1 Introdução À Administração Pública
1 Introdução À Administração Pública
1 Introdução À Administração Pública
PÚBLICA
RESUMO DA UNIDADE
Esta unidade analisará os Princípios da Administração Pública, por meio das noções
básicas da Administração Pública, bem como os Regimes Jurídicos Administrativos.
Especificamente, foi elencada nessa apostila a evolução dos Modelos da Gestão
Pública, os quais são: Patrimonialismo, Burocracia e Gerencial. O conceito e
poderes do Estado, bem como a diferença entre Estado e Governo; os sistemas de
controle da atuação administrativa, assim como o modelo aplicado no Brasil;
também foram enfocadas a relação do Direito Administrativo com os demais ramos
do direito e suas fontes; foi abordado no Regime Jurídico Administrativo sua
definição, princípios e regras, assim como o Interesse Público Primário e
Secundário. Dentro do Regime Jurídico ainda foi apresentado sobre a Supremacia
do Interesse Público sobre o Privado e a Indisponibilidade do Interesse Público e a
Organização Administrativa onde se podem destacar os princípios inerentes a
Organização Administrativa. Sobre a atuação do Estado, é importante mencionar o
Uso e Abuso de Poder, a diferença entre o Poder Discricionário e o Poder Vinculado.
Por fim, mas não menos importante, foi apresentado os princípios que regem a
Administração Pública, sendo estes implícitos e explícitos. Trata-se de um módulo
voltado para apresentar a organização, os princípios estatais e a atuação do Estado
em busca do interesse público. Essa matéria é importante por ser a base do estudo
da Administração Pública, visto a importância da organização e atuação do Estado
na busca de atender ao interesse público.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
3.4.1 Exceções ao Princípio da Publicidade ......................................................... 44
3.5 Princípio da Eficiência .................................................................................. 45
3.6 Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa ............................................. 46
3.7 Princípio da Continuidade do Serviço Público .............................................. 49
3.7.1 O Servidor Público tem Direito de Greve? ................................................... 49
3.8 Princípio da Autotutela ................................................................................. 50
3.9 Princípio da Razoabilidade........................................................................... 51
3.10 Princípio da Proporcionalidade .................................................................... 53
3.11 Princípio da Motivação ................................................................................. 54
3.12 Princípio da Isonomia ................................................................................... 56
3.13 Princípio da Finalidade ................................................................................. 58
3.14 Princípio da Especialidade ........................................................................... 59
3.15 Princípio da Segurança Jurídica .................................................................. 60
3.16 Obrigatoriedade dos Princípios .................................................................... 61
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63
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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
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DICA
O Direito Administrativo, como ramo do Direito Público, deve, de forma inescusável e
irrenunciável, atender ao Interesse público
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1.1.1 Patrimonialismo
O Patrimonialismo foi o primeiro modelo de gestão pública a vigorar no Brasil,
tendo seu início na era do Estado Absolutista. Esse modelo de gestão perdurou até
o começo do século XX.
Nesse modelo, o Estado atendia aos interesses do poder soberano e o da
nobreza real, não havendo distinção do que era coisa pública do que era coisa
particular. Para Pereira (1996) o maior problema em não haver essa distinção era
que aumentava o nepotismo e a corrupção. Nessa época também não era possível
definir o que era de competência exclusiva do Estado. Na era do Estado Absolutista,
não havia leis, o que ocorria era que todos viviam naturalmente e cediam seus
direitos ao poder soberano, o rei, que era responsável por proteger seu povo.
Ao se falar de Patrimonialismo no Brasil é necessário citar Portugal, que em
sua fase monárquica era agrícola e patriarcal, contudo, com a evolução das cidades
e economia, foi possível estabelecer seu quadro administrativo, cujo papel era de
domínio sobre a vida pública, se tornando assim patrimonialista. Nessa gestão o
poder era absolutista, se mantendo por meio do monopólio do comércio.
Na era do Brasil Colônia, o açúcar era a principal fonte de exportação e o
motivo de ocupação, contudo, era necessário que sua comercialização tivesse uma
licença do Estado, beneficiando assim a Corte Portuguesa, da qual a organização do
poder brasileiro se baseou. Mesmo com o Brasil se tornando um país independente,
a estrutura colonial perdurou, mas agora por meio de vários aglomerados de
organizações oligárquicas de poder dispersas por todo território. Cada aglomerado
possuía seu próprio sistema, como era o caso dos sistemas fechados alicerçados
nos latifúndios improdutivos, na escravidão e na regra senhorial.
Nessa época os donos dos latifúndios controlavam os cargos públicos,
utilizando em proveito próprio e de terceiros próximos a eles. Esses coronéis
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ATENÇÃO
Os Poderes do Estado são estruturas organizacionais do Estado que não se
confundem com os poderes administrativos - que são instrumentos concedidos à
Administração Pública para consecução dos seus interesses, dividindo-se em: Poder
Normativo, Hierárquico, Disciplinar e Poder de Polícia. Tais poderes instrumentais
são prerrogativas concedidas ao Estado para persecução do interesse público.
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Não se pode confundir a definição de Estado e Governo, haja vista que Estado
é um conjunto de pessoas em determinado território e sujeito a um governo nesta
definição podemos destacar três elementos: Povo, Território e Governo.
Neste diapasão, Governo são os pilares de um de Estado. Sendo assim o
Governo é o centro de diretoria do Estado organizado por um ordenamento jurídico
por ele imposto, a qual se fundamenta em regras baseadas na Constituição Federal.
Atualmente a doutrina Brasileira define Governo em duas acepções jurídicas:
Sentido subjetivo - É a cúpula diretiva do Estado responsável pela
condução das atividades estatais, ou seja, o conjunto de poderes e
órgãos constitucionais.
Sentido objetivo ou material - Governo é a atividade diretiva do Estado,
confundindo-se com o complexo de suas funções básicas.
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previsão está descrita no artigo 5° inciso XXXV da Carta Magna, onde diz que toda
lesão ou ameaça deve passar por verificação do Poder Judiciário.
Conforme dito anteriormente, o fato de atos administrativos terem que passar
pela apreciação do poder judiciário, não descarta a possibilidade de a administração
pública revisar seus próprios atos. Desse modo a causa julgada na via administrativa
não impede que, de forma motivada, haja a atuação do Poder Judiciário.
No Brasil a atuação do Poder Judiciário depende da motivação, caso contrário
permanecerá inerte. Contudo, é importante ressaltar que o judiciário poderá julgar de
forma independente, mesmo que já tenha ocorrido o processo administrativo sobre o
mesmo fato.
Assim sendo, o particular poderá ingressar com uma ação na via administrativa
ou judiciária. Lembrando que caso ingresse na administrativa poderá ingressar
também na via judiciária, mas após a decisão judiciária não poderá mais ingressar
de novo com a ação, pois a decisão judiciária é definitiva. Desse modo, o particular
poderá iniciar uma ação na via judicial mesmo sem ter esgotado as instâncias da via
administrativa.
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DICA
As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal , em sede de controle
concentrado, produzirão efeitos contra todos, concomitante efeito vinculante a todos
os órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta.
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2.1 Definição
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Portanto, para que seja taxado como disciplina o Direito Administrativo e seus
princípios deverão ser analisados dentro de um conjunto organizado chamado
Regime Jurídico-administrativo.
Nesse sentido, trata-se de um conjunto de princípios, de direito público,
aplicável aos órgãos e entidades que compõem a Administração Pública e à conduta
dos agentes públicos. Norteia-se nos subprincípios a supremacia do interesse
público e da indisponibilidade do interesse público que regem as prerrogativas a
serem estipuladas ao Estado e de limitações impostas ao ente estatal, sempre com
a intenção de se perseguir e alcançar o interesse da coletividade.
Isso porque o Estado tem o dever de atingir certas finalidades indicadas pela lei
e pela CF/88 e, para alcançá-las, depende da existência de poderes não cogitados
para os particulares em geral, não existentes no direito privado. Com efeito, todas as
prerrogativas de direito público conferidas pelo ordenamento jurídico ao Estado
justificam-se por serem necessárias para que ele atinja os fins impostos pelo
ordenamento jurídico.
Por seu turno, da mesma forma que a Administração Pública goza de poderes
especiais, exorbitantes ao direito comum, deve sofrer restrições em sua atuação que
não existem para os particulares. Essas limitações se baseiam no fato de que a
administração não é titular do patrimônio público e do interesse público, mas sim o
povo.
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ATENÇÃO
Normas gerais coercitivas que orientam a atuação do indivíduo,
definindo valores a serem observados nas condutas por ele praticadas.
Princípios Por seu turno, os princípios de Direito Administrativo definem a
organização e a forma de atuar do ente estatal, estabelecendo o sentido
geral de sua atuação.
Disposições que definem a atuação do indivíduo diante de determinada
situação concreta.
O conflito entre as regras resulta em antinomia jurídica própria, situação
em que se torna necessária a retirada de uma das regras do
ordenamento jurídico, haja vista a incompatibilidade entre ambas, desde
Regras que ambas pertençam ao mesmo ordenamento e tenham o mesmo
âmbito de validade. Dessa forma, é imperativa a eliminação de uma
delas.
No conflito de princípios, deverá ser realizada uma ponderação de
interesses, de forma a definir qual a melhor solução a ser adotada em
cada situação. Há uma antinomia jurídica imprópria.
Fonte: Carvalho, 2017
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regras. Podemos citar como exemplo a demissão de um servidor que somente será
aplicada pela ausência injustificada ao serviço público por mais de trinta dias
consecutivos, portanto não admite outra regra que autorize a prática do ato de
demissão diante da ausência por mais de sessenta dias. Vale ressaltar, que quando
duas regras estiverem presentes uma deve prevalecer sobre a outra, excluindo-a a
regra sobreposta do sistema jurídico.
Por outro lado, a aplicação por um princípio em detrimento do que ele se opõe
em determinado caso concreto, não implica em desobediência do outro. Esse tipo de
conflito não configura antinomia, pois os princípios têm caráter geral que definem um
juízo de valor.
Neste sentido o doutrinador, Dworking (2002) dispõe que: “o aplicador
adotando um dos princípios que afaste outro, não faz com que este seja eliminado
do sistema, pois em outro caso, diante do mesmo princípio, esse poderá vir a
prevalecer”.
Por se tratar de ensinamentos gerais, os princípios não têm uma aplicação
direta, mas sim como forma de valorar a atuação estatal. Sendo assim, podemos
dizer que temos uma antinomia imprópria, ou seja, deverá levar em consideração os
interesses em determinadas situações especificas para escolher qual o princípio
será adotado, portanto a escolha de um princípio em detrimento de outro, não exclui
o princípio afastado do ordenamento jurídico.
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ATENÇÃO
O Interesse Público é supremo sobre o Interesse
Particular, e todas as condutas estatais têm como
Princípio da supremacia finalidade a satisfação das necessidades coletivas.
do Interesse Público A Administração se põe em situação privilegiada,
sobre o Privado quando se relaciona os particulares.
As prerrogativas da Administração Pública decorrentes
da supremacia do interesse público compõem um
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Por fim destes dois princípios elencados nos tópicos anteriores decorrem todos
os demais princípios. De certar forma como já explicado, todos os princípios
administrativos são derivados da Constituição Federal, sendo alguns implícitos e
outros explícitos.
ATENÇÃO
O agente estatal não pode deixar de atuar, quando as
necessidades da coletividade assim exigirem, uma vez que suas
atividades são necessárias à satisfação dos interesses do povo.
A SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE-O
Princípio da INTERESSE PRIVADO e a Indisponibilidade DO INTERESSE
indisponibilidade PÚBLICO embasam o sistema administrativo que se resume nas
do Interesse prerrogativas de que o Estado goza para satisfazer as
Público necessidades coletivas, assim como nas limitações a que o
Estado se submete para evitar distorções de condutas. A
Administração só pode atuar dentro do limite do interesse
público, não obstante goze de vantagens amparadas no próprio
interesse coletivo.
Fonte: Carvalho, 2019
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ATENÇÃO
O Decreto 200/67 só poderá ser alterado mediante Lei Federal, mas não mediante
Lei Estadual ou Municipal, haja vista que na esfera Municipal e Estadual o decreto
funciona como uma norma geral de observatório obrigatória.
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de forma concreta e transitória. Neste sentido certa entidade delegante permite que
algumas de suas atividades, por lei, sejam exercidas por outro agente estatal.
Princípio do Controle - O controle das atividades estatais é exercido em todos
os níveis e em todos os órgãos de governo, sendo assim o controle feito pela chefia
consiste na execução de programas governamentais observando as normas e a
atividade exercida do órgão controlado, temos também o controle feito pelos órgãos
próprios de cada sistema e por fim o controle financeiro, onde busca a efetiva
utilização do dinheiro público.
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Desse modo, fica claro que o agente deverá atender ao que for determinado
em lei atuando sempre que ocorrer o que tiver sido determinado em lei, não se
afastando do que está definido em lei.
Em contrapartida, como dito anteriormente, no Poder Discricionário, a lei abre
brechas para escolha do agente, podendo verificar qual será a melhor opção para
cada caso. Nessa liberdade de escolha o agente deve atuar da maneira mais
conveniente e oportuna de acordo com as previsões legais.
Gomes (2019) complementa ao dizer que: “conveniência e oportunidade são os
elementos nucleares do poder discricionário. A primeira indica em que condições vai
se conduzir o agente; a segunda diz respeito ao momento em que a atividade deve
ser produzida”.
Carvalho (2019, p.123) traz como exemplo a Lei 8.666/93 que:
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Prevê que a Administração Pública pode alienar bem imóvel que tenha sido
adquirido pelo Estado por meio de decisão judicial ou dação em pagamento,
através de licitação na modalidade concorrência ou leilão. Cabe ao
administrador, no caso concreto, analisar e se valer do instrumento mais
oportuno à alienação destes bens mediante licitação na modalidade tomada
de preços.
Há quem diverge e diz que nesses casos não ocorre a discricionariedade, que
isso seria caso de interpretação, mas tal opinião não possui respaldo relevante.
Sendo assim, é necessário saber que o que distingue a interpretação da
discricionariedade é o fato de haver escolha legislativa.
No caso da discricionariedade, a lei dispõe ao agente a escolha de agir ou não
e no caso de agir, há as opções de como fazer. Já na interpretação, a lei já
determinou, cabendo assim apenas saber deduzir o que a lei determinou, ou seja,
ocorrerá a interpretação quando a lei estiver ultrapassada ou insatisfatória.
Pode-se assim concluir que a discricionariedade não é uma lei ultrapassada ou
insatisfatória, é apenas uma determinação com margem de escolha ao agente
público, de modo a garantir um melhor funcionamento da atuação do Estado.
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Impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal, e o
fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou
virtualmente qual o objetivo do ato, de forma impessoal. Para Celso Antônio
Bandeira de Mello (2009), “Administração deve tratar a todos sem favoritismos, nem
perseguições ou animosidade políticas ou ideológicas”.
Este princípio traduz a ideia de que a Administração Pública deve tratar a todos
os administrados sem discriminações benéficas ou detrimentosas, assim,
favoritismos e perseguições não são toleráveis; simpatias ou animosidades
pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação da Administração
Pública.
A impessoalidade possui duas acepções:
Quanto aos administrados: a Administração deve agir de forma
impessoal, buscando sempre o interesse público, não podendo buscar
interesses pessoais de determinado particular.
Quanto a administração: os Atos Administrativos são impessoais, ou seja,
o ato praticado pelo agente é imposto à pessoa jurídica à qual está
vinculado.
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Para este princípio, o administrador público deve agir com honestidade, boa-fé,
lealdade e observando os princípios éticos, ou seja, a atuação não corrupta dos
gestores públicos, ao tratar com a coisa de domino do Estado. Este princípio deverá
seguir os padrões éticos de conduta para alcançar e atender o interesse da
coletividade.
Para alguns doutrinadores este princípio se confunde com o princípio da
legalidade ou por este é absorvido, entretanto, são totalmente distintos, uma vez que
nem tudo que é legal é honesto.
Portanto o conceito de Moralidade é indeterminado, normalmente
doutrinadores aplicam seu conceito em cima do vício de legalidade da conduta
administrativa. Porém a moralidade deve ser estuda como um princípio autônomo,
sendo encontrada em um ato administrativo imoral mesmo que não haja violação ao
princípio da legalidade.
Se voltarmos aos conceitos e distinção entre Moral e Direito pensarmos em
licitude e honestidade, veremos que estes são traços distintivos entre o direito e a
moral, numa aceitação ampla do brocardo segundo o qual non omne quod licet
honestum est (nem tudo que é legal é honesto).
Para atuar observando a moral administrativa não basta ao agente cumprir
formalmente a lei na frieza de sua letra. É necessário que se atenda à letra e ao
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espírito da lei, que ao legal junte-se o ético. Por essa razão, muito frequentemente
os autores afirmam que o princípio da moralidade complementa, ou torna mais
efetivo, materialmente, o princípio da legalidade.
Este conceito foi também protegido no art. 5°, LXXIII, que prevê o cabimento da
ação popular para anulação de "ato lesivo ao patrimônio público à moralidade
administrativa." Essa inovação foi tão importante que deu ensejo ao surgimento da
lei 8.429/92, que versa sobre Improbidade Administrativa e que tem base no art. 37,
§4°, da Carta Magna.
Além de garantir o direito à informação a CF/88 em seu artigo 5º, LXXII confere
a garantia do habeas data como remédio para sanar qualquer controvérsia que viola
o direito à informação. No mesmo sentido o artigo. 5º XXXIV “b”, garante a emissão
de certidão em repartição pública.
O legislador com vistas a garantir o interesse público editou a lei de acesso à
informação (Lei 12.527/11) onde definiu o dever de publicidade de todos os órgãos
da Administração Direta e Indireta ou qualquer entidade privada que prestam
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serviços visando o interesse público. Sendo assim em seu artigo 5º, do referido
diploma legal, dispõem que “é dever do Estado garantir o direito de acesso à
informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de
forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão”.
Atualmente a doutrina majoritária referenda o princípio da publicidade como
requisito de eficácia do ato administrativo e como um tipo de controle de atos
estatais pelos cidadãos.
Como exemplo pode citar o ato de proibido estacionar, o ato quando assinado
pela autoridade competente está válido, contudo, terá que (publicar) implantar
placas informando os lugares proibidos, sendo assim, a publicidade do referido ato é
requisita de validade para sua eficácia.
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Por fim, uma prestação de serviços eficiente deve garantir uma célere solução
de controvérsias, razão pela qual, a eficiência está diretamente ligada ao princípio
da celeridade nos processos administrativos, inserido na Constituição da República,
em seu art. 5°, LXXVIII que dispõe que "a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação”.
Dessa forma, é possível considerar que a rápida solução das controvérsias
enseja uma eficiência na execução das atividades estatais, contribuindo para a
satisfação dos interesses da sociedade.
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Não vale somente dar conhecimento dos atos processuais para o cidadão,
porém é imprescindível a participação dele.
A expressão ampla defesa a luz do Direito Administrativo, é considerada pelos
doutrinadores como uma forma de expressar a democracia, ou seja, e o direito de
proteção dos interesses dos particulares buscando a tutela jurisdicional. Ao abarcar
o tema de ampla defesa devemos mencionar o direito a defesa prévia, o direito do
duplo grau de jurisdição e a garantia de defesa técnica veja:
Defesa técnica: é um procedimento indispensável para a jurisdição
voluntária conforme disposto na Súmula 343 do STJ: que é indispensável
à presença de advogado em todas as fases do procedimento
administrativo disciplinar. Em suma, esta garantia veio como forma de
evitar abusos por parte das autoridades públicas, diante da ausência de
conhecimento dos procedimentos pelo particular. Contudo esta Súmula
não prevaleceu mediante a edição da Súmula Vinculante nº 5 do STF que
diz: “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição”. Para diversos doutrinadores está
súmula vinculante foi um retrocesso do ordenamento jurídico e tem cunho
de edição meramente político.
Defesa Prévia: consiste no direito de o particular manifestar-se antes da
decisão administrativa. Como todo procedimento administrativo seguido
pelo poder público em processo deverá ser de conhecimento prévio do
particular para que antes de sofrer alguma sanção tenha o direito de se
defender. Todavia buscando o princípio da supremacia do interesse
público sobre o privado, o poder público em casos emergenciais poderá
aplicar sanções antes de dar o direito do particular de se manifestar.
Como exemplo: um prédio de particulares, com risco iminente de desabar
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DICA
Súmula Vinculante nº 3: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando a decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada
a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão”. Pode-se observar que a relação jurídica presente na Súmula é entre o
administrador público e o Tribunal de Contas, ocorre que o particular sofreu
sanções, por isso tem interesse no processo e a extensão da garantia do
contraditório às decisões.
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Acerca deste questionamento pode-se dizer que a greve irá paralisar ou tornar
inviável a prestação do serviço público, devido ao fato da ausência de servidores,
acarretando prejuízos imensuráveis ao interesse da coletividade.
Os servidores militares são proibidos de fazer greve conforme artigo 142, §3, IV
da Carta Magna que dispõe que “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve”.
Por outro norte os servidores civis têm garantido o seu direito de greve nos termos
do artigo 37, VII, da CF/88.
O Supremo Tribunal Federal considerou que o direito de greve conferida aos
servidores civis, tem eficácia limitada, ou seja, dependem de lei complementar para
produzir seus efeitos. Porém em sede de mandado de injunção, por falta de lei que
regulamenta o direito de greve dos servidores civis, o STF decidiu que a lei geral de
greve (Lei 7.783/89) deve ser aplicada aos servidores civis.
Sendo assim, pode-se considerar que o direito de greve do servidor configura
uma exceção ao princípio da continuidade da prestação do serviço público desde
que respeite os limites da lei e não paralise totalmente a atividade pública.
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50
DICA
Insta observar que o controle judicial dos atos praticados pela Administração Pública
será feito somente no juízo de legalidade dos atos.
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NÃO SE ESQUEÇA
Anulação Ilegalidade Retrospectivo Ex Tunc
Revogação Conveniência e oportunidade Prospectivos Ex Nunc
DICA
É importante observar que a decisão judicial que analisará a conduta estatal não
admite tal correição judicial que invada o Mérito Administrativo, haja vista que o
agente público tem discricionariedade na valoração da conduta de acordo com cada
caso concreto.
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DICAS
Por derradeiro, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal subdivide o
princípio da proporcionalidade em 3 subprincípios, a saber: adequação, necessidade
e proporcionalidade em sentido estrito.
O Subprincípio da Proporcionalidade Stricto sensu consiste em uma ponderação
entre a intensidade da restrição ao direito fundamental e a importância da realização
do direito fundamental, apresentando-se como um verdadeiro equilíbrio de valores e
bens.
Por seu turno, o Subprincípio da Adequação revela-se na utilização da medida
adequada, idônea para atingir o fim pretendido, enquanto que o subprincípio da
necessidade se reflete na avaliação de medida restritiva de direito, com vistas a
definir se é realmente necessária para atingir o fim proposto ou se existe uma
medida menos danosa que atende a esse fim.
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DICA
Ressalte-se ainda que não se confunde motivação e motivos dos atos
administrativos, uma vez que estes são elementos formadores da atuação e que a
motivação é somente a fundamentação deste ato.
Neste mesmo sentido a Súmula 683 do STF considera que a idade mínima
para ingresso em cargo público deverá ser justificada, se necessária ao exercício
das funções do cargo a ser preenchido, vejamos: Súmula 683 “O Limite de idade
para inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX
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Constituição Federal, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições o
cargo a ser preenchido”.
Outra aplicação plausível do Princípio da Isonomia, como exemplo no ramo da
licitação, quando obriga o poder público garantir que as contratações tenham
critérios de contratação não quebre a igualdade entre os licitantes, como forma de
beneficiar um em detrimento dos demais.
Veja o julgado do Superior Tribunal de Justiça que manifestou o seguinte:
Ementa PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO
ESPECIAL.MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO
(LEI 1.533 /51, ART.
(1°). CERCEAMENTO DE DEFESA. NECESSÁRIO REEXAME DO
CONTEXTO FATICO. PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.
Licitação. RESTRIÇÃO EDJTALÍCIA RELATIVA À LOCALIZAÇÀO DE
INSTALAÇÓES DOS
LICITANTES. ILEGALIDADE (LEI 8.666 /93, ART 30, § 6°). PRINCIPIOS
DAISONOMIA E IMPESSOALIDADE. DOUTRINA. PRECEDENTES. L O
julgamento da alegada violação do art. 1° da Lei 1.533 i51 - para se verificar
a existência ou não de direito líquido e certo amparado por ação
mandamental -, bem como a análise da necessidade de perícia técnica e,
consequentemente, da ocorrência de cerceamento de defesa, pressupõem,
necessariamente, o reexame do contexto fático-probatório, atividade
cognitiva vedada nesta instância especial (Súmula 7 DO ST]). 2. No
ordenamento jurídico em vigor, a contratação de obras, serviços, compras e
alienações, no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e entidades da administração pública indireta, está
subordinada ao princípio constitucional da obrigatoriedade da licitação
pública, no escopo de assegurara igualdade de condições a todos os
concorrentes e a seleção da proposta mais vantajosa {CF/88, art. 37, XXI;
Lei 8.666 /93, arts. 1° 2° e 3°). 3. A Lei 8.666 193, na seção que tratada
habilitação dos licitantes interessados, veda exigências relativas à
propriedade e localização prévia de instalações, máquinas, equipamentos e
pessoal técnico (art. 30, § 6°). O fundamento dessa vedação repousa nos
princípios da isonomia e da impessoalidade. 4. A restrição editalícia
(exigência de disponibilidade de usina de asfalto localizada no raio de até
80 km do centro geométrico da obra) é manifestamente ilegal porque frustra
o caráter competitivo do certame, ou seja. restringe a disputa às empresas
situadas nas mediações da obra. 5. Recurso especial parcialmente
conhecido e, nessa parte, desprovido. STJ -RECURSO ESPECIAL REsp
622717RJ 2004/0008148-1 (STJ). Data de publicação: 05/10/2006.
DICA
Sendo assim, todas as vezes que a norma estatal definir critérios de tratamento
diferenciado entre os seus destinatários torna-se relevante a análise da adequação
entre essas regras e os motivos que ensejaram a referida discriminação.
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Dispõe que a Administração deve buscar sempre um fim legal, coincidente com
os interesses da coletividade (interesse público primário). Está intimamente ligado
aos princípios da supremacia do interesse público sobre o privado e do princípio da
indisponibilidade do interesse público.
O descumprimento desse princípio é chamado de desvio de poder ou desvio de
finalidade que, caracterizam-se quando o agente pratica o ato visando a fim diverso
daquele previsto, explícito ou implicitamente, na regra de competência do art. 2º, §
único, “e”, da Lei 4.717/65.
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas
no artigo anterior, nos casos de:
(..)
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão
as seguintes normas:
(..)
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a
fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de
competência. (BRASIL, 1965)
Por fim, o art. 2º, § único, inciso XIII da lei 9.784/99 define os critérios de
atuação da administração pública, determina que o agente público deva realizar uma
melhor interpretação da norma administrativa para melhor garantir o interesse
público sendo vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.
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59
DICA
Ressalte-se que o desvio de poder (ou desvio de finalidade na prática do ato
administrativo) é considerado uma espécie do Gênero abuso de poder e, portanto,
qualquer ato administrativo, cujo objetivo ensejar obtenção de resultados diversos ao
do interesse público daquele definido na lei, por ser considerada abusivos e
consequentemente passíveis de na anulação.
DICA
A Administração Pública se rege pelo princípio da especialidade, devendo criar
órgãos e entidades para atingir o interesse público. Não esquecer que a diferença
entre órgão e entidade está na Personalidade Jurídica.
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60
ATENÇÃO
Na Criação de Órgãos fala-se em desconcentração!
Na Criação de Entidade (tem personalidade jurídica) fala-se em descentralização!
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61
DICA
Segurança Jurídica - Estabilidade das relações jurídicas com a “adoção de formas
simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados”.
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63
REFERÊNCIAS
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE 327.904, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira
Turma, DJ 8.9.2006. Disponível em
www.stf.jus.br›portal›processo›verProcessoTexto Acesso em 28 de ago. 2019
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65
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/2033852/recurso-especial-resp-778648-pe-
2005-0146395-7/inteiro-teor-12226825?ref=juris-tabs Acesso em 25 de ago. 2019
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