05 - A Composição Populacional Como Problema Social
05 - A Composição Populacional Como Problema Social
05 - A Composição Populacional Como Problema Social
SOCIOANTROPOLÓGICOS
AULA 5
A composição
populacional como
problema social
Abertura
Olá!
BONS ESTUDOS!
Referencial Teórico
Convidamos você a fazer a leitura do trecho que é base teórica para esta aula e, ao final, você
saberá:
BOA LEITURA!
3.1 A composição populacional como problema social
Tema | 03
dade e ao exercício da cidadania. E são muitas as nossas atividades! O IBGE
produz, analisa, pesquisa e divulga informações de natureza estatística (de-
mográfica, social e econômica), geográfica, cartográfica, geodésica e ambien-
tal. Com isto, ajuda a conhecer a realidade física, humana, social e econômica
do País. As informações produzidas pelo IBGE são destinadas a estudantes,
Por certo, há muito mais para saber sobre populações do que somente
quantas pessoas existem. Vários aspectos devem ser computados como idade,
moradia, dados socioeconômicos e raça. A idade de uma população pode nos
dizer muito sobre o que ela está fazendo e o que fará no futuro. Um aumento re-
pentino da taxa de natalidade resulta em um “inchaço” da população. Uma por-
centagem maior do que o normal da população fica concentrada dentro de uma
certa faixa etária, e a depender dela, pode haver uma pressão nos hospitais, nas
escolas, nas universidades ou na previdência social, gerando, por certo, proble-
mas sociais. Assim, a informação sobre a idade, somada a outras informações
pode porporcionar análises que favoreçam a qualidade de vida do indivíduo,
pois as análises podem servir de parâmetro para que um investimento seja me-
lhor aplicado em uma área que em outra.
Saber onde as pessoas vivem é outro elemento revelador não só do
padrão monetário da população, mas também uma das formas de descobrir o
padrão de vida das pessoas em determinadas regiões. Sabendo-se a cidade, o
bairro, a casa, os vizinhos, melhores chances se tem de determinar o padrão
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socioeconômico e cultural do indivíduo e, consequentemente, entender as de-
mandas sociais. Assim, conhecer como e onde moram as pessoas pode servir de
subsídios para muitas políticas públicas que envolvam saneamento, assistência
médica, educacional, dentre tantas outras que podem ser pensadas e implemen-
tadas a partir desses dados.
Os dados socioeconômicos, por sua vez, combinados com os dados da
população, podem mostrar arquétipos, fornecendo indícios, por exemplo, para
problemas ocultos. Tais cruzamentos podem indicar altas concentrações de pes-
soas com câncer próximas de certas áreas industriais, ou um maior potencial
para determinado empreendimento. Para a criação de hidrelétrica, por exem-
plo, que tem por objetivo a geração de energia para atender à população em
suas distintas necessidades, deve-se considerar essas e outras iformações, haja
vista quando uma hidrelétrica passa a funcionar muitas mudanças ocorrem no
lugar. Desde as boas às ruins. Se por um lado existe e é passível de implementar
formas de produção de energia, isso é ótimo, mas por outro lado imagine o que
a existência de um empreendimento como uma hidrelétrica pode representar
do ponto de vista social.
Dois casos mais que outros vêm sendo mostrados pelos nossos tele-
jornais. Tratam-se da hidrelétrica de Tucuruvi no rio Tocantins e a hidrelétrica
de Belo Monte no rio Xingu, ambas no Estado do Pará. A primeira foi a repon-
sável por um dematamento descomunal da área, do não tratamento das áreas
tomadas pelas barragens, o que, por sua vez, gerou uma toxicidade nas águas
e a consequente perda da biodiveridade na região. Foram perdidos 2,5 milhões
de m3 de madeira potencialmente comercializável e um aumento significativo
no número de insetos e o que eles trazem, a exemplo de doenças como a ma-
lária. Por certo populações que viviam nas proximidades da hidrelétrica foram
indenizadas, mas também houve casos como a tribo Gavião da Montanha e os
índios Assurini, que não receberam compensação alguma.
O outro caso, a usina de Belo Monte, ainda em construção, marca uma
fase de transição na região. Considerada como um perigo para as populações locais,
em especial a indígena que vem, através do cacique Raoni, chamando a atenção
de vários organismos, inclusive internacional, a exemplo da Comissão internacio-
nal de Direitos Humanos e a Organização das Nações Unidas (ONU) para o que o
pretenso progresso pode representar para seu povo e para a natureza. Ao avaliar os
impactos da hidrelétrica na região, as empresas Andrade Gutierrez, Camargo Cor-
rêa, Odebrecht e Leme Engenharia, listaram as seguintes implicações:
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rural e perda de atividades produtivas.
7. Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da População na área
urbana e perda de atividades produtivas.
8. Melhorias dos acessos.
9. Mudanças na paisagem, causadas pela instalação da infra-estrutura de
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24. Interrupção de acessos viários pela formação do reservatório dos canais.
25. Interrupção de acessos na cidade de Altamira, causada pela formação do
Reservatório do Xingu.
26. Mudanças nas condições de navegação, causada pela formação dos re-
servatórios.
27. Aumento da quantidade de energia a ser disponibilizada para o Sistema
Interligado Nacional – SIN.
28. Dinamização da economia regional.
29. Interrupção da navegação no trecho de vazão reduzida nos períodos de
seca.
30. Perda de ambientes para reprodução, alimentação e abrigo de peixes e
outros animais no trecho de vazão reduzida.
31. Formação de poças, mudanças na qualidade das águas e criação de
ambientes para mosquitos que transmitem doenças no trecho de
vazão reduzida.
32. Prejuízos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no trecho
de vazão reduzida.
(MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIAS, 2009)
Esta lista feita pelas empresas contratadas para a pesquisa traz os pontos po-
sitivos e negativos do empreendimento. Mas o que mais instiga na listagem
é o fato de que as gerações futuras vão pagar as contas do empreendimento.
O estudo da raça, por sua vez, apesar de controverso, visto raça não se
explicar cientificamente, é outro aspecto que deve ser levado em consideração
quando o assunto é composição populacional como problema social, afinal, nós
nos identificamos por razões culturais, como sendo de uma ou outra raça. É jus-
tamente pela compreensão dessas diferenças que ocorreram ao longo da história,
que hoje se elaboram algumas políticas públicas que visam ao nivelamento social
entre as etnias, entendidas como a representação da cosnciência coletiva de um
grupo de pessoas que se diferenciam de outro pela sua história, cultura, artes,
religião, língua, para além da cor da pele.
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(1766-1834), desenvolveu uma teoria bastante pertinente sobre a população.
Segundo ele, a população inevitavelmente iria aumentar além da capacidade da
terra, resultando em pressões auto-corretivas. Para ele o aumento da população
seria a causa de todos os males da sociedade. Sua ideia, reconhecida como “a
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der a realidade, também brasileira, ou seja, de todo o sofrimento decorrente das
condições de produção das formas de miséria social contemporânea.
Nesse sentido, o controle populacional não só se faz necessário como
é imprescindível nos tempos modernos. Com uma população maior do que o
previsto pelas políticas públicas as pessoas se tornam menos saudáveis e os pro-
blemas que daí decorrem podem ser infinitos. De modo que a pressão popula-
cional pode gerar conflitos e as condições insalubres e a proximidade uns dos
outros tende a gerar epidemias e isso tudo impõe melhoramentos na geração
de recursos e na infraestrutura, para aumentar a capacidade de sustentação.
Não há dúvidas que os custos são enormes. Por isso o controle, seja interno ou
externo, são essenciais.
Por certo, ainda não foi preciso controlar a população brasileira enfati-
zando penalidades pelo excesso de filhos ou tornando mais vantajoso ter menos
filhos ou esterilizando as pessoas, como é o caso da China. No entanto, não
podemos afirmar que o declínio da população é bom, pois a economia mundial
e o crescimento econômico mundial contínuo são, sobretudo, sustentados pelo
aumento da população. As pessoas são consumidoras e, quanto mais consumi-
dores, mais dinheiro e mais dinheiro representa economia saudável. E aí, o que
fazer? – o equilíbrio é o “x” da questão.
O Censo Demográfico do Brasil 2010 revelou algumas desigualdades so-
ciais que há muito vem sendo reincidente no Brasil, mas que, nesta última déca-
da tem ganhando novos contornos. Dentre os indicadores pesquisados o nível de
renda, apesar da tendência de diminuição detectada nos últimos anos, revelou que
apesar da média nacional de rendimento domiciliar per capita fosse de R$ 668 em
2010, 25% da população recebeu até R$ 188 e metade dos brasileiros recebeu até
R$ 375, menos do que os R$ 510, salário mínimo naquele ano. Neste mesmo ano de
2010 também foi detectado que a pobreza era maior nos municípios de porte médio
(10 mil a 50 mil habitantes), conforme gráfico.
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Penso que seria muito proveitoso ler o resultado do censo 2010. Com os dados
coletados revertidos em informações, você, com certeza, conhecerá melhor o
Brasil. Visite o site: www.ibge.gov.br . Lá encontrará muitas publicações so-
bre os indicadores da pesquisa. Como existem vários indicadores sugerirei
apenas essa leitura.
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variáveis da violência que assola a humanidade sem que esta esteja preparada para
enfrentá-las. No Brasil, por exemplo, os noticiários a toda hora revelam crimes em
casas de show, em bares, dentro do ônibus, do metrô, na rua, em estádios de fute-
bol, até em Igrejas a violência se fez presente, como foi o caso da garotinha de 2 anos
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participação maciça, sugere uma procura, uma busca de si mesmo nos outros, uma
tentativa de fazer parte e do pertencer, sabendo que tudo aquilo é efêmero, pois se
dissolverá ao fim do acontecimento.
Já os movimentos que se propõem sociais se caracterizam por serem or-
ganizações estruturadas, que associam pessoas com interesses em comum, que vi-
sam à defesa ou promoção de certos objetivos, geralmente morais, éticos e legais,
perante à sociedade. Como fruto de determinados contextos históricos e sociais, os
movimentos sociais encontram no associativismo, a exemplo das associações civis,
dos movimentos comunitários e de algumas Organizações Não-Governamentais
(ONGs), o respaldo necessário para se legitimarem como representantes de de-
terminada classe ou grupo social. É assim com o “Movimento Sem-terra”, com o
“Movimento Sem-teto”, com o “Movimento Indígena”, com o “Movimento Negro”
e com vários outros.
Constituídos em torno de uma identidade, de um projeto e da visão nítida do
que se deve combater, e não necessariamente no ganho econômico, os movimentos
sociais se organizam e se revelam úteis no que se propõem. Haja vista termos reformas
agrárias (Movimento dos Sem-terra), políticas públicas de habitação (Movimento dos
Sem-teto), reservas indígenas (Movimento Indígena), cotas para afrodescendentes nas
universidades (Movimento Negro), dentre outras conquistas que devem sua vitória aos
movimentos sociais. Algumas organizações menores, de representação local, como as
associações de bairro também vêm buscando se organizar nacionalmente e, na medida
do possível, participar de redes transnacionais de movimentos.
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na medida em que ela, em deferimento da indústria e do fator econômico, pri-
vilegia como elementos chave da produção, o conhecimento e a informação e,
como consequência disso, os conflitos sociais não se concentram apenas nos
elementos econômicos, mas também nos culturais. Daí os movimentos feminis-
ta, estudantil, dentre outros.
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Percebam como a ação coletiva não é única e exclusivamente por parte de um
ou outro setor da sociedade, muito pelo contrário, ela pode ser empreendi-
da por qualquer representante da sociedade, desde que sistematize proposta
que vise à transformação social positiva.
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Já que o Estado, por uma série de fatores, não oferece o que reza a
Constituição, o nosso desafio é o de nos prepararmos para nos tornarmos atores
sociais capazes de agir e de compor novas formas de governança, o que requer
além de participação em múltiplos espaços, “[...] mobilizações de base local na
Com base no que você leu até agora e no que você já conhece sobre Movi-
mentos Sociais, pergunto: Que tipos de conquistas poderiam ser alcançadas
através dos movimentos sociais?
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GADEA Carlos A.; SCHERER-WARREN, Ilse. A contribuição de Alain Tourai-
ne para o debate sobre sujeito e democracia latino-americanos. In: Revista So-
ciologia Política. Curitiba:, no. 25 Nov. 2005. Disponível em: http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782005000200005.
Acesso em: 17 dez. 2011.
Neste artigo o autor analisa, através de estudo comparativo entre três cidades
de Minas Gerais (Uberlandia, Juiz de Fora e Governador Valadares), a cons-
trução de esferas públicas locais ao longo do processo de democratização do
país. Nele o autor foca o papel desempenhado pelos movimentos sociais e por
seus atores.
ATIVIDADE
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com
no mínimo 20 linhas e máximo 25 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira
pessoa do singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho
12, fonte arial ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
Pesquisa
AUTOESTUDO
disponível em https://www.youtube.com/watch?v=HMnZdmEit74.