Francisco Chaga Melo - Cobrança Cemar - Lar Mais Seguro 222

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA ____ VARA CIVEL DA


COMARCA DE JOÃO LISBOA -MA.

ANTONIO BARBOSA MENDES, brasileiro, casado, pedreiro, portador do


RG de nº 1037200 SSP/TO e CPF nº 311.041.692-15, residente e domiciliado na rua
da azeitona n°10, Bairro Norte Sul, João Lisboa/MA, por seus advogados, que esta
subscreve, conforme documento procuratório em anexo, vem, perante Vossa
Excelência, apresentar:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C TUTELA DE URGÊNCIA C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em desfavor de EQUATORIAL MARANHÃO DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S/A - CEMAR,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n.º 06.272.793/0001-84, com
endereço na Alameda A, Quadra SQS, s/n, Loteamento Quitandinha, Altos do Calhau,
São Luís/Ma, na pessoa de seu representante legal, ou de quem as vezes lhe faça,
pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidos:

Av. Pedro Neiva de Santana, nº 1036, Centro, João Lisboa/MA


Fone (99) 9953-6567/3535-1049 / e-mail: advdiasgomes@gmail.com
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I - DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA

Requer seja deferido o benefício da Justiça Gratuita, por não possuir a


Requerente renda suficiente para prover as despesas judiciais, com base na Lei
1.060/50 (nova redação pela lei 7.510/86) e artigos 98 e ss. do Código de Processo
Civil.

II - DOS FATOS

O Requerente informa que é usuário dos serviços da Requerida, unidade


consumidora 32512585.

Ocorre, Excelência, que o Requerente percebeu nas faturas mensais que


desde o mês de referência 01/2017 até a presente data existi a cobrança indevida
denominada de “Lar Mais Seguro Plus” no valor individual de R$ 12,90 (doze reais e
noventa centavos), conforme se demonstra em documento 01.

Contudo, tal serviço não fora contratado pelo Requerente, que soube
tratar-se de um seguro por ele, nunca contratado.

Depreende-se, assim, que a Requerida agiu de forma arbitrária


lançando cobranças indevidas na conta de energia sem a anuência do mesmo.

Ressalte-se que a Requerente não recebeu nenhuma notificação que


justificasse as cobranças.

Reflete da conduta da Requerida, dano moral e material, pois a cobrança


indevida é ilegal.

IV - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A inversão do ônus da prova descrita no art. 6, inciso VIII, da Lei


8.078/90 constituiu um dos mais importantes instrumentos de que dispõe o juiz para
observando o contraditório e a ampla defesa equilibrar a desigualdade, dando ao
consumidor a inversão do ônus da prova, quando a critério do juiz for verossímil a
alegação ou quando for hipossuficiente.

O presente caso está em harmonia com o diploma legal, pois para a


produção das provas a Requerente se torna hipossuficiente. Dessa forma, suplica-se a
inversão do ônus da prova.

V- DA QUESTÃO JURÍDICA

Sabe-se que a boa-fé é um princípio normativo que exige das partes uma
conduta pautada na honestidade, correção e lealdade. Tal princípio indica que todos
devem guardar fidelidade à palavra dada e não frustrar ou abusar da confiança que
deve imperar entre as partes.
No caso sub judice, a atitude promovida pela Requerida vetoriza-se em
ato ilícito, a partir do momento em que lança descontos indevidos na conta mensal de
energia da Requerente incorre em ilícito e quebra da boa-fé objetiva que deve imperar

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entre os contratantes.
Assim, consubstanciou-se o direito ao provimento jurisdicional no sentido
de afastar a lesão que atinge a Requerente.

Por sua vez o Código de Defesa do Consumidor, estabelece como direitos


essenciais do consumidor “VI- a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos; ” e, ainda: “VII - o acesso aos órgãos
judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos
patrimoniais e morais. ”

Sobre o DANO MORAL, pelo exposto, verifica-se que o Requerente sofreu


prejuízos diante da conduta da Requerida, vez que sofre cobrança de serviço não
contratado.

O Código Civil é claro, neste aspecto, quando preleciona em seu art. 186.
Indubitável, no caso em tela, a responsabilidade da empresa Requerida, pois assim
informa o Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 14 que a responsabilidade do
fornecedor de serviços é objetiva.

Dessa forma, é sucedâneo que o Requerente receba a indenização moral


pelo desfalque emocional sofrido, diante da falha na prestação de serviços da
Requerida.

VI - DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO

 Confere a lei 8.078/90, diante do acontecido narrado acima, que a parte


Autora possui direito de receber não só à quantia paga, mas o dobro de seu valor, visto
que fora cobrado valor indevido, conforme artigo 42, parágrafo único.

 Nesse entendimento deve ser reconhecido e pago a Autora em dobro,


para que seja feita uma reparação através de um valor compensatório e satisfatório
que possa abrasar a dor moral suportada, sendo impertinente a alegação de cobrança
de má fé nos descontos.

Requer a condenação da Requerida a restituir a quantia de R$ 1.109,40


pela Repetição de Indébito, ou seja, o dobro do valor descontado indevidamente, a
saber R$ 554,70 (43 x 12,90) , conforme demonstrado em documento 01.

VII – DA TUTELA DE URGÊNCIA

Com previsão no nosso Código de Processo Civil, o pedido de tutela de


urgência está descrito da seguinte forma:

“Art.300 A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”

Excelência, a parte autora vê sendo lançada indevidamente em sua conta


de energia, cobrança de produto não contratado por ela, é forçada a adimplir as
respectivas faturas, sob pena de ter sua conta de energia cortada por falta de
pagamento, vez que o pagamento é feito em conjunto com o consumo mensal de
energia. O valor é significativo para uma família de baixa renda, de modo que o
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“periculum in mora” demonstra-se porque o desconto realizado indevidamente poderia


estar sendo utilizado no custeio das necessidade básicas da autora e de sua família.

Já o “fumus boni iuris” está presente nas faturas juntadas, bem como
não seria razoável que uma pessoa humilde autorizasse tais descontos, pois Autor não
possui renda que lhe permita tanto.

Verifica-se, portanto, que a situação da parte autora atende,


perfeitamente, aos requisitos esperados para a concessão do mérito em si, requer
assim, a ordem judicial para sustação dos já citados descontos indevidos que ocorrem
em sua conta de energia.

VIII - DO PEDIDO

Diante de todos esses argumentos, a Requerente pede a V.Exa.:

a) A concessão da tutela para que a Requerida proceda a imediata


suspensão da cobrança indevida nas faturas de energia elétrica da UC da
Requerente de nº 32512585, tudo sob pena de multa diária, a ser arbitrada por
este Juízo, em caso de descumprimento da decisão, a ser revestida em favor do
Autor;

1. A concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, baseado


no art. 98 do NCPC, e consequente isenção das custas e despesas judiciais.

2. A Inversão Do Ônus Da Prova em favor do Requerente;

3. A CITAÇÃO da empresa Requerida, para, querendo, apresentar defesa,


sob pena de REVELIA e CONFISSÃO;

4. Seja a presente ação JULGADA PROCEDENTE, para:

a) Condenar a Ré a realizar a Restituição no valor de R$ 1.109,40 pela


Repetição de Indébito, ou seja, o dobro do valor descontado indevidamente da conta
corrente da Autora, a saber: R$ 554,70 (43 x 12,90) conforme demonstrado;

b) Condenar a Requerida, por ARBITRAMENTO, ao pagamento de uma


indenização por DANOS MORAIS no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), para o fim
de compensar os constrangimentos sofridos pelo (a) Requerente por conta da cobrança
irregular.

O Requerente não tem interesse na audiência de conciliação;

Condenação da Requerida ao pagamento das custas processuais, e


honorários advocatícios no percentual de 20 % sobre o valor da condenação, na forma
do art.20, § 3º, alíneas “a” a “c” do Código de Processo Civil.

Finalmente, o Requerente protesta por todos os meios de prova,


permitidos e admitidos em direito, em especial, pela apresentação de documentos,
perícias, etc., tudo de já requerido.

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Dá-se à presente causa o valor de R$ 6.109,40 (seis mil cento e nove reais
e quarenta centavos) para efeitos meramente fiscais.

Nestes termos,
Pede DEFERIMENTO.

João Lisboa/MA, 14 de agosto de 2020.

RENATO DIAS GOMES


OAB/MA 11.483

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