Curso Topografia
Curso Topografia
Curso Topografia
Índice:
TRABALHOS DE GABINETE
Introdução 22
O Tratamento dos Dados 22
A Correção das distâncias 23
Confecção do esqueleto da Planta baixa 24
Desenhos da Planta baixa 28
Corte Transversal e Perfil Longitudinal 28
Fechamento de Poligonais 29
Confecção do esqueleto para um Perfil Longitudinal 31
Confecção do Desenho Final 32
Cálculo do Erro 33
Teorias e conceitos básicos para entendermos uma caverna 34
Ponto Zero de uma caverna (entrada) 34
Caverna, Gruta e Abismo 34
Clarabóia e Dolina 34
Pilares 35
Desmoronamentos 35
Princípio da Continuidade e Descontinuidade de desenvolvimento 35
Cálculo de ProHz, DesLn e Desnível 36
Limitações da Espeleometria 38
Antes de ir a campo 39
Convenções para Níveis de Topografia 40
Método de Graduação UIS 40
Método de graduação BCRA 41
Qualificativos para os cálculos 42
Convenções espeleométricas da SBE 42
Sujestões para uma lista unificada de simbologia para topografia de cavernas 47
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Abaixo, relacionamos alguns termos que serão úteis na compreensão do texto, dando uma
idéia básica de suas aplicações. No entanto todos eles serão melhor compreendidos ao longo
deste trabalho, onde estarão embasados pelo contexto, não sendo necessário um total
entendimento deles neste início de estudo.
Escala - relação entre tamanho do objeto real e o tamanho em que foi desenhado. Quanto
maior ou menor os detalhes podem ser visualizados em um mapa, nos referimos
como sendo maior ou menor a escala, daí falar-se em “escala grande” ou “escala
pequena”.
Esqueleto - esquema simplificado e primário de representação das informações
topográfica.
Galeria, conduto, salão ou intervalo - certo trecho de uma caverna. Para este texto são
considerados sinônimos.
Grau positivo e negativo - utilizado nas medições dos desníveis, considerando-se como
negativos todos os ângulos localizados abaixo da linha de horizonte (em declive)
e como positivos todos acima dessa linha (em aclive).
Homem bússola ou instrumentista - membro da equipe espeleotopográfica responsável
pelo manuseio dos instrumentos de medidas.
Perfil - desenho que observa a caverna lateralmente. Detalhe topográfico.
Planta plana, projeção horizontal ou planta baixa - sinônimos para a representação dos
contornos das galerias de uma caverna, desenhados expressando as dimensões
largura e comprimento (desenvolvimento).
Plotar - determinar o posição de algo em um mapa.
Ponta de trena - membro da equipe espeleotopográfica responsável pelas medidas das
distâncias e escolha do local das bases.
Ponto zero - exato ponto de entrada de uma caverna.
ProHz (projeção horizontal), DesLn (desenvolvimento linear) e Desnível - compõem
os três elementos mais comuns das estatísticas de uma caverna. Mostram
numericamente o quanto uma caverna se desenvolve para o subterrâneo.
Prumo, bolha - artifício de alguns equipamentos que permite nivelar-se suas plataformas
com a linha do horizonte.
Puxar - ato de estabelecer a posição de nova base topográfica.
Ramificação, derivação - divisão ou cruzamento de galerias de uma caverna. Ato de puxar
visadas de uma base para várias outras.
Visada ou trenada - Visar é determinar a orientação magnética de um determinado ponto
e dar uma trenada é medir a distância entre dois pontos. Juntos são parte do
procedimento básico do levantamento topográfico, e passaram a designar cada
parcela do trabalho destinado a recolher todas a informações de uma referida
base.
Nada mais é que o desenho, a representação em papel dos contornos e detalhes embutidos
nas galerias de uma caverna. Através da sucessão de medidas e desenhos baseados nas variações
do relevo interno e da orientação magnética dessas galerias, poderemos, por meio do tratamento
das informações (dados) em escritório, observar as três dimensões possíveis: o comprimento, a
largura da galeria e a altura do teto em relação ao piso. Todo o processo espeleométrico pode ser
dividido em duas fases, a primeira é composta de medições e desenhos, compondo o
Levantamento Topográfico propriamente dito e é por nós denominada como Trabalhos de
Campo. A segunda fase trata da análise e aplicação dos dados coletados, de forma a resultar na
arte final da topografia e suas estatísticas, trataremos esta fase com Trabalhos de Gabinete. De
modo geral o conjunto de dados obtidos em campo nos permite as seguintes combinações:
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Dessa forma, por meio do uso da bússola, aparelho que determina a direção do ponto
desejado, baseando-se em sua orientação em relação ao norte magnético, através do uso da rosa
dos ventos, pode-se representar as diversas curvas que se faz dentro de uma caverna.
Bússola
Clinômetro
Trena
Formulário de Topografia
GPS
Altímetro
Topofio
utilizam-se do sistema de graus (com disco graduado de 360 graus) que permitem leitura de
azimute e contra azimute.
Altímetro: Instrumento para determinação da diferença altimétrica entre o ponto em que se está
e o nível do mar. Em espeleometria os altímetros são para uso restrito à superfície, como forma
de se determinar a altitude dos pontos de entrada de uma caverna. Normalmente encontram-se
aparelhos que variam suas escalas de 50 em 50 metros, de 10 em 10 metros, de 5 em 5 metros e
de 1 em 1 metro. A precisão deste equipamento é questionável, já que sofre influências diretas da
temperatura ambiente e da pressão atmosférica. Os aparelhos com mais aproximação (1 em 1
metro) necessitam constante aferimento em marco de altitude já conhecida, para um uso
confiável. Contudo o uso do altímetro, mesmo com medidas aproximadas, é recomendável para a
maior parte do território brasileiro, onde as cartas topográficas não permitem a determinação de
altitudes mais precisas que a do aparelho, por conta de suas pequenas escalas de representação
gráfica.
Base topográfica - embora não envolva um equipamento propriamente dito, a forma de marcar,
em terreno, a posição exata da base topográfica deve ser considerada antes de ir a campo,
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• altura: metragem entre o piso e o teto da cavidade, imediatamente acima da base em que está
o Ponta de Trena. Usualmente, em situação de tetos altos, esta medida é estimada
visualmente, utilizando-se como escala a altura de um dos membros da equipe. Pode-se, em
casos especiais, estimar a altura por meio de dendômetro ou pelo uso de balões atados a linhas
de nylon, pois estes métodos possuem limitações práticas para seu uso.
1. Visadas muito inclinadas - situação de leitura da bússola nos terrenos irregulares, onde a
diferença de desnível entre uma base e outra, força a realização da leitura do azimute através
de um “jogo de vista” para permitir a visualização da base a ser visada. Como a maioria das
bússolas exigem estar relativamente aprumadas para que seu disco graduado corra livremente,
sendo as visadas realizadas através de “miras”, algumas alternativas devem ser empiricamente
desenvolvidas para contornar estas falhas. Mais adiante, veremos o uso da bússola Topochaix
e alguns de seus macetes.
5. Equipamento não nivelado - algumas bússolas exigem estar com suas plataformas niveladas
horizontalmente, sendo que a pressa na leitura de uma visada geralmente é responsável pela
desatenção a este aspecto, ocasionando leituras com o disco preso. Uma dica para a
verificação da “liberdade” do disco é a realização de um breve giro do tronco, após o qual
pode-se observar o disco correr até estabilizar-se.
6. Troca de Instrumentista - teoricamente este não deveria ser motivo de erros, porém a prática
nos mostra que a execução de uma seqüência topográfica com a variação do Instrumentista
embute um erro acumulado muito maior que o normal. Provavelmente este fato se deve à
prática de cada um “arredondar” as medidas de maneiras diferentes, naqueles instantes onde
as medições são mais complicadas. O fato de um dos Instrumentistas estar mais habituado que
o outro com a aparelhagem em uso, também deve ser considerado.
8. Erro no uso da trena - Um dos aspectos práticos geradores de erro na topografia é o modo
de uso da trena, que por ocorrer variação na tensão em que é esticada, o seu curso nunca
permanece perfeitamente na horizontal, formando uma barriga (a catenária). No entanto este
erro não compromete o levantamento e seria ingenuidade tentar eliminá-lo durante o uso. A
tentativa em esticar drasticamente a trena durante as visada só resulta na deformação da
mesma, danificando o material. Deve-se notar que as trenas novas possuem um intervalo
aproximado de 10 cm em sua ponta, antes do início da escala, devendo-se desconsidera-lo nas
medidas.
Cada espaço compreendido entre duas bases recebe atenção especial da equipe
topográfica, pois será a união destas seqüências que resultará no mapa final. O sequenciamento
das bases deve obedecer o melhor posicionamento dessas de forma a garantir um levantamento
que possibilite uma boa representação gráfica da caverna, de modo que sempre devemos ter em
mente que o intervalo da visada (aquele entre duas bases) representa um trecho característico a
ser documentado. Dessa forma teremos vária situações, de acordo com a caverna ou o trecho de
caverna que se quer mapear. Uma cavidade com longas galerias, que não possuam modificações
drásticas em suas paredes, piso e teto, determinará um trabalho por “economia de bases”, ou
seja, serão feitas visadas longas (com até 50 metros) de modo a diminuir a quantidade e a
precisão dos desenhos executados, ganhando-se no tempo de realização da topografia. Este
método também se justifica no mapeamento de cavidades com grande desenvolvimento, onde
uma topografia de detalhe exigiria do grupo incontáveis dias de campo para finalizá-la.
Cavernas com desenvolvimento inferior a 2.000 metros justificam a realização da
topografia de detalhe, onde qualquer mudança significativa na morfologia da gruta determina o
posicionamento de novas bases. Nestas cavernas, com o intuito de alcançar a maior
correspondência dos desenhos finais com a cavidade real, realizam-se visadas curtas que variam
de poucos metros a poucas dezenas de metros.
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A maior parte das cavernas justificam uma topografia detalhada, a qual quando bem feita,
elimina, na maioria dos casos, a necessidade de novo trabalho topográfico. Nisso se incluem
todas as cavernas com desenvolvimento superior a 100, pois percebe-se que uma pequena
cavidade geralmente só é visitada por ocasião de sua descoberta e dos trabalhos de topografia,
isso relaciona-se à grande demanda de novas cavernas ainda por explorar. Cavernas menores,
geralmente, podem ser representadas esquematicamente através de croquis realizados in loco
com ou sem auxílio de instrumentos.
Voltando a “como se posicionar bases”, podemos citar cinco maneiras básicas de
caminhar na topografia. Cada maneira possibilita o mapeamento de uma determinada situação de
relevo na caverna, influenciando na confecção dos desenhos finais e no tratamento dos dados, ou
seja, as estatísticas da gruta. Vejamos as maneiras básicas de se fazer a progressão topográfica:
Uma base deve estar posicionada de modo a não dificultar a visada seguinte, ou mesmo
de modo a economizar visadas, contudo não deve prejudicar o detalhamento da caverna. Deve-se
observar que nos pontos onde existam condutos laterais a serem atingidos, economiza-se tempo
se as visadas originarem-se de um mesmo ponto, irradiando-se. O artifício da irradiação também
deve ser explorado ao máximo para sinalizar características marcantes nos ambiente, sejam
espeleotemas, início e término de grandes blocos, pontos de drenagem, contatos litológicos,
“olhos-d’água”, cachoeiras na parede, grandes concentrações de guano de morcegos, início e
término de clarabóias, posição de fósseis, etc. Por fim, o maior cuidado deve ser em representar
as mudanças morfológicas da caverna, através do novo posicionamento de bases em cada uma
delas.
Quando uma base, ao fim de um conduto ou próximo à parede durante uma irradiação,
não estiver encostada na parede, deve-se realizar uma medida extra a que apelidamos de
Distância das Costas (DC), que nada mais é que a distância das costas do Ponta de Trena para a
parede (seguindo-se a orientação da visada atual). Esta medida (DC) é muito útil no caso de
visada em uma curva de conduto, onde a leitura seguinte foge muito da orientação da visada
anterior de modo que a posição correta da curva que a parede descreve é deficientemente
indicada pelas LE e LD (que são transversais à visada), dificultando o trabalho do Desenhista na
execução do desenho final da caverna.
Tipos de Bases
A marcação da base no interior da caverna deve ser feita de acordo com a necessidade de
reutilizá-las ou não e ao período após o qual serão reutilizadas. Dessa forma temos a
possibilidade de utilizar bases sem realizar marca alguma no terreno e até de precisar fixá-las
com tinta a óleo ou resinas. A maneira em que a base é marcada determina quatro tipos, a saber:
devendo o observador situa-la ao centro de seu corpo. Esta base pode ser removida ou tirada
do lugar acidentalmente.
3. Fixa: é qualquer meio de marcação de base que só permita sua remoção por ação voluntária
de uma pessoa. Dessa forma é, geralmente, um cartão, plaqueta ou fita que vai amarrado a
uma pedra ou espeleotema. Atualmente as fitas sintéticas são largamente utilizadas, pois
permitem fácil fixação e o nome da base pode ser anotado em seu próprio corpo. Esta base é
fixada nas grutas em que são necessários novos levantamentos topográficos, como pontos de
origem dos novos trabalhos e de amarração desses aos anteriores. Em grutas de conhecimento
público estas bases quando visíveis, mesmo em condutos interiores, são freqüentemente
removidas.
4. Permanente: São as marcações definitivas, onde normalmente se utiliza tinta a óleo sobre a
pedra, ou plaquetas fixadas por resinas poxi. Detalhe importante é que esta base deve conter,
além de seu número, o nome da equipe topográfica que a fixou e a data, de modo aos
trabalhos realizados por outros autores poderem utilizá-la com um bom grau de confiança. O
posicionamento dessa base deve obedecer um estrito bom senso, evitando-se agredir o
ambiente e que o visita posteriormente. Modernamente, as boas equipes adotam a
utilização dessa base em suas topografias apenas em pontos estratégicos das caverna muito
grandes, onde se realizam sucessivos trabalhos topográficos, com o abandono de inúmeras
galerias laterais sem mapeamento ou naquelas grutas que sofrem repetidos remapeamentos.
Uma base permanente deve ser usada no caso de topografias incompletas, para determinar os
pontos de prosseguimento, nos casos em que não se tiver uma previsão segura do período de
retorno aos trabalhos, ou quando esse período for demasiadamente grande. Outro uso é para o
amparo a trabalhos futuros, em outras disciplinas no interior da caverna, permitindo amarrar-
se o posicionamento de escavações, observações biológicas, etc. aproveitando-se as bases
permanentes já existentes.
O nome das bases deve ser simples e seqüencial, podendo dar noções diferenciadas às
várias seções da caverna. Pode-se intercalar número e letra porém deve-se evitar ramificar em
excesso a nominação. O importante são as bases, independente do nome que usam, estarem
corretamente amarradas uma nas outras através das anotações no formulário de topografia, não
existindo nenhum problema em se pular intervalos numéricos, como forma de distinguir seções
da caverna. Uma letra pode ser antecedida ao nome como forma de melhor referenciar
determinado trecho, por exemplo D12 poderia ser uma base que compõe o contorno da dolina de
entrada, ou F34 uma base externa à gruta que pertence ao caminhamento de ligação entre duas
cavernas distintas, pelo lado de fora do afloramento rochoso. Sugerimos que as bases não
recebam nomes ramificados além de três casas, assim quando se estiver topografando da base
6b3 e o conduto se ramificar em dois, ao invés de nomear as bases seguintes como 6b3a e 6b3b
nominaria-se por 7 e 8 respectivamente e destas para 7a e 7b, de forma a simplificar os nomes.
Na volta ao conduto principal, retoma-se a numeraçào pelo próximo da seqüência, neste
exemplo, a base 8.
Medições Instrumentais
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O uso de instrumentos deve ser constante e consciente para se obter boas leituras dos
mesmos. Daremos aqui informações básicas sobre o uso dos princiapais modelos, de forma que o
aprendizado real se efetuará com a prática.
Outra fonte de erro de visada com este aparelho é o terreno demasiadamente acidentado
facilitando erros de leitura e o erro embutido. O erro embutido (ou a precisão desse instrumento)
é de 0.5 graus, determinados pela graduação grau a grau de seu êmbolo. Tal erro, nas medições
espeleométricas, não ocasiona transtornos e mesmo acumulado ao final da topografia não se
mostra compremetedor. Já o erro de leitura é o principal responsável pela variação na qualidade
das medições. Pode-se observar, com freqüência, elevado erro em galerias de blocos abatidos,
ocasionado pela grande quantidade de visadas curtas e muito inclinadas.
1. Nas visadas em aclive: segurar a trena esticada abaixo da cintura e com a bússola
aprumada deve-se fazer a visada pelo curso da trena, que estará obedecendo o
direcionamento da base seguinte;
2. Nas visadas em declive: elevar, ao máximo, a trena esticada sobre a cabeça e fazer a
visada em seu corpo, que estará alinhado ao azimute.
O Clinômetro Topochaix deve ser colocado lateralmente, com a frente para esquerda e
elevado à altura dos olhos para a visada, que utiliza a mesma mira da bússola. Durante a leitura
deve-se manter apertado (com o indicador direito) o botão que libera/trava o ponteiro, soltando-o
quando estiver estabilizado. A leitura deve ser feita
sempre na escala de baixo (em graus) e não na
superior (em porcentagem) pois é o sistema padrão.
Quando o ponteiro estiver no quadrante esquerdo
representa a leitura de um declive e quando estiver no
quadrante direito representará um aclive.
Convencionou-se chamar de positivo os aclives e de
negativo os declives, desse modo teremos 5, -12, 0, 42,
-8 ... como exemplos de leituras. Para a leitura do
desnível, o Instrumentista e o Ponta de Trena devem
manter uma mesma postura, de forma que a altura,
relativa ao piso, do ponto de saída e do ponto de
chegada da visada sejam aproximadamente iguais.
Como se faz os desenhos de Detalhamento
O Bloco diagrama é o desenho que melhor define uma caverna. Trata-se de representar
as galerias subterrâneas dentro de cubos, simulando a presença da caverna no subsolo. Para sua
confecção é necessário, além da planta baixa e cortes transversais, de um bom detalhamento das
feições longitudinais da cavidade. Outro fator importante é a capacidade do desenhista de
trabalhar bem os elementos da perspectiva, conferindo realismo e a impressão tridimensional ao
desenho. Não abordaremos o feitio do bloco diagrama, por depender muito mais do dom
artístico do desenhista, que de técnicas topográficas extras. Esta técnica mostra-se limitada para
cavidades muito ramificadas, forçando sua representação parcial, tanto pela sobreposição das
galerias quanto pela crescente dificuldade artística para realização dos desenhos. Qualquer bom
artista saberá realizar excelentes blocos diagramas, munindo-se apenas de seu bom senso e
alguns cálculos. Abaixo exemplificamos esta técnica, com a Gruta Dois Irmãos - DF 012.
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TRABALHOS DE GABINETE
Introdução
Os levantamentos de campo são morosos, detalhistas e, para algumas pessoas, até mesmo
maçantes. Porém para cada parcela de tempo gasta dentro da cavidade será gasta outra igual ou
superior, dedicada a cálculos, dúvidas, desenhos, surpresas e muita satisfação, tudo sobre uma
prancheta de desenho.
A prática de se traduzir os emaranhados numéricos e as confusões de traços, registrados
em folhas carregadas de lama, para um mapa de fácil interpretação é o assunto que detalharemos
a seguir, no que chamamos de “trabalhos de gabinete” ou de escritório.
Tudo que se faz com as anotações de campo, após se sair da caverna e com o objetivo de
garantir que os dados não sejam perdidos e ainda com a finalidade de prepará-los para
comporem os desenhos finais da topografia, chamaremos de “tratamento dos dados”. Desse
modo teremos ações para correção das informações angulares ou o simples ato de passar a limpo
os desenhos.
O primeiro passo para se concretizar um mapa é a confecção do “esqueleto” da caverna.
Trata-se do esquema, através de retas dispostas de ponto a ponto, onde cada ponto representa
uma base topográfica, de modo a simular todo o caminhamento feito durante os levantamentos
de campo. Com o esqueleto pronto, são inseridos todos os desenhos de detalhamento de forma a
caracterizar cada ambiente.
• Através do uso de softwere específico. Vários são os programas para computadores pessoais
que executam o tratamento das informações de topografia em caverna. O mais prático é o
programa Survex, pela sua praticidade. O Survex destina-se apenas aos cálculos estatísticos e à
apresentação da poligonal topográfica (o esqueleto), sem a representação dos contornos laterais,
alturas de tetos ou dos detalhes das galerias. Não trataremos neste trabalho sobre a forma de usar
o Survex, por ser de fácil uso e melhor compreendido na prática.
É o primeiro passo para se montar o esqueleto. Sendo o esqueleto uma projeção plana,
necessita que as distâncias medidas em terrenos inclinados sejam corrigidas para uma
representação chapada em um plano. Uma boa forma de compreendermos esta relação, é
analisarmos um triângulo retângulo, observe a alusão que faremos dele com o ambiente
cavernícola:
Note que alguns valores constantes na figura não existem em nossos dados originais.
Utilizamos a seguinte formula para conseguí-los:
De posse de todas as distâncias corrigidas elas serão relacionadas com o azimute para
montar a seqüência topográfica realizada em campo.
Utilizaremos, para isso, uma folha milimetrata, um transferidor de 360 graus, um
escalímetro (régua dotada de intervalos em várias escalas: 1:50, 1:75, 1:100, 1:200, 1:250, 1:300,
1:500, etc.), e uma lapiseira. Três cuidados são necessários antes de iniciarmos o tracejamento, a
saber:
1. Deveremos definir a escala do desenho que faremos, ou seja, a relação entre o tamanho real
e o tamanho em que será desenhado, escolhendo-se assim, o tamanho do papel em que
desejamos realizar o desenho final. Através de uma rápida soma de todas as distâncias de
visadas feitas no conduto principal da caverna (aquele mais longo e que, de forma geral, a
representará). Não se preocupe se não acertar na primeira vez, pois vários serão os trabalhos
em que se terá de refazer o esqueleto em menor ou maior escala.
Por uma questão prática, principalmente no que toca à facilidade e aos custos de fotocopiar o
desenho final, adota-se como formato máximo para suas topografias o padrão A2 ou seja um
retângulo de 59,4 x 42,3 cm. Os equipamentos fotocopiadores atualmente encontrados no
mercado, propiciam cópias, inclusive coloridas, até o formato A3 (29,7 x 42,3cm), de modo
que topografias em formato A2 podem ser reproduzidas em cores através de cópias de suas
metades e posterior colagem.
Equipamentos denominados xerocopiadores, permitem cópias P&B (preto e branco), pelo uso
de toner, até uma largura máxima de 95 cm e com o comprimento que for necessário, dada a
alimentação do papel ser feita por bobina. Isso amplia a possibilidade de confeccionarmos
plantas até o formato A1 (84,6 x 59,4cm), sabendo-se que a cópia sairá em P&B.
Outra possibilidade é a cópia heliográfica, porém seu reinado como única forma de copiar
papéis de grande formato, está acabado e, atualmente, mostra-se apenas com desvantagens,
através de um processo caro, onde suas cópias azuladas e de péssima qualidade perdem a
nitidez em pouco tempo.
2. Determinar a orientação do papel, ou seja escolher para onde o norte magnético (Nm) irá
apontar em nossa folha milimetrada. Utiliza-se da diferenciação das quadrículas milimétricas
para esta orientação, de forma que, a exemplo, poderemos definir como orientador as linhas
mais grossas que cortam o papel verticalmente, padronizando-se o norte ao topo da folha e o
sul em sua base.
Recomenda-se traçar o esqueleto sempre em folhas milimetradas, preferencialmente A3, dada
a facilidade de emendar novas folhas, pela existência das quadrículas, não se deformando a
orientação do Nm. Este detalhe é interessante, tendo em vista que freqüentemente nossos
desenhos sairão pelas bordas, mostrando que “aquele conduto” que você imaginava seguir
numa direção, comporta-se bem diferente.
A partir desse passo, com a folha orientada, passaremos a lançar todos os dados de
orientação dos condutos. Observe as duas visadas abaixo e sua plotagem no rascunho:
Note que sobre um ponto inicial (base 0) foi posicionado o transferidor com o seu 0/360
graus orientado para o norte escolhido. Marcou-se, então, o ponto exato correspondente ao
azimute 45º que corresponde à visada de 0 para 1. Sobrepondo-se o escalímetro da origem 0 ao
ponto que indica a direção 45º, traçou-se uma reta com o exato comprimento da distância
corrigida, neste caso 11,49 metros. Ao final dessa reta de visada determinou-se um novo ponto,
que corresponde à base 1 e conclui o lançamento da primeira visada.
Para o lançamento da segunda visada, posiciona-se o transferidor no ponto da base 1
(sempre orientado com o Nm) e marca-se, com um risco leve, o novo direcionamento de visada,
ou seja da base 1 para 2 o azimute de 90º. Retira-se o transferidor e coloca-se o escalímetro
seguindo do ponto da base 1 para a marca que determina o azimute 90º, risca-se a distância
corrigida, na escala desejada. Neste caso temos novamente 11,49 metros, marcando-se com um
ponto forte a posição da base 2.
Desse modo segue-se traçando todas as visadas levantadas em campo, sempre
observando o sequênciamento anotado no formulário de topografia, ou seja: de qual base está
indo para qual base; lembre-se que não necessariamente a equipe de campo seguiu uma ordem
lógica.
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Plotadas as visadas, partiremos para o lançamento de todas laterais das bases. Para isso
devemos lembrar que LE e LD foram posicionadas, necessariamente, observando-se o
direcionamento das visadas. Usando o
escalímetro, colocado com um ângulo de
aproximadamente 90º em relação à visada
anterior, sobre o ponto da base a que
correspondem as laterais a serem lançadas,
risca-se levemente a distância da base à
parede esquerda e da base à parede direita.
No trabalho de campo, onde uma lateral é
extremamente longa e com muito desnível,
anota-se complementarmente a inclinação da
lateral, devendo-se corrigir esta informação para seu lançamento no esqueleto. Se isso não for
feito, teremos um exagero na largura do salão. Normalmente não se corrigem as distâncias
laterais, mesmo porque, só no caso acima é que são colhidos dados das inclinações de LE, LD e
DC. No caso do lançamento de DC, deve-se seguir a mesma orientação da visada, como no
exemplo acima.
Pratique a confecção de esqueleto simples com a Gruta Dois Irmãos DF-012, localizada
pelo EGB em 1974, quando foi batizada de Gruta dos Morcegos.
Com os esqueletos prontos, inicia-se a transferência dos detalhes para eles e o primeiro
passo importante é traçar-mos os contornos das paredes, para isso lançaremos os contornos das
paredes de marca a marca das laterais. Note que alguns dos desenhos estarão fora de escala,
deverendo-se esticá-los ou encurtá-los, sem no entanto prejudicar os detalhes de contorno.
Algumas curvas de galerias ou confluências de várias delas nos apresentarão dúvidas, mas com a
prática aprenderemos, pelo uso das medidas complementares de DC, a minimizar estas situações.
Após traçados os contornos das galerias, colocaremos em cada intervalo seus detalhes,
como blocos abatidos, textura do piso, espeleotemas, cursos d’água, etc. Para isso nos
utilizaremos das convenções topográficas adotadas pela Sociedade Brasileira de Espeleologia,
listadas mais adiante.
Fechamento de Poligonais
Sempre que numa topografia, uma visada retorna a uma base anteriormente estabelecida,
acontece o que chamamos de poligonal fechada, ou seja, fecha-se uma circunferência. Na
confecção do esqueleto, depararemos com poligonais fechadas, que, no entanto, ao se posicionar
a última base, esta não coincide com a base inicialmente plotada, ficando distante da mesma.
Esta distância é o erro acumulado durante as medições dessa poligonal. Para continuarmos
confeccionando o esqueleto deveremos fechar a poligonal, fazendo os pontos coincidirem.
Descreveremos o método geométrico mais fácil e usual para correção do erro, distribuindo-o
igualmente por todas as bases do intervalo. Observe as ilustrações abaixo:
O primeiro passo foi determinar o erro acumulado, medindo-se dentro da escala usada, a
distância entre os pontos do erro. No exemplo tivemos 50 cm de erro acumulado. O segundo
passo é determinar o direcionamento do erro, ou seja a direção em que a base final deverá se
movimentar para encontrar-se com sua posição correta. Determinado isso, no caso 325º,
dividiremos o erro acumulado pelo número de bases envolvidas na poligonal. Note que a base 6
só deverá ser contada uma única vez. Como resultado teremos o erro de visada nesta poligonal,
no caso 10 cm por base.
Agora distribui-se o erro por cada base, ou seja, faz-se uma progressão aritmética com o
“erro por base”, saindo-se da base de origem com o valor zero, indo-se para a base seguinte com
o valor de 1 vez o erro. Nesta base este valor determinará o seu novo posicionamento, derivando-
a conforme a orientação do erro acumulado. Na segunda base, esta é derivada, sempre no
sentido do erro, uma medida de 2 vezes o valor, ou seja 20 cm. Na terceira base serão 30 cm, na
quarta base serão 40 cm e finalmente na quinta base, serão 50 cm, fazendo-a coincidir sobre sua
posição correta.
Perceba que, aparentemente, existe uma grande distorção do salão, mas note que o erro
em cada base é de apenas 10 cm, ficando a representação corrigida mais fiel à realidade. Um
cuidado importante durante a confecção de esqueletos que possuam poligonais fechadas, é o de
fechar as poligonais antes de ramificar condutos de suas bases, pois a correção da poligonal
influenciará todas as visadas a ela ligadas. Uma situação crítica tem-se quando se fecham
poligonais sobre bases de outras poligonais, constituindo um excelente exercício para medir a
paciência do topógrafo no gabinete.
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Pratique o fechamento de poligonal com a topografia da Gruta Sapezal, caverna com caráter religioso a quase um
século, no município de Unaí - MG. A poligonal 0-8-20-22-10-0 corresponde a um pequeno lago e as bases 1,2 e 3
caracterizam a boca de entrada.
Perceba que após o traçado básico do esqueleto, jogou-se a altura do teto em cada base e
em seguida montou-se o contorno do piso e teto, com a representação dos detalhes de cada
intervalo.
32
As localizações tanto dos CT quanto dos PL representados na planta final, devem estar
especificadas por meio das convenções específicas, conforme os exemplos abaixo. Note que a
linha principal da convenção representa o exato lugar representado pelo CT e pelo PL, sendo que
as linhas perpendiculares a ela, indicam a posição em que se observou o trecho, ou seja, a
direção na qual o desenhista observou o detalhe.
Cálculo do Erro
Conceito básico em espeleologia, está atualmente padronizado pela SBE. Neste trabalho
desconsideramos a padronização abaixo, utilizando todos como sinônimos, para evitar uma
maciça repetição dos vocábulos ao longo do texto. Observe o uso correto dos termos:
2. Gruta - termo que, pela padronização, passa a designar todas as cavernas que possuem seu
desenvolvimento predominantemente horizontal;
3. Abismo - termo que, pela padronização, passa a designar todas as cavernas que possuem seu
desenvolvimento predominantemente verticalizado.
Clarabóia e Dolina
Desmoronamentos
Esses princípios destinam-se a padronizar a forma pela qual são feitos os cálculos dos
desenvolvimentos de uma caverna, definindo critérios básicos para suas realizações, cálculos
esses, que devem sempre derivar dos apontamentos topográficos. O princípio da continuidade
totaliza no desenvolvimento, toda a distância caminhada dentro da cavidade, enquanto o
princípio da descontinuidade exclui, dos cálculos, as larguras e cruzamentos de condutos, de
forma a representar exatamente a somatória de todas as extensões de galerias existentes na
caverna. Observe as situações mais comuns de aplicação desses princípios:
Ao lado observamos um salão onde a distância entre suas duas paredes é maior que o seu
comprimento, neste caso um dos dois valores deve ser considerado como o tamanho do salão.
Adotamos a distância da visada que cortou o salão durante a
topografia, como a medida preferencial para este caso.
Exceção é feita quando a distância entre as paredes é muito
superior ao seu comprimento topografado, quando
desconsideramos este último e consideramos a distância das
paredes no cálculo. Normalmente, nas topografias de salões,
o EGB realiza a irradiação de bases, de forma que a
discussão acima fica anulada, pois para os cálculos,
seleciona-se o braço radial que melhor define o comprimento
da salão.
2. Pelo cálculo das distâncias diretamente no mapa. - Esta forma apresenta-se mais fácil e
inexata, devido a ser feito com a simples sobreposição da régua, na escala utilizada no mapa,
sobre o desenho, buscando-se medir todas as galerias sem repeti-las. Geralmente é utilizado
quando não se possui, em mãos, os dados topográficos, ou se deseja apenas uma noção
aproximada do desenvolvimento da caverna.
Desnível é a relação entre o ponto mais alto onde foi estabelecida uma base topográfica
no interior de uma gruta, e o ponto mais baixo topografado. Em uma gruta cortada por rio, a
princípio seu desnível será a diferença de nível entre o sumidouro e a resurgência. No entanto, se
durante as topografias é alcançada uma galeria 15 metros acima do nível do rio, seu desnível
automaticamente será acrescido desses 15 metros.
Pose-se calcular o desnível através da medição, com auxílio de régua, utilizando-se o
desenho do esqueleto do corte longitudinal de todas as visadas da topografia, porém a maneira
mais indicada é o uso da formula abaixo, somando-se todos os resultados provenientes dos
desníveis das visadas. O detalhe é que as calculadoras eletrônicas permitem que os cálculos
sejam feitos em seqüência, simplesmente somando-se operação após operação. Na topografia em
que se tem clara idéia de quais são as bases das extremidades do desnível, pode-se só calcular o
desnível do caminhamento entre elas.
Limitações da Espeleometria
Antes de ir a campo
1. Definir qual o nível desejado para a topografia - normalmente o EGB realiza seus
trabalhos com um nível mínimo 4D UIS. Dessa forma, sabe-se que para o posicionamento das
bases deve-se considerar as mudanças morfológicas das galerias. Isso influi diretamente na
quantidade de bases a serem estabelecidas, de forma a representar visadas curtas em maior
quantidade e, para o desenhista, um maior número de CT a serem executados. É óbvio que o
tempo de topografia aumentará significativamente. Para grutas extensas, um nível 4C é
perfeitamente viável.
3. Definir o tipo da base - escolher o melhor meio de fazer as marcações das bases
topográficas. Normalmente o EGB utiliza-se de pequenas plaquetas, dotadas de uma haste que
facilita encrava-las no solo. Esta plaqueta (base temporária) em pisos duros ou sobre rocha,
acaba precisando ser sustentada com ajuda de algumas pedras. Como base fixa, tem
funcionado bem quando usadas em argilas, entre fendas da rocha ou reentrâncias de
espeleotemas. Normalmente, o nome da base é escrito nas plaquetas através do uso de caneta
para retro-projetor. É conveniente que a equipe tenha a opção de fitas sintéticas para casos
especiais. Outro cuidado é o de se prever a necessidade da colocação de base permanente e
em caso positivo, preparar o material. Geralmente a escolha pela base permanente só acontece
após alguns trabalhos de campo, podendo-se planejar bem sua colocação.
A SBE adota em seu Cadastro Nacional de Cavernas, uma observação que qualifica os
métodos observados para os cálculos estatísticos básicos de uma caverna. Desse modo a ProHz,
o DesLn e o Desnível, devem ser acompanhados de uma letra a ser definida pelo seguinte
critério:
E - Estimado : inclui-se nessa categoria as cavidades que não estão topografadas, cujos dados
apresentam uma provável imprecisão. Podemos incluir também as cavidades cuja topografia
não tenha um grau igual ou superior a 3B UIS e BCRA; já que para este tipo de trabalho não
são usados aparelhos de medição (trena, bússola e clinômetro);
B - Topografado e atribuído grau pelo método BCRA descontínuo : este qualificativo deve
ser usado quando o autor da topografia optar pelo “método BCRA” e pelo “princípio da
descontinuidade”;
R - Topografado e atribuído grau pelo método BCRA contínuo : este qualificativo deve ser
usado quando o autor da topografia optar pelo “método BCRA” e pelo “princípio da
continuidade”;
U - Topografado e atribuído grau pelo método UIS descontínuo : este qualificativo deve ser
usado quando o autor da topografia optar pelo “método UIS” e pelo “princípio da
descontinuidade”;
I - Topografado e atribuído grau pelo método UIS contínuo : este qualificativo deve ser
usado quando o autor da topografia optar pelo “método UIS” e pelo “princípio da
descontinuidade”;
C - Medido em planta por continuidade : deve ser especificado quando for feita a medição do
desenvolvimento ou desnível com base em mapas, usando o “princípio da continuidade”,
isso é, sem omitir a medição correspondente ao seguimento de interpenetração de um eixo
em área morfologicamente dominada por outro eixo;
D - Medido em planta por descontinuidade : deve ser especificado quando for feita a medição
do desenvolvimento ou desnível com base em mapas, usando o “princípio da
descontinuidade”, isso é, omitindo a medição correspondente ao seguimento de
interpenetração de um eixo em área morfologicamente dominada por outro eixo;
N - Não especificado pelo autor : este qualificativo será usado quando o autor da topografia não
especificar o grau do trabalho e existir dúvidas em relação às medições em mapa;
O - Outro método : será usado quando o autor da topografia utilizar outro método.