Manin, Bernard - Eleições e Representação
Manin, Bernard - Eleições e Representação
Manin, Bernard - Eleições e Representação
Bernard Manin
Adam Przeworski
Susan C. Stokes
3. Obviamente, a questão que surge com tal formulação é: Quais eleitores? Nós
assumimos neste texto que, qualquer que seja a dimensão do espaço temático,
existe um equilíbrio da regra da maioria, portanto existe o “voto decisivo”. Sobre
as complicações que surgem quando essa suposição não se cumpre, ver Ferejohn
(1986, 1995).
4. Em sua forma pura, a teoria espacial do voto é logicamente incompleta: os elei-
tores só se preocupam com os resultados, mas elegem com base nas políticas. O
que obviamente falta são “crenças técnicas”, como já definido anteriormente. Note
que se os candidatos e eleitores tiverem interesses idênticos, mas crenças técnicas
diferentes, eles terão diferentes preferências sobre as políticas.
5. Uma dificuldade com esta visão, manifestada em Mill, é que enquanto a assem-
bléia pode refletir os interesses proporcionalmente, muitas decisões vinculadas ao
governo não permitem distribuições proporcionais.
6. Isto é verdadeiro, independente de se os políticos também tiverem outros inte-
resses, desde que o maior valor seja a manutenção do cargo per se.
11. Minford (1995: 105) observa no contexto da política monetária que “se os
eleitores têm pouca informação, devem preferir deixar o governo ter completa
discrição, independentemente da falta de credibilidade, no lugar de tê-lo em suas
mãos”.
13. Isso pode parecer exagerado. Mas vários países, notadamente Equador e Po-
lônia, experimentaram uma série de eleições, nas quais um candidato prometeu
seguir uma política de expansão e os eleitores acreditaram, e, eleito, mudou para
uma política de contração, só para ser derrotado por um candidato que prometeu
uma política de expansão etc.
15. Sobre a importância dos sistemas eleitorais para a extração rendas dos parti-
dos, veja Meyerson (1993).
16. Surge naturalmente a questão sobre por que as contribuições não deveriam ser
totalmente proibidas. Laffont e Tirole (1994) argumentam que tal proibição seria
rechaçada por alguns políticos. Se isso é verdade e se o dinheiro compra votos,
então haveria um processo de eleição adverso na qual a possibilidade de políticos
desonestos serem eleitos seriam maiores.
Bernard Manin
é professor do Departamento de Política da Universidade
de Nova York
Adam Przeworski
é professor do Departamento de Política da Universidade
de Nova York
Susan C. Stokes
é professora do Departamento de Ciência Política da Uni-
versidade de Yale
Referências Bibliográficas
ALESINA, Alberto. 1988. “Credibility and Convergence in a Two-Party Sys-
tem with Rational Voters”. American Economic Review 78: 796-805.
ANDERSON, Christopher J. 1995. “The Dynamics of Public Support for
Coalition Governments”. Comparative Political Studies 28: 350-383.
ARNOLD, Douglas. 1993. “Can Inattentive Citizens Control Their Elected
Representatives?” In: Lawrence C. Dodd and Bruce I. Oppenheimer,
eds., Congress Reconsidered, 401-416. 5th ed. Washington, D.C.: Congressio-
nal Quarterly Press.
AUSTEN-SMITH, David. 1990. “Credible Debate Equilibria”. Social Choice
and Welfare 7: 75-93.
AUSTEN-SMITH, David, BANKS, Jeffrey. 1989. “Electoral Accountability and
Incumbency”. In: Peter C. Odershook (ed.). Models of Strategic Choice in
Politics, 121-150. Ann Arbor: University of Michigan Press.
BAGEHOT, Walter. 1992. “The English Constitution: The Cabinet”. In:
LIJPHART, Arend (ed.). Parliamentary versus Presidential Government, 66-71.
Oxford: Oxford University Press.
BANKS, Jefrey S. 1990. “A Modal of Electoral Competition with Incom-
plete Information”. Journal of Economic Theory 50: 309-25.
BANKS, Jeffrey S., SUNDARAM, Rangarajan K.. 1993. “Adverse Selection and
Moral Hazard in Repeated Elections Model”. In: BARNETT, William A.,
135
HINICH, Melvin J., SCHOFIELD, Norman J. (eds.). Political Economy: Institutions,
Competition and Representation, 295-312. Cambridge: Cambridge University
Press.
BARRO. Robert J. 1973. “The Control of Politicians: An Economic Model”.
Public Choice 14: 19-42.
BARTELS, Larry. 1988. “The Economic Consequences of Retrospective
Voting”. Department of Political Science, University of Rochester. Unpub-
lished manuscript.
BECKER, Gary S. 1958. “Competition and Democracy”. Journal of Law and
Economics 1: 105-9.
CHEIBUB, José Antonio, PRZEWORSKI, Adam. 1999. “Democracy, elections
and accountability for economics outcomes”. In: PRZEWORSKI, Adam;
STOKES, Susan C. and MANIN, Bernard (eds.), Democracy, Accountability and
Representation. Cambridge: Cambridge University Press.
CRAIN, Mark W. 1977. “On the Structure and Stability of Political Makers”.
Journal of Political Economy 85: 829-42.
DASGUPTA, Partha. 1993. An Inquiry into Well-Being and Destitution. Oxford:
Claredon Press.
DOWNS, Anthony. 1957. An Economic Theory of Democracy. New York: Harper
and Row.
DUNN, Delmer D., UHR, John. 1993. “Accountability and Responsibility in
Modern Democratic Governments”. Paper presented at the annual meet-
ing of American Political Science Association, Washington, D.C., Septem-
ber 2-5.
ELSTER, Jon. 1994. “The Impact of Constitutions on Economic Perfor-
mance”. Proceeding of the World Bank Annual Conference on Development Eco-
nomics, 209-226. Washington, D.C.
FEREJONH, Jonh. 1986. “Incumbent Performance and Electoral Control”.
Public Choice 50: 5-25.
____________. 1995. “The Spatial Model and Elections”. In: GROFMAN,
Bernard, (ed.). Information, Participation, and Choice, 107-124. Ann Arbor:
University of Michigan Press.
FIORINA, Morris P. 1981. Retrospective Voting in American National Elections.
New Haven: Yale University Press.
HAMILTON, Alexander. 1982 (1788). Federalist 70. In: HAMILTON, Alexander;
MADISON, James; JAY, John. The Federalist Papers. Edited by Gary Wills. New
York: Bantam.
HARRINGTON Jr., Joseph E., 1993a. “The Impact of Reelection Pressures on
Fulfillment of Campaign Promises”. Games and Economic Behavior 5: 71-97.
136 ____________. 1993b. “Economic Policy, Economic Performance, and
Elections”. American Economic Review 83: 27-42.
HUBER, Jonh D., POWELL JR., G. Bingham. 1966. “Congruence between
Citizens and Policymakers in Two Visions of Liberal Democracy”. World
Politics 49: 291-326.
KEELER, John T. S. 1993. “Opening the Window for Reform: Mandates,
Crises, and Extraordinary Decision- Making”. Comparative Political Studies
25: 433-486.
KEY, V. O., Jr. 1966. The Responsible Electorate. New York: Vintage.
KLINGEMAN, Hans-Dieter, HOFFERBERT, Richard I., BUDGE, Ian. 1994. Parties,
Policies, and Democracy. Boulder. Colo. Westview Press.
KRAUZE, Jan. 1994. “La Pologne est menacé par l’immobilisme
gouvernemental”. Le Monde, September 19.
LAFFONT, Jean-Jaques, TIROLE, Jean. 1994. A Theory of Incentives in Procure-
ment and Regulation. Cambridge, Mass. MIT Press
MADISON, James. 1982 (1788). Federalist 57. In: HAMILTON, Alexander, __
__________, TRAY, John. The Federalist Papers. Edited by Gary Wills. New
York: Bantam.
MANIN, Bernard. 1997. Principles of Representative Government. Cambridge:
Cambridge University Press.
STIGLER, George J. 1975. The Citzen and the State: Essays on Regulation. Chi-
cago: University of Chicago Press.
STOKES, Susan C. 1996a. “Public Opinion and Market Reforms: The Lim-
its of Economic Voting”. Comparative Political Studies 29: 499-519.
____________. 1996b. “Economic Reform and Public Opinion in Peru,
1990-1995”. Comparative Political Studies 29: 544-565.
WEYLAND, Kurt. 1996. “Risk Taking in Latin American Economic Restruc-
turing: Lessons from Prospect Theory”. International Studies Quartely 40:
185-208.
WORD BANK. 1994. Governance: The World Bank’s Experience. Washington,
D.C.: World Bank.
ZIELINSKI, Jakub. 1997. “Democratic Consolidation: A Role of Political
Parties as Institutions of Accountability”. Paper presented at the annual
meeting of American Political Science Association, Washington D.C.
138
266
ELEIÇÕES E REPRESENTAÇÃO
BERNARD MANIN, ADAM PRZEWORSKI E SUSAN C. STOKES
O artigo indaga o quanto o mecanismo eleitoral pode, de
fato, tornar mais representativas as instituições da democra-
cia. Os autores diagnosticam sérias limitações no voto como
mecanismo capaz de alavancar algum controle do represen-
tado sobre o representante.
267