EB20-MF-10.102: Ministério Da Defesa Exército Brasileiro
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102
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
Manual de Fundamentos
2a Edição
2019
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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
Manual de Fundamentos
2a Edição
2019
PORTARIA Nº 326 - EME, DE 31 DE OUTUBRO DE 2019
Isso exige que as forças militares possuam capacidades que permitam o seu
emprego em situações de guerra e de não guerra. Todavia, apesar do crescente
emprego de forças militares em operações em situação de não guerra (de
cooperação e coordenação com agências), não se deve perder o foco na defesa
da Pátria, razão de existência das Forças Armadas.
É nesse contexto que se deve ter uma publicação objetiva, que divulgue aos
integrantes do Exército Brasileiro, demais Forças Singulares e Agências a
doutrina de emprego dos elementos da Força Terrestre (F Ter), contemplando
os fundamentos doutrinários que orientem o seu preparo, para o cumprimento
das missões constitucionais.
INTENCIONALMENTE DEIXADA EM BRANCO
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 FINALIDADE
1.2.6 Diante de um futuro cada vez menos previsível, lidar com a incerteza
passou a ser o desafio. O ambiente de indefinição se agrava quando não há um
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oponente claramente definido, que motive a sociedade para assuntos de Defesa.
1.2.8 Tudo isso leva à necessidade de uma força com novas capacidades
operativas, dotada de material com alta tecnologia agregada, sustentada por
uma doutrina em constante evolução e integrada por recursos humanos
altamente treinados e motivados. Sua organização deve possuir estruturas que
permitam alcançar resultados decisivos, com prontidão operativa e com
capacidade de emprego do poder militar de forma gradual e proporcional à
ameaça.
1-2
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1.3.6 Sem comprometimento de sua destinação constitucional, cabe também ao
Exército o cumprimento de atribuições subsidiárias explicitadas em lei
complementar.
1-3
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CAPÍTULO II
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2.3.1 O espectro dos conflitos está representado por uma escala na qual se
visualizam os diferentes graus de violência.
2.3.2 Abrange a paz, a crise e o conflito armado. Ao longo desse espectro, a paz
é a situação na qual pode ocorrer violência localizada e limitada, que não
comprometa a segurança do Estado como um todo; a crise é caracterizada por
grave ameaça ao Estado, cujo nível de violência não implique no envolvimento
de toda a capacidade militar da Nação (contingência limitada); o conflito armado,
ou guerra, é quando se pode atingir o grau máximo de violência, que pode
implicar na mobilização de todo o poder nacional, com predominância da
expressão militar, para impor a vontade de um ator sobre outro (Fig 2-2).
2-2
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2-3
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2.4.1.1.2 Aspectos relacionados à dimensão humana (atividades, ações,
comportamentos e peculiaridades de indivíduos ou grupos humanos) têm
conduzido a significativas mudanças na atuação do combatente e na forma de
lidar com a população das áreas conflagradas. Apresenta reflexos não só no
armamento e equipamento empregados, mas também na natureza e no
adestramento da tropa empregada.
2.4.1.2.2 Isso não quer dizer que a letalidade de um exército deva ser reduzida,
mas que ela deve ser seletiva e efetiva. Somado aos aspectos da dimensão
humana, esse fator impõe que as “Considerações Civis” assumam a condição
de fator preponderante para a tomada de decisão em todos os níveis de
planejamento e condução das operações.
2.4.1.3 A informação
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2.4.1.3.5 Nas situações em que a sociedade aceita a solução pela via militar, ela
espera uma atuação de forma seletiva, gradual, proporcional e que tenha curta
duração. O emprego excessivo de força passou a ser inaceitável. A opinião
pública favorável é um dos objetivos estratégicos a ser conquistado em qualquer
situação de emprego de um exército.
2-5
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2.4.1.5.2 São exemplos: as organizações governamentais e não
governamentais, as agências supranacionais de organismos internacionais e as
já mencionadas mídias tradicionais e sociais. A ação coordenada entre as forças
militares e esses atores, na defesa de interesses legítimos, é a chave do
sucesso.
2-6
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2.4.1.8 Direito Internacional dos Conflitos Armados (DICA)
2.5.1 É aquele que interpreta a forma de atuação dos elementos da F Ter para
obter e manter resultados decisivos nas operações no amplo espectro dos
conflitos, mediante a combinação de operações ofensivas, defensivas ou de
cooperação e coordenação com agências, de forma simultânea ou sucessiva,
prevenindo ameaças, gerenciando crises e solucionando conflitos armados, em
situações de guerra e de não guerra (Fig 2-3).
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sucessivamente, em situação de guerra e de não guerra, tudo isso em um
ambiente conjunto, interagências e, por vezes, multinacional.
2.5.5.1 Para que esteja apta a realizar operações no amplo espectro, a F Ter
necessita de um apoio logístico capaz de ajustar-se à multiplicidade de
situações de emprego, com as nuances e especificidades presentes no espaço
de batalha.
2.6.1 A F Ter deve ser dotada de novas competências (no tocante ao pessoal) e
capacidades, objetivando preparar suas tropas para o cumprimento de suas
missões constitucionais.
2.6.3 Também devem ser considerados outros fatores para o emprego da F Ter,
tais como:
a) a letalidade seletiva;
b) a proteção da tropa;
c) a superioridade das informações;
d) a consciência situacional;
e) a digitalização do campo de batalha;
f) as operações de informações; e
g) a aproximação dos níveis de planejamento e da condução das operações.
2-9
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2.6.6.2 Possuir letalidade seletiva implica possuir sistemas de armas precisos,
de modo a preservar a população e as estruturas civis, em perfeito alinhamento
com os princípios do DICA e de outras legislações pertinentes.
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2.6.11 AS OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO
2.6.11.2 Além disso, têm por objetivo evitar, impedir ou neutralizar os efeitos das
ações oponentes na Dimensão Informacional. Integram capacidades
relacionadas às atividades de comunicação social, operações psicológicas,
guerra eletrônica, guerra cibernética, dentre outras. As operações de informação
contribuem para a obtenção da superioridade de informações.
2.6.12.3 Contudo, esse não deve ser um fator que leve à interferência direta de
comandantes de escalões mais elevados na condução das operações em níveis
mais baixos, sob pena de tolhimento da iniciativa, da capacidade de tomada de
decisão e da ação de comando nos escalões menores.
2-11
INTENCIONALMENTE DEIXADA EM BRANCO.
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CAPÍTULO III
3-1
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g) manter a F Ter em condições de operar de forma conjunta e adequadamente
desdobrada no território nacional; e
h) estruturar a F Ter em torno das capacidades, dotando-a de pessoal e material
compatíveis com os planejamentos estratégicos e operacionais.
3.2.4 O Poder Militar Terrestre deve ser capaz, por ameaça, força ou ocupação,
de obter, manter e/ou explorar o controle sobre a terra, recursos e pessoas.
Normalmente, é o Poder decisivo, mesmo quando não é o instrumento principal.
3.3 CAPACIDADES
3-2
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3.3.4 A capacidade é obtida a partir de um conjunto de sete fatores
determinantes, inter-relacionados e indissociáveis: Doutrina, Organização (e/ou
processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura – que
formam o acrônimo DOAMEPI (Fig 3-1).
3.3.5.1 Doutrina – este fator é base para os demais, estando materializado nos
produtos doutrinários. Por exemplo, a geração de capacidades de uma unidade
inicia-se com a formulação de sua Base Doutrinária, que considera a gama de
missões (traduzida das capacidades operativas), atividades e tarefas que essa
unidade cumpre em operações.
3-3
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do integrante da Força Terrestre quanto à sua competência individual requerida.
Essa competência deve ser entendida como a capacidade de mobilizar, ao
mesmo tempo e de maneira inter-relacionada, conhecimentos, habilidades,
atitudes, valores e experiências, para decidir e atuar em situações diversas.
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CAPÍTULO IV
4-1
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alta tecnologia agregada, sustentada por uma doutrina em constante evolução,
integrada por recursos humanos treinados e motivados.
4.3.3 FLEXIBILIDADE
4.3.3.1 Característica de uma força que dispõe de estruturas com mínima rigidez
preestabelecida, o que possibilita sua adequação às especificidades de cada
situação de emprego considerado os fatores da decisão.
4.3.4 ADAPTABILIDADE
4.3.5 MODULARIDADE
4.3.5.1 Característica de uma força que lhe confere a condição de, a partir de
uma estrutura básica mínima, receber módulos que ampliem seu poder de
combate ou lhe agreguem capacidades.
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4.3.6 ELASTICIDADE
4.3.7 SUSTENTABILIDADE
4.3.7.1 Característica de uma força que lhe permite durar na ação, pelo prazo
que se fizer necessário, mantendo suas capacidades operativas, resistindo às
oscilações do combate.
4.4.2 Para a geração de força (OM ou estruturas operativas) devem ser levadas
em consideração as capacidades requeridas para se contrapor às ameaças
visualizadas. Sua constituição deve seguir os seguintes critérios:
a) ser baseada em estruturas organizacionais preexistentes;
b) possuir composição modular, segundo as capacidades operativas
necessárias;
c) possuir flexibilidade, para adaptar-se com facilidade e economia de meios às
variações na missão e situação; e
d) possuir unidade de comando, de forma que a responsabilidade do
cumprimento da missão recaia sobre uma única autoridade.
4-3
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4.4.5 Os grandes comandos operativos, denominação genérica de qualquer
comando da F Ter privativo de oficial-general, são:
a) Brigada (Bda);
b) Artilharia Divisionária (AD);
c) Artilharia de Corpo de Exército (AC Ex);
d) Grupamento (Gpt);
e) Divisão de Exército (DE); e
f) Corpo de Exército (C Ex).
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4.4.6.5 Elementos de Apoio ao Combate
4.4.6.5.2 Como tal, participam das operações por meio do apoio de fogo
(cinético e não cinético), do apoio ao movimento, da proteção, da capacidade de
coordenação e controle proporcionados à força e da execução de
ações/operações das frações especializadas citadas.
4-5
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poderão receber, ou terem suprimidos, elementos de combate, de apoio ao
combate e de apoio logístico.
4.4.7.7.1 Como força potente e altamente móvel, são as GU da F Ter mais aptas
para a decisão do combate terrestre.
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TIPO NATUREZA
Motorizada (Mtz)
Fronteira (Fron)
Aeromóvel (Amv)
Leve (L)
Paraquedista (Pqdt)
Selva (Sl)
Montanha (Mth)
Média (M) Mecanizada (Mec)
Pesada (P) Blindada (Bld)
Tab 4-1 Tipos e naturezas das Bda
4.4.9 GRUPAMENTO
4-7
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elementos de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico, requeridas
para o cumprimento da missão.
4-8
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4.5 SITUAÇÕES DE COMANDO
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4.6 ADJUDICAÇÃO
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CAPÍTULO V
5.2.1 As FA podem ser empregadas de forma singular ou conjunta, por meio das
estratégias da ação independente, aliança, defensiva, dissuasão, ofensiva,
presença, projeção de poder e resistência.
5-1
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5.2.1.3 DEFENSIVA – caracteriza-se por uma atitude temporária adotada
deliberadamente ou imposta ante uma ameaça ou agressão, até que se possa
retomar a ofensiva.
5-3
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resultados que, de outra forma, seriam mais custosos em homens e material.
Contribui para obter a superioridade, aproveitar o êxito alcançado e preservar a
liberdade de ação, bem como para reduzir as próprias vulnerabilidades. A
manobra procura destruir a coesão inimiga, por meio de variadas ações
localizadas e inesperadas. A rapidez de movimento de forças, com o propósito
de assegurar a continuidade da pressão sobre o inimigo, influencia a manobra. A
ação ininterrupta da manobra diminui a capacidade de reação do inimigo, reduz
a eficácia de suas ações, podendo levá-lo a perder a iniciativa.
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5.4 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO
5.5.2 LIDERANÇA
5.5.3 INFORMAÇÕES
5-5
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acontecimentos nos domínios real, virtual e subjetivo. Elas integram processos
para a construção do conhecimento, o que promove a compreensão atualizada
do espaço de batalha.
5-7
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ambiente operacional e do problema militar, no planejamento e na execução
propriamente dita.
5.6.4.2 Esse ciclo inclui uma avaliação contínua, com o objetivo de identificar
com antecedência quaisquer mudanças nas condicionantes de planejamento.
Isso permite o contínuo aprendizado e a adaptação proativa de estruturas, de
procedimentos e da doutrina da Força. Aumentam-se, assim, as chances de
comprometer o processo decisório e a capacidade de adaptação do oponente
(Fig 5-3).
5-8
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5.6.6.1 A grande importância das questões relacionadas à Dimensão Humana
remete planejadores e decisores à questão da legitimidade.
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sustentação dessa força.
5.8.2 A integração das forças navais, terrestres e aéreas é condição capital para
o êxito, desde a fase de geração de capacidades conjuntas até o emprego em
operações.
5.8.5 Nessas condições, os meios de cada força tornam-se mais efetivos do que
se estivessem operando isoladamente. É a combinação das capacidades no
nível conjunto que possibilita a uma organização operativa obter vantagem sobre
o oponente com máxima sinergia, buscando negar-lhe a capacidade de atuar
como um todo organizado, coerente e efetivo.
5-10
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5.9 AMEAÇA HÍBRIDA
5.9.3 As forças regulares de uma ameaça híbrida são regidas por leis
internacionais, tradições e costumes, mas as demais não estão sujeitas a eles,
podendo agir sem restrições em relação ao nível de violência que empregam ou
ao tipo de alvo que engajam.
5-11
INTENCIONALMENTE DEIXADA EM BRANCO.
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CAPÍTULO VI
6.1.3 Além das missões acima citadas, a F Ter tem como atribuições
subsidiárias particulares:
a) atuar, por intermédio de ações preventivas e repressivas na faixa de fronteira
terrestre, contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente ou em
coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, realizando, entre outras,
ações de patrulhamento; revista de pessoas, de veículos terrestres, de
embarcações e de aeronaves; e prisões em flagrante delito;
b) cooperar com órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão a
delitos, no território nacional, com apoio logístico, de inteligência, de
comunicações e de instrução; e
c) cooperar com órgãos públicos federais, estaduais e municipais na execução
de obras e serviços de engenharia.
OPERAÇÕES OFENSIVAS
TIPOS DE OPERAÇÕES FORMAS DE MANOBRA
MARCHA PARA O COMBATE
RECONHECIMENTO EM FORÇA
ENVOLVIMENTO
DESBORDAMENTO
ATAQUE PENETRAÇÃO
INFILTRAÇÃO
ATAQUE FRONTAL
APROVEITAMENTO DO ÊXITO
PERSEGUIÇÃO
Tab 6-1 Classificação das operações ofensivas
6-2
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6.2.4 OPERAÇÕES DEFENSIVAS (Tab 6-2)
OPERAÇÕES DEFENSIVAS
TIPOS DE OPERAÇÕES FORMAS DE MANOBRA
DEFESA DE ÁREA
DEFESA EM POSIÇÃO
DEFESA MÓVEL
AÇÃO RETARDADORA
MOVIMENTO RETRÓGRADO RETRAIMENTO
RETIRADA
Tab 6-2 Classificação das operações defensivas
6.2.5.1 São operações executadas por elementos da F Ter em apoio aos órgãos
ou instituições (governamentais ou não, militares ou civis, públicos ou privados,
nacionais ou internacionais), definidos genericamente como agências.
6-4
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REFERÊNCIAS