Capoeira Regional
Capoeira Regional
Capoeira Regional
Algumas Informações
Capoeira Regional, Luta Regional Baiana ou simplesmente Regional são os nomes que
designam a capoeira (re)inventada pelo Mestre Bimba.
A Capoeira Regional, criada entre o final da década de 20 e inicio da de 30, do século passado,
não se caracterizou, exclusivamente, como uma nova forma de jogar capoeira, mas teve
implicações de outras ordens. Modificou os modos de relacionamento da capoeira com
sociedade que a reprimia, ganhou proteção jurídica, estendeu as possibilidades para a sua
pratica, penetrando em espaços sociais solidificados (academia, escolas, clubes sociais,
quartéis, palácios.....); estabeleceu a capoeira como um oficio, podendo ser praticada com
dignidade profissional através da comercialização da suas atividades (aulas, shows,
apresentações); deu "rigor pedagógico" ao seu ensino, criando um sistema para sua
transmissão e um método de ensino.
Método de ensino
O Mestre Bimba introduziu uma nova forma de ensino da capoeira, criando um método que
permitia que a mesma pudesse se ensinada a vários alunos ao mesmo tempo, seguindo um
plano pedagógico:
- Aulas
- Turmas
- Horários determinados
- Lições
- Treinamentos específicos
- Avaliações
- Formatura
- Especializações
O aprendizado da ginga – O mestre pegava nas mãos do aluno e através dela se iniciava o
aprendizado, a transmissão da capoeira, ensinando a ginga, movimento fundamental da
capoeira, sem o qual ela não existe. De mão em mão, dessa forma a Regional preservou esta
forma de passagem da capoeira como pratica artesanal, De mão em mão um ato de
compromisso com a sua existência.
A Seqüência do Mestre Bimba – Oito series de golpes e contra golpes combinados, feitos em
parceria, que devem ser praticados todos os dias de aula. " A seqüência é o ABC da Capoeira
Regional." Ela facilita e agiliza o aprendizado. Os golpes e movimentos nela treinados, são os
mais usuais na roda de capoeira. Na sua composição o Mestre levou em consideração os
aspectos mais importantes e valorizados da natureza da capoeira- jogar em cima e em baixo,
reflexo, entrar nos golpes do adversário contra atacando, todos golpes saindo da ginga,
cadenciamento...
Entrar no aço - Termo em que o Mestre Bimba assinalava como à entrada do calouro na
roda. O Aço era referencia ao arame sonoro do berimbau. Era o batismo, quando o calouro
jogava com um veterano, que a partir de então seria o seu padrinho.
A entrada na roda é feita quando o aluno já sabe executar uma parte da seqüência.
A Roda – A Regional, assim como os velhos mestres da Bahia, valorizaram a roda como um
dos mais importantes meios de aprendizado. Nas academias de Capoeira Regional, todas as
aulas devem terminar com uma roda, Na academia do Mestre Bimba, as aulas terminavam
com os alunos jogando ao som do berimbau, instrumento indispensável para o jogo da
Regional. "Sem berimbau a capoeira tem outro andamento" dizia Bimba, era andamento
para outras situações que dispensavam o berimbau, como uma situação de confusões, brigas
de rua.., ou seja onde não se configura o ambiente de camaradagem dos capoeiras.
Treinamento de golpes. Pode ser feito em parceria, ou com o uso de cadeira, banco, balisa ....
É preciso cuidado para evitar que os golpes deixem de sai ginga e, no caso de treinamento
isolado, não se deve perder o sentido de jogo de dupla da capoeira.
Esquenta banho – Bumba-meu-boi – Podem ser feitos após as aulas, valendo um jogo mais
duro, sem acompanhamento do berimbau, podendo no caso do bumba-meu-boi, o aluno
enfrentar mais de um ao mesmo tempo. Era um treinamento para situações que pudessem
os capoeiristas se deparar, em caso de briga. O esquenta banho "originou-se em virtude da
Academia do Mestre Bimba possuir apenas um banheiro tendo assim os alunos de tomar
banho um de cada vez, como ficar parado esfriava, os alunos ficavam esquentando para o
banho.
Formatura – Na academia do Mestre Bimba, era a complementação do curso primário,
segundo ele. Isto se dava quando o aluno tinha domínio sobre os movimentos da seqüência,
aplicava com desenvoltura os balões e jogava muito bem na roda. Segundo o Mestre era a
partir de então que ele começava realmente a ser capoeirista, quando começava a aprofundar
o seu conhecimento, descobrir os truques.
Aprendizado musical – O mestre Bimba atribuiu tanta importância a este aspecto, que
graduou como mestre, mestre xarangueiro, aquele aluno que alem de saber jogar, também
sabia tocar berimbau, pandeiro e sabia cantar.
A Xaranga
Geralmente são citados os seguintes toques de berimbau da Capoeira Regional: São Bento
Grande, Cavalaria, Banguela, Santa Maria, Iúna, Idalina e Amazonas. O Mestre Bimba fez
uma referencia ao toque Samango e estabeleceu o “Panha Laranja no Chão Tico-Tico” como
o hino da Capoeira Regional.
Os Corridos são cantados quando os capoeiristas estão jogando. Os Corridos são curtos, com
letras facilmente assimiláveis, contendo refrões. Muitos delas provenientes de outras
manifestações como o samba, o candomblé de caboclo e de pregões de vendedores ambulantes.
Referem-se a aspectos da vida cotidiana ou a temas de domínio publico. A base rítmica e
melódica é também de domínio público, popular, formas tribais de fácil reconhecimento.
Os Corridos devem ser repetidos algumas vezes, no sentido de dar clima para o maior
envolvimento dos jogadores.
As musicas de Capoeira são soladas por um cantador e respondidas pelo coro formado por
capoeiristas e assistentes.
O Coro e as palmas são também processos de integração dos assistentes a função, na qual eles
estão presentes.