Estágios de Reação À Perda

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Estágios de reação à perda, por Elizabeth Kübler-Ross (2005)

No primeiro estágio, a negação e o isolamento servem como um mecanismo de defesa temporário, um


para-choque que alivia o impacto da notícia, uma recusa a confrontar-se com a situação. Ocorre em quem
é informado abruptamente a respeito da morte; embora considerado o primeiro estágio, pode aparecer
em outros momentos.

A raiva, segundo estágio, é o momento em que as pessoas externalizam a revolta que estão sentindo.
Neste caso, tornam-se por vezes agressivos. Há também a procura de culpados e questionamentos, tal
como: "Por que ele?", com o intuito de aliviar o imenso sofrimento e revolta pela perda.

Já a barganha, percebida no terceiro estágio de reação à perda, é uma tentativa, de negociar ou adiar os
temores diante da situação; as pessoas buscam firmar acordos com figuras que segundo suas crenças
teriam poder de intervenção sobre a situação de perda. Geralmente esses acordos e promessas são
direcionados a Deus e mesmo aos profissionais de saúde que a acompanham.

A depressão, quarto estágio, é divida em preparatória e reativa. A depressão reativa ocorre quando
surgem outras perdas devido à perda por morte, por exemplo, a perda de um emprego e,
consequentemente, um prejuízo financeiro, como também a perda de papéis do âmbito familiar. Já a
depressão preparatória é o momento em que a aceitação está mais próxima, é quando as pessoas ficam
quietas, repensando e processando o que a vida fez com elas e o que elas fizeram da vida delas.

Por fim, o último estágio de reação à perda é o de aceitação. Quando se chega a esse estágio, as pessoas
encontram- -se mais serenas frente ao fato de morrer. É o momento em que conseguem expressar de
forma mais clara sentimentos, emoções, frustrações e dificuldades que as circundam. Quanto mais
negarem, mais dificilmente chegarão a este último estágio. Cabe ressaltar que, esses estágios não são um
roteiro a ser seguido e que podem sofrer alterações de acordo com cada perspectiva pessoal.

Fases do luto, por John Bowlby (1990)

Bowlby observou quatro fases do luto: 1) o entorpecimento, 2) o anseio, 3) a desorganização e o


desespero e 4) a reorganização. Quando as pessoas são noticiadas a respeito da perda, passam por uma
fase de choque e negação da realidade, ficam extremamente aflitas, características principais da primeira
fase, que tem duração de horas a uma semana – o entorpecimento. A segunda fase – o anseio –, é
marcada pelo desejo de recuperar o ente querido, de trazê-lo de volta. Há buscas frequentes e espera
pela aparição do morto; o enlutado passa a ter sonhos com ela e muita inquietação. Logo, culpa e
ansiedade são manifestadas após o enlutado compreender a morte, devido a isso entra na terceira fase –
o desespero e desorganização, sentimentos de raiva e tristeza são comumente encontrados, pois a pessoa
se sente abandonada pela pessoa que partiu e incapacitada de fazer algo. No entanto, depois que a
pessoa tiver passado por momentos de raiva, choque, tristeza, entorpecimento, é que vai conseguir se
restabelecer. Embora com a saudade presente, e ainda se adaptando às modificações causadas pela
perda, poderá retomar suas atividades, completando a última fase do luto – a reorganização (Bowlby,
1990).

Perante os estágios de reação à perda e fases do luto compostas por Kübler-Ross e Bowlby, é
imprescindível citar a distinta leitura que os autores fizeram acerca das etapas que um indivíduo passa
diante da perda iminente e após a perda de um ente querido. Não cabe julgar qual seria o correto, mas
sim expor as excelentes contribuições particulares de cada um deles e o quanto é valido para o
entendimento de uma situação geradora de sofrimento que é a morte.

Cabe salientar que o luto é o processo inevitável de elaboração de uma perda e que todas as pessoas que
perdem um ente querido tendem a passar por isso. Possui um vasto leque de sentimentos, mudanças que
invadem e interferem no funcionamento emocional de uma pessoa. Como mencionado anteriormente,
perdas repentinas refletem um grau ainda maior de dificuldades em relação a uma perda que pode ser, de
certa forma, preparada. Podem interferir a ponto de incapacitar a pessoa de ressolucionar esses
problemas, levar o indivíduo a desenvolver um funcionamento disfuncional como resposta à perda, como
por exemplo, o luto complicado.

Nesse sentido, a perda de um ente querido é um fator gerador de muito estresse; se não for elaborada de
uma forma funcional, pode trazer inúmeras repercussões na vida de um indivíduo. Parkes (1998) coloca
que o processo do luto tende a causar desconforto, alterar funções, aumentar níveis de ansiedade, em
potencial maior para aqueles que presenciaram o momento em que o ente faleceu.

Então, o modelo da Terapia Cognitivo-Comportamental mostra-se válido, importante no tratamento de


situações traumáticas e tem sido a escolha inicial de vários algoritmos de tratamento. Devido a isso, o
próximo subitem apresenta a contribuição desta terapia para a morte repentina. Como não há padrões
específicos na teoria cognitiva acerca do luto, aborda-se os principais modelos cognitivos que englobam
evidentemente os aspectos de processamento de informação, como por exemplo: representações mentais,
acesso, avaliação e execução de respostas. É exatamente nesse contexto que o trabalho busca contribuir.

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