Dízimo A Devolução Da Vida
Dízimo A Devolução Da Vida
Dízimo A Devolução Da Vida
A devolução
da vida
Ramon Moreira
DEDICATÓRIA
Ramon Moreira
Bacharel em Teologia no ano de 2014 pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie - São Paulo-SP
Bacharel em Teologia no ano de 2011 pelo Seminário Presbiteriano
Teológico Denoel Nicodemos Eller - Belo Horizonte-MG
É pastor na Igreja Presbiteriana do Brasil desde 2012.
ÍNDICE
PARTE I
O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO
I. Estabelecendo princípios........................................................
II. Onde tudo começa...................................................................
III. A décima parte.........................................................................
IV. A finalidade do dízimo............................................................
V. O texto crítico de Malaquias.....................................................
PARTE II
O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO
I
Estabelecendo
princípios
I. Estabelecendo Princípios
Provérbios 3.9-10
"Honra ao Senhor com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; E se
encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares."
O princípio do dízimo
Deus criou todas as coisas. Ele é Deus e Senhor de nossa vida
e de nossos bens. Tudo que temos ou recebemos vêm das mãos
bondosas do nosso Pai de amor.
1º Crônicas 29.10-22
"Por isso Davi louvou ao Senhor na presença de toda a congregação; e disse Davi: Bendito és
tu, Senhor Deus de Israel, nosso pai, de de eternidade em eternidade. Tua é, Senhor, a
magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade porque teu é tudo quanto há nos
céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos. E riquezas e
glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua
mão está o engrandecer e o dar força a tudo. Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos, e
louvamos o nome da tua glória. Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, para que
pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é
teu to damos. Porque somos estrangeiros diante de ti, e peregrinos como todos os nossos
pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e sem ti não há esperança.Senhor,
nosso Deus, toda esta abundância, que preparamos, para te edificar uma casa ao teu santo
nome, vem da tua mão, e é toda tua.E bem sei eu, Deus meu, que tu provas os corações, e que
da sinceridade te agradas; eu também na sinceridade de meu coração voluntariamente dei
todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, voluntariamente te
deu. Senhor Deus de Abraão, Isaque, e Israel, nossos pais, conserva isto para sempre no
intento dos pensamentos do coração de teu povo; e encaminha o seu coração para ti. E a
Salomão, meu filho, dá um coração perfeito, para guardar os teus mandamentos, os teus
testemunhos, e os teus estatutos; e para fazer tudo, e para edificar este palácio que tenho
preparado.Então disse Davi a toda a congregação: Agora louvai ao Senhor vosso Deus. Então
toda a congregação louvou ao Senhor Deus de seus pais, e inclinaram-se, e prostraram-se
perante o Senhor, e o rei.E ao outro dia imolaram sacrifícios ao Senhor, e ofereceram
holocaustos ao Senhor, mil bezerros, mil carneiros, mil cordeiros, com as suas libações; e
sacrifícios em abundância por todo o Israel. E comeram e beberam naquele dia perante o
Senhor, com grande gozo; e a segunda vez fizeram rei a Salomão filho de Davi, e o ungiram ao
Senhor por líder, e a Zadoque por sacerdote."
Davi e todo o povo de Israel entediam que por mais que
pudessem oferecer alguma coisa a Deus, jamais estariam oferecendo
algo feito ou produzido pela força de seus braços, porque na verdade,
o que eles estavam oferecendo a Deus era do próprio Deus. Quando
devolvemos o dízimo a Deus, não estamos oferecendo nada que é
nosso. Oferecemos a Deus o que é dele mesmo, porque foi ele que nos
permitiu ter aquilo que estamos oferecendo a ele. A Bíblia não nos
chama para uma conversa sobre o dízimo. A Bíblia nos coloca de
frente com Deus, para ele nos ensinar sobre o dízimo.
Salmos 24:1
"Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam."
Levítico 27.30-34
"Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do
Senhor; santas são ao Senhor.Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa,
acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do
rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não se
investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um
como o outro será santo; não serão resgatados. Estes são os mandamentos que o Senhor
ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai."
O Começo.
A primeira vez em que o dízimo foi entregue a Deus.
Gênesis 14.18-24:
"E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E
abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-
lhe o dízimo de tudo. E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens
toma para ti. Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o Deus
Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, Jurando que desde um fio até à correia de um
sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a
Abrão; Salvo tão-somente o que os jovens comeram, e a parte que toca aos homens que
comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte."
III
A décima parte
III. A Décima Parte
Gênesis 28.10-22:
"Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã. Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite,
pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali
mesmo para dormir. E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os
anjos de Deus subiam e desciam por ela. Perto dele estava o Senhor e lhe disse: Eu sou o
Senhor, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu ta
darei, a ti e à tua descendência. A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás
para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão
abençoadas todas as famílias da terra. Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer
que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que
te hei referido. Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o Senhor está neste lugar, e
eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos
céus. Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por
travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite. E ao lugar, cidade que
outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel. Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for
comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que
me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu
Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes,
certamente eu te darei o dízimo."
Abraão e Jacó
Vemos Abraão entregando seu dízimo e é o primeiro registro bíblico
dessa prática. Gênesis 14.18-24:
"Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou
ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e
bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe
deu Abrão o dízimo. Então, disse o rei de Sodoma a Abrão: Dá-me as pessoas, e os bens
ficarão contigo. Mas Abrão lhe respondeu: Levanto a mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o que
possui os céus e a terra, e juro que nada tomarei de tudo o que te pertence, nem um fio, nem
uma correia de sandália, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; nada quero para mim,
senão o que os rapazes comeram e a parte que toca aos homens Aner, Escol e Manre, que
foram comigo; estes que tomem o seu quinhão."
*Gênesis 28.20-22:
"Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que
empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz
para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será
a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo."
Jacó a mando de seu pai Isaque vai em busca de uma esposa (Gênesis
28.1-2: "Isaque chamou a Jacó e, dando-lhe a sua bênção, lhe ordenou,
dizendo: Não tomarás esposa dentre as filhas de Canaã. Levanta-te, vai a
Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma lá por esposa uma das
filhas de Labão, irmão de tua mãe."]
No caminho, em sonho, Deus aparece a Jacó e lhe promete proteção,
acompanhamento e a formação de uma grande descendência (Gênesis 28.10-
17: Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã. Tendo chegado a certo lugar,
ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-
la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir. E sonhou: Eis posta na
terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e
desciam por ela. Perto dele estava o Senhor e lhe disse: Eu sou o Senhor,
Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás
deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência. A tua descendência será como
o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e
para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias
da terra. Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te
farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo
que te hei referido. Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o Senhor
está neste lugar, e eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este
lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus.
Jacó percebe que a presença de Deus com ele era real e isso causou um
temor em seu coração (Gênesis 28.16: "Despertado Jacó do seu sono, disse:
Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia." ].E nesse momento
ele presta um culto a Deus e ergue um memorial (Gênesis 28.18: "Tendo-se
levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por
travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite." E faz um
voto a Deus (Gn 28.20-22)*.
Jacó na verdade não estava barganhando com Deus. Essa é a impressão
que o texto nos traz. Ou seja, se Deus desse tudo isso a Jacó, somente assim,
ele lhe daria o dízimo. Ou mesmo pensar que é o dízimo e as ofertas é que
trazem as bênçãos de Deus. Dízimo não é “Vale-Bênção”, como muitos
pensam. Dar o dízimo e as ofertas, não é garantia de bênção. Deus não é
negociante. A igreja de Cristo não é empresa ou banco para gerar lucros.
Vemos muitos pregadores na televisão vendendo as bênçãos de Deus. Ele
afirmam: “deposite tanto de oferta, dê tanto de dízimo, aí você receberá a
bênção que você espera.”
Vamos observar e analisar o texto bíblico. Veja Gênesis 28.15: "Eis que
eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a
esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei
referido." Jacó já estava abençoado. O tempo do verbo está no presente e não
no futuro: “estou contigo”. A presença de Deus, que era certa em sua vida,
traria as bênçãos de Deus. Deus já havia prometido a ele grandes coisas
(Gênesis 28.13-14: "Perto dele estava o Senhor e lhe disse: Eu sou o Senhor,
Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás
deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência. A tua descendência será como
o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e
para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias
da terra."). Por isso que o dízimo é culto, é expressão de gratidão. Diante das
bênçãos de Deus, Jacó expressa sua gratidão com o dízimo.
No voto que Jacó fez a Deus ele afirma: “se Deus for comigo”.
Ou seja, “Já que o Senhor já está comigo”, por causa da promessa e
certeza da presença de Deus que já era real, por isso, que ele temeu
(Gênesis 28.16: "Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o
Senhor está neste lugar, e eu não o sabia."), eu faço um voto ao
Senhor. Quais bênçãos seriam essas que Deus havia prometido e
garantido a Jacó?
Bênçãos:
IV
A finalidade do
dízimo
IV. A Finalidade do dízimo
Números 18. 21-32
"Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam,
serviço da tenda da congregação. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da
congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas farão o serviço
da tenda da congregação e responderão por suas faltas; estatuto perpétuo é este para todas as
vossas gerações. E não terão eles nenhuma herança no meio dos filhos de Israel.
Porque os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao Senhor em oferta, dei-os por
herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel, nenhuma herança
tereis. Disse o Senhor a Moisés: Também falarás aos levitas e lhes dirás: Quando receberdes
os dízimos da parte dos filhos de Israel, que vos dei por vossa herança, deles apresentareis
uma oferta ao Senhor: o dízimo dos dízimos. Atribuir-se-vos-á a vossa oferta como se fosse
cereal da eira e plenitude do lagar. Assim, também apresentareis ao Senhor uma oferta de
todos os vossos dízimos que receberdes dos filhos de Israel e deles dareis a oferta do Senhor
a Arão, o sacerdote. De todas as vossas dádivas apresentareis toda oferta do Senhor: do
melhor delas, a parte que lhe é sagrada. Portanto, lhes dirás: Quando oferecerdes o melhor
que há nos dízimos, o restante destes, como se fosse produto da eira e produto do lagar, se
contará aos levitas. Comê-lo-eis em todo lugar, vós e a vossa casa, porque é vossa
recompensa pelo vosso serviço na tenda da congregação. Pelo que não levareis sobre vós o
pecado, quando deles oferecerdes o melhor; e não profanareis as coisas sagradas dos filhos
de Israel, para que não morrais."
Exemplos:
· De quem vive do campo e de comércios:
Todo o dinheiro que a pessoa conseguiu seja na venda de produtos do
campo, de animais ou do comércio, aquele bruto do final do mês ou do ano,
não representa o seu lucro. Desse bruto serão retiradas as despesas que
geraram aquele produto. Porque a pessoa precisa cumprir seus
compromissos com seus fornecedores, sejam de mão de obra ou de produtos.
Depois de retiradas essas despesa ficará seu lucro, sua renda. É desse lucro
que juntamente com suas despesas pessoais que deveremos retirar nosso
dízimo.
com coração perfeito, voluntariamente deram ao Senhor; e também o rei Davi se alegrou com
grande alegria."
moedas; e disse: Verdadeiramente, vos digo que esta viúva pobre deu mais
do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes
sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu
sustento."
Estando ainda Jesus no Templo começou a observar as pessoas indo
levar suas ofertas a Deus. Então, concluímos que essa prática continua no
Novo Testamento.
Eu não transformo meu dízimo em bens para a igreja. Vou lá e compro
por conta própria e dou a igreja. Isso é oferta e não dízimo. Eu devo depositar
meu dízimo no templo e no culto.
O valor do dízimo
Leia Lucas 21.1-4. O dízimo nunca foi meu. Não existe o dízimo maior
ou menor. O dízimo do pobre ou do rico. O dízimo com maior ou menor
dificuldade de ser entregue. Nós podemos até pensar: “O fulano é tão
pobrezinho, mas mesmo assim devolve o dízimo. O dízimo dele foi dado com
maior peso”. Isso não existe. O pobre e o rico serão fiéis a Deus, apenas se
devolverem ao Senhor seus dízimos com fidelidade. Não foi isso que Jesus
avaliou nessa viúva, mas sua fidelidade na circunstância de sua pobreza.
Quem devolve mais? A pessoa que devolveu R$10,00 (dez reais) ou que
devolveu R$ 10.000,00 (dez mil reais)? Nenhum dos dois. Deram o mesmo
valor. Cada um deu apenas 10% do seu lucro, foi proporcional. A quantidade
que mudou, mas a fidelidade foi a mesma.
V
O texto crítico
de Malaquias
O Texto Crítico de Malaquias
Malaquias 3.6-12:
"Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde
os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos
para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em
que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que
te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me
roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja
mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa,
repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo
não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós
sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos."
Temos aqui uma avaliação do nosso culto vinda do próprio Deus. É Deus
quem está dizendo. Não é o pastor, nem a Igreja Presbiteriana do Brasil, nem
a liderança da sua igreja ou mesmo o próprio profeta Malaquias. Malaquias é
apenas o mensageiro. Então, não é para termos alguma opinião sobre esse
assunto. É Deus que está falando, pela sua Palavra. Não podemos dizer: “Mas
eu acho isso ou aquilo...” A nossa preocupação é sobre o que Deus quer e
está falando sobre os dízimo e ofertas.
II. Agora, uma palavra aos líderes.
Malaquias 1.6:
"O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a
minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? — diz o
Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome.
Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?"
Antes de Deus cobrar do seu povo, primeiro ele cobra dos líderes.
Porque eles são o exemplo. Deus vai falar da qualidade do culto que eles
estavam oferecendo a Deus (Malaquias 1.7-8 : "Ofereceis sobre o meu altar
pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que
pensais: A mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o
sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é
isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e
te será favorável? — diz o Senhor dos Exércitos."). O culto não estava sendo
aceito por Deus (Malaquias 1.10: "Tomara houvesse entre vós quem feche as
portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho
prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a
oferta."). Por quê? Porque o culto estava sendo oferecido da sobra, do pior,
do resto. Deus não estava em primeiro lugar na vida daquele povo. E se Deus
viesse no seu coração e no meu coração e olhasse para a nossa vida
espiritual, qual seria a sua avaliação? Será o que estamos dando a Deus? Será
que nosso culto tem sido das sobras? Será que é a sobra do nosso tempo, a
sobra do nosso dinheiro, a sobra da nossa vontade, a sobra das nossas
energias. Esse culto das sobras, do resto, do ruim, causa em Deus repúdio ao
ponto de fazer algo terrível (Malaquias 2.3: "Eis que vos reprovarei a
descendência, atirarei excremento ao vosso rosto, excremento dos vossos
sacrifícios, e para junto deste sereis levados.").
Ainda no capítulo 2, depois de falar da infidelidade conjugal (Malaquias
2.10-16) chegará ao assunto do dízimo e ofertas (Malaquias 3.6).
III. O culto e o dízimo
Malaquias 3.6-12:
"Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde
os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos
para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em
que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que
te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me
roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja
mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa,
repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo
não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós
sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos."
VI
O dízimo no
Novo
Testamento
O dízimo no Novo Testamento
Marcos 12.13-17:
E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma
palavra. Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas com
quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens; antes, segundo a verdade,
ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não? Devemos ou não devemos
pagar? Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia, respondeu: Por que me experimentais?
Trazei-me um denário para que eu o veja. E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes: De quem é
esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus. E muito se admiraram dele.
I. Lei e Graça.
Romanos 6.15:
E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo
nenhum!"
Quando o apóstolo Paulo fala que não estamos debaixo da lei e sim da
Graça, ele não está dizendo que vivemos num tempo diferente do povo do
Antigo Testamento. Então, em que sentido ele nos fala? Paulo estava falando
do jugo (canga, fardo, peso) da lei.
Romanos 6.23: "porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito
de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor."
Porque transgredimos a Lei de Deus com Adão, pecamos e nos
tornamos escravos desse pecado que nos leva até às últimas consequências:
morte física e morte espiritual.
Romanos 6.14: "Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais
debaixo da lei, e sim da graça."
A graça nos salvou e nos libertou dessa escravidão e morte.
Romanos 6.22: "Agora, porém, libertados do pecado, transformados em
servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida
eterna;"
Precisamos agora obedecer a Lei de Deus. Agora somos escravos
(servos) de Deus.
Romanos 6.18: "e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da
justiça."
Agora nos cabe a santificação. Amamos a Lei de Deus. Queremos
obedecer a Deus em tudo, até nos dízimos.
Marcos 12.13-17:
"E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma
palavra. Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te importas com
quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens; antes, segundo a verdade,
ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar tributo a César ou não? Devemos ou não devemos
pagar? Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocrisia, respondeu: Por que me experimentais?
Trazei-me um denário para que eu o veja. E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes: De quem é
esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é
de César e a Deus o que é de Deus. E muito se admiraram dele.
Esse texto nos diz que Jesus foi interrogado por um grupo. Quem é? Os
fariseus ( Marcos 12.13). Nós precisamos ser fiéis aos homens e a Deus
(Marcos 12.17). O assunto desse texto é o imposto, que era pago em
dinheiro. E o que damos a Deus? Dízimos e ofertas, que são dinheiro.
Vejamos outro texto (Mateus 23.23: "Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes
negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia
e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!"]
Jesus novamente nos fala de uma prática viva e que ele apoiava. Ele
disse que deveríamos fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Entregar o
dízimo e observar os outros ensinos da lei de Deus. O que Jesus nos queria
mostrar é que o dízimo, pelo dízimo, não agrada a Deus. Precisamos devolver
o dízimo com a mesma alegria que eu tenho de ser salvo, de falar com Deus
em oração.
Jesus no Novo Testamento não omitiu a devolução da décima parte, o
dízimo. O dízimo tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento é
um ato de fé. A mesma coragem e desafio que temos para darmos a décima
parte de R$: 10,00, que é apenas R$:1,00; precisamos ter ao devolvermos de
R$: 500.000,00 a sua décima parte que é R$: 50.000,00.
Então, no Novo Testamento não tem espaço para acharmos que aqui a
corda afrouxou. O receber do dízimo é o mesmo. Não há espaço para darmos
desculpas pelos nossos pecados em dizer que Deus é amor ou misericórdia,
porque esse mesmo Deus ainda é fogo consumidor.
Olha para quem Abraão devolveu o dízimo (Hebreus 7.1-28: "Porque este
Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao
encontro de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou, para
o qual também Abraão separou o dízimo de tudo (primeiramente se
interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz;
sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim
de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus), permanece
sacerdote perpetuamente. Considerai, pois, como era grande esse a quem
Abraão, o patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos. Ora, os
que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de
recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos,
embora tenham estes descendido de Abraão; entretanto, aquele cuja
genealogia não se inclui entre eles recebeu dízimos de Abraão e abençoou o
que tinha as promessas. Evidentemente, é fora de qualquer dúvida que o
inferior é abençoado pelo superior. Aliás, aqui são homens mortais os que
recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive. E, por
assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de
Abraão. Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando
Melquisedeque saiu ao encontro deste. Se, portanto, a perfeição houvera sido
mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a lei), que
necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a
ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?
Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de
lei. Porque aquele de quem são ditas estas coisas pertence a outra tribo, da
qual ninguém prestou serviço ao altar; pois é evidente que nosso Senhor
procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. E isto é
ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se
levanta outro sacerdote, constituído não conforme a lei de mandamento
carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel. Porquanto se testifica: Tu
és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. Portanto, por
um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e
inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se
introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus. E, visto que não
é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos
sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor
jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre ); por isso mesmo,
Jesus se tem tornado fiador de superior aliança. Ora, aqueles são feitos
sacerdotes em maior número, porque são impedidos pela morte de continuar;
este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio
imutável. Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam
a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Com efeito, nos convinha
um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos
pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os
sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus
próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas,
quando a si mesmo se ofereceu. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a
homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à
lei, constitui o Filho, perfeito para sempre."]
Melquisedeque representava Cristo. O assunto continua e chega ao
texto de Hebreus 7.22: "por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de
superior aliança."
VII
A igreja no
Novo
Testamento na
prática
A igreja no Novo Testamento na prática
Atos 4.32-35:
"Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava
exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com
grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos
eles havia abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que
possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam
aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha
necessidade."
1ª Coríntios 9. 9-14:
"Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi, quando pisa
o trigo. Acaso, é com bois que Deus se preocupa? Ou é, seguramente, por nós
que ele o diz? Certo que é por nós que está escrito; pois o que lavra cumpre
fazê-lo com esperança; o que pisa o trigo faça-o na esperança de receber a
parte que lhe é devida. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito
recolhermos de vós bens materiais? Se outros participam desse direito sobre
vós, não o temos nós em maior medida? Entretanto, não usamos desse
direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao
evangelho de Cristo. Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do
próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu
sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que
vivam do evangelho;
O apóstolo Paulo está falando do direito dos que se dedicam ao Evangelho
de tempo integral, que vivem ao serviço a Deus como trabalho, de receberem
2ª Coríntios 9.1-2:
"Ora, quanto à assistência a favor dos santos, é desnecessário escrever-vos, porque bem
reconheço a vossa presteza, da qual me glorio junto aos macedônios, dizendo que a Acaia
está preparada desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado a muitíssimos."
Filipenses 4.15-16:
"E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia,
nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros;
porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as
minhas necessidades.
VIII
O dízimo e o
amor ao
dinheiro
O dízimo e o amor ao dinheiro
Lucas 21.1-4:
"Estando Jesus a observar, viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio. Viu também
certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Verdadeiramente, vos digo que
esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que
lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento."
Lc 20.45-47:
"Ouvindo-o todo o povo, recomendou Jesus a seus discípulos: Guardai-vos
dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e muito apreciam as
saudações nas praças, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros
lugares nos banquetes; os quais devoram as casas das viúvas e, para o
justificar, fazem longas orações; estes sofrerão juízo muito mais severo."
Jesus observando o povo no templo chama seus discípulos para fazer duas
considerações:
1ª consideração-
·quanto aos escribas – Lucas 20.46
Jesus pede que seus discípulos observassem bem os escribas. O que
observou?
·Vestes talares – roupas chiques usadas apenas por reis, sacertotes e
pessoas de posição.
·Lugares de honra – para que fossem reconhecidos como Rabi (mestre) para
ostentar autoridade.
·Ocupavam as principais cadeiras nas sinagogas.
·Devoram as casas das viúvas – Literalmente “comiam com grande fome
seus bens”. Eles aproveitavam dos seus bens à força. Limpavam o que elas
tinham. Algumas sugestões de como faziam isso: pediam que contribuíssem
além das suas posses para fundos que eles administravam ou se ofereciam
para administrar seus bens e nisso tiravam além do que deveriam. O fato é
que estavam extorquindo essas viúvas. Bem parecido com o que acontece nos
nossos dias. Pastores que se utilizam de possíveis “poderes” de cura para
ganharem dinheiro dos fiéis. E Jesus condena tal prática.
E para justificar faziam longas orações. E eram longas. A ideia de
devorem as suas casas e as longas orações estão ligadas. Para justificar a
monstruosidade precisavam com a mesma medida apresentarem muito
espirituais. Faziam de público essas orações para serem vistos e para
encobrir seus atos. O que tentavam fazer era que quanto mais orassem pelas
viúvas, mais poderiam devorá-las.
·A condenação: “estes” sofrerão juízo “muito mais” severo. Porque eram
eles mesmos que ensinavam a Lei de Deus. Se o pastor, o "apóstolo", o bispo,
o presbítero, o diácono falou tá certo. Cuidado! Leia a Bíblia.
II. A viúva
Lucas 21.1-4:
"Estando Jesus a observar, viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio. Viu também
certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Verdadeiramente, vos digo que
esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que
lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento."
Agora Jesus observa uma viúva ofertando a Deus. Uma das viúvas que
eram roubadas. O espírito dessa mulher resume o que Deus representa para
nós e o lugar do dinheiro em nossas vidas. Jesus agora vai nos mostrar
justamente em um momento de dízimos e ofertas a essência do evangelho.
Jesus observa os ricos ofertando e também observa uma viúva. Jesus está
fazendo uma análise espiritual da situação, porque se fosse valores essa viúva
não seria de maneira alguma referência de oferta a Deus. Por quê? Vamos
entender o que ela ofertou. Ela deu “duas pequenas moedas”. No texto
original temos a informação que a viúva deu duas “leptas”. A Lepta era uma
pequena moeda de bronze.
Quanto valia?
Marcos 12.42:
"Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um
quadrante."
Lucas 21.3-4:
"e disse: Verdadeiramente, vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque
todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu
tudo o que possuía, todo o seu sustento."
Essa quantia que essa mulher doou que é nada em valores como
vimos, porém, era tudo o que ela possuía. Meus irmãos, essa é a essência do
dízimo no Novo Testamento. Não são 10%, 20%, 50% ou 100%. O dízimo é a
vida, os bens, seu sustento, seu tempo, suas vontades, seu orgulho, sua
família. É tudo e mais alguma coisa. O que Jesus nos mostrou com essa viúva
é que a Graça de Deus nos faz abrir mão do que somos e temos. Deus não
quer 10%, Deus não quer dízimos nem ofertas, ele quer nosso coração.
O que levou essa mulher a ter esse ato de fé? O seu coração no Reino de
Deus. Jesus à luz do Novo Testamento nos libertou do dízimo da Lei. O crente
que entendeu a Graça de Deus, a cruz de Cristo, não faz conta do dízimo, dos
10% na calculadora e respira aliviado, porque cumpriu sua parte com Deus.
Isso é legalismo. É ser como esses escribas. Para um crente remido ele dá
10%, 20%, 30%, 100%, e tudo mais que ele tem, e se possível for, morre por
Cristo. Esse é o padrão de Deus. Foi assim no início da igreja cristã. Vendiam
tudo que tinham de acordo com q necessidade (Atos 2.42-47: "E
perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e
nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram
feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e
tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o
produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.Diariamente
perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam
as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e
contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o
Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.).
A necessidade se procura, não esperamos aparecer. Como vou saber
da necessidade do meu irmão se eu nunca o visitei em sua casa. “Da multidão
dos que creram era um o coração e a alma” Atos 4.32. Jesus mandou o jovem
rico vender tudo e dar aos pobres (Mateus 19.16-22: "E eis que alguém,
aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a
vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é
bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os
mandamentos. E ele lhe perguntou: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás,
não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a
tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe o jovem:
Tudo isso tenho observado; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres
ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu;
depois, vem e segue-me. Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-
se triste, por ser dono de muitas propriedades."). Esse é o padrão. Essa viúva
foi capaz desse escândalo, dessa loucura, porque seu amor estava no Senhor e
não no dinheiro.
Por que eu e você não temos coragem desse absurdo? Porque amamos
mais o dinheiro do que o Deus do dinheiro. Que Deus nos livre dessa
idolatria. A avareza da alma (Colossenses 3.5: "Fazei, pois, morrer a vossa
natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a
avareza, que é idolatria;"). Vamos ser mais doadores. Não estou falando de
dinheiro apenas. Devemos devolver o dízimo, de tempo, de amor, de
compaixão, de choro, de sofrer com o irmão. Enfim: Dízimo, é a devolução da
vida.