Filosofia Contemporanea
Filosofia Contemporanea
Filosofia Contemporanea
CONTEMPORÂNEA
Introdução
Atualmente, o regime neoliberal é adotado por vários países no mundo.
No entanto, há várias abordagens de liberalismo e o seu maior paradoxo
é: como garantir a liberdade individual e, ao mesmo tempo, combater a
desigualdade social? Todas as correntes de pensamento visam a elaborar
uma solução para tal paradoxo. Há as correntes que defendem que
a própria competitividade neoliberal e a liberdade econômica seriam
por si só suficientes para sanar as questões sociais. De outro lado, há os
liberais que defendem que haja alguma regulação do Estado em relação
à economia, mesmo que em um regime neoliberal.
Neste capítulo, você conhecerá as questões que abordam as teorias
liberais, bem como a necessidade de reelaboração do capitalismo clás-
sico. Verá também como o liberalismo pode ter um aspecto social, de
apoio às questões de condição básicas aos indivíduos. E poderá, ainda,
acompanhar como se deu a adesão ao neoliberalismo por parte de alguns
governos. Por fim, poderá compreender o cenário democrático atual.
Liberalismo social
Há uma notória diferença entre o liberalismo clássico e o liberalismo social,
que consiste na concepção de liberdade. Contrariamente ao que pensavam os
liberais clássicos — que deve ser garantida a liberdade individual e, conse-
quentemente, um Estado que não fosse intervencionista —, os liberais sociais
defendiam o ideal de “liberdades positivas”. Assim, no liberalismo social, a
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berdade individual, é necessário que o Estado seja reformado para uma base
comunitária. Nesse sentido, é de extrema importância que o Estado regule a
economia, a fim de estabelecer a igualdade entre os indivíduos.
Dessa forma, pode-se sintetizar os ideais do liberalismo social em três
fundamentos: 1) liberdade individual, que garante ao indivíduo autonomia e
direito à propriedade privada, tendo direito garantido de divergir dos demais
ou concordar, se reunir em grupos, sindicatos, organizações, desde que essas
não limitem a liberdade de nenhum de seus membros; 2) a regulação do Estado,
para que a liberdade de uma instituição e de um indivíduo seja respeitada e
que, portanto, o respeito às divergências e a possibilidade democrática sejam
garantidos; 3) a compreensão sobre a justiça, que prevê igualdade para todos
os indivíduos, bem como diminuição das desigualdades sociais, para que o
indivíduo possa alcançar sua liberdade individual e adentrar no mercado de
trabalho, visando sempre à realização desse indivíduo.
Neoliberalismo
Neoliberalismo é um termo que designa o ressurgimento de teorias clássicas
do liberalismo por volta dos anos 1970 e 1980. O conceito de capitalismo
laissez-faire é reimplementado ao resgate dessa teoria, ou seja, a liberdade
reivindicada ao mercado econômico passa a se valer da expressão francesa
de “deixar fazer”. Justamente essa noção de “neo” designa a retomada,
nesse caso, de alguns fundamentos presentes no Liberalismo clássico.
Pode-se atribuir a origem do neoliberalismo ao pensador americano Ludwig
Heinrich Edler von Mises (1881-1973) que, em seu livro Ação humana: um
tratado sobre a economia (1949), defende uma concepção de praxeologia,
metodologia que visa a explicar a economia como parte ação humana.
Para Mises (2010), o Estado e suas estruturas de poder não são confiáveis,
principalmente no que compete à garantia dos direitos e das liberdades
individuais dos cidadãos.
Ou seja, toda a fundamentação, ainda que de diferentes correntes do
liberalismo, é sempre a garantia de liberdade e, principalmente, indivi-
dual. É propriamente na Escola Austríaca, no século XX, que surgem os
teóricos mais importantes do neoliberalismo. Apesar do protagonismo
inicial de Mises, outros pensadores contribuíram significativamente para o
desenvolvimento dessa teoria. Friedrich Hayek (1989-1992), um filósofo e
economista alemão, foi um dos grandes responsáveis por adaptar as teorias
liberais clássicas ao neoliberalismo do século XX, e compôs também o
4 Política contemporânea
“No” é um filme importante sobre a votação do plebiscito que tirou Augusto Pinochet
da presidência do Chile, protagonizado por Gael Garcia Bernal. Veja o trailer do filme:
https://goo.gl/nqWp4P
Leituras recomendadas
AFP. Neonazistas organizam protestos anti-imigração na Alemanha. Revista Exame, 30
ago. 2018. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/extrema-direita-alema-
-se-mobiliza-contra-merkel-e-a-politica-de-imigracao/>. Acesso em: 02 jan. 2018.
AFP. Festival neonazista em homenagem a Hitler preocupa a Alemanha. O Globo, 20
abr. 2018. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/mundo/festival-neonazista-em-
-homenagem-hitler-preocupa-alemanha-22615137>. Acesso em: 02 jan. 2018.
BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: EDUSP, 2007.
FACHIN, P. O drama venezuelano, o fim do chavismo democrático e a ascensão do
castrismo. Entrevista especial com Rafael Luciani. Instituto Humanista Unisinos, 18 ago.
2017. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/570770-o-
-drama-venezuelano-o-fim-do-chavismo-democratico-e-a-ascensao-do-castrismo-
-entrevista-especial-com-rafael-luciani>. Acesso em: 02 jan. 2018.
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