Apostila Esa Completo
Apostila Esa Completo
Apostila Esa Completo
Matemática
1) Teoria dos Conjuntos e Conjuntos Numéricos: Representação de conjuntos, subconjuntos, operações: união,
interseção, diferença e complementar. Conjunto universo e conjunto vazio ............................................................1
Conjunto dos números naturais e inteiros: operações fundamentais, números primos, fatoração, número de
divisores, máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum ....................................................................................4
Conjunto dos números racionais: operações fundamentais. conjunto dos números reais: operações
fundamentais, módulo, representação decimal, operações com intervalos reais. ................................................ 13
Razões e proporções ......................................................................................................................................................... 17
Grandezas diretamente e indiretamente proporcionais e porcentagem; e números complexos: operações,
módulo, conjugado de um número complexo, representações algébrica e trigonométrica. Representação no
plano de Argand - Gauss, Potencialização e radiciação. Extração de raízes. Fórmulas de Moivre. Resolução de
equações binomiais e trinomiais. .................................................................................................................................. 19
2) Funções: Definição, domínio, imagem, contradomínio, funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras, funções
pares e ímpares, funções periódicas; funções compostas; relações; raiz de uma função;função constante,
função crescente, função decrescente;função definida por mais de uma sentença;função inversa e seu gráfico;
3) Função Linear, Função Afim e Função Quadrática: Gráficos, domínio, imagem e características;variações de
sinal; máximos e mínimos; e inequação produto e inequação quociente. ............................................................. 25
4) Função Modular: Definição, gráfico, domínio e imagem da função modular;equações modulares; e
inequações modulares. .................................................................................................................................................... 36
5) Função Exponencial: Gráficos, domínio, imagem e características da função exponencial, logaritmos
decimais, e equações e inequações exponenciais. ...................................................................................................... 38
6) Função Logarítmica: Definição de logaritmo e propriedades operatórias;gráficos, domínio, imagem e
características da função logarítmica; e equações e inequações logarítmicas. ..................................................... 41
7) Trigonometria: Arcos notáveis; trigonometria no triângulo (retângulo e qualquer); lei dos senos e lei dos
cossenos; unidades de medidas de arcos e ângulos: o grau e o radiano; círculo trigonométrico, razões
trigonométricas e redução ao 1º quadrante; funções trigonométricas, transformações, identidades
trigonométricas fundamentais, equações e inequações trigonométricas no conjunto dos números reais;
fórmulas de adição de arcos, arcos duplos, arco metade e transformação em produto; e sistemas de equações
e inequações trigonométricas e resolução de triângulos. ......................................................................................... 46
8) Contagem e Análise Combinatória: Fatorial: definição e operações; princípios multiplicativo e aditivo da
contagem; arranjos, combinações e permutações; e binômio de Newton: desenvolvimento, coeficientes
binomiais e termo geral. .................................................................................................................................................. 61
9) Probabilidade: Experimento aleatório, experimento amostral, espaço amostral e evento; probabilidade em
espaços amostrais equiprováveis; probabilidade da união de dois eventos; probabilidade condicional;
propriedades das probabilidades; e probabilidade de dois eventos sucessivos e experimentos binomiais. ... 66
10) Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares: Operações com matrizes (adição, multiplicação por escalar,
transposição e produto); matriz inversa; determinante de uma matriz: definição e propriedades; e sistemas
de equações lineares. ....................................................................................................................................................... 70
11) Sequências Numéricas e Progressões: Sequências numéricas; progressões aritméticas: termo geral, soma
dos termos e propriedades; progressões geométricas (finitas e infinitas): termo geral, soma dos termos e
propriedades. .................................................................................................................................................................... 82
12) Geometria Espacial de Posição: Posições relativas entre duas retas; posições relativas entre dois planos;
posições relativas entre reta e plano; perpendicularidade entre duas retas, entre dois planos e entre reta e
plano; e projeção ortogonal. ........................................................................................................................................... 85
13) Geometria Espacial Métrica: Prismas: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos;
pirâmide: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; cilindro: conceito, elementos,
classificação, áreas e volumes e troncos; cone: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos;
esfera: elementos, seção da esfera, área, volumes e partes da esfera; inscrição e circunscrição de sólidos. .. 87
14) Geometria Analítica Plana: Ponto: o plano cartesiano, distância entre dois pontos, ponto médio de um
segmento e condição de alinhamento de três pontos; reta: equações geral e reduzida, interseção de retas,
paralelismo e perpendicularidade, ângulo entre duas retas, distância entre ponto e reta e distância entre duas
retas, bissetrizes do ângulo entre duas retas, Área de um triângulo e inequações do primeiro grau com duas
variáveis .............................................................................................................................................................................. 99
Circunferência: equações geral e reduzida, posições relativas entre ponto e circunferência, reta e
circunferência e duas circunferências; problemas de tangência; e equações e inequações do segundo grau com
duas variáveis; ................................................................................................................................................................103
Elipse: definição, equação, posições relativas entre ponto e elipse, posições relativas entre reta e elipse;
hipérbole: definição, equação da hipérbole, posições relativas entre ponto e hipérbole, posições relativas entre
reta e hipérbole e equações das assíntotas da hipérbole; parábola: definição, equação, posições relativas entre
ponto e parábola, posições relativas entre reta e parábola; reconhecimento de cônicas a partir de sua equação
geral. ..................................................................................................................................................................................108
15) Geometria Plana: Ângulo: definição, elementos e propriedades; Ângulos na circunferência; Paralelismo e
perpendicularidade; Semelhança de triângulos; Pontos notáveis do triângulo; Relações métricas nos
triângulos (retângulos e quaisquer); Triângulos retângulos, Teorema de Pitágoras; Congruência de figuras
planas; Feixe de retas paralelas e transversais, Teorema de Tales; Teorema das bissetrizes internas e externas
de um triângulo; Quadriláteros notáveis; Polígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus
elementos; Perímetro e área de polígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos;
Fórmula de Heron; Razão entre áreas; Inscrição e circunscrição. .........................................................................113
16) Polinômios: Função polinomial, polinômio identicamente nulo, grau de um polinômio, identidade de um
polinômio, raiz de um polinômio, operações com polinômios e valor numérico de um polinômio; divisão de
polinômios, Teorema do Resto, Teorema de D'Alembert e dispositivo de Briot-Ruffini; relação entre
coeficientes e raízes. Fatoração e multiplicidade de raízes e produtos notáveis. Máximo divisor comum de
polinômios; 17) Equações Polinomiais: Teorema fundamental da álgebra, teorema da decomposição, raízes
imaginárias, raízes racionais, relações de Girard e teorema de Bolzano. .............................................................132
Português
1) Leitura, interpretação e análise de textos Leitura, interpretação e análise dos significados presentes em um
texto e o respectivo relacionamento com o universo em que o texto foi produzido. ..............................................1
2) Fonética, ortografia e pontuação Correta escrita das palavras da língua portuguesa, acentuação gráfica,
partição silábica e pontuação. ...........................................................................................................................................3
3) Morfologia Estrutura e formação das palavras e classes de palavras. ............................................................... 19
4) Morfossintaxe Frase, oração e período, termos da oração, orações do período (desenvolvidas e reduzidas),
funções sintáticas do pronome relativo, sintaxe de regência (verbal e nominal), sintaxe de concordância
(verbal e nominal) e sintaxe de colocação. .................................................................................................................. 42
5) Noções de versificação Estrutura do verso, tipos de verso, rima, estrofação e poemas de forma fixa. ....... 63
6) Teoria da linguagem e semântica História da Língua Portuguesa; linguagem, língua, discurso e estilo; níveis
de linguagem, funções da linguagem; figuras de linguagem e significado das palavras. ..................................... 64
7) Introdução à literatura A arte literária, os gêneros literários e a evolução da arte literária, em Portugal e no
Brasil. .................................................................................................................................................................................. 83
8) Literatura brasileira Contexto histórico, características, principais autores e obras do Quinhentismo,
Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo, Impressionismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-
modernismo e Mordenismo. .......................................................................................................................................... 94
9) Redação Gênero textual; textualidade e estilo (funções da linguagem; coesão e coerência textual; tipos de
discurso; intertextualidade; denotação e conotação; figuras de linguagem; mecanismos de coesão; a
ambiguidade; a não-contradição; paralelismos sintáticos e semânticos; continuidade e progressão textual);
texto e contexto; o texto narrativo: o enredo, o tempo e o espaço; a técnica da descrição; o narrador; o texto
argumentativo; o tema; a impessoalidade; a carta argumentativa; a crônica argumentativa; a argumentação e
a persuasão; o texto dissertativoargumentativo; a consistência dos argumentos; a contraargumentação; o
parágrafo; a informatividade e o senso comum; formas de desenvolvimento do texto dissertativo-
argumentativo; a introdução; e a conclusão. .............................................................................................................117
10) Alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,
assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste, aprovado no Brasil pelo Decreto nº
6.583, de 29 de setembro de 2008 e alterado pelo Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012........... .....140
Inglês
1) Competências e Habilidades a) Compreender a utilização de mecanismos de coesão e coerência na produção
escrita; b) Compreender de que forma determinada expressão pode ser interpretada em razão de aspectos
sociais e/ou culturais; c) Analisar os recursos expressivos da linguagem verbal, relacionando textos e
contextos mediante a natureza, função, organização, estrutura, de acordo com as condições de produção ......1
2) Conteúdos linguístico-textuais: a) Denotação e conotação .................................................................................. 11
b) Sinonímia e antonímia ................................................................................................................................................. 13
c) Correlação morfológica, sintática e/ou semântica ................................................................................................. 13
d) Pronomes e suas referências ...................................................................................................................................... 16
e) Artigos (definidos e indefinidos) .............................................................................................................................. 17
f) Singular e Plural............................................................................................................................................................. 20
g) Verbos no tempo presente, para expressar hábitos e rotinas, em suas formas afirmativa, interrogativa ou
negativa; h) Verbos no Presente Contínuo, para expressar atividades momentâneas e futuro, em suas formas
afirmativa, interrogativa ou negativa ............................................................................................................................ 22
i) Comparativo e superlativo; j) Adjetivos e advérbios e suas posições nas frases ............................................... 24
k) Quantificadores (many, much, few, little, a lotof) .................................................................................................. 29
AVISO IMPORTANTE
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Subconjunto
Como representar um conjunto Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é
Pela designação de seus elementos: Escrevemos os também elemento de B, dizemos que A é um subconjunto de B
elementos entre chaves, separando os por vírgula. ou A é a parte de B ou, ainda, A está contido em B e indicamos
por A ⊂ B.
Exemplos
{3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos 3, 6, Portanto, A ⊄B significa que A não é um subconjunto de B
7 e 8. ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B.
{a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos a, Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo menos,
b, m. um elemento de A que não é elemento de B.
Pela propriedade de seus elementos: Conhecida uma
propriedade P que caracteriza os elementos de um conjunto A, Exemplos
este fica bem determinado. - {2, 4} ⊂{2, 3, 4}, pois 2 ∈ {2, 3, 4} e 4 ∈ {2, 3, 4}
P termo “propriedade P que caracteriza os elementos de - {2, 3, 4} {2, 4}, pois 3 ∉{2, 4}
um conjunto A” significa que, dado um elemento x qualquer - {5, 6} ⊂ {5, 6}, pois 5 ∈{5, 6} e 6 ∈{5, 6}
temos:
Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem a Inclusão e pertinência
propriedade P é indicado por: A definição de subconjunto estabelece um relacionamento
{x, tal que x tem a propriedade P} entre dois conjuntos e recebe o nome de relação de inclusão
Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou | ou (⊂).
ainda :, podemos indicar o mesmo conjunto por: A relação de pertinência (∈) estabelece um relacionamento
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda, entre um elemento e um conjunto e, portanto, é diferente da
{x : x tem a propriedade P} relação de inclusão.
Exemplos Exemplo
- { x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u} {1, 3} ⊂{1, 3, 4}
- {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo que 2 ∈ {2, 3, 4}
{0, 1, 2, 3}
- {x : x em um número inteiro e x² = x } é o mesmo que {0, Igualdade
1} Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B e
indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de B e B
Pelo diagrama de Venn-Euler: O diagrama de Venn-Euler é também subconjunto de A.
consiste em representar o conjunto através de um “círculo” de Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equivale,
tal forma que seus elementos e somente eles estejam no segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B e B ⊂ A.
“círculo”. Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e
somente se, possuem os mesmos elementos.
Exemplos Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto A
- Se A = {a, e, i, o, u} então ≠ B se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não é
subconjunto de A.
Exemplos
- {2, 4} = {4, 2}, pois {2, 4} ⊂ {4, 2} e {4, 2}⊂ {2, 4}. Isto nos
mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não deve
ser levada em consideração. Em outras palavras, um conjunto
fica determinado pelos elementos que o mesmo possui e não
pela ordem em que esses elementos são descritos.
- {2, 2, 2, 4} = {2, 4}, pois {2, 2, 2, 4} ⊂ {2, 4} e {2, 4} ⊂ {2, 2,
- Se B = {0, 1, 2, 3 }, então 2, 4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é
desnecessária.
- {a, a} = {a}
- {a, b} = {a} ↔ a= b
Matemática 1
APOSTILAS OPÇÃO
- {1, 2} = {x, y} ↔ (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1)
Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos e,
Número de Elementos da União e da Intersecção de portanto, P(A) possui 2n elementos.
Conjuntos
Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura abaixo, União de conjuntos
podemos estabelecer uma relação entre os respectivos A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto
números de elementos. formado por todos os elementos que pertencem a A ou a B.
Representa-se por A∪B.
Simbolicamente: A∪B = {X | X∈A ou X∈B}
Exemplos
- {2, 3, 4}∩{3, 5}={3}
- {1, 2, 3}∩{2, 3, 4}={2, 3}
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵 ∪ 𝐶) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) + 𝑛(𝐶) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) − - {2, 3}∩{1, 2, 3, 5}={2, 3}
−𝑛(𝐴 ∩ 𝐶) − 𝑛(𝐵 ∩ 𝐶) + 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵 ∩ 𝐶) - {2, 4}∩{3, 5, 7}=Ø
Observação: Se A∩B=Ø, dizemos que A e B são conjuntos
Conjunto das partes disjuntos.
Dado um conjunto A podemos construir um novo conjunto
formado por todos os subconjuntos (partes) de A. Esse novo
conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos (ou das partes)
de A e é indicado por P(A).
Exemplos
a) = {2, 4, 6}
P(A) = {Ø, {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}
Subtração
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto formado
b) = {3,5}
por todos os elementos que pertencem a A e não pertencem a
P(B) = {Ø, {3}, {5}, B}
B. Representa-se por A – B. Simbolicamente: A – B = {X | X ∈A
e X∉B}
c) = {8}
P(C) = {Ø, C}
d) = Ø
P(D) = {Ø}
Propriedades
Seja A um conjunto qualquer e Ø o conjunto vazio. Valem
as seguintes propriedades:
O conjunto A – B é também chamado de conjunto
Ø≠(Ø) Ø∉Ø Ø⊂Ø Ø∈{Ø} complementar de B em relação a A, representado por CAB.
Ø⊂A ↔ Ø ∈ P(A) A ⊂ A ↔ A ∈ P(A) Simbolicamente: CAB = A – B = {X | X∈A e X∉B}
Matemática 2
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos
A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1, 3} e CBA = B – A =Ø
A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}
A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
CAB = A – B = {0, 2, 4} e CBA = B – A = {1, 3, 5}
Matemática 3
APOSTILAS OPÇÃO
04. Resposta: B.
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}
10 elementos
05. Resposta: E.
Como a intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é - Se um número natural é sucessor de outro, então os dois
elemento de B. números juntos são chamados números consecutivos.
A-B são os elementos que tem em A e não em B. Exemplos:
Então de AB, tiramos que B={0;3;5}. a) 1 e 2 são números consecutivos.
b) 7 e 8 são números consecutivos.
06. Resposta: E.
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
números naturais pares. P = {0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos
números naturais ímpares. I = {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}
(C)782
(D)988
Comentários
Fique Atento!!!
- Em uma divisão exata de números naturais, o divisor 01. Resposta: D.
deve ser menor do que o dividendo. Sabemos que o minuendo é maior que o subtraendo, pois
35 : 7 = 5 temos como resultado um número natural positivo.
- Em uma divisão exata de números naturais, o Fazendo cada número temos:
dividendo é o produto do divisor pelo quociente. 8–2=H⇾H=6
35 = 5 x 7 A -4=3⇾A=3+4⇾A=7
3–1=2
- A divisão de um número natural n por zero não é B – A = 8, como já sabemos que A = 7; B – 7 = 8 ⇾ B = 8 – 7
possível pois, se admitíssemos que o quociente fosse q, = 15, sabemos que só podemos ter número de 0 a 9, logo 15 –
então poderíamos escrever: n ÷ 0 = q e isto significaria que: 10 = 5, então B = 5. Aqui neste caso o número 5 não tem como
n = 0 x q = 0 o que não é correto! Assim, a divisão de n por subtrair de 7, e pede 1 “emprestado” ao do lado.
0 não tem sentido ou ainda é dita impossível. Sabemos que o I deve ser acrescido de 1, já que
“emprestou” um para o lado. I – 4 = 4 ⇾ logo I = 4 + 4 = 8 ,
Propriedades da Adição e da Multiplicação dos acrescido de 1 = 9
números Naturais B A H I A
Para todo a, b e c ∈ 𝑁 5 7 6 9 7
1) Associativa da adição: (a + b) + c = a + (b + c)
2) Comutativa da adição: a + b = b + a 02. Resposta: A.
3) Elemento neutro da adição: a + 0 = a Como o resto é o maior possível e sabemos que R < d, temos
4) Associativa da multiplicação: (a.b).c = a. (b.c) que: 10 < d. Logo podemos sugerir que d seja igual a 11.
5) Comutativa da multiplicação: a.b = b.a D = 11 . 11 + R ⇾ D = 121 + 10 = 131
6) Elemento neutro da multiplicação: a.1 = a Também podemos montar a equação através do
7) Distributiva da multiplicação relativamente à adição: enunciado:
a.(b +c ) = ab + ac D = d. Q +R
8) Distributiva da multiplicação relativamente à d=Q
subtração: a .(b –c) = ab –ac R = 10
9) Fechamento: tanto a adição como a multiplicação de um D = d. d + 10 ⇾ D = d² + 10 ⇾ D – 10 = x². Observando as
número natural por outro número natural, continua como respostas, temos que o resultado que torna a equação possível
resultado um número natural. é 131. 131 – 10 = x² ⇾ 121 = x² ⇾ x = 11
Matemática 5
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 6
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 7
APOSTILAS OPÇÃO
05. SAP/SP – Agente de Segurança Penitenciária – MS Nesse caso, as divisões foram realizadas pelos números
CONCURSOS/2017) Dentre as alternativas, qual faz a naturais primos e na última divisão, o quociente é igual ao
afirmação verdadeira? divisor. Logo, o número 127 é primo.
(A) A subtração de dois números inteiros sempre resultará O conceito de número primo é muito importante na teoria
em um número inteiro. dos números. Um dos resultados da teoria dos números é
(B) A subtração de dois números naturais sempre o Teorema Fundamental da Aritmética, que afirma que
resultará em um número natural. qualquer número natural diferente de 1 pode ser escrito de
(C) A divisão de dois números naturais sempre resultará forma única (desconsiderando a ordem) como um produto de
em um número natural. números primos (chamados fatores primos): este processo se
(D) A divisão de dois números inteiros sempre resultará chama decomposição em fatores primos (fatoração).
em um número inteiro. Os 100 primeiros números primos positivos são:
Comentários 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 6
1, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113, 127, 131,
01. Resposta: A. 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, 191, 193, 197,
50-20=30 atitudes negativas 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, 257, 263, 269, 271,
20.4=80 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317, 331, 337, 347, 349, 353,
30.(-1)=-30 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397, 401, 409, 419, 421, 431, 433,
80-30=50 439, 443, 449, 457, 461, 463, 467, 479, 487, 491, 499, 503, 509,
521, 523, 541
02. Resposta: B.
Em 1918 ele desfilou uma vez, logo 100 – 1 = 99. Somando Exemplos
1918 + 99 = 2017. 1 não é primo pois D(1)={1}
2 é primo pois D(2)={1,2}
03. Resposta: D. 3 é primo pois D(3)={1,3}
Maior inteiro menor que 8 é o 7 5 é primo pois D(5)={1,5}
Menor inteiro maior que - 8 é o - 7. 7 é primo pois D(7)={1,7}
Portanto: 7(- 7) = - 49 14 não é primo pois D(14)={1,2,7,14}
04. Resposta: E. Observação: 1 não é primo pois tem apenas 1 divisor e todo
Se multiplicarmos o número de mesas por lugares que número natural pode ser escrito como o produto de números
cada uma tem, teremos: 18. 6 = 108 lugares. primos, de forma única.
108 lugares – 110 pessoas = -2, isto significa que todas as
mesas foram preenchidas e 2 pessoas não sentaram. Múltiplos e Divisores
Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro
05. Resposta: A. natural b, se existe um número natural k tal que:
(a) A subtração de dois números inteiros sempre resultará a=k.b
em um número inteiro. – V
(b) A subtração de dois números naturais sempre resultará Exemplo 1
em um número natural. – somente se o primeiro for maior que 15 é múltiplo de 5, pois 15 = 3 x 5.
o segundo - F Quando a = k x b, segue que a é múltiplo de b, mas também,
(c) A divisão de dois números naturais sempre resultará a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 que é múltiplo
em um número natural. – somente se o dividendo for maior de 5 e de 7, pois: 35 = 7 x 5.
que o divisor - F Quando a = k x b, então a é múltiplo de b e se conhecemos
(d) A divisão de dois números inteiros sempre resultará b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta fazer k
em um número inteiro. – somente se o dividendo for maior que assumir todos os números naturais possíveis.
o divisor - F
Matemática 8
APOSTILAS OPÇÃO
Por exemplo, para obter os múltiplos de 2, isto é, os divisor (11). Assim, podemos afirmar que o número 101 é
números da forma a = k x 2, k seria substituído por todos os primo.
números naturais possíveis.
Observação: Um número b é sempre múltiplo dele Vejamos outro exemplo:
mesmo. – Verifique se o número 403 é primo.
a = 1 x b ↔ a = b. Solução: Veja que 403 não é divisível por 2, também não é
por 3 e nem por 5, então começaremos a divisão a partir do 7.
Exemplo 2
Basta tomar o mesmo número multiplicado por 1 para
obter um múltiplo dele próprio: 3 = 1 x 3
A definição de divisor está relacionada com a de múltiplo.
Um número natural b é divisor do número natural a, se a é
múltiplo de b.
Exemplo 3
3 é divisor de 15, pois 15 = 3 x 5, logo 15 é múltiplo de 3 e
também é múltiplo de 5.
Um número natural tem uma quantidade finita de
divisores. Perceba que a última divisão é exata, isto quer dizer que 13
Por exemplo, o número 6 poderá ter no máximo 6 é um divisor de 403, logo 403 tem mais de dois divisores e não
divisores, pois trabalhando no conjunto dos números naturais é primo.
não podemos dividir 6 por um número maior do que ele. Os
divisores naturais de 6 são os números 1, 2, 3, 6, o que significa 2º Modo:
que o número 6 tem 4 divisores. Procuramos um número natural n, cujo seu quadrado seja
mais próximo do número a ser verificado. Se nenhum dos
Decomposição de um número natural em fatores primos menores, ou iguais, a n dividir o número a ser
primos verificado, podemos afirmar que ele é primo, caso contrário,
Para decompor um número natural em fatores primos é não é.
necessário dividir o número pelo seu menor divisor primo, Exemplo: Verifique se o número 181 é primo.
repetindo as divisões até chegar ao quociente 1. Exemplos: Solução: primeiro observe que o quadrado de 13 é o mais
a) 8 = 2.2.2 = 2³ próximo do número 181, isto é, 132 = 169, agora vamos
b) 9 = 3.3 = 3² verificar se, pelo menos um, dos números primos menores ou
c) 54 = 2.3.3.3 = 2.3³ iguais a 13 (2, 3, 5, 7, 11 e 13) divide 181. Verifique você
d)12 = 2.2.3 = 2².3 mesmo que nenhum dos números (2, 3, 5, 7, 11 ou 13) divide
Dentre os exemplos citados podemos dizer que todas essas 181. Assim, podemos afirmar que o número 181 é primo.
formas são formas fatoradas dos números naturais.
Questões
Modos de reconhecimento de um número primo.
1º Modo: 01. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – Ceres – MPE/GO/
Dividimos o número pelos primeiros números primos: 2, 2017) Quais dos números a seguir são primos?
3, 5, 7, 11, 13, 17. …, até encontrarmos: (A) 13.
– um quociente exato. Neste caso, verificamos que o (B) 30.
número não é primo. (C) 49.
– um quociente, na divisão inexata, menor ou igual ao (D) 65.
divisor. Neste caso, verificamos que o número é primo. (E) 87.
Exemplos: 02. (MPCM- TÉCNICO EM INFORMÁTICA - SUPORTE
– Verifique se o número 101 é primo. TÉCNICO-CETAP) Um número primo é um número que pode
Solução: Observe as divisões sucessivas abaixo: ser dividido somente por 1 e por ele mesmo. Segundo esse
critério, selecione a alternativa na qual se listem somente
números primos.
(A) 2, 3, 27, 511.
(B)3, 8, 57, 201.
(C)2, 5, 7, 99.
(D)5,17, 29, 61.
(E)5, 23, 57, 73.
Matemática 9
APOSTILAS OPÇÃO
04. (COPASA-AGENTE DE SANEAMENTO - TÉCNICO EM “30 é divisível por 6 porque existe um número natural (5)
INFORMÁTICA-FUNDEP) Ao fatorar em números primos o que multiplicado por 6 dá como resultado 30.”
número 270, a quantidade de números primos, distintos, que Um número natural a é divisível por um número natural b,
encontramos é não-nulo, se existir um número natural c, tal que c . b = a.
(A)1
(B)2 Conjunto dos múltiplos de um número natural: É
(C)3 obtido multiplicando-se esse número pela sucessão dos
(D)4 números naturais: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,...
Para acharmos o conjunto dos múltiplos de 7, por exemplo,
05. (UFAL-AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO- COPEVE- multiplicamos por 7 cada um dos números da sucessão dos
UFAL)Dados os itens acerca dos números inteiros, I. Todos os naturais:
números primos são ímpares. II. Todo número múltiplo de 2 é 7x0=0
par. III. O valor da expressão 8 – 3 x 4 é negativo. verifica-se 7x1=7
que está(ão) correto(s) 7 x 2 = 14
(A)I, apenas. 7 x 3 = 21
(B)II, apenas. ⋮
(C)I e III, apenas.
(D)II e III, apenas. O conjunto formado pelos resultados encontrados forma o
(E)I, II e III. conjunto dos múltiplos de 7: M(7) = {0, 7, 14, 21, ...}.
Respostas Observações:
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
01. Resposta: A. - Todo número natural é múltiplo de 1.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos
02. Resposta: D. múltiplos.
Sabe-se que por definição, os números primos 2, 3, 5, 7, 11, - O zero é múltiplo de qualquer número natural.
13, 17 ... são aqueles divisíveis, somente, por um e por ele - Os múltiplos do número 2 são chamados de números
mesmo. E se suas divisões sucessivas por números primos pares, e a fórmula geral desses números é 2k (k N). Os demais
resultarem resto diferente de 0, até o divisor ser maior ou igual são chamados de números ímpares, e a fórmula geral desses
ao quociente. números é 2k + 1 (k N).
Avaliando cada alternativa, podemos verificar que: O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k Z.
A- ERRADA, pois o 27 pode ser dividido por 9
B - ERRADA pois 8 não é primo Critérios de divisibilidade
C - ERRADA, pois o 99 pode ser divido por 33 São regras práticas que nos possibilitam dizer se um
D - CORRETA número é ou não divisível por outro, sem efetuarmos a divisão.
E - ERRADA, pois o 57 pode ser dividido por 3
Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2 quando
03. Resposta: E. termina em 0, 2, 4, 6 ou 8, ou seja, quando ele é par.
Avaliando cada alternativa, podemos verificar que: Exemplo:
a) Todos os elementos do conjunto A são números 9656 é divisível por 2, pois termina em 6, e é par.
pares.Sao todos impares
b) Algum elemento do conjunto A é divisível por 4.Nenhum Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3 quando
é divisivel por 4 a soma dos valores absolutos de seus algarismos é divisível por
c) Nenhum elemento do conjunto A é divisível por 3.3, 9 e 3.
15 são divisíveis Exemplo:
d) Existem elementos do conjunto A que são ímpares e 65385 é divisível por 3, pois 6 + 5 + 3 + 8 + 5 = 27, e 27 é
maiores que 15.nenhum elemento e maior que 15 no conjunto divisível por 3.
e) Existem elementos do conjunto A que são
primos. CERTO Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 quando
seus dois algarismos são 00 ou formam um número divisível
04. Resposta: C. por 4.
270/2 = 135 Exemplos:
135/3 = 45 a) 536400 é divisível por 4, pois termina em 00.
45/3 = 15 b) 653524 é divisível por 4, pois termina em 24, e 24 é
15/3 = 5 divisível por 4.
5/5 = 1
Portanto, números primos distintos, que são 2, 3 e 5 Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 quando
termina em 0 ou 5.
05. Resposta: D. Exemplos:
Ao avaliarmos cada alternativa, verifica-se que: a) 35040 é divisível por 5, pois termina em 0.
I. Falso. Porque o numero 2 é primo e par. b) 7235 é divisível por 5, pois termina em 5.
III. Verdadeiro. (Porque quando a expressão não delimita
números com parênteses, inicia-se pela multiplicação). Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 quando
Portanto, -3x4 = -12+8 = -4 ( sim , valor negativo) é divisível por 2 e por 3 ao mesmo tempo.
Exemplos:
MÚLTIPLOS E DIVISORES a) 430254 é divisível por 6, pois é divisível por 2 e por 3 (4
+ 3 + 0 + 2 + 5 + 4 = 18).
Sabemos que 30 : 6 = 5, porque 5 x 6 = 30. b) 80530 não é divisível por 6, pois não é divisível por 3 (8
Podemos dizer então que: + 0 + 5 + 3 + 0 = 16).
Matemática 10
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 11
APOSTILAS OPÇÃO
3 + 1 = 4 e 1 + 1 = 2 ; então pegamos os resultados e M*+ (6) M*+ (8) = {24, 48, 72, ...}
multiplicamos 4.2 = 8, logo temos 8 divisores de 40.
Observando os múltiplos comuns, podemos identificar o
02. Resposta: D. mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja: MMC (6,
Sabemos que o produto de MDC pelo MMC é: 8) = 24
MDC (A, B). MMC (A, B) = A.B, temos que MDC (A, B) = 4 e
o produto entre eles 96, logo: Outra técnica para o cálculo do MMC:
4 . MMC (A, B) = 96 → MMC (A, B) = 96/4 → MMC (A, B) =
24, fatorando o número 24 temos: Decomposição isolada em fatores primos
24 = 23 .3 , para determinarmos o número de divisores, Para obter o MMC de dois ou mais números por esse
pela regra, somamos 1 a cada expoente e multiplicamos o processo, procedemos da seguinte maneira:
resultado: - Decompomos cada número dado em fatores primos.
(3 + 1).(1 + 1) = 4.2 = 8 - O MMC é o produto dos fatores comuns e não-comuns,
cada um deles elevado ao seu maior expoente.
03. Resposta: D. Exemplo:
Para ser divisível por 6 precisa ser divisível por 2 e 3 ao
mesmo tempo, e por isso deverá ser par também, e a soma dos
seus algarismos deve ser um múltiplo de 3.
Logo os finais devem ser 4 e 6:
354, 456, 534, 546, 564, 576, 654, 756, logo temos 8
números.
MDC
O produto do MDC e MMC é dado pela fórmula abaixo:
O máximo divisor comum(MDC) de dois ou mais números
é o maior número que é divisor comum de todos os números MDC(A, B).MMC(A,B)= A.B
dados. Consideremos:
Questões
- o número 18 e os seus divisores naturais:
D+ (18) = {1, 2, 3, 6, 9, 18}. 01. Um professor quer guardar 60 provas amarelas, 72
provas verdes e 48 provas roxas, entre vários envelopes, de
- o número 24 e os seus divisores naturais: modo que cada envelope receba a mesma quantidade e o
D+ (24) = {1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24}. menor número possível de cada prova. Qual a quantidade de
envelopes, que o professor precisará, para guardar as provas?
Podemos descrever, agora, os divisores comuns a 18 e 24: (A) 4;
D+ (18) ∩ D+ (24) = {1, 2, 3, 6}. (B) 6;
(C) 12;
Observando os divisores comuns, podemos identificar o (D) 15.
maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja: MDC (18,
24) = 6. 02. O policiamento em uma praça da cidade é realizado por
um grupo de policiais, divididos da seguinte maneira:
Outra técnica para o cálculo do MDC:
Decomposição em fatores primos Grupo Intervalo de passagem
Para obtermos o MDC de dois ou mais números por esse Policiais a pé 40 em 40 minutos
processo, procedemos da seguinte maneira: Policiais de moto 60 em 60 minutos
Policiais em viaturas 80 em 80 minutos
- Decompomos cada número dado em fatores primos.
- O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos, cada um Toda vez que o grupo completo se encontra, troca
deles elevado ao seu menor expoente. informações sobre as ocorrências. O tempo mínimo em
Exemplo: minutos, entre dois encontros desse grupo completo será:
(A) 160
(B) 200
(C) 240
(D) 150
(E) 180
Matemática 12
APOSTILAS OPÇÃO
Respostas
01. Resposta: D.
Fazendo o mdc entre os números teremos:
60 = 2².3.5
72 = 2³.3³
48 = 24.3
Mdc(60,72,48) = 2².3 = 12
N ᑕ Z ᑕ Q – O conjunto dos números Naturais e Inteiros
60/12 = 5
estão contidos no Conjunto do Números Racionais.
72/12 = 6
48/12 = 4
Subconjuntos notáveis:
Somando a quantidade de envelopes por provas teremos:
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
5 + 6 + 4 = 15 envelopes ao todo.
- Q* = conjunto dos racionais não nulos;
- Q+ = conjunto dos racionais não negativos;
02. Resposta: C.
- Q*+ = conjunto dos racionais positivos;
Devemos achar o mmc (40,60,80)
- Q _ = conjunto dos racionais não positivos;
- Q*_ = conjunto dos racionais negativos.
Matemática 13
APOSTILAS OPÇÃO
4
Assim, a geratriz de 0,444... é a fração .
9
Matemática 14
APOSTILAS OPÇÃO
multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p ÷ q = p × 2) 0,216 representa o produto 0,6. 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo,
𝑎 𝑐 𝑑
q-1 onde p = , q = e q-1= ; 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se: 3√0,216 = 0,6.
𝑏 𝑑 𝑐
𝑎 𝑐 𝑎 𝑑
: = . Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o
𝑏 𝑑 𝑏 𝑐
número zero ou um número racional positivo.
Potenciação de Números Racionais: a potência bn do
número racional b é um produto de n fatores iguais. O número Fique Atento!!!
b é denominado a base e o número n é o expoente. Os números racionais negativos não têm raiz quadrada
bn = b × b × b × b × ... × b, (b aparece n vezes) em Q.
Exemplos:
Referências
3 2 3 3 9 IEZZI, Gelson - Matemática- Volume Único
𝑎) ( ) = . =
7 7 7 49 IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática – Volume 1 – Conjuntos e Funções
https://educacao.uol.com.br
http://mat.ufrgs.br
3 3 3 3 3 27
𝑏) (− ) = (− ) . (− ) . (− ) = −
7 7 7 7 343 Questões
Propriedades da Potenciação 01. (SAP/SP – Oficial Administrativo – MS
1) Toda potência com expoente 0 é igual a 1. CONCURSOS/2018) Um menino ganhou sua mesada de
3 0 R$120,00, guardou 1/6 na poupança, do restante usou 2/5
( ) =1
7 para comprar figurinhas e gastou o que sobrou numa excursão
da escola. Quanto gastou nessa excursão?
2) Toda potência com expoente 1 é igual à própria base. (A) 32
3 1 3 (B) 40
( ) =
7 7 (C) 52
(D) 60
3) Toda potência com expoente negativo de um número (E) 68
racional, diferente de zero é igual a outra potência que tem a
base igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao 02. (IPSM - Analista de Gestão Municipal –
oposto do expoente anterior. Contabilidade – VUNESP/2018) Saí de casa com
3 −2 7 2 49 determinada quantia no bolso. Gastei, na farmácia, 2/5 da
( ) =( ) = quantia que tinha. Em seguida, encontrei um compadre que me
7 3 9
pagou uma dívida antiga que correspondia exatamente à terça
4) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal parte do que eu tinha no bolso. Continuei meu caminho e gastei
da base. a metade do que tinha em alimentos que doei para uma casa
3 3 3 3 3 27 de apoio a necessitados. Depois disso, restavam-me 420 reais.
(− ) = (− ) . (− ) . (− ) = − O valor que o compadre me pagou é, em reais, igual a
7 7 7 7 343
(A) 105.
5) Toda potência com expoente par é um número positivo. (B) 210.
3 2 3 3 9 (C) 315.
( ) = . = (D) 420.
7 7 7 49
(E) 525.
6) Produto de potências de mesma base: reduzir a uma só
potência de mesma base, conservamos as bases e somamos os 03. (Pref. Santo Expedito/SP – Motorista – Prime
expoentes. Concursos/2017) Qual a alternativa que equivale a 9/40 em
3 2 3 3 3 2+3 3 5 forma decimal
( ) .( ) = ( ) =( ) (A) 0,225
7 7 7 7 (B) 225
(C) 0,0225
7) Divisão de potências de mesma base: reduzir a uma só
(D) 0,22
potência de mesma base, conservamos a base e subtraímos os
expoentes.
04. (Pref. Santo Expedito/SP – Motorista – Prime
3 5 3 3 3 5−3 3 2
( ) :( ) =( ) =( ) Concursos/2017) Ao simplificar a fração 36/100, dividindo o
7 7 7 7 numerador e o denominador por 2, obtemos:
(A) 18/50
8) Potência de Potência: reduzir a uma potência (de (B) 9/25
mesma base) de um só expoente, conservamos a base e (C) 12/50
multiplicamos os expoentes. (D) 9/50
3
3 2 3 2.3 3 6
[( ) ] = ( ) = ( )
7 7 7 05. (Câmara de Dois Córregos/SP – Oficial de
Atendimento e Administração – VUNESP/2018) Uma
Radiciação de Números Racionais: se um número empresa comprou um lote de envelopes e destinou 3/ 8 deles
representa um produto de dois ou mais fatores iguais, então ao setor A. Dos envelopes restantes, 4/ 5 foram destinados ao
cada fator é chamado raiz do número. setor B, e ainda restaram 75 envelopes. O número total de
envelopes do lote era
Exemplos: (A) 760.
𝟏 1 1 1 2
(B) 720.
1) √ , representa o produto . ou ( ) . (C) 700.
𝟐𝟓 5 5 5
1 1 (D) 640.
Logo, é a raiz quadrada de .
5 25 (E) 600.
Matemática 15
APOSTILAS OPÇÃO
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS - R Podemos utilizar ( ) no lugar dos [ ] , para indicar as
extremidades abertas dos intervalos.
O conjunto dos números reais1 R será a união entre os
números racionais Q e os números irracionais I. Assim temos:
Matemática 16
APOSTILAS OPÇÃO
- Quando a e b forem medidas de uma mesma grandeza, - Problema envolvendo razão e proporção
essas devem ser expressas na mesma unidade. Em um concurso participaram 3000 pessoas e foram
aprovadas 1800. A razão do número de candidatos aprovados
- Razões Especiais para o total de candidatos participantes do concurso é:
Escala → Muitas vezes precisamos ilustrar distâncias A) 2/3
muito grandes de forma reduzida, então utilizamos a escala, B) 3/5
que é a razão da medida no mapa com a medida real (ambas C) 5/10
na mesma unidade). D) 2/7
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑚𝑎𝑝𝑎 E) 6/7
𝐸=
𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙
Resolução:
Velocidade média → É a razão entre a distância percorrida
e o tempo total de percurso. As unidades utilizadas são km/h,
m/s, entre outras. Resposta “B”
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎
𝑉= Referências
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
IEZZI, Gelson – Fundamentos da Matemática – Vol. 11 – Financeira e
Estatística Descritiva
Densidade → É a razão entre a massa de um corpo e o seu IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
volume. As unidades utilizadas são g/cm³, kg/m³, entre outras. http://educacao.globo.com
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
𝐷= Questões
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
PROPORÇÃO 01. André, Bruno, Carlos e Diego são irmãos e suas idades
formam, na ordem apresentada, uma proporção. Considere
É uma igualdade entre duas razões. que André tem 3 anos, Diego tem 18 anos e Bruno é 3 anos
mais novo que Carlos. Assim, a soma das idades, destes quatro
𝑎 𝑐 𝑎 𝑐 irmãos, é igual a
Dada as razões e , à setença de igualdade = chama-
𝑏 𝑑 𝑏 𝑑 (A) 30
se proporção. (B) 32;
Onde: (C) 34;
(D) 36.
2 - A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro 03. Foram construídos dois reservatórios de água. A razão
(ou para o segundo termo), assim como a soma dos dois entre os volumes internos do primeiro e do segundo é de 2
últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo). para 5, e a soma desses volumes é 14m³. Assim, o valor
𝑎 𝑐 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑 𝑎+𝑏 𝑐+𝑑 absoluto da diferença entre as capacidades desses dois
= → = 𝑜𝑢 = reservatórios, em litros, é igual a
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑
(A) 8000.
3 - A diferença entre os dois primeiros termos está para o (B) 6000.
primeiro (ou para o segundo termo), assim como a diferença (C) 4000.
entre os dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto (D) 6500.
termo). (E) 9000.
𝑎 𝑐 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑 𝑎−𝑏 𝑐−𝑑
= → = 𝑜𝑢 = Comentários
𝑏 𝑑 𝑎 𝑐 𝑏 𝑑
Matemática 18
APOSTILAS OPÇÃO
C
D = 18 Grandezas diretamente e
Como eles são proporcionais podemos dizer que: indiretamente proporcionais e
𝐴 𝐶 3 𝐶
= →
𝐵 𝐷 𝐶 − 3 18
= → 𝐶 2 − 3𝐶 = 3.18 → 𝐶 2 − 3𝐶 − 54 = 0 porcentagem; e números
complexos: operações,
Vamos resolver a equação do 2º grau: módulo, conjugado de um
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
número complexo,
𝑥=
2𝑎 representações algébrica e
trigonométrica.
→
−(−3) ± √(−3)2 − 4.1. (−54) 3 ± √225
→ Representação no plano de
2.1 2 Argand - Gauss,
3 ± 15 Potencialização e radiciação.
→
2 Extração de raízes. Fórmulas
3 + 15 18 3 − 15 −12 de Moivre. Resolução de
𝑥1 =
2
=
2
= 9 ∴ 𝑥2 =
2
=
2
= −6 equações binomiais e
trinomiais
Como não existe idade negativa, então vamos considerar
somente o 9. Logo C = 9
B=C–3=9–3=6 REGRA DE TRÊS SIMPLES
Somando teremos: 3 + 6 + 9 + 18 = 36
Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente
02. Resposta: E. ou inversamente proporcionais podem ser resolvidos através
X = total de livros de um processo prático, chamado regra de três simples.
Matemática = ¾ x, restou ¼ de x Vejamos a tabela abaixo:
Física = 1/3.1/4 = 1/12
Química = 36 livros
Grandezas Relação Descrição
Logo o número de livros é: 3/4x + 1/12x + 36 = x
Nº de MAIS funcionários
Fazendo o mmc dos denominadores (4,12) = 12
funcionário x Direta contratados demanda MAIS
Logo:
9𝑥 + 1𝑥 + 432 = 12𝑥 serviço serviço produzido
→ 10𝑥 + 432 = 12𝑥 Nº de MAIS funcionários
12
funcionário x Inversa contratados exigem MENOS
→ 12𝑥 − 10𝑥 = 432 → 2𝑥 = 432 → tempo tempo de trabalho
432 Nº de MAIS eficiência (dos
𝑥= → 𝑥 = 216 funcionário x Inversa funcionários) exige MENOS
2
eficiência funcionários contratados
Como a Biblioteca de Física ficou com 1/12x, logo teremos: Nº de Quanto MAIOR o grau de
1 216 funcionário x dificuldade de um serviço,
. 216 = = 18 Direta
12 12 grau MAIS funcionários deverão
dificuldade ser contratados
03. Resposta: B. MAIS serviço a ser produzido
Serviço x
Primeiro:2k Direta exige MAIS tempo para
tempo
Segundo:5k realiza-lo
2k + 5k = 14 → 7k = 14 → k = 2 Quanto MAIOR for a
Serviço x
Primeiro: 2.2 = 4 Direta eficiência dos funcionários,
eficiência
Segundo5.2=10 MAIS serviço será produzido
Diferença: 10 – 4 = 6 m³ Quanto MAIOR for o grau de
1m³------1000L Serviço x grau dificuldade de um serviço,
Inversa
6--------x de dificuldade MENOS serviços serão
x = 6000 l produzidos
Quanto MAIOR for a
eficiência dos funcionários,
Tempo x
Inversa MENOS tempo será
eficiência
necessário para realizar um
determinado serviço
Quanto MAIOR for o grau de
dificuldade de um serviço,
Tempo x grau
Direta MAIS tempo será necessário
de dificuldade
para realizar determinado
serviço
Exemplos:
1) Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos litros
de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
O problema envolve duas grandezas: distância e litros de
álcool.
Matemática 19
APOSTILAS OPÇÃO
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
consumido. flechas. Assim, temos:
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma 7 80 7 808
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que se = , 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑙𝑎𝑑𝑜 → = 5 → 7.5 = 8. 𝑥
𝑥 50 𝑥 50
correspondem em uma mesma linha:
35
Distância (km) Litros de álcool 𝑥= → 𝑥 = 4,375 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
8
180 ---- 15
210 ---- x Como 0,375 corresponde 22 minutos (0,375 x 60 minutos),
então o percurso será feito em 4 horas e 22 minutos
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”), aproximadamente.
vamos colocar uma flecha:
3) Ao participar de um treino de fórmula Indy, um
competidor, imprimindo a velocidade média de 180 km/h, faz
o percurso em 20 segundos. Se a sua velocidade fosse de 300
km/h, que tempo teria gasto no percurso?
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de
álcool também duplica. Então, as grandezas distância e litros Vamos representar pela letra x o tempo procurado.
de álcool são diretamente proporcionais. No esquema que Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade
estamos montando, indicamos esse fato colocando uma flecha (180 km/h e 300 km/h) com dois valores da grandeza tempo
na coluna “distância” no mesmo sentido da flecha da coluna (20 s e x s).
“litros de álcool”: Queremos determinar um desses valores, conhecidos os
outros três.
Armando a proporção pela orientação das flechas, temos: Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto
para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas
180 15 são inversamente proporcionais. Assim, os números 180 e 300
= são inversamente proporcionais aos números 20 e x.
210 𝑥
→ 𝑜𝑚𝑜 180 𝑒 210 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑟 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 30, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: Daí temos:
3600
180: 30 15 1806 15 180.20 = 300. 𝑥 → 300𝑥 = 3600 → 𝑥 =
= = 300
210: 30 𝑥 2107 𝑥 𝑥 = 12
Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em
→ 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑐𝑟𝑢𝑧𝑎𝑑𝑜(𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠)
105 300 km/h, teria gasto 12 segundos para realizar o percurso.
→ 6𝑥 = 7.156𝑥 = 105 → 𝑥 = = 𝟏𝟕, 𝟓
6 Questões
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.
01. (PM/SP – Oficial Administrativo – VUNESP) Em 3 de
2) Viajando de automóvel, à velocidade de 50 km/h, eu
maio de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte
gastaria 7 h para fazer certo percurso. Aumentando a
informação sobre o número de casos de dengue na cidade de
velocidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse
Campinas.
percurso?
Matemática 20
APOSTILAS OPÇÃO
01. Resposta: E.
Utilizaremos uma regra de três simples:
ano %
11442 ------- 100 Agora vamos montar a proporção, igualando a razão que
17136 ------- x 4
11442.x = 17136 . 100 x = 1713600 / 11442 = 149,8% contém o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas
(aproximado) x
149,8% – 100% = 49,8% 6 160
Aproximando o valor, teremos 50% segundo a orientação das flechas . :
8 300
02. Resposta: C.
Se R$ 315,00 já está com o desconto de 10%, então R$
315,00 equivale a 90% (100% - 10%).
Utilizaremos uma regra de três simples:
$ % Simplificando as proporções obtemos:
315 ------- 90 4 2 4.5
x ------- 100 = → 2𝑥 = 4.5 → 𝑥 = → 𝑥 = 10
𝑥 5 2
90.x = 315 . 100 x = 31500 / 90 = R$ 350,00
Resposta: Em 10 dias.
03. Resposta: C.
Como ele teve um prejuízo de 10%, quer dizer 27000 é 2) Uma empreiteira contratou 210 pessoas para
90% do valor total. pavimentar uma estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de
Valor % serviço, apenas 75 km estavam pavimentados. Quantos
27000 ------ 90 empregados ainda devem ser contratados para que a obra seja
X ------- 100 concluída no tempo previsto?
27000 909 27000 9
= 10 → = → 9.x = 27000.10 → 9x = 270000 Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
𝑥 100 𝑥 10
→ x = 30000. As grandezas “pessoas” e “tempo” são inversamente
proporcionais (duplicando o número de pessoas, o tempo fica
REGRA DE TRÊS COMPOSTA reduzido à metade). No nosso esquema isso será indicado
colocando-se na coluna “tempo” uma flecha no sentido
O processo usado para resolver problemas que envolvem contrário ao da flecha da coluna “pessoas”:
mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais, é chamado regra de três composta.
Exemplos:
1) Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em
quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam As grandezas “pessoas” e “estrada” são diretamente
300 dessas peças? proporcionais. No nosso esquema isso será indicado
Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as colocando-se na coluna “estrada” uma flecha no mesmo
grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas sentido da flecha da coluna “pessoas”:
de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma
linha. Na coluna em que aparece a variável x (“dias”),
coloquemos uma flecha:
Matemática 21
APOSTILAS OPÇÃO
02. Resposta: D.
Operários horas dias área
20-----------------8-------------60-------4800
Como já haviam 210 pessoas trabalhando, logo 315 – 210 15----------------10------------80-------- x
= 105 pessoas. Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo:
Reposta: Devem ser contratados 105 pessoas.
4800 20 8 60
Referências
= ∙ ∙
𝑥 15 10 80
MARIANO, Fabrício – Matemática Financeira para Concursos – 3ª Edição – 20 ∙ 8 ∙ 60 ∙ 𝑥 = 4800 ∙ 15 ∙ 10 ∙ 80
Rio de Janeiro: Elsevier,2013. 9600𝑥 = 57600000
𝑥 = 6000𝑚²
Questões
03. Resposta: B.
01. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO
Temos 10 funcionários inicialmente, com os afastamento
ADMINISTRATIVO – FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m²
esse número passou para 8. Se eles trabalham 8 horas por dia,
de calçada é feita em um dia de trabalho por 18 varredores
passarão a trabalhar uma hora a mais perfazendo um total de
trabalhando 5 horas por dia. Mantendo-se as mesmas
9 horas, nesta condições temos:
proporções, 15 varredores varrerão 7.500 m² de calçadas, em
Funcionários horas dias
um dia, trabalhando por dia, o tempo de
10---------------8--------------27
(A) 8 horas e 15 minutos.
8----------------9-------------- x
(B) 9 horas.
Quanto menos funcionários, mais dias devem ser
(C) 7 horas e 45 minutos.
trabalhados (inversamente proporcionais).
(D) 7 horas e 30 minutos.
Quanto mais horas por dia, menos dias devem ser
(E) 5 horas e 30 minutos.
trabalhados (inversamente proporcionais).
Funcionários horas dias
02. (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma
8---------------9-------------- 27
equipe constituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por
10----------------8----------------x
dia durante 60 dias, realiza o calçamento de uma área igual a
4800 m². Se essa equipe fosse constituída por 15 operários, 27 8 9
trabalhando 10 horas por dia, durante 80 dias, faria o = ∙ → x.8.9 = 27.10.8 → 72x = 2160 → x = 30 dias.
𝑥 10 8
calçamento de uma área igual a:
(A) 4500 m² NÚMEROS COMPLEXOS
(B) 5000 m²
(C) 5200 m² Os números complexos representam uma importante
(D) 6000 m² ferramenta em matemática. Um número complexo tem duas
(E) 6200 m² componentes: uma real e outra imaginária. Assim sendo,
podemos representar um numero complexo na forma:
03. (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Dez Z = a + bi,
funcionários de uma repartição trabalham 8 horas por dia, onde a é a parte real e b a parte imaginária do número.
durante 27 dias, para atender certo número de pessoas. Se um Chamaremos de conjugado de Z o número Z = a – bi.
funcionário doente foi afastado por tempo indeterminado e
outro se aposentou, o total de dias que os funcionários Os números complexos são úteis para resolver equações
restantes levarão para atender o mesmo número de pessoas, do tipo x²+1=0 uma vez que não existe qualquer número real
trabalhando uma hora a mais por dia, no mesmo ritmo de com a propriedade que o seu quadrado seja igual a −1.
trabalho, será: Todo número complexo tem a forma a+bi, onde a e b são
(A) 29. números reais e a unidade imaginária i tem a propriedade
(B) 30. i²=−1.
(C) 33. Dado o número complexo z=a+bi, então a é a parte real de
(D) 28. z, denotada por Re(z) e b é a parte imaginária de z, denotada
(E) 31. por Im(z).
O conjunto dos números reais pode ser considerado como
Respostas um subconjunto dos números complexos com b=0. Se a=0 o
número complexo 0+bi=bi recebe o nome de número
01. Resposta: D. imaginário puro.
Comparando- se cada grandeza com aquela onde esta o x. Exemplos:
M² varredores horas z=3+0i é um número real, pois Re(z)=3 e Im(z)=0.
6000--------------18-------------- 5 z=7+4i é um número complexo, pois Re(z)=7 e Im(z)=4.
7500--------------15--------------- x z=0+5i é um número imaginário puro, pois Re(z)=0 e
Quanto mais a área, mais horas (diretamente Im(z)=−5.
proporcionais) z=−2+0i é um número real, pois Re(z)=−2 e Im(z)=0.
Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente z=0+0i é um número real, pois Re(z)=0 e Im(z)=0.
proporcionais)
5 6000 15
= ∙
𝑥 7500 18 Chama-se conjunto dos números complexos, e representa-
se por C, o conjunto de pares ordenados, ou seja:
6000 ∙ 15 ∙ 𝑥 = 5 ∙ 7500 ∙ 18 z = (x,y)
90000𝑥 = 675000 onde x pertence a R e y pertence a R.
𝑥 = 7,5 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7 Então, por definição, se z = (x,y) = (x,0) + (y,0)(0,1) onde
horas e 30 minutos. i=(0,1), podemos escrever que:
z=(x,y)=x+yi
Matemática 22
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos:
(5,3)=5+3i Interpretação geométrica: Como dissemos, no início, a
(2,1)=2+i interpretação geométrica dos números complexos é que deu o
(-1,3)=-1+3i impulso para o seu estudo. Assim, representamos o complexo
z = a+bi da seguinte maneira
Dessa forma, todo o números complexo z=(x,y) pode ser
escrito na forma z=x+yi, conhecido como forma algébrica,
onde temos:
x=Re(z, parte real de z
y=Im(z), parte imaginária de z
Adição de números complexos: Para somarmos dois Forma polar dos números complexos: Da interpretação
números complexos basta somarmos, separadamente, as geométrica, temos que:
partes reais e imaginárias desses números. Assim, se z=a+bi e
z2=c+di, temos que:
z1+z2=(a+c) + (b+d)
Matemática 23
APOSTILAS OPÇÃO
(E)8
Dividindo
03. (TRF/2ª REGIÃO- técnico Judiciário - FCC)
Considere a igualdade x + (4 + y) . i = (6 - x) + 2yi , em que x e
y são números reais e i é a unidade imaginária. O módulo do
número complexo z = x + yi, é um número
(A)maior que 10.(B)quadrado perfeito.
(C)irracional.
(D)racional não inteiro. Onde i2 = -1.
(E)primo. Então, o conjugado
Matemática 24
APOSTILAS OPÇÃO
07. Resposta: E.
Pelo enunciado, os valores de in podem ser: 1, i, 1 e -i
Como i0 = 1 , i1 = i , i2 = -1 , i3 = -i, a partir daí os valores se
repetem com a sequência dos números naturais.
Matemática 25
APOSTILAS OPÇÃO
b) Diagrama de flechas
Apresentamos o produto cartesiano por meio do diagrama
de flechas, quando representamos cada um dos conjuntos no
diagrama de Euler-Venn, e os pares ordenados por “flechas”
Temos que: que partem do 1º elemento do par ordenado (no 1º conjunto)
- P é o ponto de coordenadas a e b; e chegam ao 2º elemento do par ordenado (no 2º conjunto).
- o número a é chamado de abscissa de P; Considerando os conjuntos A e B do nosso exemplo, o
- o número b é chamado ordenada de P; produto cartesiano A x B fica assim representado no diagrama
- a origem do sistema é o ponto O (0,0). de flechas:
A (4,3)
B (1,2)
Produto Cartesiano
Dados dois conjuntos A e B, chamamos de produto
cartesiano A x B ao conjunto de todos os possíveis pares
ordenados, de tal maneira que o 1º elemento pertença ao 1º
conjunto (A) e o 2º elemento pertença ao 2º conjunto (B).
𝐀 𝐱 𝐁 = {(𝐱, 𝐲)|𝐱 ∈ 𝐀 𝐞 𝐲 ∈ 𝐁}
Noção de Relação
Quando o produto cartesiano for efetuado entre o conjunto Dado os conjuntos A = {4,5,6} e B = {5,6,7,8}, temos:
A e o conjunto A, podemos representar A x A = A2. Vejamos, por A x B = {(4,5), (4,6), (4,7), (4,8), (5,5), (5,6), (5,7), (5,8),
meio de o exemplo a seguir, as formas de apresentação do (6,5), (6,6), (6,7), (6,8)}
produto cartesiano.
Matemática 26
APOSTILAS OPÇÃO
x 4 4 4 4 5 5 5 5 6 6 6 6
y 5 6 7 8 5 6 7 8 5 6 7 8
9 10 11 12 10 11 12 13 11 12 13 14
x+y
Representado no gráfico:
Matemática 27
APOSTILAS OPÇÃO
Tipos de Função
Função constante: é toda função definida f: R → R, para
cada elemento de x, temos a mesma imagem, ou seja, o mesmo
f(x) = y. Podemos dizer que y = f(x) = k.
Exemplo:
Dado A = {-2, -1, 0, 1, 2} vamos determinar o conjunto Observe os gráficos abaixo da função constante
imagem da função f:A→ R, definida por f(x) = x+3.
Vamos pegar cada elemento do conjunto A, aplicarmos a lei
de associação e acharmos a imagem deste conjunto.
F(-2) = -2 + 3 = 1
F(-1) = -1 + 3 = 2
F(0) = 0 + 3 = 3
F(1) = 1 + 3 = 4
F(2) = 2 + 3 = 5
Função Identidade
Se a = 1 e b = 0, então y = x. Quando temos este caso
chamamos a função de identidade, notamos que os valores de
x e y são iguais, quando a reta corta os quadrantes ímpares
e y = - x, quando corta os quadrantes pares.
Domínio de uma função real de variável real
A reta que representa a função identidade é denominada
Para definirmos uma função precisamos conhecer dois
de bissetriz dos quadrantes ímpares:
conjuntos (não vazios) A e B e a lei que associa cada elemento
x de A um único elemento y de B. Para nosso caso vamos
considerar A e B sendo subconjuntos de R e diremos que f é
uma função real de variável real.
O conjunto A, domínio da função f, será formado por todos
os elementos do conjunto real de x, para os quais as operações
indicadas na lei de associação sejam possíveis em R.
Exemplos:
1) y = x2 + 3x E no caso abaixo a reta é a bissetriz dos quadrantes pares.
Vamos substituir x por qualquer número real obtermos
para y um valor real. Logo D(f) = R.
1
2) 𝑦 =
𝑥
Neste caso como o nosso denominador não pode ser igual
a zero, temos que D(f) = R*
𝒙
3) 𝒇(𝒙) =
𝒙−𝟐
Como sabemos que o denominador tem que ser diferente Função Injetora: Quando para n elementos distintos do
de zero, logo x – 2 ≠ 0 x ≠ 2. domínio apresentam imagens também distintas no
D(f) = R – {2} ou D(f) = {x ϵ R| x ≠ 2} contradomínio. Exemplo:
Matemática 28
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 29
APOSTILAS OPÇÃO
03. Dada a função f(x) = −4x +15 , sabendo que f(x) = 35,
então
(A) x = 5.
(B) x = 6.
(C) x = -6.
(D) x = -5.
Respostas
01. Resposta: E.
Pelo enunciado temos que, a razão constante entre
variação de lucro (ΔL) e variação de quantidade (ΔQ) vendida:
∆𝐿 7000 − (−1000) 8000
𝑅= →𝑅= →𝑅= → 𝑅 = 100
∆𝑄 80 − 0 80
Exemplo:
Estudar o sinal da função y = 2x – 4 (a = 2 > 0). Como se pretende ter um lucro maior ou igual a R$
Qual o valor de x que anula a função? 90.500,00, logo o lucro final tem que ser pelo menos 90.500,00
y=0 Então fazendo a variação do lucro para este valor temos:
2x – 4 = 0 ΔL = 90500 – (-1000) = 90500 + 1000 = 91500
2x = 4 Como é constante a razão entre a variação de lucro (ΔL) e
4 variação de quantidade (ΔQ) vendida, vamos usar o valor
x= encontrado para acharmos a quantidade de peças que
2 precisam ser produzidas:
x=2
A função se anula para x = 2. ∆𝐿 91500 91500
𝑅= → 100 = → 100∆𝑄 = 91500 → ∆𝑄 =
Referências
∆𝑄 ∆𝑄 100
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática Volume 1 – Editora → ∆𝑄 = 915
Moderna
FACCHINI, Walter – Matemática Volume Único – 1ª Edição - Editora Como são em 10 dias, termos 915 x 10 = 9150 peças que
Saraiva:1996
deverão ser vendidas, em 10 dias, para que se obtenha como
lucro pelo menos um lucro total não menor que R$ 90.500,00
Questões
02. Resposta: B.
01. O gráfico apresenta informações do lucro, em reais,
Equacionando as informações temos: 3 deve ser
sobre a venda de uma quantidade, em centenas, de um produto
multiplicado por t, pois depende da quantidade de tempo, e
em um hipermercado.
acrescentado 2,50 fixo
T = 3t + 2,50
03. Resposta: D.
35 = - 4x + 15 → - 4x = 20 → x = - 5
FUNÇÃO COMPOSTA
Matemática 30
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplo Respostas
1) Ao considerarmos as funções f(x) = 4x e g(x) = x² + 5,
determinaremos: 01. Resposta: E
a) g o f G(2)=2³=8
(g o f)(x) = g(f(x)) F(8)=2.8+3=16+3=19
g(x) = x² + 5
g(4x) = (4x)² + 5 02. Resposta: E
g(4x) = 16x² + 5 a=1/2
(g o f)(x) = g(f(x)) = 16x² + 5 b=-1
f(x)=1/2 x-1
b) f o g G(-2)=3(-2)-2=-8
(f o g)(x) = f(g(x)) F(-8)=-4-1=-5
f(x) = 4x
f(x² + 5) = 4 * (x² + 5) 03. Resposta: D
f(x² + 5) = 4x² + 20 Temos que f(x) = 2x + 3 e f(g(x)) = 8x + 7
(f o g)(x) = f(g(x)) = 4x² + 20 Para calcular f(g(x)) temos que substituir g(x) no lugar de
x na função f:
Referências 2.g(x) + 3 = 8x + 7 (agora isolamos g(x))
IEZZI, Gelson - Matemática- Volume Único
www.todamateria.com.br
2.g(x) = 8x + 7 – 3
2.g(x) = 8x + 4 (dividindo por 2)
Questões g(x) = 4x + 2, onde a = 4 e b = 2
a+b=4+2=6
01. (PREF. CARIACICA/ES – AGENTE TRÂNSITO –
FAFIPA) Sejam f e g funções reais, tais que 04. Resposta: C
f(x)= 2x + 3 Temos que substituir g(x) no lugar de x na função f e
g(x)= x3 substituir f(x) no lugar de x na função g:
f(g(x)) = g(f(x))
Então f(g(2)) é igual a: 3 – 4.g(x) = 3.f(x) + m
(A) 8 3 – 4.(3x + m) = 3.(3 – 4x) + m
(B) 9 3 – 12x – 4m = 9 – 12x + m
(C) 7 3 – 12x – 9 + 12x = m + 4m
(D) 17 - 6 = 5m
(E) 19 m = - 6/5
O valor de f (g(–2)) é
(A) –12
(B) –10
(C) –8
(D) –6
(E) –5
Matemática 31
APOSTILAS OPÇÃO
Propriedade:
Os gráficos cartesianos de f e f -1 são simétricos em relação Com a, b e c reais e a ≠ 0.
a bissetriz dos quadrantes 1 e 3 do plano cartesiano.
Onde:
Regra prática para determinar a inversa de uma a é o coeficiente de x2
função: b é o coeficiente de x
- primeiramente temos que toda função ( f(x), g(x), h(x), ....) c é o termo independente
representa o “y”.
Para determinar a inversa temos dois passos: Exemplos:
y = x2 – 16, sendo a = 1, b = 0 e c = – 16
1° Passo: isolamos o x. f(x) = x2, sendo a = 1, b = 0 e c = 0
2° passo: trocamos x por y e y por x.
Representação gráfica da Função
Exemplo: Determinar a inversa da função f(x) = 3x + 1, O gráfico da função é constituído de uma curva aberta
sabendo que é bijetora. chamada de parábola.
Então, temos que: Exemplo:
y = 3x + 1 Se a função f de R em R definida pela equação y = x2 + x.
Atribuindo à variável x qualquer valor real, obteremos em
1° passo: correspondência os valores de y, vamos construir o gráfico da
y−1
y – 1 = 3x → x = (isolamos o x) função:
3
2º passo: x y
y=
x−1
(trocamos x por y e y por x), temos a inversa de -3 6
3
𝑥−1 -2 2
f(x) → 𝑓 −1 (𝑥) = .
3 -1 0
-1/2 -1/4
Referências
IEZZI, Gelson - Fundamentos da Matemática Elementar – Vol. 01 – Conjuntos
0 0
e Funções 1 2
http://www.calculo.iq.unesp.br 2 6
Matemática 32
APOSTILAS OPÇÃO
Vértice da parábola
Toda parábola tem um ponto de ordenada máxima ou Onde:
ponto de ordenada mínima, a esse ponto denominamos x1 e x2 são as raízes da função.
vértice. Dado por V (xv , yv).
Valor máximo e valor mínimo da função definida por
um polinômio do 2º grau
- Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada
mínima. Nesse caso, o vértice é chamado ponto de mínimo e
a ordenada do vértice é chamada valor mínimo da função;
- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada
máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de máximo e a
ordenada do vértice é chamada valor máximo da função.
- Eixo de simetria
É aquele que dado o domínio a imagem é a mesma. Isso faz
com que possamos dizer que a parábola é simétrica a reta que
passa por xv, paralela ao eixo y, na qual denominamos eixo de
simetria. Vamos entender melhor o conceito analisando o
exemplo: y = x2 + 2x – 3 (início do assunto).
Atribuímos valores a x, achamos valores para y. Temos
que: Raízes ou zeros da função definida por um polinômio
f (-3) = f (1) = 0 do 2º grau
f (-2) = f (0) = -3 As raízes ou zeros da função quadrática f(x) = ax2 + bx + c
são os valores de x reais tais que f(x) = 0, ou seja são valores
Conjunto Domínio e Imagem que deixam a função nula. Com isso aplicamos o método de
Toda função com Domínio nos Reais (R) que possui a > 0, resolução da equação do 2º grau.
sua concavidade está voltada para cima, e o seu conjunto ax2 + bx + c = 0
imagem é dado por:
−∆ −∆
𝑰𝒎 = {𝒚 ∈ 𝑹| 𝒚 ≥ } 𝒐𝒖 𝑰𝒎 = [ ; +∞[ A resolução de uma equação do 2º grau é feita com o
𝟒𝒂 𝟒𝒂 auxílio da chamada “fórmula de Bháskara”.
b
x , onde, = b2 – 4.a.c
2.a
As raízes (quando são reais), o vértice e a intersecção com
o eixo y são fundamentais para traçarmos um esboço do
gráfico de uma função do 2º grau.
Logo se a < 0, a concavidade estará voltada para baixo, o
seu conjunto imagem é dado por: Forma fatorada das raízes: f (x) = a (x – x1) (x – x2).
−∆ −∆ Esta fórmula é muito útil quando temos as raízes e
𝑰𝒎 = {𝒚 ∈ 𝑹| 𝒚 ≤ } 𝒐𝒖 𝑰𝒎 = ]−∞; ] precisamos montar a sentença matemática que expresse a
𝟒𝒂 𝟒𝒂
função.
Matemática 33
APOSTILAS OPÇÃO
Resolução: 100 – t² = 0
Como conhecemos as raízes x1 e x2 (x1= -4 e x2 = 0), – t² = – 100 . (– 1)
podemos nos da forma fatorada temos: t² = 100
f (x) = a.[ x – (-4)].[x – 0] ou f (x) = a(x + 4).x . 𝑡 = √100 = 10𝑘𝑚/ℎ
O vértice da parábola é (-2,4), temos:
4 = a.(-2 + 4).(-2) → a = -1 02. Resposta: D.
Logo, f(x) = - 1.(x + 4).x → (-x – 4x).x → -x2 – 4x L(x)=3x²-12x-5x²+40x+40
L(x)=-2x²+28x+40
Referências 𝑏 28
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática Volume 1 – Editora 𝑥𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 = − = − = 7 𝑙𝑜𝑡𝑒𝑠
2𝑎 −4
Moderna
FACCHINI, Walter – Matemática Volume Único – 1ª Edição - Editora
Saraiva:1996
03. Resposta: B.
Questões C=0,81, pois é exatamente a distância de V
F(x)=-x²+0,81
01. Duas cidades A e B estão separadas por uma distância 0=-x²+0,81
d. Considere um ciclista que parte da cidade A em direção à X²=0,81
cidade B. A distância d, em quilômetros, que o ciclista ainda X=0,9
precisa percorrer para chegar ao seu destino em função do A distância AB é 0,9+0,9=1,8
100−𝑡 2
tempo t, em horas, é dada pela função 𝑑(𝑡) = . Sendo INEQUAÇÃO PRODUTO E QUOCIENTE
𝑡+1
assim, a velocidade média desenvolvida pelo ciclista em todo o
percurso da cidade A até a cidade B é igual a Inequação Produto
(A) 10 Km/h Chama-se inequação-produto toda inequação do tipo:
(B) 20 Km/h
(C) 90 Km/h 𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) < 𝟎, 𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) ≤ 𝟎,
(D) 100 Km/h 𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) > 𝟎 𝒐𝒖 𝒇(𝒙). 𝒈(𝒙) ≥ 𝟎
02. Uma indústria produz mensalmente x lotes de um Resolver uma inequação produto consiste em encontrar os
produto. O valor mensal resultante da venda deste produto é valores de x que satisfazem a condição estabelecida pela
V(x)=3x²-12x e o custo mensal da produção é dado por inequação. Para isso devemos estudar o sinal de cada função e
C(x)=5x²-40x-40. Sabendo que o lucro é obtido pela diferença também do conjunto solução:
entre o valor resultante das vendas e o custo da produção,
então o número de lotes mensais que essa indústria deve Exemplos:
vender para obter lucro máximo é igual a 1) Resolver a inequação (x + 2). (-2x + 3) ≥0.
(A) 4 lotes.
(B) 5 lotes. Método para resolução:
(C) 6 lotes. 1º) Vamos resolver cada função (encontrar o zero de cada
(D) 7 lotes. função):
Matemática 34
APOSTILAS OPÇÃO
f(x) = x + 2
x + 2 = 0 → x = -2 A regra de resolução e sinais da inequação produto é a
Como o valor de a > 0, logo a função é mesma para quociente.
crescente.
Exemplos:
𝟑𝒙 − 𝟒
1) >𝟎
𝒙−𝟐
f(x) = 3x - 4
3x – 4 = 0 → 3x = 4 → x = 4/3
Como o valor de a > 0, logo a função é
crescente.
g(x) = -2x + 3
-2x + 3 = 0 → -2x = -3 → x = -3 / -2 →
x = 3/2
Como o valor de a < 0, logo a função é
decrescente.
g(x) = x - 2
x–2=0→x=2
Como o valor de a > 0, logo a função é
crescente.
No quadro de sinais:
𝟑
Solução: 𝑺 = {𝒙 ∈ 𝑹| − 𝟐 ≤ 𝒙 ≤ }
𝟐
f(x) = x + 5 = 0 → x = -5
g(x) = x – 2 = 0 → x = 2
2) (2 - x). (-x2 + 6x - 5) ≤ 0
Matemática 35
APOSTILAS OPÇÃO
−9 + 3 −6 −9 − 3 −12
Solução da inequação é: 𝑥′ = = = −3 𝑜𝑢 𝑥 ′′ = = = −6
(A) 0 2 2 2 2
(B) -1
(C) - 3
(D) - 6
(E) - 7
Respostas
g(x) = -x – 3 → -x – 3 = 0 → -x = 3 .(-1) → x = - 3
01. Resposta: S = {x ϵ R / x < -2 ou 2< x < 5}
f(x) = x – 2
f(x) = 0
x–2=0→x=2
No quadro de sinais:
g(x) = -x2 + 3x + 10
Δ = 49
x' = -2 ou x’’ = 5
Se x < 0
Matemática 36
APOSTILAS OPÇÃO
BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática – Volume 1 – Versão beta –
a) √𝒙𝟐 = |𝒙|
Editora Moderna
b) |x| = a x = - a ou x = a Questões
c) |x| < a - a < x < a 01. Resolver, em R, a equação |2x – 3| = 5.
d) |x| > a x < - a ou x > a 02. Resolver, em R, a inequação |2x – 5| < 3
e) |x| = | - x|
03. Resolver, em R, a inequação√(2𝑥 − 5)2 ≥ 1.
f) x2 = |x|2 = |x2|
Respostas
g) |x.y| = |x|.|y|
01. |2x – 3| = 5
𝒙 |𝒙| 2x – 3 = 5 ou 2x – 3 = - 5
h) | | = |𝒚| 2x = 5 + 3 2x = - 5 + 3
𝒚
2x = 8 2x = - 2
i) |x + y| ≤ |x| + |y| (Desigualdade Triangular) x=8:2 x=-2:2
x=4 x=-1
V = {- 1, 4}
- Equação modular
Sua resolução está baseada nas seguintes propriedades: 02. |2x – 5| < 3
Pela propriedade c:
Módulo de um número
- O módulo de um número real não negativo é igual ao
próprio número;
Exemplo: - O módulo de um número real negativo é igual ao oposto
Resolvendo a inequação |2x + 1| > 5. desse número;
De acordo com P1, podemos escrever: - O módulo de um número real qualquer é sempre
2x + 1 < -5 2x < -6 x < -3 (I) ou maior ou igual a zero: |x|≥0, para todo x.
2x + 1 > 5 2x > 4 x > 2 (II)
Fazendo a união:
Referências
Matemática 37
APOSTILAS OPÇÃO
03. Resposta: D.
Aqui, usamos um recurso muito comum na Matemática, chame
|x| de y. Então a equação ficará y² + y – 6 = 0. Resolvendo-a:
y² + y – 6 = 0
S = 1, P = -6
O gráfico é uma O gráfico é uma O gráfico é a (y + 3)(y - 2) = 0
semirreta fechada semirreta aberta reunião das duas y = -3 ou y = 2
com origem no com origem no semirretas. Assim, |x| = -3 ou |x| = 2. Como não existe módulo negativo, |x|
ponto O (0,0). Ela ponto O (0,0). Ela = 2. Então, x = -2 ou x = 2. Portanto, seu produto (2 multiplicado
é bissetriz do 1º é bissetriz do 2º por -2) é igual a 4.
quadrante. quadrante.
EQUAÇÃO EXPONENCIAL
Exemplos:
3𝑥 = 1 ; 5.22𝑥+2 = 20
Este gráfico é representação de uma função:
(A) Quadrática. Para resolução precisamos achar os valores da variável
(B) Exponencial. que a tornem uma sentença numérica verdadeira. Vamos
(C) Modular. relembrar algumas das propriedades da potenciação para
(D) Afim. darmos continuidade:
02. (UFJF) O número de soluções negativas da equação | 5x-6
| = x² é:
(A) 0
(B) 1
(C) 2
(D) 3
(E) 4
Matemática 38
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 39
APOSTILAS OPÇÃO
a>1
As funções exponenciais são aquelas que crescem ou Estas relações também são válidas para exponenciais de
decrescem muito rapidamente. Elas desempenham papéis base e (e = número de Euller = 2,718...)
fundamentais na Matemática e nas ciências envolvidas com - y = ex se, e somente se, x = ln(y)
ela, como: Física, Química, Engenharia, Astronomia, Economia, - ln(ex) =x
Biologia, Psicologia e outras. - ex+y= ex.ey
- ex-y = ex/ey
Definição - ex.k = (ex)k
A função exponencial é a definida como sendo a inversa da
função logarítmica natural, isto é: A Constante de Euler
Existe uma importantíssima constante matemática
definida por
Podemos concluir, então, que a função exponencial é e = exp(1)
definida por: O número e é um número irracional e positivo e em função
da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao
Gráficos da Função Exponencial matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos
primeiros a estudar as propriedades desse número.
Função exponencial O valor deste número expresso com 40 dígitos decimais, é:
0<a<1 e= 2,718281828459045235360287471352662497757
Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode
ser escrita como a potência de base e com expoente x, isto é:
ex = exp(x)
Matemática 40
APOSTILAS OPÇÃO
3 8 t = 2 / 0,1
t = 20 anos
6) Função Logarítmica:
Definição de logaritmo e
propriedades
operatórias;gráficos, domínio,
imagem e características da
função logarítmica; e
equações e inequações
logarítmicas
Questões
EQUAÇÃO LOGARÍTMICA
01. As funções exponenciais são muito usadas para
modelar o crescimento ou o decaimento populacional de uma A resolução de uma equação desse tipo baseia-se na
determinada região em um determinado período de tempo. A definição de logaritmo.
função 𝑃(𝑡) = 234 . (1,023)𝑡 modela o comportamento de
uma determinada cidade quanto ao seu crescimento 𝒂𝒙 = 𝒃 → 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒃 , 𝒄𝒐𝒎 𝟎 < 𝒂 ≠ 𝟏 𝒆 𝒃 > 𝟎.
populacional em um determinado período de tempo, em que P
é a população em milhares de habitantes e t é o número de Existem quatro tipos de equações logarítmicas:
anos desde 1980.
Qual a taxa média de crescimento populacional anual dessa 1º) Equações redutíveis a uma igualdade entre dois
cidade? logaritmos de mesma base:
(A) 1,023% 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) = 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒈(𝒙)
(B) 1,23%
(C) 2,3% A solução pode ser obtida impondo-se f(x) = g(x) > 0.
(D) 0,023%
(E) 0,23% Exemplo:
𝐥𝐨𝐠 𝟓 𝟐𝒙 + 𝟒 = 𝐥𝐨𝐠 𝟓 𝟑𝒙 + 𝟏
02. Uma população P cresce em função do tempo t (em Temos que:
anos), segundo a sentença 𝑷 = 𝟐𝟎𝟎𝟎 . 𝟓𝟎,𝟏 .𝒕 . Hoje, no instante 2x + 4 = 3x + 1
t = 0, a população é de 2 000 indivíduos. A população será de 2x – 3x = 1 – 4
50 000 indivíduos daqui a –x=–3
(A) 20 anos. x=3
(B) 25 anos. Portanto, S = {3}
(C) 50 anos.
(D) 15 anos. 2º) Equações redutíveis a uma igualdade entre dois
(E) 10 anos. logaritmos e um número real:
Respostas 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) = 𝒓
Matemática 41
APOSTILAS OPÇÃO
Respostas
01. Resposta: A.
Logb(a.c )= logba + logbc
02. Resposta: C.
log(A/B)=0
Pela propriedade do log:
A/B=1
4º) Equações que envolvem utilização de A=B
propriedades ou de mudança de base:
Exemplo: 03. Resposta: C.
𝐥𝐨𝐠(𝟐𝒙 + 𝟑) + 𝐥𝐨𝐠(𝒙 + 𝟐) = 𝟐 𝐥𝐨𝐠 𝒙 1
log P = log a3 − logb4 + logc 2
1
Usando as propriedades do logaritmo, podemos c23
reescrever a equação acima da seguinte forma: log P = log (a . 4 )
b
log[(2𝑥 + 3)(𝑥 + 2)] = log 𝑥 2
Note que para isso utilizamos as seguintes propriedades: P=
43 √16
= 16
log 𝑥. 𝑦 = log 𝑥 + log 𝑦 24
log 𝑥 𝑛 = 𝑛. log 𝑥
INEQUAÇÃO LOGARÍTMICA
Vamos retornar à equação:
A forma de se resolver a inequação logarítmica é a mesma
Como ficamos com uma igualdade entre dois logaritmos, da equação, mas é preciso ter muito cuidado quando a base for
segue que: 0 < a < 1.
(2x +3)(x + 2) = x2 São dois tipos de inequação logarítmica.
ou
2x2 + 4x + 3x + 6 = x2 1º) Inequações redutíveis a uma desigualdade entre
2x2 – x2 + 7x + 6 = 0 logaritmos de mesma base:
x2 + 7x + 6 = 0 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) < 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒈(𝒙)
a>1
x = -1 ou x = - 6
Nesse caso, a relação entre f(x) e g(x) tem o mesmo
Lembre-se que para o logaritmo existir o logaritmando e a sentido que a desigualdade entre os logaritmos.
base devem ser positivos. Com os valores encontrados para x, 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑓(𝑥) < 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑔(𝑥) ⟹ 0 < 𝑓(𝑥) < 𝑔(𝑥)
o logaritmando ficará negativo. Sendo assim, a equação não
tem solução ou S = ø.
0<a<1
Questões Nesse caso, a relação entre f(x) e g(x) tem sentido
contrário a desigualdade entre os logaritmos.
01. O logaritmo de um produto de dois fatores é igual à 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑓(𝑥) < 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑔(𝑥) ⟹ 𝑓(𝑥) > 𝑔(𝑥) > 0
soma dos logaritmos de cada fator, mantendo-se a mesma
base. Identifique a alternativa que representa a propriedade
do logaritmo anunciada. Exemplo:
(A) Logb(a.c )= logba + logbc A inequação 𝐥𝐨𝐠 𝟑 (𝟑𝒙 − 𝟐) ≤ 𝐥𝐨𝐠 𝟑 𝒙
(B) Logb(a.c) = logb(a + c) Temos a seguinte condição: 0 < 3x – 2 ≤ x.
(C) Logb(a + c) = logba.logbc Fazendo cada membro da equação separadamente:
(D) Logb(a + c) = logb(a.c) 0 < 3x – 2 → x > 2/3 (I)
(E) Loge(a.c) = logba + logfc 3x – 2 ≤ x → 2x ≤ 2 → x ≤ 1 (II)
Da interseção de (I) com (II), resulta:
02. Aplicando as propriedades de logaritmo na equação S = { x ϵ R| 2/3 < x ≤ 1}.
log A - log B = 0, teremos:
(A) A . B = 0 2º) Inequações redutíveis a uma desigualdade entre
(B) A . B > 0 um logaritmo e um número real:
(C) A = B 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) > 𝒓 𝒐𝒖 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) < 𝒓
(D) A / B = 0
(E) A é o inverso de B Para resolver uma inequação desse tipo, basta substituir r
por log 𝑎 𝑎𝑟 ; assim teremos:
03. Sabendo que log P = 3loga - 4logb + 1/2logc, assinale a 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) < 𝒓 𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗𝒂𝒍𝒆 𝒂 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) < 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒂𝒓
alternativa que representa o valor de P. 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) > 𝒓 𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗𝒂𝒍𝒆 𝒂 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒇(𝒙) > 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒂𝒓
(dados: a = 4, b = 2 e c = 16)
Referências
(A) 12 http://www.brasilescola.com
(B) 52 BIANCHINI, Edwaldo; PACCOLA, Herval – Matemática – Volume 1
(C) 16 IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
(D) 24
(E) 73
Matemática 42
APOSTILAS OPÇÃO
Perceba que nestas equações a incógnita encontra-se ou Portanto a condição de existência é: x ϵ R*+ - {1/2}
no logaritmando, ou na base de um logaritmo. Para
solucionarmos equações logarítmicas recorremos a muitas Agora podemos proceder de forma semelhante ao exemplo
das propriedades dos logaritmos. anterior: Como x = 2 satisfaz a condição de existência da
equação logarítmica, então 2 é solução da equação. Assim
Matemática 43
APOSTILAS OPÇÃO
como no exercício anterior, este também pode ser solucionado gráfico da função mais simples y = f0 (x) = In x, quando
recorrendo-se à outra propriedade dos logaritmos: fazemos, em primeiro lugar, y=ln(x+m); em seguida,
log −6−𝑥 2𝑥 = 1 y=a.ln(x+m) e, finalmente, y=a.ln(x+m)+k.
Neste caso vamos fazer um pouco diferente. Primeiro Analisemos o que aconteceu:
vamos solucionar a equação e depois vamos verificar quais são - em primeiro lugar, y=ln(x+m) sofreu uma translação
as condições de existência: Então x = -2 é um valor candidato horizontal de -m unidades, pois x=-m exerce o papel que x=0
à solução da equação. Vamos analisar as condições de exercia em y=ln x;
existência da base -6 - x: - a seguir, no gráfico de y=a.ln(x+m) ocorreu mudança de
Veja que embora x ≠ -7, x não é menor que -6, portanto x = inclinação pois, em cada ponto, a ordenada é igual àquela do
-2 não satisfaz a condição de existência e não pode ser solução ponto de mesma abscissa em y=ln(x+m) multiplicada pelo
da equação. Embora não seja necessário, vamos analisar a coeficiente a;
condição de existência do logaritmando 2x: 2x > 0 ⇒ x > 0 - por fim, o gráfico de y=a.ln(x+m)+k sofreu uma translação
vertical de k unidades, pois, para cada abscissa, as ordenadas
Como x = -2, então x também não satisfaz esta condição de dos pontos do gráfico de y=a.ln(x+m)+k ficaram acrescidas de
existência, mas não é isto que eu quero que você veja. O que eu k, quando comparadas às ordenadas dos pontos do gráfico de
quero que você perceba, é que enquanto uma condição diz que y=a.ln(x+m).
x < -6, a outra diz que x > 0. Qual é o número real que além de
ser menor que -6 é também maior que 0? O estudo dos gráficos das funções envolvidas auxilia na
Como não existe um número real negativo, que sendo resolução de equações ou inequações, pois as operações
menor que -6, também seja positivo para que seja maior que algébricas a serem realizadas adquirem um significado que é
zero, então sem solucionarmos a equação nós podemos visível nos gráficos das funções esboçados no mesmo
perceber que a mesma não possui solução, já que nunca referencial cartesiano.
conseguiremos satisfazer as duas condições simultaneamente.
O conjunto solução da equação é portanto S = { }, já que não Função logarítmica de base a é toda função f:R*+ → R,
existe nenhuma solução real que satisfaça as condições de definida por 𝑓(𝑥) = log 𝑎 𝑥 com a ϵ R*+ e a ≠ 1.
existência da equação. Podemos observar neste tipo de função que a variável
independente x é um logaritmando, por isto a denominamos
Função Logarítmica função logarítmica. Observe que a base a é um valor real
A função logaritmo natural mais simples é a função constante, não é uma variável, mas sim um número real.
y=f0(x)=lnx. Cada ponto do gráfico é da forma (x, lnx) pois a A função logarítmica de R*+ → R é inversa da função
ordenada é sempre igual ao logaritmo natural da abscissa. exponencial de R*+ → R e vice-versa, pois:
log 𝑏 𝑎 = 𝑥 ⟺ 𝑏 𝑥 = 𝑎
Matemática 44
APOSTILAS OPÇÃO
02. Resposta: D.
E = log20 + log5
E = log(2 x 10) + log5
E = log2 + log10 + log5
E = log10 + log (2 x 5)
Se a > 1 temos uma função logarítmica crescente, E = log10 + log10
qualquer que seja o valor real positivo de x. No gráfico da E = 2 log10
função ao lado podemos observar que à medida que x E=2
aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos que
a curva da função é crescente. Também podemos observar
através do gráfico, que para dois valor de x (x1 e x2), que
log 𝑎 𝑥2 > log 𝑎 𝑥1 ⟺ 𝑥2 > 𝑥1 , isto para x1, x2 e a números reais
positivos, com a > 1.
Matemática 45
APOSTILAS OPÇÃO
7) Trigonometria: Arcos
notáveis; trigonometria no
triângulo (retângulo e
qualquer); lei dos senos e lei
dos cossenos; unidades de
medidas de arcos e ângulos: o Como podemos notar, 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝑐𝑜𝑠𝛽 e 𝑠𝑒𝑛𝛽 = 𝑐𝑜𝑠𝛼.
grau e o radiano; círculo Em todo triângulo a soma dos ângulos internos é igual a
180°.
trigonométrico, razões No triângulo retângulo um ângulo mede 90°, então:
trigonométricas e redução ao 90° + α + β = 180°
1º quadrante; funções α + β = 180° - 90°
α + β = 90°
trigonométricas,
transformações, identidades Quando a soma de dois ângulos é igual a 90°, eles são
trigonométricas chamados de Ângulos Complementares. E, neste caso, sempre
o seno de um será igual ao cosseno do outro.
fundamentais, equações e
inequações trigonométricas Valores Notáveis
no conjunto dos números A tabela a seguir representa os valores de seno, cosseno e
tangente dos ângulos de 30°, 45° e 60°, considerados os três
reais; fórmulas de adição de ângulos notáveis da trigonometria.
arcos, arcos duplos, arco
metade e transformação em
produto; e sistemas de
equações e inequações
trigonométricas e resolução
de triângulos
Questões
TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
01. Um avião levanta voo formando um ângulo de 30° com
Em todo triângulo retângulo os lados recebem nomes a horizontal. Sua altura, em metros, após ter percorridos 600
especiais. O maior lado (oposto do ângulo de 90°) é chamado m será:
de Hipotenusa e os outros dois lados menores (opostos aos (A) 100
dois ângulos agudos) são chamados de Catetos. (B) 200
Observe a figura: (C) 300
(D) 400
(E) 500
Matemática 46
APOSTILAS OPÇÃO
02. Resposta: C.
Para saber o número de degraus temos que calcular a
̅̅̅̅ do triângulo e dividir por 20 (altura de cada degrau).
altura BC
No triângulo ABC, ̅̅̅̅
BC e ̅̅̅̅
AC são catetos, a relação entre os dois
catetos é a tangente.
cat.oposto ̅̅̅̅
BC
tg30° = = ̅̅̅̅
cat.adjacente AC
̅̅̅̅
𝐴𝐶 ℎ
𝑡𝑔𝛼 = ̅̅̅̅ → 0,363 = → h = 40.0,363 → h = 14,552 m
𝐴𝐵 40
Matemática 47
APOSTILAS OPÇÃO
√2 √3
𝑠𝑒𝑛 45° = ∴ 𝑠𝑒𝑛 60° =
2 2
Lei dos cossenos
a² = b² + c² - 2.b.c.cosA
b² = a² + c² - 2.a.c.cosB
c² = a² + b² - 2.a.b.cosC
Exemplo:
Analise o esquema abaixo:
Respostas Se optarmos pelo bombeamento da água direto para a casa,
quantos metros de cano seriam gastos?
01. De acordo com a situação, o lado a ser determinado é
oposto ao ângulo de 30º. Dessa forma, aplicamos a fórmula da
lei dos cossenos da seguinte maneira:
x² = (6√3)² + 8² - 2 * 6√3 * 8 * cos 30º
x² = 36 * 3 + 64 – 2 * 6√3 * 8 * √3/2
x² = 108 + 64 – 96 * √3 * √3/2
x² = 172 – 48 * 3
x² = 172 – 144
x² = 28
x = 2√7 cm x² = 50² + 80² - 2*50*80*cos60º
x² = 2500 + 6400 – 8000*0,5
02. Pela lei dos cossenos x² = 8900 – 4000
x² = 6² + 8² - 2 * 6 * 8 * cos 60º x² = 4900
x² = 36 + 64 – 96 * 1/2 x = 70 m
x² = 100 – 48 Seriam gastos 70 metros de cano.
x² = 52
√x² = √52 Referência
http://www.brasilescola.com
x = 2√13
Questões
03. Pela lei dos senos:
01. Em um triângulo, os lados de medidas 6√3 cm e 8 cm
𝑥 8 formam um ângulo de 30º. Determine a medida do terceiro
= lado.
𝑠𝑒𝑛45° 𝑠𝑒𝑛30°
𝑥 = 8√2 𝑐𝑚
Matemática 48
APOSTILAS OPÇÃO
Questões
Usamos a seguinte representação: AB.
Observação: quando A e B são pontos coincidentes, um 01. Um ângulo de 120° equivale a quantos radianos?
arco é chamado de nulo e o outro arco de uma volta.
5𝜋
02. Um ângulo de rad equivale a quantos graus?
Unidades de medidas de arcos (e ângulos) 4
α
03. Resposta: 6°
Sendo α o ângulo (ou arco), r o raio e l o comprimento do Neste
r caso, usamos regra de três:
arco, temos: 180° π rad
l x 0,105 rad
α=
r
O arco l terá seu comprimento máximo (ou maior) quando 180°
=
𝜋
𝑥 0,105
for igual ao comprimento total de uma circunferência (C = 2πr
– fórmula do comprimento da circunferência), ou seja lmáximo =
π.x = 180°.0,105
C → lmax = 2πr.
3,14x = 18,9
Matemática 49
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 50
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 51
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 52
APOSTILAS OPÇÃO
𝒔𝒆𝒏 𝒙 𝝅
Relação II - 𝒕𝒈𝒙 = , 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕𝒐𝒅𝒐 𝒙 ≠ + 𝒌𝝅, 𝒌 𝝐 𝒁
𝐜𝐨𝐬 𝒙 𝟐
O eixo (vertical) das tangentes é obtido ao se tangenciar,
por uma reta, o ciclo no ponto A, origem da contagem dos
Se o arco AQ mede 294°, o arco PS mede: arcos.
(A) 114°
(B) 156°
(C) 164°
(D) 204°
(E) 246°
Respostas
01. Resposta: D.
Observe que o arco AB possui 180°, Como o arco AP =
164°, nos resta que PB = 180° – 164° = 16°, portanto QS = 16°,
temos que AQ = 270° - 16° = 254°, como a questão pede para Valores Notáveis
encontrar no primeiro quadrante devemos fazer 254° – 180°
𝝅
= 74° 𝒕𝒈
𝟒
02. Resposta: D. Pela relação
fundamental II, temos:
𝜋 √2
𝜋 𝑠𝑒𝑛 4
𝑡𝑔 = = 2 =1
4 𝑐𝑜𝑠 𝜋 √2
4 2
Se observamos a
figura ao lado, o
quadrilátero formado
confirma o valor acima
Observe que no relógio temos 12 horas, como uma volta encontrado.
completa é de 360°, ao dividirmos por 12 obtemos 30° então 𝝅 𝝅
para cada hora possuímos 30 graus. 𝒕𝒈 𝒆 𝒕𝒈
𝟑 𝟔
No exercício, o menor ângulo formado pelos ponteiros do
relógio de 7 para 12 temos 5 horas, logo 5 . 30 = 150°. Pela relação
fundamental II, temos:
03. Resposta: B. 𝜋 √3
Como AQ = 294°, QA (no sentido anti-horário) = 360° – 𝜋 𝑠𝑒𝑛 3
294° = 66°, mas de P até o ponto onde temos no ciclo 180° 𝑡𝑔 = = 2 = √3
3 𝑐𝑜𝑠 𝜋 1
possui o mesmo valor (66°) Então o arco PS = 66° + 90° = 156° 3 2
Matemática 53
APOSTILAS OPÇÃO
Questões
Notando a congruência entre os três ângulos assinalados,
concluímos que: 01. (SAMAE – CONTADOR – FUNTEF/PR) Considerando
3𝜋 𝜋 π √5−1 𝜋
𝑡𝑔 = −𝑡𝑔 = −1 que sen = , o valor de 𝑐𝑜𝑠 é:
4 4 10 4 10
7𝜋 √2 √12√5
7𝜋 𝑠𝑒𝑛 4 − (𝐶)
𝑡𝑔 = = 2 = −1 4
4 7𝜋 √2 (D) -1/2
𝑐𝑜𝑠
4 2 (E) 1/4
Respostas
01. Resposta: A.
Sen²x + cos²x = 1
2
√5 − 1
( ) + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1
4
2
1 √5 − 1
Relação V – cossec 𝑥 = , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑥 ≠ 𝑘𝜋, 𝑘 𝜖 𝑍 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 − ( )
𝑠𝑒𝑛𝑥 4
5 − 2√5 + 1
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 −
16
6 − 2√5
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 −
16
2
16 6 − 2√5
𝑐𝑜𝑠 𝑥 = −
16 16
2
10 − 2√5
𝑐𝑜𝑠 𝑥 =
Exemplos: 16
√10 + 2√5
5𝜋 1 1
𝑐𝑜𝑠𝑥 =
1) 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 = 5𝜋 = = −√2 4
4 𝑠𝑒𝑛 √2
4 −
2
02. Resposta: D.
5𝜋 1 1 Sen²x + cos²x = 1
2) 𝑠𝑒𝑐 = = =2 1 2
3 5𝜋 1
𝑐𝑜𝑠 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + ( ) = 1
3 2 2
2
1
𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 1 −
5𝜋 √3 4
5𝜋 𝑐𝑜𝑠 6 −
2 = −√3 3
3) 𝑐𝑜𝑡𝑔 = = 2
𝑠𝑒𝑛 𝑥 =
6 5𝜋 1 4
𝑠𝑒𝑛 2
6 √3
𝑠𝑒𝑛𝑥 = ±
2
Como está no primeiro quadrante
√3
𝑠𝑒𝑛𝑥 = +
2
Matemática 54
APOSTILAS OPÇÃO
2
√3 ∗ 𝑐𝑜𝑠(𝑎 − 𝑏) ≡ cos 𝑎. cos 𝑏 + 𝑠𝑒𝑛 𝑏. 𝑠𝑒𝑛 𝑎
2 ( )
2
𝑠𝑒𝑛 𝑥 √3 2
𝐸 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑡𝑔2 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + =( ) + 𝑡𝑔 𝑎 + 𝑡𝑔 𝑏 2. 𝑡𝑔 𝑥
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 2 1 2 ∗ 𝑡𝑔(𝑎 + 𝑏) ≡ ⇒ 𝑡𝑔 2𝑥 ≡
( ) 1 − 𝑡𝑔 𝑎. 𝑡𝑔 𝑏 𝑎=𝑏=𝑥 1 − 𝑡𝑔2 𝑥
2
3
3 4 3 15 𝑡𝑔 𝑎 − 𝑡𝑔 𝑏
= + = +3= ∗ 𝑡𝑔(𝑎 − 𝑏) ≡
4 1 4 4 1 + 𝑡𝑔 𝑎. 𝑡𝑔 𝑏
4
03. Resposta: B.
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1 Exemplos:
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = 1 − 𝑐𝑜𝑠²𝑥 1) sen 105º = sen (60º + 45º) = sen 60º . cos 45º + sen 45º
Substituindo na função: . cos 60º
f(x) = cos²x - (1 - cos²x) + cosx
f(x)=cos²x + cos²x + cosx - 1
f(x)=2cos²x + cosx - 1
f(x)=0=2cos²x + cosx -1
∆= 1 + 8 = 9 2) cos 135º = cos (90º + 45º) = cos 90º . cos 45º – sen 90º .
−1±3 sen 45º
𝑐𝑜𝑠𝑥 =
4
−1+3 1
cos 𝑥 = =
4 2
−1−3
cos 𝑥 = = −1
4
TRANSFORMAÇÕES
𝟐𝒕𝒈 𝒂 𝝅
𝒕𝒈 𝟐𝒂 = (𝒂 ≠ + 𝒌𝝅)
𝟏 − 𝒕𝒈𝟐 𝒂 𝟒
Exemplos:
̂ e 𝑅𝐴𝑃
Os arcos 𝐴𝑃𝑄 ̂ possuem a mesma medida (a + b) e, Observe o ciclo trigonométrico:
consequentemente, as cordas 𝐴𝑄 ̅̅̅̅ e 𝑃𝑅
̅̅̅̅ também têm medidas
iguais.
As coordenadas dos pontos acimas são:
A (1,0);
P (cos a, sen a);
Q (cos (a + b), sen (a + b) e
R (cosb, - sen b).
Matemática 55
APOSTILAS OPÇÃO
2) cos 2a.
Como cos 2a = cos2 a – sen2 a, teremos:
16 9 7 - Transformação da soma em produto
cos 2𝑎 = − → cos 2𝑎 = As fórmulas abaixo relacionadas nos permitirão
25 25 25
transformar somas em produtos.
3) O quadrante que está o arco que mede 2a.
Vamos analisar, como sen 2a < 0 e cos 2a >o , podemos 𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
∗ 𝑠𝑒𝑛 𝑝 + 𝑠𝑒𝑛 𝑞 = 2. 𝑠𝑒𝑛 . 𝑐𝑜𝑠
concluir que o arco que mede 2ª tem extremidade no 4º 2 2
quadrante.
𝑝−𝑞 𝑝+𝑞
∗ 𝑠𝑒𝑛 𝑝 − 𝑠𝑒𝑛 𝑞 = 2. 𝑠𝑒𝑛 . 𝑐𝑜𝑠
4) sen 3a. 2 2
Como sen 3a = sen (2a + a) sen 3a = sen 2a . cos a + sen 𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
a . cos 2a ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝑝 + cos 𝑞 = 2. 𝑐𝑜𝑠 . 𝑐𝑜𝑠
2 2
24 4 3 7 117 𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
𝑠𝑒𝑛 3𝑎 = (− ) . (− ) + ( ) . ( ) → 𝑠𝑒𝑛 3𝑎 = ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝑝 − cos 𝑞 = −2. 𝑠𝑒𝑛 . 𝑠𝑒𝑛
25 5 5 25 125 2 2
- Arco Metade
Vamos achar valores que mede a/2, conhecendo os valores Exemplos:
das funções trigonométricas do arco que mede a. Vamos transformar em produtos:
Vamos determinar os valores partindo do cos a, partindo 1) N = sen 4x + sen 6x
𝑎 𝑎 𝑎
dele determinamos os valores de 𝑠𝑒𝑛 , 𝑐𝑜𝑠 𝑒 𝑡𝑔 . Vamos chamar 4x = p e 6x = q
2 2 2
Usando a primeira das fórmulas vistas, obtemos:
Para isso utilizaremos a seguinte fórmula: cos 2x = cos2 x 4𝑥 + 6𝑥 4𝑥 − 6𝑥
𝑁 = 2. 𝑠𝑒𝑛 . 𝑐𝑜𝑠 → 𝑁 = 2. 𝑠𝑒𝑛(5𝑥). cos(−𝑥)
– sen2 x 2 2
→ 𝑁 = 2. 𝑠𝑒𝑛 5𝑥. 𝑐𝑜𝑠 𝑥
Vamos primeiramente ajusta-la ao nosso problema
fazendo 2x = a cos a = cos2 a/2 – sen2 a/2 (I) 2) N = 1 – sen 4x
𝜋
Como temos que o cos2 a/2 = 1 – sen2 a/2: Vamos substituir 1 por sen π/2, obtemos: 𝑁 = 𝑠𝑒𝑛 −
𝑎 𝑎 𝑎 2
cos 𝑎 = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 → 2𝑠𝑒𝑛2 = 1 − cos 𝑎 → 𝑠𝑒𝑛2 𝑠𝑒𝑛 4𝑥
2 2 2 Onde: π/2 = p e 4x = q
1 − cos 𝑎 𝒂 𝟏 − 𝐜𝐨𝐬 𝒂 𝜋 𝜋
= = 𝒔𝒆𝒏 = ±√ − 4𝑥 + 4𝑥
𝑁 = 2. 𝑠𝑒𝑛 ( 2 ) . 𝑐𝑜𝑠 ( 2 )→𝑁
2 𝟐 𝟐
2 2
𝜋 𝜋
Se em (I) substituirmos sen2 a/2 por 1 – cos2 a/2 = 2. 𝑠𝑒𝑛 ( − 2𝑥) . 𝑐𝑜𝑠 ( + 2𝑥)
𝑎 𝑎 𝑎 1 + cos 𝑎 4 4
cos 𝑎 = 𝑐𝑜𝑠 2 − (1 − 𝑐𝑜𝑠 2 ) → cos 𝑎 = 2𝑐𝑜𝑠 2 =
2 2 2 2
Questões
𝒂 𝟏 + 𝐜𝐨𝐬 𝒂
→ 𝒄𝒐𝒔 = ±√
𝟐 𝟐 01. (PREF. ÁGUAS DE CHAPECÓ/SC – FARMACÊUTICO –
ALTERNATIVE CONCURSOS) O valor de (sen 90º + cos 180º)
E como: é igual a:
𝑠𝑒𝑛
𝑎 (A) 0
𝑎 𝑎 𝜋
𝑡𝑔 =
2 𝐶𝑂𝑆
2
𝑎 ( 𝑐𝑜𝑚
2
≠ + 𝑘. 𝜋, 𝑘 𝜖 𝑍) , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠:
2
(B) 3
2
(C) -1
(D) -2
𝒂 𝟏 − 𝐜𝐨𝐬 𝒂
𝒕𝒈 = ±√ 02. (SANEAR – FISCAL - FUNCAB) Sendo cos x =1/2 com
𝟐 𝟏 + 𝐜𝐨𝐬 𝒂
0° < x < 90°, determine o valor da expressão E = sen² x + tg² x.
(A) 9/4
(B) 11/4
- Funções trigonométricas de arco que mede a, em
(C) 13/4
função da tangente do arco metade.
(D) 15/4
(E) 17/4
Matemática 56
APOSTILAS OPÇÃO
(B) 6
(C) 4
(D) -4
(E) -6
Respostas
01. Resposta: A.
sen 90°=1
cos〖180°〗= -1
1+(-1)=0 9π/2 = 2 voltas e 1/4 de volta
13π/2 = 3 voltas e 1/4 de volta
02. Resposta: D. 17π/2 = 4 voltas e 1/4 de volta
Sen²x+cos²x=1
1 2 Podemos generalizar e escrever todos os arcos com essa
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + ( ) = 1 característica na seguinte forma: π/2 + 2kπ, onde k Є Z. E de
2
uma forma geral abrangendo todos os arcos com mais de uma
1 volta, x + 2kπ.
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = 1 − Estes arcos são representados no plano cartesiano através
4
3 de funções circulares como: função seno, função cosseno e
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = função tangente.
4
√3
𝑠𝑒𝑛𝑥 = ± Características da função seno
2
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o
Como está no primeiro quadrante seu seno, então f(x) = senx. O sinal da função f(x) = senx é
√3 positivo no 1º e 2º quadrantes, e é negativo quando x pertence
𝑠𝑒𝑛𝑥 = + ao 3º e 4º quadrantes. Observe:
2
2
√3
2 ( )
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 √3 2
𝐸 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑡𝑔2 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + =( ) +
𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 2 1 2
( )
2
3
3 4
= +
4 1
4
3 15
= +3=
4 4
03. Resposta: E.
𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1
𝑚+1 2 𝑚+2 2
( ) +( ) =1
𝑚 𝑚
𝑚2 + 2𝑚 + 1 𝑚2 + 4𝑚 + 4
+ −1=0
𝑚2 𝑚2
𝑚2 + 2𝑚 + 1 + 𝑚2 + 4𝑚 + 4 − 𝑚2 = 0
FUNÇÃO TRIGONOMÉTRICA
Matemática 57
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 58
APOSTILAS OPÇÃO
Logo:
cosw = ± Ö 5 / 3. Mas como w = arcsen 2/3, sabemos que o
arco w pode variar de –90º a +90º, intervalo no qual o coseno
é positivo. Logo: cosw = +Ö 5 /3.
Temos então: y = tg(arcsen 2/3) = tgw = senw / cosw =
[(2/3) / (Ö 5/3)] = 2/Ö 5
Racionalizando o denominador, vem finalmente y = (2Ö
5)/ 5 que é o valor de y procurado.
EQUAÇÕES TRIGNOMÉTRICAS
Matemática 59
APOSTILAS OPÇÃO
- tg x = tg α
Dois arcos possuem a mesma tangente quando são iguais
ou diferem π radianos, ou seja, têm as extremidades
coincidentes ou simétricas em relação ao centro do ciclo. (certo) (errado)
Resposta
01. Resposta: B
Temos então: sem(2x) = 1/2
Os arcos cujo seno é 1/2 são π/6 e 5π/6.
Resolvendo:
Assim temos x = α ou x = α ±π como raízes da equação tg x 2x = π/6
= tg α x = π/12
ou
Solução geral de uma equação 2x = 5π/6
Quando resolvemos uma equação considerando o conjunto x = 5π/12
universo mais amplo possível, encontramos a sua solução
geral. Essa solução é composta de todos os valores que podem 02. Resposta: certo
ser atribuído à incógnita de modo que a sentença se torne Sendo 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 − √3. 𝑐𝑜𝑠𝑥, então para f(x) = 0, temos:
verdadeira. 𝑠𝑒𝑛𝑥 − √3. 𝑐𝑜𝑠𝑥 = 0
Exemplo: 𝑠𝑒𝑛𝑥 = √3. 𝑐𝑜𝑠𝑥 (passar o 𝑐𝑜𝑠𝑥 dividindo para o 1°
Ao resolver a equação sen x = ½ no conjunto dos reais ( membro)
U=R), fazemos: 𝑠𝑒𝑛𝑥
𝜋 = √3 (das relações fundamentais temos que 𝑡𝑔𝑥 =
𝑐𝑜𝑥
sen x = ½ sen x = sen π/6 ⌊𝑥 = + 2𝑘𝜋 𝑜𝑢 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥
5𝜋
6 )
𝑐𝑜𝑠𝑥
+ 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
6 𝑡𝑔𝑥 = √3
Obtendo todos os arcos x( por meio da expressão geral dos Verificando no ciclo quais ângulos tem este valor de
arcos x) que tornam verdadeira a sentença sen x = ½ tangente:
Matemática 60
APOSTILAS OPÇÃO
8) Contagem e Análise
Combinatória: Fatorial:
Representação da solução da inequação trigonométrica do tipo cos x > n
definição e operações;
Para que a solução dessa inequação esteja na primeira princípios multiplicativo e
volta do ciclo trigonométrico, devemos apresentar S = { x | 0 aditivo da contagem; arranjos,
≤ x < y ou 2π – y ≤ x < 2π }. Para estender essa solução para o
conjunto dos reais, podemos dizer que S = { x | 2kπ ≤ x < π + combinações e permutações; e
2kπ ou 2π – y + 2kπ < x < (k + 1).2π, k }. binômio de Newton:
desenvolvimento, coeficientes
4° tipo) cos x < n (cos x ≤ n)
Nesses casos, há apenas um intervalo e uma única solução. binomiais e termo geral
Observe a figura a seguir:
Matemática 61
APOSTILAS OPÇÃO
2 x 3 = 6
Exemplo:
De quantas maneiras podemos organizar 8 alunos em uma
fila.
Observe que vamos utilizar a mesma quantidade de alunos
na fila nas mais variadas posições:
Matemática 62
APOSTILAS OPÇÃO
Observe que 123 é diferente de 321 e assim Aqui dividimos novamente por p, para desconsiderar
sucessivamente, logo é um Arranjo. todas as sequências repetidas (P1, P2, P3, P4 = P4, P2, P1, P3=
Se fossemos montar todos os números levaríamos muito P3, P2, P4, P1=...).
tempo, para facilitar os cálculos vamos utilizar a fórmula do Aplicando a fórmula:
arranjo. n! 7! 7! 7.6.5.4!
Cn, p = → C7,4 = = =
Pela definição temos: A n,p (Lê-se: arranjo de n elementos (n − p)! p! (7 − 4)! 4! 3! 4! 3! 4!
tomados p a p).
Então: 210 210
𝒏! = = = 35 grupos de professores
𝑨𝒏, 𝒑 = 3.2.1 6
(𝒏 − 𝒑)!
- Combinação circular: aqui os elementos estão dispostos
Utilizando a fórmula: em uma circunferência. Exemplo:
Onde n = 6 e p = 3 Considerando dez pontos sobre uma circunferência,
n! 6! 6! 6.5.4.3! quantas cordas podem ser construídas com extremidades em
An, p = → A6,3 = = = = 120 dois desses pontos?
(n − p)! (6 − 3)! 3! 3!
Então podemos formar com o conjunto S, 120 números
com 3 algarismos.
Exemplo:
Quantos anagramas podemos formar com a palavra CALO?
Exemplo:
Quantos são os anagramas da palavra ARARA?
n=5
α = 3 (temos 3 vezes a letra A)
β = 2 (temos 2 vezes a letra R)
Matemática 63
APOSTILAS OPÇÃO
05. Resposta: C.
O número de peças do heptaminó é Anagramas de RENATO
Matemática 64
APOSTILAS OPÇÃO
𝑛!
Sendo (𝑛𝑘) =
𝑘!(𝑛−𝑘)!
Matemática 65
APOSTILAS OPÇÃO
Questões n = 6.
Pela fórmula do termo geral, podemos escrever:
01. Determine o 7º termo do binômio (2x + 1) 9, 6 1 6 6
Tk + 1 = ( ). x6 - k . ( )k = ( ). x6 - k . x- k = ( ). x6 - 2p .
desenvolvido segundo as potências decrescentes de x. 𝑘 𝑥 𝑘 𝑘
02. Qual o termo médio do desenvolvimento de (2x + 3y)8? Ora, para que o termo seja independente de x, o expoente
desta variável deve ser zero, pois x0 = 1.
03. Desenvolvendo o binômio (2x - 3y)3n, obtemos um Logo, fazendo 6 – 2k = 0, obtemos k = 3. Substituindo então
polinômio de 16 termos. Qual o valor de n? k por 6, teremos o termo procurado. Temos então:
6 6! 6 .5 .4 .3!
T3+1 = T4 = ( ). x0 = = = 20
04. Determine o termo independente de x no 3 [(6−3)! .3!] 3! .2 .1
1 Logo, o termo independente de x é o T4 (quarto termo) que
desenvolvimento de (x + )6. é igual a 20.
𝑥
Matemática 66
APOSTILAS OPÇÃO
- Espaço amostral: conjunto de todos os resultados C = {(3,1), (3,2), (3,3), (3,4), (3,5), (3,6), (4,1), (4,2), (4,3),
possíveis de ocorrer em um determinado experimento (4,4), (4,5), (4,6), (5,1), (5,2), (5,3), (5,4), (5,5), (5,6), (6,1),
aleatório. Indicamos esse conjunto por uma letra maiúscula: U, (6,2), (6,3), (6,4), (6,5), (6,6)}
S , A, Ω ... variando de acordo com a bibliografia estudada.
Exemplo: - Eventos mutuamente exclusivos: dois ou mais eventos
a) quando lançamos 3 moedas e observamos suas faces são mutuamente exclusivos quando a ocorrência de um deles
voltadas para cima, sendo as faces da moeda cara (c) e coroa implica a não ocorrência do outro. Se A e B são eventos
(k), o espaço amostral deste experimento é: mutuamente exclusivos, então: A ∩ B = Ø.
S = {(c,c,c); (c,c,k); (c,k,k); (c,k,c); (k,k,k,); (k,c,k); (k,c,c); Sejam os eventos:
(k,k,c)}, onde o número de elementos do espaço amostral n(A) A: quando lançamos um dado, o número na face voltada
=8 para cima é par.
A = {2,4,6}
- Evento: é qualquer subconjunto de um espaço amostral B: quando lançamos um dado, o número da face voltada
(S); muitas vezes um evento pode ser caracterizado por um para cima é divisível por 5.
fato. Indicamos pela letra E. B = {5}
Os eventos A e B são mutuamente exclusivos, pois A ∩ B =
Ø.
P (A U B) = P(A)
+ P(B) – P (A ∩
B)
E: {(1,1), (1,2), (1,3), (1,4), (1,5), (1,6), (2,1), (2,2), (2,3)
(2,4), (2,5), (2,6)}
Como, C = S – E
Matemática 67
APOSTILAS OPÇÃO
Para eventos mutuamente exclusivos, onde A ∩ B = Ø, a dois eventos simultâneos (ou sucessivos), que é P (A ∩ B), é
equação será: preciso multiplicar a probabilidade de ocorrer um deles P(B)
pela probabilidade de ocorrer o outro, sabendo que o primeiro
já ocorreu P (A | B).
Sendo:
P (A U B) = 𝐏(𝐀 ∩ 𝐁) 𝐏(𝐀 ∩ 𝐁)
P(A) + P(B) 𝐏(𝐀|𝐁) = 𝐨𝐮 𝐏(𝐁|𝐀) =
𝐏(𝐁) 𝐏(𝐀)
Matemática 68
APOSTILAS OPÇÃO
4! 4
𝑃4 3!.1! = =( )
3! .1! 3
=4
Matemática 69
APOSTILAS OPÇÃO
Respostas
04. Resposta: B.
O Total de alunos é:
* Exatas: 300 + 200 + 150 = 650 alunos
* Humanas: 250 + 150 + 150 = 550 alunos
* Biológicas: 450 + 250 + 100 = 800 alunos
* TOTAL: 650 + 550 + 800 = 2000 alunos
Agora, vamos analisar cada alternativa:
(A) Classe B: 200 + 150 + 250 = 600 alunos
𝟔𝟎𝟎
𝑷= = 𝟎, 𝟑 = 𝟑𝟎%
𝟐𝟎𝟎𝟎
(B) Área de Biológicas: 800 alunos
𝟖𝟎𝟎
𝑷= = 𝟎, 𝟒 = 𝟒𝟎%
𝟐𝟎𝟎𝟎
05. Resposta: D.
Administradores Podemos expressar a tabela acima em um conjunto
4! ordenado de números que chamamos de MATRIZ, e cada
𝐶4,3 = =4 número de ELEMENTO DA MATRIZ.
1! 3!
Economistas 2,01 2,38 1,90 3,10
5! 3,06 3,62 2,25 3,10
𝐶5,3 = = 10 441,09 522,69 482,32 716,20
2! 3!
Total de possibilidades: 4.10=40 396,33 464,65 437,70 603,52
Com Ricardo presente na comissão, sobra 3
administradores para 2 cargos Representamos uma matriz colocando seus elementos
3! (números) entre parêntese ou colchetes ou também (menos
𝐶3,2 = =3 utilizado) duas barras verticais à esquerda e direita: ( ) ; [ ] e
1! 2!
Economistas tem as mesmas possibilidades || ||
Total: 3.10=30
30 As matrizes são classificadas de acordo com o seu número
𝑃= = 0,75
40 de linhas e de colunas.
Costumamos representar uma matriz por uma letra
maiúscula (A, B, C, ...), indicando sua ordem no lado inferior
direito da letra, fazendo uso, de modo genérico, de letras
minúsculas. Exemplo:
Matemática 70
APOSTILAS OPÇÃO
Operação de matrizes
- Adição: somamos os elementos correspondentes das
- Matriz retangular: é a matriz que possui o número de matrizes, por isso, é necessário que as matrizes sejam de
linhas é diferente do número de colunas. Onde m ≠ n. Exemplo: mesma ordem. A=[aij]m x n; B= [bij]m x n, obtemos uma matriz
C de mesma ordem. Exemplo:
Matemática 71
APOSTILAS OPÇÃO
Depois multiplicamos o 1º elemento da LINHA 1 de A pelo 03. Considere a seguinte sentença envolvendo matrizes:
1º elemento da primeira COLUNA de B, depois o 2º elemento (
6 𝑦
)+(
1 −3
)=(
7 7
)
da LINHA 1 de A pelo 2º elemento da primeira COLUNA de B e 7 2 8 5 15 7
somamos esse produto. Fazemos isso sucessivamente, até Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o
termos efetuado a multiplicação de todos os termos. Exemplo: valor de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.
Respostas
01. Resposta: B.
Vamos ver se é possível multiplicar as matrizes.
Matriz Inversa C(2x3) e B(3x2), como o número de colunas de C é igual ao
Dizemos que uma matriz é inversa A–1 (toda matriz número de colunas de B, logo é possível multiplicar, o
quadrada de ordem n), se e somente se, A.A-1 = In e A-1.A = In resultado será uma matriz 2x2(linha de C e coluna de B):
ou seja: 2 3
2 1 0
𝐶 𝑥𝐵 = [ ] . [4 5 ]
4 6 7
6 6
8 + 2 11 + 3 10 14
→[ ]=[ ]
74 + 4 84 + 6 78 90
02. Resposta: E.
𝑎 𝑏 𝑎 𝑐 2𝑎 𝑏+𝑐 1 0
𝐴 + 𝐴𝑡 = [ ]+[ ]=[ ]=[ ]
𝑐 𝑑 𝑏 𝑑 𝑏+𝑐 2𝑑 0 1
2a =1 → a =1/2 → b + c = 0 → b = -c
2d=1
D=1/2
DETERMINANTES
Questões
2 3
01. Considere as seguintes matrizes:𝐴 = [ ],𝐵 = Chamamos de determinante a teoria desenvolvida por
4 6
2 3 matemáticos dos séculos XVII e XVIII, como Leibniz e Seki
2 1 0 Shinsuke Kowa, que procuravam uma fórmula para
[4 5 ] 𝑒 𝐶 = [ ], a solução de C x B + A é:
4 6 7 determinar as soluções de um “Sistema linear”, assunto que
6 6
(A) Não tem solução, pois as matrizes são de ordem estudaremos a seguir.
diferentes. Esta teoria consiste em associar a cada matriz quadrada A,
(B) [
10 14
] um único número real que denominamos determinante de A e
78 90 que indicamos por det A ou colocamos os elementos da matriz
A entre duas barras verticais, como no exemplo abaixo:
2 3
(C) [ ]
4 5
1 2 12
6 6 A= → det A=
(D) [ ]
20 36 4 5 45
8 11 Definições
(E) [ ]
74 84
Matemática 72
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos Exemplo
1 2
- A= 5 3 a b a c
A= At=
det A= 1.3-5.2 = - 7
c d b d
det A ad bc
det A det A
t
2 1 det A ad bc
t
- B=
2 3
Propriedade 2: Se B é a matriz que se obtém de uma
det B= 2.3-2.(-1) = 8 matriz quadrada A, quando trocamos entre si a posição de
duas filas paralelas, então:
detB = - detA
Determinante de uma Matriz de Ordem 3
Exemplo
Seja a matriz quadrada de ordem 3:
a11 a12 a13 a b c d
A= a 21 a 22 a 23
A= e B=
c d a b
a31 a32 a33 B foi obtida trocando-se a 1º pela 2º linha de A.
detA = ad - bc
Chamamos determinante dessa matriz o numero: debt = bc - ad = - (ad - bc) = - detA
Assim,
detB = - detA
detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 + Justificativa: A matriz que obtemos de A, quando trocamos
entre si as duas filas (linha ou coluna “iguais”, é igual a A.
-a12 a21 a33 - a32 a23 a11 Assim, de acordo com a propriedade 2, escrevemos que detA =
-detA
Para memorizarmos a definição de determinante de ordem
Matemática 73
APOSTILAS OPÇÃO
det(k.A) = kn.detA
Exemplo
Exemplo:
Exemplo:
1 2
A=
detA=3
0 3
4 3
B=
detB=-2
2 1
Matemática 74
APOSTILAS OPÇÃO
8 5 3 1
A.B=
det(A.B)=-6 A33=(-1)3+3.M33=(-1)6. =5
6 3 2 1
Logo, det(AB)=detA. detB Dada uma matriz A=(aij)nxm, com n 2, chamamos matriz
co-fatora de A a matriz cujos elementos são os co-fatores dos
Consequências: Sendo A uma matriz quadrada e n N*, elementos de A; indicamos a matriz co-fatora por cof A. A
temos: transposta da matriz co-fatora de A é chamada de matriz
det(Na) = (detA)n adjunta de A, que indicamos por adj. A.
Matemática 75
APOSTILAS OPÇÃO
Então:
5 0 1 2
- Para n = 1
3 2 1 0
A=[a11] det A=a11 Sendo A=
4 1 0 0
- Para n 2: 3 2 2 0
a11 a12 .... a1n Devemos escolher a 4ª coluna para a aplicação do teorema
a a22 ... a2 n n
de Laplace, pois, neste caso, teremos que calcular apenas um
A= det A a1 j . A1 j
21 co-fator.
....................... j 1
Assim:
detA = 2.A14 + 0.A24 + 0.A34 + 0.A44
an1 an 2 ... ann
ou seja: 3 2 1
detA = a11.A11+a12.A12+…+a1n.A1n
A14=(-1)1+4 4 1 0 =+21
3 2 2
Então, o determinante de uma matriz quadrada de ordem
detA = 2 . 21 = 42
n, n 2 é a soma dos produtos dos elementos da primeira
linha da matriz pelos respectivos co-fatores.
Observações Importantes: No cálculo do determinante de
uma matriz de ordem n, recaímos em determinantes de
Exemplos:
matrizes de ordem n-1, e no cálculo destes, recaímos em
a11 a12 determinantes de ordem n-2, e assim sucessivamente, até
Sendo A= , temos: recairmos em determinantes de matrizes de ordem 3, que
a21 a22 calculamos com a regra de Sarrus, por exemplo.
detA = a11.A11 + a12.A12, onde: - O cálculo de um determinante fica mais simples, quando
A11 = (-1)1+1.|a22| = a22 escolhemos uma fila com a maior quantidade de zeros.
A12 = (-1)1+2.|a21| = a21 - A aplicação sucessiva e conveniente do teorema de Jacobi
pode facilitar o cálculo do determinante pelo teorema de
Assim: Laplace.
detA = a11.a22 + a12.(-a21)
Exemplo:
detA = a11.a22 - a21.a12 1 2 3 1
0 1 2 1
Nota: Observamos que esse valor coincide com a definição
vista anteriormente. Calcule det A sendo A=
2 3 1 2
3 0 0 0
1 2 3 2 3 4 6 3
- Sendo A= , temos:
23 5 4 3 A 1ª coluna ou 2ª linha tem a maior quantidade de zeros.
Nos dois casos, se aplicarmos o teorema de Laplace,
9 3 0 2 calcularemos ainda três co-fatores.
Para facilitar, vamos “fazer aparecer zero” em A31=-2 e
A41=3 multiplicando a 1ª linha por 2 e somando com a 3ª e
detA = 3.A11 + 0. A12 0. A13 0. A14 multiplicando a 1ª linha por -3 e somando com a 4ª linha;
zero fazendo isso, teremos:
2 3 2 1 2 3 1
1 4 3 =-11 0 1 2 1
A11 = (-1)1+1.
A=
3 0 2 0 7 7 4
Assim:
0 2 3 0
detA = 3.(-11) Agora, aplicamos o teorema de Laplace na 1ª coluna:
det A=-33
Nota: Observamos que quanto mais “zeros” aparecerem
na primeira linha, mais o cálculo é facilitado.
1 2 1 1 2 1
- Teorema de Laplace detA=1.(-1)1+1.
7 7 4 = 7 7 4
Seja A uma matriz quadrada de ordem n, n 2, seu 2 3 0 2 3 0
determinante é a soma dos produtos dos elementos de uma fila
(linha ou coluna) qualquer pelos respectivos co-fatores. Aplicamos a regra de Sarrus,
Exemplo:
Matemática 76
APOSTILAS OPÇÃO
7 7 4 7 7 1 1 1
2 3 0 2 3 a b c
+ + +
a2 b2 c2
det A = (0 – 16 – 21) - ( - 14 + 12 + 0)
detA = 0 – 16 – 21 + 14 – 12 – 0 = -49 + 14 - Determinante de Vandermonde de ordem 4
detA = -35
1 2 4
detA=a11.a22.a33. … .ann
detA= 1 4 16
2ª. A é triangular inferior
1 7 49
a11 a12 a13 .... a1n
Sabemos que detA = detAt, então:
a21 a22 0 ... a2 n
A= a31 a32 a33 ... a3n 1 1 1
detAt= 2 4 7
... ... ... ... ...
a an 3 ... ann 1 16 49
n1 an 2
detA=a11.a22.a33. … .ann
Que é um determinante de Vandermonde de ordem 3,
1 0 0 0 então:
detA = (4 – 2).(7 – 2).(7 – 4)=2 . 5 . 3 = 30
0 1 0 0
Questões
In= 0 0 1 0
01. (COBRA Tecnologia S-A (BB) - Analista
Administrativo - ESPP) O valor de b para que o determinante
0 0 0 1 𝑥
𝑏
da matriz [ 2 ] seja igual a 8, em que x e y são as coordenadas
2 𝑦
𝑥 + 2𝑦 = 7
detIn=1 da solução do sistema { , é igual a:
2𝑥 + 𝑦 = 8
- Determinante de Vandermonde e Regra de Chió (A) 2.
Uma determinante de ordem n 2 é chamada (B) –2.
determinante de Vandermonde ou determinante das (C) 4.
potências se, e somente se, na 1ª linha (coluna) os elementos (D) –1.
forem todos iguais a 1; na 2ª, números quaisquer; na 3ª, os
seus quadrados; na 4ª, os seus cubos e assim sucessivamente. 02. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar
1 𝑥
que o determinante | |é igual a zero para x igual a
−2 4
Exemplos: (A) 1.
Matemática 77
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 78
APOSTILAS OPÇÃO
𝑥 − 𝑦 + 3𝑧 = 5
{
𝑦+𝑧 = 2
3𝑥 − 3𝑦 + 3𝑧 = 3 𝑥 − 𝑦 = 5 − 3𝑧
B) O sistema { apresenta infinitas {
𝑥−𝑦+𝑧 =1 𝑦 =2−𝑧
soluções, como por exemplo (0,1,2), (1,0,0),(2,-1,-2). Dizemos
que o sistema é possível e indeterminado (SPI) 3º passo → para obtermos x como função de z,
substituímos y = 2 – z, na equação:
𝑥−𝑦+𝑧 = 4 x - (2 – z) = 5 – 3z → x = 7 – 4z
C) O sistema {−4𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 0 não apresenta nenhuma
𝑥−𝑦+𝑧 = 2 Assim, toda tripla ordenada da forma (7 – 4z, 2 – z, z),
solução, pois a primeira e a terceira equações não podem sendo z ϵ R, é solução do sistema. Para cada valor real que
satisfeitas ao mesmo tempo. Dizemos que o sistema é atribuirmos a z, chegaremos a uma solução do sistema.
impossível (SI).
z = 0 → (7,2,0) z = 1 → (3,1,1)
Sistemas escalonados z = -1 → (11,3, -1) 1 3 1
z = → (5, , )
Considerando um sistema linear S no qual, em cada 2 2 2
equação, existe pelo menos um coeficiente não nulo.
Dizemos que S está na forma escalonada (ou é escalonado)
se o número de coeficientes nulos, antes do 1º coeficiente não Este tipo de sistema é dado por infinitas soluções, por isso
nulo, aumenta de equação para equação. chamamos de SPI.
Matemática 79
APOSTILAS OPÇÃO
𝑥 − 𝑦 + 2𝑧 = 1 (𝐼)
{ , 𝑞𝑢𝑒 é 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝑆𝑃𝐼.
𝑦 − 7𝑧 = −3 (𝐼𝐼)
Matemática 80
APOSTILAS OPÇÃO
0 1 1 ou ainda
𝐷𝑥 18 𝑥 − 2𝑦 + 3𝑧 = 0
𝐷𝑥 = |−6 −1 −5| = 15 − 6 − 3 + 12 = 18; 𝑥 = = { , 𝑞𝑢𝑒 é 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑙𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑒 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝑆𝑃𝐼.
𝐷 −9 7𝑦 − 8𝑧 = 2
−3 1 2
= −2
Matemática 81
APOSTILAS OPÇÃO
Assim:
03. Resposta: S = {(1, 2, 4)}.
m ≠ - 2 → SPD
m = -2 → SPI Calculemos inicialmente D, D x, Dy e Dz
Observações: 3 1 1
- Para um sistema homogêneo, a condição D = 0, é D1 3 0 18 0 1 6 0 2 25
necessária para que tenhamos SPI, mas não é suficiente (pois
2 1 2
existe a possibilidade de se ter SI).
- Para um sistema homogêneo, a condição D = 0 é suficiente 5 1 1
2 1 2
Questões 3 5 1
Dy 1 0 42 0 4 14 0 10 50
2 x 3 y 8
7
242
01. Resolver e classificar o sistema:
3x 2 y 1 3 1 5
Dz 1 3 7 36 14 5 30 21 4 100
02. Determinar m real, para que o sistema seja possível e 2 1 4
determinado: 2 x 3 y 5 Como D= -25 ≠ 0, o
x my 2
3x y z 5
03. Resolver e classificar o sistema:
x 3 y 7 sistema é possível e determinado e:
2 x y 2 z 4 D y 50
x
Dx
25
1; y
D
2; z z
100
4
D 25 D 25 D 25
04. Determinar m real para que o sistema seja possível e
x 2y z 5 Assim: S = {(1, 2, 4)} e o sistema são possíveis e
determinado. determinados.
2 x y 2 z 5
3x y mz 0
04. Resposta: m R / m 3 .
Segundo a regra de Cramer, devemos ter D ≠ 0.
Respostas
Assim:
01. Resposta: S= {(1, 2)}.
Calculemos inicialmente D, Dx e Dy: 1 2 1
2 3 D 2 1 2 m 12 2 3 2 4m
D 4 9 13
3 2 3 1 m
8 3 D = -5m + 15
Dx 16 3 13
1 2
Assim: -5m + 15 ≠ 0 → m ≠ 3
2 8 Então, os valores reais de m, para que o sistema seja
Dy 2 24 26 possível e determinado, são dados pelos elementos do
3 1 conjunto:
m R / m 3
Como D =-13 ≠ 0, o sistema é possível e determinado e:
Dx 13 D 26 11) Sequências Numéricas e
x 1 e y y 2
D 13 D 13 Progressões: Sequências
Assim: S= {(1, 2)} e o sistema são possíveis e numéricas; progressões
determinados. aritméticas: termo geral, soma
dos termos e propriedades;
02. Resposta: 3 .
m R / m
2
progressões geométricas
Segundo a regra de Cramer, devemos ter D ≠ 0, em que: (finitas e infinitas): termo
2 3 geral, soma dos termos e
D 2m 3 propriedades
1 m
3
Assim: 2m -3 ≠ 0 → m ≠ Podemos, no nosso dia-a-dia, estabelecer diversas
2 sequências como, por exemplo, a sucessão de cidades que
Então, os valores reais de m, para que o sistema seja temos numa viagem de automóvel entre Brasília e São Paulo
possível e determinado, são dados pelos elementos do ou a sucessão das datas de aniversário dos alunos de uma
conjunto: determinada escola.
3 Podemos, também, adotar para essas sequências uma
m R / m
2 ordem numérica, ou seja, adotando a1 para o 1º termo, a2 para
o 2º termo até an para o n-ésimo termo. Dizemos que o termo
an é também chamado termo geral das sequências, em que n é
Matemática 82
APOSTILAS OPÇÃO
Observações
1) Devemos observar que a apresentação de uma
sequência através do termo geral é mais pratica, visto que
podemos determinar um termo no “meio” da sequência sem a
Matemática 83
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 84
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 85
APOSTILAS OPÇÃO
c) Um plano divide o espaço em dois semiespaços. II) Posições relativas entre reta e plano.
Estudo das posições relativas a) Reta paralela ao plano: não tem nenhum ponto em
Vamos estudar, agora, as posições relativas entre duas comum com o plano. A intersecção da reta com o plano é um
retas; entre dois planos e entre um plano e uma reta. conjunto vazio.
𝑑𝑖𝑠𝑡𝑖𝑛𝑡𝑎𝑠
𝐶𝑜𝑝𝑙𝑎𝑛𝑎𝑟𝑒𝑠(𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 ∶ {𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑎𝑠 {𝑐𝑜𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑐𝑜𝑛𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
Não coplanares: - Reversas
No esquema acima, temos: Observação: uma reta paralela a um plano é paralela com
infinitas retas do plano, mas não a todas.
a) Retas coplanares :estão no mesmo plano. Podem ser:
b) Reta contida no plano: tem todos os pontos em comum
- Retas paralelas distintas: não tem nenhum ponto em com o plano. Também obedece ao postulado da Inclusão. A
comum. intersecção da reta com o plano é igual à própria reta.
Matemática 86
APOSTILAS OPÇÃO
Respostas
Convexidade
Matemática 87
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos:
1) O prisma quadrangular da figura a seguir é um poliedro
de Platão.
Relação de Euler
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A
o número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes
relações de Euler:
1) Poliedro Fechado: V – A + F = 2
V – A + F = 2 → 14 – 21 + 9 = 2 → 2 = 2
Assim podemos comprovar que para alguns poliedros não
convexos, podemos utilizar a relação de Euler. Poliedros Regulares
Um poliedro e dito regular quando:
Soma dos ângulos poliédricos: as faces de um poliedro - suas faces são polígonos regulares congruentes;
são polígonos. Sabemos que a soma dos ângulos internos de - seus ângulos poliédricos são congruentes;
um polígono é dada Por essas condições e observações podemos afirmar que
todos os poliedros de Platão são ditos Poliedros Regulares.
Matemática 88
APOSTILAS OPÇÃO
Observação:
- 8 faces
triangulares
- 6 vértices
- 12 arestas
A figura se compara ao paralelepípedo que é um hexaedro,
e é um poliedro de Platão, mas não é considerado um poliedro
regular:
Octaedro
-12 faces
- Não Poliedros pentagonais
- 20 vértices
- 30 arestas
Dodecaedro
Referências
http://educacao.uol.com.br
- 4 faces http://www.uel.br/cce/mat/geometrica/php/gd_t/gd_19t.php
http://www.infoescola.com
triangulares
- 4 vértices
Questões
- 6 arestas
Matemática 89
APOSTILAS OPÇÃO
03. (CEFET – PR) Um poliedro convexo possui duas faces Elementos de um prisma:
triangulares, duas quadrangulares e quatro pentagonais. Logo a) Base: pode ser qualquer polígono.
a soma dos ângulos internos de todas as faces será: b) Arestas da base: são os segmentos que formam as
(A) 3240° bases.
(B) 3640° c) Face Lateral: é sempre um paralelogramo.
(C) 3840° d) Arestas Laterais: são os segmentos que formam as
(D) 4000° faces laterais.
(E) 4060° e) Vértice: ponto de intersecção (encontro) de arestas.
Respostas f) Altura: distância entre as duas bases.
01. Resposta: E. Classificação:
O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais, Um prisma pode ser classificado de duas maneiras:
logo, tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem
3 lados e o pentágono 5 lados. Temos: 1- Quanto à base:
5.3+3.5 15+15 30
- Prisma triangular...........................................................a base é
𝐴= = = = 15 um triângulo.
2 2 2
- Prisma quadrangular.....................................................a base é
V–A+F=2 um quadrilátero.
V – 15 + 8 = 2 - Prisma pentagonal........................................................a base é
V = 2 + 15 – 8 um pentágono.
V=9 - Prisma hexagonal.........................................................a base é
um hexágono.
02. Resposta: D. E, assim por diante.
Basta utilizar a fórmula da soma dos ângulos poliédricos.
S = (V – 2).360° 2- Quanta à inclinação:
7200° = (V – 2).360° (passamos o 360° dividindo) - Prisma Reto: a aresta lateral forma com a base um
7200° : 360° = V – 2 ângulo reto (90°).
20 = V – 2 - Prisma Obliquo: a aresta lateral forma com a base um
V = 20 + 2 ângulo diferente de 90°.
V = 22
03. Resposta: A.
Temos 2 faces triangulares, 2 faces quadrangulares e 4
faces pentagonais.
F=2+2+4
F=8
Fórmulas:
𝑨=
𝟐.𝟑+𝟐.𝟒+𝟒.𝟓
=
𝟔+𝟖+𝟐𝟎
=
𝟑𝟒
= 𝟏𝟕 - Área da Base
𝟐 𝟐 𝟐
Como a base pode ser qualquer polígono não existe uma
V–A+F=2 fórmula fixa. Se a base é um triângulo calculamos a área desse
V – 17 + 8 = 2 triângulo; se a base é um quadrado calculamos a área desse
V = 2 + 17 – 8 quadrado, e assim por diante.
V = 11 - Área Lateral:
A soma é: Soma das áreas das faces laterais
S = (v – 2).260° - Área Total:
S = (11 – 2).360° At=Al+2Ab
S = 9.360° - Volume:
S = 3240° V = Abh
- Sólidos geométricos
Matemática 90
APOSTILAS OPÇÃO
Fórmulas:
- Área Total: At = 2.(ab + ac + bc)
- Volume: V = a.b.c
- Diagonal: D = √a2 + b 2 + c 2
Fórmulas:
b) Hexaedro Regular (Cubo): é um prisma que tem as 6 - Área da Base: 𝐴𝑏 = 𝑑𝑒𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑙í𝑔𝑜𝑛𝑜, como a base
faces quadradas. pode ser qualquer polígono não existe uma fórmula fixa. Se a
base é um triângulo calculamos a área desse triângulo; se a
base é um quadrado calculamos a área desse quadrado, e
assim por diante.
- Área Lateral: 𝐴𝑙 =
𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑠 á𝑟𝑒𝑎𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑓𝑎𝑐𝑒𝑠 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑖𝑠
- Área Total: At = Al + Ab
As três dimensões de um cubo comprimento, largura e
altura são iguais. 1
- Volume: 𝑉 = . 𝐴𝑏 . ℎ
3
Fórmulas:
- Área Total: At = 6.a2 - TRONCO DE PIRÂMIDE
O tronco de pirâmide é obtido ao se realizar uma secção
- Volume: V = a3 transversal numa pirâmide, como mostra a figura:
- Diagonal: D = a√3
Matemática 91
APOSTILAS OPÇÃO
h → é a altura do tronco IV) CONE: é um sólido geométrico que tem uma base
SB → é a área da base maior circular e vértice superior.
Sb → é a área da base menor
Elementos de um cone:
a) Base: é sempre um círculo.
b) Raio
c) Altura: distância entre o vértice superior e a base.
d) Geratriz: segmentos que formam a face lateral, isto é, a
face lateral e formada por infinitas geratrizes.
Elementos de um cilindro:
a) Base: é sempre um círculo. Classificação: como a base de um cone é um círculo, ele só
b) Raio tem classificação quanto à inclinação.
c) Altura: distância entre as duas bases. - Cone Reto: o vértice superior está na direção do centro
d) Geratriz: são os segmentos que formam a face lateral, da base.
isto é, a face lateral é formada por infinitas geratrizes. - Cone Obliquo: o vértice superior esta deslocado em
relação ao centro da base.
Classificação: como a base de um cilindro é um círculo, ele
só pode ser classificado de acordo com a inclinação:
- Cilindro Reto: a geratriz forma com o plano da base um
ângulo reto (90°).
- Cilindro Obliquo: a geratriz forma com a base um ângulo
diferente de 90°.
Fórmulas:
- Área da base: Ab = π.r2
- Área Total: At = 2.π.r.(h + r) ou At = Al + 2.Ab - Entre a geratriz, o raio e a altura temos um triângulo
retângulo, então: g2 = h2 + r2.
- Volume: V = π.r2.h ou V = Ab.h
Secção Meridiana: é um “corte” feito pelo centro do cone.
Secção Meridiana de um cilindro: é um “corte” feito pelo O triângulo obtido através desse corte é chamado de secção
centro do cilindro. O retângulo obtido através desse corte é meridiana e tem como medidas, base é 2r e h. Logo a área da
chamado de secção meridiana e tem como medidas 2r e h. Logo secção meridiana é dada pela fórmula: ASM = r.h.
a área da secção meridiana é dada pela fórmula: ASM = 2r.h.
- TRONCO DE CONE
Se um cone sofrer a intersecção de um plano paralelo à sua
Cilindro Equilátero: um cilindro é chamado de equilátero base circular, a uma determinada altura, teremos a
quando a secção meridiana for um quadrado, para isto temos constituição de uma nova figura geométrica espacial
que: h = 2r. denominada Tronco de Cone.
Matemática 92
APOSTILAS OPÇÃO
Fórmulas
Elementos
- A base do cone é a base maior do tronco, e a seção - na figura acima podemos ver que o raio de um paralelo
transversal é a base menor; (r), a distância do centro ao paralelo ao centro da esfera (d) e
- A distância entre os planos das bases é a altura do tronco. o raio da esfera (R) formam um triângulo retângulo. Então,
podemos aplicar o Teorema de Pitágoras: R2 = r2 + d2.
- Área: A = 4.π.R2
4
- Volume: V = . π. R3
3
Fuso Esférico:
Área da Superfície e
Volume
Onde:
h = altura Fórmula do volume da cunha:
g = geratriz
𝛼. 𝜋. 𝑅3
𝑉𝑐𝑢𝑛ℎ𝑎 =
270°
V) ESFERA
Referências
IEZZI, Gelson – Matemática Volume Único
DOLCE, Osvalo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da matemática
elementar – Vol 10 – Geometria Espacial, Posição e Métrica – 5ª edição – Atual
Editora
www.brasilescola.com.br
Questões
Matemática 93
APOSTILAS OPÇÃO
Comentários
01. Resposta: B.
Em um cilindro equilátero temos que h = 2r e do enunciado
r = 5 cm.
h = 2r → h = 2.5 = 10 cm
Al = 2.π.r.h
Al = 2.π.5.10
Al = 100π
Ao dividir o cone em partes em um plano que contém seu
eixo, o mesmo possuirá um círculo de raio r inscrito num
02. Respostas: Al = 12π cm2, At = 20π cm2 e V = 12π cm3
triangulo com dois lados iguais com medidas 2r e altura h
Aplicação direta das fórmulas sendo r = 2 cm e h = 3 cm.
proporcionais a g.
Al = 2.π.r.h At = 2π.r(h + r) V = π.r2.h
Al = 2.π.2.3 At = 2π.2(3 + 2) V = π.22.3
Al = 12π cm At = 4π.5
2 V = π.4.3
At = 20π cm2 V = 12π cm2
03. Resposta: A.
O volume de um prisma é dado pela fórmula V = Ab.h, do
enunciado temos que a aresta da base é a = 4 cm e a altura h =
12 cm.
A área da base desse prisma é igual a área de um hexágono
regular
6.𝑎2 √3 No triângulo com lados ABC, temos:
𝐴𝑏 =
4
6.42 √3 6.16√3
𝐴𝑏 = 𝐴𝑏 = 𝐴𝑏 = 6.4√3 𝐴𝑏 = 24√3
4 4
cm2
Ao comparar o triângulo ADO, retângulo em D pode-se
V = 24√3.12 notar uma analogia ao triângulo ABC, retângulo em B. Da
V = 288√3 cm3 conformidade desses triângulos, notamos que AO= h-r, assim:
Matemática 94
APOSTILAS OPÇÃO
a) O raio da base do cilindro e igual ao raio da esfera. O triângulo retângulo possui os pontos EGC de catetos a√2,
e a e hipotenusa 2R.
Ao empregarmos o teorema de Pitágoras nesse triangulo
teremos:
b) A altura do cilindro é duas vezes maior que a altura da
esfera.
Respostas
Então:
Matemática 95
APOSTILAS OPÇÃO
Propriedades:
𝒉 𝒃 𝒃 𝒉 𝟐
Outros sólidos de revolução: = 𝒌, = 𝒌𝟐 , =( )
𝑯 𝑩 𝑩 𝑯
𝑉𝐴′ 𝑉𝐵′ 𝑉𝑁 ′ 𝐴′ 𝐵′ 𝐵′ 𝐶 ′ 𝑁 ′ 𝐴′ 𝐻
= =⋯= = = =⋯= =
𝑉𝐴 𝑉𝐵 𝑉𝑁 𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝑁𝐴 𝐻
= 𝑘 (𝑟𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑙ℎ𝑎𝑛ç𝑎)
Considerando
Matemática 96
APOSTILAS OPÇÃO
. .
Temos:
𝒕𝟏 𝒕𝟐 𝒕𝒏−𝟐
= =⋯= = 𝒌𝟐
𝑻𝟏 𝑻𝟐 𝑻𝒏−𝟐
𝐴𝑙 𝑡1 + 𝑡2 + ⋯ + 𝑡𝑛−2 𝐴𝑙 𝑘 2 𝑇1 + 𝑘 2 𝑇2 + ⋯ + 𝑘 2 𝑇𝑛−2
= → = Observamos que V2 – V1 é o volume do tronco, com isso
𝐴𝐿 𝑇1 + 𝑇2 + ⋯ + 𝑇𝑛−2 𝐴𝐿 𝑇1 + 𝑇2 + ⋯ + 𝑇𝑛−2 temos:
= 𝑘2 𝑉2 − 𝑉1 𝑝
=
𝑉2 𝑞
𝑨𝒍 Daí vem que:
= 𝒌𝟐
𝑨𝑳 𝑉
qV2 – qV1 = pV2 → qV1 = (q – p) V2 → 1 =
𝑉2
𝑞−𝑝
𝑞
𝑨𝒕
= 𝒌𝟐
𝑨𝑻
3) a razão entre as áreas laterais da nova pirâmide (cone)
4º) A razão entre os volumes é igual ao cubo da razão e do tronco obtido seja m / n?
da semelhança Observando a figura temos que:
𝒗
= 𝒌𝟑
𝑽
Observações:
- As propriedades acima são adaptadas para cones
semelhantes.
- Elas podem ser generalizadas para duas superfícies ou
dois sólidos semelhantes quaisquer:
a) a razão entre as áreas de duas superfícies é igual ao
quadrado da razão de semelhança.
b) a razão entre os volumes de dois sólidos semelhantes é Al1 – Al2 é área lateral do tronco, e pelo enunciado temos:
igual ao cubo da razão de semelhança.
𝐴𝑙1 𝑚
= → 𝑛𝐴𝑙1 = 𝑚𝐴𝑙2 − 𝑚𝐴𝑙1 → (𝑚 + 𝑛)𝐴𝑙1 = 𝑚𝐴𝑙2
Exemplos: 𝐴𝑙2 − 𝐴𝑙1 𝑛
𝐴𝑙 𝑚
A que distância do vértice se deve passar um plano → 1=
𝐴𝑙2 𝑚 + 𝑛
paralelo à base de uma pirâmide (ou cone) para que:
Al1 m
1) a razão entre as áreas das bases da nova pirâmide =
Al2 m + n x m 𝐦
(cone) e da pirâmide (cone) dada seja a / b? → =√ → 𝐱 = 𝐇√
A l1 x 2 H m+n 𝐦+𝐧
=( )
{ A l2 H
𝐵1 𝑥 2
=( ) 4) a razão entre os volumes do tronco obtidos e da nova
𝐵2 𝐻 pirâmide (cone) seja r/s?
𝐵1 𝑎
=
𝐵2 𝑏
𝑥 entre
2) a razão √𝑎 os volumes do tronco obtido e da pirâmide
=
(cone) primitiva
→𝑥
seja p / q?
𝐻 √𝑏
Matemática 97
APOSTILAS OPÇÃO
𝑉2 − 𝑉1 𝑟 𝑉1 𝑠
= → =
𝑉1 𝑠 𝑉2 𝑟 + 𝑠 Operando com as relações acima, vem:
V1 s
=
V2 r + s x 3 s 𝟑 𝐬
→ =√ → 𝐱 = 𝐇√
V1 x 3 H r+s 𝐫+𝐬
=( ) Construindo os paralelepípedos Y (a, b, y), temos:
{V2 H
A razão entre dois paralelepípedos retângulos de Ora, sendo y submúltiplo de h2, pode variar, e dividindo y,
bases congruentes é igual à razão entre as alturas. aumentamos n. Nessas condições,
Sejam P(a, b ,h1) e P(a, b, h2) os paralelepípedos em que a, 𝑚 𝑚+1
b, h1 e a, b,h2 são as dimensões. 𝑒
𝑛 𝑛
Trata-se de demonstrar que: formam um par de classes contíguas que definem um único
número real, que é
𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ1) ℎ1
=
𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ2) ℎ2 ℎ1 𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ1)
𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (3)𝑒 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (4)
ℎ2 𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ2)
- Demonstração
1º caso: h1 e h2 são comensuráveis (as medidas são Como esse número é único, então:
semelhantes, e podem ser medidas) 𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ1) ℎ1
=
𝑃(𝑎, 𝑏, ℎ2) ℎ2
Referências
DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da Matemática – Vol.
09 – Geometria Plana – 7ª edição – Editora Atual
DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da Matemática – Vol.
10 – Geometria Espacial, Posição e Métrica – 5ª edição – Editora Atual
Construindo os paralelepípedos X (a, b, x), temos: www.colegioweb.com.br
Questões
Matemática 98
APOSTILAS OPÇÃO
01. Resposta: C.
Observe que o que é pedido no exercício é o volume da
região interior ao cilindro e exterior os cone e a esfera, ou seja,
Matemática 99
APOSTILAS OPÇÃO
O ponto O e chamado de ponto “Zero” ou “Ponto de 02. O ponto P(2 + p, 4p – 12) pertence ao eixo das
Origem” do sistema. abscissas, então:
(A) P(2 ,0)
- Propriedades do Sistema Cartesiano. (B) P(3, 0)
Sendo um ponto p(x, y), temos: (C) P(- 5, 0)
(D) P(5, 0)
1) Se P ∈ ao 1° quadrante: x > 0 e y > 0 (E) P(- 2, 0)
2) Se P ∈ ao 2° quadrante: x < 0 e y > 0
3) Se P ∈ ao 3° quadrante: x < 0 e y < 0 03. O ponto médio entre A(4, - 1) e B(2, 5) é:
4) Se P ∈ ao 4° quadrante: x > 0 e y < 0 (A) M(- 3, 2)
5) Se P ∈ ao eixo das abcissas: y = 0 (B) M(3, - 2)
6) Se P ∈ ao eixo das ordenadas: x = 0 (C) M(- 3, - 2)
7) Se P ∈ à bissetriz dos quadrantes ímpares (1° e 3° (D) M(3, 2)
quadrantes): x = y (E) M(1, 2)
8) Se P ∈ à bissetriz dos quadrantes pares (2° e 4° Respostas
quadrantes): x = - y
01. Resposta: B.
Ponto médio Se o ponto pertence à bissetriz dos quadrantes ímpares
Sendo A(xA, yA) e B(xB, yB) dois pontos do sistema temos que x = y.
cartesiano: x=y
2m + 1 = m + 7
- se M(xM, yM) é ponto 2m – m = 7 – 1
̅̅̅̅,
médio do segmento AB m=6
temos a fórmula do
ponto médio: 02. Resposta: D.
Se P pertence ao eixo das abscissas y = 0.
xA + xB y=0
xM =
2 4p – 12 = 0
4p = 12
𝑦𝐴 + 𝑦𝐵 p = 12/4
𝑦𝑀 =
2 p=3
x=2+p
Distância entre dois pontos x=2+3
x=5
- de acordo com o Teorema Logo: P(5, 0)
de Pitágoras, temos a
fórmula da distância: 03. Resposta: D.
x +x y +y
x M = A B e yM = A B
2 2
ESTUDO DA RETA
xA yA 1
|D|
A= , onde D = |xB yB 1|
2
xC yC 1
Questões
Coeficiente angular da reta
01. O ponto A(2m + 1, m + 7) pertence à bissetriz dos Definimos o coeficiente angular (ou declividade) da reta
quadrantes ímpares. Então, o valor de m é: r o número m tal que 𝐦 = 𝐭𝐠𝛂.
(A) 5 Então, temos:
(B) 6
(C) 7 - se m = 0
(D) 8 a reta é paralela ao eixo x, isto é, α = 0°.
(E) 9
- se m > 0
Matemática 100
APOSTILAS OPÇÃO
temos um ângulo α, tal que 0° < α < 90°. O ângulo α é agudo. 3- Uma reta passa pelo ponto A(2, 4) e tem coeficiente
angular m = 5. Determinar a equação fundamental dessa reta.
- se m < 0
temos um ângulo α, tal que 90° < α < 180°. O ângulo α é Solução: o ponto por onde a reta passa são os valores de xo
obtuso. e yo para substituir na fórmula, então:
Exemplos:
(r) 2x – 3y + 8 = 0 a = 2, b = - 3 e c = 8
(s) – x + 10 = 0 a = - 1, b = 0 e c = 10
(t) 3y – 7 = 0 a = 0, b = 3 e c = - 7
(u) x + 5y = 0 a = 1, b = 5 e c = 0
yB −yA ∆𝐲
ax + by + c = 0
m= m=
xB −xA ∆𝐱
by = −ax − c
−ax c
Equação fundamental da reta y= −
Considerando uma reta r e um ponto A(x0, y0) pertencente b b
à reta. Tomamos outro ponto B(x, y) genérico diferente de A. −a
Com esses dois pontos pertencentes à reta r, podemos calcular Na equação reduzida da reta temos que é o coeficiente
b
−c
o seu coeficiente angular. angular (m) da reta e é o coeficiente linear (q) da reta.
b
Então, a equação reduzida é da forma:
y = mx + q
∆y m y−y0
m= = , multiplicando em “cruz”:
∆x 1 x−x0
Exemplos: Observações:
1- Uma reta tem inclinação de 60° em relação ao eixo x. I) A equação reduzida de uma reta fornece diretamente
Qual é o coeficiente angular desta reta? o coeficiente angular e o coeficiente linear.
II) As retas de inclinação igual a 90° (reta vertical ao
Solução: m = tgα m = tg60° m = √3 eixo x) não possuem equação reduzida.
2- Uma reta passa pelos pontos A(3, -1) e B(5, 8). Bissetrizes dos ângulos de duas retas
Determinar o coeficiente angular dessa reta.
∆y yB −yA 8−(−1) 9
Solução: m = = m= m=
∆x xB −xA 5−3 2
Matemática 101
APOSTILAS OPÇÃO
|3x+4y−1|
dP,r = substituindo x = 1 e y = 2 (coordenadas
√32 +4 2
A bissetriz do ponto P)
de ângulos de |3.1+4.2−1| |3+8−1| |10| 10
retas, nada mais dP,r = = = = =2
√9+16 √25 5 5
é a que a
aplicação direta
da fórmula da Distância entre duas retas
distância de um Só existe distância entre duas retas r e s se elas forem
ponto a uma reta paralelas. E, neste caso, os valores de a e b na equação geral da
reta são iguais ou proporcionais, sendo diferente somente o
valor de c. Isto é:
(r) ax + by + c = 0 e (s) ax + by + c’ = 0.
Paralelismo e perpendicularismo
Considere-se no Plano Cartesiano duas reta r e s. Exemplos:
(r) 2x – 3y + 8 = 0 e (s) 2x – 3y – 7 = 0 são paralelas, pois a
= 2 e b = - 3 nas duas equações.
|𝐜 − 𝐜′|
𝐝𝐫,𝐬 =
Se as retas são paralelas, o ângulo 𝛼 de inclinação em √𝐚𝟐 + 𝐛 𝟐
relação ao eixo x é o mesmo. Este ângulo nos dá o valor do
coeficiente angular da reta e, sendo mr e ms, respectivamente
os coeficientes angulares de r e s, temos: Exemplo 1: Calcular a distância entre as retas (r) 4x + 3y –
10 = 0 e (s) 4x + 3y + 5 = 0.
1) Se r e s são paralelas: mr = ms
Solução: temos que a = 4 e b = 3 nas duas equações e
2) Se r e s são concorrentes: mr ≠ ms somente o valor de c é diferente, então, c = - 10 e c’ = 5 (ou c =
5 e c’ = - 10).
3) Se r e s são perpendiculares: mr.ms = - 1
|−10−5| |−15| 15 15
dr,s = = = = =3
√4 2 +32 5
Observação: para que o produto de dois números seja √16+9 √25
Logo, a = 3, b = - 2, c = 8 e c’ = - 6 (ou c = - 6 e c’ = 8)
14 √13 14√13
Para calcular a distância d entre o ponto P e a reta r temos dr,s = . =
√13 √13 13
a seguinte fórmula:
Questões
|𝐚𝐱 𝐨 + 𝐛𝐲𝟎 + 𝐜| 01. (FGV-SP) A declividade do segmento de reta que passa
𝐝𝐏,𝐫 =
√𝐚𝟐 + 𝐛𝟐 pelos pontos A(0, 3) e B(3, 0) é:
(A) 1
(B) – 1
Exemplo: Qual é a distância entre a reta (r) 3x + 4y – 1 = 0 (C) 0
e o ponto P(1, 2)? (D) 3
(E) 1/3
Solução: temos uma equação de reta em que a = 3, b = 4 e c
= - 1. 02. (MACK-SP) Se os pontos (2, - 3), (4, 3) e (5, ) estão
𝑘
2
numa mesma reta, então k é igual a:
(A) – 12
Matemática 102
APOSTILAS OPÇÃO
(B) – 6
(C) 6
(D) 12
(E) 18
k
3−(−3) −3
2
=
4−2 5−4 E = - 12 < 0
k−6
6
= 2 Como a origem não está contida na região sombreada, é de
2 1 se supor que, para qualquer ponto da região sombreada,
k−6
ocorra a outra hipótese, isto é, E > 0 (sinal escolhido).
3=
2 Assim, 3x + 4y – 12 > 0 é a inequação que expressa a região
k–6=6 assinalada.
k=6+6
k = 12
ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA
Exemplo:
1) A região sombreada da figura abaixo, a qual é definida
pela reta r: 3x + 4y – 12 = 0, pode ser expressa por meio da
inequação:
3x + 4y – 12 > 0
Matemática 103
APOSTILAS OPÇÃO
(x − a)2 + (y − b)2 = r 2
x 2 − 2ax + a2 + y 2 − 2by + b2 = r 2
Matemática 104
APOSTILAS OPÇÃO
d(P,C)=r(x-a)²+(y-b)²=r² l e λ são
(x-a)²+(y-b)²-r²=0 (P) exteriores
Matemática 105
APOSTILAS OPÇÃO
dOC = r1 + r2
Simplificando a 1ª equação:
b) Tangentes internas
Duas circunferências são tangentes internas quando
possuem apenas um ponto em comum e uma esteja no interior
da outra. A condição para que isso ocorra é que a distância
entre os dois centros seja igual à diferença entre os dois raios.
Substituindo x na 2ª equação:
x² + y² = 400 dOC = r1 . r2
x² + (20 – 2x)² = 400
x² + 400 – 80x + 4x² ¬– 400 = 0 2. Circunferências externas.
5x² – 80x = 0 Duas circunferências são consideradas externas quando
5x * (x – 16) = 0 não possuem pontos em comum. A condição para que isso
5x = 0 ocorra é que a distância entre os centros das circunferências
x’ = 0 deve ser maior que a soma das medidas de seus raios.
x – 16 = 0
x’’ = 16
Para x = 0, temos:
y = 20 – 2x
y = 20 – 2*0 dOC > r1 + r2
y = 20 3. Circunferências secantes.
(0; 20) Duas circunferências são consideradas secantes quando
possuem dois pontos em comum. A condição para que isso
Para x = 16, temos: aconteça é que a distância entre os centros das circunferências
y = 20 – 2x deve ser menor que a soma das medidas de seus raios.
y = 20 – 2 * 16
y = 20 – 32
y = – 12
(16; –12)
dOC < r1 + r2
Os pontos de intersecção são (0; 20) e (16; –12).
Determinando a distância entre os pontos: 4. Circunferências internas.
Duas circunferências são consideradas internas quando
não possuem pontos em comum e uma está localizada no
interior da outra. A condição para que isso ocorra é que a
distância entre os centros das circunferências deve ser
02. Resposta: B. equivalente à diferença entre as medidas de seus raios.
x² + y² – 8x + 10y + k = 0
Encontrar a equação reduzida (completar os trinômios)
x² – 8x + y² + 10y = –k
x² – 8x + 4 + y² + 10y + 25 = – k + 4 + 25
(x – 4)² + (x + 5)² = –k + 41
Temos que o raio será dado por: dOC < r1 . r2
–k + 41 = 7²
–k = 49 – 41
–k = 8
Matemática 106
APOSTILAS OPÇÃO
x² + x² = 1
1
x =± √ ou seja√0,5 que é aproximadamente 0,7071, assim
2
com valores para x se alternando entre maios e menos 0,7071
temos somente a alternativa B.
Referências
IEZZI, Gelson – Matemática - Volume Único
GIOVANNI & BONJORNO – Matemática Completa – Volume 3 - FTD INEQUAÇÕES DO 2º GRAU COM DUAS INCÓGNITAS
www.brasilescola.com.br
Quando estudamos as posições relativas entre um ponto e
Questões uma circunferência devemos conhecer um método para
resolver inequações do 2º grau da forma f(x,y) > 0 ou f(x,y) <
01. (PUC-SP) O ponto P(3, b) pertence à circunferência de 0, em que f(x,y) = 0 é a equação de uma circunferência com
centro no ponto C(0, 3) e raio 5. Calcule o valor da coordenada
coeficiente de x2 positivo.
b.
02. (FEI-SP) Determine a equação da circunferência com Dada a circunferência λ de equação f(x,y) = (x – a)2 + (y –
centro no ponto C(2, 1) e que passa pelo ponto A(1, 1). b)2 – r2 = 0 , o plano cartesiano fica dividido em três
subconjuntos:
03. (EBSERH – Analista Administrativo – INSTITUTO
AOPC) Os pontos de intersecção da reta com equação y – x = 0 - subconjunto dos pontos (x,y) exteriores a λ, que é a
com a circunferência do círculo com equação x2 + y2 = 1 são solução para f(x,y) > 0;
aproximadamente: - subconjunto dos pontos (x,y) pertecentes a λ, que é a
(A) (0,152303 ; 0,152303) e (-0,152303 ;-0,152303). solução para f(x,y) = 0;
(B) (0,707107 ; 0,707107) e (-0,707107 ; -0,707107). - subconjunto dos pontos (x,y) interiores a λ, que é a
(C) (1 ; 0) e (-1 ; 0). solução para f(x,y) < 0;
(D) (0 ; 1) e ( 0 ; -1) .
(E) (2; 1) e (-2 ; -1).
Respostas
Matemática 107
APOSTILAS OPÇÃO
Equação Reduzida
Matemática 108
APOSTILAS OPÇÃO
y2 = −2px (p > 0)
Equação Reduzida
x2 = −2py (p > 0)
Parábola: é o conjunto dos pontos do plano equidistantes
de um ponto fixo (foco) e de uma reta (diretriz), que não
contém o ponto.
Equação Reduzida
y2 = 2px (p > 0)
Matemática 109
APOSTILAS OPÇÃO
(y − β)2 = 2p (x − α)
(x − β)2 = 2p (y − α)
Equação Reduzida
Matemática 110
APOSTILAS OPÇÃO
O caso da elipse
Na astronomia, Kepler mostrou que os planetas do sistema A elipse é uma curva fechada para a qual existem dois
solar descrevem órbitas elípticas, as quais têm o sol num dos pontos especiais, os focos. A propriedade de reflexão da elipse
focos. Também os satélites artificiais enviados para o espaço é a seguinte: A partir de um dos focos tracemos um segmento
percorrem trajetórias elípticas. Mas nem todos os objetos que de reta qualquer. Este segmento encontra a elipse num ponto,
circulam no espaço têm órbitas elípticas. Existem cometas que e se a partir deste traçarmos outro segmento que faça com a
percorrem trajetórias hiperbólicas, os quais ao passarem curva um ângulo igual ao do primeiro segmento, o segundo
perto de algum planeta com grande densidade, alteram a sua segmento passa pelo outro foco. (Nota: Os ângulos com as
trajetória para outra hipérbole com um foco situado nesse curvas são os ângulos com as respectivas tangentes nos pontos
planeta. Como a parábola é um caso de equilíbrio entre a elipse em causa.)
e a hipérbole (lembre-se que a excentricidade da parábola é
igual a um), a probabilidade de existir algum satélite com
órbita parabólica é quase nula. Mas isso não impede a
existência de satélites com esta trajetória.
Matemática 111
APOSTILAS OPÇÃO
Esta propriedade faz com que a elipse tenha várias O caso da hipérbole
aplicações práticas. Uma aplicação óptica vê-se no dispositivo A hipérbole é uma curva com dois ramos e dois focos. A
de iluminação dos dentistas. Este consiste num espelho com a propriedade de reflexão da hipérbole é a seguinte: A partir de
forma de um arco de elipse e numa lâmpada que se coloca no um ponto qualquer tracemos um segmento de reta dirigido a
foco mais próximo. A luz da lâmpada é concentrada pelo um dos focos da hipérbole. Este segmento encontra o
espelho no outro foco, ajustando-se o dispositivo de forma a correspondente ramo da hipérbole num ponto, e se a partir
iluminar o ponto desejado. deste traçarmos outro segmento que faça com a curva um
ângulo igual ao do primeiro segmento, o segundo segmento
passa pelo outro foco.
Matemática 112
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 113
APOSTILAS OPÇÃO
Observação: 𝐴𝐵 ≠ 𝐵𝐴 e ̅̅̅̅
𝐴𝐵 = ̅̅̅̅
𝐵𝐴.
Matemática 114
APOSTILAS OPÇÃO
Questões
(A) 10°
(B) 20°
(C) 30°
(D) 40°
(E) 50°
(A) 32°
(B) 32° 30’
(C) 33°
(D) 33° 30’
Os ângulos 2 e 8 são congruentes (iguais)
(E) 34°
Ângulos correspondentes: são ângulos que ocupam uma
̂ é reto, o valor
03. Na figura abaixo, sabendo que o ângulo A
mesma posição na reta transversal, um na região interna e o
outro na região externa. de 𝛼 é:
(A) 20°
Os ângulos 1 e 5 são congruentes (iguais) (B) 30°
(C) 40°
(D) 50°
(E) 60°
Respostas
01. Resposta: E.
Na figura, os ângulos assinalados são correspondentes,
portanto são iguais.
os ângulos 2 e 6 são congruentes (iguais)
x + 2x + 30° = 180°
3x = 180°- 30°
os ângulos 3 e 7 são congruentes (iguais) 3x = 150°
Matemática 115
APOSTILAS OPÇÃO
x = 150° : 3
x = 50° Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a uma
circunferência.
02. Resposta: B.
Na figura dada os ângulos 47° e 2x – 18° são
correspondentes e, portanto tem a mesma medida, então:
2x – 18° = 47° → 2x = 47° + 18° → 2x = 65° → x = 65°: 2
Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.
ÂNGULOS
Ângulo Central:
- Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro da Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos
circunferência; suplementares se a soma das suas medidas de dois ângulos é
- Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do 180º.
polígono regular e cujos lados passam por vértices
consecutivos do polígono.
Matemática 116
APOSTILAS OPÇÃO
Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são opostos 03. Obtenha as medidas dos ângulos assinalados:
pelo vértice se os lados de um são as respectivas semirretas
opostas aos lados do outro. a)
b)
Ângulos consecutivos: são ângulos que tem um lado em
comum.
̂ B e BO
- Os ângulos AO ̂ C, AO
̂ B e AO
̂ C, BO
̂ C e AO
̂ C são pares
de ângulos consecutivos. d)
̂ B e BO
- Os ângulos AO ̂ C são ângulos adjacentes.
a)
b)
03. Respostas:
a) 160° - 3x = x + 100°
160° - 100° = x + 3x → 60° = 4x
x = 60°/4 → x = 15°
02. As retas a e b são paralelas. Quanto mede o ângulo î? Então 15°+100° = 115° e 160°-3*15° = 115°
b) 6x + 15° + 2x + 5º = 180°
Matemática 117
APOSTILAS OPÇÃO
TRIÂNGULOS
a + b + c = 180º
2- Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC onde
Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triângulo
as letras minúsculas representam os ângulos internos e as
e pelo prolongamento do lado adjacente a este lado, na figura
respectivas letras maiúsculas os ângulos externos. Temos que
̂, E
são D ̂ e F̂ (na cor em destaque).
em todo triângulo cada ângulo externo é igual à soma de dois
ângulos internos apostos.
Classificação
O triângulo pode ser classificado de duas maneiras:
Matemática 118
APOSTILAS OPÇÃO
̂ = b̂ + ĉ; B
A ̂ = â + ĉ e Ĉ = â + b̂
Semelhança de triângulos
Dois triângulos são semelhantes se tiverem, entre si, os
Observação: temos três critérios de semelhança, porém o
lados correspondentes proporcionais e os ângulos
mais utilizado para resolução de exercícios, isto é, para provar
congruentes (iguais).
que dois triângulos são semelhantes, basta provar que eles tem
dois ângulos correspondentes congruentes (iguais).
Questões
(A) 30°
(B) 40°
(C) 50°
(D) 60°
(E) 70°
(A) 34°
(B) 72°
(C) 36°
(D) 45°
(E) 30°
̂ C é reto. O valor em
03. Na figura seguinte, o ângulo AD
̂ D é igual a:
graus do ângulo CB
2- Dois lados congruentes: Se dois triângulos tem dois
lados correspondentes proporcionais e os ângulos formados
por esses lados também são congruentes, então os triângulos
são semelhantes.
(A) 120°
(B) 110°
(C) 105°
(D) 100°
(E) 95°
Respostas
01. Resposta: B.
Da figura temos que 3x é um ângulo externo do triângulo
e, portanto, é igual à soma dos dois internos opostos, então:
3x = x + 80º
3- Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os 3x – x = 80º
três lados correspondentes proporcionais, então os triângulos 2x = 80°
são semelhantes. x = 80° : 2
x = 40°
02. Resposta: C.
Na figura dada, temos três triângulos: ABC, ACD e BCD. Do
enunciado AB = AC, o triângulo ABC tem dois lados iguais,
então ele é isósceles e tem dois ângulos iguais:
AĈB = AB ̂ C = x. A soma dos três ângulos é igual a 180°.
Matemática 119
APOSTILAS OPÇÃO
36° + x + x = 180°
2x = 180° - 36°
2x = 144
x = 144 : 2
x = 72
Logo: AĈB = AB ̂ C = 72°
Também temos que CB = CD, o triângulo BCD é isósceles:
CB ̂ B = 72°, sendo y o ângulo DĈB, a soma é igual a
̂ D = CD - Incentro: é o ponto de intersecção das três bissetrizes de
180°. um triângulo. É sempre um ponto interno. É o centro da
72° + 72° + y = 180° circunferência circunscrita (está dentro do triângulo
144° + y = 180° tangenciando seus três lados).
y = 180° - 144°
y = 36º
03. Resposta: D.
Na figura temos três triângulos. Do enunciado o ângulo
̂ C = 90° (reto).
AD
O ângulo BD ̂ C = 30° → AD
̂ B = 60º.
Observações:
1) Num triângulo isósceles (dois lados iguais) os quatro
pontos notáveis são colineares (estão numa alinhados).
E todo triângulo tem três desses elementos, isto é, o 2) Num triângulo equilátero (três lados iguais) os quatro
triângulo tem três alturas, três medianas, três bissetrizes e três pontos notáveis são coincidentes, isto é, um só ponto já é o
mediatrizes. Os pontos de intersecção desses elementos são Baricentro, Incentro, Circuncentro e Ortocentro.
chamados de pontos notáveis do triângulo. 3) As iniciais dos quatro pontos formam a palavra BICO.
Matemática 120
APOSTILAS OPÇÃO
01. Resposta: E.
O baricentro divide as medianas na razão de 2 para 1, logo
não é ponto médio.
02. Resposta: A.
Do enunciado temos que O é o circuncentro (centro da
circunferência inscrita) então O também é baricentro (no
triângulo equilátero os 4 pontos notáveis são coincidentes),
logo pela propriedade do baricentro temos que AO ̅̅̅̅ é o dobro r//s//t//u (// → símbolo de paralelas); a e b são retas
de ̅̅̅̅
OD. Se ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ = 4 cm. O ponto
OD = 2 (raio da circunferência) → AO transversais. Então, temos que os segmentos correspondentes
E é ponto de tangência, logo o raio traçado no ponto de são proporcionais.
tangência forma ângulo reto (90°) e ̅̅̅̅ OE = 2 cm. Portanto o
̅̅̅̅ 𝐵𝐶
𝐴𝐵 ̅̅̅̅ 𝐶𝐷̅̅̅̅ 𝐴𝐷̅̅̅̅
triângulo AEO é retângulo, basta aplicar o Teorema de = = = = ⋯.
̅̅̅̅ = x: ̅̅̅̅ ̅̅̅̅
𝐸𝐹 𝐹𝐺 𝐺𝐻 𝐸𝐻 ̅̅̅̅ ̅̅̅̅
Pitágoras e sendo AE
̅̅̅̅)2 = (AE
(AO ̅̅̅̅)2 + (OE̅̅̅̅)2
Teorema da bissetriz interna:
42 = x 2 + 22 “Em todo triângulo a bissetriz de um ângulo interno divide
16 − 4 = x 2 o lado oposto em dois segmentos proporcionais ao outros dois
x 2 = 12 lados do triângulo”.
x = √12
x = 2√3 cm
03. Resposta: E.
O baricentro é sempre interno, pois as 3 medianas de um
triângulo são segmentos internos.
Matemática 121
APOSTILAS OPÇÃO
x = 180 : 30 = 6
Referências
SOUZA, Joamir Roberto; PATARO, Patricia Moreno – Vontade de Saber
Matemática 6º Ano – FTD – 2ª edição – São Paulo: 2012
TEOREMA DE PITÁGORAS
http://www.jcpaiva.net/
Em todo triângulo retângulo, o maior lado é chamado de
Questões hipotenusa e os outros dois lados são os catetos.
30x = 10.18
30x = 180
Matemática 122
APOSTILAS OPÇÃO
Respostas 6 Hexágono
7 Heptágono
01. Resposta: D. 8 Octógono
9 Eneágono
02. Resposta: E. 10 Decágono
11 Undecágono
12 Dodecágono
15 Pentadecágono
20 Icoságono
03. Resposta: C.
3 – Soma dos ângulos internos: Si = (n – 2).180°.
132 = x2 + 52
169 = x2 + 25
4 – Soma dos ângulos externos: para qualquer polígono o
169 – 25 = x2
valor da soma dos ângulos externos é uma constante, isto é, Se
x2 = 144
= 360°.
x = √144 = 12 cm
Polígonos Regulares: um polígono é chamado de regular
POLÍGONOS quando tem todos os lados congruentes (iguais) e todos os
ângulos congruentes. Exemplo: o quadrado tem os 4 lados
Um polígono é uma figura geométrica fechada, simples, iguais e os 4 ângulos de 90°, por isso é um polígono regular. E
formada por segmentos consecutivos e não colineares. para polígonos regulares temos as seguintes fórmulas, além
das quatro acima:
Elementos de um polígono
(𝐧−𝟐).𝟏𝟖𝟎° 𝐒
1 – Ângulo interno: 𝐚𝐢 = ou 𝐚𝐢 = 𝐢.
𝐧 𝐧
𝟑𝟔𝟎° 𝐒𝐞
2 - Ângulo externo: 𝐚𝐞 = ou 𝐚𝐞 = .
𝐧 𝐧
- Ângulos internos: ângulos formados por dois lados 2) Os lados correspondentes (homólogos) são
consecutivos (assinalados em azul na figura): , , , proporcionais:
𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝐶𝐷 𝐷𝐴
= = = 𝑜𝑢
, . 𝐴′𝐵′ 𝐵′𝐶′ 𝐶′𝐷′ 𝐷′𝐴′
Matemática 123
APOSTILAS OPÇÃO
Referências
DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau – Fundamentos da Matemática – Vol.
09 – Geometria Plana – 7ª edição – Editora Atual
(A) 80° www.somatematica.com.br
(B) 90°
(C) 100° Questões
(D) 70°
(E) 50° 01. O apótema de um hexágono regular inscrito numa
circunferência de raio 8 cm, vale, em centímetros:
Respostas (A) 4
(B) 4√3
01. Resposta: D. (C) 8
Heptágono (7 lados) → n = 7
(D) 8√2
Si = (n – 2).180°
(E) 12
Si = (7 – 2).180°
Si = 5.180° = 900°
02. O apótema de um triângulo equilátero inscrito em uma
circunferência mede 10 cm, o raio dessa circunferência é:
02. Resposta: D.
(A) 15 cm
Icoságono (20 lados) → n = 20
(B) 10 cm
(𝑛−3).𝑛 (C) 8 cm
𝑑= (D) 20 cm
2
(E) 25 cm
(20−3).20
𝑑= = 17.10
2 03. O apótema de um quadrado mede 6 dm. A medida do
raio da circunferência em que esse quadrado está inscrito, em
d = 170
dm, vale:
03. Resposta: A. (A) 4√2 dm
A soma dos ângulos internos do pentágono é: (B) 5√2 dm
Si = (n – 2).180º (C) 6√2 dm
Si = (5 – 2).180º (D) 7√2 dm
Si = 3.180º → Si = 540º (E) 8√2 dm
540º = x + 3x / 2 + x + 15º + 2x – 20º + x + 25º
540º = 5x + 3x / 2 + 20º Respostas
520º = 10x + 3x / 2
1040º = 13x 01. Resposta: B.
X = 1040º / 13 → x = 80º Basta substituir r = 8 na fórmula do hexágono
𝑟√3 8√3
𝑎= →𝑎 = = 4√3 cm
POLÍGONOS REGULARES 2 2
Matemática 124
APOSTILAS OPÇÃO
Sendo a = 6, temos:
𝑟√2
𝑎=
2
𝑟√2
6= → 𝑟√2 = 2.6 → 𝑟√2 = 12 (√2 passa dividindo)
2
12
r= (temos que racionalizar, multiplicando em cima e
√2
em baixo por √2)
12.√2 12√2
̅̅̅̅//CD
- AB ̅̅̅̅ e AD
̅̅̅̅//BC
̅̅̅̅
𝑟= →𝑟 = → 𝑟 = 6√2 dm - ̅̅̅̅
AB = ̅̅̅̅
CD e ̅̅̅̅
AD = ̅̅̅̅
BC (lados opostos iguais)
√2.√2 2
-Â = Ĉ e B̂=D ̂ (ângulos opostos iguais)
QUADRILÁTEROS ̅̅̅̅ ≠ BD
- AC ̅̅̅̅ (duas diagonais diferentes)
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes Os paralelogramos mais importantes recebem nomes
propriedades: especiais:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais. - Losango: 4 lados congruentes
- A soma dos ângulos internos Si = 360º - Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- A soma dos ângulos externos Se = 360º - Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.
Observações:
No quadrilátero acima, observamos alguns elementos
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
geométricos:
(iguais)
- Os vértices são os pontos: A, B, C e D.
- No losango e no quadrado as diagonais são
- Os ângulos internos são A, B, C e D.
perpendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são
- Os lados são os segmentos: ̅̅̅̅
AB, ̅̅̅̅
BC, ̅̅̅̅
CD e ̅̅̅̅
AD.
bissetrizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).
Observação: Ao unir os vértices opostos de um
Fórmulas da área dos quadriláteros:
quadrilátero qualquer, obtemos sempre dois triângulos e (B+b).h
como a soma das medidas dos ângulos internos de um 1 - Trapézio: A = , onde B é a medida da base maior,
2
triângulo é 180 graus, concluímos que a soma dos ângulos b é a medida da base menor e h é medida da altura.
internos de um quadrilátero é igual a 360 graus. 2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é
a medida da altura.
3 - Retângulo: A = b.h
D.d
4 - Losango: A = , onde D é a medida da diagonal maior
2
e d é a medida da diagonal menor.
5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.
Questões
Quadriláteros Notáveis:
01. Determine a medida dos ângulos indicados:
Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos. a)
- ̅̅̅̅
AB é paralelo a ̅̅̅̅
CD b)
Matemática 125
APOSTILAS OPÇÃO
(𝐵+𝑏).ℎ (5+1).2√3
(A) 4. A= →A= → A = 6√3
2 2
(B) (4√3)/3.
(C) 5√3. CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO
(D) 6√3.
(E) 7. Circunferência: A circunferência é o lugar geométrico de
Respostas todos os pontos de um plano que estão localizados a uma
mesma distância r de um ponto fixo denominado o centro da
01. Respostas: a = 70º; b = 162º e c = 18º. circunferência. Esta talvez seja a curva mais importante no
a) x + 105° + 98º + 87º = 360º contexto das aplicações.
x + 290° = 360°
x = 360° - 290°
x = 70º
02. Resposta: D.
Trata-se de uma pergunta teórica.
a) V → o quadrado tem dois lados paralelos,
portanto é um trapézio.
b) V → o retângulo tem os lados opostos Pontos exteriores: Os pontos exteriores a um círculo são
paralelos, portanto é um paralelogramo. os pontos localizados fora do círculo.
c) V → o quadrado tem os lados opostos
Conceitos:
paralelos e os 4 lados congruentes, portanto é um
Raio: Raio de uma circunferência (ou de um círculo) é um
losango. segmento de reta com uma extremidade no centro da
d) F circunferência (ou do círculo) e a outra extremidade num
e) V → o losango tem lados opostos paralelos, ponto qualquer da circunferência. Na figura abaixo, os
portanto é um paralelogramo. ̅̅̅̅, ̅̅̅̅
segmentos de reta OA OB e ̅̅̅̅
OC são raios.
Matemática 126
APOSTILAS OPÇÃO
̅̅̅̅ é um
circunferência. Na figura abaixo, o segmento de reta AC Reta tangente comum: Uma reta que é tangente a duas
diâmetro. circunferências ao mesmo tempo é denominada uma tangente
comum. Há duas possíveis retas tangentes comuns: a interna e
a externa.
Posições relativas de uma reta e uma circunferência Ao traçar uma reta ligando os centros de duas
circunferências no plano, esta reta separa o plano em dois
Reta secante: Uma reta é secante a uma circunferência se semi-planos. Se os pontos de tangência, um em cada
essa reta intercepta a circunferência em dois pontos circunferência, estão no mesmo semi-plano, temos uma reta
quaisquer, podemos dizer também que é a reta que contém tangente comum externa. Se os pontos de tangência, um em
uma corda. cada circunferência, estão em semi-planos diferentes, temos
uma reta tangente comum interna.
Reta tangente: Uma reta tangente a uma circunferência é
uma reta que intercepta a circunferência em um único ponto Circunferências internas: Uma circunferência C1 é
P. Este ponto é conhecido como ponto de tangência ou ponto interna a uma circunferência C2, se todos os pontos do círculo
de contato. Na figura ao lado, o ponto P é o ponto de tangência C1 estão contidos no círculo C2. Uma circunferência é externa
e a reta que passa pelos pontos E e F é uma reta tangente à à outra se todos os seus pontos são pontos externos à outra.
circunferência.
Matemática 127
APOSTILAS OPÇÃO
̂
O ângulo central determina na circunferência um arco𝐴𝐵
e sua medida é igual a esse arco.
(A) 30°
̂
α = AB (B) 45°
Ângulo Inscrito: é um ângulo cujo vértice está sobre a (C) 60°
circunferência. (D) 35°
(E) 25°
̂
O ângulo inscrito determina na circunferência um arco 𝐴𝐵
e sua medida é igual à metade do arco.
̂
AB
α=
2 (A) 80°
(B) 82°
Ângulo Excêntrico Interno: é formado por duas cordas da (C) 84°
circunferência. (D) 86°
(E) 90°
Respostas
01. Resposta: B.
O ângulo dado na figura (46°) é um ângulo inscrito,
portanto é igual à metade do arco x:
(A) 90°
(B) 92°
(C) 96°
Matemática 128
APOSTILAS OPÇÃO
V) circunferência inscrita:
1) Retângulo
- sendo b a base e h a altura:
2. Paralelogramo
- sendo b a base e h a altura:
Questões
Matemática 129
APOSTILAS OPÇÃO
Perímetro = x + 285
8.0,8x + 6x = x + 285
6,4x + 6x – x = 285
11,4x = 285
x = 285:11,4
x = 25
Sendo S a área do retângulo:
S= b.h
Sabendo-se que o perímetro do terreno original, delineado S= 0,8x.x
em negrito na figura, mede x + 285, conclui-se que a área total S = 0,8x2
desse terreno é, em m2, igual a: Sendo St a área total da figura:
(A) 2 400. St = 6.0,8x2
(B) 2 600. St = 4,8.252
(C) 2 800. St = 4,8.625
(D) 3000. St = 3000
(E) 3 200.
ÁREA DO CIRCULO E SUAS PARTES
Respostas
I- Círculo:
01.Resposta: C. Quem primeiro descreveu a área de um círculo foi o
Sendo l o lado do quadrado e d a diagonal: matemático grego Arquimedes (287/212 a.C.), de Siracusa,
mais ou menos por volta do século II antes de Cristo. Ele
concluiu que quanto mais lados tem um polígono regular mais
ele se aproxima de uma circunferência e o apótema (a) deste
polígono tende ao raio r. Assim, como a fórmula da área de um
polígono regular é dada por A = p.a (onde p é semiperímetro e
2𝜇𝑟
a é o apótema), temos para a área do círculo 𝐴 = . 𝑟, então
Utilizando o Teorema de Pitágoras: 2
d2 = l2 + l2 temos:
2
(2√7) = 2l2
4.7 = 2l2
2l2 = 28
28
l2 =
2
A = 14 cm2 II- Coroa circular:
É uma região compreendida entre dois círculos
02. Resposta: A. concêntricos (tem o mesmo centro). A área da coroa circular é
- um quadrado terá perímetro x igual a diferença entre as áreas do círculo maior e do círculo
x
o lado será l = e o outro quadrado terá perímetro 30 – x menor. A = 𝜋R2 – 𝜋r2, como temos o 𝜋 como fator comum,
4
o lado será l1 =
30−x
, sabendo que a área de um quadrado podemos colocá-lo em evidência, então temos:
4
é dada por S = l2, temos:
S = S1 + S2
S=l²+l1²
x 2 30−x 2
S=( ) +( )
4 4
x2 (30−x)2
S= + , como temos o mesmo denominador 16:
16 16
III- Setor circular:
x 2 + 302 − 2.30. x + x 2 É uma região compreendida entre dois raios distintos de
S=
16 um círculo. O setor circular tem como elementos principais o
x 2 + 900 − 60x + x 2 raio r, um ângulo central 𝛼 e o comprimento do arco l, então
S=
16 temos duas fórmulas:
2x2 60x 900
S= − + ,
16 16 16
−60 60
−( )
16 = 16
xv =
2 4 IV- Segmento circular:
2.
16 16 É uma região compreendida entre um círculo e uma corda
xv =
60 16
. =
60
= 15, (segmento que une dois pontos de uma circunferência) deste
16 4 4 círculo. Para calcular a área de um segmento circular temos
que subtrair a área de um triângulo da área de um setor
logo l = 15 e l1 = 30 – 15 = 15. circular, então temos:
03. Resposta: D.
Observando a figura temos que cada retângulo tem lados
medindo x e 0,8x:
Matemática 130
APOSTILAS OPÇÃO
𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐
𝐴 = 𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐 + 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔 +
2
𝐴𝑐𝑖𝑟𝑐
𝐴= + 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔
2
𝜋𝑟 2
𝐴= + 𝐴𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔
2
𝜋𝑟 2 𝑙 2 √3
𝐴= +
2 4
Questões (3,14 ∙ 102 ) 202 ∙ 1,73
𝐴= +
2 4
01. A figura abaixo mostra três círculos, cada um com 10 400 ∙ 1,73
𝐴 = 1,57 ∙ 100 +
cm de raio, tangentes entre si. 4
𝐴 = 157 + 100 ∙ 1,73 = 157 + 173 = 330
02. Resposta: A.
A fórmula do comprimento de uma circunferência é C =
2π.r, Então:
Considerando √3 ≅ 1,73 e 𝜋 ≅ 3,14, o valor da área C = 20π
sombreada, em cm2, é: 2π.r = 20π
20π
(A) 320. r=
2π
(B) 330. r = 10 cm
(C) 340. A = π.r2 → A = π.102 → A = 100π cm2
(D) 350.
(E) 360. 03. Resposta: D.
Primeiro calculamos a área do retângulo (A = b.h)
02. A área de um círculo, cuja circunferência tem Aret = 24,8.20
comprimento 20𝜋 cm, é: Aret = 496 m2
(A) 100𝜋 cm2.
(B) 80 𝜋 cm2. 2
4.Acirc = .Aret
(C) 160 𝜋 cm2. 5
(D) 400 𝜋 cm2. 2
4.πr2 = .496
5
03. Quatro tanques de armazenamento de óleo, cilíndricos 4.3,1.r2 =
992
e iguais, estão instalados em uma área retangular de 24,8 m de 5
2
Se as bases dos quatro tanques ocupam da área
5
retangular, qual é, em metros, o diâmetro da base de cada
tanque?
Dado: use 𝜋=3,1
(A) 2.
(B) 4.
(C) 6.
(D) 8.
(E) 16.
Comentários
01. Resposta: B.
Unindo os centros das três circunferências temos um
triângulo equilátero de lado 2r ou seja l = 2.10 = 20 cm. Então
a área a ser calculada será:
Matemática 131
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos:
16) Polinômios: Função 01. Adicionar x2 – 3x – 1 com –3x2 + 8x – 6.
polinomial, polinômio (x2 – 3x – 1) + (– 3x2 + 8x – 6) → eliminar o segundo
parênteses através do jogo de sinal.
identicamente nulo, grau de + (– 3x2) = – 3x2
um polinômio, identidade de + (+ 8x) = + 8x
um polinômio, raiz de um + (– 6) = – 6
Assim,
polinômio, operações com
polinômios e valor numérico x2 – 3x – 1 –3x2 + 8x – 6 → reduzir os termos semelhantes.
de um polinômio; divisão de x2 – 3x2 – 3x + 8x – 1 – 6
– 2x2 + 5x – 7
polinômios, Teorema do Portanto: (x2 – 3x – 1) + (– 3x2 + 8x – 6) = – 2x2 + 5x – 7
Resto, Teorema de D'Alembert
e dispositivo de Briot-Ruffini; 02. Adicionando 4x2 – 10x – 5 e 6x + 12, teremos:
(4x2 – 10x – 5) + (6x + 12) → eliminar os parênteses
relação entre coeficientes e utilizando o jogo de sinal.
raízes. Fatoração e 4x2 – 10x – 5 + 6x + 12 → reduzir os termos semelhantes.
multiplicidade de raízes e 4x2 – 10x + 6x – 5 + 12
4x2 – 4x + 7
produtos notáveis. Máximo Portanto: (4x2 – 10x – 5) + (6x + 12) = 4x2 – 4x + 7
divisor comum de polinômios.
17) Equações Polinomiais: Subtração
O procedimento utilizado na subtração de polinômios é
Teorema fundamental da análogo ao utilizado na adição, ou seja, envolve técnicas de
álgebra, teorema da redução de termos semelhantes, jogo de sinal, operações
decomposição, raízes envolvendo sinais iguais e sinais diferentes.
imaginárias, raízes racionais, Exemplos:
relações de Girard e teorema 01. Subtraindo – 3x2 + 10x – 6 de 5x2 – 9x – 8.
de Bolzano (5x2 – 9x – 8) – (– 3x2 + 10x – 6) → eliminar os parênteses
utilizando o jogo de sinal.
– (– 3x2) = + 3x2
POLINÔMIOS – (+ 10x) = – 10x
– (– 6) = + 6
Para polinômios podemos encontrar várias definições Assim,
diferentes como por exemplo: 5x2 – 9x – 8 + 3x2 –10x +6 → reduzir os termos
Polinômio é uma expressão algébrica com todos os termos semelhantes.
semelhantes reduzidos. 5x2 + 3x2 – 9x –10x – 8 + 6
- 3xy é monômio, mas também considerado polinômio, 8x2 – 19x – 2
assim podemos dividir os polinômios em monômios (apenas Portanto: (5x2 – 9x – 8) – (– 3x2 + 10x – 6) = 8x2 – 19x – 2
um monômio), binômio (dois monômios) e trinômio (três
monômios). 02. Se subtrairmos 2x³ – 5x² – x + 21 e 2x³ + x² – 2x + 5
- 3x + 5 é um polinômio e uma expressão algébrica. teremos:
(2x³ – 5x² – x + 21) – (2x³ + x² – 2x + 5) → eliminando os
Grau de um Polinômio parênteses através do jogo de sinais.
2x³ – 5x² – x + 21 – 2x³ – x² + 2x – 5 → redução de termos
Assim como nos monômios, os polinômios também semelhantes.
possuem grau e é assim que eles são separados, ou seja, para 2x³ – 2x³ – 5x² – x² – x + 2x + 21 – 5
identificar o seu grau, basta observar o grau do maior 0x³ – 6x² + x + 16
monômio, esse será o grau do polinômio. – 6x² + x + 16
Portanto: (2x³ – 5x² – x + 21) – (2x³ + x² – 2x + 5) = – 6x² +
Exemplos x + 16
5x2 – 9x – 8 o monômio de maior grau possui grau 2, logo é
um polinômio do 2º grau. 03. Considerando os polinômios A = 6x³ + 5x² – 8x + 15, B
4x4 – 10x² – 5x¹ o monômio de maior grau possui grau 4, = 2x³ – 6x² – 9x + 10 e C = x³ + 7x² + 9x + 20. Calcule:
logo é um polinômio do 4º grau. a) A + B + C
(6x³ + 5x² – 8x + 15) + (2x³ – 6x² – 9x + 10) + (x³ + 7x² + 9x
Com os polinômios podemos efetuar todas as operações: + 20)
adição, subtração, divisão, multiplicação, potenciação e 6x³ + 5x² – 8x + 15 + 2x³ – 6x² – 9x + 10 + x³ + 7x² + 9x +
radiciação. 20
6x³ + 2x³ + x³ + 5x² – 6x² + 7x² – 8x – 9x + 9x + 15 + 10 +
Operações com Polinômios 20
9x³ + 6x² – 8x + 45
Adição A + B + C = 9x³ + 6x² – 8x + 45
O procedimento utilizado na adição de polinômios envolve
técnicas de redução de termos semelhantes, jogo de sinal, b) A – B – C
operações envolvendo sinais iguais e sinais diferentes. (6x³ + 5x² – 8x + 15) – (2x³ – 6x² – 9x + 10) – (x³ + 7x² + 9x
+ 20)
6x³ + 5x² – 8x + 15 – 2x³ + 6x² + 9x – 10 – x³ – 7x² – 9x – 20
Matemática 132
APOSTILAS OPÇÃO
6x³ – 2x³ – x³ + 5x² + 6x² – 7x² – 8x + 9x – 9x + 15 – 10 – 20 02. Divisão de polinômio por monômio
6x³ – 3x³ + 11x² – 7x² – 17x + 9x + 15 – 30
3x³ + 4x² – 8x – 15 Exemplos:
A – B – C = 3x³ + 4x² – 8x – 15 a) (10a3b3 + 8ab2) ÷ (2ab2)
Matemática 133
APOSTILAS OPÇÃO
R(x) é o resto da divisão. , Pm(x) é um polinômio de maior grau M(x) que divide todos
os polinômios P1(x), P2(x), ... , Pm(x) .
Obs.: Quando temos R(x) = 0 dizemos que a divisão é exata,
ou seja, P(x) é divisível por D(x) ou D(x) é divisor de P(x). M(x) também deve só conter coeficientes racionais.
Saiba:
P(x) = 140x5 + √2 x3 – x2 + 3 NÃO é um polinômio de
coeficientes racionais porque há pelo menos um coeficiente
das potências xn (n = 1, 2, 3, ...) ou do termo independente que
não é um número racional. No caso, o coeficiente irracional
(que é um número real não racional) é √2 da potência cúbica.
Preste atenção: P(x) não deixa de ser um polinômio! Apenas
não é um polinômio racional.
Verificamos que:
Um polinômio D(x) divide um polinômio A(x) - não nulo -
se existe um polinômio Q(x) tal que
A(x) ≡ Q(x)D(x)
O dispositivo de Briot-Ruffini
Por exemplo, D(x) = x + 2 divide A(x) = x3 + 2x2 – 9x – 18
Utiliza-se para efetuar a divisão de um polinômio P(x) por pois existe um Q(x) = x2 – 9 tal que A(x) ≡ Q(x)D(x). Veja:
um binômio da forma (ax + b).
x3 + 2x2 – 9x – 18 ≡ (x + 2)(x2 – 9)
Exemplo: Determinar o quociente e o resto da divisão do
polinômio P(x) = 3x3 – 5x2 + x – 2 por (x – 2). Denotamos D(x) | A(x) e lemos: D(x) divide A(x) ou A(x) é
Resolução: divisível por D(x). Q(x) é o quociente.
Procedimento
Obtendo um mdc usando FATORAÇÃO:
Obter a fatoração de P1, P2, etc... Isso quer dizer,
decomponha P1, P2, etc... em fatores com menor grau possível
onde os fatores ainda sejam polinômios racionais.
1) Um mdc entre os polinômios é igual produto dos fatores
Para resolvermos este problema, vamos seguir o passo a comuns dos polinômios.
passo abaixo: 2) Caso não existam fatores comuns, o maior divisor
1) Vamos achar a raiz do divisor: x – 2 = 0 → x = 2; comum é 1, logo o mdc(P1, P2, ...) = 1
2) Colocamos a raiz do divisor e os coeficientes do
dividendo ordenadamente na parte de cima da reta, como Exemplos:
mostra a figura acima; 1) Obter um mdc entre (x2 – 2x + 1) e (x2 – 1)
3) O primeiro coeficiente do dividendo é repetido abaixo; x2– 2x + 1 = (x – 1)( x – 1)
4) Multiplicamos a raiz do divisor por esse coeficiente x2– 1 = (x – 1)(x + 1)
repetido abaixo e somamos o produto com o 2º coeficiente do Um mdc é (x – 1) já que é fator comum entre os polinômios
dividendo, colocando o resultado abaixo deste; x2– 2x + 1 e x2– 1.
5) Multiplicamos a raiz do divisor pelo número colocado
abaixo do 2º coeficiente e somamos o produto com o 3º 2) Obter um mdc entre (x2 – 2x + 1) e (5x2 – 5)
coeficiente, colocando o resultado abaixo deste, e assim x2– 2x + 1 = (x – 1)( x – 1)
sucessivamente; 5x2– 5 = 5(x – 1)(x + 1)
6) Separamos o último número formado, que é igual ao Um mdc é (x – 1) já que é fator comum entre os polinômios
resto da divisão, e os números que ficam à esquerda deste x2– 2x + 1 e 5x2– 5 .
serão os coeficientes do quociente. Entretanto, em se tratando de polinômios, temos sempre a
Observe que o grau de Q(x) é uma unidade inferior ao de EXISTÊNCIA de mdc (entre polinômios não nulos); e isso é
P(x), pois o divisor é de grau 1. garantido, uma vez que 1 divide qualquer polinômio. Mas não
Resposta: Q(x) = 3x2 + x + 3 e R(x) = 4. temos a unicidade de mdc para polinômios.
O teorema das divisões sucessivas é aplicado em várias Pela definição, para que um polinômio M(x) seja mdc entre
divisões utilizando este método citado acima. A(x) e B(x) - não nulos - basta que M(x) divida A(x) e B(x).
Máximo Divisor Comum de um Polinômio Perceba, por exemplo, que A(x) = x2 – 2x + 1 e B(x) = x2 – 1
Um máximo divisor comum de um grupo de dois ou mais são ambos divisíveis por x – 1,
polinômios não nulos, de coeficientes racionais, P1(x), P2(x), ... 2x – 2, 3x – 3, – 4x + 4, ... enfim! A(x) e B(x) são divisíveis
por qualquer polinômio da forma
Matemática 134
APOSTILAS OPÇÃO
Dica → O MDC entre polinômios não é único. 01. (Guarda Civil/SP) O resto da divisão do polinômio x³
Mas se P é um mdc entre os polinômios considerados, todo + 3x² – 5x + 1 por x – 2 é:
mdc entre eles pode ser escrito como a·P (a é uma constante (A)1
não nula). (B)2
Não se esqueça que para ser mdc é OBRIGATÓRIO que ele (C)10
seja o produto de TODOS os divisores dos polinômios dados (D)11
(desconsiderando as constantes multiplicativas). O grau do (E) 12
mdc é único.
Matemática 135
APOSTILAS OPÇÃO
07. (MACK)
07. Resposta: E
P(x) = Q(x) (x – 2) + 4; Q(x) = Q1 (x) (x – 6) + 1
P(x) = (Q1 (x) (x – 6) + 1) (x – 2) + 4
P(x) = Q1 (x) (x2 – 8x + 12) + x – 2 + 4
P(x) = Q1 (x) (x2 – 8x + 12) + (x + 2)
R(x) = x + 2
08. Resposta: C
02. Resposta: A
P(1) = 4.1 + 3.1 – 2.1 + 1 + k =2
P(1) = 4 + 3 – 2 + 1+ k = 2
09. Resposta: E
10 + k = 2 P(x) = (x – 3)3 . Q(x) + R(x)
k=2–6 P(0) = – 27 . Q(0) = 27 ⟹ Q(0) = – 1
P(2) = – 1 . Q(2) = – 1 ⇒ Q(2) = 1
k=–4
P(5) = ?
Substituindo k, e fazendo P(3), teremos: Q(x) = ax + b
Matemática 136
APOSTILAS OPÇÃO
2
Souza, Joamir. Garcia, Jacqueline. Contato Matemática. Volume 3.
1ªed. FTD. 2016. PNLD 2018.
Matemática 137
APOSTILAS OPÇÃO
Uma equação polinomial de coeficientes reais possui um 02. (IF/BA - Professor de Matemática - AOPC) A equação
número par de raízes complexas não reais. Portanto, caso o x3 - 147x + 686 = 0 tem por raízes os números m e n, sendo m
grau de uma equação polinomial de coeficientes reais seja raiz dupla e n = - 2 m. Nessas condições, o valor de (m + n) é
ímpar, essa equação necessariamente possui um número (A) 7.
ímpar de raízes reais. (B) -7 .
(C) -7 ou 7.
Exemplos (D) 7 - i.
01. Qual é o grau mínimo de uma equação polinomial de (E) -7 + i.
coeficientes reais que possui 2 como raiz simples, 2 + i como
raiz dupla e 1 – i como raiz tripla. 03. (Pref. de Fortaleza/CE – Matemática – Pref. de
(A) 6 Fortaleza) Considere a expressão E = n.(n + 1) . (2n + 1), onde
(B) 9 n é um número inteiro. A única afirmativa falsa é:
(C) 10 (A) a expressão E é divisível por 2 para todo n ≥ 1.
(D) 11 (B) a expressão E é divisível por 3 para todo n ≥ 1.
(E) 12 (C) a expressão E é divisível por 2 e por 3 para todo n ≥ 1.
(D) a expressão E é divisível por 5 para todo n ≥ 2.
Resolução
Como a equação polinomial possui coeficientes complexos, Comentários
o conjugado de cada raiz complexa também é raiz da equação.
Logo: 01. Resposta: D
2 é raiz; Para que uma raiz real esteja entre 0 e 2 basta tomarmos
2 + i é raiz dupla, então 2 – i também é raiz dupla; com ponto de partida que; f(0)<0 e f(2)>0, para assim saber
1 – i é raiz tripla, então 1 + i também é raiz tripla. que entre 0 e 2 teremos uma raiz, a partir daí descobrir os
Portanto, a equação polinomial possui no mínimo 1 + 2 + 2 possíveis valores de m para que isto ocorra.
+ 3 + 3 = 11 raízes, ou seja, o grau mínimo da equação é 11, f(0) = 05-2.04+4.03 – 11.02 + 9.0+ (m-3) < 0
logo alternativa D. m–3<0
m<3
02. Qual é o conjunto solução da equação x4 - 7x3 + 10x2 +
26x – 60 = 0, sabendo que 3 + i é uma das raízes da equação. f(2) = 25 – 2.24 + 4.23 – 11.22 + 9.2+ (m-3)>0
(A) S = {3 + i, 3 - i,-2, 3} 32 – 32 + 32 – 44 + 18 + m – 3 >0
(B) S = {3 + i, 3 - i} - 47 + 50 + m > 0
(C) S = {3 + i,-2, 3} m>-3
(D) S = {3 + i, 3 - i,-3, 2} Assim
(E) S = {3 + i, 3 - i, 0, -1} -3 < m < 3.
m² . (-2m) = -681
-2m³3 = -681
m³ = 681/2
m³ = 343
3
x4 - 7x3 + 10x2 + 26x – 60 = (x² - 6x + 10) . q(x) m = √343
e assim as raízes de q(x) = x² - x – 6 serão:
-2 e 3. m = 7 , logo as raízes são, 7, 7 e -14 , portanto m + n = 7 -
Portanto a solução da equação x4 - 7x3 + 10x2 + 26x – 60 = 14 = - 7
0 será:
S = {3 + i, 3 - i,-2, 3}, alternativa A. 03. Resposta: D
Vamos testar para alguns valores de n:
Questões
para n = 1 ; f(1) = 6
01. (IF/BA - Professor de Matemática - AOPC) Para que para n = 2 ; f(2) = 30
a equação x5 - 2x4 + 4x3 - 11x2 + 9x + (m - 3) tenha pelo menos para n = 3 ; f(3) = 84 Não é múltiplo de 5
uma raiz real compreendida entre 0 e 2, devemos ter Assim f(n) não é divisível por 5 para todo n ≥ 2
(A) m > 2 ou m < - 2.
(B) - 2 < m < 2. EQUAÇÕES ALGÉBRICAS OU POLINOMIAIS
(C) m > 3 ou m < - 3.
(D) - 3 < m < 3. Sendo P(x) um polinômio em C, chama-se equação
(E) m múltiplo de 3. algébrica à igualdade P(x) = 0.
Matemática 138
APOSTILAS OPÇÃO
Portanto, as raízes da equação algébrica, são as mesmas do x1.x2 + x1.x3 + x1.x4 + x2.x3 + x2.x4 + x3.x4 = c/a;
polinômio P(x). O grau do polinômio, será também o grau da x1.x2.x3 + x1.x2.x3 + x1.x3.x4 + x2.x3.x4 = - d/a;
equação. x1.x2.x3.x4 = e/a.
Exemplo: 3x4 - 2x3 + x + 1 = 0 é uma equação do 4º grau Teorema das Raízes Racionais
Seja a equação polinomial ax4 + bx3 + cx2 + dx + e = 0,
𝑝
Propriedades Importantes segundo o teorema, se o número racional for raiz da equação
𝑞
- Toda equação algébrica de grau n possui exatamente n
polinomial, onde p e q são primos entre si, então “e” é divisível
raízes.
por p e “a” é divisível por q.
Exemplo: a equação x3 - x = 0 possui 3 raízes a saber: x = 0
Exemplo
ou x = 1 ou x = -1. Dizemos então que o conjunto verdade ou
Queremos saber se a equação x3 – x2 + x – 6 = 0 possui
conjunto solução da equação dada é S = {0, 1, -1}.
raízes racionais: p deve ser divisor de 6, portanto: ±6, ±3, ±2,
±1; q deve ser divisor de 1, portanto: ±1; Portanto, os possíveis
- Se b for raiz de P(x) = 0, então P(x) é divisível por (x – b).
valores da fração são p/q: ±6, ±3, ±2 e ±1. Substituindo esses
Esta propriedade é muito importante para abaixar o grau de
valores na equação, descobrimos que 2 é uma de suas raízes.
uma equação, o que se consegue dividindo P(x) por x - b,
Como esse polinômio é de grau 3 (x3) é necessário descobrir
aplicando Briot-Ruffini.
apenas uma raiz para determinar as demais. Se fosse de grau 4
(x4) precisaríamos descobrir duas raízes. As demais raízes
- Se o número complexo (a + bi) for raiz de P(x) = 0, então
podem facilmente ser encontradas utilizando-se o dispositivo
o conjugado (a – bi) também será raiz.
prático de Briot-Ruffini e a fórmula de Bháskara.
Exemplo: qual o grau mínimo da equação P(x) = 0,
sabendo-se que três de suas raízes são os números 5, 3 + 2i e 4
O Teorema de Bolzano
- 3i. Ora, pelo que acabamos de ver, se um número complexo é
Também conhecido por “Teorema dos Valores
solução, então o seu conjugado também será solução, assim
Intermédios” ou ainda por “Teorema de Bolzano-Cauchy” é
sendo, os complexos conjugados 3 - 2i e 4 + 3i são também
muito usado na matemática por causa do seu corolário que
raízes. Logo, concluímos que o grau mínimo de P(x) é igual a 5,
permite verificar a existência ou não de zeros numa função
ou seja, P(x) possui no mínimo 5 raízes.
contínua num intervalo. O teorema refere o seguinte:
- Se a equação P(x) = 0 possuir k raízes iguais a m então
Se f é uma função contínua num intervalo [a,b], qualquer
dizemos que m é uma raiz de grau de multiplicidade k.
que seja o valor k compreendido entre f(a) e f(b), existe pelo
Exemplo: a equação (x - 4)10 = 0 possui 10 raízes iguais a 4.
menos um valor c compreendido entre a e b tal que f(c) = k.
Portanto 4 é raiz décupla ou de multiplicidade 10.
Matemática 139
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 140
APOSTILAS OPÇÃO
06. Resposta: A
07. Resposta: C
x3 – 7x2 + 14x – 8 = 0
Raízes: x1, x2 e x3
Informação: x1 + x2 = 5
Girard: x1 + x2 + x3 = 7 5 + x3 = 7 x3 = 2
Como 2 é raiz, por Briot-Ruffini, temos
x2 – 5x + 4 = 0
x = 1 ou x = 4
S = {1, 2, 4}
08. Resposta: B
Como uma das raízes é 4, basta substituir x por 4 e
encontrar o valor de k.
x3 + x2 + kx = 0
43 + 42 + k4 = 0
64 + 16 + 4K = 0
K = -20
Então nossa equação é x3 + x2 + 4x = 0 (colocando x em
evidência), temos:
x(x² + x – 20) = 0
x=0 ou x² + x – 20 = 0
basta resolver esta equação do 2º grau.
Δ = b² - 4.a.c
Δ = 1² - 4-1-(-20) = 81
−𝑏±√𝑏2 −4𝑎𝑐
𝑥=
2𝑎
−1±√81 −1±9
𝑥= =
2.1 2
x = - 5, ou x = 4.
Assim as raízes são -5; 0 e 4.
Como ele já deu que uma das raízes é 4, as outras duas
raízes serão 0 e -5.
Anotações
Matemática 141
APOSTILAS OPÇÃO
Matemática 142
PORTUGUÊS
APOSTILAS OPÇÃO
Português 1
APOSTILAS OPÇÃO
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de É correto concluir que, de acordo com o cartum ,
locomoção nas metrópoles brasileiras (A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra ou pela TV são equivalentes.
devido à falta de regulamentação. (B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido imaginação mais ativa.
incentivado em várias cidades.
Português 2
APOSTILAS OPÇÃO
(C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém (B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas
que não sabe se distrair. pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto
(D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto comunitário do ato de dirigir.
assistir a um programa de televisão. (C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção
idêntico, embora ler seja mais prazeroso. agressiva.
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de
Leia o texto para responder às questões: experiências e atividades não só individuais como também
sociais.
Propensão à ira de trânsito (E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das
emoções positivas por parte dos motoristas.
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro Gabarito
do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como
clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. 1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D)
E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas
não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir, mas
também se engajam num comportamento de risco – algumas
até agem especificamente para irritar o outro motorista ou
2) Fonética, ortografia e
impedir que este chegue onde precisa. pontuação Correta escrita das
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter palavras da língua
antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando um
motorista a tomar decisões irracionais.
portuguesa, acentuação
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. gráfica, partição silábica e
Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa pontuação.
personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos.
Dirigir pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas
também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de
estresse, mesmo que não tenhamos consciência disso no FONÉTICA
momento.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que A fonética, de acordo com Paula Perin dos Santos, estuda
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros os sons como entidades físico-articulatórias isoladas
motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao (aparelho fonador). Cabe a ela descrever os sons da linguagem
volante. Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um e analisar suas particularidades acústicas e perceptivas. Ela
dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos fundamenta-se em estudar os sons da voz humana,
concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto examinando suas propriedades físicas independentemente do
comunitário do ato de dirigir. seu “papel lingüístico de construir as formas da língua”. Sua
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr. unidade mínima de estudo é o som da fala, ou seja, o fone.1
James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são A Fonética se diferencia da Fonologia por considerar os
os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim sons independentes das oposições paradigmáticas e
como nossa cultura visualiza a direção agressiva. As crianças combinações sintagmáticas. Observe no esquema:
aprendem que as regras normais em relação ao
comportamento e à civilidade não se aplicam quando 1. Oposições paradigmáticas: aquelas cuja presença ou
dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos em ausência implica em mudança de sentido. Ex.
comportamentos de disputa ao volante, mudando de faixa /p/ata /b/ata /m/ata
continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sempre com Oclusiva Oclusiva Oclusiva
pressa para chegar ao destino. Bilabial Bilabial Bilabial
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos Surda Sonora Surda
sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era Oral Oral Nasal
descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma 2. Combinações Sintagmáticas: arranjos e disposições
situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode lineares no contínuo sonoro. Troca na posição dos fonemas
transformar um incidente em uma violenta briga. entre si. Ex.
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas
aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está Roma, amor, mora, ramo
predisposta a apresentar um comportamento irracional
quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a maior A Fonética e a Fonologia são duas disciplinas
parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada quando interdependentes, uma vez que, para qualquer estudo de
dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente natureza fonológica, é imprescindível partir do conteúdo
de seu estado emocional e fazer as escolhas corretas, mesmo fonético, articulatório e/ou acústico, para determinar as
quando estiver tentado a agir só com a emoção. unidades distintivas de cada língua. Desta forma, a Fonética e
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/furia-no- a Fonologia não são dicotômicas, pois a Fonética trata da
transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado) substância da expressão, enquanto a Fonologia trata da forma
da expressão, constituindo, as duas ciências, dentro de um
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é mesmo plano de expressão.
correto afirmar que O termo ‘Fonética’ pode significar tanto o estudo de
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à qualquer som produzido pelos seres humanos, quando o
medida que os motoristas se envolvem em decisões estudo da articulação, da acústica e da percepção dos sons
conscientes.
1 www.infoescola.com/portugues/distincao-entre-fonetica-e-fonologia/
Português 3
APOSTILAS OPÇÃO
utilizados em línguas específicas. No primeiro tipo de intencionais, distintivas, isto é, que se unem a diferenças de
investigação, torna-se evidente a autonomia da Fonética em significação; estabelecer a relação entre os elementos de
relação à Fonologia. No segundo tipo de investigação, porém, diferenciação e quais as condições em que se combinam uns
as relações entre as duas ciências se tornam patentes. com os outros para formar morfemas, palavras e frases.
Português 4
APOSTILAS OPÇÃO
Português 5
APOSTILAS OPÇÃO
Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogal O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. A –
intermediária. Ex.: flor, grade, digno. B–C–D–E–F–G–H–I–J–K–L–M–N–O–P–Q–R–S–
T – U – V – W – X – Y – Z.
Dígrafos: duas letras representadas por um único fonema.
Ex.: passo, chave, telha, guincho, aquilo. Observação: emprega-se também o “ç”, que representa o
fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras.
Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos.
- Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç Emprego das Letras e Fonemas
(desça), lh (filho), xc (excelente), qu (quente), nh (vinho), rr
(ferro), gu (guerra). Emprego das letras K, W e Y
- Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, vento), Utilizam-se nos seguintes casos:
im, in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto), um, un (tumba, 1) Em antropônimos originários de outras línguas e seus
mundo). derivados. Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo;
Taylor, taylorista.
Lembre-se: nos dígrafos, as duas letras representam um
só fonema; nos encontros consonantais, cada letra representa 2) Em topônimos originários de outras línguas e seus
um fonema. derivados. Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.
02. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não 2) Após a sílaba inicial “en”.
um, mas dois fonemas? Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca.
(A) exemplo Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo
(B) complexo “en-”. Ex.: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
(C) próximos encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...)
(D) executivo
(E) luxo 3) Após a sílaba inicial “me-”.
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão.
Exceção: mecha.
Português 6
APOSTILAS OPÇÃO
4) Se empregará o “X” em vocábulos de origem indígena ou Exemplos: catequese, diocese, poetisa, profetisa,
africana e em palavras inglesas aportuguesadas. sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose.
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu,
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, 5) Após ditongos.
rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, Exemplos: coisa, pouso, lousa, náusea.
xale, xingar, etc.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
Emprego do Ch derivados.
Se empregará o “Ch” nos seguintes vocábulos: bochecha, Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse,
bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, puséssemos, quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera,
cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, quiséssemos, repus, repusera, repusesse, repuséssemos.
pechincha, salsicha, tchau, etc.
7) Em nomes próprios personativos.
Emprego do G Exemplos: Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa,
Se empregará o “G” em: Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás.
1) Substantivos terminados em: -agem, -igem, -ugem.
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem. Observação - também se emprega com a letra “S” os
Exceção: pajem. seguintes vocábulos: abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa,
cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena,
2) Palavras terminadas em: -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio,
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio. querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo,
visita, etc.
3) Em palavras derivadas de outras que já apresentam “G”.
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), Emprego do Z
vertiginoso (de vertigem). Se empregará o “Z” nos seguintes casos:
1) Palavras derivadas de outras que já apresentam Z no
Observação - também se emprega com a letra “G” os radical.
seguintes vocábulos: algema, auge, bege, estrangeiro, geada, Exemplos: deslize – deslizar / razão – razoável / vazio –
gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, esvaziar / raiz – enraizar /cruz – cruzeiro.
rabugento, vagem.
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos
Emprego do J a partir de adjetivos.
Para representar o fonema “j’ na forma escrita, a grafia Exemplos: inválido – invalidez / limpo – limpeza / macio –
considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a maciez / rígido – rigidez / frio – frieza / nobre – nobreza / pobre
origem da palavra, como por exemplo no caso da na palavra jipe – pobreza / surdo – surdez.
que origina-se do inglês jeep. Porém também se empregará o “J”
nas seguintes situações: 3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar
substantivos.
1) Em verbos terminados em -jar ou -jear. Exemplos: Exemplos: civilizar – civilização / hospitalizar –
Arranjar: arranjo, arranje, arranjem hospitalização / colonizar – colonização / realizar – realização.
Despejar: despejo, despeje, despejem
Viajar: viajo, viaje, viajem 4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita.
Exemplos: cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito,
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica. avezita.
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji.
5) Nos seguintes vocábulos: azar, azeite, azedo, amizade,
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam “J”. buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz,
Exemplos: laranja –laranjeira / loja – lojista / lisonja – proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.
lisonjeador / nojo – nojeira / cereja – cerejeira / varejo –
varejista / rijo – enrijecer / jeito – ajeitar. 6) Em vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no
contraste entre o S e o Z. Exemplos:
Observação - também se emprega com a letra “J” os Cozer (cozinhar) e coser (costurar);
seguintes vocábulos: berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, Prezar (ter em consideração) e presar (prender);
jeito, jejum, laje, traje, pegajento. Traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior).
Português 7
APOSTILAS OPÇÃO
7) Emprega-se o Xc e o Xs: em dígrafos que soam como Ss. 4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo
Exemplos: exceção, excêntrico, excedente, excepcional, elemento, se etimológico.
exsudar. Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.
Português 8
APOSTILAS OPÇÃO
Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso praticou. Nesse caso específico, infere-se que a pessoa é
terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não explosiva, impulsiva e sem freios, provável portadora de
contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão. algum transtorno ligado à disritmia psicocerebral, algum
Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global. estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o
3 Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o pensamento e determinou a conduta.
pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só
falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe golpe, premeditado, com ocultação de cadáver, concurso de
espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão. cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o lado do
Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão criminoso comum, que entendia o que fazia.
nuclear fria. Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime,
4 É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um saber-se tudo do diagnóstico do criminoso. Mas, por outro
passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência lado, é na maneira como o delito foi praticado que se
chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas encontram características 100% seguras da mente de quem o
procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E praticou, a evidenciar fatos, tal qual a imagem fotográfica
quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes revela-nos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento
sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra em que foi registrada. Em suma, a forma como as coisas foram
do leigo. feitas revela muito da pessoa que as fez.
(VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.) PALOMBA, Guido Arturo. Rev. Psique: n° 100 (ed. comemorativa), p. 82.
“e era natural que o futuro IDEALIZADO então fosse o da Tal como ocorre com “interpretaÇÃO ” e “dissimulaÇÃO”,
cidade perfeita.” (1º §) O vocábulo em destaque no trecho grafa-se com “ç” o sufixo de ambas as palavras arroladas em:
acima grafa-se com a letra Z, em conformidade com a norma (A) apreenção do menor - sanção legal.
de emprego do sufixo–izar. (B) detenção do infrator - ascenção ao posto.
(C) presunção de culpa - coerção penal.
Das opções abaixo, aquela em que um dos vocábulos está (D) interceção do juiz - contenção do distúrbio.
INCORRETAMENTE grafado por não se enquadrar nessa (E) submição à lei - indução ao crime.
norma é:
(A) alcoolizado / barbarizar / burocratizar. 04. (Câmara Municipal de Araraquara/SP – Assistente
(B) catalizar / abalizado / amenizar. de Tradução e Interpretação – IBFC/2016)
(C) catequizar / cauterizado / climatizar. Leia as opções abaixo e assinale a alternativa que não
(D) contemporizado / corporizar / cretinizar apresenta erro ortográfico.
(E) esterilizar / estigmatizado / estilizar. (A) Plocrastinar - idiossincrasia - abduzir
(B) Proclastinar - idiosincrasia - abduzir
02. (Pref. De Biguaçu/SC – Professor III – Inglês/2016) (C) Plocrastinar- idiossincrasia - abiduzir
De acordo com a Língua Portuguesa culta, assinale a (D) Procrastinar - idiossincrasia - abduzir
alternativa cujas palavras seguem as regras de ortografia:
(A) Preciso contratar um eletrecista e um encanador para 05. (Pref. De Quixadá/CE – Agente de Combate às
o final da tarde. Endemias – Serctam/2016) Marque a opção em
(B) O trabalho voluntário continua sendo feito que TODOS os vocábulos se completam com a letra “s”:
prazerosamente pelos alunos. (A) pesqui__a, ga__olina, ali__erce.
(C) Ainda não foram atendidas as reinvindicações dos (B) e__ótico, talve__, ala__ão.
professores em greve. (C) atrá__, preten__ão, atra__o.
(D) Na lista de compras, é preciso descriminar melhor os (D) bati__ar, bu__ina, pra__o.
produtos em falta. (E) valori__ar, avestru__, Mastru__.
(E) Passou bastante desapercebido o caso envolvendo um
juiz federal. Gabarito
03. (PC/PA – Escrivão de Polícia Civil – FUNCAB/2016) 01.B / 02.B / 03.C / 04.D / 05.C
Dificilmente, em uma ciência-arte como a Psicologia-
Psiquiatria, há algo que se possa asseverar com 100% de Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas
certeza. Isso porque há áreas bastante interpretativas, sujeitas
a leituras diversas, a depender do observador e do observado. Inicial Maiúscula
Porém, existe um fato na Psicologia-Psiquiatria forense que é Utiliza-se inicial maiúscula nos seguintes casos:
100% de certeza e não está sujeito a interpretação ou a 1) No começo de um período, verso ou citação direta.
dissimulação por parte de quem está a ser examinado. E
revela, objetivamente, dados do psiquismo da pessoa ou, em Disse o Padre Antônio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer
outras palavras, mostra características comportamentais lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.”
indissimuláveis, claras e objetivas. O que pode ser tão exato,
em matéria de Psicologia-Psiquiatria, que não admite “Auriverde pendão de minha terra,
variáveis? Resposta: todos os crimes, sem exceção, são como Que a brisa do Brasil beija e balança,
fotografias exatas e em cores do comportamento do indivíduo. Estandarte que à luz do sol encerra
E como o psiquismo é responsável pelo modo de agir, por As promessas divinas da Esperança…”
conseguinte, tem os em todos os crimes, obrigatoriamente e (Castro Alves)
sempre, elementos objetivos da mente de quem os praticou.
Por exemplo, o delito foi cometido com multiplicidade de 2) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
golpes, com ferocidade na execução, não houve ocultação de Exemplos: Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.
cadáver, não se verifica cúmplice, premeditação etc. Registre-
se que esses dados já aconteceram. Portanto, são insimuláveis, 3) Nos topônimos, reais ou fictícios.
100% objetivos. Basta juntar essas características Exemplos: Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
comportamentais que teremos algo do psiquismo de quem o
Português 9
APOSTILAS OPÇÃO
Observação: quando empregados em sua forma absoluta, O uso do termo “Gaivota” sempre com letra maiúscula ao
os pontos cardeais são grafados com letra maiúscula. longo do texto se deve ao fato de que
Exemplos: Nordeste (região do Brasil) / Ocidente (europeu) (A) o autor busca, com isso, fazer uma conexão mais
/Oriente (asiático). próxima entre o leitor e o animal.
(B) o autor quis dar destaque ao termo, apesar de não
Emprego Facultativo da Letra Minúscula haver importância da referência ao animal para o texto.
1) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica. (C) há uma mudança no texto, em que, no início, as
Exemplos: personagens eram duas pessoas e, a partir do segundo
Crime e Castigo ou Crime e castigo parágrafo, é uma gaivota.
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas (D) o texto faz uma reflexão sobre a ação humana de viajar,
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido porém comparando os seres humanos com gaivotas.
(E) o autor utiliza o termo “Gaivota” como símbolo de
2) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em imponência, o que se relaciona à forma como os seres
nomes sagrados e que designam crenças religiosas. humanos são tratados no texto.
Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Português 10
APOSTILAS OPÇÃO
02. (MGS – Todos os Cargos de Nível Fundamental Palavras ou Expressões que geram dificuldades
Completo – IBFC/2017)
Algumas palavras ou expressões costumam apresentar
Estranhas Gentilezas dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende falar
(Ivan Angelo) ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade para você
aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e tente
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as incorporar tais palavras certas em situações apropriadas.
pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da gentileza.
Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos A anos: Daqui a um ano iremos à Europa. (a indica tempo
ônibus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de futuro)
espera, nos embates familiares, e depois economizam com a Há anos: Não o vejo há meses. (há indica tempo passado)
gente. Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo.
dias para cá. Tratam-me com inquietante delicadeza. Já
captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de Acerca de: Falávamos acerca de uma solução melhor. (a
asas de borboleta, quase nada. A impressão de que há algo respeito de)
estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um Há cerca de: Há cerca de dias resolvemos este caso. (faz
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o tempo)
engano que nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e
que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a Ao encontro de: Sua atitude vai ao encontro da verdade.
amizade, mas a inimizade morria ali. (estar a favor de)
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de De encontro a: Minhas opiniões vão de encontro às suas.
algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez surgir em (oposição, choque)
meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até
pessoas distantes. E as próximas? A fim de: Vou a fim de visitá-la. (finalidade)
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem Afim: Somos almas afins. (igual, semelhante)
motivo. Durante o telefonema fico aguardando o assunto que
estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um Ao invés de: Ao invés de falar começou a chorar. (oposição,
número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com ao contrário de)
acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas, sorriem Em vez de: Em vez de acompanhar-me, ficou só. (no lugar
transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o de)
maître2, com uma piscadela, fura a demorada fila de executivos
à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um A par: Estamos a par das boas notícias. (bem informado,
homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me ciente)
cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga sua banca Ao par: O dólar e o euro estão ao par. (de igualdade ou
na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal equivalência entre valores financeiros – câmbio)
chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.
[...] Aprender: O menino aprendeu a lição. (tomar
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é conhecimento de)
este? Que vão pedir em troca de tanta gentileza? Apreender: O fiscal apreendeu a carteirinha do menino.
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz. (prender)
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco,
desço pelas escadas porque alguém segura o elevador lá em Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços
cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos
entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam supermercados. Vamos comemorar, pessoal!
meus cheques para pagar contas em nome de minha mulher, Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos
saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando (sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto)
a vida entre bólidos3 , um caminhão joga-me água suja de uma da gasolina.
poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a Bebedor: Tornei-me um grande bebedor de vinho. (pessoa
sonhar com gentilezas. que bebe)
Bebedouro: Este bebedouro está funcionando bem.
Vocabulário: (aparelho que fornece água)
1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São
Paulo Bem-Vindo: Você é sempre bem-vindo aqui, jovem.
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras (adjetivo composto)
coisas nos restaurantes Benvindo: Benvindo é meu colega de classe. (nome
3 carros muito velozes próprio)
Em “nas ruas dos Jardins1" (4º§), a palavra em destaque Câmara: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal.
foi escrita com letra maiúscula por se tratar de: (local de trabalho)
(A) um erro de grafia. Câmera: Comprei uma câmera japonesa. (aparelho que
(B) um destaque do autor fotografa)
(C) um substantivo próprio.
(D) um substantivo coletivo. Champanha/Champanhe (do francês): O
champanha/champanhe está bem gelado.
Gabarito
Cessão: Foi confirmada a cessão do terreno. (ato de doar)
01.D / 02.C Sessão: A sessão do filme durou duas horas. (intervalo de
tempo)
Português 11
APOSTILAS OPÇÃO
Seção/Secção: Visitei hoje a seção de esportes. (repartição Se não: Se não houver homens honestos, o país não sairá
pública, departamento) desta situação crítica. (se por acaso não)
Demais: Vocês falam demais, caras! (advérbio de Tampouco: Não compareceu, tampouco apresentou
intensidade) qualquer justificativa. (Também não)
Demais: Chamaram mais dez candidatos, os demais devem Tão pouco: Encontramo-nos tão pouco esta semana.
aguardar. (equivale a “os outros”) (intensidade)
De mais: Não vejo nada de mais em sua decisão. (opõe-se a
“de menos”) Trás ou Atrás: O menino estava atrás da árvore. (lugar)
Traz: Ele traz consigo muita felicidade. (verbo trazer)
Descriminar: O réu foi descriminado; pra sorte dele.
(inocentar, absolver de crime) Vultoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. (volumoso)
Discriminar: Era impossível discriminar os caracteres do Vultuoso: Sua face está vultuosa e deformada. (congestão
documento. (diferençar, distinguir, separar) no rosto)
Descrição: A descrição sobre o jogador foi perfeita.
(descrever) Questão
Discrição: Você foi muito discreto. (reservado)
01. (TCM/RJ – Técnico de Controle Externo –
Entrega em domicílio: Fiz a entrega em domicílio. (lugar) IBFC/2016) Analise as afirmativas abaixo, dê valores
Entrega a domicílio: Enviou as compras a domicílio. (com Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao emprego do acento
verbos de movimento) circunflexo estabelecido pelo Novo Acordo Ortográfico.
( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo
Espectador: Os espectadores se fartaram da apresentação. conjugado no passado) para diferenciá-la de 'pode' (o verbo
(aquele que vê, assiste) conjugado no presente).
Expectador: O expectador aguardava o momento da ( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá
chamada. (que espera alguma coisa) a mesma grafia de 'por' (preposição), diferenciando-se pelo
contexto de uso.
Estada: A estada dela aqui foi gratificante. (tempo em algum ( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do
lugar) plural do presente do indicativo dos verbos crer, dar, ler, ter,
Estadia: A estadia do carro foi prolongada por mais vir e seus derivados.
algumas semanas. (prazo concedido para carga e descarga)
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
Fosforescente: Este material é fosforescente. (que brilha cima para baixo.
no escuro) (A) V F F
Fluorescente: A luz branca do carro era fluorescente. (B) F V F
(determinado tipo de luminosidade) (C) F F V
(D) F V V
Haja: É preciso que não haja descuido. (verbo haver – 1ª
pessoa singular do presente do subjuntivo) 02. (Detran/CE – Vistoriador – UCE-CEV/2018) Na frase
Aja: Aja com cuidado, Carlinhos. (verbo agir – 1ª pessoa “... as penalidades são as previstas pelo bom senso...”, a palavra
singular do presente do subjuntivo) destacada é homônima de censo. Assinale a opção em que o
emprego dos homônimos destacados está adequado.
Houve: Houve um grande incêndio no centro de São (A) O reitor da faculdade solicitou que todos os
Paulo. (verbo haver - 3ª pessoa do singular do pretérito funcionários participassem do censo anual para verificar
perfeito) quem realmente está na ativa.
Ouve: A mãe disse: ninguém me ouve. (verbo ouvir - 3ª (B) Foi pedido para que todos os motoristas respondessem
pessoa singular do presente do indicativo) ao senso, a fim de se obter o número real de carros no pátio da
universidade.
Mal: Dormi mal. (oposto de bem) (C) Os infratores são penalizados com a “multa moral” por
Mau: Você é um mau exemplo. (oposto de bom) não demonstrarem censo crítico.
(D) Se o infrator tiver censo, saberá o que dizer na hora da
Mas: Telefonei-lhe mas ela não atendeu. (ideia contrária) punição.
Mais: Há mais flores perfumadas no campo. (opõe-se a
menos) Gabarito
Nem um: Nem um filho de Deus apareceu para ajudá-la. 01.A / 02.A
(equivale a nem um sequer)
Nenhum: Nenhum jornal divulgou o resultado do concurso. Emprego do Porquê
(oposto de algum)
Orações Interrogativas Exemplo:
Onde: Onde fica a farmácia mais próxima? (lugar em que se (pode ser substituído Por que devemos nos
está) por: por qual motivo, por preocupar com o meio
Aonde: Aonde vão com tanta pressa? (ideia de movimento) qual razão) ambiente?
Por
Por ora: Por ora chega de trabalhar. (por este momento) Que
Exemplo:
Por hora: Você deve cobrar por hora. (cada sessenta Equivalendo a “pelo Os motivos por que não
minutos) qual” respondeu são
desconhecidos.
Senão: Não fazia coisa nenhuma senão criticar. (caso
contrário)
Português 12
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos:
uma sensação ruim ao ouvirmos uma música com notas
Você ainda tem coragem de agudas.
Por Final de frases e seguidos
perguntar por quê?
Quê de pontuação
Você não vai? Por quê?
Não sei por quê! Aí podemos acrescentar outro fator. Uma nota de violão
tem um número limitado e pequeno de frequências –
Exemplos: formando um som mais “limpo”. Já no espectro de som
A situação agravou-se porque
Conjunção que indica proveniente de unhas arranhando um quadro-negro (ou de
ninguém reclamou.
explicação ou causa
Ninguém mais o espera, atrito entre isopores ou entre duas bexigas de ar) há um
Porque porque ele sempre se atrasa. número infinito delas. Assim, as células vibram de acordo com
muitas frequências e aquelas presentes na parte inicial da
Conjunção de Finalidade Exemplos: cóclea, por serem mais frágeis, são lesadas com mais
– equivale a “para que”, Não julgues porque não te facilidade. Daí a sensação de aversão a esse sons agudos e
“a fim de que”. julguem. “crus”.
Ronald Ranvaud, Ciência Hoje, nº 282.
Exemplos:
Função de substantivo –
Não é fácil encontrar o Assinale a frase em que a grafia do vocábulo sublinhado
vem acompanhado de
Porquê porquê de toda confusão. está equivocada.
artigo ou pronome
Dê-me um porquê de sua
saída.
(A) Por que sentimos calafrios?
(B) A razão porque sentimos calafrios é conhecida.
(C) Qual o porquê de sentirmos calafrios?
1. Por que (pergunta); (D) Sentimos calafrios porque precisamos defender nossa
2. Porque (resposta); audição.
3. Por quê (fim de frase: motivo); (E) Sentimos calafrios por quê?
4. O Porquê (substantivo).
Gabarito
Questões
01.D / 02.B
01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VUNESP)
Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou até PONTUAÇÃO
sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre
........................ praticar atividade física..........................benefícios Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar
terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o principais funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo
avanço da idade. uso da língua portuguesa.4
(Ciência Hoje, março de 2012)
Ponto
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com: 1) Indica o término do discurso ou de parte dele.
(A) porque … trás … previnir Ex.: Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em
(B) porque … traz … previnir que se encontra. / Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga
(C) porquê … tras … previnir e leite.
(D) por que … traz … prevenir
(E) por quê … tráz … prevenir 2) Usa-se nas abreviações.
Ex.: V.Exª (Vossa Exelencia) , Sr. (Senhor), S.A (Sociedade
02. Pref. de Salvador/BA - Técnico de Nível Médio II – Anonima).
FGV/2017)
Ponto e Vírgula
Por que sentimos calafrios e desconforto ao ouvir certos
sons agudos – como unhas arranhando um quadro-negro? 1) Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância.
Esta é uma reação instintiva para protegermos nossa Ex.: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo
audição. A cóclea (parte interna do ouvido) tem uma pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida;
membrana que vibra de acordo com as frequências sonoras os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
que ali chegam. A parte mais próxima ao exterior está ligada à (Vieira)
audição de sons agudos; a região mediana é responsável pela 2) Separa partes de frases que já estão separadas por
audição de sons de frequência média; e a porção mais final, por vírgulas.
sons graves. As células da parte inicial, mais delicadas e frágeis, Ex.: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros
são facilmente destruídas – razão por que, ao envelhecermos, montanhas, frio e cobertor.
perdemos a capacidade de ouvir sons agudos. Quando
frequências muito agudas chegam a essa parte da membrana, 3) Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos,
as células podem ser danificadas, pois, quanto mais alta a decreto de lei, etc. Ex.:
frequência, mais energia tem seu movimento ondulatório. Isso, - Ir ao supermercado;
em parte, explica nossa aversão a determinados sons agudos, - Pegar as crianças na escola;
mas não a todos. Afinal, geralmente não sentimos calafrios ou - Caminhada na praia;
- Reunião com amigos.
4 http://tudodeconcursosevestibulares.blogspot.com/2013/04/pontuacao-
resumo-com-questoes.html
Português 13
APOSTILAS OPÇÃO
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. 01. Assinale a alternativa em que a pontuação está
“Então? Que é isso? Desertaram ambos?” corretamente empregada, de acordo com a norma-padrão da
(Artur Azevedo) língua portuguesa.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
Reticências embora, experimentasse, a sensação de violar uma intimidade,
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
1) Indica que palavras foram suprimidas. que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
Ex.: Comprei lápis, canetas, cadernos... (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e,
embora experimentasse a sensação, de violar uma intimidade,
2) Indica interrupção violenta da frase. procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
Ex.: Não... quero dizer... é verdade... Ah! que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
3) Indica interrupções de hesitação ou dúvida embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
Ex.: Este mal... pega doutor? procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
4) Indica que o sentido vai além do que foi dito (D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e,
Ex.: Deixa, depois, o coração falar... embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo
Vírgula que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
Não se usa Vírgula embora, experimentasse a sensação de violar uma intimidade,
Separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam- procurou a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo
se diretamente entre si: que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
1) Entre sujeito e predicado. 02. Assinale a opção em que está corretamente indicada a
Todos os alunos da sala foram advertidos. ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as
sujeito predicado lacunas da frase abaixo:
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas
2) Entre o verbo e seus objetos. devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.
V.T.D.I .O.D .O.I. (A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
(B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
3) Entre nome e complemento nominal; entre nome e (C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
adjunto adnominal. (D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
A surpreendente reação do governo contra os sonegadores (E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
despertou reações entre os empresários.
adj. adnominal nome adj. adn. Compl. nominal 03. Os sinais de pontuação estão empregados
corretamente em:
Usa-se a Vírgula (A) Duas explicações, do treinamento para consultores
1) Para marcar intercalação: iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a
a) Do adjunto adverbial: O café, em razão da sua construção de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar
abundância, vem caindo de preço. das metas de vendas associadas aos dois temas.
Português 14
APOSTILAS OPÇÃO
(B) Duas explicações do treinamento para consultores De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a como oxítona, paroxítona e proparoxítonas, independente de
construção de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar levar acento gráfico:
das metas de vendas associadas aos dois temas.
(C) Duas explicações do treinamento para consultores Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
construção de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar
das metas de vendas associadas aos dois temas. Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se
(D) Duas explicações do treinamento para consultores evidencia na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque –
iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a retrato – passível
construção de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar
das metas de vendas associadas aos dois temas. Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se
(E) Duas explicações, do treinamento para consultores evidencia na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara –
iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a tímpano – médico – ônibus
construção de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar
das metas, de vendas associadas aos dois temas. Como podemos observar, mediante todos os exemplos
mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas
04. Assinale a alternativa em que o período, adaptado da em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente, no
revista Pesquisa Fapesp de junho de 2012, está correto quanto qual são os chamados de monossílabos, que quando
à regência nominal e à pontuação. pronunciados apresentam certa diferenciação quanto à
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, intensidade.
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos
notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos
outros. observar no exemplo a seguir:
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam
rapidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o “Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor.”
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um
exemplo!, do que em outros. Os monossílabos em destaque classificam-se como
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam tônicos; os demais, como átonos (que, em e de).
rapidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um Acentos Gráficos
exemplo, do que em outros.
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam Acento agudo (´) – colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e
rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam
avanço seja mais notável em alguns países - o Brasil é um as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público,
exemplo - do que em outros. parabéns.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente,
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais Acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e”
notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado. Ex.: tâmara –
outros. Atlântico – pêssego – supôs
05. Assinale a alternativa em que a frase mantém-se Acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
correta após o acréscimo das vírgulas. artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrônica Trema)¨( – de acordo com a nova regra, foi totalmente
ao grupo ou acione o código na internet. abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de
código foi acionado. Müller)
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados,
recebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a Til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
criança foi encontrada. nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega
primeiro às, areias do Guarujá. Regras Fundamentais
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone
de quem a encontrou e informar um ponto de referência Palavras oxítonas - acentuam-se todas as oxítonas
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s):
Respostas Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s).
1.C / 2.C / 3.B / 4.D / 5.E
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
ACENTUAÇÃO
Monossílabos tônicos - terminados em “a”, “e”, “o”,
Acentuação Tônica seguidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
Implica na intensidade com que são pronunciadas as Formas verbais - terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais seguidas de lo, la, los, las. Ex.: respeitá-lo – percebê-lo – compô-
acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como lo
são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas
de átonas. Paroxítonas - acentuam-se as palavras paroxítonas
terminadas em:
- i, is
Português 15
APOSTILAS OPÇÃO
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento de plural de:
acordo com a nova regra, mas desde que estejam em palavras ele tem – eles têm
paroxítonas. ele vem – eles vêm (verbo vir)
Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento. reter, deter, abster.
Ex.: ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm
Antes Agora
ele retém – eles retêm
assembléia assembleia
ele convém – eles convêm
idéia ideia
jibóia jiboia
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes
apóia (verbo apoiar) apoia
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções,
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos,
como:
acompanhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
Pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do
– baú – país – Luís
indicativo).
Pode (terceira pessoa do singular do presente do
Observação importante: Não serão mais acentuados “i” e
indicativo). Ex.:
“u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de
Ela pode fazer isso agora.
ditongo. Ex.:
Elvis não pôde participar porque sua mãe não deixou.
Antes Agora
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
bocaiúva bocaiuva
preposição por. Ex.:
feiúra feiura
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, con-
Questões
tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
(A) Tem a última sílaba como tônica.
seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
(B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
(C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
(D) Não tem sílaba tônica.
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
02. Indique a alternativa em que todas as palavras devem
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz,
receber acento.
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i”
(A) virus, torax, ma.
não serão mais acentuadas. Ex.:
(B) caju, paleto, miosotis.
(C) refem, rainha, orgão.
Antes Agora
(D) papeis, ideia, latex.
apazigúe (apaziguar) apazigue
(E) lotus, juiz, virus.
argúi (arguir) argui
03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente,
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo
Ex.:
mesmo motivo que:
Antes Agora
(A) túnel
crêem creem
(B) voluntário
vôo voo
(C) até
(D) insólito
(E) rótulos
Português 16
APOSTILAS OPÇÃO
- Dígrafos: ch, lh, nh, gu, qu. No momento em que Malvina ia pôr a frigideira no fogo,
Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa; entrou a cozinheira com um envelope na mão. Isso bastou para
que ela se tornasse nervosa. Seu coração pôs-se a bater
- Encontros consonantais que iniciam a sílaba. precipitadamente e seu rosto se afogueou. Abriu-o com gesto
Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co; decisivo e extraiu um papel verde-mar, sobre o qual se liam,
em caracteres energéticos, masculinos, estas palavras: “Você
Separam-se: será amada...”.
- Vogais dos hiatos.
Português 17
APOSTILAS OPÇÃO
Malvina empalideceu, apesar de já conhecer o conteúdo raros da fauna e da flora. O Parque possui 1.197 metros de
dessa carta verde-mar, que recebia todos os dias, havia já uma altitude e é um observatório natural que permite que os
semana. Malvina estava apaixonada por um ente invisível, por visitantes contemplem do alto toda cobertura vegetal
um papel verde-mar, por três palavras e três pontos de acompanhada de relevos e fontes de água dos municípios
reticências: “Você será amada...”. Há uma semana que vivia vizinhos. Uma paisagem rica em belezas naturais, que atrai a
como ébria. atenção de turistas brasileiros e estrangeiros.
Olhava para a rua e qualquer olhar de homem que se (...) O Pico do Jabre surpreende por suas belezas, clima
cruzasse com o seu, lhe fazia palpitar tumultuosamente o agradável e uma visão de encher de entusiasmo e energia
coração. Se o telefone tilintava, seu pensamento corria célere: positiva qualquer visitante. Com uma panorâmica de 130 km
talvez fosse “ele”. Se não conhecesse a causa desse transtorno, de visão, de onde se pode ver, a olho nu, os Estados do Rio
por certo Malvina já teria ido consultar um médico de doenças Grande do Norte e Pernambuco, o Mirante do Sertão, título
nervosas. Mandara examinar por um grafólogo a letra dessa mais que merecido, é um dos lugares mais belos da Paraíba,
carta. Fora em todas as papelarias à procura desse papel com potencialidade para se tornar um dos complexos
verde-mar e, inconscientemente, fora até o correio ver se turísticos mais bem visitados do Estado.
descobria o remetente no ato de atirar o envelope na caixa. (...) Cenário ideal para os praticantes de esportes radicais,
Tudo em vão. Quem escrevia conseguia manter-se o Pico do Jabre atrai turistas de todas as partes do país,
incógnito. Malvina teria feito tudo quanto ele quisesse. equipados com seus acessórios de segurança. A existência de
Nenhum empecilho para com o desconhecido. Mas para que trilhas fechadas é outro atrativo para os desportistas,
ela pudesse realizar o seu sonho, era preciso que ele se incansáveis na busca de aventura.
tornasse homem de carne e osso. Malvina imaginava-o alto, O entorno do Parque Estadual do Pico do Jabre abrange
moreno, com grandes olhos negros, forte e espadaúdo. cinco municípios com atividades econômicas voltadas para a
O seu cérebro trabalhava: seria ele casado? Não, não o era. agricultura. A turística no meio rural é uma das perspectivas
Seria pobre? Não podia ser. Seria um grande industrial? Quem para o desenvolvimento desta economia. O Parque Estadual do
sabe? Pico do Jabre, dentro da malha turística do estado da Paraíba,
As cartas de amor, verde-mar, haviam surgido na vida de com roteiros alternativos envolvendo esportes, cultura,
Malvina como o dilúvio, transformando-lhe o cérebro. gastronomia e lazer, traz benefícios a uma população, com a
Afinal, no décimo dia, chegou a explicação do enigma. Foi geração de mais empregos.
uma coisa tão dramática, tão original, tão crível, que Malvina O Parque Ecológico, como atrativo turístico natural desta
não teve nem um ataque de histerismo, nem uma crise de região, faz surgir novos serviços, tais como mateiros, guias,
cólera. Ficou apenas petrificada. taxistas, cozinheiros, dentre outros, os quais estão
“Você será amada... se usar, pela manhã, o creme de beleza diretamente ligados ao visitante. Os novos empreendimentos
Lua Cheia. O creme Lua Cheia é vendido em todas as farmácias que surgirão, vão gerar recursos utilizados para a adequação
e drogarias. Ninguém resistirá a você, se usar o creme Lua da infraestrutura local. Assim, surgirão novos horizontes para
Cheia. a região do entorno do Pico do Jabre, contribuindo para
Era o que continha o papel verde-mar, escrito em enérgicos permanência de sua população, que não mais migrará em
caracteres masculinos. busca de empregos e melhor qualidade de vida. Com a
Ao voltar a si, Malvina arrastou-se até o telefone: preservação da natureza, que está pronta para despertar uma
-Alô! É Jorge quem está falando? Já pensei e resolvi casar- nova visão desta atividade tão promissora que é o turismo no
me com você. Sim, Jorge, amo-o! Ora, que pergunta! Pode vir. meio rural.
A voz de Jorge estava rouca de felicidade! (http://www.matureia.pb.gov.br).
E nunca soube a que devia tanta sorte!
(André Sinoldi) 03. Algumas palavras do texto estão escritas com acento.
Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras turística,
Assinale a opção em que as duas palavras foram agradável e país são RESPECTIVAMENTE:
corretamente separadas em sílabas. (A) Paroxítona - oxítona - proparoxítona.
(A) in-cóg-ni-to; trans-tor-no (B) Proparoxítona - oxítona - paroxítona.
(B) in-co-ns-ci-en-te-men-te; é-bria (C) Paroxítona - paroxítona - proparoxítona.
(C) em-pa-li-de-ce-u; a pa-i-xo-na-da (D) Proparoxítona - paroxítona - paroxítona.
(D) tu-mul-tuo-sa-men-te; e- ni-gma (E) Proparoxítona - paroxítona - oxítona.
(E) re-ti-cên-ci-as; em-pe-cil-ho
04. (Pref. de Cipotânea/MG -Operador de Máquinas
02. Assinale o item em que todas as sílabas estão Pesadas - REIS & REIS) Marque a opção em que a sílaba tônica
corretamente separadas: está marcada incorretamente:
(A) a-p-ti-dão; (A) Estrela.
(B) so-li-tá-ri-o; (B) Futebol.
(C) col-me-ia; (C) Remendados.
(D) ar-mis-tí-cio; (D) Mínimo.
(E) trans-a-tlân-ti-co.
05. Leia o texto abaixo e, depois, responda a questão.
Leia o texto e responda à questão 03.
As algas
O Mirante do Sertão
As algas
Parque ambiental que, segundo dados da Sudema, possui das águas salgadas
aproximadamente 500 hectares de área composta de espécies são mais amadas,
de Mata Atlântica e Caatinga, a Serra do Jabre é reconhecida são mais amargas
pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como uma das
maiores fontes de pesquisas biológicas do país, pois possui As algas marinhas
espécies endêmicas que só existem aqui na reserva ecológica e não andam sozinhas,
devem ser fruto de estudo para evitar extinção de exemplares de um reino maravilhoso
Português 18
APOSTILAS OPÇÃO
6 https://portugues.uol.com.br/gramatica/morfologia.html 7 http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-
i.htm
Português 19
APOSTILAS OPÇÃO
arização, surgem depois do radical os afixos são chamados Vogais temáticas verbais: são -a, -e e- i, que caracterizam
de sufixos. três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações.
- Prefixos e Sufixos, além de operar mudança de classe Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira
gramatical, são capazes de introduzir modificações de conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
significado no radical a que são acrescentados. segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem
à terceira conjugação.
Desinências: quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se
formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, primeira conj. segunda conj. terceira conj.
amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra
vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse
(primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se realiz-a-sse mex-e-rá g-i-mos
modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara,
amasse, por exemplo). Vogal ou consoante de ligação: as vogais ou consoantes
Assim, podemos concluir, que existem morfemas que de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos,
indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma
surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação
desinências, no qual podem ser divididos em: na palavra escolaridade: o - i - entre os sufixos- ar- e -dade
facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos:
a) Desinências nominais: indicam o gênero e o número gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira,
dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma tricota.
opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina.
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o Processos de Formação de Palavras
morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de
morfema, que indica o singular: garoto/garotos; Composição
garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas. Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
No caso dos nomes terminados em –r e– z, a desinência de radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de
plural assume a forma -es: composição: justaposição e aglutinação.
mar/mares; a) Justaposição: ocorre quando os elementos que formam
revólver/revólveres; o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos. Por
cruz/cruzes. exemplo: Corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol.
b) Desinências verbais: em nossa língua, as desinências b) Aglutinação: ocorre quando os elementos que formam
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde sua
indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e integridade sonora. Por exemplo: Aguardente (água +
aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna + alta),
(desinência número-pessoais): vinagre (vinho + acre)
cant-á-va-mos
cant-á-sse-is Derivação por Acréscimo de Afixos
cant: radical É o processo pelo qual se obtêm palavras novas
cant: radical (derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A
-á-: vogal temática derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
-á-: vogal temática
a) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
-va-: desinência modo-temporal(caracteriza o pretérito acréscimo de prefixo.
imperfeito do indicativo). In------ --feliz des----------leal
-sse-: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito Prefixo radical prefixo radical
imperfeito do subjuntivo).
-mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira b) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
pessoa do plural). acréscimo de sufixo.
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda Feliz---- mente leal------dade
pessoa do plural). Radical sufixo radical sufixo
Vogal Temática: observe que, entre o radical cant- e as c) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
desinências verbais, surge sempre o morfema– a. simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado o sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não
de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, “existiria”). Por parassíntese formam-se principalmente
constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal verbos.
temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos En-- -----trist- ----ecer
como os nomes apresentam vogais temáticas. Prefixo radical sufixo
Vogais Temáticas Nominais: são -a, -e, e -o, quando en----- ---tard--- --ecer
átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, prefixo radical sufixo
triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que
essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Outros Tipos de Derivação
a mesa, a escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem
É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora que haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva
de plural: e a derivação imprópria.
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais
tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam
vogal temática.
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APOSTILAS OPÇÃO
- Siglas: as siglas são formadas pela combinação das letras Usa-se o artigo definido:
iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome. - com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados
Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e foram punidos.
Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano). - com nomes próprios geográficos de estado, país, oceano,
As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o
ser que haja mais de três letras e a sigla seja oceano Pacífico. Ex.: Conheço o Canadá mas não conheço
pronunciável sílaba por sílaba. Brasília.
Por exemplo: Unicamp, Petrobras. - depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos
os vinte atletas participarão do campeonato.
Questões - com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais
lindas flores da floricultura.
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam - com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo
pelo mesmo processo: tem dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e
A) ajoelhar / antebraço / assinatura simpático.
B) atraso / embarque / pesca - antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da
C) o jota / o sim / o tropeço primavera vem o verão.
D) entrega / estupidez / sobreviver - com expressões de peso e medida: O álcool custa um real
E) antepor / exportação / sanguessuga o litro. (=cada litro)
Português 21
APOSTILAS OPÇÃO
Gabarito
Substantivo
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
Metafonia - apresentam o “o” tônico fechado no singular e - adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas / curta-
aberto no plural: caroço (ô), caroços (ó) / imposto (ô), metragem = curtas-metragens / má-língua = más-línguas /
impostos (ó). - numeral ordinal + substantivo: segunda-feira =
segundas-feiras / quinta-feira = quintas-feiras.
Substantivos que mudam de sentido quando usados no
plural: Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens. Composto com a palavra guarda só vai para o plural se
(Patrimônio); Conferiu a féria do dia. (Salário); As férias foram for pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos / guarda-
maravilhosas. (Descanso). florestal = guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis /
guarda-marinha = guardas-marinha.
Substantivos empregados somente no plural: Arredores,
belas-artes, bodas (ô), condolências, cócegas, costas, exéquias, Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas
férias, olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames, / os Oliveiras / os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os
viveres, idos, afazeres, algemas. Silvas.
Plural dos Substantivos Compostos Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs /
DVDs / ONGs / PMs / Ufirs.
Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural:
Grau (aumentativo/diminutivo)
- palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir
= girassóis / autopeça = autopeças. intensidade, exagero ou diminuição. A essas modificações é
- verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha- que damos o nome de grau do substantivo. Os graus
céu = arranha-céus / bate-bola = bate-bolas / guarda-roupa = aumentativos e diminutivos são formados por dois processos:
guarda-roupas / guarda-sol = guarda-sóis / vale-refeição =
vale-refeições. - Sintético: com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou
- elemento invariável + palavra variável: sempre-viva = diminutivo: peixe – peixão; peixe-peixinho; sufixo inho ou
sempre-vivas / abaixo-assinado = abaixo-assinados / recém- isinho.
nascido = recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / auto-
escola = auto-escolas. - Analítico: formado com palavras de aumento: grande,
- palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico- enorme, imensa, gigantesca (obra imensa / lucro enorme /
tico = os tico-ticos / o corre-corre = os corre-corres. carro grande / prédio gigantesco); e formado com as palavras
- substantivo composto de três ou mais elementos não de diminuição (diminuto, pequeno, minúscula, casa pequena,
ligados por preposição: o bem-me-quer = os bem-me-queres / peça minúscula, saia diminuta).
o bem-te-vi = os bem-te-vis / o sem-terra = os sem-terra / o
fora-da-lei = os fora-da-lei / o João-ninguém = os joões-ninguém - Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns
/ o ponto-e-vírgula = os ponto e vírgulas / o bumba meu boi = substantivos exprimem também desprezo, crítica, indiferença
os bumba meu bois. em relação a certas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo,
- quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel: narigão, gentinha, coisinha, povinho, livreco.
grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer - Já alguns diminutivos dão ideia de afetividade: filhinho,
= bel-prazeres. Toninho, mãezinha.
- Em consequência do dinamismo da língua, alguns
Somente o primeiro elemento vai para o plural: substantivos no grau diminutivo e aumentativo adquiriram
um significado novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha
- substantivo + preposição + substantivo: água de colônia (calendário).
= águas-de-colônia / mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça / - As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em
pão-de-ló = pães-de-ló / sinal-da-cruz = sinais-da-cruz. sílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo
- quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá zinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão
ideia de tipo, finalidade: samba-enredo = sambas-enredo / (sílaba nasal) = irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú
pombo-correio = pombos-correio / salário-família = salários- (hiato) = bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho.
família / banana-maçã = bananas-maçã / vale-refeição = vales- - As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas
refeição (vale = ter valor de, substantivo+especificador) consoantes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país =
paisinho; rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza =
Os dois elementos ficam invariáveis quando houver: belezinha.
- Há ainda aumentativos e diminutivos formados por
- verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o prefixação: minissaia, maxissaia, supermercado,
cola-tudo = os cola-tudo / o bota-fora = os bota-fora minicalculadora.
- os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai
= os entra-e-sai / o leva-e-traz = os leva-e-traz / o vai-e-volta Questões
= os vai-e-volta.
01. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da
Os dois elementos, vão para o plural: mesma forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:
(A) vulcão, abaixo-assinado;
- substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis / (B) irmão, salário-família;
abelha-mestra = abelhas-mestras / tia-avó = tias-avós / (C) questão, manga-rosa;
tenente-coronel = tenentes-coronéis / redator-chefe = (D) bênção, papel-moeda;
redatores-chefes. (E) razão, guarda-chuva.
- substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-
perfeitos / capitão-mor = capitães-mores / carro-forte = 02. Assinale a alternativa em que está correta a formação
carros-fortes / obra-prima = obras-primas / cachorro-quente do plural:
= cachorros-quentes. (A) cadáver – cadáveis;
(B) gavião – gaviães;
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APOSTILAS OPÇÃO
05. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas
um significado; e no feminino têm outro, diferente. Marque a no segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festa cívico-
alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao religiosa / são – sã.
seu significado: Às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos
(A) O capital = dinheiro; ou como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo como
A capital = cidade principal; substantivo: acompanha um artigo). A cerveja que desce
(B) O grama = unidade de medida; redondo. (adjetivo como advérbio: redondamente).
A grama = vegetação rasteira;
(C) O rádio = aparelho transmissor; Número
A rádio = estação geradora;
(D) O cabeça = o chefe; O plural dos adjetivos simples flexiona de acordo com o
A cabeça = parte do corpo; substantivo a que se referem: menino chorão = meninos
(E) A cura = o médico. chorões / garota sensível = garotas sensíveis.
O cura = ato de curar.
- quando os dois elementos formadores são adjetivos, só o
Gabarito segundo vai para o plural: questões político-partidárias, olhos
castanho-claros, senadores democrata-cristãos.
01.C / 02.E / 03.D / 04.C / 05.E - composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se
a cores, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis,
Adjetivo não vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-
petróleo (adjetivo azul, substantivo petróleo); saia amarelo-
É a palavra variável em gênero, número e grau que canário = saias amarelo-canário (adjetivo, amarelo;
modifica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, substantivo canário).
estado, ou modo de ser: laranjeira florida; céu azul; mau tempo. - as locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo,
Os adjetivos classificam-se em: ficam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa /
- simples: apresentam um único radical, uma única palavra olho cor-de-mel = olhos cor-de-mel.
em sua estrutura: alegre, medroso, simpático. - são invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias
- compostos: apresentam mais de um radical, mais de duas sem-par, piadas sem-sal.
palavras em sua estrutura: estrelas azul-claras; sapatos
marrom-escuros. Grau
- primitivos: são os que vieram primeiro; dão origem a
outras palavras: atual, livre, triste, amarelo, brando. O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades
- derivados: são aqueles formados por derivação, vieram dos seres. O adjetivo apresenta duas variações de grau:
depois dos primitivos: amarelado, ilegal, infeliz, comparativo e superlativo.
desconfortável.
- pátrios: indicam procedência ou nacionalidade, referem- O grau comparativo é usado para comparar uma
se a cidades, estados, países. Amapá: amapaense; Amazonas: qualidade entre dois ou mais seres, ou duas ou mais
amazonense ou baré; Anápolis: anapolino; Angra dos Reis: qualidades de um mesmo ser. Pode ser de igualdade, de
angrense; Aracajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia: baiano. superioridade e de inferioridade:
Pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como: - de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: Sou
afro-brasileiro; Anglo-americano, franco-italiano, sino- tão alto quão / quanto / como você. (As duas pessoas têm a
japonês (China e Japão); Américo-francês; luso-brasileira; mesma altura)
nipo-argentina (Japão e Argentina); teuto-argentinos
(alemão). - de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo que
uma é mais do que a outra: Minha amiga Manu é mais
Locução Adjetiva: é a expressão que tem o mesmo valor elegante do que / que eu. (Das duas, a Manu é mais) Podem
de um adjetivo. É formada por preposição + um substantivo. ser:
Vejamos algumas locuções adjetivas: Analítico: mais bom / mais mau / mais grande / mais
pequeno: O salário é mais pequeno do que / que justo (salário
pequeno e justo). Quando comparamos duas qualidades de um
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APOSTILAS OPÇÃO
mesmo ser, podemos usar as formas: mais grande, mais mau, coração não é o órgão do amor! Ao contrário do que dizem, não
mais bom, mais pequeno. é ali que moram os sentimentos. Puxa, para que serve ele,
Sintético: bom, melhor / mau, pior / grande, maior / afinal? Calma, não jogue o coração para escanteio, ele é
pequeno, menor: Esta sala é melhor do que / que aquela. superimportante. “É um órgão vital. É dele a função de
bombear sangue para todas as células de nosso corpo”, explica
- de inferioridade: um elemento é menor do que outro: Sérgio Jardim, cardiologista do Hospital do Coração.
Somos menos passivos do que / que tolerantes. O coração é um músculo oco, por onde passa o sangue, e
tem dois sistemas de bombeamento independentes. Com essas
O grau superlativo apresenta característica intensificada. “bombas” ele recebe o sangue das veias e lança para as
Pode ser absoluto ou relativo: artérias. Para isso contrai e relaxa, diminuindo e aumentando
de tamanho. E o que tem a ver com o amor? “Ele realmente
- Absoluto: atribuída a um só ser; de forma absoluta. Pode bate mais rápido quando uma pessoa está apaixonada. O corpo
ser: libera adrenalina, aumentando os batimentos cardíacos e a
Analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente, pressão arterial”.
bastante, extremamente, excepcionalmente + adjetivo (Nicola é (O Estado de São Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. 6)
extremamente simpático).
Sintético: adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo (Minha Nas frases “ele é superimportante” e “Ele realmente bate
comadre Mariinha é agradabilíssima). mais rápido quando uma pessoa está apaixonada”, há dois
exemplos de variação de grau.
- o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos
terminados em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer Sobre essas variações, assinale a afirmativa correta.
(magro) = macérrimo; (A) Apenas na primeira frase há uma variação de grau de
- forma popular: radical do adjetivo português + íssimo adjetivo.
(pobríssimo); (B) Nas duas ocorrências ocorre o superlativo de adjetivos.
- adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável = (C) Apenas na segunda ocorrência ocorre o grau
amabilíssimo; comparativo do adjetivo.
- adjetivos terminados em eio formam o superlativo (D) Na primeira ocorrência, a variação de grau ocorre por
apenas com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo. meio de um sufixo.
- os adjetivos terminados em io forma o superlativo em (E) Apenas na primeira frase há variação de grau.
iíssimo: sério = seriíssimo / necessário = necessariíssimo /
frio = friíssimo. 03. (Banestes - Técnico Bancário - FGV/2018) O
adjetivo ilimitado corresponde à locução “sem limites”; a
Usa-se também, no superlativo: locução com igual estrutura que NÃO corresponde ao adjetivo
abaixo destacado é:
- prefixos: maxinflação / hipermercado / (A) Os turistas ficaram inertes durante a ação policial /
ultrassonografia / supersimpática. sem ação;
- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem (B) O turista incauto ficou assustado com a ação policial /
sola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena. sem cautela;
- adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / (C) O vocalista da banda saiu ileso do acidente / sem
linda, linda (=lindíssima). ferimento;
- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / (D) O presidente da Coreia passou incógnito pela França /
grandalhão / gostosão / bonitão. sem ser percebido;
- linguagem informal, sufixo érrimo, em vez de íssimo: (E) O novo livro do autor estava ainda inédito / sem editor.
chiquérrimo, chiquetérrimo, elegantérrimo.
04. (Banestes - Analista Econômico Financeiro - Gestão
- Relativo: ressalta a qualidade de um ser entre muitos, Contábil - FGV/2018) Na escrita, pode-se optar
com a mesma qualidade. Pode ser: frequentemente entre uma construção de substantivo +
De Superioridade: Wilma é a mais prendada de todas as locução adjetiva ou substantivo + adjetivo (esportes da água =
suas amigas. (Ela é a mais de todas) esportes aquáticos).
De Inferioridade: Paulo César é o menos tímido dos filhos.
O termo abaixo sublinhado que NÃO pode ser substituído
Questões por um adjetivo é:
(A) A indústria causou a poluição do rio;
01. (COMPESA - Analista de Gestão - Advogado - (B) As águas do rio ficaram poluídas;
FGV/2016) A substituição da oração adjetiva por um adjetivo (C) As margens do rio estão cheias de lama;
de valor equivalente está feita de forma inadequada em: (D) Os turistas se encantam com a imagem do rio;
(A) “Quando você elimina o impossível, o que sobra, por (E) Os peixes do rio são bem saborosos.
mais improvável que pareça, só pode ser a verdade”. / restante
(B) “Sábio é aquele que conhece os limites da própria 05. (Pref. Paulínia/SP - Engenheiro Agrônomo -
ignorância”. / consciente dos limites da própria ignorância. FGV/2016) “O povo, ingênuo e sem fé das verdades, quer ao
(C) “A única coisa que vem sem esforço é a idade”. / menos crer na fábula, e pouco apreço dá às demonstrações
indiferente científicas.” (Machado de Assis)
(D) “Adoro a humanidade. O que não suporto são as
pessoas”. / insuportável No fragmento acima, os dois adjetivos sublinhados
(E) “Com o tempo não vamos ficando sozinhos apenas possuem, respectivamente, os valores de
pelos que se foram: vamos ficando sozinhos uns dos outros”. / (A) qualidade e estado.
falecidos (B) estado e relação.
(C) relação e característica.
02. (SEPOG/RO - Técnico em Tecnologia da Informação (D) característica e qualidade.
e Comunicação - FGV/2018) Temos uma notícia triste: o (E) qualidade e relação.
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
(A) Ao Papa Paulo seis sucedeu João Paulo primeiro. - Retos - exercem a função de sujeito da oração.
(B) após o parágrafo nono, virá o parágrafo dez. - Oblíquos - exercem a função de complemento do verbo
(C) depois do capítulo sexto, li o capítulo décimo primeiro. (objeto direto / objeto indireto). São: tônicos com preposição
(D) antes do artigo décimo vem o artigo nono. ou átonos sem preposição.
(E) o artigo vigésimo segundo foi revogado.
Pessoas do Retos Oblíquos
03. (Pref. Chapecó/SC - Procurador Municipal - Discurso Átonos Tônicos
IOBV/2016) Quanto à classificação dos numerais, os que Singular 1ª pessoa eu me mim,
indicam o aumento proporcional de quantidade, podendo ter 2ª pessoa tu te comigo
3ª pessoa ele/ela se, o, a, ti, contigo
valor de adjetivo ou substantivo são os numerais:
lhe si, ele,
(A) Multiplicativos. consigo
(B) Ordinais. Plural 1ª pessoa nós nos nós,
(C) Cardinais. 2ª pessoa vós vos conosco
(D) Fracionários. 3ª pessoa eles/elas se, os, as, vós,
lhes convosco
04. (Pref. Barra de Guabiraba/PE - IDHTEC/2016) si, eles,
Assinale a alternativa em que o numeral está escrito por consigo
extenso corretamente, de acordo com a sua aplicação na frase:
(A) Os moradores do bairro Matão, em Sumaré (SP), - Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª
temem que suas casas desabem após uma cratera se abrir na pessoa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo
Avenida Papa Pio X. (décima) do teatro.
(B) O acidente ocorreu nessa terça-feira, na BR-401 - As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os
(quatrocentas e uma) pronomes pessoais do caso reto: Eu vi só ele ontem.
(C) A 22ª edição do Guia impresso traz uma matéria e teve - Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª
a sua página Classitêxtil reformulada. (vigésima segunda) pessoa apresentam as formas:
(D) Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral:
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em Encontrei-a sozinha. Vejo-os diariamente.
erro, mediante artifício, ardil. (centésimo setésimo primeiro) o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z,
(E) A Semana de Arte Moderna aconteceu no início do assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo,
século XX. (século ducentésimo) consequentemente, as terminações R, S, Z. Preciso pagar ao
verdureiro. (= pagá-lo); Fiz os exercícios a lápis. (= Fi-los a
05. (MPE/SP - Oficial de Promotoria I - VUNESP/2016) lápis)
lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos - Eis a
O SBT fará uma homenagem digna da história de seu prova do suborno. (= Ei-la); O tempo nos dirá. (= no-lo dirá).
proprietário e principal apresentador: no próximo dia 12 (eis, nos, vos perdem o S)
[12.12.2015] colocará no ar um especial com 2h30 de duração no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m,
em homenagem a Silvio Santos. É o dia de seu aniversário de ão, õe: Deram-na como vencedora; Põe-nos sobre a mesa.
85 anos. lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural,
(http://tvefamosos.uol.com.br/noticias) terminado em S não modificado: Nós entregamoS-lhe a cópia
do contrato. (o S permanece)
As informações textuais permitem afirmar que, em nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural,
12.12.2015, Sílvio Santos completou seu perde o S: Sentamo-nos à mesa para um café rápido.
(A) octogenário quinquagésimo aniversário. me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos
(B) octogésimo quinto aniversário. transitivos diretos (TD), têm sentido possessivo, equivalendo
(C) octingentésimo quinto aniversário. a meu, teu, seu, dele, nosso, vosso: Os anos roubaram-lhe a
(D) otogésimo quinto aniversário. esperança. (sua, dele, dela possessivo)
(E) oitavo quinto aniversário.
Os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o
Gabarito nome de pronomes recíprocos quando expressam uma ação
mútua ou recíproca: Nós nos encontramos emocionados.
01.A / 02.B / 03.A / 04.C / 05.B (pronome recíproco, nós mesmos). Nunca diga: Eu se apavorei.
/ Eu jà se arrumei; Eu me apavorei. / Eu me arrumei. (certos)
Pronome - Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos
por mim e ti após preposição: O segredo ficará somente entre
É a palavra que acompanha ou substitui o nome, mim e ti.
relacionando-o a uma das três pessoas do discurso. As três - É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu,
pessoas do discurso são: quando funcionarem como sujeito: Todos pediram para eu
1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou relatar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no
emissor; infinitivo). Lembre-se de que mim não fala, não escreve, não
2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se compra, não anda.
fala ou receptor; - As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas
3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de como complemento de verbos transitivos diretos ao passo
quem se fala ou referente. que as formas lhe, lhes são empregadas como complementos
de verbos transitivos indiretos: Dona Cecília, querida amiga,
Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento, chamou-a. (verbo transitivo direto, VTD); Minha saudosa
possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e comadre, Nircléia, obedeceu-lhe. (verbo transitivo
relativos. indireto,VTI)
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais dividem-se em:
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(=expressão intensificadora). Não se preocupe; aquilo é uma - O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual,
tranqueira! (=expressão depreciativa) de quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e
- as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de o termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)
então ou nesse momento. Ex.: A festa estava desanimada; nisso, - O pronome relativo pode vir sem antecedente claro,
a orquestra tocou um samba e todos caíram na dança. explícito; é classificado, portanto, como relativo indefinido, e
- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um não vem precedido de preposição. Ex.: Quem casa quer casa;
elemento anteriormente expresso. Ex.: Ninguém ligou para o Feliz o homem cujo objetivo é a honestidade; Estas são as
incidente, mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo. pessoas de cujos nomes nunca vou me esquecer.
- Só se usa o relativo cujo quando o consequente é
Pronomes Indefinidos diferente do antecedente. Ex.: O escritor cujo livro te falei é
São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de paulista.
modo vago indefinido, impreciso: Alguém disse que Paulo - O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois
César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são variáveis de si.
em gênero e número; outros são invariáveis. - O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a:
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, em que, no qual. Ex.: Desconheço o lugar onde vende tudo
certo, vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer. mais barato. (= lugar em que)
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, - Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados
nada, cada, mais, menos, demais. depois de tudo, todos, tanto. Ex.: Naquele momento, a querida
comadre Naldete, falou tudo quanto sabia.
Emprego dos Pronomes Indefinidos
Pronomes Interrogativos
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um São os pronomes em frases interrogativas diretas ou
substantivo ou numeral, nunca sozinho: Ganharam cem indiretas. Os principais interrogativos são: que, quem, qual,
dólares cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.) quanto:
- Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos - Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade?
quando colocados antes dos substantivos, e adjetivos quando (interrogativa direta, COM o ponto de interrogação)
colocados depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da - Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade.
situação. (antes do substantivo= indefinido); Eles voltarão no (interrogativa indireta, SEM a interrogação)
dia certo. (depois do substantivo=adjetivo).
- Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a Questões
qualquer: Todo ser nasce chorando. (=qualquer ser;
indetermina, generaliza). 01. (CRP 2º Região/PE - Psicólogo Orientador - Fiscal -
- Outrem significa outra pessoa. Ex.: Nunca se sabe o Quadrix/2018)
pensamento de outrem.
- Qualquer, plural quaisquer. Ex.: Fazemos quaisquer
negócios.
Pronomes Relativos
São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma
palavra que já apareceu na oração anterior. Essa palavra da
oração anterior chama-se antecedente: Comprei um carro que
é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe-se que o
pronome relativo que, substitui na 2ª oração, o carro, por isso
a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por
o, a, os, as, qual / quais.
Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e
invariáveis.
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja,
cujas, quanto, quantos; Em "Mas ele não tinha muitas chances", as palavras
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde. classificam-se, morfologicamente, na ordem em que aparecem,
como
Emprego dos Pronomes Relativos (A) preposição, pronome, advérbio, ação, nome e adjetivo.
(B) conjunção, pronome, advérbio, verbo, pronome e
- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de substantivo.
relativo universal. Ele pode ser empregado com referência à (C) interjeição, pronome, nome, verbo, artigo e adjetivo.
pessoa ou coisa, no plural ou no singular. Ex.: Este é o CD novo (D) conector, nome, adjetivo, verbo, pronome e nome.
que acabei de comprar; João Adolfo é o cara que pedi a Deus. (E) conjunção, substantivo, advérbio, verbo, advérbio e
- O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome adjetivo.
demonstrativo o, a, os, as. Ex.: Não entendi o que você quis
dizer. (o que = aquilo que). 02. (IF/PA - Auxiliar em Administração -
- O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre FUNRIO/2016) O emprego do pronome relativo está de
precedido de preposição. Ex.: Marco Aurélio é o advogado a acordo com as normas da língua-padrão em:
quem eu me referi. (A) Finalmente aprovaram o decreto que lutamos tanto
por ele.
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APOSTILAS OPÇÃO
(B) Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo que tenho (A) Dá uma conotação irônica à frase.
direito. (B) Representa uma forma indireta de se dirigir ao casal.
(C) Eu aprovaria o texto daquele parecer que o relator (C) Permite situar no espaço aquilo a que se refere.
apresentou ontem. (D) Indica posse do falante.
(D) Existe um escritor brasileiro que todos os brasileiros (E) Evita a repetição do verbo.
nos orgulhamos.
(E) Na política, às vezes acontecem traições onde mostram 05. (Pref. Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala -
muita sordidez. FEPESE/2016) Analise a frase abaixo:
Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a Assinale a alternativa que completa corretamente as
energia solar lacunas do texto.
(A) com nós - eu - ti
Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo. (B) conosco - eu - tu
Sessenta e três graus ou até mais no verão. E foi exatamente por (C) conosco - mim - ti
causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das (D) conosco - mim - tu
maiores usinas de energia solar do mundo. (E) com nós - mim - ti
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas
renováveis. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra Gabarito
por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e
poluir menos. Uma aposta no futuro. 01.B / 02.C / 03.B / 04.C / 05.E
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do
papel a cidade sustentável de Masdar. Dez por cento do Verbo
planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que
deixa os carros de fora. Lá só se anda a pé ou de bicicleta. As ruas É a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da
são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É natureza, estado, mudança de estado. Flexiona-se em:
perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o - número (singular e plural);
calor. E a direção dos ventos foi estudada para criar corredores - pessoa (primeira, segunda e terceira);
de brisa. - modo (indicativo, subjuntivo e imperativo, formas
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a nominais: gerúndio, infinitivo e particípio);
energia solar”. Disponível
em:http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-dhabi-constroi-
- tempo (presente, passado e futuro);
cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html) - e apresenta voz (ativa, passiva, reflexiva).
Considere as seguintes passagens do texto: De acordo com a vogal temática, os verbos estão agrupados
I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi em três conjugações:
construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas de energia 1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.
solar do mundo. (1º parágrafo) 2ª conjugação – er: beber, correr, entreter.
II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por 3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir.
mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo)
III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor,
fora. (3º parágrafo) compor, impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua
IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça origem latina poer.
sombra no outro. (3º parágrafo)
Elementos Estruturais do Verbo
O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o As formas verbais apresentam três elementos em sua
qual” APENAS em estrutura: radical, vogal temática e tema.
(A) I e II. Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o
(B) II e III. significado essencial do verbo. Observe as formas verbais da
(C) I, II e IV. 1ª conjugação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses
(D) I e IV. verbos, nota-se que há uma parte que não muda, e que nela
(E) III e IV. está o significado real do verbo.
cont é o radical do verbo contar;
04. (Pref. Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo - esper é o radical do verbo esperar;
IDHTEC/2016) brinc é o radical do verbo brincar.
Português 31
APOSTILAS OPÇÃO
Desinências: são elementos que se juntam ao radical, ou - Futuro do Pretérito: para expressar um acontecimento
ao tema, para indicar as flexões de modo e tempo, desinências posterior a um outro acontecimento passado. Ex.: Compraria
modo temporais e desinências número pessoais. um carro se tivesse dinheiro
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APOSTILAS OPÇÃO
8 https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf69.php
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APOSTILAS OPÇÃO
Português 34
APOSTILAS OPÇÃO
Gabarito
9 https://www.conjugacao.com.br/locucao-verbal/
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APOSTILAS OPÇÃO
(A) Não terão. Lugar: aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além,
(B) Como andar. algures (=em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar),
(C) Vai chegar. dentro, defronte, fora, longe, perto.
(D) Todos terão. Modo: assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ),
devagar, mal, melhor, pior, e a maior parte dos advérbios que
02. (CRQ 4ª REGIÃO/SP - Fiscal - QUADRIX) termina em mente: calmamente, suavemente, rapidamente,
tristemente.
Afirmação: certamente, decerto, deveras, efetivamente,
realmente, sim, seguramente.
Negação: absolutamente, de modo algum, de jeito
nenhum, nem, não, tampouco (=também não).
Intensidade: apenas, assaz, bastante, bem, demais, mais,
meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco.
Dúvida: acaso, eventuamente, por ventura, quiçá,
possivelmente, talvez.
Português 36
APOSTILAS OPÇÃO
- Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no surpreendentes. Portanto, não podemos imaginar que
último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a respostas ela dará, em poucos decêndios, aos problemas que
todos. formulamos. Talvez essas respostas venham a ser tais que
- A repetição de um mesmo advérbio assume o valor farão o edifício de nossas hipóteses colapsar”. Provavelmente,
superlativo: Levantei cedo, cedo. é sua frase menos citada. Por razões óbvias.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)
Palavras e Locuções Denotativas: São palavras
semelhantes a advérbios e que não possuem classificação Nos trechos – … Talvez porque o autor das ideias não esteja
especial. Não se enquadram em nenhuma das dez classes de mais aqui… – ; – … nunca se apaixonou por suas ideias… – ; – A
palavras. São chamadas de denotativas e exprimem: Biologia é realmente um campo de possibilidades ilimitadas…
Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem. Ex.: Ainda – e – Provavelmente, é sua frase menos citada. –, os advérbios
bem que você veio. destacados expressam, correta e respectivamente,
Designação, Indicação: eis. Ex.: Eis aqui o herói da turma. circunstância de:
Exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão, (A) lugar; tempo; modo; afirmação.
sequer: Ex.: Não me disse sequer uma palavra de amor. (B) lugar; tempo; afirmação; dúvida.
Inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso, (C) lugar; negação; modo; intensidade.
de mais a mais. Ex.: Também há flores no céu. (D) afirmação; negação; afirmação; afirmação.
Limitação: só, apenas, somente, unicamente. Ex.: Só Deus é (E) afirmação; negação; modo; dúvida.
perfeito.
Realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo. Ex.: Sei lá o que ele Gabarito
quis dizer!
Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes. Ex.: Irei à 01.B / 02.C / 03.D / 04.B / 05.B
Bahia na próxima semana, ou melhor, no próximo mês.
Explicação: por exemplo, a saber. Ex.: Você, por exemplo, Preposição
tem bom caráter.
É a palavra invariável que liga um termo dependente a um
Questões termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos. As
preposições podem ser: essenciais ou acidentais.
01. Assinale a frase em que meio funciona como advérbio:
(A) Só quero meio quilo. As preposições essenciais atuam exclusivamente como
(B) Achei-o meio triste. preposições. São: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,
(C) Descobri o meio de acertar. entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Exs.: Não dê
(D) Parou no meio da rua. atenção a fofocas; Perante todos disse, sim.
(E) Comprou um metro e meio.
As preposições acidentais são palavras de outras classes
02. Só não há advérbio em: que atuam eventualmente como preposições. São: como (=na
(A) Não o quero. qualidade de), conforme (=de acordo com), consoante, exceto,
(B) Ali está o material. mediante, salvo, visto, segundo, senão, tirante. Ex.: Agia
(C) Tudo está correto. conforme sua vontade. (= de acordo com)
(D) Talvez ele fale.
(E) Já cheguei. - O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um
substantivo, é flexionado: a casa, as casas, a árvore, as árvores,
03. Qual das frases abaixo possui advérbio de modo? a estrela, as estrelas. A preposição a nunca vai para o plural e
(A) Realmente ela errou. não estabelece concordância com o substantivo. Ex.: Fiz todo o
(B) Antigamente era mais pacato o mundo. percurso a pé. (não há concordância com o substantivo
(C) Lá está teu primo. masculino pé)
(D) Ela fala bem. - As preposições essenciais são sempre seguidas dos
(E) Estava bem cansado. pronomes pessoais oblíquos: Despediu-se de mim
rapidamente. Não vá sem mim.
04. Classifique a locução adverbial que aparece em
"Machucou-se com a lâmina". Locuções Prepositivas: é o conjunto de duas ou mais
(A) modo palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra
(B) instrumento é sempre uma preposição. Veja quais são: abaixo de, acerca de,
(C) causa acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, dentro de,
(D) concessão embaixo de, em cima de, em frente a, em redor de, graças a,
(E) fim junto a, junto de, perto de, por causa de, por cima de, por trás
de, a fim de, além de, antes de, a par de, a partir de, apesar de,
05. (PC/SP - Investigador de Polícia - VUNESP/2018) através de, defronte de, em favor de, em lugar de, em vez de,
Nos EUA, a psicanálise lembra um pouco certas seitas – as (=no lugar de), ao invés de (=ao contrário de), para com, até a.
ideias do fundador são institucionalizadas e defendidas por - Não confunda locução prepositiva com locução adverbial.
discípulos ferrenhos, mas suas instituições parecem não Na locução adverbial, nunca há uma preposição no final, e sim
responder às necessidades atuais da sociedade. Talvez porque no começo: Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”.
o autor das ideias não esteja mais aqui para atualizá-las. (locução adverbial); O acidente ocorreu perto de meu atelier.
Freud era um neurologista, e queria encontrar na Biologia (locução prepositiva)
as bases do comportamento. Como a tecnologia de então não - Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com
lhe permitia avançar, passou a elaborar uma teoria, criando a outra preposição: Abola passou por entre as pernas do
psicanálise. Cientista que era, contudo, nunca se apaixonou por goleiro. Mas é inadequado dizer: Proibido para menores de até
suas ideias, revisando sua obra ao longo da vida. Ele chegou a 18 anos; Financiamento em até 24 meses.
afirmar: “A Biologia é realmente um campo de possibilidades
ilimitadas do qual podemos esperar as elucidações mais
Português 37
APOSTILAS OPÇÃO
Combinações e Contrações Em
Combinação: ocorre quando não há perda de fonemas: (lugar): Moramos em Lucélia há alguns anos.
a+o, os= ao, aos / a+onde = aonde. Matéria: As queridas amigas Nilceia e Nadélgia moram em
Contração: ocorre quando a preposição perde fonemas: Curitiba.
de+a, o, as, os, esta, este, isto = da, do, das, dos, desta, deste, Especialidade: Minha amiga Cidinha formou-se em Letras.
disto. Tempo: Tudo aconteceu em doze horas.
- em+ um, uma, uns, umas, isto, isso, aquilo, aquele, aquela,
aqueles, aquelas = num, numa, nuns, numas, nisto, nisso, Entre (posição entre dois limites): Convém colocar o vidro
naquilo, naquele, naquela, naqueles. entre dois suportes.
- de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele,
daquela, daquilo. Para
- para+ a = pra. Direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa.
A contração da preposição a com os artigos ou pronomes Tempo: Pretendo vê-lo lá para o final da semana.
demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo recebe o nome de Finalidade: Lute sempre para viver com dignidade.
crase e é assinalada na escrita pelo acento grave ficando assim: A preposição para indica permanência definitiva. Vou
à, às, àquele, àquela, àquilo. para o litoral. (ideia de morar)
Contra
(oposição, hostilidade): Revoltou-se contra a decisão do
tribunal.
Direção a um limite: Bateu contra o muro e caiu.
Português 38
APOSTILAS OPÇÃO
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama Ressentimento e Covardia
de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma
de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias legislação específica que coíba não somente os usos mas os
semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a abusos deste importante e eficaz veículo de comunicação. A
enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos maioria dos abusos, se praticados em outros meios, seriam
teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol- crimes já especificados em lei, como a da imprensa, que pune
posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo!...) mas injúrias, difamações e calúnias, bem como a violação dos
vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende direitos autorais, os plágios e outros recursos de apropriação
demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente indébita.
firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, No fundo, é um problema técnico que os avanços da
formando, anunciando -o dia da humanidade. informática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império)
dos usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me
Em qual das alternativas o acento grave foi mal valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-
empregado, pois não houve crase? história.
(A) “Milena Nogueira foi pela primeira vez à quadra da Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na
escola de samba Império Serrano, na Zona Norte do Rio.” internet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e
(B) "Os relatos dos casos mostram repetidas violações dos escritores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos
direitos à moradia, a um trabalho digno, à integridade cultural, ou deformados que circulam por aí e que não podem ser
a vida e ao território." desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou
(C) “O corpo de Lucilene foi encontrado próximo à ponte revista é processado se publicar sem autorização do autor um
do Moa no dia 11 de maio.” texto qualquer, ainda que em citação longa e sem aspas. Em
(D) “Fifa afirma que Blatter e Valcke enriqueceram às caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E em caso de
custas da entidade.” falsear a verdade propositadamente, é obrigado pela justiça a
(E) “Doriva saiu e Milton Cruz fez às vezes de técnico até a desmentir e dar espaço ao contraditório.
chegada de Edgardo Bauza no fim do ano passado.” Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei do
cão em nome da liberdade de expressão, que é mais expressão
03. (TJ/AL - Analista Judiciário - Oficial de Justiça de ressentidos e covardes do que de liberdade, da verdadeira
Avaliador - FGV/2018) liberdade. (Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 – adaptado)
Além do celular e da carteira, cuidado com as figurinhas O segmento do texto em que o emprego da preposição EM
da Copa indica valor semântico diferente dos demais é:
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 (A) “Tenho comentado aqui na Folha em diversas
crônicas”;
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo (B) A maioria dos abusos, se praticados em outros meios”;
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais afoitos (C) “... seriam crimes já especificados em lei”;
pelos cromos possam até roubá-los, muitos jornaleiros estão (D) “...a comunicação virtual está em sua pré-história”;
levando seus estoques para casa quando termina o expediente. (E) “...ainda que em citação longa e sem aspas”.
Pode parecer piada, mas há até boatos sobre quadrilhas de
roubo de figurinha espalhados por mensagens de celular. Gabarito
No texto aparecem três ocorrências da preposição DE. 01.C / 02.E / 03.E / 04.C / 05.D
1. “troca-troca de figurinhas”;
2. “roubo de figurinha”; Interjeição
3. “mensagens de celular”.
É a palavra invariável que exprime emoções, sensações,
Sobre o emprego dessa preposição nesses casos, é correto estados de espírito ou apelos.
afirmar que:
(A) os termos precedidos da preposição DE indicam Locução Interjetiva: é o conjunto de duas ou mais
pacientes dos vocábulos anteriores; palavras com valor de uma interjeição: Muito bem! Que pena!
(B) os termos precedidos da preposição DE indicam Quem me dera! Puxa, que legal!
agentes dos termos anteriores;
(C) os termos “de figurinha” e “de celular” são Classificaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas
complementos dos termos anteriores;
(D) os termos “de figurinhas” e “de celular” são adjuntos As intejeições e as locuções interjetivas são classificadas de
dos vocábulos precedentes; acordo com o sentido que elas expressam em determinado
(E) os termos “de figurinhas” e “de figurinha” são contexto. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode
complementos dos vocábulos precedentes. exprimir emoções variadas.
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
Ligam uma oração principal a uma oração subordinativa, 01. (PC/SP - Papiloscopista Policial - VUNESP/2018)
com verbo flexionado.
Exemplos:
Todos perceberam que você estava atrasado.
Aposto como você estava nervosa.
6. Condicionais (Condição) – Se / Caso / Desde que 02. (Prefeitura Trindade/GO - Auxiliar Administrativo
Exemplos: - FUNRIO/2016)
Comprarei o livro, desde que esteja disponível.
Se chover, não poderemos ir. OMS recomenda ingerir menos de cinco gramas de sal
por dia
7. Comparativas (Comparação) – Como / Que / Do que /
Quanto / Que nem Se você tem o hábito de pegar no saleiro e polvilhar a
Exemplos: comida com umas pitadas de sal, é melhor pensar duas vezes.
Os filhos comeram como leões. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou esta
A luz é mais veloz do que o som. quinta-feira que um adulto consuma por dia menos de dois
gramas de sódio – ou seja, menos de cinco gramas de sal – para
8. Conformativas (Conformidade) – Como / Conforme / reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças
Segundo cardiovasculares.
Exemplos: Pela primeira vez, a OMS faz recomendações também para
As coisas não são como parecem. as crianças com mais de dois anos de idade, para que as
Farei tudo, conforme foi pedido. doenças relacionadas com a alimentação não se tornem
crônicas na idade adulta. Neste caso, a OMS diz que os valores
9. Consecutivas (Consequência) – Que (precedido dos devem ainda ser mais baixos do que os dois gramas de sódio,
termos: tal, tão, tanto...) / De forma que devendo ser adaptados tendo em conta o tamanho, a idade e
Exemplos: as necessidades energéticas.
Teresa Firmino Adaptado de publico.pt/ciencia
A menina chorou tanto, que não conseguiu ir para a escola.
Ontem estive viajando, de forma que não consegui
participar da reunião. Em para reduzir os níveis de pressão arterial e as doenças
cardiovasculares, a palavra para expressa o seguinte
10. Concessivas (Concessão) – Embora / Conquanto / significado:
Ainda que / Mesmo que / Por mais que (A) oposição
Exemplos: (B) finalidade
Todos gostaram, embora estivesse mal feito. (C) causalidade
Por mais que gritasse, ninguém o socorreu. (D) comparação
(E) temporalidade
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APOSTILAS OPÇÃO
mormaço com M maiúsculo. Mormaço, para mim, era um velho Respiramos a cultura da medicalização. Não nos perguntamos
que pegava crianças! Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando por que há tantas enfermidades e enfermos. Esta indagação
leio que alguém se viu perseguido pelo clamor público, vejo não convém à indústria farmacêutica nem ao sistema cujo
com estes olhos o Sr. Clamor Público, magro, arquejante, de objetivo primordial é a apropriação privada da riqueza.
preto, brandindo um guarda-chuva, com um gogó
protuberante que se abaixa e levanta no excitamento da Sobre os itens lexicais destacados no fragmento, estão
perseguição. E já estava devidamente grandezinho, pois devia corretas as afirmativas, EXCETO:
contar uns trinta anos, quando me fui, com um grupo de (A) A conjunção “nem” liga dois itens (indústria / sistema)
colegas, a ver o lançamento da pedra fundamental da ponte indicando oposição entre eles.
Uruguaiana-Libres, ocasião de grandes solenidades, com os (B) A conjunção “porque” introduz uma relação de
presidentes Justo e Getúlio, e gente muita, tanto assim que causalidade entre as partes do período de que faz a ligação.
fomos alojados os do meu grupo num casarão que creio fosse (C) O conectivo “se” poderia ser substituído por “caso” e
a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e Argentina. indica condicionalidade.
Era como um alojamento de quartel, com breve espaço entre (D) O pronome “algum” transfere sua indefinitude ao
as camas e todas as portas e janelas abertas, tudo com os substantivo que acompanha, “transtorno”.
alegres incômodos e duvidosos encantos, um vulto junto à
minha cama, senti-me estremunhado e olhei atônito para um Gabarito
tipo de chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e
chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha muda 01.E / 02.B / 03.D / 04.B / 05.A
interrogação, ele resolveu explicar-se, com a devida calma:
– Pois é! Não vê que eu sou o sereno…
E eis que, por milésimo de segundo, ou talvez mais, julguei 4) Morfossintaxe Frase,
que se tratasse do sereno noturno em pessoa. [...]
(Mário Quintana. Caderno H. 5. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 153-154.) oração e período, termos da
oração, orações do período
Após a leitura do texto e considerando seu conteúdo, pode-
se afirmar quanto ao emprego da conjunção em relação à
(desenvolvidas e reduzidas),
titulação do texto que o sentido produzido indica funções sintáticas do pronome
(A) compensação de um elemento em relação ao outro. relativo, sintaxe de regência
(B) acrescentamento de um elemento em relação ao outro.
(C) sobreposição do último elemento em detrimento do
(verbal e nominal), sintaxe de
primeiro. concordância (verbal e
(D) estabelecimento de uma relação de um elemento para nominal) e sintaxe de
com o outro.
colocação.
04. (IF/PE - Técnico em Enfermagem - 2016)
No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o Sintaxe10 é a parte da gramática que estuda a disposição
Cristo Redentor estende os braços. Debaixo desses braços os das palavras nos períodos, bem como a relação lógica entre
netos dos escravos encontram amparo. elas.
Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e De maneira geral, podemos dizer que a sintaxe é o conjunto
apontando seu fulgor, diz, muito tristemente: das regras que determinam as diferentes possibilidades de
- Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar associação entre as palavras da língua para a formação de
Ele daí. enunciados verbais.
- Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se Para que a comunicação/interação verbal ocorra de
preocupe: Ele volta. maneira eficiente e organizada entre os falantes, as línguas
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na possuem não somente um léxico composto por milhares de
cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques, palavras, mas também algumas regras que determinam o
ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses modo como as palavras podem combinar-se para formar os
africanos. Cristo sozinho não basta. enunciados a partir de uma relação lógica. Essas regras são
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM Pocket, aquilo que definem a sintaxe das línguas.
2009.)
10 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/sintaxe.htm 11 https://portugues.uol.com.br/gramatica/sintaxe.html
Português 42
APOSTILAS OPÇÃO
Exclamativas: expressa uma admiração, surpresa, 03. a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho,
arrependimento e etc. procure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta!
Como ela é inteligente!
Não acertaram mais! 04. a = guarde / b = eram / d = quebrou / g = são
Português 43
APOSTILAS OPÇÃO
Não têm estrutura sintática, portanto não são orações, sujeito: inexistente.
assim não podem ser analisadas sintaticamente frases como:
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
Socorro! nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse
Com licença! nome se refere a objetos da primeira e segunda pessoa, o
Que rapaz impertinente! sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto
(eu, tu, ele, etc.).
Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa, sua
partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou representação pode ser feita através de um substantivo, de um
as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras,
desempenha uma função sintática. cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Os termos da oração na língua portuguesa são classificados
em três grandes níveis: Eu acompanho você até o guichê.
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa.
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Vocês disseram alguma coisa?
Agente da Passiva). vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa (tu)
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal,
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo. Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
Marcos: sujeito = substantivo próprio.
Termos Essenciais da Oração
Dois termos fundamentais da oração: sujeito e predicado. Ninguém entra na sala agora.
ninguém: sujeito = pronome substantivo.
Sujeito Predicado
O andar deve ser uma atividade diária.
Felicidade é estar satisfeito.
o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa
Os jovens compraram os doces.
oração.
Um carro forte tombou nas ruas.
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de
pratica uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma oração substantiva subjetiva:
coisa. Ao fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto
semântico do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto É difícil optar por esse ou aquele doce...
estilístico (o tópico da sentença). É difícil: oração principal.
Já que o sujeito é depreendido de uma análise sintática, optar por esse ou aquele doce: oração substantiva
vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático na subjetiva.
sentença: aquele que estabelece concordância com o núcleo do
predicado. O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou
Quando se trata de predicado verbal, o núcleo é sempre um por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos:
verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um
nome. 14Tendo assim por características básicas: O sino era grande.
- Estabelecer concordância com o núcleo do predicado; Ela tem uma educação fina.
- Apresentar-se como elemento determinante em relação Vossa Excelência agiu com imparcialidade.
ao predicado;
- Constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um
ou, ainda, qualquer palavra substantivada. Exemplo: substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer
palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas,
O banco está interditado hoje. etc.). Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham
está interditado hoje: predicado nominal. uma voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
interditado: nome adjetivo = núcleo do predicado.
O banco: sujeito. Classificação dos Sujeitos
Banco: núcleo do sujeito - nome masculino singular. Simples - tem um só núcleo, no singular ou plural: O
cachorro tem uma casinha linda.
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo Composto - apresenta mais de um núcleo: O garoto e a
determinante, ao passo que o predicado é o termo menina brincavam alegremente.
determinado. Essa posição de determinante do sujeito em Expresso - está explícito, enunciado: Eu trabalharei
relação ao predicado adquire sentido com o fato de ser amanhã.
possível, na língua portuguesa, uma sentença sem sujeito, mas Oculto (ou elíptico) - está implícito, não está expresso,
nunca uma sentença sem predicado. Exemplos: funciona como algo que não está claro, porém, no texto está o
significado dele: Trabalharei amanhã. (se deduz “eu” a partir
As formigas invadiram minha casa. da desinência do verbo).
as formigas: sujeito = termo determinante. Agente - ação expressa pelo verbo da voz ativa: O garoto
invadiram minha casa: predicado = termo determinado. chutou a bola.
Paciente - recebe os efeitos da ação expressa pelo verbo
Há formigas na minha casa. passivo: A bola é chutada pelo menino. Construíram-se
há formigas na minha casa: predicado = termo açudes. (= Açudes foram construídos.)
determinado.
14 www.portalsaofrancisco.com.br/portugues/sujeito
Português 44
APOSTILAS OPÇÃO
Sem Sujeito - são enunciados através do predicado, o “A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
verbo não é atribuído a nenhum sujeito. Construídas com inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo
verbos impessoais na 3ª pessoa do singular: Havia gatos na é depois de algozes)
sala. / Choveu durante a festa. “Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da
Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de existir,
acontecer, realizar-se, decorrer). Predicação verbal - tem como núcleo um verbo que
Fazer, passar, ser e estar, com referência ao tempo. transmite ideia de ação, pode ser uma locução verbal (dois
Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, verbos). Alguns verbos, por natureza, têm sentido completo,
anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos. podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos
de predicação completa denominados intransitivos.
Predicado - é a soma de todos os termos da oração, exceto Exemplos: A planta nasceu. / Os meninos correm.
o sujeito e o vocativo. É tudo o que se declara na oração
referindo-se ao sujeito (quando há sujeito). Sempre apresenta Outros verbos, que tem predicação incompleta (sentido
um verbo.16 Exemplo: incompleto) conhecido como transitivos (precisam de
complemento) Exemplos: Paulo comprou cinco pães. / A casa
Victor conhece os amigos do rei. pertence ao Júlio.
sujeito: Victor = termo determinante.
predicado: conhece os amigos do rei = termo determinado. Observe que, sem os seus complementos, os verbos
“comprou” e “pertence” não transmitiriam informações
No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um nome, completas, pois ainda fica a dúvida: Comprou o quê? Pertence
quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da oração, a quem?
ou um verbo (ou locução verbal).
Predicado nominal - (seu núcleo significativo é um nome, Os verbos de predicação completa denominam-se de
substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por um verbo intransitivos e os de predicação incompleta de transitivos.
de ligação). Os verbos transitivos subdividem-se em: transitivos
Predicado verbal - (seu núcleo é um verbo, seguido, ou diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e
não, de complemento(s) ou termos acessórios). Quando, num indiretos (bitransitivos).
mesmo segmento o nome e o verbo são de igual importância,
ambos constituem o núcleo do predicado e resultam no tipo de Além dos verbos transitivos e intransitivos, que encerram
predicado verbo-nominal (tem dois núcleos significativos: uma noção definida ou conteúdo significativo, ainda existem
um verbo e um nome). Exemplos: os de ligação, verbos que entram na formação do predicado
nominal, relacionando o predicativo com o sujeito.
Victor era jogador.
15 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 16 PESTANA, Fernando. Gramática para concursos. Elsevier.2011.
Português 45
APOSTILAS OPÇÃO
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em: preposição a: agradar-lhe, agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe,
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, desagrada-lhe, desobedecem-lhe, etc.
pois têm sentido completo. Exemplo: “Três contos bastavam, Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os
insistiu ele.” (Machado de Assis) que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe,
lhes, construindo-se com os pronomes retos precedidos de
Observações: Os verbos intransitivos podem vir preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele,
acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
predicativo (qualidade, características). Exemplos:
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam
Fui cedo; Passeamos pela cidade; Cheguei atrasado; a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e
Entrei em casa aborrecido. pouco mais, usados também como transitivos diretos.
Exemplos:
As orações formadas com verbos intransitivos não podem João paga (perdoa, obedece) o médico.
“transitar” (= passar) para a voz passiva. 17 O médico é pago (perdoado, obedecido) por João.
Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos
quando construídos com o objeto direto ou indireto. Exemplo: Há verbos transitivos indiretos, como atirar, investir,
contentar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem
“Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do mudança de sentido. Outros mudam de sentido com a troca da
Nascimento) preposição. Exemplos:
“Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Trate de sua vida. (tratar=cuidar).
Jardim) É desagradável tratar com gente grosseira. (tratar=lidar).
“Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves
Dias) Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de
“Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo significação conforme sejam usados como transitivos diretos
que já morreu...” (Ciro dos Anjos) ou indiretos.
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, Transitivos Diretos e Indiretos: utilizam com dois
crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, objetos: um direto, outro indireto, ao mesmo tempo.
chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc. Exemplos:
A jornalista fornece informações para os concorrentes.
Transitivos Diretos: pedem um objeto direto, ou seja, Oferecemos rosas a nossa amiga.
sempre um complemento sem preposição. Alguns verbos Ceda o carro para sua mãe.
deste grupo: julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar,
designar, considerar, declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos: De Ligação: ligam ao sujeito o predicativo, uma palavra.
Comprei um terreno e construí a casa. Esses verbos, formam o predicado nominal. Exemplos:
“Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de A casa é feia.
Maricá) A carroça está torta.
A menina anda (=está) alegre.
Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os A vizinha parecia uma mulher virtuosa.
que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o
complemento acompanhado de predicativo. Exemplos: Observações: os verbos de ligação não servem apenas de
Consideramos a situação difícil. anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais
Fernando trazia os documentos. se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por
Em geral, os verbos transitivos diretos são usados na voz exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto
passiva. transitório. Exemplos:
Podem receber como objeto direto, os pronomes o, a, os, Ele é doente. (aspecto permanente)
as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as. Ele está doente. (aspecto transitório).
Podem ser construídos acidentalmente com preposição, a Muito desses verbos passam à categoria dos intransitivos
qual lhes acrescenta novo sentido: arrancar da espada; puxar em frases como por exemplo: Era = existia) uma vez uma
da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis; cumprir princesa.;
com o dever; Eu não estava em casa. / Fiquei à sombra. / Anda com
Alguns verbos transitivos diretos: abençoar, achar, colher, dificuldades. / Parece que vai chover.18
avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convidar,
desculpar, dizer, estimar, elogiar, entristecer, encontrar, ferir, Os verbos, relativamente à predicação, não fixos. Variam
imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, conforme apresentado na frase, a sua regência e sentido
ter, unir, ver, etc. podem pertencer a outro grupo. Exemplos:
O homem anda. (intransitivo)
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um O homem anda triste. (de ligação)
complemento regido de preposição, chamado objeto indireto.
Exemplos: O cego não vê. (intransitivo)
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto)
adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e Predicativo: expressa estado, qualidade ou condição do
neutros.” (Érico Veríssimo) ser ao qual se refere, ou seja, é um atributo. Dois predicativos
são apontados.
Observações: Entre os verbos transitivos indiretos
importa distinguir os que se constroem com os pronomes
objetivos lhe, lhes. Em geral são verbos que exigem a
17 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 18 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.
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APOSTILAS OPÇÃO
Predicativo do Sujeito: exprime um atributo, estado ou do livro, ela o faz com cuidado; “Que teria o homem percebido
modo de ser do sujeito, aparece como verbo de ligação, no nos meus escritos?”
predicado nominal. Exemplos:
O aluno é estudioso e exemplar. Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos,
A casa era toda feita de pedras raras. dando-se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da
mesma esfera semântica. Exemlos:
Outro tipo de predicativo, aparece no predicado verbo- “Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
nominal. Exemplos: (Vivaldo Coaraci)
José chegou cansado. “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
Os meninos chegaram cansados. Machado)
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.”
O predicativo subjetivo pode estar preposicionado; E pode (Machado de Assis)
o predicativo ser antes do sujeito e do verbo. Exemplo: Em tais construções é de rigor que o objeto venha
São horríveis essas coisas! acompanhado de um adjunto.19
Que linda estava Amélia!
Completamente feliz ninguém é. Objeto Direto Preposicionado: antecipado por preposição
não obrigatória. Exemplos:
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto Identifiquei a vocês todos naquela foto (quem identifica,
de um verbo transitivo. Exemplos: identifica a algo, o verbo não pede preposição).
As paixões tornam os homens felizes.
Nós julgamos o fato estranho. Em certos casos, o objeto direto, vem precedido de
preposição, e ocorrerá:
Observações: O predicativo objetivo, pode estar regido de - Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
preposição. É facultativo, as vezes. E o predicativo objetivo em Deste modo, prejudicas a ti e a ela; “Mas dona Carolina amava
geral se refere ao objeto direto. Em casos especiais, pode mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
referir-se ao objeto indireto do verbo chamar. Exemplo: hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava
Chamavam-lhe poeta. o seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
Podemos também antepor o predicativo a seu objeto como - Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
por exemplo: O advogado considerava indiscutíveis os Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a
direitos da herdeira. / Julgo inoportuna essa viagem. / “E até todos; deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo
embriagado o vi muitas vezes.” / “Tinha estendida a seus pés desenvolvimento das suas graças.”; “Agora sabia que podia
uma planta rústica da cidade.” / “Sentia ainda muito abertos manobrar com ele, com aquele homem a quem na realidade
os ferimentos que aquele choque com o mundo me causara.” também temia, como todos ali”.
- Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando
Termos Integrantes da Oração que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo
Complementam o sentido de certos verbos e nomes para construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado;
que a oração fique completa, são chamados de: “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como
a um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto); - Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza
- Complemento Nominal; e a eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos
- Agente da Passiva. outros.”; “As companheiras convidavam-se umas às outras.”;
“Era o abraço de duas criaturas que só tinham uma à outra”.
Objeto Direto: complementa o sentido de um verbo - Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,
transitivo direto, não regido por preposição. Dica: faça as principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
perguntas “o quê?” ou “quem?”. Exemplos: eufonia da frase: Judas traiu a Cristo; Amemos a Deus sobre
O menino matou o passarinho. (o menino matou quem ?) todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O
Geraldo ama Andressa. (Geraldo ama o quê?) estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto
Características do objeto direto: direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este
- Normalmente, não vem regido de preposição; confrade conheço desde os seus mais tenros anos”.
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um - Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
verbo ativo. Ex. Caim matou Abel. caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva. Ex. Abel foi ambos...”.
morto por Caim. - Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes
a pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e
O objeto direto pode ser constituído: odeias a outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O também aos outros.; A quantos a vida ilude!.
lavrador cultiva a terra; Unimos o útil ao agradável. - Em certas construções enfáticas, como puxar (ou
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: arrancar) da espada, pegar da pena, cumprir com o dever,
Espero-o na estação; Estimo-os muito; Sílvia olhou-se ao atirar com os livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas
espelho; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a de aço fino...”; “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da
tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar coser.”; “Imagina-se a consternação de Itaguaí, quando soube
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.” do caso.”
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na
loja; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativo; A
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APOSTILAS OPÇÃO
substituição do objeto direto preposicionado pelo pronome Objeto Indireto Pleonástico: sempre representado por um
oblíquo átono, quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) pronome oblíquo átono para dar ênfase a um objeto indireto
e não lhe, lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo que já tem na frase. Exemplos:
(convencê-lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa a mim o
ocorre com verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões, incapazes de
as razões ou finalidades do emprego do objeto direto se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.”
preposicionado: a clareza da frase; a harmonia da frase; a
ênfase ou a força da expressão. Complemento Nominal: completa o sentido de um (nome)
substantivo, de um adjetivo e um advérbio, sempre regido por
Objeto Direto Pleonástico: aquele que se repete na preposição. Exemplos: A defesa da pátria; “O ódio ao mal é
sequência da frase. Quando queremos dar destaque ou ênfase amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; “Ah,
à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no início da frase não fosse ele surdo à minha voz!”
e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronome
oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama- Observações: O complemento nominal representa o
se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos: recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
O pão, Paulo o trazia dentro da sacola. nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de
Seus cachorros, ele os cuidava em amor. assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor de
músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas no
Objeto Indireto: por meio de uma preposição obrigatória, objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Dica: faça complementar verbos, complementa nomes (substantivos,
às perguntas “para quê, em quê, de quê, ou preposição mais adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que
quem?” requerem complemento nominal correspondem, geralmente,
Exemplos:Meu irmão cuidava de toda a sua casa. (cuidava a verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o
de quê ?) João gosta de goiaba. (gosta do quê ?) próximo ;perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente
aos pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à
- Transitivos Indiretos: Assisti ao filme; Assistimos à pátria; etc.20
festa e à folia; Aludiu ao fato; Aspiro a uma casa boa.
Agente da Passiva: complementa um verbo na voz
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva. Sempre representa quem pratica a ação expressa pelo
passiva): Dou graças a Deus; Dedicou sua vida aos doentes e verbo passivo. Vem regido na maioria das vezes pela
aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a verdade ao moço.) preposição por, e menos frequentemente pela preposição de:
O vencedor foi escolhido pelos jurados.
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras O menino estava cercado pelo seu pai e mãe.
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe ou pelos pronomes:
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável. O cão foi atropelado pelo carro.
Este caderno foi rabiscado por mim.
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois
objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na
Deus por nós; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para voz ativa:
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto A menina foi penteada pela mãe. (voz passiva)
direto com o complemento nominal nem com o adjunto A mãe penteou a menina. (voz ativa)
adverbial; Em frases como “Para mim tudo eram alegrias”, Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
“Para ele nada é impossível”, os pronomes em destaque
podem ser considerados adjuntos adverbiais. Observações: Frase de forma passiva analítica sem
complemento agente expresso, ao passar para a ativa, terá
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa sujeito indeterminado e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi
ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes expulso da cidade. (Expulsaram-no da cidade.); As florestas
objetivos indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. são devastadas. (Devastam as florestas.); Na passiva
Exemplos: Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. pronominal não se declara o agente: Nas ruas assobiavam-se
(=Isto pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); as canções dele pelos pedestres. (errado); Nas ruas eram
Peço-vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a assobiadas as canções dele pelos pedestres. (certo);
preposição é expressa, como característica do objeto indireto: Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo)
Recorro a Deus; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com
pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.; Termos Acessórios da Oração
Conto com você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti São os que desempenham na oração uma função
agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os
que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a substantivos, exprimir alguma circunstância. São três os
conhece.; Os obstáculos contra os quais luto são muitos.; As termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto
pessoas com quem conto são poucas. adverbial e aposto.
Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é Adjunto adnominal: é o termo (expressão) que se junta a
representado pelos substantivos (ou expressões substantivas) um nome para melhor função especificar, detalhar ou
ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: caracterizar o sentido desse nome (substantivos).21 Exemplo:
a, com, contra, de, em, para e por. Meu irmão veste roupas vistosas. (Meu determina o
substantivo irmão: é um adjunto adnominal – vistosas
20 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 21 AMARAL, Emília. Novas Palavras. Editora FTD.2016.
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APOSTILAS OPÇÃO
caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases
adnominal). seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: sujeito. Ex.
água fresca, animal feroz; Pelos artigos: o mundo, as ruas; Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.
Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar, pouco sal, As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de
muitas rãs ,país cuja história conheço, que rua? Pelos cores.
numerais: dois pés ,quinto ano; Pelas locuções ou expressões
adjetivas que exprimem qualidade, posse, origem, fim ou outra Os apostos, em geral, têm pausas, indicadas, na escrita, por
especificação: vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pausa, não
- presente de rei (=régio): qualidade haverá vírgula, como nestes exemplos:
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença O romance Tróia; o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem Colégio Tiradentes, etc.
- fio de aço, casa de madeira: matéria “Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade (Graciliano Ramos)
Observações: Não confundir o adjunto adnominal O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às
formado por locução adjetiva com complemento nominal. Este vezes, está elíptico. Exemplos:
representa o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
eleição do presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da
empréstimo de dinheiro, plantio de árvores, colheita de alma humana.
trigo, destruidor de matas, descoberta de petróleo, amor ao
próximo, etc. O adjunto adnominal formado por locução O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:
adjetiva representa o agente da ação, ou a origem, pertença, Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de
qualidade de alguém ou de alguma coisa: o discurso do tempestade iminente.
presidente, aviso de amigo, declaração do ministro, O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
empréstimo do banco, a casa do fazendeiro, folhas de
árvores, farinha de trigo, beleza das matas, cheiro de Um aposto refere a outro aposto, às vezes:
petróleo, amor de mãe.22 “Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo)
Adjunto adverbial: termo que exprime uma circunstância
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que O aposto pode vir antecedido das expressões explicativas,
modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. ou da preposição acidental como:
Exemplo: “Meninas numa tarde brincavam de roda na
praça”. O adjunto adverbial é expresso: Pelos advérbios: Dois países sul-americanos, isto é, a Colômbia e o Chile,
Cheguei tarde; Maria é mais alta; Não durma na cabana; Ele não são banhados pelo mar.
fala bem, fala corretamente; Talvez esteja enganado.; Pelas
locuções ou expressões adverbiais: Compreendo sem O aposto que se refere a objeto indireto, complemento
esforço.; Saí com meu pai.; Paulo reside em São Paulo.; nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição:
Escureceu de repente. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
“Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes coisas.” (Raquel Jardim)
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No Vocativo: termo que exprime um nome, título, apelido,
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De usado para chamar o interlocutor.
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
adverbial de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, de Lourdes Teixeira)
companhia, meio, assunto, negação, etc. É importante saber “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado
distinguir adjunto adverbial de adjunto adnominal, de objeto de Assis)
indireto e de complemento nominal: sair do mar (ad. adv.); “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
água do mar (adj. adn.); gosta do mar (obj. indir.); ter medo
do mar (compl. nom.). Observação: Profere-se o vocativo com entoação
exclamativa. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo
Aposto: um termo ou expressão que associa a um nome inicial, os pontos interrogativo e exclamativo indicam um
anterior, e explica ou esclarece o sentido desse nome. chamado alto e prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª
Geralmente, separado dos outros termos da oração por dois pessoa do discurso, que pode ser uma pessoa, um animal, uma
pontos, travessão e vírgula. coisa real ou entidade abstrata personificada. Podemos
Exemplos: antepor-lhe uma interjeição de apelo (ó, olá, eh!):
Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de estômago.
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” “Tem compaixão de nós, ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
(Carlos Drummond de Andrade) “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
(Graciliano Ramos)
O núcleo do aposto pode ser expresso por um substantivo “Esconde-te, ó sol de maio ,ó alegria do mundo!” (Camilo
ou por um pronome substantivo. Exemplo: Castelo Branco)
Os responsáveis pelo projeto, tu e a arquiteta, não podem O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura
se ausentar. da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.23
Questões
22 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004. 23 CEGALLA, Paschoal. Minigramática Língua Portuguesa. Nacional. 2004.
Português 49
APOSTILAS OPÇÃO
02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há Período Composto por Coordenação – Orações
dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são Coordenadas
respectivamente:
(A) sujeito – objeto direto; Considere, por exemplo, este período composto:
(B) sujeito – aposto; Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os
(C) objeto direto – aposto; tempos de infância.
(D) objeto direto – objeto direto; 1ª oração: Passeamos pela praia
(E) objeto direto – complemento nominal. 2ª oração: brincamos
3ª oração: recordamos os tempos de infância
03. Assinale a alternativa em que o termo destacado é As três orações que compõem esse período têm sentido
objeto indireto. próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência
(A) “Quem faz um poema abre uma janela.” (Mário sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma
Quintana) relação de sentido, mas, como já dissemos, uma não depende
(B) “Toda gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca da outra sintaticamente.
teve um ato ridículo / Nunca sofreu enxovalho (...)” As orações independentes de um período são chamadas de
(Fernando Pessoa) orações coordenadas (OC), e o período formado só de
(C) “Quando Ismália enlouqueceu / Pôs-se na torre a orações coordenadas é chamado de período composto por
sonhar / Viu uma lua no céu, / Viu uma lua no mar.” coordenação.
(Alphonsus de Guimarães)
(D) “Mas, quando responderam a Nhô Augusto: ‘– É a As orações coordenadas são classificadas em assindéticas
jagunçada de seu Joãozinho Bem-Bem, que está descendo para e sindéticas.
a Bahia.’ – ele, de alegre, não se pôde conter.” (Guimarães - As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando
Rosa) não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram.
04. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa frase OCA OCA OCA
o sujeito de “fez”?
(A) o prêmio; “Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de
(B) o jogador; Assis)
(C) que; “A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.”
(D) o gol; (Antônio Olavo Pereira)
(E) recebeu. “O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.”
(Coelho Neto)
05. Assinale a alternativa correspondente ao período onde
há predicativo do sujeito: - As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando
(A) como o povo anda tristonho! vêm introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
(B) agradou ao chefe o novo funcionário; O homem saiu do carro / e entrou na casa.
(C) ele nos garantiu que viria; OCA OCS
(D) no Rio não faltam diversões;
(E) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação. As orações coordenadas sindéticas são classificadas de
acordo com o sentido expresso pelas conjunções
Gabarito coordenativas que as introduzem. E podem ser:
01.D \ 02.C \ 03.D \ 04.C \ 05.A
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não
Período só... mas também, não só... mas ainda.
Saí da escola / e fui à lanchonete.
Toda frase com uma ou mais orações constitui um período, OCA OCS Aditiva
que se encerra com ponto de exclamação, interrogação ou
reticências. Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
O período de uma oração pode ser: simples quando só traz conjunção que expressa ideia de acréscimo ou adição com
uma oração, também conhecida como oração absoluta; ou referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
composto quando traz mais de uma oração. Exemplo: coordenativa aditiva.
Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração absoluta.)
Quero que você aprenda. (Período composto.) O menino comprou pães e um leite.
Existe uma maneira prática de saber quantas orações há As crianças não gritavam e nem choravam.
num período, e para isso basta contar os verbos ou locuções Os celulares não somente instruem mas também
verbais. Num período haverá tantas orações quantos forem os divertem.
verbos ou as locuções verbais neles existentes. Exemplos:
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas,
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração) porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
Estudei bastante / mas não passei no teste.
Português 50
APOSTILAS OPÇÃO
Não comprei o carro, porque estava muito caro. Veja, agora, como podemos transformar esses termos em
Cumprimente-a, pois hoje é o seu aniversário. orações com a mesma função sintática:
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada
Questões com função de adjunto adnominal)
Todos querem / que você participe. (oração subordinada
01. Relacione as orações coordenadas por meio de com função de objeto direto)
conjunções: Não pude sair / porque estava chovendo. (oração
(A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões subordinada com função de adjunto adverbial de causa)
surgiram.
(B) Não durma sem cobertor. A noite está fria. Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma
(C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los. certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto,
subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo
02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a
marulhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de: subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele
(A) causa é classificado como período composto por subordinação.
(B) explicação As orações subordinadas são classificadas de acordo com a
(C) conclusão função que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
(D) proporção
(E) comparação Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
São aquelas que exercem a função de adjunto adverbial da
03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração oração principal (OP). São classificadas de acordo com a
sublinhada pode indicar uma ideia de: conjunção subordinativa que as introduz:
(A) concessão
(B) oposição
Português 51
APOSTILAS OPÇÃO
- Finais: expressam a finalidade ou o objetivo do que foi O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O
enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de mestre exigia a presença de todos.)
que, porque (=para que), que. Mariana esperou que o marido voltasse.
Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar. Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
Português 52
APOSTILAS OPÇÃO
O fiscal verificou se tudo estava em ordem. Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício
do país.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: é OP OSS Apositiva
aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da
oração principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma
indireto) coisa: a sua felicidade)
Necessito / de que você me ajude. Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
OP OSS Objetiva Indireta “Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto:
de que virias a morrer...” (Osmã Lins)
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua “Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum
viagem.) motivo oculto?” (Machado de Assis)
Aconselha-o a que trabalhe mais. As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de
Daremos o prêmio a quem o merecer. dois-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à
Lembre-se de que a vida é breve. oração principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho
recuperasse a saúde, tornou-se realidade.
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: é aquela
que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as
Observe :É importante sua colaboração. (sujeito) orações substantivas podem ser introduzidas por outros
É importante / que você colabore. conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:
OP OSS Subjetiva Não sei quando ele chegou.
Diga-me como resolver esse problema.
A oração subjetiva geralmente vem:
- Depois de um verbo de ligação + predicativo, em Orações Subordinadas Adjetivas
construções do tipo é bom ,é útil ,é certo ,é conveniente, etc. As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a
Ex.: É certo que ele voltará amanhã. função de adjunto adnominal de algum termo da oração
- Depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta- principal. Observe como podemos transformar um adjunto
se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade. adnominal em oração subordinada adjetiva:
- Depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir, Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada
seguidos das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos adjetiva)
participem da reunião.
As orações subordinadas adjetivas são sempre
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é introduzidas por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem,
necessária.) etc.) e podem ser classificadas em:
Parece que a situação melhorou.
Aconteceu que não o encontrei em casa. - Subordinadas Adjetivas Restritivas: são restritivas
Importa que saibas isso bem. quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que
se referem. Exemplo:
- Oração Subordinada Substantiva Completiva O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
Nominal: É aquela que exerce a função de complemento OP OSA Restritiva
nominal de um termo da oração principal. Observe: Estou
convencido de sua inocência. (complemento nominal) Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica
Estou convencido / de que ele é inocente. o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não
OP OSS Completiva Nominal aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º
lugar. Exemplo:
Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão
dele.) Pedra que rola não cria limo.
Estava ansioso por que voltasses. Os animais que se alimentam de carne chamam-se
Sê grato a quem te ensina. carnívoros.
“Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas
cedo.” (Graciliano Ramos) escreveram.
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: é Mariano)
aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração
principal, vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O - Subordinadas Adjetivas Explicativas: são explicativas
importante é sua felicidade. (predicativo) quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se
O importante é / que você seja feliz. referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem
OP OSS Predicativa restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo:
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um
Minha esperança era que ele desistisse. novo livro.
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz. OP OSA Explicativa OP
Não sou quem você pensa.
Deus, que é nosso pai, nos salvará.
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
que exerce a função de aposto de um termo da oração Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
principal. Observe: Ele tinha um sonho a união de todos em Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado.
benefício do país. (aposto) Observação: As explicativas são isoladas por pausas, que
na escrita se indicam por vírgulas.24
Português 53
APOSTILAS OPÇÃO
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.
das formas nominais são chamadas de reduzidas. OP OSA Comparativa OSA Condicional
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: Questões
colocamos a conjunção ou o pronome relativo adequado ao
sentido e passamos o verbo para uma forma do indicativo ou 01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que
subjuntivo, conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma estava para ser mãe”, a oração destacada é:
classificação da oração desenvolvida. (A) subordinada substantiva objetiva indireta
(B) subordinada substantiva completiva nominal
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. (C) subordinada substantiva predicativa
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de (D) coordenada sindética conclusiva
inglês. (E) coordenada sindética explicativa
OSA Temporal
Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial 02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há
temporal, reduzida de infinitivo. reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na
realidade.” A oração sublinhada é:
Precisando de ajuda, telefone-me. (A) adverbial conformativa
Se precisar de ajuda, / telefone-me. (B) adjetiva
OSA Condicional (C) adverbial consecutiva
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial (D) adverbial proporcional
condicional, reduzida de gerúndio. (E) adverbial causal
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. 03. “Esses produtos podem ser encontrados nos
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com
vestiário. características adaptadas às dificuldades para mastigar e para
OSA Temporal engolir dos mais velhos, e preparados para se encaixar em seus
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal, hábitos de consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter
reduzida de particípio. sua forma verbal reduzida adequadamente desenvolvida em
(A) para se encaixarem.
Observações: (B) para seu encaixotamento.
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de (C) para que se encaixassem.
desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas (D) para que se encaixem.
fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de (E) para que se encaixariam.
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
cidade. 04. A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. orações seguintes?
Exemplos: (A) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
Preciso terminar este exercício. (B) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
Ele está jantando na sala. (C) O aluno fez-se passar por doutor.
Essa casa foi construída por meu pai. (D) Precisa-se de operários.
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma (E) Não sei se o vinho está bom.
reduzida. Exemplo:
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. 05. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração oração sublinhada é:
coordenada sindética aditiva) (A) subordinada substantiva completiva nominal
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de (B) subordinada substantiva objetiva indireta
gerúndio. (C) subordinada substantiva predicativa
Qual é a diferença entre as orações coordenadas (D) subordinada substantiva subjetiva
explicativas e as orações subordinadas causais, já que ambas (E) subordinada substantiva objetiva direta
podem ser iniciadas por que e porquê? Às vezes não é fácil
estabelecer a diferença entre explicativas e causais, mas como Respostas
o próprio nome indica, as causais sempre trazem a causa de 01.B \ 02.A \ 03.D \ 04.E \ 05.B
algo que se revela na oração principal, que traz o efeito.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
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APOSTILAS OPÇÃO
Português 55
APOSTILAS OPÇÃO
São verbos que apresentam objeto direto Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Prefiro trem a ônibus.
Veja os exemplos: Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado
Agradeço aos ouvintes a audiência. sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes,
Objeto Indireto Objeto Direto um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
existente no próprio verbo (pre).
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador.
Objeto Direto Objeto Indireto Mudança de Transitividade versus Mudança de
Paguei o débito ao cobrador. Significado
Objeto Direto Objeto Indireto Há verbos que, de acordo com a mudança de
transitividade, apresentam mudança de significado. O
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com conhecimento das diferentes regências desses verbos é um
particular cuidado. Observe: recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a
Agradeci o presente. / Agradeci-o. correta interpretação de passagens escritas, oferece
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. principais, estão:
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as. Agradar
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
acariciar.
Informar Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto quando o revê.
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. /
Informe os novos preços aos clientes. Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado
preços) a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido
pela preposição "a".
- Na utilização de pronomes como complementos, veja as O cantor não agradou aos presentes.
construções: O cantor não lhes agradou.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre Aspirar
eles) - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar.
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
como ambição.
Comparar Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as elas)
preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento Obs.: como o objeto direto do verbo "aspirar" não é
indireto. pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja
criança. o exemplo:
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na Assistir
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
pessoa. assistência a, auxiliar. Por Exemplo:
Pedi-lhe favores. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Objeto Indireto Objeto Direto
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver,
Pedi-lhe que mantivesse em silêncio. presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Direta
Exemplos:
Saiba que: Assistimos ao documentário.
1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem Não assisti às últimas sessões.
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No Essa lei assiste ao inquilino.
entanto, é considerada correta quando a Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é
palavra licença estiver subentendida. intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
lugar introduzido pela preposição "em".
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. Assistimos numa conturbada cidade.
Português 56
APOSTILAS OPÇÃO
A torcida chamou o jogador mercenário. - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar,
A torcida chamou ao jogador mercenário. fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
A torcida chamou o jogador de mercenário. O homem visou o alvo.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. O gerente não quis visar o cheque.
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
Custar objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a".
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor O ensino deve sempre visar ao progresso social.
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
Frutas e verduras não deveriam custar muito. público.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
transitivo indireto. Regência Nominal
Muito custa viver tão longe da família. É o nome da relação existente entre
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos
Intransitivo Reduzida de Infinitivo regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada
por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o
atitude. mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva -
Subjetiva Reduzida de Infinitivo de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que nomes correspondentes: todos regem complementos
atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por introduzidos pela preposição "a". Veja:
pessoa. Observe o exemplo abaixo: Obedecer a algo/ a alguém.
Custei para entender o problema. Obediente a algo/ a alguém.
Forma correta: Custou-me entender o problema.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da
Implicar preposição ou preposições que os regem. Observe-os
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: atentamente e procure, sempre que possível, associar esses
a) dar a entender, fazer supor, pressupor nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
Suas atitudes implicavam um firme propósito.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, Substantivos
acarretar, provocar Admiração a, por
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de Devoção a, para, com, por
um povo. Medo a, de
Aversão a, para, por
- Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, Doutor em
envolver Obediência a
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. Atentado a, contra
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo Dúvida acerca de, em, sobre
indireto e rege com preposição "com". Ojeriza a, por
Implicava com quem não trabalhasse arduamente. Bacharel em
Horror a
Proceder Proeminência sobre
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter Capacidade de, para
cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, Impaciência com
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de Respeito a, com, para com, por
adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como Adjetivos
refutá-las. Acessível a
Você procede muito mal. Diferente de
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a Necessário a
preposição" de") e fazer, executar (rege complemento Acostumado a, com
introduzido pela preposição "a") é transitivo indireto. Entendido em
O avião procede de Maceió. Nocivo a
Procedeu-se aos exames. Afável com, para com
O delegado procederá ao inquérito. Equivalente a
Paralelo a
Querer Agradável a
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter Escasso de
vontade de, cobiçar. Parco em, de
Querem melhor atendimento. Alheio a, de
Queremos um país melhor. Essencial a, para
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, Passível de
estimar, amar. Análogo a
Quero muito aos meus amigos. Fácil de
Ele quer bem à linda menina. Preferível a
Despede-se o filho que muito lhe quer. Ansioso de, para, por
Fanático por
Visar Prejudicial a
Apto a, para
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APOSTILAS OPÇÃO
Advérbios
- Longe de;
- Perto de.
Questões
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Português 58
APOSTILAS OPÇÃO
07. (Papiloscopista Policial - VUNESP) Assinale a Casos especiais: veremos alguns casos que fogem à regra
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque. geral mostrada acima.
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
responsabilidade pelo problema. a) Um adjetivo após vários substantivos
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se 1- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o
perdido. plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. / Irmão
um índio na porta do prédio. e primo recém-chegados estiveram aqui.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
perdido de sua família. 2- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à plural masculino ou concorda com o substantivo mais
garotinha. próximo.
Ela tem pai e mãe louros. / Ela tem pai e mãe loura.
08. (Analista de Sistemas - VUNESP) Assinale a
alternativa que completa, correta e respectivamente, as 3- Adjetivo funciona como predicativo: vai
lacunas do texto, de acordo com as regras de regência. obrigatoriamente para o plural.
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já O homem e o menino estavam perdidos. / O homem e sua
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem esposa estiveram hospedados aqui.
corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
mídia pode exercer sobre os jovens. 1- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais
(A) dos … na próximo.
(B) nos … entre a Comi delicioso almoço e sobremesa. / Provei deliciosa fruta
(C) aos … para a e suco.
(D) sobre os … pela 2- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
(E) pelos … sob a concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Estavam feridos o pai e os filhos. / Estava ferido o pai e os
09. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças filhos.
Públicas - VUNESP) Considerando a norma-padrão da língua,
assinale a alternativa em que os trechos destacados estão c) Um substantivo e mais de um adjetivo
corretos quanto à regência, verbal ou nominal. 1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava
(A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
dez mil tomadas. 2- coloca o substantivo no plural. Falava fluentemente as
(B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver línguas inglesa e espanhola.
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
(C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar d) Pronomes de tratamento
logotipos e negociar. Sempre concordam com a 3ª pessoa. Vossa Santidade
(D) O taxista levou o autor a indagar no número de esteve no Brasil.
tomadas do edifício.
(E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
reparasse a um prédio na marginal. Concordam com o substantivo a que se referem.
As cartas estão anexas. / A bebida está inclusa.
10. (Assistente de Informática II - VUNESP) Assinale a
alternativa que substitui a expressão destacada na frase,
conforme as regras de regência da norma-padrão da língua e f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
sem alteração de sentido. Após essas expressões o substantivo fica sempre no
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de singular e o adjetivo no plural.
direitos dos trabalhadores domésticos. Renato advogou um e outro caso fáceis. / Pusemos numa e
(A) da noutra bandeja rasas o peixe.
(B) na
(C) pela g) É bom, é necessario, é proibido
(D) sob a Essas expressões não variam se o sujeito não vier
E) sobre a precedido de artigo ou outro determinante.
Português 59
APOSTILAS OPÇÃO
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. obter certa autonomia econômica.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada
é proibida. 02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de
gênero, número ou pessoa):
h) Muito, pouco, caro (A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer
1- Como adjetivos: seguem a regra geral. a diferença.”
Comi muitas frutas durante a viagem. / Pouco arroz é (B) Todos sabemos que a solução não é fácil.
suficiente para mim. (C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às
cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã.
2- Como advérbios: são invariáveis. (D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de
Comi muito durante a viagem. / Pouco lutei, por isso perdi longe...
a batalha. (E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais
compreensivo.
i) Mesmo, bastante
1- Como advérbios: invariáveis 03. A concordância nominal está INCORRETA em:
Preciso mesmo da sua ajuda. (A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. envolvimento da empresa.
(B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
2- Como pronomes: seguem a regra geral. desnecessária.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. (C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. empresa e a campanha.
(D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
j) Menos, alerta desnecessárias.
Em todas as ocasiões são invariáveis.
Preciso de menos comida para perder peso. / Estamos alerta 04. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos
para com suas chamadas. parênteses.
(A) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/
k) Tal Qual necessária)
“Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o (B) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas)
consequente. (C) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/
As garotas são vaidosas tais qual a tia. / Os pais vieram bastantes)
fantasiados tais quais os filhos. (D) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios)
(E) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino.
l) Possível (meio/ meia)
Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou
“pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. 05. Quanto à concordância nominal, verifica-se ERRO em:
A mais possível das alternativas é a que você expôs. (A) O texto fala de uma época e de um assunto polêmicos.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. (B) Tornou-se clara para o leitor a posição do autor sobre
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da o assunto.
cidade. (C) Constata-se hoje a existência de homem, mulher e
criança viciadas.
m) Meio (D) Não será permitido visita de amigos, apenas a de
1- Como advérbio: invariável. parentes.
Estou meio (um pouco) insegura.
Respostas
2- Como numeral: segue a regra geral. 01.D / 02.D / 03.B / 04. a) necessária b) alerta c)
Comi meia (metade) laranja pela manhã. bastantes d) vazia e) meio / 05. C
n) Só CONCORDÂNCIA VERBAL
1- apenas, somente (advérbio): invariável.
Só consegui comprar uma passagem. Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos
referindo à relação de dependência estabelecida entre um
2- sozinho (adjetivo): variável. termo e outro mediante um contexto oracional.
Estiveram sós durante horas.
Casos Referentes a Sujeito Simples
Questões 1) Sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em
número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou
nominal: 2) O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo do
(A) Será descontada em folha sua contribuição sindical. singular, o verbo permanece na terceira pessoa do
singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos.
(B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam Observação: no caso de o coletivo aparecer seguido de
encontros semanais com os diversos interessados no assunto. adjunto adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular
(C) Alguma solução é necessária, e logo! ou poderá ir para o plural: Uma multidão de pessoas saiu aos
(D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a gritos. / Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido
não pode prosperar. 3) Quando o sujeito é representado por expressões
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D. partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte de, a
João VI ter também elevado sua colônia americana à condição metade de, uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode
de Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil concordar com o núcleo dessas expressões quanto com o
Português 60
APOSTILAS OPÇÃO
substantivo que a segue: A maioria dos alunos resolveu ficar. - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo
/ A maioria dos alunos resolveram ficar. ser, este permanece no singular, contanto que o predicativo
também esteja no singular: Memórias póstumas de Brás
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões Cubas é uma criação de Machado de Assis.
aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também
concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência
vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas. mundial.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele
5) Em casos em que o sujeito é representado pela nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos
expressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais é uma potência mundial.
de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação: no caso da referida expressão aparecer Casos Referentes a Sujeito Composto
repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
o verbo, necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando
de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha relacionado a dois pressupostos básicos:
de doação de alimentos. / Mais de um formando se - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
abraçaram durante as solenidades de formatura. demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na
6) O sujeito for composto da expressão “um dos que”, o 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. / Tu e ele são primos.
verbo permanecerá no plural: Paulo é um dos que mais
trabalhar. 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer
anteposto (antes) ao verbo, este permanecerá no plural: O pai
7) Quanto aos relativos à concordância com locuções e seus dois filhos compareceram ao evento.
pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário 3) No caso em que o sujeito aparecer posposto (depois) ao
nos atermos a duas questões básicas: verbo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
o verbo poderá com ele concordar, como poderá também dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
concordar com o pronome pessoal: Alguns
de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão. 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular:
no singular, o verbo também permanecerá no singular: Algum Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do
de nós o receberá. mundo.
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo 5) Casos relativos a sujeito composto de palavras
pronome “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do sinônimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo
singular ou poderá concordar com o antecedente desse poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha
pronome: Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu
Fomos nós quem contamos toda a verdade para ela. esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é
fruto de meu esforço.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela
palavra “que”, o verbo deverá concordar com o termo que Questões
antecede essa palavra: Nesta empresa somos nós
que tomamos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo. 01. A concordância realizou-se adequadamente em qual
alternativa?
10) No caso de o sujeito aparecer representado por (A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior
expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará potência econômica do planeta, mas há quem aposte que a
com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa China, em breve, o ultrapassará.
porcentagem: 50% dos funcionários aprovaram a decisão da (B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos
diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão. que chegarão atrasados, tenho certeza disso.
Observações: (C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de comê-las sem receio!
porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: (D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários. janela do hotel!
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no
singular: 1% dos funcionários não aprovou a decisão da 02. Uma pergunta
diretoria.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de Frequentemente cabe aos detentores de cargos de
determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves
50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para
amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador e
11) Quando o sujeito estiver representado por pronomes político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a
de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira decisão: - Quem sofrerá?
pessoa do singular ou do plural: Vossas Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a
Majestades gostaram das homenagens. Vossas Excelência agiu se considerar.
com inteligência. (Salvador Nicola, inédito)
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no
próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:
que os determinam: (A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de
Português 61
APOSTILAS OPÇÃO
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. para os passageiros que chegavam à cidade.
(B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre (D) Passou anos, mas a atriz não se esqueceu das calorosas
o peso de suas mais graves decisões. lembranças que seu tio lhe deixou.
(C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer) (E) Deve existir passageiros que aproveitam a corrida de
tomar decisões sem medir suas consequências. táxi para bater um papo com o motorista.
(D) A toda decisão tomada precipitadamente ......
(costumar) sobrevir consequências imprevistas e injustas. Respostas
(E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade, 01.C / 02.C / 03.E / 04.C
recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
humana. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS
ÁTONOS
03. Em um belo artigo, o físico Marcelo Gleiser, analisando
a constatação do satélite Kepler de que existem muitos De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi26, a
planetas com características físicas semelhantes ao nosso, colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais
reafirmou sua fé na hipótese da Terra rara, isto é, a tese de que oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se
a vida complexa (animal) é um fenômeno não tão comum no referem.
Universo. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe,
Gleiser retoma as ideias de Peter Ward expostas de modo lhes, nos e vos.
persuasivo em “Terra Rara”. Ali, o autor sugere que a vida O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na
microbiana deve ser um fenômeno trivial, podendo pipocar até oração em relação ao verbo:
em mundos inóspitos; já o surgimento de vida multicelular na 1. Próclise: pronome antes do verbo;
Terra dependeu de muitas outras variáveis físicas e históricas, 2. Ênclise: pronome depois do verbo;
o que, se não permite estimar o número de civilizações extra 3. Mesóclise: pronome no meio do verbo.
terráqueas, ao menos faz com que reduzamos nossas
expectativas. Próclise
Uma questão análoga só arranhada por Ward é a da A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
inexorabilidade da inteligência. A evolução de organismos - Palavras com sentido negativo: Nada me faz querer sair
complexos leva necessariamente à consciência e à dessa cama. / Não se trata de nenhuma novidade.
inteligência?
Robert Wright diz que sim, mas seu argumento é mais - Advérbios: Nesta casa se fala alemão. / Naquele dia me
matemático do que biológico: complexidade engendra falaram que a professora não veio.
complexidade, levando a uma corrida armamentista entre
espécies cujo subproduto é a inteligência. - Pronomes relativos: A aluna que me mostrou a tarefa não
Stephen J. Gould e Steven Pinker apostam que não. Para veio hoje. / Não vou deixar de estudar os conteúdos que me
eles, é apenas devido a uma sucessão de pré-adaptações e falaram.
coincidências que alguns animais transformaram a capacidade
de resolver problemas em estratégia de sobrevivência. Se - Pronomes indefinidos: Quem me disse isso? / Todos se
rebobinássemos o filme da evolução e reencenássemos o comoveram durante o discurso de despedida.
processo mudando alguns detalhes do início, seriam grandes
as chances de não chegarmos a nada parecido com a - Pronomes demonstrativos: Isso me deixa muito feliz! /
inteligência. Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 2012.)
- Preposição seguida de gerúndio: Em se tratando de
qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa
A frase em que as regras de concordância estão
escolar.
plenamente respeitadas é:
(A) Podem haver estudos que comprovem que, no passado,
- Conjunção subordinativa: Vamos estabelecer critérios,
as formas mais complexas de vida - cujo habitat eram oceanos
conforme lhe avisaram.
ricos em nutrientes - se alimentavam por osmose.
(B) Cada um dos organismos simples que vivem na
Ênclise
natureza sobrevivem de forma quase automática, sem se
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não
valerem de criatividade e planejamento.
aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A
(C) Desde que observe cuidados básicos, como obter
ênclise vai acontecer quando:
energia por meio de alimentos, os organismos simples podem
preservar a vida ao longo do tempo com relativa facilidade.
- O verbo estiver no imperativo afirmativo: Amem-se uns
(D) Alguns animais tem de se adaptar a um ambiente cheio
aos outros. / Sigam-me e não terão derrotas.
de dificuldades para obter a energia necessária a sua
sobrevivência e nesse processo expõe- se a inúmeras ameaças.
- O verbo iniciar a oração: Diga-lhe que está tudo bem. /
(E) A maioria dos organismos mais complexos possui um
Chamaram-me para ser sócio.
sistema nervoso muito desenvolvido, capaz de se adaptar a
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da
mudanças ambientais, como alterações na temperatura.
preposição “a”: Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
/ Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
04. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
a concordância verbal está correta em:
- O verbo estiver no gerúndio: Não quis saber o que
(A) Ela não pode usar o celular e chamar um taxista, pois
aconteceu, fazendo-se de despreocupada. Despediu-se,
acabou os créditos.
beijando-me a face.
(B) Esta empresa mantêm contato com uma rede de táxis
que executa diversos serviços para os clientes.
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo: Se passar no
(C) À porta do aeroporto, havia muitos táxis disponíveis
26 http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.htm
Português 62
APOSTILAS OPÇÃO
04. De acordo com a norma-padrão e as questões Sinalefa: Figura pela qual se reúnem duas sílabas em uma
gramaticais que envolvem o trecho “Frustrei-me por não ver o só, por elisão, crase ou sinérese.
Escola”, é correto afirmar que
(A) “me” poderia ser deslocado para antes do verbo que Sinérese: Contração de duas sílabas em uma só, mas sem
acompanha. alteração de letras nem de sons, como, p. ex., em reu-nir, pie-
(B) “me” deveria obrigatoriamente ser deslocado para da-de, em vez de re-u-nir, pi-e-da-de.
antes do verbo que acompanha.
(C) a ê nclise em “Frustrei-me” é facultativa. As| aves | que a| qui | gor| jei |
(D) a inclusã o do advé rbio Nã o, no inı́cio da oraçã o
“Frustrei-me”, tornaria a pró clise obrigató ria. Não | gor | jei| am | co | mo | lá |
(E) a ê nclise em “Frustrei-me” é obrigató ria.
No caso o verso é um heptassílabo, porque só contamos
05. A substituição do elemento grifado pelo pronome sete sílabas. Se colocarmos uma sílaba a mais ou a menos em
correspondente foi realizada de modo INCORRETO em: qualquer dos versos, fica dissonante e perde a beleza e
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu harmonia. Vale lembrar que quando a palavra seguinte inicia
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os com vogal, dependendo do caso, pode haver a junção da sílaba
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la da primeira com a segunda, como se faz na língua francesa.
(D) que desviava a água = que lhe desviava Exemplo:
(E) supriam a necessidade = supriam-na
Para verificar a quantidade de silabas podemos contar nos
Respostas dedos. Vejamos neste trechinho de Patativa do Assaré:
01.D/02.E/03.C/04.D/05.D
Nes | ta | noi | te | pas | sa | gei | ra
1 2 3 4 5 6 7
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APOSTILAS OPÇÃO
Português 64
APOSTILAS OPÇÃO
na Península Ibérica, gauleses na França, bretões na Grã- século XIV. Encontra-se na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa. Das
Bretanha, gálatas no centro da Turquia, etc. suas 310 cantigas, quase todas são de amor.
O período de expansão celta veio entretanto a sofrer uma
reviravolta e, devido à pressão exterior, principalmente Cancioneiro da Vaticana - Trata-se do códice 4.803 da
romana, o espaço ocupado por este povo encolheu. As línguas biblioteca Vaticana, copiado na Itália em fins do século XV ou
célticas, empurradas ao longo dos séculos até as extremidades princípios do século XVI. Entre as suas 1.205 cantigas, há
ocidentais da Europa, subsistem ainda em regiões da Irlanda composições de todos os gêneros.
(o irlandês é inclusive uma das línguas oficiais do país), da Grã-
Bretanha e da Bretanha francesa. Surpreendentemente, Cancioneiro Colocci-Brancutti - Copiado na Itália em fins
nenhuma língua céltica subsistiu na Península Ibérica, onde a do século XV ou princípios do século XVI. Descoberto em 1878
implantação dos celtas ocorreu em tempos muito remotos (I na biblioteca do conde Paulo Brancutti do Cagli, em Ancona, foi
milênio a.C.) e cuja língua se manteve na Galiza (região ao adquirido pela Biblioteca Nacional de Lisboa, onde se encontra
norte de Portugal, atualmente parte da Espanha) até o século desde 1924. Entre as suas 1.664 cantigas, há composições de
VII d.C. todos os gêneros.
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APOSTILAS OPÇÃO
No Brasil28
O Brasil foi “descoberto” por Portugal no ano de 1500, e
desde então, com a grande presença dos portugueses nos
territórios brasileiros, a língua portuguesa foi se enraizando,
enquanto as línguas indígenas foram aos poucos
desaparecendo. Uma delas, talvez a que mais influenciou o
atual português falado no Brasil, era o Tupinambá ou Tupi-
guarani, uma língua do litoral brasileiro da família tupi-
guarani, foi usado como língua geral na colônia, ao lado do
português, principalmente graças aos padres jesuítas que
haviam estudado e difundido a língua. Em 1757, a utilização do
tupi foi proibida por uma Provisão Real. Tal medida foi
possível porque, a essa altura, o tupi já estava sendo
suplantado pelo português, em virtude da chegada de muitos
imigrantes da metrópole. Com a expulsão dos jesuítas em
1759, o português fixou-se definitivamente como o idioma do
Brasil. Das línguas indígenas, o português herdou palavras
ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandioca, caju, tatu,
piranha), bem como nomes próprios e geográficos.
No ano de 1757 uma Provisão Real proibiu a utilização do
Tupi, época esta, em que o Português já suplantava esta língua,
ficando ele, o Português, com o título de idioma oficial. Em
1759 os jesuítas foram expulsos, e a partir de então a língua
portuguesa se tornou definitivamente a língua oficial do Brasil.
A língua portuguesa, falada no Brasil, herdou, no entanto, um
vasto vocabulário das línguas indígenas, principalmente no
que se diz respeito às denominações da fauna, flora, e demais
palavras relacionadas à natureza.
Os portugueses trouxeram, então, muitos escravos
capturados na África, para trabalhar nas terras brasileiras, e
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APOSTILAS OPÇÃO
Português 67
APOSTILAS OPÇÃO
Nova Regra: Não se acentua mais 'i' e 'u' tônicos em tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com
paroxítonas quando precedidos de ditongo mesma vogal = com hífen
Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, - uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra
feiúme inicia-se com a vogal 'o', não utliza-se hífen.
Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume
Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que,
Hífen pelo uso, perdeu-se a noção de composição
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista,
formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento
+ palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem ser Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista,
dobradas paralama, parabrisa, parachoque, paravento
Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-
social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto- Observação:
regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, - o uso do hífen permanece em palavras compostas que não
contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra- contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e
som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas
supra-sensível que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-
Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva,
antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-
autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.
extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal,
ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, O uso do hífen permanece
suprassensível - Em palavras formadas por prefixos 'ex', 'vice', 'soto': ex-
marido, vice-presidente, soto-mestre
Observação: - Em palavras formadas por prefixos 'circum' e 'pan' +
- em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavras iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano, circum-
palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, navegação
hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter- - Em palavras formadas com prefixos 'pré', 'pró' e 'pós' +
regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super- palavras que tem significado próprio: pré-natal, pró-
resistente etc. desarmamento, pós-graduação
- Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém',
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras 'recém', 'sem': além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano,
formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto
+ palavras iniciadas por outra vogal
Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto- Não existe mais hífen
aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, - Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas,
contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra- pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou
escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra- conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite,
uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à
semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi- vontade, abaixo de, acerca de etc.
obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa,
Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.
autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo,
contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, Consoantes não pronunciadas. Fora do Brasil foram
infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, eliminadas as consoantes não pronunciadas:
neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, - ação, didático, ótimo, batismo em vez de acção, didáctico,
semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado. óptimo, baptismo
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APOSTILAS OPÇÃO
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois Entrevista de Carlos Heitor Cony
meios de comunicação distintos. A escrita representa um
estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais “Hoje, se os Mamonas Assassinas [banda de pop-rock que
espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua estourou em 1995, morta em um acidente de avião 1 ano
totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, depois] escreverem um livro sobre a teoria do quanta, não vai
algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua faltar editor e não vai faltar leitor. (...) A indústria do livro era
escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim muito elitista naquela época, havia um certo elitismo. O livro
um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta era considerado um objeto, quase um totem, uma coisa
com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante. sagrada. Acho o fenômeno do Paulo Coelho muito útil. É um
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, homem que vende milhões de exemplares, faz o editor ganhar
mas existem usos diferentes da língua devido a diversos dinheiro, e esse editor pode investir em outras coisas.” (Em
fatores. Dentre eles, destacam-se: entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura).
Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação O nome de “Mamonas Assassinas” dado à banda de pop-
cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram rock mostra um traço de modernidade, que é:
para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada (A) a preferência pela linguagem coloquial.
utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não (B) a presença da linguagem figurada.
teve acesso à escola. (C) a busca de originalidade criativa.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo (D) a utilização de imagens infantis.
com a situação em que nos encontramos, quando conversamos (E) a falta de coerência, gerando incomunicabilidade.
com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se
estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura. 02. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário -
Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades VUNESP/2018)
requer o domínio de certas formas de língua Quem assiste a “Tempo de Amar” já reparou no português
chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos extremamente culto e correto que é falado pelos personagens
específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao da novela. Com frases que parecem retiradas de um romance
intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais antigo, mesmo nos momentos mais banais, os personagens se
da área de direito, informática, biólogos, médicos, linguistas expressam de maneira correta e erudita.
entre outros especialistas. Ao UOL, o autor da novela, Alcides Nogueira, diz que o
Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre linguajar de seus personagens é um ponto que leva a novela a
influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança se destacar. “Não tenho nada contra a linguagem coloquial, ao
não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí fala- contrário. Acho que a língua deve ser viva e usada em sintonia
se em linguagem infantil e linguagem adulta. com o nosso tempo. Mas colocar um português bastante culto
torna a narrativa mais coerente com a época da trama. Fora
Português 69
APOSTILAS OPÇÃO
isso, é uma oportunidade de o público conhecer um pouco “- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
mais dessa sintaxe poucas vezes usada atualmente”.
O escritor, que assina o texto da novela das 18h ao lado de Discurso Indireto
Bia Corrêa do Lago, conta que a decisão de imprimir um
português erudito à trama foi tomada por ele e apoiada pelo O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das
diretor artístico, Jayme Monjardim. Ele revela que toma personagens. É escrito normalmente em terceira pessoa.
diversos cuidados na hora de escrever o texto, utilizando, Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para
inclusive, o dicionário. “Muitas vezes é preciso recorrer às reproduzir aquilo que foi dito pela personagem. Exemplos:
gramáticas. No início, o uso do coloquial era tentador. Aos
poucos, a escrita foi ficando mais fácil”, afirma Nogueira, que “Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis)
também diz se inspirar em grandes escritores da literatura
brasileira e portuguesa, como Machado de Assis e Eça de “Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo
Queiroz. cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e
Para o autor, escutar os personagens falando dessa forma mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da
ajuda o público a mergulhar na época da trama de modo masmorra, imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto)
profundo e agradável. Compartilhou-lhe o sentimento Jayme
Monjardim, que também explica que a estética delicada da Passagem do discurso direto para discurso indireto
novela foi pensada para casar com o texto. “É uma novela que
se passa no fim dos anos 1920, então tudo foi pensado para Na passagem do discurso direto para o discurso indireto,
que o público entrasse junto com a gente nesse túnel do tempo. ocorre mudança nas pessoas do discurso, mudança nos
Acho que isso é importante para que o telespectador consiga tempos verbais, mudança na pontuação das frases e mudança
se sentir em outra época”, diz. nos advérbios e adjuntos adverbiais.
(Guilherme Machado. UOL. https://tvefamosos.uol.com.br. 15.11.2017.
Adaptado) Mudança das pessoas do discurso: toda a narrativa que
se encontre na 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª
No texto, há exemplo de uso coloquial da linguagem na pessoa no discurso indireto, incluindo nessa mudança não só
passagem: o verbo, mas também todos os pronomes que aparecem na
(A) então tudo foi pensado para que o público entrasse frase, como os pronomes eu, nós e meu, que passam para
junto com a gente nesse túnel do tempo. ele/ela, eles/elas e seu no discurso indireto.
(B) Com frases que parecem retiradas de um romance
antigo, [...] os personagens se expressam de maneira correta e Mudança de tempos verbais nos tempos do indicativo:
erudita. o presente no discurso direto passa para pretérito imperfeito
(C) Quem assiste a “Tempo de Amar” já reparou no no discurso indireto, o pretérito perfeito no discurso direto
português extremamente culto e correto... passa para pretérito mais-que-perfeito no discurso indireto e
(D) o autor da novela [...] diz que o linguajar de seus o futuro do presente no discurso direto passa para futuro do
personagens é um ponto que leva a novela a se destacar. pretérito no discurso indireto.
(E) Ele revela que toma diversos cuidados na hora de
escrever o texto, utilizando, inclusive, o dicionário. Mudança de tempos verbais nos tempos do subjuntivo:
O presente e o futuro no discurso direto passam para pretérito
Gabarito imperfeito no discurso indireto.
01. C / 02.A
Mudança de tempos verbais no imperativo: o
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE imperativo no discurso direto passa para pretérito imperfeito
do subjuntivo no discurso indireto.
Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles
escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática Mudança na pontuação das frases: frases interrogativas,
social. A análise de um discurso deve, portanto, considerar o exclamativas e imperativas no discurso direto passam para
contexto em que se encontra, assim como as personagens e as frases declarativas no discurso indireto.
condições de produção do texto.
Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos Mudança nas noções temporais: as noções temporais
de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso como ontem, hoje e amanhã no discurso direto passam para no
indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão dia anterior, naquele dia e no dia seguinte no discurso indireto.
separados, eles podem aparecer juntos em um texto, mas
dependerá de quem o produziu. Mudança nas noções espaciais: as noções espaciais como
Vejamos cada um deles: aqui, aí, este e isto no discurso direto passam para ali, lá, aquele
e aquilo no discurso indireto.
Discurso Direto Discurso direto: Iremos de férias amanhã.
Discurso indireto: Eles disseram que iriam de férias no dia
Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que seguinte.
ocorre normalmente em diálogos. Isso permite que traços da
fala e da personalidade das personagens sejam destacados e Discurso Indireto Livre
expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as
falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a
entre outros, servem para que as falas das personagens sejam história, mas as personagens têm voz própria, de acordo com
introduzidas e elas ganhem vida, como em uma peça teatral. a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é uma mistura
Ao ponto que travessões, dois pontos, aspas e exclamações dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem.
são muito comuns durante a reprodução destas falas. Exemplos:
Exemplos: “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que
que suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!”
guaxinim do banhado!...”
Português 70
APOSTILAS OPÇÃO
“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. O narrador desse texto mistura-se de tal forma à
Entretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado) personagem que dá a impressão de que não há diferença entre
eles. A personagem fala misturada à narração. Esse discurso é
“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. chamado:
Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos (A) discurso indireto livre
irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)29 (B) discurso direto
(C) discurso indireto
Questões (D) discurso implícito
(E) discurso explícito
01. Sobre o discurso indireto é correto afirmar, EXCETO:
(A) No discurso indireto, o narrador utiliza suas próprias Gabarito
palavras para reproduzir a fala de um personagem. 01.D / 02. C / 03. B / 04.A
(B) O narrador é o porta-voz das falas e dos pensamentos
das personagens. FUNÇÕES DA LINGUAGEM
(C) Normalmente é escrito na terceira pessoa. As falas são
iniciadas com o sujeito, mais o verbo de elocução seguido da A linguagem vai muito além do que imaginamos, pois
fala da personagem. apresenta determinadas funções dentro do processo
(D) No discurso indireto as personagens são conhecidas comunicativo.
através de seu próprio discurso, ou seja, através de suas As funções da linguagem tratam do relevo dado a um dos
próprias palavras. elementos da comunicação, ao qual compõe:
- Emissor: o que emite a mensagem.
02. Assinale a alternativa que melhor complete o seguinte - Receptor: o que recebe a mensagem.
trecho: - Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
No plano expressivo, a força da ____________ em _____________ - Código: a combinação de signos utilizados na transmissão
provém essencialmente de sua capacidade de _____________ o de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o
episódio, fazendo ______________ da situação a personagem, receptor souber decodificar a mensagem.
tornando-a viva para o ouvinte, à maneira de uma cena de - Canal de Comunicação: por onde a mensagem é
teatro __________ o narrador desempenha a mera função de transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar…
indicador de falas. - Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também
(A) narração - discurso indireto - enfatizar - ressurgir – chamado de referente.
onde; Podendo variar de acordo com a proposta ou intento do
(B) narração - discurso onisciente - vivificar - demonstrar- texto. É certo também que um texto pode apresentar mais de
se – donde; uma função da linguagem, que é o concorre com a função
(C) narração - discurso direto - atualizar - emergir - em predominante. Assim organizamos a linguagem de tal modo a
que; atender nossa finalidade. E lembramos que para cada
(D) narração - discurso indireto livre - humanizar - imergir elemento da comunicação, há uma função da linguagem.30
- na qual;
(E) dissertação - discurso direto e indireto - dinamizar - Tipos de Funções da Linguagem
protagonizar - em que.
O linguista russo chamado Roman Jakobson caracterizou as
03. Faça a associação entre os tipos de discurso e assinale seis funções de linguagem, ligadas ao ato da comunicação:
a sequência correta.
1) Função Referencial: a linguagem que serve para
Reprodução fiel da fala da personagem, é demarcado pelo informar.
uso de travessão, aspas ou dois pontos. Nesse tipo de discurso, - O referente é o centro da mensagem.
as falas vêm acompanhadas por um verbo de elocução, - O assunto da mensagem é o objeto, sempre de forma clara
responsável por indicar a fala da personagem. e objetiva.
Ocorre quando o narrador utiliza as próprias palavras para - Marcas gramaticais e discursivas, impessoalidade,
reproduzir a fala de um personagem. denotação, frases declarativas, e uso da 3ª pessoa.
Tipo de discurso misto no qual são associadas as - Esta função é encontrada em textos jornalísticos,
características de dois discursos para a produção de outro. científicos, didáticos. Ex.: “Estados Unidos invadem o Iraque”,
Nele a fala da personagem é inserida de maneira discreta no no qual tem como finalidade informa-nos sobre um
discurso do narrador. acontecimento do mundo.
Observação: a função referencial da linguagem tem
( ) discurso indireto importância central na vida das pessoas, consideradas
( ) discurso indireto livre individualmente ou como grupo social. Para cada indivíduo,
( ) discurso direto ela permite conhecer o mundo; para o grupo social, possibilita
o acúmulo de conhecimentos e a transferência de experiências.
(A) 3, 2 e 1. Por meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
(B) 2, 3 e 1. É a função referencial que permite a realização do trabalho
(C) 1, 2 e 3. coletivo e operar bem essa função da linguagem possibilita que
(D) 3, 1 e 2. cada indivíduo continue sempre a aprender.
A função referencial também costuma ser chamada de
04. “Impossível dar cabo daquela praga. Estirou os olhos função denotativa ou informativa, pois seu principal propósito
pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo coberto é fazer com que as palavras revelem, da maneira mais clara
de penas, de aves que iam comê-lo. Pensou na mulher e possível, as coisas ou os eventos a que fazem referência.
suspirou. Coitada de Sinhá Vitória, novamente nos
descampados, transportando o baú de folha.” 2) Função Conativa: a linguagem que serve para
29 Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição 30 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos. Elsevier.2011.
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APOSTILAS OPÇÃO
influenciar e ser influenciado. comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está
- O receptor é o centro da mensagem, na qual ele é empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e
estimulado, provocado, seduzido, amparado etc. “capital”, “dinheiro”.
- Normalmente o interlocutor é conduzido a adotar uma Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas,
determinada postura. com significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio
- É um texto normalmente claro e objetivo que visa à Guimarães:
persuasão. “ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
- Algumas marcas gramaticais: verbos e pronomes de 2ª continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer
pessoa (ou 3ª pessoa - você), vocativos, imperativos, bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de
perguntas ao interlocutor etc. consciência e bata em retirada.”
- É a linguagem das músicas e dos poemas românticos, das (Folha de S. Paulo)
propagandas e afins.
Ex. “Vem pra Caixa você também.” Observe então que a linguagem pode ser usada
utilitariamente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é
3) Função Emotiva: a linguagem que serve para expressar utilizada para informar, para influenciar, para manter os laços
a subjetividade. sociais, etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de
- Centro da mensagem é o “eu”, aparece os sentimentos. descoberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
- Expressão de emoções, sentimentos, atitudes. é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo, pelo
- Pessoalidade e subjetividade. arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
- Verbos e pronomes de 1ª pessoa, exclamação, interjeições, Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
vocativos, reticências. Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/,
- Linguagem romântica e poemas. /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
Ex. “Eu fico possesso com isso!”
E o bosque estala, move-se, estremece...
4) Função Fática: a linguagem que serve para criar e Da cavalgada o estrépito que aumenta
manter laços sociais. Perde-se após no centro da montanha...
- Centro da mensagem (contato). Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
- Estabelece ou encerra o contato entre o emissor e o Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos .
receptor (cumprimentos, saudações, etc).
- Ocorre interação verbal. Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos
- Marcas linguísticas: “Boa tarde. Oi. Tudo bem. Tchau”. ocorre no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos
cavalos aumenta.
5) Função Metalinguística: a linguagem que serve para Quando se usam recursos da própria língua para
falar sobre a própria linguagem: acrescentar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
- Comunicação é o centro da mensagem, usa-se um signo que estamos usando a linguagem em sua função poética.
para explicar a si próprio, ele é instrumento de explicação.
- Esclarecedora, reflexiva, discute o processo discursivo, usa- No entanto para a melhor compreensão das funções de
se a linguagem para falar sobre ela própria. linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da
- Encontramos em poemas que falam sobre o fazer poético comunicação.
(metapoema), sambas que abordam esse gênero musical, Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era
filmes que discutem o cinema, palavras usadas para explicar desenvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta -
outras em dicionários, narradores que refletem sobre a arte de alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro
narrar (metanarração) etc. escuta em silêncio, etc.). Exemplo;
Exemplo:
– “Samba, / Eterno delírio do compositor / Que nasce da alma, ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
sem pele, sem cor (...)”
(Fundo de Quintal) Emissor emite, codifica a mensagem
Receptor recebe, decodifica a mensagem
6) Função Poética: a linguagem que serve como fonte de Mensagem conteúdo transmitido pelo emissor
prazer:
conjunto de signos usado na transmissão e
- Destaque na forma construída, criativa e inusitadamente. Código
recepção da mensagem
- Utiliza vários recursos gramaticais: figuras de linguagem,
conotação, neologismos, construções estruturais não Referente contexto relacionado a emissor e receptor
convencionais, polissemia etc. Canal meio pelo qual circula a mensagem
- É a linguagem dos poemas e prosas poéticas (literária),
da publicidade criativa e afins.31 Porém, com recentes estudos linguísticos, tal teoria sofreu
Neste tipo de função brincamos com as palavras. Os jogos certa modificação, pois, chegou-se à conclusão de que ao se
com o sentido e os sons são formas de tornar a linguagem um tratar da parole (sentido individual da língua), entende-se que
lugar de prazer. Assim divertimo-nos com eles. Manipulamos é um veículo democrático (observe a função fática), assim,
as palavras para delas extrairmos satisfação. admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz (diálogo interativo):
“Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase
shakespeariana “To be or not to be”. Locutor quem fala (e responde)
Conta-se que o poeta Emílio de Menezes, quando soube
que uma mulher muito gorda se sentara no banco de um Locutário quem ouve e responde
ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É a primeira Interlocução diálogo
vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”.
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel
31 Idem, 1.
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido - A matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel.
próprio de outra, utilizando-se formas já incorporadas aos (= moeda).
usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da
associação de ideias, o mesmo não ocorre com a catacrese, que Observação: os últimos 5 casos recebem também o nome
já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada. de Sinédoque.
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APOSTILAS OPÇÃO
"Vim, vi e venci." (Júlio César) “Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de
rosas na cabeça.”
Elipse: supressão de vocábulo(s) que são facilmente Sínquise: há uma inversão violenta de distantes partes da
identificável(is). Exemplos: oração. É um hipérbato "hiperbólico". Exemplos:
"(Eu) Queria ser um pássaro dentro da noite." “...entre vinhedo e sebe
"No céu, (há) estrelas que brilham indômitas." corre uma linfa e ele no seu de faia
de ao pé do Alfeu Tarro escultado bebe.”
Zeugma: elipse especial que consiste na supressão de um (Alberto de Oliveira)
termo já, anteriormente, expresso no contexto. Exemplos: “Uma linfa corre entre vinhedo e sebe, e ele bebe no seu
"Nós nos desejamos e (nós) não nos possuímos." Tarro escultado, de faia, ao pé do Alfeu.”
"Foi saqueada a vila, e (foram) assassinados os partidários
dos Filipes." (Camilo Castelo Branco) Quiasmo: inversão de palavras que se repetem. Exemplos:
"Tinha uma pedra no meio do meu caminho. / No meio do meu
Repetição caminho tinha uma pedra."
Anáfora: é a repetição intencional de palavras, no início de (G. D. Andrade)
um período, frase ou verso. Exemplos:
“Eu quase não saio Concordância Ideológica
Eu quase não tenho amigo Silepse: é a concordância feita pela ideia, e não através das
Eu quase não consigo prerrogativas das classes das palavras. São três:
Ficar na cidade sem viver contrariado."
(Gilberto Gil) a) De Gênero: masculino e feminino não concordam. Ex.:
"A vítima era lindo e o carrasco estava temerosa quanto à
Polissíndeto: repetição enfática de conjunções reação da população."
coordenativas (geralmente e). Exemplos: Perceba que vítima e carrasco não receberam de seus
"E saber, e crescer, e ser, e haver adjetivos lindo e temerosa a 'atenção' devida, por quê? Isso se
E perder, e sofrer, e ter horror." deve à ideia de que os substantivos sobrecomuns designam
(Vinícius de Morais) ambos os sexos, e não ambos os gêneros, portanto, por
questões estilísticas, o autor do texto preferiu a ideia à regra
Pleonasmo: repetição da ideia, isto é, redundância gramatical rígida que impõe que adjetivos concordem em
semântica e sintática, divide-se em: gênero com o substantivo, não em sexo.
a) Gramatical: com objetos direto ou indireto redundantes,
chamam-nos pleonásticos. Exemplos: b) De Número: singular e plural não concordam entre si.
"Perdoo-te a ti, meu amor." Ex.: "O esquadrão sobrevoaram o céu azul daquela manhã
"O carro velho, eu o vendi ontem." de verão."
Ocorre algo semelhante na silepse de número, apenas se
b) Vicioso: deve ser evitado por não acrescentar ressalve que nesses casos o 'desprezo' se dá quanto à
informação nova ao que já havia sido dito anteriormente. concordância verbal, afinal, esquadrão é palavra de natureza
Exemplos: subir para cima; descer para baixo; repetir de novo; coletiva (coletivo de aviões) e, mais uma vez por questões
hemorragia sanguínea; protagonista principal; monopólio estilísticas, o autor preferiu à regra, na qual se baseia a
exclusivo. Gramática Normativa, o livre voar de suas ideias.
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APOSTILAS OPÇÃO
"Ó lindo mar verdejante, "Você está exagerando. Não subestime a sua inteligência."
tuas ondas entoam cantos, - porque ela é inteligente.
és tu o dono reinante
das brancas marés espumantes..." Questões
(Nel de Moraes)
01. (IF/PA - Assistente em Administração - FUNRIO/2016)
Perífrase: designação dos objetos, acidentes geográficos, “Quero um poema ainda não pensado, / que inquiete as marés
indivíduos e outros que não queremos simplesmente nomear. de silêncio da palavra ainda não escrita nem pronunciada, /
Exemplos: que vergue o ferruginoso canto do oceano / e reviva a ruína
"Última Flor do Lácio33, inculta e bela, que são as poças d’água. / Quero um poema para vingar minha
és a um tempo esplendor e sepultura." insônia.” (Olga Savary, “Insônia”)
(Olavo Bilac)
Cidade Luz [z: Paris)
Nesses versos finais do poema, encontramos as seguintes
Veneza Brasileira (= Recife)
figuras de linguagem:
Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro)
(A) silepse e zeugma
Rei dos Animais (= leão)
(B) eufemismo e ironia.
(C) prosopopeia e metáfora.
Gradação: é uma sequência de palavras ou ideias que
(D) aliteração e polissíndeto.
servem de intensificação numa sequência temporal. Ex.:
(E) anástrofe e aposiopese.
"Dissecou-a a tal ponto, e com tal arte, que ela, rota, baça,
nojenta, vil."
(Raimundo Corrêa)
02. (IF/PA - Auxiliar em Administração - FUNRIO/2016)
“Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar / Eu
Ironia: consiste em dizer o oposto do que se pensa, com sou de lá / Terra morena que eu amo tanto, meu Pará.” (Pe. Fábio
de Melo, “Eu Sou de Lá”)
intenção sarcástica ou depreciativa. Exemplos:
"A excelente Dona lnácia era mestra na arte de judiar de
Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém,
criança." (Monteiro Lobato)
encontramos a seguinte figura de linguagem:
"Dona Clotilde, o arcanjo do seu filho quebrou minhas
(A) antítese.
vidraças."
(B) eufemismo.
(C) ironia
Hipérbole: é a figura do exagero, a fim de proporcionar
(D) metáfora
uma imagem chocante ou emocionante. Exemplos:
(E) silepse.
"Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac)
"Existem mil maneiras de preparar Neston."
03. (Pref. de Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem
- IDHTEC/2016)
Eufemismo: Figura que atenua ideias desagradáveis ou
penosas. Exemplos:
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança)
"E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague." (Chico Buarque)
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama
Paz derradeira = morte
de carne e sangue Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da
"Aquele homem de índole duvidosa apropriou-se (ladrão)
ternura ninadas do teu leite alimentadas de bondade e poesia
indevidamente dos meus pertences." (roubou)
de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias
Disfemismo: expressão grosseira em lugar de outra,
semoventes, coisas várias, mais são filhos da desgraça: a
suave, branda. Exemplo:
enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos
“Você não passa de um porco ... um pobretão.”
teus olhos, minha Mãe Vejo oceanos de dor Claridades de sol-
posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo! ...) mas
Personificação ou Prosopopeia: Consiste em dar vida a
vejo também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende
seres inanimados. Exemplos:
demoniacamente tentadora - como a Certeza... cintilantemente
"O vento beija meus cabelos
firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando,
As ondas lambem minhas pernas
formando, anunciando - o dia da humanidade.
O sol abraça o meu corpo." (Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império)
(Lulu Santos - Nelson Motta)
Português 76
APOSTILAS OPÇÃO
04. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala - linguagem culta, literária, científica ou poética (orador e
FEPESE/2016) Analise as frases abaixo: tribuno, oculista e oftalmologista, cinzento e cinéreo).
Exemplos:
1. “Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.” - Adversário e antagonista.
2. A mulher conquistou o seu lugar! - Translúcido e diáfano.
3. Todo cais é uma saudade de pedra. - Semicírculo e hemiciclo.
4. Os microfones foram implacáveis com os novos artistas. - Contraveneno e antídoto.
- Moral e ética.
Assinale a alternativa que corresponde correta e - Colóquio e diálogo.
sequencialmente às figuras de linguagem apresentadas: - Transformação e metamorfose.
(A) metáfora, metonímia, metáfora, metonímia - Oposição e antítese.
(B) metonímia, metonímia, metáfora, metáfora
(C) metonímia, metonímia, metáfora, metonímia O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se
(D) metonímia, metáfora, metonímia, metáfora sinonímia, palavra que também designa o emprego de
(E) metáfora, metáfora, metonímia, metáfora sinônimos.
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APOSTILAS OPÇÃO
sentimento de pânico experimentados por um número Só o contexto é que determina a significação dos
crescente de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo homônimos. A homonímia pode ser causa de ambiguidade,
móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa por isso é considerada uma deficiência dos idiomas.
informação, como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto
os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em:
um veneno para o espírito.
(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes
Revista USP, no 92. Adaptado) no timbre ou na intensidade das vogais.
- Rego (substantivo) e rego (verbo).
As expressões destacadas nos trechos – meter o bedelho - Colher (verbo) e colher (substantivo).
/ estimar parâmetros / embotar a razão – têm sinônimos - Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
adequados respectivamente em: - Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
(A) procurar / gostar de / ilustrar - Para (verbo parar) e para (preposição).
(B) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer - Providência (substantivo) e providencia (verbo).
(C) interferir / propor / embrutecer - Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de
(D) intrometer-se / prezar / esclarecer per+o).
(E) contrapor-se / consolidar / iluminar
Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e
02. (Pref. Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC) A diferentes na escrita.
entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes - Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
contemplavam-nos entristecidos. Surpreendiam-se; - Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).
comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, - Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de
naquele armistício transitório, uma legião desarmada, consertar).
mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o - Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
das trincheiras em fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela - Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar
gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres (acelerar).
bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os - Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
rostos baços, os arcabouços esmirrados e sujos, cujos - Censo (recenseamento) e senso (juízo).
molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e - Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
escalavros – a vitória tão longamente apetecida decaía de - Paço (palácio) e passo (andar).
súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com - Hera (trepadeira), era (época), era (verbo).
efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos - Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar =
de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento anular).
daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e - Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão
sinistra, entre trágica e imunda, passando-lhes pelos olhos, (tempo de uma reunião ou espetáculo).
num longo enxurro de carcaças e molambos...
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na
arma, nem um peito resfolegante de campeador domado: pronúncia.
mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças - Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
envelhecidas, velhas e moças indistintas na mesma fealdade, - Cedo (verbo), cedo (advérbio).
escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris - Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos - Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
aos peitos murchos, filhos arrastados pelos braços, passando; - Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de - Alude (avalancha), alude (verbo aludir).
velhos; raros homens, enfermos opilados, faces túmidas e
mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante. Parônimos
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos.
Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.) São palavras parecidas na escrita e na pronúncia:
- coro e couro,
Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de - cesta e sesta,
sinônimos? - eminente e iminente,
(A) Armistício – destruição - degradar e degredar,
(B) Claudicante – manco - cético e séptico,
(C) Reveses – infortúnios - prescrever e proscrever,
(D) Fealdade – feiura - descrição e discrição,
(E) Opilados – desnutridos - infligir (aplicar) e infringir (transgredir),
- sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder),
Gabarito - comprimento e cumprimento,
- deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente,
01.B / 02.A divergir, adiar),
- ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir),
Homônimos - vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e
vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).
Trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia, mas
com significados diferentes. Exemplos: Questões
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo).
- Aço (substantivo) e asso (verbo). 01. (Pref. Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo –
FAEPESUL) Atento ao emprego dos Homônimos, analise as
palavras sublinhadas e identifique a alternativa CORRETA:
Português 78
APOSTILAS OPÇÃO
(A) Ainda vivemos no Brasil a descriminação racial. Isso é campo semântico, isto é, todos são frutas inclusive típicas da
crime! Amazônia.
(B) Com a crise política, a renúncia já parecia eminente. Tais termos destacados, em relação à palavra “fruta”, são
(C) Descobertas as manobras fiscais, os políticos irão designados como:
agora expiar seus crimes. (A) hiperônimos.
(D) Em todos os momentos, para agir corretamente, é (B) hipônimos.
preciso o bom censo. (C) cognatos.
(E) Prefiro macarronada com molho, mas sem estrato de (D) polissêmicos.
tomate. (E) parônimos.
02. (Pref. Cruzeiro/SP – Instrutor de Desenho Técnico 02. “O caminhão atravessou a pista e bateu na mureta de
e Mecânico – Instituto Excelência) Assinale a alternativa em proteção, o veículo ficou totalmente destruído”. Na frase acima
que as palavras podem servir de exemplos de parônimos: a palavra “veículo” representa um caso de:
(A) Cavaleiro (Homem a cavalo) – Cavalheiro (Homem (A) polissemia;
gentil). (B) antonímia;
(B) São (sadio) – São (Forma reduzida de Santo). (C) hiponímia;
(C) Acento (sinal gráfico) – Assento (superfície onde se (D) hiperonímia;
senta). (E) heteronímia.
(D) Nenhuma das alternativas.
Gabarito
03. (TJ/MT – Analista Judiciário – Ciências Contábeis –
UFMT) Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, 01.B / 02.D
seja no modo de falar ou no de escrever. A palavra sessão, por
exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada Polissemia
uma apresenta sentido diferente. Esse caso, mesmo som,
grafias diferentes, denomina-se homônimo heterográfico. A palavra polissêmica é aquela que, dependendo do
Assinale a alternativa em que todas as palavras se encontram contexto, muda de sentido (mas não muda de classe
nesse caso. gramatical!). Por exemplo, veja os sentidos de “peça”: “peça de
(A) taxa, cesta, assento automóvel”, “peça de teatro”, “peça de bronze”, “és uma boa
(B) conserto, pleito, ótico peça”, “uma peça de carne” etc.
(C) cheque, descrição, manga Agora, observe mais estes exemplos:
(D) serrar, ratificar, emergir Desculpe o bolo que te dei ontem.
Comemos um bolo delicioso na casa da Jéssica.
Gabarito Tenho um bolo de revistas lá em casa.38
Português 79
APOSTILAS OPÇÃO
permitindo que as informações sejam interpretadas de mais 02. (SEDUC/PI - Professor Temporário - Língua
de uma maneira. Ex. Jorge criticou severamente a prima de sua Portuguesa - NUCEPE/2018)
amiga, que frequentava o mesmo clube que ele. Nesse caso, o
pronome que pode estar referindo-se a amiga ou a prima.
Já no caso da polissemia, por uma mesma palavra possuir
mais de um significado, ela pode fazer com que as pessoas não
compreendam o sentido usado no primeiro contato com a
frase e interpretem o enunciado de uma maneira diferente do
que ele era intencionado. Neste caso, para que isso não ocorra,
é importante que fique claro qual é o contexto em que a
palavra foi usada.
O efeito de humor, na tirinha, é explorado pelo recurso
Questão semântico da:
(A) Sinonímia.
01. (SANEAGO/GO - Agente de Saneamento - CS/2018) (B) Polissemia
(C) Contradição.
Predestinação (D) Antonímia.
(E) Ambiguidade.
Tinha no nome seu destino líquido: mar, rio e lago.
Pois chamava-se Mário Lago. 03. (SAMAE de Caxias do Sul/RS - Assistente de
Viu a luz sob o signo de Piscis. Planejamento - OBJETIVA/2017)
Brilhava no céu a constelação de Aquário.
Veio morar no Rio.
Quando discutia, sempre levava um banho.
Pois era um temperamento transbordante.
Sua arte preferida: água-forte.
Seu provérbio predileto: "Quem tem capa, escapa".
Sua piada favorita: "Ser como o rio:
seguir o curso sem deixar o leito".
Pois estudava: engenharia hidráulica.
Quando conheceu uma moça de primeira água.
Foi na onda.
Teve que desistir dos estudos quando
já estava na bica para se formar.
Então arranjou um emprego em Ribeirão das Lajes.
Donde desceu até ser leiteiro.
Encarregado de pôr água no leite. Considerando-se a representação semântica da palavra
Ficou noivo e deu à moça uma água-marinha. “vendo” no contexto da tirinha abaixo, é CORRETO afirmar
Mas ela o traiu com um escafandrista. que ocorre:
E fugiu sem dizer água vai. (A) Denotação.
Foi aquela água. (B) Conotação.
Desde então ele só vivia na chuva (C) Homonímia.
Virou pau de água. (D) Homofonia.
Portanto, com hidrofobia. (E) Sinonímia.
Foi morar numa água-furtada.
Deu-lhe água no pulmão. 04. (Pref. Videira/SC - Agente Administrativo -
Rim flutuante. ASSCONPP/2016) Observe as frases abaixo:
Água no joelho. I. A mãe vela pelo sono do filho doente.
Hidropsia. II. O barco à vela foi movido pelo vento.
Bolha d’água.
Gota. A palavra vela presenta vários sentidos, esta propriedade
Catarata. das palavras é denominada:
Morreu afogado. (A) Homonímia;
FERNANDES, Millôr. Trinta anos de mim mesmo. Editora (B) Polissemia;
Círculo do Livro: São Paulo, 1975. (C) Sinonímia;
(D) Antonímia;
O humor do texto é construído por meio do jogo entre (E) Nenhuma das alternativas anteriores.
palavras denotativas e conotativas. O principal recurso de
sentido usado, portanto, foi a: 05. (Pref. Fronteira/MG - Contador - MÁXIMA/2016)
(A) polissemia.
(B) ironia.
(C) intertextualidade.
(D) ambiguidade.
Português 80
APOSTILAS OPÇÃO
(C) Balanço - sinonímia; animados, não se formou por aglutinação, mas por
(D) Vida - polissemia. justaposição.
Em linguagem científica é muito comum restringir-se o
Gabarito significado das palavras para dar precisão à comunicação.
A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol,
01.D / 02.B / 03.C / 04.B / 05.B não pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que
gira em torno do Sol, seu sentido sofreu restrição, e ela serve
Sentido Próprio e Sentido Figurado para designar apenas um tipo de flor que tem a propriedade
de acompanhar o movimento do Sol.
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou Há certas palavras que, além do significado explícito,
no sentido figurado. Exemplos: contêm outros implícitos (ou pressupostos). Os exemplos são
- Construí um muro de pedra. (Sentido próprio). muitos. É o caso do adjetivo outro, por exemplo, que indica
- Ênio tem um coração de pedra. (Sentido figurado). certa pessoa ou coisa, pressupondo necessariamente a
- As águas pingavam da torneira. (Sentido próprio). existência de ao menos uma além daquela indicada.
- As horas iam pingando lentamente. (Sentido figurado). Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que
nunca lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu
Denotação e Conotação outro livro. O uso de outro pressupõe necessariamente ao
menos um livro além daquele que está sendo autografado.
Denotação é o sentido da palavra interpretada ao pé da
letra, isto é, de acordo com o sentido geral que ela tem na Questões
maioria dos contextos em que ocorre. É o sentido próprio da
palavra, aquele encontrado no dicionário. Exemplo: “Uma 01. (PC/CE – Delegado de Polícia Civil – VUNESP)
pedra no meio da rua foi a causa do acidente.”
A palavra “pedra” aqui está usada em sentido literal, ou A morte do narrador
seja, o objeto mesmo.
Recentemente recebi um e-mail de uma leitora
Conotação é o sentido da palavra desviado do usual, isto é, perguntando a razão de eu ter, segundo ela, uma visão tão dura
aquele que se distancia do sentido próprio e costumeiro. para com os idosos. O motivo da sua pergunta era eu ter dito,
Exemplo: “As pedras atiradas pela boca ferem mais do que as em uma de minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais
atiradas pela mão.” vovôs e vovós, porque estavam todos na academia querendo
“Pedras”, nesse contexto, não está indicando o que parecer com seus netos.
usualmente significa, mas um insulto, uma ofensa produzida Claro, minha leitora me entendeu mal. Mas o fato de ela ter
pelas palavras. me entendido mal, o que acontece com frequência quando se
discute o tema da velhice, é comum, principalmente porque o
Ampliação de Sentido próprio termo “velhice" já pede sinônimos politicamente
Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a corretos, como “terceira idade", “melhor idade", “maturidade",
designar uma quantidade mais ampla de significado do que o entre outros.
seu original. Uma característica do politicamente correto é que, quando
“Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada ele se manifesta num uso linguístico específico, é porque esse
para designar o ato de viajar em um barco, ampliou uso se refere a um conceito já considerado como algo ruim. A
consideravelmente o sentido e passou a designar a ação de marca essencial do politicamente correto é a hipocrisia
viajar em outros veículos. Hoje se diz, por ampliação de articulada como gesto falso, ideias bem comportadas.
sentido, que um passageiro: Voltando à velhice. Minha leitora entendeu que eu dizia
- embarcou em um trem. que idosos devem se afundar na doença, na solidão e no
- embarcou no ônibus das dez. abandono, e não procurar ser felizes. Mas, quando eu dizia que
- embarcou no avião da força aérea. eles estão fugindo da condição de avós, usava isso como
- embarcou num transatlântico. metáfora da mentira (politicamente correta) quanto ao medo
que temos de afundar na doença, antes de tudo psicológica,
“Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que devido ao abandono e à solidão, típicos do mundo
escala os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por contemporâneo. Minha crítica era à nossa cultura, e não às
ampliação de sentido, passou a designar qualquer tipo de vítimas dela. Ela cultua a juventude como padrão de vida e está
praticante de escalar montanhas. intimamente associada ao medo do envelhecimento, da dor e
da morte. Sua opção é pela “negação", traço de um dos
Restrição de Sentido sintomas neuróticos descritos por Freud.
Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia que
inverso, isto é, uma palavra passa a designar uma quantidade na modernidade o narrador da vida desapareceu. Isso quer
mais restrita de objetos ou noções do que originariamente. É o dizer que as pessoas encarregadas, antigamente, de narrar a
caso, por exemplo, das palavras que saem da língua geral e vida e propor sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os
passam a ser usadas com sentido determinado, dentro de um mais velhos querem “aprender" com os mais jovens (aprender
universo restrito do conhecimento. a amar, se relacionar, comprar, vestir, viajar, estar nas redes
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura sociais). Esse fenômeno, além de cruel com o envelhecimento,
gramatical, é bom exemplo de especialização de sentido. Na é também desorganizador da própria juventude. Ouço
língua geral, ela significa qualquer junção de elementos para cotidianamente, na sala de aula, os alunos demonstrarem seu
formar um todo, porém em Gramática designa apenas um tipo desprezo por pais e mães que querem aprender a viver com
de formação de palavras por composição em que a junção dos eles.
elementos acarreta alteração de pronúncia, como é o caso de Alguns elementos do mundo moderno não ajudam a
pernilongo (perna + longa). combater essa desvalorização dos mais velhos. As ferramentas
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais de informação, normalmente mais acessíveis aos jovens,
aglutinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por aumentam a percepção negativa dos mais velhos diante do
exemplo, que designa uma personagem de desenhos acúmulo de conhecimento posto a serviço dos consumidores,
Português 81
APOSTILAS OPÇÃO
que questionam as “verdades constituídas do passado". A (A) ... universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a
própria estrutura sobre a qual se funda a experiência moderna nata dos especialistas...
– ciência, técnica, superação de tradição – agrava a (B) Os dados do Ranking Universitário publicados em
invisibilidade dos mais velhos. Em termos humanos, o passado setembro de 2013...
(que “nada" serve ao mundo do progresso) tem um nome: (C) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber
idoso. Enfim, resta aos vovôs e vovós ir para a academia ou que o país não dispõe de recursos...
para as redes sociais. (D) ... das 20 universidades mais bem avaliadas em termos
(Luiz Felipe Pondé, Somma, agosto 2014, p. 31. Adaptado) de ensino...
(E) ... todas as despesas que contribuem direta e
O termo empregado com sentido figurado está em indiretamente para a boa pesquisa...
destaque na seguinte passagem do texto:
(A) Mas o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece 03. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP)
com frequência quando se discute o tema da velhice… Leia o texto para responder a questão.
(segundo parágrafo).
(B) O motivo da sua pergunta era eu ter dito, em uma de Um pé de milho
minhas colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e
vovós… (primeiro parágrafo). Aconteceu que no meu quintal, em um monte de terra
(C) Walter Benjamim, filósofo alemão do século XX, dizia trazido pelo jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um
que na modernidade o narrador da vida desapareceu. pé de capim – mas descobri que era um pé de milho.
(Penúltimo parágrafo). Transplantei-o para o exíguo canteiro na frente da casa.
(D) A própria estrutura sobre a qual se funda a experiência Secaram as pequenas folhas, pensei que fosse morrer. Mas ele
moderna – ciência, técnica, superação de tradição – agrava a reagiu. Quando estava do tamanho de um palmo, veio um
invisibilidade dos mais velhos. (Último parágrafo). amigo e declarou desdenhosamente que na verdade aquilo era
(E) Minha leitora entendeu que eu dizia que idosos devem capim. Quando estava com dois palmos veio outro amigo e
se afundar na doença, na solidão e no abandono… (quarto afirmou que era cana.
parágrafo). Sou um ignorante, um pobre homem da cidade. Mas eu
tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança as suas
02. (PC/CE – Escrivão de Polícia Civil – VUNESP) folhas além do muro – e é um esplêndido pé de milho. Já viu o
leitor um pé de milho? Eu nunca tinha visto. Tinha visto
Ficção universitária centenas de milharais – mas é diferente. Um pé de milho
sozinho, em um anteiro, espremido, junto do portão, numa
Os dados do Ranking Universitário publicados em esquina de rua – não é um número numa lavoura, é um ser vivo
setembro de 2013 trazem elementos para que tentemos e independente. Suas raízes roxas se agarra mão chão e suas
desfazer o mito, que consta da Constituição, de que pesquisa e folhas longas e verdes nunca estão imóveis.
ensino são indissociáveis. É claro que universidades que fazem Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que nos
pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas, produzir encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho pendoou.
mais inovação e atrair os alunos mais qualificados, tornando- Há muitas flores belas no mundo, e a flor do meu pé de milho
se assim instituições que se destacam também no ensino. não será a mais linda. Mas aquele pendão firme, vertical,
O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nosso canteirinho
cristalina: das 20 universidades mais bem avaliadas em vulgar com uma força e uma alegria que fazem bem. É alguma
termos de ensino, 15 lideram no quesito pesquisa (e as demais coisa de vivo que se afirma com ímpeto e certeza. Meu pé de
estão relativamente bem posicionadas). Das 20 que saem à milho é um belo gesto da terra. E eu não sou mais um medíocre
frente em inovação, 15 encabeçam também a pesquisa. Daí não homem que vive atrás de uma chata máquina de escrever: sou
decorre que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, um rico lavrador da Rua Júlio de Castilhos.
seja capaz de ensinar. (Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, 2001)
O gasto médio anual por aluno numa das três
universidades estaduais paulistas, aí embutidas todas as Assinale a alternativa em que, nas duas passagens, há
despesas que contribuem direta e indiretamente para a boa termos empregados em sentido figurado.
pesquisa, incluindo inativos e aportes de Fapesp, CNPq e (A) ... beijado pelo vento do mar... (3º §) / Meu pé de milho
Capes, é de R$ 46 mil (dados de 2008). Ora, um aluno do é um belo gesto da terra. (3º §)
ProUni custa ao governo algo em torno de R$ 1.000 por ano em (B) Mas ele reagiu. (1º §) / ... na verdade aquilo era capim.
renúncias fiscais. (1º §)
Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber (C) Secaram as pequenas folhas... (1º §) / Sou um
que o país não dispõe de recursos para colocar os quase sete ignorante... (2º §)
milhões de universitários em instituições com o padrão de (D) Ele cresceu, está com dois metros... (2º §) / Tinha visto
investimento das estaduais paulistas. E o Brasil precisa centenas de milharais... (2º §)
aumentar rapidamente sua população universitária. Nossa (E) ... lança as suas folhas além do muro... (2º §) / Há muitas
taxa bruta de escolarização no nível superior beira os 30%, flores belas no mundo... (3º §)
contra 59% do Chile e 63% do Uruguai.
Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA 04. (IF/SC – Técnico de Laboratório)
(89%) e Finlândia (92%). Em vez de insistir na ficção Assinale a opção em que NÃO há palavra usada em sentido
constitucional de que todas as universidades do país precisam conotativo.
dedicar-se à pesquisa, faria mais sentido aceitar o mundo (A) Tuas atitudes são o espelho do teu caráter.
como ele é e distinguir entre instituições de elite voltadas para (B) Regras podem ser estabelecidas para uma convivência
a produção de conhecimento e as que se destinam a difundi-lo. pacífica.
O Brasil tem necessidade de ambas. (C) Pipocavam palavras no texto, como se fossem rabiscos
(Hélio Schwartsman,: http://www1.folha.uol.com.br, 2013.) coloridos do próprio pensamento
(D) Choviam risadas naquela peça de humor.
Assinale a alternativa em que a expressão destacada é (E) A sabedoria abre as portas do conhecimento.
empregada em sentido figurado.
Português 82
APOSTILAS OPÇÃO
05. (FAPESE - Assistente em Administração - versos seguindo estruturas formais ou livres (sem rima) sobre
UFS/2018) No período “Tomara que a revolta que eu e muitos diferentes assuntos. Essas especificações com relação às
sentiram não morra nas redes sociais”, a forma verbal “morra” formas é o que caracterizam os gêneros textuais.
(do verbo morrer) é: O que diferencia a literatura dos demais textos do “dia a
(A) usada em sentido denotativo; dia” é o seu caráter ficcional. Porém, esse conceito também é
(B) 3ª. pessoa do singular do pretérito perfeito, do modo questionável, uma vez que temos diversas manifestações
indicativo; textuais que podem ser consideradas literatura, como por
(C) uma flexão regular da 3ª. pessoa do singular, do exemplo, livros escritos baseados em acontecimentos reais,
pretérito imperfeito, do modo subjuntivo; como é o caso do livro A sangue frio do escritor e jornalista
(D) a flexão de 3ª. pessoa do singular, do futuro do norte-americano Truman Capote. Esse livro ficou conhecido
pretérito, do modo indicativo; como pertencente a um gênero intitulado “jornalismo
(E) usada em sentido conotativo. literário”, pois Capote acompanhou pessoalmente o
desenrolar do caso registrou os fatos presenciados e os
Gabarito depoimentos das testemunhas em forma de romance. Nele, o
autor se baseia em um evento não ficcional para produzir um
01.D / 02.A / 03.A / 04.B / 05.E romance no estilo jornalístico, porém, permeado de
subjetividade e de literalidade.
O mesmo acontece com o livro Os Sertões, do brasileiro
Euclides da Cunha. Considerado um clássico da literatura
7) Introdução à literatura A brasileira, seu relato acerca do conflito em Canudos é preciso,
arte literária, os gêneros porém, o texto literário deve-se ao estilo narrativo de Euclides,
literários e a evolução da arte recheado de elementos do gênero, e segue sendo estudado nas
escolas e nas faculdades de Letras.
literária, em Portugal e no Outro exemplo são os documentos dos viajantes que
Brasil. vieram ao Brasil na época de seu descobrimento. Seriam eles
considerados textos literários? É pouco provável, pois,
formalmente, tratam-se de textos descritivos responsáveis
pelo levantamento da vida e dos costumes no território
CONCEITO DE LITERATURA brasileiro caracterizando o que se convencionou chamar de
“literatura informativa”, que não possuiria o mesmo status da
Não há uma definição estabelecida acerca do conceito de literatura ficcional. Porém, é inegável que a Carta a el-Rei Dom
literatura39. Ela varia de acordo com o momento histórico e Manuel sobre o achamento do Brasil, de autoria de Pero Vaz de
com as condições de recepção de seu material (porque embora Caminha e outros documentos relativos ao descobrimento,
a literatura seja basicamente composta por textos literários, tenham valor literário, pois se tratam de belíssimos textos,
ainda há inúmeras discussões acerca do que seria esse “texto” ricos não apenas em descrições, mas também na narrativa de
e de quais seriam seus meios de difusão). Além disso, pode-se alguns episódios ocorridos durante a expedição liderada por
acrescentar que a literatura é, na realidade, uma reunião de Pedro Álvares Cabral, no caso da narrativa de Caminha.
diversos aspectos estruturais, sociais e culturais dentro de Há também uma forte discussão em torno das Histórias em
uma manifestação textual. Há artistas, como o poeta norte- Quadrinhos. Embora inseridas em uma linguagem diferente da
americano Ezra Pound, que afirmam que o poeta tem uma literária (isto é, a linguagem gráfica), a parte narrativa das
função social porque sua obra e suas palavras estão carregadas histórias assemelha-se muito ao material literário em prosa e
de significado. O poeta também diz que os escritores possuem verso. Não é à toa que a adaptação de romances e contos para
uma função social definida em razão de se encontrarem na histórias em quadrinhos se mostrou uma atividade popular e
posição de escritores, de trabalhadores das palavras e, que tem se desenvolvido bastante no final do século XX e início
portanto, possuem responsabilidade social. Sabemos que a do XXI.
literatura além de refletir a realidade vista pelos olhos dos
artistas, é um veículo de disseminação de ideias e, OBRA LITERÁRIA
independentemente de seu teor, causa determinados impactos
e sensações no imaginário de seus leitores. Uma obra literária apresenta-se a nós, em princípio, como
Segundo o teórico Jonathan Culler a literatura é um ato de uma realidade concreta. Essa realidade concreta é apenas a
fala que contrasta com outros tipos de atos de fala. O que forma da obra, sua expressão, porque seu conteúdo, ou aquilo
acontece, geralmente, é que os leitores acabam identificando o que ela expressa, é uma realidade abstrata, que existiu no
ato de fala literário por este se encontrar em um meio espírito do autor e passará a existir no espírito dos seus
associado à literatura (como por exemplo: livro de poemas, leitores, auditores ou espectadores. Os elementos
seção indicada em uma revista literária, biblioteca etc.), além fundamentais da obra literária: forma e conteúdo. A forma,
disso, o texto literário se diferencia dos textos não literários expressão ou linguagem, é um elemento concreto e
em razão da atenção dispensada nesse tipo de texto, isto é, não estruturado. Concreto porque podemos ler, ouvir ou ver e
é esperado que se leia um romance ou um poema como se podemos analisar objetivamente. A forma é o elemento que
fosse uma manchete de jornal ou um anúncio nos classificados, fixa o conteúdo e o transmite do espírito do escritor ao do
ou ainda como se estivéssemos ouvindo uma notícia veiculada leitor, auditor ou espectador. O conteúdo fixado e carregado
no rádio ou na televisão. pela forma é uma realidade imaterial; por exemplo: as
Podemos ir ainda mais além e pensar que o que diferencia personagens de um romance e suas ações são criadas pela
um texto literário de um não literário é a maneira como a imaginação do escritor, e passam a existir para o leitor apenas
narrativa é construída. No romance, predomina a narrativa na sua imaginação.
ficcional em forma de prosa (geralmente uma história O conteúdo e a forma de uma palavra, de uma frase e de
inventada, com personagens inventados e um conflito uma obra surgem concomitantemente no ato criador do artista
específico que norteia as atitudes dos personagens), na poesia, e concomitantemente se impõem à consciência do leitor,
Português 83
APOSTILAS OPÇÃO
auditor e espectador. Daí dizer-se que formam uma unidade. desde que sejam objeto de nossa consciência. Ao
Conteúdo e forma são, portanto, realidades concomitantes no conscientizarmos uma realidade, criamos, no espírito, uma
espírito e, de tal modo inter-relacionadas e interativas, que a ideia (noção abstrata) ou uma imagem (figuração) dessa
Teoria da Literatura as vê como unidade perfeita. Se realidade. O conteúdo de uma obra literária é um conjunto de
penetrarmos profundamente no espírito do escritor ideias e imagens da realidade ou supra realidade.
chegaremos à conclusão de que um escritor, apesar do
empenho que põe em expressar o máximo de estado Os dois Mundos da Realidade: o Natural e o
emocional que o domina, o máximo de sua intuição da Sobrenatural
realidade e o máximo de seu pensamento, depois de realizada
sua obra ainda fica dentro de si muita coisa que ele não A realidade física chega a esse psiquismo por intermédio
conseguiu dizer. No ato criador do artista há um fundo de nossas percepções sensoriais (vista, olfato, audição,
indizível que é um conteúdo sem forma. paladar, tato, etc.) a realidade psíquica é esse mesmo
psiquismo, de cujos fenômenos extremamente complexos
A Obra Literária: suas formas temos consciência (os sentimentos; as manifestações do
inconsciente; o raciocínio). O mundo sobrenatural – mundo
Na música a forma é o som, a frase musical, o ritmo, a sem as limitações impostas ao nosso mundo pelas leis da
harmonia e a melodia; na pintura é a linha, o desenho, a natureza física e psíquica. No conteúdo das obras literárias
composição, a perspectiva e a cor; na escultura e na podem ser tanto uma imagem do mundo natural (físico e
arquitetura são os volumes, suas formas e sua composição; na psicológico) como do sobrenatural. A arte literária é um tipo
coreografia são as posições e os movimentos rítmicos; e na de conhecimento da realidade.
literatura é fácil compreender, a forma é a linguagem,
composta de fonemas, palavras, frases e, quando escrita, Os Gêneros Literários
transformada em imagem visual. A linguagem falada e escrita
não é apenas o processo usado para nos comunicarmos com os Gênero Lírico
nossos semelhantes, mas também a forma ou “material” que os
escritores trabalham para conseguir expressar, da melhor É certo tipo de texto no qual um eu lírico exprime suas
maneira, o que conscientizam de seus estados criativos. emoções, ideias e impressões ante o mundo exterior.
Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e
Tipos de Forma ou Linguagem há predomínio da função emotiva da linguagem.
Um escritor não é apenas um homem que pensa e sente de Ardo em desejo na tarde que arde! Oh, como é belo dentro
modo diferente do comum dos homens; é também um artista, de mim Teu corpo de ouro no fim da tarde: Teu corpo que arde
que se empenha, tecnicamente, na expressão estrutural da dentro de mim Que ardo contigo no fim da tarde.
obra, para que a estrutura obtida seja a mais adequada ao
conteúdo que deseja expressar e a mais eficaz para levar o Manuel Bandeira
leitor a compreender e sentir sua obra.
Olhei até ficar cansado
A Arte de Escrever De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
A arte de escrever não consiste em saber a gramática da As flores que estão no canteiro
língua em que se escreve; é infinitamente mais: é saber obter
todos os efeitos nocionais, sonoros e visuais da expressão Os pulsos e os punhos que estão cortados
linguística; e quando os materiais linguísticos manipulados E o resto do meu corpo inteiro
não satisfazem às necessidades expressivas do estado criativo
ou artístico, a arte de escrever passa a ser também criadora de Titãs
expressão.
Gênero Épico: Nesse gênero há a presença de um narrador,
A Obra Literária: sua forma poemática que quase sempre conta uma história que envolve terceiros.
Isso implica certo distanciamento entre o narrador e o assunto
Quem pensa em estabelecer a diferença entre prosa e verso tratado, o que não ocorre no gênero lírico. Os verbos e os
ou, entre forma prosaica e forma poemática, parte do princípio pronomes quase sempre estão na 3ª pessoa, porque se trata
de que a prosa é a linguagem natural, enquanto que a “dele” ou “deles”. Além disso, os textos épicos pressupõem a
linguagem da poesia é artificial. presença de um ouvinte ou de uma plateia. Os textos épicos são
geralmente longos e narram histórias de um povo ou uma
- A prosa literária, se bem semelhante à linguagem comum, nação. Envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos
não é, evidentemente, uma linguagem comum, pois é sempre o e apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de
resultado de um trabalho estético do escritor. heróis e seus feitos.
- A linguagem poemática é também trabalhada
estilisticamente pelo escritor. Gênero Dramático: Trata-se do texto escrito para ser
- Poesia é o conteúdo do poema; e nesse caso o poema encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador
resulta em ser a expressão ou a forma da poesia (distinção que contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é
de pronto percebemos quando verificamos que poesia só os representada por atores, que assumem os papeis das
poetas são capazes de criar; ao passo que poema qualquer personagens. Todo o texto se desenrola a partir de diálogos,
pessoa aprende a construir). obrigando a uma sequência rigorosa das cenas e de suas
relações de causa e consequência.
Relação entre conteúdo da obra literária e a realidade
Estilos de Época
Realidade é tudo aquilo de que temos consciência. Todos
os seres, concretos e abstratos, verdadeiros ou imaginados, e O homem se modifica através dos tempos e, com ele,
todos os fatos ou fenômenos passam a ser, para nós, realidade, mudam também as formas de expressão acústica.
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- a conquista de Ceuta (1415) fato que daria início a um que as poesias palacianas foram desligadas da música, ou seja,
século de expansionismo lusitano; o texto poético passou a ser feito para a leitura e declamação,
- o envolvimento do homem comum com uma vida mais não mais para o canto.
prática e menos lirismo cortês, morto em 1325;
- o interesse de novos nobres e reis por produções O Teatro Vicentino
literárias diferentes do lirismo;
O teatro vicentino tem como característica principal a
Tudo isso explica a restrição do espaço para o exercício e a sátira. Por meio dela Gil Vicente criticou todas as camadas
manifestação da imaginação poética, a marginalização da arte sociais: a nobreza, o clero e o povo. Apesar de sua extrema
lírica e o fim do Trovadorismo. A partir daí, o ambiente se religiosidade o alvo das sátiras de Gil era o frade que se
tornou mais propício à crônica e à prosa histórica, ao menos entregava enlouquecidamente aos amores proibidos, a venda
nas primeiras décadas do período. de indulgências, ao misticismo, ao mundanismo, à depravação
dos costumes. Gil não fez exceção à hierarquia clerical; criticou
Características do Humanismo desde o frade de aldeia até o papa. No âmbito dos fiéis, criticou
aqueles que rezavam mecanicamente; os que solicitavam, a
Culturalmente, a melhoria técnica da imprensa propiciou Deus, favores pessoais e os que assistiam à missas por
uma divulgação mais ampla e rápida do livro, democratizando obrigação social:
um pouco o acesso a ele. O homem desse período passa a se Sapateiro: Quantas missas eu ouvi, / nom me hão elas de
interessar mais pelo saber, convivendo com a palavra escrita. prestar? Diabo: Ouvir missa, então roubar – / é caminho para
Adquire novas ideias e outras culturas como a Greco-latina. O aqui. (diálogo entre um sapateiro e o Diabo; enxerto do Auto
homem, sobretudo, percebeu-se capaz, importante, agente. da Barca do Inferno). Digno de observação é que, no teatro de
Acreditando-se dotado de “livre arbítrio”, isto é, capacidade de Gil Vicente, o diabo nunca força ninguém ao pecado. As
decisão sobre a própria vida, não mais determinada por Deus, próprias pessoas o cometem por si só. Por exemplo: na peça
afasta-se do teocentrismo, assumindo, lentamente, um Auto da Feira, o Diabo, do mesmo modo que um camelô, monta
comportamento baseado no antropocentrismo. sua banca para oferecer os pecados, quando é interpelado por
Isso implica profundas transformações culturais, de uma um anjo que assim argumenta o Diabo:
postura religiosa e mística, o homem passa gradativamente a
uma posição racionalista. O Humanismo funcionará como um [...]
período de transição entre duas posturas. Por isso, a arte da Mas cada um veja o que faz, porque eu não forço ninguém.
época é marcada pela convivência de elementos espiritualistas Se me vem comprar qualquer clérigo, ou leigo, ou frade falsas
(teocêntricas) e terrenos (antropocêntricos). A Historiografia, manhas de viver, muito por sua vontade, senhor, que lhe hei-de-
a poesia, a prosa doutrinária e o teatro apresentaram fazer?
características específicas. Outra classe social muito criticada por Gil foi a baixa
nobreza, representada pelo fidalgo decadente. Por outro lado,
Prosa Doutrinária: Com o aumento de interesse pela ele tinha especial carinho pelo "lavrador", que considerava o
leitura, houve um significativo e rápido crescimento da cultura "verdadeiro povo", vítima da exploração de toda a estrutura
com o surgimento de bibliotecas e a intensificação de social:
traduções de obras religiosas e profanas, além de atualização Sempre é morto quem do arado há - de viver.
de escritos antigos. Esse envolvimento com o saber atingiu Nos somos a vida das gentes, E morte de nossas;
também a nobreza, a ponto de as crônicas históricas passarem A tiranos – pacientes
a ser escritas pelos próprios reis, especificamente da dinastia Que a unhas e a dentes nos tem as almas roídas.
de Avis, com os exemplos de D. João I, D. Duarte e D. Pedro. [...]
Essa produção recebeu o nome de doutrinária, porque (excerto do Auto da Barca do Purgatório)
incluíam a atitude de transmitir ensinamentos sobre certas
práticas diárias, e sobre a vida. Dos outros tipos humanos que povoaram os textos de Gil
Vicente temos: O judeu ganancioso; a velha beata, o médico
Poesia Palaciana: O Mercantilismo e outros incompetente, a mulher adúltera, o padre corrupto, o sapateiro
acontecimentos de âmbito português modificaram o gosto que rouba o povo, a alcoviteira, o velho apaixonado que se
literário do público, diminuindo-o quanto à produção lírica, o deixa roubar. Gil Vicente não tem a preocupação de fixar tipos
que manteve a poesia enfraquecida durante um século (mais psicológicos, e sim sociais; pondo em relevo os vícios da época.
ou menos de 1350 a 1450). No entanto, em Portugal, graças à Ridiculariza a imperícia dos médicos (físicos) na Farsa dos
preferência do rei D. Afonso V (1438-1481), abriu-se um Físicos; as práticas da feitiçaria, no Auto das Fadas, o
espaço na corte lusitana para a prática lírica e poética. Assim, relaxamento dos costumes clericais, no Clérigo da Beira, no
essa atividade literária sobreviveu em Portugal, ainda que Auto da Barca do Inferno e na Farsa de Inês Pereira. Porém, a
num espaço restrito, e recebeu o nome de Poesia Palaciana, maior parte das personagens de seu teatro, não tem nome de
também identificada por quatrocentista. Essa produção batismo; são designados pela profissão ou pelo tipo humano
poética tem certa limitação quanto aos conteúdos, temas e que representam.
visão de mundo, porque seus autores, nobres e fidalgos, Quanto à forma (cenários e montagens) o teatro de Gil é
abordavam apenas realidades palacianas, como assunto de extremamente simples. O texto apresenta estrutura poética,
montaria, festas, comportamentos em palácios, modas, trajes e com predomínio da redondilha maior, havendo varias cantigas
outras banalidades sem implicação história abrangente. O populares no corpo de sua peça, promovendo a participação
amor era tratado de forma mais sensual do que no da plateia. A produção completa de Gil Vicente constitui-se de
Trovadorismo, sendo menos intensa a idealização da mulher. 44 peças, sendo 17 escritas em português, 11 em castelhano e
Também neste gênero poético, ocorre a sátira. 16 bilíngues.
Formalmente são superiores à poesia trovadoresca, seja
pela extensão dos poemas graças à cultura dos autores, seja O Auto da Barca do Inferno
pelo grau de inspiração, seja pela musicalidade ou mesmo pela
variedade do metro estes dois últimos recursos conferiam a Antes de mais nada, "auto" é uma designação genérica para
cada poema a chance de possuírem ritmo próprio. A diferença peça, pequena representação teatral. Originário na Idade
mais significativa em relação às cantigas do Trovadorismo é Média, tinha de início caráter religioso; depois tornou-se
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A arte medieval, feita normalmente no interior das Igrejas, vida urbana e à burguesia. Basta lembrar que Veneza e Gênova
espelhava esta mentalidade. Pinturas e esculturas não tinham foram duas importantes cidades portuárias italianas, ambas
preocupações estéticas e sim pedagógicas: mostrar a miséria com uma poderosa classe de ricos mercadores.
do mundo e a grandiosidade de Deus. As figuras eram rústicas, - a Itália foi o centro do Império Romano e por isso tinha
desproporcionais e acanhadas. Os quadros não tinham mais presente a memória da cultura clássica. Como vimos, o
perspectiva. Como as obras de arte eram de autoria coletiva, o Renascimento inspirou-se na cultura greco-romana.
artista medieval é anônimo. A literatura medieval era - o contato com árabes e bizantinos, por meio do comércio,
composta de textos teológicos, biografias de santos e histórias deu condições para que os italianos tivessem acesso às obras
de cavalaria. Isto refletia o domínio da Igreja e da nobreza clássicas preservadas por esses povos. Quando Constantinopla
sobre a sociedade. Essa visão de mundo não combinava com a foi conquistada pelos turcos, em 1453, vários sábios
experiência burguesa. Essa nova classe devia a sua posição bizantinos fugiram para Itália levando manuscritos e obras de
social e econômica ao seu próprio esforço e não à vontade arte.
divina, como o nobre. - O grande acúmulo de riquezas obtidas no comércio com
O sucesso nos negócios dependia da observação, do o Oriente, formou uma poderosa classe de ricos mercadores,
raciocínio e do cálculo. Características que se opunham às banqueiros e poderosos senhores. Esse grupo representava
explicações sobrenaturais, próprias da mentalidade medieval. um mercado para as obras de arte, estimulando a produção
Por outro lado, era uma classe social em ascensão, portanto intelectual. Muitos pensadores, pintores, escultores e
otimista. Sua concepção de mundo era mais materialista. arquitetos se tomaram protegidos dessa poderosa classe. À
Queria usufruir na terra o resultado de seus esforços. E essa prática de proteger artistas e pensadores deu-se o nome
também claro que o comerciante burguês era essencialmente de mecenato. Entre os principais mecenas podermos destacar
individualista. Quase sempre, o seu lucro implicava que outros os papas Alexandre II, Júlio II e Leão X. Também ricos
tivessem prejuízo. A visão de mundo da burguesia estará mercadores e políticos foram importantes mecenas, como, por
sintonizada com a renovação cultural ocorrida nos fins da exemplo, a família Médici.
Idade Média e no começo da Idade Moderna. A essa renovação Já no século XIV surgiram as primeiras figuras do
denominamos Renascimento. Renascimento, como, por exemplo, Giotto (na pintura), Dante
Allighieri, Boccaccio e Francesco Petrarca (na literatura). No
Características do Renascimento Cultural século XV a produção cultural atingiu uma grande intensidade.
Mas foi no século XVI que o Renascimento atingiu o auge.
O Renascimento significou uma nova arte, o advento do
pensamento científico e uma nova literatura. Nelas estão A Decadência do Renascimento Italiano
presentes as seguintes características:
- antropocentrismo (o homem no centro): valorização do A decadência do Renascimento italiano pode ser explicada
homem como ser racional. Para os renascentistas o homem por diversos fatores. As lutas políticas internas entre as
era visto como a mais bela e perfeita obra da natureza. Tem diversas cidades-estados e a intervenção das potências
capacidade criadora e pode explicar os fenômenos à sua volta. políticas da época (França, Espanha e Sacro Império
- otimismo: os renascentistas acreditavam no progresso e Germânico), consumiram as riquezas da Itália. Ao mesmo
na capacidade do homem de resolver problemas. Por essa tempo, o comércio das cidades italianas entrou em franca
razão apreciavam a beleza do mundo e tentavam captá-la em decadência depois que a Espanha e Portugal passaram a
suas obras de arte. liderar, através da rota do Atlântico, o comércio com o Oriente.
- racionalismo: tentativa de descobrir pela observação e
pela experiência as leis que governam o mundo. A razão O Renascimento em outras partes da Europa
humana é a base do conhecimento. Isto se contrapunha ao
conhecimento baseado na autoridade, na tradição e na O renascimento comercial e urbano ocorreu em várias
inspiração de origem divina que marcou a cultura medieval. partes da Europa. Desta forma, criaram-se as condições para a
- humanismo: o humanista era o indivíduo que traduzia e renovação cultural, assim como ocorreu na Itália. Nos Países
estudava os textos antigos, principalmente gregos e romanos. Baixos, uma classe de ricos comerciantes e banqueiros estava
Foi dessa inspiração clássica que nasceu a valorização do ser ligada ao consumo e à produção de obras de arte e literatura.
humano. Uma das características desses humanistas era a não Um dos grandes pintores flamengos foi Brueghel, que viveu em
especialização. Seus conhecimentos eram abrangentes. Antuérpia. Ele pintou, principalmente, cenas da vida cotidiana,
- hedonismo: valorização dos prazeres sensoriais. Esta retratando o estilo de vida da classe burguesa em ascensão (A
visão se opunha à ideia medieval de associar o pecado aos bens Dança do Casamento, de 1565). Destacaram-se ainda os
e prazeres materiais. irmãos pintores Hubert e Jan van Eyck (A Virgem e o Chanceler
- individualismo: a afirmação do artista como criador Rolin). A crítica à intolerância do pensamento religioso
individual da obra de arte se deu no Renascimento. O artista medieval foi feita por Erasmo de Roterdan (1466-1529) com
renascentista assinava suas obras, tomando-se famoso. sua obra Elogio da Loucura.
- inspiração na antiguidade clássica: os artistas Na França, o Renascimento teve importantes expoentes:
renascentistas procuraram imitar a estética dos antigos gregos - na literatura e filosofia, Rabelais (1490-1 553), autor de
e romanos. O próprio termo Renascimento foi cunhado pelos Gargantua e Pantagruel, obra na qual critica a educação e as
contemporâneos do movimento, que pretendiam estar táticas militares medievais. Montaigne (1533-1592), autor de
fazendo renascer aquela cultura, desaparecida durante a estudos filosóficos céticos intitulados Ensaios, nos quais o
“Idade das Trevas” (Média). principal objeto de crítica é o clero.
- nas ciências, Ambroise Pare (1517-1590) destacou-se
Itália: o Berço do Renascimento com estudos de medicina. Inventou uma nova técnica para
sutura das veias.
O Renascimento teve início e atingiu o seu maior brilho na Na Espanha, a forte influência da Igreja Católica e o clima
Itália. Daí irradiou-se para outras partes da Europa. O repressivo da Contra-Reforma, dificultaram as inovações.
pioneirismo italiano se explica por diversos fatores: Desta forma, as realizações culturais marcadamente
- a vida urbana e as atividades comerciais, mesmo durante renascentistas foram reduzidas. Nas artes plásticas destacou-
a Idade Média, sempre foram mais intensas na Itália do que no se El Greco (1575-1614), o grande pintor espanhol do
resto da Europa. Como vimos, o Renascimento está ligado à Renascimento (O Enterro do Conde de Orgaz e A Visão
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Apocalíptica). Na literatura, a Espanha produziu um dos de juros, estranhos a essa economia, passaram a ser essenciais
maiores clássicos da humanidade. Trata-se de D. Quixote de La depois do renascimento comercial. De modo que a burguesia
Mancha, de Miguel de Cervantes, obra na qual o personagem tendia a não aceitar aqueles dogmas religiosos.
principal (D.Quixote) é um cavaleiro romântico que imagina - Político. Como vimos em capítulo anterior, o poder
estar vivendo em plena Idade Média. A metáfora é referente à nacional do rei, surgido com a centralização política, se
decadência da cavalaria e ao conflito entre a mentalidade contrapunha ao poder supranacional da Igreja. Os conflitos
moderna e a medieval. Na ciência, a Espanha contribuiu com entre os interesses das monarquias nacionais e os de Roma se
Miguel de Servet, que se destacou pelo seus estudos da manifestavam nos direitos de cobrar impostos, na
circulação do sangue. administração da justiça e na nomeação dos bispos. Os reis não
Na Inglaterra, um dos principais expoentes do podiam admitir que as rendas obtidas pela Igreja em seus
Renascimento foi Tomas Morus (1475-1535), autor de Utopia, domínios fossem enviadas para Roma. Por outro lado,
obra que descreve as condições de vida da população de uma precisavam impor sua justiça em todo o território nacional, e
ilha imaginária, onde não havia classes sociais, pobreza e isto significava a supressão dos tribunais eclesiásticos.
propriedade privada. É também inglês o maior dramaturgo de Além disso, os reis disputavam com os papas o direito de
todos os tempos, William Shakspeare (1564-1616). Foi sob o nomear os bispos, pois estes tinham um grande poder político.
reinado de Isabel 1 que Shakspeare produziu a maioria de suas Portanto, o rompimento dos Estados Nacionais com a Igreja
obras, dentre as quais destacam-se Hamlet, Ricardo III, Católica, foi uma decorrência natural desses conflitos de
Macbeth, Otelo e Romeu e Julieta. Destaca-se ainda no interesses. Foram ainda fatores importantes para a Reforma a
Renascimento inglês, o filósofo Francis Bacon (1561-1626), crise e a decadência da Igreja Católica. O luxo do clero, a
autor de Novun Organun. Esse autor pode ser considerado um compra de cargos eclesiásticos, o envolvimento da Igreja nas
dos precursões do Iluminismo. questões políticas, a má formação teológica dos padres, a
Em Portugal, o grande representante do renascimento venda de indulgências (perdão da Igreja aos pecados) e de
literário foi Luís Vaz de Camões (1525-1580), autor de Os falsas relíquias religiosas contribuíam para o desprestígio da
Lusíadas, poema épico que narra os grandes feitos da instituição diante dos fiéis.
navegação portuguesa. O teatro português renascentista foi
imortalizado por Gil Vicente, autor das obras Trilogia das Antecedentes da Reforma - As Heresias
Barcas e a Farsa de Inês Pereira.
Na Alemanha, a pintura renascentista consagrou os nomes A Igreja Católica considerava como herética toda e
de Hans Holbein (1497-1553) e Albert Durer (1471-1528). qualquer manifestação religiosa (ou não) que não estivesse
Podemos destacar ainda, como representantes do conforme a sua doutrina e submetida a sua autoridade. Uma
Renascimento científico, o monge polonês Nicolau Copérnico das heresias que floresceram durante a Baixa Idade Média foi
(1473-1543), que formulou, antes de Galileu, a teoria a de John Wycliffe (1320-1384), professor de Oxford
heliocêntrica (sol no centro do sistema planetário); e Kepler (Inglaterra). Ele achava que a Igreja deveria ser subordinada
(1571-1630), inventor do telescópio e estudioso das leis da ao Estado. Não admitia a veneração de imagens, nem a
mecânica celeste. Demonstrou que a órbita que os planetas confissão e o perdão que a Igreja dava aos pecados. A salvação
descrevem em torno do sol é elíptica. dos homens era uma questão direta entre estes e Deus. Estes
ensinamentos foram suficientes para transformar Wycliffe em
A Reforma Religiosa um herético.
Também em Praga, na Boêmia, Jan Huss (1369-1415),
Podemos definir a Reforma Religiosa como o movimento reitor da universidade local, atacou os abusos da Igreja e
que rompeu a unidade religiosa da Europa ocidental, dando defendeu princípios semelhantes aos de Wycliffe. Sua
origem a novas igrejas cristãs. Com ela a Igreja Católica perdeu influência foi tão grande que o papa decidiu pela sua
o monopólio religioso que mantivera durante a Idade Média. A excomunhão. Huss foi queimado por heresia. Wycliffe e Huss
Reforma Religiosa foi contemporânea do Renascimento, e foram precursores do movimento reformista do século XVI.
também pode ser explicada pelas transformações econômicas Muitas revoltas populares tiveram inspiração religiosa. Os
e sociais ocorridas na Europa na transição da Idade Média para ensinamentos de Wycliffe inspiraram propostas radicais,
os tempos modernos. Todavia, enquanto o Renascimento foi como as do monge John Baíl. Elas acabaram desencadeando
um movimento de elite, a Reforma envolveu todas as camadas uma revolta camponesa liderada por Watt Tyler (1381). Por
sociais europeias. meio de uma nova interpretação do cristianismo, tentava-se
também criar formas alternativas de organização social. Este
Fatores que explicam a Reforma foi o caso dos cátaros (albigenses) e dos valdenses,
movimentos heréticos aniquilados com extrema violência pela
Os fatores que explicam a Reforma Religiosa são de ordem Igreja.
cultural, econômica e política.
- Cultural. O racionalismo e a valorização do homem, A Reforma Luterana
próprios do Renascimento, deram origem a uma mentalidade
que se opunha a religiosidade católica medieval. O espírito Martinho Lutero (1483-1546), era um monge agostiniano
crítico do Renascimento colocou em xeque os tradicionais alemão de sagaz inteligência e estudioso da bíblia. Com base
ensinamentos da Igreja. A divulgação e a leitura dos textos nos seus estudos começou a criticar os abusos da Igreja.
bíblicos, dos escritos dos sábios da antiguidade e dos santos da Depois de uma viagem à Roma voltou abalado com o luxo, a
Igreja criaram um clima de debate e questionamento das decadência de costumes e a corrupção do alto clero. O conflito
verdades estabelecidas. Tanto que os primeiros movimentos de Lutero com a Igreja começou com suas críticas à venda de
que questionaram a autoridade da Igreja surgiram no interior indulgências na Alemanha. Lutero criticou não só o fato de
das Universidades. O homem renascentista exigia uma religião serem vendidas, mas o próprio valor espiritual dessas
mais adequada aos novos tempos. indulgências. Segundo ele, a Igreja não tinha o poder de
- Econômico. O renascimento comercial criou uma nova conceder perdão aos pecados. Isto só caberia a Deus. A
realidade econômica na Europa. A Igreja teve dificuldade em polêmica acabou levando à excomunhão de Lutero. O monge
adequar os seus ensinamentos a essa nova realidade. Os rebelde rasgou a bula da excomunhão e afixou na porta da
dogmas católicos tradicionais combinavam com a economia de catedral de Wittemberg as famosas 95 teses. Neste documento
subsistência da Idade Média. No entanto, o lucro e a cobrança já estão presentes as linhas mestras de sua doutrina.
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Basicamente, a doutrina luterana divergia do catolicismo nos por Deus, resultando no progresso econômico. O estudioso
seguintes pontos: alemão Max Weber, na obra A Ética Protestante e o Espírito do
- Livre-exame. O crente teria direito de ler a bíblia e tirar Capitalismo, mostrou a relação existente entre o calvinismo e
suas próprias conclusões. Desta forma, Lutero negava à Igreja o desenvolvimento do capitalismo. Segundo esse autor, o
o direito de ser a intérprete da palavra divina. calvinismo favorece a acumulação capitalista, prescrevendo
- Salvação pela fé. Com base em São Paulo, Lutero afirmava uma vida dedicada ao trabalho e à poupança. Coincidência ou
que o homem está destinado a pecar. Para São Paulo o homem não, os países do norte da Europa, onde o capitalismo mais se
não é capaz de fazer o bem que quer mas faz o mal que não desenvolveu, localizam-se exatamente nas áreas onde a
quer. Assim não se salvará pelas obras, mas sim pelo reforma calvinista mais se implantou.
arrependimento e pela fé.
- Condenação do celibato. Para Lutero não havia A Expansão do Calvinismo
fundamento bíblico para o celibato do clero. Sendo assim, os
ministros da Igreja deveriam se casar. A partir da Suíça, os pregadores calvinistas conseguiram
- Condenação da veneração ou culto aos santos. A difundir sua doutrina em várias partes da Europa. Na
veneração e culto deveriam ser prestados somente a Deus. As Inglaterra os calvinistas ficaram conhecidos como puritanos.
imagens que enchiam as Igrejas católicas eram vistas por Foram perseguidos e imigraram em grande número para a
Lutero como pura idolatria. América. Na Escócia, ficaram conhecidos como presbiterianos,
- Negação do dogma da transubstanciação. O vinho e o pão e na França como huguenotes. A burguesia encontrou no
não se transformariam no sangue e no corpo de Cristo. A calvinismo a doutrina adequada à seus interesses e ao seu
comunhão seria apenas uma reafirmação da fé na ressurreição modo de vida. Incompatibilizada com o princípio católico do
de Cristo e na sua promessa de resgatar os pecados. justo preço e da proibição da usura, a burguesia abraçou a
- Negação da infalibilidade papal. Para Lutero os papas nova doutrina.
estavam sujeitos ao erro como qualquer ser humano. Um dos
fatores principais da vitória da Reforma Luterana foi o apoio A Reforma Anglicana
que o ex-monge recebeu dos nobres alemães. Como a Igreja
era a maior proprietária de terras na Alemanha, os príncipes De todos os movimentos reformistas, a Reforma Anglicana
viram no conflito religioso uma oportunidade de se apossarem foi a que mais claramente revelou motivos políticos. Ela teve
destas terras. origem no conflito entre o rei Henrique VIII (1509-1547) da
Inglaterra e o papa Clemente VII, que não concordou em
Os camponeses alemães, oprimidos pela miséria, viram na conceder ao rei o divórcio de sua primeira esposa, Catarina de
pregação reformista uma esperança para seus males. Eles Aragão. Esse conflito, aparentemente simples, escondia
também queriam as terras eclesiásticas. Todavia, Lutero não divergências mais profundas. Vimos que a centralização
endossou as pretensões camponesas, pois estava identificado política opunha os monarcas nacionais à Igreja. Além disso,
com os interesses da nobreza. O reformador que apoiou e Henrique VIII pretendia confiscar as terras da Igreja em solo
liderou as revoltas camponesas foi Tomas Mtinzer, o teólogo inglês. A questão do divórcio serviu como pretexto para o
da revolução. Segundo Miinzer, o reino de Deus deveria ser rompimento definitivo. Por meio do Ato de Supremacia,
implantado neste mundo. O conflito entre nobres e Henrique VIII tornou-se o chefe da Igreja inglesa. Os membros
camponeses deu origem a uma guerra civil na Alemanha. Os do clero inglês tiveram que jurar fidelidade ao rei e romper
camponeses foram massacrados pelos nobres, em 1523, com com o papa. Os que se recusaram, foram destituídos e
pleno apoio de Lutero. perseguidos. As terras confiscadas da Igreja foram vendidas à
Na época, o Sacro Império Germânico era composto por nobreza inglesa, que, desta forma, se tornou fiel partidária da
vários estados semi-independentes. A rebeldia e a ambição Igreja Anglicana.
dos príncipes alemães ameaçava mais ainda a pouca Como se pode perceber, esta reforma não se deu por
autoridade do imperador. Dessa forma, o imperador condenou motivos doutrinários e sim claramente políticos. Por isso,
a Reforma e apoiou a Igreja. A oposição entre o Imperador inicialmente, a religião anglicana pouco diferia da católica. Se
(apoiado pela Igreja) e os nobres alemães (apoiados por diferenciava apenas pelo uso do inglês em lugar do latim e pela
Lutero), resultou em uma prolongada guerra político- obediência ao rei e não ao papa. Mais tarde, sofreu algumas
religiosa. Depois dessa guerra, a Alemanha ficou dividida em mudanças introduzidas pela rainha Isabel 1, filha de Henrique
estados católicos e luteranos. Uma das características do VIII.
luteranismo, certamente em virtude da vinculação entre
Lutero e os príncipes alemães, é a defesa da união Estado- A Contra-Reforma
Igreja. A Igreja Luterana já nasceu vinculada ao Estado.
Podemos definir a Contra-Reforma como o conjunto de
A Reforma Calvinista medidas tomadas pela Igreja Católica para deter o avanço das
igrejas reformadas. A principal providência tomada foi a
João Calvino (1509-1564), francês e seguidor das ideias convocação do Concílio de Trento (1545-1563). Neste
luteranas, se estabeleceu em Genebra (Suíça), onde escreveu Concílio foram reafirmados os dogmas e os princípios católicos
As Instituições Cristãs. Nessa cidade começou a pregar a sua negados pelos reformadores. Foram criados o Index Libro rum
doutrina, que tinha muitos pontos em comum com o Prohibitorum (relação de livros proibidos); o Catecismo, para
luteranismo. A diferença mais importante se refere à doutrina dar educação religiosa, principalmente às crianças, e
da salvação. Para Lutero, como vimos, a salvação se dá pela fé Seminários, para formar melhor o clero. O Tribunal do Santo
e para Calvino pela predestinação. Baseando-se em Santo Ofício (Inquisição) foi remodelado e reativado para perseguir
Agostinho, Calvino diz que nós viemos ao mundo os que se desviassem dos princípios católicos. A Contra-
predestinados por Deus a sermos salvos ou condenados. Desta Reforma reafirmava ainda que só à Igreja era permitida a
forma, a nossa salvação não depende da fé e nem das boas interpretação da bíblia.
obras, mas sim da escolha divina. Nesta época, a ordem religiosa fundada por Inácio de
Os sinais da escolha divina se manifestariam na vida dos Loiola, Companhia de Jesus, foi reconhecida pela Igreja. Esta
indivíduos. O trabalho, a pureza de costumes, o cumprimento ordem teria importante papel da difusão do catolicismo na
dos deveres para com a sociedade e a família seriam alguns América. Os jesuítas, submetidos a uma rigorosa disciplina, se
desses sinais. Esse cidadão teria também a sua vida abençoada dedicavam à educação e à catequese. A Contra-Reforma
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APOSTILAS OPÇÃO
conseguiu afastar a ameaça reformista do sul da Europa. Até “Então, tu és Virgílio, aquela fonte
hoje, Itália, Espanha e Portugal são países essencialmente Que expande de eloquência num largo rio?”
católicos. Mas, muitos estudiosos atribuem o relativo atraso - perguntei-lhe, baixando humilde a fronte.
cultural e científico dos países católicos à atuação repressiva “Dos outros poetas honra e desafio, Valham-me o longo
da Igreja. esforço e o fundo amor Que ao teu poema voltei anos a fio.
Na verdade, és meu mestre e meu autor; Ao teu exemplo
Classicismo (Século XVI) devo, deslumbrado,
O belo estilo que é meu só valor.”
A história da cultura renascentista nos ilustra com clareza
todo o processo de construção do homem e da sociedade O Renascimento foi um amplo movimento cultural que
contemporânea. Nela se manifestam os germes do aconteceu na Europa ocidental nos séculos XV e XVI, que
individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, conheceu seu apogeu entre 1490 e 1560, embora se possam
típicos de comportamentos mais imperativos e considerar antecedentes e prolongamentos isolados. Apesar
representativos do nosso tempo. Ela consagra a vitória da de o termo Renascimento ser normalmente empregado para
razão abstrata, que é a instância suprema de toda a cultura designar as transformações desses séculos ocorridas no
moderna, versada no rigor das matemáticas, que passarão a campo da cultura, suas ligações com outros domínios da
reger os sistemas de controles do tempo, do espaço, do sociedade europeia são evidentes. Alguns historiadores
trabalho e do domínio da natureza. chegam a falar também em renascimento comercial, político e
A literatura renascentista caracteriza-se por imitar as religioso. Pode-se afirmar que o Renascimento é a expressão
obras de escritores da Antiguidade Clássica Greco- Latina; por artística dos sentimentos e anseios do homem dos séculos XV
isso, é chamada Classicismo. Portanto, o Classicismo do século e XVI, uma época de profundas transformações sociais e
XVI é a expressão literária de um movimento mais amplo, o ideológicas.
Renascimento, que envolveu as artes, a ciência e a cultura em Marcada por um espírito de euforia econômica, de
geral. O interesse pela cultura Greco-Latina e a imitação de coragem e ousadia decorrente das navegações e por uma
seus autores, porém, não se restringem ao século XVI. profunda revisão de valores provocada pelas descobertas
Estendem-se até o final do século XVIII, formando uma científicas e pela Reforma, essa foi uma época em que o
verdadeira Era Clássica, introduzida pelo Classicismo e homem, acreditando em sua capacidade de explorar e dominar
seguida pelo Barroco e pelo Arcadismo (ou Neoclassicismo). o mundo substitui a visão terrestre, fechada pelos limites do
feudo medieval, por uma visão marítima, aberta, em
ANTIGUID IDADE ERA CLÁSSICA consequência das navegações e das conquistas. Sendo o
ADE MÉDIA resultado dos esforços empreendidos pelos primeiros
Cultura Alta Baix Classicis Barro Arcadis humanistas do século XIV e das transformações que se
Greco- Idad a mo co mo operaram nos séculos XV e XVI, a arte renascentista está
Latina e Idad voltada para dois horizontes: de um lado, a cultura clássica
Méd e Greco-latina, fonte de inspiração e modelo para humanistas e
ia Méd renascentistas; de outro, o seu próprio tempo, um tempo em
ia que o homem desafiou os limites do mundo conhecido e se
Século XII Sécu Sécu Século Sécul Século lançou na conquista do globo terrestre.
a.C. – II a.C lo V lo XVI o XVII XVIII Entre os séculos XV e XVI, Portugal tornou-se um dos
– XI XII - países mais importantes da Europa, em virtude de seu papel
Sécu XV decisivo no processo de expansão marítima e comercial. O país
lo amadurecia como Estado, povo, língua e cultura; contudo,
XII faltava aos portugueses uma grande obra literária que
consagrasse a euforia que viviam. O poema épico Os Lusíadas,
Classicismo e Humanismo de Luís Vaz de Camões, é a resposta concreta a esse desejo,
- a literatura renascentista portuguesa do século XVI projetando a literatura portuguesa entre as mais significativas
resultou das inovações que vinham ocorrendo na Europa, do cenário europeu nesse momento histórico.
particularmente na Itália, desde o final do século XIII.
- bem mais adiantados do que os escritores de outros Quinhentismo – Classicismo
países – ainda mergulhados no espírito religioso da Idade
Média – os artistas e intelectuais italianos, desde aquela Medida Nova – decassílabos heroicos e sáficos, oitava-
época, já se empenhavam em traduzir para o italiano e imitar rima...
as obras da Antiguidade Greco-Latina, além de difundir suas
ideias. Características Gerais da Estética
- esse grupo de artistas, chamados humanistas, defendia
que a cultura pagã, anterior ao aparecimento do cristianismo, As armas e os barões assinalados,
era mais rica e expressiva, pois valorizava o indivíduo, seus Que da ocidental praia Lusitana,
feitos heroicos e sua capacidade de dominar e transformar o Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além
mundo. da Taprobana,
- a atitude de valorização das capacidades físicas e Em perigos e guerras esforçados,
espirituais do homem foi chamada de antropocentrismo e, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota
naturalmente, contrapunha-se à visão teocêntrica do mundo edificaram
imposto pela Igreja. Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas Daqueles Reis, que foram
Texto I dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando; E aqueles, que por
Neste fragmento do Canto I da Divina Comédia, Dante obras valerosas,
desce ao inferno e, perdido, encontra um vulto. Pede- lhe ajuda Se vão da lei da morte libertando; Cantando espalharei por
e, pela resposta recebida, percebe se tratar do espectro de toda parte,
Virgílio, poeta latino. Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
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APOSTILAS OPÇÃO
Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes Se lá no assento etério, onde subiste, Memória desta vida
que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano se consente,
A fama das vitórias que tiveram; Não te esqueças daquele amor ardente
Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Que já nos olhos meus tão puro viste.
Marte obedeceram: E se vires que pode merecer-te
Cesse tudo o que a Musa Antígua canta, Que outro valor mais Alguma cousa a dor que me ficou
alto se alevanta. Da mágoa, sem remédio, de perder-te;
Roga a Deus que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me
Características: leve a verte,
Quão cedo de meus olhos te levou.
- Comedimento racional;
-Valorização do homem, colocado no centro do universo IV
(antropocentrismo);
- Superioridade humana ante a natureza e os deuses; Busque Amor novas artes, novo engenho, Para matar-me,
- A universalidade; e novas esquivanças;
- A retomada dos ideais Greco-romanos e a busca da Que não pode tirar-me as esperanças,
perfeição, do rigor métrico, do equilíbrio e da harmonia. Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho! Vede que perigosas
Poesia Lírica - composta utilizando-se da forma poética seguranças!
tradicional (a medida velha, utilizada no Período Medieval) e Que não temo contrastes nem mudanças, Andando em
da forma renascentista (medida nova) e tem como base a bravo mar, perdido o lenho.
angústia interior que o “eu” sente ao sondar seu próprio Mas, conquanto não pode haver desgosto
mundo e o de sua amada, irmanando-se a todos os homens Onde esperança falta, lá me esconde
pelo sofrimento universal causado pelo amor. Além disso, Amor um mal, que mata e não se vê.
também se preocupa com o propósito da existência humana, Que dias há que n'alma me tem posto
tentando analisar o porquê dos atos humanos, buscando Um não sei quê, que nasce não sei onde, Vem não sei como,
justificativas para a existência humana. e dói não sei porquê.
Sonetos V
III Mas como causar pode seu favor nos corações humanos
amizade,
Alma minha gentil, que te partiste se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Tão cedo desta vida descontente, Repousa lá no Céu Epopeia;
eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
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APOSTILAS OPÇÃO
Literatura de informação
8) Literatura brasileira Na carta de Pero Vaz de Caminha, há uma minuciosa
Contexto histórico, descrição dos nativos, tanto em termos de aparência quanto de
características, principais comportamento. Do mesmo modo, são citados direta e
indiretamente cerca de dezoito membros da tripulação e sua
autores e obras do interação com os nativos. O primeiro escambo (troca) ocorre
Quinhentismo, Barroco, em clima amistoso, embora Caminha relate a ansiedade dos
Arcadismo, Romantismo, navegantes em relação a possível presença de metais
preciosos na nova terra. Cita as reações dos índios diante do
Realismo, Naturalismo, que era oferecido pelos europeus, desde alimentos até objetos.
Impressionismo, O escritor também se detém na descrição física dos nativos,
Parnasianismo, Simbolismo, destacando suas pinturas e enfeites corporais, a limpeza e a
saúde de seus corpos, que muito lhe impressionam, bem como
Pré-modernismo e a “inocência” dos nativos e nativas com relação à nudez.
Mordenismo.
LITERATURA BRASILEIRA40
40 https://www.todamateria.com.br/origens-da-literatura-brasileira/
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José de Anchieta (1534 – 1597) foi o principal no país era organizada em função de pequenos núcleos
representante da literatura dos jesuítas. econômicos, não existindo efetivamente um público leitor para
Anchieta deixou como legado a primeira gramática do tupi- as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX. Por
guarani, verdadeira cartilha para o ensino da língua dos esse motivo, fala-se apenas em autores brasileiros com
nativos (Arte da gramática da língua mais usada na costa do características barrocas, influenciados por fontes estrangeiras
Brasil). Destacou-se também por suas poesias e autos, nos (portuguesa e espanhola), mas que não chegaram a constituir
quais misturava a moral religiosa católica aos costumes dos um movimento propriamente dito. Nesse contexto, merecem
indígenas. destaque a poesia de Gregório de Matos Guerra e a prosa do
Entre as peças de teatro da época, destaca-se o Auto de São padre Antônio Vieira representada pelos seus sermões.
Lourenço, nela, o autor conta em três línguas (tupi, português Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu marco inicial
e espanhol) o martírio de são Lourenço, que preferiu morrer em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de
queimado a renunciar a fé cristã. Anchieta intentou conciliar Bento Teixeira.
os valores católicos com os símbolos primitivos dos habitantes Conheça a seguir os trechos selecionados:
da terra e com aspectos da nova realidade americana. O
sagrado europeu ligava-se aos mitos indígenas, sem que isso Prosopopeia
significasse contradição, pois as ideias que triunfavam nos
espetáculos eram evidentemente as do padre. I
A obra do padre Anchieta também merece destaque na
poesia. Além de poemas didáticos, com finalidade catequética, Cantem Poetas o Poder Romano,
também elaborou poemas que apenas revelavam sua Sobmetendo Nações ao jugo duro;
necessidade de expressão. Os poemas mais conhecidos de José O Mantuano pinte o Rei Troiano,
de Anchieta são: “Do Santíssimo Sacramento” e “A Santa Inês”. Descendo à confusão do Reino escuro;
Veja, abaixo, um trecho do poema: Que eu canto um Albuquerque soberano,
Da Fé, da cara Pátria firme muro,
A Santa Inês Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,
Pode estancar a Lácia e Grega lira.
II
Cordeirinha linda,
Virginal cabeça,
Como folga¹ o povo,
Pela fé cortada, As Délficas irmãs chamar não quero,
Porque vossa vinda
Com vossa chegada que tal invocação é vão estudo;
Lhe dá lume² novo!
Já ninguém pereça; Aquele chamo só, de quem espero
Cordeirinha santa,
Vinde mui depressa A vida que se espera em fim de tudo.
De Jesus querida,
Ajudar o povo, Ele fará meu Verso tão sincero,
Vossa santa vida
Pois com vossa vinda Quanto fora sem ele tosco e rudo,
O Diabo espanta.
Lhe dais lume novo. Que per rezão negar não deve o menos
Por isso vos canta
Quem deu o mais a míseros terrenos.
Com prazer o povo,
Vós sois cordeirinha
Porque vossa vinda
De Jesus Formoso; Esse poema, além de traçar elogios aos primeiros
Lhe dá lume novo.
Mas o vosso Esposo donatários da capitania de Pernambuco, narra o naufrágio
Nossa culpa escura
já vos fez Rainha. sofrido por um deles, o donatário Jorge Albuquerque Coelho.
Fugirá depressa,
Também padeirinha Apesar de os críticos o considerarem de pouco valor literário,
Pois vossa cabeça
Sois do vosso Povo, o texto tem seu valor histórico pois foi a primeira obra do
Vem com luz tão pura.
pois com vossa vinda, Barroco brasileiro e o marco inicial do primeiro estilo de época
Vossa formosura
Lhe dais trigo novo. a surgir no Brasil.
Honra é do povo,
¹folga: se alegra
Porque vossa vinda
²lume: luz Gregório de Matos Guerra: o Boca do Inferno
Lhe dá lume novo.
Gregório de Matos
Esse poema fala do confronto entre o bem e o mal com Guerra nasceu em Salvador
bastante simplicidade: a chegada de Santa Inês espanta o diabo (BA) e morreu em Recife
e, graças a ela, o povo revigora sua fé. A linguagem é clara, as (PE). Estudou no colégio
ideias são facilmente compreensíveis e o ritmo faz com que os dos jesuítas e formou-se em
versos tenham musicalidade, ajudando o poeta a envolver o Direito em Coimbra
ouvinte e a sensibilizá-lo para sua mensagem religiosa. (Portugal). Recebeu o
apelido de Boca do Inferno,
BARROCO NO BRASIL graças a sua irreverente
obra satírica.
O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos
jesuítas. Inicialmente, no final do século XVI, tratava-se de um
movimento apenas destinado à catequização. A partir do Gregório de Matos firmou-se como o primeiro poeta
século XVII, o Barroco passa a se expandir para os centros de brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa.
produção açucareira, especialmente na Bahia, por meio das O que se conhece de sua obra é fruto de inúmeras pesquisas,
igrejas. Assim, a função da igreja era ensinar o caminho da pois Gregório não publicou seus poemas em vida. Por essa
religiosidade e da moral a uma população que vivia razão, há dúvidas quanto à autenticidade de muitos textos que
desregradamente. lhe são atribuídos.
Nos séculos XVII e XVIII não havia ainda condições para a
formação de uma consciência literária brasileira. A vida social
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Conselheiro anunciava o retorno de D. Sebastião nos episódios tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a vissem,
da Guerra de Canudos. não os havia.
Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal No Brasil, o Barroco foi uma das formas de expressão
contra as de Holanda (1640): artística mais visíveis entre o século XVII e a primeira metade
do século XVIII. Desenvolvido junto aos primeiros núcleos
Neste sermão, o padre incita os seguidores a reagir contra urbanos, as principais manifestações do barroco foram as
as invasões Holandesas, alegando que a presença dos construções religiosas levantadas em Salvador e Recife. Mas o
protestantes na colônia resultaria em uma série de auge do barroco se deu em Minas Gerais, influenciado pelas
depredações à colônia. Leia um trecho do sermão: riquezas da mineração e o forte apelo religioso dos mineiros.
Se acaso for assim — o que vós não permitais — e está No início, a arquitetura ocorreu em São Paulo com
determinado em vosso secreto juízo, que entrem os hereges na construções dos arraias, instalações provisórias e
Bahia, o que só vos represento humildemente, e muito deveras, é rudimentares, ranchos de sapé com armações de paus toscos,
que, antes da execução da sentença, repareis bem, Senhor, no de vãos barreados. A evolução trouxe a taipa e pilão, os quais
que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso não se adaptaram em Minas Gerais, assim, utilizavam a técnica
coração enquanto é tempo, porque melhor será arrepender das estruturas autônomas de madeira, cujos vãos eram
agora, que quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais preenchidos por taipa de sebe com pau-a-pique ou “taipa de
na intenção e alusão com que digo isto, e na razão, fundada em mão”, como ficou conhecido.
vós mesmo, que tenho para o dizer. Também antes do dilúvio Aos poucos, surgiram construções de pedras, casas
estáveis vós mui colérico e irado contra os homens, e por mais modestas e capelas humildes.
que Noé orava em todos aqueles cem anos, nunca houve remédio
para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as
cataratas do céu, cresceu o mar até os cumes dos montes,
alagou-se o mundo todo: já estaria satisfeita vossa justiça, senão
quando ao terceiro dia começaram a boiar os corpos mortos, e a
surgir e aparecer em multidão infinita aquelas figuras pálidas, e
então se representou sobre as ondas a mais triste e funesta
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Arcádia Ultramarina Direito em Coimbra, onde teve contato com as principais ideias
do Iluminismo e, ao voltar para o Brasil, fundou da Arcádia
Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Ultramarina em Vila Rica. Era um homem muito rico e de
Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana (fundada em posses que influenciou a elite intelectual da época. Por ter
1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é, nomes participado da Inconfidência Mineira, foi preso e encontrado
artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina. Por enforcado na cadeia em 1789.
isso que alguns dos principais nomes do Arcadismo brasileiro Os temas iniciais de sua obra giram em torno das reflexões
publicavam suas obras com nomes inspirados na mitologia morais e das contradições da vida com forte inspiração nos
grega e romana. modelos barrocos.
Posteriormente, dedicou-se à poesia bucólica e pastoril na
Principais características qual a natureza funciona como um refúgio para o poeta que
- inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e busca a vida longe da cidade e reflete o as angustias e o
renascentistas, como por exemplo, em O Uraguai (gênero sofrimento amoroso com sua musa inacessível Nise. Estes
épico), em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas poemas fazem parte do conjunto intitulado Obras (1768).
Chilenas (gênero satírico); Cláudio Manoel da Costa também se dedicou à exaltação
- influência da filosofia francesa; dos bandeirantes, fundadores de inúmeras cidades da região
- mitologia pagã como elemento estético; mineradora e desbravadores do interior do país e de contar a
- o bom selvagem, expressão do filósofo Jean-Jacques história da cidade de Ouro Preto no poemeto épico Vila
Rousseau, denota a pureza dos nativos da terra fazem menção Rica (1773).
à natureza e à busca pela vida simples, bucólica e pastoril;
- tensão entre o burguês culto, da cidade, contra a Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)
aristocracia;
- pastoralismo: poetas simples e humildes;
- bucolismo: busca pelos valores da natureza; Tomás Antônio
- nativismo: referências à terra e ao mundo natural; Gonzaga, poeta árcade,
- tom confessional; ilustrAdo por artista
- estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos; desconhecido. Patrono da
- exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza. cadeira de número 37 da
Academia Brasileira de
Termos em latim Letras, Gonzaga deixou
O uso de expressões em latim era comum no como legado importantes
neoclacisssimo. Elas estavam associadas ao estilo de vida obra líricas e satíricas.
simples e bucólico. Conheça algumas delas:
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Por fim, Tomás Antônio Gonzaga também ficou conhecido Foi para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio dos
por suas Cartas Chilenas, compostas por 13 poemas satíricos Jesuítas e era noviço quando os jesuítas foram expulsos do
escritos antes da Inconfidência Mineira. Novamente, Gonzaga país. Exilou-se na Itália e filiou-se na Arcádia Romana, sob o
cria personagens e pseudônimos: aqui, Critilo assina as cartas pseudônimo de Termindo Sipílio. É preso por jesuitismo, em
e as envia para Doroteu. O conteúdo das "cartas" são críticas Lisboa, e enviado para Angola, livrando-se do exílio ao
ao suposto governador do Chile (onde vive Critilo) Fanfarrão escrever um poema para a filha do Marquês de Pombal.
Minésio, uma referência ao governador de Minas Gerais Luís Em 1769 publica o poema épico O Uraguai, criticando os
da Cunha Meneses. jesuítas e defendendo a política do Marquês de Pombal que o
transforma em oficial da Secretaria do Reino. A crítica recaía
Santa Rita Durão (1722-1784) no fato de que os jesuítas não defendiam os índios, apenas
pretendiam falsamente libertá-los e usar a mão de obra
indígena para proveito próprio.
Em 1750, com o Tratado de Madrid, a missão dos Sete
José de Santa Rita Durão
Povos passaria aos portugueses enquanto que Colônia de
nasceu em Cata-Preta, nas
Sacramento, no Uruguai, passaria para os espanhóis. O poema
proximidades de Mariana
narra a luta dos portugueses contra os índios das Missões
em Minas Gerais. Ingressa
(instigados pelos jesuítas espanhóis) que se recusam a sair de
na Ordem de Santo
suas terras, dando início aos conflitos conhecidos como as
Agostinho, em Portugal, e lá
Guerra Guaranítica (1754-56).
permanece até sua morte
A crítica recai, principalmente, sobre o personagem Balda,
em 1784.
padre jesuíta que encarna o mal. Corrupto e desleal, seduz uma
índia e tem um filho com ela, Baldeta. Na aldeia moram
também o chefe da tribo Cacambo e sua mulher Lindóia, casal
que representa a força do guerreiro e a beleza e delicadeza da
Seu trabalho mais conhecido é o Caramuru (1781), cujo índia. Balda quer forçar Lindóia a se casar com Baldeta,
subtítulo, Poema épico do descobrimento da Bahia, remonta ao enviando Cacambo para as batalhas na esperança de que o
tempo em que os primeiros europeus chegaram ao Brasil e índio morra para uni-la a seu filho.
travaram contato com os nativos. No Canto II, Basílio da Gama relata o encontro entre os
Caramuru é o nome dado ao português Diogo Álvares caciques Sepé Tiaraju e Cacambo com o comandante
Correia que passa a viver entre os índios Tupinambás após português Gomes Freire de Andrada, ocorrido às margens do
sobreviver a um naufrágio no litoral baiano. Considerado um rio Uruguai (chamado então de "Uraguai"). O comandante
herói "cultural", que ensina as leis e as virtudes aos "bárbaros" tenta estabelecer um acordo com os índios, sem sucesso,
que aqui viviam, ganha o respeito dos índios ao disparar uma dando início aos combates.
arma de fogo. Os índios, assustados, equiparam-no a Tupã e O cacique Sepé Tiaraju lidera a disputa e acaba morto.
passam a respeitá-lo como uma entidade eviada. Ele se Cacambo, seu sucessor, é capturado e descobre que o perigo
encanta com Paraguaçu, a bela índia de pele branca. Já estava o tempo todo na mão dos jesuítas. Os portugueses,
instalado na tribo, Diego percebe a possibilidade de difundir a então, permitem que ele retorne a sua aldeia para alertar seus
fé cristã para os índios, doutrinando-os após ter encontrado companheiros contra os perigos dos jesuítas. De volta, o
uma gruta que se assemelharia a uma igreja. valente guerreiro é envenenado por Balda e Lindóia, vendo-se
Mais adiante, Diego ajuda a resgatar a tripulação de um forçada a casar com Baldeta, comete suicídio, deixando-se
barco espanhol que havia naufragado e vê a possibilidade de picar por uma cobra venenosa.
retornar à Europa através da nau francesa que viera resgatar Segundo o crítico literário Alfredo Bosi no estudo História
aquela tripulação. Parte, com Paraguaçu, deixando para trás as Concisa da Literatura Brasileira (São Paulo: Cultrix, 2006),
belas índias que haviam se apaixonado por ele, incluindo Basílio da Gama é o homem do fim do século XVIII "cujos
Moema, a mais bela, que se atira ao mar em direção ao navio valores pré-liberais prenunciam a Revolução e se manteriam
na tentativa de alcançar o seu amado. Ao chegar na Europa, com o idealismo romântico". Assim, pode-se dizer que O
Paraguaçu é batizada de Catarina, ambos são festejados e Uraguai prenuncia muitos dos aspectos que serão
recebem as honras da realeza lusitana. desenvolvidos durante o movimento do Romantismo.
O poema segue a estrutura dos versos camonianos (de
Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da Características principais do poema
mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, - exaltação da natureza e do "bom selvagem", atribuindo
oitava rima camoniana. Segue também com a divisão aos jesuítas a culpa pelo envolvimento dos índios na luta;
tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, - rompimento da estrutura poética camoniana;
narração e epílogo. - inovação no gênero épico: versos decassílabos brancos,
isto é, sem rima, sem divisão de estrofes e divididos em apenas
Basílio da Gama (1741-1795) cinco cantos;
- ao contrário da tradição épica, o poema conta um
acontecimento recente na história do país;
- inicia o poema pela narração;
José Basílio da Gama - discursos permeados por ideias iluministas;
nasceu em 1741 na cidade
de São José do Rio das Resumo
Mortes, atual Tiradentes,
em Minas Gerais. Falece em O Arcadismo: século XVIII
Lisboa no dia 31 de julho de CONTEXTO HISTÓRICO
1795. - Iluminismo;
- Lutas pela independência do Brasil.
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Religiosidade: a vida espiritual retoma sua força e Cecília é morta. Os índios ganham uma imagem de herói neste
influência no Romantismo. Acontece uma reação ao estilo literário, é considerado nobre, valoroso, fiel e cavalheiro
Racionalimo materialista dos clássicos. A crença em Deus é na intenção de valorizar as origens da nacionalidade. O índio
uma forma de escape das frustrações e desilusões da vida e do surge com símbolo do nacionalismo romântico, umas das
mundo. características básicas do Romantismo.
Supervalorização do amor: coisa mais importante da
vida; tema mais desenvolvido pelos românticos. A perda ou Romantismo (poesia)
irrealização do amor leva, geralmente, à morte, à loucura ou ao
suicídio. As três gerações de poetas românticos:
Instabilidade emocional (ilogismo): causado pelo
predomínio da emoção (subjetivismo - com o desprezo da Primeira Geração Romântica: foi a geração que
lógica e da razão), demonstrado através das antíteses introduziu as ideias românticas no Brasil e tem como
(alegria/tristeza) características principais a exaltação da natureza, o
Idealização da mulher: é vista, na maioria das vezes, indianismo, a expressão da religiosidade e o sentimento
divinizada e envolta em mistérios. Figura inatingível e amoroso. Representantes dessa geração são: Gonçalves Dias e
poderosa, capaz de mudar a vida de um homem, de levá-lo à Gonçalves de Magalhães. Caracterizada pelo indianismo e
morte ou à loucura. nacionalismo.
Liberdade de criação e despreocupação com a forma:
abandono das formas fixas (sonetos, redondilhas, oitava-rima Gonçalves de Magalhães
etc.), das rimas; valorização do verso branco aproximando a - publica em 1836 a obra inaugural do período - Suspiros
linguagem literária da linguagem oral e coloquial, para Poéticos e Saudades. Obra medíocre do ponto de vista literário,
aproximar a literatura do leitor da época. tendo importância por seu valor histórico.
Predomínio da metáfora e de figuras de linguagem dela - apresenta como características românticas os temas:
derivada nacionalismo; religiosidade, a poesia da saudade e da
natureza.
- Metáfora: quando um termo é utilizado para substituir - não utiliza a liberdade expressiva cultivada no
outro através de uma relação de semelhança, mas também romantismo.
pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que
o conectivo (como, parece, ser semelhante, etc.) não está Gonçalves Dias
expresso, mas subentendido. - primeiro poeta brasileiro autenticamente romântico
“A criança é um touro.” - temas desenvolvidos: indianismo; lirismo amoroso;
“Minhas sensações são um barco de quilha pro mar.” exaltação à pátria
- poesia indianista: o fez conhecido e é destacada como a
- Prosopopeias: atribui ações ou qualidades humanas para principal marca do nacionalismo romântico.
seres inanimados ou irracionais. - lirismo amoroso: mostra, quase sempre a impossibilidade
“O dia amanheceu tristonho.” de realização de anseios afetivos, tendo a mulher sempre como
“A chuva semeou a esperança.” idealizada.
- exaltação à pátria: vista sempre com saudade, mostrando
- Sinestesia: mistura de sensações (ruído áspero; música também exaltação à natureza (saudosismo: lembrança da
doce; perfume adocicado) pátria e da infância).
“Uma melodia azul tomou conta da sala.”
“A sua voz áspera intimidava a plateia.” Segunda Geração Romântica: considerada “mal do
século” ou “ultrarromântica” é uma geração que tem uma visão
O Romantismo e o Teatro trágica da existência e um profundo desencanto pela vida. Seus
poemas falam de morte, tédio, solidão e melancolia. Seus
Com a ascensão sociocultural dos brasileiros e com a poetas morreram muito jovens. Seus melhores representantes
chegada da família real em 1808, que trouxe consigo costumes foram: Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Casimiro de
da corte portuguesa; o Brasil era frequentemente visitado por Abreu e Fagundes Varela.
companhias portuguesas de teatro e ópera. Então, foi
crescendo a vontade pela criação de um teatro brasileiro. O Alvares de Azevedo - principal representante do mal-do-
ator e empresário João Caetano fundou, em 1834, a Companhia século
Dramática Nacional e deu a seu teatro o nome de Teatro - poesia cerebral: revela mais de suas leituras do que de
Nacional. Em 1836, o poeta Gonçalves de Magalhães lhe sua experiência de vida;
entregou a peça “Antônio José ou o Poeta e a Inquisição”, - presença constante do álcool: que é tomado como fonte
encenada em 1838, representando a primeira obra teatral de de inspiração, sendo temas constante de sua obra (“cognac” e
assunto e autor brasileiros. O teatro brasileiro ampliou-se com “Johannisberg”);
o comediógrafo Martins Pena tornando-se autenticamente - presença de objetos que cercam a intimidade do poeta
popular. Em 1843, foi criado o Conservatório Dramático e em (cômoda, cama, travesseiro,etc)
1855, o teatro Ginásio Dramático, recebendo o apoio de
escritores como José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo. Casimiro de Abreu
- pessimismo decorrente do mal-do-século; do amor
O Indianismo Romântico simples e espontâneo
- saudosismo: da família, da terra natal e da infância
Nos países da Europa os autores voltavam-se aos heróis - visão idealizada da mulher: meiga e ideal
nacionais dos tempos medievais. No Brasil, a literatura - considerado um dos poetas mais populares do
desenvolveu a corrente indianista responsável pelo Romantismo brasileiro por sua linguagem simples e pelo
nacionalismo romântico. Como exemplo dessa linha podemos lirismo ingênuo.
citar o romance “O guarani”, de José de Alencar, onde o índio
Peri salva Cecília, filha do colonizador português D. Antônio de Terceira Geração Romântica: sua característica principal
Mariz em razão de um ataque indígena onde toda a família de é a preocupação com os problemas sociais, tendo com objetivo
Português 102
APOSTILAS OPÇÃO
denunciar as injustiças e lutar pela liberdade. Seu maior Principais Romances do Romantismo
representante é Castro Alves. Poesia social, condoreira.
1844- A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.
Castro Alves - poeta revolucionário (“poeta dos escravos”) 1845- O moço loiro, de Joaquim Manuel de Macedo.
- poeta da liberdade e da denúncia das desigualdades 1852/53- Memórias de um sargento de milícias, de Manuel
sociais (mostra a África chorando seus filhos) Antônio de Almeida.
- poemas lírico-amorosos: visão do amor e da mulher mais 1856- Cinco minutos, de José de Alencar.
sensual. As mulheres são mais concretas, mais materializadas, 1857- O guarani, de José de Alencar.
mesmo sendo sempre belas e perfeitas. 1862- Lucíola, de José de Alencar
- características: poesia lírica e poesia social 1865- Iracema, de José de Alencar.
1872- Inocência, de Taunay; O seminarista, de Bernardo
Poesia Lírica - experiência amorosa em sua plenitude Guimarães
sentimental e carnal; 1874- Ubirajara, de José de Alencar.
- mulher sensual, amante, individualizada, carnal (bela e 1875- Senhora e o Sertanejo, de José de Alencar; A escrava
perfeita). Isaura, de Bernardo Guimarães.
1876- O cabeleira, de Franklin Távora.
Poesia Social - “poeta dos escravos”.
- poesia próxima do discurso, com ênfase à oratória (arte Joaquim Manuel de Macedo: Nasceu no Rio de Janeiro,
de discursar) e abandono da retórica (regras), mas com grande em 1820 e ali morreu em 1882. Escrevia textos com assuntos
poder de significação corriqueiros e tradicionais, reproduzia a vida social da
- poeta da liberdade e da denúncia das desigualdades burguesia, com seus mocinhos e mocinhas, casos amorosos,
sociais (dignidade aos sentimentos dos escravos, mostrando cenas engraçadas e finais felizes. Não há análises sociais, mas
sua dor e seu amor) um pouco de suspense e muita emoção passageira.
- romance urbano A Moreninha (Augusto e Carolina)
Temas - obra folhetinesca (novelesca), servindo como documento
- amor: realização plena dos costumes da Corte do século XIX, com retratação da vida
- mulher: sensual, caminhando juntas a mulher-anjo e a doméstica e social da burguesia da época.
prostituta (causa decepção) - linguagem oscila entre o coloquialismo informal e o
- morte: vista com amargura pela sua pouca idade português culto
(tuberculose), vista também como empecilho para suas
grandes realizações. A moreninha: Conta a história de uma aposta entre dois
- natureza: aspectos grandiosos (infinito, oceano, deserto, rapazes, Filipe e Augusto. Augusto, que se diz incapaz de se
condor, águia) apaixonar por uma mulher, aposta com Filipe que se isso
acontecer ele irá escrever um romance contando sua história
Outros poetas românticos e suas obras de amor. Ele encontra seu grande amor, Carolina, irmã de
Filipe. Ele perde a aposta e escreve o romance intitulado A
Junqueira Freire: Inspirações do Claustro; moreninha.
Casimiro de Abreu: As primaveras;
Fagundes Varela: Vozes da América; Estandarte Manuel Antônio de Almeida: Anonimamente escreveu o
auriverde; Cantos do ermo e da cidade; Cantos religiosos; folhetim “Memórias de um sargento de milícias”, que fez muito
Diário de Lazaro; Anchieta ou O Evangelho nas selvas. sucesso entre os leitores. Este folhetim retratava com riqueza
de detalhes os becos, as praças, as tradições e os moradores da
Romantismo (prosa) cidade do Rio de Janeiro. Mais tarde publicou a história em
livro e se destacou entre os escritores do romance brasileiro.
Com o Romantismo surgiu o romance brasileiro. O - Memórias de um Sargento de Milícias, romance publicado
romance tornou-se popular entre os jovens da classe média, em folhetins de julho de 1852 a julho de 1853.
principalmente do Rio de Janeiro; liam apenas por distração. - linguagem coloquial, direta com ausência de descrições
Acompanhavam as histórias dos folhetins e torciam por um diretas, presença de camadas populares e ausência de heróis e
final feliz que sempre acontecia. Literatura folhetinesca que vilões. Surgimento do anti-herói (Leonardo) com
captava os costumes da época (saraus, fofocas, histórias de características de vadio.
amor - uma visão superficial da vida). - foge às convenções românticas; é considerada como uma
- Teixeira e Souza: O filho do pescador (1843) - iniciador transição para o realismo/naturalismo, por construir um herói
cronológico. não idealizado.
- Joaquim Manoel de Macedo - A Moreninha (1844) -
iniciador qualitativo. Memórias de um sargento de milícias: Conta a história de
um menino, Leonardo, filho enjeitado de Leonardo Pataca.
Romance Romântico: preocupação nacionalista com a Relata seus dramas cotidianos, casos engraçados e o cotidiano
preocupação de exaltar as paisagens e nossos costumes, da vila onde morava. Diferentemente de “A moreninha” sai do
voltou-se em 3 direções. ambiente burguês e dá ao romance um toque de realismo.
- passado: romance histórico, voltado para lendas e
histórias, mas sem a preocupação com a veracidade dos fatos, José de Alencar: José Martiniano de Alencar nasceu no
somente com a nacionalidade (índios). Ceará em 1829 e morreu no Rio de Janeiro em 1877. É o mais
- cidade: romance urbano e de costumes (retratar a importante prosador do nosso Romantismo. Ele abrange com
sociedade - a Corte - do Rio de Janeiro). seus romances as quatro linhas da época:
- regionalismo: campo e sertão com a finalidade de exaltar - consolida o romance romântico brasileiro
a terra e o homem brasileiro, retratando seus costumes e - trata com perfeição literária os temas nacionais (sociais,
ambientes. geográficos e temáticos)
- uso de brasileirismos na língua literária, defende o
nacionalismo linguístico, ou seja, uma língua brasileira.
Português 103
APOSTILAS OPÇÃO
Social ou Urbana: retrata a sociedade carioca apontando Escrava Isaura: (antecipa o abolicionismo) - obra popular,
aspectos negativos da vida urbana e dos costumes burgueses. mais medíocre.
Seus romances giram em torno de intrigas amorosas, O seminarista: enfoca o celibato clerical forçado, onde
diferenças econômicas, mas acaba com final feliz, pois o amor relaciona os personagens ao meio.
sempre vence. No romance urbano traça 3 “perfis femininos”:
Lucíola: prostituta que se julga indigna de amor Visconde de Taunay: utiliza a vida rural brasileira como
verdadeiro. cenário nacional, com peculiaridades da fala sertaneja, cercada
Diva: luta entre o ódio e o amor; vence o amor. de uma história tipicamente romântica.
Senhora: amor puro entre dois jovens; separação motivada Inocência: retrata o sertão no Mato Grosso, a natureza e os
por dinheiro; o caça-dotes; o casamento por vingança e o amor costumes da região.
triunfa. Romance baseado na história de uma mulher (Aurélia)
que dividida entre o amor e o desejo de vingança por ter sido Franklin da Távora: criador da literatura do Norte, que
abandonada quando era pobre; ao herdar uma herança resolve para ele representa a face real do Brasil, tematiza a violência e
comprar o homem que a abandonou (Fernando Seixas) em o banditismo do Nordeste.
busca de um casamento rico e espera ansiosamente que ele O cabeleira: José Gomes, bandido, ao tentar violentar uma
não aceite o trato feito por Lemos, seu porta-voz. Mas, para seu rapariga reconhece nela um amor de infância, regenerando o
descontentamento ele aceita se casar por dinheiro e aceita bandido.
também a condição de conhecer a noiva apenas alguns dias
antes da cerimônia. REALISMO
Quando Fernando descobre quem é a noiva fica feliz
porque ele ainda a ama, mas ele cai no conceito de Aurélia que O Realismo foi um estilo oposto ao Romantismo, seus
o maltrata e o humilha após o casamento. Apaixonado e ferido autores escreviam sobre a realidade de forma nua e crua, foi
ele resolve trabalhar com afinco e depois de onze meses um abandono das realidades do modo de vida burguês para a
devolve à Aurélia o dinheiro que recebeu por ter se casado com realidade da população anônima, marginalizada da sociedade
ela. Sem terem mais motivo para ficarem separados, os dois se do séc. XIX. Teve início na França, em 1857,com a publicação
reconciliam e vivem um grande amor. Esse romance é uma do romance “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. Em 1881,
crítica à sociedade que dava mais valor ao dinheiro do que ao iniciou no Brasil com a publicação do romance de Machado de
caráter e por isso, seu livro é dividido em quatro capítulos que Assis “Memórias póstumas de Brás Cubas”, e de Aluísio de
representam o sistema financeiro: preço, quitação, posse e Azevedo “O mulato”.
resgate. Foi uma época de apogeu dos progressos científicos na
medicina, nas ciências, biológicas, genética e das filosofias
Cinco minutos; A viuvinha; Lucíola; Diva; A pata da gazela; (Positivismo de Augusto Conte, Determinismo de Hippolyte
Sonhos d’ ouro, Senhora (considerado seu 2º melhor livro); Taine, Darwinismo de Charles Darwin, Evolucionismo social
Encarnação. de Herbert Spencer, Socialismo Utópico de Saint-Simon e
Socialismo científico de Karl Marx). O Realismo apresenta um
Regionalista: O sertanejo (sertão nordestino); O Gaúcho trabalho realizado na realidade da vida humana e deixa o
(pampas gaúchos); Til (planalto paulista); O tronco do Ipê sentimentalismo e o subjetivismo romântico de lado, o
(zona da Mata Fluminense) - retrata as diferentes partes do romance deixa de ser visto como pura distração e passa a ser
país salientado seus hábitos, sua linguagem e tradições. crítico e realista.
Segundo Felipe Araújo41, na segunda parte do século XIX,
Histórica: procura tratar figuras históricas ou lendárias, três importantes movimentos literários floresceram: o
situando-as em seu tempo e momentos reais. Usa tanto o índio Parnasianismo, o Realismo e o Naturalismo. O Realismo é
como fatos voltados para o período colonial do país. considerado a pintura objetiva da realidade, uma forma de
As minas de prata: início da procura de metais pelos reação ao excesso e à espiritualidade. Alguns autores
aventureiros e bandeirantes no sertão, aos quais se deve o seu consagrados que escreveram obras realistas são: Homero, na
povoamento. tragédia e comédia clássica, Cervantes, Chaucer, Balzac e
A guerra dos mascates: lutas entre as cidades de Olinda e Dostoiévski. De acordo com Eça de Queirós, um dos mais
Recife, este desejava a sua autonomia. importantes escritores lusos, “o Romantismo era apoteose do
O guarani (livro épico, considerado seu melhor livro). sentimento, o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do
homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos para
Indianista: volta ao passado - os índios representam o nos reconhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros
aspecto mais autêntico de nossa nacionalidade. Idealiza tanto ou falsos, para condenar o que houver de mau em nossa
os índios como os nativos da colonização portuguesa, que com sociedade”.
sua mistura, formam a raça brasileira (isto é visto em O No Brasil, o início do Realismo ocorre em duas direções. A
Guarani através de Peri e Cecília, a Ceci). Iracema, Ubirajara. primeira é relacionada aos problemas sociais, ambiente
urbano e elementos do cotidiano. Já a segunda, aconteceu no
Autores Sertanistas flerte do realismo com o Naturalismo. Assumindo uma posição
- procura substituir o indianismo pelo regionalismo, pois ideológica regionalista, na qual se elevou a cor local, a vida
os traços tipicamente nacionais estão caracterizados no sertão difícil no ambiente rural brasileiro e o determinismo, negando
(homem simples que trabalha na terra e vive no interior do a existência do livre-arbítrio. Entre as principais
país, agora como herói nacional). características do Realismo brasileiro, influenciado pelo
- o sertão do Brasil tinha ainda intactos e naturais alguns Determinismo de Taine e pelo Positivismo de Augusto Comte,
traços peculiares de nossa cultura (língua e costumes) e de existem duas linhas:
nossa paisagem. Marcada por Machado de Assis, de análise das classes mais
abastadas da sociedade carioca, com foco em temas políticos
Bernardo Guimarães: considerado um dos criadores do do século XIX. Com ênfase na análise comportamental dos
romance sertanejo e regional, com uma linguagem repleta de seres humanos das camadas menos privilegiadas. Estabelece-
adjetivos. se o condicionamento do homem. Nesta segunda vertente, foi
41 http://www.infoescola.com/literatura/realismo-no-brasil/
Português 104
APOSTILAS OPÇÃO
criado um laço entre a conduta humana e a terra, o problema enfermeiro”, “A cartomante”, “A igreja do diabo”, “O alienista”,
de relações entre o ambiente e o homem, verificadas na “Pai contra mãe”, “A causa secreta”, “Conto de escola”, “Umas
abordagem Realista/Naturalista. Ainda no que se refere ao férias”, “Noite de almirante”, “O espelho”, “Missa do galo”, “Uns
regionalismo, o realismo consolidou as expressões regionais, braços” etc.
populares e profissionais. Os romances: Na primeira fase de sua produção, Machado
Entre os escritores de ficção realista brasileiros estão: de Assis, escreveu quatro romances com traços românticos:
Manuel Antônio de Almeida, Aluísio Azevedo, Inglês de Souza, Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876), Iaiá
Adolfo Caminha, Júlio Ribeiro, Machado de Assis e Raul Garcia (1878). Após essa fase ele assume um aspecto realista
Pompéia. Os dois últimos estão em posição singular. No caso em suas obras com Memórias póstumas de Brás Cubas (1881),
de Machado de Assis, por ter criado um estilo que reproduzia Quincas Borba (1891), Dom casmurro (1899), Esaú e Jacó
a realidade utilizando-se de relativa indiferença formal e sem (1904), Memorial de Aires (1908) e aprofunda suas análises
fetichismo. Já Raul Pompéia, pela independência dos tons psicológicas dos personagens.
impressionistas que são características marcantes de sua obra. Dom Casmurro: É um de seus romances mais famosos pela
As características dos romances realistas da primeira fase, incerteza que ele nos causa em relação à ambiguidade da
influenciada pelo romantismo, são: vocabulário claro e personagem Capitu, onde ao final da história, não se sabe se
simples, tonalidade natural à prosa, estudo da psicologia dos ela traiu ou não seu marido Bentinho com seu amigo Escobar.
personagens e narrativa linear e imaginativa. Na segunda fase, Bentinho fez o seminário, mas, por influência de Capitu, não se
simbolizada por Machado de Assis, o estilo fica maleável, ordenou padre para casar-se com ela e, Escobar, seu amigo de
rompe-se com a linearidade, acrescenta-se o humor ligado ao seminário, casou-se com a melhor amiga de Capitu, tornando-
pessimismo e ao desencanto. se muito próximos. Bentinho e Capitu têm um filho, mas ele
desconfia que o filho seja do suposto amante de Capitu.
Principais Romances Realistas Bentinho é apelidado Dom Casmurro por viver recluso e o
texto é uma retrospectiva de sua vida.
1881- O mulato, de Aluísio Azevedo; Memórias póstumas de Memórias Póstumas de Brás Cunha: Brás Cubas é um
Brás Cubas, de Machado de Assis homem rico e solteiro que, depois de morto, resolve se dedicar
1884- Casa de pensão, de Aluísio Azevedo à tarefa de narrar sua própria vida. Dessa perspectiva, emite
1888- O missionário, de Inglês de Sousa; O Ateneu, de Raul opiniões sem se preocupar com o julgamento que os vivos
Pompéia podem fazer dele. De sua infância, registra apenas o contato
1890- O cortiço, de Aluísio Azevedo com um colega de escola, Quincas Borba, e o comportamento
1891- Quincas Borba, de Machado de Assis de menino endiabrado, que o fazia maltratar o escravo
1893- A normalista, de Adolfo Caminha Prudêncio e atrapalhar os amores adúlteros de uma amiga da
1895- Bom-crioulo, de Adolfo Caminha família, D. Eusébia. Da juventude, resgata o envolvimento com
1899- Dom Casmurro, de Machado de Assis uma prostituta de luxo, Marcela.
1903- Luzia-Homem, de Domingos Olímpio Depois de retornar de uma temporada de estudos na
1904- Esaú e Jacó, de Machado de Assis Europa, vive uma existência de moço rico, despreocupado e
1908- Memorial de Aires, de Machado de Assis fútil. Conhece a filha de D. Eusébia, Eugênia, e a despreza por
ser manca. Envolve-se com Virgília, uma namorada da
Aluísio Azevedo: Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo juventude, agora casada com o político Lobo Neves. O adultério
nasceu em São Luís, no Maranhão e faleceu em 1913, em dura muitos anos e se desfaz de maneira fria. Brás ainda se
Buenos Aires, na Argentina. Escreveu várias obras, mas nem aproxima de Nhã Loló, parenta de seu cunhado Cotrim, mas a
todas tinham a mesma qualidade literária. As melhores são os morte da moça interrompe o projeto de casamento.
romances “O mulato”, “Casa de Pensão” e “O cortiço”. Desse ponto até o fim da vida, Brás se dedica à carreira
O Cortiço: Este romance tem como personagem principal política, que exerce sem talento, e a ações beneficentes, que
João Romão, vendeiro português, que tem por meta de vida pratica sem nenhuma paixão. O balanço final, tão melancólico
ascender socialmente; tinha por amante uma escrava fugida quanto a própria existência, arremata a narrativa de forma
que o ajudou a enriquecer (Bertoleza). Seu sonho era adquirir pessimista: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura
boa posição social com a de seu patrício Miranda, que tinha um o legado da nossa miséria”.
sobrado ao lado do cortiço, e ficar noivo de sua filha. Mas para Esaú e Jacó: Publicado em 1904, Esaú e Jacó é o penúltimo
isso ele tinha de se livrar de Bertoleza que poderia atrapalhar romance de Machado de Assis.
sua ascensão. Então, ele a delata como escrava fugida. Ao Tendo como título uma história retirada da Bíblia,
perceber a traição de João, Bertoleza suicida-se. É um texto remetendo-nos ao Gênesis: à história de Rebeca, que privilegia
povoado de tipos humanos como lavadeiras, operários, o filho Jacó, em detrimento do outro filho, Esaú, fazendo-os
prostitutas, mascates que vivem num ambiente marginalizado, inimigos irreconciliáveis. A inimizade dos gêmeos Pedro e
degradante e corruptor. Paulo, do romance de Machado, não tem causa explícita, daí a
denominação de romance "Ab Ovo" (desde o ovo).
Machado de Assis: Joaquim Maria Machado de Assis A narrativa começa com a visita de Natividade, grávida de
nasceu no Rio de Janeiro, em 1839, e ali morreu em 1908. gêmeos, e sua irmã, Perpétua, a uma cabocla do Morro do
Mestiço, gago, epilético foi considerado símbolo de esforço por Castelo. A futura mãe queria conhecer o destino dos filhos
nunca ter ido à escola. Foi tipógrafo, revisor, colaborador da gêmeos, Pedro e Paulo. A previsão da cabocla é animadora:
imprensa da época e primeiro presidente da Academia “serão grandes”. Isso, porém, não é suficiente para desfazer a
Brasileira de Letras, que ajudou a fundar em 1897; o melhor inquietação de Natividade, que se preocupa com as possíveis
escritor brasileiro do séc. XIX e um dos mais importantes de brigas dos irmãos ainda no ventre.
toda a história literária em língua portuguesa. Ao chegar em casa, a mulher relata as previsões a Santos,
Possuía um estilo preciso, não falava demais nem de seu marido. O homem fica feliz, mas resolve procurar o amigo
menos, usava frases curtas, tinha um misto de graça e e mestre espírita Plácido para saber sobre as brigas. O amigo o
amargura. tranquiliza, afirmando os meninos seriam grandes homens e
Os contos: Machado de Assis tinha uma grande habilidade por isso brigavam antes mesmo do nascimento.
para escrever histórias curtas baseadas na realidade e na Pedro e Paulo crescem idênticos fisicamente, mas
análise do comportamento humano (os contos). Seus contos completamente diferentes na personalidade. Paulo,
eram verdadeiras obras-primas. Dentre eles, estão: “O republicano, ingressa na faculdade de Direito, e Pedro,
Português 105
APOSTILAS OPÇÃO
monarquista, cursa Medicina. Ambos encantam-se por Flora, Nas páginas de Memorial de Aires são apresentadas
filha do político oportunista Batista e de Dª Cláudia. Com a pessoas com quem o narrador conviveu, citações de leituras e
nomeação de Batista para presidente de uma província do obras que leu quando era diplomata e reflexões sobre fatos
norte, a jovem, dividida entre os gêmeos, se desespera, sem passados que ocorreram na política. Uma das principais
querer deixar o Rio. Com a proclamação da república, a moça personagens descritas por Aires é Fidélia, moça mais jovem
acaba permanecendo na cidade. No entanto, ainda indecisa, por quem ele se interessou. Devido à idade avançada, Aires
resolve ir para a casa da Rita, irmã do Conselheiro Aires, e nunca revelou seu amor à Fidélia, considerada uma filha para
assim ter mais tempo para escolher um dos irmãos. Antes de o casal Dona Carmo e Aguiar, que não pode ter filhos.
decidir, a jovem adoece e morre. Os irmãos sofrem, mas logo Histórias sem data: Histórias sem data reúne 18 contos de
dão curso às suas carreiras. Machado de Assis publicados ao longo de 1883 em periódicos
Os dois se enfrentam na vida política como deputados em cariocas.
lados opostos no parlamento. Com a morte de Natividade, A escolha do título, "Histórias sem Data", de acordo com o
atendendo a seu último pedido, cessam os desentendimentos. próprio Machado de Assis no prefácio de advertência da 1ª
A paz dura pouco, logo os irmãos voltam a trocar farpas e edição:
terminam separados. De todos os contos que aqui se acham há dous que
Quincas Borba: Publicada entre 15/06/1886 a efetivamente não levam datas expressas; os outros a têm, de
15/09/1891 na revista Estação, a obra é a continuação do livro maneira que este título Histórias sem Data parecerá a alguns
Memórias Póstumas de Brás Cubas. ininteligível, ou vago. Supondo, porém, que o meu fim é definir
Inicialmente o livro de Romance, que tem um foco estas páginas como tratando, em substância, de cousas que não
narrativo em 3 pessoa, tem como tema a loucura despertada, são especialmente do dia, ou de um certo dia, penso que o
através de um processo que ativa fatores latentes. título está explicado. E é o pior que lhe pode acontecer, pois o
A história gira em torno da vida de Pedro Rubião de melhor dos títulos é ainda aquele que não precisa de
Alvarenga, ex-professor primário, que torna-se enfermeiro e explicação. M. de A.
discípulo do filósofo Quincas Borba, que falece no Rio, na casa À primeira vista, como num prefácio normal, Machado de
de Brás Cubas. Com isso, Rubião é nomeado herdeiro universal Assis anuncia sua independência de seu tempo, sua
do filósofo, sob a condição de cuidar de seu cachorro, de nome extemporaneidade. Com efeito, mais de um século decorrido,
Quincas Borba também. verificamos que o tempo atua a seu favor, como um aliado que
Rubião, então, parte para o Rio de Janeiro e, na viagem, cronicamente o desvela e fortalece. Fato indiscutível é que o
conhece o capitalista Cristiano de Almeida e Palha e também autor não nos quer presos a qualquer data, e nem sequer à
Sofia que lhe dispensava olhares e delicadezas. Sofia era descrição que faz de seus próprios personagens.
mulher de Crtistiano, mas Rubião se apaixonou por ela, tendo Histórias sem Data foi publicado em 1884, três anos depois
em vista o modo em que os dois entraram em sua vida. de Memórias póstumas de Brás Cubas e quando o autor
O amor era tão grande que Rubião foi obrigado a assumi-lo provavelmente já idealizava o romance Quincas Borba. Este
perante Sofia. Para o espanto, Sofia recusa seu amor, mesmo quarto livro de contos tem todos os ingredientes que fazem de
tendo lhe dado esperanças tempos atrás, e conta o fato para Machado de Assis um contista modelar.
Cristiano. Os contos de Histórias sem data são: A Igreja do Diabo, O
Apesar de sua indignação, o capitalista continua suas Lapso, Último Capítulo, Cantiga de Esponsais, Singular
relações com Rubião pois queria obter os restos da fortuna que Ocorrência, Galeria Póstuma, Capítulo dos Chapéus, Conto
ainda existia. Alexandrino, Primas de Sapucaiana, Uma Senhora, Anedota
O amor de Sofia, não correspondido, aos poucos começa a Pecuniária, Fulano, A Segunda Vida, Noite de Almirante,
despertar a loucura em Rubião. Essa loucura o levou à morte e Manuscrito de um Sacristão, Ex-Cathedra, A Senhora do
foi comparada à mesma que causou o falecimento de Quincas Galvão, As Academias de Sião.
Borba. Louco e explorado por várias pessoas, principalmente Várias Histórias: Os contos de Várias Histórias constituem
Palha e Sofia, Rubião morre na miséria e assim se exemplifica rico material para um estudo da psicologia do homem e de
a tese do humanitismo. como ele se comporta no grupo em que vive. Vemos neles a
Memorial de Aires: Escrita em 1908, mesmo ano da morte análise das fraquezas humanas, norteadas muitas vezes pela
do autor, Memorial de Aires é considerada uma obra de caráter preocupação com a opinião alheia. Em inúmeros casos as
autobiográfico, pois nota-se uma relação entre o romance e a personagens fazem o mesmo que nós: mentem, usam
velhice do escritor. Sem apresentar um enredo único, a máscaras, para não entrar em conflito com o meio em que
história é dividida em diversas entradas de uma espécie de estão e, portanto, conviver em sociedade. O pior é que levam
diário, apresentando anedotas e episódios que se permeiam ao tão a sério essa máscara que chegam até a enganar a si
longo dos capítulos. mesmas, acreditando nela como a personalidade real.
O romance é considerado por críticos literários como um Contos: A Cartomante, Entre Santos, Uns Braços, O Homem
romance de caráter psicológico, pois apresenta temas como a Célebre, A Desejada das Gentes, A causa Secreta, Trio em Lá
frivolidade da elite da sociedade brasileira ao final de 1800 e a Menor, Adão e Eva, O Enfermeiro, O Diplomático, Mariana,
dificuldade das relações amorosas. Ao contrário de outros Conto de Escola, Um Apólogo, D. Paula, Viver!, O Cônego ou
romances de Machado de Assis, esta obra não é permeada pelo Metafísica do Estilo.
sarcasmo ou pela ironia. Além disso, a narração não é feita por
um narrador onisciente. Desenrola-se através de um Raul Pompéia: nasceu no dia 12 de abril de 1863 no
observador tentando desvendar o íntimo de personagens vilarejo de Jacuecanga, município de Angra dos Reis, Rio de
bondosos e simples. Janeiro. Começou a escrever muito cedo, editando um
Memorial de Aires apresenta um enredo narrado pelo jornalzinho que circulava no colégio. Através dele, ele criticava
Conselheiro Aires, que remonta em um diário os anos de 1888 tanto professores como alunos. Na ocasião, ele estava
e 1889, em que viveu como um diplomata idoso e aposentado empenhado em traduzir trechos do tratado de Charles Darwin,
no Rio de Janeiro. Com várias observações argutas em suas “A origem das espécies”.
memórias, Aires chega a enganar e confundir os leitores. Mudou-se para São Paulo, onde foi cursar Direito na
Segundo Alfredo Bosi, crítico, professor universitário e Faculdade do Largo de São Francisco, passando a participar na
historiador da literatura nacional, o Conselheiro Aires “ouve campanha abolicionista e defendendo a causa republicana.
mais do que fala e concilia o quanto pode”. Publica em forma de folhetim o romance “As Joias da Coroa”,
obra explicitamente antimonarquista. Nesse mesmo ano
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publica também suas primeiras poesias do livro “Canções sem perícia, cuidado e engrandece a estética formal “Serena
metro”. Juntamente com 90 colegas da faculdade, transfere-se Forma”.
para a cidade de Recife para concluir o curso de Direito, Além disso, observamos no poema a forma fixa dos
provavelmente em consequência da defesa dos ideais sonetos, a rima rica e a perfeita ou rara em contraposição aos
abolicionistas e republicanos. Em 1888 publica “O Ateneu” em versos livres e brancos dos poetas românticos.
forma de folhetim na Gazeta de notícias.
Inquietante como escritor e como pessoa, o escritor O Parnasianismo no Brasil teve como marco inicial a
envolveu-se em inúmeras polêmicas, inimizades e crises publicação da obra "Fanfarras", de Teófilo Dias, em 1882.
depressivas, chegando até a desafiar o poeta Olavo Bilac para Os mais importantes escritores brasileiros do período
um duelo. Afastado pelos amigos e caluniado nos meio formavam a chamada "Tríade Parnasiana" composta por Olavo
jornalísticos e intelectuais, Raul Pompéia suicidou-se na noite Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia.
de natal de 1895. Os escritores parnasianos buscavam o sentido para a
existência humana por meio da perfeição estética. Por isso, a
PARNASIANISMO NO BRASIL preocupação residia na "Arte pela Arte", ou seja, a forma
como caraterística principal da poesia.
Os poetas Teófilo Dias, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e
Raimundo Correia auxiliaram a implantação do Parnasianismo Características do Parnasianismo
no Brasil. Arte pela arte
O Parnasianismo42 tem seu marco inicial com a publicação Objetivismo e universalismo
de “Fanfarras” de Teófilo Dias, em 1882. Contudo, Alberto de Cientificismo e positivismo
Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia também auxiliaram a Temas baseados na realidade (objetos e paisagens), fatos
implantação do Parnasianismo no Brasil. históricos, mitologia grega e cultura clássica
A estética parnasiana, originada na França, valorizava a Busca da perfeição
perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos Sacralidade e o culto à forma
poemas, a preferência pelas formas fixas (sonetos), a Preocupação com a estética, metrificação, versificação
apreciação da rima e métrica, a descrição minuciosa, a Utilização de rimas ricas e palavras raras
sensualidade, a mitologia greco-romana. Além disso, a Preferência por estruturas fixas (soneto)
doutrina da “arte pela arte” esteve presente nos poemas Descrição visual bem detalhada
parnasianos: alienação e descompromisso quanto à realidade.
Contudo, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os Escritores Parnasianos Brasileiros
acordos propostos pelos franceses, pois muitos poemas
apresentam subjetividade e preferência por temas voltados à Teófilo Dias (1854-1889)
realidade brasileira, contrariando outra característica do Teófilo Odorico Dias de Mesquita, sobrinho do
parnasianismo francês: o universalismo. poeta Gonçalves Dias, foi professor, jornalista, advogado e
Os temas universais, vangloriados pelos franceses, se poeta brasileiro.
opunham ao individualismo romântico, que revelava aspectos Patrono da cadeira 36 na Academia Brasileira de Letras,
pessoais, desejos, aflições e sentimentos do autor. em 1882 publicou "Fanfarras", obra que marca o início do
Outra característica que o Parnasianismo brasileiro não parnasianismo no Brasil.
seguiu à risca foi a visão mais carnal do amor em relação à Outras obras que merecem destaque: Flores e
espiritual. Olavo Bilac, principalmente, enfatizou o amor Amores (1874), Cantos Tropicais (1878),Lira dos Verdes
sensual, entretanto, sem vulgarizá-lo. Anos (1878), A Comédia dos Deuses (1888).
No Brasil, os principais autores parnasianos são: Olavo
Bilac e Raimundo Correia. Olavo Bilac (1865-1918)
O poema “Profissão de fé” de Olavo Bilac é uma Um dos grandes escritores parnasianos, Olavo Brás
representação da estética parnasiana no Brasil: Martins dos Guimarães Bilac, conhecido como "Príncipe dos
Poetas Brasileiros", foi jornalista, tradutor, poeta e um dos
Veja um trecho: fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Sua obra é caracterizada pela linguagem clássica, com
(...) conteúdos: históricos, patrióticos, emotivos, platônicos e
E horas sem conta passo, mudo, sensuais. Vale lembrar que o Hino à Bandeira do Brasil foi
O olhar atento, escrito por Olavo Bilac.
A trabalhar, longe de tudo Suas principais obras são: Poesias (1888), Crônicas e
O pensamento. Novelas (1894), Crítica e Fantasia(1904), Conferências
Porque o escrever – tanta perícia Literárias (1906), Dicionário de Rimas (1913), Tratado de
Tanta requer, Versificação (1910), Ironia e Piedade (1916) e Tarde (1919).
Que ofício tal... nem há notícia
De outro qualquer. Alberto de Oliveira (1857-1937)
Assim procedo. Minha pena Antônio Mariano de Oliveira, mais conhecido pelo
Segue esta norma, pseudônimo "Alberto de Oliveira", foi um poeta, professor,
Por servir-te, Deusa serena, farmacêutico e um dos fundadores da Academia Brasileira de
Serena Forma! Letras.
Publicou sua primeira obra “Canções Românticas” em
Vemos nas estrofes acima aspectos parnasianos, como “a 1878. A despeito desse livro apresentar características
arte pela arte”: o poeta deixa claro que a arte poética exige do românticas, Alberto de Oliveira foi um exímio poeta
autor o afastamento quanto ao que acontece no mundo. parnasiano cuja obra é caracterizada por temáticas e
Ainda vemos a exaltação e procura por um rigor técnico, estruturas parnasianas, por exemplo, descrição minuciosa,
purismo na forma: o poeta diz que escrever requer muita composição de retratos, quadros e cenas.
42 https://www.todamateria.com.br/parnasianismo-no-brasil/ http://brasilescola.uol.com.br/literatura/parnasianismo-no-brasil.htm
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Suas obras que merecem destaque cultas do país, sobretudo em virtude do preciosismo da
são: Meridionais (1884), Versos e métrica e linguagem. Embora não contasse com o mesmo
Rimas (1895),Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto prestígio, a poesia simbolista brasileira deixou uma
da Forma na Poesia Brasileira (1916). contribuição significativa, prenunciando os movimentos
literários do século XX. Seus principais representantes foram
Raimundo Correia (1859-1911) Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
Raimundo da Motta de Azevedo Corrêa foi um juiz, poeta e Apesar da estética simbolista ser oposta à estética
um dos fundadores do Sodalício Brasileiro. Maranhense, parnasiana, especialmente no que se refere à ideologia, ambas
publicou seu primeiro livro de poesias "Primeiros Sonhos" em se preocupavam com a linguagem e com o rigor formal, sendo
1879. possível encontrar algumas influências parnasianas nos
Sua obra apresenta características românticas, versos do poeta Cruz e Sousa. O simbolismo nasceu do
parnasianas e simbolistas. Dessa maneira, suas poesias descontentamento de escritores contrários ao Naturalismo e
possuem um caráter pessimista e subjetivo, ao mesmo tempo ao Realismo, que pregavam uma visão materialista e
que apresentam grande preocupação métrica. Outras obras cientificista da vida defendida pelo Positivismo. Os primeiros
que merecem destaque são: Sinfonias (1883), Versos e simbolistas apresentavam uma estética marcada pela
Versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898). subjetividade, elemento presente no misticismo e na sugestão
sensorial, diametralmente oposta aos valores defendidos pela
Parnasianismo em Portugal estética realista.
Em Portugal, o movimento parnasiano não teve a No Brasil, as inovações estiveram relacionadas com o
representação e a força que se desenvolveu no Brasil e noutros plano temático e com o plano formal, com uma poesia
países. permeada pelo subjetivismo, representado pelos sofrimentos
Os autores parnasianos portugueses que se destacaram universais, o amor, a morte e a religiosidade. Todos esses
foram: João Penha (1838-1919), Gonçalves Crespo (1846- assuntos foram expostos através de um cuidadoso trabalho
1883), António Feijó (1859-1917) e Cesário Verde (1855- com a linguagem, privilegiando o uso de figuras de linguagem,
1886) . sobretudo da sinestesia, além de versos com elaboradas
construções sonoras, tendo por finalidade conferir
SIMBOLISMO NO BRASIL musicalidade e ritmo às palavras:
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APOSTILAS OPÇÃO
Sua obra é marcada pela musicalidade e espiritualidade Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro
com temáticas individualistas, satânicas, sensuais. Suas Lobato e Augusto dos Anjos. Assim, abordaremos o período
principais obras: Missal (1893), Broquéis (1893), Tropos e que se inicia em 1902 com a publicação de dois importantes
fantasias (1885), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905). livros – Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça
Aranha – e se estende até o ano de 1922, com a realização
Alphonsus de Guimarães (1870-1921) da Semana da Arte Moderna.
Um dos principais poetas simbolistas do Brasil, Afonso
Henrique da Costa Guimarães possui uma obra marcada pela Momento Histórico
sensibilidade, espiritualidade, misticismo, religiosidade, com
temas como a morte, a solidão, o sofrimento e o amor. Enquanto a Europa se prepara para a Primeira Guerra
Sua produção literária apresenta características neo- Mundial, o Brasil começa a viver, a partir de 1894, um novo
romântico, árcades e simbolistas. Suas.principais obras: período de sua história republicana: com a posse do paulista
Setenário das dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística Prudente de Morais, primeiro presidente civil, inicia-se a
(1899), Kyriale (1902), Pastoral aos crentes do amor e da “República do café-com-leite”, dos grandes proprietários
morte (1923). rurais, em substituição a “República da Espada” (governos do
marechal Deodoro e do marechal Floriano). É a áurea da
Augusto dos Anjos (1884-1914) economia cafeeira no Sudeste; é o movimento de entrada de
Augusto dos Anjos foi um dos grandes poetas brasileiros grandes levas de imigrantes, notadamente os italianos; é o
simbolistas, embora, muitas vezes, sua obra apresente esplendor da Amazônia com o ciclo da borracha; é o surto de
características pré-modernas. urbanização de São Paulo.
Patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Mas toda esta prosperidade vem deixar cada vez mais
Letras, publicou um livro intitulado "Eu" e foi chamado de claros os fortes contrastes da realidade brasileira. É, também,
"Poeta da morte" uma vez que seus poemas exploram temas o tempo de agitações sociais. Do abandono do Nordeste
sombrios. partem os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX,
na Bahia, ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de
Não alcançado na Literatura brasileira a mesma relevância Euclides da Cunha; nos primeiros anos do século XX, o Ceará é
que alcançou na Literatura europeia, infelizmente o o palco de conflitos, tendo como figura central o padre Cícero,
Simbolismo no Brasil não pôde romper com a Literatura o famoso “Padim Ciço”; em todo o sertão vive-se o tempo do
oficial, já que apresentava uma temática que parecia cangaço, com a figura lendária de Lampião.
distanciar-se dos problemas sociais enfrentados àquela época. O Rio de Janeiro assiste, em 1904, a uma rápida mais
Porém, podemos afirmar que o Simbolismo abriu caminhos intensa revolta popular, sob o pretexto aparente de lutar
para o Modernismo, que notadamente foi influenciado pelas contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz;
tendências irracionalistas desse movimento literário. na realidade, tratava-se de uma revolta contra o alto custo de
vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, há
PRÉ-MODERNISMO outra importante rebelião, desta vez dos marinheiros
liderados por João Cândido, o “almirante negro”, contra o
O pré-modernismo deve ser situado nas duas décadas castigo corporal, conhecida como a “Revolta de Chibata”. Ao
iniciais deste século, até 1922, quando foi realizada a Semana mesmo tempo, em São Paulo, as classes trabalhadoras sob a
da Arte Moderna. Serviu de ponte para unir os conceitos orientação anarquista, iniciam os movimentos grevistas por
prevalecentes do Parnasianismo, Simbolismo, Realismo e melhores condições de trabalho.
Naturalismo. Essas agitações são sintomas de crise na “República do
O pré-modernismo não foi uma ação organizada nem um café-com-leite”, que se tornaria mais evidente na década de
movimento e por isso deve ser encarado como fase. 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da
Não possui um grande número de representantes mas Semana da Arte Moderna.
conta com nomes de imenso valor para a literatura brasileira
que formaram a base dessa fase. Características
O pré-modernismo, também conhecido como período
sincrético. Os autores embora tivessem cultivado formalismos Apesar de o Pré-Modernismo não constituir uma escola
e estilismos, não deixaram de mostrar inconformismo perante literária, apresentando individualidades muito fortes, com
suas próprias consciências dos aspectos políticos e sociais, estilos às vezes antagônicas – como é o caso, por exemplo, de
incorporando seus próprios conceitos que abriram o caminho Euclides da Cunha e Lima Barreto -, podemos perceber alguns
para o Modernismo. pontos em comum entre as principais obras pré-modernistas.
Essa foi uma fase de uma grande transição que nos deixou Apesar de alguns conservadorismos, são obras inovadoras,
grandes joias como Canaã de Graça Aranha; Os Sertões de apresentando uma ruptura com o passado, com o
Euclides da Cunha; e Urupês de Monteiro Lobato. academismo; a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteadas de
O que se convencionou em chamar de Pré-Modernismo, palavras “não poéticas” como cuspe, vômito, escarro, vermes,
no Brasil, não constitui uma escola literária, ou seja, não era uma afronta à poesia parnasiana ainda em vigor; a
temos um grupo de autores afinados em torno de um mesmo denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário
ideário, seguindo determinadas características. Na realidade, herdado de Romantismo e Parnasianismo; o Brasil não oficial
Pré-Modernismo é um termo genérico que designa toda uma do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos
vasta produção literária que caracterizaria os primeiros vinte subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo;
anos deste século. Aí vamos encontrar as mais variadas - o regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro:
tendências e estilos literários, desde os poetas parnasianos e o Norte e Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba
simbolistas, que continuavam a produzir, até os escritores que e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito do Santo
começavam a desenvolver um novo regionalismo, outros com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto;
preocupados com uma literatura política e outros, ainda, com - os tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino,
propostas realmente inovadoras. o caipira, os funcionários públicos, os mulatos;
Por apresentarem uma obra significativa para uma nova - uma ligação com fatos políticos, econômicos e sociais
interpretação de realidade brasileira, bem como pelo valor contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a
estilístico, limitaremos o Pré-Modernismo ao estudo de ficção.
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3- Obras de ambiência indefinida – cujos autores Três momentos distintos, chamados de fases ou gerações,
produzem uma literatura desligada da realidade caracterizaram o Modernismo no Brasil.
socioeconômica brasileira.
Primeira Fase (1922 a 1930)
Características:
Durante a primeira fase o movimento buscou concretizar-
A) ruptura com o passado – por meio de linguagem se no Brasil. Foi um período de grande produção de arte
chocante, com vocabulário que exprime a “frialdade moderna e de materiais que divulgavam esta arte (orgia
inorgânica da terra”. intelectual). Em meio a essa “orgia”, quatro correntes de
B) inconformismo diante da realidade brasileira – pensamento ganharam força e foram ganhando teor ideológico
mediante um temário diferente daquele usado pelo ao longo da década de 20. São elas: Pau Brasil, Verde
romantismo e pelo parnasianismo: caboclo, subúrbio, miséria, Amarelismo, Escola da Anta e Antropofagia.
etc..
C) interesse pelos usos e costumes do interior – Pau Brasil
regionalismo, com registro da fala rural. Fundado por Oswald de Andrade com o Manifesto Pau
D) destaque à psicologia do brasileiro – retratando sua Brasil, o movimento Pau Brasil fazia críticas ao passado
preguiça, por exemplo nas mais diferentes regiões do Brasil. cultural brasileiro, que imitava os modelos europeus,
E) acentuado nacionalismo – exemplo Policarpo propondo um olhar para o Brasil com o olhar do brasileiro,
Quaresma. apesar das influencias europeias.
F) preferência por assuntos históricos.
G) descrição e caracterização de personagens típicos – Verde Amarelismo
com o intuito de retratar a realidade política, e econômica e Em resposta a isso, o Verde Amarelismo vinha com a defesa
social de nossa terra. de um nacionalismo exagerado, valorizando os elementos
H) preferência pelo contraste físico, social e moral. nacionais sem qualquer influência europeia. Esta corrente, que
I) sincretismo estético – Neorrealismo, originaria a Escola da Anta, tinha inclinações nazistas e, de
Neoparnasianismo, Neossimbolismo. certa forma, possuía ideais xenófobos.
J) emprego de uma linguagem mais simples e
coloquial – com o objetivo de combater o rebuscamento e o Antropofagia
pedantismo de alguns literatos. A Antropofagia, também fundada por Oswald de Andrade,
vinha como uma nova resposta às duas correntes, pregando a
Principais autores : aceitação da cultura estrangeira, mas sem cópias e imitações.
Esta cultura deveria ser absorvida pela brasileira, que
Na poesia: Augusto dos Anjos, Rodrigues de Abreu, Juó colocaria na arte a representação da realidade do Brasil e do
Bananére, etc.. elemento popular, valorizando as riquezas nacionais.
Na prosa: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha,
Monteiro Lobato, Afonso Arinos, Simões Lopes, Afrânio Transição
Peixoto, Alcides Maia, Valdomiro Silveira, etc… Apesar dos movimentos contrários, vemos na primeira
fase modernista uma arte descontraída, com poemas que
MODERNISMO NO BRASIL: POESIA E PROSA desestruturavam as velhas escolas literárias e que traziam
uma linguagem que fugia às regras gramaticais, aproximando-
No início do século XX consolidou-se um movimento se da fala popular. A construção da imagem brasileira foi sendo
literário e artístico que tinha como principal objetivo romper aproximada do povo, da realidade popular e a principal
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temática comum a todas as obras era a valorização e Desde o Romantismo, a busca de traços particulares da
reconstrução do nacionalismo. realidade brasileira já estava presente em algumas obras,
A transição da primeira para a segunda fase modernista entretanto, neste período, a partir das conquistas da primeira
ocorreu em meio a revoltas contra a política brasileira do café- fase modernista e das idéias socialistas, os autores dão um
com-leite e à crise econômica ocasionada pela crise de 1929, novo tom a esse regionalismo. O livro A bagaceira de José
que impossibilitava a importação do café, principal riqueza Américo é considerado o primeiro romance regionalista do
brasileira. As Grandes Guerras também viriam compor o Modernismo. Mas seu valor deve-se mais à temática histórica
cenário histórico da época. da seca, dos retirantes e ao aspecto social do que aos aspectos
A busca pela nacionalidade no final da década de 1920 já literários.
começava a ganhar ares ideológicos e os conflitos da época
também pediam a tomada definitiva de uma posição Principais autores da prosa da segunda fase:
ideológica. O resultado disso é a arte engajada que surgiu na - Raquel de Queirós
segunda fase modernista, com uma reflexão sobre a época de - Graciliano Ramos
crise e pobreza. - Jorge Amado
- Érico Veríssimo
Principais autores da Primeira Fase - José Lins do Rego
- Mário de Andrade;
- Oswald de Andrade; Quase todos esses autores voltaram-se basicamente para
- Manuel Bandeira; os temas do Nordeste, como a seca, o cangaço e o ciclo
- Alcântara Machado. açucareiro.
Com exceção de Érico Veríssimo que apresentou uma
Poesias da Primeira Fase obra voltada para as relações do homem e a paisagem do Sul
do Brasil.
Pronominais Raquel de Queirós foi a primeira mulher a se “eleger
Dê-me um cigarro imortal” na Academia Brasileira de Letras. Suas obras
Diz a gramática regionalistas destacam-se pela reflexão sobre a figura
Do professor e do aluno feminina numa sociedade patriarcal.
E do mulato sabido Em seu livro O quinze, conta a história da luta de um povo
Mas o bom negro e o bom branco contra a seca e a miséria, tema marcante da prosa modernista
Da Nação Brasileira da segunda geração. A força da mulher nordestina também é
Dizem todos os dias tratada em toda sua obra. Entre as suas figuras femininas
Deixa disso camarada destacam-se: Conceição em “O quinze” e Maria Bonita em “O
Me dá um cigarro Lampião”.
(Oswald de Andrade) Graciliano Ramos é considerado pela crítica literária o
melhor ficcionista dessa segunda fase.
Erro de português Sua obra é marcada pela ausência de sentimentalismo e por
Quando o português chegou um forte poder de síntese, refletida na linguagem direta e
Debaixo de uma bruta chuva precisa. Entre seus livros destacam-se “Memórias do Cárcere”
Vestiu o índio e “São Bernardo”.
Que pena! Jorge Amado é talvez um dos autores mais conhecidos
Fosse uma manhã de sol pelo público jovem. Isto porque, muitos de seus livros foram
O índio tinha despido adaptados para a TV e o cinema. E ainda hoje, é um dos
O português. escritores brasileiros que mais vendeu livros. Seus livros
(Oswald de Andrade) traçam um verdadeiro e completo quadro do povo brasileiro,
em especial do povo baiano. A linguagem simples, marcada por
Segunda Fase (1930 a 1945) expressões populares, a preocupação com os costumes e as
tradições populares e o bom humor fizeram de Jorge Amado
Também chamada de Fase Heroica e geração de 30, foi a um dos mais queridos escritores brasileiros.
mais radical no rompimento com os paradigmas tradicionais. Érico Veríssimo é o grande representante da região Sul do
Houve a redescoberta e valorização do cotidiano brasileiro, Brasil nessa segunda fase. E assim como Jorge Amado, também
com grande destaque da linguagem coloquial e espontânea, foi muito querido pelo público leitor. Sua obra é
com suas gírias, erros e capacidade expressiva (humor, ironia frequentemente dividida em romances urbanos, históricos e
e sarcasmo). Ocorreu também a negação brusca do passado a políticos. Em seus romances urbanos analisa os conflitos e os
nível formal, sendo desvalorizadas as regras de rima e métrica valores de uma sociedade em crise. Entre os principais livros
da poesia. dessa categoria estão: “Clarissa” e “Olhai os lírios do campo”. A
Como citado anteriormente, esta fase buscava refletir a sua grande obra prima é a trilogia histórica “O tempo e o
realidade social e econômica brasileira. Os romances eram vento”, que narra a disputa pelo poder político entre
carregados de denúncias e mostravam as relações do “eu” com importantes famílias na região Sul. Entre as personagens
o restante do mundo. O regionalismo teve grande importância principais estão Ana Terra e Rodrigo Cambará.
nesta fase, destacando a seca, a migração, os problemas do José Lins do Rego foi um autor muito identificado com os
trabalhador rural e a miséria. Dentre as temáticas trabalhadas, costumes do povo e sua obra pautou-se fundamentalmente
entraram também os romances urbanos e psicológicos. Se nas recordações de um menino que conviveu com as fazendas
comparado à era naturalista, o modernismo, em sua segunda produtoras de cana. Seus principais temas são: da decadência
fase, afastou-se do apego ao cientificismo. dos engenhos produtores de açúcar e da estrutura patriarcal,
A prosa da 2ª fase modernista caracteriza-se pelo as disputas políticas na região nordeste e o cangaço. Entre seus
regionalismo, pela relação do homem com o meio em que livros destacam-se: Menino de Engenho e Fogo Morto.
vive. Esta segunda fase, foi uma fase de consolidação do
A Literatura Brasileira já apresentava uma tendência Modernismo brasileiro. Sendo uma fase mais madura, foi
regionalista. quando o movimento ganhou mais força e se criaram obras
essenciais da literatura brasileira.
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Na prosa, houve uma grande reflexão e crítica da realidade social, político, filosófico e religioso, muito explorado pela
brasileira, sendo retratados problemas sociais das diferentes poesia da geração de 1930. Enquanto muitos retomaram a
regiões, com destaque para o regionalismo nordestino. Na estética parnasiana, outros buscaram uma linguagem sintética
poesia, houve um questionamento do sentido da existência, e precisa, dando continuidade à estética de Carlos
com profunda análise dos sentimentos humanos e das Drummond de Andrade e Murilo Mendes, grandes
angústias sociais. representantes da segunda fase modernista.
Na prosa, especialmente nos gêneros conto e romance,
Principais autores da Segunda Fase na poesia escritoras como Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles
- Carlos Drummond de Andrade; aprofundaram a sondagem psicológica das personagens e
- Cecília Meireles; introduziram inovações nas técnicas narrativas, quebrando a
- Vinicius de Moraes; frequência e a estrutura do gênero narrativo, canonizado na
- Jorge Amado; fórmula “começo, meio e fim”. Outros escritores, como
- Graciliano Ramos; Guimarães Rosa e Mário Palmério, dedicaram-se ao
- Érico Veríssimo; regionalismo, estética muito desenvolvida nos anos 30,
- Rachel de Queiroz. renovando-a. No caso de Guimarães Rosa, a inovação atingiu
fortemente a linguagem, através do emprego do discurso
Poesias da Segunda Fase direto e do discurso indireto livre, revolucionando vocabulário
e sintaxe:
Retrato Conhecida também como Geração de 45, a última fase do
Eu não tinha este rosto de hoje, Modernismo, considerada por muitos como já Pós-
assim calmo, assim triste, assim magro Modernismo, é caracterizada pela liberdade. Abandonam os
nem estes olhos tão vazios, diversos ideais defendidos pela primeira geração do
nem o lábio amargo. Modernismo, como a exploração da realidade brasileira e a
Eu não tinha estas mãos sem força, linguagem popular. Na poesia há inclusivamente um retorno à
tão paradas e frias e mortas; forma, sendo encarada como a arte da palavra. Nesta última
eu não tinha este coração fase, houve a exploração da psicologia humana, sendo
que nem se mostra. abordados conteúdos inovadores.
Eu não por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil: Principais autores da Terceira Fase
-Em que espelho ficou perdida a minha face? - Guimarães Rosa;
(Cecília Meireles) - Clarice Lispector;
- Mário Quintana;
No Meio do Caminho - João Cabral de Melo Neto;
No meio do caminho tinha uma pedra - Lygia Fagundes Telles;
tinha uma pedra no meio do caminho - Ariano Suassuna.
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra. Poesias da Terceira Fase
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas. Morte e Vida Severina
Nunca me esquecerei que no meio do caminho [...]
tinha uma pedra E se somos Severinos
tinha uma pedra no meio do caminho iguais em tudo na vida,
no meio do caminho tinha uma pedra. morremos de morte igual,
(Carlos Drummond de Andrade) mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
Terceira Fase (1945 a 1960) de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
A terceira fase é marcada pela ruptura com a 1ª e a 2ª fases de fome um pouco por dia
modernistas, experimentação estética e a busca por uma nova (de fraqueza e de doença
expressão literária foram as principais características da é que a morte severina
terceira geração modernista. ataca em qualquer idade,
Grandes escritores, preocupados principalmente com a e até gente não nascida).
pesquisa em torno da própria linguagem, surgiram, afinal o [...]
contexto político, relativamente tranquilo em relação às (João Cabral de Melo Neto)
gerações anteriores, fomentou o trabalho estético e linguístico,
pois menos exigidos social e politicamente, puderam explorar Poeminha do Contra
com maior afinco a forma literária, tanto na prosa quanto na Todos estes que aí estão
poesia. Em 1945, terminada a Segunda Guerra Mundial e, no Atravancando o meu caminho,
Brasil, a ditadura de Vargas, o Brasil vivia um período Eles passarão.
democrático e desenvolvimentista, cujo ápice ocorreu nos Eu passarinho!
anos de governo do presidente Juscelino Kubitschek. (Mário Quintana)
Em virtude da grande discrepância com o padrão estético
inaugurado por nomes como Mário e Oswald de Andrade e Prosa da Terceira Fase
Manuel Bandeira — a tríade do Modernismo de 1922 —, - Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa;
muitos críticos literários consideram a terceira geração como - Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa;
pós-modernista, na qual se pode notar um rigor formal - A Hora da Estrela, de Clarice Lispector;
distante do proposto pelos precursores do movimento. Na - A cidade sitiada, de Clarice Lispector.
poesia, um novo princípio literário surgiu, alterando assim a
antiga concepção sobre o gênero: para os pós-modernistas, a
poesia era a arte da palavra, rompendo assim com o caráter
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Pós-modernismo43 é o nome dado às mudanças ocorridas Simbolicamente o pós-modernismo nasceu em 1945, ali a
nas ciências, nas artes, nas sociedades desde 1950. Mas, existe modernidade, equivalente a civilização industrial, encerrou
o medo, o medo de mudança, o medo do novo e a perda do seu capítulo na história superando o poder criador e pela sua
conservadorismo. força destruidora.
Ele nasce com várias mudanças na arquitetura e Nos anos 60, foi a época de grandes mudanças e
principalmente na computação, entra na filosofia nos anos 70 descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, cientificas e
como crítica da cultura ocidental, ou seja, são mudanças gerais arquitetônicas.
desde as artes até na tecnologia, e se alastra por todos os lados A sociedade industrial descende da máquina, de artigos de
e meios, sem saber se é uma forma de decadência ou se é um série padronizados, onde o ferro celebra a liberdade individual
renascimento cultural. do burguês capitalista para o progresso, onde foi criado o
O pós-modernismo invadiu o cotidiano com a tecnologia Projeto Iluminista da modernidade, o desenvolvimento
eletrônica em massa e individual, onde a saturação de material e moral do homem pelo conhecimento, foi creditado
informações, diversões e serviços, causam um “rebu” pós- o imenso progresso das nações capitalistas nos séculos XIX e
moderno, com a tecnologia programando cada vez mais o dia- XX, progresso fundado nas grandes fábricas, ferrovias,
a-dia dos indivíduos. navegação e, claro, na exploração, com elas vieram o
A importância do pós-modernismo na economia foi automóvel, o telefone, a TV, etc.…
“mostrar” aos indivíduos a capacidade de consumo, a Completando o cenário moderno as metrópoles
adotarem estilos de vida e de filosofias, o consumo industriais, as classes médias consumidoras de moda e de
personalizado, usar bens e serviços e se entregarem ao lazer, surgiu a família nuclear, pessoas isoladas em
presente e ao prazer. apartamentos, e a cultura de massa (revistas, filmes, novelas,
Os pós-modernistas querem rir levianamente de tudo, nos …), dando vitória a razão técnico-científica, inspirada
quais encaram uma ideia de ausência de valores, de vazio, do no Iluminismo, a máquina fez a humanidade recuar seus
nada, e do sentido para a vida. hábitos religiosos, morais e foi ditado novos valores, mais
A sociedade se torna emergente ou decadente, pois são livres, urbanos, mas sempre atrelados no progresso social.
baseadas nas sociedades pós-industriais na informação que Com a sociedade industrial e a multinacional, chegaram os
tem como referência o Japão, os EUA e os centros europeus. serviços da tecnologia em geral, como informações e
A essência da pós-modernidade vem através das cópias e comunicações em tempo real, o que proporciona uma
imagens de objetos reais, a reprodução técnica do real, economia pela informação, isso constitui o cenário pós-
significa apagar a diferença entre real e o imaginário, ser e moderno.
aparência, ou seja, um real mais real e mais interessante que a A sociedade industrial produz bens materiais, enquanto a
própria realidade. pós-industrial consome serviços, isto é, mensagens entre
Um exemplo disso é a televisão, que aliada ao computador pessoas. Comercio, finanças, lazer ensino, pesquisas cientificas
simula um espaço hiper-real, espetacular que excita e alegra. não exigem fábricas com linha de montagem mas pedem um
O hiper-real simulado fascina porque é o real intensificado aceleramento no sistema de informação.
na cor, na forma, no tamanho, nas suas propriedades, é quase Codificar e manipular o conhecimento, a informação é vital
um sonho, onde somos levados a exagerar nossas expectativas para as sociedades pós-industriais, ou também chamadas de
e modelamos nossa sensibilidade por imagens sedutoras. sociedades programadas, onde a programação da produção do
O ambiente pós-moderno significa simulação, ele não nos consumo e da vida social significa projetar o comportamento.
informa sobre o mundo, ele o refaz à sua maneira, hiper- O objetivo é aumentar a performance, e o desempenho.
realizam o mundo, o transformando-o num espetáculo. As sociedades pós-industriais são programadas e
No ambiente pós-moderno à informação e à comunicação, perfomatizadas pela tecnociência para produzir mais e mais
é o que representa a realidade para o homem, que vieram rápido tudo o que produzem, para facilitar a vida das pessoas,
ampliar e acelerar a circulação das mensagens através dos e com essa rapidez poupa-se tempo e dinheiro.
livros, jornais, cinema, rádio, TV. O ambiente pós-moderno é povoado pela cibernética, a
Através destas mensagens, o homem procura sua imagem robótica industrial, a biologia molecular, a medicina nuclear, a
“comprando” discursos, para lhe proporcionar Status, bom tecnologia dos alimentos, as terapias psicológicas, a
gosto, na moda, na aparência, no narcisismo levando muitas climatização, as técnicas de embelezamento, o trânsito
vezes a extravagâncias, ou então imitando modelos exóticos. computadorizado, e os eletroeletrônicos.
No pós-modernismo o homem vive banhado num rio de Os indivíduos na condição pós-moderno são um sujeito
testes permanentes, onde a informação e a comunicação “blip”, alguém submetido a um bombardeio maciço e aleatório
transportam a impulsividade para o consumo. de informações parcelares, que nunca formam um todo, e com
Saturação, sedução, niilismo, simulacro, hiper-real, digital, importantes efeitos culturais, sociais e políticos. Pois a vida no
desreferencialização, são consideradas senhas para “nomear” ambiente pós-moderno é um show constante.
o pós-moderno, ele significa mudanças com relação à O sistema pós-industrial tem-se mostrado resistente aos
modernidade, ele é um fantasma que passeia por castelos mecanismos de luta modernos, como sindicatos e partidos.
modernos. O consumo e atuação no cotidiano são os únicos horizontes
O individualismo atual nasceu com o modernismo, mas o oferecidos pelo sistema. Onde surge o neo-individualismo pós-
seu exagero narcisista é o acréscimo pós-moderno, ele é um moderno, no qual o sujeito vive sem preconceitos, sem ideias,
princípio esvaziador, diluidor, ele desenche, desfaz princípios, a não ser cultuar sua auto=imagem e buscar a satisfação aqui
regras, valores, práticas e realidades, promove a dês- e agora.
referencialização do real e a dês-substancialização do sujeito. No Brasil, o aparato do pós-moderno é ainda pobre, o pós-
O pós-modernismo é eclético, mistura várias tendências e modernismo está nas ruas, nos mass media; óculos coloridos,
estilos sob o mesmo nome, ele é aberto, plural e muda de cabelos new-wave, cintos metaleiros, rock punk, e entre
aspecto se passamos da tecnociência para as artes plásticas, da outros, os travestis.
sociedade para a filosofia, ou seja, ele flutua no indecidível.
Português 113
APOSTILAS OPÇÃO
Português 114
APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
O pós-modernismo é indefinível, mais é sensível, liberto, e Alguns Autores desse período na literatura
ao mesmo tempo integrado, e aceito pela massa, devido a sua João Cabral de Melo Neto; Adélia Prado; Mario Quintana;
“simplicidade” e facilidade de expor o seu significado. Ferreira Gular; José Paulo Paes; Manoel de Barros; Antônio
Callado; Josué Montello; José Candido de Carvalho; João
Contexto histórico, autores e obras do Pós-Modernismo Ubaldo Ribeiro; Ana Miranda; Rubem Fonseca; Fernando
e Produções Contemporâneas Sabino; Luis Fernando Veríssimo; Rachel de Queiroz; Carlos
O Pós-Modernismo44 caracteriza-se pela diversidade de Heitor Cony; entre outros.
obras, na medida que o Brasil e o mundo experimentam
inúmeras mudanças, especialmente com o fim da Segunda Questões
Guerra Mundial. Depois do fim do conflito entre Eixo e Aliados,
o mundo passou a viver com a ameaça da Guerra Fria. No 01. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
Brasil, esse período foi marcado por uma forte instabilidade
política, a democracia pós-getulista foi interrompida por um Dos vícios já desligados
golpe civil-militar que a historiografia convencionou nos pajés não crendo mais,
denominar como golpe militar. Assim, a partir de 1964, as nem suas danças rituais,
liberdades individuais foram suprimidas, assim como as nem seus mágicos cuidados.
eleições diretas. Depois de vinte e um anos, o país deixou de (ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e
ser administrado por militares e a democracia dava sinais de adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
seu retorno. Mas foi apenas em 1989 que ocorreram as
primeiras eleições diretas para presidente da República e o Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe
Brasil passou a viver a chamada "Nova República" ainda em acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão:
plena transformação e com suas desigualdades sociais e (A) Os meninos índios representam o processo de
regionais sob o contexto do mundo globalizado. aculturação em sua concretude mais visível, como produto
O Pós-Modernismo na literatura brasileira consiste num final de todo um empreendimento do qual participaram com
período em que os autores apresentam um amadurecimento, igual empenho a Coroa
tanto na poesia quanto na prosa. Portuguesa e a Companhia de Jesus.
(B) A presença dos meninos índios representa uma síntese
Na prosa destacam-se: perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de
literatura informativa.
João Guimarães Rosa - autor considerado um bruxo das (C) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua
palavras por apresentar uma linguagem repleta de arcaísmos, própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias
neologismo, enfim as mais variadas expressões. praticadas pelos pajés.
Clarice Lispector - continuou com o intimismo de Cecília (D) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja
Meireles. O principal eixo de sua obra é o questionamento do construção como personagens atende a todos os requintes da
ser, a pesquisa do ser humano, resultando num romance mais dramaturgia renascentista.
introspectivo. (E) Os meninos índios representam a revolta dos nativos
Dalton Trevisan - retrata a sociedade brasileira por meio contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem
da ironia e do sarcasmo. libertar-se tão logo seja possível.
44
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=
283
Português 116
APOSTILAS OPÇÃO
(C) o desapego aos temas do cotidiano o aponta como um 07. (UC-MG) Graciliano Ramos é autor que, no
poeta que, embora inserido no Modernismo, está muito Modernismo, faz parte da:
distanciado das causas sociais e da busca de uma identidade (A) fase destruidora, que procura romper com o passado.
nacional, como fizeram seus contemporâneos. (B) segunda fase, em que se destaca a ficção regionalista.
(D) o movimento modernista teve com seu trabalho e com (C) fase irreverente, que busca motivos no primitivismo.
o de poetas como Oswald e Mário de Andrade a base de sua (D) geração de 45, que procura estabelecer uma ordem no
caos anterior.
criação. Bandeira recriou literariamente suas experiências
(E) década de 60, que transcendentaliza o regionalismo.
pessoais, com temas como o amor, a morte e a solidão, aos
quais conferiu um valor mais universal. Gabarito
(E) o poeta trata de temas bastante recorrentes ao
Romantismo, como a saudade, a infância e a solidão. Além 01.A / 02.B / 03.B / 04.D / 05.A / 06.B / 07.B
disso, expressa-se como os românticos, já que tem uma visão
idealizada do mundo. Daí seu distanciamento dos demais
modernistas da primeira fase. 9) Redação Gênero textual;
05. Enem textualidade e estilo (funções
da linguagem; coesão e
coerência textual; tipos de
discurso; intertextualidade;
denotação e conotação;
figuras de linguagem;
mecanismos de coesão; a
ambiguidade; a não-
contradição; paralelismos
sintáticos e semânticos;
continuidade e progressão
textual); texto e contexto; o
texto narrativo: o enredo, o
tempo e o espaço; a técnica da
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo. 27 set. descrição; o narrador; o texto
2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012.
argumentativo; o tema; a
O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a impessoalidade; a carta
brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da argumentativa; a crônica
identidade nacional, as anotações em torno dos versos
constituem argumentativa; a
(A) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de argumentação e a persuasão;
dados histórico-culturais. o texto
(B) forma clássica da construção poética brasileira.
(C) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol. dissertativoargumentativo; a
(D) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de consistência dos argumentos;
leitura poética. a contraargumentação; o
(E) lembretes de palavras tipicamente brasileiras
substitutivas das originais. parágrafo; a informatividade e
o senso comum; formas de
06. Assinale a alternativa em que se encontram desenvolvimento do texto
preocupações estéticas da Primeira Geração Modernista:
(A) Principal corrente de vanguarda da Literatura dissertativo-argumentativo; a
Brasileira, rompeu com a estrutura discursiva do verso introdução; e a conclusão.
tradicional, valendo-se de materiais gráficos e visuais que
transformaram a estrutura do poema.
(B) Busca pelo sentido da existência humana, confronto
GÊNEROS TEXTUAIS
entre o homem e a realidade, reflexão filosófico-
existencialista, espiritualismo, preocupação social e política,
Os gêneros textuais são classificados conforme as
metalinguagem e sensualismo.
características comuns que os textos apresentam em relação à
(C) Os escritores de maior destaque da primeira fase do
Modernismo defendiam a reconstrução da cultura brasileira linguagem e ao conteúdo.
sobre bases nacionais, revisão crítica de nosso passado Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma
histórico e de nossas tradições culturais, eliminação do interação entre os interlocutores (emissor e receptor) de
determinado discurso.
complexo de colonizados e uso de uma linguagem própria da
São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade,
cultura brasileira.
receita de bolo, menu do restaurante, bilhete ou lista de
(D) Amadurecimento da prosa, sobretudo do romance,
supermercado.
enfoque mais direto dos fatos, influência da estética Realista-
É importante considerar seu contexto, função e finalidade,
Naturalista do século XIX e caráter documental, como no
pois o gênero textual pode conter mais de um tipo textual. Isso,
livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.
por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a
Português 117
APOSTILAS OPÇÃO
45 https://www.todamateria.com.br/generos-textuais/
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APOSTILAS OPÇÃO
Português 119
APOSTILAS OPÇÃO
Vilancete Questões
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de
escárnio e de maldizer); satíricas, portanto. 01. (Pref. Teresina/PI - Professor de Língua
Portuguesa - NUCEPE/2016) Ainda sobre gênero, é correto
Gênero Épico ou Narrativo afirmar que uma característica predominante nos gêneros
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários textuais é a:
reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com (A) forma linguística.
o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado (B) clareza das ideias.
apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao (C) função sociocomunicativa.
surgimento de concepções de prosa com características (D) assunto temático.
diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. (E) correção gramatical.
Português 120
APOSTILAS OPÇÃO
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a - Coesão por substituição: substituição de um nome
política agrária do país, porque consideram injusta a atual (pessoa, objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou trechos do
distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o próximo, evitando a repetição no corpo do texto.
projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de
sem-terra.” Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital
(JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional, 2007) gaúcha”;
Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos
As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do Escravos”;
texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão do João Paulo II: Sua Santidade;
texto. Vênus: A Deusa da Beleza.
Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os
principais são: Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária.
Não é por acaso que o “Poeta dos Escravos” é considerado o
- Palavras de transição: são palavras responsáveis pela mais importante da geração a qual representou.
coesão do texto, estabelecem a interrelação entre os
enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados
conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais. agrupados em conjuntos.
47
http://brasilescola.uol.com.br/redacao/coesao.htm
Português 121
APOSTILAS OPÇÃO
O transporte também esteve no centro dos protestos de A comunidade internacional tem diante de si um desafio
junho de 2013. Lembremos: ele está interrelacionado com a enorme, mas é ainda maior a necessidade de agir com rapidez.
moradia, o emprego, o lazer. Como se vê, não faltam razões Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo perdido conta
para o debate do tema. a favor da doença.
(Sérgio Magalhães, O Globo)
( http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512104-editorial-corrida-contra-o-
ebola.shtml, 2014)
“Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.”
Assinale a opção em que se indica, INCORRETAMENTE, o
Substituindo o termo destacado por uma oração
referente do termo em destaque.
desenvolvida, a forma correta e adequada seria:
(A) “quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual” (5º§) –
(A) para que se debatesse o tema;
organização
(B) para se debater o tema;
(B) “A agência passou a dar mais ênfase” (6º§) – OMS
(C) para que se debata o tema;
(C) “Pesa contra o órgão da ONU”(7º§) – OMS
(D) para debater-se o tema;
(D) “Seus esforços iniciais foram limitados” (7º§) –
(E) para que o tema fosse debatido.
gravidade da situação
(E) “A comunidade tem diante de si” (10º§) – comunidade
02. “A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a
internacional
poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”.
A oração em forma desenvolvida que substitui correta e
4. Leia o texto para responder a questão.
adequadamente o gerúndio “advertindo” é:
As cotas raciais deram certo porque seus beneficiados são,
(A) com a advertência de;
sim, competentes. Merecem, sim, frequentar uma
(B) quando adverte;
universidade pública e de qualidade. No vestibular, que é o
(C) em que adverte;
princípio de tudo, os cotistas estão só um pouco atrás. Segundo
(D) no qual advertia;
dados do Sistema de Seleção Unificada, a nota de corte para os
(E) para advertir.
candidatos convencionais a vagas de medicina nas federais foi
de 787,56 pontos. Para os cotistas, foi de 761,67 pontos. A
03. Corrida contra o ebola
diferença entre eles, portanto, ficou próxima de 3%. IstoÉ
entrevistou educadores e todos disseram que essa distância é
Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África
mais do que razoável. Na verdade, é quase nada. Se em uma
Ocidental despertou a atenção da comunidade internacional,
disciplina tão concorrida quanto medicina um coeficiente de
mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para
apenas 3% separa os privilegiados, que estudaram em colégios
refrear o avanço da doença tenham sido eficazes.
privados, dos negros e pobres, que frequentaram escolas
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000
públicas, então é justo supor que a diferença mínima pode,
contaminações registradas neste ano ocorreram nas últimas
perfeitamente, ser igualada ou superada no decorrer dos
três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da
cursos. Depende só da disposição do aluno. Na Universidade
enfermidade. A escalada levou o diretor do CDC (Centro de
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das mais conceituadas
Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, Tom Frieden, a
do País, os resultados do último vestibular surpreenderam. “A
afirmar que a epidemia está fora de controle.
maior diferença entre as notas de ingresso de cotistas e não
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De
cotistas foi observada no curso de economia”, diz Ângela
um lado, as condições sanitárias e econômicas dos países
Rocha, pró-reitora da UFRJ. “Mesmo assim, essa distância foi
afetados são as piores possíveis. De outro, a Organização
de 11%, o que, estatisticamente, não é significativo”.
Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um (www.istoe.com.br)
contingente expressivo de profissionais para atuar nessas
localidades afetadas. Para responder a questão, considere a passagem – A
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se diferença entre eles, portanto, ficou próxima de 3%.
explica por problemas financeiros. Só 20% dos recursos da O pronome eles tem como referente:
entidade vêm de contribuições compulsórias dos países- (A) candidatos convencionais e cotistas.
membros – o restante é formado por doações voluntárias. (B) beneficiados.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa (C) dados do Sistema de Seleção Unificada.
área, e a organização perdeu quase US$ 1 bilhão de seu (D) dados do Sistema de Seleção Unificada e pontos.
orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para (E) pontos.
comparação, o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013,
com cerca de US$ 6 bilhões. 05. Leia os quadrinhos para responder a questão.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A
agência passou a dar mais ênfase à luta contra enfermidades
globais crônicas, como doenças coronárias e diabetes. O
departamento de respostas a epidemias e pandemias foi
dissolvido e integrado a outros. Muitos profissionais
experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para
reconhecer a gravidade da situação. Seus esforços iniciais
foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais
possível enfrentá-lo de Genebra, cidade suíça sede da OMS. Um enunciado possível em substituição à fala do terceiro
Tornou-se crucial estabelecer um comando central na África quadrinho, em conformidade com a norma- padrão da língua
Ocidental, com representantes dos países afetados. portuguesa, é:
Espera-se também maior comprometimento das potências (A) Se você ir pelos caminhos da verdade, leve um
mundiais, sobretudo Estados Unidos, Inglaterra e França, que capacete.
possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa e Guiné, (B) Caso você vá pelos caminhos da verdade, lembra-se de
respectivamente. levar um capacete.
Português 122
APOSTILAS OPÇÃO
(C) Se você se mantiver nos caminhos da verdade, leve um eliminamos estruturas ambíguas, bem como o uso inadequado
capacete. dos conectivos.
(D) Caso você se mantém nos caminhos da verdade, lembre
de levar um capacete. Coerência semântica: para que a coerência semântica
(E) Ainda que você se mantêm nos caminhos da verdade, esteja presente em um texto, é preciso, antes de tudo, que o
leva um capacete. texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está
relacionada com as relações de sentido entre as estruturas.
Respostas Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma
01.C / 02.C / 03.D / 04.A / 05.C leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e
inferência.
COERÊNCIA
Coerência temática: todos os enunciados de um texto
A coerência textual48 não está na superfície do texto: a precisam ser coerentes e relevantes para o tema, com exceção
construção de sentidos será feita de acordo com o das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser
conhecimento prévio de cada leitor evitados, impedindo assim o comprometimento da coerência
Quando você se propõe a escrever um texto, certamente se temática.
lembra de quem vai ler, não é verdade? Provavelmente, você
também se lembra de que alguns cuidados devem ser tomados Coerência pragmática: refere-se ao texto visto como uma
para que o leitor compreenda o texto. Nessa tentativa de fazer- sequência de atos de fala. Os textos, orais ou escritos, são
se compreendido, você estabelece alguns padrões mentais que exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às
diferem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido, condições para a sua realização. Se o locutor ordena algo a
certo? alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um
Pois bem, intuitivamente, você está seguindo um princípio pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém,
básico para uma boa redação, chamado de coerência textual. esperamos receber como resposta uma afirmação ou uma
Você pode até não conhecer a exata definição desse elemento negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo
da linguística textual, mas possivelmente evita construções que foi indagado. Quando essas condições são ignoradas,
ininteligíveis em sua redação e recorre aos seus temos como resultado a incoerência pragmática.
conhecimentos sociocognitivos. A coerência é uma
conformidade entre fatos ou ideias, próprio daquilo que tem Coerência estilística: diz respeito ao emprego de uma
nexo, conexão, portanto, podemos associá-la ao processo de variedade de língua adequada, que deve ser mantida do início
construção de sentidos do texto e à articulação das ideias. Por ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A
serem os sentidos elementos subjetivos, podemos dizer que a incoerência estilística não provoca prejuízos para a
coerência não pode ser delimitada, pois o leitor é o interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros
responsável pela constituição dos significados do texto. - como o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem
formal - deve ser evitada, principalmente nos textos não
Três princípios básicos são necessários para literários.
compreendermos melhor o que é coerência textual:
1) Princípio da Não Contradição: um texto deve Coerência genérica: refere-se à escolha adequada do
apresentar situações ou ideias lógicas que em momento algum gênero textual, que deve estar de acordo com o conteúdo do
se contradigam; enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social
2) Princípio da Não Tautologia: a tautologia nada mais é exige que ele tenha como objetivo ofertar algum serviço, bem
do que um vício de linguagem que repete ideias com palavras como vender ou comprar algum produto, e que sua linguagem
diferentes ao longo do texto, o que compromete a transmissão seja concisa e objetiva, pois essas são as características
da informação; essenciais do gênero. Uma ruptura com esse padrão,
3) Princípio da Relevância: um texto com informações entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos
fragmentadas torna as ideias incoerentes, ainda que cada encontrar um determinado gênero assumindo a forma de
fragmento apresente certa coerência individual. Se as ideias outro.
não dialogam entre si, então elas são irrelevantes. É importante ressaltar que em alguns tipos de texto,
especialmente nos textos literários, uma ruptura com os tipos
É importante ressaltarmos que o uso adequado dos de coerência descritos anteriormente pode acontecer. Nos
conectivos também colabora na construção de um texto demais textos, a coerência contribui para a construção de
coerente: a coesão textual é um importante mecanismo de enunciados cuja significação seja aceitável, ajudando na
estruturação do texto, presente em dois movimentos compreensão do leitor ou do interlocutor. Todavia, a coerência
essenciais: retrospecção e prospecção. Lembre-se de que a depende de outros aspectos, como o conhecimento linguístico
coerência é um princípio de interpretabilidade, portanto, cabe de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a
a você depreender os sentidos do texto. informatividade, a intertextualidade e a intencionalidade.
Português 123
APOSTILAS OPÇÃO
50brasilescola.uol.com.br/redacao/intertextualidade-.htm
escolakids.uol.com.br/intertextualidade.htm
Português 124
APOSTILAS OPÇÃO
51http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-
redacao/exercicios-sobre-intertextualidade-explicita-implicita.htm
Português 125
APOSTILAS OPÇÃO
(Cazuza e Roberto Frejat)
02.
Hora do mergulho
eu quero paz:
uma trégua do lilás-neon-Las Vegas
profundidade: 20.000 léguas
“se queres paz, te prepara para a guerra”
“se não queres nada, descansa em paz”
“luz” - pediu o poeta
(últimas palavras, lucidez completa)
depois: silêncio
Ao analisarmos todos esses exemplos, chegamos à
conclusão de que intertextualidade se conceitua como o esqueça a luz... respire o fundo
diálogo que se estabelece entre os textos verbais e não verbais. eu sou um déspota esclarecido
nessa escura e profunda mediocracia.
Questões
(Engenheiros do Hawaii, composição de Humberto Gessinger)
01.
Ideologia Na letra da canção, Humberto Gessinger faz referência a
um famoso provérbio latino: si uis pacem, para bellum, cuja
Meu partido tradução é Se queres paz, te prepara para a guerra. Nesse tipo
É um coração partido de citação, encontramos o seguinte recurso:
E as ilusões estão todas perdidas (A) intertextualidade explícita.
Os meus sonhos foram todos vendidos (B) intertextualidade implícita.
Tão barato que eu nem acredito (C) intertextualidade implícita e explícita.
Eu nem acredito (D) tradução.
Que aquele garoto que ia mudar o mundo (E) referência e alusão.
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do “Grand Monde” 03. a)
(Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro b)
O gordo é o novo fumante
Meus heróis morreram de overdose Nunca houve tanta gente acima do peso – nem tanto
Meus inimigos estão no poder preconceito contra gordos.
Ideologia De um lado, o que há por trás é uma positiva discussão
Eu quero uma pra viver sobre saúde. Por outro, algo de podre: o nascimento de uma
Ideologia nova eugenia.
(Super Interessante. Editora Abril. 2012.)
Eu quero uma pra viver
Português 126
APOSTILAS OPÇÃO
Em relação ao texto, considere as afirmativas a seguir: O cartum Vida de Passarinho, do cartunista Caulos,
I. O código não verbal, principalmente no que se refere ao estabelece um interessante diálogo com um famoso texto-
segundo desenho, revela o discurso preconceituoso e, fonte de nossa literatura. Assinale a alternativa que cita esse
consequentemente, um aspecto ideológico. texto-fonte:
II. O sentido de proibição é captado por meio da (A) Canção do exílio, de Gonçalves Dias.
intertextualidade estabelecida entre os códigos não verbais a (B) Erro de português, de Oswald de Andrade.
qual, por sua vez, revela aspectos ligados ao gênero do humor. (C) No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade.
III. O conteúdo expresso na placa revela que, futuramente, (D) Não há vagas, de Ferreira Gullar.
indivíduos obesos sofrerão ainda mais discriminação social. (E) José, de Carlos Drummond de Andrade.
IV. O efeito de sentido expresso pelo conteúdo não verbal
serve para reforçar o caráter polissêmico da placa. Gabarito
01.A / 02.B / 03.D / 04.D / 05.C
Assinale a alternativa correta:
(A) Somente as afirmativas I e II são corretas. AMBIGUIDADE / PARALELISMO
(B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. Ambiguidade
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. A ambiguidade surge quando algo que está sendo dito
admite mais de um sentido, comprometendo a compreensão
04. Sobre a intertextualidade, assinale a alternativa do conteúdo. Isso pode suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a
incorreta: conclusões equivocadas na interpretação do texto. A
(A) A intertextualidade implícita não se encontra na ambiguidade é um dos problemas que podem ser evitados.
superfície textual, visto que não fornece para o leitor A inadequação ou a má colocação de elementos como
elementos que possam ser imediatamente relacionados com pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo
algum outro tipo de texto-fonte. enunciados inteiros podem acarretar em duplo sentido,
(B) Todo texto, em maior ou menor grau, é um intertexto, comprometendo a clareza do texto. Observe os exemplos que
pois é normal que durante o processo da escrita aconteçam seguem:
relações dialógicas entre o que estamos escrevendo e outros "O professor falou com o aluno parado na sala"
textos previamente lidos por nós. Neste caso, a ambiguidade decorre da má construção
(C) Na intertextualidade explícita, ficam claras as fontes sintática deste enunciado. Quem estava parado na sala? O
nas quais o texto baseou-se e acontece, obrigatoriamente, de aluno ou o professor? A solução é, mais uma vez, colocar
maneira intencional. Pode ser encontrada em textos do tipo "parado na sala" logo ao lado do termo a que se refere: "Parado
resumo, resenhas, citações e traduções. na sala, o professor falou com o aluno"; ou "O professor falou
(D) A intertextualidade sempre acontece de maneira com o aluno, que estava parado na sala".
proposital. É um recurso que deve ser evitado, pois privilegia
o plágio dos textos-fonte em detrimento de elementos que "A polícia cercou o ladrão do banco na Rua Santos."
confiram originalidade à escrita. O banco ficava na Rua Santos, ou a polícia cercou o ladrão
nessa rua? A ambiguidade resulta da má colocação do adjunto
05. adverbial. Para evitar isso, coloque "na Rua Santos" mais perto
do núcleo de sentido a que se refere: “Na rua Santos, a polícia
cercou o ladrão”; ou “A polícia cercou o ladrão do banco que se
localiza na rua Santos”.
Português 127
APOSTILAS OPÇÃO
Português 128
APOSTILAS OPÇÃO
(B) coincidência entre as formas do verbo “ver", no (C) o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas
gerúndio, e do verbo “vender", na primeira pessoa do presente sem perder a visão crítica da realidade brasileira.
do indicativo. (D) o texto B, em oposição ao texto A, revela
(C) incompreensão dos adultos em relação às crianças que distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria.
ainda se mantêm inocentes no que diz respeito às práticas (E) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem
comerciais extremas brasileira.
(D) habilidade inata das crianças de perceberem que a
língua é guiada pelo princípio da economia das formas. 03. (ENEM) Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que
lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de
02. (Enem) trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam
verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao
Texto A lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar
infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro
Canção do exílio afora.
(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema
As aves, que aqui gorjeiam, que também se encontra nos versos transcritos em:
Não gorjeiam como lá. (A) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas
Nosso céu tem mais estrelas, mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)
Nossas várzeas tem mais flores, (B) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a
Nossos bosques tem mais vida, de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João
Cabral de Melo Neto)
Nossa vida mais amores.
(C) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu
[...]
salário de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)
Minha terra tem primores,
(D) “Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer
Que tais não encontro eu cá;
ser nada. /À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do
Em cismar - sozinho, a noite -
mundo.” (Fernando Pessoa)
Mais prazer eu encontro lá;
(E) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...)/
Minha terra tem palmeiras
Os inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam, /
Onde canta o Sabiá.
mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas
Não permita Deus que eu morra,
costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Gabarito
Que não encontro por cá;
01.B / 02.C / 03.B
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.
(DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998.) Progressão textual
Minha terra tem palmares Para garantir um bom texto, não bastam boas ideias. É
Onde gorjeia o mar preciso saber organizar seus argumentos. Para que o seu texto
Os passarinhos daqui esteja bem estruturado há dois fatores fundamentais que
Não cantam como os de lá devem ser seguidos: a coesão e a coerência.
Minha terra tem mais rosas Mas, antes de falar sobre a estrutura da redação, serão
E quase tem mais amores apresentados alguns conceitos importantes. A essência de uma
Minha terra tem mais ouro boa redação passa por você saber como defender suas ideias
Minha terra tem mais terra em um texto dissertativo argumentativo. Você sabe como fazer
Ouro terra amor e rosas isto? Se ainda não, revise este conteúdo antes de prosseguir.
Eu quero tudo de lá Veja nesta dica a seguir:
Não permita
Deus que eu morra Saiba como defender suas ideias em um texto
Sem que volte para lá dissertativo argumentativo:
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo Você sabe o que a palavra texto significa? - Antes de
Sem que eu veja a rua 15 começar a colocar suas ideias no papel após ler a exposição do
E o progresso de São Paulo. tema de uma redação é importante conhecer algumas
definições. Resume-se aqui em três frases o que diversos
(ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro.) estudiosos dizem sobre o tema. Leia, releia, e tire pelo menos
dois minutos para entender cada uma delas e pensar em sua
Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais utilização futura:
diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem - O texto não é uma soma de sentenças, mas o
brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se encadeamento semântico dessas sentenças que resulta em sua
que: textualidade.
(A) o ufanismo, atitude de quem se orgulha - O texto é uma unidade de língua em uso: uma unidade de
excessivamente do país em que nasceu, é o tom de que se semântica.
revestem os dois textos. - O texto não é simplesmente um aglomerado de frases.
(B) a exaltação da natureza é a principal característica do
texto B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A. A principal dificuldade dos candidatos na hora de colocar
Português 129
APOSTILAS OPÇÃO
o texto no papel está em estruturar as ideias de forma que os A intenção do escritor não ficou evidente. Isso significa que
argumentos fiquem claros para os leitores. Será preciso treinar o texto não está coerente. De forma resumida, a coerência
muito para que o seu texto tenha uma construção lógica - que refere-se à concatenação das ideias do texto, enquanto a
também é chamada de progressão textual. coesão diz respeito ao modo como elas serão agrupadas.
O que os avaliadores esperam ver na redação - Como se
sabe, o modelo de texto mais cobrado nas redações é o da TIPOS TEXTUAIS
dissertação argumentativa. Esse modelo de texto exige um
distanciamento por parte do escritor. Isso significa que o seu É a forma como um texto se apresenta. É importante que
texto deve ser impessoal e que você não pode expressar suas não se confunda tipo textual com gênero textual.
opiniões pessoais. Existe uma variedade enorme de entendimentos sobre a
A melhor forma de produzir uma dissertação forma correta de definir os tipos de texto. Embora haja uma
argumentativa é focar no tema e desenvolvê-lo. Não se esqueça discordância entre várias fontes sobre a quantidade exata de
de que o foco no tema é crucial para garantir a qualidade do tipos textuais, vamos trabalhar aqui com 5 tipos essenciais:
texto. - Texto Descritivo;
Um texto dissertativo-argumentativo possui uma - Texto Narrativo;
introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Nesse tipo - Texto Dissertativo;
de texto o que conta é a força dos seus argumentos. - Texto Injuntivo;
Todos os dados precisam estar bem encadeados de modo - Texto Expositivo.
a manter uma progressão.
Se acertar na estrutura, produzir bons argumentos e não Texto Descritivo
cometer nenhum erro gramatical grave, certamente
conquistará a nota máxima. Mas não se engane. Para alcançar É a representação com palavras de um objeto, lugar,
a excelência, é preciso muito trabalho e dedicação. situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais
particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer
Dicas para conquistar um bom texto: elemento que seja apreendido pelos sentidos e transformado,
com palavras, em imagens.
Intencionalidade e Aceitabilidade – A intencionalidade Não é, por norma, um tipo de texto autônomo,
nada mais é do que o empenho do escritor em construir um encontrando-se presente em outros textos, como o texto
discurso coerente, coeso e capaz de estabelecer uma narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração
comunicação com o leitor. A meta pode ser informar, quando há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para
argumentar ou polemizar. caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou
Por outro lado, a aceitabilidade refere-se à expectativa do uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar
receptor, como ele recebe o seu texto. Você deve estar se a atenção do leitor.
perguntando: o que isso tudo tem a ver com o meu texto?
Esses dois conceitos querem dizer que não adianta querer Exemplo:
fazer uma boa redação sem pensar na compreensão do seu Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado,
leitor. Ao revisar o texto, observe se o conteúdo está claro e inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter
objetivo. Descarte todas as frases desnecessárias. aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos;
Uma boa técnica é fazer uma leitura em voz em alta. Assim vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro.
fica mais fácil detectar algum erro. Outra dica bastante útil é Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida,
pedir pra outras pessoas lerem o seu texto. Pode ser o seu cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois
colega de aula, um amigo, ou qualquer pessoa da sua família. do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do
Certifique-se de que eles entenderam todas as informações que conosco.
sem precisar fazer nenhuma pergunta. Afinal, você não vai (Machado de Assis. "Conto de escola". Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974)
estar ao lado dos avaliadores da banca no momento em que
seu texto for corrigido. Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor
Não tenha dúvida de que todas essas técnicas vão lhe da escola que o escritor frequentava.
ajudar na hora da prova. Depois de treinar bastante sua Deve-se notar:
escrita, você vai ser capaz de produzir um texto coerente, - que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao
coeso, útil e relevante. mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha
Coesão e Coerência - Tudo o que foi escrito sobre grande medo ao pai);
encadeamento de ideias está ligado ao conceito de coesão e - por isso, não existe uma ocorrência que possa ser
coerência textual. A coesão é um processo de retomar e considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de
avançar no texto. Veja um exemplo: vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola
Pedro tinha um grande desejo… (‘de quê?’) …de ser é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do
engenheiro metalúrgico! relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente:
Como você pode ver, o importante é que cada enunciado o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino,
estabeleça relações de modo que o texto tenha uma estrutura e não traçar a cronologia de suas ações);
coesa. - ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se),
Já a coerência se refere à progressão textual, veja o todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica
exemplo: concomitância em relação a um marco temporal instalado no
“Os problemas de um povo tem de ser resolvidos pelo texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava a
presidente. Este deve ter ideais muito elevadas. Esses ideais se escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma
concretizarão durante a vigência de seu mandato. O seu transformação de estado;
mandato deve ser respeitado por todos.” - se invertêssemos a sequência dos enunciados, não
Como você pode observar, o parágrafo acima é coeso. Mas correríamos o risco de alterar nenhuma relação
você consegue me dizer qual é o assunto abordado? Seriam os cronológica - poderíamos mesmo colocar o últímo período em
problemas do povo? O presidente? O mandato? Ficou primeiro lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre era
complicado de definir, não é mesmo?
Português 130
APOSTILAS OPÇÃO
mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de
do pai e retirava-se antes... texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem
o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo
Estrutura de texto recebe o nome de enredo.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas
Introdução: Primeiramente é feita a identificação do ser personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no
ou objeto que será descrito, de modo a que o leitor foque sua episódio que está sendo contado. As personagens são
atenção nesse ser ou objeto. identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos
Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do objeto ou substantivos próprios.
ser em foco, apresentando seus aspectos mais gerais e mais Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo
pormenorizados, havendo caracterizações mais objetivas e sem querer) ele acaba contando "onde" (em que lugar) as
outras mais subjetivas. ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar
Conclusão: A descrição está concluída quando a onde ocorre uma ação ou ações é chamado de espaço,
caracterização do objeto ou ser estiver terminada. representado no texto pelos advérbios de lugar.
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer
Características "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da
narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através
O texto descritivo não se encontra limitado por noções dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de
temporais ou relações espaciais, visto descrever algo estático, tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele
sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu.
predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, A história contada, por isso, passa por uma introdução
em detrimento de verbos, sendo maioritariamente necessária (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo
a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita,
permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar... o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e
O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo).
rico e variado, bem como o uso de enumerações e Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser
comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª
melhor apresentar o objeto ou ser em descrição, enriquecendo pessoa: Ele).
o texto e tornando-o mais interessante para o leitor. Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos
A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e
físicos, ou mais subjetiva, focalizando aspectos emocionais e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os
psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações
os dois tipos de descrição, sendo o objeto ou ser descrito expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história
apresentado nas suas diversas vertentes. contada.
Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta
ou seja, aquilo que pode ser observado e a descrição de a história.
aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter,
personalidade, humor…, apreendidos pelo convívio com a Principais elementos da narrativa
pessoa e pela observação de suas atitudes. Na descrição de Os principais elementos da narrativa, também chamados
lugares ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a de elementos da narração, são:
descrição do ambiente social, econômico, político... Na Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a
descrição de objetos, embora predomine a descrição de ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na praça,…), social
aspectos físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que (características do ambiente social) e psicológico (vivências,
estimule os sentidos do leitor. pensamento e sentimentos do sujeito,…).
Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico indica a
uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, dias, anos,… O
predominam. Porque toda técnica descritiva implica tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das
contemplação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o personagens, sendo subjetivo e influenciado pelo estado de
redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de espírito das personagens em cada momento.
sensibilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou Personagens: São caracterizadas através de qualidades
interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser feita de
ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. modo direto (explicitada pelo narrador ou por outras
personagens, através de autocaracterização ou
Texto Narrativo heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com base nas
atitudes e comportamento das personagens).
O texto narrativo é caracterizado por narrar uma história,
ou seja, contar uma história através de uma sequência de As personagens possuem diferentes importâncias na
várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de narração, havendo personagens principais e personagens
acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada secundárias. As personagens principais desempenham papéis
em introdução, desenvolvimento e conclusão.52 essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja,
Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha,
principais elementos da narração: espaço, tempo, impede). As personagens secundárias desempenham papéis
personagem, enredo e narrador. menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as personagens
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o principais em ações secundárias) ou figurantes (ajudam na
narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com caracterização de um espaço social).
quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; comportamentos ao longo da narração (personagem
52
https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo/
Português 131
APOSTILAS OPÇÃO
modelada ou redonda), bem como estáticas, não se (Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre:
modificando no decorrer da ação (personagem plana). Há Mercado Aberto)
ainda personagens que representam um grupo específico
(personagem-tipo). Exemplo - Espaço
Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, o Considerarei longamente meu pequeno deserto, a
enredo é composto pelos acontecimentos que ocorrem num redondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de
determinado tempo e espaço e são vivenciados pelas algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a
personagens. As ações seguem-se umas às outras por insipidez."
encadeamento, encaixe e alternância. (Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto
Alegre: Movimento, 1981)
Existem ações principais e ações secundárias, mediante a
importância que apresentam na narração. Além disso, o Exemplo - Tempo
enredo pode estar fechado, estando definido e conhecido o
final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e “Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a
conhecido para a narrativa. mulher lhe pediu que a chamasse cedo."
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados)
Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou
seja, é quem conta a história. Existem vários tipos de narrador: Estrutura:
Narrador onisciente e onipresente: Conhece - Apresentação: é a parte do texto em que são
intimamente as personagens e a totalidade do enredo, de apresentados alguns personagens e expostas algumas
forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a
3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indireto ação se desenvolverá.
livre, tendo sua voz confundida com a voz das personagens, tal - Complicação: é a parte do texto em que se inicia
é o seu conhecimento e intimidade com a narrativa. propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,
Narrador personagem, participante ou presente: Conta conduzindo ao clímax.
a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da personagem que - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu
é. Apenas conhece seus próprios pensamentos e as ações que momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações
conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e dos personagens.
sobre a totalidade do enredo. Este tipo de narração é mais
subjetivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do Tipos de Personagens:
narrador. Os personagens têm muita importância na construção de
Narrador observador, não participante ou ausente: um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser
Limita-se a contar a história, sem se envolver nela. Embora principais ou secundários, conforme o papel que
tenha conhecimento das ações, não conhece o íntimo das desempenham no enredo, podem ser apresentados direta ou
personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objetiva. indiretamente.
Utiliza a narração na 3.ª pessoa. A apresentação direta acontece quando o personagem
Nos textos narrativos, é através da voz do narrador que aparece de forma clara no texto, retratando suas
conhecemos o desenrolar da história e as ações das características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação
personagens, mas é através da voz das personagens que indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e
conhecemos as suas ideias, opiniões e sentimentos. A forma o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do
como a voz das personagens é introduzida na voz do narrador enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e
é chamada de discurso. do modo como vai fazendo.
Português 132
APOSTILAS OPÇÃO
53
https://segredosdeconcurso.com.br/tipologia-textual/
Português 133
APOSTILAS OPÇÃO
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados
fato presente. Ex.: “A crise econômica que teve início no estatísticos.
começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices de - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
inflação que a década colecionou, agravou vários dos prováveis resultados.
históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência, - Interrogação: toda sucessão de interrogações deve
principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente apresentar questionamento e reflexão.
identificada pela população brasileira.” - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos,
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. valores, juízos.
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
coisa apresentada no texto. Ex.: Você quer estar “na sua”? Quer porquês de uma determinada situação.
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
cano! Faça parte desse time de vencedores desde a escolha - Exemplificação: dar exemplos.
desse momento!
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex.: Exposição de elementos que vão fundamentar a ideia
“É importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não principal que pode vir especificada através da argumentação,
é a solução no combate à insegurança.” de pormenores, da ilustração, da causa e da consequência, das
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica,
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex.: “Em da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de exposição da ideia.
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) Conclusão
e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais É uma avaliação final do assunto, um fechamento
recebidos). (...)” integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
do texto. Ex.: “A principal característica do déspota encontra- - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
regras que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu quem lê.
poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre
exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer
necessidades.” de forma muito mais convincente, uma vez que já foi
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação (um
compõem o texto. parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo
- Interrogação: questionamento. Ex.: “Volta e meia se faz a proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese,
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo acrescida da argumentação básica empregada no
futebol não é uma prova de alienação?” desenvolvimento.
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a
curiosidade do leitor. Exemplo:
- Comparação: social e geográfica.
- Enumeração: enumerar as informações. Ex.: “Ação à Redução da maioridade penal, grande falácia
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem,
triunfo das massas, holocausto: através das metáforas e das O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que
realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a é contrário à mudança na maioridade penal.
verdadeira doença do século...” Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um
- Narração: narrar um fato. crime bárbaro foi praticado por um adolescente, penalmente
irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP,
Deve conter a ideia principal a ser desenvolvida 104 do ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá
dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do mais discussão, para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a
desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam
ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida. idade menor de 18 anos como definição legal de adulto.
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma
Desenvolvimento como fazemos com os adultos, estamos admitindo que eles
É a argumentação da ideia inicial, de forma organizada e devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e
progressiva. É a parte maior e mais importante do texto. não lhes deu a proteção constitucional que é seu direito. A
Podem ser desenvolvidas de várias formas: prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o,
este tipo de abordagem. para depois reintegrá-lo. Com a redução da menoridade penal,
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.
ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam
definição. delitos contra o patrimônio ou por atuarem no tráfico de
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra
distintas. a vida. Afirmar que os adolescentes não são punidos ou
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita,
pontos favoráveis e desfavoráveis. transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou impunidade, mas a falta de ação do Estado. Ao contrário do que
descrever uma cena. muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são
punidos com muito mais rigor do que os adultos.
Português 134
APOSTILAS OPÇÃO
54
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/tipologia-
textual
Português 135
APOSTILAS OPÇÃO
Analise as proposições do texto em relação à tipologia e a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha
gênero textual: casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à minha mãe.
1. A Fábula é uma Tipologia textual e não um gênero de Sorriu.
texto; Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico
2. O gênero textual fábula pertence à tipologia narrativa; engessou minha perna e em poucas semanas eu estava
3. O Gênero e a tipologia textual se definem igualmente recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E
4. São características que definem a fábula: os animais que tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em
falam e uma linguagem erudita minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana
Custódio.
Assinale a alternativa correta: (SCLIAR, Moacyr. In: revista Nova Escola, seção Era uma vez. São Paulo:
Abril, agosto de 2004).
(A) 1 e 2
(B) 1, 2 e 3
Este texto “Bruxas não existem”, se encaixa na tipologia
(C) 2 e 4
textual de:
(D) Apenas 2
(A) Descrição.
(E) Todas estão corretas
(B) Narração.
(C) Dissertação.
02. (Pref. de Lauro Muller/SC - Professor de Pedagogia
(D) Nenhuma das alternativas.
- Pref. de Lauro Muller/SC/2016) Este texto é referente à
questão.
03. (Câmara Santa Rosa/RS - Procurador Jurídico -
INST.EXCELENCIA/2017)
BRUXAS NÃO EXISTEM
Retrato
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres
Eu não tinha este rosto de hoje,
malvadas que passavam o tempo todo maquinando coisas
assim calmo, assim triste, assim magro,
perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A
nem estes olhos tão vazios,
prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona
nem o lábio amargo.
que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa
rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de
Eu não tinha estas mãos sem força,
“bruxa”.
tão paradas e frias e mortas;
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam
eu não tinha este coração
palha, o nariz era comprido, ela tinha uma enorme verruga no
que nem se mostra.
queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos
entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos
Eu não dei por esta mudança,
isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande
tão simples, tão certa, tão fácil:
caldeirão. Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e
- Em que espelho ficou perdida
meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e
a minha face?
quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras no MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: José
pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando Aguilar, 1958.
"bruxa, bruxa!".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A Para expressar as mudanças físicas de seu corpo e como o
quem pertencera esse animal nós não sabíamos, mas logo mesmo se encontra depois delas, o eu lírico utiliza
descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O predominantemente os recursos da:
que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela (A) Narração.
manhã, e talvez por esquecimento, ela deixará aberta a janela (B) Descrição.
da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, (C) Dissertação.
levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com (D) Nenhuma das alternativas.
muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-
lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina. 04. (Pref. Cruzeiro/SP - Professor Língua Portuguesa -
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa INST.EXCELENCIA/2016) São várias as situações
apareça. E ela apareceu. No momento exato em que, comunicativas cotidianas, sejam elas orais ou escritas. O
finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a dinamismo da comunicação é responsável pela criação dos
porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo diversos gêneros textuais, mas, antes deles, existem os tipos
de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o textuais, estruturas nas quais os gêneros se apoiam. Os
último. aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e finalidade do texto: contar, descrever, argumentar, informar,
caí. De imediato senti uma dor terrível na perna e não tive etc. Um único texto pode apresentar passagens de vários tipos
dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas de texto. A tipologia textual apresenta características
não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas intrínsecas, como vocabulário, relações lógicas, tempos
com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura verbais, construções frasais e outras peculiaridades inscritas
a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher em, basicamente, cinco tipos.
sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de Assinale a alternativa CORRETA.
raiva. Mas aí viu a minha perna, e instantaneamente mudou. (A) Narração; Dissertação; Descrição; Exposição; Injunção.
Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma (B) Conjunção; Dissertação; Descrição; Exposição;
habilidade surpreendente. Comunicação.
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. (C) Comunicação; Conjunção; Dissertação; Descrição;
Não se preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, Exposição.
trabalhei em hospital. Confie em mim. (D) Narração; Descrição; Injunção; Exposição; Coesão;
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e Dissertação.
com seu cinto de pano, improvisou uma tala, imobilizando-me
Português 136
APOSTILAS OPÇÃO
05. (João Pessoa/PB - Técnico Controle Interno - Os argumentos devem ter um embasamento, nunca deve-
CESPE/2018) se afirmar algo que não venha de estudos ou informações
previamente adquiridas.
Os exemplos dados devem ser coerentes com a realidade,
ou seja, podem até ser fictícios, mas não podem ser
inverossímeis.
Caso haja citações de pessoas ou trechos de textos os
mesmos devem ser razoavelmente confiáveis, não se pode
citar qualquer pessoa.
Experiências que comprovem os argumentos devem ser
também coerentes com a realidade.
Há de se imaginar sempre os questionamentos, dúvidas e
pensamentos contrários dos leitores quanto à sua
argumentação, para que a partir deles se possa construir
melhores argumentos, fundamentados em mais estudo e
pesquisa.
Quanto a estrutura do texto, este deve apresentar uma
lógica de pensamentos. Os raciocínios devem ter uma relação
entre si, e um deve continuar o que o outro afirmava.
Acerca das propriedades linguísticas do texto precedente, No início do texto deve-se apresentar o assunto e a
julgue o item subsequente. problemática que o envolve, sempre tomando cuidado para
O texto apresentado combina elementos das tipologias não se contradizer.
expositiva e injuntiva. Ao decorrer do texto vão sendo apresentados os
( ) Certo ( ) Errado argumentos propriamente ditos, junto com exemplificações e
citações (se existirem).
Gabarito No final do texto as ideias devem ser arrematadas com uma
tese (a conclusão). Essa conclusão deve vir sendo prevista pelo
01. D / 2. B / 3.B / 04.A / 05.CERTO leitor durante todo o texto, à medida que ele vai lendo e se
direcionando para concordar com ela.
ARGUMENTAÇÃO A argumentação não trabalha com fatos claros e evidentes,
mas sim investiga fatos que geram opiniões diversas, sempre
Argumentar55 é a capacidade de relacionar fatos, teses, em busca de encontrar fundamentos para localizar a opinião
estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções a fim de mais coerente.
embasar determinado pensamento ou ideia. Não se pode, em uma argumentação, afirmar a verdade ou
Um texto argumentativo sempre é feito visando um negar a verdade afirmada por outra pessoa. O objetivo é fazer
destinatário. O objetivo desse tipo de texto é convencer, com que o leitor concorde e não com que ele feche os olhos
persuadir, levar o leitor a seguir uma linha de raciocínio e a para possíveis contra-argumentos.
concordar com ela. Caso seja necessário se pode também fazer uma
Para que a argumentação seja convincente é necessário comparação entre vários ângulos de visão a respeito do
levar o leitor a um “beco sem saída”, onde ele seja obrigado a assunto, isso poderá ajudar no processo de convencimento do
concordar com os argumentos expostos. leitor, pois não dará margens para contra-argumentos. Porém
No caso da redação, por ser um texto pequeno, há uma deve-se tomar muito cuidado para não se contradizer e para
obrigatoriedade em ser conciso e preciso, para que o leitor ser claro. Para isso é necessário um bom domínio do assunto.
possa ser levado direto ao ponto chave. Para isso é necessário
que se exponha a questão ou proposta a ser discutida logo no Organização Textual
início do texto, e a partir dela se tome uma posição, sempre de
forma impessoal. O envolvimento de opiniões pessoais, além O ser humano se comunica por meio de textos. Desde uma
de ser terminantemente proibido em textos que serão simples e passageira interjeição como “Olá” até uma
analisados em concursos, pode comprometer a veracidade dos mensagem muitíssimo extensa. Em princípio, esses textos
fatos e o poder de convencimento dos argumentos utilizados eram apenas orais. Hoje, são também escritos. Nesse processo,
Por exemplo, é muito mais aceitável uma afirmação de um os textos ganharam formas de organização distintas, com
autor renomado ou de um livro conhecido do que o simples propósitos nitidamente distintos também. As principais
posicionamento do redator a respeito de determinado formas de organização textual registradas na humanidade são,
assunto. assim:
Uma boa argumentação só é feita a partir de pequenas - Narrativa: aquela que compreende textos que contam
regras as quais facilmente são encontradas em textos do dia a uma história, relatam um acontecimento.
dia, já que durante a nossa vida levamos um longo tempo - Argumentativa: a que visa ao convencimento do
tentando convencer as outras pessoas de que estamos certos. interlocutor.
- Descritiva: cuja finalidade é apresentar concreta ou
metaforicamente uma dada descrição.
Cada uma dessas formas de organização textual desdobra-
se em inúmeros gêneros textuais distintos, que nada mais são
do que cada concretizável possível a cada um dos objetivos
textuais. Assim, por exemplo, a diferentes formas e formatos
para se narrar: fábula, conto de fadas, romance, conto, notícia,
fofoca, etc.
55http://www.infoescola.com/redacao/argumentacao/ http://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-argumentacao.htm
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-
argumentativo/argumentacao.html
Português 137
APOSTILAS OPÇÃO
Português 138
APOSTILAS OPÇÃO
Português 139
APOSTILAS OPÇÃO
Resumo do que será Apresentado no Desenvolvimento Ao analisar o (a, os, as)..., é possível conhecer o (a, os, as)....,
Uma das maneiras mais fáceis de elaborar a introdução é pois...
apresentar o resumo do que se vai discutir no
desenvolvimento. Nesse caso, é necessário planejar
cuidadosamente a redação toda, antes de começá-la, pois, na 10) Alterações introduzidas
introdução, serão apresentados os tópicos a serem discutidos
no desenvolvimento. Deve-se tomar o cuidado para não se na ortografia da língua
apresentarem muitos tópicos, senão a dissertação será portuguesa pelo Acordo
somente expositiva e não argumentativa. Cada tópico Ortográfico da Língua
apresentado na introdução deve ser discutido no
desenvolvimento em um parágrafo inteiro. Não se devem Portuguesa, assinado em
misturá-los em um parágrafo só, nem utilizar dois ou mais Lisboa, em 16 de dezembro de
parágrafos, para se discutir um mesmo assunto. O ideal é que 1990, por Portugal, Brasil,
sejam apresentados somente dois ou três temas para
discussão. Angola, São Tomé e Príncipe,
Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Paráfrase Moçambique e,
Uma maneira de se elaborar a introdução é valendo-se da
paráfrase, que consiste em reescrever o tema, utilizando suas posteriormente, por Timor
próprias palavras. Deve-se tomar o cuidado, para não apenas Leste, aprovado no Brasil pelo
substituírem as palavras do tema por sinônimos, pois isso será Decreto nº 6.583, de 29 de
demonstração de falta de criatividade; o melhor é reestruturar
totalmente o tema, realmente utilizando "suas" palavras. setembro de 2008 e alterado
Observe o que traz o Michaelis - Moderno Dicionário da pelo Decreto nº 7.875, de 27
Língua Portuguesa, quanto à definição da palavra paráfrase: de dezembro de 2012.
explicação ou tradução mais desenvolvida de um texto por
meio de palavras diferentes das nele empregadas. Portanto
sua frase deve ser mais desenvolvida que a frase apresentada
como tema, e as palavras devem ser diferentes, e não NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
sinônimas.
Falar sobre o novo acordo ortográfico implica saber que
Frases Modelo para Início da Introdução em termos históricos já se fizeram várias tentativas de
unificação da língua portuguesa, sendo que a primeira grande
Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de reforma foi em Portugal em 1911.
usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o Depois existiram várias tentativas, sendo a mais
desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo importante a de 1990, por estar por trás de todo o celeuma
que será incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas levantado atualmente sobre a questão.
frases: Segundo o disposto da reunião da Comunidade dos Países
É de conhecimento geral que... de Língua Portuguesa (CPLP), realizado em Julho de 2004 em
Todos sabem que, em nosso país, há tempos, observa-se... São Tomé e Príncipe, ficou decidido que para o novo acordo
Nesse caso, utilizei circunstância de lugar (em nosso país) ortográfico entrar em vigor, bastaria que três países o
e de tempo (há tempos). Isso é só para mostrar que é possível ratificassem. Assim o Brasil em Outubro de 2004, Cabo Verde
acrescentar circunstâncias diversas na introdução, não em Abril de 2005 e São Tomé em Novembro de 2006
necessariamente estas que aqui estão. Outro elemento com o ratificaram o acordo disposto pela CPLP.
qual se deve tomar muito cuidado é o pronome “se”. Nesse Em Portugal, o acordo ortográfico foi ratificado pelo
caso, ele é partícula apassivadora, portanto o verbo deverá governo em 6 de Março de 2008, faltando a aprovação do
concordar com o elemento que vier à frente (singular ou Parlamento e do Presidente da República.
plural). No Brasil o novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em
Janeiro de 2009, mas a implementação obedecerá ao período
Cogita-se, com muita frequência, de... de transição de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de
O mesmo raciocínio da anterior, agora com a circunstância 2015, durante o qual coexistiu a norma ortográfica atualmente
de modo (com muita frequência). em vigor e a nova norma estabelecida.
Muito se tem discutido, recentemente, acerca de... Apenas 0,5% das palavras sofrerão modificações no Brasil,
Muito se debate, hoje em dia... já em Portugal e nos restantes dos países lusófonos, as
mudanças afetarão cerca de 2.600 palavras, ou seja, 1,6% do
Obs: Partícula apassivadora novamente. Cuidado com a vocabulário total.
concordância. Assim vejamos as mudanças que ocorreram em nossa
língua.
O (A)... é de fundamental importância em...
É de fundamental importância o (a)... Alfabeto
É indiscutível que... / É inegável que...
Muito se discute a importância de... Nova Regra: o alfabeto agora é formado por 26 letras.
Comenta-se, com frequência, a respeito de... Regra Antiga: o ‘k’, ‘w’ e ‘y’ não eram consideradas letras
Não raro, toma-se conhecimento, por meio de..., de do nosso alfabeto.
Apesar de muitos acreditarem que... (refutação) Como Será: essas letras serão usadas em siglas, símbolos,
Ao contrário do que muitos acreditam... (refutação) nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados.
Pode-se afirmar que, em razão de... (devido a, pelo)... Exemplos: km, watt, Byron, byroniano.
Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as
causas de...
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...
Português 140
APOSTILAS OPÇÃO
Português 141
APOSTILAS OPÇÃO
mesma vogal = com hífen. (C) Esta é a última vez que fico no mesmo lugar no
- Uma exceção é o prefixo ‘co’. Mesmo se a outra palavra estacionamento.
inicia-se com a vogal ‘o’, não utiliza-se hífen. (D) Ele faz as provas de modo médiano.
(E) Quando falar de seus professores, não se esqueça de
Nova Regra: não usamos mais hífen em compostos que, elevá-los com dignidade.
pelo uso, perdeu-se a noção de composição.
Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, 03. (CRF/SP - Agente Administrativo - QUADRIX) Observe
pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento. as alternativas e assinale aquela em que a acentuação está
Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, correta.
paralama, parabrisa, parachoque, paravento. (A) A superfície do lago é bastante bonita.
(B) A saída de emergencía está logo ao lado.
Observação: (C) Os últimos a chegar serão repreendidos.
- O uso do hífen permanece em palavras compostas que (D) De-me um café sem cafeína, por favor
não contêm elemento de ligação e constitui unidade (E) Este sanduíche está explendido!
sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem
como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: Gabarito
ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda- 01.D / 02.D / 03.A
chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor,
erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.
Grafia Dupla
Questões
Português 142
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO
BRASIL
APOSTILAS OPÇÃO
Os empreendimentos marítimos portugueses são unidade de Incas e Astecas, e tinham de ser conquistados um
divididos em duas etapas distintas: por um. A existência de grupos não pacificados ou dominados
gerava uma grande perda para a economia local, pois os gastos
- Reconhecimento e exploração do litoral da África e com a defesa desses lugares eram muito grandes, além dos
procura de um novo caminho marítimo para o Oriente prejuízos gerados pelos ataques, como são os casos das
(Índias). A primeira foi iniciada pela tomada de Ceuta em 1415, Guerras de Arauco na região do Chile e as rebeliões no norte
um entreposto mercantil norte-africano até então controlado do México causados por Mixtecas.
pelos mouros (árabes). Nessa fase, durante a qual foram
fundadas várias feitorias na costa africana para traficar A Escravidão no Brasil
escravos e produtos locais (ouro, marfim, pimenta-vermelha), O domínio da América portuguesa se deu de forma muito
descobriram-se as ilhas atlânticas da Madeira, dos Açores e de diferente da América espanhola. O território brasileiro possuía
Cabo Verde; as ilhas Canárias foram descobertas em um uma grande variedade de povos indígenas, de diferentes
período anterior. culturas e costumes. É importante destacar a heterogeneidade
- “Périplo africano” (contorno do continente) - Com a dos povos que aqui viviam. Há uma estimativa de que no
conquista de Constantinopla pelos turcos em 1453, os preços momento do contato com os europeus viviam aqui entre 2 e 4
das especiarias orientais elevaram-se repentinamente, milhões de pessoas, que estariam, segundo alguns autores,
incentivando ainda mais a busca de uma rota para as Índias. divididos em mais de 1000 povos diferentes, que
Assim, com a morte do Infante D. Henrique (1460), que até desapareceram por conta de epidemias, conflitos armados e
então dirigira a expansão marítima portuguesa, o Estado luso desorganização social e cultural.
empenhou-se em completar o “périplo africano”. Nessa nova Para os portugueses o desafio foi diferente do enfrentado
etapa, destacaram-se as viagens de Bartolomeu Dias (Cabo das pelos espanhóis. A mão de obra indígena era indispensável
Tormentas ou Boa Esperança, em 1488) e de Vasco da Gama para as intenções mercantilistas de Portugal, que pretendia
(chegada a Calicute, na Índia, em 1498). Pouco depois a iniciar a produção da cana-de-açúcar para a produção do
esquadra de Pedro Álvares Cabral, que chegou ao Brasil, em açúcar voltada para a exportação para o mercado europeu.
1500. Isso gerava a necessidade da existência de uma grande
Já no século XVI, sob o comando do almirante Francisco de quantidade de mão de obra barata para gerar lucros.
Almeida, novas tentativas são desenvolvidas, mas somente por Apesar de serem considerados súditos da coroa e portanto,
volta de 1509 os portugueses vêm a conhecer suas vitórias não poderem ser escravizados, a legislação criada por Portugal
mais significativas. Entre esse ano e aproximadamente 1515, o permitia recursos legais para a prática da dominação das
comandante alm. D. Afonso de Albuquerque — considerado o populações nativas. Os grupos indígenas que sofreram o maior
formador do Império português nas Índias — passou a ter impacto da escravidão foram aqueles localizados no nordeste
sucessivas vitórias no Oriente, conquistas que atingiram desde do país, nas capitanias de Pernambuco e Bahia. Durante o
a região do Golfo Pérsico (Áden), adentraram a Índia (Calicute, período de 1540 a 1570 muitos colonos que habitavam as
Goa, Diu, Damão), a ilha do Ceilão (Sri Lanka) e chegaram até à citadas capitanias fizeram contato com indígenas da região e
região da Indochina, onde foi conquistada a importante Ilha de começaram a estabelecer trocas. Pelo fato de existirem muitos
Java. grupos indígenas no Brasil, existiam também muitas
diferenças e as guerras entre eles eram algo constante. Muitos
Conflito, Dominação e Resistência dos Indígenas dos prisioneiros feitos nesses conflitos eram trocados com os
portugueses, que os utilizavam como escravos.
Resistências à Escravidão Uma das formas de resistência indígena, consistia no
O processo de interação e dominação entre indígenas e isolamento, eles foram se deslocando para regiões mais
europeus começa com os primeiros contatos nas ilhas da pobres, onde o homem branco ainda não havia chegado. Isso
América Central em 1492. Lá foram implantados os permitiu que houvesse a preservação da herança biológica,
“repartimentos” que consistiam na distribuição de indígenas a social e cultural. Apesar de muitos índios terem se isolado, o
alguns espanhóis, conhecidos como encomendeiros, que número de mortos foi ainda maior. Estima-se que viviam no
tinham a função de cuidar e os catequizar na fé cristã, Brasil cerca de quatro milhões de índios quando os
ganhando em troca a mão de obra indígena. Em 1500 a coroa colonizadores chegaram, hoje em dia, segundo o IBGE, são
espanhola tornou os indígenas livres e não mais sujeitos a cerca de 817 mil índios1.
servitude. Ao mesmo tempo ainda era possível dominar e
escravizar indígenas através da chamada “Guerra Justa”, Ocupar, Dominar e Colonizar o Brasil
quando as ações dos espanhóis pudessem ser consideradas Os portugueses chegam ao Brasil em 22 de abril de 1500,
morais. com a esquadra de Pedro Alvares Cabral, iniciando o período
O impacto da escravidão das populações indígenas foi conhecido como Pré-Colonial.
imenso. Poucos anos após a chegada de Colombo em 1492 Durante os primeiros trinta anos o Brasil foi atacado pelos
grande parte da população nativa da América havia sido holandeses, ingleses e franceses que tinham ficado de fora do
dizimada por doenças e conflitos com europeus. Em 1512, Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha que
tentando regular o funcionamento das Encomiendas, surgiu a dividiu as terras recém descobertas em 1494). Os corsários ou
Lei de Burgos (primeiro código de leis que deveria guiar o piratas também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil,
comportamento os espanhóis na América, entre suas o que gerava medo por parte da coroa portuguesa em perder
diretrizes, estava a proibição ao mal trato indígena). Porém, a o território brasileiro para um outro país. Para tentar evitar
lei pouco adiantou, pois a ação intensiva dos encomendeiros e estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as
a falta de fiscalização sobre suas ações não acabaram com as Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.
práticas de morte e trabalhos forçados. Os portugueses continuaram a exploração da madeira,
Apesar dos impérios americanos constituírem grande construindo feitorias no litoral que serviam em resumo como
parte do território de ação dos espanhóis, alguns grupos armazéns e postos de trocas com os indígenas.
autônomos renderam aos espanhóis grandes preocupações e No ano de 1530, o rei de Portugal, D. João III, organizou a
conflitos. Grupos como os Araucanos e Mixtecas, que viviam primeira expedição com objetivos de colonização efetiva,
nas fronteiras dos grandes impérios, não possuíam a mesma comandada por Martin Afonso de Souza. A intenção era povoar
1 https://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2.html
A chegada dos europeus revelou a eles um universo brasileira tornava impossível policiá-la integralmente e
completamente novo, de tecnologias, animais e modo de impedir o tráfico por contrabandistas.
pensar. Pero Vaz de Caminha, o escrivão daquela empreitada Indiretamente a concorrência entre franceses e
descreve a curiosidade dos nativos ao conhecerem a galinha. portugueses deixou marcas na costa brasileira. Foram
“Quase tiveram medo dela – não lhe queriam tocar, para logo construídas fortificações por ambas as facções nos trechos
depois tomá-la, com grande espanto nos olhos”. mais ricos e proveitosos para servir de proteção em caso de
O fim da extração do pau-brasil não livrou a espécie do ataque e para armazenamento do pau-brasil à espera do
perigo de extinção. As atividades econômicas subsequentes, embarque. As fortificações não duravam muito, apenas alguns
como o cultivo da cana-de-açúcar e do café, além do meses, o necessário para que se juntasse a madeira e se
crescimento populacional, estiveram aliadas ao embarcasse.
desmatamento da faixa litorânea, o que restringiu A exploração do pau-brasil era uma atividade que tinha
drasticamente o habitat natural desta espécie. Mas sob o necessariamente de ser nômade, pois a floresta era explorada
comando do Imperador Dom Pedro II, vastas áreas de Mata intensivamente e rapidamente se esgotava, não dando origem
Atlântica, principalmente no estado do Rio de Janeiro, foram a nenhum núcleo de povoamento regular e estável.
recuperadas, e iniciou-se uma certa conscientização
preservacionista que freou o desmatamento. Entretanto, já se A Colonização Acidental do Brasil
considerava o pau-brasil como uma árvore praticamente
extinta. * A respeito da “colonização acidental” do Brasil, fique
atento. Normalmente ela é contextualizada em duas situações:
As Feitorias - A primeira e menos comumente cobrada é a respeito da
História de Diogo Álvares Correa, o quase folclórico Caramuru.
Durante o período pré-colonial não teremos a fundação de Nessa linha, acredita-se que desde o seu naufrágio (1510) e
cidades, apenas a instalação de feitorias. Era o nome dado aos estabelecimento entre os Tupinambás da Bahia, foi iniciado
entrepostos comerciais europeus em territórios estrangeiros. gradativamente o processo colonizador, mesmo que não
Inicialmente estabelecidas nos diferentes estados na Europa intencional. Caramuru estabeleceu família, e oferecia
medieval, foram mais tarde adaptadas às possessões coloniais. facilidades a negociadores estrangeiros que ao Brasil
Uma feitoria podia ser desde uma simples casa até um chegavam. O mesmo ocorreu com João Ramalho, que tinha as
conjunto de equipamentos e estruturas militares ou de mesmas características, porém viveu na região de São Vicente
acolhimento e manutenção de navios, no caso do Brasil pré- entre os índios Guaianá.
colonial o principal objetivo era o armazenamento do pau- - A segunda entende que todos os esforços anteriores a
brasil. 1530 (experiências com feitorias, missões guarda-costas)
“acidentalmente” iniciaram a colonização do Brasil. É
As Primeiras Expedições considerada acidental porque apenas após o envio de Martín
Afonso de Souza, a experiência das Capitanias e o Governo
As principais expedições marítimas portuguesas enviadas Geral é que o governo português realmente mostrou intenção
ao Brasil após a passagem da esquadra de Pedro Álvares de colonizar o território.
Cabral, e chamadas de expedições exploratórias foram:
Expedição de Gastar de Lemos (1501) – explorou E é justamente a instabilidade e a insegurança do domínio
grande parte do litoral brasileiro e deu nome aos principais português sobre o Brasil que estão na origem direta da
acidentes geográficos então encontrados (ilhas, cabos, rios, expedição de Martim Afonso de Sousa, nobre militar lusitano,
baías). Esses batismos aconteciam conforme o santo de cada e a posterior cessão dos direitos régios a doze donatários sob
dia e as festas religiosas comemoradas na época. Assim, o sistema das capitanias hereditárias. Em 1530, D. João III
surgiram nomes como Ilha de São Vicente, Cabo de São Rock, mandou organizar a primeira expedição com objetivos de
rio São Francisco, Ilha de São Sebastião, etc. colonização.
Participava da tripulação o experiente navegador Esta tinha como objetivos: povoar o território brasileiro,
florentino Américo Vespúcio, que verificou a existência de expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no
grande quantidade de pau-brasil em longas faixas do litoral, o Brasil.
que provocou contentamento em diversos comerciantes. Não bastando o risco de invasão, os portugueses não
Expedição de Gonçalo Coelho (1503) – organizada a alcançaram o lucro esperado com a construção de uma rota
partir de um contrato entre a Coroa e ricos comerciantes de marítima que os ligassem diretamente às Índias. O desgaste
olho no pau-brasil, dentre os quais se destacava Fernão de causado pelo longo percurso e a concorrência comercial de
Noronha. outros povos acabou fazendo com que o comércio com o
Esse contrato tinha essencialmente duas cláusulas: enviar Oriente não fosse muito atrativo. Desse modo, o governo
seis navios anualmente ao Brasil para explorar até trezentas português voltaria suas atenções para a exploração do espaço
léguas do seu litoral e construir feitorias destinadas à proteção colonial brasileiro.
do litoral, mantendo-as pelo prazo de três anos. Para Portugal
a construção de feitorias significava a proteção da terra, Questões
medida fundamental já que diversos estrangeiros visitavam a
costa brasileira. 01. (ESPCEX - Aman) “Os primeiros trinta anos da
Expedição de Cristóvão Jacques (1516 e 1520) – essas História do Brasil são conhecidos como período Pré-Colonial.
expedições foram chamadas de guarda-costas ou de Nesse período, a coroa portuguesa iniciou a dominação das
policiamento, já que o objetivo era vigiar o litoral terras brasileiras, sem, no entanto, traçar um plano de
especialmente temendo uma invasão francesa. Durante o ocupação efetiva. […] A atenção da burguesia metropolitana e
século XVI, franceses e portugueses tiveram vários confrontos do governo português estavam voltados para o comércio com
disputando o comércio do pau-brasil. o Oriente, que desde a viagem de Vasco da Gama, no final do
Tinham um caráter basicamente militar, pois sua missão século XV, havia sido monopolizado pelo Estado português.
era aprisionar os navios franceses que sem pagar tributos à […] O desinteresse português em relação ao Brasil estava em
Coroa Portuguesa retiravam enormes quantidades de pau- conformidade com os interesses mercantilistas da época,
brasil do nosso litoral. O resultado alcançado por essas como observou o navegante Américo Vespúcio, após a
expedições foi pouco significativo. A grande extensão da costa
exploração do litoral brasileiro, pode-se dizer que não com recursos particulares sem que a coroa tivesse que investir
encontramos nada de proveito”. dinheiro.
Berutti, 2004. O regime de capitanias já havia sido aplicado com êxito nas
ilhas atlânticas (Madeira, Açores, Cabo Verde e São Tomé) e no
Sobre o período retratado no texto, pode-se afirmar que próprio Brasil já existia a capitania de São João,
o(a) correspondente ao atual arquipélago de Fernando de Noronha.
(A) desinteresse português pelo Brasil nos primeiros anos O território brasileiro foi dividido em 14 capitanias e
de colonização, deu-se em decorrência dos tratados doadas a doze donatários. Os limites de cada território
comerciais assinados com a Espanha, que tinha prioridade definido sempre por linhas paralelas iniciadas no litoral,
pela exploração de terras situadas a oeste de Greenwich. estavam especificados na Carta de Doação. Este documento
(B) maior distância marítima era a maior desvantagem estipulava que a capitania seria hereditária, indivisível e
brasileira em relação ao comércio com as Índias. inalienável, podendo ser readquirida somente pela Coroa.
(C) desinteresse português pode ser melhor explicado pela Nesse processo havia um segundo documento: o Foral,
resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam o que regulamentava minuciosamente os direitos do rei. Na
desembarque e o reconhecimento das novas terras. realidade, os donatários não recebiam a propriedade das
(D) abertura de um novo mercado na América do Sul, capitanias, mas apenas sua posse. Ainda assim possuíam
ampliava as possibilidades de lucro da burguesia amplos poderes administrativos, militares e judiciais,
metropolitana portuguesa. respondendo unicamente ao soberano. Tratava-se portanto de
(E) relativo descaso português pelo Brasil, nos primeiros um regime administrativo descentralizado.
trinta anos de História, explica-se pela aparente inexistência São Vicente e Pernambuco foram as únicas capitanias que
de artigos (ou produtos) que atendiam aos interesses daqueles prosperaram. O fracasso do projeto como um todo decorreu de
que patrocinavam as expedições. vários fatores: falta de coordenação entre as capitanias, grande
distância da metrópole, excessiva extensão territorial, ataques
Gabarito indígenas, desinteresse de vários donatários e, acima de tudo,
insuficiência de recursos.
01.E Motivado por esses fracassos, a saída encontrada pelo rei
foi uma mudança na forma de administrar a colônia, com a
BRASIL COLONIAL criação do Governo-Geral.
As capitanias hereditárias não desapareceram de uma vez
Da Organização da Colônia ao Governo Geral com a criação do Governo-Geral, elas foram gradualmente
readquiridas pela Coroa até serem totalmente extintas, na
A organização colonial mostrada aqui é aquela a partir de segunda metade do século XVIII pelo Marquês de Pombal.
1530, após o chamado período pré-colonial. É o período após
o envio da expedição de Martin Afonso de Souza com a * A relação de propriedades e nomes dos donatários e suas
intenção de policiar, ocupar e explorar efetivamente o capitanias já não é alvo de questões (é mais pedida em
território brasileiro, aceito como início real da colonização. vestibulares do que em concursos). De qualquer forma a lista
segue abaixo. Sugiro que foquem sua atenção mais nas
As Capitanias Hereditárias características e motivos do fracasso do que na relação
capitania-donatário.
Governo Geral
Em compensação, o terceiro governador-geral, Mem de Sá, era mais aberta, mais heterogênea e marcada por uma relativa
mostrou-se tão eficiente que a metrópole o manteve no cargo mobilidade social, portanto mais avançada em relação à
até sua morte. Foi ele quem conseguiu expulsar os invasores sociedade rural e escravista dos séculos XVI e XVII.
franceses, com ajuda de seu sobrinho Estácio de Sá. Os folguedos (festas populares) das camadas mais pobres
Depois de Mem de Sá, por duas vezes a colônia foi dividida conviviam com os saraus e outros eventos sociais da camada
temporariamente em dois governos-gerais: a primeira teve dominante. Com relação a esta, o hábito de se locomover
como divisão a Repartição do Norte, com capital em Salvador, em cadeirinhas ou redes transportadas por escravos,
e a do Sul, com capital no Rio de Janeiro. evidencia o aparecimento do escravo urbano, com destaque
A segunda divisão foi durante a União Ibérica3, onde o para os chamados negros de ganho5.
Brasil foi transformado em duas colônias distintas: Estado do
Brasil (cuja capital era Salvador e, depois, Rio de Janeiro) e Escravos e homens livres na Colônia
Estado do Maranhão (cuja capital era São Luís e, depois, No Brasil colonial a mão de obra escrava foi utilizada
Belém). A reunificação só seria concretizada pelo Marquês de amplamente. A escravidão está presente na formação do país,
Pombal, em 1774. desde os índios aos negros que chegavam em navios, a
Além das Capitanias e do Governo-Geral, as Câmaras utilização do trabalho escravo se deu pela intenção de
Municipais nas vilas e nas cidades desempenhavam papel maximizar lucros através da super exploração do trabalho e do
menor na administração do Brasil colonial. O controle das trabalhador. Apesar da ampla utilização do trabalho escravo,
Câmaras Municipais era exercido pelos grandes proprietários este não foi o único. Uma parte da sociedade era livre,
locais, conhecidos como "homens-bons". Entre suas composta de trabalhadores livres, que no início eram apenas
competências, destacavam-se a autoridade para decidir sobre os portugueses condenados ao exílio na América como
preços de mercadorias e a fixação dos valores de alguns punição.
tributos. Ser livre, mas pertencer ao último estamento social na
As eleições para as Câmaras Municipais eram realizadas colônia significava apenas não ser escravo. Mesmo sendo
entre os já citados homens-bons. Elegiam-se três vereadores, livres, os mais pobres eram marginalizados e tinham poucas
um procurador, um tesoureiro e um escrivão, sob a chances de ascensão sendo privados de exigir melhores
presidência de um juiz ordinário (juiz de paz). situações econômicas. No grupo de trabalhadores livres
estavam os desgredados portugueses, escravos forros
Sistema Colonial (libertos) e os pardos.
O cultivo do açúcar e os engenhos motivaram essa variação
Sociedade de posição dos trabalhadores livres, em que os senhores de
No topo da pirâmide social do período estavam os engenhos consideravam estar no topo da sociedade. A divisão
senhores de engenho. Eles dominavam a economia e a política, da terra através das sesmarias6 beneficiava os mais abastados
exercendo poder sobre sua família e sobre outras pessoas que que se tornavam os grandes proprietários e arrendavam uma
viviam em seus domínios sob sua proteção – os agregados. Era parte para colonos que não possuíam condições para ter sua
a chamada família patriarcal. própria terra, denominando assim os senhores de engenhos
Na camada intermediária estavam os homens livres, como (produtores de açúcar) e os agricultores (produtores de cana).
religiosos, feitores, capatazes, militares, comerciantes, As relações entre senhores de engenho e agricultores, unidos
artesãos e funcionários públicos. Alguns possuíam terras e pelo interesse e pela dependência em relação ao mercado
escravos, porém não exerciam grande influência internacional, formaram o setor açucareiro.
individualmente, principalmente em relação à economia.
Na base estava a maior parte da população, que era A Resistência à Escravidão
composta de africanos e índios escravizados (sendo os índios Onde quer que tenha existido escravidão, houve
a primeira tentativa de escravidão). Os escravos não eram resistência escrava. No Brasil os escravizados criaram diversas
vistos como pessoas com direito a igualdade. Eram maneiras de resistência ao sistema escravista durante os
considerados propriedade dos senhores e faziam quase quatro séculos em que a escravidão existiu entre nós. A
praticamente todo o trabalho na colônia. Os escravos nas resistência poderia assumir diversos aspectos: fazer “corpo
zonas rurais não tinham nenhum direito na sociedade e mole” na realização das tarefas, sabotagens, roubos,
começavam a trabalhar desde crianças. sarcasmos, suicídios, abortos, fugas e formação de quilombos.
A sociedade colonial brasileira foi um reflexo da própria Qualquer tipo de afronta à propriedade senhorial por parte do
estrutura econômica, acompanhando suas tendências e escravizado deve ser considerada como uma forma de
mudanças. Suas características básicas entretanto, definiram- resistência ao sistema escravista.
se logo no início da colonização segundo padrões e valores do As motivações que levavam um escravizado a fugir eram
colonizador português. Assim, a sociedade do Nordeste variadas e nem todas as fugas tinham por objetivo se livrar do
açucareiro do século XVI, essencialmente ruralizada, domínio senhorial. De forma contrária, às vezes, o escravizado
patriarcal, elitista, escravista e marcada pela imobilidade fugia à procura de um outro senhor que o comprasse; caso o
social, é a matriz sobre a qual se assentarão as modificações seu senhor não aceitasse a negociação, ele poderia continuar
dos séculos seguintes4. fugindo e, portanto, dando prejuízos e maus exemplos, até que
No século XVIII, a sociedade brasileira conheceu seu senhor resolvesse vendê-lo.
transformações expressivas. O crescimento populacional, a Era comum a fuga por alguns dias, quando em geral o
intensificação da vida urbana e o desenvolvimento de outras escravizado ficava nas imediações da moradia de seu senhor,
atividades econômicas para atender a essa nova realidade, às vezes para cumprir obrigações religiosas, outras para
resultaram indubitavelmente da mineração. Embora ainda visitar parentes separados pela venda, outras ainda, para fazer
conservasse o seu caráter elitista, a sociedade do século XVIII algum “bico” e, com o dinheiro, completar o valor da alforria.
diretos, o trono português foi ocupado provisoriamente por seu tio-avô. Após seu 6 Sesmarias nada mais eram do que pedaços de terra doados a beneficiários
falecimento, Felipe II, rei da Espanha e tio de D. Sebastião assume o trono para que estes a cultivassem. Assim como no exemplo das capitanias, a posse real
português. Esse período durou 60 anos (1580 – 1640). Ele influenciou ainda era da Coroa e os beneficiários, deviam cumprir uma série de exigências para
definitivamente as relações entre Portugal e Espanha e alterou de forma marcante garantir sua posse. Diferentemente das capitanias, ela não podiam ser divididas
nosso território originalmente definido pelo Tratado de Tordesilhas. em novos lotes.
7 OLIVEIRA, M. B. AMANDA. Ação educacional jesuítica no Brasil colonial. 8 MOREIRA, S. ANTONIA. Intolerância Religiosa em Acapare. UNILAB.
seus elementos.
voltados à exportação.
tamanho das datas era reduzido. Normalmente as datas eram preando índios ou comercializando as ervas do sertão), as
lotes com no máximo 50 metros de largura. entradas eram expedições financiadas pela Coroa,
No início da atividade mineradora foi estabelecido um normalmente composta por soldados portugueses e
imposto para as pessoas que se dedicavam à extração: o brasileiros. Embora o objetivo inicial fosse mapear o território
quinto. Correspondia a 20% do ouro extraído, que deveria ser brasileiro e facilitar a colonização, as entradas também
pago para a Coroa. Como era difícil determinar se uma barra envolviam-se em conflitos com os índios (principalmente
ou saca de ouro havia sido ou não quintada, a sonegação era aqueles que apresentavam resistência) e, como era de se
uma pratica fácil de ser realizada. esperar, também lucravam com isso.
Com o objetivo de regularizar a cobrança, foi criado um
imposto adicional chamado finta11 que não funcionou como A Caça ao Índio
planejado e acabou sendo extinto. Para resolver o problema o Inicialmente a caça ao índio (preação) foi uma forma de
governo criou as Casas de Fundição, das quais a mais famosa suprir a carência de mão-de-obra para a prestação de serviços
foi a de Minas Gerais, inaugurada em 1725. domésticos aos próprios paulistas. Porém logo transformou-se
Nas casas de fundição o minerador entregava seu ouro, que em atividade lucrativa, destinada a complementar as
era fundido e transformado em barras, das quais era necessidades de braços escravos, bem como para a triticultura
descontado o quinto. Após as Casas de Fundição, também foi (cultura do trigo) paulista.
proibida a comercialização e exportação de ouro em pó. É Na primeira metade do século XVII os vicentinos
possivelmente dessa época o surgimento dos “Santos do pau (bandeirantes da Vila de São Vicente) realizaram incursões
oco” (imagens de santos esculpidas por dentro e preenchidas principalmente contra as reduções jesuíticas espanholas,
com ouro em pó, para fugir da fiscalização e da cobrança). resultando na destruição de várias missões, como as do Guairá,
Em 1735 a Coroa começou a cobrar um novo imposto, a Itatim e Tape, por Antônio Raposo Tavares. Nesse período, os
Capitação. Era um imposto per capita, pago em ouro pelas holandeses, que haviam ocupado uma parte do Nordeste
pessoas e estabelecimentos comerciais da área mineradora. açucareiro, também conquistaram feitorias de escravos
Em 1750 a capitação foi extinta, restando apenas o quinto. negros na África, aumentando a escassez de escravos africanos
Apesar disso, era exigida uma arrecadação mínima de 100 no Brasil.
arrobas de ouro por ano. Caso não fosse atingida a arrecadação
era decretada a derrama: cobrança da quantidade que faltava O Bandeirismo de Contrato
para completar as 100 arrobas de arrecadação. A ação de bandeirantes paulistas contratados pelo
Conforme as jazidas foram se esgotando, a produção de governador-geral ou por senhores de engenho do Nordeste
ouro caiu assim como a arrecadação de impostos. As suspeitas com o objetivo de combater índios inimigos e destruir
de sonegação de impostos e a violência da Intendência quilombos, corresponde a uma fase do bandeirismo na
aumentaram juntamente, gerando atritos e conflitos entre segunda metade do século XVII. O principal acontecimento
autoridades e mineradores, uma das causas da Inconfidência desse ciclo de bandeiras foi a destruição de um conjunto de
Mineira de 1789. quilombos situados no Nordeste açucareiro, conhecido
Para a extração do ouro foram organizados dois tipos de genericamente como Palmares.
empreendimentos: lavras e faiscações. A atuação do bandeirismo foi de fundamental importância
As lavras eram unidades de produção relativamente para a ampliação do território português na América. Num
grandes, podendo até possuir equipamento especializado e o espaço muito curto os bandeirantes devassaram o interior da
trabalho de mais de 100 escravos, o que exigia o investimento colônia explorando suas riquezas e arrebatando grandes áreas
de alto capital, sendo rentável apenas em jazidas de ouro de do domínio espanhol, como é o caso das missões do Sul e
tamanho suficientemente grande. Sudeste do Brasil.
Nas faiscações, que eram pequenas unidades produtoras, Antônio Raposo Tavares, depois de destruí-las, foi até os
trabalhavam somente algumas pessoas (por vezes eram até limites com a Bolívia e Peru atingindo a foz do rio Amazonas,
mesmo compostas de trabalhadores individuais). Era comum completando assim o famoso périplo brasileiro. Por outro lado,
a prática do envio de escravos por homens livres para os bandeirantes agiram de forma violenta na caça de indígenas
faiscação, sendo o ouro encontrado dividido entre ambos. e de escravos foragidos, contribuindo para a manutenção do
sistema escravocrata que vigorava no Brasil Colônia.
Expansões Geográficas
Conquistas e Tratados
Entradas e bandeiras, conquista e colonização do nordeste, Fato curioso na ação das bandeiras e entradas é que eles
penetração na Amazônia, conquista do Sul, Tratados e limites. não tinham real noção do tamanho do nosso território. Era
comum pensarem que se adentrassem o suficiente, logo
Bandeiras e Bandeirantes chegariam às colônias espanholas. As necessidades
As bandeiras, tradicionalmente definidas como expedições econômicas (que já falamos acima) levaram os portugueses a
particulares, em oposição às entradas, de caráter oficial, adentrar muito mais do que o combinado no Tratado de
contribuíram decisivamente para a expansão territorial do Tordesilhas e posteriormente obrigou os governos a
Brasil Colônia. A pobreza de São Paulo, decorrente do fracasso reconhecerem novos acordos.
da lavoura canavieira no século XVI, a possibilidade da No século XVII um evento ajudou para que essa expansão
existência de metais preciosos no interior e particularmente, a ocorresse sem maiores problemas. Trata-se da União Ibérica.
necessidade de mão-de-obra para o açúcar nordestino durante Para a expansão territorial brasileira isso foi ótimo. Primeiro
a União Ibérica, levaram os paulistas a organizar a caça ao por estreitar as relações entre colônias portuguesas e
índio, o bandeirismo de contrato e a busca mineral. espanholas e depois por, quando dos portugueses adentrarem
o território além do estabelecido não encontrarem nenhum
As entradas tinham uma origem diferente, porém com problema, afinal os espanhóis entendiam que o seu povo
finalidade semelhante à dos bandeirantes. Enquanto o estava povoando a sua terra.
movimento das bandeiras tratava-se de uma expedição Os limites estabelecidos em Tordesilhas foram tão
particular (normalmente financiada pelos próprios paulistas) alterados e de forma tão definitiva (várias novas colônias já
com objetivo de obter lucros (encontrando metais preciosos, haviam sido estabelecidas) que um novo acordo sobre os
limites territoriais entre Portugal e Espanha foi estabelecido: possuíam um objetivo em comum: derrotar os colonizadores
o Tratado de Madri (1750). Em resumo ele reconhecia que a portugueses.
maioria do território desbravado pertencia a Portugal, Em 1555 os franceses fundaram na baía de Guanabara a
baseado no princípio da posse por uso. França Antártica, criando uma sociedade de influências
No período colonial, que dura até o ano de 1815 quando protestantes. Através dos franceses, algumas partes do litoral
o Brasil é elevado à categoria de Reino Unido de Portugal e brasileiro ganharam diversas feitorias e fortes.
Algarves, ainda teremos o início dos conflitos da Cisplatina Por aproximadamente cinco anos ocorreram conflitos
(1811 – 1828) – disputa entre Portugal e Espanha em torno da entre os portugueses e a Confederação dos Tamoios. Em 1567
fronteira do RS devido às pretensões espanholas de controlar os portugueses derrotaram a Confederação e expulsaram os
o rio da Prata -. Porém esse conteúdo é mais comumente franceses do litoral brasileiro, o que não desencorajou os
pedido dentro do período imperial, talvez pelo seu final ter ideais franceses.
sido após 1822. No século XVII (1612), fundaram a França Equinocial,
correspondente à cidade de São Luís, capital do estado do
União Ibérica Maranhão.
Em 1578, na luta contra os mouros marroquinos em Com a intenção de conter a expansão francesa, Portugal
Alcácer-Quibir, o rei D. Sebastião de Portugal, desapareceu. enviou uma expedição militar à região do Maranhão. Essa
Com isso teve início uma crise sucessória do trono português, expedição atacou os franceses tanto por terra quanto por mar.
já que o rei não deixou descendentes. O trono foi assumido por Em 1615, foram derrotados e se retiraram do Maranhão,
um curto período de tempo por seu tio-avô, o cardeal Dom deslocando-se para a região das Guianas onde fundaram uma
Henrique, que morreu dois anos depois, sem deixar herdeiros. colônia, a chamada Guiana Francesa.
Logo após, Filipe II da Espanha e neto do falecido rei Após duas tentativas mal sucedidas de estabelecimento de
português D. Manuel I, demonstrou o interesse em assumir o uma civilização francesa no Brasil colonial, os franceses
trono português. Para alcançar o poder, além de se valer do passaram a saquear através de corsários (piratas), algumas
fator parental, o monarca hispânico chegou a ameaçar os cidades do litoral brasileiro no século XVIII. A principal delas
portugueses com seus exércitos para que pudesse exercer tal foi a cidade do Rio de Janeiro, de onde escoava todo ouro
direito. Assim foi estabelecida a União Ibérica, que marca a extraído da colônia rumo a Portugal. Uma primeira tentativa
centralização de Portugal e Espanha sob um mesmo governo. de saque, em 1710, foi barrada pelos portugueses; entretanto,
A vitória política de Filipe II abriu oportunidade para que no ano de 1711, piratas franceses tomaram a cidade do Rio de
as finanças de seu país pudessem se recuperar após diversos Janeiro e receberam dos portugueses um alto resgate para
gastos em conflitos militares. Para tanto, tinha interesse em libertá-la: 600 mil cruzados, 100 caixas de açúcar e 200 bois.
estabelecer o comércio de escravos com os portugueses que Terminavam, então, as tentativas de invasões francesas no
controlavam a atividade na costa africana. Além disso, o Brasil.
controle da maior parte das possessões do espaço colonial
americano permitiria a ampliação dos lucros obtidos através Invasões Inglesas
da arrecadação tributária. As incursões inglesas no Brasil ficaram restritas a ataques
Apesar das vantagens, o imperador espanhol manteve uma de piratas e corsários.
significativa parcela dos privilégios e posições ocupadas por William Hawkins foi o primeiro corsário inglês a aportar
comerciantes e burocratas portugueses. na colônia. Entre 1530 e 1532, percorreu alguns pontos da
Mesmo preservando aspectos fundamentais da costa e fez escambo de pau-brasil com os índios. Outro foi
colonização lusitana, a União Ibérica também foi responsável Thomas Cavendish, que atracou em Santos em 1591.
por algumas mudanças. Com a junção das coroas, as nações Conhecido como “lobo-do-mar”, Cavendish estava a serviço da
inimigas da Espanha passam a ver na invasão do espaço rainha inglesa Elizabeth I.
colonial lusitano uma forma de prejudicar o rei Filipe II. Desta O corso realizado pelos ingleses entretanto, intensificou-se
maneira, no tempo em que a União Ibérica foi vigente, ingleses, apenas na segunda metade do século XVI, quando os conflitos
holandeses e franceses tentaram invadir o Brasil. entre católicos e protestantes tornaram-se intensos na
Entre todas essas tentativas, podemos destacar Inglaterra e os mercadores empolgaram-se com as
especialmente a invasão holandesa, que alcançou o monopólio possibilidades comerciais abertas pelas novas rotas
da atividade açucareira em praticamente todo o litoral marítimas.
nordestino. No ano de 1640 a Restauração definiu a vitória A primeira incursão pirata dos ingleses ao litoral brasileiro
portuguesa contra a dominação espanhola e a consequente foi em 1587. Em 1595, o inglês James Lancaster conseguiu
extinção da União Ibérica. Ao fim do conflito, a dinastia de tomar o porto do Recife. Retirou grande volume de pau-brasil,
Bragança, iniciada por dom João IV, passou a controlar que levou para a Inglaterra depois de realizar saques na
Portugal. capitania durante mais de um mês.
12 Poderosa família que dos séculos XVI ao XX governaram diversos reinos na 13 A União de Utrecht foi um acordo assinado na cidade holandesa de Utrecht,
Europa, entre eles Áustria, Nápoles, Sicília e Espanha. em 23 de Janeiro de 1579, entre as províncias rebeldes dos Países Baixos - naquele
tempo em conflito com a coroa espanhola durante a guerra dos 80 anos.
Portugal. Entre os principais motivos para esses movimentos ele foi enforcado, decapitado e esquartejado. Os outros
estavam: participantes foram condenados ao desterro na África.
- a alta cobrança de impostos;
- limites estabelecidos pelo Pacto Colonial que obrigava o Conjuração Baiana (1798)
Brasil de comercializar somente com Portugal; A conjuração Baiana, ou Revolta dos Alfaiates, assim
- a falta de autonomia e representação na criação de leis e como a Conjuração Mineira, foi influenciada pelos ideais
tributos, além da política dominada por Portugal; iluministas, em especial a Revolução Francesa. Ocorrida na
- os ideais iluministas e separatistas vindos da Europa e Bahia em 1798, buscava a emancipação e defendeu
dos Estados Unidos. importantes mudanças sociais e políticas na sociedade.
Entre as causas do movimento estava a insatisfação com
A Inconfidência Mineira (1789) Portugal pela transferência da capital para o Rio de Janeiro em
Na segunda metade do século XVIII, a produção de ouro 1763. Com tal mudança, Salvador (antiga capital) sofreu com a
nas Minas Gerais vinha apresentando um grande declínio, o perda dos privilégios e a redução dos recursos destinados à
que aumentou os choques e conflitos entre a população local e cidade. Somado a tal fator, o aumento dos impostos e
as autoridades portuguesas. Quanto menos ouro era extraído, exigências à colônia vieram a piorar sensivelmente as
maiores eram os boatos e ameaças do acontecimento da condições de vida da população local. O preço dos alimentos
Derrama15, atitude que afetaria boa parte da elite local. também gerou revolta na população. Além de caros, muitos
Os grupos mais influenciados pelas ideias iluministas, que produtos tornavam-se rapidamente escassos pelas restrições
eram também os que mais teriam a perder com as medidas do impostas sobre o comércio e as importações.
governo português, resolveram tomar uma atitude dando Os revoltosos defendiam a separação da região do restante
início em 1789 ao movimento que seria chamado pela da colônia, buscando independência de Portugal e instalando
metrópole de Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira. um governo baseado nos princípios da República. Também
Os inconfidentes tinham como objetivo a imediata defendiam a liberdade de comércio (fim do pacto colonial
separação da colônia, criando uma República moldada pelo estabelecido), o aumento dos soldos16 e a igualdade entre as
pensamento liberal-iluminista e pela Constituição dos Estados pessoas, resultando na abolição da escravidão.
Unidos, que havia conquistado sua independência em 1776. O movimento ganhou o nome de Revolta dos Alfaiates pela
Após conquistada a liberdade em relação à metrópole, grande adesão desses profissionais no movimento, entre eles
estabeleceriam São João del-Rei como capital, criariam a Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do
Universidade de Vila Rica e dariam estímulo à abertura de Nascimento. Outros setores também aderiram ao movimento,
manufaturas têxteis e de uma siderurgia para o novo Estado. como o militar, representado pelo soldado Luís Gonzaga das
Em relação à escravidão as posições eram divergentes. Virgens.
A revolta foi suspensa quando participantes da O movimento contou com a participação de pessoas
conspiração denunciaram o movimento ao governador. O pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, escravos e
coronel Joaquim Silvério dos Reis foi apontado como principal ex-escravos.
delator. Endividado com a coroa assim como outros A revolta foi impedida antes mesmo de começar. O ferreiro
inconfidentes, o coronel resolveu separar-se do movimento e José da Veiga informou sobre os detalhes do movimento ao
apresentar um depoimento formal para o governador da governador, que pôde mobilizar tropas do exército para conter
capitania, Visconde de Barbacena. O governador suspendeu a os revoltosos.
cobrança e mandou prender os inconfidentes.
Após a confissão de Joaquim Silvério e a prisão dos Questões
suspeitos foi instituída a devassa, uma investigação levada a
cabo pelas autoridades da época, constatando que 01. (TJ/SC - Analista Administrativo - TJ) Sobre o
envolveram-se no movimento da Capitania das Minas grandes Período Colonial Brasileiro, assinale a alternativa INCORRETA:
fazendeiros, criadores de gado, contratadores, exploradores (A) De 1500 a 1530 a economia brasileira gravitou em
de minas, magistrados, militares, além de intelectuais luso- torno do pau-brasil. Após 1530, declinando o comércio com as
brasileiros. Índias, a coroa portuguesa decidiu-se pela colonização do
Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Brasil.
Correia de Toledo, José de Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues (B) A extração do pau-brasil foi declarada estanco, ou seja,
da Costa, além do cônego Luís Vieira da Silva; o tenente- passou a ser um monopólio real, cabendo ao rei conceder a
coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante permissão a alguém para explorar comercialmente a madeira.
militar da capitania, os coronéis Domingos de Abreu Vieira, O primeiro arrendatário a ser beneficiado com o estanco foi
também comerciante, e Joaquim Silvério dos Reis, rico Fernando de Noronha, em 1502.
negociante; e os letrados Cláudio Manuel da Costa, Inácio José (C) A administração colonial foi efetuada inicialmente por
de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga. meio do sistema de Capitanias Hereditárias. Com seu fracasso
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único foram instituídos os Governos Gerais, não para acabar com as
“conspirador” que não fazia parte da elite. Conhecido como capitanias, mas para centralizar sua administração.
alferes (primeiro posto militar) e dentista prático, foi talvez (D) No sistema de Capitanias hereditárias a ocupação das
por sua origem o mais duramente castigado. A memória de terras era assegurada pela Carta de Doação e pelo Foral. A
Tiradentes passou a ser celebrada no Brasil com a carta de doação determinava os direitos e deveres dos
Proclamação da República, quando foi considerado herói donatários e o Foral cedia aos donatários as terras, bem como
nacional pelo regime estabelecido em 15 de novembro de o poder administrativo e jurídico das mesmas.
1889. Sua representação mais conhecida é muito semelhante (E) O primeiro núcleo de colonização do Brasil foi a Vila de
à imagem de Cristo, reforçando a construção da imagem de São Vicente, fundada no litoral paulista em 1532.
mártir.
Assinada em 19 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, a
sentença de morte de Tiradentes cumpriu-se dois dias depois:
15 No Brasil Colônia, a derrama era um dispositivo fiscal aplicado em Minas 16 A palavra ¨soldo¨ (em latim ¨solidus¨), remuneração por serviços militares e
Gerais a fim de assegurar o teto de cem arrobas anuais na arrecadação do quinto. ¨soldado¨, têm sua origem no nome desta moeda.
O quinto era a retenção de 20% do ouro em pó ou folhetas que eram direcionadas
diretamente a Coroa Portuguesa
02. (TJ/SC - Assistente Social - TJ) Sobre o Período joanino ou após o período colonial, estamos falando das
Colonial brasileiro, assinale a única alternativa que está CORTES portuguesas, uma vez que a presença lusitana no
INCORRETA: nosso território é ininterrupta desde o descobrimento.
(A) Portugal só deu início à colonização das terras
conquistadas, que passaram a chamar-se Brasil, devido à Realizações Político-sociais das Cortes no Brasil
pressão que sofria com o declínio de seu comércio com o
oriente e com a sistemática ameaça estrangeira no território As mudanças econômicas e políticas que vinham soprando
brasileiro. suas ideias da América do Norte e da Europa para as colônias
(B) O sistema de Capitanias Hereditárias foi implantado
é fator chave para entendermos porque a família real
por D. João III mas não teve o sucesso esperado. Entre os
portuguesa mudou-se com toda a sua Corte da “civilizada”
fatores que contribuíram para o fracasso das capitanias
Lisboa para a abandonada colônia brasileira.
podemos citar: falta de terras férteis em algumas regiões, falta
O absolutismo viu suas bases estremecerem na segunda
de interesse dos donatários, conflitos com os indígenas, falta
metade do século XVIII principalmente pelo sucesso das
de recursos financeiros para o empreendimento por parte de
Revoluções Estadunidense e Francesa com suas ideias
quem recebia a capitania.
democráticas. No mesmo sentido, sua política econômica - o
(C) Tomé de Souza foi o primeiro Governador-Geral do mercantilismo - via o capitalismo industrial começar a tomar a
Brasil e a sede do governo geral foi estabelecida na Bahia. dianteira frente ao capitalismo comercial, marca desses
(D) A estrutura econômica brasileira do período colonial governos.
tinha como principais características a monocultura, o Mas foi da França o empurrão fundamental para a
latifúndio, o trabalho escravo e a produção para o mercado mudança da Corte lusitana17. Quando da expansão
externo. napoleônica na Europa, apenas a Inglaterra conseguia fazer
(E) O primeiro núcleo de colonização do Brasil foi a Vila de frente aos franceses. Em uma tentativa de enfraquecer seu
Santos, fundada em 1532.
maior adversário, a França decreta um bloqueio comercial à
Inglaterra por todos os países que estavam sob sua influência,
Gabarito
entre eles, Portugal, que não aceita manter o bloqueio,
desencadeando a invasão francesa, consequência da fuga da
01.D / 02.E
Corte para o Brasil.
Os motivos que o leva a não aceitar manter o bloqueio
dizem respeito a uma série de acordos econômicos entre
Portugal e Inglaterra (mal feitos), que tornou Portugal uma
c) O Período Joanino e a nação dependente. As premissas dos acordos mantinham os
Independência (1) A presença portugueses como uma economia basicamente agrária
britânica no Brasil, a enquanto os ingleses desenvolviam sua indústria.
O Tratado de Methuen exemplifica bem isso: Portugal
transferência da Corte, os forneceria vinho aos ingleses (campo) e a Inglaterra forneceria
tratados, as principais tecidos aos portugueses (indústria). Sem opção e por exigência
medidas de D. João VI no da Inglaterra, Portugal recusa o bloqueio.
Por sua vez, Napoleão foi um cão que latia e também
Brasil, a política joanina, os mordia. Ao ver a recusa portuguesa nos seus planos, a França
partidos políticos, as revoltas, invade e divide Portugal com a Espanha (Tratado de
conspirações e revoluções e a Fontainebleau) além de declarar extinta a Dinastia dos
Bragança.
emancipação e os conflitos
sociais. (2) O processo de A Fuga para o Brasil
independência do Brasil. d) Portugal contou com o apoio naval inglês para sua fuga.
Cerca de 15 mil pessoas que compunham a Corte fizeram a
Brasil Imperial Primeiro viagem que durou cerca de dois meses com escolta e medidas
Reinado e Período Regencial: de segurança como colocar membros da família real em
aspectos administrativos, diferentes navios, caso houvesse ataques.
Ao chegar, D. João tomou duas medidas que afetaram tanto
militares, culturais, França quanto Inglaterra, sendo:
econômicos, sociais e - a retaliação à Napoleão, invadindo e conquistando a
territoriais; Segundo Reinado: Guiana Francesa; e
- premiando a Inglaterra e visando o próprio conforto,
aspectos administrativos, ainda em 1808 assinou uma Carta Régia com a medida que
militares, econômicos, sociais ficou conhecida como “Abertura dos Portos às Nações Amigas”,
e territoriais; e Crise da beneficiando basicamente o país inglês.
A medida mudava o status do Brasil, mas beneficiou muito
Monarquia e Proclamação da os ingleses que agora não precisavam mais negociar com a
República. metrópole suas relações comerciais em território nacional.
Além das mudanças que afetavam política e economia
externas, D. João também realizou mudanças internas.
Temos que ter em mente que até então o Brasil é uma
PERÍODO JOANINO E A INDEPENDÊNCIA colônia. Isso significa que todo o aparato administrativo,
judiciário e econômico são da metrópole. Com a vinda da Corte,
Só passando para lembrar que quando tratamos sobre todos os tipos de decisões nesse sentido que eram tomadas em
a chegada dos portugueses no Brasil a partir do período Lisboa, teriam que ser tomadas no Rio de Janeiro e para isso
seguiu-se uma série de mudanças: nomeou ministros de Estado, apenas algumas fizeram algo a respeito, como foi o caso de
criou secretarias públicas, criou tribunais de justiça, o Banco do Pernambuco.
Brasil e o Arquivo Central. Com ideais republicanos, separatistas e anti-lusitanos, a
Mudanças na cidade também foram realizadas com a Revolução Pernambucana ia contra os pesados impostos,
intenção de tornar a capital do Brasil uma cidade mais próxima descaso administrativo e opressão militar.
do que a Corte estava acostumada na Europa: foram criados A Revolução apenas teve início após a delação do
jornais de circulação diária, uma biblioteca real com mais de 60 movimento. Quando os líderes conspiradores foram presos, a
mil exemplares vindos de Lisboa, Academias militar e da luta começou. A revolta chegou a contar com a participação da
marinha, faculdades de medicina e de direito, observatórios, Paraíba e Rio Grande do Norte, porém a coroa conseguiu
jardim botânico, teatros (...) Estruturalmente a cidade ganhou encerrá-la através da força militar.
iluminação pública, ruas pavimentadas, chafarizes e pontes. Alguns líderes foram executados e outros receberam o
Culturalmente a principal mudança se deu pela vinda da perdão real anos depois, como Frei Caneca.
Missão Francesa para a criação da Imperial Academia e Escola
de Belas-Artes, tendo como principal nome o artista Jean- O Retorno de D. João para Portugal
Baptiste Debret.
Apesar de os trabalhos realizados pela Missão Francesa Lisboa e Rio de Janeiro literalmente inverteram os papeis
não influenciarem o grosso da população brasileira e carioca, nesse período. Se antes Lisboa era o centro do império
foram de grande importância para o conhecimento do Brasil português com suas instituições e riquezas colhidas pela
na Europa. forma de governo colonial, agora ela via o Rio de Janeiro
Como era no Rio de Janeiro que as coisas aconteciam, foi assumir esse papel.
natural o crescimento populacional. Além do número Os comerciantes portugueses viram sua economia
crescente de brasileiros que migravam em busca de emprego despencar quando das assinaturas de D. João nos novos
na capital, o número de escravos também aumentou – para acordos com os ingleses. O Brasil era o principal mercado
atender a maior demanda de serviços – assim como o de lusitano. Não bastasse isso, o rei de Portugal não tinha planos
estrangeiros que faziam negócios e já pregavam a ideia de de regressar e ainda deixou o governo do país a cargo de um
trabalhadores assalariados. inglês (general Beresford).
Economicamente, apesar de D. João autorizar a instalação Fórmula certa para insatisfação, foi o que ocorreu: Em 24
de manufaturas no país, os acordos desiguais feitos com a de agosto de 1820 eclodiu a Revolução do Porto, onde,
Inglaterra castravam as intenções empreendedoras dos vitoriosa, a nova Assembleia Constituinte (Cortes
brasileiros. portuguesas) adotou nova Constituição, exigindo o retorno da
Em 1810 foi assinado o Tratado de Comércio e Navegação Família Real para jurar à ela e a volta do Brasil à condição de
em que os produtos ingleses entravam em nosso país com colônia. Não foi o que aconteceu.
taxas menores até do que os produtos portugueses. D. João garantiu que sua família ainda governasse os dois
territórios. Para agradar os portugueses, ele regressou à
O Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves Portugal. Para agradar os brasileiros ele deixou seu filho, D.
Pedro I como regente, assegurando que o Brasil não voltaria a
Após a derrota de Napoleão, o Congresso de Viena18 ser colônia.
contou com os principais representantes dos países europeus
e decidiu os caminhos que seriam tomados a partir de então. O Dia do Fico e a Independência do Brasil
Em uma disputa de interesses entre Inglaterra e França, D.
João acaba sendo influenciado pelas ideias francesas e decide Apesar dos planos de D. João, as Cortes portuguesas não
continuar com a Corte no Brasil, além de declará-lo como encararam bem o fato de D. Pedro I ter ficado no Brasil como
Reino Unido de Portugal e Algarves. regente. A partir daí ele passa a ser pressionado a voltar para
No Congresso de Viena ficou decidido que toda e qualquer Portugal e prestar homenagens às Cortes.
mudança realizada durante a expansão napoleônica seria Por outro lado a aristocracia brasileira sabia que a única
desfeita. Reis destituídos – como os casos de Portugal e forma de garantir que o país não regressasse à condição de
Espanha – teriam seu governo restaurado. Essa era uma colônia era apoiar o movimento emancipacionista em volta de
medida que beneficiaria novamente a Inglaterra. Se D. João D. Pedro I.
voltasse a Portugal, dificilmente ele conseguiria fazer com que Em janeiro de 1822 com grande apoio do movimento
as mudanças realizadas no Brasil (econômicas) voltassem ao emancipacionista brasileiro D. Pedro I não cumpre às
modelo antigo, aquele em que a metrópole tem controle sobre exigências das Cortes e afirma que permaneceria no Brasil
a colônia. (“Dia do Fico”). Esse dia foi seguido de negociações e mudanças
A Inglaterra já havia estabelecido negócios e influência na administração brasileira até finalmente em 7 de setembro
dentro do nosso país, e os próprios comerciantes e classe alta do mesmo ano ser declarada a independência do Brasil.
brasileiros não aceitariam o retorno à condição de colônia.
Do outro lado do Atlântico tínhamos uma Lisboa O Reconhecimento da Independência
financeiramente debilitada ao ponto de a Corte preferir O simples fato de D. Pedro I declarar o Brasil independente
permanecer no Rio de Janeiro. A solução para manter a posição não o tornava assim. Era necessário que externamente essa
em Lisboa e o controle sobre o Brasil foi elevá-lo a categoria de independência fosse reconhecida. Portugal, claro, não o fez. No
Reino e não mais colônia. início apenas alguns reinos africanos com o qual o Brasil tinha
relações comerciais (negociação de escravos) e os Estados
Revolução Pernambucana Unidos (dois anos depois) reconheceram nossa autonomia.
A Inglaterra, embora continuasse fazendo negócios com o
Todas as melhorias que foram descritas há pouco ficaram Brasil não reconheceu de imediato a nova condição, uma vez
restritas apenas ao Rio de Janeiro. As outras províncias do que não queria perder Portugal como parceiro/dependente
Brasil ainda sofriam com a precariedade econômica e social. dentro da Europa. Visando os próprios interesses foi ela quem
Esse cenário gerou descontentamento em várias regiões mas
18 O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do continente
potências europeias que aconteceu na capital austríaca, entre maio de 1814 e europeu após a derrota da França napoleônica
intercedeu para que um acordo fosse realizado entre Brasil e brasileiras. O nordeste, já marginalizado nesse período e com
Portugal. histórico de revoltas contra a coroa, novamente se
Em 29 de agosto de 1825 foi assinado o Tratado de Paz e movimentou. Com início em Pernambuco e com apoio popular,
Aliança, em que mediante o pagamento de dois milhões de outras províncias se juntaram ao movimento (Rio Grande do
libras esterlinas como indenização, e a continuidade do título Norte, Ceará e Paraíba).
de imperador do Brasil para D. João, Portugal reconhecia a Apesar de iniciada por lideranças populares, entre eles
emancipação do Brasil. Cipriano Barata e Frei Caneca, as elites regionais também
O dinheiro foi conseguido junto à Inglaterra que reviu seus apoiaram o movimento. Do ponto de vista social foi o mais
acordos comerciais com o Brasil e conseguiu o “compromisso” avançado do período com reformas sociais, mudança de
do fim da escravidão no país, além do pagamento da própria direitos políticos e abolição da escravidão.
dívida. A partir daí outras nações da América e do mundo Essas mesmas mudanças radicais levaram as elites
também reconheceram o Brasil como nação autônoma. regionais a abandonar o movimento, pois temiam perder seus
próprios privilégios.
O Primeiro Reinado (1822-1831) Sem o apoio da aristocracia local e com forte repressão do
governo, o levante foi contido com dezesseis membros sendo
De cara, alguns fatores chamaram a atenção a respeito da condenados à morte, entre eles, Frei Caneca.
independência do Brasil:
- éramos o único país na América que após a emancipação A Cisplatina
da metrópole continuamos a viver em um regime monárquico; A região da Cisplatina20 sempre foi alvo do interesse do
- a população não teve participação alguma no processo e governo português que desejava expandir suas fronteiras até
até mesmo províncias mais distantes só ficaram sabendo da o rio da Prata. Após a “bagunça” feita por Napoleão às Coroas
mudança meses depois; europeias, mais precisamente à Coroa espanhola que teve sua
- a aceitação não foi total e pacífica como era de se esperar. continuidade interrompida e retomada após a queda do
general francês, as colônias americanas viviam um período de
Algumas regiões, principalmente aquelas com instabilidade e descentralização. Todos os movimentos de
conservadores portugueses e acúmulo de tropas lusitanas não independência dessas colônias, apesar de bem sucedidos, as
apenas recusaram-se a aceitar a autoridade de D. Pedro I como debilitaram econômica e politicamente. Foi quando dessa
lutaram contra ela. instabilidade que D. João viu a oportunidade de realizar um
As províncias da Bahia, Cisplatina, Maranhão, Piauí e Pará antigo desejo português, em 1820 ele ordena às tropas
resistiram ao novo governo e apenas com o uso da força imperiais invadirem a região da Cisplatina.
aceitaram a nova condição. Mesmo após o retorno de D. João à Portugal e à
Na prática, nossa política não teve mudanças, ainda independência, a Cisplatina continuou sendo parte do Brasil
vivíamos em uma monarquia centralizadora e mesmo os (até 1828), porém à duras custas, a região nunca aceitou o
defensores de ideias republicanas só pensavam em sua domínio brasileiro, e constantemente D. João e posteriormente
projeção política e não em uma mudança de fato. D. Pedro I tinham de enviar expedições para conter as revoltas.
Isso não apenas gerava custos aos cofres imperiais como
A Primeira Constituição Brasileira também atacava a imagem do imperador, que se mostrava
D. Pedro I havia convocado uma Assembleia Constituinte incapaz de resolver a questão. A opinião pública era avessa à
antes mesmo de declarar o Brasil independente. E desde o causa de gastar com os conflitos e insistir em manter a posse
primeiro momento houve desacordo. de uma região que nem era semelhante culturalmente ao povo
A Assembleia, liderada pelos irmãos Andrada, tinha a brasileiro.
intenção de fazer uma Constituição similar à portuguesa, onde Enfim, em 1828, com apoio do governo argentino, as forças
D. Pedro teria seus poderes limitados. Já o monarca, que era cisplatinas fazem com que o Brasil se retire do conflito e
conhecido por ser autoritário e centralizador trabalhou para proclamam a República Oriental do Uruguai.
permanecer com todos os poderes em torno de si. A imagem de D. Pedro I sai abalada após o episódio. Seguiu-
Apesar da Constituição elaborada por influência dos se a isso o misterioso assassinato de Libero Badaró (jornalista
Andrada ter a intenção de limitar os poderes de D. Pedro I, ela declarado opositor e crítico de D. Pedro I), maior força do
garantia os privilégios da aristocracia rural. Popularmente movimento liberal e aumento das críticas a respeito da
conhecida como Constituição da Mandioca19 ela garantia os conduta política do imperador.
privilégios à quem tivesse a posse da terra e defendia a Além da pressão política, do exército e da população, D.
manutenção da escravidão. Pedro I teve de superar uma crise sucessória. Quando D. João
Acontece que essa Constituição, onde o legislativo faleceu, D. Pedro I abdica do trono português em favor de sua
predominaria pelo executivo nem chegou a ser concluída. Em filha. Em Portugal é iniciado então um conflito sucessório
12 de novembro de 1823 D. Pedro I ordenou o fechamento da entre D. Maria da Glória e o irmão de D. Pedro I, D. Miguel.
Assembleia (episódio conhecido como “Noite da Agonia”), D. Pedro passa a gastar recursos brasileiros para garantir
convocou um Conselho de Estado e encomendou a nova o trono de sua filha, o que gera mais descontentamento
Constituição do país, onde seu poder estaria assegurado. nacional. Com a pressão interna e a necessidade de cuidar de
A nova Constituição dividia o Estado em quatro poderes: seus interesses em Portugal, D. Pedro I abdica do trono
executivo, legislativo, judiciário e moderador. O poder brasileiro e retorna para seu país, deixando como herdeiro seu
moderador era exclusivo de D. Pedro I e estava acima de todos filho, D. Pedro II.
os outros. Assim ele mantinha todas as características
centralizadoras e absolutistas de uma monarquia e não via O Período Regencial (1831-1840)
precedentes de verdadeira oposição.
D. Pedro II, herdeiro do trono brasileiro tinha apenas cinco
A Confederação do Equador anos de idade quando D. Pedro I retornou a Portugal. A maioria
A tendência autoritária de D. Pedro I e a nova Constituição dos políticos brasileiros ainda eram favoráveis à manutenção
desagradaram em vários aspectos muitas províncias do império e se preocuparam com as possíveis revoltas que
19 Apenas pessoas com mais de 150 alqueires de mandioca poderiam se 20 Província do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e, posteriormente,
haveriam tendo uma criança como governante. Ficou então Regência Una
decidido que o país seria governado por regentes até a idade Apesar de uma tentativa frustrada de assumir o poder em
apropriada de D. Pedro II. 1832, abandonando o cargo de Ministro da Justiça logo em
Politicamente esse foi o período mais conturbado desde a seguida, o padre Feijó obteve a maioria dos votos na eleição
colonização. Além dos grupos regionais que se revoltaram, o para Regente em 1835. Sendo empossado em 12 de outubro
próprio cenário político não tinha unidade. Apesar de todos do mesmo ano para um mandato de quatro anos, não
fazerem parte basicamente dos mesmos segmentos e terem completando nem dois anos no cargo. Seu governo é marcado
interesses econômicos semelhantes, politicamente estavam por intensa oposição parlamentar e rebeliões provinciais,
divididos entre: como a Cabanagem, no Pará, e o início da Guerra dos Farrapos,
no Rio Grande do Sul. Com poucos recursos para governar e
- Restauradores (conhecidos como Caramurus, eles isolado politicamente, renunciou em 19 de setembro de 1837.
defendiam a continuidade de D. Pedro I no poder e
acreditavam que a tranquildade política passava pela ação Segunda Regência Una
absolutista. José Bonifácio fazia parte desse grupo que foi Com a renúncia de Feijó e o desgaste dos liberais, os
articulador do Golpe da Maioridade anos depois); conservadores obtêm maioria na Câmara dos Deputados e
- Liberais moderados (apesar do nome, esse grupo era elegem Pedro de Araújo Lima como novo regente único do
composto em grande parte pela aristocracia rural. Eram contra Império, em 19 de setembro de 1837. A segunda regência una
reformas sociais e lutavam por manter seus privilégios. é marcada por uma reação conservadora, e várias conquistas
Defendiam a monarquia, porém de forma menos autoritária do liberais são abolidas. A Lei de Interpretação do Ato Adicional,
que D. Pedro I empregava. Eram chamados de Chimangos); aprovada em 12 de maio de 1840, restringe o poder provincial
- Liberais exaltados (era o grupo mais variado, tinha e fortalece o poder central do Império. Acuados, os liberais
desde aristocratas até trabalhadores livres e sem terras. Esse aproximam-se dos partidários de D. Pedro II. Juntos, articulam
grupo buscava reformas sociais e políticas, maior autonomia o chamado golpe da maioridade, em 23 de julho de 1840.
das províncias e mudanças constitucionais. Eram conhecidos
como Chapéus-de-palha). Revoltas no Período Regencial
Revolta dos Malês (1835) a monarquia e manter a unidade do império. Em 1840, com
Em Salvador, nas primeiras décadas do século XIX, os uma regência conservadora o parlamento aprova adiantar a
negros escravos ou libertos correspondiam a cerca de metade maioridade de D. Pedro II.
da população. Pertenciam a vários grupos étnicos, culturais e
religiosos, entre os quais os muçulmanos – genericamente Segundo Reinado
denominados malês -, que protagonizaram a Revolta dos
Malês, em 1835. Ao contrário do que aconteceu com seu pai, a preparação
O exército rebelde era formado em sua maioria, por política de D. Pedro II parece ter sido melhor. Mesmo sem
“negros de ganho”, escravos que vendiam produtos de porta abandonar o aspecto autoritário em seu governo,
em porta e, ao fim do dia, dividiam os lucros com os senhores. politicamente ele soube trabalhar com as aristocracias rurais.
Podiam circular mais livremente pela cidade que os escravos D. Pedro II dava a elas a condição de crescerem
das fazendas, o que facilitava a organização do movimento. economicamente e em troca recebia seu apoio político.
Além disso, alguns conseguiam economizar e comprar a Falamos em aristocracias porque nesse período uma nova
liberdade. Os revoltosos lutavam contra a escravidão e a elite agrária e mais poderosa surgiu representada pelos
imposição da religião católica, em detrimento da religião cafeicultores do sudeste frente a antiga elite nordestina. O café
muçulmana. passou a ser o principal produto do país e assim permaneceu
A repressão oficial resultou no fim da Revolta dos Malês, até a república.
que teve muitos mortos, presos e feridos. Mais de quinhentos
negros libertos foram degredados para a África como punição. Liberais e Conservadores21
Liberais (chamados de Luzia) e conservadores
Sabinada (1837-1838) (Saquarema) diferiam em suas teorias e aspirações políticas
A Sabinada ocorreu na Bahia, com o objetivo de implantar em seus discursos, porém, durante todo o Segundo Reinado
uma república independente. Foi liderada pelo médico ficou claro que quando no poder, ambos eram iguais.
Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, e por isso ficou Os liberais defendiam a descentralização e autonomia das
conhecida como Sabinada. O principal objetivo da revolta era províncias enquanto os conservadores, como o próprio nome
instituir uma república baiana, mas só enquanto o herdeiro do sugere, defendiam um governo forte e centralizado.
trono imperial não atingisse a maioridade legal.
Diferentemente de outras revoltas ocorridas no período, a As Eleições do Cacete
sabinada não contou com o apoio das camadas populares e Ao assumir, D. Pedro II vivenciou um grande impasse
nem com os grandes proprietários rurais da região, o que político: para auxiliá-lo em seu governo foi criado o Ministério
garantiu ao exército imperial uma vitória rápida. da Maioridade. O problema se deu porque o Ministério tinha
sua maioria composta por liberais, enquanto a Câmara era
Balaiada (1838-1841) composta maioritariamente por conservadores. Qualquer
Balaiada ocorreu no Maranhão, em 1838, e recebeu esse decisão a ser tomada gerava grande debate pelas divergências
nome devido ao apelido de uma das principais lideranças do entre ambos.
movimento, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, o "Balaio", A solução encontrada para acabar com essa disputa foi
conhecido por ser vendedor do produto. dissolver a Câmara e convocar novas eleições: As Eleições do
A Balaiada representou a luta da população pobre contra Cacete. O nome não foi por acaso. Para garantir a vitória, o
os grandes proprietários rurais da região. A miséria, a fome, a partido liberal colocou “capangas” para trabalhar nas eleições
escravidão e os maus tratos foram os principais fatores de e através de coerção e ameaças eles venceram.
descontentamento que levaram a população a se revoltar. Os liberais mantiveram-se no poder por pouco tempo.
A principal riqueza produzida na província, o algodão, Apesar de serem maioria, as pressões externas (Inglaterra) e
sofria forte concorrência no mercado internacional, e com isso internas (Guerra dos Farrapos), e a má impressão que ficou
o produto perdeu preço e compradores no exterior. Além da após o uso da força nas eleições fez com que o imperador
insatisfação popular, a classe média maranhense também se novamente dissolve-se a Câmara e formasse um novo
encontrava descontente com o governo imperial e suas ministério, este composto por ambos os lados.
medidas econômicas, encontrando na população oprimida
uma forma de combatê-lo. Revolução Praieira
Os revoltosos conseguiram tomar a cidade de Caxias em A Revolução Praieira ocorreu na metade do século XIX
1839 e estabelecer um governo provisório, com medidas que (1848) em um contexto onde o nordeste já sofria as
causaram grande repercussão, como o fim da Guarda Nacional consequências econômicas da crise do açúcar, enquanto a
e a expulsão dos portugueses que residiam na cidade. região sudeste já era a “favorita” do Império com a
Com a radicalização que a revolta tomou, como a adesão de prosperidade econômica ocasionada pelo café.
escravos foragidos, a classe média que apoiava as revoltas Pernambuco era uma província conturbada na época:
aliou-se ao exército imperial, o que enfraqueceu bastante o eram os portugueses quem controlavam o comércio e a
movimento e garantiu a vitória em 1841, com um saldo de política local. O cenário de problemas econômicos, sociais e
mais de 12 mil sertanejos e escravos mortos em batalhas. Os políticos criou o clima para um conflito entre os partidos
revoltosos que acabaram presos foram anistiados pelo Liberal e Conservador.
imperador. Os portugueses se concentravam em torno do partido
conservador. Os democratas e liberais brasileiros em torno do
A Maioridade e a Tranquilidade Política partido liberal. Após as eleições de 1848 que tiveram como
Toda a instabilidade do período regencial colocou tanto resultado a eleição de um conservador para o cargo de
liberais quanto conservadores em xeque, uma vez que ambos presidente de província, os liberais revoltam-se pegando em
haviam ocupado o poder mas nenhum conseguiu trazer armas e lançando o Manifesto ao Mundo, documento que
estabilidade ao país. A ideia de antecipar a maioridade de D. exigia o fim dos privilégios comerciais portugueses, liberdade
Pedro II começou a agradar ambos os grupos: os liberais de imprensa, fim da monarquia e proclamação da república,
esperavam que com isso teriam a chance de voltar ao governo. fim do voto censitário, extinção do poder moderador e Senado
Os conservadores viam nisso uma oportunidade de preservar vitalício.
Com adesão popular os revoltosos chegaram a derrubar o além de características físicas distorcidas (a obra Moema –
presidente de província e controlar Olinda, porém as tropas Victor Meirelles - é representada com pele quase branca).
imperiais os contêm em 1849. No campo das instituições, D. Pedro II revelou-se grande
entusiasta e apoiador. Sempre demonstrou interesses pelas
O Parlamentarismo às Avessas atividades do IHGB (Instituto Histórico e Geográfico
Em 1847 D. Pedro II cria no Brasil um sistema Brasileiro) do qual chegou a receber o título de protetor da
parlamentarista até então inédito no mundo. instituição. Pouco depois fundou a Ópera Nacional, a Imperial
Um sistema parlamentarista tradicional funciona com o rei Academia de Música e o Colégio Pedro II, onde ele
(ou presidente) sendo o chefe de Estado, porém não sendo o frequentemente fazia visitas.
chefe de governo. Isso implica nas responsabilidades políticas Por fim, manteve incentivos financeiros em campos de
do cargo, onde o chefe de governo as têm em muito maior estudo como medicina e direito.
quantidade.
Normalmente é o parlamento quem elege o Primeiro O Caso Indígena
Ministro para chefe de governo. No Brasil as coisas No século XVIII a metrópole desenvolveu um projeto
aconteceram um pouco diferentes: o Parlamentarismo às civilizador que foi incorporado à colônia. O conceito era
Avessas, como ficou conhecido, contava com um novo cargo, o simples à primeira vista: povos que não respondiam ao poder
de Presidente do Conselho de Ministros (que em um sistema real precisavam ser subjugados.
normal seria o Primeiro Ministro), submisso e escolhido por D. Acontece que as elites locais ao incorporar a ideia não
Pedro II, que poderia destitui-lo quando quisesse. levavam em conta o fator “civilizador”, mas sim o econômico.
Era uma forma de manter o parlamento e o Presidente sob Caso não houvesse a possibilidade de angariar recursos (de
controle e que acabava descaracterizando o sistema como qualquer natureza) a intervenção não era justificada. De uma
Parlamentarista. forma mais simples: o projeto só aconteceu em regiões que
dariam algum retorno financeiro para as expedições, para as
A Influência do Café elites ou para a metrópole.
O sistema de produção rural no Brasil sempre foi o mesmo, Civilizar ou não o indígena tinha um segundo lugar de
baseado na monocultura, grande propriedade e trabalho importância nessa empreitada.
escravo. Desde a crise do açúcar e esgotamento das jazidas de
ouro, o país procurava seu novo salvador econômico. Este se A Questão Agrária
apresentou na figura do café, que além da mudança em relação Do início da colonização até o século XIX a questão e a
à mão de obra, mostrou poucas mudanças na estrutura de política agrária no Brasil eram definidas pelas sesmarias. Ao
produção. mesmo tempo em que a concessão de uma sesmaria era a
Graças ao aumento do consumo europeu, clima e solos garantia legal de posse da terra, apenas quem tivesse relações
favoráveis, além da já estabelecida estrutura de grandes e contatos políticos conseguiam esse acesso.
propriedades e monocultura, o café já na primeira metade do Outras formas como a ação de posseiros também eram
século XIX despontava como principal produto nacional. Das comuns, porém até o ano de 1850 ela era ilegal mediante
primeiras fazendas comerciais no Rio de Janeiro, até sua algumas condições.
expansão para o interior de Minas Gerais, São Paulo e norte do O que muda em 1850 é o advento da Lei nº 601, conhecida
Paraná, até quase a metade do século seguinte o café não como Lei de Terras. A criação dessa lei não apenas afirmava a
apenas conseguia sozinho equilibrar nossa balança comercial, legalidade das sesmarias como garantia o direito legal da terra
mas foi responsável pelo desenvolvimento da malha a posseiros (desde que as terras tivessem sido possuídas
ferroviária, algumas cidades que a acompanhavam e pela anteriormente à lei e fossem devidamente cultivadas).
introdução da mão de obra livre. A Lei de Terras veio para garantir o valor de um novo
Com crescente demanda, maior necessidade de braços produto, a própria terra, uma vez que a escravidão via seus
para a lavoura, com a pressão da Inglaterra pelo fim do tráfico dias contados desde a aprovação da Lei Eusébio de Queirós. A
e posteriormente fim da escravidão, os cafeicultores não lei que proibia o tráfico de escravos dificultou a obtenção de
encontraram outra solução que não trazer trabalhadores mão de obra para os grandes fazendeiros, que então
imigrantes europeus para suas fazendas. importavam escravos de outras regiões do país. Com a
Esse foi um período que marca o país em todos os aspectos: escassez de escravos, a terra passaria a ser o principal produto
- sociais com o surgimento de novas classes; e símbolo de status (da mesma forma que ter um grande
- políticos com a mudança do eixo central da velha número de escravos destacava as pessoas de maiores fortunas
oligarquia açucareira para a nova oligarquia cafeeira (Barões e influência, agora a terra garantia essa imagem).
do Café); e A Lei de Terras ainda tinha um segundo propósito: garantir
- econômicas com o desenvolvimento de cidades, serviços que apenas quem tivesse capital (normalmente quem já tinha
e ensaios de industrialização. terras) conseguisse obtê-las. As terras devolutas (aquelas
“desocupadas”22) não mais seriam entregues por doação ou
Cultura ação de posseiros, o que garantia que os trabalhadores
A cultura no século XIX desenvolveu-se de acordo com os dependessem de um emprego em fazendas.
padrões europeus. O governo arrecadou mais impostos com demarcação e
Na literatura tínhamos o romantismo como principal vendas e com isso conseguiu financiar, junto de cafeicultores a
gênero seguindo as devidas influências exteriores. José de vinda de mão de obra imigrante no período.
Alencar com sua obra O Guarani nos dá um bom exemplo
disso, descrevendo o índio Peri como herói que enfrenta tribos Imigração23
menos civilizadas. Vários são os motivos que explicam o movimento de
No campo das artes os indígenas também eram retratados imigração para o Brasil: internamente havia o preconceito dos
de maneira ao imaginário europeu: passivos e martirizados, grandes produtores rurais que, quando obrigados a abrir mão
do trabalho escravo por motivos de lei ou econômicos, não
22 Quando falamos em terras “desocupadas” falamos do ponto de vista do 23 Adaptado: UNOPAREAD <
governo da época. Eram terras no qual o governo não havia recebido rendimentos. http://www.unoparead.com.br/sites/museu/exposicao_sertoes2/Imigrantes-e-
Indígenas e posseiros sem permissão ocupavam essas terras e eram expulsos sem migracoes.pdf>
cerimônia ou compensação.
admitiam ter que pagar para os mesmos negros trabalhar em de Queiroz, que a partir da data de sua publicação proíbe o
suas terras. Havia a desinteligência de que a partir daquele tráfico negreiro no Brasil.
momento o escravo não seria ideal para o trabalho rural e Como o governo não tinha intenção nenhuma de acelerar o
ainda as aspirações do governo de uma “recolonização”, processo que levaria o fim da escravidão, a Lei Eusébio de
principalmente da região sul ainda alvo de disputas de Queiroz garantia apenas o fim do tráfico de importação. O
fronteiras ou povoada por indígenas. tráfico ou troca interna ainda era permitido, o que ocasionou
Externamente víamos na Europa um exemplo inverso ao grande deslocamente de contingente negro escravo do
Brasil: aqui tinham terras de sobra e poucos trabalhadores, lá nordeste para as colheitas de café no Vale do Paraíba no
eles tinham muitos braços livres e poucas terras. A Europa do sudeste.
século XVIII e XIX viu um aumento na taxa de natalidade, Uma segunda consequencia foi que com o capital que agora
expulsão dos trabalhadores do campo e pequenos estava “sem destino”, uma vez que a compra de escravos se
proprietários, além de perseguições políticas e religiosas. tornava mais difícil com o tempo, novas atividades econômicas
Pareceu à época uma solução natural que os imigrantes começaram a receber esse dinheiro: bancos, estradas de ferro,
europeus arriscassem a sorte no novo continente. indústrias, companhias de navegação...
A região sudeste, principalmente o estado de São Paulo, A modernização do pensamento econômico, mesmo que de
apesar de ter tido grande influência imigrante demorou a certa forma forçada, também provocou mudanças na política
“engrenar”. As primeiras experiências receberam o nome de externa do país. Em 1844 o ministro da Fazenda Alves Branco
sistema de parceria. Nesse sistema os imigrantes promulga uma lei que levaria seu nome, e que aumentava as
trabalhavam no cultivo e colheita do café, e dividiam os lucros taxas alfandegárias para os produtos importados. Era uma das
e eventuais prejuízos com o dono da terra. O maior exemplo poucas vezes até então em nossa história que o governo
desse sistema (e seu fracasso) foi o implantado pelo Senador tomava medidas que beneficiavam nossa indústria em relação
Campos Vergueiro. Apesar da promessa, a fazenda tinha o à estrangeira.
monopólio de tudo que os imigrantes necessitavam adquirir
(sempre com preços mais elevados), o que resultava em uma Processo Abolicionista25
dívida viciosa com o fazendeiro. Além disso, devido à Em maio de 1888, a princesa Isabel Cristina Leopoldina de
proximidade do contato com o trabalho escravo, o tratamento Bragança conhecida posteriormente como “A Redentora”
com os imigrantes era semelhante, o que chegou a fazer com assina o documento que finalmente colocou fim à escravidão
que o próprio governo italiano recomendasse que seus no país.
cidadãos não viessem para o Brasil. A História normalmente nos ensina a respeito do ato
Nos últimos anos do século XIX, com a situação se generoso dessa figura, mas não podemos ignorar que o dia 13
agravando na Itália e com a maior necessidade de mão de obra de maio foi apenas o cume de uma empreitada que vinha sendo
no Brasil, governo e fazendeiros oferecem melhores construída há muito tempo.
condições, o que abre as portas definitivamente para a A resistência à escravidão por parte dos negros existiu
chegada do europeu. sempre que houve a escravidão. Fugas, violência contra os
O sul, como falamos acima, mostrou uma colonização senhores e formação de quilombos eram algumas das práticas
diferente. Composto por pequenas propriedades familiares ou comuns que existiam desde a colônia. A partir da segunda
comunidades rurais, a região não atendeu os interesses do metade do século XIX, talvez por algumas leis já existirem, elas
mercado externo e o governo tinha maior preocupação em se tornaram mais comuns.
garantir a posse do Brasil na região do que garantir as A sociedade também já contava com um número maior de
exportações da época. entusiastas que estavam dispostos a lutar pelo fim dessa
prática e pressionar o governo. O império inglês junto desses
Tráfico Negreiro, Lutas Abolicionistas e o Fim da fatores finalmente consegue se colocar em posição de forma
Escravidão24 que o Brasil não podia mais ignorá-lo.
À época da independência D. Pedro I se viu pressionado As seguintes leis são o resultado dessas pressões e
por dois lados muito importantes para manter seu governo: mostram a evolução do processo de abolição:
- De um lado a Inglaterra, nação industrializada que via na
extinção do comércio de escravos (e na própria instituição Lei no 581 (Lei Eusébio de Queirós), de 4 de setembro de
escravista) maior possibilidade de capital e mercado 1850: a partir dessa data é proibido o tráfico de escravos para
consumidor. Seu apoio político e financeiro ao Brasil no o Brasil. Trocas internas entre províncias de escravos que já
processo de independência estava condicionado ao estão no país ainda são permitidas.
compromisso do país em abolir essa prática.
- Do outro lado estavam os grandes proprietários de terra, Lei no 2.040 (Lei do Ventre Livre), de 28 de setembro de
motivo pelo qual nem D. Pedro I, nem a regência e nem D. 1871: considerava livre todos os filhos de mulheres escravas
Pedro II conseguiram cumprir o acordo. nascidas a parte dessa data.
No curto período anterior ao aumento da produção
cafeeira no país, o tráfico de escravos de fato diminuiu em Lei no 3.270 (Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-
números visto que a necessidade de mão de obra era menor. A Cotegipe), de 28 de setembro de 1885: a Lei concedia
partir do momento em que os grandes fazendeiros sentiram liberdade a escravos com mais de 60 anos de idade.
necessidade de mais braços em suas lavouras, mesmo com leis
da regência proibindo a importação de escravos, o volume Lei no 3.353 (Lei Áurea), de 13 de maio de 1888: Art. 1o É
voltou a crescer. As consequências foram a maior pressão declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.”
inglesa sobre o Brasil no aspecto político, e na prática uma
perseguição real da marinha inglesa a navios negreiros. A Questão Platina26
Sentindo a pressão britânica surtir mais efeito que a
interna, finalmente em 1850 o governo brasileiro promulga A questão da Cisplatina foi um conflito entre Brasil e
uma lei com a verdadeira intenção de cumpri-la. A Lei Eusébio Argentina pelo controle de parte da bacia do Prata,
24 Adaptado de FOGUEL, I. Brasil: Colônia, Império e República. < 26 Adaptado de: JARDIM, W. C. A Geopolítica no Tratado da Tríplice Aliança.
especificamente na região Cisplatina (que corresponde ao a autonomia uruguaia e um acordo com o Uruguai que garantia
atual Uruguai). ajuda mútua.
Deve-se entender que apesar de em parte da história o Foi a partir das intervenções brasileiras no governo
Uruguai pertencer ao Brasil ou ser tomado pela Argentina, o uruguaio (quando depôs Aguirre e assume Flores) que o
conflito nunca envolveu apenas duas partes. Paraguai quebra sua política de neutralidade. Considerando
Historicamente o que hoje corresponde ao território que o Brasil perturbava a harmonia da região e temendo que
uruguaio foi uma colônia portuguesa (Colônia de Sacramento). ele mesmo fosse o próximo alvo (além do fato de Solano Lopes
Quase um século depois (1777) a colônia passa a ter domínio ser simpatizante de Aguirre, derrotado no Uruguai com ajuda
espanhol, que dura até a transferência da coroa portuguesa brasileira), o Paraguai direcionou vários avisos preventivos ao
para o Brasil que volta a anexá-lo. Brasil. Não surtindo efeito, no final de 1864 Solano Lopes
Acontece que o período em que a Espanha controlou a ordena o aprisionamento do navio brasileiro Marquês de
região deixou marcas mais fortes que o período colonial Olinda e declara guerra do Brasil, é o início da Guerra do
português (cultura e língua). Não se sentindo como parte do Paraguai.
império português, a Cisplatina (Uruguai) inicia um
movimento de separação. O Conflito
A Argentina que já era independente e tinha interesses O início do conflito envolveu apenas os dois países, porém
expansionistas à região não demorou a comprar o lado do o próprio Paraguai acabou fomentando os seus vizinhos a se
Uruguai enviando além do apoio político, suprimentos. juntarem a causa brasileira.
O governo brasileiro não recuou, além de fazer frente ao O Paraguai mostrou clara vantagem tomando partes do
Uruguai ele declarou guerra à Argentina. Apesar de haver território brasileiro (MS) e posteriormente invadindo até a
algum equilíbrio durante o início do conflito, o nosso governo Argentina (queria através dela dominar o Rio Grande do Sul).
sofreu com grande pressão interna. O país já estava endividado A vantagem do país se mantém até a formação da Tríplice
com os gastos da independência e bancar um conflito em tão Aliança, unindo Brasil, Argentina e Uruguai.
pouco tempo depois causou insatisfação geral (aumento de A partir daí o conflito se torna desfavorável. Apesar de o
impostos). Paraguai estar estruturado, os números não podiam ser
Em 1828, com mediação inglesa e se vendo muito ignorados. O Paraguai contava com uma população total de
pressionado, Brasil e Argentina chegam a um acordo e ambos 800.000 habitantes no período contra 13.000.000 dos aliados.
concordam que a região da Cisplatina se tornaria O Rio da Prata, única via de comunicação do Paraguai para fora
independente. Tinha início a república do Uruguai. do continente foi bloqueado pelo maior número de navios
Posteriormente Brasil e Argentina ainda brigaram aliados. Por fim, países como a Inglaterra ofereciam apoio
indiretamente dentro do território uruguaio: a política do financeiro aos aliados enquanto o Paraguai se matinha
novo país estava dividida principalmente entre dois partidos, sozinho.
os “colorados” e os “blancos” (federalistas e unitários A partir de 1868, muito sob o domínio de Caxias a
respectivamente) onde o Brasil apoiava os colorados e a vantagem já havia passado para os aliados e a Guerra se passou
Argentina os blancos. apenas em território paraguaio. Em março de 1870, já com o
Internamente o Uruguai sofreu com sucessivas trocas no conflito vencido, Conde D’Eu, genro de D. Pedro II, substituto
comando por parte de generais ou de acordo com os interesses de Caxias no comando das tropas aliadas persegue o restante
vizinhos até o ano de 1865, contando com grande contingente das forças paraguaias e executa Solano Lopes.
brasileiro (gaúcho) quando o general Flores assume o poder e
cessam os conflitos internos. As Consequências da Guerra
Apesar de os países aliados ganharem territórios, seu saldo
A Guerra do Paraguai comum dessa guerra foi o aumento da dívida externa além do
número de vidas perdidas.
A Guerra do Paraguai foi um conflito envolvendo Brasil, Para o Paraguai as perdas foram irremediavelmente mais
Paraguai, Uruguai e Argentina que durou entre os anos de pesadas e mostram sequelas até hoje.
1864 e 1870 e teve consequências que marcam o continente Cerca de 75% de sua população morreu nesse período
até hoje. (90% dos homens). Ele perdeu 150.000 km² de seu território,
O Paraguai não era o país mais rico da América Latina até teve seu parque industrial destruído, sua malha ferroviária
o início do conflito, mas é correto dizer que era o mais vendida a companhias inglesas a preço de sucata, reservas de
desenvolvido socialmente e menos dependente madeira e erva-mate praticamente entregue aos estrangeiros.
economicamente. Por fim, todas as terras passaram para o controle de
Desde 1811, ano de sua independência, o país fora banqueiros estrangeiros que as alugavam aos paraguaios.
governado por apenas três governantes, não encontrando a
turbulência política interna que aconteceu com alguns A Crise do Império
vizinhos, como o Uruguai.
Era Francisco Solano Lopes o líder uruguaio no período do A partir da década de 1870 o império brasileiro vê seus
conflito e assim como seus antecessores ele garantiu algumas melhores dias passarem. Uma crise iniciada com o conflito do
medidas que tornavam o Paraguai um país único na América Paraguai resultaria em quase vinte anos depois na
Latina: apesar de não ser democrático, seu governo proclamação da república.
beneficiava as camadas populares, não havia elite agrária e as A crise do império pode ser baseada em quatro pilares:
terras eram garantidas aos trabalhadores rurais, seus
principais produtos (erva-mate e madeira) eram de - Questão abolicionista e de terras: durante muito tempo
monopólio do Estado, a maioria das famílias tinham garantido a escravidão foi a base econômica das elites que apoiavam a
o direito a emprego, comida, moradia e vestuário. O monarquia. Com a grande campanha abolicionista e as
analfabetismo quase não existia, não tinha dívida externa e já medidas graduais tomadas pelo império, a antiga aristocracia
havia iniciado um processo de industrialização. escravista que ainda apoiava D. Pedro II ficou descontente com
seu governo. As novas elites, que faziam fortuna com o café e
As Causas da Guerra se adaptaram ao trabalho livre imigrante europeu, ansiavam
O Paraguai se manteve fora dos conflitos na região desde por mais autonomia política, e passaram a fazer grande
sua independência. Tinha um acordo com o Brasil que garantia campanha em favor da república.
A sociedade, agora com crescente número de imigrantes favorecendo a permanência dos libertos como trabalhadores
também convivia com novas ideias (entre elas o nas fazendas já existentes.
abolicionismo).
D. Pedro II se viu sem o apoio da classe média da sociedade, Gabarito
da nova aristocracia e também da antiga.
01.B / 02.E
- Questão religiosa: a Constituição de 1824 declarava o
Brasil um país oficialmente católico. A Constituição fixava que
a Igreja deveria ser subordinada ao Estado, razão pelo qual já e) Brasil República
haviam alguns atritos. O problema maior se dá a partir de 1860
quando o Papa Pio IX publica a Bula Syllabus, excluindo
Aspectos administrativos,
membros da maçonaria de irmandades católicas. Apesar de o culturais, econômicos, sociais
imperador não acatar as recomendações, os bispos de Olinda e territoriais, revoltas, crises e
e Belém seguem as instruções do Papa. Em consequência, D.
Pedro II ordena que ambos sejam presos, o que leva a Igreja a
conflitos e a participação
também dar as costas a coroa. brasileira na II Guerra
Mundial.
- Questão militar: até a Guerra do Paraguai o exército
brasileiro não tinha qualquer influência ou importância para o
governo. Durante as regências a criação da Guarda Nacional
BRASIL REPÚBLICA
garantiu que a necessidade de um exército forte quase não
existisse.
A palavra República possui várias interpretações, sendo a
A Guerra do Paraguai vem para mudar essa situação.
mais comum a identificação de um sistema de governo cujo
Forçados a se modernizar e se estruturar, após a guerra o
Chefe de Estado é eleito através do voto dos cidadãos ou de
exército não apenas exige maior participação no governo do
seus representantes, com poderes limitados e com tempo de
país como passa a ter setores contrários às ideias
governo determinado.
monarquistas.
A República tem seu nome derivado do termo em latim Res
Como a Coroa continuava intervindo em assuntos militares
publica, que significa algo como “coisa pública” ou “coisa do
e punindo alguns de seus membros a ponto de censurar a
povo”.
imprensa em determinados assuntos relacionados às forças
Em 15 de novembro de 1889 foi instituída a República no
armadas, o exército também dá as costas a monarquia e com
Brasil. Entre os fatores responsáveis para o acontecimento,
isso deixa D. Pedro II sem nenhum apoio de peso.
estão a crise que se instalou sobre o império, os atritos com a
Sem apoio após a abolição da escravatura por parte da
Igreja e o desgaste provocado pela abolição da escravidão.
princesa Isabel, em novembro de 1889 com a ação militar, sem
Com a Guerra do Paraguai e o fortalecimento do exército, os
conflitos ou participação popular, termina o império brasileiro
ideais republicanos começaram a ganhar força, sendo
e tem início o período Republicano.
abraçados também por parte da elite cafeicultora do Oeste
Paulista.
Questões
O Movimento Republicano e a Proclamação da
01. (Prefeitura de Monte Mor/SP – Agente de Transito
República
– CONSESP) Historicamente, o primeiro passo para o
advento do Parlamentarismo no Brasil, ocorreu na época do
Mesmo com a manutenção do sistema escravista e de
Império com:
latifúndio exportador, na segunda metade do século XIX o
(A) A Constituição outorgada em 1824
Brasil começou a experimentar mudanças, tanto na economia
(B) A criação da presidência do Conselho de Ministros por
como na sociedade.
D. Pedro II
O café, que já era um produto em ascensão ganhou mais
(C) A abdicação de D, Pedro I
destaque quando cultivado no Oeste Paulista. Juntamente com
(D) A declaração da maioridade
o café na região amazônica a borracha também ganhava
mercado.
02. (IF/AL – Professor-História – CEFET/AL) No
Com a ameaça do fim da escravidão, começaram os
processo crescente que levou à abolição dos escravos
incentivos para a vinda de trabalhadores assalariados gerando
(1888), o Brasil passou a instituir uma legislação que iria
o surgimento de um modesto mercado interno, além da
culminar com a abolição. Em 1850 foi sancionada a Lei
criação de pequenas indústrias. Surgiram diversos organismos
Euzébio de Queiróz (proibição do tráfico de escravos). Em
de crédito e as ferrovias ganhavam cada vez mais espaço,
contrapartida o império instituiu a Lei das Terras, que
substituindo boa parte dos transportes terrestres, marítimos e
significou:
fluviais.
(A) Objetivando regularizar os quilombos que existiam no
As mudanças citadas acima não alcançaram todo o
Brasil, foi criada a Lei das Terras, dessa forma, os quilombolas
território brasileiro. Apenas a porção que hoje abrange as
poderiam permanecer nas terras ocupadas.
regiões Sul e Sudeste foram diretamente impactadas, levando
(B) O império objetivava com a criação da LEI DAS TERRAS
inclusive ao crescimento dos núcleos urbanos. Em outras
facilitar a aquisição de terras pelos negros libertos e dificultar
partes como na região Nordeste, o cultivo da cana-de-açúcar e
para os imigrantes.
do algodão, que por muito tempo representaram a maior parte
(C) A Lei das Terras tinha o objetivo de restringir terras
das exportações nacionais, entravam em declínio.
para os novos libertos e facilitar para os imigrantes.
Muitos dos produtores e da população dessas regiões em
(D) Pensando em proteger os negros libertos, a Lei das
desenvolvimento passavam a questionar o centralismo
Terras seria um arcabouço jurídico que protegeria todos os
político existente no império brasileiro que tirava a autonomia
brasileiros.
local. A solução para resolver os problemas advindos da
(E) Visando a aumentar os valores das terras, a lei foi
mudança pela qual o país passava foi encontrada no sistema
criada dificultando, assim, a compra por parte dos libertos,
federalista, capaz de garantir a tão desejada autonomia
regional. Não é de se espantar que entre os principais
apoiadores do sistema federalista estivessem os produtores de Conforme salientado pelo ministro Aristides Lobo, a
café do oeste paulista, que passavam a reivindicar com mais proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo de
força seus interesses econômicos. forma bestializada.
Apesar das influências republicanas nas revoltas e
tentativas de separação desde o século XVIII, foi apenas na O Governo Provisório e a República da Espada
década de 1870, com a publicação do Manifesto Republicano,
que o ideal foi consolidado através da sistematização Proclamada a República, o primeiro desafio era
partidária. estabelecer um governo. O Marechal Deodoro da Fonseca ficou
O Manifesto foi publicado em 3 de dezembro de 1870, no responsável por assumir a função de Presidente até que um
jornal A República, redigido por Quintino Bocaiúva, Saldanha novo presidente fosse eleito. Os primeiros atos decretados por
Marinho e Salvador de Mendonça, e assinado por cinquenta e Deodoro foram o banimento da Família Real do Brasil,
oito cidadãos entre políticos, fazendeiros, advogados, estabelecimento de uma nova bandeira nacional, separação
jornalistas, médicos, engenheiros, professores e funcionários entre Estado e Igreja (criação de um Estado Laico, porém não
públicos. Defendia o federalismo (autonomia para as laicista), liberdade de cultos, secularização dos cemitérios e a
Províncias administrarem seus próprios negócios) e criticava Grande Naturalização, ato que garantiu a todos os estrangeiros
o poder pessoal do imperador. que moravam no Brasil a cidadania brasileira, desde que não
Após a publicação do Manifesto, entre 1870 e 1889 os manifestassem dentro de seis meses a vontade de manter a
ideais republicanos espalharam-se rapidamente pelo país. Um nacionalidade original.
dos principais frutos foi a fundação do Partido Republicano No plano econômico, Rui Barbosa assumiu o cargo de
Paulista, fundado na Convenção de Itu em 1873 e marcado pela Ministro da Fazenda lançando uma política de incentivo ao
heterogeneidade de seus membros e da efetiva participação setor industrial, caracterizada pela facilitação dos créditos
dos cafeicultores do Oeste Paulista. bancários, a especulação de ações e a emissão de papel-moeda
Os republicanos brasileiros divergiam em seus ideais, em excesso. As medidas tomadas por Rui Barbosa que
criando duas tendências dentro do partido: A Tendência buscavam modernizar o país, acabaram por gerar uma forte
Evolucionista e a Tendência Revolucionária. crise que provocou o aumento da inflação e da dívida pública,
Defendida por Quintino Bocaiuva, a Tendência a quebra de bancos e empobrecimento de pequenos
Evolucionista partia do princípio de que a transição do investidores. Essa dívida ficou conhecida como Encilhamento.
império para a república deveria ocorrer de maneira pacífica, Em 24 de fevereiro de 1891 foi eleito um Congresso
sem combates. De preferência após a morte do imperador. Constituinte, responsável por promulgar a primeira
Já a Tendência Revolucionária, defendida por Silva Constituição republicana brasileira, elaborada com forte
Jardim e Lopes Trovão, dizia que a República precisava “ser influência do modelo norte-americano. O Poder Moderador, de
feita nas ruas e em torno dos palácios do imperante e de seus uso exclusivo do imperador foi extinto, assim como o cargo de
ministros” e que não se poderia “dispensar um movimento Primeiro-Ministro, a vitaliciedade dos senadores, as eleições
francamente revolucionário”. A eleição de Quintino Bocaiúva legislativas indiretas e o voto censitário.
(maio de 1889) para a chefia do Partido Republicano Nacional Em relação ao poder do Estado, foi adotado o sistema de
expurgou dos quadros republicanos as ideias revolucionárias. tripartição entre Executivo, Legislativo e Judiciário, com um
O final da Guerra do Paraguai (1870) aumentou os sistema presidencialista de voto direto com mandato de 4 anos
antagonismos entre o Exército e a Monarquia. O exército sem reeleição. As províncias, que agora eram denominadas
institucionalizava-se. Os militares sentiam-se mal Estados, foram beneficiadas com uma maior autonomia
recompensados e desprezados pelo Império. Alguns jovens através do Sistema Federalista.
oficiais, influenciados pela doutrina de Augusto Comte Em relação ao voto, antes censitário, foi declarado o
(positivismo) e liderados por Benjamin Constant, sentiam-se sufrágio universal masculino, ou seja, “todos” os homens
encarregados de uma "missão salvadora" e estavam ansiosos alfabetizados e maiores de 21 anos poderiam votar. Na prática
por corrigir os vícios da organização política e social do país. A o voto ainda continuava restrito, visto que eram excluídos os
"mística da salvação nacional" não era privativa deste pequeno mendigos, os padres e os praças (soldados de baixa patente).
grupo de jovens. Generalizara-se entre os militares a ideia de No Brasil de 1900, cerca de 35%27 da população era
que só os homens de farda eram "puros" e "patriotas", ao passo alfabetizada. Desse total ainda estavam excluídas as mulheres,
que os civis, as “casacas” como diziam eram corruptos venais já que mesmo sem uma regra explícita de proibição na
e sem nenhum sentimento patriótico. constituição, “considerou-se implicitamente que elas estavam
A Proclamação resultou da conjugação de duas forças: o impedidas de votar”28
exército descontente, e o setor cafeeiro da economia, A Constituição também determinava que a primeira
pretendendo este eliminar a centralização vigente por meio de eleição para presidente deveria ser indireta através do
uma República Federativa que imporia ao país um sistema Congresso. Deodoro da Fonseca venceu a eleição por 129
favorável a seus interesses. votos a favor e 97 contra, resultado considerado apertado na
Portanto, a Proclamação não significou uma ruptura no época. Para o cargo de vice-presidente o Congresso elegeu o
processo histórico brasileiro: a economia continuou marechal Floriano Peixoto.
dependente do setor agroexportador. Afora o trabalho A atuação de Deodoro foi encarada com suspeita pelo
assalariado, o sistema de produção continuou o mesmo e os Congresso, já que ele buscava um fortalecimento do Poder
grupos dominantes continuaram a sair da camada social dos Executivo baseado no antigo Poder Moderador. Deodoro
grandes proprietários. Houve apenas uma modernização substituiu o ministério que vinha do governo provisório por
institucional. um outro, que seria comandado pelo Barão de Lucena,
O golpe militar promovido em 15 de novembro de 1889 foi tradicional político monárquico. Em 3 de novembro de 1891 o
reafirmado com a proclamação civil de integrantes do Partido presidente fechou o Congresso, prometendo novas eleições e a
Republicano, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ao revisão da Constituição.
contrário do que aparentou, a proclamação foi consequência A intenção do marechal era limitar e igualar a
de um governo que não mais possuía base de sustentação representação dos Estados na Câmara, o que atingia os
política e não contou com intensa participação popular. grandes Estados que já possuíam uma participação maior na
27 Souza, Marcelo Medeiros Coelho de. O analfabetismo no brasil sob 28 FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1999. Página 251.
enfoque demográfico. Cad. Pesqui. Jul 1999, no.107, p.169-186. ISSN 0100-1574
política. Sem obter o apoio desejado dentro das forças conflitos e mortos posteriormente, o que garantiu o apelido de
armadas, Deodoro acabou renunciando em 23 de novembro de “revolução da degola”.
1891, assumindo em seu lugar o vice Floriano Peixoto.
Floriano tinha uma visão de República baseada na Características da Primeira República
construção de um governo estável e centralizado, com base no
exército e no apoio dos jovens das escolas civis e militares. A O período que vai de 1889, data da Proclamação da
visão de Floriano chocava-se diretamente com a visão dos República, até 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o poder,
grandes fazendeiros, principalmente os produtores de café de é conhecido como Primeira República. O período é marcado
São Paulo que almejavam um Estado liberal e descentralizado. pela dominação de poucos grupos políticos, conhecidos como
Apesar das diferenças, o presidente e os fazendeiros oligarquias, pela alternância de poder entre os estados de São
conviveram em certa harmonia, pela percepção de que sem Paulo e Minas Gerais (política do café-com-leite), e pelo poder
Floriano a República corria o risco de acabar, e sem o apoio dos local exercido pelos Coronéis.
fazendeiros, Floriano não conseguiria governar. Com a saída dos militares do governo em 1894, teve início
Os dois primeiros governos republicanos no Brasil o período chamado República das Oligarquias. A palavra
ganharam o nome de República da Espada devido ao fato de Oligarquia vem do grego oligarkhía, que significa “governo de
seus presidentes serem membros do exército. poucos”. Os grupos dominantes, em geral ligados ao café e ao
gado, impunham sua vontade sobre o governo, seja pela via
A Revolução Federalista legal, seja através de fraudes nas votações e criação de leis
Desde o período imperial, o Rio Grande do Sul fora palco específicas para beneficiar o grupo dominante.
de protestos e indignações com o governo, como pode ser
observado na Revolução Farroupilha, que durou de 1835 até O Coronelismo
1845. Com a Proclamação da República, a política no Estado Durante o período regencial, espaço entre a abdicação de
manteve-se instável, com diversas trocas no cargo de D. Pedro I e a coroação de D. Pedro II, diversas revoltas e
presidente estadual. Conforme aponta Fausto, entre 1889 e tentativas de separação e instalação de uma república
1893, dezessete governos se sucederam no comando do aconteceram no Brasil. Sem condições de controlar todas as
Estado29, até que Júlio de Castilhos assumiu o poder no Estado. revoltas, o governo regencial, pela sugestão de Diogo Feijó,
Dois grupos disputavam o controle do Rio Grande do Sul: o criou a Guarda Nacional.
Partido Republicano Rio-grandense (PRR) e o Partido Com o propósito de defender a constituição, a integridade,
Federalista (PF). a liberdade e a independência do Império Brasileiro, sua
O Partido Republicano era composto por políticos criação desorganiza o Exército e começa a se constituir no país
defensores do positivismo, apoiadores de Júlio de Castilhos e uma força armada vinculada diretamente à aristocracia rural,
de Floriano Peixoto. Sua base política era composta com organização descentralizada, composta por membros da
principalmente de imigrantes e habitantes do litoral e da Serra elite agrária e seus agregados. Para compor os quadros da
do Rio Grande do Sul, formando uma elite política recente. Guarda nacional era necessário possuir amplos direitos
Durante o conflito foram conhecidos como Pica-paus. políticos, ou seja, pelas determinações constitucionais,
O Partido Federalista defendia um sistema de governo poderiam fazer parte dela apenas aqueles que dispusessem de
parlamentarista e a revogação da constituição do Estado, de altos ganhos anuais.
caráter positivista. Foi fundado em 1892 e tinha como líder o Com a criação da Guarda e suas exigências para
político Silveira Martins, conhecida figura política do Partido participação, surgiram os coronéis, que eram grandes
Liberal durante o império. A base de apoio do Partido proprietários rurais que compravam suas patentes militares
Federalista era composta principalmente de estancieiros de do Estado. Na prática, eles foram responsáveis pela
campanha, que dominaram a cena política durante o império. organização de milícias locais, responsáveis por manter a
Durante o conflito ganharam o apelido de Maragatos. ordem pública e proteger os interesses privados daqueles que
O conflito teve início em fevereiro de 1893, quando os as comandavam. O coronelismo esteve profundamente
federalistas, descontentes com a imposição do governo de enraizado no cenário político brasileiro do século XIX e início
Júlio de Castilhos, pegaram em armas para derrubar o do século XX.
presidente estadual. Desde o início da revolta, Floriano Após o fim da República da Espada, os grupos ligados ao
Peixoto, então presidente do Brasil, colocou-se do lado dos setor agrário ganharam força na política nacional, gerando
republicanos. Os opositores de Floriano em todo o país uma maior relevância para os coronéis no controle dos
passaram a apoiar os federalistas. interesses e na manutenção da ordem social. Como
No final de 1893 os federalistas ganharam o apoio da comandantes de forças policiais locais, os coronéis
Revolta Armada que teve início no Rio de Janeiro, causada configuravam-se como uma autoridade quase inquestionável
pelas rivalidades entre o exército e a marinha e o nas áreas rurais.
descontentamento do almirante Custódio José de Melo, A autoridade do coronel, além de usada para manter a
frustrado em sua intenção de suceder Floriano Peixoto na ordem social, era exercida principalmente durante as eleições,
presidência. para garantir que o candidato ou grupo político que ele
Parte da esquadra naval comandada pelo almirante representasse saísse vencedor. A oposição ao comando do
deslocou-se para o Sul, ocupando a cidade de Desterro (atual coronel poderia resultar em violência física, ameaças e
Florianópolis), em Santa Catarina, e a partir daí ocupando perseguições, o que fazia com que muitos votassem a
parte do Paraná e a capital Curitiba. O prolongamento do contragosto, para evitar as consequências de discordar da
conflito, com grandes custos aos revoltosos, levou à decisão de autoridade local, gerando uma prática conhecida como Voto
recuar e manter-se no Rio Grande do Sul. de Cabresto.
A revolta teve fim somente em agosto de 1895, quando os Na república velha, o sistema eleitoral era muito frágil e
combatentes maragatos depuseram as armas e assinaram um fácil de ser manipulado. Os coronéis compravam votos para
acordo de paz com o presidente da república, garantindo a seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais. Como
anistia para os participantes do conflito. Apesar de curta, a o voto era aberto, os coronéis mandavam os capangas para os
Revolução Federalista teve um saldo de mais de 10.000 locais de votação, com o objetivo de intimidar os eleitores e
mortos, a maior parte deles de prisioneiros capturados em
ganhar os votos. As regiões controladas politicamente pelos temporário da nova Câmara eleita, o que até antes da reforma
coronéis eram conhecidas como currais eleitorais. de Campos Salles significava o mais velho parlamentar eleito.
Os coronéis costumavam alterar votos, sumir com urnas e Com a reforma, o presidente da nova Câmara deveria ser o
até mesmo patrocinavam a prática do voto fantasma. Este presidente do mandato anterior, desde que reeleito. Dessa
último consistia na falsificação de documentos para que forma, o novo presidente da Câmara seria sempre alguém
pessoas pudessem votar várias vezes ou até mesmo utilizar o ligado ao governo, e caso algum deputado oposicionista ou que
nome de falecidos nas votações. desagradasse o governo fosse eleito, ficava mais fácil removê-
Dessa forma, a vontade política do coronel era atendida, lo do poder.
garantindo que seus candidatos fossem eleitos em nível
municipal e também estadual, e garantindo também Convênio de Taubaté
participação na esfera federal. Desde o período imperial o café figurava como principal
produto de exportação brasileiro, principalmente após a
Prudente de Morais segunda década do século XIX. Consumido em larga escala na
Europa e nos Estados Unidos, o cultivo da planta espalhou-se
Floriano tentou garantir que seu sucessor fosse um aliado pelo vale do Paraíba fluminense e paulista. Continuando sua
político, porém as poucas bases de apoio de que dispunha não marcha ascendente, houve expansão dos cafeeiros na
lhe foram suficientes para concretizar o desejo. No dia 1 de província de Minas Gerais (Zona da Mata e sul do estado), ao
março de 1894 foi eleito o paulista Prudente de Morais, mesmo tempo em que a produção se consolidava no interior
encerrando o governo de membros do exército, que só de São Paulo, principalmente no “Oeste Paulista”.
voltariam ao poder em 1910, com a eleição do marechal A grande oferta causada pela produção em excesso levou a
Hermes da Fonseca. uma queda do preço, visto que havia mais produto no mercado
Prudente buscou desvincular o exército do governo, e menos pessoas interessadas em adquiri-lo.
substituindo os cargos que eram ocupados por militares por O convênio de Taubaté foi um acordo firmado em 1906,
civis, principalmente representantes da cafeicultura, último ano do mandato de Rodrigues Alves (1902-1906), entre
promovendo uma descentralização do poder. os presidentes dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Suas principais bandeiras eram a de uma república forte, Janeiro, na cidade de Taubaté (SP), com o objetivo de pôr em
em oposição às tendências liberais, antimonarquistas e prática um plano de valorização do café, garantindo o preço do
antilusitanas. produto por meio da compra, pelo governo federal, do
excedente da produção. O acordo foi firmado mesmo contra a
Campos Salles vontade do presidente, e foi efetivamente aplicada por seu
sucessor, Afonso Pena.
Em 1898 o paulista Manuel Ferraz de Campos Salles
assumiu a presidência no lugar de Prudente de Morais. Antes O Tratado de Petrópolis e a Borracha
mesmo de assumir o governo, Campos Salles renegociou a O espaço físico que constitui o Estado do Acre, era, até o
dívida brasileira, que vinha se arrastando desde os tempos do início do século XX, considerado uma zona não descoberta, um
império. território contestado pelos governos boliviano e brasileiro.
Para resolver a situação, ele se reuniu com os credores e Em 1839, Charles Goodyear descobriu o processo de
estabeleceu um acordo chamado Funding-Loan. Este acordo Vulcanização, que consistia em misturar enxofre com borracha
consistia no seguinte: o Brasil fazia empréstimos e atrasava o a uma temperatura elevada (140ºC/150ºC) durante certo
pagamento da dívida, fazendo concessões aos banqueiros número de horas. Com esse processo, as propriedades da
nacionais. Como consequência a indústria e o comércio foram borracha não se alteravam pelo frio, calor, solventes comuns
afetados e as camadas pobres e a classe média também foram ou óleos.
prejudicadas. Apesar do surto econômico e da procura do produto,
A transição de governos consolidou as oligarquias de São favorável para a Amazônia brasileira, havia um sério problema
Paulo e Minas Gerais no poder. O único entrave para um para a extração do látex: a falta de mão-de-obra.
governo harmônico eram as disputas políticas entre as Isso foi solucionado com a chegada à região de nordestinos
oligarquias locais nos Estados. O governo federal acabava (Arigós) que vieram fugindo da seca de 1877. Prisioneiros,
intervindo nas disputas, porém, a incerteza de uma exilados políticos e trabalhadores nordestinos misturavam-se
colaboração duradoura entre os Estados e a União ainda nos seringais do Acre, fundavam povoações, avançavam e se
permanecia. Outro fator que não permitia uma plena estabeleciam em pleno território boliviano.
consolidação política era a vontade do executivo em impor-se A exploração brasileira na região incomodava o governo
ao legislativo, mesmo com a afirmação na Constituição de que boliviano, que resolveu tomar posse definitiva do Acre.
os três poderes eram harmônicos e independentes entre si. Fundou a vila de Puerto Alonso, em 03 de janeiro de 1889, e
A junção desses fatores levou Campos Salles a criar um foram instalados postos da alfândega para arrecadar tributos
arranjo político capaz de garantir a estabilidade e controlar o originados da comercialização de borracha silvestre. Essa
legislativo, que ficou conhecido como Política dos atitude causou revolta entre os quase sessenta mil brasileiros
Governadores. que trabalhavam nos seringais acreanos. Liderados pelo
Basicamente, a política dos governadores apoiava-se em seringalista José Carvalho, do Amazonas, os seringueiros
uma ideia simples: o presidente apoiava as oligarquias rebelaram-se e expulsaram as autoridades bolivianas, em 03
estaduais mais fortes, e em troca, essas oligarquias apoiavam de maio de 1889.
e votavam nos candidatos indicados pelo presidente. Após o episódio, um espanhol chamado Luiz Galvez
Na Câmara dos Deputados, uma mudança simples garantiu Rodrigues de Aurias liderou outra rebelião, de maior alcance
o domínio. Conhecida como Comissão de Verificação de político, proclamando a independência e instalando o que ele
poderes, essa ferramenta permitia decidir quais políticos chamou de República do Acre, no local conhecido como
deveriam integrar a Câmara e quais deveriam ser “degolados”, Seringal Volta da Empresa, em 14 de julho de 1889. Galvez, o
que na gíria política da época significava ser excluído. “Imperador do Acre”, como auto proclamava-se, contava com
Quando ocorriam eleições para a Câmara, os vencedores o apoio político do governador do Amazonas, Ramalho Junior.
em cada estado recebiam um diploma. Na falta de um sistema Entretanto, a República do Acre durou apenas oito meses. O
de justiça eleitoral, ficava a cargo da comissão determinar a governo brasileiro, signatário do Tratado de Ayacucho, de 23
validade do diploma. A comissão era escolhida pelo presidente de março de 1867, reconheceu o direito de posse da Bolívia,
prendeu Luiz Galvez Rodrigues de Aurias e devolveu o Acre ao de-obra, o que possibilitou uma produção expressiva, já no ano
governo boliviano. de 1900. Gradativamente, a produção asiática foi superando a
Mesmo com a devolução do Acre aos bolivianos, a situação produção amazônica e, em 1912 há sinais de crise, culminando
continuava insustentável. O clima de animosidade persistia e em 1914, com a decadência deste ciclo na Amazônia brasileira.
aumentava a cada dia. Em 11 de julho de 1901, o governo Para a economia nacional, a borracha teve suma
boliviano decidiu arrendar o Acre a um grupo de empresários importância nas exportações, visto que em 1910, o produto
americanos, ingleses e alemães, formado pelas empresas representou 40% das exportações brasileiras. Para a
Conway and Withridge, United States Rubber Company, e Export Amazônia, o primeiro Ciclo da Borracha foi importante pela
Lumber. Esse consórcio constituiu o Bolivian Syndicate que colonização de nordestinos na região e a urbanização das duas
recebeu da Bolívia autorização para colonizar a região, grandes cidades amazônicas: Belém do Pará e Manaus.
explorar o látex e formar sua própria milícia, com direito de Durante o seu apogeu, a produção de borracha foi
utilizar a força para atender seus interesses. responsável por aproximadamente 1/3 do PIB do Brasil. Isso
Os seringueiros brasileiros, a maior parte formada por gerou muita riqueza na região amazônica e trouxe tecnologias
nordestinos, não aceitaram a situação. Estimulados por que outras cidades do sul e sudeste do Brasil ainda não
grandes seringalistas e apoiados pelos governadores do possuíam, tais como bondes elétricos e avenidas construídas
Amazonas e do Pará, deram início, no dia 06 de agosto de 1902, sobre pântanos aterrados, além de edifícios imponentes e
a uma rebelião armada: a Revolta do Acre. Os seringalistas luxuosos, como o Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o
entregaram a chefia do movimento rebelde ao gaúcho José Mercado Municipal e o prédio da Alfândega, no caso de
Plácido de Castro, ex-major do Exército, rebaixado a cabo por Manaus, o Mercado de São Brás, Mercado Francisco Bolonha,
participar da Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, ao Teatro da Paz, Palácio Antônio Lemos, corredores de
lado dos Maragatos. mangueiras e diversos palacetes residenciais no caso de
A Revolta por ele liderada, financiada por seringalistas e Belém.
por dois governadores de Estado, fortalecia-se a cada dia, na
medida em que recebia armamentos, munições, alimentos, Industrialização e Greves
além de apoio político e popular. Em todo o país ocorreram Ao ser proclamada a República em 1889, existiam no Brasil
manifestações em favor da anexação do Acre ao Brasil. 626 estabelecimentos industriais, sendo 60% do ramo têxtil e
A imprensa do Rio de Janeiro e de São Paulo exigia do 15% do ramo de produtos alimentícios. Em 1914, o número já
governo brasileiro imediatas providências em defesa dos era de 7.430 indústrias, com 153.000 operários.
acreanos. Por seu lado, o governo brasileiro procurava Após o incentivo para abertura de novas indústrias
solucionar o impasse pela via diplomática, tendo à frente das decorrentes do período de 1914 a 1918, em que a Europa
negociações o diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior, esteve em guerra, diversas empresas produtoras
o Barão do Rio Branco. Mas todas as tentativas eram inócuas e principalmente de matéria-prima iniciaram atividades no
os combates entre brasileiros e bolivianos tornavam-se mais Brasil. Em 1920, o número havia subido para 13.336, com
frequentes e acirrados. 275.000 operários. Até 1930, foram fundados mais 4.687
Em meio aos conflitos, o presidente da Bolívia, general José estabelecimentos industriais.
Manuel Pando, organizou sob seu comando uma poderosa Há que se levar em conta que a industrialização se
expedição militar para combater os brasileiros do Acre. O concentrou no eixo Rio-São Paulo e, secundariamente, no Rio
presidente do Brasil, Rodrigues Alves, ordenou que tropas do Grande do Sul. O empresariado industrial era oriundo do café,
Exército e da Armada Naval, acantonadas no Estado de Mato do setor importador e da elite dos imigrantes.
Grosso, avançassem para a região em defesa dos seringueiros Durante o período republicano fica evidente o descaso das
acreanos. O enfrentamento de tropas regulares do Brasil e da autoridades governamentais com os trabalhadores. O país
Bolívia gerou a Guerra do Acre. passava por um momento de industrialização e os
As tropas brasileiras, formadas por dois regimentos de trabalhadores começam a se organizar.
infantaria, um de artilharia e uma divisão naval, ajudaram Em sua maioria imigrantes europeus que possuíam uma
Plácido de Castro a derrotar o último reduto boliviano no Acre, forte influência dos ideais anarquistas e comunistas, os
Puerto Alonso, hoje Porto Acre. Em consequência, no dia 17 de primeiros trabalhadores das fábricas brasileiras possuíam um
novembro de 1903, na cidade de Petrópolis, as repúblicas do discurso inflamado, convocando os colegas a se unirem em
Brasil e da Bolívia firmaram o Tratado de Petrópolis, através associações que resultariam posteriormente na fundação dos
do qual o Brasil ficou de posse do Acre, assumindo o primeiros sindicatos de trabalhadores.
compromisso de pagar uma indenização de dois milhões de Os líderes dos movimentos operários buscavam melhores
libras esterlinas ao governo boliviano e mais 114 mil ao condições de trabalho para seus colegas como redução de
Bolivian Syndicate. jornada de trabalho e segurança no trabalho. Lutavam contra
O Tratado de Petrópolis, aprovado pelo Congresso a manutenção da propriedade privada e do chamado “Estado
brasileiro em 12 de abril de 1904, também obrigou o Brasil a Burguês”.
realizar o antigo projeto do governo boliviano de construir a Ocorreram entre 1903 e 1906 greves de pouca expressão
estrada de ferro Madeira-Mamoré. A Bolívia, aproveitando-se pelo país, através de movimentos de tecelões, alfaiates,
do momento político, colocou na pauta de negociações seu portuários, mineradores, carpinteiros e ferroviários. Em
ambicionado projeto. Em contrapartida, reconheceu a contrapartida, o governo brasileiro criou leis para impedir o
prioridade de chegada dos primeiros brasileiros à região e avanço dos movimentos, como uma lei expulsando os
renunciou a todos os direitos sobre as terras do Acre. estrangeiros que fossem considerados uma ameaça à ordem e
segurança nacional.
O Declínio da Borracha A greve mais significativa do período ocorreu em 1917, a
Em 1876, Henry Alexander Wyckham contrabandeou Greve Geral em São Paulo, que contou com os trabalhadores
sementes de seringueiras da região situada entre os rios dos setores alimentício, gráfico, têxtil e ferroviário como mais
Tapajós e Madeira e as mandou para o Museu Botânico de Kew, atuantes. O governo, para reprimir o movimento utilizou
na Inglaterra. Muitas das sementes brotaram nos viveiros e inclusive forças do Exército e da Marinha.
poucas semanas depois, as mudas foram transportadas para o A repressão cada vez mais dura do governo através de leis,
Ceilão e Malásia. decretos e uso de violência acabou sufocando os movimentos
Na região asiática as sementes foram plantadas de forma grevistas, que acabaram servindo de base para a criação no
racional e passaram a contar com um grande número de mão- ano de 1922, inspirado pelo Partido Bolchevique Russo, do
conscientização e educação. Disso se aproveitaram os cangaceiros, que andavam em bandos armados e espalhavam
militares e políticos adversários de Rodrigues Alves. o medo pelo sertão nordestino. Promoviam saques a fazendas,
Assim, irrompeu a Revolta da Vacina (novembro de 1904), atacavam comboios e chegavam a sequestrar fazendeiros para
sob a liderança do senador Lauro Sodré. O levante foi obtenção de resgates. A população que respeitava e acatava as
rapidamente dominado, fortalecendo a posição do presidente. ordens dos cangaceiros era muitas vezes beneficiada por suas
atitudes. Essa característica fez com que os cangaceiros fossem
Revolta da Chibata30 respeitados e até mesmo admirados por parte da população da
A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910 época.
no Rio de Janeiro. Entre outros, foi motivada pelos castigos Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo,
físicos que os marinheiros brasileiros recebiam. As faltas eram perseguidos constantemente pelos policiais. Usavam
graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos,
situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros. durante as fugas, da vegetação cheia de espinhos da caatinga.
O estopim da revolta se deu quando o marinheiro Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os
Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter conhecimentos que possuíam sobre o território nordestino
ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem
Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a ou obterem esconderijos.
punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais
desencadeou a revolta. conhecido e temido da época foi o bando comandado por
O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo
comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da apelido de “Rei do Cangaço”. O bando de Lampião atuou pelo
Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930.
marinheiros do encouraçado São Paulo. De 1921 a 1934, Lampião dividiu seu bando em vários
O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o subgrupos, dentre os quais os chefiados por Corisco, Moita
Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos Brava, Português, Moreno, Labareda, Baiano, José Sereno e
castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos Mariano. Entre seus bandos, Lampião sempre teve grande
que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as apreço pelo bando de Corisco, conhecido como “Diabo Loiro” e
reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a também grande amigo de Virgulino.
cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil). Lampião morreu numa emboscada armada por uma
volante33, junto com a mulher Maria Bonita e outros
Segunda Revolta31 cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças
Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca decepadas e expostas em locais públicos, pois o governo
resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os queria assustar e desestimular esta prática na região.
marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o A morte de lampião atingiu o movimento do Cangaço como
presidente solicitou a expulsão de alguns deles. A insatisfação um todo, enfraquecendo e dividindo os grupos restantes.
retornou e no começo de dezembro, os marinheiros fizeram Corisco foi morto em uma emboscada no ano de 1940,
outra revolta na Ilha das Cobras. encerrando de vez o cangaço no Nordeste.
Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo
governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas A Semana de Arte Moderna de 1922
subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde
as condições de vida eram desumanas alguns prisioneiros O ano de 1922 representou um marco na arte e na cultura
faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a brasileira, com a realização da Semana de Arte Moderna, de 11
Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na a 18 de fevereiro. A exposição marcava uma tentativa de
produção de borracha. introduzir elementos brasileiros nos campo da arte e da
O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e cultura, vistas como dominadas pela influência estrangeira,
internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de principalmente de elementos europeus, trazidos tanto pela
1912, foi absolvido das acusações junto com outros elite econômica quanto por trabalhadores imigrantes,
marinheiros que participaram da revolta. principalmente italianos que trabalhavam na indústria
paulista.
O Cangaço no Nordeste32 Na virada do século XX, São Paulo despontava como
Entre o final do século XIX e começo do XX (início da segunda maior cidade do país, atrás apenas do Rio de Janeiro,
República), ganharam força, no nordeste brasileiro, grupos de capital nacional. Apesar de ocupar o segundo lugar em
homens armados, conhecidos como cangaceiros. Estes grupos tamanho, a cidade possuía grande taxa de industrialização,
apareceram em função principalmente das péssimas mais até que a capital, principalmente pelos recursos
condições sociais da região nordestina. O latifúndio que proporcionados pela produção de café.
concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava a O contato proporcionado pelos novos meios de transporte
margem da sociedade a maioria da população. e de comunicação proporcionou o contato com novas
Existiram três tipos de cangaço na história do sertão: tendências que rompiam com a estrutura das artes
predominante desde o renascimento. Entre elas estavam o
O defensivo, de ação esporádica na guarda de futurismo, dadaísmo, cubismo, e surrealismo.
propriedades rurais, em virtude de ameaças de índios, disputa No Brasil, o espírito modernista foi apresentado por
de terras e rixas de famílias; autores como Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima
O político, expressão do poder dos grandes fazendeiros; Barreto e Graça Aranha, que se desligaram de uma literatura
O independente, com características de banditismo. de “falsas aparências”, procurando discutir ou descobrir o
“Brasil real”, frequentemente “maquiado” pelo pensamento
O Cangaço pode ser entendido como um fenômeno social, acadêmico. As novas tendências apareceram em 1917, em
caracterizado por atitudes violentas por parte dos
30 http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/revolta-da- 32 http://www.seja-ead.com.br/2-ensino-medio/ava-ead-em/3-ano/03-
chibata ht/aula-presencial/aula-5.pdf
31 http://www.abi.org.br/abi-homenageia-filho-do-lider-da-revolta-da- 33 Tropa ligeira, que não transporta artilharia nem bagagem.
chibata/
trabalhos: da pintora Anita Malfatti, do escultor Brecheret, do Em outubro de 1921, os ânimos dos militares foram
compositor Vila Lobos e do intelectual Oswaldo de Andrade. exaltados com a publicação de cartas no Jornal Correio da
Os modernistas foram buscar inspiração nas imagens da Manhã, do Rio de Janeiro, assinadas com o nome do candidato
indústria, da máquina, da metrópole, do burguês e do Artur Bernardes e endereçadas ao líder político mineiro Raul
proletário, do homem da terra e do imigrante. Soares. Em seu conteúdo, criticavam a conduta do ex-
Entre os escritores modernistas, o que melhor reflete o presidente e Marechal do Exército, Hermes da Fonseca, por
espírito da Semana é Oswald de Andrade. De maneira geral, ocasião de um jantar promovido no Clube Militar.
sua produção literária reflete a sociedade em que se forjou sua As cartas puseram lenha na fogueira da disputa, deixando
formação cultural: o momento de transição que une o Brasil os militares extremamente insatisfeitos com o candidato.
agrário e patriarcal ao Brasil que caminha para a Pouco antes da data da eleição dois falsários assumiram a
modernização. Ao lado de Oswald de Andrade, destaca-se autoria das cartas e comprovaram tratar-se de uma armação.
como ponto alto do Modernismo a figura de Mário de Andrade, A conspiração não teve maiores consequências, e as eleições
principal animador do movimento modernista e seu espírito puderam transcorrer normalmente em março de 1922.
mais versátil. Cultivou a poesia, o romance, o conto, a crítica, a Como era de se esperar, a vitória foi de Artur Bernardes. O
pesquisa musical e folclórica. problema foi que nem a Reação Republicana nem os militares
aceitaram o resultado. Como o governo se manteve inflexível e
Os Anos 1920 e a Crise Política34 não aceitou a proposta da oposição de rever o resultado
eleitoral, o confronto se tornou apenas uma questão de tempo.
Após a Primeira Guerra Mundial, a classe média urbana
passava cada vez mais a participar da política. A presença O Tenentismo35
desse grupo tendia a garantir um maior apoio a políticos e Após a Primeira Guerra Mundial, vários oficiais jovens de
figuras públicas apoiados em um discurso liberal, que baixa patente, principalmente tenentes (e daí deriva o nome
defendesse as leis e a constituição, e fossem capazes de do movimento tenentista) sentiam-se insatisfeitos. Os soldos
transformar a República Oligárquica em República Liberal. permaneciam baixos e o governo não fazia menção de
Entre as reivindicações estavam o estabelecimento do voto aumentá-los. Havia um grande número deles, e as promoções
secreto, e a criação de uma Justiça Eleitoral capaz de conter a eram muito lentas. Um segundo-tenente podia demorar dez
corrupção nas eleições. anos para alcançar a patente de capitão.
Em 1919, Rui Barbosa, que já havia sido derrotado em Sua reinvindicações oficiais foram contra a desorganização
1910 e 1914, entrou novamente na disputa como candidato de e o abandono em que se encontrava o exército brasileiro. Com
oposição, enfrentando o candidato Epitácio Pessoa, que o tempo os líderes do movimento chegaram à conclusão de que
concorria como novo sucessor pelo PRM (Partido Republicano os problemas que enfrentavam não estavam apenas no
Mineiro). exército, mas também na política.
Permanecendo ausente do Brasil durante toda a Com a intenção de fazer as mudanças acontecerem, os
campanha, devido à sua atuação na Conferência de Paz da revoltosos pressionaram o governo, que não se prontificou a
França, Epitácio venceu Rui Barbosa no pleito realizado em atendê-los, o que gerou movimentos de tentativa de tomada de
abril de 1919 e retornou ao Brasil em julho para assumir a poder por meio dos militares. Esse programa conquistou
presidência da República. ampla simpatia da opinião pública urbana, mas não houve
Apesar da derrota, o candidato oposicionista conseguiu mobilização popular e nem mesmo engajamento de
atingir cerca de um terço dos votos, sem nenhum apoio da dissidências oligárquicas à revolução (com exceção do Rio
máquina eleitoral, inclusive conquistando a vitória no Distrito Grande do Sul), daí o seu isolamento e o seu fracasso.
Federal.
Mesmo com o acordo de apoio conseguido com a Política Os 18 do Forte
dos Governadores, e o controle estabelecido por São Paulo e Como citado anteriormente, a vitória de Artur Bernardes
Minas Gerais no revezamento de poder a partir da década de em março de 1922 não agradou os setores oposicionistas.
1920, estados com uma participação política e econômica Durante o período em que aguardava para assumir a posse,
considerada mediana resolveram interferir para tentar acabar que acontecia no dia 15 de novembro, houveram diversos
com a hegemonia da política do “Café com Leite”. protestos contra o mineiro.
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia se Em junho, o governo federal interveio durante a sucessão
uniram nas eleições presidenciais de 1922, lançando um estadual em Pernambuco, fato que foi extremamente criticado
movimento político de oposição - a Reação Republicana - que por Hermes da Fonseca. O presidente Epitácio Pessoa, que
lançou o nome do fluminense Nilo Peçanha contra o candidato ainda exercia o poder, mandou prender o ex-presidente e
oficial, o mineiro Artur Bernardes. ordenou o fechamento do Clube Militar em 2 de julho.
A chapa oposicionista defendia a maior independência do As ações de Epitácio geraram uma crise que culminou em
Poder Legislativo frente ao Executivo, o fortalecimento das uma série de levantes na madrugada de 5 de julho. Na capital
Forças Armadas e alguns direitos sociais do proletariado federal, levantaram-se o forte de Copacabana, guarnições da
urbano. Todas essas propostas eram apresentadas num Vila Militar, o forte do Vigia, a Escola Militar do Realengo e o 1°
discurso liberal de defesa da regeneração da República Batalhão de Engenharia; em Niterói, membros da Marinha e do
brasileira. Exército; em Mato Grosso, a 1ª Circunscrição Militar,
O movimento contou com a adesão de diversos militares comandada pelo general Clodoaldo da Fonseca, tio do
descontentes com o presidente Epitácio Pessoa, que nomeara marechal Hermes. No Rio de Janeiro, o movimento foi
um civil para a chefia do Ministério da Guerra. A Reação comandado pelos "tenentes", uma vez que a maioria da alta
Republicana conseguiu, em uma estratégia praticamente oficialidade se recusou a participar do levante.
inédita na história brasileira, desenvolver uma campanha Os rebeldes localizados no Forte de Copacabana passaram
baseada em comícios populares nos maiores centros do país. a disparar seus canhões contra diversos redutos do Exército,
O mais importante deles foi o comício na capital federal, forçando inclusive o comando militar a abandonar o Ministério
quando Nilo Peçanha foi ovacionado pelas massas. da Guerra. As forças legais revidaram, e o forte sofreu sério
bombardeio.
34 http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica 35
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Movi
mentoTenentista
Os revoltosos continuaram sua resistência até a tarde de 6 1925. Formou-se assim o contingente que deu início à marcha
de julho, quando resolveram abandonar o Forte e marchar da Coluna Prestes.
pela Avenida Atlântica, indo de encontro às forças do governo
que enfrentavam. A Coluna Prestes
Em uma troca de tiros com as forças oficiais, morreram Enquanto alguns militares se rebelavam em São Paulo, Luís
quase todos os revoltosos, que ficaram conhecidos como “Os Carlos Prestes, também militar, organizava outro grupo no Rio
18 do Forte de Copacabana”. Apesar do nome atribuído ao Grande do Sul. Em abril de 1925, as duas frentes de oposição,
grupo, as fontes de informação da época não são exatas, com a Paulista liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por Prestes,
vários jornais divulgando números diferentes. Os únicos uniram-se em Foz do Iguaçu e partiram para uma caminhada
sobreviventes foram os tenentes Siqueira Campos e Eduardo pelo Brasil.
Gomes, com graves ferimentos. Sempre vigiados por soldados do governo, os revoltosos
evitavam confrontos diretos com as tropas, por meio de táticas
A Revolta de 192436 de guerrilha.
Os participantes das Revoltas de 1922 foram julgados e Por meio de comícios e manifestos, a Coluna denunciava à
punidos em dezembro de 1923, acusados de tentar promover população a situação política e social do país. Num primeiro
um golpe de Estado. Novamente o exército teve suas relações momento, não houve muitos resultados, porém o movimento
com o governo federal agravadas, com uma tensão crescente ajudou a balançar as bases já enfraquecidas do sistema
que gerou uma nova revolta militar, novamente na oligárquico e a preparar caminho para a Revolução de 1930.
madrugada, em 5 de julho de 1924 em São Paulo, articulada A Coluna Prestes durou 2 anos e 3 meses, percorrendo
pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, pelo major Miguel cerca de 25 mil quilômetros através de treze estados do Brasil.
Costa, comandante do Regimento de Cavalaria da Força Estima-se que a Coluna tenha enfrentado mais de 50 combates
Pública do estado, e pelo tenente Joaquim Távora, este último contra as tropas governistas, sem sofrer derrotas.
morto durante os combates. Tiveram ainda participação A passagem da Coluna Prestes, gerava reações diversas na
destacada os tenentes Juarez Távora, Eduardo Gomes, João população. Como forma de desmoralizar o movimento, o
Cabanas, Filinto Müller e Newton Estillac Leal. governo condenava os rebeldes e associavam suas ações a
O objetivo do movimento era depor o presidente Artur assassinos e bandidos.
Bernardes, cujo governo transcorria, desde o início, sob estado Iniciando a marcha, a coluna concluiu a travessia do rio
de sítio permanente e sob vigência da censura à imprensa. Paraná em fins de abril de 1925 e adentrou no Paraguai com a
Entre as primeiras ações dos revoltosos, ganhou intenção de chegar a Mato Grosso. Posteriormente percorreu
prioridade a ocupação de pontos estratégicos, como as Goiás, entrou em Minas Gerais e retornou a Goiás.
estações da Luz, da Estrada de Ferro Sorocabana e do Brás, Após a passagem por Goiás, a Coluna partiu para o
além dos quartéis da Força Pública, entre outros. Nordeste, chegando em novembro ao Maranhão, ocasião em
Logo após a ocupação, no dia 8 de julho o presidente de São que o tenente-coronel Paulo Krüger foi preso e enviado a São
Paulo, Carlos de Campos, deixou o palácio dos Campos Elíseos, Luís. Em dezembro, penetrou no Piauí e travou em Teresina
sede do governo paulista na época. No dia seguinte, os sério combate com as forças do governo. Rumando então para
rebeldes instalaram um governo provisório chefiado o Ceará, a coluna teve outra baixa importante: na serra de
pessoalmente pelo general Isidoro. O ato foi respondido com Ibiapina, Juarez Távora foi capturado.
um intenso bombardeio das tropas legalistas sobre a cidade, Em janeiro de 1926, a coluna atravessou o Ceará, chegou
principalmente em bairros operários de São Paulo na região da ao Rio Grande do Norte e, em fevereiro, invadiu a Paraíba,
zona leste. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram enfrentando na vila de Piancó séria resistência comandada
os mais atingidos pelo bombardeio. pelo padre Aristides Ferreira da Cruz, líder político local. Após
A partir do dia 16, sucederam-se as tentativas de ferrenhos combates, a vila acabou ocupada pelos
armistício. Um dos principais mediadores foi José Carlos de revolucionários.
Macedo Soares, membro da Associação Comercial de São Continuando rumo ao sul, a coluna atravessou
Paulo. Num primeiro momento, o general Isidoro condicionou Pernambuco e Bahia e retornou para Minas Gerais, pelo norte
a assinatura de um acordo à entrega do poder a um governo do Estado. Encontrando vigorosa reação legalista e precisando
federal provisório e à convocação de uma Assembleia remuniciar-se. O comando da coluna decidiu interromper a
Constituinte. A negativa do governo federal, somada às marcha para o sul e, em manobra conhecida como "laço
consequências do bombardeio da cidade, reduziu as exigências húngaro37", retornar ao Nordeste através da Bahia. Cruzou o
dos revoltosos à concessão de uma anistia ampla aos Piauí, alcançou Goiás e finalmente chegou de volta a Mato
revolucionários em 1922 e 1924. Entretanto, nem essa Grosso em outubro de 1926.
reivindicação foi atendida. Àquela altura, o estado-maior revolucionário decidiu
Como as exigências dos revoltosos não foram atendidas e enviar Lourenço Moreira Lima e Djalma Dutra à Argentina,
a pressão do governo aumentava, a solução foi mudar a para consultar o general Isidoro Dias Lopes quanto ao futuro
estratégia. Em 27 de julho os revoltosos abandonaram a da coluna: continuar a luta ou rumar para o exílio.
cidade, indo em direção a Bauru, no interior do Estado. O Entre fevereiro e março de 1927, afinal, após uma penosa
deslocamento foi facilitado graças a eclosão de diversas travessia do Pantanal, parte da coluna, comandada por
revoltas no interior, com a tomada de prefeituras. Siqueira Campos, chegou ao Paraguai, enquanto o restante
Àquela altura, já haviam eclodido rebeliões militares no ingressou na Bolívia, onde encontrou Lourenço Moreira Lima,
Amazonas, em Sergipe e em Mato Grosso em apoio ao levante que retornava da Argentina. Tendo em vista as condições
de São Paulo, mas os revoltosos paulistas desconheciam tais precárias da coluna e as instruções de Isidoro, os
acontecimentos. revolucionários decidiram exilar-se.
Em outubro, enquanto os paulistas combatiam em Durante o tempo em que passou na Bolívia, Prestes
território paranaense, tropas sediadas no Rio Grande do Sul dedicou-se a leituras em busca de explicações para a situação
iniciaram um levante, associadas a líderes gaúchos contrários de atraso e miséria que presenciara em sua marcha pelo
à situação estadual. As forças rebeladas juntaram-se aos interior brasileiro. Em dezembro de 1927 foi procurado por
paulistas em Foz do Iguaçu, no Paraná, no mês de abril de Astrojildo Pereira, secretário-geral do Partido Comunista
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Leva aplicado na platina dos uniformes dos oficiais de antigamente, o “laço húngaro”.
ntes1924
Brasileiro, que fora incumbido de convidá-lo a firmar uma O governador mineiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrada,
aliança entre "o proletariado revolucionário, sob a influência que esperava ser o indicado para a sucessão presidencial,
do PCB, e as massas populares, especialmente as massas propôs o lançamento de um movimento de oposição para
camponesas, sob a influência da coluna e de seu comandante". concorrer contra a candidatura de Júlio Prestes. O apoio partiu
Prestes, contudo, não aceitou essa aliança. Foi nesse de outros dois estados insatisfeitos com a situação política: Rio
encontro que obteve as primeiras informações sobre a Grande do Sul e Paraíba.
Revolução Russa, o movimento comunista e a União Soviética. Do Rio Grande do Sul surgiu, após inúmeras discussões
A seguir, mudou-se para a Argentina, onde leu Marx e Lênin. entre os três estados, o nome de Getúlio Vargas – governador
gaúcho eleito em 1927, que fora Ministro da Fazenda de
A Defesa do Café Washington Luís – para presidente, tendo como vice o nome
Os acordos para a manutenção do preço do café elevaram do governador da Paraíba e sobrinho do ex-presidente
a dívida brasileira, principalmente após as emissões de moeda Epitácio Pessoa, o pernambucano João Pessoa Cavalcanti de
realizadas entre 1921 e 1923 por Epitácio Pessoa, o que gerou Albuquerque.
uma desvalorização do câmbio e o aumento da inflação. Artur Definidos os nomes, foi formada a Aliança Liberal, nome
Bernardes preocupou-se em saldar a dívida externa brasileira, que definiu a campanha. O Partido Democrático de São Paulo
retomando o pagamento dos juros e da dívida principal a expressou seu apoio à candidatura de Getúlio Vargas,
partir do ano de 1927. enquanto alguns membros do Partido Republicano Mineiro
Com o objetivo de avaliar a situação financeira do Brasil, resolveram apoiar Júlio Prestes.
em fins de 1923 uma missão financeira inglesa, chefiada por A Aliança Liberal refletia os desejos das classes
Edwin Samuel Montagu chegou ao país. Após os estudos, a dominantes regionais que não estavam ligadas ao café,
comissão apresentou um relatório à presidência da República, buscando também atrair a classe média. Seu programa de
em que apresentava os riscos decorrentes da emissão governo defendia o fim dos esquemas de valorização do café, a
exagerada de moeda e o consequente receio dos credores implantação de alguns benefícios aos trabalhadores, como a
internacionais. aposentadoria (nem todos os setores possuíam), a lei de férias
A defesa dos preços do café representava um gasto e a regulamentação do trabalho de mulheres e menores de
entendido pelo governo federal como secundário nesse idade. Além disso, insistiam no tratamento com seriedade pelo
momento, mesmo em meio às críticas de abandono proferidas poder público das questões sociais, que Washington Luís
pelo setor cafeeiro. A solução foi passar a responsabilidade da afirmava serem “caso de polícia”. Um dos pontos marcantes da
defesa do café para São Paulo. Em dezembro de 1924 foi criado campanha da Aliança Liberal foi a participação do
o Instituto de Defesa Permanente do Café, que possuía a função proletariado.
de regular a entrada do produto no Porto de Santos e realizar
compras do produto para evitar a desvalorização. Reflexos da Crise de 1929 no Brasil
No plano externo, a quebra da bolsa de valores de Nova
O Governo de Washington Luís York, seguida da crise que afetou grande parte da economia
mundial, também teve repercussões no Brasil.
Em 1926, mantendo a tradicional rotação presidencial O ano de 1929 rendeu uma excelente produção de café,
entre São Paulo e Minas Gerais, o paulista radicado tudo que os produtores não esperavam. A colheita de quase 30
Washington Luís foi indicado para a sucessão e saiu vencedor milhões de sacas na safra 1927-1928 representava
nas eleições de 1926. Seu governo seguiu com relativa aproximadamente o dobro da produção dos anos anteriores.
tranquilidade, até que em 1929 uma série de fatores, internos Esperava-se que, devido a alternância entre boas e más safras
e externos, mudaram de maneira drástica os rumos do Brasil. 1929 representasse uma colheita baixa, já que as três últimas
No plano interno, a insatisfação das camadas urbanas, em safras haviam sido boas.
especial da classe média, crescia cada vez mais. A estrutura de Aliada a ideia de uma safra baixa, estava a expectativa de
governo baseada no poder das oligarquias, dos coronéis e da lucros certos, garantidos pela Defesa Permanente do Café, o
predominância dos grandes proprietários e produtores de café que levou muitos produtores a contraírem empréstimos e
da região de São Paulo não atendia as exigências e os anseios aumentarem suas lavouras.
de boa parte da população, que não fazia parte ou não era A produção, ao contrário do esperado, graças às condições
beneficiada pelo sistema de governo. climáticas e a implantação de novas técnicas agrícolas. O
Em 1926 surgiu o Partido Democrático, de cunho liberal. O excesso do produto foi de encontro com a crise, que diminuiu
partido desponta como oposição ao PRP (Partido Republicano o consumo, e consequente o preço do café. O resultado foi um
Paulista), que repudiava o liberalismo na prática. Seus endividamento daqueles que apostaram em preços altos e não
integrantes pertenciam a uma faixa etária mais jovem em quitaram suas dívidas.
comparação aos republicanos, o que também contribuiu para Em busca de salvação para os negócios, o setor cafeeiro
agradar boa parte da classe média insatisfeita com o PRP. recorreu ao governo federal na busca de perdão das dívidas e
Formado por prestigiados profissionais liberais e filhos de de novos financiamentos. O presidente, temendo perder a
fazendeiros de café, o partido tinha como pauta a reforma do estabilidade cambial, recusou-se a ajudar o setor, fator que foi
sistema político, através da implantação do voto secreto, da explorado politicamente pela oposição.
representação de minorias, a real divisão dos três poderes e a Apesar do esforço em tentar combater o candidato de
fiscalização das eleições pelo poder judiciário. Washington Luís, a Aliança Liberal não foi capaz de derrotar
Júlio Prestes, que foi eleito presidente em 1º de Março de 1930.
A Sucessão de Washington Luís
Voltando à política do Café-com-leite, em 1929 começava a A Revolução de 1930
campanha para a escolha do sucessor de Washington Luís. Pela
tradição, o apoio deveria ser dado a um candidato mineiro, já Em 1º de março de 1930 Júlio Prestes foi eleito presidente
que o presidente que estava no poder fora eleito por São Paulo. do Brasil conquistando 1.091.709 votos, contra 742.794 votos
Ao invés de apoiar um candidato mineiro, Washington Luís recebidos por Getúlio Vargas. Ambos os lados foram acusados
insistiu na candidatura do governador de São Paulo, Júlio de cometer fraudes contra o sistema eleitoral, seja
Prestes. A atitude do presidente gerou intensa insatisfação em manipulando votos, seja impondo votos forçados através de
Minas Gerais, e ajudou a alavancar o Rio Grande do Sul no violência e ameaça.
cenário político.
A derrota Getúlio Vargas nas eleições de 1930 não - 1919: Delfim Moreira da Costa Ribeiro (vice de Rodrigues
significou o fim da Aliança Liberal e sua busca pelo controle do Alves, assumiu em seu lugar);
poder executivo. Os chamados “tenentes civis” acreditavam - 1919-1922: Epitácio da Silva Pessoa;
que ainda poderiam conquistar o poder através das armas. - 1922-1926: Artur da Silva Bernardes;
Buscando agir pelo caminho que o movimento tenentista - 1926-1930: Washington Luís Pereira de Sousa (deposto
havia tentado anos antes, os jovens políticos buscaram fazer pela Revolução de 1930);
contato com militares rebeldes, que receberam a atitude com - 1930: Júlio Prestes de Albuquerque (eleito presidente em
desconfiança. Entre os motivos para o receio dos tenentes, 1930, não tomou posse, impedido pela Revolução de 1930);
estava o fato de que alguns nomes, como João Pessoa e Osvaldo - 1930: Junta Militar Provisória: General Augusto Tasso
Aranha, estiveram envolvidos em perseguições, confrontos e Fragoso, General João de Deus Mena Barreto, Almirante Isaías
condenações contra o grupo. de Noronha.
Porém, depois de conversas e desconfianças dos dois lados,
os grupos chegaram a um acordo com a adesão de nomes de Questões
destaque dos movimentos da década de 20, como Juarez
Távora, João Alberto e Miguel Costa. A grande exceção foi o 01. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário - História -
nome de Luís Carlos Prestes, que em maio de 1930 declarou- FCC) Seu Mundinho, todo esse tempo combati o senhor. Fui eu
se abertamente como socialista revolucionário, e recusou-se a quem mandou atirar em Aristóteles. Estava preparado para
apoiar a disputa oligárquica. virar Ilhéus do avesso. Os jagunços estavam de atalaia, prontos
Os preparativos para a tomada do poder não aconteceram para obedecer. Os meus e os outros amigos, para acabar com a
da maneira esperada, deixando o movimento conspiratório em eleição. Agora tudo acabou.
uma situação de desvantagem. Porém, em 26 de julho de 1930 (In: AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela)
ocorreu um fato que serviu de estopim para o movimento
revolucionário: por volta das 17 horas, na confeitaria “Glória”, O texto descreve uma realidade que, na história do Brasil,
em Recife, João Pessoa foi assassinado por João Duarte Dantas. identifica o
O crime, motivado tanto por disputas pessoais como por (A) tenentismo, que considerava o exército como a única
disputas públicas, foi utilizado como justificativa para o força capaz de conduzir os destinos do povo.
movimento revolucionário, sendo explorado seu lado público, (B) coronelismo, que se constituía em uma forma de o
e transformado João Pessoa em “mártir da revolução”. poder privado se manifestar por meio da política.
A morte de João Pessoa foi extremamente explorada por (C) mandonismo, criado com o objetivo de administrar os
seus aliados como elemento político para concretizar os conflitos no interior das elites agrárias do país.
objetivos da revolução. Apesar de ter morrido no Nordeste e (D) messianismo, entidade com poderes políticos capaz de
ser natural da região, o corpo do presidente da Paraíba foi subjugar a população por meio da força.
enterrado no Rio de Janeiro, então capital da República, fator (E) integralismo, que consistia em uma forma de a
que reuniu uma enorme quantidade de pessoas para oligarquia cafeeira demonstrar sua influência e poder político.
acompanhar o funeral. A morte de João Pessoa garantiu a
adesão de setores do exército que até então estavam 02. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário - História -
relutantes em apoiar a causa dos revolucionários. FCC) Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Feitos os preparativos, no dia 3 de outubro de 1930, nos ... A forma federativa deu ampla autonomia aos Estados, com
estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Nordeste, a possibilidade de contrair empréstimos externos, constituir
estourou a revolução comandada por Getúlio Vargas e pelo forças militares próprias e uma justiça estadual.
tenente-coronel Góes Monteiro. As ações foram rápidas e não [...] A representação na Câmara dos Deputados,
encontraram uma resistência forte. No Nordeste, as operações proporcional ao número de habitantes dos Estados, foi outro
ficaram a cargo de Juarez Távora, que contando com a ajuda da princípio aprovado...
população, conseguiu dominar Pernambuco sem esforços. [...] A aceitação resignada da candidatura Prudente de
Em virtude do maior peso político que os gaúchos Moraes, que marcou o início da república civil oligárquica,
detinham no movimento e sob pressão das forças consolidada por Campos Sales, se deu em um momento difícil,
revolucionárias, a Junta finalmente decidiu transmitir o poder quando Floriano dependia do apoio regional [...].
a Getúlio Vargas. Num gesto simbólico que representou a (Adaptado de: FAUSTO, Boris. Pequenos ensaios de História da República
(1889-1945). São Paulo: Cebrap, 1972, p. 2-4)
tomada do poder, os revolucionários gaúchos, chegando ao
Rio, amarraram seus cavalos no Obelisco da avenida Rio
O principal mecanismo para a consolidação da república a
Branco. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira
que o texto se refere foi a
República.
(A) política de “salvação nacional", desencadeada pelos
militares ligados aos grandes fazendeiros mineiros e paulistas
Candidato (a), segue abaixo a lista completa dos
com a finalidade de fortalecer o poder das oligarquias
presidentes da República Velha com a cronologia correta:
estaduais do sudeste.
(B) “campanha civilista" que defendia a regulamentação
- 1889-1891: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca;
dos preços dos produtos de exportação e garantia os
- 1891-1894: Floriano Vieira Peixoto;
empréstimos contraídos no exterior aos fazendeiros das
- 1894-1898: Prudente José de Morais e Barros;
grandes propriedades.
- 1898-1902: Manuel Ferraz de Campos Sales;
(C) “política dos governadores", que consistia na troca de
- 1902-1906: Francisco de Paula Rodrigues Alves;
apoio entre governo federal e governos locais, com a finalidade
- 1906-1909: Afonso Augusto Moreira Pena (morreu
de manter no poder os representantes dos grandes
durante o mandato)
fazendeiros.
- 1909-1910: Nilo Procópio Peçanha (vice de Afonso Pena,
(D) política do “café-com-leite", que incentivava uma
assumiu em seu lugar);
disputa acirrada entre os representantes dos pequenos
- 1910-1914: Marechal Hermes da Fonseca;
Estados e enfraquecia o poder dos fazendeiros paulistas e dos
- 1914-1918: Venceslau Brás Pereira Gomes;
mineiros.
- 1918-1919: Francisco de Paula Rodrigues Alves (eleito,
(E) política de “valorização do café" realizada pelos
morreu de gripe espanhola, sem ter assumido o cargo);
Estados contribuía para o enfraquecimento do poder local e
garantia a troca de favores entre os fazendeiros e o governo As manifestações de rua começaram a ocorrer com o apoio
federal. de todas as forças políticas do Estado, até por aquelas que
tinham simpatizado com o movimento de 1930 (exemplo do
Gabarito Partido Democrático - PD). Diante das pressões crescentes,
Getúlio resolveu negociar com a oligarquia paulista, indicando
01.B / 02.C um interventor do próprio Estado. Isso foi interpretado como
um sinal de fraqueza. Acreditando que poderiam derrubar o
A ERA VARGAS governo federal, os oligarcas articularam com outros estados
uma ação nesse sentido.
Dentro das divisões históricas do período republicano, a Manifestações de rua intensificaram-se em São Paulo.
“Era Vargas” é dividida em três intervalos distintos: Numa delas, quatro jovens, Miragaia, Martins, Dráusio e
1 - um período provisório, quando assume o governo após Camargo (MMDC) foram mortos e se transformaram em
o movimento de 1930; mártires da luta paulista em nome da legalidade
2 - um período constitucional, quando eleito após a constitucional. Getúlio, por seu lado, aprovou outras
promulgação da Constituição de 1934, e; “concessões”: elaborou o código eleitoral (que previa o voto
3 - um autoritário, com o golpe de 1937, que deu início ao secreto e o voto feminino), mandou preparar o anteprojeto
período conhecido como Estado Novo. para a Constituição e marcou as eleições para 1933.
1 - A defesa de um Estado forte por parte dos cafeicultores, No período de 1937 a 1940, a ação econômica do Estado
que dependiam dele para manter os preços do café; objetivava racionalizar e incentivar atividades econômicas já
2 - Os industriais, que seguiam a mesma linha de defesa dos existentes no Brasil. A partir de 1940, com a instalação de
cafeicultores, já que o crescimento das indústrias dependia da grandes empresas estatais, o Estado alterou seu papel
proteção estatal; passando a ser um dos principais investidores do setor
3 - As oligarquias e classe média urbana, que assustavam- industrial.
se com a expansão da esquerda e julgavam que para “salvar a Os investimentos estatais concentravam-se na indústria
democracia” era necessário um governo forte. pesada, principalmente a siderurgia química, mecânica
pesada, metalurgia, mineração de ferro e geração de energia
Além disso Vargas tinha também o apoio dos militares, por hidroelétrica. Esses eram setores que exigiam grandes
alguns motivos: investimentos e garantiam retorno somente no longo prazo, o
que não despertou o interesse da burguesia brasileira.
- Por sua formação profissional, os militares possuíam uma Como saída, existiam duas opções para sua implantação: o
visão hierarquizada do Estado, com tendência a apoiar mais investimento do capital estrangeiro ou o investimento estatal.
um regime autoritário do que um regime liberal; O segundo foi o escolhido. A iniciativa teve êxito graças a um
- Os oficiais de tendência liberal haviam sido expurgados pequeno número de empresários e também do exército, que
do exército por Vargas e pela dupla Góis Monteiro-Gaspar associava a indústria de base com a produção de armamentos,
Dutra39; entendendo-a como assunto de segurança nacional.
- Entre os oficiais do exército estava se consolidando o A maior participação do Estado na economia gerou a
pensamento de que se deveria substituir a política no exército formação de novos órgãos oficiais de coordenação e
pela política do exército. A política do exército naquele planejamento econômico, destacando-se:
momento visava o próprio fortalecimento, resultado atingido CNP – Conselho Nacional do Petróleo (1938)
mais facilmente em uma ditadura. CNAEE – Conselho Nacional de Aguas e Energia Elétrica
(1939)
Com todos esses fatores a seu favor, não houveram CME – Coordenação da Mobilização Econômica (1942)
dificuldades para Getúlio instalar e manter por oito anos a CNPIC – Conselho Nacional de Política Industrial e
ditadura no país. Durante o período foi implacável o Comercial (1944)
autoritarismo, a censura, a repressão policial e política e a CPE – Comissão de Planejamento Econômico (1944)
perseguição daqueles que fossem considerados inimigos do
Estado. As principais empresas estatais criadas no período foram:
CSN – Companhia Siderúrgica Nacional (1940)
Política Econômica do Estado Novo40 CVRD – Companhia Vale do Rio Doce (1942)
Por meio de interventores, o governo passou a controlar a CNA – Companhia Nacional de Álcalis (1943)
política dos estados. Paralelamente a eles, foi criado em cada FNM – Fábrica Nacional de Motores (1943)
um dos estados um Departamento Administrativo, que era CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco (1945)
diretamente subordinado ao Ministério da Justiça com
membros nomeados pelo presidente da república. Desse modo, apesar da desaceleração do crescimento
Cada Departamento Administrativo estudava e aprovava industrial ocasionado pela Segunda Guerra Mundial devido à
as leis decretadas pelo interventor e fiscalizava seus atos, dificuldade para importar equipamentos e matéria-prima,
orçamentos, empréstimos, entre outros. Dessa forma os quando o Estado Novo se encerrou em 1945, a indústria
programas estaduais ficavam subordinados ao governo brasileira estava plenamente consolidada.
federal.
Na área federal foi criado o Departamento Administrativo Características Políticas do Estado Novo
do Serviço Público (DASP). Além de centralizar a reforma Pode até parecer estranho, mas a ditadura estadonovista
administrativa, o Departamento tinha poderes para elaborar o possuía uma constituição, que é uma característica das
orçamento dos órgãos públicos e controlar a execução ditaduras brasileiras, onde a constituição afirmava o poder
orçamentária deles. absoluto do ditador.
Com a criação do DASP e do Conselho Nacional de A nova constituição foi apelidada de “Polaca”, elaborada
Economia, não só a atuação administrativa e econômica do por Francisco Campos, o mesmo responsável por criar o AI-1
governo passou a ser muito mais eficiente, como também (Ato Institucional) em 1964, que deu origem à ditadura militar
aumentou consideravelmente o poder do Estado e do no Brasil. A constituição “Polaca” era extremamente
presidente da república, agora diretamente envolvido na autoritária e concedia poderes praticamente ilimitados ao
solução dos principais problemas econômicos do país, governo.
inclusive com a criação de órgãos especializados: o instituto do Em termos práticos, o governo do Estado Novo funcionou
Açúcar e Álcool, o Instituto do Mate, Instituto do Pinho, etc. da seguinte maneira:
Por meio dessas medidas, o governo conseguiu solucionar - O poder político concentrava-se todo nas mãos do
de maneira satisfatória os principais problemas econômicos presidente da república;
da época. A cafeicultura foi convenientemente defendida, a - O Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e as
exportação agrícola foi diversificada, a dívida externa foi Câmaras Municipais foram fechadas;
congelada, a indústria cresceu rapidamente, a mineração de - O sistema judiciário ficou subordinado ao poder
ferro e carvão expandiu-se e a legislação trabalhista foi executivo;
consolidada. - Os Estados eram governados por interventores
Com essas medidas, as elites enriqueceram, a classe média nomeados por Vargas, os quais, por sua vez, nomeavam os
melhorou seu padrão de vida e o operariado ganhou a prefeitos municipais;
proteção que lutou por anos para conseguir. Dessa forma, - A Polícia Especial (PE) e as polícias estaduais adquiriram
mesmo com a repressão e perseguição política em seu regime, total liberdade de ação, prendendo, torturando e assassinando
Vargas atingiu altos níveis de popularidade. qualquer pessoa suspeita de se opor ao governo;
- A propaganda pela imprensa e pelo rádio foi largamente Sem Terra), nascido nos encontros da CPT- Comissão Pastoral
usada pelo governo, por meio do Departamento de Imprensa e da Terra, em 1985, no Paraná.
Propaganda (DIP). Enquanto isso, a PE continuava agindo: prendia pessoas,
sendo que a maioria jamais foi julgada, ficando apenas presas
Os partidos políticos foram fechados (até mesmo o Partido e sendo torturadas durante anos a fio.
Integralista que mudou seu nome para Associação Brasileira Após o fim do Estado Novo foi formada uma comissão para
de Cultura.). Em 1938 os integralistas tentaram um golpe de investigar as barbaridades cometidas pela polícia durante o
governo que fracassou em poucas horas. Seus principais período de ditadura, chamada de “Comissão Parlamentar de
líderes foram presos, inclusive Plínio Salgado, que foi exilado Inquérito dos Atos Delituosos da Ditadura”. Mas os
para Portugal. levantamentos feitos pela comissão em 1946 e 1947, eram
Nesse meio tempo, o DIP e a PE prosseguiam seu trabalho. quase sempre abafados, fazendo-se o possível para que
Chefiado por Lourival Fontes, o DIP era incansável tanto na caíssem no esquecimento, por duas razões:
censura quanto na propaganda, voltada para todos os setores
da sociedade – operários, estudantes, classe média, crianças e 1 - A maioria dos torturadores e assassinos permaneciam
militares – abrangendo assuntos tão diversos quanto na polícia depois que a PE havia sido extinta, sendo apenas
siderurgia, carnaval e futebol. transferidos para outros órgãos e funções;
Procurava-se assim, formar uma ideologia estadonovista 2 - Muitos civis e militares envolvidos nas torturas e
que fosse aceita pelas diversas camadas sociais e grupos assassinatos fizeram mais tarde rápida carreira, chegando a
profissionais e intelectuais. Cabia também ao DIP o preparo ocupar postos importantes na administração e na política.
das gigantescas manifestações operárias, particularmente no
dia 1º de Maio, quando os trabalhadores, além de Também era comum durante o período a espionagem feita
comemorarem o Dia do Trabalho, prestavam uma homenagem por militares e civis, que eram conhecidos como “invisíveis”.
a Vargas, apelidado de “o pai dos pobres”41. Sua função poderia ser a de espiar alguém em específico ou
fazer uma espionagem generalizada em escolas,
Leis trabalhistas no Governo de Getúlio Vargas universidades, fábricas, estádios de futebol, transporte
As concessões garantidas por Getúlio criavam a imagem de público, cinemas, locais de lazer, unidades militares e
Estado disciplinando ao mercado de trabalho em benefício dos repartições públicas. Formaram-se milhares de arquivos
assalariados, porém também serviram para encobrir o caráter pessoais com informações minuciosas sobre as pessoas, que
controlador do Estado sobre os movimentos operários. seriam utilizadas novamente 19 anos após o fim do Estado
O relacionamento entre Getúlio e os trabalhadores era Novo, na Ditadura Militar.
muito interessante, temperado pelos famosos discursos do
governante nos quais sempre começavam pela frase Fim do Estado Novo
“trabalhadores do Brasil...”. Utilizando um modelo de política O início da Segunda Guerra Mundial em 1939, possibilitou
populista, Vargas, de um lado, eliminava qualquer liderança algumas variações ao Brasil.
operária que tentasse uma atuação autônoma em relação ao Permitiu ao governo de Vargas neutralidade para negociar
governo, acusando-a de “comunista”, enquanto por outro lado, tanto com os Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, Rússia...)
concedia frequentes benefícios trabalhistas ao operariado. como com o Eixo (Itália, Alemanha e Japão). Conseguiu
Desse modo, por meio de uma inteligente mistura de financiamento dos Estados Unidos para a construção da usina
propaganda, repressão e concessões, Getúlio obteve um amplo siderúrgica de Volta Redonda, a compra de armamentos
apoio das camadas populares. alemães e fornecimento de material bélico norte-americano.
Apesar da neutralidade de Getúlio, que esperava o
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) entrou em desenrolar do conflito para determinar apoio ao provável
vigor em 1943, durante a típica comemoração do 1º de maio. vencedor, em seu governo haviam grupos divididos e definidos
Entre seus principais pontos estão: sobre quem apoiar:
- Regulamentação da jornada de trabalho – 8 horas diárias. Oswaldo Aranha, que era ministro das Relações
- Descanso de um dia semanal, remunerado. Exteriores era favorável aos Estados Unidos, enquanto os
- Regulamentação do trabalho e salário de menores. generais Gaspar Dutra e Góis Monteiro eram favoráveis ao
- Obrigatoriedade de salário mínimo como base de salário. nazismo. Com a entrada dos Estados Unidos na guerra em
- Direito a férias anuais. 1941 e o torpedeamento de vários navios mercantes
- Obrigatoriedade de registro do contrato de trabalho na brasileiros, o país entra em guerra ao lado dos aliados em
carteira do trabalhador. agosto de 1942.
Em 1944 foram mandados 25.000 soldados da Força
As deliberações da CLT priorizaram em 1943 as relações Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália, marcando a
do trabalhador urbano, praticamente ignorando o trabalhador participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
rural que ainda representava uma grande parcela da Mais do que a vitória contra as forças do Eixo na Europa, a
população. Segundo dados do IBGE, em 1940 Segunda Guerra Mundial teve um efeito na política brasileira.
aproximadamente 70% da população brasileira estava na zona Muitos dos que lutavam contra o Fascismo na Europa não
rural. aceitavam voltar para casa e viver em um regime autoritário.
Essas pessoas não foram beneficiadas com medidas O sentimento de revolta cresceu na população e muitas
trabalhistas específicas, nem com políticas que facilitassem o manifestações em prol da redemocratização foram realizadas,
acesso à terra e à propriedade. mesmo com a forte repressão da polícia. Pressionado pelas
Para organizar os trabalhadores rurais, a partir da década reivindicações, em 1945 Vargas assinou um Ato Adicional que
de 1950 surgiram movimentos sociais como as Ligas marcava eleições para o final daquele ano.
Camponesas, as Associações de Lavradores e Trabalhadores Foram formados vários partidos: UDN (União Democrática
Agrícolas, até o mais estruturado destes movimentos, o MST nacional), PSD (Partido Social Democrático), PTB (Partido
(Movimento dos Trabalhadores dos Trabalhadores Rurais Trabalhista Brasileiro), o PCB (Partido Comunista Brasileiro)
foi legalizado, além de outros menores.
41 Referência: <
http://pessoal.educacional.com.br/up/50240001/1411397/12_TERC_7_HIST_26
5a326%20(1)-%20AULA%2075.pdf>
Vitórias
Os militares brasileiros da FEB (também conhecidos como
2) Geografia do Brasil a) O
pracinhas) conseguiram, ao lado de soldados aliados, território nacional: a
importantes vitórias. Após duras batalhas, os militares construção do Estado e da
brasileiros ajudaram na tomada de Monte Castelo, Turim,
Montese e outras cidades.
Nação, a obra de fronteiras,
Apesar das vitórias, centenas de soldados brasileiros fusos-horários e a federação
morreram em combate. Na Batalha de Monte Castelo (a mais brasileira
difícil), cerca de 400 militares brasileiros foram mortos.
Coroa portuguesa decretou a reunificação da Colônia, que dispor de recursos que lhes permitem explorar, até a exaustão,
permaneceu assim até a sua independência. os cardumes que se deslocam em alto-mar.
A partir de 1709, o Brasil já estava dividido em sete Essa acelerada evolução tecnológica trouxe novas
estados. Onde hoje abrange parte da Amazônia, no Norte do perspectivas às nações, que passaram a considerar o mar não
país, localizava-se a província do Grão-Pará. Abaixo, na área só uma via de transportes ou fonte de alimentos, mas um
que pertence atualmente a Rondônia, Mato Grosso, Mato grande gerador de riquezas e matérias-primas. Assim, os
Grosso do Sul, Tocantins, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e parte mares e oceanos tornaram-se estratégicos, e muitos países
do Paraná, era dominada pelo Estado de São Paulo. O estado passaram a tentar incorporar áreas marítimas aos seus
do Nordeste era ocupado apenas por Maranhão, Pernambuco territórios.
e Bahia. Na região Sul, apenas a província de São Pedro. A Depois da Segunda Guerra Mundial, a ONU patrocinou
Sudeste, o Rio de Janeiro. diversas reuniões sobre os limites marinhos. Elas ficaram
Em 1822, os limites do território brasileiro assemelhavam- conhecidas como Conferências das Nações Unidas sobre o
se aos atuais. Nesse caso, deve-se destacar a região da Direito do Mar. Nessa época, muitos defendiam que os
Cisplatina, que na época pertencia ao Brasil. Pouco tempo recursos dos fundos marinhos, situados além das jurisdições
depois, a Cisplatina tornou-se independente do Brasil e passou nacionais, fossem considerados patrimônio comum da
a se chamar Uruguai. humanidade. Dessa maneira, passou a ser necessário
No ano de 1823, um ano após a Declaração da determinar os limites marítimos de cada Estado costeiro.
Independência, foram acrescentados ainda mais territórios. O Enquanto ocorriam essas negociações, o Brasil adotou, em
Brasil ganhou os estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, 1970, para resguardar os interesses econômicos do país e por
Paraíba, Alagoas, Ceará e Piauí. No Sul, houve o acréscimo do razões de segurança nacional, o limite de 200 milhas náuticas
estado de Santa Catarina e da Província da Cisplatina, o atual (cerca de 370 quilômetros) para exploração das águas
Uruguai. territoriais brasileiras.
Na época da independência, a divisão político- Nessas águas – cerca de 2 milhões de quilômetros
administrativa brasileira era baseada em províncias, e não em quadrados de superfície aquática – somente navios brasileiros
estados, como hoje em dia. Repare como as diversas províncias e de empresas estrangeiras com autorização do governo
existentes em 1822, assim como suas fronteiras, deram origem brasileiro poderiam exercer alguma atividade. Navios
a muitos estados atuais. estrangeiros sem licença pagariam multas e seriam
Até o fim do Império e a formação da República, em 1889, apreendidos.
o território brasileiro sofreu algumas pequenas modificações. Em 1982, na Jamaica, foi assinada a Convenção das Nações
Da mesma forma, alguns territórios deixaram de pertencer a Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM). Foi nessa convenção
algumas províncias e foram incorporados a outras. que os limites marítimos dos países foram definidos, da
Com a instauração da República, a divisão político- seguinte forma:
administrativa brasileira, que antes compunha várias
províncias, passou a se basear em estados. Dessa forma, o * mar territorial: compreende a faixa de 12 milhas
Brasil tornou-se uma República Federativa, composta por marítimas (cerca de 22 quilômetros) de largura, medidas a
diferentes unidades. partir do litoral e das ilhas brasileiras. Nesse espaço marítimo,
Desde 1889 foram criados alguns estados novos, bem o Estado costeiro tem total controle sobre as águas, o espaço
como uma nova divisão político-administrativa: os territórios aéreo e o fundo do mar;
federais. Esses territórios integravam diretamente a União,
sem pertencer a nenhum estado. Em 1988, os territórios * zona contígua: delimitada por 12 milhas além do limite
federais existentes foram extintos e suas áreas foram do mar territorial. Essa faixa é importante, pois se trata de uma
incorporadas a estados vizinhos. área de segurança, onde os países podem fiscalizar todas as
embarcações que nela navegarem;
As Unidades Federativas do Brasil
* zona econômica exclusiva: área que se estende até 200
As unidades federativas são entidades político- milhas além do mar territorial. Pela convenção da ONU, os
administrativas e territoriais vinculadas ao Estado Nacional – Estados costeiros têm o direito de explorar e a obrigação de
no caso brasileiro, à República Federativa. conservar os recursos (sejam eles minerais ou pesqueiros) que
Elas possuem autonomia no que diz respeito à eleição de se encontram em toda essa região. Desde o início da década de
seus governantes, à criação de determinadas leis e à cobrança 1980, o Brasil vem realizando estudos para identificar o
de impostos. potencial de pesca no Oceano Atlântico e zelar pela
Atualmente, o Estado brasileiro é composto por 27 manutenção dele;
unidades federativas: 26 estados e o Distrito Federal, onde se
localiza Brasília, a capital do país. * plataforma continental: conforme a convenção de
O estado é composto por diversos municípios. Todos os 1982, corresponde ao leito e ao subsolo das áreas submarinas
estados possuem um governador e uma assembleia legislativa que se estendem além do seu mar territorial.
que são responsáveis por gerir e regular as políticas dentro de
seu território. Os países que tiverem intenção de ampliar sua atuação
para além das 200 milhas devem apresentar um relatório para
Fronteiras marítimas do Brasil a Convenção da ONU, provando que a plataforma continental
se prolonga para além de 200 milhas.
Nas últimas décadas do século XX, uma nova fronteira Para cumprir essa determinação, o governo brasileiro
chamou a atenção da sociedade e do governo brasileiro: e as criou, na década de 1980, o projeto Levantamento da
águas do Oceano Atlântico que banham nosso território. Plataforma Continental (Leplac). Cientistas, militares e
Isso tem um motivo: a tecnologia desenvolvida durante a técnicos da Petrobras participaram dessa empreitada, e o
Segunda Guerra Mundial criou navios mais rápidos que os relatório em 2013 já havia sido praticamente todo aprovado
anteriores e com maior capacidade de carga, que podem viajar pela comissão da ONU. Assim, o Brasil controlaria a área de 4,5
a grandes distâncias, explorando economicamente as águas milhões de quilômetros quadrados no mar, o que praticamente
longe de seus territórios de origem. Gigantescos navios equivale, em extensão territorial, a uma nova Amazônia. Foi
frigoríficos japoneses e europeus, por exemplo, passaram a
Lembre-se: Questões
Equinócio é a data em que o dia e a noite apresentam a
mesma duração; 01. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Julgue
Solstício é a data em que o dia e a noite apresentam a (C ou E) o próximo item, relativo à formação histórica do
maior assimetria possível. O solstício de verão ocorre quando território brasileiro.
o período de insolação (dia) é o maior do ano. Por sua vez, o A formação histórica do território brasileiro iniciou-se com
solstício de inverno ocorre quando se registra a noite mais a assinatura do Tratado de Madri, que determinou, por meio
longa do ano. da criação de uma linha imaginária, o primeiro limite
territorial da colônia portuguesa nas Américas.
O Brasil, desde setembro de 2013, possui novamente (....) Certo (....) Errado
quatro fusos horários.
Veja abaixo, como ocorreu tal processo:43
43 http://brasilescola.uol.com.br/brasil/fuso-horario-brasileiro.htm>.
02. (TJ/SC – Analista Administrativo – TJ/SC) Sobre o áreas nas quais o processo de erosão é mais intenso do que o
território brasileiro, sua localização geográfica e sua de sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em
organização política-territorial, todas as alternativas estão que o processo de sedimentação supera o de erosão foram
corretas, EXCETO: denominadas planícies.
(A) O Brasil é uma república federativa formada por 27 Nota-se, assim, que essa classificação não leva em conta as
unidades sendo, 26 estados e um Distrito Federal. cotas altimétricas do relevo, mas os aspectos de sua
(B) A divisão política do território brasileiro tem mudado modelagem, ou seja, a geomorfologia.
no decorrer do tempo, assim até a Constituição de 1988 existia
no Brasil a denominação de Território Federal. A classificação do relevo de Jurandyr Ross:
(C) Os Territórios Federais eram divisões internas do país Em 1989 o professor Jurandyr Ross elaborou uma outra
administradas diretamente pelo governo federal. classificação do relevo, dessa vez usando como critério três
(D) Na divisão política-administrativa do Brasil, em 1988 é importantes fatores geomorfológicos:
extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, que * a morfoestrutura – origem geológica;
passa a fazer parte do Estado de Pernambuco. * o paleoclima – ação de antigos agentes climáticos;
(E) O Brasil ocupa a porção centro-ocidental da América do * o morfoclima – influência dos atuais agentes climáticos.
Sul, portanto, apresenta fronteiras com quase todos os países Trata-se de uma divisão inovadora, que conjuga o passado
sul-americanos exceto, o Chile e Equador. geológico e o passado climático com os atuais agentes
escultores do relevo.
03. (DPE/SP – Oficial de Defensoria Pública – FCC) O Com base nesses critérios, o professor Ross identifica três
Estado Brasileiro organiza-se, política e administrativamente, tipos de relevo:
sob a forma de * planaltos – porções residuais salientes do relevo, que
(A) confederação democrática. oferecem mais resistência ao processo erosivo;
(B) república parlamentarista. * planícies – superfícies essencialmente planas, nas quais
(C) república federativa. o processo de sedimentação supera o de erosão;
(D) federação parlamentarista. * depressões – áreas rebaixadas por erosão que
(E) confederação parlamentarista. circundam as bordas das bacias sedimentares, interpondo-se
entre estas e os maciços cristalinos.
04. (IF/PI – Assistente em Administração – FUNRIO) A
organização político-administrativa da República Federativa Classificação climática
do Brasil compreende Segundo Lísia Bernardes, existem no Brasil cinco tipos
(A) a União e os Estados, somente. climáticos principais:
(B) a União, os Estados e o Distrito Federal, somente.
(C) a União e o Distrito Federal, somente. Equatorial
(D) os Estado, o Distrito Federal e os Municípios, somente. Abrange a maior parte da Amazônia Brasileira. Apresenta
(E) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. temperaturas elevadas o ano todo, pequena amplitude térmica
anual, chuvas abundantes e bem distribuídas durante o ano
Gabarito todo (2.000 – 3.000 mm/ano);
Domínio do cerrado: chapadões interiores com Subafluente é o rio que escoa suas águas para um afluente
cerrados e florestas-galerias do rio principal da bacia hidrográfica.
O cerrado ocupa o Brasil Central, área de atuação do clima
tropical típico (alternância de verões quentes e úmidos e Os limites entre as bacias hidrográficas encontram-se nas
invernos amenos e secos). Caracteriza-se por ser uma partes mais altas do relevo e são denominados divisores de
vegetação complexa, uma vez que reúne estratos arbóreos e água, pois separam as águas de bacias. O declive entre o
herbáceos ao lado do estrato dominante, o arbustivo. Este é divisor de água e o rio principal, por onde correm as águas dos
composto por espécies de caules tortuosos envolvidos por afluentes, chama-se vertente. As águas são depositadas no
cascas grossas. Possuem ainda raízes profundas, uma leito do rio que, em época de cheia, pode transbordar para as
adaptação à longa estação seca. margens baixas e planas que o acompanham, que constituem
A partir dos anos 1970, graças ao uso da calagem para a sua várzea.
corrigir a acidez de seu solo, passou a ser intensamente O Brasil dispõe de uma das mais densas redes
ocupado. Suas terras são muito valorizadas, estando ocupadas hidrográficas da Terra, que representam cerca de 14% das
principalmente pela soja. Por isso, foi recentemente reservas mundiais de água doce. No entanto, o abastecimento
considerado pela ONU como bioma seriamente ameaçado de das regiões mais desenvolvidas economicamente e mais
extinção. populosas muitas vezes fica comprometido, pois é cada vez
maior não só o consumo de água provocado pelo crescimento
Domínio das araucárias: planaltos subtropicais com populacional e urbano, como o de energia elétrica. Quando os
araucárias níveis dos reservatórios estão baixos, em decorrência da falta
As araucárias são ainda encontradas no Sul do País, de chuvas, as hidrelétricas limitam o fornecimento de água
precisamente entre o centro-sul do Paraná e norte do Rio para não faltar energia elétrica, o que tem provocado
Grande do Sul, locais dominados por altitudes acima dos 800 racionamentos de água e até mesmo de energia.
metros. O clima subtropical (grande amplitude térmica e Esses grandes centros urbanos também estão situados
chuvas regulares) é acentuado por essa altitude, o que resulta distantes dos rios de maior navegabilidade, nos quais o
frequentemente em nevascas e geadas durante o inverno. transporte fluvial poderia construir uma excelente alternativa
A vegetação marcante, a floresta aciculifoliada (composta de transporte. No Sudeste, na bacia do Paraná – que cobre boa
principalmente por araucárias), foi quase destruída. Esse fato parte dessa região – estão sendo feitos investimentos em obras
se deu não só devido à expansão da agricultura, mas também que viabilizem a navegação dos rios que cortam áreas
em decorrência da exploração de sua madeira pela indústria economicamente importantes.
da construção civil e pela indústria de papel e celulose. Assim, De acordo com a classificação de relevo de Jurandyr Ross,
resta atualmente menos de 5% da cobertura original. os principais dispersores de água das maiores bacias
brasileiras estão situados:
Domínio das pradarias: coxilhas subtropicais com * na Cordilheira dos Andes, onde nascem os formadores do
pradarias mistas rio Amazonas;
Esse domínio é formado por extensos campos que * nos Planaltos Norte-amazônicos, origem dos rios da
recobrem os baixos planaltos do centro-sul gaúcho. margem esquerda do rio Amazonas;
Denominada também campanha gaúcha e região dos pampas, * no Planalto e na Chapada dos Parecis, que separam a
essa vegetação atravessa fronteiras para recobrir todo o bacia Amazônica de rios da bacia Platina (rio Paraguai);
Uruguai e o centro-leste da Argentina. O relevo dessa área é * nos Planaltos e nas Serras de Goiás-Minas e nos Planaltos
levemente ondulado, e suas colinas são chamadas e nas Chapadas da Bacia do Parnaíba, que são divisores de
regionalmente de coxilhas. água das bacias do Tocantins e São Francisco;
Seja pelo relevo suave, seja pelas pastagens naturais, a * nos Planaltos e nas serras do Atlântico-Leste-Sudeste,
principal atividade econômica do domínio das pradarias é a onde nascem o rio São Francisco, os rios formadores do Paraná
pecuária, destacando-se a bovina e a ovina. (Paranaíba e Grande) e os seus afluentes da margem esquerda.
De modo geral, os rios brasileiros recebem águas das
Domínio dos mares de morros: áreas mamelonares chuvas. Por isso, em sua maioria, são caracterizados pelo
tropicais atlânticas florestadas regime pluvial.
Essa paisagem é constituída por maciços antigos que
datam do período Pré-Cambriano. Tais formações Regime de um rio é a variação de água de um rio durante
apresentam-se levemente onduladas, lembrando o aspecto de um ano, a qual está relacionada à origem das suas águas.
meia-laranja (mares de morros ou áreas mamelonares). Quando a variação do nível depende das chuvas, o regime é
Originalmente eram recobertos pela Mata Atlântica. Área de pluvial, como, por exemplo, ocorre em todos os rios brasileiros.
predominância do clima tropical de altitude, apresenta Quando a variação depende de degelo, o regime é nival. O
temperaturas amenas. Coincide com as terras altas do Sudeste, Amazonas é considerado um ri ode regime misto, pois as águas
segundo a classificação do relevo de Aziz Ab’Saber. Em parte, próximas à nascente dependem do degelo dos Andes, mas maior
a intensa degradação desse domínio deve-se ao fato de que parte é alimentada pelas chuvas abundantes da região
abriga grandes centros urbanos, como São Paulo e Belo equatorial.
Horizonte.
Também abriga em seu interior a agricultura comercial. As principais Bacias Brasileiras
Como acontece com o cerrado, a sua cobertura vegetal também
está sob séria ameaça de extinção, segundo a ONU. No estado As quatro maiores bacias – Amazônica, Tocantins-Araguaia,
de São Paulo, por exemplo, restam apenas 3% de sua cobertura São Francisco e Platina (Paraná, Paraguai e Uruguai) – cobrem
vegetal original. mais de 80% do território brasileiro.
foi recepcionada, visto que traçou toda a sistemática das desenvolveu tecnologias e novas formas de aproveitamento de
políticas públicas brasileiras para o meio ambiente. recursos naturais e intensificou a articulação entre os
Com o advento da Lei nº 6.938/81 o país passou a ter diferentes países num grande mercado mundial. Esse processo
formalmente uma Política Nacional do Meio Ambiente, uma pode ser considerado, junto com a Revolução Agrícola do
espécie de marco legal para todas as políticas públicas de meio Neolítico, a outra grande revolução pela qual passou a
ambiente a serem desenvolvidas pelos entes federativos. sociedade humana.
Antes disso, cada Estado ou Município tinha autonomia para Até o século XIX não houve um desenvolvimento autônomo
eleger as suas diretrizes políticas em relação ao meio ambiente do Brasil, pois o país estava atrelado aos interesses de
de forma independente, embora na prática poucos realmente Portugal. Dessa forma, a industrialização brasileira, assim
demonstrassem interesse pela temática. como a urbanização, chegou tardiamente por aqui em
comparação à Europa.
Código Florestal Embora no começo do século (mais precisamente em
1808, quando a família real portuguesa instalou-se no Rio de
O Código Florestal Brasileiro dispõe sobre a proteção da Janeiro – fugindo das Guerras Napoleônicas e tornando o
vegetação nativa e estabelece normas gerais sobre a proteção Brasil a sede do Império), D. João tenha começado a incentivar
da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de a incipiente indústria brasileira, a concorrência com os
Reserva Legal. produtos ingleses e as barreiras impostas pelos proprietários
Trata também de temas acerca da normatização geral da de terras imobilizaram esse setor por mais um tempo.
proteção da vegetação do Brasil, com destaque à Áreas de Por isso, até o começo do século XX, o país caracterizou-se
preservação permanente; Áreas de reserva legal; Áreas de uso como um exportador de produtos primários. O café, além de
restrito; Áreas verdes urbanas; Uso sustentável dos apicuns e criar as condições econômicas necessárias para a indústria,
salgados; Exploração florestal; Suprimento de matéria-prima também forneceu as bases materiais para tal. Para exportar o
florestal; Controle da origem dos produtos florestais; Controle café, criou-se uma rede ferroviária importante, sobretudo nos
e prevenção de incêndios florestais; Programa de Apoio e estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Essa rede contribuiu
Incentivo à Preservação e Recuperação do Meio Ambiente; também para a expansão urbana. O café dominava o cenário
Instrumentos econômicos e financeiros para a proteção econômico, e as elites até então não tinham interesse ou não
florestal. possuíam condições econômicas suficientes para investir no
setor industrial.
Unidades de Conservação
A indústria só conseguiu desenvolver-se mais
Através da Constituição de 1988 adveio a Lei nº. 9.985 de efetivamente graças a três processos complementares:
18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de → Acumulação de capital: a indústria é um setor
Unidades de Conservação, bem como regulamentou o § 1º, I, II, econômico que necessita de demanda de investimento inicial
III e VII, do art. 225 da Constituição Federal de 1988. para investimento em maquinarias, na construção do espaço a
A Lei nº. 9.985/2000 aduz objetivos que garantem a ser utilizado, entre outras coisas. O café foi o produto agrícola
sustentabilidade do espaço territorial destinado à proteção, que gerou esse capital necessário para a indústria se
bem como diretrizes que se voltam para a constituição e desenvolver, sobretudo no Sudeste, onde a cidade de São Paulo
funcionamento das unidades de conservação, busca-se, no já funcionava como um espaço de gestão do mercado cafeeiro
entanto, vislumbrar a identidade dos ecossistemas brasileiros. e onde se concentrou a maioria dos investidores;
Tanto os objetivos quanto as diretrizes, estão respectivamente
apresentados pelos artigos 4º e 5º da lei 9.985/2002. → Mudanças nas relações de trabalho: em 1888 o
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação trabalho escravo finalmente tornou-se ilegal no Brasil, um dos
(SNUC) é o conjunto de unidades de conservação (UC) últimos países no mundo a promover o fim da escravidão. A
federais, estaduais e municipais. É composto por 12 categorias partir desse momento a migração foi incentivada para suprir a
de UC, cujos objetivos específicos se diferenciam quanto à demanda de trabalhadores no estado de São Paulo;
forma de proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de
maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e → Aumento da capacidade de consumo interno: uma
aquelas que podem ser utilizadas de forma sustenta vez assalariados, os trabalhadores passaram a ter a capacidade
de consumir os produtos que começaram a ser
industrializados no Brasil.
d) Modelo econômico A crise mundial de abastecimento na primeira metade do
brasileiro: o processo de século XX, causada pelas Guerras Mundiais (a primeira entre
industrialização, o espaço 1914 e 1918, e a segunda entre 1939 e 1945), também para
que finalmente entrássemos na era industrial. Como os países
industrial, a energia e o meio industriais estavam envolvidos no conflito, coube ao Brasil
ambiente, os complexos começar a produzir produtos próprios. Foi dessa forma, para
agroindustriais e os eixos de substituir as importações, que o Brasil diminuiu
paulatinamente a vinda de produtos de fora para começar a
circulação e os custos de produção industrial em nosso território.
deslocamento O primeiro setor que se desenvolveu foi o de bens de
consumo não duráveis, produzidos em um tipo de indústria
que não necessita de uma tecnologia muito complexa,
Modelo econômico brasileiro: o processo de tampouco de grandes investimentos. Mas sua produção era
industrialização e o espaço industrial muito dependente de tecnologia e maquinaria produzidas
externamente.
O processo de industrialização intensificou e acelerou as O presidente Getúlio Vargas, que adotou uma política
mudanças na organização espacial do mundo e do Brasil. nacionalista em seus governos (1930-1945 e 1951-1954),
O processo de industrialização concentrou atividades criou as primeiras leis trabalhistas e buscou incentivar a
econômicas e população, acentuou processos poluidores, indústria brasileira, desistindo da busca de mão de obra
imigrante a fim de incentivar a contratação de brasileiros para recebem essas indústrias, por sua vez, oferecem vantagens
trabalhar nas indústrias do Brasil. Vargas criou indústrias de para atraí-las, que vão desde isenções de pagamento de
base, como a Companhia Siderúrgica Nacional (1941), impostos até a construção de obras de infraestrutura.
responsável pela produção de aço, a então chamada Porém, mesmo com esse movimento de desconcentração
Companhia Vale do Rio Doce (1942), de exploração de industrial, o Sudeste continua despontando como a região que
minérios, e a Petrobras (1953), que extrai petróleo e seus polariza esse setor.
derivados.
Posteriormente, no governo do presidente Juscelino Regiões Industriais do Brasil: regiões tradicionais e
Kubitschek (1956-1961), foi criado o Plano de Metas, que descentralização industrial
priorizou a indústria e o transporte em nível nacional, criando
uma malha rodoviária no país. Foi durante esse período que As indústrias, ao se instalarem em determinados lugares,
São Paulo se confirmou como a região industrial por excelência consideravam estrategicamente a presença ou proximidade
do país. Kubitschek orientou a maior parte dos projetos de dos seguintes elementos:
desenvolvimento industrial em São Paulo e também no Rio de * mercado consumidor;
Janeiro e em Minas Gerais. Naquele momento, estes eram os * disponibilidade de matérias-primas;
estados com as melhores condições nos setores elétrico e de * oferta de energia;
transportes e também que possuíam um mercado consumidor * custos com transportes;
promissor. * mão de obra.
Organização espacial das indústrias Esses elementos determinaram, durante muito tempo, a
localização espacial das indústrias. Desse modo, a presença
Por causa da própria experiência na economia cafeeira, desses elementos na região Sudeste, especialmente em São
que criou condições materiais para o processo de Paulo, favoreceu um processo de concentração espacial das
industrialização, a Região Sudeste, sobretudo o estado de São atividades industriais no Brasil, no entanto, deve-se
Paulo, concentrou desde o começo as atividades industriais e considerar que existem diversas regiões industriais no Brasil.
acabou polarizando economicamente o setor industrial e o de
serviços. Além disso, o Brasil não possuía até então uma Áreas industriais tradicionais
unidade territorial tão marcada, parecia mais uma espécie de
arquipélago, pois as regiões pouco se relacionavam Áreas industriais tradicionais são aquelas caracterizadas
economicamente entre si. por um processo mais antigo de industrialização, assentando
Ao longo do século XX, a indústria tornou-se o carro-chefe no padrão fordista-taylorista de produção.
de nossa economia em nível nacional, tendo a cidade como seu Esse modelo de produção na indústria pode ser
par espacial. A partir dos anos 1950, por causa da emergente caracterizado, de modo geral, por:
indústria automobilística, a rodovia substituiu a ferrovia como * economia de escala;
meio preponderante de circulação de mercadorias e pessoas. * produção estandardizada (padronizados);
Devido ao interesse das grandes empresas, e com o auxílio do * competição via preços;
Estado, expandiu-se a lógica do automóvel. * existência de um mercado de consumo de massas;
As rodovias foram direcionadas sobretudo para o interior, * combinação entre a utilização de equipamentos
mesma concepção de construção de Brasília, que era a de automatizados e trabalhadores não qualificados;
acabar com o cenário de “Brasil arquipélago”. As rodovias * divisão e especialização do trabalho;
tiveram um papel importante nesse movimento junto à * separação entre a concepção e a execução das tarefas.
indústria, a qual, embora concentrada no Sudeste, possuía o
mercado consumidor em todo território. A partir das mudanças e novas demandas do processo
Na metrópole de São Paulo, principalmente na região do produtivo, as áreas industriais baseadas nesse modelo
“ABCD paulista” (Santo André, São Bernardo, São Caetano e sofreram profundos impactos econômicos e sociais. Esse
Diadema), encontramos o paradigma dessa concentração processo, denominado genericamente desindustrialização,
industrial naquele estado do Sudeste. Ali estavam as maiores caracterizou-se pelo fechamento e/ou deslocamento das
indústrias automobilísticas de todo o país. Ao redor dessas indústrias para outras áreas, atraídas por maiores
indústrias, gravitam outras que se concentraram também ali possibilidades de realização de lucros. Um exemplo
para abastecê-las: borracha, plásticos, vidros, peças, etc. mundialmente conhecido desse processo é a cidade de Detroit,
O Sudeste, ao longo do século XX, exerceu uma posição de nos Estados Unidos, que, a partir da década de 1980, assistiu
dominância econômica pela capacidade de polarizar a ao fechamento de inúmeras empresas e ao aumento do
indústria e os serviços em torno dela. Por isso, passou a desemprego em massa.
abastecer o mercado das outras regiões brasileiras, que
também fornecem matéria-prima e mão-de-obra. Nos anos Região Sudeste
1970, durante a ditadura militar (1964-1958), foram criados
diversos órgãos de desenvolvimento econômico regional – A região Sudeste representa uma das regiões do Brasil de
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam); mais antiga e intensa industrialização.
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene); Suas principais regiões industriais são centros
Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste polindustriais, na medida em que nessas cidades encontramos
(Sudeco); e Superintendência da Zona Franca de Manaus praticamente todos os ramos da indústria.
(Suframa), que tinham a intenção de diversificar a produção A partir das décadas de 1980-90, as indústrias localizadas
espacial industrial do país. na região metropolitana de São Paulo assistiram a um
Contudo, desde a década de 1990 vem ocorrendo um crescente deslocamento rumo ao interior do Estado, utilizando
processo chamado de “desconcentração industrial”, que se os principais eixos viários como os sistemas Anchieta-
refere ao deslocamento de empresas em direção a outros Imigrantes, Anhanguera-Bandeirantes e a Rodovia Dutra.
estados do país, motivadas pelo aumento dos preços do Historicamente, o estado de São Paulo também concentrou
terreno, congestionamento, impostos e outras características a indústria automobilística instalada no Brasil até a década de
que encarecem e dificultam a produção nas tradicionais 1970. A partir de então, essa indústria passou a se deslocar
cidades industriais brasileiras. As cidades e os estados que
O processo de industrialização dessa região associa-se à Desse modo, configura-se uma nova espacialização da
ação da SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da indústria brasileira dentro de um polígono que envolve as
Amazônia), e, sobretudo, da SUFRAMA (Superintendência da cidades de Belo Horizonte (MG), Uberlândia (MG), Maringá
Zona Franca de Manaus). (PR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR),
Nessa região, existem indústrias de produtos fechando-se novamente em Belo Horizonte (MG). Os processos
eletroeletrônicos, atraídas por benefícios como isenção de de concentração e desconcentração espacial (e industrial)
impostos, concessão de subsídios, doação de terrenos. Em demonstram o caráter seletivo dos investimentos industriais,
termos de áreas industriais, o destaque é para a Zona Franca que privilegiam alguns espaços específicos nas regiões
de Manaus no Amazonas e para o polo extrativo-mineral de brasileiras.
Carajás, no Pará, implantado para explorar as ricas jazidas Atualmente, a tendência é de que os investimentos mais
minerais dessa região. dinâmicos se concentrem nas regiões onde se iniciou e se
consolidou a atividade industrial brasileira (Sudeste e Sul).
Região Centro-Oeste As metrópoles globais (São Paulo e Rio de Janeiro) também
têm suas principais funções modificadas: de centros
Nessa região, predominam indústrias ligadas ao industriais, especializam-se cada vez mais em atividades do
beneficiamento da produção agropecuária, como empresas setor terciário (serviços), na área financeira e no
alimentícias, de bebidas, têxteis e calçadistas. As principais desenvolvimento de novas tecnologias. Desse modo, as
áreas industriais localizam-se próximas às cidades de Goiânia, indústrias estratégicas atuais continuam a concentrar-se
Brasília, Anápolis, Corumbá e Campo Grande. nessas metrópoles, assim como a sede das empresas, o
mercado financeiro e o setor de serviços.
Aquelas indústrias mais leves, que exigem menores
investimentos e utilizam muita mão de obra (em vez de muita
tecnologia), e que, portanto, apresentam um custo menor, (E) Uma das influências diretas da inserção do Brasil nos
tendem, por sua vez, a se concentrar em regiões de menor mercados globais é a disseminação no território brasileiro dos
nível de desenvolvimento e custo de mão de obra (como o polos tecnológicos próximos de centros universitários e de
Nordeste, o Norte e o Centro-Oeste). pesquisas.
Outra diferença desse processo em relação à concentração
anterior (das décadas de 1950 a 70) refere-se à atração 02. (Prefeitura de Nilópolis/RJ – Professor de
locacional exercida por cidades de porte médio (em torno de Geografia – FUNCEFET) A industrialização promove a
100 mil habitantes), especialmente por aquelas cidades concentração espacial da riqueza e dos recursos financeiros e
localizadas próximas a eixos de transportes (portanto, com produtivos. Em certo ponto do desenvolvimento econômico, a
boas condições de acesso), em vez da concentração industrial tendência de concentração espacial da indústria arrefece e dá
nas metrópoles. lugar a movimentos de desconcentração.
Além dessa reconcentração espacial da indústria, observa- Assinale a alternativa que indica os movimentos geradores
se, no Brasil, uma tendência à constituição de clusters (ou de desconcentração industrial no Brasil.
aglomerados industriais). (A) Evolução das tecnologias, infraestrutura de
Portanto, a formação de clusters parece ser uma outra transportes e comunicações
tendência da economia brasileira. Exemplos de clusters em (B) Escassez de mão de obra e poluição
alguns estados brasileiros: (C) Segregação espacial e ação dos movimentos sociais
* a indústria do mobiliário em Votuporanga, São Paulo; (D) Concentração de infraestrutura e poluição
* a indústria de joias em Limeira, São Paulo;
* a produção de artefatos de couros e calçados em Franca, 03. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) A partir
São Paulo; de meados da década de 90 do século passado, a denominada
* produção de móveis em Uberlândia, Minas Gerais; guerra fiscal entre os estados brasileiros intensificou-se. A
* indústrias de software em Campina Grande, Paraíba; abertura econômica atraía, então, novos fluxos externos de
* indústrias de software em Juiz de Fora, Minas Gerais, cuja investimentos industriais para o país e estimulava a guerra
especialização está nos aplicativos para o setor de dos lugares.
agronegócios; A respeito desse assunto, julgue (C ou E) o item que se
* indústrias de software em Fortaleza, Ceará; segue.
* indústrias de software em Petrópolis, Rio de Janeiro; O processo de desconcentração regional da indústria
* indústrias de software em Pato Branco, Paraná, em que se brasileira favorece o prolongamento da disputa entre as
destacam os produtos para apoio, avaliação e terapia de fala e unidades federativas com base na renúncia fiscal.
linguagem; gestão e avaliação de escolas de idiomas; software (....) Certo (....) Errado
educacionais multimídia;
* empresas de informática em Ilhéus, na Bahia. 04. (Petrobras – Profissional Júnior –
CESGRANRIO/2015) Como tantos outros países periféricos, o
Referências Bibliográficas Brasil era exportador de matérias-primas e importador de
produtos manufaturados. Há um momento em que o minério
FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São de ferro do Brasil impressiona os técnicos das indústrias
Paulo: Editora AJS, 2015. siderúrgicas da Europa e dos Estados Unidos, mas o Brasil
MARTINI, Alice de. Geografia. Alice de Martini, Rogata importa até as grades de ferro que cercarão as árvores da
Soares Del Gaudio. 3ª edição. São Paulo: IBEP, 2013. recém-aberta Avenida Central, no Rio.
Nessas poucas palavras, sobre a coação da história a
Questões estrangular o futuro dos países como o Brasil, encerra-se toda
a política econômica da Revolução de 30, do presidente que a
01. (TJ/SC – Analista Jurídico – TJ/SC) Sobre o espaço levou ao poder e de toda a Era Vargas: fazer do Brasil um país
econômico brasileiro, suas características e o processo que transforme em aço o ferro de seu subsolo, que explore seu
industrial do Brasil, todas as alternativas abaixo estão petróleo e suas fontes de energia elétrica, que produza
corretas, EXCETO: tratores, caminhões, automóveis e até aviões, um país não
(A) Dentre os fatores responsáveis pela concentração mais vítima, mas protagonista e criador de seu futuro.
industrial na região Sudeste, podemos afirmar que a região foi RIBEIRO, José Augusto. A Era Vargas, o suicídio e o petróleo.
se organizando como área de atração da população e de Revista Caros Amigos, São Paulo, n.209, p.41, ago. 2014.
capital, tornando-se região concentradora de riquezas. O Com base no texto, é possível associar a realidade
mercado consumidor que aí se formou, o desenvolvimento do socioeconômica e a política brasileira da Era Vargas
sistema rodoviário, os recursos naturais favoráveis e a (A) à expansão da agroindústria
imigração contribuíram para a concentração industrial nesta (B) à opção pelo neoliberalismo
região. (C) ao modelo de substituição de importações
(B) São Paulo concentra a maior parte da produção (D) ao processo produtivo de acumulação flexível
industrial do país, cujas raízes encontram-se nas etapas (E) às privatizações no setor de produção de energia
iniciais do processo da industrialização do Brasil. Mas, nos
últimos anos, a participação relativa do Estado começa a Gabarito
diminuir, o que reflete o início do processo de dispersão
industrial espacial, no país. 01. D/02. A/03. Certo/04. C
(C) O processo industrial brasileiro se firmou nos anos 70,
os anos do “milagre brasileiro”, baseado em um tripé, Os recursos minerais, as fontes de energia e os impactos
representado pela forte participação do capital estatal, pelos ambientais
grandes conglomerados transnacionais e um mercado
consumidor em ascensão. Sobre a superfície da Terra, vamos encontrar basicamente
(D) Uma das características do processo industrial atual do dois tipos de minerais: os fósseis e os não-fósseis. Os minerais
Brasil, corresponde à forte dispersão financeira das empresas fósseis são aqueles originários da decomposição de restos de
e à grande concentração espacial. animais e vegetais que ficaram depositados em camadas de
rochas sedimentares como o carvão, o petróleo e o xisto. Já os
minerais não-fósseis são os compostos químicos metálicos e energia elétrica produzida no Brasil está sob a
não-metálicos que se consolidaram no interior das rochas, responsabilidade das grandes empresas do setor privado.
geralmente cristalinas, como, por exemplo, o ouro, o
manganês, o ferro, o silício, o caulim. Quem controla o setor elétrico no Brasil?
Isso significa que os diversos elementos vão surgir em uma Dentre os órgãos governamentais controlam o setor de
determinada região, de acordo com o tipo de formação produção de eletricidade no Brasil, destacam-se os pioneiros –
geológica do local. É evidente que, quanto maior for a área de a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o ONS
um país, maior será a possibilidade desse país contar com (Operador Nacional do Sistema).
todos os tipos de rochas e assim possuir todos os tipos de A ANEEL foi criada em 1996. É responsável pela
minerais. regulamentação e fiscalização de todos os setores elétricos
Entretanto, mesmo para um país de enormes dimensões ligados à produção e distribuição de energia.
como o Brasil, que contém todos os tipos de rochas, os O ONS foi criado em agosto de 1998. Coordena e controla a
minerais não surgirão na quantidade que a nossa economia operação da geração e transmissão de energia elétrica entre as
exige. Assim, poderíamos classificar os minerais quanto à diversas usinas e sistemas de distribuição espalhados pelo
disponibilidade em três tipos: país.
a) abundantes: aqueles que surgem em enormes
quantidades, sendo usados tanto internamente quanto Referências Bibliográficas
exportados, como por exemplo, o ferro, o manganês, o
alumínio, o nióbio. ANGLO: GARCIA, Hélio Carlos; GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia do Brasil.
São Paulo, 4ª edição: Anglo.
b) suficientes: os que existem em quantidade suficiente COLEÇÃO OBJETIVO – Sistema de Métodos de Aprendizagem – ANTUNES,
apenas para o abastecimento interno, não podendo ser Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: Quadro Natural e Humano.
exportados. LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo
c) carentes: aqueles cuja quantidade seja insuficiente para Lazaro Branco; Cláudio Mendonça. 3ª ed. São Paulo: Saraiva.
MARTINEZ, Rogério. Novo olhar: Geografia. Rogério Martinez, Wanessa
atender às necessidades internas como, por exemplo, o carvão Pires Garcia Vidal. 1ª edição. São Paulo: FTD, 2013.
mineral. MARTINI, Alice de. Geografia. Alice de Martini, Rogata Soares Del Gaudio. 3ª
edição. São Paulo: IBEP, 2013.
A importância dos Recursos Minerais
Questões
Os recursos minerais são vitais para o desenvolvimento de
um país, por sua importância como matéria-prima para a 01. (SEDUC/AL – Professor de Geografia –
indústria – em particular para os setores industriais de base, CESPE/2018) Com relação à exploração de recursos naturais
como a metalurgia e a química pesadas (assim qualificadas por pelos seres humanos, julgue o item subsecutivo.
utilizarem muita matéria-prima. Na primeira, destacam-se as O pau-brasil foi o primeiro elemento da rica natureza
unidades produtivas voltadas para a fabricação de metais brasileira explorado pelo mercantilismo europeu.
como aço, alumínio, cobre, chumbo e estanho. Na segunda, (....) Certo (....) Errado
aquelas voltadas para a fabricação de ácidos como o sulfúrico,
o nítrico e o clorídrico. 02. (SEDUC/AL – Professor de Geografia –
CESPE/2018) Com relação à exploração de recursos naturais
A Energia Hidrelétrica no Brasil: pelos seres humanos, julgue o item subsecutivo.
O Brasil possui cerca de 450 usinas hidrelétricas em Os processos de destruição ambiental no Brasil foram
funcionamento, entre as quais duas das dez maiores do denunciados ainda no início do processo de colonização
mundo. portuguesa.
De modo geral, as bacias dos principais rios que banham (....) Certo (....) Errado
estados do Nordeste e do Sudeste estão com o seu potencial
bastante aproveitado. Já as bacias do Uruguai, do Tocantins e 03. (ARTESP – Economia – FCC/2017) Ao considerar os
do Amazonas oferecem ainda muito potencial a ser explorado. recursos ambientais e naturais, é correto afirmar que
Na Amazônia, tanto as hidrelétricas em operação quanto as (A) a utilização de fontes de energia renovável afeta os
planejadas têm provocado muita polêmica. Embora a rendimentos imediatos dos recursos naturais sem afetar o
Eletronorte alegue que elas são uma opção para todo o Brasil, longo prazo desses mesmos recursos.
a transmissão dessa energia para o Centro-Sul tem um custo (B) a reciclagem pode gerar benefício econômico a curto
muito alto em razão das enormes distâncias. Na realidade, em prazo e exercer impacto nulo no estoque de capital natural.
parte, foram construídas na região para fornecer energia aos (C) se regeneram, e o consumo presente de recursos não
projetos mineradores de grandes empresas, principalmente as gera impacto de longo prazo no estoque de capital natural.
produtoras de alumínio, que consomem muita eletricidade (D) o extrativismo pode comprometer o estoque de
(eletrointensivas): cerca de um terço da energia elétrica recursos ambientais e naturais do planeta.
gerada por Tucuruí. No Rio Tocantins, no Pará, é consumido (E) na área ambiental não existe um dilema de decisão
pelas indústrias de alumínio que atuam na região amazônica. intertemporal quanto à utilização desses mesmos recursos, já
As usinas hidrelétricas são, em sua maioria, empresas que os recursos naturais se renovam.
estatais. A partir de 1995, o setor de geração de energia, antes
restrito à esfera governamental, foi aberto às empresas Gabarito
privadas, as quais poderiam adquirir as empresas estatais em
leilão. No entanto, apenas algumas estatais do setor 01. Certo/02. Errado/ 03. D
hidrelétrico foram vendidas e, a maior parte delas, pelo preço
mínimo. Os complexos agroindustriais, eixos de circulação e
Se, de um lado, as empresas privadas mostravam-se custos de deslocamento
desinteressadas em investir no setor de geração de energia,
por outro lado, havia grande interesse em outro setor – o de Agropecuária é a denominação dada para as atividades
distribuição de energia, o qual apresentava perspectivas de que usam o solo com fins econômicos e que são voltadas à
retorno mais rápido dos investimentos. Desde o final do século produção agrícola associada à criação de animais.
passado e início do século XXI, a distribuição da maior parte da
Esse conjunto de transformações tinha como objetivo (C) Redução do êxodo rural com o aumento da produção
aproximar a agricultura de um padrão industrial de produção. agrícola e, como consequência, a valorização do trabalhador
Portanto, uma das propostas da Revolução Verde era a adoção rural.
do mesmo padrão de cultivo em todos os lugares do mundo, (D) Desenvolvimento das pequenas e médias
desconsiderando as variações locais das condições naturais, propriedades, resultando em um modelo de produção
como o clima ou a fertilidade natural do solo, e as necessidades competitivo com os países europeus.
e possibilidades dos agricultores.
A adoção de monoculturas, largas propriedades de terra 03. (MPE/GO – Secretário – MPE/GO/2017) A
destinadas ao cultivo de uma única espécie, foi outra medida característica fundamental é que ele não é mais somente um
imposta pela Revolução Verde, já que a eficiência dos insumos agricultor ou um pecuarista: ele combina atividades
químicos e do maquinário dependia da uniformidade do agropecuárias com outras atividades não agrícolas dentro ou
cultivo. fora de seu estabelecimento, tanto nos ramos tradicionais
No Brasil, a implantação da Revolução Verde foi urbano-industriais como nas novas atividades que vêm se
estimulada por meio de políticas públicas que promoviam o desenvolvendo no meio rural, como lazer, turismo,
financiamento e a assistência técnica aos produtores rurais, conservação da natureza, moradia e prestação de serviços
oferecendo créditos e subsídios. Houve um significativo pessoais.
aumento na produção, maior até que o aumento na área Essa nova forma de organização social do trabalho é
plantada. Isso porque os cultivos tornaram-se mais denominada:
produtivos. (A) Terceirização.
No entanto, tal processo foi feito às custas de danos ao (B) Agroextrativismo coletivo.
meio ambiente e de aumento de desemprego no campo, já que (C) Grilhagem.
muitos trabalhadores foram substituídos por máquinas. (D) Agronegócio.
Esse processo de modernização da agricultura não se deu (E) Cooperativismo.
de forma uniforma e igualitária ao longo do território
brasileiro. Além disso, gerou desemprego e concentração de Gabarito
renda, beneficiando somente os grandes produtores.
01. B/02. A/03. D
Referências Bibliográficas
portuguesa não promoveu nenhuma política concreta de econômico e cultural ocorreu de modo diferente. Ao longo do
colonização do local até 1530. século XIX, portanto, a preocupação era promover a
Estima-se que, no final do século XVI, a população branca construção da identidade brasileira e do entendimento sobre
na Colônia era de cerca de 30 mil habitantes, concentrada no quem era o povo com o qual contávamos para construir o país.
litoral, especialmente na região correspondente ao atual Até 1888, a sociedade brasileira esteve estruturada com
Nordeste brasileiro, na época o centro econômico do país. base em relações escravocratas, nas quais os negros eram
Entre os imigrantes portugueses, estavam: nobres e pessoas considerados socialmente inferiores. Dessa forma, o fato de a
ricas ligadas à produção de açúcar ou à administração da população brasileira ser, em sua maioria, afrodescendentes
Colônia; membros do clero; aventureiros; e pessoas representava um incômodo para a elite local: branca e
condenadas por crimes em Portugal. culturalmente vinculada com a Europa.
Nesse mesmo século, parte da Colônia portuguesa foi Assim como em outros países vizinhos, o debate sobre a
ocupada por franceses que se estabeleceram na região do Rio construção da identidade nacional no Brasil envolveu um
de Janeiro. Mais tarde, a França também ocupou a região do embate ideológico: valorizar a cultura dos povos originários
Maranhão, entre os anos de 1594 e 1615 – enviando colonos ou adotar como referência a cultura europeia. No caso
para lá. brasileiro, devido aos vínculos culturais da elite local, o modelo
No período colonial, o número de mulheres brancas que cultural europeu foi adotado como ideal de civilização. Com
imigravam para a Colônia não era muito significativo – uma isso, no século XIX, o Estado brasileiro passou a promover
vez que as terras na América eram vistas como selvagens e gradualmente a imigração de colonos europeus, visando
perigosas pelos europeus. Dessa forma, a Coroa portuguesa “embranquecer” a sua população.
enviava garotas órfãs para se casarem com os brancos que Um dos primeiros fluxos migratórios foi o de colonos
aqui viviam. O pequeno número de mulheres brancas solteiras alemães para o Sul do país, nos estados do Rio Grande do Sul,
na Colônia foi um dos motivos que levaram à miscigenação dos Santa Catarina e Paraná. Em seguida, deu-se início a um
colonos europeus com mulheres indígenas ou negras – que, intenso processo de imigração de italianos nessas regiões e,
por serem escravas, muitas vezes eram forçadas a tal pelos principalmente, no estado de São Paulo.
homens brancos. Com isso, ao longo do período colonial, Devido ao seu grande desenvolvimento econômico a partir
ocorreu a formação de uma população mestiça na Colônia. da segunda metade do século XIX, São Paulo passou a receber
Durante o século XVII, deu-se continuidade ao processo de a maior parte do fluxo de imigrantes estrangeiros nesse
colonização portuguesa no Brasil, de modo que a ocupação de período.
territórios no continente avançou para as regiões do Pará e do Em um primeiro momento, a região recebeu um intenso
Maranhão (onde também ocorreu um intenso processo de fluxo de italianos, que foram trabalhar nas plantações de café
miscigenação). no interior do estado. Posteriormente, os imigrantes italianos
Porém, entre 1630 e 1654, a região de Pernambuco foi passaram a se dirigir para as zonas urbanas em busca de
ocupada por holandeses e também por judeus, que imigraram emprego. O principal destino foi a cidade de São Paulo que,
para lá por conta da liberdade religiosa que o governo local devido ao seu crescimento econômico, possuía maior oferta de
lhes propiciava (algo que na época não costumava acontecer trabalho.
em territórios católicos). A partir do final do século XIX e no início do século XX, São
Após a expulsão dos holandeses de Pernambuco, a Coroa Paulo recebeu diversos fluxos de imigrantes europeus (entre
portuguesa buscou retomar as políticas de povoamento, de eles espanhóis, portugueses e judeus), como também de sírios,
modo a proteger a Colônia de novas invasões estrangeiras. libaneses e japoneses. Mais tarde, ocorreria a migração de
Estima-se que no final do século XVI a população branca na nordestinos para a região. Essa população tinha como objetivo
Colônia era de cerca de 100 mil pessoas, o que representava trabalhar em diversas atividades econômicas, como
cerca de 30% da população local. O restante era composto por agricultura, comércio, indústria e construção civil.
negros, indígenas e mestiços.
Porém, com a descoberta de ouro em Minas Gerais e A população brasileira nos dias atuais
também nas atuais regiões de Goiás e Mato Grosso, houve um
grande aumento do fluxo migratório de europeus ao longo do Atualmente, a população estimada do Brasil é de um pouco
século XVIII. Esses imigrantes mudaram-se para o território mais de 200 milhões de habitantes, número que o classifica
brasileiro e povoaram as regiões das minas em busca de como o quinto país mais populoso do mundo.
metais preciosos e enriquecimento. Nesse período verificou-se Segundo dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro
um aumento significativo da população da Colônia. A de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2014,
população local passou a ser de 3,2 milhões de habitantes no 51,3% da população brasileira à época, era feminina. Já os
final daquele século. homens representavam 48,7% do total de habitantes.
Em relação à distribuição dos habitantes no território
A composição da população brasileira brasileiro, pode-se dizer que é um reflexo do processo
histórico de povoamento durante o período colonial, uma vez
O brasileiro no período pós-independência que há maior concentração nas regiões onde historicamente
houve maior desenvolvimento econômico.
Com a independência brasileira em 1822, o recém-criado
Estado brasileiro tinha como difícil tarefa manter a sua O crescimento da população nos séculos XX e XXI
unidade territorial, combatendo movimentos separatistas.
Para isso, era de fundamental importância a criação de um O processo de desenvolvimento econômico e urbano
sentimento nacional – inexistente até então. Em outras ocorrido no Brasil no século XX trouxe avanços que resultaram
palavras, era necessário que os habitantes das diversas regiões no aumento significativo da expectativa de vida da população
do Brasil se sentissem pertencentes a uma mesma nação, com brasileira e na redução das taxas de mortalidade. Esses
os mesmos vínculos históricos e culturais. avanços estão relacionados tanto à medicina como às
Não devemos esquecer que, até a independência brasileira, infraestruturas urbanas, como saneamento básico e água
o sentimento de ser brasileiro não existia. O único vínculo tratada, à maior produção de alimentos e à redução da
histórico que os habitantes possuíam era a relação com a pobreza.
Coroa portuguesa. Além disso, em cada região do território, o A redução das taxas de mortalidade no Brasil, associada ao
processo de povoamento, miscigenação e desenvolvimento alto número de nascimentos ainda registrados no início do
século XX, provocou um grande aumento populacional. Porém, (TMI) de crianças entre 0 e 5 anos de idade era de 53,7 mortes
a partir das décadas de 1940 e 1950, a população brasileira por mil nascidos vivos em 1990 e passou para 17,7 em 2011.
passou a apresentar uma diminuição de suas taxas de O relatório mostra que a queda mais significativa registrada da
natalidade e de fecundidade, o que reduziu a sua taxa de mortalidade na infância ocorreu na faixa entre um e quatro
crescimento vegetativo. anos de idade.
A diminuição das taxas de natalidade observadas no Brasil A leitura do texto e os conhecimentos sobre a dinâmica
indica que a nossa população vem reduzindo o número de demográfica brasileira permitem afirmar que
filhos. Esse fenômeno, associado ao aumento da expectativa de (A) em 2011, o Brasil atingiu a meta de redução da TMI
vida, tem provocado um envelhecimento da população prevista pelos Objetivos do Milênio estabelecidos pela ONU.
brasileira – uma vez que o número de jovens diminui e o (B) a redução da TMI observada no período 1990-2011
número de idosos aumenta. teve grande influência no crescimento demográfico do país.
A queda das taxas de natalidade no Brasil está relacionada (C) ao longo do período 1990–2011 pôde-se constatar uma
a uma série de transformações culturais e econômicas. Entre relativa homogeneização das TMI em todas as regiões do país.
elas, pode-se destacar a inserção das mulheres no mercado de (D) a queda da TMI em duas décadas possibilitou ao Brasil
trabalho, o que fez que muitas delas optassem por ter filhos tornar-se o país com menores TMI em toda a América Latina.
mais tarde ou não tê-los. Da mesma forma, o elevado custo de (E) a diminuição da TMI produz inúmeras consequências,
vida nas cidades, onde vive a maioria dos brasileiros, também dentre as quais o aumento da base da pirâmide etária do
levou à queda na média de filhos por família. Brasil.
A dinâmica demográfica do Brasil torna-se mais 02. (IBGE – Recenseador – CESGRANRIO) Com relação à
compreensível a partir da análise de dois processos que a expectativa de vida dos brasileiros, os recenseamentos do
compõem: IBGE comprovam que, nos últimos anos, verificou-se
* Crescimento vertical, mais conhecido como (A) retrocesso significativo.
crescimento vegetativo; (B) estagnação relativa.
* Crescimento horizontal, resultante dos fluxos (C) desaceleração abrupta.
migratórios internacionais. (D) aumento progressivo.
O comportamento das populações muda ao longo do 03. (IF/SE – Analista – IF/SE) O Brasil já ultrapassou a
tempo, bem como o ritmo de sua dinâmica. Por isso, o estudo etapa de elevado crescimento vegetativo e, sob o impacto da
da população sempre acompanha as mudanças históricas. urbanização, apresenta redução contínua das taxas de
Geralmente, toma-se como ponto de partida o período natalidade. Essa dinâmica da sociedade brasileira tem
posterior à Segunda Guerra Mundial, quando profundas repercussões na estrutura etária e exerce influência sobre as
transformações socioeconômicas afetaram o Brasil, políticas públicas. A partir da reflexão sobre o texto e de seus
provocando grandes variações na dinâmica demográfica. conhecimentos sobre a sociedade brasileira, aponte a
afirmativa correta:
O Crescimento vegetativo de um país é o índice que (A) Atualmente, verifica-se na população brasileira um
resulta da diferença entre a taxa de natalidade e a de gradual aumento das taxas de natalidade.
mortalidade observadas num determinado período. Pode ser, (B) A população brasileira é, hoje, predominantemente
portanto, positivo ou negativo. urbana e a força de trabalho concentra-se no setor secundário
da economia.
O Crescimento horizontal de um país resulta da diferença (C) As habitações e o intenso favelamento das cidades
entre o total de imigrantes e o de emigrantes registrada num diminuíram em face das medidas governamentais preventivas
dado período. Pode ser, também, positivo ou negativo. e das políticas públicas que favorecem a população mais
precária.
Envelhecimento Populacional e Previdência Social no (D) Com relação às tendências do mercado de trabalho, no
Brasil Brasil, há uma redução expressiva do número de pessoas
ocupadas no mercado informal do trabalho.
No Brasil, o déficit da previdência aumenta a cada ano, (E) Umas das razões da mobilidade populacional brasileira
pois, se por um lado há um aumento da expectativa de vida da está na diferença de desenvolvimento econômico existente
população, por outro, há uma grande quantidade de entre as várias regiões do país.
trabalhadores que não são contribuintes do sistema
previdenciário – em 2001, os não – contribuintes perfaziam 04. (ANTT – Especialista em Regulação – CESPE) Julgue
50% da população ocupada em alguma atividade econômica. o seguinte item, relativo ao perfil da população brasileira,
Mas a mudança na dinâmica demográfica, por si só, não incluindo suas desigualdades.
explica os problemas da previdência social. Um novo padrão de ocupação do território revela
O sistema permite alguns milhares de aposentadorias acelerado processo de urbanização e de concentração da
extremamente elevadas ao lado de milhões de aposentadorias pobreza em áreas urbanas. A atual dinâmica demográfica
miseráveis. acentua a concentração populacional nas grandes cidades e em
Além disso, a previdência foi fraudada durante décadas e cidades de porte médio que compõem a rede urbana brasileira,
não são raros os casos de quadrilhas formadas no Brasil para com o consequente esvaziamento do campo e mudanças na
roubar o sistema previdenciário. natureza e na concentração da pobreza.
(....) Certo (....) Errado
Referências Bibliográficas
Gabarito
FURQUIM Junior, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Paulo: Editora
AJS, 2015.
01. A/ 02. D/ 03. E /04. Certo
Questões
trabalho, exceto na condição de "aprendiz" (que não foi desenvolvimento posterior desse contingente populacional,
regulamentada nem esclarecida). Em 1990, com o Estatuto da afetando sua escolaridade e sua renda.
Criança e do Adolescente, a lei passou a prever proteção Mas segundo resultados do Censo 2010, a exploração do
integral às crianças e adolescentes, inclusive no caso daqueles trabalho infanto-juvenil diminuiu em várias regiões do Brasil.
que estavam ingressando no mercado de trabalho.
Recentemente, o Brasil ratificou acordo internacional junto à Trabalho, consumo e violência
OIT, prevendo como idade mínima para ingresso no mercado
de trabalho os 16 anos. Para compreendermos essa associação, é preciso
No entanto, por ser uma atividade "invisível", uma vez que considerar um pouco de sua historicidade. Na década de 1970,
a exploração do trabalho infanto-juvenil é ilegal, e no caso das no Brasil, havia quase uma associação imediata entre pobreza
meninas que trabalham, essa atividade pode ser realizada no e violência: as regiões e populações mais pobres eram
lar (o emprego doméstico), fora da ação de fiscais, os dados consideradas mais violentas, e esta violência era provocada
sobre trabalho infanto-juvenil não são exatos. principalmente pela necessidade de sobrevivência. Assim, a
Os dados apontam para um contingente de 3,8 milhões de violência era associada quase que somente a um problema
crianças e adolescentes com idades entre 5 e 16 anos estrutural do capitalismo: por ser concentrador de renda,
trabalhando no Brasil atualmente. Todavia, esses valores não impossibilitava o acesso a melhores condições de vida - em
são exatos e variam conforme as grandes regiões brasileiras e alguns casos, impedia inclusive a sobrevivência - e isto era a
entre o meio rural e urbano. causa maior das manifestações violentas. Valia aquela ideia de
O trabalho em idade precoce dificulta o pleno que, quanto maior a pobreza, maior a violência.
desenvolvimento do ser humano, incidindo sobre sua No entanto, a partir do final da década de 1980, essas ideias
escolaridade que, por sua vez, influenciará seus salários. passaram a ser muito criticadas, uma vez que, se por um lado
Quanto maior for o nível de escolaridade de uma pessoa, havia trabalhadores super explorados ou desempregados que
maiores serão suas chances de ingressar no mercado de se tornavam violentos, de outro centenas de trabalhadores nas
trabalho formal e obter bons ganhos salariais. Por sua vez, mesmas condições não apelavam para a violência como forma
crianças e jovens que começam a trabalhar muito cedo logo de sobrevivência. E mais: inúmeras pesquisas constataram a
abandonam a escola (em média, os jovens brasileiros possuem expansão da violência para áreas consideradas nobres,
7,4 anos de estudo) e recebem uma baixa remuneração por seu atingindo populações de maior poder aquisitivo.
trabalho (em torno de 1,46 salário mínimo).
Em razão desses problemas, a Unesco (Organização das Atualmente, acredita-se que as causas do aumento da
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) violência sejam múltiplas: pobreza; maiores dificuldades de
preparou e divulgou em 2007 um relatório sobre o índice de acesso aos bens públicos (saúde, educação, lazer); desemprego
Desenvolvimento da Juventude (IDJ - que considera jovens na e/ou trabalho precário; características pessoais como
faixa etária dos 15 aos 25 anos), semelhante ao IDH para os necessidade de autoafirmação (para integrar gangues, por
estados brasileiros. exemplo); necessidade de consumir drogas; problemas
O IDJ varia de O a 1. Próximo de zero (O) são encontrados psíquicos (como as psicoses e esquizofrenias); necessidade de
os piores resultados, ao passo que, quanto mais próximo de 1, atender às demandas do consumo (associado não
melhores são os indicadores sociais para a juventude. Os necessariamente à pobreza, mas à vaidade e à autoafirmação);
estados brasileiros foram classificados, portanto, de acordo participação em grupos ultrarradicais (caso dos skinheads, por
com sua melhor posição no ranking (Distrito Federal, Santa exemplo, que praticam violência gratuita contra grupos raciais
Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, com os melhores ou sexuais).
indicadores - entre 0,673 e 0,622). Porém, uma constatação pode ser feita: a violência é, em
geral, maior nas áreas ocupadas por populações de menor
O tipo de atividade desenvolvida por crianças e poder aquisitivo e menor acesso aos bens públicos, apesar de
adolescentes também varia conforme a região. ocorrer em todas as classes sociais.
De acordo com o Unicef, o trabalho infanto-juvenil Outra constatação que pode ser feita, observando a
prejudica o desenvolvimento físico, intelectual e emocional realidade atual, é o aumento da violência associada aos
desses jovens trabalhadores. Desse contingente de crianças diversos tipos de tráfico: drogas, armas, pessoas, órgãos
trabalhando, estima-se que 20% não frequentem escolas e, humanos, Esse aumento do tráfico não é um fenômeno isolado,
entre os adolescentes que trabalham, somente 25,5% mas está presente em todo o globo. Assim, se falamos de
conseguiram concluir oito anos de escolaridade. globalização econômica, é preciso considerar que houve
No ano de 2007, o IBGE calculou um elevado índice de também uma globalização da violência, com difusão global das
exploração do trabalho infantil no território brasileiro, apesar máfias (italianas, japonesas, russas etc.).
de a legislação brasileira proibir qualquer tipo de trabalho Um exemplo de violência relacionada à baixa renda é
para menores de 14 anos. constatado em um estudo que mostra a chance de
A partir de ações associadas à geração de renda e sobrevivência de crianças carentes. As crianças que recebem
assistência às famílias mais pobres implantadas pelo Estado exclusivamente alimentação oferecida pelos pais de baixa
brasileiro, o IBGE também avaliou que houve uma queda do renda têm mais chance de desenvolver qualquer tipo de
trabalho infantil, de 4,5% em 2006, para 4% em 2007. A subnutrição do que aquelas que saem das suas casas quando
exploração do trabalho infantil também demonstra as os pais estão trabalhando e pedem esmolas ou alimentos nas
desigualdades do Brasil, pois o perfil médio do trabalhador ruas. Estas acabam ingerindo uma quantidade maior de
mirim é constituído principalmente por crianças oriundas de proteínas do que as que se mantiveram em casa.
famílias de baixa renda (até um salário mínimo). Em resumo, a precariedade dos baixos salários e o
Muitas dessas crianças e jovens que trabalham, enfrentam, desemprego impelem as crianças para a rua. Soma-se a isso a
além de irregularidades trabalhistas, atividades aviltantes: violência doméstica, e temos um contingente de crianças e
carvoarias, atividades potencialmente mutilantes como adolescentes vivendo à margem da sociedade, extremamente
quebra de pedras ou corte de sisal, entre outras, redes de suscetíveis ao aliciamento de grupos criminosos.
prostituição e tráfico de drogas, semi-escravidão ou O consumo também é um gerador de violência na medida
escravidão. E como observado pela análise do IDJ, a entrada em que ele demarca o “status” social do indivíduo. Quando o
precoce no mundo do trabalho pode ser prejudicial ao consumo ocorre frequentemente num ritmo além da
necessidade, ele sinaliza uma necessidade pessoal de
autoafirmação, de sublimação do ego, de relativizar carências colônia. As sesmarias vigoraram no Brasil até 1822, ano de sua
pessoais ou, ainda, da necessidade de se sentir aceito por um independência.
determinado grupo ou esfera social. A propaganda trabalha Obviamente, essa concessão de terras abrangia apenas as
com esses vínculos para produzir novos consumidores. pessoas nobres ou ricas – que possuíam algum tipo de relação
Dessa forma, existem violência e auto violência em nome com a Coroa portuguesa e teriam condições de desenvolver
do consumismo. economicamente suas propriedades. Nesse caso, as doações de
sesmarias correspondiam às áreas produtivas e já exploradas
A sujeição de jovens de todas as classes aos apelos do no litoral ou próximas dessa região.
consumo reflete o poder da mídia e a mudança de valores. Ao receber uma sesmaria na Colônia e produzir em suas
Quando as relações humanas são “coisificadas”, temos uma terras, o proprietário tinha o direito de posse por toda avida,
sociedade doente e insensível a qualquer tipo de repassando-as para seus herdeiros depois da sua morte. Nesse
responsabilidade, seja de natureza ambiental ou social. contexto, a Colônia assistia à formação de uma elite, composta
O grau de individualismo desemboca no "consumo por famílias que concentravam em suas mãos as maiores
alienado", em que se vislumbra apenas a satisfação pessoal, terras e, consequentemente, a riqueza local oriunda da
ainda que efêmera. Vive-se numa situação de isolamento exportação do açúcar que produziam.
social, em que nada do que ocorre fora do círculo individual de Apesar da necessidade de concessão por parte da Coroa ou
relacionamentos interessa. Essa alienação também se do governador-geral para obtenção de sesmarias, essa não era
constitui numa forma de violência. a única forma de se conseguir a posse de terras na Colônia.
O trabalho alienado, o consumo alienado são traços da Devido à abundância de áreas inexploradas no território e ao
globalização econômica, em que tudo é padronizado e baixo número de habitantes europeus na Colônia, as terras do
criteriosamente desenvolvido, para que as pessoas com interior não possuíam valor comercial. Outro aspecto
potencial de consumo se sintam especiais, usando artefatos de referente à propriedade de terras nesse período diz respeito à
massa, que mesmo assim, sejam diferenciadas da massa, não mão de obra disponível. Para produzir em grande escala, era
pelo estilo próprio ou ideias, mas pela marca. necessário o uso intenso de trabalhadores – os africanos
Os efeitos da padronização e da "necessidade" de consumo escravizados. Os maiores proprietários rurais eram aqueles
de bens, que definem o status quo, atingem todas as classes que possuíam maior número de escravos. Por isso, na condição
sociais. Eles são nocivos porque têm o poder de dividir e de de mais ricos da colônia, os maiores proprietários de terra
discriminar. E uma sociedade "apartada", com discriminação eram aqueles que podiam comprar mais escravos.
social, só poderá gerar todo tipo de violência. As pessoas que penetravam no interior do território e se
Logo, apesar de a violência não poder ser associada mostravam dispostas a enfrentar indígenas e a desbravar as
exclusivamente à pobreza ou à concentração de renda, o áreas virgens podiam ocupar um pedaço de terra, no qual
estímulo ao superconsumo nas sociedades atuais acaba por podiam produzir a fim de conseguir a sua posse. Mesmo assim,
estimulá-la, principalmente quando consideramos o aumento apesar de ter a posse não contestada da terra, esses colonos
global do desemprego. É preciso considerar que a violência não possuíam a propriedade legal, uma vez que ela só era
não se refere apenas à agressão física, mas a humilhações, obtida por meio de uma concessão oficial.
discriminação (racial, sexual), menosprezo do outro, A partir daí, surgiu no Brasil a figura do posseiro – pessoa
indiferença. Essas são consideradas formas "invisíveis" da que ocupa uma área territorial para obter a sua posse, mas sem
violência, por isso mesmo, as estatísticas sobre o tema ter a sua propriedade. Geralmente, os posseiros eram colonos
abordam sua manifestação material: assassinatos, roubos, que não possuíam capital para comprar escravos e, por isso,
estupros, sequestros. tinham uma produção de pequena escala voltada para a
A legislação atual tem procurado coibir ações violentas no subsistência ou para o abastecimento do mercado interno.
âmbito doméstico (violência familiar, geralmente envolta em Dessa forma, no período colonial, coexistiam grandes
um manto de silêncio) e mesmo no trabalho (assédio sexual latifúndios de famílias ricas ligadas ao poder local e pequenas
e/ou assédio moral). No entanto, essas formas de violência, propriedades pertencentes aos camponeses locais.
por serem "invisíveis" e constrangedoras, são, muitas vezes,
subdimensionadas. O surgimento do trabalho assalariado no Brasil e a Lei
de Terras
Referências Bibliográficas
No dia 4 de setembro de 1850 foi assinada a Lei Eusébio de
MARTINI, Alice de. Geografia. /Alice de Martini; Rogata Queirós, que proibia o tráfico de escravos no Brasil. Apesar de
Soares Del Gaudio. 3ª edição. São Paulo: IBEP, 2013. PNLD – não ter surtido efeito prático imediato, a Lei Eusébio de
2015 a 2017 – FNDE – Ministério da Educação. Queirós foi um marco no processo de abolição da escravidão
no país. Ao criar uma perspectiva de término desse tipo de
Questão agrária, pobreza e exclusão social relação de trabalho, ela estimulou o surgimento do trabalho
assalariado no território brasileiro.
A propriedade de terras é uma questão importante no Nesse contexto, a Lei de Terras foi assinada no mesmo mês.
Brasil desde o período colonial. Devido ao papel da agricultura Mesmo com a independência do Brasil e a formação do Estado
em nossa economia, é por meio da terra que historicamente se brasileiro, em 1822, não houve nenhuma política de
produziu e acumulou riquezas no país. Até hoje, é da regulamentação das propriedades rurais até a criação da Lei
agricultura e da pecuária que vem grande parte de nosso de Terras em 1850. Até então, deu-se continuidade ao
Produto Interno Bruto (PIB). processo de obtenção de terras por meio da posse, sem a sua
devida documentação.
As sesmarias no período colonial Além de propor a regularização das propriedades não
documentadas no país, a Lei de Terras buscou criar uma
O primeiro mecanismo oficial de distribuição de terras no política para regulamentar a apropriação das terras não
território brasileiro foi o sistema de doação de sesmarias, exploradas. Com ela, estabeleceu-se que as terras não
enormes parcelas de terra que eram concedidas pela Coroa exploradas passariam a pertencer ao Estado e só poderiam ser
Portuguesa ou pelo governador-geral, visando promover a adquiridas por meio da compra – e não mais pela ocupação e
colonização de terras e implantar o sistema de plantation na exploração do território.
Segundo a Lei de Terras, para realizar esse processo, os A primeira capital brasileira foi Salvador, escolhida para
posseiros deveriam legalizar as suas terras em cartórios ser a sede da Colônia. A baía de seu litoral, Baía de Todos os
localizados nas cidades, os quais, na época, eram de difícil Santos, facilitava a exportação de cana-de-açúcar e pau-brasil,
acesso para a população rural, pois não havia facilidades de que eram os principais produtos de interesse português
deslocamentos como hoje em dia. Além disso, a maioria deles naquele momento. A baía servia também como ponto de apoio
não possuía recursos para pagar taxas de registro e oficializar para navegações rumo à África e à Ásia, pois era
sua propriedade. estrategicamente um porto seguro para as embarcações
Os proprietários não legalizados (os posseiros) deveriam portuguesas.
registra-las em cartórios para regularizar a sua documentação. O modelo agroexportador foi predominante em todo o
Caso contrário, a propriedade da terra não seria reconhecida. período colonial e influenciou a configuração territorial, a
Ao definir a compra como a única forma de obtenção de terras, urbanização e a mentalidade da sociedade daquela época. A
o Estado excluiu a possibilidade de a população pobre, como lógica da plantation era tão forte que a burguesia brasileira
posseiros e ex escravos, tornar-se proprietário rural. Em naquela época era rural e morava junto a suas plantações.
contrapartida, favorecia a minoria rica do país, que se via em Embora tivesse negócios e propriedades nas cidades, seu
condições de adquirir as maiores e melhores terras. Isso poder político e econômico era baseado nesse modelo.
resultou no monopólio das terras nas mãos de uma minoria a Os poderes políticos eram dominados pela oligarquia
abundância de trabalhadores livres necessária para substituir agrária, que morava em suas fazendas (as casas grandes, os
futuramente os escravos. engenhos e as senzalas conformavam esses espaços), e as
Além de alto número de terras ocupadas sem registro legal, cidades eram habitadas, majoritariamente, por servidores
suas demarcações eram feitas de modo impreciso. Os limites públicos, artesãos, mercadores, etc.
das propriedades, eram, muitas vezes, vagamente definidos As cidades coloniais, de maneira geral, não foram
por elementos naturais como rios, quedas d’agua ou morros. planejadas, seus traçados não obedeciam a lógica alguma e seu
Esse cenário foi agravado pelo início de um intenso processo crescimento deu-se de maneira desordenada, ao ritmo da
de apropriação ilegal de terras no país denominado grilagem própria pulsação populacional, subindo os morros e descendo
de terra. as vertentes.
Muitos apropriaram-se das facilidades políticas e dos Embora já existisse uma relativa ocupação no interior do
conhecimentos legais que possuíam para registrar terras que país, somente com a crise do modelo agroexportador – por
não lhes pertenciam – fossem elas ocupadas por posseiros, causa da concorrência com a produção de cana-de-açúcar nas
indígenas ou de propriedade do Estado. Em um contexto no Antilhas (na América Central) – que a exploração de metais
qual a grade maioria da população era analfabeta, os únicos preciosos ganhou força para suprir a demanda financeira
aptos a produzir tais documentos eram os integrantes da exigida pela metrópole. Dessa forma, a exploração de ouro e
minoria letrada do país. prata tornou-se a principal fonte econômica lusitana na
Em muitos casos, essas terras não foram incorporadas com Colônia a partir do final do século XVII, o que motivou também
fins produtivos. Ao se apropriarem delas, os grileiros tinham a ocupação do interior. A ocupação, que era mais efetiva na
como objetivo esperar a sua valorização para, posteriormente, Zona da Mata e no Agreste baiano, onde ocorria a maior parte
vendê-las a um preço alto. Devido ao seu caráter excludente da produção de cana-de-açúcar, foi reorientada em direção ao
com relação à distribuição de terras, a Lei de Terras resultou interior, onde havia as maiores jazidas de pedras preciosas:
em uma estrutura fundiária extremamente desigual e que se Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
perpetua até os dias de hoje no Brasil. As cidades criadas na época da mineração esbanjavam
riqueza em sua arquitetura. No século XVIII foram o epicentro
O espaço das cidades - A urbanização brasileira da vida social do país, motivando muitas migrações de gente
vinda de Portugal e de diversas localidades da atual região
De maneira geral, podemos afirmar que a cidade é um Nordeste. A predominância de morros em seu relevo
aglomerado de construções e pessoas, a sede do município e o dificultava a produção agrícola. O abastecimento de alimentos
lugar onde se localizam as casas do poder político. A era realizado por tropeiros que viajavam levando mercadorias
urbanização, por outro lado, refere-se ao surgimento de novas de uma cidade a outra. Esse comércio também foi motivador
cidades e à expansão física e em números demográficos das para a criação de cidades e vilas em torno dos corredores de
cidades existentes. passagem das tropas que vinham do Sul.
No Brasil, a migração, a industrialização e o crescimento O esgotamento das jazidas levou à decadência das cidades
populacional relacionam-se direta ou indiretamente com o que viviam dessa economia. De maneira geral, a ocupação
crescimento urbano, que, por sua vez, multiplica o fluxo de territorial na Colônia possuiu essa característica de
mercadorias, de pessoas e de informações. desenvolvimento econômico baseado na exploração até o
limite. Assim, quando os recursos naturais se esgotavam ou
As primeiras cidades brasileiras quando o mercado entrava em crise, tais regiões entravam em
decadência.
A origem das primeiras cidades está ligada às atividades As cidades que tiveram maior continuidade econômica,
relacionadas à exploração dos produtos das terras brasileiras portanto, foram aquelas cuja função estava ligada ao porto,
e ao envio destes para a metrópole europeia, Portugal. como Salvador e Rio de Janeiro. A última foi elevada à capital
Localizavam-se na faixa litorânea e tiveram, portanto, a função do Império em 1763, permanecendo até 1960, quando a
de posto comercial e de defesa militar. capital da República foi transferida para Brasília.
Além disso, as características naturais também foram um Com o esgotamento da economia mineradora, o café
ponto de extrema importância para escolher onde ficaria o despontou como a base da economia brasileira até o século XX,
sítio urbano a ser desenvolvido. O acesso à água, por exemplo, quando a indústria começou a deslanchar. Nesse período,
funcionou como um fator de decisão de onde se instalaria a concomitante ao ciclo do café, a exploração da borracha
cidade. destacou-se economicamente, incentivando a relativa
São Vicente (SP), foi a primeira vila a ser formada, na costa ocupação e urbanização das maiores cidades amazônicas:
do que hoje é o Estado de São Paulo. Foi criada por Martim Belém do Pará (PA) e Manaus (AM).
Afonso de Souza em 1532, que lá construiu um pelourinho, A predominância da população nas áreas rurais até
uma câmara e uma igreja, e em 22 de agosto do mesmo ano, durante o século XIX no Brasil pode ser explicada pela
realizou as primeiras eleições de toda América Latina. economia baseada nas produções agrícolas, que fixava os
trabalhadores (escravos até 1888 e imigrantes livres) no significativa importância política e econômica nacional como
campo, junto à área produtiva. A economia cafeeira do início também global, pois garantem boa parte das relações
do século XX propiciou o suficiente acúmulo econômico para internacionais e alianças de cooperação.
gerar a industrialização em nosso país. Essa nova economia,
por concentrar-se na cidade, foi responsável por uma virada Problemas urbano-ambientais
populacional. Dessa forma, a urbanização brasileira é recente,
tendo sido mais incentivada e desenvolvida ao longo do século A indústria e os avanços tecnológicos representaram não
XX. apenas mudanças na produção de mercadorias, mas
influenciaram o modo como a sociedade brasileira passou a
O crescimento das cidades organizar sua vida. A modernização do campo brasileiro
resultou em um rápido movimento populacional das áreas
Foi somente no século XX que o crescimento urbano se rurais para as cidades, onde as indústrias se instalavam. Os
intensificou no Brasil. Motivada pela crescente indústria no trabalhadores dessas indústrias tinham a possibilidade de
começo do século, sobretudo no eixo Rio-São Paulo, a receber salários e garantir um nível de consumo necessário
população urbana superou a rural na década de 1970. A cidade para sua sobrevivência.
que mais representou esse processo no país é São Paulo, pois No entanto, o avanço do sistema capitalista não se deu
foi a que mais migrantes recebeu e a que mais cresceu, sendo apenas com a contratação de mão de obra, mas também graças
hoje a maior do país. ao consumo dessas pessoas. O acesso a produtos tornava-se
Esse aumento da população urbana deve-se muito às cada vez mais possível conforme a propaganda e marketing
migrações de pessoas que viviam no campo em direção à das empresas estimulavam a compra, garantindo assim a
cidade, em busca de oportunidades. Por conta do histórico venda e o aumento do próprio lucro.
agroexportador brasileiro, da concentração fundiária e da As novas tecnologias possibilitaram ao sistema capitalista
mecanização, a vida no campo se tornou difícil para os oferecer maior quantidade de mercadorias em circulação no
trabalhadores que não tiveram acesso à propriedade privada comércio. Com isso, a concorrência entre produtos aumentou,
da terra, que se generalizou sobretudo com a Lei de Terras de o que obrigou as empresas a regular seus preços para não
1850. perderem espaço no mercado. Assim, os produtos passaram a
O crescimento das cidades no século XX não foi ser mais acessíveis aos indivíduos que atingiram altíssimos
acompanhado por um planejamento eficiente por parte do níveis de consumo que até hoje estão presentes em nosso
Estado, o que resultou em diversos problemas de organização cotidiano.
urbana nas grandes cidades brasileiras. Você já parou para pensar sobre a quantidade de matéria-
prima necessária para a produção daquilo que compramos? O
As metrópoles brasileiras meio ambiente possui um ritmo próprio de renovação daquilo
que lhe é extraído, o que significa que a retirada de matéria-
O que caracteriza as metrópoles brasileiras é, antes de prima deve ser cautelosa. Caso contrário, rapidamente ela
mais nada, seu processo histórico de formação. Desde o estará em falta. Essa reflexão serve para nosso consumo de
período da colonização até hoje, as principais cidades água, de produtos derivados do petróleo, da madeira, etc.
cresceram em regiões próximas ao litoral, locais por onde as No entanto, não devemos preocupar-nos apenas com o que
mercadorias produzidas eram exportadas e as mercadorias retiramos do meio ambiente, mas também com o que
estrangeiras chegavam ao Brasil. Nestas cidades de devolvemos a ele. Será que todo o lixo que criamos retorna
concentravam as funções administrativas e políticas. para a natureza sem trazer danos a ela? Esse questionamento
O desenvolvimento econômico e político do país reforçou é válido para pensarmos em tudo o que consumimos e na
essa configuração territorial, ainda que a ocupação tenha se quantidade de lixo que produzimos.
expandido para o interior. A maioria das metrópoles Os lixões e os aterros sanitários têm sido tema de
brasileiras se localiza na faixa a menos de 200 quilômetros do importantes discussões sobre o descarte dos resíduos sólidos
litoral, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Porto no meio ambiente. Os lixões a céu aberto que recebem a maior
Alegre, etc. parte do lixo no país não possuem estrutura adequada, pois
O conceito que utilizaremos para definir o que é uma não protegem ou tratam os resíduos, deixando-os expostos ao
metrópole refere-se a cidades que são centros de decisão calor e à chuva. O líquido produzido pela decomposição do lixo,
política e econômica, em constante relação e interdependência o chorume, infiltra-se no solo e muitas vezes atinge os lençóis
com as regiões em seu entorno. As metrópoles garantem uma freáticos.
articulação desde a escala regional até a global e, de acordo A intoxicação de lençóis freáticos é muitas vezes
com sua área de influência e redes urbanas estabelecidas, desencadeada pela instalação de tais lixões. O aterro sanitário,
essas cidades podem apresentar diferentes funções no cenário por sua vez, também traz esse tipo de problema, porém segue
nacional. uma regulamentação específica criada pelo governo, que tenta
Vejamos a cidade de Goiânia. Ela é considerada uma minimizar os efeitos do acúmulo de lixo no meio ambiente.
metrópole regional que interfere na organização socioespacial Em áreas pobres das cidades, onde o governo não oferece
do Centro-Oeste brasileiro por ser polo de decisões a coleta de lixo regular, as populações lidam como podem com
administrativas e econômicas regionais e por atrair pessoas os resíduos. Com isso, muitas vezes jogam o lixo nos rios e na
em busca tanto de melhores salários e qualidade de vida beira de rodovias. Porém, a poluição das águas também é
quanto de serviços especializados. ocasionada pelo descarte de esgoto e de líquidos tóxicos por
Enquanto isso, Porto Alegre, além de abarcas as parte de grandes empresas, como costumava ocorrer
características de uma metrópole regional, oferece uma antigamente com muita frequência no Rio Tietê, em São Paulo.
estrutura mais complexa de equipamentos públicos, serviços e Logo, a poluição das águas e a do próprio solo oferecem
universidades, o que permite caracteriza-la como metrópole risco de enchentes quando os bueiros entopem ou quando os
nacional. rios não conseguem escoar a quantidade de água necessária,
Já São Paulo e Rio de Janeiro são metrópoles globais que transbordando.
possuem uma dinâmica socioespacial capaz de concentrar
grande número de sedes de empresas multinacionais e de
grandes bancos, além de universidades e os principais polos
tecnológicos industriais do país. Assim, não só possuem
disputam a posse da terra valorizada pela presença das coronéis do sertão (nome pelo qual ficaram conhecidos os
estradas. proprietários das grandes fazendas sertanejas), passaram a
O eixo da Belém-Brasília se estende até a Serra dos Carajás, dominar a paisagem. Em meados do século XIX, o cultivo de
onde se encontra a maior reserva de minério de ferro do algodão tornou-se uma atividade econômica de importância
mundo. O ferro de Carajás, em exploração desde a década de significativa no Sertão, em grande parte devido à crise na
1970 pela Companhia Vale do Rio Doce (privatizada em produção algodoeira dos Estados Unidos decorrente da
1997), é escoado pela Estrada de Ferro Carajás, até o Complexo Guerra de Secessão. Durante muito tempo, o gado e o algodão
Portuário de São Luís, no Maranhão. Nas margens da rodovia iriam dividir o espaço sertanejo;
e da ferrovia, a floresta equatorial já foi quase toda derrubada.
Em seu lugar, surgiram núcleos urbanos e os mais diversos O Meio-Norte, situado na transição entre o Sertão
empreendimentos. semiárido e a Amazônia equatorial, foi durante a maior parte
No outro extremo da Amazônia, o principal eixo de de sua história uma sub-região praticamente marginal no
ocupação foi a Rodovia Brasília-Acre. O estado de Rondônia, contexto da economia nordestina. A pecuária extensiva,
atravessado por esse eixo, foi alvo de um grande projeto de prolongamento da criação de gado sertaneja, e o extrativismo,
colonização e recebeu milhares de migrantes, vindos em especial das palmeiras babaçu e carnaúba, eram as
especialmente das regiões Nordeste e Sul. Atualmente, atividades de maior destaque no Meio-Norte.
Rondônia figura entre os estados mais devastados da região. Em momentos históricos diferentes, duas sub-regiões
A herança da Sudam permanece na realidade amazônica: nordestinas - Sertão e Zona da Mata - já haviam sido objeto de
está presente tanto na destruição do modo de vida tradicional programas governamentais de ajuda e de incentivo econômico
das populações ribeirinhas e indígenas quanto na grande muito antes da existência da Sudene. Em ambos os casos,
mancha de devastação ambiental produzida pelos porém, as elites sub-regionais foram as principais
empreendimentos aprovados pelo órgão. Definitivamente, beneficiadas.
esse modo predatório de ocupação está em descompasso com Programas pioneiros: Sertão
os parâmetros atuais de valorização do patrimônio ambiental
amazônico, sobretudo no que se refere à enorme No caso do Sertão, desde o período imperial existiram
biodiversidade da formação florestal e à presença de imensos políticas de combate à seca e, principalmente, aos seus efeitos.
reservatórios de água doce. Em 1881, após um período de estiagem que causou a morte de
milhares de pessoas e de uma parcela considerável do gado, o
Planejamento estatal e a economia nordestina imperador mandou construir um grande açude em Quixadá, no
Ceará, visando reservar água e evitar futuras catástrofes.
As políticas públicas para o desenvolvimento do Nordeste, Nos primeiros decênios da República, essas políticas
implantadas pela Sudene, consideraram o seu conjunto e não cresceram e tornaram-se institucionais. Em 1909, foi criada
suas sub-regiões separadamente. uma Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (Ifocs),
Garantiram a disponibilidade de energia e realizaram com o objetivo de espalhar açudes em todo o Sertão, além de
investimentos industriais, em especial no setor petroquímico. construir estradas para facilitar o escoamento e a
comercialização dos produtos sertanejos.
• As sub-regiões nordestinas Em 1945, a Ifocs passou a se chamar Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), mas sua linha
O Nordeste pode ser dividido em quatro sub-regiões: a de atuação continuou a mesma. Entretanto, além dos açudes,
Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e o Meio-Norte. Cada uma das barragens e das estradas, o Dnocs passou a organizar
delas apresenta características naturais e econômicas também frentes de trabalho. Quando ocorriam as secas, a
particulares. população carente era recrutada para trabalhar nas obras
A Zona da Mata, quente e úmida, foi transformada pela federais, e, assim, ganhava um meio de sobrevivência, mesmo
implantação de grandes propriedades produtoras de cana-de- que muito precário.
açúcar, ainda nos primeiros tempos de colonização. Os Na maior parte dos casos, os açudes e as estradas
senhores de engenho, também conhecidos como barões do construídos pelos sertanejos pobres acabavam por tornar
açúcar, continuaram a dominar a economia e a política após a ainda mais valiosas as terras dos coronéis, nas quais (ou nas
independência. Em meados do século XIX, a economia proximidades delas) as obras eram realizadas. Além disso, os
açucareira entrou em crise, devido à concorrência exercida coronéis não precisavam se preocupar com a sobrevivência de
pelo açúcar produzido nas Antilhas. Mais tarde, a produção de seus trabalhadores durante a estiagem, já que o Estado
açúcar com técnicas mais modernas na Região Sudeste, em cuidava disso. Quando as chuvas voltavam, era só aproveitar
especial no estado de São Paulo, deu continuidade ao longo as melhorias de suas terras e recrutar de volta os
período de crise econômica no Nordeste. Atualmente, a Zona trabalhadores. Desse modo, o governo ajudava a enriquecer os
da Mata é uma região de economia dinâmica, concentrando que já eram ricos e mantinha os pobres - a maioria da
grande parte da população e os maiores polos industriais do população - no limite da sobrevivência.
Nordeste;
Programas pioneiros: Zona da Mata
O Agreste, situado entre a Zona da Mata úmida e o Sertão
semiárido, é tradicionalmente ocupado por pequenas Os “barões do açúcar” da Zona da Mata também receberam
propriedades, dedicadas ao cultivo de subsistência e ao auxílio do governo, ainda que de forma indireta. Na década de
abastecimento alimentar dos engenhos e cidades da Zona da 1930, a agricultura canavieira paulista começou a se
Mata. Nessa sub-região, o padrão técnico rudimentar que modernizar, ampliando sua base técnica, e passou a ameaçar a
caracteriza a maior parte dos estabelecimentos agrícolas economia açucareira nordestina.
resulta em baixa produtividade e em expressiva pobreza rural; Nesse contexto, o governo criou o Instituto do Açúcar e
do Álcool (IAA), com o objetivo de estabelecer cotas de
O Sertão, dominado pelo clima semiárido, conheceu um produção de açúcar entre os estados brasileiros e garantir um
primeiro movimento de valorização ainda durante a preço mínimo para o produto. Assim, o IAA reservava uma
colonização, quando se transformou em espaço da pecuária parcela do mercado açucareiro aos produtores da Zona da
extensiva, produzindo carne para os mercados da Zona da Mata nordestina, além de garantir preços compatíveis com
Mata. Depois, grandes latifúndios, de propriedade dos seus custos de produção relativamente elevados.
Durante longos decênios, o IAA ajudou a garantir a Geoeconomia e geopolítica da América do Sul
presença do açúcar nordestino no mercado brasileiro,
fornecendo-lhe condições de sobrevivência. Em longo prazo, A integração da América do Sul
porém, a estratégia revelou-se ineficiente: protegidos pelas Os países que compõem a América do Sul formam um
cotas e pelos preços governamentais, os produtores arquipélago caracterizado historicamente pelo
nordestinos investiram pouco em modernização, e desde distanciamento. Podemos observar, entre outras coisas, a
1990, quando o IAA foi extinto, vêm perdendo parcelas inexistência de interligação entre os sistemas de transporte,
crescentes do mercado para os produtores paulistas. energia e comunicação, isso sem contar com o
desconhecimento cultural e histórico que temos dos nossos
A Sudene e a industrialização do Nordeste vizinhos.
Isso ocorre por diversos motivos, desde um passado
A criação da Sudene modificou inteiramente a direção das colonial em que a integração não fazia parte dos objetivos das
políticas públicas de desenvolvimento do Nordeste. Em potências colonizadoras (Portugal e Espanha), até a presença
primeiro lugar, essas políticas ganharam uma nova dimensão: de fatores naturais que propiciam o isolamento,
não era uma ou outra sub-região, mas o conjunto do Nordeste principalmente a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos
que seria alvo do planejamento estatal. A lei que criou a Andes. Nem o processo de independência dos países da região
Sudene delimitou também a área de atuação do órgão, que não ou mesmo os ideais de Simon Bolívar, que pregava a união da
coincide exatamente com a Região Nordeste definida pelo América Latina, acabaram gerando resultados significativos.
IBGE, já que incluiu o norte de Minas Gerais. Em 1998, parte do A partir da segunda metade do século XX, porém, governos
Espírito Santo também entrou para essa “região de sul-americanos passaram a, gradualmente, colocar em prática
planejamento”. iniciativas que visavam unir os países da região. Entre
Em segundo lugar, por estarem baseados em uma nova sucessos e falhas, a integração da América do Sul começou a
visão acerca dos problemas regionais, os planos da Sudene ser levada mais a sério, tanto sob o ponto de vista econômico
foram orientados para outra direção. como também político, social e cultural.
Já estudamos que, até então, a intervenção governamental
nos assuntos nordestinos tinha se destinado, sobretudo, a Organizações intergovernamentais
solucionar os problemas do campo, beneficiando os grandes As organizações intergovernamentais são organizações
proprietários da terra e reforçando a concentração fundiária internacionais compostas por governos para diferentes fins,
tanto no Sertão quanto na Zona da Mata. A Sudene trouxe uma entre eles a integração regional. Um exemplo claro desse tipo
nova prioridade: de acordo com o diagnóstico de seus de organização são os blocos econômicos, que possibilitam a
fundadores, o maior problema do Nordeste não era a falta de realização de acordos comerciais visando à redução de tarifas
chuvas ou a baixa competitividade da produção açucareira, alfandegárias e ao fluxo livre de mercadorias, entre outros
mas a falta de indústrias modernas, capazes de dinamizar a objetivos.
economia como um todo. A solução, portanto, estava no A formação dos blocos econômicos e de outras
incentivo à industrialização. organizações intergovernamentais no subcontinente sul-
Para tanto, era preciso primeiro garantir a disponibilidade americano se deu a partir da segunda metade do século XX, em
de energia. Essa tarefa ficou a cargo das Centrais uma tentativa de impulsionar a industrialização e o
Hidrelétricas do Rio São Francisco (Chesf), que crescimento econômico dos países da região.
transformou a Bacia do São Francisco em uma importante Durante os anos de 1980 e 1990 houve a criação da maioria
produtora de energia de origem hídrica. dos blocos atualmente existentes na América do Sul, sendo
O governo federal também tomou para si a tarefa de que, no século XXI, o viés ideológico vem ganhando cada vez
realizar investimentos industriais, em especial no setor mais destaque nas relações entre os países membros desses
petroquímico. A criação do Polo Petroquímico de Camaçari, grupos, após vários governos de esquerda terem ascendido ao
o principal complexo industrial nordestino, nasceu das poder, incluindo a Venezuela.
políticas levadas a efeito pela Sudene. A Refinaria Landulfo
Alves, de propriedade da Petrobras, abastece as empresas Associação Latino-Americana de Integração (Aladi)
públicas e privadas que operam no polo. Na década de 1960 foi formada a Associação Latino-
Além disso, foram concedidos financiamentos públicos e Americana de Livre-Comércio (Alalc), que, no entanto, não
incentivos fiscais aos conglomerados industriais que durou nem sequer um ano, pois a Argentina e o Brasil
implantassem fábricas na região. O setor de bens ganhavam vantagens em relação a outros países. A Guerra Fria
intermediários (tais como produtos químicos e também colaborou para que os EUA intervissem no
metalúrgicos) foi o principal beneficiário, pois acreditava-se continente, manipulando governos da região de acordo com
que ele seria capaz de dinamizar a economia regional e gerar seus interesses, entre os quais não estava a integração sul-
mercado para o setor de bens de consumo (tais como americana.
alimentos e vestuário). Desse modo, esse setor também Em 1980 a Alalc transformou-se na Associação Latino-
acabaria por implantar-se no Nordeste. Devido aos incentivos, Americana de Integração (Aladi), cujo objetivo era
diversos grupos empresariais inauguraram unidades impulsionar economicamente a região e desenvolver um
produtivas no Nordeste. mercado comum latino-americano por meio de acordos
Com a Sudene, a economia industrial chegou às capitais comerciais. Atualmente compõem o bloco países de toda a
nordestinas, em especial a Recife e Salvador. Mas sabe-se hoje América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia,
que isso não bastou para eliminar as desigualdades entre o Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela,
Nordeste e o Sudeste e/ou para melhorar a qualidade de vida Cuba, Panamá e Nicarágua.
da população regional. O Nordeste brasileiro ainda espera por
políticas capazes de gerar crescimento econômico com Aliança do Pacífico
inclusão social. Com o objetivo de estabelecer relações mais diretas com
áreas estratégicas do comércio internacional, sobretudo a Ásia
(que é atualmente um gigante comercial), alguns países latino-
americanos com acesso ao Oceano Pacífico (Peru, México,
Colômbia e Chile) formaram a Aliança do Pacífico, que ainda
pode ganhar como membros Costa Rica e Panamá nos Comunidade Andina de Nações (CAN)
próximos anos. Organização que tem origem no Pacto Andino, firmado em
Acordos já foram firmados entre os países-membros na 1969 por países que compartilham a Cordilheira dos Andes
área comercial e também relacionados à cooperação científica, (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile e Venezuela), a
por meio do intercâmbio entre pesquisadores de diferentes Comunidade Andina de Nações (CAN) ganhou seu nome
universidades. atual em 1996 e hoje inclui como membros apenas os quatro
Atualmente, os países que compõem esse bloco são primeiros países citados, pois o Chile e a Venezuela saíram do
caracterizados por governos neoliberais, alinhados aos EUA e bloco original.
que possuem economias de poder semelhante, ao contrário do Essa organização caracteriza-se também por possuir
Mercosul, por exemplo, no qual o Brasil representa uma tarifas alfandegárias comuns, assim como uma área de livre-
economia muito superior em relação a outros países- comércio entre os países-membros. Além disso, possui uma
membros. estreita relação comercial com o Mercosul, bloco comercial
que pode ser considerado um parceiro econômico.
Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) Atualmente a CAN tem tido suas relações marcadas por
Inicialmente proposta pelo ex-presidente venezuelano embates ideológicos entre os países-membros, em função
Hugo Chávez (1954-2013) durante a Cúpula da Associação de principalmente da oposição entre a Colômbia e os demais
Estados do Caribe, realizada em Cuba no ano de 2001 e criada integrantes do bloco.
oficialmente em 2004, a Alternativa Bolivariana para as Isso ocorre porque a Bolívia, o Equador e o Peru elegeram,
Américas (Alba) é a organização com maior viés ideológico nos últimos anos, governo considerados de esquerda e
entre as apresentadas, uma vez que se coloca claramente em representados respectivamente pelos presidentes Evo
oposição à política econômica dos EUA para a região e evoca Morales, Rafael Correa e Ollanta Humala, deixando o
os ideais de Simon Bolívar. presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos (considerado de
Formada por Venezuela, Bolívia, Cuba e Nicarágua, a Alba direita) isolado.
difere de outras iniciativas que visam à relação com o comércio União de Nações Sul-Americanas (Unasul)
exterior, à exportação de commodities e às alianças com outros Organização que agrega todos os países sul-americanos,
blocos, focalizando seus esforços na diminuição das com exceção da Guiana Francesa (por se tratar de um
desigualdades sociais, na priorização dos pequenos e médios território ainda dependente da França), a União de Nações
empresários, além do desenvolvimento de uma economia Sul-Americanas (Unasul) surgiu para substituir a
solidária. Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) e foi criada em
2008 na cidade de Brasília.
Mercado Comum do Sul (Mercosul) Ao contrário dos outros blocos, a Unasul não visa a um
Formado inicialmente pelos países que compõem o Cone- mercado comum, pois entende as diferenças existentes entre
Sul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), o Mercado os países que conformam a região, e tem como objetivo
Comum do Sul (Mercosul) foi fundado em 1991 através do principal criar um espaço de interlocução. Ela busca, por
Tratado de Assunção, realizado na cidade de mesmo nome, exemplo, fazer uma ponte entre o Mercosul e a Aliança do
capital do Paraguai. Pacífico, que possuem políticas e estratégias econômicas
Em 2012 o grupo ganhou um novo integrante, a Venezuela, muitas vezes antagônicas.
e além dos países-membros ainda há a categoria de países Anualmente são organizadas conferências diplomáticas
associados (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru). O com todos os presidentes dos países membros. Chamada de
Paraguai chegou a ser suspenso do bloco nesse mesmo ano, em Cúpula Sul-Americana, tal conferência discute as estratégias
função da destituição do então presidente do país, Fernando de integração comercial do grupo.
Lugo (considerada antidemocrática pelos países-membros), Ocasionalmente também são realizados encontros
mas a decisão foi revogada em 2013. especiais, como um março de 2015, quando o grupo se reuniu
Já a Bolívia está em processo de se tornar um novo para discutir as sanções econômicas dos EUA sobre a
membro; o México e a Nova Zelândia, por sua vez, atuam como Venezuela e para denunciar uma tentativa de desestabilização
países observadores, tendo como função fiscalizar as relações do governo do presidente Nicolás Maduro.
internacionais entre os estados participantes e associados. A criação do Conselho de Defesa Sul-Americano, que se
Como uma organização intergovernamental de livre- configura como uma alternativa regional por tratar de
comércio, os países associados compartilham tarifas conflitos geopolíticos, surgiu como uma forma de preservar a
alfandegárias em comum e possuem acordos firmados em paz e a soberania dos países envolvidos e se destaca como uma
diversas áreas, permitindo a livre circulação de pessoas, bens das iniciativas mais importantes da Unasul, assim como a
e serviços. Esses acordos, além de facilitarem o comércio, iniciativa de integração da Infraestrutura Regional Sul-
ajudam a promover o turismo e a cooperação científica. Americana (lirsa), que tem como objetivo uma série projetos
Além de incrementar as relações entre os países-membros, de integração física entre os países sul-americanos.
também é objetivo da associação estreitar as relações
comerciais em conjunto com outros países e blocos, por meio Referências Bibliográficas
de acordos com a União Europeia, o Egito, Israel e Paquistão,
por exemplo. Em 2014, Dilma Rousseff assumiu a presidência FURQUIM JUNIOR, Laercio. Geografia cidadã. 1ª edição. São Paulo: AJS,
2015.
da entidade, que realiza encontros de chefes de Estado com MARTINEZ, Rogério. Novo olhar: geografia.1ª edição. São Paulo: FTD, 2013.
frequência para tratar de questões políticas, econômicas e MARTINI, Alice de. Geografia. Alice de Martini, Rogata Soares Del Gaudio. 3ª
sociais. edição. São Paulo: IBEP, 2013.
Embora a sede da organização se localize em Montevidéu, TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil – Lygia
Terra; Regina Araújo; Raul Borges Guimarães. 2ª edição. São Paulo: Moderna.
no Uruguai, o Brasil responde por cerca de 80% do PIB somado
dos países do bloco e também pela maior parte das
Questões
exportações do Mercosul para o mundo.
A disparidade de poder entre as economias do Brasil e dos
01. (SEDF – Professor de Geografia – CESPE/2017) No
outros países que integram o Mercosul intensificou-se ainda
atual período histórico, caracterizado pela forte
mais em função da crise econômica vivida pela Argentina nos
internacionalização do modo de produção capitalista,
últimos anos e configura um desafio às negociações comerciais
importantes transformações de ordem técnica, política e
entre os membros do bloco.
econômica têm promovido intensa reestruturação produtiva e
Gabarito
Anotações
1 http://canaldoensino.com.br/blog/6-dicas-de-interpretacao-de-textos-em-
Inglês 1
APOSTILAS OPÇÃO
Técnica de leitura de texto de língua inglesa - Grupos nominais: formados por um núcleo
(substantivo) e um ou mais modificadores (adjetivos ou
No Brasil, de um modo geral, o inglês instrumental é uma substantivos). Na língua inglesa o modificador aparece antes
das abordagens do ensino do Inglês que centraliza a língua do núcleo, diferente da língua portuguesa.
técnica e científica focalizando o emprego de estratégias
específicas, em geral, voltadas à leitura. Seu foco é desenvolver - Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz,
a capacidade de compreensão de textos de diversas áreas do que modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o
conhecimento. O estudo da gramática restringe-se a um significado de cada afixo pode-se compreender mais
mínimo necessário normalmente associado a um texto atual facilmente uma palavra composta por um prefixo ou sufixo.
ou similar que foi veiculado em periódicos. O conhecimento de
uma boa quantidade de palavras também faz parte das - Conhecimento prévio: para compreender um texto, o
técnicas que serão relacionadas abaixo. leitor depende do conhecimento que ele já tem e está
armazenado em sua memória. É a partir desse conhecimento
Inglês 2
APOSTILAS OPÇÃO
que o leitor terá o entendimento do assunto tratado no texto e comunicação internacional. Desse modo, atualmente a língua
assimilará novas informações. Trata-se de um recurso inglesa não se restringe a ser uma ferramenta para a
essencial para o leitor formular hipóteses e inferências a compreensão dos valores culturais americanos e britânicos,
respeito do significado do texto. pois é um meio de interagir com o mundo globalizado.
Além das contribuições da Sociolinguística para o estudo
Cultura e sociolinguística no ensino e na aprendizagem da Aquisição de LE, este trabalho demonstrou que o
de língua estrangeira conhecimento linguístico também é importante para a prática
pedagógica. Através deste conhecimento, o professor torna-se
Em seu estudo, Carina Silva Fragozo diz que o aprendizado capaz de considerar as diferenças linguísticas e culturais entre
de línguas estrangeiras caracteriza-se como um processo os membros de uma comunidade, assim como seus valores
bastante complexo, pois envolve muito mais do que a sociais, de modo a desenvolver o currículo e o método mais
habilidade de produzir e compreender sentenças na língua- adequados para determinados contextos de ensino. A
alvo. A língua é também um fenômeno social e, assim, aplicação do conhecimento sociolinguístico na prática
linguagem, comunicação e cultura estão diretamente pedagógica tem contribuído para o desenvolvimento de uma
relacionadas, já que todos nós possuímos uma linguagem, pedagogia culturalmente sensível aos conhecimentos e valores
estamos inseridos em uma sociedade e possuímos nossos culturais que o aluno já possui, de modo a combater o estigma
próprios valores culturais. As relações entre língua, sociedade linguístico. Além disso, por meio do conhecimento
e cultura têm sido cada vez mais abordadas no estudo da sociolinguístico, o professor torna-se capaz de perceber que
aquisição de língua estrangeira e, desse modo, cresce o nem sempre as dificuldades apresentadas pelos alunos
interesse pela interface entre Sociolinguística e Aquisição de durante a aquisição de uma língua estrangeira são originadas
Língua Estrangeira (LE), que estuda o modo em que o contexto pelo contexto linguístico, pois, muitas vezes, fatores
social influencia a aquisição e o uso de uma segunda língua. extralinguísticos como idade, período de aquisição da língua
Cultura e Sociolinguística na aula de LE Segundo Brown, estrangeira, motivação e background cultural podem ter
cultura é o contexto em que existimos, sentimos e nos grande influência sobre o aprendizado.
relacionamos com outras pessoas. De acordo com o autor, uma
língua é parte de uma cultura e uma cultura é parte de uma LINGUÍSTICA APLICADA A CONTEXTOS SOCIAIS:
língua, sendo estes dois aspectos conectados de tal forma que LINGUAGEM ESPECIALIZADA2
não é possível separá-los sem perder-se a importância da
cultura ou da língua. Com relação à prática pedagógica, há A linguística é uma ciência que possui a capacidade de
professores que não sabem como interligar o ensino de língua analisar os fenômenos presentes na linguagem em diferentes
estrangeira com o de cultura e acreditam que seu papel seria o contextos sociais. O conhecimento proveniente das teorias que
de ensinar língua “e” cultura. Entretanto, o ensino de cultura emergem da ciência linguística se aplica ao contexto
não deve ser visto como uma atividade “extra”, ou como uma empresarial, público ou privado, a partir do momento em que
quinta habilidade a ser aprendida (escrita, leitura, fala, escuta se suscita uma melhoria na capacidade de interação entre os
e cultura), e sim como um pano de fundo durante todo o membros dos grupos sociais pertencentes a esse contexto.
processo de ensino e de aprendizagem. É importante, por Esses grupos se valem de normas reguladoras do
exemplo, que o professor possibilite o conhecimento de comportamento linguístico de seus integrantes para se
diferentes culturas e, em vez de fazer com que os alunos se estabelecer a definição de um padrão na comunicação diária.
comportem como membros de determinado grupo cultural, Ressalte-se que ao analisar a linguagem em uso por grupos
levem estes a interpretar os significados de tal cultura. em diferentes contextos sociais, não há como deixar de
Segundo Sarmento (2004), é importante que os alunos sejam considerar as questões relativas ao léxico. O estudo acerca de
levados a tornarem-se responsáveis por suas próprias qualquer grupo social dentro de uma comunidade linguística,
palavras, de modo que aprendam a fazerem-se compreendidos pressupõe, logo de início, a existência de diversidade ou de
por membros de diferentes grupos culturais sem precisar variação, ou seja, toda comunidade de falantes se caracteriza
mudar de comportamento. Além disso, é tarefa do professor pelo emprego de diferentes modos de falar. Partindo dessa
demonstrar ao aluno os diferentes registros da língua-alvo concepção, pode-se dizer que a língua falada em toda
(formal ou informal), para que ele seja capaz de escolhê-los comunidade linguística apresenta sempre variações, o que
conforme a situação de comunicação. vale dizer que isso se deve ao fato de nenhuma língua se
Para isso, a autora sugere que, em vez de apresentar os manter como uma entidade homogênea, cabendo a sua
comportamentos e costumes estrangeiros para demonstrar representação por um conjunto de variedades.
como os falantes da língua-alvo se comportam, seria mais No presente artigo, temos a pretensão de apresentar a
proveitoso resgatar inadequações culturais da fala dos reflexão do caráter social do léxico e abordagens teóricas de
próprios alunos, o que os tornariam mais conscientes sobre diferentes autores sobre o tema norma e comportamento
seus estilos discursivos. Assim, o objetivo da aula de LE não linguístico. Dentre os assuntos em discussão, destacam-se a
seria o de fazer o aluno seguir as regras da cultura-alvo, e sim estrutura e as ciências do léxico, bem como as questões sociais
o de fazê-lo perceber os contrastes entre sua cultura e a cultura que emergem da implementação de normas reguladoras de
estrangeira. Portanto, o ensino de cultura é relevante por comportamentos, o uso de variante padrão e não padrão e a
evitar o estabelecimento de estereótipos e permitir que o concepção de certo e errado, em relação ao uso prático da
aluno tenha controle de seu próprio aprendizado, sendo capaz língua portuguesa.
de questionar o contexto em que o aprendizado da língua alvo
está inserido. Com relação ao ensino de inglês em países como Caráter Social do Léxico
o Brasil, em que os aprendizes não têm muitas oportunidades
para utilizar a língua fora da sala de aula, é comum alunos com Não há como contestar as fortes relações existentes entre
baixo background cultural se questionarem sobre a validade o léxico e cultura, léxico e sociedade. De acordo com Ferraz, a
de aprender outra língua e outra cultura. É dever do professor, capacidade do léxico de representar através de signos, os
em situações como essa, mostrar o papel da língua inglesa componentes do mundo referencial, físico, cultural, social e
como língua internacional, o que a torna a língua dos negócios, psicológico em que se situa o homem, o coloca como o
da pesquisa científica, do comércio, da tecnologia e da elemento da língua de maior efeito extralinguístico.
Inglês 3
APOSTILAS OPÇÃO
Os diversos grupos sociais formados a partir da família, Em seus estudos acerca da estruturação do léxico,
escola, profissões relacionadas aos contextos empresariais, Biderman pondera que a abordagem onomasiológica é
religião, etc., presentes na evolução humana utilizam a língua característica da Lexicologia, muito embora a Lexicografia
como instrumento de comunicação interna e externa desses funcione sobremaneira dentro do método semasiológico.
grupos. O instrumento língua, utilizado na interatividade entre Reforça, ainda, essa pesquisadora que o confronto de um
todos os diversos grupos das comunidades de fala distintas, campo onomasiológico com os campos semasiológicos afins
está provido de um conjunto de signos que reportam ao atesta o fato de que eles se interpenetram e configuram-se
universo de coisas pertencentes aos membros dos citados como complementares.
grupos. Importa mencionar que a estrutura dos campos
Dentro de uma comunidade coexistem duas forças que onomasiológico e semasiológico encontra-se em constante
agem em sentido contrário: a de manutenção e a de variação mutação, tendo em vista a criatividade humana e o
do código linguístico, o que propicia a coexistência de formas consequente processo evolutivo da sociedade.
conservadoras e de formas inovadoras. Conforme é postulado Para Guilbert, ao compararmos as questões inerentes à
por Ferraz, a interação contínua dessas forças permite que a gramática e ao léxico, devemos ressaltar que o léxico, ao
língua natural se renove sem perder a sua base de identidade. contrário da gramática, sofre uma transformação muito mais
Outra postulação do mesmo autor é a de que não se pode rápida em seus elementos constituintes. Esse autor define que
afirmar que os membros de uma comunidade de fala se a gramática é uma estrutura puramente linguística, ao passo
comportam de forma padronizada, pois, se assim o fizermos, que o léxico, tendo em vista a dualidade
não estaríamos considerando o processo variacional significante/significado, participa da estrutura linguística e,
propiciado pelas diferenças existentes em função de geração, também, da evolução do mundo. Se por um lado o léxico
de origem, de profissão, de religião ou de formação envelhece em alguns de seus elementos, por outro, é
sociocultural que se fazem presentes em todos componentes enriquecido por novos elementos em conexão com a
da língua. quantidade de referentes novos e suas transformações.
Diante da exposição acima, Ferraz considera que, Diante dessa concepção, o léxico tem como função
[...] a comunidade linguística não é inteiramente representar na língua o mundo, em suas diversidades material,
homogênea: fragmenta-se em outras comunidades linguísticas social, cultural. Resultando na evolução, transformação, e
menores. Essa situação oferece ao usuário da língua condições criação no plano referencial que se estende automaticamente
de transitar a um só tempo por vários grupos linguísticos, isto ao nível lexical, independente de qual seja a forma semântico-
é, experimentar as variações estabelecidas em seu código lexical adotada para expressá-la. Sendo assim, o léxico deve,
linguístico ou utilizar, em caso de comunidade plurilíngue, necessariamente, fazer frente às novas necessidades da
mais de um sistema de signos linguísticos. sociedade, uma vez que toda “coisa”, todo conceito deve ser
O léxico de uma língua reflete o repositório de experiências nomeado para ser objeto do conhecimento e ter acesso a uma
seculares das comunidades que a utilizaram e a utilizam, de existência social.
forma que o léxico se constitui de unidades criadas a partir da
necessidade de interação com o universo sociocultural. De As ciências do Léxico
acordo com Ferraz, a evolução de uma sociedade, bem como as
transformações culturais (tradição, costume, moda, crença) O léxico como objeto de estudo tem sido abordado ao longo
propiciam mudanças no léxico, uma vez que esse está dos anos por várias ciências; importa-nos saber, neste artigo,
diretamente associado ao universo de pessoas e coisas. que a Lexicologia, a Lexicografia e a Terminologia estão
diretamente ligadas à materialidade linguística do objeto
Estrutura do Léxico léxico e que cada uma, a sua maneira, descreve o léxico das
línguas existentes. Porém, o léxico como componente social da
Pesquisas de diferentes linhas teóricas têm sido língua é estudado pela sociolinguística, que correlaciona
desenvolvidas com objetivo de constituir uma metodologia aspectos linguísticos e sociais nos trabalhos de pesquisa.
que dê cobertura ao estudo da forma como se estrutura o Sendo assim, apresentaremos, de maneira superficial, as três
léxico de uma língua. Entre os vários modelos propostos para ciências que descrevem o léxico em sua materialidade
a análise da estruturação do significado, há que se destacar a linguística e daremos um enfoque maior à Terminologia, por
teoria do campo semasiológico e onomasiológico, proposta entendermos que esta possui uma maior relação com o
por Kurt Baldinger que tão bem define e caracteriza essas contexto empresarial.
noções. Para esse estudioso, na estruturação do léxico, um
campo onomasiológico reúne todos os significantes de um Lexicologia
dado significado, ao passo que um campo semasiológico
engloba todos os significados possíveis que possam A Lexicologia é uma ciência do ramo da Linguística que tem
representar um determinado significante. Nessa perspectiva, a por objetivo o estudo científico do acervo de palavras de um
Onomasiologia representa a exposição das designações, determinado idioma, a que chamamos de léxico, sob diversos
enquanto a Semasiologia traduz a exposição das significações. aspectos. Para isso, ela procura determinar a origem, a forma
Para esse semanticista, a Onomasiologia e a Semasiologia e o significado das palavras que constituem o acervo de itens
representam dois enfoques, opostos e complementares, do lexicais de um idioma, bem como o seu uso na comunidade dos
processo léxico-semântico. falantes. Assim, por meio da Lexicologia, torna-se possível
No estabelecimento dos domínios desses dois campos, observar e descrever cientificamente as unidades léxicas de
Baldinger, sob a ótica da comunicação, destaca o seguinte: uma comunidade linguística. Na Lexicologia, a parte que mais
“..a onomasiologia corresponde à situação do falante que, importa é a unidade léxica. Conforme, Andrade:
tendo a sua disposição o tesouro estruturado da língua, deve [...] lexicologia é o estudo científico do léxico, isto é,
expressar seu pensamento; a semasiologia, em troca, propõe-se a estudar o universo de todas as palavras de uma
corresponde à situação do ouvinte que percebe formas já língua, vistas em sua estruturação, funcionamento e mudança,
selecionadas quer dizer, palavras sujeitas à polissemia e que cabendo-lhe, entre outras tarefas: definir conjuntos e
deve determinar as significações em questão. Ao longo da subconjuntos lexicais; examinar as relações do léxico de uma
comunicação oscilamos continuamente entre a onomasiologia língua com o universo natural, social e cultural; conceituar e
(ao falar) e a semasiologia (ao ouvir)” delimitar a unidade lexical de base – a lexia [...] (ANDRADE).
Inglês 4
APOSTILAS OPÇÃO
Inglês 5
APOSTILAS OPÇÃO
preocupação em manter a precisão conceitual na definição dos Mollica afirma que as variáveis linguísticas e não
termos. Sendo assim, podemos conceber que se há uma linguísticas não agem isoladamente, mas operam num
precisão conceitual, evidentemente, existem normas para o conjunto complexo de correlações que inibem ou favorecem o
uso da linguagem composta por termos, da mesma forma que emprego de formas variantes semanticamente equivalentes e
existem normas para o uso da linguagem composta pelas cita como exemplos: escolarização alta, contato com a escrita,
demais unidades léxicas do chamado léxico geral da língua, o com os meios de comunicação de massa, nível socioeconômico
que nos permite inferir, que em ambos os casos, há a alto e origem social alta. De acordo com essa autora, as
necessidade de se atingir um padrão na comunicação. variáveis citadas como exemplos concorrem para o aumento
A norma pode ser interpretada por diversas correntes na fala e na escrita das variedades prestigiadas, admitindo,
teóricas, como veremos na próxima seção. Porém, ao se valer dessa forma, que existam pelo menos o padrão popular e o
de uma norma para se chegar a um padrão, simultaneamente, culto.
buscamos manter o prestígio da norma mais valorizada para o Ainda em relação à norma, Mollica postula que a
contexto em que fazemos uso da linguagem. Se o contexto de escolarização tem sido testada amplamente para se verificar o
uso relaciona-se a segmentos empresariais, que suscitam de seu grau de influência sobre os falantes quanto à apropriação
uma maior formalidade nas comunicações, obviamente, da norma de prestígio. A autora destaca a existência de três
procuraremos nos pautar em um padrão de norma que se tendências para efeito da escolarização sobre as formas
assemelha ao padrão considerado culto. padrão provenientes de estilos e gêneros mais formais. Essas
tendências referem-se ao uso de variante padrão
Norma e Variação estigmatizada pela escola que chegam a ser corrigidas, uso de
variante padrão e não padrão simultaneamente e substituição
A norma é objeto de estudo de várias correntes teóricas, da variante não padrão pela variante padrão. Silva e Scherre
embora essa não tenha sido muito destacada na corrente demonstraram as três tendências em painel de forma
estruturalista, foi Eugênio Coseriu (1979), no âmbito dessa ampliada:
corrente, quem explicou com mais clareza o conceito de a) Podem ocorrer casos em que os falantes entram na
norma, vinculando-o ao de “langue” e de “parole” da teoria escola oscilando entre um grande e um pequeno uso da
saussureana. Ao inserir o conceito de norma no modelo de variante padrão; a escola “poda” a criança que não se amolda
Saussure, que contemplava a dicotomia língua/fala, Coseriu ao sistema de ensino. (...) Nesses casos, trata-se de variantes
amplia o modelo existente para tricotomia sistema, norma e estigmatizadas pela escola, que chegam a ser
fala. sistematicamente corrigidas.
De acordo com Coseriu, na norma, a referência é ao como b) Em outros casos, em que a maioria dos falantes entra na
se diz e não ao como se deve dizer, esse traço caracteriza a escola sem usar a variante padrão, esta é adquirida durante
norma prescritiva. Na visão desse autor, o sistema é sua escolarização sem que desapareça, porém, a variante não
compreendido como um conjunto de oposições funcionais, padrão. Enquanto no primeiro ano escolar só há indivíduos
enquanto a norma é a realização coletiva do sistema, incluindo que tendem a usar ambas as variantes. (...) Algumas variantes
o próprio sistema com seus elementos não pertinentes, mas não padrão não chegam a ser estigmatizadas pela escola, não
normais na fala de uma comunidade. Sendo assim, podemos sendo objeto de correção.
inferir que a norma é, portanto, o costume, a tradição c) Finalmente, uma terceira modalidade ocorre quando os
continuada, presente nos hábitos linguísticos de uma falantes entram na escola apenas com a variante que se
comunidade. Dessa forma, a norma é, segundo Coseriu, “um considera não padrão, mas, paulatinamente, substituem essa
sistema de realizações obrigatórias, consagradas social e variante pela considerada padrão.
culturalmente”. Conforme Bourdieu, as manifestações linguísticas recebem
Na teoria sociolinguística de orientação laboviana, a norma um valor do que ele denominou “mercado linguístico”, aliado
é vista como as realizações sociais e culturais avaliadas à renda, sexo, faixa etária e nível escolar do falante.
positivamente por uma determinada comunidade. O que a Conforme Naro e Scherre, o efeito da mídia sobre as
sociolinguística tem explicitado em suas pesquisas é que os variantes de prestígio tem despertado o interesse e tem sido
aspectos funcional e social da linguagem se interpenetram de objeto de estudo para verificar até que ponto há influência dos
maneira que não se pode conceber um sem o outro. meios de comunicação nos comportamentos linguísticos.
Labov assinala que, na pesquisa realizada por ele em Nova Mollica avalia que, embora haja evidências da correlação
Iorque, na investigação em torno da pronúncia do r, ficou constante e regular entre estruturas linguísticas standard
comprovado que o processo de socialização linguística em (padrão), há também o indicativo de que o uso de construções
favor do uso da norma de prestígio foi mais lento para os não padrão com certa frequência por pessoas de classe e renda
membros da classe média baixa, que não vão à faculdade, do alta, como é o caso do uso de dele em substituição a seu, com o
que para os falantes da classe média alta, que começam se objetivo de evitar ambiguidades, tem se consolidado como
ajustar à nova norma nos últimos anos da escola secundária. standard entre as pessoas pertencentes a essa classe.
Isso revela que a norma de prestígio mantém um padrão de
referência que tende a influenciar no comportamento COMO REDIGIR CORRETAMENTE EM INGLÊS
linguístico dos falantes daquela comunidade.
Preti, sobre as questões inerentes à norma, postula que ela De acordo com Ricardo Schütz3 enrolar, enfeitar a jogada,
representa o acesso ao processo de padronização e enfeitar a noite do meu bem, encher linguiça, são expressões
nivelamento da língua utilizada por um grupo social, cabendo populares usadas para referir-se ao hábito do uso da retórica
à própria comunidade preservar a norma por ela mesma na linguagem. Esta tendência, frequentemente observada em
estabelecida. Essa posição em relação à preservação da norma, português, é um vício remanescente de séculos passados,
por parte da comunidade, fica evidente na preocupação dos quando a linguagem escrita era uma arte dominada por poucos
falantes em manter a variante tida como padrão, quando e a sua função era predominantemente literária. Retórica era
procuram saber o que é certo ou errado em questões inerentes sinal de erudição, e por vezes a forma chegava a se impor sobre
à língua. o conteúdo.
Brazil <http://www.sk.com.br/sk-write.html>.
Inglês 6
APOSTILAS OPÇÃO
Nos tempos modernos, entretanto, com a dedicava muito tempo burilando textos que valorizavam a
internacionalização do mundo e com o crescente estética e o subjetivismo, num mundo que ainda se
desenvolvimento da tecnologia de comunicação, a comunicava muito através da literatura.
funcionalidade dos idiomas como meios de comunicação clara
e objetiva se impõe a tudo mais, fato este reconhecido também Outros vão mais longe ainda. Afirmam que, há mais de 20
pelos mais respeitados representantes da língua portuguesa: séculos, diferenças sociais e culturais já marcavam contrastes.
Enquanto o Império Romano da língua latina mantinha seu
"A diferença entre o escritor e o escrevedor está sobretudo apogeu pela força militar, permitindo a existência de classes
na economia vocabular. Conseguir o máximo com o mínimo - eruditas que podiam se dedicar às artes e às letras, quando
eis um sábio programa." (Celso Pedro Luft) meio século antes de Cristo o orador Cícero já se dedicava à
crítica literária e ao estudo de retórica e o poeta Virgílio
Especialmente no caso do inglês, hoje adotado como língua destilava seu lirismo profetizando com eloquência o destino de
internacional, esta tendência é marcante. O inglês moderno na Roma no mundo; àquela época os povos bárbaros de línguas
sua forma escrita não tolera retórica. No comércio germânicas encontravam-se ou guerreando ou trabalhando
internacional, na imprensa escrita, e nos meios acadêmicos para sobreviver e pagar impostos ao Império, sem tempo para
exige-se cada vez mais clareza. Frases longas, adjetivação as artes, e usando uma linguagem de comunicação curta e
excessiva, tom vago, textos que exigem maior esforço para objetiva, sintonizada em fatos concretos e nos afazeres de seu
serem compreendidos, falta de concisão, todas estas dia-a-dia.
características facilmente são consideradas pobreza de estilo.
A beleza do inglês moderno está na substância, na Seja qual for a origem, o fato é que hoje, em pleno alvorecer
simplicidade, na clareza, na riqueza de detalhes e na da era da informação, num mundo que se transforma numa
integridade lógica. comunidade cada vez mais interdependente e que se comunica
cada vez mais, diferenças idiomáticas representam um
Em paralelo a isso, a redação e editoração de textos via empecilho para ambos os lados. Nunca o mundo se comunicou
computadores está criando uma tendência à padronização do tanto, nunca o tempo foi tão curto para tanta informação, e
inglês na sua forma escrita. Pelo fato de ter sido um país de portanto nunca a objetividade na linguagem foi tão necessária.
língua inglesa (EUA) o berço da informática, os softwares hoje
existentes para processamento ou edição de textos oferecem REGRAS PARA UMA BOA REDAÇÃO
recursos avançados para verificação gramatical de textos em
inglês. Estes "grammar checkers" seguem todos os mesmos 1. Organize suas ideias em itens, faça um outline.
preceitos básicos, influindo de forma semelhante sobre quem
redige, e conduzindo lenta e gradativamente a uma maior Itemizar os pontos importantes da ideia possibilita
padronização na forma de escrever. disciplinar seu pensamento, estabelecendo uma sequência
lógica entre os elementos da ideia. Possibilita também
Por tudo isso pode-se dizer que redigir bem em inglês é relacionar todos os pontos importantes e estabelecer uma
mais fácil do que se imagina. A primeira condição, que apesar hierarquia de importância entre eles. Um outline ou esboço
de elementar é muito pouco observada, é de que o texto seja normalmente contém uma introdução, desenvolvimento da
sempre criado a partir de uma ideia. Em qualquer língua, texto ideia com discussão de todos os elementos, e conclusão.
escrito deve ser sempre o reflexo de uma ideia, que por sua vez
origina-se em fatos do universo. A ideia é sempre anterior ao 2. Certifique-se de que cada oração tenha um sujeito e
texto. Se a ideia não for clara, o texto também não o será. que o sujeito esteja antes do verbo.
Outra condição é domínio sobre o idioma falado. A Em português frequentemente as frases não têm sujeito.
expressão comumente ouvida: "essa frase não me soa bem" Sujeito oculto, indeterminado, inexistente, são figuras
bem ilustra a importância da oralidade. Ou seja, não é o gramaticais que no português explicam a ausência do sujeito.
conhecimento gramatical, mas sim a familiaridade com a Isto no inglês entretanto não existe. A não ser pelo modo
língua falada que nos permite discernir o certo do errado, o imperativo, toda frase em inglês normalmente tem sujeito. Na
bom estilo do estilo pobre. É por isso que traduções ou versões falta de um sujeito específico, muitas vezes o pronome IT deve
a partir de um texto em português, feitas com a ajuda de ser usado. Além disso, em português muitas vezes o sujeito
dicionário, normalmente produzem resultados desastrosos. A aparece no meio ou no fim da frase. Em inglês ele deve estar
não ser quando se trata de documentos, e com ressalvas, não sempre antes do verbo (a não ser no caso de frases
deveria existir o que chamam de tradução literal. Todo texto interrogativas), e de preferência no início da frase. Observe os
precisa ser interpretado, isto é: a ideia precisa ser entendida e seguintes exemplos:
então recriada, e diferenças culturais explicadas sob a nova
ótica.
Está chovendo. (sujeito It's raining.
inexistente)
ORIGENS DAS DIFERENÇAS
An airplane crashed
Ontem caiu um avião. yesterday.
Há quem diga que esta tendência no português de se ser
vago, de se valorizar uma linguagem afastada dos fatos e
Esses dias apareceu lá na A salesman came to the
maquiada pelas formas, é um hábito originado nos anos de
companhia um vendedor. office the other day.
regime militar, quando jornalistas tinham que informar mas
Acaba de fracassar uma One of the most
tinham receio de se comprometer. A "liberdade vigiada"
daqueles anos de regime de exceção exigia um subterfúgio, estratégia publicitária das creative publicity
mais criativas. strategies has just failed.
uma linguagem não-explícita, cuja mensagem ficasse por conta
da capacidade de imaginação do leitor.
Há cerca de dois meses, The representative of our
justamente quando a creditor banks attended a
Já outros acreditam serem as raízes mais profundas.
empresa passava por directory meeting about
Evocam o período colonial do Brasil, quando o trabalho era
dificuldades de natureza two months ago to warn
responsabilidade da mão-de-obra escrava, e a classe letrada
Inglês 7
APOSTILAS OPÇÃO
Inglês 8
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplo de um
O mesmo texto
texto em
Como não deve redigido em
português
ser redigido em inglês, de forma
normal,
inglês: mais
abundante em
apropriada:
voz passiva:
Ficou decidido
It has been
que os débitos
decided that the
deverão ser The company
debts must be paid
saldados até o decided the
before the end of
final do mês de farmers must pay An old man plays his cello at the foot of a crumbling wall.
the month of
novembro, a their debts before The notes of the sarabande of Bach’s Suite No 2 rise in the cold
November, being
partir de quando the end of air, praising God for the “miracle” of the fall of the Berlin Wall,
after then
então serão November. After as Mstislav Rostropovich later put it. The photograph is seen
collected with
cobrados com that, interest and around the world. The date is 11 November 1989, and the
interest and
juros e correção monetary Russian virtuoso is marching to the beat of history.
monetary
monetária. Os correction will be Publicity stunt or political act? No doubt a bit of both – and
correction
plantadores em added. Our field proof, in any case, that music can have a political dimension.
(inflation). The
débito serão personnel will Yo-Yo Ma showed as much in September when the cellist
farmers in debt
visitados pelo visit and notify opened the new season of the Philharmonie de Paris with the
will be visited by
pessoal de campo the farmers of the Boston Symphony Orchestra. As a “messenger of peace” for the
the field personnel
e serão avisados a new United Nations, the Chinese American is the founder of Silk
and will be
respeito das determinations. Road Project, which trains young musicians from a variety of
notified of the new
novas cultures to listen to and improvise with each other and
determinations.
determinações. develop a common repertoire. “In this way, musicians create a
dialogue and arrive at common policies,” says analyst Frédéric
Ramel, a professor at the Institut d’Études Politiques in Paris.
7. Mantenha uma conexão lógica entre as frases
By having music take the place of speeches and peace talks, the
fazendo uso correto de Words of Transition.
hope is that it will succeed where diplomacy has failed.[…]
Curiously, the study of the role of music in international
Words of transition ou Words of connection são conjunções,
relations is still in its infancy. “Historians must have long seen
advérbios, preposições, etc., que servem para estabelecer uma
it as something fanciful, because history has long been
relação lógica entre frases e ideias. O uso correto destas
dominated by interpretations that stress economic, social and
palavras de conexão confere elegância ao texto e, mais
political factors,” says Anaïs Fléchet, a lecturer in
importante, solidez ao argumento. Exemplos:
contemporary history at the Université de Versailles-St-
Quentin and co-editor of a book about music and globalisation.
I went swimming in spite of the “As for musicologists,” she adds, “until quite recently they
It was cold. I went
cold weather. Although it was cold, were more interested in analysing musical scores than the
swimming.
I went swimming. actual context in which these were produced and how they
were received.” In the 1990s came a cultural shift. Scholars
Many people watch TV. were no longer interested solely in “hard power” – that is, in
Although many people watch TV, I
I don't like to waste my the balance of powers and in geopolitics – but also in “soft
don't like to waste my time
time watching power”, where political issues are resolved by mutual support
watching television because the
television. The quality rather than force. […]
quality of the programs is very
of the programs is very
poor. Therefore I'm going to read
poor. I'm going to read
books instead of watching soap
books. I'm not going to
operas.
watch soap operas.
Inglês 9
APOSTILAS OPÇÃO
Gilberto Gil sings while then UN secretary general Kofi Leia o texto e responda as questões 3 e 4.
Annan plays percussion at a September 2003 concert at the UN Text 1
headquarters honouring those killed by a bomb at a UN office The good oil boys club
in Baghdad a month earlier. Photograph: Zuma/Alamy
Since then, every embassy has a cultural attaché. The US It should have been a day of high excitement. A public
engages in “audio diplomacy” by financing hip-hop festivals in auction on July 15th marked the end of a 77-year monopoly on
the Middle East. China promotes opera in neighbouring states oil exploration and production by Pemex, Mexico`s state-
to project an image of harmony. Brazil has invested in culture owned oil company, and ushered in a new era of foreign
to assert itself as a leader in Latin America, notably by investment in Mexican oil that until a few years ago was
establishing close collaboration between its ministries of considered unimaginable.
foreign affairs and culture; musician Gilberto Gil was culture The Mexican government had hoped that its firstever
minister during Luiz Inácio Lula da Silva᾽s presidency from auction of shallow-water exploration blocks in the Gulf of
2003 to 2008. He was involved in France’s Year of Brazil. As Mexico would successfully launch the modernisation of its
Fléchet recalls, “the free concert he gave on 13 July, 2005 at the energy industry. In the run-up to the bidding, Mexico had
Place de la Bastille was the pinnacle. That day, he sang La sought to be as accommodating as its historic dislike for
Marseillaise in the presence of presidents Lula and Jacques foreign oil companies allowed it to be. Juan Carlos Zepeda,
Chirac.” Two years earlier, in September 2003, Gil sang at the head of the National Hydrocarbons Commission, the regulator,
UN in honour of the victims of the 19 August bombing of the had put a premium on transparency, saying there was “zero
UN headquartes in Baghdad. He was delivering a message of room” for favouritism.
peace, criticising the war on Iraq by the US: “There is no point When prices of Mexican crude were above $100 a barrel
in preaching security without giving a thought to respecting last year (now they are around $50), the government had
others,” he told his audience. Closing the concert, he invited spoken optimistically of a bonanza. It had predicted that four
then UN secretary general Kofi Annan on stage for a surprise to six blocks would be sold, based on international norms.
appearance as a percussionist. “This highly symbolic image, It did not turn out that way. The results fell well short of
which highlighted the conviction that culture can play a role in the government’s hopes and underscore how residual
bringing people together, shows how music can become a resource nationalism continues to plague the Latin American
political language,” Fléchet says. oil industry. Only two of 14 exploration blocks were awarded,
(adapted from http://www.theguardian.com/music/2015/oct/31 /music- both going to the same Mexican-led trio of energy fi rms. Offi
language-human-rights-political-diplomacy)
cials blamed the disappointing outcome on the sagging
international oil market, but their own insecurity about
The word that is closer in meaning to “stunt” in the
appearing to sell the country’s oil too cheap may also have
question “Publicity stunt or political act?” is:
been to blame, according to industry experts. On the day of the
(A) tip;
auction, the fi nance ministry set minimum-bid requirements
(B) event;
that some considered onerously high; bids for four blocks
(C) brand;
were disqualifi ed because they failed to reach the offi cial fl
(D) story;
oor.
(E) poster.
(Source: http://www.economist.com/news/business/21657827-
2. (TRE-MT – Conhecimentos Gerais para o Cargo 3 – latinamericas-oil-fi rms-need-more-foreign-capital-historic-
auctionmexico-shows)
CESPE) In the short term, the justice system can gain
consistency by striving for standardization and by publishing
3. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento –
the result of that effort. Broadly speaking, the court system
ESAF) According to text 1 above, Juan Carlos Zepeda
resolves disputes by providing answers where the parties
(A) disliked all foreign oil companies.
themselves cannot find them. It generates public trust by
(B) was for favouritism.
honouring arguments with new solutions, and this
(C) gave reluctant support to the first auction.
fundamental task must be supported by proportional and
(D) was certain that no rigging was to happen.
adequate use of technology, never reduced. In this sense,
(E) was against the auction.
judicial organizations need to pay serious attention to their
information technology policies to guarantee that justice is
4. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento –
served.
ESAF) As stated in the passage, the public auction
Public guidelines for frequently occurring decisions can
(A) gave rise to new times concerning oil production.
fulfil the need for consistency. Automating the guidelines can
(B) started the monopoly on oil exploration.
be a next step. Public guidelines can reduce the number of
(C) cut off the hopes for a bonanza.
points in dispute, and perhaps even entire disputes, to be put
(D) was successful in achieving the modernization of
before the judge. Thus, increasing consistency also shortens
Mexican economy.
turnaround time. There is more to this than just implementing
(E) set out apprehension for the expansion of oil
technology, however. Developing routines and public
exploration and production.
guidelines require active work on the part of the judges and
their staff in the courts. Judiciaries need to be responsible for
5. (Receita Federal – Auditor Fiscal da Receita Federal
their own performance as administrators of justice.
– ESAF) The IRS Chief Counsel is appointed by the President
Internet: <http://home.hccnet.nl> (adapted). of the United States, with the advice and consent of the U.S.
Senate, and serves as the chief legal advisor to the IRS
According to the text, public guidelines. Commissioner on all matters pertaining to the interpretation,
(A) show that judges and their staff are responsible for the administration, and enforcement of the Internal Revenue
administration of justice. Code, as well as all other legal matters. Under the IRS
(B) will increase the amount of time needed for a court Restructuring and Reform Act of 1998, the Chief Counsel
decision. reports to both the IRS Commissioner and the Treasury
(C) can become automated for frequent decisions. General Counsel. Attorneys in the Chief Counsel’s Office serve
(D) solve the points in dispute. as lawyers for the IRS. They provide the IRS and taxpayers
(E) have the power to certainly reduce entire disputes. with guidance on interpreting Federal tax laws correctly,
Inglês 10
APOSTILAS OPÇÃO
represent the IRS in litigation, and provide all other legal CALL I need to call off our
support required to carry out the IRS mission. Chief Counsel cancelar
OFF meeting.
received 95,929 cases and closed 94,323 cases during fiscal He keeps putting off
year 2012. Of the new cases received, and cases closed, the PUT OFF adiar
going to the dentist.
majority related to tax law enforcement and litigation,
If you keep those results
including Tax Court litigation; collection, bankruptcy, and
KEEP UP manter up you will get into a
summons advice and litigation; Appellate Court litigation;
great college.
criminal tax; and enforcement advice and assistance. In Fiscal
Year 2012, Chief Counsel received 31,295 Tax Court cases SHOW
aparecer She finally showed up.
UP
involving taxpayers contesting an IRS determination that they
owed additional tax. The total amount of tax and penalty in CHEER Alegrar / animar They brought you some
dispute at the end of the fiscal year was almost $6.6 billion. UP alguém ou algo flowers to cheer you up.
(Source: Internal Revenue Service Data Book, 2012.) ASK convidar alguém He asked me out last
OUT para sair week.
During fiscal year 2012, the Chief Counsel's office GET dar-se bem com I get along well with my
succeeded in ALONG alguém sister
(A) turning down over 30,000 appeals by taxpayers.
(B) securing over $6 billion for the State.
Separable and Inseparable Phrasal Verbs
(C) winning the majority of litigation cases.
(D) processing most of the cases it received.
Diversos Phrasal Verbs podem ter o verbo e a preposição
(E) voiding 1,606 cases fled by taxpayers.
separados por meio de um objeto, esse tipo de Phrasal Verb é
denominado “Separable”.
Gabarito
No entanto, há outros em que o verbo e a preposição
devem estar juntos, esses são os “Inseparable”.
01. B / 02. C / 03. D / 04. A / 5. (D)
Run into (topar, bater, atropelar algo ou alguém) – I
2) Conteúdos linguístico- always run into Dr. Freman at the supermarket.
(Inseperable)
textuais: a) Denotação e
conotação Write down (anotar) – I write everything he says down.
(Separable)
Em língua portuguesa, Denotação é quando uma palavra é Segue abaixo uma lista com os principais Phrasal Verbs:
interpretada no sentido literal, como por exemplo:
GIVE UP - desistir
“Eu fiz uma tatuagem no meu braço direito”, ou GO ON - continuar
“Machuquei meu braço ontem” GET OVER - acabar
COME BACK - voltar
Ou seja, como expressado acima, as palavras (ou frases) CALL BACK- retornar a ligação
estão referenciando diretamente a parte do corpo chamada FIND OUT - descobrir
“braço” HANG ON - esperar
DROP OFF – deixar algo em algum lugar
E Conotação, é quando a não usamos essa interpretação LOOK OVER - revisar
literal das palavras. Usando a palavra braço do mesmo THROW AWAY – jogar fora
exemplo anterior temos: THINK OVER - considerar
“O Vice-Presidente é o braço direito do Presidente”, ou FILL IN – preencher
“Não seja aquela pessoa que nunca da o braço a torcer” FIX UP - consertar
HOLD ON - esperar
Como podemos ver, são expressões que caracterizam algo WORK OUT – malhar, exercitar-se
diferente do que a palavra em si queria dizer.
To Call – chamar
Na língua inglesa usamos o nome “Phrasal Verbs” para Call for – exigir, requerer.
representar tais expressões. Exemplo: This work calls for a lot of patience.
Inglês 11
APOSTILAS OPÇÃO
Inglês 12
APOSTILAS OPÇÃO
5. If you don't put any oil in the motor when the (C) Nasty
warning light comes on, it's likely to ______ up. (D) Ravenous
a) send (E) Thrilled
b) seize
c) put 03. Escolha a alternativa correta que apresenta um
d) set antônimo da palavra RIGHT.
(A) Rigid
Gabarito (B) Wrong
(C) Far
1. (A) / 2. (B) / 3. (D) / 4. (C) / 5. (B) (D) Ugly
(E) Dead
c) Correlação morfológica,
sintática e/ou semântica
Estrutura da oração
1. Sujeito
Exemplos:
Questões
- The Microsoft is one of the richest corporations in the
world.
01. Escolha a alternativa correta que apresenta um
- Explorer and Navigator are two famous browsers.
antônimo da palavra BIG.
- The United States, Canada, England and Japan are some
(A) Soft
of the countries where people make the best use of internet.
(B) Strong
(C) Small
O sujeito também pode ser representado por locuções ou
(D) Short
por sintagmas nominais.
(E) Slow
Exemplos:
02. Escolha a alternativa correta que apresenta um
- My parents prefer the eletronic typewriter than the
sinônimo da palavra HUNGRY.
computer for typing their texts.
(A) Elated
- Some of the software we use in the lab must be replaced.
(B) Splendid
Inglês 13
APOSTILAS OPÇÃO
- The world Bank and The United Nations Organization As perguntas que fazemos ao verbo para saber os detalhes
invest money in projects that improve the information (Como? Quando? Com quem? Onde? Por quê? Etc) são
technology. respondidas através destes complementos. Então, teremos: “A
secretária chegou em casa chorando”. “O ônibus saiu vazio da
Encontraremos também orações inteiras que exercem a frente da escola às onze horas”.” O avião caiu por causa de uma
função de sujeito de uma oração. falha mecânica”.
Inglês 14
APOSTILAS OPÇÃO
05. (EBC – Ansalista – CESPE) Translation exists because Defining Relative Clauses - Orações Restritivas
men speak different languages. This truism is, in fact, founded Essas orações definem ou diferenciam o antecedente, ou
on a situation, which can be regarded as enigmatic and posing seja, elas servem para definir sobre quem ou sobre o que
problems of extreme difficulty. Why should human beings estamos falando. Observe suas características:
speak thousands of different, mutually incomprehensible
tongues? Why does homo sapiens, whose digestive tract has - Não são antecedidas de vírgula.
evolved and functions in precisely the same complicated ways Do you know the girl who is talking to Tom?
the world over, whose biochemical fabric and genetic potential (Você conhece a menina que está falando com o Tom?)
are, orthodox science assures us, essentially common, the
delicate runnels of whose cortex are wholly akin in all peoples I was invited to a party which was not very excited.
and at every stage of social evolution – why does this unified, (Fui convidado para uma festa que não estava muito animada.)
though individually unique mammalian species not use I met a woman who can speak six languages. (Conheci uma
common language? mulher que sabe falar seis idiomas.)
We do not speak one language, nor half a dozen, nor twenty
or thirty. Four to five thousand languages are thought to be in Uso dos pronomes.
current use. This figure is almost certainly on the low side. It
seems reasonable to assert that the human species developed FUNÇÃO PESSOA COISA
and made use of at least twice the number we can record
today. A genuine philosophy of language must grapple whit the Sujeito who / that which / that
phenomenon and rationale of the human ‘invention’ and Objeto who / whom / that / - which / that / -
retention of anywhere between five and ten thousand distinct
tongues. However difficult and generalizing the detour, a study Possessivo whose whose
of translation ought to put forward some view of the
evolutionary, psychic needs or opportunities, which have Observando o quadro acima, concluímos que as orações
made translation necessary. To speak seriously of translation restritivas que se referem a pessoas são introduzidas
one must first consider the possible meanings of Babel, their por who, whom ou that, já as orações restritivas que se
inherence in language and mind. referem a coisas são introduzidas por which ou that. O
pronome possessivo whose é usado tanto para pessoas como
George Steiner. After Babel: aspects of language and translation. 2ª ed.
Oxford University Press, 1992, p. 51-4 (adapt ed).
para coisas:
Is this the man who / that stole your bag? (É este o homem
The verbal form “functions” has as its subject “homo que roubou sua bolsa?)
sapiens”. I need a car which is big. (Preciso de um carro que seja
( ) Certo ( ) Errado grande.)
Do you know the boy whose mother is a nurse? (Você
Gabarito conhece o menino cuja mãe é enfermeira?)
The tree whose leaves have fallen. (A árvore cujas folhas
01. Errado / 02. Errado / 03. Certo / 04. Certo / 05. caíram.)
Errado It's the house whose door is painted red. (Trata-se da casa
cuja porta é pintada de vermelho.)
Relative clauses - orações subordinadas - O pronome relativo pode ser omitido quando
exercer função de objeto. Mas lembre-se: essa
As orações subordinadas (subordinate clauses), também omissão jamais pode ocorrer quando o pronome
chamadas de orações dependentes (dependent clauses), exercer função de sujeito. Quando o pronome relativo for
exercem uma função sintática em relação a uma outra oração, seguido por um verbo, ele exerce função de sujeito. Caso o
chamada de oração principal, que requer complemento para relativo seja seguido por um substantivo ou pronome, ele
que seu significado seja completo. Desse modo, as orações exerce função de objeto. Observe os exemplos abaixo:
subordinadas estão sempre ligadas a outra oração, visto que Christopher Columbus was the
sozinhas também não possuem um sentido completo em si. Em man who discovered America. (Cristóvão Colombo foi o
inglês, há dois tipos de orações subordinadas: Relative or homem que descobriu a América.)
Adjective Clauses e Adverbial Clauses. A seguir, veja mais Gustavo is the journalist who writes for the Times.
detalhadamente esses dois tipos de orações subordinadas da (Gustavo é o jornalista que escreve para o Times.)
língua inglesa.
The man who lives next door is my grandfather.
Orações Relativas – Relative / Adjective Clauses (O homem que mora na casa ao lado é meu avô.)
As orações relativas (relative/adjective clauses) This is the person (who) I saw at the bakery last night. –
realizam a mesma função de um adjetivo: complementam um O pronome who é opcional.
substantivo ou um pronome da oração principal, que é (Esta é a pessoa que eu vi na padaria ontem à noite.)
chamado de antecedente. Para adicionarmos informações ao
antecedente, usamos os pronomes Sorry, I have lost the CD (which) I borrowed from you. –
relativos (who, whom, whose, which e that). Há dois tipos de O pronome which é opcional.
orações relativas: as restritivas (defining relative clauses) e (Desculpa, perdi o CD que peguei emprestado de você.)
as explicativas(non-defining relative clauses). A escolha do
pronome relativo dependerá do tipo de oração (restritiva ou Richard is the lawyer (who) we met last week. –
explicativa) e da função que exercem (sujeito, objeto ou ideia O pronome who é opcional.
de posse). A partir de agora, estudaremos cada uma das (Ricardo é o advogado que conhecemos na semana
orações relativas separadamente: passada.)
Fonte: http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/Relativeclause1.php
Inglês 15
APOSTILAS OPÇÃO
Questões IT
US
1. The British Prime Minister, ____ was interviewed
yesterday, denied responsibility. YOU
a) who THEM
b) that (Usados como objeto da frase)
c) Either could be used here.
Exemplos:
2. The car ____ was stolen belonged to my partner. They gave me the book.
a) which She always see him at school.
b) that
c) Either could be used here. 2. Pronomes Possessivos:
Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos,
3. The house ____ they have rented is in the centre of os Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.
town.
a) which POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS
b) that
MY MINE
c) Either could be used here.
YOUR YOURS
4. The crowd, ____ were making a lot of noise, were told HIS HIS
to move on by the police.
HER HERS
a) who
b) that ITS ITS
c) Either could be used here. OUR OURS
Inglês 16
APOSTILAS OPÇÃO
Let’s look at the photographs. The ones (photographs) you The people you’ve just met are my neighbors.
took in Paris.
Inglês 17
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos: She speaks French and English. (Mas: She speaks the
French language.)
He is the eleventh on the list.
- Antes de nomes de estações do ano.
This is the third time I hear you say that.
Exemplo:
- Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros,
cinemas, museus. Summer is hot, but winter is cold.
The Hilton (Hotel) - Não se usa o artigo THE antes das palavras church,
school, prison, market, bed, hospital, home, university,
The British Museum college, market, quando esses elementos forem usados
para seu primeiro propósito.
Inglês 18
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos: Exemplo:
She went to the church. (talvez para falar com alguém) - No modelo:
- Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, WHAT + A / AN = adj. + subst.
cinema, movies e theater.
Exemplos:
Exemplos:
What a nice woman! (Que mulher bondosa!)
What a terrible situation! (Que situação terrível!)
Let’s go to the theater.
- Em algumas expressões de medida e frequência.
They went to the movies last night.
Exemplos:
Artigo Indefinido
A dozen (uma dúzia)
A / AN = um, uma
A hundred (uma centena, ou cem)
Emprego do artigo A:
Twice a year (duas vezes ao ano)
- Antes de palavras iniciadas por consoantes.
Exemplos:
A boy
A girl
It’s a pity (é um a pena)
A woman
It’s a shame (é uma vergonha)
It’s an honor (é uma honra)
- Antes de palavras iniciadas por vogais, com som
consonantal.
- Antes de profissão ou atividades.
Exemplos:
Exemplos:
A uniform
James is a lawyer.
A university
A European
Her sister is a physician.
Emprego do artigo AN:
Omissões
- Antes de palavras iniciadas por vogais.
- Antes de substantivos contáveis no plural.
Examples:
Exemplos:
AN egg
AN orange
Lions are wild animals.
AN umbrella
I’ve seen (some*) good films lately.
- Antes de palavras iniciadas por H mudo (não
pronunciado).
- Antes de substantivos incontáveis.
Examples:
Exemplos:
AN hour
Please, bring me (some*) bread.
AN honor
AN heir
Water is good for our health.
Usa-se os artigos indefinidos para:
* Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos
substantivos.
- Dar ideia de representação de um grupo, antes de
substantivos. Fonte: objetivo.br (com adaptações)
Exemplo: Questões
A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.) Marque a alternativa adequada para cada questão abaixo,
de acordo com as regras estudadas:
- Antes de nomes próprios no singular, significando
“um tal de”. 01. I love living in this __________ city.
A) no article
B) a
C) the
D) an
Inglês 19
APOSTILAS OPÇÃO
04. Do you remember __________ girl that we saw last night? Existem algumas formas irregulares de plural. Alguns
A) no article exemplos comuns são:
B) a
C) the Woman women
D) an Man men
Child children
05. P1: Did you go to the Thai restaurant? Tooth teeth
P2: No, I went to __________ place where you and I Foot feet
normally go. Goose geese
A) the Mouse mice
B) a Person people
C) no article
D) an Para alguns terminados em -f ou -fe, trocamos estas letras
por -ves. Para outros, apenas usamos -s:
Respostas
Knife knives
01. A /02. A /03. D/04. C /05. A – Wife wives
Life lives
SUBSTANTIVOS - NOUNS
Exemplos:
The plane crashed. (substantivo como sujeito da frase)
He kicked the dog. (substantivo como objeto direto do Fonte: http://goo.gl/oiXKLN
verbo)
Na tabela acima nós temos os exemplos de alguns
alimentos divididos nas duas categorias que iremos explicar
A maioria dos substantivos forma o plural com o acréscimo
abaixo, contáveis e incontáveis. Aqui iremos também traduzir
de -s. Por exemplo:
todos os alimentos da lista, assim o estudante não precisa ficar
procurando em um dicionário um por um.
Singular Plural
dog dogs
Countables – Contáveis Uncountables – Incontáveis
cat cats
Bun – Bolinho Bread – Pão
Quando o substantivo termina em -y e é precedido por Sandwich – Sanduiche Fruit – Fruta
consoante, faz-se o plural com -ies. Apple – Maça Juice – Suco
Orange – Laranja Meat – Carne
Burguer – Hamburguer Rice – Arroz
Inglês 20
APOSTILAS OPÇÃO
Fries – Batata frita Cereal – Cereal Judy e seu marido têm bastante dinheiro.
Eggs – Ovos Jam – Geléia
Salad – Salada Milk – Leite E há alguns específicos para uso com substantivos
Vegetables – Vegetais Coffee – Café contáveis: a few, few, fewer, many.
Cookies – Biscoitos Sugar – Açucar
Potatoes – Batatas Flour – Farinha Exemplos:
Tomato – Tomates Oil – Óleo
Carrot – Cenoura Salt – Sal There are a few coins in my wallet.
Hot Dog – Cachorro quente Soup – Sopa Há algumas moedas na minha carteira.
Candies – Doces Tea – Chá
Olives – Azeitonas Cottage Cheese – Coalhada Few people went to the show.
Peanuts – Amedoins Pasta – Massa Poucas pessoas foram ao show.
Pancakes – Panquecas Honey – Mel
Onion – Cebola Water – Água We can see fewer cars on the streets today.
Watermelon – Melancia Cheese – Quejo Nós podemos ver menos carros nas ruas hoje.
Pea – Ervilha Butter – Queijo He has many friends.
Grapes – Uvas Seafood – Frutos do mar Ele tem muitos amigos.
Cherries – Cerejas Mustard – Mostarda
Existe ainda o determinante a lot of que pode ser utilizado
Contáveis são aqueles substantivos que podemos tanto para substantivos contáveis como incontáveis. Ele é
enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanto forma apelidade de “coringa” porque serve para ambas as categorias.
singular quanto plural. Eles são chamados de countable nouns Mas lembre-se de focar os estudos nos demais principalmente
ou de count nouns, em inglês. no much e many. Os concursos sempre focm mais no much e
many na tentativa de confundir o candidato.
Por exemplo, podemos contar pencil. Podemos dizer one
pencil, two pencils, three pencils, etc. Exemplo:
Incontáveis são os substantivos que não possuem forma I have a lot of money.
no plural. Eles são chamados de Eu tenho um monte de dinheiro.
uncountable nouns, de non-countable nouns, ou até de
non-count nouns, em inglês. Podem ser precedidos por alguma I have much money.
unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam Eu tenho muito dinheiro.
substâncias, líquidos, pós, conceitos, etc., que não podemos
dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos There are a lot of cars in the street tonight.
contar “water” em por exemplo one water ou two waters. Tem um monte de carros na rua esta noite.
Podemos, sim, contar "bottles of water" ou "liters of water",
mas não podemos contar “water” em sua forma líquida. There are many cars in the street tonight.
Tem muitos carros na rua esta noite.
Outros exemplos de substantivos incontáveis são: music,
art, love, happiness, advice, information, news, furniture, Modificadores de substantivos
luggage, rice, sugar, butter, water, milk, coffee, electricity, gas,
power, money, etc. Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas que
qualificam o significado de outras palavras. O termo é bem
Em geral, estudantes de língua inglesa têm dificuldade de genérico: qualquer parte da fala que funciona como um
saber quando um substantivo é contável e quando é não- adjetivo ou advérbio é um modificador.
contável. As dicas são sempre conferir a informação num bom
dicionário e também tentar memorizar alguns dos mais Nos exemplos abaixo, o modifier está em negrito e a
comuns para agilizar o seu estudo. Nos dicionários, palavra que ele modifica está sublinhada; a função do
normalmente você encontra o símbolo [U] para identificar os modificador está descrita abaixo.
uncountable nouns e [C] para os countable nouns.
Adjetivos — descrevem ou modificam nomes. Uma
Em várias situações necessitamos de fazer o uso de locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma
determinantes/quantificadores em conjunto com maneira que uma simples palavra funcionaria.
substantivos contáveis e incontáveis.
Exemplos:
Há determinantes específicos para os incontáveis: a little,
little, less, much. The yellow balloon flew away over the crying child.
O balão amarelo voou sobre a criança chorona.
Exemplos:
O adjetivo yellow modifica o substantivo
I have little time to study today. balloon; crying modifica child.
Eu tenho pouco tempo para estudar hoje.
Artigos — são palavras que acompanham os substantivos
She has little patience with her kids. e tem função de classifica-los.
Ela tem pouca paciência com seus filhos.
Exemplos:
He demonstrates less aptitude.
Ele demonstra menos aptidão. The killer selected a knife from an antique collection.
O assassino escolheu uma faca de uma antiga coleção.
Judy and her husband have much money.
Inglês 21
APOSTILAS OPÇÃO
read » reads
sing » sings
run » runs
write » writes
sit » sits
sleep » sleeps
open » opens
Inglês 22
APOSTILAS OPÇÃO
2) Mas, se o verbo terminar com as letras -o, -s, -sh, -ch, Presente Contínuo (Present Continuous)
-x ou -z você terá de acrescentar -es:
go » goes
do » does
miss » misses
wash » washes
watch » watches
fix » fixes
buzz » buzzes
Exemplos:
He doesn’t understand what the teacher is saying.
Do you hear some steps coming from the kitchen?
Inglês 23
APOSTILAS OPÇÃO
1. This morning the weather is good. The sun __________ and Posição: os adjetivos em inglês são colocados nas frases
it is quite warm. antes dos substantivos. Exemplos: hard lesson / clean house
a) shines / black cat.
b) shone
c) is shining Observação: os adjetivos devem posicionar-se na frase
d) has shone após os verbos “To Be” (ser / estar):
They were happy.
2. At nine o'clock in every English lesson, our teacher _____ The baby is healthy.
us about an interesting part of English culture.
a) tell Os adjetivos em inglês seguem a seguinte ordem:
b) tells
c) has told
d) is telling
Inglês 24
APOSTILAS OPÇÃO
Exemplos:
MORE afraid than = mais amedrontado que
MORE asleep than = mais adormecido que
THE MOST afraid = o mais amedrontado
THE MOST asleep = o mais adormecido
Exemplos:
5. Usamos os prefixos MORE e MOST com qualquer
as cold as tão frio quanto adjetivo terminado em –ED, –ING, –FUL, –RE, –OUS.
NOT so (as) cold as não tão frio quanto
Less cold than menos frio que Exemplos:
the least cold o menos frio
as expensive as tão caro quanto tired – more tired than – the most tired
NOT so (as) expensive as não tão caro quanto (cansado)
Less expensive than menos caro que charming – more charming than – the most
The least expensive o menos caro charming (charmoso)
hopeful – more hopeful than – the most hopeful
Formas Variáveis (esperançoso)
sincere – more sincere than – the most sincere
As formas variáveis são aquelas onde o adjetivo ou (sincero)
advérbio mudam a escrita. São aplicadas apenas as palavras famous – more famous than – the most famous
curtas, ou seja, aquelas com uma ou duas sílabas. Modificamos (famoso)
as terminações seguindo algumas observações que serão
estudadas abaixo: Variações Ortográficas
1. Adjetivos monossilábicos terminados em uma só
consoante precedida de uma só vogal, dobram
a consoante final antes de receberem –ER ou –EST.
Exemplos:
Observações: Exemplos:
1. Usamos os sufixos –ER ou –EST com adjetivos / angry – angrier than – the angriest (zangado)
advérbios de uma só sílaba. happy – happier than – the happiest (feliz)
Exemplos: EXCEÇÃO
taller than = mais alto que the tallest = o mais alto shy – shyer than – the shyest (tímido)
bigger than = maior que the biggest = o maior
3. Adjetivos terminados em E recebem apenas –R ou –ST.
2. Usamos os sufixos –ER ou –EST com adjetivos de duas Exemplos:
sílabas.
nice – nicer than – the nicest (bonito,
simpático)
brave – braver than – the bravest (corajoso)
Inglês 25
APOSTILAS OPÇÃO
Formas Irregulares outlooks of set ways and planned futures. In women the
former condition is common but women rarely suffer from the
1. Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no latter, being fired with the insatiable drive of ambition for
comparativo e superlativo de superioridade. either an independent and distinguished career in a still male-
dominated world, or a home and seven children by the time
they are thirty followed by an independent and distinguished
career as a Cheltenham councillor or a public relations agent
Good (bom / boa) for Jonathan Cape, in later life.
Better than - the best
Well (bem) No such luck for Charles Charlesworth, who was born on
Bad (ruim / mau) the 14th of March, 1829, in Stafford. At the age of four Charles
Worse than - the worst
Badly (mal) had a beard and was sexually active.
Little (pouco) Less than - the least In the final three years of his life his skin wrinkled, he
developed varicose veins, shortness of breath, grey hair, senile
3. Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma dementia and incontinence. Some time in his seventh year he
no comparativo e superlativo de superioridade. fainted and never gained consciousness
The coroner returned a verdict of natural causes due to old
age.
Farther than – the farthest (distância)
Far
further (than) – the furthest (distância / Hugh Cory. Advanced writing with english in use. Oxford University Press,
(longe)
adicional) p. 34.
older than – the oldest
Old 01. According to the text above, It is rather common for
elder – the eldest (só para elementos da
(velho) women to look older than they really are.
mesma família)
( ) CERTO ( ) ERRADO
Late the latest (o mais recente)
(tarde) the last (o último da série)
02. Lisa is staying home. Her cold is a lot ___________ today.
(A) bad
Parallel Increase (B) worst
(C) worse and worst
Usamos a estrutura the + comparativo... the + (D) worse
comparativo para dizer que uma coisa depende de (E) the worst
outra.
03. We complained about the service in our hotel, but
The warmer the weather, the better I feel. (Quanto mais instead of improving, it got ______________.
quente o tempo, melhor eu me sinto.) (A) best
(B) the best
The more expensive the hotel, the better the service. (C) worse
(Quanto mais caro o hotel, melhor o serviço.) (D) the worst
(E) better and better
The longer the phone call, the more you have to pay.
(Quanto mais longo o telefonema, mais você tem de pagar.) 04. If you need any __________________ information, please
contact our head office.
Gradual Increase (A) far
(B) farther
Usamos dois comparativos juntos para indicar que (C) more far
algo está mudando continuamente. (D) the furthest
(E) further
It’s becoming harder and harder to find a job. (Está
ficando cada vez mais difícil achar um emprego.) 05. The more you practice your English, the _____ you’ll
learn.
Traveling is becoming more and more expensive. (A) faster
(Viajar está ficando cada vez mais caro.) (B) farther
(C) fastest
The weather is becoming hotter and hotter. (A (D) furthest
temperatura está ficando cada vez mais quente.) (E) more fast
ATENÇÃO Gabarito
ELDER é usado antes de substantivos. 01. Errado / 02. D / 03. C / 04. E / 05. A
Exemplo: My elder brother lives in Chicago.
Advérbios
Fonte: objetivo.br (com adaptações)
Os advérbios adicionam informações sobre um verbo, um
Questões adjetivo, um outro advérbio, um particípio ou uma oração
completa.
01. (STF – Analista Judiciário – CESPE) The aging
process affects us all at different rates. Some people of fifty- Advérbios simples: são formados por uma só palavra.
three, like the esteemed author, look a mere thirty-five, with Exemplos: here, sometimes.
sparkling brown eyes, a handsome gait and the virility of a
steam train. Others, like the author’s friend Colin, look like Locuções adverbiais: são formados por duas ou mais
little middle-aged men at twenty-one with middle-aged palavras. Exemplos: in this apartment, once every week.
Inglês 26
APOSTILAS OPÇÃO
Formação dos Advérbios Adverb: John works hard. (John trabalha de maneira
esforçada.)
- Quando são derivados de adjetivos, os advérbios são, na
maioria dos casos, formados pelo acréscimo do sufixo -ly (- Adverb: It rained hard. (Choveu fortemente.)
mente, em português) a um adjetivo.
Late
careful (cuidadoso) / carefully (cuidadosamente, com Adjective: A late applicant suddenly came into the room.
cuidado) (Um candidato atrasado entrou de repente na sala.)
especial (especial) / especially (especialmente)
extreme (extremo) / extremely (extremamente) Adverb: I usually get up late in sunday mornings. (Eu
geralmente acordo tarde nas manhãs de domingo.)
Observações: Ordem dos Advérbios
5. Caso o adjetivo já termine em -ly, nada se acrescenta - Perhaps e maybe (talvez) aparecem normalmente no
a ele para a formação do advérbio: começo de uma oração.
Justine is tired of her daily routine. - daily = adjetivo Perhaps I’ll see her later.
(Justine está cansada da sua rotina diária.) Maybe you’re right.
Bob's column is published daily. - daily = advérbio (A
coluna de Bob é publicada diariamente.) - Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW,
SOON, LATELY...) são colocados no final ou no início de uma
Adjetivos e Advérbios oração.
Muitos adjetivos e advérbios possuem a mesma forma, veja He bought a new camera yesterday.
alguns exemplos: On monday I’m going to London.
Inglês 27
APOSTILAS OPÇÃO
Inglês 28
APOSTILAS OPÇÃO
net in Spain and elsewhere, depriving schools, hospitals and 03. (INB – Engenheiro eletrônico – CONSULPLAN)
other institutions of badly needed funds. But Europe is not
going to find the answers to its financial problems in the Wolves
pockets of some professional soccer players and clubs.
Messi’s defense, delivered by his father, seems credible Tsali, an old chief of the Cherokees (a tribe of Noth
enough to me. “He is a footballer and that’s it,” Messi’s father American Indians that live in the Southwest of the Unites
Jorge said of his soccer-prodigy son. “If there was an error, it States), often walks along the stream near the village with his
was by our financial adviser. He created the company. My grandson. They do that almost every day. The old man knows
mistake was to have trusted the adviser.” Even if Messi is a lot of stories full of adventure or wisdom and the boy loves
legally responsible for the intricate tax dodge he is accused of to listen to them.
having participated in, it’s pretty hard to believe that he knew This morning Tsali decides to tell the boy about a battle
much about it. that sometimes happens inside himself. The old man says,
More to the point, Lionel Messi is probably Spain’s most “This battle is between two wolves. One is evil: cruelty, hate,
valuable global asset. What could possibly motivate the anger, envy, despair, greed, arrogance, guilt, lies, resentment,
Spanish government to want to tarnish his reputation, inferiority, superiority, and ego.”
especially after he’s paid off his alleged debt? After four years The old Indian stops for a moment and then says, “the
of Great-Depression level unemployment, have anxiety and other is good: joy, peace, love, hope, empathy, friendship,
despair curdled into vindictiveness? serenity, humility, kindness, generosity, truth, compassion,
Here’s another explanation: Maybe this whole case has less and faith…”
to do with money than it does with history. Maybe it’s no The boy is filled with curiosity. He looks at his grandfather
coincidence that the target of the Spanish government’s weird and asks, “What happens then? Which wolf wins?”
wrath happens to play for FC Barcelona, which is, after all, Tsali just smiles and answers, “The one I feed.”
"mes que un club." It's a symbol of Catalan nationalism - and a
bitter, longtime rival of Spain’s establishment team, Real They _________________ walk along the stream. They
Madrid. frequently do that.
Too conspiratorial? Prove it, Spain. Release Cristiano (A) often
Ronaldo’s tax return. (B) sometimes
(C) every day
(Adapted form http://www.bloomberg.com/news/2013-09-27/why-is- (D) always
spain-really-taking-lionel-messi-to-tax-court-.html)
(E) never
A synonym for badly, as it is used in the text, is
(A) closely. Gabarito
(B) evenly.
(C) much. 01. C / 02 A / 03. A
(D) almost.
(E) not.
In the sentence: “every machine needs oil in order to run General Determiners: A; AN; ANY; ANOTHER; OTHER;
easily”. Easily can be considered: WHAT.
(A) an adverb.
(B) an adjective. Examples:
(C) a noun. A man saw the accident. (um)
(D) a preposition. Any person can solve this exercise. (qualquer)
(E) a conjunction.
Inglês 29
APOSTILAS OPÇÃO
Quantifiers são usados para informar a respeito do Plenty of significa “mais do que suficiente”.
número de algo.
There’s no need to hurry. We’ve got plenty of time.
Forma Tradução Exemplo
Much Muito(a) She doesn't much coffee. Much e very
Little Pouco(a) She drinks little coffee. a) Como já vimos, much (= muito/a) é usado antes de
substantivos incontáveis no singular.
Do you have much work to do? (subst. incontável)
Less Menos She drinks less coffee than John.
Pode ser usado também antes de comparativos.
Jane is much taller than John. (comparativo)
As formas much, little e less são usadas antes de
substantivos incontáveis, portanto singulares.
This book is much more interesting than that.
Forma Tradução Exemplo (comparativo)
Many Muitos(a) She doesn't have many friends.
Few Poucos(a) She has few friends. b) Very (= muito) é usado antes de adjetivos e advérbios
no grau normal.
Her daughter is very intelligent. (adjetivo)
Fewer Menos She has fewer friender than John.
A lot (sem of) não deve ser usado antes de substantivos. A. SOME (= algum, alguma, uns, umas)
SOMEONE / SOMEBODY (= alguém)
She works a lot. SOMETHING (= algo)
A lot was done by him.
Usos:
As formas a lot of e lots of têm concordância verbal ⎯→ orações afirmativas
dependente do elemento que as seguir. ⎯→ orações interrogativas (oferecimentos e pedidos)
Gabarito
01. A / 02. D / 03. C
04. a) any
b) some
c) some
Observação: d) any
e) any
SO, TOO e VERY podem ser usados antes de much, f) any
many, little e few para ampliar, enfatizar ou restringir o
sentido dos “quantifiers”. 05. a) any
Exemplos: There are so many books to read. b) some / some
I ate too much food. c) any
Very few students passed in the exam. d) no
e) any
f) no
Fonte: objetivo.br(Adaptado)
g) some / no
h) no
i) some
j) any
Inglês 31
APOSTILAS OPÇÃO
Anotações
Inglês 32