Pet 2 - 2 Ano - Hist
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SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO:
Mundo Moderno, Colonização e Relações Étnico-Culturais.
TEMA/TÓPICO:
Das Crises no Sistema Colonial ao Período Joanino / Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil.
HABILIDADE:
Compreender e analisar o processo de ruptura dos pactos coloniais, dinamização econômica e social e
mudanças políticas; o anfiteatro da Independência.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Mercantilismo, Liberalismo Econômico, Crise do Sistema Colonial.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Filosofia.
LEMBRANDO OS CONCEITOS
Mercantilismo ( séculos XV – XVIII ) : conjunto de ideias e práticas adotadas por várias monarquias
europeias durante a Idade Moderna, fase do Capitalismo Comercial, e que tinha como principais carac-
terísticas: a intervenção do Estado na economia, o metalismo (acúmulo de metais preciosos, sobretu-
do ouro e prata), o protecionismo (o Estado impunha pesados impostos de importação para proteger a
produção nacional da concorrência estrangeira) e a balança comercial favorável (exportar mais do que
importar).
Liberalismo Econômico (século XVIII): conjunto de ideias defendidas por pensadores europeus do sé-
culo XVIII, em oposição ao Mercantilismo: não-intervenção do Estado na economia, livre concorrência
154
entre quem produz e entre quem comercializa, câmbio livre; defesa da propriedade privada; liberdade de
contrato de trabalho (jornada e salários). Seu principal defensor foi o escocês Adam Smith (1723-1790).
155
ATIVIDADES
156
do Estado na economia, livre comércio e trabalho assalariado, enquanto o Mercantilismo defendia o
monopólio comercial e o trabalho escravo.
2 - Quais as consequências da expansão das ideias iluministas para as colônias das Américas ?
157
6 - Por que o Alvará de D. Maria I (1785) reforçou as práticas mercantilistas adotadas por Portugal no
Brasil ?
7 - Por que, a partir do final do século XVIII principalmente, industriais ingleses começaram a defender
a existência de livres mercados ?
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SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO:
Mundo Moderno, Colonização e Relações Étnico-Culturais (1500-1808).
TEMA/TÓPICO:
Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil.
HABILIDADE:
Leitura e análise dos novos tratados comerciais firmados entre a Coroa Portuguesa e as potências europeias.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Império Napoleônico, Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Geografia.
159
ATIVIDADES
Entenda o processo de transferência da Corte Portuguesa para o Brasil e os Tratados que foram assina-
dos com a Inglaterra depois disso. Em seguida, responda as questões de múltipla sobre esses assuntos:
TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL ( NOVEMBRO DE 1807 )
O século XVIII, na Europa, termina com a Revolução Francesa (1789-1799), que deu fim ao Absolutismo
Monárquico ou Antigo Regime na França. Foi durante essa mesma Revolução que, em guerras externas,
se destacou um general, Napoleão Bonaparte, que dominaria o cenário político e militar da Europa até
ser definitivamente derrotado pelos ingleses em 1815.
Apoiado pelo Exército e pela burguesia, em 1799, Napoleão começa na França o período do Diretório,
um governo republicano, de três cônsules, um dos quais ele próprio.
Em 1804 foi realizado um plebiscito na França que restabeleceu a Monarquia Hereditária e determinou
que Napoleão ocuparia o trono com o título de imperador.
No dia 2 de Dezembro do mesmo ano, na Catedral de Notre Dame, em Paris, Napoleão se auto coroou
Imperador, depois de retirar a coroa das mãos do Papa Pio VII, num gesto que deixava claro que não
aceitaria nenhuma interferência externa no seu governo.
Napoleão iniciou sua política expansionista, invadindo e dominando outros países da Europa, o que
perdurou até 1814. Por volta de 1812, o Império Napoleônico atingiu sua máxima extensão, sem que a
França tivesse conseguido invadir a Inglaterra, que tinha, na época, a mais poderosa Marinha de Guerra
do mundo.
Como Napoleão não conseguia derrotar militarmente a França, resolveu adotar uma estratégia para
derrotá-la economicamente: em 1806 estabeleceu o Bloqueio Continental, que proibia as nações euro-
peias de receberem em seus portos navios ingleses. Seu objetivo era aniquilar o comércio de produtos
ingleses. Como a Inglaterra já era uma país industrializado, dependia em grande parte da exportação
do que produzia. Os países que não respeitassem o Bloqueio seriam invadidos e por tropas francesas.
Portugal era um forte aliado da Inglaterra e tinha com esse país estreitos laços comerciais. Por isso,
resolveu não obedecer ao Bloqueio Continental. Como seria invadido por tropas francesas, precisaria
do apoio militar inglês para expulsar os franceses. A Inglaterra, por sua vez, prejudicada na Europa por
Napoleão, queria os vastos mercados consumidores que eram as colônias de Portugal, principalmente
o Brasil. No plano político, se permanecesse em Portugal, o príncipe regente D. João, ao ser derrotado
pelos franceses teria que entregar o governo a quem Napoleão nomeasse para substituí-lo. Mas, e se a
Família Real Portuguesa e toda a Corte se transferissem para o outro lado do Atlântico, mais especifi-
camente para o Brasil, e se a Capital do Império Colonial Português fosse transferida de Lisboa para o
Rio de Janeiro...
Inglaterra e Portugal decidiram então, serem aliados para derrotarem Napoleão: em 22 de Outubro de
1807, foi assinada em Londres pelo rei da Inglaterra e pelo príncipe regente de Portugal, D. João, a “Con-
venção Secreta sobre a Transferência da Monarquia Portuguesa para o Brasil e Ocupação Temporária
da Ilha da Madeira por tropas britânicas”. A Inglaterra se comprometia a fornecer apoio militar para
expulsar as tropas francesas do solo português, depois que fosse invadido, e a escoltar com navios da
Marinha Inglesa os navios que iriam trazer para o Brasil a Corte Portuguesa. Assim, em 29 de Novembro
de 1807, a Corte Portuguesa deixou Lisboa rumo ao Brasil. Às 9 horas da manhã do dia seguinte, o Gene-
ral Junot, no comando das tropas francesas que tinham invadido Portugal, toma Lisboa. Mas não havia
nenhum príncipe regente no palácio real para se entregar...
Em 22 de Janeiro de 1808, a Família Real desembarcou em Salvador. Apenas seis dias depois, D. João
assinou nesta cidade o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, que significou o fim do
Pacto Colonial ou Exclusivo Metropolitano (só Portugal podia vender produtos para o Brasil e retirar
de lá matérias-primas). As mercadorias que entravam no Brasil eram taxadas em 48%. Esse decreto
160
baixou o valor para a metade; ou seja, 24%. Apesar de ser uma alíquota alta, favoreceu a Inglaterra, já
que naquele momento era o único país da Europa em condições de exportar para o Brasil.
Em 7 de março de 1808, a Família Real chega ao Rio de Janeiro, onde se estabelece. Em 1º de Abril D.
João assina um decreto anulando o Alvará de 1785, o que liberava a produção industrial no Brasil, isen-
tou de impostos as matérias-primas destinadas às fábricas e dava subsídios às fábricas de tecidos. No
entanto, isso não favoreceu muito a produção local, que não tinha condições de concorrer com as mer-
cadorias importadas da Inglaterra, de melhor qualidade e preços competitivos no mercado brasileiro.
Em 1810, D. João assinou dois Tratados importantes com a Inglaterra: o de Aliança e Amizade e o de
Comércio e Navegação, que foram muito ao encontro dos interesses econômicos da Inglaterra:
Tratado de Aliança e Amizade:
- Portugal se compromete a gradativamente abolir o tráfico de escravizados;
- Inglaterra e Portugal continuariam sendo aliados nos planos políticos e militares;
- A Inglaterra passaria a distribuir na Europa os produtos das colônias portuguesas;
- A Inglaterra teria o direito de cortar madeiras e de construir navios no Brasil;
- Uma esquadra inglesa seria mantida no litoral brasileiro;
- Os ingleses que viviam no Brasil teriam ampla liberdade religiosa;
- Militares ingleses continuariam usando a Ilha da madeira como ponto estratégico;
Tratado de Comércio e Navegação:
Reduziu as tarifas alfandegárias para as mercadorias inglesas de 24 para 15%, uma tarifa menor do que
a que seria cobrada dos comerciantes portugueses, 16%. Produtos que viessem de outros países paga-
riam um imposto de 24% para entrarem no Brasil.
1 - (Unesp 2011) Artigo 5.º — O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer mercadoria
pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada boa presa. (...)
Artigo 7.º — Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das colônias inglesas, ou lá tendo
estado, desde a publicação do presente decreto, será recebida em porto algum.
Artigo 8.º - Qualquer embarcação que, por meio de uma declaração, transgredir a disposição acima,
será apresada e o navio e sua carga serão confiscados como se fossem propriedade inglesa.
(Excerto do Bloqueio Continental, Napoleão Bonaparte. Citado por Kátia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos para o estudo da
História Contemporânea (1789-1963), 1977.
Esses artigos do Bloqueio Continental, decretado pelo Imperador da França em 1806, permitem notar a
disposição francesa de
a) Estimular a autonomia das colônias inglesas na América, que passariam a depender mais de seu
comércio interno.
b) Impedir a Inglaterra de negociar com a França uma nova legislação para o comércio na Europa e
nas áreas coloniais.
c) Provocar a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, por meio da ocupação militar da
Península Ibérica.
d) Ampliar a ação de corsários ingleses no norte do Oceano Atlântico e ampliar a hegemonia fran-
cesa nos mares europeus.
e) Debilitar economicamente a Inglaterra, então em processo de industrialização, limitando seu
comércio com o restante da Europa.
161
2 - (MACKENZIE) Podem ser consideradas características do governo joanino no Brasil:
a) A assinatura de tratados que beneficiam a Inglaterra e o crescimento do comércio externo bra-
sileiro devido à extinção do monopólio;
b) O desenvolvimento da indústria brasileira graças às altas taxas sobre os produtos importados;
c) A redução dos impostos e o controle do déficit em função da austera política econômica prati-
cada pelo governo;
d) O não envolvimento em questões externas sobretudo de caráter expansionista;
e) A total independência econômica de Portugal com relação à Inglaterra em virtude de seu acele-
rado desenvolvimento.
3 - (FUVEST) O governo de D. João VI no Brasil, entre outras medidas econômicas, assinou, em 1810, um
tratado de comércio com a Inglaterra. Esta decisão estava relacionada:
a) Ao crescimento industrial promovido pelo governo português, ao revogar as leis que proibiam a
instalação de fábricas na colônia;
b) À política liberal da Corte Portuguesa que incentivava o livre comércio da colônia com os demais
países europeus;
c) Ao crescimento do mercado consumidor brasileiro provocado pelo aumento da produção interna;
d) À política econômica portuguesa que cedia às pressões inglesas para decretar o fim do trá-
fico negreiro;
e) A acordos anteriores entre os dois países europeus que asseguravam vantagens comerciais
aos ingleses.
4 - (FUVEST-SP) “... quando o príncipe regente português, D. João, chegou de malas e bagagens para
residir no Brasil, houve um grande alvoroço na cidade do Rio de Janeiro. Afinal era a própria encarnação
do rei (...) que aqui desembarcava. D. João não precisou, porém, caminhar muito para alojar-se. Logo
em frente ao cais estava localizado o Palácio dos Vice-Reis”. (Lilia Schwarcz. As Barbas do Imperador.)
O significado da chegada de D. João ao Rio de Janeiro pode ser resumido como:
a) Decorrência da loucura da rainha Dona Maria I, que não conseguia se impor no contexto políti-
co europeu.
b) Fruto das derrotas militares sofridas pelos portugueses ante os exércitos britânicos e de Napo-
leão Bonaparte.
c) Inversão da relação entre metrópole e colônia, já que a sede política do império passava do cen-
tro para a periferia.
d) Alteração da relação política entre monarcas e vice-reis, pois estes passaram a controlar o man-
do a partir das colônias.
e) Imposição do comércio britânico, que precisava do deslocamento do eixo político para conse-
guir isenções alfandegárias.
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SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO:
Mundo Moderno, Colonização e Relações Étnico-Culturais (1500-1808).
TEMA/TÓPICO:
Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil.
HABILIDADE:
Analisar os impactos da transferência da Corte Portuguesa sobre os hábitos e costumes da vida colonial.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Mudanças no Brasil provocadas pela presença da Corte Portuguesa; processo que levou à Proclamação da
Independência.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Sociologia.
TEMA: Entender os impactos políticos provocados pela transferência da corte portuguesa para o Brasil
Caro(a) estudante, nessa semana você vai analisar as mudanças políticas acontecidas na cidade do Rio
de Janeiro proporcionadas pela transferência da Corte Portuguesa para o Brasil (1808).
BREVE APRESENTAÇÃO
Vamos entender como a permanência da Corte no Rio de Janeiro ( 1808 -1821 ) foi fundamental no pro-
cesso que levou à Proclamação da Independência em 1822.
163
ATIVIDADES
164
2 - Quais as consequências para o Brasil e para Portugal provocadas pela Elevação do Brasil a Reino
Unido a Portugal e Algarves, em 16 de dezembro de 1815 ?
165
Em viagem para a província de São Paulo, para obter apoio, quando estava com suas tropas às margens
do riacho Ipiranga, D. Pedro recebeu um comunicado por escrito das Cortes de Lisboa revogando os
decretos do príncipe e exigindo seu imediato retorno para Portugal. D. Pedro não viu outra saída a não
ser a Proclamação da Independência. Era 7 de Setembro de 1822.
Depois de guerras de Independência que duraram três anos, Portugal reconheceu a Independência do
Brasil em 1825 exigindo o pagamento de uma indenização no valor de 2 milhões de libras, que D. Pedro
pediu emprestado a banqueiros ingleses.
Observe essas duas representações do chamado Grito do Ipiranga, de 7 de setembro de 1822:
Referência das imagens: Curso Superior a Distância UFMG 2008, Questão 12, prova de História - Caderno 1
1 - Descreva, no espaço abaixo, uma comparação das duas imagens levando em conta a ideia que cada
artista quis retratar da figura de D. Pedro:
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SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
Mundo Moderno, Colonização e Relações Étnico-Culturais (1500-1808).
TEMA/TÓPICO:
Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil.
HABILIDADE:
Analisar as imagens produzidas pelos europeus no Brasil Joanino e Primeiro Império.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, Missão Artística Francesa.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Arte e Sociologia.
TEMA: Analisar os impactos da transferência da corte portuguesa sobre os hábitos e costumes da vida
colonial
Caro(a) estudante, nessa semana você vai analisar as mudanças culturais acontecidas na cidade do Rio
de Janeiro proporcionadas pela transferência da Corte Portuguesa para o Brasil (1808).
BREVE APRESENTAÇÃO
Vamos entender como a permanência da Corte no Rio de Janeiro desenvolveu culturalmente o Brasil,
principalmente no terreno das Belas Artes a partir da chegada da Missão Artística Francesa em 1816.
167
ATIVIDADES
MUDANÇAS CULTURAIS PROVOCADAS PELA PERMANÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA NO BRASIL
(1808 - 1821)
Ao saírem de Portugal no final de 1807, rumo ao Brasil, os navios que transportavam a Família Real e os
nobres da Corte e seus criados traziam também os livros da enorme Biblioteca Real de Lisboa. Outra
biblioteca foi construída no Rio de Janeiro, com o nome de Biblioteca Real, dando origem a atual Biblio-
teca Nacional.
Depois de instalar-se no Rio de Janeiro, o governo de D. João passou a modernizar a cidade, abrindo
novas ruas, e construindo novas casas com grandes jardins e quintais para abrigar o grande número de
nobres portugueses que vieram com a Família Real. Foram instalados importantes órgãos político-ad-
ministrativos: Conselho de Estado, Erário Régio, a Junta Geral do Comércio e a Casa de Suplicação (a
mais elevada Corte de Justiça). Além disso, criou três Ministérios: Marinha, Guerra e Estrangeiros, Fa-
zenda e Interior. Fundou o Banco do Brasil. Foram criados a Academia Médico-Cirúrgica, o Teatro Real,
o Museu Nacional, o Observatório Astronômico e o Horto Real (atual Jardim Botânico do Rio de Janeiro).
Foi fundada a Imprensa Régia, que publicou folhetos, livros e o primeiro jornal feito no Brasil, A Gazeta
do Rio de Janeiro; e a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (hoje Escola de Belas Artes da UFRJ).
Sobre o desenvolvimento da Arquitetura, do desenho, da gravura, da pintura e da escultura foi de cru-
cial importância a chegada no porto do Rio de Janeiro, em 1816, da Missão Artística Francesa, projeto
organizado por Joachim Lebreton, intelectual, político e administrador francês que reuniu considerável
número de artistas plásticos interessados em viver no Rio de Janeiro. Com o apoio inicial de mecenas
portugueses, o grupo aportou no Rio de Janeiro em 26 de março de 1816, escoltado por navios ingleses.
Era formado por, além de Lebreton, Jean-Baptiste Debret, Nicolas Antoine Taunay e seu filho Félix Tau-
nay, pintores; Auguste Marie Taunay, escultor; Charles Simon Pradier, gravador; entre muitos outros
artistas. Introduziram o estilo Neoclássico no Brasil, que estava iniciando, e foram encarregados por D.
João do funcionamento da recém-fundada Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.
O mais lembrado pintor da Missão Artística Francesa foi Jean-Baptiste Debret (1768-1848), que retratou
o cotidiano das ruas do Rio de Janeiro, sobretudo o dia-a-dia da enorme população escrava da cidade.
Debret viveu no Brasil de 1816 a 1831, quando produziu uma extensa obra, em três volumes – Viagem Pi-
toresca e Histórica ao Brasil. No primeiro, o tema foi os indígenas; no segundo, o trabalho escravo feito
por africanos; e no terceiro, política e religião.
Analise algumas imagens de Debret retratando o cotidiano dos escravizados no Rio de Janeiro nos anos
iniciais do século XIX:
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Execução de pena no Pelourinho/Negros ao tronco. Boutique de Cordonnier. Dis-
Disponível em: https://picryl.com/media/lexecu- ponível em: https://picryl.com/
tion-de-la-punition-de-fouet-negres-ao-tronco-jb- media/boutique-de-cordonnier-
-debret-delt-lith-de. Acesso: 27 mar. 2021. -jb-debret-et-la-vtesse-de-por-
tes-delt-lith-de-thierry. Acesso:
27 mar. 2021.
1 - Com base na análise das imagens, descreva como era o cotidiano dos africanos que foram escravizados
e que viviam no Rio de Janeiro
Nicolas Antoine-Taunay e seu filho Félix-Emile Taunay pintaram muitas paisagens da cidade do Rio de
Janeiro do começo do século XIX. Analise as que foram selecionadas:
169
Nicolas Antoine Taunay – Praia e Igreja da Glória. Disponível
em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nicolas_Antoi-
ne_Taunay_-_Vista_da_Praia_e_da_Igreja_da_Gl%C3%B3ria_
do_Outeiro_no_Rio_de_Janeiro.jpg. Acesso: 27 mar. 2021.
2 - Com base nas imagens acima, descreva como era a cidade do Rio de Janeiro no começo do século
XX e compare com o cotidiano do começo do século XXI, nossa época.
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SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
Cultura e Política na Construção do Estado Nacional Brasileiro (1822-1930).
TEMA/TÓPICO
Estrutura constitucional.
HABILIDADE:
Analisar as posições das elites brasileiras frente ao ideal de civilização nos trópicos e sua opção pelo sistema
monárquico: acentuar a singularidade dessa opção no contexto latino-americano.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Constituição de 1824.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Sociologia e Filosofia.
BREVE APRESENTAÇÃO
Você sabe o que é uma Constituição ? Um documento escrito que define a organização política, admi-
nistrativa e jurídica de um país. É sua Lei Suprema. Isso significa que as demais leis que forem feitas
naquele país têm que estar de acordo com a Constituição para poderem ser aplicadas.
No Brasil depois da proclamação da República, em 15 de Novembro de 1889, tivemos seis Constituições,
sendo que a primeira foi a de 1891. A atual é de 1988.
Durante o Brasil Império (1822-1889), tivemos apenas uma Constituição, a de 1824. Vamos entendê-la
agora.
171
Note que homens ricos que não possuíssem terras não poderiam ser eleitos deputados, nem senado-
res. Isso retiraria do Poder Legislativo (o que elabora as leis) os comerciantes portugueses que, embora
fossem ricos, não tinham rendimentos provenientes da posse da terra.
D. Pedro I recusou o projeto de Constituição. Com o apoio de tropas, em 12 de Novembro de 1823, decre-
tou a dissolução da Assembleia. Os deputados que não aceitaram esse ato foram presos e expulsos do
país, entre eles os irmãos Andrada – José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco.
Para acalmar os constituintes brasileiros, D. Pedro nomeou uma comissão de dez brasileiros natos para
elaborar um novo projeto de Constituição. Aprovado o texto pelo imperador, no dia 25 de março de 1824,
D. Pedro I outorgou (impôs) ao Brasil sua primeira Constituição.
Vamos identificar quais foram suas principais características:
Forma de governo: Monarquia Hereditária.
Estabeleceu 4 poderes: Moderador, Executivo, Legislativo e Judiciário.
Sistema eleitoral: voto indireto e censitário (por renda mínima).
Havia uma religião oficial: a Católica Romana.
O país seria geograficamente dividido em províncias, cujos presidentes seriam nomeados pelo
imperador.
Entenda os poderes:
Poder Moderador: era exclusivo do imperador e estava acima dos demais poderes: o imperador podia
dissolver a Câmara e convocar novas eleições para renová-la; nomear os presidentes das províncias;
aprovar ou vetar as decisões da Câmara e do Senado; convocar as Forças Armadas sempre que achasse
necessário. O Conselho de Estado, órgão deste Poder, era formado por conselheiros vitalícios nomea-
dos pelo imperador.
Poder Executivo: exercido pelo imperador e pelos Ministros. Deveriam administrar o país.
Poder Legislativo: discutia, elaborava e aprovava as leis. Composto pelo Senado Vitalício e pela Câmara
dos Deputados. Os deputados tinham mandato de quatro anos. Cada província tinha o direito de eleger
três candidatos ao Senado e o imperador nomeava um deles.
Poder Judiciário: composto por juízes e tribunais. Encarregados do cumprimento das leis e do julga-
mento dos infratores. Os juízes da mais alta Corte de Justiça do país eram nomeados pelo imperador.
172
PARA SABER MAIS:
Sobre o que é Constituição e sobre a Constituição de 1824: <https://www.youtube.com/wat-
ch?v=qHm1BHKC6kg> e <https://www.youtube.com/watch?v=Cim7gS6KtcE>. Acesso em: 10 abr.
2021.
173
ATIVIDADES
1 - Quais as diferenças entre a forma de governo, número de poderes e sistema eleitoral estabelecidos
pela Constituição de 1824 e a atual (de 1988) ?
4 - (FUVEST) O sistema eleitoral adotado no Império brasileiro estabelecia o voto censitário. Essa
afirmação significa que:
a) O sufrágio era indireto no que se referia às eleições gerais.
b) Para ser eleitor era necessário possuir determinada renda anual.
c) As eleições eram efetuadas em dois turnos sucessivos.
d) O voto não era extensivo aos analfabetos e às mulheres.
e) Por ocasião das eleições, realizava-se o recenseamento geral da população.
5 - (Enem 2011) Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais:
VI) Os menores de vinte e cinco anos, nos quais não se compreendam os casados, e Oficiais Milita-
res, que forem maiores de vinte e um anos, os Bacharéis Formados e Clérigos de Ordens Sacras.
VII) Os Religiosos, e quaisquer que vivam em Comunidade claustral.
174
VIII) Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio
ou empregos.
Constituição Política do Império do Brasil (1824). Disponível em: https://legislação.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado).
A legislação espelha os conflitos políticos e sociais do contexto histórico de sua formulação. A Consti-
tuição de 1824 regulamentou o direito de voto dos “cidadãos brasileiros” com o objetivo de garantir
a) O fim da inspiração liberal sobre a estrutura política brasileira.
b) A ampliação do direito de voto para maioria dos brasileiros nascidos livres.
c) A concentração de poderes na região produtora de café, o Sudeste brasileiro .
d) O controle do poder político nas mãos dos grandes proprietários e comerciantes.
e) A diminuição da interferência da Igreja Católica nas decisões político-administrativas.
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SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO:
Cultura e Política na Construção do Estado Nacional Brasileiro (1822-1930).
TEMA/TÓPICO:
- Embates políticos e Culturais no Processo de Construção e Afirmação do Estado Nacional.
- Estrutura constitucional, agrupamentos políticos e forças sociais.
HABILIDADE (S):
- Analisar as configurações das elites brasileiras no Império, seus interesses e agrupamentos político-par-
tidários.
- Analisar as configurações das elites brasileiras frente ao ideal de civilização nos trópicos e sua opção pelo
sistema monárquico: acentuar a singularidade dessa opção no contexto latino-americano.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Partidos políticos e forças sociais no Primeiro Reinado; Independência da América Espanhola e opção pela
República.
INTERDISCIPLINARIDADE:
Sociologia e Filosofia.
BREVE APRESENTAÇÃO
As elites da América Espanhola, diferentemente das elites da América Portuguesa, que se uniu em tor-
no de um príncipe, D. Pedro, conduziram elas próprias seus diferentes processos de Independência,
optando, então, pela República após o rompimento com a Espanha.
Em muitos lugares da América Espanhola, as classes populares, na esperança de uma vida melhor, com
terras próprias para produzirem e igualdade de direitos com a elite, lutaram pela Independência, mas
nem sempre conseguiram atingir seus objetivos.
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ATIVIDADES
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1 - (ENEM 2007) Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à
divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na
produção, com braço escravizado importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a América
do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos oitenta anos. Éramos
um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não
se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e
baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a voltar-se para fora. Era do exterior que vinham os bens de
consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que distinguia as classes cultas e
“naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os capitais
que permitiam iniciar a construção de uma infra- estrutura de serviços urbanos, de energia, transportes
e comunicações.
SINGER, Paul. Evolução da economia e vinculação internacional. In: SACHS, I; WILLHEIM, J; PINHEIRO, P.S.(Orgs.).
Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.
Levando-se em consideração as afirmações acima, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da
independência política (1822), é correto afirmar que o país:
a) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial
b) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre
c) se tornou dependente da economia europeia por realizar tardiamente sua industrialização em
relação a outros países
d) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem fazer ganhos para
a infraestrutura de serviços urbanos
e) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários seto-
res produtivos
3 - Após a leitura do texto abaixo, de autoria de Boris Fausto, historiador e professor da Universidade de
São Paulo (USP), responda a questão seguinte:
(...) a emancipação do Brasil não resultou em maiores alterações da ordem social e econômica, ou da
forma de governo (...)
Uma das principais razões dessa continuidade se encontra na vinda da família real para o Brasil e na
forma como se deu o processo de Independência. A abertura dos portos por parte de D. João VI es-
tabeleceu, como vimos, uma ponte entre a Coroa Portuguesa e os setores dominantes da colônia,
178
especialmente os que se concentravam no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Os benefícios tra-
zidos para a região fluminense, com a presença do rei no Brasil, vinham incentivar a expansão econômi-
ca daquela área, ligada aos negócios do açúcar, do café e do tráfico de escravizados. (...) A elite política
promotora da Independência não tinha interesse em favorecer rupturas que pudessem pôr em risco a
estabilidade da antiga colônia. É significativo que os esforços pela autonomia, que desembocaram na
Independência, concentraram-se na figura do rei e depois na do príncipe regente. (...)
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 6ª ed. São Paulo: Edusp/Fundação do Desenvolvimento da Educação, 1998. p. 146-147. (Adaptado)
De acordo com tudo o que você estudou sobre o processo de Independência do Brasil, o que eram as
“rupturas que pudessem pôr em risco a estabilidade da antiga colônia “ ?
4 - Leia o texto abaixo, de autoria da historiadora Maria Lígia Prado, e responda a questão que segue:
“ Liberdade, no entanto, não é um conceito entendido de forma única; tem significados diversos, apro-
priados também de formas particulares pelos diversos segmentos da sociedade. Para um represen-
tante da classe dominante venezuelana, Simón Bolívar, liberdade era sinônimo de rompimento com a
Espanha para a formação de fulgurantes nações livres que seriam exemplo para o resto do universo.
Mas, principalmente, nações livres para comerciar com todos os países, livres para produzir, única pos-
sibilidade, segundo essa visão, do desabrochar do Novo Mundo.
Já para Dessalines, o líder da revolução escrava do Haiti, (...) a liberdade, antes de tudo, queria dizer o
fim da escravidão, mas carregava um conteúdo radical de ódio aos opressores franceses.(...)
Para outros dominados e oprimidos, como os índios mexicanos, a liberdade passava distante da Espa-
nha e muito próxima da questão da terra. Na década de 1810, os líderes da rebelião camponesa mexica-
na, (...) Hidalgo e Morelos, clamavam por terra para os deserdados. ”
PRADO, Maria Lígia. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual; Campinas: Editora da UNICAMP, 1986. p. 12-15.
Que fatores, nos processos de independência da América Espanhola, foram determinantes para que o
conceito de liberdade não fosse entendido de uma forma única ?
Foi ótimo te ensinar o conteúdo dessas seis semanas! Espero que você tenha gostado de tudo o que
você aprendeu de História nesse PET.
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