07 - Item 5.1 - Adendo Vale (PCH Nova Maurício)

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

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Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
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Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada
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PARECER ÚNICO Nº 1590581/2013 (SIAM)

Observação: Adendo ao Parecer Único nº 076804/2012, referente à Licença de Operação Corretiva (LOC) da
PCH - Nova Maurício, que trata dos impactos ambientais, observando os efeitos sinérgicos e cumulativos
considerando a existência de outros barramento na bacia do Rio Novo.

INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:


Licenciamento Ambiental 26940/2010/001/2011 Sugestão pelo Deferimento
FASE DO LICENCIAMENTO: VALIDADE DA LICENÇA:
Licença de Operação Corretiva – LOC - 04 (quatro) anos -

PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO:


AIA – Reserva Legal 07990/2011 Sugestão pelo Deferimento
Outorga – Aproveitamento Hidrelétrico 19068/2011 Deferida

EMPREENDEDOR: VALE S/A CNPJ: 33.592.510/0105-40


EMPREENDIMENTO: PCH – NOVA MAURÍCIO CNPJ: 33.592.510/0105-40
MUNICÍPIO(S): Leopoldina-MG ZONA: Rural
COORDENADAS
LAT/Y 21º 28’ 33” LONG/X 42º 50’ 39,8”
GEOGRÁFICA (DATUM):
LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:
INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO USO SUSTENTÁVEL X NÃO

BACIA FEDERAL: Rio Pomba BACIA ESTADUAL: Rio Novo


UPGRH: PS-2 SUB-BACIA: -
CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE
E-02-01-1 Barragem de Geração de Energia - Hidrelétrica 5
CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: (Anexo III) REGISTRO:
Empresa: VISÃO AMBIENTAL
Responsável: Vinicius José Pompeu dos Santos – Coordenação Geral CRBio 08914/04
AUTO DE FISCALIZAÇÃO: 015/2012 DATA: 03/03/2012
EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA
Jairo Antonio de oliveira – Analista Ambiental – Gestor 1.200.309-1
Paulo Henriques da Silva – Analista Ambiental 1.147679-3
Marcus Vinícius Maciel Chehuen – Analista Ambiental Jurídico 1.215.992-7
De acordo:
Gláucio Cristiano Cabral de Barros Nogueira 1.197.093-6
Diretor Regional de Apoio Técnico
De acordo:
Wander José Torres de Azevedo 1.152.595-3
Diretor de Controle Processual – OAB-MG 76.876

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1. Introdução

O presente parecer é um adendo ao Parecer Único nº 076804/2012 referente à Licença de


Operação Corretiva (LOC) da PCH – Nova Maurício, que trata de uma análise da complementação
aos estudos ambientais (EIA/RIMA) efetuado pela empresa por determinação do conselho da URC-
ZM; aborda os impactos ambientais do empreendimento, tendo como foco mais detido os efeitos
sinérgicos e cumulativos do empreendimento, considerando a existência de outros barramentos no
Rio Novo e sua respectiva bacia.

A usina tem capacidade de geração de 29.232 KW, que é obtida através de quatro conjuntos
turbinas/geradores acionados por um reservatório de acúmulo, formando uma lâmina d’água que
ocupa uma área de 312 hectares e, de acordo com Deliberação Normativa COPAM n.º 74/04, o
empreendimento enquadra na classe 5, caracterizado como de médio porte e grande potencial
poluidor.

Atualmente, a operação da usina está a cargo da empresa VALE S/A, por força da Resolução
Autorizativa ANEEL n.º 3.023, de 26/07/2011, todavia ressalta-se o empreendimento foi instalado e
está em operação desde 1956, portanto há 57 anos, ocasião em que não havia nenhuma outra
hidrelétrica em operação no Rio Novo, mas, apenas e tão somente, uma usina desativada no TVR,
esta última constituindo-se, hoje, de um museu.

A empresa empreendedora, qual seja, a Vale S/A, buscando a regularização ambiental do


empreendimento, apresentou, em 09/12/2011, os estudos ambientais compostos pelo
EIA/RIMA/PCA, visando a Licença da Operação Corretiva (LOC).

Estes estudos foram analisados pela equipe técnica/jurídica da SUPRAM-ZM, que deflagrou
na elaboração do Parecer Único de n.º 076804/2012, o qual, submetido à apreciação e à análise do
conselho da URC-ZM em sua 98º reunião ordinária realizada em 24/06/2013, contou com a
solicitação de vistas pelos conselheiros representantes do Ministério Público e da FIEMG.

Em 22/07/2013, por ocasião da 99ª reunião ordinária da URC-ZM, o processo retornou ao


plenário visando avaliar os relatórios de vistas, ocasião em que o conselheiro representante do
Ministério Público, após o relato de seu parecer, solicitou a baixa em diligência do processo para
complementação do EIA, notadamente para uma abordagem do tema “efeitos sinérgicos e
cumulativos, considerando a existência de outros barramentos no Rio Novo e sua respectiva bacia”,
solicitação esta corroborada pela então presidente da reunião, que, após a votação do plenário, teve
a solicitação de diligência deferida.

Assim, atendendo à esta decisão do conselho da URC-ZM, o empreendedor protocolou, em


06/08/2013, a complementação dos estudos, objeto de análise também complementar pela SUPRA-
ZM, momento em que foi produzindo este adendo, que ora submetemos a análise da URC-ZM, que
se aprovado, permitirá a regularização ambiental do empreendimento, por meio da emissão do
certificado de Licença de Operação Corretiva.

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2. Análise da complementação dos estudos ambientais

Atendendo à decisão do conselho da URC-ZM, no sentido de complementar os estudos


ambientais (EIA/RIMA), a empresa apresentou uma abordagem intitulada “Avaliação de impactos
ambientais considerando suas propriedades cumulativas e sinérgicas” da PCH Nova Maurício,
considerando a existência de outras usinas no Rio Novo e sua respectiva bacia.

A abordagem centrou-se nos principais impactos cumulativos e sinérgicos relacionados à operação da


PCH Nova Maurício e em sua área de influência, ou seja, no trecho compreendido entre o início do
remanso e a restituição do sistema no Rio Novo, englobando o trecho de vazão reduzida; vale
ressaltar, contudo, que a avaliação dos impactos ambientais para um empreendimento que se encontra
instalado e consolidado há mais de 57 anos na região é de difícil mensuração e valoração, tendo em vista
a inexistência de estudos anteriores para efeitos comparativos, o cerne de uma avaliação.

Os estudos sinérgicos e cumulativos têm como premissa básica avaliar os impactos ambientais
decorrentes de uma seqüência de empreendimentos similares instalados sobre um curso d’água,
onde são considerados os efeitos sobre o meio físico, notadamente no que se refere ao movimento
de sedimentos, à qualidade da água e sobre o meio biótico, principalmente sobre a ictiofauna e, por
fim, sobre o meio-sócio econômico, onde a população atingida poderá ter sua dinâmica de vida
totalmente alterada.

A cumulatividade é uma resultante da sobreposição de diversos impactos sobre uma mesma área
de forma a produzir efeitos combinados e potencializados em diferentes escalas temporais e
espaciais por meio de interação de impactos semelhantes de diversos empreendimentos. Neste
caso, considera-se um impacto cumulativo quando resulta da soma de outros impactos gerados por um
ou mais empreendimentos isolados.

A sinergia ocorre quando um impacto associado a um determinado recurso natural, com, por
exemplo, barramento de um curso d’água, potencializa os efeitos sobre outros recursos ou aspectos
sociais, tais como alteração da biota aquática, alteração do fluxo migratório dos peixes com
consequente modificação da pesca, que, em última análise, poderá influir na dinâmica e qualidade
de vida da população atingida pelos empreendimentos, principalmente aqueles que dependem da
pesca.

Com relação aos empreendimentos semelhantes inseridos na bacia do Rio Novo, informa-se no
documento apresentado que a PCH Nova Maurício, instalada em 1956, foi o primeiro grande
empreendimento hidrelétrico, com potência acima de 20MW a ser implantado no Rio Novo, todavia é
importante mencionar que a usina mais antiga refere-se à PCH Maurício, implantada em 1912 e já
desativada constituindo, hoje, de um museu, fazendo parte do trecho de vazão reduzida (TVR) da
atual PCH – Nova Maurício.

Há de se considerar, ainda, a existência outras três usinas, também mais antigas que a PCH
Nova Maurício e instaladas em afluentes do Rio Novo, como a UHE Piau com potência de 18,01

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MW, em operação desde 1955 e construída sobre o rio Piau, a PCH Guary (1914) e também a PCH
Anna Maria (1937), ambas implantadas no rio Pinho, com potência de 5,4 MW e 1,68 MW,
respectivamente. Reitera-se que todos estes empreendimentos, estão em operação há mais de 60
anos e localizados à 50 Km de distância do eixo da barragem da PCH Nova Maurício.

Figura 2 – Localização dos empreendimentos hidrelétricos em relação às PCH Nova Maurício

É inegável que a construção da barragem da PCH Nova Maurício provocou significativos


impactos sobre o meio ambiente, notadamente no trecho compreendido entre o início do remanso e
a restituição do sistema, onde a principal consequência foi a transformação do ambiente lótico em
lêntico e este impacto, certamente, fez-se notar com as mudanças na qualidade da água com
alterações de parâmetros físico-químicos, bacteriológicos e hidrobiológicos, que, por sua vez,
também interferiu na biota aquática, não somente de peixes, mas também, de insetos, de moluscos
e de outros grupos dependentes da água para reprodução.

Contudo, ressalte-se que, na ocasião da instalação das citadas usinas na bacia do Rio Novo – hoje
todas sexagenárias –, não existia no Governo nenhum órgão de controle ambiental e os
empreendimentos eram, simplesmente, autorizados pelo Poder Público concedente. Diante deste fato,
não foram encontrados estudos ambientais da época para serem comparados à situação atual, razão
pela qual será abordado a seguir uma avaliação dos impactos cumulativos e sinérgicos considerando os
levantamentos realizados pelo empreendedor no período 2007/2012, abordando aspectos relacionados à
qualidade da água, à biota aquática, notadamente da ictiologia, bem como, aos aspectos sócio-
ambientais, fatores estes com estreita inter-relação.

Reitera-se que desde 2007 o empreendedor realiza de forma sistemática (coletas trimestrais) o
monitoramento da ictiofauna e da qualidade da água, totalizando até o presente momento 26 campanhas
ao longo destes anos, onde o impacto de relevância que continua existindo de forma cumulativa, sem
dúvida, é a segmentação do trecho do rio Novo onde se insere a PCH Nova Maurício. A construção do
barramento foi e continua sendo um impacto que alterou de forma significativa a biota aquática e
qualidade de água.

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Após seis anos de monitoramento no trecho de inserção do empreendimento, os resultados foram


detalhadamente apresentados no documento em caminhado à SUPRAM-ZM e, a partir do exposto,
conclui-se que a qualidade da água do empreendimento em questão pode ser considerada aceitável
para o trecho de inserção da usina.

Esta boa qualidade certamente está associada à dois fatores, o primeiro refere-se à consolidação
do entorno do reservatório da PCH Nova Maurício, local onde toda a área de propriedade do
empreendedor encontra-se reflorestada e preservada, e, quanto as propriedades lindeiras,
consideradas de um padrão mais elevado, atualmente não se tem conhecimento de lançamentos de
esgoto ou efluentes domésticos diretamente no reservatório, fato este observado no levantamento
das estruturas construídas na área de APP em 2012, levantamento este solicitado pela SUPRAM-
ZM em informações complementares.

O segundo fator a ser considerado é o grau de depuração do rio Novo, cujos empreendimentos
tais como frigoríficos, indústrias alimentícias e mineradoras localizadas a montante, nos municípios
que abrangem a bacia, encontram-se em sua grande maioria licenciados e os lançamentos de
esgoto sem tratamento de centros urbanos acabam sendo depurados antes da entrada do
reservatório da PCH Nova Maurício. Há de se ressaltar, também, que alguns autores consideram que o
reservatório formado pelo barramento funciona como uma lagoa de decantação, o que confere uma
melhoria na qualidade da água, principalmente à jusante.

Assim, os valores de pH estiveram dentro dos padrões para todas as campanhas e todas as
estações até o momento, assim como estiveram abaixo do limite todos os registros de DBO de
nitrogênio amoniacal e nitratos, indicando a inexistência ou interferência de carga orgânica
provenientes de esgoto sanitário no trecho monitorado.

Analisando o parâmetro fósforo que, por sua vez, fez-se presente acima do padrão nas estações
lênticas, nos meses caracterizados por falta de chuva entre maio e agosto onde os valores, o que
podem ser associado à menor diluição do sistema uma vez que não há despejos de esgoto
sanitários, ao passo que no trecho de saída do sistema lótico os valores voltam a ficar dentro dos
limites estabelecidos, donde se conclui que a formação do reservatório gerou um impacto, alterando
a qualidade de água neste parâmetro e criou um ambiente para aumento de sua concentração,
entretanto observa-se em área de jusante uma melhora dos valores deste parâmetro, o que pode ser
concluída como um fator positivo ao meio ambiente

Outros parâmetros como condutividade elétrica, alcalinidade total, DQO, acidez, dureza de cálcio,
dureza total e temperatura apresentam-se compatíveis para o trecho amostrado, onde as diferenças
ocorrem basicamente entre as campanhas e não entre as estações de amostragem, ou seja, são
parâmetros cujos valores estão mais associados à sazonalidade do que a algum impacto propriamente
dito, observando que a maior parte deles não possui padrões pré-estabelecidos.

A presença de óleos e graxas nos corpos hídricos, registrada em todas as estações amostrais,
pode ser associada à ocupação da bacia e relaciona-se com o uso da água, barcos e veículos
náuticos que utilizam o reservatório e também da degradação natural da vegetação, indicando uma

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sinergia ocorrida pela formação do reservatório que propiciou o aumento do número de barcos. A
presença de óleos e graxas fica mais evidenciada nas estações localizadas no reservatório, onde a
água está mais parada, já nas estações de água corrente os valores praticamente ficam virtualmente
ausentes (<2,0 mg/L)

Com relação à contaminação fecal, os resultados até o momento indicam um trecho com pouca
contaminação fecal (Escherichia coli), onde os resultados indicam uma diminuição dos valores fecais
na saída do sistema, ou seja, a jusante, o que se associa como dito anteriormente à função do
reservatório como tanque de decantação.

Finalizando o resultado do IQA – índice de Qualidade das Águas, é possível observar que nas 26
campanhas apresentadas somente 1 registro foi considerado ruim (25< IQA≤ 50), a grande maioria
dos registros são considerados bons (70< IQA≤ 90), obtendo-se até o presente momento nove
registros considerados excelentes (90< IQA≤ 100).

Um parâmetro considerado de alta relevância, por exercer grande influência sobre a biota
aquática, refere-se ao oxigênio dissolvido(OD), cujos valores estiveram acima do limite mínimo de
5mg/O2 (Padrão DN COPAM 01/2008) em todas as campanhas e em todas as estações de
amostragem, indicando que o rio Novo ainda apresenta trechos com boas corredeiras e de
ambientes lóticos, favorecendo principalmente a reprodução desenvolvimento da ictiofauna local.

Os levantamentos limnológicos nas águas do Rio Novo, especificamente no local de inserção da


PCH Nova Maurício, apontaram o aumento de fitoplâncton e zooplâncton, comunidades estas
importantes na alimentação de peixes, constituindo assim um impacto positivo para o aumento da
ictiofauna local, indicando assim uma sinergia positiva, mas por outro lado, o crescimento exagerado
destes plânctons, pela eutrofização das águas pelos despejos orgânicos, pode ser negativo para a
qualidade da água, pois várias espécies podem causar gosto ou cheiro desagradável na água,
demonstrando assim uma sinergia negativa, entretanto este fato ainda não ocorreu no lago da PCH-
Nova Maurício, uma vez que não há despejos diretos de esgotos.

Assim, no que se refere a ictiofauna é relatado nos estudos apresentados, que por ocasião da
implantação da PCH Nova Maurício, ocorrida a algumas décadas, não existiam instrumentos de
monitoramento da biota aquática e nem exigências ambientais para isto, razão pela a qual não
existem dados ou estudos da ictiofauna anteriores à implantação do empreendimento. Desta forma
não foi possível avaliar ou mensurar se ocorreu diminuição ou aumento da população, perda da
riqueza ou quantificar o tamanho do impacto sobre esta população.

Diante deste fato, qual seja, a não existência de levantamentos anteriores a instalação do
empreendimento, utilizou-se aqui a compilação das principais informações e dados sobre a
ictiofauna dos seis anos de monitoramento, compreendidos entre os anos de 2007 e 2012, que
passamos a relatar.

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Os levantamentos da ictiofauna, nos seis anos pesquisados, apontaram diferenças significativas


entre as estações localizadas a montante, reservatório, TVR e a jusante do empreendimento no que
diz respeito à abundância de espécies, abundância de pescado e riqueza., diferenças estas que se
fazem presentes em decorrência da segmentação do trecho, quando da implantação do
empreendimento.

Estes levantamentos apontaram que a estação de jusante apresenta-se a mais peculiar e a de


maior interesse, ocorrendo neste local, atividades de desova, devendo-se ter atenção especial, e
quando são consideradas as demais estações o volume do pescado, principalmente para as
espécies de valor comercial ou pesqueiro têm se mantido e em alguns casos aumentado, indicando
um ambiente já estabilizado, com boa oferta de pescado e que deverá continuar sendo monitorado.

Por outro lado, a maior sensibilidade para a ictiofauna, refere-se do Trecho de Vazão Reduzida,
onde o impacto da segmentação é mais perceptível, e nos períodos chuvosos, mesmo com
operação máxima, ocorre um aumento significativo do volume da água, permitindo o vertimento do
excedente, fazendo com que o TVR apresente, nestas ocasiões, uma variação de NA bastante
significativa.

Após estas ocorrências de cheias, com a diminuição normal do fluxo de água no TVR, onde não é
reposta nenhuma vazão sanitária, pode-se observar a formação de poças grandes e pequenas, as quais
exemplares da ictiofauna podem ser aprisionadas, ou seja, neste caso é observada a sinergia negativa
entre os impactos, onde os estudos mostraram um significativo número de espécies de peixes capturados
trimestralmente entre os anos de 2010 e 2012.

Este confinamento das espécies da ictiofauna nas poças formadas, sem dúvida, pode gerar um
impacto negativo uma vez que as espécies aprisionadas estão sujeitas a pesca predatória,
ressecamento e predação por outros animais e conforme orientação do professor Paulo Pompeu
renomado ictiologista da UFLA, este impacto, deverá ser mitigado com a inspeção e resgate após os
eventos de vertimento.

Sob o aspecto sócio-ambiental, uma vez reconhecidos os impactos sinérgicos sobre a


migração das espécies da ictiofauna decorrentes das mudanças provocadas pelos barramentos de
hidrelétricas, mudanças estas com impactos negativos iniciais, mas que ao longo do tempo é
possível observar uma progressiva adaptação das espécies às novas condições de habitats, não
obstante ainda a atratividade que o reservatório representa para o desenvolvimento da pesca,
adaptada também às modificações na abundância, riqueza e diversidade de espécies, fatos estes
demonstrados no levantamentos da ictiologia no período de 2007 a 2012.

Assim, dentro deste raciocínio, a implantação do barramento da PCH Nova Maurício com a
formação do reservatório trouxe como impacto positivo, especialmente para a população ribeirinha, a
facilidade para pesca, fomentando também o incremento paisagístico, que positivamente atraiu uma
população que se integrou à região, indicando neste caso uma sinergia positiva. Isto é facilmente

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observado ao longo de todo o reservatório, que concentra o maior número de pescadores, o que não
se observa em áreas de jusante e montante do empreendimento.

Outro ponto que merece uma rápida abordagem sob o aspecto da sinergia relaciona-se com as
enchentes a jusante do barramento, fato este equivocadamente atribuído as aberturas das
comportas da hidrelétricas conduzindo a majoração de suas conseqüências sobre a população,
principalmente sobre a cidade de Cataguases.

Portanto, ao contrario do que se divulga, as barragens segundo vários autores funcionam como
um controle de cheias, evitando enchentes a jusante, e neste contexto o reservatório da PCH Nova
Maurício executa a função de contenção das cheias no período de grandes enchentes, onde
inicia-se o período chuvoso com o reservatório na cota mínima (190 m) retardando ao máximo o
vertimento, visando a formação de um volume de espera, providência esta realizada anualmente em
comum acordo com a Defesa Civil local, visando à prevenção de inundações e outros impactos às
populações a jusante

3. Considerações finais

Assim, dentro deste contexto, decorridos quase seis décadas (57anos) da instalação do
empreendimento e conforme já mencionado no parecer único Nº 076804/2012, a PCH Nova Maurício em
operação desde 1956 está inserida num ambiente modificado no passado, ambiente este que já se
encontra totalmente recuperado pela recomposição de matas ciliares o que levou a um em novo equilíbrio
do ambiente, tanto no que se refere aos aspectos bióticos quanto aos socioambientais, portanto os
impactos cumulativos a sinérgicos já ocorreram, e a população no entorno e das adjacências já se
encontra adaptada à nova realidade ambiental.

Dentro do mesmo raciocínio anterior, entende-se que o meio ambiente é dinâmico e mudanças que
comprometam esta estabilização e consolidação poderão ocorrer, sejam provenientes de ações
naturais e/ou antrópicas e para acompanhar as possíveis mudanças torna-se imprescindível a
continuidade dos monitoramentos, que ocorrem há mais de seis anos, monitoramentos estes que
constituem instrumentos que indicarão ou não a estabilidade destes impactos, parâmetros ou
variáveis, hoje estáveis, mas que podem ser alterados com o tempo. Desta forma, o monitoramento
contínuo é o instrumento mais eficaz para entender a dinâmica local e a interatividade da região.

Concluindo, a SUPRAM-ZM, após análise de sua equipe técnica, considerou satisfatória a


abordagem feita pelo empreendedor, como complemento dos estudos ambientais (EIA/RIMA), no
que se refere a “Avaliação de impactos ambientais considerando suas propriedades
cumulativas e sinérgicas” do empreendimento considerando a existência de outras usinas no Rio
Novo e sua respectiva bacia, sugerindo ao conselho da URC-ZM, após a devida apreciação deste
adendo, a aprovação da Licença de Operação Corretiva da PCH Nova Maurício nos termos do
Parecer Único nº 076804/2012.

4. Análise das condicionantes propostas no relatório de Vistas da MP

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Noutro giro, o empreendedor apresentou a SUPRAM-ZM um segundo relatório, onde procura


abordar sua posição em relação as condicionantes propostas pelo conselheiro representante da
Procuradoria de justiça, mas que ainda depende da análise do conselho da URC-ZM, aprovando ou
não tais condicionantes, apresentando a seguir a posição do empreendedor:

4.1. Proposta de Modificação de Condicionante

Condicionante 12: Execução do Projeto de Monitoramento do Assoreamento do reservatório, a cada 2 anos,


através de estudos batimétricos e sedimentológicos, com base nas recomendações do “Guia de Avaliação de
Assoreamento de Reservatórios” (ANNEL, 2000), sendo o primeiro dois anos após a concessão da Licença:
Prazo: Durante a vigência da Licença

Alteração Proposta: Sendo o primeiro em seis meses após a concessão da Licença

Posição do empreendedor: Contrário alteração desta condicionante, pelas razões expostas a seguir:

O texto da condicionante acima exige que o primeiro levantamento batimétrico deva ser realizado seis meses
após a emissão da LOC, porém tal serviço é exigido em outra periodicidade conforme condicionante da
outorga determinada na Deliberação Compé Nº 31 / 2013 artigo 1º, parágrafo 1º e inciso I:

“Realizar novos levantamentos topo-batimétricos para avaliação do assoreamento do reservatório, a cada


02 anos, conforme metodologia descrita no Guia de Assoreamento de Reservatórios da ANEEL (2000),
sendo a primeira dois anos a partir da publicação da outorga.”(grifo nosso)

De acordo com esta condicionante, o primeiro levantamento batimétrico deve ser realizado dois anos após a
publicação da outorga. Entendemos haver uma diferença nas periodicidades apontadas, razão pela qual
optamos em seguir a periodicidade e decisão já aprovada pelo Comitê Deliberativo da Bacia Hidrográfica dos
Afluentes Mineiros dos Rios Pomba e Muriaé e ratificada pelo Parecer Técnico da SUPRAM, ou seja, podendo
realizar a primeira batimetria somente em 2015.

Posição da SUPRAM-ZM: Contrário alteração desta condicionante:

Como informação complementar, por ocasião da elaboração do parece único do licenciamento, fazendo parte
do processo nº 19068/2011, foi solicitado um novo estudo batimétrico e sedimentológico, estudo este
protocolado em 05/04/2013, constante das fls. 216 a 285 do citado processo de outorga, portanto não
justifica outro estudo seis meses após, uma vez que não alteraria o estudo anterior realizado recentemente,
em abril de 2013.

3.1. Propostas de Inclusão de Condicionantes

A. Manter equipe treinada e coordenada por especialista para promover campanha de resgate de
peixes no Trecho de Vazão Reduzida sempre que houver as aberturas das comportas do vertedouro,
a fim de evitar-se o aprisionamento e morte de peixes. Prazo: durante a vigência da licença.

Posição do empreendedor: A condicionante será aceita

B. Confeccionar, sempre que houver as aberturas das comportas do vertedouro, o diagnóstico da


ocorrência, freqüência e intensidade destes eventos de mortandade ou aprisionamento. Prazo:
durante a vigência da licença
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Posição do empreendedor: A condicionante será aceita

C. Elaborar projeto e realizar, conforme cronograma, a revitalização da vegetação ciliar,


principalmente nos segmentos a jusante do museu, uma vez que foi verificada a importância deste
trecho para a fauna de peixes do rio Novo a jusante de Nova Maurício. Prazo: 90 dias a partir da
concessão da licença.

Posição do empreendedor: A condicionante será aceita com restrições

Será aceita, porém ressalta-se que as áreas a jusante do museu e PCH Nova Maurício pertencem a
terceiros; sendo assim anteriormente a apresentação de um projeto, será feito contato com estes
proprietários visando obter as anuências e autorizações para execução deste plantio. Caso o
retorno seja comprovadamente negativo, o empreendedor ficará impossibilitado de executar as
atividades previstas na condicionante.

D. Desenvolver e custear projetos voltados para a biologia de Cichla sp e P. adspersus. Para a primeira,
o objetivo é de acompanhar a colonização desta espécie no reservatório e nos trechos a jusante, a
fim de se levantar informações sobre o manejo da mesma para se evitar o desaparecimento de
espécies nativas. Para P. adspersus, o objetivo é avaliar a estrutura da população e aspectos da
alimentação e reprodução nos trechos a jusante do rio Novo, identificando, assim, possíveis ações
para a manutenção se populações viáveis destas espécies no rio Novo, bem como no próprio rio
Pomba. Prazo: durante a vigência da licença.

Posição do empreendedor: A condicionante será aceita

E. Desenvolver e executar projetos de educação ambiental com enfoque específico para a importância
dos recursos da biota aquática na manutenção da vida, devendo atingir escolas e comunidades sobre
influência direta ou indireta do represamento – Prazo: Durante a vigência da licença.

Posição do empreendedor:

A condicionante será aceita, porém no contexto da condicionante Nº02 do parecer da SUPRAM,


pois ambas tratam de educação ambiental. Entendemos que esta condicionante deve ser excluída,
sendo seu texto incorporado a condicionante Nº 02.

F. Elaborar estudo técnico para apurar a procriação e sobrevivência das espécies nativas existentes no
Rio Novo, na área de influencia direta e indireta da PCH Nova Mauricio, com indicação de medidas
técnicas mitigadoras do problema e, se for tecnicamente indicado, medidas de estímulos à
majoração da população de peixes na área do empreendimento, inclusive com o repovoamento de
espécies nativas no Rio Novo. Ressalte-se que, dentre as análises, deverá ser apreciada (e, se for o
caso, indicadas as medidas necessárias) a questão relacionada ao retorno dos peixes no Rio Novo no
início da época de seca, evitando-se que eles sejam exterminados nas turbinas ou vertedouro da
hidrelética - Prazo: 01 (um) ano, devendo o estudo ser implementado ao longo da Licença, conforme
cronograma estipulado.

Posição do empreendedor: Contrário a adoção desta condicionante, pelas razões expostas a seguir:

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Desde o ano de 2007, o empreendedor vem monitoramento a ictiofauna no trecho de inserção da


PCH Nova Maurício, criando desta forma uma base de dados sólida, onde o histórico não indica
ações ou necessidade de peixamento. Entendemos que a base de dados e informações coletadas até
o momento, onde registram-se quantitativos satisfatórios de riqueza e de pescado, não indica a
necessidade de majoração de espécies da ictiofauna.

O gráfico 1 apresenta a abundância anual de espécies (riqueza) e número de indivíduos ao longo


de seis anos de monitoramento, indicando uma flutuação considerada comum nos
monitoramentos. Os quantitativos registrados indicam números satisfatórios, observando-se o
esforço amostral (4 dias anuais para cada ponto de amostragem) . Reitera-se que o
monitoramento da ictiofauna deverá ser mantido e o responsável técnico pelo programa deverá
estar atento às mudanças e alterações sobre esta comunidade, avaliar e indicar caso necessário
medidas que visem à preservação e manutenção da ictiofauna no trecho de inserção do
empreendimento. Desta forma avalia-se como desnecessária a inclusão desta solicitação como
condicionante ambiental

G. Promover a ampliação e manutenção das faixas de APP do reservatório em faixas superiores às


estabelecidas no licenciamento, conforme projeto técnico a ser apresentado pelo empreendedor, de
modo a incorporar e conectar fragmentos florestais e eventuais nascentes. Prazo para apresentação
do projeto: 90 dias. Prazo para implantação: conforme cronograma executivo a ser apresentado pelo
empreendedor.

Posição do empreendedor: Contrário a adoção desta condicionante, pelas razões expostas a seguir:

A condicionante G proposta pelo conselheiro do MPMG não merece prosperar uma vez que a
definição das faixas de APPs de reservatórios está regida pelo artigo 62 da Lei Federal 12.651/13,
que determina:

Art. 62. Para os reservatórios artificiais de água destinados a geração de energia ou abastecimento
público que foram registrados ou tiveram seus contratos de concessão ou autorização assinados
anteriormente à Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, a faixa da Área de

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Preservação Permanente será a distância entre o nível máximo operativo normal e a cota máxima
maximorum.

Além disso, não há que se afirmar que a regra da Lei Estadual 14.309/02 defina regra de
metragem superior à regra federal, pois estamos tratando de regra especial para reservatórios
anteriores a 24 de agosto de 2001, e que a Lei Estadual não substituiria, por se tratar de regra
geral, sem essa regra específica.

Sem prejuízo, a definição de áreas de preservação permanente em reservatórios é ato decorrente


de lei, por se tratar de limitação administrativa, não cabendo ao licenciamento definir metragens
próprias para esse tipo de limitação, além do expressamente permito por lei.

Logo, há que se afirmar que a normativa infra legal representada pela Resolução CONAMA n.º
302/02 deva ser interpretada pela regra vigente da época, lei em sentido estrito. Tal entendimento
encontra farto respaldo na Constituição Federal ao garantir a preservação do princípio da
reserva legal.

Ressalta-se que as áreas de preservação permanente pertencentes à PCH Nova Mauricio possuem
extensas áreas de Mata em bom estado de conservação, onde se incluem, também, expressivos
trechos de mata ciliar, conforme informações do empreendedor e confirmadas por laudo de
vistoria da SUPRAM/ZM.

H. Adquirir, desapropriar ou instituir servidão administrativa em toda a área que constitui área de
preservação permanente no entorno do reservatório. Prazo: 01 (um) ano.

Posição do empreendedor: Contrário a adoção desta condicionante, pelas razões expostas a seguir:

A condicionante H proposta pelo conselheiro do MPMG não merece prosperar uma vez que a
obrigação legal de adquirir APPs de reservatórios só se aplica para empreendimentos
implementados a partir de 24 de agosto de 2001, por força da Medida Provisória n.º 2.166, de 24
de agosto de 2001, que incluiu o §6º ao artigo 4º, da então vigente Lei Florestal n.º 4.771/75,
conforme redação abaixo:

§ 6o Na implantação de reservatório artificial é obrigatória a desapropriação ou aquisição, pelo


empreendedor, das áreas de preservação permanente criadas no seu entorno, cujos parâmetros e
regime de uso serão definidos por resolução do CONAMA. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.166-67, de 2001)

Seguindo essa mesma regra, a Lei Estadual nº 14.309/02 previu a regra no §7º do artigo 13, que
determinou essa obrigação de aquisição somente para empreendimentos implementados a partir
de 19 de junho de 2002, conforme redação abaixo:

§ 7° – Na implantação de reservatório artificial, o empreendedor pagará pela restrição de uso da


terra de área de preservação permanente criada no seu entorno, na forma de servidão ou outra
prevista em lei, conforme parâmetros e regime de uso definidos na legislação.

Logo, há que se afirmar que a normativa infra legal representada pela Resolução CONAMA n.º
302/02 deva ser interpretada pela regra vigente da época, lei em sentido estrito. Tal entendimento
encontra farto respaldo na Constituição Federal ao garantir a preservação do princípio da
reserva legal.

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I. Realizar estudo que indique medidas para proteger as espécies identificadas como ameaçadas de
extinção, na área de influencia direta e indireta do empreendimento, e executar as medidas
conforme cronograma. Prazo para elaboração: 180 dias.

Posição do empreendedor: Contrário a adoção desta condicionante, pelas razões expostas a seguir:

O diagnóstico e estudo apresentado para a fauna terrestre no EIA/RIMA da PCH Nova Maurício
não indicou medidas específicas para proteção da fauna ameaçada de extinção. A equipe
responsável técnica pelo estudo entendeu que estas medidas são desnecessárias no atual momento
do empreendimento, pois todos os impactos relacionados à fauna ocorreram no passado, como
desmatamento, abertura de estradas, enchimento do reservatório entre outros.

Entende-se que após quase 60 anos de implantação os impactos sobre a fauna não existem mais
por parte do empreendimento em questão e que a população da fauna terrestre já se encontra
estabilizada e atraída pelas ações de reflorestamento realizadas pelo empreendedor nas décadas
passadas.

Assim, o empreendimento não gera ou realiza atualmente quaisquer modificações ou mudanças


que possam interferir na fauna local. Resumindo, a comunidade da fauna terrestre,
especificamente a mastofauna, já se encontra instalada e adaptada à região.

A medida aqui sugerida para conservação desta fauna deve ser direcionada à condicionante de
educação ambiental. Deve-se incluir nos temas a serem abordados com as populações vizinhas
(áreas de influência direta e indireta) o tema da proteção à fauna, com ênfase na fauna ameaçada
de extinção.

Assim, conclui-se que o estudo sobre a fauna já foi realizado e a medida cabível no atual momento
do empreendimento relaciona-se à educação ambiental, devendo-se ressaltar ou dar ênfase a este
tema quando da confecção do projeto de educação ambiental.

J. Realizar e apresentar estudo hidrológico considerando as interações entre as PCHs instaladas na sub-
bacia do Rio Pomba para verificação da contribuição da operação estrategicamente planejada dos
empreendimentos para minimização dos efeitos das inundações que ocorrem nos municípios a
jusante de suas instalações. Prazo: 180 dias a partir da concessão da licença.

Posição do empreendedor: Contrário a adoção desta condicionante, pelas razões expostas a seguir:

A regra operativa da PCH privilegia o controle de enchentes à jusante (Cataguases). Antes do


início do período chuvoso é formado um volume de espera no reservatório da PCH, operação em
comum acordo com a Defesa Civil de Cataguases, visando à prevenção de inundações. A onda de
cheia oriunda das chuvas é então amortecida pelo reservatório da usina.

Após o enchimento completo da barragem, apenas uma parcela do excedente, acima da cota
máxima d´água permitido no reservatório, é vertido pelas comportas. As turbinas da PCH Nova
Mauricio estarão operando nesse caso em máxima capacidade e succionando a máxima
quantidade de água possível do reservatório.

Assim, havendo vazões superiores às turbinadas, a diferença é liberada pelas comportas. Nesta
situação, a usina já acumulou o máximo de águas pluvial possível e, portanto, as vazões liberadas

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são proporcionais à quantidade de chuva na bacia do rio Novo. Podemos afirmar então que o
reservatório permanece amortecendo as vazões afluentes durante todo o período chuvoso; a usina
por sua vez faz o controle horário das vazões liberadas, de forma a minimizar ao máximo os
impactos causados pelos excedentes chuvosos. Conclui-se, portanto, que a usina não causa
enchentes nos municípios à jusante de sua barragem.

K. Elaborar e executar o Plano de Segurança de Barragem e o Plano de Ações emergenciais, prevendo


revisão periódica de ambos, realizando o devido entendimento e integração com os demais
empreendimentos hidrelétricos situados no mesmo curso d´água, bem como realizando
treinamentos contínuos com os funcionários. Prazo para apresentação dos Planos: 30 dias, a partir
da concessão da Licença.

Posição do empreendedor: Contrário a adoção desta condicionante, pelas razões expostas a seguir:

Entendemos que as premissas desta condicionante já estão sendo atendidas no âmbito da Política
Nacional de Segurança de Barragens (Lei Federal n.º 12.334/2010), sendo a ANEEL o órgão
aprovador do plano de segurança e fiscalizador da sua implementação. De acordo com o artigo
19 da referida lei, os empreendedores eram obrigados a apresentar o relatório e cronograma de
implantação até 20/09/2012, requisito atendido de acordo com o anexo 1.

Ainda, segundo este mesmo artigo, os empreendedores poderiam aguardar a manifestação do


órgão fiscalizador por até um ano após a entrega do relatório, para então iniciar as atividades
para implantação do Plano de Segurança. O empreendimento optou, porém, por iniciar
imediatamente a contratação de uma empresa especializada para executar as ações propostas ao
órgão fiscalizador (ANEEL), conforme ordem de serviço do contrato apresentada no anexo 2.
Enfim, todos os prazos da referida lei estão sendo cumpridos e todas as tratativas pertinentes a
este assunto estão sendo feitas junto à ANEEL (órgão fiscalizador), motivo pelo qual entendemos a
desnecessidade desta condicionante na Licença Ambiental do empreendimento, por falecer à
URC/ZM competência normativa para a fiscalização, dada norma federal clara sobre quem possui
poder gerencial a respeito do tema, no caso, ressalte-se, a ANEEL.

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