Fundamentos de Fabricacao Mecanica

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Fundamentos de Fabricação Mecânica

Prof. Dr. Gustavo Franco Barbosa

Disciplina: 59.020-7 Ajustes e Tolerâncias


Agenda da aula
• Introdução
• Faixa de tolerâncias
• Técnicas para fabricação de peças
• Sistemas de Ajustes e Tolerâncias
• Eixo-Base / Furo-Base
• Tolerância dimensional
• Representação das tolerâncias
• Qualidade de Trabalho
• IT x Processos de Fabricação
• Furos e Eixos
1. Introdução

Peças: elementos que formam os mecanismos e as máquinas;

▪ Desempenham diferentes funções;


▪ Estão submetidas a diferentes esforços durante o funcionamento

Resistência dos Materiais: cálculo das dimensões das peças em função


dos esforços (compressão, tração, fadiga, torção, etc...);

Dimensão calculada = Dimensão nominal


Introdução

Dimensão Nominal: impossível de ser obtida;

▪ Incapacidade das máquinas-ferramenta atuais;


▪ Os instrumentos de medição não são suficientemente precisos.

Para cada dimensão nominal é estipulada uma faixa de valores na qual


deve estar a dimensão da peça:
Faixa de Tolerâncias
Faixa de Tolerâncias

Uma dimensão é fabricada dentro de uma faixa de tolerâncias !

$
Custo da fabricação:
aumento exponencial
com o aumento da
precisão;

 Precisão =  custo
 Tolerância =  custo

Precisão
Tolerância
Técnicas para fabricação de peças

1. Técnica de ajustagem
2. Montagem seletiva
3. Sistemas de ajustes e tolerâncias

A escolha da técnica depende do tipo e número de


peças, do tipo de fábrica, etc.
Técnica de ajustagem

• Para lote unitário (ferramentaria da fábrica);

• Para protótipos;

• Fabrica-se primeiro a peça mais difícil;


Obs. 1: como geralmente existem melhores condições para fabricar eixos,
fabrica-se primeiro o furo;

• Depois, fabrica-se a peça a ser acoplada


Obs. 2: O eixo é fabricado, o qual é provado no furo até obter o ajuste
desejado;
Montagem seletiva

• Para lotes grandes;

• Para conjuntos montados entendidos como peça única;

• Quando os custos para atender a tolerância forem altos


(faixa de tolerância estreita);

• Abre-se a faixa de tolerâncias diminuindo-se o custo;

• Fabricam-se as peças dentro da nova faixa;

• Mede-se todas as peças e agrupam-se em certos limites


de tolerâncias;
Montagem seletiva
Etapas
Ex: peça tem tolerância igual
Faixa de tolerância estreita t = 1 m
a 1 m

Abrir a faixa de tolerância t = 5 m

Fabricar e medir

O custo de medir cada uma


das peças é menor que o Agrupar

custo de fabricar dentro de


uma faixa de tolerâncias -1 m 0 1 m 2 m 3 m
-2 m -1 m 0 1 m 2 m
estreitas.
Montagem seletiva

Rolamentos

Grande Médio Pequeno

Externo
Para se obter
Interno interferência

Esferas
Montagem seletiva

Rolamentos

Grande Médio Pequeno

Externo
Para se obter
Interno interferência
máxima
Esferas
Montagem seletiva

Rolamentos

Grande Médio Pequeno

Externo
Para se obter
Interno folga

Esferas
Montagem seletiva

Rolamentos

Grande Médio Pequeno

Externo
Para se obter
Interno folga máxima

Esferas
2. Sistemas de Ajustes e Tolerâncias

Intercambiabilidade

▪ Propriedade que possuem os elementos mecânicos de serem produzidos


independentemente uns dos outros, possibilitando a troca, reposição ou
intercâmbio de um por outro, sem a necessidade de retrabalho, garantindo-se
o correto funcionamento do produto segundo as exigências técnicas
preestabelecidas.

▪ Pode ser alcançada mediante a interdependência das atividades de


normalização, metrologia e controle da qualidade, possibilitando a criação de
normas de especificação da qualidade para um produto qualquer.

▪ Requer a possibilidade de medição dos parâmetros que o produto deve


reunir e a organização do sistema de controle de qualidade estabelecido para
garantir que o produto cumpra com todas as especificações impostas no
projeto.
Sistemas de Ajustes e Tolerâncias

Sistema de Ajustes

▪ Conjunto de princípios, regras, fórmulas e tabelas que permite a escolha


racional de tolerâncias no acoplamento eixo-furo, para se obter,
economicamente, uma condição preestabelecida.

Sistema de Tolerâncias

▪ Conjunto de princípios, regras, fórmulas e tabelas que permite a escolha


racional de tolerâncias para a produção econômica das peças mecânicas
intercambiáveis.
Normas

NBR 6173

Definições dos
termos
técnicos
usados na
norma de
Tolerâncias e
Ajustes (NBR
6158).
Normas

NBR 6158

Conjunto de
princípios,
regras e tabelas
para orientar a
escolha racional
de tolerâncias e
ajustes visando
a fabricação de
peças
intercambiáveis.
Terminologia

Furo: termo convencional utilizado para descrever uma característica interna


de uma peça, incluindo também elementos não cilíndricos.

Eixo: termo convencional utilizado para descrever uma característica externa


de uma peça, incluindo também elementos não cilíndricos.
Tolerâncias

Tolerância (T):
Diferença entre os valores máximo e mínimo admissíveis de uma grandeza
mensurável.

Ajuste:
▪ Relação resultante da diferença, antes da montagem, entre as dimensões
dos dois elementos a serem montados.
▪ Comportamento de um eixo num furo, ambos da mesma dimensão
nominal, caracterizado pela folga ou interferência apresentada.
Dimensões

Dimensão:
Número que expressa em uma unidade particular
o valor numérico de uma dimensão linear.

Dimensão nominal:
Dimensão indicada no desenho da peça,
determinadas através do projeto mecânico.

Dimensão efetiva:
Dimensão de um elemento obtido pela medição.
Pode ser maior, menor ou igual à dimensão
nominal.
Dimensões

Dimensões limites:
São as duas dimensões extremas permissíveis para um elemento,
definidas a partir da dimensão nominal e entre as quais a dimensão efetiva
deve estar.

Dimensão máxima:
A maior dimensão admissível de um elemento.

Dimensão mínima:
A menor dimensão admissível de um elemento.
Dimensões

Linha zero:
Linha reta que fixa a dimensão nominal e serve de origem aos
afastamentos em uma representação gráfica de tolerâncias e ajustes.

tolerância t

linha

dimensão
dimensão
zero

máxima
dimensão

mínima
nominal
Dimensões

Dimensão máxima:

t
Furos: Dmáx ; Eixos: dmáx

dimensão
nominal

Dmáx
Dmín
Dimensão mínima:
Furos: Dmín ; Eixos: dmín
.

t
dimensão
nominal

dmáx
dmín
Afastamentos

Afastamentos:
Diferenças entre as dimensões limites (mínima e máxima) e a dimensão
nominal.

Afastamento Inferior:
Diferença entre a dimensão mínima e a dimensão nominal.
Furos: Ai ou EI e Eixos: ai ou ei

Afastamento Superior:
Diferença entre a dimensão máxima e a dimensão nominal.
Furos: As ou ES e Eixos: as ou es
Tolerância

Tolerância (T): diferença entre os limites máximo e mínimo de uma peça


.

afastamento superior
afastamento inferior

dimensão nominal
Representação das tolerâncias

Mais e menos

Limites unilateral bilateral

0.00

desigual

igual
Acúmulo de tolerâncias
Afastamentos

As
Ai
t
linha
dimensão

zero
nominal

as
ai
t
Afastamentos acima da linha zero são positivos.
Afastamentos abaixo da linha zero são negativos.
Afastamentos

Tolerância (T):
Diferença entre dimensão máxima e a dimensão mínima;

Ou ainda:
É a diferença entre o afastamento superior e o afastamento inferior.

Furos: t = Dmáx-Dmín ou t = As-Ai ou t = ES-EI

Eixos: t = dmáx-dmín ou t = as-ai ou t = es-ei


Eixo-Base

Eixo-Base:
Eixo cuja linha zero constitui o limite superior da tolerância, ou seja, a
dimensão máxima do eixo é igual à dimensão nominal: as=0.

linha as=0
zero
dimensão
nominal

ai
t
Furo-Base

Furo-Base:
Furo cuja linha zero constitui o limite inferior da tolerância, ou seja, a
dimensão mínima do furo é igual à dimensão nominal: Ai =0.

As
t
linha
zero
dimensão

Ai =0
nominal
Ajustes

Ajuste:
Relação resultante da diferença, antes da montagem, entre as dimensões
de dois elementos a serem montados que têm em comum a dimensão
nominal.

Tipos de ajustes:

▪ Ajuste com Folga;


▪ Ajuste com Interferência;
▪ Ajuste Incerto ou Misto;
Ajuste com folga

Aquele em que o afastamento superior do eixo é menor ou igual ao


afastamento inferior do furo.

Folga:
Diferença entre as dimensões do furo e do eixo quando o eixo é menor que
o furo (F);

Fmáx
Fmín
Dmáx
Dmín

dmáx
dmín
Ajuste com folga

Folga máxima: Diferença entre as dimensões máxima do furo e mínima do


eixo, quando o eixo é menor que o furo (Fmáx).

Folga mínima: Diferença entre as dimensões mínima do furo e máxima do


eixo, quando o eixo é menor que o furo (Fmín).
Fmáx

Fmáx = Dmáx – dmín


Fmín

Fmín = Dmín – dmáx


Dmáx
Dmín

dmáx
dmín

Obs.: Por convenção, quando


Fmín= 0, ou seja, Dmín = dmáx, o
ajuste é considerado um ajuste
com folga.
Ajuste com interferência

Aquele em que o afastamento superior do furo é menor ou igual ao


afastamento inferior do eixo

Interferência:
Diferença entre as dimensões do furo e do eixo quando o eixo é maior que
o furo (I);
Imáx
Imín

dmáx
dmín
Dmáx
Dmín
Ajuste com interferência

Interferência máxima: Diferença entre as dimensões máxima do eixo e


mínima do furo, quando o eixo é maior que o furo (Imáx).

Interferência mínima: Diferença entre as dimensões mínima do eixo e


máxima do furo, quando o eixo é maior que o furo (Imín).
Imáx
Imín

Imáx = dmáx – Dmín

dmáx
dmín
Dmáx
Dmín

Imín = dmín – Dmáx


Ajuste incerto ou misto

Aquele em que o afastamento superior do eixo é maior que o afastamento


inferior do furo e o afastamento superior do furo é maior que o afastamento
inferior do eixo, isto é, os campos de tolerância do furo e do eixo se
sobrepõem parcialmente ou totalmente.

Fmáx
Imáx
mín
Dmáx

dmáx
Dmín

dmín
Campo de tolerância

Em uma representação gráfica das tolerâncias, é o campo compreendido entre


as duas linhas, representando as dimensões máxima e mínima, é definido pela
magnitude da tolerância e sua posição relativa à linha zero.
Tolerância dimensional

Valor da variação permitida na dimensão de uma peça.


Em termos práticos é a diferença tolerada entre as dimensões máxima e
mínima de uma dimensão nominal. É aplicada na execução de peças em
série e possibilita a intercambiabilidade delas.

Medida nominal Medida com


tolerância
Representação das tolerâncias

As tolerâncias podem ser representadas por afastamentos ou pela norma


ISO adotada pela ABNT.

O sistema de tolerância ISO adotado pela ABNT, conhecido como sistema


internacional de tolerância, consiste numa série de princípios, regras e
tabelas que permitem a escolha racional de tolerâncias na produção de
peças.
Representação das tolerâncias

A unidade de medida para tolerância ISO é o micrômetro (µm=0,001mm).

A tolerância ISO é representada normalmente por uma letra e um numeral


colocados à direta da cota.

O sistema ISO prevê 28 campos representados por letras, sendo as maiúsculas


para furos e as minúsculas para eixos
Representação das tolerâncias

O ajuste é a condição ideal para fixação ou funcionamento entre peças


executadas dentro de um limite.

São determinados os acordos com a posição do campo de tolerância


Qualidade de trabalho

A qualidade de trabalho (grau de tolerância e acabamento das peças) varia de


acordo com a função que as peças desempenham nos conjuntos.

O sistema ISO estabelece dezoito qualidade de trabalho, que podem ser


adaptadas a qualquer tipo de produção mecânica.

Essas qualidades são designadas IT 01, IT 0, IT 1, IT 2...IT 16.


(I=ISO e T=tolerância).
IT x Processos de fabricação

IT
Furos e Eixos
Referências
▪ ABNT NBR 6158 – Sistema de tolerâncias e ajustes. 1995.

▪ ABNT NBR 6409 – Tolerâncias geométricas-Tolerâncias de forma,


orientação, posição e batimento. 1997.

▪ ABNT NBR 6173 – Definições dos termos técnicos usados na


norma de Tolerâncias e Ajustes (NBR 6158).

▪ AGOSTINHO, Oswaldo Luiz, et al. Tolerâncias, Ajustes, Desvios e


Análise de Dimensões. São Paulo: Edgard Blücher, 1977.

▪ NOVASKI, Olívio. Introdução à Engenharia de Fabricação


Mecânica. São Paulo: Edgard Blücher, 1994.

▪ Internet – Pesquisa (Google)


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