TCC PRONTíssimo23.11.08
TCC PRONTíssimo23.11.08
TCC PRONTíssimo23.11.08
GOIÂNIA
2008
2
ARIANNY HOLANDA ALVES DE SÁ
CLEISCILLER DUTRA REZENDE
GIOVANINI CARVELO GUIMARÃES DOS SANTOS
KÁTIA MARTINS BARROS
GOIÂNIA
2008
4
SUMÁRIO
METODOLOGIA......................................................................................................................................14
TIPO DE ESTUDO:........................................................................................................................................14
CENÁRIO DA PESQUISA.................................................................................................................................15
INSTRUMENTO DE COLETA DE INFORMAÇÕES ...................................................................................................15
ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES COLETADAS.........................................................................................................15
RESUMO
ABSTRACT
This study profiles the characteristics of thirty female nutritionists from the City Health
Department, in Goiânia, Goiás. A questionnaire attempted to survey fields of endeavor,
academic preparation, work projects completed, type of employment, career status and
tenure, working conditions, and continuing education. Data was expressed in both
relative and absolute parameters.Main results showed the following: the majority
(96,6%) of women health professionals, with one to thirty years of experience, seek
more learning, for the most part, these women work in the areas of general (60%),
clinical (10%) and nutritional (6,7%) health, their target population is adults (83,3%),
old people (76,7%), childrens (70%), pregnant womans (70%) and workers (53,3%);
they work in multidisciplinary groups and perceive themselves as an integral part of
team or institution (70%).They organize and participate in events such as lectures,
symposiums, short and long-term courses, and seminars.They know little about
financial resources (63,3%)They classify their other resources, physical, material and
human, as average.The study concluded that the nutritionist for the city of Goiânia,
Goiás is characterized as a beginning, working professional, usually in the field of
general health, who endeavors to stay up-to-date, even when faced with meager social
and financial resources.
A nutrição surgiu no cenário mundial como ciência política social e/ou profissão
no século XX (COSTA, 1999). Nesta época iniciou o desenvolvimento dos centros de
estudos e cursos de formação de dietistas em diversos países: Japão - 1915, Estados
Unidos - 1917 e Suécia - 1917.
7
caráter assistencialista e também nas empresas (indústrias) privadas, emergentes da
época. (YPIRANGA e GIL, 1989; VASCONCELOS, 2002).
8
Apesar da prática profissional do nutricionista nos anos 60 ter sido voltada para
a esfera da saúde pública no atendimento populacional enquanto prática institucional, a
orientação dietética dentro dos serviços de atenção a saúde e a administração de
serviços de alimentação de trabalhadores vinculados a previdência social, começou a
sofrer algumas alterações que contribuíram para o crescimento profissional no setor
privado. (RIBEIRO, 2002).
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Segundo Ansaloni (1999) com a atuação do nutricionista na área administrativa,
nota-se uma tendência ao abandono progressivo dos aspectos técnicos e educacionais à
profissão em prol do conhecimento administrativo e gerencial. Esse fato ficou bem
delineado na situação de trabalho dos profissionais com maior tempo de casa, que
“cresceram” nas empresas e atualmente ocupam os cargos mais elevados entre os
nutricionistas.
10
A partir das definições legais estabelecidas pela Constituição Federal de 1988 e
da Lei Orgânica de Saúde, se iniciou o processo de implantação do Sistema Único de
Saúde (SUS), sempre de uma forma negociada com as representações dos Secretários
Estaduais e Municipais de Saúde (CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIOS DA
SAÚDE). Com isso viu-se a necessidade da implantação de uma secretaria em Goiânia.
Então todos os recursos humanos da FUMDEC imigraram para a SMS/Goiânia,
inclusive as nutricionistas.
Desta forma em 1989, a nutrição inicia-se dentro da SMS/Goiânia na qual
contava com dois profissionais da área, dos quais desenvolviam atividades com grupos
de gestantes, desnutridos e outros, além de responderem pelo Programa de Distribuição
de Leite aos Desnutridos, Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança,
Programa de Saúde Escolar, Alimentação durante as Campanhas de Vacinação e outros.
Com o aumento das necessidades deste profissional, nesta rede pública, foram
realizados 2 concursos durante o período de 1995 a 1998, que conseqüentemente lotou-
se 15 novos profissionais.
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3. OBJETIVOS
12
- Verificar a existência de relações de trabalho entre nutricionistas e equipe
multidisciplinar.
13
METODOLOGIA
Tipo de estudo:
14
Cenário da pesquisa
Junto ao questionário foi enviada uma carta explicativa (anexo III) dos objetivos
e como o estudo poderá contribuir para a instituição, e ainda um termo de
consentimento livre e esclarecido (anexo IV).
15
4. RESULTADO E DISCUSSÃO
Na abordagem aos 43 nutricionistas da SMS o fator de inclusão na pesquisa foi
os profissionais lotados na instituição e o fator de exclusão foram os nutricionistas
lotados porem não atuantes na SMS e os que não quiseram participar. Na coleta dos
dados, 30,2% (n = 13) deste total não fizeram parte desta pesquisa. Observou-se que, do
total destes profissionais, 9,3% (n = 4) foram disponibilizados para outros órgãos
públicos, 13,9% (n = 6) estavam de licença ou férias e 6,9% (n = 3) optaram em não
participar desta pesquisa.
Tabela 1. Distribuição da faixa etária dos Nutricionistas (n = 30) por ano de vida
lotados na Secretaria Municipal de Saúde / Goiânia, 2008.
Década (n) Percentual (%)
≤ 25 3 10
26 – 30 9 30
31 – 35 6 20
36 – 40 7 23,3
41 – 45 1 3,3
46 – 50 2 6,7
51 – 55 1 3,3
Não respondeu 1 3,3
Total 30 100
16
Tabela 2. Distribuição do tempo de conclusão da graduação dos nutricionistas (n = 30)
da Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008
Tempo (anos) (n) Percentual (%)
01 – 10 16 53,3
11 – 20 9 30
21 – 30 5 16,7
Total 30 100
Os dados foram superiores aos valores encontrados por Vasconcelos et al. (1991),
que realizaram em um estudo com nutricionistas egressos da Universidade Federal de
Santa Catarina. Neste estudo 61,8% dos investigados fizeram ou estavam fazendo alguma
modalidade de Pós-Graduação na área de Nutrição e outras áreas afins, e os demais,
38,2%, possuíam apenas a graduação. Nota-se ainda, um número menor de nutricionistas
com títulos de especialista (35,8%) e o inverso para os profissionais com títulos de
doutores (9,2%). Já para aqueles com títulos de mestre os valores foram muito próximos
aos valores encontrados na Tabela 3.
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Tabela 3. Distribuição dos Nutricionistas lotados na Secretaria Municipal de Saúde de
acordo com a modalidade de pós-graduação Goiânia, 2008.
Modalidade de pós-graduação (n) Percentual (%)
Graduação 2 6,7
Especialização* 16 53,3
Mais de uma Especialização* 5 16,7
Especialização e Mestrado* 3 10
Especialização, Mestrado e Doutorado* 2 6,7
Não respondeu 2 6,7
Total 30 100
Nota: * em andamento
18
Na Tabela 5, observa-se que estes profissionais 73,3% (n = 22), também realizam e
promovem eventos de capacitações, palestras e simpósios dentro da SMS/Goiânia, os
quais são direcionados a funcionários, incluindo profissionais da saúde e a comunidade.
19
Saúde Coletiva, Nutrição Clínica e Alimentação 1 3,3
Total 30 100
O índice (60%) de atuação na área de Saúde Coletiva, encontrado neste estudo, é
superior ao citado em outras literaturas: 6,3% em Boog et al. (1988), 7,9% em Prado
(1991) e 7% em Gambardella et al. (2000) dos nutricionistas atuantes. No entanto este
percentual encontrado na Tabela 6 é maior ao analisar os profissionais que desenvolvem
mais de uma área de atuação (23,3%).
20
4.3. Atividades realizadas
21
esperados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2008). A
composição da população por sexo e idade, verificada ano a ano, e seus respectivos
indicadores implícitos, permitem constatar o acelerado processo de envelhecimento pelo
qual passa a sociedade brasileira, acarretando uma expressiva transformação do perfil
demográfico brasileiro (IBGE, 2008).
A Tabela 8 delineia o número de nutricionistas que possuem um segundo
emprego ou mais. Nota-se que 43,3% (n = 13) possuem mais de um emprego, e destes
16,7% (n = 5) possuem outro emprego em outra instituição pública. Os demais 46,7%
não possuem outro vínculo empregatício além da SMS/Goiânia.
Tabela 8. Distribuição dos nutricionistas (n) que possuem empregos em outras áreas
além da Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
Outro Emprego (Instituição) (n) Percentual (%)
Privada 4 13,3
Pública 5 16,7
Pública e Privada 2 6,7
Filantrópica 0 0
Outra 2 6,7
Não possui 17 56,7
Total 30 100
Tabela 9. Distribuição da faixa salarial das Nutricionistas que possuem emprego (n=13)
fora da Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
Faixa Salarial (n) Percentual (%)
De 1-3 salários mínimos 4 30,8
De 4-6 salários mínimos 6 46,1
De 7-9 salários mínimos 2 15,4
De 10-12 salários mínimos 1 7,7
mais de 12 salários mínimos 0 0
Total 13 100
22
Tal resultado apresenta uma realidade distante de Gambardela et al. (2000) que
encontrou uma proporção elevada de nutricionistas egressos (59,1%) recebendo salário
igual ou acima do padrão, considerando o piso de 10 salários mínimos (CFN, 1998). Já
Vasconcelos (1991) encontrou 65% dos profissionais recebendo salários inferiores ao
padrão estabelecido pelo CFN. E ainda no Rio de Janeiro, Prado e Abreu (1991)
constataram uma remuneração média de 7,5 salários mínimos por 36,8 horas semanais.
No grupo entrevistado, Tabela 10, a maioria (63,3%) afirmou que sabem pouco
sobre a instituição financeira em que trabalha, e julgam esse conhecimento necessário
para: “... administrar e orientar os profissionais colaboradores”, “realização de mais
eventos”, “planejamento de atividades”, “exigir melhorias nos materiais de
trabalho”, “para entender a demora na compra de determinado material ou a falta
de algum alimento”.
23
os profissionais devem enfrentar conflitos e romper com a desvalorização da profissão.
Destaca ainda, a importância de características como a autoconfiança e a participação
política, que é pouco manifestada pela maioria dos profissionais. No presente estudo não
foi possível estudar estes aspectos do profissional nutricionista da SMS/Goiânia,
entretanto seria de suma importância futuros estudo sobre o assunto em específico.
24
Tabela 12. Critérios para distribuição de função dos Nutricionistas na Secretaria
Municipal de Saúde/Goiânia, 2008.
(n
Critérios para delegação de função ) Percentual (%)
Afinidade 2 6,7
Especialidade 6 20
Necessidade 11 36,7
Não há critérios 1 3,3
Afinidade e Especialidade 2 6,7
Especialidade e Necessidade 5 16,7
Especialidade, Afinidade e Necessidade 1 3,3
Necessidade e Não há critérios 1 3,3
Necessidade, Especialidade e Não há critérios 1 3,3
Total 30 100
25
Tabela 13. Percepção dos Nutricionistas (n = 30) quanto ao grau de satisfação em
relação à Secretaria Municipal de Saúde/Goiânia
Percepção (n) Percentual (%)
Satisfeito 17 56,7
Indiferente 4 13,3
Muito Insatisfeito 7 23,3
Não respondeu 2 6,7
Total 30 100
Nesta mesma Tabela, em relação ao grau de satisfação, observa-se que 56,7% dos
participantes classificam estar satisfeito, 13,3% indiferentes e 23,3% muito insatisfeito.
Nestes dois últimos percentuais, ao analisar as respostas discursivas observa-se em vários
questionários relatos descontentes como: “... não temos plano de carreira e salário”,
“... necessidade quase que diária de mostrar o papel do nutricionista”.
26
Esta realidade se aproxima ao relatado por Boog et al. (1989), onde relataram que os
cargos de chefia são pouco ocupados por nutricionistas, sendo subordinados
hierarquicamente a indivíduos até mesmo sem curso superior, e ainda que 40,4% dos
nutricionistas possuem chefes com formação em outras áreas como: administração de
empresas, engenharia ou direito, todos no exercício de funções administrativas. Segundo
Bosi (1996), o nutricionista está geralmente subordinado hierarquicamente à pessoas sem
formação superior ou formados em outra área do conhecimento e que possuem além de
maior status, salários mais elevados.
27
Tabela 14. Existência de um supervisor técnico em nutrição no trabalho exercido pelos
nutricionistas da SMS/Goiânia, 2008.
Supervisor técnico (n) Percentual (%)
Sim 26 86,7
Não 3 10
Não respondeu 1 3,3
Total 30 100
28
No presente estudo, 93,3% (n = 28) afirmaram que a supervisão de estágio
possibilita o crescimento profissional bem como novos conhecimentos na área: “...
possibilita o crescimento profissional e de novos conhecimentos”, “... sem estágio
não há como interagir com o público alvo”, “... é uma soma de conhecimentos”.
29
Apesar de verem a atuação técnica como parte importante, os profissionais sentem
barreiras no dia a dia ao avaliar a atuação como nutricionista: “... Acho que desempenho
bem dentro das possibilidades, busco satisfação e aprendizado do usuário e claro
resultado do trabalho, o que nem sempre ocorre por depender de fatores inerentes a
minha atuação”; “A atuação técnica como nutricionista é muito importante, visto da
grande necessidade desse profissional em vários campos”; “Dou o melhor de mim.
Mas tenho tido reclamações”; “Sinto algumas dificuldades para trabalhar em saúde
pública, pois me são exigidos conhecimentos de todas as áreas: social, clínica e de
administração de serviços de alimentação. É meio complicado na prática estar
afinado com todas as áreas”.
5. CONCLUSÃO
30
No âmbito da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia as nutricionistas atuam
nas seguintes áreas de atuação: - Saúde Coletiva (60%), Clínica (10%) e Alimentação
Coletiva (6,7%).
Os profissionais atualizam seus currículos na área de trabalho realizando e
promovendo eventos (palestras, simpósios, cursos de pequena e longa duração e
capacitações) e participando uma vez que a instituição financia e promove eventos.
A disponibilidade de recursos financeiros, instalações físicas, equipamentos e
mobiliário foram avaliados como regulares.
O critério utilizado para a inserção do profissional à Secretaria Municipal de
Saúde de Goiânia, na visão do nutricionista (36,7%) ocorre de acordo com a necessidade
da instituição.
A maioria dos profissionais sente-se estável (96,7%) e como parte integrante da
equipe (70%), além de participarem das decisões (80%) da Secretaria Municipal de Saúde
de Goiânia, por meio de uma equipe multidisciplinar (86,7%).
Em relação a supervisão de estágios, 53,3% dos profissionais nutricionistas dizem
estar acompanhando, e reforçam a importância do estágio na Secretaria Municipal de
Saúde de Goiânia.
Dos profissionais atuantes, 46,7% desenvolve ou esta desenvolvendo algum
projeto de pesquisa, mesmo não havendo incentivo por parte da instituição para
realização do mesmo.
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6. REFERÊNCIAS
32
13 COSTA, N.M.S.C. O profissional nutricionista egresso da Universidade
Federal de Goiás: relação entre formação acadêmica e a atuação profissional.
Goiânia, 1994, 54p. Monografia (Especialização em Metodologia do Ensino
Superior) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Goiás.
33
25 DIVISÃO DA SAÚDE DA CRIANÇA, MULHER E
ADOLESCENTE/DEPARTAMENTO DE REDE BÁSICA/SMS-GOIÂNIA,
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional: características, histórico e
evolução no município de Goiânia. Goiânia, 2008. 96p.
26 RIBEIRO, A.L. A atuação profissional do nutricionista na cidade de Goiânia:
relações de trabalho, autonomia, participação, carreira, estabilidade,
profissionalização e satisfação profissional. Goiânia, 2002, Monografia
(Especialização em Nutrição em Saúde Pública/FANUT/UFG.
34
ANEXOS
35
ANEXO I
PERFIL DE ATUAÇÃO DOS NUTRICIONISTAS DA SECRETARIA
MUNICIPAL DE SAÚDE/ GOIÂNIA
____________________ ________________________
Cleisciller Dutra Rezende Kátia Martins Barros
____________________________________________
Profª. Maria José Camelo Antunes (Orientadora Responsável)
____________________________________________
Suzy Darlen Soares de Almeida (Coorientadora Responsável)
ANEXO IV
Caro participante:
Eu,______________________________________,RG:_________________________,
CPF: ______________________________________, abaixo assinado, concordo em
participar do estudo “ Perfil de atuação dos nutricionistas da Secretaria Municipal
de Saúde/Goiânia” como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pela
pesquisadora responsável sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos,
assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi
garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto
leve a qualquer penalidade e que todas as informações obtidas serão mantidas sob
sigilo.
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a
pesquisa e aceite do sujeito em participar.
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores)
Nome: _________________________ Assinatura: ___________________________
Nome: _________________________ Assinatura: ___________________________
Goiânia, de de 2008.
___________________________________________
Assinatura do participante