6 Tecnicas e Jogos Pedagogicos-1
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6 Tecnicas e Jogos Pedagogicos-1
Para assegurar que uma determinada actividade proporciona aos formandos uma experiência
de aprendizagem de qualidade, o formador deve colocar a si mesmo as seguintes questões:
6. Os tempos previstos para cada fase são realistas? A fase de exploração tem
tempo suficiente?
10. É necessário criar uma ficha de síntese para distribuir aos participantes no
final, de modo a facilitar as aquisições?
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6.2. Técnicas e jogos pedagógicos
2. CADEIA DE NOMES
Peça a cada participante para, quando se apresentar, referir também o nome do
colega que se apresentou imediatamente antes. A primeira pessoa só diz o seu
nome, a segunda dirá dois (o próprio e o do colega anterior), a terceira três, etc.
À medida que a cadeia vai aumentando, haverá cada vez mais nomes para referir,
mas já terão sido repetidos várias vezes. Poderá convidar os participantes a fazer
acompanhar o seu nome de um movimento físico que também terá de ser repetido.
Esse movimento físico pode constituir uma mnemónica.
- Caligrafia interessante;
- Logo pessoal;
- Signo do Zodíaco;
- Objecto ou animal que simbolize uma qualidade pessoal;
- Livro, filme, revista preferidos.
5. PASSAGEM DE TESTEMUNHO
Disponha as mesas em círculo e dê a um dos participantes um objecto que possa
ser facilmente atirado e agarrado (uma bola, por exemplo). Esse participante diz
o seu nome e atira o objecto a outro. Continue a actividade até se apresentarem
todos os participantes. Quando chegar ao último, peça-lhe que refira o nome de
um colega e que lhe atire o objecto. Quem recebe, diz o nome de quem o atirou
e refere o nome da pessoa a quem vai passar.
Adivinha de 9 pontos
Trata-se, provavelmente, da adivinha mais antiga e a mais utilizada na formação.
Formato da apresentação
O desenho pode ser afixado no quadro e acompanhado de instruções orais, ou distribuído
em fotocópias aos participantes com instruções escritas. Como se trata de uma adivinha
bastante conhecida, convém pedir aos que a conhecem para não revelar a solução.
Contudo, acontece frequentemente que, mesmo os que já a viram, tenham esquecido
a solução.
Instruções
Colocar a mina do vosso lápis sobre um dos pontos e traçar quatro linhas direitas passando
sobre cada um dos outros pontos, sem levantar o lápis da folha nem passar de novo
sobre linhas já traçadas.
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Ao fim de alguns minutos perguntar se alguém descobriu a solução. Neste caso, pedir a
essa pessoa para dar a resposta ao grupo (enquanto o grupo trabalhava, o formador
reproduziu a adivinha no quadro a grande escala). Se ninguém descobriu a resposta, o
formador apresenta-a.
Exploração
Perguntar "O que nos ensina esta solução?". As respostas serão, por exemplo, que nos
ensina a ultrapassar as fronteiras no momento em que se resolve um problema; a
desembaraçar-se da visão em túnel; e a ousar adoptar novas abordagens e correr riscos.
Segunda fase
"Podem fazer a mesma coisa com três traços?" Isto exige uma solução ainda mais
inovadora, e poucos ou nenhuns formandos lá chegarão.
Terceira fase
"Quem pode ligar os nove pontos com um só traço?" Encorajar assim o grupo a fazer uso
da criatividade que, espera-se, tenha sido estimulada nas experiências anteriores. O
grupo pode, então, imaginar as seguintes soluções (se necessário, o formador oferece
uma ou duas possibilidades para estimular a reflexão).
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3. Traçar os nove pontos muito perto uns dos outros, como na figura seguinte,
de modo a poder cobri-los com um só traço feito com uma caneta de filtro muito
grossa. (Ninguém disse que os pontos eram inamovíveis).
4. Alinhar os nove pontos uns debaixo dos outros e uni-los com um traço.
1. Dobrar duas vezes a folha de papel no sítio dos pontos e depois traçar
uma linha sobre as carreiras de pontos reunidos numa só.
2. Escrever "um só traço" sobre cada um dos nove pontos, de modo que
as palavras se juntem, como na figura seguinte. (A questão era "Pode ligar
os nove pontos com um só traço?").
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Corrida de carros
Objectivos
Demonstrar rapidez num trabalho de equipa.
Desenvolver agilidade mental e capacidade de raciocínio.
Desenvolver a imaginação e a criatividade.
Tamanho do grupo
Diversos subgrupos de cinco a sete membros cada um.
Tempo exigido
Aproximadamente vinte minutos.
Processo
Corrida de carros
Oito carros, de marcas e cores diferentes, estão alinhados, lado a lado, para uma corrida.
Estabeleça a ordem em que os carros (e respectiva cor) estão dispostos, baseando-se
nas seguintes informações:
Solução
1. O Shadow, cor azul.
2. O MacLaren, cor verde.
3. O March, cor vermelha.
4. O Ferrari, cor creme.
5. O Lola, cor cinza.
6. O Lotus, cor amarela.
7. O Iso, cor preta.
8. O Tyrrell, cor marrom.
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O dólar desaparecido
Apresentação
Apresentar os seguintes dados oralmente ou por escrito.
Três agricultores itinerantes param para passar a noite num motel de uma pequena
cidade, e alugam apenas um quarto para os três. O recepcionista, um substituto, pede-
lhes 30 dólares, que eles pagam sem questionar. Mais tarde, o recepcionista titular
descobre que os três agricultores pagaram demasiado. Ele chama o seu filho mais novo
e diz-lhe: "O substituto enganou-se na tarifa para o quarto 42. Ele fez-lhes pagar cinco
dólares a mais. Tens aqui cinco notas de um dólar. Reparte-os pelos três viajantes."
É, naturalmente, um problema difícil de aritmética para o jovem. Mas, como é um rapaz
prudente, contenta-se em dar a cada um deles um dólar e guarda as outras duas notas.
Ao regressar ao escritório do motel, reflecte na nova tarifa de que os três viajantes
beneficiaram: nove dólares por pessoa (30 dólares divididos por 3 = 10 dólares, menos
um dólar = 9 dólares). Mas diz consigo: "Três vezes nove é igual a vinte-e-sete dólares,
e eu tenho dois dólares, o que só faz vinte-e-nove dólares. Onde está o outro dólar?"
Exploração
Perguntar: "O que se passa aqui?"
Resposta: o adolescente tenta resolver demasiados problemas de uma vez. Ele encara
o problema simultaneamente (e inutilmente) sob dois ângulos diferentes: quanto é que
os viajantes pagaram pelo quarto de motel, e o dinheiro que circula fora do quarto.
O que o jovem deveria fazer é pôr a trabalhar logicamente o hemisfério esquerdo do seu
cérebro e constatar simplesmente três factos bem definidos: 1) os três viajantes pagaram
27 dólares; 2) o motel meteu em caixa 25 dólares (30 dólares menos os cinco restituídos);
3) o jovem tem agora dois dólares no seu bolso.
Nestes termos, não se põe nenhum problema para o rapaz.
Mas, se ele persistir em concentrar-se sobre duas questões sem relação e as associar,
uma de entre elas não tendo qualquer interesse, ele nunca compreenderá nada.
Moral
Tentar definir um problema nos termos mais simples, mais coerentes e mais claros; não
fazer trabalhar o hemisfério direito (pensamento criativo) sobre um problema que interessa
ao hemisfério esquerdo (lógica).
Os contabilistas, que necessariamente fazem trabalhar muito o seu hemisfério esquerdo,
veriam imediatamente que não desapareceu nenhum dólar. Eles considerariam simplesmente
as despesas (27 dólares correspondentes a 25 na caixa do hotel e 2 no bolso do jovem
homem)
A despesa inicial dos viajantes - 30 dólares - apresenta-se agora assim: o hotel recebeu
25 dólares, os clientes recuperaram 3 dólares e o adolescente atribui-se generosamente
uma gorgeta de 2 dólares.
Então porquê esta confusão? O nosso guarda-livros faria notar que o engano nasceu do
facto do rapaz ter somado um haver (2 dólares) a uma despesa (27 dólares) em vez de
somar a outro haver (25 dólares)!
Enfim, eis aqui um último incidente pessoal que ilustra o poder do pensamento criativo
do hemisfério direito num simples problema de escritório. Long pediu à dactilógrafa para
pôr bolinhas num manuscrito, estes círculos que precedem os elementos de uma
enumeração, como:
comunicação,
motivação e
inovação.
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A dactilógrafa respondeu que era difícil conseguir isso com o seu tratamento de texto e
perguntou a Long se os travessões fariam a mesma função. Este concordou. Alguns dias
mais tarde, chegou ao escritório um manuscrito de um autor exterior, com belas "bolinhas",
que reaparecem em vários lugares. Então, Long observou que uma série de pontos pretos
não foram "cheios" e eram simplesmente "o".
Comunicação
Motivação
Inovação
O autor tinha encontrado uma solução criativa para o problema das bolinhas, escrevendo
à máquina simples "o" depois preenchendo-os de uma caneta de filtro preta com ponta
espessa!
Questão: Faz-se suficiente esforço para ensinar as pessoas a utilizar o hemisfério direito
do seu cérebro?
Adivinha da janela
Apresentação
As instruções são dadas oralmente, pois o grupo deve visualizar uma janela de garagem,
de atelier, de armazém, etc.
Solução
A janela tomou a forma apresentada na figura 1.
Exploração
Perguntar: "O que nos diz esta adivinha sobre a comunicação e a percepção?"
Depois de propor esta resposta: "Vocês tinham no pensamento a imagem tradicional da
janela quadrada; a imagem que eu tinha era a mesma janela quadrada mas "inclinada"
assentando sobre um canto.
Imaginamos janelas diferentes porque as nossas experiências, os nossos ambientes, são
diferentes. Portanto, a nossa percepção do mundo é diferente.
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