Alienação Parental - Beatriz de Souza
Alienação Parental - Beatriz de Souza
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Resumo
Atualmente, estima-se que milhões de crianças e adolescentes sofram com alienação parental
no Brasil. A alienação parental é comum e corriqueira, presenciada cotidianamente por muitas
pessoas, e pode ser entendida como a prática de um genitor desmoralizar o outro através da
indução da criança para a rejeição do mesmo sem justificativa plausível, afastando-o do
convívio com o filho. O presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica sobre a
importância da atuação do psicólogo jurídico neste contexto, enfatizando a Lei Federal nº
12.318/2010, que dispõe sobre a alienação parental, bem como as resoluções do Conselho
Federal de Psicologia. A partir da literatura e dos demais materiais analisados, foi possível
constatar que o psicólogo é fundamental nestes casos através de três formas de atuação:
perícia e avaliação psicológica, mediação e acompanhamento psicológico. Esta importância se
estabelece, principalmente, pela alienação parental se caracterizar como uma forma de
violência psicológica que envolve situações complexas e camufladas na instituição familiar.
Palavras-chave: Psicologia; prática; violência doméstica.
Abstract
Nowadays, it is estimated that millions of children and adolescents are suffering from parental
alienation in Brazil. The parental alienation is common and usual, attended daily by many
people, and can be understood as the practice of a parent demoralize the other by inducing the
child to reject it without plausible justification, away from the contact with the child. This article is
a bibliographic research on the importance of the legal psychologist work in the context,
emphasizing the Federal Law n 12.318/2010, wich provides for parental alienation. From the
literature and the material analyzed, it was possible to show that the psychologist is
fundamental in these cases with three types of action: forensics and psychological evaluation,
mediation and psychological monitoring. This importance is established firstly, by parental
alienation be characterized as a form of psychological violence involving complex and
camuflaged situations in the family instituition.
Keywords: Psychology; practice; domestic violence.
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Revista Orbis Latina, vol.6, nº2, Foz do Iguaçu/ PR (Brasil), Julho-Dezembro de 2016. ISSN: 2237-6976
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Introdução
1 Alienação Parental
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alienação parental consiste na prática de um genitor desmoralizar o outro, com
intuito de que o filho passe a odiá-lo. Para Silva (2009), baseia-se na indução
da criança para a rejeição de um dos genitores sem justificativa plausível.
Ainda, conforme Brockhausen (2012), pode ser definida como a intervenção de
um dos pais para que o filho renuncie o outro.
A advogada Ana Brusolo Gerbase (2010), especialista em mediação de
conflitos, aponta que a alienação parental é a prática do pai ou da mãe em
afastar o outro da vida da criança, usando esta, entre outras formas, como
instrumento de vingança, e que a ocorrência desta prática é mais comum nos
casos de separação conjugal. Na mesma linha de pensamento, Brockhausen
(2012) e Serafim e Saffi (2012) concordam que a maioria dos casos ocorre
após o processo da dissolução conjugal seguido da disputa de guarda dos
filhos.
Para Rocha (2012) e Brockhausen (2012), a alienação parental é
comum e corriqueira, presenciada por muitas pessoas, sejam elas profissionais
que atuam neste contexto ou não. Além disso, é uma questão que vem sendo
analisada como uma forma de violência psicológica. Entendendo a alienação
parental como uma forma de violência psicológica e emocional, podendo ainda
ser classificada como uma forma de violência doméstica, cabe conceituar estes
pontos.
Os tipos mais frequentes de violência contra crianças e adolescentes
são a violência física, a violência sexual, a violência psicológica ou emocional e
a negligência, ou de privações ou descuido. Estas diversas formas de maus
tratos podem ocorrer em diversos contextos. Porém, como afirma Santos
(1991), ocorrem com muita frequência no ambiente familiar, pelos próprios pais
ou responsáveis.
Dados de 2010, publicados no livro Retratos dos Direitos da Criança e
do Adolescente no Brasil: Pesquisa de Narrativas Sobre a Aplicação do ECA,
demonstraram que das 1.276 histórias classificadas como exemplos de
violação de direitos, 36% referem-se à violência psicológica (Fischer &
Schoenmaker, 2010).
A alienação parental, foco do presente artigo, vista como violência
psicológica, pode ser conceituada como tal sendo uma forma de interferência
negativa do adulto ou de pessoas mais velhas sobre a competência social da
criança, conformando um padrão de comportamento destrutivo (Marques,
1994). Para a Organização Mundial de Saúde [OMS] (2003), este tipo de
violência ocorre quando o responsável ignora as condições apropriadas para a
saúde emocional e para o desenvolvimento da criança, podendo incluir
ameaças e intimidações.
Em outra definição, pode ser entendida como o conjunto de atitudes,
palavras e ações dirigidas para envergonhar, censurar e pressionar a criança
de forma permanente. Caracteriza-se por ameaças, humilhações, gritos,
injúrias, privação de amor, rejeição etc. Inclui, segundo Day et al. (2003), toda
ação ou omissão que causa ou visa causar dano à autoestima, à identidade e
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ao desenvolvimento do ser humano.
Ballone e Ortolani (2003) afirmam que esta modalidade de violência
ocorre quando os adultos usam ameaças ou estratégias semelhantes para
exigir que a criança obedeça a um comando, depreciando-as, ou quando lhes
negam afeto.
A caracterização da alienação parental como violência doméstica, por
sua vez, é entendida como um fenômeno complexo, de múltiplas causas e de
difícil definição. É um problema mundial que atinge milhares de crianças e
adolescentes. Para Ballone e Ortolani (2003) e Santos (1991), trata-se de um
problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer nenhum nível
social, econômico, religioso ou cultural específico.
A violência doméstica pode ser conceituada como toda a ação ou
omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a
liberdade e o direito pleno ao desenvolvimento de um membro da família. Pode
ser cometida dentro e fora de casa, por qualquer integrante da família, que
esteja em relação de poder com a pessoa agredida. Inclui também as pessoas
que estão exercendo a função de pai ou mãe, mesmo sem laços de sangue
(Day et al., 2003).
Para Hirschheimer e Waksman (2011), a violência doméstica deve ainda
ser reconhecida como uma enfermidade, encontrada na Classificação
Internacional de Doenças (CID), a exemplo do abuso psicológico, cuja
classificação é T74.3.
Segundo Day et al. (2003), a violência psicológica ou emocional
doméstica contra crianças e adolescentes é uma forma de violência que não
deixa marcas visíveis, mas que pode comprometer o desenvolvimento mental e
psicológico da criança ou adolescente vitimizado. É difícil de ser percebida e
diagnosticada, tanto a nível institucional e até mesmo pelo agressor ou pela
própria vítima. Por isso, ocorre repetidamente no cotidiano da família. Segundo
Brockhausen (2012), é uma situação que envolve questões complexas,
justificando a introdução de uma definição jurídica acerca do termo em
questão. Cabe ressaltar que o Brasil é único país do mundo que possui uma lei
específica para a alienação parental.
Em agosto do ano de 2010, foi promulgada a Lei Federal nº
12.318/2010, que dispõe sobre a alienação parental. Em seu Art. 2º, considera
a alienação parental como sendo o ato de interferência na formação
psicológica dos filhos, provocado por um dos genitores. A lei ainda prevê que
esta prática ausenta a criança alienada do seu direito fundamental de
convivência familiar saudável, constituindo como uma forma de abuso moral e
o não cumprimento dos deveres relacionados ao poder familiar.
Denomina-se alienador o genitor que prática a ação. Já os alienados
referem-se ao genitor que sofre a ação e aos filhos que, a partir desta vivência,
podem adquirir sequelas emocionais e comportamentais (Silva, 2009; Serafim
e Saffi, 2012).
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Silva (2009) e Rocha (2012) apontam que Gardner (1985) descreveu
esta ação em três níveis de instauração. No nível leve, as campanhas de
difamação e de desmoralização do outro genitor são mais brandas e discretas,
no sentido de prejudicarem a imagem do mesmo, porém o filho ainda quer
manter contato com ele. Já no grau médio, a criança entra em um conflito de
sentimentos, ou seja, ama o genitor alienado, mas procura evitar contato com
ele para não desgostar o genitor alienador; neste ponto, os laços afetivos já
não estão mais sadios. O nível grave, por sua vez, se estabelece quando o
filho rejeita e odeia o genitor alienado e busca cortar totalmente o vínculo com
o mesmo; aparecem os comportamentos violentos por parte da criança ou do
adolescente; os laços com o alienador parecem estar fortes e maciços,
enquanto que os laços com o genitor alienado parecem ter desaparecido.
Neste último nível, os filhos alienados são incapazes de demonstrar culpa ou
remorso em relação às suas atitudes depreciativas para com o genitor
alienado.
Segundo Serafim e Saffi (2012) e a Lei Nº 12.318/2010, são formas de
alienação parental: realização de campanhas de difamação e desqualificação
da conduta de um dos genitores; criação de dificuldade ou impedimentos tanto
no exercício da autoridade parental como no contato com o filho; omissão de
informações relevantes sobre o filho; mudança de domicílio para outros bairros
ou cidades com intuito de dificultar a convivência do filho com o pai alienado;
apresentação de falsas denúncias contra o genitor alienado, estendendo-se a
seus familiares.
A questão das falsas denúncias, conforme Rocha (2012), remete a um
tipo de acusação gravíssima, porém muito comum: o abuso sexual. Para a
autora, as consequências psicológicas na criança são perigosas:
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tensão, agressividade, depressão e doenças psicossomáticas”. Em
concordância, Rocha (2012) afirma que entre as possíveis consequências na
infância e na adolescência, encontram-se doenças psicossomáticas, depressão
ansiedade, nervosismo e agressividade. Já na fase adulta, pode resultar em
transtornos de personalidade, desorganização mental, insegurança, baixa
autoestima, tendência ao abuso de álcool e outras drogas, chegando até a
probabilidade de uma tendência suicida.
Por ser a alienação parental uma prática de difícil identificação, o juiz,
diante da suspeita de sua ocorrência, pode solicitar uma perícia psicológica
para confirmação. Esta ação está descrita no Art. 5º da Lei nº 12.318/2010.
Ao propor esta participação efetiva do psicólogo, a referida lei abre
novos caminhos para a prática profissional, ou seja, cada vez mais as
problemáticas da sociedade moderna demandam a atuação da psicologia
(Brockhausen, 2012).
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2.1 Perícia e Avaliação Psicológica
Rovinski (2004) e Serafim e Saffi (2012) afirmam que a perícia tem por
objetivo produzir conhecimento técnico para subsidiar e auxiliar o juiz através
das respostas aos quesitos elaborados pelos agentes jurídicos envolvidos no
caso analisado. A partir da perícia ou investigação psicológica devidamente
fundamentada em métodos e técnicas científicas, o psicólogo deverá produzir
um laudo ou relatório que apresente, segundo a Resolução Nº 08/2010 do CFP,
indicativos pertinentes à sua investigação, procurando não influenciar nas
decisões do magistrado.
Para Serafim e Saffi (2012), o processo pericial deve seguir cinco etapas
principais. Inicia-se com o estudo dos autos do processo, ou seja, a leitura
atenta de todos os documentos relacionados ao caso a ser analisado, incluindo
os quesitos citados anteriormente. O segundo passo refere-se à entrevista
psicológica, respeitando as diretrizes estabelecidas pela profissão. Parte-se,
então, para a avaliação das funções cognitivas seguida da avaliação de
personalidade, cuja utilização dos diferentes tipos de recursos e técnicas
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psicológicas dependerá das características do periciando e do profissional
psicólogo. Por fim, realiza-se uma análise dos dados levantados e elabora-se o
laudo ou parecer psicológico que deverá seguir as instruções instituídas pela
Resolução Nº 07/2003 do CFP e, posteriormente, ser entregue para o juiz.
A perícia psicológica no âmbito da alienação parental não é diferente
das demais perícias existentes no espaço judicial. Segundo a Lei Nº
12.318/2010, que dispõe sobre o assunto, em seu Art. 5º, “havendo o indicio da
prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se
necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial”.
O referido artigo somado aos conceitos e definições expostos sobre
perícia e psicólogo perito, propõe que uma das funções do psicólogo no
contexto da alienação parental refere-se à realização de avaliação e perícia
psicológica no sentido de descobrir e investigar sobre a existência da prática de
alienação parental. Serafim e Saffi (2012) afirmam, ainda, que esta forma de
atuação é de extrema importância, pois possibilita detectar falsas acusações
referentes ao tema, corriqueiras nos processos litigiosos envolvendo famílias.
Porém, salienta-se que a alienação parental é, segundo Rocha (2012, p. 67),
“um fenômeno reconhecidamente novo, a ser aceito, nomeado e estudado,
sendo em muitos dos casos, impossível a comprovação”.
Ainda, de acordo com Mello (2011) e com Hirschheimer e Waksman
(2011), tanto a avaliação quanto a constatação da existência desta forma de
violência são difíceis, inclusive a compreensão de causalidade entre a violência
vivida e o sofrimento da vítima, requerendo do profissional aptidão, habilidade,
atenção, sensibilidade e responsabilidade.
2.2 Mediação
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Segundo Schabbel (2005), estudos comprovam que conflitos gerados
pelo processo de separação conjugal acarretam em problemas psicológicos
para os filhos. Desta forma, a mediação deve objetivar a cooperação e o
aprimoramento do diálogo, possibilitando a solução dos problemas existentes.
De acordo com Vezzulla (1995, citado por Sangalli, 1999), a mediação
divide-se em etapas, abrangendo o conhecimento das partes, a escuta e o
entendimento do conflito, a caracterização do problema, a descoberta de outros
problemas ainda ocultos que possam existir e que sejam pertinentes ao caso,
e, por fim, o levantamento de hipóteses, buscando soluções e a elaboração de
um acordo entre ambos.
É importante salientar que não cabe ao mediador a decisão sobre a
solução do caso e sim às partes envolvidas nos conflitos (Schabbel, 2005;
Müller, Beiras e Cruz, 2007).
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As consequências podem ser subdivididas, conforme Day et al. (2003),
em danos imediatos ou tardios. Estão entre os danos imediatos: pesadelos
repetitivos; ansiedade, raiva, culpa, vergonha; medo do agressor; quadros de
fobia e depressão aguda; queixas psicossomáticas; isolamento social e
sentimentos de estigmatização. Em relação aos danos tardios, cita-se o
aumento significativo na incidência de transtornos psiquiátricos; dissociação
afetiva, pensamentos invasivos, ideação suicida e fobias mais agudas; níveis
intensos de ansiedade, medo, depressão, isolamento, raiva, hostilidade e
culpa; cognição distorcida, tais como sensação crônica de perigo e confusão,
pensamento ilógico, imagens distorcidas do mundo e dificuldades de perceber
a realidade; redução na compreensão de papéis complexos e dificuldades para
resolver problemas interpessoais.
Os autores afirmam ainda que, apesar do crescente interesse nas
consequências deste tipo de violência contra a criança e o adolescente, há
poucos estudos sobre os efeitos psicológicos a longo prazo. Há uma tendência
em subestimar os efeitos desta como menos sérios, acreditando que o impacto
possa ser temporário e desaparecer no transcorrer do desenvolvimento infantil.
O trauma não deve ser desconsiderado em função de seus efeitos não serem
evidenciados de imediato. Deve ser reconhecido como um sério problema da
infância e adolescência, cujos efeitos da experiência sentida repercutirão em
toda sua vida.
Por estas razões, a Lei Nº 12.318/2010, sobre alienação parental,
exprime em seu Art. 6º, inciso IV, que caracterizados atos típicos de alienação
parental, o juiz poderá determinar acompanhamento psicológico e/ou
biopsicossocial.
Segundo Hirschheimer e Waksman (2011), este tipo de atendimento
exige do profissional primeiramente a compreensão de que, nestes casos:
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realização de “atendimento a crianças envolvidas em situações que chegam às
instituições de direito, visando à preservação de sua saúde mental” (p. 6).
Neste sentido, entende-se que o atendimento psicológico às vítimas de
alienação parental busca minimizar os traumas da violência sofrida, pois
permite à criança e ao adolescente um espaço para que possam expressar,
compreender e elaborar seus sentimentos, principalmente as crianças, pelo
pequeno repertório de experiências e de vocabulário que possuem.
Esta forma de atuação do psicólogo encontra dificuldades na questão
de mensuração, pois trata de atos e omissões de caráter subjetivo (Mello,
2011). Cabe ao profissional a decisão e a escolha sobre a melhor forma de
intervenção de acordo com cada caso (Hirschheimer e Waksman, 2011).
Considerações finais
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Referências
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manifestações. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 25(1), 9-21.
Recuperado em 26 de julho, 2013, da SciELO (Scientific Eletrocnic Library On
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Lago, V. M., Amato, P., Teixeira, P. A., Rovinski, S. L. R., Bandeira, D. R. (2009).
Um breve histórico da psicologia jurídica no Brasil e seus campos de atuação.
Estudos de Psicologia, 26(4), p. 483-491. Recuperado em 15 de julho, 2013,
da SciELO (Scientific Eletrocnic Library On line): www.scielo.br.
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Resolução Nº 07, de 14 de junho de 2003. (2003, 14 de junho). Institui o
Manual de Elaboração de documentos escritos produzidos pelo
psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica e revoga a Resolução
CFP Nº 17/2002. Brasília, DF: Conselho Federal de Psicologia.
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