Trabalho Caps
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CAPS
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1. A Fundação
Na rua Capitão Domingos, n.º 418, em Uberaba, Minas Gerais, existe uma
casa de tijolinhos, de cor marrom suave e de ladrilhos vermelhos, com um pequeno
gramado na frente. Ao passar na porta, diversos sentimentos são revelados. Tem
gente que tem medo de entrar, mas há quem entra e não quer sair.
A Fundação Gregório Franklin Baremblitt é um lugar em que pessoas se
importam com o bem-estar de outras.
A instituição sem fins lucrativos surgiu da iniciativa de 11 profissionais com a
perspectiva de mudar os rumos do tratamento e o olhar sobre o doente mental.
No dia 17 de julho de 1991, dez psicólogos e um advogado deram início aos
trabalhos, fruto das militâncias da Luta Antimanicomial que ocorreu no Brasil durante
a década de 80. Diferentes profissionais da saúde uniram-se para reivindicar os
direitos dos doentes mentais.
A instituição, no momento, possui dois projetos: o CAPS Maria
Boneca e as Casas Lares ou Residências Terapêuticas.
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O CAPS – Centro de Atenção Psicossocial – funciona desde 1991 para
promover acompanhamento clínico e de reinserção social dos usuários. O projeto é
um modelo substitutivo ao regime fechado de hospitais psiquiátricos, criado
oficialmente pela Portaria n.º 224/92. Desde 1994, possui convênio com o Sistema
Único de Saúde – SUS, sendo classificado como tipo II, ou seja, atende pacientes
portadores de transtorno mental severo (psicóticos, esquizofrênicos e neuróticos
graves).
O nome Maria Boneca é uma homenagem a Maria, uma senhora que viveu
em Uberaba, entre as décadas de 60 e 70. Ela andava pelas ruas com uma
bonequinha em seus braços. Mesmo apresentando sinais de sofrimento mental, não
prejudicava ninguém.
A casa, como é carinhosamente chamada pelos profissionais, tem por
objetivo, segundo o estatuto, promover atenção a pessoas em crise, através de
equipe técnica transdisciplinar composta por psiquiatras, psicólogos, terapeutas
ocupacionais, enfermeiros, assistentes sociais e quaisquer outros profissionais com
formação que se adequem às exigências desta atenção.
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2. O Tratamento
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3. Efeitos Colaterais
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4. A demanda
São atendidos pelo CAPS Maria Boneca cerca de 300 pacientes por mês. O
tratamento medicamentoso, aliado a oficinas e terapias, reduz o n.º de internações.
O atendimento é por demanda espontânea, quando o próprio paciente, amigo
ou família o leva sem passa por médico, ou por encaminhamento via instituições,
como as unidades de saúde.
Independentemente da forma em que se dá a procura do CAPS, todos
passam pela triagem com o assistente social Vladimir Teixeira e pela psicóloga
Denise Montandon. É realizada uma entrevista socioeconômica para saber se há
necessidade de encaminhamento para programas sociais. Nesta etapa, há o pré-
diagnóstico para levantamento de dados que indiquem a montagem do plano
terapêutico de cada paciente.
O tratamento poderá ser intensivo, ou seja, quando o paciente está em crise
aguda, com delírios ou alucinações, incapaz de cuidar de si. É recomendado que
freqüente o CAPS todos os dias, de quatro a oito horas.
No tratamento semi-intensivo, o usuário freqüenta a casa de uma a três vezes
por semana, mas já consegue tomar a medicação, ou seja, o sofrimento e a
desestruturação psíquica diminuíram. Tem também o atendimento não-intensivo,
que é mais ambulatorial, para dar continuidade ao tratamento.
Segundo a equipe da Fundação Gregório Baremblitt, há outro aliado
fundamental para o sucesso do tratamento: o acolhimento da família. Toda quinta-
feira tem terapia familiar. Os profissionais procuram saber se a família tem dúvidas
sobre o funcionamento do CAPS ou sobre a administração de medicamentos.
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5. Equipe Maria Boneca