Bíblia Das Pedras
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Bíblia Das Pedras
Novembro/2016
Florianópolis
2016
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
Rodovia Admar Gonzaga, 1347, Itacorubi, Caixa Postal 502
88034-901 Florianópolis, SC, Brasil
Fone: (48) 3665-5000, fax: (48) 3665-5010
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É permitida a reprodução parcial deste trabalho desde que a fonte seja citada.
Ficha catalográfica
ISSN 0100-7416
AUTORES
Marcos Botton
Engenheiro-agrônomo, Dr.
Embrapa Uva e Vinho
Rua Livramento, 515, Caixa Postal 130, Bento Gonçalves, RS
Fone: (54) 3455-8108
E-mail: marcos.botton@embrapa.br
Alexandre C. Menezes-Netto
Engenheiro-agrônomo, Dr.
Epagri, Estação Experimental de Videira
Rua João Zardo, 1660, Caixa Postal 21, Videira, SC
Fone: (49) 3533-5634
E-mail: alexandrenetto@epagri.sc.gov.br
Esta publicação tem por objetivo apresentar e discutir informações sobre as atuais
ferramentas desenvolvidas pela pesquisa para o manejo de artrópodes-praga na cultura
da ameixa, algo que, de certo modo, também se aplica às demais frutíferas de clima
temperado. Os autores, a Epagri e as demais instituições envolvidas têm como objetivo
orientar, de forma segura, os envolvidos com a produção de ameixas sobre as melhores
técnicas que visam controlar e sanar as diferentes adversidades às quais a cultura é
submetida.
A obra é fartamente ilustrada, o que propicia ao leitor melhor compreensão do
conteúdo. Este boletim é dedicado a fruticultores, técnicos, professores e estudantes de
ciências agrárias, bem como a todos aqueles interessados em compreender os aspectos
bioecológicos e as estratégias mais eficientes de manejo dos insetos e ácaros que causam
prejuízos aos produtores de ameixa.
A Diretoria Executiva
SUMÁRIO
Introdução....................................................................................................................9
1 Mosca-das-frutas-sul-americana.............................................................................11
1.1 Descrição e biologia . ................................................................................................. 11
1.2 Prejuízos..................................................................................................................... 12
1.3 Monitoramento.......................................................................................................... 13
1.4 Controle...................................................................................................................... 15
2 Mariposa-oriental...................................................................................................19
2.1 Descrição e biologia.................................................................................................... 19
2.2 Prejuízos .................................................................................................................... 21
2.3 Monitoramento.......................................................................................................... 23
2.4 Controle ..................................................................................................................... 25
3 Cigarrinhas . ...........................................................................................................27
3.1 Descrição e biologia.................................................................................................... 27
3.2 Prejuízos .................................................................................................................... 27
3.3 Cigarrinhas associadas aos pomares de ameixeira no Sul do Brasil .......................... 28
3.4 Monitoramento.......................................................................................................... 30
3.5 Controle ..................................................................................................................... 32
Referências.................................................................................................................35
ANEXO – Guia para o controle de pragas secundárias nos cultivos de ameixeira . .......41
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
Introdução
9
-das-frutas envolvem diversas ferramentas, tais como o monitoramento de adultos com
atrativos alimentares eficazes; o uso de iscas tóxicas atrativas, duráveis e resistentes às
intempéries; o controle cultural; as barreiras físicas, como ensacamento de frutos; a
captura massal com armadilhas; e o emprego de inimigos naturais, especialmente de
parasitoides.
Outra importante espécie-praga da ameixeira no Brasil é a mariposa-oriental,
também conhecida como grafolita. A técnica de interrupção do acasalamento (mating
disruption) por meio da utilização de feromônio sexual é uma ferramenta de controle
atualmente disponível e de bastante importância para o manejo dessa praga. Também
conhecida como técnica da confusão sexual, essa forma de controle apresenta-se como
importante alternativa ao controle químico (HICKEL et al., 2007).
A EFA está presente em todas as áreas de produção, e a maioria dos cultivares é
suscetível a essa doença, que é a mais importante em cultivos de ameixeira no Brasil.
A dispersão de X. fastidiosa é feita por cigarrinhas, em especial aquelas pertencentes à
subfamília Cicadellinae, que, ao se alimentarem nos tecidos do xilema, podem transmitir
a bactéria, atuando como vetores. A bactéria coloniza os vasos do xilema e causa sua
obstrução, provocando significativas mudanças na fisiologia da planta, pois diminui a
disponibilidade de água e de nutrientes e altera o padrão hormonal. Essas mudanças
se expressam visualmente com a clorose, a necrose e a posterior queda das folhas e o
secamento e morte de ramos (MÜLLER, 2013).
Além dessas espécies, o ataque de pragas secundárias, como cochonilhas, pulgões,
lagartas, gorgulho-do-milho, ácaros, trips e brocas também pode ocorrer. Entretanto, a
ocorrência de grandes populações dessas espécies-praga está, em geral, relacionada
a desequilíbrios nutricionais ou ao uso indiscriminado de inseticidas utilizados para o
controle das pragas primárias.
Aqui apresentamos informações sobre aspectos biológicos, caracterização de
injúrias, monitoramento e controle das principais pragas da ameixeira no estado de Santa
Catarina.
10
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
1 Mosca-das-frutas-sul-americana
Anastrepha fraterculus (Weidemann, 1830) (Diptera: Tephritidae)
11
branca, levemente curvados e de tamanho reduzido (1mm), sendo de difícil visualização a
olho nu (SELIVON & PERONDINI, 2000).
As larvas eclodem no interior do fruto, desenvolvendo-se a partir do consumo
da polpa e ali mesmo completam seu desenvolvimento. São larvas do tipo vermiforme,
apresentando coloração branco-amarelada, sem pernas, não sendo possível distinguir
claramente a cabeça do restante do corpo. Quando totalmente desenvolvidas, medem
cerca de 7 a 9mm de comprimento. Nessa fase, saem do fruto e penetram no solo, onde se
transformam em pupa para, em seguida, passar à fase adulta (ZUCCHI, 2000).
A duração do ciclo biológico de A. fraterculus é dependente das condições
ambientais, principalmente da temperatura. À temperatura de 25oC, o período de ovo a
adulto dura aproximadamente 30 dias (SALLES, 2000) (Tabela 1).
1.2 Prejuízos
12
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
facilita a infecção de patógenos, bem como propicia a maturação precoce (SALLES, 1999).
O principal dano ocorre em frutos maduros, pois nessa fase as larvas se desenvolvem
normalmente. Nesse caso, a polpa amolece, tornando-se marrom devido aos processos
de decomposição (flora bacteriana que auxilia a desdobrar os componentes nutricionais
em substratos assimiláveis pelas larvas), culminando com a queda deles (Figura 2).
Em ameixas, a infestação larval não é perceptível externamente, uma vez que os
frutos permanecem com aspecto inalterado. Somente ao pressionar a epiderme é possível
visualizar o sintoma, pois o fruto perde a consistência e, muitas vezes, há extravasamento
de líquido no orifício de saída das larvas (SALLES, 1999).
1.3 Monitoramento
As armadilhas devem ser instaladas no pomar logo após o raleio1, quando os frutos
apresentarem em torno de 2 a 3cm de diâmetro. O monitoramento deve ser realizado com
armadilhas do tipo McPhail (Figura 3) contendo atrativo alimentar (Tabela 2).
¹ Nota do revisor: A despeito de a forma dicionarizada ser “raleamento”, será mantido neste texto o termo
“raleio” pela tradição de seu uso na literatura da área.
13
Tabela 2. Atrativos alimentares recomendados para o monitoramento da mosca-das-frutas-sul-
americana Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) em pomares de ameixeira.
Concentração Intervalo de
Nome comercial Armadilhas/ha
recomendada substituição (dias)
Bio Anastrepha® 5% 7
Torula® 6 pastilhas de 3g/L 2a4 7
Ceratrap® Sem diluição 60
O suco de uva diluído a 25%, tradicionalmente utilizado, não tem sido mais
recomendado para o monitoramento da praga. A utilização desse atrativo tem causado
falhas significativas no controle da mosca em pomares de diversas espécies frutíferas,
incluindo a ameixeira. Essas falhas ocorrem uma vez que a quantidade de moscas-das-
-frutas capturada nas armadilhas com suco de uva não permite uma estimativa confiável
da real população que ocorre no pomar monitorado (SCOZ et al., 2006). A eficácia do uso
desse atrativo é especialmente limitada no período de pré-colheita, quando os voláteis
emitidos pelas frutas maduras são fortemente atrativos aos adultos e, assim, restringem
a ação de captura do atrativo alimentar das armadilhas de monitoramento. Disso resulta
grande quantidade de injúrias nas ameixas, pois os adultos presentes nos pomares não são
detectados nas armadilhas e, portanto, as tomadas de decisão de controle são feitas em
momentos inadequados.
14
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
1.4 Controle
Por ser uma praga muito agressiva, capaz de causar danos diretos e comprometer
toda a produção, a mosca deve ser controlada assim que forem verificadas as primeiras
capturas nas armadilhas. Entre as formas mais recomendadas, estão a aplicação de iscas
tóxicas (HARTER et al., 2015) e a pulverização de inseticidas em cobertura total. O nível
de controle para as pulverizações em cobertura é de 0,5 mosca/armadilha/dia ou de 3,5
moscas/armadilha/semana.
O emprego de iscas tóxicas é fundamental no manejo da mosca-das-frutas, visando
reduzir a pressão populacional da praga no pomar. Essa forma de controle objetiva
reduzir a população de adultos através da utilização de um atrativo alimentar associado
a um inseticida na forma do sistema “atrai e mata”. Esse sistema apresenta as seguintes
15
vantagens: aplicação em menor área, controle da população no início da infestação,
redução de danos por evitar a postura das fêmeas e redução do risco da presença de
resíduos nos frutos (BOTTON et al., 2014).
No Brasil, a isca tóxica pode ser preparada com diferentes tipos de atrativos
alimentares, tais como melaço de cana-de-açúcar (5% a 7%), proteína hidrolisada (3% a
5%) ou milhocina (5%), adicionando-se um inseticida com efeito sobre adultos da mosca-
-das-frutas (fosforados, spinosade ou piretroides) (ver Tabela 3). A proteína hidrolisada
tem demonstrado resultados mais consistentes no controle da praga quando comparada
ao melaço de cana-de-açúcar, além de ser mais seletiva aos inimigos naturais (BORGES et
al., 2015). A aplicação deve ser realizada nas bordas do pomar, utilizando-se gotas grossas.
Quando houver aumento significativo e rápido do nível populacional, recomenda-se a
aplicação no caule/tronco das plantas em fileiras alternadas. Se houver remanescente de
mata adjacente ou quebra-vento, recomenda-se também realizar a aplicação da isca na
parte em que eles fazem divisa com o pomar. O volume de calda a ser aplicado por hectare
é dependente das características do pomar, bem como da forma de aplicação (se apenas na
borda ou também no interior do pomar em fileiras alternadas). De maneira geral, o volume
aplicado é de 60 a 200 litros/ha, devendo a isca tóxica ser reaplicada semanalmente ou
após a ocorrência de chuvas.
Um novo atrativo para uso em iscas tóxicas, da marca comercial Anamed® (ver Tabela
3), tem sido uma alternativa às proteínas hidrolisadas. O produto não deve ser diluído
em água, devendo-se utilizar sopradores adaptados para esse fim (Figura 4). A principal
vantagem dessa formulação é a maior resistência à remoção pela chuva e à degradação
pela radiação ultravioleta, o que permite ampliar o intervalo entre as aplicações para 15
a 20 dias.
O produto não deve ser aplicado diretamente sobre frutos, mas somente nas
bordas do pomar. Isso ajuda a estabelecer uma barreira física e evita a entrada da mosca-
-das-frutas na área.
16
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
17
Embora seja eficaz na supressão populacional da moscas-das-frutas nos pomares,
a isca tóxica não tem sido utilizada de forma rotineira pelos produtores. As principais
restrições dizem respeito à baixa persistência do produto após a ocorrência de chuva, sendo
necessárias constantes reaplicações (até duas vezes por semana); à demanda de máquinas
e de mão de obra para aplicação; aos possíveis efeitos deletérios sobre os inimigos naturais
e polinizadores (principalmente quando a isca é formulada com melaço de cana-de-açúcar
e inseticidas organofosforados) e à possibilidade de atrair outros insetos para o pomar,
principalmente em áreas de pequenos produtores, que aplicam a tecnologia de forma
isolada. No entanto, devido à retirada do mercado de produtos do grupo químico dos
organofosforados, essa tecnologia, após aprimoramentos, deverá ser a mais empregada
nos próximos anos para o controle da mosca-das-frutas (BOTTON et al., 2014).
A aplicação de inseticidas em área total é direcionada aos adultos presentes nos
pomares. A deltametrina (piretroide) é o único inseticida autorizado para o controle de
mosca-das-frutas em ameixeira (AGROFIT, 2016) e apresenta reduzido efeito sobre larvas,
além de ser altamente deletério aos inimigos naturais.
Como medidas para auxiliar no controle da mosca-das-frutas dentro e fora dos
pomares, recomenda-se:
• controlar plantas silvestres localizadas próximas ao pomar que sejam
constantemente infestadas por mosca-das-frutas;
• retirar os frutos temporões (que crescem fora de época), evitando que eles
amadureçam na planta e se tornem foco de infestação;
• eliminar do pomar os frutos caídos e os provenientes de raleio, enterrando-os
a cerca de 20 a 30cm de profundidade;
• eliminar pomares que não estejam mais em produção, evitando o abandono,
a fim de não torná-los focos de infestação;
Além das recomendações acima, em função do tamanho da área e da disponibilidade
de mão de obra, sugere-se o ensacamento dos frutos em início de desenvolvimento,
quando apresentam em torno de 2cm de diâmetro.
18
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
2 Mariposa-oriental
Grapholita molesta (Busck, 1916) (Lepidoptera: Tortricidae)
19
Tabela 4. Duração das fases de desenvolvimento (média ± erro padrão) da
mariposa-oriental Grapholita molesta (Lepidoptera: Tortricidae) em dieta
artificial a 25°C
Fase de desenvolvimento Duração (dias)
Ovo 3,20 ± 0,15
Lagarta 15,50 ± 0,11
Pupa 6,04 ± 0,12
Longevidade de adulto 22,90 ± 0,41
Período de pré-oviposição 2,90 ± 0,25
Período de oviposição 14,40 ± 0,66
Fonte: ARIOLI et al. (2010).
Figura 5. Mariposa-oriental, Grapholita molesta (Lepidoptera: Tortricidae), (A) adulta, (B) lagarta e
(C) pupa
20
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
colheita (dezembro e janeiro). Para a região de Videira, localizada no Alto Vale do Rio
do Peixe, o intervalo entre gerações está em torno de 7,5 semanas, o que permite a
ocorrência de cinco a seis gerações entre o período da diapausa (HICKEL et al., 2003). Já
para a Serra Catarinense, em especial para São Joaquim, esse intervalo situa-se em torno
de 9,5 semanas, o que permite a ocorrência de três a quatro gerações anuais (CIVIDANES
& MARTINS, 2006).
Para as condições catarinenses, HICKEL et al. (2007) sugerem um modelo de
previsão de ocorrência da mariposa-oriental a fim de auxiliar os produtores sobre
o momento oportuno para a realização do controle do inseto nos pomares. O modelo
sugerido tem como base uma equação (função Weibull) que simula a distribuição de
insetos em resposta à temperatura, uma vez que a velocidade de desenvolvimento dos
espécimes coincide essencialmente com o calor acumulado durante seu desenvolvimento.
Assim, de posse dos dados de temperatura máxima e mínima no ambiente do pomar e
adotando-se 9oC como temperatura-base para o desenvolvimento da mariposa-oriental,
é possível o cálculo do acúmulo de graus-dia (°D) (calor acumulado por dia). Hickel et al.
(2003) sugerem que o modelo fornece um bom indicativo de controle das populações de
adultos nas somas térmicas entre 150 e 200oD, entre 700 e 750oD para a região de Videira
e entre 100 e 150oD, 700 e 750oD e 1250 e 1300oD para a região de São Joaquim.
2.2 Prejuízos
21
(A)
(B)
22
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
Entretanto, não há informações das perdas devidas aos danos indiretos, ocasionadas
principalmente pela incidência da podridão-parda, causada pelo fungo Monilinia fructicola
Wint. (Honey, 1928) (Helotiales: Sclerotiniaceae). Ao realizar a injúria, a mariposa-oriental
rompe a casca e expõe o fruto, facilitando a infecção desse patógeno, o que pode elevar
as perdas durante a fase de amadurecimento no campo ou durante o armazenamento.
2.3 Monitoramento
23
Figura 7. Armadilha modelo Delta com feromônio sexual sintético
para a captura de adultos da mariposa-oriental, Grapholita
molesta (Lepidoptera: Tortricidae)
24
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
2.4 Controle
25
inseticida contamina e, posteriormente, mata os indivíduos. O produto comercial para
o controle da mariposa-oriental, e também da Bonagota cranaodes (Meyrick, 1937)
(Lepidoptera: Tortricidae), pela técnica atrai e mata com registro no Brasil é o Splat Cida
Grafo Bona®, porém com registro exclusivo para a cultura da maçã (AGROFIT, 2016).
De maneira geral, para obter resultados satisfatórios com o emprego da técnica,
algumas condições devem ser observadas pelos fruticultores, destacando-se:
• aplicação do feromônio sexual sintético em áreas amplas (maiores que 5ha)
ou em amplitude regional mediante estratégia cooperativa, principalmente em áreas onde
os pomares estão localizados próximos entre si;
• aplicação dos liberadores de feromônio sexual antes do aparecimento da
primeira geração de adultos da mariposa-oriental (agosto e setembro), conforme os
registros da flutuação populacional;
• aplicação de inseticidas eficientes no controle da mariposa-oriental,
principalmente para combater as fêmeas adultas (“tratamento de limpeza”) entre 1 e 2
dias depois da instalação dos liberadores de feromônio sexual no pomar;
• aplicação de 20% a mais de liberadores de feromônios sexuais em relação ao
restante da área nas duas ou três filas de plantas das bordas dos pomares, que estão mais
sujeitas à ação dos ventos, ou promover uma distribuição fora do pomar, ampliando-se a
área de cobertura do produto;
• integração do uso de feromônios sexuais sintéticos com inseticidas nos
primeiros anos de implantação dessa técnica em áreas com alta densidade populacional da
mariposa-oriental (acima de 30 machos/armadilha/semana na população pós-diapausa),
comprovada pela perda expressiva verificada em safras anteriores (acima de 1% de frutos
danificados);
• reposição dos liberadores após o período recomentado (Tabela 5);
• posicionamento dos liberadores no terço superior das plantas, evitando sua
exposição direta aos raios solares;
Embora o uso de feromônio para o controle da mariposa-oriental apresente
importantes vantagens, como a ausência de toxicidade e a seletividade aos inimigos
naturais, ele é específico para o controle dessa praga. Assim, é importante que o produtor
amplie o monitoramento, avaliando a presença de outras pragas que possam causar danos,
tais como a mosca-das-frutas, outras lagartas e gorgulhos, que devem ser controladas com
estratégias específicas e com produtos devidamente registrados para a cultura.
26
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
3 Cigarrinhas
(Hemiptera: Cicadellidae: Cicadellinae)
3.2 Prejuízos
O dano direto provocado pelas cigarrinhas não é relevante, porém muitas espécies
são potenciais vetores da bactéria Xylella fastidiosa, que é o agente causal da principal
doença ocorrente na cultura, a escaldadura das folhas da ameixeira (EFA) (MOHAN et al.,
1980; DUCROQUET et al., 2001). X. fastidiosa coloniza os vasos do xilema (limitando-se a
este) de inúmeras espécies vegetais, dependendo, obrigatoriamente, de insetos-vetores
para sua disseminação natural e penetração em tecido vegetal suscetível. Ao adquirir a
bactéria, durante a alimentação em plantas infectadas, as cigarrinhas adultas passam a
transmitir o fitopatógeno indefinidamente (LOPES, 1996).
Os primeiros registros da EFA ocorreram em 1935 na Argentina, região do Delta do
Rio Paraná, e, posteriormente, nos Estados Unidos, no Brasil e no Paraguai. A doença é um
importante fator fitossanitário que limita o cultivo de ameixas no Brasil e foi relatada pela
primeira vez em 1978 no município de Pelotas, RS (FRENCH & KITAJIMA, 1978).
A EFA é endêmica na maioria das regiões produtoras de ameixa do País e desde
a década de 70 tem sido responsável pela redução na área cultivada. O problema
27
fitossanitário causado pela EFA encarece o custo de produção e reduz a competitividade
em relação às ameixas importadas, especialmente da Argentina e do Chile. Os sintomas
da doença somente aparecem após vários meses de incubação da bactéria, quando ela
aumenta sua população e se distribui sistemicamente pela planta. Quando as mudas já
vêm contaminadas do viveiro, cultivares mais suscetíveis podem apresentar sintomas já no
segundo ano após o plantio. A doença se caracteriza por necrose das folhas e secamento
dos ramos colonizados pela bactéria, da parte apical para a base da copa, com declínio
no vigor e na produção (80% a 90%), culminando com a morte da planta (Figura 8)
(DUCROQUET et al., 2001).
28
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
29
Devido à baixa especificidade das espécies em relação à bactéria X. fastidiosa, as
cigarrinhas do grupo Cicadellinae, que se alimentam da seiva bruta do xilema de plantas
infectadas, são consideradas potenciais vetores do fitopatógeno (Figura 9). De forma
geral, aquelas que se encontram nas proximidades de cultivos com presença confirmada
da doença são consideradas as mais importantes, pois apresentam maior probabilidade
de transmissão. Além disso, o conhecimento das espécies de cicadelíneos presentes na
vegetação rasteira, que em muitos casos inclui plantas hospedeiras de fitopatógenos, é
importante para facilitar o entendimento de uma possível disseminação do microrganismo
entre hospedeiros alternativos e a cultura (LOPES, 1999).
A eficácia com que se dá a transmissão da bactéria pelas cigarrinhas é variável. Uma
espécie, mesmo pouco abundante no pomar, pode ser considerada eficiente vetor por
seus altos índices de inefectividade natural (HOPKINS & ADLERZ, 1988).
No Brasil, já foram relatadas 12 espécies de cicadelíneos vetores de X. fastidiosa
para as culturas de citros e café: Acrogonia citrina, Acrogonia virescens, Bucephalogonia
xanthophis, Dilobopterus costalimai, Ferrariana trivittata, Fingeriana dubia, Homalodisca
ignorata, Macugonalia leucomelas, Oncometopia facialis, Parathona gratiosa, Plesiommata
corniculata e Sonesimia grossa (FUNDECITRUS, 1999; YAMAMOTO & GRAVENA, 2000;
YAMAMOTO et al., 2007). Em ameixeira, a bactéria já foi detectada com o uso do teste
Elisa nas espécies P. corniculata, Hortensia similis, Haldorus sp., Exitianus obscurinervis
e Balclutha hebe. As cigarrinhas Sibovia sagata, Macugonalia cavifrons e Macugonalia
leucomelas também foram indicadas como vetores da bactéria em ameixeira (MÜLLER,
2013).
3.4 Monitoramento
30
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
31
altura de aproximadamente 1,7m acima do nível do solo ou na primeira metade da copa.
Além disso, pode ser colocada uma estaca de madeira com a armadilha na extremidade,
próximo à base da planta, a uma altura de 0,5m do solo para capturar as cigarrinhas
associadas à vegetação rasteira. Essa fixação pode ser feita com o auxílio de arames e
presilhas metálicas, que facilitam a troca da armadilha durante o monitoramento (Figura
10, B) (LOPES, 1999).
As armadilhas devem ser vistoriadas e trocadas a cada 15 dias para evitar danos
que possam ser causados aos exemplares por intempéries ou alterações nas cores. Caso
seja necessário retirar as cigarrinhas das armadilhas para uma avaliação mais detalhada
em laboratório, é possível colocar algumas gotas de querosene sobre o inseto para
dissolver a cola. A preservação dos espécimes retidos nas armadilhas é importante para a
identificação correta dos táxons.
Figura 10. (A) Armadilha adesiva amarela e (B) armadilhas adesivas instaladas no pomar para
monitoramento
Fonte: Wilson S. de Azevedo Filho.
3.5 Controle
32
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
seu interior ou em talhões vizinhos. O rigor no controle dos vetores deve ser maior em
pomares em fase de formação e nos meses de primavera e verão, quando há maior fluxo
de brotações e de cigarrinhas.
A eliminação de plantas ou ramos sintomáticos é uma prática que pode ser viável
em cultivares resistentes (ex.: Chatard). No entanto, para os cultivares mais plantados
essa prática é inviável, pois quando as plantas apresentam o sintoma, já estão bastante
debilitadas e, mais ainda, a bactéria provavelmente já foi disseminada para outras plantas
pelos vetores. Desse modo, a eliminação de plantas ou ramos não surtiria o efeito desejado
de interromper a disseminação da doença.
33
34
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
Referências
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39
40
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
ANEXO
41
42
Época de Monitoramento e nível de Considerações importantes para o
Praga Danos
ocorrência controle controle
• Racionalizar o emprego de
inseticidas para o controle das
• Monitorar e observar com o pragas primárias
• Os ácaros raspam as
auxílio de lupa (aumento de 10
folhas, ocasionando • A manutenção de plantas
Ácaros Período vezes), de 10 a 40 folhas/planta
bronzeamento e a de cobertura na entrelinha da
vegetativo, num total de 10 plantas/pomar
Tetranychus urticae consequente queda delas cultura contribui para reduzir as
e Panonychus ulmi especialmente • O nível de controle para a
infestações, pois servem como
(Acari: Tetranychidae) • Redução da fotossíntese na pré-colheita aplicação de acaricidas é de 6
e enfraquecimento das abrigo para inimigos naturais
formas móveis/folha em 20%
plantas • Temperaturas elevadas e baixa
das folhas amostradas
umidade favorecem a multiplicação
dos ácaros
43
• Sugam a seiva das
plantas, ocasionando o • Evitar aplicações excessivas de
Pulgões encarquilhamento de • Identificação visual dos focos nitrogênio, minimizando o vigor
Brachycaudus flores e folhas Da floração ao de infestação das plantas
schwartzi e Myzus raleio
persicae (Hemiptera: • Facilitam a proliferação • 5% de ponteiros ou flores • Caso seja necessário o controle
Aphididae) de fungos formadores infestadas químico, este deve ser direcionado
de fumagina, que pode aos focos de infestação
interferir na produção
Continua...
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
Continuação...
Época de Monitoramento e nível de Considerações importantes para o
Praga Danos
ocorrência controle controle
44
doenças, como os cancros ou vegetal durante o inverno e
somente nas plantas infestadas
45
• Utilizar armadilhas PET Milho
(garrafa do tipo PET de 600ml
pintadas de preto) contendo • Eliminar os focos de infestação
• Os adultos perfuram a grãos de milho como atrativo do inseto por meio do tratamento
Gorgulho-do-milho casca dos frutos alimentar dos grãos armazenados nos
Sitophilus zeamais Próximo à
• Facilitam a infecção paióis, já que eles migram para
(Coleoptera: colheita • Inspecionar diariamente os
de fungos e o ataque de os pomares quando a população
Curculionidae) frutos a partir de 5 dias antes da
outros insetos está alta e quando ocorre falta de
colheita
alimento
• Nível de controle não
determinado
Continua...
BT 174 – Manejo dos principais insetos e ácaros-praga na cultura da ameixeira no Sul do Brasil
Continuação...
46
até a formação do fruto
• Adultos e larvas raspam (aproximadamente 2cm de
a película do ovário das diâmetro)
flores, que pode evoluir Entre os • No final do inverno, não se
para deformações e queda estádios • Inspecionar 10 flores/planta e recomenda aplicar herbicida
dos tecidos 10 plantas/talhão dessecante no pomar para
fenológicos G não eliminar os hospedeiros
Trips (Thysanoptera: • A visualização das formas
• Quando se desenvolve, (queda das alternativos dessa praga. Esse
Thripidae) jovens pode ser feita com
o fruto atacado apresenta pétalas) manejo elimina as fontes de
casca defeituosa, áspera e auxílio de lupa com aumento de alimentação, o que pode levar
com deformação e H (fruto 10x, destacando-se as pétalas a uma maior infestação de trips
formado) ou batendo-as sobre uma sobre as plantas de ameixeira
• Facilitam a infecção de bandeja branca
fungos
• O nível de controle para a
aplicação de inseticidas é de 2%
das flores com presença de trips