Manual de Busca e Salvamento

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MANUAL

QBMP-01
O presente manual, resumido, tem por objetivo instruir todos os bombeiros-militares
que desejam aprofundar-se nos assuntos inerentes à qualificação de bombeiro-militar
profissional de Busca e Salvamento.

OFICIAIS DO 1º GBS ELABORADORES DO MANUAL:

- TEN CEL BM QOC/86 RICARDO DOS SANTOS LOUREIRO – CMT. DO 1º GBS

- MAJ BM QOC/92 EDSON NEY CURVELLO DA SILVA – SUB CMT. OP. DO 1º GBS

- MAJ BM QOA/81 JOÃO PLÁCIDO SOUZA NETO – SUB CMT. ADM. DO 1º GBS

- CAP BM QOC/99 MÁRIO HENRIQUE SOARES LASNEAUX

- CAP BM QOC/99 ANDERSON CORREA GOMES

- CAP BM QOC/00 DOUGLAS HENAUT

- 1º TEN BM QOC/01 RENAN ALVES DE OLIVEIRA

- 1º TEN BM QOC/02 RODRIGO PEREIRA DA SILVA

- 1º TEN BM QOC/02 BRUNNO PANNO NEVES MOREIRA

- 1º TEN BM QOC/03 WELLINGTON SILVA DE OLIVEIRA

- 1º TEN BM QOC/03 ANDRÉ SUZANO TOMÉ

- 2º TEN BM QOC/04 DIOGO DA SILVA ROCHA

1º GBS, em 30 de Setembro de 2008.

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SUMÁRIO

EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO AUTÔNOMA.................................................................. 4

ALMOFADAS PNEUMÁTICAS................................................................................................ 6

BRITADOR HIDRAULICO....................................................................................................... 10

DESENCARCERADOR........................................................................................................... 12

GERADOR............................................................................................................................... 14

MOTO CORTADOR................................................................................................................. 15

TIRFOR.................................................................................................................................... 18

MOTO SERRA......................................................................................................................... 20

OPERAÇÕES COM MOTO SERRA........................................................................................ 25

ARROMBAMENTO.................................................................................................................. 27

BUSCA EM MATAS E FLORESTAS...................................................................................... 29

DESENCARCERAMENTO...................................................................................................... 35

OPERAÇÕES COM PRODUTOS PERIGOSOS..................................................................... 38

OPERAÇÕES DE MERGULHO............................................................................................... 42

RESGATE EM ELEVADOR..................................................................................................... 45

SALVAMENTO EM ALTURAS................................................................................................ 50

BUSCA E SALVAMENTO EM AMBIENTES CONFINADOS................................................. 57

SALVAMENTO EM ENCHENTES, DESABAMENTOS E DESLIZAMENTOS....................... 60

REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 63

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EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇÃO AUTONOMA

Equipamento de Respiração Autônoma


Equipamento que visa suprir o operador com ar em uma liberação gradual e direta,
independente assim da situação atmosférica existente no ambiente.São utilizados em
ambientes onde a taxa de oxigênio ou a presença de agentes agressivos tornem a atmosfera
imprópria para o ser humano respirar adequadamente e de forma segura.
Fisiologia
Quando as concentrações de oxigênio estão abaixo de 18%, o corpo humano reage
com aumento da freqüência respiratória, como se estivesse sendo submetido a um esforço
físico maior.Nas operações de Bombeiro, geralmente haverá aumento da freqüência
respiratória devido a fatoresFísicos e psicológicos.
Princípio de funcionamento
O cilindro é preso por uma braçadeira a placa de seu suporte e contém ar respirável
altamente comprimido. O ar armazenado em cilindros é conduzido ao operador através de um
circuito intercalado com dispositivos reguladores e marcadores. Abrindo-se o registro do
cilindro, o ar comprimido passa pelo redutor de pressão, onde se expande a uma pressão
intermediária de 6 bar( 6 Kgf/cm2). A esta, o ar chega até a válvula de demanda, que,
automaticamente, libera a quantidade de ar necessária para os pulmões.
Autonomia
O tempo de autonomia da máscara de ar comprimido é condicionada a pressão do ar,
ao volume do cilindro e a atividade ( consumo de ar).
Tempo(min) = Volume(l) x Pressão(bar) / Consumo(l/min)
Partes do Equipamento
Cilindro / Regulador de pressão (1ºEstágio) /Regulador de demanda (2º estágio) /
Manômetro de operação / Manômetro do Cilindro / Sistema de alarme sonoro /
Sistema Duplo.
Cilindro
Os cilindros de ar comprimido podem ser feitos de aço, aço leve ou composite. Os
cilindros de composite permitem ao operador maior mobilidade devido ao seu comprimido a
uma pressão de 3000 a 5000 PSI.
Reguladores
Juntos, os reguladores de 1º e 2º estágio reduzem a pressão do ar cilindro para
ligeralmente acima da pressão atmosférica. O regulador de 1º estágio permite que a pressão
de saída de ar no 2ºestágio permaneça constante, mesmo que a pressão interna do cilindro
caia , mantendo a pressão positiva dentro da máscara facial, mesmo em condições que
exijam alto grau de respiração e de demanda de fluxo de ar . O regulador de 2 ° estágio
também é conhecido como regulador de demanda.
Manômetro
O manômetro permite verificar a pressão do ar no cilindro a qualquer tempo, o que é
muito importante durante a utilização, pois permite ao operador verificações periódicas do
tempo de uso que lhe resta, aumentando sua segurança , em alguns modelos ainda existe um
alame que é acionado quando a pressão atinge 500 PSI.
Procedimento operacional
1. Expor todo o equipamento de respiração autônoma.

2. Verificar a pressão no manômetro do cilindro.

3. Colocar o equipamento no solo com:

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(a) O cinto aberto.

(b) As alças de transporte alargadas.

(c) Os tirantes da máscara facial alargados.

4. Agachar ou ajoelhar-se na extremidade oposta ao registro do cilindro.

5. Segurar o cilindro com as mãos, deixando as alças de transporte para o lado de


fora.

6. Erguer o cilindro por sobre a cabeça e deixar que as alças de transporte


passem dos cotovelos.

7. Ajustar a Correia peitoral, certificando-se de que ela não se encontra torcida.

8. Levantar-se puxando os tirantes de ajuste, certificando que as alças não estejam


torcidas.

9. Fechar e ajustar a correia da cintura de forma que passe por sobre os tirantes e
que não fique torcida.

10. Prender a válvula de BY-pass na cintura.

11. Colocar a alça de segurança da máscara facial no pescoço.

12. Colocar a peça facial, introduzindo primeiramente o queixo dentro desta e, com
as duas mãos colocar os tirantes por sobre a cabeça.

13. Certificar-se de que não permaneça cabelos entre a testa e a máscara.

14. Puxar simultaneamente os tirantes, dois a dois, começando dos inferiores,


ajustando com cuidado para não danificá-los.

15. Ajustar o tirante de cima.

16. Realizar teste de exalação.

17. Realizar teste de vedação.

18. Abrir o registro do cilindro.

19. Concluir a conexão da peça facial ao cilindro.

20. Inspirar fortemente para liberar a válvula de demanda

Sistema Duplo
Permite que outra máscara facial seja acoplada ao seu equipamento de respiração autônoma,
possibilitando assim que duas pessoas respirem ao mesmo tempo, usando o mesmo cilindro
de ar. O sistema duplo também é conhecido como “carona”.Deve-se atentar que nessa
maneira o tempo de uso e permanência no local sinistrado diminuirá sensivelmente.
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ALMOFADAS PNEUMÁTICAS

INSTRUCÃO DE SEGURANÇA E OPERAÇÃO PARA REGULADOR E CILINDROS

Quando o Regulador estiver atracado ao cilindro, as seguintes precauções na


operação precisam ser praticadas. Desvios nesta norma de Segurança podem resultar em
fogo, explosão ou danos para o regulador ou ferimentos no operador.

I) Cuidados com o cilindro

• Fixe os cilindros em uma parede, poste ou carro, de modo que não vire ou caia;
• Inspecione as válvulas do cilindro para verificar presença de defeitos na rosca,
Sujeira, poeira, óleo ou graxa. Remova poeira e sujeira com um pano limpo. NÃO ATRAQUE
O REGULADOR SE HOUVER ÓLEO, GRAXA OU DEFEITOS. Informe ao Chefe de Seção
sobre esta situação. Óleo ou graxa em presença de ar comprimido a alta pressão formam
mistura explosiva.
• Abra e feche a válvula do cilindro rapidamente, isto fará com que o ar do cilindro,
escapando pela válvula, retire matéria estranha da rosca do mesmo.

CUIDADO: Se a válvula do cilindro ficar aberta muito tempo, o cilindro pode se inclinar
sob o esforço do escapamento do ar. Não fique em posição frontal a saída do ar.

II) Uso do regulador

Inspecione o regulador para verificar presença de defeitos na rosca, sujeira, poeira,


óleo ou graxa. Remova com pano limpo. NÃO USE O REGULADOR SE HOUVER ÓLEO,
GRAXA OU DEFEITOS NA ROSCA. Faça manutenção periódica.
Atraque o regulador ao cilindro e aperte firmemente com a chave apropriada.
Antes de abrir a válvula do cilindra, gire o botão de ajustagem do manômetro até a
mola de ajustagem estar solta.
Fique do lado oposto ao regulador quando abrir a válvula do cilindro, mantendo-se
entre o cilindro e o regulador. Nunca fique em frente ou atrás do regulador.
CUIDADOSAMENTE e LENTAMENTE, abra a válvula do cilindro até o manômetro indicar
alta pressão.
Em válvula de cilindro de acetileno, nunca abra mais que uma volta completa. Em
todos os outros cilindros, a válvula pode ser aberta completamente.
Se o regulador não estiver pré-ajustado, gire o botão de ajustagem para a direita até
atingir ao desejado aumento da pressão para o equipamento que estiver utilizando.
Para testar vazamentos, feche a válvula do cilindro e gire o botão de ajustagem uma
volta para a direita. Se o manômetro de alta pressão apresentar queda, existe vazamento na
válvula do cilindro, no encaixe da entrada de ar ou no manômetro de alta pressão. Se o
manômetro de baixa pressão apresentar queda, existe vazamento nas mangueiras,
mangueira de encaixe de saída, manômetro de baixa pressão ou outro equipamento
conectado. Teste os vazamentos usando urna solução detectora de vazamentos, aprovada
pelo fabricante. Se o manômetro de alta pressão apresentar queda, e em algum tempo o
manômetro de baixa pressão apresentar elevação, existe um vazamento na base do
regulador.

Mantenha a válvula do cilindro fechada o tempo todo, quando o mesmo estiver em


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uso. Ao término das operações, FECHE a válvula do cilindro, ABRA a válvula do equipamento
toda a pressão ser drenada do regulador. FECHE a válvula equipamento, e solte toda tensão
do regulador, girando o botão de ajustagem livremente para a direita.

Regulador de pressão
A - Entrada do ar (alta pressão);
B - Manômetro de alta pressão;
C - Manômetro de baixa pressão;
D - Alça em T para ajustamentos da escala de baixa pressão;
E - Botão para controle de saída de ar;
F - Saída de ar e mangueira de extensão.

O regulador de pressão é conectado ao manancial de ar como equipamento


"standard", portanto e ajustado para 125 psi de suprimento de ar. O regulador "standard"
reduz a pressão de 3.000 psi para 125 psi. É passível ser enviado um regulador que reduza a
pressão de 5.000 psi para 125 psi.

Válvula de controle e válvula de segurança - VCVS

A - Entrada de ar
B - Alavanca da válvu1a de controle
C - Manômetro de operação
D - Sistema de segurança (alívio)
E - Botão de controle da válvula de segurança (alívio)
F - Saída do ar

Sistema Duplo de Segurança e Controle de Ar (Válvula de Controle e Válvula de


Segurança) - VCVS II é usada para inflar ou esvaziar as almofadas. As duas válvulas de alívio
da pressão são fabricadas com regulagem de 87 psi ou 118 psi dependendo da aplicação,
para prevenir um enchimento a cima do possível.

Mangueiras
Duas mangueiras (uma vermelha e outra amarela) são conectadas entre a VCVS e
as almofadas. Uma (preta) conectada entre o regulador e a VCVS. Mangueiras adicionais
podem ser conectadas para permitir uma operação em que as almofadas precisem ser
estabelecidas em pontos distantes do compressor. Todas as almofadas, mangueiras e
reguladores são equipados com conexões de encaixe rápido fabricado em tamanho especial
para evitar conexões erradas.

Uso e manejo
Após desembalar, exponha integralmente o sistema, para uma familiarização geral.
Teste-o para verificar danos.
Verifique se os vidros dos manômetros estão intactos. Inspecione a VCVS.
As partes de segurança do VCVS II são molas metálicas colocadas diretamente atrás
de cada manômetro. Cada válvula de segurança (alívio) é fabricada com coloração pré
determinada. As calibrações indicadas por selos em chumbo colocados na cabeça do botão
de passagem do ar.
Estes botões de passagem de ar podem permanecer fechados quando não estiverem
em uso.

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Verifique danos nas mangueiras (cortes ou puídos) e faça o engate se certificando de
um ajuste perfeito.

Regras para operações seguras

Todo o pessoal que estiver usando ou assistindo (ao uso) das almofadas devem estar
vestindo roupas de segurança, isto é, capacete, óculos de proteção, luvas, botas, etc.
Antes de erguer um objeto, avalie cuidadosamente o que será feito, para determinar o
peso e o tamanho a ser movimentado. Esta certeza irá ajudá-lo adiante, quando estudar todos
os calços e escoramentos necessários para o correto uso das almofadas.
Quando estiver usando a almofada, sempre proceda o enchimento devagar.
Sempre torne máximo o contato da carga a ser erguida com a almofada. Isso pode
requerer que uma acomodação da almofada, conforme a superfície de contato ou use duas
almofadas simultaneamente.
Quando a almofada estiver sendo inflada, fique de um lado e retire todas as outras
pessoas de perto. Não fique em frente da abertura onde a almofada estiver colocada, pois
existe a possibilidade da mesma escapar para fora da carga e atingir alguém.
Quando a carga estiver sendo movida ou içada, deve estar sempre calçada ou
escorada.
Quando a carga estiver sendo calçada, o operador deve parar de inflar a almofada.
Após o calçamento, o operador recomeça o enchimento.
Use calços e escoras com a certeza que sustentarão a carga. Lembre-se, ainda que
as almofadas não precisam de urna superfície regular para apoiar-se, mas é necessário
calçamento e escoramento.
Nunca trabalhe sob a carga apoiada apenas pela almofada.
Nunca infle a almofada contra objetos cortantes ou em uma superfície com
temperatura superior a 105ºC. Quando isto for absolutamente necessário, coloque uma
proteção flexível (lonas industriais, borracha, couro) entre a superfície quente ou cortante e a
almofada, a fim de protegê-la.
Duas almofadas podem ser usadas com segurança, utilizando-se a VCVS.
• Isto é permitido para levantamento de grandes pesos;
• Permite levantar alguma carga por dois pontos, para maximizar a superfície de
contato.
• Nunca empilhe em uso mais de duas almofadas. SEMPRE COLOQUE A
ALMOFADA MENOR SOBRE A MAIOR. Nunca faça ao contrário;
• Quando empilhadas, sempre encha primeiro a almofada que estiver embaixo
• Nunca opere as almofadas, mangueiras, válvulas, reguladores, etc., que estejam
danificados ou impróprios para o uso.

Instruções de Operações

1. Calibragem do regulador
Feche a saída do ar girando o botão estriado para a direita;
Conecte o regulador a fonte de suprimento de ar, que deverá estar FECHADA;
Abra a fonte de suprimento de ar LENTAMENTE e observe os manômetros.
Calibre o manômetro de baixa pressão para 125 psi girando a alavanca em “T”.
Quando a pressão cair para níveis abaixo de 90psi troque a fonte de suprimento de
ar.

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2. Válvula de controle e regulador de segurança
Verifique ambas alavancas de controle para ter certeza que elas, estão na posição
fechado. Conecte a mangueira do regulador na VCVS;
Agora, volte para o regulador e abra completamente a válvula de saída de ar, girando
o botão estriado para a direita. Isto conduzirá o ar para a válvula de controle;
Selecione a almofada e conecte uma mangueira através do plug de entrada de ar que
existe em um dos cantos;
Coloque a almofada já conectada com a mangueira, sob a carga, de forma que o plug
de entrada de ar e a mangueira fiquem para fora. As almofadas devem estar completamente
vazias.
Conecte a mangueira em uma das saídas dos conectores na VCVS. Esteja certo que
ambas as válvulas de segurança (alívio) estão na posição FECHADO.

3. Enchimento
Abra uma válvula de controle, por vez, com um lento movimento da alavanca de
controle paralela à linha de ar. A almofada irá inflando gradualmente. A velocidade de
enchimento é controlada por essa alavanca.
Quando cada almofada estiver sendo inflada, acompanhe a pressão a que ela está
submetida, através do manômetro correspondente da VCVS. Quando a almofada estiver
sendo inflada, a pressão dela será mostrada no manômetro em que estiver acoplada. Não
permita que a almofada receba pressão acima da necessária para erguer ou escorar a carga
em que se está operando.
Quando o manômetro estiver acusando pressão na área vermelha a válvula de
segurança (alívio) deverá se abrir e o ar escapar;, por ela, em grande velocidade. Caso isto
ocorra, feche a válvula de controle para manter o suprimento de ar. Se o erguimento (ou outra
qualquer modalidade de USO) for alcançado antes da almofada atingir o máximo de sua
capacidade, simplesmente feche a válvula de controle.

4. Esvaziar
Para esvaziar a almofada usando o VCVS II, feche ambas as válvulas . Depois, um
de cada vez, lentamente gire o botão da válvula de segurança (alívio) para a direita. Ajuste a
velocidade e esvazie uma almofada de cada vez.

5. Trocar os cilindros de ar
Os cilindros de ar podem ser trocados durante a operação, e/ou quando a pressão
cair para níveis inferiores a 200 PSI.

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BRITADOR HIDRAULICO (Power Pack)

Características

Equipamento utilizado em situações de desabamento, equipado com rodas, pode ser


deslocado facilmente em redor dos locais de desabamento. Simples de ligar, o nível de ruído
é baixo. Por ser suficientemente leve pode ser transportadas por duas pessoas. Atualmente,
encontramos o modelo LP 18-40 PE PAC, da marca ATLAS COPCO, sendo o mais utilizado
com maior freqüência na Corporação.
O motor é o 18 HP B&S Vanguard petrol movido à gasolina pura, seu tanque de
combustível possui a capacidade de 7,2 litros. Seu reservatório de óleo hidráulico possui a
capacidade de 7 litros, fornecendo energia hidráulica de acordo com o princípio “Power-on-
Demand”, ou seja, a unidade de alimentação mantém-se em modo suspenso até que as
ferramentas entrem em funcionamento, fornecendo uma pressão máxima de trabalho de
155(bar). O óleo hidráulico utilizado é o Mobil EAL 224 ou similares
As unidades de alimentação encontram-se protegidas por uma estrutura resistente
composta por tubos de aço. Seu peso é de aproximadamente de 123Kg(com óleo).Possui as
seguintes medidas: 745mm de comprimento; 700mm de largura e 720mm de altura.

O britador hidraulico é constituído dos seguintes componentes:


• Reservatório do óleo hidraulico;
• Filtro de óleo hidráulico;
• Bomba hidráulica e válvula de redução de pressão;
• Alças dobráveis;
• Bateria de 12V;
• Motor de arranque elétrico.

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Operação Prática

Funcionamento

Antes de operar o britador, o operador deverá estar usando: capacete, óculos de


segurança,aparelho de respiração autônoma(em locais confinados), luvas, protetores auricular
e botas.
Inspecionar o britador e mangueiras em geral para verificar se não há sinais de
vazamento e faltando peças.
Verifique o nível do óleo hidráulico e o nível de combustível(gasolina pura). Posicione
o britador, em uma posição plana e segura.

Acionamento com o Motor Frio:

1º: Verifique se a válvula by-pass está na posição OFF, a válvula by-pass só deve
estar na posição ON quando a ferramenta for utilizada;
2º: Pressione o botão verde(ON) e verifique se o motor está girando no sentido
horário(pode-se observar pela extremidade traseira do motor);
3º: Verifique os engates de conexão das mangueiras estão limpos;
4º: Conecte primeiro a mangueira de retorno;
5º: Abra a válvula by-pass, girando para a posição ON;
6º: Aumente a aceleração;
7º: Para desligar aperte a tecla OFF.

Recomendações:

1. Limpe o britador, em geral;


2. Verifique os acessórios se não há fissuras ou furos nas mangueiras;
3. Verifique o nível de óleo hidráulico;
4. Verifique o nível de combustível;
5. Verifique os engates e conexões hidráulicos;
6. Verifique as mangueiras hidráulicas;
7. Verifique filtro de óleo hidráulico.

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DESENCARCERADOR HIDRAÚLICO

O conjunto de salvamento (desencarcerador hidráulico) , destina-se a serviço de


salvamento em acidentes automobilísticos, desabamentos e trabalhos submersos, dentro do
limite de 40m de profundidade.
Existem colocados à disposição pelos fabricantes, vários tipos de bombas, unidades
propulsoras e ferramentas hidráulicas, com idêntico princípio de funcionamento. o sistema
consiste de um motor elétrico ou à gasolina, que move uma bomba hidráulica, sendo esta
comum a todos os modelos. Ela se caracteriza por um aro ôco que contém em seu interior 4
pistões radiais permanentemente comprimidos por molas. No centro deste conjunto, há um
excêntrico movido pelo eixo do motor, que devido a seu movimento irregular, ao passar por
cada um dos pistões, provoca um movimento nos mesmos, impulsionando o fluído para
dentro do aro. Neste há apenas uma saída, por onde escoa todo o fluído em direção à válvula.
Todo este conjunto permanece imerso no reservatório de fluído, tendo sob o aro,
quatro tubos pescadores que alimentam cada um dos pistões. No bloco da válvula, há ainda
um pequeno tubo encarregado de despejar o fluído que retorna das ferramentas hidráulicas.
O conjunto de salvamento é composto por: bomba hidráulica acionada por um motor a
gasolina, mangueiras com sistemas de engate rápido e várias ferramentas hidráulicas que
podem ser utilizadas para afastamento, tração e corte.
As partes da bomba hidráulica do conjunto de Salvamento são:
Tanque de Combustível / Carter de óleo do motor / Vela de ignição / Carter de
óleo da bomba hidráulica / Válvula de Combustível / Filtro de ar / Manopla / Alavanca de
comando /Afogador / Acelerador.

Cortadores
A série de cortadores possui lâminas, em formato de meia-lua, que deslizam uma
sobre a outra, proporcionando o corte. Estas podem ser trocadas por outras de diferentes
desenhos para os mais diversos tipos de cortes e de materiais (Ex. Seccionamento de portas
e colunas de veículos onde haja vítimas presas), realizando o trabalho com rapidez e
segurança.

Expansores
São ferramentas equipadas com braços que têm, em suas extremidades, ponteiras
substituíveis e podem ser utilizados para abertura ou separação de chapas (Ex. Retirando a
porta de um veículo acidentado), ou ainda, no tracionamento de partes (Ex. elevando-se a
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coluna de direção para liberar vítima do volante do veículo), com o concurso do jogo de
correntes.
Ferramenta combinada
Com o próprio nome diz, combina as funções das outras ferramentas, sendo equipada
com braços multifuncionais, que permitem a realização de cortes, afastamento e
tracionamento, este último com auxílio de jogo de correntes.

Cilindros de resgate
Aplicável em qualquer tipo de resgate e salvamento onde se requeira elevação de
carga. É particularmente útil nos desabamentos, no serviço de levantamento de lajes e vigas,
devido a grande potência desenvolvida (12 ton) ou quando os trabalhos de afastamento
necessitem de grandes extensões, não alcançadas pelos expansores. Sendo assim,
comprimentos de 750, 1300 e 1700mm podem ser atingidos.

Seqüência de Operação:

• Certifique-se de que a alavanca de pressurização do fluído encontra-se na posição


horizontal (sistema despressurizado);
• Conecte as mangueiras através dos plugues tipo “engate rápido”;
• Abra a válvula de combustível girando-a cerca de ¼ de volta em sentido anti-horário;
• Posicione o comando do acelerador na posição “START” (afogado ). Quando o motor
estiver quente, posicione o comando em “FAST”.
• Segure a manopla de acionamento e puxe suavemente até sentir resistência , a fim
de retirar a folga entre as partes . A seguir, puxe rapidamente o cordão, para evitar retrocesso
e dar partida no motor, deixando a manopla retornar à sua sede gradualmente;
• Quando a máquina funcionar, mova o comando de acelerador à posição desejada de
rotação do motor, na faixa entre “SLOW” e “ FAST”;
• Coloque a alavanca de pressurização do fluido na posição vertical, afim de
pressurizar o sistema;
• Segure a pinça hidráulica pela alça e pelo punho, atuando com o dedo polegar no
disco anatômico proporcionando o movimento desejado, respeitando as indicações de
abertura e fechamento encontradas no corpo da pinça hidráulica;
• Ao final da operação, coloque a alavanca de pressurização na posição horizontal
(despressurizado);
• Desligue o motor passando o comando do acelerador para “STOP”;
• Feche a válvula de combustível, girando-a em sentido horário;
• Desconecte as mangueiras e proteja-as com as capas apropriadas.

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GERADOR ELÉTRICO

O Gerador Elétrico é uma máquina que transforma energia mecânica em energia


elétrica tem a finalidade de suprir energia os locais de operações, onde por qualquer razão,
ocorra a suspensão de fornecimento convencional de energia.
Fundamentalmente, consta de um indutor à base de eletroimãs ou ímãs permanente,
que produzem um campo magnético é um induzido formado pelo núcleo de ferro, sobre cujas
superfícies se dispõe, em enrolamentos, alguns condutores. Submetido o induzido à um
movimento de rotação, os condutores cortam as linhas de fluxo magnético e sendo neles
induzida uma força eletromotriz (FEM) alternada.
Na maioria dos geradores de corrente contínua (CC) (dínamo), o indutor que cria o
campo magnético é fixo e o induzido móvel, enquanto que nos de corrente alternada (CA), é o
indutor que gira, permanecendo fixo o induzido. Em ambos os casos a origem da FEM de alto
indução é o movimento relativo entre os condutores de induzido e o campo magnético criado
pelo indutor.

Funcionamento

Para um perfeito uso deste equipamento é necessário que se conheça os principais


fundamentos básicos, o acionamento, como se faz a manutenção básica e os cuidados a
serem tomados na sua operação. Observando todos estes itens, consegue-se uma
aproveitamento melhor do equipamento, assim se aumenta a sua vida útil.

Componentes básicos

Tanque de Combustível / Válvula de combustível / Carter de óleo / Afogador /


Cabeçote / Vela / Cachimbo / Manopla / Chave de contato / Aterramento / Tomadas /
Chave Disjuntora / Fusível / Filtro de ar / Filtro de combustível / Filtro de Gasolina /
Filtro do silencioso

Ligando o equipamento

Coloque-o em um local plano, e seguida verifique a posição do afogador(shock para


motor frio e start quando o motor já estiver quente), abra a válvula de combustível e ligue a
chave de contato, pise na base do gerador e retire a folga da manopla, puxando – a em
seguida.
Desligando

Desligue a chave de contato , em seguida retire as tomadas, coloque o afogador na


posição shock e feche a bomba de combustível.

Nunca utilize este equipamento em locais fechados ou próximos a liquidos ou gases


inflamáveis.

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MOTO-CORTADOR (Moto rebolo)

1. Características

Equipamentos de corte, movido a motor a explosão de dois tempos. Atualmente,


encontramos o modelo TS 08, da marca STIHL, sendo utilizado com maior freqüência na
Corporação.
Os moto cortadores possuem discos que podem ser acoplados ao aparelho.
Estes discos poder ser de vários tipos, de acordo com o material a ser cortado. Na
corporação, utiliza-se o disco para corte de ferro e aço, de uso freqüente para a retirada de
vítimas presas às ferragens de veículos, arrombamentos de portas de aço (lojas) ou mesmo
outros tipos e outras situações onde caibam sua utilização, como, por exemplo o corte de
vergalhões em desabamentos.

Os moto-cortadores são constituídos dos seguintes componentes, observados


na figura abaixo:

1 – Disco 5 – Acelerador
2 – Protetor do Disco 6 – Trava do acelerador
3 – Punho 7 – Afogador
4 – Filtro de ar 8 – Borboleta da regulagem do protetor

3 8 2
5 6 1
7

1.2 Operação Prática

Funcionamento

O acionamento dos motores dos moto-cortadores é o mesmo das moto-serras.


O abastecimento é realizado com uma mistura de óleo 2 tempos e gasolina na
proporção 1:40 - O fabricante especifica a marca Castrol Super TT, próprio para motores 2
tempos de alta rotação.

Acionamento com o Motor Frio:

• Abastecer com mistura de combustível 25:1;

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• Colocar o afogador em “O”, fechando-o;
• Apertar o botão de meia aceleração (independente da temperatura ambiente ou
estação do ano), puxando a alavanca do acelerador, apertar o botão de pressão de bloqueio e
soltar a alavanca do acelerador. Assim ele permanece bloqueado na posição de meia
aceleração para o arranque;
• Acionar o arranque, fixando o moto-cortador contra o solo, segurando-se o suporte
tubular com a mão esquerda e a manete do cabo de arranque com a direita. Retirar a folga do
cabo, puxando suavemente o cabo, até travar, a partir de então, puxar rápido e firmemente,
não largando no retorno, mas levando-o até a posição inicial, cuidadosamente (para que o
cabo possa se enrolar corretamente na sua polia). Não permitir a permanência de qualquer
pessoa na zona de alcance do sabre;
• Colocar o afogador em “I”, abrindo-o;
• Soltar novamente o bloqueio da alavanca do acelerador, acelerando levemente, de
modo que o motor passe a marcha lenta;
• Em temperaturas muito baixas, abrir o afogador somente até a metade após o
arranque, acelerando levemente até que o motor seja aquecido, quando então abre-se
totalmente o afogador.

Acionamento com o Motor Quente:

Com o motor ainda quente, ou após uma parada por tempo reduzido, não necessita
de acionamento do afogador, e muitas vezes também não é preciso da meia aceleração.

Acionamento com o Motor Afogado:

O motor afogado é aquele que teve excesso de gasolina não queimada no motor,
impedido a formação de mistura explosiva, pela desproporcionalidade com o comburente
necessária ao funcionamento. Isto ocorre, muitas vezes, por falha mecânica intermitente, que
volta ao funcionamento normal pela aplicação da técnica abaixo relatada. Outras vezes, pela
desatenção aos procedimentos de acionamento do motor, afoga-se o mesmo. Para
desafogar um motor, deve-se seguir os seguintes passos:
Desligar a meia aceleração e abrir o afogador, colocando-o na posição I;
Retirar a vela com a chave específica e secar o seu eletrodo, aproximando uma
chama de isqueiro ou fósforo do mesmo, com a vela colocada sobre o solo, ou com uma
estopa, com cuidado para não alterar o espaçamento do eletrodo, amassando-o;
Montar a vela, sem apertá-la demasiadamente;
Acionar o arranque várias vezes, com a vela desparafusada, para ventilá-lo
internamente.

Técnica de corte com moto-cortador:

Os moto-cortadores já foram utilizados em larga escala na corporação, antes do


surgimento das ferramentas hidráulicas para corte. As causas da diminuição do uso de moto-
cortadores estão nas desvantagens da sua utilização em função do uso do Aparelho Auto-
Corte-Expansor:
Durante o corte, há geração de centelhas, que além de exigir cuidados especiais de
proteção individual, patrimonial e das possíveis vítimas envolvidas, oferece risco de incêndio,
caso haja derramamento de inflamáveis ou explosão se houver escapamento de gases
combustíveis;
16
As centelhas ainda podem, de acordo com a exigência da posição do corte em
relação às vítimas, dificultar ou até impedir seu uso, se forem dirigidas na direção das
mesmas, quando se encontram presas às ferragens;
A utilização perto das vítimas gera desconforto, pelo ruído excessivo dos motores.

Recomendações:

Para utilização dos moto-cortadores devemos ter os seguintes cuidados:


Proteger o local com uma linha de água ou extintor portátil, de acordo com a
disponibilidade e a situação;
Utilizar luvas de couro e óculos de proteção;
Aproximar o disco do moto-cortador ao metal a ser cortado com o motor a meia
aceleração (utilizar a trava existente), retirando o disco sempre na mesma direção e sentido
do corte, sem deixar diminuir a rotação, pois poderá haver ruptura do mesmo, e os fragmentos
causarem acidentes;
Durante o corte, manter sempre a mesma a direção e sentido, não realizando
esforços axiais de torção.

17
TIRFOR

Durante várias décadas o uso do Tirfor constitui-se como o elemento chave das
operações de desencarceramento. Ancorado em postes, árvores ou mesmo na viatura de
salvamento, por intermédio da tração de um cabo de aço que passava pelo seu interior e era
tracionado pela ação conjugada de dois mordentes em trabalho alternado. Produzido pela filial
brasileira da empresa alemã CIDAM, o nome Tirfor se tornou de uso corrente e de
terminologia técnica ao invés de Sistema de Tracionamento de Cabos de Aço, nome este que
adotamos nesta publicação para uma maior facilidade de emprego de nomenclatura. Abaixo
será descrita as características técnicas do equipamento Tirfor numa transcrição de seu
manual de operação.
É um aparelho manual de tração e içamento de cargas, que trabalhando com cabo de
aço, desenvolve uma força nominal que vai de 750 Kg até 4000 Kg, conforme o seu tipo.

Funcionamento

Consiste no princípio de acionamento do cabo de sustentação, em vez de enrolar-se


em um tambor, como nos aparelhos clássicos de içamento, é puxado em linha reta por dois
pares de mordentes de ajuste automático e forma apropriada. Fechados em um cárter, os dois
pares de mordentes, movendo-se alternadamente, agarram o cabo como duas mãos. O
esforço é transferido para os mordentes por meio de duas alavancas - uma de avanço e outra
de marcha-a-ré - as quais funcionam através de um sistema de chaves, que comandam o
travamento dos mordentes no cabo. Os dois blocos de mordentes são levados ao fechamento
pela própria tração do cabo, assim: “quanto mais pesada a carga, mais sólido será o aperto”.

Manuseio

Funcionamento dos mordentes

Os mordentes são construídos de duas garras que podem ser presas ou separadas
por meio de chaves acionadas por alavancas denominadas bielinhas de comando.
Quando a bielinha é acionada para a esquerda, os mordentes prendem o cabo de
modo a puxá-lo ou mantê-lo em posição.
Quando a bielinha é acionada para a direita, os mordentes soltem-se de modo a
permitir ao cabo de aço deslizar, porém somente na direção oposta à do seu movimento.

Princípio do Tirfor

Movimento de Avanço

O avanço do cabo é obtido pelo acionamento de vaivém da alavanca. Se a alavanca


for acionada para a direita, acionará a bielinha no interior do Tirfor e esta os mordentes, o
cabo é então agarrado e puxado para a esquerda. Simultaneamente, o outro mordente se
abre ligeiramente e se move para a direita.
Se, depois a alavanca é acionada para a esquerda, os movimentos são simplesmente
invertidos. A alavanca, portanto, controla o avanço do cabo da direita para a esquerda
puxando ou levantando a carga.

18
Movimentos reversivos

O movimento de reversão é obtido através da outra alavanca a de marcha-a-ré. Se a


alavanca é manobrada para a direita, os outros mordentes prendem e é puxada pelo cabo
para a direita e os outros mordentes abrem-se lentamente para deixar o cabo deslizar,
enquanto vai controlando o seu movimento.
Inversamente, se esta alavanca for acionada para a esquerda, estes mordentes são
presos no cabo e os outros mordentes abrem-se lentamente para permitir ao cabo deslizar
sob controle.
Este movimento de vaivém desta alavanca ocasiona a progressão do cabo de aço da
esquerda para a direita, desse modo permitindo a descida da carga.

Afrouxamento

Para facilitar a operação do aparelho TIRFOR, é possível abrir simultaneamente os


dois pares de mordentes para introduzir o cabo de aço. Para dar tensão ao cabo de aço,
desengatar o aparelho.
Para soltar simultaneamente os dois pares de mordentes é necessário puxar o
mecanismo de marcha-a-ré.

Segurança

Ao operar um aparelho TIRFOR em sentido inverso, você rapidamente se


conscientiza de como é perfeitamente seguro. Naturalmente, notará que deverá exercer um
certo esforço nas alavancas. Este esforço corresponde ao exigido para forçar o cabo a passar
pelos mordentes ligeiramente soltos, que não abrem, mas atuam continuamente com um
dispositivo secundário de frenagem.
Em caso de o par de mordentes ser danificado no curso de sua operação, por um
objeto estranho, o par de mordentes imediatamente assume o controle da carga em uma
distância que não ultrapassa o curso dos mordentes, isto é, 5 cm.

Utilização dos aparelhos tirfor

Os aparelhos TIRFOR podem ser para qualquer serviço de içamento e tração dentro
de sua capacidade. São particularmente úteis para trações de içamento a longas distâncias,
que não podem ser feitos por outros equipamentos, em virtude do fato de que comprimento de
cabo pode ser usado.

Ancoragem dos aparelhos tirfor

Caso seja necessário ancorar o TIRFOR no solo, a primeira coisa a fazer, é localizar
um ponto adequado e satisfatório. Uma argola fixada ao solo, uma coluna de suporte, um
trilho, um caminhão, uma árvore, uma viga atravessada no vão da porta ou uma janela, são as
soluções mais fáceis. Ainda assim, é possível que nenhum ponto de ancoragem satisfatório
seja encontrado. Então torna-se necessário criar um ponto de ancoragem no solo.

19
MOTO SERRAS

Motor a explosão de dois tempos e um sabre com corrente. Atualmente, encontramos


no CBMERJ os modelos 08 S e 051 AV, da marca STIHL.

MS 08 S - Versátil

Dados Técnicos
Potência 2,8 kW (3,8 DIN-PS)
Sabre Duromatic: 33, 43, 53 cm
Corrente 0,404" Rapid-Standard
Cilindrada 60,3 cm³
Tanque de óleo 0,34 litros
Relação peso/potência 2,53 kg/kw
Rotação Lenta 2.000 rpm
Tanque de combustìvel 0,76 litros
Rotação Máxima 10.000 rpm
Peso sem conjunto de corte 7,1 kg

MS 051

Dados Técnicos
Potência 4,3 kW (5,8 DIN-PS)
Sabre Duromatic 53, 63, 75 cm
Corrente 0,404" Rapid-Standard
Cilindrada 89,2 cm²
Tanque de óleo 0,55 litros
Relação peso/potência 2,26 kg/kw
Rotação Lenta 2.000 rpm
Tanque de combustìvel 0,9 litros
Rotação Máxima 10.000 rpm
Peso sem conjunto de corte 9,7 kg

20
Partes da Moto – Serra
ACELERADOR
RETÉM PUNHO
TRAVA DA CORRENTE
VELA

AFOGADOR SABRE

TRAVA DO ACELERADOR

ON / OFF

CORRENTE

FILTRO DE AR GARRA
TAMPA DO CATER

Conjunto de Corte

Constituído pelo sabre, corrente e pinhão.


Devido ao atrito existente entre a corrente e o sabre, ambas as partes metálicas, a
lubrificação é fator vital, portanto, controle a lubrificação antes de iniciar o trabalho.
A durabilidade das correntes depende da lubrificação, afiação e do tensionamento da
corrente.
Um tensionamento regular da corrente oferece segurança aos operadores, reduzindo
além disso o desgaste e os danos mais comuns nas correntes.
Antes de começar a trabalhar, convém verificar o tensionamento da corrente e corrigir
se necessário. Durante o trabalho, a corrente aquece e pode dilatar-se, por isso deve-se
esticar quando necessário.

Como tencionar corretamente a corrente?

21
Antes de montar a corrente, deve-se limpar a ranhura do sabre e o furo de entrada do
óleo para melhor lubrificação da corrente.
Se existir muita sujeira na ranhura, a corrente pode soltar-se com facilidade. Além
disso, existe o perigo do óleo da corrente ser absorvido antes do tempo pela sujeira e
não chegar às zonas onde é imprescindível como, por exemplo, a parte inferior da corrente
(elos). As conseqüências seriam um super aquecimento e desgaste do conjunto de corte.
A limpeza pode ser feita com um calibrador de corrente ou qualquer objeto pontiagudo
que alcance no fundo da canaleta.
É aconselhável esticar um pouco a corrente depois do trabalho, especialmente
quando estiver fria.

Materiais utilizados no corte de árvores

• Machado – Material com cabo de madeira e uma lâmina grossa de metal, geralmente
utilizado para cortar troncos de menor diâmetro.
• Facão – Material que possui geralmente um cabo de madeira e uma fina lâmina de
metal é utilizado para podar folhas e galhos pequenos.
• Arco de serra – Material utilizado para poda.
• Traçador – Material com dois cabos de madeira e uma lâmina de metal no meio,
usado em dupla para o corte de árvores.
• Moto-serra – Material com motor à explosão mais utilizado para o corte de árvores
devido à sua praticidade.
• Escada prolongável – Material de alumínio que é utilizado para subida na árvore.
• Luvas – Material de proteção individual que tem o objetivo evitar que o militar
machuque as mãos.
• Óculos de proteção – Material de acrílico utilizado para evitar que lascas da madeira
atinjam os olhos no momento do corte.
• Tirfor – Material de tracionamento que pode ser de 3 (três) tipos : Tirfor T-35, Tirfor
TU-16, Tirfor TU-40.

Verificações Preliminares ao Uso

• Examinar a lubrificação da corrente, aproximando a ponta do sabre com a moto-serra


em meia aceleração de uma superfície clara, observando o surgimento de óleo aspergido
da corrente.
• As moto-serras necessitam de lubrificação no sabre para reduzir o atrito com a
corrente. Para tanto, deve-se atentar, além do abastecimento do combustível, para o
abastecimento do reservatório de óleo SAE 20/40 e verificar a efetiva lubrificação antes de
iniciar o corte, após o acionamento do motor;
• Fazer um corte de ensaio;
• Desligar o motor, colocando a chave interruptora na posição “OFF”;
• Re-esticar a corrente, acionando o parafuso específico, caso necessário, regulando a
folga em 0,5cm.

22
Recomendações para o máximo rendimento do conjunto de corte

• Evite o desgaste unilateral do sabre.


• Sempre que a corrente for afiada, inverta o sabre.
• Rebarbar o sabre quando necessário.
• Atenção: a corrente não deve tocar o chão
• O pinhão da corrente é submetido a um trabalho muito intenso, quando indicar
vestígios de desgaste visíveis nos dentes, deve ser substituído imediatamente.
• Um pinhão com desgaste diminui a durabilidade da corrente.
• Obtém-se maior rentabilidade, quando se substitui o pinhão, após o uso consecutivo
de duas correntes.

Operações Práticas com Moto-Serra

O abastecimento é realizado com uma mistura de óleo 2 tempos e gasolina na


proporção 25:1 - O fabricante especifica a marca Castrol Super TT, próprio para motores
2 tempos de alta rotação.
Deve-se manter um reservatório (galão) com a mistura preparada, para o caso de
reabastecimento.

Acionamento com o Motor Frio:

• Abastecer com mistura de combustível 1:25;


• Abastecer com óleo lubrificante (SAE 20-40W);
• Colocar o afogador em “O”, fechando-o;
• Apertar o botão de meia aceleração (independente da temperatura ambiente ou
estação do ano), puxando a alavanca do acelerador, apertar o botão de pressão de bloqueio e
soltar a alavanca do acelerador. Assim ele permanece bloqueado na posição de meia
aceleração para o arranque;
• Acionar o arranque, fixando a moto-serra contra o solo, segurando- o suporte
tubular com a mão esquerda e a manete do cabo de arranque com a direita. Retirar a
folga do cabo, puxando suavemente o cabo, até travar, a partir de então, puxar rápido e
firmemente, não largando no retorno, mas levando-o até a posição inicial, cuidadosamente
(para que o cabo possa se enrolar corretamente na sua polia). Não permitir a permanência de
qualquer pessoa na zona de alcance do sabre;
• Colocar o afogador em “I”, abrindo-o;
• Soltar novamente o bloqueio da alavanca do acelerador, acelerando levemente,
de modo que o motor passe a marcha lenta;
• Em temperaturas muito baixas, abrir o afogador somente até a metade após o
arranque, acelerando levemente até que o motor seja aquecido, quando então abre-se
totalmente o afogador;

Acionamento com o Motor Quente

Com o motor ainda quente, ou após uma parada por tempo reduzido, não necessita
de acionamento do afogador, e muitas vezes também não é preciso da meia aceleração.

23
Acionamento com o Motor Afogado

O motor afogado é aquele que teve excesso de gasolina não queimada no


motor, impedido a formação de mistura explosiva, pela desproporcionalidade com o
comburente necessária ao funcionamento.
Isto ocorre, muitas vezes, por falha mecânica intermitente, que volta ao
funcionamento normal pela aplicação da técnica abaixo relatada. Outras vezes, pela
desatenção aos procedimentos de acionamento do motor, afoga-se o mesmo.

Para desafogar um motor, deve-se seguir os seguintes passos:

1 - Desligar a meia aceleração e abrir o afogador, colocando-o na posição I;


2 - Retirar a vela com a chave específica e secar o seu eletrodo,
aproximando uma chama de isqueiro ou fósforo do mesmo, com a vela colocada sobre o solo,
ou com uma estopa, com cuidado para não alterar o espaçamento do eletrodo,
amassando-o;
3 - Montar a vela, sem apertá-la demasiadamente;
4 - Acionar o arranque várias vezes, com a vela desaparafusada, para ventilá-lo
internamente.

OBSERVAÇÕES:

Para desligar o motor, vire a chave interruptora na posição “off”.


Um motor novo ou que tenha funcionado até o esgotamento total do
combustível existente na moto-serra não pega imediatamente. Para chegar combustível até a
explosão, é preciso acionar o arranque várias vezes.

24
OPERAÇÕES COM MOTO SERRA

TÉCNICAS DE CORTE

• Entalhe direcional – Corte que determina a direção da queda do tronco. Feito em


ângulo reto em relação à sua queda, deve estar situado próximo ao solo e atingir
aproximadamente 1/5 do tronco.
Atenção ! ! ! O entalhe direcional deve ser feito com o máximo cuidado e, sob
hipótese alguma a abertura do mesmo, pode ser mais alta que profunda.

• Cortes de cunha – Cortes que são feitos em ambos os lados do tronco no sentido
perpendicular ao entalhe, os mesmos evitam rachaduras da entrecasca do tronco durante a
derrubada e devem ser feitos principalmente em árvores resinosas que são abatidas no verão.
Atenção ! ! ! O corte de cunha não deve ser mais fundo que a largura do sabre e
precisa ser feito no plano do corte de abate (a seguir).

• Corte de abate – Corte horizontal que é feito do lado oposto, e mais alto que a
superfície do entalhe direcional. Em árvores finas coloque a moto-serra com as garras
diretamente atrás do filete de ruptura e gire-a em relação a este centro num movimento de
leque simples. Assim, a garra gira sobre o tronco. O filete de ruptura deve ter uma espessura
de aproximadamente 1/10 do diâmetro da árvore e nele não devem ser feitos cortes, pois
neste caso não seria possível o controle da direção da queda.

• Corte em leque múltiplo – Corte usado quando a árvore possui um diâmetro maior
que o comprimento de corte e moto-serra precisa ser colocada várias vezes. O primeiro
corte é iniciado de tal maneira que a ponta do sabre entre na madeira diretamente em
frente ao filete de ruptura. Utiliza-se a garra da moto-serra como centro de giro, deslocando a
serra o menos possível deste centro. Ao deslocar a serra para o corte seguinte, o sabre tem
que ficar sempre dentro do corte anterior, a fim de evitar que o corte fique torto. Para o
último corte, a serra é colocada diretamente atrás do filete de ruptura como no corte em
leque simples, sendo girada de tal maneira que o filete seja mantido. É necessário que a
serra seja puxada ao redor do tronco com o sabre na posição horizontal.

 Corte central – Corte feito no entalhe direcional antes de fazer o corte de abate,
para evitar que no caso de troncos especialmente grossos, permaneça um pedaço
central mesmo com um corte em leque múltiplo. O corte central pode também ser feito em
árvores difíceis de abater, a fim de que a direção de queda seja mantida com maior
exatidão. Em árvores de madeira macia, o corte central é feito de diversas maneiras a fim
de eliminar a tensão existente no tronco, pois do contrário poderiam saltar lascas do centro
do filete de ruptura.

OBSERVAÇÕES

Trabalhar calmo e concentrado. Um dos maiores índices de acidentes ocorrem nos


cortes de árvore;
Utilizar sempre os EPI´s necessários, capacete, luvas de couro e óculos de proteção;
Para transportar a moto-serra completa, colocar sempre uma proteção para correntes
sobre o conjunto de corte. Não transportar a moto-serra com a corrente em funcionamento;
Firmar bem as garras da moto-serra no tronco, antes de iniciar o corte. Trabalhando
25
sem a utilização das garras, a moto-serra pode ser jogada para frente. Retirá-la para fora do
corte somente com a corrente em movimento;
Durante o trabalho, segurar bem firme com ambas as mãos, a fim de mantê-la sob
controle;
Cuidado ao cortar troncos rachados, existe o perigo de lascas de madeira
serem jogadas para trás;
A moto-serra é feita para ser manuseada por um só operador. Por isso, está
proibida a permanência de qualquer outra pessoa na zona de alcance da serra;
Antes de iniciar o corte de abate, cuidar para que a árvore ou o galho não ponha
ninguém em perigo;
Utilizar somente cunhas de madeira ou de plástico. Nunca cunhas de aço;

26
ARROMBAMENTO (Abertura Forçada)

Aberturas forçadas é o procedimento de abrir portas, janelas ou outros vedos de


passagens, que estejam fechadas no momento do atendimento da ocorrência e não é
possível abri-las do modo normal, através do acionamento de maçaneta, chave, trinco ou
outro tipo de tranca. É também o procedimento de romper elementos estruturais de vedação -
piso, laje, coberturas e forros.
O objetivo é passar pela abertura liberada, ou criada no momento, seja para o
bombeiro adentrar, sair, continuar entrando ou saindo, ou ainda para retirar alguém que esteja
preso no ambiente, ou mesmo para permitir que pessoas entrem e façam uso normal do
ambiente antes obstruído. Além disto, é comum, ainda, o bombeiro fazer aberturas para
passar materiais a serem utilizados no serviço que está em andamento no interior do
ambiente sinistrado – mangueiras de incêndio, materiais hidráulicos, macas, cilindros de ar,
escadas, cabos, etc.. Para tanto, se faz necessário a utilização de ferramentas que permitam
fazer a abertura de maneira a causar o menor dano possível ao patrimônio, utilizando-se de
meios não convencionais.
Deve-se tentar causar o menor dano possível, evitando ao máximo o arrombamento.
Existem diferentes métodos de se fazer uma abertura forçada, cabendo ao bombeiro optar por
aquele que causará menor dano, desgaste ao socorrista e for o mais rápido.
Entende-se por obstáculo toda obstrução que impede a passagem do bombeiro, tais
como portas, portões e janelas trancadas, sem a presença das chaves no local; elementos de
vedação de vãos, quando se pretende uma abertura improvisada em paredes; alambrados,
etc. Deve ser feita uma rápida avaliação do cenário, pois o melhor método de entrada não
poderá não estar à mostra.

Amparo Legal

Não raras vezes, ao chegar ao local de ocorrências, onde é necessário abrir uma
residência, prédio comercial, ou mesmo institucional, de modo forçado, o proprietário ou
responsável legal pode estar ausente. Nestes casos, é necessário atentar para a garantia
constitucional de inviolabilidade de domicílio e de locais de trabalho garantida no artigo 5º,
inciso XI da Constituição Federal, que prevê as hipóteses em que se pode desconsiderar esta
garantia: “...salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro...” É
importante que o Bombeiro se certifique que estas condições, ou seja,desastre e/ou
necessidade de prestar socorro, estejam presentes, arrolando testemunha do fato que gerou a
intervenção da Corporação.
O Corpo de Bombeiros deverá restabelecer a segurança encontrada antes da
abertura forçada, o máximo possível, tentando localizar o proprietário ou responsável do local,
acionando o policiamento para a guarda do local e confecção do Boletim de Ocorrência.
O dano causado pelo rompimento de portas, janelas ou outros elementos de vedação,
pelo CBMERJ não constituem, a princípio, crime de dano, por estar ao abrigo da excludente
de criminalidade “exercício regular de direito, ou estrito cumprimento do dever legal”,
conforme previsto na Lei 2.848/40 – Código Penal. Também por que, é missão constitucional
atuar na preservação da vida, do patrimônio e do meio ambiente. Mas é importante que
certifique que a necessidade de intervenção esteja presente, para garantir que estas
excludentes estejam presentes na realidade.

Cuidados a serem observados quando da realização de aberturas forçadas:

27
• verificar a estabilidade da edificação ou estrutura antes de entrar;
• transportar ferramentas com segurança;
• identificar atmosfera explosiva que podem causar explosões ambientais, como por
exemplo Backdraft;
• manter-se em segurança, quando estiver quebrando vidros, e remover todos os
cacos;
• escorar todas as “portas que abrem acima da cabeça”, bem como as portas
cortafogo, após a abertura;
• utilizar o EPI completo;
• manter pessoas afastadas durante a operação;
• desligar a chave elétrica quando houver fiação no obstáculo;
• lembrar que uma abertura grande normalmente é mais eficaz e mais segura que
várias pequenas;
• verificar a existência de animais de guarda no interior do imóvel e tomar as
precauções devidas;
• não deixar pontas ou obstáculos que causem ferimentos;

Principais ferramentas utilizadas em aberturas forçadas

1- Moto bomba; 14- Alavanca pé-de-cabra;


2- Moto abrasivo; 15- Alavancas;
3- Eletrocorte; 16- Chave de fenda;
4- Oxicorte; 17- Alicate;
5- Extensor; 18- Chave de grifo;
6- Pinça ou cortador; 19- Chave inglesa;
7- Marreta; 20- Martelo;
8- Arco de serra; 21- Corta a frio;
9- Martelete pneumático e acessórios; 22- Machado;
10- Martelete hidráulico e acessórios; 23- Malho;
11- Alavanca Halligan ou cyborg; 24- Picareta;
12- Punção; 25- Croque.
13- Talhadeira;

A primeira providência a ser tomada após um arrombamento é:

• Restabelecer a segurança do local encontrada antes da abertura forçada;


• Acionar a RP;
• Tentar reparar a abertura fechada;
• NRA

28
BUSCA E SALVAMENTO EM MATAS E FLORESTAS

Introdução

Percebemos hoje, com o estímulo ao eco turismo e a maior incidência de acidentes


aeroviários, uma maior probabilidade de ocorrências de busca e salvamento em área de
cobertura vegetal de risco e, por conseqüência, o Corpo de Bombeiros deve estar preparado
para agir, atendendo aos preceitos constitucionais que lhe atribuem como missão operações
de busca e salvamento, não excluindo nenhuma delas.
O CBMERJ, como uma força presente em todo o Estado, deve estar sempre em
contato e promovendo instruções com equipamentos e técnicas recentes para intervir nas
operações de busca e salvamento em matas e florestas, e em conjunto com todos aqueles
que possam contribuir para a resolução da emergência.

Desenvolvimento

Relevo e vegetação

Com relevo diversificado, a paisagem do Estado do Rio de Janeiro apresenta fortes


contrastes: escarpas elevadas, tanto à beira mar como no interior, mares de morros, colinas e
vales, rochas variadas em baías recortadas pelo litoral com diferentes formas de encontro
entre o mar e a costa, dunas, restingas e praias planas, lagos, florestas tropicais naturais e
ainda uma área de planalto que se estende a oeste.
O ponto mais elevado do Estado é o Pico das Agulhas Negras, de 2.787 m de altura,
localizado na Serra da Mantiqueira, região sudoeste do Estado. A Serra da Mantiqueira é uma
imponente escarpa voltada para o vale do rio Paraíba do Sul, que atravessa os Estados de
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A Serra do Mar é outro maciço relevante que corta o Estado do Rio de Janeiro, ao
longo do litoral. Inicia-se ao norte do Estado de Santa Catarina, região Sul, estendendo-se por
mais de 1.000 km até o norte do Estado do Rio de Janeiro. Ao longo desse percurso recebe
diferentes denominações como Serra da Bocaina, ao sul do Estado, Serra da Estrela e Serra
dos Órgãos, ao fundo da baía de Guanabara.
As matas e florestas (naturais e plantadas) no Estado representam 15% do total da
área ocupada por estabelecimentos rurais, ou seja, 500.000 hectares. Encontram-se nas
encostas montanhosas da cidade do Rio de Janeiro, as duas maiores florestas urbanas do
mundo: o Maciço da Pedra Branca e a Floresta da Tijuca. Esta última cobre uma extensão de
3.300 hectares e foi tombada pela ONU como reserva da biosfera.
Devido à ocupação agropastoril, o desmatamento modificou sensivelmente a
vegetação original do Estado. Atualmente, as florestas ocupam um décimo do território
fluminense, concentrando-se principalmente nas partes mais altas das serras. Há grandes
extensões de campos produzidos pela destruição, próprios para a pecuária e, no litoral e no
fundo das baías, registra-se a presença de manguezais (conjunto de árvores chamadas
mangues, que crescem em terrenos lamacentos).

Guarnição de Busca

Uma guarnição de busca e salvamento deverá estar preparada para atuar nas três
fases da busca, a saber:

29
1ª Fase – Busca – localização da vítima através dos métodos de busca.
2ª Fase – Resgate/Socorro – momento em que se encontra a vítima até o inicio da
evacuação/transporte.
3ª Fase – Evacuação/Transporte – retirada da vítima de local de difícil acesso até uma
base/acampamento, vtr/ambulância, hospital ou local seguro.

A guarnição de busca deverá adotar uma estratégia através da avaliação da cena


(condições da vítima e meteorológica, recursos humanos e materiais e, tipo de vegetação e
relevo) utilizando para isso cartas topográficas da região, conhecimento adquirido em
treinamentos no local, experiência dos integrantes da guarnição e informações do solicitante,
da vítima ou até de um mateiro local.
Outras atribuições da guarnição são a de manter os sinais vitais da vítima durante
toda a operação de busca onde é de vital importância, existir um membro da guarnição
pertencente à área de saúde ou possuir o curso de socorrista, conhecer o procedimento
operacional em caso de apoio aéreo e sinalização terra-ar, manter todo o equipamento em
perfeito estado e efetuar atividades de treinamento mantendo e/ou elevando a capacidade e a
habilidade dos membros da equipe.
Para fazer parte de uma guarnição de busca e salvamento, o militar deve possuir
robustez física e mental, conhecimento de técnicas de busca e salvamento, respeitar a
hierarquia dentro da equipe, onde cada membro deverá ter uma função pré-definida e atentar
para que esta hierarquia não se sobreponha a troca de informações entre os membros para
chegar a uma decisão final.

Equipamentos

Todos os equipamentos utilizados deverão ser leves, portáteis, resistentes a quedas,


a água e a temperaturas extremas e, estar em conformidade com as normas técnicas
nacionais ou internacionais.

Equipamento de Proteção Individual – todo equipamento necessário para a


proteção dos integrantes da guarnição de salvamento no deslocamento em matas, rochas,
despenhadeiros, etc...
• Vestimenta – 3º D – farda de serviço onde o gorro será substituído por capacete,
coturno com bombacha para proteção contra animais, e luvas;
• Capacete – Deverá ser leve e resistente, confeccionado de policarbonato e
poliuretano, encaixe para afixar a headlamp, ventilação e carneira para ajuste perfeito na
cabeça.
• Luva – de raspa de couro para utilizar na abertura de trilhas e trabalhos manuais com
ferramenta de sapa, e luva de vaqueta maleável com reforço nas palmas das mãos para
trabalhos de salvamento.
• Poncho – tipo capa de chuva, resistente a água e que ofereça proteção ao frio,
devendo ainda permitir a transpiração do bombeiro e ser de fácil armazenamento;
• Calçados – Coturno que seja resistente, leve, ofereça proteção contra animais e
torções, que permita a transpiração dos pés e com escoamento da água após imersão em
poças, lagos, rios...;
• Kit 1º Socorros – medicamentos necessários para cuidados iniciais à guarnição:
ataduras, esparadrapos, gases estéreis, soro fisiológico, anti-histamínicos, antitérmicos,
antiinflamatórios, remédios para dor de cabeça, de barriga, vômitos, náuseas, febre, sal e
comprimidos para purificação da água. Deve-se ainda conter soro antiofídico;
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• Repelente contra insetos – necessário devido à existência de insetos que causam
doenças graves, desconforto e mal estar;
• Kit higiene – deve conter apenas o necessário para higiene e ocupar pouco espaço.
Deve conter escova de dente, toalha, sabonete, papel higiênico, pasta de dente e barbeador.

Equipamentos operacionais

• Cantil com caneco em alumínio – cantil de 1 litro com porta cantil e caneco de
alumínio para confecção de ração quente;
• Lanterna – ideal que seja do tipo lanterna de cabeça (headlamp) proporcionando
mãos livres, lâmpadas do tipo led que economizam energia, lanternas auto-recarregáveis
através de movimentos mecânicos e/ou lâmpadas de xenon com alcance maior do feixe de
luz. Lembrar de levar pilhas e/ou baterias sobressalentes;
• Sinalizador – deverá conter materiais para sinalização terra-ar e para outras equipes
de busca tais como: plástico ou tecido para confecção da sinalização terra-ar, gás fumígeno...;
• Barraca – leve, resistente e que ofereça grande proteção a ventos, chuvas e frio;
• Saco de dormir e isolante térmico – essencial para o bem estar e proteção contra o
frio. Observar o saco de dormir adequado para diferentes temperaturas;
• Bússola – deve-se sempre estar munido de uma de boa qualidade conferindo-a,
antes de sair do quartel, quanto a vazamento do líquido do interior do limbo, rachaduras e
deformidades que possam proporcionar uma leitura errada do azimute;
• Carta topográfica – sempre que necessário estar munido da carta da região se
possível atualizada, fazendo todas as anotações e cálculos no quartel ou na base de
operações da busca, acondicioná-la em um porta cartas dobrando-a de forma correta. Levar
material para anotação, cálculos e esquadros;
• GPS – equipamento que em português significa sistema global de posicionamento,
ideal quando há aeronave presente para auxiliar nas buscas. Permite a um operador bem
treinado, delimitar com precisão a área que já foi procedida ou a proceder a varredura, saber
distância, tempo e velocidade de deslocamento em relação a um ponto qualquer entre outros
recursos. Se utilizado por pessoa não habilitada, poderá transformar a busca em uma
tragédia;
• Binóculo – auxilia na busca quando em matas que permitem uma visão plena de uma
grande área;
• Apito – imprescindível tanto para contato com a vítima quanto para contato com
outras guarnições;
• Mochila de ataque – mochila pequena para acondicionar apenas água, pouca comida,
lanterna, faca, equipamento de orientação, ou seja, equipamentos necessários quando não
houver pernoite ou a necessidade de evacuar/transportar a vítima. Utilizada por uma
guarnição que irá procurar a vítima, encontrá-la no mesmo dia e fornecer as informações para
uma outra guarnição ou aeronave.
• Mochila cargueira – grande, resistente, confortável e compartimentada o bastante
para oferecer ao bombeiro rápido acesso a qualquer equipamento e a possibilidade de
carregar todo o seu equipamento necessário para passar dias na mata e efetuar o
salvamento;
• Facão – utilizado para abertura de trilhas e confecção de abrigos e armadilhas;
• Faca pequena ou canivete – para trabalhos que exijam maior precisão e/ou preparo
da comida;

31
Equipamentos de salvamento

Cordas, mosquetões, aparelhos de descida, macas do tipo SKED ou OFFSHORE, ou


seja, equipamentos para salvamento em altura e montanha, e mochila para atendimento pré-
hospitalar;
Caso seja necessária a montagem de um posto de comando, deverá ainda contar
com gerador, barraca, mesas, camas e cozinha de campanha entre outros.

Alimentação e hidratação

As dificuldades da busca tais como, terreno irregular, vegetação densa, calor ou frio e
disponibilidade limitada de comida e água, levam o bombeiro a obrigação de se alimentar e se
reidratar de forma especial neste tipo de evento. Um bombeiro mal alimentado e mal hidratado
não servirá para transportar equipamentos e vítimas floresta adentro.

Para tanto será necessário:

Antes de iniciar a busca (duas horas antes) o bombeiro deverá ingerir de 250 a 600 ml
de líquidos (água, suco...). Após iniciada a busca ingerir de 150 a 500 ml de líquidos a cada
15 minutos. Este líquido poderá ser água ou de preferência um repositor eletrolítico;
Quanto à alimentação, ingerir alimentos de preferência liofilizados, caros e difíceis de
encontrar, podendo ser substituídos por comida desidratada. São alimentos compactos de
fácil acondicionamento, não necessitam condições especiais de conservação e são
encontrados nos supermercados.

Comunicações

A comunicação será feita com rádios portáteis através da rede bravo, ponto a ponto,
celulares funcionais e/ou rádios do tipo talkabout.
Deve-se dar nomes as guarnições utilizando o alfabeto fonético internacional (alfa,
bravo, charlie...) para fácil entendimento evitando informações incorretas. Todas as frases
deverão ser claras e objetivas. Resumindo deve-se ter disciplina e conhecer as técnicas de
conversação por rádio. O equipamento de comunicação deverá ser a prova d`água ou
estarem impermeabilizados.

Orientação na mata

É de extrema importância que a guarnição saiba se orientar. Entrar em matas e


florestas sem conhecer o básico de orientação, além de ser amadorismo é de grande
imprudência podendo levar a guarnição a se perder e até mesmo a morte.
Existem vários métodos de orientação/navegação na mata, são eles:
Naturais – pelo sol, pelas estrelas, pela lua, pelas tocas dos animais, pela superfície
das pedras, pelo caule das árvores, entre outros...;
Carta topográfica – utiliza-se uma carta orientada e compara-a ao terreno;
Bússola ou GPS – podem ser utilizados sozinhos ou com a carta topográfica tornando
a orientação/navegação mais completa.

32
Estratégias de Busca

É a reunião de diversas informações que tem como objetivo delimitar a área de busca
levando-se em consideração diversos fatores e apurar sobre a veracidade dos fatos. Existem
quatro métodos para se delimitar uma área de busca: métodos teórico, estatístico, subjetivo e
o de Mattson.

Táticas de Busca

As táticas de busca são recursos utilizados (no terreno) para se limitar às áreas de
busca. Uma vez definida a área de busca lançar-se-á mão de uma ou mais táticas de busca
para diminuir ao máximo essas áreas tornando a busca mais eficiente. Estes recursos são:
descobrimento de indícios, busca binária e delimitação da área de busca.

Técnicas de Busca

São métodos utilizados para racionalizar as buscas em áreas já delimitadas,


promovendo um controle melhor da área a se efetuar a busca.
São elas:
• Pente fino – mais fácil e mais utilizado, principalmente quando se tem várias
guarnições de busca;
• Leque – utilizado quando se tem várias guarnições e se deseja fazer uma varredura
rápida em um terreno pequeno em várias direções;
• Quadrado crescente – quando se tem apenas uma guarnição de busca e se tem o
local exato onde a vítima foi vista pela última vez;
• Retangular – quando se tem um referencial, um rio ou estrada por exemplo, e uma
guarnição de busca;
• Off-set – quando a área de busca é restrita e há apenas dois grupos de busca.

A estratégia e a tática irão limitar o máximo possível a área de busca, já a técnica, é a


forma como vou procurar a vítima nesta área.

Operações de Busca

Pré-planejamento – é de suma importância que haja um planejamento envolvendo


procedimentos e recursos adotados e utilizados em caso de uma operação de busca. Deve
existir no Grupamento uma equipe treinada, recursos disponíveis e informações a respeito de
toda a área de cobertura vegetal que esteja em sua área operacional e o principal, deve estar
familiarizada com essa área. Tudo isso só se consegue com treinamento e conhecimento in
loco de toda essa área.
Deve haver um procedimento a ser adotado em caso de busca orientando a equipe
quanto a: quem deve ser comunicado, que equipamentos utilizar, viaturas empenhadas,
hospitais de referência, emprego de aeronave, preenchimento de documentação necessária,
entre outros.
Este planejamento deverá ser modificado à medida que existe a necessidade de
melhorá-lo para dar mais eficiência ao serviço de busca.

Aviso de socorro de busca – diferentemente de outros avisos de socorro, este tipo vai
33
envolver uma coleta de informações muito grande para iniciar uma busca. Esta coleta vai
desde o nome da vítima, vestimenta e conhecimento do local, até se toma algum
medicamento, rápida investigação familiar (briga de família), uso de drogas, informações de
amigos, vizinhos e conhecidos, cartas escritas pouco antes do desaparecimento, previsão do
tempo, contato com hospitais, delegacias, e outras informações que possam ser úteis na
deflagração ou não de uma busca e a forma como fazê-la.
Existe um questionário de busca a ser preenchido para que não se esqueça de
nenhum detalhe.
Planejamento da busca – a partir das informações coletadas, recursos (pessoal e
material), apoio aéreo, tipo de relevo e vegetação, serão traçadas a estratégia, táticas e
técnicas necessárias para iniciar as buscas no terreno.
Importante lembrar que o planejamento não acaba aqui. À medida que novas
informações vão sendo coletadas e o rumo dado às buscas no terreno, a estratégia pode ser
modificada. É preciso traçar objetivos com tempo definido. Quando o objetivo é alcançado,
novos objetivos são traçados até que o objetivo final, resgate da vítima, seja alcançado.
Atendimento pré-hospitalar e transporte da vítima – toda guarnição deverá dispor de
um militar da área de saúde ou que possua o curso de socorrista. Após o atendimento pré-
hospitalar, a vítima deverá ser transportada com o máximo de cuidado e rapidez. Não
esquecer de acionar uma vtr do tipo ASE para receber a vítima tão logo a mesma seja retirada
do local de difícil acesso.
Encerramento das buscas – somente quando vítima encontrada, falta de indícios ou
provas para continuar, e/ou quando toda a área da possível localização da vítima já tenha sido
vistoriada. Nesta última, deverá ser efetuada nova pesquisa (apuração dos fatos) para traçar
nova estratégia baseada em novas informações ou, cancelar de vez a busca por falta de
provas de que existe realmente uma vítima. A busca poderá ser interrompida
momentaneamente quando mudança de estratégia ou risco muito alto para a guarnição.
Relatório – ao final das operações, deve-se confeccionar um relatório sucinto
informando pontos negativos e positivos, e um breve histórico da operação, que servirá como
base para uma outra operação de busca e para melhorar o procedimento existente.

Segurança nas operações de Busca


Como em qualquer operação de bombeiro, a segurança é um fator primordial. Nas
operações de busca não seria diferente. Deve-se atentar para o uso do EPI e principalmente
para o deslocamento na mata. Existem vários fatores que podem contribuir para uma
operação insegura, são elas: desatenção e descuido, animais venenosos e peçonhentos,
vegetação densa com árvores e galhos espinhentos, pedras soltas, buracos, terreno
escorregadio, cansaço e estresse e, o principal, falta de preparo físico, psicológico e técnico.
Para evitar ou diminuir os riscos de uma ação insegura, acima de tudo, deve-se ter
uma guarnição muito bem treinada, preparada e a utilização de EPI. Deve-se ainda ter um
militar da guarnição com a responsabilidade de fiscalizar a todos quanto à utilização do EPI e
de evitar atos impensados e inseguros.

Conclusão
Apesar de uma operação de busca nunca ser igual à outra, existem procedimentos a
serem seguidos que nortearão as buscas com eficiência e evitarão perda de tempo e
recursos. Sem procedimentos e treinamento, ficaremos a mercê da sorte... ou do azar!

“Nem mesmo a melhor estratégia levará a vitória se, de dez bravos bombeiros, dez
morrerem”.

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DESENCARCERAMENTO

Definição - Entende-se a palavra DESENCARCERAMENTO como o ato de


desencarcerar; tirar do cárcere; soltar; libertar. Para nós Bombeiros Socorristas, essa palavra
tem o significado de ser A ARTE DE CRIAR ESPAÇOS, com a finalidade de retirar as
ferragens da vítima, em caso de acidentes automobilísticos.
Fases do Socorro
Reconhecimento – Logo que o socorro chegar ao local, o Cmt de Operações fará um
rápido reconhecimento, verificando os possíveis perigos ao redor do auto colidido, trânsito e
principalmente avaliar a situação das possíveis vítimas e planejar uma estratégia para o
desencarceramento.

Estabilização – Após o reconhecimento, será feita a estabilização do veículo,


atentando para utilização correta do EPI (luvas, capacetes com viseiras abaixadas, roupas de
proteção), também atentando para qualquer perigo que possa acontecer no veículo (ex:
incêndio). No momento em que o veículo estiver estabilizado o Socorrista poderá adentrar ao
veículo (caso já tenha um acesso).

Abertura de Acessos – Somente nesta fase serão feitos os cortes para que sejam
criados acessos até a vítima.

Estabilização das Vítimas - O contato inicial com a vítima seja feito pelo socorrista.
Este militar permanecerá com a vítima até terminarem as operações.

Criação de Espaços – Nem sempre o local por onde o socorrista entra é o mesmo de
retirada da vítima, tendo, portanto, a necessidade de criação de um novo espaço.

Extração – Deve ser feita com a vítima totalmente estabilizada, evitando fazer
qualquer movimento que resulte em outra lesão.

Avaliação e Treino – Após as operações, o Cmt de Operações deverá reunir sua


guarnição e discutir sobre o procedimento utilizado, erros e acertos, buscando dessa maneira
uma melhor qualidade em uma futura operação.

Conduta Operacional

Estabilização e Segurança

1.1.Estabilização do Veículo – Consiste em estabilizar a área (veículo)à medida que


o trabalho vai progredindo. Durante a operação, no momento em que algumas partes são
retiradas, sua estabilidade pode ficar comprometida. Cabe ao Cmt de Operações, alertarem
seus comandados para observarem sempre esse detalhe.
Os materiais utilizados para estabilização são: calços e blocos, torquês (esvaziar
pneus), almofadas pneumáticas, tirfor, cintas, escoras de madeira/pneumáticas/hidráulicas e
outros.

1.2.Manuseamentos de vidros – Os vidros podem ser: removidos, partidos, ou


cortados.

35
.Removidos – Dependendo da situação, não é necessária a quebra dos vidros, o que
poderá dificultar ainda mais as ações de salvamento. Basta apenas retirá-lo, caso a situação
assim permitir, utilizando facas para a remoção de borrachas, chaves de fenda para remoção
de metais e ainda borrachas tipo “ventosas”, para segurar o vidro, impedindo assim a sua
queda.

Partidos – Os vidros temperados são submetidos a tratamento térmico, ficando com


tensões de superfície adequadas, fragmentando-se em pedaços menos cortantes que os
vidros comuns. Para quebrá-los, existem materiais específicos como o punção (quebrador de
vidros).Em um veículo, geralmente os vidros laterais e traseiros são os temperados, porém
em veículos antigos, ainda podemos encontrá-lo também na parte dianteira.

Cortados – Existem equipamentos específicos para cortes de vidro laminado.


Geralmente evitam que caiam pedaços de vidro nas vítimas durante a operação. Outros são
mais simples, como o serrote de poda que, apesar de deixar resíduo, é bem mais rápido.
Proteção das Áreas Cortantes – Com mangueiras, cobertores, lonas, malhas de
proteção.

1.4. Proteção das Vítimas – Com proteção rígida, maleável, KED, colar cervical,
cobertores, maca rígida, tapete do veículo.

Procedimento Operacional
36
No Tetro de Operações, deparamo-nos com situações inusitadas, veículos
totalmente danificados e/ou amassados e com isso, perdemos algum tempo elaborando a
melhor forma para iniciar o Salvamento. Mediante estas dificuldades, foram criadas técnicas
de acesso e principalmente táticas para melhor utilizar nossos equipamentos, a fim de
chegarmos até as vítimas que se encontram presas nas ferragens. Estas técnicas e táticas
serve como um auxílio/suporte para o Cmt de Operações. São elas:

A – Remoção do teto
B – Remoção da porta
C – Afastamento do painel
D – Abertura do painel lateral
E – Abertura da “terceira porta”

37
OPERAÇÕES COM PRODUTOS PERIGOSOS

Introdução

A preocupação com as conseqüências envolvendo produtos perigosos faz com que,


seja fornecido os conhecimentos mínimos para que o bombeiro identifique um produto
perigoso e tome as medidas cabíveis para uma atuação segura e eficaz, até que a guarnição
do Grupamento de Operações com Produtos Perigosos compareça ao local.

1. Identificação
O produto perigoso pode ser identificado pelo painel de segurança, pelo rotulo
de risco e pelo Diamante de Hommel.

1.1 Painel de Segurança

O painel de segurança é encontrado nos veículos responsáveis pelo transporte


rodoviário dos produtos perigosos. Na parte inferior do painel encontra-se o numero ONU, que
é uma numeração estabelecida pela ONU, e na parte superior o numero de risco, que é
constituído por três algarismos, o primeiro determina o risco principal e o segundo e/ou
terceiro os riscos secundários.
1.2 Número de Risco

NÚM 1º ALGARISMO 2º e/ou 3º ALGARISMO


0 Ausência de Risco
1 Explosivo
2 Gás Emana Gás
3 Líquido Inflamável Inflamável
4 Sólido Inflamável Fundido
5 Substâncias Oxidantes ou Peróxido Oxidante
Orgânico
6 Substância Tóxica Tóxico
7 Substância Radioativa Radioativo
8 Substância Corrosiva Corrosivo
9 Substâncias perigosas diversas Perigo de reação violenta resultante da
decomposição espontânea ou de
polimerizacão

OBS.: A letra X no início do número significa que é proibido o uso de água no


produto;
- A repetição do mesmo número significa uma intensificação do risco, por exemplo :
60 - produto tóxico; 66 - produto muito tóxico; 666 - produto altamente tóxico;

O primeiro número X423 indica produto sólido que libera vapores e gases inflamáveis.
A letra X que precede o número indica que o produto não pode ser
molhado com água! O número 2257 é o número correspondente ao Potássio.

NÚMERO DE RISCO
NÚMERO DA ONU
38
1.3 Rótulos de Risco

Os rótulos de risco representam o risco na forma de símbolos, que facilitam a


identificação do risco do produto. Obedecendo o seguinte código de cores :

Amarela/Branco Radioativo
Vermelho/Branco Combustão espontânea
Vermelho/Branco Listrado Sólido Inflamavel

No ângulo inferior do rótulo de risco vem previsto a que classe pertence o produto, as
classes são as seguintes :

Classe 1 - Explosivos

Subclasse 1.1 - Substâncias e artefatos


com risco de explosão em massa.
Subclasse1.2 - Substâncias e artigos com risco de
projeção.
Subclasse 1.3 - Substâncias e artefatos com risco
predominante de fogo.
Subclasse 1.4 - Substâncias e artefatos que não
apresentam risco significativo.
Subclasse 1.4S - Substâncias pouco sensíveis.
Subclasse 1.5 - Substâncias muito
insensíveis com risco de explosão em massa.
Subclasse 1.6 – Substâncias
extremamente insensíveis sem risco de explosão
em massa.

Classe 2 – Gases
Subclasse 2.1 – Gases inflamáveis
Subclasse 2.2 – Gases não inflamáveis,
não tóxicos.
Subclasse 2.3 – Gases tóxicos.

39
Classe 3 - Líquidos Inflamáveis

Classe 4 – Sólidos Inflamáveis


Subclasse 4.1 - Sólidos inflamáveis
Subclasse 4.2 – Substâncias sujeitas a
combustão espontânea.
Subclasse 4.3 – Substâncias que em

contato com a água emitem gases

inflamáveis.
Classe 5 – Substâncias Oxidantes e
peróxidos.
Subclasse 5.1 – Substancias Oxidantes.
Subclasse 5.2 – Peróxidos Orgânicos.

Classe 6 – Tóxicos e Infectantes.


Subclasse 6.1 – Substancias Tóxicas.
Subclasse 6.2 – Substancias Infectantes.

Classe 7 - Materiais Radioativos.

Classe 8 – Corrosivos.

Classe 9 - Substâncias Perigosas Diversas

1.4 Diamante de Homel

O diamante de HOMEL não informa qual é a substância química, mas alerta


sobre todos os riscos envolvendo o produto químico que está armazenado, este sistema foi

40
elaborado para instalações fixas e não é obrigatória a sua utilização no Brasil, contudo tem se
observado com certa freqüência o seu emprego em algumas empresas.

Em cada um dos quadrados são arbitrados números de 0 a 4, que representam


uma escala de risco da seguinte forma :

VERMELHO – INFLAMABILIDADE, onde os riscos são os seguintes:


4 – Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos
3 – Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente
2 – Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente
1 – Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição
0 – Produtos que não queimam

AZUL – PERIGO PARA SAÚDE, onde os riscos são os seguintes:


4 – Produto Letal
3 – Produto severamente perigoso
2 – Produto moderadamente perigoso
1 – Produto levemente perigoso
0 – Produto não perigoso ou de risco mínimo

AMARELO – REATIVIDADE, onde os riscos são os seguintes:


4 – Capaz de detonação ou decomposição com explosão a temperatura ambiente
3 – Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando exposto a fonte de
energia severa
2 – Reação química violenta possível quando exposto a temperaturas e/ou pressões
elevadas
1 – Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando aquecido
0 – Normalmente estável

BRANCO – RISCOS ESPECIAIS, onde os riscos são os seguintes:

41
OPERAÇÕES DE MERGULHO

1 – Tipo de Mergulho

O mergulho a ser realizado por militar não-especializado na atividade, deverá ser o


mergulho em apnéia, ou seja, mergulho onde não se respira abaixo do nível da água.

2 – Equipamentos Básicos de Mergulho

São aqueles que devem ser utilizados em todos os tipos de mergulho, independente
da profundidade, do objetivo e do local do mergulho. São eles:
MÁSCARA FACIAL - Varia de acordo com os fabricantes. São feitas de borracha
sintética ou de silicone. A melhor máscara é aquela que tem menor volume interno, tirantes
ajustáveis e resistentes, maior campo visual e que se adapta bem a face do mergulhador.
Algumas possuem uma lente, duas ou até mais (visores laterais para aumentar a visão
periférica). Outras possuem inclusive uma válvula de drenagem, para facilitar a saída da água
de seu interior.
- Manutenção:
Lave sempre o material após o mergulho, com água doce;
Não deixe o material molhado. Guarde-o seco e fresco;
Mantenha-o afastado da luz solar (raios solares diretamente no material, podem
danificá-lo);
Não deixe as lentes voltadas para o chão. Pedras ou outro tipo de material, podem
arranhar o visor.
Diferentes modelos de máscara facial (visor)

SNORKEL - É um tubo com bocal utilizado para a respiração na superfície, evitando


que o mergulhador retire o rosto da água. É usado nos mergulhos em apnéia e no autônomo
para respirar na superfície, economizando o ar do cilindro. Alguns também possuem válvulas
de drenagem.
- Manutenção:
Lave sempre o material após o mergulho, com água doce;
Não deixe o material molhado. Guarde-o seco e fresco;
Mantenha-o afastado da luz solar (raios solares diretamente no material, podem
danificá-lo).
Diferentes modelos de snorkel

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NADADEIRAS - Aumenta a superfície do pé e tem a função básica de potencializar a
propulsão do mergulhador, com movimentos ativos (para baixo, o mais forte) e passivos (para
cima(retorno à posição inicial)). As mãos do mergulhador só devem ser usadas para uma
mudança brusca de direção. No mercado, encontramos as nadadeiras sob as diversas formas
ou tipo, tais como abertas, fechadas, tipo jumbo, com canaletas, geminadas, etc.
- Manutenção:
Lave sempre o material após o mergulho, com água doce;
Não deixe o material molhado. Guarde-o seco e fresco;
Mantenha-o afastado da luz solar (raios solares diretamente no material, podem
danificá-lo).

Abertas, com canaletas Fechadas, sem canaletas Fechadas, com canaletas

3 – Operações de Busca
As operações de busca e resgate de vítimas ou bens deverão ser
realizadas de maneira a vir garantir a máxima segurança aos socorristas. Deverão serem
precedidas de um minucioso planejamento, devendo serem observados fatores que
proporcionem risco à operação (condição meteorológica, temperatura da água, correnteza,
nível de poluição da água, etc). É obrigatória a utilização de equipamento de proteção
individual (luvas, coletes salva-vidas, cabo da vida). As operações deverão conter, no mínimo,
03 militares, sendo que 01 militar deverá exercer a função de socorrista de emergência, para
o caso de algum problema com aqueles que estiverem na água, e 01 militar deverá
permanecer na embarcação, para eventuais necessidades de deslocamento.

Modelo de Bote Inflável


3.1 – Tipos de Busca

a) Busca de Superfície
Método de busca realizado com utilização de embarcação, onde se permanece no
interior da mesma. Como a maioria das ocorrências ocorrem em águas abrigadas (as
compreendidas entre a costa e a linha de base reta, a partir de onde se mede o mar
territorial), o tipo de embarcação preferencial é o bote inflável. O ideal de bote é possuir
comprimento entre 3,0m e 4,5m e fundo de fibra. A utilização de motor de popa depende das

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condições do meio líquido em que o bote será utilizado.
A busca deverá ser iniciada do ponto de referência fornecido, observando-se o
sentido da corrente. No caso de rios, a embarcação deverá navegar sempre na linha
intermediária entre as margens, por possuir maior profundidade. O deslocamento do bote
deve ser bem lento, permitindo aos socorristas a completa observação do perímetro de busca.
No caso da ocorrência de emborcação do bote (virar de cabeça para baixo), os
militares deverão atuar da seguinte maneira:
1) Guarnecer um cabo com diâmetro mínimo de 8,0mm, dividindo-o ao meio. Seu
comprimento total deverá ser, no mínimo, o mesmo da distância entre um flutuante submerso
e o oposto não-submerso;
2) Amarrar as extremidades do cabo no flutuante submerso, devendo o seio passar
sobre o bote;
3) Os socorristas deverão posicionar-se sobre o flutuante oposto ao que o cabo está
amarrado, tracionando-o (jogar o corpo pra trás), até que o bote esteja na posição de queda;
4) Os socorristas deverão lançarem-se a água, afastando-se do bote, a fim de evitar
que o mesmo os atinja.

Posicionamento sobre o bote Tracionamento do bote

b) Varredura Linear

Método de busca onde o socorrista permanece na superfície da água,


efetuando o trabalho em dupla, com cabos guias nas extremidades, orientando e delimitando
a busca. Para realização deste método, a água deve possuir boas condições de visibilidade. A
distância entre os mergulhadores deve ser de 1,5 metros. O percurso da busca deve ser feito
de maneira lenta, permitindo a completa observação do fundo. Caso seja encontrado o
objetivo, o socorrista deverá acionar um mergulhador qualificado para a remoção do mesmo.

Método de Varredura Linear 44


RESGATE EM ELEVADOR

Definição

O Elevador é um conjunto de equipamentos com acionamento eletromecânico ou


hidráulico, destinado a realizar transporte vertical de passageiros ou cargas entre os
pavimentos de uma edificação. O elevador é uma cabine suspensa por meio de cabos de aço
que correm sobre uma polia de tração, existindo na outra extremidade desses cabos um
contrapeso. A polia é acionada por uma máquina, comandada por um sistema de controle,
que realiza os movimentos de subida e descida.

CAIXA - Compreende o espaço entre a casa de máquinas e o piso do poço, é o local


onde se movimentam a cabina e o contra peso, (Cabina, Operador de Porta, Contrapeso,
Guias, Cabos de Aço).

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PAVIMENTO DE ACESSO – São as diversas paradas onde a cabina pode parar,
(Porta de pavimento, Sinalização de pavimento, Botoeira de pavimento).

CASA DE MÁQUINAS – Abriga todos os equipamentos que comandam e controlam o


elevador, (Máquina de tração, Limitador de velocidade, Painel de comando e controle)

POÇO – É a parte inferior da Caixa, (Pára-choque)

EVENTOS

Retiradas de pessoas do interior das Cabines.


Acidentes com a retenção de vítimas entre a cabine e o piso dos pavimentos.

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CAUSAS DE RETENÇÃO

Interrupção do fornecimento de energia.


Excessos de carga.
Defeito do freio.
Defeito do regulador de velocidade
Defeito no comando elétrico.
Desgastes das sapatas e dos cursores.

CONDUTA OPERACIONAL

Para Vítimas Retidas no Interior da Cabina

Este tipo de acidente é causado, de um modo geral, pela falta de energia


elétrica, por excesso de carga ou por defeitos eletromecânicos no elevador.
O Comandante de Operações, ao chegar ao local, após rápido reconhecimento,
deverá avaliar a quantidade de vítimas e o estado psicológico em que se encontram,
informando-as da presença do socorro, procurando tranqüilizá-las, adotando os seguintes
procedimentos:
1.1. Localizar a posição da cabina;
1.2. Dividir a guarnição, devidamente equipados com rádios transceptores, entre a
casa de máquinas e o local próximo à cabine com as vítimas;
1.3. Na casa de máquinas, deverá ser efetuado o corte da energia elétrica do elevador
sinistrado, através do desligamento da chave geral correspondente;
1.4. Em caso de dúvidas, desligam-se as chaves de todos os elevadores;
1.5. Simultâneo às ações desenvolvidas na casa de máquinas, deverá ser procedida à
abertura da porta do andar mais próximo à cabine com as vítimas;

1.6. O nivelamento será processado através da liberação do freio eletromecânico e


rotação lenta e contínua da polia principal;

1.7. O nivelamento deverá ser comandado, via rádio, pelo Comandante de


Operações, no andar;
1.8. Caso o número de pessoas seja maior que a metade da capacidade nominal de
carga, a cabina estará mais pesada que o contrapeso, facilitando o movimento de descida;
1.9. Caso contrário, se o número de pessoas é inferior à metade da capacidade
nominal de carga do elevador, a cabina estará mais leve que o contrapeso, tornando o
movimento da cabina mais fácil para cima;
1.10. Logo após o nivelamento da cabine com o andar, comunicar aos operadores da
casa de máquinas que parem a operação, freando novamente o elevador que permitirá a
abertura da porta do andar, automaticamente;
1.11. Após retirar os passageiros da cabina, responsabilizar o síndico ou a
administração do prédio pela inoperância do elevador, que só poderá voltar a funcionar após a
intervenção técnica pela firma de conservação e manutenção;
1.12. Ao final da operação deverão ser efetuadas as anotações necessárias à
elaboração do quesito específico.

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Retirada De Vítima Pelo Alçapão

Esta técnica deve ser usada somente quando não for possível efetuar a retirada da
vítima pela porta da cabina.
O elevador possui sobre sua cabina um alçapão trancado por fora, o que impede sua
abertura pelo interior da mesma, evitando acidentes.
Nestes casos devem-se adotar os seguintes procedimentos:
2.1. deve-se procurar nivelar a cabina, o que facilita o acesso dos bombeiros à parte
superior desta, bem como a retirada da vítima;
2.2. estando a chave geral já desligada, uma dupla de bombeiros passa para a parte
de cima da cabina através da porta do andar superior, utilizando uma escada;
2.3. abrir o alçapão e passar um bombeiro para o interior da cabina;
2.4. para a retirada da vítima, pode-se utilizar de uma pequena escada ou uma
cadeira;
2.5. caso haja vítima inconsciente ou ferida, deve-se utilizar uma maca para retirá-la
do interior da cabine;
2.6. após retirar os passageiros da cabina, responsabilizar o síndico ou a
administração do prédio pela inoperância do elevador, que só poderá voltar a funcionar após a
intervenção técnica pela firma de conservação e manutenção;
2.7. ao final da operação deverão ser efetuadas as anotações necessárias à
elaboração do quesito específico.

Retirada de Vítima pela Porta de Emergência Lateral

Alguns modelos de elevadores possuem em uma de suas laterais, uma porta de


emergência, que pode ser usada quando houver mais de um elevador no edifício. Esta porta
poderá ser usada quando não for possível retirar a vítima pela porta de acesso da cabina.
Para estes casos deve-se proceder da seguinte maneira:
3.1. o elevador em pane deve estar com a sua chave da alimentação de energia
elétrica desligada e com possibilidade de ser nivelado;
3.2. o elevador ao lado deve ser posicionado junto ao primeiro e sua porta mantida
aberta;
3.3. faz-se então necessária a abertura da porta de emergência lateral do segundo
elevador e somente após, abre-se a porta do elevador danificado;
3.4. se a distância entre eles não permitir a passagem das vítimas de um elevador
para outro, pode-se improvisar uma passarela com uma prancha de madeira ou escada;
3.5. um bombeiro passa para o elevador em pane e inicia a evacuação das vítimas;
3.6. após retirar os passageiros da cabina, responsabilizar o síndico ou a
administração do prédio pela inoperância do elevador sinistrado, que só poderá voltar a
funcionar após a intervenção técnica pela firma de conservação e manutenção;
3.7. ao final da operação deverão ser efetuadas as anotações necessárias à
elaboração do quesito específico.

Vítima Presa às Ferragens

A vítima pode estar presa entre a cabina e o piso ou entre as ferragens da


cabina e a parede. Estes casos exigirão maiores cuidados por parte dos socorristas, que,
normalmente, ocorre por falha mecânica.
Para tanto, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

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4.1. o Comandante de Operações, ao chegar ao local, deverá proceder ao
reconhecimento e avaliar o estado físico e psicológico da vítima;
Informará à mesma da presença de socorro, procurando tranqüilizá-la, facilitando o
atendimento médico;
Deverá verificar a localização exata da cabina;
Enviará bombeiros à casa de máquinas para efetuar o desligamento da chave geral e
para a movimentação da cabina, se necessário, onde os mesmos deverão manter contato via
rádio com o Comandante de Operações;
Caso a vítima esteja imprensada entre a cabina e a parede do andar, deverão ser
soltos os parafusos que fixam a mesma à caixa de corrida e afastá-la da parede do andar com
o auxílio de uma ferramenta apropriada (hidráulica ou mecânica);
Em caso de acidente fatal, deve-se localizar o corpo e solicitar a presença da perícia
técnica policial, preservando o local da ocorrência. O elevador deve ficar interditado até ser
liberado pela perícia técnica;
4.7 após retirar a vítima das ferragens, responsabilizarem o síndico ou a
administração do prédio pela inoperância do elevador sinistrado, que só poderá voltar a
funcionar após a intervenção técnica pela firma de conservação e manutenção;
4.8. ao final da operação deverão ser efetuadas as anotações necessárias à
elaboração do quesito específico.

Vítimas Prensadas Pelo Contrapeso


Normalmente, trata-se de técnicos ou pessoas envolvidas na limpeza dos edifícios.
Para tanto, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:
5.1. desligar a chave geral do elevador e observar qual o movimento do contrapeso
(subir ou descer), pois poderá livrar a vítima;
5.2. deve-se ter em mente que o contrapeso realiza o movimento contrario ao da
cabina;
5.3. Determinar a movimentação do contrapeso como se faz no caso de nivelamento
da cabina, até que a vitima esteja livre;
5.4. Caso não seja possível movimentar o contrapeso, este deve ser liberado de suas
guias, afrouxando os parafusos que os fixam e afastá-lo da vitima, providenciando em
seguida, o socorro adequado e encaminhá-la a um hospital.
5.5. Após retirar a vítima presa, responsabilizar o síndico ou a administração do prédio
pela inoperância do elevador sinistrado, que só poderá voltar a funcionar após a intervenção
técnica pela firma de conservação e manutenção;

Vítima no Interior do Fosso


Para tanto, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:
6.1. Desligar a chave geral e, caso a vítima esteja no fundo do fosso, abrir a porta do
andar mais próximo (térreo ou subsolo) e acessar a vítima utilizando uma escada;
6.2. Estando a vítima inconsciente ou apresentando fraturas, deve-se utilizar uma
maca;
6.3. A guarnição do ASE fará o atendimento de emergência e encaminhará a vítima
ao hospital.
6.4. Após retirar a vítima do fosso, responsabilizar o síndico ou a administração do
prédio pela inoperância do elevador sinistrado, que só poderá voltar a funcionar após a
intervenção técnica pela firma de conservação e manutenção;
6.5. Ao final da operação deverão ser efetuadas as anotações necessárias à
elaboração do quesito específico.

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SALVAMENTO EM ALTURAS

Atividade de bombeiro especializada no salvamento de vítimas em local elevado,


através do uso de equipamentos e técnicas específicas, com vistas ao acesso e remoção do
local ou condição de risco à vida, de quem não consiga sair por si só, em segurança.
A preocupação com o salvamento em altura começou a emergir quando da
decorrência dos primeiros grandes incêndios em edifícios elevados, no entanto, um elevado
número de situações pode ocasionar o acionamento dos bombeiros para operações de
salvamento em altura.
Diferentemente de outros atendimentos, o atendimento a uma ocorrência de
salvamento em altura usualmente se dá de forma isolada, uma vez que envolve um cenário
em três dimensões, em que a vítima encontra-se suspensa em um local elevado de difícil
acesso. Assim, o militar que efetuará a intervenção propriamente dita, deverá estar seguro de
si, ter domínio das técnicas e do manuseio de equipamentos, atuando de forma rápida,
precisa e segura.

Elementos integrantes da área de operações


- Vítima aquela que é envolvida no evento, recebe toda a carga decorrente da
situação.
- Socorrista é o elemento que isoladamente, ou em conjunto, propõe-se a solucionar
o evento.
- Público Presente em todo e qualquer evento, sendo todos aqueles que
presenciam o fato.
Bases do Socorrista
Da mais simples a mais complexa, a operação estará apoiada sobre o seu mentor que
é o homem. Este por sua vez, para que possa realmente sustentar o seu trabalho, precisará
estar alicerçado sobre o trinômio composto dos seguintes aspectos:
- Preparo Físico;
- Preparo Técnico;
- Preparo Psicológico.

Características dos Equipamentos utilizados em Salvamento em Altura


Os materiais de salvamento em altura devem possuir as seguintes características:
- leveza;
- fácil maneabilidade;
- alta resistência
- certificação.

Kit Individual de Salvamento em Altura


Um kit individual de salvamento em altura é composto por 01 rádio portátil tipo ponto a
ponto, 01 lanterna, 02 capacetes, 01 corda de 10mm de poliamida, com 50m de comprimento
e resistência mínima de 1700Kg, 02 seções de corda de 6mm (cabo solteiro) com 2,20 m de
comprimento e resistência mínima de 600Kg, 02 cintos cadeira, 01 baudrier, 04 mosquetões
de duralumínio e resistência mínima de 2000Kg, sendo 02 sem rosca, 01 aparelho oito, 02
pares de luvas, 02 seções de fita tubular com 2m de comprimento e resistência mínima de
1000Kg, 03 protetores de corda com comprimento mínimo de 1m, acondicionado em uma
mochila que ofereça ao socorrista conforto e bom acondicionamento do material.

Cordas ou cabos

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É um conjunto de cordões de fibra, torcidos ou trançados entre si. As cordas
representam o elemento básico do salvamento em altura, tanto que encontramos diversas
literaturas internacionais que utilizam a expressão “resgate com cordas” (rope rescue). Na
maior parte das vezes, a corda representa a única via de acesso à vítima ou a única ligação
do bombeiro a um local seguro, razão pela qual merece atenção e cuidados especiais.
Constituição das Cordas
Uma corda de salvamento em altura é composta de:
- fibra: matéria básica;
- fio: conjunto de fibras;
- cordão: conjunto de fios;
- alma: elemento que se encontra no interior da corda, com a finalidade de dar maior
resistência;
- capa: elemento que envolve a alma e que juntamente com esta vai construir a corda
propriamente dita.
A alma da corda é confeccionada por milhares de fibras e é responsável por cerca de
80% da resistência da corda. A capa recobre a alma, protegendo-a contra a abrasão e outros
agentes agressivos, respondendo pelos 20% restantes da resistência da corda.

Características Principais da corda de salvamento


- pequeno atrito quando da utilização de freios de descida;
- menor possibilidade de formar cocas
- maior resistência à ruptura;
- maior resistência ao desgaste.

Cordas dinâmicas
São cordas de alto estiramento (elasticidade) usadas principalmente para fins
esportivos na escalada em rocha ou gelo. Esta característica permite absorver o impacto, em
caso de queda do escalador, sem transferir a ele a força de choque, evitando assim lesões.
Sua alma é composta por um conjunto de fios e cordões torcidos em espiral, fechados por
uma capa.
Cordas estáticas
São cordas de baixo estiramento (elasticidade) usadas em espeleologia, rapel,
operações táticas, segurança industrial e salvamento, situações que o efeito “iô-iô” é
contraindicado e em que se desconsidera o risco de impacto por queda. Para tanto, os
cordões da alma são paralelos entre si, ao contrário das dinâmicas, em que são torcidos.

Resistência da corda
A resistência de uma corda é estabelecida como carga de ruptura. A corda deve ter
uma carga de ruptura várias vezes maior do que a carga que irá suportar. Esta relação entre
resistência e carga é conhecida como fator de segurança. O fator de segurança 5:1
considerado adequado para transportar equipamentos, mas insuficiente se vidas humanas
dependem da resistência da corda, quando adotamos o fator de segurança 15:1.
O tipo de corda a ser empregado está diretamente relacionado com o tipo de
operação a ser efetuada, devido possuir graus de elasticidade diferentes, de acordo com o
material na sua fabricação.

Cuidados com a corda


As cordas são construídas para suportarem grandes cargas de tração, entretanto, são

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sensíveis a corpos e superfícies abrasivas ou cortantes, a produtos químicos e aos raios
solares, por isso, atenção:
- Evite superfícies abrasivas, não pise, não arraste e nem permita que a corda fique
em contato com quinas desprotegidas;
- Evite contato com areia (os pedriscos podem alojar-se entre as fibras, danificando-
as);
- Evite contato com graxa, solventes, combustíveis, produtos químicos de uma forma
geral;
- Evite que a corda fique pressionada (“mordida”);
- Não deixe a corda sob tensão por um período prolongado, nem tampouco utilize-a
para rebocar um carro ou para qualquer outro uso, senão aquele para o qual foi destinada; e
- Deixe-a secar à sombra, em voltas frouxas, jamais ao sol, pois os raios ultravioletas
danificam suas fibras.

Inspeção da corda
A vida útil de uma corda não pode ser definida pelo tempo de uso. Ela depende de
vários fatores como o grau de cuidado e manutenção, freqüência de uso, tipo de
equipamentos com que foi empregada, velocidade de descida, tipo e intensidade da carga,
abrasão física, degradação química, exposição a raios ultravioletas, entre outros. A avaliação
das condições de uma corda depende da observação visual e tátil de sua integridade, bem
como de seu histórico de uso.
Como inspecionar a corda ?
Cheque a corda em todo seu comprimento e observe:
- qualquer irregularidade, caroço, encurtamento ou inconsistência;
- verificar a se a corda está com algum cheiro estranho (mofo ou ácido) e determinar
com qual material ela esteve em contato;
- sinais de corte e abrasão, queimadura, traços de produtos químicos ou em que os
fios da capa estejam desfiados (felpudos);
- o ângulo formado pela corda realizando um semicírculo com as mãos, devendo
haver uma certa resistência e um raio constante em toda sua extensão; e
- se há falcaça, se a capa encontra-se acumulada em algum dos chicotes ou se a
alma saiu da capa.
OBS.: Rejeite cordas para salvamento em altura que tenham sido utilizadas para fins
para os quais não tenham sido destinadas (salvamento de vidas humanas) como rebocar
veículos, movimentação de cargas, progressão em ambientes confinados, ou tenham sido
submetidas a grandes forças de choque, como em balancinhos de cortes de árvores.
Esta avaliação deve ser feita periódica e sistematicamente, preenchendo-se a ficha
individual de inspeção e uso da corda.

Processos de enrolar a corda no CBMERJ


As cordas para utilização no salvamento em altura poderão ser enroladas de
maneiras diferentes, de acordo com suas dimensões:
- Até 30 metros: forma em oito, tipo corda de prontidão;
- De 30 à 60 metros: forma de corrente dupla ou tripla;
- De 60 até 150: forma de vai-e-vem, com arremate no centro do feixe. Mais utilizado
em salvamento em montanha. Também é indicado se a corda vai ficar acondicionada por um
longo período sem ser utilizada.

Terminologia das cordas

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- alça: é uma volta ou curva em forma de “u”;
- alma: parte central da corda;
- anel: é uma volta onde as partes da corda se cruzam;
- capa: parte externa da corda;
- chicote: são os extremos livres de uma corda (pontas);
- cocas: são torcimentos ou calos ocasionais que aparecem em uma corda;
- cote: arremate feito em meia-volta, aplicado ao chicote, como forma de segurança
em vários tipos de nós.
- cabo solteiro: é uma corda de 2 a 3 metros de comprimento com diâmetro de 6 a 8
milímetros.
- falcaça: é a união dos cordões das extremidades de uma corda, podendo ser em
forma de uma pequena alça;
- firme: parte livre da corda que fica próximo ao seu feixe de enrolamento;
- estrangular: prender por pressão uma corda com ela mesma ou com uma superfície;
- passo: tamanho do espaço do trançado da corda;
- trama: forma da capa da corda;
- volta: semelhante a um anel, consistindo na colocação da corda em torno de um
objeto;
- seio: são as partes da corda entre os chicotes;
- catenária: deformação de uma corda ou cabo de travessia devido a ação de um
peso;
- retesar: é o processo de se esticar uma corda ou cabo aplicando-lhes os processos
de tracionamento.

Principais nós aplicados em Salvamento em Altura

azelha simples azelha dupla volta do fiel Laís de guia frade volta do fiador
UIAA

duplo paulista prussik marchard Backmann catau evasão balso pelo seio
escota;

direito encapeladura simples (algema) encapeladura dobrada moringa envergue

volta da ribeira calabrote dobrado pescador correr com alça correr simples

nó de prender mangueira pata de gato boca de lobo cariocão

Características principais dos nós: ser simples ao ser feito, apresentar o máximo de
segurança, apertar à proporção que aumenta a força sobre si e ser fácil desatar.

Ancoragens
Considera-se ancoragem como o sistema de amarração ou fixação de uma corda ou
indivíduo a um ponto. Existem abordagens e linhas diferentes de execução, principalmente
em virtude da região e tipos de materiais empregados. De um lado, temos a linha européia (ou
alpina) cuja ênfase é dada a cordas mais leves e de menor diâmetro, em que as ancoragens
são feitas com base na divisão da carga entre dois ou mais pontos de fixação (equalização),
realizando tantos fracionamentos quantos sejam necessários, visando preservar a corda. De
outro lado, temos a linha americana, que dá ênfase a cordas de maior diâmetro e resistência

53
ao atrito, clipadas a ancoragens já existentes e robustas (um ponto “à prova de bomba”),
sanando-se as preocupações com o desgaste da corda através do uso de proteções.
O termo “back-up” diz respeito a uma segunda segurança, que pode visar o ponto de
ancoragem ou o equipamento. É utilizado para garantir a segurança de todo o sistema.
Para realização do “back-up” como segundo ponto de ancoragem, algumas regras
devem ser observadas:
• Os pontos devem estar preferencialmente alinhados;
• O ponto secundário de ancoragem (“back-up”) não deve receber carga e somente
será utilizado em caso de falência do ponto principal;
• Não deverá haver folga entre os dois pontos de ancoragem, para evitar o aumento
da força de choque em caso de rompimento do ponto principal; e
• O “back-up” sempre deverá ser mais forte e resistente do que o principal.
Levando-se em conta as regras apresentadas, para que o “back-up” cumpra seu
papel com eficiência, podemos nos deparar com duas situações:
1. Ponto principal abaixo do ponto secundário (“back-up”); ou
2. Ponto principal acima do ponto secundário.

Segurança nas operações de salvamento em altura

Dada a peculiaridade do serviço, é de fundamental importância que os elementos


integrantes de uma guarnição de salvamento, estejam plenamente conscientizados da
importância da segurança.
O sucesso da operação apóia-se na total segurança que é resultado do perfeito
conhecimento técnico profissional do integrante da equipe de salvamento em altura, somada a
sua disciplina, sua própria segurança e a de seus companheiros.
Maneiras de ser garantida a segurança nas operações de salvamento:
- nuca permitir que apenas um elemento execute a operação;
- os equipamentos devem ser checados e avaliados antes de qualquer tipo de
trabalho;
- checar os equipamentos após colocação (equipagem);
- não alterar procedimentos operacionais, sem prévio conhecimento dos integrantes
da guarnição;
- checar e vigiar todas as amarrações e fixações de equipamentos;
- sempre estar preso a um ponto fixo, caso esteja trabalhando em locais elevados;
- os elementos da guarnição, empenhados no controle das descidas, deverão sempre
estar usando luvas e posicionados de maneira a dar sustentação as mesmas;
- não permitir ajuda ou interferência da vítima no processo de salvamento, a não ser
em situações extraordinárias.

Técnicas e Táticas de Salvamento em Altura

As técnicas e táticas de salvamento em altura constituem-se em um correto


dimensionamento de número, das formas e do perfeito manuseio dos equipamentos a serem
empregados co ma finalidade de ser alcançado o êxito total neste tipo de operação.

Equipamentos do Conjunto de Descida

Os conjuntos de descida são compostos por diversos equipamentos, com a


finalidade de salvar as pessoas de pontos elevados, facilitando a sua descida por meio de

54
uma via de sustentação (corda).
O conjunto é composto por:
- Corda estática de 10 ou 12 mm, com 50 metros de comprimento, e resistência
mínima de 1700Kg;
- Cinto cadeira: feito de nylon de elevada resistência, possui alças para as pernas com
fechos de engate e desarme rápido, com carga de ruptura mínima de 2000 kg;
- Aparelho oito: peça constituída em duralumínio, tendo como finalidade regular a
velocidade de descida do operador através da corda, pelo princípio de atrito dos materiais.
Utilizada em cabos de 10 a 16 mm, e carga de ruptura mínima de 3000kg. Sua forma em oito,
com dois olhais de tamanhos diferentes, possibilita ao operador optar pela velocidade a ser
adquirida na descida.
- Mosquetão: Atuam como sistema de segurança com engate rápido. Podem servir
como freios de descidas e componentes de sistemas de força. Existem mosquetões de
diversos tamanhos e cargas de rupturas. A maior parte é feito em duralumínio e aço. Podem
ser assimétricos ou simétricos. É dividido em corpo, trinquete, batente, mola e trava
rosqueada.

Utilização do Conjunto de Descida

- O primeiro passo é definir o ponto de ancoragem e executá-la. Ela deve ser segura e
confiável. Definido a ancoragem, deve-se evitar o atrito da corda com arestas vivas,
revestindo-as nesse ponto com proteções;
- Observar a perfeição do nó e o enrolamento da corda;
- Feito a amarração, a corda deve ser testada;
- Para iniciar a descida, o socorrista deve manusear a corda com a mão de comando
(mão de maior habilidade);
- Realizar a checagem de todo material, na seguinte ordem:
- Socorrista checando equipamento:
- cinto (baudrier): verificar se não possui folga e as travas estão fechadas;
- mosquetão: verificar se não está invertido (rosca voltada para socorrista) e fechado;
- aparelho oito: observar se a corda não está trepada;
- corda: verifica se a mão de comando está correta, as ancoragens e se a mesma toca
ao solo;
- luvas: se estão em perfeito estado;
- capacetes: ajustado e fechado;
- Segurança: do solo, o responsável pela segurança deverá manter olhar fixo para o
socorrista, tesar levemente a corda, pois poderá assumir o comando assim que desejar ou
caso surja qualquer eventualidade, interrompendo a descida.

Padrão da checagem do material

- Socorrista (nome) checando equipamento;


- cinto 1,2, 3 (baudrier 1, 2, 3, 4);
- mosquetão;
- aparelho oito;
- corda;
- luvas;
- capacete;
- socorrista (nome) pronto;

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- atenção segurança.

Normalização

As Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBR) existentes versam sobre


equipamentos de proteção individual e proteção contra quedas, sob o enfoque da segurança
do trabalho, cuja fabricação, em conformidade com essas normas, é indicada pelo Certificado
de Aprovação (CA). Embora atendam suficientemente aos ambientes de trabalho, como os da
construção civil e da indústria, não contemplam atividades esportivas ou de salvamento, para
as quais são consideradas inadequadas, razão pela qual valemo-nos de normas
internacionais de consenso para especificação e aquisição de equipamentos.
O CBMERJ utiliza a National Fire Protection Association (NFPA), que é uma
associação independente sediada em Massachussetes – EUA, destinada a promover a
segurança contra incêndio e outras emergências. Dentre diversas normas, a NFPA - 1983
Standard on Fire Service Safety Rope and Systems Components, revisada em 2001, versa
sobre equipamentos de salvamento em altura utilizados por bombeiros.
Esta norma estabelece a classificação de equipamentos de uso pessoal e de uso
geral (para duas pessoas, também chamadas “cargas de resgate”). Segundo a norma, a
carga de uma pessoa é de 300 lbs (135kg) e a carga de resgate equivale a 600 lbs (270 kg),
estes valores levam em conta o peso estimado de uma pessoa padrão mais os equipamentos
de segurança.
A NFPA não certifica equipamentos; a certificação é realizada por laboratórios de
teste independentes e idôneos, como o Underwrites Laboratories (UL) ou o Safety
Equipament Institute (SEI).
A União Internacional de Associações de Alpinismo (UIAA), sediada em Genebra –
Suíça, estabelece normas para os equipamentos e a segurança dos montanhistas (de uso
esportivo).
Existem outras normas que tratam de equipamentos para atividades em altura, como
as EN (Normas Européias), cuja fabricação nessa conformidade, é indicada por um número e
pela chancela CE, que significa estar “conforme especificações”.

Salvamento

Fatores como o estado em que a vítima se encontra (consciente ou inconsciente,


calma ou em pânico, com ou sem traumas), a quantidade (uma, duas ou mais vítimas), o local
(urbano ou rural), a possibilidade de queda (potencial ou iminente) e outros riscos, irão nortear
a ação se socorro a ser implementada pelas equipes de salvamento. O conhecimento das
técnicas deve ser aliado a horas de treinamento direcionado a cada situação particular e
previsível, a fim de que o bombeiro não seja surpreendido no momento da ocorrência.
Antes de qualquer intervenção, um rápido e prévio planejamento deve considerar os
riscos e peculiaridades da ocorrência, a fim de que seja estabelecida e estratégia e técnica a
ser empregada no salvamento, assim como ratificadas as funções de cada membro da
equipe, conforme treinamento anterior.
Os salvamentos serão divididos em três grupos técnicos, de acordo com o tipo de
abordagem a cada vítima:
- Salvamento de vítimas sem trauma;
- Salvamento de vítimas com trauma, necessitando obrigatoriamente da adequada
estabilização e emprego de macas e devido atendimento pré-hospitalar; e
- Salvamento de múltiplas vítimas em local de risco.

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BUSCA E SALVAMENTO EM LOCAL CONFINADO

Um espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação contínua de


pessoas, a qual tem meios limitados de entrada e saída e na qual a ventilação existente é
insuficiente para remover contaminantes perigosos e/ou deficiências ou enriquecimento de
oxigênio que possam existir ou se desenvolver.(NBR 14787 – item 3.18 e Norma
Regulamentadora - 33).
O espaço confinado também pode possuir uma condição atmosférica que possa
oferecer riscos ao local e expor os trabalhadores ao perigo de morte, incapacitação, restrição
da habilidade para auto-resgate, lesão ou doença aguda que pode ser causada por
concentração de oxigênio abaixo de 19,5% ou acima de 22%, ou haver uma concentração de
qualquer substância, exposto o trabalhador acima do limite de tolerância.(NBR 14287).

1. Conduta operacional de atendimento

No atendimento operacional de incêndios em locais confinados, devido à


especialidade da situação e riscos inerentes, deve-se observar com atenção o seguinte:
- Informações durante o deslocamento;
- Estacionamento da viatura;
- Verificação da direção do vento;
- Análise “in loco” da situação;
- Montagem do esquema tático;
- Procedimento de busca e o salvamento e,
- Colocação da vítima em segurança, à disposição da equipe de APH (Atendimento
Pré-hospitalar).

1.1 Montagem do esquema tático na busca e salvamento de vítimas

A missão da guarnição de exploração em primeiro plano, quando se


deparar com incêndios em locais confinados, é o salvamento de vítimas do sinistro, retirando-
as do local da intervenção em segurança, assim que possível. Para isto, os bombeiros
deverão estar suficientemente equipados e treinados com as técnicas de combate a incêndios
em locais confinados, tornando-se necessário a proteção das vítimas que serão retiradas do
local, isto porque, em razão da especialidade deste socorro, nem sempre as chamas estarão
extintas e a presença de calor e fumaça poderá provocar injúrias nas vítimas socorridas
durante sua retirada dos ambientes sinistrados. Portanto, os bombeiros deverão proteger as
vítimas contra ação do calor, da fumaça e dos gases, evitando, assim, possíveis lesões.

Busca de Vítimas

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Uma vez retirada do ambiente confinado, onde inalou fumaça e outros gases
aquecidos, necessariamente as vítimas devem ser entregues em segurança às equipes de
APH (Atendimento Pré-Hospitalar), para serem analisadas quanto aos efeitos fisiológicos do
calor e da fumaça sobre os seus organismos

1.2 Equipamentos para busca e salvamento

O incêndio em local confinado, por sua especialidade, apresenta necessidade


especial de proteção para o bombeiro e para eventuais vítimas, em face do rigor das
condições adversas a que as guarnições são submetidas durante o atendimento emergencial.
Assim, nestes atendimentos, preconiza-se o uso dos seguintes materiais/equipamentos para
as guarnições de atendimento:

1.2.1 Equipamentos da guarnição de salvamento:

a. EPI (equipamento de proteção individual) completo, incluindo balaclava e


luvas de bombeiros;
b. EPR (equipamento de proteção respiratória) pressão positiva, com saída para
máscara carona;
c. Lanterna;
d. Material para arrombamento.
e. Detector multigás;
f. Rádio Portátil;
g. Cabo da vida;
h. Cabo espia;
i. Mochila de salvamento em incêndios, contendo máscara de emergência tipo
“carona” e roupa de proteção térmica.
OBS.: Giz de cera ou lápis de carpinteiro, para marcação de ambientes já
vistoriados.

Lanterna Rádio transceptor Cabo da vida Detector multigás Local vistoriado

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1.3 Vítima localizada.
Uma vez que a equipe de salvamento obteve sucesso na localização de
vítimas no interior da edificação sinistrada, o próximo passo a ser adotado será a retirá-las da
mesma em segurança da edificação para um local onde receberá assistência.
Para a retirada das vítimas, nem sempre a rota de entrada é o melhor
caminho para o salvamento, pois muitas vezes encontra-se comprometida com fogo ou
fumaça em excesso, ou porque o compartimento possui outra abertura (porta ou janela) que
ofereça melhores condições de acesso para o exterior.
Qualquer que seja a situação é importante que a vítima seja protegida da
ação do calor e coma máscara carona, em especial se ela tiver que passar por ambientes
ainda saturados com calor e fumaça, visando salvaguardar sua integridade física, e bem como
evitar o agravamento das lesões já causadas pelo fogo, fumaça e calor do incêndio.
Decidir se fará a retirada de emergência ou se solicitará reforço para o
transporte da vítima, sempre visando o bem estar da mesma e a preservação da vida. Se
decidir pelo pedido de reforço, 01(um) bombeiro deverá permanecer ao lado da vítima até a
chegada do apoio, uma vez que as condições ambientais poderão rapidamente se deteriorar
em razão de circunstâncias adversas que poderão agravar o sinistro, obrigando a uma
retirada de emergência. Nesta situação, a vítima deverá ser protegida contra ação do calor e
da fumaça do incêndio, visando à salvaguarda de sua vida e da sua saúde o máximo possível.

Exemplos de espaços confinados.

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SALVAMENTO EM ENCHENTES, DESABAMENTOS E DESLIZAMENTOS

1 – Enchentes

Equipe de Salvamento em Enchentes:

Salvamentos bem sucedidos são feitos por equipes e não por atuações individuais.
Embora uma equipe possa ser nada mais do que uma mistura de indivíduos de diversos
postos ou grupamentos, existem, pelo menos, 03 posições que precisam ser claramente
preenchidas: Comandante da Operação, Socorrista de Salvamento, Socorrista de Emergência
(Sardinha).

Regras para o Salvamento em Enchentes e Rios:

1º - Usar sempre o equipamento adequado, a começar de um colete salva-vidas


apropriado: O colete é a única garantia absolutamente segura de que o bombeiro não
afundará nas águas das enchentes. O colete deve ser de um tamanho apropriado e específico
para o trabalho em enchentes e rios. Outro equipamento é o capacete. Se tiver que escolher
entre o capacete para incêndio e nenhum capacete, escolha nenhum capacete: o
capacete para incêndios é especifico para tal, servindo como um contra peso no caso de ficar
cheio d’água. Os capacetes específicos para o salvamento aquático têm drenos e são mais
leves, não permitindo o acúmulo da água.

2º - A prioridade na ocorrência é sempre salvar primeiro a si próprio, depois


salvar os colegas de equipe e só então salvar as vítimas: Se o bombeiro não tiver a
segurança para executar seu próprio salvamento, ele será uma vítima em potencial, que além
de não salvar a vítima poderá perecer junto a ela. Se a equipe não se mantiver íntegra, ela
não conseguirá executar o salvamento da vítima.

3º - Sempre manter observadores rio acima do local da ocorrência,


preferencialmente nas duas margens do rio, córrego ou via inundada: um grande número
de objetos ou mesmo estruturas (carros, troncos de árvore, cilindros etc.) são carregados pela
correnteza. Os observadores, munidos de apitos ou rádios, são fundamentais para avisar da
chegada eminente de algum objeto perigoso, alertando as equipes de salvamento.

4º - Tenha sempre um plano alternativo para o salvamento: deve-se sempre


pensar antecipadamente no que fazer se o primeiro plano falhar ou se ele se mostrar
inexeqüível.

5º - Tenha sempre seguranças e sistemas de segurança rio abaixo: deve-se ter


em mente que algum membro da equipe de salvamento ou até mesmo a vítima,
acidentalmente, cair na água. Para tanto deve ser empregado sistemas de captura, como os
varais de espera, e bombeiros com sacolas de arremesso.

6º - Nunca tente ficar em pé no leito do rio, canal ou área inundada com


correnteza: ficar em pé numa área com correnteza é um risco tremendo pois, como não se
tem uma certeza do leito, pode-se ter o pé preso em um buraco, vala ou reentrância, o que
pode ocasionar desde uma fratura até um afogamento. Se o bombeiros estiver na correnteza
ele deve ou ficar na posição de natação defensiva (boiando de costas) ou nadando. Nunca em

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pé.

7º - Nunca conte com a vítima para ajudar no seu próprio salvamento:


geralmente a vítima está debilitada após um longo contato com a água, podendo ainda
apresentar um quadro de hipotermia ou uma fadiga extrema.

8º - Nunca amarre uma corda em volta do socorrista: se houver uma corda


amarrada em torno do bombeiro ele poderá ser afundado pela força da água sem conseguir
se safar da situação.

9º - Quando tencionar uma corda entre as margens de um curso d’água para ser
usada como um sistema de captura, nunca o faça em um ângulo reto em relação às
margens: se a corda estiver tencionada em um ângulo reto em relação às margens, qualquer
pessoa ou objeto que for capturado por esse sistema ficará retido no local onde a correnteza é
mais forte, ou seja, no local mais inseguro.

10º - Quando tencionar uma corda que atravesse o curso d’água, sempre fique
rio acima em relação a esta corda: o tencionamento desta corda com a captura da vítima
poderá jogar o bombeiro dentro do rio ou da enchente se ele estiver rio abaixo em relação a
ela.

11º - Uma vez feito o contato com a vítima, nunca a perca: o abandono da vítima
no meio de uma enchente é extremamente mal visto pela população e legalmente apurado
pelos poderes constituídos, podendo acarretar punições nas mais diversas esferas para o
socorrista e toda a equipe envolvida. É obrigação legal do Corpo de Bombeiros executar o
salvamento em condições extremas, devendo cada integrante da corporação se preparar para
o atendimento das ocorrências previsíveis em sua área de atuação.

2 – Desabamentos

Regras para o Salvamento em Desabamentos:

1 – Isolar a Área do Evento


Delimitando a área de trabalho.
Controlar o número de pessoas na área de trabalho (para não aumentar o peso
sobre a vítima).

2 – Assegurar a Cena
Eliminar as ações e condições inseguras.

3 – Avaliação Inicial
Recompilar informações (real situação; condições do local, nº de vítimas, etc...);
Estabelecer um posto de comando;
Estabelecer os objetivos operacionais:
Plano estratégico
Prioridades
Designação de recurso e pessoal
Atribuir tarefas aos grupos de resgate

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Reavaliação da situação

4 – Busca e Localização
Resgatar as vítimas na superfície e de fácil acesso;
Elaborar o diagrama da estrutura;
Selecionar a área de busca;
Decidir o método de busca a utilizar:
Humano – chamado e escuta
Canina – cães de busca
Tecnológica – detector acústica, micro câmera, etc...
Iniciar o atendimento Pré-Hospitalar
Resgatar as vítimas

5 – Acesso ao Paciente
Penetrar nos escombros em busca da vítima, através da: perfuração, escoramento,
remoção de escombros, etc...

6 – Estabilização do Paciente
Ações e procedimentos de suporte básico ou avançado de vida, no local onde foi
encontrado o paciente, garantindo assim sua sobrevivência enquanto ocorre sua liberação e
sua preparação para poder extraí-lo.

7 – Extração do paciente
Retirada do paciente da estrutura até um centro médico em local seguro.

3 – Deslizamentos

Características dos Deslizamentos:

As chuvas torrenciais são as principais causas de desabamentos ou ameaças de


desabamentos de encostas. A topografia do terreno, o tipo de solo e a permeabilidade são
fatores determinantes para a eclosão do evento. Geralmente afetam residências de
construção frágil e desprovidas de qualquer segurança estrutural.

Regras para o Salvamento em Deslizamentos:

1º) Isolar a área do evento;


2º) Efetuar a Busca;
3º) Remover cuidadosamente os escombros;
4º) Não permitir excesso de pessoas no local do evento;
5º) Realizar o escoramento das partes que apresentarem perigo iminente de
desabamento, juntamente com as operações de remoções de escombro;
6º) Acionar os órgãos competentes para a vistoria e emissão de parecer técnico;
7º) Atentar para os possíveis movimentos de terra;
8º) Realizar o escoamento da água por outro local que não seja o das operações;

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REFERÊNCIAS

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO.


Manual Técnico de Bombeiros da Polícia Militar (MTB-9-PM). São Paulo, 1980.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Manual


Básico. Rio de Janeiro, 1985.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Manual do


Curso de Formação de Soldados – 3 vol. Rio de Janeiro, 1996. Disponível em
<http://www.nce.ufrj.br/concursos/cbmerj/cfc/defaultbibliografia.asp?128>. Acesso em: 13 ago.
2005.
Manual de Mergulho Autônomo do CBMERJ

Manual de Desencarceramento do CBMERJ

Manual de Fundamentos de Bombeiros, capítulo 4

MTB 03 – Busca, Exploração e Salvamento Terrestre

Manual do Curso de Salvamento em Montanha do CBMERJ/1991

Curso Avançado de Montanhismo - Ação de Busca e Salvamento em Montanha do


exército Brasileiro

Manual de Busca e Salvamento em Cobertura Vegetal de Risco do Corpo de


Bombeiros Militar de São Paulo/2006

MANUAL DE OPERAÇÕES DE PRODUTOS PERIGOSOS DO CORPO DE


BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – ANO 2004

- Manual de Instrução do Curso de Salvamento em Altura do CBMERJ

- Manual de Salvamento em Alturas do CBM da PMESP;

- Catálogo PETZL Sports;

- Catálogo PETZL Professional.

MANUAL DE SALVAMENTO TERRESTRE DO CORPO DE BOMBEIROS DA


POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO – ANO 2006

http://www.atlascopco.com.br/brus/

http://www.construming.com.br/produtos/rompedores manuais/Unidade_Hidraulica.pdf
http://www.engemac.com.br/

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