Caderno de Resumos Do I Seminário Do Grupo Erêyá - Ufpr
Caderno de Resumos Do I Seminário Do Grupo Erêyá - Ufpr
Caderno de Resumos Do I Seminário Do Grupo Erêyá - Ufpr
Organizadoras
Ranna Emanuelle Almeida
Lucimar Rosa Dias
Clarice Martins de Souza Batista
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS/NEAB
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
I Seminário ErêYá
CADERNO DE RESUMOS
GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS/NEAB
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Campo Rebouças
Curitiba, 27 e 28 de novembro de 2019
ORGANIZAÇÃO DO EVENTO
Coordenação:
Ranna Emanuelle Almeida
Lucimar Rosa Dias
Clarice Martins de Souza Batista
Comissão Organizadora:
Adriana Marques de Andrade
Aldia Mielniczki de Andrade
Andrea Barbosa de Andrade
Aparecido Vasconcelos de Souza
Clarice Martins de Souza Batista
Claudemira Vieira Gusmão Lopes
Cleci da Cruz Martins
Fernanda Fares Lippmann Trovão
Flávia Carolina da Silva
Lúcia Helena Xavier
Luana Batista Salça...
Lucimar Rosa Dias
Marlina Oliveira Schiessl
Ranna Emanuelle Almeida
Sandra Aparecida da Silva
Sandra Regina Alves Nascimento
Sara da Silva Pereira
Vanessa Gonçalves da Rocha
Comissão Científica:
Adriana Marques de Andrade
Aldia Mielniczki de Andrade
Andrea Barbosa de Andrade
Aparecido Vasconcelos de Souza
Clarice Martins de Souza Batista
Claudemira Vieira Gusmão Lopes
Cleci da Cruz Martins
Fernanda Fares Lippmann Trovão
Flávia Carolina da Silva
Lúcia Helena Xavier
Luana Batista Salça...
Lucimar Rosa Dias
Marlina Oliveira Schiessl
Ranna Emanuelle Almeida
Sandra Aparecida da Silva
Sandra Regina Alves Nascimento
Sara da Silva Pereira
Vanessa Gonçalves da Rocha
Comissão de divulgação
Nicolly Gabrielle Lirman, Sara da Silva Pereira, Andrea Barbosa de Andrade
Monitores/as:
Paulo Roberto de Souza Batista
Vanessa Aparecida Rodrigues
Ana Luisa Manfredini Araujo
Naiary Kaueny CalaZans Guimaraes
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................
MENSAGEM DA COMISSÃO ORGANIZADORA .................................................
PROGRAMAÇÃO ..................................................................................................
MESA REDONDA .................................................................................................
ÍNDICES DOS RESUMOS......................................................................................
RESUMOS SUBMETIDOS E DIALOGADOS EM RODA DE CONVERSA NOS GTS
E COORDENADORES DOS GTS.............................................................................
ATIVIDADES CULTURAIS ....................................................................................
HOMENAGENS.....................................................................................................
LANÇAMENTO DE LIVROS...................................................................................
REGISTRO POR FOTOGRAFIAS ........................................................................
MENSAGEM DA COMISSÃO ORGANIZADORA
Foi após uma jornada significativa de discussões, encontros e estudos em que o Grupo de
Estudos Erêyá reflete sobre os desafios e perspectivas para uma Educação Antirracista
que elabora o I Seminário ErêYá. Assim é com imenso prazer que os integrantes do Grupo
iniciam o processo de pensar o seminário, preparam os convites e recebem na UFPR, no
Campo Rebouças, em Curitiba, os 245 participantes, entre estes professores das redes
municipal e estadual, acadêmicos de licenciatura e pedagogia, estudantes de ensino médio e
professores universitários. O Seminário contou com a contribuição de 62 trabalhos/resumos.
Destes 51 foram dialogados nos GTs por seus autores. Este caderno de resumos traz os 51
resumos discutidos no Seminário. São 8 no GT 1, 15 no GT 2, 7 no GT 3, 1 no GT 4, 13 no
GT 5 e 7 no GT 6.
Pela quantidade de trabalhos/resumos percebe-se que o I Seminário Erêyá constitui-se em
um espaço para troca de experiências, promover o debate, para unir pessoas questionadoras
das injustiças sociais e propositoras de ações que visam uma educação antirracista.
Ressaltamos que a organização do evento é também uma forma de proporcionar aos
participantes do grupo a oportunidade de vivenciar uma forma de articulação entre os
Ereyanos, aprendizado para os iniciantes no grupo e amadurecimento para todos os
participantes, pois como nos ensina Paulo Freire “A alegria não chega apenas no encontro do
achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da
procura, fora da boniteza e da alegria.”
Decoramos o ambiente com materiais recicláveis, retornáveis, tecidos e plantas ornamentais
e plantas vivas para que o ambiente ficasse o mais acolhedor possível.
No final do Seminário o grupo preparou ambiente visual, perfumado e saboroso com mesas
com comidas e bebidas para comemorarmos a possibilidade de nos alimentarmos em união.
Coube desejar a todos e todas um ótimo evento com encontros agradáveis e de
enriquecimento pessoal e profissional.
Comissão Organizadora do I Seminário ErêYa.
PROGRAMAÇÃO
Profª Drª Andréa Maila Voss Kominek - Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Profª Drª Lucimar Rosa Dias - Universidade Federal do Paraná
Profº Dr Sérgio Luis do Nascimento - Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Mediação – Profª Dout. Clarice Martins de Souza Batista
Profª Drª Andréa Maila Voss Kominek - Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Profª Drª Lucimar Rosa Dias - Universidade Federal do Paraná
Profº Dr Sérgio Luis do Nascimento Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Mediação – Profª Dout. Clarice Martins
ÍNDICE DE RESUMOS
1 Os GTs 4 e 5 foram unidos para o diálogo entre os trabalhos em uma sala para viabilizar a
interação entre os trabalhos. Neste momento com o título CINEMA, ARTES E LITERATURA DE
TEMÁTICA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA E A EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-
RACIAIS.
DISCURSO E RELAÇÕES RACIAIS: A LITERATURA INFANTIL DE TEMÁTICA
AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA
Roberta Regina Chaves Veloso
Paulo Vinicius Baptista da Silva ................................................................................
GT
01
INFÂNCIAS E EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
O eixo deste grupo de trabalho Infância e Educação das Relações Étnico-Raciais abrange
comunicações orais e relatos de experiências que tratem temáticas da infância - desde a
primeira infância até o Ensino Fundamental. Tem como objetivo tratar temas que abordem a
relação entre crianças e crianças, crianças e adultos, práticas cotidianas com e para a infância,
interligados as questões raciais e suas implicações na vida e no cotidiano infantil, como:
infância e branquitude, boas práticas que envolvam a criança, a mídia, musicalização, literatura
infantil, ancestralidade e cultura africana para a infância, como forma de combater o racismo e
de reparação de direitos. O grupo de trabalho contemplará estudos, pesquisas e práticas
pedagógicas que abrangem a criança e seus direitos enquanto sujeito social, dialogando com a
diversidade, diferenças e desigualdades sociais, com ênfase na categoria das relações étnico-
raciais.
2 As interações no Seminário com os trabalhos submetidos ocorreram por forma de diálogos em que
cada autor explicava para os participantes suas colocações. Diálogo sempre proposto por Paulo Freire.
3 O evento contou com o recebimento de 62 resumos, dos quais 48 foram dialogados com no evento.
A LEI 10.639/2003 E A BNCC: POSSIBILIDADES DE TRABALHAR
4
UFAC. Graduada em História, Professora, flavia_rocha80@hotmail.com
5
UFAC. Graduada em História, Professora, joanamarx@gmail.com
sugestões de atividades que serão propostas, esperançamos como principal
resultado que todas as crianças cresçam com autoestima positiva, valorizando sua
identidade, sua ancestralidade e a diversidade humana.
Leomari Schip6
Luzilete Falavinha Ramos7
Simone Marquito Caetano Ribas8
6
SME - Graduada em Pedagogia pela UFPR, pós-graduada em Psicopedagogia, Professora do
Fundamental I da Rede Municipal de Educação de Curitiba, leomarischip@hotmail.com
7
SME - Graduada em Arte- Educação pela FAP, mestranda em Educação: Teoria e Prática do Ensino
pela UFPR, Professora do Ensino Fundamental I da Rede Municipal de Educação de Curitiba,
luzifal@yahoo.com.br
8
SME - Graduada em Pedagogia, pós-graduada em Educação Especial pela PUC-PR, Professora
do Fundamental I da Rede Municipal de Educação de Curitiba, monymarca@yahoo.com.br
construção de novos e diferentes saberes. O estudo da criança árabe e sua cultura
trouxe à tona a desmistificação do estereótipo atribuído ao povo árabe, possibilitando
o estudo de conceitos relacionados ao preconceito, ao racismo, a diversidade
buscando chegar o mais próximo do que Baibich (2012) chama de pedagogia do
antipreconceito. O contato dos alunos com crianças refugiadas sírias criou o que se
pode chamar de empatia e favoreceu novas aprendizagens dentro da perspectiva em
que segundo RÜSEN (2010) a consciência histórica vem à tona ao contar narrativas,
isto é, histórias, que são uma forma coerente de comunicação, pois se referem à
identidade histórica de ambos: comunicador e receptor.
9
Mestre em educação (UFPR). Especialização em educação das Relações Étnico-raciais
(UFPR).Formada em pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
na disciplina de história que trata da diversidade da população brasileira de forma
mais equânime. Os dados coletados indicam que, mesmo sem uma política
sistematizada de aplicação da legislação antirracista, a educação das relações étnico-
raciais não está ausente do currículo do município, seja a partir da organização
curricular ou ainda pelas ações isoladas de algumas professoras e professores que
desenvolvem o trabalho efetivo em suas salas de aula. Um dos limites da pesquisa
foi não ter realizado entrevista com as/os professoras/es, já que isso daria um
panorama maior da efetivação da política da ERER. Outra limitação constatada é a
não formação específica das/os coordenadoras/os área que realizavam a formação
continuada no município
10
UFPR – Mestrando em Educação em Ciências e em Matemática, Orientadora Profa. Dra. Camila
Silveira da Silva, geovanecwb@gmail.com
discussões sobre ciência e tecnologia o que desencadeou numa exploração de
diferentes recursos para um fazer artístico voltado para a temática.
11
Membra grupo de Estudos ErêYá,
mestranda em Educação na UFPR, Pedagoga de
Educação Infantil na Rede Municipal de Curitiba. aldiaandrade@gmail.com
conscientizando a criança branca de seu papel antirracista desde pequena e em
contrapartida dando visibilidade ao pertencimento racial de cada ser humano.
Danielle Lourenço13
12
Membra grupo de Estudos ErêYá, Bolsista da Fundação Araucária, Graduanda em psicologia na
UFPR.
13
UFPR - Graduada em Pedagogia, pós-graduada em Educação Especial e Inclusão pela Faculdade
de Pinhais e Neuroaprendizagem pela Faculdade São Braz. Cursista no curso de Aperfeiçoamento em
Educação, Pobreza e Desigualdade Social pela UFPR. Vice-diretora pela Secretaria de Estado da
O trabalho acima intitulado objetivou realizar uma breve análise acerca das
implicações relacionadas aos tensionamentos estabelecidos nas relações raciais no
Centro Municipal de Educação Infantil Aprendendo e Crescendo, localizado no
município de Pinhais. A pesquisa se fez ao longo de seis meses do corrente ano,
observando-se crianças haitianas de dois a três anos de idade nas interações e
brincadeiras no cotidiano e, na realização de entrevistas com algumas famílias
haitianas e educadores. O trabalho surge da necessidade posta nos espaços
educativos sobre a ausência de problematização em torno concepção de negritude e
desigualdade social presente no contexto da creche e das políticas públicas de
atendimento à população negra, sobretudo do combate às desigualdades de acesso,
permanência e sucesso na educação infantil. Embora muito se busque refletir sobre
a diferença e a desigualdade já identificadas e instauradas, verifica-se que muitos
profissionais da educação, por vezes, não se colocam na condição de olhar, no
sentido social, para os sujeitos com os quais contribui para a formação todos os dias.
Conforme Rosemberg (2014) aborda, neste contexto, nem mesmo políticas
afirmativas ainda dão conta de superarmos, enquanto nação, o racismo, assim, se faz
urgente pensar desde a educação infantil sobre os dados que ainda reforçam a
segregação e a exclusão de negros e aspectos que levem, ainda que
involuntariamente, à perpetuação do racismo nas relações. Isso posto, ao longo da
observação e das conversas informais com as famílias haitianas, muito se refletiu
acerca da função social da educação para essas crianças pequenas, negras e pobres.
Sobre como as famílias destas crianças se percebem neste contexto, bem como
sobre suas perspectivas de presente e futuro. Com base nas conversas com as
famílias, foram realizadas ainda formações continuadas com os educadores atuantes
na unidade educacional que buscou, coletivamente, estratégias pedagógicas de
visibilidade e protagonismo das crianças haitianas a partir de vivências lúdicas que
também traduziam um pouco de suas culturas como forma, inicial, de busca da
diminuição da desigualdade racial provocada pela diferença, a partir do
reconhecimento da diversidade.
15
UFPR - Graduanda em Pedagogia, Professora, elaineioungblood@hotmail.com
GT
02
FORMAÇÃO DE PROFESSORES (AS) E EDUCAÇÃO PARA AS
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS16
Coordenação: Profª Doutoranda Marlina Oliveira; Mestranda. Vanessa Rocha; Profª Dra
Claudemira Vieira Gusmão Lopes
A complexidade das relações raciais em nossa sociedade teve como pano de fundo o processo
de escravização de africanos que foram trazidos ao Brasil de forma compulsória. Por um lado,
esse fato criou, após séculos de história, naquele que foi escravizado e em quem escravizou,
representações sociais e subalternização e, por outro lado, fez com que negros e negras lutassem
contra esses processos de violência física e simbólica presentes inclusive na educação escolar.
Nesse contexto, é que se forjaram leis, decretos e pareceres para que fosse implementado nas
escolas uma educação que promovesse a igualdade das relações raciais. Esse processo
demandou das universidades muitas pesquisas. Nesse sentido, o Grupo de Trabalho “Formação
de Professores e a Educação das Relações Étnico-Raciais – ERER ” tem como objetivo
apresentar esses estudos, seja por meio de pesquisas em andamento ou de relato de
experiências, desde que voltados à Formação de Professores na perspectiva da ERER,
privilegiando processos formativos desde a Educação Básica até o Ensino Superior. A
relevância dessa temática reside no fato da mesma apresentar a possibilidade de visibilizar e
(re)conhecer o grande esforço teórico que os pesquisadores vem fazendo nessa área,
principalmente no que tange à formação de professores e professoras dos diferentes níveis
educacionais.
17
UNIOESTE – Grupo de Estudos e Pesquisa em Análise do Discurso (GEPADI) Cascavel-Pr. Mestre em
Sociedade, Cultura e Fronteiras . Professor: História e Língua Portuguesa. E-mail: profdionemcr@seed.pr.gov.br
CAMINHADA NEGRA POR CURITIBA
18
Mestra no Programa de Pós-Graduação em Educação: Teoria e Prática de Ensino – Mestrado Profissional da
Universidade Federal do Paraná. Professora da Rede Estadual de educação/PR. E-mail:
maritana.historia@gmail.com
COMO OS INTEGRANTES DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR COMPREENDEM
ESTA FORMAÇÃO DOCENTE PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS? UMA
ANÁLISE DOS DISCURSOS DOS DOCENTES EM FORMAÇÃO
Maísa Cardoso19
Cloris Torquato20
19
UFPR –Doutora em Letras, Professora da Secretaria de Educação do Paraná, isamahisa@gmail.com
20
UFPR–Doutora em Letras ,Professora orientadora, clorisporto@gmail.com
EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS POR MEIO DOS NÚCLEOS DE
ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS E INDÍGENAS
21
Ufac–Licenciada em História, Mestre em Letras. Doutorando em Educação, pela UFPR, Professora de História,
Coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da Universidade Federal do Acre,
flavia_rocha80@hotmail.com
22
Ufac – Licenciada em Letras/Português, Mestranda em Letras: linguagens e identidades. Professora de
Português da Secretaria de Educação e Esporte do Estado do Acre. Membra do Núcleo de Estudos Afro-
Brasileiros e Indígenas da Universidade Federal do Acre. andressa.queiroz.silva@hotmail.com
23
Ufac – Licenciado em História, Mestrando em Educação. Membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e
Indígenas da Universidade Federal do Acre.wclmarti’ns@gmail.com
ampliou as possibilidades de formação para ERER não apenas em quantidade de
atividades formativas, mas em alcance e diversidade de público, dada a
institucionalização do núcleo, bem como em qualidade, devido ao formato agregador
que ganhou o Neabi/Ufac, por meio de seu estatuto, permitindo assim uma riqueza
maior na diversidade de conteúdos, devido à diversidade dos sujeitos que o compõe.
24
Coordenadora Pedagógica atuante no segmento da Educação Infantil da Rede Municipal deBrusque.
Licenciada em Pedagogia pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- URI Campus
Erechim. Mestra em Educação pela Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS Campus Erechim. Doutoranda
em Educação pela Universidade Federal do Paraná. E-mail: marlinachiessl@gmail.com
25
Coordenadora Pedagógica atuante no segmento do Ensino Fundamental - Anos Finais na Rede Municipal de
Brusque - Licenciada em História pela Unifebe - Brusque. Especialista em Educação Especial e em Gestão e
Coordenação escolar pela Sensupeg, E mail: prof.tativentura@hotmail.com
Palavras-chave: Educação das Relações Étnico-Raciais. Coordenação Pedagógica.
Educação Antirracista.
26
Rozana Teixeira.
27
Taniapacífico@hotmail.com
pelos alunos negros nas suas diferenças. A branquitude foi aflorada de duas
maneiras: na ação dos professores em seus cuidados maiores com o aluno
surdo/branco como representante da espécie e na preocupação em defender um
semelhante.
Maristela Carlos28
Naor Franco de Carvalho29
28
UFPR - Graduado em 2012. Professora, marisprod@gmail.com
29
UEL - Graduado em 2013. Professor, naorufranco@gmail.com
texto anteriormente trabalhado e apresentarão à comunidade escolar. Essa
contribuição pedagógica pretende trazer como resultado uma experiência (DEWEY,
2011) tanto nos educadores quanto nos educandos sobre a riqueza mitológica e
religiosa, a qual provoque nos mesmos um atravessamento positivado a respeito da
cultura africana e afro-brasileira.
30
Graduada em Letras, Professora da rede estadual do Paraná, mestranda em Educação pela Universidade
Federal do Paraná. E-mail: vanessagondaro@gmail.com
EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NAS LICENCIATURAS DA
UFPR - SETOR LITORAL.
Um dos grandes passos em direção a luta contra o racismo no Brasil foi a criação da
lei 10.639/2003, que trata de políticas afirmativas que tem o objetivo de reparar
desacertos históricos que por muito tempo segregam a população negra. Mas ainda
existem muitos desafios a serem superados, como, por exemplo, a formação docente
adequada para trabalhar questões étnico-raciais na educação básica (MULLER et.
al.,2013). Esse trabalho objetiva investigar a presença de menções de conteúdos
necessários para trabalhar a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) nos
Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) das licenciaturas da UFPR Setor Litoral,
avaliando se os docentes dessa instituição estão trabalhando de acordo com o
previsto na legislação. Para identificar a presença da abordagem da temática nos
PPCs foi utilizados o software QDA Miner visando analisar e classificar menções de
temas relativos nos referidos documentos. Os cursos analisados foram Artes,
Ciências, Educação do Campo, Educação Física, Geografia e Linguagem e
Comunicação, constituindo todas as licenciaturas do setor. Ao todo foram
encontrados 39 menções dentre os PPCs analisados. A licenciatura que menos
apresentou resultados foi o de Ciências, com apenas 3 casos encontrados, sendo 2
delas classificadas como grupos de apoio. Essa característica apresenta fragilidades
quanto à efetividade na formação dos discentes, pois se trata de uma organização da
instituição, e não um componente obrigatório do curso. Geografia e Educação do
Campo foram os que mais previam o atendimento da temática diretamente em seus
módulos, apresentando os maiores números de casos, com 9 e 11 respectivamente.
Os cursos intermediários como artes e Educação Física, apesar de apresentarem 6 e
5 menções respectivamente, se destacam por expor menções na maioria das
categorias. Linguagem e Comunicação também apresentou 5 menções. Conclui-se
que a maioria das licenciaturas do setor atentou-se a inclusão das leis em seus PPCs,
com menções diretas às legislações ou aos seus textos. Os cursos mais atentos foram
Geografia e Educação do Campo, enquanto Ciências e Linguagem e Comunicação
apresentaram um número baixo de menções, e de maneira questionável. Desta
forma, identifica-se que a UFPR Setor Litoral apresenta uma desigualdade no
atendimento ao exigido pelas referidas leis, quanto aos seus cursos. Assim,
questiona-se se a universidade está formando futuros professores preparados para
auxiliar na construção da identidade dos alunos negros do litoral paranaense.
31
UFPR - Graduanda em Ciências, Discente, eliane.silveira94@gmail.com.br
32
UFPR - Graduado em História, Professor, evandrohistoria@hotmail.com
O TRABALHO PEDAGÓGICO E O ESCRAVISMO COLONIAL: NA
PERSPECTIVA DO CONHECIMENTO E DA TECNOLOGIA ADVINDOS DO
CONTINENTE AFRICANO.
33
Historiadora, Especialista em Educação Patrimonial, clemilda.santiago@gmail.com
Palavras-chave: Trabalho pedagógico. Formação continuada. Apagamento.
34
PUCPR- Graduada em Educação Física, Professora, giorgia.bezerra@educacao.araucaria.pr.gov.br
35
UFPR- Graduada em Letras, Professora, karen.kampa@educacao.araucaria.pr.gov.br
36
PUCPR- Graduada em Matemática, Professora, luciana.selinga@educacao.araucaria.pr.gov.br
osso) e Mamba. Após essa formação obtivemos retorno positivo dos professores que
aplicaram esses jogos nas unidades educacionais, sendo alguns desses aplicados e
organizados no recreio dirigido, como intervenção para uma Escola Ativa.
37 Claudemira.lopes@bol.com.br
A EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO MUNICÍPIO DE SÃO
JOSÉ DOS PINHAIS: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS, FORMAÇÃO DE
PROFESSORES E CURRÍCULO.
38
Mestre em educação (UFPR). Especialização em educação das Relações Étnico-raciais (UFPR).Formada em
pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Palavras-chave: Formação de Professoras/es. Educação paras as relações étnico-
raciais. Políticas Educacionais. Currículo.
Diante dos impactos que as relações étnico-raciais têm na vida da população negra,
e a emergência da ampliação do debate para a Assistência Social, buscou-se
investigar as perspectivas dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social-
SUAS de Joinville. A investigação realizou-se meio a pesquisa-intervenção a partir da
aplicação de oficinas estéticas com seis sujeitos representativos da rede SUAS.
Ocorreram três oficinas mediadas por atividade criativas seguidas de discussão
acerca do tema relações étnico-raciais. A pesquisa trouxe como resultados o próprio
percurso com os trabalhadores que possibilitou discussões acerca da temática, bem
como a pensabilidade da prática destes na assistência. Outro resultado refere-se ao
uso de dispositivos psicossociais como instrumento de mediação educativa. A
mediação audiovisual, a narrativa oral e o jogo, mostraram-se efetivos recursos
metodológicos para a discussão da temática com os trabalhadores. Por fim a
pesquisa colocou em evidência a escassez do debate étnico-racial em vários âmbitos
incluindo o SUAS. E justificou a necessidade de criação de mais espaços de
discussão sobre a temática na cidade, bem como implementação de espaços de
educação continuada para esses profissionais aperfeiçoarem suas práticas. As
oficinas foram realizadas com profissionais da assistência, mas facilmente podem ser
aplicadas aos profissionais da educação a fim de pensar em uma prática mais
sensível a todas as pessoas e cores.
39
Faculdade Guilherme Guimbala - Graduado em 2017. Psicóloga, gabrielapsi@outlook.com
40
FURB – Doutor em 2017. Psicólogo e Professor Universitário
SEMINÁRIOS E PALESTRAS COMO MEIO PARA DENUNCIAR E COMBATER A
INTOLERÂNCIA E DISCRIMINAÇÃO RACIAL
41
Professor de inglês aposentado da rede municipal de Araucária. Membro fundador da ACNAP (Associação
Cultural de Negritude e Ação Popular) desde 1990. Contato: lucasdea@hotmail.com
GT
03
POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES
ÉTNICO-RACIAIS
Este grupo de trabalho tem como objetivo a apresentação de comunicações orais ou relatos de
experiências compreendendo a temática de políticas públicas e educação para as relações
étnico-raciais, seja com análise da legislação propriamente dita ou com as aplicações destas
nos espaços educativos e sociais. O GT acolhe trabalhos acadêmicos, projetos desenvolvidos
por movimentos sociais ou outras instituições, que abordem temas ligados à promoção da
igualdade racial, enfrentamento ao racismo, políticas públicas, ações afirmativas, entre outras.
O GT pretende reunir pessoas da sociedade civil, movimentos sociais, estudantes,
pesquisadoras/es e professoras/es de todos os níveis e modalidades de ensino, assim como
integrantes de outros espaços de educação não formal que se interessem em contribuir com
seus relatos sobre a temática.
RESUMOS
42
UTP - Graduada em Geografia.Pós-graduada em Metodologia do ensino de história e Geografia pela
Uninter e Educação de Jovens e Adultos, pela Faculdade São Braz, Professora,
deiseols.ferreira@hotmail.com
Colégio bem como a comunidade em geral, prestigiaram a exposição que marcou o
encerramento das atividades letivas do ano de 2018.
43
UFPR - Graduada em Biologia, Especialista em Genética para professores, Professora,
nataliabonfim@yahoo.com
44
UFPR – Mestre em Educação, Pedagoga, tpmpacifico@gmail.com
de aplicação (planejamento) e aplicação à realidade. O presente trabalho faz parte do
Caderno Pedagógico Oralidades Afroparanaenses, produzido em 2018, sendo que a
prática pedagógica encontra-se em andamento e as atividades propostas pelos
estudantes estão sendo planejadas para aplicação à realidade. A principal proposta
é desfile que retrata as diversas fases da Estética Negra no Brasil, com ênfase no
Paraná, que deve ocorrer no dia vinte e três de novembro do corrente ano.
Esse trabalho irá apresentar uma das ações da Coordenadoria de Equidade Família
e Rede de Proteção (CEFAR) da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba/PR,
a qual tem como objetivo efetivar políticas e práticas pedagógicas de prevenção,
promoção, proteção, defesa e reparação de direitos humanos. Direitos que, embora
estejam postos na Constituição Federal (1988), historicamente não são para todas/os.
Nesta perspectiva será socializado no “I Seminário do ErêYá – Desafios e
perspectivas para uma Educação Antirracista” a proposta de organização e
elaboração de histórias afro-curitibanas que busca contemplar a implementação da
Lei 10639/03, a qual altera o artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e
torna obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira. A referida
ação ocorreu no ano de 2019 juntamente com a Assessoria de Políticas de Igualdade
Racial através da solicitação de narrativas e registros de contos, lendas e memórias
afro-curitibanas para as unidades educacionais da Rede Municipal de Ensino de
Curitiba; pesquisadores/as sobre relações raciais; integrantes do Movimento Negro,
dentre outros. Foram recebidas 64 histórias e os materiais foram coletados de forma
online. Os relatos exibiram lições de: coragem, persistência, resiliência, bem como
semelhanças no que se refere à ocupação dos espaços públicos e privados, às
45
Secretaria Municipal da Educação de Curitiba - Graduada em Pedagogia, Professora,
valeriasilvapedagoga@gmail.com
46
Secretaria Municipal da Educação de Curitiba; Universidade Federal do Paraná - Graduada em
Pedagogia, Professora, trcarvalho.p@gmail.com
47
Secretaria Municipal da Educação de Curitiba - Graduada em Pedagogia, Professora,
josianeinsantos@sme.curitiba.pr.gov.br
profissões e às dores. A coletânea das narrativas afro-curitibanas também provocou
reflexões sobre as experiências cotidianas de racismo, discriminação e preconceito
que a população negra enfrentou e continua enfrentando. Esse movimento
proporcionou alguns desdobramentos tais como: uma performance na I Jornada
Curitibana – Equidade, Família e Rede de proteção II Fórum Transformando
Realidades: Equidade na Educação, II Fórum da Rede de Proteção; um encontro de
autoras/es negras/os que compartilharam aspectos sobre as suas vivências na
elaboração das narrativas; uma possível publicação do material. A partir da
experiência de organização das histórias afro-curitibanas foi possível promover uma
ação de combate ao preconceito, discriminação, além do fortalecimento e promoção
de grupos silenciados.
48
Eu sou Sandra Aparecida da Silva, professora da rede estadual de educação do estado do Paraná, leciono
para as séries finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Formada em História pelas Faculdades
Integradas Espírita, com especialização em Relações Étnico-raciais pela UFPR (NEAB). Participante do Grupo de
Estudos e Pesquisas EreYá (UFPR).
foram as cotas raciais que tem sido alvo de discussões e polêmicas desde que
surgiram como possibilidade de ingresso da população negra em universidades e
cargos públicos conforme determina a lei 12.711/2012. O filme utilizado foi “Doze
Anos de Escravidão” (2013) dirigido por Steve McQueen. Além do filme, fez-se análise
da lei em questão e de texto da época pós-abolição da escravidão (Crônica de
Machado de Assis, 1888). Houve rica discussão entre os jovens mediada pela
professora que conduzia os questionamentos e reflexões sobre a necessidade de
políticas de combate ao racismo. Os pontos mais debatidos entre os estudantes foram
as ideias de igualdade e equidade, questionamentos sobre se as cotas não seriam
uma forma de discriminação, pois muitos percebiam assim, outro ponto essencial na
discussão foi a autopercepção do “ser negro ou não negro” devido a miscigenação e
a negação da ancestralidade negra, muitos alunos questionavam sua negritude no
sentido de tomar consciência disso. Concluiu-se que é relevante a aplicação da lei
10.639/2003 nas escolas quando feita de maneira a formar cidadãos conscientes da
importância da população negra em toda as fases da História do Brasil, tendo assim
subsídios para formarem opiniões e construírem uma visão de justiça social e
histórica em relação aos negros.
49
UFSC – Graduada em Ciências Sócias, 1985, professora, edilogia215@gmail.com
apresenta o trabalho desenvolvido pela Coordenação da Educação das Relações
Étnico – Raciais e Escolar Quilombola/CEREQ/DEDI/SEED, de 2014 a 2019, período
da minha atuação nesse espaço como Coordenadora da política de reconhecimento
e valorização da cultura e da população negra. O processo teve como objetivo buscar
eficiência e eficácia na organização e funcionamento, na formação continuada e
prática pedagógica almejando resultados efetivos na compreensão do papel da
política pública, das responsabilidades de cada segmento profissional e do
compromisso com a superação das desigualdades raciais dentro e fora da escola. As
EM passam por reorganização na composição, considerando o porte das escolas e
respeitando a representatividade dos seguimentos (Orientação 001/2014 –
DEDI/CERDE/CEEI). A formação continuada é reestrutura em encontros presenciais
e posteriormente semipresenciais, obrigatórios para a rede estadual, da mesma
forma, a prática pedagógica demanda exclusividade para discussão e ação sobre a
temática étnico racial, intensificando a mobilização e o fomento do diálogo, a garantia
da qualidade do ensino em todas as disciplinas curriculares, a produção e a
multiplicação de conhecimentos e as soluções para os conflitos raciais no ambiente
escolar (Orientação 002/2014 – DEDI/CERDE/CEEI). Tais procedimentos resultaram
em mudanças qualitativas e quantitativas, ou seja, maior comprometimento com a
política, com destaque para alguns Núcleos Regionais de Educação e em significativo
aumento do numero de escolas com EM e do número de participantes na formação
continuada.
Neste texto abordamos o Movimento Escola sem (?) Partido 51 (ES?P) relacionado
ao racismo por ele divulgado com destaque para os livros didáticos. Partimos da
premissa que ao questionar as resistências negras e fatos históricos já apurados que
denunciam a barbárie da escravidão brasileira o Movimento fere o estado democrático
de direito. O movimento iniciado Miguel Nagib em 2004 que diz ter sido movido pela
discordância de uma aula de história da filha, o mesmo argumento usado pela
50
Professora da Rede Municipal de Curitiba. Pesquisadora do grupo de estudos ErêYá/UFPR. E-mail:
clarice_batista@hotmail.com
51
Adotamos as grafias Escola sem (?) Partido ou ES?P para questionar a isenção do movimento que
embora possua uma perspectiva política e ideológica evidente reivindica uma neutralidade que não
existe em sua produção.
fundadora do “No indocrination” Luann Wright nos Estados Unidos da América. Ela
ficou incomodada pela forma crítica que aparecia o racismo no material apresentado
ao seu filho. Tais movimentos são inspirados no Macarthismo que de acordo com
Santos (2019, p.293). O movimento levou uma década sem expansão significativa
de ideias entre o período de 2004 a 2014. Porém, atualmente passados 15 anos do
Movimento e 5 anos de proposições dos primeiros projetos pelo Brasil afora ocorrem
situações de “fiscalização” do trabalho de professores/as. Além do cerceamento
docente destacamos outra dimensão pouco discutida que é o racismo que o
movimento tem propagado. Situação que vai na contramão da Constituição Federal
de 1988 quanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) número 9394/96 que
defendem a educação escolar como espaço de combate ao racismo e não de
propagação deste e põe em xeque o estado democrático de direito. A ascensão de
dirigentes políticos relacionados com o Movimento fortalece esta vertente do ES?P.
De modo a exemplificar nosso argumento que há propagação do racismo e negação
a uma educação antirracista, trazemos o exemplo do blog “De olho no Livro Didático”
da página do Movimento encontram-se vários prints de livros didáticos criticados por
Orley José da Silva professor municipal em Goiânia (GO) e doutorando em ciências
da religião (PUC/ Goiás). Em novembro de 2018, publica uma série de prints com os
quais tenta provar que existe uma “hegemonia cultural africana e indígena” 52. Silva
(2018) só questiona textos em livros didáticos quando estes abordam o processo de
escravidão, direito à terra da comunidade quilombola, a inclusão da história de
negros/as e indígenas em uma perspectiva de resistência. Percebe-se desrespeito a
presença de conteúdos garantidos pela legislação brasileira. A concepção de
educação do ES?P não permite a análise crítica e não considera os direitos humanos.
52
http://deolhonolivrodidatico.blogspot.com
COTAS RACIAIS: NECESSIDADE DE CONSCIENTIZAÇÃO NA FORMAÇÃO
DOCENTE
Gleice Araújo 53
Este relato de experiência vem trazer um momento de minha formação que me levou
a problematizar a necessidade de se abordar políticas de ações afirmativas nos
cursos de Licenciaturas, destacando o curso de Pedagogia. Sou estudande no curso
de Pedagogia em uma faculdade privada localizada na região metropolitana de
Curitiba/Paraná e ao ministrar um seminário para a minha turma sobre cotas raciais
juntamente com algumas colegas após estudos e pesquisas sobre a temática. A
abordagem corria bem com as atenções voltadas para o grupo até porque se tratava
de uma temática que gera polêmicas e opiniões divergentes. Eu estava bastante
empolgada com uma expectativa positiva por se tratar de um público de profissionais
que estão se preparando para atuação como educadores, mediadores na formação e
no futuro de cidadãos que precisam refletir criticamente sobre a vida, a sociedade e
para o mercado de trabalho. No entanto minha expectativa se tornou em decepção a
partir de uma simples pergunta que fiz ao público: Quem é a favor das cotas raciais?
Foi quando percebi que 70% da turma não era a favor. A discussão tomou tamanha
proporção que mal conseguimos fazer o desfecho do tema. Tal comportamento
evidenciado me levou a uma pergunta: Como podemos vencer a desigualdade num
país em que os futuros profissionais da educação carregam consigo o descaso
referente a desigualdade racial e social? Como falar de educação transformadora sem
superar esses paradigmas? Essas reflexões são embasadas em reflexões sobre uma
educação emancipadora de Paulo Freire e Legislação como: LDB 9394/96, Lei
10639/03, Lei nº 12.711/12. Essa situação me leva a refletir sobre a necessidade de
abordagens referente a políticas afirmativas na Educação Básica e Ensino Superior
com a abordagem ao contexto histórico brasileiro. É preciso portanto repensar no
outro. É preciso de fato refletir a respeito da expressão “Educação para todos”.
53
Acadêmica em Curso de Pedagogia. Contato: gleiceaaraujo@yahoo.com.br
GT
04
GT 4 MÍDIAS, RAÇA E EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
O Grupo de Trabalho Mídias, Raça e Educação para as Relações Étnico-raciais propõe promover o
debate qualificado sobre os processos de comunicação na sociedade brasileira, as relações sociais, a
produção cultural e simbólica nas mídias e o uso das tecnologias digitais na educação para as relações
étnico-raciais, além de abordar a presença das imagens na formação humana, discutindo “o que vemos,
e o que nos olha” na sociedade por e através das lentes midiáticas e as tensões que se dão nas relações
de poder/dominação associada a produção cultural (cultura popular X indústria cultural), instancias de
legitimação e construção da realidade. E tem como objetivo reconhecer práticas pedagógicas nas escolas
e em diferentes espaços educativos, nos movimentos sociais e em pesquisas que ampliem as
possibilidades de uma formação imagética positivada da negritude, desconstruindo os ruídos e
estereótipos produzidos no campo da indústria cultural do cinema, das mídias sociais, digitais e
televisivas sobre o homem, a mulher e a criança negra.
RESUMO
54
UFPR – Doutoranda em Educação., Professora no Curso de Serviço Social no Centro Universitário
Internacional (Uninter), Assistente Social na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
,email: jussarammdias@gmail.com
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a construção da branquitude a partir da
trajetória de Hans-Jürgen Massaquoi, que relata sua história como alemão negro em
uma Alemanha Nazista. A metodologia utilizada será uma análise bibliográfica,
utilizando a história do autor e conceitos como raça e branquitude. Para compreender
este fato, torna-se fundamental discutir sobre o conceito de raça, visto que esta é
construída social e historicamente, apresentando diferentes formas de racialização.
Para Guimarães(2003) a biologia e a antropologia física criaram a ideia de raças
humanas, dividindo os seres humanos em subespécies como o mundo animal,
associando essas diferenças a diferentes desenvolvimento de valores morais, dotes
psíquicos e intelectuais entre seres humanos.. Porém destaca que foi esta ideia de
raça que fundamentou um racismo doutrinário, hierarquizando sociedades e
populações humanas. Esta ideia dá sentido ao racismo e a um problema conhecido
por alguns autores como branqueamento. Ao descrever este problema, Bento aponta
suas características, mostrando como este é considerado constantemente como um
problema do negro, que ficaria desconfortável com suas condições e tentaria
miscigenar-se com ele, para diluir suas características raciais. E o branco pouco
apareceria neste contexto, sendo considerado um modelo universal. Para a autora, o
branqueamento foi um modelo inventado e mantido pela elite brasileira e apontado
por esta mesma elite como um problema do negro.Assim, pensando no conceito de
branquitude, o autor Cardoso (2010, pg 611) o conceitua como “um lugar de privilégios
simbólicos, subjetivos, objetivo, isto é, materiais palpáveis que colaboram para
construção social e reprodução do preconceito racial, discriminação racial “injusta” e
racismo. Pensando nestes conceitos, a partir da história de Hans-Jürgen Massaquoi,
publicado na revista Aventuras da História, podemos identificar como se dá a
construção de branquitude. O alemão era filho de uma alemã branca e de um liberiano
negro e não acreditava ser diferente de outras crianças alemãs até que em 1934
soube não ter sido aprovado na Hitlerjugend — a Juventude Hitlerista, organização à
qual todas as crianças eram incentivadas a se filiar porque “não era digno”.
Considerando esta história, conclui-se que sua trajetória mostra como a cor de sua
pele determina seu lugar na sociedade alemã.
Este GT tem como principal objetivo fomentar estudos acerca da literatura infantil de temática
da cultura africana e afro-brasileira. Esta nomenclatura se refere a um tipo de literatura que
apresenta uma perspectiva de resistência aos estigmas e de engajamento à insurgência, opondo-
se à subalternização e à hierarquização. Nesta categoria incluem-se os livros que apresentam
personagens negros em diferentes situações e protagonizando papel de destaque, bem como
descrições que retratam a valorização fenotípica dos protagonistas, realçando a beleza negra; o
enredo com perspectivas outras, inserindo temáticas que vão além da discriminação racial,
evidenciando questões como a resistência negra e a religiosidade de matriz africana. São obras
em que tanto o texto quanto a ilustração apresentam uma perspectiva da valorização desses
elementos culturais, havendo nessa produção uma variação qualitativa, porém nenhuma
literatura que trate os elementos culturais afro-brasileiros de forma negativa, subalternizada ou
estigmatizada poderia entrar nesta categoria.
Nos interessam práticas pedagógicas de qualquer nível e modalidade de ensino, relatos de
experiências e produções acadêmicas que tenham como foco principal a literatura de temática
da cultura africana e afro-brasileira, uma vez que ela reflete outro lado da história, construindo
uma narrativa distinta da hegemônica através da resistência às formas de opressão, da riqueza
cultural e de uma representação mais positiva dos personagens negros. Por isso, a relevância
em ampliar as pesquisas acerca dessa literatura, rompendo com os modelos de representações
que inferiorizam os negros e suas culturas e que contribuem para a manutenção de discursos
racializantes.
RESUMOS
O projeto tem como objeto o uso da literatura infanto-juvenil com temas de “História
Sensível” como fonte historiográfica. O principal objetivo é analisar em que medida o
uso das fontes de literatura ficcional que contemplam temas da “História Sensível”
podem contribuir para o aprendizado do Ensino de História dentro da perspectiva da
Educação Histórica, levando em consideração o caráter híbrido da obra, assentada
em uma dimensão em que o histórico e o mítico se conjugam formando um discurso
intertextual. Busca-se traçar uma relação entre o seu uso como fonte histórica e a
viabilidade de sua utilização na aprendizagem histórica e na construção do
conhecimento histórico, bem como a sua ligação ao público infanto juvenil. Para isso,
procura dialogar acerca das narrativas ficcionais, os temas considerados como
“História Sensível” partindo dos livros disponibilizados pelo Programa Nacional
Biblioteca na Escola e o Programa Nacional do Livro Didático – Literatura. Entende-
se aqui, uma possibilidade para se trabalhar a Educação para as Relações Étnico
Raciais, partindo dos movimentos de resistência. Para isso, se fará uso da
metodologia de discussão acerca das narrativas – literária e histórica, análise do
discurso das obras que ainda serão selecionadas e a sua viabilidade como fonte
historiográfica, visando uma educação emancipadora.
55
Licenciada e Bacharela em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), licenciada em Pedagogia pelo Centro
Universitário UNINTER. Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Educação Histórica (UFPR), mestranda bolsista
(CAPES/PROEX) do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR. ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-6168-7948.
nunes.rafaellab@gmail.com
56
Doutora em Educação. Professora da Universidade Federal do Paraná – Setor de Educação. Professora do Programa de
Pós-Graduação em Educação, do Mestrado Profissional em Ensino de História e Professora de Metodologia e Prática de
Docência de História. Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Educação Histórica (LAPEDUH – UFPR). ORCID iD:
https://orcid.org/0000-0001-9957-8838. claudiaurban@uol.com.br
DISCURSO E RELAÇÕES RACIAIS: A LITERATURA INFANTIL DE TEMÁTICA
AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA
57
Formada em pedagogia na Universidade Federal do Paraná. Atualmente mestranda do Programa
de Pós Graduação em Educação da mesma universidade, na Linha: Diferença, Diversidade e
Desigualdade Social.
58
Pesquisador do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e do Programa de Pós-graduação em Educação.
Doutor em Psicologia Social e Professor da UFPR - Universidade Federal do Paraná.
LITERATURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NA ESCOLA: DA ESCOLHA
DAS OBRAS A UMA PRÁTICA DE LETRAMENTO LITERÁRIO ANTIRRACISTA
Este trabalho tem por objetivo apresentar uma análise sobre como a questão da
escolha de livros literários da temática africana e afro-brasileira foi tratada dentro do
espaço de formação de professores/as e de estudantes de uma turma de formação
de docentes do município de Araucária. Considerando que a escola, principalmente
a pública, constitui-se, geralmente, como um dos poucos espaços de propagação de
cultura para a maioria das crianças e adolescentes no Brasil, pensar a Literatura como
um aliado na construção de uma consciência voltada para o respeito à diversidade e
para a promoção de atitudes antirracistas deve ser uma das premissas de todos os
professores envolvidos na promoção da educação para as relações étnico-raciais.
Sendo assim, partindo da ideia de que a seleção de obras de Literatura permeia, na
maioria das vezes, uma ideia preconcebida do que é positivo ou negativo com relação
à busca por ações afirmativas, é necessário analisar em que medida essas escolhas
refletem o anseio de se colocar o negro como protagonista das histórias que são
contadas para nossos alunos. Isso porque, trabalhar na escola o protagonismo da
pessoa negra requer, além de abordagens que envolvam a cultura africana e afro-
brasileira, apresentar situações em que as personagens sejam inseridas em
contextos de vivências cotidianas, ou simbólicas, de forma afirmativa, como é o caso
do livro “Menino Nito”, de Sonia Rosa e “Mil e uma estrelas”, de Marilda Castanha.
Tendo em vista o exposto, durante o trabalho de análise de algumas obras, percebeu-
se que a perspectiva da representação do negro na literatura infantil e juvenil ainda
parte de ideias estereotipadas sobre o papel desse grupo na sociedade. Assim,
representações que privilegiam, ainda, papéis secundários ou exóticos são vistas
como “naturais” pela maioria das pessoas presentes no momento de formação, não
causando o estranhamento necessário para um trabalho de letramento literário
antirracista. Naturalmente que uma análise mais aprofundada e dentro de um espaço
maior de tempo de pesquisa pode levar a conclusões mais consistentes e, talvez,
diversas da apresentada aqui. Para fins da análise aqui proposta, utilizaram-se as
postulações de Mikhail Bakhtin (1992), no que se refere à relação do leitor com a obra
literária, Eduardo de Assis Duarte (2011), sobre o conceito de literatura afro-brasileira,
e Ione da Silva Jovino (2006; 2017), sobre a questão específica da presença de
personagens negras na literatura infantil e juvenil.
59
Graduada pela UFPR 2008 em Letras-Português; professora da Rede Municipal de
Araucária, mfb.fatimaborges@gmail.com
Palavras-chave: Literatura Infantil e Juvenil. Literatura Africana e Afro-Brasileira.
Educação para as Relações Étnico-Raciais.
60
cidomarchetaria@gmail.com
61
adri.marx@yahoo.com.br
62
luhexa@hotmail.com
como essa, que contribuem para o trabalho crítico, são de fundamental importância
para a formação da consciência e enfrentamento ao racismo no cotidiano escolar.
63
ISE SION - Graduada em pedagogia, professora, anapaula944@gmail.com
64
FACULDADES SÃO BRAZ - Graduada em pedagogia, professora, cleoniceschneider@gmail.com
Palavras-chave: Representatividade negra. Literatura infantil. Protagonismo negro.
65
UNIANDRADE - Graduada em Letras, Português/Inglês. Mestranda em Teoria Literária.
juceamaral@yahoo.com.br
apresenta par a atividade artística do autor. ( BAKHTIN, 1992,p.34). Todos temos uma
história de vivida, alguns com momentos mais tristes, outros mais alegres, desafios
que só quem passa pode mensurá-los. Cada indivíduo sabe o peso que pode
suportar. O grande desafio é justamente como contar sua história.
66
PINHAIS – Especialista em Contação de História e Literatura Infantil e Graduada em Pedagogia,
Educadora Infantil da Rede Municipal de Pinhais,katianascimentoalvesvelozo@gmail.com
A ARTE VISUAL AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO BÁSICA:
APROPRIAÇÕES E SIGNIFICADOS NO ENSINO DA ARTE
67
ftrovao2012@gmail.com
O TEATRO COMO PORTA-VOZ DA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA
68
Pós-Graduada em Arte-Educação – Professora do Curso de teatro - “Vida em Cena” - do Centro
Municipal de Educação Cultural Lucy Moreira Machado – Educação Multidisciplinar – CMEC/Araucária.
E-mail: genicefortunato@gmail.com
CONSTRUÇÕES ESTEREOTIPADAS DA IDENTIDADE NEGRA NAS ARTES
VISUAIS NO BRASIL
Roberta K. S. Zimermann70
A cultura africana está presente em nosso cotidiano. Está nos costumes, nas comidas
típicas, no vestuário, na religião, na arte. Faz parte de nossa história, mas é pouco
conhecida e estudada em sala de aula. A partir da Lei federal 10.639/03, torna-se
obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira e africana nas escolas de ensino regular.
O desafio é desmistificar as ideias estabelecidas ao longo de anos em relação à
cultura africana. Surge a necessidade de um currículo de arte voltada para a fruição
e produção da arte afro-brasileira. Artistas plásticos como Mestre Didi, Heitor dos
Prazeres, Djanira da Motta e Silva, Emanoel Araújo e Rubem Valentim têm como
69
keniacristina83@hotmail.com
70
UEPG – Especialista em História, Arte e Cultura, professora estatutária do Estado do Paraná,
betazim@hotmail.com
temas a cultura afro-brasileira. Pesquisando e observando estes e outros artistas,
percebemos a riqueza de material que temos em mãos para trabalhar em sala de
aula. O Projeto de pesquisa foi referente à arte e o sincretismo religioso presentes
nas obras do artista baiano Rubem Valentim. Signos do candomblé e da Umbanda
compõem suas pinturas e esculturas, com formas geométricas abstratas e coloridas.
Sua produção permitiu trabalhar em sala de aula a religiosidade de origem africana,
partindo dos símbolos das ferramentas dos orixás, Valentim brinca com a forma e a
composição, reestruturando e dando nova plasticidade a esses signos. Partindo da
proposta metodológica de Panofsky, historiador de arte e crítico, pesquisador do
método iconológico, primeiramente o aluno deve aprender a olhar as imagens,
interpretá-las, analisá-las, identificando linhas, formas e cores. Para essa etapa foram
usadas quatro obras do artista. Numa segunda etapa foram apresentados aos alunos
símbolos do Candomblé e da Umbanda, para que pudessem identificar esses
elementos nas obras, buscando familiaridade entre os dois universos, da arte e da
religião. A terceira etapa foi à contextualização, complementando com a biografia do
artista e sua importância social e cultural. O resultado foi à releitura feita pelos alunos,
utilizando como suporte folha A4 e lápis de cor. Os trabalhos serão expostos no mês
da consciência negra, em Novembro, juntamente com outros trabalhos desenvolvidos
na escola. Os livros de pesquisa utilizados foram os da biblioteca da escola, Olhar a
África, fontes visuais para sala de aula (CLARO, 2012), Culturas africanas e afro-
brasileiras em sala de aula, (FELINTO, 2012) e Mitologia dos Orixás (PRANDI, 2001).
71
SMED/Araucária – Graduada em Artes Visuais(UTP), Especialista em Cultura e Criação(SENAC),
Mestre em Educação(UFPR). Formadora dos profissionais da educação da Rede Municipal de Ensino
de Araucária – PR. jucimara.lima@educacao.araucaria.pr.gov.br
72
SMED/Araucária – Graduada em Ciências Sociais (UNIOESTE) e Matemática (UNIPAR),
Especialista em Políticas Educacionais(UFPR), Coordenadora das Equipes para Educação das
Relações Étnico-Raciais. cleci.martins@educacao.araucaria.pr.gov.br
principal objetivo no processo de formação continuada, a formação integral dos
sujeitos, muito especialmente nestes tempos em que se avolumam as preocupações,
visto o quadro agudo de desigualdades socioculturais que vivemos e ante os desafios
que o futuro próximo nos coloca (GATTI, 2016, p.162). A exigência posta pelas Leis
10.639/03 e 11.645/08 direcionou a inclusão do Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira, Africana e Indígena nos cursos realizados aos profissionais de educação a
partir dos anos 2000, nos quais buscou-se apresentar sugestões de atividades, na
intenção de superar a negação histórica da presença do negro/a na arte nacional, e
na construção/formação da sociedade brasileira possibilitando assim que as crianças
conheçam sua história e nela passem a se reconhecer (FELINTO, 2012).
Compreende-se que formações dos profissionais da educação precisam, além de
oferecerem domínio e atualização técnico/pedagógico, proporcionar reflexões sobre
a educação das relações étnico-raciais apresentando conteúdos relevantes a serem
abordados, com o intuito de superar a visão eurocêntrica e o preconceito da produção
artística, tomada como “primitiva”(SILVA & CALAÇA, 2006, p. 23). O ensino da arte
pode colaborar na formação humana integral, imprescindível para ver além das
aparências, por ser um conhecimento que promove a aproximação entre indivíduos,
ao favorecer a percepção de semelhanças e diferenças entre culturas, pois a
produção artística e as concepções estéticas se aproximam pela parte humana que
expressam (OSTROWER,1986, p. 102). Sendo assim, a formação em Arte abre
possibilidades de conhecer e promover reflexões, possibilitando mudanças na forma
de ver e estar no mundo. O profissional da educação se depara com a revisão de
seus conceitos e preconceitos, para poder ensinar crianças e adolescentes a
enxergarem e compreenderem as diferentes facetas do racismo e a forma pelo qual
ele estrutura as relações sociais, principalmente as estabelecidas pela instituição
escolar. Assim, a formação em arte pode proporcionar ao adulto que ensina, a
oportunidade de ver-se como é em realidade. Ao enxergar o racismo que cada um
ainda carrega, auxiliado pelo conhecimento que a arte revela, criam-se alguns dos
principais recursos necessários para poder combatê-lo. E deste ponto, poder ensinar.
Este grupo de trabalho tem como objetivo a apresentação de comunicações orais de práticas
educativas realizadas na educação formal ou em outros espaços educativos, trabalhos
acadêmicos, projetos desenvolvidos por movimentos sociais ou outras instituições, que
abordem temas ligados ao feminismo negro narrando estratégias de luta da mulher negra contra
o racismo e sexismo. Além de outras iniciativas que tratem da história de mulheres negras, com
foco na educação das relações étnico-raciais. O GT pretende reunir pessoas da sociedade civil,
movimentos sociais, estudantes, pesquisadoras/es e professoras/es de todos os níveis de ensino,
que dialoguem sobre vivências, saberes, lutas e resistências evidenciando o protagonismo da
mulher negra.
RESUMOS
A presente apresentação tem por objetivo expor uma proposta de pesquisa que
buscará refletir sobre a experiência de cinco anos de uma docente negra que
ministrou a disciplina Educação das Relações Raciais no programa de pós-graduação
73
UFPR
em educação da Universidade Federal do Paraná. Toma-se como referencial teórico
especialmente Nilma Lino Gomes (2012), Paulo Freire (2009) Gloria Ladson-Billings
(2008), bell hooks (1994) e Boaventura de Souza Santos (1989). A pesquisa será
realizada por meio de análise documental: serão analisados os Projetos Curriculares
do Programa para identificar o início da inserção desta disciplina no currículo do
programa, a linha na qual se apresentava e as ementas trabalhadas. Além disso serão
contactado por meio de questionário online os ex- alunos que desta disciplina no
período de 2014 a 2019 para compreender quais foram as apreensões deste sobre
os modos como a disciplina foi trabalhada, a bibliografia, a metodologia, a fim de
apreender se de fato ela cumpriu o papel de instituir aulas-emacipatórias trazendo
outras linguagens para tratar os temas pertinentes ao campo acadêmico ao qual a
disciplina se destina, estimulando os mestrando e doutorandos a pensarem
criticamente os modos pelos quais produzem ciência e como tal produção se articula
com a perspectiva postulada pelos estudos do pensamento negro.
74
Professora Ana Lucia Martins.
Conversas, Seminários, Encontros, Mesas de Debate, Cine Debate, Sarau,
Conferências Municipais, Estaduais e Nacionais, a participação em Conselhos,
Organizações e Fóruns alcançou a visibilidade esperada, bem como se cumpriram as
metas e objetivos estabelecidos na sua criação. Os resultados são expressos a partir
da consolidação do Coletivo na sociedade de Joinville e para isso destaco alguns
exemplos: O compromisso assumido na marcha das Mulheres Negras, nos
Seminários de Saúde, nas Conferências e Encontros de organizações não
Governamentais foram cumpridos, a mobilização e o empoderamento de mais
mulheres negras por meio de informações, debates, encontros e formações
permanecem. Em 2018, pela primeira vez, o Coletivo foi premiado no SIMDEC,
Sistema Municipal do Desenvolvimento da Cultura, o projeto ofereceu oficinas
diferenciadas entre essas o Corte e Costura que teve continuidade em 2019,
resultando na expansão com nova parceria e ampliação no atendimento a jovens e
mulheres haitianas. Por fim, alcançada a visibilidade é indispensável pensar novas
estratégias para garantir a participação das mulheres negras em espaços antes nunca
ocupados, empoderar outras mulheres, fortalecer a participação de mulheres da
periferia, imigrantes e anônimas, ampliar a comunicação, buscar novas metodologias
de mobilização que se consolide em um movimento permanente e crescente.
O presente trabalho consiste num relato de experiência das ações desenvolvidas pela
Ojinjé. A Associação de cultura e tradições de matriz africana Ojinjé está localizada
em Navegantes, litoral de Santa Catarina e nasceu do amor de uma avó que sonhou
em manter viva a memória de seu neto. Menino de riso solto, alegria contagiante e
carinho pulsante, João Marcelo sempre possuiu um olhar perspicaz para as mazelas
que acometem a nossa sociedade. Uma criança adiantada para o seu tempo, nos
deixou cedo, mas durante o pouco tempo em que aqui permaneceu muito nos ensinou
e para que essas lições de amor e esperança não fossem esquecidas, começamos a
desenvolver um trabalho voltado à população carente. O objetivo da associação é
promover o acesso à cultura, prestando apoio e orientação aos costumes, hábitos e
comportamentos da cultura africana, buscando a preservação, desenvolvimento e
manutenção das manifestações afro-brasileira. Dentre as ações que realizamos
75
Ekedi Cristina, integrante de Comunidade Tradicional de Terreiro e líder de Movimento Social.
Costureira. Contato: ojinjeculturaafro@gmail.com.
estão: apoio escolar, inglês, artesanato, reciclagem e meditação. A cultura afro-
brasileira é contemplada através da seguinte metodologia: aulas de capoeira, que
com a prática as crianças aprendem história, musicalidade, ritmo e dança; confecção
de máscaras africanas; leitura e contação de histórias dentro da temática; confecção
e comercialização de trajes africanos; culinária de terreiro e participação em cirandas
e brincadeiras africanas. Para desenvolver esse trabalho, nos pautamos em
pesquisadoras como: Caputo (2012), Dias (2012), Romão (2009), Pereira (2017), com
o intuito de fundamentar nossas ações. O resultado desse trabalho já nos rendeu
muitos frutos: parcerias com o Centro Universitário Avantis, que além de apoio às
ações tem oferecido tratamento dentário a nossas crianças; a declaração de entidade
pública, o que nos possibilita ampliar nossa participação social; a melhoria dos
serviços oferecidos através de parcerias com profissionais renomados, como Cris
Medeiros e Amanda Theo; a ampliação do atendimento que hoje conta com cerca de
60 crianças; a divulgação, valorização e desmistificação de nossa cultura, muitas
vezes vista como exótica e até marginalizada pela população local. Sabemos que não
é tarefa fácil promover a cultura quando essa é de matriz africana, mas acreditamos
no poder da educação como forma de transformação social e de combate ao racismo.
Esse relato trata de uma ação que realizo há sete anos dentro do município de São
José dos Pinhais e que tem o objetivo de empoderar os negros que aí residem. Os
desafios de ser uma mulher negra no Brasil são imensos, como enfatiza Gomes
(1995). Por sentir duramente esses desafios e não desejar que meus netos sofram os
mesmos tipos de preconceito e racismo que tenho enfrentado ao longo de minha vida
é que comecei essa luta. Acredito que ninguém respeita um negro que não seja
empoderado, pois mesmo com tantas políticas de ações afirmativas ainda é mínima
a representatividade negra em diversas áreas e o racismo nos ronda
incessantemente. Senti isso duramente quando ingressei na câmara de vereadores
de São José dos Pinhais. Fui protagonista: única negra a atuar numa função que não
estava diretamente ligada à faxina. Era visível a indignação de muitos diante de uma
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Assessora parlamentar; líder dos movimentos sociais: Respeito não tem cor e
afroempreendedorismo são-joseense. Contato: dirce-santos@hotmail.com
assessora negra com lugar de fala no plenário. Não satisfeita, senti que precisava
compartilhar essa luta com outros negros para crescermos juntos. Assim, estando
numa situação de privilégio, comecei a organizar eventos na câmara para reunir esse
povo, utilizando palestras, oficinas e roda de conversa como metodologia, para juntos
debatermos a situação do negro em nosso município. Palestrantes como: Herivelto
Oliveira, Dulcinéia Novaes, Brinsan Ferreira N'Tchalá, Sara da Silva Pereira e outras
referências em estudos em torno de uma educação antirracista, fundamentaram as
ações desenvolvidas. Dentre esses eventos, destaco: o desfile “Um passo para a
igualdade”, que reuniu negros e negras numa festa de alegria e cores; os encontros
em alusão ao “Dia Internacional contra a Discriminação Racial” e a concessão de
honraria aos negros que se destacaram no município. Dentre os resultados deste
trabalho, destaco a criação do grupo “Respeito não tem cor” e do
“Afroempreendedorismo”. O primeiro reúne a população negra numa rede social em
que partilhamos desde vagas de emprego até ações solidárias e principalmente
palestras para ampliar o conhecimento. O segundo reúne os afroempreendedores e
promove ações que visam o fortalecimento destes empreendimentos dentro e fora do
município. Tenho orgulho em dizer que muitos negros estão empregados graças a
essas ações; em nossos encontros é visível que os participantes apresentam uma
estima elevada e demonstram orgulho em serem protagonistas de suas vidas, pois
sabemos que somente com educação é que poderemos construir uma sociedade
antirracista.
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UFPR - Graduanda em Psicologia., Bolsista PIBIS, erikalilac12@gmail.com
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UFPR - Graduanda em Psicologia., Bolsista PIBIS, talissacls@gmail.com.br
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UFPR - Docente do Departamento de Psicologia UFPR. Diretora acadêmica do CEAPPE e vice-
coordenadora do MediAÇÃO.
autores não brancos não se realiza. Gabriel e Silva (2018) afirmam que, nos cursos
de Psicologia, em especial, são pouquíssimas as grades curriculares que possuem
disciplinas em Educação sobre as relações étnico-raciais, ou com temáticas
semelhantes no que concerne às questões afrodescendentes. Haja visto que o curso
de Psicologia da Universidade Federal do Paraná não é exceção à realidade, uma
das autoras suscitou a discussão sobre o epistemicídio vivenciado, especialmente,
nas ementas das disciplinas do curso, organizando, então, com outros estudantes,
uma hora-aula sobre Psicologia e Negritude em uma das disciplinas obrigatórias
oferecidas - momento esse endossado pela recusa dos discursos racistas presentes
na mesma. Posteriormente, a partir das repercussões geradas por essa hora-aula,
bem como pela participação das duas autoras deste estudo no projeto de pesquisa-
intervenção “MediAÇÃO: mediando conflitos étnicos e raciais na universidade”, uma
das Professoras supervisoras do mesmo nos convidou para dar uma aula de duas
horas, sobre Negritude e Identidade, para os estudantes da disciplina obrigatória
Psicologia Social, objetivando a diminuição da formação e educação essencialmente
embranquecida, a qual é passada aos alunos do curso. Para ministrar a aula, que
simbolicamente ocorreu no Dia dos Professores desse ano, os principais autores
escolhidos foram Césaire (2010), Fanon (2008), Guimarães (1999), Mbembe (2014),
Rayara (2018), Schucman (2016) e Ciampa (1994), sendo que, para realização da
aula, utilizou-se a metodologia expositiva, com a participação ativa dos estudantes,
além de as autoras terem construído dois casos de história de vidas negras reais,
inspirados no modelo do livro A estória do Severino e a história da Severina: um
ensaio de Psicologia Social, de Ciampa (2009). Considera-se que um dos melhores
resultados decorrentes desta aula, foi o convite direcionado às duas autoras para
fazerem parte da organização da ementa e do método didático da primeira disciplina
optativa sobre a temática racial do curso de Psicologia da UFPR. Assim que,
parafraseando Gabriel e Silva (2018), a experiência aqui relatada expõe a
potencialidade de a Psicologia tornar-se uma ciência antirracista, bem com incitar a
descolonização da psiquê e dos saberes.
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UFPR - Graduada em Pedagogia, mestranda do setor de Educação. julianaeliacwb@gmail.com
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UFRJ - Graduada em Psicologia, Mestrado em Educação Especial e Doutorado em Psicologia pela
Universidade Federal de São Carlos.Com Doutorado Sanduíche na Universidade Autônoma de
Barcelona. Atualmente é Professora do Departamento de Educação da Universidade Federal do
Paraná. gabrielareyesufpr@gmail.com
As agentes penitenciárias femininas, executam suas funções de trabalho em um
ambiente extremamente problemático do sistema carcerário, no entanto, são pouco
conhecidas e compreendidas, pois recai sobre elas um olhar de subjugação de
desrespeito e sobretudo de preconceito, fatores esses multiplicados, quando se diz
respeito às agentes penitenciárias negras. Santos e Albuquerque, 2019. No estado
do Paraná os agentes penitenciários, tem sob sua guarda em média 12,7 presos onde
desempenham a função de vigiar os custodiados. O presente estudo objetiva
identificar os aspectos raciais. Participaram três agentes penitenciárias negras de 39,
44 e 51, dessas duas eram mães, totalizando quatro filhos, todas já atuam como
agentes entorno de 10 anos, com ensino médio completo, lotadas na unidade
prisional feminina de Piraquara-PR. Foi aplicado um questionário visando entender
se a questão racial teve interferência na vida e nas funções laborais. Os dados
apontam que duas participantes sofreram preconceito, desde a época escola: P1:
“Sofri todos, fui adotada, sou descendente de negros, tenho cabelo ruim, pobre, minha
principal alimentação era na escola, os amigos sabiam”. Além disso a p1 e p2 não se
sentiam acolhidas pelas escolas onde estudarão, quando questionadas sobre o papel
da escola e se elas mudariam algo nas escolas todas foram unânimes em dizer que
a escola precisa ter mais diálogo, afetividade e respeito. Com relação aos
preconceitos dentro do trabalho, todas, declararam que já sofreram muitos
preconceitos por serem mulheres e negras, principalmente no início das suas
carreiras, por estarem em um ambiente majoritariamente masculino. O preconceito
racial ainda se encontra em alguns casos abstruso, porém existente, onde pode ser
observado no baixo número de agentes penitenciárias negras e no baixo número de
agentes negras nos cargos de chefias. As funções desempenhadas por elas podem
acarretar ao estresse e ao uso e abuso de substâncias legais e ilegais, deste modo o
estudo propõem uma breve reflexão para as formações desses servidores como
amparos para eles.
Dandara Arruda82
Mayna de Aquino83
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IFPR - Técnico em Eventos., Estudante e UNINTER - Graduada em Publicidade e Propaganda,
dandararruda@hotmail.com.
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IFPR - Mestre em TURISMO., Professora, mayna.aquino@ifpr.edu.br.
ATIVIDADES CULTURAIS