Manual Bíblico Ilustrado
Manual Bíblico Ilustrado
Manual Bíblico Ilustrado
ILUSTRADO
VIDA
MANUAL BÍBLICO
ILUSTRADO
VIDA
Editores
J. Daniel Hays e J. Scott Duvall
©2011, Baker Publishing Group Originalmente
publicado nos EUA com o título The Baker
Illustrated Bible Handbook Copyright da edição
brasileira ©2019, Editora Vida Edição publicada
EDITORA VIDA com permissão da Baker Books, uma divisão da
Rua Conde de Sarzedas, 246 – Liberdade Baker Publishing Group (Grand Rapids,
CEP 01512 -070 – São Paulo, SP Michigan, 49516, EUA)
Tel.: 0 xx 11 2618 7000 ■
atendimento@editoravida.com.br
www.editoravida.com.br Todos os direitos desta tradução em língua
portuguesa reservados por Editora Vida.
PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER MEIOS,
SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE.
ISBN 978-85-383-0368-8
1. Bíblia - Dicionários I. Brand, Chad. II. Draper, Charles. III. England,
Archie. IV. Bond, Steve. V. Clendenen, E.Ray. VI. Butler, Trent C. VII. Latta,
Bill.
17-10072 CDD-220.3
Índice para catálogo sistemático:
1. Bíblia : Dicionários 220.3
2. Dicionários bíblicos 220.3
Dedicamos este livro aos nossos pais, Jim e Carolyn Hays, Bob Duvall e
Peggy Duvall Scheler, os primeiros a nos ensinar a amar e ouvir a Palavra de
Deus.
Seremos sempre imensamente gratos por sua influência espiritual em nossa
vida.
Sumário
Agradecimentos
Colaboradores
O princípio e o fim
O Antigo Testamento
O Pentateuco
Os Livros Históricos
O Novo Testamento
As Cartas Gerais
Literatura apocalíptica
A inspiração da Bíblia
A Septuaginta
Traduções em português
A arqueologia e a Bíblia
Dr. Todd Still (George W Truett Theological Seminary): Aquele que o está
retendo? O trabalho e os cristãos tessalonicenses.
Uma palavra dos autores (Danny e Scott) para o leitor: Uma das
grandes paixões de nossa vida é ensinar a Palavra de Deus às pessoas ávidas
por conhecê-la. Há poucas coisas na vida mais importantes que ouvir a
Palavra de Deus e obedecer a nosso Senhor! Da mesma forma, há poucas
coisas que nos deixam mais entusiasmados que quando somos capazes de
ajudar o povo de Deus a se aproximar mais do Senhor por meio da
compreensão melhor da sua Palavra. Um dos objetivos básicos deste livro é
ajudar as pessoas na igreja a entenderem melhor a Bíblia. À medida que
escrevíamos cada artigo, tentávamos ter você (leitor) em mente, e nos
esforçamos para escrever como se estivéssemos conversando com você e o
ensinando pessoalmente. Por isso, o tom do livro é informal (de modo
especial na Parte I).
Houve vários reis. Alguns deles foram bons, mas a maioria foi má.
Cativeiro — Uma vez que o povo deixou de adorar somente a Deus, sofreu
um terrível julgamento, incluindo a perda da terra prometida.
Os inimigos deles os conduzem ao cativeiro. Israel é conquistado pelos
assírios em 722 a.C., e Judá é conquistado e levado cativo pelos babilônios
em 586 a.C.
Cristo (ápice da história) — Cerca de 400 anos mais tarde, Deus envia seu
Filho, Jesus Cristo, para salvar seu povo do pecado. Jesus anuncia a vinda do
Reino de Deus por meio de seus ensinamentos e milagres. Sua morte e
ressurreição formam o ápice da história bíblica.
* V. Walsh, Brian J. The Transforming Vision: Shaping a Christian World View. Downers Grove,
IL: InterVarsity, 1984; Wright, N. T. Jesus and the Victory of God. Minneapolis: Fortress, 1997; e
Bartholomew, Craig; Goheen, Michael. The Drama of Scripture: Finding Our Place in the Biblical
Story. Grand Rapids: Baker Academic, 2004.
O Pentateuco
Os Livros Históricos
Os Salmos
Os Livros Sapienciais
Os Profetas
Os quatro Evangelhos
O livro de Atos
Nós temos quatro versões sobre a vida de Jesus (os Evangelhos), mas
somente um relato sobre a vida da igreja primitiva — o livro de Atos.
O termo “Atos” refere-se ao livro de “Atos dos Apóstolos”, mas talvez seja
mais corretamente descrito como “Atos do Espírito Santo por meio dos
apóstolos e outros cristãos”. O livro de Atos conta a história do surgimento e
da expansão da igreja primitiva desde o ano 30 até o início dos anos 60 d.C.
As epístolas paulinas
As epístolas gerais
Apocalipse
Para os cristãos, o significado da vida é muito mais que apenas ser salvo e
ir para o céu quando morremos. De modo geral, subestimamos o fim da
História porque nos esquecemos de que Deus é o Alfa (Gn 1—2) e o Ômega
(Ap 19—22). O caráter dele nos garante que ele terminará o que iniciou, com
mais formosura, bondade, santidade, glória e amor do que possamos
imaginar.
O Pentateuco
Qual é o tema do Pentateuco?
Levítico continua o relato a partir daí, pois, se o Deus santo e tremendo irá
habitar no meio do povo, então todos os aspectos da vida dos israelitas
mudarão. Toda a sua visão de mundo terá de girar em torno dos conceitos de
santidade e do que é puro e imundo. Eles também terão de saber como se
aproximar de Deus e como servir a ele. Levítico trata de como os israelitas
deveriam viver com o Deus santo e tremendo habitando bem ali próximo
deles.
No início da história de Abraão (Gn 12), ele está na Mesopotâmia, que fica
no leste. Entretanto, Abraão obedece ao Senhor e migra para o oeste, para
Canaã. Ele permanece por um breve período no Egito (12.10-20), mas não se
dá muito bem ali; por isso, Abraão retorna à terra de Canaã.
Jacó, o neto de Abraão, voltará à Mesopotâmia para morar ali durante um
tempo antes de retornar a Canaã. A família de Jacó, então, mudará para o
Egito, e Gênesis termina com a família toda de Jacó (os descendentes de
Abraão) morando no Egito.
✚ A história bíblica começa em um jardim (Gn 1–3) e termina em um jardim (Ap 22)
Quais são os temas centrais de Gênesis?
• Gênesis responde à grande pergunta sobre a vida: Por que estou aqui?
• Deus faz uma aliança com Abraão que afeta o restante da Bíblia e toda a
história humana.
• Deus testa Abraão dando-lhe a ordem de sacrificar seu filho Isaque, mas
provê um sacrifício para substituí-lo no momento apropriado.
Ele é mais como um artista criando uma obra-prima, que consegue pintar
fora das linhas se quiser.
Como ápice da Criação, Deus cria homem e mulher à sua imagem. A visão
geral disso está em 1.26-31, e os detalhes são apresentados em 2.4-25. Ele faz
o ser humano “à imagem de Deus”, concedendo-lhe assim uma posição muito
especial. Além disso, observe que Adão e Eva não estão relacionados a
nenhuma tribo ou raça (p. ex., eles não são chamados hebreus). Isso sugere
que todos os povos de todas as raças e níveis socioeconômicos têm a mesma
posição e valor; todos são criados à imagem de Deus. Apesar de os
estudiosos divergirem sobre o sentido exato da expressão “à imagem de
Deus”, ela provavelmente inclui várias coisas: somos semelhantes a Deus em
diversos aspectos (espiritual, emocional, relacional) e fomos designados
representantes dele para administrar a criação.
✚ A palavra hebraica adam, o nome próprio do primeiro homem criado, é também o termo
hebraico usado para designar ”pessoas”e a humanidade em geral.
Fora do jardim, a raça humana não se comporta muito melhor. Com apenas
dois irmãos na terra, é muito irônico (e perturbador) que um desejasse matar
o outro. Esse é também um retrato desolador da conduta humana, pois
continuamos matando uns aos outros com certa regularidade. Basta ler
qualquer manchete de jornal ou assistir ao noticiário da noite.
Entretanto, Deus continua agindo nos bastidores, e essa ação divina sugere
silenciosamente uma esperança para o futuro. Sete substitui Abel e começou
a invocar o nome do Senhor (4.26).
A maldade era tanta que Deus resolve destruir a criação e começar tudo de
novo. Gênesis 6 — 9 descreve o dilúvio que Deus enviou à terra. Em geral, a
descrição do dilúvio emprega a mesma terminologia usada sobre a criação em
Gênesis 1 — 2, apenas de modo inverso. Em Gênesis 1, “Deus viu que era
bom” (1.4,10,12,18,21,25,31). Agora, em 6.5, “O Senhor viu que a
perversidade do homem tinha aumentado na terra”. Semelhantemente, a
separação das águas de cima das águas de baixo (1.6,7) ocasiona uma imensa
inundação (7.11). Como Deus ordenou o aparecimento da terra seca (1.9),
agora tudo submerge sob as águas (7.17-20), destruindo toda a vida fora da
arca, humana e animal, criada em Gênesis 1.
Tabuinha cuneiforme
contendo o relato do
dilúvio da Epopeia
de Gilgamés.
Em Gênesis 9, Deus estabelece a aliança de não mais destruir o mundo
dessa maneira. Ele também proíbe de forma categórica o assassinato.
Entretanto, a história de Noé termina de modo curioso. Seu filho Cam faz
algo muito ofensivo (o texto não esclarece os detalhes). Então, Noé profere
uma maldição contra Canaã, o filho de Cam (9.18-27), de quem procederão
os cananeus. Aparentemente, Noé enxerga adiante de seus filhos e netos e vê
os povos que surgirão deles. Por isso, ele profere uma maldição apropriada
contra Canaã. Os cananeus se tornarão os característicos dos “maus
exemplos” do AT, adoradores de Baal e incitadores de toda sorte de
problemas teológicos e morais para Israel no futuro. Nenhum dos nomes dos
filhos (Cam, Sem e Jafé) tem qualquer relação com classificações raciais;
assim, a chamada maldição de Cam não tem nenhuma ligação com aspectos
étnicos.
✚ Vários dos quatro termos clãs, línguas, territórios e nações usados para definir a dispersão
de Gênesis 10 (v. 5,20,31) reaparecem em outras passagens que interferem a situação da
dispersão em particular Genesis 12:1–3 e Apocalipse 5.9; 7.9; 10.11; 11.9; 13.7; 14.6 e 17.15.
O zigurate Ager Quf parcialmente restaurado. Vários templos em formato de torres como esse
foram construídos por toda a Mesopotâmia como locais de adoração. A torre de Babel provavelmente
foi precursora dos zigurates.
Pecado no 4: a torre de Babel resulta na dispersão (10.1—11.32)
Além disso, a dispersão dos povos pelo mundo por entre clãs, línguas,
territórios e nações resulta do episódio da torre de Babel de Gênesis 11.
Então, parece que o episódio de Gênesis 11, na verdade, aconteceu antes da
situação descrita em Gênesis 10.
Alianças na Bíblia
Essa história nos arrasta até a colina e nos força a tentar compreender o que
é sacrificar o próprio filho, algo que nosso Pai celestial teve de fazer.
Mais tarde, Abraão e Sara morrem e a história continua com seu filho,
Isaque. Em geral, Isaque ocupa um papel passivo na maioria dos episó-
dios em que aparece (com Abraão, seu pai, ou Jacó e Esaú, seus filhos).
José é um dos poucos de sua família que parecia confiar em Deus e viver
de modo justo. Seus irmãos tinham inveja do jovem José, por isso eles o
vendem à escravidão (37.1-36). José é levado ao Egito, onde continua
confiando em Deus e a agir de modo íntegro, em comparação com seus
irmãos na sua terra (38.1—39.23). Deus abençoa José e lhe dá a capacidade
de interpretar sonhos, o que o levou à promoção para a posição de segundo
em poder no Egito. José, na verdade, implementa um programa que salva o
Egito da fome iminente (40.1—41.57). A fome afeta também Canaã e, mais
tarde, a família de José vai ao Egito à procura de alimento. Em vez de
castigar seus irmãos pela traição, José os perdoa e cuida de toda a sua família
no Egito (42.1—47.31). Jacó, pai de José, envelhece, mas pronuncia as
bênçãos sobre Manassés e Efraim, os filhos de José (48.1-22), e sobre seus
outros onze filhos (49.1-28). A família de José prospera no Egito, mas, antes
de morrer, ele lembra seus familiares de que Deus prometera a seu
antepassado Abraão uma terra e que um dia Deus os levaria de volta àquela
terra (50.1-26). Então, quando o livro de Gênesis termina, os descendentes de
Abraão estão no Egito, esperando que Deus cumpra sua promessa ao
antepassado. O cumprimento se dará na história do Êxodo.
Como aplicar Gênesis à nossa vida hoje
Uma das lições mais importantes que aprendemos na vida é que Deus é o
criador e nós somos as criaturas. Isso resume bem nosso relacionamento com
ele e define com clareza quem tem a autoridade para estabelecer as regras.
✚ Quando uma história de Gênesis chega ao fim, os descendentes de Abraão estão no Egito.
Êxodo, o próximo livro, vai pegar a história a partir do Egito.
Êxodo
Libertação e presença de Deus
✚ O título “Êxodo” vem da palavra grega que significa “sair”. O livro recebeu esse título
quando foi traduzido do hebraico para o grego (Septuaginta). Nossas Bíblias em português
seguiram a Septuaginta no uso do título do livro.
Datação do Êxodo
Peter Enns
2. À medida que Deus liberta Israel, ele age de tal modo que todos
“conhecerão” e reconhecerão seu poder. Os que nele confiam
“conhecerão” sua salvação. Os que o desprezam “conhecerão” seu juízo.
De um modo ou de outro, todos o conhecerão. Não há meio-termo e não
há como ignorá-lo.
Há duas frases, diretamente ligadas aos três temas centrais de Êxodo, que
se repetem por todo o livro por meio de diversas formulações. A primeira é a
declaração: “Eu sou o Senhor que te tirei da terra do Egito”. Essa frase
aparece em diversas formas, todas declarando que foi Deus quem tirou os
israelitas do Egito. Essa ideia está ligada ao tema principal da libertação e do
conhecimento de Deus. A segunda afirmação repetida mais de 70 vezes em
Êxodo é: “para que saibam que eu sou o Senhor”. Como já se mencionou, um
dos temas centrais de Êxodo é o caráter decisivo e espetacular da
demonstração do poder de Deus, para evitar qualquer ambiguidade. Todos
saberão que “ele é Senhor”, ou para salvação ou para condenação.
Em geral, a história de Êxodo segue uma sequência cronológica.
Êxodo 1.8 explica que um novo faraó tomou o poder sem se lembrar de
José e de como José tinha livrado o Egito. Por isso, esse faraó vê os israelitas
apenas como uma ameaça, não como possível bênção. É interessante que o
livro de Êxodo não identifica esse faraó. De modo geral, a Bíblia é bastante
clara em citar os nomes dos reis da região, em especial se ele tem relação
direta com Israel. Contudo, apesar de esse rei (i.e., o faraó) ter um papel
importantíssimo na história de Israel, seu nome permanece sem ser citado.
Suspeitamos que isso seja intencional e que reflita uma forma de desprezo.
Esse arrogante faraó, naquela época, era o homem mais poderoso no mundo,
além de ser considerado pelos egípcios um ser divino. Entretanto, a Bíblia
nem sequer apresenta seu nome. Em
comparação, os nomes de duas modestas
parteiras são mencionados (1.15), talvez
sugerindo que no quadro geral dos
acontecimentos as parteiras foram mais
importantes para Deus do que o obstinado
faraó.
✚ Jesus declara: “Antes que Abraão nascesse, eu sou!” (João 8:58). Jesus está obviamente
se identificando com o nome de Deus revelado a Moisés no episódio da sarça ardente de Êxodo
3.
Êxodo 2.23,24 é uma transição muito importante. Deus ouve o clamor dos
israelitas escravizados e decide agir, baseado na promessa feita a Abraão.
Eles apenas clamaram diante de seu sofrimento e miséria. Deus ouve o seu
clamor, lembra-se de sua aliança com Abraão, e decide agir (em Êx 3, ele
designará Moisés para conduzi-los).
Em Êxodo 3.1—4.17, Moisés tem um encontro incrível com Deus. Ele está
desperdiçando sua vida nas regiões remotas de Midiã. Para todos os
propósitos essenciais, ele é um midianita. Deus o confronta, revela-se a ele e,
em seguida, o coloca em um caminho completamente novo de vida: tirar os
israelitas do Egito e conduzi-los à terra prometida.
Moisés reúne sua família e começa o retorno ao Egito. No caminho ele tem
um encontro muito estranho com Deus (4.18-26). Aparentemente, Moisés
não tinha ainda circuncidado seus filhos. Lembre-se de que a circuncisão era
o sinal de pertença à aliança abraâmica. Deus parece insistir na circuncisão
dos meninos da família de Moisés antes de ele assumir o comando dos
israelitas.
Eles contam aos israelitas tudo que Deus disse a Moisés e lhes mostram os
sinais miraculosos. Os israelitas acreditam e adoram a Deus (4.29-31).
Entretanto, o faraó é outra questão. Quando Moisés lhe diz que o Senhor
exige a partida dos israelitas, o faraó faz uma declaração fatal: “Quem é o
Senhor, para que eu lhe obedeça e deixe Israel sair?” (5.2). Deus responde a
esse desafio provocador de maneira dramática. Ao fim de Êxodo 14, com o
Egito destruído, todos os primogênitos mortos e todo o exército morto às
margens do mar Vermelho, o faraó saberá quem é o Senhor.
✚ Deus quer que os israelitas saibam que ele é quem os libertou; da mesma forma ele quer
que os egípcios saibam que ele é aquele que os destruiu.
Êxodo 7.8-13 antecipa o que está por vir. A vara de Moisés transforma-se
em uma serpente diante do faraó, como um sinal para ele. No entanto, seus
magos imitam o sinal, e suas varas também se transformam em serpentes.
Entretanto, o principal sinal é o que acontece em seguida, quando a serpente
de Moisés engole as Coluna espetacular do templo de outras serpentes,
demonstrando quanto sua vara era mais poderosa que qualquer coisa que o
faraó ou seus magos pudessem inventar.
As pragas
Peter Enns
As pragas são dez atos por meio dos quais Deus afligiu os egípcios
sob a liderança de Moisés. A narrativa principal das pragas começa
em Êxodo 7.14, com a transformação das águas do Nilo em sangue, e
termina em Êxodo 11.1—13.16 com a morte dos primogênitos, a
instrução sobre a Páscoa e a libertação de Israel da escravidão no
Egito. As pragas também são mencionadas em Salmos 78.44-51,
embora a sequência seja diferente e apenas seis das dez pragas sejam
mencionadas (v. tb. Sl 105.28-36).
Então, Deus fere o Egito com dez terríveis pragas, as quais, em geral, com
intensidade crescente (7.14—11.30). As pragas vêm em grupos de três,
seguindo padrões semelhantes. Na primeira (o Nilo transforma-se em sangue)
e na segunda (as rãs) pragas, Moisés adverte o faraó e exige que ele deixe os
israelitas partirem. O faraó se recusa, e Deus então inicia a praga.
Deus também declara que toda a nação será como sacerdotes para ele.
Nesse contexto, Deus agora entra em um relacionamento mediante uma
aliança especial com o povo de Israel, uma oportunidade espetacular de
bênção e rico significado de vida expresso por meio da poderosa presença de
Deus.
✚ No NT, Pedro menciona Êxodo 19. 6 quando diz: “Vocês são [...] sacerdócio real, nação
santa” (1Pe 2.9)
Agora que os israelitas estão nesse novo relacionamento com Deus, eles
precisam aprender a viver como povo especial de Deus. Em Êxodo 20 — 24,
Deus apresenta a Israel as estipulações que definem esse novo
relacionamento (muitas vezes chamado de aliança mosaica). No cerne da
aliança estão os Dez Mandamentos, representando a essência ou os elementos
centrais do novo relacionamento dos israelitas com Deus.
Os Dez Mandamentos
Michael Grisanti
Contexto histórico
Êxodo 33 destaca mais uma vez a presença de Deus. Moisés sabe que, se
ele perder a presença de Deus, tudo estará perdido. Então, ele implora para
que Deus permaneça com eles. Deus concorda, e em Êxodo 34 novas tábuas
de pedra são feitas e a aliança é renovada.
✚ A presença de Deus, perdida no jardim em Gênesis 3, é restaurada (até certo ponto) com
a vinda de Deus para Habitar entre seu povo no tabernáculo (Êx 25.8; 29.4-46).
Nós também nos encorajamos vendo Deus agir nos bastidores para
levantar Moisés, que mais tarde implementa a espetacular libertação do povo
de Deus. Somos exortados a evitar a dúvida e inconstância características do
povo de Israel e muito repetidas em todo o livro de Êxodo.
Ele é quem tem prazer em salvar seu povo, ainda que eles nem sempre
pareçam dignos de salvação. Nessa direção, no NT Paulo mais tarde
declarará: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso
favor quando ainda éramos pecadores” (Rm 5.8). Além do mais, Êxodo 32
ilustra para nós quão poderosa e eficaz pode ser a oração de intercessão, dado
o caráter compassivo de Deus.
✚ Em todo o restante do AT. Deus muitas vezes descreverá a si mesmo como “o Senhor
que os tirou do Egito”.
Levítico
Sejam santos porque eu sou santo
“Quando uma mulher engravidar e der à luz um menino, estará impura por
sete dias, assim como está impura durante o seu período menstrual” (12.2).
✚ A Presença do santo Deus entre o seu povo - este é o tema que liga Levítico de volta ao
Êxodo.
O estilo literário desta seção passa da instrução sobre como fazer algo para
a narrativa sobre o que realmente aconteceu. Em Êxodo 29, Deus deu
instruções a Moisés sobre como consagrar os sacerdotes, e Levítico 8
descreve como isso, de fato, aconteceu. Assim, m Levítico 8 Arão (irmão de
Moisés) e seus filhos são ordenados como os principais sacerdotes, e em
Levítico 9 eles começam a ministrar. Entretanto, no capítulo seguinte um
acontecimento chocante interrompe a história, pois os dois filhos de Arão,
Nadabe e Abiú, tentam se aproximar de Deus de uma forma não autorizada,
“sem que tivessem sido autorizados” (10.1). Da presença do Senhor sai fogo,
que os consome! Essa é uma advertência muito séria a Israel de que Deus e
somente Deus determina como ele deve ser abordado e adorado. Ninguém,
nem mesmo os sacerdotes especiais como os filhos de Arão, poderia
determinar por si mesmos como se aproximar de Deus.
Os sacrifícios
Archie England
Esses capítulos descrevem como alguém que tenha se tornado imundo pelo
contato com algo imundo pudesse se purificar cerimonialmente.
Lepra no Antigo Testamento
Robert Bergen
O Dia da Expiação
Christine Jones
No Antigo Testamento
No Novo Testamento
✚ Pedro cita Levítico 11.44,45; 19.2 e 20.26 quando escreve: “Mas, assim como é santo
aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito:
‘Sejam santos, porque eu sou santo’ ” (1Pe 1.15,16).
Não procurem vingança nem guardem rancor contra alguém do seu povo,
mas ame cada um o seu próximo como a si mesmo. Eu sou o Senhor. (19.18)
Números
O caminho mais longo para a terra prometida
– Encontro com Balaão e Moabe: Deus ainda protege seu povo (22.2—
25.18)
• Moisés casa-se com uma mulher de Cuxe, uma nação africana situada ao
sul do Egito.
Encontro com Balaão e Moabe: Deus aind protege seu povo (22.2—25.18)
A história de Balaão (Nm 22—25; 31) é uma das mais fascinantes de toda a
Bíblia.
✚ O NT menciona Balaão três vezes de uma forma muito negativa (2Pe 2.15; Jd 11; Ap
2.14)
Apesar de advertido uma vez por Deus de não amaldiçoar Israel, Balaão
decide ir mesmo assim a Moabe. Quando estava a caminho (aparentemente
para amaldiçoar Israel; por que outra razão ele iria?), ele se encontra com um
anjo do Senhor armado com uma espada e lhe obstruindo o caminho.
Balaão não consegue ver o anjo, mas a jumenta de Balaão consegue e tenta
se desviar três vezes. Balaão açoita a jumenta todas as vezes, até que por fim
a jumenta se vira e fala com Balaão, perguntando a ele o que fazia para
merecer o açoite (22.23-30). Curiosamente, Balaão repreende a jumenta e a
ameaça com fúria! Então, o anjo se manifesta a Balaão e explica que a
jumenta na verdade lhe salvou a vida. O anjo deixa Balaão prosseguir para
Moabe, mas com a advertência rigorosa de falar apenas o que o anjo o
mandasse dizer (22.35). A ironia desse episódio engraçado é que Balaão, o
mais famoso e influente “adivinho” ou “médium” do mundo antigo, não
consegue ver o anjo ameaçador à sua frente, mas sua jumenta ignorante
consegue.
A jumenta tem bom senso e percepção suficientes para saber que não era
certo seguir por aquele caminho. Entretanto, Balaão provavelmente desejando
a grande recompensa oferecida a ele pelo rei de Moabe, segue adiante.
Números nos apresenta uma figura sóbria de como a rebeldia contra Deus
pode colocar alguém em uma rota prejudicial por toda a vida. As
consequências podem ser desastrosas e, sem o arrependimento, as pessoas
podem passar o restante da vida patinando no deserto e indo a lugar nenhum.
Felizmente, a Bíblia nos diz que, se nos arrependermos e voltarmos para
Deus, então ele nos restaurará e nos trará de volta à comunhão.
Mas, como Paulo nos adverte em 1Coríntios 10.1-13, Cristo nos chama à
obediência, não à rebeldia e desobediência.
uando foi a última vez que você as-sinou um contrato ou fez um acordo
Q formal com alguém? Talvez você tenha comprado uma casa e assinado
um contrato para a transferência da propriedade. Uau! Você se lembra da
quantidade de papéis que teve de assinar? Ou, talvez, você tenha se casado
recentemente. A cerimônia do casamento e os votos que você assumiu
formalizaram o relacionamento entre você e seu cônjuge, estabelecendo as
exigências de fidelidade de cada um de vocês (amar e respeitar, honrar e
sustentar, na saúde e na enfermidade, na pobreza e na abundância etc.).
Em Deuteronômio 17.18, há uma cláusula que prevê que todo novo rei de
Israel deve mandar fazer um rolo com uma “cópia da Lei”. Na Septuaginta (a
tradução grega do AT), essa frase é traduzida por deuteronomion, que
literalmente significa “a segunda Lei”. A Septuaginta, então, usou essa
palavra como título do livro; por isso, nossas versões em português seguiram
essa tradição traduzindo o título por Deuteronômio.
✚ Dois elementos centrais que dirigem a história do AT são as aliança abraâmico (Gn
12.15;17) e o livro de Deuteronômio
– Introdução (1.1-18)
– O período no deserto
– Introdução (4.44-49)
Joe M. Sprinkle
Introdução (1.1-18)
Moisés agora lembra o povo dos tempos recentes no deserto. Primeiro ele
descreve a terrível rebelião quando os israelitas se recusaram a entrar e
possuir a terra prometida (originariamente descrita em Nm 13 — 14). Como
consequência, os israelitas foram mandados ao deserto para vaguear durante
mais 38 anos, ou até a morte de toda a geração rebelde (2.14,15). Mas Deus
também lhes deu vitórias dramáticas no deserto, de modo especial em tempos
recentes quando começaram a caminhar novamente em direção à terra
prometida. Em 2.16—3.11, Moisés chama a atenção para essas vitórias
recentes, de forma destacada à vitória sobre Seom, o amorreu, e Ogue, rei de
Basã (descrita em Nm 21.21-35), que deu a Israel o controle total da região a
leste do rio Jordão. Moisés quis lembrar Israel de que Deus poderia capacitá-
lo para a vitória sobre inimigos poderosos; assim, ele não deveria temer
entrar em Canaã e lutar contra os cananeus. Moisés, então, recapitula a
distribuição da terra a leste do Jordão, entregando-a em herança às tribos de
Rúben e Gade, mas insistindo que eles ainda ajudassem seus irmãos a
conquistar Canaã a oeste do Jordão (3.12-20). Em seguida, Moisés menciona
com pesar que Deus o deixou ver a terra prometida, mas ele não poderá de
fato entrar nela (por causa do ato de desobediência de Nm 20.1-12; v. tb. Dt
32.48-52). Assim, Josué os conduziria à terra prometida (3.21-29).
Introdução (4.44-49)
Outro tema que se repete com frequência é o de que Israel não fez nada
especial para merecer ser escolhido por Deus; Israel é o povo escolhido
unicamente pela bondosa graça de Deus, não pela justiça deles (9.1-6). Na
verdade, Deus mostra de maneira bem clara que os atos deles indicam
justamente o contrário, pois Israel foi muitas vezes rebelde e obstinado, como
demonstrou o episódio do bezerro de ouro (registrado em Êx 32). Felizmente
para o rebelde Israel, Moisés intercede por eles, e Deus por sua graça retém o
juízo contra eles (9.7—10.11).
✚ No Novo Testamento, quando Satanás tenta Jesus com comida no deserto, o Senhor cita
Deuteronômio 8: 3: “O homem não vive só de pão, mas em toda palavra que vem da boca de
Deus ”(Mt 4: 4; Lc 4.4).