Pai Nosso A Oração Que Jesus Ensinou - Parte II - Estudo 08

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Pai Nosso – A Oração que Jesus nos Ensinou – Parte II.

Mateus 5;6;26;
Lucas 18;
II Coríntios 12;
I Pedro 5;
Efésios 6.

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos


aos nossos devedores; E não nos deixes cair em tentação; mas
livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para
sempre. Amém.” (Mateus 6:12,13).

1. Introdução
Na primeira parte do estudo que fizemos sobre a oração do
Pai Nosso abordamos três questões principais:
a. A quem dirigimos nossas orações (Pai nosso que está no
céu),
b. O significado do que é pedir para que o Reino de Deus
venha até nós, e
c. A importância de buscarmos as coisas essenciais para a
vida de forma diária (o pão nosso de cada dia).

Nessa segunda Parte, abordaremos dois assuntos:


A) A questão do perdão, e
B) O livramento das tentações.
É possível que essas duas partes finais da oração do Pai
Nosso sejam as mais complicadas para colocarmos em prática.

2. A questão do perdão

A) Quanto você deve a Deus?


Por que o versículo 12, que fala sobre perdão e dívidas,
começa com um “e” ligando-o ao verso anterior, que fala do pão
nosso de cada dia? O texto sugere que precisamos dessas coisas
para sobreviver, do pão nosso e do perdão de Deus, ambas a cada
dia.
E por que o perdão a cada dia? É simples! Porque a cada dia
cometemos algo que não está de acordo com a vontade de Deus. A
cada dia cometemos alguma transgressão.
Há pessoas que dizem que não têm pecados e que não
transgridem. Dizem assim porque não entendem o significado da
palavra “pecado”. Ou sabem o que é, mas são orgulhosos por se
acharem bons, esquecendo-se de que a Bíblia diz que não há um
justo sequer, pois todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus (Romanos 3.23).
Pecar é o mesmo que errar o alvo, onde o alvo aqui é a
vontade de Deus para nós. Transgredir é entrar em territórios onde
não se deve entrar. Devemos pedir perdão a Deus todo dia, porque
todo dia erramos o alvo. Se não orarmos todos os dias, nossas
dívidas com Deus vão se acumulando.
Mas, perguntaria você, o que faço para me endividar com
Deus a cada dia? Simples. A Bíblia nos ensina em Romanos 6.23 que
o salário do pecado é a morte. Se você peca todo dia e continua vivo,
você passa a dever a Deus a cada dia.
Você peca, mas continua vivo, recebendo bênçãos de Deus,
se alimentando, tendo saúde, casa para morar, Internet para
participar desse estudo, tem geladeira com comida, ou não tem, mas
come a cada dia. Portanto, se Deus não tirou sua vida, você deve a
Ele cada suspiro que você dá.

C) Essa questão de dívida nos traz uma boa e uma má notícia


A má notícia: você deve a Deus e não tem como pagar a Ele,
pois não há nada que você tenha ou faça que possa saldar essa sua
dívida. A boa notícia: mesmo que você não possa pagar, Deus
perdoa pecado.
Por isso você ora o v.12a – “perdoa-nos as nossas dívidas”.
Deus olha seu extrato do cartão de crédito espiritual que você está
atrasado, pagando juros, e paga sua dívida. Foi isso que Jesus fez
na cruz.
Você não pode pagar, mas Deus paga. Mas há um
desdobramento disso que aparece quando lemos o v.12b – “assim
como nós perdoamos os nossos devedores”.
Quando você ora esse v.12 por inteiro, está dizendo “Deus
perdoe meus pecados da mesma maneira que eu perdoo os outros".
Ou seja, o texto sugere que o perdão dos seus pecados feito
por Deus está ligado a você perdoar às pessoas que ofenderam você.
Jesus está dizendo para mim e você: “Perdoe as pessoas que lhe
ofendem da mesma forma que Deus perdoa você”. Por isso, se
perdoo pouco, serei pouco perdoado. Se perdoo zero, não serei
perdoado por Deus. Se perdoo muito, serei muito perdoado. Devo
desejar o perdão de Deus sobre mim tanto quanto eu perdoo os
outros. Mateus 6.14 e 15 concluem isso de forma muito enfática.

D) O modo como Deus nos perdoa aponta como devemos


perdoar os outros
a) Ele nos perdoa completamente
O sacrifício de Jesus na cruz foi tão completo que ele cobre
qualquer dívida. Foi tão eficaz que continua perdoando até hoje.
Quantas vezes a Bíblia nos ensina a perdoar? Mateus 18.22
fala em setenta vezes sete. Isso significa perdoar sempre que você
for ofendido, mesmo que isso seja algo que se repita.
Quantas vezes seu filho, esposa, irmão, irmã ou alguém da
família ou amigo lhe ofender perdoe-o ou perdoe-a.

b) Ele nos perdoa imediatamente


Como você reage quando alguém lhe pede perdão por
alguma coisa? Você diz, “Estou muito aborrecido. Não quero falar
nisso agora. Você me ofendeu muito... vou pensar se vou te
perdoar...”.
Imagine se Deus nos perdoasse desse jeito? Ele diria “Tá
bem, vou perdoar você, mas não agora. Tenho que pensar. Mês que
vem a gente fala nisso de novo...” Portanto, se alguém o ofender, não
demore em perdoar.

c) Ele nos perdoa de forma misericordiosa


Você não ficaria contente em saber que Deus não nos faz
pagar por tudo de errado que fazemos? Que apesar de nossos erros
e pecados continuamos a ser abençoados? Isso se chama
misericórdia.
Se você entender o tamanho do perdão que você recebeu de
Deus quando aceitou Jesus como Salvador, não terá problema em
perdoar os outros.
Há crente que não perdoa, é briguento e encrenqueiro.
Quando isso ocorre possivelmente é por dois motivos: em primeiro
lugar, não entendeu o perdão que recebeu na salvação; ou, se
esqueceu do que Deus fez por ele.

3. O livramento das tentações


A) E não nos induzas à tentação (ARC)
Qual o sentido de pedirmos a Deus para não nos induzir à
tentação, já que sabemos de antemão que cair em tentação não
agrada a Deus? Não bastaria Ele banir as tentações de uma vez por
todas da vida do crente? Deus pode nos induzir à tentação? Poderia
Ele me induzir a uma tentação que viria a arruinar a minha vida?

Tiago 1.13 é claro quando diz “Quando alguém for tentado, jamais
deverá dizer: "Estou sendo tentado por Deus". Pois Deus não pode
ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta”.
É verdade que Deus não pode nos tentar, mas Ele pode nos
testar. E qual a diferença? A tentação mostra a nossa fraqueza
enquanto o teste ou a provação mostra a nossa força. Deus não vai
nos colocar em uma situação para evidenciar a nossa fraqueza, mas
poderá nos colocar em uma situação onde nossa força será
evidenciada ou testada.
Tentar alguém é tarefa de Satanás, e ele sabe fazer isso
muito bem, melhor do que ninguém! Sabe criar situações ou colocar
pessoas em nossa vida que acabam por nos afastar de Deus.
Se é impossível que sejamos tentados por Deus por que
então orarmos para que Ele não nos induza à tentação? Estaria
eu pedindo a Deus uma vida sem tentações? Que nunca seja
exposto ao mal? Note que a Bíblia diz que Deus não pode nos
induzir à tentação, mas Ele as permite. Jesus mesmo foi levado
ao deserto pelo Espírito Santo para ser tentado por Satanás.
Nenhuma pessoa por mais santa que seja está imune a
tentações, pois o mal está em todos os lugares (até na igreja).

Essa parte da oração significa não exatamente pedir


para nos manter fora das tentações, mas, caso aconteçam, nos
manter fortes o suficiente para sobreviver a elas. Não
exatamente sermos livrados das tempestades, mas se e
quando elas acontecerem conseguirmos sobreviver a elas.

I Coríntios 10:13, nos ajuda a entender sobre isso –


“Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos
homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam
tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem
tentados, Ele lhes providenciará um escape, para que o
possam suportar”.

Nem sempre estaremos sendo dirigidos por Deus, porque


nem sempre agiremos conforme sua vontade. E muitas vezes,
nessas condições, a tentação surgirá. Mesmo assim Deus poderá ser
misericordioso e nos livrará. Por isso a oração Mt 6.13 (Nova Bíblia
Viva) melhor traduzida: “Não nos deixe cair em tentação, mas livre-
nos do Maligno” ou livre-nos da autoridade do Maligno.
O mal é inevitável, mas do maligno, poderemos ser
livrados.Quando estivermos cercados pelo mal, poderemos clamar
para Deus e Ele nos livrará. Amém!
Elaborado por:

Lincoln A. A. Oliveira é diácono da PIBRJ e professor de estudos


Bíblicos na EBD. Tem atuado em várias oportunidades na diretoria
da PIBRJ. É um dos membros fundadores do Instituto Vitória do
qual é Diretor Executivo. É Engenheiro de Telecomunicações com
Mestrado em Engenharia Elétrica. Atua profissionalmente no
Mercado de Comunicações por Satélite.

Referências
 Revista Compromisso 3T 2020 – Estudo EBD 8 – Pg 38-41.

 The Paternoster - A Model Prayer (Matthew 6:9-15) by Chip Bell.


https://bible.org/seriespage/3-paternoster-model-prayer-matthew-
69-15.

 Anotações diversas incluindo sermão Pr. Howard-John Wesley


“The Lord’s Prayer”.

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