Alienação Parental - Beatriz de Souza

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A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO JURÍDICO NO


CONTEXTO DA ALIENAÇÃO PARENTAL

THE MATTER OF JUDICIAL PSYCHOLOGIST’S PERFORMANCE


IN THE CONTEXT OF PARENTAL ALIENATION

Beatriz de Souza Chefer*


Flora Duarte Raymundo Raduy**
Thais Ghisi Mehl***

Resumo
Atualmente, estima-se que milhões de crianças e adolescentes sofram com alienação parental
no Brasil. A alienação parental é comum e corriqueira, presenciada cotidianamente por muitas
pessoas, e pode ser entendida como a prática de um genitor desmoralizar o outro através da
indução da criança para a rejeição do mesmo sem justificativa plausível, afastando-o do
convívio com o filho. O presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica sobre a
importância da atuação do psicólogo jurídico neste contexto, enfatizando a Lei Federal nº
12.318/2010, que dispõe sobre a alienação parental, bem como as resoluções do Conselho
Federal de Psicologia. A partir da literatura e dos demais materiais analisados, foi possível
constatar que o psicólogo é fundamental nestes casos através de três formas de atuação:
perícia e avaliação psicológica, mediação e acompanhamento psicológico. Esta importância se
estabelece, principalmente, pela alienação parental se caracterizar como uma forma de
violência psicológica que envolve situações complexas e camufladas na instituição familiar.
Palavras-chave: Psicologia; prática; violência doméstica.

Abstract
Nowadays, it is estimated that millions of children and adolescents are suffering from parental
alienation in Brazil. The parental alienation is common and usual, attended daily by many
people, and can be understood as the practice of a parent demoralize the other by inducing the
child to reject it without plausible justification, away from the contact with the child. This article is
a bibliographic research on the importance of the legal psychologist work in the context,
emphasizing the Federal Law n 12.318/2010, wich provides for parental alienation. From the
literature and the material analyzed, it was possible to show that the psychologist is
fundamental in these cases with three types of action: forensics and psychological evaluation,
mediation and psychological monitoring. This importance is established firstly, by parental
alienation be characterized as a form of psychological violence involving complex and
camuflaged situations in the family instituition.
Keywords: Psychology; practice; domestic violence.

* Psicóloga com Especialização em Terapia Cognitiva Comportamental Faculdade Anglo


Americano (FAA) e-mail biachefer@hotmail.com.
** Psicóloga da Faculdade Anglo Americano (FAA) e-mail flora.raymundo@gmail.com.
*** Psicóloga, especialista em Psicologia Jurídica pela Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUC-PR), professora adjunta no curso de Psicologia da Faculdade Anglo
Americano (FAA) e-maill tghisi@hotmail.com.

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Revista Orbis Latina, vol.6, nº2, Foz do Iguaçu/ PR (Brasil), Julho-Dezembro de 2016. ISSN: 2237-6976
Disponível no website https://revistas.unila.edu.br/index.php/orbis e ou https://sites.google.com/site/orbislatina/
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Introdução

A Psicologia Jurídica é uma das ramificações da Psicologia que oferece


um leque de oportunidades para a atuação do psicólogo. Este profissional está
inserido nas Varas Criminais, da Infância e Juventude, na Justiça do Trabalho
e, entre outras, nas Varas de Família, onde são tratados os casos de violência,
abandono, separação conjugal, disputa de guarda, regulamentação de visita e,
recentemente, os casos de alienação parental – foco da presente pesquisa.
Entende-se por alienação parental o contexto em que a mãe ou o pai
manipula o filho para que este rompa seus laços afetivos com o outro genitor,
afastando este filho de convívio com ele, sem que haja motivos significativos
para subsidiar sua atitude (Silva, 2009).
Segundo o Dr. Júlio Cesar Rosa (2012), especialista em alienação
parental, em artigo publicado no site da Associação Brasileira Criança Feliz
[ABCF], estima-se que 16 milhões de crianças e adolescentes sejam vítimas de
alienação parental no Brasil, sendo esta uma prática muito comum no cotidiano
de diversas famílias, podendo acarretar problemas psicológicos relevantes na
adolescência e na fase adulta.
Recentemente, no ano de 2010, foi promulgada a Lei Federal Nº 12.318,
de 26 de agosto de 2010, que dispõe sobre a alienação parental. Nesta, revela-
se a importância da perícia psicológica e, dependendo do caso, do
acompanhamento psicológico, ou seja, da participação ativa do profissional
psicólogo na detecção e no trato desta prática.
A partir das considerações realizadas, percebe-se a importância da
pesquisa sobre a atuação do psicólogo jurídico neste contexto, por ser uma
prática recente e também por atingir nacionalmente milhões de crianças.
Portanto, o presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica que teve por
objetivo descrever sobre a importância da atuação do psicólogo jurídico no
contexto da alienação parental, através da caracterização deste fenômeno com
conceitos e definições, forma como ocorre, sintomas e possíveis danos
causados às vítimas desta prática. Ainda, objetivou-se investigar e descrever
sobre as possibilidades de atuação do psicólogo neste universo.

1 Alienação Parental

O termo alienação parental surgiu em 1985, através do psiquiatra


forense norte-americano Richard Alan Gardner, com a função de denominar a
prática de campanha de difamatória de um genitor sobre o outro, envolvendo o
filho em situações conflitivas (Brockhousen, 2012; Silva, 2009; Serafim e Saffi,
2012). De acordo com Rocha (2012, p. 60), trata-se de um problema antigo,
“uma maldade disfarçada pelo sentimento de amor e dos cuidados parentais”.
Atualmente, vários autores definem alienação parental. Segundo Dias
(2008), citado por Associação de Pais e Mães Separados [APASE] (2008), a

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alienação parental consiste na prática de um genitor desmoralizar o outro, com
intuito de que o filho passe a odiá-lo. Para Silva (2009), baseia-se na indução
da criança para a rejeição de um dos genitores sem justificativa plausível.
Ainda, conforme Brockhausen (2012), pode ser definida como a intervenção de
um dos pais para que o filho renuncie o outro.
A advogada Ana Brusolo Gerbase (2010), especialista em mediação de
conflitos, aponta que a alienação parental é a prática do pai ou da mãe em
afastar o outro da vida da criança, usando esta, entre outras formas, como
instrumento de vingança, e que a ocorrência desta prática é mais comum nos
casos de separação conjugal. Na mesma linha de pensamento, Brockhausen
(2012) e Serafim e Saffi (2012) concordam que a maioria dos casos ocorre
após o processo da dissolução conjugal seguido da disputa de guarda dos
filhos.
Para Rocha (2012) e Brockhausen (2012), a alienação parental é
comum e corriqueira, presenciada por muitas pessoas, sejam elas profissionais
que atuam neste contexto ou não. Além disso, é uma questão que vem sendo
analisada como uma forma de violência psicológica. Entendendo a alienação
parental como uma forma de violência psicológica e emocional, podendo ainda
ser classificada como uma forma de violência doméstica, cabe conceituar estes
pontos.
Os tipos mais frequentes de violência contra crianças e adolescentes
são a violência física, a violência sexual, a violência psicológica ou emocional e
a negligência, ou de privações ou descuido. Estas diversas formas de maus
tratos podem ocorrer em diversos contextos. Porém, como afirma Santos
(1991), ocorrem com muita frequência no ambiente familiar, pelos próprios pais
ou responsáveis.
Dados de 2010, publicados no livro Retratos dos Direitos da Criança e
do Adolescente no Brasil: Pesquisa de Narrativas Sobre a Aplicação do ECA,
demonstraram que das 1.276 histórias classificadas como exemplos de
violação de direitos, 36% referem-se à violência psicológica (Fischer &
Schoenmaker, 2010).
A alienação parental, foco do presente artigo, vista como violência
psicológica, pode ser conceituada como tal sendo uma forma de interferência
negativa do adulto ou de pessoas mais velhas sobre a competência social da
criança, conformando um padrão de comportamento destrutivo (Marques,
1994). Para a Organização Mundial de Saúde [OMS] (2003), este tipo de
violência ocorre quando o responsável ignora as condições apropriadas para a
saúde emocional e para o desenvolvimento da criança, podendo incluir
ameaças e intimidações.
Em outra definição, pode ser entendida como o conjunto de atitudes,
palavras e ações dirigidas para envergonhar, censurar e pressionar a criança
de forma permanente. Caracteriza-se por ameaças, humilhações, gritos,
injúrias, privação de amor, rejeição etc. Inclui, segundo Day et al. (2003), toda
ação ou omissão que causa ou visa causar dano à autoestima, à identidade e

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ao desenvolvimento do ser humano.
Ballone e Ortolani (2003) afirmam que esta modalidade de violência
ocorre quando os adultos usam ameaças ou estratégias semelhantes para
exigir que a criança obedeça a um comando, depreciando-as, ou quando lhes
negam afeto.
A caracterização da alienação parental como violência doméstica, por
sua vez, é entendida como um fenômeno complexo, de múltiplas causas e de
difícil definição. É um problema mundial que atinge milhares de crianças e
adolescentes. Para Ballone e Ortolani (2003) e Santos (1991), trata-se de um
problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer nenhum nível
social, econômico, religioso ou cultural específico.
A violência doméstica pode ser conceituada como toda a ação ou
omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a
liberdade e o direito pleno ao desenvolvimento de um membro da família. Pode
ser cometida dentro e fora de casa, por qualquer integrante da família, que
esteja em relação de poder com a pessoa agredida. Inclui também as pessoas
que estão exercendo a função de pai ou mãe, mesmo sem laços de sangue
(Day et al., 2003).
Para Hirschheimer e Waksman (2011), a violência doméstica deve ainda
ser reconhecida como uma enfermidade, encontrada na Classificação
Internacional de Doenças (CID), a exemplo do abuso psicológico, cuja
classificação é T74.3.
Segundo Day et al. (2003), a violência psicológica ou emocional
doméstica contra crianças e adolescentes é uma forma de violência que não
deixa marcas visíveis, mas que pode comprometer o desenvolvimento mental e
psicológico da criança ou adolescente vitimizado. É difícil de ser percebida e
diagnosticada, tanto a nível institucional e até mesmo pelo agressor ou pela
própria vítima. Por isso, ocorre repetidamente no cotidiano da família. Segundo
Brockhausen (2012), é uma situação que envolve questões complexas,
justificando a introdução de uma definição jurídica acerca do termo em
questão. Cabe ressaltar que o Brasil é único país do mundo que possui uma lei
específica para a alienação parental.
Em agosto do ano de 2010, foi promulgada a Lei Federal nº
12.318/2010, que dispõe sobre a alienação parental. Em seu Art. 2º, considera
a alienação parental como sendo o ato de interferência na formação
psicológica dos filhos, provocado por um dos genitores. A lei ainda prevê que
esta prática ausenta a criança alienada do seu direito fundamental de
convivência familiar saudável, constituindo como uma forma de abuso moral e
o não cumprimento dos deveres relacionados ao poder familiar.
Denomina-se alienador o genitor que prática a ação. Já os alienados
referem-se ao genitor que sofre a ação e aos filhos que, a partir desta vivência,
podem adquirir sequelas emocionais e comportamentais (Silva, 2009; Serafim
e Saffi, 2012).

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Silva (2009) e Rocha (2012) apontam que Gardner (1985) descreveu
esta ação em três níveis de instauração. No nível leve, as campanhas de
difamação e de desmoralização do outro genitor são mais brandas e discretas,
no sentido de prejudicarem a imagem do mesmo, porém o filho ainda quer
manter contato com ele. Já no grau médio, a criança entra em um conflito de
sentimentos, ou seja, ama o genitor alienado, mas procura evitar contato com
ele para não desgostar o genitor alienador; neste ponto, os laços afetivos já
não estão mais sadios. O nível grave, por sua vez, se estabelece quando o
filho rejeita e odeia o genitor alienado e busca cortar totalmente o vínculo com
o mesmo; aparecem os comportamentos violentos por parte da criança ou do
adolescente; os laços com o alienador parecem estar fortes e maciços,
enquanto que os laços com o genitor alienado parecem ter desaparecido.
Neste último nível, os filhos alienados são incapazes de demonstrar culpa ou
remorso em relação às suas atitudes depreciativas para com o genitor
alienado.
Segundo Serafim e Saffi (2012) e a Lei Nº 12.318/2010, são formas de
alienação parental: realização de campanhas de difamação e desqualificação
da conduta de um dos genitores; criação de dificuldade ou impedimentos tanto
no exercício da autoridade parental como no contato com o filho; omissão de
informações relevantes sobre o filho; mudança de domicílio para outros bairros
ou cidades com intuito de dificultar a convivência do filho com o pai alienado;
apresentação de falsas denúncias contra o genitor alienado, estendendo-se a
seus familiares.
A questão das falsas denúncias, conforme Rocha (2012), remete a um
tipo de acusação gravíssima, porém muito comum: o abuso sexual. Para a
autora, as consequências psicológicas na criança são perigosas:

(...) ela é convencida da existência de “fatos” e induzida a repetir a


história na Delegacia, no Conselho Tutelar, para o advogado do
alienador, para os psicólogos e outros profissionais. Após essa
repetição sistemática de tais “fatos”, a criança passa a acreditar
nesses relatos, gerando assim o que chamamos de falsas memórias
(p. 63).

A prática da alienação parental, de acordo com Serafim e Saffi (2012),


pode ter vários tipos de motivação, entre elas, a solidão decorrente de
dissolução conjugal, o interesse financeiro ou a vingança. Para Rocha (2012), o
genitor alienador pode ser uma pessoa frágil em termos de emoção, pode não
ter aceitado o divórcio e nutre sentimentos de rejeição e vingança, utilizando os
filhos como instrumentos de punição ao genitor alienado.
Conforme Brockhausen (2012, p. 16), “as situações de famílias com
dinâmicas alienadoras apresentam níveis pronunciados de violência desde
psicológicas até físicas, entre todos os envolvidos, inclusive as crianças”.
Segundo Serafim e Saffi (2012, p. 93), os efeitos da prática da alienação
parental são devastadores, gerando “enorme perda emocional, ansiedade,

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tensão, agressividade, depressão e doenças psicossomáticas”. Em
concordância, Rocha (2012) afirma que entre as possíveis consequências na
infância e na adolescência, encontram-se doenças psicossomáticas, depressão
ansiedade, nervosismo e agressividade. Já na fase adulta, pode resultar em
transtornos de personalidade, desorganização mental, insegurança, baixa
autoestima, tendência ao abuso de álcool e outras drogas, chegando até a
probabilidade de uma tendência suicida.
Por ser a alienação parental uma prática de difícil identificação, o juiz,
diante da suspeita de sua ocorrência, pode solicitar uma perícia psicológica
para confirmação. Esta ação está descrita no Art. 5º da Lei nº 12.318/2010.
Ao propor esta participação efetiva do psicólogo, a referida lei abre
novos caminhos para a prática profissional, ou seja, cada vez mais as
problemáticas da sociedade moderna demandam a atuação da psicologia
(Brockhausen, 2012).

2 O psicólogo jurídico e a alienação parental

A psicologia jurídica começou a ser praticada junto com o


reconhecimento da profissão ocorrido em 1962, através da Lei nº 4.119/1962,
que dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a
profissão de psicólogo. Porém, a atuação do psicólogo jurídico iniciou-se de
modo informal, com trabalhos voluntários. As primeiras demandas voltaram-se
para a elaboração de psicodiagnósticos com a finalidade de orientar os
operadores do Direito (Lago, Amato, Teixeira, Rovinski e Bandeira, 2009)
Em relação aos locais de atuação, a jornada do psicólogo iniciou-se nas
Varas Criminais, seguidas dos sistemas de Justiça Juvenil. Segundo Lago et al.
(2009, p. 485), “nos últimos dez anos a demanda pelo trabalho do psicólogo em
áreas como Direito da Família (...) vem tomando forças”.
Neste contexto, é possível constatar que a atuação do psicólogo ocorre
nos assuntos relacionados à adoção, tutela, dissolução conjugal, disputa de
guarda de filhos, regulamentação de visitas e, por fim, aos casos de alienação
parental (Serafim e Saffi, 2012).
Cabe apontar que o psicólogo jurídico pode ser entendido como o
profissional que trabalha com questões relacionadas ao Sistema de Justiça,
podendo ser um profissional com vínculo empregatício nas instâncias judiciais
ou que não possua vínculo, mas que seja solicitado por juízes com a função de
perito ou pelas partes, como assistente técnico (Brito, 2012).
De acordo com a bibliografia consultada, constatou-se que a atuação do
psicólogo jurídico no contexto da alienação parental pode ocorrer de três
formas: perícia e avaliação psicológica, mediação e acompanhamento
psicológico (Brockhausen, 2012; Serafim e Saffi, 2012).

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2.1 Perícia e Avaliação Psicológica

Primeiramente, é necessário definir o conceito de avaliação psicológica.


Segundo o conselho Federal de Psicologia [CFP], em sua Resolução Nº
07/2003, que Institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos
produzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica, esta última
pode ser “entendida como o processo técnico-científico de coleta de dados,
estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos
(....) utilizando-se, para tanto, estratégias psicológicas – métodos, técnicas e
instrumentos” (p. 3).
De acordo com Raposo et al. (2011), a avaliação psicológica está
inserida no contexto da perícia psicológica. Na linguagem jurídica, a perícia
deve ser realizada por um profissional tecnicamente qualificado e nomeado
pelo juiz no sentido de analisar ou examinar a veracidade de fatos e causas
que transitam no âmbito da justiça.
Cabe ressaltar que tanto para a Lei Nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973,
que institui o Código de Processo Civil, em seu Art. 145, como para o CFP em
sua Resolução Nº 08/2010, que dispõe sobre a atuação do psicólogo como
perito e assistente técnico no Poder Judiciário, “quando a prova do fato
depender de conhecimento técnico e científico, o juiz será assistido por perito”
(p. 1).
De acordo com a resolução citada no parágrafo anterior, entende-se por
psicólogo perito:

(...) o profissional designado para assessorar a Justiça no limite de


suas atribuições e, portanto, deve exercer tal função com isenção em
relação às partes envolvidas e comprometimento ético para emitir
posicionamento de sua competência teórico-técnica, a qual subsidiará
a decisão judicial. (p. 1)

Rovinski (2004) e Serafim e Saffi (2012) afirmam que a perícia tem por
objetivo produzir conhecimento técnico para subsidiar e auxiliar o juiz através
das respostas aos quesitos elaborados pelos agentes jurídicos envolvidos no
caso analisado. A partir da perícia ou investigação psicológica devidamente
fundamentada em métodos e técnicas científicas, o psicólogo deverá produzir
um laudo ou relatório que apresente, segundo a Resolução Nº 08/2010 do CFP,
indicativos pertinentes à sua investigação, procurando não influenciar nas
decisões do magistrado.
Para Serafim e Saffi (2012), o processo pericial deve seguir cinco etapas
principais. Inicia-se com o estudo dos autos do processo, ou seja, a leitura
atenta de todos os documentos relacionados ao caso a ser analisado, incluindo
os quesitos citados anteriormente. O segundo passo refere-se à entrevista
psicológica, respeitando as diretrizes estabelecidas pela profissão. Parte-se,
então, para a avaliação das funções cognitivas seguida da avaliação de
personalidade, cuja utilização dos diferentes tipos de recursos e técnicas

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psicológicas dependerá das características do periciando e do profissional
psicólogo. Por fim, realiza-se uma análise dos dados levantados e elabora-se o
laudo ou parecer psicológico que deverá seguir as instruções instituídas pela
Resolução Nº 07/2003 do CFP e, posteriormente, ser entregue para o juiz.
A perícia psicológica no âmbito da alienação parental não é diferente
das demais perícias existentes no espaço judicial. Segundo a Lei Nº
12.318/2010, que dispõe sobre o assunto, em seu Art. 5º, “havendo o indicio da
prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se
necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial”.
O referido artigo somado aos conceitos e definições expostos sobre
perícia e psicólogo perito, propõe que uma das funções do psicólogo no
contexto da alienação parental refere-se à realização de avaliação e perícia
psicológica no sentido de descobrir e investigar sobre a existência da prática de
alienação parental. Serafim e Saffi (2012) afirmam, ainda, que esta forma de
atuação é de extrema importância, pois possibilita detectar falsas acusações
referentes ao tema, corriqueiras nos processos litigiosos envolvendo famílias.
Porém, salienta-se que a alienação parental é, segundo Rocha (2012, p. 67),
“um fenômeno reconhecidamente novo, a ser aceito, nomeado e estudado,
sendo em muitos dos casos, impossível a comprovação”.
Ainda, de acordo com Mello (2011) e com Hirschheimer e Waksman
(2011), tanto a avaliação quanto a constatação da existência desta forma de
violência são difíceis, inclusive a compreensão de causalidade entre a violência
vivida e o sofrimento da vítima, requerendo do profissional aptidão, habilidade,
atenção, sensibilidade e responsabilidade.

2.2 Mediação

Conforme já citado no presente artigo, segundo Brockhausen (2012) e


Serafim e Saffi (2012), a maioria dos casos de alienação parental ocorre após o
processo da dissolução conjugal seguido da disputa de guarda dos filhos.
Neste contexto, a mediação surge como uma tentativa de solução de conflitos
(Highton & Álvarez, 1999, citado por Müller, Beiras e Cruz, 2007). Silva 2011
afirma ainda que esta modalidade de atuação, através do diálogo, é eficiente
na condução e na elaboração de conflitos.
Müller, Beiras e Cruz (2007, p. 199) apontam que “uma das
possibilidades de trabalho de psicólogos em contextos jurídicos é nos
processos de Mediação Familiar”. Para os autores, a mediação é uma atividade
complexa, pois trata de aspectos objetivos, emocionais e inconscientes, sendo
necessária a utilização de técnicas da psicologia.
Entende-se por mediação, de acordo com Bush e Folger (1996) e
Schinitman (1999), citados por Müller, Beiras e Cruz (2007, p. 199), “um
método de solução de conflitos no qual as partes envolvidas recebem a
intervenção de um terceiro, o mediador, que contribui, por meio da reabertura
do diálogo, a chegar a possibilidades inventivas para a solução”.

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Segundo Schabbel (2005), estudos comprovam que conflitos gerados
pelo processo de separação conjugal acarretam em problemas psicológicos
para os filhos. Desta forma, a mediação deve objetivar a cooperação e o
aprimoramento do diálogo, possibilitando a solução dos problemas existentes.
De acordo com Vezzulla (1995, citado por Sangalli, 1999), a mediação
divide-se em etapas, abrangendo o conhecimento das partes, a escuta e o
entendimento do conflito, a caracterização do problema, a descoberta de outros
problemas ainda ocultos que possam existir e que sejam pertinentes ao caso,
e, por fim, o levantamento de hipóteses, buscando soluções e a elaboração de
um acordo entre ambos.
É importante salientar que não cabe ao mediador a decisão sobre a
solução do caso e sim às partes envolvidas nos conflitos (Schabbel, 2005;
Müller, Beiras e Cruz, 2007).

2.3Acompanhamento / Orientação Psicológica

De acordo com Rocha (2012), a alienação parental é a forma mais grave


de abuso emocional. Correia, Souza e Silva (2001) afirmam que este último
caracteriza-se pela exposição constante da criança ou adolescente à situações
de constrangimento, através de agressões verbais, cobranças e punições
exageradas. Esse tipo de comportamento conduz a vítima a sentimentos de
rejeição e desvalia, bloqueia seus esforços de autoestima, além de impedi-la
de estabelecer uma relação de confiança com outros adultos. É a forma de
abuso mais difícil de ser identificada, porque não deixa marcas evidentes no
corpo e permeia todas as outras modalidades de abuso. É comumente
camuflada pela sutileza das relações familiares, mas causa sofrimento e
conduz a vítima a modelos futuros de relacionamento que sejam baseados no
desprezo e na insegurança. Trata-se de uma forma de agressão que não deixa
marcas visíveis, mas emocionalmente, cicatrizes para a vida toda.
Mello (2011) afirma que esta forma de violência:

Define-se por palavras, atitudes, comportamentos e/ou climas


negativos criados por adultos em torno de criança ou adolescente, de
caráter repetido, extensivo e deliberado. Seu impacto emocional
ultrapassa a capacidade de integração psicológica da
criança/adolescente e resulta em sérios prejuízos a seu
desenvolvimento psicoafetivo, relacional e social (p. 57).

Para Silveira (2003), as crianças e adolescentes que sofrem estas


formas silenciosas de violência podem apresentar problemas para brincar com
os colegas, apresentar medos exagerados, sentir muita tristeza, afastarem-se
das pessoas, apresentar atitudes autodestrutivas, apresentar baixo rendimento
escolar. A presença deste tipo de violência também pode ser manifestada
através de dificuldades de alimentação, de concentração e insônia (Ballone e
Ortolani, 2003).

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As consequências podem ser subdivididas, conforme Day et al. (2003),
em danos imediatos ou tardios. Estão entre os danos imediatos: pesadelos
repetitivos; ansiedade, raiva, culpa, vergonha; medo do agressor; quadros de
fobia e depressão aguda; queixas psicossomáticas; isolamento social e
sentimentos de estigmatização. Em relação aos danos tardios, cita-se o
aumento significativo na incidência de transtornos psiquiátricos; dissociação
afetiva, pensamentos invasivos, ideação suicida e fobias mais agudas; níveis
intensos de ansiedade, medo, depressão, isolamento, raiva, hostilidade e
culpa; cognição distorcida, tais como sensação crônica de perigo e confusão,
pensamento ilógico, imagens distorcidas do mundo e dificuldades de perceber
a realidade; redução na compreensão de papéis complexos e dificuldades para
resolver problemas interpessoais.
Os autores afirmam ainda que, apesar do crescente interesse nas
consequências deste tipo de violência contra a criança e o adolescente, há
poucos estudos sobre os efeitos psicológicos a longo prazo. Há uma tendência
em subestimar os efeitos desta como menos sérios, acreditando que o impacto
possa ser temporário e desaparecer no transcorrer do desenvolvimento infantil.
O trauma não deve ser desconsiderado em função de seus efeitos não serem
evidenciados de imediato. Deve ser reconhecido como um sério problema da
infância e adolescência, cujos efeitos da experiência sentida repercutirão em
toda sua vida.
Por estas razões, a Lei Nº 12.318/2010, sobre alienação parental,
exprime em seu Art. 6º, inciso IV, que caracterizados atos típicos de alienação
parental, o juiz poderá determinar acompanhamento psicológico e/ou
biopsicossocial.
Segundo Hirschheimer e Waksman (2011), este tipo de atendimento
exige do profissional primeiramente a compreensão de que, nestes casos:

(...) há sempre duas ou mais vítimas no abuso perpetrado contra a


criança ou adolescente: a própria vítima, a pessoa (familiar) que
praticou o ato, outros membros da família ou comunidade da vítima.
Assim, para elaborar um plano de trabalho da equipe que participará
das intervenções, é importante verificar qual forma de abordagem
melhor se adapta a cada situação (p. 86).

Para os autores, toda “criança ou adolescente vítima de qualquer forma


de violência deve ser encaminhada para tratamento psicoterapêutico, pois essa
experiência pode deixar marcas psicológicas profundas em sua personalidade
e comportamento” (p. 92). Não se descarta também que a avaliação e a
intervenção com a criança ou adolescente vitimizado deve se estender a toda a
família, abordando-se a questão como um todo e evitando o enraizamento do
problema nas relações existentes.
Segundo o CFP (2008), uma das atribuições do psicólogo jurídico no
Brasil reside em auxiliar os juizados na avaliação e na assistência psicológica
de crianças e adolescentes, bem como de seus familiares. Cita-se ainda a

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realização de “atendimento a crianças envolvidas em situações que chegam às
instituições de direito, visando à preservação de sua saúde mental” (p. 6).
Neste sentido, entende-se que o atendimento psicológico às vítimas de
alienação parental busca minimizar os traumas da violência sofrida, pois
permite à criança e ao adolescente um espaço para que possam expressar,
compreender e elaborar seus sentimentos, principalmente as crianças, pelo
pequeno repertório de experiências e de vocabulário que possuem.
Esta forma de atuação do psicólogo encontra dificuldades na questão
de mensuração, pois trata de atos e omissões de caráter subjetivo (Mello,
2011). Cabe ao profissional a decisão e a escolha sobre a melhor forma de
intervenção de acordo com cada caso (Hirschheimer e Waksman, 2011).

Considerações finais

A partir da pesquisa realizada foi possível comprovar a hipótese de que


a atuação do psicólogo jurídico é fundamental no contexto da alienação
parental, sendo reforçada pela promulgação da Lei nº 12.318/2010 e sendo
importante em três momentos principais: na detecção da existência da
alienação parental, através da realização de perícia e avaliação, na mediação e
no acompanhamento psicológico das vítimas e da família envolvida.
Cabe a reflexão de que os casos de alienação parental sofrem com a
questão da subnotificação, ou seja, são raramente denunciados por falta de
conhecimento das partes envolvidas ou, ainda, por acontecerem intimamente
no seio da família. É justamente neste ponto que reside também à importância
do profissional da psicologia neste contexto. Através de sua atuação com o
público infantil, seja na área clínica, escolar ou social, o psicólogo é o
profissional que estará mais bem capacitado e preparado para compreender e
auxiliar neste contexto, ajudando as vítimas, acusados e ainda auxiliará o juiz
para que este possa tomar decisões com detalhes de esclarecimentos sobre
todo o contexto familiar que envolve tais acusações. Trata-se de um assunto
que tem alcançado um número assustador de vítimas da alienação parental, o
qual tem surgido também nos atendimentos do psicólogo clínico, considera-se
importante que o profissional esteja preparado para lidar com essa realidade e
que busque sempre estar atualizado sobre o contexto da alienação parental.
Muitas vezes, nem o agressor e nem as vítimas têm consciência de que
estão praticando e sofrendo violência. Isto ocorre principalmente em relação à
criança, que geralmente apresenta dificuldades em discriminar e verbalizar o
que vem acontecendo com ela, precisando de ajuda profissional para entender
e elaborar a violência sofrida.
Perceber e registrar a prática da alienação parental vem sendo um
grande desafio para o profissional da Psicologia, já que este se encontra em
uma posição estratégica para detectar os riscos e identificar as possíveis
vítimas desta forma de violência.

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Recebido em 07/12/2016
Aprovado em 20/12/2016

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