Comportamento Organizacional Aula 6
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PROPÓSITO
Aprender a trabalhar em equipe como requisito para o desenvolvimento de uma
das competências mais valorizadas nas organizações.
OBJETIVOS
Módulo 1
Identificar o trabalho em equipe como competência central para o
desenvolvimento profissional
Módulo 2
Enumerar as características das equipes de alta performance
Módulo 3
Reconhecer o papel do líder no desenvolvimento de equipes de alto desempenho
INTRODUÇÃO
Vários fatores interferem no movimento de uma organização em busca de seus
objetivos. Além disso, inúmeras mudanças acontecem ao nosso redor. Isso exige
que as organizações se preparem para esse desafio, tomando algumas decisões
em relação à estratégia, ao modelo de gestão adotado e aos processos de
inovação.
As empresas também devem estabelecer novas ferramentas para gerenciar as
pessoas, desenvolvendo competências que lhes garantam condições de realizar
um trabalho excelente e oportunidades para o crescimento profissional.
Neste tema, vamos nos concentrar no desenvolvimento da competência Trabalho
em equipe.
Você já parou para refletir sobre sua atuação em cada uma das equipes pelas
quais passou ao longo de sua jornada de trabalho?
Por que algumas equipes são mais inovadoras e influentes, e trazem mais
resultados que outras?
Vamos imaginar que você trabalha com Renata, uma pessoa que sempre prioriza o
trabalho individual, valorizando, nas reuniões, a todo instante, suas conquistas
pessoais. Sabendo da importância de se trabalhar em equipe, quais competências
você acha que ela precisa desenvolver?
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Para convencê-la a mudar de opinião, é preciso apresentar as vantagens do
trabalho em equipe.
TENDÊNCIAS
Você já deve ter reparado como, nos anos recentes, as empresas mudaram a
forma de gerenciar seus talentos, redefiniram novas estruturas e repensaram
suas estratégias.
Mas qual será o motivo disso?
Entre as principais razões, podemos citar:
• Elevada competição
• Novo perfil de clientes
• Consciência ecológica
• Nova relação de emprego entre as pessoas e as organizações
• Desenvolvimento da tecnologia
Por isso, de acordo com Vergara (2006), só conseguiremos mudar esse contexto
se reconhecermos as inúmeras variáveis que interferem no desenvolvimento de
uma equipe, como, por exemplo:
Ao fazer parte de uma organização, o empregado deve procurar criar, em seus
locais de convívio, ambientes capazes de estimular a colaboração sinérgica,
aceitando, como uma de suas atribuições, a capacidade de comunicar-se com
qualidade.
É preciso, inclusive, compartilhar conhecimento e fornecer um feedback assertivo
para os colegas de trabalho. Além de melhorar sua capacidade de perceber o
mundo, isso privilegia a diversidade de opiniões, pois só assim, é possível manter
aquilo que as equipes têm de melhor: a pluralidade.
A boa notícia é que já estamos no limite: é cada vez maior o número de pessoas
favoráveis e abertas para o desenvolvimento de suas competências
socioemocionais (chamadas no mercado de soft skills), como, por exemplo, o
trabalho em equipe.
Na primeira reunião, você se sentiria seguro para emitir uma opinião sem
quaisquer restrições?
Provavelmente não, certo? O motivo para isso é simples: você não conhece
aquelas pessoas e ainda não sabe em quem pode confiar. Com o tempo, todos se
conhecerão melhor, a confiança vai se estabelecendo e a comunicação tende a
ficar mais transparente.
Para que a equipe consiga alcançar um elevado desempenho, as lideranças
também precisam legitimar-se e os conflitos devem vistos como fonte de
desenvolvimento.
Isso exige tempo e maturidade de todos os envolvidos.
Vários autores, como Robbins (2014), classificam as equipes em estágios,
definindo características específicas para cada um deles:
Agora que você já conhece os estágios que compõem o ciclo de vida de uma
equipe, certamente ficará mais fácil definir as características das equipes de alto
desempenho.
ATENÇÃO
Compartilhar a visão entre os membros de uma equipe, apontando o caminho a
ser seguido e contagiando-os para que permaneçam nessa direção, é
responsabilidade de seu líder.
Comunicação aberta
“Quando as pessoas sentem que estão sendo ouvidas, elas te dizem coisas.” -
Richard Ford
A comunicação deve ser aberta em uma equipe de alto desempenho; afinal, todos
devem ter acesso às informações e ao motivo pelo qual as decisões são tomadas.
Uma comunicação aberta precisa ser clara, objetiva e transparente.
As pessoas devem ter a liberdade de dizer o que pensam sobre o trabalho, falando
abertamente sobre os erros passados e as lições aprendidas, além de
conversarem entre si independentemente do nível hierárquico que ocupam.
O diálogo franco deve ser algo valorizado pelos membros de um grupo para que
os conflitos possam ser solucionados por meio da integração.
Liderança compartilhada
“O cargo faz de você um gestor, um time faz de você um líder.” - Bill Campbell
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre o assunto, sugerimos que assista à palestra O poder de
escutar (2015), com William Ury, um dos maiores especialistas na área de
negociação. Ury desvenda o poder da escuta e dá dicas sobre as formas de
estabelecer a confiança em momentos de diálogo.
Heráclito percebeu que não se pode pisar duas vezes no mesmo rio. Sua água não
é a mesma, e o homem tampouco o é. Ambos mudam o tempo todo. Mesmo que
você não perceba, a mudança faz parte do seu cotidiano!
Essa ideia é importante para entendermos a natureza das organizações; afinal, ela
defende a transformação como algo presente em seu cotidiano. As equipes,
portanto, precisam oferecer espaços para o fortalecimento da capacidade de
adaptação face às necessidades de mudança, atuando não apenas (e
prontamente) a fim de sanar problemas, mas também (e de forma proativa) com o
objetivo de detectar novas oportunidades no mercado.
Essa cultura de mudança deve favorecer o questionamento dos padrões aos quais
estamos habituados a cumprir e a melhoria contínua dos processos que
executamos, revisando constantemente normas, rotinas e procedimentos
vigentes.
NOVOS DESAFIOS
Humildade intelectual
Necessária para o reconhecimento de que é preciso aprender sempre.
EXEMPLO
O filme Coração valente narra a história de William Wallace, um herói escocês do
século XIII que lidera seus conterrâneos contra o monarca inglês Edward I após
ter sofrido uma tragédia pessoal graças a seus soldados. O exército amador de
Wallace foi definitivamente maior que o da Inglaterra. Afinal, o discurso do
personagem, vivido pelo ator Mel Gibson, exemplifica de que forma o
compartilhamento da visão e do senso de propósito fez a diferença para que a
batalha fosse vencida.
SAIBA MAIS
Para conhecer o exemplo de uma equipe de alta performance, sugerimos que
assista ao documentário UPS/FedEX: inside the package wars. Estados Unidos:
TV Movie, 2012. 30 minutos.
Ele mostra que a equipe da FedEX tem uma identidade cultural própria. Seu
ambiente de trabalho é caracterizado pelo comprometimento dos empregados
para alcançar os objetivos, pela agilidade nos processos e pela gestão dos prazos.
Mas seus funcionários não chegaram à empresa com essa mentalidade:
certamente, eles precisaram passar por um processo de qualificação que lhes
garantiu o desenvolvimento de tal competência.
Fatores restritivos
São todas as barreiras que impedem uma equipe de alcançar o alto desempenho.
Imagine duas situações:
1. Em seu grupo, o gestor usa repetidas vezes expressões do tipo “Manda quem
pode, obedece quem tem juízo” e “Você não é pago para pensar, mas, sim, para
fazer”. Certamente por conta de sua postura centralizadora, isso constitui um
fator restritivo, já que a liderança deve ser compartilhada.
Muitos fatores podem ser restritivos, embora essa quantidade varie em cada
caso. São eles:
• Cultura tradicional;
• Pessoas sem o mindset correto;
• Excessiva burocracia;
• Processos rígidos;
• Falta de tecnologias para a otimização dos processos;
• Baixo orçamento;
• Liderança e seu poder de execução;
• Inércia das pessoas para mudar;
• Relações de poder estabelecidas, as quais estão representadas pelo
caráter autoritário dos gestores;
• Sentimentos de ambiguidade e incerteza quanto ao futuro.
Fatores impulsionadores
Considerados positivos, eles ajudam no alcance dos objetivos. Os fatores
impulsionadores, desse modo, são favoráveis ao desenvolvimento das equipes.
Imagine agora que seu gestor tem outra postura: ele o convida para participar das
decisões e discute o caminho a ser seguido, ouvindo a opinião de todos.
Além disso, explica os motivos pelos quais as decisões são tomadas e a
importância do trabalho de cada membro para alcançar o objetivo.
Seu modelo de liderança é um fator impulsionador.
ATENÇÃO
Mesmo em condições altamente desfavoráveis e cheias de fatores restritivos,
ainda é possível aprender a trabalhar em equipe, mas isso requer particularmente
do líder – e de cada pessoa que dela faz parte – a institucionalização de um
processo permanente de autoconhecimento, autodesenvolvimento e
contribuição para o desenvolvimento do outro.
O líder deve responsabilizar-se por mapear a situação atual de sua equipe por
meio de um processo avaliativo capaz de:
REDES SOCIAIS
Proporcionam aprendizado por meio do uso de tecnologias de informação e
comunicação, fortalecendo a cultura e o valor do conhecimento compartilhado.
UNIVERSIDADES CORPORATIVAS
disponibilizam em seus campi virtuais programas de qualificação alinhados às
estratégias do negócio para os empregados da empresa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Certamente, aprendemos neste tema que a comunicação aberta, a consciência do
propósito, o compartilhamento das informações e do conhecimento, a negociação
e a humildade intelectual são fundamentais para que uma equipe possa se
desenvolver e alcançar um elevado desempenho.
Percebemos ainda que o líder, sempre pensando no coletivo, tem um papel
relevante nesse processo ao compartilhar seu poder ou inspirar a visão das
pessoas em torno de um objetivo comum. Além disso, cabe a ele reconhecer as
dificuldades com as quais terá de lidar para o desenvolvimento do trabalho em
equipe, intervindo de forma positiva nesse processo.
CONQUISTAS ADQUIRIDAS
• Identificou o trabalho em equipe como competência central para o
desenvolvimento profissional.
• Conheceu as características das equipes de alta performance.
• Reconheceu o papel do líder no desenvolvimento de equipes de alto
desempenho.
Referências
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Journal. 14 jul. 2019.
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2012.
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SIGNIFICADOS, CONCEITOS E DEFINIÇÕES. Mindfulness. Significados,
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SINEK, S. Por quê?: como motivar pessoas e equipes a agir. São Paulo: Saraiva,
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VERGARA, S. C. Gestão de pessoas. 5. ed. São Paulo: Atlas Editora, 2006.
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ARBEX, P. Isaac Asimov tenta responder: ‘De onde vem a criatividade’? Brazil
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Janeiro: Sextante, 2019.
ESTEVES, S. Estas são as competências essenciais para o trabalho em equipe.
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