TCC - Arthur Italo de Oliveira
TCC - Arthur Italo de Oliveira
TCC - Arthur Italo de Oliveira
GOIÂNIA
Novembro/2020
ARTHUR ITALO DE OLIVEIRA
GOIÂNIA
Novembro/2020
ARTHUR ITALO DE OLIVEIRA
Trabalho final de curso apresentando e julgado como requisito para a obtenção do grau
de bacharelado no curso de Agronomia do Centro Universitário de Goiás – UNIGOIÁS
na data de 18 de novembro 2020.
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Profa. Dra. Leandra Regina Semensato
Centro Universitário de Goiás – UNIGOIÁS
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Prof. Dr. Renato Carrer Filho
Centro Universitário de Goiás – UNIGOIÁS
Dedico este trabalho primeiramente a Deus pela força
e concentração. Aos meus pais, Fernando e Odília
pelo apoio e por me motivarem a nunca desistir.
Agradeço primeiramente a Deus pela força e
determinação durante todo o desenvolvimento do
trabalho. À minha orientadora, Dra. Camila Marillac,
pelo apoio, pela paciência, e sempre contar com sua
presença. Também agradeço a meu amigo João
Henrique Noleto, pelo companheirismo e ajuda desde
o início deste projeto. E a todos que fizerem parte
deste trabalho.
‘’Seja como um abacaxi fique sempre de pé use uma
coroa e seja doce por dentro’’
Autor desconhecido
RESUMO
Mudas de abacaxizeiro com melhor qualidade fitossanitária podem ser obtidas a partir da
cultura de tecidos. Tradicionalmente, nesta técnica, as mudas se desenvolvem em frascos
fechados, que contém um meio nutritivo constituído por diversos nutrientes essenciais
para o desenvolvimento das mudas. Neste sistema, denominado heterotrófico, as trocas
gasosas com o ambiente externo são mínimas e o acúmulo de gases no interior dos frascos
pode afetar o desenvolvimento das plantas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a
influência do sistema de ventilação dos frascos sobre desenvolvimento in vitro mudas de
abacaxizeiro cv. Pérola. O estudo foi realizado no Laboratório de Cultura de Tecidos
Vegetais do Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS (Uni-LCVT). O delineamento
experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com dois tratamentos, sistema
heterotrófico (sem ventilação) e mixotrófico (com ventilação), e vinte repetições de cada
tratamento. Aos 90 dias, realizou-se avaliação do tamanho da parte aérea e da quantidade
de raízes. Os dados foram submetidos à análise de variância, a 5% de probabilidade, e
posteriormente comparados pelo teste de Tukey. As plantas cultivadas no sistema
mixotrófico desenvolveram melhor que no sistema heterotrófico, tanto no que se refere à
altura de plantas, quanto ao desenvolvimento do sistema radicular, indicando que a o
sistema de ventilação do frasco influencia o desenvolvimento de mudas abacaxizeiro cv.
Pérola obtidas in vitro.
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um comportamento diferente em relação ao meio ao ser desenvolvido. Em algumas
espécies como em orquídeas o sistema heterotrófico promove um melhor
desenvolvimento em relação ao mixotrófico (SILVA, 2018). E no abacaxi em sistema de
ventilação natural ou mixotrófico promove um melhor crescimento em in vitro, fazendo
que cada espécie tenho desenvolvimento diferentes em cada sistema (SILVA et al., 2014).
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a influência do sistema de ventilação dos
frascos sobre desenvolvimento in vitro mudas de abacaxizeiro cv. Pérola em cultura de
tecidos in vitro.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA DO ABACAXI NO BRASIL
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mais, segundo Instituto brasileiro de geografia e estatística (2019), em 2018 no estado de
Goiás, obteve uma produção de 36.768 toneladas de frutos, enquanto no em todo território
brasileiro produziu 1.766.986 toneladas de abacaxi, colocando Goiás em 110 no ranking
do país de produção de abacaxi.
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A utilização de mudas sadias assegura a qualidade do material propagativo
utilizado e, consequentemente, o bom desenvolvimento do plantio e baixa incidência de
problemas fitossanitários, com isso visa evitar e diminuir a proliferação de pragas e
doenças (DE SOUZA et al., 2015). Em um contexto geral, as mudas são um subproduto
da lavoura, que podem ou não apresentar os padrões de qualidade para que possam
prosseguir com novos plantios comerciais, principalmente ao que diz respeito aos
aspectos fitossanitários (DE MATOS et al., 2018).
Diversos aspectos proporcionam aumento na população de pragas e doenças,
como cultivos excessivos nas mesmas áreas, plantios em vários estádios de
desenvolvimento, na mesma região, durante todo o ano e também a produção de frutas
durante todo o ano (DE MATOS et al., 2018). Além disso, há de se considerar que mudas
convencionais, produzidas em condições de campo, são agentes disseminadores de
pragas, doenças e de sementes de plantas daninhas.
Com relação as doenças que assolam o cultivo do abacaxizeiro, a fusariose é
umas das mais prejudiciais, pois o fungo Fusarium subglutinas infecta as mudas e plantas
em desenvolvimento vegetativo. A podridão do olho, causada pelo fungo Phytophthora
nicotiana, causa perdas e prejuízos significativos nas áreas de produção, a incidência de
altas precipitações pluviométricas, uso inadequado de indutores de floração e uso de
adubação, podem levar ferimentos no olho e na base da planta, levando a entrada do
patógeno, ocasionando à morte da planta (NOGUEIRA; SIVIERO, 2018).
A podridão apical da planta, a podridão negra ou podridão mole causada pelo
fungo Ceratocystis paradoxa uma doença causada pós-colheita se as condições
ambientais, armazenamento e de transporte forem favoráveis para tal proliferação do
fungo. A queima solar que é uma anomalia fisiológica, ou seja, uma doença abiótica
provocada por exposição excessivas dos raios solares, também ocasionada pelos longos
períodos de seca e até deficiência nutricional (NOGUEIRA; SIVIERO,2018).
O estabelecimento de uma doença na cultura se promove pela integração de três
componentes, que são hospedeiro, presença de pragas e doenças na área e ambiente
favorável para a proliferação das pragas e doenças. A fusariose promove cerca de 80% de
perdas na produção de frutos além de infectar mudas, a podridão do olho causa prejuízos
principalmente em solos sujeitos a encharcamento na fase do plantio, na podridão negra
uma doença pós-colheita que o fungo penetra via ferimento do pedúnculo, provocando
uma lesão amarela na base para o ápice do fruto (NORONHA; DE MATOS; SANCHES,
2015).
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2.3 MICROPROPAGAÇÃO VEGETATIVA
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processo de micropropagação seria a possibilidade de trocas gasosas dentro do frascos
para não provocar uma alta umidade para a planta de condições in vitro , durante todo o
processo as plantas são mantidas em condições de ambiente controlada, para que a muda
tenha o mínimo de prejuízos.
Uma das etapas a qual deve realizar com mais cuidados é a aclimatização, por
causa da dificuldade em transferir plantas em condições in vitro para a casa de vegetação
com objetivo de superar as dificuldades da troca de ambientes, antes de serem levada para
campo (DE ALMEIDA et al., 2015). As mudas propagadas in vitro devem ser
aclimatizadas corretas, pois são mudas inaptas a exposição de fatores ambientais. O
processo que as mudas devem passar é fundamental para seu desenvolvimento no campo,
as mudas são aclimatizadas em temperatura e luminosidade controlada para que permita
sua adaptação ao ambiente ex vitro, para que a planta se torna autótrofa e consiga após
esse processo receber a exposição dos fatores ambientais. Assim mudas micropropagadas
podem ser afetadas por fatores ambientais e pelo padrão morfológico de cada espécie
(GONÇALVES et al., 2019).
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tornem funcionais (SILVEIRA et al., 2015). O aumento da ventilação dentro dos frascos
se promove no uso de membranas ou filtros de papel colocadas sobre furos na tampa do
frasco, o qual possibilita trocas gasosas sem a entrada microrganismo patogênicos
(MENDES et al., 2015).
No cultivo de Cohniella cepula o sistema de ventilação heterotrófico
proporcionou o desenvolvimento da parte área e das raízes das plantas melhor em
comparação ao sistema mixotrófico. Entendendo que a C. cepula seja uma espécie
exigente nutricionalmente, desenvolvendo melhor em altas quantidades de
macronutrientes, fazendo o sistema heterotrófico ser mais indicado para essa espécie
(SILVA, 2018).
O abacaxi cv. Imperial, obtidos a partir das gemas axilares, em sistema
mixotrófico se mostrou diferente em comparação ao heterotrófico. O desenvolvimento
em ambiente mixotrófico promove um maior comprimento da parte aérea, promove
também prevenir distúrbios fisiológicos por reduzir a umidade relativa do ar , fazendo
com que o sistema mixotrófico promove um melhor crescimento in vitro de plantas de
abacaxizeiro e alterações positivas na anatomia da planta, sendo melhor comparados ao
sistema heterotrófico (SILVA et al., 2014).
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3 MATERIAL E MÉTODOS
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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No presente estudo, observa-se que o sistema mixotrófico promoveu um melhor
desenvolvimento das plantas, tanto em altura, quanto em números de raízes, como
ilustrado na Figura 3. Além disso, pôde-se observar que as plantas cultivadas sob sistema
mixotrófico apresentaram menor acúmulo de água nos tecidos, o que, provavelmente,
diminuiu a probabilidade de distúrbios fisiológicos, como hiperidricidade
(VASCONCELOS et al., 2012).
A hiperidrecidade é uma anomalia proveniente de mudas cultivadas em meio
semi-sólido ou líquido, onde ocorre um acumulo anormal de água presente dentro dos
tecidos da planta, interferindo na fotossíntese, transpiração e respiração celular
(FERREIRA TOMAS et al., 2012). Plantas que estão cultivadas in vitro, sofrem estresses
e processos metabólicos gerando estresse oxidativo, o qual é o desequilíbrio entre as
espécies reativas de oxigênio (HORN et al., 2016).
Os dados encontrados no presente estudo estão de acordo com os realizados por
dos Santos Mendes et al. (2015), os quais observaram resultados melhores quando as
plantas de abacaxizeiro foram cultivadas em sistema mixotrófico.
O sistema mixotrófico promoveu um melhor desenvolvimento da planta, por
favorecer uma melhor fotossíntese do explante, pois ocorrem a ventilação dentro dos
frascos, normalizando a transpiração do vegetal fazendo seus estômatos mais funcionais
(SILVEIRA, 2015). Os frascos que apresentam ventilação, possibilitam condições
semelhantes ao ambiente externo, promovendo um melhor crescimento radicular.
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Figura 3. a. Alturas de plantas (cm); b. Número de raízes/planta em abacaxizeiros pérola
aos 90 dias de cultivo sob dois tipos de sistema de ventilação de frascos
(heterotrófico e mixotrófico). Barras representam o erro padrão de médias.
Fonte: Autor (2020).
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No que se refere à altura e aos números de raízes pelas análises de variância o
sistema mixotrófico promoveu um melhor desenvolvimento das plantas, pela eficiência
das trocas gasosas, com o meio externo. Segundo Kozai; Kubota (2005) em experimentos
heterotróficos, o qual vem de carboidratos exógenos são sua única fonte de energia,
promovem ambientes com excesso de umidade, baixa disponibilidade de gás carbônico e
acúmulo de gases, como etileno, dificultam a formação de novas folhas e as raízes
atrapalham sua atividade estomática.
No sistema heterotrófico, como há vedação total dos frascos, pode ocorrer
acúmulo de gases tóxicos à planta, como o etileno, prejudicando o desenvolvimento de
algumas espécies. Além disso, com a impossibilidade de o oxigênio sair de dentro do
frasco, os carboidratos exógenos podem fazer com que a planta tenha suas funções
fisiológicas comprometidas, não produzindo, por exemplo, ATP (adenosina trifosfato),
que é a principal forma de energia química (RAVEN, EVERT, EICHHORN; 2007).
As plântulas que desenvolveram em sistema heterotrófico apresentaram
quantidades reduzidas de raízes e menor altura de plântulas (Figura 3). Sugere-se que
maior umidade do ar, devido à presença de partículas condessadas no interior dos frascos,
desfavoreça o desenvolvimento das plantas, pois a presença de carboidratos exógenos,
interfere no processo de desenvolvimento das plântulas em cultivo in vitro. Aitken-
christie et al., (1995) apud Silveira (2015) argumenta que as trocas gasosas são essenciais
para o aumento da taxa de transpiração, causando o aumento da absorção de água e
nutrientes no cultivo in vitro.
A presença de ventilação nos frascos pode ou não influenciar no
desenvolvimento de certas espécies. Silva (2018), por exemplo, conduziu um estudo com
as espécies de orquídeas Lockhartia goyazensis e Cohniella cepula, no qual verificou
melhor desenvolvimento das plantas em sistema heterotrófico do que em sistema
mixotrófico. Assim, observa-se que um melhor desenvolvimento de plantas cultivadas in
vitro pela presença de ventilação no frasco é específico para cada espécie, sendo
necessária a realização de testes.
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5 CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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