dias sistematizados naquilo que se designa por método
contabilístico. Este método é constituído por um conjunto de registos relativos asgrandezas que se
pretendem observar e as variações aumentativas ou diminutivas que essas grandezas possam
sofrer. Graficamente, estas grandezas são usualmente apresentadas num diagrama em “T”, a que
se convencionou chamar conta.
O grande desenvolvimento dos princípios contabilísticos, tal como hoje os conhecemos, deveu-se
fundamentalmente ao movimento económico - político que foi a revolução industrial. É, aliás, o
próprio desenvolvimento das unidades de produção capitalistas que vai determinar o
aperfeiçoamento do método contabilístico. De facto, a crescente utilização de recursos materiais,
financeiros e humanos tornou inadequada a contabilidade tradicional, obrigando-a a adaptar-se às
exigências do desenvolvimento verificado.

A contabilidade era no entender de grande número de autores, e ainda hoje muitos a consideram
como tal uma técnica que tinha como finalidade descrever e registar os factos patrimoniais
ocorridos, tendo em vista conhecer:
 Posição devedora ou credora da empresa em relação aos que com ela transaccionam;
 Composição e valor do património;

19
 Custo dos bens ou serviços vendidos;
 Origem e a causa dos encargos e rendimentos;
 A natureza e importância dos resultados
 Responsabilidade dos diversos agentes obrigados a prestar contas dos valores a si consignados.

Apresentar hoje a contabilidade como uma técnica de registo dos factos patrimoniais passados, é
limitar o seu campo de analise e consequentemente deixar de lhe atribuir uma característica
importante: a de constituir um meio eficiente de gestão.

Presentemente às empresas não interessa apenas o registo histórico dos factos patrimoniais.
Também a previsão do futuro é um facto relevante na gestão moderna, assente também ela, nos
dados fornecidos pela contabilidade. Assim, com o desenvolvimento das técnicas de gestão foi se
operando uma mudança gradual no conceito tradicional da contabilidade. A contabilidade já não
entendida apenas como um elemento de simples recolha e interpretação dos dados históricos. É,
além disso, uma técnica eficiente de gestão.
De facto, a gestão moderna, não se limita a recordar o passado e a conhecer o presente. Torna-se
necessário também conhecer o futuro, planear a actividade, estabelecer objectivos, mediante
uma previa selecção entre as diversas alternativas possíveis. Ora, o estabelecimento destas opções
exige elementos que as fundamentem. Os dados de contabilidade constituem um importante
auxiliar no fornecimento desses elementos. Além disso, após seleccionados os objectivos há a
necessidade de estabelecer o controlo, sem o qual aqueles não teriam significado. Mais uma vez,
a contabilidade surge como precioso auxiliar, fornecendo os elementos indispensáveis e
procedendo ao próprio controlo.
Também é sabido que a tributação e, na maioria dos países é lançada sobre o lucro real das
empresas. Daqui advém à necessidade de ser efectuada de acordo com as normas e preceitos legais,
para que assim os valores apresentados mereçam credibilidade.
Igualmente ao nível da economia nacional e internacional, as informações obtidas na contabilidade
se revelam úteis. Nenhum Estado pode orientar devidamente a sua economia, sem que possua
informações sobre a situação das empresas, da sua eficiência, dos sectores mais rentáveis, dos
custos de produção, volume de matéria necessária, etc.
Se bem que o campo de acção por excelência da contabilidade seja a empresa privada, o seu âmbito
é mais vasto, recorrendo a ela os próprios departamentos governamentais. A administração publica

20
para estabelecer o seu orçamento e para seguir a aplicação das verbas que lhe estão consignados,
necessita de recorrer a técnicas contabilísticas.
Do exposto, se verifica que a contabilidade é um instrumento importante de gestão. Como tal, para
que sejam respeitados os princípios da contabilidade, torna-se necessário que o responsável pela
sua aplicação na empresa conheça perfeitamente o trabalho que vai efectuar.
O verdadeiro técnico de contabilidade deve estar apto em qualquer momento a responder a
questões como as seguintes:
 Quanto possui a empresa?
 Qual o valor de stocks existentes em armazém?
 Qual a posição devedora ou credora em relação aqueles com quem a empresa estabelece
relações comerciais?
 Como se está a processar a liquidação dos débitos a terceiros e os recebimentos dos créditos
concedidos?

Sendo assim, qual a noção que deveremos ficar com ela de contabilidade? É difícil estabelecer
uma noção clara e ao mesmo tempo completa que abrange o campo de estudo da contabilidade?
Apresentamos, a mero título de exemplo, várias noções que lhe foram atribuídas:
 “A contabilidade é a doutrina de controlo económico e da determinação do rédito em qualquer
espécie de empresa” – Tessanova.
 “A Contabilidade é a ciência do património” – Masi.
 “A contabilidade é a disciplina que estuda os processos seguidos nas unidades económicas para
a revelação da gestão” – Zappa.
 “A Contabilidade é um método de investigação da actividade económica” – Popoffe.

Segundo o Professor Gonçalves da Silva,Contabilidade Geral, Vol. I, p. 58, a Contabilidade é a


técnica da relevação patrimonial. A relevação consiste na descrição e na colocação em evidência
determinados factos. O mesmo autor faz a diferenciação entre:
«A contabilidade é a técnica de registo e de representação de todas as alterações sofridas pelo
património de qualquer entidade económica durante o exercício da sua actividade, o que facilita
em qualquer momento a determinacao da composição e do valor do referido patrimonio».

21
A contabilidade latu sensu (sentido lato), que é a ciência dos processos descritivo - quantitativos
utilizados na análise, registo, interpretação e controlo dos factos de gestão. Visa «quantificar» tudo
o que ocorre numa unidade económica fornecendo, simultaneamente, dados para a tomada de
decisões da gestão».

2.3 Divisões da Contabilidade

Se a contabilidade tem por objecto quantificar o que ocorre numa unidade económica, facilmente
se compreende a necessidade de estabelecer critérios fundamentais com vista à classificação dos
múltiplos acontecimentos (factos).

O esquema a seguir apresentado permite-nos classificar duma forma simples, dois tipos de factos
a observar, segundo as zonas em que se situam:

Investidores
Zona Zona interna Zona
Fornecedores (produção de bens ou Clientes
prestação de serviços)
Externa
Estado

1. Zona externa ou de contacto com o ambiente: empresa não pode desenvolver a sua actividade
isoladamente, mas sim em constante relação com o meio exterior; clientes que lhe adquirem os
bens e serviços; fornecedores a quem deverá adquirir os factores produtivos que necessita; o Estado
que define as normas jurídicas por que se deve reger e os investidores que colocam à sua disposição
os fundos necessários ao desenvolvimento da sua actividade. Estas operações definem-se como
externas.

2. Zona interna em que se desenvolve propriamente a actividade produtiva da empresa. Consiste


na combinação de todos os factores produtivos (materiais, mão-de-obra, energia, etc.) com vista à
produção de bens e serviços. A estas relações que se estabelecem no seio da própria empresa
iremos designar de operações internas.

22
Com base nesta distinção, teremos:
a) Contabilidade externa, geral ou financeira, que regista as operações externas da empresa,
i.e., aquelas que respeitam à empresa no seu todo: apura o lucro, global da empresa e elabora o
balanço anual. Os seus principais utilizadores são entidades externas (Financiadores, Investidores,
Bancos, Estado, etc.).
b) Contabilidade interna, que regista as operações realizadas no seio da empresa (internas). Visa
o apuramento de resultados.

A Contabilidade Geral dá-nos a situação económica - financeira global da empresa, a sua situação
perante o exterior (endividamento, responsabilidades, etc.) em concordância com os preceitos
legais. A contabilidade interna permite um controlo mais directo e pormenorizado da actividade
da empresa. É um importante instrumento de gestão.

Tendo em consideração o período a que a relevação dos factos respeita, podemos considerar:
Contabilidade Previsional, a que exprime os resultados das previsões, e permite a elaboração de
fundamentados planos de actividade e a formulação de regras a que a acção deve subordinar-se.
Traduz a estrutura e a actividade desejável no futuro. É conhecida pela Contabilidade Orçamental,
isto é, a ciência que estabelece os orçamentos, documentos que resumem em números e valores, a
actividade a desenvolver no futuro imediato.
Contabilidade Histórica, dá a conhecer o que efectivamente se fez e proporciona uma visão
retrospectiva da gestão. Mostra-nos até que ponto os objectivos fixados foram alcançados. É de
facto, uma contabilidade que reflecte o passado, sendo contudo fundamental para o
estabelecimento e controlo da contabilidade previsional.

Muitas vezes define-se a contabilidade geral como sendo aquela em que estuda as linhas gerais e
comuns a todas as unidades económicas. Trata dos princípios contabilísticos (princípios, processos
e instrumento), que todas as unidades económicas, com contabilidade organizada, devem observar
na escrituração das suas operações. Em contrapartida desta, podemos considerar a contabilidade
específica ou aplicada que se preocupa com aplicações da contabilidade a situações concretas a
determinadas unidades produtivas, tendo em atenção as suas características próprias e específicas.
Neste domínio, convém salientar que a contabilidade duma empresa bancária, apresenta

23
particularidades muito distintas da contabilidade duma empresa comercial (retalhistas) ou duma
empresa transformadora, tendo em consideração a diferente natureza das unidades económicas,
podemos considerar a contabilidade comercial, industrial, agrícola, bancária, seguradora,
pública doméstica, etc.

Definições importantes

Contabilidade Geral é a ciência que estuda as linhas gerais e comuns a todas as unidades
económicas. Trata dos princípios contabilísticos (princípios, processos e instrumento), que todas
as unidades económicas, com contabilidade organizada, devem observar na escrituração das suas
operações.
Contabilidade Específica ou Aplicada aquela que se preocupa com aplicações da contabilidade a
situações concretas a determinadas unidades produtivas, tendo em atenção as suas características
próprias e específicas.
Contabilidade externa, geral ou financeira, parte de ciência contabilística que regista as operações
externas da empresa, i.e., aquelas que respeitam à empresa no seu todo: apura o lucro, global da
empresa e elabora as demonstrações financeirasanuais (Balanço, Demonstração de Resultados,
Demonstração de Fluxos de Caixa e Anexos pertinentes). Os seus principais utilizadores são
entidades externas (Financiadores, Investidores, Bancos, Estado, Fornecedores, etc.).
Contabilidade interna, que regista as operações realizadas no seio da empresa (internas). Visa o
apuramento de resultados.

Tarefas

Identifique e apresente o conceito dos seguintes termos :

24
 Empresa
 Custos;
 Fluxos
 Despesas;
 Proveitos;
 Receitas;
 Pagamentos;
 Recebimentos.

Auto-avaliação

Exercício nº1

1) Faça breves considerações sobre a origem da contabilidade, destacando os aspectos que


caracterizam o contexto em que ela surgiu ou desenvolveu-se.
2) Quais são os principais grupos de interesse que necessitam da informação
contabilística/Financeira (DF) da empresa? (pode tomar como base uma sociedade Anónima de
Responsabilidade Limitada, vulgo SA)

Exercício n º2

I. Das afirmações que abaixo se apresentam, pelo menos, uma delas está correcta. Responda
assinalando com uma bola a resposta correcta ou escrevendo a respectiva letra da resposta que
julgar mais correcta.
A. Empresa é um conjunto organizado de meios materiais e humanos, virados para a produção de
bens ou serviços.
B. Empresa sendo célula base da actividade económica ela deve ser entendida como conjunto de
meios materiais, financeirose humanos, virado para a comercialização somente de bens e serviço.
C. Quando as empresas são constituídas sabe-se de antemão que elas devem:

25
1. Reunir recursos necessários para a sua entrada em funcionamento;
2. Desenvolver todo o processo de transformação, ou seja, o de produção de bens e serviços, com
vista a obtenção de resultados:
3. Após o alcance do objectivo final – o lucro, estas são extintas.
D. Sendo a fase de execução a de mais longa duração, e tendo em conta a necessidade de se obter
informações regulares sobre o andamento dos negócios duma empresa, poder-se-á dividir em
intervalos de tempo, dependendo da exigência fiscal ou dos gestores da organização, no fim dos
quais:
1. se apuram os resultados;
2. se elabora o balanço;
3. Não se discute a actuação da direcção;
4. Somente se aprovam as contas.
E. A maioria dos autores – defendem que se não fosse a necessidade sentida pelo homem de
preencher as deficiências da memória, a contabilidade não poderia ter sido desenvolvida. A
contabilidade era no entender de grande número de autores, e ainda hoje muitos a consideram
como tal uma técnica que tinha como finalidade descrever e registar os factos patrimoniais
ocorridos, tendo em vista conhecer:
1. Posição devedora ou credora da empresa em relação aos que com ela transaccionam;
2. Composição e valor do património;
3. O Custo unitário dos bens ou serviços vendidos;
4. Talvez a origem e a causa dos encargos e rendimentos;
5. A natureza e importância dos resultados.

Chave-de-correcção

Exercício nº 1
1. Origem e evolução da Contabilidade
Períodos Fases Nomes e Livros Características

Designação Limite

Empírico ….

26
-------------- a --------------------------- Registo simplista de dados.
-----
1494

C 1494 Luca Pacioli Registo das operações como


meio de prova e
i a (Italiano)
conhecimento da situação da
e Legalista 1920 “Summa de empresa como garantia dos
arithmética,…” seus credores.
n
1920 .Schmalenbach Conhecimento da realidade
t
Económica (Alemão) económica passada,
a
í “O Balanço presente e futura, para
1950 Dinâmico” obtenção das informações
f
indispensáveis a uma
i consciente tomada de
decisões.
c
Formalista 1950 R.Mattessich Elaboração dos princípios
o contabilísticos,
a (Canadiano)
formalizando as suas
…… “Accounting and posições, submetendo-as a
Analytical Methods” tratamento lógico e
matemático, para obter
informações com maior
potencialidade explicativa e
preditiva.

2. Os principais utilizadores da informação financeira podem ser classificados como internos ou


externos:

Utilizadores Externos:
 Bancos
 Investidores
 Fornecedores
 Clientes
27
 Concorrência
 Estado
 Empregados
Utilizadores Internos:
 Administração e direcção
 Tomadores de decisões
 Empregados
Os empregados constam nos utilizadores internos e externos, na medida em que embora não
tenham um acesso formal à informação, têm um percepção bastante real da situação da empresa.

Exercício nº 2
Respostas correctas:
1-A;
1 -C 1) e 2)
D - 1); 2)
E- 1), 2); 3) e 4).

Resumo

É importante reter que as empresas são constituídas sem horizonte temporal definido, contudo,
têm à semelhança das demais organizações, um ciclo de vida, limitado, o qual, pode ser dividido
em três fases seguintes: Institucional, a de funcionamento ou execução e a de extinção. A última
resulta de várias situações sócio económicas ou mesmo conjunturais que possam ocorrer e que
obriguem a empresa a deixar de existir. Contudo, ela está prevista porque há plena consciência de
que pode ocorrer. As relações internas e externas que a empresa estabelece com outras no

28
desenvolvimento da sua actividade económica traduzem-se por fluxos de bens e serviços aos quais
correspondem usualmente fluxos monetários de sentido inverso.

Bibliografia
A bibliografia recomendada para esta unidade didáctica é a que abaixo se apresenta, não podendo
discurar de consultar outra complementar que julgar pertinente.

Pereira, J. M. E., Contabilidade Básica, 10ª edição, Lisboa, Plátano,1989;


Gouveia, N.n – Contabilidade Básica;
Osni, M. R., Contabilidade Básica, Editora Saraiva, 2005;

29
Unidade didáctica nº2: Conceitos fundamentais de contabilidade

Introdução

Toda a unidade económica para exercer a sua actividade, necessita de um conjunto de elementos,
ou seja, de equipamentos, edifícios, mercadorias, dinheiro, ferramentas e outros. Digamos que ao
exercício de qualquer actividade estão sempre alienados valores que são pertença de alguém. Do
ponto de vista jurídico, os valores utilizados por cada unidade económica são sua pertença ainda
que, normalmente, seus direitos não incidam sobre a globalidade desses valores.
Esta unidade didáctica é composta por quatro temas designadamente:

1. O Património;
2. Massas Patrimoniais;
3. Factos Patrimoniais; e
4. Equação Fundamental da Contabilidade.

Objectivos

Ao completar esta unidade didáctica você deverá ser capaz de:

 Identificar o património duma entidade;


 Identificar e distinguir o património comercial do particular;
 Identificar e distinguir o património privado do público;
 Distinguir e classificar os factos patrimoniais; e
 Identificar e compreender o significado do equilíbrio de contas e de um balanço.

30
Desenvolvimento do conteúdo

1. O Património

1.1 Noção, Elementos Constitutivos e Classificação


O conjunto de valores utilizados pela unidade económica no exercício da sua actividade constitui
o Património. Contudo, nem só os edifícios, numerário e equipamentos utilizados constituem
património. A empresa ou unidade económica no desenvolvimento da sua actividade estabelece
relações que originarão um conjunto de direitos, e de obrigações. Assim aparecerão dívidas a
receber (créditos da empresa ou débitos de terceiros) que representam valores pertencentes à
empresa; e, dívidas a pagar (débitos da empresa ou créditos de terceiros) que representam valores
pertencentes a terceiros e que a empresa obriga-se a pagar. Tanto as dívidas a receber como as
dívidas a pagar são consideradas valores integrantes do património.

Podemos considerar o Património um conjunto de valores pertencentes à determinada unidade


económica e administrado com certo objectivo. Património é o conjunto dos bens, direitos e
obrigações pertencentes a uma entidade jurídica num dado momento.

Direitos – é tudo aquilo que a empresa possui, porém não está em seu poder. Ex.: dinheiro no
banco, dívidas a receber.

Obrigações – são todas as dívidas da empresa para com terceiros.

As principais características que podem ser associadas aos bens constitutivos de um património
são:
 Heterogeneidade – os bens não são homogéneos, isto é, apresentam uma grande diversidade,
não sendo todos do mesmo tipo;
 Monetarização – um bem ou direito para ser considerado num património necessita de poder
ser traduzido em moeda. Uma qualidade como a bondade não pode considerar-se fazendo parte do
património de um indivíduo, contrariamente ao que sucede com uma peça de vestuário;
 Sujeição Administrativa – Todos os elementos de um património devem estar em maior ou
menor grau sujeitos a administração do proprietário desse património.

31
Os Elementos Patrimoniais podem ser:
 Corpóreos ou tangíveis – são bens que constituem uma realidade física e, como tal, podem ser
tocados. Ex.: veículos, imóveis, mobiliário, moedas e notas, etc. Bens específicos;
 Incorpóreos ou intangíveis – são bens que não constituem uma realidade física; não podem
por isso memso ser tocados. Ex.: nome comercial, clientela, reputação, formulas ou processos de
produção, ponto comercial, etc. Direitos e Obrigações Comuns.
Se a unidade económica é um indivíduo dir-se-á património Individual; e se é uma sociedade
teremos património social.

O património duma nação designar-se-á por Património Nacional e incluirá o Património


Público (do estado) e o Património Privado (dos cidadãos).

Qualquer património individual pode estar subdividido em duas parcelas distintas: o conjunto de
valores afectos ao exercício do comércio (património comercial) e o conjunto dos restantes
valores (património particular).

Normalmente, o património é assim representado:

Património
Activos Capital Próprio e Passivos
Capital Próprio
Bens
e Obrigações
Direitos

Três casos podem ocorrer em dada situação patrimonial:

1. O activo é superior ao passivo, havendo um excesso de valores activos sobre os passivos. Neste
caso a situação líquida diz-se Activa. É o mais frequente e representa o capital próprio.
Esquematicamente:

A>P S.L. Activa ou seja A= P+S.L. Activa

2. O activo e o passivo são iguais, não havendo, neste caso situação líquida ou seja, é nula.

32
A=P S.L nula ou seja, A = P

3. Por último, o activo pode ser inferior ao passivo. Neste caso, existe um excesso de valores
passivos sobre os valores activos (deve-se mais do que se possui e se tem a receber). Logo, a
situação líquida diz-se passiva e é considerada negativa.

A<P S.L. Passiva; ou seja, A + S.L. Passiva = P ou A = P-S.L. Passiva

1.2 Massas Patrimoniais

Os elementos patrimoniais podem ser reunidos em grupos que desempenham a mesma função
económica ou financeira constituindo verdadeiras massas patrimoniais. Estas podem agrupar-se
em três categorias. A primeira constituída pelos bens e direitos designada de Activo, a segunda
constituída pelas obrigações ou simplesmente Passivo e a terceira constituida pelo valor que o(s)
proprietário(s) da unidade económica afectou(aram) inicialmente ao exercício da respectiva e
actividade e o valor correspondente à soma algébrica dos resultados (lucros ou prejuizos) que,
obtidos desde o início não foram distribuidosaté à data designadade Capital próprio ou Situação
líquida.

Os elementos patrimoniais Activos e Passivos são valores concretos, devem estar representados
em moeda, e o Valor do Património corresponde à diferença entre o valor do Activo e o valor do
Passivo.

Essa diferença de valores do Activo e do Passivo também se designa de Património Liquido ou


Situação Líquida, que corresponde à fortuna do comerciante. Este valor, não correspondendo
especificamente a qualquer elemento concreto, mas sim a todo complexo de elementos
patrimoniais concretos, é um valor abstracto, o qual se poderá apresentar desdobrado em varias
parcelas, também valores abstractos, se nisso houver conveniência.

As massas gerais do Activo, Passivo e Situação Líquida ainda se podem dividir em subgrupos ou
classes, formando Massas Parciais, de acordo com a função especifica que desempenham na
unidade económica:

33
1.3 Massas parciais do Activo

Dispondo os elementos activos por ordem decrescente de liquidibilidade, istoé, por ordem
decrescente da facilidade com se podem converter em meios monetários teremos:
 Meios Financeiros – Caixa e Bancos - Inclui o dinheiro em cofre e os depósitos em bancos;
Títulos negociáveis (inclui as aplicações financeiras de curto prazo – inferiores a um ano).

 Contas a receber -(dívidas de terceiros inclui todas as dívidas a receber dos clientes,
trabalhadores, sócios e outros devedores); Inventários e Activos Biológicos - inclui os bens
comercializáveis e bens destinados a transformação, reprodução e outros.

 Investimentos de Capital - (inclui os bens detidos com continuidade ou permanência –


imobilizações – e que não se destinam a ser vendidos ou transformados).

1.4 Massas parcias do Passivas

Os elementos passivos correspondem às dívidas a pagar – débitos-, representadas ou não por títulos
(letras, livranças, e extractos de facturas), obrigações essas que terão de ser satisfeitas em dinheiro
no futuro – mais tarde ou mais cedo, as dívidas serão pagas com a entrega de dinheiro.
 Contas a pagar - dívidas a terceiros (inclui as dívidas a pagar a fornecedores, instituições de
crédito, estado, trabalhadores, etc.)

1.5 Massas parciais da Situação Líquida ou Capital próprio

Como já sabemos a Situação líquida pode apresenatar-se desdobrada em várias parcelas ou massas
parciais.

 Capital próprio – Fundos Próprios – (inclui o valor inicial do Património- Capital, os lucros
retidos dos anos anteriores – Reservas e Resultados Transitados e o Lucro ou Prejuízo do
Exercício, entre outros).

34
Exemplo:

Património da Lara & Irmão, C.a


ACTIVO
Numerário .........................................................................................20,000.00
Edifícios ....................................................................................50,280,000.00
Viatura .........................................................................................6,120,000.00
Contas a Receber (clientes) .........................................................4,080,000.00
60,500,000.00
PASSIVO
Contas a pagar (fornecedores) .....................................................7,030,000.00
Empréstimo Bancário ................................................................50,070,000.00
57,100,000.00

Pretende-se:

a) Que calcule o Património Liquido (Situação Líquida/Capital Próprio) da Lara & Irmãos, C.a?

Resolução:

Segundo o Prof. Gonçalves da Silva, Contabilidade Geral, Vol. I , entende-se como valor do
património a quantia que seria preciso dar para o obter, isto é, para receber em troca todo o activo,
ficando ao mesmo tempo com encargo a pagar todo o passivoSendo o Activo um conjunto de
valores positivos e o passivo um conjunto de valores negativos, o valor do património corresponde
à soma algébrica das duas classes de elementos.

Assim, teremos:

Activo 60,500,000.00
Passivo 57,100,000.00
Valor do Património da Lara & Irmãos, C.a 3,400,000.00

A expressão numérica do valor do património chama-se Situação Líquida, Capital Próprio ou


Património Líquido. Será então:

Activo 60,500,000.00

35
Passivo 57,100,000.00
Situação Líquida/Capital Próprio da Lara & Irmãos, C.a 3,400,000.00

1.6 Factos Patrimoniais

O património de uma empresa não se mantém estático ao longo dos tempos. Pelo contrário, está
sujeito à uma contínua transformação. Esta transformação pode ser motivada por espécies de
acontecimentos: os normais ou voluntários, que resultam das operações efectuadas,
voluntariamente, pela empresa e, acontecimentos extraordinários ou involuntários, que são
independentes da sua vontade. No primeiro caso podem apontar-se as operações correntes tais
como: compras, pagamentos, vendas, saques, aceites, recebimentos, etc.; no segundo caso
apontam-se os incêndios, os roubos, as quebras, etc. Tanto umas como outras constituem factos
patrimoniais.

Podemos concluir que os factos patrimoniais aparecem associados à tudo aquilo que implique
variações no património. E a observação, classificação, registo e controlo destes factos
patrimoniais, constitui o trabalho contabilístico.

1.7 Classificação dos Factos Patrimoniais

Os factos patrimoniais classificam-se em dois tipos:

1) Factos permutativos ou qualitativos – quando provocam uma alteração na composição do


património mas não no seu valor;

2) Factos modificativos ou quantitativos – quando implicam, além da variação da composição,


uma alteração no valor do património.

Observação
Os factos modificativos ou quantitativos ainda se podem classificar em factos modificativos
positivos quando se trata de proveitos e, factos modificativos negativos quando se trata de custos.
Exemplo
O património de Hamilton & Irmãos, L.da constituído por:

36
ACTIVO PASSIVO

Numerário 50,000.00 Contas a pagar 160,000.00


Mercadorias 2,080,000.00 Empréstimos a Reembolsar 8,940,000.00
Móveis Diversos 7,180,000.00 Situação Líquida 1,350,000.00
Depósitos em Bancos 1,140,000.00
10,450,000.00 10,450,000.00

Consideram-se as seguintes duas operações:

1. Depósito no banco de 20,000.00MtT

2. Venda de mercadorias a pronto pagamento, por 300,000.00MT, que lhe haviam custado
250,000.00.

Pretende-se:

a) Registo das operações no Razão esquemático (T)e cálculo dos saldos

b) Elaboração do BP após o registo das operações no Razão

c) Classificação dos factos patrimoniais.

Resolução:

Registo de operações no Razão (em contos)

Caixa Bancos
Si 50 B 20 S 1,140 Si
i
300 Sf 30 CX 20

Mercadorias Móveis Diversos


Si 2,080. 250 Si 7,180
Sf 1,830

37
Dívidas a Pagar Empréstimos a Reembolsar
si 160 Si 8.,940

Situação Líquida Resultados do Exercício


si 1,35 50
0
Sf

a) A primeira operação implicou a saída de numerário no valor de 20,000.00MT (Caixa –


20,000.00MT) e entrada do mesmo valor nos depósitos em Bancos (Depósito em Bancos +
20,000.00MT).

O património após a primeira operação (depósito de 20,000.00MT) ficou assim constituído:

ACTIVO PASSIVO

Numerário 30,000.00 Contas a pagar 160,000.00


Mercadorias 2,080,000.00 Empréstimos a Reembolsar 8,940,000.00
Móveis Diversos 7,180,000.00 Situação Líquida 1,350,000.00
Depósitos em Bancos 1,160,000.00
10,450,000.00 10,450,000.00

Verifica-se uma alteração na composição do património (os elementos patrimoniais apresentam


uma extensão diferente) mas o seu valor mantém-se (1,350,000.00MT). Verifica-se nesta operação
um facto patrimonial qualitativo ou permutativo.

b) A segunda origina:

 Entrada de numerário no montante de 300,00.00MT (valor de Venda)

38
 Diminuição das mercadorias no valor de 250,000.00MT (preço a que estavam em armazém as
mercadorias saídas).

O património após esta operação, apresentar-se-á da seguinte forma:

ACTIVO PASSIVO
Numerário 330,000.00 Contas a pagar 160,000.00
Mercadorias 1,830,000.00 Empréstimos a Reembolsar 8,940,000.00
Móveis Diversos 7,180,000.00 Situação Líquida inicial 1,350,000.00
Depósitos em Bancos 1,160,000.00 Resultado do Exercício 50,000.00
10,500,000.00 10,500,000.00

ou

ACTIVO PASSIVO
Numerário 330,000.00 Contas a pagar 160,000.00
Mercadorias 1,830,000.00 Empréstimos a Reembolsar 8,940,000.00
Móveis Diversos 7,180,000.00 Situação Líquida 1,400,000.00
Depósitos em Bancos 1,160,000.00
10,500,000.00 10,500,000.00

Após esta última operação verifica-se uma alteração não só na composição do património, como
também no seu valor. Este último é agora 1,400,000.00MT, ou seja, sofreu um acréscimo de
50,000.00MT, que corresponde ao ganho obtido na venda das mercadorias. Temos, nesta segunda
operação, um facto patrimonial modificativ0o.

2. Equação fundamental da Contabilidade

A contabilidade, muitas das vezes, serve-se de conceitos e ferramentas de outras ciências. No


entanto, a contabilidade tem algo que é exclusivamente seu, que é a chamada "equação
fundamental da contabilidade". Esta equação é escrita na forma A=P+PL e significa que o total de
activos (A) sempre é igual à soma do total de passivos (P) com o património líquido (PL). A

39
validade desta equidade pode ser sempre verificada, não porque na vida real as coisas acontecem
deste jeito, mas tão-somente porque o PL é definido como a diferença entre activos e passivos.
A equação fundamental da contabilidade é a seguinte:

ACTIVO + S. L. PASSIVA = PASSIVO + S. L. ACTIVA

OU

ACTIVO = PASSIVA + S. L. ACTIVA – S. L. PASSIVA

OU ainda

ACTIVO = PASSIVA +SITUAÇÃOLÍQUIDA

Esta equação constitui o cerne de todo o trabalho contabilístico baseando-se nela o princípio das
partidas dobradas.

Exemplo
O património do Beltrano é o seguinte:
Activo 1,600,000.00
Passivo 400,000.00

Com base nestes valores se determina que:


Situação Líquida = Activo – Passivo = 1,200.000,00MT
A equação verifica-se visto:
Activo (1,600,00.00) = Passivo (400,000.00) + S. Líquida Activa (1,200,000.00).
Activo (1,600,00.00) = Passivo + S. Líquida Activa (1,600,000.00).

Como o Activo representa o capital total ou financeiro, passivo o capital alheio e a situação líquida
o capital próprio. Diremos, no exemplo citado que “Beltrão” dispõe na sua actividade de recursos
no valor de 1,600,000.00MT, os quais foram obtidos da seguinte formas: 400,000.00MT de
terceiros por meio de créditos e 1,200,000.00MT do próprio.

40
Isto possibilita-nos uma outra reflexão. De um lado, o Activo (e Situação líquida Passiva)
representa as aplicações dadas aos capitais. Por outro lado, o Passivo e a Situação Líquida Activa,
as origens desses mesmos capitais. Em síntese. O primeiro membro da equação fundamental
representa as aplicações de capitais, enquanto o segundo membro representa a sua origem. O
Passivo representa uma origem alheia, ou seja, capitais utilizados pela empresa mas propriedade
de terceiros. A Situação Líquida Activa representa uma origem própria.

Definições importantes

Património é o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma unidade jurídica num
determinado período.

Direitos é tudo aquilo que a empresa possui, porém, não está em seu poder, por exemplo dinheiro
no banco, dívidas a receber de clientes e/ou outros devedores.

Obrigações são todas as dívidas da empresa para com terceiros, por exemplo, as dívidas a pagar
aos fornecedores e/ou outros credores.

Património comercial é o conjunto de valores afectos ao exercício do comércio.

Tarefas

1. Apresente a noção de Património.


2. Quais são as características comuns dos elementos patrimoniais?
3. Defina Activo, Passivo e Situação Líquida ou Património Líquido.
4. O que entende por composição do património e do valor do património?
5. Indique a equação fundamental da contabilidade decorrente do princípio das partidas dobradas.

41
6. defina os factos patrimoniais e diferencie os factos patrimoniais qualitativos dos factos
patrimoniais quantitativos.

2.3 Auto-avaliação
Exercício 1

O património da empresa Camba & Comé, L.da, era representado pelos elementos constantes no
quadro abaixo, em 26 de Fevereiro de 2008. Neste dia realizram-se transacções que produziram
alterações na composição do e no valor do seu património. Identifique-as:

Operação Caixa Mercadorias Equipamento Passivo Situação


Líquida

250,000.00 4,250,000.00 1,500,000.00 1,500,00.000 4,500,000.00


1ª +200,000.00 -200,000.00
2ª +1,000.000.00 +1,000,000.00
3ª +1,200,000.00 -800,000,.00 400,000.00
4ª -1,000,000.00 -1,000,000.00
5ª +400,000.00 -500,000.00 -100,000.00
6ª -475,000.00 -500,000.00 +25.000.00

Exercício 2

Identifique as operações que foram dando origem às situações adiante representadas:

Operação Activo Passivo +S. Líquida

Caixa 4,000,000.00 Capital 8,000,000.00


1 Mercadorias 4,000,000.00
8,000,000.00 8,000,000.00

42
Caixa 4,000,000.00 Fornecedor A 2,000,000.00
2 Mercadorias 4,000,000.00 Capital 8,000,000.00
Móveis 2,000,000.00
10,000,000.00 10,000,000.00
Caixa 5,000,000.00 Fornecedor A 2,000,000.00
3 Mercadorias 3,200,000.00 Capital 8,000,000.00
Móveis 2,000,000.00 Lucro 200,000.00
10,200,000.00 10,200,000.00

Caixa 4,500,000.00 Fornecedor A 2,000,000.00


4 Mercadorias 3,200,000.00 Capital 8,000,000.00
Móveis 2,000,000.00 Lucros 200,000.00
Veículos 500,0000.00
10,200,000.00 10,200,000.00
Caixa 4,025,000.00 Fornecedor A 1,500,000.00
Mercadorias 3,200,000.00 Capital 8,000,000.00
Móveis 2,000,000.00 Lucros 225,000.00
Veículos 500,000.00
9,725,000.00 9,725,000.00

Exercício 3
Pedro Simões dedica-se ao comércio de produtos lácteos. Considere o conjunto que constituía o
seu património a 15 de Outubro de 2001:

Dinheiro no cofre do estabelecimento comercial


Dinheiro para gastos domésticos
Depósito particular no Barcleys Bank
Depósito no BIM
3 Montras Frigoríficas M-701
Automóvel Volvo para uso Particular
Dívida de Pires & Ruas relativa a uma venda de mercadorias

43
Carrinha “Toyota” para transporte de mercadorias
Dívida à sociedade de Lacticínios de Belo Horizonte, relativa a compra de
mercadorias
Máquina de escrever para uso no escritório
Mobiliário da habitação
150 Kg de natas 70MT/Kg
500Kg de manteiga com sal cada 50MT/Kg
Aparelhos electrodomésticos para uso particular
Empréstimo do BCI para desenvolvimento da actividade comercial
Letra referente ao Automóvel “Volvo”

Pretende-se:
a) Que dos elementos patrimoniais apresentados, assinale com um (X) os que constituem o
património particular do Sr. Simões e com (XX) os que constituem o seu património comercial.

Exercício 4

Considere os seguintes elementos patrimoniais pertencentes a um sapateiro artesanal:

Descrição Valor em MZM


Unitário Total
Diversas ferramentas 50,000.00
Dinheiro no Barcleys BanK 200,000.00
50 Pares de sapatos para venda 1.500,00
100 pares de sandálias para venda 350.00
Crédito de João Ambrósio 250,000.00
Dinheiro em Cofre 5,000.00
2 Máquinas de Coser 35,000.00
Dívida de Tandane 50,000.00
Dívida de Tembe 75,000.00
1 Máquina de polir sapatos 45,000.00

44
1 Máquina de Corte 65,000.00

Considere as seguintes operações realizadas durante o mês:

Dia 5 – Depósito no BB, de 50,000.00MT;

Dia 10 – Compra de peles por cheque no valor de 25,000.00MT;

Dia 12 – Cobrança da dívida de Tandane com um desconto de 5% sobre o valor por antecipação
de pagamento;

Dia 17 – Venda de 10 pares de sandálias a dinheiro cada 500.00MT;

Dia 22 – Venda a Mário, a prazo de 30 dias, de 5 pares de sapatos cada 1,750.00MT;

Dia 30- Pagamento parcial do crédito de J. Ambrósio no valor de 125,000.00MT com Juros de
2.5% do Montante pago.

Pretende-se:
a) Análise e classificação dos factos patrimoniais;
b) Composição final do Património;
c) Valor da Situação Líquida Inicial ou Valor do Património Líquido inicial;
d) Valor da Situação Líquida adquirida ou simplesmente situação líquida após as operações
mensais, classificando-a.

Exercício 5
Classifique os seguintes factos patrimoniais ocorridos na empresa Moçambicana de Importação e
Exportação de bens diversos:
a) Compra de mercadorias ao Sr. Fife, L.da, no valor 250.000,00MT, liquidando 45% de imediato
e assumindo a responsabilidade de liquidar a parte restante num prazo de 60 dias.
b) No dia 25 de Outubro de 2007, contraiu um empréstimo ao banco Barclays, no valor de
1.000.00,00MT, amortizável em 10 anualidades.
c) Vendeu mercadorias a prazo de 30 dias, ao senhor Bernardo Bila no valor de 400.000,00 – 1000
calças “Jeans”, importadas da China. Estas haviam sido adquiridas ao preço unitário de 250,00 @
(incluindo os direitos e demaisimposições aduaneiras e o IVA).

45
d) O senhor J. Tamele assinou um contrato com a empresa Moçambicana de Importação e
Exportação para passar a comprar mediante a liquidação da factura numprazo de 60 dias, diversas
mercadorias.

Chave-de-correcção

Exercício 1
Para melhor identificar as transações que produziram alterações na composição e no valor do
património líquido, é necessário recordar o conceito de facto patrimonial. Facto patrimonial é
todo acto associado à tudo aquilo que implique variações no património líquido duma empresa.
Os factos patrimoniais podem ser permutativos ou qualitativos – quando provocam uma
alteração na composição do património mas não no seu valor líquido; e factos modificativos ou
quantitativos – quando implicam, para além da variação na composição do património, uma
alteração no valor do património líquido. Os factos modificativos ou quantitativos ainda se podem
classificar em factos modificativos positivos quando se trata de proveitos e, factos modificativos
negativos quando se trata de custos. Para a resolução do presente exercício podemos dizer que:

 Na 1ª operação, houve venda de equipamento a pronto pagamento, originando um aumento em


caixa no valor de 200,000.00MT e uma diminuição no valor do equipamento em igual valor.
Registou-se aqui um facto patrimonial qualitativo pois, houve alteração na composição do
património e não no valor do património líquido;
 Na 2ª operação, a empresa adquriu à prazo mercadorias no valor de 1,000,000.00MT,
originando um aumento de mercadorias neste valor e um aumento do passivo (fornecedores) em
igual valor. Facto patrimonial qualitativo pois, houve alteração na composição do património e
não no valor do património líquido;
 Na 3ª operação a empresa vendeu mercadoria a pronto a 1,200,000.00MT, que havia custado
800,000.00MT, tendo obtido uma margem de lucro bruto de 400,000.00MT. Neste caso verifica-
se um facto patrimonial quantitativo ou modificativo positivo pois, para além da alteração na
composição do património, houve uma alteração no valor do património líquido; um lucro
(aumento da situação líquida) de 400,000.00MT;
 A empresa pagou a sua dívida de 1,000,000.00MT a pronto, utilizando o seu dinheiro em caixa.
Houve uma diminuição do valor em caixa e diminuição do passivo (fornecedores ou outro

46
passivo). Registou-se um facto patrimonial qualitativo pois, houve alteração na composição do
património e não no valor do património líquido.
 A empresa vendeu mercadoria a 400,000.00MT, cujo valor de aquisição foi de 500,000.00MT.
Verificou-se uma diminuição de mercadorias em 500,000.00MT e um aumento de caixa em
400,000.00MT. Registou-se um prejuizo no valor de 100,000.00MT. Assim, o facto patrimonial
ocorrido é quantitativo ou modificativo negativo pois, para além da alteração na composição do
património, houve uma alteração no valor do próprio património;
 A empresa pagou a sua dívida (passivo) de 500,000.00MT, beneficiando de um desconto de
25% correspondentes a 25,000.00MT. Registou-se uma diminuição da dívida Em 500,000.00MT
e uma diminuição de caixa no valor 475,000.00MT e aumento de lucro bruto no valor de
25,000.00MT. verificou-se um facto patrimonial quantitativo ou modificativo positivo pois, para
além da alteração na composição do património, houve uma alteração no valor do património
líquido.

Exercício 2
1. Na aprimeira operação a empresa inicia a sua actividade económica com um capital social de
8,000,000.00MT, subscrito e realizado integralmente com a entrega de numerário no valor de
4,000,000.00MT e outra parte em mercadoria no valor de 4,000,000.00MT. Verificou-se um
aumento do valor de Caixa e Mercadorias no valor global de 8,000,000.00MT e aumento de capital
em igual valor. Registou-se um facto patrimonial qualitativo pois, houve alteração na composição
do património e não no valor do património líquido;
2. Nesta operação, a empresa adquiriu à prazo móveis no valor de 2,000,000.00MT. Houve nesta
operação um aumento de móveis e um aumento do passivo (fornecedores de imobilizado) no valor
de 2,000,000.00MT. Verificou-se nesta operação um facto patrimonial qualitativo pois, houve
alteração na composição do património e não no valor do património líquido;
3. A empresa vendeu mercadoria a pronto pagamento (pp), a 1,000,000.00MT, que havia custado
800,000.00MT, tendo obtido uma margem de lucro bruto de 200,000.00MT. Neste caso verificou-
se um facto patrimonial quantitativo ou modificativo positivo pois, para além da alteração na
composição do património, houve uma alteração no valor do património líquido, um lucro
(aumento da situação líquida) de 200,000.00MT.
4. A empresa adquiriu a pp, veículos no valor de 500,000.00MT, originando esta operação um
aumento de veículos e uma diminuição de caixa em igual valor, 500,000.00MT. Verificou-se nesta

47
operação um facto patrimonial qualitativo pois, houve alteração na composição do património e
não no valor do património líquido; e
5. A empresa pagou sua dívida no valor de 500,000.00MT, beneficiando de um desconto no valor
de 25,000.00MT correspondentes a 25%, diminuindo caixa no valor de 475,000.00MT. Este
desconto implicou um aumento nos lucros da empresa no valor de 25,000.00MT. Verificou-se um
facto patrimonial quantitativo ou modificativo positivo pois, para além da alteração na composição
do património, houve uma alteração no valor do património líquido.

Exercício 3
Elementos patrimoniais particulares (X) e elementos patrimoniais comerciais (XX):

Dinheiro no cofre do estabelecimento comercial XX


Dinheiro para gastos domésticos X
Depósito particular no Barcleys Bank X
Depósito no BIM XX
3 Montras Frigoríficas M-701 XX
Automóvel Volvo para uso Particular X
Dívida de Pires & Ruas relativa a uma venda de mercadorias XX
Carrinha “Toyota” para transporte de mercadorias XX
Dívida à sociedade de Lacticínios de Belo Horizonte, relativa a compra de XX
mercadorias
Máquina de escrever para uso no escritório XX
Mobiliário da habitação X
150 Kg de natas 70MT/Kg XX
500Kg de manteiga com sal cada 50MT/Kg XX
Aparelhos electrodomésticos para uso particular X
Empréstimo do BCI para desenvolvimento da actividade comercial XX
Letra referente ao Automóvel “Volvo” X

Exercício 4
a) Análise e classificação dos factos patrimoniais:

48
Dia 05 – houve nesta operação um aumento da conta de depósitos à ordem do BB no valor de
50,000.00MT e uma diminuição da conta caixa no mesmo valor. Verificou-se um facto patrimonial
qualitativo pois, houve alteração na composição do património e não no valor do património
líquido;
Dia 10 – Com a aquisição de peles, registou-se um aumento da conta de mercadorias e uma
diminuição da conta bancos em 25,000.00MT. Este facto patrimonial é qualitativo pois, a aquisição
implicou a conversão do dinheiro em banco em mercadorias, não alterando o valor líquido do
património mas sim a sua composição.
Dia 12 – O pagamento da dívida de Tandane, implicou a diminuição das dívidas a receber no
valor de 50,000.00MT e um aumento de caixa no valor de 47,500.00MT. A diferença de
2,500.00MT, refere-se ao desconto concedido ao Tandane no pagamento da sua dívida, sendo esta
parte um custo para a empresa, diminuindo assim o seu lucro. Verificou-se um facto patrimonial
quantitativo ou modificativo negativo pois, para além da alteração na composição do património,
houve uma alteração no valor do próprio património líquida;
Dia 17 - Com a venda a pp de 10 pares de sandálias, a 5,000.00MT, cujo custo de aquisição foi
de 3,500.00MT, a empresa registou um aumento de lucros no valor de 1,500.00MT, um aumento
de caixa no valor de 5,000.00MT e uma diminuição de mercadorias no valor de 3,500.00MT.
Verificou-se um facto patrimonial quantitativo ou modificativo positivo pois, para além da
alteração na composição do património houve uma alteração do valor do património líquido;
Dia 22 - Com a venda a pp de 5 pares de sapatos, a 1,750.00MT cada, cujo custo de aquisição
unitário foi de 1,500.00MT, a empresa registou um aumento de lucros no valor de 250.00MT por
cada par, e um aumento global de caixa no valor de 8,750.00MT e uma diminuição global de
mercadorias no valor de 7,500.00MT. Verificou-se um facto patrimonial quantitativo ou
modificativo positivo pois, para além da alteração na composição do património houve uma
alteração do valor do patrimóniolíquido;
Dia 30 – O pagamento de crédito de João Tembe, a empresa diminuiu o seu passivo no valor de
125,000.00MT e uma diminuição das disponibilidades (caixa/bancos) no valor de 128,125.00MT
pois, a empresa pagou para além dos 125,000.00MT um juro no valor de 3,125.00MT. Verificou-
se nesta operação um facto patrimonial quantitativo ou modificativo negativo pois, para além da
alteração na composição do património, houve uma alteração no valor do próprio património
líquido.

49
b) Para se calcular o valor da situação líquida inicial é necessário que:
Se agrupe os elementos patrimonias em activos e passivos
Activos Valor Passivos Valor
Diversas ferramentas 50,000.00 Crédito de João Ambrósio 250,000.00
Máquinas diversas 145,000.00 Total dos passivos 250,000.00
Bancos 200,000.00
Caixa 5,000.00
Mercadorias 105,000.00
Dívida de Tandane 50,000.00
Dívida de Tembe 75,000.00
Total dos activos 630,000.00

Valor da situação líquida inicial:


Activo= 630,000.00
Passivo= 250,000.00
SLi=?
A – P= SL
SLi=630,000.00 – 250,000.00
SLi=380,000.00MT - situação líquida activa
Exercício 5
a) Nesta operação de compra de mercadorias regista-se um aumento de mercadorias no valor de
250,000.00MT, uma diminuição de caixa no valor de 112,500.00MT e um aumento de dívidas a
pagar (passivo de curto prazo) no valor de 137,500.00MT. Verificou-se um facto patrimonial
qualitativo pois, houve alteração na composição do património e não no valor do
patrimóniolíquido;
b) Houve um aumento de dívidas a pagar ao banco Barclays ( Empréstimos bancários - passivo de
longo prazo) no valor de 1,000,000.00MT e um amento de disponibilidades (bancos) em igual
valor. Verificou-se um facto patrimonial qualitativo pois, houve uma alteração na composição do
património e não no valor do património líquido;
c) Registou-se uma diminuição de mercadorias no valor de 250,000.00MT e um aumento de
Clientes (dívida a receber de curto prazo) 400,000.00MT e um aumento do lucro bruto no valor de
150,000.00MT. Verificou-se um facto patrimonial quantitativo ou modificativo positivo pois, para

50
além da alteração na composição do património houve uma alteração do valor do património
líquido;
d) Não existiu facto patrimonial algum. Houve sim, um contrato promessa que, a concretizar-se,
poderá originar factos patrimoniais.

Resumo

O conjunto de valores utilizados pela unidade económica no exercício da sua actividade constitui
o Património. Contudo, nem só os edifícios, numerário e equipamentos utilizados constituem
património. A empresa ou unidade económica no desenvolvimento da sua actividade estabelece
relações que originarão um conjunto de direitos, e de obrigações. Assim aparecerão dívidas a
receber (créditos da empresa ou débitos de terceiros) que representam valores pertencentes à
empresa; e, dívidas a pagar (débitos da empresa ou créditos de terceiros) que representam valores
pertencentes a terceiros e que a empresa obriga-se a pagar. Tanto as dívidas a receber como as
dívidas a pagar são consideradas valores integrantes do património

Qualquer património individual pode estar subdividido em duas parcelas distintas: o conjunto de
valores afectos ao exercício do comércio (património comercial) e o conjunto dos restantes
valores (património particular).

Os elementos patrimoniais podem ser reunidos em grupos que desempenham a mesma função
económica ou financeira constituindo verdadeiras massas patrimoniais. Estas podem agrupar-se
em três categorias. A primeira constituída pelos bens e direitos designada de Activo, a segunda
constituída pelas obrigações ou simplesmente Passivo e a terceira constituida pelo valor que o(s)
proprietário(s) da unidade económica afectou(aram) inicialmente ao exercício da respectiva e
actividade e o valor correspondente à soma algébrica dos resultados (lucros ou prejuizos) que,
obtidos desde o início não foram distribuidosaté à data designadade Capital próprio ou Situação
líquida.

A contabilidade, muitas das vezes, serve-se de conceitos e ferramentas de outras ciências. No


entanto, a contabilidade tem algo que é exclusivamente seu, que é a chamada "equação

51
fundamental da contabilidade". Esta equação é escrita na forma A=P+PL e significa que o total de
activos (A) sempre é igual à soma do total de passivos (P) com o património líquido (PL). A
validade desta equidade pode ser sempre verificada, não porque na vida real as coisas acontecem
deste jeito, mas tão-somente porque o PL é definido como a diferença entre activos e passivos.

Bibliografia

Borges António et all (1998) Elementos de Contabilidade Geral, Áreas Editora- Práticas de
Contabilidade Financeira
Borges António Rodrigues (2010) Elementos de Contabilidade Geral
Costa Carlos Baptista & Alves Gabriel Correia (2001). Contabilidade Financeira, Editora Rei
dos Livros.

52
Unidade didáctica nº 3: Conta

Introdução

Ainda que na execução da contabilidade sejam usados processos manuais ou métodos baseados
no processamento computadorizado das transações o conceito da conta é fundamental devido ao
facto de o património de uma entidade ser constituindo por um grande número de elementos
diferentes, os quais têm como característica comum serem traduzidos em valores monetários, o
que torna possível o trabalho contabilístico. Contudo, o processo de registo, classificação, e resumo
das transações seria impossível se se fizesse em relação a cada elemento patrimonial,
individualmente.

A escrituração ou registo das variações patrimoniais ou transações é obrigatório e deve ser feita
em livros instituídos por lei.E a escrituração neles mantida com observância das disposições legais
faz prova, a favor da empresa, dos factos neles registados e comprovados por documentos hábeis.

Esta unidade é composta por cinco temas designadamente:

1. A conta;
2. Caracterização de algumas contas;
3. Grau das contas;
4. Lançamentos; e
5. Registo dos factos patrimoniais.

Objectivos da Unidade

Ao completar o estudo desta unidade você deverá ser capaz de:

 Identificar uma conta contabilística, classificá-la e saber como movimentá-la;

53
 Identificar e distinguir as contas do activo, do passivo, da situação líquida, de custos, de
proveitos, de redução do activo e as de acréscimo e deferimento;
 Identificar e distinguir classe de contas;
 Estruturar as contas em função de seus graus; e
 Identificar e registar as operações/transacções contabilísticas no Diário Geral e Razão.

Desenvolvimento do conteúdo

1. A Conta

1.1 Noção e Classificação

Os elementos patrimoniais são agrupados em classes homogéneas de acordo com as suas


características comuns. A estas classes com características comuns chamam-se Conta que se
podem definir como conjuntos de elementos patrimoniais com características comuns expressas
em unidades devalor.

À esta noção aparece, numa perspectiva prática, associado um aspecto gráfico em que os elementos
patrimoniais aparecem inscritos num quadro. Uma das mais populares e úteis representações da
conta é o chamado ‘Τ’, que se apresenta no exemplo seguinte:

Débito Caixa Crédito


Entrada de Capital 5.000,00 Pagamentos de Renda 50,00
Serviços Prestados 150,00 Compra de Viatura 2.000,00
Compra de Computador 500,00
Pagamento de Salários 60,00

Como se vê, temos um total de 5.150,00MZM no lado esquerdo ou débito, que correspondeas
entradas de dinheiro e um total de 2.610,00 MZM, no lado direito ou crédito, que corresponde as

54
saídas de dinheiro. A diferença entre o débito e o crédito denomina-se saldo e corresponde ao valor
(ou extensão) da conta. Neste exemplo o saldo e de 2.540,00MZM e corresponde ao dinheiro
existente em cofre.
Numa conta existem dois elementos fundamentais. O Título ou compreensão que define o âmbito
dos elementos englobados na conta, no exemplo – Caixa – e a sua Extensão que varia
continuamente de acordo com as transações efectuadas.

Os requisitos essenciais de uma conta são:

1. Homogeneidade - Uma conta só pode incluir os elementos que obedecem a característica


comum que ela abrange. Por exemplo, a dívida de um cliente e registada na conta de Clientes que
serve para registar estas dívidas e não na conta Caixa onde se regista o dinheiro existente na
empresa.

2. Integralidade - Todos os elementos com a característica definida devem ser incluídos na conta.
As contas podem distinguir-se de acordo com a natureza dos seus saldos:

 Saldo devedor – quando o débito é superior que o crédito. As contas dos bens activos têm saldo
devedor.

 Saldo nulo – quando o saldo e igual ao credito.

 Saldo credor – quando o credito e superior ao débito. As contas do passivo têm saldo credor.

1.2 Movimentação das Contas

Os registos das transações efectuam-se nas contas, debitando-se e creditando-se mas de tal modo
que a equação do balanço permaneça válida. Para isso é necessário que os movimentos a débito
sejam iguais aos movimentos a credito.
É esta a essência do chamado método digráfico (método contabilístico para o registo de débito e
crédito) cuja autoria é atribuída ao frade Franciscano Luca Paccioli que o teria descrito numa obra
publicada no século XV.
Pacioli foi o primeiro a descrever a contabilidade de dupla entrada, conhecido como método
veneziano ("el modo de Vinegia") ou ainda "método das partidas dobradas" que é o sistema-padrão
usado em empresas e outras organizações para registrar transações financeiras. Sua premissa é de
que a condição financeira e os resultados das operações de uma empresa ou organização são mais
55
bem representadas por diversas variáveis, chamadas contas, em que cada uma reflecte um aspecto
em particular do negócio como um valor monetário. Cada transacção financeira é registrada na
forma de entradas em pelo menos duas contas, nas quais o total de débitos deve ser igual ao total
de créditos.

Tomando por base a equação do Balanço e os conceitos de débito e crédito como definidos
anteriormente estabelecem-se as regras de movimentação das contas.
O conhecimento destas regras é fundamental para o técnico contabilista proceder à movimentação
das contas.

1.3 Regras de Movimentação das Contas

As regras de movimentação das contas são em resumo as seguintes:


 Contas do Activo- são debitadas pelo valor inicial e pelos aumentos e creditadas pelas
diminuições;
 Contas do Passivo – são creditadas pelo valor inicial e pelos aumentos e debitadas pelas
diminuições;
 Contas da Situação Líquida - são creditadas pelo valor inicial e pelos aumentos e debitadas
pelas diminuições;
 Contas de Custos - são debitadas pelo valor inicial e pelos aumentos e creditadas pelas
diminuições;
 Contas de Proveitos - são creditadas pelo valor inicial e pelos aumentos e debitadas pelas
diminuições;
 Contas de Resultados – são creditadas pelos ganhos ou lucros e debitadas pelas perdas ou
prejuízos;

2. Caracterização de algumas contas

Havíamos já definido a conta como uma classe de valores patrimoniais com denominação própria
(título ou compreensão) e com extensão numérica. Podendo estes valores serem concretos e
abstractos, a conta terá assim, por objecto elementos concretos – os que compõem o Activo e o
Passivo e, por elementos abstractos – os correspondentes à Situação Líquida.

56
Para a caracterização essencial de algumas contas, agrupamo-las de acordo com a natureza dos
elementos patrimoniais que englobam, ou seja, pelos grupos a que pertencem: Activo, Passivo e
Situação Líquida ou Capital Próprio ou Fundos Próprios ou ainda Valor Líquido do Património.

Apresentamos as contas geralmente mais utilizadas, descrevendo sinteticamente as suas


características básicas. O título e o conteúdo das contas foram escolhidos de modo a facilitar a
gradual familiarização com a adoptada pelo Plano Geral de Contas (PGC).

2.1 Contas do Activo

 Caixa inclui as notas de banco e moedas, cheques de terceiros, vales postais (nacionais e
estrangeiras).
 Bancos regista o movimento das contas bancárias (à ordem das empresas).
 Clientes c/c - engloba as dívidas a receber pela empresa resultantes da venda de mercadorias e
produtos ou serviços prestados.
 Empréstimos Concedidos - inclui as dívidas a receber de terceiros, resultantes de empréstimos
concedidos.
 Clientes títulos a receber - inclui as letras sacadas sobre os clientes c/c ou por si endossadas e
ainda os extractos de factura e livranças.
 Outros Devedores respeita às dívidas de terceiros que não estejam abrangidas pelas contas
anterior.
 Mercadoria respeita aos bens existentes na empresa com destino à venda e não sujeitos a
qualquer transformação no seu seio; no seu preço de custo devem ser incluídas as despesas
adicionais de compras.
 Investimentos Financeiros inclui as participações de capital e outros títulos adquiridos
pela empresa para rendimento ou controlo de outras empresas. Devem ser também aqui englobados
os títulos da dívida pública.
 Equipamento Administrativo e Social inclui os diferentes elementos patrimoniais que a
empresa dispõe para exercer a sua actividade tais como: mesas, cadeiras, estantes, máquinas de
escritório, aquecedores, etc.

57
 Edifícios e Outras Construções respeita aos edifícios fabris, administrativos e habitacionais,
utilizados na actividade.
 Equipamento de Transporte respeita às aquisições de camionetas, automóveis, motociclos,
etc., para o uso da empresa.
 Imobilizações Incorpóreas ou Activos intangíveisinclui elementos patrimoniais sem
existência física, tais como trespasses, patentes, marcas, alvarás, licenças, concessões, gastos de
constituição e de organização da empresa, de aumentos de capital, estudos e projectos.

2.2 Contas de Passivo

 Fornecedores c/c Engloba as dívidas a pagar, resultantes da aquisição, pela empresa, de bens
e serviços com excepção dos destinados ao imobilizado.
 Fornecedores títulos a pagarinclui os débitos a fornecedores que se encontrem representados
por letras ou outros títulos créditos.
 Empréstimos Obtidos engloba os financiamentos contraídos pela empresa.
 Estado e Outros Entes Públicos abrange as operações com a Administração Central, Local, e
ainda com Instituições de Previdência, à excepção de transações ou financiamentos. São aqui
registadas as dívidas resultantes de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRPC),
Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRPS), Imposto Sobre o Valor Acrescentado
(IVA), Imposto Municipal, sobre Veículos, Contribuição Autárquica, Imposto Municipal da Sisa,
Contribuições Para a Segurança Social (INSS), etc.
 Outros Credores- respeita às dívidas para com terceiros, que não estejam contempladas nas
contas precedentes.

2.3 Contas de Situação Líquida ou Capital Próprio ou Fundos Próprios

 Capital - para as sociedades esta conta respeita ao capital nominal subscrito. Regista também
o capital fixado dos estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada e o capital inicial
das empresas públicas. Para as empresas em nome individual esta conta compreende não só o
capital inicial e adquirido, mas ainda as operações de natureza financeira com respectivo
proprietário.

58
 Reservas são contas constituídas em geral à base da retenção de lucros, visando o aumento dos
meios de acção das empresas (autofinanciamento), etc.
 Resultados esta conta visa o apuramento do resultado de cada exercício económico.

O resultado dum exercício económico pode obter-se por duas vias:


1. Efectuando os balanços referentes ao início e o fim do exercício e deduzindo à Situação Líquida
Final a Situação Líquida Inicial. Portanto, através da Situação Líquida Adquirida.
a) Mas o resultado assim obtido, nada nos diz quanto à origem e natureza dos aumentos e
diminuições do valor do Património ocorridos no decurso do exercício em questão. O
conhecimento desses elementos é possível através das contas de Custos e de Proveitos que
agrupam as variações patrimoniais quantitativas de acordo com a sua natureza. Eis, então, a
segunda via:
2. Comparando os Custos e os Proveitos do exercício económico considerado.
a) Determina o resultado global; a via 2) Determina o resultado pela via analítica e implica o
conhecimento e registo contabilístico, em separado, de todos os custos e de todos os proveitos.

2.4 Contas de Gastos e Perdas e Contas de Rendimentos e Ganhos

As contas de custos e de proveitos, dada a sua relevância administrativa, são também denominadas
contas de gestão, referindo-se, desde já as seguintes:

2.4.1 Contas de Gastos e Perdas


 Custo das Vendas Regista as vendas de mercadorias valorizadas ao preço de custo.
 Fornecimentos e Serviços de Externos Nesta conta são registadas as despesas com a água,
luz, telefone, selos postais, combustíveis, gás, material de conservação e reparação de máquinas,
de veículos, de instalações, material de expediente, publicidade, rendas e alugueres, remunerações,
a intermediários, honorários, transporte de mercadorias, e de pessoal, deslocações e estadias de
pessoal.
 Impostos São aqui registados os impostos e taxas pagos pela empresa ao Estado, Autarquias
Locais e outras entidades do Sector Público, com excepção dos impostos sobre lucros.

59
 Custo com Pessoal Nesta conta são registadas as remunerações do empresário ou dos
corpos gerentes, os ordenados e salários, o subsídio de férias, o 13º mês, as remunerações
adicionais do trabalho, os encargos sobre as remunerações de conta da empresa.
 Outros Custos Regista os custos que não sejam próprios dos objectivos principais da
empresa.
 Amortizações do Exercício Regista a depreciação das imobilizações, atribuída ao
exercício.
 Provisões do Exercício regista as perdas ou encargos prováveis de montante incerto,
imputáveis ao exercício.
 Custos Financeiros são aqui registados os juros de financiamentos, os encargos com
descontos de letras e outros títulos, os descontos de pronto pagamento e outros custos de origem
financeira.

2.4.2 Contas de Rendimentos e Ganhos


 Vendas é registado o valor resultante da venda de mercadorias e produtos pela empresa.
 Prestações de Serviços regista os rendimentos resultantes de serviços prestados pela empresa
e que façam parte dos seus objectivos ou finalidades.
 Proveitos Suplementares nesta conta registam-se os proveitos das actividades que não sejam
próprios dos objectivos principais da empresa.
 Outros Proveitos regista os proveitos que não sejam próprios dos objectivos principais da
empresa, não contemplados na conta anterior.
 Proveitos Financeiros registam-se proveitos e ganhos financeiros tais como juros, descontos,
rendimentos de capital, etc.

2.4.3 Contas de Redução de Valores Activos

Para além das contas do activo, passivo e do capital próprio, aparecem no balanço as chamadas
contas de regularização destinadas a rectificar o valor doutras e que correspondem a dois grupos:
 Amortizações contas que têm como objectivo registar as depreciações (desvalorizações ou
desgaste) sofridas pelo imobilizado da empresa: aparecem no 1º membro do balanço em dedução
das correspondentes contas do imobilizado.

60
 Provisões contas que servem de compensação a eventuais perdas futuras da empresa, mas com
montante indeterminado, tais como dívidas de cobrança duvidosa e mercadorias que se venham a
desvalorizar. Aparecem no balanço no lado do activo, em dedução das correspondentes contas.

2.4.4 Contas de Acréscimoe Diferimentos

Estas contas destinam-se a permitir o registo dos custos e dos proveitos de factos patrimoniais que
no momento não alteram o património, mas que podem ter implicações patrimoniais futuras. São
as denominadas contas de ordem ou de responsabilidade ainda extra patrimoniais. Estas contas
proporcionam indicações complementares úteis, ainda que sem reflexos, pelo menos imediatos, no
património e nos resultados do exercício da empresa.

3. Grau das Contas

As contas podem classificar-se quanto à sua compreensão, ou seja, quanto ao seu grau de
generalidade, determinado pelo conjunto das características comuns dos elementos patrimoniais
nelas agrupados.
Desde as contas mais genéricas, até às contas elementares encontramos, por ordem decrescente de
generalidade, contas de vários graus.
Contas do 1º grau
São contas de maior grau de generalidade1
Exemplo:
Caixa, Bancos, Clientes, Outros instrumentos financeiros, Outros devedores, Mercadorias,
Matérias Primas, Matérias Subsidiárias, Produtos Acabados, Investimentos Financeiros,
Construções, Equipamentos, Mobiliário, Ferramentas e Utensílios, Taras e Vasilhames,
Trespasses, Propriedade Industrial, Encargos de Investimento e Desenvolvimento, Encargos de
Constituição ou Expansão, Vendas de Mercadorias e Produtos, Receitas Suplementares, Receitas
Financeiras Correntes, Resultados de Exercício Anteriores, Resultados Correntes de Exercício, e
Resultados Líquidos de Exercício etc.
Todas as contas do 1º grau são geralmente colectivas.

1
Activo, Passivo e Situação Líquida, Meios Financeiros, Inventários, Investimentos de capital, Contas de terceiros,
Situação Líquida Inicial, Situação Líquida Adquirida, Situação Líquida Retida não são consideradas contas, mas sim
como grupos de contas, muito embora também constituam conjuntos de valores patrimoniais com determinadas
características comuns.

61
Notar que as contas subsidiárias (todas as contas de custos e proveitos) são do mesmo grau das
respectivas contas principais.
Contas do 2º grau
São divisões das contas do 1º grau

Exemplo:
Caixa moeda Nacional, Caixa moeda estrangeira, Depósitos à Ordem, Depósitos com pré- aviso,
Depósitos a prazo, Clientes c/c, Clientes c/ letras a receber e Outros Títulos a Receber,
Empréstimos Bancários e Empréstimos por obrigações, Vendas de Mercadorias e Vendas de
Embalagens Comerciais Retornáveis, Impostos Indirectos, Impostos Directos, Juros de Depósitos
à Ordem e Descontos de Pronto Pagamento Obtidos, IRPC, etc..
Todas as contas do 2º grau são divisionárias e, simultaneamente, colectivas ou singulares,
consoante ainda se decompõem ou não em outras contas.

Contas do 3º grau
São divisões das contas do 2º grau
Exemplo:
A, c/c e B, c/c, Azeite e Óleo, X c/ Letras e Outros Títulos a Pagar e Y c/c Letras e Outros Títulos
a Pagar, Comunicação e Seguros, Caixa de Previdência e Fundo de Desemprego, Multas Fiscais,
etc..
Todas as contas do 3º grau são geralmente contas divisionárias e singulares mas não
necessariamente, porquanto já salientámos que o processo de decomposição é sempre possível.
Exemplo:

A empresa AGROBOANE, L.da, dedica-se à comercialização sementes diversas. Tem uma gama
de entidades que habitualmente realizam suas compras a crédito. Paracada cliente tem aberto uma
conta corrente respectiva.

Pretende-se:
a) A elaboração duma estrutura de contas, no que concerne à rubrica Clientes c/cque considere
mais adequado para a esta empresa.
Resolução
41 – Clientes Primeiro Grau

62
411 – Clientes c/c Segundo Grau
4111 – Cliente títulos a pagar Terceiro Grau

4. DOCUMENTOS COMERCIAIS

4.1 Noção

Os factos patrimoniais registados pela contabilidade são descritos e comprovados por meio de
escritos comerciais – os documentos comerciais. Os documentos comerciais são, pois, a base de
todo o registo contabilístico, sem os quais o mesmo não se poderá processar. Aliás, as empresas
estão sujeitas a incorrerem em sanções se procederem ao registo de factos não devidamente
documentados.

4.2 Classificação

Entre os documentos comerciais, podem distinguir-se os de movimento interno e os de movimento


externo.

4.2.1 Documentos Comerciais de Movimento Interno

Os documentos comerciais de movimento interno são aqueles que, sendo elaborados no seio da
empresa, se destinam exclusivamente ao uso interno ( folhas/pedidos de férias, notas de
lançamento, requisições de matérias de departamento para o outro dentro da empresa, folhas de
salários, etc.).

4.2.2 Documentos Comerciais de Movimento Externo

Os documentos comerciais de movimento externo são os que provém ou se destinam ao exterior


(facturas, letras, recibos, notas de débito, notas de encomenda, vendas a dinheiro, etc.).

63
4.2.3 A Compra e Venda

A compra e venda – transmissão onerosa da propriedade de bens e da prestação de serviços –


constitui o elemento base da empresa comercial e industrial. Tal operação origina, entre comprador
e vendedor, a troca de documentos vários, dos quais se apresentam os três mais correntes:

 Nota de Encomenda;
 Guia de Remessa;
 Factura/Venda a Dinheiro.

4.2.4 Nota de Encomenda

A Nota de Encomenda é emitida pelo comprador, sendo nela especificada a mercadoria que este
pretende adquirir, assim como os prazos de entrega e pagamentos desejáveis, as quantidades
pretendidas, os preços (quando conhecidos) e outras indicações que se considerem úteis. O número
de exemplares depende da organização da empresa e interesses de informação dos seus órgãos.
Muitas das vezes a Nota de Encomenda é substituída por uma requisição com menores
formalidades, mas com o mesmo efeito prático.

4.2.5 Guia de Remessa

A Guia de Remessa é emitida pelo vendedor (serviços de armazém) e enviada conjuntamente com
as mercadorias vendidas. Normalmente apresenta um talão destacável o qual deverá ser devolvido,
após rubrica do comprador, se as mercadorias entregues coincidem com as constantes nessa guia.
O talão é uma prova de recepção das mercadorias nas condições estabelecidas.

O número de exemplares depende das necessidades de informação e controlo da empresa, sendo


no mínimo de três, dois dos quais devem acompanhar os bens.

64
4.2.6 Factura/Venda a Dinheiro

A Factura constitue o documento base da compra e venda a crédito. Emitida pelo vendedor, nela
são exarados todos os elementos ligados à transacção efectuada, nomeadamente, o nº da
encomenda do comprador, o nº da guia de remessa, as quantidades, designações, preços unitários
e totais das mercadorias, os descontos efectuados, os encargos debitados, o imposto sobre o valor
acrescentado e, muitas vezes, o prazo e condições de pagamento.

Quando são frequentes as transacções entre duas entidades, elaboram-se periodicamente resumos
de facturas que sintetizam e agrupam todas as facturas emitidas durante esse período.

Nas vendas a dinheiro a factura poderá assumir a forma de factura-recibo, isto é, serve
simultaneamente de factura e de recibo.

4.2.7 Documentos Complementares da Compra e Venda

Como documentos complementares da compra e venda aparecem-nos as Notas de Débito, as


Notas de Crédito e o Recibo, entre os mais correntes.

4.2.7.1 Nota de Débito

A Nota de Débito, tal como o nome indica, serve para uma entidade debitar um certo valor a
outrém. Esta operação origina ou um aumento da dívida deste último (sendo devedor) ou uma
diminuição do seu crédito (sendo credor). É utilizada frequentemente para debitar encargos de
compra, despesas com serviços bancários, juros, descontos, etc., aos devedores, quando são de sua
conta.

4.2.7.2 Nota de Crédito

65
A Nota de Crédito, tem função inversa da nota de débito. Creditando uma certa importância ao
devedor, este vê o seu débito reduzido e, sendo credor, o inverso, ou seja, vê o seu crédito
aumentado. É utilizada normalmente na devolução de vendas.

4.2.7.3 Recibo

O Recibo é um documento que prova um pagamento efectuado. É emitido em duplicado, pelo


menos, pelo vendedor e entregue o original ao comprador no momento de cobrança da factura,
ficando as cópias com o vendedor (entidade recebedora).

4.3 Títulos de Crédito

Os documentos atrás apresentados constituem a justificação das transacções efectuadas, mas não
podem ser considerados como garantia especial de pagamento dessas transacções. Para tal, existe
um segundo grupo de documentos denominados Títulos de Crédito, dos quais se destacam os
seguintes:

 Letra;
 Livrança;
 Extracto de Factura;
 Cheque.
Quando os débitos estão representados por títulos de crédito, dizem-se titulados; caso contrário,
consideram-se não titulados.

4.3.1 Letra

A Letra é um título de crédito através do qual uma determinada pessoa ou entidade (o sacador)
ordena a outrém (sacado) o pagamento de uma certa importância (valor nominal da letra), a si ou
a outra pessoa ou entidade (tomador), numa determinada data (vencimento).

O sacador corresponde, normalmente, ao credor, enquanto que o sacado corresponde ao devedor.


Quando qualquer dos obrigados for comerciante, sobre o valor nominal da letra incide o imposto
de selo.

66
4.3.1.1 Requisitos Essenciais da Letra

Entre outros aspectos legais, devemos referir que a letra para produzir efeitos plenos deverá conter
os seguintes elementos essenciais:

 A palavra letra escrita no próprio título;


 O mandato puro e simples de pagar uma certa quantia determinada;
 O nome da entidade que a deve pagar;
 O nome da entidade a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
 Indicação da data em que é sacada;
 Assinatura de quem passa a letra (sacador).

4.3.1.2 Requisitos Não Essenciais

Os requisitos não essenciais, são:

 Época de pagamento (quando não se indica a época de pagamento, entende-se que a letra é
pagável à vista);
 Lugar de pagamento (quando não se designa o lugar de pagamento, considera-se que será paga
no domicílio do sacado);
 Lugar onde a letra foi emitida (quando não é mencionado o lugar onde foi passada, considera-
se como tendo-o sido no domicílio do sacador).
Para uma maior garantia de pagamento da letra é normalmente prestado o aval. Este corresponde
a uma garantia de pagamento dada por um terceiro, ou mesmo um signatário da letra a favor de
um dos seus intervenientes. Quando não é mencionado o interveniente a favor do qual se dá o aval,
considera-se como sendo dado pelo sacador. O dador de aval, designa-se avalista e é responsável
da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada.

4.3.1.3 Operações com letras

67
A letra, à semelhança de outros títulos de crédito, está sujeita a um conjunto de operações, que
são: saque, endosso, aceite, desconto, reforma, recâmbio e protesto. O Saque

O saque é a ordem de pagamento, isto é, corresponde à emissão da própria letra. Sacar uma letra
consiste em emiti-la, ou seja, em ordenar a alguém (sacado) o pagamento de uma certa quantia na
data de vencimento. Sendo assim, ele é efectuado pelo sacador.

Quando o tomador é o próprio sacador deverá apor-se a designação «... via de letra, a nós ou à
n/ordem ...»; quando for um terceiro, será «... via de letra, a F ou à sua ordem ...».

4.3.1.4 O Endosso

O endosso consiste na transmissão da letra a outrém pelo tomador ou portador. Apenas podem ser
transmitidas, por endosso, as letras que contenham a claúsula à ordem, isto é, quando forem títulos
à ordem. A entidade que transmite a letra por endosso designa endossante; aquela que a recebe
por endosso, o endossado.

A transmissão por endosso corresponde ao pagamento de uma dívida por meio de letra, daí que o
endossado seja, geralmente, credor do endossante. Este último fica obrigado perante os endossados
posteriores.

Para se efectivar o endosso basta inscrever no verso da letra a expressão «pague-se a F ou à sua
ordem», seguida da assinatura do endossante. Aparecendo apenas esta última, o endosso diz-se
em branco.

4.3.1.5 O Aceite

O aceite é dado pelo sacado e consiste na declaração da responsabilidade deste pelo pagamento da
letra na data do vencimento. Tal declaração de responsabilidade consiste apenas na assinatura do
sacado na face da letra. Após ter aceite a letra o sacado passa a designar-se aceitante, sendo
responsável pelo pagamento daquela no vencimento

As letras à vista não são passíveis de aceite.

68
4.3.1.6 O Desconto

O desconto da letra realiza-se nos bancos comerciais e consiste numa realização antecipada do seu
valor, ou seja, possibilita ao portador realizar o valor da letra antes da data do seu vencimento,
pagando-se, para tal, os juros e encargos relativos ao período compreendido entre a data da
apresentação a desconto e a de vencimento. Muitos autores designam desconto aos referidos
encargos, isto é, o valor que a instituição de crédito vai deduzir ao valor nominal do título.

O desconto, operação comercial de grande relevância, apresenta uma grande vantagem para o
credor (portador e, normalmente, sacador) visto possibilitar-lhe realizar meios líquidos que doutra
forma não conseguiria. Debitando ao aceitante os encargos do desconto, o portador, vê realizado
antecipadamente o seu crédito sem que tal lhe origine custos financeiros.

Também para o devedor apresenta vantagens visto conseguir assim crédito(s) que doutra forma
não alcançaria. De facto o desconto resulta, na prática, num empréstimo a curto prazo concedido
pela instituição de crédito ao aceitante ou devedor, limitando-se este ao pagamento dos encargos
ao portador ou sacador e ao reembolso do valor nominal na data do vencimento.

Os encargos normalmente suportados pelo desconto de letras são os seguintes:

 Juros: incidem sobre o valor nominal da letra e são calculados com base no período
compreendido entre a data de desconto e a data de vencimento da letra, mais dois dias (prazo para
apresentação à cobrança). A taxa de juro do desconto é variável. Depende do período que falta
para o vencimento, variando na razão directa deste.
 Comissão de Cobrança: substitui o antigo prémio de transferência e incide também sobre o
valor nominal da letra. A sua taxa depende do tipo de letras: sendo domiciliada é menor do que
não o sendo e, dentro daquela, deverá ainda distinguir-se entre letras da mesma praça e de praças
distintas.
 Imposto, ou Selo de Verba: incide sobre o juro e comissão de cobrança e corresponde à
arrecadação por parte do banco, para posterior entrega ao Estado.
 Outras Despesas: engloba despesas diversas tais como portes, telefonemas, telegramas, e
outras.
O portador apresenta a letra a desconto, que poderá ser ou não aceite pela instituição de crédito.
Sendo-o, é-lhe depositado na conta de depósitos à ordem, o valor nominal da letra deduzido de

69
todos os encargos referidos. O tal valor designa-se por valor líquido de desconto ou líquido
produto do desconto. Não havendo nada estipulado em contrário, o portador deverá debitar e
cobrar do aceitante as despesas que lhe foram deduzidas pela instituição de crédito, devendo o
segundo exigir o documento comprovativo (nota de desconto do banco) de tais encargos.Ainda
que na maioria dos casos não seja efectuado, aconselha-se a verificação e controlo dos encargos
apresentados pelas instituições de crédito, que poderão ser levados a efeito pela fórmula que a
seguir é desenvolvida:

Sejam:

Vn → valor nominal da letra a desconto

i → taxa de juro praticada

n → prazo (em dias) que falta para o vencimento

t → taxa de comissão de cobrança

V0 → valor actual ou valor líquido de desconto

I → imposto (à taxa de 5%, por exemplo)

D → outras despesas (portes, telefones, etc.)

Sabe-se que:

V0 = Vn – encargos do desconto

Em que:

Enc. Desc. = J + C. Cob. + I + D

Como

Vn ∗ i ∗ (n + 2)
𝐽=
36.500

e Comissão de cobrança = Vn * t

70
I = (J + Com. Cob.)* 0,05 =
𝑉𝑛 (𝑗 ∗ (𝑛 + 2) + 𝑡) ∗ 0.05
36500

virá

Vn − [( Vn ∗ i (n + 2) + Vn ∗ t) + ( Vn ∗ i (n + 2) + Vn ∗ t) ∗ 0,05 + D]
𝑉0 =
36500

pondo os factores comuns em evidência, vem:

𝑉𝑛 − (Vn ( i (n + 2) + t) 1,05 + D)
V0 =
36500

donde, finalmente:

𝑉𝑛 (1 − ( i (n + 2) + t)1,05) − D
V0 =
36.500

expressão que nos permite determinar o valor líquido do desconto directamente a partir dos
restantes elementos.

Os encargos do desconto são dados pela diferença:

Vn – V0

4.3.1.7 A Reforma

A reforma consiste na substituição de uma letra antes do seu vencimento, por outra ou outras com
vencimento posterior. Esta operação, muito frequente, deve-se ao facto de o aceitante não poder
liquidar, no todo ou em parte, o valor nominal da letra na data de vencimento

Duas situações podem ocorrer numa reforma:

a) O aceitante paga uma parte do valor nominal da letra antiga, aceitando uma nova letra pelo
restante: reforma parcial;
b) Aceitante substitui a letra antiga, na sua totalidade, por uma nova, não pagando qualquer valor:
reforma total.

71
Sem dúvida que é o 1º caso o mais frequente, quer por imposição do sacador, quer pelos encargos
financeiros que o aceitante tem de suportar.

Quando da reforma, ao aceitante são debitadas não só as despesas verificadas com a operação
(portes de devolução, selos, impressos, outros) como também todos os encargos bancários a
suportar pelo desconto da nova letra. Muitas vezes os sacadores debitam certas importâncias além
das referidas, para custear despesas internas.

Relativamente aos encargos bancários, a taxa de juro é estabelecida, tomando como base não o
prazo da nova letra, mas sim o que decorre entre a sua data de vencimento e a data da operação
inicial, isto é, data de saque da primeira letra. Tal procedimento, origina a utilização de uma taxa
superior e, consequentemente, o agravamento dos encargos de reforma. Tais encargos são, muitas
vezes, debitados pelo sacador na data da reforma, podendo ser calculados segundo duas bases
distintas:

a) Encargos não incluídos no valor nominal da nova letra;


Sejam:

V0 → valor actual, ou valor a reformar


Vn → valor nominal da nova letra = V0
i → taxa de juro
n → prazo, em dias, do vencimento da nova letra
t → taxa de comissão de cobrança
I → imposto (taxa de 5%, por exemplo)
D → outras despesas (portes, telefones, etc.)

Os encargos a pagar pelo aceitante na data da reforma, serão:

Enc. = Juros + Com. Cob. + I + D

V0 ∗ i ∗ (n + 2)
Como Juro = 36.500

Com. Cob. = V0 * t

( i (n + 2)
I = (Juros + Com. Cob. ) ∗ 0,05 = 0,05 V0 + t)
36.500

72
donde:
V0 ( i (n + 2)
Enc. = 36.500
+ t) 1,05 + D

b) Encargos incluídos no valor nominal da nova letra


Adoptando a mesma terminologia, com a alteração Vn = V0, será:

Enc. = J + Com. Cob. + I + D

Vn ∗ i (n + 2)
Em que J = 36.500

( i (n + 2)
Com. Cob. = Vn * t I = 0,05 Vn 36.500

donde:
i (n + 2)
Enc. = Vn [ + t] * 1,05 + D
36.500

como:

Vn = V0 + Enc.
Vem:

i (n + 2)
Vn = V0 + Vn [ + t] * 1,05 + D
36.500

e, finalmente:
𝑉0+𝐷
Vn = i (n + 2)
1−[ + t] ∗ 1,05
36.500

Expressão que nos permite determinar o valor nominal da nova letra. Os encargos a debitar ao
aceitante ser-nos-ão dados pela diferença: Vn – V0 superiores, necessariamente, aos da primeira
situação.

4.3.1.7 O Recâmbio

A letra é apresentada, no vencimento, ao aceitante para que este proceda ao seu pagamento, isto é,
efectua-se a sua cobrança. No entanto, duas situações podem ocorrer:

73
(i) O aceitante paga a letra terminando, assim, a sua vida e função;
(ii) O aceitante recusa-se ao pagamento da letra, sendo esta devolvida ao sacador, por
incobrabilidade. Tal devolução por falta de pagamento constitui o recâmbio.

O recâmbio de letras não cobradas comporta sempre despesas tais como, portes, telefones, e outras,
que devem ser debitadas ao aceitante, na sua totalidade, se a responsabilidade de tal facto lhe for
imputada.

4.3.1.7 O Protesto

O protesto consiste numa acção levada a efeito pelo portador da letra, motivada pela falta de aceite
ou falta de pagamento.

O protesto por falta de aceite deverá efectuar-se durante os prazos fixados para a apresentação ao
aceite.

O protesto por falta de pagamento deverá efectuar-se num dos dois dias úteis seguintes àqueles em
que a letra é pagável. Sendo a letra pagável até ao limite máximo de dois dias úteis seguintes à
data de vencimento, o protesto deverá efectuar-se nos 3º ou 4º dias úteis seguintes àquela.

A letra deve ser protestada na repartição notarial da área do domicílio nela indicado para o aceite
ou pagamento; na falta de indicação a letra será protestada na repartição do domicílio da pessoa
que a deve aceitar ou pagar.

Pelos encargos do protesto deverá responsabilizar-se o aceitante ou devedor, devendo os seus


débitos serem considerados de cobrança duvidosa.

Na falta de aceite ou pagamento cada endossado pode exercer os seus direitos de acção contra os
endossantes que o precedem, o sacador e outros co-obrigados. Tal facto é conhecido por direito
de regresso.

O sacador, para poder exercer os seus direitos de acção, pode dispensar o portador de fazer o
protesto por falta de aceite ou falta de pagamento bastando, para tal, inscrever na letra a claúsula
«sem despesas» ou «sem protesto».

74
Na prática, as empresas utilizam um registo de letras a receber e letras a pagar, onde constam todos
os elementos que lhe são inerentes, nomeadamente: designação e domicílio do sacador e do sacado,
data do saque, entidade a quem foi endossada e a respectiva data, valor nominal e, sendo em moeda
estrangeira deve-se fazer alusão ao câmbio da data da emissão, prazo e datas de vencimento (dia,
mês e ano).

4.3.2 Extracto de Facturas

O extracto de facturas apresenta características muito semelhantes às da letra, diferindo


essencialmente em dois aspectos:

 Só pode ser emitido sobre dívidas resultantes de transacções correntes: mercadorias ou outros
produtos;

 Não pode ser reformado por outro extracto de factura, mas apenas por uma letra, ou seja, não
admite reforma propriamente dita.

4.3.3 Livrança

A livrança é uma promessa de pagamento. Nela, o sacador e sacado são uma mesma entidade.
Difere da letra por:

a) Ter a palavra livrança em vez de letra;


b) O sacador dar a ordem de pagamento a si próprio (sacado). Pela livrança o sacador formula a
promessa de pagar uma certa quantia dentro de determinado prazo, daí que seja também conhecida
por promissória.

É utilizada com frequência nos depósitos a prazo e nos empréstimos contraídos junto à banca,
servindo de caução a estes últimos.

75
4.3.4 O Cheque

O Cheque é um título à ordem, sujeito a certas formalidades, pelo qual uma pessoa, que tem
qualquer importância disponível num banqueiro (depositário ou sacado), dispõe dela total ou
parcialmente. É, pois, na sua essência e tal como a letra, uma ordem de pagamento (dada pelo
depositante – sacador ao seu banqueiro – sacado ou depositário). Todavia, se a letra pode consistir
numa ordem de pagamento à vista ou a prazo, e mais ordinariamente a prazo, a verdade é que o
cheque tem sempre a natureza de ordem de pagamento à vista.

O cheque deve conter:

 A palavra «cheque» escrita no próprio texto do título;


 O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
 O nome de quem deve pagar (sacado);
 A indicação do lugar em que o pagamento se deve efectuar;
 A indicação da data em que e do lugar onde o cheque é passado;
 A assinatura de quem passa o cheque (sacador).

4.3.4.1 Formas de Emissão de Cheques

Na emissão de cheques, estes podem tomar as seguintes formas:

 Cheque Nominativo ou à Ordem;


 Cheque ao Portador;
 Cheque Cruzado;
 Cheque Visado;
 Cheque de Viagem ou Travellers Cheques.

4.3.4.1.1 Cheque Nominativo ou à Ordem

O Cheque Nominativo ou à Ordem é o que contém o nome da pessoa a quem, ou à ordem de quem,
deve ser pago, e não pode pagar-se a qualquer outra que no título não esteja mencionada. Este
cheque pode ser passado à ordem do próprio sacador, ou emitente, ou de terceira pessoa –
beneficiária.

76
4.3.4.1.2 Cheque ao Portador

O Cheque ao Portador é aquele que não contém o nome da pessoa a quem deve ser pago. Pode
pagar-se a qualquer que se apresente a cobrá-lo.

4.3.4.1.3 Cheque Cruzado

O Cheque Cruzado é aquele que é atravessado, na face principal, por duas linhas paralelas e, que
não pode ser pago senão a um banqueiro ou a um cliente do sacado.

4.3.4.1.4 Cheque Visado

O Cheque Visado é aquele que após ter sido emitido em nome de um certo beneficiário, passa pelo
banqueiro para lhe certificar, isto é, dar garantia da existência de provisão (saldo em banco). Ao
portador deste cheque tem 100% de que o cheque que lhe foi emitido tem dinheiro na conta.

4.3.4.1.5 Cheque de Viagem ou Travellers Cheques

Os Travellers Cheques são os cheques usados para efeitos de viagens, os quais podem ser
levantados no destino e, tem a vantagem de poderem ser levantados em qualquer banco.

5. Lançamentos

5.1Livros de Escrituração Corrente

O património, como conjunto de valores activos e passivos sujeitos a uma gestão, não se mantém
constante. Pelo contrário, está sujeito a variações que mais não são do que a consequência da
própria actividade da empresa. Sendo assim, além da representação dos valores patrimoniais,
existe a necessidade de representar e inscrever em documentos, livros e registos de vária natureza,
os factos patrimoniais que provocam a sua variação.

77
A escrituração das transações comerciais deve ser feita em livros instituidos em lei.

A escrituração comercial será, pois, o conjunto de documentos e livros que historiam a evolução
patrimonial de qualquer empresa. Também se designa escrituração, aos actos de registo das
operações nos livros e documentos.

Chama-se lançamento ou assento, à anotação de qualquer facto patrimonial nos livros de


contabilidade. Deve, ainda, entender-se lançamento como qualquer registo de em livros mercantis.
Qualquer lançamento afecta pelo menos duas contas e o valor dos registos a débito é
necessariamente igual aos registos a crédito.

São, portanto, peças fundamentais da escrituração, os livros onde se registam as operações e os


documentos, que representam essas operações e comprovam os lançamentos efectuados
nomesmos.

Os quadros gráficos das contas, na prática, encontram-se reunidos em livros, chamados Razões.

Assim, o Razão é o livro no qual as operações são escrituradas por ordem de contas. É por isso
torna-se bastante trabalhoso reconstituir a ordem cronológica das operações e, também, saber quais
as operações realizadas em certo dia, ou o dia em que determinada operação foi realizada.

Naturalmente, quando as contas movimentadas são colectivas, nas linhas imediatamente a seguir
devem figurar as contas divisionárias em causa, muito embora também seja admissível a inclusão
das contas elementares no histórico do lançamento.

Os lançamentos são geralmente constituídos por quatro partes:

a) Data - ano, mês e dia, por vezes após a localidade do comerciante.

b) Contas Movimentadas - títulos das contas debitadas e creditadas

c) Importância - extensão das variações patrimoniais

d) Histórico - descrição da operação e/ou documento

Em regra, apenas no diário se encontram todos estes elementos.

Exemplo de um lançamento do 1ª fórmula no Diário Clássico:

78
Boane, 02 de janeiro de 200n(Data e Localidade domicílio da
empresa)
1 1.2 Bancos (Conta a débito do 1º grau)
1.2.1 Depósitos à ordem(conta do 2º grau, caso seja necessário)
1.2.1.1 BCI – Depósitos a ordem (conta do 3º grau, caso seja
necessário) 000.00
a 1.1 Caixa (Conta a creditar)
1.1.1 Caixa moeda Nacional (conta do 2º grau, caso seja
necessário)
1.1.1.1 Caixa Tesouraria principal (conta do 3º grau, caso seja
necessário) 000.00
Talão de depósito nº0000 (Histórico) 000.00
__________________________ ou
dia//______________________________

Número de ordem de lançamento (número de fóleo)


Preposição indicativo de conta a creditar

Valor da operação a dcrédito


Dia do lançamento seguintee // caso seja mais um lançamento na mesma data

Valor da operação a débito

Valor da operação para lançamento da 1ª formula (débito=crédito)

5.2 Classificação dos Lançamentos

Os lançamentos podem classificar-se atendendo aos seguintes dois aspectos: número de contas
movimentadas e natureza dos movimentos escriturados.

5.2.1 Classificação segundo o número de contas movimentadas


No método digráfico todo o facto patrimonial dá origem à variação de duas ou mais contas, de tal
modo que a um débito (débitos), corresponde sempre um crédito de (créditos) de igual valor.

79
A contabilização de qualquer operação obedece forçosamente, a uma das seguintes quatro
fórmulas digráficas:

a) 1ª fórmula – um débito = um Crédito

b) 2ª fórmula – um débito = vários créditos

c) 3ª fórmula – vários débitos = um crédito

d) 4ª fórmula – vários débitos = vários créditos

aos lançamentos da 1ª fórmula dá-se o nome de lançamentos simples. Os das demais fórmulas
dizem-se lançamentos compostos ou complexos.

5.2.2 Classificação segundo a natureza dos movimentos


Neste aspecto distinguem-se:

a) Lançamentos de abertura respeitam ao registo dos valores iniciais das contas de um


comerciante, no início da sua escritura.

b) Lançamentos correntes respeitam ao registo das operações realizadas e dos acontecimentos


ocorridos durante cada exercício económico.

c) Lançamentos de Estorno têm por finalidade rectificar as omissões, duplicações e erros


cometidos nos lançamentos efectuados.

d) Lançamentos de regularização visam rectificar o saldo das contas que não correspondem à
realidade; normalmente, efectuam-se no fim de cada exercício económico antes de se proceder ao
apuramento de resultados e a elaboração do balanço.

e) Lançamentos de transferência ou de apuramento de resultados têm por finalidade transferir


os saldos das contas de custos e proveitos para as contas de resultados, permitindo a posterior
determinação dos resultados da empresa.

f) Lançamentos de encerramento ou de fecho são efectuados depois do apuramento de


resultadose da elaboração do balanço e permitem fechar as contas que apresentam saldos
(devedores ou credores).

g) Lançamentos de reabertura registam, no início de cada exercício económico, os valores


iniciais das contas (saldos finais das contas no exercício anterior).

80
5.3 Registo dos Factos Patrimoniais

Como haviamos dito, a escrituração ou registo das variações patrimoniais ou transações é


obrigatório e deve ser feita em livros instituídos por lei. E a escrituração neles mantida com
observância das disposições legais faz prova, a favor da empresa, dos factos neles registados e
comprovados por documentos hábeis.
Para registarmos as variações ocasionadas por qualquer facto patrimonial, temos de saber:
1º Quais as contas que variam - Pela análise do facto.
2º Quais as contas que devem ser debitadas e creditadas - pela aplicação das regras de
funcionamento, depois de verificarmos, relativamente a cada conta:
a) Se é de Activo, Passivo ou Fundos Próprios.
b) Se aumentou ou diminuiu.
3º Os valores desses débitos ou créditos.
Note-se que, para determinar quais as contas que devem ser debitadas e creditadas, podemos
recorrer ao princípio da dualidade, com as seguintes vantagens:
a) Nas variações simples, uma economia de esforço, pois não será necessário levar até ao fim o
raciocínio contabilístico – logo que se saiba que uma conta deve ser debitada, também logo se fica
a saber que a outra vai ser creditada, vice-versa.
b) Nas variações complexas, uma economia do tipo anterior que respeita à última conta
considerada, ou então, e preferivelmente, um controlo do nosso raciocínio contabilístico, o qual
estará errado caso não se verifique a referida igualdade.
Exemplo:
Joaquim da Costa Lima iniciou aos dois de Janeiro do ano n, com um capital de cinco mil contos
(representado em dinheiro) a sua actividade de comercialização das mercadorias M1 e M2.
Durante aquele mês, efectuou as seguintes operações:
Dia 4 – Depositou à Ordem no Banco Barclays, conforme guia/talão de depósito nº34079,
4,000,000.00MT.
Dia 8 – Comprou a crédito mobiliário diverso para apetrechamento do seu escritório, à Fabrica de
Móveis Mercury (factura nº17), 1,200,000.00MT.
Dia 12 – Pagou as rendas do edifício arrendado, referentes aos meses de Janeiro e Fevereiro,
300,000.00MT.

81
Dia 18 – adquiriu uma viatura de carga à Sociedade Ipsilon, L.da tendo pago com cheque apenas
50% do valor da aquisição, 4,000,000.00MT.
Dia 22 – Comprou à Sociedade Beta, as seguintes mercadorias:
 100 unidades de M1 ao preço unitário de 870,00MT;
 50 unidades de M2ao preço unitário de 350,00MT.
Esta compra foi efectuada nas seguintes condições:
 Entrega imediata de um cheque (nº88675) s/ o Banco Barlays no valor de 74,500.00MT;
 Aceite de uma letra, a 90 dias da data, com o valor nominal de 31,500.00MT.
Dia 23 – Pagamento de diversas despesas: agua, electricidade, telefones e faxes, 2,400.00MT.
Dia 25 – Vendeu a pronto pagamento 25 unidades da mercadoria M1 ao preço de venda unitário
de 860,00MT.
Dia 27 – Liquidou a dívida para com a Fábrica de Móveis Mercury, com cheque nº88676 s/ o
Banco Barclays, obtendo um desconto de 5%.
Pretende-se que se efectuem os lançamentos:
a) No Diário (modelo clássico)
No Razão (modelo clássico).

5.4 Raciocínio contabilístico do 1º Lançamento do dia 04/01/200n:


 Identifica-se as contas que variam: Depósitos a ordem e Caixa.
 Efectua-se o lançamento respectivo: débita-se a conta de Depósitos a ordem pelo valor de
4,000,000.00MT, pois sendo uma conta do activo ela debita-se pelos aumentos e em contrapartida
crédita-se a conta Caixa pelo mesmo valor 4,000,000.00MT, sendo também uma conta do activo,
credita-se pelas diminuições, conforme reza a regra de movimento das contas.
 O valor neste caso, tanto a debito, assim como a credito será igual, isto é, 4,000,000.00MT,
pois trata-se de um lançamento da primeira formula ou lançamento simples.

5.5 Lançamentos no Diário Clássico (de 1ª fórmula a 4ª fórmula):

Boane, 04 deJaneiro de 200n


1 1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à Ordem

82
A 1.1 Caixa
1.1.1 Caixa em Moeda Nacional
Talão de depósito nº34079 4,000,000.00
____________________8______________________
2 Diversos
A 4.6 Outros credores
4.6.1.1 Fornecedores de investimentos de capital c/c
Factura nº17 da Mercury
3.2. Activos tangíveis
3.2.2 Mobiliário e equipto administrativo e social 1,200,000.00
4.4 Estado
4.4.3 IVA
4.4.3.2 IVA dedutível 204,000.00 1,404,000.00
_____________________12_______________________
3 Diversos
A 1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à Ordem
Pagamento de renda de janeiro/fevereiro
6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros
6.3.2 Fornecimentos e serviços
6.3.2.3.2 Rendas e alugueres 150,000.00
4.9 Acréscimos e diferimentos
4.9.1 Acréscimos de gastos 150,000.00 300,000.00
_______________________18_____________________
4 Diversos
A Diversos
Pela aquisição viatura, 50% p.p e 50% crédito
3.2 Activos tangíveis
3.2.4 Equipamento de transporte 4,000,000.00
4.4 Estado
4.4.3 IVA

83
4.4.3.2 IVA dedutível 680,000.00
A 1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à ordem 2,340,000.00
A 4.6 Outros credores
4.6.1.1 Fornecedores de investimentos de capital c/c 2,340,000.00
A transportar 8,044,000.00

Boane, 22 de Janeiro de 200n


Transporte 8,044,000.00
5 Diversos
A Diversos
Compra de mercadorias
2.2 Mercadorias 104,500.00
4.4 Estado
4.4.3 IVA
4.4.3.2 IVA dedutível 17,765.00
A 4.2 Fornecedores 36,855.00
4.2.1 Fornecedores c/c
A 1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à Ordem 87,165.00
_______________________23____________________
6 6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros
6.3.2 Fornecimentos e serviços
A 1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à Ordem
Pagamento dos serviços diversos 2,400.00
_______________________25_____________________
7 Diversos
A Diversos
Pela venda de 25 un M1 a 860MT@

84
1.1 Caixa
1.1.1 Caixa em Moeda Nacional 25,155.00
6.8 Outros gastos e perdas operacionais
6.8.4 Perdas em Inventários 292.50
A 2.2 Mercadorias 21,750.00
A 4.4 Estado
4.4.3 IVA
4.4.3.3 Iva liquidado 3,697.50
______________________27_____________________
8 4.6 Outros credores
4.6.1.1 Fornecedores de investimentos de capital c/c
A Diversos
Pagamento c/ desconto de 5% de PP
A 1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à Ordem 35,012.25
A 7.8 Rendimentos e ganhos financeiros
7.8.5 Descontos de PP 1,842.75 36,855.00
8,232,722.50

Definições Importantes

Conta é um conjunto de elementos patrimoniais com características comuns expressas em


unidades de valor.

A escrituração comercial é o conjunto de documentos e livros que historiam a evolução


patrimonial de qualquer empresa. Também se designa escrituração, aos actos de registo das
operações nos livros e documentos comerciais apropriados.

85
Chama-se, lançamento ou assento, à anotação de qualquer facto patrimonial nos livros de
contabilidade. Deve, ainda, entender-se lançamento como qualquer registo de em livros mercantis.

Tarefas

Para um primeiro contacto com a maior parte das contas, consideremos a seguinte relação dos
elementos patrimonias de Alves & Bento L.da, sociedade que se dedica a comercialização de bens
alimentares, em 31 de Dezembro de 200n (valores em contos):
Dinheiro em cofre 230

Depositos à Ordem no BIC 1,980

Débitos de J. Lopes 380

Empréstimo ao colaborador António Santos (6 meses) 100

Débito do sócio Mário Alves 250

Débito de Matos, L.da (nossa venda de maquina) 80

20000 litros de azeite 2,500

160 bidões 400

Edifício do armazém 2,000

Trespasse do estabelecimento 500

Crédito de Rolando Ferreira 420

Empréstimo do BCI (5 anos) 5,000

Crédito do sócio Júlio Bento (lucros a receber) 300

Crédito da Saltex, L.da (nossa compra de máquina) 160

86
Saque sobre Costa & Filhos, L.da 180

2 secretárias 60

Crédito de Samuel Moreira 600

Depósito à ordem no BIM 750

6 cadeiras 10

30000 litros de óleo alimentar 900

Débito de Pedro Faria 220

2 armários 80

Saque de Nordine Dias & Irmão, L.da 440

5 computadores de mesa 100

Débito ao INSS 20

2 fotocopiadoras 60

Saque sobre Rui Martins 160

Dados complementares
Valor do capital social 2,000

Lucros anteriores retidos (já aplicados) 1,200

Resultados do presente exercício 800

Pretende-se que:

Agrupe os elementos patrimoniais de Alves & Bento, L.da, em conjuntos com características
comuns e específicas, de acordo com a sua natureza e/ou função dandos-lhes títulos adequados.

87
Como é evidente, tal corresponderá à decomposição de cada massa patrimonial em diversos
subconjuntos (complete os quadros abaixo):

ELEMENTOS CÓDIG TÍTULOS DAS CONTAS VALO


PATRIMONIAIS O DA RES
CONTA

ACTIVOS

Activos não correntes

- Edifício do Armazém 3.2.1.2 - Edifícios Administrativos e 2,000


- Armazéns Comerciais
3.2.1.2 80
- Edifícios Administrativos e
Comerciais

Activos corentes

- Débitos de J. Lopes 4.1.1 Clientes c/c 80

- -

- -

- Empréstimos a A. 4.5.1.2 - Adintamentos aos trabalhadores 100


Santos
- -

- -

- Débito do sócio M. 4.5.4.1 - Empréstimos concedidos 250


Alves
- -

- Débito de Matos, L.da 4.5.9 - Outros devedores- diversos

- -

88
- 25000 litros de azeite 2.2.1 - Mercadorias em trânsito 2,500

- Depósito no BCI 1.2.1 - Depósitos à ordem 1,980

- Dinheiro em cofre 1.1 - Caixa 230

- -

PASSIVOS

Passivos não correntes

- Empréstimo do BIM 43.1.2 - Empréstimo Banácrios de m/l prazo 5,000


- -
- -
Passivos corentes

- Crédito de R. Ferreira 4.2.1 - Fornecedores c/c 420


- -

- Débito à INSS 4.4.9 - Contribuições de INSS (Estado) 60

- Crédito do sócio Júlio 4.6.7.4 - Outros credores – lucros disponíveis 300


Bento

FUNDOS PRÓPRIOS/SITUAÇÃO LÍQUIDA/CAPITAL PRÓPRIO

Capital Social
- Valor do capital inicial
5.1 - Capital social 2,000
Resultados Acumulados
- Reservas lesgais; esstaturárias e livres
- Lucros anteriores 5.5.1 1200
-
retidos (aplicados)
8.8 - Resultado líquido do exercício 80
Resultados do Exercício

89
- Lucro do presente
exercício

Auto-avaliação

Exercício nº1
1. Complete as frases de modo a obter afirmações verdadeiras
a) As contas do Activo têm saldo _______________ou ________________
b) As contas de Fundos Próprios têm saldo ___________ ou ____________
c) As contas do Passivo têm saldo _________________ou ______________

2. Por consulta dos registos da firma Manuel Moreira, L.da obtivemos as seguintes informações:
Código Contas Movimentos Natureza
Débito Crédito Saldo do Saldo
1.1 Caixa 350,000.00 320,000.00

1.2 Bancos 600,000.00 510,000.00

4.1 Clientes 800,000.00 Nulo

2.2 Mercadorias 500,000.00 700,000.00

3.2 Equipamentos 100,000.00 40,000.00 Devedor

6.9 Encargos Financeiros 60,000.00 Devedor

3.1 Investimentos 480,000.00 480,000.00


Financeiras

4.3 Créditos Bancários 1,000,000.00 1,000,000.00

4.2 Fornecedores 500,000.00 300,000.00 Credor

90
5.1 Capital 1,000,000.00

5.5 Reservas 100,000.00 Credor

Pretende-se que:
a) Complete os espaços em branco no quadro acima
b) A partir dos saldos, elabore o Balanço (a data será a do dia que você estiver a resolver o
exercício).

Exercício de Aplicação 2

Custos e Proveitos - Demonstração de Resultados


São conhecidas, relativamente à sociedade PISCES, L.da, as seguintes informações referentes ao
mês de Maio de 2008:
Rubricas/Contas Valores
(MZM)

Custos com o pessoal 3,000,000.00


Juros do empréstimo bancário 200,000.00
Consumo de água e electricidade 150,000.00
Vendas de mercadorias 12,000,000.00
Custo de mercadorias vendidas 8,000,000.00
Juros dos depósitos à ordem 50,000.00
Consumo de combustíveis 80,000.00
Honorários do advogado 100,000.00
Reparação das viaturas ao serviço dos gestores 120,000.00
Assistência técnica prestada à um cliente 250,000.00
Publicidade no jornal “Notícias” 300,000.00
Seguro das viaturas ao serviço dos gestores 150,000.00
Material de expediente (papel, clips, agrafes) 20,000.00
Juros debitados pelos fornecedores 30,000.00
Custos de envio de encomendas ao exterior 10,000.00

91
Pretende-se:
a) Que identifique e agrupe as componentes de custos e de proveitos.
b) Que elabore o mapa de Demonstração dos Resultados referente ao mês de maio de 2008,
observando o PGC-NIRF para o agrupamento das contas.

Exercício nº 3
PLASTIBEL, L.da é uma empresa que se dedica a comercialização de artigos plásticos para
limpeza e ornamentação. Em 1 de Janeiro 2009, apresentava a seguinte situação patrimonial em
MZM.

Balanço da PLASIBEL, L.da em 1 de Janeiro


de 2009
Valores em
Activos MT
Activos não correntes
Equipamentos 1,000,000.00
Activos correntes
Inventários 500,000.00
Clientes
180,000.00
Caixa 20,000.00
Bancos 400,000.00
Total dos Activos 2,100,000.00
Fundos Próprios e Passivos
Capital Próprio
Capital Social 1,500,000.00
Total capital social 1,500,000.00
Passivos não correntes
Créditos Bancários 550,000.00
Passivos correntes
Estado 50000

92
Total dos passivos 600,000.00
Fundos Próprios e Passivos 2,100,000.00

Durante o referido mês realizou as seguintes operações em MZM:

1. Compra a prazo de um cofre para o escritório ................................................50,000.00


2. Levantamento do Banco Barclays ......................................................................60,000.00
3. Recebimentos de um cliente .............................................................................40,000.00
4. Compra a pronto pagamento de mercadorias ................................................100,000.00
5. Venda a prazo de mercadorias(custaram 450,000MT) .................................700,000.00
6. Compra a prazo de mercadorias ........................................................................150,000.00
7. Venda a pronto pagamento de mercadorias(custaram 150,000MT)..............250,000.00
8. Depósito no Banco Barclays .........................................................................200,000.00
9. Pagamento ao fornecedor com cheque do BB ................................................20,000.00
10. Pagamento da dívida a segurança social (INSS) .............................................10,000.00

Pretende-se:

a) Proceda aos registos respectivos em Diário Geral


b) Registo das mesmas operações no razão esquemático (T)
c) Elaborar o Balanço após as operações realizadas durante o mês de janeiro.

Chave-de-correcção

1. Complete as frases de modo a obter afirmações verdadeiras


a) As contas do Activo têm saldo devedor ou Nulo
b) As contas de Fundos Próprios têm saldo Credor ou Nulo
c) As contas do Passivo têm saldo Credor ou Nulo

2. Por consulta dos registos da firma Manuel Moreira, L.da obtivemos as seguintes informações:

Código Contas Movimentos

93
Débito Crédito Saldo Natureza
do Saldo
1.1 Caixa 350,000.00 320,000.00 30,000.00 Devedor

1.2 Bancos 600,000.00 510,000.00 90,000.00 Devedor

4.1 Clientes 800,000.00 800,000.00 Nulo

2.2 Mercadorias 1,200,000.00 500,000.00 700,000.00 Devedor

3.2 Equipamentos 100,000.00 60,000.00 40,000.00 Devedor

6.9 Encargos Financeiros 60,000.00 60,000,00 Devedor

3.1 Investimentos 480,000.00 480,000.00 Devedor


Financeiras

4.3 Créditos Bancários 1,000,000.00 1,000,000.00 Nulo

4.2 Fornecedores 500,000.00 200,000.00 300,000.00 Credor

5.1 Capital 1,000,000.00 1,000,000.00 Credor

5.5 Reservas 100,000.00 100,000.00 Credor

Exercício nº 2
a) Custos e Proveitos
Proveitos Valores
Vendas de mercadorias 12,000,000.00
Assistência técnica prestada à um cliente 250,000.00
Juros dos depósitos à ordem 50,000.00
Total custos 12,300,000.00

Custos Valores
Custos com o pessoal 3,000,000.00
Juros do empréstimo bancário 200,000.00

94
Consumo de água e electricidade 150,000.00
Custo de mercadorias vendidas 8,000,000.00
Consumo de combustíveis 80,000.00
Honorários do advogado 100,000.00
Reparação das viaturas ao serviço dos gestores 120,000.00
Publicidade no jornal “Notícias” 300,000.00
Seguro das viaturas ao serviço dos gestores 150,000.00
Material de expediente (papel, clips, agrafes) 20,000.00
Juros debitados pelos fornecedores 30,000.00
Custos de envio de encomendas ao exterior 10,000.00
Total Proveitos 12,160,000.00

b) Demonstração de Resultados
7 Vendas de bens e serviços 12,250,000.00
7.1 7.1 Vendas de mercadorias 12,000,000.00
7.2 7.2 Assistência técnica prestada à um cliente 250,000.00

6.1 Custo de mercadorias vendidas 8,000,000.00


6.2 Gastos com Pessoal
6.2.2 Custos com o pessoal 3,000,000.00
6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros
6.3.2.1 Consumo de água e electricidade 150,000.00
6.3.2.1.3 Consumo de combustíveis 80,000.00
6.3.2.2.5 Honorários do advogado 100,000.00
6.3.2.2.1 Reparação das viaturas ao serviço dos 120,000.00
gestores
6.3.2.7 Publicidade no jornal “Notícias” 300,000.00
6.3.2.3.3Seguro das viaturas ao serviço dos gestores 150,000.00
6.3.2.1.6Material de expediente (papel, clips, agrafes) 20,000.00
6.3.2.2.2 Custos de envio de encomendas ao exterior 10,000.00
6.8 Outros gastos e perdas operacionais

95
6.8.9.9.Juros debitados pelos fornecedores 30,000.00

78 Rendimentos e ganhos financeiros


7.8..1.1 Juros dos depósitos à ordem 50,000.00
6.9 Gastos e perdas financeiros

6.9.1.1 Juros do empréstimo bancário 200,000.00


Resultados antes dos impostos (RAI) 140,000.00
Impostos sobre rendimentos (IRPC) 44,800.00
Resultado líquido de exercício 95,200.00

Exercício de aplicação 3
a) Lançamentos do Diário Geral

Boane, 05 de Julho de 200n


Transporte
1 Diversos
4.6.1 Fornecedore de Investimentos de Capital
4.6.1.1 Fornecedores de investimentos de
a capital c/c
Pela compra de Imobilizado
3.2.3 Mobiliário e equipamento administrativo
social 50,000.00
4.4.3.2 IVA dedutível 8,500.00 58,500.00
___________________//__________________
2 1.1 Caixa
a 1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à ordem
Levantamento de numerário 60,000.00
___________________//__________________
3 1.1 Caixa
a 4.1.1 Clientes c/c

96
Recebimento de um cliente 40,000.00
__________________//___________________
4 Diversos
a 1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à ordem
Pela compra a pronto de mercadorias
2.1 Compras
2.1.1 Mercadorias 100,000.00
4.4.3.2 IVA dedutível 17,000.00 117,000.00
__________________//___________________
5 4.1 Clientes
4.1.1 Clientes c/c
a Diversos
Pela venda a prazo de mercadorias
a 7.1 Venda 700,000.00
7.1.1 Mercadorias 119,000.00 819,000.00
a 4.4.3.3 IVA liquidado
__________________//___________________
6 Diversos
a 4.21 Fornecedores
4.2.1 Fornecedores c/c
Pela compra a pronto de mercadorias
2.1 Compras
2.1.1 Mercadorias 150,000.00
4.4.3.2 IVA dedutível 25,500.00 175,500.00
__________________//___________________
7 1.1 Caixa
a Diversos
Pela venda a prazo de mercadorias
a 7.1 Venda 250,000.00
7.1.1 Mercadorias 42,500.00 292,500.00
a 4.4.3.3 IVA liquidado

97
a transporter 1,562,500.00
Boane, 05 de Julho de 200n
8 1.2 Bancos
1.2.1 Depósito à ordem
a 1.1 Caixa
Pelo depósito de numerário 200,000.00
___________________//__________________
9 4.2 Fornecedores
4.2.1 Fornecedores c/c
a 1.2 Bancos
1.2.1 Depósito à ordem
Pagamento a cheque ao fornecedor 20,000.00
__________________//___________________
10 4.4 Estado
4.4.9 Contribuições para o INSS
a 1.2 Bancos
1.2.1 Depósitos à ordem
Pagamento ao INSS 10,000.00
_________________//____________________
11 6.1 CIVC
6.1 Mercadorias
a 2.2 Inventários
2.2.1 Mercadorias em traânsito
Pela transferência da 2ª para a 1ª 600,000.00
_________________//____________________
12 8.3 Resultados Correntes
a 8.8 Resultados Líquidos
Pelos resultados líquidos apurados 350,000.00
__________________//___________________

98
c) Lançamentos no razão esquemático “T”

Caixa Bancos Capital Social

20,000.00 200,000.00 400,000.00 60,000.00 1,500,000.00

60,000.00 212,500.00 200,000.00 117,000.00

40,000.00 20,000.00

292,500.00 10,000.00

393,000.00

412,500.00 412,500.00 600,000.00 600,000.00

Equipamentos Inventarios Clientes

1,000,000.00 1,050,000.00 500,000.00 600,000.00 180,000.00 40,000.00

50,000.00 250,000.00 150,000.00 819,000.00 959,000.00

1,050,000.00 1,050,000.00 750,000.00 750,000.00 999,000.00 999,000.00

Créditos Bancarios Estado 6.1 CIVC

99
550,000.00 8,500.00 50,000.00 450,000.00 600,000.00

17,000.00 119,000.00 150,000.00

25,500.00 42,500.00

10,000.00

150,500.00

211,500.00 211,500.00 600,000.00 600,000.00

4.6.1.1 Fornecedores de
Inv. Capital c/c 2.1 Compras 8.3 Resultados Correntes

58,500.00 100,000.00 250,000.00 600,000.00 950,000.00

150,000.00 350,000.00

250,000.00 250,000.00 950,000.00 950,000.00

7.1 Vendas 4.2 Fornecedores c/c 8.8

950,000.00 700,000.00 20,000.00 175,500.00 350,000.00

250,000.00 155,500.00

950,000.00 950,000.00 175,500.00 175,500.00 350,000.00

100
Balanços Paços & Vieira, L.da, a 31 de Janeiro de 2009

Activos Notas 2009 2008


Activos não correntes

Activos tangíveis 1,050,000.00 1,000,000.00


Activos correntes

Inventários 150,000.00 500,000.00

Clientes 959,000.00 180,000.00

Bancos 393,000.00 400,000.00

Caixa 212,500.00 20,000.00

Total dos activos 2,764,500.00 2,100,000.00


Capital Próprio

Capital social 1,500,000.00 1,500,000.00

Resultados do exercício 350,000.00

Total capital próprio 1,850,000.00 1,500,000.00


Passivos não correntes

Empréstimos obtidos 550,000.00 550,000.00


Passivos correntes

Fornecedores 155,500.00

101
Estado 150,500.00 50,000.00

Outros passivos correntes 58,500.00

Total dos Passivos 914,500.00 600,000.00


Total Passivo+Capital
Próprio 2,764,500.00 2,100,000.00

Resumo

O património de uma entidade é constituindo por um grande número de elementos diferentes. Estes
elementos têm como característica comum serem traduzidos em valores monetários o que torna
possível o trabalho contabilístico. Contudo, o processo de registo classificação e resumo das
transações seria impossível se se fizesse em relação a cada elemento patrimonial, individualmente.

A escrituração ou registo das variações patrimoniais ou transações é obrigatório e deve ser feita
em livros instituídos por lei. E a escrituração neles mantida com observância das disposições legais
faz prova, a favor da empresa, dos factos neles registados e comprovados por documentos hábeis.

Os elementos patrimoniais são agrupados em classes homogéneas de acordo com as suas


características comuns. A estas classes com características comuns chamam-se Conta que se
podem definir como conjuntos de elementos patrimoniais com características comuns expressas
em unidades de valor.

À esta noção aparece, numa perspectiva prática, associado um aspecto gráfico em que os elementos
patrimoniais aparecem inscritos num quadro. Uma das mais populares e úteis representações da
conta é o chamado ‘Τ’.

Bibliografia

102
BORGES A., RODRIGUES A., RODRIGUES R. (2010), Elementos de Contabilidade Geral, 25ª
Edição, Lisboa, Áreas Editora;
BORGES, António, et al, Práticas de Contabilidade Financeira, Áreas Editora, Lisboa, 1998;
GONÇALVES, Eugénio Celso, BAPTISTA, António Eustáquio, Contabilidade Geral, 6ª Edição,
Editora Altas S.A. São Paulo, 2007;
Gouveia, Nelson – Contabilidade Básica;
OSNI Moura Ribeiro, Contabilidade Básica, Editora Saraiva, 2005;
OSNI Moura Ribeiro, Contabilidade Geral Fácil, 8ª Edição São Paulo – Atlas, 2012;
PADOVESE, Clóvis Luís, Manual de Contabilidade Básica: Uma Introdução à Prática Contábil,
SP, Atlas, 1995;
PALHARES, António & RODRIGUES, Laércio de Castro, Introdução à Contabilidade, 2ª Edição,
São Paulo, Scipione, 1992.
PEREIRA, João Manuel Esteves, Contabilidade Básica, 10ª edição, Lisboa, Plátano,1989
Plano Geral de Contabilidade (PGC) - Normas Internacioanais de Relato Financeiro (NIRF),
Decreto 70/2009 de 22 de Dezembro.

103
Unidade didáctica nº 4: Inventário e Balanço

Introdução

Inventariar um património não é um trabalho tão fácil quanto parece à primeira vista. Há casos em
que se poderão (e deverão) incluir valores ainda não registados e excluir outros que embora
existindo (na empresa) já não pertencem à empresa. Como exemplo, podemos referir que ao
proceder-se a um inventário, os bens já adquiridos, mas que ainda não entram na empresa, devem
ser considerados, o mesmo não acontecendo àqueles que já tenham sido vendidos mas que ainda
não saíram.

Elaborado o inventário geral torna-se necessário comparar o activo com o passivo para conhecer
o valor e natureza da situação líquida. Esta comparação constitui o balanço. Assim, enquanto que
o inventário constitui apenas um arrolamento (listagem) dos valores activos e passivos, o balanço,
por sua vez leva a cabo a comparação (balanceamento) entre aquelas classes de valores. São estes
aspectos que marcam a sua diferença. Acrescentando a situação líquida ao quadro do inventário, o
balanço constitui o mapa da situação patrimonial da empresa num determinado momento.
Esta unidade didáctica é composta por dois temas designadamente:

1. Inventário; e
2. Balanço.

Objectivos da Unidade

Ao completar esta unidade você deverá ser capaz de :

 Identificar, classificar, descrever e valorar os elementos patrimoniais duma organização sócio-


económica;
 Identificar e classificar os elementos patrimoniais constante de um balanço patrimonial; e
 Reconhecer o equibrio de um balanço.

104
Desenvolvimento do conteúdo
1. Inventário: Noção e classificação

O inventário consiste numa relação (rol, lista) dos elementos patrimoniais com a indicação do seu
valor. Proceder a inventário consiste, pois, em analisar os elementos de um dado património,
descrevê-los e atribuir-lhes um valor.

Os inventários efectuados periodicamente denominam-se ordinários. Por sua vez, são


denominados inventários extraordinários aqueles que são elaborados em consequência de
condições excepcionais. Os primeiros são regulares e previsíveis, os segundos, são excepcionais
e, consequentemente, imprevisíveis.

No inventário devemos considerar três fases:


a) Identificação, em que se verifica quais os elementos patrimoniais existentes;

b) Descrição e classificação, em que os elementos serão apresentados e repartidos pelas classes a


que dizem respeito;

c) Valoração, acto de atribuição de um valor a cada elemento patrimonial.

Quanto ao âmbito os inventários podem classificar-se em gerais e parciais. Um inventário diz-se


geral, quando abarca todos os valores que constituem um dado património; diz-se parcial quando
abrange apenas alguns dos elementos patrimoniais. No inventário geral figuram todos os elementos
patrimoniais, no parcial figura apenas uma parte deles. A inventariação de mercadorias ou dos
débitos de dada empresa são casos representativos de inventários parciais.

Quanto à disposição dos elementos patrimoniais podem considerar-se dois casos distintos:

a) Os elementos aparecem dispostos sem obedecer a qualquer ordem. Neste caso o inventário diz-
se simples;

b) Os elementos patrimoniais aparecem agrupados segundo a sua natureza, característica ou


função. Se isto acontece, o inventário diz-se classificado.

105
Os inventários que as empresas elaboram devem ser transcritos para o livro de Inventários e
Balanços que, como adiante veremos, é um dos livros obrigatórios para qualquer comerciante.

Nas grandes empresas, devido à grande extensão dos elementos patrimoniais, os inventários gerais
correspondem à reunião dos vários inventários parciais que serão elaborados em folhas próprias e
em separado.

Exemplo:

Como no exercício de aplicação apresenta-se um caso de inventário simples e de inventário


classificado, referentes a um mesmo património:

a) Inventário simples

Maria de Lurdes em 31 de Dezembro de 2007

ACTIVO
Dinheiro em Cofre 73,300.00
Depósitos no Banco de Fomento 398,700.00
Depósitos no Banco Barclays 125,000.00

Divida de J. Cuco 38,350.00


Divida de J. Macuacua 72,000.00
Saque s/ A. Catine 44,750.00
Saque s/ O. Neto 32,400.00
Debito de Amélia 20,000.00

3000 litros de azeite 750,000.00


2000 litros de óleo 300,000.00

Edifício do Armazém 500,000.00


2 secretarias 10,000.00
2 Armários 8,600.00

106
6 cadeiras 2,900.00
1 maquina de escrever 24,000.00
1 maquina de calcular 15,000.00
60 Bidões 150,000.00
1 Prédio de arrendamento 150,000.00

Total do Activo 2,715,000.00

Passivo
Empréstimo do Banco Barclays 800,000.00
Divida a S. Manjate 141,800.00
Divida a Carminda 260,450.00
Divida a Rep. Finanças – IRPC 33,080.00
Aceite a C. Zandamela 100,000.00
Total do Passivo 1,335,330.00

b) Inventário classificado

Maria de Lurdes em 31 de Dezembro de 2007

ACTIVO
1.1 Caixa
Dinheiro em Cofre 73.300,00
1.2 Bancos
Depósitos no Banco de Fomento 398.700,00
Depósitos no Banco Barclays 125.000,00 523.700,00
4.1.1 Clientes c/c
Divida de J. Cuco 38.350,00
Divida de J. Macuacua 72.000,00 110.350,00
4.1.2 Clientes títulos a receber
Saque s/ A. Catine 44.750,00

107
Saque s/ O Neto 32.400,00 77.150,00
4.5 Outros Devedores
Debito de Amélia 20.000,00
2.2 Mercadorias
3000 litros de azeite 750.000,00
2000 litros de óleo 300.000,00 1.050.000,00
3.2.1 Construções
Edifício do Armazém 500.000,00
3.2.3 Mobiliário e equipamento administrativo social
2 secretarias 10.000,00
2 armários 8.600,00
6 cadeiras 2.900,00
1 maquina de escrever 24.000,00
1 maquina de calcular 15.000,00
3.2.5 Taras e vasilhames
60 bidões 150.000,00 210.500,00
3.6 Activos tangíveis de investimento
1 Prédio para arrendamento 150.000,00
Total do Activo 2.715.000,00
PASSIVO
4.3 Empréstimos obtidos
Empréstimo do Banco Barclays 800.000,00
4.2.1 Fornecedores c/c
Divida a S. Manjate 141.800,00
Divida a Carminda 260.450,00 402.250,00
Credor Estado
Divida a Rep. Finanças – IRPC 33.080,00
Letras a Pagar
Aceite a C. Zandamela 100.000,00

Total do Passivo 1.335.330,00

108
2. Balanço: Noção e classificação

Balanço é a comparação entre o Activo e o Passivo dum património, evidenciando a respectiva


Situação Líquida. Também se designa por balanço o documento em que se expressa aquela
comparação, mostrando-nos a composição e o valor do património, de acordo com determinados
objectivos.
A possibilidade de evidenciar os valores abstractos distingue essencialmente o balanço do
inventário, muito embora a simples composição patrimonial revele implicitamente o seu valor
global.

Por outro lado, o inventário é um documento geralmente mais analítico que o balanço.

Em regra, os balanços são elaborados com dois objectivos:

a) Apuramento da situação patrimonial em certo momento (aspecto estático);

b) Determinação dos resultados em dado período (aspecto dinâmico).

Em pontos precedentes vimos que a situação patrimonial de qualquer empresa obedece sempre à
fórmula:

ACTIVO + S. L. PASSIVA = PASSIVO + S. L. ACTIVA


OU
ACTIVO = PASSIVA + S. L. ACTIVA – S. L. PASSIVA

OU ainda
ACTIVO = PASSIVA +SITUAÇÃOLÍQUIDA

Sendo o balanço constituído por dois membros, o primeiro membro engloba o primeiro conjunto
de valores: Activo e Situação Líquida Passiva (ou apenas o Activo se esta última for incluída no
segundo membro com sinal negativo); por sua vez, o Passivo e a Situação Líquida Activa
constituem o segundo membro do balanço.

109
Como aparece representado um balanço e, consequentemente, seus membros?

Na prática existem dois tipos de representação:

1. Representação horizontal, em que o primeiro membro aparece do lado esquerdo segundo a


ordem: Activos. O segundo membro vem do lado direito, sendo a ordem: Situação Líquida ou
Capital próprio e Passivos;

2. Representação vertical em que o segundo membro vem imediatamente abaixo do primeiro,


mantendo-se a ordem indicada em i) dentro de cada membro.

É claro que se torna desnecessário referir que os membros de qualquer balanço são sempre de igual
valor. O primeiro nunca pode ser superior ao segundo membro e vice-versa, face ao princípio sobre
a equação fundamental.

Exemplo:

Consideremos o inventário classificado da Maria de Lurdes & C.a, a 31 de Dezembro do ano n,


utilizados no exemplo sobre o tema de Inventários. A partir destes dados pretende-se:

a) A elaboração do balanço patrimonial no sentido horizontal e vertical.


Resolução:
Com a informação agrupada em contas, só nos resta apresentar os respectivo Balanços:
a1) No sentido ou posição vertical

Balanço da Maria de Lurdes &C.a a 31 de Dezembro de 200n


ACTIVO
Activos não correntes
Activos tangíveis
Construções 500,000.00
Mobiliário e equipamento administrativo social 210,500.00
Outros activos não correntes 150,000.00
Activos correntes
Mercadorias 1,050,000.00

110
Clientes 110,350.00
Clientes títulos a receber 77,150.00
Outros Devedores 20,000.00
Caixa 73,300.00
Bancos 523,700.00
Total dos activos 2,715,000.00
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital próprio
Capital 1,379,670.00
Total do capital próprio 1,379,670.00
Passivos não correntes
Empréstimos obtidos 800,000.00
Passivos correntes
Fornecedores 402,250.00
Fornecedores títulos a pagar 100,000.00
Estado 33,080.00
Total dos passivos 535,330.00
Total do capital próprio e dos passivos 2,715,000.00

111
a2) Em posição ou sentido horizontal

Balanço da Maria de Lurdes & C.ª a 31 de Dezembro de 2010


CAPITAL PRÓPRIO E
ACTIVO PASSIVO
Activos não correntes Capital próprio
1,379,670.
Activos tangíveis Capital 00
1,379,670.
Construções 500,000.00 Total do capital próprio 00
Mobiliário e equipamento administrativo
social 210,500.00 Passivos não correntes
Outros activos não correntes 150,000.00 Empréstimos obtidos 800,000.00
Activos correntes Passivos correntes 800,000.00
1,050,000.
Mercadorias 00 Fornecedores 402,250.00
Clientes 110,350.00 Fornecedores títulos a pagar 100,000.00
Clientes títulos a receber 77,150.00 Estado 33,080.00
Outros Devedores 20,000.00 Total dos passivos 535,330.00
Caixa 73,300.00
Bancos 523,700.00
2,715,000. Total do capital próprio e dos 2,715,000.
Total dos activos 00 passivos 00

Definições Importantes

Iventário consiste numa relação (rol, lista) dos elementos patrimoniais com a indicação do seu
valor. Proceder a inventário consiste, pois, em analisar os elementos de um dado património,
descrevê-los e atribuir-lhes um valor.

112
Inventário Ordinário denominam-se ordinários os inventários efectuados periodicamente. São
regulares e prevesíveis.

Inventários extraordinários os inventários que são elaborados em consequência de condições


excepcionais. São excepcionais, consequentemente, imprevisíveis.

Balanço é a comparação entre o Activo e o Passivo dum património, evidenciando a respectiva


Situação Líquida.

Também se designa por balanço o documento em que se expressa aquela comparação, mostrando-
nos a composição e o valor do património, de acordo com determinados objectivos.

Tarefas

Exercício nº1

Em determinado ano n-1, certa sociedade constitui-se com um capital em dinheiro de 500 contos.
Como é evidente a situação líquida inical desta sociedade é de 500 contos.

Balanço em dispositivo horizontal

Balanço Inicial da Sociedade em 01 Fevereiro do ano 200n-1


Activos Capital Próprio e Passivos
Caixa 500 Capital social 500
Passivos
Total activos 500 Total Capital Próprio e Passivos 500

Admitamos que, no final desse exercício económico, o património daquela sociedade era
constituido pelos seguintes valores concretos:

Balanço Inicial da Sociedade em 01 Fevereiro do ano 200n-1

113
Activos Capital Próprio e Passivos
Caixa 80 Capital social X1
Depósitos à ordem 360 Resultados do Exercício X2
Clientes 400 Passivos
Mercadorias 600 Fornecedores 1000
Activos tangíveis 160
Total activos 1600 Total Capital Próprio e Passivos Y

Pretende-se que:

a) Calcule e explique o valor do X1, X2 e Y.


b) Explique se o resultado obtido representa um lucro ou prejuizo e porquê.

114
Auto-avaliação

Exercício nº 1

1. Dos Inventários de Alexandre Maguage & Maria de Lurdes, elaborados em 31 de Dezembro de


2007, pretende-se que proceda à sua classificação e justifique:
a) Quanto a disposição dos seus elementos;
b) Quanto ao seu âmbito.
2. Ache a situação líquida das duas empresas apresentando, logicamente, os montantes em
separado.
3. Apresente os balanços das duas empresas, em dipositivos vertical e horizontal.

Inventario Simples do Alexandre Maguage a 31 de Dezembro de 07

ACTIVO
5 Cadeiras @ 3000 15.000,00
1 Montra Frigorifica 200.000,00
Credito ao Cliente J. Simbine 56.500,00
1 Carrinha Opel 2.535.000,00
100 Kg Mateiga Cacau @800 80.000,00
2000 L oleo "Flor" @100 200.000,00
100.000 latas de conserva @ 20 2.000.000,00
1 balanca decimal 128.000,00
2 maquinas de escrever 155.000,00
50 titulos de tesouro 50.000,00
dinheiro em caixa 13.500,00
Camioneta para Transporte
Mercadorias 1.800.000,00
Depositoa a Ordem no BIM 127.000,00

115
7.360.000,00
PASSIVO
Letras a pagar a B. B. Cossa 238.000,00
Debito a Sotema, SA 125.000,00
Emprestimo do BF 3.700.000,00
4.063.000,00

Inventário Simples da Maria de Lurdes em 31 de Dezembro de 2007

ACTIVO
1.1 Caixa
Dinheiro em Cofre 73.300,00
1.2 Bancos
Depósitos no Banco de Fomento 398.700,00
Depósitos no Banco Barclays 125.000,00 523.700,00
4.1.1 Clientes c/c
Divida de J. Cuco 38.350,00
Divida de J. Macuacua 72.000,00 110.350,00
4.1.2 Clientes títulos a receber
Saque s/ A. Catine 44.750,00
Saque s/ O Neto 32.400,00 77.150,00
4.5 Outros Devedores
Debito de Amélia 20.000,00
2.2 Mercadorias
3000 litros de azeite 750.000,00
2000 litros de óleo 300.000,00 1.050.000,00
3.2.1 Construções
Edifício do Armazém 500.000,00
3.2.3 Mobiliário e equipamento administrativo social

116
2 secretarias 10.000,00
2 armários 8.600,00
6 cadeiras 2.900,00
1 maquina de escrever 24.000,00
1 maquina de calcular 15.000,00
3.2.5 Taras e vasilhames
60 bidões 150.000,00 210.500,00
3.6 Activos tangíveis de investimento
1 Prédio para arrendamento 150.000,00
Total do Activo 2.715.000,00
PASSIVO
4.3 Empréstimos obtidos
Empréstimo do Banco Barclays 800.000,00
4.2.1 Fornecedores c/c
Divida a S. Manjate 141.800,00
Divida a Carminda 260.450,00 402.250,00
Credor Estado
Divida a Rep. Finanças - IRPC 33.080,00
Letras a Pagar
Aceite a C. Zandamela 100.000,00
Total do Passivo 1.335.330,00

Exercício nº 2
O balancete final da Sociedade Pires & C.ª SA, representa em 31 de Dezembro de 2008, os
seguintes valores:

Balancete Final da Sociedade Pires & C.ª em 31 de Dezembro de 2008


Saldos

Fólio Contas Débitos Créditos Devedor Credor

1 Capital 400,000.00 400,000.00

117
2 Caixa 645,900.00 620,400.00 25,500.00

3 Depósitos à Ordem 876,700.00 698,900 177,800.00

4 Compras 426,800.00 426,800.00

5 Fornecimentos e 86,900.00 86,900.00


Serviços de 3ª

6 Mercadorias 923,800.00 696,000.00 227,800.00

7 Fornecedores c/c 295,800.00 470,800.00 175,000.00

8 Clientes c/c 526,500.00 354,400.00 172,800.00

9 Vendas 967,600.00 967,600.00

10 Impostos 33,400.00 33,400.00

11 Clientes- Títulos a 274,300.00 150,000.00 124,300.00


Receber

12 Custos com Pessoal 98,600.00 98,600.00

13 Fornecedores – 85,200.00 142,300.00 57,100.00


Títulos a pagar

14 Equipamento 40,000.00 4,000.00 36,000.00


Administrativo

15 Outros Devedores 40,900.00 22,700.00 18,200.00

16 Outros Custos 25,000.00 25,000.00


Operacionais

17 Custos Financeiros 72,500.00 72,500.00

18 Proveitos 60,600.00 60,600.00


Financeiros

19 Reservas 26,300.00 26,300.00

20 Resultados 1,439,200.00 1,562,500.00 123,300.00

118
6,919,700.00 6,919,700.00 781,700.00 781,700.00

Pretende-se:
a) A apresentação do balanço final, classificado, no dispositivo vertical.
b) A apresentação do balanço classificado no dispositivo horizontal.

Chave-de-correcção

Exercício nº 1

1. a) Quanto à disposição dos elementos patrimoniais dos inventários, podem considerar-se dois
casos distintos:
i.Quando os elementos patrimoniais aparecem dispostos sem obedecer a qualquer ordem, o
inventário diz-se simples;
ii.Quando os elementos patrimoniais aparecem agrupados segundo a sua natureza, característica ou
função, o inventário diz-se classificado.
b) Quanto ao âmbito os inventários podem classificar-se em gerais e parciais. Um inventário diz-
se geral, quando abarca todos os valores que constituem um dado património; diz-se parcial quando
abrange apenas alguns dos elementos patrimoniais. No inventário geral figuram todos os elementos
patrimoniais, no parcial figura apenas uma parte deles. A inventariação de mercadorias ou dos
débitos de dada empresa são casos representativos de inventários parciais.

2. Se os elementos patrimoniais do inventaário aparecessem dispostos sem obedecer a qualquer


ordem, isto é, inventário simples, para calcular-se a situação líquida seria necessário:
 Agrupar os elementos patrimoniais em activos e passivos, acção já realizada em nos nos
inventários de ª Maguage e M.ª de Lurdes;
 Calcular a diferença entre os totais dos elementos patrimoniais activos e passivos. A diferença
encontrada vai representar a situação líquida que pode ser activa ou passiva. Dir-se-á que a situação
patrimonial é activa se o activo for maior que o passivo (A>P) e situação líquida passiva se o activo
for menor que o passivo (A<P).

Inventário doAlexandre Maguage

119
Activo= 7,360,000.00
Passivo= 4,063,000.00
SLi=?
A – P= SL
SLi=7,360,000.00-4,063,000.00
SLi=3,297,000.00MT - situação líquida activa

Inventário da Maria de Lurdes


Activo= 2,715,000.00
Passivo= 1,335,330.00
SLi=?
A – P= SL
SLi=2,715,000.00 - 1,335,330.00
SLi=1,379,670.00MT - situação líquida activa

3. Balanços
a) Balanço em dispositivo vertical
Balanço da Maria de Lurdes, em 31 de Dezembro de 2007

ACTIVO
3 Activos não correntes
3.2 Activos tangíveis
3.2.1 Construções 500,000.00
3.2.3 Mobiliário e equipamento administrativo social 210,500.00
3.2.9 Outros activos não correntes 150,000.00
Activos correntes
2.2 Mercadorias 1,050,000.00
4.1.1 Clientes 110,350.00
4.1.2 Clientes títulos a receber 77,150.00
4.5 Outros Devedores 20,000.00
1.1 Caixa 73,300.00

120
1.2 Bancos 523,700.00
Total dos activos 2,715,000.00
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
5 Capital próprio
5.1 Capital 1,379,670.00
Total do capital próprio 1,379,670.00
Passivos não correntes
4.3 Empréstimos obtidos 800,000.00
Passivos correntes 800,000.00
4.2 Fornecedores 402,250.00
4.2.2 Fornecedores títulos a pagar 100,000.00
4.4 Estado 33,080.00
Total dos passivos 535,330.00
Total do capital próprio e dos passivos 2,715,000.00

b) Balanço em disposito horizontal


Balanço da Maria de Lurdes & C.ª a 31 de Dezembro de 200n

CAPITAL PRÓPRIO E
ACTIVO PASSIVO
Activos não correntes Capital próprio
1,379,670.0
Activos tangíveis Capital 0
1,379,670.0
Construções 500,000.00 Total do capital próprio 0
Mobiliário e equipamento
administrativo social 210,500.00 Passivos não correntes

Outros activos não correntes 150,000.00 Empréstimos obtidos 800,000.00


Activos correntes Passivos correntes 800,000.00

121
1,050,000.0
Mercadorias 0 Fornecedores 402,250.00

Clientes 110,350.00 Fornecedores títulos a pagar 100,000.00

Clientes títulos a receber 77,150.00 Estado 33,080.00

Outros Devedores 20,000.00 Total dos passivos 535,330.00

Caixa 73,300.00

Bancos 523,700.00

2,715,000.0 Total do capital próprio e 2,715,000.0


Total dos activos 0 dos passivos 0

Exercício n º 2
a) Balanço final, classificado, em dispositivo vertical (PGC – NIRF).
Balanço Final da Pires & Ci.ª , L.da a 31/12/2008
Activos Valores em contos
Activos tangíveis 36,000.00
Investimentos financeiros -
Inventários 227,800.00
Clientes c/c 172,100.00
Clientes títulos a receber 124,300.00
Caixa e Bancos 203,300.00
Outros activos correntes 18,200.00
Total Activos 781,700.00
Capital Próprio

122
Capital 400,000.00
Reservas 26,300.00
Resultados líquidos 123,300.00
Total Capital Próprio 549,600.00
Passivo
Fornecedores 175,000.00
Fornecedores titulos a pagar 57,100.00
Total Passivo 232,100.00
Total Passivo+Capital Próprio 781,700.00

b) Balanço classificado em dispositivo horizonatal (PGC - NIRF)


Balanço da Sociedade Pires & Cia. a 31 de Dezmbro de 2008

Activos Capital Próprio

Activos tangíveis 36,000.00 Capital 400,000.00

Inventários 227,800.00 Reservas 26,300.00

Clientes c/c 172,100.00 Resultados líquidos 123,300.00


Clientes títulos a
receber 124,300.00 Total Capital Próprio 549,600.00

Caixa e Bancos 203,300.00 Passivo


Outros activos
correntes 18,200.00 Fornecedores 175,000.00
Fornecedores titulos a
pagar 57,100.00

Total Passivo 232,100.00

123
Total Passivo+Capital
Total Activos 781,700.00 Próprio 781,700.00

Bibliografia
BORGES A., RODRIGUES A., RODRIGUES R. (2010), Elementos de Contabilidade Geral, 25ª
Edição, Lisboa, Áreas Editora;
BORGES, António, et al, Práticas de Contabilidade Financeira, Áreas Editora, Lisboa, 1998;
GONÇALVES, Eugénio Celso, BAPTISTA, António Eustáquio, Contabilidade Geral, 6ª Edição,
Editora Altas S.A. São Paulo, 2007;
Plano Geral de Contabilidade (PGC) - Normas Internacioanais de Relato Financeiro (NIRF),
Decreto 70/2009 de 22 de Dezembro.

124
Unidade Didáctica nº 5: Trabalho fim de exercício

Introdução

Depois de efectuar todo o trabalho inerente à variação dos factos patrimoniais visto nos capítulos
anteriores, é chegada a fase em que teremos a imputação no final de ano ou exercício económico
de todos os custos e proveitos que dizem respeito aos referidos exercícios, cumprindo assim um
dos princípios de Contabilidade que é o de especialização de exercício, no qual, todos os custos e
proveitos devem ser reconhecidos no exercício a que diga respeito, independentemente dos seus
recebimentos ou pagamentos.

Objectivos da Unidade

No fim do estudo desta unidade você deverá ser capaz de:

 Efectuar o balancete de verificação do último mês (Dezembro);


 Regularizar as contas com base nos elementos fornecidos pelo inventário anual;
 Fazer o Balancete de rectificação;
 Apurar o resultado;
 Fazer o balancete final e elaborar o Balanço e a demonstração de resultados.

Desenvolvimento do conteúdo

1. Inventário Anual

Anualmente somos obrigados a realizar o Inventário de Bens Patrimoniais, com o objetivo de


comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais do acervo de unidade gestora. Através do

125
inventário confirmamos a localização e atribuição da carga de cada material permanente,
permitindo a atualização dos registros desses bens, bem como o levantamento da situação dos
equipamentos e materiais em uso, apurando a ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra
irregularidade.

Assim, solicitamos a colaboração de todos no sentindo de que cada unidade matenha o controle
dos seus bens atualizados (bens ociosos, bens com defeito, pen-drives existentes etc). Pois, é
obrigação de todos a quem tenha sido confiado material para a guarda ou uso, zelar pela sua boa
conservação e pelo controle de sua localização

2. Regularização das contas

O registo de regularização tem o objectivo de restituir, às contas, os saldos contabilísticos correctos


em obediência ao princípio de continuidade onde refere que uma empresa opera por mais de um
período económico e não tem a intenção de parar e muito menos de reduzir o volume das suas
transacções. O ponto de partida para os registos é o balancete de verificação do mês de Dezembro.

Importa referir que os lançamentos de regularização mais comuns são efectuados devido a vários
motivos dos quais destacam- se:

 A ocorrência de falhas de caixa, diferenças nas contas bancárias, quebras, sobras, etc.;
 Registo de despesas ou receitas ocorridas no exercício, mas que são custos ou proveitos que
dizem respeito ao exercício seguinte (como pode ser o caso do juros antecipados, prémios de
seguros pagos antecipadamente);
 Fornecimento e serviços de terceiros (caso de fornecimento de água, luz, telefone,) que são
imputáveis ao exercício, mas que ainda não foram pagos;
 Das amortizações e reintegrações do exercício.

3.Balancete Rectificado

Após a regularização das contas é necessário elaborar um balancete para verificar se os registos
efectuados na razão estão em conformidade com os dados apurados pelo inventário geral anual.

126
4.Apuramento de Resultado

Obtido o balancete rectificado, procede-se à transferência dos saldos das contas de custos para a
conta imputação de custos e proveitos e para a conta imputação de proveitos.

Após a operação, os saldos acima referidos são transferidos das contas imputação de custos e
imputação de proveitos são transferidos para as contas de resultados de exploração do exercício.
Por fim todas as contas da classe de resultados (Classe 8 no PGC) são transferidas para a conta
aplicação de resultados.

Auto-avaliação

Exercício nº1. Do balancete de verificação e inventário anual em 31 de dezembro de 2010, da


empresa beju AVM TRANS, obtivemos ao seguinte informação

Balancete de verificação de AVM TRANS (valores em contos)

Conta Movimentos Saldo

Debito Credito Devedor Credor

Caixa 250000 121400 128600

Bancos 1820000 560200 1259800

Clientes 450000 430000 20000

Devedor- Estado 193800 158000 35500

Mercadorias 879000 87900

127
Compra de MCM 613100 4500 608600

Construções 309500 309500

Equipamentos 256000 256000

O.M.Basicos 25000 25000

E. Plurianuais 65000 65000

Inv.em curso 12000 12000

Amortizações 244000 244000

Fornecedores 406500 406500 0

Credor-Estado 814000 858000 44000

O. credores 622000 622000

Ant. Passivas 15000 65000 50000

Capital 200000 200000

Reservas 2000 2000

L. ou Prejuízos acumulados 125000 125000

Remuneracao aos trabalhadores 25000 25000

Fornecimento de Terceiros 18000 18000

Servico de Terceiros 24000 24000

Encargos financeiros 3400 3400

Ouros custos 18000 3000 15000

Vendas MCM 5000 2460900 2455900

Receitas Financeiras 1200 1200

128
Outros proveitos 17300 17300

Resultados de extraordinário do 2000 2000

Exercícios

R. imputáveis exercício anterior 3500 1500 2000

6208300 6208300 3688900 3688900

Informações do inventário geral anual:

a) Não foi registado a venda em 30 de Setembro 2010 com menos valia de 10% sobre o valor
contabilístico da viatura Mazda, adquirida 2008 por 40 000 contos e amortizada a taxa anual de
20% para liquidação desta operação, nyenyiwane entrou 2300 e aceitou uma letra a 90 dias pelo
restante.
b) Consumo estimado de água, telefone e energia de outubro e Dezembro de 3000, 45000 e 8000
contos respectivamente.
c) Não foram contabilizados os juros de empréstimos bancários para investimento contraídos em
30 de Agosto de 2010 por 10 anos no valor de 4500 contos, a taxa de juro anual de 20% e
vencimento no fim de cada ano.
d) Não foi registada a reavaliação do computador em curso no uso escritório no dia 30 de junho
de 2010, adquirido em 30de abril de 2006 por 13000 contos, amortizadas a taxa anual de 25%
e) Não foi registada a realização de uma viatura Mercedes Benz, quando faltavam 2 anos para o
fim da sua vida útil, sabendo que tinha um valor contabilístico de 15200 contos, valor residual de
10% do valor de aquisição. A reintegração deste máquina era calculada segundo método de quotas
constante e contabilização indirecta num período de estimado de 5 anos.
f) Nota : estão em vigor em vigor no MPF as seguintes condições de realização:

g) Coeficiente de realização de 16.5 para equipamento e 5.0 para outros meio básicos.
h) Vida útil adicional igual a 3 anos e 10 meses para os outros meios básicos e 4 anos para
equipamentos.
i) O saldo da conta clientes incluira o recibo 145(cheque 2458/BIM) a Mahambane, pelo seu
adiantamento de 32000 contos para vendas futuras.

129
j) A auditoria efectuada em caixa revelou: Vale do tesouro de 50,00USD do dia 20 de novembro
ao cambio de 28.200,00 MT por Dolar.
k) Cheque de cliente Kanganyisa no valor de 11000 contos devolvido pelo banco por falta de
provisão. 100,00 USD recebidos em 20 de novembro.
l) Ainda não foi registado o recibo 985 da Munanzi, referente a liquidação da factura 7547 de
mercadorias no valor de 1200,00 USD. A factura foi contabilizada no mês passado com cambio
de 28.200,00 MT por Dolar.
m)As amortizacoes do exercício totalizaram 145000 contos.
n) O credito da conta venda dos meios circulantes materiais foi registada no valor de 98000 contos.
Sabe-se no entanto que ate a data do balanco 40% destas foram facturadas

Informações do bolentim de cambio em 31 de dezembro de 2010

Descrição Compra Venda

USD- Dolar Americano 28.200,00 28.700,00

Pretende-se:

a) Lançamento de regularizações no diário geral


b) Balancete rectificado
c) Lançamento de apuramento no diário geral e passagem ao razão esquemático
d) Balancete final
e) Balanco final
f) Demonstração de Resultados

Resolução

Maputo 31/12/10

Transporte

Resultado extraordinário do exercício

130
A Equipamentos

p/ transferência 40 000

Amorizacoes

a Resultado extraordinário do exercício

p/ transferencia 30 000

Diversos

a Resultados extraordinários do exercício

p/ alienação da viatura

Caixa 2 300

Títulos negociaveis 6 700 9 000

Diversos

a Antecipações passivas

p/ estimativas de consumo

Fornecimento de terceiros 11 000

Serviço de terceiros 4 500 15 500

Encargos financeiros

a Antecipações passivas

131
p/ especialização de juros 2 300

Equipamentos

a Reservas

p/ reavaliacao 523 200

Reservas

a Amortizacoes

p/ reavaliacao 256 264

Clientes

a Outros credores

p/ adiantamento de clientes 32 000

Devedores trabalhadores

a Caixa

p/ regularizacao 910

Clientes

a Bancos

p/ regularizacao 11 000

132
Caixa

Resultado extraordinário do exercício

p/ diferencas cambiais 200

A transportar

Maputo 31 de dezembro de 2010

Transporte

Caixa

a Diversos

p/ recebimento

a Clientes 21 840

a Resultado extraordinário do exercício 2 400 24 240

Amortizacoes do exercício

a Amortizacoes

p/ amortizações do exercicio 145 000

Vendas de MCM

a Antecipacoes passivas

p/ especializacao 39 200

133
Custos de MCMVC

a Diversos

p/ regularização de existencia

Mercadorias 879 000

Compra de MCM 608 700 1 478 600

Conta Movimentos Saldos

Debito Credito Devedor Credor

Caixa 276 740 122 310 154 430

Bancos 1 820 000 561 200 1 258 800

Clientes 483 000 451 840 31 160

Devedor- Estado 193800 158 300 35 500

Devedores Trabalhadores 910 910

Títulos Negociáveis 6 700 6 700

Mercadorias 879 000 879 000 0

Compra de MCM 613 100 613 100 0

Construções 309 500 309 500

Equipamentos 779 700 40 000 739 700

O.M. Básicos 25 000 25 000

E. Plurianuais 65 000 65 000

Inv. em curso 12 000 12 000

134
Amortizações 30 000 645 264 615
264

Fornecedores 406 500 406 500 0

Credor-Estado 814 000 858 000 44 000

O. credores 694 000 694


000

Ant. Passivas 15 000 122 000 107


000

Capital 200 000 200


000

Reservas 256 264 525 200 268 93


6

L ou Prejuízos acu. 12 500 12 500

Custo MCMVC 1 487 600 1 487 600

R. aos trabalhadores 25 000 25 000

F. de Terceiros 29 000 29 000

S. de Terceiros 28 500 28 500

E. financeiros 5 700 5 700

Amortização do exercício 145 000 145 000

Outros custos 18 000 3 000 15 000

Vendas MCM 44 200 2 460 900 2 416


700

R. Financeiras 1 200 1 200

135
Outros proveitos 17 300 17 300

Resultados de extraordinário do 42 000 41 600 400

Exercícios

R. imputáveis exercício anterior 3 500 1 500 2 000

8 814 714 8 814 714 4 376 900 4 376


900

Balancete rectificado da AVM TRANS em 31/12/10

Maputo 31 de dezembro de 2010

Transporte

Imputação de custos

a Diversos

p/ imputação de custos

a Custos de MCMVC 1 487 600

a Remuneraco aos trabalhadores 25 000

a Fornecimento de terceiros 29 000

A Serviços de terceiros 28 500

a Encargos financeiros 5 700

a Amortizacoes do exercício 145 000

a Outros custos 15 000 1 735 800

136
Diversos

a Imputação de proveitos

p/ imputação dos proveitos

Venda de MCM 2 416 700

Receitas financeiras 1 200

Outros proveitos 17 300 2 435 200

Resultados do exercício

a Imputação de custos

p/ apuramento 1 735 800

Imputação de proveitos

a Resultado do exercício

p/ apuramento 2 435 200

Resultado de exploração do exercício

a Aplicação de resultados

p/ apuramento 699 400

Aplicação de resultados

a Diversos

137
p/ transferência

a Reultado extraordinário do exercício 400

a Res. Imputaveis a exercicios anteriores 2 000 2 400

p/ transferência

Aplicação de resultados

a Diversos

A transportar

Maputo 31 de dezembro de 2010

Transporte

Pela aplicação

a Antecipações passivas 243 950

a Lucros ou prejuízos acumulados 453 050 697 000

Balancete rectificado da AVM TRANS em 31/12/11

Conta Movimentos Saldos

Debito Credito Devedor Credor

Caixa 276 740 122 310 154 430

Bancos 1 820 000 561 200 1 258 800

Clientes 483 000 451 840 31 160

Devedor- Estado 193 800 158 300 35 500

138
Devedores Trabalhadores 910 910

Títulos Negociaveis 6 700 6 700

Mercadorias 879 000 879 000 0

Compra de MCM 613 100 613 100 0

Construções 309 500 309 500

Equipamentos 779 700 40 000 739 700

O.M.Basicos 25 000 25 000

E. Plurianuais 65 000 65 000

Inv.em curso 12 000 12 000

Amortizações 30 000 645 264 615 264

Fornecedores 406 500 406 500 0

Credor-Estado 814 000 858 000 44 000

O. credores 694 000 694 000

Ant. Passivas 15 000 365 950 350 950

Capital 200 000 200 000

Reservas 256 264 525 200 268 936

L ou Prejuízos acu. 465 550 465 550

Custo MCMVC 1 487 600 1 487 600 0

R. aos trabalhadores 25 000 25 000 0

F. de Terceiros 29 000 29 000 0

S. de Terceiros 28 500 28 500 0

139
E. financeiros 5 700 5 700 0

Amortização do exercício 145 000 145 000 0

Outros custos 18 000 18 000 0

Imputação de custos 1 735 800 1 735 800 0

Vendas MCM 2 460 900 2 460 900 0

R. Financeiras 1 200 1 200 ‘ 0

Outros proveitos 17 300 17 300 0

Imputação de proveitos 2 435 200 2 435 200 0

Resultados de exploração do 2 435 200 2 435 200 0


exercício

R. de extraordinário do Exercícios 42 000 42 000 0

R. imputáveis exercício anterior 3 500 3 500 0

Aplicação de resultados 699 400 699 400 0

18 555 514 18 555 514 2 638 700 2 638 700

Balanco final da AVM TRANS em 31/12/10

Activo Passivo

Meios cir. Financeiros Credores 44 000

Caixa 154 430 Credor Estado 694 000

Bancos 1 258 800 Outros credores 350 950 1 088


950

140
Clientes 31 160 Antecipações
passivas

Devedor Estado 35 500 Fundos próprios

Devedores trabalhadores 910 Capital 200 000

Títulos negociáveis 6 700 1 487 Reservas 268 936


500

Mercadorias Lucros ou Prej. Ac 465 550 934 486

Meios imobilizados

Construções 309 500

Equipamentos 739 700

Outros meios básicos 25 000

Grandes reparações 65 000

Grandes reparações 12 000

Amortizações (615 264) 535 936

Total do Activo 2 023 Total do passivo 2 023


436 436

Demonstração de resultados da AVM TRANS em 31/12/10

Cod. Cod.

Custos de MCMVC 1 487 600 Vendas de MCM 2 416 700

Remunerações aos trab. 25 000 Receitas financeiras 1 200

Fornecimento de terc. 29 000 Outros proveitos 17 300

141
Serviços de terceiros 28 500

Encargos financeiros 5 700

Amortizações do exercicio 145 000

Outros custos 15 000

Resultados extraord. do Ex 400

Resultados imputáveis a Ex. 2 000


Ant

Resultado Antes dos 697 000


Impostos

2 435 200 2 435 200

Resumo

A contabilidade é uma ciência de natureza económica, cuja finalidade é obter informações uteis
que possibilitem a vários utentes a tomada de decisões de forma racional. Estas informações são
obtidas a partir dos registos que são efetuados nos factos patrimoniais, de onde resultarão os
instrumentos contabilísticos como o balanço e a demostração resultados, que são documentos mais
importantes para o conhecimento da situação económica e financeira de uma empresa, para além
dos balancetes e fluxos de caixa, por isso, foi feita uma abordagem inerente ao fecho das operações
ou encerramento do exercício económico, demonstrando o ciclo das operações que são levadas a
cabo numa determinada empresa desde o registo até a imputação do custos e proveitos que são
contas da classe 6 e 7 de acordo com o plano geral de contabilidade, incluindo o apuramento dos
resultados obtidos num exercício económico, ou seja, para se poder saber se a empresa teve lucros
ou prejuízos num determinado ano é imprescindível a realização de operações do fim de exercício
ou de fecho das contas, pois, em algum momento podem existir operações que não foram tidas em

142
conta durante o exercício económico, e por conseguinte irão ser feitas a devidas regularização nas
contas com os problemas para que de facto possamos ter as contas bem encerradas.

Bibliografia

Borges, A., et al, Práticas de Contabilidade Financeira, Áreas Editora, Lisboa, 1998;
Gonçalves, E. C.; Baptista, A. E.; Contabilidade Geral, 6ª Edição, Editora Altas S.A. São Paulo,
2007;
Plano Geral de Contabilidade (PGC) - Normas Internacioanais de Relato Financeiro (NIRF),
Decreto 70/2009 de 22 de Dezembro.
SOZINHO, C. (2005); Texto de apoio de contabilidade Geral e financeira, 2ª edição Maputo.

143

Você também pode gostar