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Relatorio Tensão Superficial

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL

DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS

TECNOLOGIA

EXPERIMENTO 08: TENSÃO SUPERFICIAL

CARLOS DA SILVA ALVES

Relatório referente à disciplina de Físico-Química Experimental Ministrada pela


Profa. Dra. Adriana Evaristo de Carvalho

DOURADOS-MS

outubro/2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................2

2. OBJETIVOS..............................................................................................5

3. PARTE EXPERIMENTAL.......................................................................5

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................5

5. CONCLUSÃO...........................................................................................8

6. REFERÊNCIAS.......................................................................................11
INTRODUÇÃO

As moléculas de um líquido interagem através de forças de coesão, que


se tornam fracas com a distância tornando desprezíveis a distâncias maiores
de 0.1 micrometros, portanto uma molécula de um líquido interage apenas com
moléculas que estão dentro de seu “campo de coesão”. Quando a molécula
esta dentro do volume de um líquido, sua força de coesão é zero, pois as
moléculas em seu redor estão distribuídas de forma simétrica 1. Contudo, uma
molécula na superfície livre do liquido é sujeita a forças de coesão das
moléculas das camadas abaixo do liquido conforme é ilustrado na Figura 1.

Fig.1 A superfície age como uma “membrana” que tende a comprimir o líquido. Modelo de forças
de coesão atuando em uma molécula dentro do volume (a) de um liquido e na superfície (b).

As moléculas na superfície de um líquido também estão sujeitas a forças


de atração das moléculas interiores. A resultante dessas forças, cuja direção é
a mesma de plano tangente à superfície, atua de maneira a que a superfície
líquida seja a menor possível1. A grandeza desta força, atuando
perpendicularmente (por unidade de comprimento) ao plano na superfície é dita
tensão superficial (γ)4.
A superfície ou interface onde a tensão existe está situada entre o
líquido e seu vapor saturado no ar, normalmente a pressão atmosférica. A
tensão pode também existir entre dois líquidos imiscíveis, sendo então
chamada de tensão interfacial. A dimensão da tensão superficial é de força por
unidade de comprimento, no sistema internacional é dada por N/m 3.
Um dos métodos mais utilizados para medir a tensão superficial é o
método do peso da gota. Este método, assim como todos aqueles que
envolvem separação de duas superfícies, depende da suposição de que a
circunferência multiplicada pela tensão superficial é a força que mantém juntas
as duas partes de uma coluna líquida. Quando esta força esta equilibrada pela
massa da porção inferior, a gota desprende-se 2.
A gota de massa ideal (mi) se desprende do tubo no instante que seu
peso (P) se iguala as forças de tensão superficial (Fγ) que sustentam a gota,
como mostra a Eq.1.4
Fγ = P = mi g (1)
As forças de tensão (Fγ) que mantém a gota ligada ao resto do liquido é
dado pelo produto da circunferência que do orifício por onde a gota ira se
formar (contem a linha AB) pela tensão superficial do líquido, uma propriedade
inerente a cada liquido, como pode ser observado na Eq.2. 4
Fγ = 2 π r γ (2)
A partir das expressões (1) e (2) temos que o peso da gota é
proporcional ao raio do tubo r e a tensão superficial do líquido γ. Esta é a
denominada lei de Tate1.
mi . g
mi .g = rγπ 2 → γ = (3)
π2r
Contudo, devido ao fato da gota não se romper justo no extremo do tubo
e sim, mais abaixo na linha A’B’ de menor diâmetro e, que não há segurança
de que o líquido situado entre os níveis AB e A’B’ seja arrastado pela gota,
existe um fator de contração de forma que a massa real da gota m difere da
massa ideal da gota através da expressão m = mi.f. O fator f é chamado de
coeficiente de contração e é determinado experimentalmente. Na prática, o
peso da gota obtido, é sempre menor que o peso da gota ideal. A razão disto
torna-se evidente, quando o processo de formação da gota é observado mais
de perto2.
Levando em consideração o fator de contração f podemos escrever a lei
de Tate para a massa verdadeira da gota como
mi . g
γ=
fπ 2r
(4)

sendo m a massa da gota, g a aceleração da gravidade 3.


Para minimizarmos o erro experimental recomenda-se fazer a medida da
massa de um numero grande de gotas e depois dividir esse valor pela
quantidade de gotas empregada. De tal forma que a Eq. 4 pode ser escrita
como
mt
g
γ= n
fπ 2 r
onde mt representa a massa total das gotas pingadas e n é o numero de
gotas4.
A aplicação desta lei nos permite realizar medidas relativas da tensão
superficial. Sabendo a tensão superficial da água podemos medir a tensão
superficial do líquido em estudo.

2- OBJETIVOS

Analisar as tensões superficiais do álcool etílico, das soluções de NaCl


em diferentes concentrações assim como do detergente através do método do
peso da gota.

3- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Com o auxílio de uma bureta de 25 mL, presa a um suporte, completou-


a com água destilada. Em seguida, gotejou-se lentamente 3 mL e contando o
número de gotas. Isso foi repetido para o álcool etílico absoluto, para soluções
de NaCl (1%, 2%, 4%, 8% e 15% - mNaCl/mágua) e para soluções de
detergente (0%; 0,1%; 0,2%; 0,4%; 0,6%; 1,0% e 2,0% – mdetergente/mágua)

4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com a literatura, sabe-se que para encontrar o valor da


tensão superficial de um determinado líquido, deve-se aplicar a seguinte
equação:
γa d a .n 1
=
γ 1 d 1. na
Em que γa representa o valor da tensão superficial da água destilada, na
qual tem valor de 72,8 N/m. O γ1 representa o valor da tensão superficial do
líquido em questão, d1 e da, equivale a densidade do líquido em análise e a
densidade da água destilada (1 g/mL), respectivamente. E para representar a
quantidades de gotas, do líquido em análise e da água, formadas no bico da
bureta, usa-se n1 e na.
 Água
Com a bureta completa de água, começou-se a medir a quantidade de
gotas formadas no bico da bureta, após abrir a torneira da mesma, até que
fosse atingido 3 mL de água liberada. Obteve-se 72 gotas de água.
 Etanol
Primeiramente foi feito o procedimento com o etanol, para que não
houvesse interações de resíduos, dentro da bureta, para os próximos
procedimentos, no qual poderia alterar os resultados. Com a bureta completa,
começaram-se as medições das quantidades de gotas formadas no bico da
bureta, após abrir a torneira da mesma. Obteve-se 169 gotas formadas, de
etanol, em 3 mL liberados. Aplicando na equação citada anteriormente,
sabendo que o valor da densidade do etanol é de 0,7857 g/mL e as gotas de
água destilada, do procedimento anterior, foi de 72, tem-se que:

1g
. 169 gotas
γa da . n1 72,8 N /m mL
=
γ 1 d 1. na  γ1
=
0,7857 g
.72 gotas
mL
γ 1=24,372 N /m

Com o esse valor da tensão superficial do etanol, é possível notar que a


interação entre as moléculas de etanol é bem mais fraca do que a interação
das moléculas de água. Por esse motivo, tem-se a formação de uma maior
quantidade de gotas de etanol, onde podemos também relacionar com a
viscosidade do líquido, que no caso o etanol é menos viscoso que a água e
com isso o escoamento de gotas é maior.
A superfície formada na gota tem um limite de volume, rompendo a
tensão superficial em um tempo menor em comparação com a formação da
gota de água, quando a gota suporta um volume maior, sem que quebre a
tensão superficial, a quantidade de gotas é menor, no caso da água, portanto
quanto menor a quantidade de gotas, maior a sua tensão superficial.

 Cloreto de Sódio (NaCl)


No procedimento do NaCl, obteve-se quantidades de gotas em cinco
concentrações diferentes. Levou-se em consideração que os procedimentos
deveriam ser realizados a partir da menor contração de NaCl para a maior.
Assim, não corre o risco de concentrar mais as soluções menores, com os
resíduos de NaCl dentro da bureta, caso fosse feito em ordem de concentração
variada.
Para cada concentração há uma densidade para o NaCl, descrita na
tabela A, já com as respectivas quantidades de gotas.

Tabela A: Densidades e número de gotas de acordo com cada


concentração, obtido experimentalmente.
Concentração de NaCl % (m/m) Número de gotas Densidade (g/mL)

1 74 1,0053
2 74 1,0125
4 76 1,0268
8 77 1,0559
15 76 1,1085

Aplicando a equação para determinar a tensão superficial, têm-se os


seguintes cálculos:
 NaCl 1%
1g
. 74 gotas
γa da . n1 72,8 N /m mL
=
γ 1 d 1. na  γ1
=
1,0053 g
. 72 gotas
mL
γ 1=70,8 N /m

 NaCl 2%
1g
. 74 gotas
γa da . n1 72,8 N /m mL
=
γ 1 d 1. na  γ1
=
1,0125 g
. 72 gotas
mL
γ 1=71,724 N /m

 NaCl 4%
1g
.76 gotas
γa da . n1 72,8 N /m mL
=
γ 1 d 1. na  γ1
=
1,0268 g
.72 gotas
mL
γ 1=70,817 N /m

 NaCl 8%
1g
. 77 gotas
γa da . n1 72,8 N /m mL
=
γ 1 d 1. na  γ1
=
1,0559 g
. 72 gotas
mL
γ 1=71,879 N /m

 NaCl 15%
1g
. 76 gotas
γa da . n1 72,8 N /m mL
=
γ 1 d 1. na  γ1
=
1,1085 g
. 72 gotas
mL
γ 1=76,4545 N /m
77

Tensão Superficial ( N/m) 76

75

74

73

72

71

70
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Concentração (% m/m)

Fig 1. Gráfico de tensão superficial versus concentração para soluções de


NaCl.
 Detergente
Para o detergente, também foram realizados os mesmo procedimentos
que foram realizados para o NaCl, utilizando 3 mL de detergente, para a
formação das gotas no bico da bureta. Na primeira concentração (0,1%) de
detergente, obteve-se 62 gotas. Sabendo que a densidade do detergente deve
ser considerada com o valor de 1 g/mL, a seguinte expressão pode ser
aplicada:

1g
. 73 gotas
γa da . n1 72,8 N /m mL
=
γ 1 d 1. na  γ1
=
1g
. 72 gotas
mL
γ 1=71,809 N /m

Os próximos valores são expressos na tabela C, em que se utilizaram os


mesmos procedimentos, variando somente a concentração e a quantidade de
gotas.

Tabela B: Densidades e número de gotas de acordo com cada


concentração, obtido experimentalmente.
Concentração de detergente Número de gotas Tensão Superficial (γ 1¿

0,1 73 71,809
0,2 72 72,8
0,4 60 78,279
0,6 84 62,396
1 98 53,49
2 126 41,6

Plotando o gráfico para as concentrações e as respectivas tensões


superficiais do detergente, tem-se a representação na Figura 2:

80

75

70
Tensão Superficial ( N/m)

65

60

55

50

45

40

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

Concentração (% m/m)

Fig.2. Gráfico de tensão superficial versus concentração para soluções de


detergente.

5.0 CONCLUSÃO

De acordo os resultados obtidos, de NaCl e de detergente, pode ser


observado que conforme aumentou a concentração de detergente, houve uma
diminuição da tensão superficial e um aumento na quantidade de gotas,
desconsiderando um ponto. Isso indica que as moléculas de detergente não
formam uma boa interação entre si. Segundo a bibliografia os dados obtidos
podem ser explicados pela solvatação das moléculas de NaCl pela água, uma
vez que o grau de solvatação aumenta as interações íon-dipolo diminuem e a
tensão superficial aumenta O mesmo aconteceu para o NaCl, mas neste caso,
conforme a concentração aumentava a tensão superficial também, mais o
numero de gotas permaneceu constante, assim confirmando que o NaCl tem
uma boa interação das moléculas.

6.0 REFERÊNCIAS

[1] Ball D.W., 2005, Físico-Química, 1a . ed., Vol. 1 e 2, Thomson Learning.


[2] Moore, J.W. Físico-Química, Vol.1 e 2, 4a ed., Editora Edgard Blucher,
1976.
[3] Handbook of Chemistry and Physics. 87ª ed. CRC, 2006-2007.

[4] Atkins, P. W. Princípios de Química: Questionamento a vida moderna e


o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2001.

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