Dimensionamento de Uma Rede FTTH
Dimensionamento de Uma Rede FTTH
Dimensionamento de Uma Rede FTTH
CARAÚBAS - RN
2018
ESDRAS ANTONIO DE MENESES FILHO
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Prado de Medeiros
Presidente
______________________________________________
Profa. Dra. Tania Luna Laura
Primeiro Membro
_______________________________________________
Prof. Me. Juan Rafael Filgueira Guerra
Segundo Membro
CARAÚBAS - RN
2018
À minha mãe, Maria Olinda, por todo seu
carinho, amor, atenção, dedicação e incentivo
dados em todos os momentos da minha vida.
AGRADECIMENTOS
Àquele Deus maior que todos os homens, que sempre abriu meus olhos para as adversidades
que surgem, me ensinando a vencer obstáculos e aceitar minha própria condição e natureza
humana.
À minha mãe, Maria Olinda, por ser essa guerreira que, mesmo sozinha, durante quase toda
minha vida até o presente dia, foi capaz de me dar a melhor formação ao seu alcance, seja
pessoal ou acadêmica.
À minha namorada Débora Nayara, por toda amizade, companheirismo, carinho e atenção,
me ajudando nos momentos de dificuldade que acometeram a realização do presente trabalho.
Ao meu orientador e amigo Rodrigo Prado, com quem tive a honra e orgulho de trabalhar.
Agradeço não só pela paciência, dedicação e confiança a mim depositada, mas por todos os
conselhos sinceros, que muito me ensinaram profissionalmente e pessoalmente.
Aos meus amigos Felipe Augusto, Alefjohn Amorim, Anderson Fernandes, José Garibaldi,
Alan Edson, Gonçalo Machado e Lisandro Luís que sempre estiveram ao meu lado não só na
faculdade como também na vida.
Aos meus amigos da Líder NET, que me auxiliaram e tiraram dúvidas pertinente ao assunto
durante o tempo de escrita deste TCC e durante o período de estágio.
À todas aquelas pessoas que mesmo não citando, contribuíram significativamente na minha
formação pessoal e profissional.
“Deixem que o futuro diga a verdade e
avalie cada um de acordo com o seu trabalho e
realizações. O presente pertence a eles, mas o
futuro pelo qual eu sempre trabalhei pertence a
mim.”
(Nikola Tesla)
RESUMO
In the last years, there has been a considerable increase in internet consumption, mostly due to
sharing / playback sites and video streaming at video resolutions in FULL HD, 2K or 4K.
Therefore, the provision of plans with greater bandwidth became necessary for the consumer to
be able to consume contents with high rates of data transfer. The use of fiber optical in internet
access networks has revolutionized the way of consumption, since the rates of data transfer
obtained from fiber optic are very superior to other technologies, such as internet distribution
via coaxial cable and via radio. Other advantages include low signal loss, low network
maintenance, increased safety, lower power consumption, lightness and non-flammable
characteristics. For the design of an optical network it is necessary to have different
knowledges, from the technology used in the equipment to the best way to use these equipment
in the construction of the optical network. During the design of the network, it is necessary to
define which type of optical network will be used. There are two types of fiber optic access
networks: active optical (AON) and passive (PON) networks. Optical networks of the PON
type are much more used because they require electrical power only at the ends of the network,
source and consumer, reducing maintenance costs and future network problems. Another
criterion that must be considered is the proximity of the optical fiber to the point of service. For
an FTTH (Fiber-to-the-home) network, for example, the optical fiber goes to the client's home.
In this work, we chose to design a PON FTTH fiber optic network. The design of a PON FTTH
network has several phases, such as the choice of construction site, penetration rate, positioning
of optical termination box (OTB) and optical distribution box (ODB), and the positioning of
primary and secondary routes, for example. The average bandwidth consumption per residence
was calculated. It was analyzed which type of multiple access technology has the best cost-
benefit. In addition, the optical network was designed to have a power budget with a good
margin of safety, preventing the network from having problems of attenuation or loss of signal.
Key words: Internet, optical fiber, PON, AON, FTTH, OTB, ODB.
LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 18
1.1. MOTIVAÇÃO ................................................................................................................. 19
1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 19
1.2.1. Objetivo Geral .................................................................................................................... 19
1.2.2. Objetivos Específicos ......................................................................................................... 19
1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................................... 20
2. REDE DE ACESSO ...................................................................................................... 21
2.1. DIFERENÇAS ENTRE AS TECNOLOGIAS DE REDE DE ACESSO........................................... 22
2.1.1. Necessidade de internet de alta velocidade ....................................................................... 24
2.1.2. Considerações econômicas ................................................................................................. 25
2.2. FIBRA ÓPTICA ............................................................................................................... 26
2.2.1. Tipos de fibra óptica .......................................................................................................... 27
2.2.2. Materiais de fibra óptica ................................................................................................... 29
3. REDES ÓPTICAS ........................................................................................................ 30
3.1. REDE DE ACESSO ÓPTICA .............................................................................................. 30
3.1.1. Arquitetura das redes PON ............................................................................................... 30
3.1.1.1. OLT (Optical Line Terminal) ......................................................................................................... 30
3.1.1.2. ONx (ONU/ONT) .......................................................................................................................... 32
3.1.1.3. Divisor de potência (splitter) .......................................................................................................... 33
3.1.2. Rede óptica ativa (AON) .................................................................................................... 34
3.1.3. Rede óptica passiva (PON) ................................................................................................ 35
3.1.4. Graus de penetração da fibra óptica (FTTx) ................................................................... 35
3.1.4.1. FTTN/FTTCab ............................................................................................................................... 35
3.1.4.2. FTTC ............................................................................................................................................. 35
3.1.4.3. FTTB ............................................................................................................................................. 36
3.1.4.4. FTTH ............................................................................................................................................. 36
3.1.5. Topologia das redes PON .................................................................................................. 37
3.1.5.1. Topologia em anel .......................................................................................................................... 37
3.1.5.2. Topologia em barramento............................................................................................................... 37
3.1.5.3. Topologia em árvore ...................................................................................................................... 38
3.1.5.4. Topologia em estrela ...................................................................................................................... 39
3.2. TÉCNICAS DE ACESSO MÚLTIPLO ................................................................................... 39
3.2.1. TDMA (TDM-PON)........................................................................................................... 39
3.2.1.1. APON ............................................................................................................................................ 40
3.2.1.2. BPON ............................................................................................................................................ 41
3.2.1.3. EPON ............................................................................................................................................ 42
3.2.1.4. GPON ............................................................................................................................................ 43
3.2.1.5. 10G-EPON..................................................................................................................................... 44
3.2.1.6. 10G-PON ....................................................................................................................................... 45
3.2.2. Esquemas híbridos ............................................................................................................. 48
3.3. ELEMENTOS DE UMA REDE ÓPTICA PON ....................................................................... 49
3.3.1. Elementos Ativos ................................................................................................................ 49
3.3.2. Elementos Passivos............................................................................................................. 49
3.3.2.1. Emendas ........................................................................................................................................ 49
3.3.2.2. Adaptadores, conectores, pigtails ...................................................................................................51
3.3.2.3. Atenuadores ópticos ....................................................................................................................... 52
3.3.2.4. Filtros ópticos ................................................................................................................................ 52
3.3.2.5. Divisores de potência (splitters) ..................................................................................................... 53
3.3.2.6. Acoplador WDM ........................................................................................................................... 53
3.3.2.7. Caixa de terminação ou distribuidor óptico (DIO) .......................................................................... 54
3.3.2.8. Caixa de Distribuição Óptica (CDO) .............................................................................................. 54
3.3.2.9. Caixa de Terminação Óptico (CTO) ............................................................................................... 55
3.3.2.10. Cabos de fibra óptica .................................................................................................................... 55
3.3.2.11. Tipos de cabos de fibra óptica ...................................................................................................... 56
3.4. POWER BUDGET ............................................................................................................ 59
3.4.1. Perda dos componentes passivos ....................................................................................... 60
3.4.2. Dimensionamento de uma rede PON ................................................................................ 61
4. PROJETO DA REDE PON ......................................................................................... 64
4.1. DEFINIÇÕES INICIAIS DO PROJETO ................................................................................. 64
4.1.1. Área de cobertura da rede ................................................................................................. 64
4.1.2. Esquematização e definição dos principais equipamentos da rede óptica ..................... 64
4.2. PROJETO DA REDE PON ................................................................................................ 70
4.2.1. Definição do node de atendimento .................................................................................... 70
4.2.2. Definição da largura de banda .......................................................................................... 71
4.2.3. Definição da taxa de penetração ....................................................................................... 72
4.2.4. Definição do Split Rate ....................................................................................................... 72
4.2.5. Cálculo do power budget .................................................................................................... 73
4.2.6. Posicionamento das Caixas CTOs e CDOs ....................................................................... 74
4.2.7. Desenho das rotas primária e secundária......................................................................... 75
4.2.8. Posteamento........................................................................................................................ 77
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................ 78
5.1. DESENHO DA REDE PON................................................................................................. 78
5.2. CONEXÕES INTERNAS À REDE PON .............................................................................. 84
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 87
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ............................................................................. 88
18
1. INTRODUÇÃO
1.1. MOTIVAÇÃO
Segundo Dino (2017), é estimado que em até 2020 cerca de 50 bilhões de dispositivos
estejam conectados à internet. Em consequência do aumento do número de dispositivos e da
evolução das tecnologias presentes nestes dispositivos, tem-se observado um aumento
considerável no consumo de internet (CISCO, 2017). Dessa maneira, redes de acesso com altas
capacidades de transmissão de dados são requeridas para atender essa crescente demanda.
As tecnologias de acesso à internet antecessoras à fibra óptica possuem grandes fatores
limitantes, como sua velocidade reduzida (devido aos cabos e equipamentos) e instabilidades
na rede, por exemplo. Enquanto que a fibra óptica possui apenas uma limitação, a qual está
presente em todas as outras tecnologias, que são os equipamentos de envio e recebimento de
dados. Por exemplo, existem redes de fibra óptica que chegam a velocidades de 100 Gbps, a
qual não pode atingir valores maiores devido a limitação dos equipamentos (TARANTOLA,
2014).
De acordo com Muller (2016), as redes PON possuem alta largura de banda, são fáceis
de gerenciar e instalar, além de serem altamente escaláveis e com alta densidade de penetração.
As redes PON estão substituindo as redes que possuem outras tecnologias em todo o mundo.
Sendo assim, o profissional capaz de projetar e realizar a manutenção de redes PON conseguirá
um amplo espaço no mercado de trabalho.
1.2. OBJETIVOS
Desenvolver um projeto de uma rede/enlace de fibra óptica FTTH PON em uma região
da cidade de Caraúbas – RN.
Pesquisar redes PON, técnicas de projeto de redes PON e também sobre fibra óptica;
Realizar o cálculo de power budget;
Definir a banda necessária para suprir a rede na cidade de Caraúbas – RN;
Conhecer todos os elementos constituintes de uma rede PON;
20
2. REDE DE ACESSO
De acordo com Eler (2015), uma rede de telecomunicações é constituída por uma rede
principal, rede de acesso e os equipamentos terminais, conforme ilustrado na Figura 1.
Na indústria, existem algumas diferenças entre os tipos de rede de acesso (Tabela 1).
Por exemplo, a internet discada (dial-up) fornece uma conexão de até 56 Kbks enquanto que a
internet via satellite fornece uma conexão de 512 Kbps, claro que deve ser levado em
consideração que estas tecnologias citadas anteriormente são muito mais antigas que a fibra
óptica utilizada em telecomunicações.
23
Nos últimos anos tem existido uma grande necessidade de uma banda larga de alta
velocidade, pois com o avanço dos smartphones, tablets, PCs e entre outros, exigiu-se em
simultâneo o avanço da internet. Como pode-se observar na Tabela 2, uma internet de 9 Mbps
está no limite para uma família de 4 pessoas, levando em conta que a mãe está assistindo em
sua TV algo com definição em HD. Quando se leva em consideração resoluções de vídeo em
FULL HD, 2K ou 4K (Ultra HD), deve considerar adquirir uma internet com uma banda maior.
Uma empresa de streaming de filmes, séries e documentários informa em seu site
(Figura 3) algumas velocidades de conexão recomendadas para cada uma de suas resoluções de
vídeo. Como pode-se observar, para assistir algo em Ultra HD é recomendado uma internet de
25 Mbps. Ao substituir esse dado da Figura 3 na Tabela 2, a internet mínima necessária para
suprir uma família seria de cerca de 30 Mbps. De acordo com a Montana Broadband
(responsável pela Tabela 1), a única tecnologia de rede de acesso que poderia suprir essa
demanda com eficiência, menores perdas de sinal e custo-benefício seria a fibra óptica.
A partir das considerações feitas na seção anterior, pode-se notar que o consumo de
internet está aumentando bastante. Esse aumento é o grande responsável pelos investimentos
no desenvolvimento e implantação de redes de acesso com fibra óptica, particularmente, redes
PON (seção 3.1.1.).
O que mostra que basicamente um terço dos usuários da internet está utilizando a
internet para a reprodução de vídeos e músicas. De acordo com CISCO (2017), o consumo
mundial de dados de internet em 2016 foi de 58630 Petabytes de dados trafegados por mês e
para 2021 é previsto subir para cerca 195440 Petabytes, resultando em um aumento de mais de
3 vezes o tráfego de dados em 5 anos (Tabela 3).
redes de fibra óptica são considerados investimentos com grande perspectiva de futuro, uma
vez que a tecnologia de equipamentos ópticos está longe de se tornar obsoleta.
A fibra óptica é um guia de ondas dielétrico que opera nas frequências ditas ópticas,
como ilustrado na Figura 4. Esse guia de onda é construído geralmente em formato cilíndrico.
A fibra óptica confina a energia eletromagnética na forma de luz dentro de sua superfície e guia
a luz em uma direção paralela a seu eixo (KEISER, 2014).
Figura 5 – Esquema da estrutura de uma fibra óptica convencional de sílica. Uma capa de plástico é
geralmente utilizada para servir de encapsulamento.
Nas fibra ópticas mais comuns, o núcleo é um vidro composto de um material chamado
silica de alta pureza (SiO2) rodeado por uma casca de vidro. Além do núcleo de vidro, fibras
com núcleo de plastico de alta perda com cascas plásticas também são altamente utilizadas
(KEISER, 2014).
Figura 6 – Comparação entre as fibras ópticas convencionais monomodo e multimodo com índice-
degrau e índice-gradual.
em função da distância radial a partir do centro da fibra. Ambos os tipos de fibras ópticas podem
ser divididos em duas classes: monomodo (SM) e multimodo (MM). A fibra monomodo (ou
modo único) sustenta apenas um modo de propagação, enquanto que as fibras multimodo
podem conter centenas de modos.
De acordo com Condufibra (2017) as vantagens e desvantagens do tipo de fibra
monomodo são:
Vantagens:
o Velocidade superior ao multimodo;
o Maior alcance de sinal e menor taxa de perda.
Desvantagens:
o Difícil alinhamento em caso de emendas e conectores;
o Preço dos equipamentos muito alto.
De acordo com Condufibra (2017) as vantagens e desvantagens do tipo de fibra
multimodo são:
Vantagens:
o Ideal para o uso em redes LAN;
o Fácil de trabalhar e alinhar em caso de emendas e conectores;
o Preço dos equipamentos mais baixo que monomodo, barateando custo de
redes.
Desvantagens:
o Taxas de transmissão mais baixas que cabos monomodo (apesar de não
ser tão discrepante em curtas distâncias);
o Distância limitada.
As fibras multimodo oferecem outras vantagens em comparação às monomodo. Por
exemplo: os raios maiores do núcleo das fibras multimodo tornam mais fácil enviar potência e
facilitam a conexão com conjuntos de fibras semelhantes. Outra vantagem é que a luz pode ser
introduzida pela fibra multimodo, usando como fonte um LED (diodo emisor de luz), enquanto
que nas fibras monomodo, ela deve ser, na maioria dos casos, excitada com diodos do tipo laser
(KEISER, 2014). A escolha do tipo de fibra óptica é levada em conta no tipo de projeto a ser
feito. (Obs.: Informações de valores de distância e velocidade serão levadas em consideração
nos capítulos subsequentes).
29
Como explicado anteriormente na seção 2.2.1, o tipo mais comum de material para fibra
óptica é feita de vidro, constituído de sílica (SiO2) ou de um silicato. A variedade de fibras de
vidro disponíveis vai de fibras com perda moderada e núcleos de grandes dimensões utilizadas
para transmissão de curta distancia a fibras muito transparentes (baixa perda) empregandas em
aplicaçõas de longa distância. Além de fibras de vídro, existem também fibras de plástico, são
menos utilizadas em razão de sua atenuação substancialmente mais elevada que nas fibras de
vídro. A principal aplicação das fibras plásticas é em aplicações de curta distância e em
ambientes mais agressivos, ou seja, exija uma enorme resistencia mecânica das fibras plásticas
(vantagem em relação às fibras de vidro) (KEISER, 2014).
30
3. REDES ÓPTICAS
As redes ópticas passivas são compostas por fibras ópticas e diversos dispositivos
ópticos e sistemas. Em resumo, uma rede PON é constituída de uma OLT (Optical Line
Terminal), uma ODN (Optical Distribution Network) contendo os divisores ópticos (splitters)
e diversas ONUs (Optical Network Unit). Assim como poderemos observar na Figura 7.
Fonte: Autor.
A OLT (Figura 8) trata-se de um equipamento ativo que está localizado nas instalações
do operador de telecomunicações, localizado na CO (Central Office). A OLT controla e
administra a transmissão das ONUs, precisando de um receptor que opere em modo rajada
(volumes esporádicos de tráfego). As rajadas são diversos bits vindo de uma determinada ONU.
Portanto, é preciso controlar os diferentes níveis de amplitude do sinal, já que as ONUs estão
localizadas em distâncias diferentes do OLT (KRAMER e PESAVENTO, 2002)
(GUTIERREZ, KIM, et al., 2005).
O comprimento de onda de operação entre o OLT e o ONU vai depender do tipo de
técnica de acesso múltiplo empregada na rede, que será melhor abordada na seção 3.2.
31
Segundo Nunes (2016), vários aspectos devem ser considerados pelo engenheiro
responsável pelo projeto da rede, como:
Potência: Tem de ser suficiente para permitir uma boa recepção de sinal no destino.
Quanto maior a rede, maior será a potência necessária pois as distâncias serão
maiores;
Comprimento de onda: A dispersão cromática é o comportamento diferenciado da
luz quando se propaga no interior deste material. O efeito de dispersão cromática é
menor para comprimentos de onda menores uma vez que o índice de refração
geralmente diminui com o comprimento de onda (SACHS, 2012).
Ruído: Não deve sofrer flutuações aleatórias de amplitude do ruído (relativo ao custo
do equipamento e fabricante);
Insensibilidade ao meio ambiente: Deve possuir uma maior resistência a possíveis
alterações climáticas que possam comprometer o funcionamento;
Custo: O custo/benefício deve ser o melhor possível;
Fiabilidade: Deve ser classificado com um MTBF (Mean Time Between Failure)
elevado. Os números MTBF representam uma aproximação estatística de quanto
tempo um conjunto de dispositivos deve durar antes de sua falha (TECH-FAQ,
2013).
Existem dois tipos de emissores óticos em uma OLT. Os de LEDs e os diodos laser. Os
emissores LEDs são mais simples, baratos e confiáveis, no entanto, possuem um espectro mais
largo de luz derivado de uma emissão incoerente, possuem pior eficiência no acoplamento de
luz na fibra e limitações na velocidade de modulação. São por isso usados em sistemas de menor
capacidade de transmissão. Os emissores do tipo laser semicondutores são mais caros e mais
sensíveis a variações de temperatura, gerando uma radiação mais coerente, com espectro mais
estreito e feixe mais diretivo com potências maiores. São maioritariamente usados em sistemas
óticos de elevada taxa de transmissão e/ou transmissões de elevadas distâncias (PEREIRA,
2008).
32
A função dos fotodetectores dentro de uma ONU é absorver a luz transmitida pela fibra
e convertê-la em corrente elétrica para processamento do receptor. O ideal é que os
fotodetectores tivessem o maior alcance possível, operando nos menores níveis possíveis de
potência óptica, e realizando a conversão com o mínimo de erros e de ruído, porem cada
fabricante possui um valor máximo e mínimos de potências suportadas (PEREIRA, 2008).
Uma ONU é um aparelho que dependendo de sua localização pode ser chamado tanto
de ONU (Optical Network Unit) ou ONT (Optical Network Terminal), esta localização é
também chamada de graus de penetração da fibra óptica (seção 3.1.4.). Quando se está na
configuração FTTCab (Fiber-to-the-Cabinet) e FTTC (Fiber-to-the-Curb) ela é chamada de
ONU e quando ela está na configuração FTTH (Fiber-to-the-home) e FTTB (Fiber-to-the-
Building) recebe o nome de ONT. Além disso, quando a OLT envia mensagens em broadcast,
as ONUs/ONTs reconhecem apenas mensagens destinadas a ela e ignoram as demais. Isso
acontece porque uma única fibra tem sua potência dividida em uma determinada fração, o qual
é necessário que a ONU/ONT possa reconhecer qual dado é destinado a ela, os dados podem
ser transportados de acordo com a tecnologia operante na rede (seção 3.2.) (SANTOS, ROSSI
e CÉSAR, 2009). Obs.: A partir de agora será somente mencionado ONU, não ONT, pois ONU
é a forma mais comum de se relacionar aos receptores ópticos.
33
O divisor passivo, mais conhecido como splitter óptico é um dispositivo passivo capaz
de combinar e dividir o sinal óptico em sentido:
Downstream: Neste sentido este dispositivo irá dividir o sinal de entrada e o
direciona para todas as portas de saída que estão ligadas com as ONUs, assim
como ilustra a Figura 10 (CARMEN e CARRASCO, 2007).
Upstream: Neste sentido este dispositivo combina todos os sinais enviados desde
as ONUs em direção ao OLT. Cada ONU estabelece comunicação direta com o
OLT, mas não com as outras ONUs conforme ilustrado na Figura 11 (CARMEN
e CARRASCO, 2007).
34
As redes ópticas ativas ou redes AON (Active Optical Network) apresentam uma grande
diferença em relação às soluções PON: necessitam de equipamentos ativos (switches, routers
ou multiplexers) em sua ODN, ou seja, requerem alimentação elétrica para distribuir o sinal
óptico. As topologias adotadas por estas redes de acesso podem ser topologias ponto-a-ponto
(Figura 12), uma fibra dedicada a um utilizador final, ou topologias ponto-a-multiponto (Figura
12), que necessitam de equipamentos ativos implementados na rede de transporte. Como os
equipamentos são ativos, o custo de implementação e manutenção são bem mais elevados se
comparados às redes PON (LOPES, 2011).
As redes ópticas passivas ou redes PON (Passive Optical Network) na rede de acesso
foram concebidas com base numa topologia de rede de ponto-multiponto, onde o meio é comum
a múltiplos utilizadores que partilham a mesma largura de banda. Estas redes são então
designadas de redes passivas pois, com a exceção dos equipamentos terminais (OLT e ONU),
não há necessidade de recurso a energia elétrica na rede de transporte. Dessa forma, como não
há equipamentos ativos na ODN o planeamento da rede é simplificado e os custos de operação
e manutenção são diminuídos (LOPES, 2011).
3.1.4.1. FTTN/FTTCab
Esta arquitetura é constituída por cabos óticos desde a central até ao armário de
distribuição servindo áreas relativamente reduzidas, com cerca de 1500 m de raio. A ligação
dos terminais (ONU) ao armário será suportada por cabo coaxial ou o tradicional par trançado
de cobre. Destinam-se a uma distribuição para uma densidade populacional de algumas
centenas de utilizadores (SANTOS, 2012).
3.1.4.2. FTTC
3.1.4.3. FTTB
Esta arquitetura diz respeito à implementação de fibra ótica desde a CO até à entrada
dos edifícios quer eles sejam residenciais ou empresariais, não chegando ao apartamento do
cliente. A ligação entre o armário situado à entrada do edifício e o equipamento do utilizador é
assegurado por meio de cabos de pares trançados de cobre, cabo coaxial (SANTOS, 2012).
3.1.4.4. FTTH
As redes ópticas passivas podem ser implementadas por três topologias físicas: em anel,
barramento ou árvore. Cada topologia apresenta características distintas, sendo implementadas
conforme a necessidade do projeto (KRAMER e PESAVENTO, 2002). Porem uma outra
topologia pode ser aplicada, em forma de estrela (OLIVEIRA, 2014),
Na topologia em anel, duas ONUs são conectadas a uma OLT criando dois segmentos
de transmissão. As demais ONUs são conectadas de forma serial, formando um barramento
óptico, como ilustrado na Figura 14.
A principal vantagem é a proteção, pois assim como em sistemas elétricos de potência
caso ocorra um rompimento da fibra, o tráfego da rede circula na outra direção, também
conhecido como redundância da rede (LAM, 2007).
Contudo apresenta a mesma desvantagem que a topologia em barramento, visto que o
sinal ótico é atenuado sempre que passa por um splitter (OLIVEIRA, 2014).
de 1:2. Por cada splitter introduzido na rede, existe uma perda de potência do sinal ótico. Por
esse motivo, as ONUs mais afastados do OLT recebem um sinal ótico mais fraco
(CARVALHO, 2009).
Na topologia em árvore, uma OLT é conectada a um divisor óptico passivo por meio de
uma fibra. A partir deste divisor, as ONUs são interligadas à OLT, como é ilustrado na Figura
16. Essa topologia no sentido downstream ela é ponto-multiponto, já no sentido upstream ela é
ponto-a-ponto (LAM, 2007) (ARBIETO, 2007).
Esta topologia é a mais utilizada nas redes PON, devido a sua simplicidade e ao seu
baixo custo de implementação e manutenção. Porém, possui uma desvantagem, pois toda a rede
depende de uma única fibra (entre o OLT e o primeiro splitter), que em caso de
falha/rompimento deixa toda a rede óptica a jusante sem internet (CARVALHO, 2009)
De acordo com Perros (2005), o TDMA (Time-Division Multiple Access) é uma técnica
de múltiplo acesso por divisão por tempo, dividindo a largura de banda total do enlace em vários
canais. Esta distribuição de banda por esses canais é feita pela atribuição de um intervalo de
tempo, denominado time slot. Dessa forma a técnica TDMA permite que cada ONU utilize um
timeslot, podendo ser fixo ou variável explorando toda a largura de banda do canal.
Este esquema utiliza um mesmo comprimento de onda para a transmissão, é necessário
só um tipo de transceptor para todas as ONUs, facilitando a operação e manutenção do sistema.
Consequentemente, os custos são menores que as outras técnicas (WDMA, OCDMA, SCMA).
40
Os quadros de comunicação upstream de diferentes ONUs são transmitidos de tal forma que
alcancem a OLT em uma forma sequencial, o que requer uma sincronização das transmissões,
considerando todo o período que leva a propagação do sinal de cada ONU até o OLT, para
evitar colisão dos sinais. O controle da transmissão normalmente é realizado na central pela
OLT, indicando o instante em que a ONU deve enviar seus dados (ARBIETO, 2007), (LAGE
e OLIVEIRA, 2006).
A técnica TDMA nas redes PON é chamada de TDM-PON. As tecnologias TDM-PON
mais em uso atualmente são:
3.2.1.1. APON
A APON (ATM Passive Optical Network) foi a primeira tecnologia ótica passiva a surgir
(em 1998), definida pelo ITU-T segundo a norma G.983.1. A APON é baseada no protocolo
41
ATM (Asynchronous transfer mode), e permite transferência de dados de 622 Mbps no sentido
descendente e 155 Mbps no sentido ascendente. A distância máxima de ligação é de 20 km
(atenuação total entre 10 e 30 dB) e suporta splitters com um fator de divisão até 1:64. Como
exemplo, APON a operar a 622 Mbps com um splitter de 1:32 pode fornecer velocidades de
cerca 20 Mbps a cada cliente. Se o splitter for 1:64, a APON consegue entrar uma velocidade
de cerca de 10 Mbps, no sentido descendente. Apesar de ser um protocolo baseado na técnica
TDM-PON, pode ser utilizado dois comprimentos de onda sobre uma mesma fibra ótica, usando
comprimento de onda de 1550 nm para o tráfego descendente e 1310 nm para o tráfego
ascendente (LOPES, 2011).
3.2.1.2. BPON
3.2.1.3. EPON
a EPON (Figura 19) provê taxas de 1 Gbit/s nos dois sentidos usando o comprimento de onda
1490-1500 nm para downstream e 1260-1360 nm para upstream e distância máxima de 20 Km.
Os comprimentos de onda 1550-1560 nm são reservados para serviços adicionais, como o
broadcast de vídeo analógico (FERREIRA, 2011), (RODRIGUES, 2013).
Apesar das semelhanças com a GPON, a EPON também apresenta algumas diferenças.
Ela utiliza uma codificação de linha 8b/10b. Isto significa que por cada grupo de 8 bits é
codificado um sinal de 10 bits, permitindo assegurar uma extração do relógio mais fácil. Com
este tipo de codificação, implica um aumento 20% de overhead, o que significa que apesar de
suportar uma taxa de transmissão de linha de 1,25 Gbps, a sua capacidade máxima será de 1
Gbps, tanto no sentido ascendente como no descendente (RODRIGUES, 2013).
3.2.1.4. GPON
3.2.1.5. 10G-EPON
3.2.1.6. 10G-PON
Os elementos ativos de uma rede PON são a OLT e a ONU descritos na seção 3.1.1.
3.3.2.1. Emendas
De acordo com Fiberwan (2013), as uniões servem para unir duas fibras e são
essencialmente de 3 tipos:
Emenda mecânica: Este processo consiste em alinhar duas fibras através do uso
de uma pequena peça feita para tal finalidade (Figura 24), a qual mantém estas
fibras posicionadas frente a frente, sem realmente se ter a união definitiva. O
custo de investimento deste método é relativamente reduzido, porém não é
aconselhável em sistemas que exijam uma grande confiabilidade;
Fusão: Para fusionar duas fibras numa é necessária uma máquina de fusão que
possui altíssimo custo. De acordo com Nunes (2016), se a fusão for bem efetuada
tem por norma uma atenuação menor que 0,05 dB. A Figura 26 apresenta a fusão
de duas fibras.
Fonte: Autor.
51
Os adaptadores permitem realizar a união entre dois cabos de fibra óptica terminados em
conectores. Existem diversos tipos de adaptadores os quais permitem a junção de diversos tipos de
conectores. A Figura 27 apresenta alguns conjuntos de adaptadores.
Os conectores são ferramentas que possui a função de conectar a fibra óptica a alguns
aparelhos ou outros dispositivos. Existem diversas famílias de conectores que têm atenuações
que variam entre os 0,1 até 1 dB (Figura 28).
O patch cord (pigtail) é uma designação para os cabos óticos utilizados entre
equipamentos ativos e os distribuidores óticos. Eles podem possuir diferentes conetores nas
extremidades, tal como se pode constatar na Figura 29. Normalmente os cabos de cor amarela
são fibras óticas de monomodo, enquanto os laranja são multimodo.
Estes filtros possuem função de multiplexar uma fibra em vários comprimentos de onda,
criando diversos canais. Cada canal permite a transmissão de um sinal distinto.
53
De acordo com Rodrigues (2013), os splitters são equipamentos passivos que permite
efetuar a divisão de potência do sinal óptico para vários ONTs/UNUs. No mercado, existem
splitters desde 1:2, 1:8, 1:16, 1:32 e 1:64 (entrada/saída). No entanto, é bom notar que quanto
maior for a relação de divisão do splitter mais atenuação será introduzida ao sinal transmitido.
Pode-se verificar o interior de um destes equipamentos na Figura 32.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
De acordo com Madeira (2011), a composição interna das Fibras ópticas os cabos podem
ser:
Loose tube buffer: As fibras óticas encontram-se em tubos de plástico de
diâmetro interior consideravelmente maior do que o diâmetro exterior das fibras.
O interior é desse tubo é, como pode observar na Figura 38, geralmente
preenchido por um gel, isolando a fibra de forças mecânicas externas aplicadas
sobre o cabo.
57
Groove: Em uma estrutura tipo groove as fibras ópticas são acomodadas soltas
em uma estrutura interna do tipo ESTRELA. Esta estrutura apresenta ainda um
elemento de tração ou elemento tensor incorporada em seu interior, a função
básica deste elemento é de dar resistência mecânica ao conjunto. Uma estrutura
deste tipo permite um número muito maior de fibras por cabo. A Figura 40 ilustra
um cabo deste tipo.
58
Ribbon: Este tipo de estrutura deriva do tipo groove, nestes cabos as fibras são
agrupadas horizontalmente e envolvidas por uma camada de plástico, tornando-
se um conjunto compacto. Estes conjuntos são alojados nas ranhuras das
estruturas estelares do cabo tipo groove. Essa configuração é utilizada em
aplicações em que é necessário um número muito grande de fibras ópticas (por
exemplo, 4.000 fibras). A Figura 41 ilustra um cabo deste tipo.
Armados: São usados em condutas ou em locais afetados por roedores. Possuem
tipicamente uma fita metálica corrugada entre duas camadas de material
termoplástico, como ilustra a Figura 42, o que evita a penetração de roedores.
Auto-suportados ou “em 8”: São cabos para instalação exterior em postes, sendo
autossustentados por um fio de aço conjugado ao cabo ótico, formando o número
8 quando vistos de frente. A Figura 43 ilustra um cabo deste tipo.
recomendação da ITU-T G.957 especifica uma margem entre 3 a 4,8 dB para ter em conta a
degradação dos equipamentos e de possíveis reparações (KEISER, 2006).
Em toda a rede óptica existem diversos componentes passivos que ao serem inseridos
na rede produzem uma pequena atenuação, esses componentes estão descritos na seção 3.3.2.
A Tabela 9 resume alguns dos principais componentes que influenciam o power budget e o seu
respetivo valor de atenuação.
O primeiro passo para dimensionar uma rede PON consiste em decidir qual o
comprimento de onda a rede irá transmitir para então selecionar os componentes da rede para
operar nessa região. Nas redes FTTx pode-se contar com 3 comprimentos de onda: 1310, 1490
e 1550 nm. O cálculo do power budget terá que ser efetuado para os três comprimentos de onda,
dado que a atenuação da fibra varia com o mesmo (KEISER, 2006).
Para o cálculo do power budget é importante inicialmente saber as caraterísticas dos
componentes ópticos escolhidos que irão se encontrar em cada uma das extremidades da fibra
óptica (OLT e ONU). A quantidade de luz disponível no sistema é calculada através da equação
2. A variável PT representa a potência transmitida do sinal que é emitido na fibra e PR é a
potência recebida (sensibilidade do receptor).
62
Onde:
∝𝜆 = Atenuação da fibra que depende de seu comprimento de onda (dB/km);
𝐿 = Comprimento da fibra óptica (km);
𝑛 = fator multiplicativo;
𝐶 = Perdas por conectores;
𝑆 = Perda por splitters;
𝐽 = Perdas por fusão de fibra;
𝑊 = Perdas por cada WDM coupler.
63
Para o início do projeto é importante definir alguns parâmetros que serão base para todas
as decisões tomadas ao longo do projeto.
O DIO escolhido é o DIO Fit (Figura 48), que possui capacidade para acomodar 24
fibras ópticas.
Para comportar os componentes mencionados até agora, são utilizados gabinetes (ou
racks) construídos de metal ou alumínio. O modelo escolhido para o projeto é o S8512B da
fabricante Panduit (Figura 49).
ilustra algumas características do cabo a ser utilizado no projeto. Todas as fibras ópticas dentro
de um cabo possuem cores diferentes definidas, que servem para organização de rede e
manutenção. O datasheet do cabo fornece tanto as cores que estarão presentes nos cabos (Figura
50) quanto a quantidade de fibras ópticas por tubo (Figura 51).
Figura 51 – Características físicas dos cabos de acordo o tamanho máximo do vão e número de fibras
ópticas.
O cabo utilizado entre a caixa CTO e a ONU é chamado de cabo drop e ele também
deve seguir o padrão utilizado do projeto, visto que os núcleos da fibra devem ser iguais. Nesse
caso, o cabo drop também deve ser monomodo. O cabo drop utilizado neste projeto é fabricado
pela Overtek e suas características estão descritas na Figura 53.
Fonte: Autor.
Fi (não são todos os modelos que possuem Wi-Fi, caso não possua deve ser utilizada juntamente
com um roteador).
.
Fonte: Autor.
A Figura 55 apresenta o node de atendimento que será utilizado como base para todos
os procedimentos da rede óptica ao longo do projeto. O software que irá ser utilizado para
desenho da rede é o Google Earth Pro, disponível gratuitamente na internet.
Fonte: Autor.
Para a definição dos splitters que estarão compostos na rede, é necessário definir a taxa
de penetração da rede. A taxa de penetração é a relação entre a quantidade de pontos de
atendimento que a rede deseja atender e a quantidade de pontos de atendimento existentes no
local. A Tabela 14 apresenta os pontos de atendimento considerando o splitter utilizado em
função da taxa de penetração escolhida.
A OLT escolhida possui 16 portas GPON com capacidade de 1024 clientes. Nesse caso,
cada porta poderia atender até 64 clientes (WDCNET, 2018). A rede óptica deste projeto será
projetada considerando um sistema com uma taxa de penetração de cerca de 50 % (Tabela 14)
e com 150 clientes já cadastrados. Caso esse node esteja perto de completar todos os pontos de
atendimento previstos nas caixas CTOs durante o projeto da rede e ainda existam clientes em
potencial dentro do node, o sistema estará preparado para aumentar a taxa de penetração de 50
% para 100 %. Essa expansão da rede será possível pois será disponibilizada uma fibra óptica
extras em cada CTO para a criação de outro splitter 1:8 ou então para a colocação de outra caixa
CTO.
A organização dos splitters da rede está ilustrada na Figura 56, totalizando 5 por porta
da OLT. Do total de splitters, um está instalado na central (1:2) e quatro na ODN (dois 1:4 e
dois 1:8), atendendo um total de 64 clientes por porta da OLT. O splitter 1:4 está contido na
caixa de distribuição óptica (CDO) e o splitter 1:8 está contido na caixa de terminação óptica
(CTO).
A utilização do splitter 1:2, que está contido no DIO, torna possível uma maior
economia de portas da OLT. Além disso, quando a largura de banda para estes 64 clientes
estiver perto do limite, o mesmo pode ser retirado e uma das fibras restantes pode ser inserida
73
em outra porta PON da mesma ou de outra OLT. Nessas circunstâncias, para atender os 64
clientes, serão necessárias 2 portas da OLT, cada uma com 32 clientes (Figura 57). Caso as
portas da OLT estejam sendo utilizadas, será necessário a aquisição de uma nova OLT para
inserir os clientes da OLT antiga.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
A partir dos dados obtidos até agora, é possível realizar o cálculo do power budget do
sistema considerando os seguintes parâmetros:
Atenuação por fusão (0,1 dB), par de conectores (0,75 dB) e margem de segurança
(3dB) a partir da Tabela 9;
Atenuação splitter 1:2 (3,4 dB), 1:4 (6,8 dB) e 1:8 (10,2) a partir da Tabela 10;
74
𝐿𝐿𝐵 (𝑑𝐵) = (0,38 × 5) + (0,36 × 0,1) + (2 × 0,75) + 3,4 + 6,8 + 10,2 + (5 × 0,1) ≅ 24,3 𝑑𝐵 (4)
retangulares, a situação muda em relação às caixas CTOs, para estas, o posicionamento mais
adequado seria ao meio da rua, conforme ilustrado na Figura 58.
O correto posicionamento das caixas CTOs proporciona um comprimento menor para
os cabos tipo drop. Caso o cabo drop seja utilizado para corrigir falhas de projeto (caixas CTO
mal posicionadas), o custo da rede pode aumentar em algumas ocasiões, exigindo que o
projetista realize os cálculos de custos adicionais.
Fonte: Autor.
dimensionamento da rede óptica, na qual a rota primária atravessa o local de maior densidade
de clientes. A rede secundária da Figura 60 foi bastante otimizada em relação à rede secundária
da Figura 59, uma vez que o tamanho dos cabos de fibra óptica necessários para atender todos
os quarteirões foram extremamente reduzidos.
Fonte: Autor.
77
Fonte: Autor.
4.2.8. Posteamento
Após realizar o desenho do projeto, é necessário ir a campo para anotar quais postes
serão utilizados na construção da rede. A Figura 61 ilustra o local do poste que possui sua
identificação.
Fonte: Autor.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
A primeira rota a ser desenhada foi a rota que conecta as caixas de distribuição óptica
às caixas de terminação óptica, as quais pertencem à rota secundária (Figura 66). Após isso, foi
traçada a rota primária nos locais com maior densidade de pontos de atendimento, ou seja,
cruzando os locais mais próximos das caixas de distribuição óptica (Figura 67). Ao analisar a
Figura 67, percebe-se que as áreas que representam o alcance das CDOs e as rotas traçadas na
Figura 66 estão apagadas, de modo a facilitar a compreensão do desenho da rota primária. Ainda
em relação à Figura 67, nota-se que algumas CDOs estão distantes da rota primária. Para
resolver este problema, outras rotas são projetadas, as quais estão ilustradas na Figura 68. A
Figura 69 ilustra o desenho das rotas primária e secundária finalizadas. A Figura 70 ilustra um
zoom da região sul do node, que apresenta a rede óptica de forma mais completa.
82
Figura 66 – Desenho da rota secundária entre as caixas CTOs e CDOs (linhas pretas).
Fonte: Autor.
Figura 67 – Desenho da rota primária (em vermelho) nos locais com maior densidade de pontos de
atendimento.
Fonte: Autor.
83
Figura 68 – Desenho da rota secundária entre a rede primária e as caixas CDOs restantes.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
84
Figura 70 – Desenho da rede óptica com demonstração dos pontos de atendimento e alcance das caixas
CTO.
Fonte: Autor.
A implantação de projeto de uma rede PON não pode ser realizada apenas com o
desenho da rede, também é necessário que exista um projeto das conexões entre os componentes
existentes na rede. A Figura 71 ilustra como são realizadas as conexões entre as caixas de
distribuição e a de terminação óptica, em que cada CDO recebe duas fibras ópticas (uma
utilizada e outra reserva) e cada uma passa por um splitter 1:4. Já a CTO recebe duas fibras
ópticas (uma utilizada e outra reserva) e cada uma passa por um splitter 1:8. Vale ressaltar que
as fibras ópticas (F.O.) reservas existem para que seja possível a ampliação da taxa de
penetração de 50 para 100 %.
Os fabricantes possuem cabos com quantidades variáveis de F.O., conforme observado
na Figura 51. Porém, alguns valores são mais comerciais como 12, 24 e 36 fibras ópticas por
cabo, por exemplo. Apesar de o valor projetado ser igual à 8 F.O. na Figura 71, o valor de 12
F.O. por cabo é um valor mais comercial e por isso será utilizado no projeto.
85
Fonte: Autor.
Embora cada CDO possua capacidade de conexão de até quatro CTOs, algumas CDOs
apresentaram 2 ou 3 conexões devido à geografia da região. As CDOs 1 e 11 utilizaram apenas
3 splitters e a CDO 9 utilizou apenas 2 splitters, enquanto que o resto das CDOs foram utilizadas
em sua totalidade. A Figura 72 ilustra a utilização de cada caixa de distribuição óptica no projeto
da rede PON.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
87
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
CISCO. Cisco Visual Networking Index: Forecast and Methodology, 2016–2021, 2017.
Disponivel em: <https://www.cisco.com/c/en/us/solutions/collateral/service-provider/visual-
networking-index-vni/complete-white-paper-c11-481360.html#_Toc484813985>. Acesso em:
05 jul. 2018.
CONDUFIBRA. Diferença entre fibra ótica monomodo (SM) e multimodo (MM), 2017.
Disponivel em: <https://www.condufibra.com.br/diferenca-entre-fibra-otica-monomodo-e-
multimodo/>. Acesso em: 10 jul. 2018.
DINO. Exame. Segundo projeção, até 2020 cerca de 50 bilhões de dispositivos estarão
conectados à internet, 2017. Disponivel em:
<https://exame.abril.com.br/negocios/dino/segundo-projecao-ate-2020-cerca-de-50-bilhoes-
de-dispositivos-estarao-conectados-a-internet/>. Acesso em: 25 maio 2018.
FÉLIX, M. Como Montar Um Provedor De FIBRA ÓTICA ( FTTH ) FÁCIL 2018, 2018.
Disponivel em: <https://www.youtube.com/watch?v=uDvRQUz3JqM&index=24&list=WL>.
Acesso em: 08 ago. 2018.
FIBERWAN. Como é o processo de “emenda de uma fibra ótica” e por que ele é
complexo, às vezes demorado?, 2013. Disponivel em: <http://www.fiberwan.com.br/como-
e-o-processo-de-emenda-de-uma-fibra-otica-e-por-que-ele-e-complexo-as-vezes-demorado/>.
Acesso em: 10 jul. 2018.
FOULI, K.; MAIER, M. OCDMA and optical coding: Principles, applications, and
challengs. IEEE Communication Magazine. 2007. p. 27-34.
GUTIERREZ, D. et al. FTTH Standards, Deployments and Research Issues. 8th Jint
Conference on Information Sciences; Symposium on Photonics, Networking and Computing,
session: PNC-5 Optical Communication. Julho 2005. p. 1358-1361.
KEISER, G. FTTX Concepts and applications. 1. ed. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc, v.
1, 2006.
KEISER, G. Comunicações Por Figras Ópticas. 4. ed. Porto Alegre: McGraw Hill Brasil,
2014.
KRAMER, G.; MUKHERJEE, B.; PESAVENTO, G. Ethernet PON (EPON): Design and
Analysis of an Optical Acces Network. Photonis Network Communications. 2001. p. 307-
319.
LAGE, L. B.; OLIVEIRA, M. C. A. Estudo de uma Rede de Acesso Via Fibra Óptica.
Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília. 2006.
LAM, C. F. Passive Optical Network: Principles and Practice. San Diego: Elsevier Inc,
2007.
LEE, C.-H.; SORIN, W. V.; KIM, B. Y. Fiber to the Home Using a PON Infrastructure. J.
Lightwave Technol. 2006. p. 4568-4583.
LEINER, B. M. Brief History of the Internet. 1. ed. Reston: Internet Society, 1997.
90
TARANTOLA, A. Gizmodo. A fibra óptica mais rápida do mundo aguenta dados de uma
internet inteira., 2014. Disponivel em: <https://gizmodo.uol.com.br/a-fibra-otica-mais-
rapida-do-mundo-aguenta-os-dados-de-uma-internet-inteira/>. Acesso em: 24 maio 2018.
WHAT Internet speed is right for me? Abbmissouri, 2018. Disponivel em:
<https://www.abbmissouri.com/news-resources/speedneeds/>. Acesso em: 05 jul. 2018.
WOODWARD, B.; HUSSON, E. B. Fiber Optics Installer and Technician Guide - San
Francisco. London: Sybex, 2005.