Historia Do Teatro
Historia Do Teatro
Historia Do Teatro
O Jogo Lúdico
O homem primitivo era uma criatura dada às práticas lúdicas. Desde o início foi
um imitador, trazendo dentro de si uma incontida ânsia de "ser outro". Ele
partilhava esse atributo com os animais, mas ultrapassava-os na flexibilidade de
seu corpo e voz, na desenvolvida consciência de sua vontade e na capacidade de
ordenar seu cérebro. Também brincava com seus irmãos animais, descarregando
não só sua vitalidade física, mas preparando-se para ações significativas, como a
luta pela sobrevivência, pela vida.Essa luta pela existência forçou o homem
primitivo a uma visão declaradamente prática e utilitária: queria comer
regularmente, conquistar seus inimigos e pôr-se a salvo de ataques.Assim, logo
aprendeu que podia realizar seus desejos, simbolizando-os através dos ritos. E o
jogo teatral, a noção de representação, nasce essencialmente vinculada ao ritual
mágico e religioso primitivo.
O Homem Caçador
O homem caçador, antes de iniciar a caça, realizava rituais que o ajudaria na sua
missão. Os atuantes meio dançavam, meio representavam (movimentos de corpo,
pulos, saltos), cobriam-se com máscaras, peles e folhagens para identificar-se
com o espírito animal. Dessa maneira, o homem primitivo começava a aguçar sua
consciência da natureza e intensificava seu ajustamento a ela. Representava uma
caçada e seu sucesso nela, tentando torná-la realidade.
O Homem Agricultor
Orgia Báquica
Uma outra forma de negar a mortalidade era aumentar o índice de nascimentos e
este era da maior importância para tribos rivais. Daí vieram representações que
interpretavam e induziam à procriação: os ritos de fertilidade. Os RITOS FÁLICOS
ou SEXUAIS eram caracterizados por muitos festins e tendiam a reproduzir
elementos eróticos do ato sexual. Permitia-se uma total liberação da libido
reprimida. Dessas pantomimas é que nasceu a COMÉDIA, com sua imensa
alegria e com o riso que silencia muitas ansiedades ou dores do coração do
espectador.
A vida era também afirmada pela adoração da potência de um animal. Era
costume sacrificar um touro, cavalo, bode ou outra criatura e incorporar seu
"mana" ou poder mágico, através da partilha da carne e do sangue. Assim, a
morte do animal sagrado era simbolicamente "desfeita" de diversas formas. Se,
por exemplo, o sacerdote vestisse a pele de um animal e dançasse, ele podia
provar que o animal ainda estava vivo e na realidade era indestrutível.Um feiticeiro
do Cameron usando uma máscara de leão. Ele não finge ser um leão; está
convencido de que é um leão. Ele partilha uma "identidade psíquica" com o animal
- identidade existente no reino do mito e do simbolismo. O homem "racional"
moderno tentou livrar-se deste tipo de associação psíquica (que no entanto
subsiste no seu inconsciente); para ele, uma espada é uma espada e um leão é
apenas o que o dicionário define.Os ritos de passagem também eram de
fundamental importância para a organização da vida em comunidade: o ingresso
de novos adultos na tribo requeria ritos de iniciação e a cerimônia mostrava o
adolescente morrendo como criança e renascendo como homem.
Teatro de Dionísio
Dionísio torna-se o patrono do teatro e é honrado com uma elaborada procissão
que acontecia na abertura das Dionisíacas Urbanas: um concurso onde cada
poeta selecionado apresentava uma tetralogia - três tragédias e um drama
satírico. Depois de algum tempo, as comédias também foram incorporadas.
Assim, o drama atinge a maturidade nas eras clássicas da Grécia e de Roma. Dá
o primeiro passo em direção à caracterização e ao conteúdo amplamente humano.
O teatro termina por tornar-se uma síntese das artes: poesia e ação dramática,
dança, música, pintura... e resulta em poderoso órgão para a expressão da
experiência e do pensamento humanos.
Como diz Patrice Pavis: "a separação dos papéis entre atores e espectadores, o
estabelecimento de um relato mítico, a escolha de um lugar específico para esse
encontros, institucionalizam pouco a pouco o rito em acontecimento teatral."
Teatro Grego - parte I | Introdução
"A arte como a redenção do que conhece - daquele que vê o caráter terrível e
problemático da existência, que quer vê-la, do conhecedor trágico. A arte como a
redenção do que age - daquele que não somente vê o caráter terrível e
problemático da existência, mas o vive, quer vivê-la, do guerreiro trágico, do herói.
A arte como a redenção do que sofre - como via de acesso a estados onde o
sofrimento é transfigurado, divinizado, onde o sofrimento é uma forma de grande
delicia."
É na Grécia, que o teatro e o drama, assumem a sua feição definitiva. Das suas
raízes religiosas, advindas do culto a Dioniso, nasce o TEATRO GREGO. Esse
culto agrário chegou à Grécia através da Trácia e da Frigia e lá se associou à
vindima e ao ciclo das estações do ano; ou se implantou em Atenas e na sua
região, sobre resquícios de antigo culto da mesma natureza, comum a todo o
Mediterrâneo Oriental, assim se explicando os ARQUÉTIPOS que facilitaram a
rápida aceitação de Dioniso, deus estrangeiro. Num primeiro estágio a principal
solenidade consistia na caça de um animal selvagem, que representava o deus,
sacrificado em seguida. Uma cerimônia acompanhada de libações, danças e
música, já contendo o germe da representação dramática.
Fundamentadas neste culto, instituíram-se as Pequenas e Grandes Dionisíacas,
festas em honra ao deus Dioniso, que passaram a ser celebradas cada vez mais
freqüentemente: na vindima, no preparo do vinho e para prantear Dioniso, morto
todos os anos com o vinhedo. Nestas cerimônias, entoava-se o "ditirambo", hino
de louvor ao deus, que tomou o nome de tragoidia (canto do bode), quando
acompanhado do sacrifício de um animal, sendo o bode o animal sagrado de
Dioniso. Essa cerimônia era realizada ao redor do altar de sacrifício, a thyméle. O
coro e o ditirambo traziam em si elementos essenciais à arte teatral: dança, canto,
mímica.
Orgia Báquica:
O teatro romano
O declínio da sociedade grega coincide com o florescer do Império Romano.
Os romanos foram buscar o teatro aos gregos. O teatro tomou duas formas: a
Fabula Palliata e a Fabula Togata.
A Fabula Palliata consistia em peças gregas traduzidas para Latim. Este termo
abrange também as peças romanas baseadas em peças gregas.
A Fabula Togatta é de origem romana e os temas eram farsas e situações de
humor de origem física. O autor que melhor ilustra estes dramas é Platus (250 –
184 a.C.).
Neste período, o teatro romano degenerou em espectáculos obscenos e brutais
(tal como espectáculos de gladiadores, que conhecemos bem de filmes de
Hollywood), talvez como reflexão de uma sociedade. Peças de conteúdos mais
sérios também eram escritas, não para serem encenadas, mas sim lidas ou
recitadas.
No entanto, o impacto que o teatro romano causou na Igreja não foi bom. A
tendência para comédias de baixo nível, associadas ao entretenimento de arena
(e também ao martírio dos primeiros cristãos), contribuiu para a desaprovação
deste tipo de espectáculos, que acabaram por desaparecer.
O teatro medieval
No século IX, o drama voltou aos palcos, mas desta vez na Igreja. Normalmente,
eram histórias bíblicas que eram representadas por padres.
Estas representações na Igreja eram uma forma de estabelecer uma ligação com
a comunidade, uma comunidade ainda assente em rituais e superstições pagãos.
Assim, a Igreja utilizou-se do drama de modo a ilustrar as histórias bíblicas;
histórias que explicavam as festas católicas (que antes haviam sido festas pagãs)
e reforçava a sua conotação religiosa, conseguindo comunicar melhor com uma
congregação maioritariamente iletrada. O teatro estava, portanto, ao serviço da
ideologia da Igreja.
É irónico pensar que tenha sido a Igreja a acabar com o teatro e, ao mesmo
tempo, o tenha mantido vivo ao longo dos anos.
A popularidade dos dramas começou a crescer, passando das igrejas para o ar
livre, mas normalmente em frente às igrejas.
O teatro contemporâneo
Actualmente, o teatro faz-se em espaços próprios para esta actividade e que,
regra geral, têm o mesmo nome – teatros.
Modernismo
Embora o teatro seja a arte menos atingida pela Semana de Arte Moderna de
1922, uma de suas conseqüências é a criação, por Álvaro Moreira, do Teatro de
Brinquedo, que estréia com ''Adão, Eva e outros membros da família'' (1927).
Escrita em linguagem coloquial, coloca em cena, pela primeira vez, como
protagonistas, dois marginais: um mendigo e um ladrão. Esse exemplo será
seguido por Joracy Camargo em ''Deus lhe pague'', primeira peça brasileira a
obter sucesso no exterior. (ao topo)
Companhias Nacionais
Leopoldo Fróes cria a primeira companhia inteiramente nacional depois de voltar
de Portugal, em 1908, e procura fixar uma dicção teatral brasileira, livre dos
maneirismos herdados de atores portugueses. Para seu grupo contribuem Viriato
Correa (Sol do sertão), Oduvaldo Vianna (A casa do tio Pedro) e Armando
Gonzaga (Cala a boca, Etelvina!).
Nas décadas de 30 e 40 Jaime Costa, Procópio Ferreira , Abigail Maia e Dulcina
de Moraes fundam suas próprias companhias, ativas até o fim dos anos 50.
A húngara Eva Todor, naturalizada brasileira, e seu marido, Luís Iglésias ''Chuvas
de verão'', além de apresentar comédias leves, revelam textos de Bernard Shaw,
Ferenc Molnár e Henryk Ibsen. (ao topo)
Modernização do Teatro
Geração TBC - Teatro Brasileiro de Comédia
Em 1948 o industrial italiano Franco Zampari funda, em São Paulo, o Teatro
Brasileiro de Comédia (TBC), marco na história do teatro brasileiro. A posição de
preponderância que ocupa deve-se à incorporação de novos talentos: Nídia Lícia,
Paulo Autran, Cacilda Becker , Sérgio Cardoso, e à importação dos diretores
italianos Luciano Salce e Adolfo Celli, que ajudam a formar os brasileiros Flávio
Rangel e Antunes Filho. Com o sucesso em São Paulo, o TBC abre uma filial no
Rio.
As companhias de Eva Todor, Maria Della Costa, Dulcina e Odilon, Procópio e Bibi
Ferreira são contratadas para excursionar em Portugal e suas colônias. Os
problemas criados por uma estrutura grande e onerosa, a morte de Franco
Zampari e cisões entre os membros do elenco fazem com que, ao longo da
década de 50, o TBC se desmembre nos grupos de: Tônia Carreiro, Paulo Autran
e Margarida Rey, dirigido por Adolfo Celli; de Cacilda, o marido Walmor Chagas e
a irmã Cleyde Yáconis, dirigido por Ziembinski; o Teatro dos Sete, de Fernanda
Montenegro, Italo Rossi e Sérgio Brito; e o de Sérgio Cardoso e Nídia Lícia. (ao
topo)
Contribuição Estrangeira
Na década de 40 alguns atores do Leste europeu refugiam-se no Brasil. Entre
eles, estão o ucraniano Eugênio Kusnet, ator e professor que vai ter importância
crucial na primeira fase do Teatro Oficina ao introduzir com todo o rigor o método
Stanislavski; e o polonês Zbigniew Ziembinski , que, com o cenógrafo Gustavo
Santa Rosa, funda Os Comediantes, com os quais monta Pirandello, Eugene
O'Neill e Arthur Miller.
O trabalho de Ziembinski em ''Vestido de noiva'', de Nelson Rodrigues, encenada
em 1943, transforma o papel do diretor de teatro no Brasil. Até então não se
conhecia a figura do diretor como responsável pela linha estética do espetáculo,
ele era apenas um ensaiador. (ao topo)
Revolução na Dramaturgia
O pioneiro da moderna dramaturgia brasileira é Nelson Rodrigues, que constrói
uma obra coerente e original, expondo o inconsciente da classe média com seus
ciúmes, loucuras, incestos e adultérios.
Nelson Rodrigues (1912-1980) nasce no Recife e ainda criança muda-se para o
Rio de Janeiro. Filho de um jornalista, começa aos 13 anos a trabalhar como
repórter no jornal do pai. Resolve escrever para teatro para aumentar sua renda.
Sua primeira peça encenada é ''Mulher sem pecado'', em 1942. Mas o marco da
moderna dramaturgia brasileira é ''Vestido de Noiva'' - texto fragmentário e ousado
sobre as lembranças e delírios de uma mulher que agoniza durante uma cirurgia.
Modernização do Teatro
Geração TBC - Teatro Brasileiro de Comédia
Em 1948 o industrial italiano Franco Zampari funda, em São Paulo, o Teatro
Brasileiro de Comédia (TBC), marco na história do teatro brasileiro. A posição de
preponderância que ocupa deve-se à incorporação de novos talentos: Nídia Lícia,
Paulo Autran, Cacilda Becker , Sérgio Cardoso, e à importação dos diretores
italianos Luciano Salce e Adolfo Celli, que ajudam a formar os brasileiros Flávio
Rangel e Antunes Filho. Com o sucesso em São Paulo, o TBC abre uma filial no
Rio.
As companhias de Eva Todor, Maria Della Costa, Dulcina e Odilon, Procópio e Bibi
Ferreira são contratadas para excursionar em Portugal e suas colônias. Os
problemas criados por uma estrutura grande e onerosa, a morte de Franco
Zampari e cisões entre os membros do elenco fazem com que, ao longo da
década de 50, o TBC se desmembre nos grupos de: Tônia Carreiro, Paulo Autran
e Margarida Rey, dirigido por Adolfo Celli; de Cacilda, o marido Walmor Chagas e
a irmã Cleyde Yáconis, dirigido por Ziembinski; o Teatro dos Sete, de Fernanda
Montenegro, Italo Rossi e Sérgio Brito; e o de Sérgio Cardoso e Nídia Lícia. (ao
topo)
Contribuição Estrangeira
Na década de 40 alguns atores do Leste europeu refugiam-se no Brasil. Entre
eles, estão o ucraniano Eugênio Kusnet, ator e professor que vai ter importância
crucial na primeira fase do Teatro Oficina ao introduzir com todo o rigor o método
Stanislavski; e o polonês Zbigniew Ziembinski , que, com o cenógrafo Gustavo
Santa Rosa, funda Os Comediantes, com os quais monta Pirandello, Eugene
O'Neill e Arthur Miller.
O trabalho de Ziembinski em ''Vestido de noiva'', de Nelson Rodrigues, encenada
em 1943, transforma o papel do diretor de teatro no Brasil. Até então não se
conhecia a figura do diretor como responsável pela linha estética do espetáculo,
ele era apenas um ensaiador. (ao topo)
Revolução na Dramaturgia
O pioneiro da moderna dramaturgia brasileira é Nelson Rodrigues, que constrói
uma obra coerente e original, expondo o inconsciente da classe média com seus
ciúmes, loucuras, incestos e adultérios.
Nelson Rodrigues (1912-1980) nasce no Recife e ainda criança muda-se para o
Rio de Janeiro. Filho de um jornalista, começa aos 13 anos a trabalhar como
repórter no jornal do pai. Resolve escrever para teatro para aumentar sua renda.
Sua primeira peça encenada é ''Mulher sem pecado'', em 1942. Mas o marco da
moderna dramaturgia brasileira é ''Vestido de Noiva'' - texto fragmentário e ousado
sobre as lembranças e delírios de uma mulher que agoniza durante uma cirurgia.
Escolas de Teatro
Em 1938, Pascoal Carlos Magno cria, no Rio de Janeiro, o Teatro do Estudante,
primeiro grupo sério de teatro amador. Como ''Hamle''t, é lançado Sérgio Cardoso,
que, mais tarde, será a primeira estrela do palco a tornar-se um popular ator de
telenovelas.
Em 1948, Alfredo Mesquita funda em São Paulo a Escola de Arte Dramática
(EAD).
Ainda em 1948, com ''O casaco encantado'', Lúcia Benedetti lança as bases do
teatro infantil interpretado por adultos; sua seguidora mais importante é Maria
Clara Machado ''Pluft, o fantasminha'', ''O rapto das cebolinhas'', que, na década
de 50, cria o Tablado, importante centro de formação de atores ainda em
atividade. (ao topo)
Serviço Nacional de Teatro
Fundado no fim dos anos 40, patrocina a criação de grupos experimentais e a
montagem de novos textos brasileiros, como ''A raposa e as uvas'', de Guilherme
de Figueiredo, aclamado no exterior.
Novos representantes do teatro de costumes são Pedro Bloch ''As mãos de
Eurídice'' e o humorista Millôr Fernandes ''Do tamanho de um defunto''. (ao topo)
Preocupação com a Temática Social no Teatro
Na década de 50 os textos teatrais são marcados pela preocupação com as
questões sociais. ''O Pagador de promessas'', de Dias Gomes - também autor de
telenovelas -, se transforma num grande sucesso e é adaptada para o cinema em
1962 por Anselmo Duarte. O filme ganha a Palma de Ouro em Cannes.
Nelson Rodrigues, que firmara sua reputação com ''O anjo negro'', ''Álbum de
família'' e ''A falecida'', desperta polêmica com ''Perdoa-me por me traíres'', ''Beijo
no asfalto'', ''Bonitinha mas ordinária'', consideradas escandalosas.
Jorge Andrade retrata a decadência da aristocracia rural paulista em ''A moratória''
e a ascensão das classes novas em ''Os ossos do barão''.
Fora do eixo Rio-São Paulo, Ariano Suassuna, nas comédias folclóricas ''O auto
da Compadecida'' e ''O santo e a porca'', cruza o modelo renascentista das peças
de Gil Vicente com a temática folclórica nordestina.
Jorge Andrade (1922-1984) nasce em Barretos, interior de São Paulo. Começa a
carreira de dramaturgo, incentivado pela atriz Cacilda Becker. Na década de 50
escreve peças dramáticas e nos anos 60 estréia as comédias ''A escada'' e ''Os
osso do barão'', ambas transformadas em novelas de televisão. Para a TV escreve
também as novelas ''O grito'' e ''As gaivotas''. Ao lado de Nelson Rodrigues, é o
dono da obra teatral mais significativa do Brasil: nela se destacam denúncias do
fanatismo e da intolerância, como ''Veredas da salvação'' ou o delicado
testemunho autobiográfico de ''Rasto atrás''. (ao topo)
A Contestação no Teatro
A partir do final dos anos 50, a orientação do TBC, de dar prioridade a textos
estrangeiros e importar encenadores europeus, é acusada de ser culturalmente
colonizada por uma nova geração de atores e diretores que prefere textos
nacionais e montagens simples. Cresce a preocupação social, e diversos grupos
encaram o teatro como ferramenta política capaz de contribuir para mudanças na
realidade brasileira.
O Teatro de Arena, que com seu palco circular aumenta a intimidade entre a
platéia e os atores, encena novos dramaturgos - Augusto Boal ''Marido magro,
mulher chata'', Gianfrancesco Guarnieri ''Eles não usam black-tie'', Oduvaldo
Vianna Filho ''Chapetuba Futebol Clube'' - e faz musicais como ''Arena conta
Zumbi'', que projeta Paulo José e Dina Sfat.
Trabalho semelhante é o de José Celso Martinez Correa no Grupo Oficina,
também de São Paulo: além de montar ''Os pequenos burgueses'', de Gorki,
''Galileu, Galilei'', de Brecht, e ''Andorra'', de Max Frisch, redescobre ''O rei da
vela'', escrito em 1934 por Oswald de Andrade, mas proibido pelo Estado Novo; e
cria ''Roda viva'', do músico Chico Buarque de Holanda.
Chico havia feito a trilha sonora para ''Vida e morte severina'', auto nordestino de
Natal, de João Cabral de Melo Neto, montado pelo Teatro da Universidade
Católica de São Paulo (Tuca) e premiado no Festival Internacional de Teatro de
Nancy, na França.
Os passos do Arena, de conotações nitidamente políticas, são seguidos pelo
Grupo Opinião, do Rio de Janeiro. Seu maior sucesso é ''Se correr o bicho pega,
se ficar o bicho come'', de Oduvaldo Vianna Filho.
No final da década de 60, novo impulso à dramaturgia realista é dado por Plínio
Marcos em ''Dois perdidos numa noite suja'' e ''Navalha na carne''. Outros autores
importantes são Bráulio Pedroso ''O fardão'' e Lauro César Muniz ''O santo
milagroso''.
Gianfrancesco Guarnieri (1934- ) nasce em Milão. Participa da criação do Teatro
de Arena. ''Eles não usam black-tie'' - história de uma família de operários durante
uma greve e suas diferentes posições políticas - é um marco do teatro de temática
social. Junto com Augusto Boal monta ''Arena conta Zumbi'', onde são usadas
técnicas do teatro brechtiano. Entre suas peças destacam-se também ''Um grito
parado no ar'' e ''Ponto de partida''. Trabalha como ator de cinema (Eles não usam
black-tie, Gaijin) e de novelas.
Plinio Marcos (1935- ) nasce em Santos, filho de um bancário. Abandona cedo a
escola. Trabalha em diversas profissões - é operário, camelô, jogador de futebol,
ator. Em 1967 explode com ''Dois perdidos numa noite suja'' e ''Navalha na carne'',
peças que retratam a vida dos marginais da sociedade. Sua temática realista e
linguagem agressiva chocam parte do público e fazem com que suas peças sejam
freqüentemente censuradas. Após dez anos sem publicar, lança ''A dança final''
em 1994. Vive da venda direta de seus livros e da leitura de tarô.
Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974) nasce em São Paulo. Filho do dramaturgo
Oduvaldo Vianna, torna-se conhecido como Vianinha. É um dos fundadores do
Teatro de Arena e do Grupo Opinião. Suas peças ''Chapetuba F.C.'', ''Se ficar o
bicho pega, se correr o bicho come'', ''Longa noite de cristal'', ''Papa Highirte'' e
''Rasga coração ''o transformam num dos mais importantes dramaturgos
brasileiros. ''Rasga coração'', síntese do teatro brasileiro de seu tempo, fica
censurada por cinco anos durante o regime militar e só é montada em 1979, após
sua morte. (ao topo)
Censura
Na década de 70 a censura imposta pelo governo militar chega ao auge. Os
autores são obrigados a encontrar uma linguagem que drible os censores e seja
acessível ao espectador.
Nessa fase, surge toda uma geração de jovens dramaturgos cuja obra vai
consolidar-se ao longo das décadas de 70 e 80:
Mário Prata (Bésame mucho),
Fauzi Arap (O amor do não),
Antônio Bivar (Cordélia Brasil),
Leilah Assunção (Fala baixo senão eu grito),
Consuelo de Castro (Caminho de volta),
Isabel Câmara (As moças),
José Vicente (O assalto),
Carlos Queiroz Telles (Frei Caneca),
Roberto Athayde (Apareceu a margarida),
Maria Adelaide Amaral (De braços abertos),
João Ribeiro Chaves Neto (Patética),
Flávio Márcio (Réveillon),
Naum Alves de Souza (No Natal a gente vem te buscar).
Marcam época também as montagens feitas, em São Paulo, pelo argentino Victor
García: ''Cemitério de automóveis'', de Fernando Arrabal, e ''O balcão'', de Jean
Genet - nesta última, ele chega a demolir internamente o Teatro Ruth Escobar
para construir o cenário, uma imensa espiral metálica ao longo da qual se sentam
os espectadores. (ao topo)
Novas Propostas
A partir do final da década de 70, aparecem grupos de criação coletiva,
irreverentemente inovadores.
''Trate-me leão'', do Asdrúbal Trouxe o Trombone, aborda o inconformismo e a
falta de perspectivas da adolescência e revela a atriz Regina Casé.
''Salada paulista'', do Pod Minoga também calca seu humor nos problemas do
cotidiano.
Já ''Na carreira do divino'', de Alberto Soffredini, baseia-se numa pesquisa do
grupo Pessoal do Vítor sobre a desestruturação do mundo caipira.
Antunes Filho é aplaudido por sua adaptação de ''Macunaíma'', de Mário de
Andrade, e Nelson Rodrigues, ''O eterno retorno''.
Luiz Alberto de Abreu ''Bella ciao'', Flávio de Souza ''Fica comigo esta noite'' e
Alcides Nogueira ''Lua de Cetim'' e ''Opera Joyce'' destacam-se entre os autores.
O Ornitorrinco, de Cacá Rosset e Luís Roberto Galizia, inaugura, com ''Os párias'',
de Strindberg, e um recital das canções de Kurt Weil e Brecht, uma fórmula
underground original.
Os espetáculos posteriores de Rosset, o ''Ubu'', de Alfred Jarry, o polêmico
''Teledeum'', do catalão Albert Boadella, ''Sonhos de uma noite de verão'' e
''Comédia dos erros'', de Shakespeare, são comercialmente bem-sucedidos.
Antunes Filho (1929- ) começa a trabalhar com teatro dirigindo um grupo de
estudantes. Na década de 50 trabalha como assistente de direção no TBC. No
final dos anos 70 rompe com o teatro mais comercial em sua montagem de
Macunaíma, de Mário de Andrade, um dos marcos do teatro brasileiro. Com
Nelson Rodrigues, o eterno retorno, montagem que engloba as peças Toda nudez
será castigada, Os sete gatinhos, Beijo no asfalto e Álbum de família, traz à tona a
discussão sobre a obra de Nelson Rodrigues. No Centro de Pesquisas Teatrais,
pesquisa um modo brasileiro de fazer teatro.
Tendências atuais Marcada pela pluralidade de concepção teatral.
O trabalho dos diretores torna-se mais conhecido do que o dos autores. (ao topo)
Novos Autores
Em São Paulo destacam-se:
Otávio Frias Filho (Típico romântico, Rancor),
Noemi Marinho (Fulaninha e Dona Coisa, Almanaque Brasil).
Marcos Caruso e Jandira Martini fazem sucesso com Porca Miséria.
No Rio de Janeiro surge o besteirol, que começa com humor e irreverência e
avança para um texto mais crítico. Os mais conhecidos dramaturgos dessa linha
são:
Miguel Falabella (A partilha, Como encher um biquíni selvagem, No coração do
Brasil) e
Mauro Rasi (Batalha de arroz num ringue para dois, Viagem a Forlí). (ao topo)
Novos Diretores
Controvérsia cerca as montagens de Gerald Thomas : Carmen com filtro, Electra e
a trilogia de adaptações de Kafka. Entre os cariocas destacam-se Moacyr Góes,
com A escola de bufões, e Enrique Díaz, que, aos 22 anos, surpreende com A
Bao a Qu, baseado em Jorge Luís Borges. O paulista Ulysses Cruz, com o grupo
Boi Voador, monta Velhos marinheiros e Típico romântico. Também desponta o
talento do mineiro Gabriel Villela, que faz teatro de rua com o Grupo Galpão, de
Belo Horizonte (Romeu e Julieta) e assina as montagens de A vida é sonho, de
Calderón de la Barca, e A guerra santa, além de uma excelente A Falecida, de
Nelson Rodrigues. Bia Lessa (Cartas portuguesas, Orlando) cria soluções
cenográficas originais e faz uma leitura extremamente pessoal de textos clássicos.
A cada dia, novos nomes brilham no cenário teatral brasileiro. Os nomes que
apresentamos aqui são apenas alguns entre os muitos outros que atuam por este
imenso Brasil.
O Teatro do Século XX
A partir da virada do século, autores como os irlandeses Sean O'Casey ''O arado e
as estrelas'' e John Millington Synge ''O playboy do mundo ocidental'' ainda
escrevem textos realistas. Mas surgem inúmeras outras tendências.
Expressionismo
Surge na Alemanha, entre a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais. Advoga a explosão
descontrolada da subjetividade e explora estados psicológicos mórbidos,
sugerindo-os através de cenários distorcidos.
Autores expressionistas - ''A caixa de Pandora'', de Frank Wedekind, ''Os
burgueses de Calais'', de Georg Kaiser, ''Os destruidores de máquinas'', de Ernst
Toller, ''R.U.R''., do tcheco Karel Capek, e ''O dia do julgamento'', do americano
''Elmer Rice'', exibem também preocupação social, mostrando o homem em luta
contra a mecanização desumanizadora da sociedade industrial, estudam os
conflitos de geração e condenam o militarismo. (ao topo)
Futurismo
Forte durante os anos 20. Na Itália glorifica a violência, a energia e a
industrialização. Na antiga URSS propõe a destruição de todos os valores antigos
e a utilização do teatro como um meio de agitação e propaganda.
Autores futuristas - Os italianos, liderados por Filippo Tommaso Marinetti ''O
monoplano do papa'', evoluem para o fascismo, enquanto os russos, tendo à
frente Vladimir Maiakovski ''O percevejo'', ''Mistério bufo'', usam o teatro para
difundir o comunismo.
Teatro estilizado - Uma corrente que busca colocar o irreal no palco, abandonando
o apego excessivo à psicologia e ao realismo. Meyerhod é o encenador que leva
mais longe essas propostas, lançando os fundamentos do que chama de "teatro
estilizado".
Vsevolod Emilievich Meyerhold (1874-1940) nasce na Rússia, trabalha
inicialmente como ator e começa como diretor teatral em 1905, indicado por
Stanislavski. Dirige os teatros da Revolução e Meyerhold, encenando várias peças
de Maiakovski. Utiliza o cinema como recurso teatral, em algumas de suas
montagens o espectador pode ir ao palco, os atores circulam na platéia. Para
Meyerhold o ator deve utilizar seu físico na interpretação, não ficando escravo do
texto. Preso pela polícia stalinista após uma conferência teatral, em 1939, morre
num campo de trabalhos forçados, provavelmente executado. (ao topo)
Teatro da Crueldade
Na França, nos anos 20, dadaístas e surrealistas contestam os valores
estabelecidos. Apontam como seu precursor Alfred Jarry, que, no fim do século
XIX, criou as farsas ligadas ao personagem absurdo do Pai Ubu. Antonin Artaud é
o principal teórico desse movimento.
Antonin Artaud (1896-1948) nasce em Marselha, França. Ator, poeta e diretor
teatral, Artaud formula o conceito de "teatro da crueldade" como aquele que
procura liberar as forças inconscientes da platéia. Seu livro teórico, ''O teatro e seu
duplo'', exerce enorme influência até os dias atuais. Passa os últimos dez anos de
sua vida internado em diversos hospitais psiquiátricos e morre em Paris.(ao topo)
Teatro Épico
Tomando como ponto de partida o trabalho de Piscator, que lutava por um teatro
educativo e de propaganda, o alemão Bertolt Brecht propõe um teatro politizado,
com o objetivo de modificar a sociedade.
Autores épicos - Os principais seguidores de Brecht são os suíços Friedrich
Dürrenmatt ''A visita da velha senhora'' e Max Frisch ''Andorra'', e os alemães
Peter Weiss ''Marat/Sade'' e Rolf Hochhuth ''O vigário''. Na Itália, Luigi Pirandello
''Seis personagens à procura de um autor'' antecipa a angústia existencial de
Jean-Paul Sartre ''Entre quatro paredes'' e Albert Camus ''Calígula''.
Bertolt Brecht (1898-1956), dramaturgo e poeta alemão. Serve na 1ª Guerra
Mundial como enfermeiro, interrompendo para isso seus estudos de medicina.
Começa a carreira teatral em Munique, mudando em seguida para Berlim. Durante
a 2ª Guerra exila-se na Europa e nos EUA. Acusado de atividade antiamericana
durante o macarthismo, volta à Alemanha e funda, em Berlim Oriental, o teatro
Berliner Ensemble. Em ''O círculo de giz caucasiano'', ''Galileu Galilei'' ou ''Os fuzis
da senhora Carrar'', substitui o realismo psicológico por textos didáticos,
comprometidos com uma ideologia de esquerda. Afirmando que, em vez de
hipnotizar o espectador, o teatro deve despertá-lo para uma reflexão crítica, utiliza
processos de "distanciamento", que rompem a ilusão, lembrando ao público que
aquilo é apenas teatro e não a vida real. (ao topo)
Teatro Americano
Na década de 20 adquire pela primeira vez características próprias, marcado pela
reflexão social e psicológica, e começa a ser reconhecido em todo o mundo. Seu
criador é Eugene O'Neill, influenciado por Pirandello.
Autores americanos - Além de Eugene O'Neill, destacam-se Tennessee Williams,
Clifford Oddets ''A vida impressa em dólar'', ''Que retrata a Depressão'' , Thornton
Wilder ''Nossa cidade'' e Arthur Miller com textos de crítica social; e Edward Albee
que, em ''Quem tem medo de Virginia Woolf?'', fala do relacionamento íntimo entre
os indivíduos.
Eugene O'Neill (1888-1953), filho de um ator, nasce em Nova York e passa a
infância viajando. Durante a juventude percorre os países do Atlântico durante
cinco anos, a maior parte do tempo como marinheiro, experiência que é utilizada
na construção de seus personagens marginais. Em ''Estranho interlúdio'', ''O luto
cai bem a Electra'' ou ''Longa jornada noite adentro'', confunde os planos da ficção
e da realidade e mergulha nos mecanismos psicológicos de seus personagens.
Extremamente pessimista, mostra o homem preso de um destino sem sentido - o
que também o situa como um precursor do existencialismo. (ao topo)
Teatro do Absurdo
A destruição de valores e crenças, após a 2ª Guerra Mundial, produz um teatro
anti-realista, ilógico, que encara a linguagem como obstáculo entre os homens,
condenados à solidão.
Autores do teatro do absurdo - Destacam-se o irlandês Samuel Beckett; o romeno
naturalizado francês, Eugène Ionesco ; o inglês, Harold Pinter. O francês Jean
Genet ''O balcão'' escolhe assuntos "malditos", como o homossexualismo.
''Tango'', do polonês Slawomir Mrózek, e ''Cemitério de automóveis'' e ''O
arquiteto'' e ''O imperador da Assíria'', do espanhol Fernando Arrabal, também
marcam o período.
Samuel Beckett (1906-1989), dramaturgo, poeta e romancista irlandês. Depois de
formado em Dublin, mora em Paris por dois anos. Seu teatro, recheado de
paradoxos e humor negro, rejeita a busca de explicação da existência através do
racionalismo. Em ''Esperando Godot'', sua primeira peça, dois vagabundos
conversam esperando um misterioso Godot que nunca aparece, numa parábola
da condição humana. (ao topo)
Tendências Atuais
Em anos recentes alguns dramaturgos ainda se destacam, mas o eixo criador
desloca-se para os grupos teatrais. As experiências dos grupos fundados nas
décadas de 70 a 90 têm em comum a eliminação da divisão tradicional entre o
palco e a platéia; além da substituição do texto de um autor único por uma criação
coletiva e da participação do espectador na elaboração do espetáculo. A figura do
diretor torna-se mais decisiva do que a do autor. O polonês Jerzy Grotowski é um
dos maiores nomes do teatro experimental.
Jerzy Grotowski (1933- ) nasce em Rzeszów, Polônia. Seu trabalho como diretor,
professor e téorico de teatro tem grande impacto no teatro experimental a partir da
década de 60. De 1965 a 1984 dirige o teatro-laboratório de Wróclaw, onde
propõe a criação de um "teatro pobre", sem acessórios, baseado apenas na
relação ator/espectador. Em 1982 passa a morar nos EUA e atualmente vive e
trabalha no Centro de Pesquisa e Experimentação Teatral de Pontedera, na Itália.
Grupos teatrais - Destacam-se o Living Theatre, de Julian Beck e Judith Malina; o
Open Theatre, de Joseph Chaikin; o Teatro Campesino, de Luís Miguel Valdez; o
Bred and Puppet, de Peter Schumann; o Odin Teatret, de Eugenio Barba; o Centro
Internacional de Pesquisa Teatral, de Peter Brook; o Théâtre du Soleil, de Ariane
Mnouchkine; o Grand Magic Circus, de Jérôme Savary; o Squat, de Budapeste; o
Mabou Mines e o Performance Group, dos EUA; e as companhias dos:
americanos Bob Wilson, Richard Foreman, Richard Schechner e Meredith Monk;
dos italianos Carmelo Bene, Giuliano Vassilicò e Memè Perlini; do falecido polonês
Tadeusz Kantor e a do britânico Stuart Sherman.
Bob Wilson (1941- ), diretor americano nascido em Waco, Texas. Muda-se para
Nova York aos 20 anos. Seus problemas de fala na infância contribuem para que
se aprofunde na liguagem visual. Seu teatro busca a arte total com recursos de
luz, gestos, cenários. As montagens são, muitas vezes, extremamente longas
como ''A vida e a época de Josef Stalin'', que tinha 12h de duração.
Peter Brook (1925- ) nasce em Londres e estuda em Westminster, Greshams e
Oxford. Como diretor teatral, nos anos 60, inova em montagens de Shakespeare
como ''Rei Lear'', e em ''Marat/Sade''. Em 1970 transfere-se para Paris fundando o
Centro Internacional de Pesquisa Teatral. Centra seu trabalho na valorização do
ator. Trabalha com grupos de diversas nacionalidades para que as diferenças
culturais e físicas enriqueçam o resultado final. Uma de suas montagens mais
conhecidas, ''Mahabharata'', é adaptada de um clássico indiano. Mais tarde a
transforma em filme.
Autores atuais - Os autores mais representativos do final do século XX são os
alemães Peter Handke (Viagem pelo lago Constança), Rainer Werner Fassbinder
(Lola), também diretor de cinema, Heiner Müller (Hamlet-Machine) e Botho
Strauss (Grande e pequeno); o americano Sam Sheppard (Loucos de amor), o
italiano Dario Fó (Morte acidental de um anarquista), ou o chileno Ariel Dorfman (A
morte e a donzela). (ao topo)
Teatralismo
Na década de 90, musicais como ''Les misérables'', dirigido por Trevor Nunn e
John Caird ou ''Miss Saigon'', dirigido por Nicholas Hytner, ilustram a tendência ao
chamado "teatralismo", a volta à exploração dos recursos específicos da
linguagem de palco - encenações elaboradas, estilizadas, ricas em efeitos
especiais e ilusões teatrais. Isso acarreta o declínio acelerado das montagens
ditas "minimalistas", como algumas de Bob Wilson, que usavam cenários
austeros, guarda-roupa simplificado, o mínimo de adereços de cena, gestos
reduzidos.
A partir da virada do século, autores como os irlandeses Sean O'Casey ''O arado e
as estrelas'' e John Millington Synge ''O playboy do mundo ocidental'' ainda
escrevem textos realistas. Mas surgem inúmeras outras tendências
Os Métodos de Interpretação Criados por:
Standislaviski
Bertold Brecht
Artaud
Grotowiski
Ziembimski