Apostila CN
Apostila CN
Apostila CN
COMANDO NUMÉRICO DE
MÁQUINAS-FERRAMENTA
1 Introdução ................................................................................................................4
1.1 Histórico ............................................................................................................4
1.2 A Evolução da Tecnologia.................................................................................4
1.3 Retrofiting..........................................................................................................7
1.4 CN, CNC e DNC................................................................................................7
1.5 Configurações ...................................................................................................8
1.5.1 Configuração de 2 eixos .........................................................................8
1.5.2 Configuração de 2 ½ eixos .....................................................................9
1.5.3 Configuração de 3 eixos .........................................................................9
1.5.4 Configuração multi-eixos ......................................................................10
1.5.5 Configurações especiais.......................................................................10
1.5.6 Acessórios ............................................................................................13
1.6 Estruturas........................................................................................................15
1.6.1 Centro de usinagem horizontal.............................................................15
1.6.2 Centro de usinagem vertical .................................................................16
1.6.3 Forma estrutural C com coluna fixa......................................................16
1.6.4 Forma estrutural C com coluna móvel..................................................17
1.6.5 Estrutura pórtica ...................................................................................18
1.7 Tipos de acionamento .....................................................................................19
1.8 Transdutores ...................................................................................................20
1.8.1 Encoder angular ...................................................................................21
1.8.2 Encoder linear – régua óptica...............................................................22
1.8.3 Referenciamento ..................................................................................23
1.8.4 Resolução, Acuracidade e Repetibilidade ............................................23
2 Exemplo de uma máquina CNC .............................................................................27
2.1 Introdução .......................................................................................................27
2.2 Painel de comando..........................................................................................27
3 Métodos de programação.......................................................................................31
3.1 Etapas para usinagem CNC............................................................................31
3.1.1 Recebimento do desenho.....................................................................31
3.1.2 Desenho em CAD.................................................................................31
3.1.3 Planejamento do processo ...................................................................31
3.1.4 Levantamento de coordenadas ............................................................32
3.1.5 Programação ........................................................................................32
3.1.6 Transmissão do programa....................................................................33
3.1.7 Simulação gráfica .................................................................................33
3.1.8 Montagens............................................................................................33
3.1.9 Setup de fixação...................................................................................34
3.1.10 Setup de ferramentas ...........................................................................34
3.1.11 Execução da peça piloto.......................................................................34
3.1.12 Execução do lote ..................................................................................35
3.2 Programação Assistida ...................................................................................35
3.2.1 Definição das ferramentas....................................................................35
3.2.2 Definição do perfil final .........................................................................35
2
3.2.3 Definição do desbaste ..........................................................................36
3.2.4 Definição do corte.................................................................................37
3.2.5 Simulação.............................................................................................38
3.2.6 Comunicação........................................................................................38
4 Programação manual de máquinas CNC ...............................................................39
4.1 Introdução .......................................................................................................39
4.2 Sistema de coordenadas.................................................................................39
4.3 Zero-peça........................................................................................................42
4.4 Programação CNC básica...............................................................................51
4.4.1 Informações de geometria ....................................................................51
4.4.2 Funções auxiliares................................................................................51
4.4.3 Códigos M ............................................................................................52
4.4.4 Códigos G básicos ...............................................................................53
4.4.5 Conceitos importantes..........................................................................59
4.5 Estrutura geral de um programa......................................................................60
4.5.1 Início de programa................................................................................60
4.5.2 Troca de ferramenta .............................................................................61
4.5.3 Fim de programa ..................................................................................61
4.6 Recomendações .............................................................................................62
4.7 Compensação do raio da ferramenta ..............................................................67
4.7.1 Compensação no torneamento ............................................................67
4.7.2 Compensação no fresamento...............................................................68
4.7.3 Uso da compensação...........................................................................69
4.8 Comandos especiais .......................................................................................74
4.8.1 Ciclos de furação..................................................................................74
4.8.2 Ciclos geradores de coordenadas ........................................................77
4.8.3 Ciclos de roscamento ...........................................................................79
4.8.4 Ciclos de desbaste em torneamento ....................................................81
4.8.5 Usinagem precisa de canto ..................................................................84
4.8.6 Espelhamento.......................................................................................85
4.8.7 Manipulação do sistema de coordenadas ............................................86
4.8.8 Ciclos de fresamento............................................................................88
4.9 Subrotinas e subprogramas ............................................................................92
4.10 Macros e programação paramétrica................................................................93
Referências .................................................................................................................101
A1 - Peças de Xadez....................................................................................................101
A2 - Comunicação Serial .............................................................................................111
A2.1 Introdução ....................................................................................................111
A2.2 Protocolo de comunicação serial RS 232 ....................................................111
A2.2 Padrão Ethernet ...........................................................................................112
A3 - Seqüência de cálculos para rosca cônica ............................................................114
3
1 INTRODUÇÃO
1.1 Histórico
Uma máquina altamente automatizada que produza 20.000 unidades por dia
será capaz de fabricar somente uma classe limitada de componentes. Até
recentemente, componentes produzidos em lotes pequenos eram fabricados com
máquinas convencionais operadas manualmente.
Na Tabela 1.1 são mostrados alguns dos eventos mais importantes na história
do desenvolvimento e implantação de máquinas ferramenta a comando numérico.
5
Tabela 1.1 - Eventos importante para no desenvolvimento da tecnologia CNC
Data Evento
1808 J. Jacquard usa cartões perfurados para controlar automaticamente máquinas têxteis.
1957 A Força Aérea Americana instala sua primeira fresadora de comando numérico.
Primeira instalação DNC (Direct Numeric Command) nos EUA através de Sundstrand
1969
"Omnicontrol" e IBM. Troca automática de paletes é apresentada.
6
Nota-se que o desenvolvimento da tecnologia de comando numérico ocorreu em
duas vertentes: hardware e software. Com relação ao hardware o comando
acompanhou toda a evolução da eletrônica: válvulas (1952), relés (1955), transistores
(1960), circuitos integrados (1965) e microprocessadores (1975). Com respeito ao
software o objetivo sempre foi tornar a programação mais simples evoluindo até a
programação gráfica assistida por computador (CAM - Computer-Aided Manufacturing).
1.3 Retrofiting
O DNC (Direct Numeric Command) foi introduzido por volta de 1968. Nessa
época o objetivo era reduzir os custos de controle tendo um computador controlando
mais de uma máquina. Atualmente o conceito de DNC é outro e está relacionado à
execução de programas muito extensos.
7
Programas para realizar operações como torneamento, eletro-erosão ou ainda
simples operações de fresamento, não ocupam muita memória. Entretanto, programas
para a fabricação de moldes, matrizes e peças aeronáuticas podem atingir até 50MB
de extensão. Estes programas, gerados por sistemas CAM, executam movimentações
tridimensionais em pequenas dimensões, com até cinco eixos coordenados. Cada linha
de programa, em média pode possuir entre 20 e 30 caracteres. Para programas muito
extensos pode-se usar uma conexão com um computador que envia as linhas do
programa conforme a máquina vai executando-as.
1.5 Configurações
8
1.5.2 Configuração de 2 ½ eixos
Esta configuração possui três eixos (X, Y e Z), porém o processo de interpolação
é permitido somente em dois eixos simultaneamente. Atualmente não faz sentido sua
existência, pois o poder de processamento para interpolação com mais de dois eixos é
comum. Mesmo assim, em termos de programação, essa denominação é usada. Na
Figura 1.3 há dois exemplos de perfis sendo fresados em 2 ½ eixos. No lado esquerdo
as interpolações ocorrem em X e Y enquanto no lado direito ocorrem em X e Z.
9
1.5.4 Configuração multi-eixos
São os equipamentos com mais de três eixos. Normalmente esta configuração
possui até três eixos rotativos (A, B e C) além dos três eixos lineares (X, Y e Z). A
denominação dos eixos rotativos segue uma norma e tem-se: A se o eixo de rotação é
paralelo ao eixo X, B se for paralelo ao eixo Y e C quando for paralelo ao eixo Z. São
máquinas de grande flexibilidade que permitem usinar diversas faces de uma peça com
apenas uma fixação ou gerar superfícies de grande complexidade que necessitam de
interpolação em vários eixos. A Figura 1.5 mostra uma fresadora vertical de 5 eixos (X,
Y, Z, A e C). A peça (verde) está fixada na mesa do eixo C (cinza) que por sua vez está
fixada na estrutura do eixo A (azul e vermelho). Todo o conjunto está fixado na mesa
da fresadora que executa os movimentos em X e Y enquanto a ferramenta está fixada
no eixo Z.
10
Figura 1.6 - Torneamento com duas ferramentas simultâneas.
Outro exemplo, mostrado pela Figura 1.7, são máquinas com diferentes
processos. Neste caso o porta-ferramenta inferior possui uma ferramenta de
torneamento (que não está operando) enquanto o porta-ferramenta superior possui
uma ferramenta de fresamento (em operação). Neste tipo de máquina é necessário que
o eixo-árvore seja controlado para realizar as interpolações necessárias. Nota-se
também que a ferramenta de fresamento desloca-se em dois eixos lineares e em um
eixo angular.
11
Outra configuração especial relaciona-se aos tornos com dois eixos-árvore. Isso
pode ser observado no lado direito da Figura 1.7 onde nota-se uma segunda placa de
três castanhas. A grande vantagem dessa configuração é a possibilidade de usinagem
dos dois lados de uma peça sem que seja necessária a intervenção do operador. A
Figura 1.8 mostra dois momentos da usinagem de uma mesma peça. No lado esquerdo
a primeira etapa, com a peça fixada por uma extremidade e no lado direito as
operações finais sendo executadas com a peça fixada pela extremidade oposta. Nessa
configuração um dos eixos-árvore movimenta-se pelo barramento horizontal para
buscar a peça na outra placa.
1.5.6 Acessórios
Além dessas configurações há alguns acessórios que podem ser acrescentados
às máquinas caso não façam parte do modelo básico. Entre esses acessórios o mais
comum é a trocador automático de ferramenta (ATC – Automatic Tool Changer). Um
torno CNC, com esse dispositivo, é denominado centro de torneamento, enquanto uma
fresadora é denominada centro de usinagem. Esse dispositivo costuma ser
denominado magazine de ferramentas. A Figura 1.10 mostra um magazine com
capacidade para 20 ferramentas de um centro de usinagem vertical.
13
Figura 1.11 – Centro de usinagem com troca de pallets.
Outra tarefa que pode ser automatizada é a troca de peças. A Figura 1.13
mostra um sistema de carga e descarga fixado sobre um centro de torneamento. Além
de realizar esta tarefa também pode ser responsável por virar a peça dentro da
máquina permitindo sua completa usinagem.
14
Figura 1.13 – Sistema de carga e descarga de peças.
1.6 Estruturas
15
exigir maior esforço, dependendo das dimensões e do peso do material bruto. Por este
motivo, centros de usinagem horizontais são empregados com grande êxito em
determinadas aplicações na indústria aeronáutica; na usinagem de acabamento de
blocos pré-moldados na indústria automobilística e na usinagem de pequeno porte e
materiais leves.
16
Figura 1.16 - Centro de usinagem de forma estrutural C com coluna fixa.
17
Figura 1.17 - Máquina de forma estrutural C com coluna móvel.
Este concepção facilita o acesso à área de trabalho, contudo esta estrutura não
permite elevada precisão geométrica, em torno de 0.01 mm. O magazine de
ferramentas pode estar posicionado junto ao eixo-árvore, permitindo uma troca rápida
de ferramenta.
Máquinas com esta estrutura são aplicadas com grande êxito na fabricação de
moldes de grandes dimensões e pela indústria aeronáutica.
19
Desta forma, o movimento rotacional do eixo do servo-motor é transformado em
movimento linear de translação da parte móvel da máquina. Este processo de
conversão de movimento é muito mais eficiente com o fuso de esferas re-circulantes do
que com o uso do sistema tradicional de parafuso e porca.
1.8 Transdutores
20
Transdutores de posição: Transdutores de posição são utilizados por sistemas de
malha fechada, para se obter resposta de posicionamento do sistema
(feedback), a cada momento; estes conceitos estão detalhados no item 2.3.
A luz emitida pela fonte pode passar pelo disco de vidro ou ser barrada, se
coincidir com uma das faixas pintadas. O sensor foto-elétrico captura a luz (caso ela
passe) e emite pulsos elétricos. Um dispositivo chamado de Schmitt Trigger é utilizado
para converter os sinais elétricos em sinais de onda quadrada. A resolução de um
encoder angular depende do número de faixas pintadas no disco de vidro. Como
exemplo, em um encoder com 50 faixas, sua resolução será de 7.2° (360°/50). Quando
o eixo do motor rotacionar 360°, o encoder emitirá 50 pulsos.
21
1.8.2 Encoder linear – régua óptica
O controle de posicionamento por um encoder linear é dado por régua óptica fixa
na parte estática da máquina operatriz, e um dispositivo de luz que é fixo na parte
móvel da máquina (dependendo da geometria da máquina, os movimentos nas
direções X, Y, Z, podem ser realizados pela mesa e/ou pelo eixo árvore).O esquema de
montagem deste sistema está ilustrado na Figura 1.22.
Devido ao fato da régua ótica ficar exposta, sua aplicação fica restrita a
máquinas de medir por coordenadas e outros equipamentos que não gerem cavacos
ou usem fluido refrigerante.
22
1.8.3 Referenciamento
Há encoders absolutos e incrementais. O absoluto gera um código diferente
para cada posição enquanto o incremental gera uma certa quantidade de pulsos por
giro. Os mais usados são os incrementais devido a sua simplicidade e custo.
∆l = L/2n (mm)
n = número de bits
23
A resolução de controle é o menor deslocamento que o sensor de posição pode
detectar. Por exemplo, se um encoder ótico emitir 500 pulsos por revolução de um eixo,
então a resolução de controle será de 0,72º (360º/500). Incrementos angulares
menores que 0,72º não poderão ser detectados pelo sistema de realimentação.
Solução:
∆l = 500/16384 = 0,0305 mm
∆l = 10/250 = 0,04 mm
24
resolução, maior a possibilidade de se atingir um ponto-meta. Dessa forma, a relação
seguinte pode ser usada para determinar a acuracidade.
Onde,
26
2 EXEMPLO DE UMA MÁQUINA CNC
2.1 Introdução
• Monitor de vídeo;
• Teclado de programação;
• Controles de operação.
Power : luz indicadora de que o equipamento está ligado. Ao seu lado está a fenda para
inserção de uma chave que permite desabilitar o painel.
Spindle Load %: indicador luminoso da potência exigida pelo eixo-árvore com indicação
entre 0 e 150%. Até 100% o indicador usa luz verde e acima desse valor a luz é
vermelha. Auxilia o operador a acompanhar, por exemplo, o desgaste da
ferramenta.
Block Skip: a função desta chave está ligada a um comando de programação. Se esta
chave estiver desativada as linhas de programa que iniciam com uma barra (/)
são executadas. Se a chave estiver acionada estas linhas serão ignoradas
(puladas).
28
Optional Stop: também é uma chave ligada à programação. Há um comando
denominado parada opcional. Se a chave não estiver acionada as paradas
opcionais não serão executadas.
Monitor On/Off: permite ligar e desligar o monitor de vídeo. Depois que um programa é
depurado e está totalmente confiável, as informações do monitor de vídeo não
são importantes.
Jog: os três controles seguintes tem por objetivo a movimentação manual dos eixos.
Um botão seletor permite escolher qual eixo mover (X, Y, Z, A, B ou C). O outro
botão seletor define o valor base de deslocamento (0.01”, 0.001” e 0.0001”). A
grande manivela é um gerador de pulso (100 pulsos por volta). Cada pulso move
o eixo escolhido no valor definido de deslocamento.
29
dificultar o acionamento acidental deste comando, ou seja, é necessário que o
dedo entre na botoeira.
Slide Hold: esta botoeira congela os movimentos dos eixos zerando o valor da
velocidade de avanço. Para retornar à operação normal após seu uso deve-se
pressionar a botoeira Start.
30
3 MÉTODOS DE PROGRAMAÇÃO
31
determinação dos dados tecnológicos para cada ferramenta: velocidade de corte,
velocidade de avanço, profundidade de corte, número de passadas, etc.
3.1.5 Programação
Tendo as coordenadas obtidas do desenho e conhecendo a seqüência de
operações, pode-se escrever o programa. É importante que este seja bem comentado,
facilitando possíveis alterações e correções que possam ser necessárias. Além disso,
na programação manual é importante explorar todos os recursos que a máquina
oferece para tornar o programa menor e mais eficiente, tais como ciclos de desbastes
internos, ciclos de furação, rotação de coordenadas e deslocamento de referência e
sub-rotinas entre outros.
32
3.1.6 Transmissão do programa
Se o programa foi criado em um computador (manualmente ou por programação
assistida) é necessário transmiti-lo para o comando da máquina. Pode-se usar um
programa específico para esta tarefa, fornecido pelo fabricante da máquina, ou usar
programas de comunicação genéricos. Os softwares de programação assistida
possuem módulo de comunicação.
Deve-se utilizar o zoom para verificar pequenos detalhes e também observar por
ângulos diferentes (topo, frontal, lateral etc). Mesmo quando se utiliza um software de
programação assistida deve-se realizar a simulação da própria máquina para garantir a
funcionalidade do programa.
3.1.8 Montagens
É a primeira etapa de preparação da máquina. Deve-se montar o dispositivo de
fixação e também as ferramentas. Em um torno a montagem do dispositivo de fixação
relaciona-se com a troca da placa ou alteração das castanhas. Em fresadoras essa
preparação requer maiores cuidados. Deve-se limpar cuidadosamente a mesa de
trabalho da máquina e a superfície de apoio do dispositivo. Além disto sua fixação deve
observar, quando necessário, o paralelismo com os eixos de trabalho, através da
utilização de um relógio apalpador (normalmente fixado no fuso da máquina).
33
esquecer de verificar a possibilidade de impacto do suporte da ferramenta com
obstáculos oferecidos pela peça ou pela fixação. Por fim, quando da instalação das
ferramentas na máquina, deve-se ajustar os bicos de fluido refrigerante de modo que
todas as ferramentas sejam refrigeradas.
34
3.1.12 Execução do lote
Após concluir a peça piloto com sucesso pode-se passar a execução das peças
do lote. É a etapa final onde as vantagens da tecnologia CNC surgem.
A Figura 3.2 mostra uma vista em perspectiva da peça, apesar de não ser usual
seu uso em operações de torneamento (basta a vista lateral).
36
dimensão da passada e a quantidade de material que deve ser deixado para o
acabamento (sobre-metal).
37
3.2.5 Simulação
A Figura 3.5 mostra um instante da simulação do percurso da ferramenta de
acabamento. Pode-se usar simulação passo-a-passo ou contínua e, neste segundo
caso, determinar a velocidade de execução.
3.2.6 Comunicação
A Figura 3.6 mostra a tela do módulo de comunicação via porta serial (RS
232C), após terem sido definidos os parâmetros de comunicação e o arquivo a ser
enviado. Também é possível receber programas da máquina CNC.
38
4 PROGRAMAÇÃO MANUAL DE MÁQUINAS CNC
4.1 Introdução
Por convenção o eixo Z é o eixo que gira. Sendo assim, nos tornos esse eixo
parte do centro da placa e tem valores positivos ao se afastar dela, acompanhando o
barramento. No caso de uma fresadora vertical o eixo vertical será o Z e terá valores
positivos para cima. Dos eixos que restam o maior é denominado X e o ultimo será o Y.
A Figura 4.1mostra estes eixos em um torno horizontal e em uma fresadora vertical.
39
D
B
A C
Coordenada Coordenada
Ponto
X Y
A 3 1
B 5 1
C 6 3.5
D 6 5
E 3.5 5
F 3.5 7
G 2 7
H 2 3
40
Coordenada Coordenada
Ponto
X Y
A 1 0
B 3 0
C 4 2.5
D 4 4
E 1.5 4
F 1.5 6
G 0 6
H 0 2
Coordenadas
Ponto X Y
B 15 25
C 30 15
D 10 35
E 20 0
F 10 -30
G 15 0
H 20 -45
A -120 0
41
4.3 Zero-peça
42
Exercício 1 - Escolha um ponto para a origem do sistema de coordenadas no perfil da
Figura 4.8 (zero-peça). Em seguida defina um sentido de usinagem e identifique os
pontos meta (final de cada linha). Preencha a tabela de coordenadas utilizando o
sistema absoluto.
Ponto X Y R Comentário
A
B
C
D
E
F
G
H
A
43
Exercício 2 – Cote o perfil da Figura 4.9 de forma a obter as coordenadas no sistema
incremental, considerando o ponto marcado como o início e seguindo a seqüência de
pontos já definida. Preencha a tabela com as coordenadas.
Ponto X Y R Comentário
A
B
C
D
E
F
G
H
A
Início
44
Exercício 3 - Identificar no perfil da Figura 4.10 os pontos meta no sentido anti-horário
a partir do ponto A já definido. Preencher a tabela com as coordenadas desses pontos
utilizando o sistema absoluto.
Ponto X Y R Comentário
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
45
Exercício 4 - Cotar o perfil da Figura 4.11 e preencher a tabela usando coordenadas
incrementais.
Ponto X Y R Comentário
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
Q
R
46
Exercício 5 - Preencha a tabela com as coordenadas do perfil da Figura 4.12. Mude
entre sistema absoluto e incremental conforme for mais simples. Marque as
coordenadas dos centros dos arcos usando as referências I e J sempre em relação ao
início do arco (independe se o sistema é absoluto ou incremental).
47
Exercício 6 - Marque as coordenadas absolutas no gráfico e desenhe o perfil da peça
correspondente. Junto ao valor do raio há indicação do sentido (horário e anti-horário).
Ponto X Y R I J Ponto X Y R I J
A 0 35 L -15 -30 5 (h) -5 0
B 15 20 M -25 -30
C 30 20 N -35 -15
D 35 15 5 (h) 0 -5 O -35 -5
E 35 -25 P -25 0
F 15 -25 10 (h) -10 0 Q -25 10
G 15 -10 R -35 15
H 10 -5 5 (ah) -5 0 S -35 20
I 0 -5 T -30 25 5 (h) 5 0
J -10 -15 10 (ah) 0 -10 U -20 25
K -10 -25 A 0 35
48
Exercício 7 - Marque as coordenadas incrementais no gráfico XY e desenhe o perfil
correspondente. O ponto inicial está indicado no gráfico (X=35 e Y=0).
Ponto X Y R I J Ponto X Y R I J
A -15 15 15 (h) 0 15 J 5 0
B 0 10 K 5 -5 5 (h) 0 -5
C -10 10 L 5 -5 5 (ah) 5 0
D -15 0 M 10 0
E -15 0 7.5 (h) -7.5 0 N 15 -15 15 (h) 0 -15
F -5 0 O 10 0
G -10 -10 P 15 10
H 0 -30 Inicio 0 25
I 5 -5 5 (ah) 5 0
49
Exercício 8 - Marque as coordenadas no gráfico XY e desenhe o perfil correspondente.
As coordenadas estão tanto no sistema absoluto (A) quanto no incremental (I).
Ponto Sistema X Y R I J
A A -35 -25
B A 35 -25
C I -10 20
D I -15 0
E I -10 10 10 (h) 0 10
F I 0 5
G I 5,0679 8,6991 10 (h) 10 0
H A 25 30
I I 0 5
J I -20 0
K A -14,3498 21,7492
L A -20 20 10 (h) -5,6502 8,2508
M A -35 20
A A -35 -25
50
4.4 Programação CNC básica
X - Eixo linear.
Y - Eixo linear.
Z - Eixo linear.
A - Eixo angular com centro paralelo ao eixo X.
B - Eixo angular com centro paralelo ao eixo Y.
C - Eixo angular com centro paralelo ao eixo Z.
R - Raio de arco de circunferência.
I - Centro de arco no eixo X.
J - Centro de arco no eixo Y.
K - Centro de arco no eixo Z.
Quando o programa era curto, colavam-se suas pontas após passar a fita pelo
leitor, formando um anel. Neste caso, para finalizar o programa, era usado M02 que
indicava para o leitor continuar alimentando a fita até chegar no início do programa
novamente.
52
4.4.4 Códigos G básicos
Os códigos serão apresentados tendo por base uma máquina de três eixos
(fresadora). Para tornos basta ignorar as palavras Y e J.
54
Com o uso das coordenadas do centro do raio (I, J e K), é possível definir o
número de evoluções com o parâmetro P. A Tabela 4.1 apresenta as formas de
utilização com o parâmetro R e a Tabela 4.2 com o centro do arco. A Figura 4.14 -
Exemplo de interpolação helicoidal.Figura 4.14 exemplifica o uso da interpolação
helicoidal.
Plano de
Comando Meta Linear Centro Evoluções Avanço
Trabalho
G02 X__ Y__ Z__ I__ J__ P__ F__
XY (G17)
G03 X__ Y__ Z__ I__ J__ P__ F__
G02 X__ Z__ Y__ I__ K__ P__ F__
XZ (G18)
G03 X__ Z__ Y__ I__ K__ P__ F__
G02 Y__ Z__ X__ J__ K__ P__ F__
YZ (G19)
G03 Y__ Z__ X__ J__ K__ P__ F__
55
Pausa do programa (G4)
G4 P__
56
G94 - Velocidade de avanço em unidades por minuto (mm/min ou pol/min).
G95 – Velocidade de avanço em unidades por rotação (mm/rot ou pol/rot).
57
58
4.4.5 Conceitos importantes
Dois conceitos importantes utilizados em CNC são: default e modal. Valor
default é aquele que é assumido quando nenhum valor é atribuído na programação, ou
seja, se nenhum valor é programado o comando utiliza o valor default.
Um comando ou parâmetro modal é aquele que, quando definido, fica ativo até que
outro o substitua. Têm-se os seguintes comandos e parâmetros modais: G0, G1, G2,
G3, F, X, Y, Z, I, J, K. Isto significa que, em uma seqüência de linhas, se um
determinado valor não muda então não precisa ser digitado. A Figura 4.15 apresenta
em seu lado esquerdo um trecho de programa com todos os valores presentes e no
lado direito apenas os valores que foram alterados. Em termos de funcionamento os
resultados são idênticos. A vantagem do uso de modais está no fato de se digitar
menos (programação mais rápida) e ocupar menos espaço na memória da máquina.
.... ....
G0 X10. Y20. G0 X10. Y20.
G0 X10. Y-15. Y15.
G1 X-100. Y-15. F125 G1 X-100. F125
G1 X-100. Y-35. F125 Y-35.
G1 X-150. Y-35. F125 X-150.
G1 X-150. Y-45. F200 Y45. F200
G1 X-100. Y40. F200 X100. Y40.
59
.... ....
N1 O____ (_______________
N2 (PROGRAMADOR: ________________________________
N3 (CLIENTE: _______________________________________
N4 (DATA: ___ / ___ / ___
N5 (PECA: __________________________________________
N6 (OPERACOES: ___________________________________
N7 (MATERIAL: ______________________________________
N8 (
N9 G0 G17 G21 G40 G80 G90 M5 M9 H0 Z0
N10 M6 T____ (__________________
N11 S____ M3 E___ X____ Y_____
60
N12 H___ D___ M8 Z____
N13 .....
N__ ...
N__ M5 M9
N__ G0 H0 Z0
N__ M6 T___ (___________________
N__ S___ M3 E___ X___ Y___
N__ H___ D___ M8 Z___
N__ ...
N__ ...
N__ M5 M9
N__ (
N__ G0 H0 Z0
N__ E0 X0 Y200
N__ M0
N__ M2
61
4.6 Recomendações
62
Exercício 9 - Marque as coordenadas no gráfico XY, desenhe o perfil correspondente e
escreva o programa. As coordenadas estão nos sistemas absoluto e incremental.
Ponto Sistema X Y R I J
A A -5 35
B I 15 0
C I 15 -15 15 (h) 0 -15
D I 0 -10
E I 10 -10 10 (ah) 10 0
F A 40 -5
G A 40 -20
H A 35 -25
I A 20 -25
J A 10 -35 10 (ah) 0 -10
K I -5 -5 5 (h) -5 0
L I -10 0
M I -15 15 15 (ah) -15 0
N I -10 0
O I -10 5
P I 0 15
Q A -35 10
R A -25 10
S A -5 30 -20 (ah) 20 0
A I 0 5
63
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Exercício 10 - Interprete o programa abaixo preenchendo a tabela de coordenadas e
esboçando o perfil da peça. Com fins didáticos os arcos foram definidos tanto pelo raio
quanto pelas coordenadas do centro.
Ponto X Y R I J
A 15 35
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
A
65
66
4.7 Compensação do raio da ferramenta
68
Sendo assim a compensação do raio tem como principal objetivo permitir que
seja programado o perfil da peça, deixando que o comando da máquina calcule a
posição do centro da ferramenta. Dessa forma alterações no diâmetro da ferramenta,
incluindo desgastes, são facilmente ajustáveis.
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72
Exercício 12 - Esboce o perfil da peça do exercício 10 destacando os pontos de
entrada e saída da ferramenta, e escreva o programa usando a compensação de raio.
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73
4.8 Comandos especiais
Sua função é fazer um furo até a profundidade definida pelo parâmetro Z. Esse
furo é executado em passos de Q milímetros e a uma velocidade de F mm/min. Depois
de cada passo a ferramenta retorna alguns milímetros (parâmetro interno da máquina),
em avanço rápido, para quebrar o cavaco. Quando a ferramenta volta a se aprofundar
para realizar um novo passo seu movimento também ocorre em avanço rápido até
faltar P milímetros para a profundidade do passe anterior. A partir deste ponto a
velocidade de avanço volta a ter o valor programado por F. A Figura 4.24 ilustra o seu
funcionamento.
74
Figura 4.24 - Operação do G73.
T1 broca de centro
T1 Z final = -5 mm
T1 rotação = 1500 rpm
T1 avanço=150 mm/min
T2 broca 8 mm
T1 Z final = -20 mm
T1 passes = 3 mm
T1 rotação 650 rpm
T1 avanço = 200 mm/min
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76
4.8.2 Ciclos geradores de coordenadas
Algumas situações que exigem a operação de furação são bastante comuns.
Pode-se citar um conjunto de furos em uma linha (inclinada ao não), furos formando
uma malha, furos em um arco de circunferência e também furos em uma circunferência
completa. Alguns fabricantes implementam alguns ciclos para atender estas situações.
Estes ciclos são responsáveis por gerar as coordenadas dos furos e, dessa
forma, são usados logo após a definição de um ciclo de furação.
Figura 4.25 - Exemplo de furos com G34 X200. Y150. I100. J20. K6.
77
Figura 4.26 - Exemplo de furos com G35 X20. Y12. I30. J25. K5.
Figura 4.27– Exemplo de furos com G36 X20. Y8. I215. J7. P16. K6.
Figura 4.28 - Exemplo de furos com G37.1 X17. Y12. I21. P7. J19. K3.
Em um torno Romi com comando Mazak, por exemplo, estão disponíveis dois
ciclos de roscamento. Um deles (G33) executa apenas uma única passada de
roscamento, sendo necessário que cada profundidade seja programada
separadamente. O outro ciclo (G37) executa a rosca completamente. Os dois ciclos
permitem tanto a execução de roscas paralelas quanto cônica, bem como internas
como externas. Também é possível executar roscas com múltiplas entradas.
Onde:
X: profundidade do final da rosca (utilizada para roscas cônicas);
Z: posição final da rosca, no comprimento.
K: passo da rosca.
A: posição angular da rosca (utilizada em roscas de múltiplas entradas).
I: conicidade da rosca (utilizada em roscas cônicas).
79
A conicidade de uma rosca pode sesr calculada pela seguinte relação:
I = 2 * ( passo * tg α )
O trecho de programa listado a seguir executa uma rosca M30 x 1.5 de uma
entrada, com início em Z80 e término em Z50. Foi usado o sistema de coordenadas
absoluto.
G37 X__ Z__ K__ A__ I__ D__ E__ B__ W__ U__ L__
80
Onde: X: profundidade do final da rosca (utilizada para roscas cônicas);
Z: posição final da rosca, no comprimento.
K: passo da rosca.
A: posição angular da rosca (utilizada em roscas de múltiplas entradas).
I: conicidade da rosca (utilizada em roscas cônicas).
D: profundidade da primeira passada (D=H/raiz(no. de passadas))
E: distância de aproximação (altura do ponto inicial até a crista da rosca).
B: angulo de alimentação da rosca (metade do ângulo da pastilha)
W: ângulo de saída da rosca (0=0º, 1=30º, 2=45º e 3=60º)
U: profundidade do último passe.
L: número de passes em vazio.
Exemplo 1: rosca M20 x 2.5 com uma entrada e comprimento de Z83 até Z53.
Exemplo 2: rosca NPT com 11.5 fios/pol, 1º e 47’, de Z50 à Z70, diâmetro final de 33,4
mm. Para rosca NPT tem-se H = 1.732 * passo
G0 X37. Z75.
G37 X28.02 Z50. K2.21 I0.137 D0.96 E5.15 U0.1 L2.
81
• Sobremetal a ser deixado em X (letra I);
• Sobremetal a ser deixado em Z (letra K);
• Incremento por passada (letra W);
• Velocidade de avanço para o desbaste (letra F);
82
Figura 4.30 - Exemplo de desbaste transversal.
83
4.8.5 Usinagem precisa de canto
As máquinas CNC são preparadas para executar cantos com um pequeno
arredondamento. Isto ocorre porque quando um eixo está desacelerando o outro já
começa a acelerar, como mostra o gráfico no lado esquerdo da Figura 4.32. Este
procedimento é usual, pois este pequeno arredondamento é aceitável (e até desejável)
na grande maioria das peças.
4.8.6 Espelhamento
O espelhamento de coordenadas permite que um trecho de programa
(normalmente uma subrotina) seja executado de forma espelhada com relação ao eixo
X ou Y, ou ainda, com relação aos dois eixos simultaneamente. Além da troca de sinais
das coordenadas há inversão entre oc comandos de interpolação circular (G2 e G3)
bem como na compensação de raio (G41 e G42). Isso faz com que os movimentos da
usinagem espelhada ocorram de maneira correta.
No comando da Fadal, por exemplo, a linha de espelho é definida pelas
coordenadas da ferramenta no momento de acionamento do comando de
espelhamento. Normalmente os valores passados pelos parâmetros são ignorados, ou
seja, qualquer valor pode ser programado, e sendo assim é comum utilizar-se o valor
zero. A seguir estão os comandos implementados na Fadal.
G51.1 X0 - espelho no eixo X.
G51.1 Y0 - espelho no eixo Y.
G51.1 X0 Y0 - espelho nos eixos X e Y.
G50.1 - cancela o espelhamento.
85
G05 - espelho no eixo X
86
A Figura 4.36 mostra um típico caso de aplicação deste comando. Trata-se da
usinagem de várias peças iguais fixadas simultaneamente à mesa da máquina. Após a
usinagem de cada peça faz-se o deslocamento do sistema de coordenadas.
É possível realizar a mesma tarefa sem o uso deste comando. Para isso deve-se
programar toda a usinagem no sistema de coordenadas incremental e executar
movimentos absolutos entre cada peça.
87
Figura 4.37 – Exemplo de usinagem com rotação do sistema de coordenadas
88
Figura 4.38 - Movimentos de abertura de bolsão circular.
A Figura 4.39 mostra à esquerda uma fresa sem raio de ponta, ao centro com
raio de ponta menor que o raio da fresa e na direita com raio de ponta igual ao raio da
fresa (ponta esférica).
89
voltará para este mesmo ponto. A Figura 4.40 ilustra os movimentos realizados para
executar essa tarefa.
A Figura 4.41 mostra uma implementação dessa operação que não faz uso de
interpolação linear, ou seja, os movimentos de compensação e descompensação são
realizados em arcos de circunferência. A ferramenta é colocada no centro do bolsão
(ponto 1) antes da chamada do ciclo. A seqüência de movimentos a faz passar pela
trajetória 2 (tocar o bolsão tangencialmente), chegando ao ponto 3. Depois passa pelos
pontos 4 até 8. O trajeto 9 faz o retorno ao centro, também tangencialmente ao bolsão.
90
Abertura de bolsão retangular/quadrado
Serialização e gravação
91
4.9 Subrotinas e subprogramas
92
Este comando define uma determinada subrotina (passada com um parâmetro)
como sendo modal, ou seja, após cada comando que gera um movimento dos eixos a
subrotina será executada.
Macros são funções que permitem realizar cálculos, receber valores via teclado,
enviar mensagens para o operador e tomar decisões lógicas durante a execução de um
programa CNC. O termo programação paramétrica indica que, através de parâmetros
(valores) passados pelo operador ao programa, este executa a mesma usinagem, mas
de forma diferente. Por exemplo, a parametrização mais comum é relacionada à escala
da peça.
Na Fadal, por exemplo, toda linha de programação que conter uma macro
deverá ter em seu início o caractere #. Para trabalhar com macros pode-se utilizar até
100 variáveis de memória, indicadas de V1 até V100. Além disto pode-se trabalhar com
outras variáveis internas do comando:
CLEAR
GOTO
Permite saltar diretamente para uma linha específica do programa, indicada por
seu número (palavra N).
IF – THEN
INPUT
SET RNDx
Observação
94
V e na linha seguinte transferir seu conteúdo para uma variável paramétrica R. Veja o
exemplo abaixo:
#V1=((V2*3)+(V3/4))*COS(V5)
#R9=V1
G0 X+R9
95
Exercício 14 – Utilize um subprograma para a furação da peça da figura abaixo.
Primeiro utilize T1 para os furos de centro à profundidade de 5 mm, 150 mm/min e
2000 rpm. Depois utilize a broca T2 para os furos de 5 mm de diâmetro à 850 rpm e
200 mm/min. Finalmente utilize T3, que é uma fresa de diâmetro 10 mm, à 480 rpm e
80 mm/min para usinar os rebaixos.
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Exercício 15 – Um dispositivo de sujeição permite fixar 4 peças simultaneamente.
Desenvolva um programa que faça o acabamento do perfil de cada peça. Utilize um
subprograma em coordenadas incrementais para esta tarefa. Considere que a peça
possui 4 mm de altura e que será executada em apenas uma passada.
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Exercício 16 – O desenho da peça abaixo mostra o perfil de uma peça de 15 mm de
espessura cujo perfil deverá ser usinado em passes de 1 mm. Programe o perfil em um
subprograma com avanço incremental vertical para possibilitar sua repetição. A
referência Z está na face superior.
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Exercício 17 – O desenho da peça abaixo mostra o perfil de uma peça de 15 mm de
espessura cujo perfil deverá ser usinado em passes de 1 mm. Programe o perfil em um
subprograma com avanço incremental vertical para possibilitar sua repetição. A
referência Z está na face superior.
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Exercício 18 – O desenho da peça abaixo mostra o perfil de uma peça de 15 mm de
espessura cujo perfil deverá ser usinada em passes de 1 mm. Programe o perfil em um
subprograma com avanço incremental vertical para possibilitar sua repetição. A
referência Z está na face superior.
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100
REFERÊNCIAS
CHANG, T., WYSK, R. A., WANG, H. (1998). Computer-Aided Manufacturing. 2nd ed.
p. 748.
101
KOREN, Y. (1989). In: AMERICAN SOCIETY FOR METALS. Metals handbook. 9th ed.
Metals Park, Ohio, USA. v.16 - Machining, p.613-617.
LIANG, S. Y.; HECKER, R.; LANDERS, R. (2002). Machining process monitoring and
control: The State-of-the-art. Proceedings of ASME International Mechanical
Engineering Congress. New Orleans, US, nov. 2002.
MONREAL, M.; RODRIGUEZ, C. (2003). Influence of tool path strategy on the cycle
time of high-speed milling. Computer-Aided Design, v. 35, p. 395-401.
102
APÊNDICE 1 – Peças de Xadrez
103
PEÃO
104
TORRE
105
CAVALO
106
BISPO
107
RAINHA
108
REI
109
APÊNDICE 2 – Comunicação Serial
110
A2.1 COMUNICAÇÃO SERIAL
A2.1 Introdução
Uma das maneiras utilizadas para realizar a comunicação entre dois dispositivos
computacionais é a utilização da interface elaborada pela Associação das Indústrias
Eletrônicas (Electronic Industries Association-EIA) denominada RS232. Esta interface
padrão permite a transferência de dados entre dois dispositivos, como por exemplo, um
computador (ou um DNC) e uma máquina CNC.
• Stop bits: O parâmetro stop bit define o final de cada palavra. Em geral é
utilizado o valor 2.
112
APÊNDICE 3 – Rosca Cônica
113
A3.1 SEQÜÊNCIA DE CÁLCULOS PARA ROSCA CÔNICA
A Figura A3.1 apresenta a rosca que será utilizada neste exemplo. Como mostra
o desenho, é uma rosca NPT, com passo de 11.5 fios/pol e ângulo de 1º 47’.
Basta escolher como a ferramenta irá mover-se para terminar a rosca. Tem-se
W0 para 0º, W1 para 30º, W2 para 45º e W3 para 60º
114
ângulo de alimentação da rosca, a cada novo passe a ferramenta posiciona-se em uma
face já usinada, como mostra a Figura A3.2, à direita. O valor a ser programado deve
ser a metade do ângulo da ponta da ferramenta. Por exemplo, se for uma rosca
métrica, a ponta da ferramenta terá 60º, e neste caso programa-se B30.
passo [mm] =
25.4
passo [fios / pol]
H
D=
número de passes
115
Cálculo de I (conicidade da rosca)
Para calcular o valor de I basta utilizar a equação abaixo. Observe que o ângulo
deve ser fornecido na forma decimal e a calculadora estar configurada para graus
(deg). Se o ângulo estiver na forma de graus e minutos, deve-se antes converte-lo,
utilizando a equação abaixo.
I = 2 * passo * tg(ângulo )
minutos
ângulo = graus +
60
116
Altura = comprimento * tg(Ângulo)
X = Xinicial – H – 2 * Altura
117