Dimensionamento de Uma Rede FTTH

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE CARAÚBAS


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ESDRAS ANTONIO DE MENESES FILHO

DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE DE FIBRA ÓPTICA PON FTTH

CARAÚBAS - RN
2018
ESDRAS ANTONIO DE MENESES FILHO

DIMENSIONAMENTO DE UMA REDE DE FIBRA ÓPTICA FTTH PON

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido –
UFERSA, como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro Eletricista.

Orientador (a): Dr. Rodrigo Prado de


Medeiros.

APROVADO EM: 13/09/2018

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Prado de Medeiros
Presidente

______________________________________________
Profa. Dra. Tania Luna Laura
Primeiro Membro

_______________________________________________
Prof. Me. Juan Rafael Filgueira Guerra
Segundo Membro

CARAÚBAS - RN
2018
À minha mãe, Maria Olinda, por todo seu
carinho, amor, atenção, dedicação e incentivo
dados em todos os momentos da minha vida.
AGRADECIMENTOS

Àquele Deus maior que todos os homens, que sempre abriu meus olhos para as adversidades
que surgem, me ensinando a vencer obstáculos e aceitar minha própria condição e natureza
humana.
À minha mãe, Maria Olinda, por ser essa guerreira que, mesmo sozinha, durante quase toda
minha vida até o presente dia, foi capaz de me dar a melhor formação ao seu alcance, seja
pessoal ou acadêmica.
À minha namorada Débora Nayara, por toda amizade, companheirismo, carinho e atenção,
me ajudando nos momentos de dificuldade que acometeram a realização do presente trabalho.
Ao meu orientador e amigo Rodrigo Prado, com quem tive a honra e orgulho de trabalhar.
Agradeço não só pela paciência, dedicação e confiança a mim depositada, mas por todos os
conselhos sinceros, que muito me ensinaram profissionalmente e pessoalmente.
Aos meus amigos Felipe Augusto, Alefjohn Amorim, Anderson Fernandes, José Garibaldi,
Alan Edson, Gonçalo Machado e Lisandro Luís que sempre estiveram ao meu lado não só na
faculdade como também na vida.
Aos meus amigos da Líder NET, que me auxiliaram e tiraram dúvidas pertinente ao assunto
durante o tempo de escrita deste TCC e durante o período de estágio.
À todas aquelas pessoas que mesmo não citando, contribuíram significativamente na minha
formação pessoal e profissional.
“Deixem que o futuro diga a verdade e
avalie cada um de acordo com o seu trabalho e
realizações. O presente pertence a eles, mas o
futuro pelo qual eu sempre trabalhei pertence a
mim.”
(Nikola Tesla)
RESUMO

Nos últimos anos, tem-se observado um aumento considerável no consumo de internet,


em grande parte, como consequência de sites de compartilhamento/reprodução e streaming de
vídeos em resoluções de vídeo em FULL HD, 2K ou 4K. Dessa maneira, a oferta de planos
com largura de banda maior tornou-se necessária para que o consumidor seja capaz de consumir
conteúdos com grandes taxas de transferência de dados. A utilização de fibra óptica em redes
de acesso à internet revolucionou a forma de consumo, pois as taxas de transferências de dados
obtidos a partir da fibra óptica, são bastante superiores em relação a outras tecnologias, como
por exemplo, distribuição de internet via cabo coaxial e via rádio. Outras vantagens incluem
baixa perda de sinal, baixa manutenção da rede, maior segurança, menor consumo de energia,
leveza e características não-inflamáveis. Para o projeto de uma rede óptica são necessários
diversos conhecimentos, desde a tecnologia utilizada nos equipamentos à melhor maneira de
utilizar estes equipamentos na construção da rede óptica. Durante a concepção da rede, é
necessário definir qual tipo de rede óptica será utilizada. Existem dois tipos de redes de acesso
com fibra óptica: as redes ópticas ativas (AON) e as passivas (PON). As redes ópticas do tipo
PON são bem mais utilizadas, pois exigem energia elétrica apenas nas extremidades da rede,
fonte e consumidor, reduzindo os custos de manutenção e futuros problemas da rede. Outro
critério que deve ser levado em consideração é a proximidade da fibra óptica em relação ao
ponto de atendimento. Para uma rede FTTH (Fiber-to-the-home), por exemplo, a fibra óptica
vai até a casa do cliente. Neste trabalho, escolheu-se projetar uma rede de fibra óptica PON
FTTH. O projeto de uma rede PON FTTH apresenta várias fases, como a escolha do local de
construção, taxa de penetração, posicionamento das caixas CTO (caixa de terminação óptica) e
CDO (caixa de distribuição óptica) e o posicionamento das rotas primária e secundária, por
exemplo. Calculou-se o consumo médio de banda por residência. Foi analisado qual tipo de
tecnologia de acesso múltiplo possui o melhor custo-benefício. Além disso, a rede óptica foi
projetada de maneira a possuir um power budget com uma boa margem de segurança,
prevenindo que a rede possa ter problemas de atenuação ou perca de sinal.

Palavras-chave: Internet, fibra óptica, PON, AON, FTTH, CTO, CDO.


ABSTRACT

In the last years, there has been a considerable increase in internet consumption, mostly due to
sharing / playback sites and video streaming at video resolutions in FULL HD, 2K or 4K.
Therefore, the provision of plans with greater bandwidth became necessary for the consumer to
be able to consume contents with high rates of data transfer. The use of fiber optical in internet
access networks has revolutionized the way of consumption, since the rates of data transfer
obtained from fiber optic are very superior to other technologies, such as internet distribution
via coaxial cable and via radio. Other advantages include low signal loss, low network
maintenance, increased safety, lower power consumption, lightness and non-flammable
characteristics. For the design of an optical network it is necessary to have different
knowledges, from the technology used in the equipment to the best way to use these equipment
in the construction of the optical network. During the design of the network, it is necessary to
define which type of optical network will be used. There are two types of fiber optic access
networks: active optical (AON) and passive (PON) networks. Optical networks of the PON
type are much more used because they require electrical power only at the ends of the network,
source and consumer, reducing maintenance costs and future network problems. Another
criterion that must be considered is the proximity of the optical fiber to the point of service. For
an FTTH (Fiber-to-the-home) network, for example, the optical fiber goes to the client's home.
In this work, we chose to design a PON FTTH fiber optic network. The design of a PON FTTH
network has several phases, such as the choice of construction site, penetration rate, positioning
of optical termination box (OTB) and optical distribution box (ODB), and the positioning of
primary and secondary routes, for example. The average bandwidth consumption per residence
was calculated. It was analyzed which type of multiple access technology has the best cost-
benefit. In addition, the optical network was designed to have a power budget with a good
margin of safety, preventing the network from having problems of attenuation or loss of signal.

Key words: Internet, optical fiber, PON, AON, FTTH, OTB, ODB.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principais partes de uma rede de telecomunicações. .............................................. 21


Figura 2 – Soluções tecnológicas na rede de acesso. ............................................................... 22
Figura 3 – Velocidades recomendadas de conexão. ................................................................. 24
Figura 4 – Espectro de radiação eletromagnética. .................................................................... 26
Figura 5 – Esquema da estrutura de uma fibra óptica convencional de sílica. Uma capa de
plástico é geralmente utilizada para servir de encapsulamento. ............................................... 27
Figura 6 – Comparação entre as fibras ópticas convencionais monomodo e multimodo com
índice-degrau e índice-gradual. ................................................................................................ 27
Figura 7 – Componentes de uma rede PON ............................................................................. 30
Figura 8 – OLT PON AN5516-04 da FiberHome. ................................................................... 32
Figura 9 – ONU fabricada pela FiberHome. ............................................................................ 33
Figura 10 – Tráfego no sentido downtream.............................................................................. 33
Figura 11 – Tráfego no sentido upstream. ................................................................................ 34
Figura 12 – Redes P2P (ponto-a-ponto) e P2MP (ponto-a-multiponto)................................... 34
Figura 13 – Graus de Penetração de uma rede óptica (FTTx). ................................................. 36
Figura 14 – Topologia de rede em anel. ................................................................................... 37
Figura 15 – Topologia de rede em barramento......................................................................... 38
Figura 16 – Topologia de rede em árvore................................................................................. 38
Figura 17 – Topologia de rede em estrela. ............................................................................... 39
Figura 18 – Faixas de operação APON/BPON. ....................................................................... 41
Figura 19 – Rede EPON ........................................................................................................... 42
Figura 20 – Rede GPON. .......................................................................................................... 43
Figura 21 – Faixas de comprimento de onda EPON/10G-EPON. ........................................... 45
Figura 22 – Faixas de comprimento de onda GPON/10G-PON. ............................................. 46
Figura 23 – Exemplo de Rede óptica híbrida WDM/TDM. ..................................................... 49
Figura 24 – Emenda mecânica.................................................................................................. 49
Figura 25 – Emenda por Acoplamento de conectores. ............................................................. 50
Figura 26 – Máquina de fusão .................................................................................................. 50
Figura 27 – Alguns tipos de adaptadores.................................................................................. 51
Figura 28 – Seis tipos de conectores de fibra óptica, características e aplicações. .................. 51
Figura 29 – Patch cord / pigtails. ............................................................................................. 52
Figura 30 – Alguns tipos de atenuadores.................................................................................. 52
Figura 31 – Filtro óptico. .......................................................................................................... 53
Figura 32 – Splitter óptico 1/64. ............................................................................................... 53
Figura 33 – Acoplador WDM. .................................................................................................. 54
Figura 34 – Distribuidor ótico em formato de rack (à esquerda) e distribuidor ótico instalado
em parede (à direita). ................................................................................................................ 54
Figura 35 – Caixa de Distribuição Óptica (CDO). ................................................................... 55
Figura 36 – Caixa de Terminação Óptica (CTO). .................................................................... 55
Figura 37 – Estrutura de um cabo de fibra óptica genérico. ..................................................... 56
Figura 38 – Cabo tipo Loose tube buffer. ................................................................................. 57
Figura 39 – Cabo tipo Tight buffer. .......................................................................................... 57
Figura 40 – Cabo tipo Groove. ................................................................................................. 58
Figura 41 – Cabo tipo Ribbon................................................................................................... 58
Figura 42 – Cabo tipo armado. ................................................................................................. 59
Figura 43 – Cabo tipo auto-suportado. ..................................................................................... 59
Figura 44 – Link Power Budget (à esquerda) vs Link Loss Budget (à direita). ........................ 60
Figura 45 – Dimensionamento do power budget de uma PON. ............................................... 63
Figura 46 – Ilustração da distribuição das vias e dos bairros da cidade de Caraúbas/RN ........ 65
Figura 47 – Projeto FTTH esquematizado. .............................................................................. 66
Figura 48 – DIO Fit. ................................................................................................................. 67
Figura 49 – Rack para servidor S8512B. .................................................................................. 67
Figura 50 – Identificação das fibras ópticas. ............................................................................ 68
Figura 51 – Características físicas dos cabos de acordo o tamanho máximo do vão e número de
fibras ópticas. ............................................................................................................................ 68
Figura 52 – a) Caixa CDO e b) Caixa CTO. ............................................................................ 69
Figura 53 – Características cabo drop Overtek. ....................................................................... 69
Figura 54 – ONU AN5506-04-F. ............................................................................................. 70
Figura 55 – Cobertura da rede óptica. ...................................................................................... 71
Figura 56 – Demonstração da razão de divisão dos splitters. .................................................. 73
Figura 57 – Demonstração da razão de divisão dos splitters no futuro.................................... 73
Figura 58 – Posicionamento das Caixas CTO e CDO. ............................................................. 75
Figura 59 – Rota primária e secundária mal posicionadas. ...................................................... 76
Figura 60 – Rota primária e secundária bem posicionas. ......................................................... 77
Figura 61 – Identificação do poste. .......................................................................................... 77
Figura 62 – Localização do provedor de internet. .................................................................... 78
Figura 63 – Distribuição dos pontos de atendimento já cadastrados na região. ....................... 79
Figura 64 – Distribuição e alcance de cada caixa de terminação óptica (CTO). ...................... 80
Figura 65 – Distribuição e alcance de cada caixa de distribuição óptica (CDO). .................... 81
Figura 66 – Desenho da rota secundária entre as caixas CTOs e CDOs (linhas pretas). ......... 82
Figura 67 – Desenho da rota primária (em vermelho) nos locais com maior densidade de pontos
de atendimento.......................................................................................................................... 82
Figura 68 – Desenho da rota secundária entre a rede primária e as caixas CDOs restantes. ... 83
Figura 69 – Desenho da rota primária e secundária finalizados. .............................................. 83
Figura 70 – Desenho da rede óptica com demonstração dos pontos de atendimento e alcance
das caixas CTO. ........................................................................................................................ 84
Figura 71 – Método de conexão e distribuição de fibras ópticas entre as CDOs e CTOs. ....... 85
Figura 72 – Utilização de cada CDO projetada. ....................................................................... 85
Figura 73 – Esquema de conexão de cada ponto da rede óptica. ............................................. 86
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Diferenças entre tecnologias de rede de acesso. .................................................... 23


Tabela 2 – Banda de internet mínima para uma casa de 4 pessoas. ......................................... 24
Tabela 3 – Tráfego de internet do consumidor......................................................................... 25
Tabela 4 – Datas importantes das tecnologias óticas de redes de acesso. ................................ 40
Tabela 5 – BPON downstream/upstream combinações. .......................................................... 42
Tabela 6 – Recomendações da Norma ITU-T Gpon G.984. .................................................... 44
Tabela 7 – Principais características das redes APON/BPON, EPON e GPON. ..................... 47
Tabela 8 – Vantagem e desvantagens – tecnologias de acesso múltiplo – redes PON. ........... 48
Tabela 9 – Valores típicos do Power Budget. .......................................................................... 60
Tabela 10 – Atenuações de splitters. ........................................................................................ 61
Tabela 11 – Power budget das várias classes para BPON e GPON. ........................................ 62
Tabela 12 – Algumas características da OLT AN5516-05....................................................... 66
Tabela 13 – Características de perda potência do cabo G.652D monomodo. .......................... 68
Tabela 14 – Pontos de atendimento em função da taxa de penetração..................................... 72
LISTA DE ABREVIATURAS

10G-EPON 10 Gigabit - Ethernet Passive Optical Network


10G-PON 10 Gigabit Passive Optical Network
ADSL Asymmetrical Digital Subscriber Line
AON Active Optical Network
APON ATM Passive Optical Network
BPON Broadband Passive Optical Network
CDO Caixa de distribuição óptica
CO Central Office
CPE Customer Premises Equipment
CTO Caixa de terminação óptica
dB Decibel
DIO Distribuidor óptico
DN Distribution Network
EPON Ethernet Passive Optical Network
FTTB Fiber-to-the-building
FTTC Fiber-to-the-curb
FTTCab Fiber-to-the-cabinet
FTTH Fiber-to-the-home
FTTN Fiber-to-the-node
FTTX Fiber-to-the-X
FULL HD Full high definition
GPON Gigabit Passive Optical Network
HD High definition
ISDN Integrated Services Digital Network
LAN Local area network
LED Light-emitting diode
LLB Link Loss Budget
MIT Massachusetts Institute of Technology
MM Multi-Mode
OCDMA Optical code-division multiple-access system
ODN Optical Distribution Network
OLT Optical line terminal
ONT Optical network terminal
ONU Optical network unit
P2MP Point-to-multipoint communication
P2P Peer-to-peer
PC Personal Computer
PLC Programmable Logic Controller
PON Passive Optical Network
PTSN Public switched telephone network
SCMA Subcarrier division multiple access
SM Single Mode
TDM Time-division multiplexing
TDMA Time-division multiple acess
WDM Wavelength-division multiplexing
WDMA Wavelenght division multiple acess
xDSL X Digital Subscriber Line
LISTA DE SÍMBOLOS

∝𝜆 Atenuação da fibra óptica que depende de seu comprimento (dB/km)


L Comprimento da fibra óptica (km)
n Fator multiplicativo
C Perda por conectores
S Perda por splitters
J Perdas por fusão da fibra óptica
W Perdas por cada WDM coupler
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 18
1.1. MOTIVAÇÃO ................................................................................................................. 19
1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 19
1.2.1. Objetivo Geral .................................................................................................................... 19
1.2.2. Objetivos Específicos ......................................................................................................... 19
1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................................... 20
2. REDE DE ACESSO ...................................................................................................... 21
2.1. DIFERENÇAS ENTRE AS TECNOLOGIAS DE REDE DE ACESSO........................................... 22
2.1.1. Necessidade de internet de alta velocidade ....................................................................... 24
2.1.2. Considerações econômicas ................................................................................................. 25
2.2. FIBRA ÓPTICA ............................................................................................................... 26
2.2.1. Tipos de fibra óptica .......................................................................................................... 27
2.2.2. Materiais de fibra óptica ................................................................................................... 29
3. REDES ÓPTICAS ........................................................................................................ 30
3.1. REDE DE ACESSO ÓPTICA .............................................................................................. 30
3.1.1. Arquitetura das redes PON ............................................................................................... 30
3.1.1.1. OLT (Optical Line Terminal) ......................................................................................................... 30
3.1.1.2. ONx (ONU/ONT) .......................................................................................................................... 32
3.1.1.3. Divisor de potência (splitter) .......................................................................................................... 33
3.1.2. Rede óptica ativa (AON) .................................................................................................... 34
3.1.3. Rede óptica passiva (PON) ................................................................................................ 35
3.1.4. Graus de penetração da fibra óptica (FTTx) ................................................................... 35
3.1.4.1. FTTN/FTTCab ............................................................................................................................... 35
3.1.4.2. FTTC ............................................................................................................................................. 35
3.1.4.3. FTTB ............................................................................................................................................. 36
3.1.4.4. FTTH ............................................................................................................................................. 36
3.1.5. Topologia das redes PON .................................................................................................. 37
3.1.5.1. Topologia em anel .......................................................................................................................... 37
3.1.5.2. Topologia em barramento............................................................................................................... 37
3.1.5.3. Topologia em árvore ...................................................................................................................... 38
3.1.5.4. Topologia em estrela ...................................................................................................................... 39
3.2. TÉCNICAS DE ACESSO MÚLTIPLO ................................................................................... 39
3.2.1. TDMA (TDM-PON)........................................................................................................... 39
3.2.1.1. APON ............................................................................................................................................ 40
3.2.1.2. BPON ............................................................................................................................................ 41
3.2.1.3. EPON ............................................................................................................................................ 42
3.2.1.4. GPON ............................................................................................................................................ 43
3.2.1.5. 10G-EPON..................................................................................................................................... 44
3.2.1.6. 10G-PON ....................................................................................................................................... 45
3.2.2. Esquemas híbridos ............................................................................................................. 48
3.3. ELEMENTOS DE UMA REDE ÓPTICA PON ....................................................................... 49
3.3.1. Elementos Ativos ................................................................................................................ 49
3.3.2. Elementos Passivos............................................................................................................. 49
3.3.2.1. Emendas ........................................................................................................................................ 49
3.3.2.2. Adaptadores, conectores, pigtails ...................................................................................................51
3.3.2.3. Atenuadores ópticos ....................................................................................................................... 52
3.3.2.4. Filtros ópticos ................................................................................................................................ 52
3.3.2.5. Divisores de potência (splitters) ..................................................................................................... 53
3.3.2.6. Acoplador WDM ........................................................................................................................... 53
3.3.2.7. Caixa de terminação ou distribuidor óptico (DIO) .......................................................................... 54
3.3.2.8. Caixa de Distribuição Óptica (CDO) .............................................................................................. 54
3.3.2.9. Caixa de Terminação Óptico (CTO) ............................................................................................... 55
3.3.2.10. Cabos de fibra óptica .................................................................................................................... 55
3.3.2.11. Tipos de cabos de fibra óptica ...................................................................................................... 56
3.4. POWER BUDGET ............................................................................................................ 59
3.4.1. Perda dos componentes passivos ....................................................................................... 60
3.4.2. Dimensionamento de uma rede PON ................................................................................ 61
4. PROJETO DA REDE PON ......................................................................................... 64
4.1. DEFINIÇÕES INICIAIS DO PROJETO ................................................................................. 64
4.1.1. Área de cobertura da rede ................................................................................................. 64
4.1.2. Esquematização e definição dos principais equipamentos da rede óptica ..................... 64
4.2. PROJETO DA REDE PON ................................................................................................ 70
4.2.1. Definição do node de atendimento .................................................................................... 70
4.2.2. Definição da largura de banda .......................................................................................... 71
4.2.3. Definição da taxa de penetração ....................................................................................... 72
4.2.4. Definição do Split Rate ....................................................................................................... 72
4.2.5. Cálculo do power budget .................................................................................................... 73
4.2.6. Posicionamento das Caixas CTOs e CDOs ....................................................................... 74
4.2.7. Desenho das rotas primária e secundária......................................................................... 75
4.2.8. Posteamento........................................................................................................................ 77
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................ 78
5.1. DESENHO DA REDE PON................................................................................................. 78
5.2. CONEXÕES INTERNAS À REDE PON .............................................................................. 84
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 87
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ............................................................................. 88
18

1. INTRODUÇÃO

Desde os tempos mais remotos, as pessoas possuem uma necessidade natural de


comunicar-se com as outras. Tal necessidade criou um interesse no desenvolvimento de
sistemas de comunicação para enviar mensagens de um local distante a outro. Segundo Leiner
(1997), o primeiro registro de interações sociais que poderiam ser ativadas através de uma rede
era uma série de memorandos escritos por Licklider do MIT (Massachusetts Institute of
Technology) em agosto de 1962, o qual discute seu conceito de “Rede Galáctica”, imaginando
um conjunto globalmente interconectado de computadores através da quais todos pudessem
acessar rapidamente dados e programas de qualquer site.
A partir disso, muitas tecnologias de acesso à internet foram lançadas no mercado, tais
como: acesso discado, acesso ADSL (Asymmetrical Digital Subscriber Line), acesso por cabo
modem, acesso dedicado, acesso via rádio, acesso via satélite, acesso móvel, acesso misto e
acesso via fibra óptica (BERNAL FILHO, 2013).
As redes de fibra óptica podem ser do tipo ativas (AON - Active Optical Network) ou
passivas (PON - Passive Optical Network). Em uma rede ativa, é necessário utilizar switches
alimentados eletricamente para gerir a distribuição do sinal enviado da fonte para o consumidor
determinado. Em uma rede passiva, em vez da presença desses switches são usados splitters
que dividem os sinais originados da fonte por toda a rede. A rede passiva exige energia elétrica
apenas nas extremidades da rede: fonte e consumidor. Enquanto na rede ativa em toda a rede
são necessárias fontes de alimentação (RODRIGUES, 2013).
Hoje em dia, ao dimensionar redes de acesso de fibra óptica baseadas nas premissas
FTTx, com tecnologias como a GPON ou a EPON, é importante ponderar os aspectos práticos
e limitações das suas implementações, como: opções arquiteturais, limitações de desempenho
de equipamentos (passivos ou ativos) nos diferentes segmentos da rede, planos de instalação e
até mesmo o comportamento dos mercados podem levar a uma capacidade limitada da rede.
Sendo assim é preciso continuar o processo de evolução nas infraestruturas e tecnologias que
levem a superar estas limitações.
Ao projetar uma rede PON deve-se levar em consideração diversas variáveis, tais como:
melhores rotas para os cabos de fibra óptica, perda de sinal óptico em alguns trechos da rede,
quantidade de splitters e diversas outras variáveis que podem contribuir para que o seu sinal de
internet seja comprometido.
19

1.1. MOTIVAÇÃO

Segundo Dino (2017), é estimado que em até 2020 cerca de 50 bilhões de dispositivos
estejam conectados à internet. Em consequência do aumento do número de dispositivos e da
evolução das tecnologias presentes nestes dispositivos, tem-se observado um aumento
considerável no consumo de internet (CISCO, 2017). Dessa maneira, redes de acesso com altas
capacidades de transmissão de dados são requeridas para atender essa crescente demanda.
As tecnologias de acesso à internet antecessoras à fibra óptica possuem grandes fatores
limitantes, como sua velocidade reduzida (devido aos cabos e equipamentos) e instabilidades
na rede, por exemplo. Enquanto que a fibra óptica possui apenas uma limitação, a qual está
presente em todas as outras tecnologias, que são os equipamentos de envio e recebimento de
dados. Por exemplo, existem redes de fibra óptica que chegam a velocidades de 100 Gbps, a
qual não pode atingir valores maiores devido a limitação dos equipamentos (TARANTOLA,
2014).
De acordo com Muller (2016), as redes PON possuem alta largura de banda, são fáceis
de gerenciar e instalar, além de serem altamente escaláveis e com alta densidade de penetração.
As redes PON estão substituindo as redes que possuem outras tecnologias em todo o mundo.
Sendo assim, o profissional capaz de projetar e realizar a manutenção de redes PON conseguirá
um amplo espaço no mercado de trabalho.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

Desenvolver um projeto de uma rede/enlace de fibra óptica FTTH PON em uma região
da cidade de Caraúbas – RN.

1.2.2. Objetivos Específicos

 Pesquisar redes PON, técnicas de projeto de redes PON e também sobre fibra óptica;
 Realizar o cálculo de power budget;
 Definir a banda necessária para suprir a rede na cidade de Caraúbas – RN;
 Conhecer todos os elementos constituintes de uma rede PON;
20

 Conhecer as tecnologias de acesso múltiplo de uma rede óptica;


 Realizar o correto posicionamento das caixas de terminação óptica (CTO) e de
distribuição óptica (CDO);
 Realizar o desenho das redes primária e secundária usando o software Google Earth Pro.

1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

 Capítulo 1 – Introdução: Este capítulo apresenta uma introdução sobre o tema, a


motivação do trabalho e os objetivos a serem alcançados;
 Capítulo 2 – Rede de acesso: Este capítulo realiza uma pesquisa bibliográfica sobre os
tipos de redes de acesso, considerações econômicas e sobre fibra óptica;
 Capítulo 3 – Rede óptica: Este capítulo realiza uma pesquisa bibliográfica sobre a rede
de acesso óptica, técnicas de acesso múltiplo, elementos de uma rede PON e também
sobre power budget;
 Capítulo 4 – Projeto da rede PON: Neste capítulo realiza-se o projeto da rede PON;
 Capítulo 5 – Resultados e Discussões: Este capítulo apresenta os resultados e discussões
passo a passo da rede óptica projetada no capítulo quatro;
 Capítulo 6 – Considerações Finais: Este capítulo apresenta as considerações finais
obtidas a partir dos resultados alcançados do projeto de uma rede PON;
 Referencial Bibliográfico: Neste capítulo são apresentadas as referências bibliográficas
utilizadas durante este trabalho.
21

2. REDE DE ACESSO

De acordo com Eler (2015), uma rede de telecomunicações é constituída por uma rede
principal, rede de acesso e os equipamentos terminais, conforme ilustrado na Figura 1.

Figura 1 – Principais partes de uma rede de telecomunicações.

Fonte: ELER, 2015.

Outras denominações para as partes de uma rede de telecomunicações (Figura 1) são:


escritório central/rede core/nuclear (CO: Central Office), rede de distribuição/acesso (DN:
Distribution Network) e os equipamentos nas instalações do cliente (CPE: Customer Premises
Equipment), em substituição as três partes anteriores respectivamente.
A CO é formada pelos equipamentos centrais, do núcleo da rede, normalmente presentes
nas empresas prestadoras de serviço de Telecomunicações. A rede de acesso (DN) é formada
por todos os meios de transmissão que interligam a CO e o usuário final (CPE) como ilustrado
na Figura 2. Fazem parte deste item, as linhas ISDN (Integrated Services Digital Network),
ADSL, Sistemas Wireless, Linhas Telefônicas, Sistemas PLC, redes ópticas (ODN - Optical
Distribution Network) etc. Os CPEs realizam a interface final entre o usuário e o sistema de
telecomunicações responsável pela prestação do serviço. Como por exemplo: telefones,
computadores (PCs) ou roteadores.
22

Figura 2 – Soluções tecnológicas na rede de acesso.

Fonte: LOPES, 2011.

De acordo com Lopes (2011), existem fundamentalmente quatro tipos principais de


meios físicos de transmissão nas redes de acesso:
 Par entrançado de cobre: Pares de cobre entrançados, usadas por exemplo em redes
telefônicas (PTSN - Public switched telephone network) e redes xDSL (Digital
Subscriber Line);
 Cabo coaxial: É constituído por um fio de cobre condutor revestido por um material
isolante e rodeado de uma blindagem. Inicialmente construído para a transmissão de
televisão, rapidamente evoluiu para a transmissão de dados e voz;
 Wireless: Consiste na transferência de dados e informações sem a utilização de
cabos. Utilizada em tecnologias rádio e é encontrada em redes telefônicas móveis;
o Difusão em espaço livre: transmissões em broadcast de rádio ou TV;
 Fibra óptica: Inicialmente era utilizada na rede core, para transmissões de alta
velocidade. A fibra óptica será melhor abordada na seção 2.2.

2.1. DIFERENÇAS ENTRE AS TECNOLOGIAS DE REDE DE ACESSO

Na indústria, existem algumas diferenças entre os tipos de rede de acesso (Tabela 1).
Por exemplo, a internet discada (dial-up) fornece uma conexão de até 56 Kbks enquanto que a
internet via satellite fornece uma conexão de 512 Kbps, claro que deve ser levado em
consideração que estas tecnologias citadas anteriormente são muito mais antigas que a fibra
óptica utilizada em telecomunicações.
23

Ao observar a Tabela 1, entende-se a fibra óptica é a melhor escolha em termos de


velocidade de internet em relação às outras tecnologias, pois até agora não existe nenhum
equipamento capaz de utilizar todo o potencial que a fibra óptica oferece (TARANTOLA,
2014).
Tabela 1 – Diferenças entre tecnologias de rede de acesso.

Fonte: SUZANNE, 2014.


24

2.1.1. Necessidade de internet de alta velocidade

Nos últimos anos tem existido uma grande necessidade de uma banda larga de alta
velocidade, pois com o avanço dos smartphones, tablets, PCs e entre outros, exigiu-se em
simultâneo o avanço da internet. Como pode-se observar na Tabela 2, uma internet de 9 Mbps
está no limite para uma família de 4 pessoas, levando em conta que a mãe está assistindo em
sua TV algo com definição em HD. Quando se leva em consideração resoluções de vídeo em
FULL HD, 2K ou 4K (Ultra HD), deve considerar adquirir uma internet com uma banda maior.
Uma empresa de streaming de filmes, séries e documentários informa em seu site
(Figura 3) algumas velocidades de conexão recomendadas para cada uma de suas resoluções de
vídeo. Como pode-se observar, para assistir algo em Ultra HD é recomendado uma internet de
25 Mbps. Ao substituir esse dado da Figura 3 na Tabela 2, a internet mínima necessária para
suprir uma família seria de cerca de 30 Mbps. De acordo com a Montana Broadband
(responsável pela Tabela 1), a única tecnologia de rede de acesso que poderia suprir essa
demanda com eficiência, menores perdas de sinal e custo-benefício seria a fibra óptica.

Tabela 2 – Banda de internet mínima para uma casa de 4 pessoas.

Fonte: ABBMISSOURI, 2014.

Figura 3 – Velocidades recomendadas de conexão.

Fonte: NETFLIX, 2018.


25

2.1.2. Considerações econômicas

A partir das considerações feitas na seção anterior, pode-se notar que o consumo de
internet está aumentando bastante. Esse aumento é o grande responsável pelos investimentos
no desenvolvimento e implantação de redes de acesso com fibra óptica, particularmente, redes
PON (seção 3.1.1.).
O que mostra que basicamente um terço dos usuários da internet está utilizando a
internet para a reprodução de vídeos e músicas. De acordo com CISCO (2017), o consumo
mundial de dados de internet em 2016 foi de 58630 Petabytes de dados trafegados por mês e
para 2021 é previsto subir para cerca 195440 Petabytes, resultando em um aumento de mais de
3 vezes o tráfego de dados em 5 anos (Tabela 3).

Tabela 3 – Tráfego de internet do consumidor.

Fonte: CISCO, 2017.

Todos os dados acima dão um resumo de como a demanda por conteúdo e,


consequentemente, por banda tem crescido nos últimos anos e como o mercado de redes de
acesso de alta velocidade pode se beneficiar disso.
Diante desse cenário, é natural que operadoras invistam cada vez mais em redes de
acesso com fibra óptica com arquiteturas FTTx (seção 3.1.4). Além disso, investimentos em
26

redes de fibra óptica são considerados investimentos com grande perspectiva de futuro, uma
vez que a tecnologia de equipamentos ópticos está longe de se tornar obsoleta.

2.2. FIBRA ÓPTICA

A fibra óptica é um guia de ondas dielétrico que opera nas frequências ditas ópticas,
como ilustrado na Figura 4. Esse guia de onda é construído geralmente em formato cilíndrico.
A fibra óptica confina a energia eletromagnética na forma de luz dentro de sua superfície e guia
a luz em uma direção paralela a seu eixo (KEISER, 2014).

Figura 4 – Espectro de radiação eletromagnética.

Fonte: KEISER, 2014.

A estrutura amplamente aceita da construção de uma fibra óptica consiste em um único


cilindro dielétrico sólido de raio a e índice de refração n1, como ilustrado na Figura 5. Esse
cilindro descrito anteriormente é conhecido como núcleo da fibra. O núcleo é revestido por uma
casca dielétrica que possui um índice de refração n2 menor que n1. Essa casca serve para vários
propósitos como: reduzir a perda por dispersão resultante das descontinuidades da superfície
dielétrica do núcleo, protege o núcleo da absorção de contaminantes superficiais com os quais
ele pode entrar em contato e acrescenta resistência mecânica (KEISER, 2014). A função básica
de uma fibra óptica é transmitir alguma informação de algum equipamento a outro
equipamento, ou seja, realizar um enlace de dados.
27

Figura 5 – Esquema da estrutura de uma fibra óptica convencional de sílica. Uma capa de plástico é
geralmente utilizada para servir de encapsulamento.

Fonte: KEISER, 2014.

2.2.1. Tipos de fibra óptica

Nas fibra ópticas mais comuns, o núcleo é um vidro composto de um material chamado
silica de alta pureza (SiO2) rodeado por uma casca de vidro. Além do núcleo de vidro, fibras
com núcleo de plastico de alta perda com cascas plásticas também são altamente utilizadas
(KEISER, 2014).

Figura 6 – Comparação entre as fibras ópticas convencionais monomodo e multimodo com índice-
degrau e índice-gradual.

Fonte: KEISER, 2014.

De acodo com Keiser (2014), as variações na composição do material do núcleo acabam


por dar origem aos dois tipos de fibras mais comuns, o qual está ilustrado na Figura 6. Para o
primeiro caso (fibra óptica de índice-degrau), o índice de refração do núcleo é uniforme ao
longo do seu comprimento e sofre uma mudança brusca na interface com a sua casca. Para o
segundo caso (fibra óptica de índice-gradual), o índice de refração do núcleo é feito para variar
28

em função da distância radial a partir do centro da fibra. Ambos os tipos de fibras ópticas podem
ser divididos em duas classes: monomodo (SM) e multimodo (MM). A fibra monomodo (ou
modo único) sustenta apenas um modo de propagação, enquanto que as fibras multimodo
podem conter centenas de modos.
De acordo com Condufibra (2017) as vantagens e desvantagens do tipo de fibra
monomodo são:
 Vantagens:
o Velocidade superior ao multimodo;
o Maior alcance de sinal e menor taxa de perda.
 Desvantagens:
o Difícil alinhamento em caso de emendas e conectores;
o Preço dos equipamentos muito alto.
De acordo com Condufibra (2017) as vantagens e desvantagens do tipo de fibra
multimodo são:
 Vantagens:
o Ideal para o uso em redes LAN;
o Fácil de trabalhar e alinhar em caso de emendas e conectores;
o Preço dos equipamentos mais baixo que monomodo, barateando custo de
redes.
 Desvantagens:
o Taxas de transmissão mais baixas que cabos monomodo (apesar de não
ser tão discrepante em curtas distâncias);
o Distância limitada.
As fibras multimodo oferecem outras vantagens em comparação às monomodo. Por
exemplo: os raios maiores do núcleo das fibras multimodo tornam mais fácil enviar potência e
facilitam a conexão com conjuntos de fibras semelhantes. Outra vantagem é que a luz pode ser
introduzida pela fibra multimodo, usando como fonte um LED (diodo emisor de luz), enquanto
que nas fibras monomodo, ela deve ser, na maioria dos casos, excitada com diodos do tipo laser
(KEISER, 2014). A escolha do tipo de fibra óptica é levada em conta no tipo de projeto a ser
feito. (Obs.: Informações de valores de distância e velocidade serão levadas em consideração
nos capítulos subsequentes).
29

2.2.2. Materiais de fibra óptica

Como explicado anteriormente na seção 2.2.1, o tipo mais comum de material para fibra
óptica é feita de vidro, constituído de sílica (SiO2) ou de um silicato. A variedade de fibras de
vidro disponíveis vai de fibras com perda moderada e núcleos de grandes dimensões utilizadas
para transmissão de curta distancia a fibras muito transparentes (baixa perda) empregandas em
aplicaçõas de longa distância. Além de fibras de vídro, existem também fibras de plástico, são
menos utilizadas em razão de sua atenuação substancialmente mais elevada que nas fibras de
vídro. A principal aplicação das fibras plásticas é em aplicações de curta distância e em
ambientes mais agressivos, ou seja, exija uma enorme resistencia mecânica das fibras plásticas
(vantagem em relação às fibras de vidro) (KEISER, 2014).
30

3. REDES ÓPTICAS

3.1. REDE DE ACESSO ÓPTICA

3.1.1. Arquitetura das redes PON

As redes ópticas passivas são compostas por fibras ópticas e diversos dispositivos
ópticos e sistemas. Em resumo, uma rede PON é constituída de uma OLT (Optical Line
Terminal), uma ODN (Optical Distribution Network) contendo os divisores ópticos (splitters)
e diversas ONUs (Optical Network Unit). Assim como poderemos observar na Figura 7.

Figura 7 – Componentes de uma rede PON.

Fonte: Autor.

3.1.1.1. OLT (Optical Line Terminal)

A OLT (Figura 8) trata-se de um equipamento ativo que está localizado nas instalações
do operador de telecomunicações, localizado na CO (Central Office). A OLT controla e
administra a transmissão das ONUs, precisando de um receptor que opere em modo rajada
(volumes esporádicos de tráfego). As rajadas são diversos bits vindo de uma determinada ONU.
Portanto, é preciso controlar os diferentes níveis de amplitude do sinal, já que as ONUs estão
localizadas em distâncias diferentes do OLT (KRAMER e PESAVENTO, 2002)
(GUTIERREZ, KIM, et al., 2005).
O comprimento de onda de operação entre o OLT e o ONU vai depender do tipo de
técnica de acesso múltiplo empregada na rede, que será melhor abordada na seção 3.2.
31

Segundo Nunes (2016), vários aspectos devem ser considerados pelo engenheiro
responsável pelo projeto da rede, como:
 Potência: Tem de ser suficiente para permitir uma boa recepção de sinal no destino.
Quanto maior a rede, maior será a potência necessária pois as distâncias serão
maiores;
 Comprimento de onda: A dispersão cromática é o comportamento diferenciado da
luz quando se propaga no interior deste material. O efeito de dispersão cromática é
menor para comprimentos de onda menores uma vez que o índice de refração
geralmente diminui com o comprimento de onda (SACHS, 2012).
 Ruído: Não deve sofrer flutuações aleatórias de amplitude do ruído (relativo ao custo
do equipamento e fabricante);
 Insensibilidade ao meio ambiente: Deve possuir uma maior resistência a possíveis
alterações climáticas que possam comprometer o funcionamento;
 Custo: O custo/benefício deve ser o melhor possível;
 Fiabilidade: Deve ser classificado com um MTBF (Mean Time Between Failure)
elevado. Os números MTBF representam uma aproximação estatística de quanto
tempo um conjunto de dispositivos deve durar antes de sua falha (TECH-FAQ,
2013).
Existem dois tipos de emissores óticos em uma OLT. Os de LEDs e os diodos laser. Os
emissores LEDs são mais simples, baratos e confiáveis, no entanto, possuem um espectro mais
largo de luz derivado de uma emissão incoerente, possuem pior eficiência no acoplamento de
luz na fibra e limitações na velocidade de modulação. São por isso usados em sistemas de menor
capacidade de transmissão. Os emissores do tipo laser semicondutores são mais caros e mais
sensíveis a variações de temperatura, gerando uma radiação mais coerente, com espectro mais
estreito e feixe mais diretivo com potências maiores. São maioritariamente usados em sistemas
óticos de elevada taxa de transmissão e/ou transmissões de elevadas distâncias (PEREIRA,
2008).
32

Figura 8 – OLT PON AN5516-04 da FiberHome.

Fonte: WDCNET, 2018.

3.1.1.2. ONx (ONU/ONT)

A função dos fotodetectores dentro de uma ONU é absorver a luz transmitida pela fibra
e convertê-la em corrente elétrica para processamento do receptor. O ideal é que os
fotodetectores tivessem o maior alcance possível, operando nos menores níveis possíveis de
potência óptica, e realizando a conversão com o mínimo de erros e de ruído, porem cada
fabricante possui um valor máximo e mínimos de potências suportadas (PEREIRA, 2008).
Uma ONU é um aparelho que dependendo de sua localização pode ser chamado tanto
de ONU (Optical Network Unit) ou ONT (Optical Network Terminal), esta localização é
também chamada de graus de penetração da fibra óptica (seção 3.1.4.). Quando se está na
configuração FTTCab (Fiber-to-the-Cabinet) e FTTC (Fiber-to-the-Curb) ela é chamada de
ONU e quando ela está na configuração FTTH (Fiber-to-the-home) e FTTB (Fiber-to-the-
Building) recebe o nome de ONT. Além disso, quando a OLT envia mensagens em broadcast,
as ONUs/ONTs reconhecem apenas mensagens destinadas a ela e ignoram as demais. Isso
acontece porque uma única fibra tem sua potência dividida em uma determinada fração, o qual
é necessário que a ONU/ONT possa reconhecer qual dado é destinado a ela, os dados podem
ser transportados de acordo com a tecnologia operante na rede (seção 3.2.) (SANTOS, ROSSI
e CÉSAR, 2009). Obs.: A partir de agora será somente mencionado ONU, não ONT, pois ONU
é a forma mais comum de se relacionar aos receptores ópticos.
33

Figura 9 – ONU fabricada pela FiberHome.

Fonte: MGN, 2018

3.1.1.3. Divisor de potência (splitter)

O divisor passivo, mais conhecido como splitter óptico é um dispositivo passivo capaz
de combinar e dividir o sinal óptico em sentido:
 Downstream: Neste sentido este dispositivo irá dividir o sinal de entrada e o
direciona para todas as portas de saída que estão ligadas com as ONUs, assim
como ilustra a Figura 10 (CARMEN e CARRASCO, 2007).

Figura 10 – Tráfego no sentido downtream.

Fonte: CARMEN e CARRASCO, 2007.

 Upstream: Neste sentido este dispositivo combina todos os sinais enviados desde
as ONUs em direção ao OLT. Cada ONU estabelece comunicação direta com o
OLT, mas não com as outras ONUs conforme ilustrado na Figura 11 (CARMEN
e CARRASCO, 2007).
34

Figura 11 – Tráfego no sentido upstream.

Fonte: CARMEN e CARRASCO, 2007.

3.1.2. Rede óptica ativa (AON)

As redes ópticas ativas ou redes AON (Active Optical Network) apresentam uma grande
diferença em relação às soluções PON: necessitam de equipamentos ativos (switches, routers
ou multiplexers) em sua ODN, ou seja, requerem alimentação elétrica para distribuir o sinal
óptico. As topologias adotadas por estas redes de acesso podem ser topologias ponto-a-ponto
(Figura 12), uma fibra dedicada a um utilizador final, ou topologias ponto-a-multiponto (Figura
12), que necessitam de equipamentos ativos implementados na rede de transporte. Como os
equipamentos são ativos, o custo de implementação e manutenção são bem mais elevados se
comparados às redes PON (LOPES, 2011).

Figura 12 – Redes P2P (ponto-a-ponto) e P2MP (ponto-a-multiponto).

Fonte: RODRIGUES, 2013.


35

3.1.3. Rede óptica passiva (PON)

As redes ópticas passivas ou redes PON (Passive Optical Network) na rede de acesso
foram concebidas com base numa topologia de rede de ponto-multiponto, onde o meio é comum
a múltiplos utilizadores que partilham a mesma largura de banda. Estas redes são então
designadas de redes passivas pois, com a exceção dos equipamentos terminais (OLT e ONU),
não há necessidade de recurso a energia elétrica na rede de transporte. Dessa forma, como não
há equipamentos ativos na ODN o planeamento da rede é simplificado e os custos de operação
e manutenção são diminuídos (LOPES, 2011).

3.1.4. Graus de penetração da fibra óptica (FTTx)

Dependendo do ponto de terminação da fibra óptica, as arquiteturas FTTx têm diversas


designações, as mais comuns são: FTTN (Fiber-To-The-Node), FTTCab (Fiber-To-The-
Cabinet), FTTC (Fiber-To-The-Curb), FTTB (Fiber-To-The-Building) e FTTH (Fiber-To-The-
Home).

3.1.4.1. FTTN/FTTCab

Esta arquitetura é constituída por cabos óticos desde a central até ao armário de
distribuição servindo áreas relativamente reduzidas, com cerca de 1500 m de raio. A ligação
dos terminais (ONU) ao armário será suportada por cabo coaxial ou o tradicional par trançado
de cobre. Destinam-se a uma distribuição para uma densidade populacional de algumas
centenas de utilizadores (SANTOS, 2012).

3.1.4.2. FTTC

Esta arquitetura descreve a implementação de fibra ótica desde a CO até um armário


que agrega uma pequena área de cerca de 300 m de raio, associado a uma pequena densidade
populacional, que se interligam a esse armário através de cabo coaxial ou par trançado de cobre,
da mesma forma que a FTTN/FTTCab. Esta arquitetura difere da designada por FTTCab
principalmente no fator de alcance da fibra, pois permite um alcance máximo de 300 metros
enquanto que a FTTCab tem um alcance superior, entre 300 a 1500 metros (SANTOS, 2012).
36

3.1.4.3. FTTB

Esta arquitetura diz respeito à implementação de fibra ótica desde a CO até à entrada
dos edifícios quer eles sejam residenciais ou empresariais, não chegando ao apartamento do
cliente. A ligação entre o armário situado à entrada do edifício e o equipamento do utilizador é
assegurado por meio de cabos de pares trançados de cobre, cabo coaxial (SANTOS, 2012).

3.1.4.4. FTTH

Este cenário contempla a implementação de fibra ótica em toda a rede de acesso, ou


seja, desde a central de distribuição, até ao equipamento final, colocado na residência do cliente.
Os tipos de redes FTTH conseguem obter uma taxa maior de transmissão de dados pois somente
a fibra óptica é utilizada para comunicação, não é utilizado nenhum cabo coaxial ou par
trançado de cobre (SANTOS, 2012).
Como discutido anteriormente na seção 2.1.1 (Necessidade de internet de alta
velocidade), o tipo de rede FTTH é a que melhor representa o futuro, pois com o aumento da
largura de banda será exigido a menor perda de sinal/dados possível.

Figura 13 – Graus de Penetração de uma rede óptica (FTTx).

Fonte: LOPES, 2011.


37

3.1.5. Topologia das redes PON

As redes ópticas passivas podem ser implementadas por três topologias físicas: em anel,
barramento ou árvore. Cada topologia apresenta características distintas, sendo implementadas
conforme a necessidade do projeto (KRAMER e PESAVENTO, 2002). Porem uma outra
topologia pode ser aplicada, em forma de estrela (OLIVEIRA, 2014),

3.1.5.1. Topologia em anel

Na topologia em anel, duas ONUs são conectadas a uma OLT criando dois segmentos
de transmissão. As demais ONUs são conectadas de forma serial, formando um barramento
óptico, como ilustrado na Figura 14.
A principal vantagem é a proteção, pois assim como em sistemas elétricos de potência
caso ocorra um rompimento da fibra, o tráfego da rede circula na outra direção, também
conhecido como redundância da rede (LAM, 2007).
Contudo apresenta a mesma desvantagem que a topologia em barramento, visto que o
sinal ótico é atenuado sempre que passa por um splitter (OLIVEIRA, 2014).

Figura 14 – Topologia de rede em anel.

Fonte: FERREIRA, 2011.

3.1.5.2. Topologia em barramento

Numa topologia em barramento os ONUs são interligados ao OLT de acordo com o


esquema da Figura 15. Como é possível constatar, existe um cabo de fibras ligado ao OLT e
posteriormente cada ONU recebe uma fibra proveniente de um splitter com fator de derivação
38

de 1:2. Por cada splitter introduzido na rede, existe uma perda de potência do sinal ótico. Por
esse motivo, as ONUs mais afastados do OLT recebem um sinal ótico mais fraco
(CARVALHO, 2009).

Figura 15 – Topologia de rede em barramento.

Fonte: FERREIRA, 2011.

3.1.5.3. Topologia em árvore

Na topologia em árvore, uma OLT é conectada a um divisor óptico passivo por meio de
uma fibra. A partir deste divisor, as ONUs são interligadas à OLT, como é ilustrado na Figura
16. Essa topologia no sentido downstream ela é ponto-multiponto, já no sentido upstream ela é
ponto-a-ponto (LAM, 2007) (ARBIETO, 2007).
Esta topologia é a mais utilizada nas redes PON, devido a sua simplicidade e ao seu
baixo custo de implementação e manutenção. Porém, possui uma desvantagem, pois toda a rede
depende de uma única fibra (entre o OLT e o primeiro splitter), que em caso de
falha/rompimento deixa toda a rede óptica a jusante sem internet (CARVALHO, 2009)

Figura 16 – Topologia de rede em árvore.

Fonte: FERREIRA, 2011.


39

3.1.5.4. Topologia em estrela

Esta topologia fornece uma conectividade ponto-a-ponto entre OLT e ONT/ONU


(Figura 17). Esta topologia permite entrega de banda dedicada de altas taxas aos usuários finais
e possui baixo custo em operação, administração e manutenção (OAM) (OLIVEIRA, 2014).

Figura 17 – Topologia de rede em estrela.

Fonte: OLIVEIRA, 2014.

3.2. TÉCNICAS DE ACESSO MÚLTIPLO

Nas redes PON é necessário controlar o acesso múltiplo ao canal na transmissão


upstream, em razão de todas ONUs compartilharem uma mesma fibra (normalmente 1:64). A
técnicas mais utilizadas para acesso múltiplo são as seguintes: TDMA, WDMA, OCDMA,
SCMA (KRAMER, MUKHERJEE e PESAVENTO, 2001).

3.2.1. TDMA (TDM-PON)

De acordo com Perros (2005), o TDMA (Time-Division Multiple Access) é uma técnica
de múltiplo acesso por divisão por tempo, dividindo a largura de banda total do enlace em vários
canais. Esta distribuição de banda por esses canais é feita pela atribuição de um intervalo de
tempo, denominado time slot. Dessa forma a técnica TDMA permite que cada ONU utilize um
timeslot, podendo ser fixo ou variável explorando toda a largura de banda do canal.
Este esquema utiliza um mesmo comprimento de onda para a transmissão, é necessário
só um tipo de transceptor para todas as ONUs, facilitando a operação e manutenção do sistema.
Consequentemente, os custos são menores que as outras técnicas (WDMA, OCDMA, SCMA).
40

Os quadros de comunicação upstream de diferentes ONUs são transmitidos de tal forma que
alcancem a OLT em uma forma sequencial, o que requer uma sincronização das transmissões,
considerando todo o período que leva a propagação do sinal de cada ONU até o OLT, para
evitar colisão dos sinais. O controle da transmissão normalmente é realizado na central pela
OLT, indicando o instante em que a ONU deve enviar seus dados (ARBIETO, 2007), (LAGE
e OLIVEIRA, 2006).
A técnica TDMA nas redes PON é chamada de TDM-PON. As tecnologias TDM-PON
mais em uso atualmente são:

 Broadband-PON (BPON) (ITU G.983 Recommendations);


 Ethernet-PON (EPON) (IEEE Standard 802.3ah);
 Gigabit-PON (GPON) (ITU G.984 Recommendations).

A Tabela 4 apresenta algumas datas importantes na evolução das tecnologias de rede


PON.

Tabela 4 – Datas importantes das tecnologias óticas de redes de acesso.

Fonte: RODRIGUES, 2013.

3.2.1.1. APON

A APON (ATM Passive Optical Network) foi a primeira tecnologia ótica passiva a surgir
(em 1998), definida pelo ITU-T segundo a norma G.983.1. A APON é baseada no protocolo
41

ATM (Asynchronous transfer mode), e permite transferência de dados de 622 Mbps no sentido
descendente e 155 Mbps no sentido ascendente. A distância máxima de ligação é de 20 km
(atenuação total entre 10 e 30 dB) e suporta splitters com um fator de divisão até 1:64. Como
exemplo, APON a operar a 622 Mbps com um splitter de 1:32 pode fornecer velocidades de
cerca 20 Mbps a cada cliente. Se o splitter for 1:64, a APON consegue entrar uma velocidade
de cerca de 10 Mbps, no sentido descendente. Apesar de ser um protocolo baseado na técnica
TDM-PON, pode ser utilizado dois comprimentos de onda sobre uma mesma fibra ótica, usando
comprimento de onda de 1550 nm para o tráfego descendente e 1310 nm para o tráfego
ascendente (LOPES, 2011).

3.2.1.2. BPON

A BPON (Broadband Passive Optical Network) é uma evolução da tecnologia APON,


permitindo a implementação de WDM e alocação dinâmica de largura de banda para upstream
(DBA – Dynamic Bandwidth Allocation). Esta tecnologia tem a capacidade de fornecer
diferentes prioridades na atribuição da largura de banda aos seus utilizadores, dependendo dos
serviços/aplicações desejados e suportados, uma vez que implementa DBA (LOPES, 2011).

Figura 18 – Faixas de operação APON/BPON.

Fonte: NERI e FINOCHIETTO, 2013.

A Figura 15 ilustra as diferenças que existem relativamente à faixa de comprimento de


onda de operação da APON e da BPON. Enquanto a APON tem uma largura de banda de 100
nm em cada sentido, a BPON vê reduzida a sua largura de banda no sentido descendente para
42

20 nm e reserva uma banda de 10 nm nos 1550 nm para transmissão de vídeo (NERI e


FINOCHIETTO, 2013).
Esta arquitetura oferece serviços baseados em ATM, distribuição de vídeo, linhas
alugadas e acesso Ethernet. Fornece uma largura de banda de cerca de 155 Mbps no sentido
upstream e 622 Mbps no sentido downstream.
No entanto, apesar das melhorias sobre o APON, eles possuem um alto custo de
implementação, bem como várias limitações técnicas. Assim, tem se movido lentamente para
resolver os problemas colocados por esta tecnologia, que hoje permite velocidades assimétricas
de até 1,2 Gbps da seguinte maneira (PLA, 2011):

Tabela 5 – BPON downstream/upstream combinações.

Fonte: PLA, 2011.

3.2.1.3. EPON

Figura 19 – Rede EPON

Fonte: RODRIGUES, 2013.

Paralelamente às evoluções por parte da ITU, o IEEE também normalizou uma


tecnologia de rede passiva. Surge então a EPON (Ethernet Passive Optical Network) também
chamada de GEPON (Gigabit Ethernet Passive Optical Network) com a norma IEEE 802.3ah,
43

a EPON (Figura 19) provê taxas de 1 Gbit/s nos dois sentidos usando o comprimento de onda
1490-1500 nm para downstream e 1260-1360 nm para upstream e distância máxima de 20 Km.
Os comprimentos de onda 1550-1560 nm são reservados para serviços adicionais, como o
broadcast de vídeo analógico (FERREIRA, 2011), (RODRIGUES, 2013).
Apesar das semelhanças com a GPON, a EPON também apresenta algumas diferenças.
Ela utiliza uma codificação de linha 8b/10b. Isto significa que por cada grupo de 8 bits é
codificado um sinal de 10 bits, permitindo assegurar uma extração do relógio mais fácil. Com
este tipo de codificação, implica um aumento 20% de overhead, o que significa que apesar de
suportar uma taxa de transmissão de linha de 1,25 Gbps, a sua capacidade máxima será de 1
Gbps, tanto no sentido ascendente como no descendente (RODRIGUES, 2013).

3.2.1.4. GPON

A tecnologia GPON é uma evolução da BPON e é definida segundo a norma ITU-T


G.984. Existem uma série de recomendações G.984.n (n = 1,2,3,4,5,6) (Tabela 6) que definem
as caraterísticas gerais da GPON, nomeadamente da camada física, da camada de convergência
de transmissão e interface de controle e de gestão. Permite taxas de transmissão superiores
comparativamente à tecnologia anterior (BPON), suportando 2,5 Gbps no sentido descendente
e 1,25 ou 2,5 Gbps no sentido ascendente.

Figura 20 – Rede GPON.

Fonte: RODRIGUES, 2013.


44

Tabela 6 – Recomendações da Norma ITU-T Gpon G.984.

Fonte: BONILLA, 2008.

Nos sistemas GPON existem diferentes fluxos de informação e cada um corresponde a


um comprimento de onda distinto. Os comprimentos de onda de funcionamento para o canal de
comunicação downstream é de 1480-1500 nm e de 1260-1360 nm para o canal de comunicação
upstream. Um comprimento de onda adicional, situado em 1550-1560 nm pode ser utilizado,
no sentido downstream, para distribuição de vídeo RF. A divisão dos splitters pode variar de 8
a 128 (apesar do máximo a ser implementado na prática ser de 64) e o alcance máximo é de 20
km (LOPES, 2011).
Quanto às classes de rede de distribuição ótica que definem a atenuação total, tal como
a BPON suporta as classes A, B e C (seção 3.4.2). Em adição são ainda especificadas as classes
B+ (atenuação total entre 13 a 28 dB) e C+ (atenuação total entre 17 a 32 dB) na especificação
G.984.2 (NERI e FINOCHIETTO, 2013), (CARVALHO, 2009).

3.2.1.5. 10G-EPON

A evolução da EPON é a 10G-EPON (10 Gigabit - Ethernet PON), o IEEE lançou a


P802.3av para prover 10 Gbit/s no sentido downstream, e entre 1 e 10 Gbit/s para upstream
(LEE, SORIN e KIM, 2006).
A Figura 21 ilustra as faixas de comprimento de onda de operação da 10G-EPON. Para
que a migração de EPON para a tecnologia 10G-EPON não seja tão custosa para o provedor de
internet, é necessário que as duas tecnologias consigam coexistir na mesma ODN. Para que isso
45

aconteça, a 10G-EPON deve utilizar um comprimento de onda diferente na transmissão


downstream, situando-se faixa dos 1575-1580 nm. Já na transmissão upstream, os
comprimentos de onda entram em conflito sendo necessário o recurso à técnica de acesso
múltiplo TDMA. Apesar disso, a largura de banda é menor comparativamente à EPON, entre
1260-1280 nm (RODRIGUES, 2013).

Figura 21 – Faixas de comprimento de onda EPON/10G-EPON.

Fonte: LOPES, 2011.

Da mesma forma que a EPON, a 10G-EPON permite distâncias de 20 km e split ratio


de 1:32. Em sistemas que em um ritmo de 10 Gbps, todos os canais são obrigatórios a ter recurso
ao FEC (Forward Error Correction), o qual permite, através de alterações no sinal digital que
está sendo transmitido, melhorias na performance sistêmica. Esta tecnologia utiliza uma
codificação 64b/66b, o que significa que por cada grupo de 64 bits é codificado um sinal de 66
bits, com uma perda de 2 bits.

3.2.1.6. 10G-PON

A evolução da tecnologia GPON é a 10G-PON (10 Gigabit – PON) e é definida pela


norma ITU-T G.987. Como se pode analisar na Figura 22, a transmissão no sentido downstream
ocorre na banda de 1575-1580 nm com uma taxa de transferência de dados de 10 Gbps. Já no
sentido upstream, opera nos 1260-1280 nm suportando taxa de transferência de dados de 2,5
Gbps. Contudo, esta tecnologia também suporta taxas simétricas, isto é, 10 Gbps no sentido
ascendente e descendente, sendo que neste caso será necessária a utilização de emissores mais
caros nos ONUs (LOPES, 2011).
A tecnologia 10G-PON é capaz de suportar os serviços de distribuição de vídeo em alta
definição (HDTV) ou até mesmo vídeos em resolução 4K, e ao mesmo tempo suportar a gama
de serviços já suportada pelo seu antecessor GPON (ALMEIDA, 2009).
46

Figura 22 – Faixas de comprimento de onda GPON/10G-PON.

Fonte: LOPES, 2011.

Para a tecnologia 10G-PON coexistir com a tecnologia GPON, deve se levar em


consideração seus comprimentos de onda. No caso da tecnologia GPON, a transmissão
downstream de 2,5 Gbit/s é limitada à banda de 1480-1500 nm e a transmissão upstream é
limitada à banda de 1260-1360 nm. No caso da tecnologia 10G-PON, a transmissão
downstream de 10Gbit/s é limitada à banda de 1575-1580 nm e a transmissão upstream é
limitada à banda de 1260-1280 nm. Na transmissão upstream as bandas que delimitam as
respectivas transmissões entram em conflito assim como na 10G-EPON, permitindo o
compartilhamento desta região do espectro caracterizada por uma baixa dispersão cromática.
Este compartilhamento requer uma separação no domínio do tempo para os dois canais, usando
a técnica de acesso múltiplo TDMA. Da mesma forma que a 10GE-PON, o recurso ao FEC é
obrigatório para todos os canais de transmissão upstream e downstream (LOPES, 2011).
A Tabela 7 apresenta as principais características das tecnologias APON/BPON, EPON
e GPON.
A Tabela 8 apresenta alguns vantagens e desvantagens das tecnologias de acesso
múltiplo existentes.
47

Tabela 7 – Principais características das redes APON/BPON, EPON e GPON.


Arquiteturas APON/BPON EPON 10GE-PON GPON 10G-PON
IEEE
Padrão ITU G.983 ITU G.987 ITU G.984 IEEE 802.3av
802.3ah
Alcance 20 km 20 km 20 km 20 km 20 km
Taxa
1,25 Mbit/s 1,25 Gbit/s 10 Gbit/s 2,5 Gbit/s 10 Gbit/s
downstream
Taxa
622 Mbit/s 1,25 Gbit/s 10 Gbit/s 1,25 Gbit/s 10 Gbit/s
uptstream
XGEM/ATM/
Protocolo ATM Ethernet Ethernet GEM/ATM
Ethernet
Comprimento
1490-1510 1575-1580 1480-1500 1575-1580
de onda 1480-1500 nm
nm nm nm nm
downstream
Comprimento
1260-1360 1260-1280 1260-1360 1260-1280
de onda 1260-1360 nm
nm nm nm nm
upstream
Comprimento
1550-1560 1550-1560 1550-1560 1550-1560 1550-1560
de onda vídeo
nm nm nm nm nm
RF
Split Ratio 32 32 32 64 64
Largura de
banda média 40 Mbit/s 40 Mbit/s 312 Mbit/s 40 Mbit/s 156,25 Mbit/s
por usuário
Codificação NRZ 8b/10b 64b/66b NRZ NRZ
FEC Facultativo Facultativo Obrigatório Facultativo Obrigatório
Custos
Baixo Mais baixo Elevado Médio Elevado
relativos
Não Não Não
Encriptação AES AES
especificado especificado especificado
Eficiência 72% 49% - 92% -
Fonte: (ABRAMS, BECKER, et al, 2005), (NERI e FINOCHIETTO, 2013) e (PLA, 2011).
48

Tabela 8 – Vantagem e desvantagens – tecnologias de acesso múltiplo – redes PON.

Fonte: CARMEN e CARRASCO, 2007.

3.2.2. Esquemas híbridos

Também é possível implementar soluções PON híbridas (Hybrid-PON) (GUTIERREZ,


et. all, 2005). As técnicas WDM (Wavelength-division multiplexing) e TDM (Time-division
multiplexing) podem ser combinadas quando um subconjunto de ONUSs compartilharem um
comprimento de onda comum. Essa arquitetura mantém a escalabilidade porque os novos
usuários podem ser adicionados a cada grupo (WDM ou TDM) sem a necessária adição de novo
hardware à OLT (CARMEN e CARRASCO, 2007) (LEE, SORIN e KIM, 2006).
A Figura 23 ilustra um exemplo de uma rede híbrida que além de utilizar as técnicas
WDM e TWM, utiliza as topologias de rede em anel e em árvore.
49

Figura 23 – Exemplo de Rede óptica híbrida WDM/TDM.

Fonte: CARVALHO, 2009.

3.3. ELEMENTOS DE UMA REDE ÓPTICA PON

3.3.1. Elementos Ativos

Os elementos ativos de uma rede PON são a OLT e a ONU descritos na seção 3.1.1.

3.3.2. Elementos Passivos

3.3.2.1. Emendas

De acordo com Fiberwan (2013), as uniões servem para unir duas fibras e são
essencialmente de 3 tipos:
 Emenda mecânica: Este processo consiste em alinhar duas fibras através do uso
de uma pequena peça feita para tal finalidade (Figura 24), a qual mantém estas
fibras posicionadas frente a frente, sem realmente se ter a união definitiva. O
custo de investimento deste método é relativamente reduzido, porém não é
aconselhável em sistemas que exijam uma grande confiabilidade;

Figura 24 – Emenda mecânica.

Fonte: NUNES, 2016.


50

 Emenda por acoplamento de conectores: Este processo é bem semelhante ao


processo de emenda mecânica, onde duas fibras devem ser alinhadas. Nesse caso,
em cada fibra é colocado um conector óptico e estes dois conectores são
encaixados em um acoplador óptico de modo a tornar possível o alinhamento
entre as fibras, sem realmente se ter a união definitiva. Este é o processo com a
menor recomendação dos 3 tipos, já que apesar do custo mais reduzido é o que
demanda maior tempo para realização.

Figura 25 – Emenda por Acoplamento de conectores.

Fonte: ISPBLOG, 2016.

 Fusão: Para fusionar duas fibras numa é necessária uma máquina de fusão que
possui altíssimo custo. De acordo com Nunes (2016), se a fusão for bem efetuada
tem por norma uma atenuação menor que 0,05 dB. A Figura 26 apresenta a fusão
de duas fibras.

Figura 26 – Máquina de fusão

Fonte: Autor.
51

3.3.2.2. Adaptadores, conectores, pigtails

Os adaptadores permitem realizar a união entre dois cabos de fibra óptica terminados em
conectores. Existem diversos tipos de adaptadores os quais permitem a junção de diversos tipos de
conectores. A Figura 27 apresenta alguns conjuntos de adaptadores.

Figura 27 – Alguns tipos de adaptadores.

Fonte: NUNES, 2016.

Os conectores são ferramentas que possui a função de conectar a fibra óptica a alguns
aparelhos ou outros dispositivos. Existem diversas famílias de conectores que têm atenuações
que variam entre os 0,1 até 1 dB (Figura 28).

Figura 28 – Seis tipos de conectores de fibra óptica, características e aplicações.

Fonte: KEISER, 2014.


52

O patch cord (pigtail) é uma designação para os cabos óticos utilizados entre
equipamentos ativos e os distribuidores óticos. Eles podem possuir diferentes conetores nas
extremidades, tal como se pode constatar na Figura 29. Normalmente os cabos de cor amarela
são fibras óticas de monomodo, enquanto os laranja são multimodo.

Figura 29 – Patch cord / pigtails.

Fonte: RODRIGUES, 2013.

3.3.2.3. Atenuadores ópticos

Segundo Onate (2011), os atenuadores ópticos permitem alterar a intensidade do sinal


para evitar a saturação nos receptores, normalmente eles são utilizados para reduzir a potência
à entrada de uma ONU ou ONT pois estes aparelhos possuem uma faixa de potência para
trabalho. O valor de atenuação pode ser de 1 dB a 20 dB em intervalos de 1dB, podem ser fixos
ou variáveis.

Figura 30 – Alguns tipos de atenuadores.

Fonte: ONATE, 2016.

3.3.2.4. Filtros ópticos

Estes filtros possuem função de multiplexar uma fibra em vários comprimentos de onda,
criando diversos canais. Cada canal permite a transmissão de um sinal distinto.
53

Figura 31 – Filtro óptico.

Fonte: NUNES, 2016.

3.3.2.5. Divisores de potência (splitters)

De acordo com Rodrigues (2013), os splitters são equipamentos passivos que permite
efetuar a divisão de potência do sinal óptico para vários ONTs/UNUs. No mercado, existem
splitters desde 1:2, 1:8, 1:16, 1:32 e 1:64 (entrada/saída). No entanto, é bom notar que quanto
maior for a relação de divisão do splitter mais atenuação será introduzida ao sinal transmitido.
Pode-se verificar o interior de um destes equipamentos na Figura 32.

Figura 32 – Splitter óptico 1/64.

Fonte: RODRIGUES, 2013.

3.3.2.6. Acoplador WDM

Segundo Rodrigues (2013), o acoplador WDM tem a função de multiplexar comprimentos


de onda na mesma fibra ótica. Possui funcionamento semelhante aos splitters, com a diferença
sendo essa mencionada anteriormente. Um exemplo deste tipo de equipamento encontra-se
representado na Figura 33.
54

Figura 33 – Acoplador WDM.

Fonte: RODRIGUES, 2013.

3.3.2.7. Caixa de terminação ou distribuidor óptico (DIO)

De acordo com Nunes (2016), os distribuidores ópticos são utilizados na terminação ou


na interconexão dos cabos de fibra ótica (as fibras provenientes do backbone são emendadas a
pigtails e estas são abrigadas dentro da carcaça do DIO). Explicando de uma outra forma, um
DIO serve para acomodar, organizar e proteger as fusões feitas entre os cabos ópticos e as
extensões ópticas. Existem modelos para instalação em racks ou para instalação em parede. A
Figura 34 apresenta um distribuidor ótico para instalação em racks e um distribuidor ótico para
instalações em paredes.

Figura 34 – Distribuidor ótico em formato de rack (à esquerda) e distribuidor ótico instalado em


parede (à direita).

Fonte: NUNES, 2016.

3.3.2.8. Caixa de Distribuição Óptica (CDO)

As caixas de distribuição são responsáveis por abrigar e distribuir as fibras ópticas de


uma rede. Elas recebem as fibras provenientes da OLT distribuem para as caixas de terminação
óptica (CTO). Um exemplo de uma caixa CDO está apresentada na Figura 35.
55

3.3.2.9. Caixa de Terminação Óptico (CTO)

As caixas de terminação (ou caixa de atendimento) óptico possuem função semelhante


as caixas de distribuição óptica. As caixas CTOs servem de interface entre as caixas CDOs e a
casa do cliente onde está localizado a ONU/ONT. Um exemplo de uma caixa CTO está
apresentada na Figura 36.

Figura 35 – Caixa de Distribuição Óptica (CDO).

Fonte: Autor.

Figura 36 – Caixa de Terminação Óptica (CTO).

Fonte: Autor.

3.3.2.10. Cabos de fibra óptica

A Figura 37 ilustra os elementos básicos que compõe um cabo de fibra óptica.


56

Figura 37 – Estrutura de um cabo de fibra óptica genérico.

Fonte: MADEIRA, 2011.

Estes elementos estão descritos a seguir (MADEIRA, 2011):


 Núcleo (ou core): O núcleo é onde realmente ocorre a transmissão dos pulsos de
luz;
 Casca (ou camada de refração): É responsável por cobrir o núcleo e a propagação
de todos os feixes de luz, evitando que existam perdas no decorrer dos trajetos;
 Revestimento interno (Coating): Possui a função de proteção primária, isolando os
impactos externos e evitando que a luz natural (externa) atinja as fibras de vidro
internas, o que poderia resultar em interferências no sinal transmitido;
 Fibra de fortalecimento: Têm a função de proteger a fibra de quebras que podem
acontecer em situações de torção do cabo, impactos no transporte além de permitir
o puxamento do cabo durante o processo de instalação;
 Proteção plástica (ou capa protetora): Essa camada de proteção é composta por uma
camada plástica e é responsável pela proteção externa evitando o desgaste natural
por exposição ao ambiente.

3.3.2.11. Tipos de cabos de fibra óptica

De acordo com Madeira (2011), a composição interna das Fibras ópticas os cabos podem
ser:
 Loose tube buffer: As fibras óticas encontram-se em tubos de plástico de
diâmetro interior consideravelmente maior do que o diâmetro exterior das fibras.
O interior é desse tubo é, como pode observar na Figura 38, geralmente
preenchido por um gel, isolando a fibra de forças mecânicas externas aplicadas
sobre o cabo.
57

Figura 38 – Cabo tipo Loose tube buffer.

Fonte: MADEIRA, 2011.

 Tight buffer: Neste tipo de estrutura, as fibras recebem um revestimento


secundário de nylon ou poliéster. As fibras após receberem este revestimento,
são agrupadas juntas com um elemento de tração que irá dar-lhe resistência
mecânica, sobre este conjunto é aplicado um revestimento externo que irá
proteger o cabo contra danos físicos. Além disso, confere maior facilidade de
reparação por fusão quando existe quebra das fibras, pois partem todas no
mesmo local. No entanto, estes cabos apresentam menor isolamento
relativamente a variações de temperatura e menor tolerância a stress mecânico.
A Figura 39 ilustra um cabo deste tipo.

Figura 39 – Cabo tipo Tight buffer.

Fonte: MADEIRA, 2011.

 Groove: Em uma estrutura tipo groove as fibras ópticas são acomodadas soltas
em uma estrutura interna do tipo ESTRELA. Esta estrutura apresenta ainda um
elemento de tração ou elemento tensor incorporada em seu interior, a função
básica deste elemento é de dar resistência mecânica ao conjunto. Uma estrutura
deste tipo permite um número muito maior de fibras por cabo. A Figura 40 ilustra
um cabo deste tipo.
58

 Ribbon: Este tipo de estrutura deriva do tipo groove, nestes cabos as fibras são
agrupadas horizontalmente e envolvidas por uma camada de plástico, tornando-
se um conjunto compacto. Estes conjuntos são alojados nas ranhuras das
estruturas estelares do cabo tipo groove. Essa configuração é utilizada em
aplicações em que é necessário um número muito grande de fibras ópticas (por
exemplo, 4.000 fibras). A Figura 41 ilustra um cabo deste tipo.
 Armados: São usados em condutas ou em locais afetados por roedores. Possuem
tipicamente uma fita metálica corrugada entre duas camadas de material
termoplástico, como ilustra a Figura 42, o que evita a penetração de roedores.

Figura 40 – Cabo tipo Groove.

Fonte: MADEIRA, 2011.

Figura 41 – Cabo tipo Ribbon.

Fonte: MADEIRA, 2011.


59

Figura 42 – Cabo tipo armado.

Fonte: NUNES, 2016.

 Auto-suportados ou “em 8”: São cabos para instalação exterior em postes, sendo
autossustentados por um fio de aço conjugado ao cabo ótico, formando o número
8 quando vistos de frente. A Figura 43 ilustra um cabo deste tipo.

Figura 43 – Cabo tipo auto-suportado.

Fonte: NUNES, 2016.

3.4. POWER BUDGET

O cálculo do power budget (orçamento de potência) consiste em determinar a distância


máxima que a fibra óptica poderá ser distribuída na rede sem necessidade da colocação de
repetidores ou amplificadores de sinal, ou seja, possui o objetivo de garantir que exista sinal de
luz suficiente no receptor óptico (ONU) para cobrir as perdas na distribuição da fibra óptica. O
power budget é calculado em decibéis (dB).
Existem dois conceitos importantes relativos ao power budget: Link Power Budget
(orçamento de potência de ligação) e o Link Loss Budget (orçamento de perda de ligação). O
primeiro é a diferença entre a potência introduzida na fibra e a sensibilidade do receptor ligado
ao cabo de fibra óptica. O Link Loss Budget é o valor total das perdas de qualquer componente
da ligação na rede óptica. Em todos os casos, o Link Loss Budget deve ser sempre inferior ao
Link Power Budget¸ caso contrário o enlace estará comprometido pois o receptor não irá receber
o sinal requerido. Como pode ser observado Figura 44, o total do Link Power Budget é a soma
do Link Loss Budget e a margem de segurança para futuros (GONÇALVES, 2009). Segundo a
60

recomendação da ITU-T G.957 especifica uma margem entre 3 a 4,8 dB para ter em conta a
degradação dos equipamentos e de possíveis reparações (KEISER, 2006).

Figura 44 – Link Power Budget (à esquerda) vs Link Loss Budget (à direita).

Fonte: KEISER, 2006.

3.4.1. Perda dos componentes passivos

Em toda a rede óptica existem diversos componentes passivos que ao serem inseridos
na rede produzem uma pequena atenuação, esses componentes estão descritos na seção 3.3.2.
A Tabela 9 resume alguns dos principais componentes que influenciam o power budget e o seu
respetivo valor de atenuação.

Tabela 9 – Valores típicos do Power Budget.


Fatores de power budget Valores típicos
Atenuação fibra G.652C (@1310 nm) 0,4 dB/km
Atenuação fibra G.652C (@1550 nm) 0,3 dB/km
Atenuação padrão por par de conetores 0,75 dB
Atenuação por fusão 0,1 dB
Atenuação WDM coupler 1,5 dB
Margem de segurança Até 3 dB
Fonte: NERI e FINOCHIETTO, 2013.
61

Em um splitter a potência ótica de entrada é dividida pelos vários caminhos de saída


que o componente possui. Dessa forma, quanto mais caminhos de saída o splitter possuir, maior
será a divisão de potência (N) e por isso uma maior atenuação será introduzida. Idealmente a
atenuação de um splitter óptico é calculado segundo a equação 1 (KEISER, 2006).

𝑆𝑝𝑙𝑖𝑡𝑡𝑒𝑟 𝐿𝑜𝑠𝑠 = 10 × log(𝑁) (1)

Na Tabela 10 tem-se a representação dos valores de atenuação para os vários fatores de


derivação dos splitters ópticos existentes.

Tabela 10 – Atenuações de splitters.


Splitter Atenuação (DB)
1:2 3,4
1:4 6,8
1:8 10,2
1:16 13,6
1:32 17
1:64 20,4
1:128 23,8
Fonte: NERI e FINOCHIETTO, 2013.

3.4.2. Dimensionamento de uma rede PON

O primeiro passo para dimensionar uma rede PON consiste em decidir qual o
comprimento de onda a rede irá transmitir para então selecionar os componentes da rede para
operar nessa região. Nas redes FTTx pode-se contar com 3 comprimentos de onda: 1310, 1490
e 1550 nm. O cálculo do power budget terá que ser efetuado para os três comprimentos de onda,
dado que a atenuação da fibra varia com o mesmo (KEISER, 2006).
Para o cálculo do power budget é importante inicialmente saber as caraterísticas dos
componentes ópticos escolhidos que irão se encontrar em cada uma das extremidades da fibra
óptica (OLT e ONU). A quantidade de luz disponível no sistema é calculada através da equação
2. A variável PT representa a potência transmitida do sinal que é emitido na fibra e PR é a
potência recebida (sensibilidade do receptor).
62

𝐿𝑖𝑛𝑘 𝑃𝑜𝑤𝑒𝑟 𝐵𝑢𝑑𝑔𝑒𝑡 = 𝑃𝑇 − 𝑃𝑅 (2)

Como já explicado anteriormente, através do power budget sabe-se qual é a atenuação


máxima que pode existir na rede distribuição óptica, entre o emissor e o receptor. Existem várias
classes que caracterizam a atenuação máxima permitida numa rede de distribuição ótica, as
quais tanto a OLT quanto a ONU descrevem em seus manuais. A Tabela 11 serve como
exemplo para ilustrar o par de emissores e receptores que são utilizados em uma rede
BPON/GPON, de acordo com a classe do power budget.

Tabela 11 – Power budget das várias classes para BPON e GPON.


Emissor/Receptor OLT Emissor/Receptor ONU PBudget (dB)
Classe A DFB/APD FP/PIN 20
Classe B DFB/APD FP/PIN 25
Classe B+ DFB/APD DFB/APD 28
Classe C DFB/APD DFB/APD 30
Classe C+ DFB/APD DFB/APD 33
Fonte: KEISER, 2006.

A Figura 45 ilustra um exemplo do dimensionamento do power budget uma rede PON.


O cálculo da atenuação total introduzida é efetuado através da equação 3 (RODRIGUES, 2013).

𝐿𝑖𝑛𝑘 𝐿𝑜𝑠𝑠 𝐵𝑢𝑑𝑔𝑒𝑡 (𝑑𝐵) = (∝𝜆 × 𝐿) + (𝑛 × 𝐶 ) + (𝑆) + (𝑛 × 𝐽) + (𝑊 ) (3)

Onde:
 ∝𝜆 = Atenuação da fibra que depende de seu comprimento de onda (dB/km);
 𝐿 = Comprimento da fibra óptica (km);
 𝑛 = fator multiplicativo;
 𝐶 = Perdas por conectores;
 𝑆 = Perda por splitters;
 𝐽 = Perdas por fusão de fibra;
 𝑊 = Perdas por cada WDM coupler.
63

Figura 45 – Dimensionamento do power budget de uma PON.

Fonte: KEISER (adaptado), 2006.

As tecnologias EPON e GPON possuem dimensionamentos de rede e cálculo de power


budget muito semelhantes, pois elas possuem infraestrutura quase idêntica.
64

4. PROJETO DA REDE PON

4.1. DEFINIÇÕES INICIAIS DO PROJETO

Para o início do projeto é importante definir alguns parâmetros que serão base para todas
as decisões tomadas ao longo do projeto.

4.1.1. Área de cobertura da rede

O primeiro passo para a realização de um projeto de rede de fibra óptica PON é a


definição da área de cobertura desejada. Para este projeto definiu-se a cidade de Caraúbas,
situada no interior do estado do Rio Grande do Norte, na região do médio oeste potiguar. A
Figura 46 ilustra a distribuição dos bairros e a distribuição das vias da cidade.

4.1.2. Esquematização e definição dos principais equipamentos da rede óptica

Após a decisão do local de construção de rede, é interessante escolher os equipamentos


ativos (OLT e ONU) e também montar todo o sistema dentro do provedor, não só para assegurar
a tecnologia utilizada nos equipamentos como também para servir de base para todo o projeto
da rede PON. As definições posteriores dependem da tecnologia utilizada (por exemplo GPON
ou EPON), em que a OLT e a ONU devem possuir o suporte para tal tecnologia. Os cálculos
do power budget, split rate e definição da banda alocada são exemplos de atividades que devem
ser feitas após a aquisição da OLT e ONU.
O projeto da rede PON FTTH na prática está esquematizado na Figura 47, na qual
ilustram-se os principais componentes da rede e demonstra-se o percurso da rede óptica desde
o recebimento do link de internet até a casa do cliente.
De acordo com a Figura 47, a routerboard escolhida é fabricada pela empresa Mikrotik
modelo RB3011 (Figura 47), que realiza o gerenciamento de até 400 clientes (FÉLIX, 2018).
Levando-se em consideração que este projeto seria executado por um provedor de internet
recém-criado, uma rede com 400 clientes já possuiria um retorno monetário satisfatório para o
provedor continuar a crescer sua rede óptica na região, caso necessário.
65

Figura 46 – Ilustração da distribuição das vias e dos bairros da cidade de Caraúbas/RN

Fonte: Oliveira, Ribeiro e Ferreira (2017).


66

Figura 47 – Projeto FTTH esquematizado.

Fonte: FÉLIX, 2018.

A OLT escolhida para o projeto é a OLT da fabricante chinesa FiberHome modelo


AN5516-04 (Figura 8). Ela possui capacidade para operar com EPON, GPON, 10G-PON e P2P
(ponto a ponto), porém neste projeto a tecnologia utilizada será a GPON. O motivo da escolha
da tecnologia GPON resulta de custo-benefício e alta eficiência. Apesar da tecnologia EPON
apresentar um custo menor que a GPON em termos das OLTs e ONUs, a GPON possui maiores
benefícios, fazendo com que esta seja levada em consideração na definição da banda alocada.
A tecnologia 10G-PON ainda não está tão difundida no Brasil. Por ser uma tecnologia recente,
as ONUs que possuem capacidade para tecnologia 10G-PON ainda possuem preços muito
elevados, inviabilizando a escolha desta tecnologia em um momento inicial.

Tabela 12 – Algumas características da OLT AN5516-05.


OLT AN5516-04
Classe Classe B+/C
Comprimento de onda TX 1310 nm / RX 1490 nm
Taxa de transmissão Upstream 1,25 Gbit/s / Downstream 2,5 Gbit/s
Razão de divisão Até 1:64 por porta PON
Capacidade total de ONUs 1024
Fonte: WDCNET, 2018.
67

O DIO escolhido é o DIO Fit (Figura 48), que possui capacidade para acomodar 24
fibras ópticas.

Figura 48 – DIO Fit.

Fonte: LIVRE, 2018.

Para comportar os componentes mencionados até agora, são utilizados gabinetes (ou
racks) construídos de metal ou alumínio. O modelo escolhido para o projeto é o S8512B da
fabricante Panduit (Figura 49).

Figura 49 – Rack para servidor S8512B.

Fonte: WDCNET, 2018.

O cabo utilizado na distribuição da rede é fabricado pela Prysmian Group modelo


G.652D monomodo com o tubo sendo do tipo loose. A escolha deste tipo de fibra óptica origina-
se da sua construção, pois a fibra monomodo consegue proporcionar altas taxas de transferência
de dados e suporta uma distância alta com poucas perdas de potência do seu sinal (seção 2.2.1).
O cabo deve ser autossustentado para ser capaz de suportar seu peso entre os postes e não se
romper. A distância suportada está descrita no datasheet do cabo (entre 80 e 200 metros). O
tipo de cabo multimodo deve ser utilizado somente em pequenos trechos da rede. A Tabela 13
68

ilustra algumas características do cabo a ser utilizado no projeto. Todas as fibras ópticas dentro
de um cabo possuem cores diferentes definidas, que servem para organização de rede e
manutenção. O datasheet do cabo fornece tanto as cores que estarão presentes nos cabos (Figura
50) quanto a quantidade de fibras ópticas por tubo (Figura 51).

Tabela 13 – Características de perda potência do cabo G.652D monomodo.

Fonte: PRYSMIANGROUP, 2016.

Figura 50 – Identificação das fibras ópticas.

Fonte: PRYSMIANGROUP, 2016.

Figura 51 – Características físicas dos cabos de acordo o tamanho máximo do vão e número de fibras
ópticas.

Fonte: PRYSMIANGROUP, 2016.


69

A caixa de distribuição (CDO) e a caixa de atendimento (CTO) que serão utilizados no


projeto são fabricados pela EasyLink, sendo as seguintes: caixa CDO GT010 com splitter 1:4 e
caixa CTO FDB-GTPA08 com splitter 1:8 (Figura 52).

Figura 52 – a) Caixa CDO e b) Caixa CTO.

Fonte: WDCNET, 2018.

O cabo utilizado entre a caixa CTO e a ONU é chamado de cabo drop e ele também
deve seguir o padrão utilizado do projeto, visto que os núcleos da fibra devem ser iguais. Nesse
caso, o cabo drop também deve ser monomodo. O cabo drop utilizado neste projeto é fabricado
pela Overtek e suas características estão descritas na Figura 53.

Figura 53 – Características cabo drop Overtek.

Fonte: Autor.

A ONU escolhida é fabricada também pela FiberHome modelo AN5506-04-F (Figura


54) que possui compatibilidade com a tecnologia GPON e OLT escolhida e também possui Wi-
70

Fi (não são todos os modelos que possuem Wi-Fi, caso não possua deve ser utilizada juntamente
com um roteador).

Figura 54 – ONU AN5506-04-F.

.
Fonte: Autor.

4.2. PROJETO DA REDE PON

4.2.1. Definição do node de atendimento

A construção de uma rede é um serviço que demanda muito tempo e organização,


podendo durar meses ou até anos dependendo de alguns fatores como o orçamento e números
de funcionários da empresa. Durante a instalação da rede, o local de cobertura deve ser dividido
em pequenas áreas chamadas nodes, uma vez que o processo de implantação e organização da
rede é melhor explorada. Nesse caso, cada node deve ser construído considerando-se a expansão
da rede para os outros nodes. Como o objetivo deste trabalho é de apenas apresentar o projeto
de uma rede PON FTTH, o projeto de apenas um node é mais que o suficiente. Embora as
tecnologias GPON e EPON FTTH permitam atingir clientes com um alcance máximo de 20
km, é preferível que a rede cubra uma pequena área de atendimento, pois derivações implicam
em atenuações na potência do sinal. Portanto, foi escolhido o centro da cidade como o node de
atendimento. Para situações com distâncias superiores a 20 km, são necessárias diversas Central
Offices ou armários (distribuídos estrategicamente na cidade), nos quais são concentradas as
OLTs e não somente uma Central Office.
71

A Figura 55 apresenta o node de atendimento que será utilizado como base para todos
os procedimentos da rede óptica ao longo do projeto. O software que irá ser utilizado para
desenho da rede é o Google Earth Pro, disponível gratuitamente na internet.

Figura 55 – Cobertura da rede óptica.

Fonte: Autor.

4.2.2. Definição da largura de banda

A largura de banda disponível, em cada terminação da rede, é determinada com base


nas seguintes premissas:
 Largura de banda suportada pela tecnologia GPON: 2,5 Gbps;
 Consideração de consumo de banda larga médio de 10 MB (Tabela 2).
A quantidade de clientes que poderia ser alocada nesta OLT com essa largura de banda
seria de 250 pessoas. No entanto, esse cálculo só é verdadeiro se todos os clientes, sem exceção,
estiverem utilizando a banda máxima comprada ao mesmo tempo. Portanto, as provedoras
conseguem vender planos entre 10 e 100 MB, pois o valor vendido corresponde ao valor
máximo que o cliente pode utilizar e não ao valor instantâneo de consumo. Então, dependendo
de como a rede está construída e do consumo instantâneo, a quantidade de clientes pode ser
dobrada ou triplicada, por exemplo.
72

4.2.3. Definição da taxa de penetração

Para a definição dos splitters que estarão compostos na rede, é necessário definir a taxa
de penetração da rede. A taxa de penetração é a relação entre a quantidade de pontos de
atendimento que a rede deseja atender e a quantidade de pontos de atendimento existentes no
local. A Tabela 14 apresenta os pontos de atendimento considerando o splitter utilizado em
função da taxa de penetração escolhida.

Tabela 14 – Pontos de atendimento em função da taxa de penetração.


10 % 15 % 20 % 25 % 30 % 40 % 50 % 60 % 80 % 100 %
1:8 80 53 40 32 27 20 16 13 10 8
1:16 160 107 80 64 53 40 32 26 20 16
Fonte: Autor.

A OLT escolhida possui 16 portas GPON com capacidade de 1024 clientes. Nesse caso,
cada porta poderia atender até 64 clientes (WDCNET, 2018). A rede óptica deste projeto será
projetada considerando um sistema com uma taxa de penetração de cerca de 50 % (Tabela 14)
e com 150 clientes já cadastrados. Caso esse node esteja perto de completar todos os pontos de
atendimento previstos nas caixas CTOs durante o projeto da rede e ainda existam clientes em
potencial dentro do node, o sistema estará preparado para aumentar a taxa de penetração de 50
% para 100 %. Essa expansão da rede será possível pois será disponibilizada uma fibra óptica
extras em cada CTO para a criação de outro splitter 1:8 ou então para a colocação de outra caixa
CTO.

4.2.4. Definição do Split Rate

A organização dos splitters da rede está ilustrada na Figura 56, totalizando 5 por porta
da OLT. Do total de splitters, um está instalado na central (1:2) e quatro na ODN (dois 1:4 e
dois 1:8), atendendo um total de 64 clientes por porta da OLT. O splitter 1:4 está contido na
caixa de distribuição óptica (CDO) e o splitter 1:8 está contido na caixa de terminação óptica
(CTO).
A utilização do splitter 1:2, que está contido no DIO, torna possível uma maior
economia de portas da OLT. Além disso, quando a largura de banda para estes 64 clientes
estiver perto do limite, o mesmo pode ser retirado e uma das fibras restantes pode ser inserida
73

em outra porta PON da mesma ou de outra OLT. Nessas circunstâncias, para atender os 64
clientes, serão necessárias 2 portas da OLT, cada uma com 32 clientes (Figura 57). Caso as
portas da OLT estejam sendo utilizadas, será necessário a aquisição de uma nova OLT para
inserir os clientes da OLT antiga.

Figura 56 – Demonstração da razão de divisão dos splitters.

Fonte: Autor.

Figura 57 – Demonstração da razão de divisão dos splitters no futuro.

Fonte: Autor.

4.2.5. Cálculo do power budget

A partir dos dados obtidos até agora, é possível realizar o cálculo do power budget do
sistema considerando os seguintes parâmetros:
 Atenuação por fusão (0,1 dB), par de conectores (0,75 dB) e margem de segurança
(3dB) a partir da Tabela 9;
 Atenuação splitter 1:2 (3,4 dB), 1:4 (6,8 dB) e 1:8 (10,2) a partir da Tabela 10;
74

 Atenuação de fibra óptica monomodo G.652D 1310 nm (0,38 dB/km) a partir da


Tabela 13 (utilizou-se o comprimento de onda em 1310 nm pois é a região onde
ocorre a maior perda);
 Atenuação da fibra óptica Drop 1310 nm (0,36 dB/km) e 1550 nm (0,22 dB/km) a
partir da Figura 53;
 OLT FiberHome AN5516-05 Classe B+/C (Tabela 12) com Link power budget de
até 30 dB (Tabela 11);
 Comprimento máximo do cabo óptico de 5 km (considerando-se que o cabo será
aproveitado para outros nodes);
 Considerou-se uma potência mínima de transmissão do OLT de 3,5 dBm e uma
sensibilidade mínima do ONU de -26 dBm (configuráveis por software). Estes
valores foram escolhidos levando-se em consideração os intervalos de potência dos
receptores ópticos de classe C. O power budget disponível é de 29,5 dB (menor que
os 30 dB suportados pela classe C).
A partir da equação 3, calculou-se o link loss budget (LLB) para saber qual a máxima
atenuação possível para o sistema, como segue:

𝐿𝐿𝐵 (𝑑𝐵) = (0,38 × 5) + (0,36 × 0,1) + (2 × 0,75) + 3,4 + 6,8 + 10,2 + (5 × 0,1) ≅ 24,3 𝑑𝐵 (4)

De acordo com a equação 4, percebe-se que, mesmo ao considerar uma distância de 5


km, o link loss budget não apresenta risco ao funcionamento da rede. Os 29,5 dB disponíveis
não serão totalmente utilizados, serão utilizados apenas 24,3 dB e os outros 5,2 dB restantes
podem ser considerados como de margem de segurança.
O sistema projetado, mesmo em suas piores condições, consegue operar com uma
margem de segurança de 5,2 dB, ou seja, o que o torna imune aos problemas relacionados às
atenuações de sinal. Caso a potência entregue à ONU seja elevada demais, pode-se utilizar um
atenuador de sinal para que a ONU consiga operar com segurança.

4.2.6. Posicionamento das Caixas CTOs e CDOs

O posicionamento das caixas CTOs e CDOs depende da forma geométrica do


quarteirão. Em quarteirões com formatos quadrangulares, o posicionamento das caixas é melhor
distribuído caso ambas estejam localizadas nas esquinas. Em quarteirões com formatos
75

retangulares, a situação muda em relação às caixas CTOs, para estas, o posicionamento mais
adequado seria ao meio da rua, conforme ilustrado na Figura 58.
O correto posicionamento das caixas CTOs proporciona um comprimento menor para
os cabos tipo drop. Caso o cabo drop seja utilizado para corrigir falhas de projeto (caixas CTO
mal posicionadas), o custo da rede pode aumentar em algumas ocasiões, exigindo que o
projetista realize os cálculos de custos adicionais.

Figura 58 – Posicionamento das Caixas CTO e CDO.

Fonte: Autor.

4.2.7. Desenho das rotas primária e secundária

A rota primária é a rede responsável por atravessar os locais de maior densidade de


clientes (geralmente próxima às caixas de distribuição óptica). Já a rota secundária é a rota que
se deriva da primária, a qual engloba as caixas de distribuição e de terminação óptica. A
necessidade da diferenciação das rotas primária e secundária surge da necessidade de uma
maior organização e documentação da rede óptica por parte da provedora de internet. Uma vez
que isso exista, a manutenção e a detecção de falhas na rede óptica são resolvidas de maneira
mais eficiente.
Alguns projetistas de redes ópticas cometem o erro de inserir a rede primária antes de
compreender o desenho da rede secundária e a demanda de clientes na região. Por exemplo, se
a rede primária estiver mal posicionada, custos adicionais serão demandados para o projeto da
rede óptica. A Figura 59 ilustra um mal dimensionamento da rede óptica, na qual o projetista
escolheu posicionar a rota primária na principal rua da cidade sem considerar a densidade de
clientes. A rota secundária foi posicionada de tal maneira que não houve otimização na
distribuição da rede, causando gastos desnecessários. A Figura 60 ilustra um bom
76

dimensionamento da rede óptica, na qual a rota primária atravessa o local de maior densidade
de clientes. A rede secundária da Figura 60 foi bastante otimizada em relação à rede secundária
da Figura 59, uma vez que o tamanho dos cabos de fibra óptica necessários para atender todos
os quarteirões foram extremamente reduzidos.

Figura 59 – Rota primária e secundária mal posicionadas.

Fonte: Autor.
77

Figura 60 – Rota primária e secundária bem posicionas.

Fonte: Autor.
4.2.8. Posteamento

Após realizar o desenho do projeto, é necessário ir a campo para anotar quais postes
serão utilizados na construção da rede. A Figura 61 ilustra o local do poste que possui sua
identificação.

Figura 61 – Identificação do poste.

Fonte: Autor.

Após o levantamento dos postes, é necessário enviar para a concessionária de energia


do estado o projeto da rede e os postes que serão utilizados. Caso a concessionária não aceite o
projeto e exija algumas mudanças, o engenheiro responsável terá que adequar o projeto para a
construção da rede.
78

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. DESENHO DA REDE PON

Após a definição da cobertura da rede óptica (Figura 55), delimitou-se, usando o


software Google Earth Pro, o local para a instalação do provedor de internet (Figura 62).

Figura 62 – Localização do provedor de internet.

Fonte: Autor.

Com a localização do provedor estabelecida, inseriu-se os pontos de atendimento


essenciais para o início do projeto da rede PON. Admitiu-se que, inicialmente, a rede óptica
supriria a demanda de 150 pontos de atendimento, os quais estão ilustrados na Figura 63.
79

Figura 63 – Distribuição dos pontos de atendimento já cadastrados na região.

Fonte: Autor.

Após a escolha dos pontos de atendimento, pôde-se desenhar a distribuição e o alcance


das caixas de terminação óptica no node de atendimento (Figura 64), tendo em vista a taxa de
penetração de 50 %. Na Figura 64, os alcances de trabalho, para cada CTO, são ilustrados com
diferentes cores com o intuito de melhorar a visualização da rede. Após o projeto das CTOs,
levando-se em consideração a taxa de penetração da rede, concluiu-se que o número de 40
unidades de CTOs seria o suficiente para suprir a demanda (Figura 64).
80

Figura 64 – Distribuição e alcance de cada caixa de terminação óptica (CTO).

Fonte: Autor.

As maneiras de projetar as CTOs e CDOs são quase idênticas, porém, ao invés de


conectar pontos de atendimento à rota secundária, as CDOs conectam caixas de terminação
óptica à rota primária (em alguns casos podem ser conectados à secundária, conforme ilustrado
na Figura 68). Conforme definido na seção 4.2.4, as CDOs conectam 4 CTOs à rota primária e
as CTOs conectam 8 pontos de atendimento à rota secundária. A Figura 65 ilustra a distribuição
e o alcance das caixas de distribuição óptica, que ao final do projeto, possuem 11 unidades.
A partir do projeto dos splitters definido na Figura 56, a utilização de 11 unidades de
caixa de distribuição ópticas requer 6 portas PON da OLT, considerando a taxa de penetração
inicial de 50 %, totalizando 352 pontos de atendimento.
81

Figura 65 – Distribuição e alcance de cada caixa de distribuição óptica (CDO).

Fonte: Autor.

A primeira rota a ser desenhada foi a rota que conecta as caixas de distribuição óptica
às caixas de terminação óptica, as quais pertencem à rota secundária (Figura 66). Após isso, foi
traçada a rota primária nos locais com maior densidade de pontos de atendimento, ou seja,
cruzando os locais mais próximos das caixas de distribuição óptica (Figura 67). Ao analisar a
Figura 67, percebe-se que as áreas que representam o alcance das CDOs e as rotas traçadas na
Figura 66 estão apagadas, de modo a facilitar a compreensão do desenho da rota primária. Ainda
em relação à Figura 67, nota-se que algumas CDOs estão distantes da rota primária. Para
resolver este problema, outras rotas são projetadas, as quais estão ilustradas na Figura 68. A
Figura 69 ilustra o desenho das rotas primária e secundária finalizadas. A Figura 70 ilustra um
zoom da região sul do node, que apresenta a rede óptica de forma mais completa.
82

Figura 66 – Desenho da rota secundária entre as caixas CTOs e CDOs (linhas pretas).

Fonte: Autor.

Figura 67 – Desenho da rota primária (em vermelho) nos locais com maior densidade de pontos de
atendimento.

Fonte: Autor.
83

Figura 68 – Desenho da rota secundária entre a rede primária e as caixas CDOs restantes.

Fonte: Autor.

Figura 69 – Desenho da rota primária e secundária finalizados.

Fonte: Autor.
84

Figura 70 – Desenho da rede óptica com demonstração dos pontos de atendimento e alcance das caixas
CTO.

Fonte: Autor.

5.2. CONEXÕES INTERNAS À REDE PON

A implantação de projeto de uma rede PON não pode ser realizada apenas com o
desenho da rede, também é necessário que exista um projeto das conexões entre os componentes
existentes na rede. A Figura 71 ilustra como são realizadas as conexões entre as caixas de
distribuição e a de terminação óptica, em que cada CDO recebe duas fibras ópticas (uma
utilizada e outra reserva) e cada uma passa por um splitter 1:4. Já a CTO recebe duas fibras
ópticas (uma utilizada e outra reserva) e cada uma passa por um splitter 1:8. Vale ressaltar que
as fibras ópticas (F.O.) reservas existem para que seja possível a ampliação da taxa de
penetração de 50 para 100 %.
Os fabricantes possuem cabos com quantidades variáveis de F.O., conforme observado
na Figura 51. Porém, alguns valores são mais comerciais como 12, 24 e 36 fibras ópticas por
cabo, por exemplo. Apesar de o valor projetado ser igual à 8 F.O. na Figura 71, o valor de 12
F.O. por cabo é um valor mais comercial e por isso será utilizado no projeto.
85

Figura 71 – Método de conexão e distribuição de fibras ópticas entre as CDOs e CTOs.

Fonte: Autor.

Embora cada CDO possua capacidade de conexão de até quatro CTOs, algumas CDOs
apresentaram 2 ou 3 conexões devido à geografia da região. As CDOs 1 e 11 utilizaram apenas
3 splitters e a CDO 9 utilizou apenas 2 splitters, enquanto que o resto das CDOs foram utilizadas
em sua totalidade. A Figura 72 ilustra a utilização de cada caixa de distribuição óptica no projeto
da rede PON.

Figura 72 – Utilização de cada CDO projetada.

Fonte: Autor.

Após compreender a quantidade de fibras ópticas necessárias em cada CDO e a maneira


com a qual estão distribuídas as rotas primária e secundária, pode-se desenhar o esquema de
conexão de cada ponto da rede óptica, conforme ilustrado na Figura 73. Resultando na
utilização de 30 fibras ópticas na saída do provedor de internet, mas como 30 F.O. não é um
valor comercial, utilizou-se um cabo com 36 fibras ópticas.
86

Figura 73 – Esquema de conexão de cada ponto da rede óptica.

Fonte: Autor.
87

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho desenvolveu-se um projeto de rede de fibra óptica FTTH no centro da


cidade de Caraúbas-RN. Para tal finalidade, inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica
sobre redes de acesso ópticos, especificamente sobre redes ópticas passivas (PON). Para o
projeto da rede, foi necessário definir a banda alocada necessária para atender uma residência
e o orçamento de potência da rede. Com isso, pôde-se realizar o desenho de cada parte da rede,
desde o posicionamento de cada CTO, CDO, rota secundária e rota primária.
A rede PON FTTH baseada na tecnologia GPON foi escolhida pois ela é o tipo de rede
que possui o melhor custo-benefício em distribuição de internet. Dado que a internet banda
larga via fibra óptica possui um potencial de crescimento muito alto dentro e fora do Brasil, é
fundamental que exista um profissional qualificado para suprir esta demanda, ou seja, capaz de
projetar cada aspecto da rede óptica.
O consumo médio calculado para a rede óptica a ser construída foi de 10 Mb por
residência, porém, é necessário enfatizar que larguras de bandas maiores podem ser vendidas,
dependendo do consumo de banda na região. Adotou-se uma taxa de penetração de 50 % para
a instalação das caixas de terminação óptica. A rede projetada possui um power budget
excelente, apesar de considerar uma rede com comprimento máximo de 5 quilômetros, ela
possui uma margem de segurança de 5,2 dB, suficientes para prováveis ampliações da rede
óptica. Portanto, 40 caixas de terminação óptica e 11 caixas de distribuição óptica foram
dimensionadas. Dessas 11 caixas de distribuição, 8 demandaram todo o splitter 1:4, 2 caixas
demandaram três portas do splitter 1:4 e uma caixa demandou apenas duas saídas do splitter
1:4. O motivo das caixas de distribuição 1,9 e 11 não serem totalmente utilizadas é uma
consequência direta à geografia da região. Como foi dimensionado 11 CDOs, foram utilizadas
6 das 16 portas PON da OLT, totalizando o alcance inicial de 352 pontos de atendimento.
Conforme abordado em todo o trabalho, utilizou-se uma topologia de rede em árvore e
enfatizou-se o uso da tecnologia GPON na OLT e ONU. Para trabalhos futuros pretende-se:
 Projetar outros nodes de atendimento na cidade de Caraúbas-RN;
 Utilizar tecnologia 10G-PON;
 Projetar redes com topologias híbridas e diferentes técnicas de múltiplo acesso em
uma mesma rede.
88

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