Passagem de Plantao

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Sumário

Introdução
O Processo de Comunicação na Enfermagem
Finalidade
Fatores que interferem na passagem de plantão
Tipos de passagem de plantão
Uma boa passagem de plantão
Bibliografia

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Introdução

A passagem de plantão é um mecanismo utilizado pela Enfermagem para assegurar a


continuidade da assistência prestada.

Este evento, constitui uma atividade fundamental para a organização do trabalho.

Na passagem de plantão acontece a transmissão de informações entre os profissionais


que, terminam e os que iniciam o período de trabalho. Abordam sobre o estado dos
pacientes, tratamentos, assistência prestada, intercorrências, pendências e situações
referentes a fatos específicos da unidade de internação que merecem atenção.

Estudo realizado mostrou que ruídos e interferências atrapalham a passagem de


plantão, provocando desconcentração dos profissionais, desatenção e possíveis falhas de
compreensão. Verificaram que, nos horários de trocas de turnos, principalmente entre o
diurno e vespertino, acontece um acúmulo de pessoas nas unidades hospitalares, dadas
as visitas médicas, chegadas de pós-operatórios do Centro-Cirúrgico, dispensação de
materiais e roupas, entrega de alimentos, além das visitas dos familiares. Este trânsito
de profissionais e visitantes provocava o aumento dos ruídos na comunicação e
solicitações aos auxiliares de enfermagem e enfermeiros, interrompendo a passagem de
plantão nas unidades.

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O Processo de Comunicação na Enfermagem

A comunicação é uma troca complexa de pensamentos, idéias ou informações em, pelo


menos, dois níveis: verbal e não verbal. A comunicação tem início, então, no momento
em que duas ou mais pessoas percebem a presença umas das outras. Entretanto, o que
acontece quando os pensamentos, as idéias e as informações trocadas não têm o mesmo
significado para o emissor e o receptor da mensagem? O que ocorre se a mensagem
verbal e não verbal não são coerentes? Há comunicação se uma idéia é transmitida, mas
não é traduzida em ação?

Em toda comunicação existe, um emissor, um receptor e uma mensagem. Também há


um modo ou meio pelo qual a mensagem é enviada, a saber, verbal, escrito ou não
verbal. Há ainda um clima interno e um externo na comunicação. Um clima interno
inclui valores, sentimentos, temperamento e níveis de estresse do emissor e do receptor.
Condições atmosféricas, temperatura, momento certo e ambiente da organização são
partes do clima externo.

A clareza de uma mensagem é bastante afetada pela forma de comunicação empregada.


Pesquisas realizadas por Parker e Coiera (2000) sugerem que funcionários clínicos de
hospitais tendem a usar, basicamente, modos sincrônicos de comunicação, como
telefonemas e encontros face a face com colegas, mesmo quando esses canais não são
eficientes. A comunicação sincrônica ainda contribui para um ambiente de trabalho com
muitas interrupções, aumentando o potencial de erros clínicos.

Quanto mais direta a comunicação, maior a probabilidade de ela ser clara.

Sem comunicação, não existe trabalho, não existe relacionamento humano e, portanto,
não há grupo, organização e sociedade. A comunicação está presente em todos os
momentos e em todas as atividades.

É indiscutível a necessidade e a importância de um sistema de informação que propicie,


a todos os elementos da EE, informações necessárias ao desenvolvimento de assistência.
Assim sendo, o sistema de informação em enfermagem viabiliza o processo de
comunicação entre os membros da equipe de enfermagem, entre os integrantes da
equipe de saúde e a clientela. Daí decorre a sua grande importância, pois é o elo que
permite a integração com todos os profissionais.

Recebendo informações os indivíduos que ocupam cargos de chefia conhecem e têm


oportunidade de saber o que está acontecendo. Estas comunicações devem ser regulares,
periódicas, para se ter a idéia do todo e da continuidade.

Estão incluídos aqui os relatórios, as anotações de enfermagem no prontuário do


paciente.

Os elementos que compõem esse sistema são:

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 Fonte: é o primeiro elemento do processo. É a pessoa que tem a idéia, o
pensamento, a informação que necessitam ser enviados. São os elementos da
equipe de enfermagem que possuem as informações necessárias à assistência.
 Mensagem: é o conteúdo da informação, e transmite-se pelo uso de sinais e
símbolos, que podem ser verbais e não-verbais.
 Meio (canal): é o instrumento utilizado para transmitir a mensagem.
 Receptor: é a pessoa que recebe a informação. Este elemento deve estar sempre
presente, para que haja comunicação. Se a mensagem atinge de modo a provocar
ou não resposta, isso depende de um outro fator.
 Decodificação da mensagem: é a tradução dos símbolos para a compreensão da
mensagem. Depende dos fatores de influência cultural, psicológica, regional,
que podem dar sentindo diferente à idéia original da fonte.
 Feedback ou retroalimentação: é o retorno à fonte, demonstrando a resposta ao
estímulo recebido e provocando novos estímulos.

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Finalidade

A finalidade da passagem de plantão é a transmissão das informações sobre as


intercorrências, pendências e situações referentes a fatos específicos, da unidade de
internação que mereçam atenção, entre os profissionais que terminam e os que iniciam o
turno de trabalho. Por sua vez, essas informações se constituem de dados (registros de
fatos) ordenados de forma coerente e significativa para fins de compreensão e análise.

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Fatores que interferem na passagem de plantão

As informações, trocadas entre os enfermeiros, técnicos e auxiliares durante a passagem


de plantão, proporcionam a continuidade da eficácia da assistência prestada ao paciente.
A passagem de plantão deve ser rápida, objetiva falando apenas sobre alguns aspectos
mais importantes sobre o paciente. Há fatores que interferem na comunicação dos
profissionais de enfermagem durante a passagem de plantão, que tem por consequências
falhas na continuidade da assistência prestada.

Consideramos agora alguns fatores que influenciam positiva ou negativamente na


passagem do plantão de enfermagem:

Fatores positivos:

 Espaço físico adequado e ambiente tranquilo;


 Objetividade na transmissão das informações;
 Checagem dos registros (prontuários e prescrição médica);
 Preocupação com o tempo de duração da atividade (respeito ao horário de início
e termino das informações);

Fatores negativos:

 Ambiente conturbado com conversas paralelas;


 Interrupção pela equipe médica;
 Excesso de pacientes;
 Prontuários com registros incompletos;
 Telefones, campainhas e auto falantes;
 Desatenção ou fazer outras atividades na hora da passagem de plantão.

Os danos causados por passagens de plantão, feitas sem a devida atenção de quem
passam e de quem recebe, geram consequências. No final de cada plantão, o certo é
marcar tudo que fez, registrar na evolução do paciente e comunicar à enfermeira, se fez
ou não o procedimento. Registrar e realizar a anotação de enfermagem. Este é um dos
segredos para que se evitem falhas nas passagens de plantão.

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Tipos de passagem de plantão

Por tarefa

Adotada entre as décadas de 1970 e 1980, auxiliares de enfermagem informavam sobre


as atividades realizadas ao colega que prosseguia, no plantão seguinte, com as mesmas
tarefas. Os enfermeiros comentavam a respeito do estado, assistência prestada e
intercorrências de todos os pacientes, geralmente isoladamente, sem compartilhar as
informações com os auxiliares de enfermagem.

Pontos negativos: Os enfermeiros tinham os horários de saída atrasados devido ao


grande número de informações referentes aos inúmeros pacientes; a equipe não tinha
conhecimento sobre a assistência integral realizada ou necessária aos pacientes, pois as
informações não eram compartilhadas; os registros de enfermagem, devido ao método
de trabalho vigente, apresentavam-se pouco frequentes e incompletos, dificultando o
resgate de informações a serem comentadas na passagem de plantão.

Pontos positivos: mantinha-se regularidade no horário de saída e entrada dos auxiliares


de enfermagem.

Em grupo

Esta modalidade foi adotada na década de 90. Constava da estratégia da passagem de


plantão sob forma de reunião no posto de enfermagem, da qual participavam auxiliares
de enfermagem e enfermeiros do turno que iniciava e do que terminava o período de
trabalho. Os auxiliares de enfermagem faziam um relato sobre o período, pautando a
assistência prestada, enquanto os enfermeiros faziam complementações.

Pontos negativos: As passagens de plantão mostraram-se prolongadas, pois eram muitas


as informações a serem transmitidas, devido à alta taxa de ocupação das unidades e à
complexidade dos tratamentos e da assistência, propiciando relatos extensos.

Surgiram problemas trabalhistas decorrentes das horas extras, bem como uma
descontinuidade na prestação da assistência durante o tempo destinado à passagem de
plantão, uma vez que todos os membros da equipe estavam envolvidos, ocasionando
insatisfação dos clientes.

Pontos positivos: Todos os membros da equipe eram informados sobre os pacientes


internados, mesmo sabendo-se que cada um seria responsável apenas por uma parcela
deles.

Em sub-grupos

Unidades cujos pacientes seriam sempre cuidados pelos mesmos enfermeiros e


auxiliares de enfermagem de cada turno até sua alta, compondo uma equipe de
cuidadores entre turnos, a qual denominamos de escala fixa.

As substituições ocorriam devido a folgas ou problemas de relacionamento. Este tipo de


escala de prestação de serviços possibilitou facilitar e agilizar a assistência, dado o

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conhecimento das individualidades dos pacientes pelos cuidadores, bem como, das
respectivas patologias e tratamentos.

Pontos negativos: dificuldades na ordenação dos auxiliares para a passagem de plantão,


exigindo coordenação das enfermeiras, que por sua vez estavam entretidas na
complementação ou captação de informações, além do fato de alguns auxiliares se
ocuparem com atividades, postergando a passagem de plantão, incorrendo em atrasos.

Pontos positivos: diminuição de informações a serem transmitidas na passagem de


plantão, uma vez que as reuniões foram substituídas pelas duplas de auxiliares de
enfermagem, compostas por quem ingressava e por aquele que encerrava o turno. O
enfermeiro compartilhava todas as informações, no papel de coordenador das atividades
assistenciais da unidade.

Atual paradigma da passagem de plantão

Abolição da passagem de plantão entre equipes, sendo assim, até o término do plantão,
a equipe deveria realizar a assistência planejada, transferindo a outra equipe apenas o
que não conseguiu realizar.

As informações resumiam-se em pendências e intercorrências, uma vez que a escala


fixa, seria mantida, assegurando o conhecimento dos pacientes pelos auxiliares e
enfermeiros.

O enfermeiro inicia o plantão individualmente com cada auxiliar de enfermagem, tendo


em mãos o prontuário e o plano de passagem de plantão, instrumento desenvolvido para
esse fim. Faz a revisão das anotações ocorridas no plantão anterior, priorizando as
pendências, identificando os casos graves e as necessidades de condutas imediatas.
Cerca de 30 minutos antes do término, o enfermeiro, novamente, reunido com cada
auxiliar, avalia os procedimentos e as anotações realizadas no turno. As ações que estão
em andamento ou as que não puderam ser concretizadas são transferidas para o próximo
turno e registradas como pendências no Plano de Passagem de Plantão, além de
observações importantes sobre cada paciente.

Pontos negativos: resistência dos enfermeiros na adesão da nova estratégia de


transmissão de informações, pois alguns consideravam imprescindível um repasse
verbal de informações ao colega, o que foi sendo adaptado com o tempo.

Pontos positivos: Os enfermeiros conseguiram organizar melhor o trabalho,


principalmente referente ao atendimento de prioridades; os registros passaram a ser
revisados pelas equipes, diminuindo as falhas; a assistência realizada no período era
avaliada pelo enfermeiro e auxiliar de enfermagem; atingiu-se o objetivo do
cumprimento rigoroso de horários de entrada e saída do trabalho por toda a equipe; os
enfermeiros e os auxiliares de enfermagem mostraram-se receptivos, participativos e
compromissados com a assistência

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Uma boa passagem de plantão

A comunicação é uma competencia necessária aos profissionais de enfermagem, os


quais devem estar atentos aos conteúdos informativos e resultados do processo
comunicativo.

 Deve ser vista como uma importante ação de enfermagem


 Deve ocorrer em local específico
 Deve se rica fonte de informação
 Deve ocorrer na presença de pelo menos dois membros integrantes das equipes.

A passagem de plantao é um momento para a troca de informações no qual está


reunida a equipe para compartilhar dados da assistencia prestada e rever condutas,
atualizando-se sobre o estado de saúde do paciente e funcionamento da unidade

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Bibliografia

Nogueira MS. Incidentes críticos na passagem de plantão [dissertação].

Magalhães AM, Pires CS, Keretzky KB. Opinião dos enfermeiros sobre a passagem de
plantão

Siqueira ILCP, Muto M. Apresentação e avaliação de um método de passagem de


plantão em Unidade de Internação.

10. Silva RF da, Stacciarini JMR. Qualidade da comunicação do enfermeiro: passagem


de plantão

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