SC Cosit 136-2014
SC Cosit 136-2014
SC Cosit 136-2014
Fls. 2
Coordenação-Geral de Tributação
Dispositivos Legais: arts. 121, parágrafo único, II, e 128 do CTN; art. 6º
do Decreto-lei nº 1.418/1975; e art. 7º da Lei nº 9.779/1999; art. 3º da
Medida Provisória nº 2.159-70/2001; Decreto nº 76.975/1976; Portaria MF
nº 45/1976; arts. 17, § 2º, e 35 da IN RFB nº 1.234/2012; IN RFB nº
1.455/2014; e ADI SRF nº 4/2006.
CONSULTA. INEFICÁCIA.
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Relatório
(...)
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(...).
Desta forma, não restam dúvidas sobre a aplicação da retenção dos tributos
federais nas Notas Fiscais emitidas pela empresa nacional nos termos do art. 3º
da Instrução Normativa em tela. Contudo, no que se refere à retenção dos
tributos sobre os Invoices emitidos pela empresa estrangeira requer-se
esclarecimentos no que tange aos seguintes pontos:
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Fundamentos
3.1. Com efeito, a consulente não apresenta em detalhes os serviços contratados (fls.
25 e 26), por conseguinte, inexistem dados suficientes que permitam a classificação dos
pagamentos relativos aos serviços contratados. Compreende-se, ainda, que o consórcio não
emite documento de cobrança (nota fiscal ou fatura). Assim, a empresa consorciada nacional,
líder do consórcio, apresenta a nota fiscal por ela emitida e o documento de cobrança (invoice)
emitido pela empresa espanhola, a qual não possui administração nem sede ou filial no Brasil:
“(...) tendo em vista que a empresa estrangeira não possui CNPJ (...)” (fls. 26).
Desta forma, não restam dúvidas sobre a aplicação da retenção dos tributos
federais nas Notas Fiscais emitidas pela empresa nacional nos termos do art. 3º
da Instrução Normativa em tela [IN RFB nº 1.234/2012]. Contudo, no que se
refere à retenção dos tributos sobre os Invoices emitidos pela empresa
estrangeira (...).
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IN RFB nº 1.234/2012.
Do Consórcio
(...)
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§ 3º No caso em que o pagamento aos beneficiários de que trata este artigo for
efetuado pelo órgão, por intermédio de agência de propaganda ou publicidade, a
obrigação de reter é da agência.
(grifado).
5. No caso sob análise, que trata da prestação de serviços no Brasil (local da fonte
de produção do rendimento e da fonte de pagamento), a lei elege a fonte pagadora brasileira
como o sujeito passivo responsável pela retenção e pelo recolhimento do tributo, com
incidência exclusiva na fonte (arts. 121, parágrafo único, II, e 128 do CTN, art. 6º do Decreto-
lei nº 1.418, de 3 de setembro de 1975, e art. 7º da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, e art.
3º da Medida Provisória nº 2.159-70, de 24 de agosto de 2001).
CTN.
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada
ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou
parcial da referida obrigação.
Decreto-lei nº 1.418/1975.
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Lei nº 9.779/1999.
Art. 3º Fica reduzida para quinze por cento a alíquota do imposto de renda
incidente na fonte sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues,
empregadas ou remetidas ao exterior a título de remuneração de serviços
técnicos e de assistência técnica, e a título de róialties, de qualquer natureza, a
partir do início da cobrança da contribuição instituída pela Lei no 10.168, de 29
de dezembro de 2000.
Decreto-lei nº 5.844/1943.
(...)
Art. 100. A retenção do imposto, de que tratam os arts. 97 e 98, compete à fonte,
quando pagar, creditar; empregar, remeter ou entregar o rendimento.
(...)
6.1. No presente caso, é irrelevante, para fins de retenção do IRRF, que o pagamento
relacionado ao invoice, expedido pela consorciada espanhola, seja realizado pela tomadora do
serviço para a líder do consórcio (consorciada brasileira), visto que, a partir do pagamento, os
recursos foram disponibilizados para a consorciada espanhola e, indiretamente, para o próprio
consórcio.
Portaria MF nº 45/1976.
IN RFB nº 1.455/2014.
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II - considera-se:
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10. Contudo, para que a consulta seja declarada eficaz, é necessária a exposição
detalhada da matéria suscitada, cotejando a matéria exposta com a legislação que a disciplina.
Nesse contexto, a consulente deve identificar, na legislação, a dúvida em sua interpretação. No
caso concreto, cabível, por exemplo, a análise das normas e dos dispositivos que tratam de
sujeição passiva, que disciplinam a tributação de consórcios e que tratam da retenção do tributo
pelas autarquias federais, em especial, na hipótese de contratação de serviços mediante cessão
de mão de obra ou empreitada. Com efeito, é ineficaz a consulta que não descreve, completa e
exatamente, a hipótese a que se refere (art. 18, XI, da IN RFB 1.396, de 16 de setembro de
2013).
Conclusão
12.1. Em relação à alíquota do IRRF, em resumo, aplica-se: a) 10% (dez por cento),
na hipótese de as importâncias serem pagas a título de royalties, serviço técnico ou assistência
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técnica (ADI SRF nº 4/2006); b) 15% (quinze por cento) na hipótese de as importâncias serem
pagas a título de royalties, no caso de uso ou da concessão de uso de marcas de indústria ou
comércio (ADI SRF nº 4/2006); e c) 25% (vinte e cinco por cento), na hipótese de as
importâncias serem pagas em razão da prestação de outros serviços (art. 7º da Lei nº
9.779/1999 e item IV da Portaria MF nº 45/1976).
À consideração superior.
Assinado digitalmente
PAULO HENRIQUE PASSOS TEIXEIRA DANTAS
Auditor-Fiscal da RFB – Disit/SRRF01
Assinado digitalmente
RODRIGO AUGUSTO VERLY DE OLIVEIRA
Auditor-Fiscal da RFB – Chefe da Disit/SRRF01
Ordem de Intimação
Assinado digitalmente
FERNANDO MOMBELLI
Auditor-Fiscal da RFB - Coordenador-Geral da Cosit
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