Livro - Unico Cont Sa
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Livro - Unico Cont Sa
de Sociedades de
Capital Aberto
Contabilidade de
Sociedades de
Capital Aberto
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Danielly Nunes Andrade Noé
Grasiele Aparecida Lourenço
Isabel Cristina Chagas Barbin
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Adriana Cezar
Wagner Luiz Villalva
Wilson Moisés Paim
Editorial
Camila Cardoso Rotella (Diretora)
Lidiane Cristina Vivaldini Olo (Gerente)
Elmir Carvalho da Silva (Coordenador)
Letícia Bento Pieroni (Coordenadora)
Renata Jéssica Galdino (Coordenadora)
ISBN 978-85-522-0721-4
CDD 650
Thamiris Mantovani CRB-8/9491
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1 | Constituição de empresas de capital aberto 7
Constituição de empresas
de capital aberto
Convite ao estudo
Caro aluno, vamos iniciar nossa caminhada acadêmica?
A sociedade passa por um momento delicado no que diz
respeito aos processos econômicos e às relações sociais. No
caso brasileiro, vivemos situações relacionadas ao processo de
transparência e contestação do status quo em vários âmbitos
das relações entre os cidadãos e os entes públicos e privados,
principalmente no que se refere aos escândalos envolvendo os
desvios de recursos e à falta de perspectivas de retomada da
atividade econômica. Assim, tais questões permeiam as novas
competências profissionais para um diferencial competitivo
e manutenção da empregabilidade daqueles que iniciam
esta jornada.
Como nesta unidade o foco será dado às competências
relacionadas ao conhecimento, à compreensão e à capacidade
de aplicar as normas técnicas para registrar os fatos contábeis
em sociedades de capital aberto, é necessário que você
participe ativamente, preparando-se antecipadamente na leitura
do material proposto, de maneira que, nas aulas, a fixação dos
conceitos leve-o à compreensão plena dos conceitos aqui
apresentados.
Para que possamos atingir tais competências, propomos
a você o seguinte contexto: em um ambiente extremamente
competitivo e de ebulição que se encontra a economia brasileira,
um grupo de formandos, cujos nomes são João, Nara, Maria,
Miguel e Evandro, do curso de Engenharia Elétrica, depois
de assistirem à palestra de Empreendedorismo e Inovação,
decidiram constituir uma empresa geradora de energia eólica,
após pesquisas realizadas junto à Agência Nacional de Energia
Elétrica - ANEEL -, à Associação Brasileira dos Comercializadores
de Energia - ABRACEEL - e à Associação Brasileira de Energia
Eólica - ABEEólica. Entretanto, como não são do ramo, os jovens
empreendedores possuem muitas dúvidas quanto à estruturação
do negócio.
Após um período de sabatina junto a investidores interessados,
o grupo viu que o projeto foi aprovado pelos interessados e o
aporte de recursos dependerá do cumprimento de uma série
de procedimentos normais para um projeto dessa magnitude.
Sabendo de suas limitações, o grupo necessita de um profissional
especializado para atender às suas demandas iniciais quanto à
formulação do modelo de negócio e à formalização da empresa,
bem como aos aspectos das práticas contábeis na perspectiva da
governança corporativa. É nesse contexto que você entra, pois
na qualidade de consultor empresarial, o seu trabalho consistirá
em assessorá-los nesta caminhada, no sentido de conduzir a
concepção do modelo de sociedade, a sua constituição da
empresa, bem como a observância dos aspectos da transparência.
Dessa forma, algumas reflexões estarão postas: de que forma
podemos alinhar as características do negócio a ser criado no
modelo societário de acordo com a legislação vigente? Que
modelo de negócio poderá ser implementado? Que práticas
contábeis poderiam estar enquadradas neste modelo de
negócio? Quais os benefícios que poderiam ser alcançados com
a adoção de práticas de governança, sob a perspectiva contábil?
Preparado? Então vamos encarar este desafio?
Não Personificada
Sociedade
Personificada
Exemplificando
As holdings são sociedades não operacionais que têm seu patrimônio
composto de ações de outras companhias. São constituídas para o
exercício do poder de controle ou para a participação relevante em outras
companhias, visando, nesse caso, constituir a coligação. Em geral, essas
sociedades de participação acionária não praticam operações comerciais,
apenas a administração de seu patrimônio. Quando exerce o controle, a
holding tem uma relação de dominação com as suas controladas, que
serão suas subsidiárias (CARVALHOSA, 2009).
Fator Justificativa
Condição para realizar transações do tipo public-to-
1. Concentração de Votos
private (PTP).
Fator Justificativa
1. Financeiro Custo de financiamento menor quando feito por IPO.
Reflita
Pensando nos últimos acontecimentos no cenário brasileiro, com o
envolvimento de empresas de grande porte em operações ilícitas, a fim de
evitar tais situações, como o Estatuto Social poderia contribuir, no sentido
de evitar que desvios de conduta do Corpo Diretivo causem danos à
economia popular, como ocorrido com a OGX?
Pesquise mais
1. Fatores Determinantes para o Fechamento do Capital de Companhias
Listadas na BM&FBOVESPA. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/
rcf/article/view/102354/100671>. Acesso em: 13 out. 2017.
2. Qual o melhor momento para a abertura de capital? Analisando o
timing dos IPOs das empresas brasileiras de energia a partir da teoria de
opções reais. Faça uma leitura das páginas 26-37, vale a pena! Disponível
em: <http://www.ufjf.br/poseconomia/files/2011/12/TD-011-2011-Tayani-
Abreu.pdf>. Acesso em: 13 out. 2017.
Avançando na prática
Resolução de questão do Exame de Suficiência do
CFC - Conselho Federal de Contabilidade
Descrição da situação-problema
A rede hoteleira Brazilian Hospitality atua com oito diferentes marcas
de produtos e serviços no mercado de turismo no país. Em razão de
um posicionamento estratégico, os sócios estudam a possibilidade de
criar um grupo que faça a gestão das marcas da organização. Os sócios
vislumbram a possibilidade de criar um modelo de negócio que seja
um facilitador, dentre outras atividades, na captação de recursos para
Resolução da situação-problema
Considerando que os sócios desejam constituir uma empresa para
administrar as marcas hoteleiras e captar recursos, principalmente no
que diz respeito à abertura de capital, um modelo societário que poder
vir a atender às necessidades seria uma holding, pois as características
se referem a uma sociedade que não possui atividade operacional,
cujo patrimônio é formado por ações de outras empresas. Por não
exercerem nenhum tipo de ação comercial, o seu foco é exatamente
na gestão do patrimônio do grupo de negócios.
Assimile
Bônus de subscrição
Reflita
Imagine um cenário inflacionário e recessivo em que predomina a
oscilação da economia. Por que o reflexo desse cenário poderá ser mais
prejudicial para as empresas de capital aberto?
Exemplificando
O estatuto social deverá conter, necessariamente, o seguinte:
a) denominação social (art. 3º, Lei nº 6.404/76 e art. 1.160, CC/2002);
b) prazo de duração;
c) sede: município;
d) objeto social, definido de modo preciso e completo (§ 2º, art. 2º, Lei
6.404/64);
e) capital social, expresso em moeda nacional (art. 5º, Lei nº 6.404/76);
f) ações: número em que se divide o capital, espécie (ordinária,
preferencial, fruição), classe das ações e se terão valor nominal ou não,
conversibilidade, se houver, e forma nominativa (art. 11 e seguintes, Lei nº
6.404/76);
g) diretores: número mínimo de dois, ou limites máximo e mínimo
permitidos; modo de sua substituição; prazo de gestão (não superior a
três anos); atribuições e poderes de cada diretor (art. 143, Lei 6.404/76);
h) conselho fiscal, estabelecendo se o seu funcionamento será ou não
permanente, com a indicação do número de seus membros - mínimo de
três e máximo de cinco membros efetivos e suplentes em igual número
(art. 161, Lei nº 6.404/76);
i) término do exercício social, fixando a data.
A sociedade anônima é designada por denominação acompanhada das
expressões companhia ou sociedade anônima, expressas por extenso ou
abreviadamente, mas vedada a utilização da primeira ao final.
A denominação pode conter o nome do fundador, acionista ou pessoa
que, por qualquer outro modo, tenha concorrido para o êxito da empresa,
sendo necessário constar indicação do objeto da sociedade.
Fonte: PORTAL DA CONTABILIDADE. Estatuto ou contrato social. 2017.
Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/obrigacoes/
estatutocontratosocial.htm>. Acesso em: 6 nov. 2017.
Avançando na prática
American Lix
Descrição da situação-problema
A American Lix está em processo de constituição. Seus idealizadores
têm a pretensão de lançar títulos no mercado. A dificuldade aqui é
definir a modalidade em que deverão ser lançados os referidos títulos.
A ideia é captar um montante significativo de investimentos que possa
financiar os investimentos previstos para a empresa. Na qualidade
de consultor especializado, os proprietários solicitaram que fossem
identificadas as diferentes opções de lançamentos, pois gostariam de
compreender as diferenças existentes.
Resolução da situação-problema
De acordo com a Instrução 480/2009, art. 2º: o emissor pode
requerer o registro na CVM em uma das seguintes categorias: I -
categoria A ou II - categoria B. § 1º: o registro na categoria A autoriza a
Reflita
A globalização é um fator fundamental de sucesso em muitas situações.
Tomaremos como exemplo o futebol praticado mundialmente. É possível
imaginar regras diferenciadas para cada país? Como faríamos para
administrar esta situação na Copa do Mundo? Podemos dizer que com
a contabilidade este cenário é semelhante, uma vez que o mundo dos
negócios está ultrapassando as fronteiras?
Exemplificando
Determinada subsidiária brasileira recebeu a visita de seus auditores
internacionais. Após um longo estudo na conta de empréstimos e
financiamentos, foi colocado ao contador responsável da subsidiária
que o empréstimo de capital de giro deveria ser reclassificado para
longo prazo. Imediatamente o contador apresentou o contrato
firmado, dizendo que o prazo acordado era de 180 dias. Diante desse
impasse, o auditor responsável pelos trabalhos alegou que o principal
Assimile
Complementam os princípios de governança desenvolvidos pelo IBGC
em Código de Governança Corporativa, no qual consta:
Transparência: relacionado à disponibilização das informações às
partes interessadas. Equidade: refere-se ao tratamento justo de todos
os sócios e demais partes interessadas (stakeholders). Responsabilidade
Corporativa: na qual os agentes de governança devem zelar pela
sustentabilidade das organizações.
Pesquise mais
Este vídeo traz importantes informações a respeito do atual cenário da
contabilidade com relação às modificações nas Leis, pronunciamentos e
parecer da classe contábil. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=k8TARGPUyQgyoutube>. Acesso em: 1 nov. 2017.
A Revista Brasileira de Contabilidade pública traz um interessante artigo
sobre as modificações introduzidas pela Lei n. 11.638/07, cujo tema é:
Análise das demonstrações contábeis das companhias listadas na Bovespa:
uma abordagem sobre os impactos decorrentes das modificações
Resolução da situação-problema
Para apresentar um relatório que convença todo o corpo diretivo,
o controller foi buscar no CPC 12 o conteúdo que disciplina o ajuste
ao valor presente. As entidades vinham dando às transações a prazo o
mesmo tratamento contábil das operações à vista, ignorando o custo
do dinheiro ao longo do tempo. A Lei n. 11.638/07 veio corrigir essa
situação, e todos os elementos integrantes do ativo (e também do
passivo) devem ser ajustados a valor presente quando decorrentes de
operações de longo prazo. Assim, utilizou uma situação hipotética para
representar os efeitos que essas vendas a longo prazo evidenciariam
no Balanço.
Dados hipotéticos de venda a prazo:
10/06/2017 R$ 14.390,00
30/06/2017 R$ 16.964,00
Ativo Circulante
Duplicatas a receber .........................................R$ 20.000,00
Provisão para ajuste a valor presente...............R$ 5.610,00
Valor líquido das duplicatas a receber.............. R$ 14.390,00
Demonstração de Resultados
Receita Bruta Inicial...........................................R$ 20.000,00
Despesa de ajuste ao valor presente.................R$ 5.610,00
Receita Bruta Final.............................................R$ 14.390,00
Convite ao estudo
Prezado aluno, vamos iniciar os estudos desta unidade?
No mundo corporativo, é fundamental saber como agir
quando o assunto é a contabilidade de sociedades de capital
aberto e, principalmente, quando elas se apresentarem a você,
profissional da área contábil.
Até o momento, você possui noções sobre as características
e a natureza das sociedades de capital, bem como toda a sua
regulamentação.
O foco para esta unidade será dado ao conhecimento, à
compreensão e à capacidade de aplicar as normas técnicas
para registrar os fatos contábeis em sociedades de capital
aberto, pois diante deste contexto, a abertura de mercado, bem
como as negociações em torno da compra e venda de ações
fazem parte dessa realidade, portanto, a abertura de mercado
tem papel fundamental em todo esse processo, alavancando a
economia mundial.
Ao pensarmos em maneiras que podem viabilizar o
crescimento de uma empresa, imediatamente vem à mente a
captação de recursos em instituições financeiras, levando a
buscar empréstimo nos bancos.
Mesmo parecendo ser a maneira mais simples e comum de
se conseguir capital de terceiros e impulsionar o crescimento de
um negócio, o empréstimo não é a única possibilidade, pois o
mercado financeiro oferece outras opções. Uma delas é captar
recursos por meio da emissão de ações.
Nesta unidade, você estudará quais são os custos incorridos
quando da distribuição pública primária de ações ou bônus de
subscrição, na aquisição e alienação das próprias ações, na
captação de recursos por meio de emissão de títulos de dívida e
também dos prêmios na emissão de debêntures e outros títulos
patrimoniais e de dívida.
Agora, retomaremos a situação da empresa geradora de
energia eólica, constituída pelos estudantes de Engenharia
Elétrica João, Nara, Maria, Miguel e Evandro, que foi constituída
com capital aberto e está em busca de novos investidores.
Para viabilizar esse crescimento, a empresa opta por aumentar
seu capital, captando recursos de terceiros, ou seja, buscando
novos acionistas.
Assim, são necessárias algumas considerações sobre o
assunto: como captar recursos? De que maneira as ações são
negociadas? Existem encargos incidentes nessas transações?
Quais são eles?
Pronto para mais uma etapa do seu aprendizado? Então,
vamos lá!
Mercado Primário
É aquele em que costumeiramente as ações são negociadas pela
primeira vez. É quando ocorrem as Ofertas Públicas Iniciais, também
conhecidas como IPO - Initial Public Offering.
É também por meio do Mercado Primário que são negociados
outros ativos, como títulos e letras de câmbio ou CDB - Certificado de
Depósito Bancário.
Mercado Secundário
É aquele em que ocorrem as negociações entre os proprietários de
ativos adquiridos no mercado primário com outros investidores.
Assimile
É fundamental o aprofundamento do funcionamento do mercado
de ações. É com base nesses conhecimentos que aplicaremos os
mecanismos contábeis intrínsecos ao pronunciamento.
Objetivo
1. O objetivo do presente Pronunciamento Técnico
é estabelecer o tratamento contábil aplicável ao
reconhecimento, à mensuração e à divulgação dos custos de
transação incorridos e dos prêmios recebidos no processo de
captação de recursos por intermédio da emissão de títulos
patrimoniais e/ou de dívida.
Reflita
Como seriam evidenciados os valores referentes à captação de recursos
para o Capital Próprio na emissão de ações? Será que a evidenciação
nesse caso seria igual à que deve ser feita quando ocorre a captação de
recursos de terceiros?
Pesquise mais
Quando uma empresa abre seu capital, ela passa a ter não só benefícios
por conta dos investimentos, mas também obrigações. Isso porque um
maior volume de recursos financeiros e investimentos com custos de
captação reduzidos a torna um ambiente propício a negociações. Com
isso, tanto investidores quanto as empresas emissoras das ações buscam
maximizar seus ganhos, ou por conta do retorno do investimento ou pelo
volume de dinheiro arrecadado.
A presente dissertação propõe novos métodos de mensuração de
resultados de IPOs - Initial Public Offering ou Oferta Pública Inicial, que
consideram o volume de ações colocadas no mercado para medir
efetivamente o quanto de dinheiro a empresa emissora deixou na mesa
ou quanto os investidores deixaram de ganhar. Disponível em: <http://
repositorio.unb.br/handle/10482/17090>. Acesso em: 10 nov. 2017.
Pesquise mais
O vídeo a seguir apresenta informações interessantes com relação a
situações específicas do mercado financeiro.
Ele aborda questões interessantes, sendo que uma delas orienta sobre
quais ações comprar na Bolsa quando a Selic (Sistema Especial de
Liquidação e Custódia) está em queda livre. Lembrando que a Selic é a
taxa básica de juros da economia no Brasil.
Veja a explicação dada por um especialista da área acerca do impacto
em cada tipo de ação e como esses papéis estão reagindo no primeiro
pregão após o anúncio de corte nos juros. Vale a pena!
Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/blogs/bolsa/o-investidor-
de-sucesso/post/6012410/especial-quais-acoes-comprar-bolsa-com-
selic-queda-livre>. Acesso em: 10 nov. 2017.
Resolução da situação-problema
A principal vantagem de se captar recursos no mercado financeiro é a
não utilização de recursos próprios para o crescimento da empresa, pois
esses recursos tendem a ser melhor aproveitados em investimentos de
curto e médio prazo, relacionados, principalmente, ao crescimento da
capacidade operacional - gerando mais rapidamente lucros e tornando
mais visíveis e impactantes o desempenho empresarial - do que em
investimentos de longo prazo (como a construção de uma nova fábrica
para expansão do portfólio de produtos).
Além disso, não é raro as empresas não disporem de capital
próprio para financiar as suas demandas por recursos. Diversos fatores
convergem para isso: impostos crescentes; pressão do consumidor
por produtos de melhor qualidade, mas com preços mais acessíveis;
pressão dos acionistas para aumento contínuo dos lucros etc. Tudo
isso acaba deixando as empresas com pouca margem de recursos
disponíveis, sobretudo as micro, as pequenas e as médias empresas.
Outra vantagem da captação de recursos do mercado é a visibilidade.
Quando a empresa vai ao mercado financeiro atrás de recursos, ela é
obrigada a dispor de ferramentas que a torne atrativa aos investidores,
e essas ferramentas só são possíveis quando a empresa conhece
a si própria (suas peculiaridades, seus percalços, suas necessidades
etc.), pois aí ela será capaz de manter um gerenciamento duradouro
e transparente a partir de boas práticas de governança corporativa -
exigência mínima de quem nela quer investir.
Nenhuma empresa se atreve a adentrar no mercado financeiro
com o intuito de captar recursos sem dispor de práticas sólidas de
governança corporativa, pois essas práticas são exigências mínimas dos
futuros investidores, uma vez que elas mostram com clareza, a quem
pretende investir, a definição de indicadores de resultados, nos quais a
organização demonstra como os recursos financeiros pleiteados serão
aplicados e como eles beneficiarão seus futuros investidores.
Assimile
É imprescindível estudar o pronunciamento com dedicação e afinco,
pois somente assim você compreenderá como é possível as companhias
obterem benefícios financeiros utilizando os procedimentos apresentados
no pronunciamento CPC 10, o qual dispõe sobre a possibilidade em
saldar compromissos financeiros por meio de instrumentos financeiros
como as ações.
Reflita
A contabilidade das companhias deve ser executada seguindo todas as
regras e procedimentos dispostos pela legislação vigente em nosso país.
Neste contexto, como os responsáveis pela escrituração contábil devem
proceder os registros que venham a evidenciar as operações que têm,
como forma de pagamento, instrumentos financeiros como ações?
Instrumento patrimonial
Valor justo
Valor intrínseco
Diferença entre o valor justo das ações que a contraparte tem o direito de subscrição
e o preço que a contraparte deverá pagar pelas ações.
Condição de mercado
Data da mensuração
Data na qual ocorre a valoração dos instrumentos patrimoniais, que podem ser
ações ou sua opção, visando atingir aos propósitos do pronunciamento em estudo.
Nas operações realizadas com empregados e outros prestadores de serviços, a
data da mensuração é a mesma que a data da outorga. Para operações realizadas
com outras partes que não sejam empregados/prestadores de serviços, a data da
valoração é considerada a data em que a companhia obtém os produtos ou em
que a contraparte preste o serviço.
Opção de ações
Contrato em que seu detentor tem o direito, porém, não a obrigação de subscrever
as ações da companhia por um preço fixo ou determinável durante um período
previamente especificado.
Período de aquisição
Pesquise mais
1. O presente artigo propõe estudar a evolução do comportamento das
companhias nacionais, expressa pelas suas demonstrações contábeis,
relativamente à concessão de opções de ações como modalidade de
remuneração a funcionários em confronto às recomendações propostas
pelos órgãos normatizadores. Disponível em: <http://www.redalyc.org/
html/3372/337228634004/>. Acesso em: 15 nov. 2017.
2. O vídeo sugerido como complemento ao conteúdo estudado
apresenta o tratamento original dado pela IFRS 2 - Share-based Payment.
Vale a pena assistir! Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=1so19Zc-9o0&feature=youtu.be>. Acesso em: 15 nov. 2017.
Avançando na prática
Remuneração em opções de ações
Descrição da situação-problema
Diversas maneiras de remuneração têm surgido no mercado no
sentido de viabilizar e estimular os funcionários a se posicionarem de
maneira colaborativa em relação à empresa, focando na maximização
dos resultados. Uma das formas de remuneração adotadas atualmente
pelas companhias de capital aberto é remunerar os funcionários
mediante a entrega de ações ou opções de ações da companhia,
o que denominamos empiricamente de remuneração baseada em
ações. No entanto, utilizar essa forma de remuneração pode gerar
algumas dúvidas ao setor contábil.
1. Reconheço como despesa?
2. Representam um passivo?
3. Por qual valor mensurar esse tipo de remuneração?
Para regulamentar essas questões e solucionar todas as dúvidas, é
que dispomos do Pronunciamento CPC 10 (R1) - Pagamento Baseado
em Ações.
Resolução da situação-problema
A teoria contábil pode ser interpretada de duas maneiras distintas:
como teoria normativa e como teoria positiva.
Observando indistintamente as teorias citadas, é possível entender
que a emissão de um pronunciamento que disciplina o assunto atua
positivamente nos usuários dessas orientações, ou seja, os profissionais
da contabilidade.
Em resposta às questões apresentadas, podemos dizer que o
pronunciamento atende a todas elas e dá respaldo técnico à ação dos
profissionais da contabilidade quanto à escrituração dos fatos inerentes
à questão.
Mercado à vista
Representa um conjunto de operações de compra de ações
negociadas em Bolsa a preços estabelecidos por meio do pregão. As
condições da oferta e demanda são o que dão origem aos preços dos
ativos no pregão.
Quando uma negociação é realizada, cabe ao comprador enviar o
valor pago e ao vendedor fornecer o título objeto dessa negociação.
Mercado futuro
Nesse caso, há o comprometimento por parte dos investidores em
comprar ou vender um ativo, o qual teve seu preço definido quando
da liquidação numa data futura. Vem dessa situação a expressão
Mercado Futuro.
Destaca-se que os valores comprometidos quando da negociação
são corrigidos diariamente, o que reflete as perdas e os ganhos
referentes a esses valores.
Além disso, é conveniente informar que os contratos futuros,
objetos desse tipo de mercado, são negociados somente nas Bolsas.
O contrato futuro pode ser caracterizado como:
Mercado de opções
Nesse tipo de mercado, negocia-se o direito da compra ou da
venda de um bem, determinando, assim, um valor fixo em razão da
data futura. Quem adquire o direito é quem deve pagar o prêmio ao
vendedor. Sabendo-se que esse prêmio não é efetivamente o preço do
bem, mas, sim, o valor pago para ter a opção de comprar ou vender
esse bem em uma data futura e por um valor previamente acordado.
O objeto de negociação nesse tipo de mercado pode ser um
ativo financeiro ou mesmo uma mercadoria, sendo negociado por
meio de pregão.
Ativos financeiros são aqueles negociados apenas no mercado
financeiro, também conhecidos como Ativos de Papel.
Existem vários ativos assim classificados, porém os mais usuais e
conhecidos dizem respeito às participações no Patrimônio Líquido
das companhias. Visualizamos essas participações na forma de ações,
quotas, bônus e subscrições de ações, por exemplo.
Nesse mercado, o titular (comprador) terá o direito ao exercício,
porém não será obrigado a exercê-lo. No entanto, se o titular optar por
exercer seu direito, o lançador (vendedor) terá a obrigação de atender
ao exercício.
Para não realizar um mau investimento, é necessário conhecer
as empresas ou segmentos que estão em alta e que, provavelmente,
trarão retorno satisfatório ao investimento. Entendendo como isso se
processa, é possível responder ao segundo questionamento.
Contrato de emissão
Opções put sobre contingente de
Opção, bônus
ações ordinárias: são ações (ou acordo de
de subscrição e
contratos que dão ao ações contingentes):
seus equivalentes:
seu titular o direito é um acordo para
são instrumentos
de vender ações emitir ações que
financeiros que dão
ordinárias a um preço estejam dependentes
ao titular o direito
especificado durante da satisfação
de adquir ações.
determinado período. de condições
especificadas.
Ações
Papéis que representam uma
pequena parte do Capital
Social de uma empresa.
Ações emissíveis
sob condição
Ação ordinária São ações ordinárias
Ação ordinária potencial
Instrumento patrimonial emissíveis por pouco
Instrumento financeiro
subordinado a todas ou nenhum dinheiro ou
ou outro contrato que
as outras classes de qualquer outra contrapartida
dá ao seu títular o direito
instrumentos patrimoniais. após a satisfação das
a ações ordinárias.
condições especificadas
em contrato de emissão
contingente de ações.
Assimile
Quando alguém compra ações, torna-se sócio da companhia que emitiu
essas ações. Portanto, está exposto aos riscos inerentes ao negócio,
passando, também, a ter participação tanto nos lucros como nos prejuízos
dessa companhia.
Estar atento à movimentação do mercado financeiro faz com que você
se torne um especialista na área. Por outro lado, como consultor, você
tem obrigação de oferecer um serviço de qualidade ao seu cliente.
Então, é fundamental seu envolvimento, estudando incansavelmente as
orientações do pronunciamento estudado nesta seção.
Notas Explicativas
A Lei das S.A. prevê em seu artigo 176, § 4°, que “as demonstrações
serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos
ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da
situação patrimonial e dos resultados do exercício” (BRASIL, 1976).
Parte integrante das Demonstrações Financeiras, as Notas
Explicativas legitimam e fundamentam a transparência necessária
quanto às operações, aos resultados e à situação econômico-
financeira de uma companhia. Assim, é possível observar a busca por
essa transparência por parte dos órgãos reguladores, no sentido de
oferecer clareza com relação às informações aos usuários.
Portanto, informações mais completas podem ser obtidas ao ler as
Notas Explicativas, justamente por elas contemplarem operações ou
situações que mereçam destaque e atenção.
Reflita
Apurados os resultados, a companhia deve divulgá-los. De que maneira se
dá essa divulgação? Como analisar o resultado? Onde as Notas Explicativas
se relacionam com a divulgação do resultado por ação?
Divulgação
Em conformidade com a IAS 33, é necessário que as companhias
divulguem:
Exemplificando
Fazer uso dos procedimentos apresentados no pronunciamento CPC
41 não é difícil, nem complexo. Eles apenas exigem cuidados enquanto
dos cálculos e da sua divulgação, pois os investidores necessitam de
informações confiáveis e fidedignas.
A importância na divulgação de resultados exatos é tão significante que as
empresas têm como regra assim fazer. Prova disso é a matéria da Revista
Dinheiro Rural a respeito dos resultados da empresa norte-americana
Deere & Company, fabricante de máquinas agrícolas.
Pesquise mais
O vídeo sugerido a seguir apresenta como o mercado de ações implica
consideravelmente no preço e no resultado por ação. Ele foi elaborado
por um especialista da área financeira e explica detalhadamente como
isso se processa. Confira!
As explicações são muito interessantes, principalmente para os leigos.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LgOBDFGdVGc>.
Acesso em: 23 nov. 2017.
Avançando na prática
Relação entre o Lucro Total e o Lucro por Ação
Descrição da situação-problema
O lucro é uma das questões mais importantes e significativas quando
da análise do resultado geral de uma companhia, ele está sempre em
evidência aos olhos dos investidores, sendo o foco das atenções.
Um aspecto que muitos leigos não se atentam é na relação existente
entre o Lucro Total e o Lucro por Ação. Isso é uma grande falha, pois
em vez de analisar apenas a situação do Lucro Total, especialmente
os grandes investidores, deveriam dar atenção a um indicador muito
considerável quando das análises dos resultados, ou seja, o Lucro por
Ação, visto que, muitas vezes, esse lucro representa um incremento
superior ao do Lucro Total.
Caso uma determinada companhia tenha intenção de expandir seu
quadro acionário emitindo novas ações pautadas na transformação de
debêntures em ações, o que fazer? O que analisar? Como calcular?
Abertura de Capital e
Lançamento de Ações
Convite ao estudo
Após as informações apresentadas na unidade anterior,
chegou a hora de direcionar os conhecimentos para obter
uma visão mais gerencial do negócio. Para isso, será necessário
observar o ambiente de negócio em que ocorrem as ofertas
públicas de ações. Necessário também ficar atento aos relatórios
contábeis pertinentes ao fato.
Para que isso seja possível, é preciso estar atento ao que
apresenta a legislação do mercado de capitais, tanto na esfera
contábil como na gerencial.
Elas embasarão a execução dos procedimentos gerenciais e
administrativos necessários à avaliação dos negócios enquanto da
aplicação do processo de governança corporativa na companhia.
Nesse processo, os gestores precisam estar muito
bem informados sobre a real situação da companhia em
todos os aspectos, pois é a partir dessas informações que
futuras ações serão adotadas pela companhia em prol da
continuidade dos negócios.
Não podemos esquecer que também faz parte dessa
legislação aquela que aborda as questões contábeis relativas ao
registro e divulgação das informações patrimoniais e financeiras
das companhias, no caso, a Lei das Sociedades Anônimas.
É ela que embasa os registros, bem como a elaboração
das demonstrações contábeis em se tratando das sociedades
por ações.
Aplicando os conceitos relativos à avaliação da evidenciação
contábil às práticas de governança corporativa adotadas por
muitas companhias no Brasil, é possível obter resultado satisfatório
em todas as esferas.
Lembre-se que estamos trabalhando com uma empresa de
captação de energia eólica, que foi constituída por estudantes de
engenharia e que optaram por abrir o capital social da empresa
captando recursos com a venda de ações.
Algumas evidências a serem apontadas nessas análises dizem
respeito à preocupação que deve existir pelas empresas em
apresentar informações mais transparentes para que os usuários
examinem com clareza a real situação da companhia.
Outras informações devem referir-se aos resultados obtidos
em razão do modelo de governança corporativa usado pela
companhia na busca de melhores resultados.
Pronto para mais essa etapa?
Seção 3.1
Ambientes e Negociação
Diálogo aberto
Para que possamos desenvolver satisfatoriamente esta seção, será
necessário conhecer temas que o remetam à CVM, à Bolsa de Valores
e também aos ambientes onde ocorrem negociações através de títulos
mobiliários.
Além disso, você conhecerá quais as entidades operantes nesse
mercado, bem como os papéis negociáveis por sociedades de capital
aberto.
Neste sentido, é necessário lembrar o contexto de aprendizagem.
Estamos falando de uma empresa geradora de energia eólica que foi
constituída com capital aberto e está em busca de novos investidores.
Essa ação de captação de recursos, abrindo o capital, foi realizada
com sucesso. Justamente por esse motivo é que você precisa estar
atento às informações que devem partir da companhia que atua nesse
mercado financeiro, o mercado de ações.
Portanto, para desenvolvermos as competências propostas e
obtermos êxito em relação aos objetivos desta seção, propomos que
analise a seguinte situação: um exercício contábil está se encerrando,
sendo necessário apresentar as demonstrações contábeis ao conselho
diretor, bem como aos demais acionistas e agentes fiscalizadores.
Para que isso se processe da melhor maneira possível você,
enquanto consultor da companhia, deverá analisar as informações
geradas pela contabilidade da empresa, preparando, a partir dessas
informações, relatórios gerenciais e outros instrumentos que viabilizem
a interpretação por parte do conselho diretor sobre a situação da
empresa após a abertura de capital e da captação de recursos através
da venda de ações.
Tudo isso está pautado nos princípios da governança corporativa.
Portanto, para que você possa desenvolver esta atividade corretamente,
serão necessários conhecimentos significativos acerca da Lei das
Sociedades Anônimas, do Código Brasileiro de Governança Corporativa
105
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
– Companhias Abertas e de toda regulamentação vigente no país
relativo à Bolsa de Valores e a CVM.
106
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
mercado que ocorrem as ofertas públicas iniciais, também conhecidas
no meio por IPO, ou initial public offering.
Já o mercado secundário caracteriza-se por negociar os títulos
inicialmente ofertados no mercado primário, fazendo com que essas
operações passem a gerar maior liquidez aos ativos financeiros.
As operações que acontecem no mercado primário ou no mercado
secundário se dão em um ambiente físico denominado Bolsa de
Valores.
Figura 3.1 | Títulos negociados na Bolsa de Valores
Commodities Contratos
Ações Moedas agropecuárias Futuros
Opções de
Títulos de Títulos públicos
compra e venda
renda fixa federais
de ações
107
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Art. 2° São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei:
I - as ações, debêntures e bônus de subscrição;
II - os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados
de desdobramento relativos aos valores mobiliários referidos
no inciso II;
III - os certificados de depósito de valores mobiliários;
IV - as cédulas de debêntures;
V - as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários
ou de clubes de investimento em quaisquer ativos;
VI - as notas comerciais;
VII - os contratos futuros, de opções e outros derivativos,
cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários;
VIII - outros contratos derivativos, independentemente dos
ativos subjacentes; e
IX - quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos
ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito
de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive
resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos
advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.
§ 1o Excluem-se do regime desta Lei:
I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;
II - os títulos cambiais de responsabilidade de instituição
financeira, exceto as debêntures. (BRASIL, 1976)
108
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
• CDI – Certificado de Depósito Interbancário
Representa títulos emitidos por instituições financeiras objetivando
a transferência de recursos entre as instituições que possuem reservas
financeiras com as que necessitam desses recursos para investimentos
ou para capitalizar seu caixa.
É esse processo que possibilita o cálculo da taxa média dos CDIs,
taxa que acabou se tornando um índice padrão na elaboração do custo
do dinheiro em diversas modalidades de empréstimos.
109
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
IPCA com Juros Semestrais, Letras de Crédito Imobiliário e Letra de
Crédito do Agronegócio.
110
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Elas são geradas por produtores distintos, porém da mesma
categoria. Essas commodities são, em geral, produtos possíveis de serem
armazenados durante um tempo não comprometendo sua qualidade.
Outra característica das commodities é nunca terem sido
industrializadas, ou seja, nunca passaram por nenhum processo de
industrialização, sendo apresentadas sob a classificação de matérias-
primas.
Nosso país é considerado um grande produtor e exportador de
commodities. Suas principais commodities são: petróleo, café, suco
de laranja, minério de ferro, soja e alumínio.
111
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Assimile
Uma das maneiras de captação de recursos disponível para as empresas
é buscar recursos financeiros no mercado de capitais. Nele é possível
obter recursos para o crescimento da empresa, dentre outras coisas. Por
esse motivo, é fundamental conhecer com excelência a importância
que ele exerce sobre o desenvolvimento do patrimônio empresarial.
Esse mercado é devidamente regulamentado e sua influência sobre a
economia do país e do mundo globalizado é enorme.
Pesquise mais
É fundamental o aprofundamento dos conhecimentos sobre o mercado
de capitais para entender cada vez mais sua importância e como sua
regulamentação dá credibilidade aos que dele utilizam.
Leia a monografia intitulada A Importância do Mercado de Capitais:
considerações das teorias econômica e financeira. Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/124344/000829995.
pdf?sequence=1. Pag. 11 a 19. Acesso em: 13 dez. 2017.
112
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Reflita
Na sua opinião, o mercado de capitais se apresenta como um instrumento
financeiro cada vez mais promissor, capaz de atingir pessoas que até bem
pouco tempo não imaginavam poder estar inseridas nesse contexto?
Como a economia pôde proporcionar essa situação?
A regulamentação da CVM é eficaz, fazendo ser cumprida à risca?
113
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Exemplificando
Algumas situações prejudiciais em relação ao cenário econômico mundial
estão fazendo que seja necessária a criação de novos mecanismos
financeiros no intuito de minimizar ocorrências que possam surtir efeitos
negativos junto a economia.
Nesse contexto, observamos mudanças nos hábitos dos investidores, que
estão migrando suas aplicações, anteriormente limitadas à poupança,
para o mercado de capitais. Isso faz com que haja o crescimento nas
oportunidades, e consequentemente o aquecimento efetivo da economia.
Esse fenômeno fica claro ao ler a matéria publicada no Diário de
Pernambuco, em que é possível observar a influência do mercado de
capitais na economia do Brasil. Leia à reportagem no site referenciado.
Disponível em: <http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/
politica/2017/11/20/interna_politica,731382/julio-dubeux-que-mercado-
de-capitais-queremos-para-o-brasil-parte-1.shtml>. Acesso em: 29 dez.
2017.
Pesquise mais
A atuação da CVM incrementa toda regulamentação do mercado
de capitais. Ela está presente atuando também como agente
fiscalizador junto às companhias pertencentes a esse segmento.
O vídeo a seguir ilustra com clareza o posicionamento dessa autarquia
junto a sociedade de capitais.
Confira!
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xIFPll4pPUo>.
Acesso em: 29 dez. 2017.
114
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Sem medo de errar
Dispor de recursos financeiros suficientes para suprir todas as
necessidades da companhia é um dos principais problemas enfrentados
no dia a dia de grande parte delas.
Independentemente do porte, ou mesmo do setor ao qual
pertence, muitas vezes o volume de recursos necessários ao
bom desenvolvimento das atividades da companhia é escasso,
e, dependendo da situação, buscar recursos fora é uma das
melhores opções.
No entanto, sabemos que existem diversas maneiras de concretizar
essa ação de captação de recursos. Eles podem ter sua origem quando
do relacionamento com agentes públicos como, por exemplo,
buscando um financiamento junto ao BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), à Finep (Financiadora de
Estudos e Projetos) e ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico).
Por outro lado, podem ser obtidos com investidores, e uma das
maneiras é abrindo o capital da empresa vendendo ações. Visualizamos,
portanto, o investimento sob dois aspectos. De um lado temos as
companhias buscando recursos dos investidores, e, por outro lado,
temos os investidores aplicando seus recursos financeiros em ações
dessas companhias.
Diante desse cenário, os jovens empresários analisaram todas
as possibilidades de captação de recursos, decidindo pela venda de
ações. Será que optarem pela venda de ações, realmente foi a melhor
opção? O mercado é realmente bem regulamentado, proporcionando
garantia a ambas as partes?
Tenho certeza que, de posse de tudo que foi apresentado, você
tem condições de responder a essas questões. Para isso, fundamente
suas decisões nos conceitos apresentados sobre o mercado de capitas
e sua regulamentação, e como tudo isso contribui positivamente tanto
para as companhias quanto para os investidores que são beneficiados
com os rendimentos advindos desses investimentos no capital das
empresas.
Para responder essas questões, temos primeiramente que analisar
as demonstrações contábeis, pois elas representam a composição
115
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
do patrimônio e como ele se modificou de um período para o outro,
principalmente após a abertura do capital.
Com a apresentação das demonstrações contábeis, em conjunto
com o relatório de auditoria, é possível emitir um parecer sobre as
ações da companhia, pois elas apresentam uma posição detalhada das
operações.
Com o relatório anual, é divulgado o desempenho da empresa.
Assim, podemos dizer que a empresa fonte de nossos estudos teve
um resultado positivo, conforme pode ser observado no rendimento e
valorização das ações, analisando o resultado por ação da companhia
no ano findo.
As demonstrações contábeis foram elaboradas em conformidade
com as práticas contábeis adotadas no Brasil, tendo como parâmetro
as disposições contidas na Lei das Sociedades por Ações e nas
normas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários, ou CVM.
A empresa também adota a remuneração com base em ações, o
que viabiliza aos seus executivos as opções de compra de ações como
contraprestações de serviços.
Pelo exposto, podemos concluir que tudo está em conformidade
com a legislação e práticas contábeis proporcionando assim,
estabilidade e credibilidade à companhia e seus investidores.
Avançando na prática
Regulação dos Fundos de Investimento:
problema ou necessidade?
Descrição da situação-problema
Regular a atuação e a divulgação dos fundos de investimento é uma
das atribuições da CVM enquanto órgão regulador do setor.
Suponha que, dentro das orientações emitidas pela autarquia,
algumas questões deveriam ser atualizadas, e, por esse motivo, a CVM
se reuniria com outros órgãos do setor para, em conjunto, encontrarem
soluções satisfatórias.
Uma das questões que poderiam ser analisadas refere-se à proposta
de baixar o custo dos investimentos, modernizando, com isso, o setor
relativo aos fundos de investimentos, dando-lhe mais transparência.
116
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Não seria possível reduzir esses custos já que é possível haver queda
nas taxas de juros em títulos com menor liquidez como a poupança? O
setor não seria mais atrativo ainda?
Resolução da situação-problema
Considerando essa queda, como consequência teríamos a
valorização das aplicações isentas do Imposto de Renda, fazendo com
que cresça a atratividade da caderneta de poupança, e, neste cenário,
o investidor brasileiro tende a apostar na poupança.
Por conta dessas justificativas, percebe-se que a regulação e o
acompanhamento do mercado de valores por parte do governo são
imprescindíveis para a estabilidade da economia. Portanto trata-se de
uma necessidade, e não de um problema.
117
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
O Brasil dispõe de um mecanismo de controle normativo que estabelece
diretrizes, políticas monetárias, cambiais e creditícias em relação ao
funcionamento do Sistema Financeiro vigente em nosso país. O órgão que
regulamenta o mercado disponibilizando tais orientações é:
118
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Seção 3.2
Oferta Pública de Ações
Diálogo aberto
Nesta seção, você estudará como se dá o processo de abertura e
também do fechamento do capital de uma companhia que já possui
ou pretende possuir ações negociadas na Bolsa de Valores ou no
Mercado de Balcão.
Lembre-se que estamos falando da companhia geradora de energia
eólica, constituída com capital aberto e que busca novos acionistas no
mercado de ações.
Como consultor da companhia, você precisa estar apto a atender
as necessidades dos sócios durante o processo de abertura ou
fechamento do capital.
Para que isso fique mais claro, é necessário entender com mais
riqueza de detalhes como se dão os dois processos, visto que ambos
são regulamentados pela CVM e pela Bolsa de Valores.
Neste cenário, é necessário observar, por exemplo, qual a demanda
do investidor, bem como as decisões de outros players de mercado.
Além disso, é obvio que não podem ser esquecidos os aspectos
regulatórios e o sistema de governança da companhia, pois são fatores
fundamentais à boa execução das ações a se adotar quando dos dois
processos.
Sua opinião como consultor da companhia é imprescindível, visto
que todos contam com sua experiência profissional nesse campo de
atuação.
Foi a partir do seu parecer, junto aos diretores, que eles decidiram
abrir o capital da companhia e optaram por usar o modelo de
governança corporativa.
Explique, por exemplo, como se dá o processo de fechamento de
capital, já que até agora vimos o processo de abertura de capital.
119
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Não pode faltar
Ao iniciarmos os estudos desta seção, vamos relembrar alguns
conceitos já desenvolvidos em seções anteriores. Eles são fundamentais
para o bom andamento da sua aprendizagem.
Para começar, vale relembrar o contexto geral que gira em torno
do mercado de títulos e valores mobiliários, que é responsável por
disponibilizar mecanismos de distribuição de valores mobiliários.
Nesse mercado, encontramos comercializados e distribuídos
ações e títulos representativos de dívidas, apresentados na forma de
debêntures ou notas comerciais, os commercial papers.
Esses papéis são negociados na Bolsa regulamentada pela CVM, a
Comissão de Valores Mobiliários, que delibera procedimentos a serem
adotados quando das negociações ocorridas nesse mercado.
Dentre as operações que ocorrem nas Bolsas e no Mercado de
Balcão, temos as IPOs (initial public offering, ou oferta pública inicial)
e as OPAs (oferta pública de aquisição de ações) representando,
respectivamente, o processo de abertura e o de fechamento de capital
das companhias, o que veremos com mais detalhes nesta seção.
No entanto, vale lembrar que todas as operações ocorrem
por estarmos falando de empresas formalmente constituídas e,
portanto, que devem ter sua escrituração contábil realizada em
conformidade com a legislação contábil e com os padrões contábeis
internacionalmente aceitos.
Para isso, estudamos, em conjunto com o mercado de capitais,
os pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC, ou Comitê de
Pronunciamentos Contábeis.
Quando as companhias necessitam de capital, elas podem buscar
esse recurso financeiro de diversas maneiras, como , por exemplo:
sugerir novos aportes por parte dos proprietários, os quais injetam
recursos próprios; recorrer a instituições financeiras, buscando
empréstimos ou financiamentos; ou disponibilizar ações atuando
nesse mercado, sendo necessário observar se a companhia já é de
capital aberto ou não.
Em se tratando de companhias já constituídas como sociedade
anônima (S/A) de capital aberto, nos referimos a companhias que
podem negociar suas ações no mercado de capitais, como na Bolsa e
120
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
no Mercado de Balcão.
No entanto, as companhias podem ser de sociedade anônima e
não ter seu capital aberto, as quais chamamos de sociedade anônima
de capital fechado. Nesse caso, seus valores mobiliários não são
negociados na Bolsa ou no Mercado de Balcão.
Quem possui ações é denominado acionista, e é classificado
distintamente, em conformidade com a quantidade e poderes que
essas ações lhes conferem. Sendo assim temos o acionista controlador,
o majoritário e o minoritário.
O controlador pode ser representado por um grupo, uma empresa
ou mesmo por uma pessoa física que tem o controle da companhia,
pois adquiriu esse poder à partir de uma eleição. O majoritário detém
boa parte de ações ordinárias, as quais devem corresponder a mais
da metade do total de ações emitidas. Já o minoritário é o que detém
uma pequena parcela na participação da companhia.
Nesse contexto, vejamos primeiramente no que consiste a abertura
de capital. Para que uma companhia opere no mercado de capitais,
deverá realizar alguns procedimentos jurídicos e administrativos para
que tenha seu capital aberto e possa fazer a oferta de seus títulos e
valores mobiliários por meio da oferta pública de valores mobiliários. É
necessário, portanto:
• O registro de companhia aberta junto à CVM.
• Apresentar, dentre outros documentos, os principais atos
societários, um parecer de um auditor independente sobre a situação
da companhia e as últimas demonstrações contábeis.
• Emitir as ações, as debêntures ou os commercial papers que
serão negociados.
Esse registro é muito importante porque define requisitos
mínimos que viabilizam o investimento numa determinada
companhia. Agindo, no entanto, como mecanismo de proteção
aos investidores, garantindo legitimidade e legalidade na
emissão dos valores mobiliários, confirmando assim, a qualidade
do investimento.
Você já sabe que as operações nesse mercado acontecem a partir
de uma oferta pública. Essa oferta consiste em distribuir publicamente
os valores mobiliários. Mas, para que isso seja possível, antes é
necessário haver seu registro na CVM.
121
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Nesse sentido, a companhia que emitiu esses títulos deve contratar
uma ou mais instituições financeiras, que cuidarão de maneira
organizada da distribuição desses títulos. Elas são devidamente
autorizadas pela CVM e pelo Banco Central do Brasil a operar nesse
mercado, representando os investidores. Isso porque são essas
instituições financeiras e corretoras que compram e vendem (negociam)
as ações, as debêntures, e outros títulos e valores mobiliários emitidos
pelas companhias abertas.
Vale observar que, se os valores ou os títulos são oferecidos pela
primeira vez no mercado, os recursos financeiros conseguidos a partir
dessas operações no mercado primário são direcionados à companhia
emissora desses títulos.
Assimile
É possível identificar os prós e os contras em relação às companhias
fazerem uma IPO.
122
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Para tanto, é necessário saber por que é importante as companhias
abrirem seu capital por meio de uma IPO. Nesse contexto, analisando
criteriosamente, observa-se que duas questões devem ser consideradas.
A primeira está relacionada ao reconhecimento, ou seja, se este processo
realmente trará maior reconhecimento da companhia junto ao mercado.
O segundo diz respeito às questões financeiras: será rentável à companhia
e viabilizará a entrada de mais recursos financeiros?
Sendo assim, é imprescindível assimilar como se dá o processo de IPO e
como ele pode incrementar os negócios das companhias que adotam
esse sistema na captação de recursos.
123
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
própria, procedimentos específicos sobre:
• Maneiras de proceder a liquidação.
• Formas de intermediação.
• Como avaliar.
• Tipos de instrumento.
• Como fazer a divulgação.
• Formas de leilão.
124
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Além de procedimentos comuns às OPAs, a CVM apresenta, na
instrução 361, características específicas demonstradas a seguir:
OPA voluntária
OPA concorrente
125
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
aspectos regulatórios tanto da CVM quanto da BM&FBovespa.
Exemplificando
Como exemplos de que abrir o capital das companhias pode ser um
negócio próspero e vantajoso para ambas as partes, veja, a seguir,
algumas considerações e exemplos positivos relatados numa reportagem
divulgada do setor de Economia do site G1.
Sabemos que a oferta de ações na bolsa de valores é uma das maneiras
que as empresas dispõem para se capitalizar e conseguir financiar sua
expansão ou mesmo utilizar esses recursos para saldar compromissos.
A reportagem aponta que, de 2014 a 2016, apenas três IPOs foram feitos no
Brasil (Ourofino, Par Corretora e Alliar) devido a flutuações na economia.
Os registros de cancelamento, conhecidos como OPAs, bateram recorde
em 2016, ou seja, muitas empresas fechando seu capital.
No entanto, após 3 tentativas abortadas, a companhia aérea Azul
conseguiu captar R$ 2,02 bilhões na sua oferta inicial de ações. Até então,
os IPOs da Smiles (R$ 1,13 bilhão) e do BB Seguridade (R$ 11,47 bilhões),
ocorridos em abril de 2013, tinham sido os últimos a ter superado a marca
de R$ 1 bilhão em recursos captados.
Leia a matéria na íntegra. Disponível em <https://g1.globo.com/economia/
mercados/noticia/com-abertura-de-capital-da-azul-mercado-de-acoes-
ensaia-retomada-de-ipos.ghtml>. Acesso em: 6 dez. 2017.
126
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Reflita
Reflita sobre algumas questões a serem analisadas quanto à postura da
companhia em relação à governança corporativa, exigência da CVM.
Analise, por exemplo: quais questões de governança corporativa devem
ser tratadas? É necessário haver membros independentes no conselho?
Os procedimentos relativos à missão de relatórios financeiros, bem como
suas análises, são sólidos o suficiente? Qual modelo de governança
corporativa minimiza conflitos e harmoniza interesses? A quem compete
a presidência do Conselho e da Diretoria Executiva?
Pesquise mais
O presente artigo, intitulado Governança corporativa: uma análise crítica
sobre a aplicabilidade dos níveis diferenciados de governança, apresenta
uma análise crítica sobre a aplicabilidade das normas de governança
corporativa propostas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
(IBGC), quando se trata de companhias de capital aberto com ações
negociadas na Bovespa. Disponível em: <http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/
anais/1CCF/20090724144242.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2017.
127
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
processo. Tais informações incluem a identificação, venda ou exclusão
de ativos não rentáveis, buscando incremento ao fluxo de caixa.
Feito isso, deverá ser seguido um cronograma padrão, apresentado
a seguir:
• Montagem do prospecto, contendo as demonstrações
contábeis dos últimos três anos, divulgando-as a fim de que
possam ser comentadas por todas as partes. Isso deve ocorrer
num período que compreende 8 a 10 meses antes da data
prevista para a IPO.
• Elaboração dos contratos de transição de propriedade em
até seis meses, pois, juntamente com as demonstrações
contábeis, deverão passar por uma equipe de auditoria.
• Análise dos trabalhos de auditoria e inclusão da companhia
na lista da Bolsa de Valores, pois é nela que serão emitidas as
ações. Essa etapa é prevista para acontecer em até três meses
antes da IPO.
• Depósito do prospecto na CVM, emissão do comunicado à
imprensa e venda efetiva das ações devem acontecer durante
o último mês previsto para execução do projeto.
Ficam comprovados, pelos resultados apresentados até então, que
a opção de captar recursos a partir da abertura do capital da companhia
foi adequada e trouxe resultados positivos a todos os envolvidos.
No entanto, caso a empresa, por questões administrativas, após
um determinado período, decida fechar seu capital, o processo
reverso consiste em fazer novamente uma oferta pública de ações,
no intuito da companhia reaver as ações que foram vendidas e deter
novamente seu controle.
A princípio, em razão dos resultados apresentados, proponha, como
consultor da companhia, manter as ações no mercado, buscando
aumentar seu valor, não identificando a necessidade de fechar o capital.
Caso, em determinado momento, seja identificada a viabilidade do
fechamento do capital, adotaremos as ações previstas na legislação
vigente, promovendo um processo transparente e seguro a todas as
partes envolvidas.
Portanto, continuemos a gestão da empresa como vem sendo
realizada até então: sem promover nenhuma ação preventiva ou
corretiva, pois os negócios estão sendo rentáveis.
128
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Avançando na prática
A qualidade das informações contábeis junto a OPA
Descrição da situação-problema
Apesar das debêntures apresentarem maior volume de negociações
no mercado nacional, apontamentos realizados por pesquisadores
mostram que as informações contábeis têm direcionado seu foco no
mercado de ações.
Levando em consideração que essas pesquisas apontam que o
ambiente organizacional das companhias tem relação direta com os
números apresentados pela contabilidade, podemos fazer o seguinte
questionamento: será, realmente, que a qualidade das informações
geradas pela contabilidade pode ser afetada significativamente pela
OPA e pelas debêntures?
Resolução da situação-problema
Veja que evidências apontam que os resultados apresentados pelas
empresas brasileiras de capital aberto acerca da emissão de ações e
debêntures são muito relevantes, atestando que as estatísticas estão
corretas.
Isso significa que os resultados contábeis dispõem significativo
volume de informações, sendo essas expressivas, o que evidencia a
situação-problema.
Sendo assim, você pode perceber que os resultados contábeis
do período que antecede a OPA são mais significativos do que os
apresentados posteriormente, o que não foi visualizado no caso
das debêntures.
Portanto, podemos concluir que as evidências indicam que
a adoção de práticas contábeis exigidas pela CVM proporciona
informações que levam em consideração o conservadorismo,
apresentando, assim, resultados mais precisos quando da análise
das informações contábeis antes e após a oferta pública das
ações e debêntures.
129
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Faça valer a pena
1. Ao estudar o mercado financeiro, bem como a economia, nos deparamos
com diversas expressões, muitas no idioma inglês, referindo-se a operações
ou situações relacionadas ao tema.
Entre as inúmeras expressões utilizadas nesse ambiente, as mais comuns
são drawback, dumping, initial public offering e rating. Cada uma com seu
significado específico.
a) Drawback.
b) Dumping.
c) Initial public offering.
d) Rating.
e) Risco Brasil.
A OPA é uma das maneiras de as S/As captarem recursos. Para que isso seja
possível, as companhias utilizam uma instituição financeira pertencente ao
mercado de capitais. Como se denomina a operação de venda de ações no
mercado de capitais?
a) Emissão de debêntures.
b) Securitização.
c) Warrants.
d) Vendor Finance.
e) Underwriting (Subscrição).
130
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
3. A partir das práticas de boa governança procura-se aumentar o valor
da empresa, concorrendo para sua longevidade e para a facilitação de
acesso ao capital de investimento. A maior preocupação gira em torno do
estabelecimento de sistemas de monitoramento e de outros mecanismos que
possam conferir a compatibilização dos interesses de executivos e acionistas,
além da contribuição para que sejam superados os conflitos entre acionistas
majoritários e minoritários.
É fato que, desde que foi instituída a obrigatoriedade da divulgação de
informações financeiras e não financeiras, de acordo com padrões pré-
definidos que contemplam no seu bojo a organização e padronização dessas
informações, ficou mais fácil entender as práticas de governança assumidas
ou não pelas companhias brasileiras. Essa transparência tem possibilitado
uma melhor divulgação dos resultados aos interessados, proporcionando,
assim, maior participação de investidores.
131
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Seção 3.3
Relatórios Contábeis
Diálogo aberto
Nesta seção, você saberá quais demonstrações contábeis a Lei nº
6.404/1976 obriga a serem elaboradas e divulgadas quando falamos
das companhias de capital aberto, principalmente do processo de
abertura de capital, ou seja, a IPO.
É fundamental que você, enquanto profissional da área, conheça
detalhadamente cada uma dessas demonstrações, pois é a partir delas
que as informações patrimoniais e financeiras das companhias serão
divulgadas.
Isto porque é consciente, por parte dos diretores das companhias,
a obrigatoriedade da emissão e divulgação das informações financeiras
e patrimoniais. E, para que possam atingir esses objetivos, é necessário
aplicar com eficiência as técnicas contábeis referentes à elaboração
das demonstrações das empesas de capital aberto.
Para que as exigências legais sejam atendidas satisfatoriamente, e as
companhias não corram riscos, elas utilizam as orientações dispostas
na Lei das S/As, que disciplina e regulamenta o assunto.
No entanto, a CVM, dentro do seu campo de atuação, também
sugere a emissão de alguns relatórios que contemplem informações
acerca da aplicação das práticas de governança dispostas no Código
Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas.
Essas regras se aplicam a todas as companhias habilitadas a emitir
ações.
Veremos, então, quais informações deverão ser apresentadas e por
meio de quais demonstrações contábeis ou relatórios propostos pela
CVM, ou pela Comissão de Valores Mobiliários, essa obrigatoriedade
deverá ser cumprida. Para isso, você deverá apresentar, de maneira
sucinta, em que consiste cada demonstração ou relatório, a fim de
conseguir um bom entendimento pelos envolvidos na empresa de
geração de energia eólica.
132
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Não pode faltar
Regimes de tributação
O Brasil dispõe hoje de três regimes de tributação: o Lucro Real,
o Lucro Presumido e o Simples Nacional. Cada um deles especifica
a forma como a companhia irá apurar os tributos devidos, de acordo
com o que dispõe a Receita Federal.
133
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Figura 3.4 | Regimes de Tributação
Lucro Real
Lucro Presumido
Simples Nacional
134
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Como a companhia adotada para nossos estudos trata-se de
uma sociedade anônima de capital aberto, está sujeita à legislação
correspondente a esse tipo de companhia.
As demonstrações contábeis servem como fonte de informação a
todos os seus usuários, independente da classe a que pertençam.
Atualmente, somente as S/As precisam fazer essa divulgação em
meios oficiais, tais como jornais e outros meios de grande circulação,
bem como no site da empresa e no site da CVM.
Sua periodicidade é anual ou, dependendo das necessidades, podem
ser elaboradas em conjunto ou isoladamente, a qualquer momento do ano.
A legislação diz que as demonstrações contábeis deverão ser
complementadas por meio das notas explicativas e de outras
informações adicionais que sejam necessárias para que haja um perfeito
entendimento da situação patrimonial e dos resultados da companhia
no período. Elas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão
de Valores Mobiliários, e serão obrigatoriamente auditadas por auditores
independentes registrados na CVM.
As normas expedidas pela comissão a que se refere o § 3º do art. 177
deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais
de contabilidade, adotados nos principais mercados de valores mobiliários.
As companhias fechadas poderão optar por observar as normas
sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários para as companhias abertas (art. 177, § 6º).
Balanço patrimonial
Trata-se de um demonstrativo básico e obrigatório e apresenta de
maneira estática, sintética e ordenada os componentes patrimoniais de
uma entidade.
É elaborado ao final de cada exercício social e contempla dois
grandes grupos: o ativo, que contempla as aplicações dos recursos, e
o passivo, no qual é possível identificar as fontes ou origens desses dos
recursos.
Os valores são agrupados em contas para facilitar a análise e a sua
ordem é determinada pela situação de liquidez.
Os ativos são separados em:
• ativo circulante – são os direitos que a empresa possui e que
135
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
consegue realizar em até 12 meses. Suas principais contas são o
Caixa, os Bancos, as Contas a Receber e os Estoques.
• ativo não circulante – é composto pelos bens e direitos com
realização acima de um ano. Nele estão os direitos de mais
longo prazo.
• realizável de longo prazo – os bens da empresa, como o
imobilizado e os investimentos, fazem parte desse grupo do ativo.
136
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
contábeis que ocorreram durante todo o exercício social da empresa.
Ela não compara somas de dois segmentos, como o balanço, mas é
apresentada na forma dedutiva, ou seja, tem início demonstrando o
valor da receita operacional bruta, que é o valor obtido pela venda dos
produtos, mercadorias e serviços, excluindo o Custo das Mercadorias
Vendidas (CMV), bem como as despesas, e adicionando valores de
receitas até chegar ao lucro líquido do exercício.
Ao final de cada exercício, apura-se o resultado do período, isto é, o
lucro ou o prejuízo. Este resultado é obtido mediante a confrontação de
todas as receitas com todas as despesas e custos do mesmo período.
Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados destina-se a
evidenciar as mutações ocorridas nos resultados acumulados em um
determinado período, que denominamos exercício social.
Em conformidade com o art. 186 da Lei nº 6.404/76, a Demonstração
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados deverá discriminar:
I. o saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores;
II. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos
lucros incorporada ao capital e o saldo no final do período.
137
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Demonstração dos fluxos de caixa
De um modo geral, a demonstração dos fluxos de caixa (DFC) indica
a origem de todos os recursos monetários que entraram, bem como
onde foram aplicados aqueles que saíram em um determinado período.
Seu objetivo é informar os usuários quanto às entradas e saídas de
recursos financeiros no período.
Atividades operacionais
As atividades operacionais correspondem às entradas e às saídas
de caixa provenientes das atividades diretamente relacionadas com as
operações principais ou acessórias da empresa, como:
• Recebimento de vendas.
• Pagamento de compras.
• Pagamento de despesas (salários, aluguéis, etc.).
• Recebimento de outras receitas (aluguéis, juros, etc.).
Atividades de investimentos
As atividades de investimentos correspondem às entradas e às saídas
de caixa provenientes de:
• Aquisição (-) ou venda (+) de ativos financeiros.
• Aquisição (-) ou venda (+) de participações em outras sociedades.
• Aquisição (-) ou venda (+) de bens de uso.
138
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
• Aquisição (-) ou venda (+) de bens destinados à renda.
• Gastos com despesas classificáveis no ativo diferido.
Atividades de financiamentos
As atividades de financiamentos correspondem às operações de
captação de recursos próprios e alheios, bem como à sua amortização
e remuneração, tais como:
• Entrada (+) ou pagamento (-) de empréstimos.
• Aumento do capital social em dinheiro.
• Entrada de reservas de capital.
• Juros e outros encargos sobre investimentos.
• Juros e dividendos relacionados ao capital próprio.
139
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Demonstração do resultado abrangente
Definimos resultado abrangente como a alteração no patrimônio
líquido de uma companhia, proveniente de transações, eventos
e circunstâncias que não tiveram origem nos sócios, incluindo as
mudanças no patrimônio durante o exercício, com exceção daquelas
resultantes de investimentos dos sócios e de distribuições a eles.
Ela pode ser utilizada como um importante instrumento de análise
por respeitar o princípio de competência, atualizando o capital
próprio dos sócios por conta do registro no patrimônio líquido e não
no resultado.
Na prática, ela pretende apresentar os ajustes ocorridos no patrimônio
líquido como se fossem lucro da empresa.
O Pronunciamento CPC 26 – Apresentação das Demonstrações
Contábeis determina que o lucro abrangente seja calculado a partir do
lucro líquido.
A entidade deve divulgar, em notas explicativas, os ajustes de
reclassificação relativos aos componentes dos outros resultados
abrangentes.
Notas explicativas
Um dos grandes desafios da contabilidade relativos à evidenciação
tem sido o dimensionamento da qualidade e da quantidade
de informações que atendem às necessidades dos usuários
das demonstrações contábeis, principalmente os externos, em
determinado momento.
Como verificamos, a Lei das Sociedades por Ações mencionou
a possibilidade de que informações diversas, bem como explicações
adicionais, possam ser expressas em quadros analíticos, ou mesmo em
outras demonstrações contábeis.
Ainda de acordo com o art. 176 da Lei das Sociedades por Ações
(texto atualizado pela Lei 11.941/09), foi estabelecido no §5º, as bases
gerais e as notas a serem inclusas nas demonstrações contábeis, sendo:
I. apresentar informações sobre a base de preparação das
demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas
selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos;
II. divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis
140
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma
outra parte das demonstrações financeiras;
III. fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma
apresentação adequada.
Assimile
A elaboração da demonstração do resultado abrangente é fundamental,
pois complementa informações apresentadas na Demonstração do
Resultado do Exercício, ou DRE. Sendo assim, como complemento aos
estudos, sugerimos o estudo do Pronunciamento técnico CPC 26 –
Apresentação das Demonstrações Contábeis.
Visando ampliar seus conhecimentos, propomos a leitura do artigo
intitulado Demonstração de Resultado Abrangente (DRA) – Considerações,
disponível em: http://www.netcpa.com.br/noticias/ver-noticia_2015.
asp?Codigo=32168
141
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
respectivamente, precisa realizar esse exame para obter registro no
Cadastro Nacional de Auditores Independentes, no Cnai
142
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
As companhias fazem uso das normas contábeis na elaboração
das demonstrações contábeis, enquanto os auditores independentes
utilizam as normas de auditoria na condução dos seus trabalhos.
Reflita
Em se tratando dos trabalhos realizados pelos auditores independentes
junto às Demonstrações Contábeis, em sua opinião, eles podem ser bem
executados quando seguem as normas e procedimentos pertinentes à
profissão?
Será que são procedimentos realmente eficazes contra fraudes, visto
que existem tantos casos de empresas de auditoria independente
comprometendo sua idoneidade por conta de benefícios financeiros?
Exemplificando
Ocorrências negativas relacionadas a auditores independentes
têm denegrido a imagem pública de muitas empresas de auditoria
independente que atuam no cenário mundial. Há vários casos divulgados
na mídia comprovando esse fato.
No entanto, alguns auditores se manifestam dizendo que não é obrigação
dos auditores detectarem fraudes, mas isso ocorre em consequência dos
seus trabalhos.
143
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Veja, por exemplo, o que diz um profissional da área de auditoria
independente no artigo de autoria de Brenno Grillo, publicado no site
Consultor Jurídico, intitulado Fiscalização frouxa, 68% de executivos do
país viram fraudes em suas empresas em 2016.
Leia a reportagem na integra. Disponível em: <https://www.conjur.com.
br/2017-fev-18/68-executivos-pais-identificaram-fraudes-2016-kroll>.
Acesso em 13 dez. 2017.
Parecer Adverso
Emitido quando verificar que as demonstrações contábeis estão
incorretas ou incompletas em tal magnitude que impossibilite a emissão
do parecer com ressalva
144
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Porém, pode haver discordância sobre o parecer do auditor. Neste
sentido, com o intuito de minimizar a ocorrência de fatos com essa
abrangência e, principalmente, por conta da constatação de que as
demonstrações auditadas por vezes se tornavam incompreensíveis
pelo usuário, o Conselho Federal de Contabilidade alterou algumas
normas técnicas de auditoria, possibilitando que, pelo seu relatório, o
auditor possa ajudar o leigo quanto ao entendimento das informações
presentes nas demonstrações contábeis.
Neste contexto, o que poderia ser contraposto por algumas das
partes, fica mais improvável de ocorrer.
Pesquise mais
Propomos a leitura da matéria citada a seguir. Ela apresenta de maneira
clara e evidente a atuação dos organismos reguladores na atuação do
profissional da área de auditoria contábil e financeira.
Disponível em: <http://www.investimentosenoticias.com.br/noticias/
artigos-especiais/o-novo-relatorio-de-auditoria-e-seus-impactos>. Acesso
em: 13 dez. 2017.
145
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
de emitir as demonstrações contábeis da empresa de geração de
energia eólica, fonte de nossos estudos.
Por parte dos auditores independentes, a responsabilidade, além
de desenvolver as análises, é emitir o parecer de auditoria, devendo
ele estar em conformidade com as normas internacionais de auditoria,
podendo ter como característica uma das opções de pareceres
também apresentada nessa seção.
Segue abaixo o modelo adaptado de um Parecer de auditoria,
relatório que complementa as informações econômicas necessárias
ao processo de IPO, desenvolvido na seção 3.2.
Figura 3.7 | Parecer de Auditoria
146
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da
companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das
práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis
feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das
Demonstrações Contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a
evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar
nossa opinião.
Opinião
Em nossa opinião, as Demonstrações Contábeis referidas apresentam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial
e financeira da Entidade Xxx S.A. em 31 de dezembro de 20X1, o
desempenho de suas operações e seus fluxos de caixa para o exercício
findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil.
Avançando na prática
Auditoria Contábil numa indústria de autopeças
Descrição da situação-problema
A empresa de auditoria Carlos Vaz Auditores Independentes foi
contratada por uma grande indústria de autopeças, pois estava com
problemas nos controles físicos e financeiros dos estoques.
147
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Nas primeiras visitas pela equipe, os auditores identificaram que a
companhia não possuía um sistema de controle interno eficaz e isso
estava provocando os problemas relatados pelo responsável.
Outra situação identificada pela equipe de auditoria está relacionada
à atribuição dos controles de estoques ao pessoal do recebimento, o
que pode comprometer o bom andamento do setor devido ao grande
fluxo de entrega de produtos. A contagem física dos estoques ocorre
a cada seis meses e quem a faz são os funcionários do almoxarifado.
Diante do fato, faça uma análise do sistema de controle de
estoques da indústria, avaliando se os procedimentos adotados
até então dão suporte necessário à gestão contábil e financeira
da companhia.
Resolução da situação-problema
O sistema de controle apresenta alguns pontos negativos,
principalmente quando não se separam as funções dos envolvidos
como um todo. Portanto, para minimizar alguns dos problemas
identificados, se faz necessário separar as funções.
Mesmo porque, se quem faz o recebimento, a conferência e a
devolução das mercadorias são as mesmas pessoas, o risco de
ocorrer uma fraude ou manipulação das informações é muito grande.
Outro problema a ser resolvido diz respeito à periodicidade da
contagem física dos estoques, pois o controle periódico dos estoques
inviabiliza a apuração do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), e isso
é crucial para um bom resultado da companhia.
148
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
A responsabilidade do auditor independente sobre as demonstrações
contábeis vai até:
149
U3 - Abertura de Capital e Lançamento de Ações
Referências
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retomada de IPOs. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/
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considerações das teorias econômica e financeira. Disponível em: <https://repositorio.
unesp.br/bitstream/handle/11449/124344/000829995.pdf?sequence=1>. Acesso em:
12 dez. 2017.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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ERNST & YOUNG; FIPECAFI. Manual de Normas Internacionais de Contabilidade. São
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diferenciados de governança. Disponível em: <http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/
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GRILLO, Brenno. Fiscalização frouxa, 68% de executivos do país viram fraudes em
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IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens e SANTOS, Ariovaldo
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_____. Lei 6404, de 15 de dezembro de 1976. Sociedades por Ações. Disponível em:
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_____. Mercado de Capitais Brasileiro: Uma introdução. ed São Paulo: Thomson, 2006.
TOPINVESTBRASIL. CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=xIFPll4pPUo>. Acesso em: 29 nov. 2017.
Unidade 4
Aspectos gerais de
Governança Corporativa
Convite ao estudo
Prezado aluno,
Disposto para estudar um pouco mais sobre as sociedades de
capital aberto e suas implicações enquanto instrumento presente
no cenário econômico mundial?
Vamos lá?
Com base em tudo que estudamos até agora, com certeza
você está apto a entender como se processa a gestão das
empresas de capital aberto, no sentido de atender todos
os princípios a elas direcionados – estamos nos referindo à
Governança Corporativa como instrumento de gestão obrigatório
em todas as companhias que têm o seu capital aberto negociado
na forma de títulos e valores mobiliários na Bolsa de Valores.
Por se tratar de procedimento comum quanto à
sustentabilidade das empresas, esse modelo de governança
dispõe de um conjunto de ações adotadas pela alta administração
que visam atender os interesses dos acionistas, sendo esses
normalmente representados nas assembleias por conselheiros
que observam, entre outras coisas, se a legislação está sendo
praticada adequadamente, além de poderem opinar como
representantes dos acionistas, quando o assunto for tomar
decisões importantes pela companhia.
Essa metodologia de gestão disponibiliza modelos a serem
adotados, os quais abordaremos no desenvolvimento da seção.
No entanto, vale ressaltar que é o Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC) que apresenta os dois modelos utilizados
pelas companhias, sendo eles o modelo Outsider System, ou
modelo sharehold, e o modelo Insider System, ou stakeholders,
cada um com suas características próprias e específicas.
No entanto, independentemente do modelo adotado pelas
companhias, podemos afirmar que a Governança Corporativa
é exercida com base em práticas estatutárias ou obrigatórias
perante o mercado de capitais que garantem confiabilidade na
administração dos recursos investidos pelos acionistas.
Pronto? Vamos lá!
154
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Seção 4.1
Governança corporativa
Diálogo aberto
Prezado aluno,
Nesta seção você estudará como acontece a gestão das empresas
que dispõem ações comercializadas no mercado de capitais.
Por se tratar de empresas que têm investimentos de recursos
financeiros vindos dos acionistas, elas devem estar atentas ao modo de
administrar os negócios. Isto porque, caso não tenham um resultado
satisfatório, os acionistas, principais interessados nos resultados das
companhias, provavelmente desfarão de suas ações antes de serem
mais prejudicados pela má administração da companhia.
Neste cenário, temos a Governança Corporativa ditando regras
e procedimentos que visam atender as expectativas dos acionistas
não possibilitando, ou melhor, minimizando, a ocorrência de fatos
indesejáveis que venham a prejudicar o bom desenvolvimento das
operações das companhias.
É você, prezado aluno, como consultor da empresa captadora de
energia eólica, que deverá orientar o modelo a seguir, disponibilizando
aos gestores os mecanismos que permitam uma gestão eficiente, não
promovendo possíveis conflitos de interesses.
Neste cenário, é necessário que você faça alguns questionamentos
como: é possível integrar todos os conceitos e aspectos sobre
Governança Corporativa na companhia? Os modelos e mecanismos de
governança atendem os padrões da companhia? Temos profissionais
aptos a atuar com o comprometimento necessário?
Pronto? Então vamos em frente!
155
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
aberto, mas também às demais entidades presentes no mercado
econômico mundial.
É por meio dessa metodologia que os sócios, o conselho
administrativo, a diretoria, os agentes fiscalizadores e outras partes
interessadas nos resultados da empresa se orientam quanto ao
monitoramento do negócio e às maneiras de administrar da corporação.
Sua aplicação converte à utilização de princípios que, em
conformidade com os interesses da companhia, direcionam a
preservação e otimização do seu patrimônio, promovendo a
longevidade da companhia e o bem comum.
De acordo com Rodrigues (2003), ela representa um conjunto de
ações e procedimentos que a alta administração imprime para que seja
adequadamente governada, atendendo principalmente os objetivos
dos acionistas.
No entanto, tudo o que é necessário para implementar uma boa
Governança Corporativa não surgiu de repente. Sua história teve
início em razão da globalização dos negócios, quando a economia de
diferentes países incrementou a expansão dos negócios internacionais
fazendo com que atingissem uma escala global.
Neste cenário, as empresas precisaram se organizar
administrativamente para não ficarem expostas aos impactos negativos
decorrentes das transformações que estavam ocorrendo.
Foi então criado um conjunto de mecanismos que intencionalmente
fossem eficientes e apresentassem direcionadores para as ações e
para o comportamento dos gestores alinhando-os aos interesses da
companhia.
Mas a partir de que ações seriam criados esses direcionadores?
Algum país já estava à frente e dispunha modelos a serem copiados?
Pois é! Tudo era novidade e nem sempre os modelos de gestão
praticados por uma companhia podem ser utilizados com eficácia em
todas as outras, visto que o ambiente econômico, corporativo e social
interfere significativamente no processo de gestão.
Porém, com base nos modelos de governança mais praticados por
companhias instaladas em países economicamente desenvolvidos foi
possível elaborar dois modelos que serviram de parâmetro, podendo
ser aplicados em todas as companhias que necessitam implantar esse
modelo de gestão.
156
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Temos disponível, então, o Outsider System – sistema de governança
praticado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido – e o Insider System
– sistema de governança da Europa Continental e do Japão.
O Outsider System, ou modelo shareholder, tem como principal
característica possuir muitos acionistas, sendo estes dispersos e sem
nenhum cargo de comando diante das operações da corporação. Ele
destaca os interesses dos acionistas e dá ênfase na maximização do
retorno aos acionistas.
O Insider System, ou stakeholder, tem como característica possuir
um grande número de acionistas no comando das operações.
Ele faz com que se adote uma visão mais abrangente, alcançando
aspectos de responsabilidade social e fazendo com que haja um bom
relacionamento entre eles e a companhia.
Figura 4.1 | Características dos principais modelos de gestão
Outsider System
• Acionistas pulverizados e tipicamente fora do comando diário das operações
da companhia.
• Estrutura de propriedade dispersa nas grandes empresas.
• Papel importante do mercado de ações no crescimento e financiamento das
empresas.
• Ativismo e grande porte dos investidores institucionais.
• Mercado com possibilidade real de aquisições hostis do controle.
• Foco na maximização do retorno para os acionistas (orientado para o acionista).
Insider System
• Grandes acionistas tipicamente no comando das operações diárias,
diretamente ou via pessoas de sua indicação.
• Estrutura de propriedade mais concentrada.
• Papel importante do mercado de dívida e títulos no crescimento e
financiamento das empresas.
• Frequente controle familiar nas grandes companhias, bem como a
presença do Estado como acionista relevante.
157
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
• Presença de grandes grupos/conglomerados empresariais, muitas vezes
altamente diversificados.
• Baixo ativismo e menor porte dos investidores institucionais.
• Reconhecimento mais explícito e sistemático de outros stakeholders não
financeiros, principalmente funcionários (orientado para as partes interessadas).
Assimile
Atualmente fala-se muito sobre Governança Corporativa, justamente por
ela ser responsável pelo sucesso ou fracasso das empresas.
Sua aplicação é relevante e significativa, pois o alcance dos resultados
positivos depende de uma boa gestão. Esses resultados surtirão efeitos
em todos os envolvidos, e para protegê-los temos a auditoria para dar
confiabilidade às ações dos administradores.
O entendimento do processo de Governança Corporativa pode
melhorar o relacionamento da companhia com as pessoas do conselho
administrativo e os trabalhos de auditoria, já que um conselho de alto nível
proporciona um aumento na competitividade, sendo destaque no mundo
corporativo.
158
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
mecanismos, minimizando situações negativas, bem como danos
causados devido aos conflitos de interesse. Veremos primeiramente
no que consistem os mecanismos internos e, posteriormente, o que
nos apresentam os mecanismos externos.
Mecanismos internos
São ações executadas pelas companhias e estão relacionadas ao
conselho de administração, aos processos de auditoria interna, ao
equilíbrio de poder entre os gestores, bem como à remuneração.
Conselho de administração
Em se tratando de Governança Corporativa, podemos afirmar que
o conselho de administração exerce um papel fundamental, pois é ele
que tem a função de representar todos os acionistas.
São os membros do conselho que escolhem e monitoram as ações
da direção da companhia, emitem seu parecer acerca de decisões
importantes como possíveis alterações no quadro diretivo, definição
sobre o valor da remuneração dos executivos, entre outras de igual
importância.
Resumindo, é mediante um conselho de administração atuante
que conseguimos manter uma governança eficaz, a qual visa não
somente os interesses das companhias, mas também os interesses dos
acionistas.
Auditoria interna
Sua função é criar um plano de ação no sentido de fazer com que
as companhias consigam atingir seus objetivos. Isso é possível, pois
controles internos podem garantir a eficiência nos processos e assim
melhorar os resultados da organização.
Neste sentido, vemos a equipe de auditoria interna avaliando e
socorrendo a alta administração no desenvolvimento adequado de
suas funções diretivas.
Além disso, executam também a revisão e a avaliação relativas
à eficiência e à aplicação dos controles internos desenvolvidos e
implementados, abordando os controles contábeis e financeiros,
promovendo alto índice de confiança nas informações da empresa.
159
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Eles também determinam a extensão do cumprimento de normas,
planos e procedimentos relativos ao controle de ativos da companhia.
Equilíbrio de poder
A estrutura hierárquica também pode exercer significativamente o
comportamento dos administradores, minimizando ou maximizando
situações do cotidiano empresarial. Quando, por exemplo, um ou
mais acionistas com direito a voto no conselho pretendem adotar um
procedimento que não seja do interesse comum, esse procedimento
não poderá ocorrer, sendo barrado antes de se concretizar.
Por este e outros motivos, devemos entender que uma completa
interação entre os membros do conselho, os acionistas e a direção só
traz pontos positivos às companhias.
Remuneração
O sistema de remuneração contempla os benefícios a empregados,
pagos ou ofertados por conta dos serviços prestados.
Mecanismos externos
Em se tratando dos mecanismos externos, é possível afirmar
que estes têm uma relação mais próxima ao ambiente corporativo
160
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
e regulatório, visto se tratar do ambiente em que as companhias de
capital aberto atuam diretamente.
Isso nos remete a refletir sobre a importância dos gestores enquanto
responsáveis pelos resultados, ou seja, caso este não esteja atento aos
riscos que o mercado oferece, poderão levar os acionistas a situações
de conflito de interesses. Neste sentido, os gestores devem ter em
mente que o ambiente externo exerce grande influência sobre os
resultados, principalmente em países como o Brasil, onde existe grande
concentração acionária em poder de alguns grupos controladores.
Um outro ponto a ser observado quanto ao assunto diz respeito à
fiscalização que existe no mercado, pois esta se torna uma grande aliada
diante da transparência que impõe. Isto se materializa, por exemplo,
com base em divulgações frequentes sobre a posição das ações/da
companhia aos investidores, mais conhecida como disclosure.
161
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
• Eles conhecem os riscos envolvidos nas operações que
realizam enquanto conselheiros?
• Dedicam tempo necessário à discussão acerca dos objetivos
em longo prazo da companhia?
• Criam estratégias para atingi-los?
• Fazem uma revisão frequente da estrutura organizacional?
• O desempenho dos executivos bem como as políticas
de RH são analisados no sentido de manterem um bom
resultado futuro?
• É dedicado tempo e conhecimento suficientes na análise de
decisões conflituosas?
• Os conselheiros têm independência?
Reflita
No mundo corporativo o disclosure visa demonstrar por meio de números
e análises as informações financeiras das companhias, proporcionando
acessibilidade e transparência na relação público/companhia/stakeholders.
Portanto, refletir sobre o processo como um todo, para saber julgar os
questionamentos apontados, nos remete à relação da importância ou não
dessa transparência.
Conflitos de interesse
O conflito de interesses é gerado a partir dos interesses que cada
parte envolvida tem nos negócios. Portanto, é inevitável que hajam
debates entre os sócios representados pelo conselho de administração
e os executivos, no sentido de buscar as ações que melhor representem
os interesses mútuos.
Isto porque o acionista confere o poder da decisão ao gestor da
companhia, o qual poderá tomar decisões que não sejam de interesse
comum, fazendo surgir, com isso, divergências no entendimento, ou
seja, o clássico conflito de interesses.
É fácil visualizar essa situação quando os interesses individuais, tais
como os advindos de relações pessoais entre as partes envolvidas na
decisão de uma questão como ganhos financeiros ou vantagens de
outra natureza, divergem do coletivo.
162
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
É nesse cenário que temos a origem da Governança Corporativa
como instrumento disciplinar e regulamentador representado pelo
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGV).
Exemplificando
Ao abordar o assunto Governança Corporativa, é imprescindível que
as corporações sujeitas a ela adotem algumas práticas que fazem com
que os conceitos como valores, transparência e eficiência estejam
explicitamente declarados em seus documentos. Sem a adoção dessas
práticas, fica difícil adotar esse modelo de gestão.
Pesquise mais
Leia a matéria 3 práticas de Governança Corporativa essenciais às
empresas, publicada na revista Exame. Ela auxilia na compreensão e
dimensão do tema. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/pme/3-
praticas-de-governanca-corporativa-essenciais-as-empresas/#>. Acesso
em: 10 abr. 2018.
EXEMPLOS DE
PROBLEMAS
SITUAÇÕES QUE
RESULTANTES DO
ENVOLVEM CONFLITOS
CONFLITO DE INTERESSES
DE INTERESSES
Acionistas controladores
Aquisição de ações de
decidem maximizar os
ASSEMBLEIA companhias do mesmo
resultados individuais em
DE ACIONISTAS grupo econômico do
detrimento dos demais
controlador.
acionistas.
Conselheiros votam
em linha com interesses Escolha de executivos
CONSELHO DE
pessoais em detrimento por questões políticas e não
ADMINISTRAÇÃO
dos interesses coletivos da técnicas.
companhia.
163
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Executivos tomam
Apresentação de índices
decisões maximizando
DIRETORIA de desempenho favoráveis
resultados de suas carreiras
EXECUTIVA à maximização de seus
em detrimento da melhor
rendimentos pessoais.
decisão da companhia.
164
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Outro exemplo de prática preventiva adotado pelas companhias
consiste na criação de mecanismos que dificultem a troca no comando
da companhia. A isso chamamos de Staggered Board.
Quanto às práticas repressivas, podemos relacionar algumas,
por exemplo a que possibilita a recompra de ações de emissão da
companhia de titularidade de um determinado acionista (ou grupo de
acionistas), com o pagamento de um prêmio por elas. Essa prática é
conhecida como Greenmail.
A White Squire é outra prática repressiva, a qual mostra que
encontrar um investidor estratégico para subscrever ações de seu
capital com a emissão de novas ações pode colaborar muito com
a companhia.
Por isso, ao observarem essas e demais práticas, dificilmente
os envolvidos direta ou indiretamente com as companhias
sairão prejudicados.
Pesquise mais
A Governança Corporativa é um dos assuntos mais abordados e
polêmicos no mundo corporativo da atualidade. Isto porque nosso país
apresenta um cenário econômico voltado à preservação dos negócios,
principalmente em se tratando de negócios que têm sua origem em
companhias de capital aberto.
O artigo proposto para leitura fala sobre a importância da Governança
Corporativa nas organizações. Disponível em: <http://ramodenegocios.
com/governanca-corporativa-sua-importancia/>. Acesso em: 10 abr. 2018.
165
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
A partir desses conceitos, como você organizaria um modelo
de governança no qual as práticas de Governança Corporativa
estivessem presentes, objetivando vantagem competitiva para a
companhia geradora de energia eólica?
Portanto, chegou a hora de você, enquanto consultor da empresa
captadora de energia eólica, orientar o conselho de administração
quanto ao processo de gestão, direcionando-os a seguir as melhores
práticas e fundamentos da Governança Corporativa.
Não deixe de analisar as informações presentes na situação-
problema contida no Diálogo aberto desta seção. Elas lhe
proporcionarão subsídios para o desenvolvimento desta atividade.
Em resposta aos questionamentos, podemos afirmar que é possível
haver uma perfeita integração entre os aspectos que permeiam
a Governança Corporativa na companhia estudada, visto que os
profissionais que nela atuam, partindo dos acionistas majoritários,
foram selecionados com um perfil adequado ao sistema. Dessa forma,
estão aptos a desenvolver os modelos e mecanismos da Governança
Corporativa, pois estes atendem plenamente os padrões da companhia.
Bom trabalho!
Avançando na prática
Conflito de interesses
Descrição da situação-problema
Sabemos que uma das principais atribuições do conselho de
administração é assegurar que a empresa não se exponha a riscos
desnecessários. Isso é possível se for utilizado um bom sistema de
informações no qual a relação probabilidade de ocorrência de riscos
versus impactos negativos seja facilmente identificada, prevenindo
com isso um grande impacto financeiro.
Por conta disso, os acionistas de uma determinada companhia
delegaram uma função de gestor a um membro da direção que, por
sua vez, colocou seus interesses e objetivos pessoais à frente dos
interesses da companhia, o que não pode ocorrer, já que ele representa
os acionistas, concordam?
Diante dessa situação, o que deve ser feito?
166
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Resolução da situação-problema
Observando a gestão de companhias, bem como dos seus
executivos, podemos afirmar com muita precisão que o conflito
de interesses ocorre com muito mais frequência do que se possa
imaginar. Isso traz, dentre outras consequências, atritos internos entre
os gestores, o que causa muitos conflitos de interesses.
Portanto, é necessário criar um código de conduta onde estejam
implícitas as regras, os papéis, as políticas da companhia, desde as mais
comuns até as mais criteriosas.
Dessa maneira, problemas como o exposto na situação-problema
podem ser resolvidos de maneira justa e pautado em regras e padrões
já definidos e de conhecimento de todos.
Um código de conduta consistente deixa muito evidente aos
acionistas e executivos o que é possível ou não ser feito na companhia,
sem gerar conflitos internos.
167
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
dos envolvidos na relação empresa versus proprietários, preservando e
otimizando o valor econômico da companhia.
a) Responsabilidade Social.
b) Ética Empresarial.
c) Sustentabilidade.
d) Governança Corporativa.
e) Princípios Fundamentais de Contabilidade.
168
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Seção 4.2
Princípios da Governança
Diálogo aberto
Prezado aluno,
Nesta seção você conhecerá os princípios que fundamentam
a aplicação da Governança Corporativa nas companhias de capital
aberto, além de poder observar como isso é aplicado nas nossas
companhias e como, ou se, o cenário econômico interfere de alguma
maneira nesse modelo de gestão.
Por conta de a companhia em estudo nesta disciplina se tratar de
uma empresa que tem como objetivo gerar energia a partir de recursos
naturais (energia eólica) – e que, para que isso fosse possível, teve que
captar recursos com a abertura de capital – é necessário seguir à risca
os procedimentos que viabilizam e garantem o investimento realizado
pelos acionistas.
Nesse sentido será possível observar que existem níveis de
governança no ambiente empresarial e que cada elemento desse
conjunto deve cumprir seu papel, visando o interesse comum, e não
interesses individuais, concordam? Somente assim é que conseguirão
excelência e bom desempenho quando da aplicação desse modelo de
gestão altamente regulamentado e controlado por todos os envolvidos.
Para que o modelo de Governança Corporativa seja implementado
na companhia de captação de energia eólica a fim de atender todos
os seus objetivos, e também estar em conformidade com a legislação
a ele pertinente, é necessário observar como se apresenta o cenário
brasileiro em relação a isso. Será que esse mercado em que as
companhias de capital aberto, utilizando esse modelo de gestão, está
aberto para as mudanças internas necessárias?
Para essa resposta, é necessário refletir sobre o posicionamento
dos órgãos governamentais e não governamentais quanto a esse estilo
de gestão.
E mais, será que realmente os níveis de governança se fazem
presentes no ambiente corporativo, viabilizando um bom desempenho
169
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
por parte dos gestores? Quais são os resultados esperados a partir
desse modelo de gestão?
Portanto, prezado aluno, como consultor é você que deverá
organizar a estrutura da companhia para que sejam seguidos
corretamente todos os aspectos da Governança Corporativa.
Para isso, leve em consideração na discussão aspectos como a
apresentação do cenário brasileiro em relação ao tema e as seguintes
indagações:
• As companhias de capital aberto utilizam esse modelo de
gestão?
• Elas estão abertas a mudanças internas necessárias?
• Os órgãos governamentais (setor público) e não governamentais
(empresas privadas) podem utilizar esse estilo de gestão com
similaridade de objetivos?
• Os níveis de governança estão presentes no ambiente
corporativo como um todo?
• Eles viabilizam maior segurança aos investidores?
• Quais são os resultados esperados a partir desse modelo
de gestão?
Pronto? Então, mãos à obra!
170
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
recursos por meio do investimento de terceiros, os quais denominam-
se acionistas, que se tornam proprietários de parte do capital social da
companhia.
Neste cenário econômico em que inúmeras companhias se
fundiram, no sentido de unirem forças para movimentar o capital do
país, é que vislumbramos a necessidade de implementar um modelo
de gestão corporativa em que todos os envolvidos estejam satisfeitos
com os seus resultados, visto que esse modelo de gestão incrementa
práticas que viabilizam um bom relacionamento entre os acionistas
(majoritários ou não), objetivando otimizar o desempenho da empresa.
Com isso, facilita o acesso a informações, sendo estas transparentes e
fidedignas.
A Governança Corporativa está pautada em princípios próprios
que, aplicados em conjunto, possibilitam uma melhor relação
entre o investidor e a companhia investida, demonstrando
o quanto seus processos organizacionais podem resultar na
geração de valor ao investimento.
Um bom sistema de Governança Corporativa, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), é aquele que
contempla princípios que garantem a integridade da companhia.
Porém, cada empresa pode instituir seus próprios princípios, levando
em consideração os princípios fundamentais instituídos pelo IBGC.
A Governança Corporativa é regida por princípios básicos que
fazem com que ela possa ser implementada na sua plenitude, sendo
eles: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade
corporativa. Cada um deles aborda um ponto que, no conjunto,
promove o bem-estar corporativo. Vejamos resumidamente cada um
desses princípios:
Transparência – Uma perfeita comunicação entre os agentes
proporciona um clima de confiança. Essa comunicação deve ser
pautada em critérios de franqueza e espontaneidade, por exemplo.
Ela deve ser consequência não somente da obrigação intrínseca à
função, mas também da vontade de fazer tudo de bom para todas as
partes envolvidas.
Equidade – Tratamento justo e sem distinção em relação às
partes envolvidas, principalmente quando se tratar dos colaboradores,
fornecedores, entre outros. Dessa forma, atos ou procedimentos
discriminatórios são inaceitáveis.
171
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Prestação de contas – Os gestores e demais agentes da governança
deverão prestar contas aos que lhes elegeram, respondendo
integralmente pelos atos e fatos de sua responsabilidade.
Responsabilidade corporativa – Condução dos negócios
objetivando perpetuar a existência da companhia. Portanto, decisões
que possam causar impacto negativo na sociedade ou no meio onde
está inserida deverão ser evitadas.
Em se tratando de um dos princípios da Governança Corporativa,
a transparência, sua aplicação é fundamental em todo o processo,
já que por meio dela é possível que os acionistas acompanhem o
desempenho das companhias das quais são investidores.
De acordo com matéria publicada na Revista Exame em junho de
2017, fica evidente o impacto que uma boa política de governança
causa em relação à lucratividade das companhias.
Outro ponto inquestionável acerca da transparência é que ela
promove maior competitividade, já que todos os interessados têm
acesso aos resultados e podem comprovar seu desempenho.
Portanto, vale destacar que, atualmente, a Governança Corporativa
é o meio mais eficiente de fazer com que uma companhia possa buscar
recursos financeiros comercializando ações na Bolsa de Valores.
Provavelmente foram essas mudanças expressivas no cenário
econômico e corporativo que promoveram a implantação de um
modelo de gestão mais eficiente e transparente nas companhias.
Assimile
Transparência corporativa é algo que nunca esteve tão em evidência como
nos últimos anos. Sabe-se que os principais motivos que demandam a
estruturação de uma área de governança são o aumento na qualidade
das informações, bem como a profissionalização por meio desse modelo
de gestão.
Ademais, grande parte das companhias brasileiras de capital aberto
acreditam que a recessão econômica e a busca pela ética mobilizam
o mercado brasileiro, fazendo as companhias adotarem as práticas de
Governança Corporativa, visto que elas viabilizam maior eficiência, mais
qualidade acerca das decisões e sensível melhora no controle operacional.
172
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Isso tudo é fundamental que seja aplicado na companhia captadora de
energia eólica da qual você é consultor.
Transparência Equidade
Desejo de disponibilizar informações de seu Tratamento justo e isonômico de todos
interesse e não apenas aquelas impostas por os sócios e demais partes interessadas,
disposições de leis ou regulamentos para as considerando seus direitos, deveres,
partes interessadas, não se restringindo ao necessidades, interesses e expectativas.
desempenho econômico-financeiro, mas
também contemplando os demais fatores que
norteiam a ação gerencial e que condizem
com a preservação e a otimização do valor da
organização.
Governança
Corporativa
173
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
A governança tanto nas organizações públicas quanto nas
organizações privadas tem a mesma característica, pois apresenta
questões referentes aos mesmos problemas.
Sabemos que atualmente a relação do Estado com o setor privado,
bem como com o terceiro setor, tem mudado consideravelmente,
exigindo alterações significativas quanto aos processos de gestão
pública. Isto porque a nova administração pública está muito mais
direcionada ao cidadão e ao reconhecimento dos limites de sua
atuação, sendo mediada pelo poder e pela ação do setor privado e das
organizações do terceiro setor.
No entanto, a complexidade e a amplitude que envolvem o
processo de interação entre o Estado versus setor privado versus
terceiro setor fazem com que sejam feitos muitos esforços, no sentido
de implementar políticas inovadoras, fortalecendo assim a gestão do
setor público.
Reflita
É inegável que uma boa gestão contribui positivamente tanto na
administração do setor privado como na do setor público, visto que o
foco da governança no setor privado diz respeito à postura dos dirigentes,
enquanto que no setor público a identificação dessas prioridades é
insignificante, pois as estruturas e os modelos de gestão são distintos do
privado.
Dessa forma, é evidente que na administração pública a governança deve
explicitar o papel de cada ator, estabelecendo seus objetivos, modelos de
decisão, responsabilidades, rotinas, etc.
Fica claro para você essa relação e a aplicabilidade da governança no
setor público?
174
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
a respeito dessa classificação, que se apresenta nos níveis I e II e no
Novo Mercado.
Os níveis I e II são conhecidos por serem classificados como níveis
diferenciados de Governança Corporativa pela Bovespa. Eles foram
concebidos com a finalidade de incentivar e preparar gradativamente
as empresas a aderirem ao Novo Mercado, visto que é através deles
que as companhias buscam melhorar sua relação com os investidores,
elevando assim seu potencial de valorização.
175
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
O nível II apresenta empresas que já atendem os requisitos básicos
do nível I, mas que devem adotar adicionalmente outras práticas de
governança e de direitos para os acionistas minoritários, a saber:
• Disponibilização de balanço patrimonial anual, de acordo com
as Normas Internacionais de Contabilidade.
• Mandato unificado de um ano para todo o conselho
administrativo.
• Extensão para os acionistas de ações ordinárias nas mesmas
condições obtidas pelos controladores no momento da
venda do controle da companhia, considerando que, para os
detentores de ações preferenciais, os direitos são de no mínimo
70% do valor.
• Direito de voto às ações preferenciais.
• Obrigatoriedade de efetuar oferta de compra das ações em
circulação em caso de fechamento do capital.
• Adesão à Câmara de Arbitragem a fim de solucionar
conflitos societários.
Já o Novo Mercado apresenta empresas listadas na Bovespa
que seguem regras de listagem diferenciadas, as quais devem ter
o comprometimento de adotarem práticas mais consistentes de
Governança Corporativa e Disclosure, sendo estes os fatores que
avaliam o grau de proteção do investidor. Portanto, as empresas desse
nível devem seguir as exigências dos dois níveis preparatórios.
Exemplificando
Na prática, exercer a governança corporativa não é tão simples assim.
É extremamente complicado criar um bom relacionamento entre os
agentes de governança de maneira que possa ser mantido um nível
de integridade entre eles. Isso fica bem claro na matéria intitulada
Governança Corporativa como resposta efetiva em tempos de transição,
na qual o autor apresenta situações claras sobre as necessidades que
os gestores têm de interagir de maneira a permitir uma continuidade às
companhias. Veja a matéria completa, disponível em: <http://www.segs.
com.br/seguros/96869-governanca-corporativa-como-resposta-efetiva-
em-tempos-de-transicao.html>. Acesso em: 11 abr. 2018.
176
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Sabemos que a heterogeneidade do desempenho das empresas
existe por conta do setor no qual estão inseridas, pois a lucratividade
como fator de medida é o que normalmente é levado em consideração
nessa análise.
Sendo assim, os gestores devem ficar atentos às mudanças
ocorridas no ambiente em que sua companhia atua, reconfigurando,
se necessário, as habilidades, os recursos e as competências dela. Isso
possibilita que as companhias que dispõem de poucos recursos os
utilizem de maneira eficaz, influenciando positivamente a geração de
ativos tangíveis e intangíveis.
Por conta da evolução de valores, os ativos intangíveis, como
marca e inovação, entre outros, passaram a ser bastante valorizados
no mercado, e por conta disso as companhias tentam se adaptar aos
princípios de Governança Corporativa com a intenção de obterem
capital necessário à implantação de novos projetos, tornando-se mais
eficientes e competitivas.
Resumindo, ao serem administradas de acordo com as boas
práticas de governança, a companhia diminui seu custo, por conta
da proteção oferecida aos investidores, garantindo maiores retornos
sobre o investimento.
Nesse cenário fica evidente a relação que existe entre a Governança
Corporativa e os níveis listados na Bolsa.
Pesquise mais
O vídeo a seguir apresenta informações consideráveis acerca da
Governança Corporativa em um ambiente de negócios onde existe a
relação entre diversos atores. Ele aborda questões interessantes a respeito
de como se praticar esse modelo de gestão nas empresas do setor de
captação de energias renováveis – tal como nosso exemplo, energia
eólica.
Veja a explicação dada por um especialista da área acerca dessa relação e
dos efeitos sobre todos os envolvidos. Vale a pena!
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_R0bJ-U_vZM>.
Acesso em: 11 abr. 2018.
177
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Sem medo de errar
Diante do que foi estudado, podemos concluir que o modelo
de gestão denominado Governança Corporativa é fundamental e
necessário, visto suas características tratarem os aspectos de gestão
de maneira eficaz, proporcionando maior confiabilidade por parte dos
envolvidos.
Nesse sentido, seja em empresas privadas ou órgão governamentais,
o modelo é aplicável, sem sombra de dúvidas.
Veja, por exemplo, a confiança que os investidores podem ter ao
analisarem as demonstrações contábeis apresentadas pela companhia.
Observe também como são claras e objetivas as informações relativas
à distribuição dos resultados, bem como o lucro por ação quando do
encerramento do exercício social.
Em se tratando das companhias privadas é possível buscar novos
investidores por conta da Governança Corporativa. Sabemos que
empresas com boas práticas de governança, riscos e conformidades,
representadas pelo IGV e pelo IBOVESPA, são mais atraentes e atraem
muito mais investidores, pois as empresas que adotam um modelo
de governança eficaz trazem vantagens ao investidor tanto em médio
como em longo prazo. Os fundamentos bem estruturados são
essenciais para as companhias continuarem existindo – é uma questão
de sobrevivência.
Como o setor público é mantido por órgãos governamentais,
a prestação de contas acerca da utilização dos recursos também é
necessária. É neste sentido que a Governança Corporativa pode
promover o uso dos recursos com eficiência e responsabilidade,
prestando contas à administração e demonstrando que o orçamento
está sendo executado em conformidade com a proposta orçamentária.
Portanto, chegou a hora de você, como consultor de negócios,
orientar a direção da empresa quanto à aplicação desse modelo
de gestão.
Não deixe de analisar as considerações e os questionamentos das
informações presentes na situação-problema contida no Diálogo aberto
desta seção. Elas lhe proporcionarão subsídios para o desenvolvimento
desta atividade.
Bom trabalho!
178
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Avançando na prática
Aplicação da Governança Corporativa
em um grande comércio varejista
Descrição da situação-problema
A Governança Corporativa viabiliza a utilização de mecanismos
e estratégias enquanto da administração das companhias. Ao adotar
esse modelo de gestão, é necessário seguir princípios rígidos, entre
os quais a eleição de um conselho de administração que atua como
um instrumento de controle. O crescimento das companhias está
a cargo dos conselheiros e dos investidores, que devem confiar nas
companhias nas quais investiram. Portanto, quanto mais rígidas forem
as regras, maior será o nível de confiança dos investidores.
Considerando essas condições, o que é necessário para executar
a abertura de capital e consequentemente aplicar a Governança
Corporativa na rede de comércio varejista?
Resolução da situação-problema
Em resposta aos questionamentos apresentados, devemos observar
os seguintes passos:
Primeiramente deve haver uma preparação organizacional,
realizada normalmente por consultores e por um coordenador da
operação, que minimize a ocorrência de erros ou o enfrentamento
de diversidades durante a operação de abertura de capital (IPO) já
estudada anteriormente.
Em paralelo, devem-se adotar as práticas de Governança
Corporativa, visto que a empresa está listada no nível Bovespa Novo
Mercado.
Por conta dessa nova situação da companhia, é necessário
apresentar aos investidores onde e como os recursos captados com a
abertura de capital foram utilizados.
Neste sentido, é necessário informar o tipo de ações emitidas pela
companhia. No caso de nosso exemplo, são emitidas apenas ações
ordinárias, o que assegura direito de voto aos acionistas nas assembleias
gerais.
179
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
A Governança Corporativa também exige que sejam emitidos
relatórios divulgando todas as informações de maneira transparente, às
quais os membros do Conselho de Administração devem ter acesso,
o que facilita a tomada de decisão. É necessário também haver uma
equipe de auditoria externa que ateste as operações da companhia
perante terceiros.
a) O respeito à diversidade.
b) O clima organizacional.
c) A administração participativa.
d) A equidade.
e) A integridade dos administradores.
180
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
e) A criação do sistema de avaliação de desempenho.
a) Equidade.
b) Responsabilidade corporativa.
c) Legalidade e legitimidade.
d) Transparência.
e) Prestação de contas.
181
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Seção 4.3
Operacionalização da Governança
Diálogo aberto
Prezado aluno,
Nesta seção você conhecerá a legislação que fundamenta a
Governança Corporativa e sua aplicabilidade nas companhias de
capital aberto, bem como nas demais empresas que se utilizam desse
modelo de gestão.
Verá como essa legislação fundamenta a aplicação da contabilidade,
a qual faz uso de normas específicas direcionadas à escrituração
contábil de fatos presentes nesse tipo de gestão.
Como a empresa objeto de nossos estudos nesta disciplina tem
como ramo de atividade a captação de energia a partir da utilização de
recursos naturais, no caso energia eólica, é necessário analisar se os
processos de governança podem ser aplicados na íntegra ou se têm
algumas particularidades específicas do setor.
Portanto, para que o processo de governança ocorra de maneira
satisfatória e uniforme, devemos nos orientar pelas regras emitidas
pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), pois é
através delas que se torna possível a adoção de práticas da governança
corporativa que conduzam ao não cometimento de erros e ao
propósito do instituto.
Neste sentido, você como consultor da companhia deve identificar
os agentes de governança e suas relações com os instrumentos e as
ferramentas de Governança Corporativa, viabilizando a organização
da estrutura da companhia no sentido de que estejam seguindo
corretamente todos os aspectos da Governança Corporativa e elaborar
relatórios de divulgações voluntárias.
Prontos? Então mãos à obra!
182
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Governança Corporativa no Brasil.
Sabemos que o mercado de capitais é uma opção atrativa de
investimento. Por conta disso, muitas pessoas vêm trocando seus
investimentos em cadernetas de poupança por aplicações em fundos
de investimentos ou pela compra e venda de ações em Bolsa de
Valores.
Neste cenário é que as companhias, percebendo as vantagens
em financiar suas atividades a partir da captação de recursos junto à
comunidade, vêm adotando um posicionamento de aproximação a
esses investidores.
É a partir daí que a discussão sobre Governança Corporativa ganha
importância, pois fica evidente que os investidores se sentem mais
seguros quando percebem que a companhia onde estão aplicando
seus recursos pessoais adota práticas de governança que tornem mais
transparentes e confiáveis a aplicação.
Os princípios da Governança Corporativa propõem a valorização
da relação entre as companhias e os investidores, os clientes, os
fornecedores, os colaboradores, a sociedade, entre outros.
Num breve histórico que ilustra a concepção da Governança
Corporativa, observa-se que ela teve início por conta de escândalos
financeiros em que fraudes praticadas pelos gestores provocaram
perdas financeiras irreparáveis.
Para que escândalos financeiros decorrentes de uma administração
fraudulenta de companhias listadas nas Bolsas de Valores fossem
minimizados é que surgiu um movimento propondo mais transparência
em relação à atuação dessas companhias no que diz respeito à
aplicação dos recursos financeiros nelas investidos.
A edição da Lei Sarbanes-Oxley (SOX) fortaleceu o movimento da
Governança Corporativa, pois dispõe procedimentos rígidos acerca
desse sistema que dizem respeito à conduta dos administradores,
contadores, auditores e advogados das companhias.
Pesquise mais
Leia atentamente a matéria aqui sugerida. Ela ilustra claramente a
representatividade da auditoria quando da Governança Corporativa,
no sentido de evitar fraudes como apresentadas na matéria. Verá
183
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
também como a SOX exerce influência em relação à transparência
exigida por parte das companhias que têm capital aberto.
Vale a pena conferir!
Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/academico/
governanca-corporativa-e-lei-sarbanes-oxley-no-brasil/85499/>. Acesso
em: 11 abr. 2018.
184
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
e divulgar por meio das demonstrações contábeis, as informações
da companhia. Essas informações é que subsidiam as decisões dos
gestores, refletindo diretamente nos resultados das companhias.
A Contabilidade pauta muito das suas ações fazendo uso da Lei
de Sociedades por Ações. Ela contempla, por exemplo, no artigo
176, o Princípio da Prestação de Contas, que trata da elaboração das
demonstrações contábeis.
Já os artigos 213 e 216 dispõem acerca da obrigatoriedade que
o liquidante tem em convocar uma assembleia geral no sentido de
prestar contas de sua atuação.
A responsabilidade dos acionistas e dos membros do conselho
fiscal ficam evidentes ao lermos as disposições do artigo 117, § 1º, alínea
"g", e do artigo 165, § 3º.
Podemos visualizar também dispositivos relacionados ao assunto
na Lei nº 6.385/76, a qual aborda a responsabilidade dos auditores
independentes, bem como as empresas de auditoria contábil como
agente fiscalizador.
Portanto, podemos afirmar que a Contabilidade, como principal
fonte de informações nas tomadas de decisões, possui importante papel
quanto às práticas de Governança Corporativa, principalmente no que
diz respeito às questões da transparência e da prestação de contas.
Nesse sentido, é necessário que as informações possuam as
características a seguir para poderem atender a Estrutura Conceitual
para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.
Figura 4.6 | Características da informação contábil
185
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Assimile
A Governança Corporativa não pode ser implementada com eficiência
sem que haja disposição por parte dos gestores em seguir as regras e os
processos da governança.
Para que isso possa ser executado com seriedade e transparência, temos
muitos organismos que disciplinam e orientam os diversos atores desse
processo, na busca por uma gestão condizente com o que é esperado
por parte dos investidores e stakeholders em geral.
Portanto, fique atento a toda legislação pertinente ao assunto para que
esteja sempre apto a prestar informações a respeito da companhia
captadora de energia eólica na qual você exerce a função de consultor.
186
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Agência era o primeiro fundamento da Governança Corporativa. Vale
lembrar que essa teoria direciona sua atenção ao potencial abuso do
executivo em relação aos acionistas.
No entanto, com o passar do tempo, foi-se percebendo que uma
boa atuação do conselho de administração não poderia garantir uma
boa gestão da companhia, pois uma gestão eficiente vai além do que o
conselho decide isoladamente, e por isso ele caiu em desuso.
Uma empresa bem administrada é aquela que sabe muito bem quais
são os seus objetivos, as suas estratégias para alcançá-los e também
conhece os valores que devem ser considerados por todos os agentes.
Para que isso ocorra é necessário gerenciar riscos e possuir uma ótima
estrutura de controles internos implementados pela equipe de auditoria.
Não que o conselho de administração deixe de desempenhar seu
papel dentro da estrutura de governança, mas a cada dia que passa é
necessário analisar não apenas a atuação do conselho administrativo,
mas entender que a empresa possui outras áreas que também têm
sua atuação e, portanto, devem ser bem estruturadas. Para isso, é
necessário contar com profissionais aptos a trabalhar com temas
relativos a governança.
Reflita
A implantação das práticas de Governança Corporativa torna-se viável
também nas pequenas e médias empresas que buscam um crescimento.
Para que isso ocorra de maneira satisfatória, é necessário que tais empresas
estejam fundamentadas em bases sólidas que lhe permitam tomadas de
decisão e controles efetivos do negócio.
Nesse sentido é preciso investir tempo na elaboração de um diagnóstico
que proporcione condições para que haja uma adequação aos
princípios e práticas relacionados ao setor de atuação, considerando
também as especificidades no relacionamento entre herdeiros, sócios e
administradores.
Portanto, é importante considerar os aspectos jurídicos, contábeis e
tributários. É claro para você essa necessidade quando da implementação
do sistema de Governança Corporativa?
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U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Ao abordarmos o tema “instrumentos e ferramentas”, não
podemos deixar de nos referir à adoção dos controles internos e
da compliance, pois são mecanismos que tornam possível um bom
sistema de Governança Corporativa nas companhias.
Assunto cada vez mais em pauta no mundo corporativo, a
Governança Corporativa atua como um elo entre os objetivos e as
ações a serem adotadas pelas companhias no sentido de gerarem e
preservarem seu valor.
A Governança Corporativa vincula as expectativas da companhia à
sua realidade no dia a dia. Portanto, sem um modelo bem elaborado,
o risco de não atingir os objetivos almejados é muito grande.
Sendo assim, é necessária uma prática de gestão contínua na qual
os bons resultados se façam presentes.
Neste sentido, abordaremos duas ferramentas de gestão
imprescindíveis ao atingimento dos resultados pelas companhias que
praticam a Governança Corporativa.
Compliance
Origem do inglês comply, que significa agir em sintonia com as regras.
188
U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Neste mesmo cenário, temos a auditoria com seus controles
atuando como agente fiscalizador das ações no processo de gestão
das companhias.
Os auditores acreditam que os controles implementados
nas companhias têm significativa influência sobre os fatores que
relacionam o sucesso de um empreendimento à adoção de boas
práticas de Governança Corporativa.
O universo acadêmico bem como algumas organizações não
governamentais estão tentando identificar através de pesquisa as reais
consequências quando da adoção de boas práticas de Governança
Corporativa ao crescimento e aumento do valor da companhia que
adota esse sistema de gestão e bons controles internos ou externos.
Essa pesquisa apontou que os fatores determinantes do sucesso
se referem à adoção das práticas de Governança Corporativa aliadas
ao uso de controles internos e externos, onde destacam-se:
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U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
Exemplificando
A auditoria interna pode ser definida como uma atividade independente
e objetiva, que tem o objetivo de realizar avaliação e consultoria para
agregar valor ao melhorar as operações da organização. A partir de uma
abordagem disciplinada e sistemática a auditoria interna pode auxiliar
as organizações na eficácia dos processos de gerenciamento de riscos,
controle e governança.
Nesse contexto, temos os auditores enfrentando alguns desafios em
relação ao modelo de gestão corporativa. Eles devem se posicionar
como agentes de governança, pois têm conhecimentos das normas
profissionais e podem, portanto, contribuir com o gerenciamento de
riscos das empresas.
Veja, o posicionamento acerca do tema lendo o artigo publicado na
Revista Valor Econômico sob o título: Gerenciar riscos de irregularidades
garante valorização às empresas.
Leia a reportagem na integra através do site referenciado. Disponível em:
<http://www.valor.com.br/patrocinado/petrobras/gestao-e-negocios/
gerenciar-riscos-de-irregularidades-garante-valorizacao-empr>. Acesso
em: 11 abr. 2018.
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U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
orientações necessárias a um bom processo de gestão.
Sendo assim, podemos dizer que os principais agentes da
Governança Corporativa são apresentados a partir da execução de
procedimentos advindos da auditoria independente e também do
processo de compliance.
É fundamentado nesses instrumentos de gestão que você, como
consultor da companhia captadora de energia eólica, poderá exercer
sua função fazendo com que todos os envolvidos no processo, ou seja,
os stakeholders não sejam prejudicados e cada um consiga, através de
suas orientações, atingir os objetivos da companhia como um todo.
Para que isso seja desenvolvido na sua plenitude, é necessária
a elaboração de relatórios que divulguem informações acerca dos
procedimentos e resultados da companhia.
Por se tratar de relatórios gerenciais, não existem modelos próprios.
Portanto, você deverá usar sua criatividade na elaboração deles.
Avançando na prática
Compliance e Governança Corporativa nas startups
Descrição da situação-problema
As startups são pequenas empresas que investem pouquíssimo
capital quando da sua constituição, porém apresentam um enorme
potencial para crescimento.
Esse crescimento normalmente é financiado a partir de novos
investidores que “bancam” esse processo de emergir característico das
empresas desse segmento.
No entanto, verifica-se que, no Brasil, mais de 70% dessas empresas
fecham mesmo antes de completar dois anos. Isso porque, mesmo
com novos aportes financeiros, elas não possuem um bom processo
de gestão, ou seja, ocorrem desentendimentos que podem provocar
muitos conflitos entre os sócios.
Você, como consultor atuante no mercado, poderia ser contratado
para orientar uma dessas empresas, no sentido de propor maneiras de
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U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
subsistência e crescimento gradativo, correto? O que você faria caso
fosse contratado por uma empresa nessas condições?
Resolução da situação-problema
Para resolver os problemas inicias da empresa, é necessário adotar
procedimentos de Governança Corporativa e compliance, pois eles
podem garantir a sustentabilidade do negócio.
No caso, a implementação de processos que forneçam informações
consistentes sobre o negócio, que mostrem os riscos que correm
quando não executam uma boa gestão e o diagnóstico acerca de um
melhor modelo de gestão pode ser fundamental à sobrevivência da
empresa.
Os valores éticos aliados ao incremento de regras e procedimentos
de Governança Corporativa, compliance e auditoria agregam valores
importantes, gerando com isso reputação imputável e gestão eficaz
para as empresas.
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U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
2. Compliance tem por objetivo assegurar, em conjunto com as demais
áreas, a adequação, o fortalecimento e o funcionamento do sistema de
controles internos da instituição, procurando mitigar os riscos de acordo
com a complexidade de seus negócios, bem como disseminar a cultura de
controles para assegurar o cumprimento de leis e regulamentos existentes.
Fonte: adaptada de CESGRANRIO BACEN (2010).
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U4 - Aspectos gerais de Governança Corporativa
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Anotações