Marquess of Malice - Tammy Andresen
Marquess of Malice - Tammy Andresen
Marquess of Malice - Tammy Andresen
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Ele é conhecido como o Marquês da Malícia... uma pequena
lady poderá aquecer seu coração sombrio?
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Lady Cordélia Chase não tem intenção de se casar com o
marquês idiota e autoritário. Lorde Malicorn é rude, grosseiro e
totalmente inadequado. Não importa que ele seja o único homem
a lhe pedir. Quieta e tímida, ela foi esquecida durante a maior
parte de sua vida. Quando se casar, será por amor e não apenas
para ser uma vaca reprodutora. O único problema é que quando
Lorde Malicorn não está falando, bem, ele é bastante forte e
terrivelmente bonito. E quando a segura em seus braços, ela quase
poderia jurar que seu coração pula numa batida. Se isso não é
amor... que diabo é isso?
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MALICE , como seus amigos carinhosamente se referiam a ele,
sentou-se em um banco no jardim da casa da família Chase, olhando para
as flores recém-nascidas da primavera brotando do solo.
De pé, ele olhou para a pequena planta. Não gastaria emoção com
uma flor, mas ele poderia ajudar. Só um pouco. Inclinou-se e limpou a
sujeira da pequena planta, dando-lhe mais espaço para crescer. A
satisfação se espalhou por seus membros, e ele soltou um longo suspiro
quando mais do caule verde brilhante apareceu.
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Ele parou, seus dedos ainda na terra. Foi pego se preocupando com
uma pequena planta. Pior ainda, foi ela quem fez a descoberta. Suas
entranhas se apertaram. Apesar de ser apenas a segunda vez que se
encontravam, conhecia o som da voz de Lady Cordélia Chase sem nem
mesmo olhar para ela.
Ele relaxou, seus ombros caindo. Ela não parecia ter notado que ele
estava ajudando plantas minúsculas.
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— Perdão?
Ele também percebeu que ela era uma moça quieta e afável, e que
daria uma excelente esposa.
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o pai fosse uma indicação. Embora seu pai pudesse jurar que todo o amor
que ele sentia morrera com sua mãe.
E essa era a principal razão de ele estar aqui. Cordélia, junto com
suas irmãs, havia chegado ao clube secreto no meio da noite. Mas as
mulheres não deveriam estar lá. Na verdade, não deveriam saber nada
sobre o clube. Agora, um de seus sócios, o Conde de Effington, estava
casado com a irmã de Cordélia, Emily.
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— Parece maravilhoso, — disse ele, ainda pensando no primeiro
encontro, algumas semanas antes.
— Precisamente.
Sua pequena língua rosa disparou de sua boca e lambeu seu lábio
superior carnudo, começando em um canto e deslizando por todo o arco
de sua boca até que finalmente terminou no lado oposto. Suas entranhas
se contraíram da maneira mais estranha. Ele sabia o que era luxúria, era
um homem experiente de vinte e oito anos. Teve mais do que seu quinhão
de parceiras. Mas, Cordélia não deveria ter nada a ver com tais emoções.
Por que seu corpo estava respondendo ao dela? Ela era a escolha segura
e previsível.
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— O que você quer dizer exatamente? Precisamente o quê? Isso não
faz sentido. Você não quer que eu diga nada importante? — Ela estreitou
o olhar. — Por que você se importa com o que eu digo?
— Acho que não. — Ela fez uma reverência. — Agora, se você me der
licença. — Lady Cordélia deu uma pequena fungada, e então se virou para
ir embora.
Malice deixou cair suas mãos, franzindo a testa. O que diabos ela
estava fazendo? Soltando um suspiro de frustração, ele cruzou o jardim
e agarrou o braço dela.
Não que ela não gostasse dele, precisamente. Ele era um lindo
moreno, com um queixo quadrado e feições que eram desconcertantes em
sua nitidez. As maçãs do rosto proeminentes e uma sobrancelha pesada
que lhe davam um ar de perigo.
— Lady Cordélia.
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Ela sacudiu, suas entranhas ficando moles enquanto ela girava.
— Você me assustou.
— Por quê?
Sua boca se abriu enquanto ela tentava formar palavras. Por quê?
Não era óbvio?
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— Você gosta do meu decoro e dos meus hobbies que ainda nem
mencionei. O que realmente não faz sentido.
Ele acenou.
Ela suprimiu um suspiro. Ele claramente não iria permitir que ela
fosse embora até que dissesse o que estava insinuando.
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— Como marquês, há certas obrigações que preciso cumprir.
— Escândalo que você está criando agora por nós dois estarmos aqui
sozinhos? — Ela perguntou, dando mais um passo para trás. O Marquês
de Malicorn não era um candidato adequado para ela. Ele não era apenas
misteriosamente perigoso, mas também estava engajado em passatempos
questionáveis.
— Quero dizer, você vindo para uma parte da cidade que não deveria
estar e depois tropeçando na sala dos fundos de um clube de cavalheiros.
— Ele abaixou a cabeça. — A condessa conhece informações confidenciais
sobre você.
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Darlington, e o Conde de Exmouth parecia bastante interessado em sua
irmã, Diana. Este era um plano de grupo?
— Que você seria uma esposa adequada. Queria falar com você para
lhe pedir em casamento.
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— Você não é tão barulhenta e impetuosa. Você tem boas maneiras,
você parece quieta e...
— O quê? — Ele agarrou o braço dela novamente, mas ela foi rápida
o suficiente para recuar desta vez. Não seria pega por ele novamente.
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O PEQUENO DIABINHO girou e desceu correndo o caminho, deixando
Malice parado ali com a maldita boca aberta.
Recuperando seus sentidos, foi atrás dela. Ele queria pegá-la? Não
tinha tanta certeza. Na verdade, estava começando a se arrepender
totalmente de sua proposta.
Supôs que deveria tê-la conhecido melhor, mas esse era o ponto.
Malice não queria conhecê-la. Queria levá-la para a cama e depois
despachá-la. Cumprir o seu dever sem nunca sentir nada.
O que era ridículo. Ele poderia encontrar outra mulher que fosse
pequena e loira com uma pequena língua rosa e..., ele cortou o ar com a
mão. Não precisava de uma substituta para Cordélia. Não precisava dela
em absoluto, exceto na parte em que ela conceberia um herdeiro.
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Mas se ela não quisesse a posição, encontraria outra mulher para
preencher o papel. Alguém que não fazia tantas malditas perguntas.
— O que diabos você pensa que está fazendo? — Daring tinha uma
voz profunda e ecoava pelos tetos abobadados, alcançando os querubins
intrincadamente pintados que enfeitavam a entrada. O Lorde de Winthrop
era um conde muito rico.
Daring deu um passo mais perto, seu corpo ficou tenso como um
urso ou um lobo. Seu peito estava estufado e seus dentes apareciam na
luz da manhã.
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— Eu a pedi em casamento, se você quer saber.
Malice fez uma careta. Esse era um ponto válido. E descobriu isso
sozinho. Sem levar um soco, mesmo. Especialmente a parte sobre ela ser
muito inteligente.
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— Não, isso não está errado. Mas você magoou os sentimentos dela
e vai consertar isso.
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— Muito ruim para você, — respondeu Daring. — Todos os outros
homens estão de olho em uma garota Chase porque é do interesse do
clube e das mulheres.
Esse era um ponto muito bom. Mas isso significava que teria que
passar mais tempo com a mocinha que acabara de rejeitá-lo. E ele teria
que dar um pedido de desculpas sólido para que ela tolerasse sua
presença contínua. Droga, ele tinha feito uma bagunça com isso.
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Ela cobriu o rosto. Ele poderia ser o primeiro homem a realmente
considerá-la como uma perspectiva de casamento. Ele poderia ser o
último também.
Desde que era uma menina, as pessoas notavam suas irmãs. Como
não poderiam? Emily era cheia de vida, enquanto Diana era uma bela
morena e Grace uma loira deslumbrante. Cordélia sempre foi como um
enfeite de parede. Quer dizer, desaparecia nas cortinas, ninguém nunca
prestava atenção a ela. Até sua própria família a esquecia às vezes. Ela
era muito mais quieta do que qualquer uma de suas outras irmãs. E seus
óculos, ela às vezes pensava que eles tornavam-na invisível.
Ela tinha uma coisa, sua imaginação. Desde pequena, sonhava com
o homem que a veria de verdade. Olhar por trás dos óculos e ver tudo o
que ela tinha a oferecer. À medida que ela crescia, seu amor pela leitura
floresceu no desejo de escrever. Começou suas próprias histórias. Não de
romance, é claro. Ela não entendia totalmente o assunto, para ser
honesta. Mas escreveu histórias de crianças. Contos da criança
esquecida, a menos bonita, os pássaros quebrados cujas asas precisavam
ser curadas.
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— Por que você pensa isso?
— Seus olhos são intensos e suas feições tão... fortes. Ele me lembra
um falcão que desce e come passarinhos no jardim. — Ada estremeceu
ligeiramente.
— Eu o acho bonito.
— Como assim?
— Bem, ele disse que eu era adequada, e que ele precisava de uma
esposa para ter filhos. — Sua família reagiu às suas palavras em completo
silêncio. Lambendo os lábios, ela continuou. — Então, pediu minha mão
em casamento. Quando recusei, ele confessou que tinha uma impressão
errada de mim, que me achava menos inteligente e mais dócil.
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— Aquele homem é um pedaço de esterco de cavalo, — disse Diana,
seus lábios se estreitando sobre os dentes. — Que tipo de proposta é essa?
— Terrível.
— Mesmo assim, Corde, você pode ficar feliz por uma coisa. — Grace
se mexeu na cadeira. — Você conseguiu uma proposta, mesmo que ruim,
antes de mim ou de Diana.
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Droga. Ele tinha ouvido cada palavra e o que era pior, eles provavelmente
precisariam conversar sobre isso.
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MALICORN APERTOU a parte externa de sua coxa. Como esse dia deu
tão errado?
Daring estava logo atrás dele, e Malice respirou fundo para evitar
que seu rosto esquentasse. Essa conversa teria que ser presenciada por
tantas pessoas?
Seu rosto ficou em um adorável tom de rosa quando ela olhou para
o chão. Seu corpo se retesou em consciência. Como não percebeu como
sua pele era cremosa?
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Então, ele os abriu. O que foi um erro, porque ela estava fazendo
aquela coisa com a língua novamente. Aquilo que ele gostava. Ele teve a
repentina imagem de seguir o caminho ao longo dos lábios dela com a
própria língua.
— Não é importante.
Ele ouviu uma mulher suspirar. Não olhou para ver qual delas, não
importava se a lady não fosse Cordélia.
— Para ser justo, perguntei quais eram seus interesses. Você deu
uma resposta muito vaga.
— Para ser justa, você ficou feliz quando eu realmente não respondi.
— Seu queixo se contraiu. — Qual é o meu ponto? Não só quero um
marido que compartilhe meus gostos e desgostos, mas prefiro que ele
realmente goste de mim. — Ela jogou os óculos para o lado, dando um
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passo à frente. — Sei que não sou muito, comparada com minhas irmãs,
mas...
A boca dele abriu, e de repente ele entendeu. Ele tinha seus próprios
motivos para desejar um casamento de total conveniência e eles estavam
enraizados em seu passado. Era tão estranho que ela precisasse de um
homem para preencher suas inseguranças?
— Mas você não pensaria. — Ele deu um longo suspiro. Foi melhor
ela ter dito não. Ele já estava ficando estranhamente sentimental com a
garota. — Muito bem. Espero ter me desculpado por minha gafe.
Ela lhe deu um pequeno sorriso. O tipo que enrugava seus olhos e
destacava as maçãs do rosto.
A acusação dela o fez ficar tenso. O nome era bom entre seus amigos
homens, mas não gostou do modo de ouvi-la dizer isso. Ela o achava
cruel? Essa era parte da razão pela qual ela recusou? Ele cerrou e abriu
o punho. O que isso importa? Tudo seria mais fácil se ele simplesmente
pudesse ir embora.
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Infelizmente, não podia simplesmente se despedir de Cordélia.
Concordou em vigiar a pequena ninfa diante dele. Até que tivesse certeza
de que ela não iria compartilhar os segredos do clube ou ser arruinada,
teria que ficar de olho nela.
Corde. Ele gostou. Algo sobre isso combinava com seus traços de
fada. Ele teve um breve flash dela voando sobre ele e borrifando-o com
seu pó mágico. Ele balançou a cabeça.
— Eu também preferiria que você não usasse esse nome, mas como
todos estamos familiarizados com ele aqui, não há mal nenhum.
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silenciosamente, cada uma dando a ele um olhar de soslaio antes de sair.
Ele cruzou os braços e endireitou as costas.
Seu peito se apertou. Ele desejou poder estender a mão e tocar seu
rosto. Passar o polegar ao longo da curva delicada de sua bochecha
enquanto ele se inclinava e beijava suavemente a curva rechonchuda de
sua boca.
Ele os trouxe de volta para ela, seus dedos roçando quando colocou
a armação em sua mão. Ondas de tensão passaram por ele com o toque.
Ela era muito bonita sem os óculos. Linda até, mas de alguma forma,
gostava dos óculos em seu rosto ainda mais. Com um aceno final, ela se
virou e seguiu as outras mulheres fora da sala.
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— É isso, — Daring disse logo ao lado dele. — Diga-me, em nome
dos malditos novilhos azuis, o que está acontecendo com você.
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Não que ela fosse se casar com ele. Ela foi bastante firme em sua
rejeição. Mas, apesar de seu orgulho ferido e da percepção de que ela não
era bem a mulher que pensava, ele também não estava pronto para
desistir. O que precisava agora era um plano.
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Isso era verdade.
— Ela me parece uma mulher com um pouco de fel. Ela prefere uma
grande exibição pública.
Cordélia balançou a cabeça. Ela não podia fazer isso com Diana.
— Não. Eu vou com você. — Então ela se virou para Grace, que
estava olhando para o peixe. — Grace?
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Cordélia estremeceu. Num tempo atrás, Darlington tinha sido noivo
da agora Condessa de Abernath. O relacionamento havia terminado tão
mal, que Darlington não buscava outra mulher há anos até conhecer
Minnie. A condessa nutria profunda raiva que dirigia a qualquer pessoa
de quem Darlington se importasse.
Diana se endireitou.
— Claro que podemos, mas estou curioso para saber por que todas
parecem que vamos a um funeral em vez de um baile.
Cordélia respirou fundo. Elas foram pegas. Ela deu um passo para
trás, sem saber se queria participar dessa conversa. O dia já havia sido
cheio de drama. Mas enquanto se movia, esbarrou em uma massa sólida
atrás dela.
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— Oh, eu sinto muito. — Ela girou, já desconfiada de quem estava
posicionado atrás dela. Mas suas saias emaranhadas em suas pernas,
seu pé bateu em alguma bota e então ela caiu para o lado.
Um grito saiu de seus lábios assim que uma grande mão a pegou no
ar. Tão rapidamente quanto ela estava caindo, ela se endireitou
novamente.
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Diana fungou.
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— Difícil, talvez. Mas não impossível. Eu consegui.
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MALICE FICOU contra a parede do salão de baile lotado, contemplando
como ele chegou a tal lugar. Ele conhecia as circunstâncias exatas, é
claro. O que estava nublado era o porquê disso. Como concordou em
comparecer não apenas a um baile, mas a um dos maiores eventos que
antecediam a temporada?
Ele odiava tais situações. Dê a ele homens de fala difícil com bebidas
fortes qualquer dia. Havia verdade naqueles homens. Mas isso, era uma
grande falsidade. Desde as roupas, que pretendiam criar uma
determinada imagem, ao perfume, até ao riso falso que enchia o ar, estes
bailes eram sobre como se aparecia. Não quem eles realmente eram.
Seu pai tinha sido um mestre nesse tipo de engodo. Por fora, eles
pareciam perfeitos e amorosos, pai e filho. Tudo mentira.
Bem na frente dele. Cordélia estava com suas irmãs, seu vestido em
um adorável tom de rosa que complementava a cremosidade de sua pele.
Seu cabelo estava mais frouxamente amarrado para trás, mais macio,
com mechas em torno de seu rosto. Mas os óculos dela ainda estavam
firmemente colocados, e o lembrava de que ela, ao contrário de muitos ao
redor dele, era apenas ela mesma. Não havia pretensão, nem ficção.
Apenas, Cordélia.
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Uma raiva que não sentia há muito tempo borbulhava dentro dele
como uma ferida purulenta. Como ninguém a viu? Realmente ver que
mulher boa e honesta ela era? Quão atraente por dentro e por fora?
— Você me permite uma dança, por favor? — Ele odiava dançar. Era
tão íntimo. Primeiro era o toque. E então, o contato visual. Mas o pior de
tudo era como duas pessoas começavam a se mover como uma só,
compreendendo os passos entre elas. Em outras palavras, o ato era
repleto da emoção que ele nunca quis sentir. Mas de alguma forma, não
podia ficar para trás e vê-la ser preterida também. Pior ainda era a ideia
de alguém a convidar. Seu sangue ferveu ao pensar em outro homem
valsando com ela no salão de baile.
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— Meu lorde, — disse ela se aproximando para que seu quadril
roçasse o dele.
Seu maldito pau saltou de atenção. Não era assim que deveria ser.
Cordélia sempre foi feita para ser a noiva que ele não deu à mínima. Agora
ele se preocupava com os sentimentos dela, enquanto suas entranhas
estavam agitadas pela atração. Quando isso aconteceu? Ele culpou
aquela maldita pequena língua.
Como se ela tivesse lido sua mente, a coisa disparou, seus dedos
cavando mais profundamente em seu braço.
O que deveria fazer era pedir que ela se casasse com ele novamente.
Neste momento de fraqueza, ela provavelmente diria sim. Então, teria o
que queria desde o início. Mas de alguma forma, não podia sujeitá-la a
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manipulação emocional, também. Ela tinha sido a brisa de verão de
honesto ar fresco que esse baile precisava desesperadamente.
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Mas Malice sacudiu a cabeça. Um desejo irresistível de contar a ela
mais da verdade cresceu dentro dele. Mas, não poderia fazer isso aqui na
frente de todos. E quando ele contasse a ela, queria que ela dissesse algo
mais reconfortante do que, Lorde Malicorn. Queria que ela o chamasse
pelo nome de batismo.
Ele estava girando-os com uma eficiência que a deixou sem fôlego e
ela mal teve tempo de registrar onde estavam, antes de deslizarem para
fora das portas, o ar fresco da noite tocando sua pele.
Sem uma palavra, ela se viu pressionada contra seu corpo, suas
duras formas roubando seu fôlego.
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E então, que Deus a ajudasse, ele baixou os lábios para a nuca dela
e deu um leve beijo na pele. Ela se sentiu como se tivesse sido atingida
por um raio quando uma seta de prazer a percorreu.
— Peça e você receberá. — Então ele cobriu sua boca com a dele.
Ela havia lido mais do que alguns livros em que a heroína recebia
um beijo do herói. Ela até tentou escrever uma cena como esta. Mas nada
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a havia preparado para sentir sua boca mordiscando a dela. A pressão de
seus lábios enquanto ele beijava os dela, primeiramente fechados e depois
abertos, fez seus joelhos fraquejarem. Quando a língua dele deslizou
levemente contra a dela, ela agarrou seus ombros, a sensação de
formigamento tornando difícil ficar de pé, ou respirar, ou fazer qualquer
coisa além de segurar.
Ela não tinha ideia de quanto tempo havia passado, mas vagamente
percebeu uma mudança no som. Em vez de música, ela ouviu a quietude
da noite e o som de vozes.
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— E, no entanto, estou mais confusa do que nunca, — ela disse
enquanto ele colocava sua mão na dobra de seu braço.
Ele olhou para um lado e para o outro, então os puxou das sombras
para a luz. Cruzando rapidamente para as portas do pátio, eles entraram.
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de sua escolha. Mas ela tinha um pressentimento, era improvável que ele
perguntasse novamente.
Por alguma razão, ele não queria se casar com uma mulher que
beijava no jardim. Ele só queria um que fosse adequada.
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MALICE PUXOU Cordélia para mais perto da multidão, desejando que
ele pudesse levá-la de volta para o jardim. Daring, entretanto, não
aceitaria nada disso. Se Malice não trouxesse Cordélia de volta
prontamente no final da dança, Daring estaria batendo em seu rosto
novamente e, desta vez, o duque não erraria. Não só isso, mas Malice se
pegaria marchando pelo corredor do casamento.
Ele olhou para Cordélia, tentando discernir como ele se sentia sobre
isso. Ele a levou para o jardim para contar a ela mais de sua história,
uma estranheza por si só, e ele acabou usando seu tempo para beijá-la
sem sentido.
O prazer chiou ao longo de sua pele. Que beijo. Ele lutou para se
lembrar de um tempo em que ele já teve um toque tão íntimo. E de alguma
forma, essa conexão só alimentou sua paixão. Ela tinha sido tão aberta e
honesta com sua reação, tão sintonizada com ele.
Ele respirou fundo. Ele não queria uma conexão profunda. Sua vida
dependia de sua capacidade de manter as pessoas à distância.
Aproximar-se demais só lhe causou dor.
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Ele estudou seu perfil novamente. Ela parecia a mesma, narizinho
de fada, lábios carnudos exuberantes, olhos azuis doces e aquele cabelo
loiro que ele agora desejava ver brilhando ao luar enquanto caía sobre
seus ombros.
Mas de alguma forma, ela foi lançada em uma luz diferente que
brilhava de um jeito que nunca tinha visto.
Malice não se irritou, muito pelo contrário. Estava feliz por Daring
estar cuidando de Cordélia. Seu amigo tinha todos os motivos para
proteger Corde de um homem como ele.
— Quem?
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— Como vamos enfrentar um problema se o problema não estiver
presente? — Diana colocou as mãos nos quadris.
Malice pigarreou.
Diana acenou.
Malice ficou tenso. Ou tão danificada quanto ele. Diana estava muito
mais certa do que ele gostaria de admitir.
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Cordélia deslizou a mão mais alto em seu braço.
Malice olhou para ela. Isso era verdade? Seu coração bateu forte no
peito.
Cordélia tirou a mão de seu braço e ele quase a puxou de volta. Ela
deveria estar tocando nele agora. Por dentro, queria estar perto dela, pedir
que explicasse novamente. Afinal, havia esperança para ele? Mas ele se
endireitou. Ele estava agindo de forma absurda. Um beijo, e permitiu-se
ficar completamente louco.
Diana olhou para ele e depois para Cordélia. Ela não disse uma
palavra, mas suas sobrancelhas se ergueram e seus lábios se apertaram.
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Malice também se virou. Um homem extremamente bonito estava
caminhando em direção a eles, sua caminhada decidida, seus olhos
vidrados neles.
— Olhe para isso, — disse Diana, sua voz suave. — Você acha que
ele está vindo por mim?
Ela piscou, olhando para ele. Ele estava segurando sua coxa de uma
forma que a fez se perguntar se ele estava tendo os mesmos problemas
que ela? De alguma forma, ela duvidou.
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Não sabia como sua história poderia terminar, mas tinha uma visão
clara do começo. E em sua história, o herói iria propor porque ele teria se
apaixonado perdidamente. E sua heroína diria sim, e então eles
compartilhariam um beijo mágico.
— Olá, Lady Cordélia. Lady Diana, que bom ver você, — uma voz
feminina chamou de sua direita.
— Obrigada por vir. — A outra mulher sorriu. — Como está sua irmã
em seu novo casamento?
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— Que delicioso. Seus pais devem estar ansiosos para combinar o
resto de vocês em casamentos igualmente vantajosos.
— O mesmo.
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duro. Então, ele voltou seu olhar para ela e ela estremeceu, havia algo frio
neles, talvez fosse apenas a cor escura.
Diana pigarreou.
Diana se endireitou.
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Ela engoliu em seco enquanto seu olhar viajava para Malice. Sua
expressão tinha ficado positivamente tempestuosa.
— Que curioso. Achei que ele estava interessado em... — Então, ela
olhou para Lady Cordélia e parou. — Mas você, minha querida, pode
acabar sendo a beldade deste baile.
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MALICE OLHOU para as costas de Lorde McKenzie e pensou em como
ele poderia desmantelar o homem. Começaria com os dedos...
Ele apertou o punho, estalando alguns nós dos dedos. Não era
apenas porque o homem havia convidado Cordélia para dançar.
Provavelmente era mentira, mas ele ignorou a verdade. Principalmente,
ele estranhou o olhar do homem. O lembrava de um lobo. Malice fez uma
careta. Tinha ele essa mesma aparência?
— Lady Cordélia, — disse ele com muito mais força do que pretendia.
— Sim?
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Ele não permitiu que ela terminasse antes de começar a conduzi-la
de volta para a pista de dança. Duvidava que pudesse tirá-la de vista
novamente, não sem incorrer na ira de Daring, mas poderia alertá-la.
Ele a agarrou com mais força, como se isso fosse mantê-la aqui ao
seu lado.
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Ela se inclinou. Um brilho de preocupação cintilou em seus olhos.
— Perigoso como? Você acha que ele guarda um segredo que poderia
me arruinar? — Então, ela fez uma pausa antes de continuar, — Oh,
espere. É você. Na verdade, se estivermos contando pontos, agora você
tem dois segredos que podem me tornar uma solteirona para o resto da
vida.
E algo que ele considerou pelo resto da dança. Ele não tentou falar
com ela novamente, ele não sabia o que dizer. E ela também não falou.
Mas ele a segurou em seus braços até que as últimas notas tivessem
morrido e eles tivessem que voltar para sua família.
Desta vez, não foi Diana quem os encontrou, mas Minnie, a esposa
de Daring. A pitoresca ruiva ficou olhando para a multidão.
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— Tente não se preocupar. — Daring semicerrou os olhos na mesma
direção de Minnie. — Ele está apenas cuidando dela.
— Definitivamente não.
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— Lorde Malicorn, — disse Minnie, quando segurou a jaqueta dele.
— Obrigada.
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Segundo todos os relatos, McKenzie seria lançado para o papel de
herói. Mas para ela, a visão de Chad a ajudou a relaxar um pouco. Foi ele
quem a fez se sentir segura.
— Ela estará em muitos eventos este ano. Com minha irmã Emily
recém-casada, será a primeira temporada de Diana.
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— Seus pais vão insistir que você espere para se casar até que ela
faça um casamento?
— Vou tomar isso como um sim. Juntamente com o fato de que você
dançou com ele duas vezes e sua resposta vacilante, ele deve ter
expressado algum interesse.
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ela era desejada pela primeira vez em sua vida não apenas por um
homem, mas por dois. Sua cabeça estava leve de tontura.
Ela já sabia que nenhum dos dois era provavelmente uma boa
combinação. Lorde McKenzie não tinha o calor que ela precisava e Chad...
apesar de sua oferta, ele se afastou dela. Ela sabia o que queria. Um
homem que seria seu cavaleiro de armadura brilhante. Chad Malicorn
não seria isso para ela, ele só queria uma noiva adequada.
Ele diminuiu o passo, olhando para ela. Seu olhar frio e duro quase
a fez se arrepender de suas palavras.
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— Estou ansioso para vê-la amanhã. — Ele parou na frente de sua
família. — Foi um prazer, Lady Cordélia.
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MALICE OBSERVOU quando Cordélia saiu da sala em direção ao
saguão. Ele a seguiu.
McKenzie teria sido horrível com ela? Seu intestino apertou de raiva.
Ele derrubaria o homem no chão. Então, um novo pensamento lhe
ocorreu. E se McKenzie não tivesse sido horrível; e se ele tivesse sido
charmoso?
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Ele esfregou a nuca, seus pensamentos estavam girando fora de
controle. Com surpreendente clareza, percebeu que parecia uma maldita
mulher.
Uma única vela chamou sua atenção em uma das janelas acima.
Apertando os olhos, ele avistou uma figura parecida com uma ninfa. Era
Cordélia? Certamente não era sua mãe. Muito pequena. Poderia ser uma
de suas irmãs?
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tamanho certo. Ele arremessou uma para cima e atingiu o revestimento
lateral da casa.
Ela engasgou-se.
— Chad?
Houve uma pausa, na qual ele rastejou para fora da cerca viva e se
levantou. Olhando para cima, podia ver sua figura escura meio
pendurada para fora da janela.
Ela se retirou para dentro e ele pensou por um momento que ela não
iria responder. Então, de repente, ela saiu novamente.
— Mas se formos pegos, você jura que vai se casar comigo? — Ela
perguntou.
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Ele parou. Houve destinos piores.
— É muito aconchegante.
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Malice queria questioná-la mais. Ela estava claramente
envergonhada com alguma coisa. Estava em seu tom, seus ombros
curvados. Mas havia questões mais urgentes.
Quando ela olhou para ele assim, Malice não conseguiu conter as
palavras.
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— Lamento não lhe ter dado uma proposta melhor. Você merece a
melhor. Só não tenho certeza se sou capaz. Meu coração está machucado,
Cordélia. Talvez para sempre.
Ela estendeu a mão e tocou seu rosto. Sem usar luvas, as pontas
dos seus dedos macios e aveludados fizeram seu coração bater
descontroladamente no peito.
— Isso é um absurdo.
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— Eu manteria você aquecida, sim. Durante todo o longo inverno
inglês.
— Eu não vou. — Ela era tão suave em seus braços, tão perfeita.
Como ele poderia se cansar disso?
— Deixe-me mostrar como isso pode ser bom. — E então, ele a puxou
ainda mais perto, sua boca cobrindo a dela. Inclinando seus lábios
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abertos, sua língua varreu as profundidades escuras de seus lábios,
tocando sua língua com a sua. Ele ouviu seu suspiro e deu um rosnado
satisfeito. Afastando-se um pouco, ele murmurou. — Você tem gosto de
canela.
Ela se derreteu nele, e ele deslizou as mãos para segurar sua bunda
e puxar seus quadris para mais perto. Ela gemeu, um pequeno som de
prazer quando seu corpo pressionou o dele. Sua própria masculinidade,
já dura como uma rocha, palpitou ao sentir sua suavidade pressionada
contra ele.
Ele sabia o que ela queria. E embora ele não pudesse confessar seus
sentimentos, poderia dizer a ela o quanto a queria.
72
— E você me faz querer coisas que não queria ou pensei que poderia ter
por muito tempo.
Ele puxou a corda de sua camisa, querendo mais de sua pele. Ele
deveria parar. Mas quando sua carne cremosa apareceu, pensou que
nunca poderia parar de tocá-la.
Ele deslizou os lábios para baixo até que colocaram pequenos beijos
no topo de seus seios.
73
gostava de me dizer muitas vezes que eu a matei, que desejava que eu
nunca tivesse nascido.
Cordélia tinha sofrido pelos outros, é claro, mas nunca assim. Ela
podia sentir sua dor na aceleração de seu coração. Envolvendo os braços
em volta do pescoço dele, ela segurou seu rosto com força contra o peito.
— Você não precisa dizer mais nada. Compreendo. — Ela fez, pelo
menos em parte. Ele estava explicando por que não conseguia expressar
seus sentimentos ou por que não os sentia? Ela não tinha certeza.
74
— Por favor. Dê-me mais tempo antes de tomar sua decisão. Estou
tentando ser mais do que você quer e preciso saber que você não
concordará em se casar com ele imediatamente.
Ela sorriu contra o topo de sua cabeça. Tempo era algo que ela podia
dar a ele e isso a deixava feliz.
— Você pensa que é menos do que suas irmãs e primas? Você não
é. Não vê que sua beleza não está apenas na superfície, mas também por
dentro, brilhando intensamente e criando um brilho em você que... — Ele
parou.
De repente, ela não se conteve. Puxando seu pescoço, ela trouxe sua
boca para a dela novamente. Havia um desespero nesse beijo, como se ela
estivesse tentando contar todos os sentimentos que teve com esse toque.
75
Aqueles que ela não conseguia expressar em voz alta sem o risco de
assustá-lo.
76
MALICE SENTOU -SE à mesa do café da manhã do Duque de
Darlington, o Conde de Exmouth e o Visconde de Viceroy estavam
presentes também.
Não apenas esses homens eram donos do clube, mas eram mais
como uma família do que os seus familiares jamais haviam sido.
77
— O ciúme é uma emoção que posso tolerar nesta situação. Pode ser
que você veja a razão.
— Se você não calar a boca, vou primeiro tirar Exile daqui, só para
que ele não possa me impedir de te matar.
Exile riu,
78
— Estou inclinado a concordar. — Exile assentiu enquanto pegava
um grande pedaço de ovo. — O homem está com dívidas de jogo até os
olhos. Deve para a metade dos clubes da cidade. Ele provavelmente está
procurando uma noiva para salvá-lo de seus problemas.
Malice respirou fundo. Claro que ele estava. Ele só convidou Cordélia
para dançar depois que Diana se recusou. O homem queria se casar com
a primeira bolsa que o aceitasse.
79
Suas palavras foram recebidas com silêncio.
80
— Malice, espere. — Exile o chamou. — Irei com você.
Excelente. Exile era muito bom em uma luta. Apenas o sujeito que
ele precisava.
Ela se levantou, se mexendo para servir uma xícara de chá para ele.
— Não estou aqui para ver Lady Diana. Eu vim para te ver.
81
— Muito gentil. — Ela engoliu em seco ao voltar para seu assento.
— Mas você não precisa se preocupar com meus sentimentos. Eu sei que
você só me pediu para dançar porque Diana já estava prometida para
cada dança.
— Você é muito bonita, sabe. — Ele olhou para trás e ela também.
A cabeça de sua mãe estava inclinada para baixo enquanto ela continuava
com determinação a tricotar sua longa fileira.
— Não estou sendo gentil, Lady Cordélia. Estou sendo honesto. Você
tem seu próprio charme. Diga-me, você pode ver sem os óculos?
O que isso tem a ver com alguma coisa? Ela se mexeu na cadeira
enquanto consertava os óculos.
— Não particularmente.
82
Seu sorriso sumiu por um momento, antes que ele puxasse os
cantos da boca para cima.
Por que ela teve a impressão de que ele não quis dizer essas
palavras? Não que importassem. Ela se inclinou para trás, puxando a
mão de seu alcance.
83
— E a sua vida em Londres? Que tipo de aventuras você participa
aqui?
— Depende de você.
84
MALICE mais uma vez estava fora da residência Chase. Desta vez,
porém, o sol forte da manhã brilhava sobre ele, em vez da noite escura
como tinta.
Ele olhou para o que agora sabia ser a janela de Cordélia. O interior
escuro dizia pouco sobre o que poderia estar acontecendo lá dentro.
Mas ele conhecia alguns fatos com certeza. McKenzie não iria invadir
e roubar sua chance com Cordélia. Surpreendeu-se até ele mesmo querer
essa chance, mas queria. Ele podia não ser o tipo cortejador que ela
queria, mas francamente, nem McKenzie o era. McKenzie parecia frio e
perigoso, enquanto pelo menos ele sabia com certeza que a fazia se sentir
quente e desejada. Ela mesma disse isso.
Ele ouviu vozes vindo de uma sala à direita. Ele reconheceu a voz
leve, alta e tilintante de Cordélia imediatamente. Quando ouviu o
estrondo profundo de um homem, não teve que adivinhar quem já havia
chegado.
85
Seu peito apertou enquanto seguia o mordomo em direção à porta
já aberta. Estavam discutindo sobre ele. Podia ouvir-se sendo
referenciado. Ele supôs que isso era bom. Mesmo quando não estava na
sala, ele era um assunto de conversa; mas, mesmo assim, Cordélia não
parecia absolutamente certa sobre ele.
Ela olhou para ele, seus olhos ilegíveis por trás dos óculos.
86
Lady Winthrop guinchou no canto enquanto as bochechas de
Cordélia coraram, fazendo-a parecer bastante revigorada. O desejo pulsou
por ele.
87
— Não tenho certeza de quantas vezes mais eu poderia perguntar,
então talvez você considere responder? — Ele se aproximou e pegou a mão
dela. — Talvez até me dê uma resposta diferente desta vez.
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— Muito bem, então. — Malice se endireitou, mas deu uma pequena
piscadela para Cordélia. — Para o jardim.
Cordélia tapou a boca com as mãos, mas seus olhos brilharam. Ele
sabia o que ela estava pensando. Ela nunca esperou que dois homens
brigassem por ela, e isso apelou para sua necessidade de romance. Ele
não tinha certeza se poderia dizer o que ela queria ouvir, mas tomar um
ou dois socos? Ficaria feliz em levar uma surra no inferno para fazê-la
feliz. E com sorte seus esforços seriam suficientes para fazê-la dizer sim
ao seu pedido. Mas isso suscitou a questão, como ele iria proteger seu
coração?
— Agora não, — disse ela por cima do ombro. — Você não pode ver
que temos uma situação em nossas mãos? — Sua voz estava muito mais
alta do que o necessário, e ela só podia esperar que suas irmãs ouvissem.
Com certeza, nem cinco segundos depois, Grace enfiou a cabeça por
um corredor.
89
— Diana, — ela gritou. — Venha rápido. — Então, ela levantou a
saia e correu pelo corredor atrás deles.
Seu coração batia forte no peito e ela o cobriu com as duas mãos.
Isso certamente estava entrando na história que ela escrevia. Quem
triunfaria? Esse deveria ser o homem que ela escolheu? Ela mordiscou os
lábios, um pouco de sua excitação diminuindo. E se Chad se
machucasse? Valeu a pena um pouco de romance?
Ela quase tropeçou nos próprios pés. Foi um belo gesto, essa postura
masculina, mas não mudou nada. Ela não queria se casar com McKenzie,
e só diria sim a Chad se ele expressasse algum afeto genuíno por ela. Em
seu coração, já sabia quem queria que ganhasse e o que ela queria que
essa pessoa dissesse no final.
90
— Ela precisa de um homem responsável com um pouco de
decência. Certamente não é você. — McKenzie zombou.
McKenzie girou, seu rosto marcado por rugas de raiva que a fizeram
parar abruptamente. A expressão dele era um pouco assustadora, e ela
parou e olhou para Chad, então percebeu que esperava por sua garantia
de que ele a manteria segura.
Sua irmã bateu nas costas dela e ela saltou para frente. A mão de
Chad disparou para firmá-la.
91
sobre sua mão, e ela soltou um grito quando ouviu um barulho distinto e
dor descendo por seu braço.
Ele latejava com uma dor ardente quando ela soltou outro grito, mas
a dor começou a desaparecer, se transformando em uma escuridão feliz.
92
D ROGA ... A MANDÍBULA DE MALICE doía como o inferno, não que ele
se importasse. Ele ouviu um barulho e agora Cordélia estava inerte em
seus braços.
A loira acenou com a cabeça. Ele ficou surpreso com o quanto ela e
Cordélia se pareciam quando Corde não estava de óculos.
93
Lady Winthrop mordiscou o lábio enquanto se inclinava sobre ele.
Ele quase se engasgou porque ela parecia exatamente com Cordélia.
A voz de Lady Winthrop tremeu, mas ela fez o que ele disse, e logo a
mão dela estava entre eles. Ele podia ver que já estava inchada, mas os
ossos pareciam ainda estar no lugar. Seus ombros caíram de alívio.
94
— Pelo que posso ver, é um desmaio leve. Ela vai ficar bem. — Suas
entranhas se apertaram. É melhor que seja verdade, porque ele apenas a
encontrou e, além disso, ela ainda não respondeu à sua oferta de
casamento.
— Ela é a minha filha mais gentil. Daria todas as posses que tem
para fazer suas irmãs felizes.
95
— Não, não... atrás. Tentei ter certeza de que não atingia o chão.
Eu... — sua voz diminuiu quando seus olhos se estreitaram para estudá-
lo.
Ela inclinou a cabeça para trás para olhar para ele novamente.
— Ele foi. Mas não se preocupe. Eu vou cuidar dele mais tarde.
Isso o fez sorrir. Ele já havia se oferecido pela sua mão e então ele
se abaixou e deu um beijo suave em sua testa.
96
— Oh, ensine, — Lady Winthrop fungou. — Podemos dizer uma coisa
com certeza, no entanto. Eu poderia tê-lo considerado um bom candidato
se não fosse por hoje. Sua família tem excelente linhagem.
— Só que ouvi dizer que ele tem muitas dívidas em vários clubes. —
Ele não mencionou seu próprio estabelecimento, é claro, mas os olhos de
Cordélia se arregalaram.
— Você está brincando. Você teve dois homens brigando por você
esta tarde.
Mas então, ele fez uma careta. Como ele iria dar a ela o carinho que
ela merecia?
97
CORDÉLIA ACORDOU LENTAMENTE , como se tivesse dormido
profundamente. Ela tinha dormido de forma engraçada em sua mão? Ela
doía terrivelmente.
Chad. Ela piscou várias vezes, tentando trazer seu olhar para o foco.
Chad estava em seu quarto?
Outra mão dobrou lentamente sua mão, e a dor latejava por todo o
braço.
— É uma quebradura com certeza, mas não é séria. Não vai exigir
nem a imobilização, — disse outra voz. — Ela vai precisar descansar por
vários dias e manter a mão parada.
Ela ergueu dedos trêmulos para roçá-los perto da marca e ele deu o
menor estremecimento.
— Acho que você levou o pior, querida. — Então, ele colocou a mão
sobre a dela, e trouxe seus dedos de volta para baixo. — Você está com
sede?
98
Ela engoliu em seco, percebendo que sua garganta estava seca e
dolorida.
— Estou.
Ela lambeu os lábios, olhando para ele. Ela tinha que dizer isso e
doía muito para não ser honesta.
— Você tem meu afeto, Cordélia. Você não sabe disso? E posso
prometer que serei um marido atencioso.
99
Ela ergueu as sobrancelhas enquanto suas entranhas se agitavam.
Sua oferta era tentadora.
— Eu vou te contar tudo isso. Você saberá mais sobre mim do que
qualquer pessoa que já conheci, mas primeiro você precisa consentir. —
Ele se inclinou para frente, seus olhos quase implorando. Ele ainda estava
segurando a mão dela e a levou aos lábios.
Seus olhos se fecharam quando a boca dele tocou sua pele nua. A
suave carícia a encheu de uma esperança que ela não ousou expressar.
100
Ela olhou para ele.
— Você não tem que mudar por mim. Eu só quero ter certeza de que
o homem que escolhi não quer outra pessoa. Minha vida inteira…
Sua confissão a fez se sentir bem. A questão era: foi o suficiente? Ela
olhou para ele, as linhas duras de seu rosto, os músculos que mesmo
agora flexionavam. Ela pensou na maneira como ele a pegou e se colocou
em perigo ao segurá-la e receber o golpe de McKenzie.
101
— Eu consinto. Eu vou me casar com você.
— Boa menina.
Sua sobrancelha se contraiu. Ela não estava sendo uma boa garota.
Queria ser mulher. Uma que inspirasse amor.
— Acho que prefiro não aceitar isso agora, — ela fez uma careta. Ela
não queria dormir. Ela e Chad estavam discutindo facetas importantes de
seu futuro.
O médico colocou a mão atrás de sua cabeça e levou o copo aos seus
lábios.
102
— Ela realmente precisa?
103
CHAD SE SENTOU ao lado da cama de Cordélia, observando o suave
subir e descer de seu peito enquanto o sol da manhã entrava por suas
janelas.
Ele tinha aprendido uma coisa ou duas sobre como lidar com
homens bêbados em seus dias comandando o clube. Também reconheceu
Winthrop como um cliente frequente em seu estabelecimento. Ele estava
mais do que um pouco aliviado que o homem não o tivesse reconhecido.
Eles usavam máscaras no clube, é claro. E eles espalharam mais de um
boato de que eles eram realmente piratas, ao invés de lordes, mas ainda
assim. A pequena máscara que cobria seu rosto certamente permitia que
um cliente mais exigente reconhecesse sua identidade. Então,
104
novamente, a maioria dos homens estavam bêbados quando Malice
começou a circular pelo andar.
E não apenas porque ele era seu interesse amoroso, afinal. A história
era maravilhosa. Os personagens dançando fora da página e o
capturando. Mas talvez fosse porque ele era um deles.
Ele tinha uma pequena dúvida sobre a ética do que estava fazendo,
mas ele folheou para a frente do livro e leu outra história. Uma onde ele
certamente não seria o destaque.
105
Sem querer, leu a próxima história. Nela, desta vez, o personagem
principal era um menino, filho de família abastada. Mas sua mãe morre
e seu pai... O ar saiu de seus pulmões. Seu pai era cruel. O menino se
escondeu em uma caverna oceânica que encontrou e um dia fugiu da
caverna. Ele acabou sendo encontrado e espancado. Então, o menino
decidiu fugir e encontrar o amor verdadeiro. Uma família que realmente
se importava com ele. Uma família que o amava.
Ele olhou para Cordélia novamente enquanto fechava o livro. Ele não
precisava terminar a história para saber como terminava. Mas não pôde
deixar de se perguntar como ela conseguiu escrever sua história. Foi
recentemente? Ela tinha adivinhado seu passado?
Antes de ser o garotinho que fugiu, que sonhou com uma família que
o amava, Malice foi até um garotinho que desejou que seu pai o amasse.
106
Ele teve uma babá, a Sra. Chester, que era uma mulher adorável.
Ela o segurou e embalou, e ele disse a ela muitas vezes sobre o desejo de
seu coração.
No dia seguinte, a Sra. Chester foi dispensada. Ele tinha cinco anos
na época. Ela foi substituída pela Sra. Harting. Uma mulher severa que
acreditava na disciplina. Foi quando ele desistiu de seu sonho do afeto de
seu pai e, em vez disso, desejou uma nova família toda junta.
— Estou aqui, — ele gritou de volta, sua própria voz soando áspera
e enferrujada. Cansaço e emoção certamente a causa.
Ele se levantou da cadeira e foi até a cama. Ela não sentia calor ou
frio.
Ela estendeu a mão e agarrou seu braço, embora seus olhos não
abrissem.
— Fique comigo.
Ele fez uma careta. Depois da história que acabara de ler, sentiu-se
estranho por dentro. Mas, novamente, estava aqui para cuidar de
Cordélia e eles estavam prestes a se casar. Não havia como mudar isso
agora.
107
— Tudo bem, Corde.
Ele se deitou e pressionou seu lado ileso. Ela se dobrou contra ele,
sua cabeça aconchegando-se na curva de seu pescoço.
Ele tinha certeza de que ela falava dormindo. Não é incomum para
alguém que tomou láudano. Ele não respondeu e ela não perguntou de
novo, relaxando de volta na cama. Seus próprios olhos exaustos se
fecharam.
Eles iriam se casar. Mas ele teve que confessar, depois daquela
história, não estava tão certo de que queria. Ele estava se abrindo muito?
Estava destinado a ser rejeitado novamente?
Ela abriu os olhos para encontrar Chad deitado ao lado dela. Ele
estava pressionado contra ela com um braço sobre seu torso e uma perna
sobre a dela.
Ela assentiu.
— Estou.
108
— Como você está se sentindo? — Ele ergueu a mão e colocou na
testa dela.
Ele deu de ombros e rolou para longe dela. Imediatamente, ela fez
uma careta pela perda de seu calor, sua sólida carne protetora.
— Isso é lamentável.
Ele parou, olhando para ela. — Não, quando penso sobre isso, não
fico surpreso de maneira alguma. Você é muito observadora e articulada.
109
— Obrigada. — Mas seu sorriso caiu rapidamente. — Pergunto-me
quando poderei escrever novamente.
— É por isso que você está agindo tão estranho? — Então, ela
engasgou-se, — Você não gostou deles.
110
Seu toque aliviou sua tensão. Mas uma vez que a colocou sentada,
ele puxou os braços e se afastou. Seu nariz enrugou. Ela gostaria de
segurar sua mão, pelo menos.
Ele pigarreou.
— Não estou sendo gentil. — Ele olhou para ela novamente, e ela
poderia jurar que havia uma acusação no olhar estreito.
111
Então, ele leu Orphan Kate e The Boy with No Family. Seus títulos
haviam ficado significativamente melhores. Ela pretendia mudar ambos.
Suas mãos se torceram nos cobertores. Ele gostou das histórias dela?
Ela assentiu.
112
— Entendo. — Então ele respirou fundo, estremecendo. — Em sua
escrita, você tem um verdadeiro dom para expressar e tocar a dor interior.
Sinceramente, pensei que você poderia ter contado essa história sobre
mim.
113
AS EMOÇÕES ZUMBIAM na cabeça de Malice e ele lutou para ordená-
las. Queria compartilhar, mas ainda se sentia vulnerável. Cordélia
realmente o viu e reconheceria sua dor pela insegurança que era.
Foi por isso que ficou longe das mulheres. Até agora, ele
cuidadosamente escondeu seu coração e todas as suas emoções, e ele não
tinha certeza se queria abrir aquele cofre.
Ela suspirou.
— E a surra?
114
— Eles sentem essa dor, são melhores em escondê-la.
Cordélia assentiu.
— Oh, Chad.
— Você sabia que ele nunca usou esse nome? Só minha babá fez
isso antes de ser demitida por se importar comigo. Achei que ninguém o
usaria novamente. Até você. — De alguma forma, esse pensamento o
acalmou. — Gosto quando você diz isso, no entanto.
— Como ele te chamava? — Sua voz era suave e calmante, mas ele
ouviu o tremor.
115
— Então, como ele poderia não ter uma palavra gentil para você?
Lamentei ser a criança perdida às vezes, mas meus pais me amavam. —
Ela apertou os dedos ao redor dos dele.
— Cinco.
— Então a partir dos cinco anos ele fez o quê? Ele bateu em você?
A voz dela tremeu, embora ele não olhasse para o rosto dela. Ele
estava tentando muito manter a emoção fora da conversa. Precisava
entender por que ele tinha que proteger seu coração, o que significava que
nunca poderia dá-lo totalmente a ela.
— Bem, eu saí para a escola com seis anos de idade e depois estava
em casa apenas nos feriados. — Ele escolheu um ponto na parede para
olhar.
116
Ele teve que confessar que seu calor suave era reconfortante além da
medida.
— Eu entendo agora.
A mão dele ainda estava em seu peito, e ela colocou a dela sobre a
dele.
— Não. Eu não sinto. Mas você abriu meus olhos para o que você
vai precisar do nosso casamento. — Se ele estava sendo honesto consigo
mesmo, ela tinha mostrado o que ele precisava. Ele não queria afeto e
amor, mas os encontrou e precisava mais do que nunca.
117
Seus olhos tremularam fechados, seus longos cílios descansando em
suas bochechas.
Ela não abriu os olhos, mas ele começou a falar várias vezes e depois
parou novamente. Ela estava falando sério? A solução dela era dar-lhe
mais carinho? Parte dele se rebelou. Ele só a machucou. Mas outra parte
mais profunda dizia que ela estava certa. A única solução era aproveitar
o brilho de seu afeto.
Isso não era totalmente verdade. Suas irmãs haviam entrado e saído
para várias visitas, mas estavam ocupadas e suas estadas eram
frequentemente breves.
118
conde, sua mãe definitivamente perdoaria a ofensa e já planejava
hospedar outra cerimônia inglesa para ver a união reconhecida. Seu pai
estava furioso, mas mudaria. Sua mãe cuidaria disso.
Pegando a pena com a mão esquerda, ela ficou sentada por uma
hora, não escrevendo sua história, mas fazendo anotações sobre as
próximas cenas. Ela sabia que a história era sobre seu namoro com Chad,
mas o que não tinha decidido era se o final iria ou não imitar a verdade.
Apesar de seus sentimentos, ela duvidava que Chad algum dia
professasse seu amor eterno. Será que sua heroína teria o felizes para
sempre que Cordélia talvez nunca experimentasse?
119
imaginava Chad. Ele não tinha ido vê-la desde que saiu na manhã
seguinte a sua queda.
Sua ausência fez pouco para melhorar seu humor. Ela deveria estar
feliz... estava noiva... mas a verdade é que estava longe de ter certeza
disso. Ela quis dizer o que disse. Ela tentaria o seu melhor para curar seu
passado.
Mas, realmente precisava vê-lo e passar um tempo com ele para fazer
isso. E sua ausência a fez duvidar de sua palavra. Ele mudaria de ideia e
a mandaria para o campo para viver sozinha depois que se casassem?
Talvez ela tivesse cometido um erro afinal.
— Ouso dizer que não consigo acreditar na rapidez com que tudo
isso aconteceu, — disse Grace, sua voz ficando mais alta. — Há alguns
dias, achei que Cordélia nem gostasse do homem.
— Não me diga o que faz uma boa combinação. Sou uma mulher
casada com quatro filhas.
120
Cordélia teve que sorrir para isso, sua mão caindo da boca. Ela
caminhou em direção à porta, com a intenção de entrar na conversa que
era, afinal, sobre ela.
— Bem, mesmo assim, você realmente acha que ele é o homem certo
para Cordélia? — Grace fungou. — Ela é sensível, você sabe, mesmo que
ela não diga isso.
121
— Bem, querida, você está machucada. — Sua mãe se levantou,
deixando seu trabalho de lado. — Realmente, você deveria agradecê-lo por
cuidar de todos os detalhes. E você sabe que meu gosto é excelente...
Ela olhou para a mãe. Ela sabia que a mulher a amava. Mas como
não ocorreu a ninguém incluí-la nos últimos dias? Suas ações a fizeram
se sentir como um fantasma em sua própria família.
122
— Obrigada, Diana, por entender que um pedido de desculpas é
apropriado aqui. Só porque sou quieta não significa que você pode me
tratar como se eu não existisse.
Cordélia bateu o pé, o que fez seu braço estremecer de dor que ela
ignorou.
— Não por vários dias, — bufou Cordélia. — Será que ele perguntou
sobre mim? Onde estão as cartas?
— O que eu quero dizer? De que outra forma você fez todo esse
planejamento? — Sua mão boa, segurando a ferida, apertou a pele.
— Nós não escrevemos, querida. Ele veio aqui. Afinal, é onde o café
da manhã será depois de tudo.
123
Ele esteve aqui vários dias? E não a visitou ou mesmo mandou um
bilhete? Seu casamento seria exatamente como seu relacionamento com
a família? Ela realmente queria isso? A resposta era não.
124
MALICE ESTAVA SENTADO na velha sala dos fundos do clube com a
cabeça apoiada no cotovelo enquanto permitia que as moedas caíssem de
sua mão, uma de cada vez. Ele não tinha certeza de quando decidiu que
odiava o clube, mas em algum lugar durante a semana passada seus
sentimentos mudaram.
125
Exile riu enquanto empilhava outra pilha de moedas.
— Não seja tão dramático, não combina com você. — Malice fez uma
careta sobre a mesa. A verdade era que começou a se perguntar se havia
se apaixonado por ela. Os últimos três dias sem Cordélia foram...
miseráveis. Ele se movia como um rapaz apaixonado por sua primeira
paixão. Mas isso não podia ser verdade. Como poderia ter algum coração
sobrando para dar, e o que faria quando Cordélia percebesse que não
valia a pena amá-lo em troca?
— Graças a Deus. Pensei que você tinha sido derrubado por uma
quatro olhos desajeitada que não é nem mesmo aquela pret...
— Termine essa frase e eu vou te bater com tanta força que você não
vai acordar por duas semanas.
126
O peito de Malice ainda estava estufado e ele puxou o queixo para
trás.
— Não vou levá-la de jeito nenhum. Ela vai ficar aqui comigo.
Fizemos um acordo.
— Não estou. — Ele cortou a mão no ar. — Não posso estar. Não sou
capaz de sentir essa emoção e, mesmo que fosse, não gostaria de sentir.
Não é nada além de problemas. Um obstáculo que o deixa vulnerável.
Exile concordou.
— Temos todos a mesma opinião, mas acho que você pode ter um
coração diferente. Você não pode se casar com ela, viver com ela todos os
dias e não desenvolver um apego. É impossível. Você ou tem que se
resignar ao envolvimento emocional, casar-se com ela e mandá-la
embora, ou simplesmente não se casar com ela.
Malice fez uma careta quando se abaixou para pegar sua cadeira, e
depois voltou a se sentar.
127
— Temo que você esteja certo sobre isso.
Bad rosnou.
Malice esfregou seu rosto. Ele sabia o porquê. Ele a amava. Abaixou
a cabeça, olhando para o chão. Quando isso aconteceu e como ele não
percebeu. Não queria nada mais do que ficar ao lado de Cordélia para
sempre.
— Ele está no meu clube de boxe. Sujeito sujo, nunca luta justo. Ele
joga aqui também. Um bom negócio. Na verdade, ele nos tem uma dívida
considerável. — Bad se inclinou para a frente, os cotovelos sobre a mesa.
— Mas o pior de tudo, eu o vi em várias ocasiões com a Condessa de
Abernath em seu braço.
128
— A Condessa de Abernath? — Seu coração bateu forte no peito. —
Ela deveria estar no baile na outra noite.
Talvez ela fosse a culpada. Elas prestariam mais atenção se ela fosse
mais engraçada ou mais sociável.
Provavelmente foi por isso que Chad ficou longe. Ele decidiu que ela
seria uma esposa adequada e isso é o que ela sempre seria para ele. Nada
mais. Ou talvez, agora que ela concordou em se casar-se, ele não estava
mais interessado em fazê-la se sentir especial. De qualquer forma, estava
preocupada por ter cometido um erro terrível.
129
Uma lágrima escorreu por sua bochecha e ela a enxugou. Elas
apenas embaçaram seus óculos. Ela não poderia fazer isso. Não podia se
casar com um homem que mal a notava. Sua indiferença a esmagaria.
130
— Eu me expressei mal. Ele disse que não era um presente e não
deveria ser visto como tal, mas um pedido de desculpas por seu
comportamento. Ele deseja saber se você está bem depois de sua queda.
— Acho que posso vê-lo um pouco para permitir que ele se desculpe.
Traga Mary, por favor, e peça chá e biscoitos.
131
Ela apertou os lábios, permanecendo em seu assento. O que parecia
uma ideia razoável em seu quarto, de repente pareceu estranha. Errada.
Ela estava desesperada por um pouco de companhia que não parecesse
tensa, mas McKenzie não deveria ter sido a resposta. Na verdade, ele era
muito mais cruel do que sua família ou Chad.
Ele acenou.
O mordomo fez uma rápida reverência e se virou para sair assim que
o serviço de chá chegou. A empregada o colocou na mesa ao lado do sofá.
Cordélia fez uma careta ao perceber que teria que se levantar. Quando
pediu a bebida, esqueceu-se que precisava servir a um convidado. Seria
um desafio com uma mão.
— Era você? — Ela franziu a testa, tentando decidir porque toda essa
visita parecia estranha. Colocando a mão boa no assento, ela começou a
se levantar quando ele estendeu as mãos.
132
— Você poderia me ajudar desviando o olhar. — Ele se virou para
ela dando-lhe um grande sorriso que mostrou todos os seus dentes. —
Eu me sinto estranho. Não que não esteja feliz em ajudar, mas temo que
isso não seja natural para mim.
— Aqui está. — McKenzie disse, mas sua voz estava mais distante.
Cordélia virou a cabeça para ver que ele havia servido uma xícara de
chá para Mary. A outra mulher franziu a testa em confusão enquanto
aceitava a xícara.
Cordélia abriu a boca para perguntar o que ele estava fazendo, mas
fechou novamente. Ela não queria que Mary se sentisse mal por aceitar a
xícara.
Ela mordiscou o lábio, decidindo que este era um erro ainda maior
do que ela havia suposto. Ela não queria provocar nenhum
comportamento negativo, dizendo a ele que tinha aceitado a oferta de
133
Chad, e duvidava que McKenzie pudesse fornecer muita clareza sobre se
ela deveria ou não se retirar do compromisso. Em vez de dizer qualquer
coisa, ela tomou um gole de chá.
— Não beba isso, meu senhor. Algo está errado com isso.
— Mary!
Sua própria voz fez sua cabeça pulsar e ela ergueu a mão boa para
pressionar a testa.
— Eu sei que não, mas não se preocupe. Você vai dormir muito em
breve.
134
— Dormir? — Ela perguntou, mas sua voz saiu engraçada. Como se
sua língua fosse muito grande para sua boca.
Ela tentou limpar sua mente, mas quanto mais ela trabalhava, pior
ficava, e de repente o mundo escurecia.
135
MALICE subiu CORRENDO os degraus da casa dos Chase enquanto o
sol se punha mais baixo no céu, seu estômago afundando com o sol
poente. Seu punho cerrou quando ele levantou a mão para bater a aldrava
na porta da frente. De alguma forma, ele só precisava ver Cordélia e saber
com certeza que ela estava segura.
Malditas bolas, ele já estava falhando com ela. Ele ficou longe para
protegê-la. Suas entranhas se retorceram. Isso não era verdade. Ficou
longe para se proteger. E ao fazer isso ele a colocou em perigo.
Ele sorriu, relaxando um pouco. Teria que implorar por seu perdão.
Ele estava bem com isso. Então, lhe diria como se sentia. Ou seja, iria
dizer que a amava, que estava apaixonado e... ele fez uma pausa. Por que
estava demorando tanto?
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— Meu senhor, — ele chorou no momento em que o viu. — Graças
a Deus é você.
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O homem chegou ao topo da escada e parou novamente, virando-se
para encará-lo. Ele cambaleou.
— Onde eles estão? — Sabia que estava sendo obtuso. Mas a ideia
de que Cordélia poderia estar em qualquer lugar em Londres ou mesmo
fora da cidade agora o fazia girar. — Há quanto tempo você descobriu
isso?
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— Foi apenas uma sensação. — Não era nenhum sentimento antigo.
Foi a emoção mais poderosa que já experimentou. E agora que havia
encontrado o amor pela primeira vez na vida adulta, não estava perdendo
Corde. Ela lhe pertencia agora e para sempre, e ele precisava encontrá-
la.
Ele não disse uma palavra enquanto pegava uma xícara de chá
abandonada e cheirava.
Ele fechou os olhos com força. Cordélia havia sido drogada, e agora
ela poderia estar em qualquer lugar.
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— Isso eu não sei, mas conheço alguém que pode saber. — Ele se
virou para a porta. — Mandarei uma missiva assim que souber de alguma
coisa.
Malice fez uma pausa. Ele não tinha muito tempo, mas apreciava o
que Diana queria fazer.
— É claro.
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Cordélia agora... Ele se recusou a terminar o pensamento. Ele a
encontraria. Para o bem deles, precisava trazer Cordélia de volta.
— O que aconteceu?
141
— O que tinha no chá?
— Eu mudei de ideia.
Cordélia olhou para o líquido. Deve estar tudo bem e ela estava com
uma sede inacreditável. Ela pegou o copo e o levou aos lábios, dando uma
pequena cheirada. O líquido cheirava bem. Em seguida, inclinando o
copo, ela tomou um pequeno gole e depois outro. Ele desceu por sua
garganta, frio e refrescante, amortecendo a dor em sua cabeça.
142
Abernath estava agindo como se fossem amigas. Ela apertou o cobertor
com mais força contra o corpo.
143
a Inglaterra saiba que o Duque de Darlington não é a imagem completa
que ele apresenta ao mundo.
— Receio que sim. Ele tem uma dívida incrível de jogo. Ele tem um
problema real, eu diria. Dei a ele o suficiente para ajudá-lo a viver
confortavelmente em outro país, mas não o suficiente para que ele
pudesse pagar todas as suas dívidas e permanecer aqui. Foi um arranjo
benéfico para nós dois. Ele precisava de dinheiro para sair e eu precisava
de um meio para terminar com isso.
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O estômago de Cordélia se contraiu. Lady Abernath pagou McKenzie
para sequestrá-la, e agora ninguém sabia onde ela estava ou mesmo que
estava segura. Como sairia dessa bagunça?
145
MALÍCIA IRROMPEU na sala dos fundos do clube, sua respiração
saindo em ofegos curtos. Ele precisava falar com Bad. Seu amigo poderia
saber onde McKenzie estava, ou pelo menos, como encontrar o demônio
que levou Cordélia.
Mas não era Bad quem estava sentado na sala dos fundos, mas Vice
e seu cabelo dourado.
146
Vice parou, virando-se para encará-lo.
— O quê?
Ele assentiu.
— Você não pode matá-lo ainda, — Exile disse perto de seu ouvido.
147
— Absolutamente. — Ele colocou a máscara de volta no lugar. —
Mas primeiro, vamos levá-lo para a sala dos fundos.
Pensei que você tivesse dito que ele estava em dívida até os ouvidos.
Exile piscou.
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Malice flexionava os dedos tentando manter a calma. Finalmente, os pés
se arrastaram pelo corredor e a porta se fechou.
— Está realmente?
Malice se levantou.
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— Por que você a levou?
— Eu iria. Até que ficou claro que você iria me superar. Eu preciso
do dinheiro. Se eu não for embora, vou para a prisão.
Exceto por Cordélia. E agora, ele não podia deixar de pensar no que
ela faria nesta situação.
150
— Eu não sei. Ela não disse e eu não perguntei. Presumi que quanto
menos eu soubesse, melhor. Francamente, houve algumas vezes em que
questionei sua sanidade. Ela parece se perder em algum lugar do
passado.
— Seus problemas o seguirão por onde quer que você vá. — Então,
ele se endireitou. McKenzie não era o único homem permitindo que seu
passado arruinasse seu futuro. Malice estava fazendo o mesmo. Mas, não
mais. Era hora de resgatar a mulher que amava. — Sua carruagem está
lá fora?
151
— Dê para mim, agora. Se ela não estiver lá, você não precisará
porque estará no fundo do Tâmisa.
— O que eu perdi?
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— Sim, obrigada, minha senhora. — O que ela estava fazendo? Sua
mãe havia incutido maneiras nela, mas realmente precisava agradecer a
sua raptora por um pedaço de queijo?
O sorriso sumiu.
153
— Estou inclinada a concordar que a sociedade é injusta com as
mulheres. — Não acrescentou que duvidava que machucaria tanto aos
homens. O sustento deles dependeria da receita do clube?
— Eu sinto muito.
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— Mas aprendi muito sobre você e seus hábitos. Traia-me e eu a
encontrarei. E isso foi apenas uma amostra do que vou fazer com você.
— E se eu não concordar?
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MALICE FLEXIONOU os braços tentando manter a calma enquanto a
carruagem avançava ruidosamente pela rua. Por dentro, no entanto, ele
era uma bola de nervos frenético. Queria sua mulher de volta e queria
fazer a condessa pagar.
— Eu não posso acreditar que ela iria tão longe. — Daring balançou
a cabeça. — Sabia que Cristina estava bem no fundo das trevas, mas não
achei que ela pegaria garotas inocentes.
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Malice assentiu. Ele já sabia da maior parte disso.
— Ao que tudo indica, você deveria estar zangado com ela. Por que
ela te odeia tanto?
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— Tente não se preocupar. — Daring olhou para ele. O sol estava
começando a iluminar o céu. - Ela deve querer Cordélia por um motivo e
não é apenas para machucar. Como isso me faria pagar pelos meus
supostos pecados?
— Eu não faço ideia. A menos que ela pense que Cordélia pode me
arruinar?
— Fique seguro.
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— Minha segurança não é tão importante. Mas se algo acontecer
comigo, veja para que Cordélia esteja casada. Com um bom homem que
leia poesia e captura estrelas para ela. — Então, ele saltou da carruagem,
abrindo caminho pelo beco.
Malice apertou mais a capa sobre seu rosto. Uma criada veio
correndo da cozinha e praticamente correu em direção à escada dos
fundos. Só a dona da casa poderia inspirar esse tipo de medo, então ele
a seguiu tomando cuidado para ficar longe o suficiente para não ser visto.
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Com cuidado, ele espiou para fora de um lado e observou a criada
sair da terceira porta à direita.
Ele saiu de trás das cortinas e lentamente fez seu caminho pelo
corredor, ouvindo qualquer som de vozes ou qualquer outra pista sobre
os ocupantes do quarto. Tudo estava quieto quando ele alcançou a porta.
Lentamente, muito silenciosamente, ele girou a maçaneta. Quando a
trava finalmente cedeu, ele abriu a porta um pouquinho. Então se
inclinou para espiar dentro, prendendo a respiração. Cordélia estava
aqui? Sua resposta veio um segundo depois, quando um grito de gelar o
sangue perfurou seus tímpanos. Sem outro pensamento, ele abriu a
porta.
Ela abriu a boca para gritar novamente quando a porta bateu contra
o batente, fazendo com que as duas mulheres se assustassem.
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— Tão típico de um homem pensar que possui uma mulher.
Olhando por cima, ela percebeu que a vela pegou fogo nas cortinas.
— Chad!
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Ele se virou para balançá-la nos braços.
— Nós lidaremos com ela mais tarde. — Então, ele se dirigiu para a
porta.
— Pare. — Cordélia bateu em seu ombro com toda a força que lhe
restava. — Alguém está lá.
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— Cordélia. — Ele diminuiu a velocidade. — Eu preciso tirar você
daqui...
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Daring envolveu o menino com mais segurança em seus braços
quando ele atingiu o último degrau e fez uma pausa para a porta dos
fundos. O cavalariço já estava passando correndo por eles com baldes
d'água nas mãos. Alcançando o exterior, Daring não parou e nem Chad
enquanto se dirigiam a uma carruagem estacionada no beco. Daring
abriu a porta e praticamente jogou Harry para dentro. Então ele se voltou
para Chad.
— Obrigada!
— De nada.
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MALICE SEGUROU Cordélia no colo, o garotinho sentou-se no outro
banco, encolhido como uma bola, com lágrimas escorrendo pelo rosto.
Bem, isso não explicava muito. Ele abraçou a criança com mais
força.
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— Nós vamos descobrir tudo isso. Por enquanto, você está seguro
conosco.
Ela acenou para ele e, sem hesitar, ele correu. Abrindo seus braços,
ele subiu em seu abraço.
— Tive uma professora que foi muito gentil comigo, — disse ele, e
depois apoiou a cabeça no braço dela. — Ela era bonita como você
também.
O menino concordou.
— Ela foi embora há pouco. Mas disse que tentaria voltar por mim.
— Harry jogou a cabeça para trás. — A condessa é muito má. Miss
Pennyworth não podia ficar, mas queria.
166
forma. Ele sabia o que ela queria perguntar, ele queria proteger Harry
também.
Alguém bateu na porta e, olhando para fora, viu um criado com uma
grande bandeja de comida. Rapidamente, ele girou a fechadura e abriu a
porta, pegando a bandeja antes de fechar o quarto novamente.
Quase uma hora se passou antes que outra batida soasse na porta.
Ao se levantar, ele olhou pelo olho mágico para ver Daring, parecendo um
tanto fuliginoso, parado do outro lado.
— Você conseguiu.
167
— A governanta era especialmente tagarela. Acontece que o
menino... — Daring olhou para a criança dormindo nos braços de
Cordélia. — É o filho de Lady Abernath.
— Como ele pode ser o conde se Lorde Abernath... — Mas ele parou.
Daring assentiu.
— Ela é a mãe dele. Não sei como você poderia tirá-lo dela. — Seu
punho cerrado. — A menos que você pudesse provar que outra pessoa é
o pai dele?
168
— Isso é uma maldita bagunça, não é? Você acha que ele é seu?
Como Minnie se sentiria com essa criança se tornando sua herdeira e
fazendo parte de sua família?
— Isso explicaria melhor por que Cristina está tão brava comigo.
Mas ela tinha mais de um homem em sua cama. Incluindo eu, três que
eu conheço.
— Não. Ele não parece, e ele já tem um título, mas também não
podemos deixar uma criança tenra nas mãos dela. A mulher não é sã.
— Bem, por enquanto, ele pode ficar comigo. — Malice olhou para
ele, seu coração batendo forte no peito. Ele nunca em sua vida pensou
que assumiria outra criança, nem mesmo a sua, mas aqui estava ele, seu
coração pronto para dar amor a este menino.
Malice assentiu.
— Gostaria que alguém tivesse feito isso por mim. Entrasse em ação
e me resgatasse de um homem que odiava ver meu rosto.
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— Você não é mais aquele homem, é?
Não. Ele supôs que não era. Já era hora de contar para Cordélia o
que ela significava para ele.
Como ela não percebeu que não estava na cama sozinha? Olhando
para a direita, Chad piscou para ela.
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dormindo aqui. Claro, sua família acha que Minnie e Daring estão
conosco como acompanhantes, mas não contarei se você não contar.
— É mesmo possível?
Ela rolou para encará-lo e sem pensar deu um beijo em seus lábios.
— Claro que está. Que lindo presente para você dar a ele. — Então,
ela o beijou novamente, sua boca pressionando a dele, deixando seu
interior macio e pegajoso. — Você é um bom homem, Chad Malicorn.
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Ela torceu o nariz.
— Eu não posso me casar com você porque vai partir meu coração
sentir-me assim quando você não corresponder ao meu...
Mas ele não permitiu que ela terminasse. Em vez disso, sua boca
cobriu a dela em um beijo ardente que roubou o ar de seus pulmões.
Ele abriu a boca dela e sondou sua língua com a dele, fazendo-a
gemer de doce desejo quando seu corpo rolou em cima do dela. Ele já
havia tirado a camisa e a mão dela percorreu os músculos nus de suas
costas, sentindo cada cume e cavidade. Finalmente ele ergueu a cabeça.
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— Corde, um homem não sai por aí resgatando mulheres, lutando
contra adversários e roubando beijos em jardins se não a ama de volta.
Ele começou a beijar uma trilha em seu pescoço enquanto sua outra
mão alcançava a barra de sua camisa. Já havia subido por suas pernas,
e ele passou a mão ao longo de sua coxa, empurrando o tecido mais alto.
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— Como eu pensei que poderia permanecer separado de você?
Ela não pôde responder quando ele deslizou a mão ao longo de seu
quadril e, em seguida, deslizou por sua barriga, mergulhando mais para
baixo até que as pontas dos dedos roçaram os cachos em seu ápice. Ela
podia sentir o calor, calor e umidade vindo de seu núcleo e enquanto ele
traçava o contorno de seu sexo, e então mergulhava os dedos em sua
carne feminina.
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MALICE OLHOU para a bela pequena fada atualmente implorando por
seu toque e tentou não rugir de satisfação. O barulho que ele fez foi mais
como um rosnado gutural. Esta linda e mágica mulher era toda sua.
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Ela deslizou a mão por seu corpo e alcançou entre suas pernas, seu
leve toque explorando sua carne e fazendo seus dentes cerrarem. Sua mão
parecia malditamente incrível.
— Eu amo isso.
— Eu estou.
— Oh, — ela disse, seu hálito doce soprando em seu rosto. — Isso é
bonito. — Então, ela se arqueou para beijá-lo e a cabeça de sua
masculinidade deslizou contra seu sexo macio e úmido.
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apertado sobre seu pênis. Ele começou a tremer, o esforço de ir devagar
se tornando cada vez mais difícil.
— Perdoe-me, amor.
Como fazer amor poderia ser tão bom? Mas ele não conseguia dizer
as palavras em voz alta. Ele só podia segurá-la perto enquanto eles
subiam mais alto, seus corpos realmente se tornando um.
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— Precisamos antecipar o casamento.
— No que me diz respeito, você tem sido boa em tudo isso desde o
primeiro momento em que caiu em meus braços.
— Eu não sei sobre isso, mas você está definitivamente ficando mais
suave.
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— Nunca ouvi nada mais sexy na minha vida. — Então, ela soltou
um suspiro. — Como posso estar tão cansada depois de dormir o dia todo?
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CORDÉLIA FICOU na parte de trás da igreja de sua família, olhando
para seu noivo, que sorriu de volta para ela, estendendo o braço.
Alguém bateu palmas à sua esquerda, e ela olhou para ver Harry
sentado ao lado de sua mãe. O menino sorriu de volta.
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A cerimônia a encheu de alegria e luz, e quando suas mãos
apertaram as do marido, o vínculo entre eles aumentou. Enquanto
vivesse, ela se lembraria deste dia.
Isso fez seu coração inchar no peito, e ela mal conseguia respirar
enquanto trocavam os votos.
— Estou tão feliz que minha irmã tenha vindo para o meu
casamento, afinal. — Cordélia deu um tapinha na mão do marido.
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Ela balançou a cabeça.
— É minha culpa.
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— Como você sabe de tudo isso? — Cordélia perguntou.
— Tenho certeza de que você está segura. Mas estou curioso para
saber o que havia naquela carta que o assustou tanto.
Daring se endireitou.
— Será às cinco...
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