Agitação e Aeração - Bioprocessos
Agitação e Aeração - Bioprocessos
Agitação e Aeração - Bioprocessos
Centro de Engenharias
Departamento de Engenharia e Tecnologia
Curso de Engenharia Química
Funções da agitação:
✓ Homogeneizar as células e os substratos
sólidos do meio;
✓ Dispersar os gases no líquido (diminuir o
tamanho das bolhas melhorando a
transferência de oxigênio);
✓ Auxiliar na transferência de massa e
energia.
1. Agitação
Sistema de agitação
» O sistema de agitação consiste do agitador e das chicanas (usadas
para aumentar a turbulência e a eficiência de mistura).
1. Agitação
Tipos de agitação
aerado
mecânica
não-aerado
1. Agitação
Um fermentador típico.
» Um biorreator do tipo STR (reator de tanque agitado,
do inglês Stirred Tank Reactor) consiste em um vaso
cilíndrico sendo comuns relações entre a altura (H) e o
diâmetro (D) de 1:1, 2:1 ou 3:1.
» Normalmente é equipado com Chicanas (com largura
0,1D), utilizadas para evitar a formação de vórtice.
Um fermentador típico.
Para um biorreator equipado com chicanas e suprimento
de ar:
Valores
Razão OBS
Típicos
Depende do nível de espuma
Altura do líquido do reator e altura do
Ht/Hl ~ 0,7 - 0,8 produzido durante a
reator
fermentação
Reatores europeus tendem a
Altura do reator e diâmetro do tanque Ht/Dt ~1-2 ser mais altos que os
projetados nos EUA
Reatores com turb. Rushton
Diâmetro do impelidor e diâmetro do são geralmente 1/3 do
Da/Dt 1/3 – 1/2
tanque diâmetro do tanque. Os de
fluxo axial são maiores
Diâmetro das chicanas e diâmetro do
Db/Dt ~0,08 – 0,1
tanque
Altura da pá do impelidor e diâmetro do
W/Da 0,2
impelidor
Largura da pá do impelidor e diâmetro
L/Da 0,25
do impelidor
Distância média entre o impelidor e a
E/W 1
saída de gás e altura da pá
1. Agitação
Potência de agitação
𝜌 ⋅ 𝑁 ⋅ 𝐷𝑖
2
Re =
𝜇
2. Potência de agitação para processos
não aerados
Diagrama de Rushton para número de potência (Np) em função do
Re:
𝑁𝑝 = 5,0
𝐿𝑜𝑔𝑜:
1000𝐾𝑔
𝑃 = 5,0 × × 43 𝑠 −1 × 1,35 𝑚 = 1188 × 103 𝐾𝑔 𝑚2 𝑠 −3
𝑚3
𝑃 = 1188 𝑘𝑊
2. Potência de agitação para processos
não aerados
𝐻𝐿 − 2 ⋅ 𝐷𝑖 𝐻𝐿 − 𝐷𝑖
< número de impelidores <
𝐷𝑖 𝐷𝑖
𝐷𝑡 Τ𝐷𝑖 𝑆 ⋅ 𝐻𝐿 Τ𝐷𝑖 𝑆
𝑃𝑐 = 𝑃 ⋅ 𝑓𝑐 𝑓𝑐 =
𝐷𝑡 Τ𝐷𝑖 𝑅 ⋅ 𝐻𝐿 Τ𝐷𝑖 𝑅
1. Aeração
Lenta Rápida
• Bolhas pequenas irão circular por todo o reator e terão o seu tempo
Rápida de residência aumentado.
5. Influência das condições operacionais
na concentração de oxigênio dissolvido.
16
14
12
10
C (mgO2 / L)
0
-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
o
Temperatura ( C)
5. Influência das condições operacionais
na concentração de oxigênio dissolvido.
CS = H . pg
6. Conceitos de vvm e KLa
• A agitação do meio;
Desprezível
1 1
CS 𝑅= +
𝐾𝑔 𝐾𝐿
Coeficiente de transferência
de massa na película
gasosa estagnada.
Gás Coeficiente de transferência
de massa na película
líquida estagnada.
Líquido
7. Transferência de oxigênio - KLa
𝑔𝑟𝑎𝑑𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐶𝑆 − 𝐶)
𝑛𝑂2 = 𝑛𝑂2 =
𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 1
𝐾𝐿
Rearranjando:
𝑛𝑂2 = 𝐾𝐿 (𝐶𝑆 − 𝐶)
Onde:
𝑁𝑂2 = 𝑎 × 𝑛𝑂2
𝑁𝑂2 = 𝐾𝐿 𝑎(𝐶𝑆 − 𝐶)
Onde:
á𝑟𝑒𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑓𝑎𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎(𝑚2 )
𝑎=
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 (𝑚3 )
KLa = coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio (h-1)
7. Transferência de oxigênio - KLa
𝑑𝐶 𝑑𝐶
𝑁𝑂2 = e = 𝐾𝐿 𝑎(𝐶𝑆 − 𝐶)
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Observe que:
CS 𝑑CO2 1. Aumento da pressão de O2 na fase
𝑑𝑡 gasosa (enriquecimento do gás);
CO2 aumento do gradiente 𝐶𝑆 − 𝐶 .
Gás
2. Aumento na frequência de agitação;
maior rompimento e dispersão de
bolhas = aumento de “a”.
Líquido redução da espessura do filme
líquido = aumento de KLa.
7.1. Métodos para determinar KLa
Método do Sulfito
- Baseado na rápida oxidação de sulfito a sulfato na presença de O2.
- Pela estequiometria da reação:
Na2SO3 + ½ O2 Na2SO4
Método do Sulfito
- A variação da concentração de sulfito no meio ao longo do tempo
permite por estequiometria calcular kLa.
𝑁𝑂2
𝐾𝐿 𝑎 =
(𝐶𝑆 − 𝐶)
0,5 C Na 2 SO3
NO 2 =
t
Método Dinâmico
- Consiste em utilizar o sinal resposta de um eletrodo específico para a
medida da concentração de O2 em um meio líquido;
- Inicialmente, borbulha-se o líquido com nitrogênio, para eliminar todo o
oxigênio dissolvido, até que a sonda indique zero;
- A seguir inicia-se a aeração e agitação do meio e se registra o sinal da
sonda, que saíra do zero até atingir 100% de saturação;
𝑑𝐶
= 𝐾𝐿 𝑎 𝐶𝑆 − 𝐶
𝑑𝑡
𝐶
𝐿𝑛 1 − = −𝐾𝐿 𝑎 × 𝑡
𝐶𝑆
7.1. Métodos para determinar KLa
Tempo (s) 0 7 14 22 31 43 58 77
Cs = 7,7 mgO2/L
KL a = 0,0395 s-1
KL a = 142,2 h-1
8. Respiração microbiana
- Do Microrganismo;
- Composição do meio de cultura;
- Condições operacionais (pH, T, etc.).
𝐶𝑂2
𝑄𝑂2 = 𝑄𝑂2 𝑚á𝑥 ×
𝐾0 + 𝐶𝑂2
Onde:
1
𝑄𝑂2 = 𝑚 0 + µ𝑥
𝑌0
Onde:
𝑑𝐶
= 𝐾𝐿 𝑎 𝐶𝑆 − 𝐶 − 𝑄𝑂2 × 𝑋
𝑑𝑡
Atendendo as condições:
0 = 𝐾𝐿 𝑎 𝐶𝑆 − 𝐶 − 𝑄𝑂2 × 𝑋
𝑄𝑂2 × 𝑋
𝐾𝐿 𝑎 =
𝐶𝑆 − 𝐶
9. Análise conjunta da transferência e
consumo de O2
𝐶 = 𝐶0 − 𝑄𝑂2 𝑋(𝑡 − 𝑡0 )
9.1. Determinação de KLa e QO2 durante
o cultivo
Método Dinâmico
- Ao religar o sistema, a concentração de oxigênio volta a aumentar. O
valor de KLa é determinado nesta etapa.
𝑑𝐶
= 𝐾𝐿 𝑎 𝐶𝑆 − 𝐶 − 𝑄𝑂2 × 𝑋
𝑑𝑡
- Considerando que durante o
experimento C0 não varia:
𝑑𝐶0 𝑄𝑂2 × 𝑋
=0 :. 𝐾𝐿 𝑎 =
𝑑𝑡 𝐶𝑆 − 𝐶0
- Reorganizando:
𝑄𝑂2 × 𝑋
𝐶𝑆 = 𝐶0 +
𝐾𝐿 𝑎
9.1. Determinação de KLa e QO2 durante
o cultivo
Método Dinâmico
- O balanço de massa para o O2 no trecho ascendente será:
𝑑𝐶 𝑄𝑂2 ×𝑋
= 𝐾𝐿 𝑎 𝐶0 + − 𝐶 −𝑄𝑂2 × 𝑋
𝑑𝑡 𝐾𝐿 𝑎
- Resultando em:
𝑑𝐶
= 𝐾𝐿 𝑎 𝐶0 − 𝐶
𝑑𝑡
- Integrando a equação anterior do tempo em que se retoma a aeração
(t1) ao tempo t:
𝐶0 − 𝐶
𝐿𝑛 = −𝐾𝐿 𝑎 𝑡 − 𝑡1
𝐶0 − 𝐶1
9.1. Determinação de KLa e QO2 durante
o cultivo
Método Dinâmico
- Isolando C:
𝐶 = 𝐶0 − 𝐶0 − 𝐶1 𝑒 −𝐾𝐿 𝑎 𝑡−𝑡1
- Assim:
Método dinâmico
7
5
𝐶 = 𝐶0 − 𝐶0 − 𝐶1 𝑒 −𝐾𝐿𝑎 𝑡−𝑡1
𝐶 = 𝐶0 − 𝑄
4 𝑂 𝑋(𝑡 − 𝑡0 )
O2 (MG/L)
2
3
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
TEMPO (S)
(b) Por que, em processos com aeração, a potência requerida pelo agitador é
menor que a potência observada em um processo sem aeração?