Relatório Final Erik Ohara
Relatório Final Erik Ohara
Relatório Final Erik Ohara
Erik Ohara
São Paulo
2010
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Erik Ohara
São Paulo
2010
FICHA CARTOGRÁFICA
Ohara, Erik
Análise dinâmica de um veículo de passeio equipado com
sistema de esterçamento nas quatro rodas, por Erik Ohara. São
Paulo: EPUSP, 2010. 49 p.
Trabalho de formatura – Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia
Mecânica.
1. Dinâmica veicular 2. Esterçamento nas quatro rodas 3.
Sistema de direção I. Universidade de São Paulo, Escola
Politécnica. Departamento de Engenharia Mecânica. III. t.
RESUMO
This study aims to demonstrate the initial studies on the dynamics of a passenger
vehicle equipped with a system of four-wheel steering. Initially, the mathematical
model was presented with the geometry of such a system by comparing parameters
such as curve radius and steering angles, passing through the main steering variables
such as caster and kingpin angles and their offsets. This set of parameters required
analysis of the main forces acting on the system through the theory of the dynamics
of the tire. Finally, we presented a preliminary study on the theory of rear wheels
control systems.
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
1. Introdução ............................................................................................................ 6
2. Sistema de direção................................................................................................ 7
2.1. Ride steer...................................................................................................... 8
3. Esterçamento nas quatro rodas........................................................................... 10
3.1. Exemplos de aplicação............................................................................... 11
3.1.1. Honda Prelude.................................................................................... 12
3.1.2. Jeep Hurricane.................................................................................... 13
3.1.3. Renault Laguna Coupé e Renault Laguna GT ................................... 14
4. Modelamento matemático para esterçamento nas quatro rodas......................... 15
4.1. Direção cinemática (Kinematic Steering) .................................................. 15
4.2. Esterçamento nas quatro rodas (4WS)........................................................ 19
5. Dinâmica do pneu .............................................................................................. 23
5.1. Rigidez do pneu.......................................................................................... 25
5.2. Resistência ao rolamento............................................................................ 27
5.3. Força longitudinal ...................................................................................... 30
5.4. Força lateral................................................................................................ 31
6. 4WS ativa e passiva ........................................................................................... 33
7. Controle de estabilidade eletrônico.................................................................... 34
7.1. Sistemas Steer-by-Wire .............................................................................. 35
7.1.1. Escolha da saída para desacoplamento .............................................. 35
7.1.2. Projeto de controle ............................................................................. 36
8. Pesquisas adicionais ........................................................................................... 39
8.1. Simulação de sistemas dinâmicos de alto desempenho de um sistema
veicular pneu-suspensão-direção. [8]..................................................................... 39
8.1.1. Conceito de modelamento.................................................................. 39
8.1.2. Formas de descrição matemática ....................................................... 39
8.1.3. Importação e exportação de modelos................................................. 40
2
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO
2. SISTEMA DE DIREÇÃO
Para iniciar o estudo da teoria que envolve o assunto, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica a fim de se listar as principais obras de grande circulação no meio
acadêmico e industrial.
Além disso, foi sugerida a pesquisa e posterior leitura de artigos do periódico
Vehicle System Dynamics que trazem mensalmente publicações relacionadas a
sistemas dinâmicos ligados a veículos.
Segundo [3], há duas maneiras para se aprimorar a estabilidade do veículo em curvas
e produzir um comportamento desejado. Uma delas é a introdução de uma suspensão
ativa convencional que esteja de acordo com a não linearidade entre as forças
verticais e laterais do pneu. Outra alternativa seria adicionar direcionamento nas
rodas traseiras, modificando diretamente as forças laterais no pneu. Esta última será
estudada e abordada a seguir.
De maneira geral, as análises e equacionamentos são realizados a partir de um
modelo do tipo bicicleta como ilustrado na Figura 4.
Figura 4 - Modelo tipo bicicleta de um veículo com esterçamento nas quatro rodas
[3]
Em [3], foi proposta uma análise do comportamento do veículo segundo quatro tipos
de sistemas de esterçamento nas quatro rodas.
• Ângulo de esterçamento dianteiro e resposta do ângulo de guinada.
11
Esse tipo de sistema permite ao veículo girar em torno do eixo vertical central, com
raio de curva igual a zero. Isso acontece, pois tanto as rodas dianteiras quanto as
traseiras esterçam para lados opostos.
O principal objetivo na criação do conceito Jeep Hurricane foi mostrar um veículo
robusto e potente que seja ágil em terrenos sinuosos e com grandes obstáculos.
w
cot δ o − cot δ i = (1)
l
16
Apesar de grande parte dos veículos de passeio possuir o mesmo valor de bitola
dianteiro e traseiro é conveniente equacionar o movimento de maneira a abranger o
maior número de casos possível. Em carros de corrida é comum que a bitola na
traseira seja maior com o uso de pneus maiores e mais largos para aumentar a tração
e a estabilidade. Para veículos de passeio essa diferença é mínima na traseira em
comparação com a dianteira.
17
2l ( wo − wi )
δ o = tan −1 (4)
w f ( wo − wi ) + wr ( wo + wi )
Observando o gráfico da Figura 11, pode-se inferir que quanto menor a relação w/l,
menor é a diferença entre os ângulos de esterçamento interno e externo. E o inverso
ocorre para valores maiores de w/l.
19
Figura 13 - Esquema de um veículo 4WS positivo em uma curva para a esquerda [5]
wf
cot δ of − cot if = (14)
c1
wr
cot δ or − cot ir = (15)
c2
1 c2 1 c2
R1 = wr + = − wr + (16)
2 tan δ ir 2 tan δ or
E utilizando a relação
c1 − c2 = l
Encontra-se a relação dos ângulos de esterçamento dianteiros e traseiros para a
condição cinemática dada por
wf wr
− = l (17)
cot of − cot if cot or − cot ir
wf wr cot δ fr − cot δ fl
cot δ fr − cot δ fl = − (18)
l l cot δ rr − cot δ rl
wr
c2 = (20)
cot δ rr − cot δ rl
22
Figura 14 - Esquema de um veículo 4WS negativo em uma curva para a esquerda [5]
23
5. DINÂMICA DO PNEU
No entanto, caso ocorra mudança de direção ou forças laterais sejam impostas sobre
o veículo, a força Fy e um momento serão desenvolvidos no pneu. Por ser um
elemento elástico, a deformação lateral do pneu desloca lateralmente a área de
contato com o solo, fazendo com que uma força resultante vertical Fz seja deslocada
de uma distância e, criando um momento sobre o elemento conforme a Figura 17.
Fy = k y .∆y (23)
velocidade longitudinal.
O valor de s é positivo para aceleração e negativo para frenagem.
Seguindo o esquema das figuras Figura 15 e Figura 16, uma força Fx deve surgir
entre o pneu e o solo e essa força é proporcional a força normal Fz.
Fx = µ x ( s ).Fz (28)
Seguindo o modelo proposto por [7], o motorista possui duas tarefas no sistema de
controle, uma primária que seria de “seguidor da trajetória” e a secundária é a de
“atenuador de perturbações”.
Basicamente, a tarefa primária está relacionada à aceleração lateral do veículo que
altera a todo o instante o vetor velocidade do veículo na trajetória desejada. Já a
tarefa secundária está intimamente relacionada com a inércia rotacional do veículo
36
altere a trajetória.
Pela dificuldade em perceber os torques de perturbação o sistema de controle é
projetado para atenuá-los, porém sem alterar a tarefa primária de “seguidor de
trajetória” do motorista, ou seja, no sistema de controle o yaw rate ψ& deve ser não-
observável com relação à aceleração lateral a yP .
centro de massa.
Como
Fyf + Fyr 1
a y _ cg = (32) e ψ&& = (l f Fyf − l r Fyr ) (33)
m Iz
Substituindo as equações 32 e 33 na 31 a aceleração lateral é dado por
1 lPl f 1 l l
a yP = Fyf ( + ) + Fyr ( + P r ) (34)
m Iz m Iz
Escolhendo-se a posição da saída como sendo
Iz
lP = (35)
ml r
E substituindo na equação 34 obtém-se
L
a yP = Fyf (36)
ml r
cos 2 (θ vf )
θ&vf = −ψ& + a yP (α f ) + g (ψ& ) (40)
Vx
Onde
cos(θ vf )
g (ψ& ) = [(l f − l P )ψ&& cos(θ vf ) + (l f ψ& 2 − a x ) sin(θ vf )] (41)
Vx
e a x é a aceleração longitudinal.
Diferenciando-se a equação 39 e substituindo a equação 40, a lei de controle
escolhida tem a seguinte forma
δ&sbw = g (ψ& ) + F (δ driver ) − ψ& (42)
A dinâmica do ângulo de esterçamento fica assim
cos 2 (θ vf )
α& f = − a yP (α f ) + δ&driver + F (δ driver ) (43)
Vx
8. PESQUISAS ADICIONAIS
É importante ressaltar que nesse estudo o Critério D* é uma combinação linear entre
a aceleração lateral e a variação do ângulo de guinada, pois é esperado alto
desempenho.
9. CONCLUSÃO E COMENTÁRIOS
Com o início dos estudos sobre o tema direção, foi possível determinar um assunto
mais específico para posterior desenvolvimento.
Inicialmente, o objetivo era modelar um sistema de direção com esterçamento apenas
nas rodas dianteiras, porém este se mostrou incompatível com o grau de
desenvolvimento desejado ao final do trabalho.
Por esse motivo, após uma pesquisa sobre os principais estudos de direção em livros
e publicações periódicas, optou-se pelo desenvolvimento e modelamento de um
sistema de direção com esterçamento nas quatro rodas para um veículo de passeio.
Após o modelamento matemático do sistema 4WS observou-se que apesar de conter
um maior grau de complexidade devido o esterçamento nas rodas traseiras, a
geometria do modelo não apresenta grandes dificuldades para o entendimento pleno.
Talvez o grande desafio para assuntos relacionados à dinâmica veicular seria o
aprofundamento para temas ligados ao comportamento do veículo no que diz respeito
a interação suspensão/direção e a introdução de sistemas de controle de estabilidade.
Para os próximos trabalhos, será realizado um estudo mais amplo sobre sistemas de
controle, aprofundando assim a teoria de dinâmica lateral de um veículo através de
uma trajetória curva, contribuindo para o desenvolvimento do trabalho.
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[5] JAZAR, R. N. Vehicle Dynamics – Theory and Application New York, NY:
Springer, 2008.
[7] RAJAMANI, R. Vehicle Dynamics and Control New York, NY: Springer 2006.