Dízimo A Devolução Da Vida

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Dízimo

A devolução
da vida
Ramon Moreira
DEDICATÓRIA

Dedico este pequeno trabalho ao Bom e Eterno Deus, o único e


verdadeiro Deus, Deus de Israel, pois tem nos abençoado com toda sorte
de bênçãos nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Que a misericórdia
deste Deus esteja sobre nossa vida a nos conduzir em fidelidade através
de nossos dízimos e ofertas.
Rev. Ramon Moreira
Autor

Ramon Moreira
Bacharel em Teologia no ano de 2014 pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie - São Paulo-SP
Bacharel em Teologia no ano de 2011 pelo Seminário Presbiteriano
Teológico Denoel Nicodemos Eller - Belo Horizonte-MG
É pastor na Igreja Presbiteriana do Brasil desde 2012.
ÍNDICE

Dízimo, a devolução da vida


Ramon Moreira

PARTE I
O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO

I. Estabelecendo princípios........................................................
II. Onde tudo começa...................................................................
III. A décima parte.........................................................................
IV. A finalidade do dízimo............................................................
V. O texto crítico de Malaquias.....................................................

PARTE II
O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO

VI. O dízimo no Novo Testamento..................................................


VII. A Igreja do Novo Testamento em prática..................................
VIII. O dízimo e o amor ao dinheiro..................................................

I
Estabelecendo
princípios

I. Estabelecendo Princípios

Provérbios 3.9-10
"Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; E se
encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares."

No meio evangélico/cristão percebemos que os cristãos conseguem


lidar com assuntos de forma mais tranquila, como: soberania de Deus,
salvação, santificação, dons espirituais, segunda vinda de Jesus, dentre
outras. Porém, em alguns assuntos bíblicos não temos tanta alegria
em falar ou talvez nos falta coragem de descobrir a verdade. Um
desses temas é a mordomia cristã.
De que fala a mordomia cristã? O que é? O Mordomo é aquele
que cuida da casa, negócios ou empresa do outro. Fala da forma como
os cristãos devem administrar, pela Palavra de Deus, sua vida. O seu
tempo, seu corpo, sua vida pessoal, sua vida profissional, sua vida
familiar e também como administrar seus bens.
Vivemos em dias maus, nos quais o homem é convidado a ser
livre de regras, de leis, de padrões, enfim, de uma única verdade. Hoje,
as pessoas nos ensinam a vivermos da forma como nós queremos,
pensamos e acreditamos sobre tudo e sobre todos os assuntos. E essa
realidade tem chegado à igreja.
As pessoas falam sobre o que a Bíblia nos ensina: “Eu concordo
até aqui, mas nesse ponto eu discordo da Bíblia, eu acho, eu penso”. E
geralmente são pontos que ferem o que as pessoas mais amam. A
Bíblia nos chama a sermos servos. Servo não tem opinião, servo
obedece.

A relação entre Antigo Testamento e Novo Testamento

Não há separação entre Antigo Testamento e Novo Testamento.


O Antigo Testamento nos revela a realidade do Novo Testamento. E o
Novo Testamento vive na realidade do Antigo testamento. Antigo
Testamento e Novo Testamento andam de mãos dadas. Eu só conheço
e entendo o Novo Testamento se eu conhecer e entender o Antigo
Testamento. Antigo Testamento e Novo Testamento falam a mesma
língua sobre qualquer assunto.
Exemplo: Deuteronômio 28.1-14:
"Se atentamente ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os
seus mandamentos que hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as
nações da terra.Se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas
estas bênçãos:Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo..."
Lucas 11. 27-28:
"E aconteceu que, dizendo ele estas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz,
lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste.Mas ele disse:
Antes bemaventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam."
Então, tanto Antigo Testamento quanto o Novo Testamento
falarão do dízimo com o mesmo princípio.

Correntes de pensamentos sobre o dízimo


Há três correntes diferentes no meio cristão que falam o que


entendem sobre o dízimo.
I – Legalistas: Dizem que o dízimo é coisa do passado, coisa do Antigo
Testamento, da Lei. “Não estamos mais debaixo da Lei”.
II – Liberais: O dízimo (a décima parte) é figurado, símbolo. O dízimo
pode ser 10%, 20% ou 50%. Tudo depende como você administra e
aplica cada área da sua vida.
III – Fundamentalistas ou Puritanos: Afirmam que o dízimo está na
fidelidade e no valor estipulado pela Bíblia, somente os 10%. Sendo
assim, eles serão abençoados materialmente e espiritualmente.

Porém, o que fica é que nenhuma das três correntes nos


trazem respostas ou argumentos convincentes sobre o dízimo. Mas, e
a Bíblia? O que a Bíblia nos fala sobre a mordomia cristã e como tratar
com o meu dízimo?
Devemos lembrar que a Bíblia é que tem a última palavra sobre
qualquer assunto.
A confissão de Fé de Westminster, adotada pela Igreja
Presbiteriana do Brasil, no capítulo 1, nos esclarece o que cremos e o
que entendemos sobre o valor da Bíblia.
“ Cap. IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser
crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou
igreja, mas depende somente de Deus que é o seu Autor; tem,
portanto, de ser recebida, porque é a Palavra de Deus.” Tudo começa e
termina em Deus e na sua Palavra.

O princípio do dízimo
Deus criou todas as coisas. Ele é Deus e Senhor de nossa vida
e de nossos bens. Tudo que temos ou recebemos vêm das mãos
bondosas do nosso Pai de amor.
1º Crônicas 29.10-22
"Por isso Davi louvou ao Senhor na presença de toda a congregação; e disse Davi: Bendito és
tu, Senhor Deus de Israel, nosso pai, de de eternidade em eternidade. Tua é, Senhor, a
magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade porque teu é tudo quanto há nos
céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos. E riquezas e
glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua
mão está o engrandecer e o dar força a tudo. Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos, e
louvamos o nome da tua glória. Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, para que
pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é
teu to damos. Porque somos estrangeiros diante de ti, e peregrinos como todos os nossos
pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e sem ti não há esperança.Senhor,
nosso Deus, toda esta abundância, que preparamos, para te edificar uma casa ao teu santo
nome, vem da tua mão, e é toda tua.E bem sei eu, Deus meu, que tu provas os corações, e que
da sinceridade te agradas; eu também na sinceridade de meu coração voluntariamente dei
todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, voluntariamente te
deu. Senhor Deus de Abraão, Isaque, e Israel, nossos pais, conserva isto para sempre no
intento dos pensamentos do coração de teu povo; e encaminha o seu coração para ti. E a
Salomão, meu filho, dá um coração perfeito, para guardar os teus mandamentos, os teus
testemunhos, e os teus estatutos; e para fazer tudo, e para edificar este palácio que tenho
preparado.Então disse Davi a toda a congregação: Agora louvai ao Senhor vosso Deus. Então
toda a congregação louvou ao Senhor Deus de seus pais, e inclinaram-se, e prostraram-se
perante o Senhor, e o rei.E ao outro dia imolaram sacrifícios ao Senhor, e ofereceram
holocaustos ao Senhor, mil bezerros, mil carneiros, mil cordeiros, com as suas libações; e
sacrifícios em abundância por todo o Israel. E comeram e beberam naquele dia perante o
Senhor, com grande gozo; e a segunda vez fizeram rei a Salomão filho de Davi, e o ungiram ao
Senhor por líder, e a Zadoque por sacerdote."
Davi e todo o povo de Israel entediam que por mais que
pudessem oferecer alguma coisa a Deus, jamais estariam oferecendo
algo feito ou produzido pela força de seus braços, porque na verdade,
o que eles estavam oferecendo a Deus era do próprio Deus. Quando
devolvemos o dízimo a Deus, não estamos oferecendo nada que é
nosso. Oferecemos a Deus o que é dele mesmo, porque foi ele que nos
permitiu ter aquilo que estamos oferecendo a ele. A Bíblia não nos
chama para uma conversa sobre o dízimo. A Bíblia nos coloca de
frente com Deus, para ele nos ensinar sobre o dízimo.

Dízimo, o “imposto” de Deus


Salmos 24:1
"Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam."

Deus nos arrendou a terra. Recebemos a terra de Deus para o


nosso uso. Não é nosso. É de Deus. Se Deus quiser acabar com tudo o
que temos, seja nossa casa, carro, terra, através de desastres naturais,
ele pode. Até nossa família através de doenças, ele pode. Nossos
empregos, com o desemprego, ele pode. Porque tudo é de Deus. Ele
criou todas as coisas.
O propósito do dízimo é dar a Deus o que lhe é devido. É o
testemunho de que Deus é o dono do que eu tenho. Deus é o senhor
sobre a minha vida e o meu ganho. Quando negligencio o dízimo eu
desprezo todo o cuidado de Deus para com minha vida. Ou seja, eu
vivo por minha própria conta. Devemos dizer ao mundo, através do
dízimo, que eu, minha casa e meu trabalho, estão sujeitos à Lei de
Deus e não aos homens.
Mas, infelizmente, somos mais fiéis aos homens do que a
Deus. Somos mais fiéis ao Estado do que a Deus, que tem nos
abençoado com toda sorte de bênção. Devolvemos mais que o dízimo
para o país. O Brasileiro trabalha mais de 5 meses no ano só para
pagar impostos. Somos mais gratos ao governo, que não nos dá o que
temos por direito, como educação, saúde, lazer, estradas boas, do que
a Deus que tem nos dado a vida.
Devolver o dízimo por obrigação.
Mateus 23.23
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e
desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas
coisas, e não omitir aquelas."

Mas devolver o dízimo, por devolver, não nos garante que


estamos fazendo a vontade de Deus. Deus quer que sejamos fiéis a ele
nos dízimos e nas ofertas, entretanto, observando a justiça, a
misericórdia e a fé. Os fariseus davam o dízimo para serem vistos
pelos homens, mas o coração deles não estava em Deus. Dar o dízimo
como forma de agradecer a Deus pelo o que recebemos de Deus,
porém, sem viver uma vida cristã digna, também não serve. Piedade,
vida com Deus, devem andar de mãos dadas com o dízimo. Preciso
amar e obedecer a Deus e suas leis, antes de entregar o dízimo. Deus
não quer nosso dinheiro, ele quer nosso coração. Que tenhamos
alegria em obedecer a Deus de todo o nosso coração, mas também
devolvendo o dízimo a Ele.
II
Onde tudo
começa?

II.Onde tudo começa?


Levítico 27.30-34
"Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do
Senhor; santas são ao Senhor.Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa,
acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do
rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não se
investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um
como o outro será santo; não serão resgatados. Estes são os mandamentos que o Senhor
ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai."

Qual é o assunto do livro de Levítico? O assunto é a Lei de


Deus, os mandamentos, as instruções para o nosso relacionamento
com Deus. Levítico vai falar do nosso serviço a Deus no culto. Qual
tribo das doze, dos filhos de Jacó, foi separada para trabalhar no
serviço a Deus no culto?
Números 18.21-26:
"E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo
ministério que executam, o ministério da tenda da congregação.E nunca mais os filhos de
Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram.
Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua
iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel
nenhuma herança terão, Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em
oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos
de Israel nenhuma herança terão. E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Também falarás aos
levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos
tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao Senhor, os dízimos dos
dízimos."
Até os levitas, os filhos de Levi, que trabalhavam na adoração
ao Senhor teriam que devolver o dízimo. Os sacerdotes que não
tinham herança (terra) eram sustentados pelos seus irmãos, porém,
teriam que devolver o dízimo dos dízimos. Por quê? Por que Deus
pediu que eles devolvessem o dízimo também? Porque o dízimo faz
parte do culto a Deus.

Quando falamos em dízimo sempre nos vem à mente a Lei de


Deus, como vimos em Levítico 27.34: “São estes os mandamentos que
os ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai”.
Sempre vem à nossa mente: “devolvemos o dízimo, porque a Lei de
Deus nos informa desta ordem”. Mas Deus pediu para que os levitas
(sacerdotes) devolvessem o dízimo dos dízimos. Por quê? O dízimo é
uma responsabilidade de todos: “para os filhos de Israel” (Lv 27.34),
no seu culto a Deus. A Bíblia nos ensina que todos os que, pela fé e
arrependimento se achegam a Deus, pelo sacrifício de Jesus, sendo
então salvos, pertencem também ao povo de Israel. Somos, pela fé, o
novo Israel de Deus.
Romanos 9.6-13:
"Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são
israelitas; Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será
chamada a tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os
filhos da promessa são contados como descendência. Porque a palavra da promessa é esta:
Por este tempo virei, e Sara terá um filho. E não somente esta, mas também Rebeca, quando
concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito
bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa
das obras, mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como
está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú."
Gálatas 6.11-17:
"Vede com que grandes letras vos escrevi por minha mão. Todos os que querem mostrar boa
aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem
perseguidos por causa da cruz de Cristo. Porque nem ainda esses mesmos que se
circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa
carne. Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,
pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Porque em Cristo Jesus nem
a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura. E a
todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de
Deus. Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor
Jesus."
Na verdade, o dízimo é parte do culto e não da Lei. A Lei nos
mostra a forma correta de cultuarmos a Deus. A Lei vai nos ensinar:
como, de que forma e quando vou devolver o dízimo. Mas o dízimo
existe antes da Lei.

O Começo.
A primeira vez em que o dízimo foi entregue a Deus.

Gênesis 14.18-24:
"E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E
abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-
lhe o dízimo de tudo. E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens
toma para ti. Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o Deus
Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, Jurando que desde um fio até à correia de um
sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a
Abrão; Salvo tão-somente o que os jovens comeram, e a parte que toca aos homens que
comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte."

Essa é a primeira vez na Bíblia que vemos a entrega do


dízimo. Então, o dízimo não faz parte da Lei. A Lei foi dada a Moisés.
De Abraão a Moisés são, aproximadamente, 563 anos de diferença. O
dízimo faz parte do culto, da adoração a Deus. Culto sem dízimo e
oferta está incompleto. Servir a Deus sem devolver o dízimo e as
ofertas, não é servir a Deus. Se eu cultuo a Deus sem a entrega do
dízimo e ofertas, tenho que repensar se estou cultuando realmente a
Deus. A pergunta que nos vem é: de onde e de quem Abraão aprendeu
a devolver o dízimo? Mas, antes, vamos ver algumas características da
atitude de Abraão na entrega do seu dízimo. E é o que deve nos mover
na nossa entrega dos dízimos e ofertas.
I. Foi uma entrega voluntária
A lei ainda não existia, não havia essa exigência, que é a
desculpa de muita gente hoje quando dizem que o dízimo é coisa da
Lei ou do Antigo Testamento. Que vivemos no “tempo da Graça” e
não da Lei. Sem Lei Abraão cultuou a Deus, através do dízimo.

II. Foi um reconhecimento do favor divino


(Gn 14.22)
Abraão reconheceu que tudo que estava aos seus cuidados:
sua vida, sua família, seus bens, sua saúde, sua força, sua fé, enfim,
que todas essas bênçãos vinham das mãos de Deus. Neste
reconhecimento, Abraão afirma que Deus era o único Senhor legítimo
de todas as coisas e de tudo que ele possuía.
III. Foi a mais pura expressão de sua gratidão a Deus
(Gn 14.18-20)
Depois da bênção recebida de Deus, Abraão imediatamente
entregou o dízimo de tudo. E nós? O que fazemos quando recebemos
as bênçãos de Deus? Seja no final da colheita, do dia, da semana ou do
mês, o que fazemos imediatamente? Somos mais preocupados de
sermos honestos com os homens do que com Deus. Andamos em dia
com a conta da padaria, do mercado, do funcionário, com a promessa
feita ao filho, com a esposa, com os amigos, mas não andamos em dia
com Deus, que tem nos abençoado com toda a sorte de Bênçãos.
Imagina, meu irmão, se Deus deixasse um dia inteiro de nos
abençoar? Imagina se Deus não nos fosse fiel um dia se quer. Ou
talvez não lhe sobrasse tempo de cuidar de nós. Não é assim que
fazemos com Deus? Ah, esse mês não deu! Ah, estou tão cansado para
ir à igreja hoje! Ah, estou tão chateado com o fulano, não vou ao culto!
Meu irmão, aonde nós vamos parar?
O dízimo faz parte do meu culto a Deus. Deus, por intermédio
de Moisés, apenas, através da lei, regularizou. Agora, é assim que
devemos fazer. E o dízimo é um compromisso de todos. Moisés disse,
a Lei de Deus diz: “de tudo” “os filhos de Israel” deveriam devolver o
dízimo.
Levítico 27.30-34:
"Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do
Senhor; santas são ao Senhor. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa,
acrescentará a sua quinta parte sobre ela.
No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o
dízimo será santo ao Senhor. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se
de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados.Estes
são os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte
Sinai."
O princípio do dízimo continua e permanece o mesmo. A Palavra é
a mesma. Lembremos que Antigo Testamento e Novo Testamento falam a
mesma língua sobre qualquer assunto.

III
A décima parte
III. A Décima Parte
Gênesis 28.10-22:
"Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã. Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite,
pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali
mesmo para dormir. E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os
anjos de Deus subiam e desciam por ela. Perto dele estava o Senhor e lhe disse: Eu sou o
Senhor, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu ta
darei, a ti e à tua descendência. A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás
para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão
abençoadas todas as famílias da terra. Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer
que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que
te hei referido. Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o Senhor está neste lugar, e
eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos
céus. Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por
travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite. E ao lugar, cidade que
outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel. Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for
comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que
me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu
Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes,
certamente eu te darei o dízimo."

Quando começa a prática da devolução da décima parte, o dízimo,


do nosso ganho, daquilo que nós produzimos, da nossa renda?
A entrega da décima parte dos seus bens como forma de culto e
adoração não era uma prática exclusiva do povo de Israel. Essa prática
vem antes da existência de Israel, antes da história dos judeus. Ela já
estava presente no mundo. Essa forma de culto, o ofertar o dízimo a
uma divindade, acontecia no Egito, na Mesopotâmia, na Acádia, na
Pérsia e na Babilônia. Vemos, entretanto, que esta prática era também
de outras nações. Quando foi estabelecido e quem criou, não sabemos.
Não há evidência na história da humanidade deste começo.
Então, o que nos interessa nessa história? Interessa-nos o que
sabemos. Importa-nos o que nos foi revelado, o contrário disso é
pecado contra Deus (Deuteronômio 29.29: "As coisas encobertas
pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem,
a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as
palavras desta lei". O que devemos praticar e observar é o que a
Bíblia nos conta, o que foi registrado pelo Espírito Santo nas Sagradas
Escrituras, que cremos ser a Palavra de Deus. Isso é o mais importante – o
que Deus ordenou e o que nos deixou como sua vontade.

Abraão e Jacó
Vemos Abraão entregando seu dízimo e é o primeiro registro bíblico
dessa prática. Gênesis 14.18-24:
"Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou
ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e
bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe
deu Abrão o dízimo. Então, disse o rei de Sodoma a Abrão: Dá-me as pessoas, e os bens
ficarão contigo. Mas Abrão lhe respondeu: Levanto a mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o que
possui os céus e a terra, e juro que nada tomarei de tudo o que te pertence, nem um fio, nem
uma correia de sandália, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; nada quero para mim,
senão o que os rapazes comeram e a parte que toca aos homens Aner, Escol e Manre, que
foram comigo; estes que tomem o seu quinhão."

Mais tarde, temos mais um registro sobre a entrega do dízimo agora


com Jacó. Gênesis 28.18-22:
"Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por travesseiro
e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite.
E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel.
Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que
empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista,
de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus;
e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes,
certamente eu te darei o dízimo."

Tanto Abraão quanto Jacó estão vivendo em um tempo em que


a Lei de Deus não havia sido entregue ainda. Mesmo assim, sem Lei
escrita, temos a presença do dízimo no culto a Deus. Mas já havia no
coração deles a Lei de Deus. E sempre no culto a Deus. Então, temos
no dízimo, o símbolo de nossa gratidão e adoração a Deus e o
reconhecimento que o que possuo, que o que tenho, meus bens e
minha vida, pertencem ao Senhor Deus. No dízimo entregue
testemunhamos a nossa fé que reconhecemos que tudo é de Deus, ele
é quem cuida de mim. Igualmente a Abraão; Jacó parte da mesma
compreensão.
Jacó entrega seu dízimo a Deus

*Gênesis 28.20-22:
"Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que
empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz
para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será
a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo."

Jacó a mando de seu pai Isaque vai em busca de uma esposa (Gênesis
28.1-2: "Isaque chamou a Jacó e, dando-lhe a sua bênção, lhe ordenou,
dizendo: Não tomarás esposa dentre as filhas de Canaã. Levanta-te, vai a
Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma lá por esposa uma das
filhas de Labão, irmão de tua mãe."]
No caminho, em sonho, Deus aparece a Jacó e lhe promete proteção,
acompanhamento e a formação de uma grande descendência (Gênesis 28.10-
17: Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã. Tendo chegado a certo lugar,
ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-
la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir. E sonhou: Eis posta na
terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e
desciam por ela. Perto dele estava o Senhor e lhe disse: Eu sou o Senhor,
Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás
deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência. A tua descendência será como
o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e
para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias
da terra. Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te
farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo
que te hei referido. Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o Senhor
está neste lugar, e eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este
lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus.
Jacó percebe que a presença de Deus com ele era real e isso causou um
temor em seu coração (Gênesis 28.16: "Despertado Jacó do seu sono, disse:
Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia." ].E nesse momento
ele presta um culto a Deus e ergue um memorial (Gênesis 28.18: "Tendo-se
levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por
travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite." E faz um
voto a Deus (Gn 28.20-22)*.
Jacó na verdade não estava barganhando com Deus. Essa é a impressão
que o texto nos traz. Ou seja, se Deus desse tudo isso a Jacó, somente assim,
ele lhe daria o dízimo. Ou mesmo pensar que é o dízimo e as ofertas é que
trazem as bênçãos de Deus. Dízimo não é “Vale-Bênção”, como muitos
pensam. Dar o dízimo e as ofertas, não é garantia de bênção. Deus não é
negociante. A igreja de Cristo não é empresa ou banco para gerar lucros.
Vemos muitos pregadores na televisão vendendo as bênçãos de Deus. Ele
afirmam: “deposite tanto de oferta, dê tanto de dízimo, aí você receberá a
bênção que você espera.”
Vamos observar e analisar o texto bíblico. Veja Gênesis 28.15: "Eis que
eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a
esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei
referido." Jacó já estava abençoado. O tempo do verbo está no presente e não
no futuro: “estou contigo”. A presença de Deus, que era certa em sua vida,
traria as bênçãos de Deus. Deus já havia prometido a ele grandes coisas
(Gênesis 28.13-14: "Perto dele estava o Senhor e lhe disse: Eu sou o Senhor,
Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás
deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência. A tua descendência será como
o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e
para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias
da terra."). Por isso que o dízimo é culto, é expressão de gratidão. Diante das
bênçãos de Deus, Jacó expressa sua gratidão com o dízimo.

As Bênçãos garantidas por Deus


Gênesis 28.20-22:
"Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que
empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz
para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será
a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo."

No voto que Jacó fez a Deus ele afirma: “se Deus for comigo”.
Ou seja, “Já que o Senhor já está comigo”, por causa da promessa e
certeza da presença de Deus que já era real, por isso, que ele temeu
(Gênesis 28.16: "Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o
Senhor está neste lugar, e eu não o sabia."), eu faço um voto ao
Senhor. Quais bênçãos seriam essas que Deus havia prometido e
garantido a Jacó?
Bênçãos:

Presença de Deus: “for comigo” (Gn 28.20)


Promessa: “estou contigo” (Gn 28.15)
Proteção de Deus: “me guardar” (Gn 28.20)
Promessa: “te guardarei” (Gn 28.15)
Voltar em paz: “volte em paz” (Gn 28.21)
Promessa: “te farei voltar” (Gn 28.15)
Alimento físico: “me der pão” (Gn 28.20)
Promessa: “Porque não te desampararei”(Gn 28.15)
Provisão: “roupa que me vista” (Gn 28.20)
Promessa: “Porque não te desampararei”(Gn 28.15)
Jacó depois que reafirma todo o cuidado que Deus havia prometido a
ele, declara: “então, o SENHOR será o meu Deus;” (Gênesis 28.21:"de
maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o Senhor será o
meu Deus;"). Ou seja, sendo assim, esse Deus que irá cuidar de mim, me
sustentar em tudo, que me prometeu, prova que ele é o meu Deus. Depois
desse reconhecimento ele cultua a Deus (Gênesis 28.22: "e a pedra, que erigi
por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente
eu te darei o dízimo.").
Diante das bênçãos de Deus ele afirma que certamente daria o dízimo
a Deus. E Deus aceita o culto de Jacó. Tanto Abraão quanto Jacó prestam um
culto a Deus pela décima parte de seus bens, o dízimo. Jacó da continuidade
ao que Abraão fez. Mostrando o que ele havia aprendido pelos seus
familiares. E Deus se agradou disso, da forma como eles honraram a Deus
com seus bens. Então, a décima parte, o dízimo, fica como um referencial
aprovado por Deus no Antigo Testamento. Depois de aprovado, Deus incluiu
na sua Lei a forma como cultuaríamos a Deus com nossos bens.

A prática que existia antes da Lei, porque fazia parte do culto,


foi na Lei de Deus instituído, agora é norma, a regra, um mandamento
de Deus (Levítico 27.30: "Também todas as dízimas da terra, tanto
dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do Senhor;
santas são ao Senhor.").
Imagina se não tivéssemos um referencial aprovado por Deus
para honrarmos a Deus com os nossos bens? Se Deus deixasse para
darmos o que achássemos como bom, santo, válido ou suficiente para
sustentar a obra de Deus? O fato é que a décima parte foi a prática de
nossos pais que foi aprovada por Deus.
E vamos ver esta prática descrita em toda a Bíblia, em diferentes
épocas e contextos, mostrando um prática viva que Deus ordenou.
Antes da Lei escrita:
Gênesis 14.20:
"E, apressando-se em despejar o cântaro no bebedouro, correu outra
vez ao poço para tirar mais água; tirou-a e deu-a a todos os camelos."
Na Lei de Deus:
Levítico 27.30:
"Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como
dos frutos das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor."
Nos livros históricos:
Neemias 12.44:
"Ainda no mesmo dia, se nomearam homens para as câmaras dos
tesouros, das ofertas, das primícias e dos dízimos, para ajuntarem
nelas, das cidades, as porções designadas pela Lei para os sacerdotes
e para os levitas; pois Judá estava alegre, porque os sacerdotes e os
levitas ministravam ali;"
Nos livros poéticos:
Provérbios 3.9-10:
"Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua
renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de
vinho os teus lagares."
Nos livros proféticos:
Malaquias 3.8-12:
"Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que
te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois
amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei
todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na
minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não
vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem
medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos
consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o
Senhor dos Exércitos."
No novo Testamento:
Mateus 23:23:
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da
hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos
mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis,
porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!"
Hebreus 7.8:
"Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali,
aquele de quem se testifica que vive."

IV
A finalidade do
dízimo
IV. A Finalidade do dízimo
Números 18. 21-32
"Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam,
serviço da tenda da congregação. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da
congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas farão o serviço
da tenda da congregação e responderão por suas faltas; estatuto perpétuo é este para todas as
vossas gerações. E não terão eles nenhuma herança no meio dos filhos de Israel.
Porque os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao Senhor em oferta, dei-os por
herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel, nenhuma herança
tereis. Disse o Senhor a Moisés: Também falarás aos levitas e lhes dirás: Quando receberdes
os dízimos da parte dos filhos de Israel, que vos dei por vossa herança, deles apresentareis
uma oferta ao Senhor: o dízimo dos dízimos. Atribuir-se-vos-á a vossa oferta como se fosse
cereal da eira e plenitude do lagar. Assim, também apresentareis ao Senhor uma oferta de
todos os vossos dízimos que receberdes dos filhos de Israel e deles dareis a oferta do Senhor
a Arão, o sacerdote. De todas as vossas dádivas apresentareis toda oferta do Senhor: do
melhor delas, a parte que lhe é sagrada. Portanto, lhes dirás: Quando oferecerdes o melhor
que há nos dízimos, o restante destes, como se fosse produto da eira e produto do lagar, se
contará aos levitas. Comê-lo-eis em todo lugar, vós e a vossa casa, porque é vossa
recompensa pelo vosso serviço na tenda da congregação. Pelo que não levareis sobre vós o
pecado, quando deles oferecerdes o melhor; e não profanareis as coisas sagradas dos filhos
de Israel, para que não morrais."

Quando o assunto “dízimo” surge aparecem algumas perguntas, que


nem sempre sabemos responder ou não perguntamos, porque não queremos
saber como deve ser de verdade. E para sermos gratos e fiéis a Deus, através
do culto que prestamos a Deus, pelo dízimo, precisamos saber algumas coisas
sobre esse assunto.
A dúvida não é pecado! Pelo contrário, na dúvida temos a oportunidade
de sabermos o correto. O que não pode ficar é a dúvida. Ficar na dúvida não
me conduz ao correto. A dúvida deve me conduzir a uma pergunta, que me
conduzirá a verdade. Viver no erro e na dúvida é pecado!

Então, três perguntas básicas surgem sobre o dízimo: De que


devolver o dízimo? A quem devolver o dízimo? E Onde devolver o
dízimo?

I. De que devolver o dízimo?


Levítico 27.30-34:
"Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do
Senhor; santas são ao Senhor. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa,
acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do
rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não se
investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um
como o outro será santo; não serão resgatados.Estes são os mandamentos que o Senhor
ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai."

A palavra que nos resume de que devolver o dízimo é a palavra


“tudo”. “...todas as dízimas da terra” (v.30)... “de tudo o que passar...” (v.32).
O contexto nos mostra um povo agrícola, que vivia dos produtos da
terra e do campo. E percebemos que de tudo que eles produziam, seja de
frutos da terra ou de animais, deveriam devolver o dízimo ao Senhor. Tudo era
santo ao Senhor.
v.31: Os que quisessem vender os cereais que produziam (dízimo da terra)
para facilitar o transporte poderiam, mas teriam que acrescentar a quinta
parte ( mais 5 vezes) ao seu valor. Para evitar vantagem financeira. Para
evitar trapaças.
v.32-33: Com os animais não poderia ser assim. Não se podia vender. Os
criadores de animais deveriam fazer assim: de acordo que iam saindo os
animais, o pastor do rebanho estenderia sua vara e os animais passariam por
baixo dela. E se fazia a contagem desses animais. Quando chegava no décimo
animal (o dízimo), esse animal seria separado para Deus, porém, sem avaliar
se o animal era bom ou mau. O décimo animal que passasse debaixo dessa
vara seria o dízimo, seria santo ao Senhor.
Estamos vendo que o dízimo envolve todo o nosso ganho, tudo que
produzíamos com nosso trabalho. Dízimo é dívida de gratidão a Deus. É parte
do meu culto a Deus, pelo cuidado e provisão de Deus sobre minha vida.
Dizimo do bruto ou do líquido?

Precisamos devolver o dizimo de todo meu lucro. É do nosso ganho, daquilo


que produzimos. Do líquido ou do bruto? Do líquido (Provérbios 3.9). É da
minha renda, é do meu lucro.

Exemplos:
· De quem vive do campo e de comércios:
Todo o dinheiro que a pessoa conseguiu seja na venda de produtos do
campo, de animais ou do comércio, aquele bruto do final do mês ou do ano,
não representa o seu lucro. Desse bruto serão retiradas as despesas que
geraram aquele produto. Porque a pessoa precisa cumprir seus
compromissos com seus fornecedores, sejam de mão de obra ou de produtos.
Depois de retiradas essas despesa ficará seu lucro, sua renda. É desse lucro
que juntamente com suas despesas pessoais que deveremos retirar nosso
dízimo.

· Para os que são assalariados:


A situação e o princípio dos que vivem de salários fixos são os
mesmos de quem vive do campo ou comércio. Porém, o salário recebido ao
final do mês ou da semana já representa o líquido, a renda da pessoa. Desse
salário recebido a pessoa retirará do seu valor total, sem os descontos (menos
os impostos retidos em fonte), o seu dízimo de também suas despesas
pessoais. Por que não se deve retirar o dízimo a do valor total e não do valor
obtido depois dos descontos (previdência social). Porque esse desconto
funciona como uma poupança. Esse valor retirado para a previdência será
usado em benefício da pessoa no futuro. Esse valor total é o valor de seu
trabalho, isso é a sua renda.
* Lembramos que a Bíblia nos traz um patrão justo e proporcional para
cultuarmos a Deus com nossos bens que é o dízimo (a décima parte). Isso é o
que Deus nos exige. Nada nos impede de querermos oferecer além daquilo
que Deus nos pediu. Isso vai da liberalidade e do coração de cada um, porém,
não podemos negociar nem omitir o padrão do dízimo que é para todos
obedecerem.

I.A quem devolver o dízimo?


Números 18.21:
"E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por
herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da
congregação."
Devo devolver o dízimo aos meus líderes. Eu não devo repassar meu
dízimo para instituições ou para ajudas às pessoas carentes, mas aos líderes
espirituais. O dízimo é para o sustento da obra de Deus. Sejam para o
sustento dos obreiros (missionários, pastores, evangelistas, seminaristas...)
ou para a obra (campos missionários, despesas de manutenção das igrejas,
zeladores...). A fonte de todo recurso da igreja, que envolve seu
funcionamento espiritual e material vem dos dízimos e ofertas.
As igrejas não devem promover bingos, churrascadas, pastel com
guaraná, bazar, etc. A responsabilidade de manter a obra de Deus é nossa, e
através de nossa obediência nos dízimos e ofertas. Devemos é ofertar a Deus
de forma voluntária, não estimulada por coisas ou vantagens. Isso é comércio.
Na verdade, não estou ofertando a Deus, estou comprando algo para o meu
benefício.
Leia I Crônicas 29.1-9:
"Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, a quem só Deus escolheu, é
ainda moço e tenro, e esta obra é grande; porque não é o palácio para homem, mas para o
SENHOR Deus. Eu, pois, com todas as minhas forças já tenho preparado para a casa de meu
Deus ouro para as obras de ouro, e prata para as de prata, e cobre para as de cobre, ferro para
as de ferro e madeira para as de madeira, pedras de ônix, e as de engaste, e pedras
ornamentais, e pedras de diversas cores, e toda a sorte de pedras preciosas, e pedras de
mármore em abundância. E ainda, porque tenho afeto à casa de meu Deus, o ouro e prata
particular que tenho eu dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para
a casa do santuário: Três mil talentos de ouro de Ofir; e sete mil talentos de prata purificada,
para cobrir as paredes das casas. Ouro para os objetos de ouro, e prata para os de prata; e
para toda a obra de mão dos artífices. Quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para
oferecer hoje voluntariamente ao Senhor? Então os chefes dos pais, e os príncipes das tribos
de Israel, e os capitães de mil e de cem, até os chefes da obra do rei, voluntariamente
contribuíram. E deram para o serviço da casa de Deus cinco mil talentos de ouro, e dez mil
dracmas, e dez mil talentos de prata, e dezoito mil talentos de cobre, e cem mil talentos de
ferro.E os que possuíam pedras preciosas, deram-nas para o tesouro da casa do Senhor, a
cargo de Jeiel o gersonita. E o povo se alegrou porque contribuíram voluntariamente; porque,

com coração perfeito, voluntariamente deram ao Senhor; e também o rei Davi se alegrou com
grande alegria."

O povo de Israel doou ofertas voluntariamente sem obter benefícios


para a construção o Templo. Não só o nosso coração precisa se converter a
Deus, mas nosso bolso também. E esse princípio continua no Novo
Testamento (Atos dos Apóstolos 4.32-37: "E os apóstolos davam, com grande
poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia
abundante graça. Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos
os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que
fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada
um, segundo a necessidade que cada um tinha. Então José, cognominado
pelos apóstolos Barnabé(que, traduzido, é Filho da consolação), levita, natural
de Chipre, Possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou
aos pés dos apóstolos."; Atos 5.1-2: "Mas um certo homem chamado
Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, E reteve parte do
preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos
pés dos apóstolos.").
Devo entregar meu dízimo e minhas ofertas aos que exercem
autoridade espiritual sobre a minha vida. Vemos no Antigo Testamento o povo
entregando aos sacerdotes e no Novo Testamento aos apóstolos. Eles é que
serão responsáveis diante de Deus para administrarem esses recursos. Se
fizerem algo errado será o próprio Deus que irá cobrar deles. Então, eu não
posso dar conselhos, dicas, sobre onde investir? Nós como membros
precisamos uns dos outros. Claro que podemos, mas devemos lembrar que
somos submissos às autoridades que estão constituídas sobre nós. Mas não
podemos ser passados para trás ou engados. Por isso que na Igreja
Presbiteriana do Brasil os conselhos (formado pelos presbíteros) e os
tesoureiros prestam conta de tudo o que acontece financeiramente na igreja.
Existe em cada igreja um grupo de pessoas chamado de Comissão de Exames
de Conta, que examinam todo o movimento financeiro da igreja
trimestralmente, para que todos esses recursos possam ser usados para a
Glória de Deus. Devemos prestar contas de como e onde está sendo
investidos os dízimos e as ofertas. E a cada final de ano uma assembleia é
convocada para que toda a igreja tome ciência de cada centavo que foi
recolhido e onde investido.
III. Onde devolver o dízimo?
Deuteronômio 12.1-6:
"Estes são os estatutos e os juízos que tereis cuidado em cumprir na terra que vos deu o
SENHOR Deus de vossos pais, para a possuir todos os dias que viverdes sobre a terra.
Totalmente destruireis todos os lugares, onde as nações que possuireis serviram os seus
deuses, sobre as altas montanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda a árvore frondosa;
E derrubareis os seus altares, e quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a
fogo, e destruireis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele
lugar. Assim não fareis ao Senhor vosso Deus; Mas o lugar que o Senhor vosso Deus escolher
de todas as vossas tribos, para ali pôr o seu nome, buscareis, para sua habitação, e ali vireis.
E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta
alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das
vossas vacas e das vossas ovelhas."

Onde devolver o dízimo?. No mesmo lugar onde se faz o culto. No v.6


vemos que no mesmo lugar onde os sacrifícios seriam feitos, que era o culto
a Deus, o povo de Israel também deveria trazer os dízimos e as ofertas. Mais
uma vez, dízimo e culto estão de mãos dadas. Todo culto a Deus é necessário,
segundo a Bíblia, a recolhermos os dízimos e as ofertas. Culto sem dízimo
não é culto. Malaquias 3.10, chamará esse lugar, “Casa do tesouro”. Eu não
dízimo na casa do tesoureiro, ou diácono, ou pastor ou em outro lugar que
não seja no momento de culto. Quando o Templo ficou fixo em Jerusalém,
todos deveriam levar seus dízimos para lá, uma vez ao ano. No Novo
testamento continua o mesmo princípio.
Mateus 5.23-25: "Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te
lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali diante do
altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e
apresenta a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto
estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te
entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão."
Onde deveria a pessoa deixar sua oferta? No altar. O altar era o lugar
do sacrifício. O povo no Novo Testamento continua com o mesmo princípio.
Lucas 20.1: Lucas nos conta que Jesus estava no templo a ensinar. Ainda no
capítulo 20, Lucas nos mostra que várias coisas aconteceram enquanto Jesus
estava no Templo. Acompanhe nos versículos de número 9, 19, 27, 41 e 45.
Lucas 21.1-4: "Estando Jesus a observar, viu os ricos lançarem suas ofertas
no gazofilácio. Viu também certa viúva pobre lançar ali duas pequenas

moedas; e disse: Verdadeiramente, vos digo que esta viúva pobre deu mais
do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes
sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu
sustento."
Estando ainda Jesus no Templo começou a observar as pessoas indo
levar suas ofertas a Deus. Então, concluímos que essa prática continua no
Novo Testamento.
Eu não transformo meu dízimo em bens para a igreja. Vou lá e compro
por conta própria e dou a igreja. Isso é oferta e não dízimo. Eu devo depositar
meu dízimo no templo e no culto.
O valor do dízimo

Leia Lucas 21.1-4. O dízimo nunca foi meu. Não existe o dízimo maior
ou menor. O dízimo do pobre ou do rico. O dízimo com maior ou menor
dificuldade de ser entregue. Nós podemos até pensar: “O fulano é tão
pobrezinho, mas mesmo assim devolve o dízimo. O dízimo dele foi dado com
maior peso”. Isso não existe. O pobre e o rico serão fiéis a Deus, apenas se
devolverem ao Senhor seus dízimos com fidelidade. Não foi isso que Jesus
avaliou nessa viúva, mas sua fidelidade na circunstância de sua pobreza.
Quem devolve mais? A pessoa que devolveu R$10,00 (dez reais) ou que
devolveu R$ 10.000,00 (dez mil reais)? Nenhum dos dois. Deram o mesmo
valor. Cada um deu apenas 10% do seu lucro, foi proporcional. A quantidade
que mudou, mas a fidelidade foi a mesma.

V
O texto crítico
de Malaquias
O Texto Crítico de Malaquias
Malaquias 3.6-12:
"Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde
os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos
para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em
que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que
te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me
roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja
mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa,
repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo
não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós
sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos."

Qual o fim principal do homem, segundo o Breve Catecismo de


Westminster? Resposta: Glorificar a Deus e gozá-lo (bendizê-lo) para
sempre.
Desde o início de todas as coisas temos um compromisso com Deus.
Deus nos chamou e nos salvou para cultuá-lo. Começando com Abel, Noé,
Abraão, Isaque e Jacó. Deus tirou o povo do Egito para servi-lo (Êxodo 7.14-
16). Foi no deserto que Deus mandou que construísse o tabernáculo para o
culto a Deus. Toda a Bíblia falará de culto, serviço a Deus. O assunto do livro
de Malaquias não será diferente. O livro falará do culto. Tudo o que envolve o
culto será tratado neste livro do profeta Malaquias.
Devemos fazer algumas considerações, antes de entrarmos nos
dízimos e ofertas, propriamente ditos.
I. Temos uma palavra do próprio Deus sobre o assunto.
Malaquias 1.1:
"Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias."

Temos aqui uma avaliação do nosso culto vinda do próprio Deus. É Deus
quem está dizendo. Não é o pastor, nem a Igreja Presbiteriana do Brasil, nem
a liderança da sua igreja ou mesmo o próprio profeta Malaquias. Malaquias é
apenas o mensageiro. Então, não é para termos alguma opinião sobre esse
assunto. É Deus que está falando, pela sua Palavra. Não podemos dizer: “Mas
eu acho isso ou aquilo...” A nossa preocupação é sobre o que Deus quer e
está falando sobre os dízimo e ofertas.
II. Agora, uma palavra aos líderes.

Malaquias 1.6:
"O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a
minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? — diz o
Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome.
Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?"
Antes de Deus cobrar do seu povo, primeiro ele cobra dos líderes.
Porque eles são o exemplo. Deus vai falar da qualidade do culto que eles
estavam oferecendo a Deus (Malaquias 1.7-8 : "Ofereceis sobre o meu altar
pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que
pensais: A mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o
sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é
isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e
te será favorável? — diz o Senhor dos Exércitos."). O culto não estava sendo
aceito por Deus (Malaquias 1.10: "Tomara houvesse entre vós quem feche as
portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho
prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a
oferta."). Por quê? Porque o culto estava sendo oferecido da sobra, do pior,
do resto. Deus não estava em primeiro lugar na vida daquele povo. E se Deus
viesse no seu coração e no meu coração e olhasse para a nossa vida
espiritual, qual seria a sua avaliação? Será o que estamos dando a Deus? Será
que nosso culto tem sido das sobras? Será que é a sobra do nosso tempo, a
sobra do nosso dinheiro, a sobra da nossa vontade, a sobra das nossas
energias. Esse culto das sobras, do resto, do ruim, causa em Deus repúdio ao
ponto de fazer algo terrível (Malaquias 2.3: "Eis que vos reprovarei a
descendência, atirarei excremento ao vosso rosto, excremento dos vossos
sacrifícios, e para junto deste sereis levados.").
Ainda no capítulo 2, depois de falar da infidelidade conjugal (Malaquias
2.10-16) chegará ao assunto do dízimo e ofertas (Malaquias 3.6).
III. O culto e o dízimo

Malaquias 3.6-12:
"Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde
os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos
para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em
que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que
te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me
roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja
mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa,
repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo
não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós
sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos."

A sorte do povo e a nossa sorte é que Deus tem se mantido o mesmo,


ele não mudou e nem mudará. Imagina se Deus retribuísse a nós o que
fazemos com ele? Agora, Deus aponta o erro: Malaquais 3.7. Não é de hoje
que esse povo desobedece a Deus. “Desde os dias de vossos pais vocês estão
me desobedecendo”, Deus repreende. Mas Deus não perde a esperança. Ainda
assim, pede para que esse povo se tornasse a Ele, que o adorasse, que o
cultuasse de verdade; e diz: “Tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós
outros”.
Deus estava pedindo ao povo que voltasse para ele em adoração
genuína. Em outras palavras é como se Deus dissesse assim: “Deixe eu ser o
seu Deus novamente”. Mas o povo não se via errado. E o povo achava que
estava tudo bem. Olhavam para eles, para o culto que prestavam a Deus e
diziam: “O que que há de errado?” Malaquias 3.7: “...mas vós dizeis: Em que
havemos de tornar?”. Que resposta mais sínica desse povo! E é a mesma
resposta que damos a Deus todos os dias. Nesse momento Deus irá mostrar
porque o culto desse povo não estava agradando a ele. Estava faltando algo no
culto. Malaquias 3.8: “Todavia, vós me roubais...Nos dízimos e nas ofertas” A
palavra “roubar” tem a ideia de tomar à força e de forma violenta.
Dízimo não é uma questão financeira, é uma questão espiritual. O
nosso bolso revela o nosso coração. No coração desse povo havia dois
senhores: Deus e o dinheiro. (Leia Mateus 6.24: "Ninguém pode servir a dois
senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se
devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às
riquezas.").
O deus do dinheiro a quem Jesus se refere é Mamon. A prova de que
alguém é um crente verdadeiro é quando ele não ama o dinheiro. E quando
ele não ama o dinheiro, ele devolve o dízimo.
O Jovem rico
Mateus 19.16-22:
"E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de
bom, para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me
perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar
na vida, guarda os mandamentos. E ele lhe perguntou: Quais? Respondeu
Jesus: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho;
honra a teu pai e a tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Replicou-lhe o jovem: Tudo isso tenho observado; que me falta ainda? Disse-
lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e
terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Tendo, porém, o jovem
ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades."
Mas o que tem a ver amor ao dinheiro, o jovem rico e o dízimo?
Tudo a ver! Em Malaquias, Deus pede para que o povo voltasse para ele. E qual
era a forma do povo voltar? Malaquias 3.10: "Trazei todos os dízimos à casa
do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz
o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar
sobre vós bênção sem medida."
Deus precisa nos governar por completo. Deus era Deus e Senhor
do povo só em uma parte da vida deles, mas não era Deus e Senhor do
dinheiro deles. No dinheiro eles tinham outro deus: Mamon. Quem não
devolve o dízimo é idólatra e ladrão.
Ezequias – Uma reforma espiritual –
Em 2º Crônicas 29, o rei Ezequias abre o templo e o culto a Deus é
novamente feito. Houve em Israel um avivamento espiritual. O resultado
desse avivamento espiritual foi a devolução dos dízimos e das ofertas (2º
Crônicas 31.5,12: "Logo que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel
trouxeram em abundância as primícias do cereal, do vinho, do azeite, do mel
e de todo produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em
abundância...Uma vez preparados, recolheram neles fielmente as ofertas, os
dízimos e as coisas consagradas; disto era intendente Conanias, o levita, e
Simei, seu irmão, era o segundo.").
Nossa vida espiritual tem tudo a ver com a devolução dos dízimos e
das ofertas. Às vezes costumamos dizer: “O fulano é um homem de Deus.
Será? Fulana, é uma mulher de Deus. Será? Eles entregam o dízimo e as
ofertas? Quer ter uma vida abençoada? Devolva o dízimo. A devolução do
dízimo faz parte de nossa obediência a Deus. E a Bíblia nos promete grandes
coisas quando formos obedientes a Deus. Quando omitimos a devolução do
dízimo, essa décima parte, que não nos pertence será tirada de nós de
qualquer forma, seja numa doença, numa dívida ou qualquer outra situação
(Leia Ageu 1.6 : "Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não
chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas
ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel
furado.").
Observe o que Deus nos alerta sobre isso (Malaquais 3.9: "Com
maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.").
Porém, com a obediência virá bênçãos sem medidas sobre nós (Malaquais
3.11-12: "Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos
consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor
dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma
terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos."). Não é o dízimo que nos
abençoa. É a nossa obediência a Deus de todo o coração. Porque foi assim
que Deus nos ordenou.

VI
O dízimo no
Novo
Testamento
O dízimo no Novo Testamento
Marcos 12.13-17:
E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma
palavra. Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas com
quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens; antes, segundo a verdade,
ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não? Devemos ou não devemos
pagar? Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia, respondeu: Por que me experimentais?
Trazei-me um denário para que eu o veja. E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes: De quem é
esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus. E muito se admiraram dele.

Muitos afirmam não devolverem o dízimo, pois não encontram no


Novo Testamento este mandamento sendo repetido ou mesmo quase não se
fala em dízimo. Afirmam também que no Novo Testamento estamos vivendo
no tempo da Graça e não da Lei com base no texto de Mateus 5.17-20: "Não
penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para
cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem
um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois,
que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar
aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que
os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus.
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas
e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus."
O texto nos afirma que Jesus cumpriu a Lei, mas o texto não termina
aí (Leia Mateus 5.19). Ele cumpriu, mas não revogou (anular ou retirar o
efeito de algo) a lei. Se fosse assim, não precisaríamos pedir perdão a Deus
pelos nossos pecados, já que eles já foram perdoados. Mas nos esquecemos
que a devolução do dízimo existe antes da Lei e que a Lei apenas oficializou
esta prática como padrão. Nenhum desses argumentos são fortes para
sustentar o nosso pecado da omissão do dízimo, que a Bíblia chama de roubo
e idolatria (Ml 3.8: "Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e
dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas."; Cl 3.5: "Fazei, pois,
morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva,
desejo maligno e a avareza, que é idolatria;").
Em todos os assuntos, seja qual for, o Antigo Testamento e o Novo
Testamento falarão da mesma forma. O Deus terrível do Antigo Testamento é
o mesmo Deus terrível do Novo Testamento (Hebreus 12.28-29:" Por isso,
recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos
a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor;porque o nosso
Deus é fogo consumidor."

I. Lei e Graça.
Romanos 6.15:
E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo
nenhum!"

Quando o apóstolo Paulo fala que não estamos debaixo da lei e sim da
Graça, ele não está dizendo que vivemos num tempo diferente do povo do
Antigo Testamento. Então, em que sentido ele nos fala? Paulo estava falando
do jugo (canga, fardo, peso) da lei.
Romanos 6.23: "porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito
de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor."
Porque transgredimos a Lei de Deus com Adão, pecamos e nos
tornamos escravos desse pecado que nos leva até às últimas consequências:
morte física e morte espiritual.
Romanos 6.14: "Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais
debaixo da lei, e sim da graça."
A graça nos salvou e nos libertou dessa escravidão e morte.
Romanos 6.22: "Agora, porém, libertados do pecado, transformados em
servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida
eterna;"
Precisamos agora obedecer a Lei de Deus. Agora somos escravos
(servos) de Deus.
Romanos 6.18: "e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da
justiça."
Agora nos cabe a santificação. Amamos a Lei de Deus. Queremos
obedecer a Deus em tudo, até nos dízimos.

II. Antigo Testamento X Novo Testamento


Por isso que não existe diferença entre o Antigo Testamento e o Novo
Testamento. Eles são iguais. Tanto a Graça de Deus está presente no Antigo
Testamento, como a Lei está; assim, a Lei está presente no Novo Testamento,
como a Graça está.
Abraão viveu até mesmo antes da Lei. O que salvou Abraão? Sua fé
(Romanos 4.9: "Vem, pois, esta bem-aventurança exclusivamente sobre os
circuncisos ou também sobre os incircuncisos? Visto que dizemos: a fé foi
imputada a Abraão para justiça.").
Leia Efésios 2.8: ;"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto
não vem de vós; é dom de Deus;". Esse texto se aplica a todas as pessoas. Não
existe tempo da Lei e tempo da Graça. Tanto no Antigo Testamento como no
Novo Testamento Graça e Lei andam de mãos dadas.
Leia Romanos 3.20: "visto que ninguém será justificado diante dele por
obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado."
Como vou entender a Graça ou recebê-la se eu não conheço a Lei? A lei me
mostra que sou pecador. Quando eu entendo que sou pecador, entendo que
preciso da Graça de Deus, porque por mim mesmo não consigo a salvação.
III.O dízimo no Novo Testamento

Marcos 12.13-17:
"E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma
palavra. Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas com
quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens; antes, segundo a verdade,
ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não? Devemos ou não devemos
pagar? Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia, respondeu: Por que me experimentais?
Trazei-me um denário para que eu o veja. E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes: De quem é
esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus. E muito se admiraram dele.

Esse texto nos diz que Jesus foi interrogado por um grupo. Quem é? Os
fariseus ( Marcos 12.13). Nós precisamos ser fiéis aos homens e a Deus
(Marcos 12.17). O assunto desse texto é o imposto, que era pago em
dinheiro. E o que damos a Deus? Dízimos e ofertas, que são dinheiro.
Vejamos outro texto (Mateus 23.23: "Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes
negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia
e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!"]
Jesus novamente nos fala de uma prática viva e que ele apoiava. Ele
disse que deveríamos fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Entregar o
dízimo e observar os outros ensinos da lei de Deus. O que Jesus nos queria
mostrar é que o dízimo, pelo dízimo, não agrada a Deus. Precisamos devolver
o dízimo com a mesma alegria que eu tenho de ser salvo, de falar com Deus
em oração.
Jesus no Novo Testamento não omitiu a devolução da décima parte, o
dízimo. O dízimo tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento é
um ato de fé. A mesma coragem e desafio que temos para darmos a décima
parte de R$: 10,00, que é apenas R$:1,00; precisamos ter ao devolvermos de
R$: 500.000,00 a sua décima parte que é R$: 50.000,00.
Então, no Novo Testamento não tem espaço para acharmos que aqui a
corda afrouxou. O receber do dízimo é o mesmo. Não há espaço para darmos
desculpas pelos nossos pecados em dizer que Deus é amor ou misericórdia,
porque esse mesmo Deus ainda é fogo consumidor.
Olha para quem Abraão devolveu o dízimo (Hebreus 7.1-28: "Porque este
Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao
encontro de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou, para
o qual também Abraão separou o dízimo de tudo (primeiramente se
interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz;
sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim
de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus), permanece
sacerdote perpetuamente. Considerai, pois, como era grande esse a quem
Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos. Ora, os
que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de
recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos,
embora tenham estes descendido de Abraão; entretanto, aquele cuja
genealogia não se inclui entre eles recebeu dízimos de Abraão e abençoou o
que tinha as promessas. Evidentemente, é fora de qualquer dúvida que o
inferior é abençoado pelo superior. Aliás, aqui são homens mortais os que

recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive. E, por
assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de
Abraão. Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando
Melquisedeque saiu ao encontro deste. Se, portanto, a perfeição houvera sido
mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a lei), que
necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a
ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?
Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de
lei. Porque aquele de quem são ditas estas coisas pertence a outra tribo, da
qual ninguém prestou serviço ao altar; pois é evidente que nosso Senhor
procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. E isto é
ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se
levanta outro sacerdote, constituído não conforme a lei de mandamento
carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel. Porquanto se testifica: Tu
és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. Portanto, por
um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e
inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se
introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus. E, visto que não
é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos
sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor
jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre ); por isso mesmo,
Jesus se tem tornado fiador de superior aliança. Ora, aqueles são feitos
sacerdotes em maior número, porque são impedidos pela morte de continuar;
este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio
imutável. Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam
a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Com efeito, nos convinha
um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos
pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os
sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus
próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas,
quando a si mesmo se ofereceu. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a
homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à
lei, constitui o Filho, perfeito para sempre."]
Melquisedeque representava Cristo. O assunto continua e chega ao
texto de Hebreus 7.22: "por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de
superior aliança."

Vemos que o assunto desse capítulo é Jesus. Abraão devolveu a


Cristo seu dízimo. Ainda no Novo Testamento a prática do dízimo continua.

VII
A igreja no
Novo
Testamento na
prática
A igreja no Novo Testamento na prática

Atos 4.32-35:
"Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava
exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com
grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos
eles havia abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que
possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam
aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha
necessidade."

Não vamos encontrar no Novo Testamento um mandamento específico


sobre o dízimo como vemos no Antigo Testamento, assim: “trazei o dízimo”.
Então, o que temos e vemos no Novo Testamento? Nós vamos observar a
prática das igrejas e dos crentes do Novo Testamento quanto a devolução, a
contribuição financeira com a obra de Deus, que é o que o dízimo representa.
Então, vamos ver a igreja na prática.

I.Manutenção dos obreiros.


1ª Coríntios 9. 9-14:
"Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi, quando pisa
o trigo. Acaso, é com bois que Deus se preocupa? Ou é, seguramente, por nós
que ele o diz? Certo que é por nós que está escrito; pois o que lavra cumpre
fazê-lo com esperança; o que pisa o trigo faça-o na esperança de receber a
parte que lhe é devida. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito
recolhermos de vós bens materiais? Se outros participam desse direito sobre
vós, não o temos nós em maior medida? Entretanto, não usamos desse
direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao
evangelho de Cristo. Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do
próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu
sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que
vivam do evangelho;
O apóstolo Paulo está falando do direito dos que se dedicam ao Evangelho
de tempo integral, que vivem ao serviço a Deus como trabalho, de receberem

financeiramente por isso.


v.14: observe a palavra “assim”, que quer dizer “da mesma forma”
que havia ordenado o Senhor. O apóstolo Paulo está falando da ordem de
Jesus em Mateus 10.10: "nem de alforje para o caminho, nem de duas
túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do
seu alimento."
De onde Jesus tirou esse princípio? Quais eram as suas referências?
Que aquele que vivem integralmente ao serviço a Deus viva dos seus irmãos?
A referência sempre é o Antigo Testamento, o início de tudo. Os levitas
(sacerdotes) viviam assim e Jesus aplica o mesmo princípio no Novo
Testamento. E como viviam os levitas? De onde viria o sustento deles? Dos
dízimos (Números 18.21: "Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel
por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação.").
Da mesma forma deve ser a prática no Novo Testamento e isso só
acontecerá se entregarmos nossos dízimos ao Senhor.
II. Manutenção da obra
Atos 4.32-35:
"Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava
exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com
grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos
eles havia abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que
possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam
aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha
necessidade."

O recolhimento do dízimo era também para assistir aos irmãos


necessitados Atos 4.34. Como a igreja exercerá a misericórdia se não houver
contribuição? É para cuidarmos uns dos outros. E de forma Deus nos ordenou
a cuidarmos dos irmãos e dos necessitados? Através dos dízimos Mateus
25.40: "O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre
que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."

Igreja de Filipos exercendo a misericórdia.


Filipenses 4.10-20:
"Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o
vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não
por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei
estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho
experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo
posso naquele que me fortalece. Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação. E
sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia,
nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros;
porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as
minhas necessidades. Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o
fruto que aumente o vosso crédito. Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que
Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como
sacrifício aceitável e aprazível a Deus. E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de
suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. Ora, a nosso Deus e Pai seja a
glória pelos séculos dos séculos. Amém!"

Filipenses é uma carta de gratidão. Paulo expressa sua alegria em


saber que a igreja em Filipos estava cumprindo sua missão como igreja. Uma
igreja presente na contribuição (Filipenses 4.15-16). E estamos falando de
uma igreja pobre. Filipenses 4.10: “vos faltava oportunidade” – o desejo
dessa igreja em contribuir é perceptível. Às vezes não queremos essas
oportunidades para ofertarmos a Deus. Deus sempre coloca à nossa frente
grandes oportunidades para ajudar a obra e os obreiros.
Agora Paulo nos revela o que passa no coração de Deus ao
contribuirmos com a obra e com os obreiros:
Filipenses 4.18: “aroma suave”- Comparado com um ótimo perfume que
nos faz cheirá-lo constantemente. É algo desejável. E desejável a Deus. É um
cheiro que nos traz boas lembranças. Como quando sentimos algum cheiro
que nos lembra de uma situação boa da infância ou mesmo de situações
agradáveis da vida.
Filipenses 4.18: “como sacrifício aceitável” – Esta comparação que Paulo
nos traz com os sacrifícios no culto a Deus do Antigo Testamento é para nos
lembrar que esse cuidado desses irmãos pelo apóstolo Paulo era um serviço
espiritual e não social apenas. Paulo nos mostrar a verdadeira forma de
investirmos nosso dinheiro: em sacrifícios aceitáveis a Deus. Investindo no
Reino de Deus. Quem não cuida dos necessitados, os que esbanjam com
luxos, roupas, viagens, bens apenas e não no Reino de Deus são os ímpios, os
incrédulos. Os crentes, não! Precisamos devolver nossos bens como um
sacrifício aceitável a Deus.
Filipenses 4.18: “ e aprazível” - É o que Deus tem prazer.
Filipenses 4.18: “a Deus” – É um culto a Deus. Não é para sermos vistos
pelos homens. O quanto eu devolvo em dízimo e ofertas só Deus precisa
saber. Deus não vê quantidade ele vê nossa fidelidade.

III. A forma de devolver o dízimo no Novo Testamento


1.Todos os cristãos têm que colaborar frequentemente


2ª Coríntios 8.1-4:
"Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia;
porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a
profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles,
testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários,
pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos."

2ª Coríntios 9.1-2:
"Ora, quanto à assistência a favor dos santos, é desnecessário escrever-vos, porque bem
reconheço a vossa presteza, da qual me glorio junto aos macedônios, dizendo que a Acaia
está preparada desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado a muitíssimos."

Filipenses 4.15-16:
"E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia,
nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros;
porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as
minhas necessidades.

Nesses textos vemos as igrejas colaborando financeiramente de


maneira frequente com a obra e com os obreiros. Havia uma prática
constante na igreja. Havia de forma frequente a arrecadação de
ofertas.

2.Todos os cristãos devem colaborar de maneira generosa


2ª Coríntios 9.7:
"Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade;
porque Deus ama a quem dá com alegria."

E essa contribuição deve ser feita com alegria no coração. No livro de


Malaquias o povo estava ofertando a Deus das sobras, do pior. Ofertavam
animais aleijados, coxos e cegos. E para ser com alegria precisa ser “segundo
tiver proposto no coração”. O que seria o que “tiver proposto no coração”?
Não é dar de maneira voluntária, sem obrigações. Ou mesmo o que eu
sentir no coração o valor que devo ofertar. O sentido dessa frase é que esse
ofertar deve ser de forma pensada e planejada antes. Ou seja, aquilo que você
já havia planejado de maneira organizada dentro do seu orçamento para
devolver a Deus pelos dízimos e ofertas. Um compromisso fixo. Não é de
forma aleatória, sem organização ou planejamento. Não é da emoção do
momento.
Não é para esperar o “mover” do Espírito de Deus ou quando eu sentir
no coração. E fosse para esperar isso Deus não havia nos dado um
mandamento, uma ordem para devolvermos os dízimos e ofertas. Isso soa
muito bonito e espiritual, mas cuidado! É para considerarmos com seriedade a
contribuição a Deus.
2ª Corintios 9.5: "Portanto, julguei conveniente recomendar aos irmãos
que me precedessem entre vós e preparassem de antemão a vossa dádiva já
anunciada, para que esteja pronta como expressão de generosidade e não de
avareza.
Esta oferta estava sendo preparada. Então eu devo planejar segundo o
que eu acho? O que eu acho o que seria justo? A Bíblia, que é a Palavra de
Deus, já planejou para nós. São os 10% de nossa renda que são do Senhor.
Planeje sua renda para devolver a décima parte a Deus. Não pesará a você,
pois foi a maneira justa que Deus estabeleceu.

3.Todos os cristãos devem colaborar de maneira proporcional


1ª Coríntios 16.1-4:
"Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia.No
primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua
prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.E, quando tiver
chegado, enviarei, com cartas, para levarem as vossas dádivas a Jerusalém, aqueles que
aprovardes. Se convier que eu também vá, eles irão comigo."

Deus nunca nos pede além de nossas possibilidades. Nem mesmo as


provações Deus não permite que sejam maiores que nossas forças (1ª
Coríntios 10.13: "Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas
Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo
contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a
possais suportar."). É para contribuir a Deus de forma justa. Quem tem
recebido mais de Deus, dê mais. Dessa forma, todos contribuem de forma
igual. Não de valores, mas de porcentagem. Não existe dízimo maior que o
outro. Existe a décima parte. Se devolvo 10% de R$: 1.000,00 ou 10% de R$:
10,00; devolvi os mesmos 10%. Isso é proporcionalidade. Deus não vê
valores, ele vê a nossa fidelidade no que ele nos deixou, os 10%.

VIII
O dízimo e o
amor ao
dinheiro
O dízimo e o amor ao dinheiro
Lucas 21.1-4:
"Estando Jesus a observar, viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio. Viu também
certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Verdadeiramente, vos digo que
esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que
lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento."

O objetivo do dízimo não é apenas nos tornar participantes do Reino


de Deus, faz parte do nosso culto a Deus, como gratidão, pelo cuidado de
Deus e tudo mais. O dízimo nos ajuda a nos santificar e nos protege do mal
que assola a humanidade: o amor ao dinheiro. O dízimo é um instrumento de
Deus para não cometermos alguns erros:
Por amor ao dinheiro:
·Ló – escolheu as campinas do Jordão, porque a terra era toda bem regada.
Gênesis 13.10:
"Levantou Ló os olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem-
regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), como o
jardim do Senhor, como a terra do Egito, como quem vai para Zoar."
·Balaão – se vendeu para amaldiçoar o povo de Deus.
Números 22.7:
"Então, foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas,
levando consigo o preço dos encantamentos; e chegaram a Balaão e lhe
referiram as palavras de Balaque."
·Judas Iscariotes – traiu Jesus.
Mateus 27.3:
"Então, Judas, o que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado de
remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos
anciãos, dizendo:"
·Ananias e Safira – foram mortos, porque mentiram ao Espírito Santo
quando retiraram uma parte da oferta.
Atos 5.1-3:
"Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu
uma propriedade, mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e,
levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos.Então, disse Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito
Santo, reservando parte do valor do campo?"
·“Tantos” - faziam do Evangelho negócio, fonte de lucro.
2ª Coríntios 2.17:
"Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de
Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e
da parte do próprio Deus."
Por amor ao dinheiro se cometem roubos, assassinatos, adultérios, manobras
políticas, enfim, se resume no que a Palavra de Deus nos ensina sendo a raiz
de todos os males. O dízimo vai nos ajudar a não amar o dinheiro, mas não só
isso irá nos ensinar a obedecer a Deus. E o exemplo dessa viúva (Lc 21.1-4)
resume e nos mostra a finalidade do dízimo em nossas vidas.
I. Entendendo o contexto

Lc 20.45-47:
"Ouvindo-o todo o povo, recomendou Jesus a seus discípulos: Guardai-vos
dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e muito apreciam as
saudações nas praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros
lugares nos banquetes; os quais devoram as casas das viúvas e, para o
justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais severo."
Jesus observando o povo no templo chama seus discípulos para fazer duas
considerações:
1ª consideração-
·quanto aos escribas – Lucas 20.46
Jesus pede que seus discípulos observassem bem os escribas. O que
observou?
·Vestes talares – roupas chiques usadas apenas por reis, sacertotes e
pessoas de posição.
·Lugares de honra – para que fossem reconhecidos como Rabi (mestre) para

ostentar autoridade.
·Ocupavam as principais cadeiras nas sinagogas.
·Devoram as casas das viúvas – Literalmente “comiam com grande fome
seus bens”. Eles aproveitavam dos seus bens à força. Limpavam o que elas
tinham. Algumas sugestões de como faziam isso: pediam que contribuíssem
além das suas posses para fundos que eles administravam ou se ofereciam
para administrar seus bens e nisso tiravam além do que deveriam. O fato é
que estavam extorquindo essas viúvas. Bem parecido com o que acontece nos
nossos dias. Pastores que se utilizam de possíveis “poderes” de cura para
ganharem dinheiro dos fiéis. E Jesus condena tal prática.
E para justificar faziam longas orações. E eram longas. A ideia de
devorem as suas casas e as longas orações estão ligadas. Para justificar a
monstruosidade precisavam com a mesma medida apresentarem muito
espirituais. Faziam de público essas orações para serem vistos e para
encobrir seus atos. O que tentavam fazer era que quanto mais orassem pelas
viúvas, mais poderiam devorá-las.
·A condenação: “estes” sofrerão juízo “muito mais” severo. Porque eram
eles mesmos que ensinavam a Lei de Deus. Se o pastor, o "apóstolo", o bispo,
o presbítero, o diácono falou tá certo. Cuidado! Leia a Bíblia.
II. A viúva
Lucas 21.1-4:
"Estando Jesus a observar, viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio. Viu também
certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Verdadeiramente, vos digo que
esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que
lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento."

Agora Jesus observa uma viúva ofertando a Deus. Uma das viúvas que
eram roubadas. O espírito dessa mulher resume o que Deus representa para
nós e o lugar do dinheiro em nossas vidas. Jesus agora vai nos mostrar
justamente em um momento de dízimos e ofertas a essência do evangelho.
Jesus observa os ricos ofertando e também observa uma viúva. Jesus está
fazendo uma análise espiritual da situação, porque se fosse valores essa viúva
não seria de maneira alguma referência de oferta a Deus. Por quê? Vamos
entender o que ela ofertou. Ela deu “duas pequenas moedas”. No texto
original temos a informação que a viúva deu duas “leptas”. A Lepta era uma
pequena moeda de bronze.

Quanto valia?
Marcos 12.42:
"Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um
quadrante."

1 quadrante (uma outra espécie de moeda)


Moedas da época:
1 quadrante= 2 leptas
4 quadrantes= 8 leptas
8 leptas= 1 assarion
16 assarions= 1 denário
1 denário= 1 dia de serviço – Mateus 20.2/dia de trabalho
1 denário hoje= 16 centavos de dólar
1 assarions hoje= 1 centavo de dólar
1 lepta hoje= 1/8 de centavo de dólar
2 leptas hoje= 1/4 de centavo de dólar
A oferta que a viúva ofertou teria hoje esse valor: 1/4 de centavo de dólar.
Vamos ver o que Jesus observa

Lucas 21.3-4:
"e disse: Verdadeiramente, vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque
todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu
tudo o que possuía, todo o seu sustento."

Essa quantia que essa mulher doou que é nada em valores como
vimos, porém, era tudo o que ela possuía. Meus irmãos, essa é a essência do
dízimo no Novo Testamento. Não são 10%, 20%, 50% ou 100%. O dízimo é a
vida, os bens, seu sustento, seu tempo, suas vontades, seu orgulho, sua
família. É tudo e mais alguma coisa. O que Jesus nos mostrou com essa viúva
é que a Graça de Deus nos faz abrir mão do que somos e temos. Deus não
quer 10%, Deus não quer dízimos nem ofertas, ele quer nosso coração.
O que levou essa mulher a ter esse ato de fé? O seu coração no Reino de
Deus. Jesus à luz do Novo Testamento nos libertou do dízimo da Lei. O crente
que entendeu a Graça de Deus, a cruz de Cristo, não faz conta do dízimo, dos
10% na calculadora e respira aliviado, porque cumpriu sua parte com Deus.
Isso é legalismo. É ser como esses escribas. Para um crente remido ele dá
10%, 20%, 30%, 100%, e tudo mais que ele tem, e se possível for, morre por
Cristo. Esse é o padrão de Deus. Foi assim no início da igreja cristã. Vendiam
tudo que tinham de acordo com q necessidade (Atos 2.42-47: "E
perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e
nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram
feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e
tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o
produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.Diariamente
perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam
as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e
contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o
Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.).
A necessidade se procura, não esperamos aparecer. Como vou saber
da necessidade do meu irmão se eu nunca o visitei em sua casa. “Da multidão
dos que creram era um o coração e a alma” Atos 4.32. Jesus mandou o jovem
rico vender tudo e dar aos pobres (Mateus 19.16-22: "E eis que alguém,
aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a
vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é
bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os
mandamentos. E ele lhe perguntou: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás,
não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a
tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe o jovem:
Tudo isso tenho observado; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres
ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu;
depois, vem e segue-me. Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-
se triste, por ser dono de muitas propriedades."). Esse é o padrão. Essa viúva
foi capaz desse escândalo, dessa loucura, porque seu amor estava no Senhor e
não no dinheiro.
Por que eu e você não temos coragem desse absurdo? Porque amamos
mais o dinheiro do que o Deus do dinheiro. Que Deus nos livre dessa
idolatria. A avareza da alma (Colossenses 3.5: "Fazei, pois, morrer a vossa
natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a
avareza, que é idolatria;"). Vamos ser mais doadores. Não estou falando de
dinheiro apenas. Devemos devolver o dízimo, de tempo, de amor, de
compaixão, de choro, de sofrer com o irmão. Enfim: Dízimo, é a devolução da
vida.

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