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Curso Pfister

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Curso de capacitação: avaliação psicológica para manuseio de arma de fogo

Módulo II – As pirâmides coloridas de Pfister


Amanda Simas Maya CRP 01/12941
HUMANUS – Psicologia Especializada
*Material elaborado exclusivamente para fins acadêmicos

O TESTE
• Técnica projetiva;
• De fácil aplicação e caráter lúdico: o indivíduo precisa preencher três
esquemas de pirâmide com quadrículos coloridos, de forma que a
pirâmide fique bonita para ele;
• Avalia a dinâmica afetiva e emocional do sujeito, bem como verifica
o desenvolvimento cognitivo, possibilitando uma compreensão
dinâmica e integrada do seu funcionamento psíquico;
• Utilizado para avaliação em vários contextos: como clínico,
organizacional, escolar, trânsito, porte de arma, entre outros.

HISTÓRICO

• Criado pelo suíço Max Pfister (1889–1958): década de 1950.


 Dons artísticos revelados desde jovem;
 Arquitetura: dedicado e bem-sucedido;
 Artes: teatro (destaque no trabalho com marionetes), cenografia,
ballet e coreografia (mundo da dança e das artes cênicas), “datam
dessa época os seus mais decisivos contatos com as luzes
e as cores, das quais descobrem os valores expressivos e o
significado emocional” – usava o pseudônimo de Max Terpis;
 Psicologia: questões de saúde o afastaram das artes e, por
características pessoais como sensibilidade e tato com os colegas,
decidiu dedicar-se ao estudo da Psicologia;
 TCC de Max Pfister: as Pirâmides Coloridas de Pfister.

Material elaborado exclusivamente para fins acadêmicos – HUMANUS CURSOS


 Arquitetura: conhecimento sobre formas geométricas o levou à escolha
da PIRÂMIDE – considerava que esta propicia a organização de várias
configurações;
• Artes: impressões (até então subjetivas) de que as CORES mobilizavam
afetivamente as pessoas;
• Tal composição (Pirâmide + Cores) poderia trazer dados
interessantes sobre a Dinâmica Emocional do indivíduo bem
como aspectos de sua Estruturação da Personalidade.

HISTÓRICO: cor e emoções

• Valores simbólicos que se repetem na história (apesar das variações):


senso comum, religião, cultura, artes e ciência:
 Vermelho: cor do instinto e da paixão;
 Azul: cor fria e profunda, ligada à introversão;
 Amarelo: cor da expansão e do vigor.

HISTÓRICO: no Brasil

• Trazido por Fernando de Villemor Amaral em 1956: PUC-SP disciplina de


Técnicas Projetivas;
• Primeira publicação: Ginsberg (1956);
• Primeiro manual brasileiro: Villemor Amaral, 1966 e 2ª 2d. em 1978;
• Pesquisas atuais: Anna Elisa de Villemor-Amaral;
• Normatização e adaptação para a população brasileira atual: Villemor-
Amaral, 2005/ reimpressão 2012.

MATERIAL

• Manual;
• Jogo com quadrículos coloridos composto de 10 cores subdividas em 24
tonalidades, com no mínimo 50 unidades de cada tom;
• Três cartelas contendo o esquema de uma pirâmide;

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• Folha de aplicação (caneta);
• Mostruário de cores.

APLICAÇÃO: condições

• Aplicação individual;
• Lugar privativo;
• Relativamente silencioso;
• Mobília adequada (mesa neutra, cadeiras confortáveis e pouca decoração);
• Boa iluminação (de preferência natural para não atrapalhar na
identificação dos tons).

APLICAÇÃO: preparação

 Bom rapport: esclarecer os objetivos da aplicação, sem informações que


possam comprometer as respostas a serem dadas no teste;
 Levantar informações sobre possíveis dificuldades na visualização das
cores, em caso de dúvida fazer um teste simples de visão cromática;
 Em caso de curiosidade do indivíduo em teste, cordialmente, solicitar que
as perguntas sejam deixadas para depois da atividade.

APLICAÇÃO: instruções

O aplicador deve dizer:


“Aqui temos uma grande quantidade de papeizinhos com cores e
1 2
tonalidades diversas e o esquema de uma pirâmide . Cobrindo-se
os espaços da pirâmide, obtém-se uma pirâmide colorida. Você
deve fazer sua pirâmide usando as cores que quiser, pode trocar
ou substituir à vontade, até que a pirâmide fique do seu gosto,
fique bonita para você. Alguma dúvida? Então pode começar. ”
3
Após terminar a primeira pirâmide , mostrar o segundo esquema e dizer:

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“Agora eu gostaria que você fizesse outra e depois ainda há mais
uma a ser feita. ”
1
Neste momento despejar os quadrículos na mesa levemente e misturar.
2
Mostrar apenas o primeiro cartão.
3
Esconder as pirâmides concluídas para a execução da próxima, sem desfazê-las.

APLICAÇÃO: inquérito

Ao final da aplicação, colocar as pirâmides na frente do sujeito, na ordem em que


foram feitas, da esquerda para a direita e fazer um pequeno inquérito, também
anotado na folha de aplicação.
1. Qual delas você acha que ficou mais bonita, de qual você mais
gosta? Por quê?
2. De qual delas menos gosta? Por quê?
3. Geralmente de qual cor gosta mais?
4. De qual cor menos gosta em geral?
5. Aqui no teste, qual a sua cor preferida?
6. De qual cor do material você menos gostou?
Esse pequeno inquérito permitirá não apenas apreender as impressões e
possíveis reflexões do sujeito sobre o trabalho que realizou, como também ter
meios para verificar a maior ou menor coerência entre seus comentários e sua
produção.
APLICAÇÃO: folha de aplicação

Durante a aplicação preencher a frente:


- os dados de identificação;
- a execução das pirâmides (cores e ordem);
- o inquérito;
- trocas, comentários e atitudes.
Para a aplicação precisa-se saber:
- Códigos dos espaços;

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- Códigos das cores.
CODIFICAÇÃO: espaços da pirâmide

CODIFICAÇÃO: cores
• AZUL: Az1, Az2, Az3, Az4.
• VERMELHO: Vm1, Vm2, Vm3, Vm4.
• VERDE: Vd1, Vd2, Vd3, Vd4.
• VIOLETA: Vi1, Vi2, Vi3.
• LARANJA: La1, La2.
• AMARELO: Am1, Am2.
• MARROM: Ma1, Ma2.
• PRETO: Pr.
• BRANCO: Br. Cor única.
• CINZA: Ci.

APLICAÇÃO: folha de aplicação

Após a aplicação preencher verso:


- Pirâmides finais;
- Frequência das cores e tabela (converter em porcentagens);
- Síndromes;
- Aspecto formal;
- Sinais especiais;

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- Modo de colocação;
- Processo de execução;
- Fórmula cromática;
- Cores por dupla;
- Variação de Cor e Matiz.

CODIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO

Passaremos agora a toda codificação que permitirá interpretações das


Pirâmides.
- Frequência das cores e tabela (converter em porcentagens, P. 175);
- Cores por dupla (P.87);
- Síndromes cromáticas (P.90);
- Aspecto formal (P.56);
- Sinais especiais (P.71);
- Modo de colocação (P.54);
- Processo de execução (P.52);
- Fórmula cromática (P.94);
- Variação Cor e Matiz (P.100).

C e I: cores

 Abordaremos aqui 3 grupos de codificação:

- Frequência das cores

- Cores por dupla

- Síndromes
• Representante dos afetos e das emoções;
• Possibilita a compreensão da vida emocional do indivíduo, bem como
sua capacidade de contato afetivo e de aproximação afetiva com o meio
ambiente.
Obs.: 1. Difícil tarefa de validar tais interpretações.
2. Cautela nas interpretações - não usar interpretações isoladas.
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C e I: frequência das cores e tabela

• Preencher por cor e tonalidade, de cada pirâmide:

- Número de quadrículos daquela cor na prancha;

- Porcentagem por COR (no manual tem a lista para facilitar, p.175).
• Preencher Tabela de Frequência:

- Cores que apareceram;

- O valor dado (dd): valor encontrado;

- O valor esperado (esp): vide tabela normativa (p.160-média de não pacientes);

- Sinalizar de ficou Acima Abaixo ou na Média X.

C e I: significado (p. 74), frequência das cores (p.175) e


tabela (p.160)
• VERDE: cor do insight, empatia e boa capacidade de compreensão
de situações;
• AZUL: cor relacionada à capacidade de controle e adaptação;
• VERMELHO: representante dos estados mais excitados, ligada à
extroversão, irritabilidade, impulsividade, agressividade;
• AMARELO: cor estimulante, indicativo de extroversão mais bem
canalizada e adaptada ao meio;
• LARANJA: representa a ambição, anseios de produção (cor
intermediária entre o Vm e o Am);
• MARROM: cor relacionada a extroversão, descargas intensas.
Dinamismo;
• VIOLETA: cor ligada a tensão e a ansiedade (mescla do Az com Vm –
cores antagônicas);
• PRETO (acromática): negação da cor, defesa, repressão ou inibição.
Secundário: angústia ou depressão;
• BRANCO (acromática): sentido de vazio interior, fragilidade
estrutural, estabilidade precária;

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• CINZA (acromática): significado de carência afetiva, insegurança,
repressão dos afetos.

* Interpretações sugeridas para valores na média, acima e abaixo


podem ter outra conotação.

CORES...
• VERDE: Segundo pesquisas, costuma ser a cor mais empregada no teste.
Apesar de ser a cor do insight, seu aumento não indica excelente
aptidão para o contato, ao contrário, grande quantidade dessa
cor pode indicar sobrecarga de estimulação que pode gerar
ansiedade e provocar ruptura do equilíbrio interno, se não houver
no teste outros fatores reguladores e indicadores de maturidade. Sua
diminuição também pode ter significado negativo, pois pode
indicar certa insensibilidade emocional, diminuindo a abertura
para os relacionamentos e levando a um retraimento social. O verde
costuma estar rebaixado em adolescentes, fato que não surpreende pelas
significações atribuídas a essa cor;

• AZUL: Apesar de ser uma cor relacionada ao controle e a adaptação,


dependendo das tonalidades ou das quantidades assumirá um
caráter mais negativo ou mais positivo. O Az4 é considerado a cor
mais típica do grupo, e parece concentrar o significado de introversão,
controle e adaptação conferido ao azul, portanto a literatura indica que não
basta o azul estar na média, mas sua presença deve ser marcada pela
tonalidade mais forte para que possamos atribuir ao
examinando as características representadas por essa cor (a
soma do Az3 e Az4 deve ser maior que a do Az1 e Az2). Sua presença
exagerada sinalaria uma possível constrição ou supressão da
expressão de sentimentos e afetos, atitude de supercontrole,
pessoas com aumento de azul são provavelmente mais formais.
Entretanto se o aumento do azul se der em função do Az1 ou Az2,
os mecanismos de contenção serão insuficientes, e a pessoa
estará mais sujeita ao descontrole, se houver a presença de tons
mais quentes ou de cores mais vivas;

• VERMELHO: A cor representante dos estados mais excitados tem esse


significado mais verdadeiro quanto mais essa cor estiver
aumentada e acompanhada da diminuição de indicadores de
controle emocional, tais como o uso significativo do Az, tons
enegrecidos, formas mais evoluídas ou fórmulas cromáticas
que indiquem certa capacidade de contenção. Seu rebaixamento é
raro e pode estar compensado pela presença mais marcada de outras cores
estimulantes, mesmo assim, seu rebaixamento ou ausência pode ser
indicativo de labilidade estrutural, enfraquecimento da possibilidade de
descarga emocional, de realização ou de retraimento defensivo como fuga
do mundo exterior;

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• AMARELO: O aumento dessa cor pode se relacionar a um
exagero de manifestações afetivas, menos espontâneas, mais
estilizadas e superficiais, também pode ser indicativo de imaturidade,
baixa tolerância a frustração, assim como instabilidade, egocentrismo e
irritabilidade, por outro lado se seu aumento vier acompanhado do
aumento do verde e marrom (S.D), pode ser um forte indicador de
produtividade. A diminuição ou ausência dessa cor indica, a
princípio, dificuldade em canalizar e expressar emoções de
maneira adaptada, mas os outros indicadores do protocolo que
acompanham esse rebaixamento devem ser levados em conta, como em
todos os casos, para que se tenha uma noção de qual é o sentido das
dificuldades. Deve-se verificar se trata de impulsividade e
imprevisibilidade de reações no caso do aumento das cores de
estimulação mais intensas, ou de excesso de controle e inibição
no caso da ausência dessas;

• LARANJA: Cor intermediária entre o Vm e o Am, portanto assume


conotações igualmente intermediárias. Seu aumento estaria ligado à
excitabilidade, ao desejo de domínio, reduzido senso de
autocrítica, principalmente quando estiverem também
aumentados o Vm e o Am. O rebaixamento dessa cor pode revelar
repressões, inibições, influenciabilidade, passividade e submissão, quando
não compensada por outros indicadores;

• MARROM: A literatura aponta para tendência em pessoas com o Ma


aumentado, a aparentar firmeza, determinação e independência, quando
de fato se trata de uma atitude reativa à enorme necessidade de amparo,
proteção e sentimentos de inferioridade, Villemor Amaral (1978) destaca
o aumento dessa cor nos casos de neurose obsessivo compulsiva
(comprovada em pesquisas), transtornos psicossomáticos,
retardo intelectual e alcoolismo. Sua presença em quantidades
dentro do esperado pode revelar aspectos positivos ligados à perseverança,
tenacidade e à determinação que conduzem a produtividade. Também
na falta de outros indicadores de controle, a presença do Ma
pode indicar possibilidade de adaptação. Sua diminuição ou
ausência pode ter caráter negativo de falta de energia, menor
resistência e baixa produtividade;

• VIOLETA: Os significados diferem um pouco conforme a tonalidade,


estando o Vi1 mais vinculado à ansiedade difusa derivada do
medo do desamparo e de sentir-se indefeso. O Vi2 associa mais à
ansiedade excitada, presente nas neuroses no geral, sendo
resultante de conflitos, ou a uma inquietação que pode mesmo levar a
criatividade, já no caso do Vi3, já se estaria diante de melhores
possibilidades de contenção e elaboração da ansiedade, em
função da predominância do azul nessa tonalidade, mas também seu
aumento seria constatado nos quadros obsessivo-compulsivos. Por outro
lado, a ausência do Vi também não é considerada como um
indicador positivo, pois estaria ligado à negação dos impulsos e da
ansiedade decorrente da intolerância a suportar tais estados, o que
certamente dificultaria a elaboração dos conflitos e comprometeria o
equilíbrio da personalidade;

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• PRETO: Representante da negação da cor, seu uso nas pirâmides é pouco
frequente, e quando aumentado, vem geralmente acompanhado de
tonalidade enegrecidas, sua significação está associada às defesas contra
os estímulos e ao medo do desencadeamento de impulsos que conduziriam
a perda do equilíbrio. Na ausência de outros indicadores de
contenção, pode ter um certo valor positivo. Sua presença
dentro dos valores esperados significa função estabilizadora e
reguladora que visa a adaptação. A ausência de Pr pode indicar
rebaixamento ou ausência de repressões indispensáveis ao homem
socialmente adaptado, embora esse rebaixamento possa vir compensado
por tonalidades enegrecidas, ou pela presença do Ci e Az;

• BRANCO: Representa a anulação ou diluição das cores, ao contrário do


Pr que representa negação. Seu aumento, acompanhado de outras
tonalidades claras indicaria predisposição ou presença de perturbações
graves, como é o caso das psicoses, sendo sua presença negativa tanto em
termos diagnósticos quanto prognósticos. O uso do Br em
quantidades acima do esperado aponta para vulnerabilidade e
ausência de mecanismos de controle suficientes, ou mesmo perda do
contato com a realidade. Impulsividade também é associada ao
aumento do Br, sobretudo se acompanhada do aumento do Vm,
sem compensação por aumento de Az ou Pr. Há, porém outro tipo
de possibilidade diante do Br elevado, a apatia, a prostração e o
negativismo;

• CINZA: O uso aumentado de Ci implica em possível timidez, cautela


e restrição nos contatos emocionais como forma de defesa contra o temor
de não satisfação das necessidades afetivas, ou seja, retraimento
defensivo. Mitomania, oposicionismo e tendência a criar conflitos no
ambiente que os cercam são características também relatadas a respeito
daqueles que apresentam quantidades elevadas de Ci.

C e I: cores por dupla (p.87)

Significados atribuídos à combinação de cores por dupla.

Como referência - tabela de frequência e ou . Exemplos (constam 20 no manual):

• Az + Pr : indício de bloqueio, rigidez, extrema dificuldade de elaboração.


• Vm + Vi : aponta para excitação e impulsividade.
• Vd + Az : tendência ao estabelecimento de relacionamentos profundos
e autênticos.
• La + Vi : indicador de produtividade rebaixada.
• Ma + Br : dupla que reflete agitação e inquietação.
• Pr + Am : revela imaturidade (segundo a literatura, costuma aparecer
em adolescentes).
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• Ci + Vm : dupla associada a pessoas irritáveis, com tendência a criar
polêmicas.
• Az + Am : introversão e extroversão se contrapõem revelando conflito,
sobretudo quando esses valores estão mais aumentados que as demais
cores, é um sinal de imaturidade;
• Az + Ci : indica fechamento em si e indisposição para contatos
interpessoais;
• Vm + Br : combinação que revela excitabilidade e impulsividade
em estrutura enfraquecida, descontrole da ação e atitudes
desorganizadas;
• Vm + Vd : indicador de fragilidade na estrutura da
personalidade, descargas de impulsos e impossibilidade de elaboração
(dupla encontrada em personalidades psicopáticas);
• Vd + Vi : combinação indicadora de comprometimento do
equilíbrio emocional;
• Ma + Pr : possível indicador de compulsividade, necessidade de seguir
rituais, e de dificuldade de adaptação;

ATENÇÃO PARA ESSAS DUPLAS!

• Vm + Ma : a excitação e a impulsividade atribuídas ao vermelho,


associadas com a conotação de relacionamentos de caráter mais
primitivo do marrom, têm um significado negativo de regressão e de
descargas abruptas;
• Vd + Vm : a hipótese relacionada a essa combinação é a de irritabilidade
e impulsividade sem condições de elaboração, o que dificulta uma
atuação ordenada e coerente;
• Vm + Az : sendo o vermelho a cor dos estados mais excitados, ligado à
extroversão, à irritabilidade e à impulsividade, deve-se ficar atento se
seu aumento vem acompanhado da diminuição de indicadores
de controle emocional, tais como o uso da cor azul.

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C e I: síndromes cromáticas
Conjunto de cores que revelam um significado próprio.

Quatro principais:
• Síndrome de Normalidade (Az+Vm+Vd): capacidade de manter uma
conduta normal e adaptada, estabilidade e equilíbrio emocional;
• Síndrome de Estímulo (Vm+Am+La): cores quentes, indicativo de
capacidade de extroversão e de contato afetivo e social;
• Síndrome Fria (Az+Vd+Vi): cores frias, comportamento antagônico ao
das cores quentes, tendência mais introspectiva;
• Síndrome Incolor (Pr+Br+Ci): indicativo de negação e repressão dos
estímulos.

*Diferentes interpretações: aumento ou rebaixamento, presença mais


marcante de alguma cor.
• S.N: O aumento significativo dos três componentes poderá indicar um
grande esforço para garantir o equilíbrio e aparentar um
pseudonormalidade, muitas vezes as custas de mecanismos constritivo-
inibitórios;
• S.E: Se aumentada, pode ser inferir certa tendência ao egocentrismo e à
desadaptação;
• S.F: O aumento exagerado dessa síndrome foi observado em casos mais
patológicos de esquizoidia, sendo seu aumento menos patológico em casos
decorrência da elevação do Vd e do Vi;
• S.I: seu aumento é indicativo de fuga de situações afetivas ou estimulantes
como tentativa de manutenção de um equilíbrio frágil, por outro lado, seu
rebaixamento ou ausência pode indicar falta de mecanismos
estabilizadores, dependendo do restante do protocolo;

ATENÇÃO!

• S.E + S.N e S.F : lembrando que a síndrome de estímulo é composta


de cores estimulantes (Vm + Am + La), quando associada ao rebaixamento
da síndrome da normalidade e da síndrome fria, será mais acentuado

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o caráter de excitabilidade, incontinência afetiva e de
dificuldade de adaptação social.

“Villemor Amaral (1978) registrou seu aumento em indivíduos sob efeito de


drogas euforizantes e Lamounier e Lamounier(2004) também observaram seu
aumento significativo nos casos de drogadição”;
• Síndrome da labilidade afetiva (Vd + Vm + Ma ) : combinação
sinalizadora de reações impulsivas e de fraqueza do ego,
instabilidade e influenciabilidade, principalmente se houver
também rebaixamento do Am e do La;
• Síndrome da histeria (Vd +Vm +Vi ): a hipótese semelhante à
síndrome de excitação afetiva, porém de caráter mais acentuado, sendo
possível maior violência e explosividade nas descargas
emocionais;
• Síndrome do conflito interno (Br +Vm + Ci ): Essa combinação é
indício de provável irritabilidade e impulsividade em pessoas
com a estrutura enfraquecida, pessoas que apresentam essa
combinação, sobretudo havendo diminuição de Am e La, podem ser
facilmente sugestionáveis;
• Síndrome de agitação ( La + Vi + Ma + Br ): combinação constatada
em casos graves com reações irregulares de agitação e tumulto.

C e I: aspecto formal (p.56)

É o resultado da organização das cores, e é dividido em 3 grupos:

• TAPETES
• FORMAÇÕES (busca por algo)
• ESTRUTURAS

• Permite acessar como o indivíduo se organiza cognitivamente frente a um


estímulo emocional (representado pelas cores);
• Traz informações sobre as possibilidades de controle racional do indivíduo
sobre afetos e emoções;
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• Indicadores das habilidades cognitivas do indivíduo.

“Quanto mais estáveis forem os afetos, tanto mais precisa é a visão


das formas, quanto mais lábeis os afetos, tanto menos precisa será a
visão das formas”. (Rorschach, 1974)

TAPETES

• Não envolve a FORMA geométrica na produção. Somente a COR.


• Habilidades Cognitivas mais imaturas na execução.

Tapete Puro

Disposição das cores de modo aleatório, porém harmonioso.

• Apesar do menor grau de desenvolvimento emocional e intelectual,


indicam uma possível adaptação emocional às situações cotidianas;
• Manejo relativamente harmonioso das emoções e sentimentos;
• “Uma proporção forma cor equilibrada identifica uma boa capacidade de
integrar o estilo emocional individual à natureza das circunstâncias. ”

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Tapete desequilibrado
Disposição aleatória de cores, mas contrastante e descontínua.

• Aglomerações de tons mais claros ou mais escuros em determinadas áreas,


repetições de tons em espaços contíguos, dando uma impressão de
desequilíbrio;
• Indicativo de perturbações emocionais mais graves;
• Desequilíbrio e desadaptação ao ambiente;
• Turbulência afetiva pela presença de conflitos acentuados. *

*Comum em esquizofrênicos.

Tapete furado ou rasgado


Uso do branco em uma ou mais áreas do esquema - noção de furos
ou rasgos.

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• “Denota fortes indícios de perturbação grave proveniente de
dissociações no curso do pensamento” (Villemor Amaral, 1978);

*Comum em esquizofrênicos.

Tapete com início de ordem


Tapetes puros com uma ou mais repetições simétricas.

• Forma de transição;
• Indica melhores possibilidades de adaptação;
• Busca de equilíbrio emocional, embora não suficientemente desenvolvida.

FORMAÇÕES

• Organizações intermediárias nas quais se observa a disposição das cores


por camadas.
• Noção de que uma pirâmide é composta de estratos.
• Denota um funcionamento cognitivo e emocional
intermediário.
• Os significados psicológicos variam, possivelmente em função das
estratégias defensivas diferentes no modo de lidar com as emoções.

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Formação em camada multicromática
Utiliza uma cor por camada.

• Indicam um nível não satisfatoriamente amadurecido no trato das


emoções;
• Utilização de manejos defensivos.

*Atenção para as Formações Tombadas, orientadas no sentido


diagonal – não confundir com Estrutura em Escada (onde utiliza-se
apenas 2 cores ou tons).

Formação em camada monocromática


Utiliza uma única cor em suas variadas tonalidades.

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• Caso típico de dégradé;
• Nível não satisfatoriamente amadurecido no trato das emoções;
• Estilo sensível, porém, mais reprimido na ação.

Formação em camada monotonal

Utiliza uma única tonalidade.

• Nível não satisfatoriamente amadurecido no trato das emoções;


• Utilização de manejos defensivos;
• Nível mais grave de inibição e retraimento.

Formação simétrica
Cores distribuídas em pares simétricos, em camada – horizontais.

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• Simetria em pares simétricos no plano horizontal;
• Sugere insegurança;
• Instabilidade interna;
• Busca de equilíbrio mediante a comportamento cauteloso e
prudente.

*Comum em transtornos de ansiedade.

Formação alternada
As cores são dispostas alternadamente (duas cores ou tons), em
camada.

• Como um tabuleiro de xadrez;


• Indicador de dificuldade de adaptação ao ambiente;
• Conflitos acentuados em virtude de impulsos contrários que se chocam,
originando tensões (sobretudo no caso de cores contrastantes);
• Pode refletir conflitos externos com base na realidade.

*Comum em adolescentes.

ESTRUTURAS

• Elaborações formais mais sofisticadas (horizontal e vertical).

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• Colunas e camadas se compõem para formar uma imagem mais elaborada
em sua Gestalt.
• Indicador de níveis intelectuais superiores.

Estruturas simétricas
Cores dispostas em simetrias horizontais e verticais.

• A simetria geralmente é observada a partir do eixo central composto dos


espaços 1a, 3b e 5c, ou de seus extremos 1a, 5a e 5e;
• Indicador de capacidade cognitiva diferenciada;
• Maior equilíbrio emocional e maturidade.

Estruturas em escada
Duas cores (ou tons) dispostas em sentido diagonal,
alternadas.

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• Indicador de conflitos atuais que comprometem o equilíbrio
emocional;
• Apesar de certo esforço para aparentar estabilidade, indica um sentimento
eminente de perda de equilíbrio emocional decorrente de fragilidade nos
esquemas defensivos, que provavelmente de desorganizarão ante
situações externas mais adversas (nesse caso considerar o modo de
colocação, se ascendente ou descendente, sendo mais preocupante o caso
de escadas descendentes).

*Não confundir com as formações tombadas (mais de duas cores ou


tons).

Estrutura em manto
Borda externa preenchida de uma mesma cor.

• Expressam defesas, fechamento em si, repressão, sufocamento


de impulsos, turbulência interna;
• Principalmente se o miolo da pirâmide for preenchido por cores neutras
ou apenas uma cor;
• No caso de um miolo preenchido de cores vivas e variadas, tornam-se mais
evidentes os esforços diante da turbulência emocional e forte inquietação
interna.

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Estrutura em manto fechado
Borda externa e base preenchidas de uma mesma cor.

• Defesas: fechamento em si;


• Repressão;
• Sufocamento de impulsos;
• Turbulência interna.

Estrutura assimétrica dinâmica


Distribuição de cores cuidadosamente no sentido de formar um
esquema espacial que envolve a formação de ao menos 3
triângulos.

• Indicador de alto grau de elaboração, forte intuição espacial e estética;

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• Vivacidade de expressão;
• Inteligência;
• Produtividade;
• Criatividade;
• Sensibilidade artística.

Estrutura em mosaico
Distribuição de cores com a intenção clara de representar
algo.

• Indicador de inteligência;
• Sensibilidade artística.

C e I: sinais especiais (p.71)

• Tendência: sinalizar tendências formais (transição de forma);


• Matização: uso marcante dos diversos tons de uma mesma cor. Sugere
adaptação afetiva prudente, tímida e ansiosa;
• Divisão: uso de tons mais claros em uma extremidade, e mais escuros em
outra, dando a ideia de divisão. Sugere tensões, conflitos, dificuldade de
integração de aspectos da personalidade;

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• Corte ou mutilação: uso do branco ou tons esbranquiçados em uma
camada (corte) ou topo (mutilação). Sugere fragilidade estrutural e
prováveis alterações do pensamento.

C e I: modo de colocação (P.54)

Forma como a pessoa dispõe as cores sobre o esquema.

• Ascendente: da base ao topo. Sugere maturidade;


• Descendente: do topo à base. Sugere instabilidade ou insegurança;

direto: da esquerda para a direita, demonstra adequação ao esperado;

inverso: da direita para a esquerda, denota oposição, negação ou fechamento


em si e introversão;

alternado ou em ziguezague: alterna sentido (direita e esquerda), verificado


em adultos com rebaixamento de nível intelectual;

simétrico: preenche espaços simétricos em ordem (ex. 5a e 5e), reflete uma


busca por equilíbrio;

diagonal: preenche diagonalmente (significado vinculado ao aspecto formal


das escadas ou camadas tombadas – manejos defensivos);

em manto: preenche as extremidades primeiro – manto (significado também


vinculado ao aspecto formal – repressão, fechamento em si);

espacial: distribuição intencional de cores em pontos específicos que configura


mosaicos ou pirâmides assimétrico-dinâmicas (significado correspondente ao
das Estruturas - inteligência).

*o modo de colocação pode ajudar a definir o aspecto formal, nos


casos pouco definidos.

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C e I: processo de execução (p.52)
Maneira como a pessoa aborda a tarefa dada.

Quatro categorias:
• Execução Metódica ou Sistemática: executa as três pirâmides com o
mesmo modo de colocação. Sugere tendência a organização ou mesmo
meticulosidade;
• Execução Ordenada: segue padrão de modo de colocação, mas permite
variações. Sugere organização e flexibilidade;
• Execução Desordenada: variação constante no modo de colocação
(com trocas e alteração de ritmo). Sugere atitude displicente ou
ansiosa;
• Execução Relaxada: modo exageradamente desordenado em executar
a tarefa. Sugere displicência.

C e I: fórmulas cromáticas (p.94)


Incidência das cores nas três pirâmides.

• CA: constância absoluta – cores que aparecem nas 3 pirâmides;


• CR: constância relativa - cores que aparecem em 2 pirâmides;
• V: variabilidade – cor que aparece apenas em uma única pirâmide;
• Aus: ausência – cores não utilizadas no teste.

*Informa amplitude e constância das escolhas.

*Considerar somente as cores, não os tons.

Amplitude cromática: soma dos três primeiros, CA, CR e V, podendo ser


classificada como:
• Ampla: entre 9 e 10 cores utilizadas;
• Moderada: entre 6 e 8 cores utilizadas;
• Restrita: 5 ou menos cores utilizadas.

Estabilidade cromática: verificar qual algarismo predomina:


• Estável: predomínio da CA;
• Flexível: predomínio da CR;
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• Instável: predomínio de V.
• A amplitude cromática (CA+CR+V) refere-se ao grau de abertura
aos estímulos que uma pessoa apresenta, de modo que, quando o seu
valor é elevado, indica pessoa bastante receptiva e acessível, mas pode
denotar também forte labilidade e instabilidade, dependendo da
distribuição dos algarismos;
• O aumento de cores omitidas (Aus), implica no contrário, ou seja,
indica diminuição da receptividade aos estímulos, constrição e
retraimento;
• Quanto a estabilidade cromática, quando não houver predomínio de
um algarismo, ocorrendo um empate, deve-se observar se a
tendência é carregar mais para a esquerda ou para a direita da
fórmula, para definir qual a classificação mais apropriada.
1. Ampla e estável (8:0:1:1): sugere grande abertura aos estímulos do
meio;
2. Ampla e flexível (3:4:2:1): capacidade de ajustamento, flexibilidade,
maturidade;
3. Ampla e instável (2:2:5:1): instabilidade ainda com esforço para
adaptação, inquietação;
4. Moderada e estável (4:2:1:3): estabilidade, capacidade de adaptação,
necessidades bem definidas;
5. Moderada e flexível (0:3:3:4): moderação de atitudes e controle,
porém com certa inconstância de reações;
6. Moderada e instável (1:0:5:4): tendência à instabilidade, porém não
tão acentuada;
7. Restrita e estável (5:0:0:5): estável, mas pouco criativo, restrito,
tendência a reações estereotipadas;
8. Restrita e flexível (0:5:0:5): cautela e inibição, restrição diante de
estímulos emocionais;
9. Restrita e instável (0:0:4:6): instabilidade controlada por mecanismos
inibitórios.

*Considerar também as cores que compõem cada um dos algarismos.

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C e I: variação cromática (VCo) e de matizes (VMa) –
(p.100)
Relação existente entre a quantidade de cores usadas e as variações
das tonalidades destas.

• Registrar a quantidade de cores e de tonalidade empregadas em cada


pirâmide e observar as possíveis evoluções da primeira a terceira
pirâmide;
• Um aumento da VCo e da VMa na sequência da primeira para a terceira
pirâmide poderá indicar melhor acomodação a tarefa, se os valores
começarem muito reduzidos, ou perda de controle, se os valores estiverem
excessivamente aumentados no final.

VCo =somatório da variação cromática das 3 pirâmides / 3


VMa=somatório da variação de matizes / 3
Média esperada:
Homem: VCo = 4,6 e VMa = 7,0
Mulher: VCo = 4,3 e VMa = 6,3

VCo VMa : inibição, repressão, medo de se expor.

VCo VMa : reduzida capacidade inibitória. Voracidade, ansiedade.

VCo VMa : procedimento seguro, cauteloso e planejado.

VCo VMa : pessoas arrojadas, porém inconsequentes.

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ANÁLISE DA SEQUÊNCIA

• É importante observar as alterações na sequência das 3


pirâmides, sendo esse um dado precioso na análise do teste;
• Tal procedimento se aplica não comente ao item variação cromática e
variação dos matizes, como também ao aspecto formal e às cores
propriamente ditas;
• Diferem indivíduos que iniciam o teste construindo pirâmides mais
elaboradas e que depois evoluem para Tapetes, desestruturando-se do
ponto de vista formal, daqueles que ao contrário fazem primeiro
Tapetes e depois Formações ou Estruturas (sendo melhor o
prognóstico para esses últimos, em termos de condições internas).

SÍNTESE INTERPRETATIVA

• Leitura minuciosa do manual;

• Levar sempre em consideração os desvios à tabela normativa – buscar

sempre referência na tabela normativa (levar em consideração na

classificação os percentis entre 25 e 75 e não o desvio-

padrão);

• Levar em consideração o agrupamento das informações, não

interpretações isoladas;

• Buscar coerência no entrelaçamento dos dados;

• Associar os dados a outras informações colhidas por entrevista ou

outros instrumentos.

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