15) Neoglicogênese

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Neoglicogênese

Síntese de glicólise (carboidratos): neoglicogênese, forma mono, oligo ou polissacarídeos.


- Via anabólica central (recebe e fornece componente de outras vias).
- Reações semelhantes na glicólise e na neoglicogênese, porém enzimas regulatórias diferentes,
tem uma regulação coordenada (o mesmo modulador alostérico regulando as duas vias
antagônicas) e recíproca (modulação oposta, o mesmo modulador estimula uma via e inibe a
outra), esse mecanismo de regulação impede ciclos fúteis.
- A manutenção dos níveis de glicose é importante, pois o cérebro depende da glicose como
principal composto energético e as hemácias utilizam glicose como único composto energético.
- Duas vias metabólicas distintas com algumas etapas em comum.
- Mais propriamente, a gliconeogênese no fígado e nos rins ajuda a manter o nível sanguíneo de
glicose de modo que o cérebro e os músculos consigam extrair glicose suficiente para atender
às suas demandas metabólicas.

3 desvios irreversíveis

1) Piruvato → Fosfoenolpiruvato.
Ocorre em compartimentos diferentes. O piruvato entra na mitocôndria e lá vai ser convertido
em oxaloacetato, envolvendo a produção de NADH, e pode ocorrer por duas vias diferentes.
Nos dois mecanismos o piruvato é transportado para dentro da matriz mitocondrial e é
transformado em oxaloacetato pela piruvato carboxilase. O oxaloacetato pode ser transformado
em malato ou fosfoenolpiruvato, mas ambos são lançados para fora da mitocôndria. O
fosfoenolpiruvato já pode continuar a via, o malato é transformado novamente em oxaloacetato
e depois em fosfoenolpiruvato. A célula define qual desses dois mecanismos usar pelo potencial
redutor do citosol. Concentração de NADH alta no citosol a via preferencial vai ser a de
exportação de fosfoenolpiruvato (inibe a exportação de malato), concentração baixa de NADH
no citosol exporta malato para o citosol.
OBS: a alanina fornece o piruvato no caso da exportação de malato e o lactato fornece no caso
de exportação para fora de fosfoenolpiruvato.

Na produção de malato na mitocôndria, foi consumido um potencial redutor, ao passar para o


citosol, para formar o oxaloacetato, ele libera o potencial redutor. Assim, houve o transporte de
potencial redutor da mitocôndria para o citosol.

2) Frutose 1,6-bisfosfato → frutose 6-fosfato


Enzimas diferentes, nesse caso de neoglicogênese, é a frutose 1,6 bifosfatase e ocorre a
liberação de um fosfato (por hidrólise do éster de fosfato) e o outro continua ligado ao carbono
6. Na glicólise ocorria o uso de ATP e a enzima era a fosfofrutoquinase. Ocorre no citosol.

3) Glicose 6-fosfato → glicose


Enzimas diferentes, nesse caso é a glicose 6-fosfatase, liberando um fosfato inorgânico é uma
reação que só ocorre dentro do retículo endoplasmático de hepatócitos (ocorre também nas
células do rim). Os outros tecidos não conseguem produzir glicose a partir de glicose 6-fosfato,
pois não possuem a enzima. Essa glicose do fígado pode ser transportada para fora da célula.

Características:
Via anabólica: precisa de energia para transformar moléculas mais simples em moléculas mais
complexas. Necessita de 2 piruvatos, 4 ATP, 2 GTP e 2 NADH (gasto de potencial redutor). Se
houvesse um ciclo fútil, seria uma via com um saldo negativo, de dissipação de energia, dessa forma é
importante que esse ciclo fútil não ocorra.

Pontos de entrada (diferentes fontes de carbono): lactato, piruvato, intermediários do ciclo do ácido
cítrico (qualquer intermediário pode produzir outro intermediário, para produzir oxaloacetato),
aminoácidos glicogênicos (cadeia carbônica) e glicerol (usado para formar trioses e a partir deles pode
produzir glicose), ácidos graxos de cadeia ímpar, maior parte forma acetil-CoA mas no final sobrando 3
carbonos são usados para produzir succinil-CoA
Acetil-CoA: não é usado na síntese de glicose, mas sua oxidação fornece energia necessária para a
síntese da glicose.

Regulação em função da disponibilidade de piruvato: ele pode seguir um caminho catabólico ou


anabólico, isso depende de estímulos às enzimas que transformam esse piruvato. Ele pode sofrer ação
da piruvato carboxilase e formar oxaloacetato ou sofrer ação da piruvato desidrogenase e formar acetil-
CoA. Esses dois complexos enzimáticos são regulados pelo acetil-CoA, ele inibe o complexo piruvato
desidrogenase e estimula o complexo piruvato carboxilase, isso quer dizer que se a célula está gerando
mais acetil-CoA do que ela consegue consumir, ela vai diminuir o ritmo de produção de acetil-CoA pelo
piruvato e aumentar a produção de oxaloacetato. Isso pode ocorrer em duas situações, se ocorrer em
uma situação catabólica em que a célula precisa de mais ciclos funcionantes, o piruvato vai formar
oxaloacetato e repor o ciclo (a cada um produzido tem se mais um ciclo funcionante), outra situação
ocorre quando houver desvios para um processo anabólico, quando a demanda de energia diminui
(célula consumindo menos ATP) ela inibe o CTE e CAC que levam a um acúmulo de acetil-CoA, este vai
inibir a piruvato desidrogenase e estimular a piruvato carboxilase (coloca um carbono a mais no
piruvato), nesse caso a produção de oxaloacetato a partir do piruvato não é para repor intermediários e
sim para seguir a neoglicogênese (situação anabólica). Isso também ocorre na B-oxidação pois ela
fornece acetil-CoA.

Regulação em função da oferta de glicose: processo que depende da regulação hormonal (insulina e
glucagon, liberados pelo pâncreas em função do aumento ou da diminuição de glicose circulante) isso
vai determinar se ele vai usar essa glicose como fonte de energia ou como armazenamento ou se vão
sintetizar glicose em caso que a concentração no sangue esteja baixa.

O principal ponto de regulação em função da glicose disponível é no ponto de frutose 1,6-bisfosfato e


frutose 6-fosfato, são reações irreversíveis e ocorrem de forma diferente na glicólise e na
neoglicogênese.

Na glicólise
Frutose 6-fosfato → Frutose 1,6 bisfosfato (enzima fosfofrutoquinase 1)
inibida por citrato e ATP estimulada por ADP, AMP e frutose-2,6 bisfosfato

Na neoglicogênese
Frutose 1,6 bisfosfato → frutose 6-fosfato (enzima frutose 1,6-bisfosfato)
inibida por AMP e por frutose 2,6-bifosfato (é controlada pela presença de glucagon ou não).

Quando aumenta a concentração de glicose circulante libera insulina.


Quando diminui a concentração de glicose circulante o pâncreas libera glucagon. Quando o
glucagon é liberado e detectado pelos receptores da célula do fígado, ele desencadeia a liberação de
AMP cíclico que estimula a proteína quinase, ela promove a fosforilação do complexo FBPase 2/ PFK2
desfosforilado que passa a complexo FBPase 2/ PFK2 fosforilado. Esse complexo fosforilado ele
catalisa a transformação da frutose 2,6-bifosfato (consome) em frutose 6-fosfato, de uma forma
indireta, o aumento de glucagon leva a diminuição da concentração de frutose 2,6-bifosfato (nesse caso
diminui a concentração de inibidor da neoglicogênese que é o estimulador da glicólise). Resumindo, o
glucagon estimula a neoglicogênese e inibe a glicólise, mantendo o nível de glicose adequado. Quando
se tem maior concentração de glicose circulante o glucagon diminui, de frutose 2,6 bifosfato aumenta e
estimula a glicólise (estimulando a enzima que catalisa a reação). Assim elas são coordenadas e
recíprocas
Na ausência de frutose 2,6-bifosfato a atividade da frutose 1,6 bifosfatase é muito mais intensa
e da fosfofrutoquinase muito menor.
Na presença da frutose 2,6-bifosfato a atividade da frutose 1,6 bifosfatase é muito menor e da
fosfofrutoquinase é muito maior.

Síntese de oligo ou polissacarídeos: a célula precisa produzir ligações glicosídicas e usam enzimas e
para unir os monossacarídeos, estes precisam estar na forma de nucleotídeos de açúcar: intermediário
comum a vias de síntese de oligo ou polissacarídeos. Eles marcam açúcares que vão ser usados para
formação de oligo ou polissacarídeos e a presença do nucleotídeo favorece a ligação com o sítio
catalítico da enzima.
Nucleotídeo difosfato unido a um açúcar. Esse nucleotídeo de açúcar vai ser usado como substrato para
enzimas que conseguem catalisar a formação das ligações glicosídicas.

Síntese de glicogênio: uma glicogenina recebe um monossacarídeo pela UDP-glicose (nucleotídeo de


açúcar) e libera UDP.
A glicogenina se une a glicogênio sintase formando uma estrutura quaternária. Essa
estrutura realiza a formação das ligações glicosídicas a partir daquele primeiro
monossacarídeo incorporado. Novamente UDP-glicose → Glicose + UDP para ir
incorporando mais glicoses à cadeia. Enquanto a estrutura quaternária de afasta,
ocorre o alongamento e a ramificação da cadeia. Depois de crescer é liberada e
atua como reserva no fígado e no músculo.

A concentração de glicose circulante é mantida pela liberação de glicose pelo glicogênio e quando essa
liberação diminui, o fígado passa a sintetizar glicose. São mecanismos regulados por hormônios.

Glucagon: estimula neoglicogênese


Insulina: inibe neoglicogênese

O músculo e o fígado atuam de forma diferente em relação à concentração de glicose circulante. Numa
situação de concentração normal de glicose circulante, tanto o fígado quanto o músculo podem captar
glicose circulante. Se houver aumento na concentração de glicose circulante, os dois podem usar essa
glicose para síntese de glicogênio. Se houver diminuição na concentração de glicose circulante, a
reserva de glicogênio no fígado é utilizada para liberar glicose na circulação, já o músculo responde
muito pouco a glucagon, ele responde a adrenalina para degradar glicogênio e liberar glicose para que
possa sofrer glicólise e liberar energia para usar na contração muscular. Assim, tanto o músculo quanto
o fígado podem sintetizar glicogênio e degradá-lo, mas com diferenças no processo e na regulação.

Glicólise é inibida quando a concentração de glicose está baixa


Na diabetes, o fígado degrada glicogênio em glicose como se não houvesse glicose em excesso no
sangue. Dessa forma, a transformação de glicose em piruvato e da glicose em ácido graxo estão
diminuídas devido a não sinalização do aumento da quantidade de glicose. O fígado nessa ocasião
transporta glicose para a circulação, agravando ainda mais a situação de hiperglicemia. Os ácidos
graxos serão transformados em acetil-CoA que serão transformados em corpos cetônicos (ocasionam
acidose metabólica). No músculo há uma diminuição da captação de glicose, pois a captação depende
de transportadores que são estimulados pela insulina (na diabetes ocorre uma falta de sinalização do
aumento de glicose devido a falta de insulina ou de receptores para ela), com a diminuição da captação
de glicose ele vai usar a reserva de glicogênio ou de proteínas (lança aminoácidos na circulação, e a
cadeia carbônica do aminoácido é usada para produzir glicose - ciclo alanina piruvato) lançando mais
glicose ainda na circulação. No tecido adiposo a degradação de lipídeos está estimulada, assim os
ácidos graxos são liberados na circulação e captados pelo fígado onde passam pela b-oxidação
produzindo acetil-CoA, porém é liberado mais ácido graxo do que o fígado consegue consumir, então
aumenta ácidos graxos e lipoproteínas na circulação (hiperlipidemia)

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