Construção Civil: André Luís Abitante
Construção Civil: André Luís Abitante
Construção Civil: André Luís Abitante
CIVIL
ISBN 978-85-9502-048-1
CDU 69
Introdução
Tendo em conta a necessidade de minimizar o efeito de trocas térmicas,
de garantir a massa suficiente para isolamento acústico e simultaneamente
permitir a execução de pormenores construtivos que permitam a correta
adequação ao sistema estrutural escolhido para um edifício, inicialmente
devemos definir a técnica construtiva e não apenas a escolha do tipo de
bloco que será usado na fase de construção das alvenarias.
Uma técnica construtiva racionalizada baseia-se em uma família de
diferentes tipologias, procedimentos e dimensões de blocos, que, no
seu todo, se tornam essenciais para o adequado desempenho em utili-
zação de paredes e de prazos de execução, literalmente representando
o caminho para obtenção da qualidade.
Largura nominal 10 cm
da parede
Parede de 20 cm
Para obter paredes com maior largura, fazemos uma composição de duas ou
mais paredes (veja a Figura 5).
Paredes especiais
Como o próprio nome indica, nas paredes de tijolos à vista o tipo de tijolo
utilizado é o maciço, desde que seja selecionado, ou prensado, ou de 21 furos
(tijolos mais caros). A disposição dos tijolos deve ser feita em placas, com
dois tijolos colocados paralelos. Para a amarração destes tijolos, a cada duas
fiadas coloca-se um ferro na argamassa de assentamento. Quando utilizar ferro
argamassado, tome cuidado de não colocar cal na argamassa.
Para paredes de tijolos à vista, não devem ser usados andaimes que “furem” a parede,
pois não é possível retocar após a retirada do andaime. Utilize andaimes metálicos ou
andaimes com duas fileiras de pontaletes.
Alvenaria: técnicas construtivas 195
Paredes divisórias
são leves;
podem ser facilmente montadas e desmontadas;
possuem pequena espessura;
não são inflamáveis;
são decorativas.
Estuque: malhas de aço de 4,2 mm, com 40,0 cm de lado, recobertas com tela deployé.
Depois de feito isso, lança-se argamassa e desempena-se. Esta parede fica com 3,5 a
4 cm de espessura.
Salpique ou chapisco
A argamassa fluida de cimento e areia (1:5 ou 1:6) será lançada no pilar onde
a alvenaria deve encostar.
Esperas
Em prédios estruturados, para a amarração das paredes, devem ser deixadas
esperas de ferro nos pilares a cada 3 ou 4 fiadas de tijolos da alvenaria. A bitola
das esperas pode ser de 4,2 ou 5,0 mm, e a distância entre elas de 35 a 40 cm.
A parede deve ser levantada até uns 20,0 cm antes da viga (em prédios
estruturados). Deixamos, então, curar por 7 dias, para depois fazer o encunha-
mento. O encunhamento serve para evitar o surgimento de fissuras na ligação
da alvenaria com a estrutura, e é executado com tijolos maciços inclinados,
assentados com argamassa de cimento e areia (1:5). A argamassa é colocada
apenas entre os tijolos encunhados, e não entre os tijolos e a alvenaria, nem
entre os tijolos encunhados e a viga.
No caso de paredes de maior largura, colocamos duas camadas de tijolos
encunhados, paralelas entre si. Caso não queiramos fazer o encunhamento,
deixamos 2,0 ou 3,0 cm entre a alvenaria e a viga e preenchemos este espaço
com argamassa com expansor.
Coxim
Também chamado travesseiro, o coxim é uma pequena viga colocada na
alvenaria de prédios não estruturados para diminuir as tensões que atuam
nesta alvenaria, causadas, por exemplo, por uma tesoura de telhado. Os coxins
podem ser de madeira ou de concreto.
Por exemplo: carga de uma viga descarregando sobre uma parede de um
prédio não estruturado (veja Figuras 8 e 9):
σ=R/A
Onde:
R = reação de apoio da viga sobre a parede;
A = área de contato da viga apoiada sobre a parede;
σ = tensão provocada pela viga sobre a parede.
Se a tensão “T” calculada for maior que a tensão admissível da alvenaria,
poderá ocorrer o esmagamento da parede. A solução para que não ocorra o
esmagamento é colocar um pilar para apoiar a viga ou aumentar a área de
contato da viga com a alvenaria por meio de um coxim (viga curta).
Alvenaria: técnicas construtivas 199
Vergas
São elementos estruturais utilizados para resistir às cargas provenientes das
laterais de portas e janelas. Existem vergas superiores e inferiores. Conforme
o tipo de material, temos (veja a Figura 10):
Particularidades em muros
Em muros de arrimo, caso o empuxo que atua na alvenaria (de pedra, geral-
mente) seja maior que a resistência desta alvenaria, devemos ter reforços ao
(veja a Figura 11):
Leituras recomendadas
ALBUQUERQUE, A. Construções civis. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1957.
BAUD, G. Manual de pequenas construções. São Paulo: Hemus, 2002.
BORGES, A. C. Prática das pequenas construções. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher,
2000. v. I e II.
CARDÃO, C. Técnica da construção civil. 8. ed. Belo Horizonte: Edições Engenharia e
Arquitetura, 1988. v. I e II.
CARICCHIO, L. M. Construção civil. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpia, 1955.
PIANCA, J. B. Manual do construtor. 15. ed. Porto Alegre: Globo, 1978.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.