BEVERNAGE Passeidade Do Passado
BEVERNAGE Passeidade Do Passado
BEVERNAGE Passeidade Do Passado
ARTIGO
‘A PASSEIDADE
DO PASSADO’
reflexões sobre a política da
historicização e a crise da
passeidade historicista
BERBER BEVERNAGE
Universidade de Gante
Gante | Bélgica
berber.bevernage@ugent.be
orcid.org/0000-0002-3201-3119
21
revista de teoria da história 24|1 2021
•
ARTICLE
‘THE PASTNESS
OF THE PAST’
reflections on the politics of
historicization and the crisis of
historicist pastness
BERBER BEVERNAGE
Ghent University
Ghent | Belgium
berber.bevernage@ugent.be
orcid.org/0000-0002-3201-3119
22
revista de teoria da história 24|1 2021
•
Nem toda relação com o passado é histórica per se. Somente depois
que o passado é preenchido com uma qualidade definida de
passeidade – e sua passeidade relacionada ao presente por meio de
uma operação cognitiva especial da consciência histórica – nós
podemos falar de uma relação com o passado “especificamente
histórica” (Rüsen 1997, 119-120)
INTRODUÇÃO
É bem sabido que a noção de passeidade do passado é uma ideia central
que sustenta a visão de mundo historicista.1 Essa ideia historicista da alteridade
ou da não-contemporaneidade do passado há muito parecia tão evidente que
dificilmente necessitava de qualquer explicação ou merecesse uma reflexão
teórica.
Recentemente, no entanto, a passeidade do passado se tornou uma
grande preocupação acadêmica e política. Contra o pano de fundo de uma
crescente atenção transnacional pela memória e pela injustiça histórica, muitos
comentadores notaram uma diluição da distinção entre passado e presente e uma
crise da passeidade historicista. De acordo com os comentadores mais
pessimistas, tal diluição ameaça o próprio sentido de um presente coletivamente
compartilhado ou o “Nós” contemporâneo e, por conseguinte, também a
capacidade de ação coletiva (progressista). Muitos, portanto, parecem
nostálgicos de uma noção mais clara sobre a passeidade historicista e apoiam sua
restauração. Eu proponho outra visão. Embora eu certamente não concorde que
podemos simplesmente nos livrar inteiramente da noção de passeidade do
passado, defendo um repensar radical. Tal repensar pode nos ajudar a nos
reengajar criticamente com o historicismo2 como uma prática que pode ser
emancipatória e também opressiva. Esse repensar pode também permitir uma
análise mais nuançada sobre alguns desafios políticos importantes, incluindo
aqueles relacionados à memória e a assim chamada política retrospectiva.3
23
revista de teoria da história 24|1 2021
•
A CRISE DA PASSEIDADE
Tornou-se comum entre historiadores, teóricos culturais e outros
estudiosos apontar que as relações com o tempo e a temporalidade ou os
“regimes de historicidade” (Hartog 2003) estão se transformando. Esses
comentadores observam com frequência mudanças radicais nas relações com o
passado culturalmente dominantes. Muitos observadores têm notado como o
passado alcançou uma forte presença em um amplo conjunto de esferas
societárias, abrangendo desde a política (internacional), o sistema de justiça, a
mídia de massa, a indústria do entretenimento e as artes.4 Segundo alguns desses
autores, o passado se tornou tão onipresente que ele ameaça de forma
fundamental a consciência histórica moderna e a própria noção historicista de
passeidade.
Já no início da década de 1990, Fredric Jameson afirmou que a “lógica
cultural” subjacente às sociedades pós-modernas produziu uma “crise na
historicidade”, pois o presente foi crescentemente “colonizado” pela nostalgia e
porque a história “real” foi sendo deslocada por meros efeitos estéticos de
“passeidade” e de “profundidade pseudo-histórica”, resultando em uma
experiência temporal altamente fragmentada e uma perda da capacidade do
4 Muito tem sido escrito, por exemplo, sobre o foco crescente do passado na esfera da política
nacional e internacional – seja na forma de uma crescente atenção por injustiças históricas,
desculpas históricas, ou políticas de reparação. Ver por exemplo: Torpey (2004); Gibney (2008);
Neumann e Thompson 2015. Outros autores escreveram sobre o apetite crescente por
patrimônio, “projetos-retrô” e a “musealização” generalizada da sociedade. Ver por exemplo:
De Groot 2008; Reynolds 2012; Lowenthal 1998. O crescente foco na passeidade também tem
sido observada nas instituições de arte que eram anteriormente consideradas como simbolizando
o “contemporâneo”. Ver por exemplo: Staff (2018); Ross (2012); Nield (2014).
24
revista de teoria da história 24|1 2021
•
5 Note que o próprio Jameson inclui os termos “real” e “passeidade” entre aspas.
25
revista de teoria da história 24|1 2021
•
26
revista de teoria da história 24|1 2021
•
É porque nós sempre já temos experiência daquilo que faz o presente não-
contemporâneo a si que nós podemos de fato historicizar. Assim, o que
permite os historiadores medievalistas a historicizar o medieval ou o
antigo é o próprio fato de esses mundos não serem nunca completamente
perdidos. É porque vivemos em nós temporais que podemos, por assim
dizer, empreender o exercício de desatar algumas partes do nó, por assim
dizer [...]. (Chakrabarty 1998, 24).
27
revista de teoria da história 24|1 2021
•
Passeidade e cronologia
28
revista de teoria da história 24|1 2021
•
29
revista de teoria da história 24|1 2021
•
30
revista de teoria da história 24|1 2021
•
31
revista de teoria da história 24|1 2021
•
16 Para uma reflexão mais elaborada sobre a dimensão performativa da ruptura historicista
32
revista de teoria da história 24|1 2021
•
mundo podem muito bem ser experimentadas como contemporâneas por outras
pessoas. A ascrição da passeidade, portanto, sempre pode ser contestada e
sempre envolve diferenças de poder. Michel de Certeau já havia entendido isso
quando argumentou que:
17 Para uma interessante análise construtivista de como sentidos de passeidade são muitas
vezes criados em torno de objetos arqueológicos e do patrimônio material, ver Holtorf (2013;
2017). Para uma análise muito precisa sobre a produção de sentidos sobre a passeidade e os
mecanismos de “envelhecimento” estético (“mécanismes de vieillissement”) no campo literário, ver
Casanova 2010. Para uma reflexão interessante sobre as relações entre passeidade e noções
culturais de autenticidade, ver Robinson (2010).
18 Expressão da introdução de Hughes; Trautmann (1995, 1).
33
revista de teoria da história 24|1 2021
•
CONCLUSÃO
Este artigo resulta de um paper escrito para uma conferência ocorrida no
Museu Garage em Moscou entre 26 e 27 de outubro de 2018, que girava em
torno da questão central: “A que tempo nós pertencemos?”. Esta é uma questão
muito importante e que nunca perde sua urgência crítica. Contudo, ela deve ser
tratada como o necessário cuidado, e certa resistência intelectual é apropriada. A
resposta à questão depende muito, é claro, do que se quer dizer com “Nós”. Em
vez de tentar responder à questão de forma descritiva, eu decidi refletir sobre
como os conceitos de tempo histórico influenciam as conceitualizações do
“Nós” e quem é incluído ou excluído.
Claramente, ao ler a questão pela primeira vez, eu intuitivamente pensei
em um “Nós” sincrônico: nós que somos “agora”, parte “do contemporâneo”.
Contudo, é claro que outros “Nós” [We’s] mais diacrônicos poderiam ser
imaginados e que atribuiriam experiências, compromissos e solidariedades
compartilhadas entre pessoas vivendo em épocas distintas. Eu acredito que uma
importante razão pela qual eu pensei intuitivamente em um Nós sincrônico em
vez de diacrônico é a ideia historicista profundamente enraizada de uma radical
“alteridade” diacrônica; em outras palavras, a noção de passeidade do passado.
“O que, afinal, estamos fazendo quando historicizamos”, como Jennifer
Fleissner pergunta retoricamente, “se não afirmar, sobretudo, a passeidade do
passado – sua incapacidade de responder à posição do presente que o organiza?”
(Fleissner 2013, 702).
34
revista de teoria da história 24|1 2021
•
REFERÊNCIAS
AGAMBEN, Giorgio. What is the Contemporary? In: What is an apparatus? And other
essays. Stanford: Stanford University Press, 2009, pp. 39–54.
ALEXANDER, Michelle. The New Jim Crow: Mass Incarceration in the Age of
Colorblindness. New York: The New Press, 2012.
APTER, Emily. Rethinking Periodization for the ‘Now-Time’. In: Brozgal, Lia; Kippur,
Sara (orgs.). Being Contemporary: French Literature, Culture and Politics Today.
Liverpool: Liverpool University Press, 2017, p. 29-42.
BEVERNAGE, Berber. Caminhos para a teoria da história: filosofia das historicidades e a
questão da justiça histórica. Trad. Walderez Ramalho. Vitória: Editora Milfontes,
2020.
BEVERNAGE, Berber. Tales of pastness and contemporaneity: on the politics of time
in history and anthropology. Rethinking History, v. 20 n. 3, p. 352-374, 2016.
BEVERNAGE, Berber. The past is evil/evil is past: On retrospective politics,
philosophy of history and temporal Manichaeism. History and Theory, v. 54, n. 3, p.
333-352, 2015.
BEVERNAGE, Berber. History, memory and state-sponsored violence. New York: Routledge,
2012.
BEVERNAGE, Berber. Writing the past out of the present. History and Politics of
Time in Transitional Justice. History Workshop Journal, v. 69, p. 111-131, 2010.
BROZGAL, Lia; KIPPUR, Sara (orgs.). Being Contemporary: French Literature, Culture
and Politics Today. Liverpool: Liverpool University Press, 2017.
CASANOVA, Pascale. Le méridien de Greenwich : réflexions sur le temps de la
littérature. In: Ruffel, Lionel (org.). Qu’est Ce Que Le Contemporain, Nantes: Cécile
Defaut, 2010, p. 113-146.
CHAKRABARTY, Dipesh. Minority histories, subaltern pasts. Postcolonial Studies, v. 1,
n. 1, p. 15-29, 1998.
35
revista de teoria da história 24|1 2021
•
36
revista de teoria da história 24|1 2021
•
HUYSSEN, Andreas. Present Pasts: Urban Palimpsests and the Politics of Memory.
Stanford: Stanford University Press, 2003.
HYDE, Emily; WASSERMAN, Sarah. The Contemporary. Literature Compass, v. 14 n.
9, 2017.
INSKO, Jeffrey. The Prehistory of Posthistoricism. In: DUNN, Allen; HADDOX,
Thomas (orgs.). The Limits of Literary Historicism. Knoxville: University of Tennessee
Press, 2012, p. 105-123.
JAMESON, Fredric. Postmodernism: Or, the Cultural Logic of Late Capitalism. London:
Verso Books, 1992.
JORDHEIM, Helge. Introduction: Multiple times and the work of synchronization.
History and Theory, n. 53 p. 498-518, 2014.
JORDHEIM, Helge. Against Periodization: Koselleck’s Theory of Multiple
Temporalities. History and Theory, v. 51, p. 151-171, 2012.
LAGROU, Pieter. De l’histoire du temps présent à l’histoire des autres. Comment une
discipline critique devint complaisante. Vingtième Siècle. Revue d'histoire, v. 118, p. 101-
119, 2013.
LAMBEK, Michael. The Sakalava Poiesis of History: Realizing the Past Through Spirit
Possession in Madagascar. American Ethnologist, v. 25 n. 2, p. 106-127, 1998.
LOWENTHAL, David. The Heritage Crusade and the Spoils of History. Cambridge:
Cambridge University Press, 1998.
LUCAS, Gavin. Archaeology and Contemporaneity. Archaeological Dialogues, v. 22, n. 1,
p. 1-15, 2015.
LUCKHURST, Roger; MARKS; Peter (orgs.). Literature and The Contemporary: Fictions
and Theories of the Present. New York, Routledge, 2014.
MAIER, Charles. A Surfeit of Memory? Reflections on History, Melancholy, and
Denial. History and Memory, n. 5, p. 1936-1951, 1993.
MANN, Thomas. The Magic Mountain. London: Vintage Books, 1999.
MANNHEIM, Karl. Historicism. In: KECSKEMETI, Paul (org.) Essays on the Sociology
of Knowledge. New York: Oxford University Press, 1952, p. 84-133.
MARTIN, Theodore. Contemporary Drift: Genre, Historicism, and the Problem of the
Present. New York: Columbia University Press, 2017.
MEIER, Christian. From Athens to Auschwitz: The Uses of History. Cambridge: Harvard
University Press, 2005.
NANCY, Jean-Luc; SCHUBACK, Marcia Sá Cavalcante. History, Today. Philosophy
Today, v. 60, n. 4, 2016.
NEUMANN, Klaus; THOMPSON, Janna (orgs.) Historical Justice and Memory. Madison:
University of Wisconsin Press, 2015.
NEUSNER, Jacob. Paradigmatic versus Historical Thinking: The Case of Rabbinic
Judaism. History and Theory, v, 36, n. 3, p. 353-377, 1997.
NIELD, Sophie. Past Imperfect, Future Tense: On History as Discarded Practice. In:
BLAZEVIC, Marin; FELDMAN, Lada Cale. MISperformance: Essays in Shifting
Perspectives Ljubljana: Maska, 2014, p. 69-78.
NOUDELMANN, François. Le contemporain sans époque, une affaire de rythmes. In:
RUFFEL, Lionel (org.). Qu’est Ce Que Le Contemporain. Nantes: Cécile Defaut, 2010,
p. 59-75.
OSBORNE, Peter. Anywhere or Not at All: Philosophy of Contemporary Art. London:
Verso, 2013a.
OSBORNE, Peter. Global Modernity and the Contemporary: Two Categories of the
Philosophy of Historical Time. In: LORENZ, Chris; BEVERNAGE, Berber
(orgs.). Breaking up Time: Negotiating the Borders between Present, past and Future.
Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 2013b, pp. 69-84.
37
revista de teoria da história 24|1 2021
•
PALMIÉ, Stephan. The Trouble with History. Small Axe, v. 17, n. 3, p. 193–202, 2013a.
PALMIÉ, Stephan. Historicist knowledge and its conditions of impossibility. In:
BLANES, Ruy; ESPÍRITO SANTO, Diana (orgs.) The social life of spirits. Chicago:
The University of Chicago Press, 2013b, pp. 218-239.
PALMIÉ, Stephan. Slavery, Historicism, and the Poverty of Memorialization. In:
RADSTONE, Susannah; SCHWARZ, Bill (orgs.). Memory: Histories, Theories, Debates.
New York: Fordham University Press, 2010, p. 363–375.
PALMIÉ, Stephan; STEWART, Charles. (orgs.). The Varieties of Historical Experience.
New York: Routledge, 2019.
PITTS JR., Leonard. Brutish goals of Jim Crow never died. Miami Herald, 6 out. 2012.
Disponível em: https://www.miamiherald.com/opinion/opn-columns-
blogs/leonard-pitts-jr/article1943352.html. Acesso em: 28 jan. 2020.
RANCIÈRE, Jacques. In what time do we live? Política común, n. 4, 2013.
REYNOLDS, Simon. Retromania: Pop Culture’s Addiction to Its Own Past. London:
Faber & Faber, 2012.
ROBINSON, Emily. Authenticity in the Archive: Historical Encounters with
“Pastness”.’ In: GRAULUND, Rune (org.). Desperately Seeking Authenticity: An
Interdisciplinary Approach. Copenhagen: University of Copenhagen, 2010, pp. 13–
28.
ROSS, Christine. The Past Is the Present; It’s the Future Too: The Temporal Turn in
Contemporary Art. New York: Bloomsbury Academic, 2012.
ROUSSO, Henry. Coping with contemporariness. In: Brozgal, Lia; Kippur, Sara (orgs.).
Being Contemporary: French Literature, Culture and Politics Today. Liverpool:
Liverpool University Press, 2017, pp. 15-28.
RUFFEL, Lionel (org.). Qu’est Ce Que Le Contemporain. Nantes: Cécile Defaut, 2010.
RÜSEN, Jörn. The Logic of Historicization. History and Memory, v. 9, n. 1/2, p. 113-144,
1997.
SAMUEL, Raphael. Theatres of Memory: Past and Present in contemporary culture. Vol.1
London: Verso, 1994.
SCHÄFER, Wolf. Global history and the present time. In: LYTH, Peter; TRISCHLER,
Helmut (orgs.). Wiring Prometheus: Globalisation, History and Technology.
Langelandsgade: Aarhus University Press, 2004, p. 103-125.
SCHIFFMAN, Zachary S. The Birth of the past. Baltimore: Johns Hopkins University
Press, 2011.
SCHUTZ, Alfred. The Phenomenology of the Social World. Evanston: Northwestern
University Press, 1967.
SHARMA, Tej Ram. Research Methodology In History. New Delhi: Concept Publishing
Company, 2001.
SMITH, Terry. Contemporary Art and Contemporaneity. Critical Inquiry v. 32, n. 4, p.
681-707, 2006.
STAFF, Craig. Retroactivity and Contemporary Art. New York: Bloomsbury Publishing,
2018.
SUZMAN, James. Hunting for Histories: rethinking historicity in the Western Kalahari.
In: BARNARD, Alan (org.). Hunter-Gatherers in history, archaeology and anthropology.
Oxford: Berg, 2004, p. 201-216.
THOMAS, Peter. The Plural Temporalities of Hegemony. Rethinking Marxism v. 29, n.
2, p. 281-302, 2017.
TISCHLEDER, Babette; WASSERMAN, Sarah (orgs.). Cultures of Obsolescence: History,
Materiality, and the Digital Age. New York: Springer, 2015.
TORPEY, John. Making whole what has been smashed: On reparations politics. Cambrdige,
MA: Harvard University Press, 2006.
38
revista de teoria da história 24|1 2021
•
TORPEY, John. Politics and the Past: On Repairing Historical Injustices. Rowman &
Littlefield Publishers, 2004.
TRAISTER, Rebecca. Our Racist History Isn't Back to Haunt Us. It Never Left Us.
The New Republic, 19 jun. 2015. Disponível em:
https://newrepublic.com/article/122073/our-racial-history-isnt-back-haunt-us-it-
never-left-us. Aceeso em: 28 jan. 2020.
TROUILLOT, Michel-Rolph. Silencing the Past: Power and the Production of History.
Boston: Beacon Press, 1997.
VALDERRAMA, Miguel (org.), ¿Qué es lo contemporáneo?: actualidad, tiempo, histórico,
utopías del presente. Santiago de Chile: Universidad Finis Terrae, 2011.
VAN DE MIEROOP, Kenan. Historical presents: A study of the debates around
reparations from slavery in the United States and France, the Post-Racial era and
the Age of Commemoration. Ghent University, 2016. (tese de doutorado não
publicada).
WOLFART, Johannes. The Rise of Historical Consciousness. Religion Compass, v. 3, n.
1, p. 86-98, 2009.
YERUSHALMI, Yosef Hayim. Zakhor. Jewish History and Jewish memory. Seattle,
University of Washington Press, 2002.
‘A passeidade do Passado’
Reflexões sobre a política da historicização e a crise da passeidade historicista
artigo recebido em 01/03/2021 • aceito em 01/06/2021.
DOI | doi.org/10.5216/rth.v24i1.69673
Revista de Teoria da História | issn 2175-5892
39